CAPÍTULO 9 Principais biomas brasileiros

Fotografia A. Floresta com muitas árvores diferentes, plantas sobre troncos de árvores e aves em galhos.
Fotografia B. Área com solo ressecado e rochas com alguns cactos espalhados.
A. A Mata Atlântica tem uma exuberante variedade de fórmas de vida. (Tapiraí, São Paulo, 2021.) B. A Caatinga do interior do Nordeste apresenta outras espécies. (Serra Negra do Norte, Rio Grande do Norte, 2020.) O que determina essa diferença?

Motivação

Todos os ecossistemas têm fatores vivos e não vivos, mas diferem nas espécies de seres vivos e nas particularidades dos fatores não vivos. A diversidade de espécies e a quantidade de indivíduos de cada uma delas em um ecossistema dependem das características do ambiente.

O conjunto de ecossistemas vizinhos que formam um ambiente semelhante quanto a vegetação, fauna, clima, relevo e solo é chamado bioma. As áreas geográficas em que há um bioma predominante, podendo também haver outros em menor proporção, são chamadas de domínios de bioma (ou domínios morfoclimáticos). O Brasil pode ser dividido em seis domínios de bioma: Amazônico, do Cerrado, Atlântico, das Caatingas, das Araucárias e das Pradarias.

Há ainda as faixas de transição, que são áreas que apresentam características dos domínios que as cercam. Como exemplos de faixas de transição, temos a Mata dos Cocais e o Pantanal mato-grossense.

Neste capítulo, trataremos dos biomas predominantes de cada domínio.

Domínios de bioma e faixas de transição brasileiros

Mapa. Mapa do Brasil com áreas coloridas de diferentes cores representando biomas. Amazônico (Floresta Amazônica) (em verde escuro): maior parte da região Norte. Do Cerrado (Cerrado) (em verde claro): toda a parte central do país. Atlântico (Mata Atlântica) (em rosa): litoral das regiões Nordeste, Sudeste (com uma porção interior) e Sul. Das Caatingas (Caatinga) (em marrom): parte da região Nordeste. Das Araucárias (Floresta de Araucárias) (em laranja): partes da região Sul. Das Pradarias (Pampas) (em roxo): sudoeste da Região Sul. Faixas de transição (em cinza): entre as áreas coloridas. Duas de interesse neste capítulo são: A - Mata dos Cocais – Nordeste, entre bioma amazônico e das Caatingas. B – Pantanal: Centro-Oeste, entre o bioma de Cerrado e a fronteiras com demais países da América Latina (representados em tom amarelo claro com a divisão política). Na parte inferior esquerda do mapa, rosa dos ventos com a escala indicando que 1 centímetro corresponde a 580 quilômetros.
Na legenda do mapa, o nome entre parênteses que acompanha os domínios destaca o bioma predominante em cada um deles.

Fonte: , A. N. Os domínios de natureza no Brasil. 7. edição São Paulo: Ateliê Editorial, 2012. Prancha anexa.

Desenvolvimento do tema

1. Floresta Amazônica

As florestas tropicais são aquelas que se situam na faixa entre as linhas dos trópicos (duas linhas de traçado imaginário sobre o globo terrestre). Essas florestas recebem muita chuva, sendo, por­tanto, ambientes muito úmidos. A umidade e a tempera­tu­ra pratica­mente constante tornam esses ambientes ideais para o desenvolvimento de muitas fórmas de vida. Nas florestas tropicais encontramos a maior biodi­ver­sidade do mundo.

A Floresta Amazônica é a maior das florestas tropicais do planeta. Nela existe grande variedade de plantas; estão presentes orquídeas, bromélias, musgos, samambaias, arbustos e árvores altas, algumas com mais de 30 metros. A camada fértil de solo é rasa e as árvores têm raízes pouco profundas.

E como essas raízes podem sustentar árvores tão altas sem deixá-las tombar? A resposta está ligada a uma interessante adaptação apresentada por algumas espécies. Muitas árvores altas da Floresta Amazônica têm raízes tabulares, ou seja, em fórma de tábuas. Elas ajudam na sustentação do vegetal.

Há muitas plantas que vivem sobre as árvores. Algumas delas têm raízes que descem até chegar ao solo. Essas raízes são conhecidas como cipós.

Entre as árvores amazônicas estão a castanheira-do-pará — de cujos frutos retiram-se as sementes, as castanhas-do-pará, que são muito apreciadas, além de servirem para extração de óleo — e a seringueira — árvore de cujo tronco provém o látex, que, uma vez endurecido, dá origem à borracha natural.

Sobre os troncos e galhos das árvores, encontram-se muitas espécies de seres vivos. Nesse ambiente, existem animais como preguiças, macacos, pererecas, serpentes, lagartos, tucanos, papagaios e muitos outros. Há uma infinidade de espécies diferentes de insetos, como besouros, mosquitos, borboletas e formigas.

As copas das árvores mais altas reduzem bastante a entrada de luz. Perto delas, a temperatura é alta, mas o interior da mata, abaixo delas, é mais fresco, com temperatura razoavelmente constante durante o ano todo. O vento não passa por essas copas e o ar interno é parado. O solo da floresta está sempre coberto por uma camada de folhas caídas das plantas.

Fotografia. Estrutura circular marrom subdivida em componentes em formato de gota. Ele está em meio a muitos outos componentes marrons ovalados.
Fruto aberto e sementes da castanheira-do-pará.
Fotografia. Árvore de tronco longo e robusto e raízes em forma de tábuas, dando mais firmeza à árvore.
Árvore com raiz tabular.
Fotografia. Cipó, comprido e ondulado, descendo de um galho.
Cipós.
Fotografia. Corte no tronco de uma árvore. Do corte escorre um líquido branco que pinga em um pote preso no tronco.
Do caule sulcado da seringueira escorre o látex.
Ícone. Grupo com três pessoas.

