CAPÍTULO 8 A CHINA E A ÍNDIA NA ANTIGUIDADE
Estudamos no Capítulo 6 a Mesopotâmia, que se desenvolveu no continente asiático, na região conhecida como Oriente Médio, entre os rios Tigre e Eufrates.
Mais ou menos ao mesmo tempo, alguns povos se estabeleceram nas margens de importantes rios que também ficam na Ásia, mas em regiões diferentes: o rio Amarelo, na atual China, e o rio Indo, na atual Índia (observe o mapa "Os primeiros assentamentos, cidades e civilizações", no Capítulo 3). Ali esses povos passaram a cultivar as planícies férteis, formaram aldeias e, depois, cidades.
Há 5 mil anos já existiam grandes cidades nessas regiões, bem como Estados centralizados e sistemas de escrita. A China e a Índia antigas são muito diferentes da China e da Índia atuais em termos de território, população e organização social. Porém, as culturas dos povos que viveram nesses lugares por tantos milênios ainda estão presentes.
A aventura da China continua. Como a civilização indiana, a chinesa é uma das mais antigas do mundo, com uma história que continua a evoluir desde sua gênese até os nossos dias. Esta é uma marca fundamental do “Oriente”: a Antiguidade continua viva, e temos a oportunidade de vislumbrar as permanências dos tempos clássicos no pensamento, na cultura e nos hábitos.
BUENO, André da Silva. O Extremo Oriente na Antiguidade. Rio de Janeiro: Fundação ceciérgi, 2012. página 59.
Respostas e comentários
sôbre o Capítulo
Ao iniciar os estudos deste Capítulo, você pode sondar os conhecimentos prévios dos estudantes sôbre as culturas chinesa e indiana. É provável que eles tenham algumas informações sôbre as artes marciais, a culinária e a religião. O cinema também tem contribuído para a divulgação das tradições da cultura chinesa e da indiana.
Sugerimos informar aos estudantes que a China e a Índia são os dois países mais populosos da atualidade e combinam a permanência de tradições milenares, como as que serão estudadas ao longo deste Capítulo, e o moderno desenvolvimento econômico. Pode-se sugerir a eles que constatem a grande quantidade de artigos made in China consumida pelos brasileiros hoje em dia, observando, por exemplo, rótulos e etiquetas de canetas, roupas, equipamentos eletrônicos, entre outros objetos.
Abordar a história da China e da Índia em sala de aula é importante porque esses dois países têm desafios semelhantes aos do Brasil: desenvolver-se economicamente sem destruir o meio ambiente e reduzir a desigualdade entre ricos e pobres.
Índia e China, atualmente, combinam a convivência entre tecnologia de ponta e preservação de costumes milenares.
Comente com os estudantes que algumas características dessas civilizações (chinesa e indiana) desenvolvidas na Antiguidade permanecem até os dias atuais, ainda que de maneiras diversas. Na China, ainda existe o antigo sistema de escrita e mesmo algumas construções, como a Grande Muralha. Na Índia, por sua vez, ainda encontramos traços do sistema de castas, além do hinduísmo e do budismo.
Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo
ê éfe zero seis agá ih zero sete: Identificar aspectos e fórmas de registro das sociedades antigas na África, no Oriente Médio e nas Américas, distinguindo alguns significados presentes na cultura material e na tradição oral dessas sociedades.
ê éfe zero seis agá ih um sete: Diferenciar escravidão, servidão e trabalho livre no mundo antigo.
Observação
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A antiga civilização chinesa
Os domínios da antiga civilização chinesa variaram ao longo do tempo, mas sempre ocuparam uma extensão menor que o território da China atual. O núcleo central dessa civilização, onde surgiram as primeiras aldeias, era o Vale do Rio ruãng rô ( ruâng rí), mais conhecido como rio Amarelo. É uma área de terras férteis e ricas em reservas minerais. Nessas terras, agricultores já cultivavam o arroz e o painço (espécie de cereal) desde 6000 antes de Cristo
As comunidades que se fixaram ao longo do rio Amarelo planejavam sua vida de acôrdo com o calendário de inundações. Nas zonas que ficavam submersas por vários meses do ano, os camponeses cultivavam o arroz aquático, espécie que se difundiu por grande parte do sudeste da Ásia. Na parte mais elevada do vale, pouco irrigada, os chineses construíram terraços em fórma de escadas, que se estendiam por longas curvas de nível. Com essa tecnologia, a água captada do rio e distribuída pelo terreno de cultivo se infiltrava no solo, retendo os nutrientes.
Assim, por volta de 2000 antes de Cristo, o Vale do Rio Amarelo abrigava culturas importantes, como a iângchô e a longshân. Em suas aldeias, praticavam-se a agricultura e a criação de cães, porcos, bois, ovelhas e galinhas. Acredita-se que as primeiras cidades da região surgiram a partir de aldeias longshân, cercadas por muros de terra batida.
SILVA, Flavia Lins e. Diário de Pilar na China. Rio de Janeiro: Pequena , 2017. O livro conta a história de Pilar, seu amigo Breno e seu gato Samba, que, em uma viagem mágica zarrár pêla China, descobrem a riqueza cultural e a importância histórica desse país.
Respostas e comentários
Orientações
De acôrdo com pesquisadores e estudiosos, a chamada cultura longshân surgiu no final do período Neolítico. Um grande número de potes e vasilhas de cerâmica foi encontrado nos sítios arqueológicos que guardam vestígios dessa cultura, fator que indica o alto grau de conhecimento técnico na prática da produção de cerâmica.
