UNIDADE 2  Quando a síntese é o melhor caminho

Faça as atividades no caderno.

Fotografia. Imagem em preto e branco. Formato paisagem. A foto mostra quatro pessoas, dois adultos e duas crianças, caminhando em um terreno árido. À esquerda da foto, uma mulher usa blusa e saia. Ela está de costas, segurando uma caixa sobre a cabeça e uma trouxa no braço direito. À direita, um homem de chapéu, blusa e calça listrada. Ele está de costas, com uma trouxa nas costas e segurando uma espingarda. À frente deles, duas crianças vestidas com camisa e shorts. Elas estão descalças e segurando trouxas.
Cena do filme Vidas secas, do cineasta Nelson Pereira dos Santos, 1963.
  1. Observe a imagem e responda:
    1. Descreva o que você vê na imagem.
    2. Quem essas personagens representam? O que sabemos sobre elas?
    3. Qual situação social é retratada nessa imagem?
    4. Como você resumiria o assunto apresentado na imagem?
Versão adaptada acessível
  1. Que elementos descritos da imagem chamaram mais a sua atenção?
  2. Quem essas personagens representam? O que sabemos sobre elas?
  3. Qual situação social é retratada nessa imagem?
  4. Como você resumiria o assunto apresentado na imagem?
  1. O que você sabe sobre a seca e os problemas que ela acarreta para a população e o meio ambiente?
  2. A região onde você vive enfrenta problemas com secas ou enchentes?

Saiba +

Terra, planeta água

Você já deve ter ouvido a expressão “Terra, planeta água”. No entanto, apesar de a superfície terrestre ser constituída na maior parte por água (a proporção é de aproximadamente 70% de água e 30% de terras emersas), há outros fatores a considerar: o volume de água salgada e de gelo e neve (que são impróprios para o consumo), a profundidade do planeta em termos de diâmetro (que é maior do que sua superfície), o grande contingente de pessoas que precisam dela, a distância entre a concentração de água e a localização das populações ê tê cê ponto Ou seja, temos muita água, mas é preciso cuidar dela e economizar no consumo.

Respostas e comentários

1. a) É possível que os estudantes consigam perceber que a imagem mostra uma família indo embora de um lugar atingido pela seca.

1. c) É retratada a pobreza.

1.d. Resposta pessoal.

2. Resposta pessoal.

3. Resposta pessoal.

Competências gerais da Bê êne cê cê: 1, 4, 9 e 10.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3 e 4.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental: 2, 3 e 8.

Objetos de conhecimento

Leitura: estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto; reconstrução das condições de produção e recepção dos textos e adequação do texto à construção composicional e ao estilo de gênero; relação entre textos; apreciação e réplica; estratégias e procedimentos de leitura; relação do verbal com outras semioses; procedimentos e gêneros de apoio à compreensão; curadoria de informação; reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos; caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital.

Oralidade: estratégias de produção: planejamento e produção de apresentações orais; procedimentos de apoio à compreensão; tomada de nota.

Produção de textos: consideração das condições de produção de textos de divulgação científica; estratégias de escrita; estratégias de escrita: textualização, revisão e edição; estratégias de produção; estratégias de produção: planejamento de textos informativos.

Análise linguística/semiótica: estilo; usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais; construção composicional e estilo (gêneros de divulgação científica); marcas linguísticas; intertextualidade; textualização; progressão temática; morfossintaxe; semântica; coesão.

Sobre esta Unidade

Esta Unidade volta-se para os gêneros gráfico e infográfico, do campo jornalístico-midiático, e resumo, do campo das práticas de estudo e pesquisa. Tudo converge para a produção de um resumo que apoiará uma exposição oral. Para contribuir com esse estudo, exploram-se as noções de tópico discursivo e organização tópica, marcadores de ordenação e enumeração, paráfrase, hiperônimo e hipônimo e recursos de coesão textual.

Respostas

1. b) Caso os estudantes conheçam a obra Vidas secas, eles podem se lembrar das personagens. Caso contrário, podem dizer que as personagens são de uma família, provavelmente, do Nordeste, onde ocorre essa condição climática/social. Se considerar oportuno, conte aos estudantes sobre a obra de Graciliano Ramos.

Sugestão de atividade

Proponha aos estudantes uma atividade ou roda de conversa acerca de como podemos ter responsabilidade sustentável, para a economia doméstica de recursos hídricos, contribuindo para o agir responsável no mundo individual e coletivamente.

Déficit de chuvas no Cantareira nos últimos 12 meses é de 31%, número é igual ao de 2013, ano pré-crise hídrica

Todos os reservatórios que abastecem Grande São Paulo atingiram menor capacidade dos últimos seis anos. Sabésp diz que não há risco de desabastecimento 'neste momento'.

Bárbara Muniz Vieira e Renata Bitar

gê um São Paulo — São Paulo

Faltando poucos dias para o final do ano, o déficit de chuvas no Sistema Cantareira nos últimos doze meses foi de 31%, número igual ao de 2013. O reservatório chegou a 25% de seu armazenamento neste domingo (26), menor volume dos últimos seis anos.

A falta de chuvas preocupa especialistas, que temem falta de água nas residências no ano que vem.

A comparação com 2013 é importante porque foi o ano anterior à crise de abastecimento que atingiu a região metropolitana de São Paulo em 2014 e 2015. Outros sistemas produtores também foram afetados.

Gráfico. Cantareira – Percentual de Chuvas em Relação à Média Histórica (2011-2021). Gráfico em colunas de porcentagem por ano:  
2011: -8%. 
2012: -8%. 
2013: -31%. 
2014: -38%. 
2015: 5%. 
2016: -1%. 
2017: -16%. 
2018: -21%. 
2019: -12%. 
2020: -23%. 
2021: -30,6%.
Cantareira Percentual de chuvas em relação à média histórica (2011-2021).

Todas as represas que abastecem a região metropolitana de São Paulo atingiram a menor capacidade de abastecimento dos últimos seis anos. Os volumes também são menores do que na mesma data de 2013 reticências.

"Ao longo de 2021, todos os indicadores mostram uma piora da situação dos mananciais. Comparativamente a 2013, na antessala da crise hídrica anterior, nossa situação é pior. Para o verão, os prognósticos climáticos – que, vale ressaltar fortemente, têm se confirmado ao longo do ano – indicam que teremos chuvas abaixo da média. Não haverá, portanto, uma recarga suficiente para enfrentar 2022 e os problemas de abastecimento ficarão ainda mais intensos."

Em nota, a Sabésp afirmou que não há risco de desabastecimento na região metropolitana de São Paulo neste momento, mas reforça a necessidade de uso consciente da água reticências.

VIEIRA, Bárbara Muniz; BITAR, Renata. Déficit de chuvas no Cantareira nos últimos 12 meses é de 31%, número é igual ao de 2013, ano pré-crise hídrica. Gê um São Paulo, São Paulo, 26 dezembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/vDE8PUfevereiro 2022.

  1. A que região a reportagem se refere?
  2. No texto, localize a informação que expressa o percentual de déficit de chuvas no Sistema Cantareira no ano de 2021.
  3. Observe o gráfico e localize nele a mesma informação identificada no texto, na questão anterior. Em que tipo de texto foi mais fácil localizar esse dado? No texto expositivo ou no gráfico?
Respostas e comentários

Orientação

Depois de utilizar uma fotografia na abertura da Unidade para interpretar o que ela expressa, o principal intuito da reportagem é discutir com os estudantes sobre a exposição de informações (em texto e gráfico), destacando, especialmente, a importância dos gráficos para representar informações numéricas, de modo a facilitar a compreensão dos dados apresentados, considerando um contexto que pode também ser visualizado graficamente, com recursos de cores e números que sistematizam informações complexas.

Considere realizar uma reflexão interdisciplinar com o componente Ciências sobre as ações humanas que interferem nas chuvas.

Respostas

1. A reportagem refere-se à região Sudeste, especificamente, à Grande São Paulo.

2. A informação consta no primeiro parágrafo “o déficit de chuvas no Sistema Cantareira nos últimos doze meses foi de 31%”.

3. No gráfico, ao localizar o ano 2021, vê-se a barra com a identificação do percentual de 31%, com marcação em vermelho, abaixo do eixo, o que expressa um déficit (expressão numérica negativa).

Habilidades trabalhadas nesta seção e suas subseções (Estudo do texto e O gênero em foco)

(ê éfe seis nove éle pê dois nove) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação científica – texto didático, artigo de divulgação científica, reportagem de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa e digital), esquema, infográfico (estático e animado), relatório, relato multimidiático de campo, podcasts e vídeos variados de divulgação científica etcétera – e os aspectos relativos à construção composicional e às marcas linguísticas características desses gêneros, de fórma a ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.

(ê éfe seis nove éle pê três zero) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de fórma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.

(ê éfe seis nove éle pê três dois) Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas, digitais, orais etcétera), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, e organizar, esquematicamente, com ajuda do professor, as informações necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de ferramentas digitais, em quadros, tabelas ou gráficos.

(ê éfe seis nove éle pê três sete) Produzir roteiros para elaboração de vídeos de diferentes tipos (vlog científico, vídeo-minuto, programa de rádio, podcasts) para divulgação de conhecimentos científicos e resultados de pesquisa, tendo em vista seu contexto de produção, os elementos e a construção composicional dos roteiros.

(ê éfe zero sete éle pê zero dois) Comparar notícias e reportagens sobre um mesmo fato divulgadas em diferentes mídias, analisando as especificidades das mídias, os processos de (re)elaboração dos textos e a convergência das mídias em notícias ou reportagens multissemióticas.

(ê éfe seis sete éle pê zero nove) Planejar notícia impressa e para circulação em outras mídias (rádio ou vídeo), tendo em vista as condições de produção, do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etcétera –, a partir da escolha do fato a ser noticiado (de relevância para a turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados e informações sobre o fato – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a fontes, análise de documentos, cobertura de eventos etcétera–, do registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etcétera e a previsão de uma estrutura hipertextual (no caso de publicação em sites ou blogs noticiosos).

(ê éfe seis sete éle pê dois zero) Realizar pesquisa, a partir de recortes e questões definidos previamente, usando fontes indicadas e abertas.

Leitura 1

Faça as atividades no caderno.

Contexto

Podemos conhecer e analisar informações não apenas com base em notícias e reportagens, mas também lendo infográficos, mapas, gráficos e outros textos informativos construídos depois de uma pesquisa. Esses textos sintetizam, ou seja, resumem, dados e informações.

Você agora vai ler um infográfico da Agência Nacional de Águas (ãna) que revela uma situação preocupante em nosso país.

Antes de ler

Observe o infográfico e responda:

  • Você já leu textos como esse? Como podemos ler textos assim?
  • Quais informações são apresentadas nesse tipo de texto?
  • Por que o infográfico possui cores diferentes para apresentar essas informações?

Autoria coletiva

A autoria coletiva é aquela em que a produção de um texto conta com vários autores.

No caso da infografia, além da autoria coletiva, ela é multidisciplinar, pois conta com profissionais de diferentes áreas para produzir textos explicativos com elementos não verbais.

Ilustração. À esquerda, um homem usando blusa de mangas compridas e calças está sentado em uma poltrona, de costas, segurando um tablet. Acima da cabeça dele, há um balão de diálogo com o desenho de uma lâmpada. Na frente dele, um homem vestindo camisa e calça está olhando para a direita, na direção de uma lousa digital, com a mão esquerda no queixo e a mão direita no bolso. Acima da cabeça dele, há um balão de diálogo com duas barras. À direita, uma mulher com cabelos na altura do ombro, usando blusa regata e saia, está de perfil, com uma caneta na mão, fazendo uma marcação na lousa. Na outra mão, ela segura um papel. Acima da cabela dela, há um balão de diálogo com duas barras. Entre eles, uma mesa baixa de madeira com um notebook aberto sobre ela. Acima do computador, um balão de diálogo vazio.

Saiba +

Autoria coletiva em infográficos

Muitos profissionais, trabalhando em equipe, são responsáveis pela elaboração de infográficos. Um deles é o designer gráfico, que inicialmente colabora com a execução de um rascunho do projeto que guiará os demais membros da equipe. Ele também pode ou não ser o ilustrador que trabalhará no aspecto visual. Trata-se, então, de quem cuida da estética aliada à funcionalidade do produto em questão, em projetos que envolvem tanto publicações impressas quanto digitais. O designer foca-se na criação de elementos gráfico-visuais que sirvam para ilustrar textos bastante resumidos, incluindo dados numéricos, a fim de facilitar ao máximo a compreensão do leitor acerca de determinado assunto. Para isso, é fundamental que haja também a atuação de especialistas vinculados ao tema; eles são os responsáveis pelo fornecimento dos dados a serem usados no material. A elaboração de infográficos conta ainda com profissionais ligados à criação, à revisão e à edição de textos, que cuidarão da parte verbal.

Respostas e comentários

Sobre Contexto

A imagem, a reportagem e o infográfico problematizam, de diferentes maneiras, a questão da água/seca e seus efeitos na vida dos seres humanos. Com isso, podem ser discutidos os seguintes temas: evolução das chuvas, dos níveis e da vazão dos principais rios, reservatórios e bacias hidrográficas etcétera Dialogue com os estudantes sobre como acontece a leitura multimodal de infografias, que integram diferentes linguagens para expressar ideias, apresentar dados e conduzir reflexões com base nas evidências (estatísticas e/ou históricas, por exemplo) que sintetizam pesquisas prévias.

Sobre Antes de ler

Incentive o compartilhamento de leituras de textos multimodais dos campos de estudo e pesquisa e jornalístico-midiático. A leitura de gráficos, mapas, infográficos, tabelas e outros textos com essas características não é linear, mas geralmente começa das partes que mais chamam a atenção pelo uso das cores, tamanho das letras/estilo das fontes empregadas, ilustrações etcétera

Sobre autoria coletiva

Apesar de gráficos e infográ­ficos geralmente serem produzidos por uma equipe multidisciplinar, ela o faz em nome da instituição que contrata os profissionais, garantindo que cada um desenvolva suas habilidades.

Infográfico. Um mapa do território brasileiro com cada uma de suas regiões pintada com uma cor diferente. Na parte superior, o texto: A DISTRIBUIÇÃO DESPROPORCIONAL DE ÁGUA NO BRASIL. ONDE TEM MUITA GENTE, TEM POUCA ÁGUA DOCE. Abaixo, na ilustração do mapa, sobrepostos em cada região, há desenhos de pessoas e gotas de água. A gota representa a água doce, e as pessoas representam a população. Os dados são: Norte: População: 8,6%. Disponibilidade de Água: 68%. 
Nordeste: População: 27,6%. Disponibilidade de Água: 3%. 
Centro-Oeste: População: 7,6%. Disponibilidade de Água: 16%. 
Sudeste: População: 41,9%. Disponibilidade de Água: 6%. 
Sul: População: 14,3%. Disponibilidade de Água: 7%.

ãna. A distribuição desproporcional de água no Brasil. Brasília, Distrito Federal: Agência Nacional de Águas, 2017.

Saiba +

Monitoramento de águas

Vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, a ãna é uma autarquia federal do Brasil que tem como atribuição a gestão dos recursos hídricos nacionais.

Em 2019, a ãna lançou o aplicativo Hidroweb Mobile, disponível gratuitamente para aparelhos móveis, que fornece informações em tempo real sobre dados de chuva, nível e vazão dos rios do país e informações das mais de 3 mil estações hidrometeorológicas espalhadas pelo Brasil.

Logotipo. Na parte superior, o texto Hidroweb mobile. Abaixo, ilustração de ondas do mar.
Logotipo do aplicativo Hidroweb.
Respostas e comentários

Orientação

O infográfico exige um nível de associações maior do leitor, muitas delas implícitas. Além dos textos e da ilustração, é preciso interpretar as cores e outros recursos gráficos.

Sugestão de atividade

Proponha uma pesquisa interdisciplinar com o componente Geografia sobre a desigualdade no mundo com relação ao acesso à água potável, ampliando a discussão do infográfico que enfoca apenas o Brasil.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

1. Após a leitura da fotografia, da reportagem, do gráfico e do infográfico, responda:

Em relação ao aspecto visual, o que, de maneira geral, há de diferente entre eles?

2. Suponha que você se deparasse com o infográfico apresentado sem uma contextualização prévia. O que o auxiliaria a concluir sobre o assunto de que ele trata?

3. Em relação às informações fornecidas pelo infográfico, responda:

a. Qual instituição disponibilizou esses dados? Como é apresentada essa informação?

b. Qual região possui mais abundância de água, segundo o infográfico?

c. Qual região do país possui a maior população?

d. Segundo os dados apresentados, quais regiões poderiam ter problemas com abastecimento de água?

4. Observe o infográfico e responda:

a. Qual é o título do infográfico? E o subtítulo?

b. O que o título e o subtítulo indicam quanto à síntese apresentada no infográfico?

5. Com base em seus conhecimentos em relação às questões que envolvem uma crise hídrica, aponte duas razões para haver, em certos períodos, baixíssimos níveis de água.

6. Para o leitor, o efeito de sentido do infográfico seria o mesmo se não tivéssemos o uso de cores e a legenda?

7. Compare o gráfico da abertura com o da página anterior.

O que esses textos têm de semelhante quanto ao uso da linguagem?

8. Para quais outros tipos de informação você acredita que os infográficos possam ser utilizados?

9. Se as informações estivessem demonstradas em um gráfico, como elas estariam? Como você explicaria a diferença entre um gráfico e um infográfico?

10. Na região onde você vive, os aspectos indicados no infográfico são percebidos de que fórma? Quais ações são realizadas para sanar problemas como esse ou outros que também tenham a ver com pautas de sustentabilidade e preservação de recursos naturais?

11. No Saiba+ você viu que, devido à quantidade de água existente no planeta, a Terra é comumente chamada de planeta água. Compare como esse tema foi tratado na fotografia, na reportagem, nas curiosidades do Saiba+ e no infográfico.

12. Com base nas informações apresentadas no infográfico “A distribuição desproporcional de água no Brasil”, como seria a elaboração de uma notícia difundida no jornal local de sua cidade, nos meios impressos e digitais? Com mais dois colegas, elabore um texto para divulgar essas informações.

13. Com seus colegas, façam uma pesquisa sobre alguma situação social problemática em sua região. Depois, organizem um infográfico que sintetize essas informações pesquisadas. Que tal, em seguida, gravar um vídeo curto para apresentar essa pesquisa?

Respostas e comentários

2. O título é a informação que melhor explicita o assunto tratado em um infográfico.

5. Uma explicação possível é a estiagem, escassez de chuvas. Outra razão são os maus hábitos de consumo de água.

Respostas

1. A fotografia propõe uma interpretação livre do seu sentido, enquanto os textos trazem informações completas, os gráficos apresentam informações numéricas e os infográficos sistematizam os dados para facilitar a visualização, a compreensão e a organização da informação, por meio de recursos numéricos e visuais.

3. a) As informações foram disponibilizadas pela Agência Nacional de Águas. A fonte pode ser obtida pela análise da sigla e do símbolo presente no infográfico.

b) A Região Norte possui abundância de água, cerca de 68%, segundo os dados apresentados. Dialogue com os estudantes sobre como nessa região do país temos abundância de recursos naturais, tendo em vista as políticas e os projetos de preservação e sustentabilidade. Motive uma pesquisa em materiais impressos e digitais para mobilizar um diálogo sobre esse tema.

c) A Região Sudeste possui o maior número populacional, sendo 41,9%, segundo o infográfico.

d) Com a análise do infográfico, observamos que as regiões Nordeste e Sudeste podem enfrentar situações complexas de abastecimento de água, considerando a desproporcionalidade entre a população e a água no território nacional.

4. a) O título do infográfico é: “A distribuição desproporcional de água no Brasil”. O subtítulo é “Onde tem muita gente, tem pouca água doce”.

b) O título e o subtítulo colaboram para a compreensão da temática contemplada e da legenda (população/ água). Dialogue com os estudantes sobre quais linguagens (iconográfica, verbal, percentual/ lógico-matemática) estão integradas para problematizar essa situação social.

6. Dialogue com a turma sobre como a visualização com cores distintas colabora para a percepção das fronteiras e do espaço geográfico de cada região brasileira. As legendas evidenciam a correspondência iconográfica aplicada no território/mapa quanto à população e à água doce disponível, ambas as questões refletem percentuais relativos à totalidade. Com o professor de Matemática, traga infografias para a sala de aula, analisando como a legenda é importante para compreendermos melhor esses textos.

7. Ambos integram diferentes recursos de linguagens (imagens, cores, fontes, tamanhos diferentes de letras etcétera) para chamar a atenção do leitor ao apresentar as informações. Outra característica importante desses textos é o propósito de sintetizar informações.

