Projeto 2 O que você levaria em uma mochila de viagem?

Projeto 2 — O que você levaria em uma mochila de viagem?

Introdução

O projeto integrador é uma das formas de desenvolver competências e habilidades específicas nos estudantes e, ao mesmo tempo, garantir que a curiosidade e a ludicidade infantis sejam incentivadas. Por esse motivo, ele é composto por atividades conectadas à realidade, tornando o mundo um laboratório aberto para pesquisar e resolver problemas. Alguns desses parecem, a princípio, distantes dos estudantes. Entretanto, uma das formas de driblar a realidade e alinhar conhecimento e imaginação é propor aos estudantes que imaginem o que podem conhecer.

A pergunta investigativa O que você levaria em uma mochila de viagem? convida os estudantes a jogar “E se...?”. Este tipo de jogo permite a eles entrar em contato com uma possibilidade futura e complexa, mas cheia de oportunidades e de possibilidades. Essa proposta permite aos estudantes compartilhar o que eles já sabem e, também, o que eles querem saber, descobrir e conhecer, vislumbrando possibilidades futuras, transformando sonhos em metas.

Trata-se, portanto, de uma proposta que favorece aprendizagens dentro e fora da escola, em busca de conhecimentos sobre a cultura, a sociedade e a história brasileira. O objetivo é que os estudantes possam pesquisar, refletir e participar, de forma lúdica, compreendendo-se de maneira mais concreta enquanto potenciais viajantes e pesquisadores ativos.

Abertura

Reúna os estudantes em uma roda de conversa coletiva e questione-os sobre a pergunta investigativa e norteadora do projeto. Amplie a discussão com outras perguntas, como:

• Por que temos que organizar uma mochila para viajar?
• O que é necessário termos em uma mochila, independentemente do lugar para onde formos viajar?
• O que muda em uma mochila se formos para lugares com mar, rio ou cachoeira? E se formos para a cidade? E para um lugar cercado de mata?
• E se ganhássemos uma viagem para qualquer lugar do Brasil, para onde iríamos?

  Ao serem apresentados a esta oportunidade de se tornarem viajantes, o projeto abre a oportunidade de conhecer e, também, de imaginar. Ressalte que, para aproveitá-la, eles devem atuar de forma colaborativa e imaginar essa viagem coletiva. Para valorizar a troca, anote algumas das respostas para que sejam discutidas e/ou retomadas ao longo do projeto.

1. Os estudantes devem perceber que se trata do nosso país.

2. Espera-se que os estudantes reconheçam o tema pelo tipo de figura exibida no mapa, que se refere a pontos turísticos do Brasil.

3. Alguns estudantes com conhecimentos prévios sobre os pontos turísticos do Brasil podem identificar alguns deles, por exemplo, Cataratas do Iguaçu, Jardim Botânico de Curitiba, MASP, Cristo Redentor, Conjunto Moderno da Pampulha, Congresso Nacional, Elevador Lacerda, Teatro Municipal de Manaus, entre outros.

   Peça aos estudantes que observem individualmente a imagem por um tempo e depois convide-os a compartilhar suas percepções a respeito. Em seguida, faça a leitura da imagem coletivamente, retomando algumas das percepções apresentadas. Chame a atenção dos estudantes para os elementos que compõem a ilustração. Verifique se eles conseguem identificar a representação do Brasil por seu formato. Se necessário, mostre um mapa com o contorno do país. Em seguida, questione-os sobre os demais elementos visuais que compõem a ilustração. Confira se eles entendem que as representações desses elementos estão fora de escala, para chamar a atenção para alguns dos principais pontos turísticos das diferentes regiões brasileiras.

   Verifique o que eles entendem como sendo um ponto turístico e, se necessário, explique brevemente que é um lugar de interesse turístico, aos quais os turistas viajam para conhecer. Para que os estudantes possam compreender melhor, comece a discussão pela região onde vivem, validando com eles se a imagem escolhida representa um importante ponto turístico da região ou não.

   Peça a eles que observem os demais pontos turísticos ilustrados no mapa e pergunte:

   • Quais pontos turísticos podemos identificar no mapa?
   • De onde esses pontos turísticos são?
   • Quais desses lugares nós não conhecemos?
   • E como podemos fazer para conhecer mais sobre esses pontos turísticos?

