CAPÍTULO 12 Desenvolvimento sustentável
Motivação
EM DESTAQUE
Transformando nosso mundo: a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável
A Agenda 2030 da Organização das Nações Unidades (ônu) é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Ela também busca fortalecer a paz universal com mais liberdade.
Nas palavras dessa entidade:
“Reconhecemos que a erradicação da pobreza em todas as suas fórmas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável. Todos os países e todas as partes interessadas, atuando em parceria colaborativa, implementarão este plano. Estamos decididos a libertar a raça humana da tirania da pobreza e da penúria e a curar e proteger o planeta. Estamos determinados a tomar as medidas ousadas e transformadoras que são urgentemente necessárias para direcionar o mundo para um caminho sustentável e resiliente. Ao embarcarmos nesta jornada coletiva, comprometemo-nos que ninguém seja deixado para trás.
Pessoas – Estamos determinados a acabar com a pobreza e a fome, em todas as suas fórmas e dimensões, e garantir que todos os seres humanos possam realizar o seu potencial em dignidade e igualdade, em um ambiente saudável.
Planeta – Estamos determinados a proteger o planeta da degradação, sobretudo por meio do consumo e da produção sustentáveis, da gestão sustentável dos seus recursos naturais e tomando medidas urgentes sôbre a mudança climática, para que ele possa suportar as necessidades das gerações presentes e futuras.
Prosperidade – Estamos determinados a assegurar que todos os seres humanos possam desfrutar de uma vida próspera e de plena realização pessoal, e que o progresso econômico, social e tecnológico ocorra em harmonia com a natureza.
Paz – Estamos determinados a promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas que estão livres do medo e da violência. Não pode haver desenvolvimento sustentável sem paz e não há paz sem desenvolvimento sustentável.
Parceria – Estamos determinados a mobilizar os meios necessários para implementar esta Agenda por meio de uma Parceria Global para o Desenvolvimento Sustentável revitalizada, com base num espírito de solidariedade global reforçada, concentrada em especial nas necessidades dos mais pobres e mais vulneráveis e com a participação de todos os países, todas as partes interessadas e todas as pessoas.”
Fonte: ônu Brasil. Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Brasília, Distrito Federal: ônu Brasil, 2015. Disponível em: https://oeds.link/FTAZHT. Acesso em: 21 abril 2022.
Use a internet
A Agenda 2030 da ônu, à qual se refere o texto da seção Em destaque, consiste em 17 objetivos de desenvolvimento sustentável.
Busque na internet (se possível, no portal da ônu Brasil) a lista completa dêsses objetivos, leia-a, analise-a e transcreva-a no seu caderno.
A seguir, indique quais dêsses objetivos têm, em sua essência, maior relação com:
• a erradicação da fome e da miséria;
• o comprometimento com a cultura de paz na sociedade;
• a não violência contra a mulher e a valorização de seu protagonismo em todas as instâncias da sociedade;
• questões ambientais.
Faça um registro de suas conclusões.
Esse registro será bastante útil ao realizar uma determinada parte da atividade de encerramento da unidade D (ao final dêste capítulo).
Desenvolvimento do tema
1. Desenvolvimento sustentável
No passado, houve exploração abusiva dos recursos naturais — tais como petróleo, carvão mineral, minérios, madeira —, porque eles eram relativamente abundantes e baratos. Essa exploração ainda acontece, e suas consequências já aparecem com muita clareza.
O desmatamento acentuado, a extinção de espécies, a perda da fertilidade do solo, a poluição do ar e da água são apenas alguns exemplos. Colocando a questão em outras palavras, a atual sociedade humana não apresenta um desenvolvimento sustentável.
A expressão “desenvolvimento sustentável” pode ser entendida como desenvolvimento econômico e material que leve em conta as consequências das atividades humanas sôbre o ambiente e utilize de recursos naturais que possam ser renovados, para que não haja degradação do ambiente ou esgotamento dêsses recursos.
Para que uma sociedade se desenvolva de modo sustentável, ela deve praticar atitudes que atendam não apenas às suas necessidades, mas também às necessidades das futuras gerações.
Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.
