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UNIDADE 5 Espertezas
Você sabe o que é uma esperteza? Pode ser a ação de quem é esperto ou inteligente e também uma ação desonesta para conseguir algo, como uma malandragem.
Na antiga cidade grega de Tebas, vivia a Esfinge, uma criatura monstruosa: cabeça de mulher, corpo de leão e longas asas. Ela lançava um enigma (desafio) aos viajantes, que deveriam acertar para não ser devorados por ela. Um dia, o jovem Édipo respondeu ao enigma da Esfinge e acertou! Envergonhada, a criatura se atirou do monte e a cidade ficou livre dela. Veja o enigma:
- Que animal tem quatro patas de manhã, duas à tarde e três no final do dia? Descubra ou o devoro!
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- O que mais chamou sua atenção na pintura de Édipo com a Esfinge?
- Você acha que a Esfinge era esperta? Por quê?
- Por que ninguém conseguia adivinhar o enigma da Esfinge?
- Você imagina qual é a resposta do enigma da Esfinge?
- Você conhece alguma personagem que é famosa por sua esperteza? Se sim, qual?
Desafio
1 Édipo conseguiu decifrar o enigma da Esfinge. Será que você também consegue?
Dica: Numere estas três figuras na ordem em que acontecem e descubra o que elas representam.
-
E então, qual é a resposta?
2 Agora é sua vez de resolver um enigma!
Um fazendeiro vai até a cidade e precisa voltar para casa com uma raposa, uma galinha e um saco de grãos. Para isso, ele precisa atravessar um rio, mas só pode levar um item de cada vez com ele. Se a raposa ficar com a galinha, a galinha será comida. Se a galinha ficar com os grãos, ela os comerá. Como o fazendeiro pode atravessar o rio e levar tudo para casa em segurança?
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Para ler
Antes de ler
Você vai ler um conto de esperteza.
- Leia o título do conto. O que você sabe sobre as personagens?
- Você pode imaginar que tipo de problema o jabuti e o caipora podem ter?
- Qual das personagens você considera mais esperta? Por quê?
Durante a leitura
- Acompanhe a leitura do professor e anote as palavras que você não conhece.
- Descubra qual das personagens agirá com esperteza e verifique se você concorda com a atitude dela.
O jabuti e o caipora
O jabuti estava dentro do tronco oco de uma árvore, junto da praia, bem na foz de um rio. Tocava sua flautinha, todo contente da vida:
Lalalá... lari-lerém.
O caipora passou por ali e resolveu que dessa vez ia dar uma lição nele. Não é que não gostasse do jabuti, mas é que o caipora era o gênio protetor da floresta, defendia os animais, enganava os homens, dava surra nos caçadores, e no fim ninguém reconhecia sua importância. Então ficava com inveja da fama do jabuti, que todo mundo dizia que era o bicho mais esperto da mata.
Por isso, propôs:
- Jabuti, vamos fazer um concurso e ver quem ganha?
- Claro, caipora, com o maior prazer. Concurso de quê?
- De força - respondeu o caipora, se achando todo esperto, porque concurso de esperteza podia ser arriscado.
- Vamos, sim - concordou o jabuti. - Como é que você quer fazer?
- Eu vou ali no mato e pego um cipó bem forte. Depois, a gente faz um cabo de guerra. Cada um segura firme numa ponta.
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Você fica na água puxando, eu fico em terra. Quem conseguir puxar o outro, ganha.
- Combinado.
Quando o caipora voltou, com uma embira enorme e muito forte, o jabuti primeiro sugeriu que eles trançassem o cipó, para reforçar ainda mais.
- Me avise quando estiver pronto... - disse o caipora.
- Aviso, sim. Deixe só eu encontrar um lugar em que a lama do fundo não escorregue...
O jabuti pulou na água segurando a sua ponta e foi pedir ao peixe-boi:
- Segura aqui esta ponta para mim, que eu estou fazendo um cabo de guerra com o caipora...
- Seguro, sim. Mas só um instantinho. Eu não posso demorar, porque hoje a baleia veio me visitar.