8. O gênero textual infográfico pode ser utilizado quando a junção de recursos verbais e visuais sistematizar uma informação complexa de modo a transmiti-la de maneira fácil e eficaz.

9. O gráfico mostra, com poucos elementos (por meio de colunas), informações simplificadas e específicas, como percentuais referentes a um tema.

Já o infográfico apresenta uma complexidade maior na medida em que se vale de mapas, ilustrações, tonalidades de cores, além de textos sintéticos para explicar um assunto.

10. Partindo da realidade do contexto social da região, traga recortes de jornais e reportagens, infográficos e mapas específicos da região para análise da turma. Em grupos, os estudantes podem ler e analisar quais informações foram sintetizadas. Peça a eles que apresentem suas percepções e descobertas diante do tema.

11. Espera-se que os estudantes apontem que, apesar de no Saiba+ ser retratada a abundância da água em nosso planeta, boa parte é imprópria para o consumo, além de outros dados que mencionam a dificuldade de acesso a ela. Na fotografia da abertura da Unidade é retratada a seca que acomete o Nordeste do país, ou seja, a falta de água. A reportagem aborda o estado de alerta da região Sudeste em relação à pouca água disponível. No infográfico, o tema é abordado de acordo com a disponibilidade do recurso por região e a demanda populacional que dele depende.

12. Neste exercício, os estudantes são incentivados a planejar uma notícia com base nos dados resumidos e sistematizados no infográfico.

13. Oriente os estudantes na sintetização das informações pesquisadas e também na organização do roteiro para a produção do vídeo.

O gênero em foco

Infográfico

O infográfico é um gênero textual presente no campo de estudo e pesquisa e no campo jornalístico-midiático. Não raro vemos reportagens acompanhadas de infográficos que sintetizam ou complementam as informações fornecidas pelo texto.

Para sua elaboração, dois trabalhos são realizados: um resumo, com os pontos relevantes sobre o assunto, e a criação de imagens visuais que o ilustrem ou lhe agreguem sentido. Assim, as cores, os traços e as fórmas usados compõem, juntos, um importante significado.

Há, também, os infográficos independentes, ou seja, aqueles que não são publicados com outros gêneros textuais.

Titulo do Infografico

Texto do Infografico

Preenchido dinamicamente
Legenda da imagem
    Imagem meramente ilustrativa

    Gire o seu dispositivo para a posição vertical

    Ícone pontos de atenção e noções complementares

    Gráfico e infográfico

    Gráfico é uma representação visual de dados ou valores numéricos usados para demonstrar padrões e tendências, bem como para comparar informações qualitativas e quantitativas em determinado espaço de tempo. É uma ferramenta muito utilizada em algumas áreas, como Matemática, Estatística, Economia, Geografia, entre outras. Observe o exemplo desse infográfico que faz uma comparação entre a média histórica de chuvas e o período chuvoso de 2020/2021, que colocou em alerta o monitoramento de reservatórios do Centro-Oeste de Minas.

    Gráfico. Em colunas. Comparação entre a média histórica de chuvas e o período chuvoso de 2020/2021. Coluna azul representa a chuva observada durante a estação chuvosa 2020/2021. Coluna vermelha representa o histórico da média de chuva. Sobre as colunas, os dados:
Out. 11% abaixo da média. 
Nov. 34% abaixo da média. 
Dez. 33% abaixo da média. 
Jan. 28% abaixo da média. 
Fev. 32% acima da média. 
Mar. 47% abaixo da média. 
Abr. 100% abaixo da média.

    inmét; gê um. Comparação entre a média histórica de chuvas e o período chuvoso de 2020/2021. In: SILVA, Anna Lúcia. Em meio à crise hídrica no país, situação de hidrelétricas e reservatórios é monitorada no Centro-Oeste de Minas. gê um Centro-Oeste de Minas, 2021. Disponível em: https://oeds.link/yj69g6. Acesso em: 24 março 2022.

    Infográfico é um gênero textual que articula elementos gráfico-visuais (fotografia, desenho, gráficos etcétera) a textos sintéticos, informativos. Pode ou não acompanhar outros textos, complementando-os.

    Tanto o gráfico quanto o infográfico circulam na mídia impressa e na digital, estando presentes também em livros ou documentos. Podem compor igualmente anúncios de propaganda e de publicidade.

    Existem diversos tipos de infográfico, classificados de diferentes fórmas. Em relação à presença ou não de movimento, os vistos nesta Unidade são os chamados estáticos, pois trazem apenas a representação imóvel de imagens visuais aliadas a pequenos textos verbais, tradicionalmente usados não só no suporte impresso, mas também no digital.

    Com o avanço dos recursos tecnológicos, porém, surgiram os infográficos animados e os interativos. Os animados podem se apresentar em GIF (sigla em inglês para Graphics Interchange Format) – uma fórma de imagem, geralmente em movimento, muito próxima do que seria um vídeo, mas bastante breve – ou de vídeo, propriamente dito. Já os interativos, além de também conterem o aspecto do movimento, possibilitam que o leitor explore o infográfico da maneira como desejar, por meio de cliques nos pontos sobre os quais quer se aprofundar, por exemplo. Compare:

    Diagrama. No centro, um círculo divido ao meio e colorido metade de laranja e metade de azul. Dentro do círculo, centralizado, está escrito Infográfico. Logo abaixo, do lado esquerdo, aparece a palavra Digital. E do lado direito, Impresso.  À esquerda do círculo,  três retângulos na cor laranja estão conectados por fios à palavra Digital: 
Imagens estáticas (fotografias, ilustrações, gráficos, mapas etc.); Imagens em movimentos (vídeos, animações etc.); Textos, sons e hyperlinks. 
À direita do círculo,  dois retângulos na cor azul estão conectados por fios  à palavra Impresso: Imagens (fotografias, ilustrações, gráficos, mapas etc.); Textos.

    No entanto, independentemente do tipo, é importante ter claro que um bom infográfico deve apresentar imagens visuais que sejam facilmente compreensíveis ao leitor e cujos elementos gráficos constitutivos carreguem um significado ligado ao assunto em pauta; ele tem de fornecer um resumo verbal extremamente eficiente sobre o conteúdo, com o mínimo de informações possível, mas, ao mesmo tempo, sem perder o que é essencial.

    A presença de dados numéricos pode auxiliar nessa intenção. O contraste entre porcentagens é uma possibilidade de tornar evidente a gravidade de uma determinada situação, sem que para isso seja necessário recorrer ao uso de palavras. O título, por fim, também é de grande importância. Na maioria das vezes, é ele que guia a compreensão do leitor sobre o assunto do infográfico, caso ele não tenha recebido uma contextualização prévia.

    Respostas e comentários

    Sobre infográfico

    Há documentos históricos que contêm o embrião do que chamamos hoje de infográficos, como alguns esboços de Leonardo da vinti, em fins do século quinze, começo do dezesseis; textos multimodais em jornais do século dezoito e os mapas de metrôs inventados no início do século vinte.

    No entanto, foi na esfera jornalística que o gênero ganhou relevância, por articular informações gráficas às linguísticas, expondo dados de fórma simplificada para o leitor.

    No campo jornalístico-midiático, a partir de fins do século vinte, profissionais especializaram-se na infografia, para atender à necessidade dos meios impressos de transmitir informações a leitores com pouco tempo para dedicar-se à leitura.

    Atualmente, os textos impressos concorrem em audiência com os vídeos e áudios e precisam ser chamativos. A estética infográfica é atraente e as imagens associadas a textos curtos são instrumentos que permitem ao leitor reconhecer o assunto ou o tema abordado na matéria, apenas percorrendo os olhos neles. Os infográficos digitais têm a interatividade e o uso de vídeos, animações e áudios como outros componentes que prendem o leitor e acrescentam informações ao texto escrito.

    Orientação

    A infografia digital avançou e permite, ao webjornalismo, integrar em um único suporte várias mídias. A convergência das mídias contribui para expor e explicar informações ao público.

    A composição multimodal demonstra que a infografia, mesmo com emprego de imagens estáticas, pode ser rica em semioses.

    Indicação de livro

    Ana Elisa Ribeiro, neste livro, dedica um capítulo inteiro à infografia. Na obra, o leitor encontra exemplos de como lidar com o infográfico em sala de aula, verifica a apropriação do gênero pelo jornalismo e reflete sobre o letramento de textos visuais:

    RIBEIRO, Ana Elisa. Textos multimodais: leitura e produção. São Paulo: Parábola Editorial, 2016.

    Conhecimentos linguísticos e gramaticais 1

    Faça as atividades no caderno.

    O tópico do texto

    Todo texto, falado ou escrito, gira em torno do mesmo tópico.

    Observe o infográfico a seguir e depois responda às questões propostas.

    Infográfico. Apresenta-se sobre um fundo azul-esverdeado, representando a água. Sobre ele, uma gota de água da mesma cor do fundo. Uma faixa preta com o texto: DIA MUNDIAL DA ÁGUA cobre uma parte da gota. Na parte inferior da gota, o texto: A seca que o país vem atravessando nos últimos meses acendeu novos questionamentos sobre a água que chega até a população. Conheça alguns fatos importantes sobre a água no Brasil: Sobre outras faixas pretas, abaixo da gota, há um gráfico em pizza e os textos: O Brasil é dono de 12% da água doce corrente do mundo. Só no estado de São Paulo ocorre desperdício de 10.000 L por segundo. Esse montante seria o suficiente para abastecer 3 milhões de pessoas por dia. Na parte inferior da imagem,  há um gráfico em colunas. Consumo de água no país: População Rural: 1%. Indústria: 7%. População Urbana: 9%. Pecuária: 11%. Agrícola: 72%. Belém (PA) tem hoje a água mais barata do Brasil: R$ 0,80 por m³ de água tratada. Canoas (RS) tem a mais cara: R$ 4,63 por m3 de água tratada.

    INNOVARE Pesquisa. Dia Mundial da Água, março 2015. Disponível em: https://oeds.link/w8anpU. Acesso em: 20 fevereiro 2022.

    Respostas e comentários

    Habilidades trabalhadas nesta seção

    (ê éfe seis nove éle pê quatro um) Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo e usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visualização, topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens, inserindo de fórma adequada imagens, gráficos, tabelas, fórmas e elementos gráficos, dimensionando a quantidade de texto (e imagem) por slide, usando progressivamente e de fórma harmônica recursos mais sofisticados como efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados etcétera

    (ê éfe seis nove éle pê quatro dois) Analisar a construção composicional dos textos pertencentes a gêneros relacionados à divulgação de conhecimentos: título, (olho), introdução, divisão do texto em subtítulos, imagens ilustrativas de conceitos, relações, ou resultados complexos (fotografias, ilustrações, esquemas, gráficos, infográficos, diagramas, figuras, tabelas, mapas) etcétera exposição, contendo definições, descrições, comparações, enumerações, exemplificações e remissões a conceitos e relações por meio de notas de rodapé, boxes ou links; ou título, contextualização do campo, ordenação temporal ou temática por tema ou subtema, intercalação de trechos verbais com fotografias, ilustrações, áudios, vídeos etcétera e reconhecer traços da linguagem dos textos de divulgação científica, fazendo uso consciente das estratégias de impessoalização da linguagem (ou de pessoalização, se o tipo de publicação e objetivos assim o demandarem, como em alguns podcasts e vídeos de divulgação científica), 3ª pessoa, presente atemporal, recurso à citação, uso de vocabulário técnico/especializado etcétera, como fórma de ampliar suas capacidades de compreensão e produção de textos nesses gêneros.

    (ê éfe seis sete éle pê zero cinco) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e argumentos em textos argumentativos (carta de leitor, comentário, artigo de opinião, resenha crítica etcétera), manifestando concordância ou discordância.

    (ê éfe seis sete éle pê dois dois) Produzir resumos, a partir das notas e/ou esquemas feitos, com o uso adequado de paráfrases e citações.

    (ê éfe seis sete éle pê dois cinco) Reconhecer e utilizar os critérios de organização tópica (do geral para o específico, do específico para o geral etcétera), as marcas linguísticas dessa organização (marcadores de ordenação e enumeração, de explicação, definição e exemplificação, por exemplo) e os mecanismos de paráfrase, de maneira a organizar mais adequadamente a coesão e a progressão temática de seus textos.

    (ê éfe zero sete éle pê um três) Estabelecer relações entre partes do texto, identificando substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos), que contribuem para a continuidade do texto.

    1. Esse infográfico foi publicado no Dia Mundial da Água em um ano em que alguns estados brasileiros estavam enfrentando uma grande seca. Qual é o tópico ou assunto principal abordado no infográfico? Com que objetivo esse infográfico pode ter sido publicado?
    2. A quem podem interessar as informações do infográfico? Leve em consideração a fonte de pesquisa.
    3. Além das informações escritas, que outros recursos o infográfico utiliza para destacar e organizar as informações?
    4. Considere a organização do assunto do infográfico e indique:
      • Que informações focalizam quantidades? Quais revelam comparações?

    Embora seja possível darmos várias informações diferentes ao falar ou escrever um texto, é importante não perder de vista o assunto ou tópico principal. Todo texto, assim, precisa apresentar certa organização tópica, ou seja, organizar as informações de maneira lógica.

    No infográfico sobre a seca, a opção para mostrar os prejuízos do desperdício de água foi separar as informações em seis blocos. O primeiro é mais genérico e serve para apresentar o assunto e introduzir as demais informações. Por isso, veio com bastante destaque. Observe:

    Infográfico. Apresenta-se sobre um fundo azul-esverdeado, representando a água. Sobre ele, uma gota de água da mesma cor do fundo. Uma faixa preta com o texto: DIA MUNDIAL DA ÁGUA cobre uma parte da gota. Na parte inferior da gota, o texto: A seca que o país vem atravessando nos últimos meses acendeu novos questionamentos sobre a água que chega até a população. Conheça alguns fatos importantes sobre a água no Brasil:

    INNOVARE Pesquisa. Dia Mundial da Água, março 2015. Disponível em: https://oeds.link/w8anpU. Acesso em: 20 fevereiro 2022.

    Os demais blocos relacionam-se ao primeiro de maneira sequencial, pois representam os fatos importantes anunciados. Isso fez com que cada informação ficasse sintética e fosse encadeada à próxima de modo bastante esquemático. Esse recurso facilitou a distribuição de todas as informações no espaço disponível e também a leitura.

    Com seus colegas, analisem as informações apresentadas em cada bloco. Qual é a importância de cada um para o propósito do infográfico?

    Respostas e comentários

    c) São as gotas de água, as informações em porcentagem e os dados com imagens sobre o consumo.

    d) Quantidades: as informações relacionadas à quantidade de água utilizada em determinados setores econômicos. Comparações: informações das cidades que têm a água mais cara e mais barata do país.

    Respostas

    a) O consumo mundial da água e também o uso no Brasil. Alerta também para o desperdício da água.

    b) O público-alvo são os brasileiros de fórma geral.

    Sobre tópico do texto

    Considera-se que o tema ou assunto de um texto é composto de tópicos e subtópicos, que se articulam entre si na sequência textual, dando unidade de sentido ao todo. Para ampliar as explicações aos estudantes, informe que o tema ou o assunto de determinado texto pode ser entendido como a resposta que se dá à pergunta: “De que trata o texto xis?”. Provavelmente, a resposta não estará em nenhum pedaço específico do texto, mas em sua totalidade. Portanto, para responder adequadamente a tal pergunta, é preciso perceber como, da primeira à última palavra, o texto elabora e reelabora seu tema ou assunto. É esse processo, que se chama progressão temática, que será focalizado em Conhecimentos Linguísticos 2 desta Unidade.

    Chame a atenção dos estudantes para o fato de que, no caso dos textos escritos, a organização em tópicos e subtópicos é primordial para o entendimento do texto. Um conjunto aleatório de palavras ou mesmo de frases não constitui um texto. Para ser um texto, um conjunto de palavras tem de estar bem organizado e bem amarrado, por meio do que se chama coesão textual.

    Indicação de livro

    Para mais informações sobre organização em tópicos e subtópicos, ver:

    córh, inguedór Villaça. Introdução à linguística textual: trajetória e grandes temas. São Paulo: Contexto, 2015.

    Orientação

    Após ler o infográfico da página 52, comente com os estudantes que todos os blocos estão ligados em torno de um assunto central, de um mesmo tópico. Essa observação contribuirá para a reflexão sobre o questionamento feito sobre a organização tópica, no texto didático. Para auxiliá-los a refletir sobre essa questão, comente que a organização das informações em bloco trata de aspectos relacionados ao tema central da informação.

    Chame a atenção para a última oração desse bloco, que organiza as informações que vêm a seguir (“Conheça alguns fatos importantes sobre a água no Brasil:”).

    Observe se os estudantes percebem que o primeiro bloco alerta sobre a seca no país; depois, traz a informação da porcentagem de água doce no Brasil; logo em seguida, sobre o desperdício de água em São Paulo e o consumo de água entre os setores econômicos e, por fim, o valor da água por metro cúbico nos estados, o mais caro e o mais barato.

    Faça as atividades no caderno.

    Ícone pontos de atenção e noções complementares

    Organização tópica

    A atenção à organização tópica é fundamental em gêneros textuais que resumem informações, como o infográfico, o resumo etcétera Ao planejar a organização tópica, é possível utilizar palavras, esquemas, símbolos e imagens para aumentar a compreensão das informações.

    Usando a linguagem verbal e também outras linguagens (imagens paradas ou em movimento, sons, cores, números, símbolos, formatos de letra, desenhos etcétera), um infográfico pode organizar as informações, realizando definições, ordenações, enumerações, exemplificações e explicações.

    Ilustração. Três barras  parcialmente preenchidas, em diferentes níveis. Na frente de cada uma delas, um círculo pequeno preenchido.
    Ícone pontos de atenção e noções complementares

    Palavras que marcam ordenação e enumeração

    Na organização tópica de um texto, podem ser usadas palavras ou marcadores de ordenação e enumeração. Com esses marcadores, é possível ordenar as informações em um texto. Alguns exemplos de marcadores desse tipo são: antes, depois, em seguida, após, a princípio, em primeiro lugar etcétera

    Como você transformaria as informações apresentadas no infográfico "Dia Mundial da Água" em um resumo expositivo? Você utilizaria algumas dessas expressões?

    Paráfrase

    Da mesma fórma que é possível retomar ideias já expressas em um texto por meio de palavras sinônimas, também é possível fazer retomadas dizendo o que já foi dito antes de outra maneira, isto é, fazendo uma paráfrase.

    Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.


    Leia o primeiro passo de um infográfico sobre alerta a tissunãmis:

    1. Sensores instalados no fundo do mar captam com grande precisão quando há oscilação de pressão no fundo do oceano provocada por um tissunãmi.

    COMO funciona o sistema de alerta de tissunãmis, março 2011. ígui. Disponível em: https://oeds.link/hmjXCM. Acesso em: 20 fevereiro 2022.

    Nesse trecho há duas palavras que não são exatamente sinônimas, mas nomeiam o mesmo objeto. Quais são elas?

    Ainda que as duas palavras que você indicou na sua resposta possuam significados diferentes, nesse passo do infográfico essas palavras são usadas como sinônimos, com a finalidade de tornar as frases similares e evitar repetições.

    Respostas e comentários

    Resposta: as duas palavras são mar e oceano.

    Sobre tópicos em infográficos

    É interessante que os estudantes notem que, no caso do gênero infográfico, se torna mais visível qual é o tópico principal e quais são os subtópicos, isto é, quais são as partes do texto que vão contribuir para a continuidade do entendimento do tópico de que se quer tratar. No infográfico, além dos recursos morfossintáticos e semânticos (que serão explorados nas próximas páginas), há o recurso visual, em que o tópico do texto está em maior destaque.

    Acompanhe a proposta de retextualização das informações, a transformação do infográfico em um resumo expositivo. Antes da escrita, retome com os estudantes as características do gênero resumo e como podem enunciar progressão e enumeração de ideias com marcadores linguísticos que dão essa ideia de hierarquização de tópicos.

    Em seguida, ao comentar sobre as palavras que marcam ordenação e enumeração, realize um momento de leitura e análise de quais marcadores linguísticos hierarquizam tópicos que foram empregados nos textos/resumos produzidos pelos estudantes.

    Sugestão

    Após essa discussão inicial, peça aos estudantes que analisem um infográfico lido nas aulas de Ciências, História ou Geografia e anotem qual é o tópico principal dele e em quantas partes ele está dividido.

    Como atividade complementar, se julgar oportuno, peça aos estudantes que leiam um texto de revista de divulgação científica e solicite a eles que grifem os marcadores de ordenação e enumeração presentes.