Transcrição do áudio
[Locutor] Tragédia dos comuns
[Locutor] Imagine que dez homens têm três bois cada um e compartilham um pasto para seus trinta animais. O gado pisoteia o solo e consome as plantas daquele território comum, portanto, o custo de manter a pastagem é dividido pelos criadores. Se um dos homens adicionasse um boi ao terreno compartilhado, poderia ter lucro com o animal excedente. Assim, essa iniciativa beneficiaria apenas um indivíduo, enquanto todos pagariam pelo custo do desgaste do solo e da diminuição da pastagem.
Mas vejamos: se a obtenção de lucro é um desejo comum, é razoável supor que cada indivíduo adicionaria um ou mais bois ao pasto. O aumento na concentração de animais sobre a mesma parcela de terreno resultaria em sobrepastoreio, o que intensificaria a erosão do solo e diminuiria a produtividade das plantas, comprometendo a recuperação natural do ambiente e a sobrevivência de todos os animais. Esse exemplo ilustra, de maneira simplificada, um fenômeno abordado em um ensaio do economista inglês William Forster Lloyd, em 1833.
O argumento de Forster serviu para que o ecologista estadunidense Garret Hardin elaborasse, em 1968, o artigo intitulado “A tragédia dos comuns”. “Tragédia” refere-se a implacáveis efeitos que dificilmente podem ser evitados. O conceito “tragédia dos comuns” descreve uma situação na qual pessoas agem de forma independente e de acordo com os próprios interesses, comportando-se de maneira contrária à coletividade e, consequentemente, gerando o esgotamento de algum recurso comum.
O conceito se estende aos diversos recursos compartilhados por populações. Podemos pensar, por exemplo, na aquisição de um carro. A transação comercial gera lucros imediatos ao vendedor, e o comprador se beneficia do conforto e da liberdade de se deslocar com seu veículo. Porém, os gases lançados pelo automóvel afetam a qualidade do ar, que é um recurso comum a todos os seres vivos. Com o aumento da densidade populacional no local, também cresce o número de automóveis circulantes, resultando, assim, em mais poluição no meio ambiente, o que compromete a vida da população e a natureza em geral.
A extinção de espécies de seres vivos, o desmatamento, o descarte inadequado de lixo e a degradação do solo, bem como seus desdobramentos socioambientais e econômicos, são alguns exemplos de como o somatório de ações individuais, em busca de vantagens a curto prazo, pode gerar impactos globais a longo prazo.
A tragédia, portanto, resulta do fato de que não seria possível, em um mundo com recursos limitados, aumentar indefinidamente os benefícios de cada pessoa.
Para minimizar a tragédia anunciada, são sugeridas algumas opções, como os acordos locais e internacionais, a elaboração de leis e o estabelecimento de multas e taxas, a fim de estimular ações positivas ou eventualmente desestimular atitudes que seriam nocivas a longo prazo.
Assim, a primeira medida a ser tomada é a conscientização de que a preservação de bens comuns beneficia a todos e é uma responsabilidade de cada um de nós.
ATIVIDADE
Trabalho em equipe
Cada equipe deve escolher pelo menos um dos cinco desafios apresentados no mapa conceitual do item 1 e reunir informações e fotografias sôbre esse desafio e sôbre ações sustentáveis bem-sucedidas para enfrentá‑lo(s). Em seguida, o grupo deve elaborar um texto em que constem problemas ambientais da região onde mora, com seus aspectos e questões particulares. O texto também deve propor iniciativas individuais e coletivas para solucionar os problemas descritos com fundamentação nas ações sustentáveis bem-sucedidas pesquisadas.
De modo geral, podemos dizer que na época atual o desenvolvimento da humanidade não é sustentável. Do ponto de vista ambiental, isso acontece porque a população mundial retira da natureza uma quantidade de recursos maior do que a que ela é capaz de repor. E também porque lança no ambiente uma quantidade de resíduos maior do que a natureza é capaz de decompor e reintegrar ao ciclo natural de matéria existente nos ecossistemas.
Elaborar estratégias para que a sociedade se desenvolva de modo sustentável é o grande desafio, provavelmente o maior, do século vinte e um.
