UNIDADE 8  Práticas de estudo e pesquisa

Faça as atividades no caderno.

Pintura. Em primeiro plano, uma jovem de cabelos castanhos presos em um coque, vestindo blusa roxa de alças. Ela está sentada diante de uma mesa coberta por toalha xadrez. Seu tronco e sua cabeça estão levemente inclinados para baixo e os olhos voltados para baixo. Sobre a mesa, há dois livros abertos. Ela escreve em um bloco de folhas de fichário. Atrás dela, janela de moldura branca, com um pequeno vaso sobre o parapeito, no canto direito. Do lado de fora, vista de um jardim e parte do muro avermelhado e uma grade.
uílis tíli. Estudante de Biologia. 2017. Óleo sobre tela, 62 centímetros por 52 centímetros. Coleção particular.
  1. Observe a imagem.
    1. Que situação você identifica nela?
    2. Que elementos presentes na imagem auxiliaram a construir essa resposta?
  2. Já no século dezesseis, como nos conta Píter Burc, um historiador inglês, a prática de tomar notas era incentivada e ensinada.
    • Anotações podem ser feitas de várias maneiras. Você conhece ou usa alguma? Em caso afirmativo, em que situações? Com que finalidade?
  3. Converse com seus colegas e o professor para compararem maneiras diversas de anotar.

Saiba +

Píter Burc (1937-)

Professor de História da Cultura na Universidade de Cambridge (Inglaterra), é autor, entre outros, de dois volumes que compõem a série Uma história social do conhecimento, lançados em 2000 e traduzidos para o português em 2003. Nessa obra, Bãrke traça um grande panorama da construção do conhecimento coletivo ocidental, partindo das “casas do conhecimento”, como eram chamadas as bibliotecas por ocasião da invenção da imprensa, passando pelas universidades e suas (re)organizações curriculares, pela Enciclopédia de Diderot, chegando às redes digitais e à Wikipedia. Em um de seus capítulos, o autor localiza as anotações como importante recurso de estudo no século dezesseis.

Respostas e comentários

1. a) Identifica-se uma situação de estudo.

1. b) A mesa com livros, cadernos, a pessoa anotando e o título da tela.

2. Respostas pessoais.

3. Resposta pessoal.

Competências gerais da Bê êne cê cê: 1, 3, 4 e 5.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 2 e 6.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3 e 5.

Objetos de conhecimento

Leitura: reconstrução das condições de produção e recepção dos textos e adequação do texto à construção composicional e ao estilo de gênero; relação entre textos; estratégias e procedimentos de leitura; relação do verbal com outras semioses; procedimentos e gêneros de apoio à compreensão; curadoria de informação.

Oralidade: estratégias de produção: planejamento e produção de apresentações orais; procedimentos de apoio à compreensão; tomada de nota.

Produção de textos: consideração das condições de produção de textos de divulgação científica; estratégias de escrita: textualização, revisão e edição.

Análise linguística/semiótica: usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais; construção composicional e estilo; gêneros de divulgação científica; modalização; morfossintaxe.

Respostas

2. Fale com os estudantes sobre anotações a partir de textos escritos e a partir de textos orais ou audiovisuais. Tanto é possível tomar notas de um texto de livro didático, de um artigo acadêmico, de um ensaio etcétera quanto de uma palestra, de uma aula, de um filme.

3. Comente que as anotações, dependendo da finalidade e da interface considerada, podem ser ­elaboradas de diferentes fórmas. Não há regras específicas para isso.

Muitas vezes, essas tomadas de nota assumem um caráter bem pessoal, particular.

Sobre esta Unidade

Nesta Unidade, a primeira leitura traz um verbete de enciclopédia que aborda “Tecnologia e invenção”, com base no qual os estudantes terão a oportunidade de realizar apontamentos e de sistematizar a estrutura desse gênero. Certamente, a prática de anotações está presente no cotidiano escolar; porém, sistematizar o estudo dá sentido à tarefa dos estudantes. A segunda leitura apresenta uma entrevista com viés científico e tem por objetivo principal destacar a importância da voz de autoridade na construção de um argumento e a preparação para realizar uma entrevista. Assim, os estudantes poderão desenvolver uma enquete sobre os problemas identificados na escola e aplicá-la, na seção Produção de texto. E poderão treinar sua apresentação oral com o auxílio de apontamentos, na seção Oralidade. As investigações linguísticas são feitas por meio das orações subordinadas e das estratégias de modalização do discurso.

Leitura 1

Ícone. Tema contemporâneo transversal: Ciência e tecnologia.

Contexto

Você lerá a seguir três textos. O primeiro é um verbete de enciclopédia e os demais são apontamentos sobre esse verbete. Possivelmente você tem o hábito de fazer apontamentos, como anotar informações durante as aulas ou ao ler um livro. Mas você sabia que o apontamento é um gênero textual?

britânica escoça

AUTORIA

britânica escoçaé uma plataforma digital em língua portuguesa desenvolvida pela Enciclopédia Britânica.

Antes de ler

O verbete enciclopédico sobre o qual foram feitos os apontamentos é dedicado às inovações tecnológicas a partir do século vinte.

  • Que invenções tecnológicas você imagina que serão mencionadas no verbete?
  • E quanto aos apontamentos? Como você imagina que eles serão?

Texto 1

Tecnologia e invenção

A tecnologia é o uso do conhecimento para inventar novos dispositivos ou ferramentas. Ao longo da história, a tecnologia vem facilitando a nossa vida. reticências

Fotografia em preto e branco. Ambiente industrial. Do lado esquerdo, inúmeras bobinas de linhas enfileiradas. Do lado direito, mulheres de perfil sentadas operando máquinas têxteis dispostas lado a lado em uma fila que se estende por todo o comprimento do galpão. Do alto, fios de linha que abastecem as máquinas.
Mulheres trabalhando em máquinas têxteis em 1910. Boston, Estados Unidos.
Respostas e comentários

Sobre Contexto

Converse com os estudantes sobre como eles costumam estudar. Este é um bom momento para sondar e orientar hábitos de tomada de notas, comentários críticos e organização do caderno. Possibilite que eles compartilhem entre si seus costumes e métodos para estudar. Pondere o uso de tecnologia para essa finalidade, como o bloco de notas de dispositivos móveis, o que é bastante comum para essa geração.

Sobre Antes de ler

No questionamento sobre as características do verbete, espera-se que os estudantes mobilizem o conhecimento prévio sobre esse gênero textual, retomando elementos formais como brevidade, linguagem formal e objetiva.

Sobre os apontamentos, embora ainda não o tenham estudado como um gênero textual, os estudantes têm o hábito de registrar o conteúdo de aulas, de textos, de palestras etcétera Portanto, é natural que tenham alguma expectativa em relação aos apontamentos que serão trabalhados.

Orientação

Nesta Unidade, o trabalho com as práticas de estudo e pesquisa se articula ao tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia, envolvendo os estudantes em atividade de pesquisa e apresentação oral.

Tecnologia moderna

Produção em massa

Os métodos atuais de fabricação conseguem produzir materiais em grande quantidade, o que é chamado de produção em massa. Uma técnica importante da produção em massa é a linha de montagem. Na linha de montagem, os operários ficam dispostos ao longo de uma esteira transportadora, e cada um é responsável por uma tarefa apenas. À medida que cada operário repete sua tarefa, o produto vai se formando. No início do século vinte, Henry Ford aperfeiçoou essa técnica para fabricar carros nos Estados Unidos.

No final do século vinte, robôs começaram a substituir pessoas nas linhas de montagem.

Ar e espaço

O brasileiro Alberto Santos Dumôn construiu e pilotou o primeiro balão dirigível autêntico em 1901, contornando com ele a Torre Eiffel, em Paris. Em 1903 os irmãos Ruáit, nos Estados Unidos, construíram planadores motorizados que dependiam de ventos ou de sistemas de catapultagem para levantar voo. Nunca tiveram, no entanto, acompanhamento oficial de seus feitos; mesmo assim, seu trabalho pioneiro faz parte da fase inicial da história da aviação. No dia 23 de outubro de 1906, em Paris, novamente Santos Dumont realizou o primeiro voo com um biplano que se elevou no ar sem utilizar rampas, catapultas, declives, ventos ou quaisquer outros meios que não fossem o seu próprio motor. A façanha foi imediatamente festejada e considerada o invento do avião. O inventor Igor Sicórsqui, nascido na Rússia, desenvolveu nos Estados Unidos o helicóptero, por volta de 1930. Quase ao mesmo tempo, o inglês Frênqui Uítol desenvolveu turbinas a jato para aviões.

Os cientistas alemães usaram foguetes na Segunda Guerra Mundial (1939-45). Os motores dos foguetes carregam oxigênio, além de combustível, o que permite seu funcionamento no espaço sideral, onde não existe atmosfera. Depois da guerra, a então União Soviética e os Estados Unidos desenvolveram programas espaciais para transportar o homem em espaçonaves. Os soviéticos, em 1957, colocaram em órbita o primeiro satélite artificial da Terra. Os americanos foram os primeiros a pisar na Lua, em 1969.

Fotografia em tons de sépia. Um dirigível, composto por um balão alongado, dotado de motores e equipamentos que possibilitam manobrá-lo, sobrevoa a torre Eiffel, em Paris, França.
Santos Dumôn contorna a Torre êifel com seu dirigível em 1901. Paris, França.
Respostas e comentários

Habilidades trabalhadas nesta seção e em suas subseções (Estudo do texto e O gênero em foco)

(ê éfe seis nove éle pê dois nove) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação científica – texto didático, artigo de divulgação científica, reportagem de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa e digital), esquema, infográfico (estático e animado), relatório, relato multimidiático de campo, podcasts e vídeos variados de divulgação científica etcétera – e os aspectos relativos à construção composicional e às marcas linguísticas características desses gêneros, de fórma a ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.

(ê éfe seis nove éle pê três zero) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de fórma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.

(ê éfe seis nove éle pê três quatro) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, produzir marginálias (ou tomar notas em outro suporte), sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro comparativo, esquema, resumo ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise), mapa conceitual, dependendo do que for mais adequado, como fórma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de conteúdos e informações e um posicionamento frente aos textos, se esse for o caso.

(ê éfe oito nove éle pê dois quatro) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usando fontes abertas e confiáveis.

Energia

No início do século vinte, os cientistas encontraram fórmas de armazenar a energia solar. Painéis solares usam espelhos para concentrar o calor solar, transformando a luz do Sol em eletricidade.

Os cientistas também descobriram como usar a energia dos átomos, as partículas minúsculas que compõem todas as coisas. Essa energia é chamada de energia nuclear. Sua primeira aplicação foi na fabricação de bombas muito destrutivas, usadas pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, a ciência aprendeu a usar a energia nuclear para produzir eletricidade.

Fotografia. Painéis de captação da energia solar dispostos sobre o telhado de uma construção. Ao fundo copas de árvores e uma torre de telecomunicações sob céu azul com algumas nuvens.
Casa com painéis solares no telhado em Taquaritinga (São Paulo), 2021.

Eletrônicos e computadores

Os produtos eletrônicos trouxeram muitas mudanças na vida das pessoas durante o século vinte. A eletrônica conta com a eletricidade para enviar e processar informações. Entre os primeiros aparelhos eletrônicos estão os rádios. Na década de 1920 já havia programas de rádio que eram transmitidos para as casas das pessoas. A televisão, outro aparelho eletrônico, se popularizou entre as décadas de 1930 e 1950. Os primeiros computadores também foram criados durante a década de 1940.

No final do século vinte, os produtos eletrônicos ficaram menores, com a redução dos componentes em pequenos circuitos integrados, chamados chips. Esses chips tornaram viável a fabricação de computadores pessoais. Outras invenções desse século também usam circuitos integrados, como reprodutores de Cê dês e Dê vê dês, telefones celulares, câmeras digitais, tablets e muitos outros aparelhos.

Tecnologia e medicina

Também no século vinte, a ciência começou a aplicar tecnologia diretamente em seres vivos. Dispositivos elétricos foram desenvolvidos para auxiliar pessoas portadoras de deficiências. Alguns aparelhos, como os auditivos e as máquinas de hemodiálise, funcionam fóra do corpo. Outros dispositivos são implantados pelos médicos dentro do corpo, como os marca-passos, que regulam as batidas do coração.

Os cientistas aprenderam também a cortar e recompor genes. Os genes são minúsculas partes que existem no interior das células e carregam informações sobre os seres vivos. A engenharia genética pode ajudar a curar doenças e a produzir plantas resistentes a pragas.

TECNOLOGIA E INVENÇÃO. In: Britânica Escola on-line. Enciclopédia Escolar Britânica, 2018. Disponível em: https://oeds.link/2uRqno. Acesso em: 20 julho 2022.

Respostas e comentários

Orientação

Sugere-se a leitura silenciosa do texto e, logo após, a proposição de uma conversa que incentive os estudantes a compartilhar os conhecimentos interdisciplinares que tenham sobre as informações do texto, relativas às ciências naturais e humanas. Destaque aspectos como a coletividade presente nas grandes invenções e em seu aprimoramento – como o avião, que teve o brasileiro Santos Dumôn como primeiro aviador, porém o russo Sicórsqui e o inglês Whittle como idealizadores de outras partes importantes do que conhecemos hoje por aeronave. Aponte também como a guerra fomenta o desenvolvimento da tecnologia visando à competitividade pelo poder.

Apontamentos organizados em esquema manuscrito

Texto 2

Esquema. No centro da imagem, uma caixa de texto com as palavras: Tecnologia moderna. Delas, saem diversas setas apontando para todos os lados, com textos. Em sentindo horário: Tecnologia moderna: produção em massa; linha de montagem: início séc. XX: tarefas → operários; final séc. XX: tarefas → robôs. Tecnologia moderna: ar e espaço: 1901: balão dirigível. 1903: planador motorizado. 1930: helicóptero e turbina a jato. 2ª GM: foguetes com motores com oxigênio. 1957: satélite artificial. 1969: chegada do homem à Lua. Tecnologia moderna: energia: solar; eletricidade; atômica. Tecnologia moderna: eletrônicos e computadores: 1920: rádios domésticos. 1930-50: popularização das TVs. 1940: primeiros computadores. final séc. XX: chips (circuitos integrados): computadores pessoais, leitores: CDs, DVDs e celulares. Tecnologia moderna: tecn. e med.: eng. genética: criar plantas resistentes e curar doenças. dispositivos p/ pessoas com def.: dentro do corpo, ex.: marca-passos; fora do corpo: ex.: hemodiálise.

Apontamentos organizados em esquema manuscrito feito por estudante de Ensino Médio da rede particular de ensino. Arquivo pessoal.

Apontamentos organizados em quadro feito em editor de texto

Texto 3

Tecnologia e invenção (Enciclopédia Escolar Britannica on-line)
Abordagem do texto: histórica
Curiosidade: participação do Brasil Alberto Santos Dumont
Lembrete: pesquisar sobre União Soviética

Tecnologia moderna

I – Prod. em massa

linha de montagem
início séc. XX: tarefas
operários
final séc. XX: tarefas
robôs

II – Ar e espaço

1901: balão dirigível
1903: planador motorizado
1930: helicóptero e turbina a jato
2ª GM: foguetes com motores com oxigênio
1957: satélite artificial
1969: chegada do homem à Lua

III – Energia

Século XX:
en. solar
eletricidade
en. atômica
eletricidade

IV – Eletrônicos e computadores

1920: rádios domésticos
1930-50: popularização das TVs
1940: primeiros computadores
final séc. XX:
chips (circuitos integrados) → computadores pessoais, leitores de CD e DVD, celulares, câmeras digitais etc.

V – Tec. e med.

a) dispositivos p/ pessoas c/ deficiência
– dentro do corpo, ex.: marca-passos
fora do corpo, ex.: hemodiálise
b) eng. genética
– curar doenças
– criar plantas resistentes

Apontamentos organizados em quadro feito em editor de texto por estudante de Ensino Médio da rede particular de ensino. Arquivo pessoal.

Respostas e comentários

Orientação

O texto 2 aproxima-se de um esquema de mapa mental, em que as setas indicam as relações entre os conceitos. Reserve alguns momentos da aula para os estudantes reconhecerem individualmente as informações do texto e seu formato. Oriente-os a compreender as relações estabelecidas entre os conceitos, por meio da retomada coletiva dos conhecimentos do texto 1. Chame a atenção para o início, com um tópico central do qual partem os demais apontamentos. Convide-os a completar esses apontamentos, no caderno, com outras informações que considerarem relevantes.

Peça aos estudantes que observem também o texto 3, outra fórma de apontamento apresentando palavras­‑chave sobre o texto na coluna da direita, e comentários na coluna da esquerda. Deixe que os estudantes reconheçam o formato durante a leitura silenciosa do texto; depois, discuta com eles o formato e questione-os sobre qual dos dois (texto 2 ou texto 3) pareceu-lhes mais eficiente para organizar as informações do texto. É importante, nesse momento, ajudar os estudantes a construir a importância dos apontamentos para o estudo, a memorização e a posterior consulta, além de esclarecer que a escolha do formato depende da intenção do apontamento e do método de organização de cada um deles.

Ícone. Ilustração de três triângulos apontando para o lado direito, indicando a seção Atividades.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  • Antes da leitura, você levantou hipóteses sobre os textos. Retome o que tinha pensado e responda oralmente às questões a seguir.
    1. As invenções tecnológicas mencionadas no texto 1 correspondem às que você havia cogitado?
    2. Os apontamentos estão de acordo com o que você havia suposto? Por quê?

Sobre o texto 1

1. Analise as afirmações a seguir e, no caderno, corrija as incorretas.

Versão adaptada acessível

1. Analise as afirmações a seguir e corrija as incorretas.

  1. O público-alvo do texto são especialistas em tecnologia moderna.
  2. O texto contempla a evolução da tecnologia ao longo dos últimos 300 anos.
  3. Cada informação do texto é acompanhada de um julgamento sobre ela.

2. O texto é dividido em partes. Avalie as afirmações e reescreva em seu caderno a que indica corretamente a ordem dessa divisão.