É interessante comentar com os estudantes que a cultura longshân se destaca por ter marcado, de certa a transição para o estabelecimento de cidades. Essa hipótese se sustenta entre muitos estudiosos, que tomam como base os vestígios de muros de terra prensada encontrados nos sítios arqueológicos.
Texto complementar
O texto a seguir fala sôbre a similaridade entre as várias culturas neolíticas chinesas.
O longo período Neolítico demonstra uma origem autóctone das populações chinesas, embora elas estivessem longe de guardar uma total homogeneidade. Culturas como longshân e madjáio, próximas do rio uânrrí, e iúichie chidjíârrei, próximas do rio iâncei, apontam caracteres afins, dos mais diversos gêneros, revelando um processo de interação contínuo entre as muitas culturas neolíticas chinesas. No entanto, é o surgimento da história política chinesa que começa a fundar o milenar processo de construção de uma identidade cultural chinesa.
BUENO, André. Textos de História da China Antiga. Rio de Janeiro: Ebook, 2016. página 8.
Observação
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As dinastias
Tradicionalmente, a história da China Antiga é periodizada pêla sucessão das famílias pêlas quais foi governada, as chamadas dinastias.
Por volta de 1750 antes de Cristo, iniciou-se a dinastia xãng, primeira da qual se obtiveram registros escritos. No final do século doze antes de Cristo, os djou, povo originário do oeste, derrotaram os xãng e inauguraram uma nova dinastia. A partir do século oito antes de Cristo, iniciou-se um processo de fragmentação política. Gradualmente, os governantes djou perderam poder, enquanto os donos de terras se tornaram cada vez mais fortes e passaram a exercer grande influência em seus domínios, formando centenas de pequenos reinos. Por volta de 220 antes de Cristo, esse período chegou ao fim, com a vitória de tchin tchei ruâng, do reino de Chin (ou Qin). Ele anexou os territórios dos outros reinos e proclamou-se imperador dos chineses. O nome China derivou-se de Chin.
Após a morte de tchin tchei ruâng, uma nova dinastia se estabeleceu, em 206 antes de Cristo, e expandiu o território do império (observe o mapa a seguir). Para controlar esses vastos domínios e reforçar a autoridade estatal, os imperadores da nova dinastia, conhecida como rã, expandiram o exército e impuseram um sistema unificado de pesos e medidas. Foi durante esse período que se estabeleceu a Róta da sêda, a principal via comercial entre a China e o Ocidente. A ampliação dos contatos comerciais contribuiu para o desenvolvimento cultural da China e para o surgimento de uma nobreza urbana mercantil.
A CHINA ANTIGA
Elaborado com base em dados obtidos em: dubí jórj. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 62-63.
Ler o mapa
- Observe a localização dos núcleos urbanos mais antigos da história da China. O que mais chama a atenção a respeito do local em que eles foram fundados?
- Consulte um mapa-múndi atual e identifique a quais países corresponde a China Antiga, em sua maior extensão.
Respostas e comentários
Orientações
No período xãng, o comércio e a tecnologia do bronze tiveram grande desenvolvimento. Além disso, iniciaram-se atividades como a tecelagem da sêda e a produção de cerâmicas brancas esmaltadas.
Por volta de 220 antes de Cristo, o período de fragmentação política chegou ao fim com a vitória de (também conhecido como quín xí ruãngdí), do reino de ). Ele anexou os territórios dos outros reinos e proclamou-se imperador dos chineses. Comente com os estudantes que o imperador criou um Estado centralizado, com base em um código de leis que abrangia todos os aspectos da sociedade chinesa. Para reforçar o poder imperial, tchin tchei ruâng adotou medidas como a construção de grandes obras de irrigação e a imposição de uma única moeda e de um sistema de escrita para toda a China.
Destaque que os imperadores da dinastia rã recuperaram os textos literários, religiosos e filosóficos que haviam sido proibidos no período Chin. Os letrados se voltaram então para o estudo das tradições presentes nos textos que haviam sobrevivido. Além de estudá-los, elaboraram textos novos, que valorizavam as crenças populares.
Resposta
Ler o mapa: 1. A maior parte deles estava localizada ao longo do rio Amarelo. Como aconteceu na Mesopotâmia, as cidades da China antiga se formaram nas proximidades dos rios, onde havia água para a agricultura, o transporte e a sobrevivência de pessoas e animais.
2. Partes do Vietnã, do Laos, da Coreia do Norte e da China.
Observação
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Sugestão para o professor:
HISTÓRIA 9: Róta da sêda: a conexão entre Ocidente e Oriente. Entrevistador: Icles Rodrigues. Entrevistado: Otávio Luiz V. Pinto. [: Leitura ObrigaHISTÓRIA, 12 outubro 2020. Podcast. Disponível em: https://oeds.link/LNXjvA. Acesso em: 14 abril2022.
Episódio sôbre a Róta da sêda e o quanto ela propiciou de trocas culturais e econômicas entre diversas regiões. Aborda ainda o conceito da “Nova Róta da sêda”.
A sociedade chinesa
O imperador ocupava o lugar de maior importância na sociedade chinesa. Abaixo dele estavam os ministros da côrte, que agiam em seu nome. Em seguida, vinha a nobreza tradicional, formada por proprietários de terras que viviam da exploração do trabalho camponês.
Nas famílias nobres, o homem tinha autoridade plena: ele decidia se uma criança recém-nascida ficaria na casa ou seria rejeitada, julgava e punia os crimes cometidos pêla comunidade e podia ter várias espôsas. Até o início da dinastia rã, os principais funcionários do Estado eram oriundos dessas famílias aristocráticas.
