CAPÍTULO 6 Visão
Motivação
A critério do professor, esta atividade poderá ser realizada em grupos.
Objetivo
Investigar se a propagação da luz é retilínea.
Você vai precisar de:
- dois pedaços de cartolina
- luminária ou abajur com lâmpada fraca (5 watts ou menos, para não ofuscar a visão)
- lápis bem apontado
Procedimento
- Faça com a ponta do lápis um pequeno furo no centro de cada pedaço de cartolina.
- Acenda a lâmpada.
- Posicione-se a 1 metro da lâmpada acesa, em um local do qual veja diretamente a luz emitida por ela (não deve haver nenhum objeto entre você e a lâmpada, portanto). Segure um pedaço de cartolina em cada mão. Estique os braços um à frente do outro, feche um ôlho e posicione os pedaços de cartolina entre a lâmpada e o ôlho aberto, como mostra a figura, de tal modo que você consiga ver a luz da lâmpada através dos dois furos.
- Repita o item anterior, posicionando-se em outros locais da sala.
- Com base nos resultados, conclua se a luz emitida pela lâmpada se propaga em linha reta ou se ela faz curvas.
Desenvolvimento do tema
1. Raios de luz
Raios de luz e fontes luminosas
Desde a Antiguidade alguns pensadores se interessaram por compreender melhor a nossa capacidade de ver os objetos. Certos filósofos gregos pensavam, por exemplo, que nossos olhos emitiam raios que permitiam enxergar os objetos. Mas não é bem assim.
Basta lembrar que numa sala totalmente escura não conseguimos ver nada e perceberemos que nossos olhos não são suficientes para que possamos enxergar nessa situação. Só nos é possível ver quando há luz no local.
A luz e as manifestações associadas a ela — tais como as sombras, as cores dos objetos e as imagens produzidas pelos espelhos e pelas lentes — são estudadas por uma área da Ciência denominada Óptica.
O Sol, uma vela queimando e uma lâmpada acesa são exemplos de fontes luminosas, ou seja, são corpos que emitem luz. As fontes luminosas são vistas quando a luz proveniente delas atinge os olhos de alguém.
Na figura estão representados os raios de luz emitidos por uma lâmpada acesa. Esses raios são emitidos em todas as direções, e é por isso que conseguimos ver uma mesma lâmpada acesa de onde quer que estejamos posicionados na sala.
O experimento sugerido permite verificar que os raios de luz se propagam em linha reta e em todas as direções. Você percebeu isso ao realizá-lo? Se não percebeu, que tal repetir o experimento?
Raios de luz e corpos iluminados
Como podemos ver os objetos que não emitem luz?
Bem, na escuridão total não é possível enxergar objetos que não emitem luz, como um lápis, uma lâmpada apagada ou uma folha de papel. Só podemos ver esses objetos se eles forem atingidos pelos raios de luz provenientes de uma fonte luminosa, ou seja, se eles estiverem iluminados.
Quando os raios de luz de uma fonte luminosa atingem um objeto, iluminando-o, alguns dêsses raios podem ser refletidos. O objeto é enxergado porque há raios refletidos que chegam aos olhos da pessoa, como ilustra o desenho a seguir.
Independência dos raios de luz
Num palco iluminado por vários refletores, podemos perceber que os raios de luz de uma fonte luminosa não interferem na propagação dos raios de outra fonte luminosa, ainda que o caminho de ambos se cruze. Esse fato é conhecido como princípio da independência dos raios de luz.
ATIVIDADE
Para fazer no seu caderno
Tente elaborar um experimento simples que comprove que os raios de luz refletida se propagam em linha reta.
Descreva o experimento em seu caderno.
Versão adaptada acessível
Descreva um experimento simples que comprove que os raios de luz refletida se propagam em linha reta.
ATIVIDADE
Amplie o vocabulário!
Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.
• Óptica • fonte luminosa • raio de luz
Motivação
A critério do professor, esta atividade poderá ser realizada em grupos.
Objetivo
Simular o funcionamento do ôlho humano.
Você vai precisar de:
- papel de seda branco
- papel-cartão (de qualquer cor)
- tesoura de pontas arredondadas
- fita adesiva
- lente de aumento
- sala pouco iluminada, com uma janela aberta, que dê visão para uma paisagem bem iluminada pelo sol
- régua e lápis ou caneta
Procedimento
- Recorte uma moldura retangular de papel-cartão, como a mostrada na figura A.
