CAPÍTULO 8 Reprodução humana

Ilustração. Uma estrutura esférica rosa. Indo em direção a ela, várias estrutura menores com um longo flagelo, os espermatozoides.
Ilustração de espermatozoides aproximando-se de um ovócito. Apenas um deles participará da fecundação. (Diâmetro aproximado do ovócito: 0,1 milímetro.)
Respostas e comentários

De ôlho na Bê êne cê cê!

Este capítulo oferece oportunidades para desenvolver: a competência específica 2, pois possibilita compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa e democrática; a competência específica 3, porque estimula a analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural e social, como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas e buscar respostas com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza; a competência geral 7 e a competência específica 5, porque auxilia a construir argumentos com base em informações confiáveis e defender ideias e pontos de vista que promovam o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos, sem preconceitos de qualquer natureza.

Este capítulo e seus conteúdos conceituais

  • Anatomia interna dos sistemas genitais masculino e feminino
  • Fisiologia reprodutiva do ser humano
  • Menstruação
  • Papel do homem e da mulher na fecundação
  • Ovulação
  • Gravidez
  • Diferença entre natural e provocado
  • Parto
  • Amamentação

A adolescência marca a fase em que a sexualidade dos estudantes e das estudantes aflora, e discutir temas ligados a ela tem relevância social mais atual do que nunca.

O objetivo dêste volume do 8º ano é apresentar ideias que, trabalhadas por professores e estudantes de vários modos (debates, pesquisas, leituras etcétera), formem e informem sôbre reprodução humana.

Neste capítulo, os conteúdos atitudinais (veja-os mais à frente) acabam, sem dúvida, merecendo mais destaque que os conceituais e os procedimentais, que vêm a reboque deles. O mapa conceitual do capítulo mostra uma das maneiras de inter-relacionar os conteúdos mínimos para que seja possível chegar às metas atitudinais propostas (adiante).

Os educadores devem atentar às diferentes fórmas de expressão dos estudantes, pois, frequentemente, a repetição de determinadas paródias de músicas, brincadeiras ou apelidos alusivos à sexualidade significam uma necessidade não verbalizada de compreensão, em nível científico, de algum aspecto relacionado à reprodução humana.

Motivação

Se um casal planeja ter um filho e sente-se preparado para isso, a gravidez será motivo de alegria e prazer.

Uma gravidez indesejada, por outro lado, pode ser fonte de inúmeros problemas, principalmente na adolescência.

Na espécie humana as relações sexuais não visam apenas à reprodução. É direito dos casais optar por ter filhos ou não, e, se desejarem tê-los, decidir a melhor época para isso.

Obter informações sôbre como ocorre a reprodução humana é o primeiro passo para evitar uma gravidez indesejada, e este capítulo tem por meta fornecer essas informações.

Fundamentado no que você vai aprender neste capítulo, será possível, ao estudar o próximo, compreender quais são os meios possíveis para evitar uma gravidez não desejada.

Além disso, no próximo capítulo também serão abordadas as infecções sexualmente transmis­síveis (í ésse tê), cujo contágio pode acontecer pelo contato sexual.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: multiculturalismo.
Ícone. Balão de pensamento.

ATIVIDADE

Reflita sôbre suas atitudes

Em nosso país há descendentes de diferentes povos e variados segmentos sociais.

Como consequência da diversidade cultural brasileira, há enorme variedade de pensamentos e de comportamentos com relação à sexualidade.

Todos têm o direito, assegurado por lei, de possuir sua própria opinião, sôbre qualquer tema, incluído o da sexualidade.

As atitudes humanas dependem, entre outros fatores, de tradições culturais e religiosas.

Este capítulo trata de temas polêmicos e sôbre os quais há muitos pontos de vista diferentes na sociedade brasileira.

É importante que, ao receber informações novas (como, por exemplo, as que estão neste capítulo), sempre as confrontemos com nossos valores éticos, religiosos e morais.

Você costuma fazer isso?

Desenvolvimento do tema

1. Sistema genital

Nosso corpo possui um sistema genital (anteriormente denominado sistema reprodutor), que é diferente em cada sexo.

O sistema genital masculino aparece ilustrado no item 2 dêste capítulo (na próxima página) e o feminino, no item 3.

O sistema genital possui partes externas e internas. No sexo masculino, a parte externa é formada pelo pênis e pelo escroto. Internamente, inclui dois testículos, duas glândulas seminais, dois ductos deferentes e a próstata.

Na puberdade todo esse sistema amadurece e passa a ser capaz de produzir sêmen, ou esperma, que é uma mistura de líquidos e espermatozoides.

Também na puberdade o adolescente do sexo masculino passa a ejacular. A ejaculação é a saída de sêmen pelo pênis, que ocorre quando o pênis fica ereto (“duro”) e existe grande excitação sexual.

A idade para as primeiras ejaculações pode variar muito de um indivíduo para outro. Geralmente ocorrem entre 12 e 16 anos, e podem acontecer, até mesmo, enquanto o adolescente dorme. Essa ejaculação durante o sono é chamada de polução noturna, e ocorre de maneira involuntária. É comum na puberdade, e mesmo depois dela. Não há nenhum motivo para ficar envergonhado de acordar com o pijama molhado de sêmen. É um fato normal.

Depois que passa a produzir espermatozoides e a ejacular, um menino já é biologicamente capaz de ter filhos. O homem continua a ter essa capacidade enquanto estiver produzindo espermatozoides ativos.

Respostas e comentários

Itens 1 a 8

Os temas envolvidos neste capítulo normalmente prendem a atenção dos estudantes. Uma fórma de abordagem, que se vale do interêsse gerado, é a da leitura em voz alta, cada parágrafo por um estudante, seguida da análise e comentário pelo docente.

As esquematizações ilustrativas devem ser analisadas por você, enquanto os estudantes acompanham pelo livro. Melhor ainda, caso haja viabilidade na escola, é projetar as imagens para que sua explicação sôbre os esquemas seja acompanhada com maior facilidade.

Nesta obra, seguimos a Ter­minologia Anatômica mais recente, publicada pela Sociedade Brasileira de Anatomia. Ela denomina sistema genital o que era chamado sistema reprodutor (e, anteriormente, aparelho reprodutor).

Uma situação problemática sôbre reprodução humana pode ser a vergonha de fazer perguntas. Uma maneira de “quebrar o gelo” é, ao iniciar o tema, dizer aos estudantes que, se desejarem, podem escrever suas perguntas em pedaços de papel e depositá-los numa urna (feita com uma caixa de papelão fechada, com fenda na tampa).

Você pode distribuir papéis iguais a todos e pedir que os coloquem de volta, ainda que não tenham escrito nada. Isso deixa os estudantes mais confortáveis quanto à possibilidade de serem identificados pelo tipo de papel usado.

fóra da sala de aula, analise com calma os papéis coletados e prepare uma sessão de respostas às perguntas, para aulas subsequentes.

