UNIDADE 4  Falar para muitos

Fotografia. Pessoas sentadas de costas em uma plateia assistem a uma palestra. Quatro pessoas estão sobre um palco; entre algumas autoridades que estão sentadas, a palestrante está em pé, diante de microfones. Uma jovem de cabelos pretos vestindo traje vermelho e com a cabeça e os ombros cobertos por um véu roxo, com o rosto descoberto. Ao fundo, painel com o texto W20 JAPAN 2019.
Malala iuçáfizái em sua fala durante a participação da Assembleia Mundial para Mulheres, em 23 de março de 2019, em Tóquio, Japão. Ao seu lado estão o primeiro-ministro do Japão, chinzo Abe, e a chefe dos direitos humanos da Organização das Nações Unidas e ex-presidente do Chile, Michele bachelê.

Faça as atividades no caderno.

  1. Em 2013, Malala discursou para uma grande plateia na Assembleia de Jovens das Nações Unidas, em Nova York. Estavam presentes autoridades representantes de mais de cem países. Ela tinha apenas 16 anos de idade e falou sobre sua trajetória na luta pelo direito a ter educação.
    1. Como você acha que foi para ela falar para centenas de pessoas? E você, como se sentiria no lugar dela?
    2. Apesar de ser muito jovem na época, ela falou com segurança. De que modo você acha que uma pessoa nessa idade se prepara emocionalmente para um evento desses?
  2. Nesta página há a imagem de outra apresentação de Malala, ocorrida em 2019. Ela estava com 21 anos e falou sobre a desigualdade que existe no acesso das mulheres à educação em todo o mundo e sobre o que pode ser feito para mudar essa situação. Para tratar com propriedade desse assunto, como deve ser a preparação da pessoa que discursará para o público?

Saiba +

Uma jovem voz pelo direito à educação

Malala Yousafzai é uma mulher paquistanesa nascida em 1997. Desde adolescente, ela militou pelo direito à educação no país dela, que tem alto índice de analfabetismo, sobretudo entre as mulheres. Isso ocorre em decorrência de questões religiosas e de uma visão tradicional da mulher como inferior ao homem. Devido a sua militância, ela foi vítima de um atentado a bala em seu país. Ela sobreviveu e, desde então, atua de maneira mais engajada em suas causas. Essa trajetória fez com que se tornasse, aos 17 anos, a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz.

Respostas e comentários

1. a) Resposta pessoal.

1. b) Resposta pessoal.

2. Proponha uma roda de conversa para promover o compartilhamento de experiências e conhecimentos dos estudantes.

Competências gerais da Bê êne cê cê: 4 e 7.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3 e 6.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental: 1, 3, 5, 6, 7, 8 e 10.

Objetos de conhecimento

Leitura: relação entre textos; estratégias e procedimentos de leitura; relação do verbal com outras semioses; procedimentos e gêneros de apoio à compreensão; curadoria de informação; reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos; adesão às práticas de leitura.

Oralidade: conversação espontânea; procedimentos de apoio à compreensão; tomada de nota.

Produção de textos: estratégias de escrita: textualização, revisão e edição; consideração das condições de produção; estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/edição; construção da textualidade.

Análise linguística/semiótica: Construção composicional; elementos paralinguísticos e cinésicos; apresentações orais; usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais; marcas linguísticas; intertextualidade; variação linguística; textualização; progressão temática; fono-ortografia; coesão.

Sobre esta Unidade

Nesta Unidade, o gênero textual norteador é o seminário, estudado no seu contexto acadêmico-escolar. Aspecto importante para o seminário, a questão das fontes de pesquisa é tematizada e são dadas orientações para sua elaboração e seu registro. A seção dedicada à oralidade reporta-se às orientações para a fala no seminário que os estudantes realizarão.

Leitura 1

Contexto

Você já deve ter feito algumas apresentações para seus colegas na escola sobre pesquisas que realizou. Geralmente, com base em um tema, você faz uma pesquisa orientada e, depois, sistematiza as etapas e os resultados em uma apresentação que possibilite a você – ou ao seu grupo – compartilhar as descobertas com toda a turma. Esse é o objetivo fundamental do gênero seminário.

Antes de ler

O texto que você vai ler faz parte de um livro de procedimentos de ensino, dirigido a professores, que apresenta diferentes maneiras de ensinar determinado conteúdo, considerando a realidade dos estudantes e as especificidades do contexto. Leia o título e os subtítulos do texto, relembre o que você já sabe sobre seminário e discuta com seus colegas as seguintes questões:

  • Como você acha que o gênero seminário será apresentado no texto?
  • Que papéis você atribuiria ao professor em relação ao seminário? E ao estudante?

Alda Luiza Carlini

AUTORIA

Doutora e mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (púqui-São Paulo), fez faculdade de Pedagogia e trabalha atualmente na formação de professores nas áreas de tecnologia aplicada à educação e planejamento e avaliação de processos de ensino e aprendizagem.

Seminário

Descrição

Seminário, em sentido genérico, designa um evento destinado à socialização de conhecimentos ou de variados aspectos de um mesmo tema, de natureza semelhante a congressos, encontros nacionais e internacionais, e outros.

Em sentido específico, seminário é um procedimento de ensino que se constrói com base no ensino com pesquisa, realizado em subgrupos, e no debate dos aspectos investigados, de maneira integrada ou complementar, sob a coordenação do professor. Esse procedimento distingue-se daquelas práticas usualmente conhecidas por essa denominação, em primeiro lugar pelo processo de investigação do tema, que é o mesmo para todos os grupos, e realiza-se por meio de pesquisa, em vez de os conhecidos fichamentos e resenhas de capítulos. Em segundo lugar, pela fórma de apresentação dos trabalhos, em debate de pontos convergentesglossário , divergentesglossário ou complementares.

Com algumas adaptações, é um procedimento de ensino que pode ser utilizado em EaDglossário , desde que os grupos trabalhem seus temas específicos, por meio de e-mail ou lista de discussão, por um tempo determinado e, na sequência, participem da discussão do tema proposto para o seminário, utilizando a lista ou o fórum.

Respostas e comentários

Sobre Contexto

Ao longo da vida escolar, certamente os estudantes realizaram seminários escolares. Peça a eles que resgatem o que já sabem sobre esse gênero e de que fórma o avaliam como atividade escolar.

Sobre Antes de ler

Espera-se que os estudantes estejam atentos para a palavra ­procedimentos e pressuponham que o texto apresentará um método ou processo, com atribuições específicas de orientação por parte do professor e de comprometimento com a pesquisa e com as tarefas por parte dos estudantes.

Habilidades trabalhadas nesta seção e suas subseções (Estudo do texto e O gênero em foco)

(ê éfe seis nove éle pê três zero) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de fórma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.

(ê éfe seis nove éle pê três dois) Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas, digitais, orais etcétera.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, e organizar, esquematicamente, com ajuda do professor, as informações necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de ferramentas digitais, em quadros, tabelas ou gráficos.

(ê éfe seis nove éle pê três quatro) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, produzir marginálias (ou tomar notas em outro suporte), sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro comparativo, esquema, resumo ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise), mapa conceitual, dependendo do que for mais adequado, como fórma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de conteúdos e informações e um posicionamento frente aos textos, se esse for o caso.

(ê éfe oito nove éle pê dois quatro) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usando fontes abertas e confiáveis.

Objetivos de Ensino

O seminário possibilita reunir as qualidades de dois outros procedimentos de ensino estudados, o ensino com pesquisa e o debate, refinando-os em seus aspectos favoráveis ao desenvolvimento do aluno. Portanto, o debate realiza-se com maior e melhor fundamento e a pesquisa ganha mais significado no processo de debate e socialização de conhecimentos.

De modo amplo, é possível afirmar que o seminário propicia a professor e alunos condições para:

  • Investigar em amplitude e profundidade uma questão, buscando entendê-la sob diferentes e renovadas perspectivas.
  • Analisar de maneira crítica e reflexiva os resultados de sua investigação (ou de seu grupo), em confronto com aqueles apresentados pelos outros grupos da classe.
  • Trabalhar cooperativamente, buscando e socializando informações, discutindo e confrontando hipóteses e opiniões.
  • Debater, com fundamento, aspectos diversificados de uma questão ou problema.
  • Participar ativamente, respeitando as contribuições dos diferentes grupos e participantes.

O seminário é uma situação de aprendizagem que possibilita ao estudante realizar transformações de ordem conceitual (coleta, seleciona, organiza, relaciona e registra informações), procedimental (leitura, pesquisa bibliográfica, registro e expressão oral) e atitudinal (cooperação, autoconfiança).

Atribuições do professor

Embora a ação dos alunos seja preponderante nesse procedimento de ensino, muitas são as atribuições reservadas ao professor. Elas podem ser divididas em duas fases principais, que se referem à preparação e à apresentação. Na fase de preparação, o professor precisa:

  • Definir com clareza os objetivos de ensino a serem atingidos.
  • Identificar os conteúdos a serem trabalhados.
  • Selecionar o tema a ser investigado, bem como os subtemas, de acordo com os objetivos e conteúdos de ensino definidos.
  • Selecionar a bibliografia, em diferentes graus de complexidade e aprofundamento, a ser indicada aos alunos.
  • Esclarecer aos alunos a fórma de realização do trabalho de investigação, a apresentação e a avaliação.
  • Orientar o trabalho, construindo com os alunos um roteiro de pesquisa e auxiliando na localização e utilização dos recursos bibliográficos necessários.
  • Elaborar o cronograma de realização de pesquisa e de apresentação e discussão dos resultados.
  • Acompanhar os trabalhos dos subgrupos, observando o desempenho e a participação dos alunos e dos produtos elaborados.
Fotografia. Jovens sentados de costas em uma plateia. Diante deles, à frente da sala, é feita uma apresentação por dois jovens; um rapaz de barba, vestindo camisa branca e calças pretas,  está em pé voltado para uma jovem de cabelos pretos vestindo blusa laranja e calça jeans que gesticula e se dirige às pessoas da plateia, de costas para uma tela de projeção.
O seminário tem como objetivo o compartilhamento de conhecimento. Fotografia de 2018.
Respostas e comentários

Orientação

O texto proposto para leitura é instrucional e está originalmente destinado a professores, porém elucida as funcionalidades do seminário escolar como atividade e esclarece as atribuições dos envolvidos em sua preparação e apresentação. Portanto, a ampliação do conhecimento dos estudantes sobre os sentidos didáticos do seminário confere mais significado às propostas desta Unidade, ligadas sobretudo à oralidade.

Sugestão

Procure fazer uma leitura prévia do texto para antecipar a elaboração de explicações para alguns termos técnicos da didática sobre os quais os estudantes possam ter dúvidas e, assim, esclarecê-los ao longo da leitura.

Proponha a leitura silenciosa do texto e depois oriente uma leitura coletiva, de modo a alternar os estudantes leitores e incentivar que prestem atenção.

Concluída a fase de pesquisa, o professor tem de viabilizar a apresentação dos trabalhos e a realização do debate. Nesse sentido, ele deve:

  • Organizar o ambiente da sala de aula, selecionando ou solicitando a indicação de debatedores.
  • Coordenar as apresentações, direcionando o processo, questionando, esclarecendo e sintetizando, quando necessário.
  • Garantir o respeito e a solidariedade, a participação e a cooperação.
  • Formular questões amplas e relativas ao tema central, a serem respondidas no debate.
  • Estimular a reflexão crítica e o aprofundamento dos estudos.
  • Observar a participação individual e coletiva de seus alunos, que estejam no papel de debatedores ou de plateia.
  • Avaliar, com a colaboração dos alunos, o trabalho realizado, verificando os objetivos de ensino e o grau de envolvimento dos participantes, e identificando aspectos positivos e negativos, além de alternativas de superação.

Papel do aluno

Da mesma fórma que para o professor, as tarefas do aluno são diversificadas. De início, os alunos devem:

  • Responsabilizar-se pelo subtema determinado.
  • Reunir a bibliografia necessária à investigação.
  • Ler e estudar, aprofundando sua compreensão do subtema.
  • Organizar e sistematizar as ideias principais do assunto estudado.
  • Preparar-se para a realização do seminário, esclarecendo dúvidas e divergências.
  • Na fase de apresentação dos trabalhos, os alunos têm de participar ativamente do debate. Para tanto, devem:
  • Apresentar relatório por escrito do subtema estudado, com cópias para cada participante.
  • Expor, de maneira clara e objetiva, as ideias essenciais estudadas.
  • Assistir atentamente à exposição dos colegas.
  • Buscar os esclarecimentos necessários à compreensão dos diferentes enfoques da questão em estudo.
  • Debater os diferentes aspectos do tema e as questões formuladas pelo professor, argumentando e contra-argumentando, buscar respostas e encaminhar conclusões.
  • Participar da avaliação do seminário, contribuindo na identificação de dificuldades e propondo alternativas de solução.

Comentários

O seminário é um procedimento de ensino muito eficiente na construção da autonomia dos alunos, no que se refere ao desenvolvimento de habilidades de pesquisa, registro, comunicação e argumentação oral. É verdade que professores e alunos ainda precisam conhecê-lo mais e melhor e utilizá-lo com maior frequência.

CARLINI, Alda Luiza. Procedimentos de ensino: escolher e decidir. In: iscarpato, Marta (organizador). Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. São Paulo: avercâmp, 2004. página 69-73.

Respostas e comentários

Orientação

Converse com os estudantes sobre as estratégias docentes e a importância do planejamento de uma aula e de uma atividade.

Sugestão

No momento da leitura das atribuições do papel docente no seminário, é importante que a voz seja sua, de modo a marcar para a turma essa participação.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. Retome com seus colegas as questões que discutiram previamente ao texto e, coletivamente, ponderem:
    1. O gênero seminário foi apresentado como você esperava? O que foi diferente?
    2. Os papéis que você atribuiu ao professor foram contemplados no texto? Quais foram diferentes?
    3. Que diferenças há em relação aos papéis que você atribuiu ao estudante e os apresentados no texto?
  2. O texto apresenta uma definição para seminário em sentido amplo e em sentido específico.
    1. Explique cada um deles.
    2. De que modo o sentido específico se relaciona ao sentido amplo?
    3. Você já participou de um seminário? Em sua experiência, ele apresentava mais relação com o sentido amplo ou específico, citado no texto?
  3. Considerando o texto, qual é o principal objetivo de ensino do gênero seminário?
  4. Copie em seu caderno a alternativa que defina melhor as características do texto lido:
    1. É um texto jornalístico, pois apresenta logo no primeiro parágrafo as informações principais ao leitor.
    2. É um texto instrucional, pois tem a função de orientar procedimentos.
    3. É um texto narrativo, pois mostra estrutura de um enredo de seminário.
    4. É um texto normativo, pois apresenta muitas regras sobre como fazer um seminário.
  5. No texto, a autora afirma que “o seminário é uma situação de aprendizagem que permite ao estudante realizar transformações”. Ela cita diversas ordens.
    1. Que ordens são essas?
    2. Pesquise no dicionário os significados da palavra ordem e explique qual sentido a autora atribuiu a ela, no contexto do texto.
    3. Explique o significado dessas ordens. Transcreva no caderno as transformações atribuídas a cada uma delas, as quais os estudantes podem realizar em um seminário.
    4. Você já realizou um seminário? O que se lembra de ter aprendido com ele, em relação a cada uma dessas dimensões?
  1. O texto foi publicado em um livro sobre procedimentos de ensino. Qual seria o público a que se destina esse texto?
  2. Em que essa leitura contribui, para você, em relação ao gênero seminário?
  3. Agora, releia as seguintes atribuições do estudante relacionadas à apresentação do seminário:
  • Apresentar relatório por escrito do subtema estudado, com cópias para cada participante.
  • Expor, de maneira clara e objetiva, as ideias essenciais estudadas.
  • Assistir atentamente à exposição dos colegas.
  • Buscar os esclarecimentos necessários à compreensão dos diferentes enfoques da questão em estudo.

CARLINI, Alda Luiza. Procedimentos de ensino: escolher e decidir. In: iscarpato, Marta (organizador). Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. São Paulo: avercâmp, 2004.página 72.

  • Com base em seus conhecimentos prévios sobre o gênero seminário, reúna-se com um colega e respondam:
    1. Em que consiste o relatório escrito do subtema e que itens ele costuma apresentar?
    2. O que significa expor de maneira clara e objetiva as ideias essenciais estudadas?
    3. Que elementos da sala de aula poderiam distrair a atenção do público durante a apresentação? Que medidas você tomaria para minimizar essas distrações?
Respostas e comentários

1. a) Resposta pessoal.

1. b) Resposta pessoal.

1. c) Espera-se que os estudantes apontem o aprofundamento e a sistematização do processo de elaboração e execução do seminário.

2. b) A pesquisa e o debate são realizados para compartilhar conhecimentos científicos.

2. c) Resposta pessoal. Procure reforçar as diferenças entre apresentações orais gerais e seminários.

4. d) Alternativa b.

5. d) Resposta pessoal. Procure conversar com os estudantes sobre as dimensões e ações apontadas pela autora.

5. a) Conceitual, procedimental e atitudinal.

6. Professores, estudantes.

Respostas

2. a) Em sentido amplo, dá nome a um evento de compartilhamento de conhecimentos ou de variados aspectos de um mesmo tema. Em sentido específico, é um procedimento de ensino que se constrói por meio da pesquisa, que se realiza em subgrupos, e propõe o debate dos aspectos investigados.

3. Possibilitar aos estudantes que desenvolvam as habilidades de pesquisa, registro, comunicação e argumentação oral, para o compartilhamento do conhecimento científico.

5. b) Acepção 13 do Michaelis: “característica de pessoas ou coisas, baseada na excelência de cada uma”. Disponível em: https://oeds.link/iXrWuX. Acesso em: 5 maio 2022.

c) Procedimental: criar lógica no processo de ensino e aprendizagem de uma área específica; transformações: leitura, pesquisa bibliográfica, registro e expressão oral. Atitudinal: formação de atitudes e valores em relação à informação recebida, de modo que o estudante possa intervir em sua realidade com base na informação recebida; transformações: cooperação e autoconfiança. Conceitual: desenvolvimento dos estudantes para a interpretação de símbolos, expressões, ideias, imagens e representações, com os quais ele reflete, analisa, aprende e ressignifica o real; transformações: coleta, seleção, organização, relacionamento e registro de informações.