- Eu aviso a ela, pode deixar - disse o jabuti. - Mas faça assim, compadre, por favor: em vez de segurar a corda bem na ponta, segure um pouco mais para dentro.
O peixe-boi atendeu o pedido dele e ficou segurando a corda de embira, deixando uns metros de folga. O jabuti pegou a ponta, levou até perto da visitante e amarrou bem amarrado no rabo da baleia. Ela nem sentiu, deve ter achado que era só um cisco passando na água e fazendo uma cosquinha.
- Obrigado, amigo, não vai precisar mais - o jabuti avisou ao peixe-boi. Depois, voltou para a terra e se escondeu no toco da árvore. Só depois que estava bem escondido foi que gritou:
- Pode começar, caipora!
E ficou só com a cabecinha de fora, vendo e se divertindo.
O caipora começou a puxar. A baleia sentiu alguma coisa repuxando o rabo dela e resistiu. O caipora puxou mais. A baleia fez força, foi arrastando o caipora para dentro d'agua, puxando, puxando...
Glossário
- Foz:
- ponto de desaguamento de um rio, que pode ser o mar, uma lagoa ou outro rio.
- Embira:
- nome de várias espécies de árvores e arbustos que têm nas cascas fibras usadas para fazer cordas.
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Daí a pouco, o caipora já estava com água na altura do pescoço. Começou a gritar:
- Chega, jabuti! Chega. Você ganhou!
O jabuti mergulhou, desatou o cipó do rabo da baleia e segurou a ponta enquanto saía da água.
- Puxa, você deve estar cansado, hein, jabuti?! Fez tanta força... - disse o caipora.
- Até que nem... não suei nada... Veja só.
O caipora olhou e viu que era verdade. Teve de reconhecer:
- É, jabuti, você me venceu. Agora eu sei que você é mais forte e mais valente do que eu. Vou embora.
"Nada disso, sou só mais esperto", ficou pensando o jabuti. Mas não disse nada. Uma das grandes espertezas dele era não falar demais.
Ana Maria Machado. Histórias à brasileira: Pedro Malasartes e outras. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004.
Que curioso!
Essa história foi recontada por Ana Maria Machado, escritora que já publicou livros para crianças, jovens e adultos. Em sua carreira, ela já recebeu os mais importantes prêmios nacionais e internacionais de literatura. A escritora foi a segunda mulher a ocupar o posto de presidente da Academia Brasileira de Letras.
Para estudar o texto Praticar a fluência
1 Depois de acompanhar a leitura do professor, leia as palavras que você anotou e converse com a turma sobre o significado delas.
2 Agora, cada colega vai ler um trecho do texto. Acompanhe a leitura e, quando chegar sua vez, leia com clareza, ritmo e entonação adequados.
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3 Leia em voz alta as ações do jabuti. Procure melhorar a velocidade da leitura a cada repetição!
O jabuti mergulhou.
O jabuti mergulhou, desatou o cipó do rabo da baleia.
O jabuti mergulhou, desatou o cipó do rabo da baleia e segurou a ponta enquanto saía da água.
Compreender o texto
4 Converse com os colegas sobre o conto lido.
- Por que o caipora tinha inveja do jabuti?
- O caipora sugeriu que o cabo de guerra fosse feito de que jeito?
Vocês acham que as regras foram justas?
5 Responda às questões a seguir sobre a personagem que age com esperteza no conto.
- Que personagem é essa?
- Ligue cada uma das perguntas abaixo a sua resposta.
- Você conhece outro conto em que essa personagem age com esperteza? Conte aos colegas.
Nos contos de esperteza, a personagem principal age de forma inteligente e rápida para resolver um problema.
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6 Qual é a esperteza presente no conto?
7 Numere os fatos na ordem em que acontecem na história.
- O jabuti sugere deixar o cipó mais forte para usar no cabo de guerra e pula para dentro da água.
- O jabuti descobre que a baleia está visitando o peixe-boi e amarra a corda no rabo dela.
- A baleia puxa a corda no lugar do jabuti.
