UNIDADE D

CAPÍTULO 10 Genética e hereditariedade

Fotografia. Homem e mulher olhando para um bebê que dorme. A mulher é negra, tem cabelo preto cacheado e veste uma camiseta branca. Ela está sorrindo. O homem é negro, cabelo raspado, veste uma camiseta branca com uma camisa bege por cima. Ele sorri e está com a mão na cabeça do bebê.
Filhos, em geral, têm semelhanças com os pais, mas não são idênticos a eles. A hereditariedade deve-se à transferência de genes dos pais para os filhos. Como ocorre essa transferência? Por que nem todos os genes são transferidos?
Respostas e comentários

Este capítulo e seus conteúdos conceituais

  • Experimentos de Mendél sôbre hereditariedade
  • Cromossomos
  • Genes
  • Célula haploide
  • Célula diploide
  • Cromossomos homólogos
  • Alelos
  • Genótipo
  • Fenótipo
  • Influência do meio sôbre o fenótipo
  • Noções sôbre doenças here­ditárias e aneuploidia

Nesta unidade, os estudan­tes tomarão contato com aspectos biológicos da hereditariedade e da evolução.

Além disso, a unidade também retoma questões relacionadas ao meio ambiente, várias delas já tratadas nos volumes anteriores, apresentando uma discussão sôbre desenvolvimento sustentável e os obstáculos para sua implementação em nível global.

Como parte importante do que é trabalhado nos capítulos desta unidade final está o desenvolvimento das habilidades da unidade temática Vida e evolução propostas pa­ra o 9º ano na Bê êne cê cê.

Este capítulo 10 tem como meta central que os estudantes percebam que genes são transmitidos segundo padrões definidos por leis probabilísticas, que valem para todos os seres vivos, inclusive para os seres humanos e as ervilhas, podendo desenvolver as habilidades ê éfe zero nove cê ih zero oito e ê éfe zero nove cê ih zero nove da Bê êne cê cê.

Ao trabalhar o capítulo, dê destaque especial ao fato de o fenótipo não ser influenciado apenas pelo genótipo, mas também por fatores ambientais.

Conteúdos procedimentais sugeridos

  • Realizar experimentos sôbre incidência estatística de um evento e probabilidade.
  • Tabelar os resultados obtidos e compará-los com os de outras equipes.

Esses conteúdos podem ser desenvolvidos com o experimento de abertura do capítulo, com as sugestões feitas sôbre ele (veja-as a seguir, neste Manual do professor) e com o boxe Para fazer no seu caderno do item 8, por meio do qual os estudantes adquirirão o pleno significado dos resultados probabilísticos observados.

O Projeto 4 oferece outra possibilidade de desenvolver esses mesmos conteúdos. Ele se refere à probabilidade de distribuição dos sexos na espécie humana e será sugerido oportunamente, neste capítulo do Manual do professor.

Motivação

A critério do professor, esta atividade poderá ser realizada em grupos.

Ícone. Vidraria de laboratório.

Objetivo

Ajudar a entender a distribuição de alelos nos descen­dentes de um cruzamento entre indivíduos hetero­zi­gó­ticos.

Você vai precisar de:

  • feijões-pretos
  • feijões marrons de tamanho semelhante ao dos feijões-pretos
  • lápis e papel
  • duas vasilhas pequenas (vasilhas para sobremesa, por exemplo)

Procedimento

  1. Coloque 30 feijões de cada cor em cada uma das duas vasilhas e misture bem. Posicione uma das vasilhas à sua direita e a outra à sua esquerda.
  2. Feche os olhos, coloque uma mão em cada vasilha e sorteie um feijão de cada vasilha.
  3. Coloque os dois feijões sorteados sôbre a mesa. Registre no papel se são ambos pretos, ambos marrons ou um de cada cor. Devolva cada feijão à sua respectiva vasilha e mexa bem.
  4. Repita os itens 2 e 3 até completar 40 sorteios.
  5. Analise os resultados. Qual foi o mais frequente: ambos pretos, ambos marrons ou um de cada cor?
  6. Compare seu resultado com o de outros estudantes. Eles chegaram à mesma conclusão sôbre qual foi o resultado mais frequente?
Ilustração. Garoto de cabelo curto castanho, vestindo blusa azul. Ele está com os olhos fechados e tem cada uma das mãos dentro de uma tigela amarela com bolinhas marrons e pretas.

Desenvolvimento do tema

1. Mendél e as ervilhas

Características hereditárias em ervilhas

O monge Gregór Mendel viveu num mosteiro na cidade europeia que hoje se chama Brno e pertence à República Tcheca. Ele realizou uma série de experimentos com uma determinada espécie de ervilha, , que cultivou no jardim do mosteiro. Essa planta produz frutos, as vagens, dentro dos quais existem sementes, os grãos de ervilha.

Fotografia. Homem de cabelo curto e óculos arredondado. Veste túnica preta e usa um crucifixo ao redor do pescoço.
Gregor Joann Mendel (1822-1884) foi pioneiro da Genética ao estudar a hereditariedade em plantas de ervilha.

Mendél percebeu que essas plantas apresentavam variações, por exemplo, na altura da planta, fórma da semente, cor da semente, fórma dos frutos, cor dos frutos, cor das flores e posição das flores no caule. Ele sabia que uma flor de ervilha só produzia um fruto (vagem) após a polinização, evento em que um ou mais grãos de pólen, produzidos nos estames, atingem o topo do carpelo.

Os experimentos de Mendél

Em seus experimentos, Mendél cortava a ponta dos esta­mes de todas as flores de uma planta, o que impedia a autopolinização, ou seja, impedia que a planta fosse polinizada por grãos de pólen produzidos por ela mesma. A intenção era realizar cruzamentos controlados entre diferentes indivíduos, diferentes plantas de ervilha. Para isso, ele transferia grãos de pólen de outra planta, escolhida por ele, para os carpelos daquela que teve os estames cortados (veja o esquema a seguir).

Esquema. 1: Uma planta de ervilha é escolhida. Ilustração de flor indicando estame (parte masculina); carpelo (parte feminina); e pétala afastada. 2: Para impedir a autopolinização, a ponta dos estames é cortada. Ilustração de uma mão segurando uma tesoura, cortando os estames da flor. 3: Na época propícia, as flores são polinizadas com o pólen de outra planta de ervilha. Ilustração de um pincel com pólen de outra planta de ervilha sobre a parte feminina da flor. 4: Posteriormente, desenvolve uma vagem (fruto) a partir de cada flor. Ilustração de vagem destacando sementes (grãos de ervilha). 5: cada grão de ervilha (semente) é plantando e origina uma nova planta. Ilustração de uma planta com flores rosas.
Esquema do procedimento usado por Mendél para realizar o cruzamento entre duas plantas de ervilha. (fóra de proporção.)

Fonte: Meider, S. S.; Windelspéquiti, M. Biology. décima terceira edição Nova iórque: McGraw-Hill, 2019. página 188.

Procedendo dessa maneira, Mendél sabia quais indivíduos haviam sido cruzados e podia registrar, em suas anotações, as características dêsses indivíduos. Ele cultivava novas plantas de ervilha nascidas das sementes geradas nos cruzamentos que fazia e, posteriormente, comparava as características dos descendentes com as características dos pais.

As figuras A e B, a seguir, mostram alguns dos muitos resultados interessantes obtidos por Mendél. Ao cruzar uma planta alta com uma planta baixa, todos os descendentes são altos. Aparentemente a variação caule baixo “desapareceu”. No entanto, ao se cruzarem esses novos indivíduos, ela “reaparece” em alguns dos descendentes. O mesmo acontece com a cor da flor. Parece que a variação flor branca “desaparece” na primeira geração de descendentes, mas “reaparece” na próxima.

Respostas e comentários

Motivação

A comparação implícita na atividade (e que ficará clara aos estudantes ao longo do capítulo) é que cada vasilha representa o conjunto de gametas de um indivíduo heterozigótico areare, no qual há gametas com o alelo á maiúsculo (feijões marrons, por exemplo) e gametas com o alelo á minúsculo (feijões-pretos).

A distribuição estatística es­perada para os resultados é de 25% de AA (dois feijões marrons), 25% de á minúsculo á minúsculo (dois feijões-pretos) e 50% de á maiúsculo á minúsculo (um feijão de cada cor).

Como o número de sorteios realizados por um só estudante/equipe é relativamente pequeno, podem ocorrer desvios da situação prevista. Contudo, ao reunir os resultados de toda a turma (supondo execução correta por parte de todos os estudantes), a amostra ficará maior e os resultados deverão tender ao estatisticamente previsto. No boxe Para fazer no seu caderno do item 8, os estudantes deverão comparar esse experimento ao cruzamento de dois indivíduos heterozigóticos á maiúsculo á minúsculo.

Ao realizar aquela atividade, a distribuição estatística dos resultados obtidos pela turma nesse experimento de abertura adquirirá significado e proporcionará o entendimento das proporções dos descendentes no cruzamento em questão.

De ôlho na Bê êne cê cê!

A proposta da seção Motivação incentiva o desenvolvimento da competência geral 2, no que diz respeito a exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas e elaborar hipóteses.

ê éfe zero nove cê ih zero oito

“Associar os gametas à trans­missão das características he­­reditárias, estabelecendo relações entre ancestrais e descendentes.”

Essa habilidade é desenvolvida ao longo dêste capítulo. Os itens 1 e 2 apresentam os estudos de Mendél, herança de características pelos descendentes (1ª lei de Mendél) e os conceitos de cromossomo e gene, expondo ao estudante a existência de relações hereditárias entre descendentes e ancestrais. Ao conhecer os conceitos de número haploide e número diploide, nos itens 3 e 4, o estudante passará a desenvolver a percepção de que, para um zigoto (célula diploide) ser formado, são necessárias duas células haploides (dois gametas, um masculino e um feminino), retomando e aprimorando os conhecimentos sôbre reprodução adquiridos no 8º ano.

Item 1

Ao abordar esse item, apresente os experimentos de Mendél e a técnica que ele usou (ilustrações 1 a 5) para realizar cruzamentos entre plantas de ervilha com características conhecidas.

Analise com os estudantes as características consideradas por ele (apresentadas no item) e os exemplos de cruzamentos esquematizados nas ilustrações A e B. Não apresente, neste momento, a razão de certas variações não se manifestarem na 1ª geração, mas reaparecerem na 2ª geração. Isso será discutido oportunamente.

A seguir, explique que os trabalhos de Mendél permitiram inferir que a hereditariedade se relaciona a “unidades” provenientes dos dois genitores e transmitidas aos seus descendentes. Essas “unidades”, que atualmente denominamos genes, estão localizadas nos cromossomos (isso será detalhado no item 2). Os genes constituem o material genético presente nas células.

Saliente que os genes são responsáveis por condições necessárias ao metabolismo celular (pois condicionam a síntese de proteínas nas células) e, consequentemente, ao desenvolvimento das características de um organismo. Contudo, enfatize desde já que fatores ambientais também atuam nesse desenvolvimento (isso será abordado no item 8).

Atente!

As antocianinas (corantes naturais) da pétala das flores coloridas de ervilhas podem se apresentar avermelhadas ou violetas, dependendo do pê agá das pétalas, que pode ser reflexo, entre outros fatores, do pê agá do solo.

Por isso, algumas publica­ções ilustram as flores de ervilhas coloridas em violeta.

Característica

Variação

Forma da semente

Imagem de semente com a casca lisa.
Lisa

Imagem de semente com a casca enrugada.
Rugosa

Cor da semente

Imagem de semente com casca de cor amarela.
Amarela

Imagem de semente com casca de cor verde.
Verde

Cor da flor

Imagem de flor com pétalas vermelhas.
Vermelha

Imagem de flor com pétalas brancas.
Branca

Forma da vagem

Imagem de vagem com formato uniforme.
Inflada

Imagem de vagem com estreitamentos por todo o comprimento.
Constrita

Cor da vagem

Imagem de vagem de cor verde.
Verde

Imagem de vagem de cor amarela.
Amarela

Posição das flores no caule

Imagem de planta com flores saindo do meio do caule.
Ao longo do caule

Imagem de planta com flores saindo apenas do ápice do caule.
Nas extremidades do caule

Altura da planta

Imagem de planta alta.
Alta (cerca de 1 m)

Imagem de planta baixa.
Baixa (cerca de 30 cm)

Características estudadas por Mendel em plantas de ervilha. (Representações fora de proporção.)

Fonte: Reiven, P. H. e outros Biology. décima segunda edição Nova iórque: McGraw-Hill, 2020. página 234.

Esquema A. Geração parental. Ilustração de planta alta com flores no topo X Ilustração de planta baixa com uma flor no topo. Seta para baixo, cruzamento. 1ª geração descendente: todas as plantas altas. Plantas altas X plantas altas  Seta para baixo, cruzamento. 2ª geração descendente: plantas altas (75%) e plantas baixas (25%). Esquema B. Geração parental. Ilustração de flores vermelhas X flores brancas. Seta para baixo, cruzamento. 1ª geração descendente: todas as plantas com flores vermelhas. Flores vermelhas X flores vermelhas. Seta para baixo, cruzamento. 2ª geração descendente: plantas com flores vermelhas (75%) e plantas com flores brancas (25%).
Mendél estudou cada característica isoladamente. Por exemplo, analisou em separado os resultados obtidos com o cruzamento da característica altura da planta ou cor da flor. (Representações fóra de proporção.)

Fontes: Elaborado a partir de Sólóman, E. P. e outros Biology. décima primeira edição Boston: Cengage, 2019. página 231; Iúurry, L. A. e outros Campbell Biology. décima segunda edição Hoboken, pírson, 2021. página 273.

Respostas e comentários

De ôlho na Bê êne cê cê!

O item 1 dêste capítulo favorece o desenvolvimento: da competência geral 1, pois estimula a valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sôbre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade; e da competência específica 1, porque contribui para compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico.

ê éfe zero nove cê ih zero nove

“Discutir as ideias de Mendél sôbre hereditariedade (fatores hereditários, segregação, gametas, fecundação), considerando-as para resolver problemas envolvendo a transmissão de características hereditárias em diferentes organismos.”

