CAPÍTULO 5 Ossos e músculos
Respostas e comentários
Este capítulo e seus conteúdos conceituais
- Ossos
- Articulações
- Ligamentos
- Músculos esqueléticos
- Músculos lisos
- Músculo cardíaco
- Tendões
- Atuação conjunta de músculos esqueléticos e ossos
- Comparação entre alguns movimentos do corpo humano e os tipos de alavancas
- Coluna vertebral
Este capítulo aborda os sistemas esquelético e muscular humanos. No caso do sistema esquelético, o destaque deve estar no papel do esqueleto na sustentação e na proteção de alguns órgãos internos.
A seu critério, pode ser conveniente retomar o fato de sermos vertebrados (sonde se os estudantes têm uma noção prévia do que é isso) e estabelecer a relação disso com o estudo da coluna vertebral humana, realizado neste capítulo. A análise de radiografias em sala de aula (comentada à frente) ajuda a contextualizar esse estudo.
Também é importante mostrar de que maneira a estrutura das articulações móveis favorece alguns movimentos e salientar que os pontos mais fracos de nosso esqueleto são as articulações, o que é mais fácil de entender quando relacionado com as frequentes contusões no joelho sofridas por esportistas.
Quanto ao sistema muscular, a ideia é trabalhar mais detalhadamente a atuação dos músculos esqueléticos na locomoção e o fato de estarem intimamente vinculados aos ossos. O capítulo também menciona o papel do músculo cardíaco e dos músculos lisos, o que ajudará a entender, em outro volume, os movimentos peristálticos, a atuação do coração na circulação e a importância do diafragma e dos músculos intercostais na respiração pulmonar.
Conteúdo procedimental sugerido
• Evidenciar experimentalmente que os movimentos dos dedos médio e anular não são totalmente independentes (o que ajuda a entender o conceito de tendão).
Esse conteúdo pode ser desenvolvido com o experimento da seção Motivação.
Ao realizá-lo, os estudantes normalmente ficam surpresos por não terem um movimento que julgaram possuir. O dedo anular fica com sua movimentação prejudicada quando o dedo médio está imobilizado.
A explicação é dada no item 4, no livro do estudante, e se fundamenta na íntima união de tendões responsáveis pela movimentação dêsses dois dedos.
Motivação
A critério do professor, esta atividade poderá ser realizada em grupos.
Objetivo
Evidenciar que o movimento do dedo médio e o do anular não são totalmente independentes.
Procedimento
- Posicione sua mão sôbre a superfície de uma mesa como indicado na figura.
- Mantendo a mão nessa posição, tente levantar o dedo polegar. Você consegue?
- E o indicador? E o anular? E o mínimo?
- Tente explicar o que aconteceu.
Desenvolvimento do tema
1. Ossos e músculos
Nosso corpo é capaz de realizar muitos movimentos diferentes. Estamos tão acostumados a essa diversidade de movimentos que ficamos surpresos quando descobrimos que somos incapazes de executar algum movimento. O experimento anterior deve tê-lo deixado surpreso. Ao estudar este capítulo, você entenderá por que acontece o que observou no experimento.
A imensa variedade de movimentos que nosso corpo consegue realizar se deve basicamente à maneira como está estruturado nosso esqueleto e aos músculos conectados a ele.
Os esquemas a seguir ilustram o sistema esquelético e o sistema muscular na espécie humana.
O esqueleto humano, que em um adulto tem 206 ossos, dá sustentação ao corpo e protege alguns órgãos internos. O cérebro, por exemplo, é protegido pelos ossos do crânio; o coração e os pulmões, pelas costelas. Os ossos são, em grande parte, constituídos por tecido conjuntivo, no qual as células estão rodeadas por um material intercelular sólido que é leve e, ao mesmo tempo, resistente a impactos e quebras. Mas essa resistência tem limites. Impactos muito fortes podem quebrar os ossos, o que é denominado fratura óssea.
Os tecidos que formam os ossos têm a capacidade de se regenerar, ou seja, as células podem se multiplicar e restaurar a porção lesada. É por isso que o médico ortopedista imobiliza o osso quebrado. Durante o período de imobilização, os tecidos ósseos se regeneram e os fragmentos do osso voltam a se unir.
Respostas e comentários
Item 1
Se possível, leve radiografias de algumas partes do corpo para que os estudantes possam manipulá-las. Alguns professores montam pequenos acervos de radiografias velhas, doadas por amigos, parentes e colegas. Por questões éticas, remova o nome do paciente, recortando a parte que o identifica.
Auxilie os estudantes a identificar as partes radiografadas. Se possível, disponibilize materiais de consulta sôbre o corpo humano (por exemplo, os atlas de anatomia sugeridos no capítulo 4, neste Manual do professor) para que eles possam confrontar as representações anatômicas com as radiografias.
Em seguida, aproveite a oportunidade e amplie a discussão, comentando que radiografias antigas não devem ser descartadas no ambiente ou no lixo comum. É importante mandá-las para reciclagem. Uma consulta ao serviço de saúde local permite se informar sôbre como proceder em sua cidade.
As chapas radiográficas são feitas com acetato de celulose, plástico transparente e levemente azulado. Esse material, lançado no ambiente, tem tempo de decomposição médio de 400 anos. A chapa é coberta por uma fina camada de material gelatinoso contendo um sal de prata (brometo de prata, geralmente), que é sensível à luz.
No processo de reciclagem, tanto o plástico quanto a prata são reaproveitados. É possível obter algo entre 450 gramas e 500 gramas de prata ao processar .2500 chapas. Além de recuperar a matéria-prima, evita-se poluir o ambiente. A prata, assim como outros metais pesados, é prejudicial à saúde, pois se acumula no organismo, podendo causar problemas renais, motores e neurológicos.
tê cê tê Multiculturalismo
A foto da artesã pernambucana fazendo bordado típico de seu estado permite que você fale sôbre a importância de valorizar as múltiplas manifestações culturais de nosso povo, abordagem que vai ao encontro do tema Diversidade Cultural, que está inserido na macroárea de tê cê tês intitulada Multiculturalismo. Aproveite para estimular os estudantes a mencionar manifestações típicas de sua região.
De ôlho na Bê êne cê cê!
Esse capítulo, por tratar do funcionamento do organismo humano, potencializa o desenvolvimento da competência geral 8, pois possibilita conhecer o próprio corpo e adotar cuidados com a saúde individual, e da competência específica 7, pois estimula os estudantes a cuidar do seu bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza. O trabalho com essas competências é recorrentemente potencializado ao longo do capítulo.