7. Ajude os estudantes a perceber como a leitura contribui para a compreensão das intencionalidades de ensino e das responsabilidades de cada um dos envolvidos na realização do seminário.

8. a) Consiste na sistematização de informações conceituais e orientadoras para o acompanhamento da apresentação pela plateia. Itens comuns de serem apresentados são: título, agenda (o que vai ser apresentado em cada parte da apresentação), conceitos relacionados ao tema e referências bibliográficas.

b) Significa ter o domínio sobre o conteúdo para apresentar as ideias principais, com planejamento e objetivo de instrução, de modo a não se desviar do assunto e prejudicar o entendimento dos conceitos.

c) Distrações: a tecnologia que não estiver a serviço da apresentação, atividades aleatórias, barulho de ventiladores, disposição das carteiras, conversa excessiva etcétera. Medidas preventivas: combinar com a plateia o uso da tecnologia de acordo com a necessidade da apresentação, reduzir a velocidade dos ventiladores, mudar a disposição das carteiras etcétera.

9. Para participar de um debate é necessário, previamente, preparar-se: estudar o tema e considerar diferentes pontos de vista sobre ele possibilita que as ideias durante o debate sejam problematizadas com informações e fundamentação, de modo que não permaneçam no senso comum. Leia esta definição da filósofa Marilena xauí sobre o que é senso comum:

Por serem subjetivos, generalizadores, expressões de sentimentos de medo e de angústia e de incompreensão quanto ao trabalho científico, nossas certezas cotidianas e o senso comum de nossa sociedade ou de nosso grupo social cristalizaram-se em preconceitos com os quais passamos a interpretar toda a realidade que nos cérca e todos os acontecimentos.

xauí, Marilena. O senso comum. In: xauí, Marilena. Convite à Filosofia. décima terceira edição São Paulo: Ática, 2005. página 218.

  1. O que significa ser subjetivo nesse contexto?
  2. Em sua opinião, por que o conhecimento científico poderia causar sentimentos de medo, angústia e incompreensão?
  3. Você certamente tem certezas cotidianas sobre as quais não se questionou a respeito. Converse com seus colegas sobre algumas delas e pensem em que aspectos seriam questionáveis.
  4. De que modo podemos interpretar sem preconceitos a realidade?

10. Leia as afirmações a seguir, que são do senso comum. Depois, em seu caderno, apresente argumentos científicos que as confirmem. Se necessário, pesquise a respeito.

um O Sol se move em torno da Terra, que permanece imóvel.

dois As cores existem em si mesmas.

três Cada gênero ou espécie de animais já surgiu tal como os conhecemos.

xauí, Marilena. O senso comum. In: xauí, Marilena. Convite à Filosofia. décima terceira edição São Paulo: Ática, 2005.página 216.

Ilustração digital. À esquerda, o Sol, um círculo alaranjado, em torno do qual há um halo avermelhado. Ao lado, acima, a Lua, um outro círculo parcialmente iluminado pelo Sol. Abaixo dela, parte da Terra, também iluminada pelo Sol. Ao fundo, o espaço escuro com diversos pontos luminosos.
Ilustração digital feita com imagens da Náza.
  1. Um contra-argumento é um argumento lançado em contraposição a outro, de modo a questionar o primeiro. Leia o argumento a seguir, identifique o posicionamento do autor e formule um contra-argumento para ele, com base em informações pesquisadas em fontes confiáveis.

Posicionamento do meteorologista Luiz Carlos molión, da Universidade Federal de Alagoas (ufáu), sobre o aquecimento global estar associado à emissão excessiva de gás carbônico pela ação do homem:

reticências “o clima global é produto de vários fenômenos, incluindo alguns que ocorrem fóra do planeta, como a radiação solar. A conservação ambiental, porém, é necessária para a sobrevivência da humanidade, esteja o planeta aquecendo ou esfriando.”

, Tiago. Quais são os principais argumentos contra a teoria do aquecimento global? Mundo Estranho, São Paulo, abril 2011, edição 110, página 36.

Fotografia. Paisagem árida, com pouca vegetação e um arbusto sem folhas, sobre um terreno ressecado e com rachaduras. Acima, o céu, com o brilho intenso do Sol entre as nuvens amareladas.
A seca pode ser um dos fenômenos decorrentes do aquecimento global. Representação artística.

12. Você já realizou seminários ou assistiu a algum? Que semelhanças e diferenças você identifica na modalidade apresentada no texto lido em relação aos objetivos e ao formato de seminários assistidos ou realizados?

Respostas e comentários

9. a) Ser expresso por meio da percepção de um indivíduo, e não como de fato se apresenta ao olhar coletivo.

9. b) Resposta pessoal. Discuta com os estudantes o conceito de ciência e as revelações que o conhecimento científico traz, as quais refutam o senso comum e podem influenciar as crenças dos indivíduos.

12. Resposta pessoal.

Respostas (continuação)

9. c) Se necessário, oriente os estudantes a pesquisar textos e informações que os ajudem a comprovar ou refutar essas certezas.

d) Por meio da distinção do que seja um fato ou uma suposição, buscando a compreensão científica dos fenômenos em vez de julgá-los com base em valores subjetivos.

10. Também nas palavras de Marilena (2005, página217): “um. A astronomia, porém, demonstra que o Sol é muitas vezes maior do que a Terra e, desde Copérnico, que é a Terra que se move em torno do Sol; dois. A óptica demonstra que as cores são ondas luminosas, obtidas pela refração e reflexão ou decomposição da luz branca; três. A biologia demonstra que os gêneros e as espécies de animais se formaram lentamente, no curso de milhões de anos, a partir de modificações de microrganismos extremamente simples.”

11. Nesta atividade, é importante que os estudantes sejam orientados sobre a questão do posicionamento contrário, não como a busca pela verdade, mas como fórma de ampliar debates sobre os temas. Destaque para eles a importância da voz de autoridade. Explique que o discurso está carregado por ideologias que devem sempre ser levadas em consideração e que o papel social do emissor evidencia essa ideologia.

O meteorologista atribui o clima a fatores externos ao planeta e, portanto, não apenas à ação do homem. Uma possível refutação para esse argumento é a de que a Terra sempre sofreu variações nas taxas de gás carbônico (há mais de 800 mil anos), mas que, com a ação do ser humano, essas temperaturas vêm se elevando mais.

O gênero em foco

Faça as atividades no caderno.

Seminário

Apresentar um tema a uma plateia específica é uma atividade que requer planejamento e preparação, tanto no que diz respeito ao conteúdo a ser compartilhado quanto às estratégias do momento da fala. Por meio da leitura do texto sobre o seminário, você relembrou algumas atribuições importantes do professor e dos estudantes para viabilizar a preparação e a realização dessas apresentações.

Agora, vamos aprofundar um pouco mais essas atribuições, a estruturação do seminário e as funcionalidades sociais que envolvem esse gênero.

Para começar, podemos recorrer à origem da palavra seminário: a palavra latina seminárium significa “viveiro de plantas”, local em que sementes são lançadas. Por analogia, o seminário pode ser entendido como uma estratégia de ensino e aprendizagem que possibilita a semeadura de ideias, de modo que elas possam germinar em todo o grupo.

Recorrente em universidades, o seminário nesse espaço se apresenta como um evento para o compartilhamento do saber científico. Na escola, você deve ter reparado que sua funcionalidade é um pouco diferente: organizar apresentações orais em grupos, com base em temas que possam ser pesquisados previamente pelos estudantes sob orientação do professor, de modo a discutir e debater esses temas de fórma crítica.

Assim, o trabalho em grupo é um dos pontos de destaque do seminário, ao lado da pesquisa sistematizada sobre o tema, sob orientação do professor, para posterior apresentação desses grupos. Por isso, no processo de elaboração e realização de um seminário, o professor é orientador, e os estudantes, protagonistas. O importante nesse processo é que todos se comprometam com suas atribuições.

Funcionalidades e características

Podemos esquematizar a funcionalidade do seminário da seguinte maneira:

Esquema com texto disposto em fluxograma horizontal. Da esquerda para a direita, com linhas vermelhas indicando ramificações. Na linha central, em uma retícula avermelhada: ‘Função’, e em uma linha à direita: ‘socializar conteúdos por meio de’, ramificando-se em três outras linhas; superior: ‘trabalho em grupo’, ramificando-se em ‘cooperativo’, ‘dialógico’, ‘interativo’. Na linha  central: ‘pesquisas de temas escolhidos’, ramificando-se em ‘problematização’, ‘investigação’, ‘análise crítica’, e ‘proposta de resolução de problemas’; Na linha inferior: ‘apresentação a público específico’, ramificando-se em: ‘com discussões’, ‘com debates’.
Respostas e comentários

Sobre Seminário

Este é um bom momento para questionar os estudantes e sugerir caminhos com base no que eles levam para a sala de aula sobre os conhecimentos que têm em relação ao seminário. A estratégia de partir da etimologia da palavra para elaborar explicações tem por objetivo despertar o cerne do sentido da realização de seminários: haver problematização de um tema científico, que permita aos estudantes buscar soluções por meio da pesquisa e da discussão, o que propicia autonomia. No diálogo e no compartilhamento de conhecimentos científicos (e não apenas do senso comum) sobre o tema é que essa relação se constrói.

Sobre Funcionalidade e características

Peça aos estudantes que exemplifiquem com suas experiências cada uma das funcionalidades do gênero seminário. Por exemplo, na questão de ser um trabalho em grupo dialógico e interativo, pergunte a eles sobre a elaboração de questões prévias em seminários que tenham apresentado para incentivar a participação do público, além de promover um espaço de diálogo para a construção do conhecimento. Além de esclarecer cada um desses conceitos, os estudantes poderão atribuir significados a eles mais claramente ao exemplificar com suas experiências.

Organização

Um seminário se divide em preparação, apresentação e encerramento. Em cada um desses momentos existem atribuições ao professor e ao estudante, além daquelas que você já leu no texto desta Unidade. Comprometer-se com essas atribuições é importante para o sucesso do seminário. Observe o quadro.

Etapa

Atribuições do professor

Atribuições dos estudantes

Preparação

Esclarecer os objetivos do seminário.

Organizar a escolha dos temas.

Escolher o tema e/ou os subtemas.

Recomendar bibliografia mínima e com pontos de vista diferentes sobre o tema.

Ler a bibliografia recomendada.

Auxiliar na pesquisa de bibliografia complementar.

Buscar outras fontes e estudá-las.

Orientar o desenvolvimento da pesquisa: estratégias para problematizar, modos de investigar, critérios para análise e encaminhamentos para a resolução de problemas.

Realizar as pesquisas de acordo com as orientações.

Acompanhar as tarefas dos grupos.

Dividir internamente tarefas entre os integrantes do grupo.

Orientar os estudantes quanto ao uso de recursos para a apresentação.

Usar recursos atrativos à plateia e que sejam estratégicos para a apresentação do tema, de modo a não deixá-la monótona.

Ajudar a compor um cronograma para as etapas de acompanhamento.

Agendar e estar atento às datas estabelecidas para as tarefas.

Apresentação

Ajudar os estudantes a pensar no lugar mais adequado para a apresentação.

Organizar o ambiente estrategicamente para a apresentação.

Coordenar o tempo de fala de cada integrante do grupo.

Definir o tempo de fala de cada participante do grupo.

Mediar a fala dos estudantes de modo a conduzir a exposição da problematização da pesquisa, a investigação, a crítica e a conclusão.

Organizar a fala para contemplar cada etapa da pesquisa.

Ajudar os estudantes a identificar os itens necessários para compor o relatório de acompanhamento do tema escolhido.

Disponibilizar relatório de acompanhamento que contenha: título, agenda (o que vai ser apresentado em cada parte), conceitos relacionados ao tema e referências bibliográficas.

Fazer questionamentos e promover o diálogo crítico.

Provocar a plateia com perguntas previamente elaboradas que favoreçam a discussão e o debate.

Atribuições de ambos

Encerramento

Sugerir aprofundamentos para o tema.

Identificar novos temas, decorrentes do principal.

Ponderar pontos da preparação e da apresentação a serem aprimorados.

Sistematizar por escrito os conhecimentos aprendidos.

Respostas e comentários

Sobre Organização

O quadro sistematiza algumas das atribuições do professor e dos estudantes para a elaboração de seminários. À medida que a leitura dessas atribuições for feita, é importante que os estudantes as completem com outras que não estejam contempladas e com outros agentes da escola que também possam ter atribuições para o sucesso do seminário, como o responsável pela manutenção das salas e do funcionamento da sala de informática, o bibliotecário, entre outros.

Sugestão

A turma pode ser dividida em três grupos para compor cartazes com as atribuições do professor e dos estudantes para cada etapa de organização do seminário, propostas no texto teórico. Os cartazes podem ser afixados no mural da sala e, posteriormente, consultados durante a realização das atividades de produção textual e oralidade.

Saiba +

Coragem para falar

Na abertura desta Unidade, você conheceu um pouco da Malala Yousafzai, jovem ativista pelos direitos das mulheres à educação. O Paquistão, sua terra natal, é um país em que a maioria da população segue a religião muçulmana, o islamismo. Apesar de o islamismo basear-se no livro Alcorão, há várias correntes dentro da religião que interpretam seus dogmas de forma diferente. Há desde grupos mais liberais até aqueles que impõem bastantes restrições a seus seguidores. De modo geral, essas divisões, na verdade, ocorrem em todas as crenças, com maior ou menor intensidade.

No Paquistão, grupos que defendem visões políticas e religiosas diferentes disputam constantemente o poder. Quando grupos menos libertários chegam ao poder em alguma região, ocorrem várias proibições, sobretudo para as mulheres. O pai de Malala, Ziauddin Yousafzai, determinado a mudar a tradicional exclusão das mulheres do mundo da educação, fundou uma escola em que podiam estudar meninas, o que era raro. Era lá que Malala estudava. Quando o grupo islâmico radical Talibã assumiu o controle da cidade dela, proibiu definitivamente as meninas de irem à escola.

Malala não se calou e iniciou protestos na internet, usando um pseudônimo. Posteriormente, o governo do Paquistão reconquistou a região das mãos do Talibã, as escolas foram reabertas e ela revelou que era ela quem fazia postagens reivindicatórias na internet. Isso colocou a vida dela em perigo, pois, buscando vingança, integrantes do grupo derrotado viram nela um alvo: em outubro de 2012, quando ela tinha 14 anos de idade, um homem entrou em seu ônibus escolar e disparou tiros em seu rosto. Ela foi socorrida e recebeu ajuda para ser levada para a Inglaterra, onde se recuperou e se refugiou com sua família.

Fotografia. Duas pessoas estão em pé, de frente, e sorrindo. À esquerda, uma mulher jovem, de cabelos pretos usando um véu azul cobrindo a cabeça e os ombros. À direita, ao lado dela, um homem de bigode e cabelos pretos, vestindo camisa branca e um paletó preto com um broche amarelo redondo em uma das abas do paletó. Ao fundo, painel laranja com o nome: ‘MALALA’.
Malala iuçáfizái e seu pai, ziáudin iuçáfizai. Estreia do filme ri neimed mi Malala, em setembro de 2015.

Malala atualmente é ativista pelos direitos das meninas ao acesso à educação. Não só no país dela mas também em muitas outras partes do mundo, as mulheres têm menos acesso ao estudo do que os homens. Isso ocorre por várias razões, e a maioria delas tem sua origem no machismo. Há lugares em que as mulheres estão restritas a tarefas do lar, em outros são obrigadas a se casar muito jovens, ou cuidar dos irmãos mais novos, trabalhar desde cedo. A esses fatores soma-se a pobreza, que deixa muitas garotas excluídas do mundo escolar.

Fotografia. Sala de aula em que todos os estudantes são meninas vestindo um véu branco que lhes cobre a cabeça e o corpo. Diante delas, em pé, com um dos braços estendidos para a frente, e a mão apontando a lousa na qual há diversas inscrições de giz está a professora, uma mulher que também usa um véu branco que lhe cobre toda a cabeça, o corpo e parte do rosto.
Logo após a derrubada do governo do Talibã, as meninas puderam voltar a ter aulas. Esta fotografia, tirada em 21 de junho de 2013, mostra uma professora paquistanesa liderando uma turma de meninas em uma escola em Mingora, a principal cidade do vale do suót, região em que Malala morava.

Além de se tornar conhecida por ser porta-voz de uma causa, Malala ganhou fama por, desde muito jovem, conseguir falar bem diante do público. A coragem de se expor e mostrar aos outros o que ela pensa tem origem em um talento pessoal, em uma autoconfiança cultivada pelo apoio da família, no estudo prévio do conteúdo de suas palestras e em muita prática.

Fotografia. Auditório com plateia disposta em filas semicirculares, com bancadas diante das cadeiras, à frente da qual há uma bancada central retangular sob uma tela de projeção suspensa na parede de trás da bancada. Há diversas pessoas ocupando os assentos disponíveis, assistindo à apresentação que é feita por um grupo de pessoas sentadas lado a lado. Na parede oposta, revestida de madeira, há uma janela retangular através da qual a apresentação também é observada. Abaixo dessa janela há algumas luzes acesas, e no canto da parede, uma peça decorativa escultural que representa uma figura humana de vestes longas, com ambos os braços estendidos para cima.
Foto de Malala iuçáfizái na Assembleia de Jovens das Nações Unidas, em 2013.
Respostas e comentários

Orientação

Antes de iniciar o trabalho com estas páginas, retome a abertura da Unidade. Relembre as situações mostradas e que serviram para apresentar a ativista Malala iuçáfizái. Essa personalidade não foi escolhida por acaso – ela está aqui como um exemplo. Sua primeira fala para uma grande plateia ocorreu quando ela tinha apenas 16 anos (2013); é conhecida por fazer apresentações marcantes e por se dedicar a uma causa relevante: o direito à educação, o que lhe valeu ser agraciada com o prêmio Nobel da Paz, em 2014.

