CAPÍTULO 11 O planeta Terra e os recursos minerais

Fotografia. Destaque para as mãos de uma pessoa moldando um vaso feito com barro marrom. Uma das mãos está dentro do vaso e a outra segura uma espátula de madeira por fora.
A argila é um dos muitos minerais conhecidos e aproveitados pelo ser humano. Na foto, artesã utilizando instrumento de madeira para esculpir uma amostra de argila em rotação, a fim de moldá-la no formato desejado. Após terminar de esculpir, pode-se deixar a argila secar naturalmente ou levá-la a um forno apropriado para que endureça mais firmemente, originando uma peça cerâmica. Tijolos e telhas são exemplos de peças cerâmicas fabricadas com argila.

Motivação

EM DESTAQUE

São “placas” que se movem!

“Hoje sabemos que a crosta da Terra não é estável. Estamos equilibrados sobre uma ‘casca’ partida em pedaços e móvel. Grandes fraturas na crosta a dividem em cêrca de vinte pedaços, chamados de placas tectônicas. Algumas dessas placas contêm apenas áreas submersas (que formam o fundo oceânico), como a placa do Pacífico, enquanto outras são formadas também por áreas emersas (o ‘chão’ dos continentes), como a Placa Sul-americana, sobre a qual estamos.

As placas tectônicas têm espessura variável: na porção oceânica são mais finas, com espessuras que vão de cêrca de 10 quilômetros nas dorsais a algumas dezenas de quilômetros. Na porção continental [têm maior espessura].

Como estão sobre o manto de comportamento viscoso, elas se movem, afastando-se ou chocando-se nas zonas de fratura. Es­se movimento é bastante lento em relação às dimensões da Terra, o que o torna imperceptível para nós, mas foi confirmado com o uso de equipamentos sensíveis. Sabemos, hoje, que reticênciasos continentes se separaram, e as distâncias entre eles estão aumentando ou diminuindo, ainda nos dias atuais. No entanto, cuidado: podemos pensar que as placas estão ‘boiando’ sobre o man­to viscoso, completamente ‘à deriva’ e sem rumo. Isso não é real, pois as placas estão sendo arrastadas por correntes que se formam no manto da Terra. Elas seguem o rumo dessas correntes.”

Fonte: ALMEIDA, F. M. Continentes em movimento. Ciência Hoje na Escola, São Paulo, Global/ésse bê pê cê, volume 10: Geologia, página 17-23, 2000.

De acôrdo com uma teoria científica aceita atualmente, conhecida como Tectônica das Placas, a superfície da Terra (litosfera) é composta de algumas partes não unidas entre si, denominadas placas litosféricas, que aparecem esquema­tizadas no mapa a seguir. Os grandes terremotos são mais frequentes nas bordas dessas placas, onde elas se encontram umas com as outras.

O Brasil está no interior da Placa Sul-Americana e longe, portanto, das regiões em que são comuns os grandes terremotos. No Brasil acontecem, contudo, pequenos tremores de terra, que podem ser decorrentes de vibrações dos atritos entre as placas litosféricas e que se propagam até o interior delas.

Ícone. Olho aberto.

ATIVIDADE

Certifique-se de ter lido direito

Após ler o texto, analise atentamente o mapa a seguir.

Releia o texto até certificar-se de tê-lo entendido.

Representação das placas litosféricas que formam a superfície terrestre

Mapa. Planisfério. Na parte inferior, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.480 quilômetros. Toda a área é dividida em placas com as fronteiras indicadas por linhas duplas vermelhas. Estão identificadas, da esquerda para a direita: Placa do Pacífico. Placa Cocos. Placa de Nazca. Placa Norte-Americana. Placa do Caribe. Placa Sul-Americana. Placa Africana. Placa Antártica. Placa Euro-asiática. Placa das Filipinas. Placa Indo-Australiana ou Australiana. Placa do Pacífico. Setas indicam o encontro ou afastamento entre as placas. As regiões de encontro ocorrem na fronteira da placa de Nazca com a Sul-americana, Antártica com a Sul-americana, Africana com a Euro-asiática, do Pacífico com a Euro-asiática, Australiana com a Euro-asiática e Australiana com a do Pacífico. As regiões de afastamento ocorrem na fronteira da placa do Pacífico com a Norte-americana, Euro-asiática com a Norte-americana e Africana com a Sul-americana. 
Linhas pontilhadas vermelhas indicam regiões onde acontecem grandes terremotos: entre a placa do Pacífico e a placa de Nazca. Entre a placa do Pacífico com a Placa Norte-Americana. Entre a placa Cocos e a Placa do Caribe. Pequeno trecho entre a Placa Norte-Americana e a Placa Euro-Asiática. Pequeno trecho entre a Placa Sul-Americana e a Placa Antártica. Pequeno trecho entre a placa Africana e a placa Euro-asiática. Ao redor da Placa das Filipinas e entre a Placa Australiana e a Placa Euro-Asiática e a Placa do Pacífico.

Fonte: FERREIRA, G. M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 21.

Desenvolvimento do tema

1. Como é a Terra por dentro?

Como os cientistas pesquisaram a estrutura interna da Terra? Abriram o planeta para vê-lo por dentro? Cavaram um imenso buraco para saber como é sua parte interna?

As perfurações mais profundas já realizadas chegam à profundidade de pouco mais de 12 quilômetros. No entanto, o centro da Terra está a cêrca de .6370 quilômetros de distância da superfície, ou seja, aproximadamente 530 vezes mais longe que a mais profunda escavação já feita.

Então como se sabe como o planeta é por dentro?

Imagine alguém que vá comprar uma melancia. Essa pessoa vai escolher uma fruta sem saber em que condições ela se apresenta internamente. Afinal, não é possível abrir uma por uma para ver como estão.

Normalmente, o que se faz é dar batidas na casca e escutar o som produzido. Um comprador de melancias experiente conhece o som produzido pela melancia boa. Ele também sabe dizer quando a fruta já está podre por dentro, pois o som é diferente.

Um comprador procura escolher a melancia usando evidências indiretas, sem ver o interior da fruta.

Fotografia. Duas maçãs vermelhas inteiras, uma delas com uma folha verde em cima, e mais uma maça cortada na metade.
Se a Terra fosse do tamanho de uma maçã, poderíamos dizer que as mais profundas escavações já feitas não chegaram sequer a perfurar sua casca.

Os geólogos são cientistas que estudam a Terra e sua composição, estudo que constitui a ciência denominada Geologia. Eles utilizam evidências indiretas para investi­gar o interior do planeta: estudam a lava expelida pelos vulcões, registram e analisam as vibrações produzidas pelos terremotos, recolhem amostras de rochas e realizam experimentos em laboratório.