    Sobre paráfrase

    Destaque para os estudantes que, além de tornar as frases similares e evitar repetições, “a paráfrase é encarada ora como distorção ora como esclarecimento exato e pontual do sentido das expressões”, conforme Ilari e Geraldi (Semântica. São Paulo: Ática, 1999. página 51). Ainda segundo os autores, “seja linguístico ou situacional o seu fundamento, a relação de consequência entre orações é extremamente importante: compreender corretamente uma frase é, numa situação dada, saber enumerar todas as suas consequências”.

    Atividades 1

    Faça as atividades no caderno.

    1. Como ficaria o alerta de tissunãmi, da página anterior, se estivesse em uma manchete de notícia de jornal?
    2. Leia este infográfico:
    Infográfico. Sobre um plano de fundo de terra árida. Na parte superior, o texto: CAATINGA: A BELEZA DO BIOMA DO SERTÃO NORDESTINO. Abaixo, à esquerda, desenho de árvores secas, seguido  do texto: No idioma tupi, caatinga significa mata branca. Ao lado, o sol, acompanhado do texto: Clima semi-árido. Na parte inferior esquerda, o mapa do Brasil destacando na cor laranja os estados: Alagoas, Bahia, Sergipe, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Norte de Minas Gerais. Fora do mapa, o texto: Ocupa 11% do território nacional, com 844.453km², ligado por uma seta à região destacada. No centro do infográfico, dentro de um retângulo com bordas tracejadas, o texto: No bioma, já foram registradas: 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 de anfíbios, 241 de peixes. Logo abaixo: Mais de 300 ANIMAIS são endêmicos do bioma, ou seja, só podem ser encontrados nessa região. Do lado esquerdo do infográfico,  o texto: Alguns animais típicos são: MOCÓS, CARCARÁ, CALANGOS, TATU-BOLA, ARARA-AZUL-DE-LEAR. Os mais conhecidos tipos de vegetação são os cactos, entre eles o XIQUE-XIQUE, o MANDACARU e o FACHEIRO. 27 MILHÕES de pessoas vivem no domínio da Caatinga.  Próximos ao texto, desenhos de uma arara, um tatu-bola, cactos e a silhueta de um homem sobre o lombo de um cavalo.

    FUNDAÇÃO Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Caatinga: a beleza do bioma do sertão nordestino, abril 2015.

    1. Considerando o título, qual é o objetivo do infográfico?
    2. O que significa a palavra caatinga na língua tupi?
    3. Observe a seguir uma fotografia da Caatinga brasileira e responda: por que será que o povo Tupi nomeou dessa fórma esse tipo de vegetação?
    Fotografia. Imagem colorida, formato paisagem. Em primeiro plano, uma planta com espinhos, típica da Caatinga. Em segundo plano, o bioma Caatinga.

    Caatinga no Baixão das Andorinhas, na Serra Vermelha, no Parque Nacional da Serra da Capivara (Piauí). Fotografia de abril de 2015.

    Respostas e comentários

    2. a) Apresentar o bioma Caatinga.

    2. b) Caatinga é definida como mata branca.

    Respostas

    1. Antes da escrita, converse com os estudantes a respeito da linguagem empregada em infográficos (mais objetiva, repleta de dados e percentuais) e a linguagem dos textos jornalísticos. Traga manchetes de jornais locais, impressos e digitais para análise da turma, de modo a debater e constatar aspectos desse tipo de linguagem. Com essa prática, motive a retextualização.

    2. c) Provavelmente por causa das árvores de galhos secos, implicando uma mata esvaziada de verde; uma mata “branca”.

    Orientação

    Pergunte aos estudantes que imagem chama mais a atenção no infográfico da atividade 2. Discuta com eles por que um mapa do Brasil está presente nesse infográfico.

    Proponha aos estudantes uma pesquisa de infográficos sobre outros biomas brasileiros em parceria com Ciências.

    Sugestão

    Peça aos estudantes que trans­formem esse infográfico em um texto escrito. Questione-os: “Qual é a diferença entre os dois textos? Qual texto é mais fácil de ser lido? Por quê? Qual é o mais adequado para uma revista de divulgação científica?”.

    Faça as atividades no caderno.

    3. Considere o trecho:

    Mais de 300 animais são endêmicos do bioma – ou seja, só podem ser encontrados nessa região.

    FUNDAÇÃO Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Caatinga: a beleza do bioma do sertão nordestino, abril 2015.

    1. Qual é o propósito desse trecho no infográfico?
    2. O enunciado apresenta duas informações em relação aos animais da Caatinga. Identifique-as.
    3. Essas informações têm relação de paráfrase. Justifique.
    4. Que expressão do trecho indica tratar-se de uma explicação?
    Ícone pontos de atenção e noções complementares

    Palavras que marcam explicação

    Na organização tópica de um texto, podem ser usados marcadores de explicação. Com eles, é possível detalhar o entendimento das informações. Alguns exemplos de marcadores de explicação são: isto é, ou seja, quer dizer, por outras palavras, entre outros.

    Hipônimo e hiperônimo

    Observe que, ao introduzir a palavra Caatinga no título do infográfico, especifica-se o assunto que será tratado. Já quando, no subtítulo, se afirma “a beleza do bioma do sertão nordestino”, chega-se a uma informação geral, na medida em que a Caatinga é nomeada como bioma.

    Caatinga hipônimo da palavra bioma

    Bioma hiperônimo de Caatinga e de outros tipos de bioma, como Cerrado, Mata Atlântica etcétera

    Hiperônimo o que é geral

    Hipônimo o que é específico

    Faça esta atividade para entender melhor essas duas noções: escreva cinco nomes de animais que sejam hipônimos pertencentes ao hiperônimo mamíferos.

    A estratégia de constituir informações do específico para o geral ou do geral para o específico possibilita, ao leitor/ouvinte, entender as relações de sentido entre as nomeações na construção do tema do texto.

    Saiba +

    Biomas brasileiros

    No Brasil, podemos encontrar seis tipos de biomas: Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal.

    Considerada a maior reserva biológica do planeta, a Floresta Amazônica abriga, ao menos, metade de todas as espécies vivas do planeta.

    O Cerrado é considerado a savana com maior biodiversidade do mundo. A Mata Atlântica conta com recursos hídricos que abastecem 70% da população nacional.

    Fonte: í bê gê É. Biomas brasileiros. í bê gê É educa jovens. Disponível em: https://oeds.link/0QOW4a. Acesso em: 16 abril 2022.

    Respostas e comentários

    3. d) "Ou seja". Função explicativa.

    Resposta: são exemplos de hipônimos de mamífero: cachorro, cavalo, gato, urso, macaco, entre outros.

    Respostas (continuação)

    3. a) O trecho objetiva destacar o número de espécies que podem ser encontradas apenas na Caatinga.

    b) “São endêmicos do bioma”; “só podem ser encontrados nessa região”.

    c) Ambas as informações visam definir os animais a que se faz referência.

    Sobre hipônimo e hiperônimo

    De acordo com Pietroforte e Lopes (Introdução à Linguística. São Paulo: Contexto, 2003. página 128), “a hiperonímia e a hiponímia são fenômenos derivados das disposições hierárquicas de classificação próprias do sistema lexical. Há significados que, pelo seu domínio semântico, englobam outros significados menos abrangentes. Na taxonomia animal, por exemplo, mamífero engloba felino, canídeo, roedor, primata, etcétera”; “O termo englobante é chamado hiperônimo dos demais, e, os englobados, hipônimos seus. Ser um ou outro depende de como é enfocada sua posição na taxinomia, pois mamífero é hiperônimo de primata mas é hipônimo de animal”.

    Sugestão

    Proponha aos estudantes que brinquem com grupos de palavras relacionadas semanticamente. Cada estudante pensa em um grupo de hipônimos e a classe tenta adivinhar qual é o hiperônimo correspondente. Exemplos: Qual é o hiperônimo de geladeira, liquidificador, batedeira de bolos, ferro elétrico? (eletrodoméstico). Qual é o hiperônimo de pardal, tico-tico, sabiá? (passarinho). Os estudantes podem verbalizar essa relação entre hipônimos e hiperônimos da seguinte maneira: “Toda geladeira é um eletrodoméstico, mas nem todo eletrodoméstico é uma geladeira”, “Todo pardal é um passarinho, mas nem todo passarinho é um pardal”.

    Atividades 2

    Faça as atividades no caderno.

    1. Leia o texto:

    reticências

    O bioma, na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (í bê gê É) é o “conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria”. Em outras palavras, ele pode ser definido como uma grande área de vida formada por um complexo de ecossistemas com características homogêneas.

    Muitas vezes, o termo “bioma” é utilizado como sinônimo de “ecossistema” mas, diferente do ecossistema, à classificação de bioma interessa mais o meio físico (a fisionomia da área, principalmente da vegetação) que as interações que nele ocorrem. O perfil do local e a dimensão também importam na classificação: um ecossistema qualquer só será considerado um bioma se suas dimensões forem de grande escala.

    Por exemplo, existe o bioma da Mata Atlântica e, dentro dele, ecossistemas como a floresta ombrófila densa, a mata de araucária, os campos de altitude, a restinga e os manguezais.

    Um bioma é definido por um tipo principal de vegetação (embora num mesmo bioma possam existir diversos tipos de vegetação) e também de animais típicos, embora estes não influam tanto na definição. Os biomas brasileiros são a Amazônia, o Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, o Pampa e o Pantanal.

    O QUE é um Ecossistema e um Bioma. Dicionário Ambiental. ((o))eco, Rio de Janeiro, julho 2014. Disponível em: https://oeds.link/xIIcQU. Acesso em: 20 fevereiro 2022.

    1. No início do texto, é apresentada a definição de bioma do í bê gê É. Como o autor faz para explicar o sentido da palavra bioma?
    2. Que expressão do texto justifica sua resposta anterior?
    3. Por que bioma não pode ter a mesma definição que ecossistema, segundo o texto?
    4. Depois de afirmar que um ecossistema só será bioma se “suas dimensões forem de grande escala”, o texto fornece mais um esclarecimento sobre esse ponto. De que a faz isso?
    5. Que expressão do texto justifica sua resposta anterior?
    6. No texto, as informações estão organizadas do geral para o específico ou do específico para o geral? Justifique.
    1. Segundo o texto, há elementos que definem um bioma.
      1. Quais são eles?
      2. Qual desses elementos é mais forte? Justifique.
    2. Analise como o texto foi organizado.
      1. Quais palavras foram usadas para evitar repetições ao longo dos parágrafos, fazendo retomadas?
      2. Há termos que foram usados para dar explicação? Quais?
    Respostas e comentários

    1. a) Fornecendo uma explicação da definição.

    1. b) A expressão "Em outras palavras".

    1. c) Porque o bioma remete à dimensão física.

    1. d) Dando um exemplo dos ecossistemas que compõem o bioma da Mata Atlântica.

    1. e) "Por exemplo".

    2. a) Um tipo principal de vegetação e animais típicos.

    2. b) A vegetação, pois os animais típicos nem sempre influenciam na definição de um bioma.

    Respostas

    1. f) Do geral para o específico, já que primeiro se fala do bioma da Mata Atlântica, no geral, para depois serem especificados seus ecossistemas: “floresta ombrófila densa, a mata de araucária, os campos de altitude, a restinga e os manguezais”.

    3. a) Analise com os estudantes como, no primeiro parágrafo, o pronome ele foi usado para retomar o termo bioma, anteriormente apresentado no texto. Retome o conteúdo de coesão textual, estudado na Unidade anterior, para evidenciar como a progressão textual acontece também por meio de substituições lexicais.

    b) A expressão por exemplo, que introduz um dos parágrafos, serve para dar explicação ilustrativa do conceito apresentado no texto expositivo.

    Sugestão

    Como atividade complementar, peça aos estudantes que pesquisem um texto sobre um bioma do Brasil (que não a Caatinga, pois já foi visto na página 55). Em seguida, proponha que construam uma paráfrase desse texto, utilizando sinônimos, palavras que marcam ordenação (em primeiro lugar, logo após etcétera) e palavras que marcam explicação (isto é, ou seja, quer dizer etcétera). Ressalte que essa é uma boa maneira de estudar conceitos vistos em Geografia, História e Ciências. Além disso, é uma excelente maneira de ampliar o vocabulário e trabalhar com as diferentes possibilidades de organizar as ideias em um texto.

    Sobre paráfrase

    Ao final desta seção, vale a pena sintetizar com os estudantes as várias fórmas de parafrasear textos, sobretudo os de caráter informacional: com o uso de palavras que marcam ordenação e enumeração, palavras que marcam explicação e com definições ligadas pelo verbo ser, como se verá nesta página.

    Retome a sugestão desta página, em que os estudantes devem parafrasear um texto sobre um bioma brasileiro e verifique se há alguma definição. É muito comum, nessa faixa etária, os estudantes usarem a palavra quando em uma definição: “A caatinga é quando um bioma apresenta cactos, mandacaru etcétera”. Retome a definição apresentando a frase sem a palavra quando: “A caatinga é um bioma que apresenta cactos, mandacaru etcétera”. Pergunte a eles qual frase é mais formal, se é realmente necessário o uso da palavra quando ou basta o verbo ser ao construirmos definições.

    Organização tópica e o verbo ser

    Explique aos estudantes que a organização tópica pode ocorrer, nos diversos gêneros textuais, com base na definição de objetos, sobre os quais se constroem informações, e, também, na enumeração dessas informações no texto.

    A definição, em geral, ocorre por fórmas nominais, nas referências construídas acerca de determinado objeto. Essa ocorrência ganha vida, principalmente, por meio do verbo ser, responsável pela ligação da referência a informações que o caracterizam: “a caatinga é um bioma do sertão nordestino”.

    Faça as atividades no caderno.

    4. O texto a seguir é um trecho da resenha de Paulo Ramos sobre o livro Persépolis.

    ’’Persépolis’’ relata em quadrinhos história real sobre o Irã

    Quem não costuma ler quadrinhos talvez estranhe “Persépolis” (Companhia das Letras, 2007). Isso porque se trata de uma história real. A obra é baseada na trajetória da própria autora, Marjane Satrapi, que a escreveu e desenhou.

    O relato autobiográfico segue uma linha cronológica. Começa com sua infância no Irã, na década de 1980. O tenso e violento cenário político do país levou os pais a incentivarem sua ida para a Europa, onde passou uma adolescência conturbada. Anos depois, já adulta, retornou ao país natal, já com outro olhar sobre sua cultura.

    RAMOS, Paulo. ‘‘Persépolis’’ relata em quadrinhos história real sobre o Irã. Folha de São Paulo, São Paulo, 26 fevereiro 2018. Ilustrada, página C6.

    1. Qual é a intencionalidade do texto?
    2. Como o autor organiza as informações no segundo parágrafo? Que expressões revelam essa organização?
    3. As expressões que você identificou na atividade anterior revelam qual opção de organização?
    4. Encontre, no texto, uma opinião que é pessoal do autor e um fato que pode ser comprovado.
    5. Faça mais pesquisas a respeito dessa obra e expresse o que você pensa da opinião pessoal do autor.
    Capa de livro. A capa tem o fundo na cor laranja. Na parte superior, a silhueta de uma cidade, com fumaça entre os prédios. Logo abaixo, o nome da autora: Marjane Satrapi. Em seguida, o título do livro: PERSÉPOLIS. Na parte inferior, ilustração de uma menina de perfil, com lenço na cabeça e uma pinta no nariz.
    Capa do livro Persépolis, de Marjane Satrapi, publicado pela Companhia das Letras em 2007.

    Saiba +

    Marjane Satrapi

    Marjane Satrapi foi a primeira iraniana a escrever história em quadrinhos. Sua obra Persépolis recebeu uma adaptação animada para o cinema, dirigida por ela junto a víncent parronô e indicada ao Óscar em 2008.

    Fotografia. Imagem colorida, formato retrato. Em primeiro plano, Marjane Satrapi, mulher com cabelos castanhos lisos, na altura dos ombros. Ela usa um vestido com fundo claro e floral vermelho, salto alto preto e bolsa preta. Ela está de pé em um tapete vermelho. Em segundo plano, diversas pessoas segurando câmeras fotográficas.
    Marjane Satrapi, autora do livro Persépolis, no Festival de Cannes, França, em 2008.
    Respostas e comentários

    Respostas (continuação)

    4. a) Divulgar o livro Persépolis; abordar a trajetória da autora; apresentar a obra aos leitores, os contextos de produção e espaço-temporal da obra e, ainda, colocar as percepções do autor da resenha a respeito da obra.

    b) Ele as organiza em dois momentos ordenados no parágrafo, introduzidos pelas expressões “com sua infância no Irã, na década de 1980” e “Anos depois, já adulta”.

    c) É uma organização temporal, cronológica.

    d) A opinião do autor se encontra logo na primeira frase, marcada inclusive por uma hesitação (talvez estranhe). O fato comprovado, além da menção do teor autobiográfico da obra, está no comentário do violento cenário político.

    e) Dialogue com os estudantes se concordam ou discordam da ideia hesitante do autor a respeito do estranhamento dos leitores da obra resenhada. Solicite que justifiquem seus pontos de vista a partir das leituras, vivências com o gênero agá quê e das pesquisas que fizeram sobre a obra.

    Sugestão

    Solicite aos estudantes uma pequena resenha sobre um livro de leitura que eles já tenham lido no ano. Oriente-os a escrevê-la tendo como opção de organização a ordenação dos fatos do enredo do livro.

    Leitura 2

    Faça as atividades no caderno.

    Contexto

    A reportagem que você lerá a seguir, publicada no jornal Folha de São Paulo em 23 de janeiro de 2018, aborda uma situação que atinge uma região brasileira. Para a escrita desse texto, muitas informações foram levantadas pelo autor por meio de consultas a fontes, com o intuito de traçar um perfil o mais completo possível do assunto.

    João Pedro Pitombo

    AUTORIA

    Jornalista, atualmente é correspondente em Salvador. Atuou como repórter de Economia e Política no jornal A Tarde e trabalhou como repórter televisivo em Angola. Mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas, desenvolveu pesquisa em Cibercultura pela Universidade Federal da Bahia (úfiba).

    Antes de ler

    Leia o título da reportagem a seguir.

    • A partir deste título, qual tema o texto discutirá?
    • Qual é a função principal desta reportagem?
    • Você acredita que o assunto do texto é de pequena ou grande gravidade?
    • Você já leu outros textos sobre esse assunto? Quais informações você conhece e espera encontrar na reportagem?

    1 em cada 3 represas do Nordeste está seca

    1 em cada 3 represas do Nordeste está seca

    55% dos açudes e reservatórios monitorados por agência de águas na região têm menos de 10% de sua capacidade

    Estiagem dura sete anos no semiárido; governo federal já gastou noventa milhões de reais com caminhões-pipa

    João Pedro Pitombo

    De Salvador

    reticências

    Segundo dados da ãna (Agência Nacional de Águas), dos 436 reservatórios da região usados exclusivamente para armazenamento de água e com medições recentes, 240 (55%) estão com o nível inferior a 10% de sua capacidade. Destes, 143 – quase um terço do total – estão completamente vazios.

    Os números não incluem os reservatórios ligados ao Sistema Interligado Nacional, como os do rio São Francisco, usados prioritariamente para geração de energia elétrica.

    Além do Castanhão, outros grandes reservatórios como Orós (Ceará), Engenheiro Francisco Saboia (Pernambuco) e o sistema Coremas-Mãe dágua (Paraíba) estão com nível abaixo de 10% da capacidade.

    A barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior do Rio Grande do Norte e que comporta até 2,4 bilhões de metros cúbicos de água, chegou a 11,32% de sua capacidade e entrou no volume morto.

    INSEGURANÇA HÍDRICA

    A seca dos reservatórios é resultado da estiagem que atinge o semiárido nordestino

    Respostas e comentários

    Sobre Contexto

    O texto fórma-se com base em uma série de dados sobre os níveis de água de açudes e reservatórios, expondo ao leitor a situação e as consequências da seca para os moradores da região, não só em relação às condições básicas de sobrevivência, como também ao desenvolvimento da economia local. Grosso modo, a reportagem tem uma preocupação investigativa, que busca apresentar um fato em um panorama que explique causas e consequências, desdobrando-o em seus aspectos mais importantes. Por ter profundidade e, portanto, ter extensão que permita abordar dados diversos e apresentar um bom número de fontes, o gênero foi escolhido como material de apoio para o resumo e o relato de pesquisa que serão produzidos na seção Produção de texto. Nas matérias publicadas em veículos de comunicação confiáveis, os fatos passam por uma averiguação criteriosa, e várias fontes são apresentadas ao interlocutor, que conhece, assim, as pessoas ou instituições que forneceram as informações, podendo avaliar se são autênticas.

