UNIDADE 7  O jogo das opiniões

Charge. Grupo de pessoas de avental e de óculos, com expressão séria, caracterizados como cientistas. Todos estão em pé, ao lado de uma autoridade representada por um homem carrancudo, de rosto largo, de terno azul e gravata vermelha com uma cartola preta, segurando uma grande tesoura aberta atrás de si. À esquerda, ao fundo, um homem de avental mexe em vidraria de laboratório, conduzindo um experimento, enquanto tem uma ideia luminosa (representada por uma lâmpada acesa em um balão de pensamento), e pergunta à autoridade: 'QUEM VAI PRODUZIR NOVOS CONHECIMENTOS?'. Ao lado, um grupo de diversas pessoas de avental, no qual há somente uma mulher (que está de colar e batom), que perguntam à autoridade: 'QUEM VAI PESQUISAR AS TECNOLOGIAS PARA ACELERAR O DESENVOLVIMENTO?', 'QUEM VAI ENCONTRAR ALTERNATIVAS COM INOVAÇÃO?'. À frente deles, mais próximo dessa autoridade, um cientista de cabelos grisalhos lhe pergunta, gesticulando com ambas as mãos, para enfatizar: 'A SOLUÇÃO PARA SAIR DA CRISE, EXCIA., É JUSTAMENTE O CONTRÁRIO, ENTENDE?'.
Charge de Julio Mariano publicada no site do Jornal da Ciência, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (ésse bê pê cê), em setembro de 2015.

Faça as atividades no caderno.

  1. Essa imagem é uma charge, fórma de arte com tom crítico sobre um fato do cotidiano. O que é criticado pela charge desta abertura?
  2. Como o chargista representa as vozes divergentes a respeito do tema em questão?

Saiba +

Charge

A charge circula em jornais e revistas impressos e on-line. Pode mesclar linguagem verbal e visual para expressar humor. Faz crítica a situações relacionadas a problemas sociais.

Respostas e comentários

2. O chargista representa dois posicionamentos por meio das personagens. De um lado, estão os cientistas (contrários ao corte de investimentos na ciência) e, do outro, o homem de cartola, com uma postura corporal que sugere falta de abertura ao diálogo. Ele representa a voz favorável ao corte de investimentos na ciência.

Competências gerais da Bê êne cê cê: 4, 5 e 7.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 2 e 3.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental: 2, 3, 5, 6, 7 e 10.

Objetos do conhecimento

Leitura: apreciação e réplica; relação entre gêneros e mídias; estratégias de escrita: textualização, revisão e edição; efeitos de sentido.

Oralidade: produção de texto jornalísticos orais; participação em discussões orais de temas controversos de interesse da turma e/ou de relevância social; estratégias de produção: planejamento e participação em debates regrados; estratégias de produção: planejamento, realização e edição de entrevistas orais.

Produção de textos: textualização, revisão/edição de texto informativo e opinativo, estratégia de produção: planejamento de textos argumentativos e apreciativos, textualização de textos argumentativos e apreciativos.

Análise linguística/semiótica: estilo; construção composicional; efeito de sentido; argumentação: movimentos argumentativos, tipos de argumento e fôrça argumentativa; fono-ortografia; variação linguística; textualização; progressão temática.

Sobre esta Unidade

O artigo de opinião centraliza o estudo nesta Unidade, que propicia a leitura, a análise e a produção de textos com ênfase na argumentação. Com esse propósito, estudam-se os advérbios modalizadores, questões de paralelismo e progressão textual, orações subordinadas reduzidas de infinitivo e metáforas usadas no campo científico. A proposta de dramatização de um júri simulado contribui também para o desenvolvimento da argumentação oral.

Respostas

1. A charge critica o córte na área da ciência como uma solução para o enfrentamento de uma crise; isso se nota tanto nas imagens quanto nos textos. A ciência é representada pelos cientistas (homens e uma mulher vestidos de jaleco). O córte é representado pela tesoura atrás do homem de cartola.

Leitura 1

Contexto

Publicado em jornais, revistas e sites, o artigo de opinião é um espaço reservado nesses meios de comunicação para expressar um posicionamento sobre um tema polêmico ou de relevância social no debate público. Geralmente, é escrito e assinado por uma pessoa que se destaca em sua área de atuação.

Antes de ler

O site uól é um portal de informação. Ele compartilha conteúdo do jornal Folha de São Paulo e produz conteúdo próprio. No portal há várias páginas com conteúdo específico, como economia, saúde, entretenimento etcétera. O texto a seguir foi veiculado na página da revista eletrônica Ecoa, que se dedica a buscar participação da sociedade em atividades práticas para mudanças de paradigmas em relação ao que vem sendo feito sempre do mesmo jeito. Desse modo, traz exemplos e propostas de ações em ecologia, inclusão social, difusão cultural plural, ações afirmativas de minorias, pensamento crítico sobre valores em nossa sociedade etcétera.

Antes de iniciar a leitura do artigo, leia o título do texto e converse com os colegas a respeito das seguintes questões:

  • O título chama sua atenção? Por quê?
  • Qual será a ideia defendida no texto?
  • Com a leitura, o que você espera descobrir sobre o tema?

Nem sempre temos a chance de ler o relato de um cientista ou uma cientista e de saber o que essa pessoa faz de fato e como trabalha. Antes de ler o texto, analise as duas fotografias a seguir e descreva como normalmente cientistas são retratados na ficção e como, em geral, é o trabalho desses profissionais.

Fotograma. Um homem de óculos e avental branco com expressão séria manipula equipamento de laboratório, conduzindo um experimento científico. Ao fundo, diversos outros equipamentos de laboratório. A iluminação da cena é parcial.
Cena com cientista em seu laboratório, do filme Pequenos espiões 2: a ilha dos sonhos perdidos, 2002, Estados Unidos, dirigido por Robert Rodriguez.
Fotografia. Ambiente de pesquisa científica bem organizado e bem iluminado, onde três pessoas de avental e luvas brancas exercem sua atividade de pesquisa, conduzindo experimentos e fazendo observações em microscópio.
Laboratório com equipe de cientistas.

Laura Caetano Escobar da Silva

AUTORIA

A autora tem graduação em Química e Química Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (unicâmpi). Continuou seus estudos e completou doutorado na área de concentração físico-química, também pela Universidade Estadual de Campinas. Atua na pesquisa para desenvolvimento de implantes médicos por impressão três dê.

Respostas e comentários

Sobre Contexto

Os artigos de opinião, escritos por especialistas, são publicados geralmente em jornais ou revistas, em meio impresso ou digital. Por isso, trazem referências dos campos nos quais os articulistas exercem suas profissões originais. Chame a atenção dos estudantes para essas referências propondo a leitura das informações contidas no boxe de autoria.

Sobre Antes de ler

As perguntas têm como objetivo levantar hipóteses e registrar as expectativas dos estudantes em relação ao texto que será lido. É importante que eles percebam como o título antecipa o tema e oferece indícios sobre a posição que será defendida no artigo.

Habilidades trabalhadas nesta seção e em suas subseções (Estudo do texto e O gênero em foco)

(ê éfe seis nove éle pê zero um) Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio, posicionando-se contrariamente a esse tipo de discurso e vislumbrando possibilidades de denúncia quando for o caso.

(ê éfe oito nove éle pê zero três) Analisar textos de opinião (artigos de opinião, editoriais, cartas de leitores, comentários, posts de blog e de redes sociais, charges, memes, gifs etcétera) e posicionar-se de fórma crítica e fundamentada, ética e respeitosa frente a fatos e opiniões relacionados a esses textos.

(ê éfe oito nove éle pê zero quatro) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e implícitos, argumentos e contra-argumentos em textos argumentativos do campo (carta de leitor, comentário, artigo de opinião, resenha crítica etcétera), posicionando-se frente à questão controversa de fórma sustentada.

(ê éfe oito nove éle pê zero cinco) Analisar o efeito de sentido produzido pelo uso, em textos, de recurso a fórmas de apropriação textual (paráfrases, citações, discurso direto, indireto ou indireto livre).

(ê éfe oito nove éle pê zero seis) Analisar o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e seus efeitos de sentido.

Brasil desperdiça dinheiro público ao não dar oportunidade para cientistas

Ícone. Tema contemporâneo transversal: Ciência e tecnologia.

ECONOMIA | 6 DE MARÇO DE 2022

Brasil desperdiça dinheiro público ao não dar oportunidade para cientistas

Laura cê ê da Silva 06/03/2022

Desde os sete anos de idade eu queria ser cientista. O que me motivava era o aprender, algo que me fascina até hoje. Aos 34 anos, finalmente posso dizer que sou pesquisadora, mas sempre que me apresento dessa fórma ouço: “você só estuda, ou também trabalha?”. Essa pergunta, que respondemos repetidamente aos familiares e amigos, deixa claro que para a sociedade brasileira, fazer ciência ocupa um lugar de não trabalho. Um exemplo disso é que pesquisadores não são assalariados por aqui, mas bolsistas. Sem direito trabalhista, sem sindicato, sem ter a quem recorrer nos casos de assédio [moral]. Somos dignos da “caridade” do governo, o que nos apresenta à sociedade como seres improdutivos, irrelevantes para o desenvolvimento econômico, além de reforçar a crença popular de que estudar e fazer ciência são atividades realizadas em benefício próprio, ou por prazer.

Prazer em aprender de fato é essencial a um pesquisador, mas o conhecimento gerado não é benéfico somente a si. Isso fica claro ao compararmos as duas maiores pandemias da história: a gripe espanhola e a côvid dezenóve. Enquanto na gripe espanhola, iniciada em 1918, a vacinação contra o vírus influenza, seu causador, só pôde ser iniciada na década de 40, a vacinação contra o coronavírus iniciou-se aproximadamente um ano após o seu surgimento.

O contraste nos tempos de resposta das duas pandemias é decorrente do avanço gradual das bases científicas utilizadas na identificação e inativação de vírus, que são construídas diariamente e ao longo de vários anos pelos pesquisadores da área. Essa correlação demonstra que o estudo que rompe as fronteiras do conhecimento, mesmo sem ser notado, é uma peça central do desenvolvimento socioeconômico.

Como somos vistas fóra do Brasil

Em países considerados desenvolvidos, como Estados Unidos e Alemanha, o pesquisador é um trabalhador como qualquer outro, acessando os mesmos direitos. E isso desde o início de sua carreira, ainda no doutorado. Um reflexo direto da valorização desses profissionais é a instalação de centros de pesquisa e inovação de grandes empresas, que aproveitam a disponibilidade de profissionais capacitados e a gama de instituições de pesquisa próximas. A injeção de capital privado, como sabemos, gera empregos e faz a economia girar. Assim, países que investem consistentemente em ciência apresentam economias mais estáveis.

Respostas e comentários

Orientação

Este artigo de opinião tem como tema uma questão relacionada ao campo científico. Outros artigos podem ter como tema geral a economia, o futebol, a violência etcétera Ou seja, como todos os gêneros textuais, são produzidos com base em situações de comunicação diversas. Embora tenham composições semelhantes, o tema de cada um dos diferentes artigos está ligado ao campo de atuação a que a situação de comunicação pertence: científico, artístico, jurídico etcétera Ao refletir sobre este artigo de opinião com os estudantes, você poderá questioná-los sobre a presença de elementos da linguagem própria do campo a que ele pertence: “Quais são as marcas linguísticas que indicam esse pertencimento?”. Além de apresentar a finalidade do artigo de opinião, aproveite para promover uma roda de conversa sobre o tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia. A temática dos textos desta seção favorece discussões no que se refere à importância do investimento público em ciência para o progresso e desenvolvimento de uma nação.

Fotografia. Dois cientistas em trajes contra elementos contaminantes, com capacetes e filtros de ar, mangas longas e luvas  conduzem um experimento. À esquerda, em pé, uma mulher, e à direita, sentado, um homem. Ele segura uma placa retangular e diante dele há um aparato semelhante a um guichê com um balcão e uma vitrine, com uma abertura inferior. Do outro lado dessa vitrine há diversos outros equipamentos e utensílios científicos.
Pesquisadores mostrando placa de cultivo do novo coronavírus, durante investigações a respeito desse patógeno. Centro de Pesquisas Helmholtz, Brunswick, Alemanha, em 8 de maio de 2020. O rápido surgimento de vacinas contra o novo coronavírus somente foi possível por haver constante investimento em pesquisa nos países mais desenvolvidos.

reticências

Não são os vastos recursos para pesquisa no exterior, nem as melhores condições de trabalho, nem mesmo a famosa síndrome de vira-lata do brasileiro que levam nossos doutores a decidir contribuir com o desenvolvimento econômico de outro país. É a falta de oportunidades no Brasil. Por isso, é nossa responsabilidade encontrar fórmas de absorver esses profissionais. Não fazê-lo é, no mínimo, um desperdício de dinheiro público.

Infelizmente, há pouco que pode ser feito para reter os talentos que já estão formados e desempregados hoje. Pensando a longo prazo, uma cultura de valorização da ciência pode gerar governantes futuros que garantam o investimento continuado. Mas é difícil valorizar algo que desconhecemos, não é mesmo? Precisamos então começar a desmistificar a ­ciência já.

Por isso, a você, leitor, eu pergunto: quantos cientistas você segue nas redes sociais? Que tal começar por aí?

Alguns perfis para seguir:*

arrobamacro.nano.lab

arrobanuncavi1cientista

arrobadra.rafaribeiro

arrobaprofessorpolímeros

arrobaagenciafapesp

*Páginas de endereços de redes sociais com indicação de cientistas e instituições. Acessadas em 30 de março de 2022.

SILVA, Laura cê ê da. Brasil desperdiça dinheiro público ao não dar oportunidade para cientistas. Ecoa – Portal uól, 6 março. 2022. Disponível em: https://oeds.link/vj0wPy. Acesso em: 30 março. 2022.

Respostas e comentários

Orientação

Embora circule em meio impresso ou digital, a finalidade do artigo de opinião é sempre a mesma: tem como objetivo debater questões polêmicas que mobilizam a sociedade. Assim, a escrita dos artigos de opinião é sempre resultado de situações em que há divergências de opinião sobre um tema ou assunto.

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. Retome as anotações feitas antes da leitura e responda:
    1. Sua hipótese sobre a ideia defendida no texto se confirmou? Comente com a turma.
    2. A leitura do artigo de opinião atendeu à sua expectativa de antes da leitura? Justifique.
    3. Quais foram suas considerações ao comparar o modo como cientistas são muitas vezes retratados na ficção e a efetiva atividade deles no dia a dia?
  2. Escreva no caderno qual trecho extraído do texto indica o fato que motivou a escrita do artigo de opinião. Explique por que os outros trechos são respostas incorretas.
Versão adaptada acessível

2. Escreva qual trecho extraído do texto indica o fato que motivou a escrita do artigo de opinião. Explique por que os outros trechos são respostas incorretas.

I.

Prazer em aprender de fato é essencial a um pesquisador, mas o conhecimento gerado não é benéfico somente a si.

II.

Desde os sete anos de idade eu queria ser cientista. O que me motivava era o aprender, algo que me fascina até hoje.

III.

Somos dignos da “caridade” do governo, o que nos apresenta à sociedade como seres improdutivos, irrelevantes para o desenvolvimento econômico [...].

SILVA, Laura cê ê da. Brasil desperdiça dinheiro público ao não dar oportunidade para cientistas. Ecoa – Portal uól, 6 março. 2022. Disponível em: https://oeds.link/vj0wPy. Acesso em: 30 março. 2022.

  1. Os artigos de opinião costumam abordar assuntos e acontecimentos atuais polêmicos, que foram noticiados e são de interesse público. O texto lido trata de algo controverso e relevante no âmbito social? Explique.
  2. O artigo de opinião é um texto assinado que expressa um ponto de vista pessoal ou de um grupo.
    1. Quais informações os leitores sabem sobre a autora? E como?
    2. Qual é a relação da autora com o tema abordado no artigo?
  3. Qual é a finalidade da autora ao levar essa discussão aos leitores?
  4. O artigo de opinião é um gênero argumentativo que defende uma tese, ou seja, uma ideia central em torno da qual o texto se organiza.
    1. Em resumo, como se sente a autora diante do fato que motiva o texto?
    2. Transcreva o parágrafo em que a tese do artigo lido fica evidente.
  5. Agora leia este trecho de outro texto. Depois responda ao que se pede.

Ciência brasileira, últimos suspiros?

HELENA NADER E luiz davidoviti

Há 30 anos, uma semente de soja plantada no solo do Mato Grosso, se germinasse, não floresceria. Neste ano, o Estado produzirá 30 milhões de toneladas da oleaginosa.

Na década de 1940, a produtividade média do plantio de soja no Brasil era de 700 quilogramas por hectareglossário ; hoje, é de 3.000 quilogramas por hectare, e há produtores que já conseguem extrair 8.000 quilogramas por hectare.

Respostas e comentários

1. Respostas pessoais.

4. b) A autora é cientista, estudou muitos anos e ainda atua como pesquisadora.

Sugestão

Antes da entrada nesta subseção, você pode situar os estudantes a respeito da redução de investimentos que gerou a produção do artigo. São córtes que se iniciaram desde a crise de 2014 e continuaram até o ano da escrita do texto, 2022.

Respostas

1. a) Aproveite este momento para observar o que os estudantes compreenderam do artigo de opinião e esclarecer eventuais dúvidas.

b) Peça aos estudantes que registrem o que gostariam que fosse melhor desenvolvido no texto. Explique que o artigo de opinião costuma ter como objeto um tema em pauta no noticiário e que pressupõe que os leitores acompanhem os debates relacionados ao assunto tratado. Por isso, o texto costuma ser curto e conciso, sem muitas explicações e detalhamentos sobre o tema.

c) Ouça as considerações dos estudantes. Os cientistas são muitas vezes retratados na ficção como uma personagem do sexo masculino, branca, que trabalha em um local escuro cheio de objetos. Costumam ser caracterizados como gênios ou “cientistas loucos” ou somente excêntricos. Reforce que no dia a dia os laboratórios precisam ser organizados, seguir normas de segurança; o trabalho é feito em equipe com homens e mulheres de várias etnias e idades, não sendo uma tarefa de gênios, mas de intensa colaboração, estudo e pesquisa.

