CAPÍTULO 6 Visão

Fotografia. Mulher de óculos usando um hijabe roxo na cabeça e uma jaqueta jeans. Ela sorri.
Óculos contêm lentes especiais para corrigir distúrbios visuais. Como atuam essas lentes? A foto mostra uma mulher muçulmana (que segue a religião do Islã, ou Islamismo) com a cabeça envolta por uma peça de vestuário chamada rijábe. Em algumas partes do mundo, inclusive no Brasil, mulheres islâmicas são às vezes discriminadas. Conscientize-se de que as violências resultantes de intolerância à etnia, à religião ou à procedência nacional são, pelas leis brasileiras, crimes de discriminação ou preconceito. Também são crimes quaisquer fórmas de violência verbal ou física contra mulheres e atitudes discriminatórias em relação a elas. O protagonismo da mulher na sociedade é importantíssimo e deve ser valorizado. Além disso, todas as pessoas têm direitos iguais, independentemente de sexo, religião, características individuais ou condição socioeconômica. Uma sociedade justa e democrática requer uma cultura de paz entre as pessoas, sem preconceitos de qualquer natureza.
Respostas e comentários

Cultura de paz e agenda de não violência contra a mulher

Aproveite a foto de abertura dêsse capítulo e sua legenda para salientar a necessidade, em nossa sociedade, da valorização da cultura de paz entre todas as pessoas, sem quaisquer tipos de preconceito.

Enfatize também que todos nós devemos nos comprometer com a não violência contra a mulher. Desenvolver uma sociedade pacífica e na qual a mulher tenha seu protagonismo respeitado e valorizado requer, entre outras medidas, propagar as ideias de paz e equidade por todas as instâncias da sociedade.

Aproveite para explicar para os estudantes que a Central de Atendimento à Mulher pode ser acessada pelo telefone gratuito 180. Ela oferece escuta, acolhimento e orientação às mulheres em situação de violência, verbal e/ou física. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes e orienta sôbre como proceder em situação de risco iminente.

Este capítulo e seus conteúdos conceituais

  • Propagação retilínea da luz
  • Raio de luz
  • ôlho humano e visão
  • Ilusões de óptica
  • Princípio em que se baseia o cinema
  • Alguns distúrbios visuais: miopia, hipermetropia, presbiopia e astigmatismo
  • Noção sôbre a correção dêsses distúrbios

É muito difícil compreender como funciona o ôlho humano sem construir um modelo.

Este capítulo procura oferecer ao estudante um modelo simples de elaborar, que mostra o ponto essencial: a lente do ôlho e a córnea atuam como uma lente que projeta imagens invertidas na retina. Trata-se do segundo experimento do capítulo, comentado mais à frente, neste Manual do professor.

O capítulo não tem a pretensão de entrar em detalhes sôbre Óptica Geométrica (traçado de raios de luz, distância focal de lentes etcétera). Muito pelo contrário, a ideia é partir de uma abordagem empírica para que o estudante perceba que a “lente do ôlho projeta imagens invertidas na retina.

Motivação

A critério do professor, esta atividade poderá ser realizada em grupos.

Ícone. Vidraria de laboratório.

Objetivo

Investigar se a propagação da luz é retilínea.

Você vai precisar de:

  • dois pedaços de cartolina
  • luminária ou abajur com lâmpada fraca (5 watts ou menos, para não ofuscar a visão)
  • lápis bem apontado

Procedimento

  1. Faça com a ponta do lápis um pequeno furo no centro de cada pedaço de cartolina.
  2. Acenda a lâmpada.
  3. Posicione-se a 1 metro da lâmpada acesa, em um local do qual veja diretamente a luz emitida por ela (não deve haver nenhum objeto entre você e a lâmpada, portanto). Segure um pedaço de cartolina em cada mão. Estique os braços um à frente do outro, feche um ôlho e posicione os pedaços de cartolina entre a lâmpada e o ôlho aberto, como mostra a figura, de tal modo que você consiga ver a luz da lâmpada através dos dois furos.
  4. Repita o item anterior, posicionando-se em outros locais da sala.
  5. Com base nos resultados, conclua se a luz emitida pela lâmpada se propaga em linha reta ou se ela faz curvas.
Ilustração. Menino cabelo preto curto, usando bermuda marrom, tênis preto e camiseta azul. Em pé, em cada mão, ele segura folha na frente do rosto. As folhas têm um furo no meio. Na frente dele, uma mesa com um abajur aceso.

Desenvolvimento do tema

1. Raios de luz

Raios de luz e fontes luminosas

Desde a Antiguidade alguns pensadores se interes­saram por compreender melhor a nossa capacidade de ver os objetos. Certos filósofos gregos pensavam, por exemplo, que nossos olhos emitiam raios que permitiam enxergar os objetos. Mas não é bem assim.

Basta lembrar que numa sala totalmente escura não conseguimos ver nada e perceberemos que nossos olhos não são suficientes para que possamos enxergar nessa situação. Só nos é possível ver quando há luz no local.

A luz e as manifestações associadas a ela — tais como as sombras, as cores dos objetos e as imagens produzidas pelos espelhos e pelas lentes — são estudadas por uma área da Ciência denominada Óptica.

Diagrama. Sentidos humanos, incluem: olfato; paladar; audição; tato e visão. Este último está em destaque.
Respostas e comentários

De ôlho na Bê êne cê cê!

As atividades experimentais propostas nas seções Motivação dêsse capítulo (que antecedem os itens 1, 2, 4 e 5) favorecem o desenvolvimento da competência geral 2, posto que exercitam a curiosidade intelectual e demandam recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica e a imaginação para investigar causas e elaborar e testar hipóteses, e das competências específicas 2 e 3, porque ajudam a compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação científica, e também analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural e tecnológico com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.

Temos, nesse capítulo, a oportunidade de trabalhar também algumas habilidades de Ciências da Natureza da Bê êne cê cê, transcritas e comentadas a seguir.

ê éfe zero seis cê ih zero seis

“Concluir, com base na análise de ilustrações e/ou modelos (físicos ou digitais), que os organismos são um complexo arranjo de sistemas com diferentes níveis de organização.“

O desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih zero seis se iniciou no capítulo 4 e prossegue até o 7. Valem aqui as sugestões apresentadas no capítulo 4 deste Manual do professor, sôbre a utilização de recursos como publicações de Anatomia e de modelos físicos ou digitais.

ê éfe zero seis cê ih zero oito

“Explicar a importância da visão (captação e interpretação das imagens) na interação do organismo com o meio e, com base no funcionamento do ôlho humano, selecionar lentes adequadas para a correção de diferentes defeitos da visão.“

Este capítulo 6 é inteiramente dedicado ao desenvolvimento dessa habilidade proposta pela Bê êne cê cê.

O funcionamento da visão, incluindo aspectos referentes à captação da luz, formação de imagens na retina e interpretação delas pelo encéfalo, é apresentado até o item 5.

Esse bloco de conteúdos também trata de aspectos como acomodação visual, visão binocular e ilusões de óptica, que estão todos de alguma fórma relacionados “à interação do organismo com o meio”.

A seleção de lentes adequadas para a correção de diferentes defeitos da visão é desenvolvida no item 6 do capítulo.

O Sol, uma vela queimando e uma lâmpada acesa são exemplos de fontes luminosas, ou seja, são corpos que emitem luz. As fontes luminosas são vistas quando a luz proveniente delas atinge os olhos de alguém.

Na figura estão representados os raios de luz emitidos por uma lâmpada acesa. Esses raios são emitidos em todas as direções, e é por isso que conseguimos ver uma mesma lâmpada acesa de onde quer que estejamos posicionados na sala.

O experimento sugerido permite verificar que os raios de luz se propagam em linha reta e em todas as direções. Você percebeu isso ao realizá-lo? Se não percebeu, que tal repetir o experimento?

Ilustração. Mulher com o cabelo preto preso em coque, usando calça azul, camiseta amarela e tênis. Ela está em pé com uma mão na cintura e outra no queixo e olha para um abajur aceso em cima de uma mesa. Da lâmpada saem setas brancas para todas as direções.
As setas nessa figura são representações dos raios de luz. Fontes de luz muito intensa podem ofuscar a visão e você não deve olhar fixamente para elas. No experimento da abertura do capítulo foi sugerida uma lâmpada fraca (de potência 5 watts ou menor) para que não ocorra esse ofuscamento.

Raios de luz e corpos iluminados

Como podemos ver os objetos que não emitem luz?

Bem, na escuridão total não é possível enxergar objetos que não emitem luz, como um lápis, uma lâmpada apagada ou uma folha de papel. Só podemos ver esses objetos se eles forem atingidos pelos raios de luz provenien­tes de uma fonte luminosa, ou seja, se eles estiverem iluminados.

Quando os raios de luz de uma fonte luminosa atingem um objeto, iluminando-o, alguns dêsses raios podem ser refletidos. O objeto é enxergado porque há raios refletidos que chegam aos olhos da pessoa, como ilustra o desenho a seguir.

Ilustrações. Dois meninos na frente de um tabuleiro de damas em uma mesa. Um é loiro, de camiseta verde e está com o dedo em uma peça branca. O outro tem cabelo preto curto e usa camiseta rosa. Acima deles, um lustre azul com uma lâmpada acesa. Setas representando raio de luz da fonte luminosa saem da lâmpada, vão até um quadriculado branco no tabuleiro e refletem na direção do olho esquerdo do menino loiro.
(Representação esquemática da reflexão de um raio de luz. Cores fantasiosas.)

Independência dos raios de luz

Num palco iluminado por vários refletores, podemos perceber que os raios de luz de uma fonte luminosa não interferem na propagação dos raios de outra fonte luminosa, ainda que o caminho de ambos se cruze. Esse fato é co­nhecido como princípio da independência dos raios de luz.

Ícone. Caderno.

ATIVIDADE

Para fazer no seu caderno

Tente elaborar um experimento simples que comprove que os raios de luz refletida se propagam em linha reta.

Descreva o experimento em seu caderno.

Versão adaptada acessível

Descreva um experimento simples que comprove que os raios de luz refletida se propagam em linha reta.

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos ou com baixa visão na turma, oriente-os a realizar esta atividade em duplas com um colega vidente.

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

• Óptica • fonte luminosa • raio de luz

Respostas e comentários

Para fazer no seu caderno

Uma possibilidade muito simples de realizar o que se propõe no Para fazer no seu caderno é repetir o procedimento do experimento da abertura do capítulo.

Em vez de mirar a luz de uma lâmpada, pode-se mirar o desenho de uma bolinha colorida num papel pregado na parede.

Uma vez que é possível enxergar esse desenho através dos furos das duas cartolinas, isso indica que os raios de luz refletidos pelo desenho se propagam em linha reta, passando pelos furos alinhados e chegando até o ôlho do observador.

Amplie o vocabulário!

Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • Óptica Estudo da luz e dos fenômenos (acontecimentos) relativos a ela.
  • fonte luminosa Corpo que emite luz.
  • raio de luz Uma linha reta que representa o trajeto da luz em uma certa direção.

Motivação

A critério do professor, esta atividade poderá ser realizada em grupos.