2. Ação humana e desequilíbrios ambientais
Nos ecossistemas existe uma complexa relação de dependência dos seres vivos entre si e dêstes com os fatores não vivos do ambiente. A atividade humana pode interferir nessas relações e impedir o ecossistema de se recompor.
Redução do solo fértil
Para exemplificar, vamos considerar o desmatamento da Floresta Amazônica. A atuação dos decompositores sôbre resíduos — que na sua maioria são restos de plantas — deixa no solo nutrientes necessários às plantas. Com o desmatamento, várias plantas de uma área deixarão de existir. Consequentemente, os decompositores deixarão de obter alimento, pois não haverá resíduos para utilizarem em sua nutrição, e morrerão. Enquanto o solo estiver desprotegido pela ausência de vegetação, a chuva e o vento podem facilmente carregar para longe a camada superior do solo, que contém nutrientes necessários às plantas. Sem nutrientes no solo e sem decompositores, a mata das regiões vizinhas não se expande em direção ao terreno desflorestado, pois o solo perdeu sua fertilidade.
Ainda que o ser humano introduza novas plantas nesse local, pode ser que não existam nutrientes em quantidade suficiente no solo para que elas se desenvolvam. Essa sequência de eventos frequentemente acontece quando se derruba uma floresta para transformá-la em campo agrícola. Pior ainda é o que ocorre em muitos terrenos agrícolas já existentes, que, manejados inadequadamente, sofrem erosão e perdem a fertilidade.
A redução da quantidade de solo fértil em vários locais do mundo é um dos claros indicadores de que o desenvolvimento de nossa sociedade não é sustentável.
Introdução de uma espécie onde ela não existe
Outro caso de intervenção do ser humano no ambiente que pode ser problemático é a introdução de uma espécie onde ela não existe naturalmente. Um exemplo aconteceu na Austrália, onde não havia lebres até meados do século dezenove. Nessa época, colonizadores ingleses resolveram levar para lá alguns poucos casais de uma espécie conhecida como lebre europeia. Há quem diga que a intenção era ter um animal ágil e rápido que pudesse ser usado nas caçadas esportivas em lugar da raposa, que não existia naquele país.
Na Austrália, não havia carnívoros suficientemente ágeis e rápidos para caçar essas lebres. Por isso, em pouco tempo a população dêsses animais aumentou assustadoramente e eles passaram a devorar a vegetação nativa e a invadir as plantações, devastando-as. Mesmo após várias tentativas para eliminar as lebres da Austrália, ainda hoje elas representam um problema ambiental naquele país.
As espécies introduzidas em um ecossistema de fórma intencional ou acidental são chamadas espécies invasoras ou espécies exóticas e oferecem riscos a esse ecossistema.
Substituição da vegetação nativa
Outro exemplo de intervenção humana no ambiente é observado em locais do Brasil onde a vegetação do Cerrado foi substituída por plantações de eucalipto destinadas à produção de madeira e de papel. Nessas novas florestas — que, de fato, são apenas plantações cultivadas pelo ser humano —, as formigas saúvas continuam encontrando condições favoráveis para o seu desenvolvimento. Porém, alguns de seus predadores naturais, como tamanduás e algumas espécies de aves, não conseguem sobreviver nos eucaliptais e acabam morrendo ou fugindo para outras regiões onde há vegetação de Cerrado. Sem predadores, o resultado é a multiplicação descontrolada de saúvas, que se transformam em praga.
Outros exemplos
Ainda no Brasil, podemos citar vários outros casos de intervenções humanas no ambiente que se mostraram desastrosas. A destruição dos manguezais em vários pontos do litoral vem interferindo na procriação de muitas espécies marinhas. A derrubada da Mata Atlântica, reduzida a menos de 10% do que existia em 1500, vem alterando o regime de chuvas em vários pontos do litoral, o que já provocou a extinção de inúmeras espécies. O despejo de esgotos e de resíduos industriais em rios vez ou outra provoca a mortalidade de grandes quantidades de peixes, como você provavelmente já pôde acompanhar nos noticiários.