2. Alternativa correta: três. Sobre os trechos incorretos, a alternativa um é um fato secundário que serve à argumentação principal desenvolvida no artigo. Já o trecho dois é parte da justificativa da autora pela escolha da área científica.

3. O texto lido trata de um acontecimento que estava em pauta na época da publicação do artigo. A questão dos valores destinados ao investimento em ciência e tecnologia é relevante socialmente, pois impacta no desenvolvimento do país.

4. a) É provável que os estudantes não conheçam a autora do artigo, mas ela conta um pouco da sua trajetória e no boxe lateral há a apresentação de sua formação e seu campo de atuação.

5. A autora tenta sensibilizar o público para a sua causa (falta de incentivo à atividade científica).

6. a) Ela denuncia e se coloca de fórma crítica à desvalorização dos cientistas.

b) “Não são os vastos recursos para pesquisa no exterior, nem as melhores condições de trabalho, nem mesmo a famosa síndrome de vira-lata do brasileiro que levam nossos doutores a decidir contribuir com o desenvolvimento econômico de outro país. É a falta de oportunidades no Brasil. Por isso é nossa responsabilidade encontrar fórmas de absorver esses profissionais. Não fazê-lo é, no mínimo, um desperdício de dinheiro público.”

Milagre? Não, ciência e tecnologia. Pesquisadores da Embrapaglossário e de nossas universidades conseguiram fazer a soja, originária de regiões de clima temperadoglossário , produzir em abundância em regiões de baixas latitudesglossário e clima quente. O Brasil é vice-líder na produção, com 108 milhões de toneladas.

No mar, não foi diferente. A Petrobras ultrapassou a camada pré-sal e descobriu petróleo em profundidades jamais alcançadas. Vidência? Não, ciência e tecnologia.

Cientistas e engenheiros do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), somados a colegas de universidades brasileiras, são os primeiros artíficesglossário do sucesso da empresa em águas superprofundas e, portanto, protagonistas da autossuficiência brasileira no setor.

Na década de 1940, o então tenente-coronel Casimiro Montenegro Filho dava os primeiros passos para a construção da indústria aeronáutica no país. O Brasil nem sequer fabricava bicicletas, mas já começava a esboçar a Embraer, hoje terceira maior fabricante de aviões do planeta. Premonição? Não, ciência e tecnologia.

As raízes da Embraer estão no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (dê cê tê á) e no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (íta), duas instituições baseadas no conhecimento idealizadas por Montenegro há mais de 70 anos.

Histórias de sucesso como essas não se repetirão em nosso país: os recentes córtes no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações terão como consequência o desmonte dessas atividades no país.

O aperto do cinto orçamentário começou em 2014, aumentou em 2015 e se agravou em 2016. Em 2017, piorou ainda mais: nossa ciência será tratada a pão e água.

reticências

Como pesquisa e desenvolvimento não se fazem com milagres, clarividências ou premonições, mas sim com investimentos constantes, a ciência brasileira caminha para a ruína.

Teremos um país talvez com um ajuste fiscalglossário perfeito, mas com um atraso econômico e social digno de uma república de bananas – exatamente o contrário dos países com economia moderna, baseada em ciência e tecnologia, como Estados Unidos da América, Alemanha, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e China.

HELENA NADER, professora titular de biologia molecular da Unifesp, é presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); LUIZ DAVIDOVICH, professor titular do Instituto de Física da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, é presidente da Academia Brasileira de Ciências.

NADER, Helena; , Luiz. Ciência brasileira, últimos suspiros? Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

  1. Vamos fazer comparações entre o texto da Leitura 1 e o texto citado nesta página. Em que data cada um foi publicado?
  2. O texto apresentado nesta atividade é classificado como um artigo de opinião? Justifique.
Respostas e comentários

7 a) O texto da Leitura 1 foi publicado em 6 de março de 2022 e o texto desta atividade foi publicado em 12 de abril de 2017.

b) O texto desta atividade é um artigo de opinião. Os autores do artigo não são jornalistas, mas professores, e estão compartilhando a sua visão a respeito dos córtes nas verbas para a ciência na época em que o texto foi escrito. Também na referência ao fim do artigo é apontado que ele foi publicado na seção Opinião, do jornal Folha de São Paulo.

Orientações

Faça a leitura compartilhada do texto com os estudantes. Ele, apesar de ser mais antigo, serve de complemento e comparação.

O artigo de opinião foi publicado no jornal Folha de São Paulo, em 12 de abril de 2017, e assinado por dois renomados cientistas brasileiros.

A professora Helena Nader, nascida em São Paulo, é uma biomédica que acumula prêmios e reconhecimento por toda uma vida dedicada à pesquisa e à ciência. É titular de Biologia Molecular da Universidade Federal de São Paulo (uniféspi). luiz davidoviti, brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, é professor titular do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ú éfe érre jota).

Ao final dos textos vem um currículo resumido dos autores e, além de apontar os cargos como professores, indica participação em associações científicas de destaque.

Fundada em 1948, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (ésse bê pê cê) é uma entidade civil em prol da defesa do avanço científico e tecnológico, e do desenvolvimento educacional e cultural do Brasil. Congrega mais de 100 sociedades científicas e tem mais de 6 mil membros. Promove encontros periódicos para discutir políticas de ciência e tecnologia (cê ê tê). A Academia Brasileira de Ciências (á bê cê), fundada em 1916, é uma entidade não governamental e independente com cêrca de 700 associados. Tem como foco o desenvolvimento científico e o apoio à formulação de políticas públicas para o setor.

Ícone pontos de atenção e noções complementares

Fato versus opinião

O artigo de opinião é um gênero argumentativo que mescla fatos e opiniões. Fato é algum acontecimento, uma ação que está acontecendo ou já aconteceu. Já opinião é o modo de ver, pensar sobre determinado fato, ou seja, um ponto de vista pessoal e particular a respeito de determinado fato.

  1. Responda às questões a seguir referentes ao texto “Ciência brasileira, últimos suspiros?”.
    1. Retome o texto e releia os sete primeiros parágrafos do artigo de opinião.
      1. Em quais outros setores o Brasil se destacou, além da produção de soja?
      2. Por que esses setores são destacados no texto?
    1. Observe essas frases retiradas do artigo de opinião “Ciência brasileira, últimos suspiros?. Há uma estrutura de pergunta-resposta que se repete três vezes, de maneira diferente. Responda:

Frase 1

Milagre? Não, ciência e tecnologia.

Frase 2

Vidência? Não, ciência e tecnologia

Frase 3

Premonição? Não, ciência e tecnologia.

NADER, Helena; , Luiz. Ciência brasileira, últimos suspiros? Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

um. Qual é o efeito dessa repetição no texto?

dois. Em que outro momento, no texto, a ideia expressa por essa repetição é retomada? Identifique-o e escreva-o no seu caderno.

três. Qual é o efeito dessa retomada de ideia?

Ilustração. Ícone retomada de tópicos.

Gradação

A gradação é uma figura de linguagem que consiste em enumerar ideias de maneira crescente ou decrescente, contribuindo, assim, para a acumulação dos significados presentes no enunciado.

c. Releia o trecho a seguir.

O aperto do cinto orçamentário começou em 2014, aumentou em 2015 e se agravou em 2016. Em 2017, piorou ainda mais: nossa ciência será tratada a pão e água.

NADER, Helena; , Luiz. Ciência brasileira, últimos suspiros? Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

um. Identifique e escreva no caderno duas expressões que aparecem com linguagem figurada nesse trecho.

dois. De acordo com o contexto, qual é o sentido de cada uma dessas expressões?

três. Por que os autores optaram pelo uso da linguagem figurada?

quatro. Esse trecho ainda apresenta uma gradação. Identifique e explique, em seu caderno, o efeito de sentido que esse recurso expressivo provoca.

Versão adaptada acessível

um. Identifique e escreva duas expressões que aparecem com linguagem figurada nesse trecho.

dois De acordo com o contexto, qual é o sentido de cada uma dessas expressões?

três Por que os autores optaram pelo uso da linguagem figurada?

quatro Esse trecho ainda apresenta uma gradação. Identifique e explique o efeito de sentido que esse recurso expressivo provoca.

d. Há vários tipos de argumento que podem ser usados para comprovar uma tese. Copie o quadro no caderno e preencha-o, associando o tipo de argumento aos parágrafos correspondentes do texto “Ciência brasileira, últimos suspiros?”. Observe como os autores organizam seus argumentos. Depois, escreva um breve comentário sobre os argumentos.

Versão adaptada acessível

d. Há vários tipos de argumento que podem ser usados para comprovar uma tese. Usando como referência o quadro, associe o tipo de argumento aos parágrafos correspondentes do texto “Ciência brasileira, últimos suspiros?”. Observe como os autores organizam seus argumentos. Depois, escreva um breve comentário sobre os argumentos.

Tipo de argumento

Parágrafos

Comentário

Causa-consequência

Comparação

Exemplificação

Ícone pontos de atenção e noções complementares

Construção da argumentação

No artigo de opinião, o autor procura construir um raciocínio argumentativo para conduzir o leitor a se convencer do ponto de vista assumido no texto. Para isso, são utilizados fatos, exemplos e citações.

Respostas e comentários

8. a) um. O Brasil destacou-se na exploração de petróleo em altíssima profundidade e na fabricação de aviões.

dois. Os autores querem exemplificar a importância da ciência e da tecnologia para o desenvolvimento do país e mostrar que o desmonte dessas atividades, causado pelos córtes orçamentários, traria graves consequências para o país.

b) um. Ela dá ênfase à posição de que descobertas que beneficiam o país economicamente não são fruto de milagre, vidência ou premonição, mas sim da ciência e da tecnologia.

dois. No parágrafo “Como pesquisa e desenvolvimento não se fazem com milagres, clarividências ou premonições, mas sim com investimentos constantes, a ciência brasileira caminha para a ruína.”

três. Ao retomar essa ideia, os autores sintetizam a discussão feita no artigo e reforçam, na conclusão do artigo, sua tese de que é preciso investir nas áreas de ciência e tecnologia.

c) um. São as expressões aperto do cinto e tratada a pão e água.

dois. A expressão apertar o cinto significa “reduzir gastos” e a pão e água significa “com pouquíssimos recursos”.

três. Porque, ao optar pela linguagem figurada, os autores deixam explícito ao leitor seu posicionamento a respeito dos córtes e também seu julgamento sobre o modo como o governo lida com a política pública para cê ê tê.

quatro. A gradação ocorre com a enumeração dos verbos começou, aumentou, se agravou e piorou. Essa construção e a escolha lexical fazem com que o leitor se atente para a posição levantada pelos autores: a crescente piora da situação orçamentária para cê ê tê.

d) Tipo de argumento: causa-consequência, parágrafos: 1º ao 7º, comentário: os autores trazem histórias de sucesso ligadas à ciência para afirmar que a falta de investimento provocará o desmonte do setor; Tipo de argumento: comparação, parágrafo: 11º, comentário: os autores comparam o Brasil aos países desenvolvidos, que, ao contrário do Brasil, investem em cê ê tê; Tipo de argumento: exemplificação, parágrafo: 11º, comentário: além de esse parágrafo trazer uma comparação com outros países, essas nações são usadas como exemplos a serem seguidos.

9. Leia o texto a seguir.

É certo que a liberdade de opinião e de pensamento vêm numa crescente que acompanha a ampliação de direitos civis e políticos, e também o desenvolvimento tecnológico da mídia. Não vemos, no entanto, a responsabilidade, a tolerância e a empatia acompanhando a mesma curva ascendente. Com a emergência da internet e das redes sociais, a sensação é que entramos numa “era da opinião”, em que pontos de vista precisam ser constantemente formulados, expostos e publicados em uma velocidade perigosa. De acordo com Gabriela côrbisiê tessitôre, professora do curso de Comunicação e Marketing da faapi [Fundação Armando Alvares Penteado], é importante que se analise este momento de maneira dialéticaglossário : “A era da opinião pode ser pensada como a era da tagarelice por alguns menos otimistas. Eu tento pensar o que ela traz de bom e de ruim ao mesmo tempo. Se por um lado a internet promoveu uma democratização do acesso ao conhecimento e à informação, por outro ela formou esse tipo de comportamento, em que todo mundo é clamado a ter sua opinião e em que existe um contágio emocional muito grande”.

A velocidade frenética imposta pela internet, segundo Gabriela, acaba por destituir pensamentos e opiniões de sua densidade. As pessoas nem sequer têm tempo de ler as notícias e já são clamadas a formar um ponto de vista e a defendê-lo. “Soma-se a isso o fato de a internet tirar das pessoas parte do senso de responsabilidade. Como não estou frente a frente, sou capaz de falar coisas muito mais grosseiras. É como um duplo da pessoa, como nosso eu lírico, mas nesse caso seria nosso eu violento”, completa a professora. reticências

Uma frase do escritor Umberto Eco reverberouglossário alto em 2015: “A internet deu voz a uma legião de imbecis”. Pode ser verdade, mas ela também deu voz a uma legião de gente talentosa e bem-intencionada. Ao menos essa é a percepção do doutor em comunicação e entusiasta da rede Caio Túlio Costa: “A internet em primeiro lugar, e as redes sociais em seguida, deu o poder de mídia ao cidadão. Isso é uma revolução, isso é uma disrupçãoglossário . De quebra, democratizou-se e expandiu-se de fórma oceânica o acesso à informação. Isso reforça as liberdades, mesmo quando essa liberdade é usada para disseminar boatos e conteúdos odiosos, infelizmente. No fundo, a internet amplifica o que as pessoas falam entre si e agora podem publicar o que pensam”. reticências

VIEIRA, Piti. A tensão da opinião. Revista faapi. Disponível em: https://oeds.link/2ow1Sy. Acesso em: 4 abril. 2022.

Discuta com os colegas o que você pensa sobre alguns argumentos apresentados no texto. Em cada um desses tópicos, busque dar exemplos de situações que você viveu ou observou.

  • A velocidade frenética imposta pela internet acaba por destituir pensamentos e opiniões de sua densidade, ou seja, não permite que a pessoa que comenta reflita com profundidade sobre o tema.
  • A internet tira das pessoas parte do senso de responsabilidade. Como uma pessoa não está frente a frente com a outra, é capaz de falar coisas muito mais grosseiras.
  • No fundo, a internet amplifica o que as pessoas falam entre si e agora podem publicar o que pensam livremente.
Respostas e comentários

Respostas

9. Acompanhe as observações a respeito da velocidade de propagação de conteúdo na internet, de modo a pontuar que um artigo, para ser publicado, em uma revista, jornal etcétera, leva um tempo para ser produzido e muitas vezes é lido por outras pessoas antes de vir a público, mas isso não ocorre na internet, o que pode gerar problemas. Sobre a falta de responsabilidade proporcionada pelo anonimato e o fato de as pessoas manifestarem nas redes o que já conversam no dia a dia, ouça as experiências relatadas pelos estudantes, tanto vividas por eles quanto de terceiros.

Sugestão

Nesse sentido, talvez caiba refletir sobre a máxima “o seu direito acaba quando começa o direito do outro”. Se, por um lado, há a liberdade de expressão, de outro lado há a dignidade da pessoa humana, o direito à privacidade, à imagem etcétera; de modo que se deve defender a liberdade de opinião, porém esta não pode ser usada como desculpa para cometer crimes, como é o caso dos discursos de ódio ou que incentivam a violência contra as mulheres, ou são contra minorias, ou divulgam calúnias em relação à vida privada de alguém.

O gênero em foco

Artigo de opinião

Publicado em jornais, em revistas e na internet, o artigo de opinião é um gênero textual que tem como matéria-prima um tema polêmico e de grande relevância social, como discussões sobre mudanças na legislação, alterações propostas pelos governos ou um fato do cotidiano que impacta na vida coletiva. É, portanto, um espaço aberto para o autor apresentar seu ponto de vista a respeito da questão em pauta. Dessa fórma, ele contribui com o debate público.

É comum que sejam convidados especialistas para escrever sobre o tema, porque são pessoas já reconhecidas socialmente que se destacam em seus campos de atuação. O especialista assina o artigo. Algumas vezes, no início ou no final do texto, além de seu nome, há um pequeno currículo com seus dados (formação, profissão e experiência), para que o leitor saiba o que o qualifica para tratar do tema. Essa identificação também procura evidenciar ao leitor que aquela opinião pertence ao especialista, e não ao jornal ou revista em que foi publicada.

O artigo de opinião é um texto argumentativo no qual uma tese é defendida. Ou seja, o autor apresenta seu ponto de vista a respeito do tema ou de determinado fato. Para sustentar essa posição, é necessário expor argumentos consistentes e coerentes com a ideia defendida inicialmente. A sustentação da tese pode ser feita por meio de dados, comprovações, exemplos, fatos, entre outros. Há vários tipos de argumento. A escolha do argumento depende da posição tomada e também da avaliação de qual deles funcionará melhor para determinado contexto. Além disso, é fundamental para uma boa argumentação o foco nos leitores.

Geralmente, quem lê artigos de opinião acompanha o noticiário e está interessado na questão em debate, para ampliar sua reflexão sobre o tema e descobrir a opinião de um especialista a respeito da pauta.

