UNIDADE 1  Olhar para o futuro

Fotograma. Silhueta de um homem segurando uma criança no colo; ao lado, silhueta de um jovem. Eles estão de costas, de pé, no meio de uma rua. Nas laterais, casas. Na parte superior, um círculo vermelho enorme. No fundo, escuridão.
Pôster de divulgação do filme A guerra dos mundos, de 2005. Direção de Istiven Spilbérr.

Faça as atividades no caderno.

  1. Quando se usa o termo ficção científica, você imagina que tipo de narrativa?
  2. Você gosta desse tipo de narrativa? Você conhece algum livro que trata desse tema? Qual?
  3. Quais elementos você acha que não podem faltar para que uma história de ficção científica seja envolvente?

Saiba +

Aterrorizados pela ficção

O livro A guerra dos mundos é um marco entre as obras de ficção científica. Escrita por rérbert djórd uéls, conhecido como Agá Gê Uéls (1866-1946), a obra foi lançada em 1897. A história narra a invasão da Terra por marcianos hostis. Eles chegam trazendo destruição e terror ao planeta, com máquinas mortais dotadas de raios carbonizadores. A narrativa foi um sucesso, mas um dos maiores exemplos de como o autor soube conquistar o público com sua escrita envolvente e realista é um acontecimento de 1938. Nessa data, nos Estados Unidos, partes do livro foram transmitidas pelo rádio, pelo então ator e futuro diretor de cinema Orson Welles (1915-1985). A sonoplastia e a carga dramática da transmissão levaram algumas pessoas a realmente acreditar em uma terrível invasão alienígena, levando-as a um estado de pânico. A obra continua gerando adaptações para o cinema e séries de televisão até os dias atuais.

Respostas e comentários

1. Resposta pessoal.

2. Resposta pessoal.

3. Resposta pessoal. Ouça as contribuições dos estudantes. Note se eles citam trama envolvente, personagens carismáticas, heróis, vilões, reviravoltas, aspecto científico preferido (cosmologia, experimentos, máquinas avançadas etcétera), tom aterrorizante etcétera.

Competências gerais da Bê êne cê cê: 3 e 4.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 2, 3 e 4.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental: 3, 5, 7, 8 e 9.

Objetos de conhecimento

Leitura: reconstrução das condições de produção, circulação e recepção; apreciação e réplica; reconstrução das condições de produção, circulação e recepção.

Oralidade: produção de textos orais; oralização.

Produção de textos: relação entre textos; consideração das condições de produção; estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/edição; construção da textualidade.

Análise linguística/semiótica: recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários; fono-ortografia; morfossintaxe; variação linguística.

Sobre esta Unidade

O tema-título desta Unidade, Olhar para o futuro, introduz o trabalho com a literatura de ficção científica. Nesta Unidade, professores e estudantes encontrarão duas narrativas envolventes que se enquadram nesse gênero literário – um trecho de romance e um conto –, além de atividades relacionadas ao tema.

A proposta desta abertura é aproximar o estudante de um gênero com o qual ele certamente tem bastante contato. Os aprofundamentos e as teorizações a serem feitas ao longo da Unidade têm como base a vivência deles com livros, filmes, séries televisivas e de streaminge histórias em quadrinhos que envolvem este gênero. Há narrativas sobre viagens espaciais, alienígenas, experiências químicas e biológicas, máquinas avançadas e, em todos estes casos, há o diálogo com a ciência e a tecnologia, de modo a expressar o desejo do humano pela fantasia – desta vez não recorrendo aos mitos e ao fantástico, mas oferendo a roupagem da razão e de uma versão do futuro.

Leitura 1

Contexto

Você lerá agora o início de uma trilogia que narra uma história de um futuro distante, no qual os seres humanos colonizaram diversos planetas do Sistema Solar. A séde desse império fica em um planeta chamado Trantor. No começo da trilogia, o jovem gáal dôrniqui, um exímio matemático, recebe um convite para viajar para esse planeta e participar de um misterioso projeto.

Antes de ler

  • O texto acima usa a expressão trilogia. Por que muitas vezes certas narrativas acabam utilizando esse recurso? Cite algum tipo de trilogia que tenha agradado você.
  • Na trama central de Fundação, de Áizek Ázimóv, encontramos sociedades futuras que habitam planetas distantes e são comandadas por um poderoso império. A ideia da obra influenciou muitas outras narrativas. Você consegue observar essa característica em produções como: (A) Guerra nas estrelas (Star Wars) e (B) Duna? Se necessário, faça uma pesquisa rápida sobre essas sagas.

Áizek Ázimóv

AUTORIA

Escritor de origem russa, Áizek Ázimóv (1920-1992) é um dos mais renomados escritores do gênero romance de ficção científica. Boa parte das narrativas de seus livros deu origem a filmes que fizeram sucesso no mundo inteiro, como Eu, Robô e O homem bicentenário, entre outros. Sua obra mais elogiada é Fundação, uma trilogia escrita na década de 1950.

Fotograma A. Um homem de cabelos castanhos, usando camiseta sem mangas, carrega em uma mochila um personagem alienígena pequeno de orelhas longas e pontiagudas, de braços curtos, cabeça larga e ligeiramente pontiaguda no topo e pele enrugada, com alguns fios de cabelos brancos.
Cena do filme Guerra nas estrelas: o império contra-ataca, de 1980. Roteiro e direção de djêordji Lucas. Este é um caso de filme que deu origem a obras impressas, como livros e histórias em quadrinhos (agá quês).
Fotograma B. Dois jovens, uma moça e um rapaz, usando um uniforme cinza e luvas, com tubos estreitos conectados no nariz. Estão em pé em um cenário de paisagem desértica, com terra vermelha e alguns morros ao fundo, sob um céu azul.
Cena do filme Duna, de 2021. Direção de Denis vilenêv. Originalmente, Duna é uma saga literária escrita pelo autor estadunidense frânc rérbert, mas deu origem a duas adaptações para o cinema.
Respostas e comentários

Sobre Contexto

A subseção Contexto refere-se ao trecho da trilogia de ficção científica da obra Fundação, de Isaac Asimov. Como se trata do trecho de um romance, é interessante que você tenha conhecimentos sobre o livro como um todo para apoiar a compreensão dos estudantes.

Sobre Antes de ler

O texto tem uma organização diferente daquela com a qual estamos habituados a trabalhar em sala de aula. Suas particularidades demandam uma leitura prévia e outra mediada, com os estudantes, de cada parágrafo e capítulo. Solicitar a eles que façam a leitura do texto sozinhos, sem mediação, pode dificultar o trabalho de interpretação proposto nesta Unidade. A exploração solicitada nesta seção tem como finalidade levar os estudantes a compreenderem de que modo a obra de asimóvi serviu como influência para produções posteriores.

Seria interessante ler o capítulo com eles, dividindo a leitura em partes, escolhendo ou sorteando alguns deles para ler alguns trechos, mediados por seus comentários de modo a certificar-se de que estão compreendendo a narrativa. Chame a atenção deles para a maneira como é descrita a viagem feita por . A seguir, leia com a turma o capítulo 4 da história, com o objetivo de compreender as informações que faltaram na primeira leitura, as quais são complementadas pelo boxe Saiba+.

Habilidades trabalhadas nesta seção e suas subseções (Estudo do texto e O gênero em foco)

(ê éfe seis nove éle pê quatro seis) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de ­booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etcétera), dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações, escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando fórmas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas, ­fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs.

(ê éfe seis nove éle pê quatro sete) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes fórmas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

(ê éfe seis nove éle pê quatro nove) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.

(ê éfe oito nove éle pê três três) Ler, de fórma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâ­neas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de fórma livre e fixa (como raicái), poema concreto, sáiberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

Capítulo 1

Seu nome era gáal dôrniqui, e ele era apenas um caipira que nunca havia visto Trantor antes. Isto é, não na vida real. Ele já o vira muitas vezes em hipervídeo, e ocasionalmente, em incríveis reportagens tridimensionais, cobrindo uma coroação imperial ou a abertura de um Conselho Galáctico. Muito embora tivesse vivido toda a sua vida no mundo de sinács, que orbitava uma estrela na periferia da Corrente Azul, ele não estava isolado da civilização. Naquela época, nenhum lugar na Galáxia estava.

Havia quase vinte e cinco milhões de planetas habitados na Galáxia então, e nenhum deles deixava de prestar obediência ao Império cujo trono ficava em Trantor. Era o último meio século no qual essa afirmação poderia ser feita.

Para , a viagem era clímax indubitável de sua vida jovem e acadêmica. Ele já havia estado no espaço antes, e por isso essa jornada, como viagem em si, pouco significava para ele. Na verdade, sua única viagem anterior tinha sido até o único satélite de sinács para obter os dados sobre a mecânica de deslocamento de meteoros de que precisava para sua tese, mas viagem espacial era tudo a mesma coisa; não importava se a pessoa viajava meio milhão de quilômetros ou muitos anos-luz.

Ele havia se preparado só um pouquinho para o Salto pelo hiperespaço, um fenômeno que as pessoas não experimentavam em viagens interplanetárias simples. O Salto permanecia, e provavelmente assim seria para sempre, o único método prático para viajar entre as estrelas. A viagem pelo espaço comum não podia ser mais rápida do que a da luz comum (um pouco do conhecimento científico que pertencia aos poucos itens conhecidos desde a aurora esquecida da história humana), e isso teria significado muitos anos no espaço até mesmo entre os sistemas habitados mais próximos. Através do hiperespaço, essa região inimaginável que não era espaço nem tempo, nem matéria nem energia, nem algo nem nada, era possível atravessar a extensão da galáxia no intervalo entre dois instantes de tempo.

havia esperado pelo primeiro desses saltos com um pouco de medo no estômago, e acabou não sendo nada além de um ínfimo tremor, um pequeno solavanco interno que cessou um instante antes que ele pudesse ter certeza de que o havia sentido.

E isso foi tudo.

E, depois, tinha ficado apenas a nave, grande e reluzente, a produção de 12 mil anos de progresso imperial; e ele próprio, com seu doutorado em matemática recém-obtido e um convite do grande para ir a Trantor e se juntar ao vasto e um tanto misterioso, Projeto .

O que esperava, depois da decepção do Salto, era aquela primeira visão de Trantor. Ele ficou espreitando o Mirante. As persianas de aço eram erguidas em momentos anunciados e ele estava sempre ali, observando o brilho forte das estrelas, apreciando o incrível enxame nebuloso de um aglomerado estelar, como um gigantesco enxame de vaga-lumes apanhados em pleno voo e paralisados para sempre. Em um momento havia a fumaça fria, azul-embranquecida de uma nebulosa gasosa a cinco anos-luz da nave, espalhando-se pela janela como leite, preenchendo o aposento com um tom gelado, e desaparecendo de vista duas horas depois, após outro Salto.

A primeira visão do sol de Trantor foi a de uma partícula dura e branca totalmente perdida dentro de uma miríade de outras, e irreconhecível somente porque fôra apontada pelo guia da nave. As estrelas eram espessas, ali no centro galáctico. Mas, a cada Salto, ele brilhava mais, superando o resto, fazendo com que elas empalidecessem e reduzissem o brilho.

Um oficial apareceu e disse:

– O mirante ficará fechado durante o resto da viagem. Preparar para o pouso.

o seguiu, puxando a manga do uniforme branco com o símbolo da Espaçonave-e-Sol do império.

Respostas e comentários

Orientação

Esta página traz o início do capítulo 1, em que o narrador relata a viagem intergaláctica da personagem gáal dôrniqui. Como já recomendado, a leitura desse texto exige a sua mediação, ou seja, seu apoio ao longo dela. Por meio do diálogo, explore de que modo o narrador compõe essa personagem: “caipira” (em oposição a um sujeito sofisticado), distante do centro do império, um acadêmico pouco conhecedor do mundo prático.

Ao final da leitura, organize grupos para uma troca de apreciações sobre o texto lido. Depois, proponha aos grupos que escolham um representante para relatar suas impressões para os colegas. Em momentos como esse, a sua mediação é indispensável.

– Seria possível me deixar ficar? Eu gostaria de ver Trantor – ele perguntou.

O oficial sorriu e ficou vermelho. Lembrou-se de que falava com um sotaque provinciano.

– Vamos pousar em Trantor pela manhã – respondeu o oficial.

Capítulo 4

– Boa tarde, senhor – disse . – Eu… Eu...

– Você não achava que fôssemos nos ver antes de amanhã? Normalmente, não mesmo. É que, se formos utilizar seus serviços, precisamos trabalhar rápido. Está ficando cada vez mais difícil obter recrutas.

– Não estou entendendo, senhor.

– Você estava conversando com um homem na torre de observação, não estava?

– Sim. O primeiro nome dele é . Não sei mais nada sobre ele.

– O nome dele não é nada. Ele é agente da Comissão de Segurança Pública. Ele o seguiu desde o aeroporto.

– Mas por quê? Sinto muito, mas estou muito confuso.

– O homem da torre não disse nada a meu respeito?

hesitou.

– Ele se referiu ao senhor como Corvo .

– Ele disse por quê?

– Disse que o senhor prevê desastres.

– E prevejo. O que Trantor significa para você?

Todos pareciam estar perguntando sua opinião sobre Trantor. se sentia incapaz de responder outra coisa além da palavra “glorioso”.

– Você disse isso sem pensar. E se usar a psico-história?

– Não pensei em aplicá-la ao problema.

– Antes de acabar seu trabalho comigo, jovem, aprenderá a aplicar a psico-história a todos os problemas de fórma natural; observe. reticências

asimóvi, . Fundação. Tradução de Fabio Fernandes. São Paulo: álefí, 2009. página 12-15; 26-28.

Saiba +

Fundação

O trecho transcrito termina com o encontro entre gáal dôrniquie ; os dois vão começar a fazer uso da psico-história: área de estudo pertencente ao ramo da matemática e que foi desenvolvida por com o objetivo de prever o futuro por meio de dados estatísticos. Esses cálculos são acessados por um equipamento, o práimi rádiant, espécie de cristal que faz cálculos complexos e projeta imagens na parede e hologramas.

Por conta disso, eles conseguem prever que o Império Galáctico está em processo de colapso e que haverá um período de caos de 30 mil anos até que o próximo império surja. A saga prossegue com a tentativa de de encurtar esse período de caos para mil anos. Para isso ele busca criar duas Fundações em lados opostos da galáxia para ajudar a construir o segundo império.

Fotografia. Reprodução de capa de livro. Na parte superior, o nome do autor: ISAAC ASIMOV. Abaixo, o título: FUNDAÇÃO. No centro, silhueta em tons de rosa, lilás e azul do busto de um homem em meio perfil de cabelos curtos, usando camisa e agasalho.
Capa de Fundação. Editora álefí, 2009.
Ilustração. Um cubo azul desenhado em perspectiva, com um outro cubo menor interno. Atravessando esses cubos há diversas linhas amarelas e brancas.
Áizek Ázimóv nunca descreveu o práimi rádiant, mas ele tem sido representado como um cubo de cristal com circuitos de alta tecnologia, do tamanho da palma de uma mão.
Respostas e comentários

Orientação

Ainda na perspectiva da mediação da leitura – necessária ao longo do texto de asimóvi , você precisará ajudar os estudantes na compreensão do universo literário em que o texto foi criado, ou seja, é preciso construir “andaimes cognitivos” para que eles se apropriem da linguagem do autor, compreendendo o que ele escreve e interpretando essa linguagem. A respeito dessa habilidade, rôjo (2002, página 32) afirma: “reticências ser letrado e ler na vida e na cidadania é muito mais que isso: é escapar da literalidade dos textos e interpretá-los, colocando-os em relação com outros textos e discursos, de maneira situada na realidade social; é discutir com os textos, replicando e avaliando posições e ideologias que constituem seus sentidos; é, enfim, trazer o texto para a vida e colocá-lo em relação com ela. Mais que isso, as práticas de leitura na vida são muito variadas e dependentes de contexto, cada um deles exigindo certas capacidades leitoras e não outras”.

Ícone sugestão de livro.