- O jabuti vence o cabo de guerra graças a sua esperteza, e o caipora diz que o jabuti é mais esperto e mais valente do que ele.
- O jabuti pede para o peixe-boi segurar a corda para ele.
- O caipora desafia o jabuti para um cabo de guerra.
Ampliar o vocabulário
8 Releia o primeiro parágrafo do conto.
-
A autora escreve com uma linguagem:
- informal, como se estivesse conversando com o leitor.
- formal, muito diferente da linguagem usada quando estamos conversando com alguém.
9 Explique o significado da expressão destacada neste trecho do conto.
"O jabuti mergulhou, desatou o cipó do rabo da baleia e segurou a ponta enquanto saía da água."
Para ler em casa
Convide uma pessoa que mora com você para fazer a leitura do conto de esperteza. Leia o título e converse com ela sobre o jabuti e o caipora. Depois, combine que cada um lerá as falas de uma das personagens. Não se esqueça de acompanhar a pontuação usando o ritmo e a entonação adequados para cada situação.
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Estudo da língua Pontuação
1 Releia este trecho do conto O jabuti e o caipora e converse com os colegas sobre as questões.
"Daí a pouco, o caipora já estava com água na altura do pescoço.
Começou a gritar:
- Chega, jabuti! Chega. Você ganhou!
O jabuti mergulhou, desatou o cipó do rabo da baleia e segurou a ponta enquanto saía da água."
- Por que o jabuti agiu dessa forma quando o caipora começou a gritar?
- O jabuti fez o que o caipora pediu? Por quê?
- Que sinal de pontuação foi utilizado para anunciar o que o caipora gritou?
-
Releia o que o caipora gritou. O que significa o sinal de pontuação ?
Na língua escrita, os sinais de pontuação indicam as diferenças de entonação e separam frases ou suas partes.
Dois-pontos (:)
Introduzem a fala de alguém ou uma explicação. Exemplos:
O jabuti precisava de uma coisa: esperteza. (explicação)
O caipora gritou: "Você venceu!". (fala)
Ponto de exclamação (!)
Finaliza frases que expressam sentimentos ou emoções. Exemplo: Que incrível! O jabuti venceu o cabo de guerra! (admiração, espanto)
2 Escreva uma frase sobre o conto que você leu usando ponto de exclamação.
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3 Releia esta fala do caipora.
"- Jabuti, vamos fazer um concurso e ver quem ganha?"
-
O que significa o sinal de pontuação ? nesse trecho?
Ponto de interrogação (?)
Finaliza frases em que se expressa dúvida ou se faz uma pergunta direta. Exemplo: O jabuti ganhou o concurso?
4 Leia esta frase declarativa.
"O caipora perdeu o concurso de força."
-
Transforme essa frase em exclamativa.
-
Agora, transforme-a em uma frase interrogativa.
5 Leia esta frase interrogativa.
"A baleia puxou o cipó?"
-
Transforme-a em uma frase declarativa, que afirma algo.
-
Agora, transforme-a em uma frase exclamativa.
Ponto-final (.)
Emprega-se no final de frases declarativas (em que se faz uma declaração). Exemplo: O jabuti pegou a ponta.
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6 Releia este trecho do conto.
"- É, jabuti, você me venceu. Agora eu sei que você é mais forte e mais valente do que eu. Vou embora.
'Nada disso, sou só mais esperto', ficou pensando o jabuti. Mas não disse nada. Uma das grandes espertezas dele era não falar demais."
-
Por que o trecho está entre aspas (" ")?
-
Marque o que as aspas simples (' ') sinalizam nesse trecho.
- Um pensamento.
- Uma fala.
- Que sinal de pontuação presente nesse trecho sinaliza a fala de uma personagem? Circule-o.
7 Leia a frase a seguir.
"'Você venceu!', gritou o caipora."
-
Nela, as ' ' indicam:
- um pensamento.
- uma fala.
-
uma pergunta.
Travessão (-)
Pode ser utilizado para marcar a fala de uma personagem.