A ação agressiva do ser humano pode causar sérios problemas ambientais, a ponto de os ecossistemas não mais recuperarem o equilíbrio.
3. A importância das unidades de conservação
A ocupação desordenada do espaço nacional pelo ser humano traz consequências por vezes desastrosas, como a degradação do ambiente e a extinção de espécies. Muitas já foram extintas sem sequer terem sido estudadas pelos cientistas.
A fim de diminuir esses problemas, foram elaboradas leis ambientais que regem a ocupação do espaço, visando permitir a ocupação e a exploração do ambiente sem sua destruição. Por meio delas foram criadas as unidades de conservação ambiental, que têm por meta a conservação de áreas com grande valor ecológico.
A legislação prevê vários tipos diferentes dessas unidades. Algumas são mantidas pelo govêrno federal, outras pelos governos estaduais e outras, ainda, por entidades particulares. São estações ecológicas, reservas biológicas, parques nacionais, refúgios da vida silvestre etcétera Cada um dêsses tipos está sujeito a leis específicas que permitem, ou não, certas atividades na sua área.
A mais antiga dessas unidades é o Parque Estadual de Cataguases, em Minas Gerais, que foi criado em 1932. O mais antigo dos parques mantidos pelo govêrno federal é o Parque Nacional de Itatiaia, criado em 1937, que abrange áreas de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Longe de serem obstáculos ao progresso, as unidades de conservação ambiental tornam possíveis a conservação da biodiversidade e as pesquisas científicas, além de gerar recursos decorrentes do turismo.
Parques Nacionais Federais
Fonte do mapa: Elaborado com base em: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 108.
ATIVIDADE
Trabalho em equipe
De acôrdo com a legislação, as unidades de conservação dividem-se em Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável.
Pesquisem qual é o principal objetivo de cada uma dessas unidades, em que categorias se subdividem e quais atividades são permitidas nessas diferentes categorias.
Também como parte desta atividade, elaborem um texto justificando a importância das unidades de conservação para a preservação da biodiversidade e do patrimônio nacional, considerando os diferentes tipos de unidades, as populações humanas e atividades a eles relacionadas.
4. Recursos renováveis e recursos não renováveis
Recurso natural é tudo aquilo que existe na natureza e que pode ser utilizado pelo ser humano para suprir suas necessidades. A madeira das florestas, a água doce, a luz solar, as quedas-d’água, os minerais, os combustíveis fósseis e os peixes de lagos, rios e oceanos são exemplos de recursos naturais.
Alguns dêsses recursos são renováveis, isto é, são produzidos por mecanismos naturais e, portanto, repostos naturalmente. Exemplos de recursos naturais renováveis são a luz solar, o vento, as quedas-d’água, entre outros.
Muitos dos recursos naturais renováveis só podem ser adequadamente renovados se forem explorados pela humanidade em uma velocidade suficientemente baixa para que permita a reposição natural. Esse é o caso do solo fértil, das reservas de água potável, do ar isento de poluição, da madeira e dos peixes.
Já os recursos naturais não renováveis, ou esgotáveis, são aqueles que existem na natureza em quantidade finita e que a natureza demora muitos milhões de anos para produzir. É o caso do petróleo, do carvão mineral e dos minérios. Se o ser humano explorar a jazida de um dêsses recursos até a exaustão, ela não será renovada pela natureza para nosso uso.
EM DESTAQUE
Reduzir, reutilizar, reciclar
Ao usar recursos naturais como matéria-prima, o sistema produtivo industrial está explorando o ambiente.
Alguns dos recursos usados, como o ar, os seres vivos, a água e o solo, são renováveis, desde que explorados corretamente e de modo sustentável. Outras dessas fontes, entretanto, não são renováveis, como os minerais, o petróleo e o carvão mineral.
A necessidade que a sociedade tem (que nós temos) de usar recursos materiais propõe um grande desafio para o futuro. Os recursos não renováveis podem se esgotar e os recursos renováveis têm sido explorados, em geral, acima da capacidade que a natureza tem para renová-los.