- Recorte um pedaço retangular de papel de seda com lados de 21 centímetros e 16 centímetros e cole-o com fita adesiva na moldura, como aparece na figura B.
- Na sala pouco iluminada, volte-se de frente para a janela. Segure a moldura e a lente de aumento como aparece na figura C. Movimente a lente devagar, aproximando-a ou afastando-a do papel, até conseguir projetar uma imagem nítida da janela no papel de seda. A imagem está direita ou invertida (de cabeça para baixo)? Explique suas observações.
Desenvolvimento do tema
2. O sentido da visão
O ôlho humano
O experimento anterior vai ajudá-lo a entender o funcionamento do ôlho humano. Antes, porém, de analisarmos o experimento, é importante que você examine atentamente os esquemas a seguir (A e B).
Depois de analisar os esquemas, continue sua leitura. Você perceberá que a intenção é comparar a folha de papel de seda com a retina, e a lente de aumento com o conjunto formado pela córnea e pela lente (anteriormente chamada de cristalino).
Fonte das ilustrações: AGUR, A. M. R.; dálei, A. F. Moore's Essential Clinical Anatomy. sexta edição Philadelphia: Wolters Kluwer, 2019. página 532, 536, 537.
Projeção de imagens na retina
Ao fazer o experimento, você pôde constatar que a imagem da janela é projetada invertida sôbre o papel de seda. Isso pode ser interpretado por meio do esquema a seguir, no qual os raios de luz que entram pela janela sofrem um desvio em sua trajetória ao passar pela lente e, chegando ao papel, formam nele uma imagem invertida.
De maneira semelhante, os raios de luz que entram no bulbo de cada ôlho sofrem desvio ao passar pela córnea e pela lente. Quando esses raios chegam à retina, formam nela a imagem do objeto visto. Assim como no caso da janela, a imagem projetada na retina está invertida.
ATIVIDADE
Certifique-se de ter lido direito
Durante o estudo deste capítulo, consulte esses esquemas sempre que forem mencionadas as partes do ôlho humano.
Fontes: iãng, H. D.; Fríiméãn, R. A. University Physics. décima quinta edição Harlow: Pearson, 2020. página .1159; ról, J. E.; ról, M. E. Guyton and Hall Textbook of Medical Physiology. décima quarta edição Philadelphia: Elsevier, 2021. página 630.
O papel da retina e do cérebro
Na retina existem células sensíveis à luz que detectam os estímulos luminosos e os enviam para o cérebro, como impulsos nervosos, por meio do nervo óptico. No cérebro, as informações são interpretadas, compondo as imagens que “vemos”.
Apesar de as imagens serem projetadas invertidas na retina, o cérebro processa os estímulos que recebe e os interpreta como imagens não invertidas.
Como o cérebro participa do sentido da visão, temos uma memória visual, que nos permite, por exemplo, lembrar de cores e de fórmas ainda que não as estejamos vendo. Permite-nos, também, reconhecer imagens familiares tão logo as vemos. É o que acontece quando reencontramos uma pessoa depois de muito tempo. É também o que está ocorrendo neste exato momento, em que você está vendo e reconhecendo cada uma das letras existentes neste livro.
Na retina existem dois tipos de células receptoras de estímulos luminosos: os cones e os bastonetes.
Os cones nos permitem perceber toda a variedade de cores. Já os bastonetes não identificam as cores; eles são muito mais sensíveis à luz que os cones e permitem-nos enxergar em ambientes com baixa iluminação, nos quais percebemos fórmas e movimentos, mas não distinguimos eficientemente as cores.
ATIVIDADE
Para discussão em grupo
Imagine que circula pelas redes sociais a seguinte fake news (notícia intencionalmente falsa): “Nós enxergamos porque nossos olhos emitem raios que atingem os objetos. Quando uma pessoa perde a capacidade de emitir esses raios, tem problemas de visão.”.
Debatam que argumento pode ser usado para desmentir essa fake news.
A pupila
Você já percebeu que sua visão consegue se adaptar a lugares com muita luz ou com pouca luz?
A pupila está associada a esse fato. Em locais muito claros, ela permanece contraída, deixando entrar no ôlho pequena quantidade de luz. Esse importante mecanismo protege a retina, que poderia ser danificada se ficasse exposta à luz intensa. Em locais escuros, ao contrário, a pupila se dilata, facilitando a entrada de luz.