Fotografia. Reprodução de página de jornal on-line. Na parte superior, o título do caderno: 'tendências /debates'. Abaixo, sobre fundo amarelo, ilustração de uma pessoa em pé, de braços cruzados, vestindo um roupão branco com orelhas e bigodes longos semelhantes aos de um coelho. Ao lado, ilustração de uma pessoa com um adorno semelhante a uma juba. Ela segura com a outra mão, como se fosse uma bolsa, um objeto branco semelhante a uma ave morta/um coelho morto. À direita, ilustração desse mesmo objeto branco, ampliado, suspenso no teto. Abaixo, textos opinativos e nomes de quem emite cada opinião: 'PAULO FELDMANN', 'A tributação de dividendos pode contribuir para reduzir o déficit público?', 'SIM'; e 'ALEXANDRE SANDONE PACHECO', 'A tributação de dividendos pode contribuir para reduzir o déficit público?', 'NÃO'.
Nos jornais, os artigos de opinião costumam ser publicados em seções especiais, muitas vezes contrapondo pontos de vista. Na imagem, recorte da Folha de São Paulo, São Paulo, 18 agosto. 2018. Tendências / Debates, página. A3.
Ícone pontos de atenção e noções complementares

Três conceitos

Argumentar: ação verbal na qual a palavra é utilizada para defender um ponto de vista a respeito de um tema ou de um fato. Argumentação: ato de convencer alguém sobre algo e também o conjunto de recursos usados para argumentar. Argumento: prova, razão, raciocínio utilizado para convencer alguém a mudar de opinião ou comportamento.

Respostas e comentários

Sobre Artigo de opinião

Ao refletir com a turma sobre a leitura e a escrita de artigos de opinião, peça aos estudantes que procurem textos do gênero nas publicações cotidianas de jornais. É importante que compreendam que, diante de questões polêmicas, os articulistas se preparam, posicionando-se a favor ou contra. A partir da tomada de posição, os autores de artigos de opinião constroem argumentos para consolidar seu discurso na direção desejada.

Sobre Três conceitos

Ao longo das atividades desenvolvidas até aqui, os estudantes provavelmente aprenderam os sentidos que as palavras argumentar, argumentação e argumento tomam nos textos que leram. Retome com eles o que já sabem e destaque este boxe.

Estratégia argumentativa

Com o objetivo de convencer o outro sobre seu ponto de vista, quem escreve um artigo de opinião precisa utilizar um conjunto de estratégias próprias:

  • seleção de palavras adequadas para o tema a ser discutido e que indiquem uma posição argumentativa;
  • escolha dos tipos de argumento (autoridade, causa-consequência, comparação, exemplificação, evidência, princípio etcétera.);
  • organização geral da argumentação;
  • definição do tom do texto (irônico, objetivo, apelativo etcétera.).

Uma estratégia para construir o texto pode ser contra-argumentar, ou seja, usar argumentos para rebater/refutar argumentos que são utilizados por quem tem um posicionamento diferente daquele defendido pelo autor do texto. Para isso, é fundamental não só saber bastante sobre o tema, posicionando-se diante dele e selecionando argumentos consistentes, mas também ter conhecimento sobre a posição e os argumentos contrários à sua tese. Em outras palavras, levantar as vozes discordantes do seu posicionamento para refutar os possíveis argumentos contrários ao que está defendendo.

Linguagem

No artigo de opinião, como em outros gêneros textuais, a linguagem deve se adequar à situação de produção e à organização textual. Publicados geralmente na imprensa, os artigos se aproximam da linguagem jornalística. Devem-se evitar gírias, expressões coloquiais, vocabulário impreciso e repetições inexpressivas.

O texto pode ser construído na 1ª ou na 3ª pessoa do discurso, dependendo da estratégia argumentativa. Contudo, o mais comum é o emprego da 3ª pessoa e também de uma linguagem mais impessoal para conferir mais credibilidade.

Clareza, concisão e coesão são características fundamentais em um artigo de opinião. As partes devem estar bem articuladas, sem ambiguidades nem repetições desnecessárias.

Organização

No geral, a organização do artigo de opinião costuma seguir esta divisão:

Introdução

  • Apresentação do tema polêmico.
  • Defesa do ponto de vista a respeito do tema.

Desenvolvimento

  • Apresentação de argumentos e contra-argumentos que sustentem a posição defendida em relação ao tema.
  • Apresentação de refutação dos argumentos contrários à posição defendida.

Conclusão

Retomada da posição assumida no início para reforço da tese e encerramento do raciocínio argumentativo.

Respostas e comentários

Sobre Estratégia argumentativa

Neste trecho, destaque a escolha dos tipos de argumento e peça aos estudantes que deem exemplos para cada um deles. Acolha os exemplos, mesmo que inadequados, e registre-os no quadro de giz. Após o registro, peça a eles que contribuam selecionando, em duplas, os argumentos que consideram adequados e que justifiquem sua escolha.

Sobre Linguagem

Neste caso, trata-se de conversar com a turma sobre modos de dizer geralmente usados nesse gênero de texto, distinguindo-os, por exemplo, daqueles usados em discussões sobre resultados de jogos em campeonatos ou opiniões compartilhadas, como comentários na internet. Finalize ressaltando a importância das qualidades que identificam um artigo de opinião adequado ao gênero: clareza, concisão e coesão. Para não deixar dúvidas, explique o significado de cada uma dessas palavras.

Sobre Organização

Ao longo da explicação, além de indicar os elementos de organização do artigo de opinião, você pode explorar o conceito de contra-argumento e ressaltar o valor da coerência para o entendimento do leitor visado. Em outras palavras, para ser coerentes, aqueles que escrevem artigos de opinião devem usar argumentos sustentados pela lógica, não devem repetir ideias ou expressar ideias contraditórias e irrelevantes, mas garantir a progressão temática.

Conhecimentos linguísticos e gramaticais 1

Faça as atividades no caderno.

Paralelismo e progressão textual

Você já aprendeu que a progressão temática é importante para fazer o texto avançar e manter o fio que o conduz.

Uma das estruturas que ajudam a fazer o texto progredir é chamada de paralelismo. Ou seja, por meio de uma estrutura preenchida ou acrescida de palavras diferentes, o texto avança. Nos textos em prosa, o paralelismo é utilizado com a função argumentativa.

1. Releia o trecho a seguir, extraído do artigo de opinião “Ciência brasileira, últimos suspiros?”:

Milagre? Não, ciência e tecnologia. reticências

Vidência? Não, ciência e tecnologia. reticências

Premonição? Não, ciência e tecnologia. reticências

Como pesquisa e desenvolvimento não se fazem com milagres, clarividências ou premonições, mas sim com investimentos constantes, a ciência brasileira caminha para a ruína. reticências

NADER, Helena; , Luiz. Ciência brasileira, últimos suspiros? Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

  1. Quais são as informações ou palavras acrescidas nos três primeiros parágrafos do trecho?
  2. Qual informação nova é retomada no último parágrafo do trecho?
  3. No trecho, é possível notar que os autores retomam as três palavras utilizadas para realizar uma progressão no texto, de fórma a trazer uma nova informação ao leitor, para que ele entenda que as pesquisas precisam de investimento. Na sua opinião, o uso desse recurso foi suficiente para convencer o leitor de que o desenvolvimento de pesquisas precisa de investimento?

Esse tipo de paralelismo, na fórma de organizar as palavras, é sintático e também pode aparecer dentro de uma mesma oração ou de um parágrafo.

2. Releia mais este trecho do artigo de opinião, observando as palavras destacadas:

O aperto do cinto orçamentário começou em 2014, aumentou em 2015 e se agravou em 2016. Em 2017, piorou ainda mais: nossa ciência será tratada a pão e água.

NADER, Helena; , Luiz. Ciência brasileira, últimos suspiros? Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

No trecho, as palavras destacadas apresentam a mesma estrutura. Qual é essa estrutura?

Respostas e comentários

1. a) Milagre, vidência e premonição.

1. c) Resposta pessoal.

2. Todas são verbos e estão conjugadas na 3a pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo.

Sobre Paralelismo e progressão textual

Na Unidade 7 do volume 7, focou-se o paralelismo e sua relação com o estudo das classes de palavras. Aqui, o foco está na relação entre paralelismo sintático e progressão de ideias no texto. Paralelismo sintático é uma sequência de estruturas sintáticas com termos e orações que são semelhantes ou têm igual valor sintático. Além do paralelismo sintático, existe também o paralelismo semântico, que indica uma simetria entre as ideias presentes na frase. A figura de pensamento gradação se aproxima do paralelismo pelo fato de ter palavras de uma mesma função sintática organizadas em paralelo, mostrando uma progressão e intensificação na fala. Exemplo: O professor tinha dado para o estudante um prazo fixo, fatal, irreversível. Isso o deixou incomodado, irritado, irado, absolutamente revoltado. Seguem alguns exemplos também com e sem paralelismo sintático. Sem: Eu pedi a ele para vir cedo e que trouxesse livros. Com: Eu pedi a ele que viesse cedo e que trouxesse livros. Sem: O professor sempre foi disponível, compreensivo e teve paciência. Com: O professor sempre foi disponível, compreensivo e paciente.

Resposta

1. b) A informação de que não é com milagres, clarividência ou premonição que se faz pesquisa.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(ê éfe seis nove éle pê um sete) Perceber e analisar os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários, os aspectos relativos ao tratamento da informação em notícias, como a ordenação dos eventos, as escolhas lexicais, o efeito de imparcialidade do relato, a morfologia do verbo, em textos noticiosos e argumentativos, reconhecendo marcas de pessoa, número, tempo, modo, a distribuição dos verbos nos gêneros textuais (por exemplo, as fórmas de pretérito em relatos; as fórmas de presente e futuro em gêneros argumentativos; as fórmas de imperativo em gêneros publicitários), o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados (tempo verbal, jogos de palavras, metáforas, imagens).

(ê éfe seis nove éle pê um oito) Utilizar, na escrita/reescrita de textos argumentativos, recursos linguísticos que marquem as relações de sentido entre parágrafos e enunciados do texto e operadores de conexão adequados aos tipos de argumento e à fórma de composição de textos argumentativos, de maneira a garantir a coesão, a coerência e a progressão temática nesses textos (“primeiramente, mas, no entanto, em primeiro/segundo/terceiro lugar, finalmente, em conclusão” etcétera).

(ê éfe oito nove éle pê um quatro) Analisar, em textos argumentativos e propositivos, os movimentos argumentativos de sustentação, refutação e negociação e os tipos de argumentos, avaliando a fôrça/tipo dos argumentos utilizados.

(ê éfe zero nove éle pê zero quatro) Escrever textos corretamente, de acordo com a norma-padrão, com estruturas sintáticas complexas no nível da oração e do período.

(ê éfe oito nove éle pê três sete) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, dentre outras.

Faça as atividades no caderno.

Podemos então compreender que essa organização em paralelo ajuda a manter a qualidade do texto. Repare que também houve uma progressão cronológica marcada pelos anos 2014, 2015, 2016 e 2017.

Figuras de linguagem (2)

Metáfora

O uso de figuras de linguagem é frequente na língua. Talvez porque os falantes da língua queiram dizer tantas coisas é que acabam criando imagens e representações por meio de palavras que possam expressar ideias de fórma variada e original.

  1. Ao reler o título do artigo “Ciência brasileira, últimos suspiros?”, qual é a sua opinião sobre os autores terem-no escolhido? Explique o que eles quiseram dizer com últimos suspiros.
  2. Releia o seguinte trecho desse artigo.

O aperto do cinto orçamentário começou em 2014, aumentou em 2015 e se agravou em 2016. Em 2017, pirou ainda mais: nossa ciência será tratada a pão e água.

NADER, Helena; , Luiz. Ciência brasileira, últimos suspiros? Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

  1. Qual é o significado de apertar o cinto em uma situação do cotidiano?
  2. Volte ao texto, a partir do trecho em destaque, e tente descobrir a que orçamento os autores estão se referindo.
  3. Explique o significado de apertar o cinto relacionado às questões orçamentárias.
Ilustração. Ícone retomada de tópicos.

Metáfora

O termo metáfora tem origem na palavra grega metafóra, que significa transferência. A metáfora, assim, permite transferir o sentido de uma palavra, de literal para figurado, utilizando a comparação entre elementos. A comparação pode estar implícita, ou seja, ocorrer sem o uso dos conectivos comparativos: como, tal qual, tal como etcétera. Portanto, os autores desse artigo de opinião fazem uma comparação implícita entre elementos relacionados ao fato de o ­orçamento para as pesquisas ter diminuído a cada ano.

Respostas e comentários

1. Resposta pessoal.

2. c) Espera-se que os estudantes relacionem a expressão à informação de que, por medidas cautelares, o governo resolveu gastar menos com pesquisas.

Sobre Metáfora

A metáfora é um recurso retórico poderoso e é usada por políticos, advogados, jornalistas, escritores, poetas, entre outros, para dar mais cor e fôrçaà fala e à escrita. Esse recurso linguístico é um meio natural para estruturar nosso pensamento. As metáforas podem ser mais convencionais – “Vamos economizar tempo”, “Isso ainda precisa entrar na minha cabeça” – ou mais originais. Segundo Sardinha, ao estudar as metáforas, podemos: a) Entender melhor como conceitualizamos o mundo, as pessoas, os sentimentos, os conceitos mais profundos e duradouros da humanidade; b) Enxergar criticamente como grupos sociais e ideologias enquadram o mundo e que tipos de mensagem querem passar; c) Perceber como conceitualizamos o mundo, individual e sócio-historicamente; d) Detectar o estilo de escritores, políticos e outros profissionais (SARDINHA, 2007, página 15).

Indicação de livro

Leia mais sobre metáfora neste livro:

SARDINHA, Tony Berber. Metáfora. São Paulo: Parábola, 2007.

Respostas

1. Espera-se que os estudantes identifiquem que a expressão últimos suspiros está associada à imagem de um enfermo que estaria à beira da morte. Ou seja, a pergunta que os autores fazem é se a ciência estaria acabando.

2. a) Espera-se que os estudantes tragam as questões da segurança e da prevenção de acidentes.

b) No parágrafo seguinte há a informação de que o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações estabeleceu um córte em investimentos em pesquisas.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia um trecho de uma reportagem publicada do jornal Correio Braziliense que faz homenagem à cidade de Brasília.

Quatro vezes Brasília

Numa homenagem aos 56 anos da capital do Brasil, parte da equipe da Revista monta um mood board [composição de texto e imagens] particular com referências de um lugar que não é só um lugar: na verdade, é um caso de amor. Nascidos em décadas diferentes, cada um a seu tempo e a seu modo, descobrimos que há muito em comum nas lembranças e nas vivências, mesmo entre gerações distintas.

Mil novecentos e setenta e seis. Chego à cidade inventada. Olho para todos os lados e, de antemão, sei que não vai caber em mim a imensidão de chão e céu desse lugar. É horizonte demais, mesmo para a imaginação de uma menina de 4 anos. Muito espaço vazio para encher de ideia. Juscelino cubishéqui, Oscar Niemáier e Lucio Costa, os rapazes que criaram esse cenário, até deixaram um manual para quem veio depois montar o quebra-cabeças de quadras e prédios, tudo pensado para cada lugar, mas na época que aportei por aqui faltava ainda tanta peça para encaixar.

Em vez de castelos, prédios em construção. Em vez de lápis de escrever, muito giz das obras; em vez de jardins floridos, muito cerrado. O jeito foi brincar com tudo aquilo. Esconderijo nos bueiros; jogo de bete no asfalto; bicicross entre uma quadra e outra. Quebra-queixo e dindim. Bate-bola no carnaval. Bambolê no pilotis. Pedalinho e Piscina de Ondas no Parque da Cidade. Fogos no gramado do Congresso; descer a rampa com papelão. Pipa na Torre de tê vê; patos; ou eram cisnes?; no espelhodágua da Praça dos Três Poderes; revoada de pombos. reticências

GENTIL, Cristine. Quatro vezes Brasília. Correio Braziliense, Brasília, Distrito Federal, 17 abril. 2016. Disponível em: https://oeds.link/ghGcos. Acesso em: 5 abril. 2022.

  1. Brasília é uma cidade construída, bem no meio do país, onde antes havia uma grande área de Cerrado. Foi idealizada pelo presidente Juscelino cubishéqui (1902-1976) e projetada pelo arquiteto Oscar Niemáier (1907-2012) e o urbanista Lucio Costa (1902-1998). Sabendo disso, explique o que a jornalista, em seu relato, quer dizer com estes dois trechos:
    • “Chego à cidade inventada”;
    • “até deixaram um manual para quem veio depois montar o quebra-cabeças de quadras e prédios, tudo pensado para cada lugar”.
  1. Que metáforas você identifica nos dois trechos destacados no item a?
  2. No início do segundo parágrafo há a repetição da locução “em vez de”. É possível considerar que essa locução introduz sentenças que criam o efeito de paralelismo?

2. No texto a autora cita várias brincadeiras e atividades da infância dela que eram praticadas em locais específicos da cidade. Muitas dessas brincadeiras e locais não conhecemos, afinal, são do repertório regional dela. Em seu caderno, elabore um relato de brincadeiras praticadas em um lugar especial, ou vários lugares, em sua cidade. Seu texto deve ter no máximo dez linhas. Use o recurso do paralelismo ao menos uma vez e também inclua em seu relato pelo menos duas metáforas.

Respostas e comentários

Respostas

1. a) O trecho “Chego à cidade inventada” refere-se ao fato de que a cidade foi projetada e não se desenvolveu aos poucos pela ocupação humana. Já o trecho “até deixaram um manual para quem veio depois montar o quebra-cabeças de quadras e prédios, tudo pensado para cada lugar” sugere que os indivíduos citados, idealizadores e projetistas da cidade, deixaram instruções de como a cidade deveria ser construída e de que modo poderia crescer.

b. Os termos “cidade inventada”, “manual”, “montar o quebra-cabeça” são metáforas para designar a cidade que foi projetada, documentos ou projetos com instruções e diretrizes de urbanização da cidade.

c. A locução “em vez de” (figura de linguagem de repetição) inclui termos em paralelismo, visto haver encadeamento harmonioso e lógico entre as diferentes partes do texto.

2. Oriente os estudantes na elaboração da composição memorialística. Aproveite o momento para incentivar a recordação do modo como ocupavam os espaços da cidade quando eram crianças. Pode ser tanto um local conhecido como uma rua ou praça especial do bairro onde cresceram. Saliente que nos relatos precisam incluir o recurso do paralelismo ao menos uma vez e pelo menos duas metáforas.

Faça as atividades no caderno.