Indicação de capítulo de livro

O texto integral do qual foi retirada a citação mencionada no bloco Orientação encontra-se em: rôjo, róquicéni. Letramento e capacidade de leitura para cidadania. In: FREITAS, Maria Teresa de Assunção; COSTA, Sérgio Roberto (organizador). Leitura e escrita na formação de professores. Juiz de fóra: /conpéd/Musa, 2002. página 31-51.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. Retome as hipóteses que você levantou na subseção Antes de ler:
    1. A que conclusão você chegou a respeito da expressão trilogia? Quando o termo é usado e quais exemplos desse tipo de organização de uma obra você poderia mencionar?
    2. Que elementos da trilogia Fundação você conseguiu identificar nas duas outras obras sugeridas?
  2. A série de televisão Jornada nas estrelas (Star trek) começou a ser transmitida em 1966 e tornou-se um grande sucesso. Nela, a humanidade está no ano 2063 e viaja para planetas distantes envolvendo-se em aventuras. Ela consegue viajar mais rápido que a velocidade da luz, sendo este o elemento mais rápido do Universo.
    1. Que situação mostrada em Fundação tem relação com essa situação?
    2. Como a personagem se sente em relação a esse acontecimento?
Fotografia. Reprodução de selo postal. Na parte superior, à esquerda, há números e letras: '33USA'. No centro, uma espaçonave redonda  está em órbita de um planeta azulado com nuvens brancas espiraladas. Ao fundo, um sol radiante, e no canto inferior direito está escrito: 'STAR TREK'.
Selo em homenagem à série Jornada nas estrelas (Star trek).
  1. Ao longo do primeiro capítulo da saga Fundação, há menção a diferentes cenários espaciais. Quais são eles? Eles existem de fato?
  2. Um aspecto das narrativas em que há viagens espaciais é a descrição de cenários intergalácticos ou futuristas que ainda não existem, mas podemos imaginá-los quando lemos essas histórias. Em que parte do trecho essa descrição é feita pelo narrador quando chega a Trantor?
  3. O diálogo que se inicia no capítulo 4 mostra uma fala aparentemente apreensiva de .
    1. Por que ele parece nervoso? Como o texto sinaliza esse sentimento?
    2. Podemos dizer que o conflito é uma parte da história em que surge uma tensão que obriga as personagens a modificar sua trajetória e o modo como percebem a realidade. A partir dos textos lidos, explique qual conflito as personagens apresentadas terão de enfrentar.
  4. É bastante comum que o gênero de narrativa que alia ficção, ciência e tecnologia traga, em suas tramas, questões políticas do mundo real. Esse é o caso de Fundação, uma vez que o fim do Império Galáctico e o surgimento de um novo império são acontecimentos atrelados a disputas políticas. Vamos recordar que o livro conta a invasão de marcianos que, julgando-se superiores aos selvagens terráqueos, chegam destrutivos e implacáveis à cidade de Londres, na Inglaterra.

De acordo com o que você já estudou a respeito da expansão europeia e da criação de colônias em várias partes do mundo, qual é o aspecto político da crítica que uéls buscou fazer ao escrever sua obra?

Fotografia. Reprodução de capa de revista de ficção científica. Cena de uma invasão alienígena extraterrestre. Na parte superior, o título: 'AMAZING STORIES'. Abaixo, ilustração de veículos ovalados, com extensas pernas mecânicas, que capturam pessoas usando longas hastes parecidas com tentáculos que saem de cada veículo. Próximos de alguns desses veículos há dois homens a cavalo; um deles sendo capturado, e o animal correndo em fuga, e o outro ainda sobre a montaria. Ao fundo, muitas chamas sob um céu azul sem nuvens.
Ilustração de revista de histórias em quadrinhos dos Estados Unidos [Histórias Incríveis], na década de 1930, em edição que conta a história do livro A guerra dos mundos, de Agá Gê Uéls.
Respostas e comentários

1. a) Resposta pessoal. Observe se os estudantes compreendem o significado da expressão “trilogia” e ouça exemplos dados por eles.

b) Guerra nas estrelas é uma saga, iniciada em 1977, criada pelo roteirista e diretor cinematográfico estadunidense George Lucas. Inspirações com base na obra de asimóvisão: narrativa no tempo futuro, viagens interplanetárias com naves, planetas habitados, presença de robôs, um império em conflito.

Duna é uma saga literária iniciada na década de 1960. É escrita pelo autor estadunidense frânc rérbert. Também traz a narrativa no tempo futuro, viagens interplanetárias com naves, planetas ocupados, disputa de poder em um império.

2. a) Ao fazer sua viagem, realiza uma espécie de salto no hiperespaço que possibilita uma viagem com tranquilidade entre regiões distantes umas das outras por diversos anos-luz.

b) havia esperado pelo primeiro desses saltos com um pouco de medo no estômago, e acabou não sendo nada além de um ínfimo tremor, um pequeno solavanco interno que cessou um instante antes que ele pudesse ter certeza de que a havia sentido.”

3. Trantor, a séde do Império Galáctico; sinács, o local de onde veio; e a Corrente Azul, além de diversas referências a nebulosas. Esses lugares são fictícios.

4. O estudante deve indicar a passagem em que chega a Trantor e o narrador descreve o que ele vê do espaço pela janela da nave, no trecho que começa com: “reticências era aquela primeira visão de Trantor. Ele ficou espreitando o Mirante reticências”. Há ainda o trecho, mais adiante, que se inicia com: “A primeira visão do sol de Trantor foi a de uma partícula dura e branca reticências”.

5. a) parece nervoso por estar finalmente conhecendo , também matemático, mas famoso. Para marcar essa hesitação e o sentimento apreensivo da personagem, são usadas repetições e reticências, bem como o tom respeitoso que é dirigido a Sendon.

b) convida a trabalhar em um projeto para tentar salvar o Império Galáctico da destruição, porque cálculos matemáticos (psico-história) mostraram que isso poderá acontecer futuramente.

6. Conforme sugere o enunciado, ele faz uma crítica à política exercida por países que invadem outros e os transformam em colônias. Desse modo, exploram as riquezas locais, destroem o meio ambiente, subjugam os povos vistos como inferiores, levando ao aniquilamento dos modos de vida tradicionais. (Professor, acrescente que, na época, a Europa vivia uma onda expansionista tanto na Ásia quanto na África, processo conhecido como neocolonialismo (posterior aos colonialismos do século quinze), sendo o Império Inglês uma das potências mais atuantes nesse sentido, daí a ironia de os marcianos chegarem justamente a Londres.)

O gênero em foco

Romance de ficção científica

De fórma simplificada, podemos dizer que o romance é um gênero textual literário em que a narrativa se desenvolve com maior nível de detalhamento. Isso não é possível em gêneros mais breves, como o conto.

Toda história se organiza com base em cinco elementos da narrativa fundamentais:

  • espaço – onde ocorre a história;
  • tempo – tem relação com a duração das ações da narrativa e o desenrolar dos fatos na história (correr das horas, dias, anos etcétera);
  • personagens – seres reais ou fictícios que participam da história; podem ser um ser humano, um animal, um ser fantástico, um robô ou mesmo um objeto inanimado;
  • enredo (ação) – trama em que as ações se desenrolam e que afetará as personagens em determinado espaço e período temporal;
  • narrador: é o responsável pela narração, ou seja, é quem conta a história, podendo, inclusive, ser uma das personagens.

 

No caso do romance, o autor tem a possibilidade de desenvolver de fórma mais elaborada e demorada cada um desses segmentos em sua história.

Além dos elementos da narrativa, há os tópicos que formam a estrutura da narrativa:

Esquema com símbolos gráficos e texto compondo um fluxograma. Retângulos em tons de azul gradualmente mais escuros da esquerda para a direita, dispostos lado a lado, com setas azuis-escuras entre eles, indicando o sentido de leitura dos textos: 'Situação inicial', 'Conflito', 'Clímax' e 'Desfecho'.

No caso do romance Fundação, aqui foram expostos, em linhas gerais, somente a situação inicial e o conflito. Situação inicial: uma personagem, gáal dôrniqui, exímio matemático, é chamada para ir à principal cidade da galáxia para participar de um projeto secreto comandado por outra personagem, ; conflito: precisa encontrar meios de evitar a total destruição do Império Galáctico, mas terá de enfrentar forças que são contrárias a ele. O clímax e o desfecho serão conhecidos apenas por meio da leitura de todo o romance.

Desde as mais antigas narrativas orais até o tempo em que as histórias começaram a aparecer na fórma escrita, os elementos e as estruturas vistos anteriormente estão presentes. Outra particularidade de muitas histórias ao longo do tempo é o gosto pela fantasia. Essas histórias narram situações em que ocorrem feitos sobre-humanos de coragem física, inteligência ou outros poderes que desafiam as limitações humanas. Dessa fórma, são vários os relatos de tapetes que voam, de seres que se transformam em outros, amuletos mágicos, monstros terríveis etcétera São mitos, lendas, epopeias, contos de fadas e diversos outros gêneros cheios de fantasia. A ficção científica também tem a marca da fantasia, mas com outra roupagem.

Respostas e comentários

Sobre O gênero em foco

A seção aborda o conceito de gênero, associando-o à descrição e à breve análise dos textos literários de ficção científica. Com base na leitura desta página, é possível propor aos estudantes que, em grupo, reflitam sobre a relação entre os aspectos teóricos da descrição do gênero e os elementos do texto que acabaram de ler, relacionando-os com os contínuos avanços da ciência e da tecnologia da informação.

Sobre Romance de ficção científica

O gênero romance de ficção científica propicia aos estudantes a prática de leitura literária que leva a dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura.

Esse gênero surgiu em uma época em que o ser humano buscava dominar a natureza, que era vista como uma fórma limitadora das potencialidades. Essa mentalidade gera no ser humano uma crescente vontade de superar as amarras do mundo natural, o que é muito bem representado pela ficção científica. Antes da consolidação dos estudos científicos e das técnicas inéditas surgidas no início do século dezenove, o sobrenatural, o esoterismo, a fantasia, a religiosidade, ou seja, o desconhecido foi a fonte usada pelas pessoas para extravasar seus desejos e expressar seu imaginário.

Ilustração. Uma menina está em pé, de costas. Diante dela paira uma esfera no centro de uma estrutura circular maior, da qual parece irradiar uma iluminação dourada. Ao redor há diversas estrelas.
Ilustração. Silhueta humana em pé, com um grande objeto retangular, que é segurado de modo semelhante ao de uma arma. Diante desse personagem há uma criatura monstruosa de corpo negro, com diversos tentáculos. Ambos estão em um cenário de destruição com veículos em chamas.
Ilustrações representando o universo da ficção científica. O fascínio pela narrativa fantasiosa se mantém na ficção científica, na presença de mundos distantes e estranhos ou criaturas fantásticas, mas a diferença é que esses mundos são formados com base na tecnologia e os monstros são criados em laboratório.

A ficção científica também tem o gosto pelo fantástico como fórma de se transportar para longe da monotonia do dia a dia e ultrapassar limitações humanas, mas ela busca uma fórma de validar os acontecimentos com explicações plausíveis, vindo a surgir em uma época – fim do século dezenove – em que as ciências rejeitavam as explicações espirituais, místicas e mágicas. Nesse tempo, crescia, entre pensadores e parte da população, uma certeza de que a ciência e a tecnologia livrariam a humanidade da pobreza, da dor e da ignorância.

Os textos de ficção científica muitas vezes responderam à confiança nas ciências de duas fórmas:

  • confiança nessa promessa de progresso e no fim das várias mazelas humanas ou
  • ceticismo em relação a essa fórma de progresso, alertando para o uso indevido desses recursos, bem como evidenciando a ingenuidade e a arrogância humanas.
Ícone. Tema contemporâneo transversal: Ciência e tecnologia.
Ícone pontos de atenção e noções complementares

Ciência e tecnologia

Ao contrário do que muitos pensam, ciência e tecnologia não são a mesma coisa. A ciência se dedica a estudar os fenômenos da natureza. Faz perguntas do tipo “Como?”, “Por quê?”, “Quando ocorre?”, por exemplo. A tecnologia é o desenvolvimento de práticas e instrumentos que visam facilitar a vida humana. A criação de ferramentas, automóveis, foguetes, medicamentos está relacionada com a aplicação da tecnologia. Muitas vezes, ciência e tecnologia andam juntas, e a ciência oferece o conhecimento para que certa tecnologia surja, como no caso da pesquisa de uma substância (ciência) que se torna um medicamento (tecnologia), ou do estudo das radiações (ciência), que permitiu a criação de equipamentos que vão desde rádios até satélites (tecnologia), por exemplo.

Considera-se que o primeiro romance de ficção científica de destaque é Frankenstein, da escritora inglesa Méuri Chélei (1797-1851), lançado em 1818. Essa foi a primeira vez que um autor de literatura obteve grande destaque ao elaborar uma trama centrada nas experiências de um cientista e em suas consequências.

Fotografia. Reprodução de capa de livro. Na parte superior, o nome da autora: 'MARY SHELLEY'. Abaixo, o título: 'FRANKENSTEIN'. No centro da capa, sobre um fundo vermelho, ilustração em preto e branco da face e parte do tronco de uma criatura de aspecto humano, de rosto pálido, com a fronte e supercílios proeminentes e pinos salientes em ambos os lados do pescoço.
Capa do livro Frankenstein, de Méuri Chélei, editora Ele e Pê ême, 2015.
Respostas e comentários

Sugestão

As duas imagens da página sugerem uma garota diante de um equipamento de alta tecnologia, como um portal, em um mundo distante, e um homem diante de um monstro em uma cidade. Instigue os estudantes a usar a imaginação e explicar racionalmente essas situações. Deixe que brinquem com possíveis enredos, como o artefato criado por alta tecnologia futura ou alienígenas, no primeiro caso, e experiências de laboratório, no segundo. Em seguida, solicite que imaginem as mesmas situações em uma narrativa de fantasia, mas sem o elemento tecnológico, para que reflitam sobre os dois tipos de abordagem do fantástico.

Orientação

A leitura desta página pode ser feita a partir da “pausa protocolada”, ou seja, com paradas estratégicas em tópicos de leitura, momento em que os estudantes serão convidados a explicar o que leram. Conversem sobre o conteúdo do boxe desta página e aproveite para explorar o tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia (subtemas: Ciência e Tecnologia).

O Parque dos Dinossauros

A obra conta a história de um bilionário, djon rámon, que cria uma espécie de parque de diversões com criaturas extintas há eras. A equipe de pesquisadores de consegue desenvolver uma impressionante técnica de recuperação e clonagem de dê êne á pré-histórico. Ele convida seus dois netos e cientistas renomados para um fim de semana no lugar – quando os animais escapam. Ambição humana, questões éticas e até mesmo ecológicas (os animais não estão mais adaptados a este mundo) podem ser levantadas. Pode ser uma oportunidade para um trabalho conjunto (pesquisa, trabalho escrito, audiovisual, debate etcétera) com a disciplina de Ciências, que aborda muitos desses temas.

Mas aquele que é considerado “o pai da ficção científica” é o francês Júlio Verne (1828-1905), uma vez que ele escreveu de fórma sistemática vários livros de aventuras em que a ciência e a tecnologia tiveram papel central no enredo, como Vinte mil léguas submarinas, Da Terra à Lua, Viagem ao centro da Terra, entre outros. Além disso, Verne era rigoroso em buscar os conhecimentos científicos da época para compor suas tramas.

Fotografia. Reprodução de capa de livro. Na parte superior, o nome do autor: 'JÚLIO VERNE'. Abaixo, o título: 'VINTE MIL LÉGUAS SUBMARINAS'. No centro, ilustração de um submarino em formato de peixe-espada navega no fundo mar, em meio a cardume de peixes, águas-vivas, um tubarão e um polvo. Da superfície da água irradiam fachos de luz natural em direção ao fundo, e do submarino, um facho de luz é emitido de um farol abaixo da popa da embarcação, e de alguns pontos do casco, através de escotilhas brilham as luzes de bordo. Da popa emana uma esteira de bolhas de ar, produzida por seus propulsores em funcionamento, indicando que o submarino não está somente flutuando, mas também se deslocando para a frente.
Capa do livro Vinte mil léguas submarinas, de Júlio Verne, editora éfe tê dê, 2020. Esta obra conta a história de aventureiros que vivem situações fantásticas no fundo do mar e traz a descrição do que no futuro seria um submarino, o Náutilus, movido a eletricidade.
Ícone pontos de atenção e noções complementares

Confiança e ceticismo

O que você sabe sobre o enredo das narrativas citadas anteriormente? Exponha o que você sabe e ouça seus colegas e o professor. De modo geral, qual delas apresenta uma visão positiva das inovações tecnológicas e qual delas apresenta uma visão problematizadora?

Devido ao fato de as histórias de ficção científica serem um tipo de narrativa em que o ser humano tenta ir além das limitações impostas pela natureza, é normal que haja nelas constantemente questões referentes a valores e princípios. A sensação de poder, de controlar e dominar, aliada ao desejo de melhorar a vida das populações, é geralmente um ponto de atrito que acompanha várias dessas narrativas e pode gerar interessantes debates no campo da política. Tem potencial para gerar reflexão a respeito dos limites de poderosas corporações, da ambição, do afastamento das pessoas entre si e delas com a natureza, da discriminação entre indivíduos (considerados mais ou menos evoluídos), dos limites da genética, entre tantas outras.

O romance Jurassic Park, de máicou críchiton, entrou rapidamente para a lista dos mais vendidos quando foi lançado. Com base nele, um filme de grande sucesso (além de outras sequências cinematográficas) foi lançado. Esse é um caso em que a ficção científica está centrada nos limites da engenharia genética. Você já leu o livro ou viu o filme? Qual é o dilema mostrado nessas obras?

