CAPÍTULO 12 Dia e noite: regularidades celestes

Fotografia. Uma pedra quadrada entalhada. Próximo dos vértices, detalhes decorativos em arabesco. Círculo com escrituras na borda. Em sentido horário: Longitude 43 graus e 07 minutos oeste - Analita - Latitude 22 graus e 22 minutos sul, 4, 3, Araras, RJ, 8. No interior, grade formada por várias linhas verticais diferentemente espaçadas delimitadas por linhas horizontais curvas e cortadas por uma linha horizontal reta. No lado esquerdo superior da grade, 7. Embaixo, da esquerda para a direita: 9, 10, 11, 12, 1 e 2. No centro do círculo está preso um triângulo retângulo de madeira, formando uma sombra que vai até o número 1.
Como se explica o funcionamento de um relógio de sol? (Na foto, um relógio de sol do bairro de Araras, Teresópolis, Rio de Janeiro.)
Respostas e comentários

Este capítulo e seus conteúdos conceituais

  • Ciclo dia/noite entendido como regularidade natural
  • Variação ao longo do ano do período iluminado e do período escuro nas regiões brasileiras mais distantes da linha do Equador
  • Estações do ano
  • Movimento aparente do Sol no céu durante o dia
  • Noção de como varia a sombra de uma vareta perpendicular ao solo ao longo do dia
  • Trajetória do movimento aparente do Sol no céu em diferentes épocas do ano
  • Movimentos de rotação e de translação terrestres
  • Movimento aparente das estrelas no céu noturno

Astronomia é um tema fascinante, que pode ser trabalhado em diferentes níveis de complexidade.

No volume do 6º ano, esta coleção se preocupa em discutir alguns pontos básicos da Astronomia. Uma das metas é que os estudantes percebam que o Sol e as demais estrelas nascem do lado leste e se põem do lado oeste. Nem todas as estrelas, contudo, têm um nascente e um poente. Dependendo da latitude em que o observador esteja, ele poderá verificar que determinadas estrelas são visíveis durante toda a noite, realizando um movimento circular ao redor de um ponto, que é o polo celeste. Essas estrelas são denominadas circumpolares.

Outra meta é a racionalização do já vivenciado (pelos estudantes que não moram em latitudes muito baixas, isto é, que não habitam localidades muito próximas à linha do Equador) de que os períodos diurno e noturno não têm a mesma duração ao longo do ano. Além disso, pretende-se que os estudantes associem as variações de duração dos períodos diurno e noturno às datas dos solstícios e dos equinócios, relacionando também a ocorrência desses fenômenos ao início das estações do ano.

Outro ponto importante deste capítulo é o reconhecimento de que os seres vivos têm um ritmo biológico ligado ao ciclo dia/noite (ritmo circadiano).

O ser humano não é exceção a isso e decorre daí a importância do sono e do repouso para a manutenção da saúde. Tem-se, nesse ponto, um aspecto que merece ser salientado, dada a sua relevância para a manutenção da saúde mental dos estudantes.

Motivação

EM DESTAQUE

Alerta vermelho! Caburé na área!

“As corujas são aves de rapina presentes na mitologia antiga, nas lendas de muitos povos e nas mais diversas histórias populares. Os antigos gregos consideravam a coruja uma ave sábia, por ser a mascote da deusa da razão e da sabedoria, Athena. Ainda hoje, muitas pessoas têm essa imagem, graças ao ar aristocrático, ao voo silencioso e ao olhar penetrante dessas aves. Infelizmente, elas também são vítimas de superstições: diz-se que seu canto é agourento, ou que a quebra de um ovo por uma coruja é sinal de guerra, além de outras histórias difamantes. O interêsse deste artigo, porém, não está nas lendas a respeito dessa ave.

Em sua maioria, as corujas têm hábito crepuscular e noturno. Elas são, em geral, vorazes predadoras, com visão e audição muito aguçadas. Essas curiosas aves também são muito conhecidas por sua capacidade de girar a cabeça em um amplo ângulo (270graus) para melhor enxergar presas e predadores.

Uma das corujas mais comuns no Brasil é o caburé, espécie cujo nome científico, Glaucidium brasilianum, significa ‘pequena coruja brasileira’. O caburé, no entanto, ocorre também nos demais países da América do Sul e da América Central, chegando até os Estados Unidos. Essa espécie tem hábitos curiosos. Diferentemente do que acontece com quase todas as corujas, o caburé é visto em atividade durante o dia.

reticências

Ao contrário do que se pensa sobre a maioria das outras espécies de coruja, o piado de um caburé é tido como sinal de sorte [por algumas pessoas], no interior do Brasil. Essa pequena coruja alimenta-se de pequenos animais e insetos, como as outras, e mostra-se uma excelente caçadora. Outro aspecto do comportamento do caburé que chama a atenção é a reação que seus repetidos assobios, indicando sua presença em um local, provocam em outras aves.

reticências

O caburé, de fato, é um inimigo em potencial de muitas aves. Por ser um hábil caçador, ele desperta entre os pássaros ao seu redor um verdadeiro ‘estado de sítio’. Estes o reconhecem mais facilmente por sua vocalização, já que a plumagem dessa coruja faz com que se confunda com o ambiente.

reticências

Fonte: CUNHA, F. C. R.; VASCONCELOS, M. F.; , G. V. A. Ciência Hoje, página 26-28, março 2009.

Desenvolvimento do tema

1. Ciclo dia/noite

Logo que o dia clareia, pardais, bem-te-vis, pombos, tico-ticos, andorinhas e outras aves fazem aquele barulhão com sua cantoria. Durante o dia eles voam e procuram alimento.

Quando começa a escurecer, eles procuram as árvores, onde de novo cantam agitados. Aos poucos vão se calando. É a hora de repousarem e ficarem quietos, protegendo-se dos predadores e esperando um novo dia clarear para repetirem tudo de novo: cantoria, voos, alimentação.

Muitas corujas têm hábitos diferentes. Durante o dia se protegem e evitam a competição de outros predadores. À noite, elas saem à procura de alimento, caçando insetos, ratos, serpentes e alguns outros animais. Há, contudo, corujas que são ativas de dia, como é o caso do caburé, abordado no texto de abertura deste capítulo.

Depois do dia vem a noite. Depois da noite vem o dia. E assim a natureza repete esse ciclo indefinidamente. É uma regularidade da natureza.

Ícone. Caderno.

ATIVIDADE

Para fazer no seu caderno

Faça uma lista de alguns animais existentes em sua cidade.

Escreva na frente do nome de cada um deles se é um animal de hábito diurno ou noturno.

Respostas e comentários

De ôlho na Bê êne cê cê!

Os saberes adquiridos por meio da leitura e interpretação do texto da seção Motivação e da realização da atividade do boxe Para fazer no seu caderno (do item 1) ajudam a construir repertório para compreender e explicar fenômenos e processos relativos ao mundo natural e relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas e buscar respostas com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza, alinhando-se com o preconizado na competência específica 3.

Motivação

Após leitura individual (e eventual consulta ao dicionário), que pode ser recomendada para casa, sugere-se a leitura em voz alta e a interpretação de todas as passagens do texto pelo professor.

Enfatize a parte inicial do segundo parágrafo e a parte final do terceiro, sobre o hábito da maioria das corujas e o hábito do caburé.

Também analise o final do quarto parágrafo e o quinto parágrafo todo, pois permitem entender o título do artigo.

Atividades

As atividades 1 a 6 do Explore diferentes linguagens referem-se ao texto da seção Motivação.

Conteúdos procedimentais sugeridos

  • Buscar informações sobre o comportamento de animais em função do ciclo dia/noite, com destaque para os animais de hábito diurno e os de hábito noturno.
  • Buscar informações sobre como os povos antigos usavam o aspecto do céu noturno para a agricultura e a navegação.
  • Construir um modêlo para a posição da Terra em relação ao Sol nos solstícios e equinócios (isto é, no início das quatro estações do ano).
  • Investigar a variação do comprimento da sombra de uma vareta perpendicular ao solo, ao longo de um dia.
  • Traçar no chão o meridiano local a partir das observações feitas sobre o comprimento da sombra de uma vareta perpendicular ao solo, ao longo do dia.

O desenvolvimento de cada um desses conteúdos procedimentais é comentado oportunamente, neste capítulo do Manual do professor.

2. Ritmo biológico

Cada animal está adaptado ao ciclo dia/noite. Alguns são ativos à noite e descansam durante o dia. Outros fazem o contrário.

A maioria das espécies de coruja é ativa à noite e dorme durante o dia. Vaga-lumes e morcegos também. Os pardais são ativos de dia e descansam à noite. Assim também agem as vacas, os macacos e as borboletas. Você já viu borboleta voando à noite? Provavelmente não. O que você deve ter visto foi uma mariposa. Borboletas geralmente voam de dia, e mariposas, geralmente à noite.

Animais de uma mesma espécie se comportam da mesma maneira. Cada espécie tem o seu ritmo biológico, ou seja, o seu ritmo de vida.

Fotografia. Pequena ave com penas acinzentadas em um chão pedregoso.
O bacurau (ou curiango) é um pássaro de hábito noturno. Na foto, um curiango-comum, fotografado no solo do Cerrado. comprimento: 16 centímetros
Fotografia. Ave com penas marrom e branca, olhos situados frontalmente apresentado grandes pupilas. Ela está empoleirada no galho de uma árvore.
Muitas espécies de coruja têm hábito noturno, isto é, são ativas à noite. O caburé (foto) é uma espécie de coruja que, ao contrário da maioria, tem hábito diurno. altura: 17 centímetros
Ícone. Pessoa lendo um livro.

ATIVIDADE

Tema para pesquisa

Seu professor dará a você o nome de um animal. Pesquise os hábitos alimentares dele e quais são seus predadores naturais.

A seguir, responda:

  • Você vê alguma relação entre os hábitos alimentares do animal pesquisado e o fato de ele ser um animal diurno ou noturno?
  • Você vê alguma relação entre os predadores e o fato de esse animal ser diurno ou noturno?

As plantas também exibem ritmo biológico. Existe, por exemplo, uma planta chamada onze-horas, cujas flores ficam abertas durante o dia e fechadas durante a noite. Já o girassol é uma planta cujas flores ficam bem abertas e se movem para ficar sempre viradas para o Sol, quando o dia está iluminado. Quando escurece, elas murcham um pouco.

Fotografia. Destaque para uma flor rosa com as pétalas unidas.
Flor de onze-horas fechada, no início da manhã.
Fotografia. Destaque para uma flor rosa com uma estrutura amarela e laranja no centro das pétalas.
Flor de onze-horas aberta, no final da manhã. altura: até 20 centímetros
Fotografia. Destaque para um campo de girassóis, plantas de flor amarela.
Girassol, fotografado durante o dia. altura: até 2 métros
Respostas e comentários

Tema para pesquisa

Reúna em um mural os dados trazidos pelos estudantes referentes à atividade proposta no Tema para pesquisa do item 2.

Se considerar conveniente, estenda essa pesquisa ao comportamento das plantas (abertura de flores, liberação de perfume, movimento de folhas etcétera).

A intenção dessa atividade é possibilitar que os estudantes percebam que o ciclo natural dia/noite condiciona as atividades dos seres vivos, inclusive do ser humano. A atividade também permite que os estudantes se tornem receptivos para aceitar importantes ideias apresentadas a seguir: temos um ritmo circadiano e o repouso adequado é fundamental à nossa saúde corporal e mental.

Conteúdos atitudinais sugeridos

  • Ser consciente de que a observação permite perceber muitas das regularidades da natureza.
  • Apreciar a observação e o entendimento das regularidades da natureza.
  • Valorizar o sono e o repouso como fundamentais à manutenção da saúde.
  • Valorizar os conhecimentos de povos antigos para explicar os fenômenos celestes.

Os dois primeiros já foram comentados neste Manual do professor e, novamente neste capítulo, têm íntima relação com os temas em estudo, o que possibilita aos estudantes desenvolvê-los.

O trabalho com os outros dois é indicado oportunamente, neste capítulo do Manual do professor.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: saúde.

3. O seu ciclo dia/noite

Todo ser humano tem seu ciclo dia/noite, também conhecido como ritmo circadiano. Nosso corpo precisa de descanso, e o momento mais adequado para o ser humano descansar é durante a noite.

Embora haja pessoas que gostem de dormir mais e outras que gostem de dormir menos, todas necessitam de repouso. Quem dorme tempo insuficiente pode ficar irritado e, certamente, não terá disposição para praticar esportes, brincar e participar de atividades escolares. Esse é um dos problemas enfrentados por quem fica até tarde da noite em frente ao computador ou assistindo à televisão.