Fotografia. Construção composta de estruturas brancas arqueadas, unidas em uma seção circular superior; ao lado, uma outra estrutura branca de base triangular com lados arqueados, encimada por uma estrutura retangular segmentada. Ambas estão apoiadas em um terreno plano coberto por vegetação, sob um céu azul sem nuvens.
Catedral de Brasília.
Fotografia. Construção composta de estruturas brancas planas, unidas em uma seção retangular central, segmentada em retângulos menores com painéis de vidro, sob um céu azul com nuvens brancas.
Palácio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
Fotografia. Construção retangular composta de estruturas laterais retangulares de concreto, encimadas por uma seção de concreto central retangular e plana. Sob essa estrutura ha uma outra, também retangular, cujas fachadas são compostas por painéis de vidro. O edifício está situado à beira de um lago com vegetação aquática, diante de um terreno coberto por vegetação, sob um céu azul com nuvens brancas.
Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Fotografia. Edifício composto por duas estruturas retangulares idênticas, dispostas lado a lado, unidas por segmentos à meia altura, ladeadas por duas cúpulas brancas circulares, como calotas esféricas, cada uma delas disposta ao lado de uma estrutura retangular. Uma das cúpulas tem a face curva para baixo, e a outra tem a face curva para cima. Abairo desses elementos estruturais há um amplo edifício retangular, sob um céu azul com nuvens brancas e avermelhadas pela luz do Sol que nasce ou se põe.
Prédio do Congresso Nacional, em Brasília.

3. Leia um trecho de um texto publicado no jornal Diário de Pernambuco:

Crônicas verde-amarelas

Um livro para agradar, interessar, divertir mais de duzentos milhões de leitores, esse de Crônicas Verde-amarelas. Uma ótima ideia da Companhia Editora de Pernambuco, que o publicou, um inestimável e bem bolado (gostaram dessa aproximação semântica?) arquivo pra interessados por futebol. De fato, muito mais do que um livro sobre esse esporte que move, comove e remove corações, essas crônicas são um tesouro para aficcionados.

FERREIRA, Luzilá Gonçalves. Crônicas verde-amarelas. Diário de Pernambuco, Recife, 10 julho. 2018. Opinião. Disponível em: https://oeds.link/AJ31cP. Acesso em: 5 abril. 2022.

Fotografia. Reprodução de capa de livro. Ao fundo, o título: 'Gol a gol: crônicas verde-amarelas'. Abaixo do título, o nome do autor: 'ANDRÉ TEIXEIRA' e do ilustrador: 'RICARDO MELO'. No centro, ilustração das silhuetas de três jogadores de futebol com o uniforme da seleção do Brasil: camiseta amarela com detalhes e número verdes, calção azul com faixa lateral branca e meias brancas. Eles parecem comemorar um gol marcado; alguns estão com os braços estendidos para cima e as mãos espalmadas.  Curiosidade: as figuras representam inequivocamente três jogadores da seleção de 1970, que conquistou o tricampeonato da Copa do Mundo, no México: Tostão, Jair e Pelé.

Teixeira, André. Gol a gol: crônicas verde-amarelas. Pernambuco: cépe, 2018. Capa de livro.

Ícone pontos de atenção e noções complementares

Paralelismo

O paralelismo pode referir-se também à aproximação sonora das palavras, como é o caso de move, comove e remove.

  1. Na primeira oração do parágrafo há um paralelismo. Copie-o em seu caderno.
  2. É possível perceber que, ao usar o paralelismo, o texto avança, progride. Na última oração, lemos o seguinte: “reticências esse esporte que move, comove e remove corações reticências”. Qual é a intenção do autor ao utilizar esses verbos?
Versão adaptada acessível
  1. Na primeira oração do parágrafo há um paralelismo. Escreva-o.
  2. É possível perceber que, ao usar o paralelismo, o texto avança, progride. Na última oração, lemos o seguinte: “[...] esse esporte que move, comove e remove corações [...]". Qual é a intenção do autor ao utilizar esses verbos?

4. Sabemos que, em textos informativos, o paralelismo é utilizado para apresentar argumento para determinada tese. Leia um trecho retirado do texto da Leitura 1.

Desde os sete anos de idade eu queria ser cientista. O que me motivava era o aprender, algo que me fascina até hoje. Aos 34 anos, finalmente posso dizer que sou pesquisadora, mas sempre que me apresento dessa fórma ouço: “você só estuda, ou também trabalha?”. Essa pergunta, que respondemos repetidamente aos familiares e amigos, deixa claro que para a sociedade brasileira, fazer ciência ocupa um lugar de não trabalho.

SILVA, Laura cê ê da. Brasil desperdiça dinheiro público ao não dar oportunidade para cientistas. Ecoa – Portal uól, 6 março. 2022. Disponível em: https://oeds.link/vj0wPy.htm. Acesso em: 30 março. 2022.

Respostas e comentários

Respostas (continuação)

3. a) reticências agradar, interessar, divertir reticências”.

b) Ao utilizar esses verbos, o autor dá ritmo ao parágrafo e realiza uma progressão ascendente de sentidos quanto às ações expressas pelos verbos.

Sugestão

Apresente mais algumas atividades aos estudantes sobre paralelismo. Exemplo de frase sem paralelismo sintático: Li toda a informação presente no folheto e do site. A mesma frase com paralelismo: Li toda a informação presente no folheto e no site. Comente o exemplo: Vou à praia, ao cinema e à aula. Essa construção é possível. Nesse caso, teríamos aqui o uso de uma elipse, que é a omissão de um termo anteriormente mencionado. Ela serve para evitar repetições. Logo, a preposição a seria omitida na frase. Apesar de não estar errada, essa não é a fórma mais indicada para escrever a frase, pois pode tirar clareza da sentença e gerar ambiguidade. Deve-se ter esse cuidado principalmente quando os substantivos que complementam a transitividade verbal forem de gêneros diferentes (praia e aula são substantivos femininos, e cinema é masculino). A melhor opção é: Vou à praia, ao cinema e à aula.

Faça as atividades no caderno.

  1. Nesse trecho inicial há o relato de descontentamento da autora. Este pode ser apontado como o tema central do artigo?
  2. É possível afirmar que as frases que se iniciam com indicações de idades correspondem a um paralelismo?

5. Na metáfora, ocorre uma comparação implícita, sem que sejam utilizados conectivos de comparação. Leia o último parágrafo do texto “Ciência brasileira, últimos suspiros?”:

Teremos um país talvez com um ajuste fiscal perfeito, mas com um atraso econômico e social digno de uma república de bananas – exatamente o contrário dos países com economia moderna, baseada em ciência e tecnologia, como Estados Unidos da América, Alemanha, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e China.

NADER, Helena; , Luiz. Ciência brasileira, últimos suspiros? Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

  1. Encontre nesse parágrafo um conectivo usado para fazer comparações.
  2. Localize nesse parágrafo e transcreva no caderno a comparação explícita em que se utiliza o conectivo comparativo.
  3. No mesmo parágrafo, localize a metáfora e copie-a.

6. Compare o título “Ciência brasileira, últimos suspiros?” com a ilustração do artista uruguaio gervázio troxe. Faça outro desenho para representar essa comparação. Se preferir, use recortes.

Ilustração em preto e branco. Carro abandonado e danificado em um terreno baldio com fragmentos de uma cerca arruinada em um dos lados. O carro tem vidros e faróis quebrados, está sem as rodas e há alguns pneus à volta. A vegetação alta cresce no interior da carroceria e em volta.
Ilustração do artista uruguaio Gervasio Troche. Folha de São Paulo, São Paulo, 12 abril. 2017. Opinião, página. A3.

7. Leia a tirinha de Bill uáterson.

Tirinha em quatro cenas. Personagens: Calvin, um menino de cabelos espetados para cima, vestindo camiseta listrada e calças curtas pretas. Haroldo, um tigre de pelúcia. Cena 1. Haroldo, na forma de um tigre em tamanho real, representando o amigo imaginário de Calvin, está em posição de ataque, como um predador. Cena 2. Calvin entra em um aposento intempestivamente empurrando a porta com uma das mãos, e com a outra segurando um livro escolar, e produz um ruído alto (porque a palavra que o representa está em letras maiúsculas grandes e realçadas em negrito): 'BOINGG', enquanto diz, gritando (porque a palavra em seu balão de fala está em letras maiúsculas grandes e realçadas em negrito): 'CHEGUEI!'. Cena 3. Haroldo dá um salto para a frente sobre Calvin, produzindo um alto ruído (porque a palavra que o representa está em letras maiúsculas grandes e realçadas em negrito): 'POW!', com algumas estrelas e planetas simbolizando uma colisão dolorosa; um dos calçados do menino parece sair do pé. Cena 4. Haroldo está deitado de costas como uma pessoa, com os braços flexionados ao lado do corpo e as pernas para cima, e diz a Calvin: 'EU LI QUE A COLUNA VERTEBRAL DOS TIGRES É COMO UMA GRANDE MOLA!'. Ao lado, Calvin está deitado com as pernas para cima e os braços estendidos para os lados, como se estivesse dando uma cambalhota, com o livro escolar aberto sobre o chão a seu lado, com as folhas para baixo, e responde ao tigre: 'EU LI QUE O CÉREBRO DELES É COMO UMA GRANDE TIGELA DE TAPIOCA.'.

uáterson, Bill. O melhor de Calvin. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14 novembro. 2017. Caderno 2, página. C4.

O autor faz duas comparações no último quadrinho. Transforme-as em metáforas, sem utilizar os conectivos comparativos.

Respostas e comentários

7. A coluna vertebral dos tigres é uma grande mola.

O cérebro deles é uma grande tigela de tapioca.

4. a) Este início traz o relato de um sonho realizado, mas acaba sendo um tanto frustrante em razão do desconhecimento da profissão que ela exerce. Desse modo, o trecho pode ser visto como uma mágoa pessoal, mas não o tema central do artigo, que é a falta de investimento em pesquisa no Brasil. Contudo, aceite interpretações que veem nesse desconhecimento da sociedade reflexo da falta de valorização do profissional. Nesse sentido, há um paralelo com a carreira de professor, que teve mais relevância com salários melhores no passado.

Aprofunde a questão e dialogue com os estudantes sobre haver nos tempos atuais a valorização das chamadas celebridades (artistas, esportistas) ou mesmo subcelebridades, bem como um enaltecimento de personalidades que ostentam uma vida de luxo em detrimento daqueles que se dedicam ao estudo. Incentive-os a relatar quem, por exemplo, eles seguem nas redes sociais para explorar a questão.

b) Sim, ao iniciar as duas sentenças com idades que demarcaram eventos na vida dela, a autora cria um paralelismo que gera progressão no texto.

5. a) Conectivo como.

b) Comparação explícita: “reticências o contrário dos países com economia moderna, baseada em ciência e tecnologia, como Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e China”.

c) Metáfora: “reticências país com um atraso econômico e social digno de uma república de bananas”.

6. Algumas ideias para essa atividade: os estudantes poderão fazer os desenhos para colocar em seu caderno ou expor no mural da sala.

Sugestão

Com base na tirinha do Calvin, escreva na lousa outras comparações e solicite aos estudantes que as transformem em metáforas: a) A Lua, redonda e branca, boiando na água, como uma gema clara. b) Levantou as duas mãos e as águas do mar avançaram como um castigo, em uma onda grande, coberta de espuma, roncando como um bicho feroz. No primeiro caso, basta eliminar o elemento comparativo como. Mas, no segundo, os estudantes deverão modificar a estrutura da frase.

Leitura 2

Contexto

Você vai ler outro artigo de opinião, também sobre a importância da ciência para o desenvolvimento do país. Esse artigo foi escrito pela professora universitária Tatiana Roque e publicado em um jornal impresso de grande circulação, especialmente no Rio de Janeiro, em 17 de junho de 2018.

Tatiana Roque

AUTORIA

Professora do Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ú éfe érre jota). É membro do Instituto de Pesquisa Archives Poincarrê, na França. Publicou, em 2012, o livro História da matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas, que foi um dos finalistas do Prêmio Jabuti em 2013.

Antes de ler

Agora que você já sabe as características do gênero textual artigo de opinião, levante hipóteses antes de ler o próximo.

  • Leia o título do artigo de opinião. Qual será o posicionamento da autora diante do tema?
  • Que argumentos ela vai selecionar para justificar e sustentar seu ponto de vista?
  • Por que esse tema voltou a ganhar destaque na imprensa?

O progresso da ciência

POR TATIANA ROQUE 17/06/2018

Uma artimanha para enfraquecer as instituições públicas de ensino e ciência, reduzindo seu orçamento, é apresentá-las como dissociadasglossário da sociedade, sorvedorasglossário de recursos e descompromissadas com o desenvolvimento social e econômico. Para desmontar essa armadilha, a comunidade acadêmica precisa iluminar as pontes que ligam o conhecimento aos avanços do país. A universidade será mais forte quanto mais parecer robusta, transparente e útil aos olhos da população.

O Brasil produz a maior parte de suas vacinas, economiza importações e erradica doenças. No auge da Zikaglossário , encontramos uma resposta rápida para a relação com a microcefaliaglossário . Ficamos fortes na indústria de medicamentos e na inovação em petróleo e gás. Tudo surgiu de arranjos entre empresas, universidades, institutos de pesquisa e órgãos do governo.

Nossas instituições sofrem com córtes de verba quando mais precisam caminhar em direção à inovação tecnológica e social. O ipéa mostrou que empresas inovadoras pagam melhores salários e geram empregos mais estáveis. São mais produtivas. O investimento em ciência básica é público em qualquer país, mas a inovação é um processo interativo, com transferência de conhecimento ao tecido produtivo.

Respostas e comentários

Sobre Contexto

O gênero artigo de opinião é objeto de estudo desta Unidade. Assim, a organização das atividades sobre a Leitura 2 dá continuidade ao que se propôs na Leitura 1. Retoma-se, aqui, o tema da importância da ciência, além da relação desse campo do conhecimento humano com os artigos de opinião publicados em jornais.

Sobre Antes de ler

As questões têm o objetivo de levantar os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito desse gênero textual, que já estudaram na Leitura 1. É importante que essas perguntas sejam feitas em uma roda de conversa, para que você possa avaliar o desenvolvimento das aprendizagens. Sobre o título, é fundamental que eles notem que o posicionamento da autora não fica muito evidente, deixando o leitor com curiosidade em ler o texto para saber o que ela vai dizer. Quanto aos argumentos, peça aos estudantes que anotem suas hipóteses no caderno para verificá-las posteriormente. Em relação à pergunta sobre o destaque do tema na imprensa, a proposta é que eles reflitam sobre a relevância do tema para o debate público.

Habilidades trabalhadas nesta seção e em sua subseção (Estudo do texto)

(ê éfe oito nove éle pê zero três) Analisar textos de opinião (artigos de opinião, editoriais, cartas de leitores, comentários, posts de blog e de redes sociais, charges, memes, gifs etcétera) e posicionar-se de fórma crítica e fundamentada, ética e respeitosa frente a fatos e opiniões relacionados a esses textos.

(ê éfe oito nove éle pê zero quatro) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e implícitos, argumentos e contra-argumentos em textos argumentativos do campo (carta de leitor, comentário, artigo de opinião, resenha crítica etcétera), posicionando-se frente à questão controversa de fórma sustentada.

(ê éfe oito nove éle pê zero cinco) Analisar o efeito de sentido produzido pelo uso, em textos, de recurso a fórmas de apropriação textual (paráfrases, citações, discurso direto, indireto ou indireto livre).

(ê éfe oito nove éle pê zero seis) Analisar o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e seus efeitos de sentido.

Em 2016 o Brasil aprovou o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, regulamentado em 2018. É uma lei que incentiva as relações entre pesquisa pública e tecido produtivo, reduzindo a burocracia. Órgãos públicos passaram a ter o direito de compartilhar laboratórios, equipamentos, materiais e instalações e a negociar direitos de exploração de produtos e tecnologias. Foram reduzidos entraves excessivos da Lei 8.666 e a insegurança jurídica dos investimentos em pesquisa.

Mecanismos já aplicados com sucesso em áreas tecnológicas devem agora se tornar disponíveis para áreas como cultura e ciências sociais. Entre universidade, empresa e sociedade há camadas que estimulam a integração, como parques tecnológicos e centros de inovação. Programas em ciência, cultura e tecnologia têm grande potencial para dinamizar a economia criativa, especialmente no Rio de Janeiro. São um caminho para reaquecer as cadeias produtivas do audiovisual e dos jogos eletrônicos, por exemplo.

É possível encontrar soluções sustentáveis para segurança alimentar e nutricional, energia, habitação, saúde, saneamento, meio ambiente, agricultura familiar, geração de emprego e renda. A meta já constava do documento da Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação de 2010. Ele propõe tornar mais eficiente e ágil a máquina pública – diminuindo a burocracia, um instrumento de exclusão social – e a apropriação da cê ê tê pelas comunidades locais. Temos bons planos e infraestrutura de pesquisa para o Brasil encontrar um modelo de desenvolvimento mais justo, sustentável e menos dependente de bens primários. Basta vontade política para implementá-los.

Tatiana Roque é professora de Matemática e Filosofia da ú éfe érre jota

ROQUE, Tatiana. O progresso da ciência. O Globo, Rio de Janeiro, 17 junho. 2018. Opinião, página. 19.

Fotografia. Edifício retangular branco de fachada envidraçada em painéis retangulares. Na parede branca, estão dispostas, em letras maiúsculas douradas, as palavras: 'MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL', e abaixo destas: 'MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E COMUNICAÇÕES', e abaixo destas, a letra 'E', também dourada e maiúscula.
Para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (ême cê tê Í cê) – órgão do governo federal cujo papel é estimular o desenvolvimento tecnológico e a inovação no país –, a regulamentação do Marco Legal busca simplificar a celebração de convênios para a promoção da pesquisa pública, aumentando, assim, a interação das instituições científicas e tecnológicas com as empresas. Imagem feita em 2018.
Respostas e comentários

Orientação

Depois da mobilização de conhecimentos prévios estimulada pelas questões propostas em Antes de ler, peça aos estudantes que leiam silenciosamente o artigo e que, ao longo da leitura, identifiquem a questão polêmica e o ponto de vista da autora. Ela é a favor ou não do progresso da ciência? Peça, também, que anotem o número de parágrafos que trazem argumentos. Ao final da leitura, proponha a eles que façam uma autoavaliação de seu grau de compreensão leitora, apontando em quais momentos o entendimento foi imediato e quais deles exigiram retomadas de leitura para a compreensão. Finalize a etapa de pós-leitura abordando a capacidade de inferir, que sempre é alimentada por conhecimentos prévios. Os estudantes fizeram inferências ao longo da leitura?