Fotografia. Reprodução de capa de livro. Na parte superior, o nome do autor: 'MICHAEL CRICHTON'. Abaixo, o título: 'JURASSIC PARK', o qual é atravessado por folhas de vegetação tropical exuberante, de onde emerge a cabeça de um grande réptil pré-histórico de pele verde, olho amarelo e boca aberta, com dentes brancos pontiagudos. Abaixo, um carro vermelho se deslocando por um terreno enlameado, em fuga de um tiranossauro, um grande réptil pré-histórico de pele verde, pequenos braços e grandes pernas, que está de boca aberta.
Capa do livro Jurassic Park, editora álefí, 2021. A obra foi escrita pelo estadunidense máicou críchiton (1942-2008) e foi lançada em 1990.
Fotograma. Em um cenário noturno e chuvoso, à esquerda, há um carro verde, parado, com o farol ligado. À direita, ao lado dele, um tiranossauro, grande réptil pré-histórico com a boca fechada, mas da qual as pontas dos dentes estão de fora, parece examinar o carro à procura de presas. Ao fundo está um outro carro, parado mais atrás do primeiro, também com o farol ligado.
Cena do filme Jurassic Park: o Parque dos Dinossauros, de 1993. Dirigido por Istiven Spilbérr.
Respostas e comentários

Confiança e ceticismo

A respeito do incentivo para a discussão da visão da tecnologia pelas duas obras, ouça os relatos dos estudantes. O romance de Méuri Chélei narra a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que constrói um monstro (com partes de cadáveres), em seu laboratório, após estudar muito e descobrir o segredo do surgimento da vida. A criatura, rejeitada pela sociedade, passa a perseguir seu criador e a causar mortes. Curiosamente, a criatura, no livro, não recebe um nome e, com o tempo, passou a ser chamada pelo nome de seu criador. Já a obra de Júlio Verne conta a história de uma expedição que está em busca de uma criatura marinha grandiosa e destrutiva. Os navegantes acabam naufragando e são resgatados pelo capitão Nemo, o qual havia desenvolvido uma máquina fabulosa – o submarino Náutilus –, capaz de adentrar as profundezas do oceano transportando pessoas. O grupo se envolve em aventuras na caça do monstro marinho. Por meio do diálogo, observe se os estudantes percebem que a produção de shéli tem um tom crítico em relação ao emprego da tecnologia, o que é justamente o oposto do que retrata o romance de Verne.

Nesse sentido, os dois exemplos referem-se, respectivamente, aos conceitos de tecnofobia e tecnofilia, ou seja, medo das mudanças tecnológicas e a adoração por elas. Comente que até mesmo em nosso cotidiano podemos nos deparar com pessoas que expressam essas tendências. Peça exemplos aos estudantes.

O termo utopia, que dá nome à ilha, foi pensado por mórus como um trocadilho, um neologismo para expressar um lugar inexistente. Originou-se da composição dos termos gregos ou (advérbio de negação), tópos (lugar) e ía (qualidade, estado).

Sobre o questionamento a respeito da existência de um número menor de ficções utópicas do que distópicas, ouça as contribuições dos estudantes e instigue-os com questionamentos: Onde há mais possibilidade de ocorrer um conflito instigante na narrativa? (Nas distopias, já que as utopias relatam mundos perfeitos.) A maior finalidade das utopias seria propagar ideias sociais e políticas do autor ou criar prazer artístico e entretenimento? (De propagar ideias do autor, como é o caso dos exemplos mais comuns dessa produção.) Entre as utopias conhecidas, além da obra de mórus, podem ser citadas: A ilha, de óldus rãquisli; Ecotopia, de ­érnést calenbáqui Herland A terra das mulheres, de tchárlote pêrquins guilmám.

O Guia do mochileiro das galáxias é, na verdade, o título de um excêntrico dicionário fictício que apresenta definições e opiniões sobre todo o universo. A obra voltada ao público juvenil conta em tom de humor as aventuras de ártur den e companheiros, que escapam da destruição da Terra pegando carona em uma nave alienígena. Já a trilogia Jogos vorazes, também voltada ao público juvenil, se passa no futuro, na nação de Panem, que se ergueu sobre as ruínas do que foram os Estados Unidos. A cada ano, um menino e uma menina com idade entre 12 e 18 anos são obrigados a participar dos Jogos Vorazes. As regras estabelecidas irão mudar com a participação da competidora kétinis éverdin, de 16 anos, a protagonista da série.

Passe à abordagem da presença da ficção científica em outros formatos. A ciência e os cientistas estão presentes no cinema desde os primeiros filmes de ficção científica e terror. O filme Viagem à Lua, de 1902, dirigido por Jórge Meliés, por exemplo, é baseado nas histórias de Júlio Verne e Agá Gê Uéls. rulc, como personagem de história em quadrinhos, foi criado em 1962 por istan li e djéqui cârbi e inspirado em dois romances: O estranho caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde (O médico e o monstro), de róbert luí steven san, e Frankenstein, de shéli.

Uma das consequências do embate entre a visão positiva e a negativa acerca dos avanços tecnocientíficos é o surgimento de histórias marcadas pela utopia ou pela distopia.

Nesse caso, trata-se da criação total de mundos futuros, sobretudo o planeta Terra, em que são descritas civilizações que evoluíram positivamente (utopia) ou encontram-se terrivelmente decadentes (distopia).

O termo utopia foi criado pelo escritor inglês Tômas Morus(1478-1535), em 1516, ao lançar uma obra ficcional em que descreve uma ilha, chamada Utopia, que seria um lugar maravilhoso, com uma sociedade ideal, um verdadeiramente admirável mundo novo. Derivado dessa palavra, teve origem o termo distopia, com sentido oposto. Nesse caso, a concepção é de que a vida futura pode ser desesperadora caso a humanidade não reflita sobre suas limitações, suas fraquezas e seus problemas éticos, ficando refém de uma vida absolutamente autoritária, controlada e caótica.

As histórias utópicas são raras em ficção científica: pense em uma razão para isso.

No entanto, as narrativas distópicas são em grande número, como as famosas: Admirável mundo novo (1932), de óldus rãquisli; Fahrenheit 451 (1953), de rêi brédibâri; e 1984, de Diórdi Or uél.

Ficção científica para além do romance

Com o tempo, a ficção científica saiu dos livros e passou a ocupar outros formatos para chegar até o público. Nos Estados Unidos, na década de 1920, surgiram várias agá quês com histórias cheias de aventuras, que mais pareciam narrativas do Velho Oeste com ambientação espacial. Esse gênero ficou conhecido pela expressão em inglês space opera (algo como “novelas espaciais”). Os apreciadores dessas revistas passaram a classificar as produções de acordo com o rigor científico, isto é, com conteúdos coerentemente embasados em conceitos da Física, da Química ou da Biologia. Áizek Ázimóv, aliás, fazia parte desse grupo preocupado com o rigor científico.

Voltando à popularização do gênero, ao mesmo tempo que vieram as agá quês, surgiram as transmissões no rádio, conquistando muitos fãs. Desde seu surgimento, o cinema encontrou nas narrativas de ficção científica um campo vasto, somando aventura e efeitos especiais cada vez mais elaborados. O gênero ficção científica também deu origem a discos, séries televisivas, peças teatrais e, atualmente, a inúmeros títulos de jogos de videogame.

Saiba +

Afrofuturismo

O afrofuturismo é um movimento cultural elaborado a partir da perspectiva negra. Ele utiliza elementos da ficção científica e da fantasia para criar narrativas de protagonismo negro, por meio da celebração de sua identidade, ancestralidade e história. São agá quês, livros, filmes, músicas, roupas, fotografias, obras de arte que estabelecem um diálogo entre o passado dos povos negros, que foi forçosamente apagado, e a ideia de um futuro grandioso, caracterizado tanto pela tecnologia avançada quanto pela superação das condições determinadas pela opressão racial.

Fotograma do filme Pantera Negra, um super-herói representado por um homem negro de cavanhaque, vestindo uniforme preto e uma espécie de colar feito de presas ou garras de algum grande felino. Atrás dele há duas mulheres negras; uma delas usando trajes semelhantes a roupas comuns e um turbante ou lenço na cabeça, e a outra, caracterizada com trajes tribais, portando em uma das mãos, na posição vertical,uma longa haste semelhante a uma lança. Os personagens parecem estar em um ambiente futurista, possivelmente no interior de alguma espaçonave.
Cena do filme Pantera Negra, de 2018, dirigido por Rian Cugler. O filme é baseado nas aventuras em agá quê do herói Pantera Negra, o primeiro protagonista negro com superpoderes da Marvel Comics. O filme foi um grande sucesso e trouxe até o público a estética do afrofuturismo.

Conhecimentos linguísticos e gramaticais 1

Faça as atividades no caderno.

Formação de palavras (revisão)

1. Acompanhe o diálogo a seguir. Depois, responda oralmente ao que se pede.

Ilustração. Um homem com barba usando blusa listrada amarela e cinza. Ele está segurando um celular com a mão na direção do ouvido. Ele diz: 'Sim, estou feliz! Acabou do jeito que eu queria, felizmente. Mas... Infelizmente foi o último livro da trilogia'. Ao lado, uma mulher com cabelos longos escuros, usando óculos e colete verde. Ela está segurando um celular com a mão na direção do ouvido. Ela diz: 'Pois eu tenho uma notícia maravilinda para você: vão fazer filmes de todos os volumes!'
  1. Na fala do rapaz existem algumas palavras formadas a partir de outras. Que palavras são essas?
  2. Você consegue identificar a formação de outra palavra na fala da garota? Que diferença você identifica nos termos usados pelo rapaz e nesse termo usado por ela?

2. Você já aprendeu que as palavras na língua portuguesa são formadas basicamente por dois processos diferentes: derivação e composição. No texto que você leu nesta Unidade, há diversas palavras que são formadas por esses processos. Retome a leitura dos três primeiros parágrafos do capítulo 1 de Fundação e, em seguida, responda ao que se pede.

Seu nome era gáal dôrniqui, e ele era apenas um caipira que nunca havia visto Trantor antes. Isto é, não na vida real. Ele já o vira muitas vezes em hipervídeo, e ocasionalmente, em incríveis reportagens tridimensionais, cobrindo uma coroação imperial ou a abertura de um Conselho Galáctico. Muito embora tivesse vivido toda a sua vida no mundo de sinács, que orbitava uma estrela na periferia da Corrente Azul, ele não estava isolado da civilização. Naquela época, nenhum lugar na Galáxia estava.

Havia quase vinte e cinco milhões de planetas habitados na Galáxia então, e nenhum deles deixava de prestar obediência ao Império cujo trono ficava em Trantor. Era o último meio século no qual essa afirmação poderia ser feita.

Para , a viagem era clímax indubitável de sua vida jovem e acadêmica. Ele já havia estado no espaço antes, e por isso essa jornada, como viagem em si, pouco significava para ele. Na verdade, sua única viagem anterior tinha sido até o único satélite de sinács para obter os dados sobre a mecânica de deslocamento de meteoros de que precisava para sua tese, mas viagem espacial era tudo a mesma coisa; não importava se a pessoa viajava meio milhão de quilômetros ou muitos anos-luz.

asimóvi, . Fundação. Tradução de Fabio Fernandes. São Paulo: álefí, 2009. página 13.

Respostas e comentários

1. a) São as palavras felizmente e infelizmente, derivadas da palavra feliz, citada inicialmente. Sem usar termos técnicos, incentive os estudantes a demonstrar como as duas palavras foram formadas (usando-se sufixo e prefixo).

Respostas

1. b) A palavra formada é maravilinda, neologismo (gíria) usado atualmente. Pergunte como são formadas (maravilha/ + linda). Incentive-os a perceber que a segunda expressão foi formada sem uso de prefixo ou sufixo, mas pela junção de palavras com seus radicais.

2. a) Hipervídeo, tridimensionais e quilômetros são exemplos de derivação prefixal.

Ocasionalmente – derivação sufixal.

Deslocamento – derivação prefixal e sufixal.

b) Comente com os estudantes que, apesar de muitas das palavras compostas por justaposição serem ligadas por hífen, ele é apenas uma convenção ortográfica.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(ê éfe seis nove éle pê cinco quatro) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos para­linguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordinadas adjetivas etcétera), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.

(ê éfe zero nove éle pê zero quatro) Escrever textos corretamente, de acordo com a norma-padrão, com estruturas sintáticas complexas no nível da oração e do período.

(ê éfe zero nove éle pê zero cinco) Identificar, em textos lidos e em produções próprias, orações com a estrutura sujeito-verbo de ligação-predicativo.

(ê éfe zero nove éle pê um dois) Identificar estrangeirismos, caracterizando-os se­gun­do a conservação, ou não, de sua fórma gráfica de origem, avaliando a pertinência, ou não, de seu uso.

a. O processo de derivação consiste em formar novas palavras a partir de uma palavra primitiva com o acréscimo de um prefixo, de um sufixo ou dos dois. Encontre no trecho indicado um exemplo para cada um desses processos de derivação e escreva-os no caderno.

Ícone pontos de atenção e noções complementares

Palavra primitiva

É aquela formada por um único radical, como casa e garoto, que podem formar palavras derivadas, como casarão e garotinho. A palavra primitiva não se origina de nenhuma outra palavra.

b. Há também outro processo de formação de palavras, chamado de composição. Esse processo consiste em juntar duas palavras formando uma nova. No texto, há um exemplo de palavra composta. Qual é essa palavra? De que maneira as palavras se unem?

Derivação

A derivação pode ser prefixal e sufixal.

A derivação prefixal é aquela que ocorre com o acréscimo de um prefixo à palavra primitiva. Exemplos:

des- (prefixo) + manchar desmanchar

re- (prefixo) + fazer refazer

A derivação sufixal é aquela que se dá pelo acréscimo de um sufixo à palavra primitiva. Exemplos:

gentil + -eza (sufixo) gentileza

feliz + -mente (sufixo) felizmente

Algumas palavras são formadas por derivação prefixal e sufixal. Nesse caso, há a adição de um prefixo e um sufixo à palavra primitiva, como em infelizmente e desigualdade.

As palavras podem também ser formadas por derivação imprópria. Isso ocorre quando há mudança da classe gramatical da palavra. Na derivação imprópria, verbos passam a ser substantivos, ou adjetivos passam a ser substantivos etcétera Observe este exemplo:

O jantar na casa de Estela estava maravilhoso.

O verbo jantar assume, nessa oração, a função de um substantivo.

Na derivação regressiva, a palavra primitiva é reduzida, como em combate, substantivo originado do verbo combater, ou córte, do verbo cortar.

Composição

A composição consiste na união de duas ou mais palavras com radicais diferentes, formando outra palavra. Esse processo pode se dar de duas fórmas, por justaposição ou aglutinação.

A justaposição ocorre quando os elementos que formam a palavra nova são postos lado a lado e não ocorre perda da integridade sonora de nenhuma palavra primitiva. Exemplos:

arco + írisarco-íris ponta + pépontapé

A aglutinação ocorre quando, na junção das palavras primitivas, pelo menos uma delas perde sua integridade sonora. Exemplo:

plano + altoplanalto

Respostas e comentários

Orientação

Como se afirmou anteriormente, o conteúdo abordado é uma revisão sobre a composição de palavras. Assim, peça aos estudantes que, antes da leitura, relembrem o que já aprenderam sobre o assunto.

Sugestão

Proponha aos estudantes que leiam silenciosamente a página e confiram se o que disseram no início do trabalho, ao retomar o conteúdo, foi confirmado.

Faça as atividades no caderno.

1. Leia a tirinha a seguir e responda ao que se pede.

Tirinha.  Um robô marrom, com um olho azul e outro amarelo, em 4 cenas. Cena 1. O robô, com uma das mãos erguidas diz em voz estridente (balão de fala com bordas pontiagudas): 'EU CRIEI O MOTO-CONTÍNUO!'. Cena 2. O robô, segurando uma invenção com formato em zigue-zague, como um rio com cachoeira diz, separando as sílabas: 'CON-TEM-PLEM.'. Cena 3. Diante do robô há uma pequena plateia, todos vestindo trajes roxos, com capuz escondendo o rosto. Um dele diz: ELE ESTÁ CRIANDO ENERGIA? Ao fundo, o robô parece expressar espanto, pois em volta de sua cabeça há três pequenos traços e um grande ponto de exclamação. Cena 4. As pessoas da plateia agora seguram tochas e tridentes, em atitude hostil. Ao fundo, o robô diz: 'PERAÍ, GENTE, EU POSSO EXPLICAR. PESSOAL? '

Tirinha Não mexer com a Física, de Humor com Ciência, de Uilian Rafael Silva.

  1. O título da tirinha cria uma nova palavra ao brincar com o nome do artista holandês écher (1898-1972), que fazia gravuras de imagens tridimensionais. Justamente uma de suas gravuras lembra o equipamento criado pelo robô. Quais foram as duas palavras primitivas usadas para compor a palavra nova?
  2. Observe a invenção do robô, um aparelho hidráulico que faz a roda-dágua mover-se continuamente. Diante dessa explicação, dê um significado à palavra moto-contínuo.
  3. De acordo com o que você estudou sobre formação de palavras, de que fórma deve ser classificada a expressão moto-contínuo?
  4. A palavra cadê, depois de muito usada, entrou para o dicionário – ainda que nele haja a indicação de que se trata de “brasileirismo informal”. Ela vem de que é de (por onde anda), que virou quedê e, por fim, resultou na grafia informal mostrada. Há na tirinha uma palavra formada recentemente que vem sendo bastante usada.
    • Ela é a junção de quais palavras primitivas?
    • Ela está no dicionário?

e. Vamos agora analisar o sentido da tirinha. Discuta com seus colegas: Ela busca prioritariamente o humor ou estabelecer uma crítica?