A ampliação das comunicações dentro e fóra do império durante a dinastia rã possibilitou a formação de um novo grupo de homens ricos, em geral grandes comerciantes e dirigentes do exército, que viviam luxuosamente na capital, a cidade de tchâng ân, rodeados por escravos, funcionários administrativos, mulheres e criados.
No outro extremo da sociedade estavam os camponeses. Eles trabalhavam nas terras dos nobres, a quem forneciam grande parte das colheitas. A vida dos camponeses era bastante influenciada pelo ciclo das estações do ano. No verão, época das plantações, eles trabalhavam no campo, habitando choupanas. No inverno, retiravam-se para as aldeias, onde se dedicavam ao artesanato e preparavam as festividades coletivas até a chegada da primavera.
Com o tempo, cresceram os setores intermediários da sociedade, representados principalmente por mercadores, funcionários do Estado, artesãos e escribas.
MUSEU de Arte de Macau. Disponível em: https://oeds.link/r3dsKJ. Acesso em: 6 abril 2022. Este museu está localizado em Macau, na atual China. Navegando por seu , é possível encontrar textos (em português) e imagens de seu acervo que contam a história da China Antiga. sáite
Respostas e comentários
Orientações
Se necessário, informe aos estudantes que os nobres chineses se organizavam em clãs, grupos familiares que acreditavam descender de um antepassado comum, geralmente ilustre, como um guerreiro conquistador ou um rei.
Observação
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Atividades complementares
Ao explorar os diversos aspectos da sociedade chinesa antiga com os estudantes, você pode realizar uma atividade com o componente curricular Língua Portuguesa, apresentando à turma o trecho de um poema do período djou. Em seguida, organize-os em duplas para que façam as atividades propostas.
Com os dias de primavera começa o calor,
E o papa-figo inicia seu canto.
As jovens mulheres pegam seus grandes cestos,
E percorrem os pequenos caminhos, procurando pêlas delicadas folhas das amoreiras
Livro da poesia (início do período djou). ín: . The Birth of China:a Study of the Formative Period of Chinese Civilization. Nova York: Frederick Ungar, 1954. página 89. (Tradução nossa.)
1. A que atividade econômica o poema se refere? Quem a realiza?
O poema refere-se à coleta de folhas de amoreira, alimento do bicho-da- As mulheres realizam essa atividade.
2. É possível perceber no texto a relação entre a coleta das folhas de amoreira e o tempo da natureza? Justifique.
Sim, tanto na China antiga quanto na vida rural dos dias atuais, a pesca, a agricultura e a coleta são atividades intimamente relacionadas ao nascer e ao pôr do Sol, às estações do ano e à época das chuvas e das sêcas. No poema, essa relação fica clara quando se diz “Com os dias de primavera começa o calor / E o papa-figo inicia seu canto”.
Atividades econômicas
A agricultura era uma das atividades econômicas mais importantes da China Antiga. Cultivavam-se cevada, arroz (no sul e no nordeste), trigo, melão, abóbora, pepino, cebola, alho e painço. Outras culturas importantes eram a da amoreira, cujas folhas serviam de alimento para as criações de bicho-da- sêda, e do cânhamo, utilizado na produção de tecidos.
Bois e cavalos eram criados para o trabalho nos campos e para o transporte. No período djou, há indícios do uso de bovinos para arar a terra e da prática da rotação de culturasglossário , que possibilitaram o aumento da produção agrícola. Além disso, os chineses desenvolveram um eficiente sistema de irrigação com águas fluviais, oriundas principalmente do rio Amarelo.
Os chineses também se destacaram na produção de tecidos de sêda e na fabricação de objetos de madeira, bronze e ferro. Muitas das peças produzidas pelos artesãos dos períodos djou e rã baseavam-se nas técnicas desenvolvidas na época da dinastia xãng.
A escrita ideográfica chinesa
No final do século dezenove foram encontrados ossos com os registros mais antigos da escrita chinesa. Os estudiosos concluíram que esses registros provavelmente datavam dos séculos quinze antes de Cristoe catorze antes de Cristo Os primeiros caracteres da escrita chinesa eram desenhos que representavam objetos relacionados ao cotidiano dos chineses. Lentamente, a escrita deixou de representar objetos (escrita pictográfica) e se transformou em uma escrita ideográfica, em que cada símbolo ou combinação de símbolos representa uma ideia.
alguns caracteres chineses
Elaborado com base em dados obtidos em: . World Archaeology, volume 17, número 3, página 420-436, 1987.
Respostas e comentários
Orientações
Converse com os estudantes sôbre as atividades econômicas da China na Antiguidade e, se desejar, retome informações sôbre a Róta da sêda.
A Róta da sêda foi uma importante via de trocas entre a China e o Ocidente, desde a Antiguidade até tempos relativamente recentes. Vale lembrar que, juntamente com o comércio de mercadorias, aconteceram também trocas culturais. O budismo, por exemplo, expandiu-se a partir da Índia até a China; mais tarde, o islã, partindo da Península Arábica, chegou à Índia e à Ásia Central. Doenças também se propagaram por intermédio da Róta da sêda, como a peste negra, que atingiu a Europa medieval.
