UNIDADE 1  O Sertão como palco da tradição popular

1. Com base na descrição da imagem, responda.
   1. Quais características da Arte naïfnaífi podem ser identificadas?
   2. Você conhece a importância do caju para a região do Sertão nordestino?

1. a) Os estudantes podem citar as cores fortes e o tratamento bidimensional.

1. b) Resposta pessoal.

2. Resposta pessoal.

Competências gerais da BNCCBê êne cê cê: 3 e 4.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3, 4 e 5.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3, 4, 5 e 9.

Objetos de conhecimento

Leitura: reconstrução das condições de produção, circulação e recepção; apreciação e réplica; Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos; adesão às práticas de leitura; Relação entre textos; Estratégia de leitura, apreciação e réplica.

Oralidade: produção de textos orais; Oralização.

Produção de textos: relação entre textos; Consideração das condições de produção; Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/edição; Construção da textualidade.

Análise linguística/semiótica: recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários; Variação linguística; Fono-ortografia; Morfossintaxe; Semântica; Coesão; Modalização; Figuras de linguagem.

Respostas

1. b) Explique que o cajueiro é uma árvore nativa do Nordeste.

2) É possível que alguns estudantes já tenham tido contato com essa obra. Promova uma roda de conversa, para que aqueles que já a conhecem possam compartilhar com os colegas. Antecipe a leitura do boxe de autoria para apresentar o autor.

Sobre esta Unidade

O objetivo desta Unidade é estudar o gênero auto, texto dramático com viés religioso. No Brasil, o auto, além do foco religioso, mistura a cultura popular do universo nordestino com um pouco de humor do dia a dia. Nas seções Leitura, os estudantes conhecerão o Auto da Compadecida e o auto Morte e Vida Severina, analisando a composição desse gênero e observando aspectos articulados aos conhecimentos linguísticos e gramaticais (tipos de predicado e orações coordenadas). Na seção Oralidade, vão praticar a leitura do texto dramático. Por fim, em Produção de texto, os estudantes vão fundamentar seus conhecimentos, produzindo uma cena de peça de teatro com base no que estudaram nesta Unidade.

Sobre Contexto

Auto da Compadecida é uma peça teatral brasileira que reflete o universo cultural nordestino, mediado pela religiosidade católica. Ela foi escrita por Ariano Suassuna em 1957. As categorias de bem e mal estão muito presentes na obra e levam ao ato final da peça, em que um julgamento nos moldes católicos é encenado. Nessa cena, os atos das personagens da obra são avaliados, e o destino pós-morte delas é decidido: céu, inferno e purgatório são as possibilidades. Em relação à cultura brasileira refletida na obra, chama a atenção a intervenção de Maria, a Compadecida, que, desconsiderando as más ações de João Grilo, reverte sua condenação, conferindo mais uma oportunidade para o malandro. O traço cultural nacional, conhecido como “jeitinho brasileiro”, é retratado nessa atitude, e a religiosidade católica é usada como meio para isso. Um tom de humor e crítica social marca toda a peça.

Sobre Antes de ler

Em Auto da Compadecida, desde o título e seu texto introdutório, não há a preocupação em esconder o desfecho da trama. A referência à compaixão de Maria sugere que essa característica da personagem será de vital importância em algum momento da obra. Isso fica evidente já na fala introdutória, em que se diz sobre a peça: “Auto da Compadecida! O julgamento de alguns canalhas, entre os quais um sacristão, um padre e um bispo…”. O autor, Ariano Suassuna, não está preocupado em antecipar ou não o final da história. Nesse tipo de narrativa, não é o desfecho que ocupa o protagonismo, mas a formafórma como a trama é encadeada, os desdobramentos das cenas e os detalhes do enredo. Advirta os estudantes a respeito disso.

Habilidades trabalhadas nesta seção e em suas subseções (Estudo do texto e O gênero em foco)

(EF69LP44ê éfe seis nove éle pê quatro quatro) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formasfórmas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.

(EF69LP47ê éfe seis nove éle pê quatro sete) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formasfórmas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e das personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

(EF89LP33ê éfe oito nove éle pê três três) Ler, de formafórma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâ­neas,­ romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de formafórma livre e fixa (como haicairaicái), poema concreto, ciberpoemasáiberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

(EF89LP34ê éfe oito nove éle pê três quatro) Analisar a organização de texto dramático apresentado em teatro, televisão, cinema, identificando e percebendo os sentidos decorrentes dos recursos linguísticos e semióticos que sustentam sua realização como peça teatral, novela, filme etc.etcétera

Sobre o Auto da Compadecida

É uma peça teatral em que os conflitos de uma dupla de sertanejos são resolvidos com a habilidade de mentir e fantasiar da personagem João Grilo. Ele se mete em uma série de enrascadas e procura solucionar os problemas forjando situações cômicas em que a mentira, a ironia e o jogo de interesses estão envolvidos.

A peripécia em questão gira em torno do desejo da esposa do padeiro de ter seu cachorro adoentado benzido pelo padre da cidade, que se recusa a isso. Porém, é convencido por João Grilo, mediante a mentira de que um rico Major, Antônio Moraes, deseja a mesma coisa. Esse Major não sabe disso e, ao se dirigir à igreja para pedir uma bênção para seu filho, é interpelado por João Grilo, que lhe diz que o padre está louco, chamando a todos de cachorro. O diálogo torna-se hilário, pois, enquanto o Major fala de seu filho e esposa, o clérigo pensa que estão falando de animais – de um cão que precisa da bênção e a cachorra, mãe dele.

Orientação

O conflito gerado por João Grilo ocupa o centro do diálogo entre o Major e o padre. Ao tentar expressar conhecimento sobre as necessidades do homem rico, o padre menciona o estado de saúde do “bichinho”. Na mente do padre, está a invenção de João Grilo, ou seja, o cachorro que precisa ser benzido; na mente de Moraes, “bichinho” é seu filho que precisa ser abençoado. O humor da cena relaciona-se com a polissemia das palavras empregadas. “Bichinho” pode ser uma formafórma carinhosa de se referir tanto a um animal de estimação quanto a um filho.

Orientação

Nessa parte da história, o conflito alcança o clímax. De modo inadvertido, o padre passa a tocar em pontos considerados essenciais para o status do Major Moraes. Ao se referir à possível doença que o “bichinho” poderia ter, ele menciona rabugem, um tipo de sarna que ataca animais. Além disso, explica que essa doença “começa pelo rabo”. Diante da reação estupefata do Major, o religioso tenta consertar dizendo que deveria ter usado a expressão “cauda”. A explicação do padre para um uso mais respeitoso gera ainda mais transtorno: “Deve-se ter respeito aos enfermos, mesmo que sejam os da mais baixa qualidade”. Nesse ponto, o Major defende a nobreza de sua origem ao mencionar seu nome completo e sua ascendência europeia.

