UNIDADE 3 ANTIGUIDADE CLÁSSICA

CAPÍTULO 8 ROMA: DA MONARQUIA À REPÚBLICA

Os antigos romanos foram grandes conquistadores e formaram um dos maiores impérios da história. Esse império era interligado por redes de estradas que facilitavam a comunicação entre Roma e suas províncias. Daí nasceu o ditado: “Todos os caminhos levam a Roma”. Vamos conhecer alguns aspectos importantes da Roma antiga.

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para começar

Você já ouviu dizer que “todos os caminhos levam a Roma”? Qual é o significado dessa expressão?

Fotografia. Vista de uma área com ruínas de construções de pedras, altas colunas verticais e jardins. Ao centro, uma estrada com multidão de pessoas. Na lateral esquerda da estrada há um caminho de árvores plantadas lado a lado, com copas cônicas.
Turistas caminham por estrada romana conhecida como Via Sacra, em Roma, Itália. Fotografia de 2020.
Fotografia. Vista de uma área com ruínas de construções de pedras, com altas colunas, lado a lado. Ao centro, parte de uma construção formada por colunas espaçadas sustentando um teto. À frente, um pátio plano com solo terroso.
Vista das ruínas do Fórum Romano, em Roma, Itália. Fotografia de 2020. Na Roma antiga, a vida pública acontecia no Fórum, espaço que reunia diferentes construções e abrigava atividades políticas, comerciais e religiosas.
Fotografia. Destaque para um aqueduto formado por uma sequência de estruturas de pedra em formato de arcos. Entre os arcos há dois níveis, um, inferior, de maior tamanho, indo até o solo, e outro, superior, de menor tamanho. Ao redor, vias asfaltadas, edificações e pessoas transitando.
Aqueduto romano construído em Segóvia, Espanha, no século um Fotografia de 2020. Os aquedutos conduzem a água de uma fonte até um reservatório na cidade. A arquitetura romana reflete o aspecto grandioso de sua história.

Origem de Roma

A atual cidade de Roma, capital da Itália, é um ­importante centro turístico da Europa. Todos os anos, milhares de ­pessoas visitam seus monumentos arquitetônicos e se interessam pela história de Roma, conhecida como “cidade eterna.

A história romana remonta ao povoamento da Península Itálica, localizada no sul da Europa, onde se estabeleceram vários povos, como italiotas, etruscos e gregos. O povo italiota subdividia-se em tribos como a dos latinos e a dos sabinos.

Existem dúvidas sobre a origem exata de Roma. No ­entanto, pesquisadores apontam que os italiotas fundaram essa cidade em meados do século oito antes de Cristo Posteriormente, Roma cresceu e se transformou na capital de um Estado poderoso.

Observe um mapa do povoamento da Península Itálica.

Península Itálica (séculos X a.C.-VIII a.C.)

Mapa. Península Itálica (séculos dez antes de Cristo a oito antes de Cristo). No sul da península, em roxo, destaque para Gregos, compreendendo as cidades de Velia, Crotona e Tarento. Os Gregos também ocuparam parte da região central da península, além de parte da Sicília, incluindo as cidades de Siracusa, Agrigento. Ao centro da Península Itálica, compreendendo a cidade de Roma, e em parte da Sicília, em laranja, Italiotas. Ao norte e em parte da região central, em verde, Etruscos. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 90 quilômetros.
Fontes: ALBUQUERQUE, Manoel M. de et al. Atlas histórico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: FAE, 1986. página 79; ATLAS da história do mundo. São Paulo: Folha de S.Paulo/Times Books, 1995. página 86.

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Ícone. Lupa indicando o boxe Observando o mapa.

observando o mapa

Que regiões da Península Itálica foram ocupadas pelos etruscos, pelos italiotas e pelos gregos?

OUTRAS HISTÓRIAS

Lenda da origem de Roma

Uma lenda conta que Roma foi fundada pelos irmãos gêmeos: Rômulo e Remo. Eles eram netos de um rei da cidade de Alba Longa chamado Numitor, que foi destronado por seus inimigos.

Ainda recém-nascidos, Rômulo e Remo foram colocados dentro de um cesto e abandonados no Rio Tibre. Levado pela correnteza, o cesto parou às margens do Monte Palatino. Ali, os gêmeos foram encontrados e amamentados por uma loba. Depois, um pastor ­chamado Faustolo acolheu as crianças e cuidou da educação delas.

Quando adultos, Rômulo e Remo reconquistaram o trono de Alba Longa para seu avô. Então, Numitor permitiu que os netos fundassem uma cidade na região onde a loba os tinha encontrado. Eles fundaram a cidade de Roma em 753 antes de Cristo

Surgiu uma disputa entre os dois irmãos para decidir quem reinaria na cidade. Rômulo matou Remo, tornando-se o primeiro rei de Roma.

Fotografia. Destaque para Escultura metálica de uma loba com os dentes afiados à mostra, e as mamas volumosas. Abaixo dela, duas crianças estão com as bocas abertas voltadas para as mamas do animal. Ao fundo, paredes de pedra com textos escritos.
Loba amamentando os gêmeos Rômulo e Remo, escultura etrusca, cêrca de séculos onze-doze. As figuras dos gêmeos teriam sido acrescentadas à escultura no século quinze e são atribuídas a Pollaiuolo.

