UNIDADE 2  TOTALITARISMO, SEGUNDA GUERRA E GETULISMO

CAPÍTULO 4 CRISE CAPITALISTA E TOTALITARISMO

Culturas são os modos de ser e viver construídos pelas sociedades. Mas as culturas são dinâmicas, pois mudam ao longo do tempo. A cultura dos Estados Unidos, por exemplo, teve um momento de brilho na década de 1920 e, posteriormente, na década de 1930, passou por uma grave crise socioeconômica. Em reação a essa crise, surgiram na Europa movimentos totalitários, que visavam ao fortalecimento do Estado e ao combate à pluralidade cultural.

Ícone. Atividade oral.

responda oralmente

para começar

O que podemos fazer para combater as violências e as discriminações sociais? Debata em grupo.

Escultura. Representação de cinco homens enfileirados, um a frente do outro, todos vestindo paletós e chapéus com abas sobre suas cabeças. O homem à frente da fila tem os braços cruzados sobre seu peito, os demais têm as mãos no interior dos bolsos de suas vestimentas. Todos estão cabisbaixos e com expressão de tristeza.
A fila de pão na Grande Depressão, escultura de djórdji sígâl, 1999. A escultura representa as dificuldades enfrentadas pelos estadunidenses na crise econômica que assolou o país em 1929 e que teve repercussão cultural.
Fotografia. Um grupo de homens, mulheres e crianças, todos próximos. A maioria está em pé. Ao centro, uma mulher e um menino sentados sobre sacos com as mãos apoiando a cabeça. Ao fundo, um muro com pregos nas extremidades e construções altas.
Ciganos detidos pelo govêrno nazista para deportação em Asperg, Alemanha. Fotografia de 1940. Dois anos antes, o chefe da polícia alemã ráinrróich rímlerinstituiu o Decreto da “Luta contra a praga cigana”, no qual os ciganos eram considerados “inimigos biológicos” e deviam ser deportados para campos de concentração.
Fotografia. Um mural de superfície vermelha e textura simulando flores. Ao lado, o texto: '25 ABRIL 1974', escritos em relevo sobre a parede.
Exposição permanente no Museu do Aljube, em Lisboa, Portugal. Fotografia de 2015. A exposição tem como tema a reconquista da democracia portuguesa, ocorrida em 25 de abril de 1974, na chamada Revolução dos Cravos.

Estados Unidos nos anos 1920 e 1930

Durante a Primeira Guerra Mundial, a economia dos Estados Unidos expandiu devido ao grande desenvolvimento agrícola e industrial. Em 1920, os Estados Unidos eram responsáveis por quase 50% da produção mundial, tornando-se um dos países mais ricos do planeta.

A prosperidade econômica gerou um clima de otimismo na sociedade e a década de 1920 foi chamada de “anos felizes”. Nessa época, aumentou o consumo de produtos como eletrodomésticos, automóveis etcétera. Tornou-se popular a ideia de que “viver bem era sinônimo de consumir mais”. Essa ideia caracterizava o American way of life, ou seja, o “estilo de vida americano”.

Apesar da euforia consumista, a maioria da população realizava suas compras a prazo e por meio de empréstimos bancários. A publicidade e a concessão de crédito foram importantes ferramentas para o sucesso do American way of life.Enquanto a publicidade incentivava as pessoas a comprar, a concessão de crédito sustentava o consumo. Em 1927, por exemplo, seis em cada dez automóveis foram comprados por meio de financiamento.

Fotografia. Página de uma revista contendo a ilustração de um carro ao fundo, de coloração verde e marrom, quatro rodas e vidros transparentes. Ao lado do veículo, duas mulheres próximas, uma com cabelos loiros e lisos, trajando um longo vestido laranja, e a outra com cabelos castanhos e lisos, vestindo um casaco branco com detalhes coloridos. No canto esquerdo, uma sequência de textos, e na parte inferior da página, uma sequência de pequenos carros semelhantes, de diferentes cores.
Propaganda de automóveis de luxo produzidos em Detroit, Estados Unidos, publicada na revista Ladies‘ Home Journal, voltada ao público feminino, em 1927. A propaganda exalta o “estilo de vida americano” ao aliar bem-estar a consumismo.
Ícone. Atividade oral.

responda oralmente

para pensar

  1. Em sua opinião, para viver bem, precisamos sempre consumir mais? Argumente com os colegas e conheça o ponto de vista deles sobre a questão.
  2. Quais são os problemas ocasionados pelo consumismo? Reflita.
  3. O que você sabe sobre educação financeira? Comente e converse com os colegas sobre o assunto.

A cultura nos “anos felizes”

A prosperidade econômica dos anos 1920 impulsionou a produção cultural nos Estados Unidos. Nessa época, o cinema e o jazz se popularizaram.