Estudo do texto

Faça as atividades no caderno.

  1. Retome as hipóteses que você levantou antes da leitura.
    1. Sua expectativa sobre o posicionamento da autora se confirmou? Comente.
    2. Os argumentos que você encontrou no artigo foram os que você pensou que encontraria? Comente.
  2. O artigo de opinião da professora Tatiana Roque fala sobre o tema o progresso da ciência. Qual é o ponto de vista defendido por ela?
  3. Em artigos de opinião, é muito importante prestar atenção na escolha do vocabulário feita pelo autor, uma vez que o uso de determinadas palavras funciona como estratégia para explicitar ou ocultar uma opinião sobre o que está sendo discutido.
    1. No primeiro parágrafo do artigo “O progresso da ciência”, são usadas as palavras artimanha e armadilha. A que elas se referem?
    2. Qual é o propósito da autora ao utilizar essas palavras?
  4. No gênero artigo de opinião, o autor costuma apresentar, no início, seu ponto de vista a respeito do tema sobre o qual vai desenvolver sua argumentação. Copie no caderno a afirmação que evidencia a estratégia escolhida por Tatiana Roque para iniciar seu texto argumentativo. Justifique sua resposta.
    1. A argumentação inicia-se com a apresentação de fatos concretos sobre as instituições públicas de ensino e ciência.
    2. A argumentação começa com uma comparação entre o passado e o presente das universidades.
    3. A argumentação é introduzida com a observação de uma mudança na linha do tempo.
    4. A argumentação começa rebatendo os argumentos contrários ao ponto de vista que se quer defender.
  5. No primeiro parágrafo do artigo, a autora apresenta uma missão para a comunidade acadêmica.
    1. Qual é essa missão?
    2. É possível concluir que a autora se sente responsável por essa missão? Por quê?
  6. Quanto à linguagem do texto, escolha a alternativa correta e a copie no caderno. Justifique sua resposta.
    1. No texto, predomina uma linguagem pessoal, cuja principal marca é o uso da 1ª pessoa do singular.
    2. No texto, predomina uma linguagem relativamente impessoal, com emprego da 1ª pessoa do plural.
    3. No texto, predomina uma linguagem impessoal, com emprego de verbos e pronomes na 3ª pessoa do singular.
Ícone pontos de atenção e noções complementares

Impessoalização do discurso

Recurso abordado na questão 6, ele é muito comum em artigos de opinião como estratégia para tomar distanciamento do tema em pauta e atenuar marcas de subjetividade. Para isso, há diversas estratégias linguísticas, como usar sujeito indeterminado, usar a voz passiva ou generalizar o sujeito, colocando-o no plural.

Respostas e comentários

1. a) Resposta pessoal.

1. b) Resposta pessoal.

Respostas

2. A autora defende que o progresso da ciência depende de vontade política para implementar planos já existentes que promovem a integração entre empresa, universidade e sociedade.

3. a) Elas se referem à visão errônea, no ponto de vista da autora, de que as instituições de ensino e ciência estão dissociadas da sociedade, representam desperdício de recursos e não têm compromisso com o desenvolvimento social e econômico.

b) Essas palavras são usadas pela autora para explicitar seu posicionamento sobre os argumentos em relação às universidades. Com essas palavras, ela mostra sua discordância, deixando claro que esse argumento é um engano.

4. Alternativa: d. Tatiana Roque parte de contra-argumentos para construir a argumentação a favor de sua posição.

5. a) A missão apresentada por Tatiana é que cabe à comunidade acadêmica mostrar à sociedade como o conhecimento e os avanços do país caminham juntos.

b) Sim, porque, no artigo, ela procura, por meio de argumentos, mostrar como a universidade e as parcerias são importantes para o avanço do país.

6. Alternativa correta: b. A autora toma certo distanciamento para falar a respeito do tema, mas, em determinados momentos, ela emprega a 1ª pessoa do plural como recurso de generalização. Por exemplo, no trecho “Temos bons planos reticências”, o “nós” representa todos os brasileiros, incluindo a autora. Já no início do texto, a 1ª pessoa do plural funciona para sinalizar que ela pertence ao grupo da “comunidade científica”.

  1. Volte ao segundo parágrafo do artigo e observe os argumentos que a autora apresenta para comprovar o papel das instituições de ensino e ciência no Brasil. Agora responda:
    1. Quais exemplos a autora apresenta como argumentos?
    2. Esses exemplos têm relação com qual trecho do primeiro parágrafo? Justifique.
  2. Releia o terceiro parágrafo do artigo de opinião e responda:
    1. De que maneira os córtes de verbas nas instituições de ensino e ciência impactam na inovação tecnológica e social?
    2. Por que a autora cita o ipéa?

Saiba +

ipéa

É a sigla do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, uma fundação pública federal que realiza estudos para apoio às ações governamentais, como formulação de políticas públicas.

Fotografia. Cenário urbano com um edifício retangular cuja fachada é segmentada por uma faixa sem janelas de cima a baixo em dois outros retângulos de tamanhos diferentes.  Diante dessa construção há algumas árvores, e ao lado dela há alguns outros edifícios menores. Ao fundo há um rio ou lago, às margens do qual há outras construções a distância, sobretudo casas.
Edifício no qual está localizada a séde do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (ipéa).

9. Leia um trecho da notícia publicada no portal da Agência Brasil sobre o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação e responda às questões.

Governo regulamenta Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação

Publicado em 08/02/2018 -

Por Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil Brasília

O Diário Oficial da União de hoje (8) publicou decreto que regulamenta o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei norteº 13 243/2016) e traz a expectativa de desburocratizar as atividades de pesquisa e inovação no país. As novas regras criam mecanismos para integrar instituições científicas e tecnológicas e incentiva investimentos em pesquisa.

reticências

AQUINO, Yara. Governo regulamenta Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação. Agência Brasil, Brasília, Distrito Federal, 8 fevereiro. 2018. Disponível em: https://oeds.link/iDHND1. Acesso em: 5 abril. 2022.

Saiba +

Lei 8 666

A Lei 8 666 foi publicada em 21 de junho de 1993 com o objetivo de regulamentar normas para licitações e contratos da administração pública. Ela institui a obrigatoriedade de licitação para a compra de produtos para fins de pesquisa e desenvolvimento.

  1. Qual é a relação entre esse fato noticiado e a questão abordada no artigo de opinião?
  2. Essa regulamentação resolve qual problema referente à Lei 8 666, citada no quarto parágrafo do artigo de opinião “O progresso da ciência”? Por quê?
  3. Qual palavra expressa a opinião da autora Tatiana Roque sobre a Lei 8 666?
  1. A autora mostra-se favorável à parceria entre universidade, empresa e sociedade na área de inovação e tecnologia.
    1. Quais argumentos apresentados no texto buscam convencer o leitor sobre esse posicionamento?
    2. Com relação ao custeio da ciência básica, qual é a posição da autora?
Respostas e comentários

9. c) É a palavra excessivos, que demonstra a opinião da autora sobre os entraves da Lei 8 666.

10. a) A autora cita os benefícios econômicos e a possibilidade de criação de um modelo de desenvolvimento mais justo, sustentável e menos dependente de bens primários.

Respostas (continuação)

7. a) Ela argumenta que as universidades, em parceria com empresas, institutos de pesquisa e órgãos do governo, conseguiram desenvolver estudos sobre o zika vírus, vacinas e medicamentos. Também cita a inovação em petróleo e gás.

b) Esses exemplos têm relação com o contra-argumento apresentado no primeiro parágrafo, principalmente no trecho “Uma artimanha é reticências apresentá-las como dissociadas da sociedade”. Os exemplos buscam convencer o leitor de que as universidades estão atentas às questões da sociedade.

8. a) Os córtes impedem que as instituições caminhem em direção às inovações tecnológicas e sociais, uma vez que comprometem a produtividade e a estabilidade.

b) Porque o ipéa funciona como argumento de autoridade, é uma fonte de referência em estudos ligados à política pública. Ao citá-lo, ela reforça sua visão sobre a importância do investimento em ciência e inovação.

9. a) A autora se posiciona favoravelmente ao fato noticiado: a regulamentação do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, considerado, por ela, um bom plano para o desenvolvimento da cê ê tê no Brasil.

b) A regulamentação resolve os problemas burocráticos e a insegurança jurídica dos investimentos em pesquisa, porque incentiva as relações entre pesquisa pública e tecido produtivo, permitindo o compartilhamento de laboratórios, materiais, instalações e a negociação dos direitos de produtos e tecnologias.

10. b) Ela defende o investimento público em ciência básica, como é feito em outros países do globo.

11. Releia o trecho do quinto parágrafo:

Mecanismos já aplicados com sucesso em áreas tecnológicas devem agora se tornar disponíveis para áreas como cultura e ciências sociais. Entre universidade, empresa e sociedade há camadas que estimulam a integração, como parques tecnológicos e centros de inovação. Programas em ciência, cultura e tecnologia têm grande potencial para dinamizar a economia criativa, especialmente no Rio de Janeiro. São um caminho para reaquecer as cadeias produtivas do audiovisual e dos jogos eletrônicos, por exemplo.

ROQUE, Tatiana. O progresso da ciência. O Globo, Rio de Janeiro, 17 junho. 2018. Opinião,página. 19.

  1. De acordo com a autora, quais são os benefícios que a integração tecnológica trará ao ser estendida para as áreas de cultura e ciências sociais?
  2. Por qual razão a autora destaca o Rio de Janeiro?

12. Releia o último parágrafo do artigo de opinião e responda ao que se pede.

É possível encontrar soluções sustentáveis para segurança alimentar e nutricional, energia, habitação, saúde, saneamento, meio ambiente, agricultura familiar, geração de emprego e renda. A meta já constava do documento da Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação de 2010. Ele propõe tornar mais eficiente e ágil a máquina pública – diminuindo a burocracia, um instrumento de exclusão social – e a apropriação da cê ê tê pelas comunidades locais. Temos bons planos e infraestrutura de pesquisa para o Brasil encontrar um modelo de desenvolvimento mais justo, sustentável e menos dependente de bens primários. Basta vontade política para implementá-los.

ROQUE, Tatiana. O progresso da ciência. O Globo, Rio de Janeiro, 17 junho. 2018. Opinião, página. 19.

  1. O que a autora cita de positivo na conclusão do artigo?
  2. Qual ressalva ela faz no fechamento do texto? Por quê?
  1. Identifique a frase que resume a opinião da autora no último parágrafo do texto.
  2. Apresente os argumentos que a autora utiliza para corroborar a opinião principal do parágrafo.
  3. A última frase do texto, “Basta vontade política para implementá-los”, não tem significado isoladamente. Ela se refere à anterior. O que será implementado se houver vontade política?
  4. Releia o artigo de opinião “Brasil desperdiça dinheiro público ao não dar oportunidade para cientistas”, da Leitura 1, e compare-o com o artigo “O progresso da ciência”, da Leitura 2.
    1. Em qual dos artigos predominam recursos para a impessoalização do discurso? Exemplifique.
    2. Qual dos artigos tem um título mais sugestivo ao leitor? Por quê?
    3. Com relação à autoria, é possível afirmar que os dois são escritos por pessoas que têm autoridade para discutir os assuntos que se propõem?
    4. Você se identificou mais com as posições apresentadas em qual artigo? Por quê?
Respostas e comentários

14. Argumento 1: A meta já constava do documento da Conferência Nacional de Ciên­cia, Tecnologia e Inovação de 2010”. Argumento 2: Temos bons planos e infraestrutura de pesquisa para o Brasil encontrar um modelo de desenvolvimento mais justo, sustentável e menos de­pendente de bens primários”.

Respostas (continuação)

11. a) Para a autora, os benefícios são a maior integração entre universidade, empresas e a sociedade, a dinamização da economia criativa e o reaquecimento das cadeias produtivas do audiovisual e dos jogos eletrônicos.

b) Possivelmente porque conhece melhor a realidade fluminense, uma vez que trabalha na ú éfe érre jota. Além disso, pode ter sido uma estratégia para dialogar com os leitores de O Globo, um jornal com séde e grande circulação no Rio de Janeiro.

12. a) A existência de planos e infraestrutura de pesquisa no Brasil.

b) Ela ressalva que é preciso vontade política para implementar os planos que já existem.

13. “É possível encontrar soluções sustentáveis para segurança alimentar e nutricional, energia, habitação, saúde, saneamento, meio ambiente, agricultura familiar, geração de emprego e renda.”

15. Planos e infraestrutura de pesquisa para o Brasil encontrar um modelo de desenvolvimento mais justo, sustentável e menos dependente de bens primários.

16. a) No artigo de opinião da Leitura 2. No artigo da Leitura 1 há, em vários momentos, o tom pessoal expresso na1ª pessoa.

b) O artigo de opinião “Brasil desperdiça dinheiro público ao não dar oportunidade para cientistas”, pois já sugere o posicionamento da autora.

c) Sim. Os dois artigos são escritos por autoridades no assunto: professores universitários e pesquisadores que atuam na área científica, conhecendo de perto a realidade que estão discutindo.

d) Incentive os estudantes a se posicionarem criticamente diante dos pontos de vista e argumentos apresentados. Para isso, peça que leiam suas respostas e amplie o debate em uma roda de conversa. Utilize essa atividade como uma avaliação processual para observar se eles conseguem sustentar de modo coerente o ponto de vista assumido nessa discussão.

Oralidade

Proposta 1

Júri simulado

A turma vai participar agora de um júri simulado. Como o próprio nome indica, trata-se de uma representação do que ocorre em um tribunal judiciário. Essa dinâmica é uma ótima oportunidade para exercitar a argumentação, pois, em um júri, cada um desempenha um papel e precisa se posicionar diante de um caso polêmico.

Um júri é composto dos seguintes participantes:

Ilustração. Representação de um tribunal onde se realiza um julgamento, mostrando a disposição de todos os participantes da sessão. À esquerda, em uma bancada/tribuna disposta em duas filas: '2 – JURADOS', ocupada por pessoas vestindo trajes sociais. À frente, diante da plateia: '4 – PROMOTORES', dois homens de terno e gravata, sentados em uma tribuna baixa. Ao lado deles: '1 – JUIZ', homem usando toga sentado em uma tribuna mais alta, em posição central. Ao lado dele: '5 – TESTEMUNHA', uma pessoa sentada em uma tribuna mais baixa que a do juiz (e a seu lado, mais uma pessoa diante de um notebook). À direita: '3 – ADVOGADOS DE DEFESA', homens de terno e gravata sentado em cadeiras diante de uma bancada; um deles está em pé. No fundo da sala: '7 – PLATEIA', cadeiras dispostas lado a lado, ocupadas por pessoas sentadas de costas (mas de frente para todos os demais). No centro da sala, diante do juiz: '6 – RÉU', uma pessoa sentada de costas para a plateia.
  1. Juiz: é responsável pelo andamento do júri. Faz intervenções, indicando a ordem da fala de modo organizado. É também quem apresenta o veredito do júri à audiência e estipula a pena.
  2. Jurados: são responsáveis por analisar o caso, com base nos argumentos apresentados, e dar o veredito.
  3. Advogados de defesa: são responsáveis por defender o acusado (réu) ou o caso (no júri simulado), com base em provas e depoimentos de testemunhas.
  4. Promotores: são os responsáveis por fazer a acusação, também por meio de provas consistentes e depoimentos de testemunhas.
  5. Testemunha: apresenta argumentos que podem inocentar ou acusar o réu ou contribuir para a elucidação do caso em julgamento.
  6. Réu: é o acusado por ter cometido um crime; seus atos estarão em discussão.
  7. Plateia: acompanha, em silêncio, o julgamento e faz anotações.
Respostas e comentários

Sobre Júri simulado

A proposta de simulação de um júri costuma envolver os estudantes, que se voltam para defender pontos de vista e acusar ou inocentar um réu. Aqui, o que estará no banco do réu é um caso polêmico, a ser escolhido pela turma, o que tornará ainda mais emocionante a simulação. Oriente e acompanhe o planejamento da simulação, destacando sempre que todos devem falar e ser ouvidos com o mesmo respeito.

Orientação

Ajude a turma a organizar o espaço da sala para que a simulação possa acontecer. O Livro do Estudante oferece uma possibilidade de organização, que pode ser adaptada ao espaço e aos recursos que houver.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(ê éfe seis nove éle pê um um) Identificar e analisar posicionamentos defendidos e refutados na escuta de interações polêmicas em entrevistas, discussões e debates (televisivo, em sala de aula, em redes sociais etcétera), entre outros, e se posicionar frente a eles.

(ê éfe seis nove éle pê um dois) Desenvolver estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign (esses três últimos quando não for situação ao vivo) e avaliação de textos orais, áudio e/ou vídeo, considerando sua adequação aos contextos em que foram produzidos, à fórma composicional e estilo de gêneros, a clareza, progressão temática e variedade linguística empregada, os elementos relacionados à fala, tais como modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etcétera, os elementos cinésicos, tais como postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etcétera

(ê éfe seis nove éle pê um três) Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões polêmicas de interesse da turma e/ou de relevância social.

(ê éfe seis nove éle pê um quatro) Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores, tema/questão polêmica, explicações e ou argumentos relativos ao objeto de discussão para análise mais minuciosa e buscar em fontes diversas informações ou dados que permitam analisar partes da questão e compartilhá-los com a turma.

(ê éfe seis nove éle pê um cinco) Apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes, respeitando os turnos de fala, na participação em discussões sobre temas controversos e/ou polêmicos.