O abrir e fechar das pupilas é muito rápido. No entanto, você já deve ter percebido que, ao sair de um local com muita iluminação (como uma rua exposta ao sol) e entrar em outro pouco iluminado (como um cinema), são necessários alguns segundos ou minutos para começarmos a enxergar direito.
Acontece que as células da retina precisam produzir certas substâncias químicas importantes para a visão sob baixa iluminação. E essa produção leva alguns segundos ou até mesmo alguns minutos.
ATIVIDADE
Trabalho em equipe
Observem as pupilas dos companheiros sob diferentes condições de iluminação; por exemplo, em local interno pouco iluminado e em local ensolarado. Mas não olhem diretamente para o Sol porque isso é perigoso para a retina!
EM DESTAQUE
Alguns distúrbios visuais
Glaucoma
O glaucoma é uma doença caracterizada pelo aumento da pressão dentro do ôlho, por acúmulo de líquido. Quando essa condição dura longos períodos, sendo denominada glaucoma crônico, pode impedir o fluxo de sangue para a retina, que sofre lesões irreversíveis.
O glaucoma é uma das principais causas de cegueira. Oftalmologistas têm como medir a pressão interna dos olhos, podendo diagnosticar o glaucoma e indicar o tratamento adequado.
Descolamento de retina
A retina é formada por camadas. A junção entre algumas dessas camadas é relativamente fraca e, sob determinadas circunstâncias, como trancos e solavancos muito fortes, pode ser separada.
Essa condição, o descolamento de retina, faz com que as imagens deixem de ser projetadas com nitidez nas camadas de células receptoras de luz, reduzindo a visão. As células da retina também podem morrer, causando cegueira.
Cegueira noturna
A substância sensível à luz que é produzida nos olhos e necessária à captação de luz pela retina é denominada retinal. Para sua produção, é necessária a vitamina A, ou retinol.
Como acontece com todas as outras vitaminas, o ser humano não é capaz de produzir vitamina A. Ela deve vir da dieta. Indivíduos com deficiência dessa vitamina têm dificuldade para enxergar em locais pouco iluminados, enfermidade conhecida como cegueira noturna.
Cegueira para as cores
Há cones sensíveis a três cores: vermelha, verde e azul. As diferentes cores e tonalidades que podemos ver são compostas pelo cérebro a partir do que é captado por esses cones.
A cegueira para as cores, que alguns chamam de daltonismo, é uma condição em que o indivíduo nasce sem um, dois ou três dêsses tipos de cones, sendo incapaz de distinguir certas cores ou até mesmo não enxergando nenhuma delas.
Elaborado com dados obtidos de: Kappen, B. M.; isténton , B. A. ( edição). Berne & Levy Physiology. sétima edição Philadelphia: Elsevier, 2018.
3. A lente do ôlho e a “focalização” de imagens
Outra interessante propriedade de nossos olhos é poder enxergar objetos a diferentes distâncias, desde alguns centímetros até vários metros.
Feche um ôlho e tente visualizar um objeto que esteja a cêrca de 30 centímetros do ôlho aberto. Você verá o objeto com nitidez, mas toda a paisagem ao fundo ficará embaçada.
Se, entretanto, você quiser observar a paisagem ao fundo, seu ôlho rapidamente vai torná-la nítida. Porém, ao fazer isso, é o objeto próximo que perderá a nitidez. Esse rápido experimento comprova que o ôlho humano tem a capacidade de “focalizar” objetos mais próximos ou mais distantes, capacidade denominada acomodação visual.
Essa habilidade de “focalizar” objetos se deve a pequenos músculos existentes no interior do bulbo do ôlho, que conseguem esticar a lente, mudando sua curvatura.
A mudança da curvatura da lente permite projetar na retina, com nitidez, a imagem do objeto que se deseja ver, esteja ele perto ou longe. Os esquemas A e B e as fotos 1 e 2 esclarecem o processo de acomodação visual.
Fonte: GIAMBATTISTA, A. Physics. quinta edição Nova York: McGraw-Hill, 2020. página 926.
ATIVIDADE
Amplie o vocabulário!
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• visão • retina • cones • bastonetes • pupila • córnea • lente (do olho) • acomodação visual
Motivação
Objetivo
Averiguar a utilidade da visão binocular.
