UNIDADE 1. A passagem do tempo

Introdução

A unidade 1, A passagem do tempo, que abre este volume, propõe uma reflexão sobre o tempo, sobre as maneiras de percebê-lo e marcar sua passagem, por meio dos relógios e dos calendários, bem como de organizar as atividades em uma rotina. A unidade traz textos, atividades e ilustrações que propõem a identificação das transformações que ocorrem no dia a dia com o passar do tempo, reforçando o trabalho com as noções de passado, presente e futuro, tão importantes para a construção do conhecimento histórico.

Em consonância com as Competências Gerais da Educação Básica 1 e 9 da BNCC, a unidade estimula os estudantes a valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos para entender a realidade e continuar aprendendo; a exercitar a curiosidade intelectual; a cuidar de sua saúde física e emocional; e a exercitar a empatia, o diálogo e a cooperação, promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos. Em consonância com as Competências Específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental 5 e 7 da BNCC, a unidade busca levar os estudantes a comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados; e a utilizar diferentes linguagens no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a duração, simultaneidade e sucessão. A proposta da unidade relaciona-se ainda com a Competência Específica de História para o Ensino Fundamental 2 da BNCC e, desse modo, visa contribuir para que o estudante compreenda a historicidade no tempo e no espaço, bem como os significados das lógicas de organização cronológica.

Unidade temática da BNCC em foco na unidade:

• A comunidade e seus registros.

  Objetos de conhecimento em foco na unidade:

• A noção do “Eu” e do “Outro”: comunidade, convivências e interações entre pessoas.
• O tempo como medida.

  Habilidades da BNCC em foco na unidade:

  EF02HI03; EF02HI06 e EF02HI07.

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a abertura da unidade 1 e os conteúdos das páginas 14 a 16 podem ser trabalhadas na semana 2.

Orientações

As atividades de abertura da unidade podem ser conduzidas como atividades preparatórias para o trabalho com conteúdos, competências e habilidades que serão desenvolvidos com os estudantes. Sugerimos que inicie as propostas da unidade com as atividades preparatórias a seguir.

Peça aos estudantes que observem a ilustração. Converse com eles sobre a rotina e sua importância. Pergunte-lhes sobre as atividades que desenvolvem cotidianamente com horário determinado, como acordar, ir à escola, fazer refeições etc. Certos aspectos da rotina são comuns a todos, como o horário da escola.

Dê continuidade ao trabalho com a abertura de unidade incentivando os estudantes a conhecer a rotina uns dos outros. Em seguida, utilize as atividades do boxe Vamos conversar para explorar as ilustrações com a turma. Solicite que observem a rotina de Joaquim, personagem da abertura, e a relacionem com a própria rotina e a dos colegas, identificando semelhanças e diferenças.

O tempo pode ser representado por meio de ciclos, como sucessão de horas, dias, meses e anos, ou de estações do ano. A rotina, composta de atividades que são realizadas diariamente, sempre nos mesmos horários, é um exemplo de representação cíclica do tempo. A passagem do tempo também pode ser representada em uma linha do tempo que tem início no passado, atravessa o presente e se dirige para o futuro.

Objetivos pedagógicos da unidade:

• Perceber a passagem do tempo por meio de mudanças e permanências.
• Refletir sobre a percepção da passagem do tempo.
• Relacionar objetos e situações relativos a anterioridade, simultaneidade e posterioridade.
• Conhecer algumas das principais medidas de tempo (dia, semana, mês, ano, década, século e milênio) e respectivos instrumentos de medição (diferentes tipos de calendários e relógios).
• Relacionar vivências e situações ao passado, presente e futuro.
• Valorizar o convívio com pessoas de diferentes gerações.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Conhecer algumas das principais medidas de tempo (dia, semana, mês, ano) e respectivos instrumentos de medição (diferentes tipos de calendários e relógios).
• Refletir sobre a percepção da passagem do tempo.
• Conhecer aspectos da cultura indígena por meio do estudo de um calendário.

  Orientações

  Peça aos estudantes que observem os relógios retratados na página 14 e pergunte se conhecem algum deles. Chame a atenção para as diferenças entre o formato, o material de que cada um é feito, a presença ou ausência de números, o modo de funcionamento, entre outros elementos. É interessante indicar também que, nos dias atuais, o relógio está presente nos aparelhos celulares.

  Se desejar, você pode conversar com a turma sobre o que há de específico em cada tipo de relógio. Compare a ampulheta, que mede intervalos de tempo, com os relógios analógicos (de ponteiro) e os digitais.

  Esclareça que os relógios de Sol, de areia e de água ainda existem, mas que, atualmente, os mais utilizados são os relógios analógicos e os digitais.

  Comente as limitações dos relógios menos usados: o relógio de água é muito volumoso, o de Sol não funciona à noite e o relógio de areia não marca as horas.

  Atividade complementar: Construção de relógio de areia

• Proponha aos estudantes a construção de um relógio de areia com material de sucata, realizando um trabalho em conjunto com Arte.
• Providencie o material necessário: duas garrafas transparentes de plástico (de 500 mL ou 600 mL) com tampa e vazias; fita adesiva; tesoura com ponta arredondada; prego; martelo; areia peneirada fina (bem seca) e funil. Um adulto deve usar o prego e o martelo para fazer um furo no meio das duas tampas.
• Com a ajuda do funil, os estudantes devem preencher metade de uma das garrafas com areia e fechá-la com uma das tampas furadas.

• Depois, devem colocar a garrafa vazia tampada, de cabeça para baixo, em cima daquela em que foi colocada a areia, de modo que os dois furos se encontrem. Então, oriente-os a usar a fita adesiva para colar as tampas.
• Ao mudar a posição das garrafas, a areia passa pelo furo das tampas e enche a garrafa vazia.
• Proponha desafios usando o relógio de areia construído, por exemplo: Quantas palavras que começam com determinada letra os estudantes conseguem dizer ou escrever até a areia passar de uma garrafa para a outra? Quanto tempo é preciso para fazer o desenho de uma casa?

  Atividade 1. Os estudantes devem identificar a medida de tempo adequada para cada situação. Para isso, espera-se que considerem a duração de cada fenômeno: o bater de asas de um pássaro, por ser muito veloz, é contado em segundos; já o café da manhã de uma criança, mais lento, é medido em minutos. Explique aos estudantes que outras medidas de tempo podem ser utilizadas, mas, por serem muito fracionadas ou extensas, não são comuns.

  A atividade 1 contribui para o desenvolvimento da habilidade EF02HI06: Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois).

