UNIDADE 5 Isso é de tirar o sono

Faça as atividades no caderno.

Ilustração. Cenário sombrio com um casarão de vários andares ao fundo, no qual uma torre cilíndrica se destaca entre dois blocos do edifício, este de paredes brancas, localizado à beira de um lago. Na outra margem do lago, montado em um cavalo, há um homem de cartola, coberto por uma capa escura. Estão entre troncos ressecados de árvores mortas, e o cavaleiro está com a cabeça voltada para o edifício, cuja imagem é refletida na superfície da água.
Detalhe da ilustração de Arthur (1867-1939) para o conto “A queda da casa de Usher”, de Êdgar Álan Pou
  1. A figura desta página ilustrou a primeira edição de um conto de terror de Êdgar Álan Pou, um autor estadunidense muito conhecido pela sua obra cheia de mistério e suspense. Leia a legenda que acompanha a imagem. Ao ler a legenda com o nome do conto e compará-la com a figura, você consegue imaginar do que trata a narrativa?
  2. Responda:
    1. Você já leu algum conto de terror? Caso tenha lido, conte para os colegas e o professor o enredo.
    2. Que elementos caracterizam um conto de terror?

Saiba +

“A queda da casa de Usher

“A queda da casa de Usher” é um dos contos mais famosos de Êdgar Álan Pou (1809-1849), um dos mais importantes escritores estadunidenses. Lançado em 1939, o conto perturbador e melancólico relata os últimos dias de róderic úcher em sua casa, pela visão do amigo que o visita nessa fase derradeira. A primeira edição foi ilustrada pelo inglês Arthur (1867-1939), que traduziu toda a tristeza e o suspense do conto em imagens.

Leitura 1

Contexto

Para não passarem a noite desabrigados, um homem gravemente ferido e seu criado refugiam-se em um castelo. Assim pode ser resumida a situação inicial de “O retrato oval”, conto de terror que você vai ler agora, o qual foi escrito no século dezenove pelo estadunidense Êdgar Álan Pou. Para facilitar o estudo do texto, a leitura será dividida em duas etapas.

Êdgar Álan Pou

AUTORIA

Embora tenha vivido pouco (entre 1809 e 1849), deixou obras em prosa e verso que se tornaram referência para as gerações seguintes. Muitos o consideram o pai da literatura policial moderna e um dos mestres da literatura de terror. Suas personagens solitárias e melancólicas parecem refletir um pouco da vida atribulada do autor, marcada por perdas e falta de reconhecimento e dinheiro.

Antes de ler

Considerando a situação inicial e o título do conto, responda:

Que tipo de acontecimento assustador você imagina que pode ocorrer nessa história?

O retrato oval – Parte 1

O castelo onde meu criado aventurara-se a forçar nossa entrada, em vez de permitir que eu passasse a noite, ferido como eu estava, ao relentoglossário , era uma daquelas construções lúgubres e grandiosas que há tempos debruçam-se por sobre os Apeninosglossário , não apenas de fato como também na imaginação da sra. Radcliffeglossário . O lugar dava a impressão de ter sido abandonado havia pouco tempo, em caráter temporário. Instalamo-nos em um dos aposentos menores e mais humildes. O quarto ficava em um torreãoglossário afastado. A decoração era sofisticada, mas antiga e maltratada pelo tempo. As paredes estavam cobertas por tapeçarias e ornadas com troféus de armas; ademais, havia um número incomum de pinturas modernas muito agradáveis com molduras de arabescosglossário dourados. Essas pinturas, que pendiam não apenas das paredes amplas, mas também dos inúmeros recônditos que a arquitetura bizarra do palácio fazia necessários – essas pinturas, talvez em virtude de um delírio incipiente, despertaram-me um profundo interesse, de modo que solicitei a Pedro que fechasse as pesadas cortinas daquele cômodo – uma vez que já era noite –, que acendesse os pavios de um candelabro alto que estava junto à cabeceira da minha cama e que abrisse, tanto quanto possível, as cortinas franjadas de veludo negro que envolviam a cama. Fiz esse pedido para que eu pudesse me entregar se não ao sono, pelo menos à contemplação daqueles quadros e à leitura de um pequeno tomo encontrado sobre o travesseiro, que se propunha a fazer críticas a eles e a descrevê-los. Por muito – muito tempo eu li – e concentrado, absorto, eu contemplava. As horas passaram céleres e agradáveis até que a meia-noite escura se instaurou. A posição do candelabro aborrecia-me e, preferindo fazer um esforço a importunar meu criado, que dormia, estiquei o braço e ajustei-o de modo a obter mais luz sobre o livro.

Mas esse ato teve consequências de todo inesperadas. Os raios de inúmeras velas (pois havia muitas) iluminaram um nicho do quarto que até então permanecera envolto na densa sombra de uma das colunas da cama. E assim vi, iluminado, um quadro que até então me passara despercebido. Era o retrato de uma menina em que despontavam os primeiros sinais da mulher. Observei a pintura por alguns instantes e logo fechei os olhos. O que me despertou esse impulso era algo que a princípio eu mesmo não compreendia. Mas, enquanto as pálpebras permaneciam-me fechadas, vasculhei meus pensamentos em busca do motivo para fechá-las. Um movimento impulsivo deu-me tempo para pensar – para ter certeza de que os olhos não me haviam logrado – para serenar meus devaneios e lançar à tela um olhar mais sóbrio e mais preciso. Passados alguns instantes, olhei mais uma vez para o retrato.

Que naquele instante eu o via de modo objetivo estava além de qualquer dúvida; pois o primeiro clarão das velas sobre a tela parecia ter dissipado o estuporglossário onírico que aos poucos dominava meus sentidos e me reconduzido, de sobressalto, à vigília.

reticências

Pôu, Edigár Álan O gato preto e outros contos. Organização e tradução de Guilherme da Silva Braga. São Paulo: Hedra, 2008. página. 65-69.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. Retome o que você imaginou a respeito do texto antes da leitura e responda oralmente.
    1. Que situação assustadora você havia imaginado?
    2. Essa situação aparece no conto?
  2. Uma história pode ser narrada de várias maneiras.
    1. Quem narra o conto “O retrato oval”? Trata-se de um narrador em 1ª ou 3ª pessoa?
    2. O narrador se relaciona com o que conta de maneira parcial ou distanciada? Explique.
    3. Qual é a percepção do leitor em relação a esse tipo de narrador? Tudo o que ele conta pode ser considerado fato?
  3. Relembre o cenário descrito no conto.
    1. Ele é fantasioso, ou seja, sem relação com o mundo real? Explique.
    2. O cenário aproxima ou distancia da realidade a situação de mistério contada? Explique.
  4. Releia esta passagem do conto:

reticências era uma daquelas construções lúgubres e grandiosas que há tempos debruçam-se por sobre os Apeninos reticências.

Pôu, Edigár Álan. O gato preto e outros contos. Organização e tradução de Guilherme da Silva Braga. São Paulo: Hedra, 2008. página. 65-69.

  1. Consulte em um dicionário o verbete da palavra lúgubre e transcreva em seu caderno o sentido desse adjetivo no contexto em que é empregado.
  2. Identifique nesse trecho o verbo que foi empregado no sentido figurado. Por que ele foi usado com esse significado?

5. Ao se instalar no aposento do castelo, chamam a atenção do narrador pinturas descritas por ele como modernas e muito agradáveis. O autor também poderia usar a palavra vivazes para descrever as pinturas. Leia a seguir algumas acepções dessa palavra e responda.

vivaz   Datação: 1721

Acepções

adjetivo de dois gêneros

1. que vive ou pode viver muito tempo; vivedouro

Exs.: parentes v.

planta v.

2. que dura ou pode durar muito

Exs.: sistema social v.

3. caracterizado pela ação, dado à ação; ativo, enérgico

Ex.: dança v.

planta v.

4. muito forte ou intenso; ativo, penetrante, vivo

INSTITUTO HOUAISS. Vivaz. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

Quais dos sentidos apresentados no verbete podem ser aplicados às pinturas vistas pelo narrador? Justifique o emprego desse adjetivo nesse contexto.

6. Leia o trecho:

reticências Talvez em virtude de um delírio incipiente, despertaram-me um profundo interesse, de modo que solicitei a Pedro que fechasse as pesadas cortinas daquele cômodo – uma vez que já era noite –, que acendesse os pavios de um candelabro alto que estava junto à cabeceira da minha cama e que abrisse, tanto quanto possível, as cortinas franjadas de veludo negro que envolviam a cama.

Ilustração. Em uma moldura oval suspensa na parede, o retrato de uma mulher jovem de sobrancelhas espessas e cabelos pretos em um coque no topo da cabeça, com mechas caídas nas faces, de batom vermelho nos lábios, usando um colar e com um vestido marrom decotado com mangas bufantes.

Pôu, Edigár Álan. O gato preto e outros contos. Organização e tradução de Guilherme da Silva Braga. São Paulo: Hedra, 2008. página. 65-69.

  1. Qual era a condição física do narrador ao entrar no castelo?
  2. Essa condição física pode explicar o delírio vivido por ele?
  3. Que relação há entre o delírio do narrador e o modo como ele percebe a realidade à sua volta?
Ícone pontos de atenção e noções complementares

Tempo cronológico versus tempo psicológico

Em narrativas, o tempo pode ser representado de duas maneiras:

• cronológico: noção quantitativa de tempo, ou seja, as ações são representadas com base em medidas fixas de tempo (minutos, horas, dias, meses, anos, séculos etcétera.); • tempo psicológico: noção qualitativa de tempo, ou seja, as ações são representadas com base no modo como são sentidas, vivenciadas; em outras palavras, é o tempo sentido, de modo que, em determinada passagem, a personagem pode ter vivenciado uma situação durante uma hora, mas teve a sensação de que demorou um dia inteiro, por exemplo.

7. Releia este trecho:

reticências Por muito – muito tempo eu li – e concentrado, absorto, eu contemplava. As horas passaram céleres e agradáveis até que a meia-noite escura se instaurou.

Pôu, Edigár Álan. O gato preto e outros contos. Organização e tradução de Guilherme da Silva Braga. São Paulo: Hedra, 2008. página. 65-69.

Ilustração. Um livro espesso de capa dura marrom está em cima de um travesseiro envolto em uma fronha laranja, apoiado na cabeceira de uma cama que está arrumada com lençóis de cores azul e lilás.
  1. Com base nas noções de tempo cronológico e tempo psicológico, comente esse trecho.
  2. O autor incluiu um dado cronológico no fim desse trecho. Explique a relação desse elemento com o terror.

8. Em seu caderno, indique a alternativa que completa esta frase:

No conto, a pouca iluminação do ambientereticências

  1. ajuda o narrador a pegar no sono.
  2. provoca medo no criado do narrador.
  3. contribui para a atmosfera de mistério.
  4. impede o narrador de observar o quadro.

9. Releia o trecho a seguir e, em seu caderno, indique a alternativa correta.

reticências Observei a pintura por alguns instantes e logo fechei os olhos. O que me despertou esse impulso era algo que a princípio eu mesmo não compreendia. Mas, enquanto as pálpebras permaneciam-me fechadas, vasculhei meus pensamentos em busca do motivo para fechá-las. Um movimento impulsivo deu-me tempo para pensar – para ter certeza de que os olhos não me haviam logrado – para serenar meus devaneios e lançar à tela um olhar mais sóbrio e mais preciso.

pôu Edigár Álan. O gato preto e outros contos. Organização e tradução de Guilherme da Silva Braga. São Paulo: Hedra, 2008. página. 65-69.

um O narrador deseja entender sua reação ao quadro.

dois A observação do quadro gera um conflito na narrativa.

trêsA fantasia ajuda o narrador a resolver uma tensão interior.

  1. um e dois estão corretas.
  2. dois e três estão corretas.
  3. Todas estão corretas.
  4. Somente um está correta.

Antes de ler

Considerando a expectativa em relação à sequência da leitura do conto “O retrato oval”, responda:

  • O que você imagina que intrigou o narrador ao olhar para o retrato da moça?
  • De que modo o livro encontrado por ele pode estar relacionado a esse mistério?

O retrato oval – Parte 2

O retrato, conforme descrevi, era o de uma jovem moça. Era um simples busto, executado com a técnica que se costuma chamar de vignette; o estilo era muito semelhante ao das famosas cabeças de Sullyglossário . Os braços, o colo e até mesmo as pontas do cabelo radiante fundiam-se de modo imperceptível na sombra vaga e mesmo assim densa que constituía o segundo plano da obra. O quadro tinha uma moldura oval, dourada com grande esmero e filigranasglossário glossário à mouriscaglossário . Como obra de arte, nada poderia ser mais admirável do que a pintura em si. Mas não fôra nem a execução do trabalho nem a beleza imortal daquele semblante o que me comovera de maneira tão súbita e tão contundente. Também seria impensável que minha fantasia, já desperta de seu cochilo, houvesse tomado o retrato por uma pessoa real. Percebi de imediato que as particularidades da composição, do estilo vignette e da moldura haveriam de ter afastado essa ideia no mesmo instante – haveriam de ter impedido que fosse sequer matéria de consideração. Ocupado com esses pensamentos, permaneci, talvez por uma hora inteira, meio sentado, meio reclinado, com o olhar fixo no retrato. Por fim, ao deslindar o segredo de seu efeito, deitei-me. Descobri que o encanto do quadro residia na perfeição absoluta da expressão daquele rosto que parecia vivo e que, a princípio tendo-me assustado, logo pôs-me perplexo, subjugou e aterrorizou-me. Sob a influência de um espanto profundo e reverencial, recoloquei o candelabro em seu lugar. Com a causa da minha agitação fóra de vista, debrucei-me com avidez sobre o volume que discorria sobre as pinturas e suas histórias. Ao buscar o número que identificava o retrato oval, li as obscuras e peculiares palavras que seguem:

“Era uma donzela de rara beleza, e só não era mais amável do que era alegre. Numa hora infeliz ela viu, amou e desposou o pintor. Ele, arrebatado, estudioso, rigorosoglossário , já tendo a Arte por esposa; ela, uma donzela de rara beleza, e só não era mais amável que era alegre; toda luz e sorrisos, brincalhona como os filhotes de corça; amava e pegava-se a tudo; detestava somente a Arte, que era sua rival; temia apenas a palheta e os pincéis e outros instrumentos indesejáveis que a privavam de ver o rosto do amado.