Você vai precisar de:
- dois lápis
- ajuda de um colega
Procedimento
1. Você e seu colega seguram um lápis cada um e se posicionam como mostra a figura.
- Mantendo um ôlho fechado o tempo todo, você e seu colega devem tentar encostar as pontas dos dois lápis.
- Repitam o procedimento, mas com os dois olhos abertos. A que conclusão vocês chegaram? Por quê?
Desenvolvimento do tema
4. Visão binocular
Ao realizar o experimento anterior você provavelmente percebeu a vantagem de observar um objeto com os dois olhos em vez de um só. Com os dois olhos somos capazes de avaliar a distância de um objeto até nós com muito mais eficiência do que com apenas um ôlho.
A explicação tem a ver com o fato de cada ôlho receber a luz vinda do objeto de uma posição distinta. O cérebro recebe as imagens ligeiramente diferentes vindas de cada ôlho e as interpreta. A partir dessas informações, o cérebro avalia a distância a que um objeto se encontra.
Você pode comprovar que cada ôlho recebe imagens distintas por meio do experimento descrito na ilustração.
Fonte: Esquema elaborado pelos autores.
O ser humano — assim como macacos, onças, gatos e cachorros — possui visão binocular, ou seja, seus olhos se localizam na parte frontal da cabeça e atuam conjuntamente para fornecer uma visão tridimensional do objeto examinado. A visão binocular torna possível que um macaco avalie a distância de um galho ou que uma onça saiba a que distância está sua presa.
Cavalos, vacas e coelhos, apesar de terem dois olhos, não possuem visão binocular, pois seus olhos estão em lados opostos da cabeça e não focalizam simultaneamente um mesmo objeto. Esses animais têm uma ampla visão do que se passa ao redor, o que lhes permite perceber a presença de predadores, mas não lhes fornece a avaliação precisa da distância a que os objetos estão.
Movimento dos olhos e visão binocular
Nossos olhos se movimentam quando queremos olhar para cima, para baixo ou para os lados. Mas como eles se movimentam?
O bulbo do ôlho está ligado a vários músculos comandados pelo cérebro. Esses músculos estão esquematizados no desenho a seguir. Quando seu cérebro dá a ordem “olhe para cima”, alguns dêsses músculos provocam a rotação dos bulbos dos olhos, de modo que se olhe para cima. E assim por diante.
Fonte: Drêic, R. L.; , A. W.; mítchel, A. W. M. Gray's Anatomy for students. quarta edição Philadelphia: Elsevier, 2020. página 927.
A capacidade de movimentação dos bulbos dos olhos é bastante útil para a visão binocular. Em razão do movimento de giro para dentro e para fóra, os bulbos dos olhos podem “apontar” em direção a objetos mais próximos ou mais distantes.
Fonte: Elaborado a partir de AGUR, A. M. R.; dálei, A. F. Moore's Essential Clinical Anatomy. sexta edição Philadelphia: Wolters Kluwer, 2019. página 543.
Use a internet
Busque na internet a obra Céu e Água , ou um Sky and Water , uma xilogravura feita em 1938 pelo artista holandês um Cornelis r (1898-1972). Analise-a para identificar padrões visuais que foram utilizados pelo artista para obter o efeito de transição que se observa na obra. Registre sua conclusão no caderno.
Estenda sua busca para conhecer outras obras de Escher e selecione mais algumas em que ele usa uma estratégia similar. Registre o nome de cada obra e os padrões usados pelo artista.
EM DESTAQUE
Ilusões de óptica
Como consequência da participação do cérebro no processo visual, torna-se muito difícil observarmos uma imagem sem que o cérebro imediatamente tente entendê-la.
Às vezes, por causa das características da imagem observada, nosso cérebro pode ficar “confuso” e interpretá-la de modo diferente do que ela realmente é.
Quando isso acontece, dizemos que se trata de uma ilusão de óptica. Veja alguns exemplos.
Fonte da figura: Méc Mílan, B. Human body: a visual guide. Nova York: Firefly Books, 2006. página 130.
Fonte das duas figuras: , J. D. Uílson Physics: a practical and conceptual approach. terceira edição : Saunders, 1993. página 511.
Motivação
A critério do professor, esta atividade poderá ser realizada em grupos.
Objetivo
Entender o princípio visual do cinema.