     Deixe que os alunos levantem hipóteses livremente. Por fim, liste os pontos turísticos identificados, indicando ao lado seu estado e sua região. Peça aos estudantes que sinalizem quais pontos turísticos não conhecem e organize uma breve investigação sobre eles. Para isso, eles podem consultar pessoas que vivem ou que já viajaram para essas regiões, procurar em guias de viagem pelo Brasil ou acessar o site de alguma agência de turismo, com a supervisão das equipes pedagógica e equipe técnica da escola. Após a pesquisa, volte com os estudantes, para que eles tragam, comparem e validem os resultados de suas pesquisas.

Objetivos da missão

Tendo em vista a diversidade sociocultural e ambiental do Brasil, o projeto integrador incentiva a viagem por diferentes locais, promovendo o interesse dos estudantes pelos lugares e patrimônios do nosso país. O objetivo é que eles possam identificar as regiões brasileiras, conhecer seus costumes, características, e tradições, valorizar as relações entre as pessoas e o lugar e reconhecer essa diversidade por meio de patrimônios culturais e naturais.

O projeto O que você levaria em uma mochila de viagem? permite aos estudantes realizarem uma viagem, ainda que por meio de um jogo de “E se...?”, a diferentes cidades do país, para explorar suas características e conhecer seus patrimônios culturais e naturais. A intenção é que os estudantes reconheçam características de determinadas regiões, percebam e passem a valorizar a diversidade cultural do país.

Justificativa

A escola tem como responsabilidade incentivar os estudantes ao exercício da cidadania, cuja base tem como fundamento, entre outros elementos, a diversidade sociocultural e ambiental. Neste contexto, a valorização da sociodiversidade e da biodiversidade contribui para a educação e construção de um sujeito ativo e comprometido com a pluralidade, a igualdade, a preservação e a conservação das culturas e do meio ambiente.

Os patrimônios culturais e naturais brasileiros têm sofrido com a negligência dos responsáveis e com a falta de recursos para sua preservação e sua conservação. Por isso, é importante conhecer não apenas esses patrimônios, mas discutir a importância de preservá-los, bem como a propagação de seus valores, compreendendo que eles são lugares de difusão de conhecimentos e heranças que devem ser preservadas com a intencionalidade de serem passadas para futuras gerações pelo seu valor histórico, social, cultural, econômico, político e/ ou natural.

O projeto integrador permite ampla discussão sobre a diversidade de cultura material e imaterial, documentação histórica e sítios naturais, de modo a possibilitar a exploração dos conhecimentos que essa diversidade envolve, aprofundando seus conhecimentos com base na proposta investigativa com atividades imersivas e significativas, que incentivem a imaginação, ao mesmo tempo que propiciam a construção de novos conhecimentos e o desenvolvimento de atitudes e valores, como o cuidado com a comunidade, com as culturas e com o meio ambiente.

Materiais necessários

Oriente os estudantes a selecionar os itens de que eles vão precisar para cumprir essa missão. Cada estudante deve escolher o que quer levar e justificar suas escolhas a partir da utilidade dos objetos para a missão.

Neste projeto, como a mochila faz parte da proposta, ela deve ser obrigatória. Ao longo das etapas, os estudantes também podem retomar e propor outros itens, mesmo que não constem nos materiais necessários. Ao final de cada etapa, pergunte o que eles colocariam e/ ou tirariam das respectivas mochilas. Oriente-os a fazer uma lista com os itens (e, caso tirem algum, riscar da lista). Essa lista deve ser retomada na etapa de avaliação para que todos possam contar o que, afinal, levaram na mochila durante o projeto.

Outro item importante e obrigatório é o diário de bordo. Explique aos estudantes que este item é fundamental para a missão, pois é nele que eles devem fazer anotações, inserir informações que julgarem importantes e realizar análises das atividades e das etapas do projeto.

Cronograma da missão

Convide os estudantes para conhecer o cronograma do projeto, tornando o percurso seguro. Para que eles se sintam corresponsáveis pelo cumprimento da missão e, também, engajados em suas trajetórias, é importante conhecerem melhor a proposta e as atividades que serão realizadas. Antes de apresentar as etapas, leia as atividades propostas, identificando em quais será necessária maior intervenção e em quais eles devem ter maior autonomia.