Ícone. Vidraria de laboratório.

Objetivo

Simular o funcionamento do ôlho humano.

Você vai precisar de:

  • papel de seda branco
  • papel-cartão (de qualquer cor)
  • tesoura de pontas arredondadas
  • fita adesiva
  • lente de aumento
  • sala pouco iluminada, com uma janela aberta, que dê visão para uma paisagem bem iluminada pelo sol
  • régua e lápis ou caneta

Procedimento

  1. Recorte uma moldura retangular de papel-cartão, como a mostrada na figura A.
  2. Recorte um pedaço retangular de papel de seda com lados de 21 centímetros e 16 centímetros e cole-o com fita adesiva na moldura, como aparece na figura B.
  3. Na sala pouco iluminada, volte-se de frente para a janela. Segure a moldura e a lente de aumento como aparece na figura C. Movimente a lente devagar, aproximando-a ou afastando-a do papel, até conseguir projetar uma imagem nítida da janela no papel de seda. A imagem está direita ou invertida (de cabeça para baixo)? Explique suas observações.
Esquema. Figura A. Um retângulo marrom com 25 centímetros por 20 centímetros e dentro um retângulo branco com 19 centímetros por 14 centímetros. A borda marrom representa a moldura de papel-cartão e tem espessura de 3 centímetros. Esquema. Figura B. Um retângulo marrom com um retângulo branco dentro, representando um papel de seda branco, preso por seis pedaços de fita adesiva. Ilustração. Figura C. Menina de cabelo preto liso na altura do ombro e com franja veste camiseta lilás e calça jeans com cinto amarelo. Com uma mão, ela segura a moldura de papel-cartão com o  papel de seda dentro. No papel de seda tem um ponto de interrogação. Linha de chamada para: Observe a imagem da janela projetada. Com a outra mão, por trás, ela segura uma lente de aumento.
Respostas e comentários

Conteúdos procedimentais sugeridos

  • Usar materiais simples para construir um modelo de ôlho humano.
  • Usar esse modelo para simular o funcionamento do ôlho humano normal, do ôlho míope e do ôlho hipermetrope.

O primeiro dêsses conteúdos pode ser trabalhado com este segundo experimento do capítulo. É fundamental que o experimento seja feito, não apenas mencionado.

Lentes de aumento são encontradas à venda em muitos locais, incluindo alguns bazares e barracas de feiras livres. Elas variam bastante em preço, e não há necessidade de uma lente caríssima para realizar a atividade.

Nas condições do experimento, a imagem da janela será projetada sôbre o papel de seda invertida (de cabeça para baixo).

A analogia com o ôlho humano será desenvolvida, na sequência, com o auxílio das figuras A e B do subitem Projeção de imagens na retina, do item 2.

Para que esse experimento surta efeito pedagógico, é necessário que fóra da janela a paisagem esteja bem clara e que a sala não seja muito iluminada.

Uma maneira alternativa e interessante de fazer esse experimento é comentada a seguir, neste Manual do professor.

O segundo conteúdo procedimental – usar o modelo anteriormente elaborado para simular (e comparar) o funcionamento do ôlhohumano normal, do ôlho míope e do ôlho hipermetrope – é o que se pretende desenvolver com a atividade 7 do Explore diferentes linguagens. No momento de fazer aquela atividade é importante realizar o experimento envolvido, não apenas comentá-lo.

Conteúdos procedimentais sugeridos (continuação)

Ainda sôbre o experimento da seção Motivação que abre o capítulo, existe uma maneira alternativa e bastante interessante de rea­lizá-lo.

A foto a seguir mostra a imagem de uma janela bem clara projetada em um papel fixado na parede de uma sala escurecida.

Fotografia. Destaque para a mão de uma pessoa segurando uma lupa. No vidro da lupa há o reflexo de uma janela. Atrás, deslocado para a esquerda, um papel branco na parede com o reflexo da janela ampliado.

De modo similar, em uma sala escurecida, pode-se projetar no papel fixado na parede (ou na própria parede, se for bem clara) a imagem proveniente de um aparelho de tevê ligado, que esteja a alguns metros dessa parede (sugerimos pelo menos dois metros).

Desenvolvimento do tema

2. O sentido da visão

O ôlho humano

O experimento anterior vai ajudá-lo a entender o funcio­namento do ôlho humano. Antes, porém, de analisarmos o experimento, é importante que você examine atentamente os esquemas a seguir (A e B).

Depois de analisar os esquemas, continue sua leitura. Você perceberá que a intenção é comparar a folha de papel de seda com a retina, e a lente de aumento com o conjunto formado pela córnea e pela lente (anteriormente chamada de cristalino).

lustração A. Destaque para a região do rosto em que fica o olho de uma pessoa branca com linhas de chamada indicando as partes: sobrancelha, pálpebra superior, cílios, esclera, íris, pupila, córnea (camada incolor e transparente que fica à frente da pupila e da íris) e pálpebra inferior. Os pelos da sobrancelha estão em castanho, a esclera em branco, a íris em castanho e a pupila em preto. Ilustração B. Globo ocular em corte visto de perfil com linhas de chamada. Na parte da frente. Córnea, uma lente de curvatura ­fixa. Em seguida, íris, a parte colorida do olho — castanha, azul, verde etc. Entre os dois seguimentos da íris, pupila, pela qual os raios de luz entram no olho. Atrás, lente (anteriormente chamada de cristalino), uma lente de curvatura variável. Entre as lentes, líquido incolor e transparente.  Na camada exterior, após a córnea: esclera, a parte branca do olho. Na camada interna: Retina, camada sensível à luz, na qual são projetadas as imagens. No centro: líquido viscoso, incolor e transparente. Na parte de trás: nervo óptico, envia os estímulos visuais ao cérebro, como impulsos nervosos, no qual são interpretados.
A. Esquema externo do ôlho. B. Esquema interno do bulbo do ôlho, anteriormente chamado globo ocular, ilustrado em córte (visão lateral), fóra de proporção e em cores fantasiosas.

Fonte das ilustrações: AGUR, A. M. R.; dálei, A. F. Moore's Essential Clinical Anatomy. sexta edição Philadelphia: Wolters Kluwer, 2019. página 532, 536, 537.

Projeção de imagens na retina

Ao fazer o experimento, você pôde constatar que a imagem da janela é projetada invertida sôbre o papel de seda. Isso pode ser interpretado por meio do esquema a seguir, no qual os raios de luz que entram pela janela sofrem um desvio em sua trajetória ao passar pela lente e, chegando ao papel, formam nele uma imagem invertida.

De maneira semelhante, os raios de luz que entram no bulbo de cada ôlho sofrem desvio ao passar pela córnea e pela lente. Quando esses raios chegam à retina, formam nela a imagem do objeto visto. Assim como no caso da janela, a imagem projetada na retina está invertida.

Ícone. Olho aberto.

ATIVIDADE

Certifique-se de ter lido direito

Durante o estudo deste capítulo, consulte esses esquemas sempre que forem mencionadas as partes do ôlho humano.

Respostas e comentários

Item 2

A compreensão da estrutura do ôlho humano será bastante facilitada se a explicação for feita com o auxílio de uma imagem grande, que possa ser fixada na lousa.

Em uma cartolina, reproduza a ilustração do ôlho em córte usando cores diferentes para cada uma das partes e apresente-a para os estudantes. Em situações como essa, de apresentação e análise de modelos anatômicos, lembre-se sempre de salientar que as cores empregadas são fantasiosas, aplicadas apenas com a finalidade de destacar as estruturas no modelo para facilitar sua visualização e distinção.

Ilustração A. Do lado esquerdo, uma janela com uma árvore do lado de fora, o ponto A acima e B abaixo. Do ponto A saem setas azuis até uma lente que está sendo segurada por uma pessoa. Do ponto B saem setas vermelhas até a lente. Ao passar pela lente elas mudam de direção e chegam até um papel com o desenho da janela e da árvore, com o ponto B’ acima e A’ abaixo. Ilustração B. Do lado esquerdo, uma rosa, o ponto A acima e B abaixo. Do ponto A saem setas azuis até a córnea do olho de uma pessoa. Do ponto B saem setas vermelhas até a córnea. Da córnea, as setas passam pela lente dentro do olho, se cruzam e chegam até o fundo do olho, na retina, onde tem uma rosa ao contrário, com B’ acima e A’ abaixo.
A. Imagem de uma janela projetada no papel. B. Imagem de uma flor projetada na retina. Note que, em ambos os casos, os raios de luz que saem do ponto A chegam ao ponto á linha, e os que saem de B chegam a bê linha. (Representações esquemáticas fóra de proporção. Bulbo do ôlho em córte e em cores fantasiosas.)

Fontes: iãng, H. D.; Fríiméãn, R. A. University Physics. décima quinta edição Harlow: Pearson, 2020. página .1159; ról, J. E.; ról, M. E. Guyton and Hall Textbook of Medical Physiology. décima quarta edição Philadelphia: Elsevier, 2021. página 630.

O papel da retina e do cérebro

Na retina existem células sensíveis à luz que detectam os estímulos luminosos e os enviam para o cérebro, como impulsos nervosos, por meio do nervo óptico. No cérebro, as informações são interpretadas, compondo as imagens que “vemos”.

Apesar de as imagens serem projetadas invertidas na retina, o cérebro processa os estímulos que recebe e os interpreta como imagens não invertidas.

Como o cérebro participa do sentido da visão, temos uma memória visual, que nos permite, por exemplo, lembrar de cores e de fórmas ainda que não as estejamos vendo. Permite-nos, também, reconhecer imagens familiares tão logo as vemos. É o que acontece quando reencontramos uma pessoa depois de muito tempo. É também o que está ocorrendo neste exato momento, em que você está vendo e reconhecendo cada uma das letras existentes neste livro.

Na retina existem dois tipos de células receptoras de estímulos luminosos: os cones e os bastonetes.

Os cones nos permitem perceber toda a variedade de cores. Já os bastonetes não identificam as cores; eles são muito mais sensíveis à luz que os cones e permitem-nos enxergar em ambien­tes com baixa iluminação, nos quais percebemos fórmas e movimentos, mas não distinguimos eficientemente as cores.

Ícone. Dois balões de fala.

ATIVIDADE

Para discussão em grupo

Imagine que circula pelas redes sociais a seguinte fake news (notícia intencionalmente falsa): “Nós enxergamos porque nossos olhos emitem raios que atingem os objetos. Quando uma pessoa perde a capacidade de emitir esses raios, tem problemas de visão.”.

Debatam que argumento pode ser usado para desmentir essa fake news.

Respostas e comentários

Atente!

Os raios de luz, que são retilíneos, têm sua direção de propagação alterada ao passar de um meio para outro que tenha índice de refração diferente.

Tal fenômeno, a refração, está representado nesse esquema; note que os raios de luz mudam de direção ao atravessar cada interface (superfície de separação entre dois meios).

No esquema, devido a suas dimensões, essa alteração é mais fácil de perceber se você utilizar uma régua transparente para verificar a direção de um raio de luz antes e depois de se refratar.

Atividades

Após analisar com os estudantes as figuras A e B, podem ser sugeridas as atividades 1 e 2 do Explore diferentes linguagens.

