UNIDADE 2 CONTATOS E CONFRONTOS

CAPÍTULO 6 COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICA

Ao desembarcar na América, os espanhóis se lançaram à conquista de duas civilizações: a asteca e a inca. Após a conquista, eles começaram a ocupar, explorar e administrar os territórios dominados. Era a colonização espanhola, que tentou reproduzir na América tudo o que se encaixava no padrão cultural europeu.

Ícone. Balão de fala indicando atividade oral.

responda oralmente

para começar

Em sua interpretação, quais são as diferenças entre conquistar e colonizar? Explique o significado dessas palavras.

Pintura. Representação de uma batalha, com uma densa cavalaria de soldados, à direita, vestindo armaduras metálicas, bradando lanças e espadas. Pelo outro lado, à esquerda, homens indígenas em pequenas embarcações, portando arcos e flechas. Ao fundo, casas, construções e estradas de terras cortadas por caminhos fluviais.
A conquista de Tenochtitlán (capital do Império Asteca, atual Cidade do México), pintura espanhola do séculodezessete. Em primeiro plano, montado no cavalo, está representado o conquistador espanhol Hernán Cortez.
Fotografia. Um grupo de homens trajando roupas sujas de terra, capacetes em suas cabeças e botas nos pés. Estão ao redor de um transporte metálico com rodas laterais, contendo pedras em seu interior.
Trabalhadores em mina de prata em Potosí, Bolívia. Fotografia de 2019. A extração de minério nessa região foi iniciada com os espanhóis no século dezesseis e se mantém até hoje.
Fotografia. Fachada de uma igreja, com paredes todas entalhadas e detalhadas, uma entrada e uma porta em formato de arco.
Detalhes da fachada da Igreja de San Lorenzo de Carangas, cuja construção foi iniciada em 1548 pelos espanhóis, em Potosí, Bolívia. Fotografia de 2019.

Conquista da América

Os espanhóis começaram a conquista da América pelas ilhas do Caribe, que incluem os atuais Haiti, República Dominicana, Cuba, Porto Rico e Jamaica. Nessas ilhas, viviam povos indígenas como os aruaques (entre eles, os tainos) e os caraíbas.

Os primeiros conquistadores que exploraram as ilhas da América Central em nome da Coroa glossário espanhola foram Cristóvão Colombo (a partir de 1492), Rodrigo de Bastidas (a partir de 1493) e Vasco Núñez de Balboa (a partir de 1501). Eles, assim como outros conquistadores, entraram em guerra com os povos locais para garantir o poder dos espanhóis nas terras americanas.

Durante a colonização, os europeus forçaram os indígenas a trabalhar na extração de metais preciosos, na criação de animais, na agricultura e na construção de cidades, como Santo Domingo (atual capital da República Dominicana), San Juan (atual capital de Porto Rico) e Havana (atual capital de Cuba). Santo Domingo, fundada em 1496, foi a capital da primeira colônia espanhola no Novo Mundo.

Na América Central, os colonizadores rapidamente encontraram pepitas de ouro nas margens e nos leitos dos rios (ouro de aluvião). Mas a quantidade era pequena diante da ambição dos conquistadores. Não demorou para que as reservas se esgotassem e a população indígena fosse dizimada, principalmente devido a doenças e à intensa exploração de seu trabalho.

Gravura. Em primeiro plano, à esquerda, homens não indígenas, vestindo casacos, calções volumosos e chapéus, portando lanças, às margens da costa terrestre em contato com uma longa faixa de água, sob a qual se situam várias embarcações. À direita, um grupo de homens desnudos, vestindo tangas coloridas sobre suas cinturas, segurando colares e objetos dourados. Em segundo plano, à esquerda, três homens seguram uma cruz de madeira sobre o solo.
Desembarque de Colombo na Ilha de Hispaniola (atual Ilha de São Domingos), gravura colorizada de têodóre de bri, 1594. Note as joias e os objetos de ouro que os nativos trazem e os espanhóis ao fundo fincando uma cruz na terra, como símbolo da fé cristã.
Ícone. Balão de fala indicando atividade oral.

responda oralmente

para pensar

Um dos principais objetivos dos conquistadores era enriquecer economicamente. Em sua opinião, o que é mais valorizado hoje: ser (crescer como pessoa) ou ter (possuir bens)? Reflita e argumente justificando sua resposta.

Conquista dos astecas

Em 1519, uma expedição colonizadora liderada pelo espanhol Hernán Cortez (1485-1547) chegou às terras do atual México. Cortez fôra informado sobre a riqueza do Império Asteca, que possuía quantidades enormes de ouro. Entusiasmado com a notícia, ele decidiu atacar os astecas.

