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UNIDADE 4 Nossos povos
Quantas manifestações culturais brasileiras você conhece? Quais são as mais comuns na região onde você mora?
Um povo expressa a sua cultura por meio de diversas manifestações, como as línguas faladas pela população, seus costumes, suas crenças religiosas, seus conhecimentos, suas criações artísticas e suas regras de convivência. Com a gente também é assim!
MANUAL DO PROFESSOR
Introdução da unidade
UNIDADE 4
Nossos povos
Objetivos da unidade
- Conhecer e compreender diversos gêneros textuais, como o mito e o relato pessoal.
- Praticar a fluência leitora, exercitando a pronúncia e desenvolvendo a precisão no reconhecimento das palavras, a velocidade e a prosódia.
- Desenvolver o interesse pelas palavras e seus significados e aplicações, ampliando o vocabulário.
- Compreender o uso de palavras em sentidos figurado e literal de acordo com o contexto.
- Desenvolver os seguintes processos de compreensão textual: localizar informações explícitas; fazer inferências diretas; interpretar e relacionar ideias e informações; analisar e avaliar conteúdos e elementos textuais.
- Contar oralmente um mito.
- Produzir relato.
- Identificar e utilizar os recursos linguísticos aprendidos ao escrever um texto.
- Desenvolver o hábito de reler para revisar e conferir a escrita.
- Compreender tempos verbais.
- Compreender o emprego de pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos.
- Rever dígrafos consonantais e vocálicos.
- Realizar leitura em casa de textos trabalhados na unidade, contribuindo para a Literacia Familiar.
Nesta unidade, os estudantes vão conhecer mais sobre a influência de diferentes povos na formação da cultura brasileira, bem como discutir a diversidade cultural do país, por meio de atividades variadas que trabalham costumes, crenças, conhecimentos, artes, regras de convivência etc. Também terão a oportunidade de estudar o gênero mito, com um texto representativo da cultura indígena, e o gênero relato pessoal, com o qual vão poder refletir sobre preconceito e racismo.
Todas as habilidades da BNCC contempladas nesta unidade encontram-se nas páginas MP009 a MP015 deste Manual do Professor.
As indicações, a seguir, referem-se aos Componentes da PNA contemplados nesta unidade:
Fluência em leitura oral
Compreensão de textos
Desenvolvimento de vocabulário
Conhecimento alfabético
Produção de escrita
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- Você reconhece as manifestações culturais apresentadas nestas páginas? Em caso, afirmativo, quais? Respostas pessoais.
- Que outras manifestações culturais brasileiras você acrescentaria a este painel?
Cada cor do "Desafio" está indicada por um número apenas para facilitar a localização da resposta.
Desafio
Pinte os quadrinhos a seguir com cores diferentes. Cada um deles está associado a uma manifestação cultural apresentada nas imagens. Depois, descubra a informação correspondente e pinte da mesma cor usada no quadrinho.
cor 5
hip-hop
cor 2
tabuleiro da baiana
cor 4
bumba meu boi
cor 3
pintura indígena
cor 1
azulejos portugueses
Comente com os estudantes que os azulejos portugueses têm origem árabe e que a palavra azulejo, em árabe az-zulaich, significa "peça de cerâmica para revestir paredes".
-
cor 5
Essa dança se originou nos Estados Unidos e se misturou com aspectos culturais brasileiros.
-
cor 2
Nele tem pratos afro-brasileiros, como caruru e acarajé. Foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial brasileiro.
-
cor 3
Cada etnia indígena brasileira realiza uma diferente para cada ocasião. A tinta, geralmente, é feita com urucum, jenipapo ou babaçu.
-
cor 4
Esse evento está ligado a outras festas religiosas europeias mescladas a elementos culturais africanos e indígenas.
-
cor 1
Peças de cerâmica com gravuras que são aplicadas em paredes, pavimentos e/ou teto de edifícios.
MANUAL DO PROFESSOR
A maioria das palavras da língua portuguesa vem do latim popular, denominado latim vulgar, que sofreu influências dos povos que invadiram a Península Ibérica, onde era falada. Primeiro, foram os bárbaros germanos, que, por sua natureza bélica, introduziram na língua termos de guerra e afins: brandir, guerra, luva, orgulho, marchar, entre outros.
Depois, os mouros introduziram no vocabulário termos referentes à agricultura, às ciências, às artes, ao comércio: alecrim, algarismo, xadrez, armazém, xarope, alqueire etc.
Em seguida, houve a influência da língua francesa: bibelô, coquete, massiva, abajur etc.
No Brasil, a língua portuguesa recebeu influência também dos idiomas falados pelos indígenas que aqui viviam e dos idiomas dos africanos trazidos para cá em regime de escravidão.
Abertura
Habilidades da BNCC na abertura
EF15LP09, EF15LP10, EF15LP18.
Atividade complementar
Compreensão de textos
Produção de escrita
Antes do "Desafio", converse com os estudantes sobre as manifestações culturais presentes na região onde vivem. Ajude-os a identificar os costumes, as festas e os eventos que são realizados durante o ano, bem como outros exemplos que façam parte da cultura regional.
Se considerar pertinente, proponha a realização de uma exposição organizada de forma coletiva, com textos, objetos e ilustrações que representem essas manifestações culturais.
Desafio
Comece o "Desafio" perguntando aos estudantes se eles conhecem alguém que veio de outro país e o que sabem da cultura do povo desse lugar. O objetivo é levá-los a trocar experiências sobre a diversidade cultural e sua influência nos hábitos alimentares, no vestuário, no idioma etc. Organize-os de modo que todos possam falar.
Em seguida, oriente-os a fazer uma lista no caderno sobre as manifestações culturais brasileiras que conhecem. Podem incluir festas culturais e religiosas, costumes alimentares, modos de se vestir etc.
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Para ler
Antes de ler
O texto que você vai ler a seguir é um mito sobre a origem de uma planta.
- Você sabia que no mundo todo o guaraná é conhecido como bebida típica do Brasil?
-
Você sabe com o que é feita essa bebida? Já viu a planta do guaraná?
Respostas pessoais.
Durante a leitura
- Acompanhe a leitura em voz alta do professor e sublinhe as palavras cujo significado você ainda não conhece. Depois, você vai ajudar a completar o boxe "Glossário" no fim do texto conforme as orientações do professor.
- Esse mito, que explica a origem do guaraná, é contado por indígenas do Brasil. Descubra palavras indígenas presentes no texto. Aguiri, Sateré-Maué, Tapajós, tribo, Jurupari, Tupã, maloca, curumim.
A árvore da vitalidade: o guaraná
Aguiri, menino da tribo Sateré-Maué da área cultural do Tapajós-Madeira, tinha os olhos mais lindos e espertos que jamais se vira naquela região. Os pais agradeciam frequentemente ao Grande Espírito por essa graça singular. Muitas mães pediam ao céu que fizesse nascer também para elas um filho com olhos tão bonitos.
Aguiri se alimentava de frutas que colhia da floresta em cestos que sua mãe lhe fazia e gostava de partilhá-las com outros coleguinhas de jogos.
Certa feita, o menino dos olhos lindos distraiu-se na colheita das frutas, indo de árvore em árvore até afastar-se muito da maloca. Aí percebeu, com tristeza, que o sol já transmontara e que se fazia escuro na floresta.
Não achando mais o caminho de volta, decidiu então dormir no oco de uma grande árvore, protegido dos animais noturnos e perigosos. Mas não estava a salvo do temido Jurupari, um espírito malfazejo que vaga pela floresta, ameaçando quem anda sozinho. Ele também se alimenta de frutas. Mas tem o corpo peludo de morcego e o bico adunco de coruja.
MANUAL DO PROFESSOR
Para ler
Habilidades da BNCC nesta seção
EF15LP01, EF15LP02, EF15LP03, EF15LP15, EF15LP16, EF35LP03, EF35LP04, EF35LP05, EF35LP06, EF35LP07, EF35LP09, EF35LP26.
Componentes da PNA nesta seção
Compreensão de textos
Desenvolvimento de vocabulário
Fluência em leitura oral
Produção de escrita
Conhecimento alfabético
Atividade preparatória
Compreensão de textos
Antes de promover a leitura do texto, converse com os estudantes sobre o que sabem a respeito de mitos. Você pode fazer algumas perguntas para iniciar a conversa, conforme a sugestão a seguir.
- Vocês conhecem alguma história ou jogo com personagens como Thor, Gaia, Cronos, Hércules, Argonautas, Medusa, Zeus etc. (Comente com eles que essas personagens aparecem em livros como Percy Jackson e os Olimpianos e Harry Potter, e em diversos jogos.)
- Que mitos vocês conhecem? Quem vocês acham que cria os mitos? (Os mitos são, em geral, criação anônima — vão sendo contados por um povo e, muitas vezes, modificados ao longo do tempo.)
- Para que os mitos são criados? (Em geral, são criados para explicar a origem dos fenômenos da natureza, dos países, dos povos etc.)
Boxe inicial de "Para ler"
Compreensão de textos
Desenvolvimento de vocabulário
Comente que os mitos são uma forma de passar os valores e as crenças de uma geração para outra; portanto, eram bastante empregados em grupos sociais que não dispunham de língua escrita para registrar sua história. Eles revelam os costumes do povo que os conta.
Ao trabalhar a segunda questão de "Antes de ler", ouça as respostas e explique que esse mito — do guaraná — faz parte da mitologia dos indígenas Sateré-Maué, que habitam a área do Tapajós-Madeira. Mostre essa região no mapa para os estudantes. Localize-a pelos rios.
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Jurupari sentiu a presença de Aguiri e, sem maiores dificuldades, o localizou no oco da grande árvore. Atacou-o de pronto, sem permitir que pudesse esboçar qualquer defesa.
De noite, os pais e todas as mães que admiravam Aguiri ficaram cheios de preocupação. Ninguém conseguiu pregar o olho. Mal o sol raiou, os homens saíram pela mata afora em busca do menino. Depois de muito vaguear daqui e dali, finalmente encontraram seu cesto, cheio de frutas que ficaram intocadas. E no oco da grande árvore deram com o corpo já frio de Aguiri. Havia sido morto pelo terrível Jurupari, o espírito malfazejo.
Foi um lamento só. Especialmente choravam os curumins, seus colegas de folguedos. Eis que se ouviu no céu um grande trovão e um raio iluminou o corpo de Aguiri. Todos gritaram:
- É Tupã que se apiedou de nós. Ele vai nos devolver o menino.
Nisso se ouviu uma voz do céu, que dizia suavemente:
— Tomem os olhos de Aguiri e os plantem ao pé de uma árvore seca. Reguem esses olhos com as lágrimas dos coleguinhas. Elas farão germinar uma planta que trará felicidade a todos. Quem provar o seu suco sentirá as energias renovadas e se encherá de entusiasmo para manter-se desperto e poder trabalhar incansavelmente. E assim foi feito.
Tempos depois, nasceu uma árvore, cujos frutos tinham a forma dos olhos bonitos e espertos de Aguiri. Fazendo do fruto um suco delicioso, todos da tribo sentiram grande energia e excitação.
Deram, então, àquela fruta, em homenagem ao curumim Aguiri, o nome de Guaraná, que em língua tupi significa "a árvore da vida e da vitalidade". [...]
Leonardo Boff. O casamento entre o céu e a terra: contos dos povos indígenas do Brasil. Rio de Janeiro: Mar de Ideias, 2014. (Fragmento).
- Área cultural:
- área com a influência dos costumes de um povo.
- Grande Espírito:
- deus indígena; pelo contexto, Tupã.
- Transmontara:
- pusera-se, desaparecera (Sol, Lua, astro).
- Malfazejo:
- que faz o mal.
- Adunco:
- com formato curvo, como um gancho.
- Lamento:
- choro.
- Curumins:
- meninos.
- Folguedos:
- brincadeiras.
- Se apiedou:
- teve pena.
MANUAL DO PROFESSOR
Boxe inicial de "Para ler"
Desenvolvimento de vocabulário Compreensão de textos
Em "Durante a leitura", há uma proposta para a turma sublinhar as palavras cujo significado ainda não conhecem e trabalhar o vocabulário e, em seguida, completar o boxe "Glossário" na página 97.
Com sua orientação, os estudantes podem fazer coletivamente uma lista no caderno e registrar as definições de cada palavra. Depois, devem escolher algumas dessas palavras para preencher a segunda coluna do boxe "Glossário"; desse modo, estão contribuindo para a construção do boxe, explorando o vocabulário do texto lido, bem como ampliando o repertório individual.
Sobre mitologia indígena, leia o texto a seguir. Se achar pertinente, o texto pode ser lido também com os estudantes, depois da leitura do mito "A árvore da vitalidade: o guaraná".
O papel das lendas e mitos na cultura indígena
Os índios vivem em aldeias no meio da foresta e são rodeados por muitos bichos. No seu cotidiano, realizam tarefas como a caça, a pesca, a lavoura, além de participarem de festas e rituais em homenagem aos seus deuses: a chuva, o Sol, a Lua e outros seres inanimados da natureza. E [...] o céu tem um papel muito importante para os índios: é usado como referência para planejarem as atividades do dia a dia. Por isso, desde pequenos os índios já sabiam como funcionam os ciclos solar e lunar e a posição de certas estrelas no céu. [...] São as lendas e os mitos de cada tribo que ensinam aos índios tais conhecimentos!
À noite, as crianças sentam ao redor de uma fogueira e ouvem as histórias contadas pelos mais velhos. As lendas são divertidas e temperadas de muita imaginação — índios que falam com animais, estrelas que caem na Terra, guerreiros que vão para o céu. Numa delas a Lua e o Sol, que eram irmãos, se apaixonaram e, como castigo, nunca mais puderam se encontrar. Por isso, até hoje quando a Lua sai o Sol se esconde. [...]
As lendas também falam da origem da posição de algumas estrelas no céu. Os índios identificaram principalmente aquelas que são visíveis a olho nu, localizadas na Via Láctea. As duas constelações mais importantes para os indígenas são a da Ema Branca e a do Tinguaçu. [...]
Mas quem nos contou as lendas? Ora, os próprios índios! Saiba que hoje cerca de 180 tribos habitam o nosso país. E que essas tribos estão cada vez mais preocupadas em preservar a sua cultura. Por isso, para elas é muito importante que as pessoas conheçam seus hábitos e costumes. [...]
Ciência Hoje das Crianças. Disponível em: https://oeds.link/i4AVbH. Acesso em: 19 jul. 2021. (Fragmento).
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Para estudar o texto
Praticar a fluência
1 Depois de acompanhar a leitura do professor, agora é sua vez! Leia silenciosamente o texto A árvore da vitalidade: o guaraná.
2 Releia em voz alta o parágrafo a seguir, extraído do texto. Faça isso três vezes ou até perceber que sua leitura melhorou.