Buscar alternativas para acabar com a exploração descontrolada de matérias-primas é um desafio urgente para a sociedade e todo cidadão pode contribuir para isso com simples mudanças em suas atitudes:
- Refletindo sôbre a real necessidade de consumo;
- Recusando comprar coisas desnecessárias ou cuja produção e uso agridam o ambiente;
- Reduzindo o uso de recursos (especialmente os não renováveis) e, quando for realmente necessário consumi-los, priorizar o uso de recursos renováveis;
- Reutilizando objetos ao máximo;
- Reciclando materiais, como plástico, metal, papel e vidro.
Elaborado com dados obtidos de: , B. D. e outros Chemistry in context: applying Chemistry to society. nona edição Nova iórque: McGraw-HillAmerican Chemical Society, 2018.
ATIVIDADE
Amplie o vocabulário!
Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.
• recurso natural renovável
• recurso natural não renovável
• desenvolvimento sustentável
EM DESTAQUE
Conheça os 12 princípios do consumo consciente
“Consumir com consciência é consumir diferente, tendo no consumo um instrumento de bem-estar e não um fim em si mesmo.
1. Planeje suas compras
Não seja impulsivo nas compras. A impulsividade é inimiga do consumo consciente. Planeje antecipadamente e, com isso, compre menos e melhor.
2. Avalie os impactos de seu consumo
Leve em consideração o meio ambiente e a sociedade em suas escolhas de consumo.
3. Consuma apenas o necessário
Reflita sôbre suas reais necessidades e procure viver com menos.
4. Reutilize produtos e embalagens
Não compre outra vez o que você pode consertar, transformar e reutilizar.
5. Separe seu lixo
Recicle e contribua para a economia de recursos naturais, a redução da degradação ambiental e a geração de empregos.
6. Use crédito conscientemente
Pense bem se o que você vai comprar a crédito não pode esperar e esteja certo de que poderá pagar as prestações.
7. Conheça e valorize as práticas de responsabilidade social das empresas
Em suas escolhas de consumo, não olhe apenas preço e qualidade. Valorize as empresas em função de sua responsabilidade para com os funcionários, a sociedade e o meio ambiente.
8. Não compre produtos piratas ou contrabandeados
Compre sempre do comércio legalizado e, dessa fórma, contribua para gerar empregos estáveis e para combater o crime organizado e a violência.
9. Contribua para a melhoria de produtos e serviços
Adote uma postura ativa. Envie às empresas sugestões e críticas construtivas sôbre seus produtos e serviços.
10. Divulgue o consumo consciente
Seja um militante da causa: sensibilize outros consumidores e dissemine informações, valores e práticas do consumo consciente. Monte grupos para mobilizar seus familiares, amigos e pessoas mais próximas.
11. Cobre dos políticos
Exija de partidos, candidatos e governantes propostas e ações que viabilizem e aprofundem a prática do consumo consciente.
12. Reflita sôbre seus valores
Avalie constantemente os princípios que guiam suas escolhas e seus hábitos de consumo.”
Fonte: CONHEÇA os 12 princípios do consumo consciente. Akatu, 18 março 2011. Disponível em: https://oeds.link/gryO5c. Acesso em: 22 abril 2022.
ATIVIDADE
Reflita sôbre suas atitudes
Além dessas, que outras atitudes você pode ter para que a sociedade agrida menos o ambiente?
5. Ameaça aos recursos renováveis
O ser humano não é mais importante que os outros seres vivos. Nós dependemos dos recursos do planeta para sobreviver. A Terra, no entanto, não precisa de nós. Se a espécie humana for extinta como consequência de nossa própria incapacidade de controlar a exploração do ambiente, o planeta continuará existindo, e muitos outros seres vivos também.
Os recursos naturais são limitados e também não é inesgotável a capacidade que o planeta Terra tem de receber resíduos.
Algumas intervenções humanas que comprometem recursos renováveis
Fonte: Miler JR., G. T.; Ispúlmãn, S. E. Living in the environment. décima nona edição Boston: Cengage, 2018. página 11.
ATIVIDADE
Reflita sôbre suas atitudes
Quais de seus hábitos e atitudes contribuem para o desenvolvimento não sustentável da humanidade? É possível alterar esses hábitos e atitudes?