Estabelecer horários regulares para deitar e levantar ajuda a ter uma vida regrada e sadia. Dormir demais e acordar tarde prejudica o sono na noite seguinte.

Para dormir bem, procure deixar o ambiente calmo, evitando possíveis fontes de ruídos. Algumas horas antes de dormir, procure não tomar café, chás escuros e refrigerantes que contenham cafeína, uma substância que, para a maioria das pessoas, tira o sono.

Existem pessoas que, por causa do trabalho, precisam ficar acordadas à noite e têm de dormir de dia. Como isso não está de acôrdo com o ritmo biológico natural do ser humano, muitas pessoas acabam não se adaptando a esses empregos. Pior ainda é o caso de alguns profissionais que têm rotinas de trabalho que os obrigam a dormir durante o dia, algumas vezes, e durante a noite, outras vezes. Isso “bagunça” o organismo, que pode não conseguir se adaptar a tantas mudanças. Como consequência, o indivíduo não descansa, pode ficar estressado e ter problemas de saúde.

Fotografia. Menino negro de cabelo raspado e camiseta branca com faixas pretas. Ele está deitado e coberto segurando um aparelho eletrônico ligado nas mãos.
A sequência dia/noite/dia/noite é uma regularidade da natureza que interfere na vida dos seres vivos. Ficar acordado até altas horas contraria uma tendência natural: os seres humanos têm um ritmo circadiano e devem descansar à noite.
Ícone. Balão de pensamento.

ATIVIDADE

Reflita sobre suas atitudes

Você acorda muito tarde nos finais de semana?

E aí vai dormir muito tarde na noite seguinte?

E, consequentemente, fica com sono o dia todo na segunda-feira?

4. Latitude e longitude

A partir deste ponto do capítulo, estudaremos alguns acontecimentos que podem depender da latitude em que uma pessoa está situada no planeta Terra. A latitude expressa, em graus, o quanto um ponto está afastado da linha do Equador. Um paralelo é uma linha imaginária que passa por todos os pontos com a mesma latitude (veja exemplo na figura A).

A longitude expressa, em graus, o afastamento de um ponto em relação ao Meridiano de Greenwich, escolhido como referência. Um meridiano é uma linha imaginária que passa por pontos que apresentam mesma longitude (veja exemplo na figura B).

Ilustração A. Uma esfera com dois planos horizontais destacados, além do polo Norte (em cima) e do polo Sul (embaixo). No centro: equador. Mais para cima: paralelo 50 graus norte. Do centro da esfera, o ângulo formado entre os dois planos é de 50 graus. Latitude 50 graus norte. 
Ilustração B. Uma esfera com alguns planos destacados, além do polo Norte (em cima) e do polo Sul (embaixo). Na vertical, à esquerda: Meridiano 30 graus oeste. Na vertical, à direita: meridiano de Greenwich. Do centro da esfera, na altura do equador, o ângulo formado entre os dois planos é de 30 graus. Longitude 30 graus oeste.
Linhas imaginárias da Terra: paralelos (A) e meridianos (B). (Representação esquemática fóra de proporção. Cores fantasiosas.)

Fonte: Shipméãn, J. T. êti áli. An introduction to Physical Science. décima quinta edição bóston: Cengage, 2021. página 434.

Respostas e comentários

Item 3 e saúde mental dos estudantes

Ao abordar o item 3, trabalhe com os estudantes o conteúdo atitudinal de valorização do sono e do repouso como fundamentais à manutenção da saúde.

Saliente que o completo bem-estar físico e mental requer o equilíbrio entre diversos aspectos de nossa vida, e que o sono e o lazer estão entre eles.

tê cê tê Saúde

O item 3 vai ao encontro do trabalho com o tema Saúde, que está na macroárea de tê cê tês de mesmo nome. Na faixa etária do 6º ano, os estudantes estão em fase de formação de diversos hábitos e é de grande importância que compreendam a necessidade do repouso e do lazer, principalmente em função de alguns desafios oferecidos pelo mundo contemporâneo, como o excesso de informações veiculadas nas redes sociais.

Comente que as empresas que mantêm essas redes de interação beneficiam-se (lucram) com os anúncios. Estes, por sua vez, são potencializados quando os usuários são convencidos por elas a permanecer online por longos períodos.

Esse convencimento se dá por diversos meios (que podem, inclusive, gerar dependência do indivíduo em relação à rede social), entre eles o contínuo estímulo a ver o que os outros postaram e a busca por aumentar o número de seguidores e de curtidas.

Abster-se voluntariamente de passar muito tempo em redes sociais é essencial para o bem-estar psicológico. Trata-se de uma atitude que deve ser explicitada e valorizada pelo educador em sala. O necessário equilíbrio também se estende ao uso de celulares, computadores e videogames.

De ôlho na Bê êne cê cê!

O item 3 favorece conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, reconhecendo suas emoções com autocrítica e capacidade para lidar com elas, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias (competência geral 8 e competência específica 7).

O trecho do item sobre dificuldades decorrentes de horários profissionais que exigem permanecer acordado durante a noite (por exemplo, porteiros, motoristas, seguranças, enfermeiros, comissários e pilotos de avião) fornece aos estudantes informações para se sensibilizarem com um desafio relacionado ao mundo do trabalho (competência específica 4).

Item 4

Para apresentar os conceitos de latitude e longitude, leve para a sala de aula um globo escolar e mostre nele as linhas que indicam alguns valores dessas grandezas.

Apresentar o conceito de latitude é de fundamental relevância para que os estudantes possam compreender, mais à frente, por que as variações do período diurno e do período noturno ao longo do ano são tanto mais acentuadas quanto mais nos afastamos da linha do Equador.

Já o conceito de longitude é relevante para que os estudantes realizem a atividade experimental em grupo proposta na seção Motivação que antecede o item 9 deste capítulo. Essa atividade, por sua vez, está relacionada ao desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih um quatro da Bê êne cê cê e é comentada oportunamente, neste Manual do professor.

5. O período diurno tem sempre a mesma duração?

Você já percebeu que, no verão, o Sol aparece mais cedo e se põe mais tarde, e que no inverno acontece o contrário, ou seja, clareia mais tarde e escurece mais cedo? Observe o mapa a seguir. Se você mora em locais próximos à linha do Equador (essa linha é imaginária), isto é, locais com latitude bem próxima de 0grau, não deve ter observado nada disso. Se você mora longe dessa linha, provavelmente já percebeu.

O nosso país é tão grande que moradores de diferentes regiões vivenciam, às vezes, diferentes manifestações de um mesmo acontecimento natural, como, por exemplo, os horários do nascente e do poente diários do Sol.

De fato, quanto maior a latitude do local em que uma pessoa mora, mais ela consegue perceber que os períodos diurno e noturno não têm durações iguais ao longo do ano.

Brasil – Mapa político

Mapa. Brasil dividido em unidades federativas, destacadas em diferentes cores. Acre. Amazonas. Roraima. Rondônia. Mato Grosso. Pará. Amapá. Maranhão. Piauí. Tocantins. Ceará. Rio Grande do Norte. Paraíba. Pernambuco. Alagoas. Sergipe. Bahia. Minas Gerais. Goiás e Distrito Federal. Mato Grosso do Sul. Espírito Santo. Rio de Janeiro. São Paulo. Paraná. Santa Catarina. Rio Grande do Sul. Na parte inferior, à direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 500 quilômetros.
Mapa do Brasil, mostrando a linha do Equador e as latitudes (expressas em grau e registradas nas laterais do mapa) de cinco em cinco graus. Nesse mapa, uma latitude representada acima da linha do Equador refere-se ao Hemisfério Norte e uma representada abaixo da linha do Equador refere-se ao Hemisfério Sul.

Fonte: FERREIRA, G. M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 55.

6. A variação dos períodos diurno e noturno ao longo do ano

Nas localidades não muito próximas à linha do Equador, a duração dos períodos diurno e noturno varia no decorrer do ano. Há um dia em que o período diurno é o mais longo do ano e o período noturno é o mais curto. No Hemisfério Sul, essa data ocorre em dezembro e é conhecida como solstício de verão. Há, também, um dia no ano em que acontece o contrário: o período diurno é o mais curto e o período noturno é o mais longo. No Hemisfério Sul, essa data ocorre em junho e se chama solstício de inverno.

No ano, há um dia em março e um dia em setembro em que o período diurno e o noturno têm a mesma duração. São as datas, no Hemisfério Sul, do equinócio de outono e do equinócio de primavera, respectivamente.

Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

Pesquise o horário do nascente e do poente do Sol em sua cidade (ou na capital brasileira mais próxima) para os próximos dias. Use os dados para calcular se o período diurno irá aumentar ou diminuir e compare com o que você aprendeu aqui.

Respostas e comentários

Item 5

Antes de iniciar o item 5, peça aos estudantes que relatem lembranças sobre a variação anual do horário do pôr do sol (ocaso), preparando-os para os itens 5 a 7.

Utilize essas lembranças para que eles percebam que (caso a localidade não esteja muito próxima da linha do Equador) existe variação do período diurno e, consequentemente (já que a adição dos períodos diurno e noturno resultam na duração total de um dia, 24 horas), também variação do período noturno.

Apresente o tema da maneira como está no item 5 do livro do estudante e, após essa abordagem, juntamente com os estudantes, localize no mapa a região aproximada em que fica o município da escola, avalie a latitude local e verifique com eles se, considerando as dimensões do nosso país, está próxima ou não à linha do Equador.

Use um globo terrestre escolar para mostrar a localização do município e enfatize que a latitude local expressa o afastamento em relação à linha do Equador.

Convide os estudantes a realizar a atividade proposta no Use a internet. Amplie a atividade, propondo que eles busquem na internet (ou em aplicativos de tempo/clima para celular) os horários de nascente e ponte (ocaso) do Sol em diferentes dias do ano. Isso os ajudará a perceber, de maneira concreta, a ocorrência de variações ao longo do ano, preparando-os para o item 6.

Item 6

Utilize as conclusões tiradas anteriormente para abordar o item 6. É importantíssimo analisar com os estudantes o esquema do calendário que está no livro do estudante.

Ao analisar tal esquema, aproveite as concepções prévias coletadas antes de iniciar o item 5.

Destaque que o esquema se refere às estações no Hemisfério Sul e enfatize que, no esquema, as variações indicadas pelas setas em lilás ocorrem entre o solstício de verão (dezembro) e o solstício de inverno (junho).

Também saliente que o período diurno mais o noturno somam 24 horas. Então, se o período diurno aumenta, o noturno diminui.

Evoque lembranças de que, no inverno, clareia mais tarde e escurece mais cedo! (Exceto para quem está muito próximo da linha do Equador.)

Destaque que as setas em verde indicam o que ocorre entre o solstício de inverno (junho) e o solstício de verão (dezembro).

Lembre-os de que, do inverno para o verão, começa progressivamente a clarear mais cedo e escurecer mais tarde!

Esquema. Imagem de treze folhas de calendário representando os meses de dezembro, janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro. Há algumas datas destacadas com linhas de chamada. 21 de dezembro: solstício de verão, início do verão. O período diurno é o maior do ano e o noturno é o menor. 20 de março: equinócio de outono, início do outono. O período diurno e o noturno são iguais. 21 de junho: solstício de inverno, início do inverno. O período noturno é o maior do ano e o diurno é o menor. 22 de setembro: equinócio de primavera, início da primavera. O período diurno e o noturno são iguais. 21 de dezembro: solstício de verão, início do verão. O período diurno é o maior do ano e o noturno é o menor. Do solstício de verão ao solstício de inverno: o período diurno diminui um pouco a cada dia que passa. O período noturno aumenta um pouco a cada dia que passa. Do solstício de inverno ao solstício de verão: o período diurno aumenta um pouco a cada dia que passa. O período noturno diminui um pouco a cada dia que passa.
Nesse esquema, as estações do ano se referem ao Hemisfério Sul. As datas dos solstícios e equinócios, destacadas em vermelho no esquema, podem variar um pouco de um ano para outro, como informa a tabela do item 7.

Fonte: Esquema elaborado a partir de dados de Rrendrix, M. S.; tompison, G. R.; Turk, J. Earth Science: an introduction. terceira edição bóston: Cengage, 2021. página 442-443.

