UNIDADE três  AMÉRICA: TERRA E MUITOS POVOS

Fotografia. Vista de local aberto com uma pirâmide de pedras de cor cinza e partes em marrom. Ela tem seis pavimentos, com aberturas retangulares similares às janelas e portas. No centro da pirâmide, uma escadaria grande de cor cinza, acompanhando cada patamar. À frente da pirâmide, local com vegetação rasteira seca de cor verde amarelada. Nas laterais, árvores vistas parcialmente e, no alto, o céu azul claro com poucas nuvens brancas.
Pirâmide dos Cinco Andares, no sítio arqueológico maia de Edisná, em Campeche, México. Fotografia de 2019.

Você estudará nesta Unidade:

A organização social, as crenças e os costumes dos povos pré-colombianos

O Império Asteca

O Império Inca

A influência inca no Peru atual

Fotografia. Vista de local aberto em desnível, em quatro patamares. Em primeiro plano, no nível mais baixo, algumas pessoas caminham sobre a grama verde e, ao fundo, há um paredão de pedras largas de cor cinza. Acima, como um corte no solo coberto de grama, um patamar mais alto com um caminho de pedras e outro paredão de pedras de cor cinza ao fundo. Há  pessoas caminhando em grupo no caminho desse patamar. Acima, há mais um patamar recortado no solo e um paredão de pedras de cor cinza. Na parte mais alta, no topo do fotografia, uma elevação em aclive com o solo coberto por grama verde. Há uma escadaria feita de pedras do lado direito e árvores arbustivas do lado esquerdo. Ao fundo, vista de montanhas e o céu azul claro.
Vista de Saquissarruamán, fortaleza inca localizada ao norte da cidade do Cuzco, no Peru. Fotografia de 2019.

Você sabia que os maias, os astecas e os incas formavam importantes sociedades que se desenvolveram na América? Na realidade, esses povos já habitavam o continente americano muito antes da chegada dos colonizadores europeus, no final do século quinze.

Algumas pesquisas estimam que, no final do século quinze, cêrca de 50 milhões de pessoas viviam no continente americano. Elas estavam distribuídas em sociedades muito diversas entre si, do ponto de vista cultural, político, econômico e social.

O que você sabe sobre o modo de vida e a cultura dos astecas e dos incas? E sobre os conhecimentos desenvolvidos por esses povos? Vamos descobrir?

CAPÍTULO 6  OS ASTECAS

Multiculturalismo.

No 6º ano, você estudou alguns povos mesoamericanos. Vamos, agora, relembrar o significado de Mesoamérica?

Mesoamérica é o termo utilizado para nomear uma grande área geográfica e cultural do continente americano. Entre as principais características do modo de vida dos povos da Mesoamérica estavam a utilização do milho como base da alimentação, a construção de grandes pirâmides escalonadas, o uso de um sistema de calendário baseado em dois ciclos simultâneos e a criação e utilização de escritas pictoglíficas, que combinam elementos pictóricos (cenas figuradas) e glíficos (símbolos ou desenhos).

Arqueólogos identificaram trocas culturais entre os diversos povos da Mesoamérica, em diferentes momentos da história. Assim, uma das sociedades mais influentes que se formou na Mesoamérica, a asteca, incorporou elementos culturais desenvolvidos anteriormente por outros povos, como os olmecas, os toltecas e os maias.

Povos da mesoamérica (SÉCULOS doze antes de Cristo-oito Depois de Cristo)

Mapa. Povos da Mesoamérica. Séculos 12 antes de Cristo a 8 depois de Cristo. Mapa representando a região da Mesoamérica destacada em amarelo, entre o Oceano Pacífico, a oeste e sul, o Golfo do México, ao norte, e o Mar da Antilhas a leste. Destaque, em texto, para os seguintes povos: No norte da Mesoamérica, os Chichimeca e os Huasteca. Próximo aos lagos Chapala e Texcoco, os Tolteca, e as cidades de Tula, El Tajín, Teotihuacán, Tehuacán e Cholula. Na região próxima ao Golfo do México,  os Olmeca e próximo ao litoral do Oceano Pacífico, os Zapoteca. Com destaque para as cidades de La Venta, San Lorenzo, Palenque, Monte Albán e Três Zapotes. No centro, próximo a cidade de Monte Albán, os Mixteca. Entre o sul e leste da Mesoamérica, próximo à Península de Yucatán, os Maias e as cidades de Kaminaljuyú, Copán, Bonampak, Tikal, Piedras Negras. E os Maia-Tolteca, no norte da Península de Yucatán, com destaque para as cidades de Uxmal e Chichén-Itzá. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 190 quilômetros. Na parte inferior, um pequeno mapa em destaque. A Mesoamérica em 2018. Representando a divisão política da Mesoamérica no ano de 2018, então, dividida em sete países: Do noroeste ao centro da Mesoamérica, incluindo a maior parte da Península de Yucatán, englobando as áreas que no mapa maior correspondem aos  Chichimeca, Huasteca,Tolteca, Mescala, Zapoteca, Mixteca, Olmeca, Maia e Maia-Tolteca, o México. Ocupando uma parte do sudeste da Península de Yucatán, englobando as áreas que no mapa maior correspondem aos Maia, Belize. Ao sul de Belize, com a costa voltada para o Pacífico, englobando as áreas que no mapa maior correspondem aos  Maias, a Guatemala. A leste da Guatemala, banhada tanto pelo Mar das Antilhas no nordeste, e quanto  pelo Pacífico, no Golfo de Fonseca, englobando as áreas que no mapa maior correspondem aos  Maia, Honduras. Ao sul de Honduras, com o litoral banhado pelo Pacífico, englobando as áreas que no mapa maior correspondem aos Maia, El Salvador. A leste de El Salvador, desde a região do lagos Nicarágua e Manágua, no sul, até o Mar das Antilhas, no norte, englobando as áreas que no mapa maior correspondem aos  Maia, a Nicarágua. Ao sul da Nicarágua, a Costa Rica. No canto inferior, rosa dos ventos e escala de  0 a 410 quilômetros.

Elaborado com base em dados obtidos em: TIEMPO mesoamericano (2500 antes de Cristo-1521 Depois de Cristo). Arqueología Mexicana. Edición especial. México (Distrito Federal): Raíces: Instituto Nacional de Antropología e Historia, 2001.página 23, 29, 51.

Ícone. Sugestão de livro.

Clér, Dión D. Astecas: vida cotidiana. São Paulo: Melhoramentos, 2013. Essa obra apresenta diversas informações sobre os astecas, como os vários deuses cultuados, o que as crianças astecas aprendiam na escola, os tratamentos que os médicos astecas desenvolviam para tratar de doenças e muito mais.

A formação do Império Asteca

De acôrdo com pesquisadores, em 1325, os mexicas (astecas) chegaram a uma ilhota do lago tescôco, no atual México. Lá construíram uma cabana, o primeiro templo de uitizilôpótchili, um dos deuses cultuados pelos astecas. A cabana foi, também, o núcleo inicial da cidade asteca de Tenochtitlán. Ao longo do século catorze, guerreiros e conquistadores astecas iniciaram a dominação de povos vizinhos, o que resultou na formação do Império Asteca.

Com o passar do tempo, Tenochtitlán transformou-se em uma grande e bela cidade. Estima-se que, no começo do século dezesseis, Tenochtitlán tivesse aproximadamente 300 mil habitantes e que o Império Asteca reunisse ao todo mais de 25 milhões de pessoas.

Ilustração. Sobre um fundo branco, um homem de cabelos grisalhos, voltado para a direita, com uma tira de pano marrom tampando a boca, coroa de penas para cima nas cores marrom e vermelho sobre sua cabeça. Ele usa um traje de mangas curtas até as coxas, de cor cinza, quadriculado, com a borda inferior em vermelho, uma capa curta de borda vermelha em suas costas e tem três listras verticais douradas nas pernas e nos braços nus. Calça sandálias abertas na cor vermelha. Segura na mão esquerda uma lança fina de ponta triangular. Na mão direita, leva uma espécie de escudo com um círculo cinza quadriculado no centro.
uitizilôpótchili, deus do Sol e da guerra, patrono da cidade de Tenochtitlán. Século dezoito. Ilustração. Publicada no Veytia Codex.

O império asteca (SÉCULOdezesseis)

Mapa. O Império Asteca. Século 16. Mapa representando a região da Mesoamérica. Dois territporios, um território no centro dessa região  e outro mais ao sul, estão destacados em vermelho. Na legenda, em vermelho, 'Império Asteca em 1519'.  O trecho destacado no mapa corresponde à parte central do território que hoje corresponde ao México, tendo ao norte, o Golfo do México e, ao sul, o Oceano Pacífico. Destaque para as localidades de: Castilho de Teayo (na costa voltada para o Golfo do México), Texcoco (ao norte do Lago Texcoco), Tenochtitlán e Tlacopan (ao sul do Lago Texcoco); Tizatlan e Cholula (a leste do Lago Texcoco) Mitla e Zaachila (no sudeste do território destacado). Outro território menor destacado em vermelho está localizado na costa voltada para o Pacífico, no território que hoje corresponde à Guatemala. Nessa área não há cidades destacadas. Há outras cidades destacadas fora da área do Império Asteca: a leste do Lago Texcoco, Tzintzuntzan e Ihuatzio; a leste de Mitla, Gutengola; a leste de Gutengola, Utatlán. Na Península de Yucatán, Xicalango, Tixchel, Mayapán e Tulum. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 120 quilômetros.