6. O crescimento da população humana
No início da era cristã a população mundial contava com cêrca de 200 milhões de pessoas e cresceu gradualmente até cêrca de 1 bilhão por volta de 1800. Daí saltou para 2 bilhões nas primeiras décadas do século vinte e disparou para 7 bilhões de pessoas em 2011.
Algumas razões do crescimento populacional
O considerável aumento da população mundial nas últimas décadas deve-se, principalmente, à diminuição da mortalidade resultante dos progressos da Ciência e da Tecnologia. Medicamentos mais avançados, procedimentos médicos mais eficazes, técnicas de assistência às gestantes, melhores condições para o tratamento da água e para o saneamento básico são algumas das razões que, em muitas partes do mundo, reduziram a mortalidade infantil e aumentaram a expectativa de vida da população.
Paralelamente, avanços da tecnologia agrícola, com destaque para os métodos de contrôle de pragas e as técnicas para melhorar a fertilidade do solo com o uso de fertilizantes inorgânicos, possibilitaram grande aumento da produtividade agrícola no transcorrer do século vinte, permitindo alimentar a crescente população. Hoje, mais de 90% do alimento da população mundial provém da agricultura.
Todos esses progressos que ajudaram a abrigar mais pessoas no planeta mostram que a espécie humana teve um sucesso adaptativo fabuloso. Contudo, esse sucesso tem um outro lado. Neste capítulo, vimos que o planeta Terra dispõe de uma quantidade finita de recursos não renováveis e apresenta uma capacidade limitada para repor os recursos renováveis e para absorver e reciclar os resíduos produzidos por esses bilhões de pessoas.
Mais pessoas, mais problemas
Até 2050, a expectativa é de que a população mundial seja de quase 10 bilhões de pessoas.
Gráfico da população mundial em meados de 2020 e estimativas para 2035 e 2050
Fonte: Gráfico elaborado a partir de dados de POPULATION REFERENCE BUREAU. 2020 World Population Data Sheet. Washington: , 2020. Disponível em: https://oeds.link/yk3nax. Acesso em: 22 abril 2022.
Com o crescimento populacional, ocorre o aumento da exploração de recursos naturais e da produção de resíduos que poluem o ar, a água e o solo. Além disso, a área coberta por florestas é ocupada por cidades, o que reduz a biodiversidade e o espaço destinado à agricultura. Se, ainda, não houver manêjo correto da terra, esta se torna improdutiva.
A disputa de recursos é motivo de desentendimentos em várias partes do mundo. Vez ou outra os noticiários mostram conflitos provocados pela posse de terra fértil ou pela disputa de reservas de água doce. Com o aumento da população, tais conflitos tendem a se agravar, principalmente nas regiões pobres do planeta, onde a distribuição desigual de renda já oferece enormes dificuldades para o acesso à água, à terra fértil, ao alimento, à moradia e ao saneamento básico.
A visão de que a humanidade caminha para uma tragédia tem sido defendida por alguns cientistas já há algumas décadas, mas a desinformação e os interesses políticos, sociais e econômicos de pessoas ou de grupos de pessoas têm dificultado bastante a mudança de rumos.
Por tudo isso, é fundamental que cada indivíduo tenha consciência de suas responsabilidades (o que se pode verificar nas atitudes individuais e nas coletivas), pois somente assim as futuras gerações não sofrerão as consequências da exaustão ou do comprometimento de recursos naturais.
As soluções começam conosco
O que podemos fazer para tornar menos sombrio o futuro de nossa espécie? Providências devem ser tomadas logo, e elas começam com nossas atitudes individuais na vida cotidiana.
