CAPÍTULO 5 Ossos e músculos

Ilustração. Duas imagens lado a lado de uma mulher de perfil com a pele translúcida em posição de corrida. Em uma delas estão ilustrados os músculos e os ossos do corpo e na outra estão ilustrados apenas os ossos.
Ilustração computadorizada mostrando o esqueleto (à direita) e os músculos esqueléticos (à esquerda) de uma atleta durante corrida leve. (Visão parcial interna, em cores fantasiosas.) Quais são as funções de ossos e músculos?
Respostas e comentários

Este capítulo e seus conteúdos conceituais

  • Ossos
  • Articulações
  • Ligamentos
  • Músculos esqueléticos
  • Músculos lisos
  • Músculo cardíaco
  • Tendões
  • Atuação conjunta de músculos esqueléticos e ossos
  • Comparação entre alguns mo­vimentos do corpo hu­mano e os tipos de alavancas
  • Coluna vertebral

Este capítulo aborda os sistemas esquelético e muscular humanos. No caso do sistema esquelético, o destaque deve estar no papel do esqueleto na sustentação e na proteção de alguns órgãos internos.

A seu critério, pode ser conveniente retomar o fato de sermos vertebrados (sonde se os estudantes têm uma noção prévia do que é isso) e estabelecer a relação disso com o estudo da coluna vertebral humana, realizado neste capítulo. A análise de radiografias em sala de aula (comentada à frente) ajuda a contextualizar esse estudo.

Também é importante mos­trar de que maneira a estrutura das articulações móveis favorece alguns movimentos e salientar que os pontos mais fracos de nosso esqueleto são as articulações, o que é mais fácil de entender quando relacionado com as frequentes contusões no joe­lho sofridas por esportistas.

Quanto ao sistema muscular, a ideia é trabalhar mais detalhadamente a atuação dos músculos esqueléticos na locomoção e o fato de estarem intimamente vinculados aos ossos. O capítulo também menciona o papel do músculo cardíaco e dos músculos lisos, o que ajudará a entender, em outro volume, os movimentos peristálticos, a atuação do coração na circulação e a importância do diafragma e dos músculos intercostais na respiração pulmonar.

Conteúdo procedimental sugerido

Evidenciar experimentalmente que os movimentos dos dedos médio e anular não são totalmente independentes (o que ajuda a entender o conceito de tendão).

Esse conteúdo pode ser desenvolvido com o experimento da seção Motivação.

Ao realizá-lo, os estudantes normalmente ficam surpresos por não terem um movimento que julgaram possuir. O dedo anular fica com sua movimentação prejudicada quando o dedo médio está imobilizado.

A explicação é dada no item 4, no livro do estudante, e se fundamenta na íntima união de tendões responsáveis pela movimentação dêsses dois dedos.

Motivação

A critério do professor, esta atividade poderá ser realizada em grupos.

Ícone. Vidraria de laboratório.

Objetivo

Evidenciar que o movimento do dedo médio e o do anular não são totalmente independentes.

Procedimento

  1. Posicione sua mão sôbre a superfície de uma mesa como indicado na figura.
  2. Mantendo a mão nessa posição, tente levantar o dedo polegar. Você consegue?
  3. E o indicador? E o anular? E o mínimo?
  4. Tente explicar o que aconteceu.
Ilustração. Mão espalmada com o dedo médio dobrado para trás. De cada um dos dedos sai uma linha de chamada com o nome: mínimo; anular; mantenha o dedo médio dobrado e encostado na mesa; indicador; polegar.

Desenvolvimento do tema

1. Ossos e músculos

Nosso corpo é capaz de realizar muitos movimentos diferentes. Estamos tão acostumados a essa diversidade de movimentos que ficamos surpresos quando descobrimos que somos incapazes de executar algum movimento. O experimento anterior deve tê-lo deixado surpreso. Ao estudar este capítulo, você entenderá por que acontece o que observou no experimento.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: multiculturalismo.
Fotografia. Destaque para as mãos de uma pessoa costurando lantejoulas douradas em uma faixa de tecido amarela. Na faixa já estão bordadas uma faixa azul com um arco-íris e uma faixa branca com uma cruz vermelha.
Somos capazes de uma grande diversidade de movimentos. Apenas com as mãos, podemos realizar muitos tipos diferentes de tarefas com grande precisão. Na foto, bordadeira trabalhando em adereço para o carnaval em Nazaré da Mata, Pernambuco. O bordado é uma das principais atividades artesanais de Pernambuco, sendo conhecido, inclusive internacionalmente, como parte marcante da cultura dêsse estado.

A imensa variedade de movimentos que nosso corpo consegue realizar se deve basicamente à maneira como está estruturado nosso esqueleto e aos músculos conectados a ele.

Os esquemas a seguir ilustram o sistema esque­lético e o sistema muscular na espécie humana.

O esqueleto humano, que em um adulto tem 206 ossos, dá sustenta­ção ao corpo e protege alguns órgãos internos. O cérebro, por exemplo, é protegido pelos ossos do crânio; o coração e os pulmões, pelas costelas. Os ossos são, em grande parte, constituídos por tecido conjuntivo, no qual as células estão rodeadas por um material intercelular sólido que é leve e, ao mesmo tempo, resistente a impactos e quebras. Mas essa resistência tem limites. Impactos muito fortes podem quebrar os ossos, o que é denominado fratura óssea.

Os tecidos que formam os ossos têm a capacidade de se regenerar, ou seja, as células podem se multiplicar e restaurar a porção lesada. É por isso que o médico ortopedista imobiliza o osso quebrado. Durante o período de imobilização, os tecidos ósseos se regeneram e os fragmentos do osso voltam a se unir.

Respostas e comentários

Item 1

Se possível, leve radiografias de algumas partes do corpo para que os estudantes possam manipulá-las. Alguns professores montam pequenos acervos de radiografias velhas, doadas por amigos, parentes e colegas. Por questões éticas, remova o nome do paciente, recortando a parte que o identifica.

Auxilie os estudantes a identificar as partes radiografadas. Se possível, disponibilize materiais de consulta sôbre o corpo humano (por exemplo, os atlas de anatomia sugeridos no capítulo 4, neste Manual do professor) para que eles possam confrontar as representações anatômicas com as radiografias.

Em seguida, aproveite a oportunidade e amplie a discussão, comentando que radiografias antigas não devem ser descartadas no ambiente ou no lixo comum. É importante mandá-las para reciclagem. Uma consulta ao serviço de saúde local permite se informar sôbre como proceder em sua cidade.

As chapas radiográficas são feitas com acetato de celulose, plástico transparente e levemente azulado. Esse material, lançado no ambiente, tem tempo de decomposição médio de 400 anos. A chapa é coberta por uma fina camada de material gelatinoso contendo um sal de prata (brometo de prata, geralmente), que é sensível à luz.

No processo de reciclagem, tanto o plástico quanto a prata são reaproveitados. É possível obter algo entre 450 gramas e 500 gramas de prata ao processar .2500 chapas. Além de recuperar a matéria-prima, evita-se poluir o ambiente. A prata, assim como outros metais pesados, é prejudicial à saúde, pois se acumula no organismo, podendo causar problemas renais, motores e neurológicos.

tê cê tê Multiculturalismo

A foto da artesã pernambucana fazendo bordado típico de seu estado permite que você fale sôbre a importância de valorizar as múltiplas manifestações culturais de nosso povo, abordagem que vai ao encontro do tema Diversidade Cultural, que está inserido na macroárea de tê cê tês intitulada Multiculturalismo. Aproveite para estimular os estudantes a mencionar manifestações típicas de sua região.

De ôlho na Bê êne cê cê!

Esse capítulo, por tratar do funcionamento do organismo humano, potencializa o desenvolvimento da competência geral 8, pois possibilita conhecer o próprio corpo e adotar cuidados com a saúde individual, e da competência específica 7, pois estimula os estudantes a cuidar do seu bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza. O trabalho com essas competências é recorrentemente potencializado ao longo do capítulo.

Ilustração A. Esqueleto de um ser humano de pé, virado para a frente. Há linhas de chamada nomeando alguns ossos. Da cabeça: crânio, maxilar e mandíbula. Do ombro: clavícula. Do peito: escápula e costelas. Do braço: úmero. Do antebraço: rádio e ulna. Do quadril: ílio, púbis e ísquio. Da coxa: fêmur. Do joelho: patela. Da perna: fíbula e tíbia. Ilustração B. Esqueleto de um ser humano de pé, virado para trás. Há linhas de chamada indicando conjuntos de ossos. De cima para baixo: ossos da cabeça. Do pescoço ao quadril: Ossos do tronco. Dos ombros até as mãos: Ossos do membro superior esquerdo. Ossos do membro superior direito. Das pernas até os pés: Ossos do membro inferior esquerdo. Ossos do membro inferior direito.
Mais de duzentos ossos compõem o sistema esquelético humano, ilustrado aqui em visão anterior (A) e em visão posterior (B). Em A aparecem os nomes de apenas alguns ossos. (Cores fantasiosas.)
Ilustração A. Músculos de um ser humano de pé, virado para a frente. Há linhas de chamada nomeando alguns músculos. Do ombro: deltoide. Do peito: peitoral maior. Do braço: bíceps branquial. Da barriga: reto do abdômen. Da coxa: quadríceps femoral.  Ilustração B. Músculos de um ser humano de pé, virado para trás. Há linhas de chamada nomeando alguns músculos. Do ombro: deltoide. Das costas: trapézio. Do braço: tríceps braquial. Dos glúteos: glúteo máximo. Da coxa: bíceps femoral.
Mais de seiscentos músculos compõem o sistema muscular humano, ilustrado aqui em visão anterior (A) e em visão posterior (B). Apenas alguns músculos e alguns nomes aparecem nos desenhos. (Cores fantasiosas.)