Responda no caderno

Atividade

Você conhece lendas brasileiras? Quais? Faça uma pesquisa sobre uma das lendas que costumavam ser contadas para crianças brasileiras. Podem ser lendas com personagens como Saci-pererê, Curupira, Boto-cor-de-rosa, Iara, Uirapuru, entre outros. Em seguida, formem grupos e produzam uma história em quadrinhos ou uma cena teatral narrando a lenda pesquisada.

Periodização da história romana

A história da Roma antiga tem mais de mil anos e costuma ser dividida em três grandes períodos.

  • Monarquia (753 antes de Cristo-509 antes de Cristo) – período em que Roma era ainda uma pequena cidade. A organização econômica e política dessa sociedade foi influenciada pelos ­etruscos e gregos, povos que já viviam na Península Itálica.
  • República (509 antes de Cristo-27 antes de Cristo) – período em que os romanos consolidaram suas instituições sociais e econômicas e expandiram seu território. A civilização romana foi tornando-se uma das mais poderosas do mundo antigo.
  • Império (27 antes de Cristo-476 Depois de Cristo) – período em que os domínios romanos atingiram sua máxima expansão. O fim desse período culminou com sucessivas crises que afetaram a porção ocidental do Império Romano.
Cerâmica. Vaso de base redonda, corpo largo, abertura circular e duas alças. Na superfície, a representação de um homem e de uma mulher próximos, e linhas com desenhos geométricos.
Vaso funerário grego do século cinco a.C., encontrado no sul da Itália. A descoberta de objetos como esse na região demonstra a influência grega na Península Itálica.

Monarquia

Existem poucas evidências históricas sobre o período monárquico e, consequentemente, sobre a vida dos primeiros reis de Roma. Porém, de acordo com lendas apresen­tadas por escritores como Tito Lívioglossário , os sete reis do período monárquico foram: Rômulo; Numa Pompílio; Tulo Hostílio; Anco Márcio; Tarquínio, o Prisco; Sérvio Túlio; e Tarquínio, o ­Soberbo. Desses, os três últimos eram de origem etrusca.

Sob domínio etrusco, a cidade de Roma se fortaleceu. Foram construídas muralhas, pontes, praças, casas de pedra e redes de esgotos. Além disso, a cultura etrusca contribuiu para o desenvolvimento da metalurgia, do comércio de longa distância e da arquitetura usando arcos e abóbadasglossário .

Fotografia. Construção em pedras retangulares, formando um arco cercado por paredes. À frente, vias pavimentadas.
Vista do Arco Etrusco na cidade de Perúgia, capital da Úmbria, Itália. Fotografia de 2019. De origem etrusca, esse tipo de construção em arco foi incorporado posteriormente pela arquitetura romana.

Na monarquia, o governo de Roma era exercido pelo rei, pelo Senado e pela Assembleia. Conheça as funções de cada um deles.

  • O rei era o chefe do governo. Ele tinha poder militar, religioso e judicial. Porém, no desempenho de suas funções, era fiscalizado pelo Senado e pela Assembleia.
  • O Senado era um conselho formado por anciãos que chefiavam as ­famílias romanas tradicionais. Esse conselho tinha o poder de aprovar ou vetar as leis propostas pelo rei. A palavra senado vem do latim senex, que significa “velho ou ancião”.
  • A Assembleia era formada por patrícios do sexo masculino com idade para servir no exército. Esses homens elegiam funcionários do governo, aprovavam ou rejeitavam as leis de Roma e decidiam também sobre as declarações de guerra e de paz.

Sociedade romana

No período monárquico, a sociedade estava dividida em quatro grupos sociais, descritos a seguir.

  • Patrícios: formavam a elite da sociedade, concentrando poder polí­tico e econômico. De modo geral, eram ricos e possuíam grandes ­propriedades de terra e rebanhos de gado. Durante um longo ­período, apenas os patrícios do sexo masculino tinham direitos políticos e ­podiam ocupar os principais cargos do governo.
  • Plebeus: formavam a maioria da população. Eram um grupo diversificado constituído de pessoas que trabalhavam na agricultura, no artesanato e no comércio. A princípio, os plebeus não tinham o direito de participar do governo. Além disso, caso não pagassem suas dívidas, podiam ser escravizados.
  • Clientes: população livre e pobre que prestava diversos serviços aos patrícios em troca de proteção e ajuda econômica.
  • Escravizados: população que perdia sua liberdade, constituída ­pelos prisioneiros de gue­rra e por pessoas que não conseguiam pagar suas dívidas. Os escravizados não tinham direitos políticos. Podiam ser vendidos, alugados ou re­ceber castigos de seu senhor.
Relevo. Homens vestindo túnicas, segurando ferramentas e produtos agrícolas. No centro, um bovino.
Relevo em mármore representando o trabalho no campo do século um As atividades agrícolas eram desempenhadas por escravizados e plebeus na Roma antiga.

República

No final do século seis a.C., os patrícios, que já dominavam o Senado, pretendiam conquistar pleno poder sobre Roma. Em 509 antes de Cristo, derrubaram a monarquia e criaram uma nova organização política, a república.

