UNIDADE 2  Ciência em foco

Faça as atividades no caderno.

Fotografia. Quatro pessoas de costas, diante de diversas telas com imagens de satélite.  À esquerda, um adolescente de cabelo castanho vestindo camiseta branca listrada está junto a uma outra pessoa de cabelo castanho vestindo camiseta azul-escura, com um blusão verde sobre as costas. Ambos estão debruçados sobre uma das telas. À direita, um casal de adultos jovens: um homem de cabelos castanhos, de óculos, vestindo camisa social, e ao lado dele, de perfil, uma mulher de cabelos loiros vestindo blusa florida. Eles também observam uma dessas imagens, mas estão em postura mais ereta, apenas reclinando a cabeça em direção à tela.
No Museu do Amanhã, os visitantes vivenciam experiências que são mediadas pela tecnologia e que versam sobre o impacto humano no planeta com vistas ao futuro. Rio de Janeiro (Rio de Janeiro). Fotografia de 2016.
  1. No Museu do Amanhã (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro), mostrado na imagem, são encontrados os resultados das mais recentes pesquisas sobre sustentabilidade e convivência. Esse conteúdo está presente em fotografias, vídeos, mesas interativas etcétera. Como você avalia a abordagem tecnológica e interativa, proposta pelo museu, de assuntos complexos, desenvolvidos por equipes acadêmicas de pesquisa? Você imagina por que essa é a proposta do museu? Troque ideias com a turma e o professor.
  2. Outro tipo de acesso a informações provenientes de pesquisas nos mais variados campos pode ser a leitura de artigos de divulgação científica. Você já ouviu falar em artigo de divulgação científica? Já leu algum? Onde esses artigos costumam ser publicados? Como eles são?

Saiba +

Museu do Amanhã

Em 2015, foi inaugurado, no Rio de Janeiro (érre jóta), um museu de ciências aplicadas voltado para questões de sustentabilidade e convivência. Com uma proposta interativa, compõe-se como um espaço em que se apresentam ideias sobre as inúmeras possibilidades de desenvolvimento tecnológico que podem promover um amanhã melhor para todos.

Respostas e comentários

1. Resposta pessoal.

2. Resposta pessoal. Abra uma roda de conversa para que você possa ouvir as experiências com divulgação científica que os estudantes tiveram e antecipar alguns aspectos do gênero que serão desenvolvidos no decorrer desta Unidade.

Competências gerais da Bê êne cê cê: 2 e 5.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 2, 4, 5 e 6.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental: 1, 3, 5 e 10.

Objetos de conhecimento

Leitura: reconstrução das condições de produção e recepção dos textos e adequação do texto à construção composicional e ao estilo de gênero; estratégias e procedimentos de leitura; relação do verbal com outras semioses; procedimentos e gêneros de apoio à compreensão; curadoria de informação; relação entre textos; textualização; efeitos de sentido; estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto; apreciação e réplica; reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos, caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital.

Oralidade: procedimentos de apoio à compreensão; tomada de nota.

Produção de textos: consideração das condições de produção de textos de divulgação científica; estratégias de escrita; estratégias de escrita: textualização, revisão e edição; marcas linguísticas, intertextualidade; estratégias de escrita: textualização, revisão e edição; elementos notacionais da escrita/ morfossintaxe; coesão.

Análise linguística/semiótica: construção composicional e estilo; gêneros de divulgação científica.

Sobre esta Unidade

Os estudos desta Unidade têm o objetivo de despertar os estudantes para a pesquisa e seu rigor metodológico, por meio de uma linguagem mais acessível, que é a do artigo de divulgação científica, gênero em foco.

Leitura 1

Contexto

Você já deve ter ouvido falar da malária. Essa doença parasitária cresceu no Brasil nos últimos anos, com maioria de casos na região amazônica. Cientistas brasileiros vêm estudando esse aumento, e as pesquisas apontam para diversas causas relacionadas ao desmatamento e à saúde pública.

Leia, a seguir, um texto publicado sobre o assunto na seção de Ciências de um jornal universitário.

Antes de ler

Artigos de divulgação científica são escritos por jornalistas para disseminar o conhecimento entre o público leigo (pessoas não especialistas no assunto).

Os jornalistas leem as pesquisas realizadas por órgãos competentes e universidades, selecionam as informações importantes e escrevem um texto com linguagem mais acessível ao grande público, divulgando-o em jornais impressos e digitais.

Leia o título e a linha fina – que traz informações complementares ao título –, observe as imagens e, considerando esses elementos, levante hipóteses sobre os pontos a seguir.

  • Que assuntos parecem ser abordados no texto?
  • Que características comuns apresentam as paisagens das imagens?
  • Você acredita que os casos de malária na região amazônica tendem a aumentar ou a diminuir ao longo do tempo? Justifique sua resposta.
Fotografia em preto e branco. Crianças em uma rua. Um deles, um pré-adolescente vestindo camisa branca e calças curtas escuras está de costas e segura um jornal. Todos são meninos; há apenas uma menina menor que eles, com laço de fita branca nos cabelos. Eles estão ao redor do menino que segura o jornal, interessados na manchete. Os trajes indicam que a cena pertence a um outro tempo, mais antigo.
Desde os cartazes pregados em postes até o surgimento dos primeiros jornais, a divulgação de informações é uma prática cultural em muitas sociedades. A imagem retrata crianças na Itália lendo notícia no jornal L’ Unitá, em 1946, com a manchete La Repubblica è Certa” (em português, A República é Certa, isto é, ocorrerá). A notícia se refere à queda do último rei da Itália, Humberto segundo, que acabou sendo deposto naquela ocasião, dando início à república.

Jornal da úspi

AUTORIA

É uma publicação on-line produzida pela Assessoria de Imprensa da Universidade de São Paulo, com o objetivo de divulgar informações administrativas, acadêmicas e institucionais para interessados em geral. A seção de Ciências publica artigos de divulgação científica sobre pesquisas de diversas áreas do conhecimento realizadas pela universidade. O jornalista Júlio Bernardes, autor do artigo de divulgação científica que você lerá na página seguinte, é colaborador do jornal.

Respostas e comentários

Sobre Contexto

Converse com os estudantes sobre a malária por meio de questionamentos que evidenciem o que eles conhecem sobre essa doença, seu transmissor, as fórmas de prevenção e de tratamento, entre outros aspectos.

Sobre Antes de ler

As questões em foco têm por objetivo ajudar os estudantes a levantar hipóteses sobre o texto. Por se tratar de uma Unidade cujo assunto é o artigo de divulgação científica, vale perguntar a eles o que entendem por hipótese, pois esse questionamento poderá indicar quais seriam as respostas mais prováveis para uma pergunta investigativa, de acordo com as pistas observáveis que o texto propicia.

Habilidades trabalhadas nesta seção e suas subseções (Estudo do texto e O gênero em foco)

(ê éfe seis nove éle pê dois nove) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação científica – texto didático, artigo de divulgação científica, reportagem de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa e digital), esquema, infográfico (estático e animado), relatório, relato multimidiático de campo, podcasts e vídeos variados de divulgação científica etcétera – e os aspectos relativos à construção composicional e às marcas linguísticas características desses gêneros, de fórma a ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.

(ê éfe seis nove éle pê três três) Articular o verbal com os esquemas, infográficos, imagens variadas etcétera na construção ou reconstrução dos sentidos dos textos de divulgação científica e retextualizar do discursivo para o esquemático – infográfico, esquema, tabela, gráfico, ilustração etcétera – e, ao contrário, transformar o conteúdo das tabelas, esquemas, infográficos, ilustrações etcétera em texto discursivo, como fórma de ampliar as possibilidades de compreensão desses textos e analisar as características das multissemioses e dos gêneros em questão.

(ê éfe oito nove éle pê dois quatro) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usando fontes abertas e confiáveis.

(ê éfe oito nove éle pê zero um) Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os efeitos das novas tecnologias no campo e as condições que fazem da informação uma mercadoria, de fórma a poder desenvolver uma atitude crítica frente aos textos jornalísticos.

(ê éfe oito nove éle pê zero dois) Analisar diferentes práticas (curtir, compartilhar, comentar, curar etcétera) e textos pertencentes a diferentes gêneros da cultura digital (meme, gif, comentário, charge digital etcétera) envolvidos no trato com a informação e opinião, de fórma a possibilitar uma presença mais crítica e ética nas redes.

(ê éfe oito nove éle pê três zero) Analisar a estrutura de hipertexto e hiperlinks em textos de divulgação científica que circulam na Web e proceder à remissão a conceitos e relações por meio de links.

(ê éfe zero nove éle pê zero um) Analisar o fenômeno da disseminação de notícias falsas nas redes sociais e desenvolver estratégias para reconhecê-las, a partir da verificação/avaliação do veículo, fonte, data e local da publicação, autoria, U Érre Éle, da análise da formatação, da comparação de diferentes fontes, da consulta a sites de curadoria que atestam a fidedignidade do relato dos fatos e denunciam boatos etcétera

(ê éfe zero nove éle pê zero dois) Analisar e comentar a cobertura da imprensa sobre fatos de relevância social, comparando diferentes enfoques por meio do uso de ferramentas de curadoria.

Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária

Incidência da doença é maior em pequenos focos de desmatamento próximos a assentamentos rurais

Por Júlio Bernardes – Editorias: Ciências da Saúde, Ciências Ambientais

Pesquisa buscou demonstrar a correlaçãoglossário entre incidênciaglossário de malária e o padrão de fragmentação da mata nativa causado pela criação de assentamentosglossário rurais e extração de produtos da floresta.

Cada quilômetro quadrado de floresta tropical nativa derrubado na Amazônia está associado a 27 novos casos de malária por ano, no período entre 2009 e 2015, revela pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (Efe ésse pê) da úspi. A comparação da incidência glossário da doença com dados sobre áreas impactadas pelo homem também mostra que a ocorrência é maior quando há abundância de pequenas áreas devastadas, detectadas por imagens de satélite. O risco é aumentado pela capacidade do mosquito vetor da malária se adaptar às áreas impactadas, aliada à maior presença tanto de pessoas suscetíveis como infectadas pelo parasita que causa a doença. A essa situação podem se somar as condições precárias de vida da população, baixo nível educacional, desconhecimento sobre a transmissão da infecção e difícil acesso aos serviços de saúde.

“A pesquisa buscou demonstrar a correlação entre incidência de malária e o padrão de fragmentação da mata nativa causado pela criação de assentamentos rurais e extração de produtos da floresta”, afirma a professora Maria Anice muréb Sallum, da Efe ésse pê, que supervisionou a pesquisa. “Para isso, foi feito um cruzamento dos dados de casos de malária notificados de 2009 a 2015 nos nove Estados da Amazônia (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima), fornecidos pelo Ministério da Saúde, com os dados de desmatamento ao longo dos anos, disponibilizados na plataforma digital do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (imazon)”.

Os pesquisadores demonstraram que há uma correlação positiva entre o tamanho da área desmatada e o aumento de casos de malária. “O impacto é maior quando o desmatamento acontece em extensões menores que cinco quilômetros quadrados (quilômetros quadrados), pois em vários casos a derrubada é feita por pessoas ligadas à precarização e alta rotatividade da mão de obra, em total desacordo com a legislação”, relata a professora. “A formação dos assentamentos movimenta pessoas que muitas vezes residiram em áreas com transmissão de malária e podem abrigar o parasita sem ter a doença, atuando na sua dispersão. Para cada quilômetro quadrado (quilômetros quadrados) de desmatamento, acontecem 27 novos casos de malária.”

Maria Anice explica que quando a floresta é contínua e íntegra, sem áreas de desmatamento, o mosquito anofelinoglossário , transmissor do protozoário causador da doença (plasmódium), quando está presente, é em baixa densidade e somente onde as condições ambientais são adequadas. “Mas, com o desmatamento, ocorrem mudanças ecológicas importantes que favorecem o mosquito vetor”, ressalta. “Por ser uma espécie oportunista e generalista, ela se adapta com facilidade ao ambiente modificado, e se dispersa rapidamente.”

Fotografia. Floresta tropical de vegetação exuberante. No centro há uma área desmatada, com troncos de árvores derrubadas sobre o terreno.
Área devastada na floresta amazônica, com menos de cinco quilômetros quadrados. São Gabriel da Cachoeira (Amazonas), 2018.
Respostas e comentários

Orientação

O texto em foco apresenta um estudo conduzido entre 2009 e 2015, e seus resultados foram divulgados pelo Jornal da úspi – universidade na qual essa pesquisa foi desenvolvida. O artigo é de 2018 e, adiante, o estudante terá contato com texto que aborda o desdobramento dessa pesquisa, no mesmo veículo de informação, mas publicado em 2022. Desse modo, poderá comparar as diferenças de abordagem entre um período e outro.

Sugestão

Possibilite aos estudantes um momento de leitura silenciosa, pois o artigo de divulgação científica apresenta muitas informações que requerem mobilização de repertório de outras áreas do conhecimento. Se for possível, apresente a eles o Jornal da úspi on-line, no qual o artigo foi publicado, e solicite que pesquisem o significado de termos que não conheçam.

Habitações inadequadas

Como o mosquito tem afinidade por áreas próximas à margem da mata, onde ficam os domicílios das comunidades rurais, ele passa a viver próximo do ambiente humano, que oferece muitas fontes de sangue para os insetos. “Além de picar as pessoas, os mosquitos também se alimentam do sangue de animais domésticos como cães, gatos, cabras, porcos, galinhas, papagaios e macacos”, destaca a professora. “As habitações em geral são inadequadas, feitas com pedaços de madeira, folhas secas de palmeiras ou até uma simples lona apoiada em troncos de árvores derrubadas. Os abrigos dos animais são tão precários que não impedem o contato dos mosquitos com fontes de sangue, fato que favorece o aumento da população do vetorglossário e a exposição do homem às picadas.” reticências

Maria Anice enfatiza que os programas de contrôle da malária deveriam levar em conta fatores da ecologia humana que atuam na dinâmica de transmissão, como atividades de trabalho, condições de moradia e migração. “Por exemplo, é necessário melhorar a condição de vida e as moradias, para diminuir o contato do homem com o mosquito”, aponta. “Também é preciso ampliar o acesso à educação de qualidade e voltada para as necessidades locais, intensificar programas de contrôle, facilitar o acesso aos testes diagnósticos e ao tratamento e fortalecer pesquisas sobre a ecologia da transmissão, que poderiam gerar novos conhecimentos e auxiliar no delineamento de programas para o contrôle de vetores.”

A pesquisa é descrita na tese de Leonardo Suveges Moreira Chaves, doutorando do Departamento de Epidemiologia da Efe ésse pê. As conclusões do estudo também foram relatadas no artigo “Abundance of impacted forest patches less than 5 km² is a key driver of the incidence of malaria in Amazonian Brazil”, publicado no site Scientific Reports em 4 de maio. O trabalho integra um projeto temático da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (fapésp), intitulado Genômica de paisagens em gradientes latitudinaisglossário e ecologia de anôféles darlinji.

BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

Fotografia. Galpão e casa de aparência frágil, precária, feitos de ripas de madeira e telhado de metal em um terreno. Ao lado de uma dessas construções há uma caixa-d'água azul e diversos outros recipientes para conter líquido. Ao fundo há alguns arbustos.
Condições de habitação precárias aumentam o contato do mosquito com seu alimento: o sangue humano e de animais. Lábrea (Amazonas), 2018.
Ícone. Tema contemporâneo transversal: Ciência e tecnologia.
Titulo do Infografico

Texto do Infografico

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    Respostas e comentários

    Orientação

    O texto acompanha algumas imagens que também foram coletadas pela equipe que conduziu a pesquisa mencionada. É importante, portanto, proporcionar um momento de leitura dessas imagens, chamando a atenção para os detalhes relacionados ao texto, como o mosquiteiro como fórma de prevenção, a degradação de um trecho da Floresta Amazônica, entre outros.

    O texto apresenta uma voz de autoridade, a professora da Faculdade de Saúde Pública, responsável pela pesquisa em foco. Chame a atenção dos estudantes para a relevância dessa voz, que se apresenta com muitas aspas no texto, validando as informações dadas pelo jornalista. E, ao final, destaque também o autor da tese em que a pesquisa foi descrita, mencionado no último parágrafo, imprescindível para a pesquisa.

    Sugestão

    Se for possível, proporcione aos estudantes a visualização via satélite de áreas devastadas da Floresta Amazônica, para que compreendam, com uma perspectiva atual, a gravidade da situação local e seus impactos para os ecossistemas. A interdisciplinaridade com Geografia, para a identificação da paisagem e de aspectos geopolíticos ligados à devastação, e com Biologia, para o estudo dos impactos da devastação na fauna e na flora, pode aprofundar a abordagem do tema.

    Na página do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (imazon), organização não governamental que monitora a região, é possível acompanhar diversos estudos a respeito da Amazônia. Disponível em: https://oeds.link/aNxGy2. Acesso em: 2 março 2022. O tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia (subtema: Ciência e Tecnologia) é explorado nesta Unidade. Aproveite a leitura dos artigos de divulgação científica e mobilize discussões envolvendo outras temáticas transversais como Saúde e Meio ambiente.

    Universidade, faculdade e centros universitários

    Explore a percepção dos estudantes a respeito do universo do ensino superior no Brasil. É comum pensar que esses termos são sinônimos, mas há importantes diferenças entre eles. Ouça as opiniões dos estudantes a respeito da diferença entre universidade, faculdade e centros universitários.

    O Ministério da Educação classifica as instituições de ensino superior (iés) em faculdades, centros universitários e universidades. As universidades são instituições com prática de pesquisa e cursos de pós-graduação, além de serem compostas de diversas faculdades. Instituições denominadas apenas faculdades concentram um número bem menor de áreas do saber e não precisam oferecer pós-graduação, já que têm como foco preparar o estudante para o mercado de trabalho. Já os centros universitários são intermediários entre as universidades e as faculdades quanto à quantidade de cursos e qualificação para pesquisa.

    Estudo do texto

    Faça as atividades no caderno.

    1. Com base no que você respondeu nas questões prévias sobre o texto, discuta com seus colegas:
      1. Os assuntos em que você pensou foram abordados? Houve complementação? Explique.
      2. As paisagens das imagens que ilustram o artigo estão relacionadas a que lugar mencionado no texto?
      3. Segundo os dados da pesquisa divulgada, os casos de malária tendem a aumentar ou a diminuir na região? Justifique sua resposta. Essa previsão está de acordo com o que você supôs previamente?
    2. Agora, acompanhe estes trechos de outra matéria que também trata da questão da malária na Amazônia.

    Desmatamento modifica dinâmica de transmissão e impulsiona malária na Amazônia

    Dois artigos recentes mostraram que a intervenção humana na floresta favorece a dominância do mosquito “anôféles darlinji” e em quais momentos há picos de infecção pela doença

    Por Fabiana Mariz – Editorias: Ciências da Saúde, Ciências Ambientais

    Dois estudos liderados pela Faculdade de Saúde Pública (Efe ésse pê) da úspi ajudam a entender como as ações antrópicasglossário interferem no comportamento e na distribuição de mosquitos transmissores de malária na região amazônica.

    O primeiro é o doutorado do biólogo Leonardo Suveges Moreira Chaves. Em um dos resultados, Chaves mostrou que as mudanças causadas pelo homem na vegetação da Floresta Amazônica diminuíram a biodiversidadeglossário de mosquitos e levaram o anôféles nissoríncus darlinji a se tornar o principal vetor da malária na Amazônia, aumentando o risco de transmissão da doença.

    Outro achado importante foi que ambientes florestais fragmentados, habitados por pessoas vulneráveis em casas precárias, são as fontes dessa espécie, enquanto abitás de florestas contínuas ou completamente desmatados, sumidouro [doença não se estabelece].

    Reprodução de página da internet. Na parte superior, o título do site: 'JORNAL DA USP'. Abaixo, o título da reportagem: 'Desmatamento modifica dinâmica de transmissão e impulsiona malária na Amazônia'. Na parte inferior, fotografia muito ampliada de um mosquito da espécie que transmite essa doença está pousado em uma superfície semelhante à pele humana.
    Reprodução da página em que se encontra o artigo científico do Jornal da úspi. Disponível em: https://oeds.link/R046XD. Acesso em: 5 março 2022.

    “Fomos a assentamentos rurais em que havia ocorrência de malária e vimos essa relação: conforme o homem muda a paisagem, a comunidade de mosquitos também sofre alterações, favorecendo a dominância do ni darlinji”, explica Chaves. O trabalho deu origem a um artigo publicado em 2021 na revista Plos One.

    O segundo estudo faz parte do também biólogo Gabriel Laporta, pesquisador do Centro Universitário éfe ême á bê cê. Para o trabalho, que foi publicado também no início de 2021 na Scientific Reports, Laporta analisou dados de mosquitos anophelinos capturados anteriormente e os utilizou para investigar o quanto o desmatamento impulsiona a ocorrência de malária em paisagens rurais.

    Respostas e comentários

    Respostas

    1. a) Embora a compreensão prévia dos estudantes possa variar em relação ao tema, é importante que eles reconheçam, no título, o assunto do aumento da malária e suas possíveis causas.

    b) Após a leitura, é provável que os estudantes consigam deduzir que as imagens são da região amazônica, foco da pesquisa, mais precisamente das áreas de assentamento.

    c) Os casos tendem a aumentar se a área continuar sendo desmatada.

    Chame a atenção para o fato de que a extensão da Amazônia é finita e, por isso, a tendência é que, se a mata se esgotar, os casos de malária se estabilizem, embora outras mudanças possam ocorrer.

    2. Solicite aos estudantes a leitura do artigo. Trata-se de um artigo mais recente, que aborda com um enfoque um pouco diferente o mesmo assunto do texto trabalhado na seção Leitura 1. A finalidade é mostrar que: 1. A pesquisa científica é dinâmica, uma vez que os dados básicos permaneceram inalterados, mas as pesquisas continuaram. 2. Quando o conteúdo é pesquisado em fontes confiáveis, mesmo dados mais antigos costumam ter validade prolongada. 3. Com a abordagem da pesquisa nesse novo texto, informações foram reduzidas e outras foram incluídas, como prevalência da doença, inclusão de um infográfico que explica seu ciclo e maneiras de prevenção.

    O maior risco da doença ocorre em locais onde o desmatamento acumulado atingiu cêrca 50% da cobertura vegetal fragmentada. O primeiro pico ocorre após dez anos do início do assentamento, e o segundo, 35 anos depois.

    “Decidimos partir de uma teoria já descrita anteriormente – a malária de fronteira – e colhemos dados in locoglossário das comunidades”, ressalta Laporta. Esse é um conceito que diz que a ocorrência de malária é consequência não só da presença do vetor, mas também das condições socioeconômicas de uma comunidade.”

    As investigações de Chaves e Laporta fazem parte de um projeto maior, coordenado por Maria Anice Sallum, bióloga e professora do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública (Efe ésse pê) da úspi. Uma equipe de cientistas viajou, entre janeiro de 2015 a novembro de 2017, para 12 municípios da Amazônia brasileira, e conseguiu capturar mais de 25 mil espécimes de mosquitos, de 173 espécies em 17 gêneros diferentes.

    Com esse grande número de insetos em mãos, foi possível montar um banco de dados, atualmente disponível para outros cientistas.

    reticências

    Ícone. Tema contemporâneo transversal: Meio ambiente.

    Problema grave de saúde pública

    A malária é considerada uma das doenças de maior impacto na mortalidade e morbidade em populações de países tropicais e subtropicais. Dados da Organização Mundial da Saúde (ó ême ésse) mostram que, em 2019, 229 milhões de novos casos da doença foram notificados no mundo, além do registro de mais de 409 mil óbitos.

    Já o Ministério da Saúde relata que em 2020 foram registrados 145 mil casos da doença em todo o País – mais de 99% deles somente na região Amazônica brasileira.

    A malária, também conhecida como sezão, paludismo, maleita, febre terçã e febre quartã, é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida pela picada da fêmea do mosquito anófeles infectada por protozoários do gênero plasmódium. No Brasil, três espécies [de protozoários] estão associadas à malária em seres humanos: pê ponto vivács, pê ponto falcipárum e pê ponto maláriae. reticências

    Como prevenção, são aplicadas medidas individuais e coletivas. Cada pessoa pode usar mosquiteiros impregnados com inseticidas, roupas que protegem pernas e braços, telas em portas de janelas, além do uso de repelentes.

    Já a prevenção coletiva inclui a eliminação dos criadouros do vetor, limpeza das margens dos criadouros, melhoria das moradias, uso racional da terra, entre outras. reticências

    Reprodução de cartaz. Na parte superior, o título: 'CICLO DE TRANSMISSÃO DA MALÁRIA'. Abaixo, esquema numerado, com ilustrações e textos: 1. Rosto de uma menina de cabelos loiros, com expressão adoentada. Abaixo, a legenda: 'Primeira pessoa infectada'. 2. Ilustração simplificada de um fígado humano. Abaixo, a legenda: Células do fígado infectadas. 3. Ilustração de três hemácias (células vermelhas do sangue), representadas por figuras circulares vermelhas. Abaixo, a legenda: 'Hemácias infectadas'. 4. Ilustração de um mosquito. Abaixo, a legenda: 'Segundo mosquito infectado'. 5. Ilustração do rosto de um menino de cabelos castanhos, com expressão adoentada. Abaixo, a legenda: 'Segunda pessoa infectada'. 6. Ilustração de um mosquito. Abaixo, a legenda: 'Primeiro mosquito infectado'.
    Arte feita por Rebeca Alencar com imagens de Flaticon.

    MARIZ, Fabiana. Desmatamento modifica dinâmica de transmissão e impulsiona malária na Amazônia. Jornal da úspi, São Paulo, 4 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/mWcMp3. Acesso em: 6 março 2022.

    Respostas e comentários

    Orientação

    Explore o infográfico com os estudantes. Em parceria com o professor de Ciências, é possível pedir uma pesquisa para que expliquem de modo textual o que está sendo mostrado na imagem. Em linhas gerais, o parasita plasmódiumtem dois hospedeiros: o ser humano e o mosquito anófeles. A doença é transmitida quando a fêmea do mosquito infectado – somente as fêmeas se alimentam de sangue – pica uma pessoa, e esse indivíduo, que se tornou infectado, é picado por outro mosquito, que se torna infectado. Ou seja, o ciclo é do mosquito para a pessoa e da pessoa para o mosquito. Depois que o mosquito infectado pica uma pessoa, os parasitas vão primeiramente para o fígado, depois caem na corrente sanguínea e vão para as hemácias – células do sangue também conhecidas por glóbulos vermelhos. Quando as hemácias estão extremamente parasitadas, elas se rompem. É nesse momento que aparecem os principais sintomas da malária. O tratamento dessa doença é feito com remédios específicos, que eliminam o parasita do corpo. A partir do texto, propor atividades com Ciências para discutir a importância de se promover pesquisas e avanços científicos na área da habitação, também como estratégia de promoção de saúde. Aproveite para trabalhar o tema contemporâneo transversal Meio Ambiente (Subtema: Educação Ambiental)

    Faça as atividades no caderno.

    1. Qual é o assunto tratado no artigo de divulgação científica? Faça um breve resumo.
    2. A linguagem empregada é pessoal (Eu pesquisei) ou impessoal (Foi pesquisado)? Formal ou informal? Justifique sua resposta.
    3. Com base nos trechos destacados, você afirmaria que o texto foi escrito para especialistas ou para o público em geral? O que se pretende comunicar para esse público-alvo?
    4. Quais são as imagens mostradas nos trechos aqui destacados? Elas têm relação com o texto?
    5. Você acha que as informações do infográfico ajudaram na compreensão da mensagem?
    6. Qual é a função da indicação reticências (reticências entre colchetes) ao longo do texto? Ela é considerada um erro ou é válido que seja usada?
    7. Quando foi publicado o artigo da Leitura 1 e quando foi publicado o que foi escrito por Fabiana Mariz? Indique de que modo o mais atual dialoga com o mais antigo. Preste atenção no tema dos artigos, na instituição de pesquisa, nos nomes citados e no jornal de divulgação.
    8. Que diferenças há entre esses artigos? Essas diferenças significam que o artigo da Leitura 1 está desatualizado?
    9. No meio do texto original, na página da internet, há hiperlinks. Para que eles servem? Você costuma clicar nesses recursos quando está lendo textos on-line?

    Saiba +

    Livros de divulgação científica

    Além de jornais, revistas e sites, há livros dedicados à divulgação científica. São obras tanto de Ciências da Natureza quanto de Ciências Humanas que compartilham conhecimento em linguagem acessível. Observe alguns exemplos.

    Fotografia. Reprodução de capa de livro. No centro, acima, o título do livro: AS CIENTISTAS: 50 MULHERES QUE MUDARAM O MUNDO. Abaixo, o nome da autora: RACHEL IGNOTOFSKY. Ao redor, sobre fundo cinza-escuro, ilustrações de mulheres representando algumas das cientistas mencionadas no texto.
    As Cientistas: 50 mulheres que mudaram o mundo, de Raquel inostofsqui, editora Bluchia, 2017. A obra destaca as contribuições de cinquenta mulheres notáveis para os campos da ciência, da tecnologia, da engenharia e da matemática, desde o mundo antigo até o contemporâneo.
    Fotografia. Reprodução de capa de livro. Na parte superior, o título: O GRANDE LIVRO DE CIÊNCIAS DO MANUAL DO MUNDO. Abaixo, o texto: 'Anotações INCRÍVEIS e DIVERTIDAS para você aprender sobre a VIDA, o UNIVERSO e tudo mais'. Sobre fundo verde há ilustrações de um lagarto, um planeta, um cacto, um modelo atômico, um microscópio, um menino jogando uma bolinha e uma menina segurando uma lupa.
    O grande livro de ciências do Manual do Mundo, versão de Iberê Thenório e Mari Fulfaro, editora Sextante, 2019. O livro traz vários textos de conteúdo científico que fazem parte de uma publicação internacional, mas com adaptações para o público brasileiro feitas pelos criadores do canal de vídeos Manual do Mundo.