(ê éfe oito nove éle pê um seis) Analisar a modalização realizada em textos noticiosos e argumentativos, por meio das modalidades apreciativas, viabilizadas por classes e estruturas gramaticais como adjetivos, locuções adjetivas, advérbios, locuções adverbiais, orações adjetivas e adverbiais, orações relativas restritivas e explicativas etcétera, de maneira a perceber a apreciação ideológica sobre os fatos noticiados ou as posições implícitas ou assumidas.

(ê éfe seis nove éle pê um nove) Analisar, em gêneros orais que envolvam argumentação, os efeitos de sentido de elementos típicos da modalidade falada, como a pausa, a entonação, o ritmo, a gestualidade e expressão facial, as hesitações etcétera

(ê éfe oito nove éle pê um dois) Planejar coletivamente a realização de um debate sobre tema previamente definido, de interesse coletivo, com regras acordadas e planejar, em grupo, participação em debate a partir do levantamento de informações e argumentos que possam sustentar o posicionamento a ser defendido (o que pode envolver entrevistas com especialistas, consultas a fontes diversas, o registro das informações e dados obtidos etcétera), tendo em vista as condições de produção do debate – perfil dos ouvintes e demais participantes, objetivos do debate, motivações para sua realização, argumentos e estratégias de convencimento mais eficazes etcétera e participar de debates regrados, na condição de membro de uma equipe de debatedor, apresentador/mediador, espectador (com ou sem direito a perguntas), e/ou de juiz/avaliador, como fórma de compreender o funcionamento do debate, e poder participar de fórma convincente, ética, respeitosa e crítica e desenvolver uma atitude de respeito e diálogo para com as ideias divergentes.

(ê éfe oito nove éle pê um cinco) Utilizar, nos debates, operadores argumentativos que marcam a defesa de ideia e de diálogo com a tese do outro: concordo, discordo, concordo parcialmente, do meu ponto de vista, na perspectiva aqui assumida etcétera

Nesta proposta de júri simulado, não haverá um acusado. Na atividade, deve-se tratar de um caso polêmico, discutindo sua acusação ou defesa. Esse tema polêmico que será levado a julgamento deve ser escolhido por meio de uma votação da turma. Por exemplo, pode-se julgar se cabe ou não ao governo financiar todas as pesquisas científicas do país. A defesa advoga pela causa do financiamento público; já os promotores vão advogar contra essa causa.

Etapa 1: Preparação

  1. Após o sorteio do tema, é hora de a turma se dividir em grupos para desempenhar cada um dos papéis existentes no tribunal de júri. Lembre-se de que neste caso não haverá réu. Para o papel do juiz, só pode ficar responsável uma pessoa, e não um grupo.
  2. É importante também considerar a divisão a plateia. Quem ocupar esse papel deverá acompanhar o julgamento em completo silêncio e fazer anotações. A proposta é que as anotações sejam a base para um texto opinativo sobre a resolução do júri. Dessa maneira, a turma fica com vários registros e também pode, posteriormente, verificar se o posicionamento da plateia foi o mesmo do corpo de jurados.
  3. Definidos os papéis dos grupos, todos devem pesquisar o caso em questão, selecionando argumentos para embasar a defesa e a acusação. Para os jurados e testemunhas, o estudo permite compreender o que estará em jogo no julgamento e seu papel.
  4. Com os dados em mãos, é hora de cada grupo criar sua estratégia argumentativa, pensando nos argumentos que devem ser usados pelos adversários. As testemunhas precisam se preparar para responder às questões dos dois lados do júri (defesa e acusação). Façam registros dos argumentos e das estratégias.

Etapa 2: Hora do júri

  • O júri deve se estruturar nas seguintes etapas.
  • Abertura da sessão pelo juiz com a leitura do caso em julgamento.
  • Apresentação da acusação do caso pelos promotores.
  • Apresentação da defesa do caso pelos advogados.
  • Depoimentos das testemunhas de acusação (elas são interrogadas por promotores e advogados).
  • Depoimentos das testemunhas de defesa (também são interrogadas por advogados e promotores).
  • Debates entre acusação e defesa, com réplica e tréplica.
  • Considerações finais dos promotores e dos advogados de defesa.
  • Decisão dos jurados, com o juiz, sobre a sentença (isso deve ocorrer fóra da sala do tribunal).
  • Leitura da sentença e de sua justificativa pelo juiz.
Respostas e comentários

Orientação

Nesta página, você encontrará a descrição das duas etapas necessárias para a realização do júri simulado, acompanhando os procedimentos realizados por um júri real. Proponha aos estudantes que leiam em pequenos grupos as orientações dadas e compartilhem opiniões sobre os procedimentos recomendados.

Cada etapa deve ter um tempo estipulado e acordado previamente com o professor.

Algumas considerações para um júri bem-sucedido:

  • Elaborem previamente de fórma escrita a apresentação e as considerações finais. No entanto, lembrem-se de que as considerações finais dependem do jogo que se estabelece no debate. Por isso, façam os ajustes necessários na hora de proferir o discurso oral.
  • Escrevam também as intervenções possíveis para o momento dos debates.
  • Prestem muita atenção na fala do oponente, para que consigam rebater os argumentos que ele está apresentando, percebendo qual é a estratégia utilizada por ele para ganhar o caso.

Dicas para uma boa defesa ou acusação oral:

Utilizar uma linguagem formal e polida, procurando expressar-se de maneira clara e convincente.

Ficar atento à reação dos jurados. Se estiverem desatentos, por exemplo, aumente a altura da voz, gesticule e aproxime-se da bancada para falar diretamente com eles.

Chamar a atenção para sua fala por meio do uso da linguagem corporal e da expressão facial.

Procurar ser convincente, mas sem ser agressivo, com um tom de voz firme.

Ilustração. Ícone retomada de tópicos.

Modalizadores discursivos

São elementos que indicam a orientação argumentativa. Em outras palavras, são recursos linguísticos, como alguns verbos, adjetivos e advérbios, que ajudam a evidenciar o ponto de vista que o falante está defendendo. Por exemplo: os advérbios claramente, efetivamente e naturalmente indicam a certeza do falante a respeito de um fato; já os advérbios provavelmente, eventualmente e outros expressam uma dúvida em relação ao que está sendo enunciado. Há ainda modalizadores afetivos, como: felizmente, sinceramente e surpreendentemente.

Circulação

O júri simulado pode ser gravado e depois exibido em outras turmas para que elas possam comparar o desempenho dos colegas e verificar o que pode ser aprimorado em uma próxima oportunidade. A própria turma também pode rever o júri para observar como funcionou a argumentação do caso.

Avaliação

Após o júri simulado, a turma deve promover uma avaliação sobre a atividade.

  • Todos se envolveram de maneira participativa no júri?
  • No momento da escolha do tema, a turma se comportou de modo propositivo?
  • A pesquisa sobre o caso foi realizada com empenho?
  • O júri transcorreu de acordo com as regras e de modo colaborativo?
  • O que a turma aprendeu sobre a argumentação oral com essa experiência?
Respostas e comentários

Orientação

Retome o que já foi estudado sobre as questões de linguagem relacionadas na página e proponha a sistematização de uma lista de lembretes para o momento das falas.

Conhecimentos linguísticos e gramaticais 2

Faça as atividades no caderno.

Modalização

Quando nos comunicamos, fazemos uso da língua com diversas intenções. Às vezes queremos expressar certeza ou dúvida, por exemplo, e estamos tão acostumados a isso que nem percebemos os recursos utilizados.

Leia o trecho de uma notícia publicada no portal téquimundo:

reticências As abelhas são responsáveis pela polinização de um terço da oferta mundial de alimentos. Dos 100 tipos de colheita que alimentam 90% da população global, 70 são polinizados por elas.

Apesar disso, infelizmente, nas duas décadas que se passaram entre 1985 e 2005, o número de abelhas melíferas na Inglaterra, por exemplo, diminuiu 54%, a maior queda da Europa. Felizmente, por outro lado, a tecnologia pode dar uma mãozinha para aumentar as chances de manutenção desta espécie reticências.

BELIN, Lu. Colmeias inteligentes ajudam a frear o desaparecimento de abelhas. téquimundo, 4 novembro. 2018. Disponível em: https://oeds.link/B9Kb1s. Acesso em: 5 abril. 2022.

  1. A autora do texto mostra que o número de abelhas melíferas vem diminuindo muito nas últimas décadas, exemplificando com a situação delas na Inglaterra. Por que isso traz impacto ambiental preocupante?
  2. A autora afirma que a tecnologia pode auxiliar a minimizar esse impacto. Como?
  3. Que palavras revelam como a autora se coloca em relação à diminuição das abelhas melíferas e ao auxílio da tecnologia?

Advérbios modalizadores

Modalizar significa posicionar-se diante do que se diz ou registra, revelando atitudes e opiniões de quem fala ou escreve.

Alguns advérbios e locuções adverbiais, muitas vezes, servem para modalizar o enunciado e são chamados de modalizadores afetivos. Eles podem indicar vários posicionamentos. Entre eles, vamos destacar agora estes:

  • avaliação positiva: felizmente, bem, positivamente etcétera.
  • avaliação negativa: infelizmente, mal, lamentavelmente etcétera.
Respostas e comentários

a) Porque são as abelhas que polinizam um terço da oferta mundial de alimentos.

Sobre Modalização

Retome a ideia de modalização com os estudantes para lembrar que, de acordo com o Dicionário Uáis, entre os modalizadores encontram-se: a) os advérbios (talvez, sem dúvida, a meu ver etcétera), que indicam se o conteúdo do enunciado foi ou não inteiramente assumido pelo locutor; b) o modo verbal (indicativo, subjuntivo), que indica se o enunciado expressa um fato ou um desejo (Pedro veio./Gostaria que Pedro viesse.); c) o verbo auxiliar modal, que indica a noção de necessidade ou possibilidade (Pedro pode vir. Pedro deve vir.); d) uma oração principal que expressa modalidade (É possível que Pedro venha.)

Respostas

b) Pelo uso de recursos tecnológicos que aumentam as chances de manutenção dessa espécie.

c) Os advérbios infelizmente e felizmente. Comente com os estudantes que o advérbio infelizmente revela a avaliação negativa feita pela autora em relação à diminuição das abelhas, e, contrariamente, o advérbio felizmente revela a avaliação positiva da autora em relação ao auxílio da tecnologia.

Habilidades trabalhadas nesta seção e em sua subseção (Questões da língua)

(ê éfe seis nove éle pê um sete) Perceber e analisar os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários, os aspectos relativos ao tratamento da informação em notícias, como a ordenação dos eventos, as escolhas lexicais, o efeito de imparcialidade do relato, a morfologia do verbo, em textos noticiosos e argumentativos, reconhecendo marcas de pessoa, número, tempo, modo, a distribuição dos verbos nos gêneros textuais (por exemplo, as fórmas de pretérito em relatos; as fórmas de presente e futuro em gêneros argumentativos; as fórmas de imperativo em gêneros publicitários), o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados (tempo verbal, jogos de palavras, metáforas, imagens).

(ê éfe oito nove éle pê um quatro) Analisar, em textos argumentativos e propositivos, os movimentos argumentativos de sustentação, refutação e negociação e os tipos de argumentos, avaliando a fôrça/tipo dos argumentos utilizados.

(ê éfe oito nove éle pê um seis) Analisar a modalização realizada em textos noticiosos e argumentativos, por meio das modalidades apreciativas, viabilizadas por classes e estruturas gramaticais como adjetivos, locuções adjetivas, advérbios, locuções adverbiais, orações adjetivas e adverbiais, orações relativas restritivas e explicativas etcétera, de maneira a perceber a apreciação ideológica sobre os fatos noticiados ou as posições implícitas ou assumidas.

(ê éfe zero nove éle pê zero quatro) Escrever textos corretamente, de acordo com a norma-padrão, com estruturas sintáticas complexas no nível da oração e do período.

(ê éfe oito nove éle pê três sete) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, dentre outras.

Faça as atividades no caderno.

Orações subordinadas reduzidas

Você já sabe que as orações subordinadas sempre acrescentam alguma informação à oração principal. Leia um trecho retirado da Leitura 2, do artigo de opinião “O progresso da ciência”.

Programas em ciência, cultura e tecnologia têm grande potencial para dinamizar a economia criativa, especialmente no Rio de Janeiro.

ROQUE, Tatiana. O progresso da ciência. O Globo, Rio de Janeiro, 17 junho. 2018. Opinião, página. 19.

  • O trecho em destaque é um período composto por subordinação.
    1. Separe as duas orações que compõem esse período.
    2. Identifique o verbo da oração principal e o da oração subordinada.

Note que o verbo da segunda oração não está flexionado, mas está na sua fórma nominal infinitiva.

As orações subordinadas cujos verbos se encontram nas fórmas nominais e que não se iniciam por um pronome relativo (que, por exemplo) nem por uma conjunção subordinativa são chamadas de orações reduzidas. Já as orações que têm os seus verbos flexionados e acompanhadas por conectivo são chamadas de orações desenvolvidas.

Ilustração. Ícone retomada de tópicos.

fórmas nominais do verbo

  • Infinitivo: verbo sem conjugação e terminando em -r; terminar.
  • Gerúndio: verbo que indica uma continuidade e termina em -ndo; terminando.
  • Particípio: verbo que indica uma noção de finalização e termina em -ado ou -ido; terminado, construído.

Orações subordinadas reduzidas de infinitivo

Nesta seção conheceremos as orações reduzidas de infinitivo. São aquelas que são iniciadas por um verbo no infinitivo. Leia o trecho do artigo “Festival Nacional de Frevo”, publicado no jornal Diário de Pernambuco.

Grande celebração à cultura pernambucana e a um de seus maiores símbolos, a final do Festival Nacional do Frevo ocorreu no Teatro de Santa Isabel, a partir das 19horas, num evento gratuito e aberto ao público, sob a batuta do consagrado maestro Edson Rodrigues. Para participar, bastou retirar o ingresso a partir das 18horas.

Fotografia.  Pessoas vestindo roupas coloridas; moças de collant listrado na altura do peito e saia curta, e rapazes de collant listrado na altura do peito, com faixas laterais nas calças compridas, e todos de meias soquete e tênis. Todos seguram pequenos guarda-chuvas coloridos, um adereço do frevo. Todos saltam sincronizadamente, flexionando ambas as pernas para trás, e a imagem captura o instante em que estão com os pés no ar. Ao fundo, orla marítima e edifícios, sob céu azul com algumas nuvens brancas.
Grupo de passistas de frevo, em Recife (Pernambuco), 2018.

ALVES, Lêda. Festival Nacional de Frevo. Diário de Pernambuco, Recife, 14 julho. 2018. Disponível em: https://oeds.link/fhNuXn. Acesso em: 5 abril. 2022.

Releia o período destacado no trecho citado e observe o esquema:

Versão adaptada acessível

Releia o período "Para participar, bastou retirar o ingresso a partir das 18h." no trecho citado e observe o esquema:

para participar
participar: verbo no infinitivo

O verbo participar está na fórma infinitiva, por isso, dizemos que essa é uma oração subordinada reduzida de infinitivo.

Respostas e comentários

b) Oração principal: verbo ter (têm).

Oração subordinada: verbo dinamizar.

Sobre Orações subordinadas reduzidas

As orações subordinadas reduzidas têm duas características: a) apresentam o verbo em uma das fórmas nominais: infinitivo, gerúndio, particípio; b) não vêm introduzidas por conectivos (conjunções e locuções conjuntivas subordinativas ou pronomes relativos). Para analisar uma oração subordinada reduzida, basta fazer o seguinte: 1) desenvolvê-la, ou seja, tirá-la da fórma reduzida, fazendo aparecer o conectivo; 2) analisar a oração desenvolvida; 3) aplicar a análise da oração desenvolvida à reduzida, acrescentando as palavras reduzida de (infinitivo, gerúndio, particípio).

Respostas

a) Oração 1: “Programas em ciência, cultura e tecnologia têm grande potencial ”.

Oração 2: “reticências para dinamizar a economia criativa, especialmente no Rio de Janeiro”.

Sobre Orações subordinadas reduzidas de infinitivo

Esclareça aos estudantes que as fórmas nominais são fórmas verbais que não apresentam flexão de tempo e modo, perdendo as características exclusivas do verbo e desempenhando funções próprias dos nomes (substantivo, adjetivo e advérbio). São elas: infinitivo, particípio e gerúndio. O infinitivo indica o processo propriamente dito, sem situá-lo no tempo; desempenha, assim, função semelhante à do substantivo. Exemplo: É preciso recuperar os valores éticos. Observação: o infinitivo pode apresentar flexão de pessoa, originando duas fórmas: o infinitivo impessoal (não flexionado) e o infinitivo pessoal (flexionado).

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia alguns trechos de notícias.

Lamentavelmente, o ser humano ainda não se conscientizou que a água é um bem finito e indispensável à existência dos seres vivos.

CAMÊLO, Gercy Joaquim. O lixo ameaça o planeta Terra. Diário da Manhã, 11 outubro. 2018. Disponível em: https://oeds.link/XwX9dY. Acesso em: 5 abril. 2022.

Infelizmente nossas transformações no ser humano cordial estão indo na direção oposta.

BARROS, Alexandre Rands. Homem cordial no Brasil atual. Diário de Pernambuco, Recife, 30 junho. 2018. Disponível em: https://oeds.link/DEirKS. Acesso em: 5 abril. 2022.

Comunico tristemente a partida de nosso vizinho, o talentoso arquiteto, êne jota érre ême, na tarde de ontem.

PERDEMOS êne jota érre ême Boletim informativo. Condomínio Tamar. São Paulo (São Paulo), janeiro. 2018.

Nos três trechos há advérbios modalizadores. Identifique-os e explique o sentido de cada um deles.