A palavra “república” vem do latim res publica, que significa “coisa de todos”. Nessa organização, diferentemente da monarquia, o governo da sociedade não seria predominantemente exercido por uma única pessoa, mas sim por um conjunto de pessoas.

No entanto, o que se viu em Roma foi a instalação de um governo dominado pela aristocracia dos patrícios. Em grego, “aristocracia” vem de aristos = “o ­melhor” + cracia = “poder”. Na prática, aristocracia não é o “governo dos melhores”, mas sim de um grupo de privilegiados que geralmente herda o contrôle do poder.

Ao longo da República Romana, os plebeus conquistaram direitos políticos que antes eram reservados aos patrícios.

Governo da república

As principais instituições políticas da República Romana eram o Senado, as Magistraturas e as Assembleias.

O Senado era o órgão central do governo, sendo controlado pelos patrícios. Era responsável por assessorar os magistrados em assuntos como: relacionamento com as províncias, contrôle dos gastos públicos, declaração de guerras etcétera Os senadores exerciam seus cargos de fórma vitalícia, isto é, por toda a vida.

As Magistraturas eram responsáveis pelo Poder Executivo, ou seja, pela administração do Estado romano. Conheça, a seguir, as funções dos principais magistrados.

Cônsules: era o cargo mais importante da república. O poder era exercido por dois cônsules que dirigiam as finanças públicas, elaboravam leis, atuavam como juízes e comandavam o Exército. Se houvesse desacordo entre os cônsules, o Senado podia ser chamado para resolver a questão. Em tempo de grave crise, poderia ser nomeado um ditador, com mandato de até seis meses, que teria plenos poderes sobre Roma.

Ilustração. Um homem de cabelos curtos, grisalhos e lisos, vestindo uma toga branca comprida com duas listras vermelhas, sandálias nos pés e segurando uma haste com uma das mãos.
Representação artística de um cônsul romano.

Pretores: dedicavam-se sobretudo à aplicação da Justiça.

Ilustração. Um homem de cabelos escuros e curtos, vestindo uma toga branca com uma listra marrom e sandália nos pés. Com uma das mãos ele segura uma balança dourada com dois pesos laterais
Representação artística de um pretor romano.

Edis: cuidavam do policiamento urbano, vigilância dos mercados, fornecimento e distribuição de alimentos, manutenção dos edifícios públicos.

Ilustração. Um homem de cabelos escuros, curtos e lisos, vestindo uma toga branca e roxa e sandália nos pés, segurando uma haste com uma das mãos.
Representação artística de um edil romano.

Questores: cobravam impostos e administravam o dinheiro público.

Ilustração. Um homem de cabelos escuros, curtos e lisos, vestindo uma toga branca e verde e sandálias nos pés, segurando bolsas contendo moedas douradas.
Representação artística de um questor romano.

Censores: faziam o censo organizando a contagem da população e apuravam o número de cidadãos e de seus bens. Além disso, os censores cuidavam da moralidade pública e das finanças. Desta função, deriva o sentido da palavra censor, ligada à censura (fiscalização da moral).

Ilustração. Um homem de cabelos grisalhos, lisos e curtos, vestindo uma toga branca e vermelha e sandália nos pés, segurando rolos de papel com as mãos. Um deles encontra-se estendido, contendo textos.
Representação artística de um censor romano.

Assembleias

As Assembleias eram formadas por grupos de cidadãos (patrícios e plebeus) com poderes para decidir sobre determinados assuntos públicos. Entre as Assembleias destacamos:

  • Assembleia por tribos: tinha a função de eleger os magistrados que cuidavam mais diretamente das cidades, como os edis e os questores;
  • Assembleia por centúrias: tinha como função eleger os principais magistrados (cônsul, pretor, censor) e votar as leis. As centúrias eram grupos de militares organizados conforme seu nível de riqueza. O chefe de cada centúria era o centurião.
Fotografia. Vista superior de um palanque com uma mesa central, imagem da bandeira do Brasil, e à frente, uma sequência de mesas e cadeiras enfileiradas. A área é cercada por paredes circulares azuis.
Sessão do Senado Federal brasileiro em Brasília, Distrito Federal. Fotografia de 2021. As instituições de governo da República Romana influenciaram a organização política do mundo ocidental.

Cidadania romana

Atualmente, cidadão é a pessoa que cumpre certas condições jurídicas para exercer direitos e deveres dentro de um Estado. Na Roma antiga, havia diferentes graus de cidadania. Em seu grau pleno, por exemplo, o cidadão podia exercer cargos políticos, votar nas Assembleias, casar-se com outro cidadão e apresentar-se em juízo como sujeito de direito privado.

Na república, patrícios e plebeus eram considerados cidadãos, mas, a princípio, somente patrícios do sexo masculino tinham o direito de ser eleitos para as Magistraturas e votar nas principais Assembleias. Por conta dessa desigualdade, os plebeus passaram a lutar por direitos, ou seja, pela ampliação de sua cidadania.

Ao longo do tempo, a cidadania romana foi estendida, gradativamente, aos súditos de Roma. Assim, foram publicadas leis, como a Lex Plautia Papira, de 89 antes de Cristo, que concedeu cidadania aos aliados dos romanos residentes na Península Itálica. Posteriormente, em 212, o imperador Caracala concedeu cidadania a quase todos os habitantes livres do Império. Também havia leis que previam a perda da cidadania. Isso podia acontecer, por exemplo, se um cidadão fosse escravizado ou condenado à deportação.