Visão crítica sôbre fake news

O boxe Para discussão em grupo apresenta uma situação na qual os conceitos estudados em Ciências da Natureza são suficientes para perceber que uma postagem contém uma conclusão que é completamente falsa (embora possa parecer plausível ao público leigo, sem alfabetização científica).

Para refutar a afirmação, basta que os estudantes se fundamentem no fato de não ser possível enxergar na ausência completa de luz.

Se a visão dependesse de raios emitidos pelos olhos (e não de raios de luz emitidos pelas fontes luminosas), seríamos capazes de enxergar no escuro. E é isso que se espera que os estudantes empreguem como argumentação.

Caso eles não cheguem a esse argumento, conduza a discussão em direção a ele, pedindo que os estudantes relatem situações em que não se consegue enxergar bem.

A pupila

Você já percebeu que sua visão consegue se adaptar a lugares com muita luz ou com pouca luz?

A pupila está associada a esse fato. Em locais muito claros, ela permanece contraída, deixando entrar no ôlho pequena quantidade de luz. Esse importante mecanismo protege a retina, que poderia ser danifica­da se ficasse exposta à luz intensa. Em locais escuros, ao contrário, a pupila se dilata, facilitando a entrada de luz.

O abrir e fechar das pupilas é muito rápido. No entanto, você já deve ter percebido que, ao sair de um local com muita iluminação (como uma rua exposta ao sol) e entrar em outro pouco ilumina­do (como um cinema), são necessários alguns segundos ou minutos para começarmos a enxergar direito.

Acontece que as células da retina precisam produzir certas substâncias químicas importantes para a visão sob baixa iluminação. E essa produção leva alguns segundos ou até mesmo alguns minutos.

Ilustração. Destaque para o olho verde de uma pessoa. A região preta no centro está pequena na representação à esquerda e grande na representação da direita.
Ícone. Grupo com três pessoas.

ATIVIDADE

Trabalho em equipe

Observem as pupilas dos companheiros sob diferentes condições de iluminação; por exemplo, em local interno pouco iluminado e em local ensolarado. Mas não olhem diretamente para o Sol porque isso é perigoso para a retina!

EM DESTAQUE

Alguns distúrbios visuais

Glaucoma

O glaucoma é uma doença caracterizada pelo aumento da pressão dentro do ôlho, por acúmulo de líquido. Quando essa condição dura longos períodos, sendo denominada glaucoma crônico, pode impedir o fluxo de sangue para a retina, que sofre lesões irreversíveis.

O glaucoma é uma das principais causas de cegueira. Oftalmologistas têm como medir a pressão interna dos olhos, podendo diagnosticar o glaucoma e indicar o tratamento adequado.

Descolamento de retina

A retina é formada por camadas. A junção entre algumas dessas camadas é relativamente fraca e, sob determinadas circunstâncias, como trancos e solavancos muito fortes, pode ser separada.

Essa condição, o descolamento de retina, faz com que as imagens deixem de ser projetadas com nitidez nas camadas de células receptoras de luz, reduzindo a visão. As células da retina também podem morrer, causando cegueira.

Cegueira noturna

A substância sensível à luz que é produzida nos olhos e necessária à captação de luz pela retina é denominada retinal. Para sua produção, é necessária a vitamina A, ou retinol.

Como acontece com todas as outras vitaminas, o ser humano não é capaz de produzir vitamina A. Ela deve vir da dieta. Indivíduos com deficiência dessa vitamina têm dificuldade para enxergar em locais pouco iluminados, enfermidade conhecida como cegueira noturna.

Cegueira para as cores

Há cones sensíveis a três cores: vermelha, verde e azul. As diferentes cores e tonalidades que podemos ver são compostas pelo cérebro a partir do que é captado por esses cones.

A cegueira para as cores, que alguns chamam de daltonismo, é uma condição em que o indivíduo nasce sem um, dois ou três dêsses tipos de cones, sendo incapaz de distinguir certas cores ou até mesmo não enxergando nenhuma delas.

Elaborado com dados obtidos de: Kappen, B. M.; isténton , B. A. (edição). Berne & Levy Physiology. sétima edição Philadelphia: Elsevier, 2018.

Respostas e comentários

Atividade

Após trabalhar o subitem A pupila, você pode propor a atividade 3 do Explore diferentes linguagens.

Em destaque

Julgando oportuno, comente com os estudantes que, além dos distúrbios visuais descritos no texto do Em destaque do final do item 2 e dos distúrbios associados a erros de refração (miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia, apresentados mais à frente), existem outras doenças oculares comumente atendidas pelos oftalmologistas no Brasil, como a catarata, a conjuntivite, a retinopatia diabética e a degeneração macular relacionada à idade.

A catarata e a conjuntivite também serão comentadas adiante, no livro do estudante, mas, se considerar adequado, peça aos estudantes que façam uma pesquisa para saber os sintomas mais comuns dessas doenças.

Comente com a turma que alguns sintomas podem ser um alerta para doenças oculares, entre eles visão embaçada, tremor nos olhos, dificuldades de se adaptar à luz, vermelhidão nos olhos e lacrimejamento constante.

Ressalte que apresentar algum dêsses sintomas não significa necessariamente ter uma doença nos olhos, mas, caso tais sintomas se manifestem, é importante consultar um especialista. Só ele pode dar um diagnóstico preciso e, se necessário, recomendar o tratamento adequado.

De ôlho na Bê êne cê cê!

O Em destaque favorece o trabalho com a competência específica 7, pois estimula conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.

 3. A lente do ôlho e a “focalização” de imagens

Outra interessante propriedade de nossos olhos é poder enxergar objetos a diferentes distâncias, desde alguns centímetros até vários metros.

Feche um ôlho e tente visualizar um objeto que esteja a cêrca de 30 centímetros do ôlho aberto. Você verá o objeto com nitidez, mas toda a paisagem ao fundo ficará embaçada.

Se, entretanto, você quiser observar a paisagem ao fundo, seu ôlho rapidamente vai torná-la nítida. Porém, ao fazer isso, é o objeto próximo que perderá a niti­dez. Esse rápido experimento comprova que o ôlho humano tem a capacidade de “focalizar” objetos mais próximos ou mais distantes, capacidade denominada acomodação visual.

Essa habilidade de “focalizar” objetos se deve a pequenos músculos existentes no interior do bulbo do ôlho, que conseguem esticar a lente, mudando sua curvatura.

A mudança da curvatura da lente permite projetar na retina, com nitidez, a imagem do objeto que se deseja ver, esteja ele perto ou longe. Os esquemas A e B e as fotos 1 e 2 esclarecem o processo de acomodação visual.

Esquema A. Do lado esquerdo, uma joaninha, objeto próximo. Dela saem duas setas até o globo ocular, as setas se unem no fundo do olho, onde tem uma joaninha menor e ao contrário. Quando os músculos estão relaxados, a lente fi­ca mais abaulada e favorece a visualização de objetos próximos.
Esquema B. Do lado esquerdo, uma árvore, objeto distante. Dela saem duas setas até o globo ocular, que se unem no fundo do olho, onde tem uma árvore menor e ao contrário. Quando os músculos se contraem, a lente ­fica menos abaulada e favorece a visualização de objetos distantes.
Lente do ôlho acomodada para visualizar: A. objeto próximo e B. objeto distante. Observe como o formato da lente se altera de uma situação para outra, a fim de projetar, com nitidez, a imagem na retina. (Esquema em córte, fóra de proporção e em cores fantasiosas.)

Fonte: GIAMBATTISTA, A. Physics. quinta edição Nova York: McGraw-Hill, 2020. página 926.

Fotografia 1. Dois vasos de plantas enfileirados. O vaso amarelo está na frente, ele tem um cactus e está nítido. O vaso laranja, atrás, está desfocado. Fotografia 2. Dois vasos de plantas enfileirados. O amarelo, na frente, está desfocado. O laranja, atrás, tem uma suculenta e está nítido.
Exemplo de imagens tal como são vistas quando apenas um ôlho está aberto, “focalizando”: 1. objeto próximo e 2. objeto distante.
Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

visão retina cones bastonetes pupila córnea lente (do olho) acomodação visual

Respostas e comentários

Atente!

Nos esquemas A e B do item 3, note mais uma vez a refração da luz ao atravessar as interfaces entre diferentes meios (conforme já comentamos anteriormente em outra nota explicativa Atente!).

Use uma régua transparente para verificar a mudança da direção de um raio de luz antes e depois de se refratar em cada interface.

Amplie o vocabulário!

Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • visão Sentido que nos permite ver e reconhecer as diferentes fórmas e cores.
  • retina Camada sensível à luz que reveste a parte interna posterior do bulbo do ôlho.
  • cones Células da retina sensíveis à luz colorida, relacionadas à visão em cores.
  • bastonetes Células da retina muito sensíveis à luz. Permitem a visão em ambientes pouco iluminados, mas não são sensíveis às diferentes cores.
  • córnea Porção anterior do bulbo do ôlho, transparente, que atua como uma lente de curvatura fixa.
  • pupila Abertura circular (na íris), de tamanho variável, que determina a quantidade de luz que entra no bulbo do olho.
  • lente (do ôlho) Estrutura trans­parente, interna ao bulbo do ôlho (atrás da pupila), que atua como uma lente de curvatura variável e permite a projeção das imagens na retina. (Anteriormente denominada cristalino.)
  • acomodação visual Alteração da curvatura da lente, que ocorre de acôrdo com a distância do objeto que se deseja visualizar, a fim de permitir a projeção de sua imagem na retina.

Motivação

Ícone. Vidraria de laboratório.

Objetivo

Averiguar a utilidade da visão binocular.

Você vai precisar de:

  • dois lápis
  • ajuda de um colega

Procedimento

1. Você e seu colega seguram um lápis cada um e se posicionam como mostra a figura.

Ilustração. Duas crianças sorrindo em pé uma de frente para a outra. Menina de cabelo castanho liso e comprido com franja preso em um rabo, calça laranja, camiseta roxa e tênis preto e rosa. Ela tampa um dos olhos com uma mão e segura um lápis verde na outra mão com o braço à frente do corpo. Menino loiro de cabelo liso, calça preta, suéter azul e tênis amarelo e cinza. Ele tampa um dos olhos com uma mão e segura um lápis vermelho na outra mão com o braço à frente do corpo.
  1. Mantendo um ôlho fechado o tempo todo, você e seu colega devem tentar encostar as pontas dos dois lápis.
  2. Repitam o procedimento, mas com os dois olhos abertos. A que conclusão vocês chegaram? Por quê?

Desenvolvimento do tema

4. Visão binocular

Ao realizar o experimento anterior você provavelmente percebeu a vantagem de observar um objeto com os dois olhos em vez de um só. Com os dois olhos somos capazes de avaliar a distância de um objeto até nós com muito mais eficiência do que com apenas um ôlho.

A explicação tem a ver com o fato de cada ôlho receber a luz vinda do objeto de uma posição distinta. O cérebro recebe as imagens ligeiramente diferentes vindas de cada ôlho e as interpreta. A partir dessas informações, o cérebro avalia a distância a que um objeto se encontra.

