UNIDADEum A HISTÓRIA E OS SERES HUMANOS: TEMPO E ESPAÇO

Pintura. Sobre um fundo rochoso nas cores branca, areia e marrom, a representação parcial, em tinta preta, dos contornos de um bisão visto lateralmente. No alto, à direita, um de seus chifres, no alto da cabeça. Na parte inferior, parte das duas pernas dianteiras do animal. No canto inferior direito da imagem, nota-se parte de outro desenho de um animal, na cor vermelha, do qual se vê apenas as duas patas traseiras e o rabo.
Esta pintura foi feita há, aproximadamente, 17 mil anos na caverna de Lascaux, na França. Em 1940, pinturas nessa caverna foram descobertas por quatro adolescentes que passeavam por ali. Logo em seguida essas pinturas passaram a ser estudadas por cientistas.

Você estudará nesta Unidade:

O trabalho do historiador

O tempo e a história

As explicações para o surgimento da espécie humana

A evolução do ser humano

A dispersão dos seres humanos pelo planeta

A chegada do ser humano à América

Respostas e comentários

Apresentação

A primeira Unidade deste volume, “A História e os seres humanos: tempo e espaço”, relaciona-se à seguinte Unidade Temática da Bê êne cê cê do 6º ano: História: tempo, espaço e fórmas de registros.

Em consonância com a Competência Geral da Educação Básica número 3, indicada pela Bê êne cê cê, a Unidade estimula nos estudantes a valorização e a fruição de uma entre as diversas manifestações artísticas e culturais.

Em consonância com as Competências Específicas do Componente Curricular História, o trabalho sugerido nesta Unidade (no texto principal, nas seções e nas atividades propostas) também busca levar os estudantes a: Compreender acontecimentos históricos, relações de poder e processos e mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo e em diferentes espaços para analisar, posicionar-se e intervir no mundo contemporâneo (1), Identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos, culturas e povos com relação a um mesmo contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários (4) e Compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica (6).

Pintura.  Sobre um fundo rochoso nas cores branca, areia e cinza, o desenho de um cavalo, de pelagem na cor marrom, com a crina em preto. No entorno dele há outros desenhos que não podem ser identificados na imagem.
Esta outra pintura também foi encontrada na caverna de Lascaux, na França.
Pintura.  Sobre um fundo rochoso de cor amarelada marcado por linhas de rachaduras, o desenho de um animal quadrúpede de cor marrom-claro, com focinho fino e um par de orelhas pequenas pontudas para o alto. O desenho ocupa a parte central da imagem. No canto inferior direito, há  pinturas indistintas de cor vermelha.
Esta pintura foi feita entre 35 mil e 15 mil anos atrás, na caverna de Altamira, na Espanha. Há relatos de que as pinturas nessa caverna foram descobertas por um homem e sua filha enquanto passeavam pelo local, em 1879.

Desde pequenos utilizamos o desenho como fórma de expressão e comunicação. Você se lembra do que registrava em seus desenhos quando era menor? E hoje, como são seus desenhos? Você costuma guardá-los? Geralmente registramos nos desenhos cenas cotidianas, seres e paisagens que observamos, símbolos e até mesmo algo que imaginamos.

Observe, nesta página e na página anterior, as pinturas nas paredes de cavernas. Essas pinturas foram feitas há mais de 15 mil anos, aproximadamente! Qual teria sido a intenção das pessoas quando produziram esses registros? Será que imaginavam que gerações futuras os observariam muito tempo depois? Tanto essas pinturas quanto os desenhos feitos por você contam uma história e registram uma ação, realizada por alguém em certo momento.

Com o passar dos anos, podemos observar os desenhos que fizemos e nos lembrar de momentos vividos anteriormente.

Nesta Unidade, estudaremos que os historiadores utilizam vestígios como esses para levantar hipóteses sôbre o modo de vida dos seres humanos no passado e entender por que somos o que somos hoje.

Você imagina outros vestígios possíveis de serem analisados por historiadores? O que você conhece sôbre o trabalho dos historiadores?

Respostas e comentários

Nesta Unidade

Esta Unidade introduz os estudos de História e trata das teorias sôbre a origem e a dispersão dos seres humanos. No Ensino Fundamental – Anos Iniciais, os estudantes realizaram atividades mobilizando conhecimentos históricos (como a construção de uma biografia ou de uma linha do tempo sôbre a própria vida) e manipulando documentos (como certidão de nascimento e fotografias da infância ou da família). Os temas aqui tratados exigem algumas operações mentais complexas para que os estudantes comecem a compreender as diferentes dimensões de tempo, a multiplicidade de documentos e sujeitos históricos e a importância de existirem várias versões dos acontecimentos. A expectativa é que eles se apropriem gradativamente desses e de outros conceitos pertinentes ao conhecimento histórico.

Objetos de conhecimento trabalhados na Unidade

• A questão do tempo, sincronias e diacronias: reflexões sobre o sentido das cronologias.

fórmas de registro da história e da produção do conhecimento histórico.

• As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos de sedentarização.

CAPÍTULO 1  INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE HISTÓRIA

O que é História? Existem diferentes definições, mas uma das mais aceitas é que a História é uma ciência que busca fornecer explicações sôbre as origens das sociedades humanas do presente e do passado e sôbre as transformações pêlas quais essas sociedades passaram ao longo do tempo.

Estudar os acontecimentos do passado nos ajuda a compreender como era a vida das pessoas que vieram antes de nós, quais costumes e práticas do modo de vida delas mudaram e quais permanecem. Também nos leva a refletir sôbre como, em uma mesma sociedade, diversos sujeitos, com cotidianos, experiências e pontos de vista variados, se relacionam, construindo suas histórias.

O modo como lidamos com o passado revela aspectos importantes da nossa própria vida no presente. As marcas do passado vão sendo explicadas de maneiras diferentes ao longo do tempo, a depender dos nossos interesses e das nossas preocupações atuais. Quais aspectos do passado buscamos preservar e quais buscamos questionar e transformar?

Fotografia. Vista de cima para baixo. Sobre chão, coberto por ladrilhos retangulares em tons de cinza, uma estátua na cor preta representando um homem com cabelos  longos e ondulados, vestido com um longo casaco. Sobre o rosto da estátua,  derrubada no chão, há tinta nas cores vermelha e branca. Sobre o corpo da estátua, há um cartaz de cor bege com um texto escrito com caneta preta, originalmente em inglês. Ao redor da estátua, vista parcial de pernas e pés de pessoas, usando calças jeans de diferentes tons e tênis.
A estátua do comerciante de escravos Edward Colston foi derrubada por manifestantes antirracistas do movimento Vidas Negras Importam, em Bristol, na Inglaterra, em junho de 2020. Depois de derrubá-la, os manifestantes deixaram um cartaz em cima dela com os seguintes dizeres: “Se esse movimento não abriu seus olhos, o que vai abrir? É hora de falar. É hora de acabar com o privilégio dos brancos.” Ao final do protesto, a estátua foi lançada no rio Avon.
Respostas e comentários

sôbre o Capítulo

As fontes históricas são o alimento básico do trabalho de todo historiador, do qual se depreende o conhecimento por ele produzido. Assim, este Capítulo procura destacar para os estudantes a importância de identificar, classificar, compreender e analisar com rigor e precisão as fontes históricas. Em seu trabalho, o historiador se debruça sôbre as fontes históricas a fim de desmistificá-las, interpretá-las, procurando descobrir suas intenções e o contexto em que foram produzidas.

Todos os registros das ações humanas (materiais ou imateriais) são considerados fontes históricas. Contudo, essas fontes não falam por si mesmas; é preciso que formulemos as perguntas adequadas para que possamos extrair delas informações sôbre as condições e os interesses que levaram à sua produção.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero seis agá ih zero um: Identificar diferentes fórmas de compreensão da noção de tempo e de periodização dos processos históricos (continuidades e rupturas).

ê éfe zero seis agá ih zero dois: Identificar a gênese da produção do saber histórico e analisar o significado das fontes que originaram determinadas fórmas de registro em sociedades e épocas distintas.

Observação

Os conteúdos desta página possibilitam um trabalho inicial com aspectos da habilidade ê éfe zero seis agá ih zero dois.

Texto complementar

O texto a seguir trata do estudo da História.

A história busca compreender as diversas maneiras como homens e mulheres viveram e pensaram suas vidas e a de suas sociedades, através do tempo e do espaço. Ela permite que as experiências sociais sejam vistas como um constante processo de transformação; um processo que assume fórmas muito diferenciadas e que é produto das ações dos próprios homens. reticências Por isso, a história ensina a ter respeito pêla diferença, contribuindo para o entendimento do mundo em que vivemos e também do mundo em que gostaríamos de viver.

FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de história. São Paulo: Papirus, 2003. página 40.

O trabalho do historiador

O historiador estuda o passado tendo como base perguntas e dúvidas que surgem no presente. Suponhamos, por exemplo, que um historiador deseje compreender por que existem mais afrodescendentes no Sudeste e no Nordeste do Brasil do que na Região Sul. Para obter uma resposta, ele terá de investigar o tráfico de africanos escravizados para o Brasil e as atividades econômicas em que eles trabalhavam.

A pergunta que o historiador procurará responder pode estar relacionada a um passado recente ou a um passado bem distante. Ele pode, por exemplo, procurar saber como o hip-hop ou o rap chegaram ao Brasil, uma história relativamente recente. Mas, se a intenção for saber sôbre o desenvolvimento do comércio, da democracia ou da ciência, o historiador terá de recuar sua investigação para um passado mais longínquo.

Como é possível para o historiador investigar um passado que não existe mais? Se você refletir sôbre isso, vai concluir que as pessoas, ao longo da vida, deixam vestígios do que fizeram e pensaram. Tiram fotografias, escrevem cartas, leem livros, ouvem músicas, fabricam ou compram vários tipos de objeto, pintam telas, constroem edifícios e fazem muitas outras coisas que podem perdurar por milhares de anos.

Quando são utilizadas pelo historiador em suas pesquisas, essas marcas deixadas pêlas pessoas recebem o nome de fontes históricas. Elas podem ser classificadas em fontes históricas materiais (documentos escritos de vários tipos, livros, fotografias, roupas, cartas, pinturas, monumentos etcétera) e fontes históricas imateriais (memórias, músicas, lendas, línguas, crenças etcétera). Para chegar a qualquer conclusão em seus estudos, os historiadores precisam examinar várias fontes diferentes.

Fotografia em sépia. Vista de uma rua, perto de casas vistas parcialmente. No centro da imagem, dezenas de pessoas  fantasiadas, carregando objetos nas mãos, dançando, umas perto das outras. À frente, mulheres com saias longas, muitos colares e adereços sobre o corpo. À direita e ao fundo, outras pessoas as acompanham, ocupando a extensão da rua.
Foliões de cordão carnavalesco nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro, no início do século vinte. Os cordões, os ranchos e os blocos surgiram antes das atuais escolas de samba.
Iluminura. Em um salão fechado, com paredes azuis, ladrilhos brancos e azuis e uma bancada de madeira escura no centro, há dezesseis homens operando diferentes instrumentos científicos e fazendo anotações. Todos os homens têm barbas compridas pretas, usam vestes longas de mangas compridas, cada um de uma cor diferente (entre tons de azul, verde, vermelho e laranja) e usam  turbantes brancos sobre a cabeça. No alto, há inscrições em caracteres árabes em tinta preta sobre um fundo dourado. Na parte superior da imagem, em torno da bancada de madeira, há onze homens, dispostos dos dois lados da bancada.  Na fileira de cima, um olha para o alto com um instrumento em forma de V, uma ponta diante de seu olho esquerdo, o vértice para o alto e a outra ponta segura entre as mãos dele; outro um faz um desenho com um compasso sobre uma folha em branco; um segura uma folha de papel e dois manejam um astrolábio. Ao lado deles, um homem em pé observa a cena. Na fileira de baixo, dois homens fazem medições usando um objeto grande em forma de seta, outro faz anotações em uma folha de papel; outro segura um quadrante feito de madeira e o último tem um livro de capa vermelha à frente de seu rosto. Sobre a bancada há objetos como um  relógio de areia, uma esfera armilar, uma, balestilha, esquadros, tinteiros coloridos e um livro de capa vermelha, entre outros. Na parte inferior da imagem, há cinco homens. Um, no centro, toca um grande globo terrestre apoiado em um pedestal quadrado. À esquerda, três homens escrevem. Dois estão sentados no chão sobre os calcanhares, escrevendo sobre folhas de papel branco. Um deles está diante de uma pequena mesa baixa de madeira, em que há um tinteiro azul, uma tesoura e um caderno de capa vermelha apoiado. O terceiro homem está em pé, com um livro de capa preta em suas mãos. À direita, há um homem agachado, segurando uma longa peça de madeira, que está inclinada.
Representação de astrônomos árabes no Observatório Galata. Século dezesseis. Iluminura (detalhe). Biblioteca da Universidade de Istambul, Turquia.
Respostas e comentários

Orientações

É importante que os estudantes percebam que toda pesquisa histórica trata de um sujeito, seja ele individual (um operário), seja coletivo (os trabalhadores), em sua diversidade. É com base nessa perspectiva, a da existência de diversos tipos de sujeito, que o historiador estabelece e organiza sua pesquisa.

Segundo o historiador Marc Blok, a História é a ciência dos homens no tempo. Com essa definição, ele destaca dois elementos essenciais da História: o seu caráter humano e as relações que passado e presente mantêm ao longo dela.

Atividades complementares

É possível trabalhar a primeira fotografia desta página com os estudantes (a que mostra foliões de cordão carnavalesco nas ruas da cidade do Rio de Janeiro no início do século vinte). Você pode levantar com os estudantes as seguintes questões:

1. Essa fotografia é uma fonte histórica material ou imaterial?

A fotografia é uma fonte histórica material.