O diálogo evolui para um uso cada vez mais específico de termos que compõem o campo semântico animal por parte do padre (mas que no contexto soam para o Major como ofensivos) e para o entendimento por parte do Major de que a informação prévia transmitida por João Grilo está correta: o padre só podia mesmo estar louco. O fato de cada interlocutor estar se referindo a assuntos diferentes no mesmo diálogo causa o transtorno de comunicação retratado no texto.

Tudo isso é potencializado pela polissemia das palavras e, sobretudo, pela intervenção de João Grilo. Essa personagem revela-se conhecedora da natureza e das vaidades humanas e usa esses elementos para benefício próprio. Grilo é apresentado como uma espécie de anti-herói. Ele é inteligente e usa sua capacidade intelectual para se safar das agruras da vida e para subverter a condição de miséria em que vive. Ao mesmo tempo, é inconsequente, pois a formafórma como tenta solucionar os problemas acaba gerando novas e engraçadas confusões.

4. Leia as afirmações a seguir e reescreva apenas a correta.

1. a.) Não.

1. c) Resposta pessoal.

2. a) João Grilo representa o Palhaço e Chicó, o Bobo.

4. IIdois.

5. a) O sentido da palavra embrulhada é semelhante ao de confusão.

5. b) A chegada do Major põe João Grilo em apuros, algo percebido por Chicó, que conclui que o amigo acaba de se meter em uma embrulhada danada, pois pode ser des­mascarada, pondo seu pla­no a perder.

Orientação

Antes do Estudo do texto, pode ser interessante sugerir aos estudantes que identifiquem no trecho destacado de Auto da Compadecida as cenas que envolvem apresentação, conflito, desfecho e desenlace. Além disso, se considerar pertinente, proponha que assistam à mesma cena em vídeo, facilmente encontrada na internet por meio das palavras-chaves “Auto da Compadecida” + “filme”. Nesse caso, peça-lhes que comparem o texto ao vídeo e identifiquem semelhanças e diferenças.

Sugestão

Se julgar interessante, organize uma roda de leitura dramatizada do texto antes de resolver as questões, procurando explorar as possibilidades de entonação de voz e a expressividade dos momentos mais intensos do texto para prender a atenção dos ouvintes. Assim, por meio dessa “contação”, você e os estudantes podem compartilhar o prazer de escutar e contar histórias.

Respostas

1. b) O mais prejudicado foi padre João, pois, por conta de uma confusão criada por João Grilo, houve um diálogo embaraçoso do sacerdote com o Major, que prometeu queixar-se dele ao bispo.

2. b) A esperteza e a coragem de João Grilo ficam evidentes ao enganar duas autoridades locais: o padre e o Major. Já Chicó é medroso, como evidencia, por exemplo, o trecho: “[...]reticências No mesmo instante, Chicó tenta fugir, mas João agarra-o pelo pescoço.”.

3. Até a chegada de Antônio Moraes, João Grilo estava em situação confortável, pois havia convencido o padre a benzer o cachorro graças a uma mentira. Com a chegada do Major, porém, fica em apuros, pois a mentira pode ser desmascarada, pondo seu plano a perder. Essa tensão leva a uma série de novas ações de João Grilo com o único intuito de que não seja desmascarado. Trata-se, portanto, de um conflito.

6. a) A suposta loucura do padre põe em descrédito tudo o que ele falar; então, o que ele disser ao Major pode soar maluquice, livrando, assim, João Grilo.

6. b) Ele diz ao Major que o padre está com mania de benzer tudo e de chamar as pessoas de cachorro.

6. c) A princípio, fica desconfiado, mas, ao final, dá razão a João Grilo.

7. a) Revelar sua origem nobre, visto que “Noronha de Britto” veio de um conde, ou seja, homem com título de nobreza.

7. b) Ele demonstra sua ascendência portuguesa, pois foram os portugueses que vieram ao Brasil em caravelas.

7. c) Revela que são indivíduos comuns, sem ascendência nobre, por isso, não têm sobrenome.

8. a) O pronome de tratamento Vossa Senhoria é usado para dirigir-se a autoridades.

8. b) Antônio Moraes, rico proprietário de terras, é uma autoridade local, razão pela qual João Grilo usa esse pronome de tratamento para se dirigir a ele.

9. a) A frase é “Há quanto tempo esses pés não cruzam os umbrais da casa de Deus!”.

9. b) Caracteriza o uso de uma linguagem elaborada, como revela a palavra umbrais (em vez de portas) e da metonímia esses pés (em vez de você ou Antônio Moraes).

Sobre Saiba+

A terceira versão cinematográfica do Auto da Compadecida foi sucesso de crítica e público no Brasil, recebeu diversos prêmios e foi exibida em vários países do mundo. Uma curiosidade é que, nos Estados Unidos, seu título foi traduzido para A Dog’s will [em português, Desejo de um cão].

11. a) A palavra dagora.

11. b) A palavra é uma fusão das palavras de e agora.

11. c) Não. Espera-se que o estudante reflita sobre a variedade linguística no Brasil.

Respostas

10. a) A confusão entre o suposto cachorro do Major e seu filho. O padre está falando sobre o cachorro, mas o Major entende que é sobre seu filho.

b) Ele mentiu para o padre dizendo que o cachorro era do Major e mentiu para o Major dizendo que o padre estava com mania de chamar gente de cachorro.

c) Os fatos relacionados ao cachorro geram estranhamento quando transferidos ao filho de uma autoridade local, afinal, como pode o menino, de origem nobre, ter uma mãe cachorra, feder, sofrer de rabugem? Esse estranhamento leva ao riso.

Sugestão

Desenvolver práticas em parceria com o professor do componente Arte, explorando o filme Auto da Compadecida e a linguagem cinematográfica.

12. O texto apresenta indicações cênicas (rubricas) e falas demarcadas das personagens, características que permitem identificá-lo como pertencente ao gênero dramático.

13. a) Na peça, o texto é em prosa, e no cordel, em verso.

b) Para o padre, o cachorro era importante porque deixou dois contos de réis em ouro para o bispo.

c) Sim. O padre João só aceitou benzê-lo porque lhe disseram que o animal pertencia ao Major Antônio de Moraes, aristocrata da região.

Sobre Literatura de cordel

Por ser considerada uma expressão popular de grande valor e riqueza cultural que abrange não somente o texto, mas também a música e a ilustração, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural aprovou, em 2018, o registro da Literatura de Cordel como patrimônio imaterial brasileiro.

Explique aos estudantes a importância desse gênero literário e suas características: linguagem informal, uso de humor, ironia e sarcasmo, a presença de rimas, métrica e oralidade. A Academia Brasileira de Literatura de Cordel mantém um site com informações sobre a história do cordel, a biografia de cordelistas notáveis, cordéis digitalizados, gravuras e vídeos explicativos sobre esse gênero. Se julgar pertinente, apresente as informações desse site aos estudantes (disponível em: https://oeds.link/zLeMuM, acesso em: 18 mar.março 2022).