Essa habilidade é desenvolvida ao longo dêste capítulo, que se inicia abordando experimentos de Mendél e suas ideias sôbre a hereditariedade (item 1). Em seguida (itens 2 e 3), são estudados os conceitos de cromossomo, gene, cromossomos homólogos e números haploide e diploide. Isso prepara os estudantes para compreender a formação dos gametas e a fecundação (item 4), a segregação dos alelos nos gametas (item 7), os conceitos de genótipo (item 7) e fenótipo (item 8), e a formação de gêmeos mono e dizigóticos (item 11).

Nos itens 9, 10, 11 e 13, são abordadas aplicações práticas da hereditariedade, como tipos sanguíneos, características externas humanas, doenças genéticas e aneuploidias.

Finalmente, as seções Use o que aprendeu e Explore diferentes linguagens propõem atividades relacionando, de diversas fórmas, as conclusões de Mendél sôbre hereditariedade, a formação de gametas e a fecundação, além de abordarem situações práticas sôbre a herança de genes e os respectivos genótipos e fenótipos envolvidos.

Algumas características hereditárias podem permanecer “dormentes” por uma ou mais gerações e voltar a se manifestar em gerações seguintes.

Em cada um dos cruzamentos ilustrados, A e B, apenas uma característica é considerada e observada (no caso, altura da planta ou cor da flor). Mas se considerarmos, ao mesmo tempo, todas as sete características hereditárias estudadas por Mendél em ervilhas, perceberemos que os indivíduos podem exibir uma notável variabilidade: são, ao todo, 128 combinações possíveis! E, nas plantas de ervilha, não existem apenas essas sete características. Há muitas mais. Essas sete foram apenas as que Mendél escolheu para realizar seus estudos.

Descendentes herdam genes

Os trabalhos de Mendél levaram à conclusão de que as características hereditárias dos pais não são simplesmente “misturadas” pela natureza para originar filhos com características intermediárias. A hereditariedade está relacionada a “unidades” fornecidas por ambos os pais a cada um de seus descendentes.

Essas “unidades” transferidas dos pais para os filhos são atualmente denominadas genes e sabe-se que estão localizados nos cromossomos (item 2, a seguir). Os genes compõem o material genético existente nas células, relacionado às chamadas características hereditárias ou genéticas.

Os genes são responsáveis por condições necessárias para o funcionamento do metabolismo celular (conjunto de todos os processos que ocorrem em uma célula) e para o desenvolvimento das características de um organismo. Fatores ambientais também intervêm nesse desenvolvimento e muitas vezes podem até mesmo modificar características de um organismo (esse assunto será comentado no item 8).

Fotografia. Bebê asiático de cabelo preto curto, engatinhando. Veste uma fralda branca.
Cada uma das células de um ser humano contém milhares de genes herdados dos pais.

2. Material genético

Cromossomos

Cromossomos são estruturas presentes nas células e que contêm as informações genéticas referentes ao indivíduo.

Nas células procarióticas (por exemplo, de bactérias), o cromossomo (geralmente um só) encontra-se disperso no citoplasma. Já nas células eucarióticas (por exemplo, de animais, plantas, fungos e protistas), os cromos­so­mos encontram-se dispersos na região contida pela membrana do núcleo.

Cada cromossomo é formado por um longo e finíssimo fio da substância química designada pela sigla dê êne á (ou A dê êne, de ácido desoxirribonucleico). Esses fios de dê êne á são tão finos que, mesmo com poderosos microscópios, é muito difícil distinguir o emaranhado formado por eles. Durante a divisão celular, contudo, o fio de cada cromossomo se enrola ao redor de si mesmo e fórma uma estrutura condensada, uma espécie de “novelo”, que pode ser vista ao microscópio.

Respostas e comentários

Item 2

Ao trabalhar esse item, explique inicialmente que os cromossomos são estruturas presentes nas células e que contêm informações genéticas quimicamente codificada em genes. Nos seres procarióticos, o cromossomo (frequentemente apenas um) fica disperso no citoplasma. Já nos seres eucarióticos, os cromossomos encontram-se no núcleo das células.

Saliente que os cromossomos são estruturas moleculares finas e longas, que, durante determinada fase da divisão celular, se enrolam ao redor de si mesmos e formam uma estrutura condensada visível ao microscópio.

Comente que os cromossomos são constituídos de um material designado pela sigla dê êne á (ou A dê êne, de ácido desoxirribonucleico), que os genes são trechos dos cromossomos e que centenas de genes podem existir ao longo de um único cromossomo.

Analise a esquematização do livro do estudante (constituída pela foto A e pela ilustração B) para esclarecer essa relação entre gene e cromossomo e utilize a tabela Número aproximado de genes na célula para mostrar que a quantidade de genes varia de uma espécie de ser vivo para outra.

Genes

Os genes são trechos dêsses longos fios formadores dos cromossomos. Ao longo de um único cromossomo pode haver centenas de genes. Nos genes estão registradas, por meio de um código químico, todas as informações para produzir substâncias necessárias ao funcionamento da célula. Os genes desempenham papel fundamental no funcionamento das células durante toda a vida do organismo, desde o instante em que ele é concebido. As informações genéticas influenciam o metabolismo celular e as características hereditárias.

Todas as informações genéticas que você recebeu de sua mãe e de seu pai estão registradas em cêrca de 20 mil genes. Nos genes de cada célula estão codificadas informações que influenciam a cor dos olhos, a cor dos cabelos, o formato do nariz, o formato das orelhas, o tipo sanguíneo e inúmeras outras características.

Esquema. A: Fotografia de células com núcleo corado em azul/roxo. Uma das células está com o envoltório nuclear desfeito e o material genético duplicado. Uma seta sai dessa região para o Esquema B. Esquema B. Fios enovelados em formato de um X. As duas pontas do X medem 1.400 nanômetros. Texto: Ampliação esquemática de um cromossomo (duplicado e condensado durante divisão celular). Da ponta de um braço do X sai um fio enrolado. Texto: Cromossomo, representado desenrolado e sucessivamente ampliado. Fio segue dando voltas. Uma volta mede 700 nanômetros Texto: Longo fio de DNA . Mais diante do fio, uma volta mede 30 nanômetros. Algumas regiões dessa fita estão destacadas. Texto: Genes são trechos do cromossomo. O fio se desenrola, mostrando que é formado por duas fitas, ligadas por estruturas horizontais. De uma fita a outra, 2 nanômetros Texto: Representação esquemática da molécula de DNA, que tem forma de dupla hélice. 1 nm igual 1 nanômetro. 1 nm igual 0,000000001 m. Da esquerda para a direita, ampliações sucessivas.
A. Células de cebola, ao microscópio de luz, sob ampliação aproximada de uma.novecentas e noventa vezes. Cada uma delas está em um diferente estágio do processo de divisão celular. Os cromossomos aparecem em graças ao uso de um corante especial. B. Os cromossomos são longos fios de dê êne á. Os genes são trechos dos cromossomos. Quando nos referimos ao material genético de uma célula, referimo-nos ao conjunto de todos os genes dessa célula. (Representação esquemática fóra de proporção e em cores fantasiosas.)

Fonte: Esquema elaborado a partir de Iúurry, L. A. e outros CampbellBiology. décima segunda edição Hoboken: pírson, 2021. página 84, 86, 214, 319.

Número aproximado de genes na célula

Espécie

Comentário

Número de genes

Escherichia coli

Bactéria intestinal

4,5 mil

Saccharomyces cerevisiae

Levedura do fermento biológico

6,6 mil

Drosophila melanogaster

Mosca-das-frutas

14 mil

Caenorhabditis elegans

Verme muito usado em pesquisas genéticas

20 mil

Homo sapiens

Ser humano

20 mil

Mus musculus

Camundongo

22 mil

Oryza sativa

Arroz

38 mil

Fonte: nélson, D. L.; , M. M. Lehninger principles of Biochemistry. oitava edição Nova iórque: Freeman, 2021.

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cromossomos

dê êne á

gene

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Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • cromossomos Estruturas existentes nas células e que contêm as informações genéticas do indivíduo.
  • dê êne á Substância constituinte dos cromossomos.
  • gene Trecho de um cromossomo no qual estão codificadas (por meio de um código químico) informações para a produção de substâncias necessárias ao funcionamento celular (ou que nele interferem).

3. Cromossomos homólogos e número haploide

Ao examinar ao microscópio os cromossomos condensados das células do corpo humano, os cientistas perceberam que existem 46 em cada célula. De acôrdo com suas características, como o tamanho e a fórma, agrupam-se em 23 pares distintos entre si. Outras espécies dotadas de células eucarióticas também têm cromossomos que se agrupam aos ­pares. É o caso da ervilha, com 7 pares, ou seja, 14 cromossomos ao todo.

Os cromossomos de um mesmo par são denominados cromos­somos homólogos. O número de pares de cromos­so­mos homólogos em cada célula varia de uma espécie de ser vivo para outra. Esse número de pares é válido para todas as células do corpo, exceto para os gametas (células reprodutivas). Durante sua produção, os gametas recebem apenas um cromossomo de cada par de homólogos.

Simbolizamos por n o número de cromossomos presentes nos gametas e dizemos que n é o número haploide de cromossomos da espécie. Os gametas são células haploides. Como as outras células do corpo de um organismo eucariótico têm o dôbro do número de cromossomos dos gametas, dizemos que elas são células diploides; possuem 2n cromossomos.

A tabela mostra os valores de 2n para algumas espécies. Não existe uma relação entre número de cromossomos e o grau de complexidade da espécie ou tamanho do organismo. Seres humanos, por exemplo, são mais complexos que as amebas, mas têm menor número de cromossomos em suas células.

Dos 46 cromossomos que existem nas células do seu corpo, você herdou metade de seu pai e metade de sua mãe. Esse é o ponto de partida para entender a transmissão genética na reprodução humana, apresentada logo mais à frente.

Esquema. 1: Células humanas são convenientemente preparadas para observação ao microscópio. O conjunto de 46 cromossomos de uma delas é fotografado. Ilustração de mulher de cabelo curto castanho, veste jaleco branco. Está observando um microscópio. Ao lado, uma tela de computador com cromossomos espalhados. 2: De uma fotografia ampliada, os cromossomos são recortados e ordenados, perfazendo, ao todo, 23 pares. Ilustração de tela do computador com 23 pares de cromossomos, ordenados pelo tamanho, do maior para o menor, sendo o par 23º, cromossomos sexuais.
Na espécie humana há 23 pares de cromossomos que podem ser visualizados, ao microscópio, durante certas fases da vida da célula. (Cores fantasiosas. Fotos dos cromossomos humanos aparecem no item 12 dêste capítulo.)

Fonte: Márrie-éb, E. N.; roên, K. Human Anatomy & Physiology. décima primeira edição Harlow: Pearson, 2019. página .1157.

Número diploide (2n) de algumas espécies

Espécie

2n

Mosca-das-frutas

8

Ervilha

14

Milho

20

26

Camundongo

40

Ser humano

46

Chimpanzé

48

Cavalo

64

Cão

78

Fonte: Reiven, P. H. e outros Biology. décima segunda edição Nova iórque: McGraw-Hill, 2020. página 197.

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cromossomos homólogos

célula haploide

número haploide (n)

célula diploide

número diploide (2n)

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Item 3

Explique que cada célula de um organismo eucariótico (exceto os gametas, discutidos posteriormente) contém cromossomos que, segundo características como o tamanho e a fórma, são agrupados pelos cientistas em pares. Por exemplo, na espécie humana, são 23 pares; nas ervilhas, 7; nos cavalos, 32; e nos cães, 39. Os cromossomos de um mesmo par são denominados homólogos.

O número de pares de cromossomos homólogos é representado por 2n e é válido para todas as células do organismo, exceto para os gametas (células reprodutivas).

Explique que, na produção dos gametas, cada um deles recebe apenas um cromossomo de cada par de homólogos e que n, denominado número haploide, expressa quantos cromossomos existem nos gametas de determinada espécie. Os gametas são células haploides.

As demais células de um organismo eucariótico contêm um número diploide, 2n, de cromossomos e são denominadas células diploides.

Analise com os estudantes a tabela Número diploide (2n) de algumas espécies e enfatize que não existe uma relação necessária entre o número de cromossomos e o grau de complexidade da espécie ou o tamanho dos organismos.

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Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • cromossomos homólogos Par de cromossomos de uma célula que são semelhantes em tamanho, fórma e na sequência dos genes.
  • célula haploide Célula que con­tém apenas um dos dois cromossomos de cada par de homólogos.
  • número haploide (n) Número de cromossomos nas células haploides de uma espécie.
  • célula diploide Célula em que existem n pares de cromossomos homólogos; portanto, 2 n cromossomos.
  • número diploide (2 n) Número de cromossomos em uma célula diploide de um indivíduo da espécie.

4. Cromossomos e reprodução humana

O zigoto é diploide

A reprodução humana necessita de células especiais, os gametas. Os gametas masculinos são os espermatozoides e os gametas femininos são os óvulos.

As células do corpo humano, exceto os gametas, são células diploides: têm 46 cromossomos (2n = 46). Os gametas são células haploides: apresentam 23 cromosso­mos (n = 23).

Na geração de um novo ser humano, o pai contribui com 23 cro­mossomos, do espermatozoide, e a mãe, com 23, do óvulo. Quando ocorre a fertilização, ou fecundação, forma-se uma célula diploide, o zigoto, cujo material genético é proveniente do espermatozoide e do óvulo que participam da fertilização.

O zigoto se desenvolve por divisões celulares

O desenvolvimento do zigoto ocorre por meio de sucessivas divisões celulares. Em cada uma dessas divisões, é feita uma cópia fiel do conjunto de 46 cromossomos. Assim, todas as células resultantes dessas divisões celulares possuirão um conjunto diploide de cromossomos idêntico ao do zigoto.

Durante a gestação do novo ser, as células sofrem diferencia­ção, ou seja, modificações em sua fórma e em sua função. São produzidas as células do sangue, as células nervosas, as células musculares, as células ósseas e todas as demais que formam os diferentes tecidos do corpo humano. Toda essa diferenciação faz parte da atividade celular e é influenciada pelos genes herdados dos pais. O resultado de tudo isso é um indivíduo que não é exatamente igual ao seu pai nem à sua mãe, mas que herdou características de ambos por meio dos genes.