Competências e habilidades

Este projeto permitirá ao estudante mobilizar as competências, habilidades e componentes essenciais da PNA listados a seguir. A descrição encontra-se na página 90 do Livro do Estudante.

Boxe complementar:

Competências gerais

1, 3, 4 e 6.

Competências Específicas de Linguagens

1, 2 e 5.

Competências Específicas de Ciências Humanas

1 e 7.

Habilidades de Língua Portuguesa

(EF15LP01), (EF15LP02), (EF15LP03), (EF15LP04), (EF15LP05), (EF15LP06), (EF15LP07), (EF15LP08), (EF35LP01), (EF35LP03), (EF35LP04), (EF35LP17), (EF05LP15), (EF05LP24).

Habilidades de Arte

(EF15AR24), (EF15AR25).

Habilidades de Geografia

(EF05GE08) e (EF05GE09).

Habilidade de História

(EF05HI10).

Fim do complemento.

Política Nacional de Alfabetização (PNA)

Fluência em leitura oral; desenvolvimento de vocabulário; compreensão de textos; produção de escrita.

Este projeto possibilita o trabalho a partir da integração de diferentes áreas, componentes curriculares e conteúdos, transpondo as tradicionais fronteiras e os métodos disciplinares. Durante as etapas do projeto, os estudantes vão ler e elaborar gêneros relacionados a textos informativos e relatos de viagem (Língua Portuguesa); compreender a arte como um conhecimento produzido socialmente, em diferentes regiões, e reconhecer a importância dos patrimônios culturais (Artes); experimentar jogos, danças e lutas populares, principalmente de matriz indígena e africana (Educação Física); listar e analisar patrimônios materiais e imateriais, identificando a importância de sua preservação para a história de um lugar (História); conhecer e identificar as transformações dos lugares a partir de um patrimônio e valorizar as relações entre as pessoas da comunidade e o lugar (Geografia).

Etapa 1 – Ponto de partida

Para iniciar a primeira etapa do projeto, convide os estudantes para uma roda de conversa. Organize-os de modo que todos consigam se ver e ouvir.

Leia as perguntas sobre os lugares que eles conhecem, reforçando que “conhecer” pode significar tanto ter viajado até o lugar e conhecê-lo pessoalmente, como, também, ter pesquisado sobre ele por meio de fotos, revistas, sites e relatos de pessoas que já viajaram para lá.

Amplie a conversa com mais perguntas, como:

• Como vocês conheceram esse lugar?
• Como vocês gostariam de viajar? De trem? Avião?
• Por que vocês gostariam de conhecer esse lugar?
• Quais as diferenças entre patrimônio cultural e natural?

  Faça anotações das respostas em um espaço da lousa ou em uma cartolina ou papel kraft. Utilize essas respostas em outros momentos, como após as leituras, para que os conhecimentos possam ser checados pelos próprios estudantes. Explore o que eles sabem sobre patrimônio cultural e patrimônio natural e peça a eles que indiquem onde podemos encontrá-los.

  Os objetivos são:

• Discutir os conceitos de patrimônio cultural e patrimônio natural.
• Incentivar a investigação e a pesquisa de informações sobre meios para preservar e conservar tanto lugares e manifestações culturais como recursos naturais em benefício das gerações futuras.
• Conhecer as possibilidades de ações e atividades que contribuam para o reconhecimento da diversidade e sua valorização.
• Pensar e experimentar uma viagem, ainda que lúdica, por meio da imersão em uma proposta que tem como objetivo investigar e conhecer os patrimônios e os diferentes lugares onde estes patrimônios estão localizados.

Proponha que sejam realizadas duas leituras: uma do texto completo, a ser realizada em voz alta, de forma compartilhada, e outra a ser realizada por eles individualmente e em silêncio. Aproveite para esclarecer as eventuais dúvidas de vocabulário.

Para a primeira leitura, oriente que cada parágrafo seja lido por um estudantes e em voz alta. É importante chamar todos os tipos de leitores, do mais iniciante ao mais fluente, dando a cada um deles um tempo para a realização da leitura para não gerar ansiedade e respeitar os ritmos de leitura. Convide os demais a prestar atenção e colaborar com o colega.

