UNIDADE 8  Os menores frascos

1. Resposta pessoal.

2. Resposta pessoal.

Respostas

1. A cena retrata o início do anime, em que um cortador de bambu encontra uma menina muito pequena dentro de um talo brilhante e decide criá-la, acreditando que ela é uma formafórma divina. Com o tempo, essa garota cresce como as outras crianças e acaba sendo apelidada de Takenoko, expressão japonesa que significa “pequeno bambu”.

2. Deixe que os estudantes troquem o que sabem sobre mangás. Se possível, leve exemplares para a sala de aula, e peça àqueles que os possuem que os levem.

3. Os estudantes já tiveram oportunidade de ter contato com haicaisraicáis ao longo da vida escolar e mesmo neste volume. Deixe que todos se expressem livremente nesta questão, preparando-se para a seção Leitura 1.

Competências gerais da BNCCBê êne cê cê: 3 e 4.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3 e 4.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental: 1, 3, 5, 7, 8 e 9.

Objetos do conhecimento

Leitura: estratégias de leitura apreciação e réplica; reconstrução das condições de produção, circulação e recepção apreciação e réplica; reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos; adesão às práticas de leitura; relação entre textos.

Oralidade: construção da textualidade; produção de textos orais; relação entre textos; consideração das condições de produção; estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/edição.

Produção de textos: relação entre textos.

Análise linguística/semiótica: variação linguística; figuras de linguagem; recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários.

Sobre esta Unidade

O foco nesta Unidade recai sobre gêneros textuais de pequena extensão: haicaisraicáis, minicontos, microcontos e nanocontos. Os estudantes lerão exemplares desses quatro gêneros e poderão optar por um deles na produção final. São retomadas algumas figuras de linguagem (aliteração, assonância, personificação, metáfora e metonímia). Também estudam-se paráfrase e nominalização, bem como palavras homônimas e palavras parônimas. Em termos de oralidade, propõe-se uma atividade com teatro de sombras para o trabalho com a entonação e a voz.

Sobre Contexto

Inicie esta subseção com a leitura do boxe sobre Matsuo Bashômátsúo bachoô, para que os estudantes possam adentrar a cultura japonesa pela literatura. Peça a eles que comentem o que sabem sobre essa cultura e retome a discussão feita na abertura desta Unidade. Observe com a turma a delicadeza das ilustrações que acompanham cada haicairaicái, que se articula à delicadeza do texto verbal.

Sobre Antes de ler

Estas questões têm como objetivo levar os estudantes a reconhecer a composição do gênero textual haicairaicái. Por mais que o teor dos textos possa chamar a atenção deles, tente se ater ao debate sobre o fato de terem sido escritos em épocas e culturas tão diferentes, mas utilizando a mesma formafórma poética. É muito importante fazer com os estudantes uma leitura mediada dos haicaisraicáis. De certo modo, eles se aproximam de fotografias por construir verbal e sinteticamente imagens tão significativas.

Habilidades trabalhadas nesta seção e em suas subseções (Estudo do texto e O gênero em foco)

(EF69LP44ê éfe seis nove éle pê quatro quatro) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formasfórmas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.

(EF69LP46ê éfe seis nove éle pê quatro seis) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.etcétera), dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações, escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando formasfórmas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs.

(EF69LP47ê éfe seis nove éle pê quatro sete) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formasfórmas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

(EF69LP48ê éfe seis nove éle pê quatro oito) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc.etcétera), semânticos (figuras de linguagem, por exemplo), gráfico-espacial (distribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação com o texto verbal.

(EF69LP49ê éfe seis nove éle pê quatro nove) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.

(EF89LP32ê éfe oito nove éle pê três dois) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de mecanismos de intertextualidade (referências, alusões, retomadas) entre os textos literários, entre esses textos literários e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, música), quanto aos temas, personagens, estilos, autores etc.etcétera, e entre o texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, vídeos-minuto, vidding, dentre outros.

Orientação

Chame a atenção dos estudantes para a diagramação da releitura que Décio Pignataripinhatari fez do haicairaicái de Bashô ao traduzi-lo. Comente o concretismo poético, do qual Pignataripinhatari foi um dos grandes expoentes e, se possível, mostre alguns poemas concretos para os estudantes. Peça a eles que façam um paralelo entre o trabalho gráfico com a distribuição das palavras e o sentido do haicairaicái: a palavra mergulha “abre-se”, concretizando verbalmente o espaço aberto na água quando a rã mergulha em toda a água que se estende para baixo.

Sugestão

Seria interessante contar um pouco sobre a Semana de Arte Moderna, contextualizando, assim, Luís Aranha. O autor leu alguns poemas no Theatro Municipal de São Paulo (SPSão Paulo), no evento de abertura da Semana, teve grande atuação na primeira geração do Modernismo e publicou muitos poemas na revista Klaxoncláquisson.

1. c) Resposta pessoal.

1. d) Resposta pessoal.

7. Resposta pessoal.

Indicação de livro

Se julgar oportuno, leve para a sala de aula outros haicaisraicáis para os estudantes lerem. Indica-se uma coletânea de haicaisraicáis:

GUTILLA, Rodolfo Witziguítzig (org.organizador). Boa companhia. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Respostas

1. a) Com exceção do haicairaicái traduzido e relido por Décio Pignataripinhatari, os demais são formados por uma estrofe única de três versos.

b) Além de não ter o mesmo número de estrofes e versos que os anteriores, esse haicairaicái está todo em letras maiúsculas e ilustra graficamente a cena com as palavras.

c) Volte a chamar a atenção dos estudantes para os aspectos formais dos haicaisraicáis, mas explore por completo outras características observadas em relação ao conteúdo e ao modo como as imagens foram construídas.

d) Talvez alguns estudantes façam referência aos festivais de cerejeiras floridas que acontecem também no Brasil, aos origamis, ao vermelho do sol nascente, ao tipo de habitação. Nesta Unidade, busca-se, porém, olhar para a cultura japonesa contemporânea para além dos estereótipos que existem sobre ela na grande mídia. Se na turma houver estudantes de ascendência japonesa, seria interessante convidá-los a falar um pouco sobre essa referência cultural.

2. O primeiro haicairaicái retrata a placidez de uma lagoa antiga e o salto de um sapo nela, o que prepara o ambiente para o som da água quando o sapo mergulhar. Isso representa uma cena fugaz cotidiana na natureza. No entanto, há várias respostas possíveis. Acolha e comente as respostas dos estudantes.

3. Resposta pessoal. A relação mais fácil de ser identificada é a de que os dois haicaisraicáis retratam a mesma imagem poética, em que vemos um sapo, ou rã, pulando na água. Ao trocar o gênero do animal e criar um espaço entre as palavras, é como se Décio Pignataripinhatari estivesse modificando a imagem de modo que as próprias palavras representem o salto e o mergulho, retomando a interpretação filosófica que se pode fazer dessa imagem poética.