ATIVIDADE

Trabalho em equipe

A critério do professor, pode-se fazer um estudo do meio em um trecho que seja representativo do bioma típico da região.

O professor orientará previamente as equipes sobre como proceder (antes, durante e depois).

Siga todas as recomendações, para que a atividade ocorra em segurança e seja uma situação de aprendizagem e crescimento.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto
branco: meio ambiente

EM DESTAQUE

Desmatamento na Amazônia

A biodiversidade amazônica pode causar a impressão de que o solo da região é rico. Contudo, isso não é verdade. O solo amazônico é uma fina camada relativamente pobre em nutrientes.

Com a alta umidade, as folhas mortas são rapidamente decompostas por fungos e bactérias, que liberam nutrientes para o solo. São esses nutrientes que propiciam o desenvolvimento das árvores. Assim, o que mantém a riqueza das fórmas de vida no local é a própria presença de seres vivos.

O solo retém pouca água. Quando chove, a água é absorvida pelas raízes e, circulando por dentro da planta, vai até as folhas, de onde sai como vapor (transpiração vegetal) e constitui as nuvens para uma nova chuva.

As copas das árvores protegem o solo da chuva direta e do vento. As raízes seguram o solo, impedindo que seja levado pela enxurrada.

Com o desmatamento, a água da chuva consegue atingir diretamente o solo e escorre para locais mais baixos. Assim, ocorre erosão, que carrega, junto com a água, a parte de cima do solo — a parte fértil — e deixa o local incapaz de sustentar novas plantas. Sem os vegetais, os animais vão embora ou morrem.

O solo desprotegido permite que a terra escorra para os rios. Isso deixa a água barrenta e pode entupir o leito dos rios, causando enchentes.

Muitas atividades que se realizam na região amazônica têm transformado grandes áreas da floresta em deserto, com a terra nua cheia de buracos. O desma­tamento vem sendo praticado para dar lugar a terrenos para pastagem e agricultura. A extração de madeira e de minérios, assim como as queimadas, contribuem para o desmatamento, quando realizadas sem contrôle, pois podem destruir enormes áreas de floresta e, como conse­quência, matar os seres vivos, extinguindo algumas espécies e ameaçando outras de extinção.

Indígenas, seringueiros e ribeirinhos, povos que habitam a floresta, têm muito a nos ensinar. A exploração deve ser feita sem destruir a floresta. Se tirarmos pouco dela, ela terá chances de se recompor.

Elaborado com dados obtidos de: COUTO, R. G. (coordenação) Atlas de conservação da natureza brasileira. São Paulo: Metalivros, 2004.

Fotografia. Macaco com peito e braços com pelos brancos, cabeça preta e parte posterior do corpo e rabo com pelos dourados. Ele está sobre um galho.
Sauim-de-coleira. comprimento da cabeça à cauda: 55 centímetros
Fotografia. Ave com penas vermelhas, azuis e amarelas. Ela está voando com as asas abertas projetadas para a frente.
Araracanga. altura: 90 centímetros
Fotografia. Macaco com o corpo com pelos marrons e face vermelha, sobre um galho.
Uacari-vermelho. comprimento da cabeça à cauda: 70 centímetros
Fotografia. Macaco com o pelo acinzentado pendurado no galho de uma árvore pelo rabo.
Macaco-barrigudo. altura: até 68 centímetros
Ícone. Tarja de fundo preto com texto
branco: meio ambiente

EM DESTAQUE

Manguezal

A foto A mostra um tipo de ambiente conhecido como Manguezal, que pode ser encontrado em vários pontos do litoral brasileiro, nos locais onde os rios encontram o oceano. O solo do Manguezal é muito úmido, pois, além de receber a água dos rios, é coberto pela água salgada do mar sempre que a maré sobe.

Quem visita o Manguezal pela primeira vez pode pensar que não há animais no seu solo lamacento. Mas basta observar e esperar um pouco que logo se percebe que isso não é verdade. Caranguejos costumam cavar suas tocas na lama, debaixo da sombra das árvores. Saem à procura de alimento e voltam às tocas para se proteger. Mas protegerem-se de quê?

Ao cavarem suas tocas, os caranguejos se abrigam do calor do sol e de um animal chamado guaxinim ou mão-pelada, que é seu predador.

Além de caranguejos e guaxinins, muitos outros animais podem ser encontrados no Manguezal. Lá, vivem aves como as garças, os maguaris, os socós, os urubus e os gaviões. Em meio às águas lamacentas, podem ser encontrados camarões e pequenos peixes.

O jacaré-de-papo-amarelo (foto B) também pode ser visto em alguns manguezais. Esse grande animal passa um tempão na água e depende dela para obter seu alimento. Ele come, por exemplo, peixes e aves do Manguezal.

Os restos de organismos em decomposição tornam o solo lamacento do Manguezal muito rico em nutrientes. É como se fosse uma sopa nutritiva, que serve de comida para muitos seres vivos. Muitos peixes, camarões, caranguejos e outros animais costumam deixar seus ovos nessa região para que iniciem seu desenvolvimento num local rico em alimento.

Por isso, nas águas do Manguezal, são encontradas larvas de siris, de camarões, de caranguejos e de algumas variedades de peixes. Larva é a fórma jovem e imatura de certos animais no início de suas vidas. Algumas dessas larvas vão se transformar em animais adultos. Outras servirão de comida para peixes e aves que frequentam o Manguezal.

Elaborado com dados obtidos de: CÂMARA, I. G. Megabiodiversidade Brasil. Rio de Janeiro: Sextante, 2001.

