UNIDADE 6  Com a palavra, o repórter

Faça as atividades no caderno.

Fotografia. Paisagem natural montanhosa que se estende até a linha do horizonte e totalmente coberta por vegetação, sob céu nublado. À frente da imagem, um aparente trecho de relevo erodido percorrido pelo leito de um curso de água.
Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais, em 2020.
  1. Observe a imagem da abertura.
    1. O que desperta sua atenção na imagem?
    2. O que você imagina sobre o lugar, ao olhar essa fotografia?
Versão adaptada acessível

b. O que você imagina sobre o lugar, ao ouvir a descrição dessa fotografia?

  1. O Parque Estadual do Ibitipoca, que aparece na imagem, é tema da primeira reportagem que você vai ler nesta Unidade. Converse com o professor e os colegas.
    1. Você sabe o que é uma reportagem?
    2. O que ela costuma apresentar?
    3. Como as imagens podem ajudar a construir uma reportagem?

Saiba +

Parque Estadual do Ibitipoca

O Parque Estadual do Ibitipoca, criado em 1973 e com 1 500 hectares de Mata Atlântica, encontra-se no município de Lima Duarte, em Minas Gerais. Belíssimas grutas, piscinas naturais, montanhas e cachoeiras permeiam as trilhas que podem ser realizadas ali, revelando paisagens surpreendentes. O parque é procurado durante todo o ano e tem um limite diário de 600 visitantes.

Leitura 1

Faça as atividades no caderno.

Contexto

Você lerá, a seguir, parte de uma reportagem publicada na revista Viaje Mais, que tem como foco o turismo e incentiva os leitores a descobrir lugares interessantes, fornecendo a eles dicas de roteiros nacionais e internacionais. Nesta reportagem específica, o lugar escolhido é a Serra do Ibitipoca, em Minas Gerais. A região tem o perfil traçado, com base nas impressões particulares de uma pessoa o repórter – que viajou ao local. Assim, pode-se afirmar que o texto é permeado pela subjetividade do autor.

Mário Fittipaldi

AUTORIA

Escreveu “Uma janela aberta no céu”, e é um trilheiro (ou seja, tem o hábito de fazer trilhas em meio à natureza) com boa experiência. Faz parte da equipe de repórteres da revista Viaje Mais, que é publicada pela Editora Europa e foi fundada em 1986.

Fotografia. Homem de cabelos pretos cacheados, de óculos, vestindo camiseta de mangas longas, calças claras, com uma mochila nas costas e um bastão de caminhada na mão direita. Ele está de frente, em pé em uma área elevada do terreno, diante de uma paisagem natural montanhosa totalmente coberta de vegetação que se estende até a linha do horizonte, sob céu azul com algumas nuvens.
O repórter Mário Fittipaldi na Serra do Mar, no estado de São Paulo.

Antes de ler

Levando em consideração o conteúdo que se costuma veicular pela revista Viaje Mais e o título da reportagem que você vai ler, responda:

  • Que tipos de informações, exatamente, você acredita que haverá na reportagem?
  • A que o título “Uma janela aberta no céu” pode estar fazendo referência?

Uma janela aberta no céu

Trilhas, cachoeiras e praias fluviais dão o tom na Serra do Ibitipoca

As montanhas mineiras são como um mar sem fim. Ondulam-se em tons de verde até onde a vista já não alcança. A região da Serra do Ibitipoca é bem assim, montanhosa, com caminhos entre montes e vales que cortam rios, cachoeiras e até praias fluviais de areia branca. A vista fica ainda mais especial quando apreciada de uma janela natural criada pela mata fechada, que de tão alta na serra ganhou o nome de Janela do Céu. O Parque Estadual do Ibitipoca é a principal atração, mas a região possui trilhas e caminhos de dificuldades variadas e passeios para qualquer tipo de viajante. O único requisito é gostar do contato com a natureza.

A maior atração é mesmo o parque e, dentro dele, a trilha para a Janela do Céu, um lugar quase mágico de tão lindo. Há também trilhas alternativas, como o Circuito das Águas, cheio de piscinas naturais e cachoeiras. Tem até uma prainha bem perto da entrada principal, ideal para quem viaja com crianças. Mas a região, no coração da Zona da Mata mineira, oferece mais.

A porta de entrada é um rústico vilarejo de cêrca de 1 000 habitantes que é parte do município de Lima Duarte, chamado Conceição do Ibitipoca. Opa! Ibiti-o-quê? Com um “dedim” de prosa, como dizem por lá, você descobrirá diversas versões para o significado dessa palavra tupi, desde “montanha que estoura”, por causa dos muitos raios que caem na região, até casa da terra que treme. Quem desvenda o mistério é o filólogoglossário Eduardo Navarro, autor do Dicionário de Tupi Antigo (Global Editora, 2013): ibitipoca (de “ybitira”, montanha, e “pok”, estourar) é montanha fendida, referência às grutas presentes nas redondezas. Para facilitar, pode chamar apenas de Ibiti, e todo mundo vai entender.

A vila ainda mantém o toque rústico e a vida pacata típica do interior mineiro, talvez porque o acesso ao arraial encravado na montanha a uma altitude de cêrca de 1 500 métros não é dos mais amistosos: a partir do município de Lima Duarte (Minas Gerais) são 25 quilômetros de estrada de chão, sempre morro acima. Mesmo assim, de uns cinco anos para cá, o número de turistas cresceu e a vila começou a se modificar, sempre sem pressa. Hoje há mais pousadas, a maioria no estilo rústico-chique, e é possível encontrar, entre as tradicionais rodas de viola, boas opções gastronômicas e até cervejas artesanais locais. O clima de montanha, com noites amenas no verão e frias nas demais estações, ajuda.

PARA O ALTOreticências E AVANTE

A atração mais procurada do Parque do Ibiti faz juz à fama: a Janela do Céu. É uma piscina natural formada pelo Rio Vermelho, que vem serpenteando por uma fenda na montanha pouco antes de se precipitar, morro abaixo, em sete quedas-d’água. O visual é incrível: tive a sensação de nadar em uma piscina de fundo infinito, com vista para um mar de montanhas a partir de uma janela bordada pela mata.

Fotografia. Mulher sentada em um terreno elevado, de costas, diante de uma paisagem natural montanhosa que se estende até a linha do horizonte, sob céu claro em que a luz do Sol poente ou nascente se irradia através das nuvens.
Vista do céu na Serra de Ibitipoca, 2018.

Outra particularidade é a cor da água, lá na Janela do Céu e em todo o parque, que varia do marrom ao laranja, dependendo da profundidade. É que a matéria orgânica da mata se deposita no fundo dos córregos e nascentes, ficando em infusão como se fosse chá – efeito que se intensifica devido à base da montanha, que é de quartzito e pouco permeável. Há quem jure que tem propriedades terapêuticas, algo ainda sem comprovação científica.

Chegar lá tem seu preço: partindo do centro de visitantes, são cérca de 8 quilômetros de caminhada, boa parte deles de subida bem íngreme (e mais 8 quilômetros para voltar, não se esqueça). Mas vale cada passo, acredite. É preciso fô­lego para encarar a aventura, mas também há diversas atrações e mirantes no caminho para acertar o ritmo da respiração. Bastões de caminhada e botas apropriadas para trekking ajudam.

A trilha é autoguiada, pouco acidentada e muito bem sinalizada, mas eu recomendo contratar os serviços de um guia, pois, além de dar informações sobre a fauna e a flora locais, ele poderá contatar rapidamente os guarda-parques por rádio no caso de um imprevisto. Fui acompanhado pelo guia ambiental Genecy Fernando, que, além de conhecer muito bem o parque, tem olho clínico para identificar plantas e flores curiosas. É o Genecy quem me explica que existem dois biomas preservados no parque, a Mata Atlântica, na parte inferior, de vegetação densa e úmida, e os Campos Rupestres de Altitude, de vegetação mais rasteira e seca. O caminho é cheio de orquídeas e outras flores, que eu jamais veria não fosse ele, que ainda me apresentou a barba-de-velho, uma bromélia que pende das árvores, e outros exemplares da flora do Parque de Ibiti, que tanto encantaram Auguste de sentilér – o célebre naturalistaglossário e botânicoglossário francês andou por lá nos tempos do Brasil colônia. Hoje, o centro de visitantes leva o nome desse seu ilustre visitante.

Com sorte, você também poderá avistar macacos sauás e quatis, entre outros animais silvestres. Se ganhar na loteria, verá também o lobo-guará e a onça-parda, espécies que habitam a região e que estão ameaçadas. Mas não se anime, pois esses animais percebem de longe a presença de humanos e evitam o contato. Direcione sua energia observando pássaros como o urubu-rei ou o andorinhão-de-coleira-falha, figurinhas menos difíceis por lá. Durante a caminhada, avistei um urubu-rei, que me acompanhou durante boa parte da subida (confesso que fiquei preocupado...) e um tucano. A trilha tem alguns pontos de parada obrigatória – até porque você vai precisar recuperar o fôlego, como o Pico do Cruzeiro e o Pico da Lombada, este último é o ponto mais alto de Ibiti, a 1 784 metros acima do nível do mar. Além da vista para todo o vale, o pico é também uma boa notícia: a de que a subida terminou. Antes de chegar à Janela do Céu ainda é possível visitar as grutas do Moreira, dos Fugitivos e Três Arcos. Na volta, Genecy recomenda seguir pela Trilha do Pico do Pião. Aceite a recomendação e encontre tempo para nadar na piscina natural da Cachoeirinha, que tem até uma prainha de areias brancas.

Vale lembrar que a Janela do Céu está na boca de um precipício. Há uma placa indicando o ponto até onde se pode ficar com segurança — e que não deve ser ultrapassado em nenhuma hipótese, sob o risco de acidentes graves. reticências

FITTIPALDI, Mário. Uma janela aberta no céu. Viaje Mais. São Paulo: Europa, ano 17, norte. 204, página. 78-82, maio 2018.

Ícone. Ilustração de três triângulos apontando para o lado direito, indicando a seção Atividades.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. Agora que leu a reportagem, repense sobre as suposições levantadas anteriormente e responda às questões.
    1. As informações que você imaginava encontrar no texto foram, de fato, localizadas? Explique.
    2. As suas suposições em relação ao título estavam corretas?
  2. O que a expressão “dar o tom”, presente no subtítulo, pode significar no contexto em que se insere?
Fotografia. Paisagem natural de região serrana, com uma pequena corredeira que deságua em um estreito remanso sobre as pedras. A encosta é coberta de vegetação, sob céu azul com algumas nuvens.
Conceição do Ibitipoca, Minas Gerais, 2021.
  1. A reportagem se inicia com uma comparação: “As montanhas mineiras são como um mar sem fim”. Sobre isso, responda:
    1. Com base nessa comparação e usando somente a linguagem denotativa, explique como são as montanhas mineiras.
    2. Qual é a diferença, quanto ao efeito de sentido produzido, entre usar a linguagem figurada para descrever as montanhas mineiras, tal como fez o autor da reportagem, e usar uma linguagem mais objetiva?
  2. As experiências pessoais que o autor vivenciou no parque aparecem na reportagem.
    1. Como elas podem influenciar o leitor a visitar o parque?
    2. Caso o autor quisesse desestimular a visita do leitor ao parque, quais poderiam ser os destaques dados na reportagem?
  3. Enfatiza-se, no texto, que o maior atrativo da região da Serra do Ibitipoca é o Parque Estadual do Ibitipoca. No segundo parágrafo, ressalta-se que, dentro desse parque, há vários locais interessantes. Quem é o público que pode se interessar por essa reportagem?

Faça as atividades no caderno.