Após a leitura compartilhada, peça aos estudantes que realizem as leituras individuais e silenciosas, destacando em cada parágrafo as informações que identificarem como sendo as mais importantes do trecho.

Patrimônio Mundial no Brasil

Explore com os estudantes as imagens do texto, verificando se eles identificam as principais informações sobre os patrimônios culturais mundiais do Brasil, segundo a Unesco. Ressalte que esta objetiva promover a identificação e a preservação de patrimônios culturais de todo o mundo, por considerá-los valiosos para a humanidade.

Em seguida, verifique os conhecimentos dos estudantes sobre esses patrimônios. Peça a eles que identifiquem e indiquem onde eles estão localizados geograficamente. Liste os patrimônios que eles não conhecem, para que possam fazer uma rápida pesquisa individual.

Os patrimônios culturais materiais são móveis, imóveis, monumentos e tudo o que é palpável. Já os patrimônios culturais imateriais são manifestações, expressões, conhecimentos, técnicas etc., ou seja, tudo o que não é concreto, mas que, assim como os bens materiais, precisa de preservação, pois tem grande importância para a formação cultural de um povo e/ou da humanidade.

Ressalte que todos os patrimônios que aparecem no texto são patrimônios culturais materiais. Para que eles possam identificar patrimônios culturais imateriais, promova a organização de um varal com imagens com ficha descritiva de alguns dos 47 bens culturais imateriais brasileiros reconhecidos pelo Iphan (http://fdnc.io/gvS), como o samba de roda do Recôncavo Baiano, o frevo, a arte Kusiwa, o Círio de Nazaré e a capoeira, que, inclusive foram inscritos pela Unesco como patrimônios culturais imateriais da humanidade. Em seguida, oriente a leitura silenciosa do texto, identificando os trechos mais importantes.

Por meio das informações do texto, convide-os a localizar os estados onde eles se encontram, utilizando o mapa com as demarcações estaduais e regionais. Chame alguns dos alunos para identificar cada patrimônio no mapa. Se for possível, coloque uma marcação para cada um (tachinha, alfinete ou outro). Para ampliar, eles podem investigar o porquê de cada um desses lugares terem sido escolhidos como patrimônios culturais mundiais.

Amplie o conhecimento dos alunos sobre patrimônio cultural. Ressalte que o Brasil possui uma autarquia governamental que tem como objetivo preservar e divulgar o patrimônio cultural brasileiro. Criado em 1937, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) divide os patrimônios culturais em material e imaterial.

Sítios do Patrimônio Mundial Cultural e Natural no Brasil

O texto apresenta informações sobre os patrimônios naturais mundiais do Brasil. Retome as informações do texto que indicam quais são e onde eles estão localizados.

Retome a discussão inicial sobre patrimônios culturais e naturais e ressalte que os patrimônios naturais são registrados na Unesco como sendo de interesse mundial. Os patrimônios naturais também são protegidos por leis, como o Parque Nacional da Serra da Capivara, cujas pinturas rupestres são identificadas como patrimônio cultural material. O parque em si é um patrimônio natural, porque é uma área de preservação ambiental, por possuir sítios arqueológicos importantes para a humanidade.

Ressalte que patrimônios culturais e naturais contam com a participação da sociedade para terem cuidado e preservação, mesmo quando não são preservados por lei. A comunidade também pode indicar um bem para que ele seja reconhecido como patrimônio a ser preservado por lei, garantindo os direitos e os deveres de preservação dos órgãos públicos. Em seguida, ajude os alunos a iniciar suas pesquisas do lugar que gostariam de visitar, contemplando patrimônios culturais e naturais.

Espera-se que eles comecem suas escolhas em grupos por meio do jogo do “E se...?”. Para orientar a organização do trabalho em grupo, considere o método da professora da Universidade de Stanford, Rachel Lotan, especialista em ensino para a equidade. Ela considera que os estudantes possuem conhecimentos e habilidades distintos que se complementam no trabalho em grupo.

Organize as atribuições dos integrantes do grupo e comente que eles devem participar de todas as etapas e se corresponsabilizarem pela investigação e seus procedimentos. Além disso, cada integrante terá um papel atribuído por sorteio:

a) facilitador: responsável pela leitura e compreensão;

b) monitor de recursos: responsável por solicitar ou mediar a atuação do grupo com ferramenta ou material;

c) repórter: responsável por registrar as atividades e compartilhá-las;

d) harmonizador: responsável por assegurar que todos realizem as atividades e que sejam ouvidos;

e) controlador do tempo: responsável por mensurar e monitorar o tempo estipulado para a realização das atividades.