"Não achando mais o caminho de volta, decidiu então dormir no oco de uma grande árvore, protegido dos animais noturnos e perigosos. Mas não estava a salvo do temido Jurupari, um espírito malfazejo que vaga pela foresta, ameaçando quem anda sozinho. Ele também se alimenta de frutas. Mas tem o corpo peludo de morcego e o bico adunco de coruja."
- Para observar sua evolução, marque na tabela abaixo como você se saiu na primeira leitura e, depois, na última leitura.
1a leitura | ||
Preciso melhorar | Bom | Ótimo |
Última leitura | ||
Preciso melhorar | Bom | Ótimo |
Compreender o texto
3 O texto que você leu é um mito.
Mitos são narrativas transmitidas oralmente pelas pessoas com o propósito de explicar a origem das coisas. Essas narrativas geralmente misturam histórias reais e imaginárias, fantasias e fatos históricos e, à medida que vão sendo contadas ao longo do tempo, modificam-se, ganham novos detalhes criados intencionalmente ou não por quem as conta.
-
Que características do texto que você leu permitem considerá-lo um mito?
A história é imaginária ou fantasiosa e serve para explicar a origem do guaraná.
MANUAL DO PROFESSOR
Para estudar o texto
Praticar a fluênciaComponente da PNA nesta subseção
Fluência em leitura oral
Atividades 1 e 2
Fluência em leitura oral
Procure oferecer diferentes oportunidades para que a turma exercite a fluência em leitura oral. A prática de leitura repetida é uma técnica que ajuda bastante a desenvolver fluência.
A tabela de avaliação da atividade 2 é um recurso que pode contribuir com a avaliação formativa dos estudantes, pois permite identificar tanto suas defasagens quanto seus avanços, a fim de acompanhar a evolução do seu processo de aprendizagem. É importante dialogar, apoiar e orientar cada estudante no que for preciso para incentivar um melhor desempenho dentro e fora da sala de aula.
Compreender o textoHabilidades da BNCC nesta subseção
EF15LP02, EF15LP03, EF15LP15, EF35LP03, EF35LP04, EF35LP05, EF35LP07, EF35LP09, EF35LP26.
Componentes da PNA nesta subseção
Compreensão de textos
Produção de escrita
Desenvolvimento de vocabulário
Conhecimento alfabético
Níveis para compreensão de textos | |
Nível 1 | Localizar e retirar informação explícita. |
Nível 2 | Fazer inferências diretas. |
Nível 3 | Interpretar e relacionar ideias e informação. |
Nível 4 | Analisar e avaliar conteúdo e elementos textuais. |
Atividade 3 nível 3
Atividade 4 níveis 2 e 3
Atividade 5 níveis 2, 3 e 4
Atividade 6 níveis 1, 2 e 3
Atividade 7 nível 2
Atividade 8 nível 3
Atividade 9 nível 4
Atividade 10 nível 3
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4 No primeiro parágrafo, é apontada uma característica de Aguiri muito importante para a compreensão do mito. Copie o trecho que mostra essa característica.
"[...] tinha os olhos mais lindos e espertos que jamais se vira naquela região."
-
Em outro momento, essa característica é usada para substituir o nome de Aguiri. Copie a expressão empregada com essa finalidade.
O menino dos olhos lindos.
-
Qual é a importância dessa característica para a compreensão da história?
São os olhos tão bonitos de Aguiri que Tupã pede que sejam plantados para dar vida ao guaraná e homenagear o menino.
5 Na história, Tupã é a representação do Bem. Que expressão do texto faz referência a essa divindade?
Grande Espírito.
-
Em que outros momentos se faz referência a Tupã no texto sem que se diga o seu nome?
Quando é dito que se ouviu um grande trovão, que um raio iluminou o corpo do menino e que todos ouviram uma voz do céu.
-
Quem representa o Mal na história?
Jurupari, um espírito malfazejo que vaga pela floresta, ameaçando quem anda sozinho.
-
Tupã não trouxe Aguiri de volta, mas transformou a vida dos que sofriam pela morte do menino. Como ele fez isso?
Através dos olhos de Aguiri; Tupã deu às pessoas uma árvore que produzia frutos que lembravam aqueles queridos olhos, trazendo felicidade a todos.
-
Muitas histórias ilustram a luta do Bem contra o Mal. Nesse caso, é possível dizer quem ganhou a luta? Por quê? Resposta pessoal.
Professor: alguns estudantes podem achar que o Bem venceu, pois Tupã encontrou uma forma de modificar o que havia sido feito por Jurupari. Outros podem achar que Jurupari venceu, pois Tupã não pôde trazer o menino de volta à vida. Aceite essas ou outras opções de resposta, desde que bem fundamentadas.
MANUAL DO PROFESSOR
Leia o texto a seguir para ajudá-lo a esclarecer aos estudantes as diferenças entre conto, lenda e mito.
Por que conto, lenda e mito não são a mesma coisa?
Embora muita gente ache que conto, lenda e mito é tudo a mesma coisa, posso afrmar que não é bem assim. [...]
A palavra conto, em latim, era escrita de duas formas: computus — que significava contar, calcular, no sentido matemático — e commentum, que significava invenção, ficção. Desse modo, podemos entender essa palavra como história inventada, ou contada, ou as duas coisas, por isso os contos de fadas, contos da Carochinha, contos da literatura atual, contos de terror e contos de aventura. [...]
E a lenda? Bem, essa palavra vem do latim legenda e pode ser entendida como tudo que deve ser lido. [...] No cinema, por exemplo, quando vamos assistir a um flme de língua estrangeira que não é dublado, temos de ler a legenda, não é mesmo? Por isso é que as histórias sobre a origem de alguma coisa importante para os povos são chamadas lendas. [...]
Você deve estar se perguntando: e o mito? [...] Junito Brandão, [...] grande pesquisador brasileiro de mitologias, dizia que o mito é a história de uma criação, a narrativa de algo que não era e que começou a ser. [...] Mircéa Eliade, um romeno para quem o mito era um ensinamento a ser transmitido a todos os seres humanos desde o nascimento, uma lição exemplar. Já o francês Pierre Brunel dizia que o mito é uma linguagem simbólica, uma história exemplar que tem um valor fascinante para uma determinada comunidade, como o mito da criação do mundo, presente em várias culturas.
[...]
Ciência Hoje das Crianças. Disponível em: https://oeds.link/4v9c43. Acesso em: 19 jul. 2021. (Fragmento).
Atividade 4 níveis 2 e 3
Compreensão de textos
Para a compreensão desse mito, esta atividade trabalha as relações entre os olhos de Aguiri e os aspectos do fruto do guaraná. As imagens da planta contidas na unidade (como as ilustrações do fruto na pág. 98 e do guaranazeiro na pág. 99, e a fotografia do guaraná na pág. 103) ajudam a perceber que o fruto é semelhante a um olho, principalmente quando se compara à ilustração de Aguiri na pág. 96.
Atividade 5 níveis 2, 3 e 4
Compreensão de textos
Os mitos possuem representações contrapostas do Bem e do Mal. Vale a pena chamar a atenção da turma para essa característica desse gênero narrativo como uma forma de compreender a própria cultura em que o mito nasce. No caso da planta do guaraná, o Bem e o Mal estão representados por elementos da natureza que as populações indígenas entendem como entidades divinas.
100
6 Copie do terceiro parágrafo a frase que indica a quem Jurupari ameaçava.
"Mas não estava a salvo do temido Jurupari, um espírito malfazejo que vaga pela floresta, ameaçando quem anda sozinho."
-
Copie desse parágrafo um trecho que mostra o motivo de Aguiri ter se afastado da maloca.
"[...] distraiu-se na colheita das frutas, indo de árvore em árvore [...]."
-
Sublinhe a palavra que caracteriza a atitude do menino.
cautela
imprudência xteimosia
maldade
7 Aguiri era um menino generoso e bastante querido pelos outros curumins. Copie uma frase do texto que comprove essa afirmação.
"Aguiri se alimentava de frutas que colhia da floresta [...] e gostava de partilhá-las com outros coleguinhas de jogos." / "Especialmente choravam os curumins, seus colegas de folguedos."
8 As expressões destacadas nos trechos a seguir apresentam a mesma ideia. Identifique essa ideia no quadro abaixo e circule-a.
- "Certa feita, o menino dos olhos lindos distraiu-se na colheita das frutas [...]."
-
"Mal o sol raiou, os homens saíram pela mata afora em busca do menino."
causa
explicação
finalidade
tempo x
consequência
-
Copie do quadro as palavras escritas com s e indique o som que essa letra representa em cada palavra.
- causa → s com som de z
- consequência → s com som de s
- Pesquise e escreva outras palavras escritas como elas: com a letra s e com sons de s e z. Resposta pessoal.
9 Você acha que os fatos narrados no mito aconteceram de verdade? Explique.
Espera-se que os estudantes digam que não, que o mito conta uma história que não condiz com a realidade.
10 Reconte, resumidamente, no caderno quem foi Aguiri e sua relação com a fruta de nome guaraná, segundo o mito.
Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR
Atividade 8 nível 3
Compreensão de textos
Desenvolvimento de vocabulário
Conhecimento alfabético
Assim como a atividade 7, a atividade 8 está associada tanto à compreensão de textos quanto ao desenvolvimento de vocabulário, pois trabalha construções de sentidos para frases e expressões retiradas do texto lido.
Nos itens c e d da atividade 8, é possível exercitar e consolidar a aprendizagem dos sons /z/ e /s/ produzidos pela letra s em algumas palavras.
Atividade 10 nível 3
Compreensão de textos
Produção de escrita
Nesta atividade, há uma pequena produção escrita que pode ser feita em casa. Essa proposta também pode servir como uma avaliação processual e formativa com o intuito de verificar como está a escrita do estudante.
Atividade complementar níveis 3 e 4
Compreensão de textos
Produção de escrita
Após a realização das atividades de "Compreender o texto", proponha aos estudantes que criem mitos sobre a origem de diferentes alimentos tipicamente brasileiros, considerando como modelo o texto sobre a origem do guaraná.
Assim como no mito do guaraná, eles deverão ter uma personagem que dará origem ao alimento, o surgimento de um problema, um antagonista e um desfecho que tenha a intervenção de um deus.
A turma pode escolher os alimentos que serão tema das histórias ou você pode sugerir alguns: jabuticaba, milho, açaí, tapioca etc. Oriente-os a fazer uma pesquisa para observar a aparência dos alimentos, para imaginar qual é o sabor e para compreender como são utilizados na culinária.
Sugerimos que essa atividade seja feita em duplas ou trios, para que uns apoiem os outros, principalmente aqueles com dificuldades, e permita a circulação de diferentes ideias, enriquecendo as histórias.
A produção textual é uma estratégia muito potente para desenvolver não apenas a competência escrita, mas também a competência leitora.
101
Ampliar o vocabulário
11 Complete a cruzadinha a seguir com palavras do texto.
- Árvore da região amazônica cujo fruto é rico em substâncias excitantes.
- Curvo em forma de garra ou gancho.
- Aquele que causa o mal.
- Qualidade de vital; força da vida, vigor.
- Crianças indígenas.
12 Leia a lista a seguir e assinale as palavras de origem indígena.
X paca
X perereca
X sabiá
cenário
X abacaxi
X jiboia
concerto
X quati
X arara
X jabuticaba
quilombo
X tamanduá
açúcar
algazarra
X mandioca
X tatu
-
Encontre e copie, da lista acima, as palavras que possuem m ou n em final de sílaba.
Concerto, quilombo, mandioca e tamanduá. Professor: recorde com os estudantes que quando duas letras produzem um único som são consideradas dígrafos. Nesse caso, palavras com m ou n em final de sílaba, após vogal, apresentam dígrafos vocálicos.
MANUAL DO PROFESSOR
As atividades propostas na subseção "Ampliar o vocabulário" contribuem para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita de forma geral. Além disso, favorecem a compreensão de leitura dos estudantes ao aumentar o repertório de palavras conhecidas e seus significados.
Ampliar o vocabulárioHabilidade da BNCC nesta subseção
EF35LP05.
Componentes da PNA nesta subseção
Desenvolvimento de vocabulário
Compreensão de textos
Conhecimento alfabético
Atividade 12
Desenvolvimento de vocabulário
Conhecimento alfabético
Durante a atividade, explique aos estudantes que dígrafo vocálico é o encontro de uma vogal com as letras m ou n, na mesma sílaba: am, an, em, en, im, in, om, on, um, un. A única função do m e do n é indicar que a vogal é nasal. Não representam, portanto, outro som. Há, então, um dígrafo, pois existem duas letras com um som só.
Atividades complementares
Desenvolvimento de vocabulário
Fluência em leitura oral
- Para complementar a atividade 12, peça aos estudantes que copiem no caderno somente as palavras de origem indígena. Em seguida, solicite que, em duplas, treinem até alcançar uma leitura fluente.
- Organize as duplas para pesquisarem a origem das palavras indígenas que compõem a resposta da atividade 12: paca, abacaxi, arara, perereca, jiboia, jabuticaba, sabiá, mandioca, quati, tamanduá, tatu. Todas pertencem ao tronco linguístico Tupi.
102
13 Circule no quadro o sentido das palavras destacadas no trecho a seguir.
"Aguiri [...] tinha os olhos mais lindos e espertos que jamais se vira naquela região."
soma e comparação
intensidade e negação x
oposição e dúvida
14 Copie do quarto parágrafo duas expressões sinônimas. protegido; a salvo
15 Releia esta passagem e assinale a frase a seguir que tem o mesmo sentido do trecho destacado.
"Aí percebeu, com tristeza, que o sol já transmontara e que se fazia escuro na floresta."
-
O sol já tinha nascido.
-
X O sol já tinha se posto.
16 Transcreva do texto um sinônimo para cada um dos termos destacados.
- Gostava de repartir as frutas com outros coleguinhas. partilhar
- Jurupari sentiu a presença de Aguiri e localizou-o no buraco da grande árvore. oco
- Ninguém conseguiu descansar. pregar o olho
- Depois de muito perambular, encontraram o menino. vaguear
- Especialmente choraram os curumins, seus colegas de brincadeiras. folguedos
- Tupã teve pena dos curumins. apiedou-se
- As lágrimas fizeram brotar uma árvore. germinar
Para ler em casa
Agora você já sabe a definição e as características de mito. Será que sua mãe, seu pai ou as pessoas que moram com você também sabem o que é um mito? Leia para eles a definição de mito do boxe da página 98.
Depois, em voz alta, leia a história de Aguiri, no mito A árvore da vitalidade: o guaraná. Conversem sobre ela, destacando as características da cultura indígena apresentadas no texto.