Fontes das 4 figuras: Roberts, A. êti áli. The complete human body. segunda edição Londres: Dorling Kindersley, 2016. página 40-43, 50-53; SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANATOMIA. Terminologia Anatômica. São Paulo: Manole, 2001. página 8-29, 39-55.

Respostas e comentários

De ôlho na Bê êne cê cê!

ê éfe zero seis cê ih zero seis

“Concluir, com base na análise de ilustrações e/ou modelos (físicos ou digitais), que os organismos são um complexo arranjo de sistemas com diferentes níveis de organização.“

O desenvolvimento dessa habilidade se iniciou no capítulo anterior e prossegue neste. Valem aqui as sugestões apresentadas no capítulo anterior deste Manual do professor, sôbre a utilização de recursos como publicações de Anatomia e de modelos físicos ou digitais.

ê éfe zero seis cê ih zero nove

“Deduzir que a estrutura, a sustentação e a movimentação dos animais resultam da interação entre os sistemas muscular, ósseo e nervoso.“

Este capítulo explora a relação entre os sistemas muscular e ósseo na sustentação e na movimentação do ser humano.

sôbre o papel de coordenação do sistema nervoso, breves noções foram apresentadas no item 10 do capítulo 4. Uma visão mais abrangente será trabalhada no capítulo 7 e, portanto, o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih zero nove continuará naquele capítulo.

O pleno desenvolvimento dessa habilidade também está vinculado à realização da atividade de encerramento da unidade B (ao final do capítulo 6) e à realização da sugestão de atividade a seguir.

Sugestão de atividade

Em equipes, pesquisar imagens sôbre os sistemas muscular e ósseo de animais como cães, gatos, cavalos, aves, répteis, peixes e outros vertebrados específicos que, segundo a realidade local, seja oportuno indicar aos grupos.

O material reunido nessa atividade pode ser incorporado às postagens no blógui referentes à atividade de encerramento da unidade B, ampliando aquela atividade.

Ilustração. A: um coágulo sanguíneo ocupa o espaço formado quando o osso se quebrou. O osso, em corte, está representado como duas faixas horizontais paralelas cinza com um espaço interno rosa contendo tubos finos e ramificados em vermelho. Em diagonal, uma faixa vermelha atravessa a estrutura óssea e forma uma protuberância acima e abaixo. Linha de chamada para: osso fraturado, coágulo sanguíneo e vasos sanguíneos. B: Finas e pequenas estruturas cinzas ocupam parte do coágulo. Linha de chamada para: rede de tecido fibroso (tecido conjuntivo cartilaginoso). C: A estrutura que representava o coágulo está em tons de cinza e ramificações dos vasos invadiram essa região. Linha de chamada para: osso esponjoso (calo ósseo). D: o osso e as veias estão unidos, sobrando uma protuberância cinza acima e abaixo do ponto de fratura. Linhas de chamada para: vasos sanguíneos regenerados e osso novo.
Regeneração de uma fratura óssea: A. Pouco tempo após a fratura. B. Após alguns dias. C. Depois de 1 a 2 semanas. D. Após 2 ou 3 meses. (Ilustração em córte e em cores fantasiosas.)

Fonte: MARIEB, E. N.; KELLER, S. M. Essentials of Human Anatomy & Physiology. décima terceira edição Harlow: Pearson, 2022. página 164.

Fotografia. Homem negro careca usando avental azul. Ele tem um estetoscópio ao redor do pescoço e segura a perna enfaixada de uma pessoa.
Durante o período de imobilização, os tecidos do osso fraturado se regeneram.
Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: saúde.

2. Articulações ou juntas

Os locais onde dois ou mais ossos se unem são denominados articulações ou juntas. Nosso corpo tem articulações fixas, como as que existem entre ossos do crânio, e articulações móveis, como a que existe no joelho.

Tanto nas articulações fixas quanto nas móveis os ossos se mantêm unidos por um tecido conjuntivo denominado ligamento.

Nas articulações móveis, os ligamentos são flexíveis o sufi­ciente para permitir que os ossos se movimentem em uma ou mais direções, mas sem se deslocarem da junta.

Ilustração A. Um crânio de ser humano de perfil. No encontro de dois ossos, linha de chamada para: exemplo de articulação fixa.  Ilustração B. Esqueleto de uma pessoa em uma postura de dança, com os braços para o lado e uma perna dobrada. Linhas de chamada saem do ombro, cotovelo, punho, joelho e tornozelo para: exemplos de articulação móvel.
A. Ilustração computadorizada dos ossos da cabeça, indicando exemplo de articulação fixa no crânio. (Cores fantasiosas.) B. Ilustração computadorizada mostrando o esqueleto de um bailarino, durante apresentação, com indicação de exemplos de articulação móvel. (Visão parcial interna, em cores fantasiosas.)

Em muitas articulações móveis a extremidade dos ossos é revestida de cartilagem, que é um tecido conjuntivo liso e relativamente resistente ao desgaste. Esse tecido permite que um osso deslize sôbre outro durante o movimento da junta, sem prejuízo para nenhum deles. Além disso, nessas juntas há o líquido sinovial, que lubrifica a articulação, facilitando o movimento dos ossos.

Respostas e comentários

tê cê tê Saúde

O item 2 deste capítulo é a primeira de diversas partes dele relacionadas ao tê cê tê Saúde.

Outras serão o texto O botulismo da seção Em destaque do final do item 3, o texto Mania de músculos: os perigos para a coluna vertebral e o risco dos esteroides anabolizantes, da seção Em destaque do final do item 6, a atividade 8 do Use o que aprendeu e a seção Seu aprendizado não termina aqui, ao final do capítulo.

Aprofundamento ao professor

Veja, na parte inicial deste Manual do professor, na seção Aprofundamento ao professor, os textos “Osteoporose”, “Curvaturas anormais da coluna vertebral“ e “Raquitismo, osteomalacia e escorbuto“.

Item 2

Ao trabalhar o tema articulações, comente com a turma que, além de ilustrar as articulações fixas entre os ossos do crânio, é possível localizar outras articulações na cabeça:

  • a articulação temporomandibular: principal ligação entre a mandíbula e o crânio, é responsável por diversos movimentos (movimentação do queixo para trás e para a frente, conhecidas como protusão e retrusão; abertura e fechamento da boca, respectivamente chamadas de depressão e elevação mandibular; e desvio lateral da mandíbula, que permite o movimento do queixo para os lados).
  • a articulação entre os dentes e os alvéolos dentários (denominada gonfose), feita de um material fibroso que fixa os dentes.

Explique para os estudantes que a gonfose, ainda que praticamente imóvel, é fundamental para a integridade da boca e dos dentes, já que amortece os impactos da mastigação.

Comente que, se os movimentos dos dentes nessas articulações forem maiores que o normal (digamos, superiores a 0,5 milímetro), podem caracterizar uma doença que requer tratamento, pois, caso contrário, pode provocar a perda do dente.

O esquema a seguir ilustra uma junta móvel, o ligamento que une os ossos, os revestimentos de cartilagem na ponta dos ossos e o local onde há líquido sinovial.

Ilustração. Dois ossos na vertical, em corte, um abaixo do outro representados em bege. Suas extremidades estão recobertas por uma fina camada representada em azul (revestimentos de cartilagem). Unindo as extremidades, há uma estrutura externa fibrosa na cor branca, o ligamento. Essa estrutura forma uma cavidade que contém o líquido sinovial.
Esquema de uma articulação móvel. (Em córte. Cores fantasiosas.)

Fonte: MARIEB, E. N.; roên, K. Human Anatomy & Physiology. décima primeira edição Harlow: Pearson, 2019. página 286.

Num impacto violento, se os ossos de uma junta saem da sua posição normal, os médicos dizem que aconteceu uma luxação.

Em noticiários esportivos é comum o relato de que um jogador sofreu rompimento dos ligamentos do joelho ou de outra junta. De fato, além de luxações, impactos violentos nas articulações podem provocar lesões nos ligamentos, chegando até a rompê-los. A recuperação leva meses, ao longo dos quais os tecidos machucados se regeneram e o ligamento se “refaz”.