    3. Observe as manchetes a seguir. Depois, responda às questões.

    Fotografia. Reprodução de página de internet A. Na parte superior, título do site: 'DIÁRIO DE PERNANMBUCO'. Abaixo, manchete com o texto: 'Mais mortes por malária são registrada durante a pandemia'.
    Manchete de notícia da versão on-line do jornal Diário de Pernambuco. Disponível em: https://oeds.link/5OJfKO. Acesso em: 5 março 2022.
    Fotografia. Reprodução de página de internet B. Na parte superior, título do site: 'g1'. Abaixo, manchete com o texto: 'Amazonas registra mais de 57 mil casos de malária em 2021'.
    Manchete de notícia do portal de notícias gê um. Disponível em: https://oeds.link/vNkpCG. Acesso em: 5 março 2022.
    Respostas e comentários

    Respostas (continuação)

    2. a) O texto do estudante deve apontar que o artigo contém resultados de duas investigações feitas por pesquisadores que mostram a relação entre ocupação humana, desmatamento e maior ocorrência de casos de malária na Amazônia, e como isso tem a ver com as condições precárias de vida das populações. Além disso, o trecho tem dados sobre a transmissão da malária no Brasil e o ciclo dessa transmissão.

    b) A linguagem é impessoal, em terceira pessoa. O tom é formal, com certo distanciamento em relação ao que é noticiado.

    c) O texto foi escrito para o público em geral com o objetivo de comunicar os resultados de pesquisas da instituição que as promoveu (úspi) e como modo de informar sobre um tema relevante no país. Professor, talvez, por ter dificuldade com esse gênero, nesta publicação especificamente, alguns estudantes pensem que o artigo é destinado a especialistas, mas leve-os a observar que não há dados estatísticos, tabelas com informações numéricas, gráficos complexos ou linguagem excessivamente científica, nem citações constantes de fontes, como nos textos acadêmicos.

    d) As imagens são do mosquito do gênero anófeles e o infográfico fala sobre o ciclo de transmissão da malária. No primeiro caso, ajudam a caracterizar o mosquito vetor; no segundo caso, mostram o ciclo de transmissão da doença em destaque.

    e) De modo geral, a imagem mostrando o ciclo deixa o processo vi­sualmente mais compreensí­vel.

    f) A função dessa marca é indicar, com mais clareza, a supressão, na versão apresentada, de que foram feitos córtes no original. Não é um erro; é uma prática que busca mostrar o que é essencial para o leitor a que se destina. (Professor, destaque neste ponto que o fato de escolher quais córtes fazer também é uma fórma de guiar a leitura do outro.)

    g) Os artigos tratam de temas praticamente semelhantes: a relação entre desmatamento, a presença humana e a maior ocorrência de malária. A instituição de pesquisa é a mesma (úspi); os nomes de Leonardo Suveges Moreira Chaves e Maria Anice Sallum são novamente citados; o meio de divulgação é o Jornal da úspi.

    h) O tema é praticamente o mesmo, mas informações do artigo anterior aparecem aqui resumidas, um novo pesquisador foi incluído (Gabriel Laporta), reforçando os resultados anteriores, e outros dados foram inseridos, como ­prevalência da doença, inclusão de um infográfico que explica o ciclo da doença e maneiras de prevenção.

    i) Um hiperlink serve de caminho para uma publicação. Quando se clica sobre esse tipo de texto, um texto vinculado a ele se abre. (Professor, acrescente que o destino é geralmente outra página da web, mas que também pode ser uma imagem, um endereço de e-mail ou um programa.)

    3. a) Informam a quantidade de casos de malária durante a pandemia de côvid dezenóve (neste caso, de 2019 a 2022) e o aumento de casos no Amazonas em 2021.

    c) Que este é um assunto em pauta na mídia, de modo geral, provavelmente devido ao aumento de casos da doença.

    d) Porque ele apresenta uma pesquisa que aponta possíveis causas do aumento dos casos de malária, fato que está em destaque na mídia por sua relevância ambiental e social.

    Considere outras respostas dos estudantes, procurando relacioná-las com a relevância de o assunto da malária estar em pauta no país no período.

    Faça as atividades no caderno.

    1. O que as manchetes informam?
    2. Qual é a data de publicação delas?
    3. Considerando as datas de publicação dessas manchetes e do artigo do Jornal da úspi, lido na seção Leitura 1, o que é possível concluir sobre a escolha do assunto em pauta no jornal da universidade?
    4. Por que é relevante divulgar esse artigo no jornal da universidade?
    1. O título do texto aponta uma relação matemática entre a área desmatada e os casos de malária.
      1. Que relação é essa?
      2. Falta uma informação no título que é apresentada no segundo parágrafo do texto e interfere na compreensão da quantificação dos casos de malária. Identifique-a e explique essa interferência.
    2. Que hipótese é testada na pesquisa apresentada no texto?

    Saiba +

    Hipótese de pesquisa

    A hipótese de uma pesquisa define-se como uma resposta provável, suposta, provisória a respeito de um problema identificado.

    6. Entre os fatores mencionados a seguir, copie em seu caderno aqueles que podem ser considerados agravadores do aumento dos casos da malária.

    um Abundância de pequenas áreas devastadas.

    dois Adaptação do mosquito a áreas devastadas.

    três Programas governamentais efetivos de contrôle da doença.

    quatro Migração de pessoas infectadas pelo parasita.

    cinco. Baixo nível educacional da população da região.

    seis. Precariedade nos serviços de saúde prestados.

    1. A pesquisadora aponta uma relação entre os assentamentos, o desmatamento, o processo migratório e a disseminação da malária na região pesquisada. Explique com suas palavras essa relação.
    2. Releia o trecho a seguir, do artigo de divulgação científica do Jornal da úspi:

    “A pesquisa buscou demonstrar a correlação entre incidência de malária e o padrão de fragmentação da mata nativa causado pela criação de assentamentosglossário rurais e extração de produtos da floresta”, afirma a professora Maria Anice muréb Sallum, da Efe ésse pê, que supervisionou a pesquisa.

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

    1. Se a locução em destaque fosse substituída por demonstrou, haveria alteração no sentido? Explique.
    2. O que poderia explicar a escolha dessa locução verbal pela pesquisadora?
    Versão adaptada acessível
    1. Se a locução buscou demonstrar fosse substituída por demonstrou, haveria alteração no sentido? Explique.
    2. O que poderia explicar a escolha dessa locução verbal pela pesquisadora?

    9. Releia dois trechos do texto:

    um

    Os pesquisadores demonstraram que há uma correlação positiva entre o tamanho da área desmatada e o aumento de casos de malária.

    Fotografia. Floresta tropical com vegetação exuberante, com um trecho de curso de água de água turva, sobre o qual estão caídos alguns troncos de árvore.
    Mosquito transmissor da malária tem afinidade por áreas na margem da mata, próximas a assentamentos rurais em áreas devastadas; na fotografia, criadouro do mosquito em São Gabriel da Cachoeira (Amazonas), 2015.

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

    Respostas e comentários

    3. b) Janeiro de 2022.

    4. a) A cada um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia, ocorrem 27 novos casos de malária.

    5. A hipótese de que os casos de malária aumentam de acordo com o crescimento de áreas desmatadas na Amazônia.

    Respostas (continuação)

    4. b) A informação é “por ano”, o que quer dizer que esses 27 novos casos por área desmatada ocorrem anualmente. Trata-se de um saldo.

    6. Retome com os estudantes a interpretação textual, de modo que eles possam identificar as partes do texto que comprovam as afirmações corretas da questão e expliquem o porquê de os itens três e seis estarem errados.

    7. Segundo o texto, a migração constante das populações rurais na região amazônica, causada pelas precárias condições de sobrevivência no local, gera focos de desmatamento, para que as moradias sejam construídas – os assentamentos. O mosquito prefere regiões onde haja pessoas, para que possa se alimentar do sangue delas, e, quando contaminado, acaba disseminando a doença.

    8. a) Sim, porque a locução buscou demonstrar apresenta uma intenção de, uma pretensão, enquanto o emprego de demonstrou, no pretérito perfeito, expressa a ação pronta, consolidada, efetivada.

    b) O caráter de dúvida sobre a efetivação da intenção da pesquisa, que tem um objetivo, mas nem sempre é plenamente alcançado.

    dois

    Maria Anice explica que quando a floresta é contínua e íntegra, sem áreas de desmatamento, o mosquito anofelino, transmissor do protozoário causador da doença (plasmódium), quando está presente, é e m baixa densidade e somente onde as condições ambientais são adequadas.

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 16 julho 2022.

    1. Quais são os sujeitos dos verbos em destaque?
    2. O autor do artigo de divulgação científica, Júlio Bernardes, utilizou discurso na fórma indireta no trecho dois. Explique qual é a finalidade desse recurso em um texto desse tipo.
    Versão adaptada acessível
    1. Quais são os sujeitos dos verbos demonstraram e explica?
    2. O autor do artigo de divulgação científica, Júlio Bernardes, utilizou discurso na forma indireta no trecho II. Explique qual é a finalidade desse recurso em um texto desse tipo.

    10. Agora, responda às questões a seguir sobre este trecho. Retome o texto integral caso necessite.

    Como o mosquito tem afinidade por áreas próximas à margem da mata, onde ficam os domicílios das comunidades rurais, ele passa a viver próximo do ambiente humano, que oferece muitas fontes de sangue para os insetos. “Além de picar as pessoas, os mosquitos também se alimentam do sangue de animais domésticos como cães, gatos, cabras, porcos, galinhas, papagaios e macacos”, destaca a professora.

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivalea 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

    1. Quem é o autor da afirmação destacada?
    2. Qual é a fonte da informação destacada?
    3. Que estratégia o autor usa no texto para validar a afirmação em destaque?
    4. Artigos de divulgação científica costumam apresentar muitas aspas. Qual é a função desse sinal de pontuação no texto lido?
    Versão adaptada acessível
    1. Identifique o autor da seguinte afirmação: Como o mosquito tem afinidade por áreas próximas à margem da mata, onde ficam os domicílios das comunidades rurais, ele passa a viver próximo do ambiente humano, que oferece muitas fontes de sangue para os insetos.
    2. Qual é a fonte dessa afirmação?
    3. Que estratégia o autor usa no texto para validar essa afirmação?
    4. Artigos de divulgação científica costumam apresentar muitas aspas. Qual é a função desse sinal de pontuação no texto lido?
    1. Que explicação você atribuiria à recorrência do discurso direto nos artigos de divulgação científica?
    2. Considerando o veículo de imprensa que publicou o texto, quem você indicaria como seu principal público leitor?
    3. Em seu caderno, reescreva o trecho a seguir, supondo que ele será divulgado para um público mais jovem do que você.

    Maria Anice explica que quando a floresta é contínua e íntegra, sem áreas de desmatamento, o mosquito anofelino, transmissor do protozoário causador da doença (plasmódium), quando está presente, é em baixa densidade e somente onde as condições ambientais são adequadas.

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

    Respostas e comentários

    9. b) Ao indicar por meio do discurso indireto quem faz a afirmação, o autor reforça a fonte do que é dito, o que dá credibilidade ao texto.

    10. a) Júlio Bernardes, autor do texto de divulgação.

    10. b) A pesquisa em si, na voz da professora Maria Anice muréb Sallum.

    10. d) Dar voz aos pesquisadores, de modo que eles tragam credibilidade e autoridade à pesquisa.

    Respostas (continuação)

    9. a) Sujeito de demonstraram: Os pesquisadores; sujeito de explica: Maria Anice.

    10. c) Ele traz, logo em seguida, a fala da professora responsável pela pesquisa, entre aspas.

    11. Colocar na voz do pesquisador, ou de uma autoridade no assunto, as explicações sobre o que está sendo divulgado, de modo a não haver intermediários na interpretação do fato científico.

    12. Interessados em pesquisas acadêmicas, órgãos da imprensa que queiram divulgar pesquisas realizadas pela úspi e outras mídias de divulgação científica, cujo público leitor seja leigo.

    13. Possibilidade de resposta: Maria Anice explica que, quando uma floresta está preservada, sem desmatamento, o mosquito transmissor da doença se apresenta em menor quantidade e apenas nos locais onde ele tem condições de se desenvolver.

    Orientação

    As atividades 9 a 13 abordam aspectos da linguagem, do suporte e do público-alvo a que se destina o artigo de divulgação científica em foco. Verifique a necessidade de aprofundar o estudo desses itens, a partir da identificação de outras ocorrências no texto que considerar relevantes.

    O gênero em foco

    Artigo de divulgação científica

    Curiosidade, vontade de experimentar, testar e investigar. Essas são algumas das principais características que um cientista precisa ter para desenvolver uma pesquisa. E para cada etapa dela é necessário fazer registros, que depois serão compartilhados de alguma fórma. Mas como isso chega a nós? Como podemos saber os avanços nas diversas áreas da Ciência? É aí que entram os artigos de divulgação científica.

    Escritos por estudiosos da área que se dedicam à divulgação desses conteúdos ou por jornalistas, esses artigos têm como objetivo levar ao público leigo informações sobre as pesquisas, com uma linguagem mais acessível, que não seja tão técnica como a científica, mas sim familiar ao público para o qual a pesquisa está sendo divulgada. Para tanto, o autor escreve o artigo com base nos registros da pesquisa realizada, selecionando partes importantes dela, entrevistando pesquisadores envolvidos, citando as fontes de informação e apresentando os resultados.

    Retomando o texto da seção Leitura 1, observe que:

    Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária

    Incidência da doença é maior em pequenos focos de desmatamento próximos a assentamentos rurais

    O título chama a atenção para o ponto principal da pesquisa em foco.

    A linha fina complementa o título com informações relevantes para a pesquisa.

    Em termos de progressão temática, observe o desenvolvimento do texto:

    Cada quilômetro quadrado de floresta tropical nativa derrubado na Amazônia está associado a 27 novos casos de malária por ano, no período entre 2009 e 2015, revela pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (Efe ésse pê) da úspi.

    Revela o resultado principal da pesquisa e cita o órgão ou os órgãos responsáveis.

    reticências A comparação da incidência da doença com dados sobre áreas impactadas pelo homem também mostra que a ocorrência é maior quando há abundância de pequenas áreas devastadas, detectadas por imagens de satélite. O risco é aumentado pela capacidade do mosquito vetor da malária se adaptar às áreas impactadas, aliada à maior presença tanto de pessoas suscetíveis como infectadas pelo parasita que causa a doença. A essa situação podem se somar as condições precárias de vida da população, baixo nível educacional, desconhecimento sobre a transmissão da infecção e difícil acesso aos serviços de saúde.

    Detalha as descobertas.

    “A pesquisa buscou demonstrar a correlação entre incidência de malária e o padrão de fragmentação da mata nativa causado pela criação de assentamentos rurais e extração de produtos da floresta”, afirma a professora Maria Anice muréb Sallum, da Efe ésse pê, que supervisionou a pesquisa. “Para isso, foi feito um cruzamento dos dados de casos de malária notificados de 2009 a 2015 nos nove Estados da Amazônia (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima), fornecidos pelo Ministério da Saúde, com os dados de desmatamento ao longo dos anos, disponibilizados na plataforma digital do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (imazon)”.

    Retoma o objetivo da pesquisa e explica o método utilizado na investigação, detalhando partes relevantes.

    Respostas e comentários

    Sobre O gênero em foco

    Nesta Unidade, o estudo sobre o gênero propõe a análise do artigo de divulgação científica a partir da análise do texto lido. Converse com os estudantes previamente sobre o que já conseguiram sistematizar dessa estrutura depois de realizarem as atividades da subseção Estudo do texto, para, então, aprofundar os conhecimentos por meio da apresentação proposta nesta seção.

    Sobre Artigo de divulgação científica

    O objetivo do artigo de divulgação científica é fazer chegar a diversos públicos os resultados de pesquisas desenvolvidas em universidades e institutos. Nesse sentido, é importante esclarecer aos estudantes a convergência entre a escrita jornalística objetiva e factual – mais característica das notícias – e as vozes de autoridade que explicam a pesquisa. Trata-se, portanto, de uma espécie de apresentação com certa transposição linguística que torne a pesquisa em foco acessível ao público ao qual se deseja divulgá-la.

    Sugestão

    Após fazer o levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre o gênero artigo de divulgação científica, dê um tempo suficiente para que eles leiam silenciosamente as explicações teóricas da seção e identifiquem as partes composicionais. Depois, proponha a eles que sistematizem o que entenderam em um mapa mental, no caderno.

    A pesquisa é descrita na tese de Leonardo Suveges Moreira Chaves, doutorando do Departamento de Epidemiologia da Efe ésse pê. As conclusões do estudo também foram relatadas no artigo “Abundance of impacted forest patches less than 5 km² is a key driver of the incidence of malaria in Amazonian Brazil”, publicado no site Scientific Reports em 4 de maio. O trabalho integra um projeto temático da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (fapésp), intitulado Genômica de paisagens em gradientes latitudinais e ecologia de anôféles darlinji.

    Cita a fonte da pesquisa de base, ou seja, da qual o jornal retirou as principais informações.

    A linguagem e as estratégias argumentativas e discursivas para a construção desse artigo dependerão do seu interlocutor e do meio em que circulará. Não se trata de uma simples adequação, mas sim de uma nova estratégia de construção do texto.

    Observe as seguintes características:

    reticências O risco é aumentado pela capacidade do mosquito vetor da malária se adaptar às áreas impactadas, aliada à maior presença tanto de pessoas suscetíveis como infectadas pelo parasita que causa a doença. reticências

    Apresenta comparações.

    Os pesquisadores demonstraram que há uma correlação positiva entre o tamanho da área desmatada e o aumento de casos de malária. reticências

    Maria Anice explica que quando a floresta é contínua e íntegra, sem áreas de desmatamento, o mosquito anofelino, transmissor do protozoário causador da doença (plasmódium), quando está presente, é em baixa densidade e somente onde as condições ambientais são adequadas. reticências

    Objetividade.

    Habitações inadequadas

    Como o mosquito tem afinidade por áreas próximas à margem da mata, onde ficam os domicílios das comunidades rurais, ele passa a viver próximo do ambiente humano, que oferece muitas fontes de sangue para os insetos. “Além de picar as pessoas, os mosquitos também se alimentam do sangue de animais domésticos como cães, gatos, cabras, porcos, galinhas, papagaios e macacos”, destaca a professora. “As habitações em geral são inadequadas, feitas com pedaços de madeira, folhas secas de palmeiras ou até uma simples lona apoiada em troncos de árvores derrubadas.

    Uso de vocabulário acessível ao público-alvo.

    Dá voz às autoridades.

    Apresenta exemplos.

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

    É importante refletir sobre o fato de que uma pesquisa representa um recorte da realidade, observado e analisado de um viés metodológico, não representando, portanto, uma verdade inquestionável.

    Fontes de informação se transformam

    Ainda que modos clássicos de obter informação não tenham desaparecido, é evidente que bastante coisa mudou. Compare, por exemplo, as duas fotografias a seguir: o que muda no modo de obter informações em um ou outro veículo?

    Respostas e comentários

    Orientação

    Amplie o estudo da objetividade e formalidade da linguagem do artigo de divulgação científica, explicando aos estudantes o sentido de assim ser: apresentar a pesquisa de modo isento de julgamentos de valor, focada no objetivo de progresso científico. Peça aos estudantes que identifiquem outras partes do texto que se enquadrem nas partes apresentadas.

    Sugestão

    É importante que os estudantes despertem para o prazer implícito nas descobertas do fazer científico. Nesse sentido, o trabalho prático motiva esse despertar. Assim, se houver possibilidade, promova uma abordagem interdisciplinar com Ciências, por exemplo, para que os estudantes conheçam em laboratório as fases de desenvolvimento do mosquito anófeles ou outros objetos de pesquisa que considerar relevantes sobre o tema da malária ou da saúde pública. Comente com os estudantes que pesquisas nascem da curiosidade e da inquietude por investigar um fenômeno. Procure desconstruir a ideia de ciência positivista, quer dizer, aquela que carrega uma verdade absoluta, para promover a ideia de ciência como experimento, hipótese e refutação.

    Indicação de livro

    Para embasar a discussão sobre pesquisa, sugere-se a leitura prévia de:

    Banho, Marcos. Pesquisa na escola: o que é e como se faz. vigésima quarta edição São Paulo: Edições Loyola, 2010.

    Fotografia A. Uma adolescente de cabelos pretos cacheados está sentada em uma poltrona branca, lendo um caderno de jornal.
    Menina lendo conteúdo em jornal impresso.
    Fotografia B. Um adolescente de cabelos pretos está sentado de perfil segurando um dispositivo com ambas as mãos diante do rosto. Ao fundo estão sentadas uma mulher de blusa branca e uma menina de cabelos pretos.
    Menino lendo conteúdo em um telefone celular (ismartifône).

    Os dois tipos de mídia trazem informações para você, mas por meios diferentes. O jornalismo impresso, seja na fórma de jornais, seja na de revistas, é bastante antigo. No caso dos jornais impressos, você já estudou anteriormente que ele tem uma capa com as manchetes, é estruturado em seções, como a de opiniões do próprio jornal, seção de tirinhas, entre outras, e tudo isso em meio a anúncios pagos.

    Um jornal on-line ou um portal de notícias na internet também tem uma página inicial com manchetes, publicidade e abas que dão acesso a seções com variados assuntos. Ele, no entanto, tem outras funcionalidades: possibilita a atualização mais rápida das informações; a adição de áudios e vídeos; oferece maior interatividade aos leitores, pois o espaço para comentários fica disponível on-line; e tem links (atalhos) clicáveis que levam a outros conteúdos.

    Hipertextos nas páginas on-line

    O hipertexto é uma fórma de escrita e leitura não linear, com presença de blocos de informação ligados a palavras, partes de um texto ou, por exemplo, imagens. Apesar de haver páginas impressas com essa característica, esse formato está presente em basicamente todas as páginas on-line.

    Fotografia. Reprodução de página de internet. Na parte superior, o título do site: 'WIKIPÉDIA'. Abaixo, o título do artigo: 'Homem de Neandertal'. Após o título, texto do artigo e fotografia do crânio de réptil pré-histórico de dentes pontiagudos, indicando tratar-se de um animal carnívoro; portanto, de um predador.
    Imagem da página da enciclopédia colaborativa uiquipédia. Disponível em: https://oeds.link/UH60My. Acesso em: 6 março 2022. Nesta página existem hiperlinks que abrem caixas de texto com informações resumidas, são hipertextos. A imagem acima, por exemplo, mostra que, ao aproximarmos o cursor da palavra "fóssil", abre-se uma caixa de texto com uma breve definição e uma imagem (ver no detalhe).

    No entanto, pesquisas mostram que o público tem a opinião de que o conteúdo impresso é mais verdadeiro do que o compartilhado por mídias digitais menos tradicionais. Isso ocorre porque os meios de comunicação que se mantiveram na fórma impressa são, em geral, jornais e revistas existentes há muitos anos e querem manter um státus e a fidelidade de um público que preza pelo rigor na checagem dos fatos.

    Respostas e comentários

    Orientação

    O texto de divulgação científica está presente em jornais e revistas, tanto em versões digitais como em materiais impressos. Para além deste gênero, especificamente, é preciso desenvolver no estudante um olhar crítico perante a imensa quantidade de informações que chega até ele.

    Inicie a abordagem fazendo uma comparação entre as fotografias do início da página. Peça exemplos de aproximações e distanciamentos desses dois formatos.

    Ao comentar a presença de hipertexto nas mídias digitais, explore com os estudantes a página da Wikipédia. Este site não é um portal de notícias, mas é uma das fontes de informação mais acessadas mundialmente. Seu conteúdo é produzido com a colaboração de internautas que se dispõem a desenvolver as páginas da enciclopédia. Esse também é um dos motivos que a tornam controversa, pois é uma produção aberta, coletiva. Mostre como há a proposta de hipertexto na página, de leitura não linear, com abas que podem ser abertas, hiperlinks e caixas de texto. Em textos lineares há uma sequência textual da qual não se escapa, sem propostas de sair do texto principal para outras possibilidades. Já no hipertexto há figuras com legendas, boxes, notas nas margens etcétera No caso de textos digitais, as possibilidades aumentam muito: sons, vídeos, caixas laterais, ­hiperlinks etcétera

    Entretanto, é bastante difícil que uma notícia levada ao público seja totalmente imparcial, independentemente do tipo de mídia em que esteja veiculada. Às vezes, o jornalista não manifesta sua opinião, mas o modo como redige seu texto, por exemplo, pode trabalhar para influenciar os leitores. Por isso, é importante ter sempre um senso crítico em relação ao noticiário.

    Observe um exemplo de como a mesma notícia pode ser abordada de modos diferentes a depender do veículo de informação.

    Fotografia. Reprodução de página de internet A. Acima, o título do site: 'ESTADÃO'. Abaixo, fotografias reduzidas, ilustrando cada título da matéria a que se referem. No centro, mais abaixo, a manchete: 'Acusados de crimes, venezuelanos são agredidos em Roraima; PF expulsa imigrantes ilegais'.
    Manchete de notícia do portal de notícias Estadão publicada em 18 de agosto de 2018. Disponível em: https://oeds.link/wisEQR. Acesso em: 5 março 2022.
    Fotografia. Reprodução de página de internet B. Acima, o título do site: 'Carta Capital'. Abaixo, a manchete: 'Após agressões de brasileiros, 1.200 venezuelanos deixam Roraima'.
    Manchete de notícia do portal de notícias da revista Carta Capital publicada em 19 de agosto de 2018. Disponível em: https://oeds.link/D2AEYE. Acesso em: 5 março 2022.

    As manchetes chamam a atenção para um fato ocorrido em 18 de agosto de 2018, quando refugiados venezuelanos sofreram ataques de brasileiros na cidade de Pacaraima, em Roraima. Não se pode dizer, sem ler as reportagens completas, que um veículo de notícia é contrário ou favorável a uma das partes em conflito, mas nota-se um tratamento diferenciado do mesmo conteúdo.

    1. O texto a seguir é um recorte de um artigo de Ciências Humanas que analisa um fato ocorrido em 24 de julho de 2021, quando um grupo de protesto espalhou pneus pela via e nos arredores de uma estátua e ateou fogo.

    reticências O debate girou em torno de reflexões sobre a memória, a História e os símbolos do passado no presente. Ativistasglossário e perfis de movimentos sociais defenderam a ação, alegando que Borba Gato, um bandeirante paulista cuja trajetória está ligada à colonização e, portanto, à violência perpetradaglossário pela empresa colonial contra indígenas e negros, não merece o lugar de herói na história, tampouco que sua memória deve ser perpetuada através de um monumento em sua homenagem. O tom mais legalistaglossário de boa parte da grande imprensa questionava o suposto anacronismoglossário da ação e acusava os manifestantes de “negação da história”, “ameaças ao patrimônio”, “incineração do passado”, “revisionismo” e até de “estupidez”, uma vez que não poderíamos “julgar” personagens históricos com as convicções que temos hoje em dia reticências.

    ARANTES, Erika ; FARIAS, Juliana Barreto; SANTOS, Ynaê Lopes dos. Apresentação dossiê: Racismo em pauta: “A história que a História não conta”. Revista Brasileira de História, volume 41, número 88, página 15-32, setembro/dezembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/doFchH. Acesso em: 6 março 2022.

    Fotografia. Monumento com estátua de um homem de chapéu calçando botas, com o braço semiflexionado para a frente, segurando uma arma de fogo antiga, que representa a figura de um bandeirante. Há diversos objetos queimando diante do pedestal, e as chamas se elevam até meia altura da estátua, e uma densa fumaça escura a cobre parcialmente. Ao fundo, posto de combustíveis e edifícios sob céu azul sem nuvens.
    Ato realizado pelo Coletivo Independente Revolução Periférica em que foi incendiada a estátua do bandeirante Borba Gato, em São Paulo, em 24 de julho de 2021.
    • Pesquise mais informações sobre esse acontecimento.
    • Analise as opiniões de historiadores, museólogos e políticos.
    Respostas e comentários

    Passe à analise das manchetes com os estudantes. Ouça as opiniões e, por meio do diálogo, observe se eles veem, na manchete do veículo de informação A, uma possível motivação para a agressão. Analise se há indicação de pessoas em situação ilegal que foram expulsas, o que poderia reforçar falta de legalidade nessa estadia. Já o veículo B noticia a agressão destacando consequências, acrescentando que o fato ocorrido forçou milhares de imigrantes a deixar o país, sugerindo até a possibilidade de uma injustiça. Aprofunde o assunto perguntando se os títulos já criam expectativas e reforço tanto naqueles que são contra quanto nos que são a favor de haver imigrantes venezuelanos no país. Independentemente da intenção dessas fontes de informação, elas podem acabar mudando a percepção do leitor mesmo antes de ele iniciar a leitura.