2. Imagine que você seja um historiador. Considerando que os historiadores, em seus estudos, procuram responder a perguntas e dúvidas que surgem no presente, cite pelo menos três “perguntas” que podem ser elaboradas com base na análise dessa fonte histórica.

Com essa breve atividade, os estudantes podem se aproximar do ofício do historiador. Algumas “perguntas” que podem ser elaboradas no momento de análise da fotografia são: “Quem participava dos cordões carnavalescos no comêço do século vinte, no Brasil?”; “No início do século vinte, o Carnaval era uma festa popular em todo o Brasil?”; “Os cordões daquele período têm algo em comum com o Carnaval de rua atual?”.

Observação

As habilidades ê éfe zero seis agá ih zero um e ê éfe zero seis agá ih zero dois são trabalhadas ao longo de todo o Capítulo. Neste momento, em especial, é possível trabalhar o significado das fontes históricas com os estudantes (que são analisadas e interpretadas pelos historiadores) e relacioná-las com a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero dois.

Ícone. Sugestão de site.

Sugestão para o estudante:

MUSEU da Pessoa. Disponível em: https://oeds.link/47Korj. Acesso em: 12 fevereiro. 2022.

Este museu virtual, cuja séde se localiza na cidade de São Paulo, tem como objetivo registrar e preservar a história de vida de pessoas comuns.

As fontes históricas e as interpretações

Nem sempre os historiadores trabalharam com a diversidade de fontes históricas com que trabalham hoje. Durante o século dezenove (de 1801 a 1900), as principais fontes ou documentos históricos utilizados pelos historiadores em suas pesquisas eram os textos escritos, sobretudo os de origem oficial, emitidos pêla administração do Estado: leis, decretos, certidões de nascimento, atestados de óbito, acôrdos diplomáticos, cartas entre governantes etcéteraAs fontes escritas e os documentos oficiais ainda são muito utilizados nas pesquisas, mas atualmente outros vestígios materiais e imateriais também são valorizados.

Além das ideias sôbre as fontes históricas, outra concepção do século dezenove não é mais aceita hoje: a de que a tarefa dos historiadores seria simplesmente revelar o que teria acontecido no passado, como se houvesse uma versão verdadeira, única e absoluta. Afinal, como chegar a uma versão única sôbre o passado, se cada fato foi vivenciado por pessoas diferentes, que, ao registrá-los ou relatá-los, o fizeram a partir de seus pontos de vista? O próprio historiador seleciona e analisa aspectos do passado a partir da sua visão de mundo.

Hoje está claro para os historiadores que a História não é a reconstituição exata do passado, mas uma interpretação sôbre parte desse passado. Podem existir, inclusive, várias interpretações ou relatos sôbre o mesmo acontecimento.

Isso não quer dizer, contudo, que qualquer versão pode ser aceita, porque a História não é um relato ficcional. Ao investigar o passado, os historiadores reúnem muitos documentos e versões diferentes sôbre o período em estudo; em seguida, cruzam todas as informações, verificam se elas são confiáveis e escrevem uma narrativa consistente sôbre os acontecimentos.

Fotografia. Em um local aberto, com grama e árvores ao fundo, oito pessoas performam uma roda de capoeira. No centro da roda, duas pessoas praticam capoeira, com o corpo de ponta-cabeça, mãos e braços ao chão e pernas para cima. Atrás deles, seis pessoas. Algumas batem palmas e outros seguram instrumentos musicais como: pandeiro e berimbau.
A capoeira é uma manifestação cultural cuja história tem mais de 200 anos. Sua prática é considerada fonte histórica imaterial, pois seu canto e seus movimentos preservam a memória do que muitas gerações, especialmente de afrodescendentes, viveram. Em 2014, a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pêla Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (unêsco). Roda de capoeira na cidade de Salvador, na Bahia. Fotografia de 2019.
Respostas e comentários

Orientações

É esperado que os estudantes compreendam que em História não há verdades absolutas. Os historiadores consultam diferentes fontes históricas, verificam se são confiáveis, comparam as informações umas com as outras para, então, produzir uma versão mais ampla dos acontecimentos.

Atividades complementares

De acôrdo com a disponibilidade de tempo, os estudantes poderão assistir ao filme Narradores de Javé, na íntegra ou apenas alguns trechos (consulte a seguir informações sôbre o filme no boxe “Sugestão para o estudante”). Eles podem conversar entre si e expor suas impressões gerais sôbre a obra. Posteriormente, ao analisar esse filme com os estudantes, você pode comentar os dois pontos a seguir e, com base neles, organizar uma conversa em sala de aula.

1. Os habitantes de Javé vivem o mesmo tempo cronológico que as populações do século vinte e um. No entanto, é possível considerar que a experiência histórica deles difere da que é vivida pêlas populações das grandes metrópoles?

Sim; a experiência histórica desses habitantes remete a uma sociedade com menos desenvolvimento tecnológico e em que predominam as relações comunitárias.

2. O personagem Biá não é um historiador, mas existe alguma atitude dele que aproxime seu trabalho ao de um historiador?

No trecho em que escuta os relatos sem escrever, o personagem Biá, assim como os historiadores, avalia a importância daquilo que está ouvindo para, posteriormente, filtrar as informações e então construir sua narrativa.

Observação

Esta página trabalha aspectos da habilidade ê éfe zero seis agá ih zero dois.

Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o estudante:

NARRADORES de Javé. Direção: Eliane Caffé. Brasil, 2003. Duração: 100 minutos

Este filme conta a história da pequena cidade de Javé. Para evitar que ela seja invadida pêlas águas de uma usina hidrelétrica, seus habitantes fazem de tudo para provar que Javé merece o título de patrimônio histórico, até mesmo “inventando” fatos históricos para a cidade.

A História e as outras áreas do conhecimento

Imagine que você e seus colegas de classe tenham de realizar um trabalhosôbre o município onde moram. O professor, após organizar os grupos, atribui a cada um uma tarefa. Um grupo ficará responsável pêlas informaçõessôbre os habitantes. Outro, por pesquisar a situação da saúde e da educação no município. Um terceiro grupo deverá estudar as principais atividades econômicas do município.

Ao final da atividade, cada grupo terá dado sua contribuição para que todos conheçam melhor o município em que vivem. Essa dinâmica de estudo tem várias semelhanças com a construção do conhecimento histórico. Para pesquisar alguns temas, o historiador precisa recorrer ao saber elaborado por estudiosos da Arqueologia, da Antropologia, da Sociologia, da Geografia e da Economia, por exemplo.

Existe, assim, uma interdependência entre o trabalho do historiador e o de outros pesquisadores. A História, como todas as outras áreas do conhecimento, não está isolada; ela faz parte de um todo cujo objetivo é estudar o ser humano e sua vida ao longo do tempo.

Fotografia. Em um local aberto, com árvores ao fundo, à frente, vista parcial de um homem indígena, com pinturas pelo corpo e pelo rosto nas cores preta e vermelha. Ele olha para baixo e segura nas mãos uma máquina fotográfica, apontada na direção de quem observa a imagem. Pelas costas, ele é observado por outro homem indígena. Ele também tem pinturas pelo corpo em vermelho e preto e, no rosto, apenas em preto. Ao fundo, mulheres indígenas com vestidos vermelhos, vistas parcialmente. Uma delas se observa em um pequeno espelho de moldura laranja.
Indígena registra o araguáquisã, realizado na Reserva Jaqueira, ritual em comemoração ao reconhecimento da Terra Indígena Pataxó, em Porto Seguro, na Bahia. Fotografia de 2019.
Ícone. Sugestão de livro

OLIVEIRA, Rodrigo Elias. rentichin. São Paulo: Telos, 2021. O livro narra a história de um curumim que busca desvendar os saberes tradicionais do grupo indígena ao qual pertence e a construção do conhecimento científico, até se tornar um arqueólogo.

Respostas e comentários

Orientações

As fronteiras que delimitavam o campo de estudo das áreas de conhecimento tornaram-se cada vez mais flexíveis, possibilitando aos pesquisadores transitar entre os territórios dos diferentes saberes. Isso também é verdadeiro quanto à História. Os historiadores produzem conhecimento apropriando-se de conceitos e procedimentos originalmente desenvolvidos nas áreas da Economia, da Antropologia, da Geografia, da Literatura etcétera

Vale também ressaltar que, nos livros desta coleção, os nomes dos povos indígenas foram escritos de acôrdo com a grafia adotada pelo Instituto Socioambiental (Ísa) e com as resoluções da “Convenção para a Grafia dos Nomes Tribais”, estabelecida em 1953. A Convenção determinou o uso da inicial maiúscula para os nomes dos povos, sendo opcional quando forem usados como adjetivo, sem flexão de número ou gênero.

Atividade complementar

Para abordar a interdependência entre o trabalho do historiador e o de outros pesquisadores, faça uma atividade de cunho interdisciplinar na própria escola. Organize os estudantes em grupos. Cada grupo deve entrevistar um professor do estabelecimento de ensino que seja responsável por um componente curricular, como Matemática, Língua Portuguesa, Ciências, Educação Física, Geografia e até mesmo Química, Física e Biologia (caso seu estabelecimento conte com turmas de Ensino Médio). Na entrevista, os estudantes devem perguntar ao professor sôbre as relações possíveis entre sua área específica de formação e a área de História e conversar sôbre o papel da interdisciplinaridade em seu trabalho. As entrevistas podem ser gravadas com câmeras de celular. Em uma data previamente combinada com a turma, vocês podem organizar um evento para a exibição dos trabalhos e para a realização de um debate sôbre interdisciplinaridade.

Esta atividade complementar incentiva o trabalho com práticas de pesquisa como entrevista e construção e uso de questionários.

Observação

Ao debater a gênese da produção do saber histórico, ampliando essa discussão para as outras áreas de conhecimento, são trabalhados nesta página aspectos da habilidade ê éfe zero seis agá ih zero dois.

O tempo e a história

Relógios, calendários e agendas são alguns exemplos de invenções feitas pêlas sociedades humanas para medir e organizar o tempo. Atualmente, vários equipamentos nos auxiliam na medição do tempo. Relógios de pulso, de parede, de rua registram a hora exata; computadores, celulares e tablets informam, além da hora, o dia, o mês e o ano; sirenes de fábricas, sinos de igrejas e sinais de escolas lembram o comêço e o fim de uma atividade.

Mesmo sem relógios e calendários, desde os tempos mais antigos os seres humanos notavam, por exemplo, que depois do dia vinha a noite; que as plantas, os animais e as pessoas, com o tempo, envelheciam e um dia morriam; que a Lua mudava de fases. Ou seja, os grupos humanos percebiam a passagem do tempo observando a natureza, da qual eles também faziam parte.

Na natureza, a existência do dia e da noite é o fenômeno que praticamente toda pessoa, desde criança, aprende a observar. A sucessão de dias e noites está relacionada ao nascer e ao pôr do sol. Por essa razão, o Sol tornou-se a principal referência para medir a passagem do tempo.

Além do dia solar, as fases da Lua e o ciclo das estações serviram de referência para os povos antigos medirem o tempo. Com o conhecimento adquirido por meio da observação desses fenômenos, eles criaram os primeiros relógios, para medir a passagem das horas, e calendários, para calcular a sucessão dos dias, dos meses e dos anos.

Fotografia. Um relógio digital horizontal de cor cinza, com botões na parte inferior. Na tela, a indicação do horário em números arábicos de cor preta: 8 horas e 5 minutos.
O relógio digital foi inventado nos anos 1970.
Fotografia. Um relógio com formato retangular e vertical, em uma caixa de madeira e de vidro, com detalhes em dourado. Na parte superior, algarismos romanos e ponteiros dispostos pretos em um círculo branco. Na parte inferior, um pêndulo. A caixa está apoiada sobre uma base de madeira com quatro apoios dourados.
O relógio de pêndulo foi inventado pelo holandês cristiân rãrrens em 1656. Na fotografia, relógio produzido em 1787.
Fotografia. Engrenagens circulares ligadas umas às outras por peças em madeira e metal. Há hastes de metal de cor cinza, com bases finas na vertical e na horizontal, emoldurando o mecanismo, suspenso. As hastes de metal formam uma armação de que está apoiada sobre uma base também de metal.
Acredita-se que o primeiro relógio mecânico foi construído pelo monge francês gérrbérr por volta do ano 996. Na fotografia, relógio mecânico do século catorze.
Fotografia. Vista diagonal, de cima para baixo, de uma pedra redonda de cor cinza com musgo, sobre a qual há um relógio de sol. O relógio tem o formato de um disco plano, na cor cinza, e no centro há uma haste que forma um ângulo um pouco menor que noventa graus em relação à base. O disco tem algarismos romanos gravados sobre ele, além de algumas gradações nas bordas e uma rosa dos ventos no centro. O Sol incide sobre a haste no centro, de modo que ela cria uma sombra sobre o disco. No fundo, desfocado, grama verde.
O relógio de sol surgiu no Egito há mais de 4 mil anos. Fotografia de 2009.
Respostas e comentários

Orientações

É importante que os estudantes percebam que existem várias dimensões de tempo. Além do tempo cronológico, é necessário dominar, por exemplo, outras temporalidades, que possibilitam estabelecer os fenômenos históricos de acôrdo com sua duração. Compreendê-los significa reconhecer simultaneidades, permanências e rupturas nos diversos processos históricos.

Algumas noções referentes ao tempo cronológico e ao tempo histórico são bastante complexas, por isso é esperado que os estudantes se apropriem progressivamente das noções de quantificação, sucessão, duração e simultaneidade, ao longo dos quatro anos finais do Ensino Fundamental.

Observação

O trabalho com as noções de tempo e com as fórmas de medir o tempo, que são, afinal, invenções dos seres humanos ao longo do desenvolvimento histórico em diferentes períodos e sociedades, procura contemplar a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero um.

Texto complementar

Segundo historiadores, até a Idade Média a “exatidão” na medida do tempo ainda não havia sido estabelecida.