  Atividade 2. Peça aos estudantes que observem as duas imagens e comparem uma com a outra, identificando as semelhanças e as diferenças entre elas. Os estudantes devem reconhecer que ambos os relógios têm o formato circular e possuem marcadores das horas. Devem ainda diferenciar o relógio de Sol, que só pode ser usado à luz do dia e que tem apenas uma haste (ou vareta), do relógio analógico, que pode ser usado à noite e tem três ponteiros, que marcam as horas, os minutos e os segundos.

  A atividade 2, sobre diferentes tipos de relógio, contribui para o desenvolvimento da habilidade EF02HI07: Identificar e utilizar diferentes marcadores do tempo presentes na comunidade, como relógio e calendário.

Orientações

Leia para a turma o texto da página 16 e comente que o calendário é uma maneira de organizar e representar o tempo. Explique aos estudantes que, por meio do calendário, é possível definir datas e relacioná-las aos dias da semana.

Comente que o uso do calendário permite agendar compromissos, estabelecer prazos, definir períodos de tempo (como o início e o fim do ano letivo), entre outras possibilidades.

Você pode utilizar a ilustração da página 16 para auxiliar os estudantes a identificar os elementos que caracterizam um calendário, como a divisão em dias, semanas e meses. Explique a eles que o calendário que usamos existe há muito tempo e foi organizado em torno de referenciais do mundo natural (como a passagem das estações) e da história humana (como os nomes dados aos meses).

Depois, converse com os estudantes sobre diferentes sistemas de representação do tempo. Explique a eles que o ser humano, desde os primórdios, sente a necessidade de contar cronologicamente os dias; por isso, ao longo do tempo, diferentes povos desenvolveram outros tipos de calendário. Você pode dizer que o registro cronológico mais antigo é o calendário chinês. Nele, o ano de 2019 corresponde ao ano 4717.

Atividade 3. Peça aos estudantes para observarem o calendário identificando primeiro os meses com 30 dias e, depois, os meses com 31 dias. A análise do calendário e a identificação da duração dos meses pode ser feita com toda a turma.

A atividade 3, que analisa a estrutura do calendário, contribui para o desenvolvimento da habilidade EF02HI07 : Identificar e utilizar diferentes marcadores do tempo presentes na comunidade, como relógio e calendário.

O tempo histórico

Apesar de ser um referencial de suma importância para que o homem se situe, a contagem do tempo não é o principal foco de interesse da História. Em outras palavras, isso quer dizer que os historiadores não têm interesse pelo tempo cronológico, contado nos calendários, pois sua passagem não determina as mudanças e acontecimentos (os tais fatos históricos) que tanto chamam a atenção desse tipo de estudioso. [...]

O tempo empregado pelos historiadores é o chamado “tempo histórico”, que possui uma importante diferença do tempo cronológico. Enquanto os calendários trabalham com constantes e medidas exatas e proporcionais de tempo, a organização feita pela ciência histórica leva em consideração os eventos de curta e longa duração. Dessa forma, o historiador se utiliza das formas de se organizar a sociedade para dizer que um determinado tempo se diferencia do outro.

Seguindo essa lógica de pensamento, o tempo histórico pode considerar que a Idade Média dure praticamente um milênio, enquanto a Idade Moderna se estenda por apenas quatro séculos. O referencial empregado pelo historiador trabalha com as modificações que as sociedades promovem na sua organização, no desenvolvimento das relações políticas, no comportamento das práticas econômicas e em outras ações e gestos que marcam a história de um povo.

Além disso, o historiador pode ainda admitir que a passagem de certo período histórico para outro ainda seja marcada por permanências que apontam certos hábitos do passado, no presente de uma sociedade. [...]

SOUSA, Rainer Gonçalves. Tempo cronológico e tempo histórico. Brasil Escola . Disponível em: http://fdnc.io/gtm. Acesso em: 3 maio 2021.

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo da página 17 pode ser trabalhada na semana 3.

Atividade 4. Chame a atenção dos estudantes para o calendário Atikum na página 17. Explique a eles que esse calendário integra elementos indígenas à representação dos meses do ano. Estimule-os a identificar o que está ilustrado em cada mês. Pergunte a eles por que novembro é o primeiro mês representado e verifique se compreendem que o calendário se inicia com a preparação do solo para o plantio que será feito apenas em janeiro.

Atividade 5. Oriente os estudantes a comparar os dois calendários, indígena e ocidental, identificando semelhanças e diferenças entre eles. Comente que em ambos os calendários há divisão do ano em meses, por exemplo. Explique também que os calendários apresentam diferenças porque as culturas indígenas e não indígenas são diferentes umas das outras e representam o tempo de acordo com a maneira como se relacionam entre si e com a natureza.

O conteúdo da página 17 e as atividades 4 e 5 contribuem para o desenvolvimento da Competência Específica de Ciências Humanas 7 da BNCC : Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão. As atividades também possibilitam o desenvolvimento da habilidade EF02HI07 : Identificar e utilizar diferentes marcadores do tempo presentes na comunidade, como relógio e calendário.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 18 e 19 pode ser trabalhada na semana 3.

Objetivos pedagógicos da seção

• Compreender como se organiza a rotina escolar.
• Analisar uma sequência de atividades.
• Organizar a sequência de atividades da própria rotina escolar.

  Orientações

  Auxilie os estudantes a ler o texto da página 18. Pergunte a eles o que entenderam sobre a história de João e, em seguida, peça que identifiquem na cena ilustrada as atividades que a professora anotou na lousa.

  Pergunte aos estudantes como é a rotina escolar deles e em que ela se parece com a de João e em que difere dela. A turma pode citar, por exemplo, os componentes curriculares que eles têm em comum. Com isso, espera-se que os estudantes compreendam que muitas crianças realizam rotinas semelhantes na escola, sentindo-se parte de um todo.

  A seção contribui para o desenvolvimento das Competências Específicas de Ciências Humanas 5 e 7 da BNCC: Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados; e utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão.

  É importante salientar que a seção tem como proposta colaborar com a consolidação dos conhecimentos e habilidades que envolvem a literacia e a alfabetização dos estudantes do 2º ano, incentivando a leitura, a produção escrita e a compreensão de texto.

  Atividade complementar: Montando a agenda da turma

• Proponha aos estudantes que organizem, no final de cada mês, a agenda da turma para o mês seguinte.
• Em uma cartolina, desenhe um grande calendário mensal e diferencie os fins de semana dos dias que os estudantes têm aula. Então, defina com eles o que deve constar nessa agenda, como as datas de entrega das lições de casa, os feriados, as festividades, as reuniões de pais etc.
• Para finalizar, sugira aos estudantes que ilustrem e decorem a agenda como preferirem.
• A agenda da turma deve ficar afixada em um local de destaque da sala de aula, de modo que todos tenham acesso a ela e possam consultá-la.