Elaborado com base em dados obtidos em: SOLIS, Felipe. Posclásico tardio (1200/1300-1521 Depois de Cristo). In: TIEMPO mesoamericano (2500 antes de Cristo-1521 Depois de Cristo). Arqueología Mexicana. Edición especial. México (Distrito Federal): Raíces: Instituto Nacional de Antropología e Historia, 2001. página 65.

Organização econômica e social

Para viver na pequena ilha do lago tescôco – onde Tenochtitlán foi erguida – e suprir as necessidades da população que a habitava, os astecas tiveram de realizar diversas obras complexas que exigiram vastos conhecimentos técnicos.

Em decorrência das inundações periódicas do lago, os astecas precisaram construir diques e barragens que viriam a possibilitar o contrôle do nível da água. Mas, como o lago tescôco era salgado, foi necessário encontrar também uma maneira de conduzir água potável das fontes ao interior da cidade. A solução dos astecas foi construir aquedutos.

A fim de ampliar as terras agrícolas, eles criaram ainda terraços sobre a água dos lagos, chamados de chinampas. Nesses canteiros “flutuantes”, eles cultivavam flores e hortaliças.

A agricultura era a base da economia asteca. A sociedade estava organizada em comunidades aldeãs que produziam em terras coletivas para a própria subsistência e forneciam excedentes para o Estado em fórma de tributos. Cultivavam-se milho, feijão, pimenta, abóbora, cacau, algodão, tabaco e uma grande variedade de frutas, legumes e verduras.

Ilustração. Vista de um local aberto em um lago de águas de cor azul om com um corte transversal revelando a parte submersa da estrutura de uma construção nas camadas profundas do solo e no fundo do lago. Na superfície do lago, há três faixas retangulares com áreas de cultivo agrícola, onde há pessoas que trabalham a terra sozinhas ou em duplas. À esquerda, na área de cultivo no meio do lago, há plantas altas de cor verde, duas árvores e uma pessoa entre elas. Na parte submersa dessa faixa de terras, o solo marrom com as raízes das plantas e estacas de junco dispostas verticalmente, sustentando a terra acima do nível do fundo do lago e formando uma cerca baixa acima da linha da água. No centro da ilustração, entre as águas do lago, na superfície, um terreno arado com duas pessoas trabalhando em uma plantação baixa, sem folhas verdes, apenas com sementes em marrom e valetas verticais abertas na terra. Uma pessoa segura uma ferramenta e outra está agachada. Há duas árvores plantadas em cada extremidade da faixa de terra. Na parte submersa, o solo marrom, as raízes das duas árvores e estacas de junco dispostas verticalmente, sustentando a faixa de terra acima do nível do fundo do lago e formando uma cerca baixa acima da linha da água. No canto direito da ilustração, na superfície, um terreno preenchido com palha. Há duas árvores plantadas em cada extremidade da faixa de terra e duas pessoas trabalhando agachadas em meio à palha. Na parte submersa, estacas de junco dispostas verticalmente formando uma cerca acima da linha da água e sustentando a faixa de terra acima do nível do fundo do lago. Na parte frontal do corte transversal, o solo está coberto por uma espécie de esteira feita com estacas de junco e palha trançada. No horizonte, local com várias  montanhas e o céu.
Ilustração atual que representa uma chinampa asteca. As chinampas eram feitas com lama, estacas e árvores. Algumas estacas eram fixadas no fundo do lago para formar a estrutura das chinampas. Essas estacas eram unidas com junco ou galhos entrelaçados. Para formar o solo desses canteiros flutuantes, os astecas utilizavam a lama do fundo do lago e a misturavam com galhos e folhagens secas. Para ajudar a manter a terra na estrutura, no entôrno dos canteiros eram plantadas árvores. As espécies cultivadas se beneficiavam com a variedade de nutrientes do solo e a abundância de água.
Fotografia. Escultura feita de pedra de cor cinza, representando uma figura feminina com um corpo pequeno, o tronco curto e uma cabeça proporcionalmente grande. Está ajoelhada no solo, com um tecido sobre a cabeça, enrolado para trás e grandes formas redondas nas orelhas, semelhantes a grandes brincos. Ela tem os lábios um abertos e repousa as mãos sobre os joelhos.
Representação de  deusa das águas. cêrca de 1325-1521. Escultura de pedra, 30 centímetros de altura. Museu Britânico, Londres, Inglaterra.
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    Ícone. Ilustração de um recipiente de base circular, com duas hastes laterais e grafismos coloridos, indicando a seção Lugar e cultura.

    Lugar e cultura

    Multiculturalismo.

    Alimentos da América para o mundo

    Você sabia que muitos alimentos que consumimos nos dias de hoje compunham a dieta dos antigos habitantes da América? Além dos exemplos de alimentos cultivados pelos astecas, sabemos que tomate, abóbora, cacau, abacaxi, pimenta, mamão, feijão, batata e, principalmente, milho eram a base da alimentação de antigos povos da Mesoamérica.

    O milho, por exemplo, começou a ser cultivado nas terras do atual México há mais de 6 mil anos e se difundiu no continente, entre diversos povos da América Central e do Sul. Celebrações coletivas e antigas narrativas orais revelam a importância desse cereal para esses povos. No poema épico maia popol vu, que narra a criação do mundo, o ser humano teria surgido do milho.

    Quando os europeus chegaram à América, em 1492, o milho logo chamou a atenção dos conquistadores, que o levaram para a Europa com outros produtos, como o tomate e a batata. Devido à facilidade de adaptação, a planta rapidamente se espalhou por toda a Europa e por outras regiões.

    O cacau também estava presente na alimentação dos antigos povos da América. Ele era consumido na fórma de bebida. Os maias secavam e moíam as sementes e, depois, acrescentavam à mistura água, milho, pimenta e outros temperos. Os astecas preparavam a bebida adicionando favas de baunilha e mel. As sementes de cacau eram muito valiosas nessas sociedades e utilizadas como moedas de troca.

    Levado para a Espanha, o cacau foi considerado amargo demais. Mais tarde, acrescentaram-se açúcar, canela e baunilha no preparo, e o resultado conquistou a nobreza europeia. Depois, foi introduzido o leite, dando origem ao chocolate, que conhecemos hoje.

    Fotografia. Sobre uma base quadrada, escultura feita de pedra de cor cinza com partes avermelhadas. No centro, a figura de um rosto de feições humanas em alto relevo, com os lábios semiabertos. Ao redor da cabeça da figura há um ornamento de formato retangular gravado com figuras geométricas arredondados.  A base da escultura é mais estreita que a figura esculpida.
    Representação do deus asteca do milho. cêrca de1440-1521. Escultura de pedra, 39,4 por 24 por 15,9 centímetros. Museu de Arte do brúclin, Nova iórque, Estados Unidos.
    Fotografia. Escultura de cor marrom representando  uma mulher, com  a cabeça muito maior que o corpo.  Os olhos da figura são amendoados e os lábios grossos. Ela usa brincos redondos nas orelhas. Seu corpo tem formato triangular e, ao redor da parte inferior do corpo, em formato de cone, como uma saia, há três frutos de cacau. A figura tem as mãos cruzadas na região do ventre e, de seus ombros, também pendem dois frutos de cacau, um à esquerda, outro à direita.
    Representação da deusa maia do cacau. Séculos seis-nove. Escultura de pedra, 24 cm de altura. Museu Popol Vuh, Guatemala.
    1. Dos alimentos citados no texto, quais são consumidos por nós, brasileiros (guardadas as diferenças nos modos de preparo)?
    2. De que fórma o cacau era consumido pelos povos da Mesoamérica? Qual era o valor desse produto para eles?

    Uma sociedade guerreira

    A sociedade asteca era dirigida por uma oligarquia militar, aristocrática e sacerdotal. No topo desse grupo dirigente estava o soberano, ou seja, o imperador asteca.

    As pessoas das comunidades aldeãs tinham funções de agricultoras-soldados. Elas pagavam tributos ao imperador e aos sacerdotes por meio da concessão (doação) de parte do que produziam na agricultura. Os tributos também eram pagos com a participação nas guerras ou com a prestação de serviços na construção de diques, pirâmides e outras obras.

    Os artesãos tinham grande prestígio na sociedade asteca. Eles trabalhavam nas residências, nos templos e também em oficinas instaladas nos palácios do imperador e dos altos funcionários do Estado. Confeccionavam roupas utilizando algodão tingido e produziam peças de ouro, prata, pedras semipreciosas e cerâmica. Também faziam mosaicos de plumas, muito apreciados como ornamentos.

    Os comerciantes foram adquirindo, ao longo do tempo, grande importância na sociedade asteca. Além da variedade de produtos, que aumentavam as riquezas do império, ao viajar para terras distantes os mercadores traziam notícias de povos ainda não conquistados. Dessa fórma, as novas conquistas territoriais eram iniciadas pelos negociantes, que propunham um acordo de submissão das cidades. Caso falhassem, os guerreiros deviam realizar a conquista militarmente.

    A importância da guerra

    A sociedade asteca dominou a Mesoamérica, na maioria das vezes, pelo uso da fôrça. A guerra era uma das atividades centrais dos astecas. Por meio dela, dominavam outras sociedades, obrigando-as a reconhecer sua autoridade política e militar e a pagar tributos. Os tributos eram pagos aos chefes astecas na fórma de produtos como ouro e cacau.

    A cultura guerreira era celebrada e difundida em vários momentos da vida asteca, até mesmo no nascimento, como mostra o texto a seguir.