Respostas e comentários

Motivação

Para realização da atividade prática, organize a turma em duplas.

Depois da leitura do procedimento, assegure-se de que os estudantes o compreenderam corretamente e que os lápis usados não estão com a ponta muito afiada.

Enquanto as duplas realizam a atividade, circule pela sala e fique atento para que os estudantes não se machuquem ao fazer brincadeiras inadequadas, fugindo do procedimento recomendado.

Ao finalizarem os 3 itens, reserve um momento para que os estudantes de cada dupla façam uma discussão prévia e, somente depois disso, abra a conversa para que todos possam compartilhar e explicar suas hipóteses.

Aproveite essas discussões para o desenvolvimento em sala do item 4, conforme apresentado no livro do estudante.

Item 4

Comente com os estudantes que podem existir distúrbios na visão binocular. Uma delas é o estrabismo, mas há também disfunções não estrábicas da visão binocular.

Um exemplo é o da insuficiência de convergência, na qual a pessoa não consegue manter um adequado alinhamento binocular dos olhos à medida que os objetos se aproximam do rosto.

Quando a pessoa com insuficiência de convergência tem de realizar tarefas nas quais depende da visão de perto, apresenta sintomas como fadiga ocular, cefaleia (dor de cabeça), visão turva, diplopia (percepção de duas imagens de um único objeto), sonolência, dificuldade de concentração e de compreensão, mesmo após curtos períodos de leitura.

Destaque que a insuficiência de convergência interfere na capacidade de ler, de aprender e de realizar trabalhos de perto, podendo contribuir para um baixo rendimento escolar. Como parte da sua atuação como educador, esteja sempre atento para perceber se existe algum estudante que tenha esses sintomas.

Caso observe que existe, converse com a coordenação e/ou a direção para que seja realizado o encaminhamento adequado junto à família, conversando com os pais ou responsáveis para explicar o que se observa e para sugerir um encaminhamento para avaliação por oftalmologista. Lembre-se sempre de que o dever da escola é informar as famílias sôbre o que ocorre no ambiente escolar, mas que diagnósticos de enfermidades somente podem ser dados por médicos.

Você pode comprovar que cada ôlho recebe imagens distintas por meio do experimento descrito na ilustração.

Ilustração A. Menino de cabelo preto liso e camiseta roxa. Ele tampa o olho direito com a mão esquerda e está com um dedo erguido na frente do corpo. Na frente dele tem uma prateleira com uma garrafa verde. Ilustração B. O mesmo menino tampa o olho esquerdo com a mão esquerda e está com um dedo erguido na frente do corpo. Na frente dele tem uma prateleira com uma garrafa verde. Ilustração C. Vista superior do mesmo menino. Ele tampa o olho direito com a mão esquerda e está com um dedo erguido na frente do corpo. Na frente dele tem uma prateleira com uma garrafa verde. Setas vão da garrafa até o olho do menino passando pela ponta do dedo, alinhadas. Ilustração D. Vista superior do mesmo menino. Ele tampa o olho esquerdo com a mão esquerda e está com um dedo erguido na frente do corpo. Na frente dele tem uma prateleira com uma garrafa verde. Setas vão da garrafa até o olho do menino passando pela ponta do dedo, formando uma linha diagonal.
A.Tape o ôlho direito, estique o braço e coloque o dedo indicador exatamente na direção de um objeto distante. B.Mantenha o dedo imóvel.Abra o ôlho direito e tape o esquerdo. O dedo ainda está na direção do objeto? C.Linha de visão do ôlho esquerdo. D.Linha de visão do ôlho direito.

Fonte: Esquema elaborado pelos autores.

O ser humano — assim como macacos, onças, gatos e cachorros — possui visão binocular, ou seja, seus olhos se localizam na parte frontal da cabeça e atuam conjuntamente para fornecer uma visão tridimensional do objeto examinado. A visão binocular torna possível que um macaco avalie a distância de um galho ou que uma onça saiba a que distância está sua presa.

Cavalos, vacas e coelhos, apesar de terem dois olhos, não possuem visão binocular, pois seus olhos estão em lados opostos da cabeça e não focalizam simultaneamente um mesmo objeto. Esses animais têm uma ampla visão do que se passa ao redor, o que lhes permite perceber a presença de predadores, mas não lhes fornece a avaliação precisa da distância a que os objetos estão.

Movimento dos olhos e visão binocular

Nossos olhos se movimentam quando queremos olhar para cima, para baixo ou para os lados. Mas como eles se movimentam?

O bulbo do ôlho está ligado a vários músculos comandados pelo cérebro. Esses músculos estão esquematizados no desenho a seguir. Quando seu cérebro dá a ordem “olhe para cima”, alguns dêsses músculos provocam a rotação dos bulbos dos olhos, de modo que se olhe para cima. E assim por diante.

Esquema. Região do rosto onde se encontra o olho em corte e vista de perfil. Três músculos saem de uma mesma base e vão até as partes superior, lateral e inferior do olho. Outro músculo está perpendicular a estes passando entre a ponta do músculo inferior e o lateral.
Visão lateral (interna ao corpo) do bulbo do ôlho direito. Há vários músculos que permitem mover o bulbo do ôlho. (Esquema em córte parcial, fóra de proporção e em cores fantasiosas.)

Fonte: Drêic, R. L.; , A. W.; mítchel, A. W. M. Gray's Anatomy for students. quarta edição Philadelphia: Elsevier, 2020. página 927.

Respostas e comentários

Atividades

Ao final da análise em sala, com os estudantes, das esquematizações A e B do final do item 4, são oportunas as atividades 4 e 5 do Explore diferentes linguagens.

A capacidade de movimentação dos bulbos dos olhos é bastante útil para a visão binocular. Em razão do movimento de giro para dentro e para fóra, os bulbos dos olhos podem “apontar” em direção a objetos mais próximos ou mais distantes.

Esquema A. No centro, objeto distante, uma bola de futebol. Da bola saem duas setas para um par de olhos: bulbo do olho direito e bulbo do olho esquerdo. Ilustração B. No centro, objeto próximo, uma bola de futebol. Da bola saem duas setas para um par de olhos: bulbo do olho direito e bulbo do olho esquerdo. Uma linha tracejada indica o lugar da bola distante.
Note a rotação dos bulbos dos olhos ao comparar uma situação em que se observa um objeto: A. de longe e B. de perto. (Representação esquemática, fóra de proporção. Cores e fórmas fantasiosas.)

Fonte: Elaborado a partir de AGUR, A. M. R.; dálei, A. F. Moore's Essential Clinical Anatomy. sexta edição Philadelphia: Wolters Kluwer, 2019. página 543.

Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

Busque na internet a obra Céu e Água um, ou Sky and Water um, uma xilogravura feita em 1938 pelo artista holandês Cornelis r (1898-1972). Analise-a para identificar padrões visuais que foram utilizados pelo artista para obter o efeito de transição que se observa na obra. Registre sua conclusão no caderno.

Estenda sua busca para conhecer outras obras de Escher e selecione mais algumas em que ele usa uma estratégia similar. Registre o nome de cada obra e os padrões usados pelo artista.

EM DESTAQUE

Ilusões de óptica

Como consequência da participação do cérebro no processo visual, torna-se muito difícil observarmos uma imagem sem que o cérebro imediatamente tente entendê-la.

Às vezes, por causa das características da imagem observada, nosso cérebro pode ficar “confuso” e interpretá-la de modo diferente do que ela realmente é.

Quando isso acontece, dizemos que se trata de uma ilusão de óptica. Veja alguns exemplos.

Ilustração. Linhas horizontais paralelas com retângulos preenchidos e vazios intercalados. Em cada faixa há o mesmo número de retângulos pretos, mas eles estão posicionados em lugares diferentes formando estruturas verticais em zigue-zague.
As linhas horizontais que separam as camadas parecem tortas. Será que estão? Use uma régua para conferir.

Fonte da figura: Méc Mílan, B. Human body: a visual guide. Nova York: Firefly Books, 2006. página 130.

Ilustração. Um ponto no centro por onde passam linhas pretas em várias direções. Há duas linhas verticais vermelhas ligando a primeira e última linhas pretas de cada lado do centro.
As linhas vermelhas são retas ou curvas? Use uma régua para confirmar sua resposta.
Ilustração. Blocos verdes com diferentes alturas formando uma estrutura fechada de quatro lados irregulares. Em cima de cada um há um quadrado vermelho.
Descendo as escadas voltamos ao início?

Fonte das duas figuras: Uílson, J. D. Physics: a practical and conceptual approach. terceira edição : Saunders, 1993. página 511.

Respostas e comentários

Em destaque

A seção Em destaque do final do item 4 aborda ilusões de óptica. Como esse tema geralmente desperta bastante interesse nos estudantes, você pode pedir que eles pesquisem na internet outros exemplos de imagens dêsse tipo e compartilhem com os colegas. Para evitar desperdício de papel, em vez de imprimir, as imagens podem ser postadas no blog de cada equipe, respeitando as diretrizes já combinadas com a turma para esse tipo de publicação.

Durante a discussão do tema ilusões de óptica, pode ser que algum estudante faça referência às miragens. Explique que o termo miragem deriva do francês mirer, que significa olhar atentamente.

A miragem é um fenômeno óptico decorrente do desvio da luz refletida por um objeto. Esse desvio (refração) ocorre nas camadas de ar (de diferentes temperaturas) existentes entre o objeto e o observador e faz com que o indivíduo visualize uma imagem bastante distorcida do objeto (a miragem).

Saliente que a miragem decorre de um fenômeno físico real que acontece frequentemente em dias ensolarados, em especial nas estradas e nas paisagens desérticas (devido ao chão muito aquecido que, por sua vez, aquece o ar logo acima dele), mas também é possível ver miragens em alto-mar.

Ainda que não seja o tema do Em destaque, peça aos estudantes, se julgar oportuno, que busquem imagens na internet que exemplifiquem e esquematizem o fenômeno das miragens.

Noções de pensamento computacional

A atividade do Use a internet possibilita aos estudantes analisar a obra Céu e Água um, de M. C. écher, e reconhecer que ela foi elaborada usando, repetidamente, contornos de aves e de peixes, elaborados e justapostos de modo que o contorno do espaço vago entre aves adjacentes corresponda ao contorno de um peixe e vice-versa. Os contornos foram sutilmente ajustados ao longo da direção vertical.

Para evidenciar a transição observada na obra, o artista ilustrou com maior riqueza de detalhes a ave do topo e foi, gradualmente, reduzindo esses detalhes até não mais ilustrá-las, na parte inferior. Inversamente, representou o peixe inferior com mais detalhes, e diminuiu progressivamente o detalhamento em direção ao topo.

Obra de Arte. Na metade superior, aves pretas voando enfileiradas em fundo branco: a primeira fileira tem uma ave, a segunda fileira tem duas aves, a terceira fileira tem três aves e a quarta fileira tem quatro aves. Ao centro, as fileiras de aves se mesclam com fileiras de peixes. Na metade inferior, há peixes brancos e cinza enfileirados em fundo preto: a primeira fileira tem quatro peixes, a segunda fileira tem três peixes, a terceira fileira tem dois peixes e a quarta e última fileira tem apenas um peixe.
Céu e Água um, xilogravura do holandês M. C. écher, 1938.