4. A aliteração é marcada pela repetição do fonema /s/. Há várias possibilidades de interpretar essa repetição. Uma leitura possível é que, no primeiro haicairaicái, o som imita o pular do sapo e, no segundo, o canto estridente da cigarra.

5. O contraste de imagens presente no poema é o paradoxo que reside no fato de o silêncio fazer um contraste com o som das cigarras, que, de tão estridente, penetra nas pedras. Há uma contradição representada por som e silêncio.

6. As imagens poéticas nesse haicairaicái parecem se referir a uma ilusão de ótica ligada a uma aproximação do olhar. De longe, o observador pode ver uma marca parda como o mel, mas um olhar mais próximo pode evidenciar um conjunto de abelhas. Esse modo de compor as imagens é muito semelhante ao jogo de câmeras próprio do cinema.

7. Deixe que os estudantes interpretem a maneira como o poeta construiu a imagem. O mais importante aqui é provocar uma aproximação da atmosfera contemplativa que esse gênero poético sugere. Vale a pena refletir sobre quanto, na correria da vida diária contemporânea, é possível parar para contemplar e observar abelhas sobre uma flor de longe e de perto.

11. Frases corretas: Ium e IIItrês.

Respostas (continuação)

8. Uma característica comum dos haicaisraicáis é representar, de modo metonímico, aspectos complexos e filosóficos da existência humana. Ao criar uma imagem que faz pensar no intervalo de tempo entre a respiração e o apagar da vela, o poeta pode estar representando, por uma abstração, a perenidade do tempo de vida de cada pessoa, entre outras leituras possíveis.

9. Os dois primeiros poemas estão relacionados ao outono. Esse fenômeno é conhecido como kigôquigô, o retrato das quatro estações. Deixe, no entanto, que os estudantes observem, se possível em uma pesquisa breve orientada pelo professor de Ciências, que os comportamentos dos insetos mencionados podem variar de estação para estação e o motivo dessa variação.

10. Nesse gênero textual, quase não há uso de pontuação, como vírgula e ponto-final. De certo modo, isso ajuda a reforçar as imagens poéticas que imaginamos quando lemos haicaisraicáis.

11. O objetivo dessa questão é ajudar os estudantes a reconhecerem a predominância, nos haicaisraicáis, de versos organizados por meio de imagens que se constituem linguisticamente por frases nominais.

Sobre Haicairaicái

Leia o texto didático sobre haicairaicái com os estudantes, parando quando julgar necessário incluir alguma explicação. Permita que eles façam perguntas sobre o que não entenderem e responda à medida que elas surgirem.

Sugestão

Geralmente, os estudantes estudam, nas aulas de História, o feudalismo medieval. A produção mais antiga de haicaisraicáis, no entanto, está ligada ao feudalismo no Japão e a seu processo de ocidentalização. Seria muito interessante que esta parte da Unidade fosse acompanhada pelo professor de História para contextualizar esse período ligado à história oriental.

Orientação

É importante perceber aqui que o haicairaicái é um gênero textual oriundo da cultura oriental e que, por isso, trabalha com outros parâmetros de métrica. Diferentemente do que estudamos no Ocidente, os versos do haicairaicái contabilizam apenas as suas sílabas, e não o que convencionamos chamar de sílabas poéticas.

Indicação de artigo

Neste artigo, Paulo Franchettifranquéti recupera as apropriações do haicairaicái pelos teóricos e poetas brasileiros ao longo do século XXvinte: FRANCHETTIfranquéti, Paulo. O haicairaicái no Brasil. Alea, Rio de Janeiro, v.volume 10, n.número 2, jul.julho/dez.dezembro 2008. p.página 256-269.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(EF69LP52ê éfe seis nove éle pê cinco dois) Representar cenas ou textos dramáticos, considerando, na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e paralinguísticos das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entonação e expressividade, variedades e registros linguísticos), os gestos e os deslocamentos no espaço cênico, o figurino e a maquiagem e elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da trilha sonora e da exploração dos modos de interpretação.

(EF69LP53ê éfe seis nove éle pê cinco três) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, humorísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura infanto-juvenil, – contar/recontar histórias tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, contos de animais, contos de amor, contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, expressando a compreensão e interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela pontuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc.etcétera, gravando essa leitura ou esse conto/reconto, seja para análise posterior, seja para produção de audiobooksaudiobúques de textos literários diversos ou de podcastspódikests de leituras dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto de forma fórmalivre quanto de formafórma fixa (como quadras, sonetos, liras, haicaisraicáis etc.etcétera), empregando os recursos linguísticos, paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de gestualidade e pantomima que convenham ao gênero poético e à situação de compartilhamento em questão.

Orientação

O teatro de sombras é uma técnica milenar que demanda muito tempo de trabalho para apresentar qualidade estética. Para esta atividade, sugerimos reservar algumas aulas do planejamento para que os estudantes possam cumprir, com calma, a pesquisa e cada uma das etapas, todas elas essenciais para uma boa apresentação do trabalho. Essa proposta também é um convite para o trabalho interdisciplinar com o professor de Arte, que poderá colaborar com os estudantes em cada etapa do processo, dando dicas dos traços a serem usados na projeção e também conversando com eles sobre questões estéticas das pinturas no Japão e na China.

Indicação de livro

Uma obra indicada sobre contos orientais, com excelente seleção e tradução, é:

SCHMALTZchimáuts, Márcia; CAPPARELLI, Sérgio. (org.organizador). Contos sobrenaturais chineses. Porto Alegre: L&PMEle e Pê ême, 2010.

Orientação

Oriente os estudantes a buscarem na internet, sob sua supervisão, tutoriais para a montagem do teatro de sombras. Acompanhe e oriente a montagem, auxiliando os estudantes a encontrarem o melhor lugar, o melhor posicionamento para o lençol, atentando-se para o uso da lanterna etc.etcétera

Figuras de linguagem

>> [RODRIGO MAIA DOS SANTOS]: Olá, tudo bem? Meu nome é Rodrigo Maia dos Santos, eu sou professor de língua portuguesa e hoje vamos conversar sobre algo bem interessante, muito usado por todos no dia a dia da comunicação: as figuras de linguagem. Muitas vezes, nem percebemos, mas sempre que precisamos tornar nossa mensagem mais expressiva e significativa, usamos as figuras de linguagem. Com os exemplos que vamos dar nesse bate papo, você vai notar como essas figuras estão muito presentes em sua vida. Falaremos sobre metáfora, metonímia, comparação, aliteração, assonância, personificação, gradação e hipérbole. Os nomes podem parecer complicados, mas na hora dos exemplos, tudo vai ficar mais claro, acompanhe.