Ilustração. Em uma moldura oval suspensa na parede, o retrato de uma mulher jovem de sobrancelhas espessas e cabelos pretos em um coque no topo da cabeça, com mechas caídas nas faces, de batom vermelho nos lábios, usando um colar e com um vestido marrom decotado com mangas bufantes.

Assim, para a moça, era uma coisa terrível ouvir o pintor falar sobre o desejo de retratar sua jovem esposa. Mas ela era humilde e dócil, e posou por semanas a fio em um torreão escuro onde a luz que iluminava a tela vinha apenas de cima. Mas o pintor comprazia-se naquele trabalho, que se estendia hora após hora, dia após dia. Ele tinha uma alma apaixonada, indomável, suscetível, e era dado a devaneios; assim, não percebia que a terrível luz que se filtrava pelo torreão solitário abatia a saúde e o ânimo da esposa, que definhava à vista de todos, menos da sua. Mesmo assim ela seguia sorrindo, sem queixar-se, porque notava que o pintor (que era muito renomado) sentia um prazer imenso ao desempenhar a tarefa, e trabalhava dia e noite para retratar a mulher que tanto o amava, mas que a cada dia ficava mais desanimada e fraca. E na verdade algumas pessoas que viam o retrato comentavam alguma semelhança à meia-voz, como se falassem de um milagre, e de uma prova não só da habilidade do pintor como também do profundo amor que ele nutria pela modelo que retratava com tanta maestria. Mas, à medida que o trabalho chegava ao fim, o acesso ao torreão foi vetado, pois o pintor tomara-se de arrebatamento e mal despregava os olhos da tela, mesmo que fosse para olhar o rosto da esposa. E ele não percebia que as cores espalhadas sobre a tela vinham das faces daquela que sentava ao seu lado. E ao cabo de várias semanas, quando faltavam apenas alguns retoques – uma pincelada nos lábios e um sombreado no olhar –, o ânimo da esposa mais uma vez bruxuleou como a chama no interior do lampião. E foi dada a última pincelada, e logo o sombreado estava completo; então, por um instante, o pintor ficou em transe diante da obra que executara; mas no momento seguinte, ainda olhando a pintura, ficou pálido e começou a tremer; horrorizado, gritou: ‘Isso é a própria Vida!’ e virou-se para contemplar a amada: Ela estava morta!

Pôu, Edigár Álan. O gato preto e outros contos. Organização e tradução de Guilherme da Silva Braga. São Paulo: Hedra, 2008. página. 65-69.

Ilustração. Um homem de cabelos, bigode e cavanhaque pretos usando paletó roxo e calças verde-musgo está sentado em uma cadeira em uma sala com paredes altas nas quais está suspenso um tecido verde semelhante a uma cortina com franjas brancas. Ele segura um pincel em uma das mãos, e uma paleta de tintas na outra. Diante dele, sobre um cavalete, uma tela oval já emoldurada na qual ele conclui a pintura do retrato de uma mulher jovem de sobrancelhas espessas e cabelos pretos em um coque no topo da cabeça, com mechas caídas nas faces, de batom vermelho nos lábios, usando um colar e com um vestido marrom decotado com mangas bufantes.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. Retome o que você imaginou a respeito da sequência do texto e responda oralmente às questões a seguir.
    1. Para você, o que tinha intrigado o narrador ao olhar para o retrato?
    2. Sua hipótese se confirmou? Explique.
    3. Qual é a relação entre o livro que o narrador encontrou e a misteriosa observação do quadro?
  2. Agora que você leu todo o conto, responda ao que se pede.
    1. Em quanto tempo se passa o enredo?
    2. Justifique a resposta anterior com um resumo do enredo.
  3. Releia o trecho a seguir.

reticências Como obra de arte, nada poderia ser mais admirável do que a pintura em si. Mas não fôra nem a execução do trabalho nem a beleza imortal daquele semblante o que me comovera de maneira tão súbita e tão contundente.

Pôu, Edigár Álan. O gato preto e outros contos. Organização e tradução de Guilherme da Silva Braga. São Paulo: Hedra, 2008. página. 65-69.

Copie em seu caderno a alternativa que descreve o efeito que causa no texto a conjunção em destaque.

  1. Promove um contraste entre a admiração do narrador pela pintura e a estranha sensação dele ao observá-la.
  2. Contribui para descartar a possibilidade de que a beleza da obra causou a emoção repentina no narrador.
  3. Opõe uma avaliação racional sobre a obra à forte atração provocada pela beleza da jovem retratada.
  4. Minimiza a admiração racional pelo retrato em favor da emoção avassaladora provocada por ele.
Versão adaptada acessível

Escreva a alternativa que descreve o efeito que causa no texto a conjunção mas.

  1. Promove um contraste entre a admiração do narrador pela pintura e a estranha sensação dele ao observá-la.
  2. Contribui para descartar a possibilidade de que a beleza da obra causou a emoção repentina no narrador.
  3. Opõe uma avaliação racional sobre a obra à forte atração provocada pela beleza da jovem retratada.
  4. Minimiza a admiração racional pelo retrato em favor da emoção avassaladora provocada por ele.
  1. No último parágrafo do conto, é transcrita a história da criação do retrato oval. Sobre essa história, é correto afirmar que:
    1. não apresenta conflito.
    2. é narrada em retrospectiva.
    3. se passou nos arredores do castelo.
    4. apresenta narrador em 3ª pessoa.
  2. Descreva com suas palavras a relação do pintor do quadro com sua esposa e com a Arte.
  3. O pintor se recusa a perceber que a luz escura do torreão consumia a saúde de sua esposa e modelo.
    1. Consulte em um dicionário o verbete da palavra torreão e explique em que sentido o adjetivo (escura) que a caracteriza está relacionado ao contexto do conto.
    2. Esse adjetivo antecipa o destino da jovem do retrato. Por quê?
Fotograma. Uma mulher esguia de rosto pálido e cabelos escuros presos atrás da cabeça, usando um vestido azul-marinho longo de gola alta, com cabeção e punhos das mangas longas rendados e cauda que se arrasta, traje cujo tecido reflete a luz de modo que parece ser de veludo. Ela está em pé, em postura e com semblante altivos, no patamar de uma escada de madeira com um grande corrimão de madeira trabalhada, em que uma peça decorativa cônica semelhante a uma lanterna está colocada no topo de uma coluna na base do corrimão entre dois lances de degraus. Ao fundo, uma ampla parede revestida de lambris de madeira entalhada, em cuja parte superior parecem estar suspensas peças de tapeçaria. A iluminação parece provir do lado oposto ao da parede, pois a sombra da personagem é projetada no chão, sobre o patamar onde ela está postada, no qual, parece haver algumas folhas secas amontoadas em um dos cantos.
Cena de A colina escarlate, direção de Guilhérmo del Toro, 2015. Esse filme é um exemplo entre tantas outras produções que continuam explorando situações macabras desenvolvidas por Êdgar Álan Pou no passado: grandes casas macabras, aposentos assustadores, pessoas atormentadas, segredos terríveis que se revelam no final.

Faça as atividades no caderno.

  1. A história da origem do quadro esclarece a sinistra relação do narrador com essa pintura? Justifique sua resposta.
  2. Releia os trechos:

um

E ele não percebia que as cores espalhadas sobre a tela vinham das faces daquela que sentava ao seu lado.

dois

reticências ainda olhando a pintura, ficou pálido e começou a tremer; horrorizado, gritou: Isso é a própria Vida!

Pôu, Edigár Álan. O gato preto e outros contos. Organização e tradução de Guilherme da Silva Braga. São Paulo: Hedra, 2008.página. 65-69.

  1. Considerando o desfecho da história da origem do retrato e a relação dela com o restante do conto, pode-se dizer que a ação de retirar as cores do rosto da mulher ao seu lado era algo que o pintor fazia de modo consciente? Por quê?
  2. Nesses trechos, o itálico é usado para destacar os termos não percebia e Vida. Considerando o contexto, o que essas expressões representam?

Saiba +

Obras-primas de Poe

Êdgar Álan Pou é autor de uma vasta obra literária. Seus textos influenciaram gerações de escritores. Em língua portuguesa, é possível encontrar diferentes edições de seus escritos. Entre os seus contos mais conhecidos, encontram-se “O gato preto”, “O poço e o pêndulo” e “O homem da multidão”. Além deles, figura, como uma de suas obras-primas, “O corvo”, poema de suspense e atmosfera sombria.

Fotografia. Reprodução de capa de livro. Na parte superior, sobre uma tarja roxa semelhante a uma aquarela, o nome do autor: 'EDGAR ALLAN POE'. Abaixo, sobre fundo azul semelhante a uma aquarela, o título: 'Histórias extraordinárias'. À esquerda, sobre fundo branco, ilustração de um gato preto de olhos amarelos e longa cauda arqueada sobre a cabeça, com as patas anteriores estendidas apoiadas no chão. Esta figura felina, contudo, não tem bigodes.
Capa do livro Histórias extraordinárias, de Êdgar Álan Pou. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
Fotografia. Reprodução de capa de livro. Sobre uma tarja laranja à meia altura, o nome do autor: 'Edgar Allan Poe', abaixo do qual, na mesma tarja, o título: 'O CORVO'. Ao fundo, ilustração em preto e branco de tom amarelado de um corvo, que está pousado no umbral/na soleira de uma porta, com uma das asas colocada em um dos batentes. O corvo representado tem um olho branco, e parece ter uma faixa branca em torno do pescoço, disposta como um colar.
Capa do livro O corvo, de Êdgar Álan Pou. São Paulo: Melhoramentos, 2012.

O gênero em foco

Tema contemporâneo transversal: Multiculturalismo

Conto de terror

O conto de terror é uma das vertentes do conto, com narrativa ficcional curta, em prosa, e geralmente centrada em um acontecimento. Graças a esse núcleo reduzido, as personagens são poucas e a ambientação é restrita.

Como narrativa, o conto costuma apresentar situação inicial, conflito, clímax e desfecho. Aliás, para Êdgar Álan Pou (1809-1849), o clímax do conto deve coincidir com o desfecho, recurso que, a exemplo da brevidade, contribui para prender a atenção do leitor.

Mas o que diferencia o conto de terror do conto tradicional? Os temas de arrepiar? Mais que isso. O conto de terror apresenta geralmente o fantástico; não o adjetivo sinônimo de espetacular, grandioso, admirável. Fantástico, nesse caso, é o momento da narrativa que gera dúvida quanto à natureza de determinada ação: seria ela uma manifestação do sobrenatural ou uma mera ilusão dos sentidos? Não é como nos contos de fada, em que há elementos mágicos e fantasiosos, mas não são elaborados para criar um efeito sombrio ou gerar o medo. Em “O retrato oval”, por exemplo, o espaço, o tempo e as ações iniciais condizem com as leis da realidade, mas eis que um acontecimento misterioso desestabiliza esse mundo lógico, sendo esse evento envolto por uma atmosfera macabra.

No conto de terror, o fantástico está de mãos dadas com o medo, “a mais antiga e forte das emoções humanas”, segundo o estadunidense eidj pi lóv créft(1890-1937), outro destacado escritor do gênero. Assim, mais do que desafiar a razão, no conto de terror, o fantástico mobiliza nossas emoções mais sombrias, o que talvez explique o fascínio despertado por esse tipo de narrativa. Após lermos “O retrato oval”, por exemplo, não sabemos se o narrador-personagem viu a jovem retratada no quadro ou se, traído pelo medo e pelo delírio, teve apenas uma alucinação.

Ilustração. Na parte inferior, lápides e cruzes dispostas de maneira tortuosa, representando um cemitério abandonado onde há uma árvore ressecada sem folhas. Acima, um céu noturno em que há uma enorme disco amarelado da lua cheia, em torno e diante do qual há uma revoada de morcegos. O cenário é  iluminado em um tom fluorescente de verde.
Noites de lua cheia, árvores retorcidas, cemitérios. Esses são elementos presentes em muitas narrativas de terror.
Espera que amedronta

Outra característica marcante dos contos de terror é o suspense. Não que seja um recurso exclusivo desse tipo de conto; afinal, toda narrativa tradicional gera expectativa no leitor quanto ao desfecho. A diferença está no fato de que, nos contos de terror, o suspense agrega o medo à expectativa. É uma ansiedade acompanhada de mais ansiedade, daquele receio com expectativa de que algo extraordinário nos espante. E como isso é feito?

Um dos recursos mais comuns para criar suspense são os indícios: pistas deixadas ao longo da narrativa para instigar o leitor em relação ao que está por vir. Após ler e estudar “O retrato oval”, você pode perceber que esse conto está repleto de indícios. Lembre-se, por exemplo, do livro sobre a origem dos quadros do castelo. Encontrado “por acaso”, como se mais um entre os tantos objetos da mobília, ele se revela decisivo para o desfecho. E o instante de delírio do narrador? Aparentemente sem importância, porque citado brevemente e sem muitos detalhes, ele é fundamental para criar o mistério em torno do retrato da jovem.

Em contos de terror, o cenário e o tempo também contribuem bastante para o suspense. O castelo de “O retrato oval”, por exemplo, é descrito como “uma dessas construções a um só tempo lúgubres e grandiosas, que há séculos assombram a paisagem dos Apeninos”. Além disso, está abandonado e seu interior nos é revelado apenas parcialmente pelo candelabro do narrador. Tudo o mais está mergulhado na escuridão. E, como se não bastasse, o narrador ouve as badaladas da meia-noite, o que torna o cenário ainda mais sinistro. Tudo isso sugere que algo aterrorizante pode acontecer. Afinal, por que o castelo foi abandonado? É assombrado? Alguém vai surgir das sombras? Confira clima semelhante na abertura do conto “As formigas”, da escritora brasileira Lygia Fagundes Telles (1918-2022).