O jovem recebe modelos de comportamento advindos do espaço de convivência e do seio familiar, reproduzindo-os durante sua inserção em um meio social mais amplo. Mas os modelos familiares têm complexidades e limitações próprias, sendo necessário o apoio de vozes do mundo externo para ajudar na sua formação como indivíduo. Os professores e a comunidade escolar são parte dessas figuras exemplares; e isso é uma grande responsabilidade. Além destes, há uma gama de personalidades destacadas socialmente que são escolhidas subjetivamente como modelares. Cada um desses atores entra no palco da vida de cada estudante para acompanhá-lo durante a existência, preenchendo uma fase específica, às vezes para sempre. E isso retoma a questão do projeto de vida, componente que deve ser agregado à prática escolar brasileira.

“O projeto de vida traz a possibilidade de arquitetar, conceber e plasmar o que está por vir. O ser humano tanto pode idealizar uma bomba, quanto a cura para uma doença. As escolhas dos estudantes decorrem de influências intrínsecas e/ou extrínsecas e, no que tange ao apoio da escola, do compromisso de seus atores com a ética, a ciência tanto pode atender aos interesses mercadológicos, estando a serviço do consumo desenfreado, da competitividade e das guerras, quanto do coletivo, visando a paz, a lucidez e o bem comum. reticências

PROJETO de vida: Ser ou existir? Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação, Governo Federal. Disponível em: https://oeds.link/Gbkh6R. Acesso em: 17 março 2022.

Sugestão

Propor roda de conversa, promovendo o respeito ao outro e aos direitos femininos, com acolhimento e valorização de seus saberes, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

Independentemente de você ter ou não ter talento para ser um ótimo orador ou oradora, é possível cultivar estratégias para se sair bem em apresentações. Uma revista digital dos Estados Unidos fez uma análise do modo como Malala conduziu sua famosa apresentação diante da Assembleia de Jovens das Nações Unidas, em 2013, aos 16 anos. Observe alguns pontos destacados.

1. Preparação: ela se preparou muito bem para a sua fala, passando confiança ao mostrar que dominava o assunto do qual tratava.

2. Prática: por incentivo do pai, ela desde os primeiros anos escolares treinou a expressão oral, ou seja, a prática torna o orador pouco a pouco melhor.

3. Anotações: apesar de falar sem ler, ela fez sua apresentação com um papel nas mãos, de modo que poderia consultá-lo caso precisasse.

4. Fala calma: ela falou com muita calma, com respiração normal e fazendo pausas breves; esse estilo, que se consegue com treino, ajuda a acalmar quem fala e passa confiança aos espectadores.

5. Olhos nos olhos: ela olhava nos olhos das pessoas da plateia, buscando o contato visual com várias pessoas, até mesmo com importantes chefes de Estado; isso passa ao público a sensação de que o palestrante está falando para ele.

6. Volume adequado de voz e clareza: ela não falou nem muito baixo nem muito alto, mas em um tom de voz firme que possibilitava a todos ouvi-la, bem como buscando pronunciar as palavras com calma e clareza.

7. Cuidado com o estilo da linguagem: antes de fazer sua palestra, certamente o texto foi escrito e reescrito várias vezes, e houve o cuidado de que ele fosse cativante, agradável; isso ficou claro pelo emprego, por exemplo, de figuras de linguagem, como comparações, palavras em sentido figurado etcétera, ou o uso de adjetivos bem escolhidos.

8. Verdade no que diz: neste caso, é o poder que se obtém ao acreditar naquilo que está sendo dito; ao ter a convicção de que estava tratando de algo importante, que tinha sentido para ela, Malala conseguia passar credibilidade e ter maior capacidade de convencimento dos espectadores.

Fonte de pesquisa: malala iuçáfizaiand public speaking: 12 lessons from the best speech of the century (so far). Phily Voice. Disponível em: https://oeds.link/MglFNZ. Acesso em: 14 março 2022.

Fotografia. Reprodução de capa de livro. Na parte superior, à esquerda, o título: 'Eu sou Malala'. Na parte inferior, o nome da autora: MALALA YOUSAFZAI. À direita, sobre fundo verde-água, retrato da autora, uma jovem de cabelos pretos e sobrancelhas espessas, com um véu que lhe cobre parcialmente o cabelo, o ombro e o tronco, mas não seu rosto, e de vestido rosa. Ela está sentada, com as pernas cruzadas e uma das mãos sobre as pernas.
Capa do livro Eu sou Malala – edição juvenil, Seguinte, 2015.
Respostas e comentários

As competências socioemocionais previstas na implementação da Bê êne cê cê estão alinhadas com as competências gerais descritas nesse documento. Entre os tópicos a serem explorados, ganham destaque o autoconhecimento e habilidades de relacionamento.

O autoconhecimento envolve:

“o conhecimento de cada pessoa, bem como de suas fôrças e limitações, sempre mantendo uma atitude otimista e voltada para o crescimento”.

Já as habilidades de relacionamento reforçam as capacidades de:

“ouvir com empatia, falar clara e objetivamente, cooperar com os demais, resistir à pressão social inadequada (ao bullying, por exemplo), solucionar conflitos de modo construtivo e respeitoso, bem como auxiliar o outro quando for o caso”.

COMPETÊNCIAS socioemocionais como fator de proteção à saúde mental e ao bullying. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação, Governo Federal. Disponível em: https://oeds.link/rSjNeS. Acesso em: 17 março 2022.

Tanto os exemplos edificantes quanto o trabalho socioemocional estão indubitavelmente entre os motivos que fizeram com que essa menina do Paquistão soubesse tão cedo o que ela queria, tivesse determinação para seguir seus ideais e projetar como isso poderia ser feito. E tudo isso se refletiu em autoconfiança para falar para variados públicos com desenvoltura e de modo cativante. Sabemos que entre os principais entraves em termos de os estudantes se sentirem confortáveis diante dos próprios colegas e professores é o medo do julgamento, o medo da falha. Isso decorre de fatores psicológicos individuais e da existência de uma sociedade pouco acolhedora, sempre tão disposta à crítica, mas relutante na motivação.

Não é fácil solucionar essas questões, mas saber de sua existência é o primeiro movimento para buscar meios de reconfigurar essa situação, o que inclui acesso à literatura sobre o tema, assistir a palestras e vídeos com especialistas, fazer cursos, montar grupos de discussão na própria escola, envolvendo toda a comunidade, de modo a ambicionar uma transformação efetiva.

Ter habilidade para estar diante de um público para um seminário vai além de trabalhar um gênero. Essa dimensão abarca a aquisição de competências que se refletem no presente do estudante e no futuro dele como trabalhador e como ser atuante em sociedade.

Sugestão

A partir da história de Malala, propor uma reflexão/pesquisa em parceria com Geografia, sobre a situação das mulheres após a retomada do poder pelo Talibã em 2021.

Conhecimentos linguísticos e gramaticais 1

Faça as atividades no caderno.

Polissemia e sinonímia

A polissemia, que é a capacidade que as palavras têm de concentrar vários sentidos, é uma característica de todas as línguas humanas.

1. Quando em português utilizamos o verbo deixar, podemos contextualizá-lo com vários sentidos. Leia dois deles:

um Deixei de comer doce.

dois Deixei que o estudante saísse mais cedo.

  • Que sentidos tem o verbo deixar em um e dois?

2. A palavra papel foi utilizada em um subtítulo do texto “Seminário”, desta Unidade. Leia um trecho:

Papel do aluno

Da mesma fórma que para o professor, as tarefas do aluno são diversificadas. De início, os alunos devem:

Responsabilizar-se pelo subtema determinado.

Reunir a bibliografia necessária à investigação.

Ler e estudar, aprofundando sua compreensão do subtema.

CARLINI, Alda Luiza. Procedimentos de ensino: escolher e decidir. In: iscarpato, Marta (organizador). Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. São Paulo: avercâmp, 2004. página 72.

Qual das acepções do verbete retirado do Dicionário Uáis corresponde ao sentido do texto?

   1papel Datação: 1344   

Acepções Acepções

Substantivo masculino

1. Rubrica: indústria de papel.

substância constituída por elementos fibrosos de origem vegetal, os quais formam uma pasta que se faz secar sob a fórma de folhas delgadas, para diversos fins: escrever, imprimir, embrulhar etcétera

2. pedaço ou folha de papel escrita

3. parte que cada ator ou atriz representa no teatro, cinema, televisão etcétera

4. Derivação: por metonímia.

personagem representada por cada ator ou atriz

5. Uso: informal.

o mesmo que papelão (“procedimento”)

6. dever, obrigação legal, moral, profissional etcétera ou atribuição, função que se desempenha ou cumpre.

INSTITUTO Uáis. Papel. Dicionário eletrônico Uáis da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

Respostas e comentários

1. Em I, o sentido de "abandonar", "parar"; em II, o sentido de "permitir".

2. A acepção 6 corresponde ao sentido do texto: "atribuição, função do aluno".

Sobre Polissemia e sinonímia

Em grego, significa muitos e sema refere-se a significado. As palavras polissêmicas podem, portanto, apresentar diferentes significados, mas que se relacionam em termos de ideia. As diferenças de significado podem depender da afinidade etimológica entre vocábulos, do seu uso metafórico e, em última instância, do contexto em que o vocábulo se insere, o que faz com que o termo fique monossêmico, assegurando, dessa fórma, a compreensão do enunciado. Por exemplo, a palavra vela pode significar a vela de um barco, uma vela de cera para iluminar ou pode ser a conjugação do verbo velar, que significa estar vigilante. Já a sinonímia é a possibilidade de substituir um termo pelo outro em determinado contexto. No entanto, não existe sinonímia perfeita, porque um termo não é substituível em todos os contextos. Em alguns casos, como na terminologia botânica, por exemplo, pode haver a substituição do nome científico de uma planta por seu nome popular. Daí, fala-se em sinonímia quase perfeita.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(ê éfe seis nove éle pê quatro três) Identificar e utilizar os modos de introdução de outras vozes no texto – citação literal e sua formatação e pará­frase –, as pistas linguísticas responsáveis por introduzir no texto a posição do autor e dos outros autores citados (“Segundo X; De acordo com Y; De minha/nossa parte, penso/amos que”...) e os elementos de normatização (tais como as regras de inclusão e formatação de citações e paráfrases, de organização de referências bibliográficas) em textos científicos, desenvolvendo reflexão sobre o modo como a intertextualidade e a retextualização ocorrem nesses textos.

(ê éfe oito nove éle pê dois nove) Utilizar e perceber mecanismos de progressão temática, tais como retomadas anafóricas (“que, cujo, onde”, pronomes do caso reto e oblíquos, pronomes demonstrativos, nomes correntes etcétera.), catáforas (remetendo para adiante ao invés de retomar o já dito), uso de organizadores textuais, de coesivos etcétera., e analisar os mecanismos de reformulação e paráfrase utilizados nos textos de divulgação do conhecimento.

(ê éfe zero nove éle pê zero quatro) Escrever textos cor­retamente, de acordo com a norma-padrão, com estruturas sintáticas complexas no nível da oração e do período.

Faça as atividades no caderno.

Como podemos ver, a palavra papel é polissêmica, isto é, concentra vários sentidos cuja origem é uma só: vem do latim papáirus, “arbusto do Egito de cuja entrecasca se fazia o papel, folha de papel, papel escrito”. fóra de contexto, em verbete de dicionário, ela pode apresentar vários sentidos.

Ao assistir a um filme e elogiar a personagem desempenhada por determinado ator, você pode empregar a palavra papel no lugar de personagem.

  • Escreva uma frase utilizando a palavra papel nesse contexto.

3. No texto “Seminário”, temos os seguintes subtítulos: “Atribuições do professor” e “Papel do aluno”. Releia os dois trechos.

Atribuições do professor

Embora a ação dos alunos seja preponderante nesse procedimento de ensino, muitas são as atribuições reservadas ao professor.

CARLINI, Alda Luiza. Procedimentos de ensino: escolher e decidir. In: iscarpato, Marta (organizador). Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. São Paulo: avercâmp, 2004. página 71.

Papel do aluno

Da mesma fórma que para o professor, as tarefas do aluno são diversificadas.

CARLINI, Alda Luiza. Procedimentos de ensino: escolher e decidir. In: iscarpato, Marta (organizador). Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. São Paulo: avercâmp, 2004. página 72.

  1. A palavra papel, nesse contexto, tem como sinônimo a palavra atribuição? Justifique sua resposta.
  2. Que palavra do segundo quadro pode ser considerada sinônima de papel?

4. Por ser um texto instrucional sobre procedimentos de ensino, “Seminário” apresenta muitos conceitos representados por substantivos e uma série de verbos para definir objetivos e atribuições.

Observe o primeiro conceito que define seminário.

Em sentido específico, seminário é um procedimento de ensino que se constrói com base no ensino com pesquisa, realizado em subgrupos, e no debate dos aspectos investigados, de maneira integrada ou complementar, sob a coordenação do professor.

CARLINI, Alda Luiza. Procedimentos de ensino: escolher e decidir. In: iscarpato, Marta (organizador). Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. São Paulo: avercâmp, 2004. página 69.

  1. Que palavra sinônima poderia substituir o substantivo procedimento nesse contexto?
  2. Para substituir o verbo construir, qual destas palavras sinônimas é a mais adequada: erguer, elaborar, ocupar, fabricar, produzir?

Vimos, com essas atividades, dois conceitos importantes a considerar quando lemos ou produzimos um texto: polissemia e sinonímia.

Polissemia: conjunto de sentidos que uma palavra apresenta.

Respostas e comentários

Orientação

Na atividade três bê, a palavra papel pode ser substituída por tarefas. Os estudantes devem perceber que essa substituição só é possível dentro do contexto da frase, ou seja, não é possível pensar a sinonímia de palavras fórado contexto em que são empregadas. Segundo Ilari e Geraldi, há “contextos extremamente exigentes, que obrigam a tratar como não sinônimas quaisquer palavras tradicionalmente apontadas como exemplos de ‘mesmo sentido’”. (GERALDI, João vanderlei; ILARI, Rodolfo. Semântica. São Paulo: Ática, 1999. página 46.)

Respostas (continuação)

Resposta pessoal. É possível o emprego, nesse contexto, das acepções 3 ou 4. Sugestão: Nesse filme, ele fez papel de vilão.

3. a) Sim, essas seções do texto vão apresentar tanto as atribuições do professor quanto as do estudante. Embora os subtítulos utilizem palavras diferentes, elas são sinônimas nesse contexto.

b) A palavra tarefas é sinônima de papéis nesse contexto.

4. a) As palavras: método, processo, técnica.

b) A palavra mais adequada nesse contexto é o verbo elaborar.

O verbete de dicionário nos mostra a polissemia de uma palavra, citando suas várias acepções, seguidas de exemplos em frases. Para a palavra cabeça, por exemplo, temos, no verbete que segue, cinco acepções diferentes.

   cabeça Datação: 1344   

Acepções Locuções

Substantivo feminino

1. Rubrica: anatomia geral.

uma das grandes divisões do corpo humano, constituída pelo crânio e pela face e que contém o cérebro e os órgãos da visão, audição, olfato e paladar

1. 1. Rubrica: anatomia zoológica.

parte anterior do corpo em outros animais vertebrados

1. 2. Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: anatomia zoológica.

região anterior do corpo dos animais invertebrados, que geralmente apresenta os olhos e a boca

2. Uso: informal.

parte do crânio geralmente coberta pelo couro cabeludo

3. Derivação: por metonímia.

centro do intelecto, da memória, da compreensão e do contrôle emocional; inteligência, juízo

exemplos: tem boa cêrca depara cálculos

mantenha a cêrca de fria

4. derivação: por metáfora.

pessoa reconhecida por sua inteligência e/ou cultura

exemploé uma das grandes cêrca de do jornalismo

5. superfície mais larga ou extremidade maior, superior ou anterior

exemplo cêrca de de um martelo, de um prego

INSTITUTO Uáis. Cabeça. Dicionário eletrônico Uáis da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

Sinonímia: relação de sentido entre palavras que têm significação muito próxima, permitindo que uma seja substituída pela outra em alguns contextos, sem alterar o sentido literal da sentença como um todo.

Para cada acepção da palavra cabeça, temos, no quadro a seguir, alguns sinônimos correspondentes.

Alguns sinônimos de cabeça para sete sentidos da palavra cabeça

1. Crânio

Moleira, cocuruto, crânio, coco, testa, carola.

2. Couro cabeludo

Cabeleira, couro cabeludo, cabelo.

3. Inteligência

Argúcia, intelecto, entendimento, cuca, discernimento, cérebro, percepção, inteligência.

4. Bom senso

Tino, bom senso, siso, razão, juízo, cachola.

5. Lembrança

Ideia, pensamento, mente, memória, lembrança.

6. Capacidade

Cachimônia, aptidão, capacidade, criatividade, imaginação, talento.

7. Líder

Capitão, chefe, comandante, dirigente, líder, maioral, mandante, principal.

Fonte: Dicionário de sinônimos on-line. Disponível em: https://oeds.link/cpWHvZ. Acesso em: 21 abril 2022.

Respostas e comentários

Orientação

Segundo Pietroforte e Lopes (2003, página 132), “a linguagem humana é polissêmica, pois os signos, tendo um caráter arbitrário e ganhando valor nas relações com os outros signos, sofrem alterações de significado em cada contexto. A polissemia depende do fato de os signos serem usados em contextos distintos”.

Indicação de capítulo de livro

Para saber mais sobre a polissemia, leia o capítulo indicado deste livro.

PIETROFORTE, Antonio Vicente ­serafim; LOPES, Ivã Carlos. A semântica lexical. In: FIORIN, José Luiz (organizador). Introdução à linguística dois: princípios de análise. São Paulo, Contexto, 2003.

Faça as atividades no caderno.

Selecionar o sentido mais adequado de uma palavra para interpretar um texto é considerar a polissemia dessa palavra. Na atividade 2, na seleção que você fez de uma entre as cinco acepções da palavra papel, você considerou a polissemia dessa palavra.

Selecionar a palavra que melhor expressa o sentido que queremos atribuir a um conceito, em um texto que escrevemos, é considerar um conjunto de sinônimos. Assim, ao definir seminário, a autora do texto selecionou a palavra procedimento, e não processo, método ou técnica, que são seus sinônimos: “reticências seminário é um procedimento de ensino que se constrói com base no ensino com pesquisa, realizado em subgrupos, e no debate dos aspectos investigados fecha colchete”.

  • Você considera que a palavra procedimento nesse contexto é a mais adequada, ou prefere um de seus sinônimos? Justifique sua resposta.