Observe como eles são distribuídos ao longo das atividades e, se necessário, sugira a troca de papéis, evitando um reforço das habilidades já desenvolvidas. Atue como mediador e organizador, contribuindo com a autonomia do grupo. Após a escolha de seus destinos, os integrantes devem, individualmente, escolher outros itens para serem levados em suas mochilas nesta viagem.

No mapa da atividade 8 é possível localizar a Cidade Histórica de Ouro Preto – Minas Gerais; O Centro Histórico de Olinda – Pernambuco; As Missões Jesuíticas Guarani, Ruínas de São Miguel das Missões – Rio Grande do Sul; O Centro Histórico de Salvador – Bahia; O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas – Minas Gerais; O Plano Piloto de Brasília – Distrito Federal; O Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato – Piauí; O Centro Histórico de São Luís do Maranhão – Maranhão; Centro Histórico da Cidade de Diamantina – Minas Gerais; Centro Histórico da Cidade de Goiás – Goiás; Praça de São Francisco, na cidade de São Cristóvão – Sergipe; Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a montanha e o mar – Rio de Janeiro; Conjunto Moderno da Pampulha, Sítio Arqueológico Cais do Valongo e Paraty e Ilha Grande – Cultura e Diversidade.

a) Os estudantes devem identificar o estado em que moram e localizar se há algum patrimônio cultural no estado. Caso não tenha, devem verificar qual é o estado mais próximo que apresenta um patrimônio cultural.

b) Os estudantes devem pesquisar a distância do patrimônio cultural mais próximo até a cidade em que moram, com o auxílio de mapas interativos on-line. Outra alternativa, sem o uso de ferramentas digitais, é fornecer um mapa mais detalhado, que permita calcular a distância entre cidades a partir da escala cartográfica. Por exemplo, se 1 cm no mapa corresponde a 3 km, basta medir a distância em cm e depois multiplicar por 3 para encontrar a distância real em km.

Etapa 2 – Vamos pesquisar?

Oriente os estudantes a se organizarem nos grupos da etapa anterior e que, a partir de agora, eles trocarão de papéis quando necessário. Relembre-os de que todos devem participar do processo de investigação. As atividades propostas buscam estimular o desenvolvimento do pensamento computacional, ao fazer com que os estudantes dividam o problema proposto em partes menores e analisem seus detalhes em busca da solução.

Para a atividade, oriente os grupos a fazer as indicações com base em uma discussão inicial entre eles. Depois, eles devem buscar informações em textos informativos e relatos de viagem, verificando como organizar suas mochilas. Os grupos devem ter acesso a textos escritos impressos e digitais, audiovisuais, jornais, revistas, sites, enciclopédias, entre outras.

Peça aos grupos que realizem as atividades indicadas. Oriente-os a realizar pesquisas sobre seus destinos, anotando as informações e discutindo em grupo os aspectos históricos, geográficos, sociais, naturais e culturais do local.

Para a realização das atividades, retome ou explore algumas condições de geografia física das regiões. Peça aos grupos que indiquem seus destinos e, em seguida, proponha uma análise coletiva sobre esses lugares por meio da exploração do mapa, relacionando as diferentes características naturais do mapa físico: hidrografia, relevo, clima e vegetação.

Para ampliar

Para contribuir com a busca de informações, é importante oferecer aos estudantes fontes confiáveis e materiais que os orientem em seus processos de estudo e pesquisa.

Sites oficiais, a serem acessados com a supervisão do professor:

• Patrimônio Mundial no Brasil pela Unesco. Disponível em: http://fdnc.io/eBa.
• Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Disponível em: http://fdnc.io/gvS.
• Site do Ministério do Turismo. Disponível em: http://fdnc.io/gvT.

  Revistas e jornais para o público infantil:

• Revista Ciência Hoje das Crianças. Disponível em: http://fdnc.io/s.
• Jornal Joca. Disponível em: http://fdnc.io/dNb. Acessos em: 13 abr. 2021.