Quando minha prima e eu descemos do táxi já era quase noite. Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.

– É sinistro!

TELLES, Lygia Fagundes. Seminário dos ratos. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. página. 9.

Nos contos de terror, os indícios e demais elementos de suspense são ainda mais importantes, por isso a escolha do vocabulário, os elementos da ambientação, as falas e pensamentos, tudo tem de ser dosado para criar a atmosfera desejada, mas não revelar mais do que se deve. Cabe a nós, leitores atentos e curiosos, abrir as cortinas das palavras.

Fotografia. Vista transversal de um casarão de pedra. A construção tem ampla fachada em que há um pórtico com arcos e pilares, acima do qual há uma sacada, ladeada e encimada por janelas em arco. A parede lateral apresenta elementos arquitetônicos decorativos no beiral do telhado. Há, também, um balcão fechado por janelas com pilares encimados por arcos. A imagem é feita em perspectiva sobre um terreno cercado por árvores ressecadas e desfolhadas, sob um céu cinzento e nublado.
A ambientação em contos de terror também contribui para criar o clima de suspense. Imagine você chegar a uma casa assim assustadorareticências

Conhecimentos linguísticos e gramaticais 1

Faça as atividades no caderno.

Orações subordinadas adverbiais (revisão)

O narrador do conto “O retrato oval”, refletindo sobre os acontecimentos vividos no castelo onde passou uma noite, procura entender seus atos e atitudes. Releia este trecho para recordar.

Mesmo assim ela seguia sorrindo, sem queixar-se, porque notava que o pintor (que era muito renomado) sentia um prazer imenso ao desempenhar a tarefa, e trabalhava dia e noite para retratar a mulher que tanto o amava, mas que a cada dia ficava mais desanimada e fraca.

Pôu, Edigár Álan. O gato preto e outros contos. Organização e tradução de Guilherme da Silva Braga. São Paulo: Hedra, 2008. página. 65-69.

  1. Por que a modelo não se queixa?
  2. Nesse trecho é utilizada a preposição para, a fim de introduzir uma ação do pintor. Identifique essa ação e escreva-a em seu caderno.
  3. Que expressão poderia substituir a preposição para?
  4. Observe que para e a expressão que serve de resposta à questão anterior introduzem orações subordinadas adverbiais. Que sentido elas expressam em relação à oração principal reticências trabalhava dia e noite para retratar a mulher que tanto o amava, reticências: causa, finalidade ou tempo?

Orações subordinadas adverbiais finais

Você observou que as orações subordinadas adverbiais finais que analisamos no trecho anterior não se iniciam pelas conjunções para que, a fim de que. Você sabe por quê? Vamos entender a diferença.

Observe a fórma verbal destas ações:

para refletir

para me certificar

para me recobrar

(para) dominar

a fim de poder lançar

1. Essas fórmas verbais, que chamamos de nominais, estão no gerúndio, no infinitivo ou no particípio?

Agora compare:

Houve tempo para eu refletir: Houve tempo para que eu refletisse.
para: preposição
refletir: verbo no infinitivo
para que: conjunção
refletisse: verbo conjugado

No primeiro período, na oração “para eu refletir”, o verbo está no infinitivo. Essa oração não é introduzida por conjunção. Chamamos esse tipo de oração de reduzida.

Faça as atividades no caderno.

No segundo período, a oração “para que eu refletisse” é introduzida pela expressão para que, com o verbo conjugado. Chamamos esse tipo de oração de desenvolvida.

Sejam orações na fórma reduzida ou desenvolvida, ambas expressam o mesmo sentido em relação à oração principal; por isso, são classificadas como subordinadas adverbiais finais.

Observe outro exemplo.

[...] para eu me certificar: [...] para que eu me certificasse.

para: preposição
certificar: verbo no infinitivo
para que: conjunção
certificasse: verbo conjugado

2. Agora é a sua vez: escreva em seu caderno a fórma desenvolvida de “para me recobrar” e “a fim de poder lançar”.

Nesta seção, além de ter retomado as orações subordinadas adverbiais finais, a seguir, você vai conhecer as conformativas e se lembrar das condicionais.

Ilustração. Ícone retomada de tópicos.

Orações subordinadas adverbiais finais

As orações subordinadas adverbiais finais indicam a finalidade, o objetivo de um fato expresso na oração principal.

As conjunções subordinativas que as introduzem são, geralmente: para que, a fim de que.

Orações subordinadas adverbiais conformativas

Leia outro trecho do conto “O retrato oval”.

O retrato, conforme descrevi, era o de uma jovem moça.

Pôu, Edigár Álan. O gato preto e outros contos. Organização e tradução de Guilherme da Silva Braga. São Paulo: Hedra, 2008. página. 65-69.

Ilustração. Em uma moldura oval suspensa na parede, o retrato de uma mulher jovem de sobrancelhas espessas e cabelos pretos em um coque no topo da cabeça, com mechas caídas nas faces, de batom vermelho nos lábios, usando um colar e com um vestido marrom decotado com mangas bufantes.

Esse trecho é a primeira frase de um parágrafo do conto, em que o narrador retoma o relato para descrever o retrato representado no quadro. Para estabelecer coesão com o que foi dito antes, ele esclarece que está repetindo uma informação: “conforme descrevi”. Em seguida, vem a oração principal “era o de uma jovem moça”.

  1. A declaração feita na oração principal tem relação com a informação da oração subordinada por meio de comparação, causa ou conformidade?
  2. Por qual dessas conjunções a conjunção subordinativa conforme, no período analisado anteriormente, poderia ser substituída sem ter o seu sentido alterado: porque, como ou apesar de que? Reescreva o período em seu caderno fazendo a substituição.

Faça as atividades no caderno.

A oração “conforme descrevi” é introduzida por uma conjunção que estabelece uma relação de concordância e conformidade com a oração principal.

As orações que indicam um acordo, uma conformidade entre o fato que expressam e a ação ou estado do verbo da oração principal são chamadas de subordinadas adverbiais conformativas.

As principais conjunções subordinativas conformativas são: como, conforme, segundo.

Orações subordinadas adverbiais condicionais

Leia esta tirinha de Calvin.

Tirinha em quatro cenas. Personagens: Calvin, um menino de cabelos espetados para cima, vestindo roupa preta. Haroldo, um tigre de pelúcia. Cena 1. Haroldo, na forma de um tigre em tamanho real, está em pé como uma pessoa ao lado do menino, que está sentado em uma cadeira diante de uma escrivaninha, segurando uma folha de papel, com a cabeça voltada para o tigre, ele diz: 'EU NÃO VOU FAZER O DEVER DE MATEMÁTICA.'. Cena 2. Calvin está sentado diante da escrivaninha, sobre a qual há um livro aberto, e diz a Haroldo: 'VEJA ESTES PROBLEMAS. EIS UM NÚMERO EM LUTA MORTAL COM OUTRO. UM DELES SERÁ SUBTRAÍDO. MAS POR QUÊ? COMO? O QUE RESTARÁ DELE?'. Cena 3. Haroldo está sentado, segurando o livro escolar com ambas as mãos como se fosse uma pessoa, examinando seu conteúdo. A seu lado, Calvin está voltado para ele estendendo um dos braços com a mão espalmada para cima e lhe diz: 'SE EU RESOLVER ESTE PROBLEMA ACABO COM O SUSPENSE E AÍ TRANSFORMO POSSIBILIDADES INSTIGANTES EM FATOS DESINTERESSANTES.'. Cena 4. Haroldo está sentado com os braços cruzados apoiados na escrivaninha como uma pessoa e diz a Calvin: 'EU NUNCA HAVIA PENSADO NO ASPECTO LITERÁRIO DA MATEMÁTICA.'. Ao lado, Calvin fecha o livro abruptamente a ponto de fazer barulho (alguns traços no canto do livro indicam ruído) e responde ao tigre: 'EU PREFIRO APRECIAR O MISTÉRIO.'.

uáterson, Bill. O melhor de Calvin. O Estado de São Paulo, São Paulo, 25 outubro. 2018. Caderno 2, página. D4.

  1. Nessa tirinha, Calvin apresenta vários argumentos para explicar a Haroldo por que não vai fazer seu dever de Matemática. Escreva-os em seu caderno com suas palavras.
  2. Que motivo, de fato, leva Calvin a desenvolver toda essa argumentação?
  3. No terceiro quadrinho, que relação se estabelece entre as duas orações do período “Se eu resolver este problema acabo com o suspense”: causa e consequência, tempo ou condição? Justifique sua resposta.
  4. Em sua opinião, por que Haroldo faz um comentário, no último quadrinho, sobre o aspecto literário da Matemática?
  5. Retome a frase da alternativa c. Reescreva todo o período em seu caderno substituindo a conjunção subordinativa se pela conjunção caso.

Você observou que a oração “Se eu resolver este problema” é introduzida pela conjunção se, que indica condição para Calvin acabar com o suspense.

Ilustração. Ícone retomada de tópicos.

Orações subordinadas adverbiais condicionais

As orações que indicam uma condição para que se realize ou não o fato enunciado na oração principal são chamadas de subordinadas adverbiais condicionais.

As principais conjunções subordinativas são: se, caso, desde que, contanto que.

Faça as atividades no caderno.

Regência

1. Você diria: “A mesa está junto à poltrona da sala” ou “A mesa está junto da poltrona da sala”?

“Temos interesse por contos de terror” ou “Temos interesse em contos de terror”?

Assim como temos verbos que regem preposição, como você estudou em regência verbal, temos palavras substantivos, adjetivos e advérbios – que pedem preposição para relacionar-se com a palavra seguinte. Nos exemplos citados, são destacados alguns desses casos, e ambas as fórmas são aceitas de acordo com a norma-padrão:

  • junto: o advérbio junto rege as preposições a ou de.
  • interesse: o substantivo interesse pode reger as preposições por ou em.

2. Releia os trechos do conto “O retrato oval” e responda às questões.

um

reticências de modo que solicitei a Pedro que fechasse as pesadas cortinas daquele cômodo – uma vez que já era noite –, que acendesse os pavios de um candelabro alto que estava junto à cabeceira da minha cama e que abrisse, tanto quanto possível, as cortinas franjadas de veludo negro que envolviam a cama.

dois

As paredes estavam cobertas por tapeçarias e ornadas com troféus de armas reticências.

Pôu, Edigár Álan. O gato preto e outros contos. Organização e tradução de Guilherme da Silva Braga. São Paulo: Hedra, 2008.página. 65-69.

  1. Qual foi a regência empregada para o advérbio junto e para o particípio cobertas?
  2. Elabore outras duas frases – uma com o advérbio junto e outra com o particípio cobertas –, substituindo as preposições, empregadas no conto.

3. Leia a tirinha do Garfield.

Ilustração. Tirinha de história em quadrinhos em três cenas. Personagens: Jon, um homem de cabelos castanhos ondulados, usando camisa azul. Garfield, um gato amarelo rajado de preto, preguiçoso e volumoso. Cena 1. Jon está ao lado de Garfield com os braços estendidos para cima e uma das mãos espalmada expressando um sorriso animado e diz ao gato: 'A ALEGRIA É CONTAGIOSA!' Diante de Jon, em pé sobre as patas traseiras como se fosse uma pessoa, Garfield expressa desânimo, com os olhos semicerrados. Cena 2. Jon sorri ainda mais para Garfield, agora com os braços abaixados, mostrando-lhe os dentes; o gato permanece ao lado dele na mesma postura e com a mesma expressão. Cena 3. Jon ainda sorri para Garfield mostrando-lhe os dentes, e o gato na mesma postura e mesma expressão, em um balão de pensamento, responde a ele: 'EU SOU IMUNE.'.

dêivis dim. Garfield. Folha de São Paulo, São Paulo, 31 outubro. 2009. Ilustrada, página. E11.

  1. O que pretende Dion ao dizer a gárfild que a alegria é contagiosa?
  2. O humor da tirinha só pode ser compreendido se entendermos o que Garfield deixou subentendido. Como você continuaria a frase do gato, completando o adjetivo imune?
  3. Qual é a regência do adjetivo imune?
  4. Escreva uma frase empregando esse adjetivo.

Regência nominal

Regência nominal é a relação de subordinação entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e outra palavra. Essa relação pode ou não ser estabelecida com o uso de preposições. Como ocorre com alguns verbos, certos nomes são transitivos, ou seja, precisam de complementação de seu significado. Em geral, é o contexto da frase que determina a transitividade do nome. Nessa relação, há um termo que rege, o regente (substantivo, adjetivo ou advérbio), e outro que é regido e completa o sentido do termo regente. Assim é estabelecida a regência nominal. Algumas palavras podem gerar dúvida quanto à regência nominal, especialmente no que diz respeito às preposições.

Confira a regência de alguns nomes que podem gerar dúvida. Muitos deles admitem mais de uma preposição.

amor

a, por, de

adaptado

a, para

alusão

a

apto

a, para

favorável

a

fiel

a

imune

a

horror

a, de, por

medo

a, de

nocivo

a

residente

em

vizinho

a, de

  1. Depois de ler a lista, escreva em seu caderno a palavra ou as palavras com regências desconhecidas por você.
  2. Escolha quatro dos nomes da lista e elabore uma frase com cada um deles, empregando a regência de acordo com a norma-padrão.

Regência: norma-padrão e linguagem informal

Como falantes da língua portuguesa, temos interiorizada a regência da maior parte dos vocábulos que utilizamos. Ao falar ou escrever, sabemos perfeitamente que devemos dizer concordamos com, discordamos de, diferente de, igual a, medo de, e assim por diante. Mas, como a língua é viva e dinâmica, a regência de alguns nomes e verbos pode ser alterada e se distanciar da regência estabelecida pela norma-padrão.

O verbo preferir e o adjetivo preferível são exemplos disso. De acordo com a norma-padrão, o verbo preferir é transitivo direto e indireto, regido pela preposição a. Vamos entender melhor observando o esquema a seguir.