Vamos começar pela figura de linguagem mais conhecida, a metáfora. É importante você saber que metáfora é a comparação entre palavras, em que um termo substitui outro por semelhança, em diferentes campos de significação. Acontece metáfora, por exemplo, quando um sentido literal é substituído por um sentido figurado. O exemplo vai ajudar, na obra “Livro do desassossego”, Fernando Pessoa escreve: “minha alma é uma orquestra oculta, não sei que instrumentos tange e range, cordas e arpas, timbales e tambores dentro de mim”. Note que a expressão “minha alma é uma orquestra”, no contexto da obra, não passa a ideia de que dentro do corpo de alguém há realmente uma orquestra. Nesse caso, o escritor quer dizer que possui uma mistura muito grande de sensações e sentimentos em sua vida, e para isso, faz uso dos instrumentos musicais de sons harmônicos e barulhentos para afirmar o quanto isso é variável e de certa forma, confuso. O uso metafórico da expressão faz com que o sentido pretendido pelo autor ganhe mais expressão. Sem a metáfora, ou seja, apenas com sentido literal, as sentenças perderiam a grandeza da significação. Agora, vamos para a metonímia. Essa figura de linguagem representa uma mudança de significado pela proximidade de ideias, isto é, o uso de uma palavra no lugar de outra, quando há alguma proximidade de sentido. Essa substituição pode ocorrer de diversas formas. Um bom exemplo, é quando trocamos a parte pelo todo ou o todo pela parte. No texto “O adeus”, Rubem Braga escreve: “entretanto a cidade, que durante uns dois ou três dias parecia nos haver esquecido, voltava subitamente a atacar”. Fica evidenciada a metonímia, uma vez que a palavra “cidade” é usada de maneira a representar as pessoas que apareciam. É um caso de substituição do todo pela parte. A palavra “cidade” no singular, entendida como todo, substitui a palavra “pessoas” no plural, entendida como parte do todo.

Outra figura bem conhecida é a comparação, ela ocorre quando há uma aproximação de dois elementos realçados pela semelhança. Nesse caso, normalmente, são utilizados alguns conectivos comparativos, como tal qual, que nem, como. Na obra “O mistério da fábrica de livros”, Pedro Bandeira escreve: “Adriano escolheu uma árvore, um dos eucaliptos maiores, majestoso, comprido como o mastro em busca do céu”. Perceba que o elemento “eucalipto” por meio do conectivo “como” é comparado a um mastro em busca do céu. Entre eles há em comum a altura, que serve como elemento de comparação.

Chegou a vez da aliteração e da assonância, elas são muito similares, por isso, conseguimos explicar as duas juntas facilmente. Ambas são usadas como recursos para repetição de sons. A diferença é que na aliteração, a repetição acontece com o som das consoantes, enquanto na assonância, o som repetido é o som das vogais. Na poesia “Violões que choram” de autoria do escritor brasileiro João da Cruz e Souza, temos um exemplo clássico de aliteração:

“Vozes veladas, veludosas vozes,

Volúpias dos violões, vozes veladas

Vagam nos velhos vórtices velozes

Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas”.

Observe que a consoante “v” também presente na palavra “violões”, no título do texto, aparece em destaque na estrofe, trazendo uma musicalidade aos versos.

Como exemplo de assonância, quando ocorre a repetição de sons de vogal, podemos citar a poesia “Um sonho”, do português Eugenio de Castro. Ele diz:

Na messe, que enlourece, estremece a quermesse,

O sol, celestial, girassol, esmorece.

Repare na repetição da vogal “e”, com o som aberto, “é”.

A próxima figura de linguagem é a personificação. O nome dessa figura já ajuda bastante, ela ocorre pela atribuição de características de um ser humano a um ser inanimado, imaginário ou irracional. Na poesia “Borboleta”, Casimiro de Abreu personifica o inseto em diversos trechos, veja:

“Borboleta dos amores,

Como a outra sobre as flores,

Por que és volúvel assim?

Por que deixas, caprichosa,

Por que deixas tu a rosa

E vais beijar o jasmim?

Mas tu não sabes, louquinha,

Que a flor que pobre definha

Merece mais compaixão?

Que a desgraçada precisa

Como do sopro da brisa

Os ais do teu coração?”

O autor personifica a borboleta ao imaginar que ela tem um coração igual ao de um ser humano e que ela tem consciência próxima a da humana, na medida em que é volúvel, caprichosa e louquinha.

Agora vamos falar da gradação. A principal função dessa figura de linguagem é apresentar uma sequência de palavras ou de expressões que possam intensificar uma ideia e destacá-la, por meio de um crescimento ou evolução no enunciado. Em outras palavras, a gradação está diretamente relacionada à disposição de ideias de forma crescente ou decrescente. Para deixar essa explicação mais clara, o exemplo é fundamental. No soneto “O desfecho”, Machado de Assis utiliza a gradação da seguinte maneira:

“Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilhão,

Uns cingidos de luz, outros ensanguentados”.

Nesse caso, Machado de Assis faz uma gradação de forma crescente em dez, cem, mil, bilhão. Para finalizar, vamos falar da hipérbole. Essa figura de linguagem representa um exagero intencional, uma ênfase específica em algum elemento de forma proposital. Olavo Bilac, no poema “Alvorada do amor”, traz esse exagero intencional de modo bem explícito:

“Tudo renascerá cantando ao teu olhar,

Tudo, mares e céus, árvores e montanhas,

Porque a vida perpétua arde em tuas entranhas!

Rosas te brotarão da boca, se cantares!

Rios te correrão dos olhos, se chorares!”

A hipérbole acontece em diversos trechos, porém, fica mais evidente em “Rosas te brotarão da boca, se cantares” em uma referência ao amor. Exagero, sequência crescente ou decrescente, personificação, repetição de sons, comparação, mudança proposital de significado e alteração de sentido literal para figurado. Essas são algumas das possibilidades existentes, para que você torne seu discurso mais expressivo e significativo. Com os exemplos apresentados, a identificação das figuras de linguagem fica mais fácil e simples. Com certeza, você conseguiu perceber como em seu dia a dia, você usa algumas dessas figuras para melhorar sua comunicação. Mais do que decorar os nomes e as funções, você, como bom usuário de nosso português, precisa entender o uso adequado de cada figura de linguagem. Isso quer dizer que você precisa saber em qual contexto de comunicação deve utilizar esse recurso. É fundamental, ao usar as figuras de linguagem, que você consiga expressar as suas ideias, mas também, que seu interlocutor consiga entendê-las. Boa sorte e até a próxima.