  Livros:

• Atlas Infantil da Cultura do Brasil, de Gustavo Mendes, Pé da Letra.
• Viagem pelo Brasil em 52 histórias, de Silvana Salerno, Companhia das Letrinhas.

Orientações

3. a. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes identifiquem mudanças na paisagem, como aumento de edifícios contemporâneos, degradação de construções históricas, diminuição da vegetação natural, construção de novos pontos turísticos, consequências de fenômenos naturais etc.

3. b. Espera-se que os estudantes reflitam sobre as ações do ser humano na natureza, identificando que boa parte das mudanças na paisagem é causada por ele, como devastação da natureza e construção de edifícios.

3. c. Algumas mudanças podem ser entendidas como positivas, do ponto de vista da ampliação de acesso aos viajantes, maior comércio, avanço econômico, geração de empregos etc. No entanto, algumas mudanças podem ser entendidas como negativas, do ponto de vista dos impactos que podem causar na natureza, como modificação da vegetação, espécies de animais em ameaça de extinção, entre outros.

Hora de escrever!

Proponha aos grupos que elaborem um guia turístico de seus respectivos destinos a fim de conhecer melhor seus destinos e os principais pontos turísticos do lugar e os patrimônios culturais e/ou naturais. Oriente-os a buscar por imagens em livros, revistas, guias de viagem ou sites.

Durante o processo, os grupos devem levantar informações para legendar as fotos e/ou os desenhos, elaborar trechos de curiosidades (instrua-os a usar “você sabia que...” e produzir textos descritivos sobre o destino e seus respectivos patrimônios e demais pontos turísticos, além de incluir a elaboração de uma ficha descritiva do destino e dos trechos de dois tipos de relatos: um sobre como é viver no lugar e outro um relato de viagem. Ao organizar as informações e os dados levantados, selecionando os mais relevantes, os estudantes exercitam habilidades para o desenvolvimento do pensamento computacional.

Após levantarem os dados, distribua guias de viagem da cidade onde vivem, para que eles tenham uma referência sobre a organização e composição de texto. Essas produções podem ser impressas, com divulgação na escola, ou podem ser divulgadas no blog da escola. Ajude-os a criar e a editar o guia turístico em formato de folder. Para finalizar, os grupos devem organizar uma exposição com os guias e disponibilizá-los pela escola e em meio digital.

• Antes de finalizar a etapa, peça aos integrantes de cada grupo que revejam e ampliem, se desejarem, os itens que levariam em suas mochilas para a viagem do destino escolhido.

Etapa 3 – Experimentando

Oriente os grupos a retomar às informações pesquisadas e ao guia de viagem. Eles devem pensar na viagem e no que vão levar na mochila mais como viajantes e menos como turistas. Para isso, oriente-os a pesquisar sobre essa diferença. Espera-se que eles encontrem informações, como:

• Turistas estão preocupados em descansar em um lugar confortável, como um hotel, conhecer os principais pontos turísticos, fazer selfies nos lugares, manterem-se em um roteiro predefinido, fazer compras etc., e suas malas de viagem têm sempre espaço para equipamentos e alguma lembrança material do lugar, por exemplo.
• Viajantes registram o destino e gostam de imergir na viagem e se aventurar a explorar o lugar a pé, de bicicleta ou de transporte público. Também gostam de explorar o destino de diferentes formas, mudando o roteiro e estabelecendo novas rotas para aproveitar a experiência. Estão disponíveis para dormir em hotel, hostel, acampamentos etc. Suas bagagens consideram diferentes circunstâncias, como mudanças de temperaturas, mas são leves, pois o importante é a relação com o destino e com as pessoas que lá vivem.

  Após identificarem as principais características de uma viagem turística e de uma viagem como viajantes, é hora de os grupos se organizarem para rever suas mochilas pensando nessa distinção. A mochila deve considerar as mudanças de roteiros e as experiências que se deseja ter, levando o essencial.

  Orientações

1. Auxilie os estudantes a encontrarem os dados, se for necessário.

2. Os estudantes devem pensar em atividades essenciais para uma boa viagem. Viagens são importantes momentos de troca cultural, aprendizagem e respeito à diversidade.

3. Para algumas pessoas, o viajante deve conhecer ao máximo os pontos turísticos do local. Já para outras pessoas, o viajante deve viver como um morador local.