    Encaminhe os estudantes para a leitura do texto e da imagem. O assunto, tanto na época quanto agora, é polêmico, havendo argumentos favoráveis e contrários à existência desses monumentos. Permita que os estudantes se expressem. Contudo, o foco não é saber qual é o lado certo, mas levá-los a perceber que em tais situações de conflitos de ideias é muito mais comum haver tendência de defesa de posições tanto na imprensa quanto em textos científicos (no caso, das ciências humanas). Oriente os estudantes, primeiramente, a fazer a pesquisa, tendo acesso a interpretações e à principal motivação. A morte do afro-americano George Flóid, em 25 de maio de 2020, em decorrência da ação de um policial nos Estados Unidos, levou a uma onda de intensos protestos antirracistas naquele país. Os protestos se espalharam para outros continentes, com contornos de crítica a figuras históricas de opressão, gerando a depredação ou a retirada de monumentos dessas figuras. Essa situação levou ao ato em São Paulo.

    Solicite aos estudantes que produzam os três títulos. Oriente-os a não serem explícitos ao exemplificar as visões negativas ou positivas do ato, porque não é assim que os grandes veículos de imprensa agem, pois isso compromete a ideia de imparcialidade. Os estudantes podem ir além e escrever um texto curto com os três enfoques: origem do problema, citação de falas de autoridade, fonte de pesquisa e datas, por exemplo. Em uma data determinada, peça a eles que tragam as produções e compartilhem com a turma.

    Por fim, crie três manchetes e as respectivas linhas finas para noticiar o fato: uma notícia com título positivo, uma com título negativo e a outra com título neutro.

    A notícia sob suspeita

    Na internet, ao mesmo tempo que há instituições que igualmente prezam pela verificação de fatos, existe ampla divulgação de conteúdo parcialmente ou totalmente falso: as notícias falsas, também chamadas de fake news.

    Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

    Transcrição do áudio

    Curadoria da informação

    >> [LOCUTOR] Você já ouviu falar em curadoria da informação? Vamos saber um pouco mais sobre o assunto com Caio Dib. Ele é jornalista, viajou o Brasil de ônibus por cinco meses em busca de boas práticas da educação pública do país e tem um site onde reúne notícias e novidades sobre inovação e tendências na educação do nosso país. Para fazer seu trabalho, Caio precisa ser curador de informação o tempo todo.

    >> [LOCUTOR] Caio, o que é curadoria da informação?

    >> [CAIO DIB] Curadoria da informação é um processo que abrange a pesquisa, a seleção e a organização de informações relevantes e de fontes confiáveis sobre um determinado tema. Parece difícil, né? Mas, na verdade, a gente faz curadoria da informação todos os dias: quando você prepara uma lista de músicas ou de vídeos favoritos, você está sendo um curador da informação. Afinal, você pesquisou e selecionou os melhores vídeos e músicas para que suas indicações ajudassem as pessoas a encontrar um bom conteúdo. Para o meu site, por exemplo, eu busco todos os dias novidades para professores e pessoas que se interessam por educação. Então, eu reúno os melhores achados e procuro compartilhar de maneira que despertem a curiosidade dos meus visitantes e façam com que essas pessoas acessem as informações.

    >> [LOCUTOR] Por que a curadoria da informação é importante?

    >> [CAIO DIB] A curadoria da informação tem se mostrado cada vez mais importante numa sociedade que produz uma enorme quantidade de informação on-line e off-line todos os dias. Na plataforma de vídeos mais famosa da internet, por exemplo, a gente faz upload de mais de [tom de ênfase] 500 horas de vídeos por minuto! [Tom de ênfase] Pensa só, você precisaria de 21 dias sem dormir para assistir a tudo isso!

    >> [CAIO DIB] É como se os filtros e palavras-chave que ajudam a refinar a pesquisa funcionassem como uma peneira: a partir de toda a informação disponível sobre o assunto que a gente está pesquisando, a gente consegue selecionar apenas os conteúdos que estão mais alinhados com nosso foco de busca.

    >> [LOCUTOR] E por que é importante conferir se a informação é confiável e verdadeira?

    >> [CAIO DIB] Sempre que a gente fala sobre curadoria da informação, é importante reforçar que a gente precisa checar se o autor ou se aquele que está compartilhando aquela informação é confiável e se o conteúdo é [tom de ênfase] de fato verdadeiro. A gente deve fazer isso principalmente por causa de dois motivos:

    >> [CAIO DIB] O primeiro deles é que, nos dias de hoje, quando todo mundo pode criar conteúdo superfacilmente, informações não verdadeiras ou incorretas são cada vez mais frequentes. Você mesmo é um criador de conteúdo quando posta alguma coisa nas redes sociais ou grava e compartilha um vídeo, por exemplo. O segundo motivo é que informações falsas podem prejudicar as pessoas. Você já imaginou se você fizesse uma pesquisa para a escola com base em uma informação que encontrou em um site ou uma revista e tirasse nota baixa porque ela não era verdadeira?

    >> [LOCUTOR] Então, como fazer a seleção de informações para uma pesquisa escolar, por exemplo?

    >> [CAIO DIB] Existem três pontos muito importantes que você e seus colegas devem compreender bem se vocês quiserem ser verdadeiros curadores da informação na hora de fazer uma pesquisa da escola:

    >> [CAIO DIB] O primeiro ponto é descobrir qual é o foco da pesquisa: qual é a pergunta que vocês querem responder? Na minha viagem de ônibus pelo Brasil, minha principal pergunta era: “Quais são os projetos que estão fazendo a diferença nas escolas brasileiras?”. O segundo ponto é selecionar informações e dados relevantes de diversas fontes para responder a essa pergunta. Aqui, o mais importante é conferir se a fonte dessa informação é confiável e a quem esse conteúdo está servindo. E o último ponto é que é importante sempre buscar as respostas para uma mesma pergunta em fontes diferentes e sempre se questionar sobre a veracidade e a confiabilidade das informações que você recebe.

    >> [LOCUTOR] Mas como eu posso encontrar as melhores fontes de informação?

    >> [CAIO DIB] A gente pode encontrar boas fontes de informação em jornais, televisão, rádio, canais de vídeo, páginas e perfis nas redes sociais, entre outros vários meios. Para entender qual é a melhor fonte para sua pesquisa, não basta clicar apenas no primeiro link do resultado da busca na internet. Você precisa checar quais outros conteúdos aquela fonte já produziu e até mesmo questionar com qual objetivo essa informação está sendo veiculada.

    >> [LOCUTOR] Obrigado pelas dicas, Caio!

    >> [CAIO DIB] Eu que agradeço! Espero que você, que está escutando a gente, consiga aplicar a curadoria no seu dia a dia, tanto na escola quanto em outros momentos em que você consome informações, tanto sobre coisas sérias quanto sobre entretenimento. A gente precisa refletir sempre a respeito de tudo o que a gente lê e do que a gente ouve e lançar um olhar crítico e questionador para essas informações. Boa sorte!

    Locução crédito Estúdio: Núcleo de Criação

    As notícias falsas chegam sobretudo via páginas on-line de veículos de informação pouco rigorosos, bem como por meio de redes sociais, aplicativos de mensagem para celulares, entre outros. Muitas vezes o conteúdo contém erro por desinformação de quem o produziu, porém na maioria das vezes há interesses por trás dessa ação, como influenciar politicamente, obter lucro etcétera

    TIPOS DE FAKE NEWS

    Sátira ou paródia: humor que pode não ser intencionalmente nocivo, mas outras vezes pode ter intenção de difamação.

    Conexão falsa: o título não corresponde fielmente ao conteúdo da matéria, e isso induz o leitor a erro.

    Contexto falso: informação fóra de contexto ou antiga que pode se tornar inapropriada ou inválida com o passar do tempo.

    Conteúdo manipulado: tem a intenção de convencer de uma opinião, visão política etcétera, por adulteração de texto, de imagens, ou ambos.

    Conteúdo impostor: a informação é verdadeira, mas é mal utilizada, moldando uma situação e criando uma inverdade.

    Conteúdo fabricado: todo o seu conteúdo é falso, criado para enganar e prejudicar.

    Antes destes passos, não compartilhe!

    Primeiro passo: checar a fonte, ou mesmo a fonte da fonte.

    Segundo passo: ler (assistir, ouvir) toda a matéria; o título pode ser enganoso.

    Terceiro passo: desconfie se o conteúdo lhe causou forte reação emocional; fake news buscam também convencer pela emoção.

    Quarto passo: desconfie de si mesmo: notícias que confirmam nossas crenças são tidas como confiáveis, mas nem sempre são verdadeiras. Pesquise.

    Quinto passo: cuidado com conteúdo que se coloca como única verdade, solicitando credulidade com base na confiança; sem apresentar fórmas de apuração e pesquisas embasadas, eles acabam fomentando muitas vezes teorias da conspiração.

    Sexto passo: desconfie de notícias bombásticas publicadas no calor do momento; afinal, bons conteúdos exigem profissionais qualificados e tempo de pesquisa.

    Sétimo passo: na dúvida, consulte outras fontes sobre o mesmo tema, inclusive acessando sites de checagem de informações. Existem muitos atualmente.

    Fonte de pesquisa: COUTINHO, ruâne. Fake news: como identificar e evitar a disseminação. Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ú éfe érre jota). Disponível em: https://oeds.link/J44S0S. Acesso em: 5 março 2022.

    1. Dividam-se em grupos. Sigam as orientações do professor e busquem um exemplo de cada uma dessas fórmas de fake news.

    Respostas e comentários

    Passe agora ao trabalho com as notícias falsas, as chamadas fake news. No ambiente virtual, a veracidade das informações é colocada à prova, por causa da profusão de notícias falsas. No trabalho com os boxes de características de fake news e dicas para identificá-las, tente trazer exemplos comentados recentemente na mídia.

    Utilize o boxe com tipos de fake news para orientar os estudantes a buscar esses casos. Divida-os em seis grupos, de modo que cada um fique responsável por um tipo. Solicite que tragam o caso e indiquem: quando ocorreu, onde a notícia falsa foi veiculada, quais os possíveis interesses na veiculação da notícia falsa e as consequências dessa propagação.

    Conhecimentos linguísticos e gramaticais 1

    Faça as atividades no caderno.

    Orações subordinadas adjetivas

    1. Releia este trecho do artigo de divulgação científica do Jornal da úspi:

    Como o mosquito tem afinidade por áreas próximas à margem da mata, onde ficam os domicílios das comunidades rurais, ele passa a viver próximo do ambiente humano, que oferece muitas fontes de sangue para os insetos.

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

    1. Qual é o sujeito do verbo em destaque?
    2. Qual elemento na última oração do período refere-se a esse sujeito e o retoma? A que classe de palavra pertence esse sujeito?
    Versão adaptada acessível
    1. Qual é o sujeito do verbo oferece?
    2. Qual elemento na última oração do período refere-se a esse sujeito e o retoma? A que classe de palavra pertence esse sujeito?

    2. Leia o trecho de reportagem que relaciona a pandemia de côvid dezenóve (2019 a 2022) com a ocorrência de casos de malária.

    Ao menos 47 mil mortes por malária no ano passado [2021] podem entrar na conta da pandemia da côvid dezenóve. Essa doença, que afeta principalmente países e regiões com baixo índice de desenvolvimento humano, é um dos maiores desafios de saúde pública da África Subsaariana e, desde o fim da década passada, o progresso observado a partir dos anos 2000 estagnou. Com número de casos e óbitos crescendo ano a ano, as estatísticas foram ainda mais dramáticas em 2020. reticências

    Dois terços dos óbitos, de acordo com o organismo das Nações Unidas, podem ser atribuídos à interrupção nos serviços de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença devido à pandemia da côvid dezenóve.

    OLIVETO, Paloma. Mais mortes por malária são registradas durante a pandemia. Diário de Pernambuco, 3 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/5OJfKO. Acesso em: 5 março 2022.

    Fotografia. Crianças indígenas vestindo roupas coloridas estão sentadas lado a lado em um banco de madeira. Todas usam máscaras faciais cobrindo o nariz e a boca em um cenário rural, sobre um terreno gramado e com uma árvore de copa extensa atrás deles. Ao fundo há vegetação.
    Os vários grupos indígenas que vivem na região da Amazônia foram os mais afetados pela presença dos dois surtos, de malária e de côvid dezenóve. As distâncias e a falta de assistência em saúde agravaram as dificuldades sanitárias vivenciadas por essa população.
    1. De acordo com esse trecho, é correto afirmar que as mortes causadas pela malária ocorreram porque as pessoas ficaram mais enfraquecidas por causa da pandemia?
    2. Qual é a correta relação entre o aumento do número de mortes por malária em 2021 e a pandemia de côvid dezenóve?
    3. Que elemento introduz a oração destacada e que função ele exerce?
    Versão adaptada acessível
    1. De acordo com esse trecho, é correto afirmar que as mortes causadas pela malária ocorreram porque as pessoas ficaram mais enfraquecidas por causa da pandemia?
    2. Qual é a correta relação entre o aumento do número de mortes por malária em 2021 e a pandemia de Covid-19?
    3. Que elemento introduz a oração "que afeta principalmente países e regiões com baixo índice de desenvolvimento humano" e que função ele exerce?
    Respostas e comentários

    1. a) Ambiente humano.

    Respostas

    1. b) O que refere-se ao sujeito ambiente humano e o retoma. Ele pertence à classe dos pronomes relativos.

    2. a) Não, o trecho não passa essa informação.

    b) Como a situação de pandemia exigiu muito dos centros de saúde, houve interrupção nos serviços de prevenção, diagnóstico e tratamento da malária, e isso levou à maior mortalidade por essa doença.

    c) O pronome relativo que introduz a oração. A função dele é relacionar a oração anterior e a oração que ele inicia.

    Habilidades trabalhadas nesta seção

    (ê éfe seis nove éle pê quatro dois) Analisar a construção composicional dos textos pertencentes a gêneros relacionados à divulgação de conhecimentos: título (olho), introdução, divisão do texto em subtítulos, imagens ilustrativas de conceitos, relações, ou resultados complexos (fotos, ilustrações, esquemas, gráficos, infográficos, diagramas, figuras, tabelas, mapas) etcétera, exposição, contendo definições, descrições, comparações, enumerações, exemplificações e remissões a conceitos e relações por meio de notas de rodapé, boxes ou links; ou título, contextualização do campo, ordenação temporal ou temática por tema ou subtema, intercalação de trechos verbais com fotos, ilustrações, áudios, vídeos etcétera e reconhecer traços da linguagem dos textos de divulgação científica, fazendo uso consciente das estratégias de impessoalização da linguagem (ou de pessoalização, se o tipo de publicação e objetivos assim o demandarem, como em alguns podcasts e vídeos de divulgação científica), 3a pessoa, presente atemporal, recurso à citação, uso de vocabulário técnico/especializado etcétera, como fórma de ampliar suas capacidades de compreensão e produção de textos nesses gêneros.

    (ê éfe seis nove éle pê quatro três) Identificar e utilizar os modos de introdução de outras vozes no texto – citação literal e sua formatação e paráfrase –, as pistas linguísticas responsáveis por introduzir no texto a posição do autor e dos outros autores citados (“Segundo X; De acordo com Y; De minha/nossa parte, penso/amos que”reticências) e os elementos de normatização (tais como as regras de inclusão e formatação de citações e paráfrases, de organização de referências bibliográficas) em textos científicos, desenvolvendo reflexão sobre o modo como a intertextualidade e a retextualização ocorrem nesses textos.

    (ê éfe zero nove éle pê zero nove) Identificar efeitos de sentido do uso de orações adjetivas restritivas e explicativas em um período composto.

    (ê éfe zero nove éle pê um um) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão sequencial (conjunções e articuladores textuais).

    Você já estudou que as orações desempenham funções sintáticas, em uma relação de subordinação, podendo ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. Vamos agora detalhar um pouco mais as orações subordinadas adjetivas, aquelas que equivalem a um adjetivo – no nível morfológico –, por isso exercem a função sintática de adjunto adnominal.

    Essas orações atribuem características aos termos a que se referem, as quais podem ser específicas deles ou relacionadas ao contexto que apresentam.

    A oração subordinada adjetiva exerce a função sintática de adjunto adnominal em relação a um termo da oração principal, e vem sempre introduzida por um pronome relativo: que, quem, o qual, cujo, onde, entre outros.


    Observe:

    reticências ele [o mosquito] passa a viver próximo do ambiente humano, que oferece muitas fontes de sangue para os insetos.

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

    A característica de oferecer muitas fontes de sangue para os insetos refere-se ao termo ambiente. É uma caracterização associada ao contexto, que explica, complementa uma informação sobre esse ambiente. Compare os dois exemplos:

    Esquema. [...] ambiente humano rico em fontes de sangue para os insetos.
Ambiente: substantivo
Humano: Adjetivo 1
Rico: Adjetivo 2
Humano: Adjunto adnominal 1
Rico em fontes de sangue: Adjunto adnominal 2
Esquema. [...] ambiente humano, que oferece muitas fontes de sangue para os insetos.
que: pronome relativo
que oferece muitas fontes de sangue para os insetos: oração subordinada adjetiva

    No primeiro exemplo, a expressão rico em fontes de sangue, assim como humano, tem a função de adjunto adnominal do substantivo. No segundo exemplo, o segundo adjunto adnominal é composto de uma oração (que oferece muitas fontes de sangue para os insetos), introduzida pelo pronome relativo que. Tanto o adjunto adnominal do primeiro caso quanto a oração do segundo explicam, complementam o sentido de ambiente nesse contexto.

    As orações que exercem a função de adjunto adnominal, explicam e complementam o sentido de um termo da oração principal a que se referem são chamadas de orações subordinadas adjetivas explicativas. Nesse caso, o pronome relativo vem antecedido por vírgula.


    No artigo de divulgação científica da seção Leitura 1, essas orações também estão presentes. Como esse gênero possui linguagem bastante objetiva, a utilização das orações subordinadas adjetivas explicativas torna-se uma estratégia de caracterização que não expõe o sujeito, deixando o foco no termo a que se refere. Por exemplo:

    Respostas e comentários

    Sobre Orações subordinadas adjetivas

    É importante que você sempre acompanhe o nível de compreensão dos conteúdos trabalhados ao longo dos anos. Ainda que o objetivo, neste momento, seja enfatizar as orações subordinadas adjetivas, antes de introduzir o tema, verifique se os estudantes conseguem explicar o que é uma oração (unidade sintática formada por, no mínimo, um verbo), o que é uma oração subordinada (unidade oracional que tem grau de dependência em relação a outra oração, isto é, que não tem função isolada em um período) e a diferença entre uma oração subordinada substantiva (oração que detém o valor de um substantivo) e uma oração subordinada adverbial (oração que detém o valor de um advérbio). Durante a leitura e explicação do tópico, comente com os estudantes como as orações adjetivas ajudam a aumentar a precisão de um conteúdo exposto; por isso, pela natureza descritiva e didática dos discursos de divulgação científica, esse tipo de oração é bem explorado na composição textual.

    Na Unidade 6 do volume 8, os estudantes aprenderam que as orações subordinadas adjetivas exercem uma única função sintática em relação à oração principal: a de adjunto adnominal. Nesta Unidade, eles aprenderão que as orações adjetivas expressam valores de restrição ou de explicação. A única distinção formal entre as orações restritivas e as explicativas é o sinal gráfico da vírgula, que se antepõe ao pronome relativo introdutor da oração explicativa. Na língua oral, no entanto, pode-se perceber a diferença entre as duas construções por uma marca prosódica: nas explicativas, faz-se um breve rebaixamento vocal (Paulo, que fala inglês, ganhou uma bolsa de estudos). Isso não ocorre nas restritivas (Os estudantes que falam inglês devem comparecer à secretaria).

    É preciso reticências fortalecer pesquisas sobre a ecologia da transmissão, que poderiam gerar novos conhecimentos e auxiliar no delineamento de programas para o contrôle de vetores.

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

    A oração subordinada em destaque complementa a caracterização das pesquisas, termo a que se refere, ampliando seu sentido.

    Outro tipo de oração subordinada adjetiva é o que restringe o termo a que se refere. Restringir significa tornar mais estreito ou menor, reduzir, delimitar. Para compreender como é possível usar palavras para reduzir extensos conjuntos de elementos, observe a sentença a seguir:

    Esquema. O Plasmodium vivax é a espécie que está mais presente no Brasil, na América Latina em geral e no Sudeste Asiático [...].

que está mais presente no Brasil, na América Latina em geral e no Sudeste Asiático: oração subordinada adjetiva

    Nesse exemplo, a oração que está mais presente no Brasil, na América Latina em geral e no Sudeste Asiático refere-se a um tipo de espécie específico, restringindo o significado do substantivo espécie. Nesse caso, dizemos que a oração subordinada adjetiva é restritiva.

    As orações com função de adjunto adnominal restringem e particularizam os nomes a que se referem. São chamadas de orações subordinadas adjetivas restritivas. Essas orações não têm vírgula antes do pronome relativo.


    No artigo de divulgação científica lido, elas também são usadas:

    “Mas com o desmatamento, ocorrem mudanças ecológicas importantes que favorecem o mosquito vetor.”

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

    A oração subordinada em destaque é subordinada adjetiva restritiva, pois caracteriza o termo a que se refere, particularizando-o, ou seja, no caso do trecho destacado, restringindo o extenso conjunto de mudanças ecológicas importantes que existem, para indicar apenas aquelas que favorecem o mosquito vetor.

    Em resumo, as orações subordinadas adjetivas são classificadas como restritivas e explicativas, dependendo do tipo de informação que conferem ao texto.

    Restritivas

    • As restritivas não são separadas por vírgulas.
    • Acrescentam informações distintivas e especificadoras ao termo a que se referem.

    Explicativas

    • As explicativas são separadas por vírgulas.
    • Acrescentam informações gerais e acessórias ao termo a que se referem.
    Respostas e comentários

    Orientação

    O pronome relativo que é o recurso gramatical mais comum na construção das orações subordinadas adjetivas; contudo, há de se notar os casos em que o verbo da oração subordinada rege uma preposição. Nesses casos, a preposição será anteposta ao pronome relativo. É muito simples. Tomemos como referência dois períodos distintos: Eu preciso do livro. O livro está na casa de meus avós. Se quisermos conjugar esses dois enunciados em um único período, teremos: O livro de que/do qual preciso está na casa de meus avós. Nota-se, assim, que a preposição que antecede o pronome relativo não faz parte da oração principal (O livro está na casa de meus avós).

    Sugestão

    Para que os estudantes consigam entender a distinção entre orações subordinadas adjetivas restritivas e explicativas, prepare alguns enunciados e trabalhe em sala de aula a diferença semântica entre elas, pois esta é uma estratégia produtiva que deve ser mobilizada pelos estudantes no processo de leitura interpretativa de textos. Por exemplo, na frase Você precisa lavar os tênis que estão sujos, deve-se compreender que, do conjunto total dos tênis que uma pessoa provavelmente tenha, apenas aqueles que estão sujos devem ser lavados. Assim, restringem-se alguns tênis em relação à totalidade desse tipo de calçado. Já na frase O tênis branco, que está sujo, precisa ser lavado, o entendimento é que o enunciador se refere a um único par de tênis (o branco), explicando a seu interlocutor que este único calçado deve ser lavado.

    ATIVIDADES

    Faça as atividades no caderno.

    1. Leia a tirinha:

    Tirinha. Personagens: Calvin, um menino de cabelos espetados para cima, usando camiseta listrada e calção preto. Mãe de Calvin, mulher de cabelos pretos, usando casaco e segurando uma bolsa a tiracolo. Haroldo, um tigre de pelúcia. História em quatro cenas. Cena 1. Em uma loja de roupas, a mãe de Calvin está em pé ao lado do tigre Haroldo e do filho, que está com a cabeça voltada para ela, segurando um par de calças curtas pretas, dizendo: 'QUE TAL ESTA CALÇA, MÃE? POSSO COMPRÁ-LA?'. Cena 2. A mãe de Calvin segura as calças que ele quer comprar e lhe diz: 'MEU DEUS! OLHA ESTE PREÇO! EU NÃO TENHO CALÇAS QUE CUSTAM TANTO!'. Cena 3. A mãe de Calvin, em pé diante de Haroldo e do filho, continua a falar: 'E VOCÊ AINDA VAI CRESCER! HONESTAMENTE, POR QUE UMA CRIANÇA PRECISA DE ROUPAS DE MARCA?'. Cena 4. Haroldo, o tigre, diz para Calvin, com uma das mãos em torno da boca, como quem cochicha, e piscando um olho, como quem dá uma dica: ' 'GAROTAS' ', e Calvin olhando para a frente, diz: 'GAROTAS, MÃE. EU TENHO DE PARECER LEGAL.'.

    uáterson, Bill. Cáuvin e Haroldo: Tem alguma coisa babando embaixo da cama. segunda edição São Paulo: cônrad, 2010. página 20.

    1. Por que Cáuvin queria comprar uma calça de marca?
    2. A mãe de Cáuvin concordou com a compra? Por quê?
    3. Em sua opinião, roupas de marca impressionam?
    4. No trecho marcado em amarelo no segundo quadrinho, a mãe de Cáuvin está mencionando qualquer tipo de calça? Explique.
    5. Que função sintática o trecho em destaque exerce em relação ao substantivo calça?
    Versão adaptada acessível
    1. Por que Calvin queria comprar uma calça de marca?
    2. A mãe de Calvin concordou com a compra? Por quê?
    3. Em sua opinião, roupas de marca impressionam?
    4. No trecho "que custam tanto!", no segundo quadrinho, a mãe de Calvin está mencionando qualquer tipo de calça? Explique.
    5. Que função sintática esse trecho exerce em relação ao substantivo calça?

    2. Agora leia esta apresentação, que o pesquisador Carlos Alberto dos Santos escreveu para uma coluna da revista on-lineCiência Hoje, sobre a malária:

    Mais de 216 milhões de pessoas foram infectadas com o parasita da malária em 2016 em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (ó ême ésse). Desse total, mais de 445 mil morreram. É um problema dramático de saúde pública que afeta, sobretudo, países periféricos como o Brasil, que registrou mais de 4 milhões de casos de infecção entre 2003 e 2015.

    Como ocorre com qualquer enfermidade, o tratamento da malária torna-se mais eficiente quando se tem um diagnóstico precoce. Essa é uma tarefa difícil no caso da malária, sobretudo pelo baixo nível socioeconômico das populações que moram onde há grande incidência de mosquitos infectados com os parasitas que provocam a doença. Além disso, existem diversos tipos de parasitas, e ainda não foi desenvolvido um método de detecção que seja eficaz para todos.

    SANTOS, Carlos dos. Possível arma no combate à malária. Ciência Hoje, número 345, julho 2018. Disponível em: https://oeds.link/DAo3BT. Acesso em: 20 abril 2022.

    1. Classifique as orações em destaque.
    2. No trecho em destaque, ocorre a repetição do pronome relativo que. Reescreva esse período de modo a evitar o queísmo, usando outro pronome relativo que indique lugar.
    Versão adaptada acessível
    1. Classifique as orações do seguinte trecho: É um problema dramático de saúde pública que afeta, sobretudo, países periféricos como o Brasil, que registrou mais de 4 milhões de casos de infecção entre 2003 e 2015.
    2. Nesse trecho ocorre a repetição do pronome relativo que. Reescreva esse período de modo a evitar o queísmo, usando outro pronome relativo que indique lugar.
    Respostas e comentários

    1. d) Não. Ela está mencionando especificamente uma calça de valor elevado.

    1. e) Exerce a função de adjunto adnominal.

    Respostas

    1. a) Porque ele acredita que, com isso, irá impressionar as garotas.

    b) Não, porque ela considerou o produto muito caro, alegou que Cáuvin ainda iria crescer e que não precisava de roupas de marca.

    c) Ouça as opiniões dos estudantes para ponderar os limites entre a vaidade e a promoção excessiva da autoimagem. Pondere questões como o consumismo exagerado e a formação de personalidade, procurando questionar os estudantes sobre até que ponto os gastos excessivos com a imagem refletem na construção de valores e na edificação social.

    2. a) É um problema dramático de saúde pública = oração principal / que afeta, sobretudo, países periféricos como o Brasil = oração subordinada adjetiva explicativa / que afeta, sobretudo, países periféricos como o Brasil = oração principal / que registrou mais de 4 milhões de casos de infecção entre 2003 e 2015 = oração subordinada adjetiva explicativa.

    Chame a atenção dos estudantes para a oração que assume condição de subordinação perante a primeira oração principal, mas também funciona como oração principal da segunda subordinada.

    b) Sugestão de resposta: É um problema dramático de saúde pública que afeta, sobretudo, países periféricos como o Brasil, onde foram registrados mais de 4 milhões de casos de infecção entre 2003 e 2015. Explique aos alunos que o pronome relativo onde deve ser restrito aos casos em que o referente representa um lugar físico, espacial. Quando isso não acontecer, é recomendável usar em que, no qual (e suas flexões).

    Orações subordinadas adverbiais causais e consecutivas (revisão)

    1. Releia este trecho do texto:

    “O impacto é maior quando o desmatamento acontece em extensões menores que cinco quilômetros quadrados (quilômetros quadrados), pois em vários casos a derrubada é feita por pessoas ligadas à precarização e alta rotatividade da mão de obra, em total desacordo com a legislação.”

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

    1. Qual é a causa do maior impacto em áreas menores que cinco quilômetros quadrados?
    2. Que conjunção é responsável por essa ideia de causa no período?

    2. Agora leia este trecho:

    “Os abrigos dos animais são tão precários que não impedem o contato dos mosquitos com fontes de sangue, fato que favorece o aumento da população do vetor e a exposição do homem às picadas.”