Locução crédito O trecho do Livro do desassossego, de Fernando Pessoa, foi publicado em 1982 pela Editora Ática. O trecho de “O adeus”, de Rubem Braga, foi publicado em 1951 pelo Correio da Manhã. O trecho de O mistério da fábrica de livros, de Pedro Bandeira, foi publicado em 2021 pela Editora Moderna. O trecho de “Violões que choram”, de João da Cruz e Sousa, foi publicado em 1995 pela Ediouro. O trecho de “Um sonho”, de Eugénio de Castro, foi publicado em 1902 pela Livraria Aillaud Bertrand. O trecho de “Borboleta”, de Casimiro de Abreu, foi publicado em 1858 pela Martins Fontes. O trecho de “O desfecho”, de Machado de Assis, foi publicado em 1901 pela H. Garnier. E o trecho de “Alvorada do amor”, de Olavo Bilac, foi publicado em 1997 pela L&PMEle e Pê ême.

Sobre Aliteração e assonância

Aliteração e assonância são duas figuras de dicção (também designadas sonoras ou de harmonia) muito exploradas na composição de textos poéticos e também em letras de música. Essas figuras, além de contribuir para dar maior expressividade ao conteúdo textual, muitas vezes são empregadas para nos ajudar a construir determinadas representações visuais e sonoras do que está verbalmente registrado. A aliteração e a assonância só são figuras de linguagem quando usadas intencionalmente, como uma estratégia estilística, resultando em efeitos positivos. Essa consideração deve ser reforçada em sala de aula, pois a repetição aleatória de vogais e consoantes pode trazer consequências negativas, prejudicando a eufonia (por exemplo, “as asas azuis”).

Orientação

Comente com os estudantes o uso do recurso estilístico das figuras de dicção exploradas no poema de Bashô: a repetição da consoante fricativa sibilante [s] (= aliteração), associadas à repetição das vogais orais fechadas [i] e [o] (= assonâncias), reforça a sonoridade do badalar dos sinos.

Respostas

1. a) O fato de ele ter saído da escola e estar chegando em casa.

b) Sim, pois há a repetição do som consonantal ao final dos verbos.

2. a) O assunto é o som do sino, e os elementos que marcam isso são o léxico escolhido e a repetição dos sons que indicam os produzidos por um sino.

b) Os sons das consoantes s e c das vogais i e o.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(EF69LP54ê éfe seis nove éle pê cinco quatro) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc.etcétera), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.

(EF69LP56ê éfe seis nove éle pê cinco seis) Fazer uso consciente e reflexivo de regras e normas da norma-padrão em situações de fala e escrita nas quais ela deve ser usada.

(EF89LP37ê éfe oito nove éle pê três sete) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, dentre outras.

1. a) Sim, pois não importava o que o cordeiro dissesse, o lobo tinha a intenção de devorá-lo.

1. b) São atitudes e ações geralmente atribuídas aos seres humanos.

1. a) O primeiro verso refere-se às abelhas.

1. b) Todas se relacionam às abelhas e à formafórma como o mel é produzido.

Sobre Personificação

A personificação (também designada prosopopeia) corresponde à atribuição de qualidades humanas a seres irracionais, inanimados, ausentes, fictícios ou abstratos. É recorrente construirmos enunciados com esse tipo de figura de linguagem, quando, por exemplo, empregamos verbos que expressam ações inerentes aos seres humanos, como pensar, falar, ler, contar. Até mesmo grandes escritores costumam elaborar frases do tipo: O texto fala sobre...reticências; A história conta...reticências; Essa música diz que...reticências; O livro narra...reticências Todos esses enunciados estão personificados, pois, na realidade, sabemos que quem fala, conta, diz ou narra são os autores dos textos, das histórias, das músicas e dos livros. A personificação, além disso, é um dos principais recursos estilísticos explorados em fábulas. Isso porque os fabulistas personificam os animais, atribuindo-lhes falas e ações que apontam críticas às práticas sociais humanas, avaliadas negativamente. Assim, as personificações em fábulas contribuem para discutir temas que permanecem atuais, relacionados à ética, à moral, à cidadania etc.etcétera

Sobre Metáfora e metonímia

São vários os tipos de figura de linguagem. Vimos anteriormente duas figuras sonoras (aliteração e assonância) e uma figura de pensamento (personificação). Metafóra e metonímia inserem-se na categoria das figuras de palavras (ou figuras de semântica). Justifica-se essa classificação pelo fato de as palavras usadas metaforicamente ou metonimicamente funcionarem com sentidos diferentes daqueles em que usualmente são empregadas, sem, contudo, perderem um traço semântico de seu sentido original. Assim, ao dizer Meu pai está uma fera, a designação fera, correspondente a um animal selvagem, feroz e agressivo, é usada metaforicamente para representar a intensidade do grau de irritabilidade de um ser humano, no caso, o pai.

Respostas (continuação)

2. a) O fato de as outras personagens estarem usando boias de braço.

b) Ele quer dizer que são apenas duas pessoas no universo.

Sugestão

Avalie se os estudantes estão compreendendo as figuras de linguagem como recursos expressivos nos textos analisados até então. No haicairaicái de Luís Aranha, eles identificaram as analogias feitas entre gotas de mel e abelhas. Aproveite esse tipo de reflexão e sugira ao grupo a elaboração de frases metafóricas que tenham como fonte de inspiração outros insetos (mosca, pernilongo, barata etc.etcétera). Pode-se ampliar a atividade inserindo também os animais (leão, rato, gambá, águia, gato etc.etcétera). Outra atividade produtiva é eles coletarem metáforas/metonímias do mundo animal empregadas em letras de músicas ou usuais na fraseologia brasileira, como nos ditos populares regionais (“Você está pensando que beiço de jegue é arroz-doce?”) e expressões idiomáticas de conhecimento nacional (“Mamar na vaca ninguém quer”/”Sou mãe coruja”/”Engolir sapo”/”Olha o passarinho”).

Respostas

1. a) Ela quer dizer que você não pode deixar um grupo de mensagens instantâneas, por exemplo, sem ser notado pelo restante dos membros.

b) Significa aplicativo.

c) Há uma metáfora. Ela é representada pela palavra bandido, pois compara Odete a um bandido.

Orientação

A atividade 1 comprova que qualquer palavra pode ser usada figurativamente, inclusive aquelas que passaram a circular recentemente em nosso sistema linguístico, como o neologismo appépi, que foi personificado no texto do terceiro quadrinho. Proponha um desafio aos estudantes: eles deverão elencar neologismos recentes na área tecnológica e usá-los para criar novas metáforas/metonímias/personificações. Incentive-os a pensar que sentidos novos poderiam surgir com base nessas criações e proponha uma votação na sala para eleger as frases mais criativas.

3. b) Resposta pessoal.