Prefiro peixe a frango: seta azul ligando a preposição a à palavra norma-padrão Prefiro peixe do que frango: seta azul ligando os dizeres do que à expressão uso coloquial É preferível peixe a frango: seta azul ligando a preposição a à palavra norma-padrão É preferível peixe do que frango: seta azul ligando os dizeres do que à expressão uso coloquial

O uso coloquial se distancia da norma-padrão, mas ocorre no dia a dia na experiência da maioria dos falantes. É importante reconhecer e respeitar os diferentes usos. No entanto, em situações formais de uso da língua, como na escrita, deve-se privilegiar a norma-padrão.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia a tirinha de Calvin.

Tirinha em quatro cenas. Personagens: Calvin, um menino de cabelos espetados para cima, vestindo roupa preta. Pai de Calvin, um homem de cabelos pretos, de óculos de aros arredondados, vestindo camisa social branca com os punhos fechados e colarinho fechado com gravata de listras oblíquas. Cena 1. Calvin está em pé, com um dos braços semiflexionado, e a mão apoiada no quadril, falando ao telefone com seu pai: 'OI, PAI. SOU EU, CALVIN.'. Cena 2. Calvin continua em pé falando ao telefone com seu pai: 'SÓ LIGUEI PARA TE DIZER QUE ESTÁ FAZENDO UM DIA LINDO AQUI FORA.'. Cena 3. O pai de Calvin está sentado em seu escritório, diante de uma escrivaninha com livros e papéis, sem dizer nada e com um ar incrédulo, apenas ouve Calvin lhe dizer: 'QUE AZAR QUE VOCÊ ESTEJA PRESO NUM ESCRITÓRIO CHATO, ENQUANTO EU ESTOU CORRENDO POR AÍ LIVRE E SEM NENHUMA RESPONSABILIDADE! TENHA UM BOM VERÃO! HA HA HA! 'CLICCK'.'. Cena 4. Calvin está em pé e desliga o telefone, que está sobre um móvel ao lado dele e diz sorrindo, como se conversasse com o leitor: 'A INF NCIA SERVE PARA ESTRAGAR A MAIORIDADE.'.

uáterson, Bill. Os dias estão simplesmente lotados. segunda edição. São Paulo: Best News, 1995. página. 26. volume 2.

  1. O telefonema de Calvin ao pai tem um objetivo. Qual é?
  2. Qual é a visão de Calvin sobre a maioridade?
  3. Há uma oração subordinada adverbial final que resume o objetivo da ligação de Calvin. Identifique-a e escreva-a em seu caderno.
  4. Com base na resposta do item c, responda: essa oração é reduzida ou desenvolvida? Justifique sua resposta.
  5. Identifique no último quadrinho a oração principal.

2. Leia este trecho de um conto de Adélia Prado, escritora mineira, em que o narrador compartilha lembranças que tem de sua mãe.

De defunto não tinha medo, só de gente viva, conforme dizia. Agora, da perdição eterna, tinha horror, pra ela e pros outros.

PRADO, Adélia. Sem enfeite nenhum. In: MORICONI, Ítalo (Organização.). Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva. 2000, página. 349.

  1. No primeiro período do trecho, ao falar sobre sua mãe, o narrador utiliza duas orações. Que relação de sentido há entre a oração principal “De defunto não tinha medo, só de gente viva” e a oração subordinada “conforme dizia”?
  2. O que o narrador quis dizer com a expressão perdição eterna?
  3. Medo e horror são dois substantivos que pedem complemento. Releia o trecho e observe que preposição esses nomes exigem. Depois, escreva em seu caderno o termo regente e o termo regido.

3. Leia este trecho de um depoimento da escritora Clarice Lispector.

Eu tive desde a infância várias vocações que me chamavam ardentemente. Uma das vocações era escrever. E não sei por que foi essa que segui. Talvez porque para as outras vocações eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que para escrever o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós. É que não sei estudar. E, para escrever, o único estudo é mesmo escrever. Adestrei-me desde os sete anos de idade para que um dia eu tivesse a língua em meu poder.

ápud BRITO, José Domingos de (Organização.). Por que escrevo? São Paulo: Novera, 2006. página. 56.

  1. Que explicações a escritora apresenta para justificar a escolha de sua vocação?
  2. No último período, temos duas orações. Que conjunção introduz a oração subordinada?
  3. Que relação de sentido há entre a oração principal e a subordinada?

4. Leia outro trecho de depoimento, no mesmo livro, do escritor Moacyr Isclíar.

Quando criança, eu era adicto à literatura, não podia ficar sem ler. A minha conexão com a vida acontecia via literatura. Eu lia para aprender a viver, para saber o que fazer.

ápud BRITO, José Domingos de (Organização.). Por que escrevo? São Paulo: Novera, 2006. página. 139.

Ilustração. Um menino de cabelos castanhos, usando camiseta verde e calção preto está sentado de pernas cruzadas em um tapete castanho redondo, segurando um livro aberto de capa verde. Ele sorri enquanto olha para o livro.
  1. Que relação ele estabelece entre viver e ler?
  2. Em “Eu lia para aprender a viver”, há uma oração reduzida. Identifique-a.
  3. Com base no item b, escreva em seu caderno as duas orações, substituindo a preposição para pela conjunção para que.
  4. Classifique a oração subordinada presente na resposta do item b.
  5. Transforme o trecho em destaque em uma oração subordinada adverbial condicional: “Quando criança, eu era adicto à literatura, não podia ficar sem ler”.
  1. É esperado que a norma-padrão seja usada em situações diversas, como no trabalho. Mas, no dia a dia, ao utilizar a língua portuguesa – no Brasil, em Portugal, em Moçambique, em Angola, em Cabo Verde etcétera. –, as pessoas não seguem estritamente a norma-padrão nem na fala, nem na escrita. Acabam usando em grande medida a linguagem informal própria do seu país e do seu grupo de convívio. No caso da língua escrita, esse afastamento da norma-padrão é facilmente notado nas redes sociais do mundo virtual, nas quais as pessoas criam palavras, usam abreviaturas e empregam gírias diversas, ou seja, se expressam com linguagem bem mais informal.
    1. Você vai trabalhar com um colega. A dupla deverá acessar as redes sociais que são utilizadas por vocês nas quais acharão e registarão postagens de usuários em que as variantes informais do uso de regência nominal estejam presentes.
    2. Vocês realizarão essa coleta com base nos casos apresentados a seguir. Observem que o mesmo vocábulo aparece com duas fórmas de regência. Sendo assim, a primeira tarefa, na verdade, é verificar qual expressa a norma-padrão e qual expressa a linguagem informal. Somente depois vocês devem buscar os casos com desvios da norma. Consultem um dicionário de regência caso achem necessário.

certeza que

Ex.: Eu tenho certeza que não fui eu

desconfiado de que – desconfiado que

junto com – junto de

certeza de que

Ex.: Eu tenho certeza de que não fui eu

disposto a – disposto em

ter urgência que – ter urgência de que


  1. Para os casos dessa lista, existem outras regências possíveis – tanto na norma-padrão quanto na linguagem informal –, mas vocês devem buscar apenas variantes dos exemplos dados.
  2. Na data estipulada pelo professor, tragam a pesquisa e compartilhem os resultados com os colegas.
Ilustração. Um celular ligado, com a tela azul-clara na qual há ícones de diversos aplicativos. Acima de alguns ícones há balões de fala como os das HQ com os textos: 'Quem está disposto em dizer a verdade?', 'Fui junto com meu pai reclamar.', 'Eu estou desconfiado que ele não vem.', 'Tinha urgência de que tudo fosse resolvido.'.

Leitura 2

Contexto

Você vai ler um conto de terror escrito por Humberto de Campos. No texto, um escritor famoso enfrenta uma fatalidade. E, como se isso não bastasse, algo ainda mais terrível o espera. O que será? Para facilitar o estudo do texto, a leitura será dividida em duas etapas.

Humberto de Campos

AUTORIA

Nasceu em 1886 na então cidade maranhense de Miritiba, que hoje leva o nome do autor. Atuou como jornalista e crítico literário, mas foi como escritor que ficou conhecido. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1919. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1934.

Antes de ler

De acordo com as dicas do parágrafo anterior, responda:

  • Você imagina que ele é narrado em 1ª pessoa pelo protagonista ou em 3ª pessoa?
  • Você acha que o escritor recorre à medicina ou a alguma fôrça sobrenatural para tentar solucionar a situação de saúde que ele enfrenta?

Os olhos que comiam carne – Parte 1

Na manhã seguinte à do aparecimento, nas livrarias, do oitavo e último volume da História do conhecimento humano, obra em que havia gasto catorze anos de uma existência consagrada, inteira, ao estudo e à meditação, o escritor Paulo Fernando esperava, inutilmente, que o sol lhe penetrasse no quarto. Estendido, de costas, na sua cama de solteiro, os olhos voltados na direção da janela que deixara entreaberta na véspera para a visita da claridade matutina, ele sentia que a noite se ia prolongando demais. O aposento permanecia escuro. Lá fóra, entretanto, havia rumores de vida. Bondes passavam tilintando. Havia barulho de carroças no calçamento áspero. Automóveis buzinavam como se fosse dia alto. E, no entanto, era noite, ainda. Atentou melhor, e notou movimento na casa. Distinguia perfeitamente o arrastar de uma vassoura, varrendo o pátio. Imaginou que o vento tivesse fechado a janela, impedindo a entrada do dia. Ergueu, então, o braço e apertou o botão da lâmpada. Mas a escuridão continuou. Evidentemente, o dia não lhe começava bem. Comprimiu o botão da campainha. E esperou.

Ao fim de alguns instantes, batem docemente à porta.

– Entra, Roberto.

O criado empurrou a porta, e entrou.

– Esta lâmpada está queimada, Roberto? – indagou o escritor, ao escutar os passos do empregado no aposento.

– Não, senhor. Está até acesa.

– Acesa? A lâmpada está acesa, Roberto? – exclamou o patrão, sentando-se repentinamente na cama.

– Está, sim, senhor. O doutor não vê que está acesa, por causa da janela que está aberta.

– A janela está aberta, Roberto? – gritou o homem de letras, com o terror estampado na fisionomia.

– Está, sim, senhor. E o sol está até no meio do quarto.

Ilustração. Um homem de camiseta laranja está parcialmente sob as cobertas e sentado na cama com as costas apoiadas sobre o travesseiro encostado na cabeceira, e com as mãos sobre o rosto. Em uma parede ao lado da cama, através de uma janela aberta, entram raios de sol que incidem sobre o homem.

Paulo Fernando mergulhou o rosto nas mãos, e quedou-se imóvel, petrificado pela verdade terrível. Estava cego. Acabava de realizar-se o que há muito prognosticavamglossário os médicos.

A notícia daquele infortúnio em breve se espalhava pela cidade, impressionando e comovendo a quem a recebia. A morte dos olhos daquele homem de quarenta anos, cuja mocidade tinha sido consumida na intimidade de um gabinete de trabalho, e cujos primeiros cabelos brancos haviam nascido à claridade das lâmpadas, diante das quais passara oito mil noites estudando, enchia de pena os mais indiferentes à vida do pensamento. Era uma fôrça criadora que desaparecia. Era uma grande máquina que parava. Era um fachoglossário que se extinguia no meio da noite, deixando desorientados na escuridão aqueles que o haviam tomado por guia. E foi quando, de súbito, e como que providencialmente, surgiu, na imprensa, a informação de que o professor Platen, de Berlim, havia descoberto o processo de restituir a vista aos cegos, uma vez que a pupila se conservasse íntegra e se tratasse, apenas, de destruição ou defeito de nervo óptico. E, com essa informação, a de que o eminente oculista passaria em breve pelo Rio de Janeiro, a fim de realizar uma operação desse gênero em um opulento estancieiroglossário argentino, que se achava cego há seis anos e não tergiversara em trocar a metade da sua fortuna pela antiga luz dos seus olhos.

A cegueira de Paulo Fernando, com as suas causas e sintomas, enquadrava-se rigorosamente no processo do professor alemão: dera-se pelo seccionamentoglossário do nervo óptico. E era pelo restabelecimento deste, por meio de ligaduras artificiais com uma composição metálica de sua invenção, que o sábio de Berlim realizava o seu milagre cirúrgico. Esforços foram empregados, assim, para que Platen desembarcasse no Rio de Janeiro por ocasião da sua viagem a Buenos Aires.

Três meses depois, efetuava-se, de fato, esse desembarque. Para não perder tempo, achava-se Paulo Fernando, desde a véspera, no Grande Hospital de Clínicas. E encontrava-se, já, na sala de operações, quando o famoso cirurgião entrou, rodeado de colegas brasileiros, e de dois auxiliares alemães, que o acompanhavam na viagem, e apertou-lhe vivamente a mão.

Paulo Fernando não apresentava, na fisionomia, o menor sinal de emoção. O rosto escanhoadoglossário , o cabelo, grisalho e ondulado posto para trás, e os olhos abertos, olhando sem ver: olhos castanhos, ligeiramente saídos, pelo hábito de vir beber a sabedoria aqui fóra, e com laivosglossário escuros de sangue, como reminiscênciaglossário das noites de vigília. Vestia pijama de tricolineglossário branca, de gola caída. As mãos de dedos magros e curtos seguravam as duas bordas da cadeira, como se estivesse à beira de um abismo, e temesse tombar na voragemglossário .

reticências

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página. 90-92.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. Retome o que você imaginou a respeito do texto antes da leitura e responda oralmente:
    1. Que tipo de narrador você havia imaginado?
    2. Sua hipótese se confirmou na leitura?
    3. Você tinha imaginado que o escritor, em busca da cura, recorreria à medicina ou a fôrças sobrenaturais? Por quê?
  2. A cegueira de Paulo Fernando aconteceu de repente ou era prevista? Transcreva em seu caderno um trecho que justifique sua resposta.
  3. Releia a primeira frase do conto:

Na manhã seguinte à do aparecimento, nas livrarias, do oitavo e último volume da História do conhecimento humano, obra em que havia gasto catorze anos de uma existência consagrada, inteira, ao estudo e à meditação, o escritor Paulo Fernando esperava, inutilmente, que o sol lhe penetrasse no quarto.