Esquema da estrutura da Terra

Ilustração. Imagem do planeta Terra esquematizado em corte parcial, indicando as camadas internas. Destaque para um setor circular. Esquema indicando a profundidade das camadas da Terra, em quilômetros. De dentro para fora:  Núcleo interno (camada mais interna da Terra, constituída predominantemente de ferro sólido; vai de 5.150 quilômetros de profundidade até o centro do planeta, que está a 6.370 quilômetros de profundidade). Núcleo externo (camada do planeta constituída predominantemente de ferro derretido; vai de 2.900 até 5.150 quilômetros de profundidade). Manto (camada rochosa que envolve o núcleo externo). Nele se identificam: Litosfera (é constituída pela crosta e pela parte superior do manto; sua espessura tem cerca de 100 quilômetros; é ela que contém os continentes e as placas litosféricas). Crosta (a crosta tem a espessura aproximada de 5 a 10 quilômetros nos oceanos e de 30 a 70 quilômetros nos continentes).
Esquema em córte, elaborado a partir de evidências científicas obtidas pelos geólogos. (Cores fantasiosas.)

Fonte: Rrendrix, M. S.; tompison, G. R.; Turk, J. Earth Science: an introduction. terceira edição bóston: Cengage, 2021. página 4, 124-125.

2. Rochas magmáticas

Você já deve ter visto o que acontece quando uma vela acesa é inclinada sobre um pires. A cera da parte de cima da vela, próxima à chama, derrete. Ao derrubar essa cera líquida sobre um pires, ela esfria e se solidifica, voltando a ser cera sólida. (Atenção: Se for fazer isso, peça ajuda a um adulto. Cuidado para não se queimar na chama ou na cera quente.)

Um acontecimento semelhante a esse envolve o magma, material líquido pastoso e muito quente que fórma câmaras magmáticas no interior da crosta ou no interior do manto. Admite-se que o manto seja formado de rochas no estado sólido. A litosfera (camada externa da Terra, com espessura de aproximadamente 100 quilômetros) é constituída pela crosta e pela parte mais externa do manto. O magma é formado por “rochas derretidas”. Ele pode ser expelido pela cratera de um vulcão e, nesse caso, é denominado lava.

À medida que a lava expelida esfria, ela vai endurecendo e se transformando em rocha, chamada vulcânica, que é um tipo de rocha magmática.

Às vezes, a lava não chega a ser expelida, mas fica infiltrada sob a superfície e esfria mais demoradamente, também dando origem à rocha, chamada plutônica, que é um outro tipo de rocha magmática.

Fotografia. Uma vela acesa. Há cera escorrendo pelos lados e depositada na superfície em que ela está apoiada.
A cera da vela, quando aquecida, fica líquida e pode escorrer. Ao esfriar, volta a ficar sólida.

Esquema (em córte) de vulcão em erupção e formação de rochas magmáticas

Ilustração. Imagem de um vulcão em corte, mostrando as partes interiores. A camada da Terra representada é a litosfera. Porção mais interna, em amarelo no centro e vermelho nas extremidades, magma (rocha derretida). Parte do magma, em vermelho, está infiltrado em camadas superiores: O magma preso sob a superfície pode endurecer e dar origem a rochas magmáticas plutônicas. Ao lado do vulcão, à direita, um furo na superfície com vapor saindo: A lava quente aquece a água do subsolo, que pode formar um gêiser (esguicho natural de água quente). O interior do vulcão é constituído de rochas magmáticas formadas em erupções anteriores. Elas estão dispostas em camadas concêntricas. No centro do vulcão, há uma coluna de lava. Próximo à superfície, estão indicadas saída da lava e cratera. Há fumaça e cinzas acima da cratera. No exterior do vulcão, do lado esquerdo, há lava escorrendo. O endurecimento dessa lava dará origem a rochas magmáticas vulcânicas.
(Cores fantasiosas. fóra de proporção.)

Fonte: Rrendrix, M. S.; tompison, G. R.; Turk, J. Earth Science: an introduction. terceira edição bóston: Cengage, 2021. página 35, 37.

3. Vulcões no mundo

O mapa a seguir mostra a localização de alguns dos principais vulcões do mundo. É interessante perceber que a maioria deles está localizada em regiões de encontro de duas placas litosféricas.

É nesses locais que o material derretido, presente no manto, consegue chegar à superfície e escapar, o que origina as erupções vulcânicas.

Localização de alguns vulcões ativos

Mapa. Planisfério. Na parte inferior, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.980 quilômetros. Pontos pretos representam vulcões ativos. Do oeste para leste e de norte para sul, estão identificados: Mauna Loa e Kilauea no oceano Pacífico. Katmai na América do Norte. Popocatepetl e Monte Pelée na América Central. Cotopaxi e Ojos del Salado na América do Sul.  Vesúvio, Etna e Santorin na Europa. Quilimanjaro na África. Fujiyama, Pinatubo e Krakatoa na Ásia. 
Ao redor dos pontos representando vulcões, áreas de atividade sísmica (relativa a tremores de terra) muito intensa (exceto Mauna Loa, Kilauea e Quilimanjaro). Faixas laranjas representando atividade sísmica intensa: na costa oeste do continente americano, na costa leste da América do Norte e da América Central, na costa leste da África, no leste da Oceania, no sul da Eurásia, leste da Ásia, na Europa central, na costa oeste da península Escandinávia e mais faixas cruzando os oceanos.
Principais áreas de atividade vulcânica no mundo. A maioria localiza-se em regiões de encontro entre placas litosféricas.

Fonte: FERREIRA, G. M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 21.

4. Rochas são formadas por minerais

Exemplo de rocha magmática é o granito, usado para revestir pias, pisos e túmulos. Se observarmos o granito de perto, veremos que ele é formado por muitos cristaizinhos. Uns são pretos, outros, marrons, e outros, esbranquiçados. Cada um deles é um mineral diferente.

Minerais são as substâncias naturalmente presentes na crosta terrestre. As rochas são formadas por um ou mais minerais. O granito, por exemplo, é uma rocha formada por três minerais. No granito vemos:

  • cristais pretos do mineral chamado mica;
  • cristais marrons ou cinzentos do mineral feldspato; e
  • cristais esbranquiçados do mineral chamado quartzo.

Outro exemplo de rocha magmática é o basalto, rocha preta usada para pavimentar calçadas.

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

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Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

placas litosféricas

mineral

rocha

Fotografia. Pedaço de rocha com manchas em marrom, cinza e preto.
Nesse fragmento de granito há quartzo (branco), mica (preta) e feldspato (marrom).
Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

Explore fotos de minerais e fichas com suas propriedades no portal do Museu de Geociências da Universidade de São Paulo:

https://oeds.link/WeFKGj. Acesso em: 16 abril 2022.

5. Rochas sedimentares

Quando uma rocha está exposta a fatores ambientais (atmosfera, água, variações de temperatura, substâncias produzidas por certos seres vivos etcétera), ela pode sofrer intemperismo, ou seja, alterações que a transformam de um material duro e coeso em um material fragmentado e diferente da rocha original. Os pequenos fragmentos (grãozinhos) originados são denominados sedimentos e podem ser carregados para outros lugares pela ação do vento, da chuva e de rios e mares, por exemplo. Esse transporte dos sedimentos é a erosão.