Segundo reticências, na Idade Média anterior ao século treze, não havia necessidade da exatidão na medida do tempo e a referência para sua determinação não eram os números. reticências Porém, a partir do século treze, nas cidades comerciais da Europa, os sinos, que até então marcavam apenas os ofícios religiosos, começaram a marcar também os horários do trabalho e, nos séculos catorze e quinze, com o surgimento do relógio mecânico, eles passaram a marcar aqueles horários com maior precisão.

BRITO, Arlete de Jesus. Tempo, história e educação matemática. Bolema, Rio Claro, verdadeiro. 30, n. 55, maio2016. Disponível em: https://oeds.link/0Rivuo. Acesso em: 14 abril 2022.

O tempo medido pelos calendários

O calendário é um sistema de medição de dias inteiros, e não de horas, como fazem os relógios. Por isso, o tempo medido pelos calendários é bem mais longo.

As sociedades humanas criaram diferentes calendários ao longo do tempo. O dos egípcios, criado por volta de 6 mil anos atrás, está entre os mais antigos. Baseado no ciclo lunar, ele tinha 12 meses que somavam 354 dias. cêrca de mil anos depois, os sumérios adotaram um calendário solar de 360 dias, divididos em 12 meses. Ao final do 12º mês eram acrescentados cinco dias complementares.

Os antigos habitantes da América também inventaram diferentes calendários.

O povo asteca, por exemplo, que habitava grande parte do atual México por volta de 550 anos atrás, organizou um calendário formado por dois sistemas de contagem do tempo. Observe, nesta página, a imagem de um desses calendários.

Fotografia. Objeto de formato circular, vermelho, com desenhos em alto relevo nas cores vermelha, branca, amarela, azul e verde. No centro, formas similares às de um rosto humano, com olhos saltados, nariz vermelho, boca aberta com dentes brancos e língua à mostra. Ao redor dessa figura, dispostos em círculos, há desenhos simétricos.
Réplica de calendário asteca datado de 500 anos. O calendário asteca tem dois sistemas de contagem de tempo: um com ciclo de 365 dias, voltado para as atividades da sociedade, como as agrícolas; e outro com ciclo de 260 dias, para fins ritualísticos e sagrados.

O calendário chinês

O calendário tradicional chinês, assim como o inca, é lunissolar, ou seja, combina influências das atividades do Sol e da Lua. Ele também tem 12 meses, cada um deles relacionado a um animal, segundo esta ordem: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, carneiro, macaco, galo, cão e porco.

O que poucas pessoas sabem é que na China se adotam dois calendários. O calendário ocidental, solar, é usado para atividades civis e administrativas: dia a dia do trabalho, escola, comércio, bancos, instituições públicas etcétera.

O calendário tradicional é usado principalmente para datar eventos relacionados à cultura do país, como o Ano-Novo Chinês e o Festival do Meio-Outono, dois feriados nacionais na China.

Calendário inca

O povo inca, que habitava grande parte da faixa oeste da América do Sul por volta de 550 anos atrás, tinha um calendário que combinava o ano solar de 365 dias com 12 meses lunares. Cada mês tinha seu próprio festival, marcado por celebrações de culto ao Sol, aos mortos e à agricultura.

Respostas e comentários

Texto complementar

No texto a seguir, o sociólogo Norbert Elias fala sôbre a produção e a utilização dos relógios nas sociedades urbanizadas.

Nas sociedades urbanizadas, em especial, os relógios são produzidos e utilizados de um modo que faz lembrar a produção e utilização das máscaras em inúmeras sociedades pré-urbanas: sabe-se perfeitamente que elas são fabricadas pelos homens, mas nem por isso sua presença deixa de ser sentida como uma manifestação de uma entidade não humana. As máscaras parecem encarnar espíritos. Do mesmo modo, os relógios parecem encarnar o “tempo”.

ELIAS, Norbert. sôbre o tempo. Rio de Janeiro: Jorge zarrár, 1998. página 95.

Orientações

Os calendários são fruto de convenções sociais, estando, portanto, sujeitos a mudanças na maneira como a passagem do tempo é medida e representadapêlas diferentes sociedades.

Se considerar relevante, diga aos estudantes que os primeiros calendários criados pelos egípcios tinham como base os ciclos da Lua. Esse sistema, porém, não era adequado para prever as inundações anuais do rio Nilo. Foi então que os antigos egípcios passaram a notar que as cheias do rio Nilo coincidiam com o surgimento helíaco da estrela chamada Sirius, que faz parte da constelação de Canis Major (Cão Maior). Eles perceberam que, quando o Sol começava a surgir no horizonte, o brilho dessa estrela tornava-se visível. Desse modo, passaram a associar esse fenômeno à inundação anual do rio Nilo, criando, assim, o calendário solar.

Observação

Ao trabalhar os conteúdos desta página, conversando com os estudantes sôbre diversos calendários, como o egípcio, o inca e o chinês, é possível contemplar a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero um.

Os calendários cristão, judaico e muçulmano

O calendário que está na sua agenda, na folhinha da parede da sua casa ou na secretaria da sua escola marca os meses e os dias do ano em que estamos atualmente. Vamos supor que o ano registrado seja 2024. Que fato considerado importante teria marcado o início da contagem desse calendário? Como talvez você já saiba, o acontecimento foi o nascimento de Jesus Cristo, ponto de partida do calendário cristão.

Nesse calendário, os anos anteriores ao nascimento de Cristo são contados de fórma decrescente e vêm acompanhados da sigla antes de Cristo (antes de Cristo). Os anos posteriores ao nascimento de Cristo são identificados com a sigla Depois de Cristo (depois de Cristo). No entanto, quando nos referimos somente a eventos ocorridos após o nascimento de Cristo, não é necessário utilizar a sigla Depois de Cristo

Além do calendário cristão, existem outros tipos de calendário que têm origem religiosa. No calendário judaico, por exemplo, o marco inicial é a data em que, para os judeus, Deus criou o Universo. Esse fato teria ocorrido no ano 3760 antes de Cristo do calendário cristão. Os muçulmanos, por sua vez, estabeleceram a Hégira como marco inicial do seu calendário. A data corresponde à saída do profeta Maomé da cidade de Meca em direção a Medina, ocorrida no ano 622 do calendário cristão.

A rotação completa da Terra ao redor do Sol ocorre depois de 365 dias, 5 horas e 49 minutos. Por isso, a cada quatro anos do calendário cristão de 365 dias é acrescentado um dia ao mês de fevereiro, compondo os chamados anos bissextos. Hoje, esse calendário não tem necessariamente caráter religioso. É adotado como calendário civil, e regula mundialmente as atividades comerciais e financeiras, os transportes etc.

Calendários judaico, cristão e muçulmano

Linha do tempo. Calendários judaico, cristão e muçulmano.
À esquerda, três círculos coloridos dispostos em três linhas. 
Na primeira linha, em azul, ‘Calendário judaico’, com uma estrela de seis pontas, a estrela de Davi, no centro, em branco. 
Na segunda linha em laranja, ‘Calendário cristão’, identificado com uma cruz branca no centro. 
Na terceira linha, em verde, ‘Calendário muçulmano’, com uma lua e uma estrela no centro.
À direita dos círculos, três setas horizontais e paralelas nas cores azul, laranja e verde. 
Sobre a linha azul, ‘Calendário judaico’, estão assinalados os anos: 1, 3761, 4382 e 5784. O ano 1 está relacionado à criação do mundo para os hebreus. Os demais anos referem-se ao que ocorreu após a criação do mundo.
Sobre a linha laranja, ‘Calendário cristão’, estão assinalados os seguintes anos: 3760, 1, 622, 2024. Há uma linha pontilhada ligando o ano 3760 da linha laranja ao ano 1 da linha azul. O ano 1 da linha laranja está relacionado ao nascimento de Cristo, e há uma linha pontilhada ligando o ano 1 ao ano 3761 da linha azul. O que ocorreu antes do ano 1 da linha laranja, está indicado como ‘Antes de Cristo’; o que ocorreu depois, está indicado como Depois de cristo’. O ano 622 da linha laranja está ligado, por uma linha pontilhada, ao ano 4382 da linha azul. O ano 2024 da linha laranja está ligado, por uma linha pontilhada, ao ano 5784 da linha azul.
Sobre a linha verde, ‘Calendário muçulmano’, estão indicados os anos 4516, 640, 1 e 1445. O ano 4516 da linha verde está ligado, por uma linha pontilhada, aos anos 1 da linha azul e 3760 da linha laranja. O ano 640 da linha verde está ligado, por uma linha pontilhada, aos anos 3761 da linha azul e 1 da linha laranja .O ano 1 da linha verde está relacionado à ‘Fuga de Maomé para Medina’. O que ocorreu antes do ano 1 está indicado como ‘Antes da Hégira’. O que ocorreu depois, como ‘Depois da Hégira’.  O ano 1 da linha verde está ligado, por uma linha pontilhada, aos anos 4382 da linha azul e 622 da linha laranja. O ano 1445 da linha verde está ligado, por uma linha pontilhada, aos anos 5784 da linha azul e 2024 da linha laranja.
Observe que os três calendários têm como base acontecimentos importantes da história dessas religiões, portanto cada um tem um marco inicial. Além disso, enquanto o calendário cristão é solar, ou seja, baseado na rotação da Terra em torno do Sol, os calendários judaico e muçulmano são lunares, baseados na rotação da Lua em torno da Terra. Como eles marcam a duração dos meses e dos anos de fórma diferente, a correspondência entre as datas não é exata.
Respostas e comentários

Orientações

Ao conversar sôbre o calendário cristão com os estudantes, vale a pena comentar que, de modo geral, se perguntarmos às pessoas em que ano Jesus nasceu, é provável que muitas respondam: “No ano 0”. Mas não existe o ano 0. Existe, sim, o ano 1, antes e depois de Cristo.

Outra curiosidade que pode ser comentada com os estudantes refere-se às diferenças na datação do calendário cristão. O primeiro calendário que tomou como referência o ano de nascimento de Jesus foi elaborado no século seis, pelo bispo Dionísio Exíguo abre parênteses cêrca de 470-cêrca de 544). Ele calculou que o nascimento teria acontecido entre os anos 753 e 754, após a fundação de Roma. Contudo, trata-se de um equívoco, pois Jesus teria nascido, pelo que se acredita, entre 748 e 750 do calendário romano, cinco a seis anos antes da data indicada. Esse fato demonstra as dificuldades para definir com exatidão o marco inicial do calendário cristão.

Observação

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Ícone. Sugestão de livro.

Sugestões para o professor:

DOSSE, . A história à prova do tempo: da história em migalhas ao resgate do sentido. segunda ediçãoponto São Paulo: editora Unésp, 2017.

A obra traz ensaios que abordam o estruturalismo e suas relações com a História, além de outros temas que versam os estudos contemporâneos na área.

TURAZZI, Maria Inez; GABRIEL, Carmen Tereza. Tempo e história. São Paulo: Moderna, 2000.

A obra aborda a importância de trabalhar as noções de história e tempo no ambiente, a fim de oferecer aos estudantes estratégias de compreensão das características do tempo histórico.

Outras medidas de tempo

Você e seus colegas provavelmente nasceram todos no século vinte e um; muitas pessoas de mais idade com quem você convive nasceram no século vinte. Os portugueses chegaram ao Brasil na última década do século quinze, mas os indígenas habitavam o território vários milênios antes disso.

Década, século e milênio são outras unidades criadas pelo ser humano para medir o tempo, com duração mais longa que o ano, o dia e a hora. A década corresponde a um conjunto de dez anos; o século, a um conjunto de cem anos; e o milênio, a um conjunto de mil anos. Como medem períodos de tempo mais extensos, são usados com frequência nos estudos de História.

Das três medidas de tempo mais longo, o século é a mais utilizada pelos historiadores. Por isso, é muito comum organizar o calendário cristão em séculos, ou seja, em grupos de cem anos. O primeiro século da Era Cristã estende-se da data estimada para o nascimento de Cristo (ano 1) até o ano 100. Observe a seguir as duas operações mais simples para saber a que século pertence cada ano.

Fotografia. Vista de um local aberto com destaque para um grande monumento. Em primeiro plano, uma rua por onde passa uma pessoa vestida com roupa preta. Em segundo plano, um carro branco passa na rua. Em terceiro plano, o monumento, com  três partes brancas, em forma de portal, retangular, em três tamanhos diferentes: um, no centro, pequeno, acima dele, um de tamanho intermediário e, por fim, acima de todos os demais um grande. Sobre o portal intermediário há uma estátua dourada, representando uma mulher sentada, segurando um instrumento musical de sopro, com as duas mãos. O instrumento é curvo e está encostado na boca da estátua, apontado para o alto. Acima, o céu azul.
O início do milênio em que estamos foi celebrado de diversas fórmas. Nesta fotografia, de 2017, pode-se observar o Portal do Terceiro Milênio, monumento erguido em 2001, em Dakar, no Senegal.

Qual é o século?

Esquema. QUAL É O SÉCULO?
Três organogramas. Cada um deles possui quatro retângulos com textos ligados uns aos outros por setas indicativas.

Primeiro organograma. Ano terminado em dois zeros. Eliminar esses dois zeros finais:
Nos três retângulos inferiores os exemplos:
Primeiro exemplo. Ano 1800, refere-se ao século dezoito. 
Segundo exemplo. Ano 100, refere-se ao século um.
Terceiro exemplo. Ano 2100, refere-se ao século 21.