Fotografia A. Menina com collant de manga longa, azul e branco. Ela está dando um salto para trás, com o corpo bastante arqueado, as pernas e os braços esticados em direção ao solo.
Fotografia B. Estádio gramado com três homens disputando uma bola em jogo de futebol. Dois deles vestem bermuda e camiseta azul, o outro veste bermuda vermelha e camiseta listrada vermelha e branca. 
Ilustração C. Uma pessoa com a pele translúcida e os ossos ilustrados. Ela está sentada com a cabeça apoiada nos joelhos, os braços esticados de modo que as mãos estão sobre os pés.
A. Com anos de treinamento é possível aumentar a flexibilidade dos ligamentos e também a amplitude de movimentos. Foi o que ocorreu com essa atleta de ginástica artística. B. No futebol, “entradas duras” podem romper ligamentos e causar luxação, que é o deslocamento do osso de sua posição na articulação. C. O esqueleto dá sustentação ao corpo e protege alguns órgãos. As articulações móveis propiciam ampla variedade de movimentos, realizados pela atuação de músculos que podemos comandar voluntariamente. Ilustração computadorizada mostrando o esqueleto de uma mulher adulta. (Visão parcial interna, em cores fantasiosas.)
Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

• sistema esquelético • sistema muscular • articulação ou junta • ligamento

Respostas e comentários

Amplie o vocabulário!

Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • sistema esquelético Con­jun­to formado por todos os ossos (e todas as articulações) do organismo.
  • sistema muscular Estrutura composta dos músculos (esqueléticos) do organismo.
  • articulação ou junta Ponto de união ou contato de dois ou mais ossos; pode ser fixa ou móvel.
  • ligamento Tecido conjuntivo que conecta um osso ao outro em uma articulação.

sôbre a saúde das articulações

Comente com os estudantes que atletas de alta perfórmance acabam exigindo muito do seu corpo. Rotinas rigorosas com treinos constantes são essenciais para o alcance dos resultados excelentes, mas também aumentam o risco de ocorrência de lesões, em especial das articulações. Um atleta de jiu-jitsu, por exemplo, pode ter lesões no joelho por realizar os movimentos repetitivos nos treinos.

Fazer atividades físicas sem orientação adequada também pode resultar em problemas nas articulações, por exemplo, lesões no joelho devido a impactos durante corridas ou jogos de futebol ou tênis.

Se possível, organize uma entrevista com um médico ortopedista ou especializado em medicina esportiva, a fim de que os estudantes possam receber orientação a respeito das atividades físicas adequadas à idade e esclarecer eventuais dúvidas sôbre o tema.

De ôlho na Bê êne cê cê!

Considerando-se os atletas profissionais, as fotos A e B fornecem um gancho para desenvolver a competência geral 6, porque conhecimentos referentes a ossos e músculos possibilitam entender aspectos inerentes ao mundo do trabalho dêsses profissionais. Saberes e vivências culturais que se relacionam ao mundo do trabalho permitem aos estudantes fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida.

3. Os três tipos de músculos

Nosso esqueleto não se move sozinho. São os músculos que propiciam os movimentos. Contudo, nem todos os nossos músculos têm como função movimentar ossos.

Existem músculos responsáveis por movimentos internos do corpo. Exemplos dêsses movimentos são o bombeamento de san­gue pelo coração e as contrações do estômago durante a digestão dos alimentos.

Há três tipos de músculos no corpo humano.

  • Músculos esqueléticos. Estão ligados aos ossos e permitem movimentá-los. Esse tipo de músculo é responsável pelos movimentos mais perceptíveis do nosso corpo, como aqueles realizados ao andar, correr, jogar bola etcétera Músculos esqueléticos têm movimento voluntário, ou seja, sua atividade pode ser desencadeada pela nossa vontade.
  • Músculos lisos. São encontrados em órgãos internos, como estômago e intestino. Esses músculos executam movimento involuntário, isto é, sua atividade não depende de uma intenção consciente para acontecer. Já pensou se tivéssemos de lembrar de mandar os músculos do estômago e do intestino funcionarem para digerir a comida?
  • Músculo cardíaco. É encontrado apenas no coração. Examinado ao microscópio, se parece muito mais com os músculos esqueléticos do que com os lisos. Porém, ao contrário dos músculos esqueléticos, o músculo cardíaco tem movimento involuntário. (Afinal de contas, o coração funciona dia e noite, ainda que não nos lembremos de que ele existe!) Nesse aspecto, portanto, o músculo cardíaco é semelhante aos músculos lisos.
Fotografia. Nove fotos de um homem negro careca de óculos vestindo um suéter azul. Em cada imagem ele está com uma expressão facial diferente. Neutra. Sorrindo. Boca aberta e sobrancelhas arqueadas. Incredulidade. Língua para fora no canto da boca olhando para o lado. Segurando os óculos com a cabeça levemente abaixada e fazendo bico. Sem óculos com a testa franzida. Sem óculos rindo. Sem óculos com as mãos na frente da boca.
As expressões faciais variam conforme o movimento de músculos esqueléticos.
Esquema formado por três ilustrações. A: destaque para o braço flexionado de uma pessoa segurando um peso. Músculo e ossos são mostrados. Do músculo, seta para um tecido formado por faixas paralelas com suaves ranhuras horizontais unidas e com estruturas circulares em cada uma. B: um estômago. Seta para um tecido formado por estruturas losangulares unidas e com uma estrutura oval no centro de cada uma. C: coração. Seta para um tecido formado por faixas paralelas espaçadas com linhas perpendiculares e estruturas circulares dentro.
(Representação esquemática fóra de proporção. Cores fantasiosas.) A. Os músculos esqueléticos permitem o movimento do esqueleto. B. Os músculos lisos existem em órgãos com movimento involuntário. C. O músculo cardíaco é involuntário, como os lisos, mas tem uma estrutura mais parecida com a dos músculos esqueléticos.

Fonte: AGUR, A. M. R.; dálei, A. F. Moore's Essential Clinical Anatomy. sexta edição Philadelphia: Wolters Kluwer, 2019. página 17.

Ícone. Dois balões de fala.

ATIVIDADE

Para discussão em grupo

Imagine que vocês trabalham em uma empresa que faz aplicativos de computador para reconhecimento facial de emoções.

Debatam e façam uma lista com as características faciais que caracterizam: alegria, tristeza, surpresa e dúvida. Incluam no debate outras emoções que considerarem relevantes. Notem que essa é uma atividade de reconhecimento de padrões.

Como as características discutidas e listadas pelo grupo são exploradas por cartunistas, caricaturistas e desenhistas de animação?

Respostas e comentários

Item 3

Durante a abordagem item, comente com os es­tudantes que, para muitas pessoas, as expressões faciais e corporais são parte importante de sua comunicação. Isso acontece, por exemplo, com quem se comunica por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Um dos parâmetros que constituem os sinais utilizados em Libras são as chamadas expressões não manuais, que incluem toda a gama de expressões faciais empregadas por quem sinaliza.

Incentive os estudantes a saber mais sôbre isso por meio do vídeo acerca de expressões faciais e corporais na Libras disponível em:

https://oeds.link/oKvons.

Acesso em: 18 abril 2022.

Noções de pensamento computacional

A atividade proposta na seção Para discussão em grupo dá margem à observação, à percepção e à identificação de padrões envolvidos nas expressões faciais. A foto do item 3 proporciona um ponto de partida.

Como parte do desenvolvimento da atividade, proponha aos estudantes que façam desenhos (ainda que bem simples) de rostos que expressem alegria, tristeza, surpresa e dúvida.

Além disso, se houver condições na escola para fazer uma busca de imagens de cartúns e caricaturas que mostrem rostos com essas emoções e projetá-los em sala, todos poderão opinar sôbre traços faciais (explorados pelos artistas do desenho) característicos de cada emoção, tais como conformação da boca, das sobrancelhas e dos olhos.

A inclinação da cabeça e as eventuais rugas de expressão na testa e ao redor dos olhos são outros aspectos que contribuem para expressar emoções de modo não verbal.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: saúde.

EM DESTAQUE

O botulismo

O botulismo é uma doença causada pela ingestão de alimentos contaminados com uma toxina (substância tóxica) produzida pela bactéria . Bastam quantidades mínimas dessa toxina (uma das mais poderosas conhecidas) para interferir no funcionamento dos músculos e provocar paralisia geral, o que pode provocar a morte por parada respiratória e cardíaca.

A toxina botulínica — purificada, dosada e diluída — é empregada com finalidade estética. É injetada em músculos para paralisá-los e evitar as rugas de expressão relacionadas a eles. Há relatos na literatura médica de efeitos indesejáveis relacionados ao seu uso nesses casos, tais como dores de cabeça, náuseas, fraqueza muscular e também dor e inflamação, por meses, no local injetado.