    Sobre Antes de ler

    A leitura dos gêneros jornalísticos depende do interesse de seu público-alvo nas matérias. Isso levou os veículos de comunicação a criar títulos que impactem o leitor e sintetizem as informações mais importantes. Por isso, o tópico discursivo, isto é, o tema ou tópico tratado no texto, explícito no título, permite que os estudantes avaliem o interesse do público-alvo em relação ao fato investigado apenas considerando esse elemento.

    Habilidades trabalhadas nesta seção e suas subseções (Estudo do texto e O gênero em foco)

    (ê éfe seis nove éle pê zero três) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.

    (ê éfe seis nove éle pê três zero) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de fórma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.

    (ê éfe seis nove éle pê três um) Utilizar pistas linguísticas – tais como “em primeiro/segundo/terceiro lugar”, “por outro lado”, “dito de outro modo”, “isto é”, “por exemplo” – para compreender a hierarquização das proposições, sintetizando o conteúdo dos textos.

    (ê éfe seis nove éle pê três dois) Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas, digitais, orais etcétera), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, e organizar, esquematicamente, com ajuda do professor, as informações necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de ferramentas digitais, em quadros, tabelas ou gráficos.

    (ê éfe seis nove éle pê três três) Articular o verbal com os esquemas, infográficos, imagens variadas etcétera na construção dos sentidos dos textos de divulgação científica e retextualizar do discursivo para o esquemático – infográfico, esquema, tabela, gráfico, ilustração etcétera – e, ao contrário, transformar o conteúdo das tabelas, esquemas, infográficos, ilustrações etcétera em texto discursivo, como fórma de ampliar as possibilidades de compreensão desses textos e analisar as características das multissemioses e dos gêneros em questão.

    (ê éfe seis nove éle pê três quatro) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, produzir marginálias (ou tomar notas em outro suporte), sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro comparativo, esquema, resumo ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise), mapa conceitual, dependendo do que for mais adequado, como fórma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de conteúdos e informações e um posicionamento frente aos textos, se esse for o caso.

    (ê éfe seis sete éle pê zero dois) Explorar o espaço reservado ao leitor nos jornais, revistas, impressos e on-line, sites noticiosos etcétera destacando notícias, fotorreportagens, entrevistas, charges, assuntos, temas, debates em foco, posicionando-se de maneira ética e respeitosa frente a esses textos e opiniões a eles relacionadas, e publicar notícias, notas jornalísticas, fotorreportagem de interesse geral nesses espaços do leitor.

    (ê éfe seis sete éle pê dois zero) Realizar pesquisa, a partir de recortes e questões definidos previamente, usando fontes indicadas e abertas.

    Orientação

    Chame a atenção para os números expressos no título com o objetivo de levar os estudantes a concluírem que é crítica a marca de um terço de represas nordestinas secas, afetando grande parte da população. Se desejar, amplie a discussão, avaliando a gravidade do fato na leitura da linha-fina, a qual informa que mais da metade dos açudes monitorados pelas agências de água estava com capacidade inferior a 10%, na época da publicação da reportagem.

    nos últimos sete anos e deixou rastro de quebras de safra nas lavouras, perda dos rebanhos e falta de água nas cidades.

    Mesmo chuvas registradas no ano passado em parte do semiárido não foram suficientes para garantir a segurança hídrica da região.

    Exemplo disso é a barragem do Prata, uma das que abastece o agreste pernambucano, que saiu do volume morto e alcançou 43% de sua capacidade com as chuvas de maio e junho de 2017. Mesmo assim, cidades da região ainda chegam a ficar 28 dias sem água para cada dois de abastecimento.

    Isso porque a barragem de Jucazinho, maior daquela região, está em colapso. Há pouca oferta de água para uma das regiões do sertão mais densamente povoadas no semiárido.

    “Somos a região que tem mais gente e menos água no país. É um problema que a gente convive desde sempre, mas se aprofundou com a última seca”, afirma Raquel Lyra (Pê ésse dê bê), prefeita de Caruaru, maior cidade do agreste com 350 mil habitantes.

    Além da falta de água nas casas dos moradores e para a lavoura na zona rural, o racionamento tem afetado a economia da cidade, que sedia o segundo polo de confecções do país. A produção de jeans, que demanda grande quantidade de água para as sucessivas lavagens do tecido, é uma das mais prejudicadas.

    A adutora do Agreste, que trará água do rio São Francisco para a região, anda a passos lentos com o estrangulamento de repasses federais. O governo estuda uma solução paliativa até que a obra fique pronta.

    “Vamos ter que trazer água da Paraíba, de uma área que foi perenizada com a transposição [do rio São Francisco]”, diz Ricardo Tavares, presidente da Compesa, companhia de água de Pernambuco.

    SEM COLHEITA

    Em outros Estados, a situação se replica. No Ceará, há 39 municípios que estão em situação de racionamento. Destes, 21 cidades só têm abastecimento garantido até o fim de janeiro e outras 18 só têm água suficiente até o fim de fevereiro, caso não chova.

    No Rio Grande do Norte, dos 47 açudes monitorados pelo governo, 35 estão no volume morto ou completamente vazios. De cada três cidades do Estado, duas estão em situa­ção de racionamento ou colapso total no abastecimento.

    Já no sertão baiano, a região do sisal e da Chapada Diamantina são as mais prejudicadas com o esvaziamento de barragens do Apertado, Pedras Altas e São José do Jacuípe, resultando em racionamento em cidades como Seabra e Senhor do Bonfim.

    Caminhões-pipa são utilizados para garantir o abastecimento das casas, fazendo a chamada “indústria da seca” funcionar a todo vapor. Somente o governo federal gastou noventa milhões de reais no ano passado com caminhões-pipa, que abasteceram 818 municípios.

    Enquanto a solução não vem, cidades chegam a ficar cinco anos sem água nas torneiras, caso de Jataúba, município de 17 mil habitantes na fronteira entre o agreste e o sertão pernambucano.

    Dono de um lote na zona rural da cidade, o agricultor Fernando Santiago, 32, não sabe o que é colher uma safra há oito anos. Desde então, a única coisa que brotou em sua roça é palma, espécie resistente à seca usada na alimentação de bodes e cabras.

    “A única coisa que nos salva são os rebanhos de caprinos e ovinos. São animais rústicos que se adaptam bem ao clima seco. No mais, estamos praticamente sem ter como trabalhar”, diz Fernando, que chega a pagar até R$ 200duzentos reais por um caminhão-pipa e ter água em casa para beber e cozinhar.

    Fotografia. Imagem colorida, formato paisagem. Barragem, um rio com um pequeno barco amarrado a um tronco. Ao redor, terra seca.
    Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Assu, Rio Grande do Norte, seca no último dia 7. Nordeste tem mais da metade dos reservatórios abaixo de 10%. Fotografia de 2018.

    PITOMBO, João Pedro. 1 em cada 3 represas do Nordeste está seca. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 janeiro 2018. Cotidiano, página B3.

    Estudo do texto

    Faça as atividades no caderno.

    1. Com base nas hipóteses que você levantou e na leitura do texto, responda:
      1. Conte, em poucas palavras, a um amigo qual é o tema principal da reportagem que você leu – apoiando-se no título, mas sem copiar exatamente o que está escrito nele. O que você diria?
      2. Qual é o objetivo do texto ao tratar desse tema?
      3. Que informação o título da reportagem apresenta, para que o leitor possa supor qual é a gravidade do assunto apresentado?
    Ícone pontos de atenção e noções complementares

    Reportagem

    A reportagem é um gênero textual jornalístico que engloba pesquisa, interpretação e tratamento de informações. Você vai estudá-la detalhadamente no volume do 8º ano desta coleção. Circula nas mídias impressa, televisiva, radiofônica e digital.

    1. Considere o texto que entra logo depois do título da reportagem.
      1. Transcreva as informações, excluindo as porcentagens e fazendo as adaptações necessárias.
      2. A exclusão dessas porcentagens contribui para que o enunciado fique mais sintético, porém provoca alteração no que se refere ao sentido dele. Explique essa alteração.
      3. Indique outra fórma de sintetizar, ou seja, resumir as informações apresentadas no subtítulo da reportagem sem que se percam dados importantes.
      4. O que os subtítulos acrescentam às informações anunciadas no título? Como essa parte colabora com o tema abordado?
    2. Leia novamente os dois primeiros parágrafos da reportagem e indique sobre o que eles tratam, usando suas palavras e sem repetir informações como datas, quantidades numéricas e porcentagens.
    3. Como leitor dessa reportagem, o que você gostaria de escrever ao jornal e ao jornalista que redigiu a matéria? Elabore um comentário que expresse sua opinião sobre a reportagem como leitor.
    4. Releia o quinto parágrafo da reportagem:

    A seca dos reservatórios é resultado da estiagem que atinge o semiárido nordestino nos últimos sete anos e deixou rastro de quebras de safra nas lavouras, perda dos rebanhos e falta de água nas cidades.

    PITOMBO, João Pedro. 1 em cada 3 represas do Nordeste está seca. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 janeiro 2018. Cotidiano, página B3.

    • Agora, selecione e transcreva o menor trecho que você julga conter a ideia principal dessa passagem.

    6. Releia o terceiro parágrafo da reportagem e faça um enunciado sintetizando as ideias apresentadas nele.

    Respostas e comentários

    1. a) Resposta pessoal.

    1. c) Ao revelar que um terço das represas do Nordeste secou, o título evidencia ao leitor que se trata de um assunto de grande gravidade.

    2. c) Resposta pessoal. Sugestão: "Pouco mais da metade dos depósitos de água nordestinos monitorados está altamente escasso".

    5. O menor trecho é: "A seca dos reservatórios é resultado da estiagem".

    6. Resposta pessoal.

    Respostas

    1. a) Espera-se que os estudantes indiquem em suas respostas o problema (seca/estiagem nas represas) e o local onde ele acontece (Nordeste).

    Sugestões de respostas: “A falta de água nas represas do Nordeste”, “O prejuízo que a seca nordestina causa às represas”, “A estiagem de boa parte das represas nordestinas”.

    b) O objetivo é informar o leitor sobre como a falta de chuva afeta a região Nordeste do Brasil.

    2. a) Resposta pessoal. “Açudes e reservatórios monitorados por agência de águas na região possuem água abaixo de sua capacidade.”

    b) Ao se extraírem as porcentagens fornecidas no subtítulo da reportagem, importantes informações são perdidas. Portanto, o sentido é alterado, pois fica menos preciso. As porcentagens dão precisão ao texto e indicam a gravidade da situação da seca no Nordeste. Sem elas o sentido ficaria incompleto.

    c) Mais importante era saber sobre a gravidade da seca no Nordeste. Por fim, justificar o porquê de o adjetivo monitorados permanecer no texto reduzido: ele restringe os açudes e reservatórios dos quais a reportagem trata (os dados referem-se apenas àqueles que são monitorados, não a todos); retirá-lo afetaria bastante o sentido.

    d) Os subtítulos expressam os principais assuntos tratados na reportagem. No primeiro intertítulo (“Insegurança hídrica”), os desdobramentos tratados são a falta de chuva e a lentidão nos investimentos do governo federal que não garantem a segurança hídrica, afetando os moradores da região; já no segundo intertítulo (“Sem colheita”), aborda-se a impossibilidade de plantio e consequente colheita, já que isso depende da água.

    3. Sugestão: “Segundo dados da ãna, exceto os reservatórios ligados ao Sistema Interligado Nacional, mais da metade dos reservatórios de água da região está com baixos níveis de capacidade e alguns estão completamente vazios”.

    4. Oriente uma pesquisa em jornais e revistas impressas e digitais que contenham reportagens e espaços destinados aos leitores, local onde são difundidas, por exemplo, cartas de leitor. Leia e analise com os estudantes o modo de organização desses textos.

    7. Considere a passagem da reportagem intitulada “Insegurança hídrica” e o problema de que ela trata. Relacione-os no caderno:

    a. Causa.

    b. Consequência.

    c. Possível solução.

    I. Uso de água da Paraíba para o abastecimento do semiárido nordestino.

    II. Estiagem que atinge o semiárido nordestino nos últimos anos.

    III. Prejuízo às lavouras, aos rebanhos, ao abastecimento de água nas cidades e à economia local.

    8. Leia a seguir mais um trecho extraído da reportagem:

    A adutora do Agreste, que trará água do rio São Francisco para a região, anda a passos lentos com o estrangulamento de repasses federais.

    PITOMBO, João Pedro. 1 em cada 3 represas do Nordeste está seca. Folha deSão Paulo, São Paulo, 23 janeiro 2018. Cotidiano, página B3.

    Fotografia. Imagem colorida, formato paisagem. Adutora, construção em formato de rio.
    Adutora do Agreste parcialmente concluída. Fotografia de 2020.

    No contexto da reportagem, “estrangulamento” está sendo usado em sentido literal ou figurado? Como você transmitiria a mesma ideia dessa expressão de fórma objetiva? Consulte um dicionário, se julgar necessário.

    9. A reportagem deve comprometer-se em fornecer ao leitor dados verídicos. Para isso, é necessário que o jornalista responsável por ela se apoie em fontes seguras. Releia a reportagem, localize e elenque as fontes que foram consultadas.

    10. Leia, a seguir, a letra da canção “Sobradinho”. Nela, é feita uma crítica aos impactos sociais e ambientais gerados pela construção da usina de Sobradinho, no interior da Bahia, pois essa obra causou o alagamento de diversas cidades do entorno. Após a leitura, responda às questões propostas:

    Sobradinho

    O homem chega, já desfaz a natureza,

    tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar.

    O São Francisco lá pra cima da Bahia

    diz que dia menos dia vai subir bem devagar.

    E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que dizia que o Sertão ia alagar.


    O sertão vai virar mar, dá no coração

    o medo que algum dia o mar também vire sertão.


    Adeus, Remanso, Casa Nova, Sento-Sé.

    Adeus, Pilão Arcado, vem o rio te engolir.

    Debaixo dágua lá se vai a vida inteira,

    por cima da cachoeira, o gaiola vai subir.


    Vai ter barragem no Salto do Sobradinho,

    e o povo vai-se embora com medo de se afogar.


    Remanso, Casa Nova, Sento-Sé,

    Pilão Arcado, Sobradinho

    Adeus, Adeus...

    SÁ, Luiz Carlos; GUARABYRA. Sobradinho. Intérpretes: Sá e Guarabyra. In: SÁ e GUARABYRA. Pirão de peixe com pimenta, 1977. Rio de Janeiro: Som Livre. 1 cedê. Faixa 1.

    Respostas e comentários

    7. um c), dois a), três b)

    8. Resposta pessoal.

    9. As fontes consultadas são: Agência Nacional de Águas (ãna), a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, o presidente da Companhia de Água de Pernambuco (Compesa), Ricardo Tavares, e o agricultor dono de um lote na zona rural de Jataúba, Fernando Santiago.

    Respostas (continuação)

    8. Em sentido figurado. Sugestões: “diminuição de repasses federais”, “redução de repasses federais”, “contenção de repasses federais” etcétera

    1. De que maneira é possível relacionar a reportagem com a letra dessa canção?
    2. Indique o que, figurativamente, a palavra mar significa nos 7º e 8º versos da letra da canção.
    3. Relacione a passagem citada no item anterior com a reportagem e explique como o receio de o “mar virar sertão” se tornou realidade.
    Ícone pontos de atenção e noções complementares

    Intertextualidade

    É a relação de influência entre textos. Essa influência pode estar explícita, quando um texto retoma claramente parte de outro texto, ou implícita, quando um texto carrega ideias parecidas com as de outro.

    Saiba +

    “O sertão vai virar mar”

    Para compor a letra de “Sobradinho”, Sá e Guarabyra inspiraram-se na profecia “o sertão vai virar mar, e o mar vai virar sertão”, atribuída a Antônio Conselheiro (1830-1897). Líder religioso e importante figura histórica, Conselheiro peregrinou por alguns estados do Nordeste e, nessas andanças, ganhou a simpatia de pessoas mais pobres que passaram a segui-lo até fundarem uma comunidade na região de Canudos, no sertão baiano, que chegou a contar com entre 15 e 25 mil moradores. As ideias de Conselheiro e a prosperidade de Canudos incomodaram as autoridades políticas e religiosas, e sua população foi dizimada pelo Exército da República, durante a Guerra de Canudos (entre 1896 e 1897). Esse massacre foi relatado no livro Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha (1866-1909).

    Fotografia. Imagem colorida, formato paisagem. Vista aérea de uma barragem composta por rio, cabos de energia elétrica e uma ponte com aberturas sobre a água.  No fundo, vegetação.
    Vista de drone da barragem da Usina Hidrelétrica de Sobradinho (Bahia). Fotografia de 2018.
    Respostas e comentários

    Respostas (continuação)

    10. a) A relação se estabelece na expectativa que se tem na conclusão de projetos que levem água ao Sertão.

    b) No 7º verso, mar remete ao alagamento de áreas da re­gião de Sobradinho que a represa causaria/causou para ser viabilizada. No 8º, a palavra refere-se à possi­bilidade de a estiagem atin­gir uma extensão de água do tamanho de um oceano.

    c) No trecho citado, expõe­-se o receio de que a água das represas um dia seque. A reportagem relata que essa apreensão tornou-se realida­de na medida em que os açu­des e reservatórios nordesti­nos apresentam água bem abaixo de sua capacidade, em razão da estiagem. Nesse sentido, tudo voltou a secar, a ser sertão.

    Sobre Saiba+

    Muitos textos fazem parte da memória social de uma coletividade, formando um elo de referências. Nesse diálogo intertextual, cada citação, direta ou indireta, ajuda os leitores a ressignificar conhecimentos e construir uma rede de sentidos em eterna renovação. A citação da letra de “Sobradinho” ativa na memória um momento histórico do Nordeste, quando se vislumbravam represas como sinônimo de progresso. Décadas depois, elas se mostram tão secas quanto a árida terra da época de Conselheiro. Os estudantes podem refletir sobre esse ciclo e sobre como levar prosperidade a essa região castigada pela seca.

    O gênero em foco

    Resumo

    Um texto que, por sua natureza, não tenha comprometimento com a concisão carrega diversas informações que podem ser hierarquizadas: há as que são absolutamente indispensáveis e há as que são apenas suplementares, ainda que também sejam importantes para a construção de sentido. Nos gêneros textuais norteados pela redução de informação, é essencial que o foco tenha essa hierarquia: o autor deve identificar aquilo que deve manter e o que pode excluir. Enquanto a reportagem é um exemplo de texto construído sem a necessidade de ser sucinto, o resumo é um modelo de gênero textual guiado pela redução. Ao se deparar com um texto a ser resumido, algumas estratégias podem ser adotadas.

    Seleção

    A principal estratégia para a produção de um resumo é chamada de seleção, realizada por meio do movimento de cópia e apagamento no texto a ser resumido. Para compreender melhor como se dá essa estratégia, vamos usar como exemplo o primeiro parágrafo da reportagem intitulada “1 em cada 3 represas do Nordeste está seca”, apresentada nesta Unidade. Observe:

    Esquema composto por texto e destaques em amarelo.
Texto:
Segundo dados da ANA (Agência Nacional de Águas), dos 436 reservatórios da região usados exclusivamente para armazenamento de água e com medições recentes, 240 (55%) estão com o nível inferior a 10% de sua capacidade. Destes, 143 – quase um terço do total – estão completamente vazios.

Destaques: no texto, há destaque em amarelo nos termos:
436 reservatórios da região; 240 (55%) estão com o nível inferior a 10% de sua capacidade; 143; estão completamente vazios.

    PITOMBO, João Pedro. 1 em cada 3 represas do Nordeste está seca. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 janeiro 2018. Cotidiano, página B3.

    Nesse parágrafo, as passagens destacadas são aquelas consideradas essenciais – farão parte do resumo, portanto –, e as demais são as acessórias, isto é, contêm informações importantes, mas, caso suprimidas, não impactam o sentido global do parágrafo – consequentemente, podem ser excluídas.

    Uma possibilidade de resumo desse primeiro parágrafo seria, então:

    Segundo dados da ãna, dos 436 reservatórios da região, 240 (55%) estão com o nível inferior a 10% de sua capacidade e 143 estão completamente vazios.

    Respostas e comentários

    Sobre resumo

    O resumo é um gênero que circula em diversos campos de atuação humana, por ser muito útil para registrar conhecimentos. No campo das práticas de estudo e pesquisa, ele é importante por possibilitar aos estudantes reelaborar os saberes, organizando e se apropriando das ideias que estudou.