Atualmente, as trocas, tanto comerciais quanto culturais, entre Oriente e Ocidente, acontecem por outros canais. Não só os produtos mudaram, como também os percursos e os meios de transporte utilizados. Os estudantes não terão dificuldade em identificar os produtos de origem chinesa que são consumidos em seu dia a dia. Poderão, também, lembrar-se com facilidade dos meios de transporte mais utilizados atualmente no comércio de longa distância: a navegação, as ferrovias e a aviação.
Observação
O trabalho com o conteúdo apresentado contribui para o desenvolvimento das habilidades ê éfe zero seis agá ih zero sete e ê éfe zero seis agá ih um sete.
Atividade complementar
A Grande Muralha da China e os soldados de terracota descobertos em chíân constituem um dos maiores tesouros da cultura material humana. A Grande Muralha, no entanto, que resistiu por séculos aos ataques de guerreiros nômades vindos do norte, hoje está ameaçada pelo turismo desordenado e pelo descaso das autoridades.
Comece a explorar esse tema chamando a atenção dos estudantes para a necessidade de zelar pêla preservação dos bens culturais da humanidade. Em seguida, é interessante trazer o tema para a realidade deles, organizando-os em grupos e pedindo a eles que escolham dois monumentos ou obras de arte do bairro ou da cidade em que vocês vivem. Um dos monumentos (ou obra de arte) deve estar bem preservado e representar aspectos do local, da história, das vivências dos moradores etcétera.; o outro monumento (ou obra de arte), se possível, deve servir para discutir os aspectos da preservação e, por isso, deve apresentar problemas em sua preservação. Assim, os estudantes podem discutir alternativas e soluções para o problema. Peça a eles que analisem as obras escolhidas e, por fim, proponha que apresentem o resultado de todo o trabalho na fórma de um blog ou na fórma de um painel.
A atividade proposta incentiva o trabalho com práticas de pesquisa como revisão bibliográfica, análise documental, análise de mídias sociais, tomada de nota e construção de relatórios.
Documento
Os guerreiros de Xian
Você já ouviu falar a respeito das estátuas dos guerreiros de Xian? Elas foram encontradas em uma cidade chinesa em 1974. Leia o texto a seguir e descubra o que o grande exército de tchin tchei ruâng revela sôbre a Antiguidade na China.
Exército de terracota, uma das grandes descobertas do século 20
Quem olha de longe vê apenas um morro coberto por vegetação rasteira na província de Xian, na China. Mas, por baixo da terra, existe uma majestosa pirâmide, construída para que tchin shiuândi (260-210 antes de Cristo) tivesse em morte todo o poder e a riqueza que gozou em vida.
O mausoléu do imperador tchin é mundialmente conhecido por causa de sua guarda simbólica, encontrada a 1,5 quilômetro do mausoléu: mais de 8 mil figuras de guerreiros, outras de 520 cavalos e 130 carruagens, tudo modelado artesanalmente em tamanho natural. Cada peça é única e os militares portam armas de bronze reais.
LOMBARDO, Lívia. Exército de terracota, uma das grandes descobertas do século 20. Aventuras na História, 6 julho 2020. Disponível em: https://oeds.link/42F2Cg. Acesso em: 6 abril 2022.
- O texto que você acabou de ler trata de uma grande descoberta arqueológica. sôbre o objeto dessa descoberta, responda.
- O que foi descoberto?
- Quantas peças foram encontradas?
- Em que século essas peças teriam sido produzidas?
- Qual teria sido a finalidade de produzir essas peças e enterrá-las no local?
- O que essas peças revelam a respeito da cultura e da sociedade chinesa da época em que foram construídas?
Respostas e comentários
Respostas
1. a) Descobriu-se um conjunto de estátuas feitas de terracota, reproduzindo em tamanho natural os soldados do exército do imperador tchin , o unificador da China.
b) Foram encontradas milhares de peças: mais de 8 mil estátuas de soldados e 520 de cavalos em tamanho natural, além de 130 carruagens.
c) As peças foram produzidas no século três antes de Cristo.
d) Segundo o texto, acredita-se que as peças foram confeccionadas para que o imperador, após a morte, tivesse seu poder e sua riqueza mantidos.
2. Culturalmente, as peças evidenciam que os chineses acreditavam em algum tipo de existência após a morte. Elas também revelam que a sociedade chinesa, durante o império de tchin , era militarizada e que o exército chinês da época tinha diversas divisões, como regimentos de infantaria, cavalaria e arqueiros.
A pesquisa proposta incentiva o trabalho com prática de pequisa como análise documental.
Observação
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A antiga civilização indiana
Segundo os arqueólogos, o Vale do Rio Indo, onde hoje se localiza o Paquistão, começou a ser ocupado por volta de 7000 antes de CristoComo ocorreu na Mesopotâmia e na China, a agricultura irrigada pêla água dos rios foi fundamental para o desenvolvimento da civilização indiana antiga. Por volta de 2600 antes de Cristo, grandes cidades, como arápa e morrenjo dáro, já existiam nas margens do rio Indo e de seus afluentes.
Estudos arqueológicos indicam que arápa era a cidade mais antiga do Vale do Rio Indo e pode ter sido o centro dessa civilização. Isso porque os artefatos encontrados nos diversos sítios arqueológicos da região são semelhantes aos que foram descobertos em arápa.
A principal característica das cidades do Vale do Rio Indo era o planejamento urbano. arápa era circundada por grandes muralhas e possuía espaçosas avenidas separando os bairros. Além disso, a cidade dispunha de um sistema de fornecimento de água, de áreas de banho e de uma rede subterrânea de esgotos.
A agricultura constituía a base econômica da civilização . Os habitantes do Vale do Rio Indo foram os primeiros cultivadores do algodão, cujas fibras eram usadas para produzir tecidos.