Fontes das 4 figuras: Roberts, A. êti áli. The complete human body. segunda edição Londres: Dorling Kindersley, 2016. página 40-43, 50-53; SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANATOMIA. Terminologia Anatômica. São Paulo: Manole, 2001. página 8-29, 39-55.
Respostas e comentários
De ôlho na Bê êne cê cê!
• ê éfe zero seis cê ih zero seis
“Concluir, com base na análise de ilustrações e/ou modelos (físicos ou digitais), que os organismos são um complexo arranjo de sistemas com diferentes níveis de organização.“
O desenvolvimento dessa habilidade se iniciou no capítulo anterior e prossegue neste. Valem aqui as sugestões apresentadas no capítulo anterior deste Manual do professor, sôbre a utilização de recursos como publicações de Anatomia e de modelos físicos ou digitais.
• ê éfe zero seis cê ih zero nove
“Deduzir que a estrutura, a sustentação e a movimentação dos animais resultam da interação entre os sistemas muscular, ósseo e nervoso.“
Este capítulo explora a relação entre os sistemas muscular e ósseo na sustentação e na movimentação do ser humano.
sôbre o papel de coordenação do sistema nervoso, breves noções foram apresentadas no item 10 do capítulo 4. Uma visão mais abrangente será trabalhada no capítulo 7 e, portanto, o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih zero nove continuará naquele capítulo.
O pleno desenvolvimento dessa habilidade também está vinculado à realização da atividade de encerramento da unidade B (ao final do capítulo 6) e à realização da sugestão de atividade a seguir.
Sugestão de atividade
Em equipes, pesquisar imagens sôbre os sistemas muscular e ósseo de animais como cães, gatos, cavalos, aves, répteis, peixes e outros vertebrados específicos que, segundo a realidade local, seja oportuno indicar aos grupos.
O material reunido nessa atividade pode ser incorporado às postagens no blógui referentes à atividade de encerramento da unidade B, ampliando aquela atividade.
Fonte: MARIEB, E. N.; KELLER, S. M. Essentials of Human Anatomy & Physiology. décima terceira edição Harlow: Pearson, 2022. página 164.
2. Articulações ou juntas
Os locais onde dois ou mais ossos se unem são denominados articulações ou juntas. Nosso corpo tem articulações fixas, como as que existem entre ossos do crânio, e articulações móveis, como a que existe no joelho.
Tanto nas articulações fixas quanto nas móveis os ossos se mantêm unidos por um tecido conjuntivo denominado ligamento.
Nas articulações móveis, os ligamentos são flexíveis o suficiente para permitir que os ossos se movimentem em uma ou mais direções, mas sem se deslocarem da junta.
Em muitas articulações móveis a extremidade dos ossos é revestida de cartilagem, que é um tecido conjuntivo liso e relativamente resistente ao desgaste. Esse tecido permite que um osso deslize sôbre outro durante o movimento da junta, sem prejuízo para nenhum deles. Além disso, nessas juntas há o líquido sinovial, que lubrifica a articulação, facilitando o movimento dos ossos.
Respostas e comentários
tê cê tê Saúde
O item 2 deste capítulo é a primeira de diversas partes dele relacionadas ao tê cê tê Saúde.
Outras serão o texto O botulismo da seção Em destaque do final do item 3, o texto Mania de músculos: os perigos para a coluna vertebral e o risco dos esteroides anabolizantes, da seção Em destaque do final do item 6, a atividade 8 do Use o que aprendeu e a seção Seu aprendizado não termina aqui, ao final do capítulo.
Aprofundamento ao professor
Veja, na parte inicial deste Manual do professor, na seção Aprofundamento ao professor, os textos “Osteoporose”, “Curvaturas anormais da coluna vertebral“ e “Raquitismo, osteomalacia e escorbuto“.
Item 2
Ao trabalhar o tema articulações, comente com a turma que, além de ilustrar as articulações fixas entre os ossos do crânio, é possível localizar outras articulações na cabeça:
- a articulação temporomandibular: principal ligação entre a mandíbula e o crânio, é responsável por diversos movimentos (movimentação do queixo para trás e para a frente, conhecidas como protusão e retrusão; abertura e fechamento da boca, respectivamente chamadas de depressão e elevação mandibular; e desvio lateral da mandíbula, que permite o movimento do queixo para os lados).
- a articulação entre os dentes e os alvéolos dentários (denominada gonfose), feita de um material fibroso que fixa os dentes.
Explique para os estudantes que a gonfose, ainda que praticamente imóvel, é fundamental para a integridade da boca e dos dentes, já que amortece os impactos da mastigação.
Comente que, se os movimentos dos dentes nessas articulações forem maiores que o normal (digamos, superiores a 0,5 milímetro), podem caracterizar uma doença que requer tratamento, pois, caso contrário, pode provocar a perda do dente.
O esquema a seguir ilustra uma junta móvel, o ligamento que une os ossos, os revestimentos de cartilagem na ponta dos ossos e o local onde há líquido sinovial.
Fonte: MARIEB, E. N.; roên, K. Human Anatomy & Physiology. décima primeira edição Harlow: Pearson, 2019. página 286.
Num impacto violento, se os ossos de uma junta saem da sua posição normal, os médicos dizem que aconteceu uma luxação.
Em noticiários esportivos é comum o relato de que um jogador sofreu rompimento dos ligamentos do joelho ou de outra junta. De fato, além de luxações, impactos violentos nas articulações podem provocar lesões nos ligamentos, chegando até a rompê-los. A recuperação leva meses, ao longo dos quais os tecidos machucados se regeneram e o ligamento se “refaz”.
ATIVIDADE
Amplie o vocabulário!
Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.
• sistema esquelético • sistema muscular • articulação ou junta • ligamento
Respostas e comentários
Amplie o vocabulário!
Redações possíveis, considerando o nível de compreensão atual dos estudantes:
- sistema esquelético Conjunto formado por todos os ossos (e todas as articulações) do organismo.
- sistema muscular Estrutura composta dos músculos (esqueléticos) do organismo.
- articulação ou junta Ponto de união ou contato de dois ou mais ossos; pode ser fixa ou móvel.