Cortez dispunha de aproximadamente seiscentos soldados, dez canhões de bronze, quatro canhões leves, treze mosquetes, dezesseis cavalos e onze embarcações. Era uma fôrça relativamente pequena diante da superioridade numérica dos soldados astecas. Por isso, os espanhóis estabeleceram alianças com indígenas tlaquissaltécas, que se opunham ao poder asteca. Assim, Cortez e seus homens, acompanhados de um exército tlaxcalteca, marcharam para Tenochtitlán, a capital do império.

Em Tenochtitlán, o imperador Montezuma (1466-1520) ficou surpreso com as notícias que lhe deram sobre as fôrças dos adversários (armas de fogo, espadas de aço, cavalos). Talvez por isso decidiu receber os espanhóis com presentes e chegou a hospedá-los em seu palácio. Provavelmente, procurou ser diplomático para evitar uma guerra. Quem seriam aqueles estrangeiros inesperados? O fato é que nunca saberemos ao certo as razões que levaram o imperador asteca a tomar essa decisão.

O contato amistoso durou pouco. Combinando habilidade e violência, Cortez aprisionou Montezuma em seu próprio palácio e procurou tomar Tenochtitlán.

Os habitantes da cidade resistiram por meses, mas foram atingidos por uma epidemia de varíola. As doenças, a superioridade das armas e as alianças com povos inimigos dos astecas contribuíram para a vitória dos espanhóis em 1521.

O rei espanhol recompensou Hernán Cortez por comandar essa vitória, nomeando-o governador e capitão-geral da Nova Espanha, novo nome atribuído ao antigo território dos astecas.

Gravura. Diversas pessoas vestindo cocares com penas coloridas, vestidos e túnicas. Algumas delas estão com o peito desnudo, trajando tecidos ornamentados ao redor da cintura. Elas observam o encontro entre dois homens no centro da imagem. À esquerda, um homem indígena, vestindo um manto verde claro com detalhes dourados sobre uma túnica branca ornamentada e um cocar de penas verdes. Ele está em posição de movimento, com um dos braços estendidos à frente, em direção a outro homem, à direita. Este outro homem também está com um dos braços estendidos à frente, possui barba no rosto, veste armadura metálica e tem uma espada atada em sua cintura. Atrás dele, outros homens vestindo armaduras metálicas, portando lanças e cavalos.  Às laterais, há construções com vários níveis de altura, com os andares contendo pessoas. Ao fundo, paisagem natural, com porção de água e montes.
Entrada de Cortez no México, gravura de curs e Allison, 1892. Na gravura, o imperador asteca Montezuma recebe Hernán Cortez.
Fotografia. Par de brincos metálicos, contendo uma cabeça de águia e miçangas pendendo.
Par de brincos de ouro em formato de cabeça de águia produzido por astecas ou mixtecas (povo que vivia no sul do atual México, em grande parte dominado pelos astecas), cêrca deséculos quinze a dezesseis. A maioria dos objetos de ouro e prata feitos pelos nativos foi derretida pelos conquistadores espanhóis e transformada em barras.

Conquista dos incas

Os espanhóis também receberam notícias de que havia muito ouro na região da Cordilheira dos Andes, em um território dominado pelo Império Inca. Sabendo disso, o espanhol Francisco Pizarro (cêrca de1476-1541) organizou uma expedição para conquistar o centro político desse império.

Pizarro contava com aproximadamente duzentos soldados, munições e cêrca de trinta cavalos. Porém, essa expedição enfrentou vários problemas como a resistência dos indígenas e a dificuldade de acesso a povoados que estavam localizados a mais de 3 mil metros de altitude.

Na época da conquista, o Império Inca atravessava uma grave crise política. Essa crise começou em 1527, quando o imperador Ruáina Cápaqui (cêrca de 1464-1527) morreu. Seus filhos Atarrualpa (cêrca de 1500-1533) e ruáscar (cêrca de 1491-1532) passaram a disputar o trono, dividindo o império em duas partes, uma com séde em Quito e outra em Cuzco. Nessa luta, Atarrualpa derrotou ruáscar, mas se tornou líder de um império enfraquecido.

Em 1532, Pizarro solicitou um encontro pessoal com o imperador Atahualpa, que estava na cidade de Cajamarca (norte do atual Peru) com um exército de cêrca de 30 mil homens. Confiante em seu exército, Atarrualpa não se sentiu ameaçado pelas tropas espanholas e, por isso, aceitou encontrar-se com Pizarro.

O primeiro encontro entre eles foi amistoso. Porém, logo depois, Pizarro e seus homens armaram uma emboscada e capturaram o imperador. Para libertar Atahualpa, os incas deram um enorme tesouro em ouro e prata para os espanhóis. Contudo, mesmo recebendo o tesouro, Pizarro decidiu matar o imperador.

Placa de ouro. Destaque para uma placa dourada em formato de pássaro, com asas circulares e um fino bico na cabeça.
Placa de ouro em formato de pássaro do Império Inca, cêrca de 1400-1533.

