UNIDADE 1 CONSTRUÇÃO DA MODERNIDADE
NAVEGAÇÕES E CONEXÕES
CAPÍTULO 3Na Europa do século , navegadores de Portugal e Espanha foram os quinze pioneiros glossário das grandes viagens marítimas. Navegando pelo Oceano Atlântico, entraram em contato com povos e terras que desconheciam, e expandiram seu comércio e sua cultura. Do outro lado, os povos da América, África e Ásia também transmitiram suas culturas aos europeus. Essas conexões geraram contatos e confrontos que marcaram a Idade Moderna.
responda oralmente
para começar
Nos dias atuais, contatos entre grupos ou povos diferentes costumam gerar confrontos? Reflita sobre os motivos que levam a esses conflitos e exponha seus argumentos.
Orientações e sugestões didáticas
Habilidades da Bê êne cê cê
- ê éfe zero sete agá ih zero dois
- ê éfe zero sete agá ih zero seis
- ê éfe zero sete agá ih um três
- ê éfe zero sete agá ih um quatro
Objetivos do capítulo
Os objetivos a seguir se justificam no capítulo em razão de seu tema, as Grandes Navegações, e de assuntos correlatos, como os diversos interesses envolvidos na expansão marítima europeia; as complexas conexões e interações entre sociedades da Europa, Ásia, África e América, pelos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico, em diversos campos (alimentação, ciência, tecnologia, política, arte, religião ); etcétera o pioneirismo ibérico, as disputas e as lógicas mercantis europeias de domínio de colônias em diversos continentes; e as navegações árabes e chinesas.
- Compreender os interesses econômicos, religiosos e científicos que motivaram as Grandes Navegações.
- Relacionar a expansão marítima às descobertas científicas, aos novos instrumentos de navegação e ao desenvolvimento da cartografia.
- Identificar as condições e os desdobramentos do pioneirismo ibérico na expansão marítima europeia.
- Analisar as disputas entre os Estados europeus por colônias na África, Ásia e América.
- Abordar as navegações realizadas por árabes e chineses que ocorreram ao mesmo tempo que a expansão marítima europeia.
Para começar
Tema para reflexão e debate, que visa ao exercício da argumentação ao solicitar que os estudantes fundamentem suas respostas. Depois de ouvir as respostas, comente que atualmente existem contatos tanto pacíficos como violentos entre diferentes grupos ou povos. Geralmente, os contatos pacíficos ocorrem quando as partes assumem atitudes de diálogo, empatia e cooperação. Já os contatos violentos, com frequência, decorrem de preconceitos, estereótipos e temores em relação ao outro, bem como de interesses econômicos e políticos tendo em vista a dominação, e não o convívio. Aponte que, no presente, os contatos entre diferentes culturas costumam ter ao mesmo tempo aspectos pacíficos e violentos, assim como ocorria no passado. Para combater os aspectos violentos, é importante exercitar atitudes de acolhimento e respeito à diversidade humana, valorizando uma cultura da paz.
Alerta ao professor
A abertura deste capítulo, incluindo o boxe “Para começar”, contribui para o desenvolvimento das competências cê ê cê agá cinco e cê ê agá cinco ponto
Expansão marítima
Desde a Idade Média, mercadores das cidades italianas de Gênova e Veneza dominaram o lucrativo comércio com a Ásia e a África feito pelo Mar Mediterrâneo. Nesse comércio eram negociados artigos de luxo (tapetes, tecidos de seda, objetos de porcelana) e especiarias (cravo, pimenta, noz-moscada, canela, gengibre).
No século , quinze as especiarias eram utilizadas pelos europeus como temperos, remédios e perfumes. Esses temperos serviam para melhorar o sabor, o aroma e a conservação dos alimentos. Especiaria significava “substância ativa, valiosa e rara”, daí a sua importância.
As especiarias e os artigos de luxo eram comprados pelos comerciantes italianos nos portos de cidades como Constantinopla, Trípoli, Alexandria e Túnis. Esses produtos eram levados pelo Mar Mediterrâneo até a Europa Ocidental, onde eram revendidos a altos preços.
Para romper o domínio dos italianos sobre esse comércio lucrativo, portugueses e espanhóis começaram a buscar outros caminhos para o Oriente pelo Oceano Atlântico e pelo Oceano Índico, realizando um conjunto de viagens marítimas de longa distância, que ficaram conhecidas como Grandes Navegações ou expansão marítima.
Orientações e sugestões didáticas
Alerta ao professor
O texto “Expansão marítima” favorece o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero sete agá ih um quatro, ao comentar as dinâmicas comerciais entre sociedades europeias, africanas e asiáticas.
Orientação didática
O apogeu do Renascimento e das Grandes Navegações, que levaram à conquista e à exploração da América, ocorreram no mesmo período. De acordo com a historiadora Janice Teodóro da Silva, é comum estudarmos o Renascimento e a chegada dos europeus à América como capítulos separados na história. Mas, segundo ela, esses acontecimentos se interligam. Assim, tanto a vinda dos europeus para a América como a construção de vilas e cidades coloniais fazem parte da obra renascentista.
Texto de aprofundamento
Leia a seguir o texto da historiadora Janice Teodóro da Silva sobre as relações entre as Grandes Navegações e o Renascimento.
