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UNIDADE 4 Nossos povos
Quantas manifestações culturais brasileiras você conhece? Quais são as mais comuns na região onde você mora?
Um povo expressa a sua cultura por meio de diversas manifestações, como as línguas faladas pela população, seus costumes, suas crenças religiosas, seus conhecimentos, suas criações artísticas e suas regras de convivência. Com a gente também é assim!
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- Você reconhece as manifestações culturais apresentadas nestas páginas? Em caso, afirmativo, quais?
- Que outras manifestações culturais brasileiras você acrescentaria a este painel?
Desafio
Pinte os quadrinhos a seguir com cores diferentes. Cada um deles está associado a uma manifestação cultural apresentada nas imagens. Depois, descubra a informação correspondente e pinte da mesma cor usada no quadrinho.
hip-hop
tabuleiro da baiana
bumba meu boi
pintura indígena
azulejos portugueses
-
Essa dança se originou nos Estados Unidos e se misturou com aspectos culturais brasileiros.
-
Nele tem pratos afro-brasileiros, como caruru e acarajé. Foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial brasileiro.
-
Cada etnia indígena brasileira realiza uma diferente para cada ocasião. A tinta, geralmente, é feita com urucum, jenipapo ou babaçu.
-
Esse evento está ligado a outras festas religiosas europeias mescladas a elementos culturais africanos e indígenas.
-
Peças de cerâmica com gravuras que são aplicadas em paredes, pavimentos e/ou teto de edifícios.
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Para ler
Antes de ler
O texto que você vai ler a seguir é um mito sobre a origem de uma planta.
- Você sabia que no mundo todo o guaraná é conhecido como bebida típica do Brasil?
-
Você sabe com o que é feita essa bebida? Já viu a planta do guaraná?
Durante a leitura
- Acompanhe a leitura em voz alta do professor e sublinhe as palavras cujo significado você ainda não conhece. Depois, você vai ajudar a completar o boxe "Glossário" no fim do texto conforme as orientações do professor.
- Esse mito, que explica a origem do guaraná, é contado por indígenas do Brasil. Descubra palavras indígenas presentes no texto.
A árvore da vitalidade: o guaraná
Aguiri, menino da tribo Sateré-Maué da área cultural do Tapajós-Madeira, tinha os olhos mais lindos e espertos que jamais se vira naquela região. Os pais agradeciam frequentemente ao Grande Espírito por essa graça singular. Muitas mães pediam ao céu que fizesse nascer também para elas um filho com olhos tão bonitos.
Aguiri se alimentava de frutas que colhia da floresta em cestos que sua mãe lhe fazia e gostava de partilhá-las com outros coleguinhas de jogos.
Certa feita, o menino dos olhos lindos distraiu-se na colheita das frutas, indo de árvore em árvore até afastar-se muito da maloca. Aí percebeu, com tristeza, que o sol já transmontara e que se fazia escuro na floresta.
Não achando mais o caminho de volta, decidiu então dormir no oco de uma grande árvore, protegido dos animais noturnos e perigosos. Mas não estava a salvo do temido Jurupari, um espírito malfazejo que vaga pela floresta, ameaçando quem anda sozinho. Ele também se alimenta de frutas. Mas tem o corpo peludo de morcego e o bico adunco de coruja.
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Jurupari sentiu a presença de Aguiri e, sem maiores dificuldades, o localizou no oco da grande árvore. Atacou-o de pronto, sem permitir que pudesse esboçar qualquer defesa.
De noite, os pais e todas as mães que admiravam Aguiri ficaram cheios de preocupação. Ninguém conseguiu pregar o olho. Mal o sol raiou, os homens saíram pela mata afora em busca do menino. Depois de muito vaguear daqui e dali, finalmente encontraram seu cesto, cheio de frutas que ficaram intocadas. E no oco da grande árvore deram com o corpo já frio de Aguiri. Havia sido morto pelo terrível Jurupari, o espírito malfazejo.
Foi um lamento só. Especialmente choravam os curumins, seus colegas de folguedos. Eis que se ouviu no céu um grande trovão e um raio iluminou o corpo de Aguiri. Todos gritaram:
- É Tupã que se apiedou de nós. Ele vai nos devolver o menino.
Nisso se ouviu uma voz do céu, que dizia suavemente:
— Tomem os olhos de Aguiri e os plantem ao pé de uma árvore seca. Reguem esses olhos com as lágrimas dos coleguinhas. Elas farão germinar uma planta que trará felicidade a todos. Quem provar o seu suco sentirá as energias renovadas e se encherá de entusiasmo para manter-se desperto e poder trabalhar incansavelmente. E assim foi feito.
Tempos depois, nasceu uma árvore, cujos frutos tinham a forma dos olhos bonitos e espertos de Aguiri. Fazendo do fruto um suco delicioso, todos da tribo sentiram grande energia e excitação.
Deram, então, àquela fruta, em homenagem ao curumim Aguiri, o nome de Guaraná, que em língua tupi significa "a árvore da vida e da vitalidade". [...]
Leonardo Boff. O casamento entre o céu e a terra: contos dos povos indígenas do Brasil. Rio de Janeiro: Mar de Ideias, 2014. (Fragmento).
- Área cultural:
- área com a influência dos costumes de um povo.
- Grande Espírito:
- deus indígena; pelo contexto, Tupã.
- Transmontara:
- pusera-se, desaparecera (Sol, Lua, astro).
- Malfazejo:
- que faz o mal.
- Adunco:
- com formato curvo, como um gancho.
- Lamento:
- choro.
- Curumins:
- meninos.
- Folguedos:
- brincadeiras.
- Se apiedou:
- teve pena.
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Para estudar o texto
Praticar a fluência
1 Depois de acompanhar a leitura do professor, agora é sua vez! Leia silenciosamente o texto A árvore da vitalidade: o guaraná.
2 Releia em voz alta o parágrafo a seguir, extraído do texto. Faça isso três vezes ou até perceber que sua leitura melhorou.
"Não achando mais o caminho de volta, decidiu então dormir no oco de uma grande árvore, protegido dos animais noturnos e perigosos. Mas não estava a salvo do temido Jurupari, um espírito malfazejo que vaga pela foresta, ameaçando quem anda sozinho. Ele também se alimenta de frutas. Mas tem o corpo peludo de morcego e o bico adunco de coruja."