- ligamento Tecido conjuntivo que conecta um osso ao outro em uma articulação.
sôbre a saúde das articulações
Comente com os estudantes que atletas de alta perfórmance acabam exigindo muito do seu corpo. Rotinas rigorosas com treinos constantes são essenciais para o alcance dos resultados excelentes, mas também aumentam o risco de ocorrência de lesões, em especial das articulações. Um atleta de jiu-jitsu, por exemplo, pode ter lesões no joelho por realizar os movimentos repetitivos nos treinos.
Fazer atividades físicas sem orientação adequada também pode resultar em problemas nas articulações, por exemplo, lesões no joelho devido a impactos durante corridas ou jogos de futebol ou tênis.
Se possível, organize uma entrevista com um médico ortopedista ou especializado em medicina esportiva, a fim de que os estudantes possam receber orientação a respeito das atividades físicas adequadas à idade e esclarecer eventuais dúvidas sôbre o tema.
De ôlho na Bê êne cê cê!
Considerando-se os atletas profissionais, as fotos A e B fornecem um gancho para desenvolver a competência geral 6, porque conhecimentos referentes a ossos e músculos possibilitam entender aspectos inerentes ao mundo do trabalho dêsses profissionais. Saberes e vivências culturais que se relacionam ao mundo do trabalho permitem aos estudantes fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida.
3. Os três tipos de músculos
Nosso esqueleto não se move sozinho. São os músculos que propiciam os movimentos. Contudo, nem todos os nossos músculos têm como função movimentar ossos.
Existem músculos responsáveis por movimentos internos do corpo. Exemplos dêsses movimentos são o bombeamento de sangue pelo coração e as contrações do estômago durante a digestão dos alimentos.
Há três tipos de músculos no corpo humano.
- Músculos esqueléticos. Estão ligados aos ossos e permitem movimentá-los. Esse tipo de músculo é responsável pelos movimentos mais perceptíveis do nosso corpo, como aqueles realizados ao andar, correr, jogar bola etcétera Músculos esqueléticos têm movimento voluntário, ou seja, sua atividade pode ser desencadeada pela nossa vontade.
- Músculos lisos. São encontrados em órgãos internos, como estômago e intestino. Esses músculos executam movimento involuntário, isto é, sua atividade não depende de uma intenção consciente para acontecer. Já pensou se tivéssemos de lembrar de mandar os músculos do estômago e do intestino funcionarem para digerir a comida?
- Músculo cardíaco. É encontrado apenas no coração. Examinado ao microscópio, se parece muito mais com os músculos esqueléticos do que com os lisos. Porém, ao contrário dos músculos esqueléticos, o músculo cardíaco tem movimento involuntário. (Afinal de contas, o coração funciona dia e noite, ainda que não nos lembremos de que ele existe!) Nesse aspecto, portanto, o músculo cardíaco é semelhante aos músculos lisos.
Fonte: AGUR, A. M. R.; dálei, A. F. Moore's Essential Clinical Anatomy. sexta edição Philadelphia: Wolters Kluwer, 2019. página 17.
ATIVIDADE
Para discussão em grupo
Imagine que vocês trabalham em uma empresa que faz aplicativos de computador para reconhecimento facial de emoções.
Debatam e façam uma lista com as características faciais que caracterizam: alegria, tristeza, surpresa e dúvida. Incluam no debate outras emoções que considerarem relevantes. Notem que essa é uma atividade de reconhecimento de padrões.
Como as características discutidas e listadas pelo grupo são exploradas por cartunistas, caricaturistas e desenhistas de animação?
Respostas e comentários
Item 3
Durante a abordagem item, comente com os estudantes que, para muitas pessoas, as expressões faciais e corporais são parte importante de sua comunicação. Isso acontece, por exemplo, com quem se comunica por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Um dos parâmetros que constituem os sinais utilizados em Libras são as chamadas expressões não manuais, que incluem toda a gama de expressões faciais empregadas por quem sinaliza.
Incentive os estudantes a saber mais sôbre isso por meio do vídeo acerca de expressões faciais e corporais na Libras disponível em:
https://oeds.link/oKvons.
Acesso em: 18 abril 2022.
Noções de pensamento computacional
A atividade proposta na seção Para discussão em grupo dá margem à observação, à percepção e à identificação de padrões envolvidos nas expressões faciais. A foto do item 3 proporciona um ponto de partida.
Como parte do desenvolvimento da atividade, proponha aos estudantes que façam desenhos (ainda que bem simples) de rostos que expressem alegria, tristeza, surpresa e dúvida.
Além disso, se houver condições na escola para fazer uma busca de imagens de cartúns e caricaturas que mostrem rostos com essas emoções e projetá-los em sala, todos poderão opinar sôbre traços faciais (explorados pelos artistas do desenho) característicos de cada emoção, tais como conformação da boca, das sobrancelhas e dos olhos.
A inclinação da cabeça e as eventuais rugas de expressão na testa e ao redor dos olhos são outros aspectos que contribuem para expressar emoções de modo não verbal.
EM DESTAQUE
O botulismo
O botulismo é uma doença causada pela ingestão de alimentos contaminados com uma toxina (substância tóxica) produzida pela bactéria . Bastam quantidades mínimas dessa toxina (uma das mais poderosas conhecidas) para interferir no funcionamento dos músculos e provocar paralisia geral, o que pode provocar a morte por parada respiratória e cardíaca.
A toxina botulínica — purificada, dosada e diluída — é empregada com finalidade estética. É injetada em músculos para paralisá-los e evitar as rugas de expressão relacionadas a eles. Há relatos na literatura médica de efeitos indesejáveis relacionados ao seu uso nesses casos, tais como dores de cabeça, náuseas, fraqueza muscular e também dor e inflamação, por meses, no local injetado.
Elaborado com dados obtidos de: Garner, L. P.; ráiat, J. L. Tratado de Histologia em cores. terceira edição Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
4. Músculos esqueléticos e movimentos do corpo
Já vimos que os músculos esqueléticos são os responsáveis pelos movimentos mais visíveis do nosso corpo, ou seja, são responsáveis pela movimentação do esqueleto. Mas como os músculos movem os ossos?
As extremidades dos músculos esqueléticos estão ligadas aos ossos. Cada uma dessas extremidades, denominada tendão, é formada por tecido conjuntivo.
Um músculo esquelético está ligado ao esqueleto, por meio de tendões, em pelo menos dois locais. O desenho A representa dois músculos do membro superior humano e os tendões que os unem ao esqueleto. O desenho B mostra a articulação do joelho, no qual podemos ver, entre outras coisas, o tendão que liga o quadríceps femoral à tíbia.