  1. No terceiro parágrafo, encontra-se a passagem: “Opa! Ibiti-o-quê?”. Nesse ponto, o autor do texto assume outra voz, como se fosse uma pessoa diferente se pronunciando.
    1. De quem você acredita que, provavelmente, seja essa outra voz?
    2. Por qual motivo o autor insere essa passagem em seu texto?
  2. Ainda no terceiro parágrafo, lê-se: “Com um ‘dedim’ de prosa reticências”. O termo destacado faz parte de uma linguagem regional e é uma fórma de expressar a palavra “dedinho”.
    1. Como você interpreta a ideia contida na expressão “dedim de prosa”?
    2. Por que é possível considerar pertinente o uso desse regionalismo pelo autor da reportagem, no contexto em questão?
  3. Há um ponto da reportagem no qual se menciona um filólogo, Eduardo Navarro, e sua contribuição para que se entenda a origem e o significado da palavra “ibitipoca”.
  • Por que o autor do texto fez referência a esse especialista e não se limitou a somente explicar ao leitor a etimologia da palavra que nomeia o lugar?
  1. O intertítulo “Para o alto... e avante” remete a uma fala do Super-Homem, clássico herói pertencente à cultura pop. Entretanto, as reticências foram uma opção do autor da reportagem.
  • Que efeito de sentido causa a inserção dessas reticências, considerando que se trata de uma intertextualidade?
  1. No sétimo parágrafo da reportagem, entre parênteses, encontra-se: “reticências e mais 8 quilômetros para voltar, não se esqueça”, referência à distância que se deve trilhar entre o centro de visitantes do Parque Estadual do Ibitipoca e a Janela do Céu, tanto na volta quanto na ida. Essa passagem representa algo que o autor faz ao longo de todo seu texto.
    1. O que essa passagem expressa?
    2. Levando em conta o público-alvo da revista em que a reportagem foi publicada, qual você julga ser a importância desse tipo de passagem?
Fotografia aérea. Área rural cujo terreno é totalmente coberto de vegetação, onde aparentemente há alguns campos cultivados, na qual há inúmeros morros de elevação relativamente baixa que se estendem até a linha do horizonte.
Serra do Ibitipoca em Minas Gerais, em 2017.
Fotografia. Paisagem natural com uma queda-d'água cercada de vegetação
Cachoeira da Ducha, no Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais, 2015.

O gênero em foco

Reportagem

Assim como diversos gêneros jornalísticos, a reportagem tem uma natureza predominantemente informativa, embora possa conter alguma dose de opinião, implícita ou explicitamente. Sendo assim, sua grande função perante a sociedade é apresentar dados, descrições, definições, depoimentos, entre outros desdobramentos que possibilitem ao interlocutor compreender o tema tratado e posicionar-se quanto a ele. Nesse sentido, assemelha-se a uma notícia, que também tem caráter informativo. Uma das grandes diferenças, porém, é o grau de aprofundamento com que trata o assunto em questão. Isso se explica por dois motivos principais.

A reportagem não necessita do imediatismo da notícia, isto é, não precisa ser publicada imediatamente após acontecer o evento abordado, especialmente porque, muitas vezes, tal evento é algo que impacta a sociedade de fórma permanente, não um fato pontual.

O autor do texto tem tempo suficientemente hábil para coletar o máximo de informações que puder, incluindo-se nisso pesquisas, entrevistas etcétera., para publicar o que seja relativamente próximo a um panorama do assunto.

A reportagem intitulada “Uma janela aberta no céu”, por exemplo, é carregada de informações a respeito de um lugar que poderá ser de interesse dos leitores a qualquer momento, não somente na época de sua publicação. No entanto, isso não é uma regra. Há casos em que a reportagem parte de um fato pontual, recente, para ampliá-lo e jogar luz a alguma questão social duradoura. Um texto que tenha como assunto um grave acidente aéreo ocorrido recentemente pode ir além, tratando, por exemplo, das frequentes imprudências relacionadas ao contrôle do transporte por avião. Nesse caso, é ideal que a reportagem seja publicada em momento próximo ao do fato em questão.

É importante ressaltar que, apesar de os textos jornalísticos exigirem determinados níveis de imparcialidade sobre o assunto, é comum que sejam percebidas opiniões do repórter ou da equipe de reportagem. A maneira como um mesmo assunto pode ser abordado por diferentes veículos de informação, como as escolhas das palavras e a seleção do que será mostrado, é uma fórma de percebermos a posição do autor.

Uma reportagem escrita pode vir amparada por recursos como fotografia, gráfico, infográfico, mapas, ilustrações etcétera. São fórmas eficazes de aproximar o leitor do que é abordado.

Leia esta parte da reportagem sobre Ibitipoca.

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QUANDO IR

Incrustado na montanha, a cêrca de 1 200 métros de altitude, a Vila de Conceição do Ibitipoca possui clima ameno mesmo no verão, a estação mais chuvosa, quando os termômetros oscilam entre os 15 graus Célsius e os 26 graus Célsius. Mas a melhor época é a primavera, nos meses de setembro e outubro, quando o frio dá uma trégua e o parque explode em flores. No inverno, a estação mais seca, a temperatura oscila entre 8 graus Célsius e 21 graus Célsius, em julho. É neste mês que a Vila abriga o Ibitipoca diéz Festival, um bom motivo para visita. Em abril e maio os preços são mais baixos e os dias são ensolarados, mas, à noite, faz frio: cêrca de 10 graus Célsius. É preciso vacina contra febre amarela, aplicada pelo menos 10 dias antes da viagem.

Mapa. Acima, o título em letras maiúsculas destacadas em negrito: PARQUE ESTADUAL DO IBITIPOCA: LOCALIZAÇÃO. Abaixo, mapa do sul de Minas Gerais. No canto inferior à esquerda, uma rosa dos ventos com pontos cardeais e colaterais, e a escala gráfica de 4 km. No canto direito há mapa de localização menor, destacando o território estadual e as divisas com os estados vizinhos. Uma pequena área do mapa a noroeste está realçada em verde com a cota: Parque Estadual do Ibitipoca, cuja localização é indicada com um ponto e a mesma cota no mapa menor.
Fonte: Google Maps, 2022.

FITTIPALDI, Mário. Uma janela aberta no céu. Viaje Mais. São Paulo: Europa, ano 17, número204, maio 2018. página 82.

A indicação do melhor momento para ir até lá veio introduzida por um ícone de calendário e acompanhada de um mapa com a localização do parque. A linguagem visual articula-se à verbal para dar à leitura fluidez e fruição.

A linguagem verbal usada também é um aspecto fundamental. No gênero reportagem, há maior flexibilidade, diferentemente da notícia, que demanda sempre maior objetividade na linguagem. É interessante que o autor de uma reportagem saiba adequar o assunto de que trata ao modo como o apresenta por escrito. A reportagem sobre Ibitipoca, por exemplo, exigia, de fato, que a linguagem fosse mais informal, próxima da coloquialidade, em razão de se tratar de um tema ameno. A fórma da abordagem textual sempre contribui para a produção de sentido e a postura que se espera do leitor em relação ao que é exposto.

Nessa esteira, também se compreende a formulação dos títulos das reportagens. Ao contrário daqueles que encabeçam as notícias, em geral bastante sintéticos, objetivos e contendo um verbo no presente do indicativo, o das reportagens costumam ser mais criativos, apresentando, muitas vezes, ironia, metáfora, jogos sonoros, ditados populares etcétera. Ou seja, já desde o título se evidencia uma preocupação quanto ao trabalho com a linguagem. Observe alguns títulos de reportagens:

Saneamento sem o básico

MONTOIA, Paulo. Saneamento sem o básico. Guia do Estudante – Atualidades. São Paulo: Abril, edição. 27, 2018. página. 134.

rússel: a conquista da felicidade

COSTA, Valter C. rússel: a conquista da felicidade. Grandes temas do conhecimento – Filosofia. São Paulo: Mythos, norte. 66, 1º sem. 2018. página. 54.

O primeiro título brinca com a expressão saneamento básico para tratar de problemas que o país vem enfrentando nesse setor. O segundo recorre ao título de um livro (A conquista da felicidade) para introduzir a discussão que o autor (rússel) desenvolve nessa obra. Percebe-se em cada um o trabalho criativo para chamar a atenção do leitor.

De que modo as imagens do parque e a construção do título podem incentivar o interesse pela leitura da reportagem?

Finalmente, toda essa composição pode ser assim sintetizada:

Título – enunciado que encabeça o texto, resumindo de algum modo seu assunto, e que, como já se sabe, pode se apresentar em uma linguagem criativa.

Subtítulo – enunciado que se põe logo abaixo do título, um pouco maior que este, sendo mais específico em relação à abordagem do texto, por vezes com uma linguagem mais objetiva do que a do título.

Introdução – apresentação do assunto tratado, de modo a que se prenda a atenção do leitor.

Desenvolvimento – tratamento do assunto em si, com exposição de narrativas, estatísticas, conceitos, declarações etcétera.

Conclusão – desfecho do texto, que encerra todo o exposto.

Conhecimentos linguísticos e gramaticais 1

Faça as atividades no caderno.

A influência de outras línguas no português falado no Brasil

1. Vamos voltar a um trecho da reportagem lida.

A porta de entrada é um rústico vilarejo de cêrca de 1 000 habitantes que é parte do município de Lima Duarte, chamado de Conceição do Ibitipoca. Opa! Ibiti-o-quê? Com um “dedim” de prosa, como dizem por lá, você descobrirá diversas versões para o significado dessa palavra tupi, desde “montanha que estoura”, por causa dos muitos raios que caem na região, até casa da terra que treme. Quem desvenda o mistério é o filólogo Eduardo Navarro, autor do Dicionário de Tupi Antigo (Global Editora, 2013): ibitipoca (de “ybitira”, montanha, e “pok”, estourar) é montanha fendida, referência às grutas presentes nas redondezas. Para facilitar, pode chamar apenas de Ibiti, e todo mundo vai entender.

Fotografia. À esquerda, duas casas pequenas de fachadas coloridas de rosa, amarelo e azul em uma área rural, junto a um morro, em terreno coberto de vegetação. À direita, há uma cruz de madeira fixada em um gramado. Ao fundo, paisagem montanhosa sob céu azul parcialmente nublado.
Conceição do Ibitipoca, no município de Lima Duarte (Minas Gerais), em 2016.

FITTIPALDI, Mário. Uma janela aberta no céu. Viaje Mais. São Paulo: Europa, ano 17, norte. 204, maio 2018. página. 80.

  1. Antes de saber a origem da palavra Ibitipoca, você havia pensado nessa relação com a língua indígena?
  2. Quais palavras você conhece de outras línguas que usamos no português falado no Brasil? Converse com os colegas sobre as respostas a que chegaram.

Como você sabe, a língua portuguesa é uma língua latina, ou seja, ela tem sua origem no latim que era falado em Roma, na Itália, há muitos séculos.

A língua portuguesa veio para o continente americano no século dezesseis, com os portugueses durante a colonização. Aqui, o português entrou em contato com as línguas indígenas da costa do Brasil. Depois, recebeu as inúmeras influências das línguas dos povos escravizados que foram trazidos do continente africano e dos imigrantes europeus, como italianos, franceses e holandeses, que vieram trabalhar no país.

Assim, a influência dos diversos povos no português que falamos no Brasil se deu de duas maneiras: pelos empréstimos linguísticos e pelo estrangeirismo. Essas influências não acabaram. Elas continuam acontecendo até hoje, uma vez que a língua é um organismo vivo que está em constante modificação.

Os empréstimos linguísticos podem acontecer quando precisamos designar algo que ainda não é nomeado. Então, usamos uma palavra ou conjunto de palavras em outra língua que se refira exatamente ao que estamos falando.

Faça as atividades no caderno.