- Para observar sua evolução, marque na tabela abaixo como você se saiu na primeira leitura e, depois, na última leitura.
1a leitura | ||
Preciso melhorar | Bom | Ótimo |
Última leitura | ||
Preciso melhorar | Bom | Ótimo |
Compreender o texto
3 O texto que você leu é um mito.
Mitos são narrativas transmitidas oralmente pelas pessoas com o propósito de explicar a origem das coisas. Essas narrativas geralmente misturam histórias reais e imaginárias, fantasias e fatos históricos e, à medida que vão sendo contadas ao longo do tempo, modificam-se, ganham novos detalhes criados intencionalmente ou não por quem as conta.
-
Que características do texto que você leu permitem considerá-lo um mito?
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4 No primeiro parágrafo, é apontada uma característica de Aguiri muito importante para a compreensão do mito. Copie o trecho que mostra essa característica.
-
Em outro momento, essa característica é usada para substituir o nome de Aguiri. Copie a expressão empregada com essa finalidade.
-
Qual é a importância dessa característica para a compreensão da história?
5 Na história, Tupã é a representação do Bem. Que expressão do texto faz referência a essa divindade?
-
Em que outros momentos se faz referência a Tupã no texto sem que se diga o seu nome?
-
Quem representa o Mal na história?
-
Tupã não trouxe Aguiri de volta, mas transformou a vida dos que sofriam pela morte do menino. Como ele fez isso?
-
Muitas histórias ilustram a luta do Bem contra o Mal. Nesse caso, é possível dizer quem ganhou a luta? Por quê?
100
6 Copie do terceiro parágrafo a frase que indica a quem Jurupari ameaçava.
-
Copie desse parágrafo um trecho que mostra o motivo de Aguiri ter se afastado da maloca.
-
Sublinhe a palavra que caracteriza a atitude do menino.
cautela
imprudênciateimosia
maldade
7 Aguiri era um menino generoso e bastante querido pelos outros curumins. Copie uma frase do texto que comprove essa afirmação.
8 As expressões destacadas nos trechos a seguir apresentam a mesma ideia. Identifique essa ideia no quadro abaixo e circule-a.
- "Certa feita, o menino dos olhos lindos distraiu-se na colheita das frutas [...]."
-
"Mal o sol raiou, os homens saíram pela mata afora em busca do menino."
causa
explicação
finalidade
tempo
consequência
-
Copie do quadro as palavras escritas com s e indique o som que essa letra representa em cada palavra.
- → s com som de
- → s com som de
- Pesquise e escreva outras palavras escritas como elas: com a letra s e com sons de s e z.
9 Você acha que os fatos narrados no mito aconteceram de verdade? Explique.
10 Reconte, resumidamente, no caderno quem foi Aguiri e sua relação com a fruta de nome guaraná, segundo o mito.
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Ampliar o vocabulário
11 Complete a cruzadinha a seguir com palavras do texto.
- Árvore da região amazônica cujo fruto é rico em substâncias excitantes.
- Curvo em forma de garra ou gancho.
- Aquele que causa o mal.
- Qualidade de vital; força da vida, vigor.
- Crianças indígenas.
12 Leia a lista a seguir e assinale as palavras de origem indígena.
paca
perereca
sabiá
cenário
abacaxi
jiboia
concerto
quati
arara
jabuticaba
quilombo
tamanduá
açúcar
algazarra
mandioca
tatu
-
Encontre e copie, da lista acima, as palavras que possuem m ou n em final de sílaba.
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13 Circule no quadro o sentido das palavras destacadas no trecho a seguir.
"Aguiri [...] tinha os olhos mais lindos e espertos que jamais se vira naquela região."
soma e comparação
intensidade e negação
oposição e dúvida
14 Copie do quarto parágrafo duas expressões sinônimas.
15 Releia esta passagem e assinale a frase a seguir que tem o mesmo sentido do trecho destacado.
"Aí percebeu, com tristeza, que o sol já transmontara e que se fazia escuro na floresta."
-
O sol já tinha nascido.
-
O sol já tinha se posto.
16 Transcreva do texto um sinônimo para cada um dos termos destacados.
- Gostava de repartir as frutas com outros coleguinhas.
- Jurupari sentiu a presença de Aguiri e localizou-o no buraco da grande árvore.
- Ninguém conseguiu descansar.
- Depois de muito perambular, encontraram o menino.
- Especialmente choraram os curumins, seus colegas de brincadeiras.
- Tupã teve pena dos curumins.
- As lágrimas fizeram brotar uma árvore.
Para ler em casa
Agora você já sabe a definição e as características de mito. Será que sua mãe, seu pai ou as pessoas que moram com você também sabem o que é um mito? Leia para eles a definição de mito do boxe da página 98.
Depois, em voz alta, leia a história de Aguiri, no mito A árvore da vitalidade: o guaraná. Conversem sobre ela, destacando as características da cultura indígena apresentadas no texto.
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Estudo da língua
Tempos verbais
1 Em que parágrafos é feita a descrição das características físicas e dos hábitos de Aguiri?
-
Assinale a alternativa correta. O que é narrado nesses parágrafos se refere ao:
passado.
presente.
futuro.
-
Copie, desses parágrafos, três palavras que você observou para identificar o tempo do que foi narrado.
-
Como são classificadas as palavras que você escreveu na resposta anterior?
substantivos
verbos
adjetivos
As palavras que indicam ações dos seres, estados e fenômenos da natureza são os verbos. Eles indicam o que se passa, o que acontece e o tempo (passado, presente, futuro) em que acontece. Exemplos: vender, cantava, lerei, descansando, é, são etc.
2 Reescreva as frases a seguir no tempo indicado entre parênteses.
-
Aguiri tinha muitos amigos. (presente)
-
O guaraná é utilizado para fazer uma bebida famosa em todo o mundo. (passado)
-
Os olhos de Aguiri foram plantados ao pé de uma árvore seca. (futuro)
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3 Complete com os verbos entre parênteses no tempo verbal adequado. Depois, escreva se o verbo está no presente, no passado ou no futuro.