    O próprio nascimento era considerado pelos astecas como um combate, cheio de sangue e sofrimento. Quando um menino vinha ao mundo, a parteira o agarrava com firmeza como se fosse um cativo e lançava gritos de guerra. Em seguida exortava [induzia] o bebê a guardar suas palavras: “Este é o teu lugar, pois tu és uma águia ou um jaguar, um predador solitário. Aqui é apenas teu ninho. A guerra é tua missão. Teu dever é dar de comer ao Sol e sustentá-lo”.

    bráun deiu ême direção Astecas: reinado de sangue e esplendor. Rio de Janeiro: Abril Livros; Time Life, 1999. (Coleção Civilizações perdidas). página 84.

    Pintura. Sobre um fundo de cor amarelada, há três pessoas vistas de lado com o corpo voltado para a esquerda. À esquerda, no alto da pintura, há uma representação do Sol, um círculo amarelo, com olhos nariz e boca e raios amarelos saindo da borda do círculo. Logo abaixo, à esquerda, um homem vestido com uma roupa que cobre todo seu corpo e cabeça, deixando apenas o rosto para fora. É uma roupa de cor marrom, com penas verdes formando asas embaixo dos braços e penas verdes formando uma cauda na parte de trás do corpo. A parte superior da roupa, sobre a cabeça do homem, tem o formato da cabeça de uma ave, com um grande bico amarelo aberto, que revela o rosto do homem que veste o traje. Nos pés, ele calça sandálias baixas e abertas na cor vermelha. Ele tem os dois braços erguidos para o alto, um segurando um escudo redondo com fundo vermelho e borda dourada, o outro segurando uma espécie de espada em formato de bastão. Atrás dele, à direita, há outro homem fantasiado com uma roupa similar, mas em formato de felino. A roupa tem o fundo amarelado e pintinhas pretas, na parte de trás do corpo, há uma cauda longa e fina e, cobrindo a cabeça do homem, o traje tem o formato da cabeça de um felino, com duas orelhas pequenas e pontudas e bigodes pretos para o lado, com a boca aberta revelando o rosto do homem que veste o traje. Ele também tem os dois braços erguidos para o alto, um segurando um escudo redondo visto parcialmente, o outro segurando uma espécie de espada em formato de bastão. Mais à direita, outro homem  visto apenas parcialmente, vestindo o mesmo traje de ave do homem à esquerda.
    Representação de guerreiros astecas do Códice Florentino. cêrca de 1540-1585. Tinta sobre papel, 310 por 212 centímetros. Biblioteca Meditia Laurenciana, Florença, Itália. O “guerreiro águia”, à esquerda, e o “guerreiro jaguar”, à direita, empunham espadas feitas de obsidiana.

    Documentos preciosos: os códices

    A palavra “códice” refere-se ao conjunto de desenhos e escritos feitos por escribas astecas e por outros habitantes da região onde hoje se situa o México, antes e depois da conquista espanhola. Neles, os antigos habitantes da América narram eventos importantes da sua história e descrevem a organização do Império Asteca e cenas da vida cotidiana.

    Antes da chegada dos espanhóis à América, em 1492, esses registros eram feitos exclusivamente com imagens. Após a conquista, os colonizadores acrescentaram, às imagens, textos em espanhol. Um dos códices mais conhecidos desse período é o Códice Mendoza, produzido entre 1541 e 1542. Nele, foram descritos a fundação de Tenochtitlán, as conquistas territoriais astecas e o sistema de cobrança de impostos no império, além de eventos relacionados à vida cotidiana. As análises do Códice Mendoza revelam que a educação das crianças era uma das principais preocupações da sociedade asteca. Outros registros escritos, como o Códice Florentino, elaborado também no período colonial, trazem informações importantes sobre o cotidiano, a cultura e a organização social dos astecas.

    A maioria dos códices preservados até os dias de hoje foi elaborada após a conquista espanhola, sob a supervisão dos colonizadores. Grande parte dos documentos produzidos pelos astecas antes da conquista da América foi destruída pelos espanhóis, como fórma de apagar a memória e os valores que eram transmitidos naquela sociedade. Os poucos registros preservados constituem preciosos documentos para o estudo da história, da cultura e do modo de vida da civilização asteca.

    Ilustração. Sobre um fundo de papel amarelado, de formato retangular e na posição vertical, a folha está dividida em quatro linhas horizontais. As duas linhas da parte superior têm seis figuras humanas; as duas linhas da parte inferior têm quatro figuras humanas. Nas duas linhas superiores, as figuras humanas seguram escudos e espadas. Elas formam pares, sendo uma maior e mais alta e outra menor e mais baixa. As figuras pequenas têm cabelos castanhos até o ombro, franja e vestem um traje curto com mangas curtas na cor branca e com a gola vermelha. As figuras maiores usam vestes variadas em diferentes cores, cobrindo todo o corpo. Elas seguram as figuras menores pelo cabelo e estão com o corpo voltado para a direita. Na segunda linha, uma das figuras maiores, à esquerda, usa um traje preto com bolinhas brancas e um chapéu em forma de cone; outra, no centro, usa um traje vermelho com um adorno redondo com grandes plumas vermelhas; outra, à direita, está vestida com uma roupa amarela que imita a forma de um felino, tendo um adorno de penas verdes sobre a cabeça. Na terceira e na quarta linhas há, em cada uma delas, quatro figuras humanas, vistas de lado com o corpo voltado para a direita. Elas vestem mantas coloridas em tons de vermelho, laranja  e branco, amarradas nos ombros e que cobrem apenas a frente e a parte posterior do corpo. Na ultima linha, as mantas das figuras tem estampas e os personagens usam adornos de plumas enfeitando a cabeça. Ao redor das figuras, nas quatro linhas, há textos manuscritos com tinta preta e pequenos ícones cujos significados estão escritos ao lado deles. Nessa reprodução o texto não está legível.
    Representação de sacerdotes, guerreiros e oficiais astecas do Códice Mendoza. cêrca de1541-1542. Tinta sobre papel. Biblioteca Bodleiana da Universidade de Oxford, Inglaterra.
    A educação de crianças no Império Asteca

    Com base nas representações do Códice Mendoza, é possível depreender que a educação asteca era essencialmente prática e bastante severa, marcada por castigos impostos por pais e tutores às crianças.

    Meninos e meninas recebiam educação diferenciada na sociedade asteca. Nos primeiros anos, a educação dos meninos limitava-se a bons conselhos e a pequenas tarefas domésticas. Até os 7 anos de idade, os meninos aprendiam a carregar água e madeira e acompanhavam o pai no mercado. Dos 7 aos 14 anos, eles aprendiam a pescar e a dirigir os barcos. Aos 15 anos, os jovens podiam entrar para dois centros de ensino: o calmêcac ou o telpoticálhi.

    O calmêcac era uma espécie de templo dirigido por sacerdotes. Ele admitia preferencialmente filhos de altos funcionários do Estado, mas também aceitava filhos de comerciantes e, em alguns casos, jovens das famílias pobres. A educação no calmêcac era extremamente rigorosa e visava formar sacerdotes e altos funcionários do Estado. Já o telpoticálhi, em geral, educava pessoas para atuar no comércio, em postos menos elevados do Estado ou nas atividades militares. Nesses centros, os estudantes eram tratados com menos rigor que na escola sacerdotal.

    A educação das meninas cabia às mães. Até os 6 anos de idade, elas observavam a mãe tecendo e aprendiam diversos serviços domésticos. Depois, começavam a realizar operações simples no tear. Entre os 7 e os 14 anos, elas fiavam o algodão, varriam a casa e moíam o milho. Por fim, aprendiam a manejar plenamente o tear, que exigia prática e habilidade.

    Ilustração. Sobre um fundo de papel amarelado, de formato retangular e na posição vertical, a folha está dividida em quatro linhas horizontais. Em todas as linhas há desenhos representando adultos e crianças, todos com vestes de cor branca, fazendo diferentes atividades, vistos de lado e com o corpo voltado para o lado direito. Na parte superior, na primeira linha, há uma pessoa segurando uma criança com a cabeça sobre uma fogueira. À direita, uma pessoa empurrando uma criança na direção de uma fogueira. Na segunda linha, à esquerda, há um adulto agachado de frente para uma criança deitada em uma espécie de esteira cinza com as mãos atadas. Na mesma linha, à direita, há uma pessoa adulta sentada sobre os calcanhares de frente para uma criança em pé, com as costas curvadas e carregando alguns ramos nas mãos. Na terceira linha um adulto está agachado, de frente para uma criança carregando nas costas um feixe de ramos de cor verde. No centro, uma criança está em pé em uma embarcação pequena de madeira sobre águas azuis, remando. dentro do barco, há ramos de cor verde. À direita, um adulto sentado sobre os calcanhares observa uma criança trabalhando com um rolo de formato cilíndrico sobre uma base retangular cinza, perto de vasos de cerâmica. Na quarta linha, uma pessoa adulta sentada com os joelhos dobrados está de frente para uma criança, em pé sobre uma embarcação pequena sobre águas azuis, segurando uma rede arredondada  em forma de cesto sobre a água, pescando. À direita, uma pessoa sentada sobre os calcanhares está de frente para uma criança que trabalha em um tear. Entre as cenas, há textos em preto ilegíveis.
    Ilustrações que orientam os pais a preparar os filhos para o trabalho e as atividades cotidianas, do Códice Mendoza. cêrca de1541-1542. Tinta sobre papel. Biblioteca Bodleiana da Universidade de Oxford, Inglaterra.