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

    1. Qual é a consequência imediata de os abrigos serem precários?
    2. E as consequências para o ciclo da malária?
    3. Que conjunções introduzem essa ideia de consequência?

    3. Leia o parágrafo a seguir. Depois, responda ao que se pede.

    Segundo a Organização Mundial da Saúde (ó ême ésse), a resposta mundial em relação à malária está em um ponto crítico, já que, depois de uma fase de avanços no contrôle da doença, estamos em um período de estagnação.

    1. De acordo com seu entendimento desse parágrafo, explique qual foi o progresso que parou.
    2. Por que a resposta à malária está em uma espécie de encruzilhada?
    3. Que ideia a conjunção em destaque introduz no texto?
    Versão adaptada acessível
    1. De acordo com seu entendimento desse parágrafo, explique qual foi o progresso que parou.
    2. Por que a resposta à malária está em uma espécie de encruzilhada?
    3. Que ideia a conjunção já que introduz no texto?
    1. De acordo com seu conhecimento prévio, que conjunção a seguir não poderia substituir corretamente a conjunção em destaque?
      1. Porque
      2. Pois
      3. Visto que
      4. Portanto
    Versão adaptada acessível
    1. De acordo com seu conhecimento prévio, que conjunção a seguir não poderia substituir corretamente a conjunção já que?
      1. Porque
      2. Pois
      3. Visto que
      4. Portanto
    1. Em sua visão, qual dos sentidos a seguir a oração introduzida pela conjunção já que acrescenta ao texto?
      1. Finalidade
      2. Causa
      3. Consequência
      4. Comparação
      5. Tempo
    Respostas e comentários

    1. b) A conjunção pois.

    2. c) As conjunções tão, que.

    3. a) O progresso do contrôle da malária.

    3. c) O período de estagnação do contrôle da doença.

    4. Alternativa d.

    5. Alternativa b.

    Respostas

    1. a) É o fato de a derrubada das árvores ser realizada por pessoas ligadas à precarização e a alta rotatividade da mão de obra.

    2. a) Eles não impedem o contato dos mosquitos com as fontes de sangue, que são os animais.

    b) O fato de os mosquitos picarem os animais favorece o aumento da população desse vetor e deixa o homem mais exposto a picadas.

    3. b) Porque após um período de sucesso no contrôle da doença, esse progresso parou.

    Sobre Orações subordinadas adverbiais causais e consecutivas

    Causa e consequência são dois fenômenos linguísticos adjacentes. Por isso, durante a correção das atividades, explore essa relação nos três excertos analisados, discutindo com os estudantes que elementos textuais apontam para as causas e quais apontam para as consequências.

    Você já aprendeu que as orações subordinadas adverbiais desempenham a função de adjunto adverbial em relação à oração principal. No nível morfológico, os advérbios exprimem circunstâncias da ação expressa pelo verbo, por isso, no nível sintático, a oração subordinada também expressa essa circunstância em relação à oração principal.

    Ícone retomada de tópicos.

    Tipos de orações subordinadas adverbiais

    As orações subordinadas adverbiais exprimem as circunstâncias da ação da oração principal, as quais podem ser concessivas, comparativas, conformativas, finais, proporcionais, temporais, condicionais, causais ou consecutivas.

    Vamos, agora, aprender sobre as orações subordinadas causais e consecutivas. Releia os trechos a seguir.

    um

    “O impacto é maior quando o desmatamento acontece em extensões menores que cinco quilômetros quadrados (quilômetros quadrados), pois em vários casos a derrubada é feita por pessoas ligadas à precarização e alta rotatividade da mão de obra.”

    dois

    Os abrigos dos animais são tão precários que não impedem o contato dos mosquitos com fontes de sangue, fato que favorece o aumento da população do vetor e a exposição do homem às picadas.”

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

    Observe que, na oração um, a oração que está em destaque expressa a causa da ação de desmatamento afirmada na oração principal. Portanto, esta é uma oração subordinada adverbial causal.

    A oração subordinada adverbial causal exprime a causa do que está se afirmando na oração principal. Além de pois, pode ser introduzida pelas conjunções porque, que, visto que, como (antepostas à oração principal).


    Já no trecho da oração subordinada dois, a oração que está em destaque é uma consequência da causa de serem precários: “que não impedem o contato dos mosquitos com fontes de sangue”. Esta é, portanto, uma oração subordinada adverbial consecutiva. A evidência da consequência é construída pela locução tão... que.

    A oração subordinada adverbial consecutiva exprime a consequência do que está se afirmando na oração principal. Além de tãoreticências que, pode ser introduzida pelas locuções conjuntivas talreticências que, tantoreticências que, tamanhoreticências que.

    Respostas e comentários

    Sobre Orações subordinadas adverbiais finais e concessivas

    A terminologia usada para classificar as adverbiais é bem transparente e auto-explicativa. Geralmente, as dificuldades são duas: os estudantes não conseguem associar a palavra final com o conceito de finalidade, objetivo, propósito e ainda manifestam uma dificuldade em compreender o conceito de concessão, talvez pelo fato de não ser uma palavra frequente no vocabulário do cotidiano. Vale lembrar, portanto, que a concessão se refere a um fato ou a uma circunstância que contradiz a descrição da ação enunciada na oração principal, mas que não impede a execução dessa ação (Farei uma tatuagem, mesmo que você seja contra).

    Sugestão

    Neste momento da aprendizagem, os estudantes já devem ser capazes de fazer uma síntese sobre os diferentes tipos de subordinação adverbial. Solicite oralmente um exemplo de cada tipo de oração dessa natureza e avalie o grau de apreensão dos conceitos. Caso eles apresentem dificuldades, reforce os conceitos e apresente-lhes outras situações de uso.

    ATIVIDADES

    Faça as atividades no caderno.

    1. Analise atentamente as sentenças e, no caderno, indique as orações consecutivas e aponte a conjunção ou locução que expressa essa circunstância.
      1. O que pode acontecer é que a pessoa conquiste certa imunidade, que atenue os sintomas de uma próxima infecção.
      2. O desmatamento na região amazônica é tão progressivo que o progresso da malária parece não estar perto do fim.
      3. As pesquisas científicas apontam as reais causas do problema, já que apresentam métodos de investigação consistentes.
      4. O estrago causado pelo desmatamento é tamanho que só em 2018 houve um aumento de 50% dos casos de malária nessa região.
    2. Leia o trecho de reportagem que trata dos desafios da região amazônica diante do desmatamento e das epidemias.

    Para a pesquisadora [Cecília Andreazzi], a situação de hoje é uma amostra do que pode acontecer se nada mudar. “Você tem cidades já afetadas por endemias de doenças tropicais como dengue e zika, o agravamento de casos de malária pelo desmatamento, somados a uma forte desigualdade social”, explica Andreazzi. “Tudo isso empurra os pobres para regiões que os tornam mais vulneráveis. E eles já são, pois carregam comorbidades desenvolvidas por uma vida com uma dieta alimentar ruim e acesso restrito aos tratamentos de saúde.”

    ARINI, Juliana. Berço de doenças, parte devastada da Amazônia enfrenta côvid dezenóve, dengue e malária. National Geographic, 15 abril 2021. Disponível em: https://oeds.link/CDmzqy. Acesso em: 5 março 2022.

    1. Identifique a oração principal que precede a oração subordinada indicada pela conjunção em destaque.
    2. A conjunção em destaque expressa que circunstância em relação à oração principal?
    Versão adaptada acessível
    1. Identifique a oração principal que precede a oração subordinada indicada pela conjunção pois.
    2. A conjunção pois expressa que circunstância em relação à oração principal?
    1. De acordo com o conteúdo estudado até o momento e o texto da atividade anterior, redija um texto com medidas – individuais e coletivas – para reduzir o problema da malária na população amazônica afastada dos grandes centros. Ao apontar as medidas, identifique aquelas que exigem a presença governamental.
    2. Leia este diálogo entre Lucy e Charlie Brown, da turma do Snoopy:
    Tirinha. Personagens: Lucy, menina de cabelos pretos, camiseta, calção, boné e luva de beisebol. Charlie Brown, menino com boné de beisebol, usando camiseta com uma faixa preta em zigue-zague e calção preto. Em 4 cenas. Cena 1. Lucy está em pé, com uma luva de beisebol em uma das mãos, inclinando-se para a frente, e a bola passa por baixo dela, entre suas pernas. Cena 2. Lucy se coloca em posição ereta, ligeiramente inclinada para trás, e diz: 'NÃO CONSIGO PEGAR A BOLA PORQUE O CAMPO É MUITO IRREGULAR!'. Cena 3. Charlie Brown está em pé sobre uma pequena elevação do terreno no campo de beisebol e responde a Lucy, citando um ditado: 'PARA QUEM NÃO SABE O QUE FAZ, A CULPA É SEMPRE DO OUTRO'. Cena 4. Lucy em pé, pergunta a si mesma: 'O QUE SERÁ QUE ELE QUIS DIZER? '.

    . Peanuts: Filosofia de vida Você não entende o sentido da vida! Porto Alegre: Ele e Pê ême, 2017. página 99.

    1. Do ponto de vista de Lucy, por que ela não consegue pegar a bola?
    2. Que circunstância expressa a conjunção porque, no segundo quadrinho?
    3. E do ponto de vista de Charlie Brown, por que Lucy não consegue pegar a bola?
    4. A menina entende a fala de seu amigo? Explique como isso gera o humor da tirinha.
    Respostas e comentários

    2. b) Circunstância de causa.

    4. b) Causa.

    Respostas

    1. Orações consecutivas são: b (locução tão... que) e d (locução tamanho... que). As orações a e c são causais.

    2. a) “E eles já são”.

    3. Em seu texto, o estudante deve apresentar medidas para reduzir o problema da malária. Individualmente, os moradores da região podem usar mosquiteiros, roupas que protejam braços e pernas e repelente. Já a prevenção coletiva inclui a eliminação dos criadouros do vetor, a limpeza das margens dos criadouros, a melhoria das moradias, o uso racional da terra, entre outras. Tanto em medidas individuais como em coletivas, é preciso presença governamental para auxiliar a população, pois faltam recursos até para executar as ações básicas.

    4. a) Ela alega que o campo é muito irregular.

    c) Porque ela não sabe jogar/ pegar a bola.

    d) A fala de Lucy indica duas possibilidades: a primeira é realmente ela não entender o sentido do que Charlie ­Brown diz; a segunda é a de que ela fica em dúvida seCharlie Brown diz que ela não sabe jogar ou se a culpa é realmente do outro. O humor da tirinha é construído nessa ambiguidade interpretativa, causando efeito de ironia na fala de Charlie Brown.

    Sugestão

    A principal reflexão temática que se fez até o momento foi sobre a malária, cuja propagação pode gerar graves consequências à saúde pública. A fim de explorar as relações entre causa e consequência, manifestadas por meio de períodos compostos por subordinação adverbial, peça aos estudantes que elenquem outras doenças infecciosas que demandam o contrôle sistemático dos órgãos públicos e a colaboração atenta e preventiva da população. Sugestões de temas: poliomielite, caxumba, tétano, varicela, tuberculose, agá í vê.

    Leitura 2

    Contexto

    O artigo a seguir foi publicado na revista Superinteressante, em sua versão on-line. Essa publicação surgiu em 1987 na fórma impressa, era produzida pela editora Abril e vendida em bancas de jornal. Desde o início, ela mantém a proposta de compartilhar conhecimentos e curiosidades tecnocientíficos em uma linguagem que seja acessível e atraente ao público jovem.

    Antes dela, inexistiam publicações nacionais voltadas para esse público de fórma constante e exclusiva. Com o tempo vieram outras revistas semelhantes e, após o surgimento da internet, apareceram inúmeros sites, blogs, canais de compartilhamento de vídeos e perfis em redes sociais dedicados ao público adolescente interessado em ciência e tecnologia.

    Antes de ler

    • O título do texto cita bactéria, aédis e dengue. O termo dengue é usado ao mesmo tempo para nomear a doença e o organismo que a causa. Converse com seus colegas a respeito do que vocês sabem sobre as diferenças entre os três organismos citados. Como são classificados?
    • O título do texto faz referência a um valor em porcentagem. Discutam por que ele foi escolhido para entrar no título. Afinal, ele desperta ou afasta a curiosidade em ler o artigo?
    • A Indonésia é um país asiático e está a milhares de quilômetros de distância do Brasil. Por que o conhecimento de um evento ocorrido lá pode interessar ao leitor brasileiro?
    Ícone retomada de tópicos.

    A dengue, ou melhor: as dengues

    A dengue é uma doença infecciosa (transmitida por microrganismo) febril aguda causada por um vírus. O vírus da dengue apresenta quatro sorotipos, em geral, denominados denvi uán, denvi tiu, denvi tri e denvi fór. A presença de sorotipos diferentes revela a diversidade desse microrganismo e intensifica a dificuldade de criar vacinas para prevenir a infecção. Esses vírus são classificados como arbovírus, ou seja, são normalmente transmitidos por mosquitos. No Brasil, os vírus da dengue são transmitidos pela fêmea do mosquito aédis aêgipiti (quando também infectada pelos vírus) e podem causar tanto a manifestação clássica da doença quanto a fórma considerada hemorrágica, que é bastante perigosa.

    Fotografia. Homem usando macacão alaranjado e máscara contra gases venenosos segura um equipamento de pulverização de inseticida. Há uma densa nuvem branca se estendendo por todo o local onde o inseticida é pulverizado. Em meio a essa nuvem de inseticida há uma pessoa de costas, de camiseta amarela e bermuda xadrez, caminhando no sentido oposto, com a cabeça ligeiramente voltada para o lado, de modo a revelar que não usa máscara alguma.
    Funcionário público fazendo pulverização das ruas com inseticida para combater o mosquito da dengue, em Jacarta, capital da Indonésia, em 2015. Essas pulverizações, além de terem impactos ecológicos sobre outros seres vivos, acabam muitas vezes se revelando ineficazes com o tempo, visto que o mosquito cria resistência contra os produtos e pode não morrer. Por causa disso, tornam-se bem-vindas outras iniciativas mais tecnológicas.
    Respostas e comentários

    Sobre Contexto

    A revista Superinteressante apresenta uma linguagem bem mais acessível ao público em geral do que o Jornal da úspi. Antes de começar a leitura, questione os estudantes sobre os conhecimentos que tenham sobre esse periódico. Talvez muitos deles a conheçam, uma vez que é voltada para o público mais jovem. A revista foi lançada em 1987 e rapidamente caiu no agrado do público adolescente, pois aliava textos acessíveis com linguagem descontraída e trabalho visual apurado.

    Sobre Antes de ler

    Para o entendimento deste texto, a compreensão da ação dos organismos citados é primordial. É essa exploração que é incentivada na primeira pergunta. Nas doenças em que há vetores, como é o caso das arboviroses (transmitidas por mosquitos), sempre há um ciclo que envolve um ou mais hospedeiros. Nesse caso, está incluída uma bactéria na tentativa de combater os vírus. A respeito da presença do valor da porcentagem no título, observe se, nos comentários, os estudantes citam o alto valor apresentado e a capacidade de chamar a atenção do leitor. Do mesmo modo, esse despertar da atenção se relaciona à terceira pergunta, pois, apesar de a Indonésia ser um país muito distante, apresenta o mesmo problema sanitário que o Brasil.

    Habilidades trabalhadas nesta seção e sua subseção (Estudo do texto)

    (ê éfe seis nove éle pê dois nove) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação científica – texto didático, artigo de divulgação científica, reportagem de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa e digital), esquema, infográfico (estático e animado), relatório, relato multimidiático de campo, podcasts e vídeos variados de divulgação científica etcétera – e os aspectos relativos à construção composicional e às marcas linguísticas características desses gêneros, de fórma a ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.

    (ê éfe seis nove éle pê três três) Articular o verbal com os esquemas, infográficos, imagens variadas etcétera na construção ou reconstrução dos sentidos dos textos de divulgação científica e retextualizar do discursivo para o esquemático – infográfico, esquema, tabela, gráfico, ilustração etcétera – e, ao contrário, transformar o conteúdo das tabelas, esquemas, infográficos, ilustrações etcétera em texto discursivo, como fórma de ampliar as possibilidades de compreensão desses textos e analisar as características das multissemioses e dos gêneros em questão.

    (ê éfe oito nove éle pê dois quatro) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usando fontes abertas e confiáveis.

    Introdução de bactéria no aédis reduz em 77% transmissão de dengue na Indonésia

    Nessa abordagem experimental, que já foi testada no Brasil, um micro-organismo retarda a multiplicação do vírus no mosquito. Os resultados obtidos no sudeste asiático são o maior sucesso até hoje.

    Por Luísa Costa, 12 junho 2021, 21horas20.

    Cientistas que estudam uma abordagem promissora contra a propagação do vírus da dengue acabam de obter resultados animadores. No teste mais completo realizado até agora, a transmissão da doença foi reduzida em 77% em uma cidade da Indonésia após a introdução de mosquitos infectados com uma bactéria do gênero volbáquia.

    A dengue chega a nós a bordo de fêmeas do mosquito aédis aêgipiti e infecta de 100 a 400 milhões de pessoas a cada ano, principalmente em regiões tropicais e subtropicais do planeta (como o Brasil). A doença não tem um tratamento específico, e a vacina é recomendada apenas para quem já foi infectado antes.

    Uma iniciativa que tenta combater o problema é o projeto australiano World Mosquito Program (WMP). Eles desenvolveram uma abordagem experimental para combater a propagação da dengue, que consiste na introdução da bactéria volbáquia em mosquitos aédis aêgipiti.

    A bactéria retarda a reprodução do vírus da dengue no organismo do mosquito. Melhor ainda é que ela é passada de geração em geração: uma vez introduzida na população, todos os aédis nascerão com ela. Assim, é menos provável que o inseto se transforme em um vetor da doença e a transmita para nós.

    Os cientistas infectam os mosquitos e os liberam em locais de teste. Eles já realizaram esse experimento em vários lugares – como aqui no Brasil e em cuíns lênd, na Austrália (onde a dengue foi basicamente erradicada). Mas o sucesso na Indonésia foi inédito.

    “Este resultado demonstra como a volbáquia pode ser uma descoberta empolgante – uma nova classe de produto segura, durável e eficaz para o contrôle da dengue é exatamente o que a comunidade global precisa”, disse o pesquisador cámeron símons, diretor do Centro da Oceania no dábou iú ém pi.

    Ícone. Tema contemporâneo transversal: Saúde.
    Fotografia. Imagem muitas vezes ampliada de um mosquito escuro com listras brancas no corpo e nas pernas.
    O mosquito aédis aêgipiti tem cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Fique atento a essas características para reconhecê-lo.
    Respostas e comentários

    Comente com os estudantes que a pronúncia do nome da bactéria volbáquia é “volbáquia”.

    Professor, recomendamos que, em parceria com o professor de Ciências, enfatizar a diferença entre o aédis e outros mosquitos, sobretudo, o cúlecs, bastante comum em alguns lugares, chamado de muriçoca, pernilongo etcétera Além da aparência distinta, as fêmeas do aédis picam durante o dia; e as do cúlecs, durante a noite.

    Orientação

    É importante chamar a atenção dos estudantes para possíveis evoluções que a pesquisa já tenha apresentado. Nesse sentido, pesquisar previamente esse progresso científico pode esclarecer as dúvidas deles.

    Desde o início, as revistas de divulgação científica voltadas aos jovens dividiram opi­niões. Entre as críticas às duas principais publicações impressas desse segmento, Superinteressante (editora Abril) e Galileu (Globo), estão a tendência a criar uma aura heroica de alguns cientistas, a linguagem carregada de emoção para atrair o jovem, o pouco rigor de algumas explicações, entre outras. Em defesa desses materiais, os argumentos são de que combatem a pseudociência, têm compromisso com os fatos, pesquisam boas fontes para compor o material e, principalmente, fazem a difusão do conhecimento científico de modo a cativar um público que não iria buscá-lo em jornais diários ou revistas acadêmicas, por oferecerem um tratamento árido do conteúdo.

    De todo modo, o cultivo de um olhar crítico, possibilitando a comparação entre diversos tipos de textos, é a melhor fórma de munir o estudante para que ele avalie os conteúdos que chegam até ele. Isso é ainda mais urgente nos dias atuais, por causa das inúmeras figuras que propagam um pensamento anticientífico com um verniz de verdade na internet.

    Divulgação científica e ensino de Ciências – debates preliminares

    Para saber mais do histórico do conteúdo de divulgação científica, acesse o site indicado a seguir, com material produzido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo. Apesar de ser relacionado com o ensino de Ciências, em algumas partes, ele traz um bom panorama de várias publicações e programas televisivos voltados ao tema que surgiram ao longo dos anos no Brasil. Disponível em: https://oeds.link/LwaZJJ. Acesso em: 16 março 2022.

    Ilustrações. Esquema representativo de método contra propagação da dengue. 1. À esquerda, imagem representativa muitas vezes ampliada de uma agulha injetando bactérias em uma larva de mosquito.
    1. Primeiramente a bactéria volbáquia é introduzida nos ovos dos mosquitos aédis aêgipiti. Isso é realizado com uma agulha extremamente fina. Ao se desenvolverem, esses ovos darão origem a adultos portadores da bactéria.
    Ilustrações. Esquema representativo de método contra propagação da dengue. 2. Imagem representativa de ambiente rural, com terreno gramado e vegetação, onde há um criadouro de mosquitos, construção semelhante a uma pequena casa com telhado de madeira e, em lugar das paredes, somente estacas de madeira em torno das quais há uma tela mosquiteira para impedir a passagem desses insetos. Em destaque há uma ampliação representando o acasalamento dos mosquitos.
    2. Mosquitos machos e fêmeas contendo a bactéria são colocados juntos, milhares deles, em um mesmo ambiente fechado para se reproduzirem. A partir daí não precisa mais fazer a contaminação de ovos, pois a bactéria tem a capacidade de passar dos pais para os filhos.
    Ilustrações. Esquema representativo de método contra propagação da dengue. 3. Representação esquemática de uma técnica de laboratório de cabelos presos e avental branco de mangas longas (porém sem outros diversos equipamentos usuais, como touca, máscara facial e luvas). Ela segura em uma das mãos um tubo de ensaio do qual escapam inúmeros insetos, após ter removido com a outra mão uma gaze que o tapava.
    3. Esses vários mosquitos com a bactéria são soltos na natureza e vão continuar se reproduzindo. Uma vez presente no corpo do mosquito, a bactéria tem a capacidade de fazer com que o inseto não transmita a dengue, a Zika ou a chicungunha. Isso porque a bactéria usa as mesmas estruturas de uma célula para se manter viva e com isso prejudica o vírus.

    Esquema simplificado do método utilizado na técnica experimental para combater a propagação da dengue, que consiste na introdução da bactéria volbáquia em mosquitos aédis aêgipiti.

    A cidade de ioguiakarta, de 26 quilômetros quadrados, foi dividida em 24 regiões pelos pesquisadores. Entre março e dezembro de 2017, eles introduziram mosquitos infectados com a volbáquia em 12 desses grupos – chamados de grupos de intervenção. Os outros 12 grupos não receberam os aédis aêgipiti infectados e se tornaram grupos de contrôle – que servem para fins de comparação com os grupos de intervenção.

    A Indonésia registra cêrca de 8 milhões de casos de dengue por ano – por lá, a doença é endêmica. Em todos os grupos de estudo, as medidas locais de contrôle de mosquitos não foram interrompidas durante a pesquisa.

    Ao longo de 27 meses após a liberação dos mosquitos infectados, os pesquisadores recrutaram pessoas com idades entre 3 e 45 anos que apareceram com sintomas suspeitos nas unidades básicas de saúde da cidade. Então, eles testavam essas pessoas para identificar se estavam ou não com a doença. Foram 8.144 pessoas testadas no total.

    Os resultados mostraram que apenas 67 pessoas nos grupos de intervenção foram diagnosticadas com dengue – 2,3% da população desses locais. Já nos grupos de contrôle, 318 casos da doença foram identificados – o que representa 9,4% da população.

    No geral, a introdução dos aédis aêgipiti infectados com a volbáquia reduziu a propagação da dengue em 77,1% e não apresentou resultados muito diferentes entre os quatro subtipos de dengue existentes.

    Os pesquisadores também notaram que, entre os grupos de intervenção, 86% menos pessoas acabaram no hospital por complicações da doença. Foram registradas 13 hospitalizações nessas áreas, enquanto os grupos de contrôle tiveram um total de cento e duas.

    Respostas e comentários

    A dengue, assim como a zika e a chicungunha, ainda são doenças bastante relevantes no Brasil. Em tempos recentes, essas doenças somaram mais de um milhão de casos por ano, e em algumas regiões apresentam características de epidemia, como na Indonésia e em outros países de clima tropical e subtropical.

    Como são viroses muito comuns, durante a leitura do texto explore com os estudantes as experiências deles com elas. Se já tiveram ou conhecem alguém que teve.

    Os sintomas da dengue, especificamente, são febre alta, erupções cutâneas (manchas vermelhas com prurido, ou seja, que coçam), dores musculares e articulares. Em casos graves, há hemorragia intensa e choque hemorrágico (quando uma pessoa perde mais de 20% do sangue ou fluido corporal), o que pode ser fatal.

    É constante a busca por soluções tecnológicas para combater o problema, como vacinas e iscas com substâncias especiais. O método volbáquia é uma possibilidade, com a tecnologia do chamado controle biológico. Essa bactéria está presente em mais de 50% dos insetos no mundo, mas não no aédis. Em laboratório, os pesquisadores do World Mosquito Program (WMP) conseguiram introduzir essa bactéria, que foi retirada da mosca-da-fruta, dentro dos ovos de aédis aêgipiti. Foi comprovado que, quando a bactéria está presente no mosquito, os vírus da dengue, zika, chicungunha e febre amarela não se desenvolvem bem, reduzindo a sua transmissão.

    O objetivo do programa é substituir a população local de aédis atual por uma que contenha o volbáquia no organismo. Isso é possível porque a bactéria é transmitida naturalmente da fêmea para seus descendentes, que já nascem com a volbáquia, garantindo a autossustentabilidade do método. Essa iniciativa não usa nenhum tipo de modificação genética.

    O World Mosquito Program (WMP) é uma iniciativa sem fins lucrativos que trabalha para combater as doenças transmitidas por mosquitos. No Brasil, o método é conduzido pela Fiocruz, com apoio do Ministério da Saúde.

    “Este é um grande sucesso para o povo de ioguiakarta”, afirma Adi Utarini, pesquisadora do WMP. “O sucesso do teste nos permite expandir nosso trabalho por toda a cidade de ioguiakarta e pelas áreas urbanas vizinhas. Acreditamos que há um futuro possível em que os residentes das cidades indonésias possam viver livres da dengue.”

    COSTA, Luísa. Introdução de bactéria no aédis reduz em 77% transmissão de dengue na Indonésia. Superinteressante, 12 junho 2021. Disponível em: https://oeds.link/HVrOQM. Acesso em: 5 março 2022.

    Fotografia. Pessoa da qual só aparecem as mãos segura um recipiente de plástico transparente do qual escapam inúmeros mosquitos, após ela ter removido um tecido preto semelhante a uma gaze que o tapava.
    No Brasil, o Método volbáquia é conduzido pela Fundação osvaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos dos estados.
    Fotografia. Um adolescente de cabelos pretos, vestindo camisa azul de mangas curtas, está de costas diante de um mural com informações sobre a dengue, composto de inúmeras imagens e texto.
    Menino lendo informativo de campanha de combate ao aédis aêgipiti, em Londrina, Paraná, 2016. Apesar de novas técnicas trazerem a promessa de contrôle mais eficaz dessas doenças, ainda é preciso se manter informado e seguir as recomendações sanitárias para tentar conter o grande número de casos no país.

    Saiba +

    Emoções e opiniões em textos científicos

    A linguagem cria tendências de interpretação de um texto. Por exemplo, adjetivos são importantes indicadores da perspectiva adotada pelo autor. Há carga afetiva no uso de bom, excelente, incrível ou, de outro lado, ruim, péssimo, horrível etcétera Isso também vale para verbos: amou, odiou, encantou-se etcétera; advérbios: não, ninguém, nunca, jamais, certamente, obviamente etcétera; locuções adverbiais de negação: de modo algum, de jeito nenhum, de fórma nenhuma etcétera Quando se busca ser objetivo e imparcial, essas expressões devem ser evitadas.

    Respostas e comentários
    Ícone. Ilustração de dispositivo eletrônico com um triângulo na tela indicando sugestão de site.

    World Mosquito Program (WMP)

    No site da organização, há textos e vídeos explicativos em português sobre o funcionamento do método. Disponível em: https://oeds.link/QN1I5m. Acesso em: 16 outubro 2022.