Os também desenvolveram um artesanato bastante variado. Eles produziam ferramentas de pedra e metal, utensílios domésticos, armas e joias tanto para o uso cotidiano como para a troca.
As cidades entraram em declínio por volta de 1900 antes de Cristo Por razões ainda desconhecidas, essas cidades foram progressivamente abandonadas.
Respostas e comentários
Orientações
Para desenvolver os temas abordados ao longo deste Capítulo, é interessante estabelecer, sempre que possível, semelhanças e diferenças entre o desenvolvimento histórico das civilizações chinesa e indiana.
Você pode propor aos estudantes que anotem em seus cadernos todos os aspectos relevantes para responder à questão: Que realizações dos povos da China e da Índia antigas marcaram o surgimento das primeiras civilizações humanas? Esse procedimento poderá garantir a formação, paulatina, de uma visão geral sôbre os temas e realçar as contribuições desses povos para a humanidade.
Os estudantes também podem elaborar sequências cronológicas ou linhas do tempo situando os principais acontecimentos dessas civilizações. Esse procedimento é importante nesta fase da escolaridade, em que eles passam a trabalhar com tempos mais longos, e certamente os ajudará a estabelecer comparações entre as várias sociedades que serão estudadas ao longo do 6º ano.
Sugestão para o estudante:
SOUZA, Eunice de. Histórias da Índia. São Paulo: ésse eme, 2009.
Neste livro há uma coletânea de contos pertencentes à tradição indiana, escritos e reelaborados pêla escritora e poeta Eunice de Souza.
Observação
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Texto complementar
O texto a seguir trata das fontes para o estudo da história da Índia na Antiguidade.
Desde o segundo milênio antes de Cristo, as tradições indianas têm sido transmitidas de fórma ininterrupta. Dado que esta transmissão tem sido principalmente oral, só nos resta um testemunho imperfeito deste longo e rico desenvolvimento: alguns períodos reticências se encontram escassamente documentados; grande parte desta documentação se perdeu de maneira irrecuperável.
, . Mitos y símbolos de la India. segunda edição Madri: Siruela, 1997. página 21. (Tradução nossa.)
A Índia do período védico
A desorganização das cidades coincidiu com a chegada de povos nômades e guerreiros de origem arianaglossário , vindos da Europa Oriental. Eles entraram na Índia e se estabeleceram no Vale do Rio Ganges, onde construíram uma nova civilização.
A principal fonte para o estudo da história da Índia do período ariano são os livros chamados Vedas (palavra do sânscrito que significa “livros do conhecimento”). Trata-se de um conjunto de hinos religiosos, preces, fórmulas mágicas e comentários sôbre a natureza humana e o Universo transmitidos oralmente ao longo das gerações. Os Vedas trazem muitas informações sôbre a sociedade, os costumes e as cerimônias religiosas na Índia ariana.
A sociedade de castas
Os arianos sentiam-se superiores aos nativos. Esse preconceito foi um dos fatores que deram origem à sociedade de castas, uma divisão social em que cada pessoa tinha um lugar hierarquicamente definido. Uma vez nascida em uma casta, a pessoa, assim como todos seus descendentes, jamais mudaria de posição social. Veja a seguir as castas que formavam a sociedade indiana na Antiguidade.
- Brâmanes: eram os sacerdotes, que compunham a casta dominante. Controlavam os rituais e interpretavam os Vedas para estabelecer as leis, além de ocupar altos cargos no Estado.
- Xátrias: formada pelos nobres guerreiros. Com os brâmanes, constituíam as castas dominantes.
- Vaixás: eram os comerciantes, artesãos e agricultores. Embora pudessem até ser muito ricos, eram obrigados a contribuir com impostos e a servir na guerra.
- Sudras: casta constituída pelos servos, trabalhadores dependentes de um senhor. Em geral, descendiam dos antigos habitantes da Índia.
Além desses grupos, existiam os chamados intocáveis, pessoas que não faziam parte de nenhuma casta e que, por isso, eram consideradas impuras. Hoje, esse grande grupo se autodenomina , e luta contra a discriminação.
a índia antiga
Fonte: , Anita. Explorando a Índia. São Paulo: Ática, 1997. página 6, 8.
Respostas e comentários
Atividade complementar
Muitos costumes e conhecimentos das tradicionais culturas chinesa e indiana estão presentes no dia a dia das sociedades ocidentais contemporâneas. Por exemplo, o uso do papel e da pólvora (invenções chinesas) e dos algarismos indo-arábicos (cuja origem é indiana) foi incorporado, sobretudo, a partir da Idade Média. Mais recentemente, o mundo ocidental se aproximou de outras práticas e conhecimentos milenares das culturas orientais.
Os estudantes podem ser orientados a realizar uma pesquisa, na internet e em outras fontes, sôbre os seguintes temas: culinária chinesa e indiana, acupuntura, templos budistas no Brasil, ioga e meditação. Sugerimos que o trabalho seja feito em pequenos grupos e os temas, distribuídos entre eles. Após organizar as informações e imagens obtidas em suas pesquisas, eles poderão expor aos colegas o que descobriram.
Neste momento, os estudantes podem ser incentivados a lidar com variadas tecnologias e a produzir pequenos “documentários” (gravando com a câmera de um celular, por exemplo). Diga a eles que os documentários, na verdade, podem consistir nos próprios estudantes expondo os resultados da pesquisa, mostrando as fotografias e os dados encontrados etcétera Assista a todos os documentários produzidos pelos grupos e, depois, em uma data previamente combinada com a turma, faça uma exibição deles na sala de aula ou em algum outro local apropriado em seu estabelecimento de ensino.