    A religião asteca

    Os astecas eram politeístas e construíram templos para os distintos deuses: Tlaloc, deus da chuva e do trovão; Ket zol kooah tol, deus do vento, da escrita, do calendário e das artes; Ticomecoát (ou a Serpente Emplumada), deusa do milho e da fertilidade; e muitos outros. Às vezes, construíam templos grandiosos, em fórma de pirâmides. Neles, os astecas realizavam cultos religiosos e sacrifícios humanos. Geralmente, as vítimas oferecidas como sacrifício eram prisioneiros de guerra ou escravos.

    Havia também o culto a uitizilôpótchili, deus que simbolizava o Sol, a guerra e os guerreiros e padroeiro da cidade de Tenochtitlán. A guerra era muito importante para a sociedade asteca, pois garantia a conquista de territórios, o pagamento de tributos ao Estado e prisioneiros que serviriam de oferenda aos deuses.

    O Sol e a Lua

    Assim como ocorria com os maias, para os astecas, o Sol e a Lua ocupavam postos de destaque entre os deuses. Ao contrário dos maias, porém, os astecas acreditavam que o Sol e a Lua eram irmãos que viviam em eterno conflito. Segundo as lendas astecas, a batalha entre esses astros era vencida diariamente pelo Sol, que esmagava com furor a Lua e as estrelas para nascer.

    Os calendários astecas

    Os astecas desenvolveram dois calendários, um solar e outro sagrado. No calendário solar, o ano era dividido em 18 meses com 20 dias, que totalizavam 360 dias, cada qual representado por um símbolo: crocodilo, vento, casa, lagarto, serpente, cérebro, veado, coelho, égua, cachorro, macaco, ervas, cana, jaguar, águia, abutre, movimento, faca de pedra, chuva e flores. Havia, ainda, cinco dias especiais, dedicados aos sacrifícios. Dessa fórma, completavam os 365 dias do ano solar.

    Já o calendário sagrado era composto de 260 dias, divididos em 20 períodos de 13 dias. Os astecas acreditavam que a cada 52 anos os dois calendários se alinhavam, formando um ciclo.

    Fotografia. Objeto feito de pedra, de formato circular, de cor marrom, com desenhos em alto relevo. No centro, uma figura similar a um Sol com rosto humano com olhos fundos escavados na pedra e a boca aberta. Ao redor dessa figura, há desenhos entalhados na pedra em formato circular. Os desenhos são simétricos e formam quatro círculos com frisos de diferentes motivos em torno desse Sol.
    Pedra do Sol. Século quinze. Basalto, 358 centímetros de diâmetro por 98 centímetros de espessura. A Pedra do Sol é um registro do calendário solar asteca e foi encontrada em escavações no século dezoito. Museu Nacional de Antropologia, Cidade do México.
    Ícone. Ilustração de uma lupa sobre uma folha de papel amarelada com a ponta superior direita dobrada, indicando a seção Documento.

    Documento

    Cultura material

    Grande parte da cultura material das antigas sociedades da América foi completamente destruída pelos colonizadores espanhóis. No México, a arquitetura da imponente capital asteca, Tenochtitlán, foi demolida ou soterrada para dar lugar a construções espanholas que impunham seus símbolos e a representação de seu poder na geografia das cidades.

    Além dos templos e monumentos, os espanhóis procuraram eliminar outros vestígios que fizessem referência aos deuses, aos governantes e à história dos astecas, como registros escritos, pinturas, esculturas, adornos, armas e objetos variados de valor religioso ou artístico. Muitos objetos feitos de ouro foram derretidos pelos espanhóis para serem levados em barras para a Espanha.

    Fotografia. Máscara em feições humanas feita coberta por um mosaico de pedras pequenas em tons de turquesa, com variações desde verde e a azul claro. Dois círculos vazados correspondem ao formato de dois olhos. A boca também é vazada, forma um sorriso leve e têm quatro pequenos dentes brancos.
    Provável representação do deus Tlaloc (da água, da chuva e do raio) ou do deus Ket zol kooah tol (a Serpente Emplumada). cêrca de 1500. Máscara com mosaico de turquesas, 20 centímetros de altura. Os astecas produziam muitos objetos e ornamentos incrustados de mosaicos feitos com pequenas pedras preciosas. Museu Britânico, Londres, Inglaterra.
    Fotografia. Escultura feita de pedra de cor cinza. Sobre uma base quadrada com desenhos geométricos e em forma de flores e ondas, esculpidos em alto relevo, há uma pessoa sentada com as pernas cruzadas, os joelhos flexionados, um tornozelo sobre o outro, com o braço esquerdo para frente e mão direita sobre o joelho direito. No rosto, os olhos da figura são fundos, escavados na pedra. Parte do nariz está quebrado e a figura usa brincos em formato de círculos grandes nas orelhas.
    Representação asteca do deus xoxipili, ou Senhor das Flores, relacionado à juventude, aos prazeres, à música, aos jogos e à fertilidade agrícola. Séculos catorze-dezesseis. Escultura de pedra, 70 centímetros de altura. Museu Nacional de Antropologia, Cidade do México.
    1. Podemos dizer que, apesar de terem sido elaboradas com diferentes técnicas e materiais, as esculturas do deus Tlaloc e do deus xoxipili têm finalidades semelhantes?
    2. O que mais chama sua atenção em cada uma dessas esculturas? Por que elas são importantes para o estudo da cultura material asteca?

    Atividades

    Faça as atividades no caderno.

    1. A imagem a seguir é uma representação do brasão de armas do México, país que está situado no território dos antigos astecas. Observe a figura e responda às questões em dupla.

    Ilustração. Uma águia de penas de cor marrom, vista  de lado com o corpo voltado para a esquerda, com bico e patas de cor amarela, garras finas de cor preta. Ela está segurando uma serpente verde com o bico e a pata inferior. A ave está empoleirada em um cacto verde com espinhos e flores cor de rosa. Mais abaixo, formando uma coroa semicircular há folhas de cor verde amarradas por pequenos laços dourados. No meio do semicírculo, uma pequena faixa de tecido dobrada, com listras verticais nas cores verde, branco e vermelho.
    Águia do México. Brasão de armas. O brasão de armas é um dos símbolos nacionais do México.
    1. Que semelhanças e diferenças é possível perceber entre a história da fundação de Tenochtitlán e o brasão de armas do México?
    2. O brasão de armas do México atual apresenta símbolos relacionados à cultura dos antigos astecas. Qual seria o motivo para isso, na opinião de vocês?

    2. Os dois textos a seguir tratam da organização social e política do Império Asteca. Leia-os e responda às questões.

    Texto 1

    Os astecas, os últimos a chegar ao México central, só entraram no séculoquinze. reticências Empreenderam a união, por meio de uma confederação, do mosaico de cidades e Estados pequenos e grandes que dividiam entre si o país. reticências A arte asteca é, pois, uma arte imperial, a de um Estado que se esforça para absorver e reestruturar o patrimônio de todo um vasto conjunto de povos diversos.

    sútéle jác. O sagrado e o profano. Correio da o. [sem local], ano 37, número7, página 4-8, julho 1984. página 8.

    Texto 2

    Esse florescente império, baseado no domínio sobre outros povos que até então haviam disputado a posse do vale, devia sua prosperidade ao tributo de 38 províncias. Entre elas a de Soconusco, que, segundo o Côdequis Mendoza, tributava quatrocentas cargas de cacau das 980 que o Estado consumia.

    Rivêro, Piedá Penítie. Quando as moedas cresciam nas árvores. Correio da unêsco. [sem local], ano 43, número 1, página 16-19,janeiro 1990. página 18.

    1. Segundo o texto 1, como estavam organizados os povos do México central antes da chegada dos astecas?
    2. Que tipo de govêrno, de acôrdo com os textos, os astecas estabeleceram no México central?
    3. A fórma como os autores apresentam a relação dos astecas com os povos do México central é semelhante ou divergente? Justifique.
    1. Quais eram as atividades econômicas dos astecas?
    2. Leia o texto a seguir e, com base em suas informações e nos conhecimentos adquiridos neste Capítulo, responda: Por que a guerra era um elemento fundamental para o Império Asteca?

    A guerra entre os astecas teve um papel fundamental para a expansão e manutenção do império erigido, em grande parte no território denominado hoje como México. Este império que reticências se estendeu, no tempo, até a chegada dos espanhóis em 1519, e territorialmente por todo o vale do México, [submeteu] diversos povos que habitavam este vale ao seu jugo.reticências

    BAHIA, Ítalo Costa. Guerras sagradas: o caráter religioso das guerras astecas. Ameríndia, Fortaleza, volume 3, número1, página 1-9, 2007, página 1-2.

    5. Os astecas construíram obras que foram fundamentais para o abastecimento urbano e a ampliação da produção agrícola. Quais condições geográficas da região onde estava localizada a capital asteca influenciaram o desenvolvimento das técnicas arquitetônicas e agrícolas desse povo?

    CAPÍTULO 7  OS INCAS

    Multiculturalismo.

    Quando os espanhóis chegaram à América do Sul, no início da década de 1530, os incas dominavam uma enorme porção do território. Seu império incluía dezenas de outros pequenos reinos, comandados por povos que, assim como eles, eram herdeiros de um modo de vida construído ao longo de pelo menos 5 mil anos de história.

    Os diversos povos que compunham o Império Inca apresentavam algumas características em comum, como as técnicas de construções monumentais, a prática da agricultura intensiva e irrigada, a criação de lhamas e alpacas, a hierarquização social no interior de um mesmo grupo étnico, a existência de um Estado centrado na figura de um soberano, cercado de uma burocracia militar e sacerdotal, e o culto aos ancestrais.