2. Leia a tirinha do Garfield.

Tirinha. Em três cenas. Personagens: Jon, um homem de cabelos castanhos ondulados, usando camisa amarela. Garfield, um gato alaranjado com listras pretas. Cena 1. À esquerda, Jon está em pé diante de Garfield. Ele diz: OUVI DIZER QUE UMA CURA PARA O ESTRESSE... À direita, Garfield está em pé sobre a mesa, voltado para Jon, com os olhos quase fechados e a boca voltada para baixo. Cena 2. Jon continua: É RELAXAR OS MÚSCULOS FACIAIS. Garfield permanece na mesma postura. Cena 3. Jon faz uma careta completamente desfigurada, com os olhos arregalados, a boca bem aberta com os dentes à mostra e a língua de fora. Ele diz : AH, ASSIM É MELHOR. Ao lado, Garfield, ainda na mesma postura, pensa: PRA VOCÊ.

DAVIS, Jim. Garfield. Folha de São Paulo, São Paulo, 5 agosto. 2014. Ilustrada, página. E14.

Jon está buscando uma solução – não muito eficiente, de acordo com Garfield – para resolver seus problemas com o estresse. O que significa estresse? Em que contextos essa palavra aparece no seu cotidiano?

Adotamos a palavra estresse, da língua inglesa, para designar uma espécie de resposta física e/ou emocional do organismo a uma pressão externa. No inglês, a palavra é stress. Ela sofreu adaptações para a língua portuguesa e hoje já consta nos dicionários.

Há também palavras que usamos sem fazer esse tipo de adaptação.

3. Leia a tirinha “Bichinhos de Jardim”.

Tirinha. Cena 1. Uma joaninha diante de um notebook. Ela está voltada para a direita e diz: ADORO ONDAS, APARELHOS, GADGETS, APPS... Cena 2. Na mesma posição, mas agora voltada para a esquerda, continua: SOFTWARES, ARQUIVOS, FOTOS E VÍDEOS DIGITAIS... Cena 3. Agora de óculos escuros, fones de ouvido e segurando um celular, ela diz: REDES SOCIAIS, BATE-PAPOS VIRTUAIS, MENSAGENS DE CELULAR... Cena 4. Segurando um espelho e de frente, ela diz: A ÚNICA TECNOLOGIA QUE NÃO CONSIGO ENCARAR...É O ESPELHO!

GOMES, Clara. O Globo, Rio de Janeiro, 28 abril. 2016. Segundo Caderno, página. 6.

  1. O que causa o humor na leitura da tirinha é a quebra de expectativa do leitor, o que ocorre no último quadrinho pelo uso de uma oposição. Explique que oposição é essa.
  2. Por que Joaninha diz não conseguir encarar o espelho? Crie uma hipótese para isso.
  3. Joaninha mostra facilidade em usar a tecnologia. Quais palavras identificam o uso de tecnologia?
  4. Quais dessas palavras vêm de outras línguas?
  5. Você sabe o significado de todas elas? Converse com seus colegas sobre quais dessas palavras, de origem estrangeira, vocês usam no dia a dia.

Você observou que as palavras usadas na tirinha não sofreram alterações como ocorreu com estresse. Quando não há adaptações para a língua portuguesa, ocorre um estrangeirismo.

No século dezenove, durante a industrialização do país, o Brasil importou muita tecnologia inglesa e teve muita influência da cultura norte-americana; por isso, muitas palavras da língua inglesa foram introduzidas no vocabulário português. Além disso, atualmente, o inglês está presente praticamente no mundo todo, fazendo parte de atividades diárias. Palavras como iceberg, hot-dog, air bag, game, smartphone, entre outras, estão presentes no cotidiano e já adquiriram um significado em português.

No século dezenove e começo do vinte, a língua francesa era considerada a língua da moda e dos intelectuais, influenciando muitos países e diversas línguas, e com o português não foi diferente. Palavras como batom, abajur e bijuteria são de origem francesa.

Estamos também habituados a usar palavras emprestadas do italiano, como namorado, bronze, orquestra, pomada. Ou palavras de origem espanhola, como flamenco e cavalheiro.

Você já havia parado para pensar nessas influências? Você já pensou em como as línguas indígenas e africanas também influenciaram o português que usamos hoje?

Pesquisas apontam que na época da colonização havia cêrca de mil línguas indígenas no Brasil. Atualmente, mais de 150 línguas indígenas são faladas em território nacional. Como exemplo da influência da língua indígena na língua portuguesa falada no Brasil, temos as palavras mandioca, aipim e macaxeira, originárias do tupi.

4. Algumas cidades do Brasil utilizam línguas indígenas oficialmente em todas as instâncias, além do uso do português. Leia uma reportagem sobre isso:

Direitos Humanos | 4 de junho de 2021

Língua nativa de povos indígenas é adotada como cooficial de Monsenhor Tabosa

Em ação pioneira no Nordeste, o município de Monsenhor Tabosa reconheceu a língua Tupi-nheengatu como cooficial da cidade. A língua é falada pelos povos Potiguara, Tabajara, Gavião e Tubiba Tapuia, indígenas daquela região, e, com a lei, deve ter seu ensino instituído nas escolas da rede municipal. A ação é resultado direto da luta dos povos indígenas pelo reconhecimento e resgate da sua cultura. Agora, será criado programa comunitário com agentes formados na língua nativa para atuar em escolas da rede municipal e comunidades indígenas.

A líder comunitária e antropóloga, Teka Potiguara, destaca que este é um marco para o Estado do Ceará, que vem avançando no reconhecimento das identidades, da memória e da história dos povos indígenas deste território.

“Aqui em Monsenhor Tabosa, nós temos cêrca de 4 mil descendentes de povos indígenas das etnias Potiguara, Tabajara, Gavião e Tubiba Tapuia e sei que esta ação tem um reflexo muito importante, tanto para o tempo presente quanto para as próximas gerações”, pontua Teka, que pesquisa e escreve sobre a língua Tupi-nheengatu há mais de 20 anos. “Nós, povos indígenas, estamos sistematizando uma língua que nunca morreu e que, inclusive, é de onde vem a maioria dos nomes dos municípios cearenses. É uma grande conquista do nosso povo oficializar a língua Tupi-nheengatu e conseguir levar seu ensino também para as escolas da rede municipal, para além das escolas indígenas.”

Atualmente, o município de Monsenhor Tabosa tem mais de 100 professores e lideranças que dominam a língua Tupi-nheengatu e que contribuem para que outras gerações sigam aprendendo o idioma da família de línguas Tupi-Guarani.

BRANCO, Sheyla Castelo. Língua nativa de povos indígenas é adotada como cooficial de Monsenhor Tabosa. Governo do Estado do Ceará, 4 junho. 2021. Disponível em: https://oeds.link/PFbo4S. Acesso em: 6 abril. 2022.

Faça as atividades no caderno.

  1. De acordo com a reportagem, qual é a importância para os povos indígenas da região de a língua Tupi-nheengatu ter se tornado cooficial?
  2. Faça uma pesquisa da contribuição das línguas indígenas nos nomes de municípios do seu estado.

Depois de conhecer um pouco sobre a influência das línguas indígenas, vamos ver a influência das línguas africanas no português falado no Brasil.

Os povos escravizados do continente africano, ao serem trazidos para o Brasil, não deixaram para trás a herança cultural e, consequentemente, a linguística de seu povo. Entre os grupos que vieram para o continente americano estavam os bantus e os sudaneses. Dessa fórma, são do bantu muitas palavras que usamos no cotidiano, como fubá, miçanga, quitanda e cafofo.

5. Além do bantu, há outras línguas africanas que influenciaram a língua portuguesa. Com um colega, pesquise outras palavras de origem africana que usamos no dia a dia. Busque verificar se elas têm o mesmo significado no português.

Atualmente, vivemos momentos de muitas migrações pelo mundo. O Brasil é um país que recebe pessoas vindas de outros países por diversos motivos. Por isso, é possível notarmos influências e modificações na fórma como escrevemos e falamos com o passar dos anos.

Pronomes relativos

1. Releia um trecho da reportagem “Uma janela aberta no céu”.

A trilha é autoguiada, pouco acidentada e muito bem sinalizada, mas eu recomendo contratar os serviços de um guia, pois, além de dar informações sobre a fauna e a flora locais, ele poderá contatar rapidamente os guarda-parques por rádio no caso de um imprevisto. Fui acompanhado pelo guia ambiental Genecy Fernando, que, além de conhecer muito bem o parque, tem olho clínico para identificar plantas e flores curiosas. É o Genecy quem me explica que existem dois biomas preservados no parque, a Mata Atlântica, na parte inferior, de vegetação densa e úmida, e os Campos Rupestres de Altitude, de vegetação mais rasteira e seca. O caminho é cheio de orquídeas e outras flores, que eu jamais veria não fosse ele, que ainda me apresentou a barba-de-velho, uma bromélia que pende das árvores, e outros exemplares da flora do Parque de Ibiti, que tanto encantaram Auguste de sentilér – o célebre naturalista e botânico francês andou por lá nos tempos do Brasil colônia. Hoje, o centro de visitantes leva o nome desse seu ilustre visitante.

Fotografia. À esquerda, duas placas de troncos de árvore suspensos em um galho, com os dizeres pintados em letras e números brancos: GRUTA DOS FUGITIVOS 60 m e GRUTA DOS TRÊS ARCOS 174 m. À direita, uma trilha em meio a área rural cercada de vegetação com arbustos.
Trilha da Janela do Céu no Parque Nacional do Ibitipoca (Minas Gerais), em 2017.

FITTIPALDI, Mário. Uma janela aberta no céu. Viaje Mais. São Paulo: Europa, ano 17, norte. 204, maio 2018. página. 81.

Faça as atividades no caderno.

  • Você já aprendeu sobre período composto por coordenação e subordinação, portanto observe a estrutura do parágrafo que acabou de ler e retire dele um exemplo de coordenação e um de subordinação.

2. Agora, leia atentamente o período a seguir.

reticências O caminho é cheio de orquídeas e outras flores, que eu jamais veria não fosse ele, que ainda me apresentou a barba-de-velho, uma bromélia que pende das árvores, e outros exemplares da flora do Parque de Ibiti, que tanto encantaram Auguste de sentilér – o célebre naturalista e botânico francês andou por lá nos tempos do Brasil colônia.

FITTIPALDI, Mário. Uma janela aberta no céu. Viaje Mais. São Paulo: Europa, ano 17, norte. 204, maio 2018. página. 82.

  1. Este trecho é um período composto. Por que é possível afirmar isso?
  2. Qual elemento une as orações nesse período?

Você já aprendeu que pronomes são palavras que podem acompanhar ou substituir os substantivos. Nessa classe de palavras, há os pronomes relativos, um tipo de pronome que tem como função substituir um termo da oração anterior e estabelecer uma relação entre duas orações.

Os pronomes relativos podem ser variáveis e invariáveis, como você pode ver no quadro.

Variáveis

Invariáveis

Masculino

Feminino

o qual / os quais

a qual / as quais

que

cujo / cujos

cuja / cujas

quem

quanto / quantos

quanta / quantas

onde

Retomando o trecho lido, vamos entender essa relação.

Esquema.
O caminho é cheio de orquídeas e outras flores, que eu jamais veria não fosse ele, que ainda me apresentou a barba-de-velho, uma bromélia que pende das árvores, e outros exemplares da flora do Parque de Ibiti, que tanto encantaram Auguste de Saint-Hilaire – o célebre naturalista e botânico francês andou por lá nos tempos do Brasil colônia.
Em: "O caminho é cheio de orquídeas e outras flores, que", há uma seta saindo da palavra "que" para a frase "O caminho é cheio de orquídeas e outras flores".
Em: "ele, que ainda me apresentou a barba-de-velho", há uma seta saindo da palavra "que" para a palavra "ele".
Em: "uma bromélia que pende das árvores", há uma seta saindo da palavra "que" para as palavras "uma bromélia".
Em: "outros exemplares da flora do
Parque de Ibiti, que tanto encantaram Auguste de Saint-Hilaire", há uma seta saindo da palavra "que" para a frase "outros exemplares da flora do
Parque de Ibiti".