Durante os “anos felizes”, vários estúdios cinematográficos se instalaram em Hollywood, região da cidade de Los Angeles. Ali, artistas como a sueca Greta Garbo (1905-1990) e o britânico Tcharls Tcháplin (1889-1977) ficaram mundialmente conhecidos por seus trabalhos. Os filmes produzidos nos Estados Unidos conquistavam o imaginário das pessoas e, muitas vezes, faziam propaganda do “estilo de vida americano”.

Cena de filme em preto e branco. Destaque para um casal elegantemente vestido. O homem de cabelos escuros, curtos e lisos, e um fino bigode, veste um paletó escuro. À sua frente, uma mulher de cabelos escuros, médios e encaracolados, usa um vestido claro de tecido brilhoso e um casaco de pele sobre seus ombros.
Greta Garbo e cônrad nêidjêlem cena do filme A dama misteriosa, dirigido por Fred Niblo, 1928.

Na mesma época, os afro-estadunidenses desenvolveram o jazz, uma fórma musical que mescla a harmonia europeia com ritmos africanos. Aos poucos, o jazz atraiu admiradores pelo mundo, incluindo o compositor russo de música erudita Igor Stravinsky. A cidade de Nova Orleans tornou-se um fervoroso centro criativo de jazz. Entre os principais nomes desse estilo musical, estão o trompetista Lúis Ármistrong(1901-1971) e a cantora Bíli Rólidei(1915-1959).

Fotografia em preto e branco. Uma banda formada por diversos homens e uma mulher, cada um portando um instrumento musical diferente, como trompete, piano, flauta, bateria etc. Os homens vestem terno e gravata borboleta. A mulher usa um vestido longo. No centro da imagem, a mulher toca piano e um homem, abaixado, toca trompete.
Lúis Ármistrong (no centro, abaixado), considerado um dos maiores instrumentistas da história do diéz, e a criôl djéz béndem Chicago, Estados Unidos. Fotografia de 1923.
Ícone. Livro aberto indicando o boxe Dica: livro

dica livro

chivártzman Sheila. O modo americano de viver: a vida no tempo das máquinas. São Paulo: Atual, 2004. (Coleção A vida no tempo).

Nessa obra, a autora explica como o modo de vida dos estadunidenses se formou e se espalhou pelo mundo, impulsionado principalmente pelos meios de comunicação de massa.

Crise econômica de 1929

A crise econômica de 1929 nos Estados Unidos está relacionada a diversas condições, entre as quais destacamos:

  • desigualdade social – apesar da prosperidade dos “anos felizes”, os Estados Unidos eram um país desigual em termos de renda. A pobreza atingia, sobretudo, os afro-estadunidenses e imigrantes, muitos dos quais não tinham acesso a trabalhos qualificados e salários dignos;
  • superprodução econômica – as exportações estadunidenses cresceram, principalmente, durante a Primeira Guerra Mundial. À medida que os países europeus recuperavam suas economias, os Estados Unidos foram perdendo mercado consumidor. Apesar dessas perdas, muitos empresários estadunidenses continuaram a produzir no mesmo ritmo. Com isso, começaram a sobrar produtos no mercado. Sem ter compradores, vários desses produtos ficaram estocados. Ocorreu, então, uma superprodução de bens, isto é, a quantidade de produtos à venda tornou-se superior ao número de consumidores. Assim, em uma espécie de efeito dominó, os preços dos produtos despencaram, as vendas caíram e os empresários demitiram milhões de trabalhadores;
  • especulação financeira – investidores estadunidenses e estrangeiros passaram a comprar ações de empresas que eram negociadas na Bolsa de Valores de Nova iórque. Em 1929, no entanto, muitos investidores perceberam que o valor das ações não correspondia ao valor real das empresas. Por isso, decidiram vender rapidamente suas ações, o que derrubou os preços desses títulos financeiros. No dia 24 de outubro de 1929, a Bolsa de Valores de Nova iórque perdeu sua estabilidade e “quebrou”, isto é, entrou em colapso. De acôrdo com historiadores, a quebra da Bolsa foi o principal marco da crise econômica dos Estados Unidos, que ficou conhecida como o período da Grande Depressão.
Capa de jornal. Destaque para uma ilustração que toma quase toda a página, representando uma multidão de pessoas aglomeradas, muitas com as mãos voltadas para a cabeça, ou para o alto, olhos arregalados ou expressão desesperada. No canto esquerdo da ilustração, dois homens em pé sobre um palanque, a frente de um painel com textos. Na parte inferior, uma mulher desmaiada é segurada por dois homens. Em segundo plano, paredes com janelas e vidraças.
Primeira página doIlustrazione del Popolosuplemento semanal do jornal italiano Gazzetta del Popolo, ilustração de Alfredo Ortelli, 1929. A publicação representa a quebra da Bolsa de Valores de Nova iórque e a reação de desespero dos investidores.