Ao fazer isso, muitas vezes os estudantes se soltam e, em meio a essa sessão de perguntas e respostas, começam a questionar.

É importante que nenhum estudante se sinta exposto perante os demais.

Um recur­so possível para evitar que isso aconteça é o da criação, adoção e uso de personagens fictícios, que podem ser criados pelo próprio grupo. Assim, podem ser usadas expressões como “X estava em dúvida se...” ou “Y foi à ginecologista e, na consulta, ficou sabendo que...”. Utilizando esse recurso, podem ser trabalhados medos, inquietações, informações e questionamentos dos estudantes ligados ao corpo, de maneira que ninguém se sinta ameaçado ou invadido em sua intimidade.

sôbre a linguagem a ser utilizada para designar partes do corpo, pode-se, inicialmente, acolher a que eles trouxerem (desde que não seja considerada pejorativa, em vista da realidade local) e apresentar as denominações correspondentes adotadas pela área científica.

É importante ressaltar que os professores não devem emitir juízo de valor sôbre essa ou aquela fórma de conduta sexual. Caso contrário, estariam deliberadamente exercendo um papel que não lhes é atribuído no âmbito do ensino de Ciências da Natureza.

2. O sistema genital masculino

Esquema. Contorno de um homem de perfil. De sua região pubiana sai uma seta para o esquema do sistema genital. Linhas de chamada indicam as partes. Pênis (1), a 'cabeça' do pênis: glande do pênis e recobrindo a glânde, o prepúcio. Em seguida, escroto (2), testículo (3), epidídimo (4), ducto deferente (5), uretra (6), glândula seminal (7), próstata (8). O ânus e a bexiga urinária também estão ilustrados.
Representação esquemática do sistema genital masculino (em visão lateral, fóra de proporção e em córte). A bexiga urinária e o ânus não fazem parte do sitema genital masculino.

Fonte das ilustrações: , G. J.; Dérricksan, B. Principles of Anatomy and Physiology. décima quinta edição Danvers: John Wiley, 2017. página .1056, .1068.

Esquema. Contorno de um homem de uma imagem frontal com linhas de chamada indicando: pênis, testículo direito, testículo esquerdo e escroto.
Visão frontal externa da região genital masculina. Os testículos estão dentro do escroto.

Parte externa

Pênis – Órgão masculino por onde ocorrem a ejaculação e a saída da urina. A “cabeça” do pênis, onde existe a abertura da uretra, se chama glande do pênis e é revestida por uma pele, chamada prepúcio. Muitos meninos, por razões médicas ou religiosas, têm o prepúcio removido por cirurgia. Essa cirurgia, chamada circuncisão, não prejudica em nada o funcionamento do sistema genital.

A ereção pode acontecer como decorrência da excitação sexual. (Às vezes ocorrem ereções que não estão relacionadas à excitação.) Quando a excitação masculina atinge o máximo, ocorre a ejaculação, que é a saída de sêmen, em jatos, pela uretra. O sêmen é um líquido leitoso, formado pela mistura dos espermatozoides, produzidos nos testículos, com os líquidos produzidos pela próstata e pelas glândulas seminais.

Escroto – É uma bolsa de pele dentro da qual estão os dois testículos.

Parte interna

Testículos (são dois) – Onde são produzidos os espermatozoides.

Epidídimos (são dois) – Onde os espermatozoides ficam armazenados.

Ductos deferentes (são dois) – São tubos que conduzem os espermatozoides em direção à próstata no momento da ejaculação.

Uretra – Canal que conduz tanto a urina quanto o esperma para o meio exterior.

Glândulas seminais (são duas) – Produ­zem um líquido que faz parte do sêmen e que alimenta os espermatozoides.

Próstata – Produz um líquido que também faz parte do sêmen. Após os 50 ou 60 anos é comum a próstata crescer, atrapalhar a saída da urina e causar problemas de saúde. Por isso é aconselhável que homens com mais de 40 anos passem por exames de próstata regularmente.

Ícone. Balão de pensamento.

ATIVIDADE

Reflita sôbre suas atitudes

No pênis, debaixo do prepúcio pode se juntar uma mistura de gordura e de sujeira, que causa mau cheiro e até infecções.

O banho diário é fundamental para remover essa sujeira. Durante o banho, o prepúcio deve ser puxado e a glande do pênis, bem lavada com água e sabonete.

O banho diário, com boa limpeza da região genital, também é fundamental para quem teve o prepúcio removido por cirurgia.

Ícone. Balão de pensamento.

ATIVIDADE

Reflita sôbre suas atitudes

Após urinar e/ou evacuar, alguns cuidados devem ser tomados para não causar infecções na vagina ou na uretra. O papel higiênico deve ser passado da região vaginal em direção ao ânus, e não no sentido contrário. Esse cuidado evita que eventuais fragmentos de fezes passem para a região da abertura vaginal, o que poderia causar infecções na vagina e na uretra.

O banho diário também é fundamental para evitar infecções e mau cheiro.

Respostas e comentários

De ôlho na Bê êne cê cê!

O boxe Reflita sôbre suas atitudes da seção Motivação oferece oportunidade para desenvolver: a competência geral 6, no que diz respeito a valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que possibilitem ao estudante fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade; a competência geral 9, com relação a exercitar a empatia e o diálogo, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza; a competência geral 10 e a competência específica 8, no que tange a agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos e inclusivos.

tê cê tê Multiculturalismo

O boxe Reflita sôbre suas atitudes da seção Motivação formula um convite à reflexão sôbre aspectos culturais e valores individuais com relação ao conteúdo tratado no capítulo. Assim, evoca a temática Diversidade Cultural, que faz parte da macroárea de tê cê tês Multiculturalismo.

De olho na Bê êne cê cê!

ê éfe zero oito cê ih zero oito

“Analisar e explicar as transformações que ocorrem na puberdade considerando a atuação dos hormônios sexuais e do sistema nervoso.“

ê éfe zero oito cê ih um um

“Selecionar argumentos que evidenciem as múltiplas dimensões da sexualidade humana (biológica, sociocultural, afetiva e ética).“

Como já foi comentado no capítulo anterior dêste Manual do professor, o desenvolvimento dessas duas habilidades se dá ao longo dos três capítulos da unidade C e também da atividade de encerramento.

O amadurecimento do sistema genital é uma importante alteração do organismo na puberdade. Perceba, portanto, a relevância capítulo como parte do desenvolvimento dessas duas habilidades da Bê êne cê cê.

Os boxes Reflita sôbre suas atitudes que se encontram no item 2 incentivam os estu­dantes a conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias, de modo a favorecer o desenvolvimento da competência geral 8 e também da competência específica 7.