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página. 90.

  1. Paulo Fernando demora a perceber que está cego. Mas, nesse trecho do conto, um advérbio já antecipa a situação de cegueira da personagem. Qual é esse advérbio?
  2. Por que ele antecipa a situação de cegueira de Paulo Fernando?
  3. Esse advérbio é dito por quem?
  4. Com base na resposta anterior, responda: qual é a relação de quem falou o advérbio com o modo como a história é contada?
  1. No conto, não são mencionadas datas que permitam situá-lo no tempo com exatidão. No entanto, é certo que ele não se passa nos dias atuais. Que elementos do texto permitem essa conclusão?
  2. Releia o trecho:

Era uma fôrça criadora que desaparecia. Era uma grande máquina que parava. Era um facho que se extinguia no meio da noite, deixando desorientados na escuridão aqueles que o haviam tomado por guia.

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página. 91.

  1. Qual é a figura de linguagem usada nas três frases desse trecho?
  2. Que função essa figura de linguagem cumpre no trecho?

Faça as atividades no caderno.

6. Copie no caderno a alternativa que completa corretamente a afirmação.

Do ponto de vista narrativo, “a informação de que o professor Platen, de Berlim, havia descoberto o processo de restituir a vista aos cegos”, é considerada um ou uma...

  1. apresentação, pois introduz uma nova personagem.
  2. conflito, pois gera novos desdobramentos para o enredo.
  3. clímax, pois promove o momento de maior tensão da história.
  4. desfecho, pois resolve o conflito vivido pelo escritor Paulo Fernando.

7. Releia o trecho:

reticências E, com essa informação, a de que o eminente oculista passaria em breve pelo Rio de Janeiro, a fim de realizar uma operação desse gênero em um opulento estancieiro argentino, que se achava cego há seis anos e não tergiversara em trocar a metade da sua fortuna pela antiga luz dos seus olhos.

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página 91.

Considerando o contexto, registre em seu caderno a alternativa que melhor corresponde aos sentidos que as palavras em destaque assumem.

  1. experiente, orgulhoso e desconversara.
  2. estrangeiro, ambicioso e desconfiara.
  3. inovador, esperto e duvidara.
  4. importante, rico e hesitara.

8. Considere mais uma vez este trecho:

reticências Paulo Fernando não apresentava, na fisionomia, o menor sinal de emoção. O rosto escanhoado, o cabelo, grisalho e ondulado posto para trás, e os olhos abertos, olhando sem ver: olhos castanhos, ligeiramente saídos, pelo hábito de vir beber a sabedoria aqui fóra, e com laivos escuros de sangue, como reminiscência das noites de vigília. Vestia pijama de tricoline branca, de gola caída. As mãos de dedos magros e curtos seguravam as duas bordas da cadeira, como se estivesse à beira de um abismo, e temesse tombar na voragem.

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página. 92.

Que elementos da descrição da personagem Paulo Fernando ajudam a formar um quadro compatível com o terror?

9. Até este momento da leitura, você encontrou elementos que podem ser associados ao terror? Explique.

Saiba +

Terror nacional

A exemplo de Humberto de Campos, vários autores brasileiros se destacaram na produção de contos de terror. O precursor no Brasil foi Álvares de Azevedo, com as histórias aterrorizantes de Noite na taverna, de 1855. Esses e outros grandes nomes da literatura brasileira estão na coletânea Contos macabros, que reúne contos de terror escritos por brasileiros entre o final do século dezenove e o início do século vinte.

Fotografia. Reprodução de capa de livro. Centralizado, o título: Contos macabros: 13 histórias sinistras da Literatura Brasileira. Abaixo, o nome do autor: 'Lainister de Oliveira Esteves'. Ao fundo, ilustração de uma rua deserta sob iluminação avermelhada, com calçamento de paralelepípedos, e em uma calçada do outro lado da via há a silhueta de uma pessoa em pé, diante de uma casa na qual há uma luz acesa.
ESTEVES, lênister de Oliveira (Organização.). Contos macabros: 13 histórias sinistras da Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Escrita Fina, 2013. Capa de livro.

Antes de ler

Considerando a expectativa em relação à sequência da leitura do conto “Os olhos que comiam carne”, responda:

  • Será que o médico alemão vai curar Paulo Fernando?
  • O título do conto lhe sugere algo sobre os desdobramentos da história?

Os olhos que comiam carne – Parte 2

Olhos abertos, piscando, Paulo Fernando ouvia, em torno, ordens em alemão, tinir de ferros dentro de uma lata, jorro dágua, e passos pesados ou ligeiros, de desconhecidos. Esses rumores todos eram, no seu espírito, causa de novas reflexões. Só agora, depois de cego, verificara a sensibilidade da audição, e as suas relações com a alma, através do cérebro. Os passos de um estranho são inteiramente diversos daqueles de uma pessoa a quem se conhece. Cada criatura humana pisa de um modo. Seria capaz de identificar, agora, pelo passo, todos os seus amigos, como se tivesse vista e lhe pusessem diante dos olhos o retrato de cada um deles. E imaginava como seria curioso organizar para os cegos um álbum auditivo, como os de datiloscopiaglossário , quando um dos médicos lhe tocou no ombro, dizendo-lhe, amavelmente:

– Está tudo prontoreticências Vamos para a mesareticências Dentro de oito dias estará bomreticências

O escritor sorriu, cético. Lido nos filósofos, esperava, indiferente, a cura ou a permanência na treva, não descobrindo nenhuma originalidade no seu castigo e nenhum mérito na sua resignaçãoglossário . Compreendia a inocuidadeglossário da esperança e a inutilidade da queixa. Levantou-se, assim, tateando, e, pela mão do médico, subiu na mesa de ferro branco, deitou-se ao longo, deixou que lhe pusessem a máscara para o clorofórmioglossário , sentiu que ia ficando leve, aéreo, imponderável. E nada mais soube nem viu.

O processo Platen era constituído por uma aplicação da lei de Roentgen, de que resultou o raio X, que punha em contato, por meio de delicadíssimos fios de “hêmera”, liga metálica recentemente descoberta, o nervo seccionado. Completava-o uma espécie de parafina adaptada ao globo ocular, a qual, posta em contato direto com a luz, restabelecia integralmente a função desse órgão. Cientificamente, era mais um mistério do que um fato. A verdade era que as publicações europeias faziam, levianamente ou não, referências constantes às curas miraculosas realizadas pelo cirurgião de Berlim, e que seu nome, em breve, corria o mundo, como o de um dos grandes benfeitores da Humanidade.

Meia hora depois, as portas da sala de cirurgia do Grande Hospital de Clínicas se reabriam e Paulo Fernando, ainda inerteglossário , voltava, em uma carreta de rodas silenciosas, ao seu quarto de pensionista. As mãos brancas, postas ao longo do corpo, eram como as de um morto. O rosto e a cabeça envoltos em gaze deixavam à mostra apenas o nariz afilado, e a boca entreaberta. E não tinha decorrido outra hora, e já o professor Platen se achava, de novo, a bordo, deixando a recomendação de que não fosse retirada a venda, que pusera no enfermo, antes de duas semanas.

Doze dias depois passava ele, de novo, pelo Rio, de regresso para a Europa. Visitou novamente o operado, e deu novas ordens aos enfermeiros. Paulo Fernando sentia-se bem. Recebia visitas, palestrava com os amigos. Mas o resultado da operação só seria verificado três dias mais tarde, quando se retirasse a gaze. O santo estava tão seguro do seu prestígio que se ia embora sem esperar pela verificação do milagre.

Chega, porém, o dia ansiosamente aguardado pelos médicos, mais do que pelo doente. O Hospital encheu-se de especialistas, mas a direção só permitiu, na sala em que se ia cortar a gaze, a presença dos assistentes do enfermo. Os outros ficaram fóra, no salão, para ver o doente, depois da cura.

Pelo braço de dois assistentes, Paulo Fernando atravessou o salão. Daqui e dali, vinham-lhe parabéns antecipados, apertos de mão vigorosos, que ele agradecia com um sorriso sem endereço. Até que a porta se fechou, e o doente, sentado em uma cadeira, escutou o estalido da tesoura, cortando a gaze que lhe envolvia o rosto.

Duas, três voltas são desfeitas. A emoção é funda, e o silêncio completo, como o de um túmulo. O último pedaço de gaze rola no balde. O médico tem as mãos trêmulas. Paulo Fernando, imóvel, espera a sentença final do Destino.

– Abra os olhos! – diz o doutor.

O operado, olhos abertos, olha em tomo. Olha, e, em silêncio, muito pálido, vai-se pondo de pé. A pupila entra em contato com a luz, e ele enxerga, distingue, vê. Mas é espantoso o que vê. Vê, em redor, criaturas humanas. Mas essas criaturas não têm vestimentas, não têm carne: são esqueletos apenas; são ossos que se movem, tíbias que andam, caveiras que abrem e fecham as mandíbulas! Os seus olhos comem a carne dos vivos. A sua retina, como os raios X, atravessa o corpo humano e só se detém na ossatura dos que o cercam, e diante das coisas inanimadasglossário ! O médico, à sua frente, é um esqueleto que tem uma tesoura na mão! Outros esqueletos andam, giram, afastam-se, aproximam-se, como num bailado macabro!

Ilustração. Um homem de pijama laranja está em pé junto a uma porta aberta para um corredor. Ele está de boca aberta e de olhos arregalados. Há, também no corredor, quatro esqueletos em tons de roxo.

De pé, os olhos escancarados, a boca aberta e muda, os braços levantados numa atitude de pavor e de pasmo, Paulo Fernando corre na direção da porta, que adivinha mais do que vê, e abre-a. E o que enxerga, na multidão de médicos e amigos que o aguardam lá fóra, é um turbilhãoglossário de espectros, de esqueletos que marcham e agitam os dentes, como se tivessem aberto um ossário cujos mortos quisessem sair. Solta um grito e recua. Recua, lento, de costas, o espanto estampado na face. Os esqueletos marcham para ele, tentando segurá-lo.

– Afastem-se! Afastem-se! – intima, num urro que faz estremecer a sala toda.

E, metendo as unhas no rosto, afunda-as nas órbitas, e arranca, num movimento de desespero, os dois glóbulos ensanguentados, e tomba escabujandoglossário no solo, esmagando nas mãos aqueles olhos que comiam carne, e que, devorando macabramente a carne aos vivos, transformavam a vida humana, em torno, num sinistro baile de esqueletos...

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página. 92-96.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. Retome o que você imaginou a respeito da sequência do texto e responda oralmente:
    1. Você achou que o médico curaria Paulo Fernando? Por quê?
    2. Sua hipótese se confirmou?
    3. O que o título sugeriu a você sobre o desdobramento do conto?
    4. Essa sugestão se confirmou?
Ilustração. Ícone retomada de tópicos.

Discurso indireto livre

Quando a fala e o pensamento da personagem são registrados integralmente, tem-se o discurso direto e, quando registrados por meio da fala do narrador, tem-se o discurso indireto. Mas existe ainda outra fórma de registrá-los: trata-se do discurso indireto livre, que mescla a fala direta da personagem à fala do narrador. No discurso indireto livre, os fatos são narrados de modo simultâneo à voz dos personagens, não havendo travessão, aspas ou verbos que deixem explícito quem fala.

2. Releia o trecho:

Só agora, depois de cego, verificara a sensibilidade da audição, e as suas relações com a alma, através do cérebro. Os passos de um estranho são inteiramente diversos daqueles de uma pessoa a quem se conhece. Cada criatura humana pisa de um modo.

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página. 92.

  1. Após ler o trecho e o boxe sobre discurso indireto livre, transcreva em seu caderno o fragmento desse trecho que apresenta discurso indireto livre.
  2. Justifique sua resposta.

3. Releia esta frase do conto e responda:

O santo estava tão seguro do seu prestígio que se ia embora sem esperar pela verificação do milagre.

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página. 94.

Ilustração. um homem de touca e jaleco brancos segurando uma prancheta em uma das mãos junto ao corpo, caracterizado como um cientista, está de costas e caminha por um corredor de paredes verdes com diversas portas marrons.
  1. A que se referem as palavras santo e milagre?
  2. Considerando o contexto, explique o emprego dessas palavras.
  1. Um dos recursos usados no texto para criar a atmosfera de terror é a figura de linguagem chamada comparação. Identifique no texto três exemplos de comparação que contribuem para criar essa atmosfera. Justifique sua resposta.
  2. Releia o trecho:

reticênciasMas essas criaturas não têm vestimentas, não têm carne: são esqueletos apenas; são ossos que se movem, tíbias que andam, caveiras que abrem e fecham as mandíbulas! Os seus olhos comem a carne dos vivos. A sua retina, como os raios X, atravessa o corpo humano e só se detém na ossatura dos que o cercam, e diante das coisas inanimadas! O médico, à sua frente, é um esqueleto que tem uma tesoura na mão! Outros esqueletos andam, giram, afastam-se, aproximam-se, como num bailado macabro!

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página. 94-95.

Faça as atividades no caderno.

Ilustração. Três esqueletos em pé diante de um fundo verde e marrom. À esquerda, somente meia face frontal de uma caveira em close up; no centro, um esqueleto em pé, desenhado do quadril para cima, com os ossos dos braços estendidos junto aos ossos do corpo; e, à direita, um esqueleto em pé, desenhado dos ombros para cima em meio perfil, com a mandíbula afastada da caveira.