Indicação de livro

O livro Poesia na sala de aula, de Hélder Pinheiro (São Paulo: Parábola, 2018. 152 p.página) traz práticas e sugestões para trabalhar a poesia em sala de aula, auxiliando na compreensão da oralidade.

Os estudantes podem trazer diferentes exemplos como representações de críticas, como a aristocracia presente na figura do Major ou a corrupção religiosa em torno da figura do padre.

Orientação

A seção permite desenvolver o tema contemporâneo transversal Multiculturalismo (subtema: Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras), favorecendo o reconhecimento da literatura como fonte da nossa pluralidade cultural. Estimule os estudantes a perceber os elementos originários de importantes manifestações literárias brasileiras.

Em relação às críticas sociais, os estudantes podem trazer diferentes exemplos de representações de críticas, como à aristocracia presente na figura do Major ou à corrupção religiosa em torno da figura do padre.

Sobre O gênero em foco

O auto é uma formafórma de composição do estilo dramático de literatura. Surgido na península Ibérica na Idade Média, em um contexto altamente católico, o gênero tem uma conotação moralizadora e religiosa.

No Brasil, o gênero se desenvolveu a partir da obra do padre José de Anchieta. Ariano Suassuna e João Cabral de Melo Neto foram autores modernos importantes na disseminação e uso desse gênero. Aspectos das culturas nordestinas foram os que mais se adaptaram ao estilo, sendo retratados nos mais conhecidos autos de produção brasileira.

Sugestão

Se julgar pertinente, apresente aos estudantes trechos dos principais autos de José de Anchieta, Ariano Suassuna e João Cabral de Melo Neto – procure na biblioteca da escola ou em uma biblioteca do bairro por essas obras. Solicite-lhes que identifiquem as características do gênero textual nos exemplos apresentados: personagem, ato, cena, fala e indicações cênicas e a organização do texto: enredo, conflitos, ideias principais, pontos de vista, universos de referência.

Sobre Gil Vicente

A obra de Gil Vicente emerge no contexto ibérico na transição entre a Idade Média e o Renascimento. Considerado o pai do teatro português, Gil Vicente produziu uma extensa obra, na qual a cultura luso-ibérica foi retratada. Não se sabe ao certo a data de nascimento do escritor, mas aceita-se, quase unanimemente, o ano de 1465. Antônio José Saraiva e Oscar Lopes diferenciam alguns gêneros teatrais nas obras gilvicentinas: os autos pastoris (diálogos de pastores), autos de moralidade (inspirados na Bíblia), autos cavalheirescos (episódios envolvendo cavalheiros), as farsas (sucessão de quadros cômicos associados à vida cotidiana) e as fantasias alegóricas (envolvendo romances e canções). Se julgar interessante, proponha à turma uma pesquisa sobre a obra de Gil Vicente, especialmente os autos.

Orientação

Escansão é a arte de contar sílabas poéticas. Os versos poéticos são divididos com base no ritmo e na posição das sílabas tônicas. Escandir consiste em contar o número de sílabas poéticas de um verso. Nem sempre essas sílabas coincidem com as sílabas gramaticais. Quando, em um verso, uma palavra termina com vogal átona e a próxima palavra começa com outra vogal ou com a letra H, ocorre o que chamamos de elisão: duas sílabas são contadas como uma só. Uma formafórma de classificar os poemas é de acordo com o número de sílabas poéticas: monossílabo (1 sílaba poética); dissílabo (2 sílabas poéticas); trissílabo (3 sílabas poéticas); tetrassílabo (4 sílabas poéticas); pentassílabo ou redondilha menor (5 sílabas poéticas); hexassílabo ou heroico quebrado (6 sílabas poéticas); heptassílabo ou redondilha maior (7 sílabas poéticas); octossílabo (8 sílabas poéticas); eneassílabo (9 sílabas poéticas); decassílabo (10 sílabas poéticas); hendecassílabo (11 sílabas poéticas); dodecassílabo (12 sílabas poéticas); bárbaro (13 ou mais sílabas poéticas).

Orientação

Segundo o professor doutor Mário Guidarini, Ariano Suassuna recria Autos, Farsas e Comédias do passado cultural através de intertextos narrativos nordestinos e interdiscursos culturais medievos. Indexa cultura popular regional a gêneros medievais portugueses e ibéricos. Tanto as raízes populares nordestinas quanto os gêneros do teatro medievo alimentam Auto da Compadecida. Guidarini explica que Auto da Compadecida utiliza uma estrutura semelhante a da Commedia Dell’Arte italiana. Peça-síntese que utilizava tipos fixos – Arlequim, Capitão, Doutor e Pantaleão. Permitia aos atores improvisarem com liberdade e vitalidade no decorrer das encenações para melhor burilá-las em decorrência de aplausos ou vaias. As duplas de tipos fixos – bispo e frade, sacristão e padre, cangaceiro e Severino do Aracaju, Demônio e Encourado – são estereótipos da cultura popular do imaginário da gente nordestina. Commedia Dell’Arte, além de tipos fixos e tipologias, explorava comicamente a tradição do brio e a presença de espírito. Características igualmente pertinentes aos pícaros, João Grilo e Chicó. Para mais detalhes, consulte a publicação disponível em: https://oeds.link/duNydZ; acesso em: 18 jul.julho 2022. Na atividade, discuta com os estudantes que, para Suassuna e outros artistas populares, a fidelidade à tradição é tão relevante quanto a originalidade individual. É como recontar a seu modo – e sem cerimônias – histórias que pertencem a toda a comunidade.

Sugestão

Se julgar pertinente, compare um auto de Gil Vicente, que você pode encontrar na biblioteca da escola ou em uma biblioteca do bairro, com Auto da Compadecida. Exponha os dois textos aos estudantes e estimule a identificação de semelhanças e diferenças entre as obras.

João Grilo é uma personagem que teve destaque na literatura de cordel brasileira. Sua primeira ocorrência foi em um folheto de oito páginas, escrito por João Ferreira de Lima. Em 1948, a obra foi ampliada e recebeu o título As proe­zas de João Grilo.

1. O fato de Armandinho não reconhecer peixe como um tipo de carne, assim como a outra personagem em relação ao camarão.

2. a) Como (comer); é (ser); é (ser).

Habilidades trabalhadas nesta seção

(EF69LP47ê éfe seis nove éle pê quatro sete) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formasfórmas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

(EF69LP55ê éfe seis nove éle pê cinco cinco) Reconhecer as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico.

(EF69LP56ê éfe seis nove éle pê cinco seis) Fazer uso consciente e reflexivo de regras e normas da norma-padrão em situações de fala e escrita nas quais ela deve ser usada.

(EF08LP04ê éfe zero oito éle pê zero quatro) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: ortografia, regências e concordâncias nominal e verbal, modos e tempos verbais, pontuação etc.etcétera

(EF08LP06ê éfe zero oito éle pê zero seis) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, os termos constitutivos da oração (sujeito e seus modificadores, verbo e seus complementos e modificadores).