Você vai precisar de:
- cartolina branca
- caneta azul ou preta
- compasso
- lápis bem apontado
- dois elásticos de amarrar cédulas
- tesoura de pontas arredondadas
Procedimento
- Use o compasso para desenhar na cartolina um círculo com 8 centímetros de diâmetro e recorte-o. Veja a figura A. Faça com a ponta do lápis dois pequenos furos a 1 centímetro da borda.
- Escreva as palavras Estudar Ciências nas posições indicadas na figura A.
- Prenda um elástico em cada um dos furos, como mostra a figura B.
- Coloque um ou dois dedos em cada elástico. Enrole os elásticos, como aparece na figura C.
- Afaste uma mão da outra. Isso fará o disco girar em alta velocidade. Observe o que se pode ler durante o giro.
Desenvolvimento do tema
5. O cinema
O experimento anterior mostra que a visão humana não consegue captar com total precisão eventos muito rápidos. Durante a rotação do disco, cada uma das faces fica virada para você tão pouco tempo que o que se enxerga é uma “mistura” do que está escrito em ambos os lados: Estudar Ciências.
O cinema baseia-se justamente no fato de o cérebro humano não perceber que uma imagem foi substituída por outra, desde que tudo aconteça muito rápido.
Os filmes cinematográficos são longas fitas nas quais há grande quantidade de imagens, uma após a outra, cada qual ligeiramente diferente da anterior. Vinte e quatro dessas imagens são projetadas, por segundo, na tela. O cérebro não percebe que uma nova imagem substituiu a anterior e o resultado é a ilusão de que está havendo movimento contínuo.
Os desenhos animados são elaborados com base nesse mesmo princípio. Desenhistas fazem vários desenhos, cada qual ligeiramente diferente do anterior. Tais desenhos são fotografados, um a um. A projeção da sequência de desenhos produz a sensação de movimento. Observe a ilustração de um exemplo de sequência de imagens de um desenho animado.
6. A correção de alguns distúrbios visuais
Alguns distúrbios de visão ocorrem porque imagens nítidas não são projetadas na retina. Entre eles, os mais comuns são: a miopia, a hipermetropia, a presbiopia e o astigmatismo. O uso de óculos com lentes apropriadas ou de lentes de contato permite a quem tem esses distúrbios enxergar corretamente.
A miopia é caracterizada pela dificuldade de ver com nitidez objetos distantes, embora a visão de objetos próximos não seja prejudicada. O bulbo do ôlho míope é mais longo que o normal. Por isso, a lente do ôlho não consegue “focalizar” os raios de luz que vêm de objetos distantes, e a imagem deles se fórma à frente da retina. A lente para óculos usada para corrigir o distúrbio, chamada lente divergente, altera levemente a trajetória dos raios de luz, permitindo que eles sejam “focalizados” de maneira correta e formem a imagem sôbre a retina.
Esquema do funcionamento das lentes que corrigem miopia
Fonte: iãng, H. D.; Fríiméãn, R. A. University Physics. décima quinta edição Harlow: Pearson, 2020. página .1167-.1168.
A hipermetropia é um problema oposto ao da miopia. Quem tem esse distúrbio visualiza normalmente objetos distantes, mas não vê com nitidez os objetos próximos. Isso ocorre porque o bulbo do ôlho hipermetrope é mais curto que o normal, e a lente do ôlho não consegue “focalizar” sôbre a retina os raios de luz vindos de objetos próximos. A imagem é projetada atrás da retina. A lente corretiva empregada, chamada lente convergente, interfere na trajetória dos raios de luz e permite “focalizar” a imagem com nitidez sôbre a retina.
Esquema do funcionamento das lentes que corrigem hipermetropia
Fonte: iãng, H. D.; Fríiméãn, R. A. University Physics. décima quinta edição Harlow: Pearson, 2020. página .1167-.1168.
A presbiopia, de modo semelhante à hipermetropia, interfere na visualização nítida de objetos próximos. Ela se manifesta na maioria das pessoas após os quarenta anos e é popularmente conhecida como “vista cansada”. O distúrbio se deve à perda da elasticidade da lente do ôlho e pode ser corrigido com lentes semelhantes às usadas no caso da hipermetropia.
O astigmatismo é a visão distorcida que ocorre devido a alterações no formato da córnea ou da lente do ôlho. Nem todos os raios de luz são “focalizados” na retina e parte da imagem perde a nitidez. As lentes corretivas usadas têm um formato especial para compensar as anomalias no formato da córnea e da lente do ôlho e tornar a imagem nítida por inteiro.