5. Leia um trecho de uma matéria jornalística de Luísa Lessa, publicada no jornal A Gazeta do Acre.

Variados usos da palavra cabeça

O léxico da língua portuguesa é bastante extenso, embora o falante faça uso de poucas palavras no dia a dia. No dicionário de Aurélio Buarque de Holanda estão catalogados 435.000 verbetes (verbetes são as palavras com seus significados no dicionário). Mesmo com esse grande universo vocabular, o falante poderá lançar mão de uma mesma palavra atribuindo-lhe uma multiplicidade significativa. Exemplo desse fato é a palavra “cabeça”, ora utilizada no sentido conotativo ora denotativo. Muitas personalidades importantes fizeram uso dessa palavra “cabeça” para traduzir pensamentos. Vejamos alguns desses usos: 1) Só quem não tem nada na cabeça é que fica repetindo que o governo é neoliberal. Isso é neobobismo (Fernando Henrique Cardoso); 2) Uma cabeça má arruína o corpo inteiro (Mariano José Pereira da Fonseca, Marquês de Maricá); 3) Homem é como fósforo, sem cabeça não vale nada (Adágio Popular); reticências 7) Tenho 45 anos de idade, corpinho de 17, cabeça de 500 e uma alma eterna (Rita Li) reticências

LESSA, Luísa. Variados usos da palavra cabeça. A Gazeta do Acre, Acre,17 outubro 2017. Disponível em: https://oeds.link/APGAeL. Acesso em: 21 abril 2022.

  1. Quando a autora do texto afirma que o falante pode “lançar mão de uma mesma palavra atribuindo-lhe uma multiplicidade significativa”, ela está se referindo à sinonímia ou à polissemia?
  2. Nos quatro exemplos citados, a palavra cabeça adquire sentidos diferentes. Explique o sentido em cada contexto.
  3. Empregue a palavra cabeça em uma frase, com um sentido diferente dos utilizados no texto.
Respostas e comentários

Resposta pessoal.

5. a) Refere-se à polissemia.

5. c) Resposta pessoal.

Respostas (continuação)

É importante que os estudantes notem que não existe sinônimo perfeito, pois as palavras apresentam conotações diferentes. A palavra procedimento, nesse contexto, parece mais genérica que processo ou técnica e, portanto, mais adequada.

5. b) Em 1, pode significar não ter inteligência, cultura; em 2, é sinônimo de mente, juízo; em 3, inteligência ou bom senso/cabeça de fósforo = parte superior do palito; em 7, mente, experiência.

c) Sugestão: Marcos é o cabeça da turma (líder)./Estou sem cabeça para resolver esse problema (capacidade).

Faça as atividades no caderno.

Perguntar e responder

Lemos que uma das atribuições do professor em um seminário é “formular questões amplas e relativas ao tema central, a serem respondidas no debate”. Ao estudante, cabe também “buscar os esclarecimentos necessários à compreensão dos diferentes enfoques da questão em estudo”.

Nesse processo de preparação do debate e durante sua apresentação, é importante saber perguntar, para obter as informações daquilo que se busca conhecer.

Formular corretamente perguntas é uma habilidade que deve ser desenvolvida e aperfeiçoada para que se obtenha a adequada resposta. Por exemplo, se queremos saber sobre as razões que levam o negro a ser discriminado na sociedade brasileira, não devemos perguntar a um especialista “Como acontece o preconceito na sociedade brasileira?”.

  1. Qual deve ser a pergunta adequada para conseguirmos, precisamente, essa informação que queremos?
  2. Leia o texto a seguir.

O criativo mapa que mostra o mundo como realmente é

Mapa. Planificação do globo terrestre, representando os continentes nas cores verde (áreas com vegetação) e marrom (áreas áridas e desérticas). Nas partes superior e inferior, os polos norte e sul, que são cobertos de gelo, são representados em branco, e o oceano é representado em azul.
Projeção de Mercator, adotada como principal referência de mapa da Terra, mostra a Groenlândia tão grande quanto a África.

O mapa-múndi que os alunos usam na escola e consta no Atlas não corresponde exatamente à realidade.

Esse mapa, conhecido como projeção de Mercator, mostra a Antártida e a Groenlândia, por exemplo, de fórma distorcida e desproporcional.

Um artista e arquiteto japonês desenvolveu uma representação que busca (1) mostrar com precisão as proporções reais entre os países e continentes. A criação foi inspirada no origami, arte milenar japonesa de dobradura de papel.

O mapa se chama AutaGraph e seu autor, rájimi narucáua, ganhou com a sua criação um dos mais respeitados prêmios de design do Japão, o Good Design Award, concedido pelo Instituto de Promoção de dizáin Japonês.

Respostas e comentários

1. “Por que o negro é discriminado na sociedade brasileira?”; “Quais são as causas da discriminação do negro na sociedade brasileira?”

Sobre Perguntar e responder

Nas perguntas, é importante saber priorizar questões que levem o interlocutor a argumentar a favor de algo, mostrando sua opinião e seu ponto de vista com base em argumentos. Assim, ao elaborar questões com esse objetivo, deve-se evitar fazer perguntas cujas respostas possam ser um simples sim ou não; para tanto, cabe sempre inserir no início ou no final da pergunta um por quê, para ficar claro que o sim ou o não precisam ser justificados.

Sobre pronomes e advérbios interrogativos

Na Unidade 1 deste volume, tratamos de pronomes interrogativos; retome com os estudantes, portanto, essa noção para distingui-los dos advérbios interrogativos. Os pronomes interrogativos introduzem uma pergunta sobre a entidade que um nome ou sintagma nominal designam: quem, que ou o que, qual e quanto. O nome ou sintagma nominal substituído pelo pronome interrogativo ocorre quase sempre na resposta. A rigor, os pronomes interrogativos são pronomes indefinidos que se empregam nas perguntas diretas e indiretas. Já os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo uma ideia de tempo, lugar, modo ou causa: quando, onde, como e por que. Caberia ainda retomar aqui outro aspecto trabalhado também na Unidade 1 deste volume e que costuma trazer dificuldade para os estudantes: a distinção entre por que, porque, por quê e porquê.

Mapa. Mapa-múndi político. Nesta projeção, em que o círculo polar antártico é disposto à direita de todas as áreas continentais, as extensões territoriais estão representadas em proporção.
Mapa criado pelo arquiteto japonês rájimi narucáua em 1999, busca representar com precisão as proporções entre continentes e países.

Tradicional e problemático

A tradicional projeção de Mercator foi apresentada pela primeira vez pelo geógrafo e cartógrafo flamengo guerárdus Mercator em 1569. Foi ele também que introduziu o termo “atlas” para descrever uma coleção de mapas.

O sistema desenvolvido pela projeção de Mercator (2) respeita as fórmas dos continentes, mas não os tamanhos. Seus mapas ganharam popularidade e foram usados como cartas náuticas, (3) uma vez que permitiam traçar rotas como linhas retas, diferentemente de outras projeções mais precisas.

As distâncias entre os meridianos e paralelos, no entanto, estão distorcidas. E os países e regiões próximas aos polos (4) aparecem em um tamanho muito maior do que o real.

A Groenlândia, por exemplo, aparece quase tão grande quanto a África, sendo que o continente africano tem uma área 14,4 vezes maior.

bê bê cê MUNDO. O criativo mapa que mostra o mundo como realmente é. bê bê cê níus Brasil, 4 novembro 2016. Disponível em: https://oeds.link/GPSe6i. Acesso em: 22 abril 2022.

  1. Na frase “Esse mapa, conhecido como projeção de Mercator, mostra a Antártida e a Groenlândia reticências de fórma distorcida e desproporcional”, que pergunta pode ser feita, iniciada pelo advérbio interrogativo como, para obtermos a informação sublinhada?
  2. Observe as frases sublinhadas e numeradas no texto. Elabore quatro perguntas, de modo a obter nas respostas as informações sublinhadas (1), (2), (3), (4).
  3. Teste suas perguntas, pedindo a um colega que responda às suas questões. Observe se as respostas correspondem às informações sublinhadas.

As perguntas elaboradas sobre as informações de um texto podem ser iniciadas pelos pronomes interrogativos que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas, antecedidos ou não das preposições com, em, de, por, para. Podem ainda ser iniciadas pelos advérbios interrogativos onde, quando, como, por que. Exemplos: Quantas vezes a África é maior que a Groenlândia? Em que se inspirou o arquiteto japonês para elaborar seu mapa?

Algumas questões ainda podem ser propostas, mas não em formato de pergunta. São exemplos os comandos iniciados por: compare, diferencie, explique, justifique, defina, identifique, classifique etcétera

d. Utilize um desses comandos e elabore uma pergunta para o título do texto que você leu, “O criativo mapa que mostra o mundo como realmente é”.

Respostas e comentários

2. b) Resposta pessoal.

2. c) Resposta pessoal.

2. d) Resposta pessoal.

Respostas

2. a) “Como o mapa conhecido como projeção de Mercator mostra a Antártida e a Groenlândia?”.

b) (1) “Com que objetivo desenvolveu o mapa Autha­Graph?”.

(2) “Por que o sistema desenvolvido por Mercator é problemático?”; “Que características apresenta a projeção de Mercator?”

(3) “Por que os mapas de Mercator ganharam popularidade?”

(4) “Como aparecem, no mapa de Mercator, países e regiões próximos aos polos?”

Sugestão

Proponha aos estudantes que, em duplas, elaborem uma prova de interpretação. Peça a eles que selecionem uma notícia ou reportagem de divulgação científica (da revista Pesquisa fapésp, Superinteressante etcétera.) e elaborem dez perguntas com diferentes pronomes e advérbios interrogativos sobre o texto. Em seguida, troque as provas entre as duplas para que os estudantes as resolvam.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia a tirinha da personagem Armandinho.

Ilustração. Reprodução de tirinha em quadrinhos em três cenas. Personagens: Armandinho, um menino de cabelos azuis, de uniforme escolar. Um menino de cabelos castanhos de uniforme escolar. Cena 1. O menino de cabelos castanhos de perfil, diante de Armandinho, diz: 'O FABINHO DISSE QUE A MÃE DELE É DOMÉSTICA!'. Armandinho responde: 'QUE SORTE A DELE!'. Cena 2. Armandinho diante do menino de cabelos castanhos diz: 'A MINHA MÃE É BRABA PRA CARAMBA!'. Cena 3. Armandinho volta a cabeça para o lado oposto ao do outro menino e diz: 'TENHO QUASE CERTEZA DE QUE ELA É SELVAGEM!'.

béc, Alexandre. Armandinho dois. Florianópolis: á cê béc, 2014. página 73.

  1. O humor da tirinha está na oposição apresentada por Armandinho. Justifique essa afirmação, explicando a compreensão que ele teve da palavra doméstica.
  2. O humor da tirinha foi elaborado com base na polissemia ou na sinonímia da palavra doméstica? Justifique sua resposta.

2. Buscar o sinônimo adequado de uma palavra é uma atividade muitas vezes necessária para fazer paráfrases de textos. A seguir, há um trecho do texto “Seminário” para você parafrasear, substituindo as palavras destacadas por sinônimos. Reescreva a frase fazendo as adaptações que achar necessárias.

O seminário possibilita reunir as qualidades de dois outros procedimentos de ensino estudados, o ensino com pesquisa e o debate, refinando-os em seus aspectos favoráveis ao desenvolvimento do aluno.

CARLINI, Alda Luiza. Procedimentos de ensino: escolher e decidir. In: iscarpato, Marta (organizador). Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. São Paulo: avercâmp, 2004. página 70.

3. Leia a seguir um trecho do texto publicado no Nexo Jornal.

Por que há mais candidatos negros. E quais seus desafios

Número de pretos e pardos na disputa eleitoral cresce, mas ainda é menor proporcionalmente à população. O ‘Nexo’ falou sobre o tema com Luiz Augusto Campos, estudioso da questão racial na política brasileira.

Na eleição de 2018, mais negros e negras estão se candidatando, na comparação com a eleição geral anterior, em 2014. A quantidade, porém, fica abaixo da proporção de negros na população brasileira.

São aproximadamente 13 mil candidatos negros na eleição de 2018. Isso representa 46,8% do total de candidaturas, mas os negros são pouco mais da metade da população brasileira. Ou seja, eles estão sub-representados nas eleições.

Quando se consideram os negros eleitos, a taxa cai ainda mais. Entre os deputados federais eleitos em 2014, por exemplo, apenas um em cada cinco eram negros.

PIMENTEL, Matheus. Porque há mais candidatos negros. E quais seus desafios. Nexo Jornal, São Paulo, 4 outubro 2018. Disponível em: https://oeds.link/q9ysn3. Acesso em: 21 abril 2022.

  1. Elabore três perguntas sobre o texto, utilizando as seguintes palavras interrogativas: por que, quanto ou quantos ou quanta ou quantas, qual. Atenção! As respostas dessas perguntas devem estar no texto.
  2. Elabore uma questão e a resposta para tratar da representatividade do negro na sociedade brasileira, utilizando a palavra exemplifique.
Respostas e comentários

1. a) A oposição que Armandinho faz é entre doméstica e selvagem. O sentido dado por ele à palavra doméstica foi de alguém dócil, como o animal de pequeno porte que pode viver junto ao ser humano, ao contrário do animal selvagem.

b) O que está em jogo nessa tirinha é a polissemia da palavra doméstica, apresentada com dois sentidos. No primeiro quadrinho, é empregada como substantivo, para denominar uma trabalhadora, e no último, como antônimo do adjetivo selvagem.

2. O seminário permite reunir as características de dois outros procedimentos de ensino estudados, o ensino com pesquisa e o debate, aprimorando-os em seus aspectos favoráveis ao desenvolvimento do estudante.

3. a) Sugestões: “Por que os negros ainda estão sub-representados nas eleições?”; “Qual é a porcentagem de negros na população brasileira?”; “13 mil candidatos negros nas eleições de 2018 representam quantos por cento do total de candidaturas.”

As perguntas podem ser testadas em uma atividade oral entre os estudantes.

b) Sugestão: Exemplifique com números a condição de sub-representatividade do negro nas eleições brasileiras. Respostas: O negro está sub-representado nas eleições de 2018, pois apenas 46,8% das candidaturas são de negros, e a população negra é de pouco mais de 50%. Em 2014, de cada cinco deputados federais eleitos, apenas um era negro.

Leitura 2

Faça as atividades no caderno.

Contexto

O progresso tecnológico é um grande desafio para a organização do trabalho, para os modelos educacionais e para diversas outras áreas, na medida que se põem à prova métodos tradicionais de realizar determinadas atividades, desvelando a necessidade de se considerar um novo contexto em que predomina o dinamismo da velocidade informacional. Atualmente, muitos já sabem preparar e editar vídeos em casa, fazer animações, combinar textos e imagens paradas, adicionar música e voz etcétera Em meio a tudo isso, não se pode mais ignorar o fato de que é latente a necessidade de redirecionar o ensino considerando essas novas habilidades. O texto que você vai ler a seguir provoca uma reflexão sobre um assunto que se tornou muito importante nesta era, em que a tecnologia está ao alcance de todos. Há que buscar fórmas de saber lidar com o excesso de informações, desenvolvendo-se, assim, a habilidade de transformá-las em aprendizado significativo. Faz-se necessário implantar um processo de alfabetização digital.

Antes de ler

O texto em estudo aqui é a transcrição da fala de Camila axuti em um tédi équisSão Paulo. Essa versão do tédi équisSão Paulo foi realizada no estádio de futebol Palestra Itália, atual álians Parque (arena multiuso), em junho de 2016. Tomando como ponto de partida essas informações, o contexto de produção e o título do texto, discuta com seus colegas:

  • Você acha importante aprender a programar na escola?
  • Em sua opinião, o que seria um produtor de tecnologia?
  • Como você espera que seja a linguagem desse texto, mais formal ou informal? Por quê?
  • O que você acha que precisa mudar no sistema escolar para que as necessidades atuais sejam supridas?

Camila Achutti

AUTORIA

É graduada e mestre em Ciência da Computação pela úspi. Considerada referência mundial por empoderamento das mulheres na tecnologia, recebeu o prêmio Women of Vision 2015. Estagiou no Google na Califórnia e trabalhou para a Iridescent Learning, ôngui estadunidense de educação a distância. Fundadora do blog Mulheres na Computação, já viajou o Brasil ensinando jovens a criar aplicativos. Atualmente é sócia de duas grandes empresas na área de educação em programação. No texto em estudo nesta seção, Camila defende o ensino de programação nas escolas brasileiras.

Respostas e comentários

Sobre Contexto

O texto apresentado nesta leitura é uma transcrição de apresentação oral em formato específico – a tédi équis–, cujas características serão abordadas no ­Estudo do texto. Questione os estudantes previamente sobre o que eles conhecem desse formato e, após ler o texto da seção Contexto, pergunte a eles se gostam da tecnologia e a dominam. Provavelmente eles indicarão a facilidade com videogames e dispositivos móveis, então, amplie esse conhecimento para outras ferramentas úteis ao cotidiano e à importância da tecnologia para a Ciência. Além disso, é importante abordar com os estudantes questões ligadas ao acesso à informação e às fórmas de lidar com o grande fluxo delas ao qual todos os dias somos submetidos. Apresente a autora do texto, com a ajuda do boxe.

Sobre Antes de ler

Com essas questões, espera-se que os estudantes discutam o que identificam como importante de ser mudado na educação, considerando como ponto de partida o próprio formato e a linguagem das apresentações orais. Aproveite o momento para conhecer as ideias dos estudantes sobre o que consideram necessário modificar no contexto escolar. Pode ser interessante também provocá-los quanto à questão da alfabetização digital, às mudanças no papel do professor e à aprendizagem significativa que se pode criar com o devido uso das tecnologias.

Habilidades trabalhadas nesta seção e sua subseção (Estudo do texto)

(ê éfe seis nove éle pê três zero) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de fórma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.

(ê éfe seis nove éle pê três dois) Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas, digitais, orais etcétera.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, e organizar, esquematicamente, com ajuda do professor, as informações necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de ferramentas digitais, em quadros, tabelas ou gráficos.

(ê éfe seis nove éle pê três quatro) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, produzir marginálias (ou tomar notas em outro suporte), sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro comparativo, esquema, resumo ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise), mapa conceitual, dependendo do que for mais adequado, como fórma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de conteúdos e informações e um posicionamento frente aos textos, se esse for o caso.