Apesar da diferenciação das células e de sua multiplicação (responsável pelo crescimento do corpo e pela reposição das células), todas elas mantêm uma cópia fiel da bagagem genética originalmente presente no zigoto. Somente as células envolvidas na reprodução é que não apresentam o conjunto cromos­sô­mi­co completo, apenas metade. Os gametas são produzidos por um tipo especial de divisão celular que reduz à metade o número de cromossomos, pois cada gameta recebe apenas um cromossomo de cada par de homólogos.

Fotografia. Homem moreno calvo, usando camiseta vermelha e óculos. Ele está abaixado e sorrindo, nas costas dele tem um menino branco de cabelo castanho e camiseta regata azul. Ao lado, mulher branca de cabelo loiro preso, usando camiseta branca e óculos. Ela está com os braços ao redor de uma menina branca de cabelo castanho curto e vestido colorido.
A divisão celular permite o crescimento e o reparo do organismo humano. As células provenientes das divisões celulares possuem uma cópia completa dos genes presentes na célula original, exceto no caso dos gametas, que apresentam metade do conjunto genético.
Respostas e comentários

Item 4

Inicie a abordagem retomando, do item anterior, que as células do corpo humano, exceto os gametas, são células diploides (têm 46 cromossomos, 2n = 46) e que os gametas (espermatozoide e óvulo) são células haploides (ou seja, apresentam 23 cromossomos, n = 23).

Na concepção de um novo ser humano, o pai contribui com 23 cromossomos, do espermatozoide, e a mãe, com 23, do óvulo. Na fertilização (fecundação), forma-se uma célula diploide, o zigoto, cujo material genético provém do espermatozoide e do óvulo.

Explique que o desenvolvimento do zigoto ocorre por meio de sucessivas divisões celulares. Em cada uma delas, é feita uma réplica (cópia) do conjunto de 46 cromossomos. Saliente que, embora ocorra multiplicação e diferenciação das células, todas as células diploides mantêm uma réplica do material genético do zigoto. Apenas as células reprodutivas, que são haploides, não contêm o conjunto completo de cromossomos, apenas metade dele.

Para trabalhar em aula o Esquema (simplificado) da reprodução humana, peça aos estudantes que, primeiro, o analisem individual e atentamente. Saliente que se trata de uma esquematização em cores fantasiosas e fóra de proporção. Enquanto isso, reproduza na lousa um esbôço da imagem incluindo apenas os números.

Em seguida, solicite a diferentes estudantes que leiam em voz alta, cada qual um dos itens numerados. Siga a se­quência 1 a 3 referente ao homem, 1 a 3 referente à mulher (ou vice-versa) e 4 a 8. Utilize o esbôço na lousa para apontar o que está sendo lido e discutido. Verifique, após a leitura de cada item, se os estudantes apresentam dúvidas e, se necessário, revise as terminologias utilizadas.

Enfatize na explicação que:

  • cada espermatozoide contém n cromossomos;
  • cada óvulo contém n cromossomos;
  • o zigoto contém todo o material genético que estava no espermatozoide e no óvulo que participaram da fecundação;
  • portanto, o zigoto contém 2n cromossomos, n que vieram do pai e n que vieram da mãe;
  • sucessivas divisões celulares que ocorrem no desenvolvimento do zigoto formam novas células diploides, cada uma delas com 2n cromossomos.

Retomando um ponto tratado no volume do 8º ano, explique que, quando a mulher ovula, ocorre, de fato, a liberação de um ovócito na tuba uterina. Se um espermatozoide penetrar nesse ovócito, este completará o seu desenvolvimento e originará um óvulo. (Veja os itens 3 e 4 do lado direito da esquematização.)

O óvulo (n) assim formado e o espermatozoide (n) em seu interior participam da fertilização, da qual resulta o zigoto (2n).

Esquema (simplificado) da reprodução humana

Esquema. Esquema (simplificado) da reprodução humana. À esquerda, silhueta de um homem, com destaque para os testículos. Texto: 1: As células do organismo masculino são diploides (2n = 46). 2: Divisões celulares produzem novas células para reparar lesões e para substituir células mortas.  3: Os espermatozoides, gametas masculinos, são células haploides (n = 23) produzidas por divisões celulares, nas quais recebem apenas metade do número de cromossomos das células diploides do homem. À direita, silhueta de uma mulher, com destaque para seus ovários. Texto: 1. As células do organismo feminino são diploides (2n = 46). 2: Divisões celulares produzem novas células diploides para reparar lesões e para substituir células mortas. 3: O óvulo, gameta feminino, é uma célula haploide (n = 23) produzida por um tipo de divisão celular, na qual recebe apenas metade do número de cromossomos de uma célula diploide da mulher. O ovócito é a célula precursora do óvulo. Seta que parte dos testículos indica um espermatozoide (comprimento: 0,05 mm) e seta que parte do ovário indica um ovócito, célula que originará um óvulo após ser estimulada pela penetração de um espermatozoide (diâmetro: 0,1 mm). Abaixo, seta indica fecundação. Texto: São milhões de espermatozoides que buscam o ovócito. Dos muitos que chegam a ele, apenas um conseguirá penetrar. Só esse foi representado neste esquema. Texto: 4: Na fertilização, ou fecundação, ocorre a junção do material genético do espermatozoide (n = 23) e do óvulo (n = 23). Seta indica zigoto. Texto: 5: O zigoto é uma célula diploide (2n = 46). Metade dos seus cromossomos veio do espermatozoide e a outra metade, do óvulo. Seta indica um aglomerado de células. Texto: 6: Sucessivas divisões celulares produzem novas células a partir do zigoto — que passa a se chamar embrião e, posteriormente, feto — até o nascimento. Seta para a figura de um recém-nascido (2n). Texto: 7: O recém-nascido é formado por células diploides. 8: Sucessivas divisões celulares produzem novas células diploides, propiciando o crescimento do recém-nascido até atingir o tamanho adulto.
(Representação esquemática fóra de proporção. Cores fantasiosas.)

Fonte: Elaborada a partir de informações obtidas de Márrie-éb, E. N.; Kéller, S. M. Essentials of Human Anatomy & Physiology. 13. edição Harlow: Pearson, 2022.

Respostas e comentários

Atividades

Ao final da análise do Esquema (simplificado) da reprodução humana, é oportuno propor aos estudantes os exercícios 1 a 5 do Use o que aprendeu.

5. O que é Genética?

Características hereditárias

Desde a Antiguidade, sabe-se que características (como cor dos olhos, formato dos lábios, cor dos cabelos, formato das orelhas, tamanho do nariz etcétera) são transmitidas de pais para filhos, ou seja, são características hereditárias. Pensava-se, porém, que essas características eram simplesmente “misturadas” de geração em geração.

Somente no século dezenove é que o conhecimento humano sôbre a hereditariedade começou a sofrer considerável avanço. O responsável pelos primeiros passos nessa área do conhecimento humano foi Mendél, que realizou uma série de experimentos com ervilhas, alguns dos quais foram relatados no começo dêste capítulo.

A Genética estuda os genes

Os genes e a maneira como eles são transferidos para os descendentes é objeto de estudo da Genética, apresentada no restante dêste capítulo, em que se comenta a hereditariedade, mostra-se como interpretar os resultados de Mendél e se esclarecem alguns dos fundamentos da transmissão dos genes aos descendentes.

6. Alelos localizam-se em cromossomos homólogos

Os cromossomos homólogos se assemelham em fórma e estrutura e contêm genes correspondentes às mesmas características.

Nas células de ervilha, por exemplo, há 7 pares de cromos­­somos homólogos (14 cromossomos). Em um deles há um gene relacionado à altura da planta. No cromossomo homólogo a esse, na mesma localização, também há um gene relacionado à altura da planta.

Os genes que ocupam os mesmos locais nos cromossomos homólogos são chamados alelos. Em cada cromossomo há centenas de genes; no par de cromos­somos homólogos, os alelos posicionam-se na mesma localização.

Esquema. Ilustração de uma célula de ervilha (2n = 14), em corte. Ao lado, destaque para o núcleo indicando dois pares de cromossomos homólogos, um par rosa destacando par de alelos que condiciona a altura da planta e um par verde destacando par de alelos que condiciona a cor das flores.
Esquema de célula de ervilha, em córte, destacando dois pares (entre o total de 7 pares) de cromossomos homólogos. Em cada um dêsses dois pares foi destacado um par de alelos. Cada cromossomo foi representado, esquematicamente, como um bastão. (fóra de proporção e em cores e fórmas fantasiosas.)

Fonte: Friman, S. e outros Biological Science. 7. edição Hoboken: pírson, 2020. página 307.

Ícone. Ponto de exclamação. Boxe Curiosidades.

Saiba de onde vêm as palavras

“Alelo” vem do grego , que significa “de um ao outro”, “recíproco”, numa alusão à correspondência entre um alelo e outro nos cromossomos homólogos.

Ícone. Dois balões de fala.

ATIVIDADE

Para discussão em grupo

A diversidade genética entre os seres humanos JAMAIS pode ser pretexto para preconceitos ou discriminação.

Pesquisem o artigo da Constituição Brasileira que assegura a igualdade entre todas as pessoas. A seguir, debatam:

De que fórmas o preconceito e a discriminação se manifestam atualmente em nossa sociedade? Que ações nós, cidadãos, devemos tomar para combater o preconceito e promover a cultura de paz?

Respostas e comentários

Itens 5 e 6

No item 5, retome do início dêste capítulo a existência de características hereditárias e que sua transmissão ocorre por meio de genes. Conceitue Genética e proponha a atividade do boxe Para discussão em grupo, comentada à frente.

No item 6, apresente a conceituação de alelos, genes que ocupam os mesmos locais em cromossomos homólogos. Analise a esquematização apresentada para elucidar esse conceito.

Atividade

Após trabalhar em sala de aula o item 6, proponha aos estudantes que façam o exercício 6 da seção Use o que aprendeu.

Para discussão em grupo

O artigo 5º da Constituição Brasileira de 1988 diz que todos “são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.

Durante a discussão, os estudantes podem elencar diversos tipos de preconceito lamentavelmente existentes ainda hoje em nossa sociedade, entre os quais racismo, machismo, homofobia, xenofobia e capacitismo.

É oportuno que os estudantes percebam que diversos tipos de preconceito estão enraizados no cotidiano, e cabe a todo cidadão que valoriza a cultura da paz refletir sôbre sua existência e combatê-los.

Na sua mediação pedagógica, direcione as discussões para que, além do diagnóstico das diversas situações discriminatórias presentes na sociedade, sejam também feitas proposições que possibilitem o combate ao preconceito.

Ajude os estudantes a perceber que essas propostas não podem induzir as pessoas à violência ou a outras fórmas de preconceito. Além disso, elas devem valorizar a cultura de paz e o convívio social republicano.

7. Genótipo

A palavra genótipo é empregada para referir-se ao conjunto total de genes de um indivíduo.

Considere uma planta alta de ervilha que contenha em seu genótipo dois alelos que condicionam “planta alta”. Se representarmos cada um dêsses alelos pela letra á maiúsculo (maiúscula), podemos dizer que essa planta tem o genótipo á maiúsculo á maiúsculo para essa característica.

Considere uma outra planta de ervilha, baixa, que contenha dois alelos que condicionam “planta baixa”. Representando ambos pela letra á minúsculo (minúscula), podemos dizer que o genótipo dessa planta é á minúsculo á minúsculo para essa característica.

Esquema. Genótipo A maiúsculo A maiúsculo, Célula 2n. Desenho de estrutura redonda com dois bastões no interior, representando o par de cromossomo homólogos. Duas faixas rosa, uma em cada bastão, representando o par de alelos A maiúsculo A maiúsculo. Ao lado, genótipo a minúsculo a minúsculo, Célula 2n. Desenho de estrutura redonda com dois bastões no interior, representando o par de cromossomo homólogos. Duas faixas rosa, uma em cada bastão, representando o par de alelos a minúsculo a minúsculo.
(Representação esquemática. Cores e fórmas fantasiosas.)

Fonte: Friman, S. e outros Biological Science. 7. edição Hoboken: pírson, 2020. página 306.

Separação dos alelos nos gametas

Os gametas são células haploides (n) originadas por meio de um tipo de divisão celular que reduz o número diploide (2n) de cromos­somos à metade, pois cada gameta recebe apenas um cromossomo de cada par de homólogos.

Assim, durante a formação dos gametas, os alelos são separados e apenas um dos alelos de cada par é encontrado em um gameta.

Esquema. Par de homólogos em célula diploide (de genótipo A maiúsculo A maiúsculo) produtora de gametas; Célula 2n. Desenho de estrutura redonda com dois bastões no interior, representando o par de cromossomos homólogos. Duas faixas rosa, uma em cada bastão, representando o par de alelos A maiúsculo A maiúsculo. À direita, seta indicando produção de gametas. Duas células n. Acima, desenho de estrutura redonda com um bastão no interior, representando um cromossomo. Uma faixa rosa no bastão, representando o alelo A maiúsculo. Abaixo, desenho de estrutura redonda com um bastão no interior, representando um cromossomo. Uma faixa rosa no bastão, representando o alelo A maiúsculo.
Esquema da produção de gametas numa planta com genótipo AA. (Cores e fórmas fantasiosas.)

Fonte: Au-Desirk, T. e outros Biology: life on Earth. décima primeira edição Hoboken: pírson, 2017. página 177.

Esquema. Par de homólogos em célula diploide (de genótipo a minúsculo a minúsculo) produtora de gametas; Célula 2n. Desenho de estrutura redonda com dois bastões no interior, representando o par de cromossomos homólogos. Duas faixas rosa, uma em cada bastão, representando o par de alelos a minúsculo a minúsculo. À direita, seta indicando produção de gametas. Duas células n. Acima, desenho de estrutura redonda com um bastão no interior, representando um cromossomo. Uma faixa rosa no bastão, representando o alelo a minúsculo. Abaixo, desenho de estrutura redonda com um bastão no interior, representando um cromossomo. Uma faixa rosa no bastão, representando o alelo a minúsculo.
Esquema da produção de gametas numa planta com genótipo . (Cores e fórmas fantasiosas.)