Fotografia A. Uma cidade na beira de um rio, com barcos parados no porto. A construção que está em primeiro plano tem a fachada azul com quatro torres, uma em cada canto. No fundo, mais construções e prédios. 
Fotografia B. Uma cidade na beira de um grande rio. À esquerda, dois barcos atracados. No centro, uma torre alta entre áreas com vegetação. Ao fundo, vários prédios.
Belém (foto A), capital do Pará, está próxima da linha do Equador. Já Porto Alegre (foto B), capital do Rio Grande do Sul, está bem afastada do Equador; sua latitude é de aproximadamente 30graus no Hemisfério Sul. No dia em que se inicia o verão no Hemisfério Sul, o período diurno em Belém é de praticamente 12 horas, enquanto em Porto Alegre é de quase 14 horas. No dia em que começa o inverno, o período diurno em Belém também é de aproximadamente 12 horas, mas em Porto Alegre ele tem pouco mais de 10 horas. (Foto A: vista do Mercado Ver-o­‑pêso em Belém, Pará, 2020. Foto B: vista do Centro Cultural da Usina do Gasômetro, às margens do Lago Guaíba, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2018.)
Respostas e comentários

Se a sua localidade tem latitude muito baixa (ou seja, está próxima à linha do Equador), explique aos estudantes que as setas em lilás e em verde relatam o que é observado por quem mora distante da linha do Equador.

Se possível, peça aos estudantes que tragam um calendário deste ano para a aula e ajude-os a localizar e a marcar nele as datas aproximadas dos solstícios e equinócios.

Embora exista certa variação na data de solstícios e equinócios de um ano para outro (veja a tabela do item 7 no livro do estudante), recomenda-se que você consulte na internet a data exata desses eventos para o ano atual. Coloque-as na lousa e desenvolva a atividade a partir dessas indicações. Ande entre as carteiras para verificar se todos os estudantes conseguiram interpretar o calendário e realizar as marcações desejadas.

Se possível, obtenha também um calendário do ano seguinte para cada estudante (físico ou digital, já que os aplicativos de calendário existentes em computadores, tablets e celulares permitem visualizar e imprimir ou, melhor ainda, salvar em um formato digital que permita fácil acesso). Estenda a atividade de marcação para os eventos do próximo ano e sugira que os estudantes acompanhem, nos próximos 12 meses, a relação entre a variação dos períodos diurno e noturno e a ocorrência de solstícios e equinócios.

7. As estações do ano

As estações do ano — primavera, verão, outono e inverno — são os períodos de aproximadamente três meses cada, entre um solstício e um equinócio. A tabela a seguir mostra como é a divisão em estações nos dois hemisférios.

Relação entre os solstícios, os equinócios e o início das estações do ano

Acontecimento e data

Hemisfério Sul

Hemisfério Norte

Solstício de dezembro
(21, 22 ou 23 de dezembro)

Início do verão
(solstício de verão)

Início do inverno
(solstício de inverno)

Equinócio de março
(20 ou 21 de março)

Início do outono
(equinócio de outono)

Início da primavera
(equinócio da primavera)

Solstício de junho
(21, 22 ou 23 de junho)

Início do inverno
(solstício de inverno)

Início do verão
(solstício de verão)

Equinócio de setembro
(22 ou 23 de setembro)

Início da primavera
(equinócio da primavera)

Início do outono
(equinócio de outono)

Fonte: Tabela elaborada a partir de dados de Rrendrix, M. S.; tompison, G. R.; Turk, J. Earth Science: an introduction. terceira edição bóston: Cengage, 2021. página 442-443.

Diagrama. Verão, seta para: outono. Seta para: inverno. Seta para: primavera. Seta para: verão.
A repetição das estações do ano é uma regularidade da natureza.

Se você observar a tabela, perceberá que, quando é inverno no Hemisfério Sul, é verão no Norte. E vice-versa: quando é verão no Hemisfério Sul, é inverno no Norte. O mesmo vale para primavera e outono. As estações nos dois hemisférios se relacionam de modo regular.

A distinção de clima nas quatro estações não existe com clareza em todo o nosso país. Quanto mais próximo à linha do Equador (baixas latitudes), menores são as diferenças climáticas entre verão e inverno. Por outro lado, quanto mais nos aproximamos do sul do país, distanciando-nos portanto da linha do Equador (maiores latitudes), mais nítida passa a ser a diferença climática entre as estações, principalmente as diferenças de temperatura entre um verão quente e um inverno frio.

Ícone. Ponto de exclamação. Boxe Curiosidades.

Saiba de onde vêm as palavras

A origem da palavra “solstício” está no latim , Sol, e , parado. Acreditava-se que, nos solstícios, a trajetória do Sol permanecia estacionária por alguns dias. A variação na duração do período diurno é tão pequena na época do solstício que se tornava imperceptível dentro das condições de medição da época.

A palavra “equinócio” também é de origem latina. Ela veio de , que é formada por , igual, e , noite. Corresponde à época em que o período diurno e o noturno têm a mesma duração.

Ícone. Caderno.

ATIVIDADE

Para fazer no seu caderno

Ao estudar os itens 6 e 7, que padrões você identificou?

Registre-os em seu caderno.

Respostas e comentários

Item 7

Trabalhe o item 7 conforme apresentado no livro do estudante e, a seguir, proponha a atividade do boxe Para fazer no seu caderno, que está relacionado à identificação de padrões, conforme comentado a seguir.

Noções de pensamento computacional

O estudo dos movimentos celestes e sua relação com as estações do ano permite estabelecer diversos padrões repetitivos. A esta altura, os estudantes poderão relatar, como padrões reconhecidos por eles, por exemplo:

  • a repetição anual: equinócio de março, solstício de junho, equinócio de setembro, solstício de dezembro;
  • a sucessão das estações do ano: outono, inverno, primavera, verão;
  • o aumento da duração do período diurno e a diminuição da duração do período noturno ao avançar do solstício de inverno ao solstício de verão seguinte;
  • a diminuição da duração do período diurno e o aumento da duração do período noturno ao avançar do solstício de verão ao solstício de inverno seguinte.

Ao comentar a atividade, ressalte que a existência de padrões de repetição periódica nos movimentos dos astros possibilitou que, desde a Antiguidade, diversos povos pudessem prever eventos celestes e criar seus próprios calendários.

As regularidades também possibilitam que o aspecto do céu seja descrito matematicamente e essa descrição é usada para fazer programas de computador e aplicativos para celular que reproduzem, na tela, o aspecto do céu conforme visualizado de qualquer localidade (longitude e latitude), em determinado dia e horário. Mais à frente, ainda neste capítulo, os estudantes poderão conhecer e utilizar um desses programas.

Tema para pesquisa

Aqui pode ser sugerido que os estudantes busquem informações sobre como os povos antigos usavam o aspecto do céu noturno para a agricultura e a navegação.

Diversos povos da Antiguidade foram hábeis astrônomos e descobriram diversas regularidades no comportamento dos corpos celestes. A utilização prática desses conhecimentos para saber a época certa para semear as lavouras e também para armazenar provisões para o inverno ainda porvir foi vital para muitos povos, especialmente os que viviam longe de regiões tropicais e estavam submetidos, portanto, a climas com acentuadas diferenças entre as estações do ano.

A aplicação prática de conhecimentos provenientes das observações celestes à orientação nas navegações também foi muito relevante no passado, mesmo após a introdução da bússola. O uso de astrolábios e sextantes nas Grandes Navegações, por exemplo, foi essencial para localização e determinação de rotas a seguir.

Esses instrumentos, o astrolábio e o sextante, possibilitam determinar o ângulo entre um corpo celeste e a linha do horizonte, informação que, utilizada cor­retamente, permite determinar a latitude em que se está. Se considerar oportuno, estimule os estudantes a realizar uma busca na internet para ver imagens desses equipamentos e conhecer mais sobre sua história e utilização.

Aproveite essa atividade para trabalhar o conteúdo atitudinal de valorização dos conhecimentos de povos antigos para explicar os fenômenos celestes.

Ao docente, ressaltamos que, no volume do 9º ano, será realizada uma abordagem bastante detalhada de como diferentes povos associavam as observações celestes aos seus valores e às suas práticas, enfim, à sua cultura. Isso irá ao encontro do desenvolvimento da habilidade ê éfe zero nove cê ih um cinco da Bê êne cê cê.

Em várias regiões do país existe uma clara distinção, ao longo do ano, entre uma época que é bem chuvosa e outra que é mais seca.

Fotografia. Um caminho de terra atravessando uma área gramada. Do lado esquerdo, destaca-se uma árvore com a copa densa. Do lado direito, pequenas flores amarelas em meio a área verde.
Fotografia. Um caminho de terra atravessando uma área gramada. Do lado esquerdo, destaca-se uma árvore frondosa. A vegetação rasteira do lado esquerdo está menos vistosa e a do lado direito está alta e não tem flores.
Fotografia. Um caminho atravessando uma área gramada. Do lado esquerdo, destaca-se uma árvore sem folhas. A vegetação rasteira está com folhas amareladas. 
Fotografia. Um caminho atravessando uma área coberta por neve. Do lado esquerdo, uma árvore sem folhas.
Fotos tiradas em um mesmo local de latitude elevada, no Hemisfério Norte, em diferentes estações do ano. (Munique, Alemanha, latitude aproximada 48 graus Norte.) Elas mostram uma nítida distinção entre as estações. Essa distinção é mais fácil de perceber quando nos afastamos bastante da linha do Equador.
Ícone. Dois balões de fala.

ATIVIDADE

Para discussão em grupo

Quais são as características mais importantes das es­tações do ano na região de vocês?

Não façam uma pesquisa. Procurem resgatar na memória aquilo que observaram ao longo de suas vidas!

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: multiculturalismo.

EM DESTAQUE

Papai Noel, neve e estímulo ao consumo

Estados Unidos e Europa estão localizados no Hemisfério Norte. Por isso, as imagens natalinas que recebemos de lá pelos meios de comunicação associam o Natal com inverno, frio e neve.

Por aqui, muitas pessoas montam árvores de Natal feitas de plástico, que lembram os pinheiros das florestas de clima frio do Hemisfério Norte. Elas são cobertas com imitações de neve, que, mesmo no inverno, só chega a cair em pouquíssimos locais da Região Sul do Brasil.

Nosso Natal não poderia ser comemorado de modo diferente? Talvez com mais frutas tropicais? Talvez com um Papai Noel de bermudas? Talvez com coqueiros ornamentados como árvores de Natal?

Será que essa “beleza” importada que o Natal tem e que é reforçada pelo comércio não está justamente ligada à ideia de consumir, comprar e presentear? Será que um Natal mais brasileiro, voltado para nossa gente, nossa realidade e nosso dia a dia nos permitiria refletir melhor sobre nossa sociedade, seus problemas e suas virtudes?

Fotografia. Um boneco de neve com um objeto pontudo e alaranjado no lugar do nariz, bolinhas pretas como olhos e uma linha vermelha formando o contorno de um sorriso. Ele usa touca branca, cachecol vermelho e tem galhos no lugar dos braços. Ao lado dele, uma bola decorativa prateada com detalhes em vermelho e um presente embalado com papel branco e fita vermelha. Nos cantos superiores, estruturas geométricas de flocos de neve.
A ideia de Natal associada a um inverno rigoroso é importada do Hemisfério Norte. No Brasil, como você sabe, o Natal ocorre em pleno calor de verão.
Respostas e comentários

Atividades

Ao final do item 7, tem-se um momento adequado para trabalhar os exercícios 1 a 5 do Use o que aprendeu.

tê cê tê Multiculturalismo

O texto Papai Noel, neve e estímulo ao consumo vincula-se ao tema Diversidade Cultural, que está inserido na macroárea Multiculturalismo.

Leia e interprete o texto com os estudantes em aula, convidando-os a opinar sobre quais características do Natal e de outras festas poderiam ser alterados para incluir e valorizar aspectos inerentes à formação cultural do povo brasileiro.

De ôlho na Bê êne cê cê!

O texto Papai Noel, neve e estímulo ao consumo ajuda a estimular o espírito crítico dos estudantes sobre a exploração comercial de festas populares, possibilitando que defendam ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam o consumo responsável. Isso favorece o desenvolvimento da competência geral 7.

8. O nascente e o poente do Sol

O Sol é a estrela mais próxima da Terra. A trajetória aparente do Sol no céu não é exatamente a mesma todos os dias do ano, assim como não é sempre no mesmo local que o Sol nasce (o nascente) nem é no mesmo local que ele se põe (o poente, ou ocaso). Dizemos que a trajetória do Sol é aparente porque, na realidade, é a Terra que está em movimento.

A trajetória aparente do Sol no céu varia de acôrdo com a época do ano. Como ilustram os esquemas a seguir, as trajetórias mais ao norte e mais ao sul são percorridas nas datas dos solstícios.

O nascente ocorre exatamente no ponto leste e o poente ocorre exatamente no ponto oeste apenas na data do equinócio de outono e na do equinócio de primavera, ou seja, apenas duas vezes por ano. Nos outros dias, o nascente se dá no lado leste, mas não exatamente no ponto leste. Assim como o poente acontece no lado oeste, mas não perfeitamente no ponto oeste.