Fonte: istár, C. êti áli. Biology: the unity and diversity of life. décima quinta edição bóston: Cengage, 2019. página 605.
Fonte: NETTER, F. H. Atlas of Human Anatomy. sétima edição Philadelphia: Elsevier, 2019. prancha 510.
ATIVIDADE
Para fazer no seu caderno
Você recebeu uma mensagem contendo a seguinte informação: “O melhor tratamento para lesões musculares graves provocadas por atividades esportivas é passar, na região que dói, uma mistura de azeite de oliva, sal e vinagre de maçã.”.
Imediatamente, você desconfiou que é uma fake news, uma notícia intencionalmente falsa (não necessariamente criada pela pessoa que a enviou para você).
Busque, em fontes confiáveis, argumentos com embasamento científico para desmentir essa afirmação e registre-os no caderno. Também responda à pergunta: Qual deve ser a atitude de qualquer pessoa bem informada ao sofrer uma lesão?
Respostas e comentários
Em destaque
Ao trabalhar esse texto em sala, comente que, além de ser usada em procedimentos estéticos, a toxina botulínica (devidamente purificada e dosada) é utilizada para fins terapêuticos.
Quando adequadamente aplicada, essa substância provoca o relaxamento da musculatura da região em que foi administrada. Alguns de seus usos terapêuticos, sob recomendação médica, são em casos de:
- blefaroespasmo – doença que provoca contração espasmódica de uma ou das duas pálpebras;
- estrabismo – a toxina propicia alinhamento dos bulbos dos olhos, pois reduz o tônus muscular que provoca os desvios oculares característicos dêsse tipo de distúrbio;
- bruxismo: condição em que o indivíduo aperta ou range os dentes durante o sono, o que provoca dores de cabeça, desgaste e amolecimento dos dentes; a toxina reduz a contração muscular e alivia os sintomas.
Além de provocar relaxamento de músculos, a toxina botulínica reduz a atividade de glândulas sudoríparas. Nesse caso, sua administração ajuda a tratar a hiperidrose, doença caracterizada pelo excesso de suor nas axilas, palmas das mãos e/ou plantas dos pés.
Para conhecimento do docente, o efeito da toxina botulínica na musculatura ocorre pelo bloqueio da liberação de acetilcolina, o neurotransmissor responsável por conduzir estímulos nervosos nas sinapses neuromusculares (isto é, entre neurônio e célula muscular). Como resultado, o músculo não recebe a estimulação para se contrair. No caso das glândulas sudoríparas, a toxina atua bloqueando a neurotransmissão (também por acetilcolina) que estimula a atividade glandular.
De ôlho na Bê êne cê cê!
A utilização terapêutica e estética da toxina botulínica representa um conhecimento adquirido historicamente pela sociedade e culturalmente empregado atualmente por algumas pessoas. Dessa fórma, o trabalho com o texto da seção Em destaque relaciona-se à competência geral 1.
Visão crítica sôbre fake news
Após os estudantes terem realizado a atividade proposta no Para fazer no seu caderno, que pode ser sugerida como tarefa para casa, faça uma roda de discussão, a fim de que cada um compartilhe sua opinião e os dados que encontrou. Durante essa conversa, enfatize a necessidade de buscar informações em fontes confiáveis, como portais de universidades, centros de pesquisa e instituições médicas.
Auxilie os estudantes a perceber que uma postagem com informações incorretas pode resultar de toda uma gama de razões possíveis, desde ignorância (desconhecimento) de aspectos científicos até a má-fé (ação maldosa conscientemente praticada, fraude). As notícias intencionalmente falsas também são criadas com finalidades diversas, entre as quais estão a busca por curtidas, acessos e seguidores.
Essa discussão é importante porque ajuda os estudantes a desenvolver uma visão crítica a respeito das informações que recebem por meios digitais e para estimulá-los a verificar a autenticidade das fontes e a veracidade das informações antes de repassar postagens e mensagens.
Item 4
Palpação é um método que consiste em usar as pontas dos dedos ou as palmas das mãos para examinar o corpo. Durante a discussão sôbre a ação dos tendões no movimento dos músculos, sugira aos estudantes que observem as ilustrações do item 4 e percebam, por palpação usando as pontas dos dedos, os seus próprios tendões calcâneos, os tendões da articulação dos braços e dos joelhos.
Sugira também que eles palpem os tendões do dorso das próprias mãos, o que ajuda a entender, no final dêsse mesmo item 4, a explicação do resultado da atividade da seção Motivação do início do capítulo.
Fonte das ilustrações: TORTORA, G.; Dérricksan, B. Principles of Anatomy & Physiology. décima quinta edição Hoboken: John Wiley, 2017. página 361, 373, 374, 393.
Os músculos têm a importante propriedade de poderem se contrair (encolher-se) e relaxar (afrouxar-se). Quando se contraem, os músculos esqueléticos puxam os ossos aos quais estão ligados. Mas atenção: quando relaxam, esses músculos não empurram os ossos. Em outras palavras, músculos esqueléticos podem puxar os ossos aos quais estão ligados, mas não podem empurrá-los.
O esqueleto pode se movimentar ao redor das juntas móveis, como as que existem no cotovelo e no joelho, porque os músculos que movem os ossos dessas juntas trabalham aos pares. Cada um dêsses pares é formado por um músculo chamado flexor e por outro chamado extensor. Atuando de um dos lados da junta, o flexor puxa os ossos e flexiona a junta. Atuando do lado oposto, o extensor puxa os ossos para fazê-los voltar à posição inicial, estendendo a junta.
Saiba de onde vêm as palavras
O tendão calcâneo ainda é chamado por alguns de tendão de aquiles (nome não científico). A origem dessa denominação está no nome de Aquiles, herói da mitologia grega. Segundo a lenda, quando Aquiles era bebê, sua mãe o teria segurado pelos calcanhares e mergulhado no mágico Rio Estige, a fim de torná-lo invulnerável. Aquiles foi morto quando uma flecha o atingiu justamente no local que não havia sido banhado: o tendão calcâneo. Essa lenda, além de ter originado o nome popular para o tendão calcâneo, também originou a popular expressão “calcanhar de aquiles” como sinônimo de ponto fraco de algo ou de alguém.
ATIVIDADE
Tema para pesquisa
A Anatomia é a parte da ciência que estuda as estruturas do organismo. Todas as informações que temos atualmente na área da Anatomia são resultado de muitos anos de pesquisa por grande número de cientistas em todo o mundo, a maioria deles trabalhando em equipes.