Fonte: Au-Desirk, T. e outros Biology: life on Earth. 11ti eidge edição Hoboken: pírson, 2017. página 177.

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

alelos

genótipo

Respostas e comentários

De ôlho na Bê êne cê cê!

O boxe Para discussão em grupo do item 5 incentiva os estudantes: a conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas (competência geral 8); a exercitar a empatia, o diálogo e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza (competência geral 9); e a agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários (competência geral 10).

Item 7

Esse item tem grande relevância no entendimento da transmissão de características hereditárias. Ao abordá-lo, primeiro conceitue genótipo como o conjunto total de genes de um indivíduo.

Explique que a formação dos gametas ocorre por meio de um tipo de divisão celular (denominada meiose, no Ensino Médio) que reduz o número diploide (2n) de cromossomos à metade (n).

Ressalte que, nesse processo, cada gameta recebe apenas um cromossomo de cada par de homólogos e ana­lise com os estudantes as esquematizações do subitem Separação dos alelos nos gametas para elucidar esse ponto.

Em seguida, explique o que acontece no cruzamento de duas plantas de ervilha com diferentes alturas, uma delas (alta) de genótipo AA e a outra (baixa) de genótipo , reproduzindo na lousa e analisando com os estudantes o esquema apresentado no subitem Indivíduos homozigóticos versus heterozigóticos.

Comente que, ao nos referirmos especificamente a um par de alelos do genótipo de um indivíduo, utilizamos as expressões homozigótico (ou homozigoto) e heterozigótico (ou heterozigoto), conforme os alelos sejam, respectivamente, iguais ou diferentes.

Explique que, no cruzamento mencionado, os indivíduos parentais com genótipo AA são homozigóticos e os indivíduos descendentes são todos homozigóticos.

Mostre que uma conclusão tirada por Mendél é que um indivíduo heterozigótico Aá não apresenta uma altura intermediária entre a de um indivíduo AA e de um , mas sim altura similar à de um AA.

Amplie o vocabulário!

Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • alelos Genes que se encontram no mesmo local de cro­mossomos homólogos.
  • genótipo Conjunto de genes de um indivíduo.

Indivíduos homozigóticos versus heterozigóticos

Na reprodução sexuada, gametas de sexos diferentes unem suas bagagens genéticas na fertilização para formar um zigoto. Neste, há um número diploide de cromossomos, 2n, sendo que cada um dos ascendentes (“pais”) contribuiu com um conjunto de n cromos­so­mos. Assim, cada par de alelos do descendente é composto de um alelo herdado de cada um dos ascendentes.

Quando é feito o cruzamento da planta alta á maiúsculo á maiúsculo com a planta baixa á minúsculo á minúsculo, todos os descendentes conterão o par de alelos á maiúsculo á minúsculo, conforme mostra o esquema a seguir.

Esquema. Quadro do cruzamento entre uma planta alta (genótipo A maiúsculo A maiúsculo) e uma planta baixa (genótipo a minúsculo a minúsculo).  A planta alta produz gametas A maiúsculo. A planta baixa produz gametas a minúsculo. Os genótipos dos descendentes possíveis são A maiúsculo a minúsculo, o que resultam em plantas altas.
Esquema do cruzamento de duas plantas de ervilha com diferentes alturas: uma delas (alta) de genótipo AA e a outra (baixa) de genótipo . (Representação fóra de proporção. Cores fantasiosas.)

Fonte: , J. D. Botany: an introduction to PlantBiology. sexta edição Burlington: Jones & Bartlett Learning, 2017. página 445.

Em Genética, um indivíduo que apresenta dois alelos iguais é denominado homozigótico em relação a esse par de alelos e o que apresenta dois alelos diferentes, heterozigótico. Assim, temos:

  • um indivíduo com genótipo á maiúsculo á maiúsculo é chamado homozigótico;
  • um indivíduo com genótipo á minúsculo á minúsculo é chamado homozigótico;
  • um indivíduo com genótipo á maiúsculo á minúsculo é chamado heterozigótico.

Uma conclusão de Mendél, expressa em linguagem atual, é que um indivíduo heterozigótico á maiúsculo á minúsculo não tem altura intermediá­ria entre de á maiúsculo á maiúsculo e de á minúsculo á minúsculo, mas sim altura igual à de á maiúsculo á maiúsculo.

8. Fenótipo e influência do ambiente

Como já foi mencionado, genótipo é um termo que se refere aos genes presentes em um indivíduo.

A palavra fenótipo, por sua vez, é usada para designar as características observáveis de um indivíduo (fórma e funcionamento do corpo), tais como a altura de uma planta de ervilha e a cor das suas flores. A palavra fenótipo também pode se referir a uma característica em particular.

Voltando ao exemplo das ervilhas, temos:

  • o genótipo á maiúsculo á maiúsculo condiciona o fenótipo “planta alta”;
  • o genótipo á minúsculo á minúsculo condiciona o fenótipo “planta baixa”;
  • o genótipo á maiúsculo á minúsculo condiciona o fenótipo “planta alta”.
Respostas e comentários

Noções de pensamento computacional

Um algoritmo é um dispositivo que possibilita solucionar problemas similares de uma mesma categoria. O algoritmo apresentado no subitem Indivíduos homozigóticos versus heterozigóticos, do item 7, é denominado quadrado de Punnett.

Sua utilização facilita determinar os possíveis genótipos decorrentes de um cruzamento de indivíduos cujos alelos presentes nos gametas sejam conhecidos.

No caso em questão, a planta representada à esquerda produz gametas contendo exclusivamente o alelo á maiúsculo, e a planta representada à direita produz gametas contendo exclusivamente o alelo á. O uso do quadrado de facilita a percepção de que todos os descendentes serão heterozigóticos á maiúsculo á minúsculo.

Genes dominantes e genes recessivos

Se o alelo de um gene relacionado a certa característica manifestar-se no fenótipo tanto de indivíduos homozigóticos quanto de heterozigóticos, esse alelo é chamado de dominante. Se, entretanto, o alelo só se manifestar no fenótipo de indivíduos homozigóticos, então esse alelo é denominado recessivo.

É costume usar letras maiúsculas para representar alelos dominantes e letras minúsculas para os recessivos.

No caso do gene relacionado à altura de plantas de ervilha:

  • a representação á maiúsculo indicará o alelo dominante;
  • a representação á minúsculo indicará o alelo recessivo.

Os fenótipos contrastantes em cada uma das sete características estudadas por Mendél são condicionados por genótipos que contêm alelos dominantes ou recessivos, como mostra o quadro.

Dominante

Imagem de semente com a casca lisa.
Lisa

Imagem de semente com casca de cor amarela.
Amarela

Imagem de flor com pétalas vermelhas.
Vermelha

Imagem de vagem com formato uniforme.
Inflada

Imagem de vagem de cor verde.
Verde

Imagem de planta com flores saindo do meio do caule.
Flores ao longo do caule

Imagem de planta alta.
Alta

Recessivo

Imagem de semente com a casca enrugada.
Rugosa

Imagem de semente com casca de cor verde.
Verde

Imagem de flor com pétalas brancas.
Branca

Imagem de vagem com estreitamentos por todo o comprimento.
Constrita

Imagem de vagem de cor amarela.
Amarela

Imagem de planta com flores saindo apenas do ápice do caule.
Flores nas extremidades do caule

Imagem de planta baixa.
Baixa

Características estudadas por Mendel em plantas de ervilha. (Esquema fora de proporção.)

Fonte: Meider, S. S.; Windelspéquiti, M. Essentials ofBiology. quinta edição Nova iórque: McGraw-Hill, 2018. página 162-163.

Cruzamento entre indivíduos heterozigóticos

O que acabamos de mostrar explica por que no cruzamento de indivíduos homozigóticos (á maiúsculo á maiúsculo e á minúsculo á minúsculo) a característica correspondente ao alelo recessivo não aparece na geração-filha. No entanto, se esses descendentes forem cruzados entre si (á maiúsculo á minúsculo e á maiúsculo á minúsculo), tal característica pode voltar a se manifestar nos novos descendentes.

Qual seria a explicação para esse reaparecimento?

O novo cruzamento envolve heterozigóticos á maiúsculo á minúsculo. Os gametas dêsses indivíduos podem conter o gene á maiúsculo ou o gene á minúsculo.

Esquema. Par de homólogos em célula diploide (de genótipo A maiúsculo a minúsculo) produtora de gametas; Célula 2n. Desenho de estrutura redonda com dois bastões no interior, representando o par de cromossomos homólogos. Duas faixas rosa, uma em cada bastão, representando o par de alelos A maiúsculo a minúsculo. À direita, seta indicando produção de gametas. Duas células n. Acima, desenho de estrutura redonda com um bastão no interior, representando um cromossomo. Uma faixa rosa no bastão, representando o alelo A maiúsculo. Abaixo, desenho de estrutura redonda com um bastão no interior, representando um cromossomo. Uma faixa rosa no bastão, representando o alelo a minúsculo.
Esquema da produção de gametas numa planta com genótipo Aá. (Cores e fórmas fantasiosas.)

Fonte: Au-Desirk, T. e outros Biology: life on Earth. décima primeira edição Hoboken: pírson, 2017. página 177.

Respostas e comentários

Item 8

Comece a abordagem conceituando fenótipo, conjunto de características observáveis de um indivíduo (fórma e funcionamento do organismo), tais como a altura de uma planta de ervilha e a cor das suas flores.

Saliente que a terminologia fenótipo também pode se referir aos alelos de uma característica em particular.

Retome os indivíduos parentais e também os descendentes da 1ª geração do cruzamento discutido no item anterior e explique que:

  • o genótipo á maiúsculo á maiúsculo condiciona o fenótipo “planta alta”;
  • o genótipo á minúsculo á minúsculo condiciona o fenótipo “planta baixa”;
  • o genótipo á maiúsculo á minúsculo condiciona o fenótipo “planta alta”.

Comente, exemplificando com esses fenótipos, que, quando a característica associada a um alelo se manifesta no indivíduo heterozigótico, tal alelo é considerado dominante.

Ao contrário, quando a característica não se manifesta no indivíduo heterozigótico, ele é considerado recessivo.

Explique que, no exemplo em questão, o alelo A é dominante e o alelo á é recessivo. Saliente o costume, em Genética, de usar letras maiúsculas para representar alelos dominantes e letras minúsculas para os recessivos.

Utilize o quadro do subitem Genes dominantes e genes recessivos para mostrar aos estudantes que os fenótipos contrastantes de cada uma das sete características estudadas por Mendél são condicionados por genótipos que contêm alelos dominantes ou recessivos.

Ao abordar o subitem Cruzamento entre indivíduos heterozigóticos, retome com os estudantes o resultado obtido por Mendél na 2ª geração esquematizada na figura do item 1 e explique, por meio do quadrado de Punnett que está nesse subitem, qual é a razão da distribuição porcentual observada.

No subitem O ambiente influencia o fenótipo, enfatize que, apesar de a constituição genética de um indivíduo condicionar características hereditárias, o fenótipo não está relacionado apenas ao genótipo, pois existe influência de fatores ambientais. Aborde isso usando as argumentações que estão no livro do estudante.

Aprofundamento ao professor

sôbre um interessante exemplo do ambiente influenciando o fenótipo, veja, na parte inicial dêste Manual do professor, na seção Aprofundamento ao professor, o texto “Por que os gatos siameses têm pelos escuros apenas nas extremidades do corpo?”.

Assim, há a possibilidade de se formarem descendentes com genótipos á maiúsculo á maiúsculo, á maiúsculo á minúsculo e á minúsculo á minúsculo, conforme mostra o esquema a seguir. O esquema também informa que a proporção esperada entre os genótipos dos descendentes é a seguinte:

25% de indivíduos á maiúsculo á maiúsculo: 50% de indivíduos á maiúsculo á minúsculo : 25% de indivíduos á minúsculo á minúsculo

Esquema. Quadro do cruzamento entre duas plantas altas (genótipo A maiúsculo a minúsculo).  As plantas produzem gametas A maiúsculo e a minúsculo. Os genótipos dos descendentes possíveis são A maiúsculo A maiúsculo; A maiúsculo a minúsculo; A maiúsculo a minúsculo; a minúsculo a minúsculo. A maiúsculo A maiúsculo e A maiúsculo e a minúsculo resultam em plantas altas. Enquanto, a minúsculo e a minúsculo resultam em plantas baixas.
Esquema do cruzamento de duas plantas de ervilha, ambas com genótipo heterozigótico Aáponto(Representação fóra de proporção. Cores fantasiosas.)

Fonte: , J. D. Botany: an introduction to Plant Biology. sexta edição Burlington: Jones & Bartlett Learning, 2017. página 446.

O esquema também permite prever que, dos descendentes dêsse cruzamento, 75% terão fenótipo “planta alta” (genótipos á maiúsculo á maiúsculo e á maiúsculo á minúsculo) e 25% terão fenótipo “planta baixa” (genótipo á minúsculo á minúsculo).

Ícone. Caderno.

ATIVIDADE

Para fazer no seu caderno

Faça um pequeno texto comparando o experimento dos feijões (início do capítulo) com o cruzamento

á maiúsculo á minúsculo e á maiúsculo á minúsculo.

O ambiente influencia o fenótipo

Imagine que uma planta de ervilha tenha o genótipo que condiciona “planta alta”. Isso significa que essa planta será necessariamente alta?

Não. Se, por acaso, a planta não estiver plantada em um solo fértil, que contenha os nutrientes necessários ao seu pleno desenvolvimento, é possível que ela seja uma planta baixa. Esse exemplo ilustra que, embora o fenótipo de um indivíduo seja condicionado por seu genótipo, fatores ambientais (escassez de nutrientes, por exemplo) também influenciam o fenótipo (altura da planta, por exemplo).