A areia, por exemplo, é formada principalmente por sedimentos provenien­tes do desgaste do quartzo.

Se, depois de ralar um queijo, você pressionar os farelos com bastante fôrça entre a palma das mãos, eles ficarão unidos, formando uma massa. Quando a areia fica coberta por outras camadas de areia ou por rochas, o pêso que existe sobre ela pode unir seus grãozinhos, formando a rocha conhecida como arenito. É um processo parecido com o que aconteceria se comprimíssemos queijo ralado com as mãos.

O arenito recebe o nome de rocha sedimentar, pois se originou de sedimentos que vieram do desgaste de outras rochas.

O calcário é outro exemplo de rocha sedimentar. Os geólogos acreditam que sua formação tenha acontecido no fundo de antigos mares que secaram.

Fotografia. Área coberta por montes de areia.
Areia no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, no Maranhão, 2020.
Fotografia. Terrenos planos elevados cobertos por vegetação.
Arenito no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, 2019.

Durante a formação das rochas sedimentares, restos de organismos mortos podem ter ficado presos em seu interior. Por isso, é muito comum encontrarmos fósseis nesse tipo de rocha.

Fotografia A. Calçada larga na beira da praia. A calçada é feita por revestimento de pedras pretas e brancas formando o desenho de ondas. No fundo há pessoas sentadas em bancos, pessoas na areia da praia e uma fileira de prédios. Atrás dos prédios, pequenas montanhas. 
Fotografia B. Imagem de uma rocha marrom com um ramo de folhas entalhado.
A. Neste calçamento, na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, as pedras brancas são calcário (sedimentar) e as pretas, basalto (magmática). B. Fóssil de folha de pinheiro, encontrado no Ceará em rocha sedimentar, com idade estimada em 110 milhões de anos. (Comprimento: 60 centímetros.)

6. Rochas metamórficas

A aparência da superfície da Terra não foi sempre como é hoje. Os fatores que provocam desgaste das rochas modificam continuamente a paisagem. Esses processos são lentos demais para que possamos percebê-los durante nossa vida. Contudo, com o passar de milhões de anos, a paisagem terrestre se modificou consideravelmente.

Rochas que um dia estiveram na superfície podem, muitos e muitos anos depois, estar debaixo de grossas camadas de sedimentos ou mesmo de lava derramada por vulcões.

Quando isso acontece, o pêso das camadas superiores e o calor, principalmente o calor associado a intensas pressões dirigidas, nas zonas de encontro de placas litosféricas, provocam transformações na estrutura das rochas. Isso dá origem ao que chamamos de rochas metamórficas. Esse nome vem da palavra “metamorfose”, que significa “transformação”.

Fotografia. Rocha com a superfície irregular, em tons de bege.
Nesta ampliação de um fragmento de mármore podemos ver os desenhos mesclados provenientes do metamorfismo que originou a rocha. (A largura da porção que aparece na foto é de 30 centímetros.)

O mármore, por exemplo, é uma rocha que se originou do metamorfismo do calcário. Outros exemplos de rocha metamórfica são a ardósia, empregada em revestimento de pisos, e o gnaisse, que fórma o Morro do Pão de Açúcar e o Morro do Corcovado, conhecidos pontos turísticos da cidade do Rio de Janeiro.

Ícone. Letras A e Z.

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rocha magmática

rocha sedimentar

rocha metamórfica

Fotografia. Um teleférico preso por cabos a uma montanha formada por uma grande rocha quase sem cobertura vegetal.
Morro do Pão de Açúcar, na cidade do Rio de Janeiro, 2020. Ele é formado pelo gnaisse, que é uma rocha metamórfica.
Fotografia. Estátua com o formato de um leão sentado, feita de rocha branca.
Estátua de mármore, rocha proveniente do metamorfismo do calcário.
Fotografia. Estátua de uma figura humana vestindo uma túnica, com os braços abertos, em cima de um morro coberto parcialmente por vegetação.
Morro do Corcovado, no Rio de Janeiro, 2020. Ele também é formado pelo gnaisse. (No alto dêsse morro fica a estátua do Cristo Redentor.)
Fotografia. Piso formado por peças retangulares de pedras na cor cinza.
A ardósia, usada em revestimento de pisos, também é exemplo de rocha metamórfica.

7. Os fósseis e a história da Terra

Os fósseis são frequentemente encontrados nas rochas sedimentares com estruturas em camadas. Esse tipo de rocha se formou pelo acúmulo ao longo de milhares de anos, em vales e outras depressões, de sedimentos como pó de rocha, levados pelo vento e pelos rios. Tais sedimentos se uniram uns aos outros sob ação do pêso das camadas superiores. Você consegue ver essa estrutura em camadas nas fotos a seguir. Cada camada foi formada em uma época diferente e pode conter, em seu interior, fósseis dos seres que viveram naquele tempo.

A ciência que estuda as fórmas de vida que existiram em épocas passadas é a Paleontologia, e os cientistas que atuam nessa área são os paleontólogos ou paleontologistas.

Vasculhando as grandes formações sedimen­tares, os paleontólogos encontram registros de tempos remotos, organizados de acôrdo com a data de sua formação. Quanto mais próximo da superfície ele for encontrado, mais novo o fóssil será.

Além disso, os cientistas dispõem de métodos que permitem determinar, com razoável precisão, a idade de uma rocha. Assim, explorando os fósseis com a ajuda dos conhecimentos científicos, os paleontólogos podem, gradualmente, traçar a história evolutiva do planeta Terra e dos seres vivos.

O trabalho desses cientistas que se ocupam com o estudo das evidências fósseis envolve uma criteriosa análise dessas evidências para conhecer o passado da Terra.

A história evolutiva do planeta e dos seres vivos aparece, de fórma bem resumida, na tabela a seguir.

Fotografia A. Um caminho entre a vegetação rasteira. Do lado esquerdo, uma grande formação rochosa cinza e marrom com ranhuras horizontais e de topo plano.
Fotografia B. Formação rochosa acinzentada de topo plano e com ranhuras horizontais em meio a uma área com vegetação.
Nessas fotos, vemos rochas sedimentares que se formaram em camadas, depositadas umas sobre as outras ao longo de milhares de anos. Cada camada pode guardar registros fósseis da época em que se formou. (A. Parque Nacional da Serra das Confusões, Piauí, 2019; B. Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, 2021.)
Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

Observe fotos de fósseis que compõem o acervo do Museu de Geociências da Universidade de São Paulo:

https://oeds.link/1Iw388. Acesso em: 16 abril 2022.

Ícone. Grupo com três pessoas.