Elaborado com dados obtidos de: Garner, L. P.; ráiat, J. L. Tratado de Histologia em cores. terceira edição Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

4. Músculos esqueléticos e movimentos do corpo

Já vimos que os músculos esqueléticos são os responsáveis pelos movimentos mais visíveis do nosso corpo, ou seja, são responsáveis pela movimentação do esqueleto. Mas como os músculos movem os ossos?

As extremidades dos músculos esqueléticos estão ligadas aos ossos. Cada uma dessas extremidades, denominada tendão, é formada por tecido conjuntivo.

Um músculo esquelético está ligado ao esqueleto, por meio de tendões, em pelo menos dois locais. O desenho A representa dois músculos do membro superior humano e os tendões que os unem ao esqueleto. O desenho B mostra a articulação do joelho, no qual podemos ver, entre outras coisas, o tendão que liga o quadríceps femoral à tíbia.

Ilustração A. Destaque para o braço dobrado de uma pessoa, com a mão fechada em punho, mostrando estruturas internas. Acima do osso, músculo bíceps braquial. Abaixo do osso, músculo tríceps braquial. Nas extremidades dos músculos, ligando-os aos ossos estão desenhados os tendões. Os ossos estão em amarelo, os tendões em branco e os músculos em vermelho.
(Visão parcial interna. Cores fantasiosas.)

Fonte: istár, C. êti áli. Biology: the unity and diversity of life. décima quinta edição bóston: Cengage, 2019. página 605.

Ilustração B. Destaque para a vista interna do joelho de uma pessoa. Os músculos estão desenhados em vermelho, os tendões e ligamento em branco e os ossos em cinza. Parte anterior da coxa: Quadríceps femoral. Parte posterior da coxa: Bíceps femoral. Terminação do fêmur (osso da coxa). Embaixo dele, tíbia (osso da canela), em frente ao encontro destes ossos, patela (osso anteriormente denominado rótula). Na parte de trás, o ligamento conecta fêmur e tíbia. Na parte da frente, o tendão conecta o músculo da coxa ao osso da perna.
Articulação do joelho direito. (Visão interna. Cores fantasiosas.)

Fonte: NETTER, F. H. Atlas of Human Anatomy. sétima edição Philadelphia: Elsevier, 2019. prancha 510.

Ícone. Caderno.

ATIVIDADE

Para fazer no seu caderno

Você recebeu uma mensagem contendo a seguinte informação: “O melhor tratamento para lesões musculares graves provocadas por atividades esportivas é passar, na região que dói, uma mistura de azeite de oliva, sal e vinagre de maçã.”.

Imediatamente, você desconfiou que é uma fake news, uma notícia intencionalmente falsa (não necessariamente criada pela pessoa que a enviou para você).

Busque, em fontes confiáveis, argumentos com embasamento científico para desmentir essa afirmação e registre-os no caderno. Também responda à pergunta: Qual deve ser a atitude de qualquer pessoa bem informada ao sofrer uma lesão?

Respostas e comentários

Em destaque

Ao trabalhar esse texto em sala, comente que, além de ser usada em procedimentos estéticos, a toxina botulínica (devidamente purificada e dosada) é utilizada para fins terapêuticos.

Quando adequadamente aplicada, essa substância provoca o relaxamento da musculatura da região em que foi administrada. Alguns de seus usos terapêuticos, sob recomendação médica, são em casos de:

  • blefaroespasmo – doença que provoca contração espasmódica de uma ou das duas pálpebras;
  • estrabismo – a toxina propicia alinhamento dos bulbos dos olhos, pois reduz o tônus muscular que provoca os desvios oculares característicos dêsse tipo de distúrbio;
  • bruxismo: condição em que o indivíduo aperta ou range os dentes durante o sono, o que provoca dores de cabeça, desgaste e amolecimento dos dentes; a toxina reduz a contração muscular e alivia os sintomas.

Além de provocar relaxamento de músculos, a toxina botulínica reduz a atividade de glândulas sudoríparas. Nesse caso, sua administração ajuda a tratar a hiperidrose, doença caracterizada pelo excesso de suor nas axilas, palmas das mãos e/ou plantas dos pés.

Para conhecimento do docente, o efeito da toxina botulínica na musculatura ocorre pelo bloqueio da liberação de acetilcolina, o neurotransmissor responsável por conduzir estímulos nervosos nas sinapses neuromusculares (isto é, entre neurônio e célula muscular). Como resultado, o músculo não recebe a estimulação para se contrair. No caso das glândulas sudoríparas, a toxina atua bloqueando a neurotransmissão (também por acetilcolina) que estimula a atividade glandular.

De ôlho na Bê êne cê cê!

A utilização terapêutica e estética da toxina botulínica representa um conhecimento adquirido historicamente pela sociedade e culturalmente empregado atualmente por algumas pessoas. Dessa fórma, o trabalho com o texto da seção Em destaque relaciona-se à competência geral 1.

Visão crítica sôbre fake news

Após os estudantes terem realizado a atividade proposta no Para fazer no seu caderno, que pode ser sugerida como tarefa para casa, faça uma roda de discussão, a fim de que cada um compartilhe sua opinião e os dados que encontrou. Durante essa conversa, enfatize a necessidade de buscar informações em fontes confiáveis, como portais de universidades, centros de pesquisa e instituições médicas.

Auxilie os estudantes a perceber que uma postagem com informações incorretas pode resultar de toda uma gama de razões possíveis, desde ignorância (desconhecimento) de aspectos científicos até a má-fé (ação maldosa conscientemente praticada, fraude). As notícias intencionalmente falsas também são criadas com finalidades diversas, entre as quais estão a busca por curtidas, acessos e seguidores.

Essa discussão é importante porque ajuda os estudantes a desenvolver uma visão crítica a respeito das informações que recebem por meios digitais e para estimulá-los a verificar a autenticidade das fontes e a veracidade das informações antes de repassar postagens e mensagens.

Item 4

Palpação é um método que consiste em usar as pontas dos dedos ou as palmas das mãos para examinar o corpo. Durante a discussão sôbre a ação dos tendões no movimento dos músculos, sugira aos estudantes que observem as ilustrações do item 4 e percebam, por palpação usando as pontas dos dedos, os seus próprios tendões calcâneos, os tendões da articulação dos braços e dos joelhos.

Sugira também que eles palpem os tendões do dorso das próprias mãos, o que ajuda a entender, no final dêsse mesmo item 4, a explicação do resultado da atividade da seção Motivação do início do capítulo.

Ilustração A. Mulher branca de porte atlético, cabelo preto e curto, calça roxa e camiseta regata azul. Ela aponta para o seu braço flexionado próximo ao cotovelo com a outra mão. Abaixo, estruturas internas de um braço flexionado. Ossos em amarelo, músculos em vermelho e tendões em branco. Linha de chamada para um dos tendões. Ilustração B. Mão apontando para um tornozelo. Abaixo, estruturas internas da articulação. Músculos da perna e dos pés em vermelho, ossos em amarelo e tendões em branco. Linha de chamada para: tendão calcâneo (anteriormente chamado de tendão de Aquiles). Osso do calcanhar. Ambos na parte posterior. Ilustração C. Destaque para o antebraço e mão de uma pessoa. No antebraço, músculo em vermelho. A partir do punho, tendões em cinza, indo até a ponta dos dedos.
Para notar a existência do tendão que une o bíceps braquial ao braço, levante o braço e apalpe o local mostrado no desenho A. Perceber o tendão calcâneo é ainda mais fácil: basta apalpar o local mostrado em B. Você também pode apalpar e perceber a presença de tendões em outras partes do corpo, como no dorso da mão (C), nas virilhas e debaixo da articulação do joelho. (Esquema em cores fantasiosas.)

Fonte das ilustrações: TORTORA, G.; Dérricksan, B. Principles of Anatomy & Physiology. décima quinta edição Hoboken: John Wiley, 2017. página 361, 373, 374, 393.  

Os músculos têm a importante propriedade de poderem se contrair (encolher-se) e relaxar (afrouxar-se). Quando se contraem, os músculos esqueléticos puxam os ossos aos quais estão ligados. Mas atenção: quando relaxam, esses músculos não empurram os ossos. Em outras palavras, músculos esqueléticos podem puxar os ossos aos quais estão ligados, mas não podem empurrá-los.

O esqueleto pode se movimentar ao redor das juntas móveis, como as que existem no cotovelo e no joelho, porque os músculos que movem os ossos dessas juntas trabalham aos pares. Cada um dêsses pares é formado por um músculo chamado flexor e por outro chamado extensor. Atuando de um dos lados da junta, o flexor puxa os ossos e flexiona a junta. Atuando do lado oposto, o extensor puxa os ossos para fazê-los voltar à posição inicial, estendendo a junta.

Ícone. Ponto de exclamação. Boxe Curiosidades.