(EF08LP13ê éfe zero oito éle pê um três) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão sequencial: conjunções e articuladores textuais.

(EF08LP14ê éfe zero oito éle pê um quatro) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão sequencial (articuladores) e referencial (léxica e pronominal), construções passivas e impessoais, discurso direto e indireto e outros recursos expressivos adequados ao gênero textual.

(EF08LP15ê éfe zero oito éle pê um cinco) Estabelecer relações entre partes do texto, identificando o antecedente de um pronome relativo ou o referente comum de uma cadeia de substituições lexicais.

(EF08LP16ê éfe zero oito éle pê um seis) Explicar os efeitos de sentido do uso, em textos, de estratégias de modalização e argumentatividade (sinais de pontuação, adjetivos, substantivos, expressões de grau, verbos e perífrases verbais, advérbios etc.etcétera).

(EF89LP37ê éfe oito nove éle pê três sete) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, dentre outras.

Respostas

2. b) Espera-se que os estudantes identifiquem a diferença quanto ao primeiro verbo indicar uma ação e os outros indicarem um estado.

Sobre verbos

Sob o ponto de vista de sua significação, os verbos podem representar uma visão dinâmica da realidade ou uma visão estática. Os verbos dinâmicos sustentam-se em uma ação (Eu emprestei meu celular para minha irmã) ou em um processo, um acontecimento com seres e objetos (O gelo derreteu com o calor). Os verbos estáticos não expressam ação, eles interconectam o sujeito a seus atributos.

Os verbos de ligação ajudam a estabelecer a sintaxe entre o sujeito e as qualidades/caracterizações sob a formafórma de um núcleo nominal, isto é, o predicativo do sujeito. Explore com os estudantes os aspectos discursivos que emergem das diferentes relações sintáticas. Se, por exemplo, quisermos qualificar uma pessoa por sua beleza, podemos recorrer à estrutura da predicação nominal: Maria é bonita; Maria está bonita. Nesses exemplos, bonita é o predicativo com a função de qualificar Maria. Contudo, os verbos selecionados foram empregados para ligar o predicativo ao sujeito; eles têm valores aspectuais e de modalidade: ser bonita = aspecto permansivo; estar bonita = qualidade transitória.

a) Na expressão, ele substitui o sujeito conhecido dessa oração (o pronome eles, de "[...] e eles viveram felizes para sempre.") por outro (o pronome eu).

b) Traz a pista de que é ele próprio a personagem principal dela.

c) Que Garfieldgárfild não só era a personagem principal dela, como também seu autor.

d) O verbo é vivi (viver), de ação. O adjetivo feliz está se referindo à palavra eu (pronome), que exerce, no caso, a função de sujeito.

Sobre predicado verbo­‑nominal

A classificação do predicado como verbal, nominal ou verbo-nominal está associada à noção de predicativo, um termo que qualifica outro. O predicativo compõe tanto o predicado nominal quanto um dos núcleos do predicado verbo-nominal. Sintaticamente, o predicado nominal é formado por um verbo de ligação + um predicativo (Felipe é inteligente); o predicado verbal não tem verbo de ligação nem predicativo (Eu sei tocar bateria); o predicado verbo-nominal não tem verbo de ligação, mas apresenta um predicativo (O soldado voltou ferido).

Respostas

d) O importante aqui é discutir com os estudantes a combinação entre o verbo de ação (que traz uma informação importante em termos de significado para a oração – viver) e o adjetivo (que informa sobre como o sujeito foi durante todo o tempo em que durou essa ação de viver).

Sugestão

Para se certificar da predicação verbo-nominal, os estudantes podem fazer um exercício de equivalência. O trecho “[...]reticências candidatos que chegaram atrasados...” equivale a: Os candidatos chegaram (= predicado verbal) + Os candidatos estavam atrasados (= predicado nominal). Se a turma manifestar dificuldades, peça aos estudantes que façam as equivalências de outras frases. Exemplo: Nomearam Daniela síndica (= nomearam Daniela + Daniela tornou-se síndica); Voltei da festa cansado (= voltei da festa + eu estava cansado).

a. O verbo "andar", empregado no texto, pode apresentar mais de um sentido? Quais?

2. Espera-se que o estudante reconheça que se trata de um sentido figurado, indicando um lugar muito longe, abandonado.

3. a) O verbo andar nessa oração tem o sentido de estar.

3. b) O predicado é nominal.

3. c) Uma possibilidade é substituir andar por está/tem estado.

4. a) Porque, como um bichinho de estimação, ela é alimentada pelo dono.

4. b) O adjetivo livres se refere ao termo lobos. O verbo andar é um verbo intransitivo, de ação.

4. c) Na tirinha o verbo andar apresenta o sentido de caminhar, enquanto, no texto da atividade, o sentido é de estar.

Respostas

1. a) “´[...]reticências vamos esclarecer a história, [...]reticências”: predicado ver­bal. / “´[...]reticências porque alguém vai pagar essa brincadeira!”: pre­dicado verbal.

b) “´[...] reticênciasestá doente.”: predi­cado nominal. / “´[...]reticências vai pra o Recife”: predicado verbal.

c) “´[...]reticências é um fim de mundo.”: predicado nominal.

As atividades 3 e 4 possibilitam uma discussão sobre a necessidade de haver sempre um contexto linguístico-textual para analisar morfossintaticamente uma oração e seus termos. A comparação do comportamento do verbo andar nas duas atividades permite esse tipo de reflexão.

a) Ela entendeu que ele queria provar a fantasia, mas ele queria provar as frutas.

b) O verbo provar.

Há duas orações, independentes sintaticamente.

Orientação

Os estudantes já tiveram a oportunidade de trabalhar, no volume do 6º ano, os conceitos de frase, oração e período, diferenciar período simples de período composto, conheceram as conjunções e locuções conjuntivas, que funcionam como conectivos oracionais. Por isso, este é um momento para recordar esses conceitos e preparar os estudantes para a fixação sintática das orações coordenadas. Peça a colaboração da turma e selecione alguns estudantes para fazerem uma breve explicação oral sobre esses conceitos. Peça-lhes que ilustrem as explicações com alguns exemplos. Esclareça as possíveis dúvidas e dê sequência às orientações de leitura do livro.

Sugestão

Se os estudantes tiverem dificuldade para identificar as orações coordenadas, convém ensinar-lhes um modo prático de separar as orações de um período: a) oriente-os a ler todo o parágrafo e su­blinhar os verbos, locuções verbais ou formasfórmas nominais (infinitivo, particípio e gerúndio) de cada período; b) diga-lhes que devem assinalar os conectivos com um círculo ou qualquer outro tipo de destaque. Na falta de conectivo, eles devem ficar atentos ao sinal de pontuação empregado; c) sugira o acréscimo de uma barra (/) para separar as orações. Esse procedimento facilita a separação das orações e auxilia na classificação do tipo de coordenação que ocorre entre elas. Para esse procedimento, você pode usar o trecho textual contendo curiosidades sobre os camelos ou selecionar outros trechos de acordo com a necessidade da turma.

a) A palavra e liga as duas orações.

b) Sentido de adição.

a) A palavra mas liga as duas orações.

b) Ela atribui às orações a ideia de oposição.