Versão adaptada acessível

2. O texto é dividido em partes. Avalie as afirmações e reescreva a que indica corretamente a ordem dessa divisão.

  1. Tecnologia moderna → Tecnologia e invenção → Produção em massa, Ar e espaço, Energia, Eletrônicos e computadores, Tecnologia e medicina.
  2. Tecnologia e medicina → Tecnologia moderna → Produção em massa, Ar e espaço, Energia, Eletrônicos e computadores, Tecnologia moderna.
  3. Tecnologia e invenção → Tecnologia moderna → Produção em massa, Ar e espaço, Energia, Eletrônicos e computadores, Tecnologia e medicina.
  4. Produção em massa → Tecnologia e invenção → Ar e espaço, Energia, Eletrônicos e computadores, Tecnologia moderna, Tecnologia e medicina.
Ilustração. Um celular, um pen drive e um notebook.

3. Analise as afirmações e reescreva em seu caderno apenas a alternativa que indica corretamente o critério usado para estabelecer a ordem dessa divisão.

Versão adaptada acessível

3. Analise as afirmações e reescreva apenas a alternativa que indica corretamente o critério usado para estabelecer a ordem dessa divisão.

  1. Do mais importante para o menos importante.
  2. Do mais antigo para o mais novo.
  3. Do internacional para o nacional.
  4. Do geral para o específico.
  1. Como essa divisão é representada graficamente no texto?
  2. Releia o trecho a seguir.

Produção em massa

Os métodos atuais de fabricação conseguem produzir materiais em grande quantidade, o que é chamado de produção em massa. Uma técnica importante da produção em massa é a linha de montagem. Na linha de montagem, os operários ficam dispostos ao longo de uma esteira transportadora, e cada um é responsável por uma tarefa apenas. À medida que cada operário repete sua tarefa, o produto vai se formando. No início do século vinte, Henry Ford aperfeiçoou essa técnica para fabricar carros nos Estados Unidos.

No final do século vinte, robôs começaram a substituir pessoas nas linhas de montagem.

TECNOLOGIA E INVENÇÃO. In: Britânica Escola on-line. Enciclopédia Escolar Britânica, 2018. Disponível em: https://oeds.link/2uRqno. Acesso em: 20 julho 2022.

Respostas e comentários

Respostas pessoais.

2. Alternativa c.

3. Alternativa d.

4. Há uma variação decrescente de tamanho entre o título e os intertítulos, com recuo que se alinha ao parágrafo, o que representa a divisão do elemento mais geral até o mais específico do texto.

Respostas

b) Espera-se que os estudantes comparem brevemente os apontamentos (textos 2 e 3) com suas anotações pessoais. Essa comparação os aproxima do estudo dos textos. Ajude-os a construir essa comparação por meio do compartilhamento das impressões que tenham do texto e das experiências de apontamento que já tenham tido.

Sobre o texto 1

1. um. O público-alvo do texto em geral se interessa por tecnologia e invenções. dois. O recorte temporal do texto situa a tecnologia na modernidade, no início do século vinte. três. O texto 1 é objetivo, por isso não apresenta julgamentos, que são subjetivos, sobre as informações apresentadas.

4. É importante que os estudantes se atentem a essa hierarquia das informações, pois ela será representada de diferentes maneiras nos apontamentos dos textos 2 e 3.

Faça as atividades no caderno.

  1. Na frase “No início do século vinte, Henry Ford aperfeiçoou essa técnica para fabricar carros nos Estados Unidos.”, o trecho “essa técnica” evita a repetição de outro trecho. Qual?
  2. Considere as duas primeiras frases do texto. Que trecho da primeira frase é repetido na segunda?
  3. Reescreva a segunda frase evitando a repetição desse trecho.

Sobre os textos 1 e 2

  1. Leia atentamente o texto 2.
    1. Que informação verbal está mais destacada?
    2. Essa informação corresponde a que outra do texto 1?
    3. Que recursos visuais possibilitam esse destaque?
Ilustração. Satélite de telecomunicações com painéis de captação de energia solar e uma antena parabólica.
  1. Em torno da informação de maior destaque, há outras informações verbais.
    1. Elas correspondem a quais informações do texto 1?
    2. Que recurso gráfico liga essas informações ao elemento visual principal?
    3. No texto 1, havia uma ordem de apresentação dessas informações. No texto 2, essa ordem é representada? Explique.
  2. Releia os trechos.

Texto 1

Ar e espaço

O brasileiro Alberto Santos Dumôn construiu e pilotou o primeiro balão dirigível autêntico em 1901, contornando com ele a Torre Eiffel, em Paris. Em 1903 os irmãos Ruáit, nos Estados Unidos, construíram planadores motorizados que dependiam de ventos ou de sistemas de catapultagem para levantar voo. Nunca tiveram, no entanto, acompanhamento oficial de seus feitos; mesmo assim, seu trabalho pioneiro faz parte da fase inicial da história da aviação. No dia 23 de outubro de 1906, em Paris, novamente Santos Dumôn realizou o primeiro voo com um biplano que se elevou no ar sem utilizar rampas, catapultas, declives, ventos ou quaisquer outros meios que não fossem o seu próprio motor. A façanha foi imediatamente festejada e considerada o invento do avião. O inventor Ígor Sicórsqui, nascido na Rússia, desenvolveu nos Estados Unidos o helicóptero, por volta de 1930. Quase ao mesmo tempo, o inglês Frênqui Uítol desenvolveu turbinas a jato para aviões.

Os cientistas alemães usaram foguetes na Segunda Guerra Mundial (1939-45). Os motores dos foguetes carregam oxigênio, além de combustível, o que permite seu funcionamento no espaço sideral, onde não existe atmosfera. Depois da guerra, a então União Soviética e os Estados Unidos desenvolveram programas espaciais para transportar o homem em espaçonaves. Os soviéticos, em 1957, colocaram em órbita o primeiro satélite artificial da Terra. Os americanos foram os primeiros a pisar na Lua, em 1969.

TECNOLOGIA E INVENÇÃO. In: Britânica Escola on-line. Enciclopédia Escolar Britânica, 2018. Disponível em: https://oeds.link/2uRqno. Acesso em: 20 julho. 2022.

Respostas e comentários

5. a) Ele retoma o trecho “linha de montagem”.

5. b) O trecho repetido é produção em massa.

1. a) A informação da tecnologia moderna.

1. b) Corresponde ao primeiro intertítulo do texto 1, ao qual estão subordinados os demais.

1. c) Os elementos de inserção dentro de um boxe retangular, a posição central e o texto em bold.

2. a) Elas correspondem aos intertítulos menores, ou seja, aos tipos de tecnologia moderna.

2. b) Essas informações estão ligadas por meio de setas.

2. c) Sim. A ordem dos intertítulos menores está representada visualmente pelo sentido horário. O primeiro intertítulo menor está acima e centralizado e os demais ao redor, em sentido horário.

Respostas (continuação)

5. c) Sugestão de resposta: “Os métodos atuais de fabricação conseguem produzir materiais em grande quantidade, o que é chamado de produção em massa. Uma técnica importante desse tipo de produção é a linha de montagem”.

Faça as atividades no caderno.

Texto 2

Esquema. À esquerda, as palavras: ar e espaço. Delas saem seis setas. De cima para baixo: 1901: balão dirigível. 1903: planador motorizado. 1930: helicóptero e turbina a jato. 2ª GM: foguetes com motores com oxigênio. 1957: satélite artificial. 1969: chegada do homem à Lua.

Apontamentos organizados em esquema manuscrito feito por estudante de Ensino Médio da rede particular de ensino. Arquivo pessoal.

  1. No trecho do texto 1, há um intertítulo antes dos parágrafos. O que justifica o uso dele?
  2. De que maneira essa justificativa é representada no trecho do texto 2?
  3. A divisão de parágrafos do trecho do texto 1 é de algum modo representada no trecho do texto 2?
  4. No trecho do texto 1, as informações dos parágrafos estão ordenadas segundo uma lógica. Qual?
  5. Essa lógica permanece no texto 2? Explique.
  1. No texto 2, há representações gráficas como “2ªgê ême”, séc.” e “ex.”.
    1. Como é chamado esse tipo de representação gráfica?
    2. Qual é a sua função?
    3. Considerando essa função, por que essas palavras foram usadas no texto 2?
    4. A que expressão do texto 1 refere-se a representação “2ªgê ême”?

Sobre o texto 3

  1. O texto 3 apresenta três colunas.
    1. Qual é a função da primeira coluna à esquerda?
    2. E da coluna ao meio?
    3. E da terceira coluna à esquerda?
  2. Como o texto 3 preservou a ordem das informações do texto 1?

Sobre os textos 2 e 3

Em apontamentos, é comum usar sinais gráficos e outras ferramentas para registrar e organizar informações da fórma mais breve possível. Há recursos desse tipo em comum nos textos 2 e 3?

Respostas e comentários

3. a) O intertítulo foi usado para indicar o tema central das informações mencionadas nos parágrafos.

3. b) Essa subordinação está indicada visualmente pela separação entre ar e espaço (à esquerda e centralizado) e as demais informações (à direita), e também por meio das setas que ligam ar e espaço às informações.

3. c) Não. No texto 1, há uma quebra de parágrafo após os dados dos anos 1930. No apontamento, esses dados são organizados em sequência cronológica e sem quebras entre eles.

3. d) As informações estão em ordem cronológica.

3. e) Sim, a ordem cronológica permanece. As inovações tecnológicas são precedidas pelas datas, organizadas numa sequência cronológica de cima para baixo.

4. a) Chama-se abreviatura.

4. b) A abreviatura é usada para fazer reduções de palavras ou locução.

4. c) As abreviaturas foram usadas no apontamento, pois estão de acordo com a brevidade característica desse gênero.

4. d) A representação (abreviatura) 2ªgê ême refere-se a “Segunda Guerra Mundial”.

Sim. No texto 2 e no 3, foram usadas setas e abreviaturas.

Respostas

Sobre o texto 3

1. a) A coluna à esquerda foi usada para registrar o título do texto/conteúdo que será usado como base da pesquisa/estudo para fazer os apontamentos.

b) A coluna do meio apresenta anotações em tópicos, sobre o conteúdo que será pesquisado/estudado.

c) Apresenta apontamentos, com palavras­‑chave, sobre o conteúdo que foi pesquisado/estudado.

2. Por meio da sequência dos intertítulos igual à do texto 1. Além disso, esse ordenamento foi reforçado por algarismos romanos.

O gênero em foco

Apontamentos

Apontamento é uma síntese escrita de algo que foi lido, ouvido ou assistido. Também chamado de anotação, nota ou tomada de nota, esse gênero textual apresenta variadas formas, todas elas, porém, com o mesmo objetivo: reter e organizar informações a serem usadas posteriormente para determinado fim (estudo, aula, seminário, palestra, base para a escrita de outro gênero textual etcétera).

Os tipos de apontamento mais usuais são: o linear e o modular. Para entendê-los, vamos usar o trecho da notícia a seguir para dar exemplos de cada um.

Tecnologia acessível impulsiona surgimento de produtos inovadores – e também dos perigosos

As mesmas técnicas e componentes que geram dispositivos inteligentes úteis e benéficos à humanidade podem criar armas perigosas. Lidar com essa dicotomia é um grande desafio

reticências

Os sistemas de inteligência artificial estão cada vez mais capazes de gerar áudios e vídeos críveis por conta própria. Isso vai acelerar o processo de realidade virtual, jogos on-line e animação de filmes. Mas também tornará mais fácil para pessoas mal-intencionadas a divulgação de informações erradas on-line reticências.

Fotografia. Em primeiro, plano, um drone, dispositivo eletrônico radiocontrolado em formato geométrico. Ele paira sobre uma  escadaria que está à direita da imagem. À esquerda, um jovem que veste camiseta e calças jeans observa o drone a distância.
Teste de drone na Califórnia, nos Estados Unidos, em 2018.

méts kêidi . Tecnologia acessível impulsiona surgimento de produtos inovadores – e também dos perigosos. Gazeta do Povo, 10 março 2018. Disponível em: https://oeds.link/TGkMNO. Acesso em: 15 abril 2022.

Apontamento linear

No apontamento linear, as informações são selecionadas e anotadas na ordem em que são recebidas e a lógica entre elas não necessariamente é explicitada. Em outras palavras, é a seleção linear das informações principais do texto segundo critérios do anotador.

Nesse tipo de apontamento, é comum dividir a página em ao menos duas colunas: uma para as informações do texto-fonte e outra para comentários pessoais do anotador.

Confira o exemplo a seguir.

Ilustração. À esquerda, dentro de um boxe em formato de página de bloco de notas, o texto está dividido em duas colunas. Primeira coluna - Inteligência artificial: inteligência dos computadores; Informações mentirosas: fake news? Segunda coluna - Inteligência artificial (IA):  sistemas de (IA) mais desenvolvidos  capazes de gerar áudios e vídeos com alto grau de realidade +: melhoria: realidade virtual, jogos, animações -: produção de informações mentirosas. À direita, um bloco de notas com um diagrama composto de formas retangulares coloridas dispostas em colunas.
Respostas e comentários

Sobre O gênero em foco

Esta seção apresenta o gênero apontamento como enfoque de estudo. Procure abordar as características e a estrutura desse gênero de fórma prática, por meio da leitura e da análise da reportagem apresentada e dos textos de leitura da Unidade.

Sobre Apontamentos

Dar enfoque ao estudo do apontamento como gênero ajuda os estudantes a pensar na organização dos próprios estudos. Reforce a importância da anotação para a memorização e a aprendizagem e ajude-os a sistematizar os conceitos apresentados, para evitar que façam apontamentos sem método. Qualquer fórma de apontamento que eles possam fazer não deve ser desvalidado, mas aprimorado.

Apontamento modular

No apontamento modular, as informações são organizadas em módulos, ou seja, a partir de elementos centrais que geram desdobramentos: exemplos, oposições etcétera O apontamento modular pode ser de dois tipos:

A organização das informações pode ser do tipo entroncamento de oposições: o módulo fica à esquerda da página e seus desdobramentos, à direita. Esses desdobramentos, porém, devem ser estruturados por oposições. Outra possibilidade é o tipo arborescente, em que a organização das informações na página lembra uma árvore, sendo o módulo, o tronco, e seus desdobramentos, os galhos. O módulo fica no centro da página e os desdobramentos e as informações complementares ficam em torno dele, como no exemplo a seguir.

Esquema. Centralizado, o texto: Evolução da inteligência artificial. Dele, saem setas com os seguintes textos: Def.: Inteligência dos computadores. Pró: Melhoria: realidade, virtual, games, animações. Contra: Produção de inf. falsas. Ilustração. Uma borracha, um bloco de notas e uma caneta.
A linguagem do apontamento

Confira algumas dicas para que seu apontamento seja breve, mas sempre compreensível.

Utilize palavras-chave: elas condensam etapas ou ideias essenciais do texto (energia atômica, eletricidade, linha de montagem, tecnologia etcétera).

Empregue palavras genéricas: sinônimos e coletivos ajudam a resumir informações sem comprometer o sentido (veículos, produtos eletrônicos, produtos inovadores etcétera).

Use orações formadas de sujeito + predicado: elas evitam que as palavras fiquem soltas, sem sentido.

Abrevie: perceba que nos modelos anteriores foram usadas abreviaturas. Entre as mais usadas, estão: ex. (exemplo), ême tê ô (muito), quê quê (qualquer) e quê dê ó (quando).

Abuse de símbolos lógicos: nos modelos anteriores, foram usados os símbolos mais e . Além desses, outros usados são: > e <, = e .

Como você faria os apontamentos dessa seção?

Respostas e comentários

Orientação

Questione os estudantes sobre qual tipo de apontamento estão habituados a fazer, se linear ou modular, e comente com eles sobre a funcionalidade de cada um. Registre na lousa os conceitos apresentados no item Apontamentos: é possível, para tanto, usar a metalinguagem e registrar tanto de fórma linear quanto modular, de acordo com a exposição teórica, solicitando aos estudantes que completem esses registros com as informações que considerarem relevantes.

Sobre A linguagem do apontamento

Mostre aos estudantes como a objetividade e a concisão são importantes. Com base na tabela apresentada, ajude-os a identificar nos textos lidos as palavras-chave, as genéricas, o sujeito e o predicado, as abreviaturas e os símbolos lógicos. Se possível, apresente outros textos a eles, previamente selecionados, sobre um tema em pauta na atualidade, para que realizem apontamentos.

Oralidade

Exposição oral

Agora que você aprendeu as principais características do apontamento, chegou a hora de usá-lo como ferramenta para uma exposição oral. Aproveitando que o texto de Leitura 1 foi dedicado à tecnologia, você irá escolher algum assunto ligado a essa área, como a evolução dos videogames, o uso de drones para monitoramento urbano ou qualquer outro de sua preferência, desde que dentro do campo da tecnologia.

Fotografia. Turma de estudantes em uma sala de aula. À esquerda, seis jovens estão sentados em carteiras dispostas lado a lado. Todos estão olhando na direção de um jovem, à direita da imagem, que está em pé, vestindo camisa xadrez e calças jeans, com um tablet em uma das mãos, fazendo uma apresentação. Ao fundo, janelas envidraçadas permitem a entrada da luz natural no ambiente.
Durante uma exposição oral, você pode ter um apontamento à mão, mas isso não pode restringir sua desenvoltura nem impedir o contato visual com o público.

