UNIDADE B

CAPÍTULO 4 Níveis de organização do corpo humano

Pôster com o fundo verde e no centro ilustração de uma criança. Atrás dela, ilustração de uma pessoa com asas e com a mão apoiando o coração da criança. Texto: seja o anjo de alguém. Diga sim à doação de órgãos.
A doação de órgãos e de tecidos é um ato de solidariedade. Nesta abertura de capítulo, cartaz de uma das campanhas promovidas pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (á bê tê ó). O que são órgãos? O que são tecidos? Quais são os outros níveis de organização do corpo humano?

Motivação

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: saúde.

EM DESTAQUE

Principal motivo para a não doação de um órgão é a negativa familiar

“A negativa familiar é um dos principais motivos para que um órgão não seja doado no Brasil. No ano passado, 43% das famílias, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (á bê tê ó), recusaram a doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica comprovada.

reticências

‘O transplante só pode ocorrer se houver doação de órgãos’, ressalta Valter Duro Garcia, médico responsável pelos transplantes renais na Santa Casa de Porto Alegre e editor do Registro Brasileiro de Transplantes, além de membro do Conselho Consultivo da á bê tê ó. reticências

Uma das razões para a recusa dos parentes em doar órgãos é a falta de conhecimento sôbre o que é a morte encefálica, um processo ‘absolutamente irreversível’, segundo o médico.

reticências Quando o cérebro para de funcionar, acrescenta, a pessoa para de respirar, e só continua respirando por meio artificial. Nesse momento em que ocorre a morte encefálica é que os médicos procuram a família para pedir autorização para que os órgãos dessa pessoa possam ser doados. ‘Um doador pode salvar até oito pessoas’, lembra Valter Garcia.

reticências

Segundo o Ministério da Saúde, o transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão [coração, fígado, pâncreas, pulmão e rim] ou tecido [medula óssea, ossos e córneas] de uma pessoa doente por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto.”

Fonte: CRUZ, E. P. Principal motivo para a não doação de um órgão é a negativa familiar. Agência Brasil, São Paulo, 27 setembro 2019. Disponível em: https://oeds.link/Autwkk. Acesso em: 18 abril 2022.

Fotografia. Uma camiseta branca com a estampa de um coração amarelo com uma seta vermelha e uma azul ao redor. Texto: doar e receber. Dois lados da mesma mensagem. Doe órgãos. Para que a vida continue.
Camiseta de uma das campanhas de conscientização para doação de órgãos promovida pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.
Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

Você pode saber mais sôbre doação de órgãos, incluindo respostas às perguntas mais frequentes sôbre o tema, no portal da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (á bê tê ó):

https://oeds.link/JlVhd9. Acesso em: 18 abril 2022. Caso esse enderêço eletrônico tenha mudado, busque por á bê tê ó.

Desenvolvimento do tema

1. Os níveis de organização do corpo humano

Ter uma vida saudável depende de muitos fatores. É necessário ter cuidados com a higiene, a alimentação, o repouso e o lazer. Não consumir drogas, procurar ajuda médica para a realização de consultas e exames periódicos sempre que apresentar um possível sintoma de doença e não ingerir remédios por conta própria (ou seja, não se automedicar) também são atitudes importantíssimas.

Um recurso imprescindível para se ter uma vida saudável é conhecer-se melhor, entender os princípios básicos do funcionamento do próprio corpo e compreender os motivos pelos quais alguns cuidados são fundamentais à saúde.

Este é um dos atrativos no estudo de Ciências da Natureza: entender como o corpo humano funciona para poder valorizar e praticar cuidados básicos com o próprio corpo.

No dia a dia, você pratica atividades diferentes. O tempo todo seu corpo está em movimento. Ainda que você queira permanecer parado por vários minutos, seus olhos continuarão piscando, seu cérebro prosseguirá pensando, seu coração não parará de baterreticênciasAté enquanto você dorme seu corpo está em atividade.

Ao olharmos o aspecto externo do corpo humano já é possível perceber que ele é formado por várias partes. E o conjunto dessas partes fórma o todo que é o ser humano.

Para facilitar, os cientistas dividem o estudo do organismo humano em diferentes níveis de organização: as células, os tecidos, os órgãos e os sistemas. Estudaremos, neste capítulo, o que vem a ser cada um dêsses níveis.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: multiculturalismo.
Fotografia. Dois homens em uma praia praticando capoeira. Ambos usam calça branca e cinto. Um deles tem o cabelo longo com tranças preso e está saltando com uma perna e um braço estendidos para cima. O outro tem o cabelo cacheado curto e está com uma perna levantada e os braços dobrados em frente ao corpo.
Diferentes níveis de organização são considerados ao se estudar o corpo humano. Na foto, dois rapazes praticam capoeira, uma manifestação cultural tipicamente brasileira. Envolvendo música, dança e luta, a capoeira foi criada por escravos africanos no Brasil como fórma de resistência e luta contra o modelo escravocrata. Foi declarada como patrimônio imaterial da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (unêsco), no ano de 2014, e passou a ser considerada esporte em 2016.

2. Célula: a unidade que compõe a diversidade

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

[LOCUTOR] A história da teoria das células

[Locutor] Quando você lê sobre uma teoria desenvolvida por um cientista, o que imagina? Usemos a teoria celular como exemplo: de onde veio a ideia básica para elaborar essa teoria? Será que, ao observar células ao microscópio, os cientistas perceberam imediatamente que elas eram a unidade fundamental da vida? Seriam as teorias verdades definitivas, produzidas por gênios da ciência isolados em seus laboratórios?

[Locutor] Para responder a essas questões, chamamos Alan Dantas, biólogo e professor de Ciências.

[Alan Dantas] Um dos desafios do ensino de Ciências é transmitir a noção de que a ciência é uma produção coletiva. Como teorias, conceitos, são geralmente explicados de forma simplificada, muitas vezes não há um aprofundamento da história da construção do conhecimento. O risco dessa abordagem é consolidar uma imagem equivocada da ciência, como se ela fosse feita por pessoas isoladas, sem relação com o contexto de cada época, nem dependência dos conhecimentos e instrumentos disponíveis na ocasião de suas pesquisas. Ou como se as teorias científicas fossem estabelecidas como verdades definitivas, sem controvérsias, debates e revisões. Para ilustrar essa questão, usaremos o exemplo da teoria das células.