Sobre oração coordenada sindética

As conjunções aditivas e adversativas já foram abordadas no volume 7 e trabalhadas nesta Unidade, no tópico sobre orações coordenadas. Agora, serão sistematizados os estudos sobre as orações coordenadas alternativas, conclusivas e explicativas. Por isso, apenas reforce o conceito de que, na coordenação sindética, as orações são unidas por meio de um conectivo oracional (conjunção ou locução conjuntiva), que introduz um novo valor semântico à oração que ele coordena.

a) Os servidores puderam escolher trabalhar ou não nesses dias.

Orientação

Explique aos estudantes que, na leitura da manchete, a segunda ocorrência de “escolher trabalhar”, depois do “não”, está elíptica, ou seja, não está escrita mas entende-se o que está sendo sugerido.

Sobre oração coordenada sindética alternativa

As coordenadas alternativas são tipicamente introduzidas pela conjunção ou. Essa é a única das alternativas que pode ser utilizada apenas na segunda oração, como demonstrado na manchete analisada na atividade. As demais conjunções alternativas têm de ser utilizadas em duplas: ora... ora, quer... quer, seja... seja. Comente com os estudantes que esse tipo de oração coordenada pode representar o valor de alternância (Ora chove, ora faz sol), mas também pode ter valor de exclusão (Ou você estuda ou você brinca).

Respostas

a) Talvez os estudantes ainda não identifiquem ou como uma conjunção; no entanto, é importante introduzir essa informação neste momento, ao explicar-lhes a composição dessa manchete.

b) Ela estabelece a relação de adicionar, unir as duas orações.

Sobre oração coordenada sindética conclusiva

Talvez os estudantes ainda não identifiquem a palavra então como uma conjunção; no entanto, é importante introduzir essa informação neste momento, ao explicar-lhes a relação entre as duas falas, estabelecida, no caso, por uma conjunção.

a) Resposta pessoal.

b) A palavra então.

c) A palavra porque, uma conjunção.

Resposta

a) Permita que os estudantes discutam, sempre orientando que a argumentação esteja pautada no respeito aos Direitos Humanos e à diversidade. Espera-se que eles percebam a crítica em relação a situações em que o humor é construído reforçando preconceitos.

Sobre oração coordenada sindética explicativa

É comum os estudantes interrogarem sobre as diferenças entre as coordenadas explicativas e as coordenadas conclusivas, sobretudo pelo fato de ambas apresentarem a conjunção pois. É fácil a distinção: as conclusivas põem fim a qualquer tipo de dúvida, após deduzir-se a consequência acerca do que se enunciou na oração anterior. Além disso, a conjunção conclusiva pois só pode ser empregada posposta a um verbo/locução verbal, destacada, entre vírgulas, no meio da oração coordenada (Está frio; vista, pois, [= portanto] um agasalho); as explicativas revelam um motivo do pensamento contido na oração que a precede. Além disso, vêm antepostas ao verbo e precedidas de uma vírgula (Não posso usar meu skateisqueite, pois a roda saiu).

Respostas

a) A personagem estabelece uma relação entre a ideia do tamanho da esperança e da perda dela quando é pequena.

b) A segunda fala revela uma explicação – a personagem explica por que acha que o pior tipo de esperança é a pequena – porque é mais fácil de perder.

c) Aqui provavelmente os estudantes já identifiquem a palavra porque como uma conjunção. Enfatize essa percepção.

Sugestão

Se julgar conveniente, proponha aos estudantes a montagem de um mural coletivo:

1. Organize a turma em trios e peça a cada grupo que escolha um dos tipos já estudados de orações coordenadas sindéticas: alternativas, conclusivas ou explicativas.

2. Solicite a cada grupo que localize, em livros, jornais ou revistas, o tipo de oração que escolheu.

3. Organize a produção do mural coletivo com os estudantes, reunindo as orações de cada tipo selecionadas pelos grupos e separando-as em três colunas.

4. Leiam e conversem sobre as orações selecionadas, identificando as conjunções, avaliando as relações de sentido e a composição de cada uma.

5. Ao final da discussão, faça com a turma uma síntese sobre o que foi aprendido a respeito desses três tipos de orações coordenadas, refletindo sobre o uso que fazem delas no cotidiano.

1. Identifique os verbos e as locuções verbais nestes trechos do Auto da Compadecida e registre se as orações são sindéticas ou assindéticas.

4. Nos dois casos, relação de explicação.

5. a) Relação de alternância: ou ele é muito jovem para fazer algo ou velho o suficiente para saber que algo não dará certo.

5. b) Resposta pessoal.

Orientação

Essas atividades encerram a discussão sobre a coordenação sindética e assindética. Certifique-se de que os estudantes compreenderam como analisar esse tipo de construção sintática.

Respostas

1. a) Verbos: diga e deixe; oração coordenada assindética.

b) Verbos: benze e chama; oração coordenada sindética.

c) Verbos: tenta fugir (locução verbal) e agarra; oração coordenada sindética.

2. Espera-se que os estudantes indiquem que o primeiro trecho indica que João Grilo vai resolver, em “deixe tudo por minha conta”. Na segunda, que o padre estaria louco, o que seria demonstrado por benzer tudo e confundir pessoas com animais. No terceiro, que João segura o amigo, impedindo que ele fuja.

3. a) Isso foi porque era com seu patrão.

b) Vossa Senhoria me desculpe, mas eu penso que não.

c) Começou pelo rabo e espalhou-se pelo resto do corpo.

Sobre Contexto

João Cabral de Melo Neto, Carlos DrummondDrumôn de Andrade e Manuel Bandeira estão entre os mais importantes autores literários brasileiros. João Cabral de Melo Neto produziu sua obra no contexto do Modernismo e Pós-Modernismo, traduzindo em arte literária as importantes mudanças pelas quais a cultura brasileira passava, sobretudo no contexto nordestino. Engenheiro por formação, transmitiu para suas obras a exatidão milimétrica da engenharia por meio de linguagem direta e com palavras e versos organizados quase de formafórma arquitetônica. Auto de Natal Pernambucano é o subtítulo de sua obra-prima, Morte e Vida Severina. Esse auto é dividido em 18 partes; na primeira, o retirante explica ao leitor quem é e qual é seu destino e, em cada parte subsequente, há uma espécie de intertítulo explicando o desencadear dos eventos narrados. O auto retrata o drama do êxodo sertanejo e está em diálogo com obras como Vidas Secas, de Graciliano Ramos. A sequência em que as palavras “morte” e “vida” ocorrem no título não é fruto de uma escolha aleatória.