(ê éfe seis nove éle pê quatro zero) Analisar, em gravações de seminários, conferências rápidas, trechos de palestras, dentre outros, a construção composicional dos gêneros de apresentação – abertura/saudação, introdução ao tema, apresentação do plano de exposição, desenvolvimento dos conteúdos, por meio do encadeamento de temas e subtemas (coesão temática), síntese final e/ou conclusão, encerramento –, os elementos paralinguísticos (tais como: tom e volume da voz, pausas e hesitações – que, em geral, devem ser minimizadas –, modulação de voz e entonação, ritmo, respiração etcétera.) e cinésicos (tais como: postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia, modulação de voz e entonação, sincronia da fala com ferramenta de apoio etcétera.), para melhor performar apresentações orais no campo da divulgação do conhecimento.

(ê éfe oito nove éle pê dois oito) Tomar nota de videoaulas, aulas digitais, apresentações multimídias, vídeos.

(ê éfe zero nove éle pê zero dois) Analisar e comentar a cobertura da imprensa sobre fatos de relevância social, comparando diferentes enfoques por meio do uso de ferramentas de curadoria.

Ensinar programação é a nova alfabetização

Eu queria começarreticências refletindo com vocês: Quando que a gente decidiu aprender a ler e escrever? Existiu algum momento em que os nossos pais foram chamados na escola e perguntaram pra eles se tudo bem, se eles transformassem radicalmente o cérebro dessas crianças para desenvolverem grafomotricidade? Outra boa pergunta seriareticências a gente lá, bem pequenininha com três anos: “Oi fofura! Então, a gente vai mudar um pouco seu cérebro, tá? A gente vai colocar uma área nova que a gente vai apelidar de caixa de correio para você poder salvar todas as letras que você vai aprendendo, tá bom? Mas só tem mais um detalhezinho: vai ser do meu jeito, no meu tempo, tudo bem? Mas pode ficar tranquilo porque a gente é bem bom nisso."

Não, pessoal, essas perguntas não acontecem. E, quando eu falo assim, elas soam absurdas.

Fotografia. Retrato de uma mulher jovem de cabelos castanhos, usando blusa estampada sob uma jaqueta de cor clara. Ela está em pé, usando um microfone estilo headset, com os braços flexionados junto ao corpo, e as mãos espalmadas erguidas; em suas mãos há anéis em dois dedos de cada mão. Ao fundo, as estruturas de sustentação da cobertura do ambiente no qual ela apresenta uma palestra.
Camila axuti, na palestra “Ensinar programação é a nova alfabetização”. tédi équisSão Paulo, em 2016.

Imagina, ninguém mais questiona a necessidade da gente aprender a ler e escrever. Apesar disso não ser um processo nem um pouco natural. Aliás, ele não é nem um pouco simples. A gente tem todo um processo. A gente tem que começar se familiarizando, como que a gente segura no lápis? Eu, por exemplo, decidi segurar com a mão esquerda, outros com a mão direita. Aí a gente começa a passar por cima de linhas pontilhadas. Aí a gente reconhece letra, junta em palavra, faz sentença, começa a complicar, vira texto, aí vira uns textos muito grandes, vira uns livros, certo? Não é fácil, pessoal! E a gente tem que passar por todo esse processo, porque o nosso cérebro não nasceu preparado pra isso, diferente da linguagem oral, certo?

A gente tem que passar por uma reciclagem neural, olha que nome bonito, onde vastas áreas do nosso cérebro passam a desempenhar funções que elas não foram criadas para isso. Só que a gente acha isso tão, mas tão importante, que a gente desenvolveu área de pesquisa, cartilha, método, livro, professores especialistas em alfabetizar crianças. A gente de fato manda muito bem. Só que agora eu queria que vocês pensassem comigo, que, apesar de a nossa taxa de analfabetização ter caído muito desde a época dos escribas, a gente está revivendo essa época. Só que agora eles são digitais. Alguns poucos dominam como conversar muito bem com as máquinas, conseguem se valer disso, e têm sucesso. Enquanto outros tantos, eles são meros usuários.

Usuários que estão sendo programados, usuários que estão só usando o que é imposto no trabalho ou pela sociedade. A gente precisa se dedicar para a alfabetização digital, assim como a gente se dedicou para a alfabetização tradicional. E essa discussão não é nem um pouco nova, aliás é uma das mais velhas, que é: “O que é que a gente tem que ensinar na escola?”. Na Roma antiga, a gente decidiu que a gente precisava de sete artes liberais. Que na época eram ciências, mas pra gente é tudo a mesma coisa. A gente decidiu que tinha que ter gramática, tinha que ter retórica, tinha que ter dialética, tinha que ter música, astronomia... É importante, afinal, pra humanidade continuar se desenvolvendo; a gente precisava daquilo. Aí vem a Renascença, séculos quinze e dezesseis, a gente colocou algumas outras matérias.

Respostas e comentários

Orientação

Ao analisar o texto com os estudantes, considere o percurso contextualização, enunciação, tematização e textualização, a fim de descobrir o projeto de dizer do texto, que precisa ficar evidente ao leitor. Para isso, há que se considerar que um texto geralmente apresenta certas sinalizações, que podem ser buscadas ao verificar os operadores de transição. Durante a leitura, destaque os implícitos, a seleção lexical, a intertextualidade, os operadores na progressão temática, a sequenciação, as retomadas e referentes, entre outros elementos que emergem durante uma análise acurada da argumentação textual. Não deixe de considerar que se trata de um texto do gênero oral.

A gente começou a ensinar as crianças a soletrar, mas a gente evoluiu mesmo nessa época em como ensinar as coisas. A gente inventou a pedagogia didática foi bem nessa época. Veio o século dezoito, a gente começou a ensinar várias outras coisasreticências História, geografia, línguas estrangeiras também começaram a fazer sentido, o mundo tinha crescido. Mas a nossa surpresa veio nos séculos dezenove e vinte. Aí deslanchou, pessoal, tudo se acelerou! A gente avançou muito, muito mesmo, em arte, ciência e tecnologia, a gente estava manjando de tudo. Só que aí a gente teve que industrializar... Inclusive a escola, a gente fez uma escola de massa, e colocou uns 40, 50 alunos por turma, colocou cada matéria na sua caixinha, cada professor superespecializado naquilo, ele era um mestre, certo?

Ele tinha que ser o mestre, eu precisava saber tudo, eu precisava saber biologia, história, geografiareticências Como que eu ia suportar todo o desenvolvimento que a gente teve? A gentereticências inclusive uma parte que eu adoro, que a gente inventou, que foi a avaliação. A gente agora tinha avaliação matemática. Era ponto. Só que era totalmente baseado na subjetividade de uma pessoa só. O mestre, certo, pessoal? Só que eu tenho uma notícia, e ela não é fácilreticências nada disso faz sentido no século vinte e umreticências E aí? Eu vou dar um exemplo bem simples, só que é do meu trauma de biologia. Decorar: em qual filo e classe estão os animais e as plantas?

Fotografia. Retrato de uma mulher jovem de cabelos castanhos, usando blusa estampada sob uma jaqueta de cor clara e calças jeans desbotadas, na qual uma das pernas tem alguns rasgados desfiados. Ela está em pé no palco de um auditório, onde há alguns refletores luminosos, alto-falantes de retorno e monitores, todos voltados para o palco. Ela usa um microfone estilo headset, e está com os braços flexionados junto ao corpo, e as mãos espalmadas uma acima da outra. Diante dela, de costas, estão sentadas diversas pessoas na plateia, que assistem à palestra. Atrás dela há grandes letras tridimensionais formando o título do evento e o local: 'TEDx' em vermelho, e 'São Paulo', em branco. Ao fundo, uma tela cinza escura, em que se leem 'TEDx', em vermelho, e 'São Paulo', em branco,  alguns degraus, grades e estruturas metálicas sobre o chão.
Palestra “Ensinar programação é a nova alfabetização". tédi équisSão Paulo, em 2016.

Faz sentido? Fazia, porque vai que eu estava no meio da floresta, eu tinha que decidir se eu comia a frutinha rosa ou se eu corria do bichinho peludo. Beleza, eu tinha que identificar algumas características, pôr numa caixinha e falar: Humm, esse aí come carne, vou correr! Agora, pessoal, qualquer criança de 10 anos, com ismartifône, tira uma foto, procura no Google, voilà... Sabe até como o bicho se reproduz, bem rápido, certo, pessoal? O que importa agora, no século vinte e um, no século da internet, no século do smartphone, do software, o que importa é a gente saber criar relação, é a gente ser criativo, é a gente ter senso crítico do que tudo isso funciona, de como tudo isso funciona. É isso que importa. Mas a escola, a escola ainda está ensinando pra gente: decoreba.

Respostas e comentários

Orientação

Como se trata de uma transcrição, é importante que o texto seja lido primeiramente em silêncio, para que suas ênfases e sentidos sejam compreendidos. Em seguida, promova uma leitura expressiva para ampliar o entendimento global do texto e incentivar a discussão oral sobre suas partes e sobre as dúvidas relacionadas ao conteúdo. Durante a leitura, ajude os estudantes a compreenderem os sinais gráficos (interrogações, reticências) e as marcas linguísticas (contrações de palavras, diálogo com o leitor, hesitações e digressões) que constroem a expressividade, chamando a atenção para o modo como essas marcas são características da oralidade. O texto apresenta algumas falas que têm o objetivo de questionar os processos de aquisição da linguagem. É importante apontar aos estudantes que existem diversas pesquisas científicas a esse respeito na área da psicolinguística.

Indicação de livro

Para aprofundar os estudos sobre aquisição da linguagem em uma abordagem psicolinguística, sugere-se:

DEL RÉ, Alessandra (organizador). Aquisição da linguagem. São Paulo: Contexto, 2006.

Saber como as coisas são feitas muda como a gente usa. Eu garanto pra vocês, pessoal, que se vocês soubessem como a gente salva as senhas de vocês, e todo o trabalho que a gente tem para mantê-las seguras lá, eu garanto que vocês iam pensar umas dez vezes antes de sair criando conta por aí. Só acho. Reflitam, certo? A gente precisa começar a ensinar essa criançada como se valer disso. A gente precisa ensinar a linguagem do século vinte e um. A gente precisa ensinar nossas crianças a programar. E, olhando assim, vocês vão pensar: “Que fofa, ela vem aqui, critica o sistema inteiro, acha que pode e não vai dar nem um plano?”. Calma, eu tenho um plano.

Para a gente mudar qualquer situação, a gente precisa de três coisas: Primeiro, uma crítica de como as coisas estão. Segundo, uma visão de como a gente acha que as coisas deveriam ser. E, por último, e mais difícil, uma teoria de mudançareticências que é a parte mais complicada.

Primeiro vou começar pela minha crítica, que, na verdade, não é uma só, vocês já perceberamreticências Mas eu vou resumir ela. A gente não pode continuar acreditando que as nossas crianças, simplesmente porque a gente chama elas de nativos digitais, sabem tudo de tecnologia. Pessoal, saber de tecnologia não é sentar pra almoçar ou jantar e bem rapidinho pegar o tablet e colocar o desenho. Isso não é saber de tecnologia. Nenhuma dessas crianças sabe explicar por quereticências Como que aquele aplicativo foi feito?

Fotografia. Retrato da apresentação de uma palestra no centro do palco de um auditório. A palestrante está em pé, mas a distância não possibilita perceber outros detalhes dela, pois a imagem enfatiza a plateia, praticamente lotada que está diante dela: inúmeras pessoas sentadas, de costas. No palco, atrás da palestrante, há grandes letras tridimensionais formando o título do evento e o local: 'TEDx' em vermelho, e 'São Paulo', em branco. Ao fundo, uma tela cinza-escura, na qual são projetadas estas mesmas palavras, e ao lado, uma outra tela exibindo a palestrante en close.
Palestra “Ensinar programação é a nova alfabetização”. TEDxSão Paulo, em 2016.

Elas não têm senso crítico. Eu vou dar um exemplo pra vocês. Quando eu pergunto pra uma criança: O que é dar um share, que é aquele compartilhar no Facebook, para quem não está ligado nas coisas, que é apertar o botão lá. E eu não estou falando isso da boca pra fóra, pessoal. Nesses últimos anos, passaram pela minha mão pelo menos 15 mil jovens. De todos os gêneros, idades, origensreticências E se a gente perguntar pra eles, nativos digitais, que são aqueles que nasceram depois de 2000, o que é dar um share, eles olham pra você: “Nossa, tia, você não sabe que é apertar um botão?”. Nós, imigrantes digitais que estamos aqui – e, apesar dos meus 24 anos e da minha profissão, eu me encaixo nesse grupo –, a gente sabe que dar um share quer dizer muito mais do que isso. Quer dizer que eu estou dando apoio, quer dizer que eu estou endossando aquela opinião.

Respostas e comentários

Orientação

O conceito de nativo digital, mencionado no texto, foi criado pelo escritor estadunidense márqui prênsqui para designar a geração de pessoas que nasceu já no contexto de imersão nas tecnologias digitais. Ele defende que, porque as pessoas desconhecem o funcionamento das tecnologias da informação e comunicação, tornam-se consumidoras passivas delas. Além desse termo, ele conceituou o de imigrante digital, para designar aqueles que não nasceram imersos em contexto tecnológico, mas tiveram de aprender a usar essa tecnologia ao longo da vida.

Sugestão

Uma abordagem que recorde os sentimentos dos estudantes à época em que eles estavam sendo alfabetizados pode ser uma atividade interessante para estabelecer um paralelo com as pessoas que não nasceram imersas no meio digital e precisaram aprender essa linguagem específica. Comente essas diferenças geracionais com os estudantes. Outra importante abordagem é quanto à curadoria de conteúdos, muito discutida ao longo dos volumes desta coleção e que visa despertar no estudante a leitura crítica das fontes, que precisam ser confiáveis. Se considerar necessário, retome essas premissas neste mesmo volume, na Unidade 2.

Não ter essa leitura crítica, pessoal, é muito perigoso. Bom, depois do meu resumo das minhas 9 milhões de críticas, vamos à minha visão, que é bem simples. A gente precisa colocar programação, pensamento computacional, vida digital no currículo comum de todas as crianças no sistema educacional brasileiro. A gente não pode mais evitar essa discussão.

Pra acabar, a parte mais difícil, que é a teoria de mudança, e ela já começa enrolada. Porque vamos supor que a gente decidiu aqui que a gente vai ensinar todas as crianças a programar. Quem que vai fazer isso? Quem que vai decidir o conteúdo? A gente não tem mão de obra suficiente, pessoal, para suprir o mercado.

Que dirá o sistema educacional brasileiro. A gente precisa de uma verdadeira revolução. A gente precisa pegar os nossos professores que já estão lá, que são apaixonados por aquilo, e tirar deles a pressão de ser expert. A gente tem que transformar eles em facilitadores. A gente tem que ajudar eles com material bacana, com treinamento chôu, a acompanhar a jornada desses jovens. Eles vão aprender como eles podem ficar seguros na internet, eles vão aprender: Como que a gente faz um aplicativo? Com esses mesmos mestres que se sentem inseguros e que acham que programação são letrinhas verdes numa tela preta, que o menino do Vale do Silício aprendeu com cinco anos e aí ele ficou milionário com 18, só com isso. A gente tem que quebrar essas barreiras. E eu queria aproveitar esse momento e os poucos minutos que me faltam pra chamar vocês pra se juntar nessa revolução.

A gente que está em alguma instância relacionada com o sistema educacional, a gente tem três opções. A primeira, se a gente for parte do sistema, a gente pode gerar alguma mudança, estando no sistema. Por exemplo, se vocês chegarem na sala de aula de vocês e discutirem com seus alunos, plantarem aquela pulguinha de: “Como que nasce um aplicativo, como se faz um aplicativo?”. Hoje tem muita coisa na internet. Vocês já podem fazer essa mudança, e se juntar a esse movimento. Segunda situação possível: vocês podem pressionar o sistema, e aí eu vou dar uma dica ótima! Vai na escola do seu bairro e pergunta se a sala de informática está joia. Provavelmente ela não vai estar. Mas, só pra vocês saberem, isso é lei, pessoal. Todas as escolas têm que ter sala de informática aberta ao público.

Vocês podem pressionar o sistema. Por último, você pode simplesmentereticências evitar entrar no sistema e tomar atitudes fóra dele, que é o que eu tenho feito, vou confessar. E aí você pode simplesmente sentar com seus filhos e conversar sobre tecnologia e perguntar quais sites ele está acessando. Perguntar se ele tem ideia de como o Facebook funciona. Busquem juntos, aprendam juntos. Bom, era isso que eu tinha pra falar pra vocês. Espero que cada um de vocês continue me ajudando, e ajudando o mundo nessa revolução. O que eu posso garantir pra vocês é que eu vou continuarreticências tentando, nem que seja convencer uma pessoa de cada vez a fazer essa revolução. Obrigada!

axuti, Camila. Ensinar programação é a nova alfabetização. TEDxSão Paulo, junho 2016. Disponível em: https://oeds.link/aCBnyq. Acesso em: 21 abril 2022.

Respostas e comentários

Orientação

É importante ponderar com os estudantes que o texto da segunda Leitura 2 está também voltado a uma plateia de docentes. Questione os estudantes sobre como o conteúdo do texto se relaciona a eles e, embora a interlocução seja com o professor, como eles se sentem contemplados pela discussão proposta, com o que concordam e do que discordam em relação à fala da palestrante.

Sugestão

A fala da palestrante apresenta muitas críticas em relação ao processo de escolarização atual, que se mantém bastante tradicionalista na maior parte das instituições. Embora muitas estratégias tenham mudado para adaptar o ensino a essa realidade tecnológica contemporânea, pode ser produtivo discutir com os estudantes as ideias deles para aprimorar esse espaço e para que outras mudanças ocorram. Pondere quanto a tecnologia pode ajudar no processo de aprendizagem, se empregada com métodos e objetivos claros, e se realmente parte de toda a estrutura escolar (física) e de diretriz institucional, e também como pode atrapalhar no caso do uso indiscriminado, aleatório. Ouça a opinião dos estudantes sobre esses pontos e questione-os sobre como se sentem em relação a eles.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. Agora que você leu a transcrição da fala da palestrante Camila axuti, retome as discussões iniciais que fez com seus colegas:
    1. Você identificou diferenças na fórma de comunicar o saber científico?
    2. Com base nas afirmações feitas pela palestrante, você acha que suas sugestões de mudança são ou não praticáveis?
    3. A linguagem esperada para o texto se confirmou? Explique.
  2. O texto que você leu foi apresentado em uma sessão de TEDxSão Paulo realizada no estádio Palestra Itália, em São Paulo. Esse formato de palestras pode ser considerado inovador? Por quê?