[Alan Dantas] O cientista inglês Robert Hooke empregou a palavra célula ao observar uma cortiça e, após mais de 170 anos, a teoria celular foi desenvolvida e apresentada pelo botânico Matthias Schleiden e pelo médico Theodor Schwann, ambos alemães. Mas será que essa história é tão simples assim? Vejamos!

[Alan Dantas] Hooke deu diversas contribuições à ciência, sobretudo na área da microscopia. Em 1665, ele observou, pelo microscópio, que um pedaço de cortiça apresentava espaços vazios, aos quais denominou poros, bolhas, bexigas ou células. Vale lembrar que Hooke não pretendia explicar as células, mas apenas estudar as propriedades da cortiça, como leveza e elasticidade, que foram relacionadas às cavidades que ele observou pelo microscópio. A ideia de célula, para ele, não é a mesma que temos atualmente, em termos de composição ou de funções da estrutura. O atual conceito levaria ainda um bom tempo para se estabelecer entre os cientistas.

[Alan Dantas] Em meados do século XVII, um microscópio, cuja invenção era relativamente recente, provocava grande interesse entre cientistas e mesmo entre curiosos, como Antoni van Leeuwenhoek, comerciante de tecidos holandês, que viveu entre 1632 e 1723. Ele fez seu próprio microscópio, com o qual analisava fibras de tecidos e muitas outras coisas, como algumas cavidades em sementes e caules, semelhantes àquelas observadas por Hooke. Nos registros de Leeuwenhoek, constam, entre outras observações sobre o mundo natural, representações do que ele encontrou ao examinar resíduos retirados dos dentes, pequenos animais ou “animalículos”, termo que ele usou para se referir ao que hoje conhecemos como bactérias. Leeuwenhoek também analisou, com o seu microscópio, algumas células do sangue, os glóbulos vermelhos. As células animais, por serem menores e não possuírem parede celular, como as células das plantas, eram mais difíceis de serem visualizadas com os recursos tecnológicos disponíveis nos primeiros séculos de estudos com microscópios. Por muito tempo, os glóbulos vermelhos e as fibras musculares foram as únicas células animais observadas ao microscópio. De qualquer forma, o estudo de estruturas microscópicas vegetais e animais alimentava o debate sobre qual seria a unidade estrutural da vida.

[Alan Dantas] Nas primeiras décadas do século XIX, alguns cientistas chegaram a considerar a célula como um elemento fundamental dos seres vivos, mas não apresentaram argumentos ou evidências que convencessem a comunidade científica a aceitar suas hipóteses. Em 1833, o botânico escocês Robert Brown, ao estudar orquídeas, descreveu o núcleo como uma estrutura constituinte das células. Embora não tenha explicado qual seria a função do núcleo, seu estudo colaborou para o desenvolvimento da teoria da estrutura celular, ao apontar uma estrutura comum às diferentes células. Em 1838, Matthias Schleiden defendeu a ideia de que as células seriam o elemento fundamental das plantas e desenvolveu uma teoria sobre a função do núcleo. A teoria de Schleiden ignorava como as células se dividiam e foi rejeitada pelos outros cientistas. Mas a história dá voltas. Mesmo gerando controvérsias, os estudos de Schleiden serviram de base para Theodor Schwann propor, em 1939, a teoria de que as células seriam os elementos fundamentais das plantas e dos animais. Como, naquele tempo, somente esses eram considerados seres vivos, sua teoria concluía que as células seriam o elemento fundamental da vida. E, assim, a teoria celular acabou sendo atribuída tanto a Schwann como a Schleiden.

[Alan Dantas] A história da ciência nos mostra que esses e muitos outros cientistas se envolveram, direta ou indiretamente, na construção da teoria celular. Mas, como já vimos, nem só de acertos vive a ciência. Mesmo cientistas consagrados também podem ter experiências frustradas ou teorias rejeitadas. De qualquer forma, as teorias não são absolutas ou definitivas. A própria teoria celular foi sendo complementada e aprimorada com o tempo, conforme novos estudos e informações eram produzidos, verificados e registrados.

[Alan Dantas] Então, fica a dica! Se você desconfiar que a história de uma teoria científica está resumida demais, procure aprofundar seus conhecimentos a respeito dela. Busque informações sobre os cientistas envolvidos, investigue onde e quando eles viveram, como fizeram seus experimentos, a que perguntas pretendiam responder. Você poderá fazer grandes descobertas!

Em 1665, o cientista inglês róbert rrúque (1635-1703) examinou um pedaço de cortiça com um microscópio que ele mesmo construiu e fez uma importante descoberta: a cortiça apresenta minúsculos buracos vazios, chamados por rrúque de células. A cortiça é uma parte morta de uma planta, e o que rrúque viu, na verdade, foram os espaços vazios, nos quais anteriormente havia células vivas.

Muitos anos depois, em 1838 e 1839, os cientistas alemães Matthias (1804-1881) e têodór (1810-1882), com base em muitas evidências obtidas em estudos com o microscópio, propuseram que todas as plantas e animais são formados por células. Essa afirmação ficou conhecida como Teoria Celular.

Todas as células são pequenas estruturas vivas que têm uma organização interna, na qual cada parte é responsável por uma determinada atividade.

Há seres cujos organismos são formados por apenas uma célula (uni­celulares), como as bac­térias e os protozoários. Outros organismos são formados por muitas células (pluricelulares), como os animais e as plantas. O organismo humano tem mais de uma centena de trilhão (....100000000000000) de células. Trabalhando em conjunto, elas mantêm o organismo vivo.

Ilustração A. Um microscópio antigo formado por uma luneta cilíndrica inclinada e segura por uma haste vertical posicionada a seu lado presa a uma base onde o objeto a ser visualizado é colocado. Na frente, uma lente focaliza os raios de luz para o objeto examinado. Ilustração B. Duas estruturas quadriculadas irregulares brancas sobre fundo preto.
Desenhos feitos por rrúque, em 1665, mostrando, em , seu microscópio e, em , células de cortiça vistas com o auxílio dêsse aparelho.
Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: ciência e tecnologia.