Outras Histórias

Lei sêca

Em 1920, foi aprovada nos Estados Unidos a chamada Lei sêca, que proibia a fabricação, a venda e o consumo de bebidas alcoólicas. Essa lei vigorou por 13 anos, mas não teve os efeitos esperados. Ao contrário, acabou estimulando a falsificação e o contrabandoglossário de bebidas, e não acarretou a diminuição do consumo de álcool. Além de burlar a Lei sêca, ganguesglossário exploravam a prostituição e o jôgo clandestino. A gangue mais conhecida da época era a de Al Capone, que atuava na região de Chicago.

Fotografia em preto e branco. Destaque para dois homens à esquerda, em pé, com as mãos sobre a borda de um barril, despejando um líquido sobre um bueiro no solo. À direita, dois homens em pé, lado a lado, observando a cena.
Policiais supervisionam o despêjo de bebida alcoólica no esgoto durante a Lei sêca em Nova iórque, Estados Unidos. Fotografia de 1921.
Fotografia em preto e branco. Uma longa fila de pessoas, direcionadas para as portas de um estabelecimento.
Distribuição de refeição para desempregados durante a Grande Depressão, em um estabelecimento fundado por Al Capone, em Chicago, Estados Unidos. Fotografia de 1931. As ações beneficentes eram uma tentativa de melhorar sua imagem pública e mascarar as atividades clandestinas.

Responda no caderno

Atividades

  1. Pesquise os principais malefícios causados pelo abuso de bebidas alcoólicas.
  2. Você sabe em que situações as leis brasileiras proíbem o consumo de bebida alcoólica? Pesquise.

Quebra da Bolsa e seus desdobramentos

O crack ou crash (do inglês, “quebra, “desastre”) da Bolsa de Valores de Nova York afetou diversos setores da economia. Entre 1929 e 1932, a produção industrial nos Estados Unidos diminuiu 54%. Ao longo dos anos 1930, cerca de 5 mil bancos estadunidenses faliram. O número de homens e mulheres desempregados chegou a mais de 15 milhões.

Nesse período, surgiram favelas nas periferias de cidades dos Estados Unidos e milhares de pessoas sofreram com a fome. Ao contrário dos “anos felizes” que marcaram a década de 1920, os anos 1930 ficaram conhecidos como “tempos difíceis”.

Fotografia. Um homem em pé, vestindo um paletó e calça marrons, e um chapéu com abas sobre a cabeça, ao lado de um automóvel de carroceria azulada, e uma placa branca contendo um texto.
Homem vendendo carro por apenas 100 dólares após perder tudo na quebra da Bolsa de Valores em Nova iórque, Estados Unidos. Fotografia de 1929.

A crise se espalhou por vários países, onde gerou desemprego, falência de empresas e escassez de gêneros básicos, como alimentos, roupas etc. Cafeicultores brasileiros, por exemplo, perderam vendas em larga escala, devido à redução das exportações para os Estados Unidos. Essa grave crise econômica levou a uma descrença no liberalismo capitalista.

Fotografia em preto e branco. Vista aérea de uma zona urbana com diversos casebres lado a lado, amontoados sobre um grande terreno. Em segundo plano, fábricas e usinas, com chaminés expelindo fumaça.
Habitações improvisadas (rúver-víls) construídas em terreno baldio na cidade de Seattle, Estados Unidos. Fotografia de 1933. Com o desemprego, milhares de trabalhadores não conseguiram mais pagar os aluguéis das casas onde moravam e tiveram de ir morar em habitações improvisadas como essas.

New Deal: um programa para superar a crise

No comêço da crise, os governantes dos Estados Unidos não interferiram na economia, mantendo a política liberal da década de 1920. Isso mudou com a eleição de Frânclin Rúsvelt para a Presidência do país. Durante seu govêrno, que durou de 1933 a 1945, foi executado um programa de reformas conhecido como New Deal (do inglês, “novo acôrdo”).

O New Deal se inspirava nas ideias do economista britânico John (1883-1946). Para ele, era necessário equilibrar as intervenções estatais com as iniciativas privadas. Entre as principais medidas do New Deal, estavam:

  • contrôle de preços de diversos produtos agrícolas e industriais;
  • concessão de empréstimos a empresários endividados para que pagassem suas contas e reorganizassem a produção;
  • realização de obras públicas para oferecer trabalho a milhões de pessoas;
  • regulamentação de direitos trabalhistas, como salário mínimo e seguro-desemprego, pois o acesso à renda ajudava a manter o consumo e impulsionava as atividades econômicas.

O New Deal não alcançou todo o sucesso planejado, mas contribuiu para amenizar a crise. A partir de 1935, a economia do país voltou a crescer e, gradativamente, foram controlados vários problemas que afetavam o trabalho e a produção.

