UNIDADE 3 BRASIL IMPÉRIO
CAPÍTULO 9 GUERRA E ABOLIÇÃO
Após um período de calmaria, a partir dos anos 1870 a monarquia passou a enfrentar crises, que foram motivadas, sobretudo, pelo desgaste em consequência da Guerra do Paraguai e pela campanha abolicionista.
Do início ao fim, o Império Brasileiro foi escravista. A relação entre império e escravidão foi tão estreita que a abolição da escravatura praticamente coincidiu com o fim da monarquia – nos anos 1888 e 1889, respectivamente.
A Lei Áurea, que extinguiu a escravidão no Brasil, não acabou com as relações perversas decorrentes desse regime, cujas marcas profundas podem ser percebidas até os dias atuais.
responda oralmente
para começar
Quais são as marcas deixadas pela escravidão no Brasil? O que você pensa sobre o assunto? Comente com os colegas.
Do apogeu à guerra
Segundo alguns historiadores, na década de 1860, o Império Brasileiro estava no seu apogeu, tinha atingido seu ponto máximo. Naquele momento, o tráfico internacional de escravizados havia sido extinto por lei, chegavam novos imigrantes e algumas cidades se modernizavam.
Em meados dessa década, teve início a Guerra do Paraguai, um dos conflitos mais sangrentos da América do Sul.
Guerra do Paraguai
Durante o Segundo Reinado, o Brasil se envolveu em conflitos internacionais na região do Rio da Prata, nos quais também estavam envolvidos a Argentina, o Uruguai e o Paraguai. O mais longo e sangrento foi a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), mais conhecida no Brasil como Guerra do Paraguai. De um lado, lutaram os soldados paraguaios e, do outro, os soldados da Tríplice Aliança, formada por brasileiros, argentinos e uruguaios.
A guerra foi motivada por questões de fronteiras e disputas pelo contrôle da navegação nos rios da região platina. O Paraguai era um país sem acesso ao mar. Em certo momento, o governo paraguaio, chefiado por Solano López (1827-1870), presidente do Paraguai na época, decidiu conquistar uma saída para o mar e, assim, melhorar as vias de acesso ao comércio exterior.
De acordo com militares brasileiros, o estopimglossário da guerra ocorreu em novembro de 1864, quando autoridades paraguaias capturaram o navio brasileiro Marquês de Olinda, que atravessava o Rio Paraguai rumo à província de Mato Grosso.
Várias mulheres marcaram presença na Guerra do Paraguai. Elas cuidavam dos doentes, cozinhavam e preparavam a artilharia. Algumas participaram diretamente das batalhas, como as brasileiras Florisbela, Maria Curupaiti e Jovita Alves Feitosa (1848-1867). Outras atuaram como enfermeiras, como foi o caso de Ana Néri (1814-1880).
Observe na linha do tempo e no mapa quais foram as principais batalhas dessa guerra.
Batalhas da Guerra do Paraguai (1864-1870)
Responda no caderno
observando o mapa
Em que país ocorreu a maior parte das batalhas da Guerra do Paraguai?
Consequências da guerra
O conflito encerrou-se em 1870, mas o Paraguai continuou ocupado por tropas brasileiras até 1876. Não se sabe ao certo quantas mortes essa guerra provocou, mas alguns historiadores calculam que tenham morrido mais de 100 mil combatentes de ambos os lados. Além disso, a Guerra do Paraguai teve consequências territoriais, econômicas e políticas no Brasil. Conheça algumas delas a seguir.
- Territórios: áreas pertencentes ao Paraguai foram anexadas ao Brasil, o que garantiu o tráfego fluvial para Mato Grosso.
- Aumento da dívida externa: a economia foi afetada pelos gastos com a guerra. Governo e produtores passaram a depender ainda mais de empréstimos feitos no exterior, principalmente de banqueiros britânicos, o que aumentou a dívida externa brasileira.
- Fortalecimento do exército: depois da guerra, o exército passou a ter um novo papel político no país. Muitos militares assumiram posições contrárias à escravidão e demonstraram simpatia pela causa republicana. Para esses militares, era absurdo manter a escravidão no Brasil, país que contou com negros escravizados e livres para vencer a guerra.
OUTRAS HISTÓRIAS
Versões sobre a Guerra do Paraguai
A interpretação dos historiadores brasileiros sobre a Guerra do Paraguai mudou ao longo do tempo. Leia os trechos selecionados a seguir para entender como isso se deu.