Etapa 1: Escolha do tema e preparação do apontamento

  1. Ao escolher o tema, tenha cuidado para não ser abrangente demais, pois isso pode deixar sua pesquisa pouco consistente, já que não haverá como se aprofundar em tudo durante o tempo de exposição. Prefira temas mais restritos, que possibilitem algum aprofundamento. Por exemplo: se o tema geral for a evolução dos videogames, escolha um elemento dessa evolução, como o desenvolvimento da jogabilidade ou da qualidade gráfica.
  2. Escolhido o tema, consulte fontes diversas: livros, sites, revistas impressas. Se julgar interessante, selecione imagens ou áudios para ilustrar sua apresentação. Lembre-se de selecionar fontes confiáveis, como portais de conteúdo sérios, sites de institutos, organizações reconhecidasetcétera
  3. Estude o material de pesquisa com profundidade e, em seguida, selecione as informações centrais que farão parte de sua exposição oral.
  4. Sua exposição deverá ter uma progressão lógica, por isso utilize critérios de organização, como: do geral para o específico ou ordem cronológica.
  5. A organização das informações deve ser feita em um apontamento cujo modelo será o de sua preferência: linear ou modular. Ambos os modelos têm ferramentas que possibilitam a organização das informações de fórma hierárquica. No modular arborescente, por exemplo, a informação mais geral fica em um boxe bem ao centro da página e as mais específicas, em torno dele.
  6. Lembre-se de que o apontamento é enxuto, pois contém apenas o essencial. Por isso, cuide para não inserir muitas informações. Além disso, lembre-se de usar abreviaturas, sinais gráficos, entre outros elementos que facilitam o registro de informações de fórma enxuta.
  7. Seja qual for o modelo, lembre-se de que o propósito desse apontamento é uma exposição oral, portanto tudo o que nele estiver deve ser uma espécie de tópico central do que você vai expor oralmente e não material para leitura em voz alta. Desse modo, registre nele apenas palavras-chave e frases breves que sirvam de lembrete e não de fonte para leitura.
Respostas e comentários

Orientação

Leia com os estudantes a proposta. A pesquisa pode ser desenvolvida junto com o professor do componente Ciências. Organize previamente algumas orientações de pesquisa para eles: levante conjuntamente os temas que eles têm em mente sobre a tecnologia, especifique a necessidade de as fontes de pesquisa serem confiáveis, defina se essa será uma tarefa a ser realizada em casa ou na sala de aula. Pondere também com os estudantes os recursos que utilizarão para a apresentação oral, pois isso pode ser importante no momento da elaboração do material e dos apontamentos. Defina as datas das apresentações e um tempo para cada uma delas, de modo que não se torne uma atividade extensa ou maçante. Se considerar necessário, retome a estrutura do gênero apontamento, apresentada na subseção O gênero em foco, de modo que o foco esteja nessas anotações e não apenas na apresentação oral. Oriente os estudantes sobre a necessidade de usá-las.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(ê éfe seis nove éle pê três oito) Organizar os dados e informações pesquisados em painéis ou slides de apresentação, levando em conta o contexto de produção, o tempo disponível, as características do gênero apresentação oral, a multissemiose, as mídias e tecnologias que serão utilizadas, ensaiar a apresentação, considerando também elementos paralinguísticos e cinésicos e proceder à exposição oral de resultados de estudos e pesquisas, no tempo determinado, a partir do planejamento e da definição de diferentes fórmas de uso da fala – memorizada, com apoio da leitura ou fala espontânea.

(ê éfe seis nove éle pê três nove) Definir o recorte temático da entrevista e o entrevistado, levantar informações sobre o entrevistado e sobre o tema da entrevista, elaborar roteiro de perguntas, realizar entrevista, a partir do roteiro, abrindo possibilidades para fazer perguntas a partir da resposta, se o contexto permitir, tomar nota, gravar ou salvar a entrevista e usar adequadamente as informações obtidas, de acordo com os objetivos estabelecidos.

(ê éfe seis nove éle pê quatro um) Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo e usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visualização, topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens, inserindo de fórma adequada imagens, gráficos, tabelas, fórmas e elementos gráficos, dimensionando a quantidade de texto (e imagem) por ­slide, usando progressivamente e de fórma harmônica recursos mais sofisticados como efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados etcétera

(ê éfe oito nove éle pê dois oito) Tomar nota de videoaulas, aulas digitais, apresentações multimídias, vídeos de divulgação científica, documentários e afins, identificando, em função dos objetivos, informações principais para apoio ao estudo e realizando, quando necessário, uma síntese final que destaque e reorganize os pontos ou conceitos centrais e suas relações e que, em alguns casos, seja acompanhada de reflexões pessoais, que podem conter dúvidas, questionamentos, considerações etcétera

8. Revise seu apontamento checando se as informações estão organizadas de modo a auxiliar na apresentação planejada por você.

Etapa 2: Tratamento do material audiovisual

  1. Caso tenha optado por apoio audiovisual, escolha materiais com boa qualidade técnica que ofereçam boa reprodução. Materiais de baixa qualidade técnica podem até ser usados, desde que muito relevantes para ilustrar determinada informação; por exemplo, o registro das primeiras gravações de rádio para exemplificar os primórdios dessa tecnologia.
  2. Crie um arquivo de exposição e grave nele os materiais na ordem em que serão usados na apresentação. Não se esqueça de citar as fontes dos materiais.

Etapa 3: Apresentação

  1. Tenha seu apontamento à mão.
  2. Caso utilize materiais audiovisuais de apoio, teste-os com certa antecedência para evitar problemas na apresentação.
  3. Feitos os testes, inicie a exposição apresentando-se e cumprimentando o público. Lembre-se de que você deve ser ouvido por toda a turma.
  4. A exemplo da voz, sua postura corporal deve transmitir segurança. Portanto, evite encostar-se à lousa ou ficar sentado. Permaneça em pé e, caso se sinta confortável, gesticule, afinal o corpo é também um instrumento de comunicação.
  5. Introduza o tema da pesquisa e faça uma síntese do que será apresentado. Por exemplo: “A apresentação tratará da evolução gráfica dos videogames. Inicialmente, será feito um panorama histórico dos videogames. Depois, serão exibidas rapidamente imagens de jogos ao longo dos tempos para proporcionar uma primeira percepção da evolução gráfica. Por fim, cada imagem será comentada com base na explicação da tecnologia gráfica usada naquele jogo.”.
  6. Consulte seu apontamento para conduzir a apresentação. Recorra a ele no início de cada etapa ou para citar exemplos pontuais. Como se trata de uma apresentação oral, é muito importante manter contato visual com o público.
  7. Abra espaço para que a turma faça perguntas e esclareça dúvidas a respeito do que foi apresentado.
  8. Por fim, encerre sua apresentação agradecendo ao público e abrindo espaço para responder possíveis dúvidas.

Etapa 4: Avaliação

Depois das apresentações de todos os estudantes e com a orientação do professor, avalie a atividade de acordo com os critérios a seguir.

  • O apontamento foi seguido na apresentação?
  • Se foi seguido, ele contribuiu para uma apresentação ordenada e consistente?
  • Houve outros elementos pesquisados que poderiam ter sido incluídos no apontamento?
  • Os materiais audiovisuais de apoio contribuíram para complementar a apresentação?
  • Houve pontos da apresentação que ficaram pouco claros para o público?
  • Em caso de dúvidas da plateia, o expositor soube saná-las?
  • A voz e a postura corporal transmitiram clareza e segurança ao público?
  • O público se mostrou interessado ao longo da apresentação?
  • Caso a atividade fosse repetida, que pontos poderiam ser melhorados?
Respostas e comentários

Orientação

Organize a ordem de apresentação dos estudantes e responsabilize um deles (ou toda a turma) por controlar o tempo estipulado para cada apresentação. Leia com os estudantes os itens propostos na Etapa 3 e, se necessário, estabeleçam outras regras importantes que estejam adequadas ao contexto da turma. Em relação à avaliação, os itens apresentados nela podem ser colocados em um quadro, com critérios para cada nota combinados com a turma. A avaliação pode ser realizada pelos próprios estudantes, logo após cada apresentação, ou mesmo feita em fórma de autoavaliação, a depender de sua intenção com a atividade. Independentemente da estratégia adotada, é importante fazer uma avaliação coletiva ao final das apresentações, para verificar a necessidade de aprimoramentos tanto das apresentações quanto dos apontamentos.

Conhecimentos linguísticos e gramaticais 1

Faça as atividades no caderno.

Afirmar, negar e pôr em dúvida

1. A seguir, é apresentado um trecho do verbete de enciclopédia utilizado na seção anterior e uma versão modificada dele. Leia-os.

Texto 1

Os métodos atuais de fabricação conseguem produzir materiais em grande quantidade, o que é chamado de produção em massa. Uma técnica importante da produção em massa é a linha de montagem. Na linha de montagem, os operários ficam dispostos ao longo de uma esteira transportadora, e cada um é responsável por uma tarefa apenas. À medida que cada operário repete sua tarefa, o produto vai se formando. No início do século vinte, Henry Ford aperfeiçoou essa técnica para fabricar carros nos Estados Unidos.

TECNOLOGIA E INVENÇÃO. In: Britânica Escola on láine. Enciclopédia Escolar Britânica, 2018. Disponível em: https://oeds.link/2uRqno. Acesso em: 20 julho. 2022.

Texto 2

Reconhecidamente, os métodos atuais de fabricação conseguem produzir materiais em grande quantidade, o que é chamado produção em massa. Uma técnica muito importante de produção em massa é, sem dúvida, a linha de montagem. Na linha de montagem, os operários ficam dispostos ao longo de uma esteira transportadora, e cada um é responsável por uma tarefa apenas. À medida que cada operário repete sua tarefa, o produto vai, obviamente, se formando. No início do século vinte, Henry Ford aperfeiçoou, inegavelmente, essa técnica para fabricar carros nos Estados Unidos.

Reescrita do texto 1.

  1. Ao texto 2, algumas palavras foram acrescidas. Quais são?
  2. Asseverar significa declarar algo com segurança, dar algo como certo. Qual dos dois textos parece mais asseverativo? Por quê?
Respostas e comentários

1. a) No texto 2 há acréscimo das palavras reconhecidamente, sem dúvida, obviamente e inegavelmente.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(ê éfe seis nove éle pê quatro um) Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo e usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visualização, topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens, inserindo de fórma adequada imagens, gráficos, tabelas, fórmas e elementos gráficos, dimensionando a quantidade de texto (e imagem) por slide, usando progressivamente e de fórma harmônica recursos mais sofisticados como efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados etcétera

(ê éfe seis nove éle pê quatro dois) Analisar a construção composicional dos textos pertencentes a gêneros relacionados à divulgação de conhecimentos: título, (olho), introdução, divisão do texto em subtítulos, imagens ilustrativas de conceitos, relações, ou resultados complexos (fotos, ilustrações, esquemas, gráficos, infográficos, diagramas, figuras, tabelas, mapas) etcétera, exposição, contendo definições, descrições, comparações, enumerações, exemplificações e remissões a conceitos e relações por meio de notas de rodapé, boxes ou links; ou título, contextualização do campo, ordenação temporal ou temática por tema ou subtema, intercalação de trechos verbais com fotos, ilustrações, áudios, vídeos etcétera e reconhecer traços da linguagem dos textos de divulgação científica, fazendo uso consciente das estratégias de impessoalização da linguagem (ou de pessoalização, se o tipo de publicação e objetivos assim o demandarem, como em alguns podcasts e vídeos de divulgação científica), 3ª pessoa, presente atemporal, recurso à citação, uso de vocabulário técnico/especializado etcétera, como fórma de ampliar suas capacidades de compreensão e produção de textos nesses gêneros.

(ê éfe oito nove éle pê três um) Analisar e utilizar modalização epistêmica, isto é, modos de indicar uma avaliação sobre o valor de verdade e as condições de verdade de uma proposição, tais como os asseverativos – quando se concorda com (“realmente, evidentemente, naturalmente, efetivamente, claro, certo, lógico, sem dúvida” etcétera) ou discorda de (“de jeito nenhum, de fórma alguma”) uma ideia; e os quase-asseverativos, que indicam que se considera o conteú­do como quase certo (“talvez, assim, possivelmente, provavelmente, eventualmente”).

(ê éfe zero oito éle pê um zero) Interpretar, em textos lidos ou de produção própria, efeitos de sentido de modificadores do verbo (adjuntos adverbiais – advérbios e expressões ­adverbiais), usando-os para enriquecer seus próprios textos.

(ê éfe zero oito éle pê um seis) Explicar os efeitos de sentido do uso, em textos, de estratégias de modalização e argumentatividade (sinais de pontuação, adjetivos, substantivos, expressões de grau, verbos e perífrases verbais, advérbios etcétera).

Respostas

1. b) Espera-se que o estudante identifique que as palavras acrescidas tornam o texto mais afirmativo.

Faça as atividades no caderno.

2. Leia a tirinha.

Tirinha. Em três cenas. Personagens: Linus, menino com poucos fiapos de cabelos, vestindo casaco vermelho e calça comprida cinza. Lucy, menina de cabelos pretos, de boina roxa e mochila nas costas, vestindo casaco rosa, calça comprida roxa listrada de preto. Cena 1. À esquerda, parte da estrutura de uma casa. À direita, Linus e Lucy estão caminhando para a direita em um terreno gramado.  Linus diz: EU ACHO QUE NÃO DEVIA IR MAIS À ESCOLA... Cena 2. Os dois continuam caminhando. Ao fundo, uma cerca. Linus diz: EM VEZ DE FICAR MAIS SABIDO, EU ESTOU FICANDO CADA DIA MAIS BURRO... Cena 3. Linus e Luxu estão parados em um ponto de ônibus. Do lado direito, uma caixa de correio azul. Linus diz: EU ACHO QUE MAIS UM MÊS E EU VOU FICAR TOTALMENTE BURRO...

chuls charles Ém Minduim. O Estado de São Paulo, São Paulo, 15 setembro 2013. Caderno 2, página C6.

  1. Ao explicar o motivo para não ir mais à escola, Linus apresenta uma oposição de ideais em relação à escola. Que oposição é essa?
  2. Linus parece ter certeza de que não deve ir mais à escola? Justifique sua resposta.

Modalizadores

Sempre que usa a língua, o falante expressa sua fórma de ver o mundo, seja dando uma opinião, seja mostrando seu posicionamento ou sentimento em relação ao que fala.

A língua oferece diferentes recursos para tanto: é possível usar adjetivos, verbos e advérbios para mostrar que o conteúdo de um enunciado é verdadeiro, falso, possível, provável, necessário, obrigatório, urgente, lamentável, surpreendente etcétera Entre esses recursos estão os chamados modalizadores.

Modalizadores são palavras que atuam como indicadores da posição que o falante tem sobre o que diz e sobre o ato de dizer.

Vejamos mais de perto como é possível afirmar algo com muita certeza ou colocar em dúvida o que falamos. Leia os enunciados a seguir.

Realmente a prova estava muito difícil.

Provavelmente a seleção brasileira chegará à final.

Sem dúvida esta é a matéria mais difícil da matemática.

De jeito nenhum eu faltarei à escola amanhã.

As palavras destacadas carregam um julgamento do enunciador sobre o que está dito no enunciado. Elas avaliam se há certeza ou dúvida sobre o que se fala. Repare que é possível afirmar ou negar algo com certeza ou demonstrar dúvida. Nos exemplos apresentados, realmente e sem dúvida afirmam com certeza que a prova estava muito difícil e que determinada matéria é a mais difícil da matemática; de jeito nenhum, por outro lado, nega com certeza a falta à escola no dia seguinte; já provavelmente deixa entender que o enunciador tem dúvidas sobre o que diz, ou seja, ele não tem certeza se a seleção brasileira chegará à final.

Retomando a atividade 1, que abriu esta seção, notamos que o texto 2 apresentava vários modalizadores que atribuíam certeza aos enunciados.

Respostas e comentários

2. a) Ficar sabido/ficar mais burro.

2. b) Não. Ele diz que acha que não deve ir mais à escola, ou seja, é uma hipótese, uma possibilidade.

Orientação

Na tirinha, a personagem emprega um modalizador epistêmico expressando dúvida: “eu acho que”. Peça aos estudantes que utilizem um modalizador que indique certeza, como “estou certo de que”, “tenho certeza de que”, “não tenho dúvida de que” etcétera, e analisem a diferença de sentido.

Sobre Modalizadores

Conforme vimos anteriormente, o uso que fazemos da língua em nossos atos comunicativos é sempre mediado por intenções: explicitar certeza, dúvida, obrigatoriedade, sentimentos, entre outros. Essa expressão do ponto de vista é o que chamamos de modalização, marcas no discurso que nos permitem perceber a posição do enunciador a respeito das informações que ele expressa. Além dos modos verbais, são utilizados como modalizadores do discurso: verbos auxiliares (poder, dever), adjetivos, advérbios, entre outros. Nesta Unidade, tratamos da modalização epistêmica, que ocorre quando o enunciador expressa uma avaliação sobre o valor de verdade de uma proposição. Essa avaliação pode ser asseverativa, quando se considera verdadeiro o conteúdo da proposição, quase­‑asseverativa, quando se considera quase certo o conteúdo ou uma hipótese a ser confirmada, ou delimitadora, quando se considera parcialmente verdadeiro o que foi dito. Essas classificações não precisam ser repassadas ao estudante, basta que ele conheça e identifique nos textos que lê os muitos recursos de modalização e os efeitos de sentido que eles provocam.

Indicação de livro

Para saber mais sobre modalizadores, veja CASTILHO, á tê; CASTILHO, cê ême ême de. Advérbios modalizadores. In: ILARI, Rodolfo (organizador). Gramática do português falado. segunda edição revista. Campinas: Unicamp, 2002. volume dois: Níveis de Análise Linguística.

Faça as atividades no caderno.

Releia:

Reconhecidamente, os métodos atuais de fabricação conseguem produzir materiais em grande quantidade, o que é chamado produção em massa. Uma técnica muito importante de produção em massa é, sem dúvida, a linha de montagem. Na linha de montagem, os operários ficam dispostos ao longo de uma esteira transportadora, e cada um é responsável por uma tarefa apenas. À medida que cada operário repete sua tarefa, o produto vai, obviamente, se formando. No início do século vinte, Henry Ford aperfeiçoou, inegavelmente, essa técnica para fabricar carros nos Estados Unidos.

Reescrita do texto 1.

As palavras em destaque expressam uma avaliação, um julgamento do enunciador sobre o que está sendo dito. No exercício, você conheceu a palavra asseverar, que significa declarar algo com segurança, e foi convidado a refletir sobre qual dos dois textos é mais asseverativo. O texto 2, por apresentar modalizadores que indicam a verdade e a certeza do enunciador sobre o que diz, é o mais asseverativo. Perceba que reconhecidamente, sem dúvida, obviamente e inegavelmente são afirmativos em relação aos enunciados que seguem.

A fala de Linus, no primeiro quadrinho, apresenta uma afirmação, “eu acho que não devia ir mais à escola”, mas ele não aparenta ter certeza do que diz, por isso esse enunciado é acompanhado de um modalizador de dúvida, eu acho. O mesmo acontece no último quadrinho, em que afirma, sem ter certeza, que em mais um mês ele ficará totalmente burro; essa incerteza é marcada pelo mesmo modalizador, eu acho.