- Amanhã, os pais de Aguiri ao Grande Espírito pela graça. (agradecer)
- Na semana passada, os curumins as frutas que Aguiri trouxe. (comer)
- Assim que amanhecer, os homens pela mata em busca do menino. (sair)
- Ainda hoje, as lendas histórias populares (ser)
4 Agora, leia e complete.
- Ontem eles brincaram; amanhã eles .
- Ontem elas amanhã elas cantarão.
- Ontem eles choraram; amanhã eles .
-
Ontem eles ; amanhã eles plantarão.
- O que você observou em relação à escrita dos verbos?
5 Leia o texto a seguir.
Este ano, fui (1) convidada a participar de uma apresentação de dança coreografada pela Sra. Atanabi para o baile beneficente da Beecher Prep. Foi uma experiência maravilhosa para mim. Minhas companheiras de dança e eu nos esforçamos muito para aprender a dançar juntas, como se fôssemos uma pessoa só. Foi preciso muito tempo. E confiança. E talvez vocês não saibam que, por já ter estudado em muitas escolas diferentes ao longo dos anos, para mim nem sempre é (2) fácil confiar nas pessoas. Mas realmente aprendi a confiar nessas meninas. Percebi que podia ser eu mesma com elas. E serei (3) sempre grata por isso.
[...]
R. J. Palacio. Auggie & eu. Trad. Rachel Agavino. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015. (Fragmento adaptado).
-
Relacione os verbos em destaque no texto com as explicações a seguir.
- O verbo está no passado, pois expressa um fato que ocorreu antes do momento em que a personagem conta a história.
- O verbo está no futuro, pois expressa um fato que ocorrerá do presente até um tempo indeterminado no futuro.
- O verbo está no presente, pois expressa um fato que ocorre sempre.
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Produção oral
Contação de mito
Vocês vão ler agora um mito do povo Bororo, do Mato Grosso, sobre uns curumins travessos que fugiram com medo de ser castigados. Depois, vão fazer a contação desse mito para estudantes de outro ano.
Preparação
Leia, em voz alta, o mito, mantendo o ritmo.
Os meninos que viraram estrelas
Quem vai ao Mato Grosso se encanta com o céu estrelado. Conta-se por lá que as estrelas nasceram da amizade entre uns indiozinhos e um beija-flor, que sempre os acompanhava em suas estripulias.
Certo dia, as índias da tribo foram colher milho para fazer comidas gostosas para seus maridos, que estavam caçando. Depois de debulhar as espigas, cantando despreocupadas, puseram os grãos para secar ao sol. Enquanto o milho secava, as índias foram se banhar no rio.
Os curumins observavam tudo aquilo loucos para que o milho secasse logo e eles pudessem comer afinal os quitutes prometidos. Mas não tiveram paciência de esperar. Pediram à avó, já bem velhinha, que fizesse logo um bolo para eles. Tanto insistiram, que a vovó fez o bolo, devorado por eles num abrir e fechar de olhos.
O papagaio tagarela, que tudo assistia, ameaçava:
— Vou contar tudo para as índias. Vou contar que vocês usaram o milho e encheram a barriga com o que era guardado para os guerreiros... Vou contar tudo — repetia.
Com medo de levar uns bons cascudos, os curumins foram correndo se esconder na mata.
Assim que as índias retornaram à aldeia, o papagaio deu com a língua no bico. Contou o acontecido, tintim por tintim. As mães dos meninos ficaram furiosas e prometeram uma surra bem dada quando eles aparecessem.
Sabendo o que os esperava, os indiozinhos passaram a tarde emendando um no outro os cipós da floresta. Agarraram-se então na corda comprida que assim fizeram e pediram ao amigo beija-flor que pegasse a ponta do cipó no bico e voasse o mais alto que pudesse. E lá se foi a avezinha, levando para o céu o cipó apinhado de meninos.
As índias, desesperadas, chamavam o beija-flor de volta. Mas quanto mais elas chamavam, mais alto ele voava.
À medida que iam subindo, os meninos choravam; a cada lágrima que caía virava uma estrela solta no ar. Fascinados, os curumins continuaram a brincadeira e não voltaram mais para a aldeia. Ficaram morando no céu.
Fez-se um colar imenso de estrelas. Quando a saudade bate forte, mães e filhos trocam olhares. Dizem que em cada estrela que brilha desvenda-se um segredo do Universo.
Sávia Dumont. Os meninos que viraram estrelas e outras histórias brasileiras. Companhia das Letrinhas: São Paulo, 2002.
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- Estripulias:
- brincadeiras; travessuras, traquinagens.
- Debulhar as espigas:
- tirar os grãos de espigas de milho.
- Curumins:
- garotos; rapazes jovens indígenas.
- Cascudos:
- pancadas na cabeça com o nó dos dedos dobrados; coques.
- Tintim por tintim:
- nos mínimos detalhes; com minúcias.
- Apinhado:
- repleto, cheio; abarrotado.
- Fascinados:
- deslumbrados, encantados.
- Desvenda-se:
- revela-se; torna-se claro.
1 Leia de novo, em silêncio, sublinhando as palavras que você não conhece.
- Converse com a turma e o professor sobre essas palavras sublinhadas e elaborem, coletivamente, uma lista de palavras.
- Depois de discutirem sobre o significado delas, o professor anotará no quadro de giz cada palavra e seu significado.
- Complete o boxe "Glossário" proposto acima.
- Em seguida, registre no caderno se houver palavras apontadas por vocês que não constam no boxe "Glossário".
2 Releiam o texto.
- Com seu grupo, você vai se preparar para a contação do mito Os meninos que viraram estrelas.
- Releiam o texto com atenção e conversem sobre ele, para que ninguém fique com dúvida.
Planejamento
3 Planejem e ensaiem.
- Ensaiem a contação do mito e combinem quem vai narrar a história e quem vai representar as personagens.
- Vocês podem contar o mito com as próprias palavras, criar diálogos e expressar sentimentos com o tom de voz adequado e expressões faciais e corporais.
- Se for o caso, façam sugestões para o colega melhorar algum ponto (como falar mais alto ou mais baixo).
- Anotem as falas e leiam várias vezes até considerarem a leitura fluente.