MANUAL DO PROFESSOR
Atividades 13 a 16
Desenvolvimento de vocabulário
Compreensão de textos
Estas atividades trabalham o vocabulário relacionando-o com o mito do guaraná. Tal ampliação vocabular ajuda os estudantes a perceber significados desconhecidos para que se possa ter uma compreensão mais abrangente do texto. Também são questões importantes para a referência de fatos do dia a dia, como o nascer (sol nascente, alvorada ou aurora) e o pôr do sol (sol poente, crepúsculo).
A atividade 16 não apenas amplia o vocabulário, mas também trabalha o processo de sinonímia, que precisa ser compreendido e usado para escolher termos ao escrever. Não deixe de enfatizar sobre essas escolhas neste momento e quando forem fazer produções escritas.
Para ler em casa
Incentive os estudantes a compartilhar o que aprenderam com familiares ou responsáveis. É uma oportunidade de ampliarem seus leques culturais, além de desenvolver a Literacia Familiar.
O texto a seguir pode ampliar seu conhecimento sobre línguas indígenas.
Tupi (tronco)
O tronco Tupi é um dos grandes agrupamentos de línguas indígenas no Brasil, constituído com base em uma classificação genética sustentada pelo método comparatista. Segundo a classificação apresentada por A. Rodrigues (1986), assim como por Monserrat (1994), o tronco Tupi é constituído por 7 famílias linguísticas: Arikém (1 língua), Juruna (1 língua), Mondé (7 línguas), Munduruku (2 línguas), Ramarama (2 línguas), Tupari (3 línguas), Tupi-Guarani (21 línguas), e 3 línguas isoladas no nível de família: Aweti, Puruborá e Sateré-Mawé. Considerando que o total de línguas indígenas no Brasil, segundo L. Seki (2000), é de 180, o tronco Tupi reúne 40 línguas, o que corresponde a 22,2% do total.
A família Tupi-Guarani, conforme A. Rodrigues (1986), encontra-se dispersa no território brasileiro e abrange igualmente línguas faladas em vários outros países da América do Sul (Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Paraguai, Peru e Venezuela), enquanto as demais famílias do tronco Tupi situam-se exclusivamente dentro dos limites do Brasil, todas ao sul do rio Amazonas e ao norte do paralelo 14o S. As famílias Arikém, Mondé, Ramarama e Tupari se situam no Estado de Rondônia.
A família Munduruku encontra-se restrita a alguns afluentes do Tapajós e do Madeira. A família Juruna limita-se a uma só língua: o Juruna, no alto Xingu. Quanto às línguas isoladas, temos o Aweti, no alto Xingu; o Mawé (Satere), entre o baixo Tapajós, o baixo Madeira e o Amazonas; e o Puruborá, em Rondônia. [...]
José Horta Nunes. Disponível em: https://oeds.link/Uyto1c. Acesso em: 20 jul. 2021. (Fragmento).
103
Estudo da língua
Tempos verbais
1 Em que parágrafos é feita a descrição das características físicas e dos hábitos de Aguiri?
Nos dois primeiros parágrafos.
-
Assinale a alternativa correta. O que é narrado nesses parágrafos se refere ao:
X passado.
presente.
futuro.
-
Copie, desses parágrafos, três palavras que você observou para identificar o tempo do que foi narrado.
Possibilidades: tinha, agradeciam, pediam, alimentava, fazia, gostava.
-
Como são classificadas as palavras que você escreveu na resposta anterior?
substantivos
X verbos
adjetivos
As palavras que indicam ações dos seres, estados e fenômenos da natureza são os verbos. Eles indicam o que se passa, o que acontece e o tempo (passado, presente, futuro) em que acontece. Exemplos: vender, cantava, lerei, descansando, é, são etc.
2 Reescreva as frases a seguir no tempo indicado entre parênteses.
-
Aguiri tinha muitos amigos. (presente)
Aguiri tem muitos amigos.
-
O guaraná é utilizado para fazer uma bebida famosa em todo o mundo. (passado)
O guaraná era utilizado para fazer uma bebida famosa em todo o mundo.
-
Os olhos de Aguiri foram plantados ao pé de uma árvore seca. (futuro)
Os olhos de Aguiri serão plantados ao pé de uma árvore seca.
MANUAL DO PROFESSOR
Sobre o estudo dos tempos verbais e dos marcadores temporais, sugerimos a leitura deste artigo:
- Como ensinar o uso de marcadores temporais na produção de textos. Nova Escola. Disponível em: https://oeds.link/H7Qu3C. Acesso em: 20 jul. 2021.
Estudo da língua
Tempos verbais
Habilidades da BNCC nesta seção
EF35LP03, EF05LP05.
Componentes da PNA nesta seção
Conhecimento alfabético
Compreensão de textos
Os verbos expressam categorias de tempo (presente, pretérito e futuro), aspecto, modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), número (singular e plural) e pessoa (1a, 2a e 3a pessoa). Dessas cinco, a que mais caracteriza o verbo é o tempo.
Atividade complementar
Produção de escrita
Após a correção da atividade 2, peça aos estudantes que produzam um pequeno texto no caderno sobre uma atividade anual que ocorre na escola, em casa ou no bairro onde moram. Podem contar o que aconteceu no ano passado (com verbos no passado) e quais são as expectativas para este ano (com verbos no futuro).
Para a revisão, podem formar duplas e ler o próprio texto em voz alta um para o outro, avaliar o que precisa ser refeito caso o colega não tenha compreendido algo, reformular, passar a limpo e entregar a você para ser corrigido com ênfase na conjugação dos verbos usados.
104
3 Complete com os verbos entre parênteses no tempo verbal adequado. Depois, escreva se o verbo está no presente, no passado ou no futuro.
- Amanhã, os pais de Aguiri agradecerão ao Grande Espírito pela graça. (agradecer) futuro
- Na semana passada, os curumins comeram as frutas que Aguiri trouxe. (comer) passado
- Assim que amanhecer, os homens sairão pela mata em busca do menino. (sair) futuro
- Ainda hoje, as lendas são histórias populares (ser) presente
4 Agora, leia e complete.
Professor: incentive-os a observar que os verbos em 3a pessoa no tempo passado são escritos com m no final e os verbos em 3a pessoa no tempo futuro são escritos com ão.
- Ontem eles brincaram; amanhã eles brincarão .
- Ontem elas cantaram amanhã elas cantarão.
- Ontem eles choraram; amanhã eles chorarão .
-
Ontem eles plantaram ; amanhã eles plantarão.
- O que você observou em relação à escrita dos verbos?
Espera-se que os estudantes concluam que os verbos algumas vezes são escritos com am e outras, com ão.
5 Leia o texto a seguir.
Este ano, fui (1) convidada a participar de uma apresentação de dança coreografada pela Sra. Atanabi para o baile beneficente da Beecher Prep. Foi uma experiência maravilhosa para mim. Minhas companheiras de dança e eu nos esforçamos muito para aprender a dançar juntas, como se fôssemos uma pessoa só. Foi preciso muito tempo. E confiança. E talvez vocês não saibam que, por já ter estudado em muitas escolas diferentes ao longo dos anos, para mim nem sempre é (2) fácil confiar nas pessoas. Mas realmente aprendi a confiar nessas meninas. Percebi que podia ser eu mesma com elas. E serei (3) sempre grata por isso.
[...]
R. J. Palacio. Auggie & eu. Trad. Rachel Agavino. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015. (Fragmento adaptado).
-
Relacione os verbos em destaque no texto com as explicações a seguir.
- 1 O verbo está no passado, pois expressa um fato que ocorreu antes do momento em que a personagem conta a história.
- 3 O verbo está no futuro, pois expressa um fato que ocorrerá do presente até um tempo indeterminado no futuro.
- 2 O verbo está no presente, pois expressa um fato que ocorre sempre.
MANUAL DO PROFESSOR
Atividades 3 e 4
Conhecimento alfabético
Ao realizar esta atividade, converse com os estudantes sobre a pronúncia de -am e -ão. Explique que os verbos terminados em -am e em -ão são pronunciados de forma diferente.
Com a terminação -am, as formas verbais são paroxítonas, tendo a penúltima sílaba como sílaba tônica, como em dan-ça-ram, co-me-ram, le-ram.
Com a terminação -ão, as formas verbais são oxítonas, tendo a última sílaba como tônica, como em dan-ça-rão, co-me-rão, le-rão.
Atividade 5
Compreensão de textos
É importante que os estudantes compreendam que a conjugação dos verbos está relacionada à clareza, à coesão e à coerência do que se conta oralmente ou do que se registra por escrito.
Esta atividade trabalha essas características do uso dos verbos, porque há verbos tanto no passado quanto no presente e no futuro. Cada um deles refere-se especificamente a um momento da narrativa e dos acontecimentos na vida da narradora.
Os tempos verbais podem representar certa dificuldade para a produção escrita dos estudantes, por isso é muito importante ressaltar como o texto da atividade respeita o tempo presente, o passado e o futuro dos acontecimentos.
Consideração sobre dificuldade
Presente, passado (ou pretérito) e futuro são tempos verbais do modo indicativo. Há ainda o modo subjuntivo (imprime ideia de incerteza, hipótese, condição) e o imperativo (ideia de pedido, ordem).
O pretérito é subdividido em pretérito perfeito (indica ação passada já concluída), pretérito imperfeito (indica ação passada habitual ou fato passado de tempo incerto) e pretérito mais-que-perfeito (indica ação passada em relação a outra também passada).
E o futuro é subdividido em futuro do presente e futuro do pretérito (indica ideia de condição).
Esses conteúdos não serão abordados com os estudantes neste momento, mas é importante tê-los em mente para esclarecer eventuais dúvidas que possam surgir na sala de aula.
105
Produção oral
Contação de mito
Vocês vão ler agora um mito do povo Bororo, do Mato Grosso, sobre uns curumins travessos que fugiram com medo de ser castigados. Depois, vão fazer a contação desse mito para estudantes de outro ano.
Preparação
Leia, em voz alta, o mito, mantendo o ritmo.
Os meninos que viraram estrelas
Quem vai ao Mato Grosso se encanta com o céu estrelado. Conta-se por lá que as estrelas nasceram da amizade entre uns indiozinhos e um beija-flor, que sempre os acompanhava em suas estripulias.
Certo dia, as índias da tribo foram colher milho para fazer comidas gostosas para seus maridos, que estavam caçando. Depois de debulhar as espigas, cantando despreocupadas, puseram os grãos para secar ao sol. Enquanto o milho secava, as índias foram se banhar no rio.
Os curumins observavam tudo aquilo loucos para que o milho secasse logo e eles pudessem comer afinal os quitutes prometidos. Mas não tiveram paciência de esperar. Pediram à avó, já bem velhinha, que fizesse logo um bolo para eles. Tanto insistiram, que a vovó fez o bolo, devorado por eles num abrir e fechar de olhos.
O papagaio tagarela, que tudo assistia, ameaçava:
— Vou contar tudo para as índias. Vou contar que vocês usaram o milho e encheram a barriga com o que era guardado para os guerreiros... Vou contar tudo — repetia.
Com medo de levar uns bons cascudos, os curumins foram correndo se esconder na mata.
Assim que as índias retornaram à aldeia, o papagaio deu com a língua no bico. Contou o acontecido, tintim por tintim. As mães dos meninos ficaram furiosas e prometeram uma surra bem dada quando eles aparecessem.
Sabendo o que os esperava, os indiozinhos passaram a tarde emendando um no outro os cipós da floresta. Agarraram-se então na corda comprida que assim fizeram e pediram ao amigo beija-flor que pegasse a ponta do cipó no bico e voasse o mais alto que pudesse. E lá se foi a avezinha, levando para o céu o cipó apinhado de meninos.
As índias, desesperadas, chamavam o beija-flor de volta. Mas quanto mais elas chamavam, mais alto ele voava.
À medida que iam subindo, os meninos choravam; a cada lágrima que caía virava uma estrela solta no ar. Fascinados, os curumins continuaram a brincadeira e não voltaram mais para a aldeia. Ficaram morando no céu.
Fez-se um colar imenso de estrelas. Quando a saudade bate forte, mães e filhos trocam olhares. Dizem que em cada estrela que brilha desvenda-se um segredo do Universo.
Sávia Dumont. Os meninos que viraram estrelas e outras histórias brasileiras. Companhia das Letrinhas: São Paulo, 2002.
MANUAL DO PROFESSOR
Produção oral
Contação de mito
Habilidades da BNCC nesta seção
EF15LP06, EF15LP09, EF15LP10, EF15LP12, EF15LP13, EF15LP15, EF15LP19, EF35LP01, EF35LP03, EF35LP07, EF35LP18, EF35LP21, EF05LP06.
Componentes da PNA nesta seção
Fluência em leitura oral
Desenvolvimento de vocabulário
Compreensão de textos
Produção de escrita
Fluência em leitura oral
Desenvolvimento de vocabulário
Compreensão de textos
Leia o texto em voz alta antes da leitura da turma, exemplificando um tom adequado e envolvente para provocar o interesse deles. A leitura do 1o, do 2o e do 3o parágrafo deve ser leve, mostrando a rotina das personagens. A partir do 4o parágrafo, dê um tom dramático, procurando levá-los a "entrar" na história e a sentir a emoção, o medo e o desespero das mães. No final, pergunte se gostaram da história e por quê.
Atividade complementar
Fluência em leitura oral
Compreensão de textos
Depois da leitura dos estudantes, verifique se compreenderam a história e peça que a recontem coletivamente e de forma resumida. É um bom momento para colocar em discussão a atitude dos pequenos indígenas e do papagaio. Para isso, você pode fazer perguntas como:
- Qual é a atitude deles ao fazer algo que sabe que não deve?
- É melhor contar logo o que fez e arcar com as consequências?
Atividade preparatória
Fluência em leitura oral
Compreensão de textos
Antes da "Produção oral", peça aos estudantes que olhem o céu e pergunte:
- O que vocês imaginam que haja além do céu?
- O que já pensaram sobre o mundo em que vivemos?
Escute as hipóteses deles e incentive-os a escutar a dos colegas com atenção e sem interrompê-los, respeitando o momento de fala de cada um.
Peça que falem olhando para os colegas, a fim de trabalhar a clareza, o tom de voz adequado, a dicção e a escolha de palavras.
106
- Estripulias:
- brincadeiras; travessuras, traquinagens.
- Debulhar as espigas:
- tirar os grãos de espigas de milho.
- Curumins:
- garotos; rapazes jovens indígenas.
- Cascudos:
- pancadas na cabeça com o nó dos dedos dobrados; coques.
- Tintim por tintim:
- nos mínimos detalhes; com minúcias.
- Apinhado:
- repleto, cheio; abarrotado.
- Fascinados:
- deslumbrados, encantados.