Atividades 1 a 3. Oriente os estudantes a observar a ilustração na página 18 para responder às perguntas.

Atividade 4. Antes da realização da atividade, oriente os estudantes a observar os horários previstos para suas aulas, organizando-as no quadro. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa, com a ajuda de um familiar, como maneira de propiciar a organização da rotina pelos estudantes, a discussão sobre seus possíveis ajustes e a conscientização das suas tarefas para o desenvolvimento da autonomia.

As atividades de 1 a 4, que solicitam ao estudante a análise de uma rotina escolar e a identificação dos horários de uma sequência de atividades, contribuem para o desenvolvimento das habilidades EF02HI06: Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois); e EF02HI07 : Identificar e utilizar diferentes marcadores do tempo presentes na comunidade, como relógio e calendário.

Literacia e História

O trabalho desenvolvido nesta seção pretende apresentar aos estudantes um novo gênero textual: a agenda. Espera-se que eles reconheçam os principais elementos desse tipo de escrita. Eles serão incentivados a registrar suas tarefas diárias em uma sequência, na forma de lista. Eles poderão, portanto, desenvolver habilidades de escrita e relacionar as atividades da lista com a organização da passagem do tempo. Os registros dos estudantes podem variar; de modo geral, neles devem constar os horários e as descrições das atividades a serem realizadas em determinado dia.

Para o estudante ler

O tempo e as horas: o livro dos porquês, de Katie Daynes. Londres: Edições Usborne, 2016.

O livro explora de maneira divertida as mais variadas curiosidades sobre o tempo, o relógio e a marcação da passagem das horas.

Atividade complementar: Organizando a rotina

• Após a confecção da agenda da turma, oriente os estudantes a anotar suas rotinas diárias incluindo as atividades que realizam ao longo do dia, desde a hora em que acordam até a hora de dormir. Eles podem incluir também as disciplinas escolares que tiveram no dia e as atividades do fim de semana.
• Oriente os estudantes a acrescentar nas rotinas pessoais as datas de entrega das lições de casa e as datas festivas presentes na agenda da turma, criando assim suas próprias agendas.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 20 e 21 pode ser trabalhada na semana 4.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Organizar temporalmente uma sequência de acontecimentos.
• Compreender a noção de simultaneidade.
• Refletir sobre as noções de tempo: antes, durante e depois.
• Relacionar vivências e situações às noções temporais.

  Orientações

  As etapas de confecção de uma pipa e os procedimentos que envolvem uma refeição em família são abordados na página 20, de modo que os estudantes possam refletir sobre a ordem dos acontecimentos, determinando o que vem antes ou depois. É interessante conversar com eles sobre a importância do planejamento de etapas para a realização de qualquer atividade. A estratégia de divisão de etapas que devem ser realizadas em uma sequência é utilizada em diversas atividades, como na resolução de problemas matemáticos, na linguagem de programação, na arquitetura, no artesanato, na culinária etc.

  Atividade 1. Oriente os estudantes a descrever cada uma das cenas das ilustrações e a identificar a ordem correta dos quadros. Se necessário, auxilie-os a escrever as respostas. Apresente outras situações em que eles poderão trabalhar noções de temporalidade. Pergunte-lhes, por exemplo, se já preparam um bolo. Peça que descrevam a sequência dos procedimentos necessários e anote-os na lousa, indicando com números a ordem das tarefas.

  A atividade 1, que envolve a identificação de sequência de acontecimentos, propicia o desenvolvimento da habilidade EF02HI06: Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois).

  A importância da datação para a história

  A datação [...] é importante para situar os acontecimentos no tempo, e os historiadores necessitam dessa localização temporal para analisar e interpretar os fatos recolhidos nos documentos. No caso escolar, ela também é importante, sobretudo porque vivemos em um mundo cujas referências são datadas (ano de nascimento, maioridade, morte, casamento etc.). Mas apenas conhecer datas e memorizá-las, como se sabe, não constitui um aprendizado significativo, a não ser que se entenda o sentido das datações. [...] O uso das datas precisa estar vinculado a uma busca de explicação sobre o que vem antes ou depois, sobre o que é simultâneo ou ainda sobre o tempo de separação de diversos fatos históricos.

  BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de história: fundamentos e métodos . São Paulo: Cortez, 2004. p. 211-212.

Leia o texto da página 21 com os estudantes e esclareça as eventuais dúvidas que surgirem.

Atividade 2. Se necessário, diga que há um elemento importante ilustrado nas cenas que indica quais atividades estão ocorrendo ao mesmo tempo (o relógio).

Dê exemplos de eventos que acontecem ao mesmo tempo e que sejam próximos da realidade dos estudantes. Você pode citar ações que estejam acontecendo naquele momento na sala de aula, por exemplo: enquanto eu estou dando aula, Joana está escrevendo, Pedro está amarrando o tênis etc. É importante que a noção de simultaneidade seja trabalhada de maneira prática, tornando-se menos abstrata para os estudantes.

A atividade 2, sobre a organização sequencial dos fatos que acontecem de modo simultâneo, acompanhada da reflexão sobre percepção de tempo, contribui para o desenvolvimento da Competência Específica de Ciências Humanas 5 da BNCC: Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados. A atividade também contribui para o desenvolvimento da habilidade EF02HI06: Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois).

Para o estudante ler

O guarda-tempo, de Angela Leite de Souza. São Paulo: Formato, 2019.

A história do livro mistura tempos, espaços e memórias de diferentes gerações. O elo entre elas é um antigo guarda-roupa, uma espécie de portal do tempo que liga o passado ao presente.

Atividade complementar: Acontecimentos simultâneos

• Se considerar adequado, leve os estudantes para passear pela escola e desenvolva uma atividade trabalhando os conceitos de presente e simultaneidade.
• Durante o passeio, estimule os estudantes a observar o que diferentes turmas e profissionais da escola estão fazendo ao mesmo tempo. Pergunte, por exemplo: Enquanto estamos passeando, o que os estudantes dessa outra turma estão fazendo? E o que os profissionais do refeitório estão fazendo neste momento?

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 22 e 23 pode ser trabalhada na semana 4.

Orientações

Dê continuidade ao trabalho com as noções de temporalidade e tempo cronológico. Peça aos estudantes que observem com atenção os quadrinhos da página 22, que tratam da sequência de acontecimentos de uma partida de futebol pela perspectiva de um grupo de crianças. Leia com eles a história em quadrinhos e faça perguntas para ajudá-los a interpretá-la, como:

• Quanto tempo depois do início da partida o primeiro time fez gol?
• Quando o time adversário fez um gol?
• Quem ganhou a partida?