“A primeira versão oficial é reticências propagada pelo exército brasileiro, que tinha como principal tendência apresentar o Brasil como o glorioso vencedor da guerra. Tais estudos privilegiavam reticências estratégias de guerra e enaltecimento de seus comandantes militares reticências. Nessas narrativas prevaleceu reticências uma interpretação que apontava para o governo paraguaio como o causador da guerra, o responsável pelo conflito, pois, segundo esta visão, foi esse governo que invadiu/agrediu o Império do Brasil. Essa fórma hegemônica de interpretação, que ganhou espaço no final do período imperial e perdurou por boa parte do período republicano, tendia a personificar a guerra na figura do presidente do Paraguai, Francisco Solano López reticências.
Em fins da década de 1960, foi desenvolvida uma reticências [outra] perspectiva sobre o conflito reticências. Ao tentar desconstruir mitos criados pela historiografia precedente, a historiografia revisionista findou por criar novos mitos, como o suposto desenvolvimento paraguaio do pré-guerra. A abordagem revisionista teve como destacados autores o historiador argentino León Pomer (1980) e o jornalista brasileiro José Júlio Chiavenatto (1983) reticências.
Em meados da década de 1980 reticências, começou a emergir uma reticências [nova] perspectiva reticências, [cujos autores] questionam a participação e responsabilidade inglesa no conflito; questionam o desenvolvimento econômico do Paraguai; apresentam como razões para a Guerra os conflitos e interesses regionais. Destacamos aqui as obras de Luiz Alberto Moniz Bandeira reticências, Ricardo Salles reticências, Francisco Doratioto, Alfredo da Mota Menezes reticências [e] André Toral reticências.”
SALLES, André Mendes. A Guerra do Paraguai na historiografia brasileira: algumas considerações. Cadernos do Aplicação, Pôrto Alegre, volume 27-29, 2014-2015. página 29-35. Disponível em: https://oeds.link/yOOi8N. Acesso em: 24 maio 2022.
Responda no caderno
Atividade
Com base no texto, explique com suas palavras a seguinte frase: As diferentes versões sobre a Guerra do Paraguai ajudam a entender que a História é um conhecimento em construção permanente.
Fim da escravidão
Em meados do século dezenove, a escravidão atingiu seu ponto máximo e ter cativos não era apenas privilégio dos senhores ricos. Pequenos proprietários também tinham escravizados trabalhando nas ruas, nos serviços domésticos e na lavoura.
Durante o período em que a escravidão existiu no Brasil, milhares de escravizados haviam conseguido suas alforrias, uma fórma de liberdade conseguida por meio de negociação com os senhores ou concedidas por estes. Mas isso não mudou o fato de que a propriedade de um ser humano por outro ser humano ainda era legal no país. Muitas pessoas libertas ou alforriadas se engajaram na luta pelo fim da escravidão.
Campanha abolicionista
Após a Guerra do Paraguai, cresceu no país a campanha abolicionista, um movimento social e popular a favor da abolição. Os abolicionistas se manifestavam por meio de panfletos, artigos, charges e comícios. Multidões reuniam-se para exigir o fim da escravidão. Vários descendentes de africanos faziam parte desse grupo, como o advogado Luiz Gama, o engenheiro André Rebouças, o jornalista José do Patrocínio e a musicista Chiquinha Gonzaga.
• Luiz Gama (1830-1882) – escritor, jornalista, advogado e abolicionista baiano. Ele era filho da ex-escravizada Luiza Marrín e de um fidalgo de origem portuguesa. Conta-se que Luiza participou da Revolta dos Malês e da Sabinada. Gama nasceu livre, mas, aos 10 anos, foi vendido como escravo por seu pai para sanar uma dívida de jogo. Aos 18 anos, ele aprendeu a ler e a escrever e conseguiu provar na Justiça que tinha direito à liberdade. Atuou na cidade de São Paulo, onde acompanhou aulas de Direito como ouvinte e ajudou a libertar mais de 500 pessoas escravizadas. Quando não conseguia vencer nos tribunais, ele comprava a alforria dos escravizados. Em 2015, Luiz Gama foi reconhecido como advogado pela Ordem dos Advogados do Brasil ( ó á bê).
• André Pereira Rebouças (1838-1898) – engenheiro e abolicionista baiano. Seus irmãos, Antônio e José, também se tornaram engenheiros. André foi um dos mais importantes especialistas em engenharia ferroviária e hidráulica da época e realizou obras para o abastecimento de água na cidade do Rio de Janeiro. Foi também professor de cálculo, botânica, zoologia, arquitetura e construção. Além da abolição, defendia a democratização do acesso à terra. Ajudou a criar a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão e participou da Confederação Abolicionista.