3. O sistema genital feminino

Esquema. Contorno de uma mulher de perfil. De sua região pubiana sai uma seta para o esquema do sistema genital. Linhas de chamada indicam as partes. Lábio maior (1), lábio menor (2), clitóris (3), abertura da vagina (4), ânus, vagina (5), útero (6), uretra, bexiga urinária, ovário (7), tuba uterina (8). Ânus, bexiga urinária, uretra e abertura da uretra também estão ilustrados. Ao lado, imagem frontal com linhas de chamada indicando: vagina, ovários, útero e tubas uterinas
Representação esquemática do sistema genital feminino (em visão lateral, fóra de proporção e em córte.) A bexiga urinária, a uretra, a abertura da uretra e o ânus não fazem parte do sitema genital feminino e estão indicados para facilitar a localização das demais estruturas.

Fonte: , G. J.; Dérricksan, B. Principles of Anatomy and Physiology. décima quinta edição Danvers: John Wiley, 2017. página .1070.

Esquema. imagem frontal com linhas de chamada indicando: vagina, ovários, útero e tubas uterinas.
Representação esquemática do sistema genital feminino (em visão frontal interna, fóra de proporção e em córte parcial).

Fonte: , G. J.; Dérricksan, B. Principles of Anatomy and Physiology. décima quinta edição Danvers: John Wiley, 2017. página .1078.

Parte externa

Lábios maiores (são dois) – São duas porções de pele ao redor dos lábios menores.

Lábios menores (são dois) – São duas porções de pele que ficam de ambos os lados da abertura da vagina.

Clitóris – É um pequeno órgão cuja parte externa visível tem o tamanho de um grão de feijão.

Abertura da vagina – Por onde sai o fluxo menstrual e também o bebê durante o parto natural.

Parte externa

Vagina – É um órgão cilíndrico que tem cerca de 10 centímetros de comprimento, paredes de músculo e que liga a abertura vaginal ao útero.

Útero – É um órgão que lembra, em forma e tamanho, uma pera virada com o cabo para baixo. Suas paredes são de músculo. É dentro do útero que se desenvolve o embrião/feto durante a gravidez. Toda mulher deve procurar anualmente o ginecologista, pois exames médicos apropriados podem prevenir sérias doenças relacionadas ao útero, como, por exemplo, o câncer de colo (“entrada”) do útero.

Ovários (são dois) – Mensalmente permitem o amadurecimento de somente um ovócito, célula que é liberada (ovulação) dentro de uma das duas tubas uterinas. Excepcionalmente, pode ocorrer o amadu­recimento de dois ou mais ovócitos ao mesmo tempo.

Tubas uterinas (são duas), anteriormente denominadas trompas de Falópio – São canais que conduzem os ovócitos ao útero. Dentro delas é que ocorre a fecundação.

Respostas e comentários

Conteúdos atitudinais sugeridos

  • Praticar hábitos de higiene favoráveis à saúde.
  • Compreender que as manifestações da sexualidade fazem parte da vida e são prazerosas.
  • Reconhecer a necessidade de privacidade para determinadas expressões da sexualidade.
  • Ponderar que as manifestações de sexualidade exigem momento e local adequados.
  • Perceber a importância do consentimento mútuo para um relacionamento a dois.

Os dois boxes Reflita sôbre suas atitudes do item 2 ressaltam a questão da higiene genital e permitem trabalhar a atitude de praticar hábitos de higiene favoráveis à saúde.

Os demais conteúdos atitudinais listados para este capítulo podem ser abordados de acôrdo com as necessidades ditadas pela realidade local.

Os educadores precisam estar disponíveis para conversar a respeito dos temas propostos e responder às questões de fórma direta e esclarecedora (exceção feita a quaisquer informações que se refiram à intimidade do educador). O esclarecimento de dúvidas pressupõe, por parte dos docentes de Ciências da Natureza, uma abordagem dentro do âmbito dêsse componente.

Informações cientificamente corretas e esclarecimentos sôbre as questões trazidas pelos estudantes são fundamentais para promover bem-estar, tranquilidade, maior cons­ciên­cia do próprio corpo e elevação da autoestima.

Tudo isso resulta em melhores condições de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada e abuso sexual.

4. Ovulação e fertilização

No sexo feminino, a parte externa do sistema genital é denominada pudendo feminino e inclui os lábios maiores, os lábios menores e o clitóris. A parte interna engloba a vagina, o útero, os ovários e as tubas uterinas.

Desde que nasce, a menina já tem em seus ovários milhares de células reprodutivas, os ovócitos. A partir da puberdade, um ovócito amadurece a cada mês e é liberado em uma das duas tubas uterinas; é a ovulação. O ovócito não se locomove por meios próprios; é impulsionado por movimentos de cílios (“pelinhos”) que existem nas paredes da tuba. O trajeto do ovócito em direção ao útero leva cêrca de três dias.

Até um ou dois dias após a ovulação, e, portanto, ainda na tuba uterina, esse ovócito estará apto a gerar uma nova vida, desde que se encontre com um espermatozoide e ocorra a fertilização. Após esse tempo, caso não aconteça a fertilização, o ovócito se degenera (“morre”).

A reprodução humana envolve a penetração do pênis ereto na vagina durante uma relação sexual. Com a excitação, o homem ejacula e o sêmen é depositado na vagina. Numa ejaculação, são liberados entre 200 e 500 milhões de espermatozoides, que são dotados de um flagelo (uma “cauda” móvel) e se locomovem ativamente.

Caso os espermatozoides, em tempo hábil, se encontrem com o ovócito, apenas um deles conseguirá penetrar em seu interior. Imediatamente após essa penetração, o ovócito originará uma célula denominada óvulo. O óvulo assim formado e o espermatozoide já presente em seu interior unem seus materiais genéticos, completando a formação da primeira célula de um novo ser humano.

A união de espermatozoide e óvulo, a fertilização, ou fecundação, produz o zigoto. Este continua sua viagem pela tuba uterina e sofre sucessivas divisões celulares. Chegando ao útero, implanta-se (“fixa-se”) em sua parede e prossegue seu desenvolvimento. Essa implantação no útero, chamada nidação, dá início à gravidez, ou gestação.

Esquema. Parte do sistema genital feminino. Setas indicam o trajeto dos espermatozoides desde a vagina, passando pelo útero e indo à tuba uterina. Na extremidade da tuba uterina, um ovário e seta indicando o ovócito liberado na ovulação. No interior da tuba uterina, seta indicando a fertilização e a formação do zigoto.
Numa relação sexual em que o homem ejacule na vagina, ou próximo à sua abertura, há a possibilidade de fertilização e consequente gravidez. (O ovócito tem, aproximadamente, 0,1 milímetro de diâmetro e o espermatozoide, 0,05 milímetro de comprimento. Esquema em visão frontal, fóra de proporção, em córte e em cores fantasiosas.)