    Estudo do texto

    1. Agora, após a leitura do texto, reveja as respostas dadas anteriormente.
      1. De acordo com a discussão entre vocês, que classificação vocês fizeram dos três organismos citados no título da matéria?
      2. Quanto ao título do texto, vocês chegaram à conclusão de que o valor em porcentagem mostrado desperta ou afasta a curiosidade em ler o artigo?
      3. E a que conclusão vocês chegaram quanto a qual seria o interesse para o leitor brasileiro de um experimento em andamento na Indonésia?
    2. Considere as informações sobre o contexto da pesquisa apresentada.
      1. Esse texto de divulgação científica foi de fácil entendimento? Justifique-se em caso de resposta positiva ou negativa.
      2. Que instituição desenvolveu o projeto e em que país?
      3. O texto apresenta vários dados numéricos, tanto valores absolutos quanto frações (porcentagens). Esses dados poderiam ser omitidos ou são necessários nesse tipo de artigo?
    3. Que método desenvolvido com base na pesquisa científica é divulgado pelo texto? Explique de fórma resumida a sua finalidade e como é o processo para que atinja sucesso.
    4. Que parte do texto mostra como é grave a ocorrência de dengue na Indonésia?
    5. O texto diz que na Indonésia a dengue é endêmica. Qual é a diferença entre endemia, epidemia e pandemia? Se necessário, faça uma pesquisa rápida.
    6. Observe a seguir a reprodução da página em que está publicada a matéria da Superinteressante e sua versão on-line. Note que no artigo original há apenas uma figura, no topo; já neste livro foram incluídas outras imagens.
    Fotografia. Reprodução de página de internet. Na parte superior, o título do site: SUPERINTERESSANTE. Abaixo, manchete: 'Introdução de bactéria no Aedes reduz em 77% transmissão de dengue na Indonésia'. Abaixo, fotografia bastante ampliada de diversos mosquitos de corpo escuro com listras brancas sobre uma superfície branca semelhante a um tecido.
    1. Você considera que a inclusão de figuras teve como objetivo ajudar na compreensão do texto original e ampliar as informações sobre o tema? Justifique.
    2. É interessante que sempre quando possível sejam incluídas figuras em textos de divulgação científica para o público não especialista? Justifique.
    Respostas e comentários

    Respostas

    1. a) A bactéria é um ser vivo microscópico unicelular, ou seja, formado por uma única célula; o aédis é um mosquito, pertence ao reino animal e faz parte do grupo dos insetos; o vírus é um organismo microscópico, menor que as bactérias, e é um parasita obrigatório.

    b) Ouça as opiniões dos estudantes. Em geral, uma resposta rápida poderia ver como negativa a presença de um numeral, contudo, no contexto do título, a porcentagem revela uma queda expressiva de casos no local apontado, o que pode despertar a curiosidade para saber o que ocorreu para se chegar a essa situação.

    c) O interesse do leitor em relação ao experimento desenvolvido em um país tão distante está no fato de que vivemos um problema semelhante, que é a epidemia de dengue. Desse modo, as estratégias que foram eficazes lá também poderão ser aqui.

    2. a) Resposta pessoal. Perceba nas respostas dos estudantes possíveis dificuldades que ainda encontram na leitura de textos de divulgação científica.

    b) A instituição que desenvolveu o projeto é a World Mosquito Program (dábou iú ém pi), da Austrália.

    c) Os dados numéricos são necessários em artigos de divulgação científica. Se fossem omitidos, faltariam dados para comprovar o que está sendo afirmado.

    3. É divulgado o método volbáquia, que é uma técnica para combater a propagação da dengue que consiste na introdução da bactéria volbáquia em mosquitos aédis aêgipiti.

    4. “A Indonésia registra cêrca de 8 milhões de casos de dengue por ano – por lá, a doença é endêmica.”

    5. Endemia: doença que está estabelecida em uma localidade e pode ser constante ou aparecer de tempos em tempos, não tem relação com grande quantidade de pessoas acometidas, mas ela não desaparece da região. Epidemia: quando uma doença atinge uma grande área geográfica. Pandemia: quando determinado agente se dissemina em diversos países ou continentes.

    6. a) A inclusão das figuras teve o objetivo de ajudar na compreensão e ampliar as informações sobre o tema. A versão apresentada no livro didático mostra figuras que se referem a práticas e ações descritas no texto, como o infográfico detalhando o experimento e a caracterização do mosquito. Além disso, incluiu outras informações, como a situação da epidemia no Brasil.

    b) A inclusão de figuras é recomendável em textos desse gênero, pois elas ajudam a entender processos e etapas de experimentos, ilustram algumas situações descritas, promovem um descanso na leitura de textos mais longos e têm mais capacidade de prender a atenção do leitor.

    1. Tanto o texto lido na seção Leitura 1 quanto o da seção Leitura 2 são considerados artigos de divulgação científica. Mas eles têm diferenças no modo como apresentam as conclusões dos estudos.
      1. Quais diferenças você apontaria entre eles? Leve em consideração:

    Indicação de instituições envolvidas nas pesquisas, indicação de pesquisadores envolvidos, fontes de onde foram tirados os dados, quantidade de termos técnicos utilizados, sua capacidade de compreender o conteúdo de um e de outro texto.

    1. Você acha que, apesar de ambos terem a finalidade de divulgar conhecimento científico e tecnológico, eles apresentam essas diferenças? Troque ideias com seus colegas e responda oralmente.

    8. Releia estes dois trechos do artigo apresentado.

    Os cientistas infectam os mosquitos e os liberam em locais de teste. Eles já realizaram esse experimento em vários lugares – como aqui no Brasil e em Queensland, na Austrália (onde a dengue foi basicamente erradicada). Mas o sucesso na Indonésia foi inédito.

    “Este resultado demonstra como a volbáquia pode ser uma descoberta empolgante – uma nova classe de produto segura, durável e eficaz para o contrôle da dengue é exatamente o que a comunidade global precisa”, disse o pesquisador cámeron símons, diretor do Centro da Oceania no WMP.

    “Este é um grande sucesso para o povo de ioguiakarta”, afirma Adi Utarini, pesquisadora do WMP. “O sucesso do teste nos permite expandir nosso trabalho por toda a cidade de ioguiakarta e pelas áreas urbanas vizinhas. Acreditamos que há um futuro possível em que os residentes das cidades indonésias possam viver livres da dengue.”

    COSTA, Luísa. Introdução de bactéria no aédis reduz em 77% transmissão de dengue na Indonésia. Superinteressante, 12 junho 2021. Disponível em: https://oeds.link/HVrOQM. Acesso em: 5 março 2022.

    Observe os verbos em destaque. O que eles têm em comum?

    Versão adaptada acessível

    • Repare nos verbos disse e afirma. O que eles têm em comum?

    9. Leia o trecho a seguir, que aborda os casos de dengue registrados no Brasil no início do ano de 2022.

    As águas de março não fecham apenas o verão: elas também acendem o alerta para o aumento nos casos de dengue em todo o país. Com a temporada de chuvas prestes a começar, o Ministério da Saúde divulgou que dados do boletim Infodengue da Fiocruz, das secretarias municipais e estaduais de saúde indicam que o Brasil corre grande risco de enfrentar uma epidemia de dengue este ano. Somente em janeiro deste ano foram registrados 40.127 casos de dengue no país. O número é 48,1% maior que no mesmo período do ano passado. 

    , Cristiane. Temporada de chuva liga o alerta para os casos de dengue. Folha dos Lagos, 28 de fevereiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/8NCJOg. Acesso em: 9 março 2022.

    1. Os dados da reportagem indicam que no período destacado a dengue no Brasil estava controlada ou descontrolada? Justifique.
    2. Considerando os dados citados no jornal, pode-se concluir que a pesquisa divulgada na revista Superinteressante é relevante para o contexto mostrado na reportagem da Folha dos Lagos? Justifique.
    Respostas e comentários

    Respostas (continuação)

    7. a) No artigo da Leitura 1, há uma indicação mais detalhada da universidade e da faculdade que promoveu a pesquisa; traz uma apresentação mais detalhada dos pesquisadores envolvidos, com seus nomes, sua formação e até sua profissão; traz fontes de onde foram tirados os dados, como uma tese e uma publicação internacional; há quantidade bem maior de termos técnicos sendo utilizados. Quanto ao entendimento dos textos, é provável que o estudante aponte o texto da Leitura 2 como de mais fácil compreensão. (Explore com eles os motivos: períodos curtos, sintaxe simples, poucos termos técnicos, sem quebras para incluir dados, como os apontados no texto da Leitura 1.)

    b) Deixe os estudantes debaterem e compartilharem suas impressões. Observe se os apontamentos deles chegam à percepção de que o primeiro texto apresentado é produzido por uma universidade e, apesar de não trazer a estrutura de um texto acadêmico (muitas notas, estatísticas, gráficos, várias referências bibliográficas, diversos termos mais técnicos), é pensado para um ­leitor adulto com domínio em leitura. Já o segundo texto é pensado para ser entendido pelo público jovem, por isso é mais curto, a estrutura é mais simples e passa as informações básicas sobre o tema, o que significa que tem caráter introdutório, sendo necessário buscar outras fontes para se obter dados que faltam nele.

    9. a) Estava descontrolada, pois a quantidade de casos notificados no início de 2022 foi 48,1% maior que no mesmo período do ano passado (2021).

    b) Sim, porque no início de 2022 se observa a alta dos casos, o que justifica a preocupação com a divulgação de pesquisas que auxiliem no combate a ela.

    Conhecimentos linguísticos e gramaticais 2

    Faça as atividades no caderno.

    Verbos de dizer (2)

    1. Releia estes trechos do artigo de divulgação científica da revista Superinteressante:

    um“Este resultado demonstra como a volbáquia pode ser uma descoberta empolgante – uma nova classe de produto segura, durável e eficaz para o contrôle da dengue é exatamente o que a comunidade global precisa”, disse o pesquisador cámeron símons, diretor do Centro da Oceania no WMP.

    dois“Este é um grande sucesso para o povo de ioguiakarta”, afirma Adi Utarini, pesquisadora do WMP. “O sucesso do teste nos permite expandir nosso trabalho por toda a cidade de ioguiakarta e pelas áreas urbanas vizinhas. Acreditamos que há um futuro possível em que os residentes das cidades indonésias possam viver livres da dengue.”

    COSTA, Luísa. Introdução de bactéria no aédis reduz em 77% transmissão de dengue na Indonésia.Superinteressante, 12 junho 2021. Disponível em: https://oeds.link/HVrOQM. Acesso em: 5 março 2022.

    1. Quais são os sujeitos dos verbos em destaque?
    2. O que esses verbos têm em comum quanto à ação que expressam?
    Versão adaptada acessível
    1. Quais são os sujeitos dos verbos em disse e afirma?
    2. O que esses verbos têm em comum quanto à ação que expressam?

    2. Agora observe trechos do artigo de divulgação científica do Jornal da úspi:

    um“A pesquisa buscou demonstrar a correlação entre incidência de malária e o padrão de fragmentação da mata nativa causado pela criação de assentamentos rurais e extração de produtos da floresta”, afirma a professora Maria Anice muréb Sallum, da Efe ésse pê, que supervisionou a pesquisa.

    dois“Além de picar as pessoas, os mosquitos também se alimentam do sangue de animais domésticos como cães, gatos, cabras, porcos, galinhas, papagaios e macacos”, destaca a professora.

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

    Se em vez de afirma e destaca fosse usada a fórma verbal diz, que efeitos de sentido se perderiam em cada um dos dois trechos?

    Respostas e comentários

    Respostas

    1. a) No fragmento um, é ; no dois, é Adi Utarini.

    b) Eles expressam uma ação verbal, ou seja, uma ação que só se pode realizar pela linguagem, em oposição a outros verbos, como correr, chorar, trazer etcétera, cujas ações que expressam não são realizadas pela enunciação.

    2. Ajude os estudantes a perceber que dizer é um verbo “neutro” para indicar a ação verbal realizada pela professora. Já afirmar indica que ela disse com certeza, com segurança, e destacar indica que ela disse chamando a atenção para a importância do que está dizendo. Leve-os a notar que os verbos de dizer são utilizados para demarcar o discurso e, em algumas situações de uso no discurso de divulgação científica, tais verbos são marcas avaliativas do autor em relação à fala de autoridade que será reproduzida, destacando ações e atitudes assumidas pela pessoa citada.

    Habilidades trabalhadas nesta seção e sua subseção (Questões da língua)

    (ê éfe seis nove éle pê quatro três) Identificar e utilizar os modos de introdução de outras vozes no texto – citação literal e sua formatação e paráfrase –, as pistas linguísticas responsáveis por introduzir no texto a posição do autor e dos outros autores citados (“Segundo X; De acordo com Y; De minha/nossa parte, penso/amos que”...) e os elementos de normatização (tais como as regras de inclusão e formatação de citações e paráfrases, de organização de referências bibliográficas) em textos científicos, desenvolvendo reflexão sobre o modo como a intertextualidade e a retextualização ocorrem nesses textos.

    (ê éfe oito nove éle pê zero cinco) Analisar o efeito de sentido produzido pelo uso, em textos, de recurso a fórmas de apropriação textual (paráfrases, citações, discurso direto, indireto ou indireto livre).

    3. Leia o trecho do artigo a respeito da relação entre ecologia e surgimento de novas doenças. Esse material foi publicado na revista digital ComCiência, que é produzida pela Universidade de Campinas (unicâmpi) em parceria com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (ésse bê pê cê).

    A destruição do abitá natural de espécies silvestres pelo desmatamento e avanço de fronteiras agrícolas, a caça e pesca predatórias e a introdução de espécies exóticas que competem e arrasam as nativas são alguns dos fatores que levaram o planeta à crise de biodiversidade. Isso aumenta a probabilidade não só de surtos de doenças endêmicas – que surgiram ou se desenvolvem em determinada região – já conhecidas, como malária, dengue e febre amarela, mas também da emergência de microrganismos causadores de doenças desconhecidas, como ocorreu com o novo coronavírus sárs cóv dois.

    Além da pandemia, o ano [2020] vem sendo marcado por episódios extremos de degradação ambiental no Pantanal e na Amazônia, dois dos principais biomas do Brasil, país que detém 20% da biodiversidade do planeta. reticências

    As florestas tropicais têm diversos ciclos de interação entre espécies em todos os níveis, e qualquer tipo de perturbação altera essa rede. “São áreas que têm muitos mosquitos, muitos insetos hematófagos, muitos animais, mamíferos, aves, ou mesmo répteis que podem ser hospedeiros. Uma perturbação nesta diversidade pode trazer algum vírus silvestre para a população humana”, explica Gabriel Laporta, pesquisador do Centro Universitário Saúde á bê cê (éfe ême á bê cê).

    A pandemia de côvid dezenóve trouxe à tona o risco de doenças provocadas por patógenos advindos de animais silvestres através do processo de ispilôver – quando um microrganismo causador de doenças consegue passar para seres humanos. Porém, essa não foi a primeira vez: doenças como o agá í vê, ebola e diversos tipos de influenza, como a agá um êne um ou gripe suína, também tiveram suas origens pelo contato entre humanos e patógenos de animais.

    XAVIER, Ana Augusta Odorissi; POMPEU, Daniel. Destruição de biomas contribui para surgimento de novas epidemias. ComCiência, 9 outubro 2020. Disponível em: https://oeds.link/SGCHsM. Acesso em: 9 março 2022.

    1. O texto busca relacionar um problema a outro. Que problemas são esses? A relação que é mostrada é de simultaneidade (ou seja, os problemas acontecem ao mesmo tempo) ou de causa e efeito?
    2. Em determinada passagem, é dito que a destruição ambiental pode levar a um desequilíbrio e, desse modo, microrganismos que atualmente vivem como hospedeiros em animais selvagens poderiam passar para os humanos. Destaque o trecho em que essa consideração está presente.
    3. Caso o verbo em destaque no texto tivesse de ser trocado, poderia ser substituído, por exemplo, por brinca, pergunta, reclama, grita? Justifique sua resposta apontando outras duas opções adequadas para a substituição.
    Versão adaptada acessível
    1. O texto busca relacionar um problema a outro. Que problemas são esses? A relação que é mostrada é de simultaneidade (ou seja, os problemas acontecem ao mesmo tempo) ou de causa e efeito?
    2. Em determinada passagem, é dito que a destruição ambiental pode levar a um desequilíbrio e, desse modo, microrganismos que atualmente vivem como hospedeiros em animais selvagens poderiam passar para os humanos. Indique o trecho em que essa consideração está presente.
    3. Caso o verbo explica no texto tivesse de ser trocado, poderia ser substituído, por exemplo, por brinca, pergunta, reclama, grita? Justifique sua resposta apontando outras duas opções adequadas para a substituição.

    Nas atividades que você acabou de fazer, todos os verbos em destaque são chamados de verbos de dizer. Eles são usados para manifestar declarações e citações, indicando o discurso direto ou mesmo o discurso indireto. Nesse último caso, o enunciador utiliza as próprias palavras para reproduzir a fala de outra pessoa.

    No discurso indireto, os verbos de dizer não são separados graficamente do restante do texto por meio de aspas ou travessões.

    Respostas e comentários

    Respostas (continuação)

    3. a) Os problemas destacados são a destruição ambiental e o risco de epidemias. A relação que o texto faz é de causa e efeito (destruição ambiental pode causar novas epidemias).

    b) “As florestas tropicais têm diversos ciclos de interação entre espécies em todos os níveis, e qualquer tipo de perturbação altera essa rede. ‘São áreas que têm muitos mosquitos, muitos insetos hematófagos, muitos animais, mamíferos, aves, ou mesmo répteis que podem ser hospedeiros. Uma perturbação nesta diversidade pode trazer algum vírus silvestre para a população humana’, explica Gabriel Laporta, pesquisador do Centro Universitário Saúde á bê cê (éfe ême á bê cê).”

    c) As substituições sugeridas não seriam adequadas, porque mudariam o sentido do original, atribuindo ao falante atitudes que ele não demonstra, além de que não seriam apropriadas em um texto de divulgação científica. Substituições possíveis seriam, por exemplo, “diz”, “argumenta”, “esclarece”, “elucida” etcétera

    Além de muita produção escrita em livros, revistas, jornais, blogs na internet etcétera., há uma produção intensa de conteúdos de divulgadores científicos disponibilizados em plataformas de compartilhamento de vídeos na internet, ou seja, em vlogs.

    Você vai assistir a um vídeo de um produtor ou uma produtora de conteúdo e fará um texto resumindo o que é dito por essa pessoa. Nesse processo, você, ao relatar determinadas falas do apresentador ou da apresentadora, usará verbos de dizer no discurso direto e no discurso indireto. Observe exemplos de como isso é possível.

    • Fala da pessoa apresentando o conteúdo: Então, pessoal, de acordo com aquele artigo que eu citei, dos paleontólogos finlandeses, não foi confirmada a presença de mamutes no sul, na ilha de Kustavi.
    • Verbo de dizer no discurso direto: “A presença de mamutes no sul, na ilha de Kustavi, não foi confirmada nas pesquisas feitas pelos paleontólogos finlandeses”, disse a cientista.
    • Verbo de dizer no discurso indireto: A cientista disse que a presença de mamutes no sul, na ilha de Kustavi, não foi confirmada nas pesquisas feitas pelos paleontólogos finlandeses.

    No entanto, esses dois modos de relatar uma fala devem aparecer no meio do seu resumo, da mesma fórma que você observou nos vários exemplos textuais desta Unidade.

    Para sua produção, acesse as páginas indicadas pelo seu professor e siga estas etapas.

    Fotografia. Uma adolescente de cabelos pretos usando blusa rosa de mangas longas está sentada, escrevendo em caderno aberto sobre a mesa, usando um lápis com bichinho felpudo todo branco na extremidade oposta à da ponta, e parece uma estudante fazendo sua lição de casa. Diante dela, um notebook está ligado, e na tela há a imagem de um homem que sorri. O rosto dela está de perfil, revelando um sorriso.

    Você já segue algum canal produzido por algum divulgador científico? Você pode também indicar o conteúdo dele para seus colegas.

    Ilustração. Esquema com números ao lado de figuras coloridas de bordas circulares contendo texto. Em um círculo branco de borda azul emergindo como uma bolha do número '1' branco, o texto: 'Escolha um vídeo de no máximo 3 minutos e assista a ele.' Em um círculo branco de borda verde-musgo emergindo como uma bolha do número '2' branco, o texto: 'Faça um resumo de no máximo 15 linhas a respeito do conteúdo apresentado no vídeo.' Em um círculo branco de borda laranja emergindo como uma bolha do número '3' branco, o texto: 'Em seu resumo, reproduza três falas do vlogueiro ou vlogueira usando o discurso direto e outras três falas empregando o discurso indireto. Destaque esses trechos com negrito.' Em um círculo branco de borda pink emergindo como uma bolha do número '4' branco o texto: 'Ao final do resumo ofereça dados sobre o conteúdo: nome do produtor ou da produtora de conteúdo, nome e endereço eletrônico da postagem (site), sobre quais temas essa pessoa trata, quantos seguidores ela tem em seu canal de vídeos.'
    Ícone retomada de tópicos.

    Vlog é a abreviação de videoblog (vídeo + blog), sendo, portanto, um estilo de blog em que os conteúdos são os vídeos. Desse modo, a principal diferença entre um vlog e um blog encontra-se no formato da publicação. Em vez de publicar textos e imagens, essa pessoa faz um vídeo sobre o assunto que deseja. Esses divulgadores também são chamados de “produtores de conteúdo”, “vloguers”, “vlogueiros”, “youtubers” (postam em canais desse site) e, se tiverem muitos seguidores, são denominados “influenciadores digitais" (ou mesmo a variante, em inglês, “digital influencers”).

    Os produtores de conteúdo mais confiáveis são aqueles com formação sólida na área que abordam, que fazem pesquisas profundas antes das gravações, não empregam pseudociência, preocupam-se com a ética e buscam fazer um trabalho audiovisual de qualidade. Apesar desses requisitos para qualificar esses profissionais, é preciso saber que quase sempre eles emitem opiniões e têm preferências, e isso exige de você senso crítico para avaliar o que é dito e postura investigativa para ir atrás de outras fontes sobre o tema tratado.

    Respostas e comentários

    Orientações

    Acessar, compartilhar e comentar em canais de vídeos na internet é uma das práticas que, não raro, são mais comuns a estudantes a partir dessa faixa etária do que a pessoas de nossa geração ou mais velhas. Muitos de nós crescemos tendo acesso ao audiovisual somente através do cinema e da televisão, mas os nossos estudantes nasceram em uma época em que a internet – com suas inúmeras possibilidades – já estava consolidada. Por causa disso, a tarefa aqui proposta é de ampliar as possibilidades de uso.

    Comece a abordagem buscando a vivência dos estudantes com vlogueiros, mais conhecidos como influencers, influenciadores digitais ou youtubers. Questione se seguem alguma página e qual o conteúdo de interesse, inclusive o nível de interação que eles têm na página seguida. É comum o acesso a páginas de música, de humor, de games, trailer de filmes, videoaulas etcétera E, igualmente, há várias opções de divulgadores científicos que buscam o nicho do público adolescente, tanto em ciências humanas (temas de História, Sociologia; ainda que sem usar os nomes das disciplinas) quanto em ciências naturais. Isso também significa o acesso ao que se chama “mar cinza da internet”, com compartilhamento de pseudociência e visões distorcidas dos fatos científicos.

    Este trabalho de análise dos discursos não é específico dessa abordagem; no entanto, é um dos pilares do ensino-aprendizagem em Língua Portuguesa. Sendo assim, por meio do diálogo, busque o nível de compreensão dos estudantes de que a maioria desses produtores de conteúdo emite opiniões e utiliza técnicas de convencimento. Pergunte se essa atitude afasta ou atrai mais público (em geral atrai, em razão da repercussão de suas falas, revertendo-se em mais comentários e seguidores). Explore a prática de deixar comentários: se é algo que fazem, como é a escrita (formal ou informal), como expressam reforço ou discordância quanto ao conteúdo, se, em geral, as pessoas são educadas ou não.

    Até o momento, foram expostos usos e exemplos de verbos de dizer. Reforce as características desses verbos, como são usados para expressar a voz do emissor e, ao mesmo tempo, como podem ser empregados para expressar a voz daquele que reproduz o que foi dito. Afinal, uma coisa é “disse a pesquisadora”, outra é “reclamou a pesquisadora”. Trabalhe com exemplos que reforcem esse conteúdo.

    Concordância verbal com porcentagem

    Analise as manchetes de veículos de notícias mostradas a seguir.

    Fotografia. Reprodução de página de internet. Na parte superior, o título da página web: 'SANTOS E REGIÃO'. Abaixo, a manchete: 'Baixada Santista atinge mais de 70% das crianças vacinadas contra a Covid'. Abaixo desta, fotografia de uma criança de cerca de 4 anos de cabelos pretos, usando blusa branca com a manga curta enrolada. Ela está de costas com o rosto de perfil, e tem um pequeno curativo autoadesivo (do tipo band-aid) no braço flexionado com a mão fechada.
    Reprodução de página do portal gê um, em matéria de 3 de março de 2022. Disponível em: https://oeds.link/T8ZTyX. Acesso em: 9 março 2022.
    Fotografia. Reprodução de página de internet. Na parte superior o título do site: '87.9 COMUNITÁRIA'. Na parte inferior, fotografia, destacando dois jovens; uma moça segurando um celular ao lado de uma pessoa com as mãos juntas e um dos braços apoiado sobre uma perna. Abaixo, a manchete: '60% dos jovens brasileiros evitam falar de política nas redes sociais, aponta estudo'.
    Reprodução de página do portal da rádio on láine Comunitária, em matéria de 3 de janeiro de 2022. Disponível em: https://oeds.link/S9jAC9. Acesso em: 9 março 2022.
    Fotografia. Reprodução de página de internet. Acima, o título da página web: 'C+ curta mais'. Abaixo, a manchete: '75% dos jovens brasileiros querem ser influenciadores digitais, diz pesquisa' e o nome da autora da matéria: 'por Fernanda Cappellesso'. Abaixo, fotografia de uma câmera fotográfica apoiada na extremidade superior de um tripé, cuja tela enquadra uma jovem/adolescente sorridente de cabelos crespos presos para o lado, com um braço flexionado para cima e a mão espalmada. Ela veste uma blusa branca que revela o pescoço, parte do tronco e um dos ombros. Ao fundo, a jovem/adolescente de cabelos presos enquadrada pela câmera.
    Reprodução de página da plataforma de notícias Curta Mais, em matéria de 8 de março de 2022. Disponível em: https://oeds.link/TrFvBD. Acesso em: 9 março 2022.

    Os textos que trazem dados, sejam aqueles de divulgação científica, sejam de outra área do jornalismo, utilizam informações e elementos de valor numérico com o objetivo de evidenciar relações entre os fatos, possibilitando ao público obter dados mais precisos sobre temas de interesse geral. Pense em como você avaliaria textos informativos que trouxessem referências como muitos, a maioria, grande parte etcétera Faça essa alteração nas manchetes mostradas: elas ficaram mais ou menos confiáveis?

    Respostas e comentários

    Orientações

    Até o momento, os estudantes tiveram contato com vários textos que trouxeram valores fracionados na fórma de porcentagem. Ter conhecimento do conceito de porcentagem é, portanto, fundamental para interpretar textos científicos, uma vez que muitos dados são expostos nessa fórma de fração. Em razão disso, é uma boa ideia uma exploração interdisciplinar com Matemática para partir do entendimento do conceito e chegar até aqui, tratando da concordância verbal com esses termos.

    Porcentagem é a centésima parte de uma grandeza. Sendo assim, é uma razão cujo valor tem o denominador 100. E é possível dar um exemplo como: 30% = 30/100. Ou seja, nesse exemplo, o 30 é dividido por 100 partes.

    Comente as manchetes das notícias com os estudantes. Comece indagando se são notícias que despertariam o interesse deles. Em seguida, se as porcentagens mostradas seriam ou não um incentivo para que lessem as matérias. Ao incluir porcentagens em um título, o jornalista já tenta chamar a atenção do leitor para um dado relevante.

    Sugestão

    Para explorar ainda mais esse tópico, divida os estudantes em grupos e sugira a busca por outros títulos com porcentagem. Eles podem usar aparelhos celulares disponíveis para essa busca.

    Outro aspecto a ser notado é que porcentagens são bastante usadas para produzir gráficos. Separe alguns exemplos e mostre-os aos estudantes.

    1. Agora, acompanhe os trechos a seguir. Eles tratam dos efeitos da pandemia de côvid dezenóve, que ocorreu entre 2019 e 2022.

    Texto A

    A pandemia do coronavírus e os longos meses de distanciamento social geraram consequências desastrosas para o sono e a saúde. Um estudo recente do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (inser) apontou que 69,8% dos adultos declararam ter algum distúrbio do sono. Antes da pandemia, para se ter uma comparação, a média era de 30%. Isso preocupa os especialistas, uma vez que o sono e as emoções são cruciais para o processo de aprendizado e memória. reticências

    O componente emocional tem um peso enorme e facilita a formação e consolidação de memórias de longa duração nas situações prazerosas. No entanto, as emoções associadas ao medo têm mais relevância, por envolverem relações de sobrevivência e risco. “Há uma construção na arquitetura cerebral dizendo 'não vá colocar em risco sua sobrevivência', por isso o sistema é muito mais protetor no sentido das emoções aversivas”, explica Guilherme Lucas de Araújo, neurocientista do Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da úspi.

    COMOLI, Eliane. Emoções facilitam o armazenamento de memórias duradouras. ComCiência, 27 julho 2021. Disponível em: https://oeds.link/kbKRfN. Acesso em: 9 março 2022.

    Texto B

    No primeiro ano da pandemia de côvid dezenóve, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%, de acordo com um resumo científico divulgado nesta quarta-feira (2) pela Organização Mundial da Saúde (ó ême ésse). O resumo também destaca quem foi mais afetado e mostra o efeito da pandemia na disponibilidade de serviços de saúde mental e como isso mudou durante a emergência de saúde pública.