ATIVIDADE

Trabalho em equipe

A critério do professor, pode-se fazer uma visita guiada a um museu de história natural.

O professor orientará previamente as equipes sobre como proceder (antes, durante e depois).

Siga as recomendações, para que a atividade ocorra em segurança e seja uma situação de aprendizado e crescimento.

Resumo da história do planeta Terra

Tabela. Ao lado, seta de baixo para cima: Dos primórdios da Terra em direção aos dias atuais. Éon: Fanerozoico. Era: Cenozoica. Período: Quaternário. Época: Holoceno (recente) Tempo transcorrido (milhões de anos): 0,01. Acontecimentos marcantes: Era dos mamíferos. Humanos se tornam dominantes. Era do Homo sapiens. Éon: Fanerozoico. Era: Cenozoica. Período: Quaternário. Época: Pleistoceno. Tempo transcorrido (milhões de anos): 1,8. Acontecimentos marcantes: Era dos mamíferos. Extinção de muitos grandes mamíferos. Aparecimento evolutivo do ser humano. Éon: Fanerozoico. Era: Cenozoica. Período: Terciário. Época: Plioceno. Tempo transcorrido (milhões de anos): 5,3. Acontecimentos marcantes: Era dos mamíferos. Desenvolvimento de plantas rasteiras; plantas com ­flores abundantes. Surgem evolutivamente os primeiros primatas humanoides. Éon: Fanerozoico. Era: Cenozoica. Período: Terciário. Época: Mioceno. Tempo transcorrido (milhões de anos): 23. Acontecimentos marcantes: Era dos mamíferos. Muitas formas de mamíferos evoluem; plantas com ­flores continuam a se diversificar. Éon: Fanerozoico. Era: Cenozoica. Período: Terciário. Época: Oligoceno. Tempo transcorrido (milhões de anos): 34. Acontecimentos marcantes: Era dos mamíferos. Surgem evolutivamente os macacos e os elefantes. Todas as famílias de mamíferos atuais já se acham representadas. Éon: Fanerozoico. Era: Cenozoica. Período: Terciário. Época: Eoceno. Tempo transcorrido (milhões de anos): 56. Acontecimentos marcantes: Era dos mamíferos. Cavalos, camelos e rinocerontes primitivos. Aves atuais já são encontradas. Éon: Fanerozoico. Era: Cenozoica. Período: Terciário. Época: Paleoceno. Tempo transcorrido (milhões de anos): 66. Acontecimentos marcantes: Era dos mamíferos. Ocorre considerável evolução dos mamíferos. Éon: Fanerozoico. Era: Mesozoica. Período: Cretáceo. Tempo transcorrido (milhões de anos): 146. Acontecimentos marcantes: Era dos répteis. Entre as plantas predominam aquelas com fl­ores. Desaparecimento dos dinossauros. Surgem evolutivamente os mamíferos primitivos. Éon: Fanerozoico. Era: Mesozoica. Período: Jurássico. Tempo transcorrido (milhões de anos): 200. Acontecimentos marcantes: Era dos répteis. Primeiras aves. Apogeu dos dinossauros, alguns muito grandes e especializados. Éon: Fanerozoico. Era: Mesozoica. Período: Triássico. Tempo transcorrido (milhões de anos): 251. Acontecimentos marcantes: Era dos répteis. Primeiros dinossauros e mamíferos. Muitas montanhas se formam. Aparecimento evolutivo das plantas com flores. Éon: Fanerozoico. Era: Paleozoica. Período: Permiano. Tempo transcorrido (milhões de anos): 299. Acontecimentos marcantes: Era dos anfíbios. Répteis e insetos modernos. Extinção de muitos animais marinhos.  Éon: Fanerozoico. Era: Paleozoica. Período: Carbonífero. Tempo transcorrido (milhões de anos): 359. Acontecimentos marcantes: Era dos anfíbios. Grandes anfíbios, tubarões abundantes. Extensas ­florestas, que originaram o atual carvão mineral. Primeiros répteis. Éon: Fanerozoico. Era: Paleozoica. Período: Devoniano. Tempo transcorrido (milhões de anos): 416. Acontecimentos marcantes: Era dos peixes. Plantas terrestres já bem estabelecidas. Peixes em abundância. Surgem evolutivamente os anfíbios, os insetos sem asas e as primeiras florestas. Éon: Fanerozoico. Era: Paleozoica. Período: Siluriano. Tempo transcorrido (milhões de anos): 444. Acontecimentos marcantes: Era dos peixes. Primeiras plantas com sistema vascular. Muitos recifes de coral. Algas são abundantes no ambiente aquático. Éon: Fanerozoico. Era: Paleozoica. Período: Ordoviciano. Tempo transcorrido (milhões de anos): 488. Acontecimentos marcantes: Era dos invertebrados marinhos. Invertebrados são predominantes. Aparecem evolutivamente os primeiros vertebrados (peixes) e também as plantas terrestres. Éon: Fanerozoico. Era: Paleozoica. Período: Cambriano. Tempo transcorrido (milhões de anos): 542. Acontecimentos marcantes: Era dos invertebrados marinhos. Invertebrados com concha. Algas são predominantes nos ambientes aquáticos. Era: Proterozoica. Período: Pré-cambriano. Tempo transcorrido (milhões de anos): 3.500. Acontecimentos marcantes: Próximo ao final do Pré-Cambriano, aparecem evolutivamente os primeiros organismos multicelulares (constituídos de diversas células): os invertebrados marinhos. Éon: Proterozoico. Período: Pré-cambriano. Tempo transcorrido (milhões de anos): 3.800. Acontecimentos marcantes: Primeiros organismos unicelulares (formados por uma só célula). Éon: Proterozoico. Período: Pré-cambriano. Tempo transcorrido (milhões de anos): 4.600. Acontecimentos marcantes: Formação das rochas mais antigas presentes no planeta. Éon: Arqueano. Período: Pré-cambriano. Acontecimentos marcantes: Origem da Terra.

Fontes: Iúurry, L. A. êti áli. Campbell Biology. décima segunda edição Hoboken: Pearson, 2021. página 530; Kraúskopf, K. B.; Báiser, A. The physical universe. décima sétima edição Nova York: McGraw-Hill, 2020. página 571; Friman, S. êti áli. Biological Science. sétima edição Hoboken: Pearson, 2020. página 519-520; Shipméãn, J. T. êti áli. An introduction to Physical Science. décima quinta edição Boston: Cengage, 2021. página 725; Pougui, F. H.; , C. M. Vertebrate life. décima edição Sunderland: Sinauer, 2019; Rrendrix, M. S.; tompison, G. R.; Turk, J. Earth Science: an introduction. Boston: Cengage, 2021. página 83; Sólóman, E. P. êti áli. Biology. décima primeira edição Boston: Cengage, 2019. página 452.

