UNIDADE 7  O jogo das opiniões

Charge. Grupo de pessoas de avental e de óculos, com expressão séria, caracterizados como cientistas. Todos estão em pé, ao lado de uma autoridade representada por um homem carrancudo, de rosto largo, de terno azul e gravata vermelha com uma cartola preta, segurando uma grande tesoura aberta atrás de si. À esquerda, ao fundo, um homem de avental mexe em vidraria de laboratório, conduzindo um experimento, enquanto tem uma ideia luminosa (representada por uma lâmpada acesa em um balão de pensamento), e pergunta à autoridade: 'QUEM VAI PRODUZIR NOVOS CONHECIMENTOS?'. Ao lado, um grupo de diversas pessoas de avental, no qual há somente uma mulher (que está de colar e batom), que perguntam à autoridade: 'QUEM VAI PESQUISAR AS TECNOLOGIAS PARA ACELERAR O DESENVOLVIMENTO?', 'QUEM VAI ENCONTRAR ALTERNATIVAS COM INOVAÇÃO?'. À frente deles, mais próximo dessa autoridade, um cientista de cabelos grisalhos lhe pergunta, gesticulando com ambas as mãos, para enfatizar: 'A SOLUÇÃO PARA SAIR DA CRISE, EXCIA., É JUSTAMENTE O CONTRÁRIO, ENTENDE?'.
Charge de Julio Mariano publicada no site do Jornal da Ciência, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (ésse bê pê cê), em setembro de 2015.

Faça as atividades no caderno.

  1. Essa imagem é uma charge, fórma de arte com tom crítico sobre um fato do cotidiano. O que é criticado pela charge desta abertura?
  2. Como o chargista representa as vozes divergentes a respeito do tema em questão?

Saiba +

Charge

A charge circula em jornais e revistas impressos e on-line. Pode mesclar linguagem verbal e visual para expressar humor. Faz crítica a situações relacionadas a problemas sociais.

Leitura 1

Contexto

Publicado em jornais, revistas e sites, o artigo de opinião é um espaço reservado nesses meios de comunicação para expressar um posicionamento sobre um tema polêmico ou de relevância social no debate público. Geralmente, é escrito e assinado por uma pessoa que se destaca em sua área de atuação.

Antes de ler

O site uól é um portal de informação. Ele compartilha conteúdo do jornal Folha de São Paulo e produz conteúdo próprio. No portal há várias páginas com conteúdo específico, como economia, saúde, entretenimento etcétera. O texto a seguir foi veiculado na página da revista eletrônica Ecoa, que se dedica a buscar participação da sociedade em atividades práticas para mudanças de paradigmas em relação ao que vem sendo feito sempre do mesmo jeito. Desse modo, traz exemplos e propostas de ações em ecologia, inclusão social, difusão cultural plural, ações afirmativas de minorias, pensamento crítico sobre valores em nossa sociedade etcétera.

Antes de iniciar a leitura do artigo, leia o título do texto e converse com os colegas a respeito das seguintes questões:

  • O título chama sua atenção? Por quê?
  • Qual será a ideia defendida no texto?
  • Com a leitura, o que você espera descobrir sobre o tema?

Nem sempre temos a chance de ler o relato de um cientista ou uma cientista e de saber o que essa pessoa faz de fato e como trabalha. Antes de ler o texto, analise as duas fotografias a seguir e descreva como normalmente cientistas são retratados na ficção e como, em geral, é o trabalho desses profissionais.

Fotograma. Um homem de óculos e avental branco com expressão séria manipula equipamento de laboratório, conduzindo um experimento científico. Ao fundo, diversos outros equipamentos de laboratório. A iluminação da cena é parcial.
Cena com cientista em seu laboratório, do filme Pequenos espiões 2: a ilha dos sonhos perdidos, 2002, Estados Unidos, dirigido por Robert Rodriguez.
Fotografia. Ambiente de pesquisa científica bem organizado e bem iluminado, onde três pessoas de avental e luvas brancas exercem sua atividade de pesquisa, conduzindo experimentos e fazendo observações em microscópio.
Laboratório com equipe de cientistas.

Laura Caetano Escobar da Silva

AUTORIA

A autora tem graduação em Química e Química Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (unicâmpi). Continuou seus estudos e completou doutorado na área de concentração físico-química, também pela Universidade Estadual de Campinas. Atua na pesquisa para desenvolvimento de implantes médicos por impressão três dê.

Brasil desperdiça dinheiro público ao não dar oportunidade para cientistas

Ícone. Tema contemporâneo transversal: Ciência e tecnologia.

ECONOMIA | 6 DE MARÇO DE 2022

Brasil desperdiça dinheiro público ao não dar oportunidade para cientistas

Laura cê ê da Silva 06/03/2022

Desde os sete anos de idade eu queria ser cientista. O que me motivava era o aprender, algo que me fascina até hoje. Aos 34 anos, finalmente posso dizer que sou pesquisadora, mas sempre que me apresento dessa fórma ouço: “você só estuda, ou também trabalha?”. Essa pergunta, que respondemos repetidamente aos familiares e amigos, deixa claro que para a sociedade brasileira, fazer ciência ocupa um lugar de não trabalho. Um exemplo disso é que pesquisadores não são assalariados por aqui, mas bolsistas. Sem direito trabalhista, sem sindicato, sem ter a quem recorrer nos casos de assédio [moral]. Somos dignos da “caridade” do governo, o que nos apresenta à sociedade como seres improdutivos, irrelevantes para o desenvolvimento econômico, além de reforçar a crença popular de que estudar e fazer ciência são atividades realizadas em benefício próprio, ou por prazer.

Prazer em aprender de fato é essencial a um pesquisador, mas o conhecimento gerado não é benéfico somente a si. Isso fica claro ao compararmos as duas maiores pandemias da história: a gripe espanhola e a côvid dezenóve. Enquanto na gripe espanhola, iniciada em 1918, a vacinação contra o vírus influenza, seu causador, só pôde ser iniciada na década de 40, a vacinação contra o coronavírus iniciou-se aproximadamente um ano após o seu surgimento.

O contraste nos tempos de resposta das duas pandemias é decorrente do avanço gradual das bases científicas utilizadas na identificação e inativação de vírus, que são construídas diariamente e ao longo de vários anos pelos pesquisadores da área. Essa correlação demonstra que o estudo que rompe as fronteiras do conhecimento, mesmo sem ser notado, é uma peça central do desenvolvimento socioeconômico.

Como somos vistas fóra do Brasil

Em países considerados desenvolvidos, como Estados Unidos e Alemanha, o pesquisador é um trabalhador como qualquer outro, acessando os mesmos direitos. E isso desde o início de sua carreira, ainda no doutorado. Um reflexo direto da valorização desses profissionais é a instalação de centros de pesquisa e inovação de grandes empresas, que aproveitam a disponibilidade de profissionais capacitados e a gama de instituições de pesquisa próximas. A injeção de capital privado, como sabemos, gera empregos e faz a economia girar. Assim, países que investem consistentemente em ciência apresentam economias mais estáveis.

Fotografia. Dois cientistas em trajes contra elementos contaminantes, com capacetes e filtros de ar, mangas longas e luvas  conduzem um experimento. À esquerda, em pé, uma mulher, e à direita, sentado, um homem. Ele segura uma placa retangular e diante dele há um aparato semelhante a um guichê com um balcão e uma vitrine, com uma abertura inferior. Do outro lado dessa vitrine há diversos outros equipamentos e utensílios científicos.
Pesquisadores mostrando placa de cultivo do novo coronavírus, durante investigações a respeito desse patógeno. Centro de Pesquisas Helmholtz, Brunswick, Alemanha, em 8 de maio de 2020. O rápido surgimento de vacinas contra o novo coronavírus somente foi possível por haver constante investimento em pesquisa nos países mais desenvolvidos.

reticências

Não são os vastos recursos para pesquisa no exterior, nem as melhores condições de trabalho, nem mesmo a famosa síndrome de vira-lata do brasileiro que levam nossos doutores a decidir contribuir com o desenvolvimento econômico de outro país. É a falta de oportunidades no Brasil. Por isso, é nossa responsabilidade encontrar fórmas de absorver esses profissionais. Não fazê-lo é, no mínimo, um desperdício de dinheiro público.

Infelizmente, há pouco que pode ser feito para reter os talentos que já estão formados e desempregados hoje. Pensando a longo prazo, uma cultura de valorização da ciência pode gerar governantes futuros que garantam o investimento continuado. Mas é difícil valorizar algo que desconhecemos, não é mesmo? Precisamos então começar a desmistificar a ­ciência já.

Por isso, a você, leitor, eu pergunto: quantos cientistas você segue nas redes sociais? Que tal começar por aí?

Alguns perfis para seguir:*

arrobamacro.nano.lab

arrobanuncavi1cientista

arrobadra.rafaribeiro

arrobaprofessorpolímeros

arrobaagenciafapesp

*Páginas de endereços de redes sociais com indicação de cientistas e instituições. Acessadas em 30 de março de 2022.

SILVA, Laura cê ê da. Brasil desperdiça dinheiro público ao não dar oportunidade para cientistas. Ecoa – Portal uól, 6 março. 2022. Disponível em: https://oeds.link/vj0wPy. Acesso em: 30 março. 2022.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. Retome as anotações feitas antes da leitura e responda:
    1. Sua hipótese sobre a ideia defendida no texto se confirmou? Comente com a turma.
    2. A leitura do artigo de opinião atendeu à sua expectativa de antes da leitura? Justifique.
    3. Quais foram suas considerações ao comparar o modo como cientistas são muitas vezes retratados na ficção e a efetiva atividade deles no dia a dia?
  2. Escreva no caderno qual trecho extraído do texto indica o fato que motivou a escrita do artigo de opinião. Explique por que os outros trechos são respostas incorretas.
Versão adaptada acessível

2. Escreva qual trecho extraído do texto indica o fato que motivou a escrita do artigo de opinião. Explique por que os outros trechos são respostas incorretas.

I.

Prazer em aprender de fato é essencial a um pesquisador, mas o conhecimento gerado não é benéfico somente a si.

II.

Desde os sete anos de idade eu queria ser cientista. O que me motivava era o aprender, algo que me fascina até hoje.

III.

Somos dignos da “caridade” do governo, o que nos apresenta à sociedade como seres improdutivos, irrelevantes para o desenvolvimento econômico [...].

SILVA, Laura cê ê da. Brasil desperdiça dinheiro público ao não dar oportunidade para cientistas. Ecoa – Portal uól, 6 março. 2022. Disponível em: https://oeds.link/vj0wPy. Acesso em: 30 março. 2022.

  1. Os artigos de opinião costumam abordar assuntos e acontecimentos atuais polêmicos, que foram noticiados e são de interesse público. O texto lido trata de algo controverso e relevante no âmbito social? Explique.
  2. O artigo de opinião é um texto assinado que expressa um ponto de vista pessoal ou de um grupo.
    1. Quais informações os leitores sabem sobre a autora? E como?
    2. Qual é a relação da autora com o tema abordado no artigo?
  3. Qual é a finalidade da autora ao levar essa discussão aos leitores?
  4. O artigo de opinião é um gênero argumentativo que defende uma tese, ou seja, uma ideia central em torno da qual o texto se organiza.
    1. Em resumo, como se sente a autora diante do fato que motiva o texto?
    2. Transcreva o parágrafo em que a tese do artigo lido fica evidente.
  5. Agora leia este trecho de outro texto. Depois responda ao que se pede.

Ciência brasileira, últimos suspiros?