Resumindo: na língua portuguesa há certos modalizadores que possibilitam ao enunciador avaliar o que está sendo dito no enunciado. Essas palavras ou expressões marcam certeza ou dúvida e podem ser classificadas em:

  • afirmativas: realmente, certamente, inegavelmente, indubitavelmente, reconhecidamente, evidentemente, obviamente, seguramente, entre outras;
  • negativas: de fórma alguma, de maneira nenhuma, de jeito nenhum, coisa nenhuma, entre outras;
  • de dúvida: talvez, possivelmente, provavelmente, eventualmente, porventura, quiçá, entre outras.

A qual classe de palavras pertencem os modalizadores listados?

Respostas e comentários

São advérbios ou locuções adverbiais.

Sugestão

Como muitos advérbios são empregados como modalizadores, é oportuno fazer uma revisão dessa classe gramatical, compondo com os estudantes uma lista de advérbios e locuções adverbiais para que os empreguem em outros textos e ampliem seu vocabulário. Por exemplo, poderiam retomar o texto da página 276: “Os sistemas de inteligência artificial estão cada vez mais capazes de gerar áudios e vídeos críveis por conta própria. Isso vai acelerar o processo de realidade virtual, jogos on-line e animação de filmes. Mas também tornará mais fácil para pessoas mal-intencionadas a divulgação de informações erradas on-line”, e um grupo lhe acrescentaria modalizadores asseverativos, e outro grupo, modalizadores que expressam dúvida ou hipótese. Outra possibilidade é que, com base em um tema atual, uma questão seja proposta para os diferentes grupos se posicionarem e produzirem um texto com predominância de um tipo de modalizador.

Ícone. Ilustração de três triângulos apontando para o lado direito, indicando a seção Atividades.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. O trecho a seguir é parte da coluna de jornal da psicóloga Vera Iaconelli. Nele, a autora reflete sobre seu gosto por futebol. Leia-o para responder às questões.

Minhas questões sobre o futebol

Você ama seu time? Passa grande parte do tempo, depois do jogo, pensando nas piadas que fará com os colegas de trabalho, se tiver ganho, e pensando nas respostas que dará às piadas que farão com você, se tiver perdido? Então, é para você mesmo que eu quero fazer algumas perguntas.

Ao longo dos anos, fui me dando conta de que eu só gostava do futebol e abstraía os times. Lamentava, quando uma bela jogada não era finalizada, mesmo que fosse do time adversário. No final não tinha jeito, eu acabava torcendo pelo futebol e não pelos clubes. Como se o futebol pudesse realmente ser um espetáculo de esporte e aquela baboseira de “que vença o melhor” tivesse valor.

reticências

A pergunta que não quer calar: posso ser considerada torcedora de futebol, mesmo se eu não for fiel a um time?

IACONELLI, Vera. Minhas questões sobre futebol. Folha de São Paulo, São Paulo, 17 junho 2018. Caderno Esporte – Especial, página 3.

  1. No primeiro parágrafo, a autora se dirige ao leitor. Que recursos são utilizados para isso?
  2. Ao explicar sua relação com o futebol, a autora utiliza um modalizador. Qual é este modalizador e qual é a sua importância no enunciado em que aparece?

2. Leia a tirinha do Garfield.

Tirinha. Em três cenas. Personagem: Garfield, um gato alaranjado com listras pretas. Ele está em pé sobre uma calçada de cimento, diante de um terreno gramado, voltado para a esquerda. Cena 1. Garfield está com o braço direito estendido para a frente e apontando com um dedo para a esquerda. Os olhos estão bem abertos e a boca voltada para cima. Ele pensa: A LIZ ESTÁ CHEGANDO. Cena 2. Com os dois braços voltados para baixo, próximos ao corpo, ele diz: E JON FOI CORRENDO ABRAÇAR ELA. Cena 3. Garfield está com os olhos quase totalmente fechados, a boca voltada para baixo, em uma expressão decepcionada. Ele pensa: TALVEZ TIVESSE SIDO MELHOR SE ELE TIVESSE ESPERADO O CARRO DELA PARAR. À sua frente, o som de TUM.

dêivis dim. Garfield. Folha de São Paulo, São Paulo, 8 maio 2015. Ilustrada, página C13.

  1. No último quadro, há uma figura de linguagem e um elemento não verbal que indicam o que acontece com a personagem Jon. Que elementos são esses?
  2. A última fala de Garfield é uma hipótese. Qual é o modo verbal utilizado com o verbo ter? Por que esse modo verbal foi utilizado?
  3. O sentido produzido pela utilização desse modo verbal é também reforçado pelo uso de um modalizador. Qual é esse modalizador e o que ele indica?
Respostas e comentários

1. a) Uma pergunta no início do parágrafo e o uso de você ao final do parágrafo.

1. b) O modalizador é realmente. Sua importância está em atribuir um valor de certeza ao fato de o futebol poder ser visto como um espetáculo de esporte, o que justifica sua atitude de gostar do esporte sem ser torcedora de um time apenas.

2. a) A onomatopeia Tum, os três traços representando um ruído e a expressão facial de Garfield.

2. b) Subjuntivo. Porque ele indica hipótese.

2. c) Talvez. Indica dúvida.

Sugestões

Na atividade 2, a tirinha produz, por meio do advérbio modalizador talvez, um efeito de ironia na fala de Garfield. Além da expressão de dúvida, a ironia pode ser percebida com o emprego desse modalizador, associado ao emprego da onomatopeia e dos recursos gráficos do último quadrinho. Procure orientar a observação dos estudantes para esses recursos, a fim de que consigam responder a uma questão deste tipo: “Por que podemos dizer que a fala de Garfield é irônica?”.

Leitura 2

Ícone. Tema contemporâneo transversal: Ciência e tecnologia.

Contexto

Você vai ler uma entrevista concedida pelo médico e pesquisador brasileiro Miguel Nicolelis (1961-) ao site de uma revista. Ele comenta a evolução de seus trabalhos e detalha uma pesquisa liderada por ele, que possibilitou a comunicação entre os cérebros de dois ratos.

Guilherme Rosa e Miguel Nicolelis

AUTORIA

Guilherme Rosa é jornalista formado pela Universidade de São Paulo (úspi). Trabalhou para a revista Galileu e para o site da revista Veja na editoria de Ciência.

Miguel Nicolelis é médico e neurocientista, considerado referência mundial em pesquisas sobre a comunicação entre cérebro e computadores.

Antes de ler

Considerando o tema da entrevista, responda:

  • O conteúdo será compreensível só por cientistas?
  • Leia o título da entrevista e levante uma hipótese que justifique a escolha de uma fala específica do entrevistado como título da entrevista.

Uma rede de cérebros seria capaz de realizar tarefas que um computador normal não faria

Ciência

“Uma rede de cérebros seria capaz de realizar tarefas que um computador normal não faria”

Em entrevista ao site de VEJA, o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis fala sobre as possibilidades criadas pela pesquisa na qual sua equipe conseguiu conectar remotamente os neurônios de dois ratos

Por Guilherme Rosa

28 fevereiro 2013

Fotografia. Homem meio calvo de óculos, de cabelos, barba e bigode grisalhos vestindo camisa azul e calça jeans. Ele está com o braço direito semiflexionado à altura do peito e segura um microfone sem fio, posicionando-o próximo do rosto, e seu braço esquerdo está semiflexionado para a frente, com a mão espalmada para cima. Ao fundo, cor azul-escura.
Miguel Nicolelis em fotografia de 2015.

Nesta quinta-feira, o neurocientista Miguel Nicolelis lançou sua mais nova pesquisa na revista Scientific Reports. Desta vez, o brasileiro demonstrou a possibilidade de transmitir informações entre os cérebros de dois ratos. Após ter instalado eletrodosglossário na cabeça dos animais, a equipe liderada pelo pesquisador conseguiu transmitir os sinais elétricos gerados pelos neurônios de um dos cérebros para o outro, fazendo os ratos agirem em colaboração – mesmo quando separados por um continente.

Essa pesquisa foi realizada ao mesmo tempo, e publicada duas semanas depois de outra que estudava a capacidade de ratos sentirem a luz infravermelhaglossário . Por meio de sensores infravermelhos instalados na cabeça do animal e eletrodos ligados ao seu córtex tátilglossário , os pesquisadores conseguiram criar um novo sentido. Segundo Miguel Nicolelis, as duas pesquisas tinham como objetivo medir os limites da plasticidade cerebral, a capacidade de o cérebro se adaptar a novos estímulos e interpretar sinais que nunca havia recebido antes. Ambas obtiveram sucesso em sua empreitada. Em entrevista ao site de Veja, Nicolelis falou um pouco mais sobre o estudo e suas consquências, como a criação de uma rede mundial de cérebros – a brainet.

Respostas e comentários

Sobre Contexto

Converse com os estudantes sobre o que eles conhecem do gênero entrevista. Aborde também a profissão de jornalista e questione-os sobre a preparação prévia que esse profissional deve realizar para saber as perguntas a serem feitas a um médico e neurocientista. Retome com os estudantes os conhecimentos que tenham sobre métodos de pesquisa.

Sobre Antes de ler

As perguntas estimulam o pensamento dos estudantes sobre o conteúdo do texto, que se relaciona à ciência, mas não é específico para cientistas, visto que foi publicado em uma revista de circulação nacional direcionada ao público em geral. É importante que a turma reconheça essa circulação previamente. Pode-se compreender que o foco da pesquisa apresentada pelo cientista é indicar que o cérebro humano é mais potente que as máquinas e foi essa a informação que o jornalista considerou mais relevante para destacar e chamar a atenção do público para a leitura – função dos títulos. Reserve um tempo para a leitura silenciosa do texto pelos estudantes e, se considerar pertinente, peça a eles que façam apontamentos sobre ele, tal como aprenderam em O gênero em foco e em Oralidade.

Habilidades trabalhadas nesta seção e em suas subseções (Estudo do texto e O gênero em foco)

(ê éfe seis nove éle pê dois nove) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação científica – texto didático, artigo de divulgação científica, reportagem de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa e digital), esquema, infográfico (estático e animado), relatório, relato multimidiático de campo, pódikests e vídeos variados de divulgação científica etcétera – e os aspectos relativos à construção composicional e às marcas linguísticas características desses gêneros, de fórma a ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.

(ê éfe seis nove éle pê três zero) Comparar, com a ajuda do professor, con­teúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de fórma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.

(ê éfe seis nove éle pê três quatro) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, produzir marginálias (ou tomar notas em outro suporte), sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro comparativo, esquema, resumo ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise), mapa conceitual, dependendo do que for mais adequado, como fórma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de conteúdos e informações e um posicionamento frente aos textos, se esse for o caso.

(ê éfe oito nove éle pê dois quatro) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usando fontes abertas e confiáveis.

Até agora, o senhor vinha realizando uma série de pesquisas sobre as interfaces cérebro-máquina. Onde esta pesquisa sobre a interface cérebro-cérebro se insere em seus estudos?

Ela é uma progressão natural das pesquisas anteriores. Em nossos laboratórios, nós buscamos descobrir os limites do cérebro, queremos descobrir até onde podemos levar o órgão a incorporar novos sensores. Já fizemos ele se comunicar com máquinas, com avatares em computador e até com sensores de luz infravermelha. Desta vez, nós tentamos descobrir se o cérebro é capaz de assimilar os sentidos de outro corpo. Essa pesquisa surgiu no mesmo período do estudo que permitiu aos ratos sentirem a luz infravermelha – elas caminharam juntas. O objetivo de ambas era estudar quais os limites da plasticidade cerebral cortical. Nossa ideia era publicar as duas pesquisas juntas, mas os editores de revista Nature recomendaram que dividíssemos as descobertas em dois trabalhos. Um foi publicado na revista Nature Communications e o outro na revista saientifiqui repórts.

A ideia de realizar uma interface cérebro-cérebro é nova?

Eu propus publicamente essa nova interface em meu livro, Muito Além do Nosso Eu (Companhia. das Letras), publicado em 2011. Mas eu já tinha proposto isso em nossos laboratórios em 2006, e fomos examinando essa possibilidade com o decorrer do tempo. Como resultado do estudo, descobrimos que o cérebro do segundo rato, o decodificador, começou a representar não só os próprios bigodes, mas também os bigodes do outro animal. Nós criamos a representação de um outro corpo em seu cérebro, o que foi totalmente inesperado. Isso demonstrou o tamanho da plasticidade cerebral, capaz de assimilar os sentidos de outro animal e se comunicar usando apenas a atividade elétrica produzida em seu interior.

Esses sinais elétricos são sempre transmitidos entre os animais da mesma fórma?

Não, uma série de fatores na atividade neuronal pode afetar a clareza da transmissão da informação. A atenção – ou distração – com que o animal realiza a atividade afeta a qualidade da transmissão. A precisão com que realiza os movimentos também. Existe uma variabilidade biológica na transmissão desses sinais.

No estudo, o senhor diz que os animais foram capazes de perceber isso, e melhoraram a clareza da transmissão. Como isso foi possível?

O primeiro animal não recebia sua recompensa completa a menos que o segundo realizasse sua tarefa de fórma correta. O codificador não gostava quando o outro rato apertava a alavanca errada – ele queria a recompensa. Por isso, nas tentativas seguintes ele mudava seu comportamento: prestava mais atenção na tarefa, usava movimentos mais precisos e, assim, seus sinais cerebrais ficavam mais claros. O comportamento de um animal influenciava o outro, eles estavam se comunicando. Seus cérebros se sincronizavam para realizar a tarefa.

Mas o rato tinha como saber que estava se comunicando com outro animal?

Nesse caso, o codificador não sabia que existia outro rato. Ele só sabia que queria ganhar sua recompensa, e aprendeu que se fizesse a tarefa bem feita a recompensa vinha. Eles estavam se comunicando indiretamente, mas influenciando diretamente o comportamento um do outro. Nesse momento, estamos realizando experimentos com dois macacos, que estão aprendendo a controlar avataresglossário em um mundo virtual. Eles veem um ao outro na tela, e sabem que existe outro animal no ambiente. Nossa intenção é que eles aprendam a usar uma interface cérebro-cérebro para trocar informações e realizar tarefas nesse mundo virtual.

E como isso pode levar ao desenvolvimento de um computador orgânico?

A minha ideia é colocar mais ratos, ou macacos, interagindo por meio dessa rede que criamos. Se tivermos sucesso ao fazer isso, podemos criar um sistema computacional com uma arquitetura orgânica, formado por múltiplos cérebros – eu chamo essa ideia de brainet. Teoricamente, uma rede de cérebros seria capaz de realizar tarefas que um computador normal não faria muito bem. Eu quero ver, por exemplo, se um cérebro pode estocar informações de uma maneira distribuída de maneira que um rato só não tenha toda a informação, mas a rede inteira estoca a informação. Essa rede de cérebros seria capaz de realizar computações sem depender de uma base predeterminada de instruções – os algoritmosglossário . Foi isso que eu falei no Encontro Anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Boston, e causou tanta repercussão.

Respostas e comentários

Orientação

A revista britânica Nature teve sua primeira edição no ano de 1869 e desde então se constitui como um periódico científico, conceituado mundialmente. Atualmente, o nome da revista representa um grupo editorial do qual os periódicos científicos Nature Communications e Scientific Reports fazem parte. Verifique a possibilidade de ampliar interdisciplinarmente com a área de Ciências a abordagem do assunto apresentado.

[Durante o encontro, Nicolelis disse que não é possível transformar a atividade do cérebro em uma série de algoritmos, e nenhum engenheiro é capaz de reproduzi-lo em um computador. Essa previsão contradiz as teorias de uma série de cientistas, como o futurista Rei Curzvêil, que previam que, no futuro, os computadores estariam tão avançados que sua inteligência artificial superaria a humana e seria possível fazer o upload de pensamentos, memórias e consciências nessas máquinas. O momento exato em que isso aconteceria ficou conhecido como Singularidade. Em sua fala, Nicolelis disse que esse momento nunca irá chegar, pois a consciência é fruto da interação imprevisível e não linear entre bilhões de células.]

Sua declaração atacando a Singularidade causou comoção na comunidade científica. O senhor esperava por isso?

Não sei se a comoção foi tão grande. Os neurocientistas gostaram muito do que falei, porque sabem que isso é verdade. O pessoal das ciências da computação e da inteligência artificial é que pareceu ficar preocupado, pois alguém começou a falar contra essa ideia. A Singularidade começou a ser vendida como se fosse apenas questão de tempo, uma verdade inexorável. Mas nós, neurocientistas, sabemos que isso não vai acontecer nunca.

Por enquanto, as informações que vocês trocaram entre os cérebros foram muito simples. Como será possível chegar ao nível necessário para criar a brainet ?

Em nossa pesquisa medimos cêrca de 50 neurônios. Nós temos que aumentar muito a complexidade do sinal transmitido entre os cérebros. Mas é difícil fazer isso com os ratos. Teríamos que usar mais eletrodos. Em nossa pesquisa com macacos já estamos usando dezenas e até centenas de eletrodos.

Seria possível usar essa rede para transmitir pensamentos e memórias?

Ainda não sabemos, não temos nenhuma evidência para falar isso. Mesmo assim, eu ouso dizer que, muito no futuro, eventualmente seremos capazes de fazer isso.

Qual foi o papel do Instituto Internacional de Neurociências de Natal nessa pesquisa?

Ele teve um papel muito importante. No estudo que transmitiu os sinais pela internet entre Estados Unidos e Brasil, os registros da atividade cerebral dos ratos codificadores foi realizada em Natal. A nossa pesquisadora, Carolina Cúnic, foi responsável por criar e treinar esses ratos codificadores. Além disso, toda a tecnologia de implantes cerebrais, de estimulação do córtexglossário , foi transferida para lá. A pesquisa terá repercussão mundial. O que mais podemos pedir? Que outro instituto brasileiro terá seu trabalho coberto por toda a imprensa mundial? Isso é extremamente raro. Esse é apenas o começo de uma série de trabalhos que vão começar a ser publicados – ninguém faz ciência do dia para a noite. Um deles, feito inteiramente no Instituto, é sobre a doença de Parkinson, demonstrando a viabilidade de uma técnica de estimulação medular em macacos.

O senhor começa seu estudo citando uma frase do engenheiro rálf Rártlei sobre a transmissão de informações entre organismos biológicos: “em qualquer comunicação, aquele que envia a informação seleciona mentalmente um símbolo particular e, por meio de algum tipo de movimento corporal, como os mecanismos vocais, faz com que o destinatário seja dirigido para esse símbolo particular”. O que essa citação tem a ver com sua pesquisa?