Use a internet
O portal da Sociedade Brasileira de Oftalmologia contém (na área Imprensa) informações sôbre o funcionamento dos olhos e os cuidados com a visão:
https://oeds.link/8dTt6D. Acesso em: 15 abr. 2022.
Caso esse enderêço tenha mudado, busque-o por Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
Saiba de onde vêm as palavras
A palavra “hipermetropia” vem do grego , que significa o que excede a medida, e , . ôlho
“Míope” tem duas possíveis origens: do grego , “que pisca os olhos para ver melhor”, e do latim miôps, “que tem a vista curta”.
“Presbiopia” vem do grego présbis, que significa velho, ancião, e , ôlho, vista. Presbiopia, ao pé da letra, é “ ôlho velho”. Por causa da presbiopia é que muitas pessoas, após os 40 anos, começam a afastar o jornal para conseguir lê-lo, uma vez que a visão de objetos próximos fica gradualmente prejudicada.
“Astigmatismo” vem do grego a, que indica negação, , que significa marcar, e atos, ponto. Por causa da curvatura irregular da córnea, o ôlho astigmático não consegue total nitidez ao mirar os diversos pontos de um objeto.
Use a internet
Explore uma simulação de óptica geométrica, testando e analisando situações com lentes convergentes e divergentes:
https://oeds.link/EZZQGk. Acesso em: 15 abr. 2022.
EM DESTAQUE
Cuide bem de seus olhos
Os distúrbios visuais, como miopia e hipermetropia, podem ser atenuados com o uso de lentes corretivas. Em alguns casos, até cirurgias podem ser feitas para resolver o problema, eliminando a necessidade do uso de óculos e de lentes de contato.
Há, contudo, problemas visuais que não têm solução, pelo menos no atual estágio da Medicina. Acidentes domésticos e acidentes de trabalho em que objetos perfuram os olhos podem, muitas vezes, causar cegueira permanente. É por isso que, ao executar certas tarefas, como usar furadeiras e serras elétricas, as pessoas devem sempre usar óculos de segurança, seja no lar ou no trabalho.
Outra precaução importante para prevenir danos à visão é não olhar diretamente para fontes muito intensas de luz. Poucos segundos olhando para a luz do Sol ou para o clarão produzido por aparelhos de solda já são suficientes para prejudicar a retina.
Não há nenhuma evidência de que “forçar a vista” para ler ou trabalhar em ambientes pouco iluminados prejudique a visão. Contudo, além de os olhos poderem ficar doloridos, trabalhar com pouca luz aumenta a chance de sofrer acidentes. E estudar em locais escuros torna a atividade mais difícil, reduz o interesse e piora sensivelmente o rendimento.
Muitos estudantes têm frequentes dores de cabeça, baixo rendimento escolar e desinteresse pelo estudo porque não enxergam direito. Fazer exames periódicos de vista é uma prática importante para o bem-estar. E não dói nada.
Elaborado com dados obtidos de: ról, J. E.; ról, M. E. Guyton and Hall Textbook of Medical Physiology. décima quarta edição Philadelphia: Elsevier, 2021.
ATIVIDADE
Reflita sôbre suas atitudes
Você tem dores de cabeça com frequência?
Já consultou um oftalmologista (médico que cuida da saúde dos olhos)?
Conjuntivite
A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, uma membrana transparente que reveste a parte frontal da esclera e a parte interna das pálpebras. Pode ser causada por certas bactérias, vírus e substâncias irritantes e provoca vermelhidão, ardor e coceira. Há fórmas de conjuntivite muito contagiosas e que podem cegar se não forem tratadas.
Em caso de conjuntivite, é essencial consultar um oftalmologista, que indicará o tratamento adequado.
Catarata
A catarata é uma doença que pode surgir com a idade. A lente do ôlho (anteriormente denominada cristalino) torna-se esbranquiçada e opaca, prejudicando a entrada de luz no ôlho e dificultando ou impedindo a visão. Uma das causas é a exposição excessiva à radiação solar ultravioleta.
A correção do problema é feita com uma pequena cirurgia, na qual o médico substitui a lente do ôlho por uma lente corretiva artificial.