8. Fósseis na América do Sul

No Brasil e em outras partes da América do Sul já foram encontrados muitos fósseis. Com base neles, os cientistas deduziram algumas das características dos seres que viveram nesse território, entre os quais estão o gliptodonte, a macrauquênia, o megatério e o tilacosmilo, ilustrados neste item.

O gliptodonte era um gigantesco animal parecido com os atuais tatus. Seu corpo era revestido por uma carapaça e ele media cêrca de 3 metros de comprimento.

A macrau­quênia se parecia com uma lhama, animal que atual­mente habita regiões da Bolívia e do Chile, mas era bem mais alta que ela; tinha cêrca de 3 metros de altura.

O megatério era semelhante a uma preguiça, mas com uns 6 metros de altura.

O tilacosmilo foi um tipo de tigre. Media cêrca de 1 metro e meio de comprimento e tinha grandes dentes caninos e uma mandíbula acentuada, capaz de proteger seus dentes no caso de uma queda.

Alguns animais que viveram na América do Sul no Período Terciário

Ilustração. Animal de 4 pernas pequenas, uma cabeça pequena, corpo coberto por uma carapaça oval e um rabo segmentado.
Gliptodonte comprimento: aproximadamente 3 métros
Ilustração. Animal de 4 pernas com pelos cobrindo o corpo, pescoço alongado e uma pequena tromba.
Macrauquênia altura: aproximadamente 3 métros
Ilustração. Animal de 4 pernas, rabo e pelos cobrindo o corpo. Ele está em pé, apoiado a uma árvore.
Megatério altura: aproximadamente 6 métros
Ilustração. Animal de quatro pernas, rabo fino, com pelos cobrindo o corpo, dois dentes grandes saindo do maxilar e uma mandíbula avantajada.
Tilacosmilo comprimento: aproximadamente 1,5 métro (Ilustrações sem proporção entre si.)

Fonte das ilustrações: , D. êti áli. Enciclopédia dos dinossauros e da vida pré-histórica. Londres: Ciranda Cultural/Dorling Kindersley, 2003. página 208-211, 246-249.

EM DESTAQUE

A história da Terra em 24 horas

Se os eventos referentes à história da Terra fossem dispostos ao longo de um dia, teríamos o que aparece na ilustração mostrada a seguir. Nesse “dia”, menos de 3 minutos antes da meia-noite, nossos ancestrais saíram da floresta e começaram a usar ferramentas rudimentares. Faltando cêrca de 1 segundo para a meia-noite, os humanos semelhantes a nós (espécie Omo sápiens) evoluíram e se dispersaram pela Terra.

Ilustração. Três estruturas concêntricas representando uma linha do tempo. De dentro para fora, setas laranjas em sentido anti-horário com escala em bilhões de anos. Disco amarelo com escala em horas. Seta verde em sentido horário que vai alargando-se de uma extremidade a outra indicando os eventos. Das 23 horas, 59 minutos e 59 segundos às 19 horas: 1 bilhão de anos atrás. Surgimento do Homo sapiens (às 23 horas, 59 minutos e 59 segundos). Era dos dinossauros (das 22 às 23 horas). Plantas terrestres (das 21 horas e 30 minutos às 22 horas). Fosseis mais antigos de pluricelulares (das 20 horas às 20 horas e 30 minutos). De 19 horas às 13 horas e 30 minutos: 2 bilhões de anos atrás. Fósseis mais antigos de eucariotos (das 16 às 17 horas). Das 13 horas e 30 minutos às 8 horas: 3 bilhões de anos atrás. Gás oxigênio na atmosfera (das 13 horas às 13 horas e 30 minutos). Das 8 às 4 horas e 30 minutos: 4 bilhões de anos atrás. Primeiros organismos fotossintéticos (às 6 horas). Fósseis mais antigos de procariotos (das 5 horas às 5 horas e 30 minutos). Das 4 horas e 30 minutos à meia-noite: 4,6 bilhões de anos atrás. Rochas mais antigas conhecidas (das 3 horas até às 3 horas e 30 minutos). Formação da Terra (às 24 horas).
A história da Terra comparada à duração de um dia.

Fonte da ilustração: Meider, S. S.; Windelspéquiti, M. Biology. décima terceira edição Nova York: McGraw-Hill, 2019. página 323.

Motivação

EM DESTAQUE

A argila

“Uma parte importante da Natureza à qual não costumamos dar muita atenção é o solo, a terra em que pisamos. Isso acontece principalmente com os habitantes das cidades, onde o solo é todo recoberto pelas construções, calçadas, ruas pavimentadas etcétera

O solo é tão importante para nós como a água que bebemos ou o ar que respiramos. Não apenas porque estamos sobre ele, mas pelo fato de ele ser o suporte das plantas que alimentam a nós e aos animais. reticências

reticências

As argilas estão entre os minerais que formam o solo. São elas que fazem o solo ser diferente da rocha nua e estéril. É fácil perceber como: observemos as margens de um rio, lago ou mar, e veremos que é fácil distinguir o que é praia e o que não é. A praia é essencialmente areia de grãos pequenos; quase não apresenta vegetação. Você já se perguntou por quê? Porque é um solo sem argila. Em solos dessa natureza as plantas têm dificuldade em crescer, e uma das causas disso é a falta dos nutrientes necessários às plantas reticências.

Muitas vezes encontramos locais onde o solo é muito liso e pegajoso quando chove, em decorrência de uma maior quantidade de argila. Alguns deles, onde a concentração é muito elevada, constituem verdadeiras ‘minas de argila’. Esses locais têm sido utilizados pelo homem desde tempos imemoriais (pré-históricos) na extração de argilas para fabricação de objetos, como vasos, tijolos e estatuetas etcétera do tipo ‘barro cozido’. Já em tempos históricos, a extração de argila se volta também para o preparo, por exemplo, da porcelana e, mais recentemente, para usos industriais.

reticências

Fotografia. Uma pilha de pratos, cumbucas e uma xícara. Eles são de cerâmica e têm diferentes cores.
A matéria-prima utilizada na fabricação de objetos de louça e porcelana é a argila.

Fonte: CHAGAS, A. P. Argilas, as essências da terra. São Paulo: Moderna, 1997. página 5. (Coleção Polêmica).

Ícone. Olho aberto.

ATIVIDADE

Certifique-se de ter lido direito

Por que as plantas têm dificuldade para crescer na areia da praia?

Por que certos solos ficam lisos e pegajosos após a chuva?

Desde tempos pré­‑históricos, quais objetos são feitos de argila?

De que é feita a porcelana?

Lembre-se de procurar no dicionário toda palavra cujo significado você não conheça.

Ícone. Grupo com três pessoas.

ATIVIDADE

Trabalho em equipe

A critério do professor, pode-se fazer uma visita guiada a uma olaria.

O professor orientará previamente as equipes sobre como proceder (antes, durante e depois).

Para uma atividade segura e proveitosa, siga as recomendações!