Observação
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Sugestões para o estudante:
Brênmam, Ilan. As 14 pérolas da Índia. São Paulo: Brinque Book, 2008.
O livro apresenta histórias tradicionais da Índia para as crianças.
quêntin lóurence . da Índia: os intocáveis, os jainistas, os marajás. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2011.
A obra narra a história de três grupos da sociedade indiana: os intocáveis, os jainistas, e os marajás.
A religião hindu
A antiga religião ariana estava fortemente relacionada às forças da natureza, como os ventos, o fogo e as tempestades. Acreditava-se que os deuses eram como os humanos, que se alegram e se entristecem.
Por volta do século sete antes de Cristo, introduziu-se na religião védica a ideia de um deus maior (Brahma), que abrangeria todo o Universo. Também foi criada uma teoria para justificar o sistema de castas: cada casta teria origem em uma parte do corpo de Brahma e, por isso, cada uma tinha uma função na sociedade.
As crenças em um ser eterno e absoluto, o Brahma, e na existência de um estágio final de purificação da alma constituem a base do bramanismo, religião que predomina na Índia até hoje. Atualmente, o bramanismo é mais conhecido como hinduísmo.
Os hinduístas acreditam que a alma humana passa por várias vidas (reencarnações) até libertar-se do sofrimento e atingir o môquishá, o estágio da libertação final. A crença na reencarnação está associada à ideia do carma, ou seja, de que o Universo é regido por uma lei imutável, que determina a sucessão de nascimentos e mortes pelos quais o ser humano teria de passar.
Assim, o tipo de vida que cada pessoa tem seria determinado pêlas ações que praticou em vidas anteriores. Para se libertar do ciclo de reencarnações, chamado sãmsára, o indivíduo deveria seguir os caminhos da iluminação: o do conhecimento; o da ação, que implica aceitar o sofrimento e renunciar aos desejos materiais; e o da santidade individual, percorrido por meio da meditação, das orações e da prática da ioga.
, Anita. O que sabemos SOBRE o hinduísmo? 2. São Paulo: , 2011. (Coleção O Que Sabemos cállis ). sôbre
Com base nos textos, nas fotografias, nos mapas e nas ilustrações deste livro, você vai conhecer mais sôbre a religião hindu.
Respostas e comentários
Texto complementar
O texto a seguir foi escrito pelo alemão , um dos maiores estudiosos da cultura indiana. Ainda hoje, suas obras são consideradas fundamentais para o estudo da Índia e de sua cultura.
Segundo as mitologias do hinduísmo, cada ciclo do mundo está subdividido em quatro , ou idades do mundo. Estas são comparáveis às quatro idades da tradição greco-romana e, como nesta, declinam em excelência moral conforme a roda avança. As idades clássicas ocidentais tomaram os nomes dos metais: ouro, prata, bronze e ferro; as do hinduísmo, dos quatro lances do jôgo indiano dos dados: e . reticências , a primeira das idades, a perfeita. reticências Durante esse , os homens nascem virtuosos. Consagram sua vida ao cumprimento das tarefas e deveres divinamente ordenados pelo . reticênciasNo Treta , o corpo universal, assim como o corpo da sociedade humana, está sustentado só por três quartos de sua virtude total
O Yuga é a idade do equilíbrio perigoso entre a imperfeição e a perfeição, entre a escuridão e a luz. reticências Finalmente, o , a idade obscura, subsiste miseramente com vinte e cinco por cento da fôrça do . Os elementos egoístas, devoradores, cegos e irrefletidos triunfam e governam o dia. reticências Durante o , o homem e seu mundo estão em seu pior momento, reticências o mundo de hoje.
ZIMMER, . Mitos y símbolos de la India. 2. editoraMadri: Siruela, 1997. página205-206. (Tradução nossa.)
Observação
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Sugestões complementares referentes ao Capítulo:
michô, Henri. Um bárbaro na Ásia. São Paulo: Nova Alexandria, 2008.
O livro traz os relatos de viagem pelo Oriente feitos pelo poeta francês de grande relevância.
nêipôu, V. S. Índia: um milhão de motins agora. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
Escrito por um autor de origem indiana, o livro descreve a Índia contemporânea a partir dos acontecimentos marcantes da região ao longo do tempo.
Atividades
Faça as atividades no caderno.
- Em seu caderno, descreva os grupos sociais da sociedade chinesa.
- Leia os versos a seguir e responda às questões em seu caderno.
Quando eles o dividiram [o deus supremo],
em quantas porções eles o fizeram?
De sua boca formaram-se brâmanes;
De seus dois braços formaram-se xátrias;
Suas coxas tornaram-se vaixás;
E dos seus pés os sudras nasceram.
rivêda, dez, 90, 11-12. In: reiuod djón. The Penguin Historical Atlas of Ancient Civilizations. Londres: Pêngüim, 2005. página 78. Tradução nossa.
- Relacione a divisão do deus supremo em pedaços com o que você estudou sôbre a sociedade indiana neste Capítulo.
- Por que, nessa divisão, os brâmanes seriam a boca; os xátrias, os braços; os vaixás, as coxas; e os sudras, os pés do deus supremo?
- Agora, crie em seu caderno um esquema representando a sociedade indiana de castas, escrevendo o nome de cada uma delas. O esquema pode ter a fórma de pirâmide, de árvore, do corpo de uma pessoa ou outra fórma que imaginar.