EM DESTAQUE
Lágrimas, emoções e ramelas
As pálpebras abrem-se e fecham-se quando piscamos. Embora possamos piscar propositadamente, em geral esse ato é inconsciente. O reflexo de piscar quando vemos algo se dirigindo para nossos olhos é uma maneira de protegê-los da entrada de objetos estranhos.
Além disso, piscamos durante todo o período em que estamos acordados, em intervalos de 3 a 7 segundos.
Cada ôlho possui uma glândula lacrimal anexa, cuja localização você pode ver no esquema a seguir. Tal glândula produz um líquido chamado secreção lacrimal (popularmente conhecido como lágrima). Esse líquido, que é distribuído pela superfície do bulbo do ôlho quando piscamos, é útil pelo menos para quatro finalidades:
• eliminar a poeira do ôlho;
• matar vários tipos de bactérias que poderiam causar infecções no ôlho;
• impedir que a superfície do bulbo do ôlho fique ressecada;
• lubrificar o bulbo do ôlho, o que facilita o movimento dos olhos e das pálpebras.
Se a secreção lacrimal é produzida continuamente, por que ela não escorre pelo rosto?
No canto dos olhos, próximo ao nariz, existem duas pequenas aberturas pelas quais o excesso de líquido presente no ôlho pode sair. Essas aberturas conduzem as lágrimas, por meio de canais, para a cavidade nasal e, daí, elas chegam ao nariz ou à garganta.
Já aconteceu de seus olhos lacrimejarem durante um resfriado muito forte?
Nesse caso, a cavidade nasal está cheia de muco (catarro) e as lágrimas não saem do ôlho por esses canais, que ficam repletos de líquido. Isso faz a secreção lacrimal se acumular nos olhos, dando-lhes a aparência lacrimejada.
Quando os olhos estão irritados por algum objeto estranho (um cisco, por exemplo) ou uma substância irritante (como os vapores provenientes de cebola crua cortada), as glândulas lacrimais produzem maior quantidade de lágrimas. Os canais não conseguem conduzir tanto líquido para a cavidade nasal e as lágrimas escorrem pela face, eliminando o agente irritante. Emoções fortes também intensificam a produção de lágrimas.
E o que fórma as ramelas, que, às vezes, estão nos cantos dos olhos quando acordamos?
Durante a noite pode haver acúmulo, nos cantos dos olhos, das secreções produzidas pelas glândulas lacrimais e outros tipos de glândulas que também existem nesses locais. Quando a água dessas secreções evapora, as outras substâncias presentes formam cristais sólidos, geralmente de coloração amarelada, a ramela.
Elaborado com dados obtidos de: Márrie-éb, E. N.; roên, K. Human Anatomy & Physiology. décima primeira edição Harlow: Pearson, 2019.
Fonte da figura: NETTER, F. H. Atlas of Human Anatomy. sétima edição Philadelphia: Elsevier, 2019. prancha 95.
O que causa o terçol?
Nas pálpebras, próximo à base dos cílios, existem glândulas que produzem uma secreção oleosa para lubrificar os cílios. Quando há infecção causada por bactérias em uma dessas glândulas, ela fica inflamada e há acúmulo de pus no local. -se, então, o fórma terçol, ou hordéolo, uma “bolinha” avermelhada (região inflamada) com um ponto amarelo (abertura do ducto da glândula, pela qual sai o pus).
O terçol dói e incomoda, principalmente ao piscar. Com higiene adequada dos olhos e evitando coçá-los, o terçol pode melhorar em dois ou três dias. No entanto, se o inchaço e a dor forem muito grandes ou se ele não mostrar sinal de regressão nesse tempo, é fundamental ir ao oftalmologista.
ATIVIDADE
Amplie o vocabulário!
Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.
• miopia • hipermetropia • presbiopia • astigmatismo • glândula lacrimal • secreção lacrimal
Organização de ideias
MAPA CONCEITUAL
Atividades
Explore diferentes linguagens
A critério do professor, estas atividades poderão ser feitas em grupos.
FOTOGRAFIA
1. Uma gota de água fornece uma imagem invertida (de cabeça para baixo) da paisagem à sua frente, como você vê na foto. Com quais estruturas do ôlho essa gota pode ser comparada?
ANALOGIA
2. Alguns componentes de uma máquina fotográfica digital têm uma função comparável à de uma parte do ôlho humano.
Em seu caderno, relacione cada um dos componentes nomeados na máquina fotográfica esquematizada com a parte do ôlho que desempenha papel semelhante.