    Resumir para estudar consiste em selecionar, hierarquizar e reorganizar conceitos, noções e informações extraídas do material de pesquisa. Sugira que eles, quando estiverem analisando textos em jornais, revistas e outros livros, por exemplo, selecionem o que consideram essencial, apagan­do do texto-fonte o que é supérfluo, eliminando o que não é relevante. Também podem anotar em cadernos ou blocos, de modo a organizar as ideias mais importantes de um texto. Sugira a eles que grifem o que é importante. Canetas marca-texto podem ser usadas para destacar palavras-chave, aquelas que definem o tópico frasal. Assim, as ideias centrais de cada parágrafo ficam visíveis. Os estudantes precisam, também, decidir a ordem em que as informações serão resumidas; nem sempre a organização do texto-fonte é a ideal para se estudar. Se um parágrafo fugir ao propósito do resumo, deve ser excluído. Por isso, os estudantes terão de descobrir em que medida a fidelidade ao texto original deve ser mantida.

    Para que o resumo seja adequado à atividade, é preciso lembrar que o texto será feito para ser lido por terceiros. As ideias precisam estar claras e o texto, objetivo.

    É importante dialogar com os estudantes a respeito do uso de marcadores de autoria, tais como: segundo o autor, conforme o pensamento do autor etcétera Ao resumir um texto de outra pessoa, precisamos indicar essa autoria alheia, não própria, de modo a não configurar plágio.

    Indicação de livro

    A professora Marli Quadros Leite, nesta obra, ensina ao escritor iniciante algumas estratégias de compreensão e de produção de textos para elaborar bons resumos:

    LEITE, Marli Quadros. Resumo. São Paulo: Editora Paulistana, 2016. (Coleção Aprenda a fazer, volume 1).

    Generalização

    Outra estratégia possível para a produção de um resumo é a generalização, que consiste em trocar uma ou mais informações específicas por outra geral. Observe:

    Texto em boxe: "Já no sertão baiano, a região do sisal e da Chapada Diamantina são as mais prejudicadas com o esvaziamento de barragens do Apertado, Pedras Altas e São José do Jacuípe, resultando em racionamento em cidades como Seabra e Senhor do Bonfim."
Destaque em amarelo nos trechos: "do Apertado, Pedras Altas e São José do Jacuípe" e " Seabra e Senhor do Bonfim".

    PITOMBO, João Pedro. 1 em cada 3 represas do Nordeste está seca. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 janeiro. 2018. Cotidiano, página B3.

    Uma possibilidade de resumo desse parágrafo implica generalizar as duas passagens que enumeram as cidades afetadas pela seca das barragens, trocando os nomes próprios, específicos, por um nome comum, geral (o próprio termo cidade, no caso):

    Já no sertão baiano, a região do sisal e da Chapada Diamantina são as mais prejudicadas com o esvaziamento de barragens de algumas cidades, resultando em racionamento em outras.

    Fotografia. Imagem colorida, formato paisagem. Uma barragem de água. Ao redor, vegetação.  Acima, céu com nuvens.
    Barragem de São José do Jacuípe (Bahia), em 2016.
    Construção

    Na estratégia de construção, o que se faz é reelaborar um trecho valendo-se de palavras e organizações diferentes, recurso denominado paráfrase, como você já viu. Na reportagem estudada, lê-se:

    Texto em boxe:  "[...] deixou rastro de quebras de safra nas lavouras [...]."
Destaque em amarelo no trecho: "deixou rastro de".

    PITOMBO, João Pedro. 1 em cada 3 represas do Nordeste está seca. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 janeiro 2018. Cotidiano, página B3.

    A passagem destacada indica um modo de escrever subjetivo, especialmente pelo uso da palavra rastro em sentido figurado. Uma alternativa seria trocá-la por um termo objetivo:

    reticências acarretou quebras de safra nas lavouras reticências

    Escolha uma das técnicas de resumo indicadas anteriormente para aplicar em seus estudos para as avaliações escolares. Depois, compartilhe com seus colegas como foi estudar utilizando esse modo de sintetizar informações (do livro didático, das anotações do caderno, de outros livros analisados etcétera).

    Respostas e comentários

    Sobre generalização

    Uma maneira eficiente de sintetizar ideias é empregar generalizações. Hiperônimos substituem hipônimos; palavras de sentido semelhante substituem longas expressões e até mesmo orações.

    Sobre paráfrase

    Lembre aos estudantes que textualizar de modo sucinto é outra operação para se resumir bem. Frases na ordem direta (sujeito, verbo, complementos) costumam ser mais curtas e objetivas. Além disso, ao empregar vocabulário próprio, mais simplificado, eles acabam reorganizando as ideias e, logo, apropriando-se delas.

    Algumas considerações

    É importante ressaltar que fazer um resumo é um processo subjetivo. Dependerá do que o autor do texto considera mais relevante ou não. Resumos feitos por autores diferentes sobre um mesmo texto dificilmente serão iguais. Com a prática, adquire-se a habilidade de resumir um texto de acordo com o princípio do gênero: manter o que é essencial, excluir o que é acessório em relação ao objetivo que se tem com o resumo e com o público-alvo. É fundamental que o autor de um resumo se policie quanto a expressar seu posicionamento.

    O ato de resumir não pressupõe a inclusão de informações originadas do autor do resumo.

    O foco deve ser reduzir o que determinado texto apresentou.

    Orientações

    Dialogue com a turma sobre como a criação de resumos pode fazer parte do cotidiano deles, contribuindo com a capacidade de síntese de conteúdos escolares. Ao sintetizar informações, enfatizamos saberes essenciais e esse processo pode ajudar no estudo para avaliações e trabalhos escolares. Pergunte se algum estudante já realizou esse processo de estudar fazendo resumos e mobilize um momento de compartilhamento de vivências.

    Leia a reportagem a seguir.

    Postos registram furtos de 560 doses de vacina contra febre amarela em São Paulo

    Frascos foram levados de duas unidades de saúde; se fracionados, protegeriam 2.800 pessoas

    Segundo prefeitura, segurança foi reforçada após episódios; na rede privada, lotes começam a chegar na sexta-feira

    Angela Pinho

    De São Paulo

    A cidade de São Paulo registrou furtos de 56 frascos de vacina contra a febre amarela em dois postos de saúde municipais. Cada recipiente contém dez doses plenas da imunização – em um total de 560. Fracionadas, elas poderiam proteger até 2.800 pessoas.

    A vacina vem sendo controlada por meio de senhas distribuídas em casas na capital paulista, numa campanha em quatro etapas. Nas clínicas privadas, ela está em falta. Novos lotes começam a chegar nesta sexta-feira (9).

    Os furtos nas unidades básicas de saúde foram divulgados em comunicado publicado nesta quarta-feira (7) pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde no “Diário Oficial” do município.

    O maior deles ocorreu em 31 de janeiro na U bê ésse Jardim Edite, em Cidade Monções (zona sul), perto da avenida Luís Carlos Berrini. Segundo a Secretaria de Saúde da gestão João Dória (Pê ésse dê bê), foram subtraídas cinco caixas de vacina e cinco do diluente usado na imunização, totalizando 50 frascos dos dois itens.

    O boletim de ocorrência informa que eles ficavam em local de acesso ao público.

    O outro furto ocorreu na U bê ésse Malta Cardoso, no Rio Pequeno (zona oeste). Na delegacia, um funcionário da unidade informou que quatro frascos foram levados no dia 29, e dois, no dia 30.

    De acordo com a Secretaria da Saúde, a segurança foi reforçada nos locais onde as vacinas são armazenadas. A pasta afirmou ainda que as unidades estão à disposição dos órgãos de investigação.

    Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que funcionários já foram ouvidos e “diligências estão sendo feitas para identificar e prender os criminosos”.

    A cidade de São Paulo não tem nenhum registro de caso humano de febre amarela. No entanto, a aparição de macacos infectados em áreas de mata da capital, como no Horto Florestal (zona norte), provocou corrida pela vacina.

    Diante das filas, a prefeitura desde o dia 23 passou a distribuir senhas de casa em casa, inicialmente nos distritos leste, sudeste e sul, para que as pessoas fossem se vacinar nas U bê ésses. As regiões das duas unidades alvos de furto seriam contempladas em outras fases da campanha, até maio.

    Nas duas áreas, não há atualmente registro de caso da doença nem em macacos.

    A vacina também está disponível em 17 postos de saúde para moradores que planejam viajar a áreas de risco. Nas clínicas privadas, o estoque se esgotou e começa a ser reposto na sexta.

    Segundo a empresa Sanofi-Pasteur, a partir dessa data começam a chegar as doses do lote liberado em caráter de urgência pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – o produto é o mesmo, a única diferença é que os rótulos não estavam traduzidos para o português. No mês passado, clínicas cobravam até R$ 250duzentos e cinquenta reais pela vacina.

    POSTOS registram furtos de 560 doses de vacina contra febre amarela em São Paulo. Folha de São Paulo, São Paulo, 8 fevereiro 2018. Cotidiano, página B5.

    Agora, leia uma possibilidade de resumo dessa reportagem:

    Na cidade de São Paulo, dois postos de saúde municipais tiveram furtados frascos com 560 doses de vacina contra febre amarela, que, fracionadas, poderiam proteger até 2.800 pessoas. As vacinas, que estão em falta em clínicas privadas, estão sendo controladas por meio de distribuição de senhas nos postos.

    O maior desses furtos, divulgados pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde, ocorreu na U bê ésse Jardim Edite, na zona sul de São Paulo, onde 50 frascos da vacina e do diluente usado na imunização foram subtraídos. A U bê ésse Malta Cardoso, na zona oeste de São Paulo, também foi alvo dos furtos, tendo, ao todo, seis frascos levados.

    Respostas e comentários

    Orientação

    Na editoria Cotidiano de um grande jornal de circulação nacional, o relato de um fato inédito acerca de saúde pública (o roubo de vacinas foi escolhido para modelizar a produção de resumos). Em um país tropical como o Brasil, no qual a proliferação de mosquitos é inevitável e a transmissão de doenças praticamente impossível de ser detida, vacinas foram furtadas de dois postos de saúde do município de São Paulo. A reportagem de Angela Pinho é apresentada com a finalidade de demonstrar as operações que transformam um texto de média extensão em outro, mais resumido.

    Recomenda-se que se faça uma leitura compartilhada, lançando perguntas que promovam a compreensão global do texto.

    Os pontos essenciais do texto podem ser discutidos coletivamente. Todos podem escrever no caderno os trechos relevantes, circulando as palavras-chave de cada parágrafo. Depois, quando estiverem lendo reportagens para escreverem seus resumos, os estudantes podem sublinhar diretamente nos jornais e nas revistas, ou na versão impressa dos textos encontrados em suas pesquisas.

    Segundo a Secretaria da Saúde, a segurança foi reforçada onde as vacinas são armazenadas. Já a Secretaria da Segurança Pública informou que as medidas cabíveis, em relação a esse crime, estão sendo tomadas.

    Inicialmente, a distribuição de senhas ocorre nos distritos leste, sudeste e sul, e posteriormente contemplaria as duas regiões afetadas pelos furtos. Não há, ainda, nenhum registro da doença nesses lugares.

    A vacina também está disponível em 17 postos de saúde para moradores que planejam viajar a áreas de risco. Nas clínicas privadas – onde, no mês passado, se cobrava até R$ 250 duzentos e cinquenta reaispor vacina –, a previsão é que o estoque comece a ser reposto na sexta.

    Observe que, de cada parágrafo, se extraíram as informações consideradas essenciais para o entendimento do fato em questão. No primeiro parágrafo, por exemplo, optou-se por mencionar somente a quantidade de doses furtadas (560), em vez de citar o número de frascos (56), porque as duas informações são equivalentes (560 doses estão contidas em 56 frascos) e porque a menção aos frascos é fornecida adiante ao leitor.

    Além disso, muitas passagens são escritas de outro modo, em prol da síntese. Leia os parágrafos a seguir:

    Texto em boxe: De acordo com a Secretaria da Saúde, a segurança foi reforçada nos locais onde as vacinas são armazenadas. A pasta afirmou ainda que as unidades estão à disposição dos órgãos de investigação.
Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que funcionários já foram
ouvidos e ‘diligências estão sendo feitas para identificar e prender os criminosos’
 Destaque para grifos nos trechos: ‘De acordo com a Secretaria da Saúde’; Por meio de nota,  a Secretaria da Segurança Pública’ e  Funcionários já foram ouvidos e ‘diligências estão sendo feitas para identificar e prender os criminosos’.

    POSTOS registram furtos de 560 doses de vacina contra febre amarela em São Paulo. Folha de São Paulo, São Paulo, 8 fevereiro 2018. Cotidiano, página B5.

    No resumo, a transformação se deu da seguinte fórma:

    Texto em boxe:  Segundo a Secretaria da Saúde, a segurança foi reforçada onde as vacinas são armazenadas. Já a Secretaria da Segurança Pública informou que as medidas cabíveis, em relação a esse crime, estão sendo tomadas.
Destaque para grifos nos trechos: ‘Segundo a Secretaria da Saúde’; ‘Já a Secretaria da  Segurança Pública’ e ‘as medidas cabíveis, em relação a esse crime, estão sendo tomadas.’.

    Os trechos sublinhados referem-se a esse movimento de reescrita. A mudança é sutil, mas, ao final do resumo, o resultado é expressivo.

    Observe este outro trecho da reportagem original:

    Texto em boxe:  Na delegacia, um funcionário da unidade informou que quatro frascos foram levados no dia 29, e dois, no dia 30.
Destaque para grifos no trecho: ‘e dois’.

    POSTOS registram furtos de 560 doses de vacina contra febre amarela em São Paulo. Folha de São Paulo, São Paulo, 8 fevereiro 2018. Cotidiano, página B5.

    No resumo, houve a somatória desses dados, com base na estratégia de generalização, além do apagamento das datas:

    Texto em boxe:  A UBS Malta Cardoso, na zona oeste de São Paulo, também foi alvo dos furtos, tendo, ao todo, seis frascos levados.
Destaque para grifos no trecho: ‘ao todo, seis frascos levados.’.
    Respostas e comentários

    Orientação

    Durante essa atividade, os estudantes podem encontrar outras soluções tão eficientes quanto as propostas no Livro do Estudante. Deixe que eles sugiram como os trechos podem ser sintetizados, empregando vocabulário próprio. Estimule-os a nomear palavras-chave que sintetizem as ideias centrais dos parágrafos. Dessa fórma, a turma aprende a construir uma lista com a organização tópica do texto, resumida em uma palavra ou expressão curta por parágrafo.

    Ao final da atividade, os estudantes podem ter em seus cadernos outra versão resumida da reportagem.

    Analise, também, com eles, quais pistas linguísticas estão presentes – tanto na reportagem quanto no resumo – para indicar uma hierarquização de tópicos, ou seja, uma progressão dos acontecimentos. Se preciso, solicite aos estudantes que, organizados em grupos, elenquem em uma linha do tempo os fatos apresentados/descritos na reportagem.

    Indicação de livro

    O primeiro volume da coleção “Leitura e produção de textos técnicos e acadêmicos”, Resumo, traz propostas de atividades de resumos feitos com base em textos autênticos. Concebidos a princípio para estudantes universitários, têm muitas atividades que podem ser aplicadas aos estudantes mais jovens:

    MACHADO, Anna raquel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lília Santos. Resumo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. (Coleção Leitura e produção de textos técnicos e acadêmicos, volume 1).

    Conhecimentos linguísticos e gramaticais 2

    Faça as atividades no caderno.

    Coesão textual

    1. Leia a sinopse do livro Samuca e seus grilos na cuca, de Jonas Ribeiro:

    Samuel, mais conhecido por Samuca entre seus amigos e familiares, é um garoto muito tímido. Bom mesmo, ele achava, era o Lourival Sensacional, o apresentador de tê vê que preenchia suas tardes. O que Samuca nunca poderia imaginar é que Lourival era tio de seu melhor amigo, Adriano, e que a vida do apresentador não era tão sensacional como ele pensava. Uma viagem de férias com os pais será um verdadeiro rito de passagem na vida de Samuca, e mostrará que todos temos nosso valor, além de, claro, muitos grilos na cuca.

    GUIA de Literatura Infantil – Juvenil 2021/22, Editora do Brasil. São Paulo: Editora do Brasil, 2021. página 71.

    Capa de livro. A capa destaca a ilustração da cabeça de um menino de cabelos encaracolados. Na parte superior, o nome do autor: Jonas Ribeiro. Em seguida, o título do livro: SAMUCA E SEUS GRILOS NA CUCA.

    RIBEIRO, Jonas. Samuca e seus grilos na cuca. São Paulo: Editora do Brasil, 2010. Capa de livro.

    Ícone pontos de atenção e noções complementares

    Sinopse

    O texto que você leu é uma sinopse de livro publicada em um catálogo de editora. Uma sinopse tem a função de fazer um relato breve ou uma síntese de algum conteúdo, principalmente, cultural, como um livro, um espetáculo, um filme etcétera, com o intuito de apresentar ao leitor as informações principais da obra.

    1. Como a personagem principal do livro é caracterizada?
    2. Crie hipóteses: qual é o significado da expressão grilo na cuca?
    1. No texto é relatado um tipo de lazer de Samuca.
      1. Que lazer é esse?
      2. Dois fatos inimagináveis em relação a Lourival Sensacional são revelados a Samuca. Quais são?
      3. No trecho “a vida do apresentador não era tão sensacional como ele pensava”, quem realiza a ação de ter pensado?
      4. Qual palavra comprova sua resposta anterior? Por quê?
    2. A informação acerca de um novo acontecimento é introduzida no último período do texto.
      1. Que expressão introduz esse acontecimento?
      2. O que esse acontecimento causa na vida de Samuca? Por quê?
    Respostas e comentários

    1. b) Resposta pessoal.

    2. a) Assistir ao programa de tê vê do Lourival Sensacional.

    2. c) Samuca.

    2. d) “Ele”, já que a palavra faz referência a Samuca.

    3. a) “Uma viagem de férias”.

    3. b) Um rito de passagem, pois mostrará que todas as pessoas possuem seu valor e muitos grilos na cuca.

    Respostas

    1. a) Como um garoto muito tímido.

    b) É importante que os estudantes percebam que a expressão significa desconfiança, pessoa “encucada”, que tem ou está com muitos pensamentos na cabeça.

    2. b) O fato de o apresentador Lourival Sensacional ser o tio de seu melhor amigo e de que tal apresentador não tem uma vida tão legal.

    Sobre coesão textual

    Neste estudo linguístico, os estudantes continuarão com as questões da coesão textual, analisada da perspectiva da progressão temática, da “continuidade do assunto e avanço” temático que ocorre em um texto. A progressão temática é um processo de construção paulatina, de elaboração e reelaboração do tema ou assunto, em que os recursos de coesão são fundamentais.

    Segundo o dicionário (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da língua portuguesa. quinta edição Curitiba: Companhia Brasileira de Educação e Sistemas de Ensino, 2010), coesão significa “união íntima entre as partes de um todo”. Apesar de serem distintos, coesão e coerência são complementares na construção do sentido dos textos. A coerência se encarrega do encadeamento das ideias, e a coesão se encarrega das relações linguísticas (empregos de conectivos, advérbios, pronomes e sinônimos). Em resumo, a coerência faz com que o texto tenha sentido para os usuários; já a coesão é a sinalização de todos os tipos de ligações, de elos que dão ao texto a unidade de sentido.

    Habilidades trabalhadas nesta seção e sua subseção (Questões da língua)

    (ê éfe seis nove éle pê quatro três) Identificar e utilizar os modos de introdução de outras vozes no texto – citação literal e sua formatação e paráfrase –, as pistas linguísticas responsáveis por introduzir no texto a posição do autor e dos outros autores citados (“Segundo xis; De acordo com ípsilon; De minha/nossa parte, penso/amos que”...) e os elementos de normatização (tais como as regras de inclusão e formatação de citações e paráfrases, de organização de referências bibliográficas) em textos científicos, desenvolvendo reflexão sobre o modo como a intertextualidade e a retextualização ocorrem nesses textos.

    (ê éfe seis sete éle pê três seis) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão referencial (léxica e pronominal) e sequencial e outros recursos expressivos adequados ao gênero textual.

    (ê éfe zero sete éle pê um dois) Reconhecer recursos de coesão referencial: substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos).

    (ê éfe zero sete éle pê um três) Estabelecer relações entre partes do texto, identificando substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos), que contribuem para a continuidade do texto.

    Faça as atividades no caderno.