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Apresentação
4 Apresentem e apreciem a contação dos colegas.
- No dia da contação do mito, recebam bem os colegas convidados para participar como plateia.
- Na apresentação do seu grupo, procurem fazer conforme o planejado durante os ensaios e fiquem atentos ao volume da voz, que deverá ser adequado para que todos ouçam.
- Caprichem nos gestos, nos sons, nos detalhes e na entonação da voz.
- Na apresentação dos outros grupos, observem a entonação e a expressão dos colegas ao contarem o mito.
Avaliação
5 Conversem após a apresentação dos grupos.
- Conversem com os colegas e o professor sobre a atividade realizada, falando dos aspectos positivos e negativos da contação do mito aos convidados.
-
Preencham a tabela de avaliação.
Avaliação da contação do mito Sim Não O grupo apresentou-se como planejado? O grupo despertou o interesse do público? Houve perguntas no final da apresentação?
6 Escrita coletiva.
- Após as apresentações de todos os grupos, realizem a reescrita coletiva do mito. O professor vai anotar no quadro de giz as suas sugestões e as dos colegas.
- Realizem a leitura, fazendo as adequações necessárias para preservar as características do texto e a sequência dos fatos narrados.
- No final, copiem o texto coletivo no caderno.
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Para ler mais
Antes de ler
O texto que você vai ler a seguir é um relato pessoal, em que uma jovem conta algumas situações em que sofreu preconceito.
- Você já passou por uma situação em que tenha sido vítima de preconceito ou viu alguém passar por uma situação semelhante? Conte como foi.
- O que você acha possível fazer para combater as várias formas de preconceito?
- Você já identificou algum pensamento ou atitude sua que pudessem ser considerados preconceituosos? Como se sentiu?
Durante a leitura
- Leia silenciosamente e sublinhe as palavras cujo significado você não conhece. Considere também as palavras do boxe "Glossário" no fim do texto.
- Observe as características do relato: texto em 1a pessoa, apresentação de fatos, ideias e sentimentos.
Inventando moda
Meu nome é Ana Paula Mendonça Costa Pedro Ferro, mas o nome que eu uso é Ana Paula Xongani. Toda a minha família é negra. Das vezes que eu fui pra Moçambique, as pessoas perguntavam se eu era angolana. Eu me reconheço nas características das angolanas, mas não tenho certeza. Meu pai e minha mãe moravam na zona Leste de São Paulo, e eles se conheceram no ônibus. Minha mãe sempre pegava o mesmo ônibus pra ir pra escola e um primo do meu pai pegava o mesmo ônibus. Ele se encantou com a minha mãe e comentou com o meu pai. Meu pai quis ver de perto e eles se apaixonaram.
[...]
Eu fui muito cuidada por toda a minha família, minha mãe, meu pai e meu irmão. Lembro muito das brincadeiras que o meu irmão fazia comigo, ele interpretava vários personagens. Lembro também de brincar muito com os meus amigos do prédio. Tinha algumas famílias negras no nosso condomínio e os pais criaram um elo, onde todo mundo era padrinho e madrinha de alguém. Então as crianças cresceram juntas, como primos. Nessa época, minha mãe começou o processo de militância negra, e lembro que meus amigos eram filhos de militantes. E eu ia com ela nos encontros e ficava bagunçando com os meus amigos. E era um lugar onde eu me fortalecia enquanto menina negra, era um lugar onde eu era bonita, todos eram iguais.
[...]
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Minha escola foi bem difícil, passei por muitas experiências de racismo, e eu também era disléxica, tinha muita dificuldade de aprendizado. Foi um momento difícil de isolamento, eu era a única menina negra da classe, não podia falar o que eu queria, ser o que eu queria. Mas fora da escola eu me sentia bem, participava de um coral infantojuvenil de músicas afro-brasileiras, fazia artes plásticas, dança, teatro, jazz, natação, participava dos projetos sociais junto com a minha mãe. Era legal porque a minha família era muito unida, aonde um ia, todo mundo ia.
Eu fiz faculdade [...], e lá eu sofri o pior racismo da minha vida. Eu era invisível, os professores nem liam meus trabalhos, me davam respostas rasas pra tudo que eu perguntava. [...]
Nenhum professor quis me orientar, mas meu companheiro e os nossos amigos fizemos tudo juntos, eles me orientaram, me ajudaram com a organização, com a apresentação. No dia da apresentação, eu fui preparada. Não teve como eu ser invisível ali, todo mundo tinha que assistir. No fim da minha apresentação, eu fiz um discurso enorme contando tudo o que eu passei, chorei tanto que lavei minha alma, dei nome para todos os bois. [...]
Depois disso eu casei e fui pra Moçambique, e lá pude me conectar com muitas coisas, resgatar minha ancestralidade. Lá eu descobri que eu podia ter dread, uma referência que eu não tinha em lugar nenhum. Lá eu também descobri os tecidos africanos, e a partir daí tudo mudou. Levei vários tecidos de lá pra São Paulo, e eu e minha mãe começamos a fazer roupas com eles. Assim nasceu [...] a nossa marca de produtos para as mulheres pretas, pensando no corpo delas, coisa que marca nenhuma fazia. Eu mesma tive que parar de fazer natação na minha infância porque não existia uma touca em que coubesse o meu cabelo. Eu e minha mãe paramos de andar de moto porque não tem um capacete em que caibam os nossos cabelos. Então quando a gente começou a perceber que a gente podia cuidar desse corpo, dessa mulher negra, e que a moda podia comunicar e consolidar essa luta do negro no Brasil, a gente teve certeza de que era isso que tínhamos que fazer, e fazemos até hoje.
Ana Paula Xongani. Em: Museu da Pessoa. Disponível em: https://oeds.link/DpWLyL. Publicado em: 27 dez. 2016. Acesso em: 17 maio 2021. (Fragmento adaptado).
- Moçambique:
- país localizado no Sudeste da África.
- Angolana:
- pessoa nascida em Angola, país no Sul da África.
- Militância negra:
- atividade de quem é militante, pessoa que atua em defesa de uma causa; no caso, a luta contra o racismo em suas diversas formas.