  Pode ser interessante perguntar se é possível que algum jogador faça gol antes ou depois da partida. Avalie as respostas dos estudantes para verificar o raciocínio lógico e a aplicação dos termos antes, durante e depois.

  Questione também se os estudantes já assistiram a uma partida de futebol. Aos que responderem afirmativamente, peça que contem aos colegas como foi o jogo e qual time ganhou. Espera-se que essa narrativa propicie um momento lúdico e de aprendizado coletivo sobre a ordenação dos acontecimentos no tempo.

  Atividade complementar: Uma história coletiva

• As noções de antes, durante e depois podem ser trabalhadas em sala de aula por meio de uma atividade lúdica de criação de uma história coletiva.
• Organize os estudantes em roda e escolha um deles para inventar o começo de uma história, dizendo: “Era uma vez...”. O estudante seguinte deve acrescentar um trecho que continue a história, e assim por diante. O último estudante da roda ficará responsável por criar o desfecho.
• Durante a brincadeira, comente que o trecho que está sendo citado naquele momento faz parte do presente, os trechos anteriores são parte do passado e os que ainda vão ser ditos estão no futuro.

Atividade 3. Leia os enunciados da atividade com os estudantes e oriente-os a reler o quadrinho para identificar o que ocorreu antes, durante e depois do jogo. Além disso, a atividade propõe uma reflexão sobre o futuro por meio da pergunta sobre a possibilidade de prever o resultado do jogo antes de ele terminar. Essa pode ser uma reflexão interessante de ser ampliada com os estudantes por meio da indagação sobre as expectativas que eles têm do futuro, como imaginam a vida daqui a alguns anos – como a passagem para o Ensino Fundamental 2, para a adolescência e para a fase adulta – e sobre o que gostariam de realizar durante a vida. Sugerimos aprofundar com eles a diferença entre a ideia de adivinhar o futuro e de sonhar e imaginar os acontecimentos. As expectativas de futuro podem nos estimular a pôr em prática ações que contribuem com a concretização de diversas realizações.

Atividade 4. Incentive os estudantes a desenhar uma atividade que gostam de realizar antes de irem para a escola e depois que saem dela.

As atividades 3 e 4, por meio da análise da ordem cronológica dos acontecimentos de uma história fictícia e da própria rotina dos estudantes, contribuem para o desenvolvimento da habilidade EF02HI06: Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois).

Atividade complementar: Organização de quadrinhos

Para ampliar o trabalho com as noções de temporalidade, providencie revistas em quadrinhos e selecione histórias curtas.

• Na sala de aula, oriente os estudantes a formar trios e entregue a cada um deles uma história com os quadrinhos recortados e fora de ordem.
• Peça que organizem as imagens na sequência correta e colem a história em uma folha de sulfite.

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para o conteúdo desta seção podem ser trabalhadas na semana 5.

Objetivos pedagógicos da seção

• Conhecer a experiência dos estudantes de uma escola no bairro de Canudos, em Belém (PA), que participaram de um projeto chamado “Eu vou envelhecer. E você?”.
• Relacionar essa experiência com a realidade dos estudantes, com o objetivo de refletir sobre a importância do respeito pelos idosos e sobre a ideia de que todos vão envelhecer.
• Conhecer as experiências de pessoas mais velhas da família, para valorizar suas memórias e estabelecer relações entre passado e presente.

  Orientações

  Leia para a turma o texto da página 24. Pergunte aos estudantes o que eles compreenderam a respeito do projeto mostrado na reportagem. O projeto, realizado em 2017 em uma escola no bairro de Canudos, em Belém (PA), é chamado “Eu vou envelhecer. E você?”. Peça aos estudantes que identifiquem, ao realizar a leitura do texto, algumas das atividades do projeto (teatro, coral, cartazes, socialização de depoimentos, palestras etc.).

  Ao falar sobre respeito aos idosos, é interessante expor aos estudantes a importância da empatia.

  Educação em valores e temas contemporâneos

  A solidariedade deve estar presente em todas as ações humanas. É sempre preciso lembrar às crianças e aos adultos a importância de conhecer a condição de vida dos idosos, valorizando seus conhecimentos e sua experiência.

  Memória e socialização

  A criança recebe do passado não só os dados da história escrita; mergulha suas raízes na história vivida, ou melhor, sobrevivida, das pessoas de idade que tomaram parte na sua socialização. Sem estas haveria apenas uma competência abstrata para lidar com os dados do passado, mas não a memória.

  Enquanto os pais se entregam às atividades da idade madura, a criança recebe inúmeras noções dos avós, dos empregados. Estes não têm, em geral, a preocupação do que é “próprio” para crianças, mas conversam com elas de igual para igual, refletindo sobre acontecimentos políticos, históricos, tal como chegam a eles através das deformações do imaginário popular. [...]

Há dimensões da aculturação que, sem os velhos, a educação dos adultos não alcança plenamente: o reviver do que se perdeu, de histórias, tradições, o reviver dos que já partiram e participam então de nossas conversas e esperanças; enfim, o poder que os velhos têm de tornar presentes na família os que se ausentaram, pois deles ainda ficou alguma coisa em nosso hábito de sorrir, de andar. Não se deixam para trás essas coisas, como desnecessárias. Esta força, essa vontade de revivência, arranca do que passou seu caráter transitório, faz com que entre de modo constitutivo no presente. Para Hegel, é o passado concentrado no presente que cria a natureza humana por um processo de contínuo reavivamento e rejuvenescimento.

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade : lembranças de velhos. 15ª ed. São Paulo:

Companhia das Letras, 2009. p. 73-75.

Atividade 1. Releia o texto com a turma e converse com os estudantes sobre como eles interpretam o significado do nome do projeto. Peça aos estudantes que voltem ao texto sempre que necessário para localizar informações e responder às perguntas.

Atividade 2. Comente com os estudantes sobre a importância de crianças e idosos trocarem vivências do passado, partilharem experiências do presente e alimentarem expectativas quanto ao futuro.

Atividade 3. Esclareça aos estudantes que o princípio da empatia é colocar-se no lugar do outro e tentar compreender seu comportamento ou forma de pensar. Para isso, é preciso adotar uma atitude de respeito e ouvir com desprendimento e atenção as histórias que as pessoas contam.

Atividade 4. Oriente os estudantes a realizar a atividade em casa e a entrevistar a pessoa mais velha da família. Estimule os estudantes a ir além do roteiro proposto, formulando suas próprias perguntas aos entrevistados. A atividade favorece a literacia familiar e a integração dos conhecimentos construídos pelos estudantes em casa e na escola.