    Preocupações com possíveis aumentos dessas condições já levaram 90% dos países pesquisados a incluir saúde mental e apoio psicossocial em seus planos de resposta à côvid dezenóve, mas permanecem grandes lacunas e preocupações.

    “As informações que temos agora sobre o impacto da côvid dezenóve na saúde mental do mundo são apenas a ponta do iceberg”, disse Tedros Adanon Gueibreiesus, diretor-geral da ó ême ésse. “Este é um alerta para que todos os países prestem mais atenção à saúde mental e façam um trabalho melhor no apoio à saúde mental de suas populações”.

    reticências

    O resumo, que é baseado em uma revisão abrangente das evidências existentes sobre o impacto da côvid dezenóve na saúde mental e nos serviços de saúde mental, e inclui estimativas do último estudo Global Burden of Disease, mostra que a pandemia afetou a saúde mental de jovens, que correm um risco desproporcional de comportamentos suicidas e automutilação. Também indica que as mulheres foram mais severamente impactadas do que os homens e que pessoas com condições de saúde física pré-existentes, como asma, câncer e doenças cardíacas, eram mais propensas a desenvolver sintomas de transtornos mentais.

    PANDEMIA de côvid dezenóve desencadeia aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo. Opas, 2 de março 2022. Disponível em: https://oeds.link/2R5m9G. Acesso em: 24 junho 2022.

    Respostas e comentários

    Orientação

    Antes de ler os textos com os estudantes, conversem sobre os principais impactos da pandemia de côvid dezenóve na vida das crianças e adolescentes em termos coletivos no Brasil e no mundo. Solicite a eles que falem de experiências positivas e negativas sobre a pandemia e que relacionem os exemplos apresentados com os resultados dos estudos revelados nos textos.

    Faça as atividades no caderno.

    1. Quantos anos você tinha durante os anos de pandemia? Quais foram suas sensações durante o período de isolamento? Isso afetou você de alguma fórma?
    2. No texto A, o verbo declararam está concordando com qual termo no trecho destacado?
    3. Nesse mesmo texto, há outro valor em porcentagem destacado. Caso esse valor fosse usado para substituir o trecho anterior, o verbo continuaria no plural?
    4. No texto B, reescreva o período destacado começando com “cêrca de 90% dos países pesquisados reticências”. Use o verbo incluir em sua fórma conjugada. A concordância do verbo será com qual termo?

    É comum haver dúvidas sobre a concordância do verbo com a porcentagem. A regra básica é concordar o verbo com o termo preposicionado que o especifica.

    Retomemos como exemplo um trecho do texto A.

    Ilustração. Silhueta toda preta de uma cabeça humana de perfil, como em um modelo anatômico em corte longitudinal, no qual há um emaranhado de pontos de interrogação multicoloridos ocupando o lugar onde ficaria o cérebro.
    Esquema. Um estudo recente do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) apontou que 69,8% dos adultos declararam ter algum
distúrbio do sono.
69,8% dos adultos: termo preposicionado que especifica o verbo.
Declararam: verbo plural.
Seta vermelha ligando termo preposicionado que especifica o verbo a verbo plural.

    Essa concordância com o termo especificador vale também para os casos em que o verbo está antes dele. Por exemplo, observe esta oração:

    Esquema. Declararam ter algum distúrbio do sono 69,8% dos adultos.
‘Declararam’ está ligado, por uma seta, à ‘69,8% dos adultos’, para exemplificar o caso de concordância.

    A exceção a essa regra ocorre nos casos em que a porcentagem expressa 1% ou menos. A concordância será, então, no singular. Por exemplo:

    Esquema. Aproximadamente 1% dos entrevistados acredita que a responsabilidade é do governo estadual.
‘1%’ está ligado, por uma seta, ‘acredita’, para exemplificar o caso de concordância.

    Aposto

    1. Releia este trecho do texto:

    A bactéria retarda a reprodução do vírus da dengue no organismo do mosquito. Melhor ainda é que ela é passada de geração em geração: uma vez introduzida na população, todos os aédis nascerão com ela.

    COSTA, Luísa. Introdução de bactéria no aédis reduz em 77% transmissão de dengue na Indonésia. Superinteressante, 12 junho 2021. Disponível em: https://oeds.link/HVrOQM. Acesso em: 5 março 2022.

    O termo em destaque restringe ou explica algo sobre o método empregado?

    Versão adaptada acessível

    O termo "uma vez introduzida na população, todos os Aedes nascerão com ela" restringe ou explica algo sobre o método empregado?

    Respostas e comentários

    1. Ele explica algo sobre o método empregado.

    Respostas (continuação)

    1. a) Problemas na pandemia foram frequentes. Ouça os relatos dos estudantes a respeito de distúrbios de sono, ansiedade, tristeza por não ir à escola, ver amigos ou outros familiares.

    b) Está concordando com “69,8% dos adultos”.

    c) Sim, o verbo continuaria no plural: “30% dos adultos declararam”.

    d) cêrca de 90% dos países pesquisados incluíram saúde mental e apoio psicossocial em seus planos de resposta à côvid dezenóve. O verbo está concordando com 90%.

    Sobre Concordância com porcentagem

    Na ordem direta, quando o sujeito é formado por uma expressão numérica de porcentagem, o verbo deve concordar com o substantivo. Observe este exemplo: 80% dos estudantes gostaram da mudança; 80% do povo não gostou da mudança; 1% das mulheres não aprovou a mudança; 1% do eleitorado não compareceu. Quando não há o substantivo, o verbo concorda com o numeral: 1% foi entrevistado; 5% rejeitaram as mudanças na escola.

    2. Leia a tirinha.

    Tirinha. Personagens: Hagar: um viking, homem ruivo corpulento e barbudo com elmo de chifres vestindo trajes esfarrapados. Eddie: homem magro de chapéu semelhante a um funil vestindo manto vermelho. Tirinha em duas cenas. Cena 1. À esquerda, um homem usando um chapéu semelhante a uma boina com uma pena, vestindo um manto vermelho e preto com um colar dourado caminha ao lado de Hagar e Eddie, que estão diante um do outro, com a atenção voltada para o homem que passa por eles. Eddie diz: 'AQUELE É O PRÍNCIPE OTTO, TERCEIRO NA LINHA DE SUCESSÃO...'. Cena 2. À esquerda, Hagar e Eddie estão lado a lado, voltados para uma fila de quatro pessoas. Eddie diz: 'E AQUELE É SEU IRMÃO, PRINCIPE HAROLD... QUARTO NA FILA DO BANHEIRO!'.

    bráun, Chris; bráun díqui. Hagar, Folha de São Paulo, São Paulo, 25 maio 2007. Ilustrada, página E15.

    1. A personagem édi Sortudo apresenta a Hagar um príncipe. Como ele caracteriza esse príncipe?
    2. A caracterização representa importância? Explique.
    3. Como édi Sortudo caracteriza o irmão do príncipe?
    4. Explique como isso causa o humor da tirinha.
    5. Se você tivesse de explicar a alguém quem é a personagem Eddie Sortudo nas histórias em quadrinhos de Agás, como escreveria uma frase com a mesma estrutura de caracterização que as histórias apresentaram?

    O termo que, junto a um substantivo, um pronome ou equivalente, acrescenta uma explicação, uma especificação ou apreciação chama-se aposto.

    Observe que a estrutura de apresentação do aposto é sempre a mesma: pode vir separado dos demais termos por vírgulas, mas os sinais também podem ser dois-pontos ou travessão.

    Observe a seguinte frase: As fêmeas de aédis aêgipiti, transmissoras da doença, são atraídas pelo cê ódois, que expelimos constantemente no processo da respiração. Nesse caso, o termo em destaque explica os termos a que se refere: as fêmeas do aédis aêgipiti.

    Os apostos podem ser:

    explicativos – esclarecem um termo da oração.

    Exemplo: As fêmeas de aédis aêgipiti, transmissoras da doença, são atraídas pelo cê ódois, que expelimos constantemente no processo da respiração.

    enumerativos – enumeram itens que estão resumidos no termo antecedente.

    Exemplo: São transmitidas pelo mesmo mosquito as doenças: dengue, febre amarela, chicungunha e zika.

    ecapitulativos – resumem o termo antecedente.

    Exemplo: Lixo exposto, vasilhas com água parada e pneus com água acumulada, todos são criadouros do mosquito.

    especificadores – explicam, caracterizam, restringem o termo antecedente.

    Exemplo: Exterminar os criadouros da dengue, doença que vem crescendo nos últimos anos, é a principal fórma de prevenção.

    Respostas e comentários

    Respostas

    2. a) Como o terceiro na linha de sucessão de um trono.

    b) Sim, porque se trata de uma caracterização de nobreza da personagem.

    c) Como alguém que está esperando na fila do banheiro.

    d) Há uma comparação implícita nas explicações que Eddie faz do príncipe e de seu irmão. A explicação do Otto remete à nobreza; já a explicação do irmão, que apresenta o mesmo formato, remete a um ato comum, de ir ao banheiro.

    e) Sugestão de resposta: Aquele é Eddie, melhor amigo de Hagar. Aceite respostas que apresentem a personagem por meio de apostos.

    Sobre Aposto

    O aposto é o termo da oração que modifica um antecedente e com ele se identifica. Sua função é auxiliar na construção da referência textual do que se escreve ou diz, no sentido de acrescentar uma informação que o enunciador julga que seu interlocutor não tem a respeito do que está tematizado. Nesse sentido, a personagem Eddie, da atividade 2, poderia enunciar apenas “Aquele é o príncipe”; contudo, o conteúdo da informação ficaria genérico, já que há outro príncipe ou outros príncipes no local. Assim, o nome próprio Otto funciona como um aposto especificador, na medida em que modifica o sentido de “príncipe” e se identifica com ele reciprocamente (Otto é o príncipe – o príncipe é Otto). Na sequência, ao acrescentar que o príncipe é o “terceiro na linha de sucessão”, faz uso de outro aposto, desta vez explicativo, uma vez que acrescenta uma informação que possibilita identificar o membro de uma família monarca a que ele se refere. Na segunda cena, são usados os mesmos tipos de aposto: especificador (Harold) e explicativo (quarto na fila do banheiro). Destaca-se, no entanto, a função argumentativa do aposto explicativo nas duas cenas: na primeira, avaliar positivamente o nobre que está no recinto; na segunda, ironicamente apontar que os nobres têm as mesmas necessidades de um homem comum.

    Faça as atividades no caderno.

    Coesão (revisão)

    1. Releia este trecho do texto da revista Superinteressante:

    A dengue chega a nós a bordo de fêmeas do mosquito aédis aêgipiti e infecta de 100 a 400 milhões de pessoas a cada ano, principalmente em regiões tropicais e subtropicais do planeta (como o Brasil). A doença não tem um tratamento específico, e a vacina é recomendada apenas para quem já foi infectado antes.

    COSTA, Luísa. Introdução de bactéria no aédis reduz em 77% transmissão de dengue na Indonésia. Superinteressante, 12 junho 2021. Disponível em: https://oeds.link/HVrOQM. Acesso em: 5 março 2022.

    1. O termo em destaque recupera que outro termo antecedente?
    2. Por que o autor usou essa palavra em vez do termo antecedente?
    Versão adaptada acessível
    1. No texto, o termo "A doença" recupera que outro termo antecedente?
    2. Por que o autor usou essa palavra em vez do termo antecedente?

    2. Agora retome a leitura da introdução do texto do Jornal da úspi:

    Cada quilômetro quadrado de floresta tropical nativa derrubado na Amazônia está associado a 27 novos casos de malária por ano, no período entre 2009 e 2015, revela pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (Efe ésse pê) da úspi. A comparação da incidência da doença com dados sobre áreas impactadas pelo homem também mostra que a ocorrência é maior quando há abundância de pequenas áreas devastadas, detectadas por imagens de satélite. O risco é aumentado pela capacidade do mosquito vetor da malária se adaptar às áreas impactadas, aliada à maior presença tanto de pessoas suscetíveis como infectadas pelo parasita que causa a doença. A essa situação podem se somar as condições precárias de vida da população, baixo nível educacional, desconhecimento sobre a transmissão da infecção e difícil acesso aos serviços de saúde.

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 20 abril 2022.

    1. Que termo recupera o substantivo malária ao longo desse trecho?
    2. Os termos ocorrência e risco estão fazendo referência a que informação do texto?
    3. No trecho “A essa situação podem se somar as condições precárias de vida da população reticências”, a que situação o texto se refere?

    Você já estudou como a coesão se constrói em um texto. Ela é responsável por garantir a unidade dele, seja este uma imagem, um texto escrito ou falado, por meio do estabelecimento de conexões entre suas partes.

    Saiba +

    Etimologia da palavra texto

    A palavra texto tem origem no latim técsér, cujo significado é construir, tecer. Em sua origem, significa a maneira de tecer, a estruturação de algo tecido. No século catorze, a palavra adquiriu o sentido de “tecelagem ou estruturação de palavras” e passou a ser usada em inglês como téquisti , proveniente do francês antigo têcsti.

    Ilustração. Duas agulhas e linha de crochê, criando um cachecol com o texto: TEXERE-TEXTE-TEXT- TEXTO.
    Respostas e comentários

    1. a) A dengue.

    1. b) Para evitar a repetição.

    2. a) Doença.

    2. b) À doença.

    Respostas (continuação)

    2. c) Ao aumento da ocorrência em pequenas áreas devastadas, à adaptação do mosquito às áreas impactadas, à maior presença de pessoas suscetíveis e infectadas pelo parasita da malária nessas áreas.

    Comente com os estudantes que essa situação é um termo que sintetiza as condições anteriormente citadas.

    Sobre Coesão

    Nesta fase de escolarização, os estudantes já devem ter compreendido que a coesão é uma das condições básicas para fazer um conjunto de palavras ordenadas em frases compondo um texto. A coesão assegura a articulação entre todos os segmentos de um texto – princípio fundamental para a construção da referência e da progressão temática. O aposto, estudado anteriormente, é um dos elementos gramaticais da coesão textual.

    Orientação

    Note que a coesão é retomada nesta parte do livro como um item de revisão. Trata-se, portanto, de avaliar o grau de apreensão de um conceito que vem sendo construído ao longo de todo o processo de escolarização. Retome as atividades 1 e 2 e peça aos estudantes que identifiquem outros elementos que ajudam a construir a coesão dos excertos apresentados. Analise as respostas dadas e verifique se há algum ponto que precisa ser reexplicado, reiterado ou aprofundado.

    Indicação de livro

    Se você precisar organizar leituras para preparar essa avaliação, sugerimos três referências na literatura linguística brasileira:

    FÁVERO, Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1991.

    córh, í gê vê A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1996.

    ANTUNES, Lutar com as palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola, 2005.

    Linguisticamente, essa conexão é garantida por elementos que – analogamente ao sentido de tecido – costuram as ideias do texto e dão sentido lógico a elas. Esses elementos podem ser pronomes, advérbios, locuções adverbiais, palavras e expressões sinônimas e até mesmo supressões (elipse de termos).

    A coesão pode ocorrer de fórma referencial ou sequencial.

    Em síntese:

    • coesão referencial: menciona um elemento do texto por meio de outro que se refira a ele de outra maneira. Fazem essa função os pronomes, os numerais, os advérbios de local, a repetição total ou parcial do termo, os sinônimos, entre outros.
    • coesão sequencial: são os itens que fazem o texto progredir, como as flexões de tempo e modo dos verbos e as conjunções, que articulam as partes do texto, possibilitando o desenvolvimento das ideias.

    No trecho "A dengue chega a nós a bordo de fêmeas do mosquito aédis aêgipitireticências. A doença não tem um tratamento específico­", a palavra doença funciona como um elemento de coesão referencial, na medida que retoma um termo mencionado anteriormente sem repeti-lo. O uso da palavra doença nesse contexto faz com que o assunto seja expandido a partir de algo já referido no texto.

    A frase "A doença não tem um tratamento específico, e a vacina é recomendada apenas para quem já foi infectado antes" oferece um exemplo de coesão sequencial. A conjunção aditiva e introduz outra oração adicionando um novo argumento ao texto. A coesão sequencial pode se apresentar das seguintes maneiras:

    • Adição/inclusão. Exemplos de conectivos sequenciais aditivos: além disso; também; vale lembrar; pois; outrossim; agora; de modo geral; por iguais razões; inclusive; até; é certo que; é inegável; em outras palavras; além desse fator etcétera
    • Oposição. Exemplos de conectivos sequenciais opositivos: embora; não obstante; entretanto; mas; no entanto; porém; ao contrário; diferentemente; por outro lado etcétera
    • Afirmação. Exemplos de conectivos sequenciais afirmativos: felizmente; infelizmente; obviamente; na verdade; realmente; de igual fórma; do mesmo modo que; nesse sentido; semelhantemente etcétera
    • Exclusão. Exemplos de conectivos sequenciais exclusivos: somente; só; sequer; senão; exceto; excluindo; tão somente; apenas etcétera
    • Enumeração. Exemplos de conectivos sequenciais enumerativos: em primeiro lugar; a princípio etcétera
    • Explicação. Exemplos de conectivos sequenciais explicativos: como se nota; com efeito; como vimos; portanto; pois; é óbvio que; isto é; por exemplo; a saber; de fato; aliás etcétera
    • Conclusão. Exemplos de conectivos sequenciais conclusivos: em suma; por conseguinte; em última análise; por fim; concluindo; finalmente; por tudo isso; em síntese, posto isso; assim; consequentemente etcétera
    • Continuação. Exemplos de conectivos sequenciais continuativos: em seguida; depois; no geral; em termos gerais; por sua vez; outrossim etcétera
    Ícone retomada de tópicos.

    Coesão textual

    É a ligação harmônica entre as partes de um texto. Trata-se das articulações gramaticais existentes entre palavras, orações, frases e parágrafos, para garantir a sequenciação, a compreensão clara e a unidade de um texto.

    Respostas e comentários

    Sobre Coesão textual

    O conceito de coesão é um referencial para compreendermos o papel de alguns recursos gramaticais para a construção dos textos e para a ativação dos sentidos desencadeados por seu modelo de composição. Diferentemente das tradicionais classificações morfológicas, o estudo da coesão permite perceber as funções articuladoras que emergem das substituições pronominais e adverbiais, da sequenciação temporal assegurada pelos numerais, da identificação de um referente por meio dos artigos, das nuances semânticas estabelecidas a partir dos conectivos vocabulares e oracionais, das elipses etcétera

    Sugestões

    A melhor maneira de compreender as funções da coesão referencial e da coesão sequencial é por meio da análise e/ou produção de textos. Desse modo, uma tarefa produtiva é retomar o texto principal desta Unidade e analisar, com os estudantes, as principais estratégias coesivas de que se valeu o autor na sua construção. Outra atividade possível é selecionar produções que os estudantes fizeram e verificar com eles as adequações/inadequações de suas escolhas. Uma terceira sugestão é você preparar um texto eliminando seus principais recursos coesivos; neste caso, os estudantes podem reconstruir o conteúdo mantendo as conexões entre seus segmentos.

    ATIVIDADES

    Faça as atividades no caderno.

    1. Leia a tirinha de Agás:

    Tirinha. Personagens: Hagar: um viking, homem ruivo corpulento e barbudo com elmo de chifres vestindo trajes esfarrapados. Eddie: homem magro de chapéu semelhante a um funil vestindo manto vermelho, em duas cenas.  Cena 1. À esquerda, Eddie sai de um aposento separado por uma cortina azul-clara e pergunta a Hagar: 'QUER UM HAMBÚRGUER?', e Hagar lhe responde, com expressão animada: 'QUERO. COMPLETO, MAS SUSPENDA O PIMENTÃO!'. Cena 2. No outro aposento, a cozinha, Eddie está diante de uma bancada e um hambúrguer montado sobre um prato azul e, segurando ('suspendendo') um legume, diz a si mesmo: 'ELE DEVIA TER DITO POR QUANTO TEMPO.'.

    bráun díqui. O melhor de Hagar, o horrível. volume 5. Porto Alegre: , 2011, página 33.

    1. Qual é a intenção de Hagar ao dizer a édi para suspender o pimentão?
    2. Como Eddie entende o pedido de Hagar?
    3. Considerando que as palavras são polissêmicas (podem ter mais de um sentido), liste os significados possíveis para a expressão suspenda.
    4. Para evitar a ambiguidade (possibilidade de dupla interpretação), que expressão Hagar poderia ter usado?
    5. O pronome ele, no terceiro quadrinho, refere-se a quem?
    6. Que tipo de coesão se estabelece no terceiro quadrinho: referencial ou sequencial?

    2. Leia o trecho desta crônica de Fernando Sabino:

    – Qual é a primeira pessoa do presente do indicativo do verbo adequar? – pergunta-me ele ao telefone.

    – Nós adequamos – respondo com segurança.

    – Primeira do singular – insiste ele.

    – Espera lá, deixe ver. Com essa você me pegou.

    E arrisco, vacilante:

    – Eu adéquo?

    – Não, senhor.

    – Eu adeqúo? Não pode ser.

    – E não é mesmo.

    – Então como é que é?

    – Quer dizer que você não sabe?

    – Deixe de suspense. Diga logo.

    – Não tem. É verbo defectivo.

    – E você me telefonou para isso?

    Verbo defectivo. Tudo bem. Eu não teria mesmo oportunidade de usar esse verbo na primeira pessoa do singular do presente do indicativo.

    Nunca me adéquo a questões como esta.

    SABINO, Fernando. De mel a pior. In: SABINO, Fernando. Fernando Sabino na sala de aula. São Paulo: Panda Books. página49.

    Respostas e comentários

    1. c) Retire, levante.

    1. d) Não coloque.

    1. e) A Agás.

    1. f) Referencial.

    Respostas

    1. a) Era que o amigo não colocasse “pimentão” em seu hambúrguer.

    b) édi entende que é necessário deixar o “pimentão” suspenso (levantado).

    Orientação

    Na atividade 1, na tirinha de Hagar, além da retomada pelo pronome ele, pode-se demonstrar aos estudantes algumas elipses: no primeiro quadrinho, subentende-se o sujeito você (você quer...). No segundo, o pronome eu (eu quero). Quando Hagar enuncia “completo”, nós, leitores, sabemos que a informação elíptica é quero um hambúrguer (completo). A elipse não prejudica de fórma alguma a compreensão da tirinha por três motivos principais: a associação que fazemos entre o texto verbal e a sequenciação das imagens; a ativação de nossos conhecimentos prévios sobre o funcionamento verbal de uma conversação; as estratégias linguísticas disponíveis para a manutenção da interação comunicativa.

    Sugestão

    Volte ao texto da atividade 2 e peça aos estudantes que o reescrevam em ordem indireta. Isso demandará a reformulação dos diálogos e o emprego de variadas estratégias de coesão textual. Além disso, é uma fórma de eles aplicarem o uso das aspas para a indicação dos diálogos produzidos entre as personagens. Não se preocupe se surgirem dúvidas com relação ao uso das aspas, pois esse tema será expandido nas próximas páginas.

    Faça as atividades no caderno.

    1. O que são verbos defectivos? Reúna-se com um colega para pesquisar e responder.
    2. Que verbos de dizer você identifica no trecho? O que eles têm em comum?
    3. O que os verbos respondo e arrisco usados no texto revelam respectivamente sobre a fórma como o interlocutor se relaciona com a pergunta que lhe foi feita?
    4. Por que a última frase da crônica acrescenta humor ao texto?

    3. Leia a tirinha a seguir, em que Cáuvin perde seu tigre de pelúcia, Haroldo:

    Tirinha. Personagens: Calvin, um menino com cabelos espetados; mãe do Calvin, mulher com cabelos pretos na altura do ombro, usando camisa de mangas compridas e calça, em quatro cenas. Cena 1. Calvin entra intempestivamente em um ambiente berrando: 'MÃE! MÃE! UM CACHORRÃO ME DERRUBOU E ROUBOU O HAROLDO!'. Cena 2. Calvin está abraçado às pernas da mãe, com lágrimas nos olhos, e lhe diz: 'EU TENTEI PEGAR ELE, MAS NÃO CONSEGUI. AGORA EU PERDI MEU MELHOR AMIGO.'. Cena 3. A mãe de Calvin se abaixa, flexionando as pernas, com um dos braços apoiado em uma perna e a outra mão apoiada no chão e lhe diz: 'BEM, CALVIN, SE VOCÊ NÃO CARREGASSE ESSE TIGRE PRA TUDO QUANTO É CANTO, ESSE TIPO DE COISA NÃO ACONTECERIA.'. Cena 4. Calvin, de frente, como se comentasse com o leitor da tirinha, ainda com lágrimas nos olhos, diz: 'NÃO HÁ NENHUM PROBLEMA TÃO TERRÍVEL QUE VOCÊ NÃO POSSA ADICIONAR UM POUCO DE CULPA E TORNAR ELE PIOR AINDA.'.

    uáterson, Bill. Cáuvin e Haroldo: o livro do décimo aniversário. São Paulo: cônrad, 2013. página 33.

    1. Na tirinha, com que termos Cáuvin e sua mãe se referem a Haroldo?
    2. Que tipo de coesão é essa: sequencial ou referencial? Como ela é estabelecida?
    3. No último quadrinho, que termo o pronome pessoal ele recupera?

    4. Em seu caderno, crie apostos para os termos em destaque, substituindo os símbolos e mantendo o sentido da oração.

    1. No ano de 2018, a seleção brasileira, *, representou esse reconhecimento com a mascote canarinho pistola.
    2. Dengue, zika, , *, precisam ser prevenidas.
    3. *, a revista Science é muito respeitada pela comunidade acadêmica.
    4. A culpa é das estrelas, *, é um dos livros preferidos do público adolescente.

    5. Substitua os símbolos pelos verbos entre parênteses, mantendo a concordância correta dos verbos com as porcentagens:

    1. Apenas 1% das pessoas * naquele candidato. (votar – futuro)
    2. Pouco mais de 7% da população brasileira * analfabeta. (ser – presente do indicativo)
    3. Em 2018, aproximadamente 37% dos casos de dengue * na região Centro-Oeste. (concentrar-se – pretérito perfeito)
    4. Aproximadamente 49% das pesquisas brasileiras * por mulheres. (ser feita – presente do indicativo)
    Respostas e comentários

    2. c) Certeza e dúvida.

    2. d) O uso de uma fórma não conjugável do verbo.

    3. a) Cáuvin: Haroldo, melhor amigo, ele.

    Mãe de Cáuvin: esse tigre.

    3. b) Referencial, por sinonímia.

    3. c) Problema.

    Respostas (continuação)

    2. a) São verbos que não são conjugados em todos os tempos, modos e pessoas. Dentre os motivos está o fato de, no presente do indicativo, sua conjugação se confundir com outros verbos, como, por exemplo, o verbo falir: “eu falo” se confundiria com a conjugação do verbo falar. Outro motivo é que a conjugação pode causar cacofonia, como, por exemplo, o verbo “abolir”, cuja conjugação seria “eu abolo”.

    b) Perguntar, responder, insistir, arriscar. Todos introduzem o discurso direto, mostrando a ação verbal realizada e a atitude do locutor em relação ao que diz.

    4. a) Sugestão: conhecida como seleção canarinho.

    b) Sugestão: doenças virais.

    c) Sugestão: Pioneira na divulgação científica.

    d) Sugestão: romance de djon grin.

    5. a) Apenas 1% das pessoas votará naquele candidato.

    b) Pouco mais de 7% da população brasileira é analfabeta.

    c) Em 2018, aproximadamente 37% dos casos de dengue concentraram-se na região Centro-Oeste.

    d) Aproximadamente 49% das pesquisas brasileiras são feitas por mulheres.

    Sugestão

    Sugira aos estudantes, na atividade 4, uma pesquisa sobre os apostos decorrentes do processo de perífrases. Apresente algumas palavras que considerar mais pertinentes à turma. Exemplos: São Paulo (terra da garoa); Pelé (rei do futebol); bóbi Marley (rei do reggae); Paris (cidade-luz). Uma variação dessa atividade é eles organizarem uma lista com os apostos que melhor representam seus ídolos do esporte, tê vê, cinema, música, história mundial, mídias sociais etcétera Essa é uma fórma de eles aplicarem um conceito linguístico à sua vida pessoal, de modo a fixar melhor o funcionamento dos apostos.

    Orientação

    Depois de realizar a atividade 4, comente com a turma que há um tipo de aposto que dá origem a um recurso expressivo da linguagem a que podemos recorrer para manter a coesão textual. Trata-se da substituição de uma palavra por uma expressão mais longa que transmita a mesma ideia. Em outras palavras, na perífrase (como é classificado esse recurso), evidencia-se a relação que há entre um nome e seu aposto. Exemplo: Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa, foi fundada em 1565 por Estácio de Sá.

    Questões da língua

    Faça as atividades no caderno.

    Nomenclatura científica

    1. Releia estes trechos:

    Maria Anice explica que quando a floresta é contínua e íntegra, sem áreas de desmatamento, o mosquito anofelino, transmissor do protozoário causador da doença (plasmódium), quando está presente, é em baixa densidade e somente onde as condições ambientais são adequadas reticências.

    BERNARDES, Júlio. Um quilômetro quadrado desmatado na Amazônia equivale a 27 novos casos de malária. Jornal da úspi, São Paulo, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/ixgL7o. Acesso em: 21 abril 2022.

    Uma iniciativa que tenta combater o problema é o projeto australiano World Mosquito Program(WMP). Eles desenvolveram uma abordagem experimental para combater a propagação da dengue, que consiste na introdução da bactéria volbáquia em mosquitos aédis aêgipiti.