Cartaz. Imagem representando uma mão humana, portando uma folha de cheque com textos. Em segundo plano, uma grande construção, de paredes brancas, fachada com colunas, e uma cúpula central.
Um cheque mensal para você, cartaz da campanha pela inscrição no Comitê de Seguridade Social, 1935. Esse sistema de seguro social foi criado durante o New Deal, nos Estados Unidos, e oferecia um pagamento mensal com início aos 65 anos de idade.

Totalitarismo na Europa

A devastação da Primeira Guerra Mundial e, depois, a quebra da Bolsa de Nova iórque provocaram um estado de crise em diversas sociedades europeias. A maioria da população enfrentava desemprego, inflação e pobreza. Em vários países, havia um clima de incertezas e protestos. Alguns setores sociais passaram a acreditar na ilusão de que somente um líder antidemocrático poderia resolver os graves problemas da época.

Esse cenário de insegurança social favoreceu a implantação de regimes políticos totalitários. O objetivo dos regimes totalitários era criar um Estado forte (ou “total”) capaz de controlar os indivíduos e as instituições. O totalitarismo considerava que a vontade do Estado estaria acima dos direitos fundamentais dos cidadãos, como o direito à vida, à liberdade, à igualdade e à segurança.

O Estado totalitário só permitia a existência de um único partido político e promovia o culto à personalidade de seu líder. Eram proibidas críticas, oposições e manifestações de pessoas consideradas “diferentes”. Os adversários eram vigiados e punidos por órgãos especiais do Estado. Além disso, os meios de comunicação sofriam censura e eram obrigados a divulgar a ideologia oficial do regime totalitário.

Entre os principais exemplos de regimes totalitários estão o fascismo, na Itália, e o nazismo, na Alemanha. As ditaduras de Francisco Franco, na Espanha, e de António de Oliveira Salazar, em Portugal, também apresentavam características do totalitarismo. Diversos historiadores também incluem o stalinismo, na União Soviética, como um exemplo de regime totalitário, mesmo considerando que ele tinha uma ideologia diferente do nazifascismo.

Cena de filme em preto e branco. Um homem com pequeno bigode, fardado, sentado sobre a superfície de uma mesa, portando um globo terrestre sobre suas mãos. Ainda sobre a mesa, a estátua do busto de um homem. Em segundo plano, um armário com várias e pequenas gavetas.
Tcharls Tcháplin em cena do filme O grande ditador, de 1940, que ironiza a ambição de contrôle total presente na ideologia dos regimes totalitários.
Ícone. Câmera filmadora indicando o boxe Dica: filme.

dica filme

O grande ditador (Estados Unidos). Direção de Tcharls Tcháplin, 1940. 128 minutos.

Tcharls Tcháplin é o diretor do filme e o protagonista da obra, na qual, vive dois papéis: um ditador, claramente inspirado em ádolf rítler (chefe nazista que estudaremos adiante), e um barbeiro judeu que acaba sendo confundido com o líder autoritário.

Fascismo na Itália

A Primeira Guerra Mundial teve resultados desastrosos para os italianos. Calcula-se que setecentas mil pessoas morreram e quinhentas mil ficaram feridas. Nesse momento de insatisfação, Benito Mussolini (1883-1945) fundou na Itália o Partido Nacional Fascista.

Os fascistas diziam, de fórma categórica, que a crise italiana tinha solução, e propunham medidas para o crescimento do país. Pessoas de diferentes condições sociais (empresários, desempregados, desiludidos com a situação do país) acreditaram nas propostas fascistas e contribuíram para que Mussolini conquistasse o poder em 1922.

Na primeira fase de seu govêrno (1922-1924), Mussolini estruturou o Estado autoritário, controlando a imprensa e organizando milícias fascistas (tropas militarizadas). O fascismo estimulava o ultranacionalismo e menosprezava as culturas estrangeiras (xenofobia).

Na segunda fase do govêrno de Mussolini (1925-1939), os fascistas conseguiram alcançar poder suficiente para implantar uma ditadura na Itália. Mussolini tornou-se chefe supremo do Estado, sendo conhecido como Il Duce (em italiano, “o condutor”, “o líder”). Reprimiu violentamente protestos dos adversários, usando a polícia política fascista conhecida pela sigla Ovra. Além disso, aprovou reformas trabalhistas da Carta do Trabalho, que regulava as relações entre patrões e empregados.

O govêrno fascista também impunha sua doutrina por meio da educação pública. Entre as ações no campo da educação, Mussolini incluiu a militarização da vida escolar e o lançamento, em 1929, de um livro didático unificado para os estudantes das escolas elementares. Um dos lemas fascistas era: “Crer, obedecer e combater”.