    As condições climáticas e geográficas da região da Cordilheira dos Andes exigiram desses povos um grande esfôrço para o desenvolvimento de técnicas voltadas para a produção agrícola, o abastecimento da população e a circulação de pessoas e mercadorias dentro do império, o que permitiu estruturar sua civilização.

    Fotografia. Vista de um local aberto, inclinado como o aclive de uma montanha. O local é visto do alto, a maior parte do solo está coberta por grama verde. À direita, em plano inclinado, há algumas construções retangulares feitas de pedra e em ruínas. Não há mais telhado nessas construções, apenas a estrutura de paredes de pedra com janelas retangulares. As construções são cercadas por muros baixos feitos com pedras empilhadas. No centro e à esquerda, há dezenas de degraus largos escavados no solo, acompanhando a inclinação natural do relevo. Cada patamar está coberto por grama verde e a base de cada degrau está recoberta por pedras. Em alguns dos andares formados pelos degraus há pessoas caminhando. Em um deles, no alto da fotografia, há uma lhama branca se alimentando de grama. Ao fundo, à esquerda, há outras construções; essas são cobertas por  telhados triangulares. Mais ao fundo, ainda à esquerda, vista parcial do paredão inclinado de uma montanha coberto por uma densa vegetação verde.
    Terraços construídos pelos incas no Vale Sagrado, no Peru. Eram provavelmente utilizados para a atividade agrícola. Fotografia de 2019.

    Tahuantinsuyu: o Império Inca

    Estudiosos e historiadores consideram que os incas tenham chegado às terras férteis da região de Cuzco, no sul do atual Peru, no final do século treze. Influenciados pela cultura de outros povos que viviam na região, os incas construíram um império, chamado de Tauantinsuiu (que significa “os quatro cantos do mundo”).

    Estimativas indicam que os incas dominavam uma população de 7 milhões de pessoas, pertencentes a mais de 100 grupos étnicos distintos. Esses povos, submetidos ao Império Inca, pagavam taxas na fórma de trabalho. De acôrdo com esse sistema, chamado de mita, os camponeses eram obrigados a prestar serviços ao Estado durante alguns dias do ano. Além disso, tinham sua vida rigidamente controlada pelos governantes. Muitas vezes, eram forçados pelos administradores do império a migrar para outras regiões. Essa determinação procurava garantir a defesa do território e equilibrar o abastecimento de toda a população, mesmo em época de colheitas escassas.

    Visando conter os eventuais levantes, o governante inca mantinha um exército treinado e organizado.

    As famílias recebiam do govêrno uma porção de terra para plantar e compartilhavam com os demais habitantes do aylluglossário o cultivo das terras do império.

    As terras incas eram unificadas por meio de uma rede de estradas talhadas nas encostas das montanhas, percorridas por caravanas de lhamas e pelos mensageiros do imperador.

    O Império inca (séculodezesseis)

    Mapa. O Império Inca. Século 16. Mapa representando parte da América do Sul, com foco na costa do Oceano Pacífico. Há territórios destacados em cores diferentes. Hachurado com linhas diagonais cor de laranja, 'Extensão do Império Inca'; em verde, 'Cordilheira dos Andes'. A Cordilheira dos Andes, destacada em verde, ocupa a costa sul americana do Oceano Pacífico de norte a sul, desde a região que hoje corresponde ao norte da Colômbia, no Mar das Antilhas, e parte da Venezuela, ao norte, até o território que hoje compreende o Chile, ao sul. Hachurada com linhas diagonais cor de laranja, 'A  extensão do Império Inca no século 16' ocupava boa parte da extensão da Cordilheira do Andes, desde um pouco ao norte da linha do Equador, no território que hoje corresponde ao Equador, até parte do Chile e da Argentina, na altura do Rio Colorado. O mapa destaca as cidades de Machu Picchu e Cuzco, localizadas no território que hoje corresponde ao Peru, a noroeste do Lago Titicara. No canto inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 460 quilômetros.

    Elaborado com base em dados obtidos em: dubí jórj. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 144; Quínder, Rérmãn; Ríguelmãn, Vérner. Atlas historique. Paris: Perrin, 1992. página 218.

    A sociedade incaica

    A base econômica dos incas era a agricultura. Nas áreas desérticas, eles empregavam as técnicas de irrigação utilizadas pelos primeiros povos daquela região. Nas encostas das montanhas, construíam terraços em curva de nível (em fórma de degraus), onde cultivavam milho, feijão, batata, algodão, tomate, quinoa, amendoim, pimenta, abacate e abacaxi, entre outros produtos.

    Os incas também domesticavam lhamas e alpacas, das quais obtinham carne, leite e lã, além de utilizá-las como meio de transporte na acidentada geografia da região da Cordilheira dos Andes.

    O artesanato era bastante desenvolvido, com destaque para a tecelagem, a metalurgia e a produção de objetos de cerâmica.

    A mais alta autoridade do império era o Sapa Inca, visto como representante sagrado do Sol. Ele era cercado de funcionários administrativos recrutados, na maioria das vezes, entre jovens das famílias nobres. Os integrantes das elites tinham a orelha perfurada para exibir uma grande argola, um dos símbolos de sua posição.

    Quando o Sapa Inca morria, suas mulheres e seus servos eram sacrificados e seus corpos eram depositados, junto ao dele, no Templo do Sol. O sucessor não era necessariamente um dos seus filhos, uma vez que a hereditariedade não era levada em consideração no processo de escolha do Sapa Inca, como mostra o texto a seguir.

    O fim de cada reinado abria um período de anarquia mais ou menos longo, mas sempre marcado por violências. Os filhos do imperador morto reticências entravam em luta. Seus irmãos e sobrinhos, reticências e todos os que detinham uma posição de autoridade que lhes permitisse reivindicar o poder reticências combatiam-se reticências. O mundo organizado retornava ao caos reticências até que um dos pretendentes conseguisse triunfar sobre os rivais reticências. O império renascia a cada novo imperador.

    favri ênri. A civilização inca. Rio de Janeiro: Jorge zarrár, 1987. página 53.

    Ilustração. Sobre um fundo de papel levemente amarelado, retangular e disposto em orientação vertical, a ilustração de dois homens interagindo  em primeiro plano. Um, no centro da ilustração, está em pé, estendendo a mão direita à frente em sinal de solidariedade ao outro, que está ajoelhado no chão. O homem de pé tem olhos escuros, cabelos pretos na altura das orelhas e uma franja preta curta. Ao redor da cabeça usa uma coroa fina e dourada com um adorno vermelho sobre a testa. Ele veste uma espécie de túnica curta até os joelhos, cor de laranja, com mangas curtas, decote em 'v' e listras finas na parte superior. Usa um brinco redondo amarelo e vermelho na orelha direita. Sobre os ombros, usa um manto azul claro e, nos pés, calça sandálias baixas e abertas de cor amarela. O homem em pé está com o braço direito estendido para a esquerda, a mão estendida com a palma para o alto. A mão esquerda, está à frente de seu peito, com a palma voltada para frente e os dedos polegar e indicador esticados, os demais dedos estão dobrados. À direita, no canto da ilustração, está o homem ajoelhado. Ele tem olhos escuros, cabelos pretos na altura das orelhas e uma franja preta curta. Usa uma espécie de concha branca como brinco. Veste uma túnica curta até os joelhos de cor amarela. Sobre os ombros usa um manto em vermelho. Ele está com os braços à frente do corpo, segurando um quipo vermelho, um fio vermelho disposto horizontalmente com vários fios vermelhos com bolinhas amarrados à ele, verticalmente. A cabeça e o olhar do homem ajoelhado estão voltados para o homem em pé, no centro da ilustração. Ao fundo, em segundo plano à esquerda, há um grupo de pessoas  em torno de pilhas de cor amarela; um deles segurando pacotes de cor amarela.
    Ilustração de quipo, em História e genealogia dos reis incas do Peru, de seus feitos, costumes e fórma de govêrno, conhecido como Códice Murúa. Século dezesseis. Ilustração, 30,8 por 22,2 centímetros. Autoria possível de Felipe Guaman Poma de Aiála.
    Ciência e Tecnologia.
    A cidade de mátchu pítchu

    mátchu pítchu foi uma das poucas cidades incas que sobreviveram à conquista espanhola, provavelmente por não ter sido descoberta pelos europeus na época colonial. A cidade foi construída no topo de uma montanha no vale do rio Urubamba, a cêrca de 2.400 metros de altitude.

    Abandonada por seus habitantes em época incerta, a cidade ficou coberta pela vegetação. mátchu pítchu conquistou fama ao ser encontrada pela expedição do arqueólogo estadunidense rairan bingan, em 1911. Por muito tempo, estudiosos acreditaram que a cidade fosse um local de culto às Virgens do Sol, pois os restos mortais encontrados lá eram de mulheres e crianças. Porém, recentes análises revelaram a existência de restos mortais de homens também.

    A cidade de mátchu pítchu era organizada, de modo geral, em duas áreas: uma área urbana, que contava com residências, praças, templos, mausoléus reais e edificações do govêrno; e uma área agrícola, que contava principalmente com os grandes terraços e com as edificações para armazenagem de alimentos.

    A disposição dos prédios na cidade e o grande número de terraços destinados à agricultura destacam o grande planejamento da sociedade inca e sua capacidade de desenvolver técnicas de construção. Os templos, as casas e as demais edificações eram distribuídos de maneira organizada, em espaços que aproveitavam ao máximo a luz do Sol e contavam com ruas amplas e grandes escadarias.