Essa conclusão não vale apenas para ervilhas, mas para todas as demais espécies de seres vivos. Se um ser humano com condições genéticas para ser alto não receber alimentação adequada na infância e na adolescência, não vai atingir a altura que poderia ter. A cor e a textura do cabelo também podem ser usadas como exemplos. Se uma mulher de cabelos castanhos e lisos for ao cabeleireiro e receber um tratamento adequado, pode sair de lá com os cabelos loiros e encaracolados. No entanto, essa característica externa deve-se à ação do ambiente (produtos usados pelo cabeleireiro, no caso).

O fenótipo está relacionado ao genótipo, com a contribuição de influências ambientais. Portanto, nem todas as características são hereditárias. Aquelas decorrentes da influência do ambiente sôbre o organismo do indivíduo não são transmitidas de pai para filho.

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

indivíduo homozigótico

indivíduo heterozigótico

fenótipo

alelo dominante

alelo recessivo

Respostas e comentários

Atividades

Após o subitem Cruzamento entre indivíduos heterozigóticos (e antes, portanto, de abordar o subitem O ambiente influencia o fenótipo), você já pode propor aos estudantes a realização das atividades 1 e 2 do Explore diferentes linguagens.

Para fazer no seu caderno

Na atividade do boxe Para fazer no seu caderno do item 8, conforme comentado no início do capítulo, neste Manual do professor, a comparação é que cada vasilha que foi usada no experimento da abertura do capítulo (seção Motivação) representa o conjunto de gametas de um indivíduo heterozigótico á maiúsculo á minúsculo, no qual há gametas com o alelo á maiúsculo (feijões marrons, por exemplo) e gametas com o alelo á minúsculo (feijões-pretos).

Na atividade, espera-se que os estudantes expliquem isso em seu texto e associem as probabilidades da seguinte maneira:

25% de á maiúsculo á maiúsculo:

25% de ocorrência de dois feijões marrons;

50% de á maiúsculo á minúsculo:

50% de ocorrência de um feijão de cada cor; e

25% de á minúsculo á minúsculo:

25% de ocorrência de dois feijões-pretos.

Amplie o vocabulário!

Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • indivíduo homozigótico Indivíduo cujos alelos para determinada característica são iguais.
  • indivíduo heterozigótico Indivíduo cujos alelos para determinada característica são diferentes.
  • fenótipo Conjunto de características observáveis de um organismo, que se devem à influência conjunta do material genético e do ambiente.
  • alelo dominante Alelo que pode se manifestar tanto no fenótipo de indivíduos homozigóticos quanto no de heterozigóticos.
  • alelo recessivo Alelo que pode se manifestar exclusivamente no fenótipo dos indivíduos homo­zigóticos.

9. Hereditariedade em humanos

Mendél cultivou várias gerações de ervilhas e realizou diversos tipos de cruzamento antes de elaborar suas conclusões. Muitos geneticistas já fizeram o mesmo; promoveram vários cruzamentos envolvendo plantas ou animais de laboratório e analisaram as características dos descendentes.

O ser humano está sujeito às mesmas leis da Genética que regem os demais seres vivos. A notável diferença é que não é aceitável fazer cruzamentos propositais entre seres humanos apenas para verificar as caracte­rísticas dos descendentes. O que se faz, na prática, é analisar as características de indivíduos, de seus pais, avós, bisavós etcétera Tais análises têm permitido tirar conclusões sôbre a genética humana.

As ilustrações mostram algumas características humanas que são condicionadas por um único par de alelos, de modo semelhante ao que foi mostrado para ervilhas.

Considere, por exemplo, a presença ou ausência de sardas. Representemos o alelo dominante por ésse maiúsculo e o recessivo por ésse minúsculo. Quanto a essa característica, nota-se que o:

  • genótipo ésse maiúsculo ésse maiúsculo condiciona o fenótipo “sardas presentes”;
  • genótipo ésse maiúsculo ésse minúsculo condiciona o fenótipo “sardas presentes”;
  • genótipo ésse minúsculo ésse minúsculo condiciona o fenótipo “sardas ausentes”.

Se uma mulher e um homem, ambos sem sardas (ésse minúsculo ésse minúsculo), tiverem filhos, os filhos poderão ter sardas?

Não, pois todos os filhos terão genótipo homozigótico ésse minúsculo ésse minúsculo, que condiciona o fenótipo “sardas ausentes”.

Agora, imagine um homem com sardas, heterozigótico ésse maiúsculo ésse minúsculo, que tenha filhos com uma mulher sem sardas, ésse minúsculo ésse minúsculo. Os descendentes poderão ter sardas? Todos eles? Ou apenas alguns?

O esquema a seguir ajuda a prever a probabilidade da ocorrência de sardas nos descendentes dêsse casal. De acôrdo com o esquema, existe igual chance (igual probabilidade) de que os descendentes tenham sardas (genótipo ésse maiúsculo ésse minúsculo) ou não tenham (ésse minúsculo ésse minúsculo).

Dominante

Recessivo

Imagem de garota ruiva com sardas no rosto.
Sardas presentes

Imagem de garota de cabelos castanhos sem sardas no rosto.
Sardas ausentes

Imagem de garoto loiro com crescimento de cabelo na parte frontal superior da testa, formando uma ponta.
“Bico de viúva” presente

Imagem de garoto de cabelos castanhos com crescimento reto do cabelo na região frontal superior da testa.
“Bico de viúva” ausente

Ilustrações de algumas características genéticas no ser humano que, ao que indicam as evidências, são condicionadas por um único par de alelos.

Fonte: têilor, M. R. e outros CampbellBiology: concepts & connections. décima edição Harlow: Pearson, 2022. página 207-208.

Esquema. À esquerda, silhueta de um homem indicando genótipo S maiúsculo s minúsculo (com sardas), e espermatozoides S maiúsculo e s minúsculo. À direita, silhueta de mulher indicando genótipo s minúsculo s minúsculo (sem sardas), e óvulos s minúsculo. No centro, quadro indicando os genótipos e fenótipos de descendentes possíveis: S maiúsculo s minúsculo (com sardas); S maiúsculo s minúsculo (com sardas), s minúsculo s minúsculo (sem sardas), s minúsculo s minúsculo (sem sardas).
Esquema do cruzamento de um homem heterozigótico ésse maiúsculo ésse minúsculo com uma mulher homozigótica , em que o gene ésse maiúsculo é dominante e condiciona a presença de sardas. Nesse cruzamento, a probabilidade de o descendente apresentar sardas é de 50% (heterozigóticos ésse maiúsculo ésse minúsculo) e a de o descendente não apresentá-las também é de 50% (homozigóticos recessivos ésse minúsculo ésse minúsculo).

Fonte: Bórges-, M. R.; róbinsson, W. M. Genética Humana. terceira edição Porto Alegre: Artmed, 2013. página 148.

É importante salientar que, quando dizemos que um alelo é dominante, isso não significa que ele esteja necessariamente presente em maior quantidade do que o recessivo numa certa população. Apenas quer dizer que, quando presente num indivíduo heterozigótico, pode expressar-se no fenótipo a característica condicionada por esse alelo.

Respostas e comentários

Item 9

No item 9, mostre, conforme desenvolvido no livro do estudante, que a hereditariedade nos seres humanos segue as mesmas linhas gerais percebidas por Mendél em seus estudos com ervilhas.

Após discutir o exemplo envolvendo sardas hereditárias, enfatize que dizer que um alelo é dominante não significa dizer que ele existe em maior quantidade do que o recessivo em determinada população.

Saliente também que diversas características hereditárias estão associadas a mais de um par de alelos e, em decorrência disso, os padrões com que tais características aparecem nos descendentes são mais complexos do que os abordados no capítulo.

Atividade

Após a abordagem do item 9, o momento é oportuno para os estudantes trabalharem a atividade 3 do Explore diferentes linguagens.

Outro ponto que precisa ser enfatizado é que as características ilustradas anteriormente são condicionadas por um único par de alelos. Existem, contudo, características hereditárias associadas a mais de um par de alelos, como a cor da pele, a cor dos olhos e a estatura. Por causa disso, os padrões com que tais características aparecem em descendentes são muito mais complexos.

Fotografia. Destaque para um olho castanho.
A cor dos olhos é um exemplo de característica condicionada por mais de um par de alelos.
Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco escrito: saúde.

10. Os grupos sanguíneos

Há situações em que uma pessoa perde muito sangue (em acidente, em cirurgia etcétera) e necessita de uma transfusão de sangue, ou seja, precisa receber sangue proveniente de outra pessoa. Antes, porém, de realizar-se uma transfusão, devem ser feitos vários testes com o sangue do doador. Neles, além de se verificar a presença de agentes causadores de doenças (vírus, bactérias etcétera), também se avalia se o sangue do doador é compatível com o do receptor. Caso não haja compatibilidade, o sangue não pode ser usado no receptor, pois provocaria rejeição e até morte.

Você já ouviu falar em grupos sanguíneos? E em expressões como “A-positivo” e “O-negativo”?

Essas expressões têm a ver justamente com o tipo de sangue e a possibilidade de usá-lo, ou não, numa transfusão.

O sangue de um indivíduo pode ser classificado de acôrdo com dois critérios complementares: o sistema érre agá e o sistema A bê ó. Vale frisar que essa classificação é parcial, pois outros sistemas também existem.

Sistema érre agá

No sistema érre agá de classificação, o sangue pode ser do tipo

R h positivo

(lê-se “érre agá positivo”) ou

R h negativo

(lê-se “érre agá negativo”). O que diferencia ambos os tipos é o fato de os indivíduos

R h positivo

apresentarem no sangue (especificamente, na superfície dos glóbulos vermelhos) uma substância denominada fator érre agá, e os indivíduos 

R h negativo

, não.

O sangue contendo fator érre agá (isto é, indivíduo

R h positivo

) pode ser doado a outro indivíduo

R h positivo

, mas não a quem é

R h negativo

, pois, nesse caso, o organismo reagiria à presença do fator érre agá, reconhecendo-o como se fosse algo “estranho” ao corpo. Começaria a ocorrer uma lenta e gradual reação ao sangue recebido, reação essa que, numa segunda transfusão, seria violenta, podendo provocar a morte do paciente.

O sangue

R h negativo

, por sua vez, pode ser transfundido para pacientes

R h positivo

ou

R h negativo

, pois a ausência de fator érre agá não provoca reação de rejeição ao sangue recebido.

A presença ou ausência do fator érre agá no sangue está relacionada a um par de alelos. Um deles, R, é dominante e condiciona a presença do fator érre agá. O outro, érre minúsculo, é recessivo. Assim, temos:

RR condiciona a presença de fator érre agá (sangue

R h positivo);

Rérre minúsculo condiciona a presença de fator érre agá (sangue

R h positivo);

condiciona a ausência de fator érre agá (sangue

R h negativo).
Ícone. Ponto de exclamação. Boxe Curiosidades.

Eritroblastose fetal

No momento da separação da placenta, quando uma mãe

R h negativo

dá à luz um bebê

R h positivo

, o sangue materno se contamina com um pouco do sangue do bebê. Os glóbulos vermelhos do bebê contêm fator érre agá e o organismo materno reage a ele como se fosse um intruso (como se fosse, por exemplo, um vírus), desenvolvendo anticorpos para combatê-lo.

Numa próxima gravidez de um feto

R h positivo

, anticorpos anti-érre agá produzidos pela mãe e presentes no plasma (parte líquida do sangue) materno podem passar através da placenta e chegar ao feto, atacando seus glóbulos vermelhos e destruindo-os. Isso caracteriza a eritroblastose fetal, doença que pode matar o feto ou o recém­‑nascido.

Existem técnicas médicas para, já na primeira gravidez

R h positivo

, prever e minimizar o problema. Essa é uma das muitas razões pelas quais é necessário acompanhamento médico durante a gestação.

Respostas e comentários

tê cê tê Saúde

O item 10, por elucidar os tipos sanguíneos nos grupos A bê ó e érre agá, insere-se na abordagem do tê cê tê Saúde, na macroárea de mesmo nome.

De ôlho na Bê êne cê cê!

O item 10 contribui para o desenvolvimento da competência específica 7, no que se refere a conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.

Item 10

Os problemas que podem surgir em transfusões de sangue relacionam-se a antígenos associados aos glóbulos vermelhos.

Existem pelo menos 30 variedades comuns de antígenos presentes naturalmente em seres humanos. Além deles, há talvez 100 outros que ocorrem em certos grupos populacionais restritos.

As dificuldades associadas à previsão da compatibilidade sanguínea em transfusões são, portanto, um tema muito complexo que envolve outras variáveis além dos grupos A bê ó e érre agá. O sucesso de uma transfusão também é, por vezes, condicionado pela quantidade de sangue transfundido e pelo fato de ser, ou não, a primeira transfusão.

Em face do exposto, recomenda-se não insistir demais nesse tema, muito menos exigir que os estudantes memorizem as tabelas de compatibilidade apresentadas no livro do estudante. Ao mencionar essas tabelas no capítulo, pretende-se dar uma breve noção aos estudantes, que muito provavelmente já ouviram falar dêsses grupos, e informar que o tipo sanguíneo é característica geneticamente influenciada e, portanto, hereditária. Note que o capítulo não explica como funciona a herança genética dentro do grupo A bê ó, pois se trata de um caso de alelos múltiplos. Informações alelos múltiplos podem ser encontradas em et al. (veja a Sugestão de leitura complementar para professores, na parte inicial dêste Manual do professor).

Nessa linha de raciocínio, as atividades do final do capítulo que versam sôbre os tipos sanguíneos pretendem, na verdade, desenvolver a habilidade de consultar tabelas ou a capacidade de prever os possíveis descendentes de cruzamentos envolvendo indivíduos de genótipo conhecido, ou supostamente conhecido.

Sistema ABO

No sistema A bê ó, o sangue pode ser classificado em um dos seguintes quatro tipos: a, , A bê e óh. A diferença entre esses tipos está na presença de certas substâncias na superfície dos glóbulos vermelhos do sangue, condicionada por uma complexa interação genética.

A seguir há duas tabelas. Uma delas ilustra as possibilidades de uso de sangue em transfusões quanto ao sistema érre agá, e a outra, quanto ao sistema A bê ó. Antes de realizar uma transfusão, os médicos levam em conta ambas as classificações e utilizam sangue que respeite a compatibilidade do receptor quanto aos dois critérios.