Período composto (revisão)

Você já aprendeu que o período composto é aquele que contém mais de uma oração em sua composição e pode ser formado por orações coordenadas ou por uma oração principal e sua ou suas subordinada ou subordinadas. No processo de coordenação, as orações são independentes umas das outras, inclusive em relação ao sentido; já na subordinação, há uma relação de dependência entre as orações.

As orações subordinadas podem ser classificadas em adjetivas, substantivas e adverbiais. Vamos ver algumas orações subordinadas adverbiais?

Orações subordinadas adverbiais proporcionais

Leia a frase a seguir:

À medida que entro no universo da ficção científica, mais me interesso pela ciência.

a. Entre a oração principal “mais me interesso pela ciência” e a oração “À medida que entro no universo da ficção científica”, há que tipo de relação?

causa       condição       proporcionalidade

b. Justifique sua escolha.

Respostas e comentários

Respostas

1. a) A palavra nova resultou de mexer + écher.

b) Significa algo que se move (moto) sem interrupção (contínuo).

c) Expressão formada com composição por justaposição. (Em caso de dúvida, reforce que a presença do hífen indica a integridade da palavra primitiva, tratando-se do substantivo masculino moto, e não do prefixo moto-).

d) A palavra é peraí. Ela é formada pelas palavras espera + aí. Ela não está no dicionário. (Neste momento, instigue os estudantes a refletir sobre os motivos que podem levar esse neologismo a ser dicionarizado: o uso constante e prolongado pelo falante padrão, de modo a se estabelecer na língua.)

e) Encaminhe a análise da tirinha desde o título. Ouça as contribuições e, se necessário, faça questionamentos para que percebam que o título já indica um aviso: de não se mexer com a Física, ou seja, com a ciência. Esse campo revela-se perigoso, uma vez que uma criatura avançada inventa um equipamento que produz energia e não é compreendido por indivíduos que parecem estar na Idade Média. A incompreensão é ameaçadora, refuta a explicação e põe em risco o robô.

Respostas para Orações subordinadas adverbiais proporcionais

a) Indica uma ideia de proporcionalidade.

b) À medida que algo acontece, outras questões se seguem.

As orações subordinadas adverbiais proporcionais expressam gradação e proporcionalidade em relação à informação da oração principal. Observe que no exemplo da página anterior há uma relação de proporcionalidade entre as orações.

As principais conjunções adverbiais proporcionais são à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto maisreticências mais, quanto menosreticências menos, quanto maiorreticências maior, quanto maiorreticências menor etcétera

Orações subordinadas adverbiais temporais

Observe este trecho do texto lido no início desta Unidade.

Todos pareciam estar perguntando sua opinião sobre Trantor. se sentia incapaz de responder outra coisa além da palavra “glorioso”.

– Você disse isso sem pensar. E se usar a psico-história?

– Não pensei em aplicá-la ao problema.

– Antes de acabar seu trabalho comigo, jovem, aprenderá a aplicar a psico-história a todos os problemas de fórma natural; observe.

asimóvi, . Fundação. Tradução de Fabio Fernandes. São Paulo: álefí, 2009. página 26.

Nesse diálogo entre e é indicada uma circunstância temporal. Qual oração faz essa marcação temporal?

As orações subordinadas adverbiais temporais apresentam uma circunstância de tempo em relação à oração principal.

As principais conjunções temporais são quando, enquanto, sempre que, desde que, cada vez que, assim que, todas as vezes que, apenas, até que, antes de/que etcétera

Orações subordinadas adverbiais comparativas

Vamos retomar mais um trecho do texto que você leu nesta Unidade:

Ele havia se preparado só um pouquinho para o Salto pelo hiperespaço, um fenômeno que as pessoas não experimentavam em viagens interplanetárias simples. O Salto permanecia, e provavelmente assim seria para sempre, o único método prático para viajar entre as estrelas. A viagem pelo espaço comum não podia ser mais rápida do que a da luz comum (um pouco do conhecimento científico que pertencia aos poucos itens conhecidos desde a aurora esquecida da história humana), e isso teria significado muitos anos no espaço até mesmo entre os sistemas habitados mais próximos.

asimóvi, . Fundação. Tradução de Fabio Fernandes. São Paulo: álefí, 2009. página 13.

Em que velocidade seria possível viajar entre as estrelas?

Na passagem “A viagem pelo espaço comum não podia ser mais rápida do que a luz comum...”, há uma ideia de comparação, marcada pelo conectivo do que. Há, então, a comparação entre o tempo da viagem pelo espaço comum e o tempo da luz comum. Observe também que há a supressão do verbo é na oração comparativa, pois ele fica subentendido.

As principais conjunções comparativas são como, do que, menos do que, mais do que, assim como etcétera

Respostas e comentários

"Antes de acabar seu trabalho comigo, reticências"

A viagem seria rápida, mas não tão rápida quanto a velocidade da luz comum.

Orientação

Proponha aos estudantes que levantem hipóteses sobre as diferenças entre a oração coordenada e a subordinada, já trabalhadas em anos anteriores. Na sequência, por meio da leitura do conteúdo, iniciado na página anterior, confirmarão ou não a validade de suas respostas e poderão ampliar os conhecimentos.

No caso das orações subordinadas adverbiais proporcionais, acrescentamos: “A proporção é, a rigor, uma especificação de temporalidade. Consiste no desenrolar paralelo de dois fatos, entre os quais pode haver uma relação de causa e efeito” (Azeredo, Gramática Uáis da Língua Portuguesa. segunda edição São Paulo: Publifolha, 2008. página 332).

Faça as atividades no caderno.

1. Acompanhe um trecho do romance Star wars: antes do despertar, de grégui rúca.

reticências

Ela abriu o caminho com cuidado, iniciando a exploração na parte de trás da cabine. A posição em que a nave tinha ficado tornava traiçoeiro andar por ela, mas não é impossível. Rei tinha que ir devagar porque precisava de uma mão para se manter em pé e carregar a lanterna com a outra. Achou o quarto da tripulação, junto com evidências de duas pessoas – roupas velhas e objetos pessoais –, que não tocou. Achou a cozinha e viu que metade das rações tinha estragado ou virado pó, mas havia dezessete pacotes de refeição rápida intactos e selados, além de um jarro purificador que transformaria água suja em algo que ela poderia beber. Quase riu de alegria.

Quando Rei viu a luz verde, contudo, riu de verdade. reticências

. Star wars: antes do despertar. Tradução de Zé Oliboni. São Paulo: Seguinte: Companhia das Letras, 2016. página 80-81.

  1. Em um dos parágrafos há uma oração que estabelece uma relação de subordinação adverbial temporal. Transcreva essa oração.
  2. Que palavra estabelece a relação identificada no item anterior?
  1. Em seu caderno, complete as orações principais com as orações subordinadas adverbiais de acordo com a relação estabelecida entre parênteses.
    1. Todas as crianças correram *. (relação temporal)
    2. Eu estava muito ansiosa *. (relação proporcional)

Verbos de dizer (1)

Releia o trecho a seguir, retirado do capítulo 1 de Fundação.

Um oficial apareceu e disse:

– O mirante ficará fechado durante o resto da viagem. Preparar para o pouso.

o seguiu, puxando a manga do uniforme branco com o símbolo da Espaço-nave-e-Sol do império.

asimóvi, . Fundação. Tradução de Fabio Fernandes. São Paulo: álefí, 2009. página 13.

Que verbo introduz a fala do oficial?

O termo disse é um verbo de dizer. Esses verbos são usados em declarações e citações, indicando o discurso direto ou mesmo o discurso indireto. Outros exemplos: afirmou, falou, declarou, perguntou, questionou, respondeu, pediu, concordou etcétera

Muitas vezes, os verbos de dizer revelam comportamentos e atitudes de quem está falando, como em: gritou, ordenou, exclamou, ironizou, resmungou etcétera

Fotografia de capa de livro. Na parte superior, o nome do autor: 'GREG RUCKA'. Abaixo, o título: STAR WARS: ANTES DO DESPERTAR. No centro, ilustração de três personagens; da esquerda para a direita: um homem negro usando uma armadura branca, com diversos pequenos compartimentos em torno do cinturão e capacete também brancos, segurando este último ao lado do corpo. Uma mulher de cabelos presos, com trajes semelhantes a um manto ou túnica, presos por um cinturão. Um homem de cabelos pretos usando roupa vermelha com um colete com um pequeno emblema, no qual parece haver um equipamento semelhante ao de pilotos de combate.
Capa do livro Star Wars: antes do despertar, de grégui rúca, editora Seguinte, 2016. Os conhecidos filmes dessa saga acabaram gerando romances de ficção científica como esse.
Respostas e comentários

2. a) Todas as crianças correram quando a professora chegou à sala.

2. b) Eu estava muito ansiosa à medida que o dia avançava.

Disse.

Respostas

1. a) Quando o Rei viu a luz verde, contudo, riu de verdade.”

b) A palavra quando.

Orientação

Essas atividades retomam o conteúdo proposto na seção Conhecimentos linguísticos e gramaticais. Observe que, na orientação aos estudantes sobre tipos de oração, não se trata de obter respostas a partir da memorização desses tipos; ao contrário, trata-se de retomar os processos de compreensão leitora.

Após o trabalho de compreensão dos verbos de dizer e de como podem ser usados para expressar atitudes, solicite que substituam os verbos de dizer do trecho destacado de Fundação. Questione-os a respeito da mudança na interpretação dos sentimentos das personagens.

Solicite que, em duplas, selecionem trechos de obras, identifiquem os verbos de dizer e, depois, façam substituições para modificar o comportamento das personagens. Na Unidade 2, estes verbos serão trabalhados em textos não ficcionais.

Sugestão

Propor atividades com Ciências sobre cenas de filmes de ação, como Star Wars, que seriam impossíveis do ponto de vista científico, o que ocorre com as explosões, por exemplo.

ATIVIDADES

1. Leia a tirinha a seguir:

Tirinha. Personagens: Calvin, um menino com cabelo espetados para cima, usando pijama. Mãe de Calvin, mulher com cabelos pretos na altura do ombro, usando blusa de mangas cumpridas. Haroldo, um tigre de pelúcia, em 4 cenas.  Cena 1. A mãe de Calvin, sentada na cama do filho, com a mão sobre o ombro dele, que está deitado de olhos fechados, diz: 'HORA DE LEVANTAR, CALVIN, VOCÊ VAI PERDER O ÔNIBUS'. Calvin responde: 'EU NÃO VOU PRA ESCOLA, MÃE, EU SOU UMA CORUJA.'. Cena 2. Calvin está sentado com a boca aberta. Sua mãe lhe diz: 'NÃO É, NÃO, AGORA LEVANTA E SE VESTE.'. Calvin responde: 'NÃO SOU?'. Cena 3. Calvin está ajoelhado, e com a mão sobre o corpo diz: 'NÃO SOU! SOU EU DE NOVO! A TRANSMUTAÇÃO DEVE SER TEMPORÁRIA E PASSOU DURANTE A NOITE! EU SOU UM GAROTO! EU POSSO...'. Cena 4. Calvin, de olhos arregalados, com a cabeça voltada para a frente, diz: '... IR... À ESCOLA.'. Ao lado, Haroldo, na forma de um tigre de verdade, como o amigo imaginário de Calvin, está deitado na cama, coberto e de boca aberta, e diz ao menino: 'UAAHHHHH! FECHA A CORTINA QUANDO SAIR, TÁ BEM?'. A fala de Haroldo parece sarcástica, zombando de Calvin, que precisa acordar cedo e sair das cobertas, enquanto ele, que é só um tigre de pelúcia, pode continuar na cama sob as cobertas.

uáterson, Bill. O melhor de Cáuvin. O Estado de São Paulo, São Paulo, 17 fevereiro 2018. Caderno 2, página C4.

  1. Cáuvin está confuso. Por quê?
  2. É possível notar que há atitudes diferentes nas falas das personagens da tirinha. Escreva um diálogo que reproduza o que acontece na tirinha. Escolha verbos de dizer bem precisos para referir-se às diferentes atitudes das personagens em cada fala.
  3. Compare o seu texto com os de seus colegas e comente as diversas escolhas feitas para indicar o discurso direto em cada passagem do diálogo.

2. Leia a seguir um trecho do conto “A escuridão”, de André Carneiro. Nesse conto, as luzes que iluminavam o mundo vão se apagando uma após a outra. Até o Sol vai se “apagar” em certo momento do conto. vládas, a personagem principal, trava um diálogo com um de seus vizinhos em meio à escuridão:

Tinha uma irmã casada morando a três quarteirões de distância. A necessidade de comunicar-se com alguém fê-lo decidir-se a ir até lá, ajudá-los no que fosse possível. Colocou a lanterna elétrica no bolso, embora de nada mais valesse. Fechou a porta do apartamento e na escuridão do corredor foi andando em direção à escada, apoiando-se na parede. Abriu-se uma porta ao lado, uma voz ansiosa de homem perguntou: “Quem está aí?”. “Sou eu, vládas, do apartamento 312”, respondeu. Sabia quem era, um senhor grisalho, com mulher e dois filhos. “Por favor”, pediu, “diga a minha mulher que a escuridão vai passar, ela está chorando desde ontem, as crianças com medo”. vládas aproximou-se, devagar. A mulher parecia estar ao lado do marido, a soluçar baixinho. Procurou sorrir, embora não o vissem: “Fique tranquila, minha senhora, é só a escuridão mas ainda se vê o sol, lá fóra. Não há perigo, vai passar logo”. “Você está ouvindo”, o homem secundou, “é só a escuridão, ninguém vai sofrer nada, você precisa se acalmar por causa das crianças”.

CARNEIRO, André. A escuridão. In: CAUSO, Roberto de Sousa (organizador). As melhores novelas brasileiras de ficção científica. São Paulo: Devir, 2011. página 53.

  1. Que sentimento você identifica nas personagens nesse trecho? O que leva você a reconhecer esse sentimento?
  2. Quais são os verbos de dizer usados nesse trecho?
  3. Reescreva o texto substituindo esses verbos de dizer por outros, articulando-os com advérbios para dar mais dramaticidade às falas. Releia o texto com suas substituições. Você conseguiu tornar o trecho ainda mais tenso?
Respostas e comentários

Respostas

1. a) Porque ele mistura o sonho com a realidade.

b) Sugestão de resposta:

– Hora de levantar, Cáuvin – disse a mãe ao menino.

– Você vai perder o ônibus.

– Eu não vou pra escola, mãe – sussurrou o menino. – Eu sou uma coruja.

– Não é, não – replicou a mãe. – Agora levanta e se veste.

– Não sou? – questionou o menino. – Não sou! – exclamou ele, surpreso. – Sou eu de novo! A transmutação deve ser temporária e passou durante a noite! Eu sou um garoto! Eu possoreticências – concluiu – ... ir... à escola.

– UAAHHHHH! – bocejou Haroldo. – Fecha a cortina quando sair, tá bem?

c) Espera-se que os estudantes compreendam que o uso dos diferentes verbos é um recurso para manifestar declarações e citações, indicando o discurso direto.

2. a) Identifica-se o medo: as pessoas se encontram assustadas com a escuridão. Isso se reconhece pela atitude da vizinha, que chora; pela reação do marido dela, que tenta amenizar a situação; pelas palavras de vládas, que busca acalmar a todos; pelo fato de as pessoas da família estarem agarradas; pelas vozes altas em função da escuridão etcétera Em termos vocabulares, as expressões ajudá-los, de nada mais valesse, voz ansiosa, chorando, com medo, fique tranquila etcétera ajudam a construir a atmosfera de temor da situação.

b) Os verbos são: perguntou, respondeu, pediu, secundou.

c) Sugestão de resposta: perguntou: indagou desconfiado; sondou apreensivo etcétera; respondeu: replicou baixinho; disse brandamente; pediu: suplicou desesperadamente; implorou agoniado etcétera; secundou: repetiu de modo tranquilizador; reiterou enfaticamente etcétera

Peça aos estudantes que leiam seus trechos com substituições e comparem com a turma as diferenças e nuances de sentido de acordo com cada escolha.

Leitura 2

Contexto

Você lerá agora um conto de ficção científica ambientado em um futuro distópico em que os seres humanos são capazes de fazer alterações drásticas em seus corpos por meio de avanços tecnológicos ainda não existentes no nosso tempo.

Antes de ler

Agora que você já conhece algumas características das narrativas de ficção científica, leia apenas o título do conto para responder às questões a seguir.

  • Pela leitura do título do conto e das informações passadas sobre seu contexto, você imagina por que faltam palavras no nome do conto?
  • Pensando em um futuro distópico, para que você imagina que servirão os exercícios descritos na história?

nátali Lourenço

AUTORIA

Formada em Comunicação Social, a cronista e contista paulistana nátali Lourenço (1984-) atua como escritora e redatora publicitária. Sob o alter ego “Ridícula”, costuma escrever sobre questões de gênero e universos ficcionais que retratam personagens femininas em situações pouco comuns, com o absurdo convivendo com a naturalidade. Até 2021 já havia publicado as obras Morri por Educação: 17 contos desgraçados e Sabor idêntico ao natural.