Visão de mundo renascentista
“ reticências a suposição de que a Terra era redonda e a necessidade de comprovação dessa hipótese por meio assim estava escrito de uma viagem são um projeto tipicamente renascentista. reticências Ao descobrir outras culturas, o homem do Renascimento hierarquizou-as: da civilização à barbárie. Nesse sentido, o humanista constitui-se a partir de uma vontade de domínio e poder sobre todos os povos do mundo. Desenhar um mapa, construir o império, destruir outras culturas, impor a fé cristã, assinar obras de arte eram atitudes renascentistas. reticências O colonizador, como se fosse um escultor, talhou a América na fórma que havia imaginado. Destruía pirâmides para construir igrejas, derrubava habitações para obter o desenho da praça ou o traçado desejado para as ruas, jogava pedras nos canais para que os cavalos pudessem circular melhor. Reconstitui-as [em] tudo o que era possível para que o núcleo urbano lembrasse a Europa .” reticências
SILVA, Janice Teodóro da. Descobrimentos e Renascimento. São Paulo: Contexto, 1991. página 56-58; 63-64.
Riquezas, fé e conhecimentos
Diversos grupos sociais interessaram-se pela expansão marítima, pois ela possibilitava acumular riquezas, difundir a fé cristã e buscar novos conhecimentos.
O acúmulo de riquezas era desejado, sobretudo, por reis e burgueses que queriam lucrar com o comércio de produtos vindos da África e da Ásia. Como vimos, as rotas comerciais do Mar Mediterrâneo eram dominadas pelos genoveses e venezianos. Por isso, rotas alternativas foram buscadas nos oceanos Atlântico e Índico.
A difusão da fé cristã interessava, principalmente, à Igreja Católica, que pretendia conquistar mais seguidores. Esse interesse intensificou-se a partir da Contrarreforma, que estudamos no capítulo anterior.
Já a busca por novos conhecimentos estava ligada à mentalidade renascentista e humanista de boa parte dos europeus dessa época. Como vimos no capítulo anterior, essa mentalidade estava associada à curiosidade científica, ao desejo de aventura e à vontade de investigar o mundo.
Comércio europeu (século ) catorze
Orientações e sugestões didáticas
Atividades complementares
Observe o mapa “Comércio europeu (século catorze)” e responda às questões a seguir.
1. Que regiões foram representadas no mapa?
Resposta: A Europa, parte do Oriente Médio e o norte da África, ou seja, as regiões em torno do Mar Mediterrâneo.
2. Cite cinco cidades comerciais destacadas no mapa.
Resposta: O estudante poderá mencionar, por exemplo: Lisboa, Milão, Barcelona, Alexandria e Jerusalém.
3. Cite cinco feiras importantes para o comércio europeu.
Resposta: O estudante poderá citar as feiras de Frankfurt, Praga, Colônia, Riga e Kiev, entre outras.
PAINEL
integrar com Geografia
Inovações técnicas das Grandes Navegações
Várias inovações técnicas ajudaram a desenvolver a navegação dos europeus nos séculos quinze e . dezesseis Eram inovações relacionadas principalmente aos tipos de embarcações e às fórmas de se orientar nos mares e nos oceanos. Confira a seguir algumas delas.
- Caravela portuguesa – navio com dois ou três mastros e velas em formato triangular, que podiam ser ajustadas para navegar a favor do vento ou contra sua direção. Essa embarcação passou a ser muito usada pelos portugueses a partir de 1441.
- Cartografia – prática de produção e estudo de mapas que foi aprimorada com as viagens marítimas. A partir do século , quinze cartógrafos europeus fizeram os primeiros registros das terras onde os navegadores chegavam. Esses mapas eram guardados em segredo pelos navegadores e seus patrocinadores. No entanto, certas informações circulavam porque havia espionagem de navegadores a serviço de um Estado que passavam a trabalhar para outro.
- Bússola – instrumento de orientação que se tornou essencial para os navegadores nas longas viagens marítimas. Sua invenção é atribuída aos antigos chineses, mas foram os árabes que levaram a bússola para a Europa.
- Astrolábio – instrumento de orientação que permite conhecer a localização de um navio pela posição dos astros. Esse instrumento foi inventado na Grécia antiga e divulgado na Europa Ocidental pelos árabes, que dominaram a Península Ibérica.
Orientações e sugestões didáticas
Alerta ao professor
A seção "Painel" trabalha aspectos do tema contemporâneo transversal Ciência e tecnologia, ao identificar inovações técnicas de diversas origens que possibilitaram a expansão marítima europeia nos séculos quinze e . dezesseis
Texto de aprofundamento
O texto a seguir aborda aspectos da vida cotidiana nos navios, sobretudo os naufrágios – risco muito frequente na navegação marítima do século . dezesseis
Os relatos de naufrágio e outras histórias
“Portugal lançava suas naus ao mar, com vistas para o mundo: África, América e, sobretudo, o Oriente. Estamos em meados do século . dezesseis Mesma época em que surge em língua portuguesa um gênero narrativo que ganha imediato prestígio e se espalha por toda a Europa, com grande sucesso. Trata-se dos relatos de naufrágio . reticências
As causas dos naufrágios eram bem conhecidas: embarcações velhas ou em mau estado, sobrecarga, arranjo desequilibrado das caixas no convés, falta de material de reposição, como cordas, velas e pregos. A explicação mística, porém, prevalecia: a culpa pelos pecados e o merecido castigo que chegava com o infortúnio do mar . reticências
Todos os relatos conhecidos narram acontecimentos da rota do Oriente, à exceção de um deles, o do naufrágio da nau Santo Antônio, ocorrido em 1565, em que viajava Jorge d’Albuquerque Coelho. Esse, além de ser um dos mais bem elaborados, do ponto de vista literário, é raro, pois narra um capítulo da história colonial brasileira. reticências uma descrição sobre a capitania de Pernambuco e a atuação da família dos Albuquerque Coelho na guerra contra os índios Caetés.