HELENA NADER E luiz davidoviti

Há 30 anos, uma semente de soja plantada no solo do Mato Grosso, se germinasse, não floresceria. Neste ano, o Estado produzirá 30 milhões de toneladas da oleaginosa.

Na década de 1940, a produtividade média do plantio de soja no Brasil era de 700 quilogramas por hectareglossário ; hoje, é de 3.000 quilogramas por hectare, e há produtores que já conseguem extrair 8.000 quilogramas por hectare.

Milagre? Não, ciência e tecnologia. Pesquisadores da Embrapaglossário e de nossas universidades conseguiram fazer a soja, originária de regiões de clima temperadoglossário , produzir em abundância em regiões de baixas latitudesglossário e clima quente. O Brasil é vice-líder na produção, com 108 milhões de toneladas.

No mar, não foi diferente. A Petrobras ultrapassou a camada pré-sal e descobriu petróleo em profundidades jamais alcançadas. Vidência? Não, ciência e tecnologia.

Cientistas e engenheiros do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), somados a colegas de universidades brasileiras, são os primeiros artíficesglossário do sucesso da empresa em águas superprofundas e, portanto, protagonistas da autossuficiência brasileira no setor.

Na década de 1940, o então tenente-coronel Casimiro Montenegro Filho dava os primeiros passos para a construção da indústria aeronáutica no país. O Brasil nem sequer fabricava bicicletas, mas já começava a esboçar a Embraer, hoje terceira maior fabricante de aviões do planeta. Premonição? Não, ciência e tecnologia.

As raízes da Embraer estão no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (dê cê tê á) e no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (íta), duas instituições baseadas no conhecimento idealizadas por Montenegro há mais de 70 anos.

Histórias de sucesso como essas não se repetirão em nosso país: os recentes córtes no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações terão como consequência o desmonte dessas atividades no país.

O aperto do cinto orçamentário começou em 2014, aumentou em 2015 e se agravou em 2016. Em 2017, piorou ainda mais: nossa ciência será tratada a pão e água.

reticências

Como pesquisa e desenvolvimento não se fazem com milagres, clarividências ou premonições, mas sim com investimentos constantes, a ciência brasileira caminha para a ruína.

Teremos um país talvez com um ajuste fiscalglossário perfeito, mas com um atraso econômico e social digno de uma república de bananas – exatamente o contrário dos países com economia moderna, baseada em ciência e tecnologia, como Estados Unidos da América, Alemanha, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e China.

HELENA NADER, professora titular de biologia molecular da Unifesp, é presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); LUIZ DAVIDOVICH, professor titular do Instituto de Física da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, é presidente da Academia Brasileira de Ciências.

NADER, Helena; , Luiz. Ciência brasileira, últimos suspiros? Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

  1. Vamos fazer comparações entre o texto da Leitura 1 e o texto citado nesta página. Em que data cada um foi publicado?
  2. O texto apresentado nesta atividade é classificado como um artigo de opinião? Justifique.
Ícone pontos de atenção e noções complementares

Fato versus opinião

O artigo de opinião é um gênero argumentativo que mescla fatos e opiniões. Fato é algum acontecimento, uma ação que está acontecendo ou já aconteceu. Já opinião é o modo de ver, pensar sobre determinado fato, ou seja, um ponto de vista pessoal e particular a respeito de determinado fato.

  1. Responda às questões a seguir referentes ao texto “Ciência brasileira, últimos suspiros?”.
    1. Retome o texto e releia os sete primeiros parágrafos do artigo de opinião.
      1. Em quais outros setores o Brasil se destacou, além da produção de soja?
      2. Por que esses setores são destacados no texto?
    1. Observe essas frases retiradas do artigo de opinião “Ciência brasileira, últimos suspiros?. Há uma estrutura de pergunta-resposta que se repete três vezes, de maneira diferente. Responda:

Frase 1

Milagre? Não, ciência e tecnologia.

Frase 2

Vidência? Não, ciência e tecnologia

Frase 3

Premonição? Não, ciência e tecnologia.

NADER, Helena; , Luiz. Ciência brasileira, últimos suspiros? Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

um. Qual é o efeito dessa repetição no texto?

dois. Em que outro momento, no texto, a ideia expressa por essa repetição é retomada? Identifique-o e escreva-o no seu caderno.

três. Qual é o efeito dessa retomada de ideia?

Ilustração. Ícone retomada de tópicos.

Gradação

A gradação é uma figura de linguagem que consiste em enumerar ideias de maneira crescente ou decrescente, contribuindo, assim, para a acumulação dos significados presentes no enunciado.

c. Releia o trecho a seguir.

O aperto do cinto orçamentário começou em 2014, aumentou em 2015 e se agravou em 2016. Em 2017, piorou ainda mais: nossa ciência será tratada a pão e água.

NADER, Helena; , Luiz. Ciência brasileira, últimos suspiros? Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

um. Identifique e escreva no caderno duas expressões que aparecem com linguagem figurada nesse trecho.

dois. De acordo com o contexto, qual é o sentido de cada uma dessas expressões?

três. Por que os autores optaram pelo uso da linguagem figurada?

quatro. Esse trecho ainda apresenta uma gradação. Identifique e explique, em seu caderno, o efeito de sentido que esse recurso expressivo provoca.

Versão adaptada acessível

um. Identifique e escreva duas expressões que aparecem com linguagem figurada nesse trecho.

dois De acordo com o contexto, qual é o sentido de cada uma dessas expressões?

três Por que os autores optaram pelo uso da linguagem figurada?

quatro Esse trecho ainda apresenta uma gradação. Identifique e explique o efeito de sentido que esse recurso expressivo provoca.

d. Há vários tipos de argumento que podem ser usados para comprovar uma tese. Copie o quadro no caderno e preencha-o, associando o tipo de argumento aos parágrafos correspondentes do texto “Ciência brasileira, últimos suspiros?”. Observe como os autores organizam seus argumentos. Depois, escreva um breve comentário sobre os argumentos.

Versão adaptada acessível

d. Há vários tipos de argumento que podem ser usados para comprovar uma tese. Usando como referência o quadro, associe o tipo de argumento aos parágrafos correspondentes do texto “Ciência brasileira, últimos suspiros?”. Observe como os autores organizam seus argumentos. Depois, escreva um breve comentário sobre os argumentos.

Tipo de argumento

Parágrafos

Comentário

Causa-consequência

Comparação

Exemplificação

Ícone pontos de atenção e noções complementares

Construção da argumentação

No artigo de opinião, o autor procura construir um raciocínio argumentativo para conduzir o leitor a se convencer do ponto de vista assumido no texto. Para isso, são utilizados fatos, exemplos e citações.

9. Leia o texto a seguir.

É certo que a liberdade de opinião e de pensamento vêm numa crescente que acompanha a ampliação de direitos civis e políticos, e também o desenvolvimento tecnológico da mídia. Não vemos, no entanto, a responsabilidade, a tolerância e a empatia acompanhando a mesma curva ascendente. Com a emergência da internet e das redes sociais, a sensação é que entramos numa “era da opinião”, em que pontos de vista precisam ser constantemente formulados, expostos e publicados em uma velocidade perigosa. De acordo com Gabriela côrbisiê tessitôre, professora do curso de Comunicação e Marketing da faapi [Fundação Armando Alvares Penteado], é importante que se analise este momento de maneira dialéticaglossário : “A era da opinião pode ser pensada como a era da tagarelice por alguns menos otimistas. Eu tento pensar o que ela traz de bom e de ruim ao mesmo tempo. Se por um lado a internet promoveu uma democratização do acesso ao conhecimento e à informação, por outro ela formou esse tipo de comportamento, em que todo mundo é clamado a ter sua opinião e em que existe um contágio emocional muito grande”.

A velocidade frenética imposta pela internet, segundo Gabriela, acaba por destituir pensamentos e opiniões de sua densidade. As pessoas nem sequer têm tempo de ler as notícias e já são clamadas a formar um ponto de vista e a defendê-lo. “Soma-se a isso o fato de a internet tirar das pessoas parte do senso de responsabilidade. Como não estou frente a frente, sou capaz de falar coisas muito mais grosseiras. É como um duplo da pessoa, como nosso eu lírico, mas nesse caso seria nosso eu violento”, completa a professora. reticências

Uma frase do escritor Umberto Eco reverberouglossário alto em 2015: “A internet deu voz a uma legião de imbecis”. Pode ser verdade, mas ela também deu voz a uma legião de gente talentosa e bem-intencionada. Ao menos essa é a percepção do doutor em comunicação e entusiasta da rede Caio Túlio Costa: “A internet em primeiro lugar, e as redes sociais em seguida, deu o poder de mídia ao cidadão. Isso é uma revolução, isso é uma disrupçãoglossário . De quebra, democratizou-se e expandiu-se de fórma oceânica o acesso à informação. Isso reforça as liberdades, mesmo quando essa liberdade é usada para disseminar boatos e conteúdos odiosos, infelizmente. No fundo, a internet amplifica o que as pessoas falam entre si e agora podem publicar o que pensam”. reticências

VIEIRA, Piti. A tensão da opinião. Revista faapi. Disponível em: https://oeds.link/2ow1Sy. Acesso em: 4 abril. 2022.

Discuta com os colegas o que você pensa sobre alguns argumentos apresentados no texto. Em cada um desses tópicos, busque dar exemplos de situações que você viveu ou observou.

  • A velocidade frenética imposta pela internet acaba por destituir pensamentos e opiniões de sua densidade, ou seja, não permite que a pessoa que comenta reflita com profundidade sobre o tema.
  • A internet tira das pessoas parte do senso de responsabilidade. Como uma pessoa não está frente a frente com a outra, é capaz de falar coisas muito mais grosseiras.
  • No fundo, a internet amplifica o que as pessoas falam entre si e agora podem publicar o que pensam livremente.

O gênero em foco

Artigo de opinião

Publicado em jornais, em revistas e na internet, o artigo de opinião é um gênero textual que tem como matéria-prima um tema polêmico e de grande relevância social, como discussões sobre mudanças na legislação, alterações propostas pelos governos ou um fato do cotidiano que impacta na vida coletiva. É, portanto, um espaço aberto para o autor apresentar seu ponto de vista a respeito da questão em pauta. Dessa fórma, ele contribui com o debate público.

É comum que sejam convidados especialistas para escrever sobre o tema, porque são pessoas já reconhecidas socialmente que se destacam em seus campos de atuação. O especialista assina o artigo. Algumas vezes, no início ou no final do texto, além de seu nome, há um pequeno currículo com seus dados (formação, profissão e experiência), para que o leitor saiba o que o qualifica para tratar do tema. Essa identificação também procura evidenciar ao leitor que aquela opinião pertence ao especialista, e não ao jornal ou revista em que foi publicada.

O artigo de opinião é um texto argumentativo no qual uma tese é defendida. Ou seja, o autor apresenta seu ponto de vista a respeito do tema ou de determinado fato. Para sustentar essa posição, é necessário expor argumentos consistentes e coerentes com a ideia defendida inicialmente. A sustentação da tese pode ser feita por meio de dados, comprovações, exemplos, fatos, entre outros. Há vários tipos de argumento. A escolha do argumento depende da posição tomada e também da avaliação de qual deles funcionará melhor para determinado contexto. Além disso, é fundamental para uma boa argumentação o foco nos leitores.

Geralmente, quem lê artigos de opinião acompanha o noticiário e está interessado na questão em debate, para ampliar sua reflexão sobre o tema e descobrir a opinião de um especialista a respeito da pauta.