Exercício para

Existe uma foto que sempre me fazia chorar. São duas crianças de etnias inimigas, mas quase não se vê qual é qual, pois as duas estão cobertas de fuligem, sentadas sobre uns escombros e vestidas apenas com fraldas e sapatinhos. Quem tirou essa foto fui eu. Depois, ela estamparia capas de jornais do mundo todo, ganharia prêmios, me tiraria do nada e me levaria a ser uma das fotógrafas mais procuradas do meio. Nunca foi nada disso que fazia despertar tremores e inundações dentro de mim, e sim a mesma coisa indefinível que me levou a fazer o clique. Uma penugem de cinzas cobrindo os cílios das crianças. A fórma que suas mãozinhas se entrelaçavam, sem saber que tinham nascido para se odiar. A vida que continua no meio de um mundo destroçado.

Saiba +

Alter ego

É uma expressão latina que, ao pé da letra, quer dizer “outro eu”. Basicamente, um alter ego é outra personalidade que uma pessoa usa para se expressar artisticamente, por exemplo.

Respostas e comentários

Sobre Contexto

A subseção Contexto convoca conhecimentos prévios dos estudantes. O boxe lateral da página apresenta a autora do texto que lerão. Em contraste com Áizek Ázimóv, ficcionista nascido no início do século vinte, nátali Lourenço é uma jovem nascida no final desse mesmo século.

Orientação

A proposta é que os estudantes levantem hipóteses sobre o significado do título da narrativa que lerão a seguir. Como o capítulo aborda textos do gênero ficção científica, provavelmente os estudantes terão elementos para construir respostas diversas.

Sugestão

Seria interessante associar as hipóteses iniciais à habilidade de inferir, ou seja, de deduzir, perceber, a partir de pistas dadas, os sentidos das palavras no texto. Ao final da leitura, os estudantes poderão verificar se as hipóteses levantadas corresponderam ou não à realidade.

Sobre Antes de ler

Novamente, faça a leitura da narrativa em voz alta com os estudantes. Chame a atenção deles para o modo como as narrativas de ficção científica vão incorporando dados fictícios sobre o futuro como se fossem naturais. Gradualmente, o leitor vai tomando contato com uma realidade imaginária que, apesar de não ser real, se torna verossímil e possível a partir do modo como nos relacionamos com os avanços tecnológicos.

Sobre Saiba+

Esse conteúdo poderá ser trabalhado com a habilidade de identificar tipos de conhecimento que o leitor precisa ter para compreender um novo conceito. No caso, como a expressão está em latim, você poderá explicitar, em linhas gerais, o pertencimento da língua portuguesa ao conjunto das línguas latinas.

Habilidades trabalhadas nesta seção e suas subseções (Estudo do texto e O gênero em foco)

(ê éfe seis nove éle pê quatro seis) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etcétera), dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações, escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando fórmas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs.

(ê éfe seis nove éle pê quatro sete) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes fórmas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

(ê éfe seis nove éle pê quatro nove) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.

(ê éfe oito nove éle pê três três) Ler, de fórma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de fórma livre e fixa (como raicái), poema concreto, sáiberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

Essa foto (chama-se Castor e Pólux) foi impressa em um painel de 3 metros de altura. Eu fiquei de frente para ela na exposição em minha homenagem organizada pela fundação de jânus e, pela primeira vez em mais de 30 anos, os meus olhos permaneceram secos. Doutor cobaiáchi disse que a perda gradual da emotividade é um sintoma comum de quem usa há muito tempo o CyberCortex: o cérebro artificial tem dificuldade para sinalizar a produção de endorfinasglossário . Assim, pediu que eu fizesse alguns exercícios.

Exercício para tristeza

Faça um prato de comida. Assista enquanto ele esfria.

Ao esquentá-lo novamente, imagine se o sabor é o mesmo ou se algo se perdeu.

Pense sobre isso por dois minutos.

Hoje vou tomar um café com jânus. Impossível não associar sua figura barbuda a um acampamento, uma mochila surrada e uma câmera no pescoço. Ninguém entende melhor as zonas de guerra do que ele.

Ilustração. Uma mulher de cabelos pretos, usando vestido verde, que tem duas próteses de metal em lugar das pernas está em pé de braços cruzados em uma calçada. Ela está em frente a uma loja com a placa 'CAFÉ', de costas para a vitrine. Dentro da loja há silhuetas de diversas pessoas em pé conversando.

O medo nunca passa nas zonas de guerra. Mesmo depois de muitos anos e muitas guerras diferentes. Você precisa se concentrar no que está a sua frente, no visor da câmera, e pode não perceber algo importante, como um estilhaço ou uma bala vindo em direção à sua cabeça. Graças ao medo, fui uma das primeiras a fazer o download de memórias para a tecnologia do CyberCortex, em uma época em que isso ainda era considerado excêntrico e antinatural. Hoje, apenas um louco faria o que eu e jânus fazíamos sem antes fazer um upload cerebral completo. Hoje, apenas jânus continua a fazê-lo. Eu não. E quando o estilhaço veio, morte cerebral não significava mais morte. Na volta, foi difícil me acostumar. Caía muito. A maior diferença é o peso da cabeça. Um chip não pesa muito, mesmo com a espuma de alta densidade que é usada para que a cabeça não fique – literalmente – oca.

Respostas e comentários

Orientação

Para estimular a compreensão do texto lido, proponha aos estudantes que se reúnam em duplas para fazer a leitura do conto em voz alta, alternando os parágrafos. Ao final, peça que reflitam sobre diferentes estratégias de leitura: a que realizaram e outras que poderiam ter sido utilizadas. Um trecho do Caderno do Formador, escrito por Delaine Cafiero, pode apoiar a compreensão do que significa ensinar estratégia de leitura: “Diante da necessidade de lidar, simultaneamente, com diversos tipos de conhecimento, o leitor precisa ter (ou é preciso que alguém lhe ensine) estratégias, ou modos de proceder adequadamente, para processar com eficiência os textos, em busca de coerência. Uma estratégia é um meio ou um conjunto de ações utilizadas para alcançar determinados fins. Usamos estratégias para atingir com mais eficiência, com economia de tempo e de esforço cognitivo, os objetivos desejados” (CAFIERO, 2005, página 35).

Era perigoso, e eu era inconsequente. jânus arranjou trabalhos freelance para mim em revistas de notícia e de moda, mas não era isso que eu queria fazer. Em pouco tempo estava de volta às trincheiras. Sei que perdi o equilíbrio perto de um campo minado por causa das pernas cibernéticas que uso hoje. Mandei que deletassem a memória do meu agá dê, por causa do stress pós-traumático. Assim, a única lembrança que tenho desse momento é uma foto tirada sem querer, por um dedo crispado de dor, um borrão 85% terra e 15% céu.

Meus arquivos saltam diretamente para o momento que acordei na ala de báiotéc do hospital. jânus está lá, o que me preocupou de imediato. Seu contrato previa ainda 2 meses no campo de refugiados. Ele explicou sobre o funcionamento dos joelhos mecânicos, primeiro receoso, mas logo voltou a ser ele mesmo, brincando que eu sempre tive umas belas dumas pernas e que agora elas seriam eternas. Se gabou de ter feito com que fossem modeladas a partir de umas fotos de quando eu tinha 25 anos. As duas longas traquitanasglossário se dobram de fórma involuntária quando eu começo a rir.

Exercício para amor

Escolha uma parte pequena de uma pessoa à sua escolha.

Observe detalhes como: uma dobra da orelha, a fórma que as cores se alteram na borda das pupilas. Não pare até encontrar a beleza insuportável que há nisto.

jânus está atrasado para nosso café. Peço mais um duplo, correndo o risco de desregular o pê agá do meu estômago químico. Passam-se duas horas, e nada de jânus. Envio mensagens para seu aparelho pessoal e para o serviço de nanomensagens. É desagradável, mas faço uma ligação para sua casa, torcendo que sua nova esposa não atenda, e sim um jânus esquecido e de pijamas. Segundo Vivian, ele saiu há mais de duas horas. Saio do café e caminho no ar gelado da rua. De costas, algumas pessoas se parecem com ele, mas apenas de costas. De frente, vemos os vidros e as chapas metálicas, os braços mecânicos e unhas microchipadas. Apenas jânus é todo carne e obsolescência. Recebo uma ligação de Lóris, da exposição, pedindo que eu vá para lá o quanto antes.

É dia de semana, e às 17horas, há quase ninguém no hall. Distingo logo a figura de jânus, pequeno contra a gigantesca reprodução de Castor e Pólux. Lóris está ao seu lado e diz em voz tranquilizadora Está Vendo, Cali Chegou, Cali Está Aqui, e ele se cala e me mede com os olhos gelatinosos, os mesmos olhos com que nasceu, e pelo modo que abre e fecha boca, vejo que não sabe quem eu sou. Abana a cabeça e, sem dizer palavra, ergue os olhos para as duas crianças titânicasglossário , cobertas de cinza e desamparo.

Ainda não consigo chorar.

LOURENÇO, nátali. Exercício para. In: Raimundo – Revista da nova literatura brasileira. Disponível em: https://oeds.link/kynSXO. Acesso em: 2 abril 2022.

Respostas e comentários

Indicação de livro

Se quiser ler mais sobre estratégia de leitura, consulte:

CAFIERO, Delaine. Leitura como processo: caderno do formador. Belo Horizonte: ceále, ú éfe ême gê, 2005.

Orientação

Este conto de nátali Lourenço apresenta uma sequência de fatos da memória, reflexões e pensamentos da personagem. Após a leitura, proponha aos estudantes que rememorem, em silêncio, os elementos da narrativa e aspectos da estrutura da narrativa, vistos anteriormente.

Sugestão

Ao longo da leitura do conto, os estudantes puderam compreender que a ação da narrativa ocorre em um tempo imaginário, ficcional, em que tudo pode acontecer. Proponha que, ainda em duplas, voltem à leitura e encontrem fatos que poderiam ser reais e que, por exemplo, circulariam em notícias. É o caso de exposição de fotografias, ocorrência de guerras, fotógrafos e jornalistas que cobrem essas guerras, frequentar cafés etcétera

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. Retome o que pensou a respeito do título da narrativa e responda: por que o título parece estar incompleto?
  2. Antes de ler o texto, você levantou hipóteses sobre os exercícios mencionados. O que você havia imaginado se confirmou após a leitura do texto?
  3. No início do conto, a personagem descreve uma fotografia que retrata uma questão social.
    1. Qual é a questão social retratada?
    2. Em que cenário a fotografia tirada por Cali foi ambientada?
    3. O retrato fotográfico criado pela narradora tem um nome e faz referência a uma figura mítica. Qual?
  4. Para se referir à imagem que retratou, a narradora utiliza duas palavras diferentes.
    1. Quais são essas palavras?
    2. Que outras palavras poderiam ser utilizadas pela autora para evitar a repetição dessa palavra?
Ícone retomada de tópicos.

Coesão

A atividade 4 destaca que o emprego de palavras diferentes para nos referirmos ao mesmo elemento no texto pode ajudar a melhorá-lo, tornando-o mais coeso. Um dos aspectos da coesão é a progressão vocabular que podemos fazer quando escrevemos uma redação, utilizando vocabulário diverso em vez de repetirmos várias vezes a mesma palavra.

  1. No conto, a autora se vale de diferentes palavras para expressar o modo como a personagem não conseguia mais sentir as coisas. Quais são elas?
  2. Releia agora um trecho do conto:

Hoje vou tomar um café com jânus. Impossível não associar sua figura barbuda a um acampamento, uma mochila surrada e uma câmera no pescoço. Ninguém entende melhor as zonas de guerra do que ele.

O medo nunca passa nas zonas de guerra. Mesmo depois de muitos anos e muitas guerras diferentes. Você precisa se concentrar no que está a sua frente, no visor da câmera, e pode não perceber algo importante, como um estilhaço ou uma bala vindo em direção à sua cabeça.

LOURENÇO, nátali. Exercício para. In: Raimundo – Revista da nova literatura brasileira. Disponível em: https://oeds.link/kynSXO. Acesso em: 2 abril 2022.

Ainda que o conto não anuncie diretamente a profissão de jânus, podemos inferi-la a partir do trecho lido. Com o que jânus trabalhava?

Ícone retomada de tópicos.

Inferência

A atividade 6 trabalha o processo da inferência, sendo este o modo como conseguimos assimilar algumas informações não explícitas em um texto. Embora nem tudo esteja evidente no texto, podem-se inferir outras características das personagens, por exemplo, a partir de detalhes e vestígios deixados pelo narrador, que nos ajudam a desvelar certas informações.

Respostas e comentários

4. a) Para se referir à imagem, Cali utiliza as expressões foto e clique.

4. b) Fotografia, registro fotográfico, retrato, entre outros sinônimos.

jânus também era fotógrafo de guerra, assim como Cali.

Respostas

1. Ouça o que os estudantes imaginaram a respeito do título do conto e depois levante hipóteses para interpretá-lo com base nas informações presentes no texto. Entre as possibilidades, está a de dar destaque ao fato de que a personagem, ao ter seu cérebro substituído por um chip, perdeu sensações e emoções que tinha antes; é um destaque à desumanização desse indivíduo.

2. Os exercícios mencionados no título e presentes no conto se referem àqueles que a narradora, a personagem Cali, tem de fazer para retomar suas sensações, uma vez que teve de fazer o upload de suas memórias, além de um transplante cerebral que substituiu seu cérebro por um chip.

3. a) A imagem retrata duas crianças, de etnias inimigas, cobertas por poeira de escombros. A crítica parece estar centrada no fato de que houve uma guerra, e essas crianças, mesmo sendo de grupos étnicos rivais, parecem não entender o conflito ocorrido. A crítica também reside no fato de que essa fotografia poderia ser contemporânea a nós ou retratar conflitos que poderiam ocorrer também em um futuro não muito distante.

b) Provavelmente em uma guerra, em um futuro não datado. O modo vago como é construído o cenário ajuda a criar a percepção de que essa história poderia acontecer em qualquer lugar, inclusive onde vivemos.

c) A fotografia recebe o título de “Castor e Pólux”. Na mitologia grega, Castor e Pólux são irmãos por parte de mãe, mas apenas o segundo é filho de Zeus e, portanto, imortal. Conta a lenda que Pólux divide sua imortalidade com Castor para que permaneçam juntos para sempre. Ela foi utilizada como título da fotografia provavelmente para marcar a fraternidade entre as duas crianças, que, mesmo sendo de etnias diferentes, estavam ligadas como irmãs em uma situação de conflito.

5. As expressões meus olhos permaneceram secos, sempre me fazia chorar, nunca foi nada disso que fazia despertar tremores e inundações dentro de mim etcétera

Faça as atividades no caderno.

  1. Por que Cali perdeu a emotividade?
  2. O que seria o CyberCortex?
  3. Leia novamente os exercícios que o Doutor cobaiáchi pediu a Cali que fizesse.
    1. Os trechos que marcam os exercícios feitos pela personagem para recuperar a sensibilidade estão destacados de que fórma ao longo do texto? Por que a autora do conto optou por fazer esse destaque?
    2. Imagine agora que você foi convidado a colaborar com a pesquisa do Doutor cobaiáchi. Quais exercícios você sugeriria que Cali fizesse para recuperar as emoções apresentadas?
    3. Agora pense em uma sensação ou emoção e crie uma receita para ela.
Versão adaptada acessível
  1. Os trechos que marcam os exercícios feitos pela personagem para recuperar a sensibilidade estão destacados ao longo do texto. Por que a autora do conto optou por fazer esse destaque?
  2. Imagine agora que você foi convidado a colaborar com a pesquisa do Doutor Kobayashi. Quais exercícios você sugeriria que Cali fizesse para recuperar as emoções apresentadas?
  3. Agora pense em uma sensação ou emoção e crie uma receita para ela.
Ilustração. Um androide branco, robô de aparência humana, olhando um dispositivo semelhante a um tablet, que segura com ambas as mãos. Em um balão de pensamento, as palavras: 'Exercício para...'
Exemplo de androide fazendo os mesmos exercícios que Cali tinha de fazer.
  1. No final do conto, o discurso direto, ou seja, as falas da personagem Lóris são marcadas de modo não convencional.
    1. Qual recurso incomum é utilizado pela autora para marcar as falas?
    2. Esse recurso utilizado nessa literatura pode ser considerado um erro?
  2. Outro aspecto interessante na organização da narrativa são os nomes das personagens. Tanto jânus como Cali são referências a nomes de divindades. Faça uma breve pesquisa sobre essas figuras míticas e levante uma hipótese sobre o uso desses termos.
  3. Como vimos no item c da atividade 3, logo no início da narrativa, o conto “Exercício para” faz referência ao mito grego de Castor e Pólux. Pode-se dizer que ao longo do conto as ideias de morte e de vida eterna estão presentes. Indique em que situações elas estão sugeridas.
  4. Ao longo do conto, a autora parece colocar uma tensão entre elementos que representam a natureza e a parte orgânica do corpo humano e aspectos sintéticos, ligados a máquinas. Que efeito de sentido isso produz no texto?
  5. As narrativas dos contos, de modo geral, tendem a se organizar a partir de uma situação inicial, um conflito, um clímax e seu desfecho. Como podemos situar esses elementos no conto “Exercício para”?
  6. Associe a última frase do conto com o Exercício para tristeza e o Exercício para amor. Os conceitos de tristeza e amor apresentados nos exercícios podem contribuir para a resolução do problema contido na frase Ainda não consigo chorar? Por quê?
Respostas e comentários

9. c) Resposta pessoal.