As atividades 1 a 4 favorecem o desenvolvimento da habilidade EF02HI03: Selecionar situações cotidianas que remetam à percepção de mudança, pertencimento e memória.

A seção contribui para o processo de consolidação das habilidades relacionadas à literacia e à alfabetização, promovendo a leitura, a oralidade, a produção escrita e a compreensão de texto. A seção contribui ainda para a mobilização da Competência Geral 9 da BNCC: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 26 e 27 pode ser trabalhada na semana 6.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Refletir sobre a percepção da passagem do tempo.
• Refletir sobre a organização do tempo.
• Comparar diferentes intervalos de tempo.
• Conhecer algumas medidas de tempo (minuto, hora, dia, mês, ano).
• Relacionar os períodos do dia (manhã, tarde e noite) às atividades diárias.

  Orientações

  Converse com os estudantes sobre as mudanças que podem ser observadas com a passagem do tempo, como o crescimento das plantas, ou o crescimento e envelhecimento das pessoas.

  Solicite que citem exemplos de medidas de tempo utilizadas para intervalos mais curtos (segundos, minutos e horas) e para intervalos mais longos (semanas, meses e anos).

  Atividade 1. Estimule os estudantes a trocar ideias e impressões sobre as diferentes percepções da passagem do tempo. É interessante que eles percebam as diferentes temporalidades, como o tempo curto e o tempo longo. Eles podem observar, por exemplo, a passagem do dia e da noite, como também a mudança das estações do ano, os acontecimentos que ocorrem em minutos, em horas, ao longo de um dia, de semanas ou ao longo de anos, assim como as transformações em nosso corpo e em nossas vidas.

  A atividade 1 contribui para o desenvolvimento da habilidade EF02HI06: Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois).

  A concepção de tempo nos anos iniciais

  O tempo é um dos conceitos mais complexos de entendimento. Para os estudiosos que se dedicam a entendê-lo, existe uma série de abrangências que são consideradas, relacionadas às possibilidades de contornos que assume, tanto no campo da realidade natural e física como nas criações culturais humanas. Dependendo do ponto de vista de quem o concebe, o tempo pode abarcar concepções múltiplas.

  As diversas concepções de tempo são produtos culturais que só são compreendidas, em todas as suas complexidades, ao longo de uma variedade de estudos e acesso a conhecimentos pelos alunos durante sua escolaridade.

Nesse sentido, não deve existir uma preocupação especial do professor em ensinar, formalmente, nos dois primeiros ciclos, uma conceituação ou outra, mas trabalhar atividades didáticas que envolvam essas diferentes perspectivas de tempo, tratando-o como um elemento que possibilita organizar os acontecimentos históricos no presente e no passado: estudar medições de tempo e calendários de diferentes culturas; distinguir periodicidades, mudanças e permanências nos hábitos e costumes de sociedades estudadas; relacionar um acontecimento com outros acontecimentos de tempos distintos; identificar os ritmos de ordenação temporal das atividades das pessoas e dos grupos, a partir de predominâncias de ritmos de tempo, que mantêm relações com os padrões culturais, sociais, econômicos e políticos vigentes.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais : História, Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1997. p. 58.

Atividade 2. O estudante deve preencher as lacunas de acordo com os acontecimentos: o crescimento humano, medido em anos; o intervalo entre acordar e escovar os dentes, medido em minutos; e o tempo de ir ao trabalho e voltar, geralmente medido em horas. Identifique se algum estudante tem dificuldade para dimensionar o tempo que se passou entre cada atividade. Nesse caso, auxilie-o fazendo perguntas que remetam à própria vivência, por exemplo:

• Quanto tempo você demora para se arrumar antes de vir para a escola?
• Quanto tempo se passou desde que você era um bebê?
• Quanto tempo você fica fora de casa enquanto está na escola?

  Atividade 3. Nesta atividade, os estudantes devem identificar que o tempo que eles levarão até terminar o Ensino Fundamental transcorrerá em anos. A atividade trabalha uma projeção de tempo futuro, sendo possível de ser previsto porque se trata de algo planejado que depende da organização do sistema escolar.

  Após trabalhar a identificação de diferentes intervalos de tempo nas atividades 2 e 3, converse com os estudantes sobre situações que envolvam outros intervalos de tempo, como o tempo de almoçar, o tempo de duração de um alimento até estragar (o tempo entre a fabricação e a data de validade, por exemplo, para o caso de alimentos industrializados), o tempo que pode durar uma viagem, entre outros.

  A atividade 2 contribui para o desenvolvimento da habilidade EF02HI06: Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois).

  A atividade 3 contribui para o desenvolvimento da habilidade EF02HI03: Selecionar situações cotidianas que remetam à percepção de mudança, pertencimento e memória.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 28 e 29 pode ser trabalhada na semana 6.

Orientações

Atividade 4. Solicite aos estudantes que observem as cenas e escrevam “manhã” ou “noite” de acordo com cada situação representada. Pergunte a eles como é o céu durante o dia e durante a noite e se já observaram como o Sol muda de posição ao longo de um dia e as diferentes fases da Lua. Explique à turma que essas mudanças que ocorrem no céu são indícios da passagem do tempo.

Converse com os estudantes sobre como as atividades das pessoas são organizadas de acordo com os períodos do dia. Comente que as pessoas, em geral, aproveitam os momentos claros da manhã e da tarde para realizar a maior parte de suas atividades e descansam e dormem durante a noite.

Atividade 5. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa com a ajuda de um familiar, de modo que os estudantes possam refletir sobre a organização da sua rotina diária e ajustá-la conforme suas necessidades. Para orientar a realização da atividade, retome em sala de aula com os estudantes a conversa sobre a rotina diária sugerida na abertura da unidade e, em seguida, explique a eles que devem preencher o quadro com as atividades que costumam realizar em diferentes períodos do dia. Após a realização da atividade, em uma próxima aula, forme uma roda de conversa para que eles possam socializar e comparar as respostas com as dos colegas.

As atividades 4 e 5 contribuem para o desenvolvimento da habilidade EF02HI06 : Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois).

Para o estudante ler

Os passos do tempo , de Elizabeth Den Júlio. São Paulo: Ícone, 2017.

A narrativa do livro aborda a passagem do tempo na vida dos seres humanos, do nascimento à fase adulta, acompanhada de ilustrações divertidas.

Orientações

Converse novamente com os estudantes sobre a agenda e explique a eles que ela é uma ferramenta utilizada para organizar as tarefas do cotidiano. Comente que as anotações devem ser feitas de acordo com o tempo cronológico, ou seja, a primeira anotação deve corresponder à primeira atividade do dia, e assim sucessivamente, até a última tarefa. Para uma organização mais precisa, as anotações devem prever a hora de cada evento.