Pesquise sôbre a história da Anatomia e seus principais eventos. Selecione as informações que mais chamaram a sua atenção e registre-as no caderno.
O material selecionado por você poderá ser utilizado para enriquecer a atividade em grupo de encerramento desta unidade, ao final do capítulo 6.
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História da Ciência
Pesquisar eventos da história das Ciências da Natureza, conforme a proposta do Tema para pesquisa, ajuda os estudantes a perceber que as descobertas científicas e o sucessivo aprimoramento de teorias se deve ao trabalho colaborativo de muitos pesquisadores.
Não exija uma pesquisa abrangente porque a história da Anatomia é muito extensa e isso seria enfadonho e contraproducente. Ao contrário, incentive os estudantes a buscar fatos que eles considerem interessantes e que desejem compartilhar com seus colegas. Afinal, esse material poderá ser usado para enriquecer a atividade de encerramento da unidade.
De ôlho na Bê êne cê cê!
Ao contrário do estereótipo propagado em obras de ficção, a atividade científica não é obra de “gênios isolados que têm inspirações súbitas”.
Assim, a proposta de atividade da seção Tema para pesquisa permite compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico (competência específica 1).
Rigidez cadavérica
Após a morte, os músculos do cadáver tornam-se rígidos. Isso é muito perceptível nas articulações, que se enrijecem a ponto de não poderem ser flexionadas. É a rigidez cadavérica, ou rigor mortis, que, dependendo da temperatura do ambiente, pode durar até aproximadamente três dias, até que os músculos comecem a se decompor.
Médicos legistas — que dão laudos para investigações policiais — utilizam o grau de rigidez cadavérica como um dos dados para avaliar o tempo de morte.
Os esquemas a seguir mostram pares musculares flexor/extensor do cotovelo e do joelho.
Fonte: Silvertorn, D. U. Human Physiology: an Integrated Approach. oitava edição Glenvíu: Pearson, 2019. página 376.
Fonte: Friman, S. êti áli. Biological Science. sétima edição Hoboken: Pearson, 2020. página 975.
Você agora está em condições de entender por que, no experimento do início do capítulo, não foi possível levantar o dedo anular. O músculo extensor capaz de esticar e levantar os dedos da mão está ligado a eles por meio de tendões. Acontece que os tendões do dedo médio e do anular se unem num ponto bem próximo a esses dedos, como você pode perceber na ilustração a seguir.
Fonte: Drêic, R. L.; , A. W.; mítchel, A. W. M. Gray's Anatomy for students. quarta edição Philadelphia: Elsevier, 2020. página 791.
Respostas e comentários
Item 4 (continuação)
Para demonstrar a atuação do par flexor/extensor, pode-se pedir aos estudantes, em sala, que executem um rápido experimento em duplas.
Um dos membros da dupla coloca a mão sob o tampo da carteira ou da mesa e tenta erguê-lo, enquanto o outro verifica, por apalpação, qual é o músculo do braço do colega que se contrai (figura A).
A seguir, a mão é colocada sôbre o tampo e o estudante faz fôrça para baixo, enquanto o outro verifica, nessa nova situação, qual é o músculo do colega que se contrai (figura B). Depois, os estudantes trocam de papel e repetem o experimento.
No caso da figura A, pode-se perceber a contração do músculo flexor da articulação do cotovelo, o bíceps braquial, e, no caso da figura B, a contração do músculo extensor dessa junta, o tríceps braquial.
Ao final do item 4, está a explicação do resultado observado na seção Motivação da abertura deste capítulo.
O dedo anular fica com sua movimentação prejudicada quando o dedo médio está imobilizado porque há uma íntima união de tendões responsáveis pela movimentação dêsses dois dedos.
De ôlho na Bê êne cê cê!
As informações apresentadas no boxe Rigidez cadavérica contribuem para compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, aumentando o repertório dos estudantes para o debate de questões científicas e do mundo do trabalho (no caso, por conhecer a atividade de um médico legista), favorecendo o desenvolvimento da competência específica 2.
Aprofundamento ao professor
Veja, na parte inicial deste Manual do professor, na seção Aprofundamento ao professor, os textos “Como os músculos se contraem?”, “O que causa o rigôr mórtis?”, “As fibras musculares são todas do mesmo tipo?” e “O que muda nos músculos com o exercício físico frequente? Qual é a diferença entre os exercícios voltados para fôrça e os voltados para resistência?”.
Isso explica por que o movimento do dedo anular não é totalmente independente do movimento do dedo médio. Conforme verificamos no início deste capítulo, ao manter a articulação do dedo médio encostada na mesa, o movimento de levantar o dedo anular fica “travado”.
ATIVIDADE
Amplie o vocabulário!
Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.
• músculo esquelético • músculo liso • músculo cardíaco • tendão
5. Alavancas no corpo humano
As alavancas são máquinas simples que facilitam a realização de tarefas. Em muitas articulações móveis, os ossos, ou o conjunto de ossos, atuam como se fossem alavancas. Nessas alavancas do corpo humano, um ou mais músculos realizam esfôrço para vencer a resistência do próprio pêso daquela parte do corpo e de objetos que eventualmente sejam carregados pela pessoa.
Fonte: MARIEB, E. N.; roên, K. Human Anatomy & Physiology. décima primeira edição Harlow: Pearson, 2019. página 361.
Use a internet
Para compreender melhor como as alavancas podem ajudar a diminuir o , explore a simulação, testando colocar as massas em diferentes posições e tentando encontrar equilíbrios com massas diferentes dos dois lados de uma gangorra: esfôrço
https://oeds.link/Jidcjf. Acesso em: 15 abril 2022.
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Atividades
Após o item 4, proponha as atividades 1 a 5 do Use o que aprendeu e 1 a 4 do Explore diferentes linguagens.
Amplie o vocabulário!
Redações possíveis, considerando o nível de compreensão atual dos estudantes:
- músculo esquelético Tipo de músculo que permite movimentar ossos por meio de contrações voluntárias.
- músculo liso Tipo de músculo que, por meio de contrações involuntárias, é responsável por movimentos como os que ocorrem na parede do estômago e do intestino.
- músculo cardíaco Um tipo de músculo encontrado exclusivamente no coração. (Visto ao microscópio, assemelha-se em aspecto aos músculos esqueléticos. Porém, sofre contrações involuntárias como os músculos lisos.)