Esquema da trajetória aparente do Sol no céu nos solstícios e nos equinócios

Esquema. Meia esfera cortada na horizontal (linha do horizonte) representando o planeta Terra. No centro da esfera, um homem de pé e linhas perpendiculares indicando as quatro direções. O homem está virado para a direção norte. Há três bolinhas amarelas, representando o Sol e linhas tracejadas azuis, representado sua trajetória aparente do poente (lado oeste) à nascente (lado leste). Setas vermelhas indicam os pontos leste e oeste. Uma bolinha amarela está no topo, paralela ao centro da esfera. Linha de chamada para Equinócio de outono e equinócio de primavera. Uma está à esquerda, linha de chamada para Solstício de verão. Outra está do lado direito, linha de chamada para Solstício de inverno.  Mapa do Brasil. Destaque para a localização de São Gabriel da Cachoeira, no norte do país, sobre a  linha do Equador. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 980 quilômetros.
Esquema da trajetória observada por uma pessoa que esteja em São Gabriel da Cachoeira, na linha do Equador (latitude 0).

Esquema. Meia esfera cortada na horizontal (linha do horizonte) representando o planeta Terra. No centro da esfera, um homem de pé e linhas perpendiculares indicando as quatro direções. O homem está virado para a direção norte. Há três bolinhas amarelas, representando o Sol e linhas tracejadas azuis, representado sua trajetória aparente do poente (lado oeste) à nascente (lado leste). Setas vermelhas indicam os pontos leste e oeste. As trajetórias estão inclinadas para a direita. Da bolinha da trajetória do meio, linha de chamada para Equinócio de outono e equinócio de primavera. Da bolinha da trajetória da esquerda, linha de chamada para Solstício de verão. Da bolinha da trajetória da direita, linha de chamada para Solstício de inverno.  Mapa do Brasil. Destaque para a localização de São Paulo, no sudeste do país, sobre a  linha do Trópico de Capricórnio. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 980 quilômetros.
Esquema da trajetória observada por uma pessoa que esteja na cidade de São Paulo, no Trópico de Capricórnio (latitude 2327minutos sul).

Esquema. Meia esfera cortada na horizontal (linha do horizonte) representando o planeta Terra. No centro da esfera, um homem de pé e linhas perpendiculares indicando as quatro direções. O homem está virado para a direção norte. Há três bolinhas amarelas, representando o Sol e linhas tracejadas azuis, representado sua trajetória aparente do poente (lado oeste) à nascente (lado leste). Setas vermelhas indicam os pontos leste e oeste. As trajetórias estão inclinadas ainda mais para a direita. Da bolinha da trajetória do meio, linha de chamada para Equinócio de outono e equinócio de primavera. Da bolinha da trajetória da esquerda, linha de chamada para Solstício de verão. Da bolinha da trajetória da direita, linha de chamada para Solstício de inverno. Mapa do Brasil. Destaque para a localização de Porto Alegre, no sudeste do país, sobre a  linha do Trópico de Capricórnio. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 980 quilômetros.
Esquema da trajetória observada por uma pessoa que esteja em Porto Alegre (latitude 30 sul).

Fonte: Esquemas elaborados a partir de Érens, C. D.; Henson, R. Meteorology today. décima segunda edição bóston: Cengage, 2019. página 65.

Respostas e comentários

Item 8

Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, os estudantes desenvolveram pré-requisitos importantes relacionados às habilidades ê éfe zero quatro cê ih zero nove (“Identificar os pontos cardeais, com base no registro de diferentes posições relativas do Sol e da sombra de uma vara (gnômon).”) e ê éfe zero quatro cê ih um zero (“Comparar as indicações dos pontos cardeais resultantes da observação das sombras de uma vara (gnômon) com aquelas obtidas por meio de uma bússola.”).

Assim, para realizar a abordagem do item 8, inicie com uma retomada desses saberes. A seguir, comente que o nascente e o poente do Sol não acontecem todos os dias no mesmo lugar (isto é, em um mesmo ponto da linha do horizonte).

Analise, com os estudantes, as imagens do Esquema da trajetória aparente do Sol nos solstícios e nos equinócios, incentivando-os a mobilizar seus conhecimentos prévios para compreender as representações. Reserve um bom tempo da aula para trabalhar a esquematização, e, antes de passar adiante, certifique-se de que toda a turma compreendeu a explicação.

Você poderá retornar a esse item 8 após, mais à frente, os estudantes terem aprendido a mexer no simulador recomendado no item 10, pois isso enriquecerá muito essa revisitação.

Motivação

Esta atividade deverá ser realizada em grupos.

Ícone. Vidraria de laboratório.

Objetivo

Observar a alteração da sombra de uma vareta (perpendicular ao solo) ao longo do dia e propor uma explicação para o observado. Traçar o meridiano local e compreender o seu significado.

Cada equipe vai precisar de:

  • globo terrestre escolar
  • vareta de madeira (cabo de vassoura, por exemplo)
  • local plano no qual seja possível espetar a vareta verticalmente e que receba luz solar direta durante todo o período diurno
  • cartolina ou papel bem grande
  • quatro tijolos
  • régua e lápis (ou outro material de escrita apropriado) para escrever na cartolina

Procedimento

  1. Observem um globo terrestre escolar. Localizem os meridianos. Pesquisem se existem apenas os meridianos mostrados nesse globo ou se existem outros.
  2. Pesquisem, em um dicionário da língua portuguesa ou em outra fonte de informação, a origem da palavra meridiano e o seu significado original. O que esse significado teria a ver com os meridianos que aparecem no globo escolar?
  3. Espetem uma vareta perpendicularmente ao solo em um local plano em que possa registrar a sombra dessa vareta, a intervalos regulares (por exemplo, a cada hora) durante um dia todo, como mostra a figura. O que acontece com a posição e o comprimento da sombra ao longo do dia?
  4. Proponham uma explicação para o resultado observado. Esse resultado tem relação com o movimento do Sol ou da Terra? Se necessário, usem o globo escolar para auxiliar na explicação.
  5. Pesquisem o que é a bissetriz de um ângulo.
  6. Utilizando novamente a vareta perpendicular ao chão, desenhem no solo (ou em um papel fixado nele) a sombra da vareta em algum momento da manhã. Durante a tarde, desenhem a sombra no momento em que ela estiver exatamente com o mesmo comprimento do desenho feito pela manhã. (Vocês não precisam ficar observando a tarde toda, pois o experimento anterior dará uma ideia do horário em que isso acontecerá.)
  7. Tracem a bissetriz do ângulo formado pelas duas sombras desenhadas. Essa bissetriz dá a direção do meridiano local.
  8. Após traçar o meridiano local, vocês saberiam: localizar o norte? Localizar o sul?
  9. Expliquem o que o meridiano local tem a ver com a posição do Sol ao meio-dia.
Ilustração. Um retângulo de cartolina em cima de uma área gramada. Há um tijolo em cada uma das pontas. Próximo à borda do lado esquerdo tem uma haste na vertical e algumas marcações de horários na cartolina saindo da haste. Marcações anteriores: 7 horas. 8 horas. 9 horas. A sombra da vareta está à direita da linha das 9 horas. No canto superior direito da imagem, um relógio analógico com o ponteiro menor no 10 e o ponteiro maior no 12.
Se for possível manter a vareta fixa em chão cimentado, as marcações podem ser feitas com giz diretamente no piso. (Representação esquemática sem proporção.)
Respostas e comentários

De ôlho na Bê êne cê cê!

ê éfe zero seis cê ih um quatro

“Inferir que as mudanças na sombra de uma vara (gnômon) ao longo do dia em diferentes períodos do ano são uma evidência dos movimentos relativos entre a Terra e o Sol, que podem ser explicados por meio dos movimentos de rotação e translação da Terra e da inclinação de seu eixo de rotação em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol.“

O desenvolvimento dessa habilidade é favorecido pela atividade da seção Motivação. Ela se constitui de diversas etapas. Na etapa 1, os estudantes observarão meridianos em um globo escolar e, na etapa 2, deverão descobrir que a palavra meridiano vem do latim meridianus e tem o sentido “de meio-dia” ou “relativo ao meio-dia”. Quando é meio-dia no horário solar em um dado meridiano, o Sol está a pino (raios de luz solar incidindo perpendicularmente ao solo) sobre alguma localidade nele situada.

Um globo escolar terrestre ilustra alguns meridianos, que correspondem a diferentes longitudes igualmente espaçadas, de 10graus em 10graus, 15graus em 15graus, 30graus em 30graus ou qualquer outra periodicidade adotada.

Contudo, nada impede que um meridiano seja traçado para qualquer valor de longitude, por exemplo aquela da nossa localidade.

E é isto que os estudantes farão: traçar no chão o meridiano que passa na localidade em que estão. Na etapa 3, perceberão o comportamento da sombra da vareta ao longo do dia. (A vareta desempenha papel similar ao do gnômon de um relógio de sol. Sobre isso, veja o Em destaque do item 12.)

Na atividade, os estudantes verificarão que a sombra diminui progressivamente, passa por um comprimento mínimo ao meio-dia solar e volta a crescer, devido ao movimento relativo que existe entre Terra e Sol.

O meio-dia solar nem sempre coincide com o meio-dia na hora oficial (“hora do relógio”) porque uma faixa de fuso horário (mesma hora oficial) engloba diferentes longitudes.

Escolhendo dois horários em que a sombra tenha mesmo comprimento (etapa 6), tem-se uma situação de simetria em relação àquela em que o Sol está a pino.

A bissetriz (que divide o ângulo ao meio) traçada na etapa 7 fornece o meridiano.

O meridiano traçado indica a direção norte-sul. Sabendo que o Sol nasce no lado leste e se põe no lado oeste, de­duz-se onde fica o norte e onde fica o sul (etapa 8).

No instante em que a sombra da vareta é mínima, tem-se o meio-dia solar nesse meridiano. Nesse exato momento, todas as pessoas que estão no mesmo meridiano observam o Sol em sua máxima altura no céu naquele dia. É isso que, com sua ajuda, se pretende que os estudantes concluam na etapa 9.

Desenvolvimento do tema

9. Solstícios e equinócios

Rotação e translação terrestres

O complexo movimento da Terra pode ser decomposto em componentes, dois dos quais são a rotação e a translação. A rotação terrestre é o giro do planeta ao redor de um eixo imaginário que atravessa o planeta do Polo Norte ao Polo Sul.

A rotação terrestre origina os dias e as noites. A metade do planeta iluminada pela luz solar está no período diurno e a metade escura encontra-se no período noturno.

O movimento da Terra ao redor do Sol é denominado translação. Uma volta ao redor do Sol é completada em aproximadamente 365,25 dias.

O eixo imaginário de rotação terrestre não é perpendicular ao plano de sua órbita, mas, sim, inclinado 23graus27minutos em relação a essa perpendicular. Ao longo do ano, a Terra posiciona-se conforme mostra o esquema seguinte.

Ilustração. Planeta Terra com um eixo passando pelo centro, levemente inclinado para a direita. Uma seta ao redor do eixo indica o sentido de rotação. A parte da esquerda da Terra está escura, noite, e a parte da direita está clara, dia. Passando pelo centro da esfera, a linha do Equador, inclinada, está indicada.
A ocorrência de dias e noites está relacionada à rotação da Terra ao redor de um eixo imaginário norte-sul. (Representação esquemática em que a seta vermelha indica o sentido de rotação da Terra. Cores fantasiosas.)

Fonte: Shipméãn, J. T. êti áli. An introduction to Physical Science. décima quinta edição bóston: Cengage, 2021. página 434.

Esquema. No centro, ilustração do Sol. Ao redor, imagem do planeta Terra em quatro posições diferentes. Entre elas, setas verdes em sentido anti-horário. Em cada imagem do planeta tem um eixo passando pelo centro, levemente inclinado para a direita, com uma seta vermelha ao redor. 1: solstício de dezembro (o lado sombreado do planeta está à direita). 2: equinócio de março (apenas a parte iluminada do planeta está representada). 3: solstício de junho (o lado sombreado do planeta está à esquerda). 4: equinócio de setembro (apenas o lado sombreado do planeta é representado).
A inclinação com que os raios solares atingem a superfície do planeta varia ao longo dos meses. (O Sol, a Terra e a distância entre ambos estão ilustrados fóra de proporção. Representação esquemática em que a seta vermelha indica o sentido de rotação da Terra e a seta verde indica a direção e o sentido da translação. Cores fantasiosas.)

Fonte: KRAUSKOPF, K. B.; BEISER, A. The physical universe. décima sétima edição Nova York: McGraw-Hill, 2020. página 476.

Equinócios

Os desenhos 2 e 4 representam situações semelhantes. Se observado de outro ponto de vista, o planeta aparece, em ambos os equinócios, como mostrado na figura A*nota de rodapé .