Desenvolvimento do tema

9. Aplicações da argila

A argila é composta de pequeninos grãos. Misturada com um pouco de água, ela fórma uma pasta que pode ser facilmente modelada, o que permite confeccionar objetos com a fórma desejada.

O aquecimento em um forno faz com que a argila se torne rígida e mantenha o seu formato. Assim são fabricados os potes, as moringas e os vasos cerâmicos. As fábricas de tais objetos são denominadas olarias, ou cerâmicas. Seus profissio­nais são os oleiros, ou ceramistas.

A fabricação de potes de argila, popularmente chamados de potes de barro, é uma das mais antigas atividades artesanais. Civilizações que existiram muito antes de Cristo já os utilizavam. Vários museus guardam produtos cerâmicos de povos de diferentes culturas que viveram em diferentes épocas.

Os tijolos e as telhas também podem ser feitos de argila. Para fazê-los, os oleiros utilizam moldes.

A argila pode apresentar diferentes colorações. Há algumas variedades de argila que são brancas.

Utilizando-se técnicas mais sofisticadas, essas variedades de argila podem ser transformadas em pratos, xícaras, pires e tigelas de louça ou de porcelana.

Os azulejos e os pisos cerâmicos utilizados em construções e também as pias e os vasos sanitários são outros exemplos de produtos obtidos a partir da argila.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: multiculturalismo.
Fotografia. Escultura de um ser humano sentado com as mãos nos joelhos levemente flexionados. Ele tem pinturas em vermelho e preto no rosto, braços, pernas e tronco.
Boneca em cerâmica (com 15 centímetros de altura) feita pelo povo Karajá, da Ilha do Bananal, Tocantins. Os Karajás são um povo indígena que habita regiões próximas dos rios Araguaia e Javaés, nos estados de Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Pará. Possuem diversas fórmas artísticas de expressão, entre as quais estão as bonecas de fórmas humanas, como a da foto. Muitos outros povos indígenas incluem a cerâmica em suas manifestações culturais. O povo Marajoara foi uma sociedade que se desenvolveu na Ilha de Marajó e no Rio Amazonas aproximadamente entre os anos 400 e 1400. Entre outras fórmas de expressão, tiveram uma rica produção artística em cerâmica, que era enfeitada com diversos padrões geométricos. As peças de cerâmica ao estilo marajoara são, ainda hoje, confeccionadas por habitantes da Ilha de Marajó.

10. Minerais usados em decoração

Basalto, granito, mármore e ardósia, rochas já mencionadas neste capítulo, são quatro exemplos de materiais de origem mineral usados na ornamentação de construções.

Essas rochas são retiradas da jazida (local onde são naturalmente encontradas), cortadas na fórma de placas ou em outros formatos desejados e utilizadas para embelezar pisos, casas e edifícios.

O basalto é uma rocha escura, geralmente preta, usada nas calçadas para pedestres.

O granito pode ser empregado para fazer pias e para revestir pisos, paredes e túmulos. Os paralelepípedos, muito usados no passado para pavimentar as ruas, são blocos de granito.

O mármore é uma rocha geralmente clara, que apresenta belos desenhos mesclados. É usado para revestir pisos, paredes, mesas e pias e, também, na confecção de estátuas. A cor e a beleza dêsse mineral podem variar muito de uma região para outra, assim como seu preço. O mármore de algumas jazidas é caríssimo.

A ardósia é uma rocha cinzenta, cinzento-azulada ou cinzento-esverdeada, usada para revestir pisos. No passado, as lousas escolares eram feitas de ardósia.

Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

Conheça mais sobre a riqueza das manifestações artísticas mencionadas na legenda da foto fazendo uma busca de imagens com as palavras cerâmica karajá (ou arte karajá) e cerâmica marajoara (ou arte marajoara).

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: ciência e tecnologia.

11. Ferro

O ferro é um metal muito presente ao nosso redor. Com ele são fabricados pregos, parafusos, automóveis, tesouras, portões, janelas, latas para óleo e conservas e ferramentas em geral.

No entanto, o ferro não é encontrado na natureza pronto para ser usado. Ele tem que ser fabricado a partir de uma matéria-prima chamada minério de ferro. Um minério é um mineral que pode ser usado para dele se extrair algo que seja de interêsse da sociedade e que tenha valor econômico. Nosso país possui grandes reservas de minério de ferro, localizadas principalmente nos estados de Minas Gerais e Pará.

A atividade industrial que obtém ferro a partir do minério de ferro é a siderurgia ou indústria siderúrgica. Há evidências de que a humanidade conhece a técnica da siderurgia desde 1500 antes de Cristo O primeiro povo a utilizá-la foram os hititas, que habitavam a região onde atualmente é a Turquia.

Fotografia A. Vista área de ampla área de solo sem vegetação com caminhões e escavadeiras espalhados. 
Fotografia B. Pátio de uma indústria  com uma grande torre com rampa do lado direito, algumas chaminés e locomotivas de carga. Do lado esquerdo, galpões com grandes tubulações.
Fotografia C. Líquido incandescente, sendo derramado de um grande recipiente para outro. 
Fotografia D. Uma tesoura, um alicate, duas travessas, uma lata, uma colher, seis pregos, um garfo e um pegador. Todos os objetos são metálicos prateados.
A. O minério de ferro é extraído da jazida, local onde ele é encontrado. Na foto, jazida em Nova Lima, Minas Gerais, 2021. B. O minério vai para a indústria siderúrgica. (Volta Redonda, Rio de Janeiro, 2020.) C. Num forno especial, o minério de ferro é transformado em ferro. A temperatura é tão alta que o ferro sai de lá derretido, isto é, em fase líquida. D. Diariamente, tomamos contato com muitos objetos feitos de ferro. O aço é feito de ferro misturado com um pouquinho de outras substâncias.
Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: ciência e tecnologia.

12. Alumínio

O alumínio é um metal muito interessante. Normalmente não se oxida com a mesma facilidade com que o ferro se enferruja e é muito mais leve do que ele. É bonito e resistente. Aviões, rodas de automóvel, boxes para banheiro, latas para refrigerante, papel-alumínio, panelas, portões, janelas e antenas de televisão são alguns exemplos de uso do alumínio.

Assim como o ferro, o alumínio não é encontrado na natureza pronto para ser usado, mas, sim, na fórma de minério de alumínio. O Brasil possui grandes reservas dêsse tipo de minério, principalmente no Pará e em Minas Gerais. Ele pode ser transformado em alumínio em indústrias altamente especializadas, que gastam grande quantidade de energia elétrica para isso.

O uso do alumínio é muito mais recente do que o do ferro. Ele foi descoberto em 1825, e sua produção industrial começou em 1886.