Sobre Antes de ler

O texto desta seção é a parte inicial do auto Morte e Vida Severina, que retrata o drama da vida sertaneja por meio da trajetória de um retirante em busca de trabalho e de vida. A existência, portanto, é metaforizada pelo percurso da personagem Severino.

Habilidades trabalhadas nesta seção e em sua subseção (Estudo do texto)

(EF69LP49ê éfe seis nove éle pê quatro nove) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.

(EF89LP32ê éfe oito nove éle pê três dois) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de mecanismos de intertextualidade (referências, alusões, retomadas) entre os textos literários, entre esses textos literários e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, música), quanto aos temas, personagens, estilos, autores etc.etcétera, e entre o texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, vídeos-minuto, vidding, dentre outros.

(EF89LP33ê éfe oito nove éle pê três três) Ler, de formafórma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de formafórma livre e fixa (como haicairaicái), poema concreto, ciberpoemasáiberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

(EF89LP34ê éfe oito nove éle pê três quatro) Analisar a organização de texto dramático apresentado em teatro, televisão, cinema, identificando e percebendo os sentidos decorrentes dos recursos linguísticos e semióticos que sustentam sua realização como peça teatral, novela, filme etc.etcétera

Orientação

Na primeira parte do texto, chamada “O retirante explica quem é e a que vai”, o autor confere voz à apresentação da personagem principal. O foco central é revelar o sertanejo comum: Severino o representa por ter um nome comum aos sertanejos; especifica-se, ainda, como “Severino de Maria”, em referência ao nome de sua mãe, portanto, além de não apresentar um sobrenome que o distinga, também são muitos os Severinos filhos de Marias. Refere-se ao pai como Zacarias – outro nome muito comum no Sertão –, já falecido. Essa condição caracteriza muitos sertanejos – filhos que já perderam o pai, tendo assim mãe viúva. Com essa especificação, o elemento da morte aparece de modo mais evidente no meio da aridez do retrato de vida apresentado na obra: a viuvez dessas “Marias” revela que a morte é a tônica da vida severina. A inclemência do clima e a consequente falta de alimento fazem da morte a protagonista no Sertão. Depois de desistir de tentar singularizar-se, em virtude da tragédia compartilhada, a personagem passa à descrição de seu corpo, que também não a particulariza; ao contrário, a une a uma série de semelhantes: a cabeça grande, as pernas finas e o sangue fraco são elementos que compõem o quadro descritivo do típico retirante, vítima da seca e da fome. A morte assume definitivamente o protagonismo dessa parte do auto com a apresentação da “vida” severina: “velhice antes dos trinta, emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia…”.

Orientação

Depois de várias tentativas, o tema da morte volta ao foco. Severino parece não supor o desfecho da conversa. Ele quer trabalhar para produzir desenvolvimento e prosperidade. A mulher, porém, evidencia que isso não é possível ali e lhe faz a seguinte pergunta: “diga-me, retirante, sabe benditos rezar?”. Sua resposta revela a inaptidão religiosa. Nesse ponto do texto, fica evidente que as únicas ocupações possíveis na região são aquelas vinculadas com a morte, em especial a religião. Com isso, é possível perceber uma crítica subliminar às religiões. O trecho parece deixar transparecer certo ateísmo ao retratar o papel social da religião como uma espécie de parasita, que sobrevive à custa do sofrimento e da morte das pessoas. Nos dizeres da mulher, encontra-se esta crítica mordaz: “Como aqui a morte é tanta, só é possível trabalhar nessas profissões que fazem da morte ofício ou bazar”. Isto é, na visão apresentada nesse trecho, a religião não contribui para a vida, mas está a serviço da morte e se sustenta na falta de perspectiva de vida do povo, alimentando esperanças além da morte/vida das pessoas.

Orientação

A segunda parte do texto, destacada nesta seção, é o diálogo de Severino com uma senhora que está em uma janela. O fato de ela estar à janela evidencia de certa formafórma a falta do que fazer na região: sua inércia revela que por ali nada se produz e, de onde está, vê a vida (ou morte) passar. O diálogo entre os dois gira em torno de trabalho. Severino pergunta se há algo que possa fazer na região e ela lhe pergunta o que sabe fazer. A partir daí, há uma sequência de negações por parte da mulher de tudo o que Severino apresenta como possibilidade. Ele apresenta várias opções, mas ela rejeita qualquer possibilidade, pois evidencia que, mesmo diante das mais severas situações a que foi submetido, o lugar em que ele está naquele momento é muito pior.

Sugestão

Durante a análise e interpretação da obra, aproveite para conversar com a turma a respeito das questões históricas e geográficas relacionadas à migração no país, sobretudo no contexto nordestino. Solicite apoio aos professores de História e Geografia. Combine previamente para que o tema seja apresentado de maneira multidisciplinar. Com o apoio do professor de Arte, por exemplo, os estudantes podem ser incentivados a criar figurinos, cenários e trabalhar expressão corporal e entonações ao interpretar o diálogo da obra Morte e Vida Severina.

Peça aos estudantes que extraiam, do próprio texto, exemplos que confirmem a presença das características mencionadas: versos curtos e bastante sonoros, homofonia e repetição dos sons, a relação entre espaço e tempo presentes na obra, entre outras.

Sugestão

Se julgar interessante, organize uma roda de leitura dramatizada do texto antes de resolver as questões e procure explorar as possibilidades de entonação de voz e a expressividade, evidenciando a dramaticidade dos momentos mais intensos do texto para prender a atenção dos ouvintes. Assim, por meio dessa “contação”, você e os estudantes podem compartilhar o prazer de escutar e contar histórias.

Observação

Morte e Vida Severina tem sido referido como poema devido à riqueza literária da obra. Contudo, é um auto, subgênero do drama. Mesmo apresentando linguagem poética, não pode ser classificado como poema, pois a estrutura da obra respeita as características do gênero dramático. Por isso, não se pode falar em adaptação para o teatro, como lembrou o próprio autor, considerando que o texto é um auto.

4. A primeira parte do fragmento apresenta 64 versos, e a segunda, 144. Para esta questão, os versos de cada parte foram enumerados de cinco em cinco. Associe corretamente os trechos indicados a seguir e seus respectivos assuntos principais.

1. Resposta pessoal.

2. a) Não, porque o que ele se dispõe a exercer não tem serventia no local.

2. b) Ela é “rezadora titular”, pois há muitas mortes na região.

2. c) Resposta pessoal.

4. a) IVquatro; b) IIItrês; c) Ium; d) VIIsete; e) IXnove; f) IIdois; g) Xdez; h) Vcinco; i) VIseis; j) VIIIoito.

5. a) Retirante: “que ou aquele que, sozinho ou em grupo, abandona o sertão, banido pela seca” (INSTITUTO HOUAISS. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009).

Respostas

1. Auxilie na formação e organização das duplas. Se possível, realize uma roda de conversa ao final, para que os estudantes compartilhem o que observaram da expressão oral e corporal do colega e deles próprios.