15. Não, pois os conceitos retratam perspectivas egocêntricas.

Respostas (continuação)

7. Cali trabalhava como fotógrafa, cobrindo reportagens de guerras e conflitos. Em um desses trabalhos, um estilhaço atingiu sua cabeça e a fez sofrer uma espécie de morte cerebral. No entanto, tempos antes de isso ocorrer, a humanidade havia criado uma nova tecnologia que permitiria o upload de memórias. Dessa fórma, seu cérebro foi transplantado e substituído por um chip; contudo, isso a levou à perda da ­capacidade de sentir as coisas e de se emocionar.

8. CyberCortex é o nome da tecnologia que permitiu à personagem principal permanecer viva, fazendo com que as memórias humanas fossem armazenadas em um arquivo digital e, depois, transferidas para um chip.

9. a) A autora utilizou itálico como destaque gráfico e recuo em relação ao restante do texto. Ela optou por esse destaque talvez pelo fato de a narradora reproduzir uma prescrição médica que lhe foi dada e, dessa fórma, fazer com que os leitores se coloquem no lugar da personagem.

b) Oriente os estudantes a fazer releituras dos exercícios originais que aparecem no texto por meio de pequenos textos injuntivos e do uso do modo imperativo do verbo: faça, pense etcétera

10. a) A autora utiliza letras maiúsculas nas iniciais das palavras no trecho “Está Vendo, Cali Chegou, Cali Está Aqui”.

b) Não pode ser considerado um erro, uma vez que, em literatura, que é uma expressão artística, o autor tem liberdade para trabalhar diversas fórmas de se expressar.

11. É provável que os estudantes encontrem referências à divindade clássica jânus (ou ), deus da mudança, e Cali (ou Kali), deusa hinduísta que representa a natureza.

12. Está sugerido sobretudo no fato de que era para a protagonista não ter sobrevivido ao acidente, mas retorna à vida por causa da tecnologia. Esse fato também sugere que se trata de um tempo em que a imortalidade é possível.

13. O contraste entre a natureza e a máquina é usado para ajudar a ilustrar o aspecto de ciborgue da narradora-personagem, que se mantém viva por meio de próteses sintéticas.

14. A situação inicial se constrói a partir da apresentação da personagem Cali, que afirma não conseguir mais sentir a realidade nem se comover com ela. O conflito começa quando percebemos que o que salvou a vida da narradora também tirou sua sensibilidade. O clímax se dá no momento em que Cali finalmente reencontra jânus em uma exposição de seus trabalhos artísticos, mas ele não a reconhece.

O gênero em foco

Conto de ficção científica

Os contos de ficção científica se assemelham, em muitos aspectos, aos romances do mesmo gênero, com diferença no modo como a narrativa é construída. Os contos são mais curtos que os romances e se desenvolvem a partir de um único conflito. Além disso, os autores têm mais liberdade, podendo excluir algum elemento, como um clímax óbvio e um desfecho mais definitivo.

Para entender a estrutura do conto, vamos tomar como exemplo o texto lido na seção Leitura 2.

No início do conto “Exercício para”, a personagem Cali se apresenta e relata o que ocorreu a partir de uma fotografia que tirou no passado e que, hoje, está em uma exposição. Enquanto fala de si e de sua vida, menciona novas tecnologias – como download de memórias, upload cerebral e chip que pode substituir o cérebro –, como se elas já fossem presentes e naturais na vida do leitor. Esse cenário caracteriza a situação inicial.

O conflito começa a se desenvolver quando se percebe, junto com a narradora, que o que salvou sua vida também tirou sua sensibilidade, de modo que ela precisa fazer diversos exercícios para ter sensações e emoções novamente.

O clímax, como o ponto mais alto da narrativa, se dá no momento em que Cali finalmente reencontra jânus na exposição, mas ele não a reconhece. Provavelmente como se tivesse passado pelo mesmo processo que ela e, de alguma maneira, perdido a memória.

No desfecho, de algum modo, voltamos à situação inicial, quando a personagem afirma que não consegue sentir nada, mesmo percebendo que o amigo não a reconhece mais.

A esta altura você já pode fazer apontamentos de alguns aspectos que caracterizam o gênero ficção científica. Destaque, em seu caderno, quais são essas definições. Para ajudar na sua produção, reflita sobre os questionamentos a seguir.

  • A fantasia é explicada por fôrças mágicas e místicas? Se não, como ocorre a justificação do enredo?
  • Normalmente, em que tempo se passam as histórias de ficção científica e por que razão isso ocorre?
  • Nessas histórias existe somente aventura com fim de entretenimento ou pode haver maior profundidade, como a abordagem de questões políticas, ecológicas ou de dilemas éticos? Explique a razão de esses aspectos estarem ou não presentes.
  • É comum haver exploração dos aspectos psicológicos das personagens?
Fotografia de cena de filme. Um androide com uma face humana e outra face robótica está em pé, com os braços semiflexionados junto ao corpo. Do olho que está na face robótica e através de frestas no corpo metálico irradia uma luminescência avermelhada de seu interior.
A ideia de criar seres vivos, ou algo semelhante a isso, de modo a alcançar o prodígio de produzir um organismo, já estava presente na obra de Méuri Chélei Frankenstein. A exemplo do conto lido nesta Unidade, você certamente conhece vários títulos que trazem em suas tramas seres biológicos criados em laboratório, ciborgues ou máquinas com avançada inteligência artificial (i á).
Respostas e comentários

Sobre O gênero em foco

Esta seção aborda os elementos que constituem as narrativas de ficção científica, definindo dois gêneros: o conto e o romance. Os estudantes poderão entender as diferenças entre um e outro gênero a partir da extensão deles. No entanto, trata-se, principalmente, das intenções particulares do autor ao escrever textos nesses dois gêneros, ou seja, da situação de comunicação (situação inicial, clímax, desfecho) em que ele se coloca: escreve o que, para quem, com que intenção, para ser publicado de que fórma etcétera

Sobre Conto de ficção científica

Para Antonio Candido, as fronteiras entre os gêneros conto e romance são tênues: “Não se trata mais de coexistência pacífica das diversas modalidades de romance e conto, mas do desdobramento destes gêneros, que na verdade deixam de ser gêneros, incorporando técnicas e linguagens nunca dantes imaginadas dentro de suas fronteiras. reticências” (CANDIDO, 2017, página 209).

Indicação de livro

CANDIDO, Antonio. Educação pela noite. sexta edição Rio de Janeiro: Ouro Azul, 2017.

Solicite aos estudantes que façam os apontamentos sobre o gênero ficção científica em casa. Você também pode separá-los em duplas e aprofundar o trabalho, de modo a solicitar exemplos de cada tópico. Os estudantes costumam ter um bom repertório a respeito desse gênero, por causa de livros, agá quês, filmes e séries. Sugerimos que você aceite todos esses formatos, uma vez que ajudarão a criar uma panorâmica do tema. Peça que tragam os apontamentos no dia combinado e promova a comparação entre eles, de modo a conferir se chegaram a conclusões semelhantes. A seguir, encontra-se um esboço de respostas possíveis.

Apontamentos de alguns aspectos que caracterizam o gênero ficção científica

  • A narrativa não está baseada na mágica e no místico, mas em avanços científicos e tecnológicos, de modo a convencer o leitor ou espectador de que esses fatos seriam possíveis.
  • As histórias de ficção científica costumam ocorrer no futuro, visto que esse é um modo de criar mais verossimilhança para os progressos científicos descritos.
  • É bastante comum que as histórias desse gênero aliem entretenimento com reflexão sobre temas mais profundos. Desse modo, fazem uma crítica aos rumos da sociedade atual. Podem estar presentes nas utopias e bem mais frequentes nas distopias.
  • Em muitas histórias, existe um conflito psicológico, uma vez que a personagem se vê muitas vezes deslocada, angustiada ou oprimida por um mundo profundamente transformado. Esse dado também é mais comum nas distopias.

Oralidade

Faça as atividades no caderno.

Esquete de ficção científica

Agora, reunidos em grupos de quatro ou cinco integrantes, você e seus colegas de turma criarão um esquete teatral com uma narrativa de ficção científica a partir das etapas mostradas a seguir.

Saiba +

Esquete

É uma expressão oriunda da língua inglesa, sketch, que designa cenas teatrais apresentadas em equipe, com narrativas geralmente de caráter cômico, mas não exclusivamente, e sempre de curta duração.

Etapa 1: Construindo o roteiro

Depois de formar o grupo, discutam ideias de narrativa para uma história ambientada no futuro. Escolham a melhor ideia e escrevam-na em uma folha. Explorem, por exemplo, as posturas de confiança e ceticismo em relação ao progresso tecnocientífico e pensem em uma história que mostre tecnologias ainda não existentes. Depois disso, escrevam as falas de cada personagem, com rubricas, pensando em um conto com início, conflito, clímax e desfecho.

Ícone retomada de tópicos.

Rubrica

Rubrica é um elemento característico do texto dramático. Serve para descrever: a movimentação das personagens, a interpretação dos atores (como expressar determinada fala ou movimento) e os elementos cênicos, como mobília e sonoplastia. Para se diferenciar dos diálogos, a rubrica costuma ser grafada em itálico, entre parênteses ou colchetes. Observe o exemplo.

[Sônia pega o copo e olha para Luís] – Eu não vou para Saturno com você. Viagem muito cansativa...

[Luís tira o copo da mão dela] – Vai sim. As passagens estão compradas e eles não devolvem o dinheiro.

Etapa 2: Caracterizando as personagens e o cenário

Para apresentar o esquete para a turma, elejam duas pessoas do grupo para cuidar da cenografia, ou seja, dos elementos que constituirão o cenário do esquete, e também da caracterização das personagens. Para elaborar esses dois pontos, desenhem esboços em folhas de sulfite, levando em conta produções desse gênero que vocês já viram, como agá quês, filmes, games etcétera Pensem também em músicas que possam ajudar a criar uma ambientação futurista para a história que será contada para a turma.

Etapa 3: Ensaiando o esquete

Depois de definir a história, as falas, os figurinos e os cenários do esquete, é hora de ensaiar. Combinem com o professor o tempo de ensaio necessário para que, na hora da gravação, vocês tenham um bom resultado. E lembrem-se de que essas são cenas de curta duração, mas impactantes. Tentem fazer uma história criativa e, ao mesmo tempo, que ajude a refletir sobre as nossas imperfeições em face das mudanças tecnológicas com as quais convivemos.

Respostas e comentários

Sugestão

Antes de propor a produção do esquete, se possível busque na internet e exiba, como modelo para os estudantes, alguns vídeos desse gênero. Nesta página, inicia-se a explicação sobre os elementos do gênero, que devem ser compreendidos pelos estudantes antes da elaboração dos esquetes. Uma sugestão de prática é dividir a sala de aula em grupos, cada um produzindo um esquete, sem esquecer que é preciso se referir ao que foi apreendido ao longo do estudo sobre o gênero ficção científica.

Sobre Saiba+

O texto deste boxe traz o conceito do gênero esquete. Destaque o caráter de ser uma produção curta, que passa a mensagem de fórma eficaz.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(ê éfe seis nove éle pê cinco dois) Representar cenas ou textos dramáticos, considerando, na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e paralinguísticos das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entonação e expressividade, variedades e registros linguísticos), os gestos e os deslocamentos no espaço cênico, o figurino e a maquiagem e elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da trilha sonora e da exploração dos modos de interpretação.

(ê éfe seis nove éle pê cinco três) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, humorísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura infantojuvenil, – contar/recontar histórias tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, contos de animais, contos de amor, contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, expressando a compreensão e interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela pontuação quanto por outros recursos gráfico-edi­toriais, como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etcétera, gravando essa leitura ou esse conto/reconto, seja para análise posterior, seja para produção de audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto de fórma livre quanto de fórma fixa (como quadras, sonetos, liras, raicáis etcétera), empregando os recursos linguísticos, paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de gestualidade e pantomima que convenham ao gênero poético e à situação de compartilhamento em questão.

Etapa 4: Produzindo e gravando a parte audiovisual do esquete

Depois que as cenas estiverem bem ensaiadas, será hora de gravá-las. Vocês podem utilizar câmeras de aparelhos celulares ou outro equipamento para gravar e editar um vídeo no qual o esquete possa ser apresentado para outras pessoas. Para isso, vocês poderão incluir, na edição final, um narrador que comente a história, bem como algumas músicas.

Etapa 5: Circulando os esquetes

Disponibilizem as gravações dos esquetes no site da escola. Deixem espaços para comentários, de modo que os colegas possam incluir suas opiniões.

Etapa 6: Avaliando o que foi apresentado

Depois que todos os grupos tiverem apresentado seus esquetes, organizem uma roda de conversa na sala de aula e avaliem os trabalhos de todos.

  • O que foi possível aprender sobre as narrativas de ficção científica ao longo do processo?
  • Quais foram os pontos positivos de cada apresentação?
  • Baseando-se no que ficou bom nas apresentações dos outros grupos, como podemos melhorar nossa encenação?
Respostas e comentários

Orientação

Uma das orientações é sobre o uso de tecnologias para gravar e reproduzir os esquetes. Embora os adolescentes tenham, em geral, habilidade suficiente para realizar essa atividade, é importante orientá-los sobre a necessidade de avaliar, antes de qualquer exibição para os demais, as qualidades visuais, sonoras e de organização do texto. Esse cuidado poderá conduzir os estudantes ao aperfeiçoamento do esquete, considerando a situação de comunicação inicial: o que será apresentado, como, quando, onde etcétera

Sugestão

Peça aos grupos que atentem para o que está sendo proposto em cada etapa, compartilhando suas produções com os demais e avaliando o conjunto delas.

Conhecimentos linguísticos e gramaticais 2

Faça as atividades no caderno.

Predicado nominal

Releia o trecho a seguir do texto da seção Leitura 2:

Fotografia. Painel com as palavras: 'OS MEUS OLHOS PERMANECERAM SECOS', com estas duas últimas palavras em destaque, sobre a imagem de uma mulher de cabelos lilases que está de perfil, usando um fone de ouvido com a haste sobre a testa cujas bordas parecem emitir uma luminescência de neon. Atrás dela há um fundo escurecido, como um cenário espacial, com inúmeros pontos luminosos semelhantes a estrelas, e fragmentos pairando entre eles.

Essa foto (chama-se Castor e Pólux) foi impressa em um painel de 3 metros de altura. Eu fiquei de frente para ela na exposição em minha homenagem organizada pela fundação de jânus e, pela primeira vez em mais de 30 anos, os meus olhos permaneceram secos. Doutor cobaiáchi disse que a perda gradual da emotividade é um sintoma comum de quem usa há muito tempo o CyberCortex: o cérebro artificial tem dificuldade para sinalizar a produção de endorfinas. Assim, pediu que eu fizesse alguns exercícios.

LOURENÇO, nátali. Exercício para. In: Raimundo – Revista da nova literatura brasileira. Disponível em: https://oeds.link/kynSXO. Acesso em: 2 abril 2022.

Ícone retomada de tópicos.

Verbos de ligação

São aqueles que ligam o sujeito a uma característica ou estado. Temos, como exemplos de verbos de ligação: ser, estar, permanecer, ficar, parecer, continuar, virar, tornar-se.

  1. Identifique no texto e escreva em seu caderno as orações com verbos de ligação.
  2. Qual é o sujeito dessas orações?
  3. O verbo de ligação indica uma característica ou um estado do sujeito? Especifique.
  4. Qual é o predicado das orações?

Como você observou, o verbo de ligação liga o sujeito a uma característica ou a um estado expresso no predicado da oração. Essa parte do predicado é o predicativo do sujeito. Sempre que houver um predicativo do sujeito como núcleo do predicado, ele será denominado predicado nominal. Vamos observar o período a seguir:

Esquema. Janus está atrasado para nosso café.
Janus: sujeito
Está: verbo de ligação
Atrasado: núcleo do predicado (predicativo do sujeito)
está atrasado para nosso café: Predicado nominal

O sujeito da oração não está praticando nenhuma ação. O verbo está indica um estado em que o sujeito se encontra, no caso “atrasado”. Dessa maneira, atrasado exerce o papel de predicativo do sujeito e é o núcleo do predicado.

Respostas e comentários

b) “Os meus olhos” e “a perda gradual da emotividade”.

Respostas

a) “Os meus olhos permaneceram secos” e “a perda gradual da emotividade é um sistema comum.”

c) No primeiro caso, “Os meus olhos permaneceram secos” indica um estado. No segundo, uma característica.

d) São: “permaneceram secos” e “é um sistema comum”.