Segundo organograma. Ano não terminado em dois zeros. Eliminar os dois últimos algarismos. Somar  1 ao número que sobrar. 
Nos três retângulos inferiores os exemplos:
Primeiro exemplo. Ano 1939. Eliminamos os números 3 e 9 e sobra o 19. Somamos 19 com 1 e temos 20. Portanto, século 20 (que pode ser escrito em algarismos romanos ou arábicos). 
Segundo exemplo. Ano 101. Eliminamos 0 e 1, sobra 1. Somamos 1 com 1 e temos 2. Logo, o ano 101 corresponde ao século 2 (que pode ser escrito em algarismos romanos ou arábicos). . 
Terceiro exemplo. Ano 2134. Eliminamos os números 3 e 4, e temos 21. Somamos 21 com 1, e temos 22. Portanto, 2134 corresponde ao século 22 (que pode ser escrito em algarismos romanos ou arábicos). 

Terceiro organograma: Quando os anos se referem ao período anterior ao nascimento de Jesus Cristo (antes de Cristo), a contagem é decrescente, ou seja, ela é feita do ano, do século ou do milênio maior para o menor. 
Nos três retângulos inferiores os exemplos:
Primeiro exemplo. O século 1 antes de Cristo corresponde ao intervalo entre o ano 100 antes de Cristo e o ano 1 antes de Cristo.
Segundo exemplo. O século 2 antes de Cristo, corresponde ao intervalo entre os ano 200  antes de Cristo e 101 antes de Cristo. 
Terceiro exemplo. O século 3 antes de Cristo, corresponde ao intervalo entre os anos 300 antes de Cristo e 201 antes de Cristo.
Respostas e comentários

Orientações

fernã brôdél, historiador francês, preocupou-se com a problemática do tempo, seus ritmos e suas durações na história. Ele decompôs o tempo em três dimensões: o tempo da breve duração, relacionado aos acontecimentos individuais, ao tempo presente e ao tempo das mudanças rápidas (por exemplo, a aprovação de uma lei); o tempo da média duração, que estaria relacionado às conjunturas econômicas e políticas e expressaria os ciclos econômicos e as relações de poder; e o tempo da longa duração, relacionado às alterações estruturais da sociedade, cujos movimentos são lentos, quase imperceptíveis (esse tempo refere-se principalmente à cultura e às mentalidades, mas também às estruturas econômicas). Segundo

Todo trabalho histórico decompõe o tempo passado, faz escolhas em meio a suas realidades cronológicas, de acôrdo com preferências e exclusividades mais ou menos conscientes. A história tradicional, atenta ao tempo breve, ao indivíduo, ao acontecimento, habituou-nos há muito a seu relato precipitado, dramático, de curto fôlego.

A nova história econômica e social traz para o primeiro plano de sua pesquisa a oscilação cíclica e aposta em sua duração Assim, há hoje reticências um recitativo da conjuntura que questiona o passado por amplas faixas temporais: dezenas, vintenas ou cinquentenas de anos.

Muito além desse segundo recitativo, situa-se uma história de fôlego ainda mais longo, essa, de amplidão secular

Broudel, Fernan. História e ciências sociais: a longa duração. ín: NOVAIS, Fernando A.; SILVA, André Forastieri da . Nova história em perspectiva. São Paulo: Cosac Naify, 2011.volume1,página90.

Observação

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A divisão do tempo em períodos

Outra unidade de medida criada pelos estudiosos é o período. Cada um deles corresponde a uma longa extensão de tempo em que as sociedades humanas apresentaram determinadas características marcantes, diferentes das de outros períodos.

A periodização mais utilizada em livros de História foi criada por estudiosos europeus no século dezenove. Eles dividiram a História em cinco períodos: Pré-História, Idade Antiga (ou Antiguidade), Idade Medieval, Idade Moderna e Idade Contemporânea (observe a linha do tempo no fim desta página). Muitos estudiosos criticam essa divisão porque ela leva em consideração apenas os acontecimentos da história europeia e anulam a história de outros povos. Também apontam que essa divisão pode dar a impressão de que o modo de vida dos europeus teria permanecido o mesmo em cada período – por exemplo, durante os mil anos do período medieval –, o que seria um grande erro.

Por fim, o termo Pré-História também é criticado, pois o marco que separaria a História da Pré-História seria o surgimento da escrita. Hoje, esse critério perdeu o sentido, pois é consenso entre os historiadores que desde que os seres humanos surgiram existe história, independentemente de essa história ter ou não registro escrito.

Pintura. Sobre um fundo escuro a representação de uma construção de três andares em tons de vermelho e laranja. É uma construção grande, cercada por uma muralha, com torres verticais altas e  janelas e portas em formato de arco. Nas torres, à esquerda e à direita, há dois canhões saindo de cada uma delas. Na janela da torre à esquerda, há um homem saindo da janela, ao lado dos canhões. À frente da muralha, ondas do mar e fumaça. Mais ao fundo, à esquerda, uma construção menor, em formato de torre com estilo similar ao da construção maior, à direita. Essa torre fica sobre o topo de um morro marrom. Ao redor desta torre, há fumaça e objetos pelos ares. Na parte superior, o céu em azul escuro.
Representação da tomada de Constantinopla, em 1453, pelos turcos otomanos. 1537. Afresco. Monastério Moldovita, Romênia.Segundo a divisão tradicional da História, esse acontecimento marcou o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.
Linha do tempo. Uma seta horizontal  espessa apontada no sentido da esquerda para a direita. A seta está segmentada em cinco partes, cada segmento em uma cor diferente. Nos limites entre as cores há marcações com datas e suas respectivas legendas. 
No sentido da esquerda para a direta, em azul claro, Pré-História; no limite com a cor seguinte, a data: cerca de 4000 anos antes de Cristo. Surgimento da escrita; à direita, em laranja, Antiguidade, no limite com a cor seguinte, a data: 476. Queda do Império Romano do Ocidente; à direita, em lilás, Idade Média, no limite com a cor seguinte, a data: 1453. Tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos; à direita, em verde, Idade Moderna, no limite com a cor seguinte, a data: 1798. Revolução Francesa; à direita, em azul, Idade Contemporânea, e a ponta da seta.
Respostas e comentários

Atividades complementares

1. A noção de escala é um importante instrumento para identificar diferentes ritmos e durações do tempo. A atividade que propomos a seguir é interdisciplinar e pode ser realizada em conjunto com o componente curricular Matemática. O professor dessa área pode auxiliar os estudantes nos cálculos para descobrir a escala e montar uma linha do tempo.

a) Sugerir aos estudantes que façam, no caderno, uma linha do tempo dos períodos da história ocidental que estão representados no tópico “A divisão do tempo em períodos”. Para isso, é necessário resolver os seguintes problemas: Que quantidade de tempo deverá ser representada? Qual unidade de tempo será utilizada? Qual é a escala mais adequada para esse tempo? É possível executar essa linha do tempo numa folha de caderno?

b) Propor aos estudantes que montem uma linha do tempo com os períodos da história ocidental usando a escala 1 centímetro = 1 século. Quantos centímetros precisa ter essa linha do tempo? Ela “caberá” no caderno? Que materiais poderão ajudá-los a resolver esse problema?

2. Peça aos estudantes que observem, na linha do tempo, a periodização da história ocidental. Em seguida, conduza as seguintes atividades.

a) Identifique em qual idade histórica você vive de acôrdo com essa divisão.

Idade Contemporânea.

b) Quantos séculos se passaram desde o início da Era Cristã até hoje?

Vinte séculos.

c) Quantas décadas separam o ano do seu nascimento do ano do nascimento de sua mãe?

Resposta pessoal.

Observação

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Ícone. Sugestão de livro.

Sugestões complementares referentes ao Capítulo:

bitêncur, Circe M. Fernandes . O saber histórico na sala de aula. sétima edição São Paulo: Contexto, 1997.

O livro reúne textos sôbre a abordagem do tempo histórico em sala de aula.

Marc. Apologia da história, ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge zarrár 2001.

A obra traz reflexõessôbre o papel do historiador e os métodos da área da História como ciência.

Há diversos tempos na história

Calendários, relógios, datas, cronologias, períodos, linhas do tempo, tudo isso são criações humanas, que não sobrevivem sem os seres humanos. A ideia de um tempo comum para todos os povos, que avança em linha reta em direção a um futuro uniforme, também é uma invenção social. E, sendo uma criação, reflete determinada visão de tempo, que pode ser de uma religião, de um grupo social ou de um povo.

Na vida humana, na prática, existem diferentes temporalidades, diferentes relações com o tempo. Por exemplo, um morador da cidade de São Paulo que se desloca de condução de sua casa para o trabalho todos os dias vive preocupado com as horas, com o risco do atraso, com a lentidão do trânsito. Para ele, o tempo em que fica preso no trânsito parece não ter fim, enquanto o tempo que tem para descansar parece curto demais.

Agora vamos pensar em outro exemplo, uma família que tem uma pequena propriedade e vive do cultivo da terra. Para essa família, os horários de trabalho se moldam à duração do dia, e as mudanças do tempo atmosférico ao longo do ano definem suas atividades: época de colhêr, época de plantar.

O modo de vida dos pescadores tradicionais e caiçaras também está profundamente vinculado aos fenômenos naturais (como chuvas, ventos, tempestades, tempo firme), às estações do ano e aos ciclos lunares (como as fases de lua cheia, minguante, nova ou crescente), que determinam as épocas de maré cheia e de vazante e os períodos mais favoráveis à pesca e à saída em alto-mar.

Outro exemplo é o povo Surui Paiter, que vive em terras do Mato Grosso e de Rondônia e que tem seu tempo marcado por uma tradição. Nessa comunidade, metade das pessoas cuida da mata, os metare, e a outra metade cuida da roça ou da comida, os íwai. Na época da sêca (maio a outubro), os metare instalam-se na mata, a fim de caçar e pescar, enquanto os íwai vão cuidar da roça. A troca de lados é feita em ciclos anuais, ocasião marcada por uma grande celebração, o Mapimaí, que reúne os dois grupos.

Fotografia. Vista de local aberto, sobre o mar, com destaque para três pescadores, à direita, em pé, em uma embarcação, puxando uma grande rede de pesca lançada nas águas. Os pescadores vestem camisetas (dois com camiseta preta e um, mais ao fundo, com camisa polo branca), e macacões cor de laranja. Eles têm as costas curvadas e os braços esticados para frente, estão puxando a rede de pesca, sobre o mar à esquerda. Ao fundo, há duas pessoas em um jet ski e um morro com vegetação de cor verde, visto parcialmente.
Pescadores caiçaras durante a prática de pescaria em Paraty, no Rio de Janeiro. Fotografia de 2021.

Para conseguir contar o tempo, foi uma questão de tempo

reticências

A necessidade de contar o tempo surgiu ainda na Pré-História para o atendimento às questões mais básicas de sobrevivência e, pode-se dizer, tal necessidade continua atual. Nossos afazeres, lazer, trabalho e até mesmo o sono estão atrelados à contagem de tempo para cada atividade. No trabalho, por exemplo, o valor do serviço, ou seja, a remuneração, é medida pelo tempo de dedicação em horas. pêlas leis brasileiras, um trabalhador tem que ter uma dedicação de 44 horas semanais para receber o salário, cujo valor é mensurado por hora/dedicação.

BERGAMINI, Cristiane. Para conseguir contar o tempo, foi uma questão de tempo. ComCiência, 6 setembro 2008. Disponível em: https://oeds.link/x8ZmtC. Acesso em: 10 março2022.

Respostas e comentários

Texto complementar

No texto a seguir, a professora e historiadora Circe Maria bitêncur apresenta considerações sôbre os conceitos de tempo vivido e de tempo concebido.

Uma reflexão inicial sôbre as noções de tempo é necessária para esclarecer as especificidades do tempo histórico. Há o tempo vivido, o tempo da experiência individual: o tempo psicológico – os acontecimentos agradáveis parecem “passar rápido” e os desagradáveis parecem “durar mais tempo”.

O tempo vivido é também o tempo biológico, que se manifesta nas etapas de vida da infância, adolescência, idade adulta e velhice. Na nossa sociedade, o tempo biológico é marcado por anos de vida Em culturas indígenas, as passagens do tempo biológico, embora não sejam delimitadas por idades, têm marcas ritualísticas importantes, realizadas por cerimônias

Mas, ao lado do tempo vivido, existe o tempo concebido, que é organizado e sistematizado pêlas diferentes sociedades e tem por finalidade tentar controlar o tempo vivido. Assim se instituíram o tempo cronológico, o tempo astronômico, o tempo geológico. O tempo concebido varia de acôrdo com as culturas e gera relações diferentes com o tempo vivido. Na sociedade capitalista, apenas para ilustrar, “tempo é dinheiro”, não se pode “perder tempo” e as pessoas são controladas pelo relógio.

bitêncur, Circe Maria Fernandes. Ensino de história: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2011. página 200-202.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o trabalho com diversos aspectos da habilidade ê éfe zero seis agá ih zero umponto

Ícone. Sugestão de site.

Sugestão para o professor:

HISTÓRIA frequência de rádio éfe ême 035: História como ciência: quem é quem na Historiografia? Entrevistador: Icles Rodrigues. Entrevistado: Julio Bentivoglio. abre colchetesem localfecha colchete: Leitura ObrigaHISTÓRIA, 24 2020. Podcast. Disponível em: https://oeds.link/OWIurT. Acesso em: 14abril 2022.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

1. Em seu caderno, copie e complete a ficha a seguir sôbre o trabalho do historiador.

Quadro com três linhas horizontais. Na primeira linha está escrito: alternativa a O objeto de estudo do historiador Na segunda linha, do meio, está escrito: alternativa b Material utilizado pelo historiador para fazer suas pesquisas Na terceira e última linha está escrito alternativa c Ponto de partida da pesquisa histórica

2. Classifique as fontes históricas listadas a seguir em materiais e imateriais. Use seu caderno.

a) Lendas.

b) Canções.

c) Brinquedos.

d) Fotografias e livros.

e) Depoimentos.

f) Conhecimentos medicinais.