Assim, por exemplo, uma pessoa de sangue

A B positivo

— isto é, sangue tipo A bê e tipo

R h positivo

— pode receber o sangue de qualquer doador (analise as tabelas) e um indivíduo

O negativo

, por outro lado, só pode receber sangue de doador

O negativo

.

DOADOR

Rh+

Rh

RECEPTOR

Rh+

Sim

Sim

Rh

Não

Sim

DOADOR

AB

A

B

O

RECEPTOR

AB

Sim

Sim

Sim

Sim

A

Não

Sim

Não

Sim

B

Não

Não

Sim

Sim

O

Não

Não

Não

Sim

Tabelas que indicam se o sangue do doador e o do receptor são compatíveis (sim indica compatibilidade). Embora sejam universais, essas tabelas são parciais, pois apenas refletem a questão de compatibilidade nos sistemas ABO e Rh, desconsiderando outros sistemas sanguíneos.

Fonte: Elaboradas a partir de Márrie-éb, E. N.; Kéller, S. M. Essentials of Human Anatomy & Physiology. décima terceira edição Harlow: Pearson, 2022. página 366.

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

sistema érre agá

sistema A bê ó

11. Parecidos, mas geralmente diferentes!

Entre os filhos de um mesmo casal, embora alguns possam ser muito parecidos, não há dois indivíduos idênticos (a não ser em certos casos de gêmeos). Por quê?

Quando os gametas se formam, ocorre a separação dos alelos e cada gameta recebe apenas um alelo de cada par. Alguns especialistas avaliam que, dos diferentes gametas de um único casal humano, poderiam surgir 64 trilhões de combinações geneticamente diferentes para o novo indivíduo. É por isso que é praticamente impossível dois filhos de um mesmo casal serem geneticamente idênticos, a não ser no caso de gêmeos idênticos.

Fotografia A. Duas meninas, uma com cabelo loiro e outra com cabelo castanho, ambas de olhos azuis. Uma está com o cabelo preso e camiseta preta e a outra com o cabelo solto com um arco e camiseta rosa. 
Fotografia B. Duas meninas negras gêmeas idênticas, ambas com o cabelo com tranças. Uma veste uma blusa azul e outra veste uma blusa branca.
A.Os gêmeos fraternos, assim como qualquer par de irmãos não gêmeos, possuem genótipos diferentes. B.Os gêmeos idênticos possuem bagagem genética igual (genótipo idêntico).
Ícone. Grupo com três pessoas.

ATIVIDADE

Trabalho em equipe

Uma das habilidades relacionadas ao pensamento computacional é reconhecer padrões mais simples e depois reuni-los em padrões mais complexos. Cada uma das tabelas de compatibilidade apresentadas no item 10 são parciais, pois consideram os sistemas A bê ó e érre agá separadamente. Discutam uma maneira de unificar as informações em uma só tabela e elaborem-na.

Respostas e comentários

Amplie o vocabulário!

Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

sistema érre agá Sistema de classificação do sangue em dois grupos (

R h positivo e
R h negativo), de acôrdo com a presença ou a ausência de uma substância chamada fator érre agá.

sistema A bê ó Sistema de classificação do sangue em quatro grupos (a, , A bê e óh), de acôrdo com a presença de certas substâncias na superfície dos glóbulos vermelhos.

Atividades

Ao final do item 10, os estudantes já têm condições de trabalhar os exercícios 7 e 8 do Use o que aprendeu e a atividade 4 do Explore diferentes linguagens.

Noções de pensamento computacional

O boxe Trabalho em equipe propõe uma atividade em grupo para desenvolver a capacidade de reconhecimento de padrões e sua subsequente reunião para elaborar padrões mais abrangentes.

As equipes deverão analisar os padrões de compatibilidade de grupos sanguíneos apresentados nas duas tabe­las do item 10 e, a seguir, unificá-los em uma só tabela.

Existe mais de uma possibilidade para a unificação das informações das duas tabelas. Uma resposta possível é apresentada a seguir.

Compatibilidade entre doadores e receptores considerando os sistemas ABO e Rh

Doador

Tipo O

Tipo A

Tipo B

Tipo AB

Rh

Rh+

Rh

Rh+

Rh

Rh+

Rh

Rh+

Receptor

Tipo O

Rh

Sim

Não

Não

Não

Não

Não

Não

Não

Rh+

Sim

Sim

Não

Não

Não

Não

Não

Não

Tipo A

Rh

Sim

Não

Sim

Não

Não

Não

Não

Não

Rh+

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

Não

Não

Não

Tipo B

Rh

Sim

Não

Não

Não

Sim

Não

Não

Não

Rh+

Sim

Sim

Não

Não

Sim

Sim

Não

Não

Tipo AB

Rh

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

Rh+

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Fonte: Elaborada a partir de Márrie-éb, E. N.; Kéller, S. M. Essentials of Human Anatomy & Physiology. 13. edição Harlow: Pearson, 2022. página 366.

De ôlho na Bê êne cê cê!

O boxe Trabalho em equipe, comentado anteriormente, favorece o desenvolvimento da competência geral 4, no que diz respeito a utilizar diferentes linguagens, bem como conhecimentos das linguagens matemática e científica, para se expressar e partilhar informações em diferentes contextos.

Nesse item, apresente a diferença entre gêmeos fraternos (ou dizigóticos) e gêmeos idênticos (ou monozigóticos).

Item 11

Ao analisar as esquematizações A e B do livro do estudante, ressalte aos estudantes que gêmeos fraternos não apresentam a mesma bagagem genética, mas gêmeos idênticos sim.

Vejamos a diferença entre gêmeos fraternos, ou dizigóticos, e gêmeos idênticos, ou monozigóticos.

Às vezes pode acontecer de dois ovócitos serem liberados em uma mesma ovulação. Caso isso aconteça, poderão se formar dois zigotos; cada um deles da fertilização de um óvulo (provenien­te de um ovócito) por um espermatozoide. Chegando ao útero, ambos podem se implantar e se desenvolver. Esses irmãos, gê­meos dizigóticos, diferem na bagagem genética, pois origina­ram-se de diferentes óvulos e espermatozoides. Eles são comparáveis a filhos de um mesmo casal nascidos de diferentes gestações.

No caso de gêmeos idênticos, a situação é diferente. Por complexas razões, ainda não totalmente compreendidas, o conjunto de células resultantes da divisão de um único zigoto pode se separar em dois conjuntos independentes. Cada um deles se desenvolve num indivíduo completo, por meio de sucessivas divisões celulares. Nesse caso, os gêmeos originaram-se de um mesmo zigoto, que, por sua vez, veio de um só óvulo e de um só espermatozoide. Assim, gêmeos monozigóticos possuem a mesma bagagem genética (mesmo genótipo).

Esquema A. Óvulo e espermatozoide se unem em zigoto, seguido por multiplicação celular, resultando menina de cabelo loiro. Abaixo, óvulo e espermatozoide se unem em zigoto, seguido por multiplicação celular, resultando em menina de cabelo castanho. Esquema B. Óvulo e espermatozoide se unem em zigoto, seguido por divisão celular que resulta em dois conjuntos de células. Cada um dos conjuntos resultam em um garoto com cabelo castanho.
A. Gêmeos fraternos provêm de diferentes zigotos. B. Gêmeos idênticos provêm de um mesmo zigoto. (Esquema fóra de proporção. Cores fantasiosas.)

Fonte: , C.; mér, V. B. Biology: science for life. sexta edição Nova iórque: pírson, 2019. página 172.

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

gêmeos dizigóticos

gêmeos monozigóticos

12. Cromossomos sexuais

Nasceu! É menino ou menina? A resposta a essa pergunta é, na realidade, determinada pela natureza no momento da fertilização. Mais precisamente, a resposta depende de um dos 23 cromossomos existentes no espermatozoide que fertiliza o óvulo.

Dos 23 pares de cromossomos presentes nas células diploides humanas, há um que é notavelmente diferente entre homens e mulheres. Nas mulheres, esse par é formado por dois cromossomos semelhantes, designados pela letra X; nos homens, é formado por um cromossomo X e por outro, mais curto, designado pela letra Y. Por isso, tanto o cromossomo X quanto o Y são chamados cromossomos sexuais.

Quando os gametas se formam, os cromossomos Xis xis (na mulher) e xis ípsilon (no homem) se separam. Assim, todos os óvulos conterão um cromossomo X. Já no caso dos espermatozoides, haverá aqueles com o cromossomo X e aqueles com o Y.

Respostas e comentários

Amplie o vocabulário!

Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • gêmeos dizigóticos Indivíduos gêmeos (filhos nascidos de uma mesma gestação) originados de dois óvulos diferentes, cada qual fertilizado por um espermatozoide distinto. São geneticamente diferentes.
  • gêmeos monozigóticos Gêmeos originados de um único óvulo fertilizado por um esperma­tozoide. O zigoto resultante, em algum momento de seu desenvolvimento posterior, separou-se em dois indivíduos, ambos geneticamente iguais.

Atividades

Após o item 11, os estudantes já têm condições de fazer os exercícios 9 a 12 do Use o que aprendeu.

Itens 12 e 13

No item 12, explique que o sexo biológico está associado a um dos pares de cromossomos. Utilize as fotos dos cromossomos humanos para explicar a presença do par xis ípsilon em células diploides de homens e do par Xis xis em células diploides de mulheres. A seguir, comente que um espermatozoide pode conter, entre os 23 cromossomos, um xis ou um Y, e que um óvulo contém necessariamente, entre os 23 cromossomos, um xis. Utilize o quadrado de Punnett esquematizado no livro do estudante, para mostrar que a probabilidade da concepção de um zigoto xis ípsilon é igual à probabilidade da concepção de um zigoto Xis xis.

No item 13, explique que doenças hereditárias são condicionadas por determinados alelos e exemplifique mencionando fenilcetonúria e hemofilia. Em seguida, conceitue aneuploidia, condição em que as células de um indivíduo apresentam cromossomos a mais ou a menos que o número normal, exemplificando com a síndrome de Down.

Fotografia A. Montagem dos 22 pares de cromossomos autossomos. Destaque para um espaço vazio de onde saem setas para B e C. Fotografia B. Cromossomo X (grande) e Y (menor). Fotografia C. Dois cromossomos X.
Cromossomos de células diploides humanas, corados e fotografados ao microscópio (com ampliação de cêrca de 3.600 vezes, na foto A). As imagens dos cromossomos foram recortadas e arranjadas por ordem decrescente de tamanho. A.22 pares de autossomos, os cromossomos não ligados à determinação do sexo. B.Par cromossômico xis ípsilon no sexo masculino. C.Par cromossômico Xis xis no sexo feminino.

Se um espermatozoide que contenha o cromossomo X fertilizar um óvulo, será gerada uma menina. Se, por outro lado, o esperma­tozoide contiver o cromossomo Y, então será gerado um menino. O esquema a seguir mostra que a probabilidade de gerar meninos é igual à de gerar meninas.

Esquema. À esquerda, silhueta de um homem (XY) indicando espermatozoides X e Y. À direita, silhueta de mulher indicando óvulos X. No centro, quadro indicando os genótipos e fenótipos de descendentes possíveis: XX (feminino); XX (feminino); XY (masculino) XY (masculino).
Num cruzamento humano, há iguais chances de ser gerada uma filha (Xis xis) ou um filho (xisípsilon), ou seja, há 50% de possibilidade para cada um. O símbolo indica sexo feminino, e o símbolo , sexo masculino. (Representação esquemática.)

Fonte: Sólóman, E. P. e outros Biology. décima primeira edição Boston: Cengage, 2019. página 244.

13. Doenças hereditárias e aneuploidia

Doenças hereditárias

Você já viu em produtos dietéticos uma inscrição do tipo “atenção fenilcetonúricos: contém fenilalanina”?

Esse aviso é para os portadores de fenilcetonúria, doença caracterizada pela incapacidade de processar a fenilalanina, um constituinte do adoçante artificial aspartame e das proteínas de certos alimentos. A fenilcetonúria deve-se a um alelo recessivo (de um gene localizado no cromossomo 12) e manifesta-se, portanto, nos indivíduos homozigóticos recessivos. Se não forem tomados cuidados especiais na alimentação do bebê portador desde os primeiros meses de vida, as consequências podem ser muito sérias, sendo o retardo mental a mais frequente.

Ícone. Dois balões de fala.

ATIVIDADE

Para discussão em grupo

Imagine que se descubra um método que permita separar, em laboratório, espermatozoides portadores do cromossomo X de espermatozoides portadores do cromossomo Y.

Seria ético usar essa técnica para escolher o sexo dos filhos?

Respostas e comentários

Projeto

A esta altura do capítulo, pode-se propor aos estudantes uma atividade investigativa sôbre a probabilidade de o zigoto ser Xis xis ou xis ípsilon.

Trata-se do Projeto 4, do Suplemento de projetos, no final do livro do estudante.

Esse projeto é comentado neste Manual do professor, junto da respectiva ocorrência.

Atividades

Ao final do item 12, proponha aos estudantes o exercício 13 do Use o que aprendeu e as atividades 5 a 7 do Explore diferentes linguagens.

Conteúdos atitudinais sugeridos

  • Valorizar os conhecimentos e a pesquisa científica para o entendimento de distúrbios genéticos.
  • Perceber a importância da Biotecnologia para a produção em larga escala, por exemplo, de va­cinas, antibióticos e insulina.
  • Reconhecer a relevância das tecnologias terapêuticas advindas da Engenharia Genética do estudo do genoma humano.
  • Estar atento às múltiplas questões éticas que decorrem das potencialidades da Engenharia Genética.

Essas são algumas atitudes desejáveis que podem ser desenvolvidas a partir do item 13, do texto Em destaque “Biotecnologia e Engenharia Genética” e da Sugestão de atividade feita mais à frente, neste Manual do professor.

Para discussão em grupo

O tema proposto é bastante polêmico e, justamente por isso, permite aos estudantes levantar diversos argumentos tanto favoráveis como contrários à escolha do sexo do bebê a partir da identificação do cromossomo sexual que cada espermatozoide carrega.