Fotografia em preto e branco. Destaque para um homem à esquerda, apoiado no parapeito de uma sacada, vestindo uma farda e uma boina sobre sua cabeça. Ao seu lado, um mastro e uma bandeira. Em segundo plano, uma imensa multidão de pessoas aglomeradas.
Benito Mussolini é aplaudido por milhares de italianos no Palazzo Venezia, em Roma, Itália. Fotografia de 1936. A propaganda pessoal do líder fascista Mussolini incluía manifestações públicas de grande impacto.

Nazismo na Alemanha

Assim como na Itália, ao longo da década de 1920, a população alemã enfrentou graves dificuldades. As consequências da derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial e as duras condições impostas pelo Tratado de Versalhes geraram um clima de humilhação social. Além disso, havia desemprego elevado, baixa produção industrial e altas taxas de inflação.

Nesse contexto, uma parcela da elite alemã, com medo da expansão do socialismo entre os trabalhadores, apoiou a criação de um partido autoritário denominado Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, ou Partido Nazista, em 1919. A partir de 1921, o Partido Nazista foi comandado por ádolf rítler (1889-1945).

Quando se tornou líder supremo do Partido Nazista, Rítler utilizou vários meios de propaganda para influenciar a opinião pública e conquistar apôio das massas, incluindo a população pobre. Entre os meios de propaganda nazista, estavam jornais, cartazes, discursos, grandes espetáculos e desfiles militares que transmitiam ordem, disciplina e fervor patriótico.

Doutrina nazista

Após uma tentativa frustrada de tomar o poder na Alemanha, em 1923, Rítler foi preso. Enquanto esteve na cadeia, escreveu parte do livro Mein Kampf(do alemão, “Minha luta”), que se tornou a obra fundamental do nazismo. Nele, divulgava ideias como:

  • racismo – defendia a existência de uma suposta “raça ariana”, que seria uma “raça pura,” da qual descendiam os povos germânicos, e superior a todos os outros povos (judeus, eslavos, negros, ciganos etcétera.). Por isso, defendia a perseguição e o extermínio dessas populações;
  • antissemitismo – declarava que o povo judeu (semita) formava uma “raça inferior”, capaz de corromper e destruir a “pureza germânica”. Embora os judeus representassem menos de 1% da população do país, eles foram considerados “inimigos da Alemanha”. Assim, o nazismo proibiu, por meio das Leis de Nuremberg, o casamento entre judeus e alemães, retirou o direito à cidadania dos judeus e restringiu a participação deles nas funções públicas;
  • totalitarismo – defendia a submissão total do indivíduo à autoridade do Estado, personificado na figura do Führer (do alemão, “chefe”);
  • expansionismo – afirmava que o govêrno alemão tinha o dever de expandir seu território sobre outros países (espaço vitalglossário ), mesmo que fosse por meio da guerra.
Fotografia. Soldados enfileirados, portando hastes com cartazes vermelhos com textos e símbolos de uma suástica.
Desfile de tropa do Partido Nazista, em Nuremberg, Alemanha. Fotografia de 1933. No estandarte, o símbolo da suástica nazista e a expressão Deutschland erwache (em português, Desperta, Alemanha).

Painel

Propaganda nazista

Os nazistas utilizaram a propaganda como verdadeira arma para conquistar adeptos. Difundiram suas doutrinas pelos mais variados veículos: fotografia, cinema, rádio, cartazes e espetáculos públicos. Por meio da propaganda, enfatizavam noções de ordem e fidelidade a Rítler.

Fotografia. Inúmeras fileiras de soldados, com os corpos voltados em direção a um palanque, centralizado e ao fundo, contendo três faixas verticais idênticas, com fundos vermelhos e o símbolo da suástica.
Parada militar em comício do Partido Nazista, em Nuremberg, Alemanha. Fotografia colorizada de 1936. Esse e outros eventos eram organizados como grandes espetáculos.

No regime nazista, todos deviam obedecer a Rítler, o chefe supremo da Alemanha. A juventude alemã, por exemplo, era obrigada a repetir frases como: “Führer, ordena-nos! Nós lhe obedecemos”.

Os espetáculos nazistas eram organizados para provocar fortes emoções. Eles causavam impacto pelo amplo uso de bandeiras e símbolos nazistas (como as suásticas). Também se valiam de músicas, discursos eufóricos dos chefes e palavras de ordem que eram repetidas pela multidão.

Os cartazes nazistas geralmente utilizavam imagens agressivas com a finalidade de ofender quem eles consideravam inimigos, como comunistas, judeus etcétera. O cartaz a seguir, por exemplo, representa a figura estereotipada de um judeu, com “cara de mau”, tendo à frente as bandeiras do Reino Unido, dos Estados Unidos e da União Soviética. Esse cartaz sugere que os judeus conspiravam com os países adversários contra a Alemanha nazista. Nele, há uma frase escrita em alemão, que pode ser traduzida como: “Quem está por trás das fôrças inimigas: o judeu”.