Outros relatos do período fazem referência ao Brasil. Caso da nau São Paulo que saíra em direção à Índia, em 1560, mas reticências é obrigada a arribar ao porto da Bahia . reticências O narrador, um boticário que ia para Goa, descreve a aventura com travo popular, humor ácido, povoado de ditados, citações e revelando também uma extraordinária capacidade de observação de costumes. reticências
reticências [Há razões que] justificam a trajetória bem-sucedida do sucesso dos folhetos: o fato de revelarem um sentimento de crise e de um estado de ânimo pessimista que tomava conta da Europa . reticências
Outros motivos, no entanto, concorrem para a popularidade dos relatos de naufrágio, dentre eles, um, de natureza técnica e material: a moda do texto impresso. Mesmo em um tempo em que a imprensa era recente, os livros, caros, e a população letrada, muito reduzida, o sucesso desses livrinhos confirmava que o mundo havia entrado de fórma irreversível na era da escrita. reticências
Os narradores descrevem um quadro fantástico: o mar coberto de barris e caixas, mercadorias caras, tapetes, tecidos, brocados; mirra e benjoim, riquezas que eram antes tão amadas por seus donos e que, no momento do perigo, são um estorvo, dificultando o equilíbrio dos navios . reticências
São também descritas cenas que aconteciam no interior dos navios: os homens trabalhando, crianças e mulheres chorando, outros se confessando em voz alta, padres organizando rezas e ladainhas .” reticências
MADEIRA, Angélica. Navegar é preciso, contar também. Revista de História da Biblioteca Nacional, volume6, página 66-71, 2005.
Temores e perigos
As Grandes Navegações despertaram fascínio e desconfiança da população. Não era fácil encontrar pessoas dispostas a trabalhar em uma viagem pelo Oceano Atlântico, conhecido como “mar tenebroso”. Havia o temor de que esse mar fosse habitado por monstros marinhos e sereias. Existiam também perigos reais, como tempestades com ventos fortes e ondas imensas, que poderiam fazer os navios naufragarem.
Além disso, o cotidiano nos navios era difícil. A tripulação alimentava-se da comida embarcada no porto onde a viagem começava. Quase não havia verduras e legumes frescos, que eram fontes de vitamina C. Isso causava uma doença chamada escorbuto. A comida disponível (carne-seca, farinha, cereais e biscoitos) era vigiada e controlada pelo capitão do navio e pelo despenseiro, homem que cuidava do depósito de mantimentos. Devido à higiene da época, ratos e baratas circulavam pelos navios, disputando os alimentos com os marinheiros.
Responda no caderno
para pensar
- Atualmente, quais locais são pouco visitados pelos seres humanos? Eles despertam fascínio ou desconfiança nas pessoas?
- Como você representaria esses locais? Crie um mapa com desenhos.
Versão adaptada acessível
1. Atualmente, quais locais são pouco visitados pelos seres humanos? Eles despertam fascínio ou desconfiança nas pessoas?
2. Como você descreveria esses locais? Utilize materiais táteis ou sonoros e crie uma representação deles.
Orientação para acessibilidade
Caso possível, além de uma descrição verbal, feita oralmente, pode-se propor aos estudantes a construção de uma representação sensorial com o uso de diferentes recursos como materiais emborrachados, papéis, tecidos com diferentes texturas, linhas, botões, materiais reciclados etc. Os estudantes também podem explorar diferentes objetos para representar a paisagem sonora que imaginam existir nesses locais. Para isso, podem ser usados recursos como grãos em garrafinhas, papéis, objetos metálicos, entre outros. Auxilie os estudantes durante a seleção e a organização dos materiais. O objetivo é incentivá-los a exercitar a criatividade.
DICA livro
FARIA, Antonio Augusto da Costa. Caravelas no Novo Mundo. São Paulo: Ática, 2003. (Coleção O cotidiano da História).
O livro aborda as Grandes Navegações portuguesas, as dificuldades enfrentadas pela tripulação dos navios e os contatos entre os navegadores e os povos indígenas da América Portuguesa.
Orientações e sugestões didáticas
Alerta ao professor
O boxe “Para pensar” contribui para o desenvolvimento das competências cê gê dois e . cê ê cê agá cinco
Para pensar
- Atualmente, os seres humanos têm acesso e conhecimento limitados sobre o espaço sideral, o fundo dos oceanos e as camadas mais profundas do planeta Terra. Até mesmo algumas regiões da superfície terrestre não foram completamente estudadas até hoje, como é o caso da Floresta Amazônica. Em geral, esses locais, por serem pouco conhecidos, despertam tanto fascínio como temores e desconfiança. Incentive a reflexão sobre como o desconhecido inspira a imaginação e comente que locais pouco explorados são representados de diferentes maneiras em filmes, pinturas, livros etcétera Em muitas representações, esses locais são habitados por seres dotados de inteligência e linguagem, com fórma humanoide, possuindo objetivos violentos ou pacíficos.
- Resposta pessoal. A atividade contribui para o exercício da imaginação e da criatividade dos estudantes.
Portugal e as navegações
Financiados pelo Estado, os navegadores portugueses foram os primeiros a realizar viagens marítimas de longa distância pelo Oceano Atlântico nos tempos modernos. Segundo historiadores, o pioneirismo português foi impulsionado por aspectos como:
- a experiência com navegação – desde o século treze os portugueses participavam do comércio marítimo europeu, e Lisboa foi se transformando em um dos portos mais movimentados da Europa;
- a posição geográfica – a localização de Portugal garantia livre acesso ao Oceano Atlântico, bons ventos e correntes marítimas favoráveis à navegação;
- a centralização política – na época, Portugal já era um Estado independente e unificado, com um governo capaz de financiar um projeto complexo e caro como a expansão marítima;
- o interesse de diversos grupos sociais – a expansão marítima tornou-se um projeto que despertou o interesse de comerciantes, nobres, membros da Igreja Católica e trabalhadores em Portugal. A expansão era uma oportunidade para acumular riquezas, adquirir prestígio, difundir a fé católica, buscar novos conhecimentos e melhorar de vida.