Para seu conhecimento, atualmente é possível determinar o sexo de embriões de apenas alguns dias que sejam fruto de fertilização in vítro. Para isso, é retirada apenas uma célula do embrião, que é enviada a laboratórios especializados em análise genética, que produzem um laudo com diversas características genéticas, além do sexo. A intenção dêsse tipo de exame é reduzir as possibilidades de ocorrer uma gestação de um embrião que tenha alguma doença ou síndrome grave e/ou incompatível com a vida (que conduziria a um aborto espontâneo ou à morte do bebê pouco tempo após seu nascimento).

A Resolução nº .1358/92 do Conselho Federal de Medicina proíbe que técnicas de reprodução assistida (que envolvem fertilização in vítro e análise genética de embriões obtidos dessa maneira) sejam utilizadas para selecionar embriões de um determinado sexo apenas pelo desejo dos genitores. Essa escolha só é permitida em casos de doenças hereditárias relacionadas ao sexo.

Estudos científicos revelaram ser possível diagnosticar a doen­ça por meio do sangue do recém-nascido. Pode-se, portanto, diagnosticar a fenilcetonúria desde cedo e alimentar o bebê com uma dieta adequada, isenta de fenilalanina. Com isso, o indivíduo pode ter vida normal, exceto pelo fato de ter de manter a dieta por toda a vida.

O albinismo é outro exemplo de distúrbio causado por um alelo recessivo (de um gene do cromossomo 11) e que se manifesta, portanto, em homozigóticos recessivos. O organismo dêsses indivíduos, os albinos, não produz melanina, pigmento escuro que dá cor à pele, aos cabelos e aos olhos. Como consequência, os albinos têm a pele, os cabelos e os olhos muito claros. A falta da melanina faz os albinos serem muito sensíveis à luz, às queimaduras de sol e ao câncer de pele.

Fenilcetonúria e albinismo são apenas dois dos muitos exemplos conhecidos de doenças hereditárias, distúrbios cuja ocorrência se relaciona à presença de certos alelos. Outros exemplos são a hemofilia, caracterizada pela dificuldade de coagulação sanguínea, e o daltonismo, distúrbio visual em que o portador não distingue certas cores.

Fotografia. Destaque para uma mão com luvas pressionando o pé de um bebê, do qual sai gotas de sangue. As gotas de sangue são depositadas sobre um papel.
O “teste do pezinho” permite diagnosticar a fenilcetonúria num recém-nascido.
Fotografia. Menina de pele branca, com cabelo e sobrancelhas brancos.
Jovem albina.

Aneuploidia

Na formação dos gametas, o número diploide de cromos­somos é reduzido à metade. Às vezes ocorrem problemas nessas divisões celulares e os gametas produzidos podem ficar com cromossomos a mais ou a menos. Se um gameta com número irregular de cromossomos participar da fertilização, o zigoto resultante terá uma aneuploidia (condição em que as células de um indivíduo apresentam alteração no número de cromossomos, a mais ou a menos do que o número normal).

Zigotos com aneuploidia geralmente se desenvolvem irregularmente e originam embriões e fetos bastante deformados. Muitas vezes a gravidez termina em aborto natural, mas em alguns casos a aneuploidia não chega a ser fatal. É o caso da síndrome de Down, que se deve à presença, nas células do indivíduo, de três exemplares do cromossomo 21.

Fotografia. Três meninas lado a lado. Uma é branca e tem o cabelo castanho longo, veste uma blusa rosa e casaco branco. A outra é branca, tem o cabelo castanho e é portadora da síndrome de Down. Ela está vestindo uma blusa roxa e um suéter cinza. A terceira é negra e tem o cabelo preto liso, usa cachecol rosa e jaqueta jeans. Elas estão sorrindo.
Amigas em intervalo escolar, uma delas com síndrome de Down. A inclusão escolar da criança com deficiência, assegurada em lei, é uma das manifestações do respeito da sociedade às diferenças individuais.
Ícone. Pessoa lendo um livro.

ATIVIDADE

Tema para pesquisa

Doenças genéticas relacionadas a genes localizados nos cromossomos sexuais.

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

cromossomos sexuais

doenças hereditárias

Respostas e comentários

De ôlho na Bê êne cê cê!

O item 13 retoma a oportunidade de trabalhar a competência específica 7, já citada neste capítulo. Nesse item, o boxe Para discussão em grupo favorece o desenvolvimento da competência específica 8, pois convida os estudantes a refletir sôbre agir pessoal e coletivamente com respeito e responsabilidade, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas, com base em princípios éticos, democráticos e solidários.

Aprofundamento ao professor

Veja, na parte inicial dêste Manual do professor, na seção Aprofundamento ao professor, os textos “Os genes e o câncer” e “Genética Médica”.

Amplie o vocabulário!

Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • cromossomos sexuais Um par de cromossomos que é responsável pela determinação do sexo do indivíduo.
  • doenças hereditárias Doenças que são provocadas pela presença e pela manifestação de determinados alelos.

Tema para pesquisa

O cromossomo xis apresenta uma parte sem correspondência no cromossomo Y, pois é mais longo que ele. Os genes da porção de xis sem região homóloga em Y relacionam-se à chamada herança ligada ao sexo. Um homem pode ma­nifestar uma característica recessiva ligada ao sexo com apenas um gene. Já a mulher, para manifestar o caráter recessivo, precisa de dois alelos. A proposta do boxe possibilita que os estudantes saibam que certas doenças são ligadas ao sexo (hemofilia, por exemplo).

Sugestão de atividade

Após trabalhar o item 13 e o respectivo Em destaque, você pode propor uma atividade de debate regrado em que os estudantes, divididos em equipes, pesquisam argumentos para sustentar um ponto de vista. Duas equipes, que defendam pontos de vista distintos, devem argumentar em público, de modo alternado e com tempo de fala definido, para defender sua tese diante de uma banca julgadora constituída de estudantes de outras equipes.

É importante ressaltar que, nessa atividade, os estudantes podem se dispor a defender pontos de vista dos quais discordam, pois a tônica é levantar informações e sustentar argumentos.

A lista de perguntas a seguir instiga temas polêmicos referentes à Genética e serve de ponto de partida para definir posicionamentos antagônicos a serem debatidos.

  • Um indivíduo tem direito à privacidade sôbre sua própria informação genética?
  • Pode haver registro de um gene natural como patente (isto é, como propriedade intelectual) pela companhia que o descobriu?
  • É correto diagnosticar possíveis doenças genéticas em um zigoto e só implantá-lo no útero caso ele seja promissoramente “saudável”?
  • É ético selecionar as características de um filho a ser gerado?
  • É aceitável conceber um filho – seletivamente escolhido por análise genética – que seja compatível com outro, que está doente, para que seja doador em transplante (de medula óssea, por exemplo)?
  • Os legisladores devem impor limites à pesquisa científica sôbre o dê êne á e às novas tecnologias decorrentes dessas pesquisas?

Você pode encontrar mais algumas questões éticas pertinentes no texto “Genética e a sociedade”, que está na seção Aprofundamento ao professor, na parte inicial Manual do professor.

Essa atividade expõe a necessidade do debate democrático acerca das implicações éticas de avanços científicos. Para que os cidadãos possam opinar, são necessários conhecimentos fundamentais de Ciências. Cabe aqui lembrar as palavras da Bê êne cê cê, segundo a qual “apreender ciência não é a finalidade última do letramento, mas, sim, o desenvolvimento da capacidade de atuação no e sôbre o mundo, importante ao exercício pleno da cidadania” (Bê êne cê cê, 2018, página 321).

Ícone. Tarja de fundo preto com texto branco escrito: ciência e tecnologia.

EM DESTAQUE

Biotecnologia e Engenharia Genética

Usar organismos vivos para produzir materiais de interêsse é denominado Biotecnologia. Desde a década de 1970, os trabalhos em Biotecnologia vêm ganhando novo impulso com o desenvolvimento de técnicas, pela Engenharia Genética, que permitem isolar um gene de uma espécie e inserir esse gene no genótipo de outra espécie.

A presença do “novo” gene no organismo que o recebeu pode ter duas finalidades básicas. Uma delas é fazer com que o organismo receptor produza grandes quantidades de alguma substância de interêsse humano, substância essa cuja produção é condicionada pela presença do gene. Como exemplo, considere a produção de insulina transgênica, destinada a uso humano, esquematizada a seguir.

Essa mesma tecnologia tem permitido a obtenção de vacinas, de antibióticos, de medicamentos contra o câncer e de outros hormônios além da insulina.

Uma outra finalidade de inserir um “novo” gene no genótipo de um ser vivo é fazer com que ele adquira alguma característica desejada, condicionada pelo gene inserido.

Considere, por exemplo, que uma certa planta, não usada em agricultura, seja resistente a determinada praga, por exemplo, fungos que atacam as folhas. Descoberto o gene responsável por essa resistência à praga, esse gene pode ser isolado e inserido no material genético de plantas importantes à agricultura, tais como soja e milho. A presença do “novo” gene nesses organismos conferirá a eles resistência à praga, aumentando o rendimento das lavouras.

Organismos que contêm, em seu genótipo, genes que foram propositalmente inseridos através de técnicas de Engenharia Genética são denominados organismos transgênicos ou organismos geneticamente modificados (ó gê êmes). Atualmente existe um caloroso debate sôbre possíveis consequências da presença dêsses organismos nos ambientes naturais e sôbre eventuais riscos à saúde decorrentes do consumo de alimentos transgênicos.

Esquema. 1: O gene humano para a produção de insulina é isolado. Abaixo, ilustração de célula humana com núcleo, destacando bastão rosa com faixa vermelha. 2: Com técnicas especiais, esse gene é incorporado ao material genético de uma bactéria. Abaixo, ilustração de uma célula bacteriana com material genético circular. A faixa vermelha está incorporada ao material genético bacteriano. 3: A bactéria reproduz-se em condições controlada. Ilustração de cinco células bacterianas, todas com a faixa vermelha incorporada ao material genético circular. 4: Durante suas atividades, essas células bacterianas produzem insulina idêntica à humana, que pode ser usada por diabéticos. Ilustração de um frasco azul com rótulo dizendo “insulina”.
Esquema simplificado, fora de proporção e em cores e fórmas fantasiosas, que mostra um exemplo de atuação da Engenharia Genética: a produção de insulina humana por bactérias.

Elaborado com dados obtidos de: têilor, M. R. e outros CampbellBiology: concepts & connections. décima edição Harlow: Pearson, 2022.

Ícone. Símbolo de internet.

Use a internet

A (do Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento) realiza uma série de pesquisas sôbre a importância dos ó gê êmes no aumento da produtividade agrícola e na melhoria da qualidade dos produtos. Entre no portal https://oeds.link/TSY4Zn.

(acesso em: 28 abril 2022) e dê uma busca pela palavra ó gê ême.

A bío (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, do Ministério da Ciência e Tecnologia) assessora o govêrno federal na formulação, atualização e implementação das políticas referentes a ó gê êmes. Em https://oeds.link/ovtIxm. (acesso em: 28 abril 2022) dê uma busca por ó gê ême.

Caso os endereços eletrônicos citados não estejam mais ativos, busque os portais por e bío.

Respostas e comentários

tê cê tê Ciência e Tecnologia

O texto Em destaque, intitulado “Biotecnologia e Engenharia Genética”, insere-se na abordagem do tê cê tê Ciência e Tecnologia (da macroárea de mesmo nome).

De ôlho na Bê êne cê cê!

O texto Em destaque intitulado “Biotecnologia e Engenharia Genética”, na medida em que elucida alguns temas contemporâneos das Ciências da Natureza, vai ao encontro da competência geral 1 e da competência específica 1, já citadas neste capítulo.

O debate regrado proposto anteriormente (em Sugestão de atividade) e o texto Em destaque oportunizam o desenvolvimento da competência geral 6, pois convidam a valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que possibilitem ao estudante entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

São também favorecidas pelo debate regrado e pelo texto Em destaque a competência geral 10 e competência específica 8, já mencionadas neste capítulo.

O debate regrado proposto favorece também o desenvolvimento de algumas habilidades de Língua Portuguesa, a saber: ê éfe seis nove éle pê um cinco (“Apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes, respeitando os turnos de fala, na participação em discussões sôbre temas controversos e/ou polêmicos”); ê éfe oito nove éle pê um cinco (“Utilizar, nos debates, operadores argumentativos que marcam a defesa de ideia e de diálogo com a tese do outro: concordo, discordo, concordo parcialmente, do meu ponto de vista, na perspectiva aqui assumida etcétera”); ê éfe oito nove éle pê dois dois (“Compreender e comparar as diferentes posições e interesses em jôgo em uma discussão ou apresentação de propostas, avaliando a validade e fôrça dos argumentos e as consequências do que está sendo proposto e, quando for o caso, formular e negociar propostas de diferentes naturezas relativas a interesses coletivos envolvendo a escola ou comunidade escolar.”); e ê éfe oito nove éle pê dois três (“Analisar, em textos argumentativos, reivindicatórios e propositivos, os movimentos argumentativos utilizados (sustentação, refutação e negociação), avaliando a fôrça dos argumentos utilizados.”).

Ícone. Letras A e Z.

ATIVIDADE

Amplie o vocabulário!

Hora de debater o significado de cada conceito, redigi-lo com nossas palavras e incluí-lo no nosso blog.

biotecnologia

Engenharia Genética

organismo transgênico

Organização de ideias

MAPA CONCEITUAL

Fluxograma. Cromossomos contêm genes, compõem o genótipo. Cromossomos contêm genes, condicionam as características hereditárias no fenótipo, deve-se ao genótipo e ao ambiente. 
Cromossomos contêm genes, condicionam as características hereditárias, entre as quais se incluem as doenças hereditárias. 
Cromossomos contêm genes manipulados pela Engenharia Genética. Cromossomos podem formar pares de cromossomos homólogos, presentes nas células diploides (2n).  Cromossomos podem formar pares de cromossomos homólogos contêm alelos, separados na formação dos gametas, são células haploides (n); gametas unem-se (um gameta de cada sexo) para formar o zigoto. Zigoto pode eventualmente apresentar aneuploidia. Zigoto, em cada par de alelos, pode ser homozigoto ou heterozigótico.
Ícone lâmpada.