- Desvenda-se:
- revela-se; torna-se claro.
1 Leia de novo, em silêncio, sublinhando as palavras que você não conhece.
- Converse com a turma e o professor sobre essas palavras sublinhadas e elaborem, coletivamente, uma lista de palavras.
- Depois de discutirem sobre o significado delas, o professor anotará no quadro de giz cada palavra e seu significado.
- Complete o boxe "Glossário" proposto acima.
- Em seguida, registre no caderno se houver palavras apontadas por vocês que não constam no boxe "Glossário".
2 Releiam o texto.
- Com seu grupo, você vai se preparar para a contação do mito Os meninos que viraram estrelas.
- Releiam o texto com atenção e conversem sobre ele, para que ninguém fique com dúvida.
Planejamento
3 Planejem e ensaiem.
Combine com a turma como vão convidar os estudantes de outro ano.
- Ensaiem a contação do mito e combinem quem vai narrar a história e quem vai representar as personagens.
- Vocês podem contar o mito com as próprias palavras, criar diálogos e expressar sentimentos com o tom de voz adequado e expressões faciais e corporais.
- Se for o caso, façam sugestões para o colega melhorar algum ponto (como falar mais alto ou mais baixo).
- Anotem as falas e leiam várias vezes até considerarem a leitura fluente.
MANUAL DO PROFESSOR
PreparaçãoAtividade 1
Desenvolvimento de vocabulário
Compreensão de textos
Oriente os estudantes a completar o boxe "Glossário" com as palavras e o respectivo significado da lista elaborada coletivamente que você registrou no quadro de giz. Cada um deve fazer seu boxe "Glossário" e, se houver mais palavras, anotar no caderno.
PlanejamentoAtividade 3
Fluência em leitura oral
Compreensão de textos
A fim de ajudá-los no desenvolvimento da atividade proposta, reforce para os estudantes que uma leitura fluente facilita o entendimento do conteúdo dos textos. Incentive a leitura com prosódia para se prepararem para a contação do mito, com a pronúncia correta das palavras e em tom de voz adequado ao contar a história, falando mais alto ou mais baixo, fazendo gestos e demonstrando sentimentos com expressões faciais.
Se possível, para os ensaios, distribua os grupos em diferentes espaços e acompanhe-os.
A linguagem oral é um objeto do conhecimento a ser ensinado na escola. Por isso, embora as atividades realizadas na seção "Produção oral" desenvolvam também habilidades de leitura e escrita, o foco está em ensinar a maneira como os estudantes devem manifestar-se perante determinado assunto ou situação comunicativa oral. O trabalho requer ensinar a expressar-se de maneira clara, objetiva e com fluência.
Sobre mitos indígenas, contação de história e diversidade dos povos indígenas, leia o texto:
- MUNDURUKU, Daniel. "Mitos indígenas para crianças". Disponível em: https://oeds.link/xAWl2m. Acesso em: 29 jun. 2021.
107
Apresentação
4 Apresentem e apreciem a contação dos colegas.
- No dia da contação do mito, recebam bem os colegas convidados para participar como plateia.
- Na apresentação do seu grupo, procurem fazer conforme o planejado durante os ensaios e fiquem atentos ao volume da voz, que deverá ser adequado para que todos ouçam.
- Caprichem nos gestos, nos sons, nos detalhes e na entonação da voz.
- Na apresentação dos outros grupos, observem a entonação e a expressão dos colegas ao contarem o mito.
Avaliação
5 Conversem após a apresentação dos grupos.
- Conversem com os colegas e o professor sobre a atividade realizada, falando dos aspectos positivos e negativos da contação do mito aos convidados.
-
Preencham a tabela de avaliação.
Respostas pessoais.
Avaliação da contação do mito Sim Não O grupo apresentou-se como planejado? O grupo despertou o interesse do público? Houve perguntas no final da apresentação?
6 Escrita coletiva.
- Após as apresentações de todos os grupos, realizem a reescrita coletiva do mito. O professor vai anotar no quadro de giz as suas sugestões e as dos colegas.
- Realizem a leitura, fazendo as adequações necessárias para preservar as características do texto e a sequência dos fatos narrados.
- No final, copiem o texto coletivo no caderno.
MANUAL DO PROFESSOR
ApresentaçãoAtividade 4
Compreensão de textos
As apresentações orais devem ser antecedidas de orientações claras sobre o que se quer trabalhar. Assim, oriente os estudantes e, se necessário, reforce algum ponto mencionado nos itens desta atividade para que a apresentação seja bem-sucedida.
AvaliaçãoAtividades 5 e 6
Produção de escrita
Desenvolvimento de vocabulário
Essa avaliação será feita pelos grupos. Sugira que se reúnam para conversar sobre o desempenho de todos para que possam refletir e melhorar para a próxima vez.
Anote no quadro de giz as informações apresentadas e faça as correções com toda a turma.
As decisões devem ser tomadas em conjunto, considerando os saberes de todos durante a produção de textos e por meio de discussões sobre como escrever.
A tabela de avaliação é um recurso que pode contribuir com a avaliação formativa dos estudantes, pois permite acompanhar seu processo de aprendizagem.
Consideração sobre dificuldade
Conhecimento alfabético
Produção de escrita
Na atividade 6, de reescrita coletiva, questione os estudantes sobre a grafia de palavras menos usuais ou consideradas difíceis, sobre repetições de palavras que podem ser substituídas por pronomes. Nesse momento, reforce o conhecimento alfabético, retomando as sílabas complexas e tirando dúvidas sobre erros de escrita da turma.
Atividade complementar
Fluência em leitura oral
Compreensão de textos
Aproveite para ampliar o repertório de mitos oferecendo vários desses textos para a leitura em grupo, deixando-os escolher a história que desejam contar. Peça que discutam o mito e que, depois, o recontem para a turma.
A avaliação na seção "Produção oral" desta e das demais unidades também pode ser feita em grupo.
A ideia do texto coletivo é dar aos estudantes o embasamento estrutural sobre o que terão de escrever. Você pode anotar, no quadro de giz, as informações apresentadas pelos estudantes e fazer as devidas correções, enfatizando coerência e coesão. Essa é uma oportunidade para reforçar o conhecimento alfabético retomando as sílabas complexas e eventuais erros de escrita recorrentes nas aulas.
108
Para ler mais
Antes de ler
O texto que você vai ler a seguir é um relato pessoal, em que uma jovem conta algumas situações em que sofreu preconceito.
- Você já passou por uma situação em que tenha sido vítima de preconceito ou viu alguém passar por uma situação semelhante? Conte como foi.
- O que você acha possível fazer para combater as várias formas de preconceito?
- Você já identificou algum pensamento ou atitude sua que pudessem ser considerados preconceituosos? Como se sentiu? Respostas pessoais.
Durante a leitura
- Leia silenciosamente e sublinhe as palavras cujo significado você não conhece. Considere também as palavras do boxe "Glossário" no fim do texto.
- Observe as características do relato: texto em 1a pessoa, apresentação de fatos, ideias e sentimentos.
Inventando moda
Meu nome é Ana Paula Mendonça Costa Pedro Ferro, mas o nome que eu uso é Ana Paula Xongani. Toda a minha família é negra. Das vezes que eu fui pra Moçambique, as pessoas perguntavam se eu era angolana. Eu me reconheço nas características das angolanas, mas não tenho certeza. Meu pai e minha mãe moravam na zona Leste de São Paulo, e eles se conheceram no ônibus. Minha mãe sempre pegava o mesmo ônibus pra ir pra escola e um primo do meu pai pegava o mesmo ônibus. Ele se encantou com a minha mãe e comentou com o meu pai. Meu pai quis ver de perto e eles se apaixonaram.
[...]
Eu fui muito cuidada por toda a minha família, minha mãe, meu pai e meu irmão. Lembro muito das brincadeiras que o meu irmão fazia comigo, ele interpretava vários personagens. Lembro também de brincar muito com os meus amigos do prédio. Tinha algumas famílias negras no nosso condomínio e os pais criaram um elo, onde todo mundo era padrinho e madrinha de alguém. Então as crianças cresceram juntas, como primos. Nessa época, minha mãe começou o processo de militância negra, e lembro que meus amigos eram filhos de militantes. E eu ia com ela nos encontros e ficava bagunçando com os meus amigos. E era um lugar onde eu me fortalecia enquanto menina negra, era um lugar onde eu era bonita, todos eram iguais.
[...]
MANUAL DO PROFESSOR
Para ler mais
Habilidades da BNCC nesta seção
EF15LP01, EF15LP02, EF15LP03, EF15LP16, EF35LP03, EF35LP04, EF35LP05, EF35LP06, EF05LP02, EF05LP19.
Componentes da PNA nesta seção
Compreensão de textos
Desenvolvimento de vocabulário
Fluência em leitura oral
No texto "Inventando moda", a questão do racismo é abordada de maneira bastante próxima e direta, uma vez que é apresentado um relato da experiência de vida da protagonista Ana Paula. O fato de ser uma história verídica, a utilização da 1a pessoa e a narração de situações familiares e temas comuns a todos (escola, família, ascendência) aproximam o leitor do texto.
Boxe inicial de "Para ler mais"
Compreensão de textos
Desenvolvimento de vocabulário
Estas questões levam os estudantes a se colocar tanto no lugar de quem já sofreu preconceito quanto no lugar de quem já teve preconceito. A intenção é abrir espaço para que a turma converse sobre essas situações, os sentimentos, as ações, e não chegar a uma resposta ou atitude corretas. O mais importante é que todos possam se colocar no lugar das pessoas que sofrem preconceito e que possam se solidarizar.
Escute-os atentamente e garanta que sejam escutados pelos colegas, tornando a sala de aula um ambiente que favoreça as expressões individuais.
Em "Para ler mais" e em outras seções da unidade que trazem textos para leitura, sugerimos que você realize a leitura em voz alta, servindo de modelo para a turma. Converse sobre a importância de ler uma história com entusiasmo, pronunciando bem as palavras, observando o ritmo e a entonação da voz. Explique que, dessa forma, terão uma melhor compreensão do texto, bem como enfatizarão os efeitos de sentido provocados por uma leitura fluente.
109
Minha escola foi bem difícil, passei por muitas experiências de racismo, e eu também era disléxica, tinha muita dificuldade de aprendizado. Foi um momento difícil de isolamento, eu era a única menina negra da classe, não podia falar o que eu queria, ser o que eu queria. Mas fora da escola eu me sentia bem, participava de um coral infantojuvenil de músicas afro-brasileiras, fazia artes plásticas, dança, teatro, jazz, natação, participava dos projetos sociais junto com a minha mãe. Era legal porque a minha família era muito unida, aonde um ia, todo mundo ia.
Eu fiz faculdade [...], e lá eu sofri o pior racismo da minha vida. Eu era invisível, os professores nem liam meus trabalhos, me davam respostas rasas pra tudo que eu perguntava. [...]
Nenhum professor quis me orientar, mas meu companheiro e os nossos amigos fizemos tudo juntos, eles me orientaram, me ajudaram com a organização, com a apresentação. No dia da apresentação, eu fui preparada. Não teve como eu ser invisível ali, todo mundo tinha que assistir. No fim da minha apresentação, eu fiz um discurso enorme contando tudo o que eu passei, chorei tanto que lavei minha alma, dei nome para todos os bois. [...]
Depois disso eu casei e fui pra Moçambique, e lá pude me conectar com muitas coisas, resgatar minha ancestralidade. Lá eu descobri que eu podia ter dread, uma referência que eu não tinha em lugar nenhum. Lá eu também descobri os tecidos africanos, e a partir daí tudo mudou. Levei vários tecidos de lá pra São Paulo, e eu e minha mãe começamos a fazer roupas com eles. Assim nasceu [...] a nossa marca de produtos para as mulheres pretas, pensando no corpo delas, coisa que marca nenhuma fazia. Eu mesma tive que parar de fazer natação na minha infância porque não existia uma touca em que coubesse o meu cabelo. Eu e minha mãe paramos de andar de moto porque não tem um capacete em que caibam os nossos cabelos. Então quando a gente começou a perceber que a gente podia cuidar desse corpo, dessa mulher negra, e que a moda podia comunicar e consolidar essa luta do negro no Brasil, a gente teve certeza de que era isso que tínhamos que fazer, e fazemos até hoje.
Ana Paula Xongani. Em: Museu da Pessoa. Disponível em: https://oeds.link/DpWLyL. Publicado em: 27 dez. 2016. Acesso em: 17 maio 2021. (Fragmento adaptado).
- Moçambique:
- país localizado no Sudeste da África.
- Angolana:
- pessoa nascida em Angola, país no Sul da África.
- Militância negra:
- atividade de quem é militante, pessoa que atua em defesa de uma causa; no caso, a luta contra o racismo em suas diversas formas.
- Disléxica:
- pessoa que sofre de um distúrbio de aprendizagem caracterizado pela dificuldade de leitura.
- Ancestralidade:
- características e história que vêm dos antepassados.
- Dread:
- penteado na forma de mechas emaranhadas.
MANUAL DO PROFESSOR
O relato pessoal, gênero trabalhado na seção, é um dos tipos de relato que, segundo Sérgio Roberto Costa, é uma "narração não ficcional escrita ou oral sobre um acontecimento ou fato acontecido, feita geralmente usando-se o pretérito perfeito ou o presente histórico". Esse gênero está ligado ao caso (ou causo), conto, história, narração, narrativa, memorial e relatório (ou relato de caso) (Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 177).
A localização espacial oferece um parâmetro importante para a organização do conhecimento dos estudantes, que podem ficar com uma ideia vaga a respeito de uma informação — ou até mesmo gerar compreensões equivocadas, caso não a associem a um local.
Por isso, antes, durante ou após a leitura do texto, mostre aos estudantes um mapa político da África. Peça que localizem os dois países mencionados no texto — Moçambique e Angola. Se possível, use a internet para isso e mostre também algumas fotos dos países.
Para aprofundar sua reflexão, sugerimos o vídeo a seguir, uma gravação de uma das mesas das #JornadasAntirracistas, evento promovido pela editora Companhia das Letras em 2020:
- Educação e infâncias negras, com Bel Santos, Kiusam de Oliveira e Otávio Jr. Disponível em: https://oeds.link/NhpKwf. Acesso em: 21 jul. 2021.
Atividade complementar
Compreensão de textos
Para seguir discutindo e refletindo sobre preconceito, torna-se importante tratar de diversidade e representatividade negra com os estudantes. Sabemos que a literatura infantil possibilita tratar de temas mais complexos de forma leve e divertida, não deixando de trazer a reflexão.
Após a leitura do texto, você pode apresentar algumas obras que tratam da temática, como:
- "11 livros sobre representatividade negra para crianças". Disponível em: https://oeds.link/FFqrNz. Acesso em: 21 jul. 2021.