Faça as atividades no caderno.

Observe como cada pronome que no período retoma um ou vários termos da oração anterior, criando uma relação de subordinação. Ele auxilia na construção do sentido do período sem que seja necessário fazer repetições. Vejamos:

Eu conheço Ibitipoca. Ibitipoca tem uma vista linda.

Eu conheço Ibitipoca, que tem uma vista linda.

Nesse caso, também poderíamos construir o período: “Eu conheço Ibitipoca, a qual tem uma vista linda”. O pronome relativo concorda com o gênero e número ao que está remetendo.

3. Leia o diálogo de Schroeder e Lucy na tirinha e responda às questões.

Tirinha. Em quatro cenas. Personagens: Schroeder, menino de cabelos loiros vestindo camiseta listrada e calça. Lucy, menina de cabelos pretos usando vestido azul. Cena 1. Schroeder, de perfil, está tocando um piano. Ao lado, Lucy está reclinada no chão e apoiada no piano. Seu rosto está voltado para frente. Ela diz: VOCÊ JÁ PAROU PRA PENSAR COMO ESTE MUNDO SERIA CHATO SEM O SOM DE VOZES DE CRIANÇAS? Cena 2. Schroeder, tocando o piano, responde a Lucy: EU SEI DE ALGUMAS CRIANÇAS CUJAS VOZES EU PASSARIA SEM. Lucy, na mesma postura, volta seu rosto para ele. Cena 3. Schroeder continua tocando o piano. Ao lado, Lucy, na mesma postura, volta seu rosto para a frente. Cena 4. Schroeder ainda está tocando o piano. Ao lado, Lucy, na mesma postura, mas agora de perfil e de costas para Schroeder, com expressão contrariada, diz: UM DIA, EU VOU QUEBRAR TODAS AS PERNAS DO PIANO DELE!.

chuls charles ême Minduim. O Estado de São Paulo, São Paulo, 9 maio 2014. Caderno 2, página. C6.

  1. O que leva à fala de Lucy no último quadrinho?
  2. No segundo quadrinho, Schroeder usa um pronome relativo pouco comum, cujas. A que esse pronome está remetendo no texto?

O pronome relativo cujo se relaciona com os dois substantivos – crianças e vozes – e dá a ideia de posse.

Assim, no quadrinho, cujas dá a ideia das vozes delas, vozes das crianças. Vejamos:

Eu sei de algumas crianças. Eu passaria sem suas vozes.

Eu sei de algumas crianças cujas vozes eu passaria sem.

O pronome cujo deve concordar em gênero e número com aquilo que é possuído.

Ícone. Ilustração de três triângulos apontando para o lado direito, indicando a seção Atividades.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia a tirinha e responda às questões.

Tirinha. Em cinco cenas. Personagens: menino indígena, com uma pena nos cabelos, usando camiseta branca e calças curtas vermelhas. Armandinho, menino branco de cabelos azuis, usando camiseta branca e calças curtas azuis. Cena 1. O menino indígena e Armandinho estão de perfil, frente a frente. O menino diz: VEIO DA LÍNGUA TUPI, MAS HÁ VÁRIAS TEORIAS... Cena 2. Um homem indígena agachado com a mão direita sobre um arbusto. Ele está segurando algumas flechas com a mão esquerda. Acima, o texto: UMA DELAS DIZ QUE ERA COMO O POVO INDÍGENA SE REFERIA À CIDADE!. Cena 3. O menino indígena e Armandinho ainda estão frente a frente. O menino diz: 'KARA’IWA', OU 'KARI', SIGNIFICA 'HOMEM BRANCO'... E 'OKA' SIGNIFICA 'CASA'! Cena 4. Armandinho, sorrindo, diz: 'CASA DO HOMEM BRANCO'... Cena 5. Ilustração do Pão de Açúcar, composta por uma pedra alta e arredondada junto a um morro mais baixo diante do mar. Acima, o texto: HOJE, 'CARIOCAS' SÃO TODOS QUE NASCEM NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO!

BECK, Alexandre. Armandinho Seis. Florianópolis: á cê Beck, 2015. página. 90.

  • A que a personagem indígena do quadrinho se refere?
  1. No seu município, há nomes indígenas para as ruas ou bairros? Caso você não saiba, procure um mapa e veja como são nomeadas as ruas, primeiramente em seu bairro. Junte-se a mais um colega e vejam quais nomes vocês acharam. Na sequência, pesquisem o significado dessas palavras.
  2. Leia a tirinha.
Tirinha. Em quatro cenas. Personagens: homem musculoso usando camiseta regata verde e calças pretas. Cachorro de  pelo marrom com manchas pretas. Cena 1. À esquerda, o homem musculoso está de pé, com o braço estendido e o dedo indicador apontado para baixo. Ele diz: SENTA!. À direita, o cachorro sentado. Cena 2. O homem, com o dedo apontado para cima, diz: ROLA! Ao lado, o cachorro está rolando. Cena 3. O homem está com o braço estendido na direção do cachorro e a mão espalmada. Ele diz: DEITA!. Ao lado, o cachorro está deitado. Cena 4. O homem está com as mãos sobre o portão do quintal, fazendo o movimento de fechá-lo. Olhando para o cachorro, ele diz: ATÉ AMANHÃ! O cachorro, sentado, diz: ADORO MEU PERSONAL TRAINER!.

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de São Paulo, 14 janeiro. 2017. Ilustrada, C6.

  1. Como se dá a construção de humor nessa tirinha?
  2. Você sabe o que significa personal trainer? Quais são as atividades realizadas por esse profissional?
  3. Atualmente, é muito comum usarmos expressões de outras línguas, como personal trainer (no caso, do inglês), no dia a dia. Que outras palavras de língua inglesa você está acostumado a usar no cotidiano?

Faça as atividades no caderno.

4. Analise o poema.

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo

que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili

que não amava ninguém.

João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento,

Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,

Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes

que não tinha entrado na história.

ANDRADE, Carlos Drumôn de. Nova Reunião: 23 livros de poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. página. 28.

  1. No poema, que efeito tem a repetição de que amava nos três primeiros versos?
  2. Faça uma leitura em voz alta. Como se constrói o ritmo do poema?
  3. Os últimos quatro versos compõem o segundo período do poema. Nele, apresentam-se os destinos das personagens. Eles eram previsíveis ou não? Por quê?
  4. O título do poema condiz com a história? Por quê?
  5. Observe a relação entre os versos.
    • De que fórma as primeiras orações dos versos estão conectadas?
    • Há uma relação de coordenação ou de subordinação entre elas?

Saiba +

Carlos Drumôn de Andrade

Nasceu em Itabira (Minas Gerais) em 31 de outubro de 1902 e faleceu no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) em 17 de agosto de 1987. Foi um importante escritor brasileiro. É apontado por muitos como o poeta mais influente do país no século vinte.

Fotografia em preto e branco. Retrato em meio perfil de um homem calvo, de óculos, rosto enrugado, vestindo terno claro, camisa e gravata.
Carlos Drumôn de Andrade em fotografia de 1982.

5. Junto a outro colega, reescreva, no caderno, os versos do primeiro período do poema de fórma que as orações estabeleçam uma relação de coordenação, como no exemplo.

João amava Teresa, mas ela amava Raimundo.

Leitura 2

Ícone. Tema contemporâneo transversal: Cidadania e civismo.

Contexto

“Por que tanta gente gosta de discutir nas redes sociais? Faz mal?” é outra reportagem que você lerá nesta Unidade. As redes sociais e os veículos de informação on-line possibilitaram grande interação do público com os conteúdos veiculados. Entretanto, ainda que esses engajamentos sejam positivos para a construção de uma sociedade democrática, cresce o número de discussões por esses meios, muitas vezes, de fórma agressiva.

Priscilla Auilo Haikal

AUTORIA

É uma jornalista pós­‑graduada em Mídia, Informação e Cultura pela Universidade de São Paulo e bacharel em Comunicação Social pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como repórter e produtora de conteúdo em rádio, televisão, sites e revistas.

Antes de ler

Observe a reportagem e responda:

  • Que tema será abordado?
  • Qual sua hipótese sobre a pergunta feita no título?

Por que tanta gente gosta de discutir nas redes sociais? Faz mal?

Priscilla Auilo Haikal     09.11.2020

A capacidade de a internet disseminar informações em poucos segundos e para muitas pessoas está entre os artifícios mais adorados e odiados da nossa época. A possibilidade de fazer com que uma publicação se espalhe igual a um rastilho de pólvora e ganhe o apoio de muitos “seguimores” é bastante tentadora. Mas também é grande a chance que se torne motivo para ataques e a séde momentânea da mais nova batalha digital. Não é preciso muito para que certa discórdia vire uma briga generalizada na internet. Começa com uma tirada irônica, depois segue com ofensas, comentários pejorativos até chegar a acusações infundadas. De repente, há um turbilhão de respostas, entre memes, hashtags e xingamentos. Opiniões se confundem com argumentos e o contágio emocional é bastante evidente. Não tem mais volta, os agressores e defensores se manifestam incessantemente e o post ganha cada vez mais visibilidade.

É um fenômeno que, além de muitos cliques e visualizações, costuma despertar reações exaltadas e impulsivas que geram ainda mais atritos e desentendimentos. Vale dizer que normalmente essas discussões são movidas por afetos, e não pela razão. Ao agir pela emoção, a escuta fica prejudicada e a racionalidade não tem nenhum espaço. Afloram comportamentos típicos em situações de alerta e inerentes ao ser humano, tais como medo, raiva, angústia e hostilidade.

Permanecemos a postos para o conflito, em um ambiente onde o recurso mais importante para despertar reflexão e compreensão parece inexistente: o diálogo. Mas por que essas polêmicas e desavenças chamam tanto a atenção? O que faz com que os embates tenham tanta repercussão, se aumentam a frustração e os níveis de estresse? De onde surge a vontade quase incontrolável de participar?

Ninguém é rréchitégui (cerquilha, sustenido)perfeito

O viver em grupos e em comunidades é constituído por uma série de trocas e jeitos de socializar, que incluem atritos e divergências. Claro que nem tudo se resume em paz ou guerra. O convívio abrange uma multiplicidade de fórmas de estar no mundo, que variam de acordo com as subjetividades e os padrões desenvolvidos em vivências anteriores. Entre um ponto e outro há muitas possibilidades, que podem ser exploradas de várias maneiras, inclusive com o surgimento de novas ferramentas para nos comunicar, como as redes sociais.

Inclusive a proposta dessas plataformas é justamente facilitar a interação e aproximar pessoas. O que poderia dar errado?

Presentes há cêrca de 10 anos em nossas vidas, esses espaços onde revelamos rotinas e compartilhamos preferências não são neutros. Mesmo que sejam ferramentas gratuitas, pertencem e funcionam de acordo com determinações de empresas privadas. Ou seja, as dinâmicas sociais estabelecidas nesses ambientes variam de acordo com os mecanismos disponíveis, que são criados e pensados por corporações.