Registre em seu caderno a alternativa correta: sobre o uso de pontos de exclamação nesse trecho, é correto afirmar que contribui para a:

  1. descrição de um novo cenário.
  2. construção do clímax da narrativa.
  3. caracterização psicológica do médico alemão.
  4. representação da decepção de Paulo Fernando.
  1. A cirurgia feita pelo médico alemão em Paulo Fernando foi baseada na aplicação de técnica proveniente do uso dos raios X. A radiação dos raios X foi identificada por Uiu Ralm Roitigeen em 1895, sendo no conto referida como lei de rôntguen.
    1. Qual é o uso mais comum dos raios X?
    2. Embora o resultado da cirurgia de Paulo Fernando seja impossível na realidade, pode ser explicado com base em uma lógica do texto, amparada no uso comum dos raios X. Por quê?
  2. Leia o trecho a seguir e observe os termos destacados.

reticências e tomba escabujando no solo, esmagando nas mãos aqueles olhos que comiam carne, e que, devorando macabramente a carne aos vivos, transformavam a vida humana, em torno, num sinistro baile de esqueletos...

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página. 96.

Copie em seu caderno as afirmações sobre o trecho e indique se elas são verdadeiras (V) ou falsas (F):

umOs verbos comer e devorar são usados no sentido literal.

doisApresenta relação direta com o título do conto.

trêsDescreve uma cena com elementos de terror.

quatroÉ parte do conflito do conto.

  1. Em contos de terror, é comum que as ações sejam ambientadas em apenas um cenário e em um curto intervalo de tempo, o que ajuda a manter a tensão da narrativa e, consequentemente, a prender a atenção do leitor.
    1. Ao comparar o conto da Leitura 1 com o conto da Leitura 2, aponte o texto no qual as ações são ambientadas em espaço e tempo mais restritos. Explique.
    2. Essa característica influenciou na sua predileção por algum dos textos? Explique.
  2. Leia as afirmações a respeito dos narradores dos dois contos e indique em seu caderno se elas são verdadeiras (V) ou falsas (F).

umO narrador de “O retrato oval” é também o protagonista do conto.

doisO narrador de “Os olhos que comiam carne” limita-se a contar o que vê.

trêsEmbora os narradores sejam diferentes, o ponto de vista de ambos é imparcial.

quatroPor ser em 3ª pessoa, o narrador de “Os olhos que comiam carne” impossibilita o clima de suspense.

Faça as atividades no caderno.

10. É bastante comum que romances e contos de terror se transformem em filmes. Há um público imenso, que é fã desse estilo, à espera de bons lançamentos no cinema. Para alimentar essa indústria do entretenimento, as produtoras de filmes recorrem constantemente à adaptação de obras literárias para as telas.

Observe as imagens dos pôsteres dos filmes que estão nesta página; depois faça o que se pede.

Fotografia. Reprodução de cartaz de filme. Em um cenário noturno, com um enorme disco branco representando a Lua cheia, no qual parece haver quatro furos lado a lado, como em um botão de roupa, estão as silhuetas de uma menina e de um gato, caminhando por uma colina íngreme. Ao fundo, sob a Lua, há um casarão antiquado e atrás das personagens há uma árvore ressacada, com alguns dos galhos sobre a Lua. À esquerda, o título do filma 'Coraline'; na letra 'o', os mesmos furos semelhantes aos de um botão, e sobre a letra 'l', a silhueta de um gato.
Coraline e o mundo secreto. Dirigido por Henrri Sélic, 2009.
Fotografia. Reprodução de cartaz de filme. Abaixo, o título: 'Drácula'. Ao fundo há uma passagem cuja abertura tem a parte superior arcada, decorada pela escultura de uma cabeça humana com face de morcego, que está de boca aberta, mostrando dentes aguçados. Em torno dessa passagem há desenhos em preto e branco retratando diversas personagens. Diante da abertura da passagem, sobre fundo preto, há uma mulher de rosto pálido e cabelos longos, com a cabeça inclinada para trás, de olhos fechados, com os ombros e o pescoço expostos. Atrás dela há um homem de rosto pálido e cabelos escuros, de bigode e cavanhaque. Ele tem uma das mãos aberta, com os dedos afilados, colocada à frente do corpo da mulher, à altura do peito, como se a hipnotizasse.
Drácula de Brã Istoquer. Dirigido por frâncis fór copóla, 1992.
Fotografia. Reprodução de cartaz de filme. Abaixo, o título: 'THE WOMAN IN BLACK'. Ao fundo há um painel com desenhos em preto e branco retratando os personagens, em torno do protagonista, que está no centro delas: um homem jovem de olhos azuis (única cor aparente na imagem) e sobrancelhas espessas, o qual é mostrado em close up; duas mulheres jovens sentadas, dois homens de perfil, um homem adulto e um menino que estão de frente, uma grande mansão e a face de uma boneca.
A mulher de preto. Dirigido por djêims uátiquins, 2012.
  1. Forme um grupo de quatro integrantes com os colegas. Vocês devem fazer uma pesquisa para saber quais desses filmes são originários de livros. Leiam resumos e críticas a fim de conhecer mais sobre as obras. Caso alguma produção seja adaptação de um livro, leiam resumos e críticas sobre esse texto original. Dividam essa tarefa e, depois, reúnam-se para discutir o que vocês encontraram. Produzam um texto com a sinopse tanto do enredo literário quanto do mostrado no filme.
  2. Nos casos em que o filme tem origem em uma obra literária, apontem semelhanças e diferenças entre um formato e outro. Discutam as possíveis razões para essas diferenças. Anotem suas conclusões.
  3. Os livros e filmes de terror exploram os medos das pessoas. Nos quatro casos referenciados, quais elementos cada narrativa explora para fazer o leitor ou o espectador sentirem medo?
  4. Assistam ao trailer desses filmes. O termo trailer é uma expressão da língua inglesa para se referir a uma sequência de trechos de um filme; é exibido como anúncio e tem a função despertar o interesse do público. Debatam e registrem os tópicos a seguir.
    • O trailer consegue passar a ideia do enredo da história?
    • Que recursos de terror ele mostra para despertar o interesse do público?
    • A fotografia do filme contribui para aumentar o clima de medo? Analise a iluminação e as cores usadas.
    • Caso o filme tenha origem em um livro, semelhanças e diferenças podem já ser notadas nesse trailer?

e. Busquem a música principal do filme. Ela funciona para aumentar o clima de terror ou não?

Fotograma. Uma jovem de óculos, de cabelos ondulados, está de frente e segura um livro aberto diante dela. Há três rapazes a esquerda dela, com expressões concentradas. Os personagens estão em pé, em um local sombrio, com paredes de pedra, e atrás deles há um fundo preto.
Histórias assustadoras para contar no escuro. Dirigido por andré ovredal, 2019.

Conhecimentos linguísticos e gramaticais 2

Faça as atividades no caderno.

Orações subordinadas substantivas (revisão)

No conto “Os olhos que comiam carne”, ao descrever o processo Platen, o narrador diz: “Cientificamente, era mais um mistério do que um fato”. Mas, diante da dúvida sobre o caráter científico do processo, o narrador termina o parágrafo com uma certeza:

A verdade era que as publicações europeias faziam, levianamente ou não, referências constantes às curas miraculosas realizadas pelo cirurgião de Berlim reticências.

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página. 93.

  1. O trecho apresenta duas orações, e a principal é: “A verdade era”. Que tipo de verbo há no predicado dessa oração: transitivo, intransitivo ou de ligação?
  2. Para que a ideia se complete, a oração subordinada traz uma informação: “que as publicações europeias faziam, levianamente ou não, referências constantes às curas miraculosas realizadas pelo cirurgião de Berlim”. Que função sintática a oração subordinada desempenha nesse contexto?
  3. Qual é a classificação de uma oração subordinada com essa função?

Orações subordinadas substantivas predicativas

A oração “as publicações europeias faziam, levianamente ou não, referências constantes às curas miraculosas” complementa o sentido do termo verdade e assume a função de predicativo do sujeito da oração principal.

As orações subordinadas substantivas predicativas ocorrem na sequência de verbos de ligação – em geral, do verbo ser. A lógica é a mesma do período simples, em que o predicativo se liga ao sujeito por meio de um verbo de ligação.

Período simples:

A verdade é bela.
a verdade: sujeito 
é: verbo de ligação 
bela: predicativo do sujeito

Período composto:

A verdade é que estamos bem.
A verdade é: oração principal com o verbo de ligação 
que estamos bem: oração subordinada substantiva predicativa

As orações subordinadas que desempenham esse papel são chamadas de substantivas predicativas.

  • Elabore em seu caderno períodos compostos, completando estas orações com outras, subordinadas substantivas predicativas.
    1. A verdade é quereticências
    2. O importante será quereticências
    3. Nossa preocupação sempre foi quereticências
    4. Minha esperança seria quereticências

Faça as atividades no caderno.

Orações subordinadas substantivas subjetivas

1. Leia a tirinha de lainhirs:

Tirinha em três cenas. Personagens: uma joaninha de costas vermelhas com pintas pretas, está em pé, usa cartola, e tem pernas e braços como os de uma pessoa. Uma barata de frente, também personificada. Cena 1. A barata pergunta: 'É VERDADE QUE AS JOANINHAS DÃO SORTE?'. Cena 2. O pé calçado em um sapato preto de uma pessoa que veste calça comprida marrom pisa na barata; a esquerda do sapato, a joaninha parece dar um salto para trás, há diversos traços à volta de sua cabeça. Cena 3. A joaninha está diante da barata esmagada e diz: 'MAIS OU MENOS, CARA...'.

lainhirs. Macanudo número 4. Campinas: Zarabatana, 2011. página. 39.

  1. O que aconteceu antes de a joaninha responder à pergunta da barata?
  2. Você concorda com a resposta da joaninha no último quadrinho? Por quê?
  3. Depois de ler a tirinha, por que podemos dizer que a joaninha tem sorte, mas não deu sorte?
  4. No primeiro quadrinho, a pergunta tem duas orações: uma principal (É verdade”), com verbo de ligação e predicativo do sujeito, e uma subordinada (que as joaninhas dão sorte?). Identifique o sujeito da primeira oração.
  5. Qual é a classificação de uma oração subordinada substantiva com função de sujeito?

A oração “as joaninhas dão sorte” assume a função de sujeito da oração principal (“É verdade”). Observe que o verbo da oração principal está na 3ª pessoa do singular.

As orações subordinadas que têm valor de substantivo e assumem a função de sujeito da oração principal são chamadas substantivas subjetivas.

  1. Elabore em seu caderno períodos compostos, completando estas orações com subordinadas substantivas subjetivas.
    1. É verdade quereticências
    2. Seria possível quereticências
    3. Foi necessário quereticências
    4. Será importante quereticências
    5. Acontece quereticências
    6. Convém quereticências.

Orações subordinadas substantivas objetivas indiretas

1. Leia mais uma tirinha de lainhirs:

Tirinha em quatro cenas. Personagens: Uma menina de cabelos castanhos usando vestido azul-claro e um gato de orelhas compridas e pontudas para cima, de nariz redondo vermelho. Cena 1. A menina está deitada em um terreno gramado, encostada no tronco de uma árvore e conversa com o gato diante dela. O gato diz: 'ACREDITA QUE ALGUM DIA VÃO INVENTAR UMA MÁQUINA DO TEMPO?'. A menina responde a ele: 'O CORPO É UMA MÁQUINA DO TEMPO.'. Cena 2. A menina, com uma das mãos espalmada, diz ao gato, que está de costas, mostrando apenas parte da cabeça e uma orelha: 'TE DÃO NOVINHO QUANDO NASCE...'. Cena 3. A menina continua encostada no tronco da árvore, agora mostrada à direita do gato, e com a mão sobre a barriga, e lhe diz: '... E ELE TE TRANSPORTA 70, 80, 90...100 ANOS SE TIVER SORTE.'. Cena 4. Silhueta da menina e o gato deitados na grama, agora mais afastados, mostrando a copa da árvore. Eles ficam em silêncio. Cena 5. A menina ergue um dos braços e diz ao gato: 'SOMOS MÁQUINAS DO TEMPO POR UM TEMPO.'

lainhirs. Macanudo número 4. Campinas: Zarabatana, 2011. página. 39.

Faça as atividades no caderno.

  1. Quando Fellini faz a pergunta a Enriqueta, em que máquina do tempo ele está pensando?
  2. De acordo com a menina, por que é possível comparar o corpo a uma máquina do tempo?
  3. Você concorda com ela quando diz “Somos máquinas do tempo por um tempo”? Por quê?
  4. A pergunta de Fellini, “Acredita que algum dia vão inventar uma máquina do tempo?”, apresenta duas orações, sendo a principal “Acredita”. Esse verbo é transitivo direto ou indireto?
  5. A oração subordinada “que algum dia vão inventar uma máquina do tempo?” poderia ser substituída por nisso, isso ou disso?
  6. De acordo com a norma-padrão, falta uma preposição nesse período. Identifique-a e reescreva o período em seu caderno usando a norma-padrão.
  7. Qual é a função da oração subordinada nesse período?
  8. Qual é a classificação de uma oração subordinada substantiva com essa função?

A oração “algum dia vão inventar uma máquina do tempo?” assume a função de objeto indireto da oração principal (Acredita).

As orações subordinadas que têm valor de substantivo e assumem a função de objeto indireto na oração principal são chamadas substantivas objetivas indiretas. É importante destacar que, geralmente, em situações informais de uso da língua, a preposição que precede o verbo transitivo indireto pode ser omitida.


  1. Elabore em seu caderno períodos compostos, completando estas orações com subordinadas substantivas objetivas indiretas:
    1. Acreditamos em quereticências
    2. Duvidei de quereticências
    3. Essas meninas precisam de quereticências
    4. Eles insistiram em quereticências
  2. Em seu caderno, transforme os objetos indiretos em orações subordinadas substantivas objetivas indiretas, mantendo o mesmo significado.
    1. Ele nos convenceu da importância da questão.
    2. Nossos pais sabem das coisas.
    3. O filho precisa de respeito.
    4. A família duvidou da resposta.
    5. O professor lembrou da importância do estudante para o projeto.

Figuras de linguagem

Gradação

1. Releia este período do conto de terror “O retrato oval”:

Descobri que o encanto do quadro residia na perfeição absoluta da expressão daquele rosto que parecia vivo e que, a princípio tendo-me assustado, logo pôs-me perplexo, subjugou e aterrorizou-me.