EM DESTAQUE

Instrumentos ópticos

Uma lupa é um instrumento formado por uma lente, de vidro ou de plástico, fixada em um cabo. A lupa também é chamada microscópio simples. Ela é usada para observar objetos próximos e fornece uma imagem ampliada deles.

Uma lupa é um instrumento óptico, ou seja, um instrumento que atua sôbre a formação das imagens. Alguns outros exemplos dêsse tipo de instrumento são o microscópio composto, a luneta, a máquina fotográfica e o projetor multimídia. Nesses instrumentos, as lentes são um dos componentes fundamentais.

Quando uma única lente é usada para visualizar um objeto, situação de grande importância no estudo dos seres vivos, verifica-se que uma ampliação muito grande faz a imagem ficar bastante distorcida. Contudo, usando duas ou mais lentes ao mesmo tempo, podem-se obter imagens nítidas e com um aumento de centenas de vezes.

Assim nasceu o microscópio composto, que recebe esse nome porque é composto de duas (ou mais) lentes. Uma delas fica próxima ao objeto que será estudado e é chamada objetiva. A outra, próxima ao ôlho do observador, é denominada ocular.

Na maioria dêsses microscópios há mais de uma objetiva, cada uma com um poder de aumento diferente. Assim, o usuário pode escolher a ampliação mais conveniente para o objeto que deseja visualizar.

O microscópio composto é comumente chamado de microscópio de luz. Existem microscópios dêsse tipo com diferentes capacidades de ampliação que podem variar de cem vezes a duas mil vezes. Para ampliações maiores, há a necessidade de usar outros tipos de microscópio, como o microscópio eletrônico. Esses outros tipos têm princípios de funcionamento mais complexos do que o mero uso de um conjunto de lentes.

Fotografia. Grãos de café torrado. Parte deles está ampliada por uma lupa (lente presa a um objeto com cabo).
A lupa é um instrumento óptico. (Na foto, uma lupa é usada para visualizar a imagem ampliada de grãos de café.)
Ilustração. Instrumento composto de: Fonte de luz. Dela saem duas setas vermelhas direcionadas para cima representando o trajeto dos raios de luz. Plataforma quadrada com um buraco no meio onde fica o objeto. Sistema com três lentes objetivas. Após passar pela lente objetiva posicionada na direção do objeto, os raios de luz se cruzam. Tubo com uma lente ocular na ponta de cima.
Esquema de um microscópio composto.

Fonte: iãng, H. D.; Fríiméãn, R. A. University Physics. décima quinta edição Harlow: Pearson, 2020. página .1172.

Diagrama. Lado esquerdo: escala de 0,00001 milímetro até 10 metros. Do lado direito: seta de quase 0,1 milímetro até 10 metros: olho nu. Seta de 0,0001 milímetro até 5 milímetros: microscópio de luz. Seta de 0,00001 a 0,1 milímetro: microscópio eletrônico. Indicados na escala: de 1 metro até 2 metros: altura de adolescentes e adultos. 6 centímetros: ovo de galinha. De 2 a 3 centímetros: moedas. 2 milímetros: cabeça de alfinete. Grafite 0,5 milímetros. De 0,01 a 0,1 milímetro: células animais e vegetais. De 0,001 a 0,01 milímetro: bactérias em geral. 0,009 milímetros: núcleo celular. 0,00007 milímetros até 0,0001 milímetro: vírus. Ilustrações: menino adolescente e mulher adulta, moeda e ovo, alfinete, ponta de uma lapiseira com grafite, célula animal e célula vegetal, bactéria, vírus.
Este esquema ilustra o tamanho de alguns objetos e como eles podem ser observados: a ôlho nu (isto é, sem auxílio de instrumentos), com microscópio de luz (microscópio composto) ou com microscópio eletrônico. (Representação esquemática sem proporção. Cores fantasiosas.)

Fonte: Esquema elaborado a partir de URRY, L. êti áli. Campbell Biology. décima segunda edição Hoboken: Pearson, 2021. página 94.

A luneta astronômica é um instrumento óptico usado para visualizar a imagem ampliada de corpos celestes, objetos que estão muito distantes do observador. Seu princípio de funcionamento é o mesmo do microscópio. Porém, ao contrário dele, o objeto está muito distante da objetiva. Por isso as lentes usadas na sua construção são apropriadas para fornecer uma imagem nítida de objetos distantes da objetiva.

Os telescópios são aprimoramentos das lunetas astronômi­cas, nos quais se utiliza também um espelho especial, que auxilia na obtenção de uma imagem melhor dos corpos celestes.

A luneta astronômica fornece uma imagem invertida do objeto. Ao observar estrelas distantes, que aparecem como pontos luminosos, isso não representa problema.

A luneta terrestre e o binóculo são adaptações da luneta astronômica. Eles são construídos de modo que forneçam uma imagem não invertida dos objetos.

Elaborado com dados obtidos de: Grífit, W. T.; , J. W. The Physics of everyday phenomena: a conceptual introduction to Physics. décima edição Nova York: McGraw-Hill, 2022.

Fotografia. Menino de cabelo castanho liso, calça jeans e camiseta azul. De pé, descalço em uma praia olhando por um instrumento apoiado em um tripé.
Menino utilizando uma luneta astronômica.
Fotografia. Homem de camisa vermelha, casaco marrom e calça jeans. Ele está parado em uma área com vegetação segurando em frente aos olhos um instrumento composto de duas lentes.
Biólogo com um binóculo observando aves.
Fotografia. Homem de cabelo grisalho, casaco marrom, camisa quadriculada e capacete de proteção branco olha através de um instrumento composto de lente e tripé.
Engenheiro utilizando teodolito, uma luneta terrestre usada para agrimensura (medição de terras).
Ícone. Ponto de exclamação. Boxe Curiosidades.