Na realidade, nós criamos uma fórma de comunicação completamente inédita, em qualquer espécie. Ninguém sabe como esse tipo de interface pode acontecer, que símbolos podem ser usados. Nós estamos criando um novo tipo de interface, que ninguém sabe onde poderá nos levar. Daqui a décadas, ou até uma centena de anos, com a criação de técnicas não invasivas para ler os sinais do cérebro, nós poderemos ver até seres humanos se comunicando por meio disso. Qual a simbologia que será usada? Não sabemos. Eles serão criados na medida em que formos desenvolvendo a tecnologia. Eu achei a citação completamente apropriada.

ROSA, Guilherme. Uma rede de cérebros seria capaz de realizar tarefas que um computador normal não faria. Veja, 28 fevereiro 2013. Disponível em: https://oeds.link/Vbs3Cg. Acesso em: 15 abril 2022.

Respostas e comentários

Orientação

Devido à complexidade do tema, pode ser que os estudantes tenham dúvidas em relação aos conceitos apresentados, como o de algoritmo, de inteligência artificial e de outros específicos referentes à ciência da computação e à neurociência. O vocabulário disposto ao final do texto pode ajudar a compreendê-los, por isso leia-o com os estudantes. Se considerar pertinente, estimule uma discussão sobre os sentidos globais do texto, de modo que a turma possa compartilhar seus conhecimentos sobre o tema e, assim, compreender melhor o assunto.

Sobre rálfiVinton Lyon Hartley

Ele foi um engenheiro eletrônico estadunidense que desenvolveu pesquisas que contribuíram para a teoria da informação. Ajude os estudantes a relacionar essa biografia de Rártlei à pergunta feita pelo jornalista.

Ícone. Ilustração de três triângulos apontando para o lado direito, indicando a seção Atividades.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. Antes da leitura, você levantou hipóteses sobre a linguagem e o título da entrevista. Retome o que você havia pensado e responda oralmente às questões.
    1. O conteúdo da entrevista só pode ser compreendido por cientistas?
    2. Você considerou sua hipótese sobre a escolha do título plausível após a leitura da entrevista? Explique.
  2. Releia os dois primeiros parágrafos.
    1. Quem é o autor desse trecho: o jornalista ou Nicolelis?
    2. Qual é a relação desse trecho com o restante do texto, composto de perguntas e respostas?
  3. O jornalista conhecia a pesquisa de Nicolelis antes de entrevistá-lo ou tomou conhecimento dela durante a entrevista? Justifique sua resposta com base no texto.
  4. O resultado da pesquisa liderada por Nicolelis foi publicado originalmente na revista de divulgação científica Scientific Reports, e sua entrevista, no site da revista Veja. Leia o boxe Saiba+ e responda:
    1. Veja é uma revista jornalística. O público-alvo de uma revista jornalística é o mesmo que o de uma revista de divulgação científica? Por quê?
    2. O que o fato de a entrevista ter sido publicada em uma revista jornalística influencia na linguagem?
    3. Editoria é uma seção dedicada a um tema específico em uma publicação. Em qual editoria essa entrevista foi publicada? Justifique.

Saiba +

Revista de divulgação científica

Como indica o nome desse tipo de publicação, revista de divulgação científica é um periódico que divulga descobertas nos mais variados campos da ciência: medicina, biologia, física, astronomia, matemática, história, arqueologia etcétera Uma das mais prestigiadas do mundo na área de ciências naturais é a britânica Scientific Reports, na qual foi divulgada a pesquisa liderada por Nicolelis. No Brasil, há publicações especializadas, como a Ciência Hoje e a Pesquisa Fapesp. Voltado principalmente à comunidade científica, esse tipo de revista costuma apresentar linguagem mais técnica e maior grau de profundidade, o que dificulta a leitura por parte de um leitor não especializado.

Fotografia. Reprodução de capa de revista. Na parte superior, o título: CIÊNCIA HOJE, em letras maiúsculas estilizadas, cada palavra em uma cor, respectivamente verde e azul. Abaixo do título, fotografia de região montanhosa sob céu nublado. Sobreposto a essa imagem, posicionado dentro de uma circunferência traçada em branco, o texto: QUANDO TODA A QUÍMICA SERÁ VERDE? Urgência para um futuro sustentável. Ao lado, ilustração que representa parte do globo terrestre. Dispostos por toda a capa, há traços conectando a circunferência a vários hexágonos, também traçados em branco.
REVISTA Ciência Hoje, Rio de Janeiro, norteponto 379, agosto 2021. Capa.
  1. Considerando o veículo de publicação da pesquisa e a trajetória profissional de Nicolelis, apresente uma hipótese que justifique por que ele foi entrevistado por uma revista jornalística brasileira de grande circulação.
  2. Leia a seguir o verbete de dicionário da palavra “interface”.

interface

Acepções    Locuções

Substantivo feminino

1. elemento que proporciona uma ligação física ou lógica entre dois sistemas que não poderiam ser conectados diretamente

2. área em que coisas diversas (dois departamentos, duas ciências etcétera.) interagem

3. Rubrica: informática.

fronteira compartilhada por dois dispositivos, sistemas ou programas que trocam dados e sinais

4. Rubrica: informática.

meio pelo qual o usuário interage com um programa ou sistema operacional (por exemplo, DOS, Windows)

5. Rubrica: geofísica.

superfície que separa as camadas sísmicas da Terra

6. Rubrica: física.

superfície definida pela fronteira entre dois sistemas ou duas fases

INSTITUTO Uáis. Interface. Dicionário Eletrônico Uáis da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

Respostas e comentários

1. Respostas pessoais.

2. a) O trecho é de autoria do jornalista.

2. b) Esse trecho contextualiza a pesquisa liderada por Nicolelis e sintetiza o conteúdo que será tratado nas perguntas e respostas da entrevista.

3. O jornalista conhecia a pesquisa, o que é possível perceber pela especificidade e o direcionamento das perguntas que faz ao cientista.

Respostas

1. a) Espera-se que os estudantes comentem que, embora haja alguns termos técnicos, a entrevista é acessível a um leitor não especializado, possibilitando uma compreensão geral da pesquisa. Além disso, o texto foi publicado em uma revista semanal, que não se destina a nenhum segmento específico.

b) Espera-se que os estudantes comentem que o possível desdobramento da pesquisa na vida humana foi o critério para a escolha da frase de Nicolelis como título da entrevista, pois isso pode interessar diretamente ao leitor não especializado. Explique as estratégias da imprensa para atrair o leitor com base nos títulos de entrevistas, matérias, notícias etcétera

3. Comente com os estudantes que a entrevista não se trata de uma conversa casual, mas de um diálogo que requer estudo prévio.

4. a) Veja é uma revista jornalística; portanto, seu público leitor é amplo, não especializado, diferentemente do público de revistas de divulgação científica, voltadas para a comunidade científica.

b) Como o leitor de uma revista jornalística é genérico, não especializado, a linguagem deve ser mais acessível, menos técnica.

c) A entrevista foi publicada na editoria de Ciência, como revela o termo “Ciência”, anunciado antes do título da entrevista.

5. Os fatos de a pesquisa de Nicolelis ter sido publicada em uma revista científica prestigiada e de ele ser um cientista reconhecido em todo o mundo justificam a escolha dele para a entrevista na revista Veja.

Sobre Saiba+

Se possível, leve para os estudantes alguns exemplares de revistas de divulgação científica para conhecerem. Explore as diversas editorias, a linguagem dos artigos e discuta com eles a importância desses periódicos na divulgação do conhecimento.

Discuta também a importância de Miguel Nicolelis como sujeito, no avanço da ciência e sobre a equipe de suporte que o ajuda a coletar, analisar e interpretar os dados. Se possível, faça uma abordagem interdisciplinar com Ciências para ampliar os conhecimentos dos estudantes sobre a neurociência.

Faça as atividades no caderno.

  1. Ao longo da entrevista, a palavra interface é usada várias vezes. Qual dos sentidos indicados no verbete corresponde ao empregado no texto?
  2. Que elementos do texto possibilitaram chegar a essa conclusão?

7. Nicolelis fala em brainet.

Consulte em um dicionário inglês-português os verbetes brain e net e explique o significado da palavra brainet usada por Nicolelis.

8. Leia as afirmações a seguir.

um A brainet já é uma realidade.

dois Nicolelis acredita que, num futuro próximo, memórias e pensamentos serão transmitidos pela brainet.

três A equipe de Nicolelis foi a primeira a promover a comunicação entre cérebros.

Em seu caderno, copie somente a alternativa correta.

Versão adaptada acessível

Indique e registre somente a alternativa correta.

  1. Somente um está incorreta.
  2. Todas as afirmações estão incorretas.
  3. Somente três está correta.
    1. e três estão incorretas.
  1. Que reações do rato receptor possibilitaram aos pesquisadores concluir que ele estava assimilando sentidos do rato de origem?
  2. Marque em seu caderno a ilustração que representa corretamente a comunicação entre ratos feita pela equipe de Nicolelis?
Versão adaptada acessível

10. Indique a ilustração que representa corretamente a comunicação entre ratos feita pela equipe de Nicolelis.

a.

Esquema. Composto de figuras simplificadas de ratos em tons de roxo e setas vermelhas. a. À esquerda, rato 1. À direita, rato 2. Entre eles, duas setas em sentidos opostos.

b.

Esquema. Composto de figuras simplificadas de ratos em tons de roxo e setas vermelhas.b. À esquerda, rato 1. À direita, rato 2. Entre eles a palavra internet. Entre os ratos e a palavra, duas setas em sentidos opostos.

c.

Esquema. Composto de figuras simplificadas de ratos em tons de roxo e setas vermelhas.c. À esquerda, rato 1. À direita, rato 2. Entre eles, uma seta para a direita.

d.

Esquema. Composto de figuras simplificadas de ratos em tons de roxo e setas vermelhas.d. À esquerda, rato 1. À direita, rato 2. Entre eles a palavra internet. Entre os ratos e a palavra, uma seta no sentido do rato para a palavra.

Legenda: Sentido das informações:

11. Analise as afirmações e copie em seu caderno apenas a alternativa verdadeira.

Versão adaptada acessível

11. Analise as afirmações e registre apenas a alternativa verdadeira.

  1. A ideia de Nicolelis é criar uma rede de cérebros independentemente de sistemas computacionais.
  2. Uma pesquisa importante sobre a doença de Parkinson foi realizada no Brasil.
  3. A próxima etapa da pesquisa está sendo realizada em humanos.
  4. A pesquisa foi realizada integralmente nos Estados Unidos.
  1. Alguns cientistas acreditam que chegará o momento em que todo o conteúdo da mente humana poderá ser armazenado em computadores.
    1. Que termo em inglês é usado no texto para se referir a esse processo de armazenamento de informações?
    2. Nicolelis concorda ou não com essa previsão? Por quê?
  2. Suponhamos que você tivesse de usar essa entrevista como fonte de informação para uma pesquisa. Copie no caderno para qual (ais) dos temas a seguir ela seria útil.
Versão adaptada acessível

13. Suponhamos que você tivesse de usar essa entrevista como fonte de informação para uma pesquisa. Registre para qual (ais) dos temas a seguir ela seria útil.

  1. Redes sociais via internet.
  2. Fontes renováveis de energia.
  3. Interação entre seres vivos e máquinas.
  4. Tratamento e cura de doenças cerebrais.
  5. Transmissão de informações entre cérebros.
  6. Criação de robôs para executar tarefas humanas.
Respostas e comentários

7. Em português, brain e net são, respectivamente, cérebro e rede. Com base nos significados dessas duas palavras e no conteúdo da entrevista, brainet significa rede de cérebros.

8. Alternativa c.

9. Os pesquisadores notaram que o cérebro do rato decodificador começou a representar, além dos próprios bigodes, os do rato codificador, que enviou as informações.

10. Alternativa correta: b, pois a comunicação entre os ratos era mútua e foi feita remotamente (Estados Unidos e Brasil) via internet.

11. três

12. a) O termo em questão é upload, comum no universo digital.

12. b) Nicolelis discorda, pois, segundo ele, não é possível transformar a atividade do cérebro em uma série de algoritmos, base da linguagem computacional. Desse modo, um computador não poderia estocar informações do cérebro.

13. Resposta correta: três e cinco

Orientação

Para complementar o conteúdo do boxe Saiba+ da página anterior, discuta com os estudantes a relevância dessas pesquisas para o público a que elas se destinam e, se considerar pertinente, aborde a importância de investimentos governamentais no fomento à pesquisa no Brasil.

Respostas (continuação)

6. a) É o primeiro sentido: “elemento que proporciona uma ligação física ou lógica entre dois sistemas que não poderiam ser conectados diretamente”.

b) O campo da pesquisa, pois ela promoveu a comunicação entre os cérebros de dois ratos por meio de sinais elétricos, ou seja, estabeleceu uma ligação física entre partes que não poderiam ser conectadas diretamente.

8. um: a brainet é, por ora, uma ideia de Nicolelis; dois: Nicolelis não acredita nessa possibilidade, pois, segundo ele, a linguagem do cérebro não pode ser codificada em algoritmos – base da linguagem computacional; três: a pesquisa da equipe de Nicolelis foi pioneira na comunicação entre cérebros.

11. Em um: Não, a ideia de Nicolelis é criar uma rede entre cérebros via internet; em dois: Sim, um trabalho sobre a doença de Parkinson foi realizado no Instituto Internacional de Neurociências de Natal, demonstrando a viabilidade de uma técnica de estimulação medular em macacos; em três: Não. Nicolelis conta estar realizando a pesquisa em macacos, não em humanos; em quatro: Não, a pesquisa foi realizada entre Brasil e Estados Unidos.

13. A pesquisa resultou na comunicação entre os cérebros dos ratos via internet, ou seja, mediada por máquinas. Não há nenhuma relação entre os temas das demais alternativas e os resultados da pesquisa de Nicolelis.

O gênero em foco

Entrevista

Entrevista é um gênero textual baseado em um diálogo cujo objetivo é a coleta de informações sobre determinado assunto. Trata-se, portanto, de um gênero marcado pela interação entre pessoas, no caso, o entrevistador e o entrevistado.

Essa interação pode ser registrada e publicada de diversas maneiras: impressa, radiofônica, audiovisual. Tratando-se do formato escrito, a entrevista costuma apresentar os elementos explicados no esquema a seguir.

Ilustração. Três pessoas em pé reunidas. Da esquerda para a direita: moça de cabelos castanhos, vestindo blusa verde azulada de mangas longas, saia roxa e meias rosa. Ela está de perfil, fazendo anotações em uma caderneta; jovem de cabelos ruivos, mais baixa que a primeira, vestindo blusa verde de mangas curtas e calça comprida laranja. Ela está de frente segurando um tablet com ambas as mãos; homem de cabelos pretos, mais alto que ambas, vestindo camisa social verde azulada e calça comprida verde. Ele sorri, com as costas das mãos apoiadas nos quadris e o rosto voltado para a moça que faz anotações.

Título: expressão curta escrita pelo entrevistador ou citação de uma frase do entrevistado capaz de destacar o assunto

Ler pensamentos é algo que não está longe

Linha fina: frase breve que identifica o entrevistado e sintetiza o tema da entrevista

Brasileiro que chefia uma das áreas de pesquisa da Microsoft diz que inteligência artificial vai superar a capacidade humana de traduzir linguagens e mudará a forma como as pessoas trabalham hoje

Autoria: identificação do entrevistador

Por Anaïs Fernandes

Abertura: parágrafo ou conjunto de parágrafos que apresenta o entrevistado em detalhes e contextualiza o conteúdo da entrevista, preparando o leitor para o diálogo direto entre entrevistador e entrevistado

Aos 60 anos, o brasileiro Rico Malvar é cientista-chefe da Microsoft e gerencia o grupo de projetos de acessibilidade. Coordena projetos estratégicos envolvendo os vários grupos de pesquisa da divisão de pesquisa de inteligência artificial, que hoje tem 8 000 cientistas espalhados por sete laboratórios no mundo e quatro Advanced Technology Lab (ATL) – um deles, inclusive, no Brasil. “O ambiente de inovação precisa ser tolerante ao erro”, afirma. “Diria que 90% das pesquisas que fazemos não vão dar em nada. Mas os outros 10% são sucessos estrondosos.” O carioca, que decidiu ser engenheiro aos 8 anos de idade, também aponta os próximos passos da empresa e prevê que máquinas terão a capacidade de ler o pensamento dos humanos em um futuro não muito distante.

Intercalação de perguntas e respostas: registro, em discurso direto, das falas do entrevistador e do entrevistado; as primeiras costumam vir destacadas em negrito ou itálico

Como o senhor entrou na Microsoft?

Numa tarde de domingo, em 1997, eu estava pensando: “Poxa, o departamento de pesquisa da Microsoft está crescendo, mas não tem uma área de processamento de sinais multimídia, como áudio e vídeo”. Peguei o contato do CTO [diretor-chefe de tecnologia] e enviei a ele um e-mail com a sugestão de que a Microsoft deveria investir em pesquisas na área. Na segunda-feira de manhã, recebi um e-mail do departamento de recrutamento da Microsoft dizendo que queriam coordenar minha viagem para ir lá conversar com eles. Eu pensei: “Oba, não levou nem 24 horas”.

[...]

FERNANDES, Anaïs. Ler pensamentos é algo que não está longe. Veja, 6 novembro 2017. Disponível em: https://oeds.link/wuMRjl. Acesso em: 15 abril 2022.

Respostas e comentários

Sobre O gênero em foco

Esta subseção apresenta uma sistematização estrutural e linguística referente ao gênero textual entrevista. Procure investigar previamente os conhecimentos dos estudantes sobre esse gênero, questionando-os sobre as experiências práticas que tenham realizado a respeito.

Sobre Entrevista

É importante ressaltar para os estudantes que as entrevistas podem ser orais – para depois serem transcritas ou consolidadas em vídeos a serem televisionados ou publicados na internet – ou podem ser escritas diretamente, de modo que as perguntas sejam encaminhadas ao entrevistado via e-mail (ou outro meio) para serem respondidas também por escrito. Reforce, de todo modo, o caráter interativo que a entrevista pressupõe, o qual é abordado no início do texto teórico.