Respostas e comentários

De ôlho na Bê êne cê cê!

Ainda sobre a habilidade ê éfe zero seis cê ih um quatro, a partir deste ponto do capítulo, os estudantes conhecerão os movimentos de rotação e de translação da Terra e a inclinação do eixo de rotação do planeta em relação ao plano da órbita terrestre ao redor do Sol (também denominado plano da eclíptica).

Com esses conceitos, que devem ser explorados mediante a execução do Projeto 12, sugerido mais à frente, os estudantes poderão inferir que os movimentos relativos entre a Terra e o Sol “podem ser explicados por meio dos movimentos de rotação e translação da Terra e da inclinação de seu eixo de rotação em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol”.

Item 9

Para trabalhar o tema dêsse item, leve para a aula um globo escolar e uma lanterna e utilize-os para simular as imagens do livro do estudante.

Para favorecer a compreensão de que os períodos diurno e noturno são diferentes para localidades fóra da linha do Equador em datas que não coincidam com os equinócios, leve para a sala também uma fita métrica e, com a ajuda de alguns estudantes, utilize-a como descrito a seguir.

Meçam o comprimento da linha do globo que representa o Trópico de Capricórnio (ou seja, o perímetro da linha que representa essa latitude específica) e escrevam esse valor na lousa.

A seguir, com a sala escurecida (o quanto possível), peça que um estudante segure a lanterna a alguns metros de distância do globo e aponte-a para ele.

Posicione o globo de tal modo que os raios de luz da lanterna incidam a pino no Trópico de Capricórnio, exatamente como na figura B do item 9, o que simula a iluminação do planeta no solstício de dezembro.

Peça que dois estudantes meçam, nessa situação, que parte do comprimento da linha do Trópico de Capricórnio é diretamente iluminada pela lanterna e que parte não é, e registrem os valores na lousa. A soma dos dois valores deve ser igual (dentro de um ligeiro erro experimental) ao comprimento total anteriormente obtido. O valor medido para a parte diretamente iluminada pela lanterna será maior que o da parte não diretamente iluminada por ela, evidenciando que, ao longo de um dia (uma volta da Terra ao redor de seu eixo de rotação), uma localidade no Trópico de Capricórnio permanece mais tempo na parte iluminada pelo Sol do que na parte não iluminada.

Repitam esse procedimento, nessa mesma condição de iluminação, para o Trópico de Câncer. Isso permite concluir que, para localidades naquela latitude, o período noturno é maior que o diurno.

O mesmo procedimento pode ser repetido, para cada um dos trópicos, alterando a condição de iluminação para simular o solstício de junho e os equinócios.

Perceba que exatamente metade do Hemisfério Norte está iluminada e metade não está. O mesmo acontece no Hemisfério Sul. Isso explica por que, nos equinócios, tanto o período diurno como o perío­do noturno têm a mesma duração nos dois hemisférios.

Ilustração. Planeta terra com um eixo vertical passando pelo centro e uma seta ao redor do eixo indicando o sentido de rotação. O lado à esquerda do eixo está sombreado. No planeta há três marcações na horizontal: Equador no centro, Trópico de Câncer acima e Trópico de Capricórnio abaixo. Há setas paralelas da direita para a esquerda, incidindo na superfície do planeta Terra, representando os raios de luz solar.
A. Representação esquemática da Terra no equinócio de março ou no de setembro. (Cores fantasiosas.)

Solstício de dezembro

A figura B equivale ao desenho 1, representado anteriormente, que mostra o planeta no solstício de dezembro.

Perceba, pelo desenho, que em cada hemisfério a área iluminada e a área escura não têm a mesma extensão.

No Hemisfério Norte, a área iluminada é menor do que a área escura e, por esse motivo, o período noturno é mais longo que o período diurno. Já no Hemisfério Sul, ao contrário, a área iluminada é maior do que a área escura. Como consequência, o período diurno é mais longo que o noturno.

Agora observe a linha do Equador: metade dela está iluminada e metade está escura. Isso significa que os habitantes de localidades situadas sobre essa linha, ou próximas a ela, vivenciam períodos diurno e noturno com igual duração.

Ilustração. Planeta terra com um eixo vertical levemente inclinado para a esquerda passando pelo centro e uma seta ao redor do eixo indicando o sentido de rotação. No planeta há três marcações: Equador no centro, Trópico de Câncer acima e Trópico de Capricórnio abaixo. Há setas paralelas da direita para a esquerda, incidindo na superfície do planeta Terra, representando os raios de luz solar.
B. Representação esquemática da Terra no solstício de dezembro. (Cores fantasiosas.)

Solstício de junho

A figura C equivale ao desenho 3, representado anteriormente. A situação de iluminação dos hemisférios é a inversa da que ocorre no solstício de dezembro.

Os habitantes do Hemisfério Norte observam que o período diurno é mais longo que o noturno. Isso se explica pelo fato de a área iluminada dêsse hemisfério ser maior que a área escura. Os habitantes do Hemisfério Sul, por outro lado, vivenciam o período noturno mais longo do que o período diurno, pois a área iluminada pelo Sol é menor do que a área não iluminada.

Ilustração. Planeta terra com um eixo vertical levemente inclinado para a direita passando pelo centro e uma seta ao redor do eixo indicando o sentido de rotação. No planeta há três marcações: Equador no centro, Trópico de Câncer acima e Trópico de Capricórnio abaixo. Há setas paralelas da direita para a esquerda, incidindo na superfície do planeta, representando os raios de luz solar.
C. Representação esquemática da Terra no solstício de junho. (Cores fantasiosas.)

Fonte das ilustrações: Shipméãn, J. T. êti áli. An introduction to Physical Science. décima quinta edição bóston: Cengage, 2021. página 448.

Nas figuras A, B e C, vemos que a linha do Equador está, permanentemente, metade iluminada e metade escura. Por isso, durante todo o ano, os períodos diurno e noturno têm igual duração para as localidades situadas nessa linha ou bem próximas a ela.

Duração do período diurno (em horas e minutos) em diferentes latitudes do Hemisfério Sul

Latitude

Equinócio de março

Solstício de junho

Equinócio de setembro

Solstício de dezembro

12 h

12 h

12 h

12 h

10° sul

12 h

11 h 24 min

12 h

12 h 36 min

20° sul

12 h

10 h 48 min

12 h

13 h 12 min

30° sul

12 h

10 h 6 min

12 h

13 h 54 min

40° sul

12 h

9 h 6 min

12 h

14 h 54 min

50° sul

12 h

7 h 42 min

12 h

16 h 18 min

60° sul

12 h

5 h 36 min

12 h

18 h 24 min

Fonte: Érens, C. D.; Henson, R. Mitiorólogy Todêi. décima segunda edição bóston: Cêngueij, 2019. página 63.

Respostas e comentários

Continuando a abordagem do item 9, comente que as diferenças de incidência da luz solar nos hemisférios, em diferentes épocas do ano, acarretam diferenças de temperatura média, para localidades não muito próximas da linha do Equador, o que dá origem às estações do ano.

Atente a um problema comum de aprendizado: existe uma ideia equivocada de que as estações do verão e do inverno ocorrem porque a Terra, em seu movimento de translação ao redor do Sol, se aproxima ou se afasta dele.

As figuras do item 9 ajudam a trabalhar esse ponto e esclarecê-lo.

As diferenças de temperatura (em locais não tão próximos da linha do Equador) nas diferentes estações do ano estão relacionadas à diferente quantidade de calor proveniente do Sol que atinge os hemisférios — isto é, devem-se a diferenças de insolação —, ao longo do ano, que decorrem da inclinação do eixo terrestre em relação ao plano de sua órbita.

As ilustrações B e C do item 9 são oportunas também para elucidar que existe uma diferença de insolação nos hemisférios ao longo do ano, a qual origina as estações do ano.

Em sala de aula, use novamente o globo terrestre escolar e a lanterna para simular as situações referentes a solstícios e equinócios e mostrar as diferentes condições de iluminação dos hemisférios em cada um desses diferentes momentos do ano.

O Projeto 12, indicado no item 10, é bastante recomendado para que os estudantes possam analisar tridimensionalmente as imagens dêsse item 9 do livro do estudante.

10. A trajetória diária aparente do Sol

Chegou o momento de entender como o modelo de translação da Terra ao redor do Sol, apresentado anteriormente, permite explicar por que observadores em diferentes latitudes veem, num mesmo instante, o Sol em posições diferentes.

Para ficar mais fácil, vamos representar a Terra por meio de uma esfera na qual não ilustraremos oceanos e continentes. Nela, vamos representar cinco observadores como “bonequinhos” de cores diferentes, ilustrados numa mesma longitude e num tamanho desproporcional, exagerada­mente grande.

Junto a cada observador, vamos representar a direção vertical por um tracejado preto. Uma pessoa pode facilmente determinar a direção vertical pendurando, por exemplo, uma pedra num barbante. Após o barbante parar de oscilar, ele estará indicando a direção ­vertical.

Um chão plano, corretamente nivelado, é um plano horizontal perpendicular à direção vertical. O chão plano também será ilustrado sob os pés de cada observador. Partindo dessas considerações, temos o que aparece no esquema a seguir.

Ilustração. Círculo representando o planeta Terra com um eixo vertical passando pelo centro e uma seta ao redor do eixo indicando o sentido de rotação. O ponto mais alto é o Polo Norte (N) e o ponto mais baixo é o Polo Sul (S). Há cinco linhas horizontais, de cima para baixo: Latitude 45 graus norte. Latitude 23 graus e 27 minutos norte: Trópico de Câncer. Latitude 0 grau: Equador. Latitude 23 graus e 27 minutos sul: Trópico de Capricórnio. Latitude 45 graus sul. Do lado de fora, à direita, há o contorno de uma pessoa de diferentes cores em cada uma das linhas horizontais. Atravessando o eixo de cada pessoa passa uma linha tracejada até o centro do círculo.
Esquema do globo terrestre que mostra cinco observadores, em diferentes latitudes. Note a representação do chão plano, sob eles, e da linha vertical. (Não foram ilustrados os oceanos e os continentes. Os observadores aparecem em tamanho exageradamente grande.)

A figura A, a seguir, representa a Terra no equinócio de março ou no de setembro. Perceba que os raios de luz solar, que são paralelos entre si, atingem o chão das diferentes latitudes com inclinação diferente. Junto à figura A, aparecem cinco desenhos que ilustram a posição em que o Sol é visto, ao meio-dia, pelos observadores. Os observadores veem o mesmo Sol, porém de diferentes latitudes. Por isso, recebem os raios solares com diferentes inclinações.

As figuras B e C ilustram a Terra, respectivamente, nos solstícios de dezembro e de junho. Analisando-as, você poderá perceber como, para um mesmo observador, a inclinação dos raios solares se altera ao longo do ano. Na verdade, é a inclinação do observador em relação aos raios da luz solar que se altera à medida que a Terra orbita em torno do Sol.

Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

Neste enderêço eletrônico é possível acessar um simulador on láine do aspecto do céu:

https://oeds.link/2jFd0X. Acesso em: 16 abr. 2022.

O aplicativo indica os nomes dos principais corpos celestes que aparecem na visualização.

Você pode modificar local, data e horário, simulando a visão que se tem do céu, durante período diurno ou noturno, de diferentes localidades do planeta. Pode-se incluir ou remover a linha do horizonte, bem como algumas linhas de referência usadas na cartografia celeste.

Utilize os contrôles para analisar a trajetória do Sol ao longo de diferentes dias do ano, especialmente nas datas dos solstícios e dos equinócios, conforme o astro é visualizado da sua cidade.

Como parte do estudo do item 10, repita essa mesma análise para localidades situadas em cada uma das latitudes mencionadas no item.

Respostas e comentários

Projeto

O Projeto 12 (do final do livro) pode ser realizado a esta altura do curso.

Trata-se da construção de um modêlo para solstícios e equinócios, que ajuda na compreensão dos conceitos aqui apresentados e, consequentemente, no prosseguimento do desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih um quatro da Bê êne cê cê.

Esse projeto é comentado neste Manual do professor, junto da respectiva ocorrência no final do livro do estudante.

Use a internet

O simulador sugerido é um aplicativo que roda no navegador, muito rico e que pode ser utilizado para entender diferentes temas da Astronomia. Ele facilita a compreensão dos movimentos dos corpos celestes (conforme observados de um determinado local na superfície da Terra) e é muito útil como ferramenta didática para os trabalhos, neste e em outros volumes desta coleção.

A interface é bem intuitiva, e os estudantes rapidamente se familiarizam com ela. Deixe-os explorar a simulação por algum tempo.