Fotografia. Reprodução de página de jornal on-line. Na parte superior, o título do caderno: 'tendências /debates'. Abaixo, sobre fundo amarelo, ilustração de uma pessoa em pé, de braços cruzados, vestindo um roupão branco com orelhas e bigodes longos semelhantes aos de um coelho. Ao lado, ilustração de uma pessoa com um adorno semelhante a uma juba. Ela segura com a outra mão, como se fosse uma bolsa, um objeto branco semelhante a uma ave morta/um coelho morto. À direita, ilustração desse mesmo objeto branco, ampliado, suspenso no teto. Abaixo, textos opinativos e nomes de quem emite cada opinião: 'PAULO FELDMANN', 'A tributação de dividendos pode contribuir para reduzir o déficit público?', 'SIM'; e 'ALEXANDRE SANDONE PACHECO', 'A tributação de dividendos pode contribuir para reduzir o déficit público?', 'NÃO'.
Nos jornais, os artigos de opinião costumam ser publicados em seções especiais, muitas vezes contrapondo pontos de vista. Na imagem, recorte da Folha de São Paulo, São Paulo, 18 agosto. 2018. Tendências / Debates, página. A3.
Ícone pontos de atenção e noções complementares

Três conceitos

Argumentar: ação verbal na qual a palavra é utilizada para defender um ponto de vista a respeito de um tema ou de um fato. Argumentação: ato de convencer alguém sobre algo e também o conjunto de recursos usados para argumentar. Argumento: prova, razão, raciocínio utilizado para convencer alguém a mudar de opinião ou comportamento.

Estratégia argumentativa

Com o objetivo de convencer o outro sobre seu ponto de vista, quem escreve um artigo de opinião precisa utilizar um conjunto de estratégias próprias:

  • seleção de palavras adequadas para o tema a ser discutido e que indiquem uma posição argumentativa;
  • escolha dos tipos de argumento (autoridade, causa-consequência, comparação, exemplificação, evidência, princípio etcétera.);
  • organização geral da argumentação;
  • definição do tom do texto (irônico, objetivo, apelativo etcétera.).

Uma estratégia para construir o texto pode ser contra-argumentar, ou seja, usar argumentos para rebater/refutar argumentos que são utilizados por quem tem um posicionamento diferente daquele defendido pelo autor do texto. Para isso, é fundamental não só saber bastante sobre o tema, posicionando-se diante dele e selecionando argumentos consistentes, mas também ter conhecimento sobre a posição e os argumentos contrários à sua tese. Em outras palavras, levantar as vozes discordantes do seu posicionamento para refutar os possíveis argumentos contrários ao que está defendendo.

Linguagem

No artigo de opinião, como em outros gêneros textuais, a linguagem deve se adequar à situação de produção e à organização textual. Publicados geralmente na imprensa, os artigos se aproximam da linguagem jornalística. Devem-se evitar gírias, expressões coloquiais, vocabulário impreciso e repetições inexpressivas.

O texto pode ser construído na 1ª ou na 3ª pessoa do discurso, dependendo da estratégia argumentativa. Contudo, o mais comum é o emprego da 3ª pessoa e também de uma linguagem mais impessoal para conferir mais credibilidade.

Clareza, concisão e coesão são características fundamentais em um artigo de opinião. As partes devem estar bem articuladas, sem ambiguidades nem repetições desnecessárias.

Organização

No geral, a organização do artigo de opinião costuma seguir esta divisão:

Introdução

  • Apresentação do tema polêmico.
  • Defesa do ponto de vista a respeito do tema.

Desenvolvimento

  • Apresentação de argumentos e contra-argumentos que sustentem a posição defendida em relação ao tema.
  • Apresentação de refutação dos argumentos contrários à posição defendida.

Conclusão

Retomada da posição assumida no início para reforço da tese e encerramento do raciocínio argumentativo.

Conhecimentos linguísticos e gramaticais 1

Faça as atividades no caderno.

Paralelismo e progressão textual

Você já aprendeu que a progressão temática é importante para fazer o texto avançar e manter o fio que o conduz.

Uma das estruturas que ajudam a fazer o texto progredir é chamada de paralelismo. Ou seja, por meio de uma estrutura preenchida ou acrescida de palavras diferentes, o texto avança. Nos textos em prosa, o paralelismo é utilizado com a função argumentativa.

1. Releia o trecho a seguir, extraído do artigo de opinião “Ciência brasileira, últimos suspiros?”:

Milagre? Não, ciência e tecnologia. reticências

Vidência? Não, ciência e tecnologia. reticências

Premonição? Não, ciência e tecnologia. reticências

Como pesquisa e desenvolvimento não se fazem com milagres, clarividências ou premonições, mas sim com investimentos constantes, a ciência brasileira caminha para a ruína. reticências

NADER, Helena; , Luiz. Ciência brasileira, últimos suspiros? Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

  1. Quais são as informações ou palavras acrescidas nos três primeiros parágrafos do trecho?
  2. Qual informação nova é retomada no último parágrafo do trecho?
  3. No trecho, é possível notar que os autores retomam as três palavras utilizadas para realizar uma progressão no texto, de fórma a trazer uma nova informação ao leitor, para que ele entenda que as pesquisas precisam de investimento. Na sua opinião, o uso desse recurso foi suficiente para convencer o leitor de que o desenvolvimento de pesquisas precisa de investimento?

Esse tipo de paralelismo, na fórma de organizar as palavras, é sintático e também pode aparecer dentro de uma mesma oração ou de um parágrafo.

2. Releia mais este trecho do artigo de opinião, observando as palavras destacadas:

O aperto do cinto orçamentário começou em 2014, aumentou em 2015 e se agravou em 2016. Em 2017, piorou ainda mais: nossa ciência será tratada a pão e água.

NADER, Helena; , Luiz. Ciência brasileira, últimos suspiros? Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

No trecho, as palavras destacadas apresentam a mesma estrutura. Qual é essa estrutura?

Faça as atividades no caderno.

Podemos então compreender que essa organização em paralelo ajuda a manter a qualidade do texto. Repare que também houve uma progressão cronológica marcada pelos anos 2014, 2015, 2016 e 2017.

Figuras de linguagem (2)

Metáfora

O uso de figuras de linguagem é frequente na língua. Talvez porque os falantes da língua queiram dizer tantas coisas é que acabam criando imagens e representações por meio de palavras que possam expressar ideias de fórma variada e original.

  1. Ao reler o título do artigo “Ciência brasileira, últimos suspiros?”, qual é a sua opinião sobre os autores terem-no escolhido? Explique o que eles quiseram dizer com últimos suspiros.
  2. Releia o seguinte trecho desse artigo.

O aperto do cinto orçamentário começou em 2014, aumentou em 2015 e se agravou em 2016. Em 2017, pirou ainda mais: nossa ciência será tratada a pão e água.

NADER, Helena; , Luiz. Ciência brasileira, últimos suspiros? Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

  1. Qual é o significado de apertar o cinto em uma situação do cotidiano?
  2. Volte ao texto, a partir do trecho em destaque, e tente descobrir a que orçamento os autores estão se referindo.
  3. Explique o significado de apertar o cinto relacionado às questões orçamentárias.
Ilustração. Ícone retomada de tópicos.

Metáfora

O termo metáfora tem origem na palavra grega metafóra, que significa transferência. A metáfora, assim, permite transferir o sentido de uma palavra, de literal para figurado, utilizando a comparação entre elementos. A comparação pode estar implícita, ou seja, ocorrer sem o uso dos conectivos comparativos: como, tal qual, tal como etcétera. Portanto, os autores desse artigo de opinião fazem uma comparação implícita entre elementos relacionados ao fato de o ­orçamento para as pesquisas ter diminuído a cada ano.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia um trecho de uma reportagem publicada do jornal Correio Braziliense que faz homenagem à cidade de Brasília.

Quatro vezes Brasília

Numa homenagem aos 56 anos da capital do Brasil, parte da equipe da Revista monta um mood board [composição de texto e imagens] particular com referências de um lugar que não é só um lugar: na verdade, é um caso de amor. Nascidos em décadas diferentes, cada um a seu tempo e a seu modo, descobrimos que há muito em comum nas lembranças e nas vivências, mesmo entre gerações distintas.

Mil novecentos e setenta e seis. Chego à cidade inventada. Olho para todos os lados e, de antemão, sei que não vai caber em mim a imensidão de chão e céu desse lugar. É horizonte demais, mesmo para a imaginação de uma menina de 4 anos. Muito espaço vazio para encher de ideia. Juscelino cubishéqui, Oscar Niemáier e Lucio Costa, os rapazes que criaram esse cenário, até deixaram um manual para quem veio depois montar o quebra-cabeças de quadras e prédios, tudo pensado para cada lugar, mas na época que aportei por aqui faltava ainda tanta peça para encaixar.

Em vez de castelos, prédios em construção. Em vez de lápis de escrever, muito giz das obras; em vez de jardins floridos, muito cerrado. O jeito foi brincar com tudo aquilo. Esconderijo nos bueiros; jogo de bete no asfalto; bicicross entre uma quadra e outra. Quebra-queixo e dindim. Bate-bola no carnaval. Bambolê no pilotis. Pedalinho e Piscina de Ondas no Parque da Cidade. Fogos no gramado do Congresso; descer a rampa com papelão. Pipa na Torre de tê vê; patos; ou eram cisnes?; no espelhodágua da Praça dos Três Poderes; revoada de pombos. reticências

GENTIL, Cristine. Quatro vezes Brasília. Correio Braziliense, Brasília, Distrito Federal, 17 abril. 2016. Disponível em: https://oeds.link/ghGcos. Acesso em: 5 abril. 2022.

  1. Brasília é uma cidade construída, bem no meio do país, onde antes havia uma grande área de Cerrado. Foi idealizada pelo presidente Juscelino cubishéqui (1902-1976) e projetada pelo arquiteto Oscar Niemáier (1907-2012) e o urbanista Lucio Costa (1902-1998). Sabendo disso, explique o que a jornalista, em seu relato, quer dizer com estes dois trechos:
    • “Chego à cidade inventada”;
    • “até deixaram um manual para quem veio depois montar o quebra-cabeças de quadras e prédios, tudo pensado para cada lugar”.
  1. Que metáforas você identifica nos dois trechos destacados no item a?
  2. No início do segundo parágrafo há a repetição da locução “em vez de”. É possível considerar que essa locução introduz sentenças que criam o efeito de paralelismo?

2. No texto a autora cita várias brincadeiras e atividades da infância dela que eram praticadas em locais específicos da cidade. Muitas dessas brincadeiras e locais não conhecemos, afinal, são do repertório regional dela. Em seu caderno, elabore um relato de brincadeiras praticadas em um lugar especial, ou vários lugares, em sua cidade. Seu texto deve ter no máximo dez linhas. Use o recurso do paralelismo ao menos uma vez e também inclua em seu relato pelo menos duas metáforas.

Faça as atividades no caderno.

Fotografia. Construção composta de estruturas brancas arqueadas, unidas em uma seção circular superior; ao lado, uma outra estrutura branca de base triangular com lados arqueados, encimada por uma estrutura retangular segmentada. Ambas estão apoiadas em um terreno plano coberto por vegetação, sob um céu azul sem nuvens.
Catedral de Brasília.
Fotografia. Construção composta de estruturas brancas planas, unidas em uma seção retangular central, segmentada em retângulos menores com painéis de vidro, sob um céu azul com nuvens brancas.
Palácio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
Fotografia. Construção retangular composta de estruturas laterais retangulares de concreto, encimadas por uma seção de concreto central retangular e plana. Sob essa estrutura ha uma outra, também retangular, cujas fachadas são compostas por painéis de vidro. O edifício está situado à beira de um lago com vegetação aquática, diante de um terreno coberto por vegetação, sob um céu azul com nuvens brancas.
Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Fotografia. Edifício composto por duas estruturas retangulares idênticas, dispostas lado a lado, unidas por segmentos à meia altura, ladeadas por duas cúpulas brancas circulares, como calotas esféricas, cada uma delas disposta ao lado de uma estrutura retangular. Uma das cúpulas tem a face curva para baixo, e a outra tem a face curva para cima. Abairo desses elementos estruturais há um amplo edifício retangular, sob um céu azul com nuvens brancas e avermelhadas pela luz do Sol que nasce ou se põe.
Prédio do Congresso Nacional, em Brasília.