A morte de Atarrualpa provocou forte abatimento moral em suas tropas. Para alguns historiadores, a finalidade da execução de Atahualpa, como também a do imperador asteca Montezuma, era derrubar com um único golpe a figura suprema do império e a autoconfiança dos indígenas que tentavam resistir.

Em 1533, Pizarro comandou o ataque vitorioso à cidade de Cuzco. Posteriormente, em 1535, fundou Lima, capital colonial espanhola e atual capital do Peru.

Durante as guerras de conquista, houve povos que se aliaram aos conquistadores para destruir o Império Inca e povos que resistiram intensamente à dominação espanhola. As batalhas entre o líder inca Túpaqui Amaru (1545-1572) e os espanhóis, por exemplo, foram os últimos focos de resistência à colonização. Túpaqui Amaru foi preso e decapitado pelos espanhóis em 1572.

Administração colonial

Inicialmente, a Coroa espanhola tinha o objetivo de tomar posse das terras americanas com rapidez, sem gastar muito. Para isso, concedeu o direito de ocupar e explorar essas terras a particulares, chamados adelantados. Homens como Hernán Cortez e Francisco Pizarro foram adelantados. Eles recebiam o direito de controlar a administração, a justiça e a economia. Em troca, eram obrigados a enviar para a Coroa espanhola um quinto de toda a riqueza que extraíam ou produziam.

A fiscalização dos ganhos obtidos pelos adelantados era feita pela Casa de Contratação, instituição da Coroa espanhola criada em 1503, com séde em Sevilha. A Casa estabeleceu que, na Espanha, somente os portos de Sevilha e, depois, de Cádiz seriam utilizados para controlar a chegada e a saída de navios em viagem para a América. Por sua vez, na América, tanto para sair quanto para entrar, as embarcações deveriam utilizar somente os portos de Havana (Cuba), Vera Cruz (México), Portobelo (Panamá) e Cartagena (Colômbia).

Gravura. Um porto, com faixas de água cercando porções de terra. Sobre as águas há várias embarcações. Nas faixas de terra, há uma torre, à direita, e ao fundo, um conjunto de casas lado a lado.
Gravura de djon ôguilbi representando o Pôrto de Cartagena, Colômbia, 1671. Esse foi um importante porto no Novo Mundo para a Coroa espanhola.

responda NO CADERNO

para pensar

A palavra “Pôrto” tem a mesma origem latina da palavra “porta”, que é lugar de entrada e saída. Pesquise quais são os principais portos do Brasil.

Presença da Coroa

Aos poucos, a Coroa espanhola ampliou o controle sobre as colônias e diminuiu o poder dos adelantados. Para isso, em 1524, criou o Conselho das Índias, que assessorava o rei nas questões da administração colonial. O Conselho tinha a função de nomear funcionários, criar normas e aplicar leis nas colônias espanholas.

A monarquia espanhola passou a administrar diretamente suas colônias. Com esse objetivo, foram criados os vice-reinos da Nova Espanha (1535), do Peru (1543), de Nova Granada (1717) e do Rio da Prata (1776). Os vice-reis atuavam como representantes do rei da Espanha na América. A atuação dos vice-reis era fiscalizada por outros altos funcionários enviados pelo rei.

Para combater invasões de estrangeiros e ataques de povos indígenas resistentes à conquista, foram criadas as capitanias-gerais. Entre elas, destacam-se as capitanias-gerais do Chile, da Guatemala, de Cuba e da Venezuela. Os capitães-gerais eram comandantes militares subordinados aos vice-reis, mas, em muitos casos, mantinham uma relação direta com a Coroa espanhola.

Também foram criados tribunais judiciários chamados audiências, formados por magistrados nomeados pelo rei. Aos poucos, as audiências passaram a ter também funções administrativas.

Nas cidades mais importantes foram criadas as câmaras municipais, chamadas de cabildos ou ayuntamientos. Esses órgãos dedicavam-se, principalmente, à administração e segurança locais, sendo controlados por espanhóis e criollos (descendentes de espanhóis nascidos na América).

América espanhola (séculos dezessete e dezoito)

Mapa. América espanhola (séculos dezessete e dezoito). Destaque para a América. Em laranja, 'Zona ocupada reconhecida até 1600', compreendendo a costa norte e oeste da América do Sul, a América Central e parte sul da América do Norte. Em amarelo, 'Progresso da ocupação nos séculos dezessete e dezoito', envolvendo o interior da América do Sul e a Nova Espanha, localizada ao sul da América do Norte. Identificados por uma bolinha vermelha, 'Vice-reinos em 1800'. Na América do Sul, destaque para Vice-Reino do Rio da Prata (no sudeste do território), Vice-Reino no Peru (na costa oeste) e Vice-Reino de Nova Granada (na porção noroeste). Identificado por um quadrado vermelho, 'Capitania geral'. Na América do Sul, destaque para a Capitania Geral do Chile (na costa sudoeste do território) e Capitania Geral da Venezuela (na costa norte). Na América Central, destaque para a Capitania Geral da Guatemala (ao centro do território) e Capitania Geral de Cuba (à leste). No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.080 quilômetros.
Fonte: dubí jórj. Atlas histórico mundial. Madri: Debate, 1992. página 282.