Saiba +

TED e TEDx

tédi é o acrônimo para Technology, Entertainment and Design, que, em português, significa "Tecnologia, Entretenimento e Planejamento". Trata-se de um formato de palestras com 18 minutos de apresentação, idealizado por uma fundação estadunidense sem fins lucrativos, a , com a finalidade de compartilhar ideias inovadoras sobre determinado assunto. Inicialmente, o foco era abordar apenas temáticas ligadas à tecnologia e ao planejamento, porém, com sua popularidade, o formato passou a abarcar outros assuntos. Com o objetivo de expandir sua abrangência, os organizadores criaram o TEDx, uma série de eventos independentes com o intuito de difundir as ideias locais.

Fotografia. Apresentação de uma palestra em um palco amplo com piso de madeira clara e brilhante, atrás do qual há duas telas com projeções distintas, em uma delas da própria palestrante en close. Sobre o palco há uma mulher jovem de cabelos pretos, vestindo jaqueta branca e saia escura. Atrás dela há letras tridimensionais com os textos: 'TEDx', em vermelho, e 'NishtimanWomen', em branco.
O TEDx apresenta eventos independentes para difundir ideias. Fotografia de evento que ocorreu em 3 de novembro de 2017, em Erbil, capital de Curdistão iraquiano.
  1. Considere o formato do TED, compare-o com o do seminário e responda:
    1. Por que as palestras do TED possuem 18 minutos? Faça uma breve pesquisa para descobrir o motivo.
    2. Quais são as dificuldades que você reconhece na preparação de uma apresentação com caráter científico em 18 minutos?
    3. Como o formato do TED pode contribuir para aprimorar uma apresentação em seminário?
  2. Camila axuti inicia sua palestra lançando mão de perguntas retóricas. Identifique tais perguntas e procure inferir a razão dessa linha de argumentação adotada.
  3. É possível depreender o objetivo de a palestrante tecer brevemente uma retrospectiva histórica da formação das disciplinas escolares usando ironia e humor?
  4. Qual é o argumento que se torna o fio condutor de toda a explanação da autora?
  5. Que palavras ou expressões do texto justificam a resposta anterior?
  6. Pelo discurso da palestrante, é possível saber qual seria o seu público-alvo na palestra? Que parte do texto nos dá essa pista?
  7. A palestrante quer um público ouvinte que reaja ao que ela propõe? Qual é a proposta dela?
Respostas e comentários

1. a) Resposta pessoal.

1. b) Resposta pessoal.

1. c) Resposta pessoal.

2. Sim, porque se trata de comunicar um assunto em tempo recorde, 18 minutos, de modo criativo, objetivo e persuasivo, com o objetivo de comunicar o essencial com embasamento científico.

Respostas

1. a) Espera-se que os estudantes percebam o tom da conversa e da provocação que a palestrante apresenta em sua fala.

b) Espera-se que os estudantes percebam as possibilidades de mudanças rápidas e as limitações estruturais que impedem que elas aconteçam prontamente.

c) Chame a atenção dos estudantes para as características informais e típicas da linguagem oral presentes na fala da palestrante.

3. a) Os idealizadores da tédi équis acreditam que esse seja um tempo médio de concentração possível a um ser humano. Porém, não existem estudos que comprovem essa métrica.

b) Converse com os estudantes sobre a capacidade de síntese que o palestrante deve exercitar para conseguir apresentar as principais informações e conquistar a atenção do público para o assunto. Ressalte a necessidade de preparação, de horas de estudo e ensaio para que o conteúdo se enquadre no formato da apresentação.

c) Ele pode servir como modelo para despertar o interesse da plateia para o tema, além de ser um formato útil para apresentar um tema de fórma sintética.

4. As perguntas retóricas encontram-se no 1º parágrafo da transcrição provavelmente porque o público-alvo seja composto de educadores preocupados em entender o efeito retroativo das tecnologias no sistema escolar.

5. Sim. Ela pretende invalidar a fôrça dessa tradição histórica, considerando a existência da tecnologia, e levar o espectador a concordar com suas ideias.

6. O argumento de que é necessário repensarmos as fórmas de ensinar e as adaptarmos ao século vinte e um, principalmente no que se refere à alfabetização digital.

7. Possibilidades de trechos: “nada disso faz sentido no século 21reticências”, “A gente precisa se dedicar para a alfabetização digital, assim como a gente se dedicou para a alfabetização tradicionalreticências”, “Não ter essa leitura crítica, pessoal, é muito perigoso” etcétera.

8. Sim, a palestrante se dirige a educadores. “A gente que está em alguma instância relacionada com o sistema educacional, a gente tem três opções.”

9. Sim, ela apresenta uma proposta e quer ser aceita por suas ideias revolucionárias de formar uma geração que saiba lidar com as informações digitais de fórma crítica, ativa, responsiva e que atribua significado a cada ação realizada virtualmente.

Faça as atividades no caderno.

10. Na transcrição da fala da palestrante há muitas marcas características da oralidade. Em seu caderno, preencha o quadro com exemplos dessas marcas.

Características

Marcas de oralidade

Repetições

Diálogo com o interlocutor

Discurso de referência a si mesmo

Contrações de palavras

Colocações pronominais ou recursos de regência fora do padrão formal

Gírias


11. Releia este trecho do texto.

A gente tem que passar por uma reciclagem neural, olha que nome bonito, onde vastas áreas do nosso cérebro passam a desempenhar funções que elas não foram criadas para isso. Só que a gente acha isso tão, mas tão importante, que a gente desenvolveu área de pesquisa, cartilha, método, livro, professores especialistas em alfabetizar crianças. A gente de fato manda muito bem. Só que agora eu queria que vocês pensassem comigo que, apesar de a nossa taxa de analfabetização ter caído muito desde a época dos escribas, a gente está revivendo essa época. Só que agora eles são digitais. Alguns poucos dominam como conversar muito bem com as máquinas, conseguem se valer disso, e têm sucesso. Enquanto outros tantos, eles são meros usuários.

reticências

Pra acabar, a parte mais difícil, que é a teoria de mudança, e ela já começa enrolada. Porque vamos supor que a gente decidiu aqui que a gente vai ensinar todas as crianças a programar. Quem que vai fazer isso? Quem que vai decidir o conteúdo? A gente não tem mão de obra suficiente, pessoal, para suprir o mercado.

reticências

Busquem juntos, aprendam juntos. Bom, era isso que eu tinha pra falar pra vocês. Espero que cada um de vocês continue me ajudando, e ajudando o mundo nessa revolução. O que eu posso garantir pra vocês é que eu vou continuarreticências tentando, nem que seja convencer uma pessoa de cada vez a fazer essa revolução.

axuti, Camila. Ensinar programação é a nova alfabetização. TEDxSão Paulo. Disponível em: https://oeds.link/aCBnyq. Acesso em: 21 abril 2022.

  1. Camila axuti se vale de um recurso de inclusão no texto ao usar repetidamente a expressão a gente: “A gente tem que passar reticências”; “reticênciasa gente acha isso tão, mas tão importante: reticências”; “A gente de fato manda muito bem”. Analisando apenas o trecho anterior, mas não desconsiderando o uso desse recurso ao longo de toda a fala, que significado podemos extrair desse recurso linguístico?
  2. Apesar de a palestrante se incluir na crítica, em uma parte do trecho anterior ela deixa de fazer isso. Por quê?
  3. Em sua percepção, e considerando o boxe Autoria, pode haver alguma preocupação a mais por parte da palestrante do que simplesmente criticar um sistema de ensino?
Respostas e comentários

Respostas (continuação)

10. Repetições: “A gente precisa colocar programaçãoreticências”; “A gente não pode mais evitarreticências”; “A gente precisa de uma verdadeira revoluçãoreticências”; “A gente precisareticências pegar os nossos professoresreticências”; “A gente tem que transformarreticências”; “A gente tem que ajudar elesreticências”; “A gente tem que quebrar essas barreirasreticências”; “A gente que está em algumareticências”; “A gente tem três opçõesreticências”; “A gente pode gerar alguma mudançareticências”.

Diálogo com o interlocutor: “Eu queria começarpontoreticências refletindo com vocêsreticências”; “Eu garanto pra vocês, pessoal, que se vocês soubessem como a gente salva as senhas de vocês, e todo o trabalho que a gente tem para mantê-las seguras lá, eu garanto que vocês iam pensar umas dez vezes antes de sair criando conta por aí. Só acho, reflitam, certo?”; “E eu queria aproveitar esse momento e os poucos minutos que me faltam pra chamar vocês pra se juntar nessa revoluçãoreticências”.

Discurso de referência a si mesmo: “E, olhando assim, vocês vão pensar: ‘Que fofa, ela vem aqui, critica o sistema inteiro, acha que pode e não vai dar nem um plano?’. Calma, eu tenho um plano.”

Contrações de palavras: reticências nossos pais foram chamados na escola e perguntaram pra eles se tudo bem”; “Eu garanto pra vocês, pessoal”.

Colocações pronominais ou recursos de regência fóra do padrão formal: reticências mas eu vou resumir ela”, “questiona a necessidade da gente aprender”; “A gente tem que transformar eles em facilitadores. A gente tem que ajudar eles com material bacana, com treinamento chôu, a acompanhar a jornada desses jovens.”.

Gírias: “material bacana”; “treinamento show”; “reticências que é aquele compartilhar no Facebook para quem não está ligado nas coisas”; “tira uma foto, procura no Google, voilàreticências”; “Beleza, eu tinha que identificar algumasreticências”.

Existem muitas outras passagens em que essas marcas ocorrem. Identifique-as com os estudantes.

11. a) O de que é preciso se incluir no texto para amenizar a crítica ou a acusação ao público ouvinte. Incluir-se no discurso torna a crítica mais leve.

Faça as atividades no caderno.

  1. Considerando que o texto trata também da facilidade de acesso à informação e que hoje em dia carregamos na mão toda uma possibilidade de imersão digital, faça uma breve pesquisa sobre a origem e a popularização dos telefones celulares. Oriente-se por meio dos seguintes pontos:
    1. Em que ano e localidade foram criados?
    2. Quando se popularizaram?
    3. Quais os principais marcos da tecnologia relacionada a esses dispositivos móveis?
    4. A afirmação de que o celular é o eletrodoméstico primordialmente adquirido pelo brasileiro pode ser comprovada? Busque informações a esse respeito.
  1. Converse com pessoas mais velhas e registre no caderno como eram realizadas as pesquisas antes do acesso amplo à tecnologia.
  2. Entre as alternativas a seguir, selecione e aponte no caderno quais são verdadeiras em relação ao contexto informacional atual, de acordo com o texto:
    1. A tecnologia vem sendo aprimorada de modo muito rápido, o que dinamiza as relações com o conhecimento.
    2. O acesso à informação possibilita que as pessoas estejam cada vez mais capacitadas a desenvolver determinadas atividades.
  1. As fake news são divulgadas porque as pessoas não conseguem filtrar a quantidade de informação que recebem.
  2. As mudanças em relação à tecnologia e à informação estão transformando as relações em sala de aula, entre professor e estudante e com o próprio conhecimento.

15. Explique o que está equivocado nas afirmações falsas do item anterior.

Saiba +

Referência bibliográfica

Você já deve ter observado que todos os textos citados neste livro vêm acompanhados de uma referência bibliográfica. Referência bibliográfica é um conjunto de elementos de uma obra escrita – como título, autor, editora, local de publicação – que permite a sua identificação.

Por uma questão legal, é preciso dar crédito ao autor ou autora, ou seja, dizer quem é a pessoa que criou os textos citados.

As referências bibliográficas não são apresentadas de maneira igual. Há um padrão específico para livros, outro para artigos de revista, outro para sites. Há normas que indicam como proceder em cada caso.

Como exemplo, observe a seguir a referência bibliográfica do livro Alice no país das maravilhas, citada em um trecho reproduzido na Unidade 3 deste livro.

quérol líuis Alice no país das maravilhas. São Paulo: Cosac Naify, 2009. página 75.

Respostas e comentários

12. a) Em 1947, nos Estados Unidos.

12. b) Na década de 1990.

14. São verdadeiras as alternativas: a, c, d.

15. O acesso à informação não garante a aprendizagem, por isso não se pode afirmar que as pessoas ficam mais capacitadas a desenvolver determinadas atividades apenas em virtude dele.

Respostas (continuação)

11. b) Oriente os estudantes a considerarem a possibilidade de a palestrante ter deixado de se incluir no discurso no momento em que passa a falar da alfabetização digital e propor mudanças. Isso sugere que ela, intuitivamente ou propositadamente, se retira da fala, deixa de usar o a gente para falar de algo que ela domina bem, que é a alfabetização digital ou mesmo as fórmas de fazer isso, pelo fato de ela ser dona de empresas especializadas no assunto. Essa manobra linguística é perceptível em outros momentos da fala de Camila. Se possível, destaque outras partes que evidenciam isso.

c) Considerando que há uma possibilidade de as palestras em formato TEDxserem também uma manobra de marketing, a palestrante poderia se valer de sua reflexão e de suas constatações para propor que o sistema de ensino procure suas empresas para ajudar na solução do problema.

12. c) O marco é tecnológico e tem relação com a transmissão de informações em formato digital, no final da década de 1990, e com o lançamento do primeiro ­iPhone, aparelho smartphone, em 2007.

d) O celular não é um eletrodoméstico, mas é o item eletroportátil mais vendido, representando grande parcela dos itens comercializados em lojas físicas e virtuais.

13. Se possível, incentive os estudantes a fazerem essa atividade com familiares e abra espaço na sala de aula para que compartilhem essas histórias.

Indicação de livro

Mais informações sobre as questões de multiletramentos podem ser encontradas em:

rojo rochane; MOURA, Eduardo. Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2016.

Sobre Saiba+

Antes de ler o conteúdo do boxe, pergunte aos estudantes como seria se, nos vários textos estudados neste livro, não viessem as referências bibliográficas. E se faltasse o autor? (não se saberia autoria). E se faltasse o nome da publicação ou o nome da editora ou site? (quem quisesse consultar o material teria dificuldade de encontrá-lo). Além disso, destaque que referência bibliográfica é um ato de justiça intelectual, pois faz jus ao verdadeiro dono de uma ideia. Por fim, esclareça que é preciso haver padrões mínimos para a produção das referências, visto que isso facilita o trabalho de quem vai consultá-las.

Conhecimentos linguísticos e gramaticais 2

Faça as atividades no caderno.

Colocação pronominal

  1. Onde colocar o pronome, antes ou depois do verbo, é uma pergunta recorrente quando escrevemos.
    1. Nos trechos a seguir, você vai observar que os pronomes pessoais oblíquos me e se estão destacados. Identifique a posição deles em relação ao verbo ao qual estão relacionados. Se for uma locução verbal, considere o verbo principal.

A gente tem que começar se familiarizando, como que a gente segura no lápis?

A gente precisa se dedicar para a alfabetização digital, assim com a gente se dedicou para a alfabetização tradicional.

É importante, afinal, pra humanidade continuar se desenvolvendo; a gente precisava daquilo.

Aí deslanchou, pessoal, tudo se acelerou!

Sabe até como o bicho se reproduz, bem rápido, certo, pessoal?

Nós, imigrantes digitais que estamos aqui – e, apesar dos meus 24 anos e da minha profissão, eu me encaixo nesse grupo – a gente sabe que dar um share quer dizer muito mais do que isso.

Bom, era isso que eu tinha pra falar pra vocês. Espero que cada um de vocês continue me ajudando, e ajudando o mundo nessa revolução.

axuti, Camila. Ensinar programação é a nova alfabetização. TEDxSão Paulo. Disponível em: https://oeds.link/aCBnyq. Acesso em: 21 abril 2022.

b. Os exemplos desse texto são uma pequena amostra do emprego dos pronomes pessoais oblíquos no português brasileiro. Trata-se de um texto transcrito de uma comunicação oral, mas, embora tenha marcas de informalidade, é uma comunicação preparada e, até certo ponto, monitorada pela especialista. Você acha estranho o emprego dos pronomes analisados ou é desse modo que você faz uso deles em seus textos orais e escritos?

Uso do pronome pessoal oblíquo

Podemos chegar a algumas conclusões a respeito do emprego dos pronomes pessoais oblíquos no português brasileiro.

A colocação do pronome antes do verbo, ocorrência mais frequente, chamamos próclise.

Aí deslanchou, pessoal, tudo se acelerou!

axuti, Camila. Ensinar programação é a nova alfabetização. TEDxSão Paulo. Disponível em: https://oeds.link/aCBnyq. Acesso em: 21 abril 2022.

Respostas e comentários

1. b) Resposta pessoal.

Sobre Colocação pronominal

As gramáticas apresentam muitos casos relativos ao assunto da colocação pronominal. Espera-se que os estudantes possam compreender e dominar os usos mais frequentes, relacionando-os aos graus de formalidade do discurso, sabendo distinguir quais deles são os mais adequados para cada situação de uso da língua.

Respostas

1. a) Todos os pronomes destacados estão posicionados antes do verbo.

b) Provavelmente, os estudantes responderão que empregam os pronomes pessoais oblíquos antes do verbo. Trata-se de uma oportunidade para discutir com eles certas regras de colocação pronominal, caso apresentem algum conhecimento do que diz a gramática normativa a esse respeito.

Sobre uso do pronome pessoal oblíquo

A colocação pronominal refere-se às três posições que os pronomes pessoais oblíquos átonos podem ocupar em relação ao verbo: próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) e mesóclise (no meio do verbo). Esclareça aos estudantes que a mesóclise está em desuso, tanto na língua falada quanto na língua escrita no português brasileiro. Seu conhecimento, entretanto, é importante para a compreensão de textos literários não contemporâneos e documentos históricos.