Fonte: istár, C. êti áli. Biology: the unity and diversity of life. décima quinta edição Boston: Cengage, 2019. página 727.

Esquema. Parte do sistema genital feminino. Ao redor, setas com as indicações das etapas da fertilização. (Dos milhões de espermatozoides liberados na ejaculação, apenas um foi representado neste esquema.) 1: Ovulação (do ovário para a extremidade da tuba uterina). 2: Fertilização (no interior da tuba uterina). 3: Zigoto (no interior da tuba uterina). 4: Ocorrem sucessivas divisões celulares (no interior da tuba uterina). 5: A chegada ao útero acontece cerca de 3 dias após a ovulação (na parte superior do útero). 6: a implantação no útero (nidação) ocorre cerca de 6 ou 7 dias após a ovulação (na parede uterina).
Acompanhe pelos números a sequência de eventos, desde a ovulação até a implantação no útero. (O ovócito tem, aproximadamente, 0,1 milímetro de diâmetro e foi desenhado em tamanho exagerado. Esquema em visão frontal, fóra de proporção, em córte e em cores fantasiosas.)

Fonte: Reiven, P. H. êti áli. Biology. décima segunda edição Nova York: McGraw-Hill, 2020. página .1149.

Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.

Respostas e comentários

Sugestão de atividade

Durante toda a abordagem dêste capítulo, é oportuna a utilização de um ou mais atlas de Anatomia Humana e de modelos tridimensionais (se houver disponibilidade) para ajudar na compreensão dos conceitos referentes ao funcionamento do sistema genital humano.

No capítulo 2 dêste Manual do professor, em Sugestão de atividade, uma ampla lista de sugestões de publicações ilustradas de Anatomia Humana foi apresentada. Ela é recomendada também para utilização no presente capítulo.

No item 4, para auxiliar na compreensão do esquema que representa a sequência de eventos desde a ovulação até a implantação do embrião, se não houver viabilidade de mostrar as imagens utilizando um projetor multimídia (como sugerido anteriormente), peça aos estudantes que façam uma leitura silenciosa e atenta da imagem. Enquanto isso, reproduza um esboço do esquema na lousa colocando apenas os números. Quando todos terminarem, faça uma releitura de cada um dos textos, explicando-os e esclarecendo eventuais dúvidas.

Aprofundamento ao professor

Veja, na parte inicial dêste Manual do professor, na seção Aprofundamento ao professor, o texto “Confusão de terminologias: ovócito e óvulo”.

5. Ciclo menstrual

Menstruação

A ação dos hormônios sexuais femininos prepara mensalmente o útero para a chegada do zigoto, preparação que envolve a formação de um revestimento de camadas de células, rico em vasos sanguíneos. Caso não ocorra a fertilização, todo esse revestimento do útero desprende-se e sai pela vagina na fórma de um sangramento, o fluxo menstrual.

A menstruação, saída de fluxo menstrual que, em geral, dura de 3 a 6 dias, repete-se mensalmente caso não ocorra a fertilização. A primeira menstruação, chamada menarca, evidencia que a adolescente já é fértil, já pode engravidar. A idade em que ocorre a menarca varia de menina para menina e pode acontecer entre os 9 e os 18 anos.

Início e término de um ciclo menstrual

Considera-se como primeiro dia do ciclo menstrual aquele em que vem a menstruação, ou seja, começa a sair pela vagina o fluxo menstrual. Um ciclo menstrual se inicia no dia em que vem a menstruação e termina no dia anterior à chegada da próxima menstruação.

Esse intervalo varia de mulher para mulher, sendo, em média, de 28 dias, mas podendo variar de 21 até 35 dias. Nos primeiros anos que se seguem à menarca, o ciclo menstrual pode ser irregular, ou seja, o intervalo entre as menstruações às vezes é mais longo e, às vezes, mais curto. Para algumas mulheres o ciclo menstrual permanece irregular durante toda a vida.

Um médico ou uma médica ginecologista tem condições de esclarecer qualquer dúvida que uma garota tenha sôbre seu corpo e seu ciclo menstrual, e também é capaz de auxiliá-la caso sinta cólicas ou dores de cabeça na época da menstruação.

Ovulação e dias férteis

A menstruação costuma ocorrer 14 dias depois da ovulação. Para mulheres com ciclo menstrual regular, pode-se tentar prever o dia da ovulação. Sabendo-se a duração do ciclo, estima-se o primeiro dia da próxima menstruação. Contando-se 14 dias antes dessa data, chega-se ao provável dia da ovulação.

A seguir, calculam-se os dias mais prováveis em que a mulher pode engravidar (veja a representação esquemática do ciclo menstrual). Os espermatozoides sobrevivem até cêrca de três dias dentro do organismo feminino. Portanto, uma relação sexual até três dias antes da ovulação pode ocasionar gravidez. A fecundação também pode ocorrer até aproximadamente dois dias após a ovulação, porque esse é o tempo máximo que o ovócito “sobrevive”.

É muito difícil, contudo, prever com total certeza em qual dia realmente ocorrerá a ovulação e, caso a mulher esteja nos seus dias férteis e o homem ejacule na vagina ou próximo a sua entrada, há possibilidade de engravidar.

Fluxograma. Após ovulação, se ocorrer fecundação, poderá se iniciar uma gravidez. Após a ovulação, se não ocorrer fecundação, irá, dias depois, ocorrer menstruação.
Esquema. Retângulos coloridos indicam os dias. Retângulos rosa indicam a menstruação. O retângulos amarelos indicam dias sem menstruação. Os retângulos azuis indicam o período fértil. Uma seta azul indica o sentido em que o tempo passa. 1º dia: chegada da menstruação. Do 1º até o 6º dia: a saída do fluxo menstrual dura de 3 a 6 dias. Dias depois, ovulação. Dias em que uma relação sexual pode ocasionar gravidez. Dias depois, recomeça a contagem. 1º dia: próxima menstruação.
Representação esquemática do ciclo menstrual. Veja o texto para explicação.
Respostas e comentários

Item 5

Durante a abordagem dêsse item, aproveite a ilustração do sistema genital feminino que aparece no item 3 (peça aos estudantes que retornem a ela) para enfatizar que a urina e a menstruação saem do corpo por locais diferentes.

A urina é conduzida da bexiga ao exterior pela uretra, saindo pela abertura dêsse canal (designada, na ilustração, por abertura da uretra).

Já a menstruação é conduzida do útero ao exterior através da vagina (saindo pela estrutura designada na ilustração por abertura da vagina).

Aprofundamento ao professor

Veja, na parte inicial dêste Manual do professor, na seção Aprofundamento ao professor, o texto “Distúrbios menstruais”.

6. Gravidez

A ilustração que aparece no final do item 4 apresenta a sequência de eventos que se inicia na ovulação e vai até a nidação, que marca o início da gravidez.