    Fotografia. Vista elevada de um local aberto, montanhoso, coberto por vegetação verde escura. Em primeiro plano, muitas ruínas de construções com muros antigos, de cor cinza, dispostos em degraus que acompanham o relevo montanhoso e inclinado. Em segundo plano, há mais ruínas e dois morros com picos elevados, afinados no topo, cobertos por vegetação verde. Ao fundo, outras montanhas ainda mais altas, cobertas por vegetação verde escura. No alto, o céu em azul e nuvens brancas na altura das montanhas.
    Ruínas da cidade de mátchu pítchu, no Peru. Fotografia de 2020.
    Ícone. Sugestão de vídeo.

    mátchu pítchu decodificada. Náchional Geográfique. Estados Unidos, 2010. Duração: 52 minutos. Documentário sobre mátchu pítchu que investiga especialmente as técnicas de construção da cidade.

    Mumificação dos mortos

    Os incas mumificavam o corpo de seus mortos, especialmente os imperadores e membros da elite. Estudos indicam que essa prática era adotada porque, nas crenças religiosas incas, a morte era o início de uma espécie de viagem para um mundo paralelo, que somente seria concluída com a desintegração total do corpo. Durante essa viagem, era necessário, então, proteger o corpo do frio e do calor.

    Os incas utilizavam dois métodos de mumificação: o artificial e o natural. O primeiro, semelhante em alguns pontos ao dos antigos egípcios, era feito com a retirada das vísceras do cadáver ou por meio da defumação do corpo, que era preenchido com plantas e ervas e tratado com óleos e resinas. O método natural consistia em deixar o corpo em um ambiente frio e seco, como o das montanhas dos Andes, local onde foram encontradas diversas múmias pré-incaicas. Pesquisadores consideram que muitas múmias naturais podem ter se formado acidentalmente. Isso quer dizer que pessoas que adoeceram ou se feriram na região dos Andes, por exemplo, tiveram seus corpos preservados no ambiente frio e seco do local.

    As múmias incas eram expostas em templos e participavam, de algum modo, das festividades, das procissões e dos rituais. Além disso, era comum que elas recebessem oferendas, como alimentos, bebidas, objetos e roupas.

    Fotografia. Dentro de uma vitrine transparente, uma caveira com cabelos lisos e longos de cor preta apoiada sobre um pano de cor marrom. Em segundo plano, imagens de construções antigas em forma de cone feitas de pedras.
    Múmia inca, conhecida como Sáfi, exposta em museu no sítio arqueológico Tiarruanaco, em La Paz, na Bolívia. Fotografia de 2021.
    Ícone. Sugestão de livro.

    LINS E SILVA, Flávia. Diário de Pilar em mátchu pítchu. Rio de Janeiro: Pequena zarrár, 2014. Misturando ficção e pesquisas históricas, esse livro narra as aventuras de Pilar e Breno no Império Inca. Os amigos conhecem as tradições e as lendas dos incas e, ao mesmo tempo, vivem aventuras para descobrir o paradeiro do gato Samba.

    Ícone. Sugestão de site.

    : Império Inca. [Locução de: Vítor Soares]. História em meia hora, 27 novembro 2021. Podcast. Disponível em: https://oeds.link/u6xFGb. Acesso em: 13 abril 2022. O episódio do programa História em meia hora traz informações relevantes sobre o Império Inca e sua organização antes da chegada dos europeus à América.

    Juanita, a donzela do gelo

    Em busca de um bom lugar para apreciar a erupção do vulcão Sabancáia, no Peru, o antropólogo estadunidense Iorran Rainrrard e o guia peruano Miguel Sárate escalaram o monte Ampato, em 1995. Naquela ocasião, fizeram uma grande descoberta arqueológica: a múmia natural e preservada de uma jovem inca, denominada posteriormente Ruanita.

    Tanto a múmia como outros vestígios incas (vestimentas, estatuetas de lhama e restos de alimentos, como folhas de coca e grãos de milho) estavam cem metros abaixo do topo da montanha. Foram preservados pelo gelo e acabaram sendo expostos pelo derretimento da neve. O corpo da jovem inca mumificada estava protegido por um manto de lã de alpaca.

    A múmia foi chamada de Ruanita em homenagem ao pesquisador iôrram, que fotografou o momento em que Zárate a retirava do gelo. O corpo da jovem inca apresenta características de uma menina de cêrca de 13 anos, 1,47 métros de altura, saudável e bem nutrida. Segundo o arqueólogo estadunidense Uílham Cônclin, especialista em tecidos andinos, Ruanita foi vestida como uma adulta da elite.

    A condição do corpo da jovem, dos objetos e da localização do sítio levou os pesquisadores a crer que a morte de Ruanita foi parte de um ritual com oferendas a divindades incas ocorrido no fim do século quinze.

    Fotografia. Vista de local aberto em um terreno inclinado e rochoso, de cor cinza, coberto de lascas de gelo. No centro da imagem, de orientação vertical, há um homem sobre a rocha, segurando uma múmia. O homem usa um gorro vermelho, tem óculos escuros esportivos sobre a testa, usa uma jaqueta grossa para frio com mangas amarelas e a parte inferior azul clara, calça clara, polainas vermelhas e bota de escalada cinza. Aos pés dele, há duas ferramentas de metal: uma piqueta e uma espécie de cinzel pontudo. Com o corpo e a cabeça voltados para a direita, o homem segura nas mãos uma múmia. O corpo da múmia está enrolado em um pano bege e marrom, como bebê. O tecido está amarrado na altura do pescoço da múmia. A cabeça dela está exposta: um crânio branco com cabelos longos e castanhos.
    Momento da descoberta da múmia Ruanita, no monte Ampato, em 1995.
    Fotografia. Em primeiro plano, uma múmia dentro de uma redoma de vidro. A múmia está sobre um tecido branco. Ela tem o corpo levemente curvado, as pernas dobradas cobertas por um tecido espesso marrom e avermelhado, o torso, encostado na redoma, e os braços, cruzados sobre o corpo, estão cobertos por uma espécie de espuma branca. Recostada na redoma, a cabeça, na cor cinza, tem o nariz corroído, a boca aberta com os dentes à mostra, os olhos fechados e cabelos castanhos longos até o pescoço. Ao fundo, fora da redoma,  dois homens  vistos parcialmente conversando e observando a múmia. Ambos tem usam óculos e tem cabelos curtos; um deles tem cabelos grisalhos e veste terno e gravata.
    Múmia Ruanita em exposição no Museu de La Nación, em Lima, no Peru, em 1999.
    Ciência e Tecnologia.

    Técnica e ciência na sociedade inca

    As técnicas utilizadas pelos incas em suas obras arquitetônicas expressam conhecimentos bastante sofisticados. Uma delas é a técnica de encaixe de blocos de pedras, perfeitamente justapostos, sem o uso de argamassa. A extrema resistência da estrutura das construções incas permitiu que muitas delas sobrevivessem ao tempo, e é possível encontrá-las, ainda hoje, na região andina do Peru.

    Os incas empregaram diversas técnicas na criação dos terraços para plantio, na construção de pontes, canais de irrigação e sistemas hidráulicos de canalização de água e esgoto. As dificuldades impostas pelos terrenos íngremes da Cordilheira dos Andes, as baixas temperaturas e a escassez de terras férteis estimularam a busca de alternativas para aumentar as áreas cultiváveis e a produção agrícola.

    Além disso, os incas criaram uma rede de estradas. Isso permitiu a integração, a comunicação, a circulação de produtos e a cobrança de tributos nas diversas regiões do vasto império. As estradas, construídas pelos camponeses sob o regime da mita, eram pavimentadas com pedras e, somadas, tinham uma extensão de mais de 23 mil quilômetros, unificando todas as partes do império. Por toda a rede de estradas havia postos instalados para a transmissão de mensagens. Os mensageiros, chamados Tiásquis, levavam as informações de uma localidade para outra.

    Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

    Transcrição do áudio

    [LOCUTOR 1]: Chasquis: os mensageiros do Império Inca

    [LOCUTOR]: No podcast a seguir, Cristiana Bertazoni, especialista em História pré-colombiana, apresenta os chasquis, indivíduos que tinham a função de transmitir informações dentro do Império Inca. Para isso, eles percorriam as estradas e se deslocavam por grandes distâncias. Entendidos como um verdadeiro sistema de correios, os chasquis foram muito importantes para a organização política e social dos incas.

    [CRISTIANA BERTAZONI]: O Império Inca, também conhecido como Tawantinsuyu, que na língua quíchua significa as quatro partes juntas, representa uma das maiores civilizações das Américas. Com aproximadamente 4 mil quilômetros quadrados de extensão e com cerca de 10 milhões de habitantes, os incas necessitavam de uma complexa burocracia e de um controle rígido para governar um império com essas dimensões.

    Finalmente, pode-se dizer que os chasquis, juntamente com as estradas e com os quipos, eram elementos fundamentais não somente para o bom funcionamento cotidiano do Império Inca, mas também para situações bélicas, quando os incas dependiam desses mensageiros para a manutenção de sua hegemonia na região andina central.

    Quipo era um instrumento de escrita inca que registrava dados administrativos importantes ao império, como, por exemplo, censos populacionais, disponibilidade de alimentos e também a situação da economia para as autoridades centrais e locais. Adicionalmente, os quipos também podiam registrar histórias, músicas e biografias de imperadores incas.