- tendão Tecido conjuntivo que conecta um músculo esquelético a um osso. (Tem aspecto de cordão fibroso esbranquiçado.)
Item 5
Ao comentar que as alavancas são máquinas simples, amplie a discussão e explique para a turma que máquina é qualquer instrumento que, utilizando uma fonte de energia, facilita uma tarefa. Além da alavanca, a roldana e o plano inclinado são máquinas simples. (Serão estudadas com mais detalhes no 7º ano.)
Algumas máquinas são complexas, como as lavadoras de roupas e os automóveis. Para construir esses aparelhos, são utilizados diversos componentes, entre eles diversas máquinas simples.
Além de fundamentais na fabricação de outros aparelhos, as máquinas simples são equipamentos que fundamentam diversos utensílios do nosso dia a dia. A gangorra, o abridor de latas e a tesoura são exemplos da aplicação de alavancas.
Use a internet
Deixe os estudantes explorarem a simulação para compreender a dinâmica e depois dê desafios aos estudantes de equilibrarem diferentes massas utilizando diferentes pontos. Não é necessário mostrar o conceito de momento de uma fôrça. Apenas deixe que eles descubram empiricamente como equilibrar os objetos a diferentes distâncias do ponto de apôio.
De ôlho na Bê êne cê cê!
O item 5 ajuda a preparar os estudantes para o desenvolvimento do tema máquinas simples no 7º ano e da habilidade ê éfe zero sete cê ih zero um referente a ele.
6. A coluna vertebral
A coluna vertebral (anteriormente denominada espinha dorsal) humana é constituída por 33 ossos, denominados vértebras. Entre duas vértebras consecutivas há um disco de cartilagem que funciona como um amortecedor de choques e impede que uma vértebra encoste em outra e “raspe” nela.
Fonte: TORTORA, G. J. ; Dérricksan, B. Principles of Anatomy & Physiology. décima quinta edição Hoboken: John Wiley, 2017. página 216.
Cada vértebra é mantida em sua posição por um conjunto de ligamentos e músculos, o que dá à coluna vertebral certa flexibilidade e nos permite realizar movimentos como mover a coluna vertebral para cima ou para baixo e rodá-la, junto com o tronco, um pouco para a direita ou para a esquerda.
Todas as vértebras têm um orifício central. Ao longo da coluna vertebral esses orifícios formam uma espécie de tubo, dentro do qual existe um feixe de nervos denominado medula nervosa, ou medula espinal. Esses nervos são fundamentais, entre outros fatores, para a comunicação do cérebro com as regiões do tronco, dos membros superiores (braços) e dos membros inferiores (pernas). Essa comunicação, que é realizada por meio de impulsos nervosos que fluem pelos nervos, permite ao cérebro receber informações de todas essas partes e enviar instruções a elas.
Fontes: Ismíf, T. ( edição). The human body: an illustrated guide to its structure, functions, and disorders. segunda edição Londres: Dorling Kindersley, 2006. página 38; NETTER, F. H. Atlas of Human Anatomy. sétima edição Philadelphia: Elsevier, 2019. prancha 163.
Fonte: , J. H.; ROPSON, J. L. The nature of life. terceira edição Nova York: McGraw-Hill, 1995. página 738.
ATIVIDADE
Reflita sôbre suas atitudes
Levantar uma caixa pesada da maneira mostrada em A fôrça demais os ligamentos que mantêm as vértebras encadeadas e oferece risco à coluna vertebral. O modo ilustrado em B é menos perigoso. Você faz assim?
Respostas e comentários
Atividades
Após o item 6, proponha os exercícios 6 e 7 do Use o que aprendeu e a atividade 5 do Explore diferentes linguagens.
Aprofundamento ao professor
Na parte inicial deste Manual do professor, na seção Aprofundamento ao professor, existem textos que apresentam informações relativas a osteoporose, escoliose, cifose, lordose, raquitismo, osteomalacia e escorbuto.
Esses textos fornecem subsídios ao educador para, se considerar oportuno, abordar o item 6 dêsse capítulo com mais detalhes.
Eles também fornecem informações aos educadores que podem ser usadas ao orientar os estudantes para a realização da atividade de fechamento da unidade B (ao final do capítulo 6).
Conteúdos atitudinais sugeridos
- Ser consciente da importância dos exercícios físicos para a saúde.
- Ser consciente de que problemas podem decorrer da prática de exercícios físicos sem orientação adequada e sem acompanhamento médico periódico.
- Ponderar sôbre os riscos representados pelos esteroides anabolizantes.
Aproveite a leitura e a interpretação do texto Em destaque do item 6 para destacar aos estudantes a importância dessas atitudes.
EM DESTAQUE
Mania de músculos: os PERIGOS para a coluna vertebral e o RISCO dos esteroides anabolizantes
Há exercícios físicos específicos para atingir diferentes objetivos: emagrecer, favorecer a respiração, melhorar a circulação, desenvolver os músculos, aumentar a resistência física etcétera
Praticar exercícios físicos sem orientação de um professor especializado e sem acompanhamento médico periódico pode causar ou agravar problemas de saúde. Muitas pessoas praticam exercícios de musculação sem orientação e, por exemplo, utilizam equipamentos de maneira inadequada ou se posicionam de modo incorreto quando levantam objetos pesados. Tudo isso pode oferecer risco à coluna vertebral e à medula espinal.
O esqueleto de um embrião no início da gestação é constituído de cartilagem, que é bastante flexível. Ainda no útero materno, tecidos ósseos começam a substituir essa cartilagem e os ossos começam a endurecer. Esse processo, a calcificação, só se completa na idade adulta, quando restará cartilagem apenas em alguns locais, como no nariz, na orelha e nas extremidades de alguns ossos.
Levantar objetos muito pesados pode causar o esmagamento dos discos de cartilagem que há entre as vértebras, a ponto de a cartilagem se espalhar para fóra da região normalmente ocupada pelo disco. Quando isso acontece, diz-se que a pessoa tem uma hérnia de disco. A cartilagem pressiona os nervos da medula espinal, o que pode provocar fortes dores e até paralisia de diferentes partes do corpo.
As pessoas musculosas não têm maior número de músculos que as outras. O exercício físico frequente faz os músculos se desenvolverem e aumentarem de tamanho. Esse aumento de massa muscular pode ser conseguido com exercícios e alimentação adequados. Há, porém, pessoas que consomem esteroides anabolizantes, substâncias que aceleram o aumento da massa muscular, mas causam também sérios efeitos, como doenças no fígado, problemas no coração, irritabilidade, distúrbios mentais e impossibilidade de gerar filhos.