3. Você já conhece as duas operações mais simples para saber a que século pertence cada ano. Responda, então, em seu caderno, em que séculos ocorreram os eventos a seguir (que você vai estudar neste livro).

a) Construção da pirâmide de Quéops, no Egito Antigo (2551 antes de Cristo).

b) Primeiros jogos olímpicos, na Grécia (776 antes de Cristo).

c) Separação entre o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente (395).

d) Organização da Primeira Cruzada (1092).

4. Você provavelmente já sabe o que é um patrimônio cultural. Leia o trecho a seguirsôbre o assunto e responda à questão.

reticências a ideia de patrimônio cultural que engloba aspectos históricos, artísticos, paisagísticos, tecnológicos, tradicionais entre outros e que, de tão representativos de uma determinada cultura, povo, nação tornam-se bens que merecem proteção, preservação e divulgação.

BOTTALLO, Marilúcia ; PIFFER, Marcos; von pôzer, Paulo. Patrimônio da humanidade no Brasil: suas riquezas culturais e naturais. Brasília, Distrito Federal: unêsco: Editora Brasileira, 2014. página 8.

• Observe novamente a imagem de capoeiristas neste Capítulo. Por que a capoeira foi reconhecida pêla unêsco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade?

5. A linha do tempo é uma forma de representar graficamente determinados acontecimentos históricos no tempo. Ela nos ajuda a visualizar a ordem em que os fatos ocorreram. Você já observou um exemplo de linha do tempo neste Capítulo; consulte-a para utilizá-la como modelo. Você vai construir a linha do tempo de sua vida. Para isso, siga estes passos:

  • Em seu caderno, trace uma reta e a divida de modo que todos os intervalos entre um ano e outro tenham o mesmo comprimento. O primeiro ano dessa reta será o ano em que você nasceu.

  • Em seguida, para facilitar a visualização, marque cada ano, até o ano atual, nas divisões que você fez.

  • Selecione quatro acontecimentos importantes na sua história e na história de sua família. Podem ser momentos alegres, tristes, curiosos etc.

  • Selecione dois acontecimentos que tenham importância para o seu grupo social, seu município, seu estado ou seu país.

  • Localize na reta o ano correspondente a esses acontecimentos e registre-os. Não há problema se dois acontecimentos estiverem no mesmo ano.

Versão adaptada acessível

5. A linha do tempo é uma forma de representar graficamente determinados acontecimentos históricos no tempo. Ela nos ajuda a compreender a ordem em que os fatos ocorreram. Você já analisou um exemplo de linha do tempo neste Capítulo; consulte-a para utilizá-la como modelo. Você vai construir a linha do tempo de sua vida. Para isso, siga estes passos:

• Em seu caderno ou em alguma outra superfície, trace uma reta e a divida de modo que todos os intervalos entre um ano e outro tenham o mesmo comprimento. Você pode usar materiais emborrachados, palitos, linhas, tipos de papéis com texturas variadas para realizar essas marcações. O primeiro ano dessa reta será o ano em que você nasceu.

• Em seguida, para facilitar a representação, marque cada ano, até o ano atual, nas divisões que você fez.

• Selecione quatro acontecimentos importantes na sua história e na história de sua família. Podem ser momentos alegres, tristes, curiosos etc.

• Selecione dois acontecimentos que tenham importância para o seu grupo social, seu município, seu estado ou seu país.

• Localize na reta o ano correspondente a esses acontecimentos e registre-os. Não há problema se dois acontecimentos estiverem no mesmo ano.

Orientação para acessibilidade

Caso possível, proponha a construção de uma linha do tempo tátil a partir de materiais de diferentes texturas. Uma aula antes, oriente os estudantes a respeito dos materiais que eles devem levar à sala de aula para realizar a atividade. Contrastes do tipo liso e áspero, fino e espesso, tendem a favorecer a percepção tátil dos estudantes. Dessa forma, podem ser utilizados material emborrachado, diversos tipos de papéis, palitos, linhas, botões etc. Auxilie os estudantes durante a seleção e a organização dos materiais. Para facilitar a percepção em alto-relevo, sugerimos que a linha principal seja feita com materiais mais espessos, como o material emborrachado. Já os marcos temporais podem ser representados por materiais mais finos, como fios de linha ou pequenos palitos. Após a montagem dessa estrutura, oriente que os estudantes escrevam e colem próximos aos marcos temporais as informações selecionadas. A transposição de uma representação visual para uma representação tátil tende a favorecer a ampliação do processo de ensino-aprendizagem.  Se considerar pertinente, os estudantes também podem destacar a cronologia dos acontecimentos selecionados para a linha do tempo em forma de texto ou oralmente, desde que as relações de anterioridade, simultaneidade e posterioridade sejam evidenciadas.

Respostas e comentários

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

• A questão do tempo, sincronias e diacronias: reflexões sobre o sentido das cronologias.

fórmas de registro da história e da produção do conhecimento histórico.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

ê éfe zero seis agá ih zero um (atividades 3, 5)

ê éfe zero seis agá ih zero dois (atividades 1, 2, 4)

Respostas

1. a) A ação dos seres humanos no tempo.

b) Fontes históricas materiais e imateriais.

c) Perguntas, curiosidades, dúvidas geradas no presente.

2. a) Imateriais.

b) Imateriais.

c) Materiais.

d) Materiais.

e) Imateriais.

f) Imateriais.

3. a) Século vinte e seisantes de Cristo

b) Séculooitoantes de Cristo

c) Século quatro

d) Século onze.

4. A prática da capoeira tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial justamente em razão dos aspectos culturais, históricos e identitários que a envolvem e a caracterizam. Os estudantes devem ser incentivados a perceber que a prática da capoeira é considerada uma fonte histórica imaterial, uma vez que seus movimentos e seus cantos preservam a memória vivida por muitas gerações, compreendendo que essa rica manifestação cultural deve ser preservada, divulgada e valorizada.

5. Ao elaborar uma linha do tempo da própria vida, cada estudante mobiliza uma série de conhecimentos relacionados com as noções de tempo e de periodização contempladas ao longo deste Capítulo. O resultado dessa atividade será a visualização de fatos que ocorreram durante os anos de vida do estudante, possibilitando a ele fazer uma aproximação entre aspectos do ofício do historiador e a própria realidade. Consideramos importante, neste momento, o ato de “mesclar” informações pessoais do estudante com informações relacionadas ao grupo social do qual ele faz parte, como a comunidade, a cidade ou o país em que vivem, num movimento que extrapola a construção de uma linha do tempo exclusivamente pessoal. Caso os estudantes tenham alguma dificuldade em lembrar acontecimentos marcantes para seu grupo social em determinado período da linha do tempo, incentive uma pesquisa em sites de notícias.

CAPÍTULO 2  ORIGENS E DISPERSÃO DOS SERES HUMANOS

Multiculturalismo.

Você já se perguntou de onde viemos?

Provavelmentre essa pergunta foi feita também pelos primeiros seres humanos, e ainda hoje permanece uma questão importante.

Existem muitos mitos, de diversos povos, que procuram explicar o surgimento da humanidade. Por exemplo, o mito dos Pataxó, povo indígena que tem aldeias na Bahia e em Minas Gerais, narra um tempo em que só havia bichos na Terra. Até que, de uma gota que caiu do céu, surgiu um índio, que viveu muito tempo sozinho. Leia a seguir um trecho do mito dos Pataxó.

Um dia, o índio estava fazendo ritual. Enxergou uma grande chuva. Cada pingo de chuva ia se transformar em índio. No dia marcado, a chuva caiu. Depois que a chuva parou de cair, os índios estavam por todos os lados. O índio reuniu os outros e falou:

— Olha, parentes, eu cheguei aqui muito antes de vocês, mas agora tenho que partir.

Os índios perguntaram: — Pra onde você vai?

O índio respondeu: — Eu tenho que ir morar lá em cima no Itohã, porque tenho que proteger vocês. Os índios ficaram um pouco tristes, mas depois concordaram.

— Tá bom, parente, pode seguir sua viagem, mas não se esqueça do nosso povo.

Depois que o índio ensinou todas as sabedorias e segredos, falou: — O meu nome é tchôpai.

De repente o índio se despediu dando um salto, e foi subindo... subindo... até que desapareceu no azul do céu, e foi morar lá em cima no Itohã. Daquele dia em diante, os índios começaram sua caminhada aqui na terra, trabalhando, caçando, pescando, fazendo festas e assim surgiu a nação pataxó.

Pataxó é água da chuva batendo na terra, nas pedras, indo embora para o rio e o mar.

VALLE, Cláudia Netto do. : mito fundador pataxó. áquita sáindíérum, Maringá, volume 23, página. 61-68, 2001.

Fotografia. Vista de local aberto, com árvores ao fundo, sob a luz do Sol. À frente, um grupo de cinco homens indígenas dançando um próximo do outro. Eles estão com o tronco desnudo, usam cocares feitos de penas coloridas sobre a cabeça, colares e braceletes feitos de miçangas e de sementes e saiotes de palha com cintos coloridos. Um  homem, no centro, segura um tambor sobre os ombros, outro, à esquerda, tem um maracá em uma de suas mãos. Ao fundo e à direita, vistos parcialmente, outros homens dançam e seguram instrumentos musicais.
Pataxós na Reserva da Jaqueira, na Terra Indígena Pataxó, em Porto Seguro, na Bahia. Fotografia de 2019.
Respostas e comentários

sôbre o Capítulo

Ao longo deste Capítulo, são trabalhados conteúdos que procuram explicar ao estudante o surgimento da espécie humana, com a abordagem das teorias criacionista e evolucionista, destacando que o evolucionismo é a teoria aceita pêla ciência para explicar como surgiu a grande diversidade de seres vivos. O Capítulo trata também da evolução do ser humano, dos primeiros hominídeos ao Homo sapiens. Além disso, aborda as evidências de que os seres humanos surgiram na África e migraram para outras partes do mundo, chegando à América. Com essa abordagem, busca-se apresentar as hipóteses da migração pelo estreito de Bering e por outros percursos.

Orientações

O trabalho com o mito Pataxó é uma ótima oportunidade para os estudantes terem contato com crenças de povos índigenas do Brasil e refletirem sôbre a importância da tradição oral como fonte histórica e para manter vivas as memórias de um povo. Esse momento propicia o trabalho com o tema contemporâneo Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

Nas escolas indígenas, os estudantes aprendem os conteúdos universais dos componentes curriculares, conciliados com conhecimentos e práticas da sua cultura, em língua portuguesa e em sua própria língua. Dessa histórias e conhecimentos, antes transmitidos apenas pêla tradição oral, hoje podem ser transcritos e compartilhadospêla comunidade.

Observação

O mito Pataxó reproduzido na abertura do Capítulo vem da tradição oral, em narrativa registrada por um indivíduo Pataxó. O trabalho com esse mito constitui uma boa oportunidade para o trabalho com a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero três.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero seis agá ih zero três: Identificar as hipóteses científicassôbreo surgimento da espécie humana e sua historicidade e analisar os significados dos mitos de fundação.

ê éfe zero seis agá ih zero quatro: Conhecer as teorias sôbrea origem do homem americano.

ê éfe zero seis agá ih zero seis: Identificar geograficamente as rótas de povoamento no território americano.

O surgimento dos seres humanos

Assim como o povo Pataxó, a maioria das sociedades humanas, do passado ou do presente, tem seu mito fundador sôbre a origem do mundo e dos seres humanos. Essas narrativas passaram de geração em geração por meio de transmissão oral, e algumas delas foram registradas por escrito. Elas nos dão informações valiosas sôbre a fórma como diferentes culturas concebem o mundo.

Durante a maior parte da história humana, as explicações sôbre a origem da vida na Terra estiveram ligadas à religião. Em muitas há a presença de um deus superior e eterno, responsável único pêla criação de tudo o que existe. A linha de pensamento que se apoia nessa ideia é chamada de criacionismo.

A visão criacionista com o maior número de defensores na sociedade atual foi elaborada com base no livro do Gênesis, da Bíblia. Leia a seguir um trecho dessa narrativa.

No princípio criou Deus o céu e a terra.

E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.

E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sôbre os peixes do mar, esôbre as aves dos céus, e sôbre o gado, e sôbre toda a terra, e sôbre todo o réptil que se movesôbre a terra.

E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sôbre os peixes do mar e sôbre as aves dos céus, e sôbre todo o animal que se move sôbre a terra.

Gênesis 1. In: Bíblia Online. Disponível em: https://oeds.link/57XpYQ. Acesso em: 7abril 2022.

O criacionismo hoje tem várias correntes, desde aquelas que defendem a narrativa bíblica como está apresentada até as que procuram combinar o princípio da criação com explicações não religiosas.