3. Leia um trecho de um texto publicado no jornal Diário de Pernambuco:

Crônicas verde-amarelas

Um livro para agradar, interessar, divertir mais de duzentos milhões de leitores, esse de Crônicas Verde-amarelas. Uma ótima ideia da Companhia Editora de Pernambuco, que o publicou, um inestimável e bem bolado (gostaram dessa aproximação semântica?) arquivo pra interessados por futebol. De fato, muito mais do que um livro sobre esse esporte que move, comove e remove corações, essas crônicas são um tesouro para aficcionados.

FERREIRA, Luzilá Gonçalves. Crônicas verde-amarelas. Diário de Pernambuco, Recife, 10 julho. 2018. Opinião. Disponível em: https://oeds.link/AJ31cP. Acesso em: 5 abril. 2022.

Fotografia. Reprodução de capa de livro. Ao fundo, o título: 'Gol a gol: crônicas verde-amarelas'. Abaixo do título, o nome do autor: 'ANDRÉ TEIXEIRA' e do ilustrador: 'RICARDO MELO'. No centro, ilustração das silhuetas de três jogadores de futebol com o uniforme da seleção do Brasil: camiseta amarela com detalhes e número verdes, calção azul com faixa lateral branca e meias brancas. Eles parecem comemorar um gol marcado; alguns estão com os braços estendidos para cima e as mãos espalmadas.  Curiosidade: as figuras representam inequivocamente três jogadores da seleção de 1970, que conquistou o tricampeonato da Copa do Mundo, no México: Tostão, Jair e Pelé.

Teixeira, André. Gol a gol: crônicas verde-amarelas. Pernambuco: cépe, 2018. Capa de livro.

Ícone pontos de atenção e noções complementares

Paralelismo

O paralelismo pode referir-se também à aproximação sonora das palavras, como é o caso de move, comove e remove.

  1. Na primeira oração do parágrafo há um paralelismo. Copie-o em seu caderno.
  2. É possível perceber que, ao usar o paralelismo, o texto avança, progride. Na última oração, lemos o seguinte: “reticências esse esporte que move, comove e remove corações reticências”. Qual é a intenção do autor ao utilizar esses verbos?
Versão adaptada acessível
  1. Na primeira oração do parágrafo há um paralelismo. Escreva-o.
  2. É possível perceber que, ao usar o paralelismo, o texto avança, progride. Na última oração, lemos o seguinte: “[...] esse esporte que move, comove e remove corações [...]". Qual é a intenção do autor ao utilizar esses verbos?

4. Sabemos que, em textos informativos, o paralelismo é utilizado para apresentar argumento para determinada tese. Leia um trecho retirado do texto da Leitura 1.

Desde os sete anos de idade eu queria ser cientista. O que me motivava era o aprender, algo que me fascina até hoje. Aos 34 anos, finalmente posso dizer que sou pesquisadora, mas sempre que me apresento dessa fórma ouço: “você só estuda, ou também trabalha?”. Essa pergunta, que respondemos repetidamente aos familiares e amigos, deixa claro que para a sociedade brasileira, fazer ciência ocupa um lugar de não trabalho.

SILVA, Laura cê ê da. Brasil desperdiça dinheiro público ao não dar oportunidade para cientistas. Ecoa – Portal uól, 6 março. 2022. Disponível em: https://oeds.link/vj0wPy.htm. Acesso em: 30 março. 2022.

Faça as atividades no caderno.

  1. Nesse trecho inicial há o relato de descontentamento da autora. Este pode ser apontado como o tema central do artigo?
  2. É possível afirmar que as frases que se iniciam com indicações de idades correspondem a um paralelismo?

5. Na metáfora, ocorre uma comparação implícita, sem que sejam utilizados conectivos de comparação. Leia o último parágrafo do texto “Ciência brasileira, últimos suspiros?”:

Teremos um país talvez com um ajuste fiscal perfeito, mas com um atraso econômico e social digno de uma república de bananas – exatamente o contrário dos países com economia moderna, baseada em ciência e tecnologia, como Estados Unidos da América, Alemanha, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e China.

NADER, Helena; , Luiz. Ciência brasileira, últimos suspiros? Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

  1. Encontre nesse parágrafo um conectivo usado para fazer comparações.
  2. Localize nesse parágrafo e transcreva no caderno a comparação explícita em que se utiliza o conectivo comparativo.
  3. No mesmo parágrafo, localize a metáfora e copie-a.

6. Compare o título “Ciência brasileira, últimos suspiros?” com a ilustração do artista uruguaio gervázio troxe. Faça outro desenho para representar essa comparação. Se preferir, use recortes.

Ilustração em preto e branco. Carro abandonado e danificado em um terreno baldio com fragmentos de uma cerca arruinada em um dos lados. O carro tem vidros e faróis quebrados, está sem as rodas e há alguns pneus à volta. A vegetação alta cresce no interior da carroceria e em volta.
Ilustração do artista uruguaio Gervasio Troche. Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

7. Leia a tirinha de Bill uáterson.

Tirinha em quatro cenas. Personagens: Calvin, um menino de cabelos espetados para cima, vestindo camiseta listrada e calças curtas pretas. Haroldo, um tigre de pelúcia. Cena 1. Haroldo, na forma de um tigre em tamanho real, representando o amigo imaginário de Calvin, está em posição de ataque, como um predador. Cena 2. Calvin entra em um aposento intempestivamente empurrando a porta com uma das mãos, e com a outra segurando um livro escolar, e produz um ruído alto (porque a palavra que o representa está em letras maiúsculas grandes e realçadas em negrito): 'BOINGG', enquanto diz, gritando (porque a palavra em seu balão de fala está em letras maiúsculas grandes e realçadas em negrito): 'CHEGUEI!'. Cena 3. Haroldo dá um salto para a frente sobre Calvin, produzindo um alto ruído (porque a palavra que o representa está em letras maiúsculas grandes e realçadas em negrito): 'POW!', com algumas estrelas e planetas simbolizando uma colisão dolorosa; um dos calçados do menino parece sair do pé. Cena 4. Haroldo está deitado de costas como uma pessoa, com os braços flexionados ao lado do corpo e as pernas para cima, e diz a Calvin: 'EU LI QUE A COLUNA VERTEBRAL DOS TIGRES É COMO UMA GRANDE MOLA!'. Ao lado, Calvin está deitado com as pernas para cima e os braços estendidos para os lados, como se estivesse dando uma cambalhota, com o livro escolar aberto sobre o chão a seu lado, com as folhas para baixo, e responde ao tigre: 'EU LI QUE O CÉREBRO DELES É COMO UMA GRANDE TIGELA DE TAPIOCA.'.

uáterson, Bill. O melhor de Calvin. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14 novembro. 2017. Caderno 2, página. C4.

O autor faz duas comparações no último quadrinho. Transforme-as em metáforas, sem utilizar os conectivos comparativos.

Leitura 2

Contexto

Você vai ler outro artigo de opinião, também sobre a importância da ciência para o desenvolvimento do país. Esse artigo foi escrito pela professora universitária Tatiana Roque e publicado em um jornal impresso de grande circulação, especialmente no Rio de Janeiro, em 17 de junho de 2018.

Tatiana Roque

AUTORIA

Professora do Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ú éfe érre jota). É membro do Instituto de Pesquisa Archives Poincarrê, na França. Publicou, em 2012, o livro História da matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas, que foi um dos finalistas do Prêmio Jabuti em 2013.

Antes de ler

Agora que você já sabe as características do gênero textual artigo de opinião, levante hipóteses antes de ler o próximo.

  • Leia o título do artigo de opinião. Qual será o posicionamento da autora diante do tema?
  • Que argumentos ela vai selecionar para justificar e sustentar seu ponto de vista?
  • Por que esse tema voltou a ganhar destaque na imprensa?

O progresso da ciência

POR TATIANA ROQUE 17/06/2018

Uma artimanha para enfraquecer as instituições públicas de ensino e ciência, reduzindo seu orçamento, é apresentá-las como dissociadasglossário da sociedade, sorvedorasglossário de recursos e descompromissadas com o desenvolvimento social e econômico. Para desmontar essa armadilha, a comunidade acadêmica precisa iluminar as pontes que ligam o conhecimento aos avanços do país. A universidade será mais forte quanto mais parecer robusta, transparente e útil aos olhos da população.

O Brasil produz a maior parte de suas vacinas, economiza importações e erradica doenças. No auge da Zikaglossário , encontramos uma resposta rápida para a relação com a microcefaliaglossário . Ficamos fortes na indústria de medicamentos e na inovação em petróleo e gás. Tudo surgiu de arranjos entre empresas, universidades, institutos de pesquisa e órgãos do governo.

Nossas instituições sofrem com córtes de verba quando mais precisam caminhar em direção à inovação tecnológica e social. O ipéa mostrou que empresas inovadoras pagam melhores salários e geram empregos mais estáveis. São mais produtivas. O investimento em ciência básica é público em qualquer país, mas a inovação é um processo interativo, com transferência de conhecimento ao tecido produtivo.

Em 2016 o Brasil aprovou o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, regulamentado em 2018. É uma lei que incentiva as relações entre pesquisa pública e tecido produtivo, reduzindo a burocracia. Órgãos públicos passaram a ter o direito de compartilhar laboratórios, equipamentos, materiais e instalações e a negociar direitos de exploração de produtos e tecnologias. Foram reduzidos entraves excessivos da Lei 8.666 e a insegurança jurídica dos investimentos em pesquisa.

Mecanismos já aplicados com sucesso em áreas tecnológicas devem agora se tornar disponíveis para áreas como cultura e ciências sociais. Entre universidade, empresa e sociedade há camadas que estimulam a integração, como parques tecnológicos e centros de inovação. Programas em ciência, cultura e tecnologia têm grande potencial para dinamizar a economia criativa, especialmente no Rio de Janeiro. São um caminho para reaquecer as cadeias produtivas do audiovisual e dos jogos eletrônicos, por exemplo.

É possível encontrar soluções sustentáveis para segurança alimentar e nutricional, energia, habitação, saúde, saneamento, meio ambiente, agricultura familiar, geração de emprego e renda. A meta já constava do documento da Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação de 2010. Ele propõe tornar mais eficiente e ágil a máquina pública – diminuindo a burocracia, um instrumento de exclusão social – e a apropriação da cê ê tê pelas comunidades locais. Temos bons planos e infraestrutura de pesquisa para o Brasil encontrar um modelo de desenvolvimento mais justo, sustentável e menos dependente de bens primários. Basta vontade política para implementá-los.

Tatiana Roque é professora de Matemática e Filosofia da ú éfe érre jota

ROQUE, Tatiana. O progresso da ciência. O Globo, Rio de Janeiro, 17 junho. 2018. Opinião, página. 19.