Expansão portuguesa
Em 1415, os portugueses conquistaram e saquearam Ceuta, um importante centro comercial dominado pelos muçulmanos no norte da África. Essa conquista é considerada o início da expansão marítima portuguesa.
Prosseguindo com a expansão, os navegadores portugueses tiveram de superar várias dificuldades para alcançar o Oriente contornando a África. Entre elas, destacamos a travessia do Cabo Bojador, região onde muitas embarcações afundavam, e do Cabo das Tormentas, que foi rebatizado pelo rei dom João segundo (1455-1495) de Cabo da Boa Esperança por ter criado a possibilidade de se chegar às Índias.
Orientações e sugestões didáticas
Alerta ao professor
O texto “Portugal e as navegações” favorece o desenvolvimento das habilidades ê éfe zero sete agá ih zero dois e ê éfe zero sete agá ih um três, pois identifica no contexto das navegações as conexões e interações entre as sociedades da Europa, da África e da Ásia, bem como caracteriza a ação dos europeus e suas lógicas mercantis visando ao domínio no mundo atlântico.
Os navegadores portugueses levaram mais de oitenta anos para conseguir contornar a costa da África. Durante esse processo, os portugueses criaram feitoriasglossário para o comércio de ouro, sal, ferro, marfim, tecidos, pessoas escravizadas etcétera Esse comércio enriqueceu a burguesia e a Coroa portuguesas, financiando a continuidade da expansão.
Em 1498, uma frota portuguesa liderada por Vasco da Gama (1469-1524) chegou à cidade de Calicute, na atual Índia. Essa viagem foi muito comemorada pelos portugueses, e Vasco da Gama retornou a Lisboa levando um carregamento que valia 60 vezes mais do que o custo da expedição. Assim, dois grandes objetivos foram alcançados: encontrar um novo caminho para o Oriente e romper com o monopólio comercial dos genoveses e venezianos.
Navegações portuguesas (século ) quinze
Responda no caderno
observando o mapa
A respeito das navegações portuguesas, responda:
- Quais continentes cada navegador alcançou?
- Quais navegadores atravessaram a linha do Equador e o meridiano de Greenwich?
Orientações e sugestões didáticas
Observando o mapa
- Gil Eanes ultrapassou o Cabo Bojador, localizado no norte da África (1434); Bartolomeu Dias atingiu o Cabo das Tormentas (atual Cabo da Boa Esperança), localizado na atual África do Sul (1488); Vasco da Gama chegou à atual Índia, na Ásia (1498); Pedro Álvares Cabral atingiu a região que corresponde hoje ao Brasil, na América, e depois dirigiu-se à atual Índia, na Ásia (1500).
- Bartolomeu Dias atravessou a linha do Equador e o meridiano de Greenwich em 1488. Posteriormente, Vasco da Gama (em 1498) e Pedro Álvares Cabral (em 1500) também atravessaram a linha do Equador e o meridiano de Greenwich.
Outras indicações
• Museu de Marinha, Lisboa, Portugal. Disponível em: https://oeds.link/AV4EnQ. Acesso em: 3 fevereiro 2022.
Página com fotografias, textos e vídeos sobre as navegações portuguesas.
OUTRAS HISTÓRIAS
Rinoceronte de durrár
Em 1515, o rei português dom Manuel primeiro (1469-1521) recebeu um presente especial: um rinoceronte indiano. O animal foi transportado da Índia para Portugal em uma viagem que durou 120 dias. Transportar um rinoceronte vivo com cêrca de 1,5 tonelada não deve ter sido fácil.
Quando o rinoceronte chegou a Lisboa, muita gente que nunca tinha visto esse animal ficou curiosa e quis conhecê-lo. Depois disso, circularam pela Europa relatos e desenhos do rinoceronte. Com base nessas descrições, o artista alemão Albrechi Durrár (1471-1528) criou uma xilogravura que ficou conhecida como Rinoceronte de . durrár
Além da representação do animal, a xilogravura traz um texto informando que: “[Em maio de 1515] foi trazido da Índia para o grande e poderoso rei Manuel de Portugal, em Lisboa, um animal vivo chamado rinoceronte. Sua fórma é representada aqui. Tem a cor de uma tartaruga manchada e é coberto de grossas escamas. É do tamanho de um elefante, mas com pernas mais curtas e quase invulnerável ”. reticências
Essa xilogravura pode ser vista como símbolo de um momento histórico importante, quando os europeus ampliaram seus conhecimentos e entraram em contato com povos de outros continentes. O contato com outras culturas influenciou a maneira de ver e pensar o mundo e a si mesmos.
Responda no caderno
Atividade
Albrechi Durrár representou o rinoceronte sem tê-lo visto, com base em relatos. Identifique semelhanças e diferenças entre a xilogravura e a fotografia do rinoceronte indiano. Em sua opinião, durrár conseguiu representar bem o animal?
Orientações e sugestões didáticas
Alerta ao professor
A seção “Outras histórias” intitulada “Rinoceronte de durrár” contribui para o desenvolvimento das competências cê gê dois e cê gê três, bem como da habilidade ê éfe zero sete agá ih zero dois, ao identificar as conexões e interações entre as sociedades da Europa e da Ásia no contexto das navegações.