- Disléxica:
- pessoa que sofre de um distúrbio de aprendizagem caracterizado pela dificuldade de leitura.
- Ancestralidade:
- características e história que vêm dos antepassados.
- Dread:
- penteado na forma de mechas emaranhadas.
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Para estudar o texto
Praticar a fluência
1 Leia o texto de novo, mas agora em voz alta. Dê as pausas adequadas na pontuação.
2 Para melhorar a fluência, leia o trecho a seguir, seguindo as dicas:
- Ao se deparar com uma barra (/), dê uma pausa curta.
-
Ao se deparar com duas barras (//), dê uma pausa mais longa.
- Seu professor realizará a leitura em voz alta. Observe como ele faz.
- Com o professor e a turma, conversem sobre o que observaram.
- Copie o texto no caderno, substituindo as barras pela pontuação adequada.
"Depois disso eu casei e fui pra Moçambique / e lá pude me conectar com muitas coisas / resgatar minha ancestralidade // Lá eu descobri que eu podia ter dread / uma referência que eu não tinha em lugar nenhum // Lá eu também descobri os tecidos africanos / e a partir daí tudo mudou // Levei vários tecidos de lá pra São Paulo / e eu e minha mãe começamos a fazer roupas com eles."
Compreender o texto
3 Quem é o autor do relato?
- Qual é o nome que ela usa?
-
Na língua changana, falada em Moçambique, o nome Xongani tem um significado similar a "se enfeitem", "fiquem bonitas(os)". Na sua opinião, por que a autora do texto usa Xongani como sobrenome?
4 Logo no primeiro parágrafo, a autora menciona características da família e dela também. Que características são essas?
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5 Escolha a alternativa que explica por que ela apresentou essas características logo no início do relato.
Ela não tinha qualquer intenção especial ao apresentar essas características.
Para ela, ser negra e reconhecer que sua história está ligada à história de seus ascendentes africanos é importante por ter uma influência marcante em sua vida.
Ela apresentou essas características logo no início por considerar que eram menos importantes do que o resto de sua história.
6 No segundo parágrafo, ela afirma:
"E era um lugar onde eu me fortalecia enquanto menina negra, era um lugar onde eu era bonita, todos eram iguais."
-
Por que ela se sentia dessa forma nos encontros de militância de que participava com a mãe? Escolha a alternativa correta.
Como esses encontros tratavam do combate ao preconceito, era natural que ela se sentisse valorizada e em um ambiente de harmonia.
Porque ela podia brincar com os amigos.
Porque ela também tinha o desejo de ser militante.
7 No terceiro parágrafo, Ana Paula conta como se sentia na escola. Releia a frase a seguir.
"Foi um momento difícil de isolamento, eu era a única menina negra da classe, não podia falar o que eu queria, ser o que eu queria."
-
Por que ela se sentia dessa forma?
-
E fora da escola, como ela se sentia? Por quê?
-
E você, como se sente dentro e fora da escola? Por quê?
8 Ana Paula afirma que sofreu racismo na faculdade. Releia.
"Eu era invisível, os professores nem liam meus trabalhos, me davam respostas rasas pra tudo que eu perguntava."
-
Como você entende a afirmação "Eu era invisível"?
-
Você já se sentiu invisível em alguma situação? Se sim, o que aconteceu?
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9 Ao viajar para Moçambique, Ana Paula fez descobertas. Assinale a alternativa correta.
Em Moçambique, Ana Paula aprendeu a valorizar a cultura de seus ancestrais africanos e hábitos atuais, como usar dreads, que no Brasil podiam ser considerados incomuns.
Em Moçambique, Ana Paula resgatou ancestrais e aprendeu a usar dreads e tecidos africanos.
10 Ana Paula trouxe tecidos africanos para São Paulo. O que ela e a mãe fizeram com esses tecidos?
-
Ana Paula afirma que nenhuma marca fazia o que ela e sua mãe se dispuseram a fazer. Qual seria a causa disso?
11 Ao fazer essa escolha, você acha que Ana Paula contribuiu para evitar que outras pessoas se sentissem invisíveis como ela se sentiu? Por quê?
Não, porque moda não é importante.
Sim, porque as pessoas tinham que ver seus produtos.
Sim, porque ela encontrou uma forma de combater o preconceito.
Ampliar o vocabulário
12 Releia o trecho a seguir.
"No fim da minha apresentação, eu fiz um discurso enorme contando tudo o que eu passei, chorei tanto que lavei minha alma, dei nome para todos os bois. [...]."
- Os trechos destacados devem ser entendidos em sentido literal ou figurado? Explique sua resposta com base no boxe abaixo.
- Sentido literal: sentido próprio das palavras, registrado em dicionário.
- Sentido figurado: novo sentido que as palavras ganham em um contexto.
113
-
Reescreva o trecho citado, substituindo as partes em destaque por outras equivalentes.
13 Leia novamente o trecho a seguir.
"Depois disso eu casei e fui pra Moçambique, e lá pude me conectar com muitas coisas, resgatar minha ancestralidade. Lá eu descobri que eu podia ter dread, uma referência que eu não tinha em lugar nenhum. Lá eu também descobri os tecidos africanos, e a partir daí tudo mudou."
- A que se refere a palavra lá?
- Substitua essa palavra nos locais indicados para que não haja repetições. Veja as sugestões no quadro de palavras.
Depois disso eu casei e fui pra Moçambique, pude me conectar com muitas coisas, resgatar minha ancestralidade. , eu descobri que eu podia ter dread, uma referência que eu não tinha em lugar nenhum. Lá eu também descobri os tecidos africanos, e a partir daí tudo mudou.
Nessa ocasião
onde
Nesse país
quando
14 Releia o trecho a seguir e observe a palavra destacada.
"Eu era invisível, os professores nem liam meus trabalhos, me davam respostas rasas pra tudo que eu perguntava."
- Explique o significado da palavra rasas.
-
Escreva uma frase empregando a palavra rasa com outro significado.
Para ler em casa
Na seção "Para ler mais", Ana Paula faz um relato pessoal e nos apresenta reflexões importantes sobre preconceito e racismo. Converse sobre isso na sua casa.
Leia o texto para as pessoas que moram com você e reflita com elas sobre o que você aprendeu com essa autora e sua história de vida.