Respostas (continuação)

2. a) Nos versos: “Não rimarei a palavra sono/ com a incorrespondente palavra outono./Rimarei com a palavra carne/ou qualquer outra, que todas me convêm”. Os estudantes poderão destacar outros momentos, como o próprio título do poema.

b) DrummondDrumôn faz uma consideração sobre aquilo que traz em suas obras/poemas.

c) Ao dizer que elas saltam e se beijam, atribui ações humanas a algo inanimado.

3. a) Querem dizer que o beijo – ou o amor – representa algo diferente daquilo com que a sociedade está acostumada, como o comércio.

b) Auxilie os estudantes a compreenderem que o beijo, nesse caso, pode estar sendo usado como um substitutivo do amor.

Orientação

Durante a correção das atividades, assegure-se de que os estudantes estejam compreendendo como se dá o processo de construção de sentidos nos fragmentos dos poemas analisados. Se necessário, explique passo a passo como as analogias são construídas.

4. a) Resposta pessoal.

7. Resposta pessoal.

8. b) Resposta pessoal.

Respostas (continuação)

4. a) Os estudantes podem considerar a beleza da árvore para a interrupção da conversa ou o perfume que ela exala.

b) Metonímia: “passeio no Ibirapuera” (passeio no parque do Ibirapuera); personificação: “cerejeira florida/ interrompe a conversa” (ação humana atribuída a ser inanimado).

5. O fato de a personagem pedir aos demais que pensem forafóra da caixa, quando ela mesma está dentro de uma caixa.

6. a) Pensar forafóra da caixa significa pensar de formafórma diferente de um padrão estabelecido.

b) Uma metáfora, pois se usa uma expressão proveniente de outro campo semântico para criar a expressão, estabelecendo-se uma relação de semelhança entre cabeça e caixa.

7. Alguns exemplos: pensar forafóra da curva (metáfora); Ele adora ler Jorge Amado (metonímia) etc.etcétera

8. a) Há os dois casos. A assonância está na repetição dos sons vocálicos, como em mafagafos, mafagafinhos, mafagafa, gafam, e a aliteração está na repetição dos sons consonantais, como os sons de m e r, como em rato, roeu, roupa, rei, Roma etc.etcétera

b) Outros exemplos: A Iara agarra e amarra a rara arara de Araraquara/ Trazei três pratos de trigo para três tigres tristes comerem etc.etcétera

Se julgar conveniente, anote no quadro de giz alguns trava-línguas levantados pelos estudantes e peça que repitam em voz alta para que observem a sonoridade das repetições.

Orientação

Ao realizar a atividade 8, comente com os estudantes que os trava-línguas estão mais associados a uma “brincadeira” sonora do que a um recurso de composição poética. No entanto, esses jogos sonoros fazem parte de nossa cultura popular e trazem boas contribuições ao exercício de articulação da fala, razão pela qual atores, cantores, oradores e até mesmo fonoaudiólogos recorrem aos trava-línguas em suas práticas profissionais. A fim de fixar a diferença entre assonâncias e aliterações, peça-lhes que elenquem, nos trava-línguas conhecidos, as vogais e consoantes mais recorrentes. Questione-os sobre qual tipo de consoante é mais difícil de articular, ou seja, em quais consoantes eles “travam” mais. Esse poderá ser um bom momento para também discutir a importância da língua, dos dentes e dos lábios na articulação das palavras.

Sobre Contexto

É provável que os estudantes já conheçam os contos curtos que circulam em competições em redes sociais, que respeitam o limite de 140 caracteres. Inicie esta subseção resgatando o que os estudantes já conhecem sobre narrativas breves (cuja denominação tem variado), sem ainda tratar de nomenclatura.

Sobre Antes de ler

Leia com os estudantes os microcontos, minicontos e nanocontos selecionados, de modo a chamar a atenção deles para a maneira como ocorrem neles lacunas planejadas, que demandam dos leitores uma leitura ativa e um trabalho profundo de interpretação.

Habilidades trabalhadas nesta seção e em suas subseções (Estudo do texto e O gênero em foco)

(EF69LP44ê éfe seis nove éle pê quatro quatro) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formasfórmas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.

(EF69LP46ê éfe seis nove éle pê quatro seis) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.etcétera), dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações, escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando formasfórmas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs.

(EF69LP47ê éfe seis nove éle pê quatro sete) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formasfórmas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

(EF69LP49ê éfe seis nove éle pê quatro nove) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.

(EF89LP32ê éfe oito nove éle pê três dois) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de mecanismos de intertextualidade (referências, alusões, retomadas) entre os textos literários, entre esses textos literários e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, música), quanto aos temas, personagens, estilos, autores etc.etcétera, e entre o texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, vídeos-minuto, vidding, dentre outros.

(EF89LP33ê éfe oito nove éle pê três três) Ler, de formafórma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de formafórma livre e fixa (como haicairaicái), poema concreto, ciberpoemasáiberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

Orientação

Leia pausadamente com os estudantes o miniconto de João Anzanello Carrascoza, recuperando elementos da narrativa que tenham sido contemplados e indagando como foi para a turma construir o universo maior que envolve esse texto.

Orientação

Observe com os estudantes a diminuição da extensão das narrativas e converse com eles sobre como é o processo de leitura delas, em que uma parte considerável do texto precisa ser preenchida pelo leitor.

Orientação

Comente com os estudantes o tamanho diferente das letras atribuído a partes de dois dos textos desta página e o efeito de sentido que isso provoca no leitor.

1. a) Resposta pessoal.

1. b) Resposta pessoal.

2. Nesse miniconto, a personagem trabalha serrando madeira e associa cada tipo de árvore com que trabalha ao que sente pela mulher que ama.

3. Resposta pessoal.

4. Resposta pessoal.

5. Resposta pessoal.

6. Logo no início do miniconto, o narrador afirma “O dia caía devagar lá forafóra, veloz dentro de mim”. Há várias maneiras de interpretar esse contraste. Explique aos estudantes como pode se dar, em nossa vida prática, essa questão da temporalidade: podemos sentir que o tempo demora mais dependendo do estado em que nos encontramos.

8. Resposta pessoal.

10. A expressão de cabeça pensada costuma ser usada pelas pessoas mais velhas para fazer referência a coisas planejadas, preparadas previamente. No caso, ela se refere tanto à atitude da personagem, que não quis lavar seus cabelos, quanto à característica da cabeça que carrega os pensamentos, uma cabeça pensada.

Respostas

3. No miniconto “Árvore”, temos uma personagem que associa o amor que sente por uma figura feminina aos diversos tipos de madeira com os quais trabalha. É possível perceber também que há uma tensão entre as duas personagens, embora o texto somente sugira esse sentimento sem explicar o que aconteceu antes e depois do momento que conhecemos quando lemos. Já no segundo miniconto, “De cabeça pensada”, uma mulher decide não lavar mais seus cabelos, envelhece e, quando uma enfermeira decide lavá-los, perde suas memórias com a água, como se a sujeira de seus cabelos tivesse retido memórias das quais ela não quisesse se desfazer.