Saiba de onde vêm as palavras

  • “Lente” vem do latim , que designa o legume lentilha, numa alusão à semelhança de algumas lentes com o formato da lentilha.
  • “Microscópio” vem do grego micrós, pequeno, e iscopéu, ato de ver, examinar.
  • “Telescópio” vem do grego , longe, e iscopéu, examinar.
  • “Luneta” vem do latim luna, Lua; instrumento com o qual se obtém uma imagem ampliada da Lua.
Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

A simulação Escala do Universo 2 permite comparar o tamanho de diferentes elementos. Para acessar, clique na opção "Português", na tela inicial do : 

https://oeds.link/GXyNPr. Acesso em: 21 abr. 2023.

Use a barra de zoom para navegar por diferentes ordens de grandeza. Cada objeto é clicável, fornecendo tamanho e outras informações sôbre ele.

3. Seres pluricelulares e seres unicelulares

Cachorros, gatos, seres humanos, árvores, arbustos e cogumelos são exemplos de seres vivos cujos organismos são formados por muitas células. Eles são chamados de seres vivos pluricelulares ou multicelulares.

As bactérias, os paramécios e as amebas são exemplos de seres que têm organismos formados por uma só célula. Eles são muito pequenos e nós só conseguimos visualizá-los com a ajuda de um microscópio.

Os organismos formados por apenas uma célula são os seres vivos unicelulares. São também chamados de microrganismos, ou micróbios, isto é, são organismos muito pequenos, visíveis apenas com o auxílio de um microscópio.

Fotografia. Pequeno perereca marrom vista de frente pendurada próximo à extremidade de um galho de planta.
Animais, como essa perereca, e plantas, como a samambaia cujas folhas jovens aparecem na foto, são seres pluricelulares. (Ribeirão Grande, São Paulo.) comprimento da perereca: 1,5 centímetro
Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

• célula • unicelular • pluricelular ou multicelular

Exemplos de seres unicelulares

Fotografia. Microrganismos em formato de bastão coloridos em vermelho. Acima, traço branco indicando a medida 1 micrômetro, que é igual a 0,001 milímetro.
Bactéria esquerichía cóli, presente normalmente no intestino humano, sob ampliação aproximada de 8.400 vezes, ao microscópio eletrônico, com colorido artificial.
Fotografia. Microrganismo de formato alongado e transparente. Em seu interior, há diversos pontos verdes de tamanhos similares. Abaixo, traço branco indicando a medida 0,1 milímetro.
Paramécio, que pode ser encontrado em água doce, ampliado cêrca de duzentas e vinte vezes, ao microscópio de luz.
Fotografia. Microrganismo de formato irregular. Em seu interior há pontos marrons de diferentes tamanhos. Acima, traço branco indicando a medida 0,1 milímetro.
Ameba que vive em água doce, vista ao microscópio de luz sob ampliação de aproximadamente 95 vezes.

4. Noção da estrutura de uma célula animal

Toda célula animal é envolvida pela chamada membrana plasmática, que a circunda e delimita, mantendo seu conteúdo separado do meio externo e controlando as substâncias que entram ou saem. No interior da célula existem várias estruturas, entre elas o núcleo. Dentro do núcleo encontra-se o chamado material genético, que tem em sua constituição uma substância conhecida como dê êne á (ou A dê êne), sigla que significa ácido desoxirribonucleico.

Substâncias produzidas a partir de informações contidas no material genético são necessárias para o funcionamento da célula. As informações contidas no material genético de um indivíduo são herdadas de seus ascendentes (pais).

A região entre a membrana plasmática e o núcleo é preenchida por um material com consistência de gelatina, o citoplasma, no qual há diferentes tipos de estruturas, denominadas organelas citoplasmáticas.

As organelas citoplasmáticas desempenham diferentes funções, que permitem à célula manter-se viva e funcionando adequadamente. Entre essas funções estão a produção, o transporte e o armazenamento de substâncias, a destruição de produtos tóxicos que eventualmente entrem na célula ou se formem dentro dela, a realização de reparos nas partes danificadas, a eliminação de substâncias no meio exterior à célula e o aproveitamento da energia proveniente da glicose e de alguns outros nutrientes.

Em desenhos esquemáticos de células, como o que aparece a seguir, as cores utilizadas são fantasiosas, ou seja, não representam necessariamente a coloração real das diferentes partes. Esse recurso de cores fantasiosas é didático, pois facilita a visualização dessas partes.

Esquema (generalizado) de célula animal

Ilustração. Canto superior direito, representação de um conjunto de células. Destaque para uma célula: esfera rosada e com uma parte cortada, mostrando suas partes internas. Texto ao lado: Tipicamente de 0,01 milímetro a 0,03 milímetro (tamanho e forma da célula podem variar bastante). Envoltório da esfera: membrana plasmática. Preenchimento homogêneo do interior: citoplasma. No centro, em corte, esfera roxa com pequenos furos: núcleo. Ao redor, organelas citoplasmáticas. Associadas ao núcleo, em azul, estruturas bastante alongadas e conectadas contendo pequenos pontos pretos na face externa e estruturas azuis bastante alongadas isoladas na parte mais periférica. Pequenas esferas amarelas. Estruturas alongadas vermelhas, algumas em corte, próximas à pequenas esferas vermelhas. Estruturas ovais laranjas, algumas em corte. Em seu interior, ranhuras.
(Representação esquemática de célula animal, fóra de proporção e em córte ampliado, ilustrada em cores fantasiosas.)

Fonte: Friman, S. êti áli. Biological Science. sétima edição Hoboken: Pearson, 2020. página 150.

5. Noção da estrutura de uma célula vegetal

Uma célula vegetal típica também apresenta uma membrana plasmática, um citoplasma contendo organelas citoplasmáticas e um núcleo, no qual fica o material genético. As informações contidas no material genético de um indivíduo são herdadas da planta ou das plantas das quais ele descende.

Duas diferenças entre a célula vegetal e a animal devem ser destacadas neste momento. A primeira delas é a presença, no citoplasma da célula vegetal, de um tipo de organela responsável pela realização da fotossíntese. A segunda é a existência de um envoltório rígido, ao redor da membrana plasmática da célula vegetal, denominado parede celular, que dá sustentação à célula vegetal e impede que ela estoure por absorção de água em demasia.