Sociedade

Na América espanhola, havia uma divisão social em função da origem de cada indivíduo. Conheça alguns grupos que se formaram:

  • chapetones – colonizadores nascidos na Espanha que ocupavam os principais cargos na administração pública, na Igreja e no exército. Além disso, possuíam estabelecimentos comerciais e grandes propriedades de terra;
  • criollos – colonos descendentes de espanhóis nascidos na América. Alguns tornaram-se importantes proprietários de terras e comerciantes bem-sucedidos. Mesmo conquistando poder econômico, não tinham os mesmos direitos políticos que os chapetones;
  • mestiços – filhos de espanhóis ou de criollos com mulheres indígenas. Formavam um conjunto de pessoas livres que podiam trabalhar como comerciantes, artesãos e capatazes nas fazendas;
  • indígenas povos originários da América que constituíam a maior parte da população. Embora as relações entre indígenas e colonizadores variassem muito, o que predominava era a exploração de seu trabalho nas fazendas, nas minas e nas obras públicas;
  • negros – africanos e seus descendentes. Formavam uma população pouco numerosa no início da colonização da América espanhola. Foram escravizados principalmente nas ilhas do Caribe e no vice-reino de Nova Granada.
Pintura. Uma mulher, à direita, usando um longo vestido branco, e faixas de tecido laranja. Sobre sua cabeça há um tecido branco. Ao seu lado, um homem vestindo um casaco azul, um chapéu preto de formato triangular sobre a cabeça e uma peruca branca. Entre eles, uma menina de cabelos escuros, usando um vestido branco e um colar ao redor de seu pescoço.
Espanhol com índia mestiça, pintura de Miguel Cabrera, 1763. A filha dessa união é uma mestiça. Trata-se de um exemplo da “pintura de castas”, gênero artístico que reforçava as diferenças sociais na América espanhola por meio de um discurso visual.
Ícone. Balão de fala indicando atividade oral.

responda oralmente

para pensar

Vimos que, na América espanhola, havia uma divisão social das pessoas com base em suas origens. Atualmente, no Brasil, a Constituição Federal estabelece que “Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”. Na vida prática, existe discriminação em nossa sociedade? Justifique indicando exemplos.

Economia e trabalho

A busca por ouro e prata foi um dos principais motivos que impulsionaram a colonização espanhola na América. Nas ilhas do Caribe, os conquistadores acabaram rapidamente com o ouro que haviam encontrado. Mas, em 1545, os espanhóis descobriram grandes quantidades de prata em Potosí (atual Bolívia) e, no ano seguinte, em Zacatecas (atual México).

No século dezessete, a maior parte da prata extraída no mundo vinha das minas de Potosí. Calcula-se que, em 1573, cêrca de 120 mil pessoas habitavam Potosí. Para se ter uma comparação, a importante cidade de Sevilha, na Espanha, tinha 90 mil habitantes na mesma época.

Fotografia. Vista aérea de uma cidade formada por várias casas lado a lado, com telhados triangulares e paredes coloridas. Ao fundo, uma igreja com três torres, uma ao centro, de menor tamanho, e duas laterais, mais altas, todas com telhados em formato de cúpula. Ao fundo uma cadeia montanhosa.
Vista da cidade de Potosí, Bolívia. Fotografia de 2015. Potosí começou a ser construída pelos espanhóis em 1546 e ainda hoje preserva muitas características de seu passado colonial.

Ao explorar essas minas, os espanhóis usaram técnicas de metalurgia, fizeram obras hidráulicas e outras construções. As minas eram administradas por nobres espanhóis, que pagavam os custos com mão de obra e equipamentos utilizados na extração, bem como os impostos cobrados pela Coroa espanhola.

Além da exploração de metais, os espanhóis implantaram outras atividades econômicas, como agricultura, criação de animais e oficinas de tecelagem. As principais plantas cultivadas foram o milho, o cacau, a batata, o tabaco e a cana-de-açúcar. Criavam animais como mulas, cavalos e bois. Com os bois, produziam couro e charque, que é uma carne salgada e sêca ao sol. As mulas e os cavalos foram utilizados como animais de transporte.