110
Para estudar o texto
Praticar a fluência
1 Leia o texto de novo, mas agora em voz alta. Dê as pausas adequadas na pontuação.
2 Para melhorar a fluência, leia o trecho a seguir, seguindo as dicas:
- Ao se deparar com uma barra (/), dê uma pausa curta.
-
Ao se deparar com duas barras (//), dê uma pausa mais longa.
- Seu professor realizará a leitura em voz alta. Observe como ele faz.
- Com o professor e a turma, conversem sobre o que observaram.
- Copie o texto no caderno, substituindo as barras pela pontuação adequada.
"Depois disso eu casei e fui pra Moçambique / e lá pude me conectar com muitas coisas / resgatar minha ancestralidade // Lá eu descobri que eu podia ter dread / uma referência que eu não tinha em lugar nenhum // Lá eu também descobri os tecidos africanos / e a partir daí tudo mudou // Levei vários tecidos de lá pra São Paulo / e eu e minha mãe começamos a fazer roupas com eles."
Compreender o texto
3 Quem é o autor do relato? Ana Paula Mendonça Costa Pedro Ferro.
- Qual é o nome que ela usa? Ana Paula Xongani.
-
Na língua changana, falada em Moçambique, o nome Xongani tem um significado similar a "se enfeitem", "fiquem bonitas(os)". Na sua opinião, por que a autora do texto usa Xongani como sobrenome?
Ao usar esse nome junto ao seu, a autora do texto demonstra o afeto que tem por sua própria identidade e por Moçambique.
4 Logo no primeiro parágrafo, a autora menciona características da família e dela também. Que características são essas?
Ela menciona que toda a sua família é negra e que ela tem traços de pessoas angolanas.
MANUAL DO PROFESSOR
Para estudar o texto
Praticar a fluênciaComponente da PNA nesta subseção
Fluência em leitura oral
Atividade 2
Fluência em leitura oral
Para desenvolver uma boa fluência em leitura é preciso estar atento à entonação de voz decorrente da pontuação, à velocidade e ao ritmo da leitura. Mostre que a barra única apareceu no meio de frases substituindo a vírgula, enquanto a barra dupla apareceu no final das frases substituindo o ponto final.
Leve os estudantes a concluir que, sempre que aparecer vírgula em um texto, devem dar uma pausa curta na leitura e, quando aparecer ponto final ou outra pontuação em final de frase, a pausa deve ser mais longa.
Compreender o textoHabilidades da BNCC nesta subseção
EF15LP03, EF35LP03, EF35LP04, EF05LP19.
Componentes da PNA nesta subseção
Compreensão de textos
Desenvolvimento de vocabulário
Níveis para compreensão de textos | |
---|---|
Nível 1 | Localizar e retirar informação explícita. |
Nível 2 | Fazer inferências diretas. |
Nível 3 | Interpretar e relacionar ideias e informação. |
Nível 4 | Analisar e avaliar conteúdo e elementos textuais. |
Atividade 3 níveis 1 e 4
Atividade 4 nível 2
Atividades 5 e 6 nível 3
Atividade 7 níveis 3 e 4
Atividade 8 níveis 3 e 4
Atividade 9 nível 1
Atividade 10 níveis 2 e 3
Atividade 11 nível 3
Atividade 3 níveis 1 e 4
Compreensão de textos
Se houver dificuldade para entender a relação entre o sobrenome adotado por Ana Paula e sua busca de identidade, ressalte que o sobrenome é de Moçambique e, além disso, seu significado na língua changana tem relação com a formação profissional da narradora.
111
5 Escolha a alternativa que explica por que ela apresentou essas características logo no início do relato.
Ela não tinha qualquer intenção especial ao apresentar essas características.
X Para ela, ser negra e reconhecer que sua história está ligada à história de seus ascendentes africanos é importante por ter uma influência marcante em sua vida.
Ela apresentou essas características logo no início por considerar que eram menos importantes do que o resto de sua história.
6 No segundo parágrafo, ela afirma:
"E era um lugar onde eu me fortalecia enquanto menina negra, era um lugar onde eu era bonita, todos eram iguais."
-
Por que ela se sentia dessa forma nos encontros de militância de que participava com a mãe? Escolha a alternativa correta.
X Como esses encontros tratavam do combate ao preconceito, era natural que ela se sentisse valorizada e em um ambiente de harmonia.
Porque ela podia brincar com os amigos.
Porque ela também tinha o desejo de ser militante.
7 No terceiro parágrafo, Ana Paula conta como se sentia na escola. Releia a frase a seguir.
"Foi um momento difícil de isolamento, eu era a única menina negra da classe, não podia falar o que eu queria, ser o que eu queria."
-
Por que ela se sentia dessa forma?
Porque sofria muitas experiências de racismo e por ter dificuldades de aprendizagem.
-
E fora da escola, como ela se sentia? Por quê?
Ela se sentia bem, acolhida pela família e pela comunidade em que vivia, e realizava muitas atividades.
-
E você, como se sente dentro e fora da escola? Por quê?
Respostas pessoais.
8 Ana Paula afirma que sofreu racismo na faculdade. Releia.
"Eu era invisível, os professores nem liam meus trabalhos, me davam respostas rasas pra tudo que eu perguntava."
-
Como você entende a afirmação "Eu era invisível"?
Espera-se que os estudantes percebam que ela era ignorada pelos professores.
-
Você já se sentiu invisível em alguma situação? Se sim, o que aconteceu?
Respostas pessoais.
MANUAL DO PROFESSOR
Atividade complementar
Desenvolvimento de vocabulário
Compreensão de textos
Antes da atividade 5, comente com os estudantes a relação com seus ancestrais: qual é a origem de sua família; se seus pais, avós, bisavós nasceram no Brasil ou em outro país. Ao falarmos sobre os familiares que nos antecederam, estamos falando de ascendência e de ancestralidade. Se considerar pertinente, pergunte se sabem o que significa bisavô, tataravô e outros termos que designam graus de parentesco e esclareça as dúvidas.
Comente a origem dos negros que descendem de pessoas escravizadas na época da colonização, entre os séculos XVI e XIX, quando cerca de quatro milhões de homens, mulheres e crianças foram escravizados e trazidos ao Brasil, de diferentes países africanos: Angola, Nigéria e Moçambique.
Caso considere interessante, apresente algumas informações sobre esses países. Se possível, localize-os no mapa-múndi.
Atividade 5 nível 3
Compreensão de textos
Esta atividade traz uma reflexão importante sobre a construção da narrativa ao questionar sobre as características descritas pela narradora sobre si mesma. Você pode ler o enunciado para a turma e, antes de indicar as alternativas, pedir a eles que respondam: por que a narradora apresentou essas características? Qual é a importância dessas características para a compreensão do relato?
Após as respostas, ressalte que, para escrever um bom relato, é necessário que as descrições sejam pertinentes ao sentido do texto e que provoquem relações com outras partes da narrativa.
112
9 Ao viajar para Moçambique, Ana Paula fez descobertas. Assinale a alternativa correta.
X Em Moçambique, Ana Paula aprendeu a valorizar a cultura de seus ancestrais africanos e hábitos atuais, como usar dreads, que no Brasil podiam ser considerados incomuns.
Em Moçambique, Ana Paula resgatou ancestrais e aprendeu a usar dreads e tecidos africanos.
10 Ana Paula trouxe tecidos africanos para São Paulo. O que ela e a mãe fizeram com esses tecidos?
Criaram uma marca de roupas adequadas ao corpo das mulheres negras.
-
Ana Paula afirma que nenhuma marca fazia o que ela e sua mãe se dispuseram a fazer. Qual seria a causa disso?
Espera-se que os estudantes respondam que, provavelmente, era por causa do preconceito e do racismo.
11 Ao fazer essa escolha, você acha que Ana Paula contribuiu para evitar que outras pessoas se sentissem invisíveis como ela se sentiu? Por quê?
Se for preciso, volte ao texto e releia este parágrafo com os estudantes: "Então quando a gente começou a perceber que a gente podia cuidar desse corpo, dessa mulher negra, e que a moda podia comunicar e consolidar essa luta do negro no Brasil, a gente teve certeza de que era isso que tínhamos que fazer, e fazemos até hoje".
Não, porque moda não é importante.
Sim, porque as pessoas tinham que ver seus produtos.
X Sim, porque ela encontrou uma forma de combater o preconceito.
Ampliar o vocabulário
12 Releia o trecho a seguir.
"No fim da minha apresentação, eu fiz um discurso enorme contando tudo o que eu passei, chorei tanto que lavei minha alma, dei nome para todos os bois. [...]."
- Os trechos destacados devem ser entendidos em sentido literal ou figurado? Explique sua resposta com base no boxe abaixo.
- Sentido literal: sentido próprio das palavras, registrado em dicionário.
- Sentido figurado: novo sentido que as palavras ganham em um contexto.
Os trechos em destaque devem ser entendidos em sentido figurado, pois Ana Paula não lavou a própria alma ou nomeou bois.
MANUAL DO PROFESSOR
Atividade 9 nível 1
Compreensão de textos
Para esta atividade, leia o enunciado e, antes de os estudantes assinalarem a alternativa correta, peça que comentem quais seriam as descobertas de Ana Paula. Após a discussão, leia as alternativas e pergunte qual seria a correta.
Ampliar o vocabulárioHabilidades da BNCC nesta subseção
EF35LP05, EF05LP02.
Componentes da PNA nesta subseção
Desenvolvimento de vocabulário
Compreensão de textos
Produção de escrita
Atividade 12
Desenvolvimento de vocabulário
Compreensão de textos
Produção de escrita
Com esta atividade, mais uma vez os estudantes poderão refletir sobre o sentido literal e o sentido figurado da linguagem. No item b, antes de reescreverem o trecho, questione-os sobre quais seriam as alternativas possíveis para a substituição das expressões e faça uma lista no quadro de giz com as sugestões.
O texto a seguir traz subsídios a você sobre a origem dos negros no Brasil.
Angola
[...] O porto da capital, Luanda, que era uma das mais importantes portas de saída de escravos para o Brasil, hoje tem como principal atividade a exportação de café, algodão, açúcar e minerais. [...]
Nigéria
A Nigéria é classificada como uma economia mista e um mercado emergente. [...] o território nigeriano também tem uma grande variedade de recursos minerais — embora essa riqueza natural ainda seja subexplorada. Do Golfo do Benin, no sul, partiam as embarcações negreiras em direção ao Brasil. [...]
Moçambique
[...] O porto de Quelimane, no passado um importante centro do tráfico negreiro para o Brasil no leste africano, tem como principais funções hoje o escoamento dos produtos agrícolas e a pesca marítima. Privilegiado pela facilidade do idioma — assim como a Angola, Moçambique tem como idioma oficial o português —, o Brasil tem investimentos no país, especialmente na área de mineração de carvão.
As origens dos negros do Brasil. Disponível em: https://oeds.link/rGItzR. Acesso em: 21 jul. 2021. (Fragmento).
113
-
Reescreva o trecho citado, substituindo as partes em destaque por outras equivalentes.
Resposta pessoal. Sugestão: No fim [...] chorei tanto que desabafei, indiquei/nomeei cada pessoa responsável pelo racismo que sofri.
Professor: o importante é que a substituição revele que os estudantes compreenderam o significado das expressões.
13 Leia novamente o trecho a seguir.
"Depois disso eu casei e fui pra Moçambique, e lá pude me conectar com muitas coisas, resgatar minha ancestralidade. Lá eu descobri que eu podia ter dread, uma referência que eu não tinha em lugar nenhum. Lá eu também descobri os tecidos africanos, e a partir daí tudo mudou."
- A que se refere a palavra lá? Ela se refere a Moçambique.
- Substitua essa palavra nos locais indicados para que não haja repetições. Veja as sugestões no quadro de palavras.
Depois disso eu casei e fui pra Moçambique, onde pude me conectar com muitas coisas, resgatar minha ancestralidade. Nesse país , eu descobri que eu podia ter dread, uma referência que eu não tinha em lugar nenhum. Lá eu também descobri os tecidos africanos, e a partir daí tudo mudou.
Nessa ocasião
onde
Nesse país
quando
14 Releia o trecho a seguir e observe a palavra destacada.
"Eu era invisível, os professores nem liam meus trabalhos, me davam respostas rasas pra tudo que eu perguntava."
- Explique o significado da palavra rasas. Incompletas, superficiais.
-
Escreva uma frase empregando a palavra rasa com outro significado.
Resposta pessoal.
Sugestão: Ele esperava que a piscina fosse rasa, pois não sabia nadar.
Para ler em casa
Na seção "Para ler mais", Ana Paula faz um relato pessoal e nos apresenta reflexões importantes sobre preconceito e racismo. Converse sobre isso na sua casa.
Leia o texto para as pessoas que moram com você e reflita com elas sobre o que você aprendeu com essa autora e sua história de vida.
MANUAL DO PROFESSOR
O trabalho de interpretação de palavras ou expressões de acordo com o contexto, em sentido literal e figurado, é uma estratégia importante para a aquisição do vocabulário receptivo (as palavras que o estudante é capaz de compreender).
Atividade 14
Desenvolvimento de vocabulário
Esta atividade traz um questionamento sobre o termo rasas, usado em nosso dia a dia, mas que foi empregado no texto com um sentido menos usual. Pergunte aos estudantes sobre o sentido provável e anote no quadro de giz os significados que sugerirem.
Para ler em casa
Incentive os estudantes a desenvolver a Literacia Familiar, compartilhando o que leram sobre preconceito e racismo e conversando sobre esse assunto. Além da reflexão, a leitura partilhada ou feita em voz alta por um adulto desenvolve na criança o prazer de ler, amplia o vocabulário, desperta a imaginação e complementa os estudos escolares.
114
Estudo da língua
Pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos
1 Circule no trecho do texto Inventando moda a quem se refere o pronome em destaque.
"Nenhum professor quis me orientar, mas (meu companheiro e os nossos amigos) fizemos tudo juntos, eles me orientaram, me ajudaram com a organização, com a apresentação."
2 Releia estes trechos e faça o que se pede.
-
"Meu nome é Ana Paula Mendonça Costa Pedro Ferro, mas o nome que eu uso é Ana Paula Xongani."
-
A quem a palavra destacada no texto se refere?
A palavra destacada se refere à pessoa que escreveu o relato: Ana Paula Xongani.
-
-
"Eu e minha mãe paramos de andar de moto porque não tem um capacete em que caibam os nossos cabelos."
- O que indicam as palavras destacadas acima?
Minha indica de quem é a mãe e nossos, de quem são os cabelos. As duas palavras indicam posse ou propriedade.