Fotografia em preto e branco. Um homem à esquerda, fardado, com cabelos curtos, escuros e lisos, e um pequeno bigode. Está cercado de homens e mulheres. Uma das mulheres, à direita, tem cabelos curtos, escuros e ondulados, e está sorridente.
ádolf rítler e a cineasta Leni rífenchitál (à direita) durante as gravações de um documentário cujo objetivo era fazer propaganda do nazismo, em Nuremberg, Alemanha. Fotografia de 1934.
Cartaz. Representação de um homem em pé, visto parcialmente, vestindo um paletó e um chapéu escuros, e uma corrente pendendo na lateral de seu peito, com um pingente de uma estrela de seis pontas. Seu corpo e rosto estão parcialmente cobertos pelas bandeiras do Reino Unido, Estados Unidos e União Soviética. A parte do rosto à mostra tem expressão carrancuda.
Atrás das potências inimigas, o judeu, cartaz de Bruno ráních, cêrca de 1940.

Conquista do poder

Em 1923, Rítler comandou um grupo armado nazista pretendendo derrubar o governo da Baviera (um estado da Alemanha). O golpe fracassou e Rítler foi preso em 8 de novembro de 1923, permanecendo na prisão até 20 de dezembro de 1924. Na época, a Alemanha ainda não tinha conseguido superar as dificuldades socioeconômicas. Posteriormente, a situação se agravou com os desdobramentos da quebra da Bolsa de Nova iórque, em 1929.

Nesse contexto de crise, o Partido Nazista conseguiu eleger a maior bancada do Parlamento alemão (quase 38% dos deputados) em julho de 1932. A vitória foi acompanhada da violência de milícias nazistas contra adversários políticos.

Em 30 de janeiro de 1933, Rítler foi nomeado chanceler (chefe de governo) da Alemanha. Alguns acreditavam que a nomeação de Rítler seria capaz de conter suas ambições de poder. No entanto, poucos meses após assumir o cargo de chanceler, Rítler instalou uma ditadura no país.

Ditadura nazista

A ditadura nazista concretizou-se com a decretação de um estado de emergência, a censura à imprensa e a proibição das atividades políticas de partidos rivais. Além disso, uma poderosa máquina de propaganda foi construída para difundir a ideologia nazista.

O govêrno de Rítler impôs o nazismo às artes plásticas, à música, à literatura, ao cinema e até mesmo à pesquisa científica. No plano econômico, estimulou a agricultura e a industrialização. Nessa área, destacou-se a produção de armamentos militares.

No setor educacional, o govêrno obrigava os professores a aprender e ensinar princípios nazistas. Muitos professores foram obrigados a se inscrever em uma liga nazista de educação e a jurar fidelidade ao Führer. A doutrina nazista era também difundida por associações como a juventude ritlerísta, que organizava competições esportivas, reuniões políticas e exercícios de preparação.

Foi criada a Gestapo (polícia secreta do Estado), que vigiava os alemães e perseguia possíveis adversários. Os membros da Gestapo prendiam e matavam os suspeitos de deslealdade ao govêrno.

Em dezembro de 1933, o Partido Nazista tornou-se o partido único na Alemanha. Em agosto de 1934, Rítler ampliou seus poderes ao assumir também a Presidência da República. Tornou-se chefe absoluto do país.

Fotografia. À esquerda, um homem de bigode pequeno, fardado, com um dos braços esticado para frente. À direita, uma sequência de meninos lado a lado, todos vestindo fardas, com brasões sobre seus peitos.
Rítler condecorando participantes da juventude ritlerísta em Berlim, Alemanha. Fotografia colorizada e originalmente publicada na última transmissão de noticiário nazista em 1945.

Outras Histórias

Diversidade e igualdade

As antigas classificações das “raças humanas” perderam o sentido em função das recentes pesquisas biológicas. Essas pesquisas afirmam que todos os seres humanos fazem parte de uma única espécie. Ainda assim, o racismo não desapareceu.

Durante o nazismo, houve perseguição e extermínio de judeus, eslavos, negros, ciganos. Esses são exemplos extremos de racismo. Contudo, em nossos dias, observamos a persistência de atitudes racistas em vários países do mundo. Nesse sentido, a socióloga francesa clodíne harrôche afirmou:

“Direitos humanos, liberdades e até o Estado democrático, nada está garantido para sempre. reticências Temos que lutar diariamente por tudo isso, sem tréguas”.

harrôche, clodíne. Apud: GALANI, Luan. Males que nunca acabam. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, 28 novembro. 2011. Disponível em: https://oeds.link/Am0rq7. Acesso em: 29 maio 2022.