4. Para descrever o que sente, o narrador associa seus sentimentos a paisagens naturais e às funções de diversos tipos de madeira, além de trabalhar em uma serralheria. Há várias interpretações possíveis desse tema no miniconto. Uma delas é que a árvore, como substantivo feminino, estaria relacionada à figura feminina que o narrador descreve.

5. Deixe que os estudantes formulem hipóteses sobre o motivo de os textos serem classificados como gênero textual. Depois, comente que as duas narrativas foram desenvolvidas de maneira mais sintética, com um número menor de caracteres que os contos que estamos habituados a ler. Chame a atenção deles novamente para a falta de consenso sobre o limite de caracteres na definição desse gênero textual.

7. É possível ver esse uso pouco comum do verbo no trecho em que o narrador afirma que sua amada “ventava nos meus olhos”. Nessa questão e nas próximas, a ideia é ajudar os estudantes a perceberem o uso de prosa poética. Embora o autor esteja escrevendo uma narrativa em prosa, o uso de algumas palavras remete a procedimentos próximos da linguagem poética.

8. Resposta pessoal. Há vários trechos do conto em que ocorre rima entre palavras próximas. Podem ser destacadas: caminharia e serraria, e toras e horas.

9. Nesse período, a palavra tronco pode ter dois significados. Pode se referir ao corpo curvado e melancólico das duas personagens, que parecem tristes pelo fim de um relacionamento, ou, então, como as outras imagens utilizadas pelo autor, referir-se ao tronco de uma árvore. Aproveite essa questão para tratar da polissemia e de como, na literatura, uma mesma palavra pode ser colocada propositalmente em um texto a fim de promover múltiplos sentidos.

12. Resposta pessoal.

15. a) Resposta pessoal.

Respostas (continuação)

11. No miniconto “Árvore”, o narrador associa a madeira e as árvores ao que sente pela mulher que ama. Já em “De cabeça pensada”, os cabelos, que estão em um “constante brotar”, são relacionados às plantas, como se seu crescimento marcasse a passagem do tempo.

12. Deixe que os estudantes formulem mais uma vez hipóteses sobre o motivo de o texto ter esse comprimento. Essas duas narrativas são consideradas pelo autor como nanocontos e possuem, como o nome do livro indica, “cem toques cravados”. Inspirado no ator e escritor Mário Lago, que criou histórias com 16 linhas, o autor escreveu seu livro desafiado pela meta de elaborar diversas histórias de formato diminuto com apenas cem toques, contando letras e espaços em branco.

13. Nesse nanoconto, a personagem está indo embora de trem à noite. É possível identificar essa referência pelas luzes da cidade e pelo som dos grilos, paisagem sonora das cidades do interior que só podem ser escutadas à noite e em ambientes não totalmente urbanizados.

14. Alternativa correta: IIdois.

15. a) Uma possível leitura é que a personagem dormiu por tanto tempo que acabou acordando em outro período do planeta, em que os dinossauros ainda o habitavam, como se o passado e o presente se misturassem. Muitas pesquisas já foram feitas no intuito de investigar como podemos interpretar esse microconto. Entre elas, uma leitura política que relaciona o texto e a agressiva figura dos dinossauros à ditadura da qual o autor teve de fugir quando passou a juventude na Guatemala. Aproveite esse debate para levantar interpretações diversas com os estudantes, ressaltando que não há uma única leitura possível que esgotaria a interpretação do texto.

b) Essas três formasfórmas de narrativas caracterizam-se por enredos breves, marcados por diferentes números de caracteres. Observe para os estudantes que esses limites de toques ainda não constituem um consenso, variando muito de autor para autor.

Sugestão

Se julgar oportuno, apresente mais detidamente os autores Baudelaire e Darío, bem como a obra de cada um. É possível encontrar em bibliotecas públicas a obra traduzida desses dois autores. Há também muita informação sobre eles e citações de textos de ambos na internet.

Orientação

Leia com os estudantes o texto desta subseção, parando para discutir cada parágrafo, como foi feito na subseção O gênero em foco anterior.

Indicação de dissertações, tese e artigos

Você encontra o contexto do surgimento e o percurso das narrativas breves no Brasil nestas dissertações:

GONZAGA, Pedro. A poética da minificção: Dalton Trevisan e as ministórias de Ah, é? 2007. 117 f.folhas Dissertação (Mestrado em Literatura). Instituto de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

SPALDINGispáldim, Marcelo. Os cem menores contos brasileiros do século e a reinvenção do miniconto na literatura brasileira contemporânea. 2008. 84 f.folhas Dissertação (Mestrado em Literatura). Instituto de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.

Para se aprofundar nos minicontos, sugere-se esta tese:

SANFELICI. Agnes. Narrativas curtas dos anos 90: suturas/fissuras. 2009. 214 f.folhas Tese (Doutorado em Literatura). Instituto de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.

Para saber mais sobre os microcontos, leia este ensaio:

GOMES, Rosely Costa Silva. Do conto ao microconto: entre a tradição e a modernidade. Investigações, Recife, v.volume 26, n.número 1, 2003. p.página 1-39.

Para expandir seus conhecimentos sobre os nanocontos, este artigo pode ajudar:

SUBRINHO, Abinálio Ubiratan; LIMA, Elizabeth Gonzaga de. A nanoliteratura nas redes sociais. Letras & Ideias, João Pessoa, v.volume 1, n.número 1, jan.janeiro/jun.junho 2016. p.página 1-13.

a) É semelhante. Expressam a mesma ideia, com alteração do fraseado.

b) Não. Irônico é um adjetivo. Já ironia é um substantivo.

c) O segundo enunciado é mais conciso.

1. As pessoas tímidas e as extrovertidas.

Sobre Paráfrase

Trabalhar com paráfrases lexicais é uma ótima oportunidade para a ampliação do repertório vocabular dos estudantes. Apresente uma lista de palavras que possam ser parafraseadas por meio de locuções adjetivas (Ex.exêmplo: textos machadianos – textos de Machado de Assis; olhar angelical – olhar de anjo etc.etcétera). Comente quando temos de recorrer a essas paráfrases, sobretudo quando deparamos com unidades terminológicas usadas em áreas como Medicina, Geografia, Direito, geralmente de difícil compreensão para o público leigo (por exemplo, osso occipital – osso da nuca; raça vulpina – que lembra uma raposa; era glacial – era do gelo...reticências). Também nos valemos desse tipo de paráfrase ao ler determinados textos literários, principalmente os de outros séculos, ou pelo fato de as palavras já não serem tão usuais, ou pela preferência de seus autores por palavras de conteúdo mais simbólico (por exemplo, vida onírica – de sonhos; noite estival – de verão etc.etcétera).