Outras histórias
Os estudantes podem observar que existem muitas semelhanças entre as duas imagens: em suas , fórmas estruturas, chifre e pele grossa. No entanto, há também diferenças: na xilogravura, a pele do animal assemelha-se a uma armadura metálica e suas patas parecem ter escamas. Se achar conveniente, comente que essa espécie de rinoceronte está ameaçada de extinção em razão, entre outros fatores, da destruição de seu hábitat e da caça ilegal. Espera-se que eles percebam que há mais semelhanças do que diferenças entre as duas imagens, portanto o artista conseguiu representar bem o animal, mesmo sem tê-lo visto pessoalmente.
Orientação didática
Em suas expedições, os navegantes encontravam muitos animais tidos como exóticos. As tentativas de compreender esses novos seres estavam marcadas por referências da Antiguidade Clássica sobre monstros e criaturas maravilhosas. Além disso, o imaginário cristão construiu visões ambíguas sobre a América, concebendo-a ora como paraíso, ora como inferno. No período moderno, essas impressões sobre a América foram registradas por expedicionários como Américo Vespúcio, André , Têvet , Jãn dê lêrri Rans Stáden e . Ântoni Níveti
Outras indicações
• HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visões do paraíso. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
No livro escrito pelo historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda é abordada a construção do imaginário europeu sobre a América e a associação feita ao paraíso.
Chegada ao Brasil
Em 1500, o governo português enviou uma esquadra à Índia com a intenção de estabelecer comércio com os povos do Oriente. Em 9 de março daquele ano, treze navios partiram de Lisboa com destino a Calicute. Mais de mil tripulantes estavam a bordo, incluindo navegadores experientes. O comando dessa esquadra foi entregue ao nobre português Pedro Álvares Cabral (1467-1520). No decorrer da viagem, os navios da esquadra se afastaram da costa africana, indo em direção às terras americanas. As razões desse afastamento têm sido motivo de debate entre os historiadores: a mudança de rumo foi intencional ou ocorreu por acaso?
Na tarde de 22 de abril de 1500, os portugueses avistaram as terras do atual estado da Bahia, próximo a Porto Seguro. O lugar era habitado por indígenas e recebeu o nome de Vera Cruz, mas durante anos os europeus chamaram esse território de Terra de Santa Cruz, Terra dos Papagaios ou Brasil.
O nome Brasil estava associado à árvore pau-brasil e começou a ser usado nas primeiras décadas do século . Os comerciantes dessa madeira foram chamados “brasileiros”, mas essa expressão passou a designar, com o tempo, os colonos nascidos no Brasil. dezesseis
As áreas do continente americano dominadas por Portugal também são chamadas de América Portuguesa.
dica filme
Caramuru, a invenção do Brasil (Brasil). Direção de Guel Arraes, 2001. 100 minutos
A chegada dos portugueses ao território que hoje compreende o Brasil é o tema dessa comédia que mistura ficção e realidade.
dica livro
AMADO, Janaína; FIGUEIREDO, Luiz Carlos. A formação do império português (1415-1580). São Paulo: Atual, 1999. (Coleção Discutindo a História).
No livro são apresentadas as viagens marítimas como parte fundamental da formação do Império Português e as disputas pelas rotas com outros comerciantes europeus.
Orientações e sugestões didáticas
Orientação didática
Os historiadores trabalham com duas hipóteses a respeito da intencionalidade ou não na chegada de Pedro Álvares Cabral ao território que hoje pertence ao Brasil. A primeira hipótese se relaciona à ideia de que o navegador teria aportado no Brasil em 1500 sem estudos prévios. Na verdade, ele estaria em uma rota para as Índias.
A segunda hipótese indica que havia uma investigação prévia para essa navegação, pois Cabral organizou uma expedição com muitas naus e tripulantes. Cabe observar, todavia, que a intencionalidade na organização da expedição não significa uma clareza quanto às terras nas quais iriam aportar. Tendo em vista a precariedade dos mapas do período, essa intenção relaciona-se apenas a uma ideia geral de que haveria novas terras e não a um conhecimento preciso sobre o local.
Espanha e as navegações
No final do século , quinze o governo espanhol financiou o projeto de navegação do genovês Cristóvão Colombo (1451-1506). Esse navegador pretendia chegar à Índia percorrendo uma rota diferente da que foi usada pelos portugueses.
Com base na ideia de que a Terra era redonda, como muitos estudiosos defendiam, Colombo elaborou um plano para atingir o Oriente navegando rumo ao oeste, isto é, em direção ao Ocidente.
Com três navios – Santa Maria, Pinta e Niña – concedidos pelos reis espanhóis, Colombo e sua tripulação partiram do porto espanhol de Palos em 3 de agosto de 1492. Em 12 de outubro, chegaram a terras que pensavam ser as Índias e, por isso, chamaram seus habitantes de índios. Mas o lugar em que aportaram era uma ilha no Mar do Caribe, chamada pelos nativos de Guanahani, à qual os espanhóis deram o nome de São Salvador.
Colombo retornou à Espanha e, nos anos seguintes, comandou mais três viagens pelo Oceano Atlântico, sempre acreditando que havia chegado à Índia. Morreu sem saber que chegara a outro continente. Somente com as viagens de outros navegadores, sobretudo do florentino Américo Vespúcio (1454-1512), é que o engano foi esclarecido. O continente passou a ser chamado de América em homenagem a esse navegador.
As áreas do continente americano que, posteriormente, foram dominadas pela Espanha também podem ser chamadas de América Espanhola.