    Chasquis eram mensageiros que levavam informações e notícias pelos quatro cantos do Império Inca, e chegavam a cobrir distâncias de até 250 quilômetros por dia, graças a excelentes redes de estradas incas. Além de informações, os chasquis também levavam frutos-do-mar frescos da costa peruana até a capital em Cusco, para que os imperadores pudessem desfrutar dessas iguarias.

    Entretanto, é importante salientar que um único chasqui não teria condições de percorrer tamanhas distâncias sozinho. Esses mensageiros contavam com um sistema de chasqui wasi, que eram casas construídas ao longo das estradas incas em intervalos que variavam de seis a nove quilômetros de distância entre elas. Ao chegar em uma dessas casas o mensageiro repassava o seu quipo para o chasqui seguinte e assim por diante até a próxima chasqui wasi.

    Com um império tão vasto e numeroso, fazia-se necessário um sistema eficiente de comunicação e de circulação de informações que suprisse as demandas de um império sempre em expansão.

    Uma das soluções mais interessantes encontradas pelos incas para lidar com esse desafio é representada pelos chasquis.

    Um dos exemplos desse controle pode ser observado no sistema redistributivo inca que consistia em um tipo de trabalho compulsório chamado de mita em que trabalhadores prestavam serviços ao império por meio de trabalhos temporários realizados em diferentes localidades. A mita incluía, por exemplo, obras de engenharia civil, como as famosas estradas incas, que percorriam longas distâncias por todo o Tawantinsuyu. Esse excelente sistema de estradas incas, conhecido como Qhapaq Ñan, na língua quíchua, impressiona até os dias de hoje por sua extensão, inclusive em locais de difícil acesso e distantes de Cusco, a capital do Império Inca.

    Fotografia. Vista de baixo para cima, de um local aberto e em elevação. Em primeiro plano, um corredor circundando uma escadaria de pedras de tamanho médio e cor bege. À direita, há um portal que dá acesso a outro lance de escada. É uma passagem retangular, vertical, também feita de pedra, por onde passa uma pessoa de blusa rosa e mochila vista de costas. O vão da porta revela mais degraus da escada de pedras de cor bege. Por esses degraus, um grupo de pessoas, homens e mulheres com roupas esportivas, desce. No alto, à esquerda, há a continuação da construção em pedra, uma escada alta em zigue-zague cercada por um murro e feita de pedras. Há dezenas de pessoas subindo as escadas no alto. Na parte mais alta, ao final da escadaria, o topo de uma montanha de topo afinado, recoberta de vegetação verde escura com nuvens ralas e brancas.  No topo da imagem, o céu azul e nuvens brancas espessas.
    Turistas visitam uma grande fortaleza inca, no sítio arqueológico em Cuzco, no Peru. Fotografia de 2019.
    A metalurgia

    Os incas foram habilidosos no domínio das técnicas de metalurgia e, por isso, eram considerados os “mestres dos metais”. Seus saberes provavelmente foram difundidos entre outros povos da América.

    A metalurgia desenvolvida pelos incas baseava-se principalmente na utilização de ouro, cobre e prata. As ligas metálicas também eram bastante utilizadas, o que exigia grande conhecimento das características físicas e químicas dos metais. Embora não conhecessem o ferro, aprimoraram a mistura de ouro, cobre e prata ao estanho para produzir bronze. Os incas também conheciam a platina, um metal semelhante à prata.

    A metalurgia inca tinha função principalmente decorativa e religiosa. As oficinas produziam grandes placas feitas de ouro e prata e incrustadas de pedras preciosas para decorar a parede de templos e palácios. Braceletes, brincos, peitorais e colares eram usados pelos soberanos e pelos nobres como sinal de distinção. Os artesãos produziam, ainda, objetos rituais, como as famosas facas-machados incas.

    Fotografia. Uma estatueta de cor prata representando uma pessoa, usando uma roupa longa até os joelhos com mangas compridas, segurando nas mãos uma flauta composta por tubos de diferentes tamanhos, um ao lado do outro. Sobre a cabeça, a figura tem um adorno, uma espécie de chapéu alto com plumas diagonais no alto e, na barra, uma figura com o formato de um Sol com dois olhos e uma boca aberta. De cada lado do Sol, há uma grande flor.  A cabeça da figura é proporcionalmente grande em relação ao corpo, que tem o formato de um cilindro baixo e pernas curtas. A figura está descalça.
    Representação de tocador de flauta inca. Séculos treze-dezesseis. Prata.
    Fotografia. Estatueta de metal de cor dourada representando uma mulher. Ela tem a cabeça grande, o rosto comprido, olhos e nariz grandes, sobrancelhas e lábios grossos. Está nua, em pé, com as mãos sobre o peito e descalça.
    Figura feminina inca. Século quinze. Ouro.
    A astronomia

    Os incas tinham profundo conhecimento sobre astronomia. Pelo que se sabe, o ano inca correspondia ao ano solar de 365 dias. Dividia-se em 12 meses lunares, cada um marcando uma série de atividades religiosas realizadas na capital, a cidade de Cuzco, e atividades econômicas nas províncias.

    Como o ano solar contava 10,9 dias a mais que o ciclo de 12 meses lunares, os astrônomos incas periodicamente tinham de fazer ajustes no calendário para evitar que essa diferença aumentasse e comprometesse as atividades agrícolas e as cerimônias rituais.

    O relógio de sol construído na cidade de mátchu pítchu indicava não só os dias do ano, mas também o início e o fim de cada estação – marcos do calendário agrícola e do calendário religioso inca. Para aquela sociedade, astronomia, religião e agricultura estavam profundamente entrelaçadas.

    Ícone. Sugestão de livro.

    JONAS, Anne. Contos e lendas de cidades e mundos desaparecidos. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. Esse livro traz uma coletânea de contos, lendas e mitos relacionados a localidades antigas; entre eles, um conto inca que fala sobre o surgimento do lago Titicaca.

    Os quipos

    Os incas não desenvolveram um sistema de escrita como os maias e os astecas. Para anotar informações importantes no seu dia a dia, criaram um sistema de registro das informações conhecido como quipo.

    Os quipos consistiam em cordões coloridos de variados tamanhos, nos quais se faziam vários nós, indicando quantidades numéricas. A cor, o tamanho dos cordões e a quantidade de nós registravam diferentes valores. Dessa maneira, era possível organizar a produção de alimentos, registrar o número de habitantes do império, o valor dos tributos, a quantidade de pessoas que deviam pagar tributos em cada comunidade ou o volume de produtos que seriam entregues ao Estado. Esse sistema auxiliou, principalmente, o contrôle tributário e administrativo do império.

    Fotografia. Sobre um fundo de tecido branco, um quipo. Ele é composto de uma tira de tecido marrom com uma listra bege disposta na horizontal, no alto da imagem.  Dessa tira horizontal, saem dezenas de fios, dispostos na vertical, nas cores bege e preto. Cada fio tem uma série de nós ao longo de sua extensão.
    Quipo inca (1430-1532). Museu das Américas, Auch, França.

    Povos indígenas no Peru atual

    Não é possível estabelecer uma linha de continuidade étnica e política entre os antigos incas e os povos indígenas andinos atuais. Porém, na região andina, algumas marcas de práticas culturais pré-colombianas sobreviveram por meio dos indígenas quéchuas e aimarás, principalmente no Peru e na Bolívia.

    O quéchua, antigo idioma dos incas, por exemplo, é uma das línguas oficiais no Peru, com quase 12 milhões de falantes. Além disso, alguns rituais ainda são realizados por comunidades camponesas peruanas, como as oferendas anuais à Pachamama, mãe Terra. Em determinado período do ano, por exemplo, uma alpaca é sacrificada com a finalidade de garantir a fertilidade da terra e boas colheitas.

    Fotografia. Vista de um local aberto com vegetação rasteira verde e um morro ao fundo. No centro da imagem, formando uma linha diagonal, dezenas de pessoas em fila indiana. À frente, em primeiro plano, o primeiro da fila: um homem indígena com um chapéu de abas preto sobre a cabeça e, sob o chapéu, uma touca vermelha com listras horizontais e estampadas cobrindo as laterais de sua cabeça e suas orelhas. Em frente à boca e o queixo, ele usa uma máscara cirúrgica azul clara. Veste uma camisa branca de mangas longas sob um colete preto e calça comprida preta. Cruzando seu corpo transversalmente, há um tecido de lã cinza atado por um nó pouco abaixo da altura do peito. O homem também carrega uma pequena bolsa transversal atravessando seu torso. É uma bolsa feita de lã vermelha com listras verticais azuis e cor de rosa e seis pompons vermelhos. Sobre o peito, o homem usa um crachá de fundo azul envolvido em uma proteção plástica. Na mão direita, ele segura uma haste de madeira, na qual está amarrada um tecido de cor branca, como uma bandeira. Na outra mão, o homem segura um tecido verde  limão e branco com um laço vermelho. Atrás dele, há outro homem com o mesmo tipo de vestimenta. Atrás dele, há três mulheres com os cabelos cobertos por lenços pretos usando vestidos longos com mangas longas e brancas e saia armada e rodada, na cor vermelha. Algumas mulheres usam lenços vermelhos sobre os ombros amarrados na altura do pescoço. A parte superior dos vestidos tem bordados de flores coloridas. Na cintura, elas usam uma faixa de tecido com listras horizontais coloridas (azul, roxo, verde e outras cores). Assim como os homens, elas também seguram tecidos nas cores verde limão e branco. Ao fundo, os morros cobertos por vegetação verde rasteira e por muretas baixas, feitas de pedra. Em zigue-zague, elas parecem formar um labirinto. A fila de pessoas continua ao longo dos corredores formados por essas muretas. No alto, o céu em azul e à esquerda, nuvens brancas.
    Descendentes de incas, durante a pandemia da covid-19, na comemoração do Dia da Pachamama, a mãe Terra, em Pumo, no Peru. Fotografia de 2021.