Saiba de onde vêm as palavras

O tendão calcâneo ainda é chamado por alguns de tendão de aquiles (nome não científico). A origem dessa denominação está no nome de Aquiles, herói da mitologia grega. Segundo a lenda, quando Aquiles era bebê, sua mãe o teria segurado pelos calcanhares e mergulhado no mágico Rio Estige, a fim de torná-lo invulnerável. Aquiles foi morto quando uma flecha o atingiu justamente no local que não havia sido banhado: o tendão calcâneo. Essa lenda, além de ter originado o nome popular para o tendão calcâneo, também originou a popular expressão “calcanhar de aquiles” como sinônimo de ponto fraco de algo ou de alguém.

Ícone. Pessoa lendo um livro.

ATIVIDADE

Tema para pesquisa

A Anatomia é a parte da ciência que estuda as estruturas do organismo. Todas as informações que temos atualmente na área da Anatomia são resultado de muitos anos de pesquisa por grande número de cientistas em todo o mundo, a maioria deles trabalhando em equipes.

Pesquise sôbre a história da Anatomia e seus principais eventos. Selecione as informações que mais chamaram a sua atenção e registre-as no caderno.

O material selecionado por você poderá ser utilizado para enriquecer a atividade em grupo de encerramento desta unidade, ao final do capítulo 6.

Respostas e comentários

História da Ciência

Pesquisar eventos da história das Ciências da Natureza, conforme a proposta do Tema para pesquisa, ajuda os estudantes a perceber que as descobertas científicas e o sucessivo aprimoramento de teorias se deve ao trabalho colaborativo de muitos pesquisadores.

Não exija uma pesquisa abrangente porque a história da Anatomia é muito extensa e isso seria enfadonho e contraproducente. Ao contrário, incentive os estudantes a buscar fatos que eles considerem interessantes e que desejem compartilhar com seus colegas. Afinal, esse material poderá ser usado para enriquecer a atividade de encerramento da unidade.

De ôlho na Bê êne cê cê!

Ao contrário do estereótipo propagado em obras de ficção, a atividade científica não é obra de “gênios isolados que têm inspirações súbitas”.

Assim, a proposta de atividade da seção Tema para pesquisa permite compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico (competência específica 1).

Ícone. Ponto de exclamação. Boxe Curiosidades.

Rigidez cadavérica

Após a morte, os músculos do cadáver tornam-se rígidos. Isso é muito perceptível nas articulações, que se enrijecem a ponto de não poderem ser flexionadas. É a rigidez cadavérica, ou rigor mortis, que, dependendo da temperatura do ambiente, pode durar até aproximadamente três dias, até que os músculos comecem a se decompor.

Médicos legistas — que dão laudos para investigações policiais — utilizam o grau de rigidez cadavérica como um dos dados para avaliar o tempo de morte.

Os esquemas a seguir mostram pares musculares flexor/extensor do cotovelo e do joelho.

Ilustração A. Braço de uma pessoa dobrado, mostrando músculos, em vermelho, ossos em amarelo, e tendões em branco. O músculo de cima tem uma forma mais oval, flexor contraído, e o de baixo mais estreita, extensor relaxado. 
Ilustração B. Braço de uma pessoa esticado, mostrando músculos, em vermelho, ossos em amarelo, e tendões em branco. O músculo de cima tem uma forma estreita, flexor relaxado, e o de baixo tem uma forma mais oval, extensor contraído.
Movimento de dobrar o cotovelo. A. Flexor contraído e extensor relaxado. B. Extensor contraído e flexor relaxado. (Esquema em cores fantasiosas.)

Fonte: Silvertorn, D. U. Human Physiology: an Integrated Approach. oitava edição Glenvíu: Pearson, 2019. página 376.

Ilustração C. Perna de uma pessoa dobrada, mostrando músculos, em vermelho, ossos em amarelo, e tendões em branco. O músculo de cima tem forma estreita, extensor relaxado, e o de baixo tem uma forma mais oval, flexor contraído. Ilustração D. Perna de uma pessoa esticada, mostrando músculos, em vermelho, ossos em amarelo e tendões em branco. O músculo de cima está com uma forma mais oval, extensor contraído, e o de baixo está mais estreitado, flexor relaxado.
Movimento de dobrar o joelho. C. Flexor contraído e extensor relaxado. D. Extensor contraído e flexor relaxado. (Esquema em cores fantasiosas.)

Fonte: Friman, S. êti áli. Biological Science. sétima edição Hoboken: Pearson, 2020. página 975.

Você agora está em condições de entender por que, no ex­pe­rimento do início do capítulo, não foi possível levantar o dedo anular. O músculo extensor capaz de esticar e levantar os dedos da mão está ligado a eles por meio de tendões. Acontece que os tendões do dedo médio e do anular se unem num ponto bem próximo a esses dedos, como você pode perceber na ilustração a seguir.

Ilustração. Mão de uma pessoa com músculo e tendões em destaque. Na porção final do antebraço, linha de chamada para: músculo extensor dos dedos (o do polegar não foi ilustrado). Do dorso da mão, linha de chamada para: tendões. Da base dos dedos, linha de chamada para: os tendões do dedo médio e do anular se unem neste ponto.
(Representação esquemática em cores fantasiosas e fóra de proporção.)

Fonte: Drêic, R. L.; , A. W.; mítchel, A. W. M. Gray's Anatomy for students. quarta edição Philadelphia: Elsevier, 2020. página 791.

Respostas e comentários

Item 4 (continuação)

Para demonstrar a atuação do par flexor/extensor, pode-se pedir aos estudantes, em sala, que executem um rápido experimento em duplas.

Um dos membros da dupla coloca a mão sob o tampo da carteira ou da mesa e tenta erguê-lo, enquanto o outro verifica, por apalpação, qual é o músculo do braço do colega que se contrai (figura A).

A seguir, a mão é colocada sôbre o tampo e o estudante faz fôrça para baixo, enquanto o outro verifica, nessa nova situação, qual é o músculo do colega que se contrai (figura B). Depois, os estudantes trocam de papel e repetem o experimento.

No caso da figura A, pode-se perceber a contração do músculo flexor da articulação do cotovelo, o bíceps braquial, e, no caso da figura B, a contração do músculo extensor dessa junta, o tríceps braquial.

Ilustração. Braço de uma pessoa, flexionado e com a mão em cima de uma mesa que está à esquerda. Há uma mão segurando o braço da pessoa na parte posterior.
Figura A. O flexor (bíceps braquial) se contrai quando se tenta levantar o tampo.
Ilustração. Braço de uma pessoa, flexionado e com a mão embaixo de uma mesa que está à esquerda. Há uma mão segurando o braço da pessoa na parte anterior.
Figura B. O extensor (tríceps braquial) se contrai quando se tenta empurrar o tampo para baixo.

Ao final do item 4, está a explicação do resultado observado na seção Motivação da abertura deste capítulo.

O dedo anular fica com sua movimentação prejudicada quando o dedo médio está imobilizado porque há uma íntima união de tendões responsáveis pela movimentação dêsses dois dedos.

De ôlho na Bê êne cê cê!

As informações apresentadas no boxe Rigidez cadavérica contribuem para compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, aumentando o repertório dos estudantes para o debate de questões científicas e do mundo do trabalho (no caso, por conhecer a atividade de um médico legista), favorecendo o desenvolvimento da competência específica 2.

Aprofundamento ao professor

Veja, na parte inicial deste Manual do professor, na seção Aprofundamento ao professor, os textos “Como os músculos se contraem?”, “O que causa o rigôr mórtis?”, “As fibras musculares são todas do mesmo tipo?” e “O que muda nos músculos com o exercício físico frequente? Qual é a diferença entre os exercícios voltados para fôrça e os voltados para resistência?”.

Isso explica por que o movimento do dedo anular não é totalmente independente do movimento do dedo médio. Conforme verificamos no início deste capítulo, ao manter a articulação do dedo médio encostada na mesa, o movimento de levantar o dedo anular fica “travado”.

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

• músculo esquelético • músculo liso • músculo cardíaco • tendão

5. Alavancas no corpo humano

As alavancas são máquinas simples que facilitam a realização de tarefas. Em muitas articulações móveis, os ossos, ou o conjunto de ossos, atuam como se fossem alavancas. Nessas alavancas do corpo humano, um ou mais músculos realizam esfôrço para vencer a resistência do próprio pêso daquela parte do corpo e de objetos que eventualmente sejam carregados pela pessoa.