Orientações e sugestões didáticas
Alerta ao professor
O texto “Espanha e as navegações” contribui para o desenvolvimento das habilidades ê éfe zero sete agá ih zero dois e , pois identifica no contexto das navegações as conexões e interações entre as sociedades do Novo Mundo e da Europa, bem como caracteriza a ação dos europeus e suas lógicas mercantis visando ao domínio no mundo atlântico. ê éfe zero sete agá ih um três
Atividade complementar
A partir do século , quinze portugueses e espanhóis conquistaram parte da África e da América, onde impuseram diversos elementos de sua cultura, como seus idiomas. Atualmente, estima-se que em todo o mundo cêrca de 260 milhões de pessoas falem a língua portuguesa. Já o idioma espanhol é falado por mais de 500 milhões de pessoas, sendo a segunda língua mais falada no Ocidente. Em sua opinião, é importante aprender outros idiomas além do português? Por quê?
Resposta: Refletir sobre o fato de que o idioma é um dos grandes legados históricos, pois a língua é uma espécie de chão por onde caminha a cultura. Atualmente, o ensino de língua estrangeira é obrigatório no Brasil. É importante destacar que a aprendizagem de línguas estrangeiras contribui para o ingresso no mercado de trabalho e para o exercício da cidadania em um mundo globalizado.
Atividade complementar
Leia algumas impressões de Cristóvão Colombo após o primeiro contato dos navegadores espanhóis com os nativos da América e, depois, responda à questão.
“ reticências vieram nadando até os barcos reticências onde estávamos, trazendo papagaios e fio de algodão em novelos e lanças e muitas outras coisas, que trocamos por coisas que tínhamos conosco, como miçangas e guizos. reticências Andavam nus como a mãe lhes deu à luz . reticências Todos, sem exceção, são de boa estatura, e fazem gesto bonito, elegantes. reticências Devem ser bons serviçais e habilidosos, pois noto que repetem logo o que a gente diz e creio que depressa se fariam cristãos; me pareceu que não tinham nenhuma religião.”
COLOMBO, Cristóvão. Diários da descoberta da América: as quatro viagens e o testamento. Porto Alegre: , 1984. Ele e Pê ême página 44-45.
Qual foi a impressão que Colombo teve a respeito da religiosidade dos nativos? O que ele escreveu sobre o assunto?
Resposta: De acordo com o texto, Colombo pensava que os indígenas não tinham religião e que, por isso, podiam ser convertidos ao cristianismo ou “salvos” pela conversão.
Outros navegantes
Depois de Cristóvão Colombo, outros navegadores a serviço dos reis espanhóis exploraram novas terras. Entre eles:
- Vicente iãnhes Pinzón (1462-1514) e seus comandados chegaram à foz do Rio Amazonas em 1500;
- Vasco Nuñez de Balboa (1475-1519) e seus comandados alcançaram o Oceano Pacífico, em 1513, após atravessarem a pé o istmoglossário do Panamá;
- Fernão de Magalhães (1480-1521) comandou, em 1519, a primeira viagem de circum-navegação da Terra, mas ele morreu durante o trajeto. A viagem foi completada em 1522 sob a liderança de Sebastião d’el Cano (1476-1526).
Disputas pelas novas terras
Os governantes de Portugal e Espanha quase entraram em conflito para assegurar a posse das novas terras. Por fim, assinaram um acordo na cidade espanhola de Tordesilhas, em 1494. Por esse acordo, conhecido como Tratado de Tordesilhas, traçou-se uma linha vertical imaginária que passava 370 léguas a oeste de Cabo Verde. As terras a oeste da linha pertenceriam à Espanha, enquanto as terras a leste seriam de Portugal.
Tratado de Tordesilhas (1494)
responda oralmente
observando o mapa
A maior parte da atual costa brasileira estava localizada a leste ou a oeste do meridiano de Tordesilhas?
Orientações e sugestões didáticas
Observando o mapa
A maior parte da atual costa brasileira está localizada a leste do meridiano de Tordesilhas.
Alerta ao professor
O boxe “Observando o mapa” contribui para o desenvolvimento das competências cê ê cê agá sete e cê ê agá cinco ponto
Texto de aprofundamento
Leia a seguir o texto do especialista em cartografia histórica Jorge Pimentel Cintra sobre o Tratado de Tordesilhas.
Considerações sobre o Tratado de Tordesilhas
“O Tratado de Tordesilhas reticências pretendia especificar minuciosamente a divisão das terras entre Portugal e Espanha. reticências
reticências Assim, na teoria tudo parecia resolvido, mas na prática os problemas logo apareceram devido a dificuldades interpretativas e técnicas. reticências
As dificuldades técnicas residem no valor da légua e na impossibilidade de medir longitudes com precisão. reticências
Com essa indefinição da linha divisória, o Tratado foi pouco eficaz do ponto de vista demarcatório e prevaleceu mesmo a ocupação efetiva do território. reticências
Assim, o Tratado de Tordesilhas serviu para que Portugal e Espanha não entrassem em conflitos armados e pouco valeu perante outras nações, como era de esperar. Ocupações ocorreram em toda a América e foi essa ocupação de fato, com uso ou não da fôrça, que definiu a posse dos territórios, por parte da Inglaterra, França, Holanda, além das tentativas de alemães.”
CINTRA, Jorge Pimentel. O mapa das córtes e as fronteiras do Brasil. Boletim Ciências Geodésicas, Curitiba, volume 18, número 3, página 422-423; 426, , julho a setembro 2012.
Navegações francesas, inglesas e holandesas
Reis de outros Estados, como França e Inglaterra, não concordaram com o Tratado de Tordesilhas. Tendo seus interesses contrariados por esse tratado, o rei francês Francisco primeiro (1515-1547) teria dito: “Onde está o testamento de Adão, dividindo o mundo entre Portugal e Espanha?”.