    COSTA, Luísa. Introdução de bactéria no aédis reduz em 77% transmissão de dengue na Indonésia. Superinteressante, 12 de junho 2021. Disponível em: https://oeds.link/HVrOQM. Acesso em: 5 março 2022.

    1. O que há em comum entre as palavras destacadas em itálico?
    2. Levante uma hipótese sobre o porquê de elas estarem em destaque.
    Versão adaptada acessível
    1. O que há em comum entre as palavras Plasmodium, Wolbachia e Aedes aegypti ?
    2. Levante uma hipótese sobre o porquê de elas estarem destacadas em itálico, um estilo de letra diferente.

    Você certamente já deparou com o modo como as espécies são nomeadas. Os termos em latim e os destaques em itálico saltam aos nossos olhos em alguns textos científicos. Nesta Unidade, eles estiveram bastante presentes para nomear as espécies citadas.

    Mas qual é a função da nomenclatura científica? E por que ela ocorre em latim e com destaque?

    Ao falarmos em classificação, estamos nos referindo à taxonomia. Para a Biologia, a taxonomia é um ramo que descreve, identifica e classifica os seres vivos. Já para a Gramática, classifica as palavras.

    Trata-se de regras convencionadas por sistemas internacionais de classificação, para tornar homogênea a nomenclatura das espécies, de modo que ela possa ser compreendida em qualquer língua e não seja confundida com os nomes populares.

    A classificação segue uma ordem descendente:

    Ilustração. Fluxograma composto de figuras retangulares azuis-claras com uma palavra dentro de cada uma e figuras triangulares entre elas, como pontas de setas que indicam ordem descendente. Da esquerda para a direita: 'reino', 'divisão ou filo', 'classe', 'ordem', 'família', 'gênero', 'espécie'.

    Por convenção internacional, o nome científico é binário, formado pelos nomes do gênero e da espécie, que devem ser grafados em itálico, seguindo esta ordem:

    • Primeiro nome: primeira letra maiúscula, indica o gênero.
    • Segundo nome: primeira letra minúscula, indica a qualificação específica.
    Ilustração. Esquema explicativo da formação do nome científico de uma espécie, com palavras escritas em azul e em vermelho, com traços e pontas de setas de cores correspondentes. À esquerda, em azul, com caracteres inclinados (itálico) e letra inicial maiúscula: "Aedes"; seta azul para cima indicando a palavra "gênero", também em azul, e seta azul para baixo indicando "primeira letra maiúscula", em preto. À direita, em vermelho, com caracteres inclinados (itálico) e letra inicial minúscula: "aegypti"; seta vermelha para cima indicando a palavra "espécie", também em vermelho, e seta vermelha para baixo indicando "primeira letra minúscula", em preto.
    Respostas e comentários

    Respostas

    1. a) Elas nomeiam espécies de seres vivos. Estão também grafadas em latim.

    b) Deixe que os estudantes levantem hipóteses, para que possam compreender que se trata de uma convenção que ordena a nomenclatura: o destaque é arbitrário, determinado por uma convenção internacional para homogeneizar os nomes de modo que sejam compreendidos em qualquer língua.

    Sobre Nomenclatura científica

    As primeiras inscrições em latim de que se tem notícia são datadas do século seteantes de Cristo. Desde então, o latim se desenvolveu em diferentes fases, tendo sido a principal língua de cultura e de comunicação internacional em países de tradição românica. Usou-se o latim na escrita de documentos notoriais, textos científicos, tratados filosóficos e teses universitárias pelo menos até o século dezenove, quando foi substituído por outras línguas internacionais da Ciência, como o francês e, mais recentemente, o inglês. Ainda hoje, recorre-se ao latim na terminologia científica pelo fato de essa língua não pertencer a nenhuma civilização moderna. A padronização da taxonomia em latim facilita a comunicação internacional, pois as designações de doenças, parasitas, elementos da flora e fauna variam nos diferentes idiomas. Tome-se como exemplo a ave conhecida no Brasil como pardal. Nos Estados Unidos, é chamada sparrow; na França, moineau; na Espanha, ­gorrión; na Alemanha, Haussperling. No entanto, em qualquer um desses países, é cientificamente conhecida pela designação pásser domésticus.

    Faça as atividades no caderno.

    Saiba +

    Lineu e os nomes binários

    Foi um médico e botânico sueco chamado cáu von linê(nome aportuguesado para Carlos Lineu) que, em 1735, fixou espécie como a unidade básica de classificação dos seres vivos, propondo a hierarquia utilizada até hoje, que representa a semelhança entre esses seres.

    Pintura. Retrato de Carlos Lineu, homem de peruca com cabelos cacheados, usando um casaco marrom e camisa com gola e punhos rendados, ao estilo do século XVIII. Ele está sentado, em meio-perfil, com uma das mãos sobre a mesa, onde há alguns pergaminhos, e com o outro braço apoiado em uma perna.
    Retrato do médico Carlos Lineu, de autoria atribuída a lôrens pach, o Jovem, século dezoito. Óleo sobre tela, 1,41 métro por1,16 métro. Palácio de Versalhes, França.

    Algumas especificações para essa nomenclatura:

    Quando a espécie não está especificada, após o nome do gênero, é inserida a sigla ésse pê. (abreviatura de espécie) ou ésse pê pê. (espécies), em letra redonda (não itálico):

    Ex: mamilária ésse pê. (gênero das plantas suculentas)

    Quando a espécie é pouco conhecida, o nome científico deve estar acompanhado da família, entre parênteses e com letra redonda (não itálico):

    Ex: ()

    Aspas e aspas simples

    1. Leia esta fala do professor Maurício Lacerda Nogueira, da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (famérp), sobre o zika e a chicungunha.

    “Hoje, vivemos uma situação em que todos os lugares do mundo se tornaram muito próximos. Saímos de São Paulo e, em menos de 24 horas, podemos estar no leste da Ásia. Milhões de pessoas estão indo e vindo a todo momento. E, eventualmente, algumas delas chegam doentes. No caso, chegaram trazendo vírus que encontram uma situação extraordinária para se propagar: uma população totalmente naív [“ingênua”] e um país infestado de mosquitos. Então, vivemos com o zika a ‘tempestade perfeita’. E vamos viver ainda a ‘tempestade perfeita’ de chicungunha. Podemos mitigar, mas não há nada que possamos fazer para evitar”, disse.

    ARANTES,chicungunhapoderá ter nova epidemia nos próximos dois anos, alertam pesquisadores. Agência fapésp, 7 junho 2018. Disponível em: https://oeds.link/P3LSFx. Acesso em: 20 abril 2022.

    1. Segundo o professor, quem são os disseminadores dessas duas doenças?
    2. Explique o que você compreendeu sobre o termo tempestade perfeita.
    3. Que sinal de pontuação introduz a fala do pesquisador?
    4. Por que o termo tempestade perfeita aparece entre aspas simples no texto?
    Respostas e comentários

    1. c) Aspas duplas.

    Sobre Saiba+

    Além da nomenclatura taxonômica, o latim científico é fonte: a) dos elementos da tabela periódica química, cujos nomes originais estão em latim ( de fósforus, á ú de áurum); b) de termos jurídicos (ábeas córpus = que tenhas o corpo); c) do vocabulário acadêmico (honóris causa = por causa de honra, látu sensu= sentido amplo, istriquito sensu = sentido estrito).

    Respostas

    1. a) São os próprios seres humanos, por meio do trânsito entre locais contaminados e não contaminados.

    b) A tempestade, como empregada pelo autor, parece ter um sentido de disseminação ampla, sem contrôle. Trata-se de uma metáfora para mostrar que a disseminação não conseguirá ser controlada.

    d) Trata-se de uma expressão cunhada pelo autor, por isso a necessidade das aspas. Como essa expressão está inserida em meio à fala dele, que já está marcada por aspas duplas, o destaque para esse termo é dado por meio de aspas simples.

    Sobre Aspas e aspas simples

    Uma das características textuais dos gêneros do discurso científico é a presença de citações. A citação é extraída de outras publicações e geralmente usada para os seguintes propósitos: esclarecer um tema, contestar ou complementar a ideia defendida pelo autor do enunciado de base, ilustrar uma afirmação, legitimar um argumento. Assim, o redator de um texto científico recorre à citação tanto para ser fiel ao ponto de vista defendido por um autor quanto para demonstrar ao leitor que o conteúdo não lhe pertence. Desse modo, evita-se a ocorrência de plágio e assegura-se a ética intelectual. Nesse sentido, comente com os estudantes que a transcrição literal de palavras ou trechos de textos de outro autor, popularmente chamada de cópia e cola, é legítima quando reproduzida entre aspas (“...”) e quando segue um dos propósitos indicados neste comentário. Trata-se de um procedimento a ser respeitado inclusive na escola básica.

    Faça as atividades no caderno.

    As aspas são sinais de pontuação representados por:

    “ ” – aspas duplas

    ‘ ’ – aspas simples

    As aspas simples são empregadas dentro das aspas duplas, para não repetir o mesmo sinal.

    Na atividade 1, a fala do professor da faculdade de Medicina é aberta por aspas. Elas indicam o início do discurso literal e autoral dele, sem modificações.

    Em determinado momento da fala, ele cunha um termo de destaque: tempestade perfeita. Esse termo fica, então, em aspas simples, para não repetir o sinal, já que o discurso anterior já está em aspas duplas.

    O que motiva o uso das aspas – sejam elas duplas, sejam simples – são as seguintes situações:

    Indicar a fala de alguém, de modo literal:

    Disse o professor: “Hoje, vivemos uma situação em que todos os lugares do mundo se tornaram muito próximos. reticências.

    Isolar citações literais de textos:

    Segundo publicado na pesquisa, “No pico epidêmico de 2015 a 2017, a dengue foi a enfermidade que apresentou maior prevalência, com 2 milhões e 800 mil casos prováveis”.

    Realçar palavras ou expressões:

    O professor alerta para o que chamou de “tempestade perfeita” de zika e chicungunha.

    Destacar palavras ou expressões que não são correntes na linguagem de quem está escrevendo o texto:

    O estudante confundiu a febre zika com a “zica”, que significa algo muito ruim.

    Crase (revisão)

    1. Leia esta tirinha de Hagar, o Horrível para relembrar o emprego da crase.

    Tirinha. Personagens: Hagar: um viking, homem ruivo corpulento e barbudo com elmo de chifres vestindo trajes esfarrapados. Eddie: homem magro de chapéu semelhante a um funil vestindo manto vermelho, em três cenas. Cena 1. Eddie e Hagar estão diante um do outro, em frente ao balcão de uma taverna, segurando taças e brindando, ambos dizendo: 'AOS SAQUES!'. Cena 2. Eddie e Hagar, ainda segurando taças, fazem outro brinde, ambos dizendo: 'ÀS BATALHAS!'. Cena 3. Eddie propõe um novo brinde e diz: 'AOS PASSARINHOS!', e Hagar, como se voltasse para o leitor da tirinha, pensa: 'ELE AINDA NÃO PEGOU O ESPÍRITO DA COISA...'.

    bráun, Chris; bráun díqui. Agás. Folha de São Paulo, São Paulo, 2 setembro 2000. Ilustrada. página E9.

    1. O que as personagens Eddie e Hagar estão fazendo?
    2. Hagar e Eddie são vikings, povos que viveram na Idade Média, na região nórdica (Escandinávia), geralmente guerreiros, comerciantes, exploradores e piratas. Com base nessa informação, por que Hagar diz que Eddie não “pegou o espírito da coisa”?
    3. Explique por que ocorre crase nas falas do segundo quadrinho.
    Respostas e comentários

    1. a) Eles estão brindando às suas ações.

    1. c) Porque há a fusão da preposição a, da regência de brinde a algo, com o artigo de as batalhas.

    Sobre Aspas e aspas simples (continuação)

    Se os estudantes manifestarem dificuldades para compreender o uso das aspas duplas e simples, faça uma analogia com as operações matemáticas complexas: as expressões numéricas são delimitadas entre chaves { }, depois colchetes [ ] e, por fim, parênteses ( ). O mesmo ocorre em português: quando parte do texto que se quer destacar com aspas já está dentro de outro trecho destacado com aspas, recorre-se às aspas simples. Exemplo: Meu irmão me disse: “Pedi R$10,00dez reais pra mãe e recebi um ‘não me atazane’ na hora”.

    Com relação à citação direta (também designada textual, literal ou transcrição = ao pé da letra), reforce que se deve conservar a ortografia, a pontuação e os destaques que aparecem no texto-fonte. Pode-se comentar com os estudantes que, em artigos de divulgação científica, as citações são breves, pontuais e incorporadas sequencialmente na redação do parágrafo, com o mesmo tamanho de letra, a mesma fonte tipográfica, distinguindo-se apenas por serem delimitadas pelas aspas. No entanto, eles poderão encontrar textos em que a citação aparece em um novo parágrafo, em tamanho de letra reduzido, com um pequeno recuo em relação à margem esquerda do texto e sem as aspas. Isso é mais comum em artigos científicos, resenhas e ensaios acadêmicos e ocorre quando a citação é muito longa. Por fim, explique que antes de introduzir a citação entre aspas, os redatores fazem uso de algumas expressões de elocução: de acordo com X, conforme X, segundo X, para Xreticências

    Sugestão

    Peça aos estudantes que criem frases empregando as aspas associadas a: a) empréstimos lexicais (Vi um “crush” na balada); b) realces (Este é o “Abaporu”, de Tarsila do Amaral); c) ironias (Eu “estudei”, mas tirei zero); d) citações de frases populares (“Penso, logo existo”, afirmou Renê Decarte).

    Respostas

    1. b) Porque Eddie quer brindar aos passarinhos, o que não condiz com a natureza mais exploradora e guerreira desses povos.

    Para começar esta revisão, é imprescindível retomar o conceito de que a crase é a fusão do artigo “a” com a preposição “a” que rege o termo que o acompanha, e o acento grave ( ` ) representa essa fusão.

    É por isso que se diz que a principal regra da crase é que ela não ocorre diante de palavra masculina. Agora fica fácil explicar o porquê: se é preciso um artigo a, então a palavra precisa ser feminina para que haja a fusão. Se não, ela não ocorre.

    É só pensar nas falas de Hagar e Eddie no segundo quadrinho:

    Um brinde “a” + “as” batalhas, portanto, às batalhas.

    Já no terceiro quadrinho, ela não ocorre:

    Um brinde “a” + “os” passarinhos, portanto, aos passarinhos.

    Ícone pontos de atenção e noções complementares

    Condições para haver crase

    Para haver crase – fusão de a (preposição) + a (artigo) –, duas condições são necessárias:

    que a palavra regente peça preposição;

    que a palavra regida admita artigo (a ou as) diante dela.

    Vamos sistematizar o que você já sabe sobre as regras de emprego da crase.

    Emprego da crase

    Exemplo

    Nas indicações de horas determinadas

    Chegou às 10 horas.

    Nas locuções adverbiais prepositivas

    Saiu à noite.

    Nas locuções femininas que indicam meio ou instrumento

    Esse vaso foi feito à mão.
    Cortou o cabelo
    à navalha.

    Em nomes de cidades quando o lugar estiver especificado

    Fui à Salvador de Jorge Amado.


    Não ocorre crase

    Exemplo

    Diante de palavra masculina

    Andar a cavalo.

    Diante de pronomes que não admitem artigo

    Cheguei a esta conclusão.
    Comprei um presente
    a cada uma delas.

    Diante de pronomes de tratamento

    Vou contar a Vossa Senhoria o que aconteceu. Dirija-se a Vossa Excelência do modo formal.

    Quando o artigo está no singular (indica generalidade), mas a palavra seguinte está no plural

    Ia a cidades muito diferentes.

    Diante de nomes de cidades quando não houver a possibilidade de trocar o artigo pelas contrações da
    (de + a) e na (em + a)

    Fui a Salvador nas últimas férias.
    (Vim
    de Salvador nas últimas férias.) Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo.)

    Respostas e comentários

    Sugestão

    Organize algumas atividades nas quais os estudantes tenham de justificar o uso ou não do acento indicador de crase. Você pode montar atividades, pedir a eles que criem frases ou que identifiquem ocorrências nos textos que leem. Sugerimos algumas locuções que podem inspirá-lo na organização das atividades: a) com crase: à brasileira; à direita; à fantasia; à mão; à meia-noite; à parte; às 15horas; às escuras; às moscas; às quais; às segundas-feiras; às vezes; à tarde; b) sem crase: a álcool; a bordo; a cabeçadas; a postos; a prestações; a sós; a caráter; a dedo; a fundo; a gosto; a jato; a lápis; a ele ou eles, a ela ou elas; a esse ou esses , a essa ou essas; a você; a alguém; a meu ver; ir a Roma/Lisboa; voltar a Cuba/Londres.

    Sobre Crase

    O acento grave é usado em várias línguas: no francês, por exemplo, ele pode indicar que uma vogal tem um som aberto: élève (= estudante), lê-se êléve; em italiano, ele é obrigatório para caracterizar o acento em algumas oxítonas: città (= cidade). No português brasileiro, até a Reforma Ortográfica de 1971, ele era empregado em palavras derivadas como cafèzinho e sòmente, com o propósito de indicar que a fórma primitiva tinha a vogal acentuada, com timbre aberto; atualmente, contudo, o acento grave, no português, é um sinal exclusivo das ocorrências de fusão por crase. Além de dar consciência ao usuário da língua de que a fórma à” condensa em si uma preposição, as ocorrências de crase evitam possíveis ambiguidades que poderiam ser geradas sem seu uso, em casos como: vou pintar a mão (= passar tinta na extremidade superior do corpo onde ficam os dedos) dez vou pintar à mão (= fazer atividade artística manualmente); chegar a noite (= anoitecer) dez chegar à noite (= chegar tarde); faltar a aula (= deixar em aberto uma aula); dez faltar à aula (= estar ausente em uma aula). Desse modo, é importante reforçar aos estudantes os empregos normativos da crase e garantir que eles tenham segurança quanto ao funcionamento das ocorrências mais frequentes.

    ATIVIDADES

    Faça as atividades no caderno.

    1. Em seu caderno, indique as alternativas em que o emprego da crase está correto.

    um Gostava de ver o pôr do sol à beira-mar.

    dois Este pagamento pode ser feito à prazo.

    três Estava à espreita esperando seu ídolo sair.

    quatro Saiu de casa às cinco horas.

    cinco. Ficou à sós com seus pensamentos.

    seis. Gostou de ir à Curitiba, mesmo que a trabalho.

    1. Explique a regra que envolve o emprego ou não de crase nas orações da atividade anterior.
    2. Leia a tirinha do Snoopy:
    Tirinha. Personagens: Snoopy, um cão branco com mancha preta nas costas e orelhas pretas caídas. Lucy, menina de cabelos pretos, usando vestido azul, em quatro cenas. Quadrinho 1. Snoopy está sentado de perfil no topo de sua casinha de cachorro, em frente a uma antiga máquina datilográfica e escreve: ‘Querida namorada, Sinto a sua falta de manhã, de tarde e de noite.’. Quadrinho 2. Lucy segura a folha em que Snoopy datilografou e lhe diz: ‘ISSO É MUITO VAGO...’. Quadrinho 3. Lucy devolve a folha datilografada para Snoopy (que não aparece) e lhe diz: ‘AO ESCREVER PARA UMA GAROTA, VOCÊ PRECISA SER MAIS ESPECÍFICO...’. Quadrinho 4. Snoopy está sentado no topo de sua casinha de cachorro, em frente a uma antiga máquina datilográfica e escreve: ‘Sinto a sua falta às 8:15, às 11:45 e às 21:36...’.

    . Feliz dia dos namorados. Porto Alegre: Ele e Pê ême, 2014. página 98.

    1. Explique como Snoopy entendeu a orientação de Lucy.
    2. Por que os escritos do primeiro e do quarto quadrinho estão fóra de balões de fala e com tipo de letra diferente?
    3. Se a preposição de fosse trocada por a, no primeiro quadrinho, haveria crase? Explique.
    4. Como Snoopy resolve a orientação de Lucy?
    5. Explique o emprego da crase no último quadrinho.

    4. Leia esta tirinha.

    Tirinha. Personagens: Armandinho, um menino de cabelos azuis, vestindo camiseta branca e calças compridas azuis. Pai de Armandinho, representado pelas pernas de um homem usando calças compridas cinza e sapatos pretos. Um sapo verde. Quadrinho 1. O pai diz: ‘ 'JUSTIÇA' É A 'JUSTA MEDIDA'!’. Ao lado, Armandinho está atento, com a cabeça inclinada para cima, voltada em direção ao pai; ao lado dele há um sapo verde. Quadrinho 2. Armandinho está em pé, ainda ao lado do sapo verde, diante do pai que lhe diz: ‘NÃO IMPORTA O QUE FOI FEITO, OU A DOR E A RAIVA QUE SE SINTA...’. Quadrinho 3. O pai continua: ‘... PUNIR ALGUÉM ALÉM DA MEDIDA É SER INJUSTO...’. Ao lado, Armandinho e o sapo estão se encarando, como se refletissem sobre o que foi dito.

    béc, Alexandre. Armandinho oito. Florianópolis: á cê béc, 2016.página 7.

    Por que a palavra justiça e seu significado estão entre aspas no primeiro quadrinho?

    Respostas e comentários

    1. Estão corretas as orações três, quatro e cinco.

    3. e) Há crase nas especificações de horas.

    4. Porque se trata de uma definição dada pelo pai de Armandinho.

    Respostas

    2. um à beira mar é uma locução prepositiva feminina que leva crase. dois prazo é uma palavra masculina, por isso não apresenta crase. três à espreita é uma locução prepositiva que leva crase. quatro – quando as horas são especificadas, há crase. cinco a sós é uma locução prepositiva que não necessita de crase. seis – diante de nomes de cidades não ocorre crase.

    3. a) Ele entendeu que ser vago estava relacionado à temporalidade.

    b) Porque se trata da reprodução do que Snoopy está escrevendo na máquina de escrever. O tipo de letra que representa a máquina de escrever é usado como fórma de estilo, no lugar das aspas.

    c) O trecho ficaria: “Sinto a sua falta de manhã [sem alteração], à tarde e à noite.”, com crase, por serem especificações de período.

    d) Ele entende que precisa especificar as horas e faz isso apresentando horários exatos em que teria sentido saudade da namorada.

    4. Comente com os estudantes que a concepção de justiça como justa medida provém dos estudos do filósofo Aristóteles, há mais de 300 anos antes de Cristo.

    Orientação

    Aproveite a atividade 3 para ampliar a discussão sobre o uso de crase diante da indicação de horas: diga aos estudantes que o uso do acento grave é obrigatório tanto na indicação numérica quanto no registro por extenso das horas: entro às 7horas – entro às sete horas; durmo à 1horas – durmo à uma hora. Reforce que só ocorre a crase se as horas forem determinadas, como exemplificado. Nos casos de indeterminação, não há crase: sairei de casa a uma hora qualquer. Uma dúvida comum é quanto à presença de crase quando as preposições para, desde, após e entre precedem a indicação de horas. Nesses casos, não ocorre crase, pois não há fusão da preposição com o artigo, razão pela qual grafamos: ensaio marcado para as 8horas; estou estudando desde as 14horas; o dentista só atenderá após as dez horas; almoço entre as 11horas30 e as 12horas30.

    5. Leia agora um trecho da crônica “Nomes”, de Luis Fernando Verissimo, na qual a menina Helena conversa com seus bonecos sobre os nomes que ela deu a eles.

    – Eu botei nomes em vocês porque vocês não falavam e não podiam dizer seus nomes de verdade, certo?

    – Certo.

    – Quer dizer que todas as outras coisas neste quarto também têm nomes que a gente não sabe. Se pudessem falar, elas nos diriam qual é.

    – Exatamente.

    – Eu, por exemplo – disse Saralara –, sei que cama não se chama “cama”.

    – E como é que ela se chama? – quis saber Helena.

    – É “Frunfa” – disse Saralara.

    – E armário é “Bozório” – revelou Geraldo.

    – Tapete se chama “Abajur” – disse Eunice.

    – E abajur, como se chama? – perguntou Helena.

    – Carlos Henrique.

    Helena contou isso para os seus pais, que acharam engraçado, mas não acreditaram muito. Os adultos não têm nenhuma imaginação.

    VERISSIMO, Luis Nomes. In: VERISSIMO, Luis Festa de criança. São Paulo: Ática, 2005. página 28.

    • Em seu caderno, reescreva o trecho, transformando o travessão em aspas e fazendo as adaptações necessárias ao discurso e à pontuação, de modo que todo o diálogo fique em um único parágrafo.

    6. Observe estes nomes científicos:

    um cânis familiares

    dois Felís cátus

    três emérita brasiliênsis

    quatro drosófila malanogáster

    cinco. anôféles darlinji

    1. Aponte as alternativas em que eles seguem as regras internacionais de registro.
    2. Explique o que está errado nos demais nomes.
    3. Pesquise os nomes populares de cada um desses nomes científicos.
    Respostas e comentários

    Sugestão

    Proponha uma atividade interdisciplinar com o professor de Ciências. Ele poderá lhe fornecer uma lista da nomenclatura científica com a qual os estudantes tiveram contato em anos anteriores para designar animais, plantas, vírus, pragasreticências Pode-se aproveitar essas unidades terminológicas para realizar jogos pedagógicos por meio de gincanas, bingo de palavras, cruzadinhas, caça-palavras, jogo da memória mesclando nome científico, nome vulgar e imagem do elemento descrito etcétera Os estudantes também podem montar um glossário para divulgar no painel, site ou blog da escola.

    Respostas (continuação)

    5. Sugestão de resposta: “Eu botei nomes em vocês porque vocês não falavam e não podiam dizer seus nomes de verdade, certo?” – perguntou Helena a seus bonecos – “Certo”, eles responderam. Helena então completou: “Quer dizer que todas as outras coisas neste quarto também têm nomes que a gente não sabe. Se pudessem falar, elas nos diriam qual é”, ao que eles novamente assentiram: “Exatamente”, o que logo foi completado por Saralara: “Eu sei que cama não se chama ‘cama’. “E como é que ela se chama?” – quis saber Helena, ao que a boneca disse: “Frunfa”, logo seguida por Geraldo, que revelou: “E armário é ‘Bozório’” e por Eunice: “Tapete se chama ‘Abajur’”. Helena então questionou: “E abajur, como se chama?”, ao que lhe responderam: “Carlos Henrique”.

    O importante, nesta atividade, é que os estudantes diferenciem o uso das aspas duplas e simples. Incentive-os a usar os verbos de dizer para manter o sentido da história.

    6. a) As alternativas são dois e quatro.

    b) um Letra maiúscula no nome da espécie / três Falta de itálico e letra maiúscula no nome da espécie / cinco. Letra minúscula no nome do gênero e falta de itálico em todo o nome científico.

    c) um Cachorro / dois Gato / três Tatuí ou tatuíra / quatro. Mosca de banana / cinco. Mosquito da malária.

    Produção de texto

    Faça as atividades no caderno.

    Artigo de divulgação científica

    O que você vai produzir

    Nesta Unidade, você leu dois artigos de divulgação científica publicados em suportes que enfocam um público leitor específico: o Jornal da úspi, que circula majoritariamente entre a comunidade acadêmica, embora, também, possa ser lido pelo público em geral, e a revista Superinteressante, que é mais acessível a todos os públicos.

    Fotografia. Ambiente de laboratório de Ciências. No centro há um microscópio sobre uma mesa branca, com frascos de vidro tampados, suportes com diversos tubos de ensaio e várias placas de Petri (recipientes de vidro tampados nos quais se faz a cultura de colônias de microrganismos). Ao fundo, uma janela através da qual penetra a iluminação natural.
    Mesa de laboratório médico: microscópio, placa de Petri e tubos de ensaio. Fotografia de 2013.

    Os textos lidos datam, respectivamente, de 2022 e 2021, portanto apresentam informações relevantes para a ciência e para a sociedade no momento em que foram divulgados. Mas como estariam as pesquisas sobre malária e dengue no Brasil atualmente?

    Considerando que pesquisar é um ato contínuo e deve considerar estudos já existentes sobre o assunto, você vai escrever um artigo de divulgação científica que apresente uma pesquisa atual sobre a dengue ou a malária, relacionada, de preferência e se possível, às pesquisas apresentadas nos textos lidos. Esse texto vai compor uma revista científica da turma, que poderá circular pela comunidade escolar e, depois, ficar disponível para consulta na biblioteca da escola ou em um repositório digital. É importante que a linguagem do texto seja acessível aos estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental.

    Planejamento

    As pesquisas científicas são divulgadas entre a comunidade acadêmica nos chamados artigos científicos, publicações específicas e técnicas que apresentam em detalhes todas as etapas da pesquisa realizada: objetivos, linha teórica usada, metodologia de coleta e de análise dos dados, análises e resultados. Mas esses artigos são bastante prolixos, cheios de jargões, conceitos e termos muito particulares à área do conhecimento em que se inserem. E são publicados em revistas também especializadas de cada área.

    Respostas e comentários

    Sugestão

    Apresente a proposta aos estudantes, considerando que nem sempre há divulgação de outras pesquisas que deem continuidade àquelas já existentes, por isso oriente-os a buscar referências sobre o mesmo tema ou pesquisas semelhantes que indiquem avanço ao que foi anteriormente publicado. Registre na lousa as etapas de produção e o tempo previsto para cada uma delas, para que os estudantes organizem o próprio tempo. Pondere com eles as características usando uma linguagem acessível ao Ensino Fundamental – anos finais.