Outras obras de écher que exploram impressões similares de transição por justaposição de padrões são Metamorfose dois (Metamorphosis dois), de 1937; Céu e Água dois (Sky and Water dois), de 1938; Dia e Noite (Day and Night), de 1938; Verbum, de 1942; Libertação (Liberation), de 1955; Peixes e Escamas (Fishes and Scales), de 1959.

Se houver possibilidade, diante da realidade escolar, essas obras podem ser acessadas pela internet por meio de uma busca de imagens e projetadas em sala para possibilitar sua fruição por todos os estudantes.

De ôlho na Bê êne cê cê!

As seções Em destaque e Use a internet oportunizam desenvolver a competência geral 3, por estimularem valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e a competência geral 4, já que favorece o conhecimento do uso de linguagens (artística e matemática) para expressar experiências, ideias e sentimentos.

Motivação

A critério do professor, esta atividade poderá ser realizada em grupos.

Ícone. Vidraria de laboratório.

Objetivo

Entender o princípio visual do cinema.

Você vai precisar de:

  • cartolina branca
  • caneta azul ou preta
  • compasso
  • lápis bem apontado
  • dois elásticos de amarrar cédulas
  • tesoura de pontas arredondadas

Procedimento

  1. Use o compasso para desenhar na cartolina um círculo com 8 centímetros de diâmetro e recorte-o. Veja a figura A. Faça com a ponta do lápis dois pequenos furos a 1 centímetro da borda.
  2. Escreva as palavras Estudar Ciências nas posições indicadas na figura A.
Ilustração. Figura A. Frente. Um círculo de diâmetro 8 centímetros com dois furos, um de cada lado. Na parte de cima, a palavra estudar. Verso. Um círculo com dois furos, um de cada lado. Na parte de cima, a palavra ciências, virada de ponta cabeça.
  1. Prenda um elástico em cada um dos furos, como mostra a figura B.
  2. Coloque um ou dois dedos em cada elástico. Enrole os elásticos, como aparece na figura C.
  3. Afaste uma mão da outra. Isso fará o disco girar em alta velocidade. Observe o que se pode ler durante o giro.
Ilustração. Figura A. Frente. Um círculo de diâmetro 8 centímetros com dois furos, um de cada lado. Na parte de cima, a palavra estudar. Verso. Um círculo com dois furos, um de cada lado. Na parte de cima, a palavra ciências, virada de ponta cabeça. Ilustração. Figura B. Pessoa segurando com a mão esquerda um círculo com dois furos, um de cada lado, e a palavra estudar em cima. No furo da direita tem um elástico preso que é puxado pela mão direita.
Ilustração C. Destaque para as mãos de uma pessoa segurando dois elásticos presos em furos em um círculo com a palavra ciências na parte inferior. Uma seta indica a rotação do círculo.

Desenvolvimento do tema

5. O cinema

O experimento anterior mostra que a visão humana não consegue captar com total precisão eventos muito rápidos. Durante a rotação do disco, cada uma das faces fica virada para você tão pouco tempo que o que se enxerga é uma “mistura” do que está escrito em ambos os lados: Estudar Ciências.

O cinema baseia-se justamente no fato de o cérebro humano não perceber que uma imagem foi substituída por outra, desde que tudo aconteça muito rápido.

Respostas e comentários

Item 5

Se possível, combine com o professor de Arte e proponha para os estudantes um trabalho de pesquisa sôbre a história do cinema.

Nesse trabalho, os estudantes devem apresentar:

1. As invenções que possibilitaram o desenvolvimento do cinema.

2. As características dos primeiros filmes.

3. A introdução de áudio nos filmes.

Eles também devem construir uma linha do tempo sôbre a história do cinema. Sugira alguns eventos e incentive-os a pesquisar e incluir outros:

  • 1889 (invenção do cinetoscópio);
  • 1895 (irmãos Auguste e luí Limiér apresentaram o filme “A Chegada do Trem na Estação”);
  • 1896 (primeira exibição no Brasil, no Rio de Janeiro);
  • 1927 (exibição do filme “O cantor de jazz”, primeiro filme com som);
  • 1935 (exibição de filmes coloridos).

De ôlho na Bê êne cê cê!

ê éfe seis nove á érre zero três

“Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etcétera), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etcétera), cenográficas, coreográficas, musicais etcétera

O encaminhamento proposto anteriormente para o item 5 favorece o desenvolvimento dessa habilidade do componente curricular Arte.

Além disso, o item 5 proporciona uma situação de aprendizagem que vai ao encontro da competência específica 4, pois envolve avaliar aplicações culturais da ciência e de suas tecnologias, considerando sua presença na vida contemporânea e no mundo do trabalho.

Os filmes cinematográficos são longas fitas nas quais há grande quantidade de imagens, uma após a outra, cada qual ligeiramente diferente da anterior. Vinte e quatro dessas imagens são projetadas, por segundo, na tela. O cérebro não percebe que uma nova imagem substituiu a anterior e o resultado é a ilusão de que está havendo movimento contínuo.

Os desenhos animados são elaborados com base nesse mesmo princípio. Desenhistas fazem vários desenhos, cada qual ligeiramente diferente do anterior. Tais desenhos são fotografados, um a um. A projeção da sequência de desenhos produz a sensação de movimento. Observe a ilustração de um exemplo de sequência de imagens de um desenho animado.

Ilustração. Pedaço de um rolo de filme fotográfico com menino de cabelo preto de topete e camiseta vermelha segurando um copo azul com o braço esticado. A sequência de quatro cenas começa com o copo mais afastado de sua boca e vai se aproximando dela à medida que o braço vai se flexionando de uma cena para outra.
Exemplo de sequência de imagens de um desenho animado.
Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: ciência e tecnologia.

6. A correção de alguns distúrbios visuais

Alguns distúrbios de visão ocorrem porque imagens nítidas não são projetadas na retina. Entre eles, os mais comuns são: a miopia, a hipermetropia, a presbiopia e o astig­ma­tismo. O uso de óculos com lentes apropriadas ou de lentes de contato permite a quem tem esses distúrbios enxergar corretamente.

A miopia é caracterizada pela dificuldade de ver com nitidez objetos distantes, embora a visão de objetos próximos não seja prejudicada. O bulbo do ôlho míope é mais longo que o normal. Por isso, a lente do ôlho não consegue “focalizar” os raios de luz que vêm de objetos distantes, e a imagem deles se fórma à frente da retina. A lente para óculos usada para corrigir o distúrbio, chamada lente divergente, altera levemente a trajetória dos raios de luz, permitindo que eles sejam “focalizados” de maneira correta e formem a imagem sôbre a retina.

Esquema do funcionamento das lentes que corrigem miopia

Esquema. Três setas paralelas para a direita, na direção do bulbo de um olho normal. As linhas entram no olho e convergem até um ponto no fundo do olho.
Esquema. Três setas paralelas para a direita, na direção de um globo ocular. As linhas entram no olho, se cruzam em uma linha tracejada que demarca o formato de um olho normal e vão até a retina, no fundo do olho. No bulbo do olho míope (mais longo), a imagem se forma à frente da retina.
Esquema. Três setas paralelas para a direita, na direção do bulbo de um olho míope. As linhas passam por uma lente corretiva, que afasta as mais externas, entram no olho e convergem até um ponto no fundo do olho. Com a lente corretiva, a imagem se forma na retina.
(Representação esquemática, em córte lateral e com cores fantasiosas.)

Fonte: iãng, H. D.; Fríiméãn, R. A. University Physics. décima quinta edição Harlow: Pearson, 2020. página .1167-.1168.

Fotografia. Mulher de cabelo castanho longo usando camisa azul e jaleco branco. Em pé, ela segura um par de óculos na frente do rosto de um homem idoso de barba vestindo suéter cinza, que está sentado na sua frente.
Óculos auxiliam quem tem certos distúrbios visuais a enxergar melhor.
Respostas e comentários

Atividade

Ao final do item 5, proponha a atividade 6 do Explore diferentes linguagens.

tê cê tê Ciência e Tecnologia

O item 6 aborda assuntos pertinentes à temática contemporânea Ciência e Tecnologia.

De ôlho na Bê êne cê cê!

O item 6 possibilita o desenvolvimento da competência específica 7, já que estimula conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.

Item 6

Comente com os estudantes que em outubro de 2019 foi publicado o Relatório Mundial sôbre a Visão, o primeiro relatório mundial sôbre visão publicado pela Organização Mundial da Saúde (ó ême ésse). Ele pode ser encontrado mediante uma busca na internet com as palavras relatório mundial sôbre a visão ó ême ésse.

Neste relatório foram apresentados os seguintes dados:

  • Pelo menos 2,2 bilhões de pessoas têm uma deficiência visual ou cegueira, e em 1 bilhão delas essa deficiência visual poderia ter sido evitada ou ainda não foi tratada.
  • Mais de 1 bilhão de pessoas estão vivendo com deficiência visual por não receberem os cuidados necessários para condições como miopia, hipermetropia, glaucoma e catarata.
  • cêrca de 65 milhões de pessoas são cegas ou têm visão prejudicada por não terem realizado a cirurgia de catarata.
  • Mais de 800 milhões de pessoas têm dificuldade na realização de suas atividades diárias porque não têm acesso a óculos.

Aproveite para comentar que o Sistema Único de Saúde (sús) oferece consultas de oftalmologia. O aplicativo para celular Conecte sús Cidadão é a via de acesso aos serviços do sús de fórma digital, permitindo ao cidadão identificar estabelecimentos de saúde próximos à sua localização e acompanhar seu histórico clínico.

A hipermetropia é um problema oposto ao da miopia. Quem tem esse distúrbio visualiza normalmente objetos distantes, mas não vê com nitidez os objetos próximos. Isso ocorre porque o bulbo do ôlho hipermetrope é mais curto que o normal, e a lente do ôlho não consegue “focalizar” sôbre a retina os raios de luz vindos de objetos próximos. A imagem é projetada atrás da retina. A lente corretiva empregada, chamada lente convergente, interfere na trajetória dos raios de luz e permite “focalizar” a imagem com nitidez sôbre a retina.

Esquema do funcionamento das lentes que corrigem hipermetropia

Esquema. Três setas paralelas para a direita, na direção do bulbo de um olho normal. As linhas entram no olho e convergem até um ponto no fundo do olho.
Esquema. Três setas paralelas para a direita, na direção de um globo ocular. As linhas entram no olho e convergem em uma linha tracejada após o fundo do olho que demarca o tamanho do olho normal. No bulbo do olho hipermetrope (mais curto), a imagem se forma atrás da retina.
Esquema. Três setas paralelas para a direita, na direção de um globo ocular hipermetrope. As linhas passam por uma lente corretiva que aproximam as mais externas, entram no olho e convergem até um ponto no fundo do olho. Com a lente corretiva, a imagem se forma na retina.
(Representação esquemática, em córte lateral e com cores fantasiosas.)

Fonte: iãng, H. D.; Fríiméãn, R. A. University Physics. décima quinta edição Harlow: Pearson, 2020. página .1167-.1168.