Assim, franceses, ingleses e holandeses também investiram nas navegações marítimas e colonizaram regiões da América (Haiti e Estados Unidos, por exemplo), concorrendo com os portugueses e os espanhóis a partir do final do século . dezesseis Eles buscaram um novo caminho para o Oriente pelo norte do Oceano Atlântico. Isso porque os espanhóis e os portugueses já dominavam as rotas pelo sul do oceano. Embora um novo caminho não tenha sido encontrado, essas navegações possibilitaram a exploração e a ocupação da América do Norte.
Mais tarde, no século , dezessete holandeses e franceses se envolveram no comércio com os africanos, principalmente na África Ocidental. O objetivo dos europeus era comprar seres humanos para trabalharem como escravizados em suas colônias na América.
Também nessa época, parte dos territórios controlados pelos portugueses no Oriente foi entregue aos ingleses em troca de acordos de proteção militar. Bombaim, por exemplo, que estava sob domínio luso desde 1534, foi dada como dote da princesa Catarina de Bragança (1638-1705) ao se casar com o rei Carlos segundo (1630-1685) da Inglaterra, em 1661. Bombaim é hoje uma das maiores cidades indianas.
Orientações e sugestões didáticas
Alerta ao professor
O texto “Navegações francesas, inglesas e holandesas” contribui para o desenvolvimento das habilidades ê éfe zero sete agá ih zero dois e ê éfe zero sete agá ih um três, pois identifica no contexto das navegações as conexões e interações entre as sociedades do Novo Mundo, da Europa, da África e da Ásia, bem como caracteriza a ação dos europeus e suas lógicas mercantis visando ao domínio no mundo atlântico.
Navegações árabes e chinesas
No século , quinze os navegadores árabes dominaram importantes rotas comerciais no Oceano Índico. Essas rotas ligavam a Índia à Península Arábica e à África Oriental. Assim, quando chegaram à Índia em 1498, os portugueses disputaram com os árabes um espaço nesse comércio.
Entre os séculos doze e , quinze os chineses vivenciaram um período de apogeu na navegação e intensificaram o comércio marítimo com povos asiáticos, africanos e árabes.
Um dos grandes navegadores chineses foi djãng rãã (1371-1435). Ele liderou sete expedições nos oceanos Pacífico e Índico entre 1405 e 1433, alcançando a Península Arábica e a África Oriental. Seu objetivo era estabelecer relações diplomáticas, fazer comércio e cobrar tributos de regiões vizinhas.
Apesar de terem desenvolvido uma sofisticada tecnologia de navegação, os chineses passaram a se concentrar no desenvolvimento de seu mercado interno em meados do século . quinze Com isso, a expansão marítima chinesa foi interrompida e seu comércio exterior sofreu restrições.
Navegações de djãng rãã (século ) quinze
Orientações e sugestões didáticas
Alerta ao professor
O texto “Navegações árabes e chinesas” favorece o desenvolvimento da habilidade , ao comparar as navegações nos oceanos Atlântico e Pacífico entre os séculos ê éfe zero sete agá ih zero seis catorze e . dezesseis
Texto de aprofundamento
Leia a seguir o texto sobre as navegações marítimas chinesas comandadas por . djãng rãã
As navegações de djãng rãã
“As sete viagens de , djãng rãã entre 1405 e 1433, foram bastante importantes . reticências Nas primeiras viagens visitaram a Índia e muitos portos no caminho. A quarta [viagem] ultrapassou a Índia e foi até . Ormúz As três últimas viagens percorreram portos na costa oriental da África até o sul, em Malindi (perto de Mombasa), onde a porcelana e as moedas de cobre dos Song os tinham precedido. Embarcações destacadas da esquadra fizeram trajetos menores especiais, um deles até Meca. reticências Ele [] djãng rãã fez algum comércio, mas preocupou-se, sobretudo, em estabelecer extensivas relações diplomáticas com cêrca de trinta países. Embora raramente fosse agressivo, ele chegou a travar algumas batalhas.
reticências Quando essas viagens cessaram, por volta de 1433, nunca mais se deu continuação a elas. Em vez disso, seus registros foram destruídos pelo vice-presidente do Ministério da Guerra por volta de 1479, e o comércio marítimo chinês foi severamente restringido até 1567.”
; Férbenqui, Djon Quing . Gôldiman, Mêr China: uma nova história. terceira edição Porto Alegre: Ele e Pê ême, 2008. página 140.
Outras indicações
As navegações realizadas pelas civilizações da Ásia são um tema com pouca bibliografia em língua portuguesa. A seguir, indicamos alguns estudos que abordam a questão.
- DUARTE, Paulo Afonso Brardo. O Oceano Esquecido: as incursões chinesas no Pacífico Sul. inteléctor, volume 12, número 23, página 111-138, 2015.
- GONÇALVES, Ricardo Mário. A presença chinesa no Oceano Índico Ocidental no século : quinze as viagens de . Chengrrô Revista de História, volume 34, número 70, página 331-341, 1967.
- PINTO, Paulo Jorge de Sousa. Malaca, Manila e Batávia. Os chineses ultramarinos no contexto dos impérios europeus na Ásia do Sueste (séculos ). dezesseis a dezessete In: LOBATO, Manuel; MANSO, Maria de Deus (). coordenação Mestiçagens e identidades intercontinentais nos espaços lusófonos. Braga: Núcleo de Investigação em Ciências Políticas e Relações Internacionais, 2013. Disponível em: https://oeds.link/b0wxKZ. Acesso em: 4 fevereiro 2022.