A seguir, peça que modifiquem o horário para verificar a trajetória do Sol no céu durante o período diurno, mantendo a data atual (usando incrementos de uma ou duas horas). Feito isso, solicite que repitam o procedimento utilizando as datas dos solstícios e equinócios.

Depois, como preparação para compreender o item 10, solicite que refaçam essas mesmas observações, também nas datas de solstícios e de equinócios, porém utilizando as seguintes diferentes latitudes: 45graus norte; 23graus 27minutos norte (Trópico de Câncer); 0graus (Linha do Equador); 23graus 27minutos Sul (Trópico de Capricórnio); e 45graus sem

Peça que enunciem suas conclusões e aproveite-as para trabalhar o item 10.

O portal também disponibiliza o arquivo do aplicativo executável para baixar e utilizar em diferentes sistemas operacionais de computador. Essa versão é instalável e não requer navegador.

A Universidade Federal do Espírito Santo (úfes) disponibiliza um guia de como utilizar esse aplicativo. Disponível em: https://oeds.link/gAmjzQ. Acesso em: 3 maio 2022.

Item 10

Peça que os estudantes analisem os esquemas das figuras A, B e C do item 10 e os relacionem às observações feitas ao explorar o simulador, conforme sugerido anteriormente. Isso facilitará a compreensão das diferenças observadas a partir de diferentes latitudes. Reserve um tempo para que os estudantes possam repetir o procedimento, explorando outras latitudes.

Esquema da Terra nos equinócios

Ilustração A. Círculo representando o planeta Terra com um eixo vertical passando pelo centro e uma seta ao redor do eixo indicando o sentido de rotação. A metade esquerda do planeta está sombreada. Há cinco linhas na horizontal e na ponta de cada uma delas, contorno de uma pessoa colorida. Todas as pessoas estão ligadas por linhas tracejadas até o centro do círculo. Há setas horizontais da direita para a esquerda, incidindo na superfície do planeta, representando os raios de luz solar. Ao lado, sequência de cinco semiesferas com uma pessoa no centro, na altura da linha do horizonte, e as direções Norte e Sul marcadas embaixo. Posição em que o Sol é visto ao meio-dia no equinócio de março e no equinócio de setembro. Primeira: 45 graus norte. Há uma bolinha amarela à direita, a 45 graus da linha do horizonte, de onde sai uma seta até o centro. Segunda: 23 graus e 27 minutos norte. Há uma bolinha amarela à direita, mais próxima da posição vertical, de onde sai uma seta até o centro. Terceira: 0 grau. Há uma bolinha amarela no ponto mais alto, de onde sai uma seta até o centro. Quarta: 23 graus e 27 minutos sul. Há uma bolinha amarela um pouco para a esquerda, de onde sai uma seta até o centro. Quinta: 45 graus sul. Há uma bolinha amarela à direita, a 45 graus da linha do horizonte, de onde sai uma seta até o centro.

Esquema da Terra no solstício de dezembro

Ilustração B. Círculo representando o planeta Terra com o eixo levemente inclinado para a esquerda passando pelo centro e uma seta ao redor do eixo indicando o sentido de rotação. O lado esquerdo do planeta está sombreado. Há cinco linhas perpendiculares ao eixo e na ponta de cada uma delas, contorno de uma pessoa colorida. Todas as pessoas estão ligadas por linhas tracejadas até o centro do círculo. Há setas horizontais da direita para a esquerda, incidindo na superfície do planeta Terra, representando os raios de luz solar. Ao lado, sequência de cinco semiesferas com uma pessoa no centro na altura da linha do horizonte e as direções Norte e Sul marcadas embaixo. Posição em que o Sol é visto ao meio-dia no solstício de dezembro. Primeira: 45 graus norte. Há uma bolinha amarela à direita próxima a linha do horizonte, de onde sai uma seta até o centro. Segunda: 23 graus e 27 minutos norte. Há uma bolinha amarela à direita, mais distante da linha do horizonte, de onde sai uma seta até o centro. Terceira: 0 grau. Há uma bolinha amarela à direita, próxima do ponto mais alto da semiesfera, de onde sai uma seta até o centro. Quarta: 23 graus e 27 minutos sul. Há uma bolinha amarela no ponto mais alto da semiesfera, de onde sai uma seta até o centro. Quinta: 45 graus sul. Há uma bolinha amarela um pouco para a esquerda, de onde sai uma seta até o centro.

Esquema da Terra no solstício de junho

Ilustração C. Círculo representando o planeta Terra com o eixo levemente inclinado para a direita passando pelo centro e uma seta ao redor do eixo indicando o sentido de rotação. O lado esquerdo do planeta está sombreado. Há cinco linhas perpendiculares ao eixo e na ponta de cada uma delas, contorno de uma pessoa colorida. Todas as pessoas estão ligadas por linhas tracejadas até o centro do círculo. Há setas na horizontal da direita para a esquerda, incidindo na superfície do planeta Terra, representando os raios de luz solar. Ao lado, sequência de cinco semiesferas com uma pessoa no centro na altura da linha do horizonte e as direções Norte e Sul marcadas embaixo. Posição em que o Sol é visto ao meio-dia no solstício de junho. Primeira: 45 graus norte. Há uma bolinha amarela um pouco para a direita, de onde sai uma seta até o centro. Segunda: 23 graus e 27 minutos norte. Há uma bolinha amarela no ponto mais alta da semiesfera, de onde sai uma seta até o centro. Terceira: 0 grau. Há uma bolinha amarela um pouco para a esquerda, de onde sai uma seta até o centro. Quarta: 23 graus e 27 minutos sul. Há uma bolinha amarela mais para a esquerda, de onde sai uma seta até o centro. Quinta: 45 graus sul. Há uma bolinha amarela à esquerda, próximo a linha do horizonte, de onde sai uma seta até o centro.
A. A Terra, esquematizada de modo simplificado, nos equinócios. (Cores fantasiosas.) B. A Terra, esquematizada de modo simplificado, no solstício de dezembro. (Cores fantasiosas.) C. A Terra, esquematizada de modo simplificado, no solstício de junho. (Cores fantasiosas.) Os desenhos junto a cada globo terrestre mostram as posições em que o Sol é visto, ao meio­‑dia, por cinco observadores (ilustrados em tamanho exagerado) em diferentes latitudes.

Fonte: Esquema elaborado a partir de FERREIRA, M.; ALMEIDA, G. Introdução à Astronomia e às observações astronômicas. sétima edição Lisboa: Plátano, 2004. página 144.

Respostas e comentários

Atividades

Ao final do item 10, a sugestão é que os estudantes trabalhem o exercício 6 do Use o que aprendeu e as atividades 7 a 11 do Explore diferentes linguagens.

De ôlho na Bê êne cê cê!

Os itens 10, 11 e 12 abordam informações que potencializam exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade com base nos conhecimentos de diferentes áreas. Assim, vinculam-se à competência geral 2 da Bê êne cê cê. O item 11, ao despertar a curiosidade por conhecer e pesquisar evidências da esfericidade da Terra, ajuda os estudantes a perceber que as descobertas científicas e o sucessivo aprimoramento de teorias se deve ao trabalho colaborativo de muitas pessoas. Assim, possibilita compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico, conforme preconiza a competência específica 1.

Visão crítica sobre fake news

Durante a abordagem dos itens 11, 12 e 13, em especial do item 11, ressalte que circulam pela internet alegações pseudocientíficas de que a Terra seria plana.

Uma informação é pseudocientífica quando é apresentada como se estivesse de acôrdo com a metodologia científica, mas, de fato, não está. Assim, é divulgada com uma roupagem que a faz parecer científica, embora não se fundamente em evidências testadas sistematicamente e seja postulada de modo dogmático e que recusa evidências em contrário.

Enfatize a necessidade de buscar informações em fontes confiáveis, como portais de universidades, centros de pesquisa e observatórios astronômicos. Auxilie os estudantes a perceber que uma postagem com informações incorretas pode resultar de toda uma gama de razões possíveis, desde a ignorância (desconhecimento) em temas científicos até a má-fé (ação maldosa conscientemente praticada, enganação, fraude). Notícias intencionalmente falsas (fake news) também são criadas com finalidades diversas, entre as quais estão a busca por aumentar a quantidade de curtidas, acessos e seguidores.

Essa discussão é importante porque ajuda os estudantes a desenvolver uma visão crítica a respeito das informações que recebem por meios digitais e os estimula a verificar a autenticidade das fontes e a veracidade das informações antes de repassar postagens e mensagens.

11. Evidências da esfericidade da Terra

A partir da década de 1960, muitos satélites artificias foram colocados em órbita do planeta e possibilitaram fotografá‑lo. As imagens obtidas indicam claramente que o planeta Terra é esférico, confirmando e registrando os relatos feitos por astronautas em missões espaciais. De fato, por meio de diversas outras evidências, o ser humano já sabia do formato da Terra muitos séculos antes desses avanços tecnológicos.

Um dos primeiros a sugerir que a Terra é esférica foi o filósofo e matemático grego Pitágoras, há mais de .2500 anos. Além de ser influenciado pela esfericidade dos corpos celestes que podia observar, como a Lua e o Sol, ele considerou uma evidência obtida durante eclipses lunares. Esse tipo de fenômeno acontece quando a Lua, a Terra e o Sol, em seu movimento relativo, ficam alinhados estando a Terra entre o Sol e a Lua. À medida em que esses astros se alinham, a sombra da Terra (iluminada pelo Sol) é projetada na Lua, e o formato dessa sombra indica que o planeta Terra é esférico, e não um disco, uma placa, um cubo ou um paralelepípedo.

Antes mesmo de Pitágoras, os marinheiros já tinham observado que o topo dos mastros dos navios eram avistados na linha do horizonte bem antes de o casco ficar visível. Essa observação (que podemos fazer em uma localidade litorânea portuária, usando binóculos em um dia com boa visibilidade) é compatível com um planeta esférico.

lustração. Três imagens de um navio no mar se aproximando progressivamente visto de frente. Da primeira para a terceira imagem, mais detalhes da estrutura do navio passam a ser distinguidos. O navio tem contêineres coloridos em cima, uma chaminé no meio e o casco pintado em azul na parte superior e vermelho na parte inferior. Na primeira imagem, não é possível ver o casco do navio. Na segunda imagem, a parte azul do casco está visível. Na terceira imagem, a parte vermelha do casco está visível.
Para um navio vindo do horizonte em nossa direção, observa-se que a parte superior torna‑se visível antes do casco, o que é compatível com a esfericidade da Terra. (Se a Terra fosse plana, esse navio se tornaria progressivamente maior, passando, a partir de certo instante, a ser visível por inteiro. Contudo, não é isso o que se observa na prática!)

Fonte: , R. M. êti áli. Earth Science. Nova York: Glencoe/McGraw-Hill, 2004. página 660.

cêrca de três séculos depois de Pitágoras, outro pensador da civilização grega da Antiguidade, Eratóstenes, determinou a circunferência da Terra (isto é, o comprimento de uma volta ao redor do planeta pela linha do Equador). Ele foi o diretor da maior biblioteca que existia no mundo, na época, que ficava na cidade de Alexandria, Egito, e pôde estudar o trabalho de muitos matemáticos e astrônomos que o antecederam. Ele também teve acesso à informação de que, todos os anos, no primeiro dia do verão, ao meio‑dia, quando o Sol está em sua posição mais alta, a luz solar iluminava o fundo de um poço existente na cidade egípcia de Assuã, a cêrca de 840 quilômetros de Alexandria (na época, Assuã se chamava Syene; não confundir com Siena, cidade italiana).

Eratóstenes constatou que, também no primeiro dia do verão, ao meio-dia, uma grande haste vertical existente em Alexandria projetava sombra no chão, o que indicava que a Terra não poderia ser plana porque, se fosse, a luz solar também estaria incidindo a pino em Alexandria. Medindo a inclinação da sombra em relação à haste e conhecendo a distância de Alexandria a Assuã, Eratóstenes usou princípios de geometria para determinar a circunferência da Terra, chegando a um valor bastante próximo do medido atualmente, que é de .40030 quilômetros.

Existem inúmeras outras evidências científicas da esfericidade da Terra. Na atividade de encerramento desta Unidade, você terá oportunidade de pesquisar e conhecer outras.

Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.

Ilustração. Superfície da Terra, levemente arredondada. Há setas amarelas paralelas da direita para a esquerda chegando na  superfície do planeta. Luz solar incidindo a pino (perpendicularmente ao solo) em Assuã. Duas setas atingem o fundo de um poço em Assuã. Mais para cima, tem uma haste vertical (perpendicular ao solo) em Alexandria. À esquerda da haste tem uma sombra formando um ângulo de 7 graus. Uma sombra da haste é projetada porque a luz solar não incide perpendicularmente ao solo.
Representação do raciocínio de Eratóstenes. No primeiro dia do verão (do Hemisfério Norte, no qual o Egito se localiza), ao meio‑dia, a luz solar incide a pino sobre a cidade de Assuã (que, hoje sabemos, situa-se praticamente no Trópico de Câncer), mas não incide a pino sobre a cidade de Alexandria. Eratóstenes mediu a inclinação dos raios solares em relação a uma haste (aproximadamente 7 graus) e usou o resultado para calcular a circunferência da Terra. (Representação esquemática, fóra de proporção, em cores fantasiosas.)