3. a) Há rubricas, marcações de diálogo e até mesmo diálogo da personagem com o público.

b) O outro dramaturgo em questão é Gil Vicente, autor de autos e farsas, escritas em redondilha maior.

4. Se julgar interessante, organize a turma em grupos de até cinco integrantes para que os estudantes possam realizar essa atividade.

5. b) Aos “farmacêuticos, coveiros, doutor de anel no anular”.

5. c) Porque deixam o mar rumo ao Sertão.

5. d) É vantajoso porque seus ofícios estão de alguma formafórma relacionados à morte, há para eles muita demanda de trabalho no Sertão.

6. a) A expressão é “de pia”, pois remete à cerimônia do batismo católico, na qual o fiel é batizado com a água armazenada em uma pia.

Respostas (continuação)

6. b) Não. Os sobrenomes definem a origem das pessoas, pois, por meio deles, é possível identificar o indivíduo como pertencente a uma ou mais famílias.

c) Todos os nomes que Severino associa ao seu são comuns no Sertão (Maria, Zacarias...), portanto eles não o ajudam a particularizar-se, individualizar-se.

d) A condição que melhor o define é a de emigrante. O verbo é emigrar: “passo a ser o Severino / que em vossa presença emigra”. Severino está deixando um lugar rumo a outro, portanto, está emigrando.

e) Severino dirige-se ou aos leitores do texto dramático ou aos espectadores da peça.

f) Dada a condição humilde e o fato de Severino representar tantos sertanejos, o uso desse pronome sugere reverência e até mesmo uma postura subalterna dele em relação ao público.

Transcreva a alternativa que indica corretamente a figura de linguagem usada nos versos “vivendo na mesma serra / magra e ossuda em que eu vivia.” e, em seguida, justifique sua resposta.

7. a) Não. Eles têm em comum características físicas, as formasfórmas de morte e a sina.

7. b) A palavra morte.

7. c) A palavra severina é um adjetivo, pois qualifica o substantivo morte.

7. d) Com base no contexto, severina diz respeito às características comuns entre os Severinos.

7. e) O título resume a ideia central do texto, que tratará da morte e da vida comuns aos Severinos.

8. b) Sim, pois representa as rezadoras de orações aos mortos no Sertão.

9. a) É o coronel Zacarias.

10. Alternativa correta: d. No trecho, a serra (algo inanimado) adquire atributos humanos: magreza e ossos.

Respostas (continuação)

8. a) Sim, pois representa os muitos retirantes, os muitos Severinos que deixam o Sertão em busca de melhores condições de vida.

9. b) Sugere o batismo de muitos meninos. “Há muitos [Zacarias] na freguesia,/ por causa de um coronel/ que se chamou Zacarias”.

Sobre Saiba+

Se julgar pertinente, apresente à turma a música Morte e Vida Severina e outras curiosidades (disponíveis em: https://oeds.link/SkDxj6, acesso em: 15 mar.março 2022). Embora os versos de João Cabral de Melo Neto sejam rígidos, é possível perceber a musicalidade por meio da poética dos versos, das rimas e do tom nordestino que o texto revela. Contextualize o auto com a realidade dos estudantes.

12. Disposto a trabalhar, Severino cita diversos ofícios que pode exercer. Transcreva a alternativa que reúne apenas ofícios que Severino se sente capaz de exercer.

12. Alternativa correta: d.

13. a) Não. O trecho deixa claro que as usinas estavam tomando o lugar dos engenhos.

13. b) São eles: tachas, banguê, moenda e casa de purgar.

Respostas (continuação)

11. a) A disposição das personagens e sua diversidade de faixa etária sugerem que se trata de uma família.

b) No quadro de Portinari, o cenário seco, sem vegetação, sugere a seca, e os sacos (um sobre a cabeça da mulher e outro pendurado por um pau nas costas do homem à direita) sugerem que as personagens estão se deslocando, fugindo da seca.

c) Sim. No quadro de Portinari as personagens também são magras e a criança à direita tem o ventre grande.

d) Sim. O terreno é seco (não há água ou vegetação), tal como o cenário descrito em Morte e Vida Severina.

e) Sim. Na parte superior, o céu é sombrio e aves negras sugerem urubus, aves que se alimentam de carne em decomposição. No chão, à esquerda, há um osso. Até mesmo as personagens se parecem com cadáveres. Todos esses elementos sugerem a ideia de morte.

13. c) Tacha: vasilha grande de cobre ou ferro usada nos engenhos para cozinhar caldo de cana; moenda: conjunto de peças para moer a cana em engenhos; banguê: conjunto de tachas (vasilhas grandes) sobre a fornalha em um engenho de açúcar; casa de purgar: local nos antigos engenhos onde o açúcar era branqueado e separado.

Sugestão

Se julgar pertinente, comente com os estudantes quem foi Candido Portinari, apresentando-lhes outras obras desse artista e suas características predominantes. Se quiser conhecer um pouco mais sobre Portinari, acesse o site Projeto Portinari (disponível em: https://oeds.link/Uzn2ty, acesso em: 15 mar.março 2022). É possível explorar a obra junto aos professores dos componentes Arte, História e Geografia, explorando a temática da seca e a educação em Direitos Humanos.

14. a) No trecho, a faca solar escalavra outras chãs, ou seja, outras terras do Sertão.

14. b) Com a seca, a terra do Sertão fica repleta de sulcos, arranhada. Essas ranhuras parecem rastros de faca. Como o sol intenso é o responsável pela seca, é como se ele arranhasse a terra com sua faca, daí a “faca solar”.

15. a) Na mitologia grega, fênix era um pássaro que renascia das próprias cinzas. No texto, a palavra assume o sentido de resistir às adversidades impostas aos retirantes.

15. b) Assim como a personagem Severino, os retirantes do século XXIvinte e um deixam seus lugares de origem na busca de sobrevivência, lutando contra o desemprego e a fome.

15. c) Espera-se que os estudantes a reconheçam como um processo de tornar­‑se Severino, enfrentando as condições em que vivia a personagem.

Orientação

Historicamente, o problema da seca tem sido retratado como um fenômeno tipicamente nordestino. O jornalismo e a arte, de modo geral, sempre deram muito destaque às agruras do povo nordestino e sua migração de uma parte à outra em busca de água e sustento. Um fato curioso, porém, é que, especialmente nos últimos anos, o problema de longas estiagens tem sido vivenciado no Sudeste, em especial no estado de São Paulo. Se julgar pertinente, proponha uma reflexão interdisciplinar sobre as causas desse fenômeno. Pode ser uma boa oportunidade para discutir, junto ao professor de Geografia, o mau uso de recursos hídricos feito por grandes empresas e a falta de políticas públicas eficientes na crise hídrica em diversas áreas no Brasil.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(EF69LP52ê éfe seis nove éle pê cinco dois) Representar cenas ou textos dramáticos, considerando, na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e paralinguísticos das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entonação e expressividade, variedades e registros linguísticos), os gestos e os deslocamentos no espaço cênico, o figurino e a maquiagem e elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da trilha sonora e da exploração dos modos de interpretação.