• José do Patrocínio (1853-1905) – jornalista, farmacêutico, escritor e abolicionista fluminense. Iniciou a carreira de jornalista em 1877, trabalhando na Gazeta de Notícias como redator. Nesse jornal, publicou textos sobre a abolição. Entre 1880 e 1888, participou da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão e da Confederação Abolicionista. Patrocínio também preparou fugas de cativos e coordenou campanhas de arrecadação de fundos para a compra da liberdade deles. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras ( á bê éli).
• Chiquinha Gonzaga (1847-1935) – nascida na cidade do Rio de Janeiro, era compositora, pianista, regente e defensora da abolição. Pioneira para os padrões da época, compôs músicas para peças teatrais e criou cêrca de duas mil composições. Participou de festivais artísticos destinados a arrecadar fundos para a compra de liberdade para os escravizados. Assim como Chiquinha, outras mulheres tomaram parte em campanhas abolicionistas, como a escritora Maria Firmina dos Reis (1825-1917), a poetisa Maria Amélia de Queirós, a escritora Inês Sabino (1853-1911) e a costureira Leonor Pôrto, que fundou a associação abolicionista Ave, Libertas em 1884.
Leis abolicionistas
Em meio às pressões internas e externas, na segunda metade do século dezenove, os parlamentares brasileiros votaram leis que libertaram parte dos escravizados.
- Lei do Ventre Livre (1871): libertava os filhos de mulheres escravizadas nascidos no Brasil, mas os obrigava a ficar com os donos de suas mães até os 8 anos. Depois dessa idade, os senhores poderiam escolher entre libertar as crianças e receber indenização do governo ou continuar explorando o trabalho delas até que completassem 21 anos. Essa segunda alternativa foi a adotada na maioria dos casos. A lei instituiu também o fundo de emancipação destinado à compra da liberdade dos cativos. Tudo parecia favorável aos senhores, mas os escravizados também tiveram o reconhecimento de um direito conquistado ao longo de muito tempo: poupar recursos para comprar a própria liberdade.
- Lei dos Sexagenários (1885): libertava as pessoas escravizadas com mais de 60 anos. Os abolicionistas e parte da sociedade ficaram indignados com essa lei, favorável aos senhores. Afinal, libertar homens e mulheres com mais de 60 anos, depois de uma vida toda de trabalho, significava livrar os antigos donos da obrigação de sustentar os poucos idosos que tinham conseguido sobreviver à escravidão. Por conta das terríveis condições de vida impostas a eles, a maioria dos cativos morria antes de chegar a essa idade.
Essas leis permitiram aos senhores de escravizados ganhar tempo e adiar a abolição. Elas não resolveram o problema da escravidão, mas transformaram a justiça em um campo de luta pela liberdade.
Em 13 de maio de 1888, a escravidão foi extinta no Brasil com a promulgação da chamada Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel. Ela exercia a regência do império enquanto dom Pedro segundo, seu pai, viajava pela Europa. Mais de 700 mil escravizados foram libertados a partir da promulgação da Lei Áurea.
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Transcrição do áudio
O fim da escravidão
[Locutora]: A abolição da escravidão no Brasil não se deu da noite para o dia. O processo ocorreu de forma gradativa, exercendo forte impacto sobre diversos setores da sociedade que giravam em torno da lógica escravocrata.
[Música instrumental ao fundo]
[Locutora]: A extinção total do tráfico de escravizados se deu a partir de 1850, após a promulgação da Lei Eusébio de Queirós. Sem a entrada de mais escravizados no país, as zonas de produção açucareira e cafeeira são seriamente afetadas e passam a competir internamente por mão de obra. Também se altera a relação entre proprietários de terra e a população pobre livre. Sobre essa questão, vamos ouvir agora o professor e pesquisador do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense, o Doutor Tâmis Peixoto Parron.
[Música instrumental ao fundo]
[Professor Tâmis]: Até então os proprietários e os agregados tinham um vínculo mediado por obrigações morais de natureza não econômica. Depois, quando a mão de obra escravizada seca, os proprietários olham para os agregados como futuros trabalhadores ou como trabalhadores em potencial. A transformação do agregado em trabalhador significa a proletarização daquele celeiro humano. Um processo difícil, tortuoso, conflituoso.