4. Espera-se que os estudantes reconheçam a necessidade de respeitar e valorizar a diversidade cultural presente nos locais conhecidos durante as viagens.

5. Espera-se que os estudantes discutam sobre formas de registro de memórias de viagens, como relatos, fotografias, vídeos, souvenirs etc.

6. Espera-se que os estudantes escolham uma linguagem artística ou corporal para fazerem uma experimentação de uma dança típica, uma festa popular, um estilo musical, uma forma de produzir artesanato etc.

7. Por exemplo, caso o local seja frio, é preciso levar casacos. Se há mar, é preciso levar roupa de praia. Alguns itens podem aparecer em qualquer opção, como máquinas fotográficas, sapatos confortáveis, roupas íntimas, produtos de higiene pessoal etc.

8. Alguns itens podem não ter sido pensados pelos estudantes, como repelentes de insetos, calças compridas, roupas térmicas para lugares muito frios, entre outras possibilidades.

9. A lista de sugestões favorece a troca de ideias entre os grupos, ampliando o repertório de possíveis itens a serem levados. Rever os itens pensados anteriormente, com base no relato de outros viajantes e nas listas de outros colegas, é fundamental para verificarem o que podem ter esquecido e seria necessário.

Etapa 4 – Hora de produzir!

Oriente os grupos para que assumam produções reais, organizando as etapas de produção. Ao organizarem a sequência de passos para a solução do problema proposto, eles estarão mobilizando habilidades para o desenvolvimento do pensamento computacional.

Verifique com os grupos quais são os seus objetivos, as etapas que devem seguir para realizar a produção, a importância do envolvimento de todos e a responsabilidade de cada um nesta elaboração. Ao término desta etapa, a produção deve ser concluída. Para isso, é preciso que os grupos planejem e elaborem suas respectivas produções.

Proponha a organização de uma experiência imersiva e lúdica para todos os grupos. Organize na sala de aula as estações temáticas. Cada estação deve ser elaborada por um grupo, que deve apresentar a viagem que fizeram com fotos, mapas, imagens de satélite, cartazes, maquetes, vídeos etc.

Proponha que eles organizem uma experimentação de alguma manifestação reconhecida como patrimônio imaterial no lugar de destino. Eles podem promover a representação de uma festa ou a experimentação de jogos, danças e lutas, dependendo do lugar. Isso pode ser feito com o auxílio de imagens, figurinos e/ou representações, convidando os colegas a participarem. Durante a apresentação dos grupos, eles devem relacionar as informações da manifestação com a experiência.

Para finalizar, os grupos devem apresentar suas mochilas prontas com os respectivos itens em suas estações e suas justificativas. Elas podem ser apresentadas com o auxílio de itens reais ou como fotos e/ou desenhos. Para tal, oriente aos grupos para retomarem suas anotações e seus registros sobre o que levariam na mochila, para verificar se os itens indicados individualmente estão ou não contemplados na lista coletiva. Eles devem discutir e rever as listas individuais, criando uma versão final da lista coletiva.

O objetivo dessa atividade por estações é que, quando todos os grupos passarem por todas as estações, eles terão “viajado pelo Brasil”.

Para a sistematização, oriente os estudantes a observar o funcionamento da produção e anotar no diário de bordo tudo o que acontecer durante esta etapa de produção. Peça aos grupos que discutam e registrem em seus diários de bordo:

• Alguma coisa inesperada aconteceu?
• O que poderia ter sido mais bem planejado?
• É possível ajustar a solução para que ela seja melhorada? Como?

  Essas anotações devem ser utilizadas para auxiliar os grupos no momento da avaliação.

Etapa 5 – Compartilhando as descobertas

Oriente os grupos a planejar e a escrever um relato de viagem a partir da experiência que tiveram durante as pesquisas e a organização e experimentação da estação temática. Eles devem evidenciar o caráter imersivo e lúdico da experiência, como se tivessem viajado e conhecido os lugares, apresentando as descobertas e os aprendizados sobre os patrimônios do destino escolhido.