Comparada com Atenas, a cidadania romana incluía as mulheres e tornou-se mais ampla, abrangendo pessoas que viviam de acordo com o Direito e a cultura romana.

Mulheres em Roma

Na Roma antiga, os principais papéis atribuídos às mulheres eram os de mãe, esposa e guardiã do lar. fóra do ambiente doméstico, o que predominou na sociedade romana foi uma situação social desfavorável às mulheres.

Uma das maiores desigualdades ocorria na política, pois as mulheres não tinham o direito de participar das decisões do governo. Todos os cargos políticos do Estado eram exercidos por homens.

Fotografia. Uma multidão de mulheres de diferentes idades, lado a lado, segurando faixas. Muitas delas usam máscaras e bandanas cobrindo partes de seus rostos.
Manifestação nacional pelo fim da violência contra as mulheres, em Roma, Itália. Fotografia de 2021. A luta pela garantia da cidadania é um processo constante na História.

O acesso à educação era um privilégio. Meninas e meninos podiam aprender a ler, escrever e calcular. No entanto, o caminho dos estudos terminava mais cedo para as meninas.

Entre as famílias mais ricas, o pai exercia autoridade sobre a esposa, os filhos, os clientes e os escravizados. Era o pai quem decidia sobre o casamento de seus filhos. Os principais objetivos do casamento eram aumentar o patrimônio, estabelecer as alianças políticas e sociais e gerar descendentes. Apesar dessa tradição, a partir do século um aumentaram os casos de mulheres que participavam da escolha de seus futuros maridos e administravam seus próprios bens.

Pintura. Rosto de uma mulher de pele clara, cabelos cacheados, com adorno na cabeça e brincos dourados, vestindo uma túnica colorida. Ela segura um livro em uma das mãos e, na outra, um objeto semelhante a uma caneta.
Retrato de uma jovem de Pompeia, cêrca de 55-79. Por suas vestimentas e por ter um livro em mãos, trata-se, provavelmente, de uma mulher da aristocracia romana.

Na vida cotidiana, atividades como cozinhar, tecer e cuidar de crianças eram desempenhadas sobretudo por mulheres. Além dessas atividades, elas realizavam outros trabalhos, por exemplo, na agricultura, no comércio, no artesanato. Também houve mulheres que se dedicaram às atividades religiosas e se tornaram importantes sacerdotisas.

As mulheres participavam de vários eventos públicos, assistindo, por exemplo, às lutas de gladiadoresglossário , às apresentações teatrais e aos jogos. De modo geral, alguns historiadores indicam que, em comparação com as mulheres gregas, as romanas tinham mais liberdade e não ficavam tão limitadas ao ambiente doméstico.

Relevo. Representação de uma mulher e de uma criança sentados em uma espécie de sofá, e ao lado, outra mulher, em pé, com os braços flexionados para frente, segurando uma bandeja de alimentos.
Relevo representando uma serva trazendo comida para uma mulher e seu filho na Roma antiga, século dois As atividades desempenhadas pelas mulheres variavam de acordo com a sua condição social.

Conquistas da plebe

No início da república, os plebeus eram excluídos do governo. Eles não podiam, por exemplo, exercer cargos da magistratura ou se casar com ­patrícios, mas eram obrigados a pagar impostos e a servir no exército.

Insatisfeitos com essa situação, os plebeus passaram a exigir mais participação na vida política de Roma. Para demonstrar sua força, em 494 antes de Cristovírgula eles se negaram a servir no exército, a pagar impostos e retiraram-se da cidade. Com isso, os patrícios perceberam que Roma não conseguiria sobreviver sem a participação da plebe e fizeram concessões. Ao longo do tempo, a plebe conquistou:

  • Tribunato da plebe (494 antes de Cristo): criação da magistratura do tribuno da plebe, figura inviolável, que tinha poderes para anular as decisões que prejudicassem os interesses dos plebeus;
  • Lei das Doze Tábuas (450 antes de Cristo): conjunto de leis escritas, que eram válidas para patrícios e plebeus. Embora o conteúdo dessas leis fosse geralmente favorável ao patriciado, o código escrito deu clareza às normas e evitava arbitrariedades dos magistrados patrícios;
  • casamento com patrícios (445 antes de Cristo): lei que autorizava o casamento entre plebeus e patrícios. Porém, na prática, só plebeus ricos conseguiam casar-se com patrícios;
  • eleição de magistrados (367 antes de Cristo): os plebeus conquistaram o direito de serem eleitos às magistraturas como questor, edil, pretor. Em 367 ­antes de Cristo, foi eleito o primeiro cônsul plebeu que, após o cumprimento de seu mandato, ingressou no Senado;
  • proibição da escravização por dívida (366 antes de Cristo): proibição decorrente de muitos plebeus terem sido escravizados pelos patrícios por não conseguirem pagar suas dívidas.

As diversas conquistas não beneficiaram igualmente todos os plebeus. Cargos públicos e privilégios ficaram concentrados entre os plebeus ricos – que, por sua vez, desprezavam a maioria pobre da plebe da mesma maneira que os patrícios. Dessa forma, o povo romano continuou sendo governado por uma oligarquiaglossário de ricos poderosos que incluía tanto patrícios quanto plebeus.