    Atividades

    Faça as atividades no caderno.

    1. Observe a imagem a seguir e responda às questões propostas.

    Fotografia. Sobre um fundo preto, uma máscara feita de ouro com formato retangular. As feições estão em relevo sobre a peça: os olhos abertos, grandes  e amendoados com as extremidades voltadas para o alto e pupilas redondas; um nariz projetado para a frente;  e lábios finos, retos, como dois traços na horizontal; Abaixo no nariz, um quadrado em relevo marca o queixo da figura. Nas laterais, também em relevo, como brincos nas orelhas, dois círculos grandes formados por bolinhas.
    Máscara de múmia, produzida pelos incas. Séculos treze-quinze. Ouro, 24 por 32 centímetros.
    1. Identifique os conhecimentos desenvolvidos pelos incas para que fosse possível produzir artefatos desse tipo.
    2. Explique qual era a principal função da metalurgia inca.
    1. Nesta Unidade, você pôde observar várias fotografias de locais considerados patrimônios históricos e que são visitados por turistas. A preservação de locais que guardam a memória ou as manifestações culturais de um grupo, de uma cidade ou de um país, como centros históricos, museus, teatros, galerias de arte e outros, abertos à visitação, pode envolver tanto nós, cidadãos, como o poder público. Reúna-se com um colega e façam duas listas: uma com as atitudes que vocês, como cidadãos, podem tomar para preservar locais de visitação (sejam eles reconhecidos como patrimônio histórico ou não); outra com as atitudes que o poder público pode tomar para preservar esses locais.
    2. É possível afirmar que as condições naturais, climáticas e geográficas influenciaram o desenvolvimento de técnicas pela sociedade inca? Dê exemplos.
    3. O texto a seguir, escrito em 1590 pelo jesuíta espanhol José de Acosta, descreve alguns aspectos da população do Peru.

    Os índios do Peru, antes da vinda dos espanhóis, nenhum gênero de escrita tiveram reticências; nem por isso conservaram menos a memória das suas antiguidades, nem tiveram menos sua conta para todos os negócios de paz e guerra e govêrno, porque na tradição de uns e outros foram muito diligentes, e como coisa sagrada recebiam e guardavam os moços o que seus maiores lhes referiam, e com o mesmo cuidado as ensinavam a seus sucessores. fóra desta diligência, supriam a falta de escrita e letras, parte com pinturas reticências parte, e sobretudo, com quipos.

    ACOSTA, José de. História natural e moral das Índias apud FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de história. Lisboa: Plátano, 1976. página 123.

    1. Como os incas preservavam suas tradições e sua história, uma vez que eles não conheciam a escrita?
    2. Que outros recursos os incas utilizavam para substituir a escrita?
    3. Os depoimentos orais são também utilizados pelas sociedades que têm escrita? Justifique.
    Ícone. Ilustração do globo terrestre circundado por uma linha amarela, simulando a trajetória da Lua em torno do planeta, indicando a seção Ser no mundo.

    Ser no mundo

    Multiculturalismo.

    Patrimônio, identidade e preservação no México

    Nesta Unidade, você conheceu um pouco da história da cidade asteca de Tenochtitlán. Mas você sabia que outra antiga cidade localizada no atual México é um importante sítio do patrimônio histórico da humanidade? Trata-se da cidade de Teotiuacán. O núcleo original dessa cidade foi construído por uma civilização anterior aos astecas e aos maias. Eram os chamados teotiuacánes, que fundaram a cidade por volta de 100 antes de Cristo O complexo que abriga os antigos edifícios de Teotiuacán é considerado patrimônio histórico da humanidade desde 1987.

    Estudos estimam que Teotiuacán abrigou 125 mil moradores no auge de seu desenvolvimento. Por meio de escavações arqueológicas, pesquisadores têm encontrado pirâmides, palácios e quarteirões residenciais.

    Até 2022, o México contava com 35 locais reconhecidos como patrimônio histórico da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (unêsco). Isso faz do México o sétimo país do mundo com a maior quantidade de bens considerados patrimônio histórico da humanidade.

    É de extrema importância que os diferentes povos do mundo tenham seus bens culturais identificados e reconhecidos. De modo geral, a identificação dos bens do patrimônio histórico na América Latina é algo recente: ela se iniciou na década de 1980, quando alguns bens culturais foram reconhecidos como patrimônios da humanidade.

    Fotografia. Vista de um local aberto com um caminho de pedriscos, no centro, e, ao fundo, no final dele, uma pirâmide grande de cor cinza e de topo plano. Há pessoas caminhando nos dois sentidos e, outras, na base da pirâmide, ao fundo. Nas laterais do caminho, à esquerda e à direita, construções mais baixas, de pedra, de cor cinza. No centro, a pirâmide de cor cinza, com quatro pavimentos cortada no centro por uma grande escadaria vertical. Ao fundo, um morro coberto de vegetação.
    Turistas visitam a cidade de Teotiuacán, no México. Fotografia de 2019.

    Estudiosos brasileiros, ao considerar a importância dos centros históricos nas cidades da América Latina e ao relacioná-los com os bens do patrimônio histórico, afirmaram:

    reticências a reabilitação dos centros históricos [na América Latina], além de potencializar a identidade coletiva dos povos e promover a preservação de seus bens culturais – materiais e imateriais –, pode contribuir para o desenvolvimento econômico e social e, ainda, otimizar os custos financeiros e ambientais do desenvolvimento urbano, através do aproveitamento da infraestrutura de áreas centrais e do incremento da indústria turística.

    FUNARI, Pedro Paulo; PELEGRINI, Sandra C. A. Patrimônio histórico e cultural. Rio de Janeiro: zarrár, 2006. página 29.

    Há também casos positivos de recuperação de centros históricos na América Latina, como o de Quito, no Equador:

    O programa de reabilitação do centro histórico de Quito visou a revitalizar as atividades comerciais e os serviços tradicionais, garantindo o acesso da população ao patrimônio edificado. [O programa] contemplou a reabilitação dos edifícios públicos, civis e religiosos, o melhoramento das instalações urbanas e da sinalização das ruas, a construção de cinco estacionamentos para veículos, o incremento de ecovias e do transporte coletivo, e limitou a contaminação ambiental reticências.

    FUNARI, Pedro Paulo; PELEGRINI, Sandra C. A. Patrimônio histórico e cultural. Rio de Janeiro: zarrár, 2006. página 29.

    1. No texto, os autores afirmam que a reabilitação de centros históricos das cidades (a recuperação, para preservação das partes mais antigas de uma cidade) promove a preservação de seus bens culturais, ou seja, de seu patrimônio. Além disso, essa reabilitação fortalece a “identidade coletiva dos povos”. Por quê?
    2. Observe na fotografia a seguir a placa que fica em frente ao Palácio de Quetsalpapálót, em Teotiuacán. Placas como essa são necessárias em um local como esse? Por quê?
    Fotografia. Vista de um local aberto, com ruínas de construções antigas feitas de pedra. Em primeiro plano, uma placa verde clara suspensa por uma haste vertical preta, com texto em caracteres de cor preta originalmente em castelhano. Na parte superior da placa, em letras maiores: 'Palácio Quetzalpapálotl'. Em letras menores, logo abaixo, está escrito: 'Estimado visitante, por favor atender às seguintes recomendações para sua visita'. Logo abaixo, ao lado de ícones, os seguintes textos em tópicos: Ao lado de um círculo com dois ponteiros representando um relógio, o texto: 'Sua visita deve ter um tempo máximo de 10 minutos'. Ao lado de um ícone representando um copo com canudo e um hambúrguer, ambos dentro de um círculo com uma tarja diagonal indicando proibição, o texto: 'Não entrar com alimentos, bebidas ou chicletes'. Ao lado de um ícone com uma câmera de fotografia com o flash ativado desenhada dentro de um círculo com uma tarja diagonal indicando proibição, o texto, 'não tocar os murais nem tirar fotografias com flash'. Ao lado de um ícone  representando três silhuetas humanas dentro de um círculo e, logo abaixo do grupo, o número 20', o texto: 'Entrar no máximo 20 pessoas por vez'. E, logo abaixo, numa tarja preta, está escrito com caracteres brancos, em castelhano e inglês: 'Entrada'. Ao fundo, à direita,um corredor protegido por uma mureta feita de pedras de cor cinza e marrom. Mais ao fundo, o topo plano de uma pirâmide e uma mulher de camiseta azul e mochila vermelha em pé, observando. No alto, o céu em azul claro sem nuvens.
    Placa que fica em frente ao Palácio de Quetsalpapálót, um dos edifícios da cidade de Teotiuacán. De maneira geral, pode-se ler (nos recados maiores): “Sua visita deve ter um tempo máximo de 10 minutos”; “Não entrar com alimentos, bebidas ou chicletes”; “Não colocar as mãos nos murais e não tirar fotografia com flash”; “Entrar no máximo 20 pessoas (por vez)”. Fotografia de 2014.

    Glossário

    Ayllu
    Agrupamento de clãs que formavam uma unidade social na organização do Império Inca.
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