2. Leia a tirinha a seguir.

Tirinha, em três cenas. Personagens, uma minhoca usando um chapéu cônico, como de festa infantil, e um caracol com um colar de flores. Cena 1. O caracol e a minhoca estão sorridentes lado a lado em um cenário festivo, com serpentinas e confetes coloridos. O caracol diz: 'CELEBRAR...'. Cena 2. O caracol diz: '...É UMA FORMA DIVERTIDA...' Cena 3. O caracol voltado para a minhoca diz: '...DE AGRADECER!'.

GOMES, Clara. Bichinhos de jardim. O Globo, Rio de Janeiro, 14 fevereiro. 2018. Segundo Caderno, página. 4.

  1. No último quadrinho temos um verbo que está em sua fórma não flexionada. Qual é a fórma nominal desse verbo?
  2. Passe o verbo para as fórmas nominais possíveis e identifique-as.

3. Releia mais este trecho retirado do texto “O progresso da ciência”, observando o trecho destacado:

Programas em ciência, cultura e tecnologia têm grande potencial para dinamizar a economia criativa, especialmente no Rio de Janeiro.

ROQUE, Tatiana. O progresso da ciência. O Globo, Rio de Janeiro, 17 junho. 2018. Opinião, página. 19.

  1. O trecho em destaque indica uma oração subordinada. Identifique e copie o verbo dessa oração.
  2. Qual é a fórma nominal do verbo indicado?

4. Reúna-se com um colega e identifiquem em jornais e revistas outras frases em que ocorram advérbios modalizadores. Dividam uma folha de sulfite ao meio e registrem as frases que revelam avaliações positivas de um lado e as que trazem avaliações negativas do outro.

Respostas e comentários

4. Resposta pessoal. Oriente e acompanhe a realização da atividade pelos estudantes.

Sobre Atividades

Os modalizadores ajudam a identificar o posicionamento assumido pelo falante do texto sobre o conteúdo enunciado, podendo relativizar ou enfatizar o que foi dito. O fenômeno da modalização ganha destaque nos estudos linguísticos, pois tem a função de determinar o modo como aquilo que se diz é dito. Na produção de um discurso, o falante manifesta suas intenções e sua atitude no enunciado que produz. Mostre para os estudantes que os advérbios de afirmação e dúvida estão ligados aos modos verbais indicativo e subjuntivo. É interessante lembrá-los da função dos modos indicativo e subjuntivo e também falar sobre a locução verbal que aparecerá em alguns exemplos de modalização. Aproveite a oportunidade e retome as fórmas nominais.

Respostas

1. Lamentavelmente/Infelizmente/Tristemente: os três advérbios modalizam os enunciados revelando tristeza em relação a algum acontecimento ou fato.

Comente com os estudantes que essas três fórmas de modalização têm sentidos semelhantes.

2. a) O verbo está no infinitivo.

b) Agradecendo (gerúndio) agradecido (particípio).

3. a) O verbo é dinamizar.

b) fórma nominal infinitiva.

Questões da língua

A ordem e o deslocamento dos termos da oração

Você já aprendeu que uma oração é formada pelos termos sujeito e predicado. Agora, vamos subdividir a oração, a partir do verbo, destacando sujeito, verbo, objeto e circunstâncias.

Leia um trecho de uma notícia retirada do jornal Diário de Pernambuco, observando a oração em destaque:

Uma cena pra lá de fofa viralizou nas redes sociais, nesse fim de semana. Uma cachorrinha invadiu uma apresentação de música clássica, provocando muitas risadas do público que assistia ao concerto. O que pouca gente sabe é que isso aconteceu em Gravatá, agreste do estado, durante o festival de música erudita Virtuosi.

Fotografia. Apresentação musical. Um homem vestindo camisa preta está sentado, tocando um piano de cauda, que aparece parcialmente. Ao lado dele há uma cachorrinha de pelo branco e manchas castanhas deitada de lado. Ao fundo, algumas pessoas sentadas assistem à apresentação.
Registro fotográfico de um acontecimento inusitado: uma cachorrinha em um concerto, em Gravatá (Pernambuco), em 22 julho. 2018.

BOLDRINI, Thayse. Cadelinha viraliza nas redes, em apresentação de música erudita em Pernambuco. Diário de Pernambuco, Recife, 17 julho. 2018. Publicado no Blog João Alberto. Disponível em: https://oeds.link/qOVlkZ. Acesso em: 5 abril. 2022.

  1. Separe e identifique na oração destacada os termos: sujeito, verbo e objeto.
  2. Reescreva a oração em destaque mudando os termos de lugar, sem mudar o sentido.

A ordem desses termos é básica (ou direta) em nossa língua (sujeito/verbo/objeto/circunstâncias), ou seja, é tão frequente e reproduzida naturalmente que nós, falantes, não paramos para verificar se estamos seguindo ou não essa ordem.

No entanto, essa não é a única ordem possível. Observe os períodos a seguir:

O animal subiu ao palco durante a apresentação do solista Rafael Garcia reticências.

BOLDRINI, Thayse. Cadelinha viraliza nas redes, em apresentação de música erudita em Pernambuco. Diário de Pernambuco, Recife, 17 julho. 2018. Publicado no Blog João Alberto. Disponível em: https://oeds.link/qOVlkZ. Acesso em: 5 abril. 2022.

Durante a apresentação do solista Rafael Garcia, o animal subiu ao palco.

Observe outro exemplo:

Para provar sua inocência, tirei férias no trabalho e me dediquei a escrever sua defesa. Para provar sua inocência - oração subordinada reduzida de infinitivo tirei férias no trabalho -  oração principal

A oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo está deslocada, precedendo a oração principal. Esse deslocamento acontece porque o falante quer dar ênfase à circunstância e, para esse deslocamento, utiliza a vírgula.

Respostas e comentários

a) Sujeito: Uma cachorrinha; verbo: invadiu; objeto: uma apresentação de música.

Sobre A ordem e o deslocamento dos termos da oração

Neste estudo sobre a ordem e o deslocamento dos termos da oração, é importante esclarecer para os estudantes que a colocação dos termos dentro da oração e das orações dentro do período, além de seguir certos padrões sintáticos, impostos pela norma, deixa também ao indivíduo uma liberdade ampla para fins de estilística. Assim, há uma colocação sintático-gramatical e, a seu lado, uma colocação estilística que se coordenam e complementam. Portanto, a colocação, em um idioma, obedece a tendências variadas, quer de ordem estritamente gramatical, quer de ordem rítmica, psicológica e estilística. A maior responsável pela ordem favorita em uma língua ou grupo de línguas parece ser a entonação oracional. Em nossa língua, a ordem é sujeito verbo complemento. A ordem que sai desse esquema ésse vê cê é chamada inversa ou ocasional. Sendo a ordem direta um padrão sintático, a ordem inversa, como afastamento da norma, pode adquirir valor estilístico. E realmente se lança mão da ordem inversa para enfatizar esse ou aquele termo oracional. Estudos linguísticos mais recentes mostram que os falantes do português tendem, primeiramente, a topicalizar o assunto de que será tratado e, só então, criar uma sentença ésse vê cê: Aquela aluna, ela vai fazer todo o trabalho.

Indicação de tese

Para maior aprofundamento sobre ordem e deslocamento dos termos das orações, sugere-se: NEGRÃO, ­Esmeralda Vailati. O português brasileiro: uma língua voltada para o discurso. Tese (Livre-docência) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

Respostas

b) Invadiu uma apresentação de música clássica, uma cachorrinha.

Invadiu, uma cachorrinha, uma apresentação de música clássica.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia um trecho de uma reportagem especial do jornal Folha de São Paulo em que foi analisado o gosto em relação a gêneros musicais dos brasileiros:

O que ouvem os brasileiros

Os fãs de ême pê bê estão concentrados em cidades litorâneas, assim como os de gospel e reggae. O funk paulista domina áreas centrais das regiões Sul e Sudeste. Já o sucesso da Galinha Pintadinha é homogêneo. Afinal, que gênero merece hoje o rótulo de música popular brasileira?

O QUE ouvem os brasileiros. Folha de São Paulo. São Paulo, 15 dezembro. 2017. Disponível em: https://oeds.link/CbLa8a. Acesso em: 5 abril. 2022.

  1. As orações “Os fãs de ême pê bê estão concentrados em cidades litorâneas”, “O funk paulista domina áreas centrais das regiões Sul e Sudeste” e “Já o sucesso da Galinha Pintadinha é homogêneo” estão na ordem direta da língua portuguesa. Em seu caderno, reescreva essas orações mudando a ordem dos termos. Faça os ajustes necessários.
  2. Qual foi o destaque dado por você na oração ao mudar a ordem básica?
Versão adaptada acessível
  1. As orações “Os fãs de MPB estão concentrados em cidades litorâneas”, “O funk paulista domina áreas centrais das regiões Sul e Sudeste” e “Já o sucesso da Galinha Pintadinha é homogêneo” estão na ordem direta da língua portuguesa. Reescreva essas orações mudando a ordem dos termos. Faça os ajustes necessários.
  2. Qual foi o destaque dado por você na oração ao mudar a ordem básica?

2. Leia o trecho da reportagem extraída do jornal Correio Braziliense:

Saiba os cuidados que os pets precisam ter na hora do banho

reticências Para evitar que o bicho sofra com baixas temperaturas, o veterinário ainda indica que os banhos sejam dados entre as 11horas e as 15horas, levando em consideração o clima. reticências

Fotografia. Uma cachorrinha basset dachshund ('salsicha') de pelo castanho, com enfeites nas orelhas e na testa, e um colar com uma argola em forma de coração. Ela está deitada em um sofá marrom, com o focinho para a frente e olhar atento.
É preciso cuidado com o banho do pet. Brasília (Distrito Federal).

ANDRADE, Juliana. Saiba os cuidados que os pets precisam ter na hora do banho. Correio Braziliense, Brasília, Distrito Federal, 22 julho. 2018. Disponível em: https://oeds.link/QuPle2. Acesso em: 5 abril. 2022.

  1. Identifique a oração subordinada reduzida de infinitivo.
  2. Qual é a intenção do autor da reportagem ao deslocar essa oração da ordem básica da língua?

3. Agora que você já sabe sobre a ordem básica e também sobre orações reduzidas, releia as orações a seguir:

I.

Para desmontar essa armadilha, a comunidade acadêmica precisa iluminar as pontes que ligam o conhecimento aos avanços do país.

II.

Programas em ciência, cultura e tecnologia têm grande potencial para dinamizar a economia criativa, especialmente no Rio de Janeiro.

ROQUE, Tatiana. O progresso da ciência. O Globo, Rio de Janeiro, 17 junho. 2018. Opinião, página. 19.

  1. Qual é a intenção da autora do artigo ao deslocar a oração reduzida de infinitivo um para o início do período? Caso seja necessário, volte ao texto.
  2. Qual é a sua hipótese sobre não ter esse deslocamento na oração dois?
Respostas e comentários

3. b) Os estudantes podem responder que a intenção da autora nesse caso era dar ênfase aos programas em ciência, cultura e tecnologia.

Sobre Atividades

Como fórma de destacar o deslocamento dos termos da oração, solicite aos estudantes que gravem cinco minutos de conversa entre duas pessoas e verifiquem se há alguma fala em que houve deslocamento. Peça a eles que escrevam no caderno e, em seguida, socializem os exemplos obtidos.

Respostas

1. a) um. Estão concentrados em cidades litorâneas os fãs de ême pê bê.

dois. Áreas centrais das regiões Sul e Sudeste são dominadas pelo funk paulista.

três. É homogêneo o sucesso da Galinha Pintadinha.

b) Foram destacadas as localidades de determinados gêneros.

2. a) “Para evitar que o bicho sofra com baixas temperaturas.”

b) A intenção é dar ênfase ao tema “sofrimento dos bichos com as baixas temperaturas”.

3. a) A intenção é dar ênfase à finalidade: o desmonte da armadilha do conhecimento.

Oralidade

Ícone. Tema contemporâneo transversal: Cidadania e civismo.

Proposta 2

Entrevista

Todos os dias, as pessoas que moram ou trabalham nos centros urbanos enfrentam algum grau de trânsito nas ruas, seja intenso, seja moderado. Na cidade, por onde vão e vêm milhares de pessoas, o trânsito afeta a todos, mesmo que de fórmas variadas. Tráfego intenso e congestionamento, falta de transporte público, desrespeito a pedestres ou ciclistas, irresponsabilidade de motoristas e motociclistas. No caso específico da violência no trânsito, não é raro que, no Brasil, caminhar em algumas ruas seja sinônimo de perigo e medo.

Esquema. À esquerda, em uma retícula retangular azul-clara, o texto: 'IMPRUDÊNCIA É PRINCIPAL CAUSA DE ACIDENTES DE TR NSITO NO BRASIL.'. No centro, uma placa de trânsito triangular branca de bordas vermelhas, com a silhueta de um carro derrapando na pista. À direita, em uma retícula retangular laranja, o texto: 'ACIDENTES DE TR NSITO NO BRASIL, UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA'.

Fontes: Imprudência é principal causa de acidentes de trânsito no Brasil. Estadão Mobilidade, 7 agosto. 2022. Disponível em: https://oeds.link/kffhke; ACIDENTES de trânsito no Brasil, um problema de saúde pública. Jornal da úspi, 15 março. 2018. Disponível em: https://oeds.link/iMTrM6. Acessos em: 7 agosto. 2022.

Opiniões em uma entrevista

Dados e notícias sobre problemas envolvendo o trânsito, como os destacados anteriormente, são encontrados em rádios, jornais e revistas (impressos ou digitais), páginas especializadas e portais do governo.

Para passar informações, é bastante comum que esses meios de comunicação usem o recurso da entrevista. Por meio de perguntas e respostas, um entrevistador busca saber de especialistas a opinião deles a respeito de um assunto. Mas também pode ocorrer de a entrevista ser com alguém da população, para também saber a opinião de quem vivencia determinada situação. A seguir, observe trechos de entrevistas em que o tema era o problema do trânsito.

Trecho de entrevista com Rafaela Albuquerque, diretora do detrân, ao portal Agência Brasília, 2019.

[Pergunta] No Brasil, a questão da violência no trânsito está intimamente relacionada à falta de conscientização e de educação das pessoas? Se cada um fizesse sua parte a realidade seria outra bem diferentereticências

[Resposta] Por meio de nossas campanhas tentamos trabalhar, principalmente, a questão da autorresponsabilidade do motorista, ciclistas, pedestres, enfim, dos atores ativos deste contexto viário. Se não agirmos de fórma correta, estamos sujeitos a cometer um acidente de trânsito que irá afetar diretamente a si próprio e ao próximo. É importante que cada um tenha sua consciência e a necessidade de conhecimento do papel que exerce no trânsito, com conhecimento dos seus diretos e deveres.

FLÁVIO, Lúcio. Rafaela Albuquerque: Por mais vidas preservadas no trânsito. Agência Brasília, 26 abril. 2019. Publicado em Folha Nobre. Disponível em: https://oeds.link/b5rmlr. Acesso em: 7 agosto. 2022.

Respostas e comentários

Orientações

A cidadania é o exercício de direitos e deveres na vida em sociedade. Uma das frentes em que ela deve ser exercida é na busca pela valorização da vida no trânsito. Assim, a proposta é trabalhar, com base no gênero entrevista, como os estudantes podem ser mais participativos na vida pública. A abordagem de entrevistas voltadas para o tema do trânsito permite investigar a solidariedade e a participação na coletividade.

Desse modo, o estudante poderá conhecer o direito dos cidadãos no que se refere à locomoção e à segurança no trânsito; investigar os papéis e os atores sociais relacionados ao tema; ouvir e produzir entrevistas de modo a aprofundar esse gênero tão presente no dia a dia dos estudantes.

Reserve um momento para uma roda de conversa sobre o tema contemporâneo transversal Cidadania e Civismo (subtema: Educação para o Trânsito). Ajude os estudantes a perceberem suas responsabilidades enquanto cidadãos que lidam com o trânsito.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(ê éfe oito nove éle pê um três) Planejar entrevistas orais com pessoas ligadas ao fato noticiado, especialistas etcétera, como fórma de obter dados e informações sobre os fatos cobertos sobre o tema ou questão discutida ou temáticas em estudo, levando em conta o gênero e seu contexto de produção, partindo do levantamento de informações sobre o entrevistado e sobre a temática e da elaboração de um roteiro de perguntas, garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática, realizar entrevista e fazer edição em áudio ou vídeo, incluindo uma contextualização inicial e uma fala de encerramento para publicação da entrevista isoladamente ou como parte integrante de reportagem multimidiática, adequando-a a seu contexto de publicação e garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática.

(ê éfe oito nove éle pê dois nove) Utilizar e perceber mecanismos de progressão temática, tais como retomadas anafóricas (“que, cujo, onde”, pronomes do caso reto e oblíquos, pronomes demonstrativos, nomes correferentes etcétera), catáforas (remetendo para adiante ao invés de retomar o já dito), uso de organizadores textuais, de coesivos etcétera, e analisar os mecanismos de reformulação e paráfrase utilizados nos textos de divulgação do conhecimento.

(ê éfe oito nove éle pê um seis) Analisar a modalização realizada em textos noticiosos e argumentativos, por meio das modalidades apreciativas, viabilizadas por classes e estruturas gramaticais como adjetivos, locuções adjetivas, advérbios, locuções adverbiais, orações adjetivas e adverbiais, orações relativas restritivas e explicativas etcétera, de maneira a perceber a apreciação ideológica sobre os fatos noticiados ou as posições implícitas ou assumidas.

(ê éfe oito nove éle pê zero cinco) Analisar o efeito de sentido produzido pelo uso, em textos, de recurso a fórmas de apropriação textual (paráfrases, citações, discurso direto, indireto ou indireto livre).

Fotografia. Destaque para parte frontal destruída de um carro preto de perfil.

Trecho de entrevista com Hélio Tomba Júnior, diretor municipal de Trânsito da cidade de Itu (São Paulo), ao Jornal Periscópio, em 2021.

[Pergunta] Há alguma atenção especial com motociclistas, visto que estes ficam muito expostos a um acidente? E como é o trabalho com ciclistas e pedestres?