Relevo. Representação de diversos homens exercendo atividades manuais. Ao centro, um deles segura uma marreta. Na parte superior há uma balança, cestos e vários objetos em formato circular sobre prateleiras.
Relevo em mármore representando plebeus exercendo o ofício de ferreiro, na cidade de Pompeia, na Península Itálica, século um

Guerras e conquistas

Durante a república, Roma participou de várias guerras para defender e ampliar seu poder, território e riqueza. Entre os séculos cinco antes de Cristo e três antes de Cristo, por exemplo, os exércitos romanos passaram a controlar toda a Península Itálica.

Após a conquista da península, Roma enfrentou Cartago, próspera cidade no norte da África em plena expansão comercial. Esses confrontos, chamados Guerras Púnicas, ocorreram entre 264 antes de Cristo e 146 antes de Cristo A palavra “púnico” vem do latim e quer dizer “fenício”, em referência ao povo que fundou Cartago.

As batalhas das Guerras Púnicas foram longas e violentas, sacrificando ambos os povos em combate. Ao final, em 146 antes de Cristo, os romanos derrotaram os cartagineses. Além disso, ao longo dos séculos dois antes de Cristo e um antes de Cristo, o exército romano lutou e conquistou diversas regiões, como a da Macedônia, da Grécia, da Gália, da Hispânia, do Egito, da Capadócia e da Judeia (observe o mapa da página a seguir). Com as conquistas, os novos territórios foram transformados em províncias de Roma.

Todos esses conflitos provocaram mudanças na sociedade romana. Entre elas, a expansão do território, o aumento do ­número de escravizados e da miséria social em contraste com as riquezas do Estado. Essas riquezas cresceram por meio dos espólios de guerra e da arrecadação de impostos das ­pro­víncias. Além disso, houve o fortalecimento do exército.

Pintura. Uma multidão de pessoas, vestindo roupas coloridas, portando espadas, lanças, arcos, flechas e escudos. Muitos estão sobre o dorso de cavalos, e alguns sobre o dorso de elefantes. Entre as pessoas há diferentes bandeiras hasteadas.
A Batalha de Zama, pintura de Giulio Romano, cêrca de 1570-1580. A batalha representada ocorreu durante as Guerras Púnicas. Uma das características do exército cartaginense era o uso de elefantes nos combates.
Ícone. Câmera filmadora indicando o boxe Dica: filme.

dica filme

asterics e obelics contra César (Alemanha/França/Itália). Direção de clôd zidí, 1999. 109 min.

Adaptação dos quadrinhos centrada na invasão da Gália pelos romanos. Comédia que conta a versão dos gauleses, que, ao menos nas histórias em quadrinhos e no cinema, sempre venciam os romanos.

Roma e o Mediterrâneo

Os romanos dominaram grande parte do território ao redor do Mar Mediterrâneo e, com isso, passaram a controlar a navegação que ocorria por lá. Por volta do século um antes de Cristo, boa parte dessa região estava sob o domínio romano.

Domínio romano (século I a.C.)

Mapa. Domínio romano (século um antes de Cristo). Destaque para partes da Europa, da África e da Ásia banhadas pelos mares Mediterrâneo, Negro, Tirreno e Adriático. Em vermelho, Conquistas feitas durante a República, compreendendo áreas conquistas pelos romanos na Lusitânia, Hispânia, Aquitânia, Gália, Cisalpina, Ilíria, Bélgica, Itália, Macedônia, Acaia, Frígia, Lídia, Bitínia, Paflagônia, Capadócia, Cilícia, Mesopotâmia, Síria, Judeia, Cirenaica e Tripolitânia. Um quadrado preto marca as cidades importantes: Roma e Cartago. Um círculo preto marca cada uma das seguintes cidades: Olisipo (Lisboa), Gades, Málaca, Cartago Nova (Cartagena), Valência, Toledo, Numância, Narbona, Massília (Marselha), Niceia, Lyon, Lutécia (Paris), Trèves, Milão, Gênova, Aquileia, Pisa, Ancona, Nápoles, Tarento, Crotona, Messina, Agrigento, Siracusa, Tessalônica, Corinto, Atenas, Esparta, Bizâncio, Heracleia, Sinope, Éfeso, Selûcia, Salamina, Antioquia, Trípoli, Damasco, Jerusalém, Gaza, Pelúsio, Apolônia, Berenice, Trípoli, Útica. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 320 quilômetros.
Fontes: ATLAS da história do mundo. São Paulo: Folha de São Paulo/Times Books, 1985. página 88-89; KINDER, Hermann; HILDEMANN, Werner. Atlas histórico mundial: de los orígenes a la Revolución Francesa. Madri: Istmo, 1982. página 102.

Em latim, “mediterrâneo” significa “no meio das terras”. O Mar Mediterrâneo recebeu esse nome porque suas águas estão rodeadas por três continentes: Europa ao norte, África ao sul e Ásia a leste. O Mediterrâneo alcança o Oceano Atlântico através do Estreito de Gibraltar.