Pintura. Sob um céu azul, com uma nuvens em cujo centro, há o rosto de um homem de cabelos brancos no lugar do Sol,  um local aberto com vegetação abundante. Há, ao fundo, rochas altas com vegetação no topo, um lago azul diante das rochas e árvores com frutas, à direita. Há também animais, aves  e quadrúpedes, (cervos à esquerda, cisnes, patos e faisões no centro, um cavalo branco à direita). Ao fundo, sobre a vegetação, há cinco cenas e, em primeiro plano, no centro, destaque para três pessoas, um homem à esquerda, e um homem de mãos dadas com uma mulher, à esquerda. O homem à direita tem cabelos compridos e barba longa, ambos brancos. Ele está vestido com um grande manto vermelho sobre uma túnica escura e está descalço. Com uma de suas mãos, ele aponta para o homem à frente dele. Esse homem, à esquerda, tem cabelos curtos, castanhos e cacheados e usa barba. Ele está nu, com uma das mãos sobre o peito, a outra mãos está entrelaçada com a mão da mulher ao lado dele. A mulher tem cabelos loiros, longos, penteados para trás. Ela está nua e tem um ramo de folhas verdes sobre sua pelve. Aos pés do casal, um cachorro branco deitado ao chão. Nas cenas ao fundo, da direita para a esquerda: o homem de cabelos brancos e manto vermelho estrá curvado sobre um monte de barro; à esquerda, o homem e a mulher nus estão sob uma árvore com frutas. Há uma criatura com a parte superior do corpo humana e a parte inferior de serpente, enrolada sobre o tronco da árvore. A criatura oferece uma fruta ao casal. A mulher está de costas com um fruta nas mãos. O homem está de lado, mordendo uma fruta. À esquerda, o homem de cabelos cacheados está deitado sobre a grama, da costela dele, o homem de manto vermelho retira a parte superior do corpo da mulher loira. À esquerda, o homem e a mulher estão agachados atrás de um arbusto, olhando para o céu, assustados. À esquerda, um anjo com asas brancas e  túnica vermelha corre atrás do homem e da mulher segurando uma espada no alto. De braços dados, o homem e a mulher correm do anjo.
cránar, Lucas. Paraíso (ou Jardim do Éden). 1530. Óleo sôbre tela, 81 por 144 centímetros. Museu de História da Arte, Viena, Áustria. A pintura representa a narrativa bíblica da criação do homem e da mulher e sua trajetória até a expulsão do paraíso. No século dezesseis, as pinturas tinham importante função de educar os fiéis nos preceitos e nas histórias do catolicismo, uma vez que a maioria deles não tinha acesso às escrituras.
Respostas e comentários

Orientações

É importante diferenciar os fundamentos do criacionismo (decorrente de concepções míticas e/ou religiosas) e os do evolucionismo (teoria formulada pêla ciência moderna). O tema também pode ser trabalhado de fórma interdisciplinar com o componente curricular Ciências, que ajudará os estudantes a investigar a teoria de Charles Dárvin.

Observação

O trabalho com o conteúdo desta página pode constituir uma boa oportunidade para contemplar aspectos da habilidade ê éfe zero seis agá ih zero três.

A teoria evolucionista

A questão sôbre a origem dos seres humanos também motivou intensas pesquisas científicas, que levaram os estudiosos a elaborar teorias que explicassem a origem da vida na Terra. Atualmente, o evolucionismo é a teoria aceita pêla ciência para explicar como surgiu a enorme diversidade de seres vivos que habitam a Terra.

As bases dessa teoria foram criadas pelos naturalistas ingleses Chárles Dárvin e Álfred Vallace. Eles concluíram em suas pesquisas que as espécies de seres vivos passam por transformações ao longo do tempo, diversificando-se e dando origem a novas espécies. O mecanismo que determinaria a sobrevivência de algumas espécies e a eliminação de outras foi chamado por Dárvin de seleção natural: os seres vivos com características que lhes permitem sobreviver em determinado ambiente transmitem essas características às próximas gerações, enquanto os menos adaptados tendem a desaparecer.

Em 1859, Dárvin publicou o livro A origem das espécies. Nele, detalhou o processo de seleção natural e introduziu a ideia, revolucionária para a época, de que o ser humano também é resultado do processo de evolução por seleção natural. Suas ideias chocaram a sociedade europeia porque contradiziam a ideia bíblica de que os seres humanos, assim como os outros seres vivos, haviam sido criados por Deus e, portanto, seriam perfeitos e imutáveis.

Fotografia. Vista em diagonal do alto para baixo. No centro da imagem, sobre uma pilha de livros fechados, um livro aberto na folha de rosto, com páginas amarelecidas pelo tempo. Em caracteres na cor preta, na página da direita, o título originalmente em inglês "A origem das espécies" e texto ilegível. Na página da esquerda, texto ilegível. À esquerda do livro, uma fotografia em preto e branco: um retrato de um homem calvo na parte superior da cabeça, com cabelos brancos nas laterais da cabeça e barba comprida, grisalha, vestido com um terno escuro camisa branca e gravata escura.
Exemplar da primeira edição da obra A origem das espécies, de Charles Dárvin, de 1859. À esquerda do livro, vemos uma fotografia de Dárvin.

Como a religião convive com a Teoria da Evolução de Dárvin

Segundo o teólogo máicol méier blenqui, o texto bíblico e as teorias de Dárvin não devem ser entendidos como opostos. Ambos podem – e devem – ser encarados como perspectivas distintas do mesmo fenômeno.

“A Bíblia descreve a Criação como uma espécie de representação artístico-poética, interpretando a vida, enquanto Dárvin tentou descrever a vida e a Criação como um observador.” Enquanto as ciências naturais existem para explicar, a religião, a cultura e a arte servem à compreensão da vida. “Deste modo, ciência e religião não são concorrentes, mas sim fórmas distintas de descrever a vida, que não são mutuamente redutíveis.”

Dárvin ou a Bíblia? Deutsche Welle, 19 fevereiro 2009. Disponível em: https://oeds.link/MCrzL4. Acesso em: 22 fevereiro 2022.

Ícone. Sugestão de livro

BARBOSA, Rogério Andrade. O amigo de Dárvin: um jovem desenhista em Galápagos. São Paulo: Melhoramentos, 2014.

A obra traz uma história de ficção baseada em pesquisas científicas. Nela, somos apresentados à viagem que o jovem Chárles Dárvin realizou na década de 1830, com o objetivo de documentar a fauna, a flora e as formações geológicas.

Respostas e comentários

Orientações

Se desejar, você pode expor aos estudantes outras teorias sôbre a diversidade das espécies.

Algumas décadas antes de Charles Dárvin e uólace divulgarem suas conclusões sôbre a diversidade das espécies, um importante cientista também elaborou uma teoria para explicá-la: o francês Jean BatístiLamárqui.

Lamárqui também acreditava que as espécies de seres vivos passavam por transformações ao longo do tempo, mas, para ele, isso acontecia porque as mudanças no ambiente exigiriam que os indivíduos usassem menos ou mais determinadas partes do corpo. As mais usadas se desenvolveriam, as menos usadas se atrofiariam.

Essas alterações seriam transmitidas aos descendentes, e assim as espécies como um todo iriam se modificando. Essa teoria foi superada pêla teoria da evolução, mas sua importância é reconhecida no meio científico por causa da percepção de que os seres vivos passam por constantes transformações.

Trabalhe com os estudantes as ideias do boxe “Como a religião convive com a Teoria da Evolução de Dárvin”, valorizando a tese de que ciência e religião não são necessariamente concorrentes, mas, sim, maneiras diversas que descrevem e promovem explicações para a vida no planeta.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o trabalho com aspectos da habilidade ê éfe zero seis agá ih zero três.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o estudante:

píqui, Pascal. Dárvine a evolução: explicada aos nossos netos. São Paulo: editora Unésp. 2015.

A partir de diálogo com um estudante, o autor apresenta o tema “evolução” e as principais pesquisas na área, assim como pesquisadores importantes, como Dárvin e Lamárqui.

A evolução do ser humano

A teoria evolucionista de Dárvin e uólace resolveu um grande mistério científico. Desde o século dezenove, arqueólogos e outros estudiosos encontravam em suas pesquisas ossos muito semelhantes aos de humanos modernos, mas nenhum ser humano conhecido tinha ossos exatamente como aqueles.

Utilizando a teoria evolucionista, os cientistas ligaram a origem do ser humano a um grupo de mamíferos chamado primatas, que surgiu na África hácêrca de 70 milhões de anos.

Um grupo de primatas deve ter originado os primeiros hominídeos, ou seja, seres que já apresentavam características semelhantes às do homem moderno. Os mais antigos hominídeos de que se tem evidência foram os australopitecos. Eles viviam no sul da África, já andavam eretos sobre os dois pés e tinham habilidade com as mãos, mas não fabricavam instrumentos.

Em 1974, descobriu-se na Etiópia o esqueleto de um australopiteco quase completo, de 3,2 milhões de anos. Depois de se comprovar que se tratava de uma mulher, o esqueleto foi batizado com o nome de Lúci, porque no momento da descoberta os arqueólogos estavam ouvindo a canção Lucy in the sky with diamonds, dos Beatles.

Em 2010 foi descoberto, também na Etiópia, um esqueleto 400 mil anos mais velho que o de Lúci, mas da mesma espécie que ela, um Denominado pelos pesquisadores de cadánumu, o esqueleto teria 3,6 milhões de anos.

As contínuas descobertas de esqueletos de hominídeos muito antigos na África levaram os cientistas a concluir que o ser humano provavelmente surgiu na África e de lá se espalhou para os outros continentes.

Fotografia. Sobre um fundo azul escuro,  estátua representando um australopiteco, com o corpo coberto por muitos pelos, um rosto largo e achatado. Está sentado sobre o pé direito, com os joelhos dobrados, a mão esquerda estendida para frente, a boca semiaberta mostrando os dentes inferiores e olhar dirigido ao chão. Os pés e as mãos são similares aos de humanos. Segura um instrumento de pedra na mão direita.
Esta reconstituição de Lúci em tamanho real (1,10 métro de altura) está exposta no Museu da Evolução Humana de Burgos, na Espanha.
Ícone. Sugestão de site.

37 GRAUS: A lasca que falta. [Locução de: Sára ázoubél e Bia Guimarães]. Lab37, 18 novembro 2020. Podcast. Disponível em: https://oeds.link/ma2RhP. Acesso em: 14 abril 2022. O episódio trata das datações dos primeiros vestígios humanos encontrados.

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Orientações

A construção do conhecimento histórico é contínua. Você pode, sempre que desejar, esclarecer aos estudantes que as pesquisas a respeito do surgimento e da evolução dos seres humanos e dos primórdios da história humana são fundamentadas, quase exclusivamente, em hipóteses elaboradas com base nos vestígios materiais encontrados em sítios arqueológicos.

Isso significa que, antes mesmo do final do ano letivo, algumas das ideias expostas ao longo deste Capítulo, por exemplo, já poderão estar defasadas, graças a descobertas recentes que podem revelar pontos até então não explorados pelos cientistas.

É interessante, também, informar aos estudantes que esse tipo de conhecimento (pesquisas sôbre a evolução do ser humano) é divulgado, em geral, nos meios acadêmicos e em revistas especializadas; com o tempo, ele também é divulgado ao público em geral.

Observação

O trabalho com o conteúdo desta página pode constituir uma boa oportunidade para contemplar aspectos da habilidade ê éfe zero seis agá ih zero três.

Ícone. Sugestão de site.

Sugestão para o professor

VINTE mil léguas. [Roteiro de:] Leda Cartum, Sofia Nestrovski. São Paulo: Associação Quatro Cinco Um. Podcast. Disponível em: https://oeds.link/AO4C5p. Acesso em: 20 abril 2022.

O podcast de divulgação de literatura científica narra os anos de Dárvin em Kênbridi e a bordo do navio bígou, além do envolvimento do cientista com o meio científico londrino.

O gênero Homo

O gênero Homo, do qual fazemos parte, originou-se há cêrca de 2 milhões de anos. Diferentemente dos australopitecos, ele apresenta maior volume cerebral e habilidade nas mãos. Há várias espécies conhecidas do gênero Homo; as principais são:

  • Homo : já tinha a habilidade de fabricar utensílios simples de pedra. Alimentava-se de vegetais e carne e, provavelmente, desenvolveu uma fórma de linguagem. Ossos dessa espécie, de 2 milhões de anos atrás, foram encontrados no leste da África.
  • Homo : além de utilizar utensílios de pedra lascada, como machados, era bom caçador. Foi provavelmente a primeira espécie a deixar a África. Em 2001, pesquisadores encontraram na Geórgia, na Europa Oriental, ossos humanos que foram classificados como pertencentes à espécie do Homo .
  • Homo : muito parecido com o ser humano moderno, era caçador e suas diferentes subespécies habitaram a Europa e a Ásia Ocidental entre 230 mil e 30 mil anos atrás.
  • Homo Sápiens: surgiu entre 190 mil e 150 mil anos atrás, nas savanas africanas, e se espalhou depois por todos os continentes. Construiu instrumentos variados e mais sofisticados, desenvolveu a linguagem e expressões artísticas. O Homo Sápiens, ou seja, o homem moderno, foi a única espécie do gênero Homo que conseguiu sobreviver.

A origem do gênero Homo é um dos grandes mistérios da evolução humana. Até recentemente, suspeitava-se de que ele tivesse surgido na África Oriental. Contudo, a descoberta em 2008, na África do Sul, do fóssil de uma espécie nomeada de australopitécus sedíba sugere, para alguns cientistas, que este poderia ser o ancestral do gênero Homo.

Ilustração. Sobre um fundo claro, ilustração de uma árvore marrom, com quatro galhos maiores com copas com muita folhagem nas pontas. E dois galhos menores. Em meio às folhagens dos quatro grandes galhos, há pequenas figuras em forma circular, com o desenho do rosto de diferentes gêneros da espécie humana. À esquerda, um eixo vertical com uma cronologia, indicando os períodos aos quais cada gênero está associado. A parte mais baixa, ligada ao tronco base da árvore por uma linha, indica o passado. A parte mais alta, ligada à copa da árvore, indica o presente. No primeiro galho, na parte inferior direita da árvore, quatro retratos de figuras do gênero Ardiphithecus.  Na linha à esquerda, correspondem ao período entre 6 milhões de anos atrás e 5 milhões de anos atrás. No segundo galho da árvore, à esquerda,  quatro retratos do gênero Australopithecus. Na linha à esquerda, correspondem ao período entre 5 milhões de anos atrás e 3 milhões de anos atrás. No terceiro galho da árvore, mais acima e à direita, três figuras do gênero Paranthropus. Na linha à esquerda, correspondem ao período entre 3 milhões de anos atrás e 2 milhão de anos atrás. No quarto galho, na parte mais alta da árvore, sete figuras do gênero Homo, sendo que a figura mais alta possui seis desenhos de pessoas vestidas de branco, com feições diferentes. Nessa figura há uma legenda, onde se lê: 'Você está aqui'. Na linha à esquerda, correspondem ao período entre 3 milhões de anos atrás e o presente.
Árvore interativa. Museu Nacional de História Natural da Instituição ismitsoniãna. Washington, Estados Unidos.
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Orientações

Sugerimos realizar uma leitura coletiva da ilustração desta página. Chame a atenção dos estudantes para o fato de que a evolução humana não é uma linha contínua, em que uma espécie sucede a outra. Muitas delas conviveram no mesmo tempo cronológico ou em grande parte dele. É o caso das espécies Homo e Homo  e do Homo e do Homo Sápiens.