3 Releia o trecho a seguir.
"Eu fui muito cuidada por toda a minha família, minha mãe, meu pai e meu irmão. Lembro muito das brincadeiras que o meu irmão fazia comigo, ele interpretava vários personagens. Lembro também de brincar muito com os meus amigos do prédio. Tinha algumas famílias negras no nosso condomínio e os pais criaram um elo, onde todo mundo era padrinho e madrinha de alguém."
-
A qual pronome se refere o verbo lembro?
Ao pronome eu.
-
A quem o pronome ele faz referência no texto?
Ao irmão da pessoa que faz o relato (Ana Paula Xongani).
-
O que indica o pronome nosso no texto?
Indica o condomínio onde Ana Paula, a família e os amigos de infância viviam.
MANUAL DO PROFESSOR
Estudo da língua
Pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos
Habilidades da BNCC nesta seção
EF15LP04, EF15LP14, EF15LP18, EF35LP04, EF35LP06, EF35LP08, EF35LP14, EF05LP06, EF05LP10.
Componentes da PNA nesta seção
Conhecimento alfabético
Desenvolvimento de vocabulário
Compreensão de textos
Fluência em leitura oral
Atividade complementar
Conhecimento alfabético
Compreensão de textos
Antes de dar início às atividades desta seção, escreva a frase a seguir, retirada do texto "Inventando moda", e peça aos estudantes que a reescrevam como se fossem duas pessoas fazendo o relato: "Eu fui muito cuidada por toda a minha família [...]". (Nós fomos muito cuidadas por toda a nossa família.)
Escreva a frase reescrita no quadro de giz e pergunte para a turma:
- Ao reescrever a frase como se fossem duas pessoas, o que aconteceu com os pronomes? (Os pronomes foram mudados para a 3a pessoa do plural.)
- Os verbos também precisaram ser mudados? Por quê? (Espera-se que os estudantes percebam que os verbos devem concordar com os pronomes, por isso também foram flexionados em número.)
Explique aos estudantes que os pronomes da 2a pessoa são utilizados em algumas regiões do Brasil. Em outras, utiliza-se o pronome de tratamento você(s) para se referir à pessoa com quem se fala. Esclareça que pessoa em gramática não significa, necessariamente, "ser humano".
Observe os pronomes pessoais do caso reto.
Pronomes pessoais retos | ||
---|---|---|
Singular | Plural | |
1a pessoa | eu | nós |
2a pessoa | tu, você | vós, vocês |
3a pessoa | ele, ela | eles, elas |
115
As palavras eu, ela, nós, eles, me, minha, nossos, isso, esse e dessa são chamadas de pronomes.
Os pronomes têm significados diferentes, dependendo do contexto em que são usados. Podem substituir os substantivos nas orações, evitando a repetição de palavras, como os pronomes eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas, me, mim, comigo, lhe, consigo, nos, conosco etc. Por exemplo:
Ana Paula produz roupas femininas.
↓
Substantivo
Ela usa tecidos africanos.
↓
Pronome que substitui o substantivo.
Outros pronomes, como meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, nosso, nossa, nossos, nossas etc., indicam ideia de posse. Por exemplo:
Meu pai e minha mãe moravam em São Paulo.
Outros ainda indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso. É o caso dos pronomes este, esta, estes, estas, esse, essa, esses, essas, aquele, aquela, aqueles, aquelas, isto, isso e aquilo. Por exemplo:
Aquele último ano da faculdade foi muito sofrido.
↓
Pronome que indica que o ano está distante da pessoa que fala.
Em uma situação de comunicação (escrita ou falada) há três pessoas gramaticais ou pessoas do discurso, representadas pelos pronomes pessoais.
Os pronomes da 1a pessoa do discurso fazem referência a quem fala.
Os pronomes da 2a pessoa do discurso fazem referência a com quem se fala.
Os pronomes da 3a pessoa do discurso fazem referência a quem ou sobre o que se fala.
Os pronomes substituem outras palavras (principalmente substantivos) e fazem referência às pessoas do discurso.
4 Leia a oração abaixo.
Ninguém pode imaginar aquilo que eu passei. Toda aquela história de não existir racismo e tal, só eu sei o que foi minha vida na época.
-
O pronome possessivo minha faz referência no texto a qual pessoa?
O pronome refere-se a quem faz o relato (eu).
-
Qual tipo de relação esse pronome estabelece com a pessoa que faz o relato?
O pronome estabelece relação de posse com a pessoa que faz o relato: a vida da qual fala é a dela.
-
Sobre o pronome demonstrativo aquilo, assinale a resposta correta:
Professor: os estudantes devem perceber a posição do assunto em relação à pessoa do discurso. Ajude-os a compreender que a palavra aquilo não serve para indicar que o assunto (o racismo) ficou no passado. É o fato relatado (a situação que ela passou) que ficou distante da pessoa que o relata porque já ocorreu.
- A palavra indica que a pessoa que relata o fato está próxima dele, o fato está acontecendo naquele momento.
- X A palavra indica que a pessoa que relata o fato está distante dele, o fato já aconteceu.
MANUAL DO PROFESSOR
Atividade 4
Compreensão de textos
Quanto à definição de pronome, é comum a ideia de que é a palavra que substitui um nome. Porém, é uma definição incompleta, pois, de maneira mais ampla, o pronome identifica o emissor, o interlocutor, ou o conteúdo ao qual o emissor e o interlocutor se referem. O pronome pode ainda representar um adjetivo ou uma oração.
Nesta atividade, é possível trabalhar essas referências com a turma, pois o item a traz o pronome possessivo minha referindo-se ao pronome eu, enquanto o item c propõe uma reflexão sobre o pronome aquilo referindo-se a tudo o que a pessoa que está falando passou, ou seja, é um pronome que se refere a acontecimentos remotamente anteriores ao ato da fala.
O item d trabalha a função gramatical dos pronomes demonstrativos aqueles e aquela. Ressalte para a turma que, na oração "Ninguém pode imaginar aquilo que eu passei", o pronome aquilo tem a mesma função gramatical de aqueles e aquela presentes nas frases do item d, porém, refere-se aos vários acontecimentos da vida de quem fala, enquanto aqueles e aquela referem-se a um termo contido nas próprias frases: aqueles livros; aquela festa.
Observe a seguir os pronomes pessoais do caso oblíquo: átonos (sem preposição) e tônicos (com preposição).
Pronomes pessoais oblíquos (átonos) | ||
---|---|---|
Singular | Plural | |
1a pessoa | me | nos |
2a pessoa | te | vos |
3a pessoa | lhe, o, a, se | lhes, os, as, se |
Pronomes pessoais oblíquos (tônicos) | ||
---|---|---|
Singular | Plural | |
1a pessoa | mim, comigo | nós, conosco |
2a pessoa | ti, contigo | vós, convosco |
3a pessoa | ele, ela, si, consigo | eles, elas, si, consigo |
116
-
Nas frases abaixo, sublinhe as palavras que têm a mesma função da palavra aquilo.
Não consigo alcançar aqueles livros. aqueles
Aquela festa foi incrível! Aquela
5 Observe os pronomes destacados neste outro trecho.
"Depois disso eu casei e fui pra Moçambique, e lá pude me conectar com muitas coisas, resgatar minha ancestralidade. Lá eu também descobri os tecidos africanos, e a partir daí tudo mudou. Levei vários tecidos de lá pra São Paulo, e eu e minha mãe começamos a fazer roupas com eles."
-
A expressão "depois disso" refere-se a um fato ocorrido depois que ela fez faculdade. Assinale a alternativa correta quanto à palavra isso:
- É um pronome pessoal, como eu, nós.
- É um pronome possessivo, como teu, seus.
- X É um pronome demonstrativo, como esse, essa.
-
A quem se referem os pronomes me e minha?
O pronome oblíquo me se refere à pessoa que faz o relato; o pronome minha indica de quem é a ancestralidade, no caso, da pessoa que faz o relato.
-
Assinale a alternativa que explica a função da palavra eles no texto.
- Explicar qual é o sujeito.
- X Evitar a repetição do substantivo tecidos.
6 Leia o trecho.
"Levei vários tecidos de lá pra São Paulo, e eu e minha mãe começamos a fazer roupas com eles."
-
O pronome destacado no texto se refere:
- à mãe da pessoa que faz o relato.
- X aos vários tecidos levados para São Paulo.
-
Que pronomes você usaria se o texto se referisse a estas outras palavras?
- Cidade de São Paulo: ela
- Eu e minha mãe: nós
- Minha mãe: ela
MANUAL DO PROFESSOR
Atividade 5
Compreensão de textos
Nesta atividade, os estudantes devem perceber que o pronome disso se refere a tudo o que foi narrado anteriormente sobre a vida da narradora.
Atividade complementar
Desenvolvimento de vocabulário
Durante a realização das atividades da seção, se achar interessante, comente com os estudantes a origem do pronome de tratamento você. Vossa mercê era inicialmente utilizado para dirigir-se ao rei e, posteriormente, a qualquer membro da nobreza. Após um processo de vulgarização e simplificação, o termo assumiu outras formas: vosmecê e você. Em algumas regiões do Brasil, encontram-se também vossuncê, vassuncê, ocê, entre outros. E, em contextos de mensagem instantânea ou nas redes sociais, é comum a abreviação "vc".
Para aprofundar seus estudos, sugerimos o texto de Ernani Terra, no qual ele faz várias considerações a respeito dos pronomes, em especial sobre o nós.
- TERRA, Ernani. Pronome pessoal. Disponível em: https://oeds.link/fXgFyo. Acesso em: 20 jul. 2021.
117
7 Releia o trecho e copie dele o pronome demonstrativo solicitado a seguir.
"Então quando a gente começou a perceber que a gente podia cuidar desse corpo, dessa mulher negra, e que a moda podia comunicar e consolidar essa luta do negro no Brasil, a gente teve certeza de que era isso que tínhamos que fazer, e fazemos até hoje."
- Referência ao corpo da mulher negra: esse
- Referência à mulher negra: dessa
- Referência à luta do negro no Brasil: essa
- Referência ao trabalho com moda voltada para a mulher negra: isso
8 Reescreva as frases usando pronomes pessoais para evitar a repetição dos substantivos.
-
Pedro e Maria são primos. Pedro e Maria estudam na mesma classe.
Pedro e Maria são primos. Eles estudam na mesma classe.
-
Eu e meu irmão somos amigos. Eu e meu irmão sempre brincamos juntos.
Eu e meu irmão somos amigos. Nós sempre brincamos juntos.
-
Os alunos estavam curiosos para saber quem era o rapaz. Logo souberam que o rapaz era o novo professor.
Os alunos estavam curiosos para saber quem era o rapaz. Logo souberam que ele era o novo professor.
9 Leia um trecho do conto O lobo e as sete crianças.
Era uma vez uma velha cabra que tinha sete cabritinhos e os amava, como uma boa mãe pode amar os filhos. Um dia, querendo ir ao bosque para as provisões do jantar, chamou os sete filhinhos e lhes disse:
— Queridos pequenos, preciso ir ao bosque; cuidado com o lobo [...].
Disponível em: https://oeds.link/V4nVIX. Acesso em: 19 jan. 2021.
-
A quem se referem as palavras em destaque os e lhes?
Aos cabritinhos.
-
Reescreva a frase colorida substituindo cabritinhos por cabritinhas.
Era uma vez uma velha cabra que tinha sete cabritinhas e as amava, como uma boa mãe pode amar as filhas.
-
Ao reescrever a frase, o que aconteceu com o pronome oblíquo os?
Foi flexionado, mudando do gênero masculino para o feminino. Professor: enfatize a mudança de gênero dos substantivos (cabritinhos e filhos) e do artigo (os).
MANUAL DO PROFESSOR
Os pronomes oblíquos da 3a pessoa assumem diferentes formas, dependendo de sua posição em relação ao verbo.
-
Quando estão antes do verbo, mantêm esta forma:
Não o ver para mim é um suplício.
Eles as trouxeram consigo.
-
Se colocados após o verbo, dependem da terminação do verbo:
- Se o verbo terminar em vogal ou ditongo oral, empregam-se o, a, os, as. Exemplos: louvo-o, louvava-a, louvei-os, louvou-as.
-
Se o verbo terminar em -r, -s ou -z, suprimem-se essas consoantes e empregam-se as formas lo, la, los, las. Exemplos:
Vê-lo para mim é um suplício.
Não quero vendê-las.
- Se o verbo terminar em ditongo nasal, empregam-se as formas no, na, nos, nas. Exemplos: Dão-no, põe-na, tem-nos, trouxeram-nas.
Atividade 9
Compreensão de textos
Os estudantes devem responder com base no texto lido. As palavras em negrito no texto (os e lhes) são pronomes pessoais oblíquos.
Atividade complementar
Compreensão de textos
Conhecimento alfabético
Após a realização das atividades da seção, peça aos estudantes que reescrevam as frases a seguir e substituam o que está destacado por -lo ou -los, fazendo as adaptações necessárias.
- Nós queremos ver o professor explicando o experimento. (Nós queremos vê-lo explicando o experimento.)
- Os estudantes foram encontrar os amigos. (Os estudantes foram encontrá-los.)
118
10 Agora leia esta tirinha.
- Em duplas, realizem a leitura compartilhada, em que cada estudante representa uma das personagens; depois troquem os papéis. Lembrem-se de prestar atenção na entonação da voz, dando mais sentido ao diálogo.
-
No segundo quadrinho, a expressão da garota que está carregando a mochila é a mesma do primeiro quadrinho? Por que isso aconteceu?
Não. No primeiro quadrinho, a expressão é de cansaço por ter de carregar uma mochila tão pesada; no segun do quadrinho, a expressão passa a ser de surpresa/alívio ao ouvir a amiga oferecer-lhe ajuda.
-
Explique com suas palavras a fala que aparece no terceiro quadrinho.
Resposta pessoal.
-
Assinale V para verdadeiro ou F para falso.
F O pronome minha no primeiro quadrinho se refere à mochila da garota de vestido verde. O pronome se refere à mochila da garota de vestido rosa.
F Esse pronome no primeiro quadrinho indica que a mochila é propriedade da garota de vestido verde. O pronome indica que a mochila pertence à garota de vestido rosa, que fala.
V O pronome me no segundo quadrinho se refere à pessoa que fala.
V O pronome la se refere à pessoa com quem se fala.
V O pronome suas no último quadrinho se refere a quem ou sobre o que se fala.
-
Se a personagem que carrega a mochila fosse um menino, como seria sua fala no primeiro quadrinho?
A fala da personagem seria a mesma, pois o pronome concorda com o substantivo feminino (mochila).
-
Caso as duas personagens fossem meninos, quais palavras seriam alteradas no segundo quadrinho? E no terceiro?
No 2o quadrinho, o pronome la passaria a ser lo. No 3o, o substantivo amigas passaria a ser amigos.