Orientação

Disponibilize um tempo para que os estudantes leiam o texto “Ler pensamentos é algo que não está longe” e possam se apropriar da estrutura do gênero; depois, aborde-o coletivamente. Se considerar pertinente, proponha que, em duplas, façam o reconhecimento da estrutura do gênero no texto de leitura do capítulo (título, linha fina, autoria, abertura e intercalação de perguntas e respostas) e oriente-os a reconhecer outras partes que não foram identificadas na sistematização teórica ou que tenham relação com a linguagem comum ao gênero, a qual pode conter marcas de oralidade.

Tipos de entrevista

Há vários tipos de entrevista, alguns deles explicados no quadro a seguir.

TIPO

OBJETIVO

EXEMPLO

Ritual

obter uma declaração cuja relevância se deve mais ao momento da aparição do entrevistado do que propriamente o que ele tem a dizer

entrevista com um atleta logo após a conquista de um campeonato

Temática

esclarecer ou aprofundar determinados conteúdos por meio de consulta a uma autoridade no assunto

entrevista com um cientista para explicar resultados de uma pesquisa (como é o caso da entrevista com Miguel Nicolelis, que você leu nesta Unidade)

Investigativa

descobrir e esclarecer fatos relevantes que até então eram desconhecidos para determinado público

entrevista com uma testemunha de um escândalo de corrupção

Enquete

obter um contexto de amostragem com base numa grande quantidade de respostas para determinada questão

consulta a passageiros de ônibus a respeito da qualidade dos serviços prestados pelas empresas de transporte

Entrevista como fonte de pesquisa

Típica da esfera jornalística, a entrevista também é usada no universo da pesquisa científica em seus variados campos do conhecimento. Isso acontece de duas maneiras: por meio da consulta e da produção de entrevistas.

Pense, por exemplo, em uma pesquisa histórica cujo tema é um período específico da República brasileira. O estudo de entrevistas concedidas por autoridades naquele tempo e sobre aquele tempo certamente será de grande valia para o trabalho.

Já a produção de entrevistas pode ser um importante recurso de pesquisa de diversas maneiras. Confira algumas possibilidades:

depoimento de autoridade: consultar um ou mais especialistas para esclarecer e aprofundar determinado tema de pesquisa, como ouvir uma geógrafa explicar as causas e as consequências do efeito estufa;

instrumento de pesquisa de campo: ouvir um grupo de pessoas para verificar de que maneira determinado fenômeno acontece na realidade, como ouvir relatos de refugiados de guerra como parte da análise do modo com que dado município lida com esse tipo de imigrante;

amostragem estatística: consultar várias pessoas com base em um questionário que demande respostas objetivas, como pesquisas de intenção de voto ou de satisfação.

Respostas e comentários

Orientação

Reforce com os estudantes a relevância de conhecer, por meio de fontes confiáveis de informação, a biografia dos autores das pesquisas. As instituições a que estão vinculados, a relevância social e cultural de suas pesquisas e a seriedade dos métodos são alguns indicadores da eficiência do pesquisador.

Sugestão

Para exemplificar os tipos de entrevista, oriente os estudantes a realizar uma pesquisa que apresente uma reportagem de cada tipo. Outra abordagem possível é levar textos previamente selecionados que exemplifiquem cada tipo de entrevista e pedir aos estudantes que os reconheçam, bem como a estrutura do gênero, já apresentada.

Conhecimentos linguísticos e gramaticais 2

Faça as atividades no caderno.

Orações subordinadas substantivas (2)

Você já começou a estudar as orações subordinadas substantivas na Unidade 4. Viu as objetivas diretas, as objetivas indiretas e as apositivas. Agora, você vai estudar as subjetivas, as predicativas e as completivas nominais.

1. Retome este trecho da entrevista que você leu:

Nesse caso, o codificador não sabia que existia outro rato. Ele só sabia que queria ganhar sua recompensa, e aprendeu que se fizesse a tarefa bem feita, a recompensa vinha. Eles estavam se comunicando indiretamente, mas influenciando diretamente o comportamento um do outro. Nesse momento, estamos realizando experimentos com dois macacos, que estão aprendendo a controlar avatares em um mundo virtual. Eles veem um ao outro na tela, e sabem que existe outro animal no ambiente. Nossa intenção é que eles aprendam a usar uma interface cérebro-cérebro para trocar informações e realizar tarefas nesse mundo virtual.

ROSA, Guilherme. Uma rede de cérebros seria capaz de realizar tarefas que um computador normal não faria. Veja, 28 fevereiro 2013. Disponível em: https://oeds.link/Vbs3Cg. Acesso em: 15 abril 2022.

a. Escreva separadamente todas as orações do período destacado em amarelo. Dica: antes, identifique todos os verbos.

Versão adaptada acessível

a. Escreva separadamente todas as orações do período "Nossa intenção é que eles aprendam a usar uma interface cérebro-cérebro para trocar informações e realizar tarefas nesse mundo virtual."

Dica: antes, identifique todos os verbos.

b. Considere apenas as duas primeiras orações do período.

Esquema.
Nossa intenção é que eles aprendam [...]
Nossa intenção é: oração principal
que eles aprendam: oração subordinada substantiva

Vamos transformar esse período composto em um período simples.

Nossa intenção é o aprendizado deles.

  • Qual é o tipo de predicado dessa oração? E qual é a função sintática do que está em destaque?
    1. Observe o paralelo:
Esquema. Nossa intenção é que eles aprendam [...] Nossa intenção é o aprendizado deles.

Considerando o paralelo, como você imagina que é chamada a oração subordinada substantiva em destaque?

Veja que a segunda oração, a oração adverbial substantiva que eles aprendam, foi substituída por o aprendizado deles (cujo núcleo é um substantivo – aprendizado).

Respostas e comentários

1. a) Nossa intenção é / que elas aprendam / a usar uma interface cérebro-cérebro / para trocar informações / realizar tarefas nesse mundo virtual.

1. b) É um predicado nominal. A função sintática é predicativa do sujeito.

1. c) É chamada oração subordinada predicativa nominal.

Resposta

1. Oriente os estudantes a chegar à denominação da subordinada em foco a partir da função sintática identificada no item anterior (de predicativo do sujeito para oração predicativa).

Sobre Orações subordinadas substantivas (2)

Na introdução e na construção do conceito de oração subordinada substantiva predicativa, foi utilizado o seguinte recurso: transformar a oração em um termo da oração principal, para o estudante reconhecer a equivalência de sentido e função. Sempre que possível, esse recurso de nominalização pode ser utilizado para facilitar a compreensão do estudante no reconhecimento da função e na classificação da oração.

Sugestão

Após explicar o conceito de oração subordinada substantiva, procure identificar exemplos dela nos textos lidos nesta Unidade, de modo que os estudantes possam reconhecer sua estrutura. Esse reconhecimento pode ser realizado em duplas, assim eles compartilham conhecimentos entre si.

Habilidades trabalhadas nesta seção e em sua subseção (Questões da língua)

(ê éfe seis nove éle pê quatro um) Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo e usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visualização, topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens, inserindo de fórma adequada imagens, gráficos, tabelas, fórmas e elementos gráficos, dimensionando a quantidade de texto (e imagem) por slide, usando progressivamente e de fórma harmônica recursos mais sofisticados como efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados etcétera

(ê éfe zero oito éle pê um dois) Identificar, em textos lidos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, incorporando-as às suas próprias produções.

(ê éfe zero oito éle pê um seis) Explicar os efeitos de sentido do uso, em textos, de estratégias de modalização e argumentatividade (sinais de pontuação, adjetivos, substantivos, expressões de grau, verbos e perífrases verbais, advérbios etcétera).

Faça as atividades no caderno.

2. Leia a tirinha do Calvin.

Tirinha. Em quatro cenas. Personagens: Calvin, menino de cabelos espetados, usando camiseta listrada e short preto. Pai de Calvin, homem de cabelos escuros, de óculos, vestindo camisa branca e calças pretas. Cena 1. À esquerda, o homem está sentado em uma poltrona lendo um livro. À direita, Calvin está em pé diante dele, segurando algumas fotografias com ambas as mãos. Com os olhos fechados, ele diz: BEM, PAI. É PENA QUE VOCÊ NÃO TENHA SIDO MAIS LEGAL COMIGO ESSES ANOS TODOS. Cena 2. O pai de Calvin, agora mostrado de perfil na poltrona, com as pernas estendidas e cruzadas sobre os tornozelos, pergunta: COMO É? Calvin,   entregando ao pai as fotografias, diz: EU QUERO DIZER QUE NÃO ME SINTO PARTICULARMENTE INCLINADO A DIVIDIR MEUS MILHÕES COM VOCÊ. OLHA SÓ. Cena 3. Com a cabeça levemente inclinada para baixo, o pai de Calvin observa as fotografias em suas mãos. Ele pergunta: DINOSSAUROS? Calvin, olhando para o pai com expressão alegre, diz: HAROLDO E EU FOMOS AO JURÁSSICO HOJE E VOLTAMOS COM ESSAS BELAS FOTOS! VAMOS FICAR RICOS! Cena 4. O pai devolve as fotografias a Calvin dizendo: ENGRAÇADO, NUNCA VI DINOSSAUROS TÃO PEQUENOS E TÃO PLÁSTICOS. Ao lado, Calvin, com as mãos para cima e a boca bem aberta, diz: EI! O QUE VOCÊ ESTÁ INSINUANDO?!

uáresân bíu. O melhor de Calvin. O Estado de São Paulo, 9 agosto 2014. Caderno 2, página C6.

  1. Por que Calvin achou que ficaria rico?
  2. Por que a fala do pai de Calvin produz a reação final de Calvin?
  3. Releia:

É pena que você não tenha sido mais legal comigo esses anos todos.

uáterson, Bill. O melhor de Calvin. O Estado de São Paulo, 9 agosto 2014. Caderno 2, página C6.

Substitua a oração subordinada, como já fizemos nas atividades anteriores, pelo pronome isso e escreva em seu caderno.

Versão adaptada acessível

Substitua a oração subordinada, como já fizemos nas atividades anteriores, pelo pronome isso e escreva-a.

  • Qual é o sujeito do verbo ser?
  • O pronome que você usou para substituir a oração subordinada substantiva tem função de sujeito. Qual é, então, a função da oração subordinada substantiva no período composto?

Veja como fica a classificação da oração com essa função.

Esquema.
É pena / que você não tenha sido mais legal comigo esses anos todos.
É pena: oração principal
que você não tenha sido mais legal comigo esses anos todos: oração subordinada substantiva subjetiva

3. Leia a tirinha a seguir.

Tirinha. Em quatro cenas. Personagens: Snoopy, cachorro de pelo branco com orelhas pretas caídas e mancha preta nas costas. Um inseto. Cena 1. Snoopy está sentado de perfil em um terreno gramado, com o corpo voltado para a direita. Olhando para frente, na direção de um pequeno inseto no gramado, ele pensa: AINDA BEM QUE EU NÃO SOU UM INSETO, A VIDA DE INSETO É TERRÍVEL. Cena 2. Snoopy, com a cabeça voltada para baixo, na direção do inseto, pensa: TENHO CERTEZA [DE] QUE ESTE INSETO QURIA SER EU. Cena 3. À esquerda, o insetor diz: AI, AI. À direita, Snoopy está olhando para o  inseto. Cena 4. Snoopy, de perfil com a cabeça voltada para a esquerda, pensa: EU SABIA. ESSE SUSPIRO FOI DE INVEJA!.

chuls charles Ém Minduim. O Estado de São Paulo, São Paulo, 2 agosto 2014. Caderno 2, página C6.

  1. No terceiro quadrinho, a fala que representa o suspiro do inseto é composta de uma interjeição, “ai, ai”. O que ela expressa nesse contexto?
  2. A última fala de Snoopy indica que ele compreendeu o sentido do suspiro do inseto? Justifique.
  3. A fala de Snoopy no segundo quadrinho, “Tenho certeza que este inseto queria ser eu.”, é composta de um período composto. Explique como você concluiu qual é a oração subordinada.
Respostas e comentários

2. a) Porque tinha fotografias de dinossauros e, como eles estão extintos, elas seriam mais valorizadas financeiramente.

2. b) Porque ele mostra ter notado que Calvin fotografou miniaturas de dinossauros, de plástico.

2. c) É pena isso / Isso é pena.

3. a) Expressa desacordo e indica que o inseto interpreta a fala de Snoopy como pretensiosa.

3. b) Sim, pois sua fala é sarcástica, reforçando a pretensão que o suspiro do inseto indica.

3. c) Resposta pessoal.

Respostas (continuação)

2. c) Se colocarmos o pronome isso antes do verbo, fica mais claro e fácil para o estudante compreender a função de sujeito da oração.

  • O pronome demonstrativo “isso”.
  • A função dessa oração também é de sujeito.

3. c) A oração “que este inseto queria ser eu” está subordinada à palavra certeza e completa o sentido da oração principal.

Faça as atividades no caderno.

Oração subordinada substantiva subjetiva

Releia este enunciado de Calvin.

É pena que você não tenha sido mais legal comigo esses anos todos.

uáterson, Bill. O melhor de Calvin. O Estado de S. Paulo, 9 agosto 2014. Caderno 2, página C6.

Perceba que temos um verbo e uma locução verbal: é e tenha sido. Isso nos indica que estamos diante de um período composto. Se analisarmos, agora, os termos que acompanham cada um deles, identificaremos as funções que exercem na estrutura sintática.

Esquema.
É pena que você não tenha sido mais legal comigo esses anos todos.
É pena: 1ª oração, oração principal
É: verbo de ligação
pena: predicativo do sujeito
que você não tenha sido mais legal comigo esses anos todos: 2ª oração, oração subordinada substantiva subjetiva

O verbo da primeira oração (ser) é de ligação, ou seja, sua função é ligar o sujeito a uma característica dele, o que chamamos de predicativo, que, no caso dessa oração, é o termo pena. Mas não há nessa oração um sujeito com o qual o verbo se relacione. Esse sujeito, na verdade, é toda a oração subordinada que você não tenha sido mais legal comigo nesses anos todos. Fica mais evidente essa relação se substituirmos a oração toda por um pronome, já que ela é equivalente a um substantivo. Veja:

É pena isso.

É importante notar que as orações subordinadas substantivas subjetivas quase sempre aparecem após a oração principal, ao contrário do substantivo ou pronome com função de sujeito, que quase sempre aparecem antes do verbo.

Oração subordinada substantiva predicativa

Retome estas duas orações iniciadas pela palavra que.

Nesse caso, o codificador não sabia que existia outro rato.

Nossa intenção é que eles aprendam reticências

ROSA, Guilherme. Uma rede de cérebros seria capaz de realizar tarefas que um computador normal não faria. Veja, 28 fevereiro 2013. Disponível em: https://oeds.link/Vbs3Cg. Acesso em: 15 abril 2022.

A primeira dessas orações pode ser substituída pelo pronome isso (não sabia isso). Podemos dizer que ela complementa o sentido do verbo saber. Você já estudou esse tipo de oração subordinada, são as orações subordinadas substantivas objetivas diretas. Elas são assim classificadas porque têm a função sintática de objeto direto de um verbo. Já a segunda oração, apesar de também ser iniciada pela palavra que, tem uma função sintática diferente: o verbo ser (na fórma é) é um verbo de ligação, – ele apenas liga o sujeito da oração a um predicativo. Na substituição, a melhor opção é o pronome essa.

Repare que o pronome essa concorda no gênero feminino com o núcleo do sujeito: intenção.

Nossa intenção é essa.

Respostas e comentários

Sobre Oração subordinada substantiva subjetiva

Para introduzir esse tipo de oração substantiva, outro recurso didático foi utilizado: substituir a oração subordinada por um pronome demonstrativo. Dessa fórma, o pronome se mostra equivalente em sentido e função à oração substituída.

Sugestão

Se possível, apresente aos estudantes outras estruturas típicas de período composto com subordinada substantiva subjetiva em que a principal inicia-se por: É preciso (que), Será necessário, É urgente, Foi condenável, Convém, Interessa-lhe etcétera O mesmo pode ser feito com a estrutura das predicativas, que se iniciam com orações principais do tipo: Minha ideia é (que), O importante é (que), Isto parece (que), Meu desejo sempre foi (que) etcétera

Sobre Oração subordinada substantiva predicativa

O recurso da substituição da subordinada por pronome demonstrativo pode ser utilizado para a compreensão da função de qualquer tipo de oração substantiva.

Sugestão

É importante apresentar aos estudantes outras orações subordinadas para que eles possam fazer a substituição pelo pronome demonstrativo e, assim, reconhecer as funções delas.

Faça as atividades no caderno.

Isso nos indica que toda a oração subordinada é um predicativo deste sujeito:

Esquema.
Nossa intenção é que eles aprendam a usar uma interface cérebro-cérebro [...]
Nossa intenção é: 1ª oração, oração principal
que eles aprendam a usar uma interface cérebro-cérebro: 2ª oração, oração subordinada substantiva predicativa

Oração subordinada substantiva completiva nominal

Na atividade 3, você analisou a tirinha da personagem Snoopy.

A fala do cãozinho, no segundo quadro, apresenta três orações. A primeira tem como núcleo o verbo ter (tenho), a segunda, o verbo querer (queria) e a terceira o verbo ser (ser).

Esquema.
Tenho certeza que este inseto queria ser eu.
Tenho certeza: 1ª oração
que este inseto queria: 2ª oração
ser eu: 3ª oração

A segunda oração é subordinada à primeira e a terceira é subordinada à segunda. A função sintática da segunda oração não está relacionada ao verbo da oração principal, como no caso das orações subordinadas subjetivas, nem ao sujeito da primeira oração, como no caso das orações predicativas, e sim à palavra certeza, que é o objeto direto de tenho. Essa oração complementa o sentido do substantivo certeza. Portanto, é uma oração subordinada substantiva completiva nominal.

Para testarmos se essa é realmente uma oração substantiva, temos de substituí-la por um pronome. Veja:

Tenho certeza disso.

Disso é uma contração da preposição de mais o pronome isso (de + isso), o que nos indica que o complemento nominal do substantivo certeza deve ser iniciado pela preposição de. Porém, quando analisamos a oração dita pela personagem Snoopy, vimos que essa preposição não foi utilizada. O período com a preposição ficaria da seguinte fórma:

Tenho certeza de que este inseto queria ser eu.

Isso não quer dizer que há erro na tirinha, este é um caso de variação linguística muito comum. A relação de regência, ou seja, a dependência entre duas palavras, em que uma complementa a outra, pode necessitar da presença de uma preposição ou não. No caso da palavra certeza, há variação entre o uso do complemento nominal com e sem preposição:

Tenho certeza que este inseto queria ser eu.