Observação

O trabalho com o conteúdo desta página pode constituir uma boa oportunidade para contemplar aspectos da habilidade ê éfe zero seis agá ih zero três.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o estudante:

A Pré-História passo a passo. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Com este livro é possível obter mais informações sôbre pinturas rupestres, utensílios de pedra, fósseis, habitações, hábitos alimentares e costumes da Pré-História.

Da África para o mundo

Todas as evidências indicam que os seres humanos surgiram na África e, a partir dela, se espalharam para os outros continentes. Durante muito tempo, acreditou-se que essa dispersão havia se dado em uma única migração, ocorrida há 50 mil anos, com os grupos humanos seguindo até o norte da África e atravessando a península Arábica também pelo norte, em direção à Ásia central. Estudos recentes, contudo, concluíram que muito antes dessa migração houve outra, hácêrca de 130 mil anos, quando grupos humanos deixaram a região nordeste da África em direção ao sul da península Arábica. Observe o mapa a seguir.

Migrações dos seres humanos a partir da África

Mapa. Migrações dos seres humanos a partir da África.  Mapa representando, em amarelo, partes dos continentes: Europa, Ásia, África e Oceania. Em azul, os oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. Setas vermelhas indicam 'aproximadamente 50 mil anos atrás', representando a trajetória de migração de seres humanos partindo da região que hoje compreende a Etiópia, na África, atravessando para o norte da Península Arábica, percorrendo o interior do continente asiático em direção à Península da Coreia e a região que hoje compreende o Japão. A trajetória dessa seta termina, no Oceano Pacífico, na região que hoje compreende as Filipinas. Setas verdes indicam, 'Aproximadamente 130 mil anos atrás', representando  uma trajetória de migração de seres humanos partindo da mesma região na África, que hoje compreende a Etiópia, mas atravessando a Península Arábica pelo sul e seguindo pela costa do continente asiático, cruzando as regiões que hoje compreendem a Malásia e a Indonésia, e terminando na região nas regiões que hoje compreendem a Austrália e a Papua Nova Guiné. Na parte superior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 1720 quilômetros.

Elaborado com base em dados obtidos em: REYES-CENTENO, Hugo et al. djenoumiqui ênd crenial finotaipe dara supórt moutipou módern ríuman dispãrsãls from Áfrrica ênd a sauldern rrute intcho êigia. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, volume111, número 20, página .7248-.7253, maio 2014.

Dispersão dos grupos humanos

Estudos mais recentes indicam que a dispersão dos primeiros grupos humanos a partir do continente africano pode ter ocorrido muito antes do que se imaginava.

reticências Até recentemente, os estudos apontavam que uma pequena população do homem moderno teria deixado a África entre 80 mil e 60 mil anos atrás e ocupado o continente asiático, e que toda a humanidade que reside nos outros continentes seria descendente dessa população. Logo após a ocupação da Ásia, os homens teriam chegado à Austrália há cêrca de 50 mil anos e à Europa há aproximadamente 40 mil anos reticências.

No entanto, um estudo sôbre diversidade genética e craniana sugere uma migração anterior, iniciada por volta de 130 mil anos atrás, para o sul do continente asiático, demorando cêrca de 80 mil anos para chegar à Austrália. reticências

CAIRES, Luanne; BONATELLI, Maria Letícia; ALMEIDA, Graciele. Técnicas recentes no estudo da evolução ajudam a esclarecer a origem do homem e a ocupação no planeta. ComCiência, número 194, 5 dezembro 2017. Disponível em: https://oeds.link/VdHXAV. Acesso em: 7abril2022.

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Orientações

É raro, hoje em dia, as revistas científicas ou os jornais passarem muito tempo sem noticiar uma recente e importante descoberta arqueológica que modifique parcial ou completamente o que sabíamos da linha evolutiva do ser humano e dos próprios animais. É esse movimento evolutivo (ou de transformação) que caracteriza a vida na Terra.

Esse processo evolutivo ocorre pêla adaptação dos seres vivos ao meio ambiente. No caso do ser humano, essa adaptação, além de biológica, é cultural.

De acôrdo com estudos atuais, a história da evolução apresenta momentos de rupturas, que marcam a extinção de algumas espécies e o aparecimento de outras. Uma dessas rupturas pode ser situada em cêrca de 3,5 milhões de anos atrás (novos estudos recuam essa data para 5 ou 6 milhões de anos), com o aparecimento dos hominídeos, quando teve início a linhagem que deu origem ao Homo sapiens, o ser humano moderno.

Estudos indicam que, com migrações realizadas entre 50 mil e 130 mil anos atrás, aproximadamente, a nossa espécie começou, a partir da África, a povoar o planeta. Com o trabalho e a técnica, a espécie humana garantiu a sobrevivência, transformou a natureza e desenvolveu a sua humanidade.

Observação

Este momento é, mais uma vez, uma oportunidade para trabalhar aspectos da habilidade ê éfe zero seis agá ih zero três.

A chegada dos seres humanos à América

Uma das principais teorias que explicam o povoamento do continente americano afirma que os primeiros grupos humanos teriam chegado há 12 mil anos, vindos da Ásia, atravessando o Estreito de Bering, entre a Sibéria (na atual Rússia) e o Alasca (nos Estados Unidos).

Essa travessia teria ocorrido na última glaciação, período em que o Estreito de Bering estava coberto de gelo, unindo o continente americano e o asiático. Os grupos humanos que chegaram à América por esse caminho fizeram o trajeto a pé, provavelmente perseguindo grandes animais.

Os cientistas acreditam ainda que esses migrantes pré-históricos teriam características físicas de populações mongoloides, como grande parte dos japoneses, chineses, mongóis, coreanos e outras populações que habitam principalmente o nordeste da Ásia atualmente.

A hipótese de que a maioria dos povos ameríndios se originou a partir dessa onda migratória fundamenta-se na existência de uma grande quantidade de sítios arqueológicosglossário , datados de 12 mil a 10 mil anos atrás e espalhados por toda a América. Entre eles está o sítio arqueológico de Clóvis, situado no estado do Novo México, nos Estados Unidos.

O sítio de Clóvis ganhou destaque a partir da década de 1930 com a descoberta de artefatos feitos de pedra, além de ossos de mamutes e bisões, datados de .11500 anos atrás. Entre os artefatos encontrados na região destacam-se as pontas de flecha, que seriam um indício da importância da caça para a sobrevivência dos moradores.

Os artefatos de Clóvis apresentavam técnicas e formatos muito semelhantes, o que sugere que os habitantes da região seriam originários de uma mesma cultura. Por essa razão, o modo de vida daqueles moradores foi chamado de cultura Clóvis.

Fotografia. Retrato de criança indígena, vista do busto para cima. Ela tem cabelos pretos lisos, soltos, até os ombros e pinturas nas bochechas: duas setas finas na cor preta com o vértice voltado para o centro do rosto, e no canto externo dos olhos, dois traços horizontais de cor preta. Usa sobre a cabeça um cocar de penas amarelas e marrons com  tiras longas trançadas com sementes pretas, caindo nas laterais do corpo. A menina olha para frente e sorri. Ao fundo, vegetação verde, desfocada.
Os indígenas brasileiros têm traços que podem ser associados aos nativos de países da Ásia, como o Japão e a China. Menina indígena guarani, no município de Bertioga, em São Paulo. Fotografia de 2020.

As glaciações

As glaciações são períodos de intenso resfriamento da Terra. Elas são fenômenos cíclicos, e os cientistas não sabem ao certo quais fatores as causam. Quando ocorrem, grandes superfícies da Terra ficam cobertas de gelo. A última glaciação durou cêrca de 100 mil anos e terminou por volta de 10 mil anos atrás. Foi durante esse longo período que o ser humano iniciou o povoamento da América.

Respostas e comentários

Observação

O trabalho com o conteúdo desta página constitui uma boa oportunidade para contemplar aspectos das habilidades ê éfe zero seis agá ih zero quatro e ê éfe zero seis agá ih zero seis.

Orientações

O início do povoamento da América é tema controverso para a arqueologia contemporânea e também para a historiografia. Durante muito tempo, acreditou-se que os grupos humanos teriam chegado ao continente americano pelo norte, atravessando o estreito de Bering, há aproximadamente 12 mil anos, durante a última glaciação, e se espalhado pelo continente do norte em direção ao sul. A última Era Glacial fez o nível do mar cair significativamente, possibilitando que surgisse, no estreito de Bering, uma ponte de gelo unindo os dois continentes, o asiático e o americano.

Outras hipóteses sôbre o povoamento da América são:

• a travessia do Pacífico em pequenas embarcações, a partir da Oceania;

• uma onda migratória anterior à dos habitantes de Clóvis, entre 13 mil e 15 mil anos atrás, que também teria entrado no continente atravessando o estreito de Bering.

Atualmente, diversos pesquisadores admitem a possibilidade de várias ondas migratórias diferentes, que resultaram no povoamento da América.

Seja como for, os arqueólogos não conseguem ainda determinar quantas migrações ocorreram, em quais épocas e as regiões de origem dos primeiros americanos.

Vale lembrar que, segundo os cientistas, os movimentos migratórios que levaram ao povoamento da América foram motivados pela necessidade de novas fontes de alimento, em que se destacava a caça de animais da megafauna americana, hoje extintos.

Outros percursos

Em pesquisas realizadas nas últimas décadas, estudiosos encontraram indícios de que a presença humana na América pode ser muito anterior à cultura Clóvis. Por exemplo, nos sítios arqueológicos de Piedra Museo e Los Toldos, na Argentina, e de débra éle friékin, nos Estados Unidos, há indícios da presença humana de 13 mil a 15 mil anos atrás. No sul do Chile, em Monte Verde, os vestígios datam decêrca de 13 mil anos atrás e, por sua localização, sugerem que o povoamento do sul do continente pode ter sido anterior ao da parte norte. Para alguns estudiosos, essas descobertas indicariam que, além dos grupos que teriam chegado ao continente pelo Estreito de Bering, pode ter havido outras ondas migratórias em direção à América por via marítima pelos oceanos Pacífico e Atlântico.

POSSÍVEIS caminhos do ser humano para a América

Mapa. Possíveis caminhos do ser humano para a América. Planisfério representando os continentes nessa ordem, da esquerda para a direita: África, Europa, Ásia, Oceania e América. Destaque em texto para o Deserto do Saara, a Sibéria, o Estreito de Bering, o Alasca, as Filipinas, a terra de Sunda, a Nova Guiné, a América do Norte e a América do Sul. Setas verdes indicam, as 'Possíveis rotas' terrestres 'do ser humano para a América'. Setas vermelhas indicam as rotas de 'Navegação de cabotagem (Pacífico)' e setas em lilás indicam a 'Navegação direta (Atlântico)'. Na rota terrestre, em preto, há silhuetas de figuras humanas em pé, com lanças. Nas rotas de navegação por cabotagem, há silhuetas de figuras humanas em pequenas embarcações a remo. Em verde, a rota terrestre possivelmente percorrida pelo ser humano em direção à América, parte da porção nordeste da África, passa a leste do Deserto do Saara e se bifurca. Uma parte segue na direção da Ásia e a outra na direção da Europa. A que segue pela Europa, atravessa o continente europeu e segue em direção à Escandinávia. A que segue pelo  interior do continente asiático no sentido oeste-leste também se bifurca. Uma parte segue em direção ao sudeste da Ásia, enquanto a outra avança para nordeste, pela Sibéria. Da Sibéria, cruza do continente asiático para a América pelo estreito de Bering, próximo ao Oceano Glacial Ártico. Segue, então, pelo Alasca para o sul, desde a América do Norte até a América do Sul. Em vermelho, a rota por navegação de cabotagem parte do litoral do sudeste asiático, da região que hoje compreende a Malásia; pelo Oceano Índico, passa pelas Filipinas, pela Terra de Sunda, pela Nova Guiné e pela região que hoje compreende a Austrália. Outra seta vermelha, partindo do litoral da região que hoje compreende a China, segue na direção norte pelo Oceano Pacífico, atravessando o Mar do Japão atingindo a Península de Kamchatka e o Mar de Bering, chegando até a costa oeste da América do Norte,  atravessando a região das Ilhas Aleutas, no Alasca, e seguindo em direção ao Sul, navegando pela costa oeste da América do Norte até atingir a América do Sul. Em roxo, a rota por navegação direta parte da costa da África banhada pelo Oceano Atlântico, atravessando o oceano em direção à costa da América do Sul, banhada pelo mesmo Oceano. Na parte inferior do mapa, rosa dos ventos e escala de 0 a 2500 quilômetros.

Elaborado com base em dados obtidos em: dubí jórj. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 14-15.

Recentemente, a partir de novas investigações, a hipótese de que os primeiros seres humanos chegaram ao continente americano vindos do continente asiático pelo Estreito de Bering tem sido reafirmada por alguns estudiosos. Dessa fórma, as teorias vão sendo revisitadas continuamente.

Outra dúvida é se os primeiros povoadores da América teriam características asiáticas ou apresentavam traços faciais semelhantes aos dos africanos e dos aborígenes australianos. Essa discussão surgiu porque crânios e ossadas encontrados na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, apresentam traços faciais semelhantes aos dos africanos e dos aborígenes australianos. Análises de ossadas, crânios e material genético dos primeiros povoadores do continente têm auxiliado os cientistas na tentativa de desvendar esse e outros mistérios.