Versão adaptada acessível
2. Leia os versos a seguir e responda às questões em seu caderno.
Quando eles o dividiram [o deus supremo],
em quantas porções eles o fizeram?
De sua boca formaram-se brâmanes;
De seus dois braços formaram-se xátrias;
Suas coxas tornaram-se vaixás;
E dos seus pés os sudras nasceram.
RIGVEDA, Dez, 90, 11-12. In: HAYWOOD, John. The Penguin Historical Atlas of Ancient Civilizations. Londres: Penguin, 2005. página 78. Tradução nossa.
a) Relacione a divisão do deus supremo em pedaços com o que você estudou sobre a sociedade indiana neste Capítulo.
b) Por que, nessa divisão, os brâmanes seriam a boca; os xátrias, os braços; os vaixás, as coxas; e os sudras, os pés do deus supremo?
c) Agora, crie em seu caderno um esquema tátil, usando materiais com diferentes texturas e espessuras, para representar a sociedade indiana de castas, escrevendo o nome de cada uma delas. O esquema pode ter a forma que você imaginar.
Orientação para acessibilidade
Oriente os estudantes no passo a passo da construção do esquema tátil a partir de materiais de diferentes texturas. Uma aula antes, oriente os estudantes a respeito dos materiais que eles devem levar à sala de aula para realizar a atividade. Contrastes do tipo liso e áspero, fino e espesso, tendem a favorecer a percepção tátil dos estudantes. Eles podem utilizar diferentes materiais para elaborar essa representação, como palitos ou fios de barbante para representar o contorno das linhas, recortes de papéis de diferentes texturas para representar cada uma das castas etc. Se considerar pertinente, adapte o nível de complexidade da atividade. Os estudantes também podem produzir um texto para sintetizar as informações, desde que destaquem a organização da sociedade indiana de castas.
3. O texto a seguir foi escrito pelo pensador chinês con fu zi (551 antes de Cristo-479 antes de Cristo), conhecido no Ocidente como Confúcio.
Se o próprio príncipe é virtuoso, o povo cumprirá seus deveres sem que se lhes ordene; se o próprio príncipe não é virtuoso, pouco importa que dê ordens, o povo não as seguirá.
CONFÚCIO. Analectos. São Paulo: Pensamento, 1979. página 94.
- Qual é a mensagem do pensador chinês transmitida nesse texto? Para quem se destinava?
- Nas sociedades mesopotâmicas, os reis eram considerados representantes dos deuses na Terra. Os ensinamentos de Confúcio apresentados no texto compartilham da mesma visão sôbre os governantes? Justifique.
4. Observe a imagem e leia a legenda a seguir, depois reflita: qual era a importância dos rios para o estabelecimento e o desenvolvimento das sociedades antigas da Ásia que você estudou neste Capítulo? Registre suas conclusões no caderno e dê alguns exemplos.
Respostas e comentários
Seção Atividades
Objetos de conhecimento
• Povos da Antiguidade na África (egípcios), no Oriente Médio (mesopotâmicos) e nas Américas (pré-colombianos).
• Senhores e servos no mundo antigo e no medieval.
Habilidade
São trabalhados aspectos relacionados à habilidade:
• ê éfe zero seis agá ih zero sete (atividades 1 a 4)
Respostas
1. O imperador e seus ministros administravam a China. Os proprietários de terra formavam a nobreza tradicional. A partir da dinastia rã formou-se um grupo de comerciantes ricos. No outro extremo da sociedade estavam os camponeses. Numa camada social intermediária estavam mercadores, funcionários do Estado, artesãos e escribas.
2. a) A descrição constitui a base da divisão da sociedade indiana em castas, determinada pêla condição de nascimento. Essa divisão social tinha uma sustentação religiosa, e suas regras eram invioláveis. Isso explica a permanência dessa divisão ainda hoje na Índia, apesar de abolida pêla legislação. Para os hindus, a evolução na hierarquia de castas ocorria à medida que o indivíduo se purificava por meio de sucessivas reencarnações. Após reparar as más ações de vidas passadas, ele poderia renascer na condição de brâmane, o estágio mais próximo da libertação final.
b) Nota-se que, quanto mais próximo cada pedaço está da cabeça, mais elevada é a casta a que ele corresponde. Por isso, da boca do deus teriam nascido os brâmanes, a casta superior, e de seus pés, os sudras, que eram os servos na sociedade indiana. Os braços teriam originado os xátrias, enquanto de suas coxas teriam nascido os vaixás, as duas castas intermediárias da sociedade hindu.
2. c) Sugestão de esquema:
3. a) A mensagem destinada ao príncipe (governante) é que, para ser respeitado pelo povo e suas ordens serem seguidas, ele deve ser virtuoso, ou seja, deve ter boa conduta moral e praticar o bem. Caso não seja virtuoso, o povo não encontrará sentido em seguir suas ordens.
b) Não. Para Confúcio, a legitimidade do poder dos governantes dependia de sua conduta, e não de uma origem supostamente divina.
4. Antigas sociedades asiáticas formaram-se nas margens dos rios Amarelo, na China, e Indo, na Índia. Esses rios estendem-se por planícies férteis, nas quais se estabeleceram povos que desenvolveram a agricultura, formaram aldeias e, depois, cidades.
Ser no mundo
Identidades em Jerusalém
Jerusalém é a maior cidade de Israel, um território sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos. Suas antigas edificações guardam a memória de diferentes impérios que disputaram a região ao longo de séculos.