Habilidades trabalhadas nesta seção e sua subseção (Questões da língua)

(ê éfe oito nove éle pê dois nove) Utilizar e perceber mecanismos de progressão temática, tais como retomadas anafóricas (“que, cujo, onde”, pronomes do caso reto e oblíquos, pronomes demonstrativos, nomes correntes etcétera.), catáforas (remetendo para adiante ao invés de retomar o já dito), uso de organizadores textuais, de coesivos etcétera., e analisar os mecanismos de reformulação e paráfrase utilizados nos textos de divulgação do conhecimento.

(ê éfe seis nove éle pê cinco seis) Fazer uso consciente e reflexivo de regras e normas da norma-padrão em situações de fala e escrita nas quais ela deve ser usada.

(ê éfe zero nove éle pê zero quatro) Escrever textos corretamente, de acordo com a norma-padrão, com estruturas sintáticas complexas no nível da oração e do período.

(ê éfe zero nove éle pê um zero) Comparar as regras de colocação pronominal na norma-padrão com o seu uso no português brasileiro coloquial.

Faça as atividades no caderno.

Em locuções verbais, também ocorre a próclise em relação ao verbo principal.

A gente tem que começar se familiarizando, como que a gente segura no lápis?

axuti, Camila. Ensinar programação é a nova alfabetização. TEDxSão Paulo. Disponível em: https://oeds.link/aCBnyq. Acesso em: 21 abril 2022.

Embora seja esse o emprego mais corrente, há algumas regras prescritas pela norma-padrão que nem sempre estão em concordância com esse uso. Vamos conhecê-las.

2. Observe esta ocorrência neste trecho.

Eu garanto pra vocês, pessoal, que se vocês soubessem como a gente salva as senhas de vocês, e todo o trabalho que a gente tem para mantê-las seguras lá, eu garanto que vocês iam pensar umas dez vezes antes de sair criando conta por aí.

axuti, Camila. Ensinar programação é a nova alfabetização. TEDxSão Paulo. Disponível em: https://oeds.link/aCBnyq. Acesso em: 21 abril 2022.

  1. O verbo manter nessa frase está no infinitivo: manter + as = mantê-las. A que se refere o pronome as/las na frase?
  2. Que outra fórma poderíamos usar para substituir as/las nessa frase?
  3. Ainda no texto “Ensinar programação é a nova alfabetização”, lemos a frase: “reticências Mas eu vou resumir ela”. Reescreva essa frase no caderno substituindo o pronome ela pelo pronome a.

Segundo a norma-padrão, com verbos no infinitivo impessoal, devemos empregar o pronome oblíquo depois do verbo.

Quando o pronome oblíquo vem depois do verbo, a ocorrência é chamada ênclise.

Observe que a autora do texto utilizou, com o verbo no infinitivo, uma fórma prescrita pela norma-padrão – mantê-las – e outra típica da linguagem informal – resumir ela.

3. Leia a tirinha de Calvin.

Tirinha em quatro quadrinhos. Personagens: Calvin, um menino de cabelos espetados para cima, usando camiseta listrada e calção preto. Mãe de Calvin, mulher de cabelos pretos, usando blusa clara de mangas curtas com estampa de bolinhas pretas e calças compridas pretas. Quadrinho 1. Calvin está em pé ao lado da mãe, que está deitada no sofá lendo o jornal, e diz a ela: ‘ESTOU COM FOME, POSSO COMER ALGUMA COISA?’. Quadrinho 2. A mãe de Calvin responde a ele: ‘CLARO, SIRVA-SE.’. Quadrinho 3. A mãe de Calvin continua a dizer ao filho, que está com um pote de biscoitos nas mãos e um biscoito na boca: ‘PODE PEGAR UMA MAÇÃ OU UMA LARANJA NA GELADEIRA’. Quadrinho 4. Calvin, segurando o pote de biscoitos com uma das mãos e um biscoito com a outra mão está de frente, como se conversasse com o leitor, dizendo: ‘EMBORA USEMOS O MESMO IDIOMA, NÃO ESTAMOS FALANDO A MESMA LÍNGUA.’.

uáterson, Bill. Calvin e Haroldo: iócon rô. São Paulo: Conrad, 2008. página 4.

  1. Por que, segundo o menino, ele e sua mãe não estão falando a mesma língua?
  2. No segundo quadrinho, há uma ocorrência de ênclise. Identifique-a.
  3. Você acha que a mãe de Cáuvin segue ou não essa regra? Justifique sua resposta.

De acordo com a norma-padrão, não devemos iniciar frases com pronome pessoal oblíquo.

Ainda de acordo com a norma-padrão, com verbos no gerúndio, deve ocorrer ênclise, ou seja, o pronome oblíquo deve vir depois do verbo.

Respostas e comentários

2. a) Refere-se a senhas.

2. b) Resposta pessoal.

2. c) Mas eu vou resumi-la.

2. b) Provavelmente, a resposta será manter elas, ou repetir o substantivo senhas.

3. a) Porque Cáuvin entende que, para matar a fome, ele deve comer biscoitos; já sua mãe entende que ele deve comer frutas.

No quadrinho, língua está sendo usada no sentido de compreensão, entendimento: não estão tendo a mesma compreensão do que significa matar a fome.

b) Sirva-se.

c) A mãe de Cáuvin segue a regra, colocando o pronome oblíquo se depois do verbo sirva.

Orientação

Na atividade 2, relembre os estudantes de que, no português brasileiro, na modalidade falada, é comum não usarmos o pronome pessoal oblíquo depois do verbo, como ocorre em “manter elas”, e também iniciarmos orações com pronomes oblíquos átonos, como ocorre, por exemplo, em enunciados como “Me sinto tão bem hoje” ou “Nos conte um pouco mais sobre a sua vida”.

4. Leia a seguir um trecho do texto “Seminário” e outro trecho do texto “Ensinar programação é a nova alfabetização”.

O seminário possibilita reunir as qualidades de dois outros procedimentos de ensino estudados, o ensino com pesquisa e o debate, refinando-os em seus aspectos favoráveis ao desenvolvimento do aluno.

CARLINI, Alda Luiza. Procedimentos de ensino: escolher e decidir. In: iscarpato, Marta (organizador). Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. São Paulo: avercâmp, 2004.página 69-73.

Bom, era isso que eu tinha pra falar pra vocês. Espero que cada um de vocês continue me ajudando, e ajudando o mundo nessa revolução.

axuti, Camila. Ensinar programação é a nova alfabetização. TEDxSão Paulo. Disponível em: https://oeds.link/aCBnyq. Acesso em: 21 abril 2022.

Compare os dois trechos. Em qual deles ocorre ênclise com verbo no gerúndio?

Quando tratamos de colocação pronominal, estamos considerando o emprego dos seguintes pronomes em relação ao verbo:

Pessoa do discurso

Pronomes

2ª pessoa (singular)

te

3ª pessoa (singular)

se, o, a, lhe

1ª pessoa (plural)

nos

1ª pessoa (singular)

me

2ª pessoa (plural)

vos

3ª pessoa (plural)

os, as, lhes

Vimos que esses pronomes, geralmente, são empregados antes do verbo no português brasileiro, ocorrência chamada próclise.

Há casos, de acordo com a norma-padrão, em que os pronomes oblíquos devem vir posicionados depois do verbo, ocorrência chamada ênclise.

Há uma terceira fórma de empregar esses pronomes, muito usada em textos formais e em alguns textos literários, e atualmente em desuso no português brasileiro. Observe um exemplo desse uso:

Explicar-te-ei a equação.

Pelo sentido do texto, podemos identificar o tempo verbal do verbo explicar: futuro do presente do indicativo. Poderíamos ter escrito:

Eu te explicarei a equação.

A ocorrência do emprego do pronome no meio do verbo é chamada de mesóclise (meso = meio) e ocorre apenas com verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito do indicativo.

Explicar-te-ia a equação.

Atualmente, no português, em lugar da mesóclise, utilizamos a próclise.

Respostas e comentários

Respostas (continuação)

4. No trecho do texto “Seminário”, porque o pronome oblíquo os vem posposto ao verbo, colocação pronominal de acordo com a norma-padrão.

Sobre mesóclise

Antes de falar sobre a mesóclise, explique aos estudantes que o pronome átono proclítico terá preferência se houver algum motivo para o seu uso. O pronome fica mesoclítico:

a) Quando o verbo estiver no futuro do presente e não houver obrigatoriedade de próclise: Abraçar-te-ei por mais essa conquista. / Os sonhos encorajá-lo-ão na busca da felicidade. Próclise obrigatória: Não se aceitarão passaportes vencidos. / Alguém me informará o horário da consulta?

b) Quando o verbo estiver no futuro do pretérito e não for obrigatório o emprego da próclise: Conceder-nos-ia alguns minutos, caro senhor? / Encontrar-se-iam melhores ofertas nesta loja. Próclise obrigatória: Nunca se faria quadro tão belo! / Todos o ajudariam na pesquisa.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia esta tirinha de Agás.

Tirinha em duas cenas. Personagens: Hagar: um viking, homem corpulento e barbudo com elmo de chifres vestindo trajes esfarrapados. Hamlet: filho de Hagar, um menino com elmo de chifres semelhante ao de Hagar, mas bem menor, vestindo roupa preta. Cena 1. Hagar, sentado à mesa ao lado de Hamlet, que tem uma fatia de bolo em um prato à frente dele, diz ao filho: 'VOU ENSINAR-LHE ALGO SOBRE A VIDA!', e Hamlet pergunta a Hagar: 'COMO ASSIM, PAPAI?'. Cena 2. Hagar subitamente volta-se para cima, e aponta com o dedo de uma das mãos, dizendo em voz alta (porque seu balão de fala tem letras maiúsculas realçadas em negrito) a Hamlet, que está com a cabeça inclinada para trás, voltada na direção que seu pai lhe indica: 'VEJA - UMA ARANHA LÁ NO TETO!'. Cena 3. Hamlet pergunta com expressão de espanto e desânimo, voltado para o prato, que agora só tem algumas migalhas, enquanto Hagar, com pequenos traços ao lado do seu rosto indicando que ele mastiga, deixando cair migalhas na mesa: 'EI... ONDE ESTÁ MEU BOLO DE CHOCOLATE?'.

BROWNE, Dik. O melhor de Hagar, o horrível. Porto Alegre: Ele e Pê ême, 2014. página 43. volume 1.

  1. O que você acha que Agás ensinou a seu filho?
  2. Observe a postura de Agás ao dizer ao filho “Vou ensinar-lhe algo sobre a vida!”. Você acha que ele assume uma postura formal ou mais informal? Justifique sua resposta.
  3. Na frase enunciada no primeiro quadrinho, Agás segue a norma-padrão no que diz respeito à colocação pronominal? Justifique sua resposta.

2. Leia um trecho do texto de Thaís Nicoleti que trata de colocação pronominal.

É fato que, no português do Brasil, a tendência é usar a próclise em quase todas as situações, até mesmo no início de frase, posição em que, segundo a gramática tradicional, não se deve usar o pronome átono de jeito nenhum. É extremamente comum que se digam frases como estas “Me diga a verdade”, “Me chama amanhã cedo”, “Te ligo amanhã”, “Se vira!”, “Me respeite”, “Me erra”, que estão em um registro informal da língua.

Nesse mesmo registro, há oscilação entre próclise e ênclise. reticências Em frases feitas, também é comum a ênclise: “Durma-se com um barulho desses”, “Dize-me com quem andas e te direi quem és”, “Valha-me Deus”, “Faz-me rir”, “Acabou-se o que era doce” etcétera Ênclise e próclise continuam sendo usadas. A mesóclise, mesmo em situações de formalidade, é pouco recorrente (vejam-se textos acadêmicos, por exemplo).

NICOLETI, Thaís. Mesóclise rouba a cena em discurso de ministros. Folha de São Paulo, São Paulo, 26 julho 2016. Disponível em: https://oeds.link/7a0DmQ. Acesso em: 21 abril 2022

  1. Explique o que a autora do texto quer dizer quando escreve “Nesse mesmo registro, há oscilação entre próclise e ênclise.”.
  2. De acordo com o texto, em frases feitas, é comum a ênclise. Dê alguns exemplos de frases que você conhece ou usa que se enquadram nesse caso.

3. Reúna-se com um colega e pesquisem em revistas e jornais exemplos de ênclise e próclise. Registrem os exemplos em uma folha de papel, separando-os em duas colunas. Leiam os exemplos para a turma e ouçam os exemplos das outras duplas.

Respostas e comentários

2. b) Resposta pessoal. Sugestão: Vire-se!

3. Resposta pessoal.

Respostas

1. a) Respostas possíveis: ensinou ao filho que ele não deve confiar no pai, que não ­deve acreditar nas pessoas, como trapacear ou, ainda, que deve ficar esperto em relação às intenções de certas pessoas.

b) Agás assume uma postura mais formal, porque diz que vai ensinar algo a seu filho. Fecha os olhos, levanta um pouco a cabeça e faz com as mãos um gesto típico de quem vai dar um ensinamento.

c) Sim, ele utiliza a ênclise, colocando o pronome lhe após o verbo no infinitivo.

2. a) Ela quer dizer que, mesmo em linguagem informal, usamos frases com próclise e ênclise, tais como “Se vira!” e “Acabou-se o que era doce”.

Produção de texto

Faça as atividades no caderno.

Ícone. Tema contemporâneo transversal: Cidadania e civismo.

Elaboração de pesquisa para seminário

O que você vai produzir

Chegou a hora de praticar suas habilidades de pesquisa, que vão subsidiar a apresentação de um seminário para a sua turma.

O tema orientador é políticas públicas no Brasil, de extrema relevância para sua formação cidadã: as políticas públicas são ações elaboradas pelo Estado para garantir que os direitos previstos na Constituição brasileira e em outras leis sejam postos em prática. Assim, conhecer, analisar e debater esse assunto é bastante importante para o desenvolvimento do pensamento crítico e ativo politicamente.

Nesta seção, você vai desenvolver todo o processo de preparação do conteúdo do seminário, por meio da pesquisa sistematizada sobre o tema. Na seção Oralidade desta Unidade, você vai desenvolver a apresentação do seminário à turma.

Conte com a ajuda do seu professor na definição das atribuições, de modo que todos possam dividir tarefas e compartilhá-las durante o processo, para assim garantir a coerência do que será apresentado. Considere as etapas a seguir para o desenvolvimento dessa atividade.

Planejamento

  1. Dividam-se em grupos.
  2. Escolham uma área em que as políticas públicas costumam ser desenvolvidas: saúde, educação, trabalho, lazer, assistência social, meio ambiente, cultura, habitação, inclusão e transporte. Em seguida, escolham uma política pública desenvolvida pelo Estado para essa área. Seguem alguns exemplos:
  • Educação – Lei de cotas
  • Saúde – Sistema Único de Saúde
  • Trabalho e inclusão – Cotas em empresas para pessoas com deficiência
Respostas e comentários

Habilidades trabalhadas nesta seção

(ê éfe oito nove éle pê dois cinco) Divulgar o resultado de pesquisas por meio de apresentações orais, verbetes de enciclopédias colaborativas, reportagens de divulgação científica, vlogs científicos, vídeos de diferentes tipos etcétera.

(ê éfe oito nove éle pê dois seis) Produzir resenhas, a partir das notas e/ou esquemas feitos, com o manejo adequado das vozes envolvidas (do resenhador, do autor da obra e, se for o caso, também dos autores citados na obra resenhada), por meio do uso de paráfrases, marcas do discurso reportado e citações.

(ê éfe oito nove éle pê dois oito) Tomar nota de videoaulas, aulas digitais, apresentações multimídias, vídeos de divulgação científica, documentários e afins, identificando, em função dos objetivos, informações principais para apoio ao estudo e realizando, quando necessário, uma síntese final que destaque e reorganize os pontos ou conceitos centrais e suas relações e que, em alguns casos, seja acompanhada de reflexões pessoais, que podem conter dúvidas, questionamentos, considerações etcétera.

Sobre Elaboração de pesquisa para seminário

O objetivo da proposta desta seção é que os estudantes pratiquem o que aprenderam teoricamente. Como o enfoque tem sido as atribuições do professor e dos estudantes, é importante que você dê bastante atenção a essa parceria.

Orientação

Abra um espaço na aula para que os estudantes apresentem o que encontraram nas pesquisas feitas e organizem os argumentos, de modo que as contraposições possam se tornar evidentes. Explique que as teorias científicas são constantemente testadas e, muitas vezes, refutadas, o que torna a busca pelo conhecimento contínua.

Nesse caso, converse com os estudantes sobre a importância da liberdade de expressão, garantida na Constituição brasileira. Observe se os contra-argumentos cerceiam essa liberdade de expressão da arte em prol de moralismos e, nesse caso, pondere a necessidade de comprovar os posicionamentos com dados, fatos, exemplos ou vozes de autoridade, para que não disseminem preconceitos ou juízos de valor. Reserve um momento para uma roda de conversa sobre o tema contemporâneo transversal Cidadania e Civismo (subtema: Educação em Direitos Humanos). A proposta de produção textual propicia discussões que envolvem a temática dos direitos previstos em nossa Constituição, promovendo uma atividade de pesquisa interdisciplinar que visa explorar ações de intervenção para fundamentar políticas públicas para o Brasil.

Sobre Planejamento

As políticas públicas geralmente são desenvolvidas nas áreas de saúde, educação, trabalho, lazer, assistência social, meio ambiente, cultura, habitação, inclusão e transporte. Se for possível, divida a turma em 10 grupos, de modo que cada uma dessas áreas possa ser pesquisada e analisada. Considere previamente o calendário escolar, para calcular quantas aulas serão necessárias para a apresentação de cada grupo. Caso não seja possível, peça aos estudantes que escolham investigar as políticas públicas de uma área específica.

Se considerar pertinente, selecione antes algumas políticas públicas mais polêmicas, de modo a facilitar posteriormente o desenvolvimento dos debates. Defina previamente alguns artigos, livros ou mesmo vídeos que possam servir como bibliografia básica para os estudantes, como um ponto de partida para as demais pesquisas.