Esquema. Na parte superior, tábua de madeira apoiada em um suporte triangular posicionado próximo a seu ponto médio. De um lado tem um bloco quadrado com uma seta para baixo representando a resistência. Do outro lado, uma mão segura a madeira, com uma seta para baixo representando o esforço. Ilustração. O apoio triangular está posicionado próximo a uma das extremidades da tábua. O bloco está próximo a seu ponto médio e há uma seta para baixo representando a resistência. Na outra ponta, uma mão segura a madeira e há uma seta para cima representando o esforço. Ilustração. A mão segura a tábua próximo a seu ponto médio e há uma seta para cima representando o esforço, o bloco se encontra em uma das extremidades e há uma seta para baixo representando a resistência. O apoio triangular está em cima da madeira na outra extremidade. A seta de resistência tem o mesmo tamanho nas três representações. O tamanho da seta de esforço varia, ela a maior está na terceira representação e a menor na segunda. Ilustração. Uma pessoa de perfil com a cabeça virada para cima. Há ilustração dos ossos da cabeça, pescoço e início do tronco e músculo que conecta a base da cabeça à base do pescoço. Atrás dos ossos do pescoço há um apoio triangular. Do queixo, seta para baixo indicando resistência. Da base da cabeça, seta para baixo indicando o esforço. Ilustração. Pessoa na ponta do pé. Há ilustração dos ossos, músculos e o tendão no calcanhar. Debaixo do dedão do pé tem um apoio triangular. Do início do dorso do pé, seta para baixo indicando resistência. Da canela, seta para cima indicando o esforço. Ilustração. Braço de uma pessoa com cotovelo e punho dobrados e a mão fechada. Há ilustração dos ossos, músculo e tendão. No cotovelo há um apoio triangular. Da mão, seta para baixo indicando resistência. Do início do antebraço, seta para cima indicando o esforço.
Esses esquemas mostram três exemplos de movimentos do corpo humano que se baseiam em alavancas. (fóra de proporção. Cores fantasiosas.)

Fonte: MARIEB, E. N.; roên, K. Human Anatomy & Physiology. décima primeira edição Harlow: Pearson, 2019. página 361.

Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

Para compreender melhor como as alavancas podem ajudar a diminuir o esfôrço, explore a simulação, testando colocar as massas em diferentes posições e tentando encontrar equilíbrios com massas diferentes dos dois lados de uma gangorra:

https://oeds.link/Jidcjf. Acesso em: 15 abril 2022.

Respostas e comentários

Atividades

Após o item 4, proponha as atividades 1 a 5 do Use o que aprendeu e 1 a 4 do Explore diferentes linguagens.

Amplie o vocabulário!

Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • músculo esquelético Tipo de músculo que permite movimentar ossos por meio de contrações voluntárias.
  • músculo liso Tipo de músculo que, por meio de contrações involuntárias, é responsável por movimentos como os que ocorrem na parede do estômago e do intestino.
  • músculo cardíaco Um tipo de mús­culo encontrado exclusivamente no coração. (Visto ao microscópio, assemelha-se em aspecto aos músculos esqueléticos. Porém, sofre contrações involun­tárias como os músculos lisos.)
  • tendão Tecido conjuntivo que conecta um músculo esquelético a um osso. (Tem aspecto de cordão fibroso esbranquiçado.)

Item 5

Ao comentar que as alavancas são máquinas simples, amplie a discussão e explique para a turma que máquina é qualquer instrumento que, utilizando uma fonte de energia, facilita uma tarefa. Além da alavanca, a roldana e o plano inclinado são máquinas simples. (Serão estudadas com mais detalhes no 7º ano.)

Algumas máquinas são com­plexas, como as lavadoras de roupas e os automóveis. Para construir esses aparelhos, são utilizados diversos componentes, entre eles diversas máquinas simples.

Além de fundamentais na fabricação de outros aparelhos, as máquinas simples são equipamentos que fundamentam diversos utensílios do nosso dia a dia. A gangorra, o abridor de latas e a tesoura são exemplos da aplicação de alavancas.

Use a internet

Deixe os estudantes explorarem a simulação para compreender a dinâmica e depois dê desafios aos estudantes de equilibrarem diferentes massas utilizando diferentes pontos. Não é necessário mostrar o conceito de momento de uma fôrça. Apenas deixe que eles descubram empiricamente como equilibrar os objetos a diferentes distâncias do ponto de apôio.

De ôlho na Bê êne cê cê!

O item 5 ajuda a preparar os estudantes para o desenvolvimento do tema máquinas simples no 7º ano e da habilidade ê éfe zero sete cê ih zero um referente a ele.

6. A coluna vertebral

A coluna vertebral (anteriormente denominada espinha dorsal) humana é constituída por 33 ossos, denominados vértebras. Entre duas vértebras consecutivas há um disco de cartilagem que funciona como um amortecedor de choques e impede que uma vértebra encoste em outra e “raspe” nela.

Ilustração. Um homem de cabelo castanho e curto de perfil. O braço não foi desenhado. Da coluna saem linhas de chamada. De cima para baixo: região cervical, 7 vértebras. Região torácica, 12 vértebras. Região lombar, 5 vértebras soldadas. Cóccix, 4 vértebras soldadas.
Estrutura da coluna vertebral humana. (Visão interna apenas da coluna vertebral. Cores fantasiosas.)

Fonte: TORTORA, G. J. ; Dérricksan, B. Principles of Anatomy & Physiology. décima quinta edição Hoboken: John Wiley, 2017. página 216.

Cada vértebra é mantida em sua posição por um conjunto de ligamentos e músculos, o que dá à coluna vertebral certa flexibilidade e nos permite realizar movimentos como mover a coluna vertebral para cima ou para baixo e rodá-la, junto com o tronco, um pouco para a direita ou para a esquerda.

Todas as vértebras têm um orifício central. Ao longo da coluna vertebral esses orifícios formam uma espécie de tubo, dentro do qual existe um feixe de nervos denominado medula nervosa, ou medula espinal. Esses nervos são fundamentais, entre outros fatores, para a comunicação do cérebro com as regiões do tronco, dos membros superiores (braços) e dos membros inferiores (pernas). Essa comunicação, que é realizada por meio de impulsos nervosos que fluem pelos nervos, permite ao cérebro receber informações de todas essas partes e enviar instruções a elas.

Ilustração. Um homem de pé com as mãos erguidas e na frente a pessoa com o tronco abaixado e os braços para baixo. Da coluna do homem em pé parte seta para a direita. Visão de cima. Um osso com várias pontas, um pequeno buraco e uma estrutura oval. Linhas de chamada: vértebra, no meio: orifício da vértebra, pelo qual passa a medula espinal. Visão lateral. Uma haste no meio, medula espinhal, com ossos ao redor. Vértebra, disco de cartilagem e vértebra. Os ossos estão em bege e o disco de cartilagem em azul. O disco de cartilagem é representado com cerca de um terço da altura das vértebras.
(Esquema fóra de proporção. Cores fantasiosas.)

Fontes: Ismíf, T. (edição). The human body: an illustrated guide to its structure, functions, and disorders. segunda edição Londres: Dorling Kindersley, 2006. página 38; NETTER, F. H. Atlas of Human Anatomy. sétima edição Philadelphia: Elsevier, 2019. prancha 163.

Ilustração A. Errado. Menina com o cabelo preto preso em coque. Ela usa calça azul, camiseta vermelha e tênis. Ela está em pé, com o tronco projetado para a frente e pega uma caixa quadrada do chão. Há uma seta apontando para cima indicando a direção do movimento. Ilustração B. Certo. A menina está com os joelhos dobrados, agachada, pegando a caixa.

Fonte: , J. H.; ROPSON, J. L. The nature of life. terceira edição Nova York: McGraw-Hill, 1995. página 738.

Ícone. Balão de pensamento.

ATIVIDADE

Reflita sôbre suas atitudes

Levantar uma caixa pesada da maneira mostrada em A fôrça demais os ligamentos que mantêm as vértebras encadeadas e oferece risco à coluna vertebral. O modo ilustrado em B é menos perigoso. Você faz assim?

Respostas e comentários

Atividades

Após o item 6, proponha os exercícios 6 e 7 do Use o que aprendeu e a atividade 5 do Explore diferentes linguagens.

Aprofundamento ao professor

Na parte inicial deste Manual do professor, na seção Aprofundamento ao professor, existem textos que apresentam informações relativas a osteoporose, escoliose, cifose, lordose, raquitismo, osteomalacia e escorbuto.

Esses textos fornecem sub­sídios ao educador para, se considerar oportuno, abordar o item 6 dêsse capítulo com mais detalhes.

Eles também fornecem informações aos educadores que podem ser usadas ao orientar os estudantes para a realização da atividade de fechamento da unidade B (ao final do capítulo 6).

Conteúdos atitudinais sugeridos

  • Ser consciente da importância dos exercícios físicos para a saúde.
  • Ser consciente de que problemas podem decorrer da prática de exercícios físicos sem orientação adequada e sem acompanhamento médico periódico.
  • Ponderar sôbre os riscos representados pelos esteroides anabolizantes.

Aproveite a leitura e a interpretação do texto Em destaque do item 6 para destacar aos estudantes a importância dessas atitudes.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: saúde.

EM DESTAQUE

Mania de músculos: os PERIGOS para a coluna vertebral e o RISCO dos esteroides anabolizantes

Há exercícios físicos específicos para atingir diferentes objetivos: emagrecer, favorecer a respiração, melhorar a circulação, desenvolver os músculos, aumentar a resistência física etcétera

Praticar exercícios físicos sem orientação de um professor especia­lizado e sem acompanhamento médico periódico pode causar ou agravar problemas de saúde. Muitas pessoas praticam exercícios de musculação sem orientação e, por exemplo, utilizam equipamentos de maneira inadequada ou se posicionam de modo incorreto quando levantam objetos pesados. Tudo isso pode oferecer risco à coluna vertebral e à medula espinal.