A presbiopia, de modo semelhante à hipermetropia, interfere na visualização nítida de objetos próximos. Ela se manifesta na maioria das pessoas após os quarenta anos e é popularmente conhecida como “vista cansada”. O distúrbio se deve à perda da elasticidade da lente do ôlho e pode ser corrigido com lentes semelhantes às usadas no caso da hipermetropia.

O astigmatismo é a visão distorcida que ocorre devido a alterações no formato da córnea ou da lente do ôlho. Nem todos os raios de luz são “focalizados” na retina e parte da imagem perde a nitidez. As lentes corretivas usadas têm um formato especial para compensar as anomalias no formato da córnea e da lente do ôlho e tornar a imagem nítida por inteiro.

Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

O portal da Sociedade Brasileira de Oftalmologia contém (na área Imprensa) informações sôbre o funcionamento dos olhos e os cuidados com a visão:

https://oeds.link/8dTt6D. Acesso em: 15 abr. 2022.

Caso esse enderêço tenha mudado, busque-o por Sociedade Brasileira de Oftalmologia.

Ícone. Ponto de exclamação. Boxe Curiosidades.

Saiba de onde vêm as palavras

A palavra “hipermetropia” vem do grego , que significa o que excede a medida, e , ôlho.

“Míope” tem duas possíveis origens: do grego , “que pisca os olhos para ver melhor”, e do latim miôps, “que tem a vista curta”.

“Presbiopia” vem do grego présbis, que significa velho, ancião, e , ôlho, vista. Presbiopia, ao pé da letra, é “ôlho velho”. Por causa da presbiopia é que muitas pessoas, após os 40 anos, começam a afastar o jornal para conseguir lê-lo, uma vez que a visão de objetos próximos fica gradualmente prejudicada.

“Astigmatismo” vem do grego a, que indica negação, , que significa marcar, e atos, ponto. Por causa da curvatura irregular da córnea, o ôlho astigmático não consegue total nitidez ao mirar os diversos pontos de um objeto.

Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

Explore uma simulação de óptica geométrica, testando e analisando situações com lentes convergentes e divergentes:

https://oeds.link/EZZQGk. Acesso em: 15 abr. 2022.

Respostas e comentários

Cuidado com a grafia

Ao grafar “ôlho hipermetrope” ou “indivíduo hipermetrope”, note que não há acento, ou seja, a grafia não é “hipermétrope”.

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, essa palavra não é proparoxítona, mas paroxítona. A sílaba tônica é, portanto, “tro”.

Atente!

No item 6, tanto no “Esquema do funcionamento das lentes que corrigem miopia” quanto no “Esquema do funcionamento das lentes que corrigem hipermetropia”, está representada a refração da luz ao atravessar as interfaces entre diferentes meios.

Conforme sugerido anteriormente, utilize uma régua transparente para verificar a mudança da direção de um raio de luz antes e depois de se refratar em cada interface.

Atividades

No item 6, ao final do parágrafo que fala sôbre o astigmatismo, é conveniente propor as atividades 7 a 10 do Explore diferentes linguagens.

Cultura de paz e combate ao bullying

O bullying é a prática repetitiva de violência física, verbal e/ou psicológica (intimidação, humilhação, xingamentos, agressão física) de uma pessoa ou grupo contra um indivíduo.

Às vezes, na comunidade escolar, quem usa óculos é vítima de bullying. É necessário estar atento a isso e realizar as intervenções pedagógicas necessárias.

Como subsídio ao diagnóstico do problema e compreensão das intervenções, analise o texto sôbre bullying, na primeira parte deste Manual do professor.

Use a internet

Solicite aos estudantes que explorem a simulação, testando a influência das diferentes variáveis na formação da imagem por uma lente. Ao final, debata sôbre o papel da lente do ôlho e das lentes corretivas para uma boa visão, comparando com os casos explorados no simulador.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: saúde.

EM DESTAQUE

Cuide bem de seus olhos

Os distúrbios visuais, como miopia e hipermetropia, podem ser atenuados com o uso de lentes corretivas. Em alguns casos, até cirurgias podem ser feitas para resolver o problema, eliminando a necessidade do uso de óculos e de lentes de contato.

Há, contudo, problemas visuais que não têm solução, pelo menos no atual estágio da Medicina. Acidentes domésticos e acidentes de trabalho em que objetos perfuram os olhos podem, muitas vezes, causar cegueira permanente. É por isso que, ao executar certas tarefas, como usar furadeiras e serras elétricas, as pessoas devem sempre usar óculos de segurança, seja no lar ou no ­trabalho.

Outra precaução importante para prevenir danos à visão é não olhar diretamente para fontes muito intensas de luz. Poucos segundos olhando para a luz do Sol ou para o clarão produzido por aparelhos de solda já são suficientes para prejudicar a retina.

Não há nenhuma evidência de que “forçar a vista” para ler ou trabalhar em ambientes pouco iluminados prejudique a visão. Contudo, além de os olhos poderem ficar doloridos, trabalhar com pouca luz aumenta a chance de sofrer acidentes. E estudar em locais escuros torna a atividade mais difícil, reduz o interesse e piora sensivelmente o rendimento.

Muitos estudantes têm frequentes dores de cabeça, baixo rendimento escolar e desinteresse pelo estudo porque não enxergam direito. Fazer exames periódicos de vista é uma prática importante para o bem-estar. E não dói nada.

Elaborado com dados obtidos de: ról, J. E.; ról, M. E. Guyton and Hall Textbook of Medical Physiology. décima quarta edição Philadelphia: Elsevier, 2021.

Fotografia. Homem de cabelo preto, barba, camisa azul e jaleco branco. Ele olha através de uma estrutura binocular de uma máquina para os olhos de um menino de cabelo ruivo liso e camisa xadrez, que tem queixo e testa apoiados na máquina. Ambos sorriem.
Fotografia. Menino de camisa xadrez sentado. Na frente de seu rosto, uma máquina com várias lentes. No primeiro plano, desfocada, uma pessoa de jaleco.
O exame de vista não dói e é fundamental para a qualidade de vida.
Ícone. Balão de pensamento.

ATIVIDADE

Reflita sôbre suas atitudes

Você tem dores de cabeça com frequência?

Já consultou um oftalmologista (médico que cuida da saúde dos olhos)?

Ícone. Ponto de exclamação. Boxe Curiosidades.

Conjuntivite

A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, uma membrana transparente que reveste a parte frontal da esclera e a parte interna das pálpebras. Pode ser causada por certas bactérias, vírus e substâncias irritantes e provoca vermelhidão, ardor e coceira. Há fórmas de conjuntivite muito contagiosas e que podem cegar se não forem tratadas.

Em caso de conjuntivite, é essencial consultar um oftalmologista, que indicará o tratamento adequado.

Ícone. Ponto de exclamação. Boxe Curiosidades.

Catarata

A catarata é uma doença que pode surgir com a idade. A lente do ôlho (anteriormente denominada cristalino) torna-se esbranquiçada e opaca, prejudicando a entrada de luz no ôlho e dificultando ou impedindo a visão. Uma das causas é a exposição excessiva à radiação solar ultravioleta.

A correção do problema é feita com uma pequena cirurgia, na qual o médico substitui a lente do ôlho por uma lente corretiva artificial.

Respostas e comentários

tê cê tê Saúde

As seções Em destaque que aparecem no item 6 abordam assuntos pertencentes à temática contemporânea Saúde, na macroárea de mesmo nome.

De ôlho na Bê êne cê cê!

As seções Em destaque que aparecem no item 6 também oportunizam o trabalho referente à competência geral 8, no que se refere a conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros.

Conteúdos atitudinais sugeridos

  • Praticar a leitura e outras atividades que requisitem demais a visão apenas em locais com iluminação adequada.
  • Ser consciente da importância dos exames periódicos de vista.
  • Valorizar os progressos da Ciência e suas aplicações como agentes do bem-estar humano.

O texto Cuide bem de seus olhos e também a atividade Reflita sôbre suas atitudes propiciam trabalhar com os estudantes os conteúdos atitudinais elen­cados.

Em destaque

Realize com a turma a leitura dialogada do texto Cuide bem de seus olhos. Proponha que diferentes estudantes leiam cada trecho e faça pausas regulares para esclarecer as passagens e tirar dúvidas.

Em seguida, complemente a discussão insistindo na importância de abandonar alguns hábitos, como coçar os olhos apertando o globo ocular com os dedos ou as mãos. Essa ação, além de poder provocar infecções bacterianas, ao lesionar a córnea, pode causar deformações da córnea (distúrbio denominado ceratocone).

Conjuntivite e Catarata

Ao discutir o texto dos dois boxes a respeito das doenças oculares conjuntivite e catarata, retome o que foi falado no texto Em destaque do item 2 deste capítulo.

Caso os estudantes tenham feito a pesquisa sugerida neste Manual do professor, eles podem complementar a discussão com dados que obtiveram.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: saúde.

EM DESTAQUE

Lágrimas, emoções e ramelas

As pálpebras abrem-se e fecham-se quando piscamos. Embora possamos piscar propo­sitada­mente, em geral esse ato é inconsciente. O reflexo de piscar quando vemos algo se dirigindo para nossos olhos é uma maneira de protegê-los da entrada de objetos estranhos.

Além disso, piscamos durante todo o perío­do em que estamos acordados, em intervalos de 3 a 7 segundos.

Cada ôlho possui uma glândula lacrimal anexa, cuja localização você pode ver no esquema a seguir. Tal glândula produz um líquido chamado secreção lacrimal (popularmente conhecido como lágrima). Esse líquido, que é distribuído pela superfície do bulbo do ôlho quando piscamos, é útil pelo menos para quatro finalidades:

eliminar a poeira do ôlho;

matar vários tipos de bactérias que poderiam causar infecções no ôlho;

impedir que a superfície do bulbo do ôlho fique ressecada;

lubrificar o bulbo do ôlho, o que facilita o movimento dos olhos e das pálpebras.

Se a secreção lacrimal é produzida continua­mente, por que ela não escorre pelo rosto?

No canto dos olhos, próximo ao nariz, existem duas pequenas aberturas pelas quais o excesso de líquido presente no ôlho pode sair. Essas aberturas conduzem as lágrimas, por meio de canais, para a cavidade nasal e, daí, elas chegam ao nariz ou à garganta.

Já aconteceu de seus olhos lacrimejarem durante um resfriado muito forte?

Nesse caso, a cavidade nasal está cheia de muco (catarro) e as lágrimas não saem do ôlho por esses canais, que ficam repletos de líquido. Isso faz a secreção lacrimal se acumular nos olhos, dando-lhes a aparência lacri­mejada.

Quando os olhos estão irritados por algum objeto estranho (um cisco, por exemplo) ou uma substância irritante (como os vapores pro­venien­tes de cebola crua cortada), as glândulas la­crimais produzem maior quantidade de lágrimas. Os canais não conseguem conduzir tanto líquido para a cavidade nasal e as lágrimas escorrem pela face, eliminando o agente irritante. Emoções fortes também intensificam a produção de lágrimas.

E o que fórma as ramelas, que, às vezes, estão nos cantos dos olhos quando acordamos?