As atividades econômicas coloniais visavam produzir artigos tanto para o mercado externo como para o mercado interno. Assim, grandes quantidades de ouro, prata, açúcar e cacau foram exportadas para a Europa. E, ao mesmo tempo, eram produzidos e utilizados nas colônias variados gêneros alimentícios, tecidos, animais para o transporte de carga, metais para cunhar moedas etcétera.

OUTRAS HISTÓRIAS

integrar com CIÊNCIAS

Erva-mate

A erva-mate é uma árvore e suas folhas são usadas para preparar chimarrão, tereré e chá. Os quíchuas, povo que vivia sob o domínio do Império Inca, foram provavelmente os primeiros a usar essa erva. Ela também era um dos principais alimentos dos Guarani, que viviam entre os rios Paraná, Uruguai e Paraguai. Os Guarani produziam e trocavam erva-mate com outros povos originários da América do Sul.

Ao conquistarem o Peru, os espanhóis passaram a consumir a chamada “erva do Paraguai” e a levaram para a Europa. O contato mais direto dos conquistadores com os Guarani reforçou o hábito de tomar essas bebidas e estimulou a produção da erva-mate nas missões jesuíticas estabelecidas na região do Guairá a partir de 1610. Os jesuítas tiveram o monopólio do cultivo da erva até 1768, ano em que foram expulsos da América espanhola.

Os portugueses instalados em São Paulo atacaram as missões do Guairá na primeira metade do século dezessete e, nesse processo, também conheceram e passaram a consumir o mate, que se tornou popular no sul da América portuguesa.

Para produzir o chá da erva-mate, cortavam-se os galhos do arbusto. Depois, fazia-se uma fogueira, e uma fileira de trabalhadores mantinha os galhos sobre o fogo até tostá-los (no caso do chimarrão e do tereré, a erva não passa pelo processo de tostadura). Em seguida, a erva era colocada sobre uma armação e acendia-se outra fogueira, com madeira verde, para terminar o processo de secagem. Secas, as folhas eram retiradas dos galhos e transformadas em pó. Todo o processo dependia dos conhecimentos e da mão de obra indígena e de madeira para ser queimada – portanto, com um custo para o meio ambiente, especialmente depois que a produção foi ampliada pelos jesuítas.

Fotografia. Um homem de cabelos e barba grisalhos, vestindo uma camiseta laranja, um boné vermelho sobre a cabeça e um par de óculos no rosto. Ao fundo, uma densa vegetação.
Agricultor em plantação de erva-mate em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul. Fotografia de 2018.
Fotografia. Destaque para uma colher contendo um amontoado de ervas e folhas de aspecto escuro. Abaixo, um amontoado dessa erva no interior de uma panela de alumínio.
Chá de erva-mate sendo preparado. Observe que, para essa bebida, a erva foi tostada.
Fotografia. Destaque para um homem com cabelos lisos, escuros e curtos, vestindo uma camiseta amarela, segurando um recipiente com um canudo em direção a sua boca, com o auxílio das mãos.
Cacique da etnia Guarani tomando chimarrão na aldeia tecoá coenjú, em São Miguel das Missões, Rio Grande do Sul. Fotografia de 2016. O chimarrão (feito com a água quente) e o tereré (feito com a água fria) são duas outras fórmas de consumir a erva-mate.

Responda no caderno

Atividade

O chá feito com erva-mate é rico em cafeína, substância considerada estimulante. Pesquise outras bebidas que contêm cafeína e os problemas de saúde provocados pelo consumo excessivo dessa substância.

fórmas de trabalho

Durante o processo de colonização, os espanhóis utilizaram diferentes fórmas de exploração do trabalho. A seguir, vamos estudar quatro delas: a escravidão, a encomienda, o repartimiento e a peonaje.

Escravidão

A escravidão transformava indígenas e negros em mercadorias, que tinham um dono e podiam ser comprados e vendidos. Os escravizados perdiam contato com seu povo e eram obrigados a trabalhar para seu dono pelo resto de suas vidas ou até serem libertados.

A escravização de indígenas ocorreu sobretudo no início da colonização, nas ilhas do Caribe. Em 1542, a Coroa espanhola proibiu a escravização de nativos devido, em parte, a pressões da Igreja Católica. A Igreja denunciou os maus-tratos sofridos pelos indígenas e pretendia convertê-los ao cristianismo. Apesar da proibição, a escravidão era admitida se os indígenas resistissem ao domínio espanhol e à conversão religiosa.

A escravização de africanos, por sua vez, continuou a existir na América espanhola, principalmente nas fazendas de Santo Domingo, Cuba e Nova Granada (correspondente aos atuais Equador, Panamá, Colômbia e Venezuela). Foi chamada de plantation a grande fazenda que tinha as seguintes características: a) utilizava mão de obra escrava; b) produzia um gênero agrícola tropical (cana-de-açúcar, tabaco etcétera); c) destinava sua produção à exportação.