    Coesão: continuidade no assunto e avanço do texto

    A sinopse que você leu, da obra Samuca e seus grilos na cuca, conta algumas coisas da vida da personagem principal. Logo no primeiro período do texto, afirma-se que Samuel, mais conhecido como Samuca, é "um garoto muito tímido". Essa expressão identifica a personagem: trata-se de um garoto, mas não de um garoto qualquer e, sim, de um garoto “muito tímido”. Em seguida, afirma-se:

    Bom mesmo, ele achava, era o Lourival Sensacional, o apresentador de tê vê que preenchia suas tardes.

    CATÁLOGO de Literatura Infantil – Juvenil, Editora do Brasil. São Paulo: Editora do Brasil, 2017. página 102.

    1. Quais palavras desse trecho retomam a personagem principal?

    Ainda que o nome da personagem não seja repetido, há palavras que possibilitam ao leitor entender que é dela que se está falando:

    Esquema. Em destaque dentro de uma seta, as palavras: ELE e SUAS. A seta indica para um quadro com o texto: SÃO PRONOMES QUE RETOMAM AS REFERÊNCIAS ANTERIORES.

    Você já sabe que os substantivos pertencem à classe de palavras que nomeia os objetos e seres sobre os quais falamos ou escrevemos e que os substantivos podem ser qualificados como adjetivos.

    Os substantivos podem ser retomados ou antecipados por outras palavras, por exemplo pelos pronomes. Isso evita que precisemos repetir várias vezes o mesmo substantivo e também garante que sejam construídas conexões entre as palavras. Só assim o texto pode ir sendo tecido para ganhar coesão e soar como um todo unido, “amarrado”, coeso.

    A coesão é tão importante que garante também outras qualidades a um texto: a continuidade do mesmo assunto e o avanço das ideias a respeito dele.

    2. Leia a tirinha a seguir e identifique os pronomes empregados para evitar repetições no texto:

    Tirinha. Em três cenas. Personagens: Jon, um homem com cabelos castanhos e ondulados e olhos grandes. Ele usa um terno vermelho e uma gravata borboleta verde e amarela. Garfield, um gato robusto laranja com listras pretas e olhos grandes. Eles estão frente a frente. Cena 1. À esquerda, Jon está segurando um buquê de flores mordidas, sem pétalas. Ele olha para Garfield com os olhos semifechados e diz: VOCÊ COMEU AS FLORES QUE EU COMPREI PARA MINHA MINA! Garfield olha para ele sem expressão. Cena 2. Ainda olhando para Garfield, Jon diz: E AGORA O QUE EU FAÇO? Cena 3. Garfield, com a boca aberta, pensa: PEDE PRA ELA CHEIRAR O MEU BAFO. Jon olha para Garfield com a boca voltada para baixo, desapontado.

    dêivis dim. Garfield. 2012. Disponível em: https://oeds.link/vYgJkr. Acesso em: 11 maio 2022.

    Respostas e comentários

    1. O pronome "ele".

    2. O pronome "ela".

    Orientação

    Explique aos estudantes que os elementos de coesão destacados em atividades anteriores estabelecem relações lógicas entre os segmentos do texto ou fazem referências a outros elementos na organização textual.

    Reforce a ideia de que a redação de um bom texto depende da articulação de ideias e palavras e que, na elaboração de um texto coeso, empregam-se elementos coesivos que formam uma estrutura clara e coerente nas frases.

    Apesar de ainda não terem estudado as conjunções, mostre aos estudantes que essas palavras servem de elementos coesivos.

    Um elemento bastante usado é a conjunção e, que indica adição, continuidade.

    Os elementos de coesão mais comuns são: por isso, pois (causa e consequência); mas, contudo, embora (contraste, oposição); além disso, também, nem (adição, continuação); segundo, conforme (semelhança, comparação); principalmente, sobretudo (prioridade, relevância); por exemplo, ou seja, a saber logo, dessa fórma, portanto (conclusão).

    Explique que, se esses elementos forem mal empregados, o texto será uma junção desconexa de frases, com uma linguagem ambígua e incoerente.

    Sugestão

    Solicite aos estudantes que destaquem palavras ou expressões que julgarem coesas em um texto verbal. Mostre como a presença delas permite compreender a informação transmitida, auxiliando na retomada de aspectos anunciados.

    Localizar termos ou expressões que retomam informações anteriores e termos ou expressões que ligam informações é importante para uma boa comunicação e ajuda na compreensão e interpretação de textos.

    Analise com a turma como as palavras ele e suas retomam a personagem principal (o Samuca), evitando as repetições do nome próprio. Desafie a turma a pensar em outras substituições de pronomes ou substantivos por sinônimos que poderiam estar presentes nesse trecho. Ouça as hipóteses dos estudantes para essa nova criação.

    Atividades

    Faça as atividades no caderno.

    1. Leia esta tirinha do Menino Maluquinho:

    Tirinha. Em quatro cenas. Personagens: Menino Maluquinho, um menino com cinco fiapos de cabelo na cabeça, usando blusa amarela. Mãe do menino maluquinho, mulher com cabelos azuis na altura do ombro, usando blusa rosa e saia azul. Cena 1. O Menino Maluquinho está deitado na cama com diversas pintas vermelhas no rosto. Ao lado, a mãe dele está sentada na ponta da cama, segurando um caderno e um lápis. O Menino Maluquinho diz: MÃE! ESCREVA AÍ MEU TESTAMENTO: ASSIM QUE EU MORRER. Cena 2. O Menino Maluquinho, de perfil, diz: ...MINHA TARTARUGA FILOMENA VAI RECEBER TODA A MINHA HERANÇA... Cena 3. O Menino Maluquinho, com os olhos fechados e apontando para cima, diz: ...BASTANDO PARA ISSO QUE ELA SEJA UMA TARTARUGUINHA MAIOR DE IDADE... Cena 4. Olhando para frente, ele diz: ...ISTO É, TENHA MAIS DE CENTO E OITENTA ANOS!

    ZIRALDO. Tirinha do dia. Menino Maluquinho, 3 fevereiro 2018. Disponível em: https://oeds.link/h1aueG. Acesso em: 20 fevereiro 2022.

    1. O que causa humor na tirinha?
    2. No penúltimo quadrinho, que pronome substitui a palavra tartaruga?
    3. Por que o menino pede à mãe que escreva um testamento?
    1. Na história, há um acontecimento que desencadeia a narrativa.
      1. Que acontecimento é esse?
      2. Conseguimos ver uma continuidade do assunto ao longo dos quadrinhos? Como isso acontece?
      3. Como são apresentadas novas informações nos quadrinhos?
      4. Que marcas de pontuação o autor usa nos balões para mostrar que o assunto é o mesmo, mas avança?

    Você observou que, para fazer referência a ele, Menino Maluquinho, e também a Filomena, sua tartaruga, são usadas palavras que identificam as personagens e as retomam ao longo do texto. Essas retomadas trazem coesão para o texto.

    A coesão também fica garantida pela continuidade do mesmo assunto, no texto todo. E foi isso que o autor fez ao retratar o menino doente em todos os quadrinhos: não saiu do assunto, mantendo assim a coesão textual.

    Novas informações precisam ser acrescentadas no mesmo assunto. Para isso, o autor usa a linguagem verbal reproduzindo novas falas do menino nos balões, marcando esse avanço com o uso de reticências entre as orações do longo período que o menino elabora.

    3. O que você imagina que aconteceu antes de o Menino Maluquinho fazer esse pedido do testamento para a mãe? E o que aconteceu depois? Amplie a tirinha, criando esses quadrinhos e estabelecendo uma continuidade para as situações apresentadas.

    Respostas e comentários

    2. a) O fato de o Menino Maluquinho estar doente.

    Respostas

    1. a) O que causa riso no leitor é o fato de, para receber sua herança, a tartaruga precisar ser maior de idade, o que levará mais de cem anos.

    b) Ela. Reforce com os estudantes o uso dos pronomes na construção da coesão do texto. Eles também favorecem a não repetição de palavras no texto.

    c) Pergunte para a turma qual é o propósito de um testamento. Mostre que em um texto multimodal, como a tirinha, precisamos analisar tanto a escrita quanto os recursos gráficos, as imagens e as expressões das personagens. Notamos, desde o primeiro quadrinho, que a personagem principal está com manchinhas na pele, o que indica doença e, por isso, age de maneira exagerada, como é o perfil da personagem Menino Maluquinho, ao dizer que precisa fazer um testamento.

    2. b) O cartunista retratou em todos os quadrinhos o rosto do Menino Maluquinho coberto de pintinhas vermelhas. Destaque para os estudantes que, para isso, ele usa a linguagem visual.

    c) As novas informações surgem nas palavras dos balões, pela linguagem verbal, portanto. O uso das reticências mostra justamente a continuidade e o avanço das informações no texto.

    d) Ele sempre usa as reticências para mostrar que o período avança.

    3. Oriente a turma a criar o quadrinho anterior à cena do diálogo entre mãe e filho, bem como acrescentar mais um quadrinho à cena, ampliando o desfecho de humor ou criando uma nova situação com as informações dadas e a progressão das ideias. Dialogue a respeito de elementos que precisam ser mantidos para estabelecer coesão, tais como: o estilo das personagens, o assunto tratado, o local da cena etcétera

    Orientação

    A coesão, largamente tratada na página anterior, é retomada nessa tirinha de Ziraldo.

    Reforce a presença do pronome ela (como elemento de coesão) no penúltimo quadrinho – respondido na letra b da questão 1.

    Além do sinal de pontuação reticências reticências – resposta da questão d da atividade 2 – marcando o avanço da conversa entre as orações dos balões, há ainda que se notar: no penúltimo quadrinho, a presença da expressão para isso (substituindo: “receber toda a minha herançareticências”). No último quadrinho, a presença da expressão isto é (esclarecendo/explicando: “maior de idade”).

    Faça as atividades no caderno.

    4. Agora, pense e responda:

    a. Como o Menino Maluquinho poderia chamar a mãe?

    b. Como a mãe poderia chamá-lo? Pense, com seus colegas, em diferentes possibilidades e usos.

    Como você acabou de ver, a coesão textual também pode ocorrer por meio do uso de palavras sinônimas.

    Mas atenção! O fato de serem sinônimas não faz com que sejam a mesma palavra; são palavras diferentes com significados em comum. Chamar alguém de pirralho nem sempre será o mesmo que chamar de criança, pois, dependendo do contexto de uso, pirralho pode soar como ofensa ou, ao contrário, como uma expressão carinhosa.

    Duas conclusões importantes a se tirar daí:

    1. As palavras sinônimas não têm significado idêntico, mas semelhantes (se fossem idênticos, uma delas já teria desaparecido da língua).

    2. O sentido de cada palavra depende completamente da situação em que é usada; só o contexto de uso do texto pode fornecer pistas sobre o que o falante quis dizer.


    5. Leia um trecho do cordel As proezasglossário de João Grilo, de João Ferreira de Lima:

    Na noite que João nasceu,

    Houve um eclipse na lua,

    E detonou um vulcão

    Que ainda hoje continua

    Naquela noite correu

    Um lobisomem na rua.


    Assim mesmo ele criou-se

    Pequeno, magro e sambudoglossário ,

    As pernas tortas e finas

    A boca grande e beiçudo

    No sítio onde morava

    Dava notícia de tudo.

    Lima, João Ferreira de. As proezas de João Grilo. Fortaleza: Tupynanquim, 2001. página 1.

    Saiba +

    Literatura de cordel

    A literatura de cordel é uma manifestação literária da cultura popular brasileira típica do Nordeste do país. Sua fórma mais comum de apresentação são os “folhetos”, pequenos livros que, nas feiras e nos mercados, ficam pendurados em barbantes ou cordas, por isso o nome cordel.

    a. Que acontecimento o cordelista conta nessas estrofes?

    b. Tente deduzir com base na leitura o significado do verso “dava notícia de tudo”.

    c. Quais locuções adverbiais no texto indicam tempo?

    d. Quais locuções adverbiais indicam lugar?

    e. Inspire-se na história de João Grilo e escreva um texto narrativo que compartilhe sua história de nascimento.

    Respostas e comentários

    5. a) O nascimento de João Grilo.

    5. b) Resposta pessoal.

    5. c) Na noite, ainda hoje, naquela noite.

    5. d) Na rua, no sítio.

    5. e) Resposta pessoal.

    Respostas (continuação)

    4. a) O menino chama de mãe, mas poderia ser mamãe, mãezinha, mainha etcétera

    b) A mãe do Menino Maluquinho poderia chamá-lo de menino, filho, Maluquinho, pirralho, criança etcétera Pense com a turma os diferentes usos e efeitos dessas palavras.

    5. b) É importante que o leitor entenda que João Grilo sabia de todos os acontecimentos do sítio.

    e) Oriente os estudantes a utilizarem marcadores temporais, de progressão de ideias, de localização espacial/de lugar, para ambientar os leitores/ouvintes na narrativa de nascimento. Se preciso, peça que coletem informações com familiares mais velhos, evocando a sensibilidade do momento e detalhamento de informações.

    Sobre sinonímia

    Mostre aos estudantes que, no texto estudado, as palavras pirralho e criança referem-se ao mesmo ser – o menino obstinado. Elas são sinônimas. Segundo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. página 240), “sinonímia é fato de haver mais de uma palavra com semelhante significação, podendo uma estar em lugar de outra em determinado contexto, apesar dos diferentes matizes de sentido ou de carga estilística. Exemplos: casa, lar, morada, mansão. Mas atenção! Um exame detido nos mostrará que a identidade dos sinônimos é muito relativa; no uso (quer literário, quer popular), eles assumem sentidos ‘ocasionais’ que no contexto um não pode ser empregado pelo outro sem que se quebre um pouco o matiz da expressão. Uma série sinonímica apresenta-se-nos com pequenas gradações semânticas quanto a diversos domínios: o sentido concreto ou abstrato; o valor literário ou popular (fenecer / morrer); a maior ou menor intensidade de significação (chamar / clamar / bradar / berrar); o aspecto cultural (escutar / auscultar)”.

    Sobre Saiba+

    Antes de ler o boxe Saiba+, pergunte aos estudantes se eles já sabem ou se ouviram falar sobre literatura de cordel.

    No Brasil, o cordel surgiu na segunda metade do século dezenove e expandiu-se da Bahia ao Pará e outros estados. Os folhetos, vendidos nas feiras, tornaram-se a principal fonte de divertimento e informação para a população, que via neles o jornal e a enciclopédia, de maneira quase simultânea.

    Faça as atividades no caderno.

    6. Leia algumas estrofes do cordel A chegada de Lampião no céu, de Guaipuan Vieira:

    Mas o que devo a visita

    Pedro fez indagação

    Lampião sem bater vista:

    Vê padim Ciço Romão

    Pra antes do ano novo

    Manda chuva pro meu povo

    Você só manda trovão

    Pedro disse: é malcriado

    Que mais ninguém aceitou

    Saia daqui sem demora

    Sua hora se esgotou

    Volte lá pro seu Nordeste

    Que só o cabra da peste

    Com você se acostumou.

    VIEIRA, Guaipuan. A chegada de Lampião no céu. oitava edição Fortaleza: Cecordel, 2005. página32.

    1. Considerando a leitura das duas estrofes e também do título, qual é o tema abordado no cordel?
    2. Você sabe quem foi Lampião?
    3. O que significam padim e cabra da peste? Que outra expressão, nessas duas estrofes, representa também a variedade linguística própria do Nordeste?
    4. Quais advérbios foram usados no texto? Como eles colaboram para a coesão textual?
    Ícone pontos de atenção e noções complementares

    Advérbios e coesão

    Alguns advérbios podem, também, contribuir para a coesão e para a sequência do texto. É o caso dos advérbios e das locuções adverbiais que indicam tempo e lugar: aqui, , ali, entre outros.

    A variação linguística acontece porque, apesar de todos no território nacional falarem o português, a língua pode variar bastante nesse espaço. Existem diferentes tipos de variação linguística. No caso do cordel, acontece a variação regional, que retrata o modo de falar daquela região.

    7. Leia a tirinha do Armandinho e responda às questões propostas:

    Tirinha. Em três cenas. Personagens: Armandinho, um menino com cabelos azuis, usando blusa branca e short azul. Mãe do Armandinho, destaque para as pernas de uma mulher usando calça e sapatos. Pai do Armandinho, destaque para as pernas de um homem usando calça e sapatos. Cena 1. A mãe de Armandinho de perfil. Ao lado, Armandinho, de perfil, está segurando um prato com comida e olhando para cima. A mãe diz: VOCÊ PAGA A COMIDA DE ACORDO COM O PESO, FILHO! Armandinho, olhando para cima, diz: AH... 
Cena 2. Armandinho, olhando para frente, diz: ENTÃO O PAPAI SE DEU MAL... Cena 3. À esquerda, a mãe de Armandinho, no meio, Armandinho, e do outro lado, o pai de Armandinho. Eles estão de perfil em uma fila. Armandinho, com os olhos arregalados e a boca aberta, diz: ... ELE É PESADO PRA CARAMBA!

    béc, Alexandre. Armandinho. Diário Catarinense, Florianópolis, 24 e 25 março 2018. Passatempo, página 28.

    1. Qual é a situação que causa o humor na tirinha?
    2. A quem o pronome ele do último quadrinho se refere?
    3. É a fala da mãe, no primeiro quadrinho, que confunde Armandinho. Como ela poderia ter falado de modo a não criar mal-entendidos?
    Respostas e comentários

    6. c) Resposta pessoal.

    7. b) O pronome ele refere-se ao pai do Armandinho.

    7. c) Resposta pessoal. Sugestão: Você pagará pela quantidade de comida, filho!

    Respostas (continuação)

    6. a) Espera-se que os estudantes presumam que seja a morte de Lampião e a chegada dele no céu.

    b) Os estudantes podem dizer que não conhecem essa personagem histórica ou podem trazer informações do próprio texto. É importante falar que Lampião foi um cangaceiro, que viveu no sertão nordestino e que faz parte das histórias e lendas contadas no Nordeste do país.

    c) Padim: padrinho. Cabra da peste: valente sertanejo. Outra expressão própria do Nordeste nesse trecho é: bater vista (olhar).

    É importante ressaltar para os estudantes que a língua varia devido a diversos fatores e a variação regional é um deles. Essa variação retrata um modo de falar das pessoas que vivem em determinada região.

    d) Daqui, são palavras usadas para marcar localização espacial/de lugar. Dialogue com os estudantes como o título do cordel já nos dá uma pista do que seria o aqui/daqui (o céu), tendo em vista que o texto trata da chegada de Lampião no céu e Pedro (São Pedro) dá a ordem que ele “Volte lá pro seu Nordeste”, o que sinaliza ao leitor essa questão do lugar.

    7. a) O fato de Armandinho confundir o peso do prato com o peso do pai.

    Orientação para advérbios e coesão

    Retome a classe de palavras dos advérbios, estudada na Unidade anterior, para apresentá-los agora como elementos de coesão em um texto. Nesta Unidade, vamos tratá-los como expressão de apenas duas circunstâncias: lugar e tempo. Lembre aos estudantes de que tais circunstâncias podem ser indicadas por uma locução adverbial. No cordel A chegada de Lampião no céu (da atividade 6), temos os advérbios de lugar e tempo (este através de uma locução): “Saia daqui sem demora”. Lugar: “Volte lá pro seu Nordeste” e tempo: “Pra antes do ano novo”.

    Sugestão

    Professor, antes de fazer a atividade 6, peça aos estudantes que pesquisem mais sobre Lampião.

    Questões da língua

    Faça as atividades no caderno.

    Acentuação (1)

    Leia, a seguir, o infográfico “Bebidas com cafeína”.

    Infográfico. Apresenta-se sobre um fundo marrom escuro. Na parte superior, o texto: BEBIDAS COM cafeína. Famosa por estar no café, poucos imaginam que está presente em aproximadamente 60 tipos diferentes de plantas, remédios, chás e até nos refrigerantes. Curioso para saber quais bebidas contam com a cafeína em sua composição? Abaixo, apresentação da fórmula química molecular da cafeína:  C8H10N4O2. Ao redor da fórmula, quatro  círculos com os textos:  Por ser altamente solúvel em água, a cafeína se apresenta em maior quantidade no café coado que no expresso. Uma dose diária de cafeína pode ajudar a combater risco de Alzheimer. Classificada como alcaloide do grupo das xantinas, a cafeína é designada quimicamente como 1,3,7 – trimetilxantina. O Comitê Olímpico Internacional baniu o uso da cafeína em competições até 2004. Na parte inferior, oito ilustrações de bebidas com café, uma ao lado da outra: um copo com ACHOCOLATADO, com 220 ml, tem 5 mg de cafeína. Uma xícara de CHÁ VERDE, com 240 ml, tem 25 mg de cafeína. Uma lata de REFRIGERANTE À BASE DE COLA, com 355 ml, tem 36 mg de cafeína. Uma cuia  de CHÁ MATE, com 240 ml, tem 47 mg de cafeína.  Um pote de CAFÉ INSTÂNTANEO, com 240 ml, tem 57 mg de cafeína. Uma lata de BEBIDA ENERGÉTICA, com 250 ml, tem 76 mg de cafeína. Uma máquina com uma xícara de CAFÉ EXPRESSO, com 30 ml, tem 77 mg de cafeína. Um coador sobre uma jarra de CAFÉ COADO, com 240 ml, tem 108 mg de cafeína.