Habilidades trabalhadas nesta seção e sua subseção (Questões da língua)

(ê éfe seis nove éle pê cinco quatro) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos pa­ralinguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e cono­tativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordinadas adjetivas etcétera), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.

(ê éfe zero nove éle pê zero quatro) Escrever textos corretamente, de acordo com a norma-padrão, com estruturas sintáticas complexas no nível da oração e do período.

(ê éfe zero nove éle pê zero cinco) Identificar, em textos lidos e em produções próprias, orações com a estrutura sujeito-verbo de ligação-predicativo.

(ê éfe zero nove éle pê zero seis) Diferenciar, em textos lidos e em produções próprias, o efeito de sentido do uso dos verbos de ligação “ser”, “estar”, “ficar”, “parecer” e “permanecer”.

(ê éfe zero nove éle pê um dois) Identificar estrangei­rismos, caracterizando-os se­gun­do a conservação, ou não, de sua fórma gráfica de origem, avaliando a pertinência, ou não, de seu uso.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia a tirinha a seguir. Depois, faça o que se pede.

Ilustração. Reprodução de tirinha em quadrinhos em cinco cenas. Personagens: dois alienígenas, com um só olho centralizado em uma cabeça alongada e de corpo verde semelhante ao de polvo estão diante um do outro. Um deles usa capacete transparente. Cena 1. O alienígena de capacete segurando um celular diz: 'VARGINHA É DEMAIS! VAMOS DAR UM PULINHO EM MARTE AGORA?'. Ao lado, o outro alienígena responde: 'CLARO! VOCÊ PODE CHAMAR UMA NAVE AÍ?'. Cena 2. Um celular com um aplicativo com imagem de espaçonave e o número 8. Ele diz: 'ROMENIG CHEGARÁ EM 8 MINUTOS.'. O balão de fala, com bordas pontiagudas, indica que o outro alienígena (que não aparece) responde irritado: '8 MINUTOS?!'. Cena 3. O alienígena de capacete diz: 'VOU CHAMAR OUTRO, CALMA.'. O outro alienígena responde, de olho fechado e um dos braços de polvo na testa, de olho fechado em um gesto de desânimo: 'ESSAS NAVES PRIMITIVAS AINDA VIAJAM NA VELOCIDADE DA LUZ?'. Cena 4. O alienígena de capacete consulta o aplicativo e diz: 'NEY CHEGARÁ EM 5 HORAS.' O outro alienígena, com dois dos braços de polvo para cima em um gesto de desespero, responde: '5 HORAS?! ESSE CARA TÁ VINDO DE ONDE? PLUTÃO?'. O alienígena de capacete lhe mostra a tela do aplicativo e responde: 'SIM.'

Nave de aplicativo, de Humor com Ciência, de Uilian Rafael Silva.

  1. A tirinha mostra seres alienígenas como personagens. Apesar disso, ela está retratando uma situação que é totalmente desconhecida da realidade do mundo atual? Justifique sua resposta.
  2. Que efeito de humor o cartunista pretendeu obter ao criar a situação mostrada na tirinha? Discuta com um colega e cheguem a uma conclusão.
  3. No primeiro quadrinho há uma oração com predicado nominal. Que oração é essa?
  4. Substitua o verbo dessa oração por outros três verbos de ligação, criando, assim, três versões da oração original. O predicado continua indicando um estado ou uma característica do sujeito?
  1. Ao longo desta Unidade você teve contato com algumas obras de ficção científica. Algumas delas estão a seguir.
    • Forme dupla com um colega. De acordo com o que você soube a respeito dos enredos desses livros, você e seu parceiro devem inventar outro título para eles. O novo título não precisa ter relação com o título verdadeiro, mas deve ser coerente com a história que é contada na obra.
    • Caso seja necessário, retomem o conteúdo estudado para recordar os enredos ou façam uma pesquisa rápida na internet.
    • Atenção! Há uma regra: os títulos devem ser orações formadas por pronome nominal. Depois, compartilhem com seus outros colegas os títulos inventados e observem se eles concordam com suas escolhas.
Fotografia. Reprodução de capa de livro. Na parte superior, o nome do autor: 'ISAAC ASIMOV'. Abaixo, o título: 'ORIGENS DA FUNDAÇÃO'. No centro da capa, sobre um fundo azulado de cenário noturno, um homem usando trajes semelhantes a um manto e túnica está sobre uma pequena plataforma em meio a estruturas pontiagudas semelhantes a edifícios ou foguetes, das quais emanam alguns pontos luminosos. Pairando entre elas há objetos luminosos, e um planeta ou lua  muito próximo, com uma das bordas iluminada, aparece no céu ao fundo.
Capa do livro Origens da Fundação, de Áizek Ázimóv, editora álefí, 2021.
Fotografia. Reprodução de capa de livro. Na parte superior, o nome da autora: 'MARY SHELLEY'. Abaixo, o título: 'FRANKENSTEIN'. No centro da capa, sobre um fundo vermelho, ilustração em preto e branco da face e parte do tronco de uma criatura de aspecto humano, de rosto pálido, com a fronte e supercílios proeminentes e pinos salientes em ambos os lados do pescoço.
Capa do livro Frankenstein, de Méuri Chélei, editora Ele e Pê ême, 2015.
Fotografia. Reprodução de capa de livro. Na parte superior, o nome do autor: 'MICHAEL CRICHTON'. Abaixo, o título: 'JURASSIC PARK', o qual é atravessado por folhas de vegetação tropical exuberante, de onde emerge a cabeça de um grande réptil pré-histórico de pele verde, olho amarelo e boca aberta, com dentes brancos pontiagudos. Abaixo, um carro vermelho se deslocando por um terreno enlameado, em fuga de um tiranossauro, um grande réptil pré-histórico de pele verde, pequenos braços e grandes pernas, que está de boca aberta.
Capa do livro Jurassic Park, de máicou críchiton, editora álefí, 2020.
Fotografia. Reprodução de capa de livro. Na parte superior, o nome do autor: 'JÚLIO VERNE'. Abaixo, o título: 'VINTE MIL LÉGUAS SUBMARINAS'. No centro, ilustração de um submarino em formato de peixe-espada navega no fundo mar, em meio a cardume de peixes, águas-vivas, um tubarão e um polvo. Da superfície da água irradiam fachos de luz natural em direção ao fundo, e do submarino, um facho de luz é emitido de um farol abaixo da popa da embarcação, e de alguns pontos do casco, através de escotilhas brilham as luzes de bordo. Da popa emana uma esteira de bolhas de ar, produzida por seus propulsores em funcionamento, indicando que o submarino não está somente flutuando, mas também se deslocando para a frente.
Capa do livro Vinte mil léguas submarinas, de Júlio Verne, editora éfe tê dê, 2020.
Fotografia. Reprodução de capa de livro. Na parte inferior, o título: 'O GUIA DO MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS'. Abaixo, o nome do autor: 'DOUGLAS ADAMS'. No centro da capa, sobre um fundo azulado de cenário espacial, ilustrações de uma escavadeira amarela e da cabeça quadrada de um robô cinza.
Capa do livro O Guia do mochileiro das galáxias, de Douglas ádams, editora Arqueiro, 2011.
Fotografia. Reprodução de capa de livro. Na parte superior, o título: 'JOGOS VORAZES'. Abaixo, no canto direito, o nome da autora: 'SUZANNE COLLINS'. No centro da capa, sobre um fundo preto com traçados circulares e linhas retas cinza, ilustração de um anel circular dourado, no interior do qual há um pássaro semelhante a um beija-flor e uma seta, também dourados.
Capa do livro Jogos vorazes, de Suzanne cólins, editora Rocco, 2021.
Respostas e comentários

Respostas

1. a) Apesar das personagens e da ambientação de ficção científica, a tirinha mostra os alienígenas pedindo um transporte por aplicativo de celular. Essa é uma realidade bastante conhecida de muitas pessoas na atualidade.

b) O efeito de humor está em colocar personagens alienígenas e que dispõem de tecnologia avançada para viajar entre planetas, mas ainda enfrentam problemas comuns como os das pessoas nas cidades, como usar aplicativos de transporte em celulares e reclamar dos cancelamentos das corridas ou da demora. Nesse caso, o humor reforça que os motivos da demora ocorrem de acordo com o ambiente da ficção científica: o transporte é por naves, viaja-se para além da velocidade da luz, as naves fazem viagens que atravessam o Sistema Solar. Chame também a atenção para o fato de citarem Varginha (Minas Gerais) no primeiro quadrinho, cidade que, anos atrás, virou assunto por ter supostamente recebido extraterrestres.

c) Varginha é demais!

d) O estudante deve criar frases usando outros verbos de ligação, tendo resultados como: Varginha está demais; Varginha permanece demais; Varginha continua demais etcétera E, com essas substituições, mantém-se a característica original, com o predicado indicando estado ou característica do sujeito.

2. Se os estudantes tiverem dificuldade na elaboração, dê exemplos. Caso o tempo em aula não seja suficiente, permita que continuem a elaboração em casa e tragam na próxima aula. Ao receber os títulos criados, deixe que as duplas compartilhem pelo menos um ou dois títulos criados. Verifique se os colegas concordam com as escolhas e se entendem que estão seguindo a principal regra: que seja oração formada por pronome nominal. Aprofunde a exploração e peça a cada dupla que indique, para cada título criado, o sujeito, o verbo de ligação e o predicativo do sujeito.

Estrangeirismos

Você sabe o que são estrangeirismos? Geralmente textos que tratam do tema tecnologia se utilizam de muitas palavras em línguas estrangeiras, especialmente da língua inglesa. Releia:

reticências Graças ao medo, fui uma das primeiras a fazer o download de memórias para a tecnologia do sáibercortécs, em uma época em que isso ainda era considerado excêntrico e antinatural. Hoje, apenas um louco faria o que eu e jânus fazíamos sem antes fazer um upload cerebral completo. reticências A maior diferença é o peso da cabeça. Um chip não pesa muito, mesmo com a espuma de alta densidade que é usada para que a cabeça não fique – literalmente – oca.

Era perigoso, e eu era inconsequente. reticências Sei que perdi o equilíbrio perto de um campo minado por causa das pernas cibernéticas que uso hoje. Mandei que deletassem a memória do meu agá dê, por causa do stress pós-traumático reticências.

LOURENÇO, nátali. Exercício para. In: Raimundo – Revista da nova literatura brasileira. Disponível em: https://oeds.link/kynSXO. Acesso em: 2 abril 2022.

  1. Quais palavras você identifica nesse trecho que não pertencem à língua portuguesa do Brasil?
  2. Procure em um dicionário de português as palavras identificadas no item anterior. Quais você não encontrou?
  3. Mesmo que não tenha encontrado todas essas palavras no dicionário, você sabe o que elas significam?

Como você sabe, a língua portuguesa é de origem latina. Por isso, muitas palavras que utilizamos no nosso dia a dia vêm dessa língua. Quando a língua portuguesa chegou ao Brasil, já tinha influência de outras línguas, como o grego. Especificamente o português brasileiro recebeu muitas palavras e expressões das línguas indígenas e africanas e das línguas dos imigrantes que para cá vieram, como o espanhol, o japonês, o árabe etcétera Nossa língua ainda acolheu palavras das chamadas línguas de cultura, como foi o caso do francês, e, hoje, recebe fortes influências do inglês, principalmente em razão do mundo da tecnologia.

É típico dos gêneros literários que envolvem ficção científica o uso de palavras ligadas ao universo da tecnologia. No conto lido, o cérebro assume outra fórma, passando a ser o CyberCortex. Observe que essa palavra é composta de dois elementos (cyber + córtex). O primeiro elemento é uma redução de cybernetic, que, em português, designa algo que se utiliza de uma tecnologia muito avançada. O segundo elemento refere-se à camada que envolve externamente os órgãos, como o córtex cerebral. Assim, CyberCortex é um cérebro artificial de tecnologia avançada.

Ligadas a esse universo, palavras como download e upload são muito usadas – a primeira indica o ato de transferir, descarregar ou baixar um software, arquivos ou dados da internet ou de outro computador para outras máquinas, como celulares. Já upload designa o caminho inverso, ou seja, transferir informações digitais de nossos aparelhos para outras máquinas ou aplicativos, sites etcétera Chip refere-se a um componente eletrônico. agá dê é uma sigla que pode ter dois sentidos: High Definition (alta definição) ou Hard Disk (disco rígido), dependendo do contexto.

Respostas e comentários

c) Resposta pessoal.

Respostas

a) Download, CyberCortex, upload, chip, agá dê, stress.

b) Provavelmente, os estudantes não encontrarão nenhuma delas.

Orientação

Esse conteúdo propõe leitura e reflexão sobre o conceito de estrangeirismo e relaciona a constituição da língua portuguesa falada no Brasil com elementos da história da língua. Um conceito que você pode ressaltar nesse momento é o de “língua viva”, ou seja, a condição de contínua transformação das diferentes línguas.

Sugestão

Comente com os estudantes a influência linguística e a sua inclusão no cotidiano dos falantes de língua portuguesa e das expressões tecnológicas que, muitas vezes, são apropriadas do inglês.

É também interessante observar como as palavras migram de uma língua para a outra ao longo dos séculos. O verbo deletar vem da palavra latina delere, que significa apagar. Essa palavra passou a ser usada no francês e depois no inglês. Atualmente, ressurgiu em nossa língua pelo inglês.

Há duas classificações para as palavras que vieram de outras línguas e são usadas na nossa:

  1. os empréstimos linguísticos, que receberam grafia e pronúncia de acordo com o padrão da língua portuguesa e que, geralmente, estão dicionarizadas;
  2. os estrangeirismos, palavras de outras línguas que mantêm a sua grafia e pronúncia originais e nem sempre estão dicionarizadas.

É verdade que há palavras que ficam a meio caminho: mantêm a grafia original, mas já são pronunciadas de fórma abrasileirada. A rigor, as palavras que ainda não estão nos dicionários de língua portuguesa devem vir sempre em itálico no texto escrito.

Pronome interrogativo

Leia a tirinha a seguir:

Faça as atividades no caderno.

Tirinha em branco e preto.   História em 4 cenas. Personagens: Calvin, um menino de cabelos espetados para cima, usando camiseta listrada e calção preto. Mãe de Calvin, mulher de cabelos pretos, usando blusa clara de mangas longas e calças compridas pretas. Cena 1. Calvin entra intempestivamente em um ambiente empurrando a porta e dizendo: 'EI, MÃE, CONSEGUI UM PAPEL NA PEÇA DA CLASSE!'. Cena 2. Calvin está de costas para a mãe e lhe diz: 'EU ATÉ TENHO UMA FALA E TUDO.'. Sua mãe, com as mãos nos ombros do filho, lhe responde: 'QUE BELEZA, CALVIN.' Cena 3. Calvin faz um gesto dramático, flexionando um dos braços com as costas da mão sobre a testa, de olhos fechados e diz: 'É UM GRANDE PAPEL DRAMÁTICO! MEU PERSONAGEM VAI DEIXAR [LEVAR] TODO MUNDO ÀS LÁGRIMAS NO SEGUNDO ATO!'. Cena 4. A mãe de Calvin, de costas para o filho enquanto arruma roupas no armário, com a cabeça voltada para o filho, pergunta a ele: 'QUAL É A PEÇA?'. Ao lado dela, Calvin lhe responde: ' 'A NUTRIÇÃO E OS QUATRO GRUPOS ALIMENTARES'. EU SOU UMA CEBOLA.'.

uáterson, Bill. Tem alguma coisa babando embaixo da cama. segunda edição São Paulo: cônrad, 2010. página 41.

  1. Cáuvin faz a mãe ficar com uma grande expectativa em relação à peça em que ele atuará. Como ele cria essa expectativa?
  2. O que a mãe de Cáuvin pergunta ao filho? Que palavra introduz essa pergunta?

A palavra que você identificou no item b não tem um significado preciso, pois depende da resposta que será dada à pergunta.

Esse tipo de palavra, que introduz perguntas diretas ou indiretas, é chamado de pronome interrogativo (como que, quem, qual e quanto).

Observe:

Quantos anos você tem? – pergunta direta

A garota perguntou quantos anos ele tinha. – pergunta indireta

O pronome quem faz referências a pessoas (Quem esteve aqui mais cedo?). Já o pronome que pode ser usado para pessoas, animais e coisas (Que professor dará aula agora?; Que animal é esse?; O que é isso?).

Respostas e comentários

Respostas

a) Dizendo que conseguiu um papel na peça da classe, com fala, e de grande relevância (usando a expressão grande papel dramático), levando o público às lágrimas no segundo ato.

b) Ela pergunta qual é a peça. Essa pergunta vem introduzida pela palavra qual.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia a tirinha:

Tirinha. História em quadrinhos em quatro cenas. Cena 1. Uma joaninha com as pernas em um notebook como se digitasse as teclas olha para a tela diz: 'FOTOS DAQUELE SHOW QUE NEM LEMBRO COMO FOI...'. Cena 2. Na mesma pose, ela diz: 'IMAGENS ALEATÓRIAS DE EVENTOS DOS QUAIS JÁ ME ESQUECI...'. Cena 3. Ainda na mesma pose, ela diz: 'VÍDEOS DAQUELA FESTA QUE NÃO LEMBRO BEM ONDE ERA...'. Cena 4. Olhando para a frente, como quem conversa com o leitor da tirinha, ela diz: 'PRONTO! ARRUMEI O BACKUP DE TUDO O QUE NÃO VIVI!'.