OFICINA DE HISTÓRIA
Responda no caderno
Conferir e refletir
1. A partir do século , quinze diversas inovações tecnológicas contribuíram para o desenvolvimento das Grandes Navegações. Reúna-se com um colega e façam as atividades a seguir sobre esse assunto.
- Citem algumas dessas inovações. Entre as inovações citadas, quais são utilizadas até hoje?
- A quem é atribuída a invenção da bússola e do astrolábio? Que povo apresentou esses instrumentos aos europeus?
Interpretar texto e imagem
integrar com geografia
2. A cartografia teve um grande desenvolvimento durante as Grandes Navegações. Com base nessa informação, analise o mapa e faça o que se pede.
Península Ibérica: divisão política atual
- Qual é o tema desse mapa?
- Pesquise o significado da palavra “península”.
- Quais são os dois principais países situados na Península Ibérica?
- Com base na rosa dos ventos do mapa, responda:
- a Espanha está a leste ou a oeste de Portugal?
- o Mar Mediterrâneo banha o sul de Portugal ou o sul da Espanha?
- qual oceano está a leste de Portugal?
- Qual é o nome do estreito que liga o Mar Mediterrâneo ao Oceano Atlântico?
- Observando o mapa, responda às questões.
- Quais são os nomes da capital de Portugal e da capital da Espanha?
- Qual é a escala utilizada no mapa?
- Com base na escala, qual é a distância em linha reta entre as capitais de Portugal e da Espanha?
Orientações e sugestões didáticas
Alerta ao professor
Esta seção contribui para o desenvolvimento das seguintes competências e habilidade da Bê êne cê cê:
• cê gê dois (atividades 2 e 4);
• cê gê três (atividades 3 e 4);
• cê ê cê agá sete (atividade 2);
• cê ê agá três (atividades 3 e 4);
• ê éfe zero sete agá ih zero dois (atividade 1).
Oficina de História
Conferir e refletir
-
- Entre as principais inovações que contribuíram para as Grandes Navegações estão a caravela portuguesa, o aprimoramento da cartografia, a bússola e o astrolábio. Até hoje são utilizadas a bússola e as cartas de navegação como meios de orientação e os navios como meio de transporte.
b. A invenção da bússola é atribuída aos chineses, mas foram os árabes que a levaram para a Europa. Já o astrolábio foi criado pelos gregos antigos, mas também apresentado aos europeus pelos árabes.
Interpretar texto e imagem
- Atividade interdisciplinar com Geografia que desenvolve metodologia ativa e pensamento computacional, ao promover a leitura de mapas por meio da abstração e decomposição de seus elementos, bem como o reconhecimento de padrões. As perguntas desta atividade exploram três elementos: título do mapa (item a); localização e uso da rosa dos ventos (item d); e leitura de dados do mapa, que, nesse caso, indicam capitais, cidades principais e escala (item f). Esses elementos podem ser utilizados para interpretar diferentes mapas políticos por meio do reconhecimento desse padrão e do estabelecimento de uma sequência de passos.
- O mapa representa características políticas da Península Ibérica.
- “Península” é uma porção de terras cercada de água por todos os lados, menos por um, que se liga ao continente.
- Portugal e Espanha.
- A Espanha está a leste de Portugal e é banhada pelo Mar Mediterrâneo ao sul. A leste de Portugal encontra-se o Oceano Atlântico.
- Estreito de Gibraltar.
- As capitais de Portugal e Espanha são, respectivamente, Lisboa e Madri. A escala utilizada neste mapa é de 210 quilômetros para cada centímetro. Como a distância entre Lisboa e Madri no mapa é de 2 centímetros, infere-se que a distância entre as duas capitais é de cêrca de 420 quilômetros.
integrar com Língua Portuguesa
3. Leia a seguir versos do poema “Mar português”, escrito pelo poeta Fernando Pessoa (1888-1935).
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.”
PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1969. página 82.
- O poema se refere à conquista marítima portuguesa. Destaque dois versos que mostram as dificuldades dessa conquista.
- Segundo o poeta, “valeu a pena” enfrentar os desafios da conquista marítima? Comente.
integrar com arte
4. Observe a imagem e responda às questões.
- O que Colombo está segurando na mão esquerda? O que isso simbolizaria?
- Durante a expansão marítima, os navios costumavam ter uma tripulação numerosa, mas, no navio representado, Colombo aparece sozinho. Que explicação você daria para isso?
- Que criaturas foram representadas no mar? Elas faziam parte do imaginário europeu na época dessa expansão?
Orientações e sugestões didáticas
- Atividade interdisciplinar com Língua Portuguesa que promove a leitura inferencial para interpretar um poema.
- Os estudantes poderão destacar, por exemplo, que mães choraram e noivas não se casaram com os marinheiros e que, poeticamente, os sacrifícios do povo português tornaram as águas do mar salgadas.
- De acordo com o poema, apesar de todos os desafios, a expansão marítima “valeu a pena”.
- Atividade interdisciplinar com Arte.
- Um estandarte com a imagem de Jesus Cristo crucificado, simbolizando a missão cristã de Colombo.
- A gravura procura transmitir a ideia de que Colombo foi o único responsável por levar a Espanha à América.
- Monstros e criaturas marinhas. Nos séculos quinze e , dezesseis essas criaturas faziam parte do imaginário de muitos europeus que temiam o mar.
Glossário
- Pioneiro
- : aquele que é o primeiro, que está na liderança.
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- Feitoria
- : armazém fortificado no litoral onde se guardavam e negociavam mercadorias com os nativos.
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- Istmo
- : estreita faixa de terra situada entre dois mares, que une duas áreas maiores de terra.
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