No Mediterrâneo, ocorreram intensas trocas culturais de mercadorias, pessoas, saberes e valores. Nele, navegaram pequenos barcos a remo e grandes navios de mercadores, que transportavam até mesmo milhares de escravizados.

Nessa época, o transporte marítimo era mais rápido do que o terrestre, sobretudo em regiões de relevo montanhoso como a Península Itálica.

Atualmente, o Mediterrâneo é uma das principais rotas migratórias do mundo. ­Milhares de pessoas que vivenciam situações de violência e ­miséria, principalmente na África e na Ásia, atravessam esse mar em busca de refúgio na Europa.

Fotografia. Pequenas embarcações repletas de passageiros sobre as águas do mar. Os passageiros vestem coletes salva-vidas laranjas.
Imigrantes atravessam o Mar Mediterrâneo para chegar à costa de Malta. Fotografia de 2021.

PAINEL

Estradas romanas

Durante séculos, os romanos controlaram muitos territórios, impuseram suas leis e transmitiram sua cultura. Nesse processo, foi decisiva a construção de estradas. Vamos conhecer mais sobre as estradas romanas?

Estruturas das estradas

Não foram os romanos os primeiros a construir estradas, aquedutos ou pontes. No entanto, o que chama a atenção em suas obras é a qualidade do acabamento e o tamanho. Calcula-se que o percurso total das estradas pavimentadas tinha aproximadamente 85 mil quilômetros.

Para fazer uma boa estrada, era neces­sário seguir vários passos, entre eles:

  • escolher e estudar a rota da estrada;
  • preparar o terreno, cortando vegetações e retirando pedras do caminho;
  • fazer um buraco de mais ou menos um metro no terreno;
  • sobrepor algumas camadas de pedras e areia para construir uma estrutura sólida que aguentasse peso;
  • construir um sistema de escoamento de água de chuva.
Ilustração. Representação de um recorte de estrada sobre um solo terroso. Em uma vala aberta sobre a terra, há o preenchimento com níveis de diferentes tipos de solo, como areia, pedregulhos, terra e pedras. Há pessoas portando instrumentos de trabalho e carregando sacos em direção à estrada. No lado esquerdo há um círculo com destaque para as camadas da estrada, mostrando as divisões entre os níveis da estrutura, com camadas de areia, pedregulhos e terra sob o calçamento de pedras.
Representação artística da construção de uma estrada romana e, no recorte, é mostrado detalhe da estrutura de uma estrada, composta de camadas de pedra e areia.

Exemplos de estradas

  • Via Appia: construída no ano de 312 antes de Cristo, seu projeto inicial traçava uma rota entre duas cidades, Roma e Cápua. Essa estrada era tão bem-acabada que foi chamada pelos romanos de “A Rainha das Estradas”, em latim, Regina Viarum. Mas não se pode considerar a Via Appia um modelo típico de estrada romana, pois cada uma era construída de acordo com as condições de seu terreno.
  • Via Salaria: a construção de estradas ampliou as possibilidades de comunicação e comércio entre várias regiões. Um exemplo de estrada comercial era a Via Salaria, que ficou assim conhecida porque foi construída em uma antiga rota utilizada para transportar sal. Assim como nos dias atuais, naquela época o sal era um importante tempero e conservante de alimentos.

Lutas pela liberdade

Com as conquistas territoriais, milhares de prisioneiros de guerra foram escravizados. A escravidão tornou-se uma das bases da economia romana, fornecendo mão de obra para os mais diversos trabalhos na agricultura, no artesanato, no comércio e nos serviços em geral. Apesar do predomínio da escravidão, isso não significou a eliminação do trabalho livre.

A população escravizada era formada por pessoas de diferentes origens, como cartagineses, gregos, macedônios e asiáticos. Essa ­população resistia à escravidão de várias formas.

Entre 136 antes de Cristo e 132 antes de Cristo, por exemplo, escravizados se revoltaram e ­saquearam a Sicília. Posteriormente, em 73 antes de Cristo, ocorreu a maior revolta de escravizados da história romana. Calcula-se que a rebelião reuniu cêrca de 90 mil pessoas. Foi liderada por Espártaco, um gladiador forte e hábil.

Após dois anos de batalhas, os rebeldes foram cruelmente punidos. ­Espártaco morreu durante os confrontos com as fôrças romanas, e 6 mil de seus combatentes foram capturados e crucificados ao longo da Via Appia, para servir de exemplo aos demais escravizados.

Fotografia. Um palco de teatro com pessoas vestindo armaduras, portando escudos quadrados e espadas pontiagudas. Ao fundo, um homem em posição mais elevada, vestindo uma armadura e segurando um cetro em uma das mãos. Ao seu redor, diferentes hastes verticais com esculturas e símbolos diversos.
Bailarinos do Teatro Bolshoi encenam Spartacus (Espártaco, em português) na cidade de Minsk, Belarus. Fotografia de 2019. O espetáculo se baseia na história de Espártaco, líder de uma das maiores revoltas de escravizados ocorridas na Roma antiga.

Lutas por terra e trabalho

As guerras de conquista ­territorial aprofundaram as desigualdades ­sociais em Roma. De modo geral, a ­elite romana beneficiou-se com os conflitos, pois aumentou seu patrimônio em termos de terras, escravizados e metais preciosos. Nesse período, houve o crescimento de latifúndios escravistas (grandes fazendas) que produziam gêneros agrícolas e criavam animais.