Fotografia. Edifício retangular branco de fachada envidraçada em painéis retangulares. Na parede branca, estão dispostas, em letras maiúsculas douradas, as palavras: 'MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL', e abaixo destas: 'MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E COMUNICAÇÕES', e abaixo destas, a letra 'E', também dourada e maiúscula.
Para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (ême cê tê Í cê) – órgão do governo federal cujo papel é estimular o desenvolvimento tecnológico e a inovação no país –, a regulamentação do Marco Legal busca simplificar a celebração de convênios para a promoção da pesquisa pública, aumentando, assim, a interação das instituições científicas e tecnológicas com as empresas. Imagem feita em 2018.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. Retome as hipóteses que você levantou antes da leitura.
    1. Sua expectativa sobre o posicionamento da autora se confirmou? Comente.
    2. Os argumentos que você encontrou no artigo foram os que você pensou que encontraria? Comente.
  2. O artigo de opinião da professora Tatiana Roque fala sobre o tema o progresso da ciência. Qual é o ponto de vista defendido por ela?
  3. Em artigos de opinião, é muito importante prestar atenção na escolha do vocabulário feita pelo autor, uma vez que o uso de determinadas palavras funciona como estratégia para explicitar ou ocultar uma opinião sobre o que está sendo discutido.
    1. No primeiro parágrafo do artigo “O progresso da ciência”, são usadas as palavras artimanha e armadilha. A que elas se referem?
    2. Qual é o propósito da autora ao utilizar essas palavras?
  4. No gênero artigo de opinião, o autor costuma apresentar, no início, seu ponto de vista a respeito do tema sobre o qual vai desenvolver sua argumentação. Copie no caderno a afirmação que evidencia a estratégia escolhida por Tatiana Roque para iniciar seu texto argumentativo. Justifique sua resposta.
    1. A argumentação inicia-se com a apresentação de fatos concretos sobre as instituições públicas de ensino e ciência.
    2. A argumentação começa com uma comparação entre o passado e o presente das universidades.
    3. A argumentação é introduzida com a observação de uma mudança na linha do tempo.
    4. A argumentação começa rebatendo os argumentos contrários ao ponto de vista que se quer defender.
  5. No primeiro parágrafo do artigo, a autora apresenta uma missão para a comunidade acadêmica.
    1. Qual é essa missão?
    2. É possível concluir que a autora se sente responsável por essa missão? Por quê?
  6. Quanto à linguagem do texto, escolha a alternativa correta e a copie no caderno. Justifique sua resposta.
    1. No texto, predomina uma linguagem pessoal, cuja principal marca é o uso da 1ª pessoa do singular.
    2. No texto, predomina uma linguagem relativamente impessoal, com emprego da 1ª pessoa do plural.
    3. No texto, predomina uma linguagem impessoal, com emprego de verbos e pronomes na 3ª pessoa do singular.
Ícone pontos de atenção e noções complementares

Impessoalização do discurso

Recurso abordado na questão 6, ele é muito comum em artigos de opinião como estratégia para tomar distanciamento do tema em pauta e atenuar marcas de subjetividade. Para isso, há diversas estratégias linguísticas, como usar sujeito indeterminado, usar a voz passiva ou generalizar o sujeito, colocando-o no plural.

  1. Volte ao segundo parágrafo do artigo e observe os argumentos que a autora apresenta para comprovar o papel das instituições de ensino e ciência no Brasil. Agora responda:
    1. Quais exemplos a autora apresenta como argumentos?
    2. Esses exemplos têm relação com qual trecho do primeiro parágrafo? Justifique.
  2. Releia o terceiro parágrafo do artigo de opinião e responda:
    1. De que maneira os córtes de verbas nas instituições de ensino e ciência impactam na inovação tecnológica e social?
    2. Por que a autora cita o ipéa?

Saiba +

ipéa

É a sigla do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, uma fundação pública federal que realiza estudos para apoio às ações governamentais, como formulação de políticas públicas.

Fotografia. Cenário urbano com um edifício retangular cuja fachada é segmentada por uma faixa sem janelas de cima a baixo em dois outros retângulos de tamanhos diferentes.  Diante dessa construção há algumas árvores, e ao lado dela há alguns outros edifícios menores. Ao fundo há um rio ou lago, às margens do qual há outras construções a distância, sobretudo casas.
Edifício no qual está localizada a séde do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (ipéa).

9. Leia um trecho da notícia publicada no portal da Agência Brasil sobre o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação e responda às questões.

Governo regulamenta Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação

Publicado em 08/02/2018 -

Por Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil Brasília

O Diário Oficial da União de hoje (8) publicou decreto que regulamenta o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei norteº 13 243/2016) e traz a expectativa de desburocratizar as atividades de pesquisa e inovação no país. As novas regras criam mecanismos para integrar instituições científicas e tecnológicas e incentiva investimentos em pesquisa.

reticências

AQUINO, Yara. Governo regulamenta Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação. Agência Brasil, Brasília, Distrito Federal, 8 fevereiro. 2018. Disponível em: https://oeds.link/iDHND1. Acesso em: 5 abril. 2022.

Saiba +

Lei 8 666

A Lei 8 666 foi publicada em 21 de junho de 1993 com o objetivo de regulamentar normas para licitações e contratos da administração pública. Ela institui a obrigatoriedade de licitação para a compra de produtos para fins de pesquisa e desenvolvimento.

  1. Qual é a relação entre esse fato noticiado e a questão abordada no artigo de opinião?
  2. Essa regulamentação resolve qual problema referente à Lei 8 666, citada no quarto parágrafo do artigo de opinião “O progresso da ciência”? Por quê?
  3. Qual palavra expressa a opinião da autora Tatiana Roque sobre a Lei 8 666?
  1. A autora mostra-se favorável à parceria entre universidade, empresa e sociedade na área de inovação e tecnologia.
    1. Quais argumentos apresentados no texto buscam convencer o leitor sobre esse posicionamento?
    2. Com relação ao custeio da ciência básica, qual é a posição da autora?

11. Releia o trecho do quinto parágrafo:

Mecanismos já aplicados com sucesso em áreas tecnológicas devem agora se tornar disponíveis para áreas como cultura e ciências sociais. Entre universidade, empresa e sociedade há camadas que estimulam a integração, como parques tecnológicos e centros de inovação. Programas em ciência, cultura e tecnologia têm grande potencial para dinamizar a economia criativa, especialmente no Rio de Janeiro. São um caminho para reaquecer as cadeias produtivas do audiovisual e dos jogos eletrônicos, por exemplo.

ROQUE, Tatiana. O progresso da ciência. O Globo, Rio de Janeiro, 17 junho. 2018. Opinião,página. 19.

  1. De acordo com a autora, quais são os benefícios que a integração tecnológica trará ao ser estendida para as áreas de cultura e ciências sociais?
  2. Por qual razão a autora destaca o Rio de Janeiro?

12. Releia o último parágrafo do artigo de opinião e responda ao que se pede.

É possível encontrar soluções sustentáveis para segurança alimentar e nutricional, energia, habitação, saúde, saneamento, meio ambiente, agricultura familiar, geração de emprego e renda. A meta já constava do documento da Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação de 2010. Ele propõe tornar mais eficiente e ágil a máquina pública – diminuindo a burocracia, um instrumento de exclusão social – e a apropriação da cê ê tê pelas comunidades locais. Temos bons planos e infraestrutura de pesquisa para o Brasil encontrar um modelo de desenvolvimento mais justo, sustentável e menos dependente de bens primários. Basta vontade política para implementá-los.

ROQUE, Tatiana. O progresso da ciência. O Globo, Rio de Janeiro, 17 junho. 2018. Opinião, página. 19.

  1. O que a autora cita de positivo na conclusão do artigo?
  2. Qual ressalva ela faz no fechamento do texto? Por quê?
  1. Identifique a frase que resume a opinião da autora no último parágrafo do texto.
  2. Apresente os argumentos que a autora utiliza para corroborar a opinião principal do parágrafo.
  3. A última frase do texto, “Basta vontade política para implementá-los”, não tem significado isoladamente. Ela se refere à anterior. O que será implementado se houver vontade política?
  4. Releia o artigo de opinião “Brasil desperdiça dinheiro público ao não dar oportunidade para cientistas”, da Leitura 1, e compare-o com o artigo “O progresso da ciência”, da Leitura 2.
    1. Em qual dos artigos predominam recursos para a impessoalização do discurso? Exemplifique.
    2. Qual dos artigos tem um título mais sugestivo ao leitor? Por quê?
    3. Com relação à autoria, é possível afirmar que os dois são escritos por pessoas que têm autoridade para discutir os assuntos que se propõem?
    4. Você se identificou mais com as posições apresentadas em qual artigo? Por quê?

Oralidade

Proposta 1

Júri simulado

A turma vai participar agora de um júri simulado. Como o próprio nome indica, trata-se de uma representação do que ocorre em um tribunal judiciário. Essa dinâmica é uma ótima oportunidade para exercitar a argumentação, pois, em um júri, cada um desempenha um papel e precisa se posicionar diante de um caso polêmico.

Um júri é composto dos seguintes participantes:

Ilustração. Representação de um tribunal onde se realiza um julgamento, mostrando a disposição de todos os participantes da sessão. À esquerda, em uma bancada/tribuna disposta em duas filas: '2 – JURADOS', ocupada por pessoas vestindo trajes sociais. À frente, diante da plateia: '4 – PROMOTORES', dois homens de terno e gravata, sentados em uma tribuna baixa. Ao lado deles: '1 – JUIZ', homem usando toga sentado em uma tribuna mais alta, em posição central. Ao lado dele: '5 – TESTEMUNHA', uma pessoa sentada em uma tribuna mais baixa que a do juiz (e a seu lado, mais uma pessoa diante de um notebook). À direita: '3 – ADVOGADOS DE DEFESA', homens de terno e gravata sentado em cadeiras diante de uma bancada; um deles está em pé. No fundo da sala: '7 – PLATEIA', cadeiras dispostas lado a lado, ocupadas por pessoas sentadas de costas (mas de frente para todos os demais). No centro da sala, diante do juiz: '6 – RÉU', uma pessoa sentada de costas para a plateia.
  1. Juiz: é responsável pelo andamento do júri. Faz intervenções, indicando a ordem da fala de modo organizado. É também quem apresenta o veredito do júri à audiência e estipula a pena.
  2. Jurados: são responsáveis por analisar o caso, com base nos argumentos apresentados, e dar o veredito.
  3. Advogados de defesa: são responsáveis por defender o acusado (réu) ou o caso (no júri simulado), com base em provas e depoimentos de testemunhas.
  4. Promotores: são os responsáveis por fazer a acusação, também por meio de provas consistentes e depoimentos de testemunhas.
  5. Testemunha: apresenta argumentos que podem inocentar ou acusar o réu ou contribuir para a elucidação do caso em julgamento.
  6. Réu: é o acusado por ter cometido um crime; seus atos estarão em discussão.
  7. Plateia: acompanha, em silêncio, o julgamento e faz anotações.

Nesta proposta de júri simulado, não haverá um acusado. Na atividade, deve-se tratar de um caso polêmico, discutindo sua acusação ou defesa. Esse tema polêmico que será levado a julgamento deve ser escolhido por meio de uma votação da turma. Por exemplo, pode-se julgar se cabe ou não ao governo financiar todas as pesquisas científicas do país. A defesa advoga pela causa do financiamento público; já os promotores vão advogar contra essa causa.