Pintura. Um campo com plantações. Ao redor da lavoura há várias pessoas, lado a lado, utilizando instrumentos de corte contra o caule das plantas. Outras pessoas têm seus corpos inclinados para plantas cortadas deitadas sobre o solo. Elas utilizam vestimentas simples. À direita, há um homem sobre um cavalo de pelagem marrom e uma carroça guiada por outros cavalos. Sobre a carroça, caules das plantas agrupados e amarrados.
Escravos trabalhando numa plantation em Antígua, pintura de uíliãn clárque, 1823. Antígua foi uma colônia espanhola até 1632.

Encomienda: tributos em produtos e trabalho

A encomienda era um sistema pelo qual o colono fazia um acordo com a Coroa espanhola para explorar o trabalho dos indígenas. Nesse acordo, o colono (chamado “encomendero”) recebia o direito de cobrar tributos de uma comunidade indígena na fórma de produtos e de trabalhos na agricultura, na pecuária ou nas minas. Em contrapartida, o encomendero tinha o dever de alimentar os indígenas e promover o ensino da religião católica.

A encomienda era diferente da escravidão, pois preservava um pouco da liberdade dos indígenas. Nesse sistema, os nativos poderiam manter relação com sua aldeia de origem, deviam trabalhar por tempo determinado e não seriam comprados e vendidos como mercadorias.

Porém, muitos encomenderos usufruíram de seus direitos sem cumprir seus deveres. Na prática, milhares de indígenas foram forçados a trabalhar por tempo indeterminado e morreram por maus-tratos. Além disso, com o tempo, os encomenderos se tornaram tão poderosos que representavam uma ameaça ao poder da Coroa espanhola nas colônias americanas. Tudo isso contribuiu para que ocorressem mudanças nas fórmas de exploração do trabalho indígena.

Ilustração em sépia. Algumas pessoas em pé no chão, com hastes sobre seus corpos, sustentando um homem sentado sobre um assento. Ele traja uma roupa de golas largas e um chapéu longo com abas e adereço.
O encomendero, ilustração retirada da obra Nova crônica e bom governo, de Felipe Guamán Poma de Ayala, cronista de ascendência inca, 1615. Na imagem, é possível perceber que o encomendero, transportado em um carro puxado por pessoas, abusava do trabalho dos indígenas.

Na luta pela defesa dos povos indígenas, destacou-se o frei dominicano espanhol Bartolomeu de Las Casas (cêrca de 1474-1566). Ele argumentava que a evangelização dos indígenas deveria seguir os princípios fundamentais do cristianismo. Isso significa levar a mensagem cristã de fórma pacífica, dialogando com as culturas indígenas para transformá-las pelo convencimento, e não pela violência física.

Gravura em sépia. Homens, mulheres e crianças indígenas, com os corpos flexionados para frente, alguns caídos no solo, segurando sacos volumosos sobre as costas. Ao redor há homens não indígenas, portando lanças, espadas e tacos de madeira em direção aos indígenas.
Gravura publicada em livro de Bartolomeu de Las Casas,1552. A gravura representa indígenas – entre eles, mulheres e crianças –, sob o sistema de encomienda, sendo maltratados por seus opressores espanhóis.

Repartimiento: pagamento pelo trabalho forçado

O repartimiento era uma fórma de trabalho forçado na qual cada comunidade indígena tinha que ceder aos espanhóis, por certo período, uma parcela de sua população masculina. Esses homens eram pagos por seu trabalho, mas recebiam salários menores do que os trabalhadores livres.

O repartimiento era administrado por um funcionário real. Com esse sistema, a Coroa tinha maior controle sobre o trabalho indígena. O repartimiento foi chamado mita no Peru e cuátequíl no México, pois era uma adaptação de fórmas de trabalho já utilizadas pelos incas e astecas para dominar outros povos vizinhos.

De acordo com o pesquisador Charles guíbisson, a principal fórma de trabalho utilizada pelos espanhóis nas minas de Potosí era a mita. Para a região de Potosí, foram recrutados milhares de trabalhadores que, juntamente com suas famílias, atingiram imensas proporções na história da colonização espanhola.

Peonaje: trabalho livre assalariado

Importantes proprietários de terra adotaram fórmas de trabalho livre, como a peonaje, palavra que deriva de peón (peão, trabalhador não qualificado). Nesse sistema, o trabalhador tinha acesso à terra e se comprometia a fazer as tarefas combinadas em troca de empréstimos financeiros, pois o salário era baixíssimo.

Com o tempo, os indígenas que trabalhavam nas haciendas (grandes propriedades ou fazendas) tornavam-se praticamente servos, pois só podiam deixar a terra quando pagassem as dívidas que tinham contraído com seus patrões. Os patrões cobravam dos indígenas uma parte do que produziam e lhes emprestavam dinheiro a juros altos. Famílias inteiras de nativos ficavam, assim, presas às fazendas.