Acontece que, no formato atual, pouco colaboram para que haja diálogo, troca construtiva e o reconhecimento das diferenças. Ao contrário, os recursos estimulam a manutenção de ideias preconcebidas e dificultam a negociação dos pontos de vista, criando verdadeiros abismos entre os usuários, dentro e fóra das mídias digitais. Primeiro porque a linguagem, uma importante mediadora nas relações, é restrita. Diferente do que acontece nas conversas presenciais, em que há gestos, expressões, tom de voz, temporalidade e outros sentidos envolvidos, em um debate on-line os usuários se limitam a afirmações ou reagem conforme as poucas emoções disponíveis. Depois porque o alcance das informações é determinado por algoritmos que privilegiam o direcionamento de conteúdos sempre com o mesmo viésglossário , conforme as preferências de cada perfil. O resultado? Uma timeline homogênea, onde as ideias, notícias e propagandas que aparecem seguem os gostos e comportamentos típicos daquele consumidor. Não há diversidade na realidade que é apresentada diariamente. Os símbolos, os discursos e as representações seguem um padrão conforme o nicho daquela pessoa. Ao acessar somente aquilo que você se identifica e tem como verdade, a tendência é desenvolver menos tolerância e mais discriminação com o que fica de fóra da sua própria bolha.

reticências

Quando não vivemos uma socialização voltada para a alteridadeglossário , que busca reconhecer as diferenças na formação do outro e em si mesmo, bem como pensar as diversidades que constituem as relações, tudo aquilo que não pertence ou que não pode fazer parte de mim é interpretado como ameaça. Como diz o ditado popular “a melhor defesa é o ataque”, se vemos ou lemos algo que soa perturbador, agimos para invalidar os envolvidos e mobilizamos vários recursos de proteção que provocam ansiedade e desconforto, e só contribuem para a falta de acordo ou entendimento na comunicação.

Pela lógica das redes, quanto mais interações agressivas o usuário estabelecer, mais vai receber conteúdos com o mesmo direcionamento. reticências

Faz parte de um importante amadurecimento internalizar que somos plurais no modo de agir e pensar, e mesmo que aconteça com alguém de fóra do nosso grupo, é fundamental denunciar casos de discriminação e discursos de ódio contra minorias sociais — que são crimes. Sejam on-line ou não, as comunidades são compostas de pessoas e cabe a nós melhorar a qualidade das falas e informações que nelas circulam. Ser responsável ao compartilhar publicações, ter cuidado na escolha das palavras, tentar fazer o melhor uso da linguagem para ser bem compreendido, além de praticar a reflexão sobre o lugar que o outro fala, são alguns meios de construir interações mais horizontais e democráticas.

rráical, Priscilla Auilo. Por que tanta gente gosta de discutir nas redes sociais? Faz mal? uól Viva Bem. 9 novembro. 2020. Disponível em: https://oeds.link/nquM0e. Acesso em: 6 abril. 2022.

Ícone. Ilustração de três triângulos apontando para o lado direito, indicando a seção Atividades.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. As hipóteses que você formulou com os colegas antes de ler o texto se confirmaram?
  2. De acordo com a reportagem, as redes sociais têm recursos que auxiliam na construção de discussões.
    1. Quais são elas?
    2. De que modo as conversas presenciais podem amenizar as discussões agressivas?
  3. A reportagem cita o papel dos algoritmos nos debates que permeiam as redes sociais. Pesquise o que significam algoritmos na computação e discuta com os colegas de que modo eles podem influenciar os conteúdos que uma pessoa consome na internet.
  4. A reportagem contém algumas linguagens muito presentes nas redes sociais, como o uso de hashtag. Por que a autora fez essa escolha ao escrever o subtítulo?
  5. A autora utiliza um ditado popular: “a melhor defesa é o ataque”. Como ele se relaciona ao argumento defendido no parágrafo em que aparece?
  6. Os portais de informação on-line e as redes sociais estão cada vez mais presentes na vida da população. A possibilidade de atualizações imediatas, assim como a de vincular vídeos e áudios e, principalmente, a de interatividade com o conteúdo, torna o consumo desses conteúdos muito atrativos. Pensando nisso, discuta com os colegas:
    1. Como um assunto, aparentemente banal, pode gerar polêmicas nas redes sociais?
    2. O que significa “ser responsável ao compartilhar publicações”?
    3. De que modo a interação com o conteúdo, como curtir, comentar e compartilhar uma publicação pode interferir em uma discussão nas redes sociais?
    4. Vocês já vivenciaram ou viram alguma situação em que o uso inadequado das ferramentas próprias das redes sociais contribuiu para discussões agressivas ou para discriminações?
    5. Como o contato com a diversidade de realidades pode auxiliar a reduzir as discussões em redes sociais?
  7. Ainda que o jornalista que produz uma reportagem busque uma escrita objetiva, ele faz determinadas escolhas, como o recorte da situação que será apresentada, a linguagem utilizada e as pessoas que serão entrevistadas, por exemplo. Assim, ainda que o autor não emita diretamente sua opinião sobre o assunto, o conteúdo pode não ser exatamente imparcial. Pode acontecer, inclusive, da imparcialidade ao noticiar um fato já ser uma fórma de posicionamento. Veja a seguir a chamada de três reportagens, que abordam o mesmo tema.
Reprodução de página web. Na parte superior, aba com o caminho até esta página: Transparência, #Resista e #Greenpeace. Abaixo, o título: O crime da Vale em Brumadinho  e o lide: Rompimento da barragem da mineradora provocou a morte de mais de 250 pessoas, animais e toda a vegetação ao redor. Ao fundo, fotografia aérea de terreno recoberto de vegetação atravessado na parte central por um rio de lama.

O CRIME da Vale em Brumadinho. Greenpeace. Disponível em: https://oeds.link/QBaHvC. Acesso em: 6 abril. 2022.

Reprodução de página web. Na parte superior, aba com o caminho até esta página: TRAGÉDIA EM BRUMADINHO, e FOLHAJUS. Abaixo, o título: Identificado mais um corpo da tragédia da Vale em Brumadinho (MG)  e o lide: Dos 270 mortos no rompimento da barragem da mineradora, sete seguem desaparecidos.

AUGUSTO, Leonardo. Identificado mais um corpo da tragédia da Vale em Brumadinho. Folha de São Paulo, 10 novembro. 2021. Disponível em: https://oeds.link/hr9OxH. Acesso em: 6 abril. 2022.

Reprodução de página web com o título: Polícia Civil identifica mais uma vítima do rompimento da barragem em Brumadinho.

CUNHA, Roseane. Polícia civil identifica mais uma vítima do rompimento da barragem em Brumadinho. Hoje em dia, 27 dezembro. 2021. Disponível em: https://oeds.link/iR84fV. Acesso em: 6 abril. 2022.

  1. Mesmo não sendo possível conhecer de que modo o assunto é abordado, sem que as notícias sejam lidas integralmente, os títulos já demonstram um tratamento diferenciado sobre o conteúdo. Como esse tratamento aparece em cada uma?
  2. Nas redes sociais, é comum o compartilhamento de conteúdos em que o título expresse a opinião de quem escreveu. Qual é a diferença entre opinião e argumento? Por que esses conteúdos podem gerar bastante engajamento?
  3. Discuta com os colegas: como é possível verificar a veracidade das notícias veiculadas nas redes sociais?

8. Forme dupla com um colega e definam um assunto recente que tenha aparecido de fórma recorrente em mídias impressas e digitais. Façam uma pesquisa selecionando algumas das reportagens que tratem o assunto. Leiam, buscando compreender quais diferenças aparecem no modo de apresentar os fatos. É possível analisar o foco que é dado para a situação, analisando as vozes verbais, o uso de modalizadores, as imagens selecionadas para compor a notícia e as pessoas indicadas para serem entrevistadas.

Apresentem para os colegas, em dia combinado com o professor, os resultados das análises de vocês.

Oralidade

Reportagem televisiva

Até agora, o gênero reportagem foi considerado texto escrito. No entanto, a reportagem circula também na televisão, no rádio e, mais recentemente, em mídias digitais, como podcast e canais de vídeos. Sua essência se mantém: aborda-se, de maneira aprofundada, um assunto de relevância para a sociedade, buscando suscitar uma reflexão, despertar o senso crítico.

Nas reportagens televisivas, uma das características marcantes são as imagens em movimento. Enquanto na reportagem escrita temos acesso a, no máximo, fotografias, na televisiva acessamos registros visuais muito mais complexos, plenos de detalhes, cenas de determinado acontecimento ou de pessoas sendo entrevistadas. Desse modo, elementos como as vestimentas, as expressões faciais e os gestos corporais ganham fôrça e contribuem para o efeito que a reportagem causará no telespectador. Esse cenário aliado à fala do repórter, em presença ou ao fundo, contribui para que o telespectador esteja imerso no que é apresentado.

No entanto, fóra as imagens em movimento, a reportagem televisiva possibilita o contato com um registro oral que agrega sentidos ao puro texto escrito. As entonações ou pausas, por exemplo, podem revelar algum tipo de posicionamento em relação ao que se expõe, seja por parte do repórter, seja de um entrevistado que participe da reportagem.

Fotografia. Mulher de cabelos castanhos vestindo blusa de mangas longas, usando brinco e colar, está em pé de frente e segura um microfone com a mão direita. Ao fundo, cenário urbano com casas e edifícios.
Tatiane Costa, em reportagem em rua de São Luís do Maranhão, 2018.

Para se produzir uma reportagem televisiva, algumas etapas devem ser observadas:

Pauta

Orientação que um repórter tem sobre o assunto que será contemplado.

Apuração

Processo pelo qual esse repórter busca as informações necessárias para a sua reportagem, levando em conta, para isso, pessoas a serem entrevistadas e lugares a serem visitados.

Produção

Definição da organização do produto final. Elege-se aquilo que é mais significativo, a ordem em que as informações entrarão, a linguagem e os recursos a serem usados.

Divulgação

Exibição, ao telespectador, daquilo que foi produzido.

Sabendo dessas etapas, agora será sua vez de produzir uma reportagem televisiva. Mãos à obra!

Pauta

  1. Organize-se em um grupo de, no máximo, quatro pessoas.
  2. Você e seus colegas de grupo irão, inicialmente, refletir sobre a pauta.

De que assunto, preferencialmente relacionado ao ambiente escolar, vocês gostariam de tratar com alguma profundidade? Como esse assunto afeta a vida escolar dos estudantes?

Apuração

  1. Planejem como as informações referentes a esse assunto serão apuradas.
    • Em que documentos, jornais, livros, sites vocês vão pesquisar esse assunto?
    • Quem vocês irão entrevistar? Que lugares visitarão?
  2. Lembrem-se de filmar o que lhes parecer mais significativo, inclusive entrevistas concedidas (desde que os entrevistados permitam). Para isso, definam a ferramenta que utilizarão (filmadora ou celular) e tenham em mãos registros de autorização para os entrevistados completarem e assinarem.
  3. É fundamental, também, definir uma das pessoas do grupo para assumir a função de repórter.

Lembrem-se de verificar a veracidade das fontes consultadas. Para isso, ao ler sobre um assunto, considere os procedimentos a seguir.

  • Faça a leitura na íntegra.
  • Verifique se foi produzido por uma organização ou por meio de comunicação legítimo, como órgãos oficiais e universidades ou portais de notícia reconhecidos. Nesse ponto, vale verificar se o site utiliza nomes semelhantes a portais sérios.
  • Busque informações sobre o autor e confira se é um especialista no assunto que está tratando.
  • Caso o autor cite dados ou outras informações, verifique as fontes utilizadas e, se possível, faça a checagem dos dados.
  • Pesquise a informação em outras fontes.
  • É possível utilizar sites verificadores de informações para se certificar de que o conteúdo veiculado é verdadeiro.
  • Faça uma leitura crítica do assunto, percebendo como ele é tratado em diferentes fontes.