GOMES, Clara. Bichinhos de jardim. O Globo, Rio de Janeiro, 2 fevereiro 2018. Segundo Caderno,página 5.

  1. O que a joaninha quer dizer no último quadrinho?
  2. Quais são os estrangeirismos? O que eles significam?
  3. Reescreva as frases em que ocorrem estrangeirismos, substituindo-os por palavras próprias da língua portuguesa.
  4. Imagine que alguém não saiba o significado da palavra backup. Para descobrir o sentido desse estrangeirismo, fez a seguinte pergunta a um colega: "O que é backup?" Na oralidade, que expressão deixa claro que essa frase é uma pergunta?
  5. Escreva em seu caderno outra maneira de perguntar a mesma coisa.
  1. Faça uma lista de ao menos dois estrangeirismo usados em nosso dia a dia.
  2. Leia a tirinha:
Tirinha. Personagens: Jon, um homem de cabelos castanhos ondulados, usando camisa azul. Garfield, um gato amarelo rajado de preto, preguiçoso e robusto, em três cenas. Cena 1. Jon bebe de uma xícara amarela, ao lado de um  rádio vermelho. À frente dele, Garfield está deitado sobre a mesa, com os olhos quase fechados, voltado para Jon. O locutor do programa de rádio diz: 'PERGUNTE A VOCÊ MESMO...'. Cena 2. Jon volta sua atenção para o rádio, quando o locutor diz: 'QUAL A DIFERENÇA ENTRE UM VENCENDOR E UM PERDEDOR?'. Cena 3. O locutor de rádio diz: 'UM VENCEDOR NÃO CHORA EMBAIXO DO SEU COBERTOR DE ESTIMAÇÃO.' Ao lado, Jon com a boca afunilada em um bico, como se assobiasse, em uma expressão de autocrítica, diz: 'OPA.' À direita, Garfield na mesma pose, com um balão de pensamento, deduz: 'PERDEDOR.'.

dêivis, djim. Folha de São Paulo, São Paulo, 3 março 2016. Ilustrada, página C7.

  1. O que leva à conclusão de Garfield na tirinha?
  2. Que pronome interrogativo ocorre na tirinha?
  3. Passe a oração iniciada por esse pronome interrogativo para uma pergunta indireta.
  1. Reescreva as frases completando as lacunas com os pronomes interrogativos adequados.
    1. * é o nome dela?
    2. * você mora em Alagoas?
    3. * cachorros ela tem?
    4. * deu em você?
    5. * fez isso no seu cabelo?
    6. * são seus sobrenomes?
Respostas e comentários

1. c) Fotos daquela apresentação que nem me lembro como foi. / Arrumei uma cópia de segurança de tudo o que não vi.

1. d) O que...

1. e) Resposta pessoal. Sugestão: Qual é o significado de becápe?

2. Resposta pessoal. Há outras palavras que vêm de línguas orientais, como , karatê, jiu-jitsu; palavras de origem inglesa, como show, óquêi?, on-line, off-line; e de origem francesa, como réveillon, déjà vu etcétera

Respostas

1. a) Há duas possibilidades de interpretação. A joaninha pode ter tantas memórias de eventos que nem se lembra de ter participado ou ter fotografias de momentos em que esteve presente, mas não prestou atenção, pois estava fotografando ou filmando.

b) Show e backup. A primeira significa concerto ou mostra, e a segunda é uma cópia de segurança.

3. a) A expressão facial de Dion e a interjeição Opa, que ele enuncia ao ouvir a resposta do radialista.

b) O pronome qual.

c) Sugestão: Gostaria de saber se você sabe qual é a diferença entre um vencedor e um perdedor.

4. a) Qual é o nome dela?

b) Quem mora em Alagoas?

c) Quantos cachorros ela tem?

d) Que deu em você? ou O que deu em você?

e) Quem fez isso no seu cabelo?

f) Quais são seus sobrenomes?

Sugestão

Proponha aos estudantes que, em duplas, imaginem soluções tecnológicas para transformar Garfield em um gato hiperativo.

Questões da língua

Faça as atividades no caderno.

Os porquês

Leia a tirinha a seguir:

Tirinha. Personagens: Armandinho, um menino com cabelos azuis, usando blusa branca e short azul.  Pai de Armandinho, representado pelas pernas de um homem usando calças compridas cinza e sapatos pretos. Cena 1. Armandinho com a cabeça inclinada para cima, voltada para o pai, pergunta a ele: 'POR QUE [duas palavras separadas] É SEPARADO?'. Cena 2. O pai lhe responde: 'PORQUE [uma só palavra] NÃO É JUNTO.'. Ainda voltado para o pai, Armandinho pergunta a ele de novo: 'MAS POR QUÊ?  [duas palavras separadas, e a segunda com acento circunflexo sobre o 'E', que está no final da frase]'. Cena 3. O pai lhe responde: 'O PORQUÊ [uma só palavra com acento circunflexo sobre o 'E'] EU NÃO SEI!'.

béc, Alexandre. Armandinho quatro.primeira edição Florianópolis: á cê béc, 2015. página 74.

  1. Na tirinha, o autor brinca com os diferentes sentidos e fórmas de grafar os porquês. Em que situações do diálogo a expressão é escrita separadamente e em que momentos ela é escrita sem separação?
  2. Explique o uso do artigo o antes da palavra porquê no último quadrinho.
  3. Que outra palavra substituiria o porquê no último quadrinho?

Na tirinha, ao introduzir um questionamento, Armandinho usa por que, separado e sem acento – “Por que é separado?”. Trata-se da preposição por seguida do pronome interrogativo que. É uma expressão equivalente a por qual razão, por qual motivo. Ocorre também em frases interrogativas indiretas, como: Quero entender por que você não foi à festa. Note que, nesse caso, estão subentendidas as palavras motivo, razão.

Na sequência, ao responder ao questionamento do garoto, o pai utiliza porque, junto e sem acento – “Porque não é junto!”. Trata-se de uma conjunção, que introduz uma explicação e é equivalente a pois.

O garoto rebate a resposta do pai com outro questionamento, e a grafia, no segundo quadrinho, é por quê, separado e com acento – "Mas por quê?". Nesse caso, como se encontra no final da frase, a pronúncia do que é mais forte. A tonicidade aparece, então, registrada pelo acento circunflexo.

Por fim, na resposta do pai no último quadrinho, o porquê, junto e com acento, equivale às palavras motivo ou causa e é um substantivo. Nesse caso, usamos o acento para marcar a sílaba tônica.

Resumindo...

Por que

Usa-se nas interrogativas diretas e indiretas.
Usa-se sempre que estiverem expressas ou subentendidas as palavras motivo, razão.

Por quê

Usa-se ao final das frases, pois o que passa a ser um monossílabo tônico.

Porque

Use-se quando for uma conjunção que introduz causa ou explicação, equivalendo a pois, já que, como, uma vez que.

Porquê

Usa-se quando for um substantivo que equivale às palavras motivo ou causa. Nesse caso é antecedido de artigo e pode ser empregado no plural.

Respostas e comentários

c) As palavras motivo, causa.

Respostas

a) Nos momentos em que há um questionamento.

b) O artigo o tem o papel de determinar o número e o gênero – nesse caso, singular e masculino.

Orientação

O estudo dos porquês explica, de fórma clara, os diferentes modos de usar essas palavras. Os estudantes podem exercitar os diferentes usos por meio de jogos.

Sugestão

Proponha aos estudantes, como atividade para casa, uma pesquisa de jogos na internet sobre o uso dos porquês. Peça que escolham os melhores. Em outro momento, eles podem – caso você considere pertinente – acessar celulares ou computadores da escola para exercitar os diferentes usos.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia a tirinha a seguir:

Tirinha de história em quadrinhos em três cenas. Personagens: Jon, um homem de cabelos castanhos ondulados, usando camisa azul. Garfield, um gato amarelo rajado de preto, preguiçoso e volumoso. Cena 1. Jon expressa um meio-sorriso, apoiando um dos braços sobre a mesa e segura uma xícara amarela com a outra mão, que também está apoiada sobre a mesa, e diz a Garfield: 'A LIZ É ÓTIMA.' Diante de Jon, Garfield espelha a pose dele, com uma das patas sobre a mesa, com os olhos quase fechados, voltado para Jon, e em um balão de pensamento responde a ele: 'É ,SIM.'. Cena 2. Jon ainda expressa um meio-sorriso dizendo: 'E ELA GOSTA DE MIM.', e Garfield, em um balão de pensamento, responde a ele: 'GOSTA, MESMO.'. Cena 3. Jon subitamente fica com expressão séria, de olhos arregalados e pergunta: 'POR QUÊ?', Diante dele, Garfield na mesma pose, agora também de olhos arregalados, expressando espanto, em um balão de pensamento, responde a ele: 'EU TAMBÉM NÃO SEI O PORQUÊ.'.

dêivis, djim. Garfield. Folha de São Paulo, São Paulo, 13 novembro 2015. Ilustrada, página C9.

  1. Explique o pensamento de Garfield no último balão na tirinha.
  2. Como se justifica a grafia dos porquês da tirinha?
  3. Que sinônimo pode ser usado no pensamento de Garfield no último balão? Reescreva essa frase em seu caderno fazendo essa substituição.

2. Neste trecho de um texto de Fernando Sabino foram retirados os porquês. Observe:

asterisco não posso ficar vendo televisão?

asterisco você tem de dormir.

asterisco?

asterisco está na hora, ora essa.

– Hora essa?

– Além do mais, isso não é programa para menino.

asterisco?

asterisco é assunto de gente grande, que você não entende.

– Estou entendendo tudo.

SABINO, Fernando. Hora de dormir. In: ANDRADE, Carlos Drumôn de êti áli. Para gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1980. volume 1, página 16.

  1. Em seu caderno, reescreva o trecho inserindo os porquês que estão faltando.
  2. No diálogo, um pai tenta convencer seu filho a ir dormir, mas o garoto quer continuar vendo televisão. Escreva em seu caderno uma breve continuação para a história, levando em consideração as perguntas e respostas do garoto e de seu pai.
  1. Em seu caderno, reescreva as orações a seguir usando porque e indique se há uma relação de causa ou explicação.
    1. Joana estava cansada. Joana havia andado o dia todo.
    2. Escrevemos um conto. Nós vamos participar de um concurso.
    3. Gosto de literatura. Comprei um livro novo.
Respostas e comentários

1. c) Motivo, causa. “Eu também não sei o motivo” ou “Eu também não sei a causa”.

Respostas

1. a) Ele também não compreende como Liz pode gostar de Dion.

b) Por quê está sendo usado por constituir um pronome interrogativo em uma pergunta, e estar próximo ao sinal de pontuação. E porquê está sendo usado como sinônimo de motivo, causa.

2. a) Por que, Porque, Por quê, Porque, Por quê, Porque.

b) Auxilie os estudantes a criar questões e respostas que utilizem os usos dos porquês.

Se achar interessante, organize uma roda de leitura, para que os estudantes leiam para a turma os diálogos que criaram.

3. a) Joana estava cansada porque tinha andado o dia todo. Relação de explicação.

b) Escrevemos um conto porque vamos participar de um concurso. Relação de explicação.

c) Porque gosto de literatura, comprei um livro novo. Relação de causa.

Sugestão

Proponha aos estudantes que reflitam individualmente sobre as questões antes de respondê-las. Depois, organize-os em duplas para responder às questões.

Produção de texto

Faça as atividades no caderno.

Conto de ficção científica

O que você vai produzir

Nesta Unidade, você leu dois capítulos de um romance de ficção científica e também um conto do mesmo gênero. Agora você vai criar o seu próprio conto de ficção científica.

Planejamento

  1. Comece criando o argumento do conto que escreverá, ou seja, o resumo da história. Quais serão os quatro elementos (personagens, espaço, ação e tempo)?
  2. Em seguida, estruture também onde começará a história, qual será o conflito pelo qual passarão as personagens e como ele será resolvido ao longo da trama.
  1. Planeje a história de modo a fundamentá-la a partir de uma reflexão sobre os usos que fazemos das tecnologias. Explore as ideias de confiança e ceticismo em relação ao progresso tecnocientífico.
  2. Pense em nomes significativos para as personagens, que façam, como no conto lido, referências a outras culturas, talvez desconhecidas pelos possíveis leitores de seu conto.
Respostas e comentários

Orientação

Segundo a Bê êne cê cê (BRASIL, 2018, página 76), “Da mesma fórma que na leitura, não se deve conceber que as habilidades de produção sejam desenvolvidas de fórma genérica e descontextualizada, mas por meio de situações efetivas de produção de textos pertencentes a gêneros que circulam nos diversos campos de atividade humana.”.

Sugestão

Embora os estudantes possam orientar-se individualmente sobre a proposta de produção, apoie-os na compreensão das etapas da atividade.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(ê éfe seis nove éle pê cinco zero) Elaborar texto tea­tral, a partir da adaptação de romances, contos, mitos, narrativas de enigma e de aventura, novelas, biografias romanceadas, crônicas, dentre outros, indicando as rubricas para caracterização do cenário, do espaço, do tempo; explicitando a caracterização física e psicológica dos personagens e dos seus modos de ação; reconfigurando a inserção do discurso direto e dos tipos de narrador; explicitando as marcas de variação linguística (dialetos, registros e jargões) e retextualizando o tratamento da temática.

(ê éfe seis nove éle pê cinco um) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etcétera – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.

(ê éfe oito nove éle pê três cinco) Criar contos ou crônicas (em especial, líricas), crônicas visuais, minicontos, narrativas de aventura e de ficção científica, dentre outros, com temáticas próprias ao gênero, usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos, e, no caso de produção em grupo, ferramentas de escrita colaborativa.

Faça as atividades no caderno.

Produção

  1. Escreva agora um rascunho da narrativa em seu caderno.
  2. Volte à fase de planejamento e verifique se estruturou todas as partes necessárias que deverão aparecer em seu texto.
  3. Se necessário, faça ajustes no texto e pense em escrevê-lo como se o seu leitor fosse outro estudante do mesmo segmento que o seu. Isso quer dizer que sua narrativa deverá ser criativa e instigante!

Revisão

  1. Nessa etapa, você e um colega deverão trocar entre si os rascunhos produzidos por vocês no caderno, de modo que um sugira correções no texto do outro.
  2. Quando ele fizer a leitura de seu texto, deverá considerar os seguintes aspectos:

Em relação à proposta e ao sentido do texto

Em relação à ortografia e à pontuação

1. A história está estruturada conforme o esperado, com início, conflito, clímax e desfecho?

1. O registro ortográfico das palavras e a pontuação estão adequados?

2. Há algum “furo narrativo” ou contradição na história que a torne inverossímil? Por exemplo, imagine que o conto narra um futuro distópico em que as personagens não conversam mais oralmente entre si e, então, no fim da narrativa, uma das personagens grita com a outra.

Circulação

  1. Agora será a hora de apresentar todos os textos criados pela turma. Para isso, vocês organizarão um livro que reunirá todos os contos produzidos.
  2. Releiam as histórias escritas pelos colegas e ajudem a avaliá-las para uma possível reescrita.
  3. Tentem destacar, em cada história, se o que foi estudado na Unidade foi aplicado ao texto e indicar os pontos fortes e críticas construtivas a cada redação.
  4. Depois disso, convidem um professor ou outro funcionário da escola que não tenha trabalhado diretamente com essa produção para ler os textos que foram produzidos e escrever, para eles, um prefácio, apresentando-os para outros leitores da escola e falando brevemente sobre o livro.
  5. Por fim, decidam com o professor a melhor fórma de apresentação do livro: em formato impresso ou digital?

Avaliação

Com o livro pronto, organizem uma roda de conversa, discutindo como as atividades que foram feitas ao longo da Unidade ajudaram no aprendizado do gênero textual ficção científica e na experiência de escrita desses contos.

Respostas e comentários

Sobre Circulação

Seria interessante definir com os estudantes uma fórma de agrupar e tornar públicos os contos produzidos por eles por intermédio dos recursos disponíveis.

Sugestão

Os textos podem ser impressos e encadernados com um layout feito pelos estudantes. É interessante que eles tragam referências futurísticas, o que pode ser, inclusive, uma oportunidade para trabalhar com a turma certas questões editoriais, como a seleção de textos, o tamanho e o estilo da fonte. Outra possibilidade é agrupar esses textos em um arquivo de pê dê éfi e disponibilizar a leitura no site ou blog da escola, ou mesmo criar um e-book para permitir a leitura dos textos em tablets ou celulares.

Glossário

endorfina
: neurotransmissor produzido pelo corpo humano que regula sensações como saciedade, bem-estar, estado de humor etcétera
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titânica
: adjetivo utilizado para caracterizar algo grande e forte; relativo a titãs, divindades clássicas que enfrentaram Zeus.
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traquitana
: engrenagem; módulo móvel de ferro utilizado para sustentação e deslocamento.
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