Ilustração. Uma redoma cercada, com homens por detrás das cercas, no entorno, com os olhares voltados para o interior, contendo diversos cavalos. Na redoma, há um homem, em pé, segurando um chicote com uma das mãos.
Ilustração de adestramento de cavalos feito por indígenas em trurrílho, Peru, retirada da obra Códice trurrílho del Perú, elaborada pelo bispo Baltasar Jaime Martínez companhón, 1775-1800.

responda NO CADERNO

para pensar

Vimos diferentes fórmas de exploração do trabalho praticadas na América espanhola. Atualmente, no Brasil, existem leis trabalhistas que protegem os direitos dos trabalhadores. Mesmo com essas leis, ainda existem casos de trabalhadores em situação análoga à escravidão em alguns lugares do país. Pesquise sobre esses casos e fórmas de combatê-los.

OUTRAS HISTÓRIAS

integrar com matemática

Mineração e danos ambientais

A mineração em larga escala começou a ser feita em Potosí no século dezesseis. A região foi ocupada sem planejamento, a partir da chegada de milhares de aventureiros dispostos a explorar a mina de prata de Cerro Rico, a maior do mundo, descoberta em 1545 pelos conquistadores espanhóis.

No início da exploração, os espanhóis usaram as técnicas de mineração e introduziram algumas ferramentas que antes não eram utilizadas, retirando cêrca de 80 toneladas de prata em 1529. A produção aumentou para duzentas e vinte toneladas em meados do século dezesseis, quando a exploração da mão de obra (a mita) tornou-se mais intensa e quando os espanhóis começaram a usar mercúrio na extração da prata.

Na mineração, há uma grande necessidade de água para separar a terra dos minerais. Em Potosí havia pouca água e, para resolver esse problema, foi construído um sistema de represas e canais entre 1573 e 1621. A contaminação da água pelo mercúrio e outros metais e a erosão da terra provocaram graves danos ambientais em Potosí. Esses danos perduram até os dias atuais.

Responda no caderno

Atividade

Observe o quadro a seguir.

Exportação de ouro e prata americanos para a Espanha (1503-1600)

Períodos

Prata (em kg)

Ouro (em kg)

1503-1510

0

4.965

1511-1520

0

9.153

1521-1530

148

4.889

1531-1540

86.193

14.466

1541-1550

177.573

24.957

1551-1560

303.121

42.620

1561-1570

942.858

11.530

1571-1580

1.118 592

9.429

1581-1590

2.103 027

12.101

1591-1600

2.707 626

19.451

Fonte: VILAR, Pierre. Ouro e moeda na história (1450-1920). In: VAINFAS, Ronaldo. Economia e sociedade na América espanhola. Rio de Janeiro: Graal, 1984. p. 70.

  1. Ao longo de todo o século dezesseis, quantos quilogramas de ouro e prata americanos foram enviados para a Espanha?
  2. Entre quais períodos a exportação de prata americana aumentou mais de 500 vezes?
  3. Em que período foram descobertas grandes quantidades de prata em Potosí (na atual Bolívia) e Zacatecas (no atual México)? Essas descobertas provocaram aumento na exportação do metal?

OFICINA DE HISTÓRIA

Responda no caderno

Conferir e refletir

1. Em duplas, construam uma linha do tempo sobre a conquista espanhola da América. Para isso, identifiquem as datas dos acontecimentos a seguir e organizem-nos em ordem cronológica.

  • Conquista espanhola, sob a liderança de Hernán Cortez, da cidade de Tenochtitlán, capital do Império Asteca.
  • Prisão e decapitação do líder inca Túpac Amaru, que liderava a resistência contra a dominação espanhola.
  • Chegada de Cristóvão Colombo ao continente americano.
  • Fundação da cidade de Santo Domingo, capital da primeira colônia espanhola na América.
  • Conquista espanhola, sob a liderança de Francisco Pizarro, da cidade de Cuzco, capital do Império Inca.

Depois, respondam: os indígenas resistiram à conquista espanhola? Citem exemplos da resistência indígena.

2. Leia as palavras do quadro a seguir e identifique quais delas destoam do conjunto. Depois, utilize as palavras que pertencem ao conjunto para escrever, no caderno, um texto sobre a colonização espanhola da América.