-
Circule, na tirinha, palavras escritas com nh, lh ou ch. Depois, escolha uma delas e crie uma frase.
Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR
Atividade 10
Compreensão de textos
Fluência em leitura oral
Conhecimento alfabético
Para a realização do item a desta atividade, ressalte a necessidade de os estudantes fazerem a leitura compartilhada em duplas com a entonação de voz adequada às falas das personagens.
O item c pode representar alguma dificuldade para que entendam além do sentido literal, mas é importante que construam o sentido figurado. Como ajuda, você pode referir-se às piadas, que sempre trazem uma compreensão ambígua.
Auxilie os estudantes a perceber os dois sentidos da frase, isto é, que a fala pode ser interpretada no sentido literal (oferecer uma ajuda concreta para a amiga carregar a mochila) e no sentido figurado (ser capaz de dar e receber apoio em situações difíceis).
No item d, comente que os pronomes o, a, os, as, quando posicionados depois de verbo, podem assumir outras formas, como lo, la, los, las.
No item f, peça aos estudantes que indiquem as frases com as alterações: Deixe-me ajudá-lo. Amigos de verdade compartilham suas cargas.
No item g, recorde com os estudantes os dígrafos, especificamente os dígrafos consonantais. Explique que, nos dígrafos consonantais, o encontro de duas letras forma um único som consonantal. São eles: lh, ch, nh, rr, ss, qu, gu, sc, sç, xc, xs. Depois, solicite que realizem a atividade encontrando as palavras com os dígrafos apresentados no enunciado.
Atividade complementar
Compreensão de textos
Produção de escrita
Após os estudantes realizarem todas as atividades, proponha que leiam a piada abaixo.
Zeca visita um amigo e leva consigo sua cadela, que fica entrando e saindo da casa. Até que o amigo reclama:
— Zeca, não deixe sua cachorra entrar na minha casa. Ela está cheia de pulgas.
Zeca repreende a cadela:
— Diana, não entre mais na casa. Ela está cheia de pulgas.
POSSENTI, Sírio. Questões de linguagem: passeio gramatical dirigido. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Adaptado).
Depois, pergunte:
- Qual era a preocupação do amigo de Zeca ao reclamar? (Que a cadela estava cheia de pulgas e poderia espalhá-las dentro da casa.)
- De que forma Zeca entendeu a reclamação do amigo? (A casa estava cheia de pulgas e, por isso, seria melhor manter a cadela fora da casa, para que não as pegasse.)
- Se Zeca tivesse um cachorro chamado Totó, como ficaria reescrita a reclamação do amigo de Zeca? (Zeca, não deixe seu cachorro entrar na minha casa. Ele está cheio de pulgas.)
- Com a reescrita, a piada continuaria a ter graça? Por quê? (A piada não teria mais graça, pois pelo uso do pronome masculino "ele", ficaria claro que quem tem pulgas é o cachorro, e não a casa.)
119
Produção escrita
Relato
Você vai analisar um pouco mais o relato de Ana Paula e vai ler outro relato. Em seguida, vai escrever o próprio relato de um fato especial e compartilhá-lo com seus colegas.
Preparação
1 Ana Paula nos contou um pouco de sua vida. Que tipo de informação aparece nesse relato? A história de Ana Paula e de sua família, suas lembranças dos tempos na escola e na faculdade e suas realizações mais atuais.
2 Reconte trechos do texto que você leu, lembrando:
- algo ocorrido na infância de Ana Paula. Ela brincava com os amigos, que eram como primos, e eram seus vizinhos.
- uma pessoa importante na vida dela. A mãe, que lhe ensinou desde cedo a se valorizar.
- um sentimento que ela nutria por alguém. Mágoa dos professores da faculdade.
- uma descoberta que ela fez. Que usar dreads podia ser algo natural.
Agora, leia o texto a seguir e responda às questões de 3 a 5. Ele traz as lembranças que a personagem principal da história O coelho Oz tem de um jantar com a família dela.
[...] Para o jantar, veio a minha avó fantástica. Eu tive uma avó fantástica, completamente fora do comum: o nome dela era Malva. Tinha olhos azuis, era gorda, uma alegria só de olhar. Vieram também meus tios Herbert, Lisa, Ena. Tio Hans não veio, porque morava em São Paulo. Vieram ainda Erwin, casado com tia Ena, e minha outra avó, Clara, mãe de mamãe.
Na sala, tinha um piano, vovó Clara começou a cantar valsas vienenses. Minha família era de Viena, que é uma cidade cheia de valsas, tortas e um rio marrom, que todo mundo chama de Danúbio e que inventam que é azul. Sabem como é, as pessoas preferem azul a marrom, por causa de preconceito de cor. Criança pode achar lindo um rio marrom, cheio de lama, lambuzado, mas adulto faz questão de Danúbio "azul".
Sylvia Orthof. O coelho Oz. Em: Os bichos que tive (memórias zoológicas). 2. ed. São Paulo: Salamandra, 2005. (Fragmento).
MANUAL DO PROFESSOR
Produção escrita
Relato
Habilidades da BNCC nesta seção
EF15LP01, EF15LP03, EF15LP05, EF15LP06, EF15LP07, EF35LP04, EF35LP05, EF35LP06, EF35LP07, EF35LP08, EF35LP09, EF35LP14, EF05LP05, EF05LP06, EF05LP26, EF05LP27.
Componentes da PNA nesta seção
Produção de escrita
Compreensão de textos
Atividade 1
Compreensão de textos
Ao explorar esta seção com os estudantes, sugerimos que você reforce para eles algumas características do gênero relato.
- Presença de marcadores temporais e espaciais que remetem à indeterminação — é importante que o interlocutor trace uma linha temporal e espacial para localizar os acontecimentos de cada época; contudo, ela é bem tênue, por tratar-se de lembranças.
- Uso de verbos no pretérito.
- Instauração do texto no tempo presente — isso permite ao interlocutor perceber que o fato relatado ocorreu em um tempo anterior e também o conduz a uma atitude receptiva e participativa.
- Descrição de pessoas, lugares e objetos.
- Emprego de linguagem conotativa, já que o sentido figurado permite que o autor expresse suas impressões da realidade.
- Frequência de pronomes em primeira pessoa.
- Predomínio da tipologia narrativa.
Atividade 2
Compreensão de textos
Os itens desta atividade trabalham a retomada de acontecimentos e de sentimentos contidos no relato de Ana Paula. É importante ressaltar para a turma essas características do gênero relato pessoal para que compreendam a diferença entre esse gênero e outros gêneros narrativos em que o narrador não precisa ser em 1a pessoa e as informações não são necessariamente sobre acontecimentos da própria vida.
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3 Entre os parentes que foram para o jantar, a personagem cita suas duas avós, Malva e Clara.
Espera-se que os estudantes respondam negativamente. No texto, apenas Malva foi chamada de "avó fantástica, completamente fora do comum"; ao lembrar-se do jantar, a personagem cita Malva em primeiro lugar, mostrando sua importância entre suas lembranças.
- As duas avós despertavam o mesmo sentimento na personagem? Justifique sua resposta.
4 Ao descrever Malva, a personagem não se limitou a mostrar suas características físicas, mas indicou também o modo como ela via a avó.
-
Como era a avó, fisicamente?
Tinha olhos azuis e era gorda.
-
Que sentimento a avó despertava na personagem?
Alegria.
-
Copie um trecho do texto da página 119 que possa comprovar sua resposta anterior.
"[...] uma alegria só de olhar."
5 Ao contar esse momento tão especial, a personagem também expressa opiniões sobre os fatos que narra.
-
Copie um trecho do texto que exemplifique essa afirmação.
"[...] as pessoas preferem azul a marrom, por causa de preconceito de cor."
Planejamento e escrita
6 Lembre-se de um episódio.
- Escreva o episódio marcante lembrado, que, pelos sentimentos que despertou, esteja bem vivo em sua memória.
- Pode ser uma festa, uma viagem, uma aventura com os amigos etc.
- Descreva não apenas o fato selecionado, mas especialmente as impressões, os sentimentos e pensamentos que marcaram esse momento.
- Acrescente descrições para o leitor compreender essas lembranças.
MANUAL DO PROFESSOR
PreparaçãoAtividades 3 a 5
Compreensão de textos
No trecho de "O coelho Oz" vê-se um relato sobre a família feito pelo narrador em primeira pessoa. Antes de realizar as atividades 3 a 5, leia-o para a turma, pedindo-lhes que prestem atenção na entonação de sua voz e nas pausas promovidas pela pontuação.
Faça duas leituras: na primeira, eles vão apenas ouvir e, na segunda, eles vão ouvir e, ao mesmo tempo, acompanhar pelo livro. Depois, pergunte a eles: Quais são os acontecimentos contidos no relato? (Um jantar em família e a avó cantando valsas vienenses.)
Reforce que o gênero relato pessoal tem como característica a apresentação de alguns acontecimentos rodeados de descrições de sentimentos, lembranças, percepções sobre pessoas, fatos, lugares etc. Peça um exemplo retirado do texto de uma dessas descrições ou percepções.
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Avaliação, reescrita e socialização
7 Com um colega, avalie o texto.
- Você vai avaliar o texto de um colega. Ele fará a mesma coisa com o seu.
-
Verifique as questões a seguir e preencha a tabela de avaliação.
Revisão para reescrita Sim Não O fato relatado mostra ter significado especial para o autor? O texto apresenta descrições? O texto expõe opiniões e ideias sobre o fato narrado? Há emprego do foco narrativo em 1a pessoa (narrador-personagem)? Há predominância de verbos no passado? Sugestões Respostas pessoais. - Apresente seu texto ao professor, que vai analisar também a tabela com as sugestões de seu colega e indicar as correções necessárias.
- Cada um de vocês vai passar o próprio texto a limpo, fazendo as modificações sugeridas.
- No dia combinado com o professor, leiam os textos de vocês para os colegas ou deixem-nos expostos no mural da classe para serem lidos pelos colegas.
Para ler em casa
Como foi falar com a turma e o professor sobre um momento marcante de sua vida? Agora, que tal compartilhar com alguém de sua casa?
Leia em voz alta para sua mãe, pai ou responsável o relato que você escreveu e fale sobre sua experiência. Depois peça a eles que compartilhem com você uma lembrança de algo importante. Aproveite esse momento de troca com as pessoas com quem convive e que fazem parte de sua vida!
MANUAL DO PROFESSOR
Avaliação, reescrita e socializaçãoAtividade 7
Produção de escrita
Compreensão de textos
A tabela de avaliação é um recurso que pode contribuir com a avaliação formativa dos estudantes, pois permite acompanhar seu processo de aprendizagem.
Durante a revisão do texto em duplas, sugira aos estudantes que conversem sobre as impressões deles a respeito do texto. Pergunte:
- Se gostaram de conhecer o relato do colega.
- Quais partes acharam mais interessantes?
- Quais sentimentos foram despertados?
- Ficaram curiosos para saber algo mais?
- Ficaram com alguma dúvida? Se sim, qual foi o trecho que despertou a dúvida?
Um procedimento para identificar repetições desnecessárias é a leitura do texto em voz alta, que pode ser feita pelo próprio autor para o colega que revisará o texto ou vice-versa.
Quando os estudantes forem reescrever e passar a limpo o texto, pode ser interessante que leiam bons modelos de relatos pessoais para se inspirar e tomar emprestados alguns recursos linguísticos ou expressões, utilizando-os em seus próprios textos.
Disponibilize dicionários para consulta em caso de dúvida sobre a escrita correta das palavras.
Para ler em casa
Incentive os estudantes a compartilhar o que aprenderam com familiares ou responsáveis. É uma oportunidade de ampliarem seus leques culturais, além de desenvolver a Literacia Familiar, ou seja, o compartilhamento da leitura de um texto feito pelo estudante com as pessoas com quem mora.
A leitura partilhada da criança para adultos desenvolve em todos o prazer de ler, amplia o vocabulário, desperta a imaginação e complementa os estudos escolares.
Consideração sobre dificuldade
Conhecimento alfabético Produção de escrita
Ao fazer as correções das produções escritas propostas na seção "Produção de escrita", analise se as percepções dos estudantes em relação à própria escrita demandam intervenções individualizadas. Também é importante avaliar a necessidade de rever questões estruturais ou ortográficas com toda a turma, revisando a grafia de palavras com sílabas complexas ou com irregularidades que causem dúvidas ou dificuldades.
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Conhecer mais palavras
Faça no caderno.
1 O texto A árvore da vitalidade: o guaraná apresentou várias palavras de origem indígena. Observe a tabela com outras palavras de origem indígena.
petecas
capivara | peteca |
mingau | catapora |
pororoca | tocaia |
capivaras
- Leia as palavras em voz alta, prestando atenção na escrita. Caso tenha alguma dificuldade, leia mais vezes até conseguir realizar uma leitura fluente.
-
Converse com o professor e os colegas sobre as palavras cujo significado vocês não conhecem. Depois, anote no caderno o que descobriu.
Espera-se que os estudantes registrem as palavras e os respectivos significados.
- Escreva, embaixo de cada fotografia, um dos nomes do quadro que corresponde à imagem.
- Agora, escolha outras duas palavras do quadro e escreva uma frase com cada uma. Resposta pessoal.
2 Releia algumas palavras do texto Os meninos que viraram estrelas.
Beija-flor: ave pequena nativa das Américas, com bico longo e finíssimo; usa a língua comprida para sugar o néctar das flores e caracteriza-se por pairar no ar ao bater rapidamente as asas; colibri. Quitutes: iguarias, guloseimas, petiscos. Estrelado: repleto de estrelas; em forma de estrela.
beija-flor
quitutes
estrelado
- Converse com o professor e os colegas sobre o significado de cada palavra e anote-o. Espera-se que os estudantes registrem as palavras e os respectivos significados.
3 Escolha, entre os pronomes do quadro, aqueles que devem substituir os números no texto. Enfatize a necessidade do respeito às diferenças e da valorização da diversidade.
essa
isso
aquelas
nossas
aquilo
seu
O Brasil é conhecido pela diversidade cultural e pela mistura de raças que forma seu o (1) povo. Se buscarmos nossas em (2) origens, muitos são os elementos que compõem essa (3) rica formação cultural brasileira e têm origem no continente africano.
- Você conhece as brincadeiras de origem africana como escravos de Jó, queimada e pega-pega? Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR
Conhecer mais palavras
Habilidades da BNCC nesta seção
EF35LP05, EF05LP06.
Componentes da PNA nesta seção
Desenvolvimento de vocabulário
Fluência em leitura oral
Produção de escrita
A seção "Conhecer mais palavras" é um recurso que pode contribuir com a avaliação formativa dos estudantes. As atividades devem ser realizadas no caderno. Sugerimos que eles reservem uma parte do caderno para copiarem as palavras e seus significados; dessa forma, poderão consultá-las sempre que necessário.