Fonte: , S.; , R. Earth Science. Nova York: Norton, 2017. página 743.

Respostas e comentários

De ôlho na Bê êne cê cê!

ê éfe zero seis cê ih um três

“Selecionar argumentos e evidências que demonstrem a esfericidade da Terra.“

O item 11 aborda algumas evidências e argumentos que demonstram que o planeta Terra é esférico (e não plano, como algumas pessoas ainda hoje insistem).

Na atividade de encerramento da unidade (ao final do capítulo 12), as equipes deverão pesquisar e postar outras evidências e argumentos da esfericidade da Terra (e, claro, podem também abordar com mais detalhes aquelas aqui apresentadas). Se julgar conveniente, proponha, logo após abordar o item 11 em sala, essa parte da atividade de encerramento da unidade, para os estudantes já trabalharem na busca, seleção e análise de informações.

Item 11

Entre as muitas evidências de que nosso planeta é esférico, estão as listadas a seguir. Algumas delas são apresentadas no item 11. Sugerimos que as apresente em sala, como está no texto do livro do estudante.

As demais são aqui listadas como subsídio para que o docente possa auxiliar as equipes na condução da atividade de encerramento da unidade.

  • Quando um navio no oceano desaparece na linha do horizonte, ele não vai diminuindo cada vez mais até ser um ponto tão pequeno que não o conseguimos ver. Ao contrário, o que se observa é que o casco se oculta primeiro sob a linha d’água, depois o convés e, depois, os mastros. (Essa evidência é discutida no item 11, usando a argumentação inversa, a da aproximação de um navio vindo da linha do horizonte.)
  • Em um eclipse lunar, a sombra da Terra é projetada na Lua. Essa sombra indica que a Terra é esférica.
  • Diversos postes de mesma altura, perpendiculares ao solo, em um mesmo meridiano (isto é, na mesma longitude), mas em diferentes latitudes, têm sombras de comprimentos diferentes num mesmo instante. Essa é uma variação do raciocínio (apresentado no item 11) que permitiu a Eratóstenes (276 antes de Cristo–194 antes de Cristo) estimar a circunferência da Terra.
  • A primeira circum-navegação marítima da Terra foi realizada no século dezesseis.
  • De avião, é possível voar sobre a linha do Equador, partindo de uma certa localidade, dar a volta no planeta e chegar à mesma localidade.
  • Se a Terra fosse plana, a gravidade nas bordas desse plano não faria os objetos caírem perpendicularmente ao solo, mas sim em direção inclinada para o centro dele, já que haveria maior massa no centro do plano do que nas bordas.
  • As fotos tiradas por satélites em órbita da Terra mostram que o planeta é esférico.
  • Satélites (não geoestacionários) em órbita da Terra desaparecem na linha do horizonte e, tempos depois, reaparecem do outro lado. Durante essa volta em órbita, estão sempre “visíveis” (via rádio) nas partes do globo sobre as quais passam.
  • Se o satélite não geoestacionário mencionado anteriormente for equipado para tirar fotografias da superfície da Terra, ele obterá (e enviará ao centro de contrôle) imagens de todas as regiões pelas quais passou até retornar ao ponto inicial de sua órbita, completando a sequência de fotos de uma volta toda ao redor do globo terrestre.

Além dessas evidências, cabe um argumento interessante: se todos os planetas observados até agora são esféricos, por que a Terra seria plana? (Esse é um argumento similar ao que Pitágoras utilizou, com base na observação do Sol, da Lua e dos planetas visíveis a ôlho nu.)

12. O nascente e o poente das demais estrelas e da Lua

Observando a posição e o movimento aparente das estrelas, muitos povos antigos conseguiam se guiar em navegações noturnas e também escolher a época do ano mais adequada para o plantio das lavouras.

Uma pessoa poderá observar o movimento aparente das estrelas no céu em noites de céu limpo e longe de luzes intensas, desde que o faça durante um certo intervalo de tempo. A observação será facilitada se a pessoa utilizar árvores ou quinas de telhados como pontos de referência, em relação aos quais será possível perceber que as estrelas vão mudando de posição ao longo do tempo. As estrelas próximas ao lado oeste da linha do horizonte vão descendo até se ocultar abaixo dela. As estrelas próximas ao lado leste da linha do horizonte vão subindo gradualmente, de modo que aquelas que estavam ocultas abaixo dela vão ficando visíveis. Nem todas as estrelas têm um nascente e um poente. Dependendo do local do planeta onde o observador estiver, ele poderá verificar que determinadas estrelas são visíveis durante toda a noite.

A Lua tem seu nascente no lado leste da linha do horizonte e seu poente no lado oeste dessa linha.

Fotografia. Céu durante a noite com estreitas faixas iluminadas na vertical. Há três linhas de chamada saindo de diferentes faixas. Cada estrela deixa um rastro luminoso devido à técnica fotográfica utilizada: a imagem levou 5 horas para ser captada. Da parte superior, uma faixa interrompida, a seta aponta para o fim da parte iluminada: a estrela que deixou esse rastro estava nessa posição no início. Ao ­final do tempo gasto na obtenção da imagem, ela estava acima da região fotografada. Da parte inferior, um faixa interrompida; a seta aponta para o fim da parte iluminada: A estrela que deixou esse rastro estava abaixo da linha do horizonte, no início. Ao ­final, ela tinha atingido esse ponto.
Foto do céu estrelado feita com uma técnica na qual a imagem leva algumas horas para ser obtida (isso se chama tempo de exposição prolongado). Por isso, cada estrela, em vez de parecer um ponto luminoso, deixa um rastro luminoso por onde passa. De fato, esse movimento aparente das estrelas se deve ao movimento de rotação da Terra. O período de obtenção da imagem foi das 9 horas da noite até as 2 horas da madrugada, totalizando 5 horas. A foto foi tirada no Quênia (África), num local de latitude 3 graus norte, com a câmera apontada para o lado leste.
Fotografia. Imagem de uma construção feita em cima de uma superfície de madeira, em uma região alagada. No céu, círculos concêntricos iluminados.
Esta foto foi obtida, com a mesma técnica da anterior, no Lago Titicaca, Chile, América do Sul. Algumas das estrelas da foto não têm nascente nem poente. Elas apenas realizam movimento aparente de rotação ao redor de um ponto, o Polo Sul Celeste.
Ícone. Pessoa lendo um livro.

ATIVIDADE

Tema para pesquisa

A etnociência é a área de pesquisa dos conhecimentos que as populações humanas têm sobre os elementos da natureza e os fenômenos (acontecimentos) naturais.

Estudos etnocientíficos revelaram que diversos povos indígenas identificam imagens no céu formadas por grupos de estrelas, às quais a etnociência se refere como “constelações indígenas”.

Pesquise um exemplo de “constelação indígena” e de como ela é utilizada para sinalizar eventos da natureza, como as épocas do ano mais propícias para plantar, caçar ou pescar.

Relate os resultados no seu caderno.

Respostas e comentários

Item 12

Peça aos estudantes que, usando o simulador recomendado no item 10, acompanhem a posição de algumas estrelas em diferentes horários (empregando incrementos de uma ou duas horas). Sugira que incluam estrelas que estejam abaixo da linha do horizonte, no lado leste, pouco antes do anoitecer, e também algumas que estejam próximas do lado oeste dessa linha logo que escurece. (Lembre-os de que a interface do aplicativo permite ocultar o terreno e visualizar o que está oculto abaixo da linha do horizonte.)

Para visualizar as estrelas que não têm nascente nem poente (circumpolares), peça aos estudantes que analisem o movimento, ao longo da noite, de estrelas próximas do polo celeste sul. Se a sua localidade tiver latitude muito baixa, oriente-os a escolher uma latitude mais elevada, por exemplo, a do Trópico de Capricórnio.

Tema para pesquisa

Entre os exemplos de “constelações indígenas” estão:

  • Cervo, que passa a ser totalmente visualizável no céu, no lado leste, na época do equinócio de março. Para povos indígenas do norte do país, indica a transição para uma estação mais seca.
  • Homem Velho, que aparece em meados de dezembro, no lado leste. Para povos indígenas do sul do Brasil, indica o início do verão.
  • Ema, que surge no lado leste, aproximadamente na época do solstício de junho. Para povos indígenas do norte, indica o início de uma estação seca e, para povos do sul, o início de um período de frio.

Os estudantes podem localizar essas informações com relativa facilidade ao realizarem uma busca usando expressões como céu dos povos indígenas, céu tupi-guarani, ou “constelações indígenas”.

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

nascente de um corpo celeste

poente (ou ocaso) de um corpo celeste

solstício

equinócio

estação do ano

EM DESTAQUE

O relógio de sol

O relógio de sol foi o primeiro instrumento utilizado para medir o tempo. Ele consiste basicamente de uma haste cuja sombra é projetada sôbre uma superfície.

Ao longo do dia, à medida que as horas vão passando, a sombra projetada vai mudando de posição. Com o auxílio da escala que existe na superfície do relógio de sol, é possível saber as horas.

Arqueólogos, cientistas que realizam escavações em ruínas a fim de obter informações sobre antigas civilizações, descobriram que muitos povos da Antiguidade construíram e usaram relógios de sol. Foram encontrados, por exemplo, relógios de sol da civilização egípcia construídos no século quinze antes de Cristo. Alguns grandes relógios de sol, usados em cidades do Império Grego da Antiguidade, ainda existem e estão expostos em museus europeus.

Já na era cristã o relógio de sol foi aprimorado pelo matemático e astrônomo árabe Abu’l Hassan Ali, no século treze. Alguns modelos portáteis, acompanhados de bússola, foram de uso relativamente comum até o século dezenove.

Elaborado com dados obtidos de: , D. Sundials: design, construction, and use. Berlin: Springer, 2009.

Ilustração. Estrutura circular com graduações: escala indicando as horas. No centro, uma estrutura triangular; de sua parte superior: gnômon (haste do relógio de sol). Do lado esquerdo, projetada em um ponto da escala, sombra do gnômon.
Esquema de relógio de sol.

Fonte: Elaborado a partir de , R. J. A. Roman portable sundials. Oxford: Oxford University Press, 2017. página 53.

Organização de ideias

MAPA CONCEITUAL

Fluxograma. Ciclo dia/noite influencia comportamento de animais e vegetais, pois cada um tem seu ritmo biológico. O ciclo dia/noite é uma regularidade da natureza associada ao Sol, que nasce no Leste e põe-se no lado oeste. O ciclo dia/noite ao longo do ano tem uma variação do período diurno e do noturno, segundo a qual o (observando de fora da linha do Equador) período diurno é maior no verão e menor no inverno; e o período noturno é menor no verão e maior no inverno.
Respostas e comentários

De ôlho na Bê êne cê cê!

Em complementação ao que sugere a Bê êne cê cê na habilidade ê éfe zero seis cê ih um quatro, com o estudo do assunto do item 12, os estudantes podem inferir que os movimentos aparentes das estrelas durante uma noite se devem à rotação terrestre.

Amplie o vocabulário!

Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • nascente de um corpo ce­leste Aparecimento de um cor­po celeste no horizonte. (Também há quem use a palavra para indicar o horário em que isso acontece.)
  • poente (ou ocaso) de um corpo celeste Ocultação de um corpo celeste no horizonte em virtude de seu movimento (aparente) na esfera celeste. (Também há quem use a palavra para indicar o horário em que isso acontece.)
  • solstício Instante em que o Sol, em seu movimento anual (aparente) na esfera celeste, atinge o maior afastamento do Equador. Ocorre em dois dias do ano, um em dezembro e outro em junho. Num deles, tem-se o período diurno mais longo e o período noturno mais curto do ano (no Hemisfério Sul, é no solstício de dezembro). No outro, tem-se o contrário.
  • equinócio Instante em que o Sol, em seu movimento anual (aparente) na esfera celeste, está bem a pino sobre o Equador. Ocorre em dois dias do ano, um em março e outro em setembro. Neles, o período diurno e o período noturno têm durações iguais em todos os locais da Terra.
  • estação do ano Período de três meses entre um solstício e um equinócio ou entre um equinócio e um solstício.

De ôlho na Bê êne cê cê!

O texto O relógio de sol favorece o desenvolvimento da competência específica 1, pois ajuda a compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como cultural e histórico.