Hoje, Jerusalém conta com uma população de aproximadamente pessoas (dados de 2020). Do total de habitantes da cidade, 64% são judeus, 34% são árabes muçulmanos e 2% são formados principalmente de cristãos, muitos deles árabes.
Jerusalém está dividida em dois agrupamentos urbanos: a cidade nova, moderna, que cresceu em todas as direções; e a cidade velha, cercada por uma grande muralha. No interior dessa muralha estão localizados os monumentos sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos: o Muro das Lamentações (sagrado para judeus), a Igreja do Santo Sepulcro (sagrada para cristãos) e o Domo da Rocha (sagrado para muçulmanos).
Respostas e comentários
Seção Ser no mundo
Em consonância com a Competência Geral da Educação Básica número 9, esta seção propicia ao estudante exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
O trabalho aqui proposto também possibilita que o estudante possa desenvolver a Competência Específica do Componente Curricular História número4: Identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos com relação a um mesmo contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
O conteúdo apresentado nesta página possibilita trabalhar o tema contemporâneo Diversidade cultural.
Habilidade
ê éfe zero seis agá ih zero sete: Identificar aspectos e fórmas de registro das sociedades antigas na África, no Oriente Médio e nas Américas, distinguindo alguns significados presentes na cultura material e na tradição oral dessas sociedades.
É possível entender a diversidade em Jerusalém observando o cotidiano de seus habitantes. Os membros de algumas seitas judaicas ultraortodoxas, por exemplo, usam chapéus que identificam aqueles que nasceram e vivem em Jerusalém. Na tradição judaica, cobrir a cabeça é um sinal de devoção a Deus. Mas, em geral, os judeus religiosos ou ortodoxos usam o kipá, nome hebraico do pequeno solidéu tradicional.
As diferentes denominações cristãs em Jerusalém também se distinguem pelo tipo de chapéu. O chapéu cônico preto, utilizado pelos sacerdotes armênios, que são cristãos ortodoxos, remete ao formato do Monte araráti, na Armênia, que é sua terra natal.
Por sua vez, as mulheres muçulmanas cobrem a cabeça com os tradicionais ríjabs. Em Jerusalém, os lenços tendem a ser coloridos e alegres, com lantejoulas ou bordados.
Jerusalém é hoje a capital oficial do Estado de Israel. Mas essa condição não é reconhecida pêla maior parte da comunidade internacional. Judeus e palestinos reivindicam o direito histórico sôbre a cidade e ainda não há uma solução definitiva para o conflito entre eles.
- sôbre a cidade de Jerusalém, responda:
- Como a população da cidade está dividida?
- Para quais religiões a cidade é considerada sagrada?
- É correto dizer que a fotografia de um grupo de pessoas em uma feira de rua na Cidade Velha de Jerusalém expressa a diversidade cultural e religiosa da cidade? Justifique.
- Determinadas peças de vestuário podem ser elementos da identidade de um povo ou de um grupo, como estudamos nesta seção. Ao mesmo tempo, podem ser um meio de homenagear ou de afirmar algo, constituindo, assim, peças de exercício de cidadania. Existe alguma peça em seu vestuário que você utiliza com a intenção de afirmar algo (como uma ideia ou um símbolo) ou homenagear algo ou alguém (como um artista ou uma causa social)? Por que e em que ocasiões você usa essa peça? Explique.
Respostas e comentários
Respostas
1. a) A população da cidade está dividida em três grupos principais: judeus (64%), árabes muçulmanos (34%) e uma minoria (2%) de cristãos e outras crenças.
b) A cidade é considerada sagrada para o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
2. Sim. A imagem mostra um grupo de pessoas em uma rua de Jerusalém: nela, podemos identificar um judeu ultraortodoxo e mulheres possivelmente muçulmanas.
3. Resposta pessoal. Os estudantes, entrando na pré-adolescência, estão começando a se interessar bastante pêla imagem que fazem de si mesmos e para os outros. É possível que eles digam que uma camiseta com uma estampa de um grupo musical, ou com a estampa de um artista plástico, por exemplo, seja uma peça que, além de definir sua identidade, acaba por ter a função de homenagear algo ou alguém. Trajes religiosos podem também ser citados pelos estudantes. Explore essa questão, motivando-os a refletir sôbre identidade, autoimagem, respeito e convivência.
Questões para autoavaliação
Nesta Unidade do livro, as questões sugeridas para autoavaliação – e que também podem ser utilizadas, a seu critério, para o diagnóstico do grau de aprendizagem dos estudantes – são:
1. Quais realizações dos povos da Mesopotâmia marcaram o surgimento das primeiras civilizações humanas?
2. Quais eram os benefícios dos rios Tigre e Eufrates para a vida na Mesopotâmia?
3. Quando e por que os hebreus se estabeleceram na Palestina?
4. Por que os fenícios se destacaram como grandes comerciantes marítimos?
5. Como os persas conseguiram construir um grande império que englobava diferentes povos?
6. Qual foi a importância do rio ruãng rô para a antiga civilização chinesa?
7. Quais crenças e tradições da civilização indiana antiga permanecem na Índia atual?
8. Como a cultura judaica foi preservada ao longo de milhares de anos?
Glossário
- Rotação de culturas
- Prática que consiste em alternar os cultivos e os lotes, em determinada propriedade, para permitir o repouso do solo, evitando, assim, seu rápido esgotamento.
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- Origem ariana
- Que tem origem em povos provenientes da Ásia Central que, no período Neolítico, migraram em direção ao continente europeu e ao sul da Ásia.
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