Etapa 1: Preparação

  1. Após o sorteio do tema, é hora de a turma se dividir em grupos para desempenhar cada um dos papéis existentes no tribunal de júri. Lembre-se de que neste caso não haverá réu. Para o papel do juiz, só pode ficar responsável uma pessoa, e não um grupo.
  2. É importante também considerar a divisão a plateia. Quem ocupar esse papel deverá acompanhar o julgamento em completo silêncio e fazer anotações. A proposta é que as anotações sejam a base para um texto opinativo sobre a resolução do júri. Dessa maneira, a turma fica com vários registros e também pode, posteriormente, verificar se o posicionamento da plateia foi o mesmo do corpo de jurados.
  3. Definidos os papéis dos grupos, todos devem pesquisar o caso em questão, selecionando argumentos para embasar a defesa e a acusação. Para os jurados e testemunhas, o estudo permite compreender o que estará em jogo no julgamento e seu papel.
  4. Com os dados em mãos, é hora de cada grupo criar sua estratégia argumentativa, pensando nos argumentos que devem ser usados pelos adversários. As testemunhas precisam se preparar para responder às questões dos dois lados do júri (defesa e acusação). Façam registros dos argumentos e das estratégias.

Etapa 2: Hora do júri

  • O júri deve se estruturar nas seguintes etapas.
  • Abertura da sessão pelo juiz com a leitura do caso em julgamento.
  • Apresentação da acusação do caso pelos promotores.
  • Apresentação da defesa do caso pelos advogados.
  • Depoimentos das testemunhas de acusação (elas são interrogadas por promotores e advogados).
  • Depoimentos das testemunhas de defesa (também são interrogadas por advogados e promotores).
  • Debates entre acusação e defesa, com réplica e tréplica.
  • Considerações finais dos promotores e dos advogados de defesa.
  • Decisão dos jurados, com o juiz, sobre a sentença (isso deve ocorrer fóra da sala do tribunal).
  • Leitura da sentença e de sua justificativa pelo juiz.

Cada etapa deve ter um tempo estipulado e acordado previamente com o professor.

Algumas considerações para um júri bem-sucedido:

  • Elaborem previamente de fórma escrita a apresentação e as considerações finais. No entanto, lembrem-se de que as considerações finais dependem do jogo que se estabelece no debate. Por isso, façam os ajustes necessários na hora de proferir o discurso oral.
  • Escrevam também as intervenções possíveis para o momento dos debates.
  • Prestem muita atenção na fala do oponente, para que consigam rebater os argumentos que ele está apresentando, percebendo qual é a estratégia utilizada por ele para ganhar o caso.

Dicas para uma boa defesa ou acusação oral:

Utilizar uma linguagem formal e polida, procurando expressar-se de maneira clara e convincente.

Ficar atento à reação dos jurados. Se estiverem desatentos, por exemplo, aumente a altura da voz, gesticule e aproxime-se da bancada para falar diretamente com eles.

Chamar a atenção para sua fala por meio do uso da linguagem corporal e da expressão facial.

Procurar ser convincente, mas sem ser agressivo, com um tom de voz firme.

Ilustração. Ícone retomada de tópicos.

Modalizadores discursivos

São elementos que indicam a orientação argumentativa. Em outras palavras, são recursos linguísticos, como alguns verbos, adjetivos e advérbios, que ajudam a evidenciar o ponto de vista que o falante está defendendo. Por exemplo: os advérbios claramente, efetivamente e naturalmente indicam a certeza do falante a respeito de um fato; já os advérbios provavelmente, eventualmente e outros expressam uma dúvida em relação ao que está sendo enunciado. Há ainda modalizadores afetivos, como: felizmente, sinceramente e surpreendentemente.

Circulação

O júri simulado pode ser gravado e depois exibido em outras turmas para que elas possam comparar o desempenho dos colegas e verificar o que pode ser aprimorado em uma próxima oportunidade. A própria turma também pode rever o júri para observar como funcionou a argumentação do caso.

Avaliação

Após o júri simulado, a turma deve promover uma avaliação sobre a atividade.

  • Todos se envolveram de maneira participativa no júri?
  • No momento da escolha do tema, a turma se comportou de modo propositivo?
  • A pesquisa sobre o caso foi realizada com empenho?
  • O júri transcorreu de acordo com as regras e de modo colaborativo?
  • O que a turma aprendeu sobre a argumentação oral com essa experiência?

Conhecimentos linguísticos e gramaticais 2

Faça as atividades no caderno.

Modalização

Quando nos comunicamos, fazemos uso da língua com diversas intenções. Às vezes queremos expressar certeza ou dúvida, por exemplo, e estamos tão acostumados a isso que nem percebemos os recursos utilizados.

Leia o trecho de uma notícia publicada no portal téquimundo:

reticências As abelhas são responsáveis pela polinização de um terço da oferta mundial de alimentos. Dos 100 tipos de colheita que alimentam 90% da população global, 70 são polinizados por elas.

Apesar disso, infelizmente, nas duas décadas que se passaram entre 1985 e 2005, o número de abelhas melíferas na Inglaterra, por exemplo, diminuiu 54%, a maior queda da Europa. Felizmente, por outro lado, a tecnologia pode dar uma mãozinha para aumentar as chances de manutenção desta espécie reticências.

BELIN, Lu. Colmeias inteligentes ajudam a frear o desaparecimento de abelhas. téquimundo, 4 novembro. 2018. Disponível em: https://oeds.link/B9Kb1s. Acesso em: 5 abril. 2022.

  1. A autora do texto mostra que o número de abelhas melíferas vem diminuindo muito nas últimas décadas, exemplificando com a situação delas na Inglaterra. Por que isso traz impacto ambiental preocupante?
  2. A autora afirma que a tecnologia pode auxiliar a minimizar esse impacto. Como?
  3. Que palavras revelam como a autora se coloca em relação à diminuição das abelhas melíferas e ao auxílio da tecnologia?

Advérbios modalizadores

Modalizar significa posicionar-se diante do que se diz ou registra, revelando atitudes e opiniões de quem fala ou escreve.

Alguns advérbios e locuções adverbiais, muitas vezes, servem para modalizar o enunciado e são chamados de modalizadores afetivos. Eles podem indicar vários posicionamentos. Entre eles, vamos destacar agora estes:

  • avaliação positiva: felizmente, bem, positivamente etcétera.
  • avaliação negativa: infelizmente, mal, lamentavelmente etcétera.

Faça as atividades no caderno.

Orações subordinadas reduzidas

Você já sabe que as orações subordinadas sempre acrescentam alguma informação à oração principal. Leia um trecho retirado da Leitura 2, do artigo de opinião “O progresso da ciência”.

Programas em ciência, cultura e tecnologia têm grande potencial para dinamizar a economia criativa, especialmente no Rio de Janeiro.

ROQUE, Tatiana. O progresso da ciência. O Globo, Rio de Janeiro, 17 junho. 2018. Opinião, página. 19.

  • O trecho em destaque é um período composto por subordinação.
    1. Separe as duas orações que compõem esse período.
    2. Identifique o verbo da oração principal e o da oração subordinada.

Note que o verbo da segunda oração não está flexionado, mas está na sua fórma nominal infinitiva.

As orações subordinadas cujos verbos se encontram nas fórmas nominais e que não se iniciam por um pronome relativo (que, por exemplo) nem por uma conjunção subordinativa são chamadas de orações reduzidas. Já as orações que têm os seus verbos flexionados e acompanhadas por conectivo são chamadas de orações desenvolvidas.

Ilustração. Ícone retomada de tópicos.

fórmas nominais do verbo

  • Infinitivo: verbo sem conjugação e terminando em -r; terminar.
  • Gerúndio: verbo que indica uma continuidade e termina em -ndo; terminando.
  • Particípio: verbo que indica uma noção de finalização e termina em -ado ou -ido; terminado, construído.

Orações subordinadas reduzidas de infinitivo

Nesta seção conheceremos as orações reduzidas de infinitivo. São aquelas que são iniciadas por um verbo no infinitivo. Leia o trecho do artigo “Festival Nacional de Frevo”, publicado no jornal Diário de Pernambuco.

Grande celebração à cultura pernambucana e a um de seus maiores símbolos, a final do Festival Nacional do Frevo ocorreu no Teatro de Santa Isabel, a partir das 19horas, num evento gratuito e aberto ao público, sob a batuta do consagrado maestro Edson Rodrigues. Para participar, bastou retirar o ingresso a partir das 18horas.

Fotografia.  Pessoas vestindo roupas coloridas; moças de collant listrado na altura do peito e saia curta, e rapazes de collant listrado na altura do peito, com faixas laterais nas calças compridas, e todos de meias soquete e tênis. Todos seguram pequenos guarda-chuvas coloridos, um adereço do frevo. Todos saltam sincronizadamente, flexionando ambas as pernas para trás, e a imagem captura o instante em que estão com os pés no ar. Ao fundo, orla marítima e edifícios, sob céu azul com algumas nuvens brancas.
Grupo de passistas de frevo, em Recife (Pernambuco), 2018.

ALVES, Lêda. Festival Nacional de Frevo. Diário de Pernambuco, Recife, 14 julho. 2018. Disponível em: https://oeds.link/fhNuXn. Acesso em: 5 abril. 2022.

Releia o período destacado no trecho citado e observe o esquema:

Versão adaptada acessível

Releia o período "Para participar, bastou retirar o ingresso a partir das 18h." no trecho citado e observe o esquema:

para participar
participar: verbo no infinitivo

O verbo participar está na fórma infinitiva, por isso, dizemos que essa é uma oração subordinada reduzida de infinitivo.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia alguns trechos de notícias.

Lamentavelmente, o ser humano ainda não se conscientizou que a água é um bem finito e indispensável à existência dos seres vivos.

CAMÊLO, Gercy Joaquim. O lixo ameaça o planeta Terra. Diário da Manhã, 11 outubro. 2018. Disponível em: https://oeds.link/XwX9dY. Acesso em: 5 abril. 2022.

Infelizmente nossas transformações no ser humano cordial estão indo na direção oposta.

BARROS, Alexandre Rands. Homem cordial no Brasil atual. Diário de Pernambuco, Recife, 30 junho. 2018. Disponível em: https://oeds.link/DEirKS. Acesso em: 5 abril. 2022.

Comunico tristemente a partida de nosso vizinho, o talentoso arquiteto, êne jota érre ême, na tarde de ontem.

PERDEMOS êne jota érre ême Boletim informativo. Condomínio Tamar. São Paulo (São Paulo), janeiro. 2018.

Nos três trechos há advérbios modalizadores. Identifique-os e explique o sentido de cada um deles.

2. Leia a tirinha a seguir.

Tirinha, em três cenas. Personagens, uma minhoca usando um chapéu cônico, como de festa infantil, e um caracol com um colar de flores. Cena 1. O caracol e a minhoca estão sorridentes lado a lado em um cenário festivo, com serpentinas e confetes coloridos. O caracol diz: 'CELEBRAR...'. Cena 2. O caracol diz: '...É UMA FORMA DIVERTIDA...' Cena 3. O caracol voltado para a minhoca diz: '...DE AGRADECER!'.

GOMES, Clara. Bichinhos de jardim. O Globo, Rio de Janeiro, 14 fevereiro. 2018. Segundo Caderno, página. 4.

  1. No último quadrinho temos um verbo que está em sua fórma não flexionada. Qual é a fórma nominal desse verbo?
  2. Passe o verbo para as fórmas nominais possíveis e identifique-as.

3. Releia mais este trecho retirado do texto “O progresso da ciência”, observando o trecho destacado:

Programas em ciência, cultura e tecnologia têm grande potencial para dinamizar a economia criativa, especialmente no Rio de Janeiro.

ROQUE, Tatiana. O progresso da ciência. O Globo, Rio de Janeiro, 17 junho. 2018. Opinião, página. 19.

  1. O trecho em destaque indica uma oração subordinada. Identifique e copie o verbo dessa oração.
  2. Qual é a fórma nominal do verbo indicado?