Produção

  1. Pesquisem tudo o que puderem sobre o assunto tratado, para ter o panorama da situação geral dele. Registrem o material e reservem para elaborar o texto da reportagem depois de terem apurado tudo.
  2. Realizem as entrevistas e as registrem em vídeos. Filmem também localidades que possam servir de cenários para as falas do repórter.
  3. Com as entrevistas feitas, elaborem o texto que o repórter falará na abertura e no desenvolvimento da reportagem, na apresentação das entrevistas e na conclusão. No momento da gravação do repórter, atentem-se ao tom de voz, às pausas e à linguagem usados. Ainda que apenas um integrante do grupo apareça falando no vídeo, todos podem contribuir para refletir sobre como esse aspecto oral pode ser trabalhado.
  4. Feito isso, editem o material gravado. Procurem intercalar a aparição do repórter com entrevistas e filmagens de lugares que se relacionem ao assunto da reportagem.

Divulgação

  1. Finalmente, apresentem o resultado ao restante da turma, projetando o vídeo produzido.
  2. Publiquem os vídeos de todos no site da escola.

Avaliação

Reúnam-se com os demais grupos para avaliar os aspectos que envolveram o trabalho de vocês em termos de qualidade do produto final, da participação de todos e das dificuldades encontradas.

Conhecimentos linguísticos e gramaticais 2

Faça as atividades no caderno.

Orações subordinadas adjetivas

1. Releia um trecho da reportagem “Por que tanta gente gosta de discutir nas redes sociais? Faz mal?”

Faz parte de um importante amadurecimento internalizar que somos plurais no modo de agir e pensar, e mesmo que aconteça com alguém de fóra do nosso grupo, é fundamental denunciar casos de discriminação e discursos de ódio contra minorias sociais — que são crimes.

HAIKAL, Priscilla Auilo. Por que tanta gente gosta de discutir nas redes sociais? Faz mal? uól Viva Bem, 9 novembro. 2020. Disponível em: https://oeds.link/nquM0e. Acesso em: 6 abril. 2022

  • O texto é construído por diversas orações relacionadas entre si. Como já vimos, é dessa maneira que os períodos e parágrafos são construídos. Atente ao último período do trecho. O que o pronome está retomando?

2. Leia a tirinha e responda às questões.

Tirinha. Em uma cena. Personagens: três homens e duas mulheres.  À esquerda,duas mulheres usando vestidos rodados longos estão em pé. Entre elas, um homem de bigode com armadura de metal. Ele tem um dos braços semiflexionado à altura do peito. Ao redor deles há símbolos coloridos que representam notas musicais. À direita, um homem de cabelos e bigode cinza, usando traje vermelho, diz: ELE TEM UMA ARMADURA MUSICAL QUE TOCA QUANDO A VISEIRA LEVANTA. Ao lado dele, um homem mais baixo, de cabelos castanhos, usando traje azul, conclui: É UM PRINCIPE 'CANTADO'.

têivês, bób. O Estado de São Paulo, São Paulo, 15 agosto. 2016. Caderno 2, página. C4.

  1. Há um jogo de palavras na tirinha que gera o humor. Qual é?
  2. Observe a fala: “Ele tem uma armadura musical que toca quando a viseira levanta”. Quantas orações há nesse período? Qual tipo de relação estabelecem?
  3. O que o pronome que introduz?

3. Vamos observar os dois períodos que analisamos nos exercícios.

É fundamental denunciar casos de discriminação e discursos de ódio contra minorias sociais — que são crimes.

rráical, Priscilla Auilo. Por que tanta gente gosta de discutir nas redes sociais? Faz mal? uól Viva Bem, 9 novembro. 2020. Disponível em: https://oeds.link/nquM0e. Acesso em: 6 abril. 2022.

Faça as atividades no caderno.

Ele tem uma armadura musical que toca quando a viseira levanta.

têivês, bób. O Estado de São Paulo, São Paulo, 15 agosto. 2016. Caderno 2, página. C4.

O que você observa de diferente neles?

Agora, atente para o esquema:

Esquema. I. É fundamental denunciar casos de discriminação e discursos de ódio contra minorias sociais – que são crimes. O trecho "que são crimes" está com destaque na cor bege e dele sai um seta para o trecho "casos de discriminação e discursos de ódio contra minorias sociais", que está com destaque na cor verde. II. Ele tem uma armadura musical que toca quando a viseira levanta. O trecho "que toca" está com destaque na cor bege e dele sai um seta para o trecho "armadura musical", que está com destaque na cor verde.

Observe que no período um, a oração “que são crimes” apresenta uma explicação sobre os casos de discriminação e discursos de ódio. Já no período dois, a oração “que toca” apresenta uma característica da armadura musical.

No segundo caso, há uma restrição quanto à função da armadura. É uma característica inerente a ela, ou seja, ela sempre foi dessa maneira.

Em ambos os casos temos uma adjetivação do que está sendo referido, ou seja, apresentamos uma característica, um estado daquilo. Por isso, essas orações são chamadas de orações subordinadas adjetivas.

As orações subordinadas adjetivas são as que fazem o papel, em relação à oração principal, de adjunto adnominal, própria dos adjetivos. Essas orações são sempre introduzidas por pronomes relativos.

Veja outro exemplo:

Esquema.
Oração principal: 
Os torcedores, que permaneceram no estádio, estavam eufóricos.

que: Pronome relativo
que permaneceram no estádio: Oração subordinada adjetiva.

Haveria alguma diferença no sentido do período se tirássemos a vírgula?

Os torcedores, que permaneceram no estádio, estavam eufóricos.

Os torcedores que permaneceram no estádio estavam eufóricos.

No primeiro caso, todos os torcedores permaneceram no estádio. Já no segundo, só permaneceram no estádio os torcedores que estavam eufóricos. Observe que há uma mudança de sentido. Além disso, ao tirar ou colocar as vírgulas no período composto, não alteramos apenas a sintaxe, mas também o sentido das orações e a relação que elas estabelecem.

Ícone. Ilustração de três triângulos apontando para o lado direito, indicando a seção Atividades.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia a tirinha.

Tirinha. Em três cenas. Personagens: homem vestindo camiseta amarela e calças jeans. Homem vestindo camisa de mangas longas e calça verde. Cena 1. O homem de camiseta amarela, diante do outro homem, lhe diz: EU NÃO SABIA SE TATUAVA UM DRAGÃO ENSANGUENTADO, A PALAVRA 'SABEDORIA' EM MANDARIM ANTIGO OU UNS GRAFISMOS ASTECAS QUE REPRESENTAM A TRANSCENDÊCIA DO ESPÍRITO AO PLANO METAFÍSICO. Cena 2. O outro homem, com o braço direito estendido para cima e a mão espalmada, diz ao homem de camiseta amarela: E AFINAL, QUE TATUAGEM VOCÊ FEZ?. Cena 3. O homem de camiseta amarela levanta a camiseta, mostrando a barriga com a tatuagem de Snoopy, e responde: ISNUPI!. O outro homem observa a tatuagem e, estendendo o braço para baixo, com expressão de admiração no rosto, diz: AAAH!, MASSA!.

LINIERS. Macanudo número 1. Campinas: Zarabatana Books, 2008. página. 18.

  1. Quando vê a tatuagem, o homem pareceu surpreso com o desenho que o outro resolveu fazer. Por quê?
  2. Identifique a oração adjetiva apresentada na tirinha.
  3. Qual é a função dessa oração adjetiva no período?

2. Agora, veja um trecho da reportagem de Renata Valério de Mesquita e responda às questões.

Pandas-gigantes

O excesso de fofura dos pandas-gigantes conseguiu mais um feito histórico. A China, país há tempos visto como pouco comprometido com a preservação ambiental, pretende criar seu primeiro parque nacional, especialmente por causa desses grandotes peludos, preguiçosos e encantadores. O parque deverá envolver três províncias no sudoeste do país (Sichuan, Gansu e Shaanxi) e interligará 67 reservas já existentes para proteção e procriação da espécie.

Com 27 134 quilômetros quadrados, extensão quase igual à área do Parque do Xingu, o espaço do parque é superlativo. A ideia, com ele, é reverter o desmatamento – que reduz a oferta de bambu, alimento preferido dos pandas – e conter a perda de hábitat, causada pela expansão da atividade humana e potencializada pelas mudanças climáticas. Segundo um estudo chinês publicado na revista “Biological Conservation”, de 52,9% a 71,3% do hábitat dos pandas-gigantes pode sumir com o aquecimento global.

Dados graúdos como os citados acima são característicos da China. O terceiro maior país do mundo em extensão, que abriga um quinto dos habitantes do planeta (mais de 1,4 bilhão de pessoas), já impressiona de entrada. Mesmo saindo de um país como o Brasil, que não tem nada de pequeno, visitar a República Popular da China nos ensina outras proporções.

Desde os primórdios dessa civilização, que já conta mais 4 mil anos, as obras são colossais. Igualmente descomunal é o impacto de pisar na sua Grande Muralha, a maior estrutura já construída pelo ser humano, com 8 850 quilômetros de extensão; ou de andar pelas 980 construções que formam a Cidade Proibida, palácio imperial desde a dinastia Ming ou deparar com 8 mil estátuas de soldados de terracota (Os Guerreiros de Xian), criadas para proteger a tumba do primeiro imperador chinês. Ainda nos dias atuais, aeroportos, praças, parques, avenidas, metrôs parecem superdimensionados, até que os horários de pico provam que tudo deveria ser ainda maior.

Fotografia. Destaque da cabeça de um panda entre vegetação. Ele está olhando para frente, com algumas folhas na boca. Sua cabeça é branca e as orelhas e a região ao redor dos olhos são pretas.
Panda-gigante de chãndú, China. Esses animais podem pesar 160 quilogramas e medir 2 metros.

A indústria do turismo sabe bem disso – ela simplesmente não precisa de estrangeiros. A maioria gritante de locais gera até momentos de celebridades entre aqueles sem traços físicos locais. Meus 15 dias de fama aconteceram durante minha viagem à China. Muitas vezes fui parada por chineses que me mostravam simplesmente a câmera sugerindo uma foto ou arriscavam um “Picture?” e aprontavam para mim e para si mesmos indicando que queriam sair ao meu lado. reticências

MESQUITA, Renata Valério de. No reino dos pandas-gigantes. Planeta. Vinhedo: Três, edição. 540, ano 46, página. 48-49, maio 2018.

  1. Por que, de acordo com a reportagem, os pandas-gigantes conseguiram um feito histórico?
  2. Por que a repórter usa tantos números e índices, no quarto parágrafo, para se referir à China?
  3. O que a repórter quer dizer, ao final do quarto parágrafo, com “até que os horários de pico provam que tudo deveria ser ainda maior.”?
  4. Identifique e escreva em seu caderno as orações adjetivas presentes no texto.
Versão adaptada acessível

d. Identifique e registre as orações adjetivas presentes no texto.

  1. Essas orações têm a mesma relação? Qual?

3. A seguir, leia a tirinha de Dim Dêivis e responda.

Tirinha. Em três cenas. Personagens: Jon, um homem de cabelos castanhos ondulados, usando camisa salmão. Garfield, um gato alaranjado com listras pretas. Cena 1. À esquerda, Jon está em pé, com o corpo voltado para a direita e segurando um celular na direção de Garfield. Ele diz: OLHA SÓ MEU CELULAR NOVO, GARFIELD. À direita, Garfield também está em pé, voltado para Jon e com a pata esquerda apoiada sobre a mesa, com os olhos quase fechados e com a boca voltada para baixo. Cena 2. Jon, com os olhos quase fechados e sorrindo, com expressão de admiração, aproxima o celular na frente do rosto. Ele diz: ENVIA MENSAGENS DE TEXTO E E-MAILS. Garfield permanece na mesma postura. Cena 3. Jon aciona algum recurso do celular, do qual aparecem uns bracinhos que fazem malabarismo com bolinhas. Jon diz : E APERTANDO AQUI, SAEM DOIS BRACINHOS QUE FAZEM MALABARISMO. Ao lado, Garfield, ainda na mesma postura mas voltando os olhos para o leitor, pensa: AGORA FIQUEI IMPRESSIONADO.