Aspas (" ")
Podem mostrar que o trecho foi retirado de um texto, ou seja, é uma citação. Também podem indicar a fala ou o pensamento de uma personagem.
Aspas simples (' ')
Podem ser utilizadas para indicar a fala ou o pensamento de uma personagem quando o trecho de que faz parte já está entre aspas.
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Produção escrita Fábula
Você leu um texto em que um animal, o jabuti, é a personagem principal. Sabia que ter animais como personagens é uma característica das fábulas?
Você vai produzir uma fábula com um colega. Depois, essa fábula será lida para o restante da turma.
Planejamento e escrita
1 Leia a fábula e converse com um colega.
O corvo e o jarro
Um corvo, quase morto de sede, foi a um jarro, onde pensou encontrar água. Quando meteu o bico pela borda do jarro, verificou que só havia um restinho no fundo. Era difícil alcançá-la com o bico, pois o jarro era muito alto.
Depois de várias tentativas, precisou desistir, desesperado. Surgiu, então, uma ideia em seu cérebro. Apanhou um seixo e jogou-o no fundo do jarro. Jogou mais um e muitos outros.
Com alegria verificou que a água vinha, aos poucos, se aproximando da borda. Jogou mais alguns seixos e conseguiu matar a sede, salvando a vida.
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
Ler e escrever: livro de textos do aluno. Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. 3. ed. São Paulo: FDE, 2010.
Glossário
- Seixo:
- pedra arredondada.
- Que animal é personagem dessa fábula?
- Que características humanas esse animal tem? esperteza.
-
Esse animal foi esperto? Explique sua resposta.
-
Circule o ensinamento presente na fábula e explique-o.
As fábulas são textos narrativos que apresentam uma moral (um ensinamento). Nelas, os animais têm características humanas.
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2 Imaginem a história.
- Imaginem uma fábula com as personagens espertas das duas histórias lidas. Como seria um encontro entre o jabuti e o corvo?
- Você e o colega vão escrever uma fábula com essas personagens.
Importante!
Decidam:
- Onde vai ser esse encontro?
- O que estará acontecendo com essas personagens?
- Qual delas vai usar de esperteza com a outra?
3 Pensem em uma moral para a fábula.
4 Escreva no caderno a fábula que vocês planejaram.
Avaliação e reescrita
5 Avaliem o próprio texto e o de outra dupla.
- Primeiro, vocês farão uma leitura da fábula escrita por vocês e a avaliarão de acordo com os critérios a seguir.
-
Depois, trocarão a fábula de vocês com a de outra dupla e revisarão o texto da mesma forma.
Revisão do texto Sim Não A fábula traz as duas personagens solicitadas? Há uma situação de esperteza? Há uma moral, um ensinamento ao final da fábula? Há alguma palavra escrita de forma incorreta? Os sinais de pontuação foram utilizados corretamente? - Ouçam e anotem as opiniões e sugestões da outra dupla.
- Mostrem o texto de vocês ao professor e depois o passem a limpo, fazendo as alterações necessárias.
Socialização
6 Leiam as fábulas para a turma.
Dica: Respeitem os sinais de pontuação e sejam expressivos na leitura.
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Produção oral Repente
Você já ouviu falar em repente? Você vai ler o trecho de um desafio entre Pinto do Monteiro (1895-1990) e Severino Milanês (1906-1967), dois famosos repentistas brasileiros.
Depois, você e seus colegas vão fazer um exercício de repente, uma improvisação a partir da cantiga Arre burrinho.
Repente, ou cantoria, é um desafio entre dois cantadores que improvisam os versos rimados no momento da apresentação. Na maioria das vezes, eles tocam viola para acompanhar sua cantoria, e, em geral, o tema é escolhido pela plateia.
Planejamento
1 Leia este texto.
Peleja de Pinto com Milanês
[...]
Pinto - No dia que eu tenho raiva
o vento sente um cansaço
o dia perde a beleza, a lua perde o espaço
o sol transforma-se em gelo
cai de pedaço em pedaço
Milanês - No dia que dou um grito
estremece o ocidente
o globo fica parado
o fruto não dá semente
a terra foge do eixo
o sol deixa de ser quente
[...]