Exercícios físicos contribuem para a saúde e para o bem-estar da mente e do corpo. Ao praticarem atividades físicas regularmente, como nadar, correr e jogar futebol, as pessoas se previnem contra certas doenças.
Antes de fazer uma atividade física, lembre-se de três recomendações básicas: orientação adequada para executá-la, acompanhamento médico regular e esteroide anabolizante jamais!
Fonte: Elaborado a partir de AGUR, A. M. R.; dálei, A. F. Moore's Essential Clinical Anatomy. sexta edição Philadelphia: Wolters Kluwer, 2019. página 50, 60, 67.
Dica de saúde
Na adolescência, o esqueleto ainda está crescendo e não está totalmente calcificado. Por isso, nessa fase, é importante manter uma postura correta, com a coluna vertebral ereta, ao andar, ao ficar em pé e ao sentar-se.
Respostas e comentários
Combate ao bullying
O texto da seção Em destaque do item 6 também oportuniza o combate ao bullying.
Questione os estudantes sôbre os padrões de beleza divulgados pela mídia. O que costuma ser retratado como “belo”? Em que veículos de informações, imagens e vídeos tais padrões estão presentes com maior frequência?
Reserve um tempo da aula para que a turma se manifeste. Nesses momentos de conversa, esteja atento para que todos tenham oportunidade de opinar, em especial os estudantes mais tímidos e os que se expressam com mais dificuldade.
Em seguida, pergunte aos estudantes se eles acham que todas as pessoas têm a mesma aparência corporal ou se existem diferenças acentuadas entre a população. Em seguida, oriente a discussão para que os estudantes percebam que existem padrões de beleza impostos pela mídia (o que inclui publicidade, novelas de tevê e filmes de cinema) que não correspondem à maioria das pessoas. A intensa divulgação dêsses padrões – às vezes, denominada “ditadura da beleza” – pode fazer com que algumas pessoas se sintam pressionadas a adquirir padrões estéticos em conformidade com eles.
Nesse momento, mencione que há quem, sentindo-se pressionado ou pressionada por padrões estéticos, use estratégias não saudáveis para alcançar o corpo desejado, como o uso de anabolizantes e dietas radicais sem acompanhamento médico. Destaque que tais atitudes nada têm de saudável, muito pelo contrário, provocam danos à saúde.
Explique, então, que existem diferentes biotipos corporais, ou seja, distintos padrões físicos (você poderá encontrar os biotipos mais comuns na internet, caso deseje falar mais sôbre eles). Comente que o biotipo corporal está ligado à constituição óssea, ao metabolismo, à massa muscular e à quantidade de gordura, sendo fortemente condicionado pela herança genética.
Associando o produto da discussão e essas informações, encaminhe a conversa para que os estudantes percebam que não há como definir um padrão corporal possível e adequado a todas as pessoas e para que compreendam que todas as fórmas corporais devem ser respeitadas. São as diferenças que nos fazem únicos e, em uma sociedade plural e democrática, todas as pessoas devem ser respeitadas e valorizadas.
Destaque, ainda, que não compreender essas diferenças pode conduzir à prática sistemática e repetitiva de atitudes humilhantes e intimidadoras, verbais e/ou físicas, que caracterizam o bullying, uma atitude inaceitável tanto no ambiente escolar como na sociedade como um todo. (Você pode encontrar mais informações sôbre esse tema na primeira parte deste Manual do professor, no texto sôbre bullying).
Amplie o vocabulário!
Redações possíveis considerando o nível de compreensão atual dos estudantes:
- coluna vertebral Estrutura composta de ossos denominados vértebras, que envolve e protege a medula espinal.
- hérnia de disco Lesão do disco de cartilagem localizado entre duas vértebras, em que o disco é comprimido pelas vértebras e se alarga, pressionando a medula espinal.
- esteroides anabolizantes Substâncias que aceleram o aumento de massa muscular, mas causam efeitos danosos à saúde.
Interdisciplinaridade
A abordagem do Em destaque visa também a salientar os problemas de saúde provenientes da sobrecarga sobre a coluna e do uso de esteroides anabolizantes.
O professor de Educação Física pode prestar grande contribuição ao abordar conjuntamente o tema e enfatizar esses mesmos pontos.
Atividades
Após trabalhar em sala o texto do Em destaque, proponha o exercício 8 da seção Use o que aprendeu e a atividade 6 da seção Explore diferentes linguagens.
ATIVIDADE
Amplie o vocabulário!
Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.
• coluna vertebral • hérnia de disco • esteroides anabolizantes
Organização de ideias
MAPA CONCEITUAL
Atividades
Use o que aprendeu
- Os ossos são estruturas vivas? E os músculos? Explique.
- Todas as articulações do corpo são móveis? Explique.
- Explique a frase: “Músculos esqueléticos não empurram, só puxam!”.
- “O bíceps braquial e o tríceps braquial são dois músculos que permitem movimentos da articulação do cotovelo. O ◼ atua como ◼ e permite dobrar essa articulação. Já o ◼ atua como ◼ e permite estender essa junta.”
Reescreva esse texto em seu caderno, usando algumas das palavras a seguir nos locais apropriados.
- ligamento
- tendão
- flexor
- osso
- extensor
- bíceps braquial
- cartilagem
- tríceps braquial
- cotovelo
- líquido sinovial
- Qual é a diferença entre ligamento e tendão? Qual é a função de cada um no corpo humano?
- Coluna vertebral NÃO é a mesma coisa que medula espinal. Qual é a diferença entre ambas?
- Como se chamam os ossos que formam a coluna vertebral?
Respostas e comentários
Respostas do Use o que aprendeu
1. Sim, ambos são estruturas vivas. Ossos e músculos são órgãos (estruturas formadas por dois ou mais tecidos) e, como tal, são constituídos por células vivas.
Ossos e músculos compõem, respectivamente, os sistemas esquelético e muscular.
2. Não. Há articulações fixas, como as que unem os ossos do crânio.
3. Os músculos esqueléticos (ligados a ossos) podem apenas puxar os ossos a que estão unidos. Isso acontece quando eles se contraem. Por sua vez, quando esses músculos se relaxam, não empurram os ossos a que estão ligados.
4. “O bíceps braquial e o tríceps braquial são dois músculos que permitem movimentos da articulação do cotovelo. O bíceps braquial atua como flexor e permite dobrar essa articulação. Já o tríceps braquial atua como extensor e permite estender essa junta.”