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Estudo da língua
Pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos
1 Circule no trecho do texto Inventando moda a quem se refere o pronome em destaque.
"Nenhum professor quis me orientar, mas meu companheiro e os nossos amigos fizemos tudo juntos, eles me orientaram, me ajudaram com a organização, com a apresentação."
2 Releia estes trechos e faça o que se pede.
-
"Meu nome é Ana Paula Mendonça Costa Pedro Ferro, mas o nome que eu uso é Ana Paula Xongani."
-
A quem a palavra destacada no texto se refere?
-
-
"Eu e minha mãe paramos de andar de moto porque não tem um capacete em que caibam os nossos cabelos."
- O que indicam as palavras destacadas acima?
3 Releia o trecho a seguir.
"Eu fui muito cuidada por toda a minha família, minha mãe, meu pai e meu irmão. Lembro muito das brincadeiras que o meu irmão fazia comigo, ele interpretava vários personagens. Lembro também de brincar muito com os meus amigos do prédio. Tinha algumas famílias negras no nosso condomínio e os pais criaram um elo, onde todo mundo era padrinho e madrinha de alguém."
-
A qual pronome se refere o verbo lembro?
-
A quem o pronome ele faz referência no texto?
-
O que indica o pronome nosso no texto?
115
As palavras eu, ela, nós, eles, me, minha, nossos, isso, esse e dessa são chamadas de pronomes.
Os pronomes têm significados diferentes, dependendo do contexto em que são usados. Podem substituir os substantivos nas orações, evitando a repetição de palavras, como os pronomes eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas, me, mim, comigo, lhe, consigo, nos, conosco etc. Por exemplo:
Ana Paula produz roupas femininas.
↓
Substantivo
Ela usa tecidos africanos.
↓
Pronome que substitui o substantivo.
Outros pronomes, como meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, nosso, nossa, nossos, nossas etc., indicam ideia de posse. Por exemplo:
Meu pai e minha mãe moravam em São Paulo.
Outros ainda indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso. É o caso dos pronomes este, esta, estes, estas, esse, essa, esses, essas, aquele, aquela, aqueles, aquelas, isto, isso e aquilo. Por exemplo:
Aquele último ano da faculdade foi muito sofrido.
↓
Pronome que indica que o ano está distante da pessoa que fala.
Em uma situação de comunicação (escrita ou falada) há três pessoas gramaticais ou pessoas do discurso, representadas pelos pronomes pessoais.
Os pronomes da 1a pessoa do discurso fazem referência a quem fala.
Os pronomes da 2a pessoa do discurso fazem referência a com quem se fala.
Os pronomes da 3a pessoa do discurso fazem referência a quem ou sobre o que se fala.
Os pronomes substituem outras palavras (principalmente substantivos) e fazem referência às pessoas do discurso.
4 Leia a oração abaixo.
Ninguém pode imaginar aquilo que eu passei. Toda aquela história de não existir racismo e tal, só eu sei o que foi minha vida na época.
-
O pronome possessivo minha faz referência no texto a qual pessoa?
-
Qual tipo de relação esse pronome estabelece com a pessoa que faz o relato?
-
Sobre o pronome demonstrativo aquilo, assinale a resposta correta:
- A palavra indica que a pessoa que relata o fato está próxima dele, o fato está acontecendo naquele momento.
- A palavra indica que a pessoa que relata o fato está distante dele, o fato já aconteceu.
116
-
Nas frases abaixo, sublinhe as palavras que têm a mesma função da palavra aquilo.
Não consigo alcançar aqueles livros.
Aquela festa foi incrível!
5 Observe os pronomes destacados neste outro trecho.
"Depois disso eu casei e fui pra Moçambique, e lá pude me conectar com muitas coisas, resgatar minha ancestralidade. Lá eu também descobri os tecidos africanos, e a partir daí tudo mudou. Levei vários tecidos de lá pra São Paulo, e eu e minha mãe começamos a fazer roupas com eles."
-
A expressão "depois disso" refere-se a um fato ocorrido depois que ela fez faculdade. Assinale a alternativa correta quanto à palavra isso:
- É um pronome pessoal, como eu, nós.
- É um pronome possessivo, como teu, seus.
- É um pronome demonstrativo, como esse, essa.
-
A quem se referem os pronomes me e minha?
-
Assinale a alternativa que explica a função da palavra eles no texto.
- Explicar qual é o sujeito.
- Evitar a repetição do substantivo tecidos.
6 Leia o trecho.
"Levei vários tecidos de lá pra São Paulo, e eu e minha mãe começamos a fazer roupas com eles."
-
O pronome destacado no texto se refere:
- à mãe da pessoa que faz o relato.
- aos vários tecidos levados para São Paulo.
-
Que pronomes você usaria se o texto se referisse a estas outras palavras?
- Cidade de São Paulo:
- Eu e minha mãe:
- Minha mãe:
117
7 Releia o trecho e copie dele o pronome demonstrativo solicitado a seguir.
"Então quando a gente começou a perceber que a gente podia cuidar desse corpo, dessa mulher negra, e que a moda podia comunicar e consolidar essa luta do negro no Brasil, a gente teve certeza de que era isso que tínhamos que fazer, e fazemos até hoje."
- Referência ao corpo da mulher negra:
- Referência à mulher negra:
- Referência à luta do negro no Brasil:
- Referência ao trabalho com moda voltada para a mulher negra:
8 Reescreva as frases usando pronomes pessoais para evitar a repetição dos substantivos.
-
Pedro e Maria são primos. Pedro e Maria estudam na mesma classe.
-
Eu e meu irmão somos amigos. Eu e meu irmão sempre brincamos juntos.
-
Os alunos estavam curiosos para saber quem era o rapaz. Logo souberam que o rapaz era o novo professor.
9 Leia um trecho do conto O lobo e as sete crianças.
Era uma vez uma velha cabra que tinha sete cabritinhos e os amava, como uma boa mãe pode amar os filhos. Um dia, querendo ir ao bosque para as provisões do jantar, chamou os sete filhinhos e lhes disse:
— Queridos pequenos, preciso ir ao bosque; cuidado com o lobo [...].