Fotografia A. Dois caminhões em uma área enlameada. Ao fundo, uma parede de terra. Uma máquina enche a caçamba do caminhão mais a frente com um material marrom.
Fotografia B. Duas pessoas com roupa de proteção azul, luvas, avental prateado, máscara e capacete com viseira. Elas estão de pé no meio de fôrmas de barro. Ao lado, um recipiente com um líquido prateado sendo derramado em uma das fôrmas.
Fotografia C. Galpão com blocos cilíndricos de alumínio.
Fotografia D. Um saco, uma caneca, uma panela com tampa, um rolo de papel alumínio e duas embalagens de comida.
A. O minério de alumínio é primeiramente retirado da jazida e transportado até a indústria. (Paragominas, Pará, 2016.) B. Em alta temperatura, a eletricidade transforma o minério em alumínio derretido, que é despejado em moldes. C. Quando o alumínio esfria e endurece, ele é vendido para outras indústrias, que o utilizam para fazer produtos de interêsse do consumidor. (Pindamonhangaba, São Paulo, 2018.) D. No nosso dia a dia, tomamos contato com vários produtos feitos de alumínio.
Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: ciência e tecnologia.

13. Vidro

A principal matéria-prima para fazer vidro é a areia. Ela é misturada com outras substâncias e derretida. Quando volta a endurecer, fórma o vidro.

Quem inventou o vidro?

A resposta a essa pergunta é incerta. Uma das versões mais conhecidas é a de que mercadores fenícios acenderam fogueira na praia para cozinhar. Ao final, perceberam pequeninos pedaços de vidro na areia sob a fogueira apagada.

Sob a ação do calor do fogo, a areia da praia se transformou em vidro.

Há evidências de que em 3000 antes de Cristo os egípcios já sa­biam fazer, com o vidro, imitações de pedras preciosas, mas, ao que tudo indica, só por volta de 1000 antes de Cristo é que surgiu, na região da Síria, a arte de fazer frascos e garrafas de vidro.

Fotografia A. Uma plataforma metálica em cima de um monte alto de areia. 
Fotografia B. Uma máquina moldando garrafas de vidro marrom.
Fotografia C. Uma pessoa usando camiseta azul e bermuda azul e branca segura com as duas mãos uma longa haste metálica apoiada em um suporte. Na ponta da haste tem um vidro alaranjado arredondado.
Fotografia D. Uma lupa de aumento com o cabo preto, dois béqueres, um Erlenmeyer, uma jarra, óculos com a armação preta e duas lentes de máquina fotográfica.
A. A areia para a fabricação do vidro pode ser obtida em praias ou à beira de rios. Ela é purificada e misturada com outras substâncias, chamadas calcário e barrilha. (Alemanha, 2021.) B. Essa mistura é derretida em forno especial e injetada em moldes. Assim são fabricadas, por exemplo, as garrafas. C. O vidro ainda é fabricado artesanalmente em muitos locais. D. Também é possível produzir vidros especiais, como os usados em laboratório e na confecção de lentes.

14. Ouro

Desde os tempos mais antigos, o ouro é sinônimo de riqueza. É muito usado em joias.

Ao contrário do ferro e do alumínio, o metal ouro pode ser encontrado na natureza pronto para ser usado. Em outras palavras, não é minério de ouro que precisa ser transformado em ouro. O ouro já está lá.

O ouro é um exemplo de metal nobre. Isso quer dizer que ele não se oxida com facilidade, ao contrário do que acontece, por exemplo, com o ferro, que enferruja. Outros metais nobres são a prata, a platina e o paládio.

O ouro é bonito e permanece bonito com o passar do tempo, mesmo que esteja num local úmido. Ele tem alto preço porque, além de ser útil ao ser humano, é raro, ou seja, existe em pequena quantidade.

O que os garimpeiros fazem é procurar pepitas de ouro, isto é, pequenos pedaços do metal que existem no solo e no subsolo de alguns lugares ou que são carregados pelas águas dos rios. Nesse trabalho, chamado garimpagem, a terra e a lama do fundo de rios e riachos são reviradas à procura das pepitas.

Fotografia. Um homem de calça jeans dobrada até o joelho, camisa azul xadrez e chapéu bege. Ele está em um rio, com a água até o calcanhar, com o tronco inclinado segurando uma peneira na superfície da água.
Garimpeiro procurando pepitas de ouro. (Amajari, Roraima, 2021.)
Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: meio ambiente.

EM DESTAQUE

Os minerais são recursos naturais não renováveis

Os depósitos naturais de minerais não são inesgotáveis. Poderá chegar um dia em que não serão mais encontrados, por exemplo, depósitos de minério de ferro ou de alumínio.

Dizemos que os minerais são recursos naturais não renováveis. Em outras palavras, uma vez utilizado um mineral, não se fórma outro no lugar dele. Se acabou, acabou!

É por isso que o ser humano deve utilizar de maneira consciente os minerais, sem que haja desperdícios.

Muitas vezes, é possível reapro­veitar metais que jogamos no lixo. Isso é feito por meio do processo denominado reciclagem.

A reciclagem ajuda a reduzir o gasto exagerado dos recursos minerais.

Elaborado com dados obtidos de: Momgomery , C. W. Environmental Geology. Nova York: McGraw-Hill, 2020.

Fotografia. Vista área de região sem vegetação com uma ampla área central irregular e as laterais em forma de degraus.
Não há como repor o que é retirado de uma jazida de minério. Na foto, exploração de jazida de rochas fosfatadas, empregadas, por exemplo, como matéria-prima na produção de fertilizantes. (Ouvidor, , 2021.)
Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

argila

minério

recurso natural não renovável

Organização de ideias

MAPA CONCEITUAL

Fluxograma. Litosfera formada por placas litosféricas em cujas bordas são comuns vulcões e terremotos.  
Litosfera, sua porção externa é denominada crosta terrestre.  
Litosfera onde existem rochas que podem ser magmáticas, formadas pelo endurecimento do magma, que pode endurecer abaixo da superfície ou pode endurecer após ser expelido por vulcão (lava) 
Litosfera onde existem rochas que podem ser sedimentares, formadas por sedimentos provenientes do intemperismo de rochas já existentes, e onde são comuns os fósseis. 
Litosfera onde existem rochas que podem metamórficas, formadas pelo metamorfismo que ocorre devido à pressão e ao calor, atuando sobre rochas já existentes.  
Litosfera onde existem rochas constituídas de um ou mais minerais, são recursos não renováveis.  
Litosfera onde existem rochas constituídas de um ou mais minerais, exemplos: argila, usada para fabricar objetos cerâmicos; basalto, granito, mármore e ardósia, usados em decoração; ouro, usado para fabricar joias; minério de ferro, do qual se obtém ferro; minério de alumínio, do qual se obtém alumínio; areia, matéria-prima para vidro.
Ícone. Lupa.

Atividades

Explore diferentes linguagens

A critério do professor, estas atividades poderão ser feitas em grupos.

TABELA

1. Releia o capítulo e faça em seu cader­no uma lista de todas as rochas citadas. A seguir, elabore uma tabela com três colunas, classificando-as em três grupos: magmáticas, sedimentares e meta­mórficas.