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Pinto - pergunte o que tem vontade
não desespere da fé
do oceano, rio e golfo
estreito, lago ou maré
hoje você vai saber
Pinto cantando quem é
[...]
Milanês - Pinto, eu na poesia
quero mostrar-lhe quem sou
relativo ao avião
perguntando ainda vou
diga o primeiro balão
quem foi que inventou?
Pinto - Em mil seiscentos e nove
Bartolomeu de Gusmão
no dia oito de agosto
fez o primeiro balão
hoje no mundo moderno
chama-se o mesmo avião
[...]
Pinto - Milanês, você comigo
ou canta muito ou emperra
não pode se defender
salta, pula, chora e berra
qual foi a primeira estrada
de ferro, na nossa terra?
Milanês - Foi quando Pedro II
tinha aqui poderes mil
em 18 e 54
no dia trinta de abril
inaugurou-se em Mauá
a primeira do Brasil
Pinto - Milanês, você é fraco
não aguenta o desafio
eu ainda estou zombando
porque estou de sangue frio
me diga quem inventou
o telégrafo sem fio?
Milanês - Pinto, você não pense
que meu barco vai a pique
em mil seiscentos e oito
na cidade de Munique
Suemering inventou
este aparelho tão chique
[...]
Jornal de Poesia. Disponível em: https://oeds.link/VHUAtl. Acesso em: 14 jul. 2021.
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2 O que você achou das provocações que um repentista fez para o outro?
3 Se você estivesse na plateia, que tema sugeriria para o desafio entre os cantadores?
4 Agora, leia esta cantiga do folclore português.
Arre burrinho
Arre burrinho que vai pra Loulé
carregadinho de café
Arre burrinho que vai pra Estremoz
carregadinho de arroz
Arre burrinho que vai pra Idanha
carregadinho de castanha
Arre burrinho que vai pra Melgaço
carregadinho de bagaço
Arre burrinho que vai pra Guarda
carregadinho de mostarda
Arre burrinho que vai pra Macau
carregadinho de cacau
Arre burrinho que vai pra Alportel
carregadinho de papel
Que curioso!
Várias palavras da cantiga que começam com letra maiúscula são nomes de cidades de Portugal, com exceção de Macau, que é uma região da China.
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Apresentação
5 Façam uma improvisação com a cantiga Arre burrinho.
-
Para começar, o professor vai organizar a turma em dois grupos para um exercício.
- Ele vai mudar uma palavra no primeiro verso e vocês vão completar oralmente a expressão "carregadinho de" com uma palavra que rime.
-
Agora que vocês já treinaram, um grupo vai desafiar o outro!
- O primeiro grupo deve completar o verso "Arre burrinho que vai pra..." usando um nome de cidade, estado ou país.
- O segundo grupo tem de completar "carregadinho de..." com uma palavra que rime com o nome do lugar que o primeiro grupo escolheu.
-
Se conseguir, o segundo grupo começa com "Arre burrinho que vai pra...", dizendo o nome de um lugar, e o primeiro grupo tem de completar "carregadinho de...". E assim sucessivamente.
Avaliação
6 Conversem sobre as questões e preencham o quadro.
- Como foi a experiência de improvisar?
- Que dificuldades vocês encontraram para completar os versos com palavras que rimassem?
Avaliação do repente | Sim | Não |
---|---|---|
Vocês responderam aos desafios dos colegas? | ||
Conseguiram fazer isso com rapidez? | ||
Houve alguma situação engraçada? |
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Para ler mais
Antes de ler
Você vai ler um texto teatral que tem animais como personagens.
- O que pode acontecer com uma onça, uma anta e um macaco?
- Para que serve um texto teatral?
Durante a leitura
- Acompanhe a leitura do professor e observe que o texto teatral é escrito para várias pessoas, cada uma representando uma personagem.
- Observe o modo como as falas das personagens são sinalizadas e encontre no texto as palavras e as expressões que indicam que a história foi escrita para ser encenada.