O esqueleto de um embrião no início da gestação é constituído de cartilagem, que é bastante flexível. Ainda no útero materno, tecidos ósseos começam a substituir essa cartilagem e os ossos começam a endurecer. Esse processo, a calcificação, só se completa na idade adulta, quando restará cartilagem apenas em alguns locais, como no nariz, na orelha e nas extremidades de alguns ossos.

Levantar objetos muito pesados pode causar o esmagamento dos discos de cartilagem que há entre as vértebras, a ponto de a cartilagem se espalhar para fóra da região normalmente ocupada pelo disco. Quando isso acontece, diz-se que a pessoa tem uma hérnia de disco. A cartilagem pressiona os nervos da medula espinal, o que pode provocar fortes dores e até paralisia de diferentes partes do corpo.

Esquema. Junção de dois ossos, vértebras, com uma área azul entre elas, disco de cartilagem. Ao lado, uma haste na vertical, a medula espinal. Na imagem do lado, aumenta o peso na vertical para baixo, a parte azul está mais fina: compressão suportável. Na imagem ao lado, com peso exagerado, a parte azul ultrapassa os limites das vértebras: hérnia de disco.
(Esquema fóra de escala. Cores fantasiosas.)
Fotografia. Destaque para os músculos do braço de uma pessoa de camiseta vermelha, com o braço dobrado e o punho fechado.
Quem é musculoso tem mais músculos?

As pessoas musculosas não têm maior número de músculos que as outras. O exercício físico frequente faz os músculos se desenvolverem e aumentarem de tamanho. Esse aumento de massa muscular pode ser conseguido com exercícios e alimentação adequados. Há, porém, pessoas que consomem esteroides anabolizantes, substâncias que aceleram o aumento da massa muscular, mas causam também sérios efeitos, como doenças no fígado, problemas no coração, irritabi­lidade, distúrbios mentais e impossibilidade de gerar filhos.

Exercícios físicos contribuem para a saúde e para o bem-estar da mente e do corpo. Ao praticarem atividades físicas regularmente, como nadar, correr e jogar futebol, as pessoas se previnem contra certas doenças.

Antes de fazer uma atividade física, lembre-se de três recomendações básicas: orientação adequada para executá-la, acompanhamento médico regular e esteroide anabolizante jamais!

Fonte: Elaborado a partir de AGUR, A. M. R.; dálei, A. F. Moore's Essential Clinical Anatomy. sexta edição Philadelphia: Wolters Kluwer, 2019. página 50, 60, 67.

Ícone. Ponto de exclamação. Boxe Curiosidades.

Dica de saúde

Na adolescência, o esqueleto ainda está crescendo e não está totalmente calcificado. Por isso, nessa fase, é importante manter uma postura correta, com a coluna vertebral ereta, ao andar, ao ficar em pé e ao sentar-se.

Respostas e comentários

Combate ao bullying

O texto da seção Em destaque do item 6 também oportuniza o combate ao bullying.

Questione os estudantes sôbre os padrões de beleza divulgados pela mídia. O que costuma ser retratado como “belo”? Em que veículos de informações, imagens e vídeos tais padrões estão presentes com maior frequência?

Reserve um tempo da aula para que a turma se manifeste. Nesses momentos de conversa, esteja atento para que todos tenham oportunidade de opinar, em especial os estudantes mais tímidos e os que se expressam com mais dificuldade.

Em seguida, pergunte aos estudantes se eles acham que todas as pessoas têm a mesma aparência corporal ou se existem diferenças acentuadas entre a população. Em seguida, oriente a discussão para que os estudantes percebam que existem padrões de beleza impostos pela mídia (o que inclui publicidade, novelas de tevê e filmes de cinema) que não correspondem à maioria das pessoas. A intensa divulgação dêsses padrões – às vezes, denominada “ditadura da beleza” – pode fazer com que algumas pessoas se sintam pressionadas a adquirir padrões estéticos em conformidade com eles.

Nesse momento, mencione que há quem, sentindo-se pressionado ou pressionada por padrões estéticos, use estratégias não saudáveis para alcançar o corpo desejado, como o uso de anabolizantes e dietas radicais sem acompanhamento médico. Destaque que tais atitudes nada têm de saudável, muito pelo contrário, provocam danos à saúde.

Explique, então, que existem diferentes biotipos corporais, ou seja, distintos padrões físicos (você poderá encontrar os biotipos mais comuns na internet, caso deseje falar mais sôbre eles). Comente que o biotipo corporal está ligado à constituição óssea, ao metabolismo, à massa muscular e à quantidade de gordura, sendo fortemente condicionado pela herança genética.

Associando o produto da discussão e essas informações, encaminhe a conversa para que os estudantes percebam que não há como definir um padrão corporal possível e adequado a todas as pessoas e para que compreendam que todas as fórmas corporais devem ser respeitadas. São as diferenças que nos fazem únicos e, em uma sociedade plural e democrática, todas as pessoas devem ser respeitadas e valorizadas.

Destaque, ainda, que não compreender essas diferenças pode conduzir à prática sistemática e repetitiva de atitudes humilhantes e intimidadoras, verbais e/ou físicas, que caracterizam o bullying, uma atitude inaceitável tanto no ambiente escolar como na sociedade como um todo. (Você pode encontrar mais informações sôbre esse tema na primeira parte deste Manual do professor, no texto sôbre bullying).

Amplie o vocabulário!

Redações possíveis conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • coluna vertebral Estrutura composta de ossos denominados vértebras, que envolve e protege a medula espinal.
  • hérnia de disco Lesão do disco de cartilagem localizado entre duas vértebras, em que o disco é comprimido pelas vértebras e se alarga, pressionando a medula espinal.
  • esteroides anabolizantes Substâncias que aceleram o aumento de massa muscular, mas causam efeitos danosos à saúde.

Interdisciplinaridade

A abordagem do Em destaque visa também a salientar os problemas de saúde provenientes da sobrecarga sobre a coluna e do uso de esteroides anabolizantes.

O professor de Educação Física pode prestar grande contribuição ao abordar conjuntamente o tema e enfatizar esses mesmos pontos.

Atividades

Após trabalhar em sala o texto do Em destaque, proponha o exercício 8 da seção Use o que aprendeu e a atividade 6 da seção Explore diferentes linguagens.

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

• coluna vertebral • hérnia de disco • esteroides anabolizantes

Organização de ideias

MAPA CONCEITUAL

Fluxograma. Corpo humano tem ossos e músculos. Ossos, que dão ao corpo suporte e proteção. Cujos pontos de encontro são as articulações ou juntas, que podem ser fixas ou móveis. Músculos, do tipo: esquelético, apresentam movimento voluntário; liso, cujo movimento é involuntário; cardíaco, cujo movimento é involuntário.
Ícone. Lâmpada.

Atividades

Use o que aprendeu

  1. Os ossos são estruturas vivas? E os músculos? Explique.
  2. Todas as articulações do corpo são móveis? Explique.
  3. Explique a frase: “Músculos esqueléticos não empurram, só puxam!”.
  4. “O bíceps braquial e o tríceps braquial são dois músculos que permitem movimentos da articulação do cotovelo. O atua como e permite dobrar essa articulação. Já o atua como e permite estender essa junta.”

Reescreva esse texto em seu caderno, usando algumas das palavras a seguir nos locais apropriados.

  • ligamento
  • tendão
  • flexor
  • osso
  • extensor
  • bíceps braquial
  • cartilagem
  • tríceps braquial
  • cotovelo
  • líquido sinovial
  1. Qual é a diferença entre ligamento e tendão? Qual é a função de cada um no corpo humano?
  2. Coluna vertebral NÃO é a mesma coisa que medula espinal. Qual é a diferença entre ambas?
  3. Como se chamam os ossos que formam a coluna vertebral?
Respostas e comentários

Respostas do Use o que aprendeu

1. Sim, ambos são estruturas vivas. Ossos e músculos são órgãos (estruturas formadas por dois ou mais tecidos) e, como tal, são constituídos por células vivas.

Ossos e mús­cu­los compõem, respectivamente, os sistemas es­que­lético e muscular.

2. Não. Há articulações fixas, como as que unem os ossos do crânio.

3. Os músculos esqueléticos (ligados a ossos) podem apenas puxar os ossos a que estão unidos. Isso acontece quando eles se contraem. Por sua vez, quando esses músculos se relaxam, não empurram os ossos a que estão ligados.

4. “O bíceps braquial e o tríceps braquial são dois músculos que permitem movimentos da articulação do cotovelo. O bíceps braquial atua como flexor e permite dobrar essa articulação. Já o tríceps braquial atua como extensor e permite estender essa junta.”