Durante a noite pode haver acúmulo, nos cantos dos olhos, das secreções produzidas pelas glândulas lacrimais e outros tipos de glândulas que também existem nesses locais. Quando a água dessas secreções evapora, as outras substâncias presentes formam cristais sólidos, geralmente de coloração amarelada, a ramela.

Elaborado com dados obtidos de: Márrie-éb, E. N.; roên, K. Human Anatomy & Physiology. décima primeira edição Harlow: Pearson, 2019.

Ilustração. Região do rosto de uma pessoa em que está o olho, mostrando partes internas. Na parte superior do olho do lado mais externo, glândula lacrimal, ligada ao olho por canais que conduzem a secreção lacrimal até ele. Setas saem desses canais, atravessam o olho até a outra extremidade e, em seguida, descem por canais que conduzem a secreção lacrimal à cavidade nasal.
Esquema do aparelho lacrimal humano, mostrando a localização de estruturas internas, em cores fantasiosas.

Fonte da figura: NETTER, F. H. Atlas of Human Anatomy. sétima edição Philadelphia: Elsevier, 2019. prancha 95.

Ícone. Ponto de exclamação. Boxe Curiosidades.

O que causa o terçol?

Nas pálpebras, próximo à base dos cílios, existem glândulas que produzem uma secreção oleosa para lubrificar os cílios. Quando há infecção causada por bactérias em uma dessas glândulas, ela fica inflamada e há acúmulo de pus no local. fórma-se, então, o terçol, ou hordéolo, uma “bolinha” avermelhada (região inflamada) com um ponto amarelo (abertura do ducto da glândula, pela qual sai o pus).

O terçol dói e incomoda, principalmente ao piscar. Com higiene adequada dos olhos e evitando coçá-los, o terçol pode melhorar em dois ou três dias. No entanto, se o inchaço e a dor forem muito grandes ou se ele não mostrar sinal de regressão nesse tempo, é fundamental ir ao oftalmologista.

Respostas e comentários

Atividades

Ao final da abordagem do texto Lágrimas, emoções e ramelas, proponha as atividades 11 a 14 do Explore diferentes linguagens.

Atente!

A denominação aparelho lacrimal consta da Terminologia Anatômica mais recente, publicada pela Sociedade Brasileira de Anatomia.

Em destaque

Faça a leitura dialogada do texto Lágrimas, emoções e ramelas com a turma.

Convide diferentes estudantes para ler cada parágrafo e realize pausas periódicas para esclarecer as passagens e dirimir dúvidas.

Você pode complementar a discussão comentando que alguns bebês nascem com o ducto nasolacrimal (canal que conduz a secreção lacrimal à cavidade nasal) obstruído. Esse quadro clínico é conhecido como obstrução congênita do canal lacrimal e provoca lacrimejamento excessivo nos bebês. Os pais devem estar atentos, e o pediatra deve ser consultado para que indique o tratamento correto, caso seja necessário. (Alguns casos evoluem sozinhos para uma resolução, mas o acompanhamento pediátrico é indispensável.)

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

miopia hipermetropia presbiopia astigmatismo glândula lacrimal secreção lacrimal

Organização de ideias

MAPA CONCEITUAL

Fluxograma. Luz propaga-se em linha reta, o que é representado por meio de raios de luz, que atravessam a córnea, pupila e lente do olho. Córnea e lente do olho atuam conjuntamente como lentes. Pupila que controla a entrada de luminosidade. Lente do olho, importante no processo de acomodação visual. Raios de luz, que formam imagens projetadas na retina, que envia informações para o cérebro. Imagens ligeiramente diferentes em cada um dos dois bulbos dos olhos envolvidos na visão binocular que nos dá a sensação de distância. Imagens, que podem ser sem nitidez quando há distúrbios visuais, por exemplo miopia, hipermetropia, presbiopia e astigmatismo, tornam necessário o uso de lentes corretivas.
Ícone. Lupa.

Atividades

Explore diferentes linguagens

A critério do professor, estas atividades poderão ser feitas em grupos.

FOTOGRAFIA

1. Uma gota de água fornece uma imagem invertida (de cabeça para baixo) da paisagem à sua frente, como você vê na foto. Com quais estruturas do ôlho essa gota pode ser comparada?

Fotografia. Destaque para uma gota de água pingando de uma folha. Atrás, estrutura lilás que se assemelha a uma flor. Essa estrutura aparece refletida na gota.
Respostas e comentários

Amplie o vocabulário!

Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • miopia Distúrbio visual que dificulta a visão nítida de objetos distantes. (A imagem é projetada à frente da retina.)
  • hipermetropia Distúrbio visual que dificulta a visão nítida de objetos próximos. (A imagem é projetada atrás da retina.)
  • presbiopia Distúrbio visual que normalmente ocorre com o envelhecimento e que prejudica a visão de objetos próximos em razão da perda de elasticidade da lente do ôlho.
  • astigmatismo Distúrbio visual em que alterações da fórma (curvatura) da lente do ôlho ou da córnea prejudicam a nitidez da visão.
  • glândula lacrimal Glândula (exócrina) responsável pela produção da secreção lacrimal.
  • secreção lacrimal Líquido que banha o bulbo do ôlho, mantendo-o limpo e úmido.

Respostas do Explore diferentes linguagens

1. A gota de água pode ser comparada ao conjunto formado por córnea e lente do ôlho (anteriormente chamada cristalino).

ANALOGIA

2. Alguns componentes de uma máquina fotográ­fica digital têm uma função comparável à de uma parte do ôlho humano.

Em seu caderno, relacione cada um dos componentes nomeados na máquina fotográfica esquematizada com a parte do ôlho que desempenha papel semelhante.

Ilustração. Aparelho em corte, para visualização interna. Do lado esquerdo, uma placa de proibido estacionar. Sai uma seta da extremidade superior e uma da extremidade inferior, que passam pela lente. Logo após o diafragma, duas hastes verticais que controlam a entrada de luz, as setas se cruzam, chegando até o fundo do aparelho, onde fica o sensor (no qual é projetada a imagem invertida) que capta a luz incidente em cada ponto e envia as informações para registro na memória.

DITADO POPULAR

3. “À noite, todos os gatos são pardos.”

Explique esse ditado, considerando a atuação de cones e bastonetes na visão.

Ilustração. Dois gatos pretos em cima de um telhado. No céu, estrelas e lua crescente.

FOTOGRAFIAS

  1. Observe, nas fotos, a localização dos olhos do coelho e da onça.
    1. Qual dos dois tem visão binocular? Que vantagem esse tipo de visão oferece a esse animal?
    2. O outro animal — aquele que não tem visão binocular — tem os olhos posicionados de uma fórma que oferece uma vantagem para seu modo de vida. Que vantagem é essa?
Fotografia. Um coelho com pelo marrom em um gramado visto de perfil.
Coelho. comprimento: 20-35 centímetros
Fotografia. Uma onça vista de frente.
Onça. comprimento: 1,2-1,8 métro

INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS

5. Os desenhos representam a mesma cena. Num dos desenhos, apenas um dos olhos está aberto. No outro desenho, apenas o outro ôlho está aberto. Observe-os e identifique qual deles corresponde à visão do ôlho direito e qual corresponde à do ôlho esquerdo.

Ilustração A. Destaque para uma pessoa segurando um lápis na vertical. No fundo, morro com uma estátua de uma pessoa de braços abertos em cima. O lápis fica à direita da estátua. 
Ilustração B. Destaque para uma pessoa segurando um lápis na vertical. No fundo, morro com uma estátua de uma pessoa de braços abertos em cima. O lápis fica à esquerda da estátua.

ESTIMATIVA

  1. Numa projeção cinema­tográ­fica, cada segun­do de filme correspon­de a 24 fo­togramas (imagens no filme). Faça uma estimativa de quantos fotogramas existem:
    1. num comercial para cinema com 30 se­gundos;
    2. num curta-metragem com 3 minutos.
Respostas e comentários

2. Lente – córnea e lente do ôlho; diafragma – pupila; sensor – retina.

3. À noite, com a baixa iluminação, os cones não recebem luz suficiente para atuar na distinção das cores. Quem atua predominantemente nessas circunstâncias são os bastonetes, que não distinguem cores, apenas fórmas e nuances de luz.

4. a) A onça, pois tem ambos os olhos na frente da cabeça e observa um mesmo objeto com os dois. Isso permite, por exemplo, avaliar distâncias ao caçar as presas.

b) Os olhos do coelho estão praticamente em lados opostos, fornecendo uma ampla visão dos arredores. Isso é importante para perceber, por exemplo, todo o ambiente ao seu redor e também a aproximação de predadores.

5. Comparando as figuras, notamos que, em relação ao cenário distante e imóvel, o lápis aparece mais à direita na figura A e mais à esquerda na figura B. Essas evidências revelam que A corresponde à visão que se tem com o ôlho esquerdo e B, à visão com o ôlho direito. (Professor, para trabalhar essa resolução talvez ajude explorar os esquemas A, B, C e D do item 4 do livro do estudante.)

6. a) Se em 1 segundo de projeção existem 24 fo­to­gra­mas, em 30 segundos haverá 30 vezes 24, ou seja, 720 fotogramas.

b) Como 1 minuto tem 60 segundos, então 3 mi­nutos terão 3 vezes 60, ou seja, 180 se­gun­dos. Se em 1 segundo de projeção existem 24 fo­togramas, em 180 segundos haverá 180 ve­zes 24, ou seja, .4320 foto­gra­mas.

ESTIMATIVA

7. Nesta atividade vamos voltar a um experimento deste capítulo, representado pela ilustração esquemática A.

Se, após obter uma imagem nítida da janela, você mover a folha, a imagem perderá a nitidez, como está esquematizado nas ilustrações B e C. Analise-as atentamente.

Qual dessas situações pode ser comparada a:

  1. um ôlho normal? Por quê?
  2. um ôlho míope? Por quê?
  3. um ôlho hipermetrope? Por quê?
Esquema A. Do lado esquerdo,  janela com uma árvore do lado de fora. Do ponto médio superior saem setas azuis e do ponto inferior, setas vermelhas. As setas passam por uma lente, se cruzam e convergem em um papel, do lado direito, onde a janela aparece invertida.
Esquema B. Do lado esquerdo,  janela com uma árvore do lado de fora. Do ponto médio superior saem setas azuis e do ponto inferior, setas vermelhas. As setas passam por uma lente, se cruzam e chegam desalinhadas em um papel mais afastado do lado direito, onde aparece a janela invertida fora de foco.
Esquema C. Do lado esquerdo, janela com uma árvore do lado de fora. Do ponto médio superior saem setas azuis e do ponto inferior, setas vermelhas. As setas passam por uma lente, se cruzam e chegam desalinhadas em um papel, mais próximo do lado direito, onde aparece a janela invertida menor e fora de foco.
A.Papel no lugar certo: imagem nítida. B.Papel mais longe: imagem sem nitidez. C.Papel mais perto: imagem sem nitidez. (Esquemas fóra de proporção.)