Tenho certeza de que este inseto queria ser eu.

Qual está correto? Os dois, a depender do contexto de uso. Em textos em que você precisa utilizar uma norma prestigiada socialmente, sempre utilize a preposição em casos como esse; no dia a dia, em situações em que essa norma não é necessária, não há problema em não utilizar a preposição.

Vimos que as orações subordinadas substantivas são introduzidas por conjunção integrante, geralmente que. Além dessa, a conjunção se pode ter essa função. Um exemplo: “Não sei se esse inseto queria ser eu”.

Respostas e comentários

Sobre Oração subordinada substantiva completiva nominal

Assim como nas outras orações substantivas, é possível também substituir a oração subordinada por um pronome demonstrativo.

Sugestão

Para familiarizar os estudantes com a estrutura da substantiva completiva nominal, é aconselhável apresentar-lhes orações principais com nome a ser completado pela subordinada: Temos receio, medo (de que), Tinha certeza (de que), Ele é favorável (a que), Todos estão certos (de que), Havia a necessidade (de que) etcétera

Uma atividade em que eles tenham de completar a oração principal com subordinadas substantivas auxilia muito a compreensão de cada tipo e desenvolve estruturas frasais às vezes pouco conhecidas pelos estudantes.

Ícone. Ilustração de três triângulos apontando para o lado direito, indicando a seção Atividades.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia a tirinha a seguir.

Tirinha. Em três cenas. Personagens: Níquel Náusea, um rato azul de esgoto. Um beija-flor de corpo verde e bico laranja. Cena 1. À esquerda, o beija-flor, pairando no ar e voltado para Níquel Náusea, pergunta: SABIA QUE O BEIJA-FLOR BATE ASA SETETENTA VEZES POR SEGUNDO? À direita, voltado para o beija-flor, Níquel Náusea diz: É? Cena 2. O beija-flor diz: NÃO SOU INCRÍVEL? Níquel Náusea, de boca aberta, com os dentes inferiores aparecendo, responde: NÃO. Cena 3. Níquel Náusea, de boca bem aberta, com os dentes superiores e inferiores aparecendo, agora voltado para o lado oposto ao do beija-flor, diz: INCRÍVEL É QUEM CONTOU!

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea: nem tudo que balança cai. São Paulo: Devir, 2003. página 12.

Há na tirinha a utilização de uma oração subordinada substantiva objetiva direta e uma substantiva subjetiva. Identifique o período e indique a oração principal e a subordinada de cada uma.

2. O texto a seguir é o primeiro parágrafo de uma reportagem sobre a criação de palavras pelos usuários da internet. Leia-o para responder às questões:

Ninguém sabe quantas palavras nascem a todo momento. Os estudiosos da linguagem só têm certeza de que elas devem ser muitas e de que a imensa maioria é raramente usada, geralmente esquecida. Afinal, existem muito mais palavras do que um único ser humano conseguiria aprender ao longo da vida. Para se ter uma ideia, o serviço de busca Google registrou 13 milhões de palavras distintas em língua inglesa usadas pelo menos 200 vezes em páginas na internet até 2006, enquanto pesquisadores estimam que o tamanho do vocabulário de um adulto com bom nível educacional não ultrapassa 100 mil palavras.

zolnérquevétchi Igor. A vida das palavras. Pesquisa fapésp, São Paulo, edição 185, junho 2011. Disponível em: https://oeds.link/PcUTJl. Acesso em: 15 abril 2022.

  1. Segundo esse trecho da reportagem, a maioria das palavras criadas permanece sendo utilizada pelos usuários de uma língua?
  2. Para comprovar a afirmação de que existem mais palavras em uma língua do que um único ser humano conseguiria aprender, o autor do texto faz uma comparação. Qual é essa comparação?
  3. Em sua opinião, por que os usuários de uma língua criam palavras a todo momento?
  4. O trecho “Os estudiosos da linguagem só têm certeza de que elas devem ser muitas e de que a imensa maioria é raramente usada” é estruturado por um período composto. Indique as orações principal e subordinada.
  5. As orações subordinadas complementam o sentido de um verbo ou de um substantivo? Com base em sua resposta, classifique essas orações de acordo com a nomenclatura que aprendeu nesta Unidade.
  6. A reportagem se refere a um estudo publicado em maio na revista PLoS ONE. No estudo, os pesquisadores buscam entender melhor como o vocabulário de uma comunidade evolui com o tempo e, para isso, analisaram por dez anos milhares de palavras em grupos de discussão na internet.

Em sua opinião, os resultados poderiam ser diferentes em um estudo recente ou que considerasse a última década? Explique sua hipótese.

Respostas e comentários

2. a) Não, “a imensa maioria é raramente usada, geralmente esquecida”.

2. c) As palavras são criadas pelas necessidades do uso.

Respostas

1. Período: “Sabia que o beija-flor bate a asa setenta vezes por segundo?”. Oração principal: “Sabia”; oração subordinada substantiva: “que o beija-flor bate a asa setenta vezes por segundo?”.

“Incrível é quem contou!”. Oração principal: “Incrível é”; oração subordinada subjetiva: “quem contou!”.

2. b) O autor compara o número de palavras da língua inglesa registrado pelo Google com o que afirmam pesquisadores sobre o tamanho do vocabulário de um adulto com bom nível educacional.

d) Oração principal: “Os estudiosos só têm certeza”; Orações subordinadas: “de que elas devem ser muitas” e “de que a imensa maioria é raramente usada”.

e) Complementam o sentido do substantivo certeza. São orações subordinadas substantivas completivas nominais.

f) Permita que os estudantes formulem as próprias hipóteses; entretanto, é interessante que considerem as novas palavras que poderiam ter nascido após uma década, principalmente considerando os avanços no acesso às mídias digitais.

Sugestão

No primeiro quadrinho da tirinha da atividade 1, há um período composto com subordinada substantiva objetiva direta. É oportuno rever esse tipo de oração, analisando o período. Observação: a substantiva subjetiva da tirinha tem uma estrutura diferente, pois não é introduzida pela conjunção integrante que, e, sim, pelo pronome indefinido quem.

Questões da língua

Faça as atividades no caderno.

Recursos gráficos de destaque

Você já notou que em muitos textos algumas palavras e expressões são destacadas com recursos gráficos? Observe alguns trechos da entrevista que estudou nesta Unidade.

reticências O objetivo de ambas era estudar quais os limites da plasticidade cerebral cortical. Nossa ideia era publicar as duas pesquisas juntas, mas os editores de revista Nature recomendaram que dividíssemos as descobertas em dois trabalhos. Um foi publicado na revista Nature Communications e o outro na revista Scientific Reports reticências

reticências Eu propus publicamente essa nova interface em meu livro, Muito Além do Nosso Eu (Companhia das Letras), publicado em 2011 reticências

reticências A minha ideia é colocar mais ratos, ou macacos, interagindo por meio dessa rede que criamos. Se tivermos sucesso ao fazer isso, podemos criar um sistema computacional com uma arquitetura orgânica, formado por múltiplos cérebros – eu chamo essa ideia de brainet. Teoricamente, uma rede de cérebros seria capaz de realizar tarefas que um computador normal não faria muito bem reticências

ROSA, Guilherme. Uma rede de cérebros seria capaz de realizar tarefas que um computador normal não faria. Veja, 28 fevereiro 2013. Disponível em: https://oeds.link/Vbs3Cg. Acesso em: 15 abril 2022.

Por que estas palavras foram destacadas no texto com o mesmo recurso gráfico?

Versão adaptada acessível

Por que as palavras Nature, Nature Communications, Scientific Reports, Muito Além do Nosso Eu, brainet foram destacadas no texto com o mesmo recurso gráfico?

Uso de itálico

Aquela letra inclinada à direita, simbolizada nos programas de edição digital de textos com a letra i maiúscula, é o tipo itálico, uma tipografia criada em 1501 pelo italiano Francesco Grifo. No início, o itálico era utilizado como fonte de texto e não para destaques, como o fazemos hoje, porque economizava espaço na impressão. Essa fonte foi inspirada na letra cursiva, por isso apresenta inclinação.

Uma curiosidade: o nome do italiano que criou o tipo itálico (Francesco Grifo) deu origem à ideia de grifo no texto, uma outra fórma de destaque de palavras ou expressões. Em Portugal, o tipo itálico é conhecido como grifo.

Não existem regras rígidas para o uso desse recurso nos textos atuais; convencionou-se, no entanto, que o itálico deve ser utilizado em títulos de livros, revistas, periódicos, peças de teatro, título de Cê dês, Dê vê dês, músicas, pinturas, entre outros, citados no texto. Outro uso bastante comum do itálico é para destacar palavras estrangeiras.

Há outros recursos gráficos utilizados para destaque, como o bold. Porém, para os casos listados anteriormente, prefira o itálico.

Respostas e comentários

Resposta

O estudante vai precisar analisar a pergunta e criar uma hipótese para explicar o uso do itálico. As três primeiras ocorrências são títulos de revistas científicas; a quarta, de um livro; e a quinta, uma palavra estrangeira.

Orientações

Aqui, além de retomarmos a necessidade de uso de itálico em palavras estrangeiras, chamamos atenção especialmente para esse uso em títulos: de livros, de Dê vê dês, de filmes, jornais etcétera

Sugestão

Pode ser oportuno, visto que tratamos de itálico em palavras estrangeiras, levantar com os estudantes as palavras em inglês que eles usam atualmente, relacionadas, principalmente, ao universo das novas tecnologias. Por exemplo, upload, ­download, inbox, online, offline etcétera

Ícone. Ilustração de três triângulos apontando para o lado direito, indicando a seção Atividades.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. O texto a seguir é a apresentação da entrevista do linguista brasileiro Ataliba de Castilho para uma revista de divulgação científica. Leia-o para responder às questões.

Autodenominado caipira por ter nascido em Araçatuba e crescido em São José do Rio Preto, o linguista Ataliba Castilho diverte-se com as mudanças da língua. Uma das mais recentes é a transformação do pronome que em palavra variável, como em “Ques pessoas?”, identificada em redes sociais por um de seus estudantes de doutorado na Universidade Estadual de Campinas (unicâmpi). Para ele, “ao se esforçarem para que as pessoas obedeçam às regras, os gramáticos não viram que estavam dando um cala-boca no cidadão brasileiro”. A crítica aos gramáticos não significa que Castilho tenha alguma aversão a normas da língua culta, mas apenas que valoriza os limites geográficos e históricos do idioma.

reticências

Casado com a também linguista Célia Maria Moraes de Castilho, três filhos e quatro netos, Castilho viaja bastante: esteve em um congresso em Lisboa em julho e pretende ir a outro, em Coimbra, no próximo mês. Ele recebeu a equipe de Pesquisa fapésp na sua casa, em Campinas, próxima à unicâmpi, onde se aposentou em 1991 e continua como professor colaborador voluntário.

Fotografia. Retrato frontal de um homem sorridente, meio calvo e de cabelos brancos, de óculos, vestindo camiseta azul, camisa bege e jaqueta preta.
Ataliba Teixeira de Castilho (1937-), linguista, em Campinas (São Paulo), em fotografia de 2017.

FIORAVANTI, Carlos. Ataliba Teixeira de Castilho: o linguista libertário. Pesquisa fapésp, edição 259, setembro 2017. Disponível em: https://oeds.link/aRA6WP. Acesso em: 15 abril 2022.

a. Há três ocorrências de itálico no texto. Quais são?

Versão adaptada acessível

a. Há três ocorrências de itálico no texto: que (especificamente no trecho: "Uma das mais recentes é a transformação do pronome que em palavra variável..."), ques e Pesquisa Fapesp. Releia o texto e reflita sobre o uso dessa marca nele.

  1. O que justifica o uso de itálico em cada uma delas?
  2. O linguista diz que “ao se esforçarem para que as pessoas obedeçam às regras, os gramáticos não viram que estavam dando um cala-boca no cidadão brasileiro”. O que você entende dessa afirmação? Concorda com ela?

2. Leia uma pergunta e a resposta, parte da entrevista do professor de Literatura e tradutor Boris Xináidermân:

Em 1964 foi lançado Guerra em surdina sobre o mesmo tema, em meio ao início da ditadura militar. O senhor sofreu algum tipo de intimidação?

Aquele livro era algo entre considerações pessoais e ficção. É um relato da guerra escrito no plano interior e expressava o que vai por dentro de um indivíduo naqueles momentos. Por isso o nome Guerra em surdina. Já Caderno italiano trata de minhas memórias do período e é uma narração autobiográfica. Em 1964 não aconteceu nenhuma reação extremada, embora o livro fugisse dos relatos oficiais da féb. Sofri depois, por causa de algumas atitudes de protesto durante a ditadura militar.

MARCOLIN, Neldson. Boris Xináidermân: memórias de um ex-combatente. Revista fapésp, edição 236, outubro 2015. Disponível em: https://oeds.link/F7OmDQ. Acesso em: 15 abril 2022.

a. Há duas ocorrências de itálico no texto. Justifique o uso nesses dois casos.

Versão adaptada acessível

a. No texto, estão em itálico as palavras Guerra em surdina e Caderno italiano. Justifique o uso nesses dois casos.

b. Há outro momento no texto em que o itálico poderia ter sido utilizado, mas não o foi. Identifique-o e justifique o uso.

Respostas e comentários

1. a) “Que”; “Ques”; “Pesquisa fapésp”.

1. c) Resposta pessoal.

2. a) Guerra em surdina e Caderno italiano. São títulos de livros publicados pelo entrevistado.

2. b) Na pergunta feita pelo jornalista, o título do livro não está em itálico, mas deveria estar, visto que na resposta este recurso foi utilizado.

Respostas

1. b) Na primeira ocorrência, a palavra está em itálico para destacar o termo ao qual se faz menção. Na segunda ocorrência, a palavra está em itálico porque se quer dar destaque a ela dentro da citação entre aspas; na terceira, Pesquisa fapésp é o título da revista em que a entrevista foi publicada. Na terceira ocorrência, os estudantes provavelmente não reconhecerão a revista. É importante informá-los acerca dessa autorreferência comum no meio jornalístico. Instrua-os a localizar o nome da revista na fonte do texto.

c) Aproveite o momento para discutir sobre variação linguística, normas prestigiadas e preconceito.

Produção de texto

Entrevista do tipo enquete

O que você vai produzir

Nesta Unidade, você aprendeu a utilizar entrevistas como fonte de pesquisa. Agora, chegou o momento de exercitar essa importante ferramenta de estudo. Para isso, sua turma realizará entrevistas do tipo enquete sobre melhorias no ambiente escolar e participará delas. O resultado do trabalho poderá auxiliar na adoção de medidas que possam promover essas melhorias.

Ilustração. Diversas mãos de pessoas  vestindo trajes de mangas longas, de diversas cores, que seguram microfones e gravadores.

Planejamento

  1. Em sala e com o auxílio do professor, você e seus colegas devem pensar juntos em problemas que encontram na escola. Eles podem ser dos mais variados: desde comportamentais (convívio entre estudantes, direção e professor, funcionários e estudantes) até estruturais (falta de acessibilidade e de materiais eletrônicos de apoio, instalações necessitando de melhorias etcétera).
  2. Vocês irão selecionar os cinco problemas mais citados pela turma.
  3. Para cada problema, serão apresentadas ao menos duas soluções.
  4. Será criada uma lista com os cinco problemas e as duas propostas de solução mais votadas para cada um.
  5. As etapas 1 e 4 devem ser realizadas em todas as turmas do 8º ano.
  6. As listas das turmas serão reunidas pelo professor em uma única. Em caso de problemas iguais, permanecem as duas soluções mais escolhidas.
  7. O professor apresenta essa lista final às turmas.

Produção

1. Com base na lista final, cada turma deve elaborar as perguntas seguidas de duas opções de resposta fechada (as soluções). A linguagem deve ser clara, formal e de acordo com a norma-padrão. Para essa etapa, é proposto o modelo a seguir.

Enquete sobre problemas na unidade escolar segundo os estudantes do 8º ano

Entrevistado(a):
Turma:

Questão 1: Qual é a solução para o problema X?
( )
solução 1 ( ) solução 2

Respostas e comentários

Orientações

Essa atividade propõe um olhar sobre os problemas da escola e pode ser que a resolução de alguns deles dependa de legislação ou de diretrizes específicas da rede pública; por isso, é importante primeiro fazer o levantamento das necessidades e, antes de pensar nas providências, consultar a coordenação e a diretoria para verificar a viabilidade administrativa das realizações.

Sobre Planejamento

Para identificar os problemas da escola, promova um passeio orientado por ela. Os estudantes podem ser separados em pequenos grupos com tarefas predeterminadas, tais como: registrar três pontos de melhoria, conversar com dois funcionários sobre melhorias administrativas, entre outras que considerar relevantes sobre o contexto da escola. Abra espaço em sala de aula para os estudantes apresentarem os pontos levantados e ajude-os a ponderar a relevância e a urgência dos cinco mais citados. De acordo com os resultados apresentados, proponha o trabalho conjunto com professores de outros componentes, a depender do problema que será abordado.

Sobre Produção

A divisão dos estudantes em A e B, proposta no item 2, tem por objetivo viabilizar a entrevista, mas é possível propor outros arranjos, como a entrevista em pequenos grupos ou interclasses. Verifique essa viabilidade de acordo com as características da turma e o calendário escolar. No caso da opção pela pesquisa on-line, é importante pensar em um momento para os estudantes a responderem, dentro do perío­do escolar. Previamente, faça uma busca sobre aplicativos gratuitos de enquete.

Sugestão

Na sala, os estudantes podem ser divididos em pequenos grupos que ficarão responsáveis pelo desenvolvimento de uma das perguntas da enquete. Na próxima etapa, essas perguntas são revisadas conjuntamente quanto à sua relevância.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(ê éfe seis nove éle pê três cinco) Planejar textos de divulgação científica, a partir da elaboração de esquema que considere as pesquisas feitas anteriormente, de notas e sínteses de leituras ou de registros de experimentos ou de estudo de campo, produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigo de divulgação científica, artigo de opinião, reportagem científica, verbete de enciclopédia, verbete de enciclopédia digital colaborativa, infográfico, relatório, relato de experimento científico, relato (multimidiático) de campo, tendo em vista seus contextos de produção, que podem envolver a disponibilização de informações e conhecimentos em circulação em um formato mais acessível para um público específico ou a divulgação de conhecimentos advindos de pesquisas bibliográficas, experimentos científicos e estudos de campo realizados.