Disponível em: https://oeds.link/V4nVIX. Acesso em: 19 jan. 2021.
-
A quem se referem as palavras em destaque os e lhes?
-
Reescreva a frase colorida substituindo cabritinhos por cabritinhas.
-
Ao reescrever a frase, o que aconteceu com o pronome oblíquo os?
118
10 Agora leia esta tirinha.
- Em duplas, realizem a leitura compartilhada, em que cada estudante representa uma das personagens; depois troquem os papéis. Lembrem-se de prestar atenção na entonação da voz, dando mais sentido ao diálogo.
-
No segundo quadrinho, a expressão da garota que está carregando a mochila é a mesma do primeiro quadrinho? Por que isso aconteceu?
-
Explique com suas palavras a fala que aparece no terceiro quadrinho.
-
Assinale V para verdadeiro ou F para falso.
O pronome minha no primeiro quadrinho se refere à mochila da garota de vestido verde.
Esse pronome no primeiro quadrinho indica que a mochila é propriedade da garota de vestido verde.
O pronome me no segundo quadrinho se refere à pessoa que fala.
O pronome la se refere à pessoa com quem se fala.
O pronome suas no último quadrinho se refere a quem ou sobre o que se fala.
-
Se a personagem que carrega a mochila fosse um menino, como seria sua fala no primeiro quadrinho?
-
Caso as duas personagens fossem meninos, quais palavras seriam alteradas no segundo quadrinho? E no terceiro?
-
Circule, na tirinha, palavras escritas com nh, lh ou ch. Depois, escolha uma delas e crie uma frase.
119
Produção escrita
Relato
Você vai analisar um pouco mais o relato de Ana Paula e vai ler outro relato. Em seguida, vai escrever o próprio relato de um fato especial e compartilhá-lo com seus colegas.
Preparação
1 Ana Paula nos contou um pouco de sua vida. Que tipo de informação aparece nesse relato?
2 Reconte trechos do texto que você leu, lembrando:
- algo ocorrido na infância de Ana Paula.
- uma pessoa importante na vida dela.
- um sentimento que ela nutria por alguém.
- uma descoberta que ela fez.
Agora, leia o texto a seguir e responda às questões de 3 a 5. Ele traz as lembranças que a personagem principal da história O coelho Oz tem de um jantar com a família dela.
[...] Para o jantar, veio a minha avó fantástica. Eu tive uma avó fantástica, completamente fora do comum: o nome dela era Malva. Tinha olhos azuis, era gorda, uma alegria só de olhar. Vieram também meus tios Herbert, Lisa, Ena. Tio Hans não veio, porque morava em São Paulo. Vieram ainda Erwin, casado com tia Ena, e minha outra avó, Clara, mãe de mamãe.
Na sala, tinha um piano, vovó Clara começou a cantar valsas vienenses. Minha família era de Viena, que é uma cidade cheia de valsas, tortas e um rio marrom, que todo mundo chama de Danúbio e que inventam que é azul. Sabem como é, as pessoas preferem azul a marrom, por causa de preconceito de cor. Criança pode achar lindo um rio marrom, cheio de lama, lambuzado, mas adulto faz questão de Danúbio "azul".
Sylvia Orthof. O coelho Oz. Em: Os bichos que tive (memórias zoológicas). 2. ed. São Paulo: Salamandra, 2005. (Fragmento).
120
3 Entre os parentes que foram para o jantar, a personagem cita suas duas avós, Malva e Clara.
- As duas avós despertavam o mesmo sentimento na personagem? Justifique sua resposta.
4 Ao descrever Malva, a personagem não se limitou a mostrar suas características físicas, mas indicou também o modo como ela via a avó.
-
Como era a avó, fisicamente?
-
Que sentimento a avó despertava na personagem?
-
Copie um trecho do texto da página 119 que possa comprovar sua resposta anterior.
5 Ao contar esse momento tão especial, a personagem também expressa opiniões sobre os fatos que narra.
-
Copie um trecho do texto que exemplifique essa afirmação.
Planejamento e escrita
6 Lembre-se de um episódio.
- Escreva o episódio marcante lembrado, que, pelos sentimentos que despertou, esteja bem vivo em sua memória.
- Pode ser uma festa, uma viagem, uma aventura com os amigos etc.
- Descreva não apenas o fato selecionado, mas especialmente as impressões, os sentimentos e pensamentos que marcaram esse momento.
- Acrescente descrições para o leitor compreender essas lembranças.
121
Avaliação, reescrita e socialização
7 Com um colega, avalie o texto.
- Você vai avaliar o texto de um colega. Ele fará a mesma coisa com o seu.
-
Verifique as questões a seguir e preencha a tabela de avaliação.
Revisão para reescrita Sim Não O fato relatado mostra ter significado especial para o autor? O texto apresenta descrições? O texto expõe opiniões e ideias sobre o fato narrado? Há emprego do foco narrativo em 1a pessoa (narrador-personagem)? Há predominância de verbos no passado? Sugestões - Apresente seu texto ao professor, que vai analisar também a tabela com as sugestões de seu colega e indicar as correções necessárias.
- Cada um de vocês vai passar o próprio texto a limpo, fazendo as modificações sugeridas.
- No dia combinado com o professor, leiam os textos de vocês para os colegas ou deixem-nos expostos no mural da classe para serem lidos pelos colegas.
Para ler em casa
Como foi falar com a turma e o professor sobre um momento marcante de sua vida? Agora, que tal compartilhar com alguém de sua casa?
Leia em voz alta para sua mãe, pai ou responsável o relato que você escreveu e fale sobre sua experiência. Depois peça a eles que compartilhem com você uma lembrança de algo importante. Aproveite esse momento de troca com as pessoas com quem convive e que fazem parte de sua vida!
122
Conhecer mais palavras
Faça no caderno.
1 O texto A árvore da vitalidade: o guaraná apresentou várias palavras de origem indígena. Observe a tabela com outras palavras de origem indígena.
capivara | peteca |
mingau | catapora |
pororoca | tocaia |
- Leia as palavras em voz alta, prestando atenção na escrita. Caso tenha alguma dificuldade, leia mais vezes até conseguir realizar uma leitura fluente.