DAVIS, Jim. Garfield. Folha de São Paulo, São Paulo, 31 março. 2015. Ilustrada, página. E5.

  1. Uma das características mais marcantes do Garfield é ser mal-humorado ou não se importar com o que Jon lhe diz. De que fórma isso aparece na tirinha?
  2. No último quadrinho, há uma oração subordinada adjetiva. Qual é?
  3. É possível trocar essa oração por apenas um adjetivo. Qual?
  4. Como ficaria o período com a substituição feita no item c?

4. Você deve transformar o adjunto adnominal destacado das orações a seguir em orações subordinadas adjetivas. Escreva-as em seu caderno.

Versão adaptada acessível

4. Nas orações a seguir, transforme os adjuntos adnominais "frutíferas", "chegados", "infindável" e "inapagáveis" em orações subordinadas adjetivas e registre-as.

  • Cortaram todas as árvores frutíferas do parque naquele dia.
  • Fomos visitar os pandas chegados da China no novo parque.
  • O garoto fez um discurso infindável sobre a importância dos parques nas cidades.
  • A falta de proteção aos parques são marcas inapagáveis.

Questões da língua

Faça as atividades no caderno.

Formação de palavras

1. Releia o trecho da reportagem “Uma janela aberta no céu” e responda.

A vila ainda mantém o toque rústico e a vida pacata típica do interior mineiro, talvez porque o acesso ao arraial encravado na montanha a uma altitude de cêrca de 1 500 métros não é dos mais amistosos: a partir do município de Lima Duarte (Minas Gerais) são 25 quilômetros de estrada de chão, sempre morro acima. Mesmo assim, de uns cinco anos para cá, o número de turistas cresceu e a vila começou a se modificar, sempre sem pressa. Hoje há mais pousadas, a maioria no estilo rústico-chique, e é possível encontrar, entre as tradicionais rodas de viola, boas opções gastronômicas e até cervejas artesanais locais. O clima de montanha, com noites amenas no verão e frias nas demais estações, ajuda.

Fotografia. Uma pequena praça. No centro, área circular pavimentada e com bancos em torno de um canteiro circular e em meio a outros canteiros com arbustos e cobertura vegetal, delimitados por guias pintadas de branco. Ao fundo, fachada de uma pequena igreja, sob céu nublado.
Praça Vigário Maia e Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores (1872), Lima Duarte (Minas Gerais).

FITTIPALDI, Mário. Uma janela aberta no céu. Viaje Mais. São Paulo: Europa, ano 17, norte. 204, maio 2018. página. 80.

Nas informações sobre a altitude da montanha e sobre a extensão da estrada, você sabe o que representam respectivamente as letras ême e cá ême?

Abreviaturas

Observe que, para representar metro e quilômetro, o autor do texto usou suas fórmas abreviadas. Esse tipo de formação de palavra se chama abreviatura. Nela, a palavra é representada por suas sílabas ou letras iniciais.

Atente para as seguintes regras de abreviaturas: se a primeira letra da segunda sílaba da palavra for uma vogal, a abreviação irá até a consoante; caso a palavra tenha acento na primeira sílaba, ele deverá ser mantido e, se a segunda sílaba iniciar com duas consoantes, elas deverão ser mantidas na abreviatura. Veja os exemplos:

ême – metro

cá ême – quilômetro

agá – hora

. ou pág. – página

pess. – pessoa

adj. – adjetivo

num. – numeral

núm. – número

Ícone pontos de atenção e noções complementares.

Abreviação

Não confunda abreviatura com abreviação. Abreviação é também conhecida como a fórma reduzida da palavra e compreende até a redução, sem que se perca o sentido da palavra, como: moto motocicleta, foto fotografia, metrô metropolitano.

A abreviação também está muito presente em textos compartilhados em aplicativos de mensagens e em redes sociais, como bê jóta ésse (beijos), tê bê ême (também), vê cê (você) etcétera. Apesar de não serem fórmas consideradas pela norma gramatical, podem ser usadas em contextos informais de comunicação on-line.

Faça as atividades no caderno.

Palavras compostas e uso do hífen

1. Releia um trecho da reportagem sobre Ibitipoca e responda.

Com sorte, você também poderá avistar macacos sauás e quatis, entre outros animais silvestres. Se ganhar na loteria, verá também o lobo-guará e a onça-parda, espécies que habitam a região e que estão ameaçadas. Mas não se anime, pois esses animais percebem de longe a presença de humanos e evitam o contato. Direcione sua energia observando pássaros como o urubu-rei ou o andorinhão-de-coleira-falha, figurinhas menos difíceis por lá. Durante a caminhada, avistei um urubu-rei, que me acompanhou durante boa parte da subida (confesso que fiquei preocupado...) e um tucano.

Fotografia. Um sauá, espécie de macaco, sobre um galho com  folhagem verde. Ele tem uma cauda longa e pelagem amarelada, exceto a face e as extremidades dos membros, de pelagem preta.
Macaco sauá.

FITTIPALDI, Mário. Uma janela aberta no céu. Viaje Mais. São Paulo: Europa, ano 17, norte. 204, maio 2018. página. 82.

a. Quais são as palavras compostas presentes no trecho? Escreva-as em seu caderno.

Versão adaptada acessível

a. Quais são as palavras compostas presentes no trecho? Escreva-as.

b. Todas são formadas pelo mesmo processo. Qual é? Como esse processo se caracteriza?

Ícone retomada de tópicos

Composição: justaposição e aglutinação

Quando duas ou mais palavras com radicais diferentes se juntam formando outra palavra, com sentido próprio, ocorre um processo de composição. Se a junção não modificar os radicais, a nova palavra é composta por justaposição. Se houver modificação sonora na junção dos radicais, ocorre aglutinação.

2. Agora, leia a tirinha.

Tirinha. Em quatro cenas. Personagens: Lucy, menina de cabelos pretos usando vestido azul. Charlie Brown, menino calvo, com alguns fiapos de cabelo na cabeça, vestindo camiseta amarela com uma faixa preta em zigue-zague e short preto. Cena 1. Lucy e Charlie Brown estão caminhando juntos. Charlie Brown, com um rolo de linha nas mãos, diz: NA ARTE DE EMPINAR PIPA, A RELAÇÃO ENTRE O PESO E A ÁREA DE SUSTENTAÇÃO É MUITO IMPORTANTE. Cena 2. Charlie Brown, enrolando a linha no carretel, com a língua para fora e expressão concentrada, diz: NA REALIDADE TODO O PROCESSO DE EMPINAR UMA PIPA REMETE A VÁRIOS CONCEITOS DE FÍSICA, COMO, POR EXEMPLO, A AERODINÂMICA E PODE SER REPRESENTADO POR UMA SÉRIE DE EQUAÇÕES QUE DETERMINAM O COMPORTAMENTO DA PIPA NO AR. Lucy está olhando para Charlie Brown. Cena 3. Ainda caminhando juntos, Lucy diz a Charlie Brown:  VOCÊ SABE MUITO SOBRE PIPAS, NÃO É, CHARLIE BROWN?. Charlie Brown, ainda enrolando a linha no carretel, diz: É, ACHO QUE POSSO DIZER QUE SEI, SIM. Cena 4. Lucy e Charlie Brown estão em pé, parados. Lucy olha para Charlie Brown e pergunta ENTÃO POR QUE É QUE A SUA PIPA TÁ LÁ DENTRO DO ESGOTO? Charlie Brown está olhando para cima, com a boca virada para baixo e tem uma expressão envergonhada. Ele segura a linha com as duas mãos. Ao lado dele, um bueiro e o fio de linha que  começa na mão dele e termina dentro do bueiro.

chuls charles M. Minduim. O Estado de São Paulo, São Paulo, 19 março. 2014. Caderno 2, página. C4.

  1. Para Charlie Brown, qual conceito da física implica o processo de empinar pipa?
  2. A palavra aerodinâmica é composta por composição ou aglutinação? Por quê?
  3. Qual é o significado dessa palavra? Se precisar, procure no dicionário e escreva a definição no caderno.
Versão adaptada acessível
  1. Para Charlie Brown, qual conceito da física implica o processo de empinar pipa?
  2. A palavra aerodinâmica é composta por composição ou aglutinação? Por quê?
  3. Qual é o significado dessa palavra? Se precisar, procure no dicionário e escreva  definição dela.

Veja orientação para o uso do hífen em palavras compostas:

  • Usa-se hífen nas palavras compostas sem preposições, quando o primeiro elemento for substantivo, adjetivo, verbo ou numeral: guarda-noturno, criado-mudo, segunda-feira, azul-marinho.
  • Usa-se hífen nas palavras compostas que designam espécies vegetais e animais: bem-te-vi, erva-doce, feijão-verde.
Ícone. Ilustração de três triângulos apontando para o lado direito, indicando a seção Atividades.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

1. Leia a tirinha e responda ao que se pede.

Tirinha. Em três cenas. Personagens: Armandinho, um menino de cabelos azuis, vestindo camiseta laranja e short vermelho. Pai de Armandinho, representado pelas pernas de um homem vestindo calças compridas cinza e calçando sapatos pretos. Cena 1. À esquerda, pai de Armandinho. Ele está de frente para Armandinho. À direira, Armandinho está voltado para o pai e olhando para cima. Ele diz: A MÃE TÁ FAZENDO ABÓBORA DE NOVO! Cena 2. Armandinho, com a cabeça voltada para a direita, diz: E DE CERTO VAI ME OBRIGAR A COMER AQUILO!, BLARGH! Cena 3. Voltando-se novamente para o pai, Armandinho diz: TOPA FAZER UM ABAIXO-ASSINADO?

BECK, Alexandre. Armadinho um. Florianópolis: á cê Beck, 2014. página. 89.

  • Você já sabe para que serve um abaixo-assinado. O que leva Armandinho a querer fazer um na tirinha?
  1. Na palavra abaixo-assinado, o que justifica o uso do hífen em sua composição?
  2. Com um colega, escreva no caderno palavras compostas que sigam a mesma regra da palavra abaixo-assinado.
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3. Com um colega, escreva palavras compostas que sigam a mesma regra da palavra abaixo-assinado.

4. A seguir, leia a tirinha de Clara Gomes e responda às questões.

Tirinha. Em quatro cenas. Personagens: um caracol marrom e uma joaninha vermelha com pintas pretas. Eles estão caminhando lado a lado. Cena 1. O caracol diz: DECIDI PARAR DE FILOSAFAR... A joaninha está olhando para o caracol. Cena 2. Sorrindo, o caracol diz: VOU APENAS VIVER, EXPLORAR, SENTIR... A joaninha continua olhando para o caracol. Cena 3. Voltando-se para a joaninha, o caracol prossegue: MAS PENSO: SERÁ SUFICIENTE? SERÁ VÁLIDA A PRÁTICA SEM A REFLEXÃO? A joaninha continua na mesma postura. Cena 4. A joaninha diz: HASTAGS: #VIDALOKA #SQN! O caracol está olhando para frente.

GOMES, Clara. O Globo, Rio de Janeiro, 20 julho. 2016. Segundo Caderno, página. 4.