Produção

  1. Investiguem o processo de elaboração, aplicação e acompanhamento da política pública escolhida. Coletivamente, definam os critérios de análise e registrem as informações relacionadas a eles:
  • Abrangência: municipal, estadual ou nacional?
  • Autoria: quem foi o autor dessa política? Qual é o histórico de ações que ele apresenta no cargo em que ocupa?
  • Efetividade: garante um direito de modo definitivo ou paliativo?
  • Aplicabilidade: é de fácil aplicação e acompanhamento?
  • Viabilidade econômica: onera a máquina pública?
  • Polêmicas: quais são os pontos positivos e negativos dessa política?
  • Resultados: vem sendo aplicada e apresentou resultados em benefício público?
  1. Busquem fontes confiáveis para sua pesquisa, sejam rigorosos quanto à veracidade dos conteúdos e quanto à isenção que apresentam: órgãos oficiais, institutos de pesquisa, Organizações Não Governamentais, reportagens de mídias públicas ou imparciais, entre outras.
  2. Além de textos escritos, para esta pesquisa vocês devem praticar a consulta de outra mídia: os vídeos. Assistam a um vídeo que explique a finalidade da política pública escolhida. Pode ser uma videoaula, um vídeo de divulgação científica, um documentário etcétera Assim como no caso dos textos, fiquem atentos na busca por fontes confiáveis.
  3. Além da escrita dos itens 1 e 2, registrem outras informações relacionadas ao sucesso das políticas públicas:
  • dados;
  • vozes de autoridades;
  • pontos de vista antagônicos sobre o assunto;
  • exemplos de sucesso e fracasso de sua execução.

Revisão e avaliação

  1. Reúna-se com seu grupo para compartilhar as pesquisas e os registros realizados. Verifiquem se eles apresentam os seguintes itens:
  • Mostram confiabilidade de fontes?
  • Mostram dados, fatos, vozes de autoridades, pontos de vista antagônicos, pesquisas relacionadas ao tema e exemplos de sucesso e fracasso na execução da política escolhida?
  • Os critérios de análise foram considerados?
  • Há conceitos sobre o tema não compreendidos pelo grupo?
  • Todos os integrantes cumpriram suas tarefas?
Respostas e comentários

Sobre Produção

No item 1, é importante orientar os estudantes para a existência de políticas públicas permanentes e afirmativas. As primeiras são ações cujo objetivo é resolver um problema público, enquanto as afirmativas são aquelas criadas para sanar imediatamente um problema, mas que necessitam de outra permanente a ser elaborada para que seja mais efetiva.

No item 2, oriente os estudantes a realizar essas pesquisas. O mais importante aqui é garantir que compreendam a importância do conhecimento imparcial e da rigorosidade científica que envolve o conceito de fonte confiável. Assim, se for possível, leve os estudantes a um espaço de pesquisa da escola (biblioteca, midiateca ou sala de informática) ou viabilize o uso de seus dispositivos móveis para realizar buscas na internet, de modo que você possa atestar a confiabilidade das fontes que eles encontrarem.

No item 3, faça uma etapa de contrôle em meio ao processo de investigação dos estudantes. Possibilite um momento em sala para que eles possam compartilhar nos próprios grupos as pesquisas que cada um fez. Posteriormente, você pode dar visto nessas pesquisas ou mesmo recolhê-las para orientar o progresso e sugerir outras fontes.

Sobre Revisão e avaliação

Verifique a necessidade de intervir nos grupos para garantir que a pesquisa esteja completa e para ajudar os estudantes a resolver conflitos que possam ter surgido no processo, sobretudo em relação à divisão e à execução das tarefas. Oriente-os a guardar os registros, pois eles serão retomados na proposta da seção Oralidade desta Unidade.

Oralidade

Faça as atividades no caderno.

Apresentação de seminário

O que você vai produzir

Agora que você já conheceu um pouco mais sobre formatos de seminário, é hora de apresentar para a turma a pesquisa que você e seu grupo fizeram sobre uma política pública no Brasil. Então, retome suas anotações de pesquisa para começar a preparação da apresentação e considere as etapas a seguir.

Etapa 1: Definição do cronograma de apresentações

  1. De acordo com o número de grupos, considerem o período de aula e definam, com o professor, o tempo que cada grupo terá para se apresentar. Com base nesse cálculo, definam o tempo de fala de cada integrante e o tempo de debate.
  2. Estabeleçam as datas das apresentações.
  3. Sorteiem a ordem de apresentação dos grupos.

Etapa 2: Preparação das apresentações

1. Considerando o tempo de apresentação e de fala de cada integrante, façam um mapeamento do que ela deverá conter. Considerem o modelo a seguir:

Esquema com texto disposto em fluxograma horizontal. Da esquerda para a direita, com linhas vermelhas indicando ramificações. Na linha central, em uma retícula avermelhada: 'Política pública escolhida', e em uma linha à direita ramificando-se em três outras retículas avermelhadas: superior: 'Introdução'; central: 'Desenvolvimento'; e inferior: 'Conclusão'. À direita da retícula superior há duas linhas vermelhas com os textos 'Apresentação dos integrantes do grupo' e 'Apresentação do tema'. À direita da retícula central há linhas vermelhas que se ramificam: acima: 'Apresentação da pesquisa', que se ramifica em 'Descrição das etapas de pesquisa', 'Apresentação dos critérios de análise' e 'Problematizações'; no centro: 'Argumentos', que se ramifica em 'Dados, fatos, vozes de autoridades etc.', 'Posicionamento a favor', 'Posicionamento contrário'; e abaixo: 'Debate', à direita do qual uma linha vermelha conduz a 'Questão orientadora da discussão', e desta a 'Questões complementares'. À direita da retícula inferior há linhas vermelhas que se ramificam em 'Encaminhamentos sobre o tema' e 'Propostas de intervenção', esta última se ramificando em: 'do grupo' e 'da plateia'.
Respostas e comentários

Sobre Etapa 2

É aconselhável que esse roteiro seja desenvolvido com sua supervisão. Em relação à problematização, incentive os estudantes a polemizarem, de modo que seja gerado um debate em que a plateia exponha posicionamentos antagônicos.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(ê éfe seis nove éle pê três oito) Organizar os dados e informações pesquisados em painéis ou slides de apresentação, levando em conta o contexto de produção, o tempo disponível, as características do gênero apresentação oral, a multissemiose, as mídias e tecnologias que serão utilizadas, ensaiar a apresentação, considerando também elementos paralinguísticos e cinésicos e proceder à exposição oral de resultados de estudos e pesquisas, no tempo determinado, a partir do planejamento e da definição de diferentes fórmas de uso da fala – memorizada, com apoio da leitura ou fala espontânea.

(ê éfe seis nove éle pê quatro um) Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo e usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visualização, topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens, inserindo de fórma adequada imagens, gráficos, tabelas, fórmas e elementos gráficos, dimensionando a quantidade de texto (e imagem) por slide, usando progressivamente e de fórma harmônica recursos mais sofisticados como efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados etcétera.

(ê éfe oito nove éle pê dois sete) Tecer considerações e formular problematizações pertinentes, em momentos oportunos, em situações de aulas, apresentação oral, seminário etcétera.

  1. Providenciem os recursos que considerarem necessários para o apoio no momento da apresentação: slides, som para reprodução de vídeo, material de consulta, entre outros itens estratégicos para ilustrar e dinamizar a abordagem do tema.
  2. Elaborem um roteiro de acompanhamento para ser entregue à turma que contenha estes itens:
  • título que identifique a política pública escolhida e a principal problematização feita a ela;
  • estruturação da apresentação;
  • principais conceitos relacionados ao tema;
  • referências bibliográficas.
  1. Escrevam as falas de cada integrante para que possam ser treinadas no tempo disponibilizado. Incluam nessas falas momentos de interação com o público e não se esqueçam do tempo de debate.
  2. Simulem juntos a apresentação: ensaiem as falas com os recursos de apoio.
  3. Avaliem conjuntamente a necessidade de aprimoramentos, com base nos ensaios.

Etapa 3: Circulação

  1. Para a montagem dos recursos de apoio, considerem seu público: seus colegas de turma.
  2. Façam a adequação da linguagem da apresentação e pensem em como despertar o interesse desse público para o assunto. É recomendável que seja utilizada uma linguagem mais formal, considerando a seriedade do tema.

Etapa 4: Apresentação do seminário

  1. No momento da apresentação, repassem a ordem de fala de cada integrante do grupo, para que não haja silêncios longos durante as falas.
  2. Tenham atenção aos elementos não verbais durante a apresentação: postura, entonação e volume vocal, gesticulação, entre outros.
  3. Apresentem o tema de modo informativo, mas procurem também dialogar com o público.
  4. Façam a problematização do tema e fiquem atentos para que a discussão não arrefeça: usem as questões complementares para ajudar a provocar a plateia.
  5. Ouçam atentamente os pontos de vista sobre a problematização feita, para então promover o debate com argumentos e contra-argumentos sustentados em repertório confiável. Estejam atentos para que a discussão não fique no senso comum.

Avaliação

Terminadas as apresentações, ponderem conjuntamente:

  • Os temas escolhidos foram relevantes para as discussões sobre políticas públicas?
  • A apresentação foi realizada conforme o planejamento feito? O que deu certo e o que precisa de mais atenção?
  • Todos os integrantes dos grupos foram colaborativos?
  • O roteiro auxiliou no acompanhamento da apresentação?
  • Os recursos de apoio utilizados ajudaram na compreensão do tema?
  • O debate foi constantemente aquecido pelos apresentadores?
  • A plateia participou de fórma respeitosa e comprometida?
Respostas e comentários

Sobre Etapa 2 (continuação)

Verifique a necessidade de ajudar os estudantes com a elaboração dos slides, de modo que sigam a estrutura lógica da apresentação e organizem a ordem de fala de cada integrante do grupo. Oriente-os a respeito dos recursos para dinamizar a apresentação. Verifique também a possibilidade de realizar a reprodução para os estudantes, pois esses roteiros servirão como repertório para a produção textual que eles farão ao longo da Unidade.

Sobre Etapa 4

Organize no quadro de giz a ordem de fala. Se houver slides dos grupos, grave previamente em um pen drive e coloque na ordem das apresentações, que devem ser testadas anteriormente.

Sobre Avaliação

Embora alguns questionamentos propostos na avaliação sejam de simples resposta, problematize com os estudantes os pontos de sucesso e de atenção de todo o processo do seminário. É importante que, para além dessas perguntas avaliativas, eles mesmos possam levantar pontos de discussão para o aprimoramento do processo. Se considerar pertinente, retome a tabela da subseção O gênero em foco e elabore outras questões avaliativas.

Projeto

Jornadas do amanhã

Segunda etapa

Quando a tecnologia falha

A tecnologia facilita muito nossas tarefas no dia a dia e nos ajuda a administrar o tempo. Mas, às vezes, falhareticências Já lhes aconteceu de chegar a uma loja ou supermercado e observar que todas as pessoas estão absolutamente imóveis porque o sistema caiu? E de estar usando um aplicativo para se dirigir a um local desconhecido e, de repente, a conexão cair? E quando seu computador resolve não ligar no momento em que você mais precisa dele? E quando a impressora decide não imprimir o trabalho que você precisa entregar naquele dia? Não é raro que esses incidentes aconteçam em nosso cotidiano.

Em geral, ficamos nervosos, estressados ou nos desesperamos com esses episódios. E se, ao contrário, tivéssemos uma postura diferente e encarássemos com bom humor essas situações, como se fosse o preço a pagar pelas facilidades de que dispomos diariamente?

Atividade 1 para todos os grupos

Conspirações tecnológicas

Na Unidade 3, você e sua turma estudaram e escreveram crônicas humorísticas. Nesta etapa do projeto, vocês escreverão novas crônicas engraçadas, mas a partir de situações bem específicas do cotidiano: aquelas relacionadas a “falhas” na tecnologia.

Conversem sobre o dia a dia de cada um, desde o momento em que acordam até a hora de dormir: em que momentos vocês dependem de tecnologia? E quando é possível ela falhar? Por exemplo, em determinada manhã, alguém acorda atrasado porque o celular não despertou; na hora do banho, a água do chuveiro não aquece; no café da manhã, a cafeteira não funciona; o carregador do celular pifou, não há internetreticências Será uma conspiração tecnológica? Uma rebelião de eletrodomésticos e eletroeletrônicos? Seria bom começar assim o dia?

Você e seus colegas de grupo vão escolher um desses tipos de episódio e as consequências dele em suas vidas no momento da ocorrência. E o principal: vão elaborar uma crônica que deverá ser cômica, com um viés bastante leve e humorístico.

Respostas e comentários

Sugestão

Nesta etapa, o projeto se volta para ocasiões em que a tecnologia falha, o que nos causa alguns contratempos. O gênero focal aqui transita no campo artístico-literário e demanda um trabalho mais elaborado com linguagem e viés humorístico. Acompanhe a produção dos estudantes. Caso julgue oportuno, crie momentos em que eles possam falar sobre o que estão escrevendo.

Habilidades trabalhadas nesta seção

Leitura

(ê éfe seis nove éle pê quatro sete) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes fórmas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

(ê éfe seis nove éle pê quatro nove) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.

Produção de texto

(ê éfe seis nove éle pê cinco um) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etcétera. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.

(ê éfe oito nove éle pê três cinco) Criar contos ou crônicas (em especial, líricas), crônicas visuais, minicontos, narrativas de aventura e de ficção científica, dentre outros, com temáticas próprias ao gênero, usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos, e, no caso de produção em grupo, ferramentas de escrita colaborativa.

Análise linguística/semiótica

(ê éfe seis nove éle pê cinco seis) Fazer uso consciente e reflexivo de regras e normas da norma-padrão em situações de fala e escrita nas quais ela deve ser usada.

Ícone pontos de atenção e noções complementares

Atenção!

Os componentes de dois grupos se encarregarão de criar crônicas individuais que se refiram a bugs em eletrodomésticos; os participantes dos outros dois grupos se voltarão para bugs em eletroeletrônicos.

Para esta atividade, retomem as orientações da Unidade 3. É preciso cuidado ao construir um texto com uma linguagem bastante próxima da que usamos em nosso cotidiano. Outras dicas:

  • O uso de marcas de oralidade será bem adequado nessas crônicas.
  • A crônica deverá ser escrita em 1ª pessoa.
  • Jogos de palavras, duplos sentidos, pontuação expressiva e outros recursos estilísticos são bem-vindos.
  • Caprichem nas descrições dos acontecimentos.
  • Cuidem bem da pontuação, principalmente no discurso direto.
  • Lembrem-se de que o título é muito importante! Sejam bem criativos.

Troquem de texto com os colegas para que eles possam indicar pontos que podem melhorar. Feito isso, avaliem os comentários e reescrevam a crônica para aperfeiçoá-la. Organizem os textos finais em uma antologia de crônicas intitulada Quando a tecnologia falhareticências

Uma crônica de cada grupo deverá ser escolhida para ser reproduzida em um cartaz. Todos os cartazes serão afixados no dia das Jornadas. Cada grupo, portanto, se encarregará de reproduzir o texto de fórma legível a distância.

Guardem esse material para as Jornadas do amanhã!

Atividade 2 para todos os grupos

Objetos rebeldes

Depois de você e a turma selecionarem as quatro crônicas para os cartazes, cada grupo se reunirá para transformar em personagem o eletrodoméstico ou eletroeletrônico citado no texto. Essa personagem deverá ser humanizada, ou seja, ter características humanas.

Definidas as características da personagem de cada grupo, os integrantes que tiverem mais habilidades de desenho vão ilustrá-lo. Quando a personagem tiver se concretizado tanto em termos de características psicológicas quanto em termos de aparência, cada integrante de cada grupo partirá para a elaboração de uma tirinha. Não é necessário que os desenhos sejam perfeitos. Muitas vezes, apenas uma sugestão basta (lembre-se de que, nas tirinhas de Armandinho, só vemos as pernas do pai e da mãe do garotinho).

Respostas e comentários

Sugestão

Retome as características da oralidade que foram estudadas até o momento e sistematize-as, se julgar que isso pode auxiliar os estudantes na atividade.

Orientação

Converse com o professor de Ciências sobre como poderá ser a participação dele nesta etapa.

Os enredos das tirinhas não precisarão ser baseados exclusivamente na crônica que deu origem à personagem. Eles podem apresentar outras situações humorísticas. Deverão apenas estar vinculados a situações de nosso dia a dia. Seguem algumas orientações:

  • Esboce uma situação a ser explorada. Ela servirá apenas para você decidir a sequência e a distribuição dos acontecimentos nos quadrinhos (o ideal é desenvolver a tirinha em três quadrinhos).
  • Use o material que preferir para fazer a tirinha: lápis de cor, canetinhas hidrocor, guache, caneta de ponta fina preta etcétera
  • Escolha os recursos que usará:
    • será uma tirinha com ou sem texto?
    • você usará legenda para incluir a voz do narrador ou não haverá narrador?
    • que tipo de balões entrarão?
    • os sinais de pontuação terão um tratamento diferente, exagerado, para contribuir para a construção do sentido da tirinha?
    • outros recursos gráficos (como símbolos, formato, tamanho e cor das letras etcétera, além de traços que indiquem reações de espanto, medo, raiva, esforço, indignação etcétera das personagens) serão necessários?
  • Troque sua tirinha pela dos colegas, enquanto ainda está na fase do esboço.
  • Após decidir o que entrará em cada quadrinho, parta para a criação final. O professor de Arte pode auxiliar.

Prontas as tirinhas, é preciso reservar esse material para o dia das Jornadas. Se julgarem adequado, plastifiquem as folhas para melhor preservar os desenhos.

Respostas e comentários

Orientação

Converse com o professor de Arte sobre como poderá ser a participação dele nesta etapa. Se possível, disponibilize gibis e seções de entretenimento de jornais e revistas em que haja tirinhas para os estudantes terem como referência. Ao final, haverá uma boa quantidade de material produzido, que precisará ser guardado para o evento de encerramento do projeto. Avalie e escolha com os estudantes o local mais adequado para que ele possa ser armazenado de modo a não amassar, sujar, rasgar etcétera.

Glossário

convergente
: semelhante, que leva a resultados iguais ou semelhantes.
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divergente
: que diverge, se afasta, discordância (interesses divergentes).
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: Educação a Distância; fórma de ensino-aprendizagem mediada por tecnologias que permitem a professores e estudantes estarem em ambientes físicos diferentes.
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