4. Reúna-se com um colega e identifiquem em jornais e revistas outras frases em que ocorram advérbios modalizadores. Dividam uma folha de sulfite ao meio e registrem as frases que revelam avaliações positivas de um lado e as que trazem avaliações negativas do outro.

Questões da língua

A ordem e o deslocamento dos termos da oração

Você já aprendeu que uma oração é formada pelos termos sujeito e predicado. Agora, vamos subdividir a oração, a partir do verbo, destacando sujeito, verbo, objeto e circunstâncias.

Leia um trecho de uma notícia retirada do jornal Diário de Pernambuco, observando a oração em destaque:

Uma cena pra lá de fofa viralizou nas redes sociais, nesse fim de semana. Uma cachorrinha invadiu uma apresentação de música clássica, provocando muitas risadas do público que assistia ao concerto. O que pouca gente sabe é que isso aconteceu em Gravatá, agreste do estado, durante o festival de música erudita Virtuosi.

Fotografia. Apresentação musical. Um homem vestindo camisa preta está sentado, tocando um piano de cauda, que aparece parcialmente. Ao lado dele há uma cachorrinha de pelo branco e manchas castanhas deitada de lado. Ao fundo, algumas pessoas sentadas assistem à apresentação.
Registro fotográfico de um acontecimento inusitado: uma cachorrinha em um concerto, em Gravatá (Pernambuco), em 22 julho. 2018.

BOLDRINI, Thayse. Cadelinha viraliza nas redes, em apresentação de música erudita em Pernambuco. Diário de Pernambuco, Recife, 17 julho. 2018. Publicado no Blog João Alberto. Disponível em: https://oeds.link/qOVlkZ. Acesso em: 5 abril. 2022.

  1. Separe e identifique na oração destacada os termos: sujeito, verbo e objeto.
  2. Reescreva a oração em destaque mudando os termos de lugar, sem mudar o sentido.

A ordem desses termos é básica (ou direta) em nossa língua (sujeito/verbo/objeto/circunstâncias), ou seja, é tão frequente e reproduzida naturalmente que nós, falantes, não paramos para verificar se estamos seguindo ou não essa ordem.

No entanto, essa não é a única ordem possível. Observe os períodos a seguir:

O animal subiu ao palco durante a apresentação do solista Rafael Garcia reticências.

BOLDRINI, Thayse. Cadelinha viraliza nas redes, em apresentação de música erudita em Pernambuco. Diário de Pernambuco, Recife, 17 julho. 2018. Publicado no Blog João Alberto. Disponível em: https://oeds.link/qOVlkZ. Acesso em: 5 abril. 2022.

Durante a apresentação do solista Rafael Garcia, o animal subiu ao palco.

Observe outro exemplo:

Para provar sua inocência, tirei férias no trabalho e me dediquei a escrever sua defesa. Para provar sua inocência - oração subordinada reduzida de infinitivo tirei férias no trabalho -  oração principal

A oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo está deslocada, precedendo a oração principal. Esse deslocamento acontece porque o falante quer dar ênfase à circunstância e, para esse deslocamento, utiliza a vírgula.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia um trecho de uma reportagem especial do jornal Folha de São Paulo em que foi analisado o gosto em relação a gêneros musicais dos brasileiros:

O que ouvem os brasileiros

Os fãs de ême pê bê estão concentrados em cidades litorâneas, assim como os de gospel e reggae. O funk paulista domina áreas centrais das regiões Sul e Sudeste. Já o sucesso da Galinha Pintadinha é homogêneo. Afinal, que gênero merece hoje o rótulo de música popular brasileira?

O QUE ouvem os brasileiros. Folha de São Paulo. São Paulo, 15 dezembro. 2017. Disponível em: https://oeds.link/CbLa8a. Acesso em: 5 abril. 2022.

  1. As orações “Os fãs de ême pê bê estão concentrados em cidades litorâneas”, “O funk paulista domina áreas centrais das regiões Sul e Sudeste” e “Já o sucesso da Galinha Pintadinha é homogêneo” estão na ordem direta da língua portuguesa. Em seu caderno, reescreva essas orações mudando a ordem dos termos. Faça os ajustes necessários.
  2. Qual foi o destaque dado por você na oração ao mudar a ordem básica?
Versão adaptada acessível
  1. As orações “Os fãs de MPB estão concentrados em cidades litorâneas”, “O funk paulista domina áreas centrais das regiões Sul e Sudeste” e “Já o sucesso da Galinha Pintadinha é homogêneo” estão na ordem direta da língua portuguesa. Reescreva essas orações mudando a ordem dos termos. Faça os ajustes necessários.
  2. Qual foi o destaque dado por você na oração ao mudar a ordem básica?

2. Leia o trecho da reportagem extraída do jornal Correio Braziliense:

Saiba os cuidados que os pets precisam ter na hora do banho

reticências Para evitar que o bicho sofra com baixas temperaturas, o veterinário ainda indica que os banhos sejam dados entre as 11horas e as 15horas, levando em consideração o clima. reticências

Fotografia. Uma cachorrinha basset dachshund ('salsicha') de pelo castanho, com enfeites nas orelhas e na testa, e um colar com uma argola em forma de coração. Ela está deitada em um sofá marrom, com o focinho para a frente e olhar atento.
É preciso cuidado com o banho do pet. Brasília (Distrito Federal).

ANDRADE, Juliana. Saiba os cuidados que os pets precisam ter na hora do banho. Correio Braziliense, Brasília, Distrito Federal, 22 julho. 2018. Disponível em: https://oeds.link/QuPle2. Acesso em: 5 abril. 2022.

  1. Identifique a oração subordinada reduzida de infinitivo.
  2. Qual é a intenção do autor da reportagem ao deslocar essa oração da ordem básica da língua?

3. Agora que você já sabe sobre a ordem básica e também sobre orações reduzidas, releia as orações a seguir:

I.

Para desmontar essa armadilha, a comunidade acadêmica precisa iluminar as pontes que ligam o conhecimento aos avanços do país.

II.

Programas em ciência, cultura e tecnologia têm grande potencial para dinamizar a economia criativa, especialmente no Rio de Janeiro.

ROQUE, Tatiana. O progresso da ciência. O Globo, Rio de Janeiro, 17 junho. 2018. Opinião, página. 19.

  1. Qual é a intenção da autora do artigo ao deslocar a oração reduzida de infinitivo um para o início do período? Caso seja necessário, volte ao texto.
  2. Qual é a sua hipótese sobre não ter esse deslocamento na oração dois?

Oralidade

Ícone. Tema contemporâneo transversal: Cidadania e civismo.

Proposta 2

Entrevista

Todos os dias, as pessoas que moram ou trabalham nos centros urbanos enfrentam algum grau de trânsito nas ruas, seja intenso, seja moderado. Na cidade, por onde vão e vêm milhares de pessoas, o trânsito afeta a todos, mesmo que de fórmas variadas. Tráfego intenso e congestionamento, falta de transporte público, desrespeito a pedestres ou ciclistas, irresponsabilidade de motoristas e motociclistas. No caso específico da violência no trânsito, não é raro que, no Brasil, caminhar em algumas ruas seja sinônimo de perigo e medo.

Esquema. À esquerda, em uma retícula retangular azul-clara, o texto: 'IMPRUDÊNCIA É PRINCIPAL CAUSA DE ACIDENTES DE TR NSITO NO BRASIL.'. No centro, uma placa de trânsito triangular branca de bordas vermelhas, com a silhueta de um carro derrapando na pista. À direita, em uma retícula retangular laranja, o texto: 'ACIDENTES DE TR NSITO NO BRASIL, UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA'.

Fontes: Imprudência é principal causa de acidentes de trânsito no Brasil. Estadão Mobilidade, 7 agosto. 2022. Disponível em: https://oeds.link/kffhke; ACIDENTES de trânsito no Brasil, um problema de saúde pública. Jornal da úspi, 15 março. 2018. Disponível em: https://oeds.link/iMTrM6. Acessos em: 7 agosto. 2022.

Opiniões em uma entrevista

Dados e notícias sobre problemas envolvendo o trânsito, como os destacados anteriormente, são encontrados em rádios, jornais e revistas (impressos ou digitais), páginas especializadas e portais do governo.

Para passar informações, é bastante comum que esses meios de comunicação usem o recurso da entrevista. Por meio de perguntas e respostas, um entrevistador busca saber de especialistas a opinião deles a respeito de um assunto. Mas também pode ocorrer de a entrevista ser com alguém da população, para também saber a opinião de quem vivencia determinada situação. A seguir, observe trechos de entrevistas em que o tema era o problema do trânsito.

Trecho de entrevista com Rafaela Albuquerque, diretora do detrân, ao portal Agência Brasília, 2019.

[Pergunta] No Brasil, a questão da violência no trânsito está intimamente relacionada à falta de conscientização e de educação das pessoas? Se cada um fizesse sua parte a realidade seria outra bem diferentereticências

[Resposta] Por meio de nossas campanhas tentamos trabalhar, principalmente, a questão da autorresponsabilidade do motorista, ciclistas, pedestres, enfim, dos atores ativos deste contexto viário. Se não agirmos de fórma correta, estamos sujeitos a cometer um acidente de trânsito que irá afetar diretamente a si próprio e ao próximo. É importante que cada um tenha sua consciência e a necessidade de conhecimento do papel que exerce no trânsito, com conhecimento dos seus diretos e deveres.

FLÁVIO, Lúcio. Rafaela Albuquerque: Por mais vidas preservadas no trânsito. Agência Brasília, 26 abril. 2019. Publicado em Folha Nobre. Disponível em: https://oeds.link/b5rmlr. Acesso em: 7 agosto. 2022.

Fotografia. Destaque para parte frontal destruída de um carro preto de perfil.

Trecho de entrevista com Hélio Tomba Júnior, diretor municipal de Trânsito da cidade de Itu (São Paulo), ao Jornal Periscópio, em 2021.

[Pergunta] Há alguma atenção especial com motociclistas, visto que estes ficam muito expostos a um acidente? E como é o trabalho com ciclistas e pedestres?

[Resposta] Sim, em 2017 foram criados espaços exclusivos para os motociclistas, nos cruzamentos semaforizados, proporcionando prioridade e segurança entre as motos e os carros. Em 2021 esse espaço conhecido como “Frente Segura” virou lei com o novo código de trânsito e agora é passível de autuação para os veículos que não respeitarem esse espaço. Importante destacar aqui que o motociclista deve respeitar a faixa de pedestre, deixando-a sempre livre. A cidade possui hoje 30 quilômetros de ciclovia, espaço destinado somente ao ciclista e que se encontra bem distribuído e sinalizado. reticências

[Pergunta] Por último, deixe uma mensagem aos motoristas – e pedestres – de Itu.

[Resposta] O mês de maio é escolhido como o mês amarelo para chamar a atenção de todos que utilizam as vias públicas: sejam pedestres, motoristas, motociclistas, ciclistas, enfim, todos que compartilham de espaços públicos para se locomoverem, para que respeitem a vida e pensem muito antes de se arriscarem e colocarem em risco as vidas humanas. Às vezes, pessoas inocentes sofrem com a imprudência e a falta de responsabilidades de alguns motoristas. Por isso o recado é: tenha muita cautela no trânsito, muitos acidentes são evitáveis respeitando a legislação e a sinalização.

MAIO Amarelo: Diretor de Trânsito de Itu fala das ações para minimizar os acidentes. Jornal Periscópio, 8 maio 2021. Disponível em: https://oeds.link/C6dusY. Acesso em: 7 abril. 2022.