Inicie a atividade verificando o conhecimento dos estudantes sobre o gênero relato de viagem. Liste com eles sua finalidade e suas principais características. Em seguida, oriente a pesquisa dos grupos por experiências reais de viagens. Cada grupo deve trazer dois relatos de viagens, que podem ser de livros e/ou da internet. É interessante escolher um verídico e outro ficcional para que compreendam que, em ambos os casos, a estrutura do relato é a mesma. A partir da leitura em voz alta e compartilhada desses relatos (ou de trechos deles), retome a lista de características do gênero, de modo que eles confirmem ou reformulem o que haviam indicado.

Espera-se que os estudantes indiquem que a finalidade de um relato é a de narrar experiências vividas durante uma viagem e, como é relatado a partir do ponto de vista do viajante, o texto tem como características a escrita no pretérito, linguagem informal e enredo pessoal com opiniões pessoais sobre os lugares, as pessoas, a cultura etc.

Verifique se eles identificam a diferença entre um guia de viagem com roteiro e um relato de viagem. Enquanto o guia apresenta um texto informativo, o roteiro é uma proposta de experiência predeterminada, sendo mais voltado para turistas. Já o relato é um texto pessoal de uma experiência vivida por viajantes que querem compartilhar seus olhares sobre os lugares visitados.

Em seguida, convide-os a produzir um relato de viagem. Eles devem escrever os relatos individualmente, entregando-os para a leitura e a revisão dos demais colegas do grupo. A ideia é que os relatos sejam diferentes. Para finalizar, o grupo deve juntar as melhores partes dos relatos individuais e construir um relato de viagem do grupo.

Com os relatos finalizados, combine a elaboração de um livro de viagens da turma e leia, com todos, as histórias vividas nas respectivas viagens fictícias, estimulando a imaginação e a criatividade e mostrando que também é possível “viajar sem sair do lugar”. Essa compilação pode ser digitalizada para ser compartilhada com outras pessoas no blog da turma ou da escola.

Etapa 6 – O que aprendemos?

Nesta última etapa do projeto, convide os estudantes para uma conversa coletiva sobre o processo de investigação que vivenciaram. Promova uma discussão que considere tanto os momentos coletivos como os momentos em grupo.

Peça aos alunos que compartilhem suas listas de itens que levaram na mochila e o que foi sendo acrescentado. Em seguida, oriente-os a realizar a autoavaliação. Ela é um importante instrumento para desenvolver a autonomia e a autocritica. Leia as perguntas em voz alta e ressalte que essas perguntas envolvem, principalmente, comportamento e procedimentos. Oriente-os a indicar os próprios desempenhos e, se necessário, questione-os sobre algum item.

Na sequência, oriente-os a avaliar a atuação do grupo. Leia as perguntas em voz alta e, em seguida, peça a eles que respondam individualmente, para depois discutirem-na com seus respectivos grupos. Por fim, os estudantes devem avaliar o projeto. Instrua-os a, novamente, realizarem a avaliação de forma individual para, em seguida, a trocarem com a turma. Ao final da discussão, relembre-os de que a avaliação é importante para que todos possam tomar consciência das trajetórias percorridas e se corresponsabilizarem pelo empenho em avançar em suas aprendizagens. Destaque que, ao longo do processo, você preencheu seu diário de bordo a fim de acompanhar o desenvolvimento de todos e do trabalho.

Ao final do projeto, realize uma autoavaliação tendo como itens a serem avaliados seu papel de mediador e o projeto. Para avaliar sua atuação como professor-mediador, faça uma reflexão sobre a qualidade de suas contribuições e intervenções para a investigação e para o trabalho em grupo. Reflita também sobre o uso do diário de bordo como instrumento para auxiliar nas avaliações formativas realizadas ao longo do processo e analise as formas de aprimorar o uso desse tipo de ferramenta em outros projetos. Em seguida, realize uma avaliação do projeto junto com a equipe pedagógica, discutindo a proposta e os encaminhamentos. Diagnostique de que modo o projeto contribuiu com as aprendizagens dos alunos e com o desenvolvimento das habilidades indicadas no início do projeto. Tanto a autoavaliação docente como a avaliação do projeto são importantes para registrar, investigar e refletir sobre as práticas pedagógicas, de modo que elas possam ser cada vez mais intencionais e significativas tanto para os alunos como para o professor.

Leia com os estudantes as sugestões de leitura apresentadas e pergunte por qual se interessaram. Você poderá aproveitar para fazer uma visita com eles à biblioteca da escola ou da região e buscar livros que abordem esses temas.