Esquema de célula vegetal

Ilustração. Canto inferior direito: representação de um conjunto de células. Destaque para uma célula: esfera verde cortada, mostrando suas partes internas. Abaixo, texto: Tipicamente de 0,01 milímetro a 0,1 milímetro (tamanho e forma da célula podem variar bastante). Envoltório externo: parede celular. Envoltório interno: membrana plasmática. Preenchimento interno homogêneo: citoplasma. No centro, esfera roxa em corte com pequenos furos: núcleo. Ao redor, organelas citoplasmáticas. Associadas ao núcleo, em azul, estruturas bastante alongadas e conectadas contendo em alguns trechos pequenos pontos pretos na face externa. Pequenas esferas amarelas. Estruturas alongadas em rosa, algumas em corte, próximas à pequenas esferas rosa. Estruturas ovais laranjas, algumas em corte. Em seu interior, ranhuras. Estruturas ovais verdes, algumas em corte. Destaque mostrando seu interior: pilhas de discos conectadas por fios. Organela responsável pela fotossíntese.
(Representação esquemática de célula vegetal, fóra de proporção e em córte ampliado, ilustrada em cores fantasiosas.)

Fonte: Friman, S. êti áli. Biological Science. sétima edição Hoboken: Pearson, 2020. página 151.

Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

A simulação Conheça as Células do Centro de Biologia Molecular Estrutural da Universidade de São Paulo permite conhecer detalhes de diferentes organelas e comparar as células. O enderêço é:

https://oeds.link/4xwWlS. Acesso em: 15 abril 2022.

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

membrana plasmática material genético citoplasma organelas citoplasmáticas parede celular

6. A diversidade das células

Nem todas as células de um organismo têm o mesmo formato e a mesma função. O formato da célula está associado à função que ela desempenha no organismo.

Consideremos alguns exemplos do organismo humano. As células dos músculos são alongadas e podem se contrair com facilidade. Já as células do sangue são arredondadas, o que facilita o movimento dentro das veias e arté­rias. E as células que formam os nervos, chamadas neurônios, ou células nervosas, são longas e com ramificações nas extremidades, o que favorece a captação e a transmissão dos impulsos nervosos, que percorrem os nervos e levam informações de uma parte do corpo a outra.

Exemplos esquemáticos de células do organismo humano

Ilustração. Três estrturas representadas lado a lado. Célula muscular. Estrutura vermelha em forma alongada se estreitando em direção às pontas. Interior em tons de vermelho com linhas verticais e uma forma oval escura no centro. Glóbulos vermelhos (células do sangue). Esferas vermelhas achatadas e abauladas no centro. Neurônio (célula nervosa). Estrutura bege em formato de estrela de 6 pontas com uma pequena estrutura oval no centro. De cinco pontas saem finas ramificações. De uma das pontas sai uma estrutura alongada e segmentada que termina em duas ramificações.Ilustração. Três estrturas representadas lado a lado. Célula muscular. Estrutura vermelha em forma alongada se estreitando em direção às pontas. Interior em tons de vermelho com linhas verticais e uma forma oval escura no centro. Glóbulos vermelhos (células do sangue). Esferas vermelhas achatadas e abauladas no centro. Neurônio (célula nervosa). Estrutura bege em formato de estrela de 6 pontas com uma pequena estrutura oval no centro. De cinco pontas saem finas ramificações. De uma das pontas sai uma estrutura alongada e segmentada que termina em duas ramificações.
(Representação esquemática fóra de proporção. Cores fantasiosas.)

Fonte: Silvertorn, D. U. Human Physiology: an integrated approach. oitava edição Glenview: Pearson, 2019. página 227, 375, 519.

7. Tecidos

No estudo dos organismos vivos pluricelulares, a palavra tecido tem um significado diferente daquele com que ela é empregada no dia a dia da maioria das pessoas. Tecido, no contexto biológico, é um conjunto formado por células razoavelmente semelhantes. Cada tipo de tecido é capaz de executar uma função específica.

Há quatro tipos básicos de tecidos em nosso corpo:

  • Tecido epitelial. Responsável pelo revestimento de superfícies internas e externas. Nele, as células são perfeitamente ajustadas e unidas umas às outras, como os ladrilhos de um piso.
  • Tecido conjuntivo. Preenche o espaço entre tecidos e os mantém unidos. Nesse tipo de tecido, as células estão razoavelmente espalhadas e o espaço entre elas é preenchido por um material que é produzido e liberado pelas próprias células, o material intercelular.
  • Tecido muscular. Formado por células capazes de se contrair. Encontramos tecido muscular em todas as partes do corpo passíveis de movimento, seja o movimento voluntário ou o involuntário, isto é, quer ele dependa da vontade da pessoa ou não.
  • Tecido nervoso. Formado por neurônios. Esse tecido é encontrado no cérebro, na medula espinal e nos nervos, que são longos feixes de neurônios pelos quais são transmitidos os impulsos nervosos. Os tecidos nervosos levam e trazem infor­mações, permitindo a comunicação entre o cé­rebro e todas as regiões do corpo.

Esquema dos tipos básicos de tecidos do corpo humano

Esquema. No centro, mulher de cabelo escuro preso para trás. Ela veste camiseta, saia rodada e tênis brancos. Ela bate em uma bola de tênis com uma raquete. De partes de seu corpo saem linhas de chamada para outras ilustrações. Do cérebro: em roxo, estruturas em forma de estrela com um ponto no centro, delas partem fios que se entrelaçam. O cérebro é constituído por tecido nervoso. Do nariz: estruturas ovais espaçadas amarelas com um ponto dentro. A parte mole das orelhas e do nariz é formada de cartilagem, outro tipo de tecido conjuntivo. Do braço: formas losangulares grudadas vermelhas com uma estrutura oval dentro. A epiderme, parte mais externa da pele humana, é constituída por tecido epitelial. Do antebraço: tubos vermelhos ramificados, entre eles há estruturas irregulares em rosa com um ponto no centro. A derme, camada situada abaixo da epiderme, é formada por tecido conjuntivo. Da coxa: estruturas geométricas diversas grudadas de linhas vermelhas com pequenos pontos e interior bege. O tecido adiposo (gorduroso), localizado abaixo da derme, também é um tipo de tecido conjuntivo. Da panturrilha: Linhas verticais em tons de vermelho. Os músculos que produzem os movimentos do corpo são constituídos, em grande parte, por tecido muscular. Do vaso sanguíneo da perna: discos vermelhos abaulados. O sangue também é um tecido conjuntivo, no qual o material intercelular é líquido. Do osso da perna: estrutura esponjosa em bege com interior em marrom. Os ossos são constituídos por um tipo de tecido conjuntivo, no qual o material intercelular é sólido.
O corpo humano é formado por quatro tipos básicos de tecidos: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. (Esquema fóra de proporção. Cores fantasiosas. As setas em cor cinza mostram a ampliação de uma área.)