A Onça, a Anta e o Macaco
Personagens
ONÇA
ANTA
MACACO
Cenário
Uma clareira na floresta.
A Onça, a Anta e o Macaco voltam, alegres, de um jogo de bolas de gude contra outros animais da floresta. Sentam-se no chão, e a Onça entrega à Anta uma sacola cheia de bolinhas.
ONÇA Vamos ver quantas bolinhas a gente ganhou daquele Tamanduá otário. Anta, você conta e divide.
ANTA Deixa comigo.
Glossário
- Clareira:
- espaço aberto entre árvores.
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A Anta começa a repartir as bolinhas em três partes iguais.
ONÇA O que você está fazendo?
ANTA Tem quinze bolinhas, no total. Estou dividindo por três. (Acabando de repartir.) Pronto: deu cinco bolinhas pra mim, cinco pro compadre Macaco e cinco pra senhora dona Onça.
ONÇA (Levantando-se, furiosa.) O quê?!
ANTA Quinze por três, cinco, ué!...
ONÇA Isso é lá divisão que se faça, sua Anta?
ANTA Mas... Mas...
ONÇA (Partindo para cima da Anta.)
Mas o quê?! (Apavorada, a Anta cai morta de medo.) Bem feito: hoje, minha janta vai ser carne de anta... (Ao Macaco.) Divida você! Por dois!
Tranquilamente, o Macaco recolhe as bolinhas, junta todas e retira apenas uma para si.
MACACO A senhora dona Onça pode ficar com o resto...
ONÇA (Um pouco surpresa.) Vai ficar só com essa, seu Macaco?
MACACO É uma divisão... justa, senhora dona Onça.
ONÇA Tô gostando de ver... E desde quando você aprendeu a dividir tão bem assim?
MACACO (Olhando desolado para a Anta morta.)
Desde que a comadre Anta, aqui, partiu desta para melhor... (Para a plateia.) A desgraça de uns pode servir de lição a outros...
Cai o pano. Fim.
José Carlos Aragão. No palco todo mundo vira bicho: novas fábulas de Esopo adaptadas para o teatro. São Paulo: Planeta, 2007.
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Que curioso!
Esopo foi um escravo grego que viveu há mais de dois mil anos. As fábulas do livro No palco todo mundo vira bicho são de sua autoria.
Nesse livro, o ator, escritor, jornalista e dramaturgo (escritor de peças teatrais) José Carlos Aragão adaptou algumas das fábulas de Esopo para texto teatral.
Escultura de Esopo, escritor grego de fábulas, feita há mais de dois mil anos. Roma, Itália.
Para estudar o texto Praticar a fluência
1 Leia as palavras em voz alta e com bastante atenção.
teatral
contra
clareira
compadre
três
aprendeu
surpresa
desgraça
comadre
floresta
-
O que essas palavras têm em comum?
- Sublinhe as sílabas em que a letra r aparece entre uma consoante e uma vogal.
- Em dupla, leia mais duas vezes para o colega, prestando muita atenção às sílabas que você sublinhou e tentando aumentar a velocidade a cada leitura.
-
Que palavras dificultaram sua leitura? Por quê?
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Compreender o texto
2 Quem são as personagens dessa história?
3 Onde a história se passa?
4 Numere as ações na ordem em que acontecem na história.
- A Onça pediu à Anta que contasse as bolinhas e as dividisse.
- A Onça partiu para cima da Anta, que morreu de medo.
- O Macaco pegou uma bolinha e deixou o resto para a Onça.
- A Anta dividiu quinze bolinhas em três partes iguais.
- A Onça pediu ao Macaco que fizesse a divisão das bolinhas.
5 Logo após a apresentação das personagens e do cenário, há um parágrafo inicial. Qual é a função desse parágrafo?
- Contar como será cada parte da história e descrever a Onça, a Anta e o Macaco.
- Mostrar como a história vai terminar.
- Apresentar as personagens e contar o que elas estão fazendo naquele local.