5. Ligamento é um tecido (conjuntivo) que mantém ossos unidos nas articulações. Tendão é um tecido (conjuntivo) por meio do qual um músculo se une a um osso.

6. Nos seres humanos, a coluna vertebral é uma sequência articulada de (em geral) 33 ossos: as vértebras. Já a medula espinal é um feixe de nervos que passa por dentro de orifícios existentes nas vértebras.

Professor, saliente que a coluna vertebral, anteriormente denominada espinha dorsal, faz parte do sistema esque­lé­ti­co, enquanto a medula espinal faz parte do sistema nervoso.

7. Vértebras.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: saúde.
  1. Alguns praticantes de atividades físicas, quando não têm supervisão e orientação adequada, podem exagerar na execução de exercícios que provocam impactos nas juntas dos joelhos e na coluna vertebral.
    1. Que prejuízo pode causar a destruição do revestimento de cartilagem da ponta dos ossos da articulação do joelho?
    2. Que problema de saúde pode ocorrer se houver um esmagamento dos discos de cartilagem da coluna vertebral?
Ícone. Lupa.

Atividades

Explore diferentes linguagens

A critério do professor, as atividades a seguir poderão ser feitas em grupos.

ANALOGIA

1. Imagine a seguinte situação: Maria está do lado de dentro de um cômodo e tenta fechar uma porta, ao mesmo tempo que sua irmã Joana tenta abri-la pelo lado de fóra.

Vamos comparar o comportamento da dobradiça da porta ao do joelho humano. Nessa comparação, quem age como um músculo flexor e quem age como um músculo extensor? Justifique sua resposta.

Ilustração. Uma dobradiça (placas de aspecto metálico, retangulares com parafusos e um eixo. Ela  está levemente flexionada e há setas para os dois lados.
Esquema de uma dobradiça.

ESQUEMAS

Ilustração. Pernas de uma pessoa com um dos joelhos dobrados. Estão ilustrados os músculos, tendões e ossos. Do músculo da frente da perna, linha de chamada para: 1. Do músculo de trás, linha de chamada para: 2.
Ilustração. Pernas de uma pessoa com os joelhos esticados. Estão ilustrados os músculos, tendões e ossos. Do músculo da frente da perna, linha de chamada para: 3. Do músculo de trás, linha de chamada para: 4.
(Esquema em cores fantasiosas.)

Esses esquemas se referem à flexão e à extensão do joelho. Utilize-os para resolver as atividades 2 e 3.

  1. Em seu caderno, faça a associação dos números 1, 2, 3 e 4 com as legendas a seguir:
    • Extensor contraído
    • Extensor relaxado
    • Flexor contraído
    • Flexor relaxado
  2. Consulte as ilustrações do capítulo, se necessário, e identifique pelo nome os músculos que aparecem nesses esquemas.
Ilustração. Menina com o cabelo preto preso em coque, calça azul, tênis e camiseta vermelha. Ela está com as duas pernas dobradas, com um dos joelhos próximos ao chão e o outro para a frente, e as mãos na cintura.
Respostas e comentários

8. a) Dificuldade para dobrar essa articulação (e dor), já que as extremidades dos ossos do joelho pas­sarão a raspar uma na outra.

b) O disco de cartilagem esmagado (hérnia de disco) pode pressionar a medula espinal e cau­sar fortes dores e paralisia.

Respostas do Explore diferentes linguagens

1. Maria, ao tentar fechar a porta, atua como flexor, pois tenta dobrar a dobradiça. Já Joana, ao tentar abrir a porta, age como extensor, pois tenta desdobrar a dobradiça. (Note que a questão pede que se compare o comportamento da dobradiça – e não da porta – ao do joelho.)

2. A associação é:

Ilustração. Duas placas retangulares com parafusos, juntas por eixo. Há duas setas saindo de uma das placas e chegando na outra. Seta da esquerda para cima: Atuação de Joana: ao tentar abrir a porta, atua como extensor da dobradiça. Seta da direita para baixo: Atuação de Maria: ao tenta fechar a porta, atua como flexor da dobradiça.

Extensor relaxado

Flexor contraído

Extensor contraído

Flexor relaxado

3. O extensor é o quadríceps femoral, e o flexor é o bíceps femoral (os nomes aparecem na ilus­tra­ção do sistema muscular).

  1. Você trabalha na parte esportiva de um jornal e recebeu este esquema para ser publicado junto com uma matéria sôbre um jogador que sofreu um grave problema durante uma partida de futebol.
    1. Escolha, entre as opções listadas, aquelas que explicam a figura. Transcreva-as no caderno e associe-as às letras A, B, C e D.
      • Local de ruptura do ligamento
      • Local de ruptura do tendão
      • Tendão intacto
      • Ligamento intacto
      • Osso do calcanhar
      • Músculos da perna

b) Escolha um título apropriado para a ilustração.

Ilustração. Parte da perna e pé de uma pessoa com os ossos, ligamentos, tendões e músculos desenhados. Na perna, de três estruturas em vermelho alongadas e terminando em estruturas de cor branca, linha de chamada para: A. Da estrutura branca que conecta estrutura em vermelho da perna e estrutura em cinza do pé na parte da frente, linha de chamada para B. Na parte de trás, estrutura branca rompida que se encontra ao final de uma estrutura vermelha, linha de chamada para C. De uma estrutura cinza na parte de trás do pé contendo parte da estrutura branca rompida, linha de chamada para D.
(Esquema em cores fantasiosas.)

MODELO

5. Um grupo de estudantes do 6º ano utilizou barbante, fita adesiva, carretéis de linha (vazios e de diferentes tamanhos) e discos de papelão com um furo central para construir o modelo de coluna vertebral como o que aparece na ilustração.

Responda no seu caderno e justifique:

Nesse modelo, o que representam os carretéis? E os discos de papelão? E o barbante?

Ilustração. Destaque para as mãos de uma pessoa passando um barbante por uma fileira de carreteis vazios colados por fita adesiva. O barbante está saindo na parte inferior. Entre cada carretel, disco de papelão. A fita adesiva está presa de modo que os carretéis fiquem frouxos.

TRECHO DE CONVERSA

6. Durante uma conversa, uma pessoa disse:

“Estou fazendo aulas numa academia de musculação e já começo a perceber os resultados. Estou com músculos que eu não tinha!”

Comente essa frase em seu caderno, apontando o erro. Reescreva-a de modo que a torne correta.

Ilustração. Homem negro musculoso de cabelo preto raspado e camiseta amarela. Ele está com um braço flexionado e o punho fechado, o outro braço apoiado na cintura. Ao lado, homem branco e magro de cabelo castanho e camiseta verde está com a mão no queixo olhando para o braço musculoso.
Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: saúde.

Seu aprendizado não termina aqui

As páginas de esportes em jornais e revistas, às vezes, trazem notícias de lesões musculares ou ósseas sofridas por atletas.

Pesquise sôbre as lesões citadas nessas notícias de que ainda não tenha ouvido falar ou cujas características não conheça. É uma ótima oportunidade para aprender mais sôbre o corpo humano.

Respostas e comentários

4. a) A – Músculos da perna; B – Tendão intacto; C – Local de ruptura do tendão; D – Osso do calcanhar.

b) Resposta pessoal. O ideal seria responder algo como: “Esquema do tendão calcâneo rompido”.

5. Os carretéis representam as vértebras, ossos que compõem a coluna vertebral. Os discos de pa­pe­lão entre os carretéis representam os discos de cartilagem posicionados entre as vértebras. E o bar­bante, que atravessa o orifício dos carretéis, re­­­presenta a medula espinal, que passa pelos ori­fícios das vértebras. (Professor, os pedaços de fita adesiva funcionam como os ligamentos que man­têm as vértebras unidas. Esse exercício é muito in­teressante para trabalhar a ideia de modelo cien­tífico.)

6. O exercício físico provoca aumento da massa (e do volume) muscular, mas não do número de mús­culos que existem no corpo humano. Uma das possíveis redações alternativas é: “Estou fa­zen­do aulas numa academia de musculação e já estou sentindo os resultados. A massa de meus músculos (ou o volume de meus músculos) já aumentou!”.

Interdisciplinaridade

No capítulo 7 deste Ma­nual do professor é feita uma sugestão de aborda­gem interdisciplinar com Arte na construção de outros mode­los da coluna vertebral e da medula espinal baseados nesse da atividade 5.

De ôlho na Bê êne cê cê!

A atividade 5 do Explore diferentes linguagens refere-se a utilizar as linguagens artística e científica (na análise do modelo apresentado), bem como perceber que a construção e a interpretação de modelos faz parte das práticas e procedimentos das Ciências da Natureza. Assim sendo, essa atividade vincula-se à competência geral 4 e às competências específicas 2 e 6.

Por sua vez, a seção Seu aprendizado não termina aqui estimula exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências (competência geral 2), bem como fazer perguntas e buscar respostas com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza (competência específica 3).