DITADO POPULAR
3. “À noite, todos os gatos são pardos.”
Explique esse ditado, considerando a atuação de cones e bastonetes na visão.
FOTOGRAFIAS
- Observe, nas fotos, a localização dos olhos do coelho e da onça.
- Qual dos dois tem visão binocular? Que vantagem esse tipo de visão oferece a esse animal?
- O outro animal — aquele que não tem visão binocular — tem os olhos posicionados de uma fórma que oferece uma vantagem para seu modo de vida. Que vantagem é essa?
INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS
5. Os desenhos representam a mesma cena. Num dos desenhos, apenas um dos olhos está aberto. No outro desenho, apenas o outro ôlho está aberto. Observe-os e identifique qual deles corresponde à visão do ôlho direito e qual corresponde à do ôlho esquerdo.
ESTIMATIVA
- Numa projeção cinematográfica, cada segundo de filme corresponde a 24 fotogramas (imagens no filme). Faça uma estimativa de quantos fotogramas existem:
- num comercial para cinema com 30 segundos;
- num curta-metragem com 3 minutos.
ESTIMATIVA
7. Nesta atividade vamos voltar a um experimento deste capítulo, representado pela ilustração esquemática A.
Se, após obter uma imagem nítida da janela, você mover a folha, a imagem perderá a nitidez, como está esquematizado nas ilustrações B e C. Analise-as atentamente.
Qual dessas situações pode ser comparada a:
- um ôlho normal? Por quê?
- um ôlho míope? Por quê?
- um ôlho hipermetrope? Por quê?
TIRINHA
- Qual é a dificuldade dos míopes quando estão sem óculos ou sem lentes de contato?
- Qual é a dificuldade dos hipermetropes quando estão sem óculos ou sem lente de contato?
- Que tipo de lente corretiva é usado em óculos para míopes? E para hipermetropes?
Como esses óculos atuam na correção do problema visual em cada um dos casos?
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
11. Utilizando os conhecimentos que você adquiriu sôbre o aparelho lacrimal humano ao estudar este capítulo, responda: quando alguém chora muito, por que não sai líquido apenas dos olhos, mas também do nariz?
INFORMAÇÕES TÉCNICAS
12. Considere as duas informações seguintes: .1ª) Após o nascimento, as glândulas lacrimais de um bebê levam cêrca de 4 meses para funcionar adequadamente. .2ª) Os olhos de um bebê recém-nascido devem ser muito bem protegidos da poeira, do vento e da luz solar direta.
Agora, responda às perguntas em seu caderno.
- Com auxílio de um dicionário, se julgar necessário, explique o que quer dizer a expressão “recém-nascido”.
- Justifique a preocupação expressa na 2ª afirmação com base no dado apresentado na 1ª afirmação.
CHARGE
- A charge está baseada em uma deficiência visual que acomete pessoas a partir dos 40 anos.
- A que deficiência se refere a charge?
- É claro que o produto que o vendedor está oferecendo é uma piada. Mas que relação esse produto tem com essa deficiência?
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
14. Feche o ôlho esquerdo. Posicione a imagem a cêrca de 30 centímetros de seu rosto, com o quadrado preto bem à frente do seu ôlho direito. Aproxime devagar a imagem de seu rosto, mantendo o olhar fixo no quadrado. Num dado momento, o círculo parece desaparecer. Repita o procedimento várias vezes para certificar-se de ter constatado isso.
A seguir, pesquise o que é o ponto cego do ôlho, a fim de obter uma explicação para o “desaparecimento” do círculo.
Seu aprendizado não termina aqui
Já há muito tempo as impressões digitais são empregadas para identificar pessoas. Porém, nos últimos anos, começa-se a falar sôbre reconhecimento de pessoas por meio da íris ou da retina. Pesquise sôbre os avanços nessa área. O uso da íris ou da retina oferece maior ou menor segurança se comparado ao uso das impressões digitais?
Fechamento da unidade
Isso vai para o nosso blog!
Alimentação, saúde óssea e muscular
A critério do professor, a classe será dividida em grupos e cada um deles criará e manterá um blog na internet sôbre a importância do que se aprende em Ciências da Natureza. Nesta atividade, a meta é selecionar informações (acessar, reunir, ler, analisar, debater e escolher as mais relevantes e confiáveis) relacionadas aos tópicos a seguir para incluir no blog.