O desenvolvimento do novo ser, até o dia do nascimento, leva cêrca de nove meses, tempo que é mais bem expresso em semanas. Uma gravidez típica costuma durar entre 36 e 40 semanas, geralmente 38 semanas.

As mudanças que acontecem com o feto durante a gestação podem ser agrupadas em três estágios, cada um com três meses (trimestre), aproximadamente. As maiores alterações ocorrem no primeiro trimestre de gravidez.

A nidação ocorre cêrca de uma semana após a ovulação. Na terceira semana, o novo ser passa a ser denominado embrião. No final da quarta semana, o coração já bombeia sangue; o embrião mede 0,7 centímetro, aproximadamente. As células multiplicam-se rapidamente e sofrem diferenciação, originando os diversos órgãos. Ao final da oitava semana, o embrião mede cêrca de 3 centímetros e tem 1 grama, tamanho e massa comparáveis aos de uma azeitona.

Ilustração. Sequência de imagens representando o crescimento de um feto, da segunda até a oitava semana. Na segunda semana, apenas um aglomerado de células, que cresce, se diferencia e toma forma até a oitava semana, onde tem um bebê dentro de uma bolsa repleta de líquido.
Representação do ser humano da 2ª à 8ª semana de gestação. Na 2ª semana, ele mede cêrca de 2 milímetros. Na 8ª, cêrca de 3 centímetros. (Esquema fóra de proporção e em cores fantasiosas.)

Fonte: istár, C. êti áli. Biology: the unity and diversity of life. décima quinta edição Boston: Cengage, 2019. página 744-747.

Na nona semana o embrião passa a ser chamado de feto. Ele já recebe nutrientes e oxigênio em seu sangue, por meio da placenta, ilustrada na figura a seguir. A placenta, órgão especializado que se fórma nos primeiros meses de gestação, também serve para o feto excretar substâncias, que passarão para o sangue da mãe e serão expulsas para o meio externo por ela (pela expiração e pela urina).

Esquema. Bebê dentro do útero. O bebê está dentro de uma bolsa repleta de líquido. Linha de chamada: Fluido (ou líquido) amniótico. Da região do umbigo, sai uma estrutura tubular que liga o bebê à placenta. Linha de chamada: Cordão umbilical. Na região de união de tecidos fetais e tecidos maternos, linha de chamada: Placenta. Um círculo mostra, ao lado, essa região ampliada. Desenho de parte do cordão umbilical e trecho de placenta. No interior do cordão umbilical, uma veia umbilical e duas artérias umbilicais: Vasos sanguíneos do feto. Na veia: sangue que vai para o feto. Nas artérias: sangue que vem do feto. Região entre tecidos fetais e tecidos maternos: Região onde ocorrem as trocas de substâncias entre o sangue do feto e o da mãe. No tecido materno, vasos sanguíneos maternos e área cheia com sangue materno.
Ampliação de trecho da placenta, esquematizado em corte. Por volta da 12ª semana, a placenta já está totalmente formada e o feto tem cêrca de 9 centímetros. O sangue materno e o sangue do feto não entram em contato direto um com o outro, mas trocam substâncias por meio da placenta. (Esquema fóra de proporção e em cores fantasiosas.)

Fonte: Silvertorn, D. U. Human Physiology: an Integrated Approach. oitava edição Glenview: Pearson, 2019. página 829.

Respostas e comentários

Interdisciplinaridade

Se achar adequado, converse com o colega do componente Arte e faça um trabalho interdisciplinar para complementar o estudo sôbre as fases da gravidez. Oriente a turma para se organizar em equipes. Cada uma delas deverá elaborar um infográfico sôbre o desenvolvimento gestacional.

Reserve um tempo da aula, se possível, para que os estudantes façam pesquisas na internet (usando celular, tablet ou computador) em busca de novas imagens e outros dados sôbre o tema. Estimule-os também a pesquisar os atlas de Anatomia Humana (sugeridos anteriormente), caso estejam disponíveis.

Com o material coletado, as equipes devem elaborar o infográfico. As produções, depois de avaliadas (e corrigidas, se necessário), podem ser publicadas no blog das equipes. Essa sugestão pode complementar o trabalho proposto na seção Isso vai para o nosso blog! do final da unidade C.

Turmas numerosas

A produção coletiva de infográficos propicia uma vivência em que os estudantes podem cooperar e se complementar com suas diversas qualidades, aprendendo uns com os outros. Procure contemplar a diversidade e a complementaridade na composição das equipes.

De ôlho na Bê êne cê cê!

A atividade interdisciplinar com Arte, proposta anteriormente, vai ao encontro do desenvolvimento da competência geral 3, pôsto que constitui estímulo a valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

Também oportuniza o desenvolvimento da competência geral 4, na medida em que propõe utilizar conhecimentos da linguagem artística para se expressar e partilhar informações, experiências e ideias.

A atividade sôbre produção artística de infografias pode abranger diversas técnicas e ir ao encontro das seguintes habilidades de Arte: ê éfe seis nove á érre zero seis (“Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interêssis artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais”); ê éfe seis nove á érre zero sete (“Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais”); ê éfe seis nove á érre três um (“Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética”).

Aprofundamento ao professor

Veja, na parte inicial dêste Manual do professor, na seção Aprofundamento ao professor, o texto “Teste de gravidez: em que se fundamenta?”.

Na placenta, o sangue da mãe e o do feto não entram em contato direto, mas substâncias são trocadas entre ambos. É por isso que os médicos devem ter muito cuidado ao receitar medicamentos a uma gestante; eles podem passar para o feto e, eventualmente, prejudicá-lo.

No final do primeiro trimestre, os órgãos do feto já existem, mas ainda são primitivos em seu funcionamento. Nesse estágio, o feto já tem a fórma característica dos seres humanos, porém a cabeça é proporcionalmente bastante grande. Ele começa a se mexer e exibe alguns reflexos simples, tais como sugar e assustar-se. A parte externa dos órgãos genitais já está formada e até se pode saber o sexo por meio de um exame de ultrassonografia.

Durante o segundo trimestre, a mãe começa a sentir os movimentos do feto. Ao final dêsse período, ele mede cêrca de 30 centímetros e tem em torno de 600 gramas, ou seja, pouco mais de meio quilograma. Os órgãos estão mais desenvolvidos e o terceiro trimestre, o último, será um período de crescimento ainda mais acentuado. O feto já não se mexe tanto, pois ele ocupa quase todo o espaço disponível.