    Sobre Planejamento

    Se for possível, leve os estudantes à sala de informática para que procurem os textos on-line e possam ser supervisionados. Ajude-os a identificar pontos de comparação entre as pesquisas, por exemplo: podem comparar os índices de dengue ou malária entre regiões (Norte e Sudeste; Norte e Nordeste), podem mostrar diferentes técnicas de contrôle dessas epidemias, entre outros.

    Habilidades trabalhadas nesta seção

    (ê éfe seis nove éle pê três cinco) Planejar textos de divulgação científica, a partir da elaboração de esquema que considere as pesquisas feitas anteriormente, de notas e sínteses de leituras ou de registros de experimentos ou de estudo de campo, produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigo de divulgação científica, artigo de opinião, reportagem científica, verbete de enciclopédia, verbete de enciclopédia digital colaborativa, infográfico, relatório, relato de experimento científico, relato (multimidiático) de campo, tendo em vista seus contextos de produção, que podem envolver a disponibilização de informações e conhecimentos em circulação em um formato mais acessível para um público específico ou a divulgação de conhecimentos advindos de pesquisas bibliográficas, experimentos científicos e estudos de campo realizados.

    (ê éfe seis nove éle pê três seis) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções composicionais e estilos.

    (ê éfe oito nove éle pê zero dois) Analisar diferentes práticas (curtir, compartilhar, comentar, curar etcétera) e textos pertencentes a diferentes gêneros da cultura digital (meme, gif, comentário, charge digital etcétera) envolvidos no trato com a informação e opinião, de fórma a possibilitar uma presença mais crítica e ética nas redes.

    (ê éfe oito nove éle pê zero três) Analisar textos de opinião (artigos de opinião, editoriais, cartas de leitores, comentários, posts de blog e de redes sociais, charges, memes, gifs etcétera) e posicionar-se de fórma crítica e fundamentada, ética e respeitosa frente a fatos e opiniões relacionados a esses textos.

    (ê éfe oito nove éle pê zero cinco) Analisar o efeito de sentido produzido pelo uso, em textos, de recurso a fórmas de apropriação textual (paráfrases, citações, discurso direto, indireto ou indireto livre).

    (ê éfe oito nove éle pê dois quatro) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usando fontes abertas e confiáveis.

    (ê éfe oito nove éle pê dois cinco) Divulgar o resultado de pesquisas por meio de apresentações orais, verbetes de enciclopédias colaborativas, reportagens de divulgação científica, vlogs científicos, vídeos de diferentes tipos etcétera

    (ê éfe oito nove éle pê três zero) Analisar a estrutura de hipertexto e hiperlinks em textos de divulgação científica que circulam na Web e proceder à remissão a conceitos e relações por meio de links.

    Considerando a dificuldade de compreensão desses artigos específicos, sua busca deve ser por artigos de divulgação científica publicados em jornais e revistas de órgãos que tanto produzem a pesquisa quanto a divulgam amplamente. Alguns deles são:

    • Revista da Fundação de Amparo à Pesquisa: cada estado brasileiro tem sua Fundação. Por exemplo: fapésp (São Paulo), fapérgi (Rio de Janeiro), fapems (Mato Grosso do Sul) etcétera
    • Jornais de universidades: as universidades públicas possuem canais de divulgação de suas pesquisas científicas. Procure por eles em sites de busca.
    • Cápes Notícias: a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Cápes) é uma fundação do Ministério da Educação que apoia pesquisas de mestrado e doutorado. Seu site publica notícias científicas.

    Escolha um artigo de divulgação científica que apresente pesquisas complementares às lidas nesta Unidade. Para tanto, dê atenção aos seguintes critérios de seleção:

    • A pesquisa aborda a malária ou a dengue?
    • A pesquisa e o artigo são recentes? Ou seja, são posteriores aos exemplos mostrados nesta Unidade?

    Leia com atenção o artigo selecionado. Ao mesmo tempo faça anotações relacionadas aos aspectos destacados a seguir.

    • Estão presentes verbos de dizer? É possível notar que são usados para dar credibilidade ao artigo (vozes de autoridade)? Estão sendo utilizados no discurso direto, no indireto ou em ambos?
    • O artigo apresenta hiperlinks que levam a definições ou a outras páginas? Esses recursos estão sendo realmente úteis no texto produzido? Você incluiria outros hiperlinks para ajudar o leitor a compreender ou se aprofundar no assunto?
    • Há espaço para comentários dos leitores ao final do texto? Há comentários nessa postagem? Faça uma análise desses comentários. Verifique se são positivos, negativos, respeitosos e se buscam aprofundar o tema.
    • Descubra se o artigo foi divulgado em alguma rede social que você utiliza. Verifique se há curtidas ou compartilhamentos. Você considera que houve boa repercussão quando é feita a comparação com a reação dos internautas em relação a postagens semelhantes? Também observe se há comentários nessa postagem e faça o mesmo tipo de análise solicitada anteriormente.

    Produção

    1. Selecione trechos do texto escolhido que apresentem pontos em comum com os textos lidos na Unidade.
    2. Destaque as etapas da pesquisa apresentada: objetivos, metodologia, resultados, pesquisadores responsáveis, órgãos a que se vincula. Todas essas informações devem estar em seu texto.
    3. Faça citações sobre as pesquisas lidas na Unidade e como elas progrediram nessa nova pesquisa apresentada.
    4. Caso seja apenas relacionada ao assunto, encontre pontos em comum que possam ser comparados entre as duas pesquisas.
    5. Apresente os termos técnicos e, se necessário, faça explicações complementares que esclareçam a teoria.
    Respostas e comentários

    Sobre Produção

    Ajude os estudantes a identificar se os textos estão adequados ao objetivo da atividade e se são provenientes de fontes confiáveis. Leia coletivamente as instruções da seção e observe se é necessário desdobrar algumas etapas ou mesmo ajudá-los a identificar as partes da pesquisa. Eles podem fazer essa identificação mais afinada em casa, trazendo para a sala de aula as dúvidas para serem dirimidas. A entrega parcial dessas etapas por escrito pode ajudar a fazer pontos de regulação da aprendizagem dos estudantes.

    1. Cuide da formalidade da linguagem do texto, de modo que esteja adequada aos estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental.
    2. Inclua citações de vozes de autoridade, isto é, falas de quem entende do assunto. Para isso, use a variedade de verbos de dizer que temos à disposição em nossa língua. Trabalhe de modo que, em seu texto, sejam empregados o discurso direto, o indireto ou ambos.
    3. Coloque hiperlinks na versão digital de seu texto. Fique tranquilo, não é difícil: junte-se a outros colegas e façam uma busca na internet: “como incluir hiperlinks em um texto”; discutam juntos o passo a passo; façam testes com seus textos. Você verá que é algo bem simples.

    Revisão

    1. Após a escrita do texto, você fará uma revisão em pares. Para tanto, troque seu texto pelo de um colega de classe e leia atentamente, fazendo anotações de aprimoramento, segundo os critérios do quadro a seguir:

    Em relação à proposta e ao sentido do texto

    Em relação à ortografia e à pontuação

    1. O texto divulga uma pesquisa complementar ou do mesmo assunto dos textos lidos na Unidade?

    1. Há erros ortográficos?

    2. Há comparação entre as pesquisas, de modo a mostrar seu progresso para a ciência?

    2. A escolha vocabular está adequada ao público leitor?

    3. Termos muito técnicos ou específicos são explicados e esclarecidos?

    3. A pontuação foi empregada corretamente, sobretudo as vírgulas e as aspas?

    4. As partes essenciais da pesquisa – objetivos, métodos, resultados, responsáveis – são apresentadas ao leitor?

    4. Os períodos estão em tamanho adequado?

    5. A linguagem está adequada aos estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental?

    5. Há problemas relacionados à formulação sintática que precisem ser resolvidos?

    2. Terminada a avaliação de pares, devolva o texto a seu colega e pondere as observações que ele fez em sua produção. Faça as alterações e os aprimoramentos que considerar pertinentes e ajuste aqueles que se referem aos desvios normativos e apresentam necessidade de reformulação.

    Circulação

    1. Após a realização dos ajustes, digite o texto final. Não se esqueça de dar um título chamativo a ele e de se identificar como autor.
    2. Organizem-se em pequenos grupos para finalizar a produção.
    3. Após finalizada a revista, apresentem-na às demais turmas e deixem um exemplar na biblioteca.
    4. Disponibilize a versão digital no site da escola ou no blog da turma. Faça uma postagem na rede social que você utiliza divulgando o trabalho.

    Avaliação

    1. A procura pelas pesquisas obteve resultados satisfatórios?
    2. Que dificuldades ocorreram durante a elaboração do artigo de divulgação científica?
    3. Você conseguiu estabelecer comparações que evidenciassem avanços da ciência?
    4. O que mais chamou a sua atenção no processo de pesquisa?
    Respostas e comentários

    Orientação

    É importante observar se os estudantes compreenderam o objetivo do artigo de divulgação científica e sua intersecção com os textos jornalísticos para fazer chegar ao grande público notícias sobre as pesquisas científicas. A objetividade, a imparcialidade e o rigor das informações científicas apresentadas são as características mais relevantes de serem identificadas pelos estudantes.

    Sobre Revisão

    Nessa etapa, se possível, recolha os textos para efetuar uma leitura avaliativa, de modo que a revista composta possa circular pela escola sem graves desvios normativos ou metodológicos e para que os estudantes compreendam as necessidades de aprimoramento técnico do texto.

    Sobre Circulação

    Ajude os estudantes a viabilizar essa etapa de finalização, de acordo com os recursos disponíveis na escola.

    Sobre Avaliação

    Considere oralmente com os estudantes as perguntas da avaliação e abra espaço para que eles possam colocar outras dificuldades durante o processo.

    Oralidade

    Faça as atividades no caderno.

    Vídeo de divulgação científica

    O que você vai produzir

    Como vimos anteriormente, a divulgação da ciência não é feita apenas em fórma de texto escrito. Muitos canais em plataformas de vídeo apresentam resultados de pesquisas científicas de modo acessível ao grande público. Alguns deles são destinados especificamente ao público adolescente. Reveja vídeos e canais já acessados por você anteriormente.

    Para conhecer essas outras fórmas de divulgação, vocês vão se organizar em grupos e elaborar um vídeo de até cinco minutos que apresente uma pesquisa científica sobre um assunto epidemiológico que esteja ocorrendo no Brasil. Para tanto, poderão recorrer aos mesmos órgãos de divulgação científica pesquisados na atividade de produção textual.

    Após a elaboração dos vídeos, combinem uma sessão especial para exibição a toda a classe.

    Etapa 1: Planejamento da produção

    1. Dividam-se em grupos, conforme as possibilidades da sala.
    2. Para selecionar um tema, cada grupo deverá procurar o termo pandemia na ferramenta de busca (ícone de lupa) da página da revista ou jornal de divulgação científica escolhido.
    3. Importante: a motivação para o produtor do conteúdo deve ter sido a necessidade de desmentir uma notícia falsa que circulou, ou seja, uma fake news.
    4. Com o artigo de divulgação científica já selecionado, façam a leitura coletiva.

    5. Ao final da leitura, registrem:

    • O que foi pesquisado?
    • Qual é o objetivo da pesquisa?
    • Como o estudo foi feito?
    • Quem foram os participantes da pesquisa?
    • Que instituições são responsáveis pela pesquisa?
    • Quais foram os resultados encontrados?
    • De acordo com sua avaliação, o apresentador foi efetivo em desmentir a notícia falsa com base em fatos e fontes confiáveis? Para responder a essa pergunta, consulte sites de verificação. Também busque classificar essa fake news entre os tipos mais comuns apresentados anteriormente nesta Unidade.
    • Qual é o perigo para a população em acreditar na notícia falsa? Houve consequências negativas?
    • Mesmo em apresentações orais, é comum o uso de verbos de dizer. Destaque, no vídeo assistido, um exemplo de uso com a finalidade de dar credibilidade à apresentação.
    Respostas e comentários

    Orientação

    A produção de vídeos na escola pode ser uma boa oportunidade para aprender com os estudantes a linguagem e o estilo que eles mais gostam de reproduzir, o que proporcionará proximidade com o universo adolescente. Ao apresentar a proposta a eles, é importante gerenciar a quantidade de integrantes dos grupos e, desde o início, deixar claro quanto tempo o vídeo deve apresentar.

    Sobre Etapa 1

    1. Grupos com no máximo cinco integrantes costumam ser mais produtivos. Considere que os vídeos terão, em média, cinco minutos, e é indicado que a sessão de exibição contemple uma aula apenas, com tempo para discussão sobre as pesquisas apresentadas. Assim, uma média de seis grupos é ideal.

    2. Supervisione a seleção dos textos, de modo a garantir que as fontes de pesquisa sejam confiáveis e que não haja repetição do tema das pesquisas. Organize os títulos na lousa, para melhor sistematização e organização de todos.

    6. Assim como a seleção das fontes de pesquisa é cuidadosa e preza pela confiabilidade da informação, é importante que as imagens coletadas apresentem esse rigor e possam ser de uso livre escolar. Há diversos sites que possibilitam o uso livre de imagens, tais como o ­Pixabay, a Wikipédia, entre outros. Uma busca simples por “uso livre de imagens”, na internet, apontará outros.

    Habilidades trabalhadas nesta seção

    (ê éfe oito nove éle pê zero um) Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os efeitos das novas tecnologias no campo e as condições que fazem da informação uma mercadoria, de fórma a poder desenvolver uma atitude crítica frente aos textos jornalísticos.

    (ê éfe oito nove éle pê zero dois) Analisar diferentes práticas (curtir, compartilhar, comentar, curar etcétera) e textos pertencentes a diferentes gêneros da cultura digital (meme, gif, comentário, charge digital etcétera) envolvidos no trato com a informação e opinião, de fórma a possibilitar uma presença mais crítica e ética nas redes.

    (ê éfe oito nove éle pê dois quatro) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usando fontes abertas e confiáveis.

    (ê éfe oito nove éle pê dois oito) Tomar nota de videoaulas, aulas digitais, apresentações multimídias, vídeos de divulgação científica, documentários e afins, identificando, em função dos objetivos, informações principais para apoio ao estudo e realizando, quando necessário, uma síntese final que destaque e reorganize os pontos ou conceitos centrais e suas relações e que, em alguns casos, seja acompanhada de reflexões pessoais, que podem conter dúvidas, questionamentos, considerações etcétera

    • Verifique se o vídeo inclui hiperlinks durante a reprodução ou se pelo menos os incluiu na descrição textual do vídeo. Esses recursos estão sendo realmente úteis no texto produzido?
    • Há espaço para comentários dos espectadores na página em que o vídeo está postado? Se houver comentários, faça uma análise deles: há pessoas que apareceram para discordar do apresentador? Elas usaram argumentos coerentes ou reforçaram as notícias falsas?
    • Descubra se o artigo foi divulgado em alguma rede social que você utiliza. Verifique se há curtidas ou compartilhamentos. Você considera que houve boa repercussão? Observe se há comentários nessa postagem e faça o mesmo tipo de análise solicitado anteriormente.
    1. Agora que vocês já analisaram como é o formato de um vídeo de divulgação científica destinado a desmentir uma fake news, procurem outra fake news sobre o mesmo tema: “pandemia”. Sigam os procedimentos empregados no vídeo anteriormente assistido para produzir seu próprio conteúdo.
    2. Pesquisem alguns canais de vídeo que divulguem pesquisas científicas e observem os formatos de construção dos vídeos. Anotem partes que considerarem inspiradoras para a composição do vídeo do grupo.
    3. Com base nas respostas das perguntas do item 5, vocês deverão coletar materiais que podem ser utilizados para a composição do vídeo, tornando-o atrativo e significativo, como imagens e trechos de outros vídeos. O importante é pensar que essa seleção deve ajudar a construir o sentido do vídeo e a explicar a pesquisa.

    Etapa 2: Construção do roteiro do vídeo

    1. Após coletar os materiais, vocês deverão criar um roteiro para a produção do vídeo, seguindo o exemplo apresentado no quadro a seguir.

    Parte

    Duração

    Locução

    Cena/Material

    Responsável

    Abertura: apresentação do problema e resumo da pesquisa

    40 segundos

    O locutor (ou locutores; no máximo duas pessoas) deve estar diante da câmera (celular, máquina fotográfica que faça filmagem etc.). Ele deve relatar o que aconteceu, quando aconteceu e a finalidade do vídeo (trazer dados científicos desmentindo uma notícia falsa).

    O apresentador (ou apresentadores), também chamado de vlogueiro, influenciador digital etc., deve estar diante da câmera da cintura para cima, de modo que vocês devem pensar qual será o ambiente ou o cenário montado ao fundo.

    Estudante X

    Respostas e comentários

    Sobre Etapa 2

    A Etapa 2 requer uma produção textual escrita, que é o roteiro do vídeo. É importante destinar momentos em sala de aula para regular essa produção, bem como prever, no planejamento, o tempo que cada vídeo deverá apresentar, para, assim, orientar os estudantes quanto ao desenvolvimento e o momento de exibição da produção final.

    Sugestão

    Assistir previamente a alguns vídeos, coletivamente, pode auxiliar os estudantes a reconhecer as diferentes linguagens, estilos e técnicas. Provavelmente, eles têm seus canais prediletos, então, procure explorar esses conhecimentos e compartilhá-los entre a turma. Durante a exibição, é importante chamar a atenção para a identificação de um roteiro, que é justamente o proposto no item 1 da Etapa 2.

    Parte

    Duração

    Locução

    Cena/Material

    Responsável

    Abertura: nome do projeto

    10 segundos

    Comentar o nome do vídeo e em que estudo ele foi baseado.

    Captar imagem do apresentador mostrando o título do estudo em um aparelho celular ou na tela de um computador.

    Estudante Y

    Desenvolvimento: objetivos

    1 minuto

    Neste momento, trazer os argumentos para sustentar a defesa da pesquisa utilizada, lembrando-se de que ela se contrapõe a uma notícia falsa. É fundamental usar falas de autoridade, ser respeitoso com quem pensa diferente, não usar termos emotivos e que indicam certezas absolutas (certamente, nunca, jamais).

    O apresentador deve continuar no mesmo ambiente e deve mostrar dados presentes em uma tela de computador (bem visível) ou imagens reproduzidas em uma folha sulfite ou cartolina (fotografias, gráficos, porcentagens) para compartilhar os dados coletados na pesquisa.

    Estudante Z

    1. Para o estabelecimento das partes, considerem as etapas da pesquisa, de modo a não deixar de fóra informações importantes sobre ela. Considerem também os registros que vocês fizeram no item 5 da etapa anterior.
    2. Não se esqueçam de que o público-alvo do vídeo são os estudantes da própria turma, seus colegas de classe.

    Etapa 3: Gravação e edição do vídeo

    1. Com o roteiro já desenvolvido, verifiquem se todo o material previsto está selecionado (imagens, trechos de vídeos) e, se necessário, façam a captura de outras cenas com dispositivos móveis que contenham câmera.
    2. Para fazer a gravação de cada cena prevista, procurem minimizar os ruídos do local, de modo que a locução possa ser ouvida. Antes de considerar a gravação finalizada, ouçam-na para verificar se está nítida. Neste momento é bastante importante pensar em qual será a estratégia de produção do vídeo:

    A. Gravar como se fosse a apresentação acabada, sem córtes, com todas as ações muito bem ensaiadas e dentro do tempo estipulado.

    B. Fazer a gravação de modo mais livre e, em seguida, usar um programa de edição de vídeo.

    Caso vocês optem pela segunda fórma, leiam o tópico a seguir.

    Respostas e comentários

    Sobre Etapa 3

    Os vídeos podem ser feitos com câmeras de aparelhos celulares ou com outros recursos de que a escola disponha. Oriente os estudantes que pretendem fazer edição após a filmagem, indicando que há programas gratuitos, e auxilie-os a explorá-los. Se toda a turma usar o mesmo programa, explorar suas funcionalidades coletivamente é uma atividade bastante produtiva, para ajuda conjunta. Quanto ao tempo do vídeo, caso a turma seja menor, pondere a possibilidade de aumentá-lo. As produções finais podem ser feitas em parceria com o professor de Ciências, incentivando o método científico.

    Sobre Etapa 4

    Verifique a possibilidade de exibição dos vídeos na sala de leitura da escola ou em outro local onde a turma possa ser reunida de modo mais informal que na sala de aula.

    1. Com todo o material em mãos, selecionem um programa de edição de vídeos para conhecerem e realizarem a edição do vídeo. Em uma busca simples na internet serão encontrados programas gratuitos para essa finalidade, com tutoriais de uso também em vídeos explicativos.
    2. Lembrem-se de que o vídeo final deve ter, no máximo, 2 minutos.

    Etapa 4: Apresentação dos vídeos

    1. No dia combinado previamente, ordenem a apresentação dos vídeos em uma sessão com duração de uma aula.
    2. Ao final de cada vídeo, organizem um tempo de perguntas e respostas para sanar dúvidas da turma sobre as pesquisas.
    3. Disponibilizem a versão digital no site da escola ou no blog da turma. Façam postagem na rede social que vocês utilizam divulgando o trabalho. Avisem que é um trabalho escolar. Os colegas farão o mesmo: curtam, comentem e compartilhem as produções da turma que chamaram a atenção de vocês. Analisem como foi a recepção das postagens.

    Avaliação

    Terminadas as exibições, realizem uma avaliação coletiva da atividade, usando como ponto de partida as questões a seguir:

    • As pesquisas selecionadas foram relevantes para demonstrar os avanços científicos na temática das pandemias?
    • Os vídeos apresentaram as pesquisas de maneira clara, completa e adequada ao público-alvo?
    • Os argumentos e dados utilizados foram suficientes para esclarecer os fatos que foram distorcidos pela notícia falsa veiculada?
    • Os grupos interagiram internamente de modo respeitoso e colaborativo?
    • Os expectadores respeitaram as produções dos grupos e fizeram apontamentos construtivos? Essa análise também vale para o compartilhamento no blog e nas redes sociais.
    • Quais foram as dificuldades encontradas e como seria possível saná-las?
    Respostas e comentários

    Sobre Avaliação

    Oriente os estudantes a construírem a avaliação tanto da elaboração do vídeo quanto do trabalho em grupo.

    Projeto

    Jornadas do amanhã

    Vocês conseguem imaginar como era a vida das pessoas sem internet, telefone celular, aplicativos, videogames? A vida parece impossível sem essas facilidades? Pois elas estão há pouquíssimo tempo entre nós. As novidades aparecem de maneira tão veloz que é um verdadeiro exercício de imaginação pensar no que poderá ser criado em um futuro próximo.

    A Ciência é fundamental nas modificações que vão ocorrendo em nosso mundo. Ela é movida pela curiosidade e determinação do ser humano em mudar e melhorar a realidade.

    A proposta deste projeto parte dessa ideia. Serão feitas ao longo deste ano uma grande reflexão sobre os principais desafios a serem enfrentados futuramente em nossas vidas e uma busca de soluções para eles. Devemos nos antecipar aos acontecimentos do futuro? A tecnologia dará conta de resolver nossos problemas?

    Este projeto será desenvolvido em cinco etapas, em datas previamente marcadas, durante o ano letivo. O encerramento ocorrerá com a exposição do material produzido no decorrer das etapas, em um evento chamado Jornadas do amanhã, que, se possível, deverá ser aberto a toda a comunidade escolar.

    Para que haja facilidade na comunicação entre você e seus colegas, elaborem uma lista com o número de chamada, nome e contatos (e-mails, telefones). Vocês precisarão desses dados nos momentos em que tiverem de trocar materiais, ideias, combinar encontros, enfim, realizar as atividades propostas nas datas combinadas.

    Organizem-se em quatro grupos para trabalhar conjuntamente no desenvolvimento do projeto. A divisão dos grupos poderá ser feita por sorteio ou em função de afinidades entre vocês.

    Primeira etapa

    Quando a ficção vira realidade

    A pesquisa científica não exclui nem a criatividade nem a imaginação. Muitos escritores e cineastas trilharam e ainda trilham os caminhos da ficção científica. Muitos inventos ou fatos presentes em obras do passado pareceriam, na época em que foram concebidos, apenas sonhos; no entanto, a concretização desses sonhos veio provar que a imaginação tem, sim, seu potencial de realização quando conta com os conhecimentos científicos e o apoio da tecnologia.

    Júlio Verne, em seu livro Da Terra à Lua, publicado em 1865, antecipou em mais de um século a chegada do homem à Lua, que só ocorreu em 1969. Na década de 1960, o desenho animado Os Jetsons, de , mostrava as personagens se comunicando por aparelhos sem fio, por meio dos quais se visualizavam os interlocutores: isso era impensável na época, mas agora os celulares com aplicativos de áudio e câmera possibilitam ligações com voz e vídeo. O filme 2001: uma odisseia no espaço, de 1968, previu o surgimento da inteligência artificial e dos computadores.

    Ilustração. Cenário espacial, com a Lua amarela da qual se aproxima uma espaçonave de forma cilíndrica, com vários segmentos. Ao fundo escurecido, inúmeras estrelas, nuvens de gás e poeira e um cometa.
    Ilustração de ânrrí de montô para a 1ª edição do livro Da Terra à Lua, de 1865.
    Respostas e comentários

    Orientação

    As etapas do trabalho deverão ser antecipadamente agendadas e articuladas ao projeto pedagógico da escola, de modo que os estudantes possam se organizar para realizar as atividades nos devidos prazos.

    O ideal seria contar com a participação da comunidade escolar e de professores de todas as áreas para a realização desse projeto, já que experiências e conhecimentos somados só poderão trazer enriquecimento ao trabalho.

    Orientação

    Acompanhe e oriente a realização da pesquisa. Se possível, convide o professor de Arte para auxiliar os estudantes com as referências e a bibliografia.

    Atividade para todos os grupos

    A primeira proposta deste projeto é a realização de uma pesquisa sobre algumas das invenções prenunciadas pela literatura e pelo cinema que acabaram se concretizando e outras que ainda não se tornaram realidade. O professor de Arte pode ajudar nesta etapa.

    Inicialmente, você e seus colegas de grupo definirão se trabalharão com literatura ou cinema. Depois, escolherão o ponto de partida da pesquisa de vocês. Seguem algumas sugestões de autores e diretores, embora vocês possam optar por outros:

    Autores de literatura

    Aldous Huxley

    Arthur Clarke

    Veronica Roth

    Octavia Butler

    Roberto Causo

    George Orwell

    Isaac Asimov

    Cixin Liu

    Ray Bradbury

    Becky Chambers

    Diretores de cinema

    Georges Méliès

    Roland Emmerich

    Ridley Scott

    Robert Zemeckis

    Neil Burger

    Fritz Lang

    James Cameron

    Stanley Kubrick

    Steven Spielberg

    Christopher Nolan

    Levantem e registrem em esquemas as informações que conseguirem em livros, revistas, sites e portais de internet. Com essas informações, vocês criarão um cartaz.

    Fotograma. Uma mulher de cabelos castanhos com dreads está em pé e de perfil. Ela segura com ambas as mãos um dispositivo atrás da cabeça de outra mulher mais jovem, de cabelos loiros, que está de frente e sentada em uma cadeira. Atrás da mulher que está em pé há um painel semelhante ao de um monitor hospitalar, com diversas luzes coloridas.
    Cena do filme Divergente (140 minutos), dirigido por níl bûrguer e lançado em 2014. Baseia-se no primeiro volume da trilogia de mesmo nome, de autoria de verônica rót, escritora estadunidense.
    • O cartaz deverá apresentar um autor ou diretor e uma de suas obras de ficção científica.
    • Os objetos ou fenômenos que aparecem na obra como uma previsão do futuro devem estar destacados.
    • Fotografias ou ilustrações devem ilustrar esse cartaz.
    • Como fechamento, registrem como e quando esses elementos saíram das páginas dos livros ou das telas do cinema para se tornar uma realidade para as pessoas ou quando vocês imaginam que essa invenção ou fenômeno terá chance de se concretizar.
    • Guardem com cuidado os cartazes para o evento de conclusão do projeto.
    Respostas e comentários

    Indicação de livro

    Se quiser se aprofundar na temática da atividade de pesquisa escolar, esta obra traz sugestões de como utilizá-la:

    Banho, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como se faz. décima nona edição São Paulo: Loyola, 2015.

    Dois grupos vão se ocupar da pesquisa na literatura e outros dois grupos, no cinema.

    Glossário

    anofelino
    : proveniente de “anófeles”, classe dos mosquitos transmissores de malária.
    Voltar para o texto
    assentamento
    : área onde estão estabelecidas residências de camponeses ou trabalhadores rurais.
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    correlação
    : relação mútua entre duas ou mais coisas.
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    gradientes latitudinais
    : termo da ecologia para designar as variações de espécies animais e vegetais (diversidade) entre os trópicos.
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    incidência
    : ocorrência, existência de algo.
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    vetor
    : termo da biologia para designar seres vivos transmissores de parasitas, bactérias, vírus ou outros.
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    antrópica
    : relacionada ao ser humano ou causada por ele.
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    biodiversidade
    : conjunto de todas as espécies de seres vivos existentes em determinada região ou época.
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    : expressão latina que significa “visto no próprio local, visto pessoalmente”.
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    anacronismo
    : que está em desacordo com os usos e os costumes de uma época.
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    ativista
    : defensor ativo de alguma causa; militante.
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    legalista
    : que busca seguir a legislação, as leis.
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    perpetrar
    : cometer, praticar um ato.
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