Fotografia. Imagem A. Área de manguezal com árvores com caules com prolongamentos laterais que ajudam a prender a planta no solo lamacento.
Manguezal. (Barra de Guaratiba, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.)
Fotografia. Imagem B. Cabeça de um jacaré. Ele tem o corpo formado por placas bege e marrom, tem os olhos laterais na parte superior da cabeça, aberturas nasais na extremidade do focinho e dentes largos e pontiagudos na boca.
Jacaré-de-papo-amarelo. comprimento: 2,50 métros

Você já sentiu o cheiro ruim de comida estragada? Esse cheiro se origina quando um alimento está em decomposição. Da mesma fórma, no solo do Manguezal existem muitos restos em decomposição e, por isso, ele cheira mal. Esses restos, apesar de malcheirosos, são alimento para pequenos animais, que, por sua vez, servem de alimento para animais maiores.

Fotografia. Imagem A. Ave com asas acinzentadas, bico fino e alongado amarelado e topo da cabeça com penas pretas. e pernas compridas. Ela está sobre um galho.
A. Maguari. altura: 1,20 métro
Fotografia. Imagem B. Ave com penas brancas, mancha amarelada entre os olhos e o bico alongado fino de cor preta e pernas compridas pretas com dedos amarelos.
B. Garça-branca-pequena. altura: 48 centímetros
Fotografia. Imagem C. Ave com penas brancas e marrom no corpo e penas pretas na cabeça. Bico alongado e fino preto e pernas curtas de cor amarela, assim como os dedos.
C. Socozinho. altura: 36 centímetros

Pensou-se, no passado, que os manguezais não tinham importância nenhuma e que o ser humano e a natureza não dependiam deles. Em muitos locais do litoral brasileiro eles foram devastados.

Acontece que os manguezais são fundamentais, entre outros fatores, para a reprodução de muitos tipos de peixes, camarões e outros animais. Destruir os manguezais é impedir que muitas espécies de seres vivos consigam se reproduzir.

2. Mata Atlântica

A Mata Atlântica é muito úmida, porém não tão quente como a Floresta Amazônica. Nela são encontrados muitos animais e vegetais que não existem em nenhum outro lugar do planeta.

A Mata Atlântica está muito mais ameaçada que a Floresta Amazônica. Estima-se que restem bem menos de 10% da área original que existia quando Cabral aqui chegou em 1500. Boa parte foi derrubada para dar lugar à lavoura de cana-de-açúcar, no Nordeste, e de café, em São Paulo e no Paraná.

A abertura de estradas e loteamentos, a expansão de cidades e a extração ilegal de madeira e palmito vêm sendo as principais causas da redução dessa importante mata nas últimas décadas.

Vários animais da Mata Atlântica correm o risco de desaparecer, como os mamíferos onça-pintada, onça-parda (suçuarana), jaguatirica e as aves papagaio-de-cara-roxa e jacutinga.

Ícone. Dois balões de fala.

ATIVIDADE

Para discussão em grupo

Observando a biodiversidade das florestas brasileiras, é fácil entender por que países estrangeiros têm tanto interesse nelas.

O que estará por trás dêsse interesse?

Muitos rios correm pela Mata Atlântica. Com o des­ma­ta­men­to nas suas beiradas, os rios recebem muita terra, que é levada por eles até os manguezais. Isso pode soterrar os manguezais, que são importantes berços da vida aquática.

As fotos a seguir mostram alguns dos habitantes da Mata Atlântica.

Fotografia. Imagem A. Macaco com pelos dourados no corpo e ao redor da face sobre o galho de uma árvore.
A. Mico-leão-dourado. comprimento da cabeça à cauda: 60 centímetros
B. Planta de folhas largas e verdes, e inflorescência rosa em forma de espiga sobre o tronco de uma árvore.
B. Bromélias sobre tronco. diâmetro: até 1,10 métro
Fotografia. Imagem C. Ave com asas e cauda pretas, peito amarelo e barriga e região ao redor dos olhos vermelhas. O bico é alongado, curvo e tem cor verde.
C. Tucano-de-bico-verde. altura: 45 centímetros

3. Floresta de Araucárias

A araucária é o pinheiro brasileiro, muito conhecido no Paraná. No passado, praticamente todo esse estado estava coberto pela Floresta de Araucárias (ou Mata de Araucárias). Partes de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul também.

Trata-se de uma floresta onde predomina o pinheiro-do-paraná, ou araucária, com árvores que podem atingir 50 metros de altura. Vegetação rasteira — grama e capim — também é encontrada, assim como variedades de samambaias e árvores como o cedro e a imbuia. O verão nessa área é quente e o inverno tem temperaturas bem baixas.

Resta, hoje, pequena parte da mata original. Ela foi derrubada para dar lugar a plantações, pastagens, cidades, estradas e para a extração ilegal de madeira. O pouco que ainda existe está sobretudo em áreas de conservação.

Fotografia. Vista aérea de uma floresta com muitas árvores de tronco comprido e galhos se ramificando na porção superior dele, em formato similar ao de um candelabro.
Floresta de Araucárias. (Urubici, Santa Catarina, 2019.) altura da araucária: até 50 métros
Ícone. Pessoa lendo um livro.

ATIVIDADE

Tema para pesquisa

Os conhecimentos dos povos indígenas sobre o ambiente em que vivem se expressam de diversas fórmas em sua vida, por exemplo, nas moradias, na obtenção de alimentos, nos rituais e nos demais aspectos de sua cultura. Esses saberes são o objeto de estudo da etnociência.

Pesquise um exemplo de povo indígena brasileiro, o bioma característico da região que habita e um elemento de sua cultura que revela o seu conhecimento e sua afinidade com a natureza.

4. Caatinga

O interior da região nordestina é o lugar do país com menor índice de chuvas. Nessa área só conseguem sobreviver espécies adaptadas à seca.

Essa região do sertão nordestino, a Caatinga, cobre cêrca de um décimo do território brasileiro. Arbustos e árvores baixas, que geralmente perdem as folhas na época da seca, marcam a paisagem nessa região. Há também os cactos. A Caatinga tem aspecto de deserto, e a seca, às vezes, pode durar anos.

As plantas estão adaptadas à falta de água, com paredes grossas e folhas transformadas em espinhos que reduzem a perda de água e caules capazes de armazenar água.