Esquema de um feto no final da gestação

Esquema. Uma mulher grávida de perfil, com o feto ilustrado dentro do útero. O bebê está sentado com a cabeça no colo do útero. No lado oposto, tem a placenta. Linha de chamada: útero e cordão umbilical. Estão ilustrados a bexiga urinária (na frente do útero), a vagina, a abertura da vagina e o ânus.
Esquema de um feto no final da gestação, que, em geral, tem massa entre 2,7 e 4,1 quilogramas. Por meio do cordão umbilical, o sangue do feto circula pela placenta, onde recebe gás oxigênio e nutrientes, vindos do sangue da mãe. Também por meio da placenta, o sangue do feto transfere para o sangue materno gás carbônico e substâncias tóxicas (excretas). A placenta e o cordão umbilical são importantes na nutrição, na respiração e na excreção do feto. (Visão lateral do corpo da mãe, fóra de proporção, em córte e em cores fantasiosas.)

Fonte: Márrie-éb, E. N.; Kéller, S. M. Essentials of Human Anatomy & Physiology. décima terceira edição Harlow: Pearson, 2022. página 590.

Ícone. Ponto de exclamação. Boxe Curiosidades.

Algumas doenças maternas podem afetar o embrião

Existem microrganismos que, se estiverem presentes no corpo da mãe, conseguem atravessar a placenta, infectar o embrião e causar malformações permanentes ou provocar a morte do embrião (o que resulta na sua expulsão do corpo materno, o ).

Entre eles, estão os vírus da rubéola e do sarampo, e a bactéria Treponêma pálidum, causadora da sífilis.

Ícone. Pessoa lendo um livro.

ATIVIDADE

Tema para pesquisa

Quais são os efeitos do álcool e do fumo sôbre o , caso essas drogas sejam consumidas pela mãe durante a gestação?

Respostas e comentários

Tema para pesquisa

Um ponto muito importante do item 6 é que substâncias são trocadas entre o sangue da mãe e do concepto (), o que pode prejudicá-lo.

O Tema para pesquisa visa alertar para os prejuízos decorrentes de substâncias tóxicas consumidas pela mulher durante a gestação.

Como subsídio ao educador, veja, na parte inicial dêste Manual do professor, na seção Aprofundamento ao professor, o texto “Efeitos do álcool e do fumo sôbre o concepto”.

Conteúdos procedimentais sugeridos

  • Buscar informação sôbre os efeitos do álcool e do fumo sôbre o concepto, no caso de essas drogas serem consumidas pela mãe durante a gestação.
  • Organizar e registrar as informações (desenhos, quadros, tabelas, esquemas, lis­tas, textos).

Os conteúdos procedimentais dêste capítulo podem ser desenvolvidos a partir do Tema para pesquisa do item 6.

Combine previamente com os estudantes como deverão entregar os resultados. Estabeleça uma data e explique a fórma de apresentação. (Pôster? Cartaz digital? Texto escrito? Produção de um vídeo ou áudio para póde kést?) Explique com clareza que aspectos são esperados, como os estudantes serão avaliados e esclareça todas as dúvidas.

O pedido de em formatos digitais oportuniza o desenvolvimento de competências relativas ao mundo digital.

De ôlho na Bê êne cê cê!

Os boxes Tema para pesquisa e Algumas doenças maternas podem afetar o embrião retomam a chance de desenvolver a competência geral 8 e a competência específica 7, ambas já citadas anteriormente neste capítulo do Manual do professor. As diferentes possibilidades de formatos de entrega da atividade Tema para pesquisa permitem trabalhar: a competência geral 4, pois os estudantes são incentivados a utilizar diferentes linguagens – visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística e científica, para se expressar e partilhar informações, ideias e sentimentos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo; a competência geral 5 e a competência específica 6, devido ao estímulo a compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

7. Parto

O parto é o momento do nascimento do bebê. No parto natural, a ação de hormônios faz a vagina dilatar-se, ficando bem mais larga que o normal e permitindo a saída do bebê. Ao mesmo tempo, ocorrem contrações dos músculos da parede do útero, que empurram o bebê para fóra. Ele sai do corpo da mãe pela vagina.

Logo após o nascimento, o médico corta o cordão umbilical. O recém-nascido não sente dor quando o cordão é cortado, e não vai mais precisar dele. Após o parto, passará a respirar diretamente com seu sistema respiratório e a se alimentar de leite materno, que será processado por seu sistema digestório.

O parto natural é o modo mais recomendado para o nascimento, a não ser nos casos em que mãe e/ou feto corram risco de morte e naqueles em que a mulher não entra em trabalho de parto, ou seja, não tem dilatação da vagina e/ou contrações do útero. Nessas situa­ções, os médicos realizam o parto por cirurgia cesariana, no qual é feito um córte no abdômen da mulher, parcialmente anestesiada, por onde é retirado o bebê.

Há casos de nascimentos que ocorrem antes de 36 semanas. São os partos prematuros. O último trimestre envolve acentuado desenvolvimento do sistema nervoso e amadurecimento dos pulmões do feto. Mesmo assim, bebês que nascem prematuramente têm chances de sobreviver, desde que recebam cuidados médicos apropriados.

Esquema de um parto natural

Esquema. Sequência de imagens mostrando os passos de um parto natural. 1: A mulher está deitada e o bebê está dentro do útero, com a cabeça no colo do útero. No lado oposto, placenta. Cordão umbilical ligando bebê à placenta. Linha de chamada para a abertura da vagina. 
2: a cabeça do bebê está na abertura da vagina. 3: Mão de uma pessoa usando luvas cirúrgicas e cortando o cordão umbilical, entre dois grampos de plástico azul. 4: Mão com luvas retirando parte do cordão umbilical e placenta do útero pela vagina.
Em um parto natural, a abertura vaginal se alargareticências reticências e as paredes do útero se contraem, expulsando o bebê. O cordão umbilical é cortado. A placenta é normalmente expulsa ou, se necessário, retirada pelo médico. (Visão lateral do corpo da mãe, em córte. Cores fantasiosas.)

Fonte: Iúurry, L. A. êti áli. Campbell Biology. décima segunda edição Hoboken: Pearson, 2021. página .1037.

Respostas e comentários

Sugestão de atividade

Peça aos estudantes que se organizem em duplas e construam uma cruzadinha usando pelo menos 15 termos científicos relacionados ao estudo dêste capítulo.

Depois que o esquema estiver pronto (com os termos posicionados na estrutura), os estudantes devem numerá-los e criar os comandos para indicar cada termo.

Veja, a seguir, exemplos que conduzem, respectivamente, às palavras testículo, placenta e prematuro:

1. Órgão humano que produz o gameta masculino.

2. Órgão que atua nas trocas de substâncias entre o sangue do feto e o da mãe, durante a gestação.

3. Parto que ocorre antes de 36 semanas de gestação.

Quando todas as duplas finalizarem, peça que identifiquem os trabalhos e recolha-os.

Devolva os trabalhos corrigidos às duplas para que possam analisá-los e aprender com eventuais marcações feitas por você. Peça aos estudantes que corrijam os erros e lhe entreguem a nova versão.

Depois de uma nova correção, utilize o resultado para compor a avaliação dos estudantes.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: saúde.