ChapetonesCabildosCriollosMestiçosRepartimientoIndígenas Negros

  1. Em seu caderno, relacione as fórmas de exploração do trabalho listadas a seguir com suas explicações e características.
    1. Escravidão.
    2. Encomienda.
    3. Repartimiento.
    4. Peonaje.
      1. Parte da população indígena era obrigada a trabalhar para os espanhóis em troca de baixos salários. Incas e astecas utilizavam uma fórma de exploração do trabalho semelhante para dominar povos indígenas vizinhos.
      2. Indígenas e negros eram transformados em propriedades de seus donos, por isso podiam ser negociados como se fossem mercadorias.
      3. Indígenas passaram a viver como se fossem servos, pois eram considerados livres, mas presos às terras de seus patrões. Em troca de seu trabalho, essas pessoas recebiam baixos salários e, por isso, eram obrigadas a fazer empréstimos que não conseguiam pagar.
      4. As populações indígenas eram obrigadas a pagar tributos na fórma de produtos ou trabalho para os colonos espanhóis. Em contrapartida, o colono tinha a obrigação de alimentar e evangelizar os indígenas.
  2. Os adelantados eram pessoas a quem a Coroa espanhola concedia o direito de conquistar e governar territórios na América em troca do pagamento de tributos. Eles tinham amplos poderes militares e civis vitalícios, o que abriu espaço para abusos e violências. Parecia que os adelantados agiam com base no seguinte lema: “Deus está no céu, o rei está longe, e eu mando aqui”.
  1. Quais poderes os adelantados tinham no início da colonização? E quais obrigações? Qual órgão os fiscalizava?
  2. A Coroa espanhola manteve os adelantados à frente da administração da América ao longo de toda a colonização? Que outros órgãos e cargos foram criados?
  3. Crie um desenho crítico sobre a colonização da América espanhola inspirando-se na frase: “Deus está no céu, o rei está longe, e eu mando aqui”.
Versão adaptada acessível

a) Quais poderes os adelantados tinham no início da colonização? E quais obrigações? Qual órgão os fiscalizava?

b) A Coroa espanhola manteve os adelantados à frente da administração da América ao longo de toda a colonização? Que outros órgãos e cargos foram criados?

c) Crie uma representação crítica sobre a colonização da América espanhola inspirando-se na frase: “Deus está no céu, o rei está longe, e eu mando aqui”.

Interpretar texto e imagem

5. O Dia dos Mortos é uma celebração tradicional latino-americana em homenagem aos antepassados. Essa celebração teve origem em rituais realizados por povos indígenas que viviam no atual México e na América Central, como os astecas e os maias. Após a conquista espanhola, muitos nativos foram convertidos ao catolicismo, e a comemoração passou a ocorrer nos mesmos dias das celebrações católicas do Dia de Todos os Santos e do Dia de Finados (1º e 2 de novembro). Leia a seguir um texto sobre o significado dessa festividade, registrada como patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco.

“Com a certeza de que os mortos seriam insultados pelo luto ou pela tristeza, o Dia dos Mortos celebra a vida dos falecidos com comida, bebida, festas e atividades que os mortos apreciavam em vida. O Dia dos Mortos reconhece a morte como uma parte natural da experiência humana, uma continuação do nascimento, da infância reticências. No Dia dos Mortos, os mortos também são parte da comunidade, despertados de seu sono eterno para compartilhar celebrações com seus entes queridos.

O símbolo mais comum do Dia dos Mortos são provavelmente as calacas [esqueletos] e calaveras [crânios], que aparecem em todos os lugares durante a festividade: em doces cristalizados, como máscaras de desfile, como bonecas. Calacas e calaveras são quase sempre retratadas desfrutando a vida, muitas vezes em roupas extravagantes e situações divertidas.”

DIA dos Mortos: festividade mexicana em honra aos mortos. National Geographic, Washington dê cê, 17 outubro 2012. [Tradução dos autores]. Disponível em: https://oeds.link/pWcRVH. Acesso em: 8 fevereiro 2022.

Fotografia. Destaque para duas mulheres, uma, à frente, com pintura branca e vermelha cobrindo todo o seu rosto, vestindo um chapéu de flores vermelhas e pretas, uma roupa preta com desenhos de rosas vermelhas, segurando um guarda-chuva florido apoiado em um de seus ombros. A outra, em segundo plano, com pintura branca e preta cobrindo seu rosto, vestindo um chapéu preto com abas largas e flores vermelhas, um traje preto, luvas pretas e um leque, também preto.
Comemoração do Dia dos Mortos na Cidade do México, México. Fotografia de 2021.
  1. Qual é a origem da festa do Dia dos Mortos? Quando ela é comemorada?
  2. De acordo com o texto, como a vida dos falecidos é celebrada no Dia dos Mortos?
  3. No Dia dos Mortos, esqueletos e caveiras estão por toda parte e até pessoas se fantasiam utilizando maquiagem com esse tema. Por que os antepassados são homenageados dessa fórma? Argumente.
  4. Você e sua família prestam algum tipo de homenagem aos seus antepassados? Contam histórias sobre eles? Como você se lembra deles?
  5. Luto e tristeza ou festa e alegria? Por que culturas diferentes celebram os mortos de fórma tão diversa? Reflita e argumente.

Glossário

Coroa
: o Estado monárquico, a monarquia.
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