Os animais que vivem na Caatinga também estão adaptados ao ambiente quente e seco. Alguns, como cascavéis e lagartos, têm pele grossa e impermeável, que reduz a perda de água. Outros, como aranhas e escorpiões, têm exoesqueletos impermeáveis que também desempenham esse papel. De modo geral, os animais da região exibem comportamentos adaptativos que reduzem a perda de água, tais como sair do abrigo só à noite ou abrigar-se do sol nos períodos mais quentes do dia.

Fotografia. Lagarto de cor marrom e cauda longa no solo.
Calango: lagarto da Caatinga. comprimento da cabeça à cauda: até 70 centímetros
Fotografia. Uma área com solo seco, cactos com caule segmentado achatado e árvores baixas, ressecadas e sem folhas.
Caatinga. (Canudos, Bahia, 2021.)

5. Faixa de transição: Mata dos Cocais

Na faixa de transição entre a Floresta Amazônica, o Cerrado e a Caatinga, existe a Mata dos Cocais.

Nela, encontramos as palmeiras babaçu, macaúba, carnaúba e buriti. Essas plantas fornecem muitos produtos de interesse para o ser humano, como ceras, óleos, fibras e madeira.

Algumas populações locais sobrevivem extraindo dessas palmeiras os produtos de importância e vendendo-os para indústrias, que os processam e comercializam.

Na Mata dos Cocais encontramos também a árvore denominada oiticica, de cujas sementes se pode extrair óleo, que pode ser empregado na fabricação de tintas e vernizes.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

[LOCUTOR] Desenvolvimento sustentável na Mata dos Cocais

As atividades de extração e quebra do coco do babaçu são a base da renda de milhares de famílias que moram nas regiões da Mata dos Cocais. Mais de 300 mil mulheres exercem essa atividade de extrativismo. Elas são conhecidas como mulheres quebradeiras de coco-babaçu. As quebradeiras são o exemplo da aplicação de conhecimentos e práticas sustentáveis na utilização de recursos naturais.

Para nos contar sobre as atividades das comunidades que vivem desse tipo de agroextrativismo e suas contribuições para a conservação dos recursos naturais, convidamos Rosenilde Gregória dos Santos Costa, quebradeira de coco-babaçu da comunidade Taquaritiua, no Maranhão.

[vinheta]

[Rosenilde da Costa] Então, as mulheres quebradeiras de coco são mulheres que moram nas comunidades do interior, como nós falamos aqui, que vivem nas comunidades fazendo esse trabalho de extrativismo. Nós somos comunidades tradicionais, porque... nós quebramos o coco não simplesmente só como questão econômica, mas nós quebramos coco por ser um modo de vida também. Nós temos esse jeito de fazer essa atividade. Então, as mulheres quebradeiras de coco saem de manhã para juntar coco, cuidam dos babaçuais, cuidam na verdade do meio ambiente, da vida das palmeiras. Porque... nós precisamos das palmeiras em pé, para que todo ano elas nos deem mais cachos de coco. Então, a gente tem um cuidado muito grande com o local onde essas palmeiras de babaçu existem.

[Rosenilde da Costa] Os estados em que existem as quebradeiras de coco, talvez eu não te diga todos, porque têm alguns estados que não estão em área de articulação, mas que têm babaçu. Agora, os estados em que existem um trabalho, uma relação direta das mulheres com o babaçu, que a gente conhece são: o Maranhão, o Piauí, o Tocantins e o Pará. Mas a gente sabe que tem outros estados, que também têm a palmeira de babaçu. Mas não tem essa mesma relação, essa mesma vivência com esse modo de vida, com relação às palmeiras de babaçu: da quebra do coco, do uso dos produtos do babaçu, com a mesma tradição que se usa e que se faz nesses estados.

[Rosenilde da Costa] Sobre a venda... durante muito tempo a gente vendia só as amêndoas para os atravessadores. São aquelas pessoas que vinham com o dinheiro só comprar o coco nas nossas comunidades, só comprar as amêndoas. Isso durou muito tempo, tem muita comunidade que ainda vende a amêndoa, mas nós temos alguns grupos de mulheres hoje que são ligadas ao movimento interestadual das quebradeiras de coco-babaçu e outras associações também, que já fazem um aproveitamento melhor do babaçu e isso agregando mais valor, como é o uso da massa do coco, da farinha ou mesmo do carpo, do jeito que a gente quer chamar, cada região chama de um jeito, sendo que é o mesmo produto, que é o mesocarpo. O uso do azeite, transformando as amêndoas que a gente vendia in natura, agora a gente transforma isso em azeite e comercializa, ou em óleo, podemos falar assim, em óleos, e comercializamos tanto para alimentação como para sabão e sabonete. Então, a comercialização dos nossos produtos se dá assim.

[Rosenilde da Costa] Sobre a importância do extrativismo para a economia local, talvez, ela não seja visível ao capital, podemos falar assim. Mas ela é muito importante para nós, que é a questão da preservação ambiental. Então, onde tem quebradeira, tem uma defensora do meio ambiente, tem uma defensora das florestas. E a floresta de babaçu, quando a gente defende a floresta de babaçu, nós estamos defendendo todos os outros seres dentro dos babaçuais. Então, para nós, nesse sentido, tem essa importância muito grande, além de que, com o extrativismo, a gente consegue, além de cuidar do meio ambiente, tirar também o nosso sustento. E, quando a gente tem uma floresta de babaçu que não foi devastada, que ela é cuidada pelos povos e comunidades tradicionais, ela tem mais significado ainda, porque, além do babaçu, a gente tem outra diversidade de frutos, de extrativismo, como também os animais. Então, tem esse valor que é muito maior do que o econômico.

Fotografia. Uma área com algumas palmeiras altas. As folhas saem do topo da árvore, deixando a maior parte do tronco sem galhos ou folhas.
Mata dos Cocais. As carnaúbas, árvores mais altas nesta foto, chegam a 12 metros de altura. (São Raimundo Nonato, Piauí, 2021.)