EM DESTAQUE

natural e provocado

Por motivos naturais, uma gravidez pode ser interrompida bem antes de o bebê estar pronto para nascer. Essa interrupção natural da gravidez é o natural.

Há mulheres que, por causa das dificuldades de uma gravidez não desejada, decidem provocar o . Nesse caso, ele é chamado de provocado.

A lei brasileira só permite que o seja provocado em algumas poucas situações, como, por exemplo, no caso de filhos gerados em decorrência de estupro, ou seja, numa relação sexual que ocorreu sem o consentimento (sem a concordância) da mulher.

Como a lei brasileira não permite que qualquer gravidez indesejada seja interrompida por , há mulheres no país que procuram clíni­cas ilegais, onde o é feito. Por vezes, os procedimentos médicos usados provo­cam graves complicações de saúde e a mulher pode até morrer. Muitas mortes de brasileiras estão ligadas a complicações decorrentes de abortos.

Há pessoas que defendem a legalização do porque consideram que a mulher tem o direito de escolha. Argumentam, também, que isso diminuiria os riscos dos abortos feitos em clínicas ilegais, mal equipadas e que são a causa de muitas mortes.

Há outras pessoas que consideram o como moralmente errado e ética e/ou religiosamente inaceitável, porque se trata de uma outra vida, não apenas a da mulher.

A legalização do é um dos temas mais polêmicos, não só no Brasil, mas também em vários outros países.

Elaborado com dados obtidos de: MORAIS, L. R. Senatus, Brasília, Distrito Federal, volume 6, número 1, página 50-58, maio 2008.

8. Amamentação

As mamas (seios) da mãe geralmente aumentam a produção de leite após o nascimento do bebê.

O leite materno é o alimento mais apropriado para o bebê. Além de ter todos os nutrientes (alimentos) de que ele precisa, contém também substâncias que o ajudam a não adquirir certas doenças nos primeiros meses de vida.

Amamentar é muito importante para a saúde do bebê e, por isso, as mães devem ser incentivadas a isso. A capacidade de amamentar não depende do tamanho das mamas.

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco: cidadania e civismo.
Ícone. Dois balões de fala.

ATIVIDADE

Para discussão em grupo

Mulheres são vítimas de diversas fórmas de violência, que podem ser físicas ou verbais, e situações de assédio moral ou sexual. (O estupro, mencionado na seção Em destaque, é uma das muitas manifestações criminosas de violência contra a mulher.)

Que mecanismos de amparo à mulher existem em nossa sociedade? Como podem ser acionados?

Como familiares, amigos e colegas podem auxiliar uma mulher em situação de vulnerabilidade?

Que mudanças de mentalidade e de atitudes são necessárias na sociedade para eliminar todas as fórmas de violência contra a mulher? Como cada um de nós pode e deve contribuir?

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

espermatozoide

sêmen ou esperma

ovócito

ovulação

óvulo

fertilização ou fecundação

gestação ou gravidez

parto

Respostas e comentários

tê cê tê Saúde

O tê cê tê Saúde é abordado no texto Em destaque no tocante a questões relacionadas às consequências de abortos clandestinos.

Sobre o aborto natural

“A implantação é mais suscetível a problemas do que a concepção. Aproximadamen­te 70% de todas as concepções resultam em ; metade é atribuível a déficits uterinos maternos e metade, a anormalidades fetais. A maioria dos abortos ocorre dentro de 14 dias da concepção e não é reconhecida pela mulher, que pode ter apenas um período menstrual ligeiramente retardado. Abortos mais tardios no primeiro trimestre podem ainda refletir uma ligação materno-fetal subótima, porém são mais provavelmente causados por anomalias fetais.” (BERNE, R. M. êti áli. Fisiologia. quinta edição Rio de Janeiro: élsivíer, 2004. página .1031.)

De ôlho na Bê êne cê cê!

O texto “ natural e provocado” e o boxe Para discussão em grupo oferecem oportunidade de retomar o trabalho com as competências gerais 8, 9 e 10 e competências específicas 7 e 8.

tê cê tê Cidadania e Civismo e agenda de não violência contra a mulher

O boxe Para discussão em grupo dá oportunidade de trabalhar o tê cê tê Educação em Direitos Humanos, inserido na macroárea Cidadania e Civismo, por incentivar as reflexões sôbre a valorização da cultura de paz e o comprometimento com a agenda de não violência contra a mulher.

Retome aspectos já mencionados no capítulo anterior, neste Manual do professor, verificando a compreensão de que quaisquer fórmas de violência (verbal ou física) ou de atitudes discriminatórias contra mulheres são crimes.

Muitas vezes, são parentes e amigos que se mobilizam para convencer uma mulher vítima de violência no próprio lar a denunciar o agressor e a procurar ajuda. Aproveite o momento para se certificar de que os estudantes sabem que a Central de Atendimento à Mulher pode ser acessada pelo telefone gratuito 180, oferecendo acolhimento e informações a mulheres em situação de violência, verbal e/ou física. O serviço também orienta sôbre como proceder em situação de risco iminente.

Também na discussão, evoque a importância do reconhecimento da igualdade entre as pessoas e a permanente necessidade de a sociedade valorizar o protagonismo da mulher nas diversas áreas.

Amplie o vocabulário!

Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • espermatozoide Célula re­pro­dutiva mas­culina, gameta mas­culino.
  • sêmen ou esperma Mistura de espermatozoides e líquidos produzidos pelo sistema genital masculino.
  • ovócito Célula presente nos ovários femininos, a partir da qual se origina o óvulo.
  • ovulação Liberação, na tuba uterina, de um ovócito que amadureceu no ovário.
  • óvulo Gameta feminino, célula reprodutiva feminina. O óvu­lo humano se origina do ovócito assim que nele penetra um espermatozoide. A seguir, esse espermatozoide e o óvulo participam da fertilização.
  • fertilização ou fecundação União dos materiais genéticos do esper­ma­to­zoide e do óvulo, após a qual se origina a primeira célula de um novo indivíduo.
  • gestação ou gravidez Período que vai desde a implantação no útero do óvulo fecundado até o nascimento do bebê (ou até que a gravidez seja interrompida por algum problema).
  • parto Nascimento do bebê.

Organização de ideias

MAPA CONCEITUAL

Fluxograma. Sistema genital masculino inclui pênis, por onde ocorre a ejaculação que libera os espermatozoides. Sistema genital masculino inclui testículos, onde são produzidos os espermatozoides. Sistema genital feminino, inclui ovários, tubas uterinas, útero e vagina. Sistema genital feminino inclui ovários, onde estão os ovócitos. Espermatozoides e ovócitos após o encontro de um de cada vai ocorrer fecundação. Ovócitos liberados, um por mês, na ovulação, após a qual pode ocorrer fecundação que pode conduzir a uma gravidez que, não havendo complicação, vai até o parto. Ovócitos liberados, um por mês, na ovulação, após a qual pode não ocorrer fecundação, o que conduzirá, após alguns dias, à menstruação.
Ícone. Lâmpada.