  1. O Caramujo é o poeta da turma dos Bichinhos de Jardim, enquanto a Joaninha é a mal-humorada. Qual figura de linguagem está presente na fala dela no último quadrinho? Por quê?
  2. Hashtag é uma palavra estrangeira que significa palavra-chave. Em que situação é comumente usada?
  3. Há abreviação em uma das hashtags usadas pela Joaninha. Qual é e o que ela significa?
  4. Além da abreviação, há também a rréchitégui (cerquilha, sustenido)Vidaloka. Esse tipo de linguagem está adequado para a situação de comunicação? Por quê?

Produção de texto

Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.

Reportagem

O que você vai produzir

Nesta Unidade, você pôde estudar as principais características de um dos mais importantes gêneros jornalísticos: a reportagem. Aprendeu que se trata de um gênero predominantemente informativo, ainda que possa haver, também, um posicionamento sendo expresso. Diferencia-se da notícia por apresentar um aprofundamento quanto à abordagem do assunto, pelo fato de não ter a obrigação de ser um gênero instantâneo. Isto é, por possibilitar uma apuração mais demorada, a reportagem costuma apresentar mais informações ao leitor. Considerando isso e algumas etapas da atividade feita em grupo na seção Oralidade, você irá produzir uma reportagem escrita.

Planejamento

  1. Escolha um assunto que será seu foco na reportagem. Assim como feito na seção Oralidade, você pode pensar sobre algo que esteja relacionado a seu ambiente escolar ou, então, extrapolar isso e refletir sobre alguma questão importante envolvendo seu bairro, por exemplo.
  2. Liste pessoas que possam ser entrevistadas, as que, de alguma fórma, tenham certo domínio sobre o assunto escolhido.
  3. Pense em lugares que você possa fotografar para agregar a seu texto.

4. Realize pesquisas sobre o assunto em questão. Pode ser pela internet ou na biblioteca da escola. Informe-se, por exemplo, quanto a dados estatísticos ou a conceitos-chave. Lembre-se do que aprendeu para verificar as fontes de informação.

Ilustração. Quatro adolescentes em diferentes posturas. De cima para baixo: menino de cabelos castanhos, vestindo camiseta  de mangas longas e calça comprida vermelha; ele está em pé, com o braço esquerdo flexionado para cima e o dedo indicador no canto da boca, e o braço direito flexionado na direção do cotovelo do outro braço, em uma expressão de reflexão. Menina de cabelos pretos ondulados presos em um coque, vestindo camiseta amarela e calça jeans. Ela está de perfil, sentada em um banco escrevendo em um caderno. Menino de cabelos loiros usando boné com a aba para trás, vestindo camiseta de mangas longas e calça laranja. Ele segura uma máquina fotográfica na frente do rosto. Menina de cabelos castanhos presos por uma faixa amarela, de óculos de aros azuis-claros, vestindo blusa de mangas longas na mesma cor dos óculos. Ela está sentada em uma cadeira, com as mãos sobre um teclado de computador e olhando para a tela que está sobre uma mesa.

Produção

  1. Depois de coletar todo o material necessário na etapa de planejamento, selecione o que, efetivamente, pode ser inserido em sua produção. Descarte o que lhe parecer que não será coerente no conjunto final.
  2. Escreva, primeiramente, a introdução de seu texto. Tente chamar a atenção de seu leitor nesse momento. Você pode optar, por exemplo, por iniciar sua reportagem diretamente com a transcrição da fala de um de seus entrevistados.
  3. Organize, em sua produção, os dados coletados conforme estabeleçam uma unidade de sentido. Inserir um conceito pesquisado por você antes de transcrever a declaração de um entrevistado, por exemplo, pode soar mais coerente do que o inverso.
  4. Não se esqueça de elaborar um desfecho, de modo que o leitor perceba que a reportagem foi finalizada. Evite deixar o assunto em aberto, como se fosse haver uma continuidade no tratamento.
  5. Formule um título criativo. Utilize de ironia, metáfora ou intertextualidade na medida em que isso seja possível.
  6. Não se esqueça do subtítulo. Elabore um pequeno enunciado, maior do que o título, que se valha de uma linguagem mais objetiva e sintetize a abordagem de seu texto.

Revisão

  1. Peça a um colega de sua turma que leia seu texto.
  2. Pergunte a ele se o título lhe pareceu instigante.
  3. Pergunte, ainda, se a reportagem, como um todo, está clara e coerente.
  4. Questione-o sobre o tipo de reflexão que seu texto pode suscitar.
  5. Com base no que ele responder e você julgar pertinente, faça as modificações necessárias.

Circulação

  1. Juntem as reportagens produzidas pela sala para criar uma revista digital. Digitalizem os textos, criem um título e escolham uma imagem para compor a capa.
  2. Insiram informações da publicação, sinalizando que é a primeira edição. Criem o sumário de acordo com a organização dos textos e publiquem nas mídias sociais na escola.

Avaliação

  1. Preste atenção à recepção de sua reportagem pelo público. Tente perceber se há boa compreensão, por parte dos leitores, sobre o que você expôs.
  2. Se possível, questione esses leitores diretamente: a reportagem produzida despertou neles algum tipo de senso crítico?

Projeto

Ícone. Tema contemporâneo transversal: Cidadania e civismo.

Cidadania

Terceira etapa

Pondo a mão na massa

Na década de 1990, o jornalista Gilberto dimenstáin (1956-2020) publicou o livro O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os direitos humanos no Brasil. Para o autor, a humanidade, no decorrer dos séculos, conquistou o “direito de ter direitos”. E cidadania, para ele, nada mais é do que o “direito de viver decentemente”. No entanto, nessa obra, ele afirmava que a cidadania do brasileiro existia apenas no papel, ou seja, apesar das leis que a garantiam, ela não se concretizava na vida real.

Nesta etapa, você e seus colegas vão investigar, decorridos mais de vinte anos, a validade ou não dessa consideração de Dimenstein.

Independentemente do grupo ao qual você se integrar, lembre-se de que todas as atividades deverão seguir estas orientações:

  • leia com atenção a introdução e a apresentação da atividade;
  • discuta com os colegas de grupo quais das sugestões vocês vão concretizar;
  • reúna-se com eles para planejar como se dará a implantação de cada proposta;
  • organize o registro das implantações e seu desenvolvimento, por meio de fotografias, observações por escrito, dados levantados, coleta de depoimentos etcétera. Tudo será utilizado na próxima etapa. Sem registros, você e seu grupo não terão como contar à comunidade escolar, na Mostra de cidadania, o que, por que e como fizeram.

Atividade para o Grupo 1

A prática da cidadania

Herbert de Souza (1935-1997), sociólogo conhecido como Betinho, numa entrevista em que lhe perguntaram o que era ser cidadão, respondeu:

O cidadão é o indivíduo que tem consciência de seus direitos e deveres e participa ativamente de todas as questões da sociedade. Tudo o que acontece no mundo, seja no meu país, na minha cidade ou no meu bairro, acontece comigo. Então eu preciso participar das decisões que interferem na minha vida. Um cidadão com sentimento ético forte e consciência da cidadania não deixa passar nada, não abre mão desse poder de participação.

RODRIGUES, Carla; SOUZA, rérbert de. Ética e cidadania. segunda edição São Paulo: Moderna, 2007. página. 20.

Por isso, se você estiver neste grupo, deverá, com os colegas, selecionar algumas destas ações para vocês exercitarem a prática cidadã:

  • fundar um centro estudantil e formalizar um estatuto para ele;
  • montar um mural periódico com notícias relevantes para a escola;
  • editar um Boletim Informativo para divulgar assuntos de interesse dos estudantes;
  • promover campanhas de arrecadação de material escolar ou de roupas para instituições do entorno escolar;
  • oferecer auxílio a famílias carentes do entorno da escola, arrecadando alimentos para distribuição.

Atividade para o Grupo 2

O foco na aprendizagem

É da ativista paquistanesa malala iuçáfizai (1997-), que luta pelo direito de todos à educação, a frase:

Uma criança, um professor, um livro e um lápis podem mudar o mundo.

iuçáfizai malala. Dia Malala. Nova Iorque, Assembleia Geral da ônu, 12 julho. 2013. (Discurso).

Se você se envolver nesta tarefa, assumirá o papel de professor ou de monitor, para encontrar meios de auxiliar pessoas que estejam com algum tipo de dificuldade de aprendizado. Seguem algumas sugestões de ações:

  • promover grupos de estudo que façam acompanhamento de estudantes (não só do 8º ano, mas também de outros, que necessitem de reforço);
  • compor um grupo de leitura semanal para crianças;
  • convidar profissionais que se disponibilizem a dar palestras sobre bullying;
  • se houver sala de informática em sua escola, planejar atividades básicas para idosos.

Atividade para o Grupo 3

A difusão do lúdico

Você já nasceu herdeiro de um universo cultural. Se você estiver neste grupo, vai, então, fazer jus a essa afirmação, buscando produzir e divulgar cultura.

O historiador Iôrrân Rêlzinrrá (1872-1945) considerava fundamental a noção de jogo como elemento lúdico de cultura para a civilização. Essa noção o levou a incluir à definição de ser humano a ideia de ômo lúdens, ou “homem lúdico”. É dele esta afirmação:

Já há muitos anos que vem crescendo em mim a convicção de que é no jogo [lúdico] e pelo jogo [lúdico] que a civilização surge e se desenvolve. reticências

rêlzinrrá iôrrân . ômo lúdens. quarta edição. São Paulo: Perspectiva, 2000. página. 5.

Não há dúvida de que o ato de jogar, brincar, simular, considerado em seu sentido lúdico, está presente em nossa vida: nos ajuda a ultrapassar nossos limites, a lidar com a emoção de ganhar ou perder, de respeitar regras, o que também se traduz em cidadania.

Algumas ações sugeridas para produzir e divulgar cultura são:

  • montar gibiteca ou brinquedoteca por meio de arrecadação de gibis ou brinquedos;
  • lançar concurso literário de poemas, crônicas ou contos, estipulando regras e premiação;
  • promover um festival de música;
  • identificar estudantes da escola que toquem instrumentos musicais para formar grupos instrumentais;
  • criar um coral na escola;
  • promover recitais ou saraus.

Atividade para o Grupo 4

O cuidado com o meio ambiente

Cuidar do nosso meio ambiente também é um exercício de cidadania. É assim que garantimos nossa saúde, nosso bem-estar, nossa sobrevivência.

A Lei nº 6.938, de 1981, define meio ambiente em seu artigo 3º:

um reticências o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas fórmas; reticências

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil.

Brasília, Distrito Federal, 2 setembro. 1981. Disponível em: https://oeds.link/bMHu1d. Acesso em: 7 abril. 2022

Se você estiver neste grupo, considere essa definição para realizar, com seus colegas, algumas destas ações:

  • criar uma horta comunitária na escola, caso haja espaço;
  • cuidar do jardim da escola (se houver); plantar árvores e flores;
  • promover um mutirão de limpeza no entorno da escola;
  • realizar campanha de conscientização para que se jogue lixo nos locais adequados;
  • realizar campanha de conscientização para que se economizem água e luz;
  • organizar oficinas de produção de objetos com sucata.

Atividade para todos os grupos

O incentivo à prática de esportes

Junto às demais atividades propostas nesta etapa, deverá ser planejado, com os professores de Educação Física, um torneio esportivo que envolva múltiplas modalidades e todas as turmas da escola. As datas dos jogos precisam ser definidas e programadas, de fórma que a partida final de cada modalidade coincida com a data da Mostra da cidadania.

Glossário

botânico
: especialista em Botânica, que é a ciência que estuda o reino vegetal.
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filólogo
: especialista em Filologia, que é o estudo científico da língua por meio de documentos escritos antigos.
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naturalista
: especialista em ciências naturais.
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alteridade
: de fórma simplificada, é a prática de colocar-se no lugar do outro.
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viés
: com tendência a assumir determinada posição, parcial.
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