No Brasil, a Constituição Federal de 1988 considera o racismo um crime inafiançável e imprescritível. Além disso, o Estatuto da Igualdade Racial (2010) estabelece políticas públicas de valorização da população negra.

Fotografia. Um grupo de pessoas reunidas sobre a escadaria de um edifício, portando faixas e cartazes. Destaque para o texto: 'Nem bala, nem fome e nem covid. O povo preto quer viver!'.
Pessoas protestando contra o racismo e a violência policial no centro da cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Fotografia de 2021. Os manifestantes criticavam a ação policial ocorrida em 6 de maio daquele ano na comunidade do Jacarezinho, em que 29 pessoas (quase todos jovens negros) foram assassinadas.

Responda no caderno

Atividade

Analisando o contexto brasileiro atual, cite exemplos de:

  1. situações que demonstram o racismo estrutural;
  2. lutas em favor dos direitos humanos e das liberdades democráticas.

Espanha: ditadura de Franco

Na Espanha, o general Francisco Franco (1892-1975) lutou pela conquista do poder em uma guerra civil contra grupos republicanos. A sangrenta Guerra Civil Espanhola começou em 1936 e terminou em 1939, com a vitória das tropas de Franco (franquistas), que contaram com o apôio dos nazistas.

Não se sabe o número exato de vítimas da Guerra Civil Espanhola, mas calcula-se que tenham morrido entre quatrocentas mil e 1 milhão de pessoas.

Ao assumir o govêrno, Franco impôs uma ditadura na Espanha que era apoiada por um partido político chamado Falange. Inspirados no fascismo, os falangistas controlavam a sociedade de fórma autoritária, interferindo na educação e nos meios de comunicação.

O regime ditatorial de Franco manteve-se até sua morte, em novembro de 1975. Depois disso, a monarquia parlamentar foi restaurada e ocorreram eleições democráticas, disputadas por diversos partidos.

Pintura em preto, branco e cinza. Imagem representando diversas pessoas de forma desproporcional. À esquerda, uma mulher segura uma criança no colo. No chão, um homem caído, de braços abertos segurando uma espada partida. À direita, uma mulher se deslocando e um homem com os braços levantados para o alto. Acima da mulher, um grande rosto saindo de uma janela. A maioria das pessoas tem os olhos arregalados, as bocas abertas e expressões de desespero. Um touro, um cavalo e lâmpadas também foram representados.
Guernica, pintura de Pablo Picasso, 1937. Guernica é também o nome de uma cidade espanhola bombardeada pelos nazistas, os quais apoiavam Franco e seus seguidores. Nesse quadro, Picasso procurou retratar os horrores da guerra enfrentados pela população civil.

Portugal: ditadura de Salazar

Em Portugal, António de Oliveira Salazar (1889-1970) assumiu a Presidência do Conselho de Ministros em 1932. A partir desse momento, governou o país até 1968.

Salazar implantou uma ditadura em Portugal, que ficou conhecida como Estado Novo. O govêrno adotou uma política nacionalista e conservadora que tinha como lema: “Deus, pátria e família”.

A ditadura de Salazar era apoiada por um partido único chamado União Nacional. Durante a ditadura, as oposições comunistas foram combatidas com a violência da polícia política e a censura dos meios de comunicação.

Após o afastamento de Salazar por motivo de saúde, em setembro de 1968, seu estilo de govêrno durou mais quase seis anos, sob o comando de Marcello Caetano. Somente em abril de 1974 os portugueses reconquistaram a democracia com a Revolução dos Cravos.

Nos anos finais da ditadura salazarista, os povos das colônias portuguesas na África (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe) iniciaram sua luta pela independência (esse assunto será tratado no capítulo 8 deste volume).

Fotografia em preto e branco. Destaque para um homem de terno escuro, à esquerda, acompanhado de alguns homens fardados, caminhando em frente a uma fileira de soldados. Ao fundo, galpões com tetos triangulares.
Salazar (de terno, à esquerda) durante revista de tropas em Lisboa, Portugal. Fotografia de 1940.
Fotografia. Soldados lado a lado, vestindo fardas e bonés, portando armas de fogo com flores vermelhas e brancas nas pontas.
Soldados participantes da Revolução dos Cravos, em Lisboa, Portugal. Fotografia de 1974. No dia 25 de abril desse ano, a população saiu às ruas para comemorar o fim da ditadura e distribuiu cravos vermelhos, a flor nacional, aos soldados rebeldes que tinham iniciado a revolução para depor a ditadura no país.