TIRINHA

Ilustração. Tirinha colorida em quatro quadros. Menino com poucos fios de cabelo, óculos e camiseta vermelha listrada e menino careca de camiseta amarela com estampa em preto no formato zigue-zague. Eles estão em um lugar com grama e árvore. Quadro 1: o menino de amarelo pergunta: você usa óculos por causa de miopia ou hipermetropia? Quadro 2: o menino de vermelho pergunta: qual é qual? O menino de amarelo com a mão no queixo responde: bom, hipermetropia é quando você enxerga melhor de... ou será que é miopia? Quadro 3: o menino de amarelo continua com as mãos unidas em frente ao peito: hipermetropia é quando você consegue ver melhor coisas que estão... ou será que é o contrário? Bom, é quando... Mas pode ser quando... Quadro 4: o menino de vermelho indo embora responde: eu uso óculos para enxergar melhor! O menino de amarelo olha sem graça.
  1. Qual é a dificuldade dos míopes quando estão sem óculos ou sem lentes de contato?
  2. Qual é a dificuldade dos hipermetropes quando estão sem óculos ou sem lente de contato?
  3. Que tipo de lente corretiva é usado em óculos para míopes? E para hipermetropes?

Como esses óculos atuam na correção do problema visual em cada um dos casos?

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

11. Utilizando os conhecimentos que você adquiriu sôbre o aparelho lacrimal humano ao estudar este capítulo, responda: quando alguém chora muito, por que não sai líquido apenas dos olhos, mas também do nariz?

Respostas e comentários

7. a) O desenho A pode ser comparado a um ôlho normal, no qual a imagem é projetada niti­da­men­te sôbre a retina (representada pelo papel).

b) O desenho B pode ser comparado ao ôlho míope, que é mais longo do que o normal e no qual a retina se encontra atrás do local em que a imagem se projeta com nitidez.

c) O desenho C pode ser comparado ao ôlho hipermetrope, que é mais curto do que o nor­mal e no qual a retina se encontra à frente do local em que a imagem se projeta com nitidez.

8. Enxergar nitidamente objetos distantes.

9. Enxergar nitidamente objetos próximos.

10. Para míopes, são usadas lentes divergentes. Elas alteram o trajeto dos raios de luz que entram no ôlho. A imagem, que antes se formava (projetava) à frente da retina, agora se formará (projetará) na retina. Para hipermetropes, são usadas lentes convergentes. Elas alteram o trajeto dos raios de luz que entram no ôlho. A imagem, que antes se formava (projetava) atrás da retina, agora se formará (projetará) na retina.

11. Existem canais que permitem à secreção lacrimal, que banha o bulbo do ôlho, chegar até a cavidade nasal. Ao chorar, grande quantidade de secreção lacrimal é lançada nos olhos pelas glândulas lacrimais, e parte dêsse líquido chega, pelos canais mencionados, à cavidade nasal e, daí, escorre pelo nariz.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS

12. Considere as duas informações seguintes: .1ª) Após o nascimento, as glândulas lacrimais de um bebê levam cêrca de 4 meses para funcionar adequadamente. .2ª) Os olhos de um bebê recém-nascido devem ser muito bem protegidos da poeira, do vento e da luz solar direta.

Agora, responda às perguntas em seu caderno.

  1. Com auxílio de um dicionário, se julgar necessário, explique o que quer dizer a expressão “recém-nascido”.
  2. Justifique a preocupação expressa na 2ª afirmação com base no dado apresentado na 1ª afirmação.

CHARGE

  1. A charge está baseada em uma deficiência visual que acomete pessoas a partir dos 40 anos.
    1. A que deficiência se refere a charge?
    2. É claro que o produto que o vendedor está oferecendo é uma piada. Mas que relação esse produto tem com essa deficiência?
Charge. Uma mulher de cabelo castanho na altura dos ombros e vestido lilás está sentada em uma cadeira em um consultório. Atrás dela na parede está escrito Óptica. Ao lado dela, homem de cabelo castanho, óculos,  jaleco branco e calça verde listrada segura uma engenhoca composta de dois braços que seguram um livro. Ele diz: você pode pagar 200 reais em óculos de leitura ou gastar apenas 30 reais nesses prolongadores de braço. Ela olha com olhar de estranheza.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

14. Feche o ôlho esquerdo. Posicione a imagem a cêrca de 30 centímetros de seu rosto, com o quadrado preto bem à frente do seu ôlho direito. Aproxime devagar a imagem de seu rosto, mantendo o olhar fixo no quadrado. Num dado momento, o círculo parece desaparecer. Repita o procedimento várias vezes para certificar-se de ter constatado isso.

A seguir, pesquise o que é o ponto cego do ôlho, a fim de obter uma explicação para o “desaparecimento” do círculo.

Ilustração. Um retângulo rosa com um quadrado e um círculo pretos dentro.
Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: ciência e tecnologia.

Seu aprendizado não termina aqui

Já há muito tempo as impressões digitais são empregadas para identificar pessoas. Porém, nos últimos anos, começa-se a falar sôbre reconhecimento de pessoas por meio da íris ou da retina. Pesquise sôbre os avanços nessa área. O uso da íris ou da retina oferece maior ou menor segurança se comparado ao uso das impressões digitais?

Respostas e comentários

12. a) “Recém-nascido” é um bebê que nasceu há pouco tempo.

b) A secreção lacrimal ajuda a proteger os olhos da poeira, do vento e do ressecamento. Como as glândulas lacrimais do recém-nascido ainda não funcionam adequadamente, é necessário evitar que a poeira chegue até os dele. É também necessário evitar que ocorra o resse­ca­­mento do bulbo do ôlho. O vento, além de tra­­zer poeira, resseca o bulbo do olho. E a luz so­­lar direta, além de poder causar danos à retina porque é muito intensa, causa o resseca­mento do bulbo do ôlho.

13. a) Refere-se à presbiopia, que interfere na visualização nítida de objetos próximos.

b) Afastar os objetos favorece sua visualização. (É claro que isso tem limites, pois o afastamento faz os objetos serem visualizados em tamanho menor, o que, no caso de letras pequenas, pode inviabilizar a leitura.)

14. O ponto cego (há um em cada ôlho) é uma pe­que­na região da retina na qual as fibras nervosas provenientes de cones e de bastonetes se juntam para formar o nervo óptico. Nessa região não há cones nem bastonetes, e ela não detecta, portanto, a luz incidente. Evidências mostram que o cérebro “preenche” a imagem dessa região com as cores das regiões imediatamente vizinhas. No experimento descrito nesse exercício, há um mo­men­to em que o círculo parece desaparecer. Na realidade, a imagem dêsse círculo está, nesse momento, sendo projetada sôbre o ponto cego e o cérebro está preenchendo essa região com as cores das imediações. (Para constatar a existência do ponto cego no ôlho esquerdo, deve-se manter o ôlho direito fechado e repetir o teste, porém posicionando o ôlho aberto à frente do círculo e realizando a aproxima­ção gradual da imagem. Nesse caso, é o quadrado que vai “desaparecer”.)

tê cê tê Ciência e Tecnologia

O Seu aprendizado não termina aqui sugere que os estudantes se inteirem a respeito de uma aplicação tecnológica bastante atual, inserida na temática contemporânea Ciência e Tecnologia.

De ôlho na Bê êne cê cê!

O Seu aprendizado não termina aqui vincula-se ao que está proposto na competência geral 1, na medida em que permite valorizar os conhecimentos sôbre o mundo digital.

Ícone. Símbolo de hashtag.

Fechamento da unidade

Isso vai para o nosso blog!

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: saúde.

Alimentação, saúde óssea e muscular

A critério do professor, a classe será dividida em grupos e cada um deles criará e manterá um blog na internet sôbre a importância do que se aprende em Ciências da Natureza. Nesta atividade, a meta é selecionar informações (acessar, reunir, ler, analisar, debater e escolher as mais relevantes e confiáveis) relacionadas aos tópicos a seguir para incluir no blog.

Ilustração. Quatro estudantes. Menino branco de cabelo castanho ondulado sentado em uma mesa usando um computador. Ao redor dele: menina negra de cabelo crespo curto e faixa no cabelo, menina negra de cabelo cacheado e menino branco de cabelo castanho liso segurando um livro aberto. Todos eles estão usando uniforme, camiseta branca com detalhe azul na gola e nas mangas. Atrás há um quadro com texto e uma prateleira com o modelo de um crânio. Quadros coloridos espalhados com os textos. Vermelho: De acordo com as orientações do professor, cada equipe deverá reunir e publicar materiais sobre as causas, as características e a prevenção de problemas ósseos e musculares. Aqui aparecem alguns pontos importantes. Roxo: Qual é a importância da vitamina D e da luz solar para a saúde óssea? Quais são as fontes dessa vitamina? Azul: Quais são os problemas ósseos que decorrem da má postura? Quais são as posturas corretas para evitá-los? Amarelo: O que é escoliose? E lordose? E cifose? Laranja: O que é osteoporose? Que alimentos contribuem para prevenir essa doença? O que eles contêm de especial? Que parte da população está mais sujeita a essa enfermidade? Verde: O que é LER/DORT? Em que grupo da população ela tem maior incidência? Lilás: O que é tendinite?
Respostas e comentários

tê cê tê Saúde

A atividade de fechamento da unidade B envolve assuntos pertencentes tanto à temática contemporânea Saúde quanto à Educação Alimentar e Nutricional, ambas da macroárea de tê cê tês Saúde.

De ôlho na Bê êne cê cê!

A atividade de fechamento de unidade favorece as competências gerais 1, 4, 5, 9 e 10 e as competências específicas 4, 6 e 8 (conforme comentado na parte inicial deste Manual do professor). O trabalho específico com alimentação, saúde óssea e muscular também estimula a competência específica 7, pois incentiva apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza.

ê éfe zero seis cê ih zero nove

“Deduzir que a estrutura, a sustentação e a movimentação dos animais resultam da interação entre os sistemas muscular, ósseo e nervoso.”

Essa habilidade, já trabalhada no capítulo 5, tem seu desenvolvimento continuado nessa atividade de encerramento da unidade B, em função da abordagem de aspectos referentes aos sistemas esquelético e muscular.

Fechamento da unidade B

Objetivo: Favorecer o desenvolvimento de atitudes que evitem doenças ósseas e musculares.

Comentário: Ao realizar essa atividade de busca, seleção e publicação de informações no blog são criadas condições para que se aborde a aquisição de hábitos saudáveis para a saúde óssea e muscular.

A atividade também propicia a incorporação de atitudes alimentares que promovam ingestão adequada de cálcio e de vitamina D.

Na parte inicial deste Manual do professor, na seção Aprofundamento ao professor, há textos que apresentam informações relativas a osteoporose, escoliose, cifose, lordose, raquitismo, osteomalacia e escorbuto, cuja finalidade é fornecer subsídios aos educadores.

Turmas numerosas

Essa proposta da atividade de fechamento da unidade é relevante ao trabalhar com turmas numerosas. Ela permite ressaltar as qualidades de todos que compõem a turma, ou seja, a capacidade de mobilização de conhecimentos, atitudes e valores de cada indivíduo.

Esteja atento na formação dos grupos, para que a divisão de trabalho contemple a diversidade de habilidades e os estudantes possam também enriquecer suas experiências ao aprender ativamente com seus pares.