Atividades 1 e 2
Desenvolvimento de vocabulário
Fluência em leitura oral
Produção de escrita
O trabalho com a leitura fluente e com a construção de significados com palavras diversas e outras de origem indígena é valorizado nesta seção.
Para o item b da atividade 1, se for necessário, explique aos estudantes os termos que aparecem no quadro:
- Capivara: animal mamífero roedor da América do Sul, com pelagem castanha, que vive próximo a rios.
- Mingau: papa de amido de milho, de mandioca etc.
- Pororoca: espécie de onda de maré que ocorre com grande violência em épocas de grandes marés oceânicas.
- Peteca: bola pequena de pano ou de couro, com um chumaço de penas preso no centro, que os jogadores lançam ao ar, uns para os outros, com a palma da mão.
- Catapora: nome vulgar da varicela, uma doença contagiosa.
- Tocaia: emboscada; ação em que alguém se esconde para esperar o inimigo.
Depois, peça a eles que identifiquem o termo correspondente a cada fotografia: petecas e capivaras.
Atividade complementar
No final desta seção, converse com os estudantes sobre as brincadeiras e os jogos populares conhecidos por eles (de origem indígena, africana ou outras). Se achar conveniente, reserve um tempo para que possam brincar, utilizando alguns jogos ou brincadeiras sugeridas na conversa.
Nesta unidade e em outras do volume 5, valorizamos o trabalho com a fluência e com a construção de significados considerando palavras de diversas origens, como a indígena e a africana.
Quando uma palavra é lida várias vezes, ela fica armazenada na memória e passa a ser reconhecida imediatamente, sem a necessidade de estratégias intermediárias como a predição, a analogia e a decodificação. Essa é uma das maneiras eficientes para a memória, permitindo que o leitor leia com rapidez e prosódia, faça inferências e compreenda frases e textos.
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Avaliação em processo
Leia, em voz alta, o trecho destacado com fundo colorido.
- Lembre-se de prestar bastante atenção nas palavras lidas.
100 anos de Japão no Brasil: o que aprendemos com os japoneses?
Desde que chegaram por aqui, em 1908, os japoneses se espalharam pelo país. Apesar de muitas famílias se aglomerarem em colônias (como em São Paulo e no Paraná), depois de 100 anos de imigração, há famílias japonesas vivendo do norte ao sul do país. Aos poucos eles foram se misturando aos brasileiros e, assim, formaram famílias nipo-brasileiras, que nos presentearam com milhares de nikkeis (cidadãos brasileiros com ascendência japonesa).
Durante essa centena de anos, os japoneses nos ensinaram a conviver com seus costumes. Palavras como shiatsu, tatame, caratê, caraoquê e muitas outras foram incorporadas ao vocabulário brasileiro, mesmo que muitos nem saibam que a origem delas seja japonesa.
Mais do que simplesmente adicionar novas palavras, os japoneses acrescentaram novos sabores na culinária brasileira.
Foram eles, os imigrantes, que trouxeram para o Brasil o caqui doce (por aqui só existia uma versão adstringente da fruta, do tipo que "amarra a boca"), a abóbora do tipo cabochá (aquela que usamos para fazer doces) e a maçã fuji (o nome entrega né? Chegou aqui em 1971). A mexerica poncã é quase uma fruta nikkei: é o resultado do enxerto de um tipo de tangerina japonesa em um limoeiro do Brasil. [...]
Sem contar os próprios pratos tipicamente japoneses que experimentamos e adotamos como sushi, sashimi, yakisoba, temakisushi e sukiyaki.
Não podemos negar que, em cem anos, os japoneses conseguiram colocar sua marca no Brasil. Até nome de cidade de origem japonesa existe: a cidade de Assaí, no Paraná, foi praticamente fundada pelos imigrantes, que a batizaram com a versão "aportuguesada" de "asahi", que, em japonês, quer dizer "Sol nascente".
Então, não importa se você nunca tomou banho em um ofurô, se nunca fez um origami [...]. O que importa é que, em 100 anos, os japoneses que vieram para o Brasil conseguiram ensinar um pouco de sua cultura para os brasileiros e, com isso, nos mostraram uma grande lição: eles nunca deixaram de ser japoneses, mesmo estando tão distantes de seu país.
Camila Mitye. Brasil Escola. Disponível em: https://oeds.link/ksGUqV. Acesso em: 10 jul. 2021. (Fragmento adaptado).
MANUAL DO PROFESSOR
Avaliação em processo
Habilidades da BNCC nesta seção
EF15LP03, EF35LP01, EF35LP03, EF35LP04, EF35LP05, EF35LP07, EF35LP09, EF05LP04, EF05LP08, EF05LP26.
Componentes da PNA nesta seção
Fluência em leitura oral
Compreensão de textos
Desenvolvimento de vocabulário
Conhecimento alfabético
Produção de escrita
Na "Avaliação em processo" da unidade 4, são revisados alguns dos conteúdos abordados nas unidades 3 e 4, com atividade de fluência em leitura oral; questões de múltipla escolha e dissertativas abordando compreensão de textos com o texto "100 anos de Japão no Brasil: o que aprendemos com os japoneses?", bem como atividades de vocabulário com palavras de origem japonesa, de formação de palavras com os sufixos -ês/-esa; e, ainda, uma proposta de produção de escrita.
É importante iniciar a avaliação pela fluência em leitura oral. Será preciso que os estudantes façam a leitura individualmente para você do texto destacado (135 palavras).
Depois, será o momento de fazer a avaliação escrita com toda a turma. Nessa parte da avaliação, entregue os livros aos estudantes, peça que leiam o texto todo em silêncio, façam as questões sobre ele e elaborem um pequeno texto.
A avaliação pode ser feita em vários dias da semana (por exemplo, a fluência em um dia e as questões de produção escrita em outro).
Fluência em leitura oral
Antes da atividade 1, realize a aferição da fluência em leitura oral dos estudantes, tendo como parâmetro que, ao final do ano letivo, eles consigam ler 130 palavras por minuto, com precisão de 95%. Avalie-os um a um, com cronômetro e gravador. É importante que os estudantes não tenham lido o texto integral nem o trecho selecionado.
As orientações gerais de como aplicar a avaliação em fluência podem ser encontradas nas páginas MP029 a MP031 do Manual do Professor.
Nesta obra, sugerimos a seção "Avaliação em processo" como uma ferramenta de avaliação formativa para acompanhar o estudante em diferentes momentos do ano letivo e monitorar seu processo de aprendizagem.
No volume 5, a seção é aplicada nas unidades 2, 4 e 6, considerando a progressão gradual e processual de cada estudante. Você pode fazer a avaliação e compará-la aos resultados da "Avaliação em processo" da unidade 2, verificando se o estudante está em nível adequado de desenvolvimento; nível intermediário, que demanda uma intervenção mais direta; ou nível crítico, quando ainda apresenta muitas dificuldades. Esse recurso permite identificar defasagens e acompanhar a evolução dos estudantes, bem como orientá-los em relação ao que necessitam avançar.
Nas páginas MP031 e MP032 do Manual do Professor, há uma ferramenta que pode auxiliá-lo nessa avaliação.
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Leia, em silêncio, o texto todo da página 123, que trata da chegada dos japoneses ao Brasil. Depois, faça as atividades com base no texto lido.
- Assinale a alternativa correta nas questões de 1 a 3. Depois, faça no caderno as questões de 4 a 7.
1 Quando os japoneses chegaram ao Brasil? Alternativa C.
- Eles chegaram em 1920.
- Eles chegaram em 1975.
- Eles chegaram em 1908.
2 Onde se instalaram muitas das famílias japonesas quando chegaram ao Brasil? Alternativa B.
- No norte do país.
- Em São Paulo e no Paraná.
- No sul do país.
3 Atualmente há famílias de origem japonesa vivendo em todo o país:
Alternativa B.
- porque elas estão concentradas apenas em alguns estados do Brasil.
- porque elas estão vivendo de norte a sul do país.
- porque elas têm muitas colônias espalhadas por todo o Brasil.
4 No texto, há o nome de uma cidade de origem japonesa.
-
Qual é o nome dessa cidade e onde ela se localiza no Brasil?
Assaí, localizada no estado do Paraná.
-
O que quer dizer o nome dessa cidade em japonês?
Esse nome significa, em japonês, "Sol nascente".
5 Por que o texto diz que os japoneses que moram no Brasil nunca deixaram de ser japoneses?
Porque, mesmo distantes de seu país de origem, incorporaram seus costumes à nova vida no Brasil, como vocabulário, frutas e legumes, pratos típicos da culinária japonesa e aspectos de sua cultura, como origamis e lutas marciais.
MANUAL DO PROFESSOR
Atividades 1 a 5
Compreensão de textos
Nas questões de múltipla escolha (1, 2 e 3), oriente os estudantes a ler com atenção o comando de cada atividade e assinalar apenas uma alternativa como correta. Nas questões dissertativas (4 e 5), peça que leiam a pergunta e, se necessário, retornem ao texto para responder com adequação.
Atividade 6
Desenvolvimento de vocabulário
Compreensão de textos
Nesta atividade, trabalha-se o desenvolvimento de vocabulário ao propor que os estudantes reconheçam, entre as palavras de origem japonesa, as que são nomes de alimentos.
Atividade 7
Compreensão de textos
Conhecimento alfabético
No item a da atividade 7, os estudantes demonstrarão o que sabem sobre substantivos próprios, substantivos comuns e verbos. No item b desta atividade, recordarão o uso e a escrita correta dos sufixos -ês/-esa, que, neste exemplo, representam lugar de origem.
Produção de escrita
A última parte da avaliação, após a atividade 7, refere-se à produção de escrita. Sugerimos que você faça algumas perguntas antes da elaboração. Após perceber que os estudantes já reuniram elementos para a escrita, peça a eles que escrevam o texto numa folha de rascunho, revisem e passem a limpo a versão final.
Nesta segunda "Avaliação em processo" do volume 5, é importante verificar como o estudante construirá seu texto e, sobretudo, como fará a revisão.
Sugestões de perguntas para esta avaliação:
- Qual é o país?
- Como é esse país?
- Por qual motivo você foi?
- Como você se comunicou?
- Como você se sentiu em um país onde tudo é diferente do que você conhece?
Se considerar pertinente, anote essas questões no quadro de giz, para que os estudantes possam consultá-las durante a escrita.
Para avaliar a produção escrita, é preciso considerar diversos aspectos da produção textual. Para tanto, sugerimos uma tabela nas páginas MP031 e MP032 do Manual do Professor que pode auxiliar você na avaliação formativa de cada estudante.
Ao final da "Avaliação em processo", observe se há aspectos que merecem atenção e que precisam ser retomados, individual ou coletivamente.
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6 Leia, no quadro, algumas palavras retiradas do texto que são de origem japonesa e que foram incorporadas ao vocabulário dos brasileiros.
origami
caratê
sashimi
sushi
cabochá
caraoquê
ofurô
tatame
-
Agora, indique quais são nomes de alimentos ou de pratos culinários.
Cabochá, sashimi e sushi.
7 Leia o trecho.
"O que importa é que, em 100 anos, os japoneses que vieram para o Brasil conseguiram ensinar um pouco de sua cultura para os brasileiros e, com isso, nos mostraram uma grande lição: eles nunca deixaram de ser japoneses, mesmo estando tão distantes de seu país."
-
Entre as palavras destacadas no trecho, há quatro verbos, um substantivo próprio e dois substantivos comuns. Copie e identifique quais são eles.
Verbos: vieram, conseguiram, mostraram, deixaram; substantivos comuns: japoneses, país; substantivo próprio: Brasil.
-
Quem mora no Japão é japonês ou japonesa. E quem mora em Portugal, na França ou na Inglaterra? Responda observando a terminação.
Português, portuguesa; francês, francesa; inglês, inglesa.
Depois de ler o texto 100 anos de Japão no Brasil: o que aprendemos com os japoneses?, imagine que você está chegando a um país no qual nunca esteve, sem falar a língua, sem amigos, sem conhecer as comidas e os costumes.
O que você pensaria, sentiria e faria? Crie uma história pequena contando a sua chegada a esse país e descrevendo suas sensações, seus pensamentos e suas atitudes.
- Escrita: elabore um rascunho com base nas orientações do professor.
- Revisão: releia seu texto e verifique se empregou bem a pontuação e se escreveu todas as palavras corretamente.
- Reescrita: passe seu texto a limpo, corrigindo o que for necessário.
MANUAL DO PROFESSOR
Para realizar uma avaliação processual e formativa dos estudantes, nesta unidade foram sugeridas várias propostas de acompanhamento. Entre elas, destacam-se:
- as tabelas de avaliação, para revisar, analisar e reelaborar as produções oral e escrita e verificar as atividades de fluência realizadas nesta unidade;
- a seção "Conhecer mais palavras", para desenvolver gradativamente o repertório estudado na unidade;
- a confecção do "Dicionário do estudante", para selecionar, organizar e consolidar o vocabulário aprendido na unidade;
- a seção "Para fazer em casa", para retomar os conteúdos gramaticais e o conhecimento alfabético estudados;
- a seção "Avaliação em processo" para verificar o desempenho de cada estudante com o auxílio de uma ferramenta de avaliação apresentada nas páginas MP031 e MP032 deste Manual do Professor.
Conclusão da unidade
UNIDADE 4
Nossos povos
Principais propostas realizadas na unidade
Os estudantes tiveram oportunidade de:
- conhecer a influência de diferentes povos na formação cultural brasileira;
- conhecer e compreender diversos gêneros textuais, como o mito e o relato pessoal;
- fazer leituras e desenvolver vários processos de compreensão de textos;
- desenvolver a prosódia, a precisão e a velocidade ao exercitar a fluência em leitura oral;
- ampliar o repertório com o desenvolvimento de vocabulário;
- realizar atividades para a consolidação progressiva da ortografia e do conhecimento alfabético (como dígrafos consonantais e vocálicos, verbos com terminação em -am e -ão);
- rever, aprender e/ou ampliar os usos de conhecimentos linguísticos e gramaticais (como tempos verbais, pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos);
- realizar a produção de escrita com a revisão da ortografia;
- acompanhar, passo a passo, as etapas (como planejamento, produção, avaliação, revisão, reelaboração) das produções;
- elaborar produções orais (como contação de mito) e escritas (como relato), socializando com o professor e os colegas;
- fazer leituras com familiares ou responsáveis, para desenvolver a Literacia Familiar.
Os estudantes puderam trabalhar as habilidades da BNCC e os Componentes da PNA, conforme indicados em tabelas da página MP009 à MP015 e das páginas MP017 e MP018 deste Manual do Professor.