6. Cerrado

O Cerrado ocupa cêrca de um quarto do território nacional. Nessa região, costuma chover com certa regularidade no período de outubro a abril, quando o solo fica coberto por bastante grama e capim. No restante do ano, o clima é seco, o que diminui a quantidade de grama e capim e faz a parte superficial do solo ficar seca.

Fotografia. Campo com gramíneas rasteiras e alguns arbustos e árvores espaçadas com troncos retorcidos.
Vista parcial do Cerrado, com árvores típicas de galhos retorcidos. (São Roque de Minas, Minas Gerais, 2021.)
Fotografia. Árvore com o tronco e galhos retorcidos e folhas formando uma copa arredondada.
Pequizeiro: árvore com galhos tortuosos e casca grossa, típica do Cerrado, que chega a medir 10 metros de altura. (Caiapônia, Goiás, 2019.)

No Cerrado, há arbustos e certas árvores que não são de grande porte, têm galhos retorcidos, cascas grossas e não crescem muito. Estão espalhadas e não fazem muita sombra. A luz solar chega praticamente a todos os lugares, não existindo locais mais frescos que outros.

O Cerrado não tem a grande quantidade de chuvas das florestas tropicais úmidas, mas não chega a ser tão seco como a Caatinga. As raízes de algumas plantas são muito profundas, algumas com mais de 15 metros. Essa adaptação permite ao vegetal conseguir água nos lençóis freáticos e sobreviver.

Na época da seca, ocorrem queimadas. Umas são naturais; outras, causadas pelo ser humano. Algumas árvores têm a incrível adaptação de resistir às queimadas e brotar na época chuvosa seguinte.

Os animais encontrados no Cerrado são lobos-guará, tamanduás­‑bandeira, emas, tatus-canastra, pacas, entre outros.

Fotografia. Imagem A. Lobo-guará, animal que se assemelha a um cachorro, mas com pernas compridas, focinho mais fino e orelhas maiores sempre em pé, com pelos dourados. Fotografia. Imagem
A. Lobo-guará. altura: 80 centímetros
Fotografia. Imagem B. Tamanduá andando em um lugar com vegetação rasteira. Esse animal tem focinho fino e comprido e rabo bastante peludo. Tem coloração marrom com faixa preta na parte dorsal do tronco. Fotografia. Imagem .
B. Tamanduá-bandeira. comprimento do focinho à cauda: 2,20 métros
Fotografia. Imagem C. Ema, ave com penas acinzentadas e pescoço comprido.
C. Ema. altura: 1,70 métro
Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

Conheça animais que vivem no Cerrado explorando a exposição virtual: https://oeds.link/572mfh. Acesso em: 9 maio 2022.

7. Faixa de transição: Pantanal

O Pantanal, também chamado Pantanal mato-gros­sense, ocupa a faixa de transição entre a Floresta Amazônica e o Cerrado, e ocorre em parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A quantidade de chuvas não é tão grande como numa floresta tropical, mas se concentra no mesmo período. Nesse local existem duas estações: uma seca e outra chuvosa.

A biodiversidade encontrada no Pantanal é espantosa. O terreno na região é plano com suaves ondulações. Na época das chuvas, ocorre a inundação de muitas áreas do Pantanal. Só as partes mais altas escapam do alagamento e servem de abrigo para os animais terrestres que lá vivem.

A cheia periódica é fundamental para a vida na região. Com as chuvas, os rios que chegam ao Pantanal trazem pequenas partículas de alimento para os micro­rganismos aquáticos. Eles se desenvolvem e se multiplicam. Como servem de alimento aos peixes pequenos, estes também se desenvolvem e se reproduzem, fornecendo alimento aos peixes maiores, que, por sua vez, são devorados pelas aves pescadoras e pelos jacarés. As fezes dêsses animais servem de alimento aos microrga­nismos. E o ciclo se repete.

Quando as águas baixam, muitos nutrientes nelas presentes ficam no solo, servindo de adubo para os vegetais. O Pantanal é riquíssimo em fórmas de vida e, portanto, de muito interesse para a Ciência. Ele vem sendo ameaçado pelo uso de fertilizantes e agrotóxicos, que se acumulam na água e prejudicam os seres vivos. O mercúrio empregado nos garimpos também contaminou seriamente alguns dos rios da região.

Fotografia. Vista aérea de uma área plana com floresta e áreas inundadas.
O Pantanal, fotografado durante a cheia. (Pantanal, Mato Grosso do Sul, 2017.)
Fotografia. Área de planície inundada com gramíneas ao redor e árvores ao fundo.
Vegetação do Pantanal, em área inundada. (Aquidauana, Mato Grosso do Sul, 2021.)
Fotografia. Dois tuiuiús, aves com asas brancas, uma faixa laranja no pescoço, e cabeça preta. Elas são aves grandes, de pernas compridas e bicos longos e finos na cor preta.
O tuiuiú, ou jaburu, é uma das aves mais conhecidas do Pantanal. (Aquidauana, Mato Grosso do Sul, 2021.) altura: 1 métro
Ícone. Grupo com três pessoas.

ATIVIDADE

Trabalho em equipe

Um slogan é uma frase criativa e de impacto, que tem por objetivo transmitir uma ideia.

Você já viu e ouviu muitos slogans nos comerciais de tevê, rádio e imprensa.

A tarefa do grupo é elaborar um slogan que transmita a ideia de que é importante conservar os biomas brasileiros.

8. Pampas

Os Pampas são regiões de campos existentes no Rio Grande do Sul. É um bioma com poucas árvores, coberto por grama e capim.

Esse ambiente de clima frio e vegetação rasteira vem sendo empregado, há muito tempo, para a criação de gado. Grandes plantações de trigo e soja também são encontradas. Em alguns locais, o solo já perdeu a fertilidade e se transformou em solo nu e improdutivo, ou seja, sofreu desertificação.