Ao contrário da elite, a maioria da população ficou mais pobre. Quando retornavam das batalhas, muitos soldados plebeus, por exemplo, ficavam sem trabalho e sem terras, em consequência do aumento da escravidão e da perda de suas propriedades.

Essa situação levou vários plebeus a deixar o campo e se mudar para a cidade em busca de uma vida melhor. Nas cidades, no entanto, muitos passaram a viver na miséria e, por isso, foram chamados de proletários, isto é, aqueles que tinham filhos (prole, em latim) e poucos bens.

Mosaico. Um conjunto de pessoas em trabalhos rurais. Algumas pessoas estão próximas a animais, como bois e cavalos; outras estão voltadas para plantações.
Mosaico representando uma cena da vida rural, séculotrês Essa peça foi encontrada na atual Tunísia, região que fazia parte do Império Romano na época.
Relevo. Homens vestindo armaduras, colhendo trigo e carregando ramos do cereal sobre suas costas, em área de plantação.
Detalhe em relevo representando soldados romanos colhendo trigo, século dois

Tibério e Caio Graco

O aumento da miséria e da escravidão gerou conflitos sociais. Procurando resolver esses problemas, os tribunos da plebe faziam propostas de reformas, mas não conseguiam aprová-las no Senado. Foi o caso dos irmãos Tibério e Caio Graco, eleitos em diferentes momentos para o cargo de tribuno da plebe.

Em 133 antes de Cristo, Tibério Graco fez as primeiras propostas: limitar o tamanho dos latifúndios (grandes propriedades rurais) e distribuir terras e trigo aos plebeus. Os patrícios derrotaram o projeto de reforma agrária no Senado e Tibério foi morto por seus opositores.

Dez anos depois, Caio Graco retomou os projetos do irmão Tibério. ­Conseguiu ­alguns avanços, como a venda de trigo para a população por preços mais baixos. No ­entanto, a oposição do Senado acabou levando Caio Graco à morte. As reformas sociais fracassaram e a república enfrentou novas turbulências sociais.

Escultura. Busto de dois homens, lado a lado, ambos com cabelos lisos e curtos, vestindo togas. Os dois apoiam uma das mãos sobre uma folha de papel com textos escritos.
Escultura de bronze representando os irmãos Graco, de Jean-Baptiste Claude Eugène Guillaume, 1853.

Crise e fim da república

Diante dos conflitos políticos em Roma, o Senado perdeu poderes para os chefes militares. Isso ficou mais evidente em 59 antes de Cristo, quando os senadores nomearam três chefes militares: Júlio César, Crasso e Pompeu. Eles formaram uma cúpula de governo, o chamado primeiro triunvirato.

Posteriormente, surgiram disputas entre esses três chefes militares. No final, Júlio César venceu seus rivais, assumiu altos cargos e obteve grande popularidade. Acumulou o cargo de cônsul, tribuno, sumo sacerdote, supremo comandante do exército e, por fim, de ditador vitalício. Durante seu governo, construiu obras monumentais, reorganizou o governo, distribuiu terras aos cidadãos com famílias maiores e impulsionou a colonização das províncias.

Ícone. Atividade oral.

responda oralmente

para pensar

A população brasileira vive de maneira extremamente desigual. Como essas desigualdades sociais se expressam em seu dia a dia? De que modo você as percebe?

Com tantas realizações e tantos poderes, César ­despertou contra si o ódio de muitos patrícios. Diziam que César pretendia proclamar-se rei. Foi então que um grupo de sena­dores, liderado por Bruto e Cássio, acusou César de pretender acabar com a república. Ao comparecer ao ­Senado, César foi assassinado pelos opositores, em 44 antes de Cristo

Escultura. Homem de cabelos curtos, vestindo uma armadura e uma capa em suas costas. Está em pé, e tem um de seus braços flexionado para frente.
Júlio César representado em escultura de mármore do século um

Com a morte de César, líderes políticos como Marco Antônio (apoiado pelos plebeus), Otávio (sobrinho e herdeiro de César) e Lépido (general competente) formaram o segundo triunvirato, em 43 antes de Cristo Aliaram-se para combater os senadores que conspiraram contra Júlio César. Sufocada a conspiração, Marco Antônio, Otávio e Lépido entraram em disputas políticas. Ao final dessas disputas, Otávio saiu-se vitorioso e, a partir de 27 antes de Cristo, tornou-se o principal governante de Roma e suas províncias, como estudaremos no próximo capítulo.

Fotografia. Vista de ruínas de uma construção, com uma pequena escadaria direcionada para um salão plano retangular com colunas cilíndricas em seu perímetro. A área é cercada por prédios e construções atuais, além de árvores e terreno gramado.
Vestígios da Cúria de Pompeu, em Roma, Itália. Fotografia de 2021. O local era um dos salões onde o Senado romano se reunia e onde Júlio César foi morto.