Converse com a turma sobre o uso do tempo e sobre a importância de planejar o que fazer no dia a dia de acordo com as prioridades a curto, médio e longo prazo. Se julgar adequado, diga às crianças que é preciso observar criticamente o próprio cotidiano e evitar o desperdício de tempo com coisas desnecessárias. Isso não significa abrir mão do lazer, por exemplo, que é fundamental para o bem-estar das pessoas. Significa, sim, avaliar as próprias ações, discernindo quais valem a pena realizar e quais não valem.

Atividade 6. Auxilie os estudantes na realização da atividade e na leitura do texto da ilustração representando a agenda de Vera. É possível que alguns estudantes ainda tenham dificuldade em compreender e escrever textos com letra cursiva. Dessa forma, sugerimos que a atividade seja discutida coletivamente, antes do registro escrito.

A atividade 6 propõe uma reflexão sobre a função da agenda, contribuindo para o desenvolvimento da habilidade EF02HI07: Identificar e utilizar diferentes marcadores do tempo presentes na comunidade, como relógio e calendário.

Atividade complementar: Rotina familiar

• Proponha aos estudantes que entrevistem os familiares com os quais moram para conhecer a rotina de cada um deles. Oriente-os a registrar no caderno o que descobriram.
• No dia combinado, estimule os estudantes a apresentar as diferentes rotinas para a turma. Auxilie-os a cruzar as informações, analisando o que há em comum entre as rotinas de seus familiares e em quais momentos do dia eles se encontram. Pergunte o que pode ser feito para que passem mais momentos com seus familiares. Peça aos estudantes que levem a discussão para casa.
• Depois estimule os estudantes a relatar o que conversaram com seus familiares e que soluções encontraram para que possam passar mais tempo juntos.

Roteiro de aula

A aula prevista para o conteúdo desta seção pode ser trabalhada na semana 7.

Objetivos pedagógicos da seção

• Conhecer diferentes tipos de relógio inventados pelos seres humanos e suas mudanças tecnológicas.
• Refletir sobre como o ser humano marca a passagem do tempo.
• Compreender como o tempo pode ser medido pelos elementos da natureza.

  Orientações

  Leia com os estudantes o texto introdutório do infográfico na página 30 e, em seguida, leia os textos da página 31 antes de apresentar o relógio mecânico. Verifique se percebem que as informações do infográfico estão dispostas no sentido dos ponteiros de um relógio analógico. Avalie, também, a possibilidade de conversar sobre as necessidades dos seres humanos e os usos de medição do tempo que podem justificar a invenção de relógios no passado.

  Com as informações desta seção, os estudantes poderão compreender que há diferentes maneiras de medir o tempo e que há muitos séculos o ser humano busca estabelecer parâmetros para a medição do tempo.

  Chame a atenção dos estudantes para a tecnologia empregada nos relógios ao longo do tempo: cada um dos modelos exige a aplicação de conhecimentos.

  É importante que, nesse momento, os estudantes não hierarquizem os relógios entre melhores ou piores, mais ou menos evoluídos, mas reconheçam o valor de cada um no tempo e na sociedade em que foram criados.

  Relógio de Sol

  Os relógios de Sol são os mais antigos instrumentos conhecidos para marcar a passagem do tempo ao longo do dia. A superfície do relógio de Sol tem linhas para indicar cada hora enquanto a luz solar incidir sobre ele. Conforme o Sol se movimenta no céu, um bastão elevado desse relógio faz sombra sobre essas linhas. A posição da sombra é que mostra a hora.

  [...]

  No centro do relógio se ergue um gnômon , espécie de bastão com um lado inclinado, formando um ângulo com o mostrador. O lado inclinado do bastão se chama ponteiro. No decorrer do dia, a sombra do ponteiro vai passando por toda a volta do mostrador. A cada hora exata, ela fica em cima de uma nova linha, marcando, assim, todas as horas.

Os antigos egípcios fizeram os primeiros relógios de Sol por volta de 3500 a.C. Eles eram simples bastões ou pilares que projetavam uma sombra no chão. Os antigos gregos fizeram relógios de Sol na forma curva de uma tigela, feita a partir de blocos de pedra ou de pedaços de madeira. Um ponteiro no centro projetava a sombra dentro da tigela. Mais tarde, os árabes inventaram o relógio de Sol moderno, do tipo com ponteiro em ângulo. No século XIV, relógios mecânicos começaram a substituir os relógios de Sol.

Relógio de Sol. Britannica Escola . Disponível em: http://fdnc.io/gto. Acesso em: 4 maio 2021.

Atividades 1 e 2. Releia os textos e auxilie os estudantes a localizar as informações solicitadas.

Atividade 3. É interessante que os estudantes notem que, com o passar do tempo, os relógios se tornaram menores, portáteis e práticos. Pergunte a eles em quais locais públicos já viram relógios, se existem relógios na casa em que moram e quais modelos conhecem. É provável que respondam, por exemplo, que estão habituados a relógios digitais. O amplo acesso a telefones celulares hoje em dia permite que este seja o principal aparelho de verificação das horas, sendo cada vez mais difícil para os estudantes se familiarizarem com relógios de ponteiro.

As atividades 1 a 3 propõem uma reflexão sobre o tempo cronológico e os diferentes marcadores da passagem do tempo, e dessa forma propiciam o desenvolvimento de aspectos da habilidade EF02HI07: Identificar e utilizar diferentes marcadores do tempo presentes na comunidade, como relógio e calendário.

O trabalho proposto na seção permite mobilizar a Competência Geral 1 da BNCC: Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Roteiro de aula

A aula prevista para os conteúdos das páginas 32 e 33 pode ser trabalhada na semana 7.

Objetivos pedagógicos do capítulo

• Compreender as noções de passado, presente e futuro.
• Relacionar vivências e situações ao passado, presente e futuro.
• Aprimorar a percepção das noções de tempo: antes, durante, depois e simultâneo.
• Refletir sobre a passagem do tempo a partir de transformações na natureza.

  Orientações

  Leia com a turma o texto da página 32, em que se explicam as noções de passado, presente e futuro. Em seguida, inicie uma conversa com os estudantes, solicitando exemplos de situações vivenciadas por eles que aconteceram no passado, estão acontecendo no presente ou acontecerão no futuro.

  Esclareça que, quando tratamos de eventos do passado, do presente e do futuro, precisamos ser assertivos para que os interlocutores possam saber exatamente o momento de ocorrência dos fatos.