5. Ligamento é um tecido (conjuntivo) que mantém ossos unidos nas articulações. Tendão é um tecido (conjuntivo) por meio do qual um músculo se une a um osso.
6. Nos seres humanos, a coluna vertebral é uma sequência articulada de (em geral) 33 ossos: as vértebras. Já a medula espinal é um feixe de nervos que passa por dentro de orifícios existentes nas vértebras.
Professor, saliente que a coluna vertebral, anteriormente denominada espinha dorsal, faz parte do sistema esquelético, enquanto a medula espinal faz parte do sistema nervoso.
7. Vértebras.
- Alguns praticantes de atividades físicas, quando não têm supervisão e orientação adequada, podem exagerar na execução de exercícios que provocam impactos nas juntas dos joelhos e na coluna vertebral.
- Que prejuízo pode causar a destruição do revestimento de cartilagem da ponta dos ossos da articulação do joelho?
- Que problema de saúde pode ocorrer se houver um esmagamento dos discos de cartilagem da coluna vertebral?
Atividades
Explore diferentes linguagens
A critério do professor, as atividades a seguir poderão ser feitas em grupos.
ANALOGIA
1. Imagine a seguinte situação: Maria está do lado de dentro de um cômodo e tenta fechar uma porta, ao mesmo tempo que sua irmã Joana tenta abri-la pelo lado de fóra.
Vamos comparar o comportamento da dobradiça da porta ao do joelho humano. Nessa comparação, quem age como um músculo flexor e quem age como um músculo extensor? Justifique sua resposta.
ESQUEMAS
Esses esquemas se referem à flexão e à extensão do joelho. Utilize-os para resolver as atividades 2 e 3.
- Em seu caderno, faça a associação dos números 1, 2, 3 e 4 com as legendas a seguir:
- Extensor contraído
- Extensor relaxado
- Flexor contraído
- Flexor relaxado
- Consulte as ilustrações do capítulo, se necessário, e identifique pelo nome os músculos que aparecem nesses esquemas.
Respostas e comentários
8. a) Dificuldade para dobrar essa articulação (e dor), já que as extremidades dos ossos do joelho passarão a raspar uma na outra.
b) O disco de cartilagem esmagado (hérnia de disco) pode pressionar a medula espinal e causar fortes dores e paralisia.
Respostas do Explore diferentes linguagens
1. Maria, ao tentar fechar a porta, atua como flexor, pois tenta dobrar a dobradiça. Já Joana, ao tentar abrir a porta, age como extensor, pois tenta desdobrar a dobradiça. (Note que a questão pede que se compare o comportamento da dobradiça – e não da porta – ao do joelho.)
2. A associação é:
Extensor relaxado
Flexor contraído
Extensor contraído
Flexor relaxado
3. O extensor é o quadríceps femoral, e o flexor é o bíceps femoral (os nomes aparecem na ilustração do sistema muscular).
- Você trabalha na parte esportiva de um jornal e recebeu este esquema para ser publicado junto com uma matéria sôbre um jogador que sofreu um grave problema durante uma partida de futebol.
- Escolha, entre as opções listadas, aquelas que explicam a figura. Transcreva-as no caderno e associe-as às letras A, B, C e D.
- Local de ruptura do ligamento
- Local de ruptura do tendão
- Tendão intacto
- Ligamento intacto
- Osso do calcanhar
- Músculos da perna
- Escolha, entre as opções listadas, aquelas que explicam a figura. Transcreva-as no caderno e associe-as às letras A, B, C e D.
b) Escolha um título apropriado para a ilustração.
MODELO
5. Um grupo de estudantes do 6º ano utilizou barbante, fita adesiva, carretéis de linha (vazios e de diferentes tamanhos) e discos de papelão com um furo central para construir o modelo de coluna vertebral como o que aparece na ilustração.
Responda no seu caderno e justifique:
Nesse modelo, o que representam os carretéis? E os discos de papelão? E o barbante?
TRECHO DE CONVERSA
6. Durante uma conversa, uma pessoa disse:
“Estou fazendo aulas numa academia de musculação e já começo a perceber os resultados. Estou com músculos que eu não tinha!”
Comente essa frase em seu caderno, apontando o erro. Reescreva-a de modo que a torne correta.
Seu aprendizado não termina aqui
As páginas de esportes em jornais e revistas, às vezes, trazem notícias de lesões musculares ou ósseas sofridas por atletas.
Pesquise sôbre as lesões citadas nessas notícias de que ainda não tenha ouvido falar ou cujas características não conheça. É uma ótima oportunidade para aprender mais sôbre o corpo humano.
Respostas e comentários
4. a) A – Músculos da perna; B – Tendão intacto; C – Local de ruptura do tendão; D – Osso do calcanhar.
b) Resposta pessoal. O ideal seria responder algo como: “Esquema do tendão calcâneo rompido”.
5. Os carretéis representam as vértebras, ossos que compõem a coluna vertebral. Os discos de papelão entre os carretéis representam os discos de cartilagem posicionados entre as vértebras. E o barbante, que atravessa o orifício dos carretéis, representa a medula espinal, que passa pelos orifícios das vértebras. (Professor, os pedaços de fita adesiva funcionam como os ligamentos que mantêm as vértebras unidas. Esse exercício é muito interessante para trabalhar a ideia de modelo científico.)
6. O exercício físico provoca aumento da massa (e do volume) muscular, mas não do número de músculos que existem no corpo humano. Uma das possíveis redações alternativas é: “Estou fazendo aulas numa academia de musculação e já estou sentindo os resultados. A massa de meus músculos (ou o volume de meus músculos) já aumentou!”.
Interdisciplinaridade
No capítulo 7 deste Manual do professor é feita uma sugestão de abordagem interdisciplinar com Arte na construção de outros modelos da coluna vertebral e da medula espinal baseados nesse da atividade 5.
De ôlho na Bê êne cê cê!
A atividade 5 do Explore diferentes linguagens refere-se a utilizar as linguagens artística e científica (na análise do modelo apresentado), bem como perceber que a construção e a interpretação de modelos faz parte das práticas e procedimentos das Ciências da Natureza. Assim sendo, essa atividade vincula-se à competência geral 4 e às competências específicas 2 e 6.
Por sua vez, a seção Seu aprendizado não termina aqui estimula exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências (competência geral 2), bem como fazer perguntas e buscar respostas com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza (competência específica 3).