Fonte: têilor, M. R. êti áli. Campbell Biology: concepts & connections. décima edição Harlow: Pearson, 2022. página 462-464.

8. Órgãos

O cérebro, o estômago, o intestino, o coração e os pulmões são exemplos de órgãos. Um órgão é o conjunto formado por dois ou mais tecidos diferentes que atuam em conjunto para a realização de determinada função no organismo.

Vejamos o caso do intestino, um dos órgãos envolvidos na digestão dos alimentos. Ele é formado por tecidos epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Cada um dêsses tecidos exerce uma função específica e todos, atuando em conjunto, permitem que o órgão intestino realize funções específicas na digestão de alimentos e na absorção de nutrientes.

Esquema dos tecidos encontrados no intestino

Esquema. Contorno de uma pessoa (visão de órgãos internos). Na sequência, trecho do intestino, ilustrado em corte e sucessivamente ampliado. Da pessoa, sai destaque para detalhe do intestino. Estrutura tubular na horizontal, com uma abertura na parte de cima para mostrar seu interior. Dela, sai destaque para detalhe da parte interior equivalente à 1 milímetro. Estruturas alongadas de diversos tamanhos, algumas bifurcadas, com superfície rugosa. Da ponta de uma delas, sai destaque para detalhe da parte interna em corte vertical. Duas rugosidades formadas por uma camada de células grudadas identificada como tecido epitelial. No interior das rugosidades, há um espaço homogêneo em bege identificado como tecido conjuntivo. Também há dois tipos de vasos sanguíneos nas cores branca e vermelha. O vermelho acompanha o contorno da rugosidade e têm ramificações que ligam os dois lados.  O branco acompanha o nervo identificado em azul. Abaixo da rugosidade há uma faixa horizontal em vermelho identificada como tecido muscular por onde passam os nervos. O tecido epitelial é responsável pelo revestimento interno do órgão. O tecido conjuntivo une outros tecidos presentes e dá resistência e elasticidade ao órgão. O tecido nervoso transmite informações do intestino para o sistema nervoso e traz informações do sistema nervoso para o intestino. O tecido muscular é responsável pelos movimentos do intestino durante a digestão dos alimentos.
Um órgão é formado por um conjunto de tecidos. Nesse esquema, o órgão em questão é o intestino, ilustrado em córte. As setas em cinza indicam ampliações. (Cores fantasiosas e fóra de proporção.)

Fonte: Friman, S. êti áli. Biological Science. sétima edição Hoboken: Pearson, 2020. página 887.

9. Sistemas

Há grupos de órgãos que também realizam conjuntamente funções específicas no nosso corpo. Cada um dêsses grupos de órgãos denomina-se sistema (anteriormente se usava a denominação aparelho).

Células, tecidos, órgãos e sistemas são estruturas vivas, e nenhuma delas tem existência isolada. O desempenho integrado de todos os sistemas garante o bom funcionamento do organismo humano. Alguns dos sistemas que estudaremos neste livro são o esquelético, o muscular, o digestório, o respiratório, o urinário e o nervoso.

Exemplificações dos níveis de organização do corpo humano

Esquema. Contorno de uma pessoa, mostrando alguns de seus órgãos. O organismo é formado por sistemas (por exemplo, o digestório). De um órgão vermelho de formato oval e abaulado sai seta para sua imagem isolada e ampliada. Um sistema é formado por órgãos (por exemplo, o estômago). Seta para uma forma retangular em perspectiva tridimensional composta por estruturas losangulares rosadas com pontos vermelhos no centro unidas. Um órgão é formado por tecidos (por exemplo, o tecido muscular do estômago). Seta para dois losangos rosa com um ponto vermelho dentro isolados. Um tecido é formado por células.
O organismo humano é formado por sistemas (nesse esquema, o sistema destacado é o digestório), que são formados por órgãos, que são formados por tecidos, que são formados por células. (Representação esquemática, fóra de proporção. Cores fantasiosas.)

Fonte: Esquema elaborado a partir de MADER, S. S.; . Biology. décima terceira edição Nova York: McGraw-Hill, 2019. página 584, 641, 643.

10. A integração entre os sistemas

Quando um jogador de futebol vai chutar a gol, seus olhos enviam ao cérebro informações sôbre a posição do gol e do goleiro. Essas informações são transmitidas por meio de impulsos nervosos, que se propagam pelos nervos até chegar ao cérebro, no qual são interpretadas. Em resposta, o cérebro envia, também por meio de impulsos nervosos, informações para determinados músculos se mexerem e chutarem a bola do modo desejado.

Ícone. Ponto de exclamação. Boxe Curiosidades.

Dividir para compreender

O pensamento computacional é uma maneira organizada de abordar determinados problemas para solucioná-los. Uma de suas estratégias é dividir um problema grande em problemas menores, mais fáceis de resolver. Depois, as soluções são reunidas para solucionar o problema original.

No estudo do organismo humano, emprega-se uma estratégia razoavelmente similar. O organismo é dividido (para estudo e pesquisa) em sistemas, órgãos, tecidos e células. Contudo, deve-se sempre ter em mente que, no organismo, as partes atuam de maneira integrada, com influência de umas sôbre as outras.