Os textos teatrais são escritos para serem representados. Neles há rubricas, que são indicações para os atores sobre como falar, para quem falar, como agir, que sentimento expressar. Elas podem ou não estar escritas entre parênteses, mas, em geral, vêm com algum destaque, como letras inclinadas.
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6 Releia o trecho a seguir.
"Tranquilamente, o Macaco recolhe as bolinhas, junta todas e retira apenas uma para si.
ONÇA (Um pouco surpresa.)
Vai ficar só com essa, seu Macaco?"
-
Por que o Macaco decidiu ficar com apenas uma bolinha?
-
Por essa atitude, você considera o Macaco tolo ou esperto?
-
Quem é a personagem que fala nesse trecho? Circule o que ela fala.
- Sublinhe, nesse trecho, as rubricas (que indicam o que os atores devem fazer e como devem se posicionar durante a cena). "Tranquilamente, o Macaco recolhe as bolinhas, junta todas e retira apenas uma para si.
Ampliar o vocabulário
7 Releia as duas falas em que a Onça se dirige à Anta.
"Anta, você conta e divide."
"Isso é lá divisão que se faça, sua Anta?"
-
De que forma a Onça se dirige à Anta em cada fala?
-
Em qual dessas falas o tratamento é mais respeitoso?
-
O que a Onça quis dizer ao chamar a Anta de "sua Anta"?
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8 Releia o final do texto.
"MACACO (Olhando desolado para a Anta morta.)
Desde que a comadre Anta, aqui, partiu desta para melhor... (Para a plateia.) A desgraça de uns pode servir de lição a outros...
Cai o pano. Fim."
-
Que palavra poderia substituir aquela em destaque no trecho?
-
Que expressão, utilizada pelo macaco nesse trecho, tem o mesmo sentido que morrer?
- Sublinhe todas as rubricas presentes no trecho destacado nesta questão.
-
O que significa a expressão "Cai o pano"?
Para ler em casa
Que tal mostrar para alguém que mora com você o que aprendeu sobre texto teatral? Apresente o texto A Onça, a Anta e o Macaco explicando como as falas das personagens e as orientações para os atores são apresentadas. Depois, conversem sobre um novo final para a história. O que aconteceria se a Anta só tivesse desmaiado? E se o Macaco enfrentasse a Onça?
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Estudo da língua Classificação das palavras quanto ao número de sílabas
1 Releia esta rubrica.
" Tranquilamente, o Macaco recolhe as bolinhas, junta todas e retira apenas uma para si."
-
Copie as palavras da rubrica na tabela abaixo, separando as sílabas de cada palavra. Coloque cada palavra na coluna correspondente a seu número de sílabas.
Uma sílaba Duas sílabas Três sílabas Quatro sílabas ou mais -
Leia as informações do quadro abaixo e complete-o com as palavras que você escreveu na tabela acima.
Se a palavra for formada por apenas uma sílaba, ela é monossílaba.
Exemplos:
Se a palavra for formada por duas sílabas, ela é dissílaba.
Exemplos:
Se a palavra for formada por três sílabas, ela é trissílaba.
Exemplos:
Se a palavra for formada por quatro sílabas ou mais, ela é polissílaba. Exemplo:
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2 Leia este texto sobre brincadeiras com bolinha de gude.
Bolinha de gude
As pequenas bolas de vidro colorido ou transparentes são jogadas até por crianças sozinhas, sem outros amigos de diversão.
Na brincadeira de rolar bolinhas de gude, é possível organizar as redondas de várias maneiras: em linha, espalhadas e dentro de um círculo, de um triângulo ou de um retângulo, por exemplo.
Os objetivos da brincadeira também têm variantes: colocar (ou tirar) a bolinha dentro de um buraco, tirar a bolinha do adversário de um local determinado ou simplesmente acertar outras bolinhas.
Existe, no entanto, uma missão quase unânime entre os jogadores de bila (como também é conhecida a brincadeira): conquistar as bolinhas dos adversários e exibir sua coleção de redondas aos amigos.
O que rola
Caçapinha, buracão, peteleco, fubeca e barroca são alguns dos nomes das brincadeiras de rolar a bolinha de gude, também chamada de bila, peteca, bolita e bulita, entre outros.