OFICINA DE HISTÓRIA

Responda no caderno

Conferir e refletir

1. Relacione os nomes dos grupos sociais com suas descrições.

  1. Patrícios
  2. Plebeus
  3. Clientes
  4. Escravizados
  1. Grupo formado, basicamente, por prisioneiros de guerra e por plebeus que não conseguiram pagar suas dívidas.
  2. Parcela da população que trabalhava para os patrícios em troca de proteção e ajuda econômica.
  3. Formavam a elite romana, que concentrava poder político e econômico.
  4. Formavam a maioria da população, trabalhando em diversas atividades. Podiam enriquecer e, até o início da república, não tinham direitos políticos.
  1. Durante a república, os plebeus lutaram por uma vida melhor e, com isso, conseguiram alguns direitos. Cite exemplos de conquistas dos plebeus e, depois, explique se essas conquistas beneficiaram todos os plebeus igualmente.
  2. Identifique as frases incorretas. Depois, reescreva-as de fórma correta em seu caderno.
    1. As conquistas militares promoveram expansão territorial, concentração de riquezas, aumento do número de escravizados e o domínio do Mar Mediterrâneo.
    2. O contrôle do Mar Mediterrâneo impediu as trocas culturais entre Europa, África e Oriente Médio.
    3. As mulheres romanas não tinham direitos políticos, mas podiam participar de eventos públicos, como lutas de gladiadores e apresentações de teatro.
    4. A revolta liderada por Espártaco foi um grande exemplo de resistência contra a escravidão.
    5. Júlio César foi acusado de conspirar contra o Império e, por isso, foi assassinado.

integrar com matemática

Interpretar texto e imagem

4. Em dupla, leiam o texto a seguir sobre a Roma antiga. Depois, façam os cálculos e reflitam sobre a diferença de remuneração conforme o tipo de trabalho.

“Havia grande desigualdade social em Roma antiga. Em meados do século dois antes de Cristo, historiadores estimam que um trabalhador livre ganhava cêrca de 50 sestérciosglossário por mês. Já um senador ganhava por volta de 8300 sestércios por mês.”

CORASSIN, Maria Luiza. A reforma agrária na Roma antiga. São Paulo: Brasiliense, 1988. página 47-48.

  1. Quanto recebiam por mês, aproximadamente, um trabalhador livre e um senador romano? Calcule quantas vezes um senador romano ganhava a mais que um trabalhador comum.
  2. Atualmente, qual é o valor do salário mínimo no Brasil e quanto recebe por mês um senador brasileiro? Calcule quantas vezes um senador brasileiro recebe a mais que um trabalhador que ganha salário mínimo.
  3. Pesquise quais profissões, em média, recebem remuneração mais alta e quais recebem baixa remuneração. Levante hipóteses que poderiam explicar a diferença de rendimento entre as profissões. Elabore argumentos e compartilhe com os colegas um breve relatório com suas conclusões.

5. Leia o texto a seguir com atenção e, depois, responda às questões.

Mundo interligado

Com a expansão do Império Romano, expandiram-se também suas estradas. Elas­ foram importantes do ponto de vista militar, porque permitiam o deslocamento rápido das t­ropas, e comercial, uma vez que por elas circulavam viajantes e mercadorias. Ao facilitar o transporte e a comunicação, as estradas aproximaram culturas variadas.

No mundo atual, os setores de transporte e de comunicação passaram por transformações aceleradas. Vivemos em um planeta interligado por redes físicas (estradas, linhas aéreas, rotas marítimas) e virtuais, especialmente redes de comunicação. É cada vez maior a quantidade de pessoas, informações, bens e serviços que circulam pelo mundo.

Texto elaborado pelos autores.

  1. Qual era a importância das redes de comunicação e transporte para o Império Romano?
  2. Quais são os meios de transporte e de comunicação que você mais utiliza?

6. No século dois a.C., durante a República Romana, Tibério Graco fez o seguinte discurso sobre os soldados plebeus:

“Os animais selvagens espalhados pela Itália têm, cada um, seu buraco, seu antro reticências e aqueles que combatem e morrem pela Itália só têm o ar e a luz: nada mais. Sem casa, sem morada fixa, perambulam com suas mulheres e filhos. reticências

[Esses soldados] Fazem a guerra e morrem unicamente pelo luxo e a opulência de outrem: nós os chamamos de senhores do mundo, mas eles não possuem sequer um torrão de terra.”

PLUTARCO. Vida de Tibério Graco. apud GOVERNO do Estado de São Paulo. Secretaria de Educação/Cenp. Coletânea de documentos históricos para o 1º grau: 5ª a 8ª séries. São Paulo: ésse ê/Cenp, 1979. página 65.

  1. Quem é o autor do discurso? Qual é data do documento?
  2. O que o autor está denunciando?
  3. Que cargo político o autor do texto desempenhou em Roma? Que reformas ele propôs?

Glossário

Tito Lívio
: escritor romano nascido aproximadamente em 59 a.C., que buscou relatar a história de Roma do momento de sua fundação até o início do séculoum
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Abóbada
: construção em forma de arco, que se apoia sobre paredes ou colunas e serve para cobrir um espaço.
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Gladiador
: pessoa que lutava com outras pessoas ou animais ferozes para entretenimento do público. Em geral, os gladiadores eram escravizados ou prisioneiros de guerra.
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Oligarquia
: governo exercido por um pequeno grupo de pessoas, por uma elite da sociedade.
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Sestércio
: antiga moeda romana.
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