[Resposta] Sim, em 2017 foram criados espaços exclusivos para os motociclistas, nos cruzamentos semaforizados, proporcionando prioridade e segurança entre as motos e os carros. Em 2021 esse espaço conhecido como “Frente Segura” virou lei com o novo código de trânsito e agora é passível de autuação para os veículos que não respeitarem esse espaço. Importante destacar aqui que o motociclista deve respeitar a faixa de pedestre, deixando-a sempre livre. A cidade possui hoje 30 quilômetros de ciclovia, espaço destinado somente ao ciclista e que se encontra bem distribuído e sinalizado. reticências

[Pergunta] Por último, deixe uma mensagem aos motoristas – e pedestres – de Itu.

[Resposta] O mês de maio é escolhido como o mês amarelo para chamar a atenção de todos que utilizam as vias públicas: sejam pedestres, motoristas, motociclistas, ciclistas, enfim, todos que compartilham de espaços públicos para se locomoverem, para que respeitem a vida e pensem muito antes de se arriscarem e colocarem em risco as vidas humanas. Às vezes, pessoas inocentes sofrem com a imprudência e a falta de responsabilidades de alguns motoristas. Por isso o recado é: tenha muita cautela no trânsito, muitos acidentes são evitáveis respeitando a legislação e a sinalização.

MAIO Amarelo: Diretor de Trânsito de Itu fala das ações para minimizar os acidentes. Jornal Periscópio, 8 maio 2021. Disponível em: https://oeds.link/C6dusY. Acesso em: 7 abril. 2022.

Fotografia. Reprodução de cartaz de utilidade pública. Centralizado, o texto: 'Respeite quem anda a pé', 'JUNTOS SALVAMOS VIDAS!', sobre um a tarja amarela, e 'maioamarelo', sobre uma tarja preta, com as palavras juntas, em branco e amarelo respectivamente, ao lado do desenho de um laço de fita amarela, símbolo da campanha veiculada. Ao fundo, pernas, pés e sombras de pessoas que atravessam a rua em uma faixa de segurança pintada no asfalto, composta de diversas faixas brancas espaçadas.
No trânsito, a cor amarela simboliza sinal de alerta, atenção, advertência. Para a Organização das Nações Unidas (ônu), desde 2011 essa pigmentação ganhou dimensão social abrangente no Brasil e no mundo. Foi quando a Assembleia Geral da entidade internacional instituiu o Maio Amarelo, o mês de conscientização sobre a violência no trânsito. Na imagem, cartaz da campanha de 2022.
Respostas e comentários
  • Respeito e Responsabilidade são tema da campanha Maio Amarelo. Entrevista para o portal ê bê cê concedida por José Aurelio Ramalho, diretor presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária (4/5/2021). Disponível em: https://oeds.link/qMb2Pb. Acesso em: 5 agosto. 2022.
  • Acidentes de trânsito no Brasil, um problema de saúde pública. A Rádio úspi entrevista especialistas das áreas de Medicina e do Direito para analisar o quadro atual do trânsito brasileiro (16/10/2019). Disponível em: https://oeds.link/iMTrM6. Acesso em: 5 agosto. 2022.
  • Uso do celular no trânsito é uma das principais causas de acidentes e mortes nas estradas. Reportagem do Jornal êne dê, de Santa Catarina, sobre a perigosa prática de uso de celular ao volante, com entrevistas ao longo da reportagem (1º/4/2022). Disponível em: https://oeds.link/SykNSK. Acesso em: 5 agosto. 2022.

Trecho de entrevista de Hélio Reis dos Santos, chefe da Seção de Educação no Trânsito de Uberaba (Minas Gerais), ao Jornal da Manhã, em 2015.

[Pergunta] jornalístico-midiático – Promover palestras ao invés de blitze tem algum resultado mais positivo?

[Resposta] hélio reis dos santos – O secretário [de Defesa Social, uélinton Cardoso Ramos] conversou com nossa equipe e verificamos que as palestras apresentam um resultado melhor, especialmente quando elas acontecem nas escolas e envolvem as crianças; elas multiplicam. Veja você, quando palestramos para crianças de quatro a 11 anos, é certeza que elas, depois, vão cobrar dos pais. E curioso que, nesse trabalho, muitas crianças já nos revelaram que os pais dirigem falando ao celular, ou, quando vão a algum evento, consomem bebida alcóolica e depois vão dirigir. A criança é muito verdadeira. E nas nossas orientações sempre recomendamos que não se deve usar celular enquanto dirige e nem beber e depois dirigir. Quando a criança chega em casa, ela cobra do pai. E certamente o pai fica envergonhado e, na frente do filho, não vai cometer qualquer imprudência.

ENTREVISTA: Celular ao volante gera 50% das multas de trânsito em Uberaba. Jornal da Manhã on-line. Disponível em: https://oeds.link/4QMAJP. Acesso em: 7 abril. 2022.

Ilustração. Reprodução de uma placa de trânsito em forma de losango equilátero de fundo amarelo contornado de preto com duas setas espessas pretas dispostas lado a lado, uma para cima e outra para baixo.
Placa indicativa de via de mão dupla (em que veículos trafegam nos dois sentidos). Ter uma experiência no trânsito com menos perigo também é uma via de mão dupla, pois não é responsabilidade somente do poder público, do motorista, do motociclista, do ciclista ou do pedestre; todos devem agir para seguir as leis, ser atentos e respeitar o outro.

O que você vai fazer

  1. Você vai ler ou ouvir entrevistas que tratem do tema do trânsito e fazer um levantamento de problemas específicos que sejam de seu interesse: tráfego intenso, violência contra pedestre, contra ciclista, falta de sinalização etcétera.
  2. Você pode acessar as entrevistas completas dos trechos mostrados, bem como deve buscar outras fontes para completar sua pesquisa.
  3. É bastante importante encontrar entrevistas feitas por veículos de imprensa que tratem de problemas da sua cidade ou bairro. Principalmente essas situações específicas é que serão usadas nas etapas seguintes.
  4. Utilize estruturas estudadas nas aulas para analisar a fala tanto de entrevistadores como de entrevistados. Em entrevistas transcritas ou gravadas (áudio ou vídeo), como essas pessoas expressam o pensamento: usam verbos de dizer, modalizadores? Como fazem o encadeamento dos elementos de coesão para criar progressão? Como usam recursos de argumentação para emitir opiniões?
  5. Uma vez compreendido o problema e com mais entendimento da dinâmica do gênero entrevista, será sua vez de fazer uma entrevista.
    • Escolha um entrevistado que possa dar informações interessantes sobre o assunto. Não precisa ser um especialista, podendo ser alguém que, por exemplo, vivencie o problema do trânsito e tenha um relato interessante a oferecer.
      • Possíveis entrevistados: pessoa que vai a pé para escola ou trabalho; ciclista; motorista de carro; motorista de ônibus; responsável por operações de trânsito na sua cidade; representante de associação de bairro; catador de materiais recicláveis que usa carrinho e vivencia o cotidiano do trânsito na cidade.
    • Elabore um roteiro de perguntas a serem feitas para seu entrevistado.
    • Realize a entrevista, que deve ser gravada em áudio ou vídeo. Além do roteiro de perguntas, faça um roteiro final para toda a entrevista, incluindo uma contextualização inicial e uma fala de encerramento. Tudo isso deve constar da sua gravação.
    • A entrevista será disponibilizada para os colegas de turma e para a comunidade escolar. Além disso, ela servirá de apoio para o texto que você vai produzir na próxima seção.
Respostas e comentários

Orientação

Comente com os estudantes que o artigo de opinião é um gênero solicitado no ambiente escolar porque ajuda a desenvolver o senso crítico, uma vez que eles precisam se posicionar diante de problemas complexos e de interesse coletivo, que costumam apresentar diversos pontos de vista.

Sugestão

Oriente os estudantes a buscarem textos atuais – e com abordagem regional – que tratem do tema trânsito. Auxilie-os a explorar informações e opiniões disponíveis, para que a turma possa aproveitá-los no decorrer da atividade. Deixe que se expressem livremente e que troquem ideias para a resolução de dúvidas.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(ê éfe seis nove éle pê zero sete) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e circulação – os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação –, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etcétera), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo córtes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendo córtes, acréscimos, ajustes, acrescentando/alterando efeitos, ordenamentos etcétera

(ê éfe seis nove éle pê zero oito) Revisar/editar o texto produzido – notícia, reportagem, resenha, artigo de opinião, dentre outros –, tendo em vista sua adequação ao contexto de produção, a mídia em questão, características do gênero, aspectos relativos à textualidade, a relação entre as diferentes semioses, a formatação e uso adequado das ferramentas de edição (de texto, foto, áudio e vídeo, dependendo do caso) e adequação à norma culta.

(ê éfe seis nove éle pê um seis) Analisar e utilizar as fórmas de composição dos gêneros jornalísticos da ordem do relatar, tais como notícias (pirâmide invertida no impresso dez blocos noticiosos hipertextuais e hipermidiáticos no digital, que também pode contar com imagens de vários tipos, vídeos, gravações de áudio etcétera), da ordem do argumentar, tais como artigos de opinião e editorial (contextualização, defesa de tese/opinião e uso de argumentos) e das entrevistas: apresentação e contextualização do entrevistado e do tema, estrutura pergunta e resposta etcétera

(ê éfe oito nove éle pê um zero) Planejar artigos de opinião, tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etcétera –, a partir da escolha do tema ou questão a ser discutido(a), da relevância para a turma, escola ou comunidade, do levantamento de dados e informações sobre a questão, de argumentos relacionados a diferentes posicionamentos em jogo, da definição – o que pode envolver consultas a fontes diversas, entrevistas com especialistas, análise de textos, organização esquemática das informações e argumentos – dos (tipos de) argumentos e estratégias que pretende utilizar para convencer os leitores.

(ê éfe zero nove éle pê zero três) Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de produção dado, assumindo posição diante de tema polêmico, argumentando de acordo com a estrutura própria desse tipo de texto e utilizando diferentes tipos de argumentos – de autoridade, comprovação, exemplificação princípio etcétera

Produção de texto

Artigo de opinião

O que você vai produzir

Nesta Unidade, foram lidos dois artigos de opinião e você conheceu as principais características relacionadas a esse gênero textual. Agora é sua vez de ser um articulista e escrever um artigo de opinião sobre o tema Está na hora de as pessoas exercerem seu papel de cidadãs em relação ao trânsito da cidade. Seu texto deve ser publicado no blog da sala de aula (ou da escola), junto com a entrevista feita na seção Oralidade – Proposta 2.

Planejamento

  1. O seu artigo será produzido com base nas fontes descritas a seguir.
    • Nas entrevistas a que você assistiu, pois lhe darão fontes de vozes de autoridade sobre o assunto, bem como exemplos de construção de argumentos para emitir opiniões.
    • Na entrevista que você realizou – tenha sido ela feita com alguém que entende a questão do trânsito ou com alguém que vivencia no dia a dia esse problema. Você deverá transcrever (fazer paráfrase de) falas do entrevistado para reforçar seus argumentos; para isso, precisará usar verbos de dizer. Por exemplo: Dona Ângela toda manhã tem o mesmo desafio: “Eu fico com medo de atravessar a avenida, sabe? Os carros ultrapassam o sinal vermelho e não respeitam a faixa de pedestre”, reclamou ela. Você deverá pesquisar e ler um texto de opinião sobre a questão do trânsito na sua cidade ou região para refletir um pouco mais sobre a questão e ter mais embasamento para se posicionar diante do problema específico que afeta sua comunidade.
  2. Os problemas específicos relacionados ao trânsito, portanto, devem orientar a produção do artigo de opinião, mas a questão abordada tem de ser relevante para a sua realidade, para o dia a dia da sua comunidade. Sendo assim, podem ser explorados tráfego intenso, violência contra pedestre, contra ciclista, falta de sinalização etcétera.
  3. Após a leitura e a exploração das entrevistas, escreva em seu caderno seu posicionamento diante do tema.
Versão adaptada acessível

3. Após a leitura e a exploração das entrevistas, escreva seu posicionamento diante do tema.

  1. Como é um tema amplo e complexo, estabeleça um recorte da questão que pretende desenvolver em seu artigo de opinião. Ter clareza do que deseja abordar permite apresentar melhor a discussão ao leitor e ainda evidenciar a tese a ser defendida no artigo.
  2. Defina e liste os argumentos principais que deseja desenvolver no texto. Lembre-se dos diversos tipos de argumentos (comparação, exemplificação, causa-consequência).
  3. Antes da escrita da primeira versão, procure organizar de modo lógico a apresentação dos argumentos pré-selecionados. Lembre-se: você pode empregar como estratégia a apresentação de contra-argumentos.
  4. Esboce também uma conclusão, pensando na retomada da tese e no encerramento do raciocínio argumentativo.
Respostas e comentários

Orientação

Além das fontes de pesquisa já indicadas, talvez valha um trabalho com o Código de Trânsito Brasileiro. Os seres humanos vivem em sociedade. Esse fato faz surgir a todo momento o debate sobre os interesses públicos e os interesses privados, ou seja, o conflito para definir o que é comum a todos os cidadãos e o que é exclusivo da vida familiar ou individual. As leis são necessárias para mediar esses interesses. O Código de Trânsito Brasileiro é a lei que cumpre o papel regulador nessas relações. Acompanhe a utilização do blog pela turma e a publicação dos textos. Ajude os estudantes a divulgarem esse blog para a comunidade escolar e os familiares. Estimule-os a comentar os textos publicados e a responder comentários que tenham sido feitos no campo destinado para isso.

Produção

Agora escreva a primeira versão de seu artigo de opinião. Não se esqueça de:

  • adequar a linguagem à situação comunicativa, empregando a norma-padrão;
  • selecionar com cuidado o vocabulário, de modo a contribuir na evidência do seu posicionamento;
  • criar um título que já sugira ao leitor seu posicionamento, pois o tema do artigo (Está na hora de as pessoas exercerem seu papel de cidadãs em relação ao trânsito da cidade) não é o título definitivo;
  • elaborar um breve resumo com seus dados biográficos (nome, idade, ano de escolaridade).

Revisão

Antes de considerar o texto concluído, troque seu artigo de opinião com o de um colega e avalie o texto dele, com base nos critérios a seguir. Ele também deve proceder do mesmo modo com seu texto. Depois, converse com o colega e faça as alterações necessárias para a escrita da versão final.

Em relação à proposta e ao sentido do texto

Em relação à ortografia, à concordância e à pontuação

1. As entrevistas serviram como fontes de informações para a elaboração do artigo? Algumas falas do seu entrevistado foram parafraseadas no seu texto?

1. Você conferiu a ortografia e a acentuação das palavras?

2. A tese é evidenciada de modo claro ao leitor?

2. Checou se empregou corretamente a pontuação, principalmente as vírgulas e as aspas?

3. Os argumentos utilizados são consistentes e coerentes com a defesa da tese?

3. Fez a revisão da concordância verbo-nominal e da regência?

4. A conclusão encerra bem o raciocínio argumentativo desenvolvido ao longo do texto?

5. As partes do texto estão articuladas de modo coeso e coerente?

Circulação

  1. Primeiramente, compartilhe a entrevista que você realizou (em áudio ou vídeo). Após a revisão e a reescrita do texto, também publique seu artigo no blog da turma.
  2. Quando todas as entrevistas e todos os textos da turma estiverem no ar, selecione duas entrevistas e dois artigos de opinião produzidos por colegas e faça uma apreciação cuidadosa desses materiais.
  3. Faça comentários a respeito das entrevistas e sobre os artigos de opinião no espaço destinado a esse propósito no blog.
  4. Depois, leia os comentários publicados sobre sua entrevista e sobre seu artigo de opinião.

Avaliação

  1. O que aprenderam sobre o tema no momento do planejamento?
  2. Qual parte da atividade foi mais fácil? E qual foi mais difícil? Por quê?
  3. De que fórma as entrevistas realizadas e a leitura dos artigos de opinião dos colegas possibilitaram ampliar seu ponto de vista a respeito do tema?
  4. Como os comentários dos colegas no blog permitiram rever o que você publicou?
Respostas e comentários

Indicações de artigos

Professor, a seguir há alguns sites em que são disponibilizadas entrevistas que giram em torno do tema trânsito. Acessos em: 10 abril. 2022.

  • O colapso do trânsito nas grandes cidades brasileiras. Produção da tê vê Cultura a respeito do problema dos congestionamentos nas cidades grandes (2018). Disponível em: https://oeds.link/x8ayTd.
  • Locomoção nas grandes cidades ainda é um desafio. O programa “Diálogos na úspi”, do portal do Jornal da úspi, recebe Orlando istrambi e Carolina Requena para discutir a mobilidade urbana nos grandes centros (20/9/2019). Disponível em: https://oeds.link/b7pWfg.

Glossário

ajuste fiscal
: processo em que se busca reequilibrar as receitas e as despesas de um governo, por meio da redução de gastos e/ou do aumento da arrecadação de impostos.
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artífice
: trabalhador; quem cria ou inventa algo, autor.
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clima temperado
: em que a temperatura não é muito alta nem muito baixa.
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Embrapa
: sigla da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, uma instituição pública de pesquisas agropecuárias vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e fundada em 1973.
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hectare
: unidade de medida agrária que corresponde a 10 mil métros quadrados.
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regiões de baixa latitude
: regiões próximas da linha do Equador.
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dialética
: de fórma simplificada, no sentido usado no texto, trata-se de uma ideia ou um tema que pode ser analisado de mais de um modo.
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disrupção
: interrupção do modo como algo vinha ocorrendo havia algum tempo.
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reverberar
: propagar até atingir algum ponto, espalhar.
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dissociado
: separado, desagregado, apartado.
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microcefalia
: é uma condição neurológica na qual a cabeça e o cérebro são de um tamanho menor que o normal, o que prejudica o desenvolvimento mental.
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sorvedor
: relativo a desperdício, a mau uso de algo.
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Zika
: doença notificada no Brasil pela primeira vez em 2015, ligada ao sistema neurológico e caracterizada por febre e dores nas articulações, entre outros sintomas.
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