Mapa do brincar. Bolinha de gude. Disponível em: https://oeds.link/YzraIa. Acesso em: 14 jul. 2021.
-
Observe os nomes de brincadeiras de rolar bolinhas de gude separados em sílabas. Complete o quadro escrevendo se elas são palavras monossílabas, dissílabas, trissílabas ou polissílabas.
ca-ça-pi-nha bu-ra-cão -
De acordo com o texto, a bolinha de gude também é conhecida por outros nomes. Encontre o nome que corresponda a:
-
palavra dissílaba:
-
palavra trissílaba:
-
palavra polissílaba:
-
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3 Leia esta história em quadrinhos e converse com os colegas.
- Magali e Cascão venceram no cabo de guerra porque agiram com esperteza?
-
Classifique as palavras a seguir de acordo com o número de sílabas de cada uma:
- vence:
- brincadeira:
- me:
- almoço:
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Oficina de criação Teatro da turma
Vamos nos preparar
1 Organizem-se em dois grupos.
- Cada grupo fará uma apresentação teatral e deverá ser organizado de acordo com as etapas a seguir.
2 Selecionem os atores e o diretor.
- Cada grupo vai selecionar três estudantes que representarão as personagens: Anta, Macaco e Onça.
-
Os colegas vão selecionar também um(a) diretor(a) para a peça, que será responsável por ajudar os atores nos ensaios.
3 Façam uma leitura expressiva do texto teatral.
- Cada grupo vai fazer a leitura do texto. No teatro, os atores fazem reuniões para ler o texto e compreender o papel de cada personagem antes dos ensaios para a peça.
- Os estudantes que não vão atuar como personagens também devem participar dessa leitura expressiva para auxiliar os colegas e entender melhor a história.
Dica: Assim, podem realizar melhor sua função na elaboração do cenário, na escolha dos sons, do figurino etc.
- Leiam expressando sentimento e usando tom de voz adequado a cada situação do texto. Sigam as indicações das rubricas.
- A leitura deve ser feita várias vezes, até o grupo considerar que o resultado ficou bom. O papel do diretor é muito importante para decidir se a leitura está adequada ao texto.
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4 Preparem cenário, figurino e sons.
- Alguns integrantes do grupo vão criar e montar o cenário da peça.
Dica: Podem ser utilizados papéis coloridos, galhos e até mesmo iluminação especial, com plástico colorido nas luzes, por exemplo.
- Escolham alguns integrantes para pensar em como cada personagem será caracterizada.
Dica: As roupas, os acessórios e a maquiagem de cada personagem devem ser planejados e providenciados antes do dia da apresentação.
- Dois integrantes vão escolher as músicas e os sons para acompanhar cada parte da peça. A sonoplastia é muito importante para ajudar no clima da apresentação.
5 Ensaiem.
- Depois de tudo organizado (atores, figurino, som, cenário), o grupo deverá fazer um ensaio como se fosse o dia da apresentação, para que tudo ocorra do modo como foi planejado.
- Ensaiem quantas vezes forem necessárias para que todos estejam bem confiantes para a apresentação.
Apresentação
6 Apresentem a peça para os colegas da turma.
- Se for possível, convidem mais pessoas da comunidade escolar para que assistam à apresentação teatral de vocês.
Avaliação
7 Conversem sobre as seguintes questões.
- Vocês conseguiram ensaiar bastante antes da apresentação?
- Conseguiram se organizar para que cada etapa fosse cumprida?
- O que vocês melhorariam em uma apresentação futura?
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Conhecer mais palavras
■ Para resolver problemas e sair de algumas enrascadas, às vezes, é preciso usar a esperteza. Observe a tirinha.
1 Qual era o problema de Chico Bento?
2 Em qual enrascada ele se meteu?
3 Como Chico Bento usou esperteza para sair da enrascada?
4 Escreva um relato sobre alguma enrascada em que você, ou alguém próximo, se meteu, explicando como fez para sair dessa situação.