Fotografia. Diversos bois em um campo com gramíneas e arbustos.  Do lado esquerdo, um corpo d´água e ao fundo, árvores
Criação de gado nos Pampas. (Júlio de Castilhos, Sul, 2020.)
Ícone. Ponto de exclamação. Boxe Curiosidades.

Saiba de onde vêm as palavras

“Pampa” vem do quíchua pampa, que quer dizer planície. Quíchua é a língua dos quíchuas, povo indígena que habitava extensa região da América Latina. A língua ainda é falada em regiões da Bolívia, da Argentina, do Equador e do Peru.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: ciência e tecnologia. Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: saúde. Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: meio ambiente

EM DESTAQUE

Tecnologia, meio ambiente e saúde

Um pouco da história da tecnologia

O surgimento da tecnologia foi consequência de necessidades presentes na vida dos humanos pré-históricos, que precisavam, por exemplo, de instrumentos para defesa, caça e córte de alimentos. O ser humano percebeu que, ao utilizar uma pedra para bater em outra, poderia lascar uma delas até que se tornasse pontuda e perfurante ou apresentasse uma lateral cortante. Ao unir esta pedra a uma vara, surgiram as primeiras lanças e, se tivessem cabos mais curtos e para serem usadas próximas das mãos, formavam instrumentos semelhantes a facas.

O desenvolvimento dêsse tipo de ferramenta permitiu caçar animais de tamanho maior e cortar de fórma mais eficiente o produto da caça, já que os dentes humanos não são tão proeminentes como os dos animais carnívoros. Com o tempo, modificações das ferramentas e dos materiais nelas utilizados originaram novos instrumentos, como o machado. (Estudaremos as ferramentas no capítulo 10.)

Com o domínio de algumas ferramentas e conhecimentos sobre plantas e animais decorrentes de observações que eram feitas há muitas gerações, grupos de humanos se tornaram agricultores (cultivadores de plantas) e pecuaristas (criadores de animais), deixando de se mover de um local a outro em busca de alimento (isto é, como nômades coletores) e estabelecendo-se em locais fixos.

Essa fixação teve vantagens e desvantagens para as populações da época. Por um lado, puderam construir casas ou se abrigar em formações naturais, como cavernas, que ofereciam maior proteção. Também conseguiram armazenar pertences e passaram a ter maior disponibilidade de alimento, pois este podia ser estocado por algum tempo. Por outro lado, a qualidade da alimentação diminuiu, pois consumiam menor diversidade de alimentos. Além disso, despendiam mais tempo cuidando dos animais e das plantas do que gastariam caçando e coletando, como nômades.

O estabelecimento de agrupamentos geograficamente fixos originou posteriormente vilas e cidades, tendo como consequência o aprimoramento da tecnologia, estendida para a construção de edificações, represamento de rios, elaboração de sistemas de irrigação de lavouras, distribuição de água e coleta de águas servidas (capítulo 6).

Avanços na obtenção de materiais permitiram substituir as pedras das ferramentas por metais obtidos a partir de minérios. A produção do bronze pela humanidade começou há cêrca de .5000 anos e a do ferro, há aproximadamente .3500 anos. Com os metais, foram desenvolvidos instrumentos para preparar a terra antes de plantar. O desenvolvimento da roda (há mais de .5500 anos) possibilitou a construção de carroças e sua utilização no transporte de mercadorias para o comércio. Avanços tecnológicos da Antiguidade também permitiram a construção de embarcações, o que ampliou o comércio entre povos. A tecnologia continuou a se aprimorar nos séculos seguintes.

A Ciência teve grande impacto na tecnologia, pois estudos científicos fornecem conhecimentos para melhorar materiais, procedimentos e dispositivos. Atualmente, a tecnologia consiste na aplicação do conhecimento científico para finalidades práticas. Ela envolve métodos, instrumentos, técnicas e produção de materiais e equipamentos decorrentes da Ciência, permitindo resolver problemas e facilitar a realização de tarefas, sejam afazeres da vida cotidiana ou procedimentos profissionais altamente específicos.

Novos materiais (como ligas metálicas, semicondutores, plásticos e compósitos) permitiram a construção de motores mais avançados, aeronaves mais leves, equipamentos elétricos e eletrônicos e uma imensidão de inovações que existem atualmente. (Aprenderemos mais sobre avanços recentes da tecnologia no capítulo 10.)

Tecnologia e ambiente

Os avanços tecnológicos são importantes em muitas áreas, entre elas a preservação ambiental e a melhoria da saúde humana.

Há evidências de que os humanos exploram de maneira não sustentável a natureza há milênios, modificando, destruindo e se apropriando de diversos recursos naturais. Exemplo são as queimadas intencionais, que começaram a ser praticadas logo após o ser humano adquirir contrôle do fogo, há cêrca de 300 mil anos.

Essa atividade tinha a intenção de criar campos abertos (que afugentavam os animais grandes e atraíam os pequenos, fáceis de caçar) e de coletar alimentos que eram duros quando crus, mas fáceis de consumir quando assados (por exemplo, batata). Outro exemplo da ação prejudicial do ser humano sobre o ambiente é o da extinção de inúmeras espécies devido à caça e às modificações dos hábitats.

O tempo não eliminou essas práticas. Hoje, são frequentes as notícias de queimadas intencionais para expansão da agropecuária, da prisão de indivíduos comercializando ilegalmente animais silvestres ou madeira não certificada, de caça a espécies protegidas e de atropelamentos de animais silvestres em estradas.

Algumas tecnologias possibilitam prevenir e combater crimes contra a natureza.

Por exemplo, as imagens de satélites permitem, além de fazer estatísticas, monitorar atividades de desmatamento, queimadas e garimpo ilegais, oferecendo a possibilidade de que órgãos fiscalizadores possam reprimir eficientemente esses crimes ambientais. Além disso, aplicativos de celular possibilitam à população denunciá-los.