    MEXIDO de ideias. Bebidas com cafeína. Disponível em: https://oeds.link/UlHmXU. Acesso em: 20 fevereiro 2022.

    1. Qual é o objetivo do infográfico? Como você o identificou?
    2. Por que o infográfico usa imagens de bebidas de tamanhos diferentes?
    3. O que representa a numeração correspondente a cada imagem?
    Hiatos

    Há palavras cujo encontro vocálico é separado em sílabas diferentes. É o caso, como na palavra cafeína, em que o encontro entre as vogais e é separado em ca-fe-í-na. Chamamos de hiato a separação silábica dos encontros vocálicos.

    Via de regra, na acentuação de hiatos, são acentuados e tônicos precedidos por vogal ou ditongo e estando sozinhos ou acompanhados de -s na sílaba. Observe as palavras cafeína e saúde.

    Esquema. Palavras em destaque com sepação silábica indica. ca fe í na, cuja sílaba tônica é: í. sa ú de, cuja sílaba tônica é: ú.
    Respostas e comentários

    c) A quantidade de cafeína que cada bebida contém.

    Respostas

    a) Informar sobre a presença da cafeína em diferentes tipos de bebidas. Isso é identificado pelo título, pelo texto e pelo gráfico ilustrado, que traz a quantidade, em microgramas, de cafeína de cada bebida.

    b) Para mostrar quais bebidas têm mais e quais têm menos cafeína. Destaque que esse é um recurso visual utilizado no infográfico.

    Orientação

    Como atividade complementar, é importante retomar com os estudantes, antes de falar sobre a acentuação gráfica dos hiatos, algumas normas sobre divisão silábica.

    Segundo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. página 107-108), “a divisão de qualquer vocábulo, assinalada pelo hífen, em regra se faz pela soletração, e não pelos seus elementos constitutivos segundo a etimologia. Assim, fundadas nesse princípio geral, cumpre respeitar algumas normas, dentre elas:

    • Não se separam as vogais dos ditongos – crescentes e decrescentes – nem as dos tritongos. Exemplos: ai-ro-so, a-ni-mais, ca-iu, gló-ria, i-guais, sá-bio.
    • As vogais dos hiatos, ainda que diferentes uma da outra, se separam. Exemplos: ca-ir, du-e-lo, fi-el, mi-ú-do, vo-ar, ra-i-nha, sa-í-da.
    • Regra de acentuação dos hiatos: levam acento agudo o ih e o u, quando representam a segunda vogal tônica de um hiato, desde que não formem sílaba com érre, éle, ême, êne, ou não estejam seguidos de nh; saúde, viúva, saída, caído, faísca, , raiz (mas raízes), ruim, ruins, rainha, moinho.

    Atividades

    Faça as atividades no caderno.

    1. Leia as duas tirinhas do Armandinho, de Alexandre béc.

    um

    Tirinha. Em três cenas. Personagens: Armandinho, menino com cabelos azuis, usando blusa branca e short azul. Uma menina com cabelos pretos presos em dois rabos, usando blusa verde, short azul e óculos. E Pudim, um menino com cabelos castanhos, usando blusa branca com listra amarela e short verde. Cena 1. Armandinho, de perfil e olhando para frente. Ele escuta a menina falar: É POR CAUSA DO EIXO DE ROTAÇÃO DA TERRA... QUE É INCLINADO! Cena 2. Armandinho está com a mão no queixo. À sua frente, a menina, de perfil, está olhando para Armandinho. Ela diz: AQUI ESTAMOS NO VERÃO, MAS É INVERNO NO HEMISFÉRIO NORTE! À direita, Pudim, de perfil, está atrás da menina. Ele diz: ONDE ESTÃO OS PAÍSES RICOS! Cena 3. Armandinho está atrás da menina. Ambos estão olhando para o  Pudim. Ela diz: O NOSSO PAÍS É MUITO RICO, PUDIM. À direita, Pudim olha para a menina com a boca fechada.

    béc, Alexandre. Armandinho. Diário Catarinense, Florianópolis, 9 fevereiro 2018. Passatempo, página 22.

    dois

    Tirinha. Armandinho em três cenas. Cena 1. Um homem usando uniforme, capacete e esquis nos pés. Ele está saltando sobre uma montanha de neve. Abaixo, o texto: JOGOS OLÍMPICOS DE INVERNO?! Cena 2. Armandinho está olhando para a televisão, onde há um homem esquiando. Armandinho diz: MAS ESTAMOS EM PLENO VERÃO?! Ao lado, o sapo está olhando para a TV e sorrindo. Cena 3. Armandinho está caminhando para a direita, longe da televisão. Ele diz: ESSE CLIMA ESTÁ MESMO MALUCO... Ao lado, o sapo está olhando para o lado, com a boca voltada para baixo.

    béc, Alexandre. Armandinho treze. Florianópolis: A. C. béc, 2019. página 44.

    1. O que causa o humor na primeira tirinha?
    2. E na segunda tirinha?
    3. No texto, há palavras com acentuado. Identifique-as.
    4. Entre as palavras identificadas, qual é acentuada pelo fato de ser um hiato? Separe as sílabas para justificar a resposta.
    5. Considerando a palavra por você indicada no item anterior, explique: qual é a necessidade do uso do acento?

    2. Pesquise em jornais e revistas, com seus colegas, palavras com hiatos acentuados.

    Ícone pontos de atenção e noções complementares

    Hiatos não acentuados

    Palavras paroxítonas com e tônicos depois de ditongos não são acentuadas, como feiura e baiuca. Também não recebem acento palavras paroxítonas em que o tônico é seguido de , como moinho ou campainha, entre outras. Também não recebem acento palavras paroxítonas em que o tônico é seguido de , como moinho ou campainha, entre outras.

    Respostas e comentários

    2. Resposta pessoal.

    Respostas

    1. a) Na primeira tirinha, o que causa humor é a questão da quebra de estereótipos, como no último quadrinho.

    b) Na segunda tirinha, a causa do humor é Armandinho falar sobre os Jogos Olímpicos de Inverno serem durante o verão e atribuir isso a um clima maluco.

    c) Países e Olímpicos.

    d) A palavra países, pois é a única em que a acentuação ocorre conforme a regra do hiato: pa-ís, estando o acompanhado de na sílaba tônica.

    e) O uso do acento é essencial para que se diferencie em significado da palavra pais.

    Sugestão

    Após a pesquisa feita para a atividade 2, escreva na lousa as palavras que os estudantes pesquisaram e, em seguida, trabalhe com eles o conceito de hiato, lembrando os critérios de divisão silábica estudados na página anterior. Como atividade, peça a eles que conceituem, no caderno, as regras de acentuação das vogais ih e u nos hiatos, destacando os hiatos não acentuados. Em resumo:

    • Acentuados – Coloca-se acento nas vogais ih e u que formam hiato com a vogal anterior: sa-í-da, sa-ís-te, sa-ú-de, ba-la-ús-tre, sa-í-mos, ba-ú, ra-í-zes, ju-í-zes, Lu-ís, sa-í, pa-ís, He-lo-í-sa.
    • Não acentuados – Não se acentuam o ih e o u que formam hiato quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir-des, ju-iz.
    • Não se acentuam as letras ih e u dos hiatos se estiverem seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
    • Não se acentuam as letras ih e u se vierem precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba.

    Produção de texto

    Faça as atividades no caderno.

    Ícone. Tema contemporâneo transversal: Ciência e tecnologia.

    Resumo e infográfico

    O que você vai produzir

    Nesta Unidade, você se deparou com duas maneiras de apresentar informações de fórmareduzida: o resumo e o infográfico. O resumo vale-se apenas de palavras. O infográfico também se vale de palavras – ou de dados numéricos –, de fórma ainda mais sucinta do que um resumo. Só que, além de palavras, faz uso de imagens visuais, como desenhos, gráficos ilustrados, fotografias etcétera

    Sabendo disso, você e dois colegas vão escolher um tema, especificar um subtema e fazer uma pesquisa sobre ele; depois vão apresentar uma síntese de seu trabalho à turma e ao professor.

    Planejamento

    1. Reúna-se com dois colegas e escolham um destes grandes temas:
      • Sustentabilidade;
      • Respeito à diversidade;
      • Educação;
      • Cultura;
      • Solidariedade.
    2. Especifiquem um subtema dentro do tema que escolheram. Definam esse subtema com base em algum problema social da sua região ou do país.
    3. Pesquisem e selecionem três textos sobre esse subtema em jornais e revistas impressos e digitais. Em seguida, resumam esses textos, que podem ser notícias, reportagens, verbetes, pesquisas científicas etcétera
    4. Analisem, a partir da leitura, partes desses textos que indicam dados e fatos e partes que são opiniões do autor ou de pessoas entrevistadas, por exemplo. Pinte com cores diferentes para melhor reconhecimento.

    Produção individual

    1. Leia e analise os textos e os resumos produzidos, conferindo se as informações mais importantes foram sintetizadas.
    2. Analise cada parágrafo e selecione as passagens que julgar essenciais no texto, usando a regra de seleção (cópia e apagamento). Você pode marcar os trechos principais sublinhando-os ou destacando-os com caneta marca-texto. Se preferir, copie no caderno ou em uma folha à parte os trechos que selecionar.
    Versão adaptada acessível

    2. Analise cada parágrafo e selecione as passagens que julgar essenciais no texto, usando a regra de seleção (cópia e apagamento). Registre no suporte de sua preferência os trechos que selecionar.

    Respostas e comentários

    Habilidades trabalhadas nesta seção (página 75)

    (ê éfe seis nove éle pê um oito) Utilizar, na escrita/reescrita de textos argumentativos, recursos linguísticos que marquem as relações de sentido entre parágrafos e enunciados do texto e operadores de conexão adequados aos tipos de argumento e à fórma de composição de textos argumentativos, de maneira a garantir a coesão, a coerência e a progressão temática nesses textos (“primeiramente, mas, no entanto, em primeiro/segundo/terceiro lugar, finalmente, em conclusão” etcétera).

    (ê éfe seis nove éle pê três cinco) Planejar textos de divulgação científica, a partir da elaboração de esquema que considere as pesquisas feitas anteriormente, de notas e sínteses de leituras ou de registros de experimentos ou de estudo de campo, produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigo de divulgação científica, artigo de opinião, reportagem científica, verbete de enciclopédia, verbete de enciclopédia digital colaborativa, infográfico, relatório, relato de experimento científico, relato (multimidiático) de campo, tendo em vista seus contextos de produção, que podem envolver a disponibilização de informações e conhecimentos em circulação em um formato mais acessível para um público específico ou a divulgação de conhecimentos advindos de pesquisas bibliográficas, experimentos científicos e estudos de campo realizados.

    (ê éfe seis nove éle pê três seis) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções composicionais e estilos.

    (ê éfe seis sete éle pê zero cinco) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e argumentos em textos argumentativos (carta de leitor, comentário, artigo de opinião, resenha crítica etcétera), manifestando concordância ou discordância.

    (ê éfe seis sete éle pê dois dois) Produzir resumos, a partir das notas e/ou esquemas feitos, com o uso adequado de paráfrases e citações.

    (ê éfe zero sete éle pê zero seis) Empregar as regras básicas de concordância nominal e verbal em situações comunicativas e na produção de textos.

    (ê éfe zero sete éle pê um zero) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: modos e tempos verbais, concordância nominal e verbal, pontuação etcétera

    Orientações

    Antes de iniciar as atividades propostas, converse com os estudantes sobre o tema transversal Ciência e tecnologia. Explique que as técnicas de seleção de fontes e dados, sistematização de informações e escrita, com uso da estratégia textual paráfrase são muito comuns no campo da pesquisa, meio dedicado à produção e sistematização de conhecimento.

    Planejamento

    1 e 2. Reúna os estudantes em pequenos grupos e ajude-os a optar por um recorte do subtema, especificando a abordagem que pretendem dar a ele. Por meio de um diálogo com a turma, anotem uma lista de questões que poderiam ser discutidas sobre temas maiores. Aproveite o momento para conversar sobre como essas pautas sociais são importantes para a reflexão dos direitos humanos e das normativas que discorrem a respeito desses temas. Proponha uma pesquisa, em meios impressos e digitais, sobre normas/leis/declarações que abordem esses temas maiores.

    3. Incentive os grupos a pesquisarem meios de comunicação fidedignos, que adotem metodologia para a apuração dos fatos e publicação de matérias com fontes isentas e variadas. Lembre-os de que nem toda informação que circula na internet pode ser convertida em conhecimento. As redes sociais veiculam muitas mensagens sem legitimidade. Para distinguir os fatos das falácias, os estudantes devem navegar por sites confiá­veis.

    Se a pesquisa for feita na hemeroteca da cidade ou da escola, os estudantes podem solicitar ajuda para o adulto responsável.

    4. Antes dessa prática, traga recortes de notícias, resenhas, artigos, dentre outros textos jornalísticos e científicos para analisar a distinção, na tessitura dos parágrafos, entre fato e opinião.

    Produção individual

    1 e 2. A cada leitura, os detalhes ficam mais claros. Ao destacar os trechos relevantes, oriente os estudantes a focarem no essencial, evitando grifar adjetivações desnecessárias e outros detalhes supérfluos.

    Faça as atividades no caderno.

    1. Use a regra de generalização quando for possível.
    2. Não se esqueça da regra de construção: reescreva, parafraseando trechos com suas palavras, de maneira mais objetiva e sintética.
    3. Além disso, consulte um dicionário que o auxilie a procurar palavras que podem substituir as que estão na reportagem.
    4. Registre seu resumo em uma folha para mostrá-lo a seus colegas de equipe.
    5. Não se esqueça de colocar a referência do jornal ou revista do qual o texto foi extraído. Baseie-se nestes exemplos:

    Reportagem de jornal

    SOBRENOME DO REPÓRTER, Nome do repórter. Título da reportagem. Nome do jornal, localidade do jornal, data de publicação da reportagem (com o mês abreviado em três letras e ponto, exceto maio, que deve ser escrito por extenso). Nome do Caderno em que circulou a reportagem, página(s) de publicação da reportagem.

    Reportagem de revista

    SOBRENOME DO REPÓRTER, Nome do repórter. Título da reportagem. Nome da revista, localidade da revista, número da edição, página(s) de publicação da reportagem, data de publicação (com o mês abreviado em três letras e ponto, exceto maio, que deve ser escrito por extenso).

    Produção coletiva

    1. Leia o resumo de seus dois colegas de equipe e disponibilize o seu para eles lerem.
    2. Reúnam-se para registrar o resultado da pesquisa e dos resumos de vocês.
    Ilustração. Duas meninas e um menino uniformizados em uma sala de aula. Eles estão sentados ao redor de uma mesa e seguram um panfleto. Sobre a mesa, panfletos, livros, cadernos e canetas. No fundo, uma lousa e uma estante com livros.
    1. Comparem os três resumos e identifiquem informações semelhantes ou equivalentes. Registrem essas informações em uma folha de papel, sem repeti-las.
    2. Analisem no que os resumos se diferenciam.
    3. Leiam o registro que vocês montaram e discutam a melhor organização para a elaboração da versão completa final – o que deve vir no início, o que deve entrar junto, o que deve concluir o texto.
    Respostas e comentários

    3 e 4. Aconselhe a turma a retomar os estudos do gênero resumo, nas páginas 64 a 67 desta Unidade. O resumo que os estudantes devem produzir tem a finalidade de enumerar os pontos importantes da pesquisa realizada. Informe que o registro da pesquisa será divulgado para toda a turma conhecer as descobertas sobre um tema de interesse público. Os conhecimentos adquiridos apoiarão uma apresentação oral sobre o tema. Por isso, essa produção escrita não deve ser uma cópia dos trechos importantes da reportagem, mas uma reelaboração pessoal a respeito dos dados investigados.

    Enfatize a importância de se reformular as informações, empregando termos mais genéricos (hiperônimos), mas conservando os pontos importantes. Construções na ordem direta (sujeito, predicado, complementos) tornam o resumo mais objetivo.

    5. O dicionário é uma exce­lente ferramenta para explorar a sinonímia. Em resumos, uma palavra pode substituir uma longa expressão ou sinte­tizar uma ideia. Ensine os estudantes a procurar por homônimos nos verbetes. Durante a pesquisa para os resumos, a turma pode desenvolver novos hábitos de consulta que vão além da pesquisa por significados desconhecidos.

    6. Após escrever o resumo, os estudantes devem passá-lo para uma folha em branco. Explique que assim evitarão que os colegas tenham a atenção desviada ao ler o texto.

    7. Dar a referência correta é uma maneira de demonstrar respeito à produção intelectual do autor da reportagem e garantir a idoneidade da pesquisa.

    Produção coletiva

    1 e 2. Durante a leitura do texto dos colegas, peça a eles que anotem nas margens das folhas observações sobre as qualidades e os problemas encontrados. É possível criar um código para indicar as passagens importantes e os trechos confusos.

    3 e 4. Cada reportagem traz o ponto de vista de um repórter e fontes diversificadas. Por se tratar do mesmo subtema, alguns dados podem aparecer nos três resumos. Explique que os pontos em comum apontam para informações citadas em diferentes reportagens. Um quadro de registro com três colunas: (as semelhanças, as diferenças e os pontos relevantes) pode apoiar essa tarefa.

    5. O registro facilita a visualização das informações. O grupo precisa definir a organização dos dados levantados na pesquisa; é o momento de planejar a ordem em que devem ser apresentados para o interlocutor compreender bem o tema.

    Faça as atividades no caderno.

    1. Redijam a versão completa final, lendo em voz alta cada trecho à medida que forem escrevendo. Articulem as partes de seu registro, usando adequadamente conjunções, pronomes, advérbios etcétera para garantir a continuidade e o avanço no texto. A ideia é “costurar” todas as passagens, para que seu registro seja coeso, com começo, meio e fim.
    2. Em seguida, com base no tema e nas ênfases em comum nos resumos, criem um infográfico que expresse ao leitor informações importantes sobre dados, pesquisas e/ou fatos. Usem legendas para explicitar os símbolos e/ou cores empregadas.

    Revisão

    1. Leiam individualmente a versão final, anotando o que acharem que deve mudar ou ser ajustado.
    2. Releiam juntos a versão final, revisando e alterando o que for preciso. Não se esqueçam de levar em consideração estes critérios:
      • ortografia, acentuação e pontuação;
      • concordâncias verbal e nominal;
      • continuidade e avanço do texto;
      • coesão entre as partes.
    3. Passem a limpo a versão final revisada do seu registro.

    Avaliação

    1. Como foi para você a experiência de fazer um resumo individualmente e depois compor um infográfico coletivo? Como você avalia sua participação nessas duas atividades? Converse com sua turma e o professor.
    2. Você conseguiu ou não aplicar as regras de redução de informação para elaborar seu resumo? Com qual delas você se sentiu mais à vontade? Qual delas representou maior dificuldade?
    3. Seu resumo manteve a continuidade e promoveu adequadamente o avanço do texto? E o registro final?
    4. O infográfico expressou as informações mais importantes, coletadas por meio da leitura de textos científicos e jornalísticos?

    Circulação

    1. Você e seus dois colegas vão apresentar os textos elaborados para a turma em uma data combinada com o professor.
    2. As orientações para a realização dessa apresentação encontram-se na seção Oralidade.
    Respostas e comentários

    6. Antes da redação final, é possível retomar alguns conhecimentos linguísticos estudados nesta Unidade. Uma boa planificação textual deve considerar o tópico discursivo do resumo, o que significa dizer que o resumo deve girar em torno de um subtema. Lembre aos estudantes que o emprego de articuladores adequados sina­liza ao leitor a organização tópica eficiente. Alguns marcadores de ordenação e enumeração cumprem essa função metalinguística: a princípio, em primeiro lugar, antes, depois, em seguida, após, concluindo etcétera

    7. Pode-se criar o infográ­fico em cartolina, papel-cartão ou no computador, com auxílio de editores para esse propósito.