Sobre Nominalização

A nominalização é um processo dinâmico de recategorização gramatical, em que determinada classe gramatical passa a exercer a função gramatical de outra, mais especificamente de um substantivo. Esse processo tem uma função cognitiva importante, na medida que o usuário de uma língua não precisa memorizar diferentes formasfórmas lexicais para designar os mesmos referentes. Assim, podemos nominalizar: a) adjetivos (os velhos também amam); b) verbos (o jantar estava ótimo); c) numerais (fiz um quatro com as pernas); d) advérbios (é preciso distinguir o bem do mal); e) conjunções (diga-me o porquê de tanta raiva); f) preposições (vou avaliar os prós e os contras); g) pronomes (fiz uma reflexão para reencontrar meu eu); h) interjeições (ninguém ouviu meus psius).

Habilidades trabalhadas nesta seção e em sua subseção (Questões da língua)

(EF69LP54ê éfe seis nove éle pê cinco quatro) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc.etcétera), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.

(EF69LP56ê éfe seis nove éle pê cinco seis) Fazer uso consciente e reflexivo de regras e normas da norma-padrão em situações de fala e escrita nas quais ela deve ser usada.

(EF89LP37ê éfe oito nove éle pê três sete) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, dentre outras.

2. No primeiro caso, trata-se de um verbo; no segundo, de um substantivo.

3. a) Quer apontar que irá para um local mais tranquilo.

3. b) O artigo definido o é a palavra determinante.

Sugestão

A nominalização de verbos é bastante explorada em textos literários. Apresente alguns exemplos aos estudantes e mostre-lhes que os sentidos não se alteram; porém a recorrência a esse recurso contribui para tornar mais poética a composição. Ex.: o canto dos pássaros – o cantar dos pássaros; a minha vida – o meu viver.

1. a) Resposta pessoal.

Respostas

1. a) Esse anúncio objetiva denunciar a violência contra crianças e adolescentes.

b) Ajude os estudantes a levantarem hipóteses sobre as ações dos macaquinhos. Se possível, mostre a eles a imagem mais tradicional, com um macaco fechando com as mãos os próprios olhos, um tampando os ouvidos e outro tampando a boca. Essa imagem pretende alertar as pessoas para a ­necessidade de tomar posição diante da violência contra as crianças e os adolescentes e denunciá-la.

c) Desvie, fique, denuncie, proteja, procure.

d) Está sendo usada como um substantivo, determinada pelo artigo definido o.

2. a) A família admira a educação da garota com todos.

b) Os professores aprovam o rigor dos estudantes com os trabalhos.

c) A coordenação elogia a pontualidade dos pais nas reuniões.

d) Os pais do garoto se preocupavam com o medo excessivo do filho.

Orientação

Comente com os estudantes que o texto de propaganda é naturalmente sintético. Mostre que a nominalização do verbo olhar em “Não desvie o olhar.” contribui para enfatizar o conceito de ação de ver – efeito este que não seria possível se fossem usadas construções como não desvie seus olhos/não desvie sua olhada. Demonstre que as imagens dos três macaquinhos e os períodos sem complementos sintáticos demandam do público para quem a propaganda foi construída a formulação de paráfrases. Desse modo, peça-lhes que construam paráfrases com base nesses recursos visuais e verbais (por exemplo, “Não podemos tapar os ouvidos, fechar os olhos ou calar a boca diante de atos de violência contra crianças e adolescentes”/ “É um ato de cidadania procurar o conselho tutelar ou telefonar para o disque 100 para denunciar atos de violência contra crianças e adolescentes” etc.etcétera).

Sobre Palavras homônimas e parônimas

Homonímia e paronímia são fenômenos recorrentes no português e seu estudo deve ser reforçado, pois têm implicações de ordem semântica, fonética e ortográfica. Os homônimos são de diversas naturezas: a) há os que têm sons iguais, grafias iguais, mas significados diferentes (manga da blusa/ manga – fruta); b) há os que têm sons iguais, mas escrita e significados distintos (acento – sinal gráfico/ assento – lugar para se sentar); c) há os que têm grafia igual, mas sons e significados diferentes (o jogo de futebol/ eu jogo videogame todos os dias). Já os parônimos apenas se assemelham sonora e graficamente, mas apresentam significados totalmente distintos (emigrar/imigrar).

Respostas

1. O colega de Armandinho usa a palavra companhia no sentido de empresa, instituição. Já Armandinho a interpreta como a presença de alguém que está acompanhando.

2. a) Nesse caso, significa que a mulher tem cabelos longos.

b) Não, pois, nessa frase, cumpridos vem do verbo cumprir, indicando que algo foi feito.

Sugestão para Homônimas homófonas e homônimas homógrafas

Organize uma lista de palavras homônimas/parônimas e, de acordo com a necessidade de aprendizagem da turma, organize alguns exercícios de sistematização. Sugere-se o uso de dicionários, para a busca dos significados que as distinguem; a elaboração de frases em que as ocorrências sejam empregadas; atividades nas quais eles devem completar lacunas; ditados de enunciados contendo esse tipo de palavra. Para preparar a aula, sugerimos a consulta a uma gramática normativa do português, pois em todas elas listam-se as principais ocorrências. Ressaltamos, no entanto, que a atividade deve ser proposta qualitativamente, em razão das necessidades dos estudantes.

Respostas

a) Isso acontece pelo fato de ela querer parecer feliz e bem-humorada nas redes sociais, mas ser diferente no mundo off-line.

b) Referem-se aos emojis ou emoticons que ela usou nas redes sociais.

c) Humor pertence à classe dos substantivos; e mau, à de adjetivos.

d) Humorado pertence à classe dos adjetivos; e mal, à de advérbios.

Orientação

Se surgirem dúvidas, lembre os estudantes de que mau, por ser adjetivo, opõe-se a bom e aceita flexão: homem mau (homem bom)/homens maus (homens bons); mulher má (mulher boa)/mulheres más (mulheres boas); já o advérbio mal opõe-se a bem e não flexiona: falo mal/falam mal.

Respostas

1. a) Quer dizer que algo não vai bem.

b) O verbo cheira está acompanhado por mal, que é um advérbio.

2. Questione os estudantes se a charge está trazendo homônimos ou parônimos (está explorando homônimos, pelos sentidos de rede e ressignificando o sentido de rede social. Quanto à pesquisa, é suficiente que cada estudante encontre dois exemplos de charges, tirinhas ou propagandas que utilizem parônimos ou homônimos para criar o sentido pretendido, quase sempre de humor. Peça que compartilhem com a turma seus achados.