Há pessoas que têm pensamentos do tipo: “não há problema em descartar meu lixo de modo incorreto”, “não é o meu lixo que vai agravar o problema ambiental” ou “tudo bem eu desperdiçar recursos, pois o que eu gasto é muito pouco”. Esse tipo de raciocínio poderia até funcionar se existissem pouquíssimos seres humanos no planeta. Mas, com bilhões de pessoas e com o aumento desenfreado da população mundial, tal raciocínio é incorreto.
sôbre aquilo que cada um de nós deve fazer, vale uma ideia muito simples e importante: devemos pensar globalmente e agir localmente. Pensar globalmente é refletir sôbre como nossas atitudes interferem no ambiente e no planeta. Agir localmente começa com a nossa própria rotina de vida, em nossa casa, nossa escola e nossa comunidade. Precisamos consumir tanto e desperdiçar tantos recursos e tanta energia? Precisamos usar tantos produtos descartáveis? Que fazemos para contribuir para a reciclagem do lixo? Passamos informações a outras pessoas sôbre os problemas ambientais que algumas de nossas atitudes diárias provocam?
ATIVIDADE
Para discussão em grupo
Uma pessoa diz que se preocupar com o ambiente é bobagem, porque significa voltar a padrões primitivos de vida, deixando de lado os benefícios trazidos pelo progresso.
Que argumentos convincentes podemos apresentar a essa pessoa em favor da defesa ambiental?
Use a internet
Conheça mais sôbre atitudes responsáveis no uso de energia elétrica e no consumo de bens. Visite a página do Programa Nacional de Energia (Procel) e do Instituto Akatu Por um Consumo Consciente:
https://oeds.link/LBRBdj;
https://oeds.link/yRdbIc.
Acesso em: 3 maio 2022.
Caso esses endereços tenham mudado, busque por Procel dicas de economia de energia e por Instituto Akatu.
ATIVIDADE
Trabalho em equipe
A critério do professor, pode-se fazer uma visita guiada a uma cooperativa ou indústria que faça reciclagem.
O professor orientará previamente as equipes sôbre como proceder (antes, durante e depois).
Para uma atividade segura e proveitosa, siga as recomendações!
As soluções envolvem a coletividade
Além das providências individuais, é necessário que governantes, empresas e órgãos sejam pressionados pela sociedade a agir rápida e concretamente a favor da sustentabilidade.
Nesse processo, é importante destacar o trabalho, em todo o mundo, de organizações não governamentais (ônguis) comprometidas com questões ambientais. Mas as conquistas ainda são pequenas quando comparadas à dimensão dos problemas e da população do planeta.
Controlar o crescimento da população mundial é outro fator que deve ser tratado com máxima urgência, para que a humanidade tenha tempo de resolver seus enormes problemas sociais, para reduzir a necessidade de recursos naturais e para administrar a exploração dêsses recursos de modo que assegure o desenvolvimento sustentável.
Apesar das muitas controvérsias sôbre esse ou aquele ponto, quando refletimos sôbre a situação atual e o futuro da humanidade, não há como escapar da ideia de que o desenvolvimento do planeta deve se tornar sustentável, e rápido, ou o destino da humanidade estará ameaçado por explorarmos o planeta além das possibilidades naturais de recuperação.
ATIVIDADE
Para discussão em grupo
Que meios éticos poderiam ser usados para controlar o aumento da população humana?
Organização de ideias
MAPA CONCEITUAL
Atividades
Use o que aprendeu
- O ser humano faz parte da natureza? Justifique sua resposta.
- A espécie humana pode viver de modo totalmente independente dos recursos naturais? Explique.
- Que relação há entre a resposta às duas perguntas anteriores?
- Neste capítulo, afirmou-se que uma das maneiras de conservar os recursos não renováveis é substituindo-os por recursos que possam ser renovados. Faça uma lista com pelo menos cinco exemplos de substituições dêsse tipo que podem ser feitas pela sociedade.
Atividades
Explore diferentes linguagens
A critério do professor, estas atividades poderão ser feitas em grupos.
TEXTO
1. Redija um texto de dez a quinze linhas fazendo comparações entre o conceito tradicional de desenvolvimento e o conceito de desenvolvimento sustentável.
FÁBULA
2. Você conhece a fábula A galinha dos ovos de ouro? Se não a conhece, informe-se a respeito dela. Em seguida, responda no caderno: quais características do planeta Terra podem ser comparadas à “galinha dos ovos de ouro”?