[Música instrumental ao fundo]
[Locutora]: A Lei do Ventre Livre, de 1871, rompeu com a noção do ventre como gerador de mais propriedade humana, declarando livres os filhos que nasciam de escravizadas. Mas será que isso garantia plena liberdade a eles?
[Música instrumental ao fundo]
[Professor Tâmis]: O que a elite imperial brasileira e depois republicana e depois de diversos outros regimes no nosso país fez? Declarou que o direito do voto e o direito a ocupar cargos públicos só podiam ser exercidos por pessoas alfabetizadas. Como a maioria dos analfabetos eram essas pessoas escravizadas que estavam saindo do ventre escravo, no fundo, essa lei cortou do jogo político os negros aqui no Brasil.
[Música instrumental ao fundo]
[Locutora]: A abolição total da escravatura aconteceu em 1888, por meio da Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel. A escravidão no Brasil não foi um acontecimento isolado e distante no tempo. As configurações sociais que se estabeleceram durante os 400 anos de sua duração influenciam e moldam a nossa sociedade até os dias atuais, provocando desigualdades sociais e econômicas.
Heranças da escravidão
Apesar da abolição, a vida dos africanos e dos negros brasileiros continuou difícil depois de 1888 e eles continuaram não sendo tratados como cidadãos. Entre aqueles que haviam sido escravizados, eram raros os que conseguiam trabalhar por conta própria ou em algum emprego. Muitos continuaram a trabalhar nas mesmas fazendas ou nos locais onde antes eram cativos.
Mais de 130 anos se passaram desde a abolição; porém, os séculos de escravidão ainda pesam sobre a sociedade brasileira atual. Dados estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( í bê gê É) mostram que a pobreza e a violência afetam mais a população negra (a soma das populações preta e parda) do que a branca. A taxa de desemprego entre os negros é maior do que entre os brancos, e o salário médio dos trabalhadores brancos é superior ao dos negros nas mesmas funções. Confira, a seguir, dados que mostram como a população negra é a maior vítima de homicídios, além de ocupar posições desfavorecidas em diversos setores sociais.
Dados como esses demonstram ser inegável que os negros enfrentam o racismo no Brasil. Em função disso, o movimento negro tem lutado em várias frentes. Uma delas é pela implementação de ações afirmativas que levem à construção de uma sociedade mais igualitária e justa. De modo geral, as ações afirmativas são medidas especiais que visam combater desigualdades históricas, rompendo discriminações raciais, étnicas, religiosas, de gênero, entre outras.
Texto do Infografico
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Conquistas recentes
Graças à mobilização do movimento negro brasileiro, no início do século vinte e um foram aprovadas leis que estabelecem a obrigatoriedade do ensino de história da África e de cultura afro-brasileira nas escolas. Essas leis são bem-vindas, pois fortalecem a escola como espaço para a superação de preconceitos e formação de cidadãos.
Há outros exemplos de conquistas recentes, como o crescimento do número de mulheres negras chefiando e provendo domicílios. Isso revela o aumento da presença delas no mercado de trabalho. As estatísticas também indicam uma pequena melhora no acesso ao ensino. Se em 2005 apenas 5,5% dos jovens negros cursavam Ensino Superior, em 2015 esse índice passou para 12,8%. Em 2018, 50,3% dos estudantes de universidades federais do Brasil eram negros, mas ainda estão sub-representados, já que pretos e pardos são 55,8% da população brasileira, conforme dados do í bê gê É.
dica filme
O fio da memória (Brasil). Direção de Eduardo Coutinho, 1991. 115 minutos
A partir da história de vida e dos diários do senhor Gabriel, trabalhador filho de ex-escravizados, o filme apresenta muitos dos problemas enfrentados pelos negros em seu cotidiano e dos preconceitos existentes na sociedade brasileira atual.
Combate ao racismo
A Constituição brasileira de 1988 prevê que um dos objetivos fundamentais do Estado é promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, sexo, cor, idade ou qualquer outra fórma de discriminação. O artigo 5º, parágrafo quadragésimo segundo, da Constituição determina que:
“ reticências a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.”
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: https://oeds.link/C1SWga. Acesso em: 14 março 2022.
Em outras palavras, o racismo é um crime que não se extingue com o passar do tempo e também não admite fiança, ou seja, quem o comete não pode se defender em liberdade, mediante o pagamento de determinada quantia em dinheiro.
responda oralmente
para pensar
O que compete às autoridades e o que cabe aos cidadãos na luta para acabar com os preconceitos? Debata o assunto com os colegas.