3. Alternativa c.

2. Estabeleça um rascunho dos haicais.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(EF69LP50ê éfe seis nove éle pê cinco zero) Elaborar texto teatral, a partir da adaptação de romances, contos, mitos, narrativas de enigma e de aventura, novelas, biografias romanceadas, crônicas, dentre outros, indicando as rubricas para caracterização do cenário, do espaço, do tempo; explicitando a caracterização física e psicológica dos personagens e dos seus modos de ação; reconfigurando a inserção do discurso direto e dos tipos de narrador; explicitando as marcas de variação linguística (dialetos, registros e jargões) e retextualizando o tratamento da temática.

(EF69LP51ê éfe seis nove éle pê cinco um) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc.etcétera – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.

(EF89LP35ê éfe oito nove éle pê três cinco) Criar contos ou crônicas (em especial, líricas), crônicas visuais, minicontos, narrativas de aventura e de ficção científica, dentre outros, com temáticas próprias ao gênero, usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos, e, no caso de produção em grupo, ferramentas de escrita colaborativa.

(EF89LP36ê éfe oito nove éle pê três seis) Parodiar poemas conhecidos da literatura e criar textos em versos (como poemas concretos, ciberpoemasçaiberpoemas, haicaisraicáis, liras, microrroteiros, lambe-lambes e outros tipos de poemas), explorando o uso de recursos sonoros e semânticos (como figuras de linguagem e jogos de palavras) e visuais (como relações entre imagem e texto verbal e distribuição da mancha gráfica), de formafórma a propiciar diferentes efeitos de sentido.

Sugestão

Os estudantes escolherão o gênero para a produção de seu texto. Se julgar adequado, reúna-os de acordo com a escolha de cada um para que eles possam conversar sobre o que escreverão e como farão seu texto, auxiliando uns aos outros.

3. Depois de passar ao colega as orientações para que ele revise os textos dele, considere os apontamentos feitos por ele e reescreva seus textos.

Orientação

Acompanhe e oriente a produção dos livros artesanais. Há muitas possibilidades para essa produção, que podem ser encontradas na internet. Oriente-os na pesquisa dos tutoriais e na seleção daquele que for mais adequado para a turma.

Orientação

Estimule os estudantes que escolheram o mesmo gênero textual a se reunir para conversar sobre o planejamento de sua produção. Eles podem se ajudar, trocar seus textos etc.etcétera No momento da revisão, também será mais prático se eles puderem ler textos do mesmo gênero que produziram para auxiliar os colegas e receber ajuda também.

Orientação

Os estudantes provavelmente se engajarão na produção dos minilivros. Acompanhe a atividade e ajude no que for necessário.

Orientação

As perguntas listadas são norteadoras para os debates nos grupos.

Sugestão

Aproveite para trabalhar o tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia. Nessa etapa, os estudantes devem reunir todas as informações coletadas e atividades realizadas para divulgá-las em um evento na escola, vinculado à temática da Ciência e Tecnologia, explorando a importância da Ciência para o desenvolvimento e progresso de uma nação.

Habilidades trabalhadas nesta seção

(EF89LP24ê éfe oito nove éle pê dois quatro) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usando fontes abertas e confiáveis.

Oralidade

(EF69LP25ê éfe seis nove éle pê dois cinco) Posicionar-se de formafórma consistente e sustentada em uma discussão, assembleia, reuniões de colegiados da escola, de agremiações e outras situações de apresentação de propostas e defesas de opiniões, respeitando as opiniões contrárias e propostas alternativas e fundamentando seus posicionamentos, no tempo de fala previsto, valendo-se de sínteses e propostas claras e justificadas.

(EF69LP26ê éfe seis nove éle pê dois seis) Tomar nota em discussões, debates, palestras, apresentação de propostas, reuniões, como formafórma de documentar o evento e apoiar a própria fala (que pode se dar no momento do evento ou posteriormente, quando, por exemplo, for necessária a retomada dos assuntos tratados em outros contextos públicos, como diante dos representados).

(EF89LP22ê éfe oito nove éle pê dois dois) Compreender e comparar as diferentes posições e interesses em jogo em uma discussão ou apresentação de propostas, avaliando a validade e forçafôrça dos argumentos e as consequências do que está sendo proposto e, quando for o caso, formular e negociar propostas de diferentes naturezas relativas a interesses coletivos envolvendo a escola ou comunidade escolar.

Orientação

Ajude os estudantes a se prepararem e se organizarem para os debates, inclusive indicando locais para a realização de cada um (uma vez que haverá quatro grupos, que demandarão, portanto, quatro espaços diferentes). Seria interessante que os grupos debatessem em horários diferentes, para que você pudesse acompanhar todos eles. Se não for possível, tente assistir ao menos à partes de cada um.

Sobre Organização do material e montagem do evento

Todos os grupos deverão participar desta atividade, sob sua supervisão. Marque um dia para conversar com a turma sobre a organização do material e da montagem do evento. Divida os trabalhos. Levante com os estudantes o espaço adequado para cada exposição e o material necessário para organizar e montar cada uma. Se for possível, os professores que auxiliaram os estudantes durante o projeto podem ajudá-los neste momento.

Orientação

Oriente os estudantes a reservar com antecedência os recursos necessários para as apresentações: som, computador, projetor etc.etcétera Combine com um dos professores que participou em alguma das etapas do projeto para fazer o encerramento.

Sobre Avaliação do grupo

Agende uma data para a avaliação do grupo, com um tempo de duração determinado. Seria recomendável a participação dos professores das outras disciplinas envolvidas, para que cada um auxilie na avaliação das atividades em que esteve envolvido. É importante que todos possam manifestar sua opinião e crítica, desde que de modo construtivo e colaborativo, e que você monitore o tempo de fala de cada um de acordo com o tempo geral para essa atividade. É relevante também que os estudantes percebam a articulação entre todos e como se saíram em cada uma das etapas. Haverá aqueles que se envolveram mais em uma ou outra, aqueles que se identificaram ou não com as tarefas que desenvolveram etc.etcétera Isso marcará para eles que nem todos fizeram só o que gostaram, mas que o conjunto final ficou bom.

Sobre Avaliação individual

A autoavaliação deve ser feita individualmente e depois compartilhada com os colegas. Se achar pertinente, após a avaliação do grupo, peça a cada estudante que sente em sua carteira e reflita sobre sua participação individual no projeto como um todo, em todas as suas fases, e registre, em tópicos, como se autoavalia. Reúna-os novamente para que eles troquem impressões sobre sua participação, orientando-os no sentido do respeito e da escuta atenta do outro.

Sobre Autoanálise

A autoanálise deve ser um processo individual e sigiloso. Também é necessário marcar uma data e um horário para que ela seja feita, de preferência com alguma formafórma de registro escrito. Ela não será lida por você, mas é importante que os estudantes escrevam o que refletiram sobre percepção deles a respeito da modificação individual por conta da execução do projeto.