Fotografia. Reprodução de cartaz de utilidade pública. Centralizado, o texto: 'Respeite quem anda a pé', 'JUNTOS SALVAMOS VIDAS!', sobre um a tarja amarela, e 'maioamarelo', sobre uma tarja preta, com as palavras juntas, em branco e amarelo respectivamente, ao lado do desenho de um laço de fita amarela, símbolo da campanha veiculada. Ao fundo, pernas, pés e sombras de pessoas que atravessam a rua em uma faixa de segurança pintada no asfalto, composta de diversas faixas brancas espaçadas.
No trânsito, a cor amarela simboliza sinal de alerta, atenção, advertência. Para a Organização das Nações Unidas (ônu), desde 2011 essa pigmentação ganhou dimensão social abrangente no Brasil e no mundo. Foi quando a Assembleia Geral da entidade internacional instituiu o Maio Amarelo, o mês de conscientização sobre a violência no trânsito. Na imagem, cartaz da campanha de 2022.

Trecho de entrevista de Hélio Reis dos Santos, chefe da Seção de Educação no Trânsito de Uberaba (Minas Gerais), ao Jornal da Manhã, em 2015.

[Pergunta] jornalístico-midiático – Promover palestras ao invés de blitze tem algum resultado mais positivo?

[Resposta] hélio reis dos santos – O secretário [de Defesa Social, uélinton Cardoso Ramos] conversou com nossa equipe e verificamos que as palestras apresentam um resultado melhor, especialmente quando elas acontecem nas escolas e envolvem as crianças; elas multiplicam. Veja você, quando palestramos para crianças de quatro a 11 anos, é certeza que elas, depois, vão cobrar dos pais. E curioso que, nesse trabalho, muitas crianças já nos revelaram que os pais dirigem falando ao celular, ou, quando vão a algum evento, consomem bebida alcóolica e depois vão dirigir. A criança é muito verdadeira. E nas nossas orientações sempre recomendamos que não se deve usar celular enquanto dirige e nem beber e depois dirigir. Quando a criança chega em casa, ela cobra do pai. E certamente o pai fica envergonhado e, na frente do filho, não vai cometer qualquer imprudência.

ENTREVISTA: Celular ao volante gera 50% das multas de trânsito em Uberaba. Jornal da Manhã on-line. Disponível em: https://oeds.link/4QMAJP. Acesso em: 7 abril. 2022.

Ilustração. Reprodução de uma placa de trânsito em forma de losango equilátero de fundo amarelo contornado de preto com duas setas espessas pretas dispostas lado a lado, uma para cima e outra para baixo.
Placa indicativa de via de mão dupla (em que veículos trafegam nos dois sentidos). Ter uma experiência no trânsito com menos perigo também é uma via de mão dupla, pois não é responsabilidade somente do poder público, do motorista, do motociclista, do ciclista ou do pedestre; todos devem agir para seguir as leis, ser atentos e respeitar o outro.

O que você vai fazer

  1. Você vai ler ou ouvir entrevistas que tratem do tema do trânsito e fazer um levantamento de problemas específicos que sejam de seu interesse: tráfego intenso, violência contra pedestre, contra ciclista, falta de sinalização etcétera.
  2. Você pode acessar as entrevistas completas dos trechos mostrados, bem como deve buscar outras fontes para completar sua pesquisa.
  3. É bastante importante encontrar entrevistas feitas por veículos de imprensa que tratem de problemas da sua cidade ou bairro. Principalmente essas situações específicas é que serão usadas nas etapas seguintes.
  4. Utilize estruturas estudadas nas aulas para analisar a fala tanto de entrevistadores como de entrevistados. Em entrevistas transcritas ou gravadas (áudio ou vídeo), como essas pessoas expressam o pensamento: usam verbos de dizer, modalizadores? Como fazem o encadeamento dos elementos de coesão para criar progressão? Como usam recursos de argumentação para emitir opiniões?
  5. Uma vez compreendido o problema e com mais entendimento da dinâmica do gênero entrevista, será sua vez de fazer uma entrevista.
    • Escolha um entrevistado que possa dar informações interessantes sobre o assunto. Não precisa ser um especialista, podendo ser alguém que, por exemplo, vivencie o problema do trânsito e tenha um relato interessante a oferecer.
      • Possíveis entrevistados: pessoa que vai a pé para escola ou trabalho; ciclista; motorista de carro; motorista de ônibus; responsável por operações de trânsito na sua cidade; representante de associação de bairro; catador de materiais recicláveis que usa carrinho e vivencia o cotidiano do trânsito na cidade.
    • Elabore um roteiro de perguntas a serem feitas para seu entrevistado.
    • Realize a entrevista, que deve ser gravada em áudio ou vídeo. Além do roteiro de perguntas, faça um roteiro final para toda a entrevista, incluindo uma contextualização inicial e uma fala de encerramento. Tudo isso deve constar da sua gravação.
    • A entrevista será disponibilizada para os colegas de turma e para a comunidade escolar. Além disso, ela servirá de apoio para o texto que você vai produzir na próxima seção.

Produção de texto

Artigo de opinião

O que você vai produzir

Nesta Unidade, foram lidos dois artigos de opinião e você conheceu as principais características relacionadas a esse gênero textual. Agora é sua vez de ser um articulista e escrever um artigo de opinião sobre o tema Está na hora de as pessoas exercerem seu papel de cidadãs em relação ao trânsito da cidade. Seu texto deve ser publicado no blog da sala de aula (ou da escola), junto com a entrevista feita na seção Oralidade – Proposta 2.

Planejamento

  1. O seu artigo será produzido com base nas fontes descritas a seguir.
    • Nas entrevistas a que você assistiu, pois lhe darão fontes de vozes de autoridade sobre o assunto, bem como exemplos de construção de argumentos para emitir opiniões.
    • Na entrevista que você realizou – tenha sido ela feita com alguém que entende a questão do trânsito ou com alguém que vivencia no dia a dia esse problema. Você deverá transcrever (fazer paráfrase de) falas do entrevistado para reforçar seus argumentos; para isso, precisará usar verbos de dizer. Por exemplo: Dona Ângela toda manhã tem o mesmo desafio: “Eu fico com medo de atravessar a avenida, sabe? Os carros ultrapassam o sinal vermelho e não respeitam a faixa de pedestre”, reclamou ela. Você deverá pesquisar e ler um texto de opinião sobre a questão do trânsito na sua cidade ou região para refletir um pouco mais sobre a questão e ter mais embasamento para se posicionar diante do problema específico que afeta sua comunidade.
  2. Os problemas específicos relacionados ao trânsito, portanto, devem orientar a produção do artigo de opinião, mas a questão abordada tem de ser relevante para a sua realidade, para o dia a dia da sua comunidade. Sendo assim, podem ser explorados tráfego intenso, violência contra pedestre, contra ciclista, falta de sinalização etcétera.
  3. Após a leitura e a exploração das entrevistas, escreva em seu caderno seu posicionamento diante do tema.
Versão adaptada acessível

3. Após a leitura e a exploração das entrevistas, escreva seu posicionamento diante do tema.

  1. Como é um tema amplo e complexo, estabeleça um recorte da questão que pretende desenvolver em seu artigo de opinião. Ter clareza do que deseja abordar permite apresentar melhor a discussão ao leitor e ainda evidenciar a tese a ser defendida no artigo.
  2. Defina e liste os argumentos principais que deseja desenvolver no texto. Lembre-se dos diversos tipos de argumentos (comparação, exemplificação, causa-consequência).
  3. Antes da escrita da primeira versão, procure organizar de modo lógico a apresentação dos argumentos pré-selecionados. Lembre-se: você pode empregar como estratégia a apresentação de contra-argumentos.
  4. Esboce também uma conclusão, pensando na retomada da tese e no encerramento do raciocínio argumentativo.

Produção

Agora escreva a primeira versão de seu artigo de opinião. Não se esqueça de:

  • adequar a linguagem à situação comunicativa, empregando a norma-padrão;
  • selecionar com cuidado o vocabulário, de modo a contribuir na evidência do seu posicionamento;
  • criar um título que já sugira ao leitor seu posicionamento, pois o tema do artigo (Está na hora de as pessoas exercerem seu papel de cidadãs em relação ao trânsito da cidade) não é o título definitivo;
  • elaborar um breve resumo com seus dados biográficos (nome, idade, ano de escolaridade).

Revisão

Antes de considerar o texto concluído, troque seu artigo de opinião com o de um colega e avalie o texto dele, com base nos critérios a seguir. Ele também deve proceder do mesmo modo com seu texto. Depois, converse com o colega e faça as alterações necessárias para a escrita da versão final.

Em relação à proposta e ao sentido do texto

Em relação à ortografia, à concordância e à pontuação

1. As entrevistas serviram como fontes de informações para a elaboração do artigo? Algumas falas do seu entrevistado foram parafraseadas no seu texto?

1. Você conferiu a ortografia e a acentuação das palavras?

2. A tese é evidenciada de modo claro ao leitor?

2. Checou se empregou corretamente a pontuação, principalmente as vírgulas e as aspas?

3. Os argumentos utilizados são consistentes e coerentes com a defesa da tese?

3. Fez a revisão da concordância verbo-nominal e da regência?

4. A conclusão encerra bem o raciocínio argumentativo desenvolvido ao longo do texto?

5. As partes do texto estão articuladas de modo coeso e coerente?

Circulação

  1. Primeiramente, compartilhe a entrevista que você realizou (em áudio ou vídeo). Após a revisão e a reescrita do texto, também publique seu artigo no blog da turma.
  2. Quando todas as entrevistas e todos os textos da turma estiverem no ar, selecione duas entrevistas e dois artigos de opinião produzidos por colegas e faça uma apreciação cuidadosa desses materiais.
  3. Faça comentários a respeito das entrevistas e sobre os artigos de opinião no espaço destinado a esse propósito no blog.
  4. Depois, leia os comentários publicados sobre sua entrevista e sobre seu artigo de opinião.

Avaliação

  1. O que aprenderam sobre o tema no momento do planejamento?
  2. Qual parte da atividade foi mais fácil? E qual foi mais difícil? Por quê?
  3. De que fórma as entrevistas realizadas e a leitura dos artigos de opinião dos colegas possibilitaram ampliar seu ponto de vista a respeito do tema?
  4. Como os comentários dos colegas no blog permitiram rever o que você publicou?

Glossário

ajuste fiscal
: processo em que se busca reequilibrar as receitas e as despesas de um governo, por meio da redução de gastos e/ou do aumento da arrecadação de impostos.
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artífice
: trabalhador; quem cria ou inventa algo, autor.
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clima temperado
: em que a temperatura não é muito alta nem muito baixa.
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Embrapa
: sigla da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, uma instituição pública de pesquisas agropecuárias vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e fundada em 1973.
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hectare
: unidade de medida agrária que corresponde a 10 mil métros quadrados.
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regiões de baixa latitude
: regiões próximas da linha do Equador.
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dialética
: de fórma simplificada, no sentido usado no texto, trata-se de uma ideia ou um tema que pode ser analisado de mais de um modo.
Voltar para o texto
disrupção
: interrupção do modo como algo vinha ocorrendo havia algum tempo.
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reverberar
: propagar até atingir algum ponto, espalhar.
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dissociado
: separado, desagregado, apartado.
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microcefalia
: é uma condição neurológica na qual a cabeça e o cérebro são de um tamanho menor que o normal, o que prejudica o desenvolvimento mental.
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sorvedor
: relativo a desperdício, a mau uso de algo.
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Zika
: doença notificada no Brasil pela primeira vez em 2015, ligada ao sistema neurológico e caracterizada por febre e dores nas articulações, entre outros sintomas.
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