ANALOGIA

  1. Considere os seguintes acontecimentos:
    • uma massa contendo leite, farinha e fermento é aque­cida no forno e se transforma em um bolo;
    • chocolate derretido endurece e fórma um pedaço de chocolate sólido;
    • uma lixa de unha é usada para desbastar as laterais de um lápis sextavado, deixando-o arredondado.

Responda no caderno qual desses acontecimentos mais se parece:

  1. com a formação das rochas mag­má­ticas?
  2. com uma rocha sofrendo intempe­rismo?
  3. com a formação das rochas meta­mórficas?

FOTOGRAFIAS

3. Observe as fotos.

Fotografia. Um vulcão em erupção durante a noite. Há um jato de lava saindo pela cratera e lava escorrendo pela encosta.
Vulcão no Monte Etna, na Itália, expelindo lava. (Sicília, Itália, 2022.)
Fotografia. Destaque para um pedaço de lava com partes vermelhas e partes cinzas.
A lava, esfriando e endurecendo, se transformará em rocha.
  1. Essas fotos mostram a origem de que tipo de rocha?
  2. O que é a lava e de onde ela vem?
  3. A análise da lava é útil aos geólogos? Explique.

DITADO POPULAR

4. “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura!”

Esse ditado popular possui muito de verdade quando percebemos que fala de algo que acontece na natureza, à beira-mar, por exemplo.

A que acontecimento se refere esse ditado? Explique.

Fotografia. Uma onda batendo em uma pilha de pedras cinzas, espirrando água pra cima.
Mar revolto. (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.)

TEXTO

Leia o seguinte texto para realizar as atividades 5 a 12.

Cerâmica

“Carregar coisas sempre foi importante para os seres humanos, e a maneira óbvia de carregá-las seria nas mãos e nos braços. No entanto, existe um limite para a quantidade que pode ser carregada dessa maneira. reticências

reticências os seres humanos aprenderam a fiar raminhos, ou outras fibras, transformando-os em cestos. reticências

Porém, os cestos só poderiam ser usados para carregar coisas sólidas, objetos secos feitos de partículas consideravelmente maiores do que os interstícios da rede. As cestas não poderiam ser usadas para carregar a farinha ou o óleo de oliva, por exemplo, ou, mais importante do que tudo, a água.

Deve ter parecido natural revestir os cestos com argila, que depois de seca preencheria os orifícios da cesta, tornando-a sólida. Mas a lama seca teria a tendência de cair, principalmente se fosse sacudida ou batida. Porém, se a cesta fosse colocada ao sol e secasse diretamente sob o efeito da luz solar, a lama endureceria rapidamente e a cesta tornar-se-ia relativamente útil para transportar pós e líquidos.

Mas, então, por que usar as cestas? Por que não começar simplesmente com argila, moldar um recipiente com ela e deixá-lo secar ao sol? Teríamos, então, um pote feito de barro e alguns deles devem ter sido produzidos em 9000 antes de Cristo Porém esses potes eram frágeis e não duravam muito tempo.

Era necessário um calor mais forte. Quando a argila era colocada no fogo, tornava-se cerâmica resistente e esse tipo de cerâmica data talvez de 7000 antes de Cristo Deve ter sido o primeiro uso do fogo que não a luz, o calor e o cozimento de alimentos.

A cerâmica não tornou possível apenas o transporte de líquidos, introduziu ainda uma nova fórma de cozinhar. Até esse momento, o alimento era geralmente assado, exposto diretamente às chamas reticências. Com a existência de um pote que podia conter água e suportar o calor das chamas, o alimento poderia ser aquecido na água — poderia ser cozido. E foi dessa maneira que surgiram os ensopados e os guisados.

reticências

Fonte: ASIMOV, I. Cronologia das ciências e das descobertas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993. página 60-61.

  1. Segundo o texto, qual era a coisa mais importante que o ser humano primitivo não conseguia transportar nos cestos?
  2. O texto cita duas datas: 9000 antes de Cristo e 7000 antes de Cristo Qual dessas datas corresponde a uma época mais antiga?

(A sigla antes de Cristo quer dizer antes de Cristo.)

  1. O texto fala em recipientes de argila feitos em 9000 antes de Cristo A respeito deles, responda:
    1. Como eram fabricados?
    2. O que era necessário para que eles não fossem tão frágeis e pudessem durar mais tempo?
  1. Segundo o texto, qual foi o primeiro uso do fogo além de assar alimentos e obter luz e calor? Aproximadamente em que época isso aconteceu?
  2. Antes da existência dos potes de cerâmica, como o fogo era usado para preparar os alimentos?
  3. Cite uma maneira usada atualmente para preparar a carne que se assemelhe ao que você respondeu na questão anterior.
  4. Depois da existência dos potes de cerâmica, os alimentos passaram a ser preparados de outras maneiras. Segundo o texto, que maneiras são essas?
  5. Os modos de preparar alimentos da sua resposta à pergunta anterior ainda são utilizados hoje em dia?
Fotografia. Prateleiras com vasos, pratos, xícaras e panelas feitas de material marrom.
Utensílios de cerâmica comercializados no Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí. (Coronel José Dias, Piauí, 2021.)

Seu aprendizado não termina aqui

Há pessoas que gostam de colecionar rochas. Você é assim? Se for, então por que você não vai além e tenta saber mais sobre as rochas da sua coleção? Qual é o nome de cada uma? São magmáticas, sedimentares ou metamórficas? São usadas com alguma finalidade prática?

Em algumas bibliotecas, existem guias de identificação de minerais, repletos de informações úteis. Além disso, pode ser que na sua cidade haja especialistas em Mineralogia ou em Geologia que podem ser convidados para visitar a escola e falar aos estudantes sobre sua atividade profissional.

Uma outra sugestão: neste capítulo, você conheceu vários exemplos de materiais feitos de minerais. Coloque esse conhecimento em prática. Procure encontrar o maior número possível de aplicações desses materiais em sua residência e, a seguir, responda: em qual dos cômodos, na sua opinião, a variedade de materiais de origem mineral é maior?

É comum deparar com materiais cuja origem desconhecemos. Essa é uma ótima oportunidade para pesquisar por conta própria e aprender mais sobre Tecnologia e Sociedade!

Fotografia. Destaque para revestimento formado por pequenas pastilhas quadradas de vidro em diferentes tons de azul, organizados de forma irregular.
Fotografia. Destaque para uma pessoa segurando dois pequenos cilindros metálicos. Embaixo, uma caixa de ferramentas preta de cabos vermelhos aberta. 
Fotografia. Uma parede de tijolos retangulares em diferentes tons de marrom.
Fotografia. Detalhe de um vitral de estrutura preta formado por losangos de vidros coloridos. 
Fotografia. Um vaso sanitário com a louça em branco em um banheiro de revestimento marrom.