A instalação de câmeras de vídeo em ambientes naturais ajuda pesquisadores a fazer levantamentos de fauna e estudos de relações ecológicas para implantar medidas eficientes de preservação ambiental. A criação de corredores ecológicos (pontes ou túneis que ligam dois espaços de área natural que anteriormente eram unidos e foram separados por estradas ou outras construções) contribui para diminuir atropelamento de animais silvestres e restabelecer o contato entre grupos de seres vivos que habitam esses locais.

Técnicas de manejo adequado do solo, seleção de plantas mais resistentes (a pragas e a fenômenos naturais) e desenvolvimento de maquinário que auxilia nas etapas do cultivo permitiram aumento da produtividade agrícola, diminuindo a necessidade de desmatar novas áreas para plantio.

Fotografia. Ave com penas acinzentada. Nas costas da ave há um pequeno dispositivo preto arredondado, similar a um botão.
Telemetria é o uso de tecnologia para monitorar os deslocamentos dos animais. Na foto, falcão com rastreador via satélite (Ucrânia, 2019).

Tecnologia e saúde humana

Os avanços tecnológicos possibilitam não apenas cuidar do ambiente e da produção de alimentos, mas também prevenir e tratar doenças, trazendo melhores condições de vida para o ser humano.

As vacinas e os medicamentos com eficácia comprovada são exemplos disso. Algumas das vacinas usadas na imunização contra o vírus causador da covid-19 (capítulo 3) foram criadas com relativa rapidez devido a estudos que já vinham sendo realizados em anos anteriores e que permitiram o desenvolvimento da tecnologia inovadora nelas empregada, fundamentada em um tipo de ácido nucleico conhecido como érre ene a.

Essa mesma tecnologia inovadora, vacinas de érre ene a, é promissora para uso em outras situações, como na cura ou na atenuação de algumas doenças de origem genética.

As impressoras 3D, máquinas que criam objetos tridimensionais a partir de um modelo digital, podem ser utilizadas para produzir próteses (componentes artificiais que substituem alguma parte do corpo), órteses (apoios ou dispositivos externos aplicados ao corpo para auxiliar na postura e na movimentação) e modelos de arcadas dentárias e órgãos para auxiliar no diagnóstico e na escolha do tratamento por dentistas e médicos.

A telemedicina é o uso das modernas tecnologias da informação e telecomunicações para monitorar pacientes, trocar informações médicas, analisar resultados de diferentes exames e fornecer informação ou atenção especializada a pacientes que não estejam fisicamente próximos do profissional de saúde. A telemedicina se difundiu bastante durante a pandemia de covid-19.

Alguns aplicativos para monitorar funções vitais de pacientes (por exemplo, pressão arterial e concentração de glicose no sangue), instalados em celulares, permitem não apenas o acompanhamento do estado de saúde do indivíduo, como também acionar o serviço de atendimento de emergência em caso de necessidade.

Equipamentos especiais podem atualmente ser usados para regularizar os batimentos do coração (marca-passo cardíaco) ou para administrar quantidades regulares de medicamento, respeitando dosagens e horários estabelecidos pelos médicos.

Novas fórmas de administrar medicamentos usando nanopartículas (com dimensões entre um bilionésimo e cem bilionésimos de metro) permitem que eles cheguem exatamente aos órgãos e tecidos nos quais devem atuar. Isso possibilita usar doses menores e diminuir possíveis efeitos indesejados (efeitos colaterais) que ocorrem quando o medicamento atinge outras regiões do organismo.

A completa sensação de bem-estar não requer apenas a ausência de doenças. Ela inclui uma série de hábitos saudáveis de alimentação, sono, lazer, atividade física, estudo/trabalho e interação social. As modernas tecnologias podem auxiliar em todos esses aspectos.

Contudo, você precisa prestar atenção ao fato de que a tecnologia pode também incentivar hábitos prejudiciais à saúde, por exemplo, passar muito tempo em redes sociais ou videogames, bem como valorizar visões nocivas sobre saúde, fórma física e relacionamentos.

A tecnologia tem aspectos muito importantes, e sua utilização deve sempre passar pela análise do bom senso. Esteja atento e priorize seu bem-estar completo!

Elaborado com dados obtidos de: HARARI, Y. N. Sapiens: uma breve história da humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2020; , A. editor. Science: the definitive visual guide. Londres: Dorling Kindersley, 2021.

Organização de ideias

MAPA CONCEITUAL

Fluxograma. Dez balões com texto, conectados por setas. Os elementos do fluxograma permitem os seguintes caminhos: Domínios de biomas seus biomas principais são: Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Floresta de Araucárias, Caatinga, Cerrado, Pampas. Domínios de biomas entre eles podem haver faixas de transição, exemplos são: Mata dos Cocais e Pantanal.
Ícone. Lâmpada.

Atividade

Use o que aprendeu

Ícone. Tarja de fundo preto com texto
branco: meio ambiente.
  1. Os cientistas sabem há tempos que o solo amazônico é pobre. Porém, na Floresta Amazônica, como em outros locais, os vegetais obtêm nutrientes por meio de suas raízes. Se o solo amazônico é pobre, de onde vêm esses nutrientes? E por que o desmatamento da região pode, em pouco tempo, transformar o local desmatado em deserto? Explique.
  2. Na Mata dos Cocais existem variedades de palmeiras: o babaçu, a carnaúba e o buriti. Lembre-se do tipo de fruto que dão as palmeiras e proponha uma explicação para o nome Mata dos Cocais.
  3. É possível explorar as florestas sem destruí-las? Conservar as florestas é se opor ao progresso? Explique.
Ícone. Tarja de fundo preto com texto
branco: meio ambiente.
  1. Para fazer um novo loteamento de casas, uma área do Manguezal teve todas as suas árvores derrubadas e a região de lama foi aterrada. Nos anos seguintes, a população de pescadores daquela região não conseguiu pescar o suficiente, nem para comer. Sugira uma explicação para isso.
  2. Com a destruição da Mata Atlântica, você acha que os man­guezais são prejudicados? Explique.
  3. Qual é o domínio ou bioma característico da região em que você mora? Quais são as suas características?
Ícone. Lupa.