Pôu, Edigár Álan. O gato preto e outros contos. Organização e tradução de Guilherme da Silva Braga. São Paulo: Hedra, 2008. página. 65-69.

Faça as atividades no caderno.

  1. A expressão destacada é perfeição absoluta. De acordo com o contexto do conto, indique o motivo por que essa característica era aterrorizante.
  2. Na atividade 5 da primeira parte do Estudo do texto da Leitura 1, você identificou o sentido do adjetivo vivaz no conto citado. De que maneira os sentidos de vivaz e perfeição absoluta se relacionam ao conflito principal do conto?
  3. Leia a explicação sobre a figura de linguagem gradação, no boxe a seguir, e transcreva em seu caderno a gradação presente nessa frase do conto.
Ícone pontos de atenção e noções complementares

Gradação

A gradação é uma figura de linguagem caracterizada por reunir palavras e expressões que produzem entre si uma progressão de sentido ascendente ou descendente. Exemplos: “é legal, é ótimo, é incrível!” (gradação ascendente); “corri, andei, parei” (gradação descendente).

d. Explique a relação entre essa gradação e a experiência vivida pelo narrador ao longo do conto.

2. Releia agora este trecho de “Os olhos que comiam carne”:

A pupila entra em contato com a luz, e ele enxerga, distingue, vê.

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página. 94.

  1. Nesse trecho, também ocorre uma gradação. Identifique-a.
  2. Que ação essa gradação representa nesse conto?

Nos dois exemplos, a gradação se faz com o emprego de verbos, que vão intensificando gradativamente as ações, mas podemos fazer uso desse recurso com uma sequência de adjetivos.

3. Leia outro trecho do conto “Os olhos que comiam carne”:

Levantou-se, assim, tateando, e, pela mão do médico, subiu na mesa de ferro branco, deitou-se ao longo, deixou que lhe pusessem a máscara para o clorofórmio, sentiu que ia ficando leve, aéreo, imponderável.

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página. 93

Ilustração. Um homem de cabelos grisalhos, de óculos, usando touca, jaleco, luvas e máscara facial brancos está em pé, reclinado sobre uma pessoa de cabelos pretos, vestindo camiseta laranja, que está deitada sobre uma cama, coberta até a altura do peito por um lençol verde. O personagem que está em pé coloca ambas as mãos sobre o rosto do personagem deitado, o qual parece coberto por um tecido branco. Acima, uma luminária emite um facho luminoso amarelado sobre os personagens.
  1. Identifique no trecho destacado a sequência de gradação.
  2. Explique a relação entre essa gradação e a experiência vivida pela personagem nesse momento da narrativa.
  3. Imagine o momento em que a personagem, voltando da cirurgia, sente o efeito do anestésico terminar. Escolha três adjetivos para utilizar em uma gradação que expresse esse despertar do paciente.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia a tirinha de Calvin.

Tirinha em quatro cenas. Personagens: Calvin, um menino de cabelos espetados para cima, vestindo camiseta listrada e calças curtas pretas. Haroldo, um tigre de pelúcia. Cena 1. Haroldo, na forma de um tigre em tamanho real, está em pé como uma pessoa ao lado do menino, e segura uma câmera fotográfica com ambas as patas dianteiras, como se fossem mãos; Calvin está voltado para ele, com um dos braços estendido e a mão espalmada, e lhe diz: 'SABE, AS PESSOAS SEMPRE ACHAM QUE A C MERA DIZ A VERDADE.'. Cena 2. Haroldo continua em pé ao lado do menino, segurando a câmera fotográfica, e Calvin, que está voltado para o tigre, diz a ele: 'PENSAM QUE ELA É APENAS UMA MÁQUINA QUE REGISTRA FOTOS. MAS A VERDADE É QUE AS FOTOS SELECIONAM, MANIPULAM E MENTEM!'. Cena 3. Calvin está sentado sobre a cama, onde há uma pilha de objetos desorganizados, e diz a Haroldo: 'POR EXEMPLO: ARRUMEI ESTE CANTO DA MINHA CAMA. SE TIRAR UMA FOTO SENTADO AQUI, NINGUÉM VERÁ TODA ESTA BAGUNÇA.'. Cena 4. Haroldo está em pé segurando a câmera e pergunta a Calvin: 'ISSO NÃO É CONTRA A LEI?', e Calvin responde ao tigre: 'ESPERE! VOU PENTEAR O CABELO'.

uáterson, Bill. Os dias estão todos ocupados: as aventuras de Calvine Haroldo. São Paulo: Conrad, 2011. página. 148.

  1. Nessa tirinha, Calvin utiliza duas vezes a palavra verdade. Que sentido ela tem nesse contexto?
  2. Que uso Calvin fará da câmera?
  3. No período “Mas a verdade é que as fotos selecionam, manipulam e mentem!”, temos quatro orações. Qual é a função sintática das três orações subordinadas em relação à oração principal?
  4. Considere a frase: É verdade que as câmeras mentem. Nesse caso, qual é a oração principal? Como se classifica a oração “que as câmeras mentem”?

2. Leia o poema de Eugénio de Andrade, escritor português.

Urgentemente

É urgente o Amor,

É urgente um barco no mar.


É urgente destruir certas palavras

ódio, solidão e crueldade,

alguns lamentos,

muitas espadas.


É urgente inventar alegria,

multiplicar os beijos, as searas,

é urgente descobrir rosas e rios

e manhãs claras.


Cai o silêncio nos ombros,

e a luz impura, até doer.

É urgente o amor,

É urgente permanecer.

Ilustração. Cenário natural, onde há duas pessoas em um pequeno barco em um rio de águas azuis-claras com ondulações na superfície. Uma mulher de cabelos castanhos usando um vestido rosa florido segura uma sombrinha laranja aberta. Diante dela, um homem de cabelos castanhos, de chapéu, vestindo camisa amarela de mangas longas e calças compridas azuis está sentado, voltado para a mulher, e segura um remo em cada mão. Em uma das margens há um terreno gramado, flores e uma árvore.  Ambos os personagens sorriem.

ANDRADE, Eugénio de. Urgentemente. In: ANDRADE, Eugénio de. Poesia. Lisboa: Assírio & Alvim/Grupo Porto, 2017. página. 85.

Faça as atividades no caderno.

  1. Nesse poema, o sentimento de urgência é o tema, já enunciado no próprio título. Para expressar suas urgências, o eu poético utiliza algumas metáforas. Explique o sentido que podem ter nestes versos:
    1. É urgente um barco no mar;
    2. multiplicar os beijos, as searas;
    3. descobrir rosas e rios;

b. Outro recurso utilizado é o paralelismo, com a repetição da estrutura “é urgente”.

Em “é urgente o amor”, temos um período simples. Qual é o sujeito dessa oração?

  1. Se tivéssemos o sujeito antes do verbo, “O amor é urgente”, “Um barco no mar é urgente”, que diferença de sentido teríamos?
  2. Em “É urgente destruir certas palavras”, temos um período composto. Qual é o sujeito da primeira oração?
  3. Como se denomina a oração subordinada com função de sujeito?
  4. Identifique no poema outras duas orações subordinadas com essa função e escreva-as.

3. Potinhos e tampas vivem se desencontrando! Observe o que pode acontecer quando não fechamos o pote com a tampa certa.

Tirinha em três cenas. Personagens: Armandinho, um menino de cabelos azuis, vestindo camiseta branca e calças compridas azuis. Pai de Armandinho, representado pelas pernas de um homem usando calças compridas cinza e sapatos pretos. Um sapo verde. Cena 1. Armandinho está em pé diante de um sapo verde e, segurando um pote transparente de tampa azul (dentro do qual parece estar seu lanche), pensa: ' POR MUITO TEMPO ACHEI QUE MEU PAI ERA PERFEITO.'. Cena 2. Armandinho está em pé, ainda ao lado do sapo verde, segurando o pote, do qual a tampa azul parece saltar, pensa: 'HOJE DESCONFIO QUE ELE SEJA APENAS HUMANO...'. Cena 3. Armandinho está voltado para o pai a seu lado, e com o pote aberto em uma das mãos e a tampa azul na outra, lhe diz: 'PUXA VIDA! VOCÊ NUNCA ACERTA UMA TAMPA DE POTINHO...'. Ao lado de Armandinho, o sapo observa o diálogo e parece sorrir.

béc, Alexandre. Armandinho. Diário Catarinense, Florianópolis, 10 fevereiro. 2016. Anexo, página. 6.

  1. Nos dois primeiros quadrinhos, Armandinho emite opiniões sobre seu pai. Qual é seu conceito de pai perfeito e de pai humano?
  2. As orações empregadas para anunciar suas opiniões sobre o pai, ambas orações principais do período composto, são: “Por muito tempo achei” e “Hoje desconfio”.

Os verbos achar e desconfiar, nesse contexto, são transitivos diretos ou indiretos?

  1. Como podem ser classificadas as orações subordinadas substantivas que completam as duas orações apresentadas no item b?
  2. No segundo quadrinho, o verbo desconfiar está empregado de acordo com a norma-padrão? Justifique sua resposta.

Questões da língua

Faça as atividades no caderno.

Formação de palavras (1)

  1. No conto “Os olhos que comiam carne”, encontramos 18 advérbios terminados com o sufixo -mente, três só no primeiro parágrafo.
    1. Releia este parágrafo e identifique-os.

Na manhã seguinte à do aparecimento, nas livrarias, do oitavo e último volume da História do conhecimento humano, obra em que havia gasto catorze anos de uma existência consagrada, inteira, ao estudo e à meditação, o escritor Paulo Fernando esperava, inutilmente, que o sol lhe penetrasse no quarto. reticências Distinguia perfeitamente o arrastar de uma vassoura, varrendo o pátio. Imaginou que o vento tivesse fechado a janela, impedindo a entrada do dia. Ergueu, então, o braço e apertou o botão da lâmpada. Mas a escuridão continuou. Evidentemente, o dia não lhe começava bem. Comprimiu o botão da campainha. E esperou.

Ilustração. Uma janela marrom de forma retangular, na qual há um painel retangular de cada lado, cada um com três vidraças retangulares alinhadas na vertical. Essa janela está aberta, e através dela a luz do Sol penetra o ambiente, iluminando-o e revelando a cor verde das paredes.

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página. 90.

b. Geralmente, advérbios com esse sufixo expressam circunstância de modo, mas, nesse parágrafo, nem todos os advérbios são de modo. Justifique essa afirmação.

2. Releia o trecho:

E imaginava como seria curioso organizar para os cegos um álbum auditivo, como os de datiloscopia, quando um dos médicos lhe tocou no ombro, dizendo-lhe, amavelmente:

– Está tudo prontoreticências Vamos para a mesareticências Dentro de oito dias estará bomreticências

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009.página. 92-93.

Identifique nesse trecho mais um advérbio de modo.

O sufixo –mente

Se o narrador do trecho anterior quisesse acrescentar mais uma circunstância de modo ao verbo dizer, poderia escrever:

reticências dizendo-lhe amavelmente e docementereticências.


Contudo, para evitar a repetição de dois advérbios com o mesmo sufixo, um ao lado do outro, a língua portuguesa nos oferece a possibilidade de escrever:

reticências dizendo-lhe amável e docementereticências.


Cortamos o sufixo do primeiro advérbio e o deixamos apenas no segundo.

Que diferença de estilo há entre as duas fórmas apresentadas anteriormente?

Se quisermos enfatizar as duas circunstâncias, poderemos manter os advérbios amavelmente e docemente:

reticências dizendo-lhe amavelmente e docementereticências, ou ainda reticências amavelmente, docementereticências

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

• Releia outro trecho:

Chega, porém, o dia ansiosamente aguardado pelos médicos, mais do que pelo doente.

CAMPOS, Humberto de êti áli. Histórias para não dormir: dez contos de terror. São Paulo: Ática, 2009. página. 94.

  1. A que palavra o advérbio ansiosamente está relacionado?
  2. Acrescente mais um advérbio de modo ao adjetivo e escreva em seu caderno as duas possibilidades de frase.

2. Uma dupla de advérbios muito utilizada nos noticiários é unicamente e exclusivamente. Observe como eles aparecem neste trecho de notícia, cujo título é “O desabafo do fabricante de canudos: ‘De repente somos vilões’”.

“Tem muita desinformação nessa discussão. Dizem que os canudos plásticos não podem ser reciclados. Mas eles podem, sim. Condenam o plástico, mas ele tem funções importantíssimas na sociedade. E o mais importante: o canudo usado não chega sozinho até o mar. Alguém colocou ele lá. E foi alguém que não deu a destinação correta”, afirma Valney Aparecido, gerente-geral da Plastifer. Instalada na Mooca, em São Paulo, a empresa está há 50 anos no mercado, tem 25 funcionários e fabrica única e exclusivamente canudos.

Uma das informações que circulam na internet é de que os canudos não podem ser reciclados porque seriam muito leves. No entanto, o gerente-geral da Plastifer garante que o produto é, sim, reciclável. “Nós aqui na fábrica temos um material que acaba indo para descarte, e com ele podem ser feitos balde, pás, capas de vassouras, brinquedos, uma infinidade de produtos”, afirma.

Fotografia. Cenário litorâneo. Detalhe do braço de uma pessoa segura diversos canudos plásticos. Ao fundo, areia e o mar, com algumas ondas quebrando, sob um céu azul sem nuvens.
Canudos de plástico: vilões?

DESIDÉRIO, Mariana. O desabafo do fabricante de canudos: “De repente somos vilões”. Exame, 2 agosto. 2018. Disponível em: https://oeds.link/BNhbxV. Acesso em: 29 março. 2022.

  1. O gerente-geral da Plastifer, contra a acusação de que canudos de plástico não são recicláveis, faz a defesa de seu produto utilizando alguns argumentos. Explique com suas palavras quais são esses argumentos.
  2. Localize no texto os advérbios unicamente e exclusivamente e copie a frase.
  3. Nesse contexto, a fórma com o sufixo apenas no último advérbio é a mais adequada? Justifique sua resposta.
  1. Se você ficou com curiosidade para saber quais são os outros quinze advérbios terminados em -mente empregados pelo autor, no conto “Os olhos que comiam carne”, procure-os no texto e responda:
    1. Por que você acha que ele usou tantos advérbios?
    2. Que contribuição eles trouxeram ao texto?