Atividade

Use o que aprendeu

  1. Esperma e espermatozoide são a mesma coisa? Explique.
  2. Coloque os seguintes acontecimentos na ordem em que ocorrem: parto, ovulação, gravidez, fecundação, fixação na parede do útero, amadurecimento do ovócito.
  3. De onde vem o material que fórma o fluxo menstrual?
  4. Explique por que o atraso da menstruação é um indício de que a mulher pode estar grávida.
  5. Menstruação e gravidez não acontecem ao mesmo tempo. Explique.
  6. O que é um parto prematuro?
  7. Em que parte do sistema genital feminino normalmente ocorre a fecundação?
  8. Algumas mulheres, por problemas de saúde, têm os ovários e o útero removidos.

Essas mulheres menstruam? Elas podem engravidar? Justifique.

Ícone. Lupa.

Atividade

Explore diferentes linguagens

A critério do professor, estas atividades poderão ser feitas em grupos.

CHARGE

Charge. Mulher de cabelo castanho e óculos deitada em uma maca, com a blusa erguida. Ao lado dela, mulher de cabelo branco e jaleco segura um aparelho de ultrassom na barriga da mulher na maca. Na tela, texto: Fazendo download. Tempo restante: 3 semanas.

Observe a ilustração que mostra uma gestante durante um exame pré-natal de ultrassonografia.

  1. O humorista está fazendo uma comparação entre dois acontecimentos. Quais são eles?
  2. A partir da nona semana de gestação, o embrião humano passa a ser chamado de feto. Dentro do útero da gestante dessa ilustração, nesse momento, está um embrião ou um feto? Como você deduziu?
Respostas e comentários

Respostas do Use o que aprendeu

1. Não são a mesma coisa. Espermatozoides são as células masculinas envolvidas na reprodução humana. Esperma é uma mistura formada por espermatozoides e por líquidos produzidos no sistema genital masculino.

2. A ordem é:

amadurecimento do ovócito séta ovulação séta fecundação séta fixação na parede do útero séta gravidez séta parto.

3. Da parede do útero. Esse material é formado por sangue e células do revestimento do útero.

4. Porque durante a gravidez a menstruação para de acontecer.

5. A menstruação acontece cêrca de 14 dias após a ovulação, caso não haja fecundação. Assim, se a mulher menstrua, é porque não está grávida. Ao contrário, se a mulher en­gravidar, não ocorrerá menstruação.

6. Um parto em que o bebê nasce antes de 36 semanas de gestação.

7. Em uma das duas tubas uterinas.

8. Não menstruam, pois o fluxo menstrual vem do útero. Não engravidam porque, sem ovários, não há ovulação, muito menos fecundação.

Respostas do Explore diferentes linguagens

1. A comparação é entre a gestação (gravidez) e baixar arquivos da internet (fazer download).

2. Um feto. O desenho informa que só faltam 3 semanas. Portanto, já se passaram bem mais do que 9 semanas de gestação e, como o texto da atividade informa, após 9 semanas, a denominação é feto.

ESQUEMA

3. O esquema representa parte do sistema genital feminino. No caderno, escreva as letras de A a G e ao lado de cada letra anote a legenda correspondente, conforme as orientações a seguir. Associe A, B, C, D com as legendas: ovário, vagina, tuba uterina e útero. Associe E, F, G com as legendas: fertilização, implantação e ovulação.

Esquema. Parte do sistema genital feminino com linhas de chamada com letras. órgão oco de paredes musculosas: A.  Tubo que sai de cada lado do órgão A: B. Órgão arredondado próximo à extremidade do tubo B: C. Canal que fica na base do órgão A: D. Liberação de um ovócito do ovário: E. Encontro do ovócito com espermatozoide: F. Zigoto na parede uterina: G.

Fonte: Reiven, P. H. êti áli. Biology. décima segunda edição Nova York: McGraw-Hill, 2020. página .1149.

4. No caderno, escreva as letras de A a F e ao lado de cada letra anote a legenda correspondente, conforme as orientações a seguir. Associe as marcações A a F do esquema com as seguintes legendas: útero, placenta, cordão umbilical, vagina, abertura vaginal e bexiga urinária.

Esquema. Mulher grávida de perfil com linhas de chamada com letras. A: órgão formado pelo conjunto de tecido materno e fetal, na parede uterina. B: Tubo que contém veia e artérias fetais, ligado ao órgão A. C: órgão cilíndrico de paredes musculosas. D: abertura do canal C. E: órgão oco de paredes musculosas. F: órgão que se liga ao exterior pela uretra.

Fonte: Márrie-éb, E. N.; Kéller, S. M. Essentials of Human Anatomy & Physiology. décima terceira edição Harlow: Pearson, 2022. página 590.

TIRINHA

Tirinha. Dois homens na frente de duas portas. Em uma está escrito: Dr. Luz Obstetra, empurre. Na outra: Dr. Arcada Dentista, puxe. Um dos homens usa uma camisa vermelha e chapéu cinza, o outro usa uma camiseta amarela, casaco verde e chapéu marrom.
  1. Pesquise e responda: O que faz o ramo da medicina denominado obstetrícia?
  2. Na situação humorística da tirinha, as palavras “empurre” e “puxe” estão associadas a algo referente às profissões em questão. Explique a que essas palavras estão associadas.

Seu aprendizado não termina aqui

Se restarem dúvidas, procure professor ou professora de Ciências e pergunte o que tem interêsse em saber. ele ou ela poderá responder ou indicar fontes de informação apropriadas.

É importante buscar fontes adequadas de informação para aprender corretamente e usar o conhecimento para viver melhor.

Há revistas que tratam do tema sexualidade, mas nem sempre veiculam informações corretas ou saudáveis. Há, também, mídias que tratam o tema com sensacionalismo e induzem a comportamentos que aumentam muito o risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis.

Esteja atento a isso. Seja uma pessoa crítica.

Respostas e comentários

3. A útero;

B tuba uterina;

C ovário;

D vagina;

E ovulação;

F fertilização;

G implantação.

4. A placenta;

B cordão umbilical;

C vagina;

D abertura vaginal;

E útero;

F bexiga urinária.

5. A obstetrícia é o ramo da Medicina que tem por meta cuidar da saúde da mulher e do durante a gestação (período pré-natal), que realiza o parto e que acompanha a saúde da mãe no período após o parto (período pós-natal).

6. A indicação ”puxe” está associada ao ato de extrair dentes. Já a indicação “empurre” está associada às contrações do útero, por meio das quais a gestante empurra o bebê para nascer, em um parto normal. (Saliente que, mesmo com o acompanhamento obstetrício, quem empurra o bebê para fóra no parto normal é a parturiente, e não o médico.)