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

tecido órgão sistema

Esquema. Recepção de estímulo. Ilustração de um olho de perfil. Seta com impulsos nervosos. Ilustração da cabeça de uma pessoa de perfil em que se destaca o cérebro com a palavra 'interpretação'. Seta com impulsos nervosos. Ação muscular. Ilustração da perna de uma pessoa de perfil em que se destaca um músculo. Fotografia. Duas meninas em um campo de futebol. Uma delas usa bermuda preta, camiseta vermelha e está na frente do gol. A outra usa camiseta amarela com o número 11, bermuda preta e está com uma perna levantada após chutar a bola, que vai em direção ao gol.
Fonte: Elaborado a partir de MARIEB, E. N.; roên, K. Human Anatomy & Physiology. décima primeira edição Harlow: Pearson, 2021. página 423. O cérebro recebe as informações visuais, interpreta-as e envia informações para os músculos para que ajam do modo desejado. Esse é um exemplo da integração entre as atividades de dois sistemas do corpo: o nervoso e o muscular. (Esquema fóra de proporção e em cores fantasiosas.) A foto ilustra uma situação de atuação de mulheres em uma área que, antigamente, era considerada masculina. Atualmente, o protagonismo da mulher é valorizado e considerado importantíssimo para a sociedade. As violências verbais e físicas contra mulheres, assim como as atitudes discriminatórias em relação a elas, são consideradas crimes pela lei brasileira. Todas as pessoas têm igualdade de direitos, independentemente de sexo, religião, características individuais ou condição socioeconômica. As violências resultantes de intolerância à etnia, à religião ou à procedência nacional são crimes de discriminação ou preconceito. A construção de uma sociedade justa e democrática requer a valorização da cultura de paz entre todas as pessoas, sem preconceitos de qualquer natureza.

O corpo recebe vários estímulos do ambiente. Muitos são percebidos pelos nossos sentidos, como o olfato, que permite captar os odores; o paladar, que torna possível sentir o gôsto; a audição, que possibilita ouvir; o tato, que propicia as sensações do toque; e a visão, que distingue a imagem e a cor.

O corpo também recebe estímulos relacionados à temperatura do ambiente que o rodeia — que dão as sensações de quente e de frio — e, quando se machuca, recebe estímulos de dor.

Todos esses estímulos sensoriais são percebidos pelo sistema nervoso, que os interpreta e responde a eles, regulando outros sistemas do corpo.

Esquema. Sentidos humanos incluem: Olfato; Paladar; Audição; Tato; Visão.

No exemplo do jogador de futebol, vimos a integração entre o sistema nervoso e o sistema muscular. Na verdade, nenhum sistema do corpo age isoladamente. Quando o conjunto dos vários sistemas atua de modo adequado, o organismo está em perfeitas condições para realizar suas atividades.

A integração entre os sistemas do nosso organismo é essencial ao seu bom funcionamento e à manutenção da saúde.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: cidadania e civismo.

EM DESTAQUE

Publicidade enganosa ou abusiva

“Nem sempre a publicidade informa adequadamente. Pior ainda, algumas vezes pode exagerar nas qualidades ou no desempenho de um produto ou serviço, prometendo coisas que não podem ser cumpridas, ou então mascarar ou omitir riscos para a saúde dos consumidores. Esse tipo de publicidade é considerada enganosa, porque leva o cidadão a consumir de maneira equivocada.

Existem ainda peças publicitárias que podem induzir o consumidor a fazer coisas que colocam em risco a sua saúde ou a sua segurança. São aquelas que estimulam a automedicação, recomendam um tratamento sem avaliar as condições de saúde da pessoa ou ainda as que se aproveitam da falta de discernimento da criança. Uma publicidade dêsse tipo é chamada abusiva.

Tanto a publicidade enganosa quanto a abusiva são proibidas pelo Código de Defesa do Consumidor. Assim, qualquer peça publicitária em televisão, jornal, rádio, faixas ou Autdór sôbre serviços de saúde com essas características está sujeita à denúncia aos órgãos de defesa do consumidor e à vigilância sanitária.

É importante saber também que toda publicidade, inclu­sive folhetos e encartes, faz parte do contrato de prestação deserviços. Isso quer dizer que o fornecedor tem a obrigação de cumprir tudo o que foi prometido. Por isso, esses materiais impressos são documentos e devem ser guardados para servir de prova e responsabilizar o prestador de serviços pela publicidade enganosa.”

Fonte: anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Guia didático. Brasília, dê éfe, 20 outubro 2020, página 98-99. Disponível em: https://oeds.link/INULkS. Acesso em: 18 abril 2022.

Fotografia. Menina negra de cabelo castanho solto na altura dos ombros, camiseta regata branca e uma bolsa pendurada no ombro. Ela está de braços abertos e tem quatro pessoas atrás dela. Menina asiática de cabelo preto, liso e comprido. Menino negro de cabelo preto e curto. Menino branco de cabelo loiro, liso e curto. Menina branca de cabelo loiro, liso e comprido. Todos olham para a frente e sorriem. Há uma árvore ao fundo.
Nenhum produto “milagroso”, quer seja barato e feito de materiais caseiros, quer seja importado e caro, pode trazer mais benefícios do que ter hábitos diários que favoreçam a saúde.
Ícone. Balão de pensamento.

ATIVIDADE

Reflita sôbre suas atitudes

Você acredita em tudo o que dizem os anúncios publicitários? O que acha dos produtos que prometem certos “milagres”, como emagrecimento rápido, eliminação completa de rugas, fortalecimento de músculos sem grande esfôrço etcétera?

Ícone. Dois balões de fala.

ATIVIDADE

Para discussão em grupo

Recorte anúncios de jornais e revistas que, na sua opinião, façam “promessas milagrosas” para resolver problemas do corpo. Circule neles tudo aquilo que considerar enganoso ou abusivo e leve-os para a sala de aula para um debate: Todos concordam com os itens marcados pelos colegas? Por que sim? Por que não?

Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

Seja um consumidor consciente. Conheça o Guia didático, da (Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), que dá dicas sôbre o consumo consciente de produtos e serviços de interesse à saúde. Busque-o com as palavras guia didático anvisa.