OFICINA DE HISTÓRIA
Responda no caderno
Conferir e refletir
1. Comente as causas e as consequências da Guerra da Tríplice Aliança para o Brasil e para o Paraguai.
integrar com Arte
- Rap é uma linguagem musical que mescla ritmos do continente africano, da Jamaica e dos Estados Unidos. Em geral, os raps narram acontecimentos cotidianos e denunciam a opressão sofrida por quem mora nas periferias de grandes cidades. Os compositores e intérpretes são chamados de rappers ou êmi cis (mestres de cerimônias). Considerando essas informações, faça o que se pede.
- Como podemos relacionar o rap às práticas de resistência contra a discriminação?
- Em grupo, criem um rap sobre racismo e apresentem-no aos colegas.
Interpretar texto e imagem
3. A charge é um recurso usado para fazer crítica política e social. Na segunda metade do século dezenove, o artista Ângelo Agostini (1843-1910) criou charges que apontavam contradições sociais de sua época. Os trabalhos de Agostini podem ser utilizados como fontes históricas. Observe a charge de Agostíni sobre a volta dos soldados brasileiros que lutaram na Guerra do Paraguai. Junto a essa charge foi publicada a legenda: “Cheio de glória, coberto de louros, depois de ter derramado seu sangue em defesa da pátria reticências, o voluntário volta ao seu país natal para ver sua mãe amarrada a um tronco! Horrível realidade!”.
- O que a charge indica sobre o recrutamento de soldados para a Guerra do Paraguai?
- Como o soldado reage quando observa a cena ao fundo? Explique.
- Na charge é feita uma crítica à sociedade brasileira do século dezenove. Que crítica é essa?
4. Leia a notícia a seguir e responda às questões.
“A Organização Internacional do Trabalho ( ó í tê) estima que existam pelo menos 12,3 milhões de pessoas submetidas a trabalho forçado em todo o mundo, e no mínimo 1,3 milhão na América Latina. reticências
[No Brasil] foram libertados 40 mil trabalhadores brasileiros de trabalho degradante desde a criação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel e do Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado, ambos de 1995.
Em 2003, foi lançado o Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, e para o seu acompanhamento foi criada a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo ( Conatrai), com a participação de instituições da sociedade civil pioneiras nas ações de combate ao trabalho escravo no país.”
TRABALHO escravo resiste ao tempo. Em discussão!, número 7, maio 2011. página 7-8.
- O que tem sido feito para erradicar o trabalho análogo à escravidão no Brasil?
- Discuta com os colegas as relações entre a notícia e o conteúdo deste capítulo. Na opinião de vocês, podemos afirmar que a escravidão foi totalmente abolida após o dia 13 de maio de 1888? Quais são as possíveis diferenças entre a escravidão que existia até o século dezenove e a escravidão contemporânea?
- Criem uma campanha de combate ao trabalho análogo à escravidão. Que atividades e informações para conscientização a campanha poderia promover? Façam uma relação e registrem suas ideias em um cartaz ou em um folheto.
Integrar com Língua Portuguesa
5. O abolicionista Luiz Gama escreveu a obra Primeiras trovas burlescas de Getulino. A seguir, leia trechos dessa obra e responda às questões.
No álbum
“ reticências
Desculpa, meu caro amigo,
Eu nada te posso dar;
Na terra que rege branco,
Nos privam té de pensar!...
Ao peso do cativeiro
Perdemos razão e tino,
Sofrendo barbaridades,
Em nome do Ser Divino!!
.” reticências
Saudades do escravo
“Escravo — não, não morri
Nos ferros da escravidão;
Lá nos palmares vivi,
Tenho livre o coração!
reticências
Escravo — não, ainda vivo,
Inda espero a morte ali;
Sou livre embora cativo,
Sou livre, ainda não morri!
reticências.”
GAMA, Luiz. Primeiras trovas burlescas de Getulino. terceira edição São Paulo: Typ. Bentley Junior, 1904. página 35; 196; 198.
- Em sua opinião, que aspectos da vida de Luiz Gama se refletem nesses versos?
- Escolha um dos poemas e elabore alguns versos para continuá-lo.
- Crie uma expressão artística inspirando-se em um dos poemas. Pode ser desenho, fotomontagem, vídeo etcétera.
Glossário
- Estopim
- : no contexto, refere-se a uma ação que inicia um acontecimento ou uma série de acontecimentos.
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