OPINIÃO INDIVIDUAL
3. Uma pessoa viu um cartaz que incentivava a população a não jogar lixo nas ruas e disse:
“Eu vou continuar jogando lixo na rua porque todo mundo faz isso. Não é o meu lixo que vai piorar os problemas da cidade. Além disso, existem funcionários da prefeitura que são pagos para varrer as ruas”.
Comente a opinião dessa pessoa e diga se você concorda, discorda ou concorda parcialmente com ela.
GRÁFICO
- No item 6 dêste capítulo há um gráfico sôbre o crescimento da população mundial. Consulte-o para responder às perguntas.
- Em qual dos continentes se espera redução da população de 2020 para 2050?
- Com auxílio do seu professor, se necessário, calcule o aumento porcentual esperado para a população do planeta entre 2020 e 2050.
- Faça o mesmo tipo de cálculo pedido no item anterior para cada um dos continentes.
- Compare as respostas anteriores e responda: em quais continentes se espera que a população cresça, entre 2020 e 2050, proporcionalmente mais do que crescerá a população do planeta nesse mesmo período?
ENCENAÇÃO
5. O professor dividirá a classe em grupos. Cada um deles deve preparar uma encenação que envolva diálogos entre duas pessoas com ideias opostas relativas ao ambiente. Por exemplo, um dono de madeireira dialogando com alguém que deseja evitar o desflorestamento, um dono de indústria poluidora do ar argumentando com uma autoridade responsável pelo contrôle da qualidade do ar etcétera Ambos os lados devem apresentar argumentos para defender seu ponto de vista.
Seu aprendizado não termina aqui
Os meios de comunicação noticiam todos os anos a realização de reuniões com representantes dos países mais ricos. É frequente, nessas reuniões, a discussão das questões ambientais. Acompanhe essas notícias e conheça a posição dos diferentes países, o que eles têm feito sôbre as questões ambientais, a interferência dos problemas econômicos nessas discussões e as demais dificuldades que a humanidade enfrenta para atingir o desenvolvimento sustentável.
Fechamento da unidade
Isso vai para o nosso blog!
As soluções começam conosco!
A critério do professor, a classe será dividida em grupos e cada um deles criará e manterá um blog na internet sôbre a importância do que se aprende em Ciências da Natureza. Nesta atividade, a meta é selecionar informações (acessar, reunir, ler, analisar, debater e escolher as mais relevantes e confiáveis) relacionadas aos tópicos para incluir no blog.
Algumas palavras finais ao estudante
Ao chegar ao final do 9º ano, esperamos que você tenha desenvolvido algumas habilidades e novos interesses.
Em primeiro lugar, esperamos que você tenha desenvolvido o gôsto por aprender. Aprendemos todos os dias, e de muitas maneiras diferentes, já que as informações podem chegar até nós de modos muito variados.
Em segundo lugar, desejamos que você tenha desenvolvido a capacidade de aprender a aprender, ou seja, a habilidade de “se virar sozinho” na busca de informação nas mais variadas fontes. Nenhum livro, por mais completo que seja, pode conter todas as informações sôbre um determinado assunto. Além disso, ninguém consegue memorizar todas as informações que podem vir a ser úteis. Mais importante que decorar “um monte” de coisas é saber onde e como procurar as informações necessárias, e ser capaz de entendê-las e utilizá-las.
Em terceiro lugar, esperamos que você tenha percebido que o estudo das Ciências da Natureza permite compreender melhor o mundo em que vivemos e possibilita enfrentar situações cotidianas com mais sucesso. A compreensão das Ciências da Natureza contribui para que o ser humano viva em harmonia com o ambiente, buscando o confôrto no presente, sem ameaçar a qualidade de vida das gerações futuras. A aplicação dos princípios científicos, com ética e cidadania, permite que toda a sociedade tenha melhor qualidade de vida.
Todos nós, quando crianças, temos muita curiosidade de saber como as coisas são e como funcionam. Ao crescer, alguns perdem essa curiosidade, outros a mantêm. Nós torcemos para que você seja um daqueles que nunca vão perder a curiosidade de conhecer melhor a natureza e seus fenômenos.
Seu aprendizado de Ciências da Natureza não termina aqui!
Os autores