(EF69LP53ê éfe seis nove éle pê cinco três) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, humorísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura infanto-juvenil, – contar/recontar histórias tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, contos de animais, contos de amor, contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, expressando a compreensão e interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela pontuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc.etcétera, gravando essa leitura ou esse conto/reconto, seja para análise posterior, seja para produção de audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto de formafórma livre quanto de formafórma fixa (como quadras, sonetos, liras, haicais etc.etcétera), empregando os recursos linguísticos, paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de gestualidade e pantomima que convenham ao gênero poético e à situação de compartilhamento em questão.

Orientação

Auto da Compadecida faz parte do Acervo do Programa Nacional Biblioteca da Escola e pode ser retirado pelos estudantes para que possam escolher outros trechos. Além desse, outros textos dramáticos foram disponibilizados por esse Programa e pelo PNLDpê êne éle dê literário e podem também ser pesquisados na biblioteca da própria escola.

Sugestão

Se julgar adequado, na Etapa 4, estabeleça previamente com os estudantes alguns critérios para essa avaliação.

1. a) Poder ter pensamentos diversos em um curto espaço de tempo.

1. b) Entre as possibilidades: “Tenho um superpoder. Ele consiste [...]reticências”

1. c) A palavra que.

Sobre coesão textual

Retome com a turma a noção de coesão textual, tratada no volume 7. Lembre os estudantes de que maneira as formasfórmas nominais (substantivos, adjetivos, pronomes), os advérbios e as conjunções estabelecem conexões entre os elementos do texto por meio de retomadas, antecipações, sequenciações etc.etcétera A coesão textual é uma das propriedades linguísticas constitutivas da textualidade. Sua função é assegurar as relações de interdependência que há entre os elementos léxico-gramaticais selecionados para compor as orações, períodos, frases e parágrafos. A coesão, se bem articulada, garante a progressão temática e a coerência.

Sobre pronomes relativos

Um dos recursos coesivos disponíveis na língua são os encadeamentos realizados por meio de conectivos oracionais, dentre os quais se incluem os pronomes relativos. Assim, é importante os estudantes perceberem o papel coesivo do pronome relativo que, bem como de suas formasfórmas flexionadas (o qual, os quais etc.etcétera): além de unir períodos, evitando repetições, ele tem as funções de retomar uma palavra anteriormente citada e de introduzir uma oração subordinada adjetiva, tema que será abordado neste volume.

Habilidades trabalhadas nesta seção e em sua subseção (Questões da língua)

(EF89LP32ê éfe oito nove éle pê três dois) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de mecanismos de intertextualidade (referências, alusões, retomadas) entre os textos literários, entre esses textos literários e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, música), quanto aos temas, personagens, estilos, autores etc.etcétera, e entre o texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, vídeos-minuto, vidding, dentre outros.

(EF69LP54ê éfe seis nove éle pê cinco quatro) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc.etcétera), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.

(EF08LP11ê éfe zero oito éle pê um um) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, agrupamento de orações em períodos, diferenciando coordenação de subordinação.

(EF08LP12ê éfe zero oito éle pê um dois) Identificar, em textos lidos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, incorporando-as às suas próprias produções.

a) Os sons do t e de alguns dígrafos, como prpê érre, trtê érre, grgê érre; os sons do r fraco e do r forte (rrérre érre) e o som do a; do e (que na escrita desse trava-língua alterna a ortografia eê/Heagá ê e brinca com um verbo e um nome próprio); o som do f e do fréfe érre e do i.

b) Resposta pessoal.

Sobre figuras de linguagem (1)

Por trabalhar com recursos sonoros, é importante oralizar os textos apresentados para perceber os efeitos rítmicos e lúdicos. Os trava-línguas são aprendidos em casa, repetidos nas brincadeiras de rua, nas atividades escolares e transmitidos de geração em geração em jogos de adivinhação, provérbios, ditos populares, parlendas e na literatura de cordel.

Sobre aliteração e assonância

Aliteração e assonância trazem maior expressividade aos textos e, embora sejam mais comuns na composição poética, também são exploradas por letristas de músicas e, mais raramente, na prosa. A repetição de sons consonantais ou vocálicos pode apenas produzir um jogo de palavras, mas, na escrita literária, é um recurso intencional para explorar os efeitos sonoros em correlação aos sentidos do texto.

1. a) Pronome relativo: que; antecedente: roças.

1. b) Pronome relativo: que; antecedente: chãs.

2. Pronome relativo: que; substituição: “[...] da qual se morre de velhice”.

3. Respostas pessoais.

4. Resposta pessoal.

Orientação

Antes das atividades, verifique se os estudantes se recordam dos excertos extraídos do texto de João Cabral de Melo Neto. Retome as passagens a que eles fizerem referência e avalie se restou alguma dúvida vocabular. Oriente-os nas atividades do livro. Dê atenção à atividade 2, justificando as razões pelas quais alguns pronomes podem substituir o pronome que e outros não.

Orientação

Na atividade 3, os estudantes poderão selecionar ocorrências que não sejam empregadas em consonância com as orientações vigentes em gramáticas normativas.

Resposta

4. Pode-se promover um sarau para que os estudantes apresentem aos colegas os textos com aliterações e assonâncias. Você também pode levar alguns poemas de sua preferência e recitá-los.

Respostas

a) O fato de o pizzaiolo estar acostumado a ouvir estrangeirismos o fez não entender que entrega é o mesmo que delivery.

b) Porque ele quis enfatizar para o leitor a confusão do pizzaiolo em relação às palavras entrega e delivery.

c) Ele usou destaques gráficos (bold para entrega e não e boldbôudi itálico em delivery).

d) Porque ele quis destacar a palavra (e, por isso, usou bold) e o fato de ela ser um estrangeirismo (ao usar itálico).

Sugestão

Se julgar oportuno, combine com outros professores uma atividade interdisciplinar em que os estudantes possam utilizar recursos gráficos para destacar palavras. Os estudantes poderiam, por exemplo, levantar com o professor de Ciências nomes científicos de espécies animais, de plantas, de microrganismos registrados em itálico; com o professor de Arte, títulos de pinturas, esculturas, produções cinematográficas e cênicas de relevância para a História, cujas referências também entram em destaque; com o professor de Língua Inglesa, palavras e expressões usuais dessa segunda língua no português, igualmente grafadas em itálico. Proponha aos estudantes uma atividade em que eles relacionem o recurso itálico, estudado no volume 7, ao bold. No final, questione-os quais impressões teriam, caso esses efeitos não tivessem sido empregados, e pergunte se eles fazem uso de destaques gráficos em textos manuscritos em substituição ao itálico ou ao bold (sublinhar ou circular as palavras, destacá-las com uma caneta marca-texto, inserir um balão em volta da palavra etc.etcétera).