(ê éfe seis nove éle pê três seis) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções composicionais e estilos.

(ê éfe oito nove éle pê dois cinco) Divulgar o resultado de pesquisas por meio de apresentações orais, verbetes de enciclopédias colaborativas, reportagens de divulgação científica, vlogs científicos, vídeos de diferentes tipos etcétera

  1. Elaborada a enquete, cada estudante da turma A fica encarregado de entrevistar um da turma B. A entrevista pode ser presencial ou on-line.
  2. Todos os dados da turma B são reunidos e analisados pela turma a.
    • Para o problema X, quantas foram as respostas da turma indicando a solução 1 e a solução 2?
    • Esses números correspondem a que porcentagem?
  3. Essa análise deve ser registrada em um relatório final, cujo modelo pode ser o seguinte:
Enquete sobre problemas na unidade escolar segundo os estudantes do 8º ano

Turma:

Questão 1: Qual é a solução para o problema X?
Porcentagem das respostas:
solução 1: X %
solução 2: X %

Revisão

1. Em conjunto com sua turma, avalie atentamente a enquete com base nos critérios a seguir.

Em relação à proposta e ao sentido do texto

Em relação à ortografia e à pontuação

1. As perguntas foram claras e diretas?

1. A linguagem usada foi a norma-padrão?

2. As respostas foram fechadas, ou seja, cada uma delas propunha claramente uma solução?

2. Todas as perguntas foram iniciadas com letra maiúscula e finalizadas com ponto de interrogação?

3. As propostas de solução eram bem diferentes entre si?

3. Todas as soluções foram iniciadas com letra maiúscula e finalizadas com ponto final?

4. Os entrevistados foram devidamente identificados?

5. Os dados foram analisados corretamente?

Circulação

  1. Os resultados das enquetes de todas as turmas podem ser publicados em um blog a ser elaborado com o auxílio do professor.
  2. Os dados podem ser publicados por turma ou consolidados em um único, o que requereria uma análise mais completa desses dados.
  3. Para enriquecer a publicação, seria interessante publicar imagens e vídeos que ilustrem os problemas apontados pelos estudantes.
  4. O blog pode ser encaminhado à direção da escola como uma iniciativa de propor melhorias no ambiente escolar.

Avaliação

  1. Como foi a experiência de realizar uma enquete?
  2. E de participar dela?
  3. Enquetes podem representar a opinião de uma coletividade?
  4. A opinião dos demais colegas propiciou a você ver problemas que até então não havia notado?
Respostas e comentários

Sobre Revisão

Pondere conjuntamente a relevância das questões propostas na enquete e oriente-os a definir um formato final, que pode ser impresso – o qual necessitará de reproduções – ou on-line – o qual necessitará de tempo para elaboração, em dispositivos móveis ou na sala de informática.

Sobre Circulação

Ajude os estudantes a interpretar os dados da enquete. Caso tenha-se optado pela pesquisa on-line, a depender do aplicativo usado é possível exibir gráficos e outros recursos de imagem para analisar as respostas. Caso tenha-se escolhido o meio impresso, será necessário dedicar um tempo à tabulação conjunta dos dados com a turma, para que todos possam se apropriar deles e, assim, interpretá-los.

Sobre Avaliação

Pondere com os estudantes a importância da enquete como representativa da opinião pública, de um coletivo e como essa representatividade endossa a fôrça das reivindicações.

Projeto

Ícone. Tema contemporâneo transversal: Cidadania e civismo.

Cidadania

Quarta etapa

Finalizando...

Nesta etapa, será realizado um trabalho de síntese e avaliação das ações desenvolvidas na etapa anterior.

Além disso, tudo o que foi feito ao longo do ano em relação ao projeto será apresentado na Mostra da cidadania, que acontecerá no mesmo dia das partidas finais do torneio esportivo. Nessa mostra, em um horário predefinido, os grupos farão uma exposição oral com base no material visual que estiver exposto.

Atividades para todos os grupos

Reportagens

Na etapa anterior, você e seus colegas fizeram anotações e registraram (inclusive com fotografias, informativos, fôlderes obtidos) o desenvolvimento das ações realizadas nas quatro frentes de atividades.

Essas anotações e todo o material coletado na etapa anterior deverão agora ser trocados entre os grupos, para a elaboração de reportagens sobre cada um deles.

Com base no material recebido, cada grupo produzirá uma reportagem para divulgar os frutos das ações de outro grupo. Além do material recolhido, cada grupo fará entrevistas com os componentes do grupo cujo material está servindo de mote para a sua reportagem e com pessoas que tenham participado (ou estejam participando) das ações propostas.

A reportagem deverá mostrar como a cidadania se dá por um processo e que a educação é um dos instrumentos mais importantes para sua construção. As quatro propostas de atuação, de alguma fórma, levaram ao sentimento de pertencimento das pessoas a um grupo, a uma comunidade, a uma realidade. Daí a importância do trabalho realizado pelos quatro grupos e da reportagem que vai dar conta de divulgá-lo.

Para finalizar a reportagem, cada grupo deverá perguntar aos entrevistados: “O que é ser cidadão?”. As respostas serão gravadas e as mais significativas serão reproduzidas em folhas de papel sulfite, devidamente identificadas, para que sejam expostas.

Respostas e comentários

Orientações

Acompanhe a troca de materiais entre os grupos, bem como o planejamento e a produção das reportagens.

Nesta etapa do projeto o tema contemporâneo transversal Cidadania e Civismo (subtema: Educação em Direitos Humanos) relaciona-se aos temas que abordam multiculturalismo e meio ambiente na construção da mostra.

Habilidades trabalhadas nesta seção

Leitura

(ê éfe oito nove éle pê dois quatro) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usando fontes abertas e confiáveis.

Oralidade

(ê éfe seis nove éle pê um zero) Produzir notícias para rádios, tê vê ou vídeos, podcasts noticiosos e de opinião, entrevistas, comentários, vlogs, jornais radiofônicos e televisivos, dentre outros possíveis, relativos a fato e temas de interesse pessoal, local ou global e textos orais de apreciação e opinião – podcasts e vlogs noticiosos, culturais e de opinião, orientando-se por roteiro ou texto, considerando o contexto de produção e demonstrando domínio dos gêneros.

(ê éfe seis nove éle pê um quatro) Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores, tema/questão polêmica, explicações e/ou argumentos relativos ao objeto de discussão para análise mais minuciosa e buscar em fontes diversas informações ou dados que permitam analisar partes da questão e compartilhá-los com a turma.

(ê éfe seis nove éle pê três oito) Organizar os dados e informações pesquisados em painéis ou slides de apresentação, levando em conta o contexto de produção, o tempo disponível, as características do gênero apresentação oral, a multissemiose, as mídias e tecnologias que serão utilizadas, ensaiar a apresentação, considerando também elementos paralinguísticos e cinésicos e proceder à exposição oral de resultados de estudos e pesquisas, no tempo determinado, a partir do planejamento e da definição de diferentes fórmas de uso da fala – memorizada, com apoio da leitura ou fala espontânea.

(ê éfe seis nove éle pê três nove) Definir o recorte temático da entrevista e o entrevistado, levantar informações sobre o entrevistado e sobre o tema da entrevista, elaborar roteiro de perguntas, realizar entrevista, a partir do roteiro, abrindo possibilidades para fazer perguntas a partir da resposta, se o contexto permitir, tomar nota, gravar ou salvar a entrevista e usar adequadamente as informações obtidas, de acordo com os objetivos estabelecidos.

(ê éfe oito nove éle pê um três) Planejar entrevistas orais com pessoas ligadas ao fato noticiado, especialistas etcétera, como fórma de obter dados e informações sobre os fatos cobertos sobre o tema ou questão discutida ou temáticas em estudo, levando em conta o gênero e seu contexto de produção, partindo do levantamento de informações sobre o entrevistado e sobre a temática e da elaboração de um roteiro de perguntas, garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática, realizar entrevista e fazer edição em áudio ou vídeo, incluindo uma contextualização inicial e uma fala de encerramento para publicação da entrevista isoladamente ou como parte integrante de reportagem multimidiática, adequando-a a seu contexto de publicação e garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática.

Produção de texto

(ê éfe seis nove éle pê zero seis) Produzir e publicar notícias, fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens, reportagens multimidiáticas, infográficos, podcasts noticiosos, entrevistas, cartas de leitor, comentários, artigos de opinião de interesse local ou global, textos de apresentação e apreciação de produção cultural – resenhas e outros próprios das fórmas de expressão das culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts culturais, gameplay, detonado etcétera– e cartazes, anúncios, propagandas, spots, jingles de campanhas sociais, dentre outros em várias mídias, vivenciando de fórma significativa o papel de repórter, de comentador, de analista, de crítico, de editor ou articulista, de booktuber, de vlogger (vlogueiro) etcétera, como fórma de compreender as condições de produção que envolvem a circulação desses textos e poder participar e vislumbrar possibilidades de participação nas práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo midiático de fórma ética e responsável, levando-se em consideração o contexto da Web 2.0, que amplia a possibilidade de circulação desses textos e “funde” os papéis de leitor e autor, de consumidor e produtor.

(ê éfe seis nove éle pê zero sete) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e circulação – os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação –, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etcétera), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/alterando efeitos, ordenamentos etcétera

(ê éfe seis nove éle pê zero oito) Revisar/editar o texto produzido – notícia, reportagem, resenha, artigo de opinião, dentre outros –, tendo em vista sua adequação ao contexto de produção, a mídia em questão, características do gênero, aspectos relativos à textualidade, a relação entre as diferentes semioses, a formatação e uso adequado das ferramentas de edição (de texto, foto, áudio e vídeo, dependendo do caso) e adequação à norma culta.

(ê éfe seis nove éle pê três cinco) Planejar textos de divulgação científica, a partir da elaboração de esquema que considere as pesquisas feitas anteriormente, de notas e sínteses de leituras ou de registros de experimentos ou de estudo de campo, produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigo de divulgação científica, artigo de opinião, reportagem científica, verbete de enciclopédia, verbete de enciclopédia digital colaborativa, infográfico, relatório, relato de experimento científico, relato (multimidiático) de campo, tendo em vista seus contextos de produção, que podem envolver a disponibilização de informações e conhecimentos em circulação em um formato mais acessível para um público específico ou a divulgação de conhecimentos advindos de pesquisas bibliográficas, experimentos científicos e estudos de campo realizados.

(ê éfe seis nove éle pê três seis) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções composicionais e estilos.

(ê éfe oito nove éle pê zero oito) Planejar reportagem impressa e em outras mídias (rádio ou tê vê/vídeo, sites), tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etcétera – a partir da escolha do fato a ser aprofundado ou do tema a ser focado (de relevância para a turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados e informações sobre o fato ou tema – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a fontes diversas, análise de documentos, cobertura de eventos etcétera –, do registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etcétera, da produção de infográficos, quando for o caso, e da organização hipertextual (no caso a publicação em sites ou blogs noticiosos ou mesmo de jornais impressos, por meio de boxes variados).

(ê éfe oito nove éle pê zero nove) Produzir reportagem impressa, com título, linha fina (optativa), organização composicional (expositiva, interpretativa e/ou opinativa), progressão temática e uso de recursos linguísticos compatíveis com as escolhas feitas e reportagens multimidiáticas, tendo em vista as condições de produção, as características do gênero, os recursos e mídias disponíveis, sua organização hipertextual e o manejo adequado de recursos de captação e edição de áudio e imagem e adequação à norma-padrão.

(ê éfe oito nove éle pê dois cinco) Divulgar o resultado de pesquisas por meio de apresentações orais, verbetes de enciclopédias colaborativas, reportagens de divulgação científica, vlogs científicos, vídeos de diferentes tipos etcétera

Organização do material e montagem do evento

Toda a turma deverá colaborar para que a Mostra da cidadania seja um sucesso. A ajuda do professor de Arte será bem-vinda. Além do torneio esportivo, a exposição do material produzido ao longo do ano será essencial para isso. Portanto, analise com os colegas e com os professores que participaram do projeto os espaços da escola para decidir em que locais serão expostos os materiais que todos fizeram.

Seguem sugestões para a organização da Mostra como um todo:

O título Cidadania deverá aparecer logo no início da exposição e de fórma bem destacada. Seria interessante fazer uma faixa grande para apresentá-lo.

Em seguida, podem entrar as respostas dos entrevistados à pergunta “O que é ser cidadão?”, identificadas. Para enriquecer essa parte da exposição, pode ser feita uma pesquisa na internet sobre como respondem a essa pergunta pessoas de destaque em nossa sociedade e as respostas podem ser apresentadas em folhas de papel sulfite.

O mural dos textos expositivos precisa ser organizado como um espaço em que as pessoas possam ler cada um deles sem aglomeração.

Os trabalhos relacionados à cidade, feitos na segunda etapa, também podem ser agrupados num espaço amplo, separados de acordo com a frente desenvolvida. Nesse espaço, pode ser disponibilizada também a coletânea montada pela turma na seção Produção de texto da Unidade 4.

Fechando a mostra, entram as reportagens com os resultados das ações realizadas. Se houver a produção de objetos nessas ações, eles também poderão ser expostos, sempre identificados (depois da mostra eles deverão ser devolvidos aos seus autores).

É preciso prever e organizar um espaço para a exposição oral dessas reportagens em horário previamente definido.

Quinta etapa

Avaliação

Avaliação do grupo

Para este Projeto, a avaliação do grupo deve se balizar por estes itens:

  • adequação aos prazos: todos colaboraram para que os prazos estabelecidos fossem rigorosamente cumpridos?
  • implementação das ações: escolhidas as ações, os grupos empenharam-se para que elas tivessem realmente um impacto sobre as pessoas (da escola ou da comunidade) de modo que todos exercitassem a prática da cidadania?
  • produção do material: os textos produzidos foram revisados e estavam adequados? O material produzido pelos grupos foi cuidadosamente guardado até a data da exposição? Os textos estavam legíveis? Os materiais foram afixados de fórma a facilitar sua leitura?
  • montagem da mostra: houve colaboração e auxílio mútuo no momento de montar a mostra? Os espaços garantiam uma circulação adequada e a leitura dos textos sem aglomeração?
  • apresentação oral: as reportagens foram adequadamente apresentadas para que o público tivesse uma noção precisa do que foi o desenvolvimento das campanhas na escola?

Caso algum item tenha deixado a desejar, reflita com o professor e os colegas sobre como poderiam corrigir as falhas.

Avaliação individual

Reflita sobre sua participação individual neste projeto:

  • Você deu o melhor de si para realizar as atividades?
  • Foi pontual na entrega de material?
  • Esforçou-se suficientemente para realizar as ações necessárias?
  • Aceitou sugestões dos demais componentes do grupo?

Autoanálise

No início deste projeto, você respondeu a uma série de perguntas sobre sua atuação como cidadão. Pedimos que, agora, releia essas perguntas para verificar se houve alguma mudança em seu comportamento.

Pense se, no decorrer da realização do projeto, você se sensibilizou com a situação de outras pessoas e, tendo em vista seus deveres, conscientizou-se de que a cidadania se constrói no dia a dia pela atuação de cada um de nós.

Respostas e comentários

Orientação

O grupo que ficar responsável pelo espaço em que for feita a exposição oral das reportagens deve escolher o lugar mais adequado, pedir autorização à administração da escola para usá-lo e ocupar-se da organização: placas de sinalização, número de cadeiras, espaço para o palco, iluminação etcétera

Sobre Avaliação do grupo

Agende uma data para a avaliação do grupo, com um tempo de duração determinado. É recomendável a participação dos professores dos outros componentes envolvidos, para que cada um auxilie na avaliação daquilo de que participou. É importante que todos possam manifestar sua opinião e crítica, desde que de modo construtivo e colaborativo e que você monitore o tempo de fala de cada um de acordo com o tempo reservado para a atividade. É importante também que os estudantes percebam a articulação entre todos os grupos e como se saíram em cada uma das etapas. Haverá aqueles que se envolveram mais em uma ou outra, aqueles que se identificaram ou não com as tarefas que desenvolveram etcétera Isso os ajudará a perceber que nem todos fizeram apenas tarefas de que gostaram, entretanto o resultado foi positivo, ou seja, o conjunto obteve êxito.

Sobre Avaliação individual

A autoavaliação deve ser feita individualmente e depois compartilhada com os colegas. Se achar pertinente, peça a cada um dos estudantes que, após a avaliação do grupo, se sente em sua carteira e reflita sobre sua participação no projeto como um todo, em todas as fases, e registre, em tópicos, como se autoavalia. Reúna-os novamente para que troquem suas impressões sobre sua participação, também os orientando no sentido do respeito e da escuta atenta do outro.

Sobre Organização do material e montagem do evento

Todos os grupos deverão participar desta atividade, sob sua supervisão.

Os estudantes que fizerem parte dos times finalistas e tiverem de jogar nesse dia poderão ser dispensados da montagem da Mostra. Marque um dia para conversar sobre isso com os estudantes e divida os trabalhos. Cada grupo se responsabilizará por uma parte da exposição: a criação da faixa para a abertura e as folhas com as respostas à questão “O que é ser cidadão?”; o mural dos textos expositivos; os trabalhos relacionados à cidade; as reportagens. Levante com eles o espaço adequado para cada exposição e o material necessário para organizar e montar cada uma. Se for possível, os professores que auxiliaram os estudantes durante o projeto podem ajudá-los neste momento.

Sobre Autoanálise

A autoanálise deve ser um processo individual e sigiloso. Também é necessário marcar uma data e um horário para que ela seja feita, de preferência por alguma fórma de registro escrito. Ela não será lida por você, mas é importante que os estudantes escrevam o que refletiram sobre sua percepção de modificação individual com a execução do projeto.

Glossário

córtex tátil
: região do córtex cerebral ligada à função do tato.
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algoritmo
: conjunto das regras e procedimentos lógicos perfeitamente definidos que levam à solução de um problema.
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avatar
: representação gráfica de um ser vivo em um ambiente virtual.
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córtex
: membrana que recobre um órgão.
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eletrodo
: condutor elétrico do qual se fornece ou se retira corrente elétrica de um sistema.
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luz infravermelha
: tipo de radiação eletromagnética imperceptível pelo olho humano.
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