Atividades

Use o que aprendeu

  1. Na espécie humana, assim como em muitas outras, há células diploides e células haploides.
    1. Cite uma importante diferença entre uma célula haploide humana e uma célula diploide humana.
    2. Quais são as células haploides humanas?
    3. Quais são as células diploides humanas?
    4. Qual dêsses dois tipos de células, haploide ou diploide, tem participação direta no processo de fertilização?
  2. Um zigoto é uma célula haploide ou diploide? Explique.
  3. Nas células diploides do seu corpo há 46 cro­mossomos.
    1. Quantos deles são herança de seu pai? E quantos são herança de sua mãe?
    2. No seu corpo há centenas de trilhões de células diploides. Explique como é possível que todas elas possuam cópias dêsses cromossomos que você herdou de seus pais se, nos gametas deles que participaram da fecundação, havia cromossomos suficientes apenas para a formação do zigoto.
Respostas e comentários

Aprofundamento ao professor

sôbre a relevância da Enge­nharia Genética, veja, na parte inicial dêste Manual do professor, na seção Aprofundamento ao professor, o texto “Os organismos submetidos à Engenharia Genética sintetizam um largo espectro de produtos biológicos e farmacêuticos”.

Amplie o vocabulário!

Redações possíveis, conside­rando o nível de compreensão atual dos estudantes:

  • biotecnologia Utilização de seres vivos para obter produtos de interêsse.
  • Engenharia Genética Área da Ciência que atua sobretudo na manipulação e recombinação de genes.
  • organismo transgênico Organismo que foi geneticamente modificado (ó gê ême) com técnicas da Engenharia Genética.

Respostas do Use o que aprendeu

1. a) A célula haploide tem 23 cromossomos, metade do “lote” total encontrado nas células diploides, que é de 46 cromossomos.

b) Os gametas (óvulo e espermatozoide).

c) As demais células do corpo. (Professor, elas são designadas células so­má­ti­cas.)

d) As células haploides (espermatozoide e óvulo).

2. Diploide, pois resulta da junção de dois “lotes” haploides de cromossomos, um de cada gameta.

3. a) 23 do pai e 23 da mãe.

b) Todas essas células se originaram de divisões celulares sucessivas a partir do zigoto. A cada vez que uma célula diploide sofre divisão e origina duas novas células diploides, os cromos­so­mos da célula original são copiados e um “lote” dos 46 cromossomos existirá em cada uma das células resultantes da divisão.

  1. O número diploide na espécie dos cavalos ( ) é 64 e, na espécie dos jumentos ( ), é 62.
    1. Quantos cromossomos há num esperma­tozoide de jumento?
    2. Quantos cromossomos há num óvulo de égua (fêmea do cavalo)?
    3. Do cruzamento de um jumento com uma égua origina-se a mula, descendente estéril (incapaz de se reproduzir), pois provém do cruzamento de animais de diferentes espécies. Quantos cromos­somos você esperaria que fossem encontrados ao examinar, com o equipamento de microscopia adequado, o núcleo de uma célula do corpo de uma mula?
Fotografia. Mula com pelo marrom.
A mula descende do cruzamento de um jumento com uma égua. altura: 1,6 métro
  1. O número diploide da ervilha é 14. Quantos cromossomos há:
    1. num gameta de planta de ervilha?
    2. numa célula de folha da planta de ervilha?
  2. A expressão alelos e a expressão cromos­somos homólogos significam a mesma coisa? Explique.
  3. Considerando apenas o sistema sanguíneo A bê ó, existe um tipo de sangue que é conhecido como “doador universal”, pois pode ser transfundido para ­indivíduos dos demais grupos. Existe, entretanto, um tipo sanguíneo conhecido como “receptor universal”, pois indivíduos dêsse grupo podem receber doações de todos os demais grupos. Consultando uma tabela mostrada no capítulo, conclua qual dos tipos sanguíneos (A bê, a, ou óh) é o:
    1. “doador universal”;
    2. “receptor universal”.

8. Imagine que um médico tenha de fazer uma transfusão para um paciente cujo sangue é

A negativo. No banco de sangue do hospital, dispõe-se de sangue dos tipos
A B negativo,
A positivo,
B negativo,
O positivo e
O negativo. Consulte as tabelas fornecidas no item 10 dêste capítulo e conclua: qual ou quais deles podem ser empregados na transfusão?
  1. Qual é a diferença entre o modo como se formam gêmeos monozigóticos e gêmeos dizigóticos?
  2. Dois gêmeos monozigóticos podem ser de sexos distintos? Justifique.
  3. Dois gêmeos dizigóticos podem ser de sexos distintos? Justifique.
  4. Dois gêmeos monozigóticos foram separados logo na infância, devido à morte dos pais. Foram criados por famílias diferentes, em diferentes localidades.

Aos 30 anos, o primeiro deles é magro e tem pele morena. O outro é gordo, tem pele clara e é mais alto que o irmão.

Podemos usar essas constatações para concluir que os gêmeos têm genótipos diferentes? Explique.

13. Em certas culturas é muito valorizado pelo marido o nascimento de um menino, sendo atribuída à mulher a “culpa” no caso de nascerem apenas meninas.

Considerando os princípios da Genética, diga se há fundamento em atribuir à mulher, ou mesmo ao homem, a responsabilidade pela determinação do sexo do bebê.

Ícone. Lupa.

Atividades

Explore diferentes linguagens

A critério do professor, estas atividades poderão ser feitas em grupos.

ATENÇÃO!

Para realizar as atividades seguintes, consulte o texto e as tabelas do capítulo sempre que precisar saber se uma determinada característica deve-se a um alelo dominante ou a um alelo recessivo.

Respostas e comentários

4. a) 31, a metade do número diploide.

b) 32, a metade do número diploide.

c) Espera-se que os estudantes respondam 63, que é a soma do número de cromossomos do espermatozoide do jumento com o número de cromossomos do óvu­lo da égua.

Ao discutir o item c da atividade 4, destaque o fato de haver um número ímpar de cromos­so­mos em uma célula “diploide” e relacione isso com a não existência de perfeita correspondência entre cromossomos paternos e maternos. Em casos co­mo esse, ocorrem problemas na separação cromossômica durante a divisão celular que fórma os gametas, fazendo com que o descendente seja estéril.

5. a) 7, a metade do número diploide.

b) 14, o número diploide.

6. Não. Cromossomos homó­logos são pares de cromossomos de uma célula que contêm a mesma sequência de genes. Alelos são genes que ocupam o mesmo local nos cromossomos homólogos, um alelo em cada cromossomo do par.

7. a) A tabela do item 10 do capítulo mostra que o tipo sanguíneo, no sistema A bê ó, que pode ser doa­do a todos os demais é o tipo óh.

b) O tipo sanguíneo, no sistema A bê ó, que pode receber sangue doado de todos os demais é o tipo A bê.

8. Consultando uma das tabelas, verifica-se que um paciente de sangue a pode receber sangue tipo a e tipo óh. Consultando a outra tabela, verifica-se que um paciente

R h negativo

pode receber apenas sangue

R h negativo

. Assim sendo, das opções oferecidas, o paciente pode receber somente sangue

O negativo

.

9. Os gêmeos monozigóticos originam-se de um mes­mo zigoto (formado por um óvulo e um espermatozoide). Durante a sequência das divisões celulares a partir dêsse zigoto, o conjunto de células divide-se em dois conjuntos, e cada qual origina um embrião.

Já os gêmeos dizigóticos formam-se a partir de dois óvulos provenientes de um mesmo período ovulatório, cada qual sendo fertilizado por um espermatozoide distinto.

Assim, gêmeos monozi­góticos têm exatamente a mesma bagagem genética, enquanto gêmeos dizigóticos não têm.

10. Não. Como os gêmeos monozigóticos têm a mesma bagagem genética, eles são necessariamente do mesmo sexo.

11. Sim. Já que eles têm bagagens genéticas diferentes, são como qualquer par de irmãos e podem, portanto, ser do mesmo sexo ou de sexos diferentes.

12. Não, pois o texto afirma que são gêmeos monozi­gó­ticos. Eles têm, portanto, o mesmo genótipo. As diferenças observadas no fenótipo não se devem a genótipos diferentes, mas sim à atuação diferenciada de fatores ambientais sôbre ambos.

13. Não há como responsabilizar alguém pelo sexo de seus descendentes. Existe 50% de chance de a criança ser menino e 50% de ser menina. É uma questão probabilística.

PROBABILIDADES

  1. Duas plantas de ervilha, ambas dotadas de flores vermelhas, foram cruzadas. Entre os descendentes foram observados indivíduos com flores vermelhas e indivíduos com flores brancas. É possível concluir se os indivíduos cruzados são homozigóticos ou heterozigóticos? Explique.
  2. Uma planta de ervilha, A, dotada de flores vermelhas foi cruzada com outra, B, dotada de flores brancas. Entre os descendentes foram observados indivíduos com flores vermelhas e indivíduos com flores brancas. É possível concluir se A e B são homozigóticos ou heterozigóticos? Explique.
  3. Um homem e uma mulher, ambos sem “bico de viúva”, podem gerar filhos:
    1. sem “bico de viúva”? Explique.
    2. com “bico de viúva”? Explique.

4. Um homem, de sangue

R h negativo, é suposto pai de uma criança, de sangue
R h negativo, cuja mãe tem sangue
R h positivo. Com base nessas informações, é possível assegurar que o homem:
  1. não é o pai da criança?
  2. é o pai da criança?
  1. Um homem e uma mulher, ambos com sardas, tiveram um filho sem sardas.
    1. É possível concluir se os pais são homozigóticos ou heterozigóticos no que diz respeito ao par de alelos que condiciona a presença ou a ausência de sardas?
    2. Se esses pais gerarem outra criança, é possível que seja uma filha e com sardas? Explique.

TIRINHA

Tirinha. Tirinha colorida em três quadros. Homem de cabelo castanho curto e cacheado, vestindo camisa roxa. Mulher de cabelo loiro longo, vestindo blusa azul. Eles estão ao lado de uma estante de livros. Quadro 1: A mulher diz: Então, qual é o problema com você e a rosa? O homem responde: “Perto dela, entro em pânico! Fico travado e não consigo dizer nada!” Quadro 2: A mulher diz: Ainda isso? Você ficava assim comigo. Achei que tinha superado. Ele continua: "Que nada, piorou! Acho que a Rosa não vai me querer!". Quadro 3: A mulher diz: "Você é um cara esperto. Procure descobrir a causa disso". Ele responde: Ah! Eu sei qual é a causa. É a proximidade com indivíduos duplo X.
  1. Na sua fala do último quadrinho, o rapaz se refere a uma moça por meio de um atributo exclusivo das pessoas do sexo feminino. Ele se refere a alelos quaisquer, cromossomos sexuais, alelos recessivos, cromossomos quaisquer ou alelos dominantes? Explique.
  2. Considerando os aspectos genéticos de ambos os sexos, que cromossomos sexuais estão presentes nos gametas produzidos por uma mulher? E por um homem?

Seu aprendizado não termina aqui

As tecnologias associadas à Genética podem proporcionar grandes avanços na área de saúde. Elas, contudo, originam importantes questionamentos éticos sôbre os quais você deve refletir e estar permanentemente atento. Eis alguns exemplos.

Seria correto usar a mesma tecnologia que detecta doenças hereditárias para introduzir material genético em pessoas saudáveis a fim de salientar determinada característica desejada, como inteligência, beleza ou capacidade atlética? Temos o direito de escolher a cor dos olhos ou o sexo de nossos descendentes? Se uma pessoa descobre que há chance de ela vir a gerar filhos com sérias doenças genéticas, seria correto impedi-la de ter filhos? Quem deve ter o poder de decisão em casos como esses?

Respostas e comentários

Respostas do Explore diferentes linguagens

1. O alelo que condiciona flor vermelha é dominante e o que condiciona flor branca é recessivo (quadro do item 8). Se os indivíduos cruzados forem e , ou e vôltivôlti, não há chance de descendentes com flores brancas (). Se há descendentes com flores brancas, os indivíduos cruzados têm de ser heterozigóticos ().

2. Como B tem flores brancas, é necessariamente homozigótica recessiva . Se fosse homozigótica , não haveria a possibilidade de descenden­tes (com flores brancas). Descendentes só são possíveis se for heterozigótica .

3. a) Sim.b)Não.

A presença de “bico de viúva” deve-se a um alelo dominante (item 9), bê maiúsculo: alelo dominante; bê minúsculo: alelo recessivo.

Nos descendentes de um casal (fenótipo sem “bico de viúva”), há apenas a possibilidade de filhos , mas não de filhos bê maiúsculobê maiúsculo ou báitebáite (fenótipo com “bico de viúva”).

4. A mãe tem de ser heterozigótica () e poderia ter um filho ÁrÁr(fenótipo

R h negativo

) com qualquer homem ÁrÁr. Assim:

a) Não podemos garantir que ele não seja o pai.

b) Não é possível assegurar que ele seja o pai.

Comente que os testes de dê êne á abriram uma nova era na elucidação de paternidade.

5. a) Já que os pais têm sardas, o genótipo de cada um pode ser ésse maiúsculo ésse maiúsculo ou segundosegundo. Como tiveram filho sem sardas (ésse minúsculoésse minúsculo), os dois são heterozigóticos (segundosegundo).

b) Sim. Essa outra criança pode ser menina ou menino (50% de chance cada) e pode apresentar sardas (genótipo ésse maiúsculo ésse maiúsculo ou ) ou não apresentar (genótipo ), já que os pais são .

6. Na espécie humana, indivíduos do sexo feminino têm, nas células diploides, dois cromossomos sexuais do mesmo tipo, o décima, apresentando genótipo vigésima. No terceiro quadrinho, o rapaz se refere, portanto, a cromossomos sexuais.

7. Na mulher, todos os gametas produzidos terão cromossomo sexual décima. No homem, metade dos gametas terá cromossomo sexual décima e, a outra metade, .