Oralidade

Audiolivro de contos de terror

Já parou para pensar em como as trilhas sonoras de filmes de terror ajudam a criar aquelas situações de suspense e espanto? E os bons contadores de história, já percebeu como eles parecem dar vida ao texto ao explorar ao máximo o potencial expressivo da fala? Chegou a hora de a turma dar vida a contos de terror, combinando leitura dramática e trilha sonora. O resultado? Um audiolivro para compartilhar gratuitamente com quem quiser!

Planejamento

Etapa 1: Escolha do conto de terror

  1. A turma deve ser dividida em grupos de até cinco integrantes. Cada grupo escolhe um conto de terror do qual será feita a leitura dramática. A escolha é livre.
  2. Escolhido o conto, o grupo faz uma leitura atenta, considerando os seguintes aspectos:
  • personagens: quantas e quem são; relação entre elas; identificação de personagem ou personagens principal ou principais e ;
  • narrador: em primeira ou terceira pessoa;
  • estrutura: situação inicial, conflito, clímax e desfecho;
  • suspense e terror: elementos que produzem suspense e terror (cenários, descrições de personagens, conflitos interiores, situações, reviravoltas etcétera.).

Etapa 2: Leitura dramática

1. Após estudar o conto, os membros do grupo escolhem quem vão interpretar na leitura (narrador e personagens). Caso não haja personagens o bastante, os demais membros podem priorizar o trabalho de gravação e edição do áudio, sem, contudo, deixar de opinar sobre a interpretação da leitura.

  1. Divididas as funções, é fundamental atentar para a expressividade da fala.
  • Que recursos de fala devem ser usados para representar cada elemento do conto da melhor fórma?
  • Quando ler de fórma mais rápida ou lenta?
  • Quando inserir uma pausa prolongada?
  • Quando sussurrar ou aumentar o volume da voz?

Se necessário, criem uma nova versão impressa do texto na qual essas informações sejam inseridas na fórma de rubricas (aqueles trechos entre parênteses ou colchetes típicos de texto dramático que, entre outras funções, indicam sugestões de interpretação).

  1. É feita uma primeira leitura, apenas como ensaio. É importante gravá-la para pensar em eventuais ajustes para a leitura final.
  2. O grupo ouve essa primeira versão atento à:
  • qualidade do som: o som está limpo e o volume, adequado à escuta?
  • dicção e pronúncia: todas as falas podem ser entendidas com clareza?
  • interpretação: a interpretação foi realizada conforme o planejado?

5. Feitos os ajustes a fim de corrigir eventuais problemas, grava-se a versão final da leitura dramática.

Etapa 3: Trilha sonora

  1. Feita a gravação, é hora de escolher a trilha sonora para a leitura dramática. A ideia é escolher músicas e efeitos sonoros que deem mais expressividade aos diferentes elementos do conto lido. Na internet, há sites que disponibilizam gratuitamente músicas e vários efeitos sonoros. As músicas podem representar os climas de suspense, tensão, agitação, conflito interior, calmaria. Já os efeitos sonoros podem representar de fórma mais direta o cenário (sons de animais, chuva, vento, árvores, sinos, carros etcétera.) e as ações (passos, corrida, abertura ou batida de portas, entre outros).
  2. Após escolherem os áudios da trilha sonora, é necessário salvá-los separadamente, para que, no processo de edição, sejam inseridos de maneira correta.

Etapa 4: Edição e compartilhamento

  1. Com os arquivos da leitura e da trilha sonora salvos, utilizem um aplicativo de edição de áudio para uni-los como planejado. Há vários aplicativos gratuitos desse tipo. Escolham um de sua preferência.
  2. Em geral, o processo de edição nesses softwares é simples: abra o arquivo principal (no caso, o da leitura dramática); ele será exibido como uma faixa de áudio na parte superior da tela; insiram os áudios da trilha sonora, que ficarão posicionados após a faixa principal (faixa da leitura); posicionem os arquivos da trilha sonora nos momentos escolhidos da leitura e equalizem-nos; gravem o arquivo final (reunião da leitura e da trilha sonora).
  3. Os arquivos finais dos grupos serão reunidos para a publicação do audiolivro. Além da reunião dos áudios, os aplicativos utilizados, em geral, permitem a criação da capa do audiolivro e a disponibilização dele para download gratuito.
  4. Com a mediação do professor, a turma escolhe um título e uma imagem de capa para o audiolivro e reúne os arquivos finais.
  5. Pronto! O audiolivro de contos de terror elaborado pela turma já pode ser compartilhado à vontade!

Avaliação

Avalie sua atividade com base nos critérios a seguir.

  • Todos os membros do grupo se envolveram no processo?
  • A leitura dramática resultou em uma interpretação satisfatória do conto?
  • A trilha sonora trouxe mais expressividade à leitura?
  • A edição dos áudios ficou satisfatória?

Produção de texto

Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.

Conto de terror

O que você vai produzir

Etapa 1

Você vai criar um blog literário para incluir suas produções, compartilhar leituras e fazer apreciação dessas leituras.

Etapa 2

Neste momento, serão produzidos contos curtos de terror. Você poderá usar tanto suas experiências anteriores com esse gênero quanto o que aprendeu nesta Unidade.

Sobre a etapa 1

Mesmo antes de produzir os contos, você e seus colegas devem pensar na criação e na organização do blog. Esse momento tem de contar com a participação de toda a turma.

Os blogs surgiram em meados dos anos de 1990, como páginas digitais em que as pessoas faziam uma espécie de diário. Entretanto, com o passar do tempo, sua funcionalidade expandiu-se, uma vez que deixou de ser um diário pessoal e se tornou uma ferramenta de comunicação coletiva, compartilhada por pessoas que têm os mesmos interesses, como culinária, games, esporte e fã-clubes.

Planejamento do blog

  1. Ainda que esta etapa envolva toda a turma, é melhor que haja uma divisão das atividades a serem feitas. Sendo assim, é aconselhável a divisão de grupos de tarefas.
    • Entre as tarefas estão pesquisar plataformas que hospedam blogs, sendo necessário pesquisar as melhores alternativas disponíveis na internet: acessibilidade, visibilidade, segurança etcétera.
    • Uma vez encontrada a plataforma mais adequada para a produção, é necessário estudar as ferramentas do blog: como incluir os textos, títulos, vídeos, áudio, hiperlinks etcétera.
  2. Independentemente das divisões de tarefas, todos da turma devem visitar blogs literários, analisar a estrutura, procurar entender o perfil dessas mídias e buscar soluções fáceis, mas que funcionem.
  3. As tarefas descritas podem ser executadas durante o tempo de aula no laboratório de informática ou mesmo em outros horários extraclasse.
  1. Pense em um título para o blog do grupo.
  2. A implementação e o uso constante dessa página criada ajudarão a desenvolver seu pensamento crítico, bem como a expor suas opiniões e sentimentos por meio de suas produções literárias, resenhas, comentários e outros tipos de texto.

Sobre a etapa 2

Após ler, estudar e até mesmo interpretar contos de terror, você e os colegas vão produzir uma dessas narrativas. A atividade pode ser realizada em dupla ou individualmente e consiste no desenvolvimento de um conto breve. Para iniciar esse conto, utilizem a cena descrita a seguir.

Um grupo de jovens amigos decide passar um fim de semana de inverno em um sítio distante. No caminho de ida, porém, o carro em que viajam quebra de repente. É alta madrugada. A estrada escura é ladeada apenas por imensas árvores agitadas pelo vento frio cortante. Não há sinal de celular. Eles pedem ajuda aos poucos carros que passam, mas ninguém para. Um dos jovens vê, entre as árvores, uma luz tímida. Será uma pessoa? Uma casa? Uma luz de esperança ou um alerta de perigo?

Ilustração. Cenário noturno enevoado iluminado por luar, que atravessa a névoa em um facho. Sobre o terreno obscurecido, as silhuetas de uma árvore ressecada e de um lobo com a cabeça voltada para cima, como se estivesse uivando para a Lua cheia.
Paisagem noturna lúgubre.

Planejamento da etapa 2

  1. Primeiramente, é necessário elaborar os perfis das personagens. Quantos são os jovens amigos? Quais são o sexo e a faixa etária de cada um? Há diferenças de temperamento entre eles?
  2. Em seguida, define-se o ponto de vista em que será narrada a história. Será em primeira pessoa (qual das personagens narrará?) ou terceira?
  3. Seja qual for o tipo de narrador, a situação inicial – narrada em terceira pessoa – deve ser reescrita com suas palavras, podendo ser modificada.
  4. A quebra repentina do carro provoca um conflito, pois altera drasticamente o que prometia ser apenas um fim de semana de lazer. É preciso então desenvolver o conflito, criar o clímax e o desfecho da narrativa.
  5. Lembre-se de que o texto a ser escrito é um conto de terror, portanto é importante usar recursos que gerem mistério, espanto e terror. Para isso, volte à subseção O gênero em foco desta Unidade e reveja os elementos que provocam esse efeito.

Produção

  1. Comece a escrever o conto de terror. Se o narrador for um dos jovens, é recomendável que o vocabulário seja típico dessa faixa etária, para que o texto fique verossímil. Se for em terceira pessoa, o vocabulário pode ser mais neutro, formal.
  2. Siga o planejamento com atenção. Assim, você não correrá o risco de esquecer elementos importantes.
  3. Elabore cuidadosamente as descrições, uma vez que elas são especialmente importantes em contos de terror. De que maneira as caracterizações do cenário e das personagens podem criar suspense, medo? De que maneira podem sugerir futuras ações?
  4. Capriche também nas falas e nos pensamentos das personagens. Quando usar o discurso direto, não se esqueça dos travessões. Ao indicar os pensamentos, use aspas.
  5. Dê título ao conto. Ele deve ser sucinto e ter, é claro, relação direta com a história. Uma entre tantas possibilidades é fazer referência ao conflito do conto.

Revisão

Após a escrita do conto, avalie o texto individualmente (ou em dupla, caso tenha sido escrito desse modo). Para isso, faça uma leitura silenciosa e atenta, com base nos critérios a seguir.

Em relação à proposta e ao sentido do texto

Em relação à ortografia e à pontuação

1. O desenvolvimento da situação inicial apresentou as demais etapas da narrativa do conto: conflito, clímax e desfecho?

1. Os diálogos foram devidamente indicados com travessão?

2. Os diálogos e pensamentos contribuem para esse desenvolvimento?

2. Os pensamentos estão indicados entre aspas?

3. Essas etapas da narrativa foram articuladas de modo verossímil, ou seja, há uma lógica entre elas?

3. Os adjetivos e advérbios contribuíram para uma boa caracterização do cenário e das personagens?

4. Como um bom conto de terror, o texto gera uma atmosfera de mistério e medo?

4. As vírgulas e os pontos-finais foram usados corretamente?

5. As descrições contribuem para o suspense e o terror?

5. Pontos de exclamação ajudaram a representar situações de espanto ou conflito?

Circulação

  1. Depois de revisados, os contos serão publicados no blog literário desenvolvido por vocês.
  2. Cada texto deve vir precedido pêlo ou pêlos do ou dos autor ou autores.
  3. Compartilhe o link do blog com seus amigos e familiares!
  4. Na página do blog, você e seus colegas poderão incluir suas produções textuais, bem como leituras feitas e apreciação tanto dos textos de vocês como dos de outros autores. Fiquem atentos ao uso da seção de comentários: é preciso ter respeito ao tratar das produções de outras pessoas, assim como elaborar a crítica de modo a saber enxergar pontos fortes e dar dicas positivas para melhorar aspectos ainda não muito bem desenvolvidos. E isso também vale para a crítica de autores já editados.
Fotografia em preto e branco. Um jovem de cabelos ligeiramente despenteados segura um livro espesso de capa dura, aberto pela metade, que está diante do seu rosto, cobrindo-o parcialmente. Ele parece absorto pela leitura e tem olhos arregalados e levanta as sobrancelhas, com olhar fixo e vidrado. Ao fundo, um cenário obscurecido.
Pense na reação de seus leitores e se inspire para criar contos de arrepiar os cabelos.

Avaliação

  1. Como foi escrever um conto de terror?
  2. Seria melhor criar uma situação inicial ou você gostou de continuar a que foi proposta?
  3. Você gostou do resultado? Acredita que criou boas situações de suspense e medo?
  4. Você foi participativo no momento da construção do blog? Mostrou-se empenhado e trouxe ideias?

Glossário

ao relento
: exposto à umidade da noite.
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Apeninos
: cordilheira que se estende do norte ao sul da Itália.
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arabesco
: ornamento de origem árabe que apresenta entrecruzamento de linhas, ramagens, flores.
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estupor
: estado de inconsciência profunda.
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sra. Radcliffe
:êini uárd rádclíf (1764-1823), autora inglesa de histórias de terror e mistério.
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torreão
: aposento no alto do castelo.
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à mourisca
: à moda dos mouros (povo árabe que inicialmente ocupava o norte da África).
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filigrana
: fios, geralmente de ouro, prata ou bronze, entrelaçados.
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rigoroso
: severo, austero.
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: tômas sâli (1783-1872), pintor inglês reconhecido principalmente pela produção de retratos.
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escanhoado
: barbeado, liso.
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estancieiro
: dono de fazenda.
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facho
: tipo de farol.
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laivo
: marca.
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prognosticar
: prever.
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reminiscência
: lembrança vaga.
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seccionamento
: ruptura.
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tricoline
: tecido leve de algodão.
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voragem
: redemoinho no mar ou no rio.
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clorofórmio
: substância antigamente usada como anestésico.
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datiloscopia
: registro de impressões digitais.
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escabujar
: espernear.
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inanimado
: sem vida.
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inerte
: imóvel.
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inocuidade
: inutilidade.
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resignação
: submissão.
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turbilhão
: multidão em desordem.
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