    Revisão

    1. A leitura individual favorece que o trio aprimore ao máximo o resumo.

    2. Na revisão, é melhor focar os aspectos discursivos em primeiro lugar. Após alterar o texto, melhorando a progressão temática, os trechos obscuros, a coesão entre o início, o desenvolvimento e a conclusão, e a coerência entre as frases, observe a concordância verbal e nominal e os padrões de escrita (ortografia, acentuação e pontuação).

    Avaliação

    Sobre esta produção, será feita uma autoavaliação. Ela é importante para a aprendizagem dos estudantes. Eles ganham autonomia para perceber suas dificuldades, encontrar maneiras de superá-las e desenvolver um olhar para suas qualidades.

    Circulação

    Pode-se, ainda, divulgar essas pesquisas em blogs, sites e mídias escolares, ampliando o contato com os leitores.

    Oralidade

    Faça as atividades no caderno.

    Roteiro de fala com palavras-chave

    Em vários momentos de sua vida escolar, é provável que você tenha a tarefa de planejar e fazer uma apresentação oral para a turma e o professor. Esse formato de exposição possibilita que você desenvolva uma articulação oral, habilidade que será exigida ao longo da vida e em diversas situações.

    Uma apresentação oral bem conduzida norteia-se por uma boa introdução do que será dito ao público, pelo domínio do conteúdo desenvolvido, pela espontaneidade no falar. Roteiros de fala com palavras-chave contendo, sinteticamente, as informações que serão apresentadas representam um guia de fala. Você vai elaborar um roteiro de fala com seus dois colegas de equipe para apresentar o registro de sua pesquisa para a turma. Esse roteiro vai ajudá-lo também a gravar um vídeo para a difusão da pesquisa feita anteriormente.

    Ilustração. Crianças uniformizadas em uma sala de aula. Uma menina e um menino estão segurando uma folha de papel. Eles estão de pé. Atrás deles, uma lousa com o texto: Seminário. Na frente, outras crianças  estão sentadas em carteiras enfileiradas, olhando para o menino e para a menina.

    Palavras-chave: o que são?

    São os termos ou expressões que representam a síntese extrema de parte do sentido de um texto. Se, para cada parágrafo do seu registro de pesquisa, vocês atribuírem uma palavra-chave, terão um roteiro de pesquisa com os tópicos do texto que devem ser desenvolvidos oralmente. Por exemplo, a primeira parte da reportagem “1 em cada 3 represas do Nordeste está seca”, lida nesta Unidade, poderia ser roteirizada por estas palavras-chave:

    Ilustração. Um pedaço de folha de papel com o texto: Roteiro de fala: Seca, Nordeste, represas. 
Reservatórios nordestinos. 
Sistema Interligado Nacional. 
Estiagem no semiárido nordestino. 
Indústria da seca.

    Um roteiro de fala com palavras-chave representa um guia de fala, um instrumento auxiliar na apresentação oral, pois permite que se tenha um roteiro sobre o que se vai falar e que a fala saia espontaneamente. Pense e responda: Quais seriam as palavras essenciais que resumiriam as ideias da pesquisa realizada anteriormente?

    Respostas e comentários

    Habilidades trabalhadas nesta seção

    (ê éfe seis nove éle pê três sete) Produzir roteiros para elaboração de vídeos de diferentes tipos (vlog científico, vídeo-minuto, programa de rádio, podcasts) para divulgação de conhecimentos científicos e resultados de pesquisa, tendo em vista seu contexto de produção, os elementos e a construção composicional dos roteiros.

    (ê éfe seis nove éle pê três oito) Organizar os dados e informações pesquisados em painéis ou slides de apresentação, levando em conta o contexto de produção, o tempo disponível, as características do gênero apresentação oral, a multissemiose, as mídias e tecnologias que serão utilizadas, ensaiar a apresentação, considerando também elementos paralinguísticos e cinésicos e proceder à exposição oral de resultados de estudos e pesquisas, no tempo determinado, a partir do planejamento e da definição de diferentes fórmas de uso da fala – memorizada, com apoio da leitura ou fala espontânea.

    (ê éfe seis sete éle pê dois quatro) Tomar nota de aulas, apresentações orais, entrevistas (ao vivo, áudio, tê vê, vídeo), identificando e hierarquizando as informações principais, tendo em vista apoiar o estudo e a produção de sínteses e reflexões pessoais ou outros objetivos em questão.

    Orientação

    Prepare o ambiente para que a apresentação oral se desenvolva bem. Depen­dendo do tamanho da turma, a disposição das carteiras em círculo facilita o contato visual e aproxima os oradores ao público. O respeito deve imperar nesta aula: todos precisam aprender a ouvir, e a participação que contribui para o debate deve ser coletiva. Os estudantes devem ser estimulados a anotar os pontos altos do seminário, bem como suas dúvidas. O grupo que estiver se apresentando não precisa ficar inseguro com as perguntas que o público fará. Caso não saibam responder, sempre podem recorrer a você para ajudá-los.

    Por princípio, uma exposição oral é um gênero em que enunciadores e destinatários têm uma relação assimétrica: os primeiros demonstram domínio do tema e os segundos, interesse em conhecer mais sobre ele. Quem for se apresentar precisa deter conhecimentos, devendo, portanto, estudar bastante para isso.

    O registro da pesquisa é um apoio para o momento de preparação do seminário. Com a decisão tomada em conjunto com os estudantes a respeito da gravação completa da exposição ou a produção de um vídeo-minuto, planejem e organizem os detalhes dessa etapa da atividade.

    Indicação de livro

    Os gêneros orais foram objeto de pesquisa de um grupo da Universidade de Genebra. Essas investigações originaram o livro Gêneros orais e escritos na escola, com sequências didáticas inteiramente concebidas para o trabalho em sala de aula. O oitavo capítulo, que aborda a exposição oral, traz recomendações testadas não apenas na Suíça, como também no Brasil. Vale a pena conhecer:

    Dólz, Joaquim; Chinêuli, bernár; PIETRO, jan françuá de. A exposição oral. In: Dólz, Joaquim; Chinêuli, bernár (organizador). Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004.

    Planejamento

    • Combinem com o professor e a turma o tempo que cada equipe terá para fazer a apresentação.
    • Retomem com a equipe o registro final que fizeram para tirar dele as palavras-chave para o roteiro de fala. Discutam parágrafo a parágrafo a melhor palavra ou as melhores palavras-chave para ajudar a lembrar as informações na hora da apresentação. Registrem também as palavras-chave do infográfico criado.
    • Distribuam as partes da apresentação oral entre vocês. Cada um vai registrar em uma ficha individual as palavras-chave referentes à parte que vai falar. Se, ao longo da apresentação, um integrante do grupo sentir a necessidade de intervir, mesmo que seja a vez de outro colega, isso pode ser feito, com polidez.
    • Ensaiem a apresentação, considerando as palavras-chave e o tempo que tiverem para ela.

    Apresentação

    Algumas etapas precisam ser incluídas na apresentação oral de sua equipe. Lembre-se de que a apresentação será '‘ao vivo", mas poderá ser gravada para disponibilização em vlog científico da turma, por exemplo.

    Cumprimentar o público – como“ Bom dia!” ou “Boa tarde!”.

    Explicar o tema e o subtema da apresentação – explicitem o que vocês vão apresentar, justificando (dizendo por que selecionaram esse tema e esse assunto).

    Iniciar a apresentação – orientem-se pelo roteiro de fala elaborado. Não deixem de, ao longo da exposição e, principalmente, ao final dela, perguntar ao público se há dúvidas em relação ao que está sendo apresentado.

    Encerrar a apresentação – agradeçam a atenção concedida.

    Atentem também para outros detalhes.

    Altura da voz – deve ser relativamente alta, expressando segurança; atentem para a entonação e o ritmo da fala (sem pressa, para possibilitar ao espectador acompanhar as ideias expostas).

    Contato visual com o público – olhem para o máximo de pessoas que conseguirem, sem focar em apenas uma ou duas. Essa postura, além de propiciar um resultado positivo em relação à compreensão do que está sendo abordado, demonstra respeito por quem se dispõe a ouvir.

    Movimento do corpo e das mãos – tentem andar no espaço livre que tiverem, pois isso dinamiza a apresentação; movimentem-se com naturalidade, evitem gesticular demais com as mãos.

    Importante: faça anotações enquanto os colegas apresentam seus temas para realizar perguntas e mobilizar uma troca de conhecimentos.

    Avaliação

    Avalie a apresentação verificando se você e seu grupo cumpriram estes aspectos:

    A apresentação foi iniciada com uma saudação ao público?

    O tema e o subtema da apresentação foram esclarecidos incialmente à turma?

    O roteiro de fala elaborado por vocês foi usado na apresentação?

    Vocês responderam às dúvidas do público?

    A apresentação foi encerrada adequadamente, com um agradecimento?

    A altura da voz, a entonação e o ritmo da fala de cada membro do grupo possibilitaram aos espectadores acompanhar as ideias expostas?

    Durante a apresentação, vocês mantiveram contato visual com o público?

    Para dinamizar a apresentação, o grupo movimentou-se, evitando gesticular excessivamente com as mãos?

    Respostas e comentários

    Planejamento

    Explique aos estudantes que os gêneros orais também exigem preparação. Conhecer o tema e organizar as ideias em uma ordem lógica favorece uma comunicação clara e mantém o interesse da audiência. Por isso, os grupos devem reunir-se para fazer os combinados e ensaiar. Defina com a turma se a gravação contemplará um vídeo-minuto para mídias sociais escolares ou a disponibilização de um vídeo maior para um vlog com foco científico. Dialogue sobre como a difusão de saberes decorrentes de pesquisas prévias é importante para o alcance de informações pautadas em dados, fontes verídicas e fundamentação.

    Apresentação

    Explique que cumprimentar o público cria empatia. Ensine-os a comportar-se como nas práticas sociais, com as formalidades mínimas necessárias à atividade. Um integrante do grupo pode apresentar os colegas e a si mesmo, informando o tema e os tópicos para a audiência. Os expositores devem combinar se serão aceitas perguntas durante a apresentação ou apenas ao final. No entanto, durante todo o seminário, as reações do público devem ser analisadas pelos integrantes do grupo, para que os mal-entendidos possam ser dirimidos e os assuntos seguintes sejam compreendidos.

    Avaliação

    Ao final da apresentação, retome as perguntas de avaliação. Peça aos integrantes do seminário que se autoavaliem e, por fim, dê seu parecer ao grupo, em geral, e a cada estudante, em particular.

    Indicação de livro

    Sandoval Nonato Gomes-Santos reuniu no livro Exposição oral uma série de aspectos importantes para o professor que planeja encaminhar esse gênero com os estudantes. A obra contempla do planejamento à interação, com estratégias orais para apresentar um tema: exemplificação, reformulação, narrativização e comentários. Vale a pena conhecer:

    GOMES-SANTOS, Sandoval Nonato.A exposição oral: nos anos iniciais do ensino fundamental. São Paulo: Cortez, 2004.

    Projeto

    Faça as atividades no caderno.

    Perspectivas

    Uma história ancestral africana nos conta que dois amigos lavradores trabalhavam em suas lavouras quando um homem cruzou rapidamente o campo, passando bem no meio dos dois e desaparecendo em seguida. Trajava roupas esquisitas e usava um chapéu de duas cores: de um lado, branco; de outro, vermelho. Um dos amigos perguntou ao outro se conhecia aquele estranho que usava chapéu branco. O outro respondeu que o chapéu do homem era vermelho, e não branco. E então iniciou-se a discussão: “Branco, não; vermelho!”; “Vermelho, não; branco!!!”. Nunca mais a paz reinou entre eles.

    O que faltou aos amigos? Entender que cada um podia, sim, ter visto uma cor diferente no chapéu. Admitir que ambos estavam com a razão. Reconhecer que cada um de nós tem um olhar particular sobre tudo. Por que é tão difícil aceitar que o outro vê e entende a realidade de maneira diversa da nossa? Observe a figura. O que você enxerga nela?

    A fim de mostrar que uma mesma realidade pode suscitar vários enfoques, dependendo do ângulo pelo qual está sendo observada e das crenças, da ideologia e da vivência do observador, você vai participar do projeto Perspectivas.

    Esse projeto será desenvolvido em cinco etapas, no decorrer do ano, em datas previamente combinadas, e culminará com a exposição do material produzido e um sarau aberto a toda a comunidade escolar.

    Ilustração. Ilusão de ótica. Focando no centro da imagem, na parte preta, silhueta de um candelabro. Focando nas laterais brancas, destaca-se a silhueta do rosto de duas pessoas se olhando, de perfil.
    Uma mesma figura pode se revelar diferente a cada olhar: um candelabro ou duas faces frente a frente?

    Primeira etapa

    "O mito é o nada que é tudo” (Fernando Pessoa)1nota de rodapé

    Para começar, você e seus colegas de turma registrarão, em uma folha pautada, o número de chamada, o nome e o número de telefone de cada um, para que possam estabelecer uma comunicação rápida. Essa providência será muito útil quando as atividades previstas nas etapas do projeto forem se desenvolvendo.

    Feito isso, o professor organizará a turma em quatro grupos. Vocês precisarão da parceria com os professores de Ciências, Matemática, Geografia, História e Arte, uma vez que os conhecimentos de várias áreas serão solicitados e articulados na realização das atividades.

    Respostas e comentários

    Habilidades trabalhadas nesta seção

    Leitura

    (ê éfe seis nove éle pê três zero) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de fórma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, com­preender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.

    (ê éfe seis nove éle pê três três) Articular o verbal com os esquemas, infográficos, imagens variadas etcéterana (re)cons­trução dos sentidos dos textos de divulgação científica e retextualizar do discursivo para o esquemático – infográfico, esquema, tabela, gráfico, ilustração etcétera – e, ao contrário, transformar o conteúdo das tabelas, esquemas, infográficos, ilustrações etcétera em texto discursivo, como fórma de ampliar as possibilidades de compreensão desses textos e analisar as características das multissemioses e dos gêneros em questão.

    (ê éfe seis nove éle pê três quatro) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, produzir marginálias (ou tomar notas em outro suporte), sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro comparativo, esquema, resumo ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise), mapa conceitual, dependendo do que for mais adequado, como fórma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de conteúdos e informações e um posicionamento frente aos textos, se esse for o caso.

    (ê éfe seis nove éle pê quatro quatro) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos fórmas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.

    (ê éfe seis sete éle pê dois zero) Realizar pesquisa, a partir de recortes e questões definidos previamente, usando fontes indicadas e abertas.

    (ê éfe seis sete éle pê dois oito) Ler, de fórma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes –, romances infantojuvenis, contos populares, contos de terror, lendas brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de fórma livre e fixa (como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

    Oralidade

    (ê éfe seis nove éle pê um três) Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões polêmicas de interesse da turma e/ou de relevância social.

    (ê éfe seis nove éle pê três oito) Organizar os dados e informações pesquisados em painéis ou slides de apresentação, levando em conta o contexto de produção, o tempo disponível, as características do gênero apresentação oral, a multissemiose, as mídias e tecnologias que serão utilizadas, ensaiar a apresentação, considerando também elementos paralinguísticos e cinésicos e proceder à exposição oral de resultados de estudos e pesquisas, no tempo determinado, a partir do planejamento e da definição de diferentes fórmas de uso da fala – memorizada, com apoio da leitura ou fala espontânea.

    Análise linguística/semiótica

    (ê éfe seis nove éle pê quatro um) Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo e usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visua­lização, topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens, inserindo de fórma adequada imagens, gráficos, tabelas, fórmas e elementos gráficos, dimensionando a quantidade de texto (e imagem) por slide, usando progressivamente e de fórma harmônica recursos mais sofisticados como efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados etcétera

    (ê éfe seis nove éle pê quatro dois) Analisar a construção composicional dos textos pertencentes a gêneros relacionados à divulgação de conhecimentos: título, (ôlho), introdução, divisão do texto em subtítulos, imagens ilustrativas de conceitos, relações, ou resultados complexos (fotos, ilustrações, esquemas, gráficos, infográficos, diagramas, figuras, tabelas, mapas) etcétera exposição, contendo definições, descrições, comparações, enumerações, exemplificações e remissões a conceitos e relações por meio de notas de rodapé, boxes ou links; ou título, contextualização do campo, ordenação temporal ou temática por tema ou subtema, intercalação de trechos verbais com fotos, ilustrações, áudios, vídeos etcétera e reconhecer traços da linguagem dos textos de divulgação científica, fazendo uso consciente das estratégias de impessoalização da linguagem (ou de pessoalização, se o tipo de publicação e objetivos assim o demandarem, como em alguns ­podcasts e vídeos de divulgação científica), 3ª pessoa, presente atemporal, recurso à citação, uso de vocabulário técnico/especializado etcétera como fórma de ampliar suas capacidades de compreensão e produção de textos nesses gêneros.

    (ê éfe seis sete éle pê três oito) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem, como comparação, metáfora, metonímia, personificação, hipérbole, dentre outras.

    Produção de textos

    (ê éfe seis nove éle pê cinco um) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etcétera – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.

    (ê éfe seis sete éle pê dois dois) Produzir resumos, a partir das notas e/ou esquemas feitos, com o uso adequado de paráfrases e citações.

    Ícone. Tema transversal contemporâneo Multiculturalismo.
    Ícone. Tema contemporâneo transversal: Ciência e tecnologia.

    Atividade para todos os grupos

    Você e seus colegas leram mitos e explicações sobre eles na Unidade 1: como surgiram, o que significaram e o que significam. Viram que foram criados pelos diferentes povos para buscar explicações para os fenômenos considerados inexplicáveis.

    É interessante observar que, na atualidade, muitos desses fenômenos têm explicações científicas. No entanto, as explicações atuais não invalidaram os mitos ancestrais, que continuam a ser cultivados e a influenciar inúmeras outras produções artísticas.

    Nesta etapa, o foco está na pesquisa e na seleção de um mito, de acordo com a seguinte distribuição:

    Grupo 1 Mito sobre a criação do mundo

    Grupo 2 Mito sobre a criação da Terra

    Grupo 3 Mito sobre a criação do homem

    Grupo 4 Mito sobre a criação de elementos da natureza (chuva, relâmpago, arco-íris, vento, fogo etcétera)

    Em seguida, procurem a correspondente explicação científica para os fenômenos. Caso as explicações sejam muito longas, vocês poderão fazer um resumo das informações. Sigam as orientações desta Unidade para elaborar os resumos.

    Para discussão nos grupos

    A discussão de cada grupo deverá partir destas afirmações:

    Os mitos revelam uma compreensão viva e intuitiva da realidade, ancorada no sobrenatural, sem necessidade de comprovação. Já o pensamento científico é basea­­do em experimentações e provas.

    As questões a seguir devem nortear a discussão:

    • Essas interpretações da realidade excluem uma à outra? Por quê?
    • Corremos o risco de transformar a ciência em mito? Lembrem-se de que muitas descobertas científicas já foram superadas.
    • Qual é a importância da ciência no contexto atual?

    Anotem o resultado da discussão em uma folha e, depois, passem a limpo digitando-o. Providenciem a impressão desse resultado.

    • Escrevam ou imprimam os textos para que sejam afixados lado a lado em cartolina ou folha A3 dividida ao meio. Do lado esquerdo, devem ficar os textos que reproduzem os mitos e, do lado direito, a explicação científica. Ambos os lados devem conter ilustrações e títulos. Na parte inferior, no centro, deverá constar o resultado da discussão em grupo.
    • É importante citar a qual mitologia pertence o texto pesquisado e a fonte.
    • O material produzido deverá ser cuidadosamente guardado para futura exposição a ser realizada no final do projeto.
    Respostas e comentários

    Orientação

    É importante enfatizar que a finalidade de traçar um paralelo científico para as explicações sobre a origem do mundo, da Terra, do ser humano e de elementos da natureza é ampliar o repertório literário e tomar conhecimento do patrimônio cultural de outros povos, encontrando convergências e divergências em relação às nossas próprias crenças e valores, reconhecendo a Diversidade cultural, temática que integra o tema transversal Multiculturalismo, bem como o importante papel da Ciência e tecnologia para a ampliação do conhecimento.

    Peça a cada um dos quatro grupos que procure relacionar o mito pesquisado com as áreas de conhecimento. Os professores de outras disciplinas podem ajudar, informando referências científicas que tratam do assunto.

    Lembre-os de que a exposição oral é resultado de suas investigações científicas. Oriente-os a elaborar resumos, com uso adequado de paráfrases e citações, e roteiros de fala.

    Glossário

    proeza
    : travessura.
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    sambudo
    : criança de baixa estatura para sua idade e desnutrida.
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    Nota de rodapé
    1
    PESSOA, Fernando. Mensagem. edição comentada por Jane Tutikian. Porto Alegre: Ele e Pê ême, 2006. página 20.
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