-
Converse com o professor e os colegas sobre as palavras cujo significado vocês não conhecem. Depois, anote no caderno o que descobriu.
- Escreva, embaixo de cada fotografia, um dos nomes do quadro que corresponde à imagem.
- Agora, escolha outras duas palavras do quadro e escreva uma frase com cada uma.
2 Releia algumas palavras do texto Os meninos que viraram estrelas.
beija-flor
quitutes
estrelado
- Converse com o professor e os colegas sobre o significado de cada palavra e anote-o.
3 Escolha, entre os pronomes do quadro, aqueles que devem substituir os números no texto.
essa
isso
aquelas
nossas
aquilo
seu
O Brasil é conhecido pela diversidade cultural e pela mistura de raças que forma o (1) povo. Se buscarmos em (2) origens, muitos são os elementos que compõem (3) rica formação cultural brasileira e têm origem no continente africano.
- Você conhece as brincadeiras de origem africana como escravos de Jó, queimada e pega-pega?
123
Avaliação em processo
Leia, em voz alta, o trecho destacado com fundo colorido.
- Lembre-se de prestar bastante atenção nas palavras lidas.
100 anos de Japão no Brasil: o que aprendemos com os japoneses?
Desde que chegaram por aqui, em 1908, os japoneses se espalharam pelo país. Apesar de muitas famílias se aglomerarem em colônias (como em São Paulo e no Paraná), depois de 100 anos de imigração, há famílias japonesas vivendo do norte ao sul do país. Aos poucos eles foram se misturando aos brasileiros e, assim, formaram famílias nipo-brasileiras, que nos presentearam com milhares de nikkeis (cidadãos brasileiros com ascendência japonesa).
Durante essa centena de anos, os japoneses nos ensinaram a conviver com seus costumes. Palavras como shiatsu, tatame, caratê, caraoquê e muitas outras foram incorporadas ao vocabulário brasileiro, mesmo que muitos nem saibam que a origem delas seja japonesa.
Mais do que simplesmente adicionar novas palavras, os japoneses acrescentaram novos sabores na culinária brasileira.
Foram eles, os imigrantes, que trouxeram para o Brasil o caqui doce (por aqui só existia uma versão adstringente da fruta, do tipo que "amarra a boca"), a abóbora do tipo cabochá (aquela que usamos para fazer doces) e a maçã fuji (o nome entrega né? Chegou aqui em 1971). A mexerica poncã é quase uma fruta nikkei: é o resultado do enxerto de um tipo de tangerina japonesa em um limoeiro do Brasil. [...]
Sem contar os próprios pratos tipicamente japoneses que experimentamos e adotamos como sushi, sashimi, yakisoba, temakisushi e sukiyaki.
Não podemos negar que, em cem anos, os japoneses conseguiram colocar sua marca no Brasil. Até nome de cidade de origem japonesa existe: a cidade de Assaí, no Paraná, foi praticamente fundada pelos imigrantes, que a batizaram com a versão "aportuguesada" de "asahi", que, em japonês, quer dizer "Sol nascente".
Então, não importa se você nunca tomou banho em um ofurô, se nunca fez um origami [...]. O que importa é que, em 100 anos, os japoneses que vieram para o Brasil conseguiram ensinar um pouco de sua cultura para os brasileiros e, com isso, nos mostraram uma grande lição: eles nunca deixaram de ser japoneses, mesmo estando tão distantes de seu país.
Camila Mitye. Brasil Escola. Disponível em: https://oeds.link/ksGUqV. Acesso em: 10 jul. 2021. (Fragmento adaptado).
124
Leia, em silêncio, o texto todo da página 123, que trata da chegada dos japoneses ao Brasil. Depois, faça as atividades com base no texto lido.
- Assinale a alternativa correta nas questões de 1 a 3. Depois, faça no caderno as questões de 4 a 7.
1 Quando os japoneses chegaram ao Brasil?
- Eles chegaram em 1920.
- Eles chegaram em 1975.
- Eles chegaram em 1908.
2 Onde se instalaram muitas das famílias japonesas quando chegaram ao Brasil?
- No norte do país.
- Em São Paulo e no Paraná.
- No sul do país.
3 Atualmente há famílias de origem japonesa vivendo em todo o país:
- porque elas estão concentradas apenas em alguns estados do Brasil.
- porque elas estão vivendo de norte a sul do país.
- porque elas têm muitas colônias espalhadas por todo o Brasil.
4 No texto, há o nome de uma cidade de origem japonesa.
-
Qual é o nome dessa cidade e onde ela se localiza no Brasil?
-
O que quer dizer o nome dessa cidade em japonês?
5 Por que o texto diz que os japoneses que moram no Brasil nunca deixaram de ser japoneses?
125
6 Leia, no quadro, algumas palavras retiradas do texto que são de origem japonesa e que foram incorporadas ao vocabulário dos brasileiros.
origami
caratê
sashimi
sushi
cabochá
caraoquê
ofurô
tatame
-
Agora, indique quais são nomes de alimentos ou de pratos culinários.
7 Leia o trecho.
"O que importa é que, em 100 anos, os japoneses que vieram para o Brasil conseguiram ensinar um pouco de sua cultura para os brasileiros e, com isso, nos mostraram uma grande lição: eles nunca deixaram de ser japoneses, mesmo estando tão distantes de seu país."
-
Entre as palavras destacadas no trecho, há quatro verbos, um substantivo próprio e dois substantivos comuns. Copie e identifique quais são eles.
-
Quem mora no Japão é japonês ou japonesa. E quem mora em Portugal, na França ou na Inglaterra? Responda observando a terminação.
Depois de ler o texto 100 anos de Japão no Brasil: o que aprendemos com os japoneses?, imagine que você está chegando a um país no qual nunca esteve, sem falar a língua, sem amigos, sem conhecer as comidas e os costumes.
O que você pensaria, sentiria e faria? Crie uma história pequena contando a sua chegada a esse país e descrevendo suas sensações, seus pensamentos e suas atitudes.
- Escrita: elabore um rascunho com base nas orientações do professor.
- Revisão: releia seu texto e verifique se empregou bem a pontuação e se escreveu todas as palavras corretamente.
- Reescrita: passe seu texto a limpo, corrigindo o que for necessário.