  Atividade complementar: Reencontro no futuro

• Sugira aos estudantes que escrevam uma carta endereçada a eles mesmos, que deverá ser lida no futuro, descrevendo a si mesmos e falando um pouco sobre seu cotidiano, suas preferências, suas amizades e suas expectativas em relação a como se imaginam daqui a vinte anos.
• Os estudantes devem datar a carta, colocá-la em um envelope e guardá-la em um lugar seguro, e só abrir depois de vinte anos. Talvez algumas cartas se percam, talvez alguns estudantes se esqueçam, mas aqueles que tiverem a oportunidade de ler sua própria mensagem anos mais tarde terão uma lembrança muito especial de sua infância.

Atividade 1. Explore com os estudantes o uso das palavras “estou”, “amanhã”, “ganhei” e “tinha”. Peça a eles que imaginem o que a menina com a caixa de brinquedos diria se fosse passado (guardei/ontem) ou futuro (guardarei/amanhã). Depois, faça o mesmo para as imagens seguintes.

Atividade 2. Sugerimos que a atividade seja realizada em casa. Antes de sua realização, oriente os estudantes a perceber que o que aconteceu ontem é passado, o que está acontecendo agora é presente e o que vai acontecer amanhã é futuro. Chame a atenção deles para as palavras “ontem”, “agora” e “amanhã” e comente que são frequentemente usadas como sinônimos de passado, presente e futuro.

As atividades 1 e 2, sobre as noções de presente, passado e futuro, contribuem para o desenvolvimento da habilidade EF02HI06: Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois).

Tempo e história

Para historiadores, tempo é tanto o elemento de articulação da/na narrativa historiográfica como é vivência civilizacional e pessoal. Para cada civilização e cultura, há uma noção de tempo, cíclico ou linear, presentificado ou projetado para o futuro, estático ou dinâmico, lento ou acelerado, forma de apreensão do real e do relacionamento do indivíduo com o conjunto de seus semelhantes, ponto de partida para a compreensão da relação Homem – Natureza e Homem – Sociedade na perspectiva ocidental. [...]

Para os historiadores do contemporâneo, os seres humanos passaram do Tempo dominante da natureza ao Tempo dominado pelo homem e depois ao homem dominado pelo Tempo.

GLEZER, Raquel. Tempo e história. Ciência e Cultura . Disponível em: http://fdnc.io/8wV. Acesso em: 3 maio 2021.

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para os conteúdos das páginas 34 e 35 podem ser trabalhadas na semana 8.

Orientações

Pergunte aos estudantes se já cuidaram de uma planta ou animal e se já observaram como se dá o crescimento deles. Deixe que se expressem livremente, contribuindo com seus conhecimentos prévios e, em seguida, proponha uma comparação com o crescimento e o envelhecimento dos seres humanos. Com isso, poderão compreender que cada ser vivo tem um tempo diferente de desenvolvimento entre as diferentes fases da vida.

As etapas de crescimento de um girassol, como de outros seres vivos, podem ser exemplificadas como indícios da passagem do tempo. Peça aos estudantes que observem com atenção as ilustrações e as legendas da página 34 e identifiquem quanto tempo foi necessário entre uma etapa e outra do crescimento da planta e o intervalo de tempo total entre o plantio da semente e o florescimento do girassol.

Se julgar conveniente, proponha aos estudantes uma pesquisa interdisciplinar com Ciências sobre o tempo de desenvolvimento de algumas espécies de plantas e o tempo de vida e de gestação de alguns animais. Eles podem pesquisar, por exemplo, quanto tempo leva para uma árvore crescer e quanto tempo demora para um filhote de cachorro chegar à fase adulta.

Atividade complementar: Semear e observar

• Plante com os estudantes duas espécies vegetais diferentes, por exemplo: feijões e uma flor de sua preferência. Além de perceberem as mudanças que ocorrem com o passar do tempo ao acompanhar o crescimento das plantas, os estudantes poderão notar que o tempo necessário para o desenvolvimento de diferentes espécies não é o mesmo.
• Para analisar os resultados dessa atividade de uma maneira mais precisa, assim como Lara, os estudantes devem elaborar um diário de observação e atualizá-lo regularmente. Oriente-os a anotar a data e a descrever ou desenhar cada fase da planta. Auxilie-os a fazer as anotações e a tirar conclusões dessa atividade depois de algum tempo que a planta tiver crescido.

Atividade 3. Oriente os estudantes a observar as fases de desenvolvimento da planta e também os dias transcorridos conforme estão representados nas ilustrações.

Atividade 4. Peça aos estudantes que observem as ilustrações da página 34 para responder às questões. Eles devem atentar para a quantidade de dias transcorridos entre as fases de crescimento da planta semeada por Lara.

Atividade 5. Peça aos estudantes que se organizem em trios e conversem sobre as mudanças que ocorrem com o passar do tempo. Estimule-os a refletir sobre as mudanças pelas quais eles passaram desde que eram bebês, se já observaram alguma transformação na rua ou no bairro onde moram, se conhecem alguma nova invenção tecnológica. Ao final, promova uma roda de conversa para que cada grupo possa apresentar suas anotações aos colegas.

As atividades 3 a 5 possibilitam o passar do tempo, auxiliam no desenvolvimento de aspectos da habilidade EF02HI03: Selecionar situações cotidianas que remetam à percepção de mudança, pertencimento e memória.

Conclusão

Na perspectiva da avaliação formativa, esse é um momento propício para a verificação das aprendizagens construídas ao longo do bimestre e do trabalho com a unidade. É interessante observar se todos os objetivos pedagógicos propostos foram plenamente atingidos pelos estudantes. Sugerimos que você identifique os pontos que foram desenvolvidos, aqueles que ainda estão em desenvolvimento ou que não foram suficientemente trabalhados para que possa intervir a fim de consolidar as aprendizagens. Considere a produção dos estudantes, a participação deles em atividades individuais, em grupo e com a turma toda, e suas intervenções em sala de aula, analisando os seguintes pontos: se eles conseguem perceber a passagem do tempo por meio de mudanças e permanências; se elaboram reflexões sobre a percepção da passagem do tempo; se relacionam objetos e situações com as noções de anterioridade, simultaneidade e posterioridade; se compreendem o conceito de registro histórico e de cronologia; se reconhecem as principais medidas de tempo (dia, semana, mês, ano, década, século e milênio); se reconhecem diferentes instrumentos de medição do tempo; se relacionam vivências com as noções de passado, presente e futuro; se valorizam o convívio com pessoas de diferentes gerações.

A avaliação que propomos a seguir será um dos instrumentos para você acompanhar o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes e da turma e identificar seus avanços, suas dificuldades e potencialidades.