Ícone. Lâmpada.

Atividades

Use o que aprendeu

  1. Existe um dia no ano em que, para os habitantes do Hemisfério Sul, o período diurno é o mais longo e o período noturno é o mais curto. Responda em seu caderno:
    1. Em que mês isso ocorre?
    2. Qual é a estação do ano que tem início nesse dia?
  2. Existe um dia no ano em que, para os habitantes do Hemisfério Sul, o período diurno é o mais curto e o período noturno é o mais longo. Responda em seu caderno:
    1. Em que mês isso ocorre?
    2. Qual é a estação do ano que tem início nesse dia?
  3. Existem dois dias no ano, em meses diferentes, nos quais os períodos diurno e noturno têm a mesma duração. Responda em seu caderno:
    1. Em que meses isso ocorre?
    2. Quais são as estações do ano que têm início nesses dias?
  4. Onde é mais difícil perceber a variação na duração dos períodos diurno e noturno ao longo do ano: em Fortaleza (Ceará) ou em Curitiba (Paraná)? Explique.
  5. Considere o gasto de energia elétrica da prefeitura do Rio de Janeiro para a iluminação das vias públicas. Em que mês esse gasto deve ser maior: em junho ou em dezembro? Explique.
Fotografia. Vista aérea de parte de uma cidade durante a noite. As casas e prédios estão iluminadas artificialmente. No meio da cidade tem uma baia com barcos e em primeiro plano um morro coberto por vegetação.
Vista aérea do bairro da Urca com o Aterro do Flamengo ao fundo com iluminação noturna. (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.)

6. Se você estiver posicionado de frente para o norte, de que lado seu nascerá o Sol? E de que lado ele irá se pôr?

Ícone. Lupa.

Atividades

Explore diferentes linguagens

A critério do professor, estas atividades poderão ser feitas em grupos.

TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

Releia o texto de abertura deste capítulo e, a seguir, faça as atividades 1 a 6.

  1. O texto afirma que as corujas são aves de rapina. O que isso significa?
  2. O segundo parágrafo do texto afirma que, “em sua maioria, as corujas têm hábito crepuscular e noturno”. Explique o que isso quer dizer.
  3. O caburé tem hábito noturno?
  4. Quais informações os autores apresentam sobre a alimentação do caburé?
  5. Embora o texto não fale que as corujas se alimentam das plantas, você acha que, de alguma fórma, as corujas dependem das plantas? Justifique sua resposta.
  6. Reflita um pouco sôbre sua resposta às duas perguntas anteriores e, a seguir, represente em seu caderno uma cadeia alimentar da qual as corujas participem.
Respostas e comentários

Respostas do Use o que aprendeu

1. a) Dezembro.

b) Verão.

2. a) Junho.

b) Inverno.

3. a) Março e setembro.

b) Outono (março) e primavera (setembro).

4. Em Fortaleza, pois está mais próxima da linha do Equador, ou seja, tem menor latitude.

5. Em junho, pois a proximidade com o solstício de inverno (do Hemisfério Sul) faz com que haja maior número de horas de escuridão, em que as lâmpadas devem permanecer ligadas.

6. O Sol nasce no lado leste, que, no caso descrito, corresponde ao lado direito da pessoa. E se põe no lado oeste, que, no caso, corresponde ao lado esquerdo.

Respostas do Explore diferentes linguagens

1. Uma ave de rapina é aquela que, em voo, agarra sua presa com muita rapidez e violência.

2. Significa que, em sua maio­ria, as corujas são ativas (alimentação, reprodução etcétera) durante o crepúsculo (quando o Sol está nascendo ou se pondo) e à noite, tendendo a ficar quietas e recolhidas no restante do tempo.

3. Não. Segundo o texto, o caburé é ativo durante o dia.

4. A ave é caçadora e se alimenta de pequenos animais, incluindo insetos.

5. Sim, pois os animais que lhes servem de alimento comem plantas ou se alimentam de outros animais que dependem das plantas por meio das cadeias alimentares.

6. Alguns exemplos:

planta séta inseto séta coruja

planta séta rato séta coruja

planta séta rato séta serpente séta coruja

TABELA

As atividades 7 a 11 se referem à tabela do item 9 do capítulo, reapresentada a seguir.

Duração do período diurno (em horas e minutos) em diferentes latitudes do Hemisfério

Latitude

Equinócio de outono

Solstício de inverno

Equinócio de primavera

Solstício de verão

12 h

12 h

12 h

12 h

10º sul

12 h

11 h 24 min

12 h

12 h 36 min

20º sul

12 h

10 h 48 min

12 h

13 h 12 min

30º sul

12 h

10 h 6 min

12 h

13 h 54 min

40º sul

12 h

9 h 6 min

12 h

14 h 54 min

50º sul

12 h

7 h 42 min

12 h

16 h 18 min

60º sul

12 h

5 h 36 min

12 h

18 h 24 min

Fonte: Érens, C. D.; Henson, R. Meteorology today. décima segunda edição bóston: Cengage, 2019. página 63.

  1. A latitude de Porto Alegre (Rio Grande do Sul) é 30graus sul. Qual é a duração do período diurno e do período noturno nessa cidade no dia em que se inicia:
    1. a primavera?
    2. o verão?
    3. o outono?
    4. o inverno?
  2. Considere a latitude de Palmas (Tocantins) como sendo 10graus sul e a de Belo Horizonte (Minas Gerais) como sendo 20graus sul. Qual dessas cidades tem mais tempo de luz diurna no dia em que começa o verão? E no dia em que começa o inverno?
  3. Considere a latitude de Macapá (Amapá) como 0grau e a de Vitória (Espírito Santo) como 20graus sul. Quantos minutos a mais de luz diurna um habitante de Macapá tem, em relação a um habitante de Vitória, no:
    1. equinócio de outono?
    2. solstício de inverno?
    3. equinócio de primavera?
    4. solstício de verão?
  4. Qual é a duração da noite mais longa do ano em Campo Grande (Mato Grosso do Sul)? Considere a latitude local como 20graus sul.
  5. A cidade de Puerto Santa Cruz, na Patagônia (Argentina), tem latitude 50graus sul. Se, ao longo do ano, uma pessoa ficar acordada durante todo o período diurno desse local, é possível que ela consiga dormir ao menos oito horas todas as noites? Por quê?

Seu aprendizado não termina aqui

Quem é observador tem maior chance de aprender.

Passe a observar com maior atenção o horário aproximado em que o Sol nasce e em que se põe.

Observe também o aspecto da Lua ao longo dos dias. Em outros anos, aprenderemos mais sôbre as regularidades do céu, e essas observações serão muito úteis a você.

Respostas e comentários

7. O período diurno pode ser obtido pela leitura da tabela na latitude 30graus sul. O período noturno é calculado subtraindo-se o período diurno de 24 horas.

Período diurno:

a) 12 horas

b) 13 horas 54 minutos

c) 12 horas

d) 10 horas 6 minutos

Período noturno:

a) 12 horas

b) 10 horas 6 minutos

c) 12 horas

d) 13 horas 54 minutos

8. No dia em que começa o verão: Belo Horizonte. No dia em que começa o inverno: Palmas.

9. a) Nenhum. Ambos têm o mesmo tempo de luz diurna.

b) 1 hora 12 minutos

c) Nenhum. Ambos têm o mesmo tempo de luz diurna.

d) Nenhum. É o habitante de Vitória que tem 1 hora 12 minutos a mais de luz diurna.

10. Como base no fato de o período diurno mais curto em Campo Grande (que ocorre no solstício de junho) ser de 10 horas 48 minutos, concluímos que a noite mais longa deve durar 13 horas 12 minutos.

11. No solstício de dezembro (solstício de verão) o período diurno é de 16 horas 18 minutos nessa latitude e, portanto, a noite mais curta do ano dura 7 horas 42 minutos, o que é menor do que 8 horas. Se a pessoa ficar acordada durante todo o período diurno (como supõe o enunciado), não conseguirá dormir 8 horas nessa época.

Ícone. Símbolo de hashtag.

Fechamento da unidade

Isso vai para o nosso blog!

Ícone. Lupa.

A Terra é esférica! E ela tem uma história!

A critério do professor, a classe será dividida em grupos e cada um deles criará e manterá um blog na internet sôbre a importância do que se aprende em Ciências da Natureza. Nesta atividade, a meta é selecionar informações (acessar, reunir, ler, analisar, debater e escolher as mais relevantes e confiáveis) relacionadas aos tópicos a seguir para incluir no blog.

Ilustração. Quatro crianças de uniforme, camiseta branca com gola e barra da manga azuis, na frente de um esqueleto de dinossauro, em um museu. Menino branco de cabelo curto castanho sentado em uma cadeira de rodas e segurando um tablet nas mãos. Menina negra com o cabelo preto curto cacheado. Menina branca de cabelo loiro e curto. Menino negro de cabelo preto e curto. Ao redor deles, quadros coloridos com textos. Verde: Pesquisar evidências e argumentos que demonstrem que o planeta Terra é esférico (e não plano, como algumas pessoas ainda hoje insistem). A seguir, organizar esse material e reuni-lo no blogue da equipe. Vermelho: Publicar linques para ilustrações (concepções artísticas) de espécies extintas ou fotografias da reconstrução (modelos) de seus organismos ou de seus esqueletos. Azul: Fósseis de espécies extintas são evidências que ajudam a conhecer a história da vida na Terra. Pesquisar e publicar endereços para fotografias de fósseis. De que espécie são? Qual é a importância de cada uma para a Paleontologia? Roxo: Quais são os sítios paleontológicos mais importantes no Brasil e no mundo? Que informações forneceram? Laranja: Qual é a diferença entre Paleontologia e Arqueologia? E o que há de comum às duas?
Respostas e comentários

Fechamento da unidade D

Objetivo: Reunir argumentos e evidências da esfericidade da Terra e também informações sôbre a Paleon­tologia, a fim de conhecer melhor e valorizar essa área científica.

Comentário: Há muitos argumentos e evidências de que nosso planeta é esférico, e alguns dos mais simples e relevantes foram mencionados anteriormente, neste Manual do professor. Reuni-los e discuti-los é relevante para que os estudantes não se deixem convencer por postagens da internet que, motivadas por brincadeiras ou por ignorância científica, insistem em afirmar o contrário.

Quanto à outra parte da atividade, possibilita que aspectos da história da evolução da vida no planeta (reunidos na tabela apresentada no item 7 do capítulo 11) se tornem tão marcantes que os estudantes, sem necessidade de memorização, acabem assimilando alguns deles.

A atividade também leva a conhecer a diferença entre Paleontologia e Arqueologia. A Paleontologia é a ciência que estuda fórmas de vida que existiram em épocas passadas, o que inclui obter e analisar fósseis. Já a Arqueologia estuda costumes e culturas dos povos antigos através dos materiais que restaram da vida desses povos, tais como artefatos, monumentos, ossadas etcétera

De ôlho na Bê êne cê cê!

A habilidade ê éfe zero seis cê ih um três, já comentada no capítulo 12, também pode ser desenvolvida com a atividade de encerramento desta unidade. Os aspectos da habilidade ê éfe zero seis cê ih um dois já foram desenvolvidos no capítulo 11. A atividade de encerramento da unidade reforça que a formação de fósseis se dá em rochas sedimentares e estimula a descoberta de que o Brasil tem importantes sítios paleontológicos e pesquisadores ativos em Paleontologia.

A atividade de fechamento de unidade também favorece as competências gerais 1, 4, 5, 9 e 10 e as competências específicas 4, 6 e 8 (conforme comentado na parte inicial deste Manual do professor). Além disso, o tema envolvido nesse fechamento ajuda a perceber as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico (competência específica 1) e compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas e tecnológicas (competência específica 2).

Visão crítica sobre fake news

Não deixe de salientar aos estudantes que, como parte da atividade, devem fornecer evidências de fontes confiáveis que possibilitem desmentir fake news sôbre “Terra plana”.

Turmas numerosas

Essa proposta da atividade de fechamento da unidade é relevante ao trabalhar com muitos estudantes. Ela permite ressaltar as qualidades de todos que compõem a turma, ou seja, as capacidade de mobilização de conhecimentos, atitudes e valores de cada indivíduo.

Esteja atento na formação dos grupos, para que a divisão de trabalho contemple a diversidade de habilidades e os estudantes possam também enriquecer suas experiências ao aprender ativamente com seus pares.

Nota de rodapé
*
Neste e em outros momentos deste capítulo, a equivalência entre alguns desenhos pode ser de difícil visualização para o estudante. Para melhor visualizar esses desenhos no espaço, é conveniente utilizar um globo terrestre e uma lanterna ou, então, realizar o Projeto 12, sugerido ao final deste livro.
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