Respostas e comentários

Orientações

É interessante comentar com os estudantes que muitos dos achados nos sítios arqueológicos de Piedra Museo e Los Toldos, na Argentina, e de débra éle friékin, no Texas, apresentam formatos e técnicas de confecção diferentes dos artefatos encontrados no sítio arqueológico de Clóvis. Trata-se de talhadores, facas e raspadores.

Alguns artefatos do sítio de Texas, por exemplo, são maiores e com uma base menos trabalhada, o que indica que os habitantes de Clóvis provavelmente aperfeiçoaram uma tecnologia que já existia.

Alguns desses objetos também foram encontrados próximos a ossos de mamutes, mastodontes, preguiças-gigantes e outros animais extintos; e vários desses ossos têm mais de 15 mil anos de idade.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o estudante:

RODRIGUES, Rosicler Martins. O homem na Pré-História. São Paulo: Moderna, 2021.

Este livro, escrito por uma bióloga, traz reflexões sôbre a origem dos seres humanos e sôbre a vida e o trabalho durante a chamada Pré-História.

Observação

O trabalho com o conteúdo desta página constitui uma boa oportunidade para contemplar aspectos das habilidades EF06HI04 e EF06HI06.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão complementar referente ao Capítulo:

CARTUM, Leda; NESTROVSKI, Sofia. As vinte mil léguas de Charles Dárvin: o caminho até a origem das espécies. São Paulo: Edições Sésqui, 2022.

O livro traz os roteiros dos episódios do podcast de divulgação de literatura científica Vinte mil léguas, acompanhados de imagens, citações e boxes informativos.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

  1. O que são os mitos fundadores e qual é a sua importância?
  2. Com base na teoria elaborada por Chárles Dárvin e Alfred Wallace para explicar a evolução das espécies, responda em seu caderno:
    1. Por que o Homo sapiens conseguiu sobreviver na Terra, enquanto as demais espécies do gênero Homo desapareceram?
    2. É possível afirmar que, daqui a milhares de anos, a espécie humana terá as mesmas características biológicas de hoje? Por quê?
  3. Os australupitécus e as espécies do gênero Homo se diferenciavam, entre outras coisas, pêla altura, pelo volume do cérebro e pelo modo de vida que levavam. Anote em seu caderno a qual espécie está relacionada cada uma destas afirmativas.
    1. Povoou diferentes regiões do planeta e foi a única espécie sobrevivente do gênero Homo.
    2. Viveu por volta de 3,2 milhões de anos atrás e já apresentava algumas características humanas, como a postura ereta.
    3. Habitava a Europa e a Ásia Ocidental e chegou a conviver com o ser humano moderno.
    4. Alimentava-se de carne e de vegetais e representa a mais antiga espécie do gênero Homo da qual foram encontrados restos ósseos.
  4. Monte em seu caderno um quadro conforme o modelo, completando-o com as afirmativas relacionadas a cada sítio arqueológico.
Ícone Modelo.
Sítios arqueológicos

Clóvis

Monte Verde


  1. Os objetos encontrados no local foram considerados por muito tempo os mais antigos já descobertos no continente americano.
  2. As descobertas feitas no local fortaleceram a hipótese de que a ocupação da América do Sul pode ter sido anterior à da América do Norte.
  3. Os artefatos encontrados nesse sítio apresentavam técnicas e formatos semelhantes, o que permite acreditar que havia unidade cultural entre os habitantes dessa região.
  4. Os vestígios arqueológicos encontrados nesse sítio datam de 13 500 anos atrás.
  1. Analise o mapa “Possíveis caminhos do ser humano para a América”, reproduzido neste Capítulo, e faça o que se pede.
    1. Identifique as possíveis regiões de chegada dos seres humanos à América.
    2. Descreva os dois percursos feitos pelos seres humanos até a chegada a cada uma dessas regiões.
    3. Em sua opinião, uma possibilidade de percurso exclui a outra ou é possível ter havido as duas?
  2. O carbono-14 é um dos métodos usados para descobrir a idade dos vestígios encontrados nas escavações arqueológicas. Faça uma pesquisa na internet para descobrir como isso é feito.
Respostas e comentários

Seção Atividades

Objeto de conhecimento

• As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos de sedentarização.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

 ê éfe zero seis agá ih zero três (atividades 1, 2, 3)

 ê éfe zero seis agá ih zero quatro (atividades 4, 5)

ê éfe zero seis agá ih zero seis (atividades 4, 5, 6)

Respostas

1. São narrativas que buscam explicar a origem do mundo e dos seres humanos para determinada sociedade. Eles são importantes principalmente porque informam o modo de pensar e conceber o mundo da sociedade onde se originaram.

2. a) A espécie Homo sapiens tinha características físicas que lhe propiciaram uma melhor adaptação às mudanças das condições ambientais.

b) Não. Continuamente, nascem grupos de indivíduos que apresentam variações em relação à maioria da espécie. Se determinadas características diferenciadas possibilitarem que esses indivíduos vivam mais tempo, eles poderão gerar descendentes que vão herdar as mesmas características. Esse grupo, ao longo dos anos, tenderia a ser predominante, podendo até configurar uma nova espécie.

3. a) Homo sapiens.

b) Australopithecus afarensis.

c) Homo .

d) Homo .

4. a) Clóvis.

b) Monte Verde.

c) Clóvis.

d) Monte Verde.

5. a) Estreito de Bering e oceano Pacífico.

b) Pelo estreito de Bering: os seres humanos teriam saído do continente africano, passando pêla Europa e Ásia até chegar a esse estreito, penetrando no continente americano pelo Alasca. Pelo oceano Pacífico (por via marítima): os seres humanos teriam saído do continente africano, passando por regiões do continente asiático, epêlas atuais Filipinas e Nova Guiné, ilhas da Polinésia e Oceania, alcançando as rótas marítimas.

c) É esperado que os estudantes comentem que é possível que os dois percursos (ou mais) tenham existido.

6. Todos os seres vivos, animais ou plantas têm em sua constituição certa quantidade de carbono radioativo. Quando eles morrem, o carbono radioativo diminui a um ritmo constante com o passar dos anos. Essa diminuição é medida em laboratórios para fornecer a idade aproximada de plantas e animais de até 70 mil anos de idade.

Ícone. Ilustração do globo terrestre circundado por uma linha amarela, simulando a trajetória da Lua em torno do planeta, indicando a seção Ser no mundo.

Ser no mundo

Cidadania e Civismo

Intervenções urbanas e as disputas pêla memória

Os monumentos são marcas de memória deixadas nos espaços públicos das cidades, elementos que revelam aspectos da história, os quais a sociedade em algum momento buscou destacar e preservar. Por isso, também revelam detalhes sôbre a maneira como nos relacionamos com o passado. Os monumentos fixados nos espaços públicos nos fornecem informações sôbre as intenções dos grupos que influenciaram sua construção, privilegiando determinada visão do passado, destacando-a e tornando-a visível para aqueles que habitam e visitam o local.

Atualmente, as disputas em torno das marcas de memória nas cidades têm reacendido os debates públicos sôbre as nossas relações com a história. Desde o início dos anos 2000, os protestos contra monumentos que fazem referência ao comércio de africanos escravizados, à violência praticada contra povos indígenas e ao colonialismo tornaram-se comuns em diversas parte do mundo, questionando as fórmas de opressão praticadas no passado e no presente.

Fotografia. Vista de local aberto, com uma grande estátua de um homem sobre uma base quadrada branca. Ele tem barba castanha, usa um chapéu sobre a cabeça, está vestido com um colete longo marrom, calça e botas de cano alto em marrom. Sob o colete, veste uma camisa de cor branca com listras verticais, e na mão direita, segura pelo cano um  antigo tipo de espingarda, conhecido como pederneira, arcabuz ou mosquetão. A arma está apoiada na mesma base que serve de suporte para a estátua.  Ao fundo, à esquerda, um prédio com fachada espelhada de cor azul. No alto, céu diurno em azul-claro.
A estátua de Borba Gato começou a ser construída pelo escultor Júlio Guerra em 1957, mas só foi inaugurada em 1963, no bairro de Santo Amaro, na cidade de São Paulo. Fotografia de 2020.
  1. Descreva a estátua de Borba Gato. Que aspectos da representação da estátua mais chamaram sua atenção?
  2. O que você sôbre os bandeirantes? Por que, na sua opinião, foi construída a estátua de Gato na cidade de São Paulo? Discuta com os colegas e o professor a respeito.
Respostas e comentários

Seção Ser no mundo

Em consonância com a Competência Geral da Educação Básica número 3, esta seção propicia ao estudante a valorização e a fruição de uma entre as diversas manifestações artísticas e culturais.

O trabalho aqui proposto também possibilita ao estudante desenvolver a Competência Específica do Componente Curricular História número 4: Identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos com relação a um mesmo contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

O conteúdo desta seção é um ótimo momento para trabalhar o tema contemporâneo Educação em Direitos Humanos.

Habilidade

ê éfe zero seis agá ih zero um: Identificar diferentes fórmas de compreensão da noção de tempo e de periodização dos processos históricos (continuidades e rupturas).

Respostas

1. Se desejar, comente com os estudantes que a estátua é composta de argamassa e pedras, revestida de mármore e pedras coloridas de basalto. Comente também que a estátua tem 10 metros de altura. Na obra, Borba Gato foi representado em pé, com chapéu, calçando botas e usando vestimentas de tecido e couro, geralmente associadas aos bandeirantes. Ele foi retratado segurando uma arma em uma das mãos.

2. Resposta pessoal. Se necessário, apresente aos estudantes alguns aspectos das bandeiras: expedições, a partir do início do século dezesseis, que saíam principalmente da vila de São Paulo em direção ao interior, em busca de riquezas minerais (sobretudo ouro e prata) e com o intuito de capturar indígenas para serem escravizados.

Em 2020, iniciou-se uma onda de protestos organizados por grupos antirracistas que denunciavam a violência policial direcionada contra indivíduos negros nos Estados Unidos. Esses protestos eclodiram também em outros países. No mesmo ano, uma estátua de éduardi côlstôn, comerciante de africanos escravizados, foi derrubada por manifestantes na cidade de Bristol, na Inglaterra.

No Brasil, em julho de 2021, na cidade de São Paulo, a estátua do bandeirante Borba Gato, que já havia recebido inúmeras pichações, foi alvo de novo vandalismo. A estátua foi incendiada como fórma de trazer para o primeiro plano justamente a discussão sôbreas marcas de memória que foram destacadas nos espaços públicos. Os manifestantes buscaram colocar em evidência as práticas do bandeirante, que assassinou, capturou e vendeu como escravos diversos indígenas e africanos. Além disso, o ato buscou questionar as escolhas feitas no passado, quando certos grupos optaram por homenagear o bandeirante em um local público, impondo determinada interpretação da história.

Fotografia. Vista em local aberto, com a mesma estátua da imagem anterior: uma grande estátua representando um homem de chapéu segurando um mosquetão. Nessa imagem, a estátua é vista de baixo para cima. Há fogo em sua base e muita fumaça subindo em direção ao céu. Toda a estátua está escurecida pelas chamas, e contrasta com o céu azul claro ao fundo.
A estátua de Borba Gato foi incendiada, em julho de 2021, em protesto contra as ações dos bandeirantes, que atuaram em expedições em busca de ouro, de pessoas escravizadas em fuga e de indígenas para serem escravizados.
  1. Em dupla, pesquisem em livros, revistas, jornais ou na internet sôbre a atuação dos bandeirantes. Procurem descobrir quem foram, a origem deles, suas características, quais foram seus principais feitos no passado, entre outras informações.
    • Em seguida, discutam e formulem alguns questionamentos, apontando ao menos um aspecto negativo e um aspecto positivo relacionados às suas práticas.
    • Depois, cada um dos membros da dupla deve ficar responsável por redigir um texto utilizando uma das linhas de argumentação. Façam o registro dos argumentos de vocês no caderno.
    • Por fim, compartilhem com o restante da turma, em uma roda de conversa, a argumentação utilizada por vocês. Discutam os diferentes pontos de vista apresentados.
Respostas e comentários

Respostas

3. Incentive a realização da pesquisa, garantindo que os estudantes tenham acesso a alguns livros, revistas ou jornais que abordem a temática das bandeiras e dos bandeirantes. Também é importante incentivar, sempre que possível, a pesquisa na internet, esclarecendo aos estudantes que os sáites a serem utilizados devem ser confiáveis (sáites de órgãos oficiais, como museus, e de portais de notícias, por exemplo). Na historiografia, durante muito tempo, os bandeirantes foram representados como desbravadores e corajosos. Contudo, nas últimas décadas, historiadores contemporâneos vêm questionando essa representação tradicional, indicando que as bandeiras constituíam expedições de apresamento, muito violentas com as comunidades indígenas. Desse modo, as homenagens que ainda hoje são feitas aos bandeirantes têm sido cada vez mais questionadas e até mesmo criticadas.

Questões para autoavaliação

Professor, na página final de cada Unidade deste livro, incluímos questões que podem, a seu critério, ser sugeridas aos estudantes para que eles realizem uma autoavaliação sôbre o que apreenderam ao estudar os conteúdos da Unidade. Eles podem responder a essas questões de fórma escrita, individualmente, ou podem conversar sôbre elas em duplas ou em grupos, de maneira a incentivar a oralidade e a troca de ideias na sala de aula.

A seu critério, as questões aqui apresentadas também podem servir de diagnóstico do grau de aprendizagem dos estudantes.

Nesta primeira Unidade do livro, as questões sugeridas são as seguintes:

1. Como o historiador analisa as fontes e interpreta os acontecimentos?

2. Que meios as sociedades humanas criaram para controlar o tempo?

3. Quais são as principais explicações sôbre a origem da vida na Terra?

4. Quando o ser humano saiu da África e como chegou ao continente americano?

Glossário

Sítio arqueológico
  Local onde foram encontrados vestígios de seres humanos que ali estiveram no passado.
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