Roteiro de aulas

As duas aulas previstas para a avaliação processual desta seção podem ser trabalhadas na semana 9.

Orientações

Antes de orientar os estudantes a iniciar as atividades de avaliação, pergunte quais conteúdos eles mais gostaram de estudar e quais atividades mais gostaram de realizar e por quê. Verifique se as habilidades trabalhadas foram desenvolvidas pelos estudantes. Caso alguns deles ainda não tenham conseguido desenvolver todas as habilidades e objetivos da unidade, faça novas intervenções conforme a necessidade de cada um, de modo que todos possam atingir os objetivos de aprendizagem.

Atividade 1. Oriente os estudantes a identificar as afirmativas corretas. Eles devem ser capazes de identificar que a frase sobre o calendário como instrumento de marcação do tempo e a afirmativa sobre os acontecimentos simultâneos estão corretas.

A atividade 1 contribui para o desenvolvimento de aspectos das habilidades EF02HI06: Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois) ; e EF02HI07: Identificar e utilizar diferentes marcadores do tempo presentes na comunidade, como relógio e calendário.

Atividade 2. Os estudantes devem perceber que o envelhecimento humano leva anos, o amadurecimento de uma fruta leva dias e um turno escolar leva horas.

A atividade 2 contribui para o desenvolvimento de aspectos da habilidade EF02HI06: Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois).

Habilidades da BNCC em foco nesta seção:

EF02HI03; EF02HI06 e EF02HI07.

Atividade 3. Solicite aos estudantes que escrevam “manhã”, “tarde” ou “noite” de acordo com cada situação ilustrada. Para a cena das crianças na escola, os estudantes devem escrever “de manhã” para o turno matutino ou “à tarde” para o vespertino. A atividade contribui para consolidar os processos que envolvem a alfabetização.

A atividade 3 contribui para o desenvolvimento da habilidade EF02HI06: Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois).

Atividade 4. Converse com os estudantes sobre atividades que costumam fazer em cada período do dia, retomando as discussões que ocorreram ao longo da unidade.

A atividade 4 contribui para o desenvolvimento das habilidades EF02HI03: Selecionar situações cotidianas que remetam à percepção de mudança, pertencimento e memória ; e EF02HI06: Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois).

Para o estudante ler

Antes depois, de Anne-Margot Ramstein e Matthias Aregui. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2015.

Nessa obra, o próprio leitor se torna autor do texto. O livro é composto de ilustrações atraentes que mostram o “antes-depois” de objetos, acontecimentos, espaços e seres.

Atividade 5. A utilização de datas de aniversário dos colegas para marcar as noções de passado, presente e futuro oferece muitas vantagens. É estimulante para os estudantes, pois remete a um momento geralmente alegre e festivo da vida. Permite indicar datas no calendário com precisão, desenvolve a busca de informações no calendário e a compreensão das noções de antes, agora e depois. Além disso, possibilita a associação de datas do calendário a pessoas de quem gostam, reforçando o ensino por meio da afetividade.

A atividade 5 contribui para o desenvolvimento da habilidade EF02HI06: Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois).

Atividade 6. Os estudantes podem aprofundar sua compreensão sobre as diferenças entre os relógios mais comuns no presente e aqueles usados no passado. Esclareça também que o relógio analógico e o digital partilham de características comuns, como a possibilidade do uso de bateria e a precisão em informar as horas, os minutos e os segundos.

A atividade 6 contribui para o desenvolvimento da habilidade EF02HI07 : Identificar e utilizar diferentes marcadores do tempo presentes na comunidade, como relógio e calendário.

O tempo é movimento

Tempo é movimento. O vaivém de um pêndulo, o escorrer de grãos de areia, o derreter de uma vela. Medir o tempo é criar padrões confiáveis a partir de movimentos, de preferência cíclicos. [...]

O Sol [...] é um imenso ponteiro riscando a face de um relógio cósmico. Seu ciclo diário de nascer e ocaso é um instrumento fantástico para a medição do tempo. Mas este é um ciclo curto e sua contagem serve muito bem para a divisão do dia em pedaços (as horas).

Há um outro ciclo solar que só é percebido ao longo dos meses. Além de um relógio, o Sol é um calendário muito eficiente. Basta saber consultá-lo.

CHERMAN, Alexandre; VIEIRA, Fernando. O tempo que o tempo tem . Rio de Janeiro: Zahar, 2008. p. 25-26.

Atividade 7. Os estudantes devem preencher as lacunas nas frases com os termos adequados, identificando a duração das horas, do dia, da semana e do ano e a função do relógio como marcador de tempo das horas ao longo do dia.

A atividade 7 contribui para o desenvolvimento das habilidades EF02HI06: Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois) ; e EF02HI07 : Identificar e utilizar diferentes marcadores do tempo presentes na comunidade, como relógio e calendário.

Atividade 8. Peça aos estudantes que escrevam as palavras correspondentes às noções já estudadas de passado, presente e futuro e às noções de marcação do tempo.

A atividade 8, aliada a uma reflexão sobre a ordem e sucessão de acontecimentos na vida do próprio estudante, contribui para o desenvolvimento das habilidades EF02HI03: Selecionar situações cotidianas que remetam à percepção de mudança, pertencimento e memória; e EF02HI06 : Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois).

Para o estudante ler

Hoje, de Eva Montanari. São Paulo: Jujuba, 2014.

O livro da escritora e ilustradora Eva Montanari apresenta de maneira poética os diversos acontecimentos inesperados que podem suceder ao longo do dia.

Quando a gente tem saudade, de Vana Campos. Taubaté: Cachecol, 2020.

Recheado de ilustrações, o livro brinca com a palavra “saudade” e aborda o sentimento de falta de um tempo, de algo ou de alguém que já passou.

Sobre o tempo

Os relógios não medem o tempo? Se eles permitem medir alguma coisa, não é o tempo invisível, mas algo perfeitamente passível de ser captado, como a duração de um dia de trabalho ou de um eclipse lunar, ou a velocidade de um corredor na prova dos cem metros. Os relógios são processos físicos que a sociedade padronizou, decompondo-os em sequências-modelo de recorrência regular, como as horas ou os minutos. Essas sequências podem ser idênticas em toda a extensão de um país, ou até de vários, quando a evolução da sociedade o exige e autoriza. [...] Graças a eles, é possível comparar a duração ou a velocidade de processos que se desenrolam sucessivamente e que, por isso mesmo, não podem ser diretamente comparados – como a duração de dois discursos, proferidos um após o outro.

ELIAS, Norbert. Sobre o tempo . Rio de Janeiro: Zahar, 1998. p. 7.