Atividade

Explore diferentes linguagens

A critério do professor, estas atividades poderão ser feitas em grupos.

ESQUEMA

1. Uma das cadeias alimentares que existem no Pantanal é:

algas aquáticas séta peixes pequenos séta piranha séta jacaré

  1. Se os caçadores eliminarem os jacarés, o que pode acontecer com a quantidade de piranhas? E de peixes pequenos?
  2. Se os peixes forem pescados e acabarem, o que acontecerá com os jacarés?

DIÁLOGO

2. Acompanhe o seguinte trecho de conversa entre dois habitantes de determinada localidade da Região Nordeste:

“— Após meses de seca, aquele mandacaru lá perto de casa florou.

— É sinal que a chuva chega no sertão!”

A respeito dêsse diálogo, responda às perguntas a seguir.

  1. O que significa florar?
  2. Pesquise o que é o mandacaru.
  3. O que quer dizer a segunda frase do diálogo?
  4. Em que domínio de bioma brasileiro acontece o que está descrito nessa frase?
Fotografia. Duas flores brancas no caule de um planta. Uma delas está aberta e é possível notar uma grande quantidade de filetes branco esverdeados rodeados por diversas pétalas brancas
Flor de mandacaru. diâmetro: 15 centímetros

TEXTO TÉCNICO

Ícone. Tarja de fundo preto com texto
branco: meio ambiente.

Este texto foi extraído de um livro universitário usado por estudantes de Biologia. As atividades 3 a 10 se referem a ele.

“Oitenta por cento das espécies [de plantas] cultiváveis do mundo, inclusive de alimentos, compostos medicinais e culturas de fibras, dependem dos animais polinizadores, quase todos insetos. Além disso, os insetos desempenham funções importantes na polinização das plantas nativas silvestres.”

Fonte: , R. C.; mur, W.; , S. M. Invertebrados. terceira edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. página 796.

  1. Pesquise o que são animais polinizadores e explique com suas palavras.
  2. Que dano imediato aconteceria à agricultura se os animais polinizadores deixassem de existir? Transcreva a parte do texto que justifique sua resposta.
  3. O que o texto quer dizer ao se referir ao uso de espécies de plantas para compostos medicinais?
  4. Pesquise um exemplo de uma espécie de planta usada para obter fibras.
  5. O texto afirma que a maioria dos animais que atuam como polinizadores pertence ao grupo dos insetos. Dê dois exemplos de animais, que não sejam insetos, que atuem na polinização de plantas.
  6. De cada cem espécies usadas em culturas, quantas não dependem de animais polinizadores?
  7. No final do texto, os autores mencionam “plantas nativas silvestres”. Explique o que essa expressão quer dizer.
  8. Explique, com suas palavras, o significado da frase: “Os insetos desempenham funções importantes na polinização das plantas nativas silvestres”.
Fotografia. Borboleta com asas de cor laranja, amarela e preta e detalhes em branco. Ela está sobre uma flor amarela e a estrutura bucal longa está em contato com estruturas do miolo da flor
Borboletas estão entre os insetos polinizadores. envergadura da asa: até 8,5 centímetros

Seu aprendizado não termina aqui

Diferentes pessoas têm diferentes visões sobre a conservação dos ambientes naturais.

Procure conhecer o que pensam a esse respeito cientistas, industriais, agricultores, políticos, ambientalistas etc. Lembre-se de que o pensamento de um representante de determinada categoria não reflete, necessariamente, o pensamento de todos os membros dessa categoria, ou seja, um industrial pode ter uma visão sobre o tema, enquanto outro industrial pode pensar de outra forma. Isso vale, também, para os agricultores, os políticos, os ambientalistas etc.

Ícone. Símbolo de hashtag.

Fechamento da unidade

Isso vai para o nosso blog!

Ícone. Lupa.

Ecossistemas e ameaças a eles

Ícone. Tarja de fundo preto com texto
branco: meio ambiente.

A critério do professor, a classe será dividida em grupos e cada um deles criará e manterá um blog na internet sobre a importância do que se aprende em Ciências da Natureza. Nesta atividade, a meta é selecionar informações (acessar, reunir, ler, analisar, debater e escolher as mais relevantes e confiáveis) relacionadas aos tópicos a seguir para incluir no blog.

lustração. Quatro adolescentes com a uniforme escolar branco com gola azul, em um zoológico, observando dois macacos  que estão em uma árvore. Os animais tem corpo com pelos cinza e tufos brancos na face. A menina negra de cabelo preto olha e sorri. O menino branco de cabelo loiro arrepiado e com deficiência nos membros anteriores, também está olhando os animais e sorrindo. A menina de cabelo castanho curto e liso, usa um colar. Ela também olha para os macacos. O menino moreno com cabelo preto e encaracolado, tem uma máquina fotográfica. Ele está fotografando os macacos. Ao redor, quadros coloridos com textos: Elaborem uma grande tabela em que listem os principais ecossistemas brasileiros e, para cada um, relacionem características como paisagem típica, quantidade de água, tipo de solo, disponibilidade de luz solar, temperatura e outras que julgarem relevantes. Usem planilha eletrônica, editor de texto ou outro meio conhecido (texto em amarelo). Na tabela, deem exemplos de como animais e plantas estão adaptados às condições de cada ambiente (texto em roxo). Avaliem como esses fatores podem causar alterações de hábitos e migrações e também ameaçar ou extinguir espécies (texto em laranja). Incluam fotos tiradas por vocês ou obtidas da internet (texto em rosa). Expliquem por que catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam suas populações de seres vivos (texto em verde). Se preferirem, usem outra forma de apresentação que não seja tabela; por exemplo, um texto com relação de itens para cada ecossistema (texto em azul).