Organização de ideias

MAPA CONCEITUAL

Fluxograma. Organismo humano é constituído por: células, tecidos, órgãos e sistemas. Sistemas, por exemplo sistema digestório, são formados por órgãos. Órgãos, por exemplo estômago, são formados por tecidos. Tecidos são formados por células e são de quatro tipos básicos: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.
Ícone. Lupa.

Atividades

Explore diferentes linguagens

A critério do professor, estas atividades poderão ser feitas em grupos.

TEXTO JORNALÍSTICO

Leia o texto Principal motivo para a não doação de um órgão é a negativa familiar, apresentado na abertura deste capítulo, para realizar as atividades 1 a 5.

  1. Quais são os órgãos citados no texto?
  2. Além dos exemplos citados no texto, dê mais três exemplos de órgãos.
  3. Os órgãos são um dos quatro níveis de organização do corpo humano. Quais níveis de organização são mais simples do que o dos órgãos?
  4. Como se chama o nível de organização do corpo humano que é formado por órgãos? Cite dois exemplos.
  5. Como se chama o sistema do corpo humano que, mediante o recebimento e envio de informações (pelos neurônios), coordena a atuação dos demais sistemas do corpo humano?

TIRINHA

Tirinha. Dois homens em um gramado durante a noite, na frente de um instrumento cilíndrico amarelo com estruturas cinza nas extremidades, que está apoiado em um tripé. Um deles é ruivo, veste camiseta verde, casaco vermelho e calça preta. Ele diz: eu vasculhei o céu a noite toda e não achei um único sinal de vida! O outro veste calça xadrez, camiseta amarela e casaco verde. Ele diz: mas, Frank, a lente ainda está tampada. O outro responde: oh, que bom, ainda há esperança de que eu não seja o único ser inteligente no universo!
  1. Que instrumento o personagem está tentando usar? Ele é apropriado para observar corpos celestes como a Lua?
  2. Cite uma semelhança e uma diferença entre o funcionamento dêsse instrumento e o de um microscópio composto.

PLACA

Ilustração. Uma placa dourada com o texto: clínica Jacarandá-mimoso. Sistema nervoso; sistema esquelético; sistema urinário; sistema endócrino; cardiologia; dermatologia; pneumologia; otorrinolaringologia.
  1. Pesquise e anote no caderno. Qual é o nome da especialidade médica que trata de problemas relacionados ao sistema:
    1. nervoso?
    2. esquelético?
    3. urinário?
    4. endócrino?
  2. Pesquise e anote no caderno. Qual é a especialidade de um médico:
    1. cardiologista?
    2. dermatologista?
    3. pneumologista?
    4. otorrinolaringologista?

TEXTO DA INTERNET

Células-tronco

Drauzio O que já se sabe sôbre o potencial das células-tronco?

Mayana Zatz – As células-tronco, principalmente as embrionárias encontradas em embriões de até 14 dias, têm o potencial de formar todos os 216 tecidos do nosso corpo. Acredito que essa potencialidade será fundamental para os transplantes e o futuro da medicina regenerativa.

Drauzio Entre as linhas de pesquisa que estão sendo conduzidas nessa área, quais você considera mais promissoras?

Mayana Zatz – Particularmente, tenho interesse nas pesquisas que se voltam para as doenças neuromusculares reticências. Estudos reticências sugerem ser possível fabricar músculos, partindo de células-tronco. Se isso ficar provado, os portadores de doenças em que ocorre a degeneração dos músculos, como é o caso da distrofia muscular, serão muito beneficiados.

Não se pode deixar de mencionar um estudo americano recente mostrando que as células-tronco embrionárias humanas são capazes de diferenciar-se em neurônios, o que abre um leque de perspectivas imenso para o tratamento das doenças que afetam os neurônios cerebrais reticências.”

Fonte: ZATZ, Mayana. Pesquisa com células-tronco. Entrevistador: Drauzio Varella. Drauzio, agosto 2020. Disponível em: https://oeds.link/Z8yyK3. Acesso em: 18 abril 2022.

Para realizar as atividades 10 a 15, use informações da entrevista e do capítulo.

  1. Segundo a entrevistada, quantos tipos diferentes de tecidos tem o corpo humano?
  2. Embora haja muitos tecidos diferentes no corpo, há quatro tipos básicos de tecidos. Diga quais são eles e explique brevemente a função de cada um.
  3. Segundo a entrevistada, que importância tem para a pesquisa científica o fato de as células-tronco poderem originar diferentes tipos de células do nosso organismo?
  4. As células, por mais diferentes que sejam em fórma e função, são delimitadas por membrana plasmática. Cite duas das funções dessa estrutura.
  5. Todas as células do seu corpo estão nele desde que você nasceu? Todas elas têm a mesma origem? Explique.
  6. As células de animais e de vegetais apresentam algumas características em comum. Mencione algumas delas.

TIRINHA

Tirinha. Dois homens olhando para uma placa amarela com o texto: fato do dia. As células do corpo humano são renovadas a cada 7 anos. Um dos homens veste casaco marrom, calça preta e chapéu, ele diz: viu, Ernie? Ainda há esperança para você! Ao lado dele, homem de camiseta amarela, casaco verde, calça xadrez e chapéu. Ele sorri.

16. Com base no que você estudou neste capítulo, use exemplos para mostrar que a afirmação apresentada na tirinha é INCORRETA.

POSTAGEM CURTA

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: saúde.

17. Em seu caderno, redija o texto para uma postagem curta de internet contendo no máximo 280 caracteres (que equivale a cêrca de 6 a 7 linhas escritas à mão), que transmita a seguinte mensagem: Conhecer o próprio corpo é fundamental para a saúde. Procure uma fonte confiável como referência e cite-a em seu texto.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: saúde.

Seu aprendizado não termina aqui

Certas revistas publicam artigos sôbre saúde e beleza, nos quais são apresentados exercícios físicos, tratamentos caseiros para a pele e até dietas para emagrecer, manter a saúde e tornar a pessoa mais bonita.

Ao deparar com artigos dêsse tipo, reflita sempre sôbre as seguintes questões:

Que interesses as revistas têm em publicar tais matérias?

Quem redige e assina esses textos publicados são, de fato, profissionais da área de saúde ou de nutrição?

Que garantia existe de que as informações são confiáveis?