Oficina de história

Responda no caderno

Conferir e refletir

1. Identifique as frases incorretas. Depois, reescreva-as de fórma correta no caderno.

  1. A prosperidade econômica da década de 1920 beneficiou igualmente toda a população estadunidense. Por isso, essa época é chamada de “anos felizes”.
  2. A crise econômica que abalou os Estados Unidos nos anos 1930 está relacionada a três condições principais: desigualdade social, crise de superprodução e especulação financeira.
  3. A quebra da Bolsa de Valores de Nova iórque é considerada o principal marco da crise de 1929.
  4. O New Deal, programa de recuperação econômica, buscava equilibrar a intervenção do Estado com a iniciativa privada.
  5. Em todo o século vinte, as populações afro-estadunidenses tinham mais direitos que a população branca nos Estados Unidos.

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  1. Organize um seminário sobre jazz. Para isso, reúnam-se em grupo e sigam as orientações.
    1. Escolham um dos artistas a seguir:
      • duque élinton;
      • Lúis Ármistrong
      • Bíli Rólidei
      • Éla Fitsdiérald
    1. Pesquisem informações sobre esses artistas, como:
      • ano e local de nascimento e falecimento;
      • acontecimentos mais marcantes de sua vida;
      • músicas mais famosas de sua carreira.

c) Apresentem o seminário com base nas informações pesquisadas. Em suas apresentações, utilizem cartazes, slides, sons e vídeos. Após a apresentação, se possível, postem os resultados de suas pesquisas em uma série na rede social de sua escolha, sob a supervisão do professor, focando um artista por vez em cada postagem. O resultado pode ser uma série de podcasts ou de imagens e textos relacionados. Voltem à plataforma em que vocês postaram sua série depois de um mês e façam um relatório informando quantos acessos o material teve e qual foi o teor geral dos comentários dos usuários.

  1. Em dupla, façam uma comparação entre fascismo (Itália), nazismo (Alemanha) e stalinismo (União Soviética), este último estudado no capítulo 1. Destaquem semelhanças e diferenças entre esses regimes.
  2. Os fascistas e os nazistas defendiam a completa submissão do indivíduo à autoridade do Estado. Diante disso, o que aconteceu com as liberdades individuais nos regimes totalitários?

Interpretar texto e imagem

5. Observe a imagem e responda às questões a seguir.

Fotografia em preto e branco. Homens, mulheres e crianças, na maioria negros, em fila. Alguns seguram sacolas e cestos vazios nas mãos. Em segundo plano, um grande cartaz representando um homem, uma mulher e duas crianças, todos brancos, sorridentes, com um cachorro no interior de um carro. No topo e na lateral do cartaz, há textos em inglês.
Vítimas de uma enchente aguardam por doações em fila na cidade de Louisville, Estados Unidos. Fotografia de 1937. Ao fundo, cartaz de propaganda com a frase: O mais alto padrão de vida do mundo. Não há estilo como o estilo americano.
  1. Descreva a imagem.
  2. Que relação é possível estabelecer entre a imagem e a situação socio- econômica dos Estados Unidos na década de 1930?
Versão adaptada acessível

5.  Com base na descrição da imagem a seguir, e em sua legenda, responda às questões.

Fotografia em preto e branco. Homens, mulheres e crianças, na maioria negros, em fila. Alguns seguram sacolas e cestos vazios nas mãos. Em segundo plano, um grande cartaz representando um homem, uma mulher e duas crianças, todos brancos, sorridentes, com um cachorro no interior de um carro. No topo e na lateral do cartaz, há textos em inglês.
Vítimas de uma enchente aguardam por doações em fila na cidade de Louisville, Estados Unidos. Fotografia de 1937. Ao fundo, cartaz de propaganda com a frase: O mais alto padrão de vida do mundo. Não há estilo como o estilo americano.

a) Que evento é registrado na fotografia?

b) Que pessoas participam desse evento? O que elas estão fazendo?

c) O que está representado no cartaz ao fundo da fotografia?

d) Que relação é possível estabelecer entre a imagem e a situação socioeconômica dos Estados Unidos na década de 1930?

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6. Observe a imagem, produzida pelo pintor e desenhista alemão djêordji (1893-1959), e faça o que se pede.

Pintura. Em primeiro plano, em frente a um muro de tijolos, um homem de terno, gravata e chapéu, carregando uma pasta, caminha com olhar indiferente. Atrás dele, caminhando para o outro lado, um homem vestindo farda militar e chapéu, apoiando-se sobre uma bengala, com expressão carrancuda. Ao fundo, um terceiro homem, sem rosto definido e representado em tamanho menor, veste roupas cinzas e caminha segurando uma pá sobre os ombros. Em segundo plano, fábricas com chaminés exalando fumaça escura.
Dia cinzento, pintura de gueórg gróz, 1921.
  1. Descreva a imagem e registre suas impressões a respeito da obra.
  2. Qual é a data de produção dessa obra? Relacione a pintura com a situação da Alemanha naquela época.
  3. Em sua interpretação, a pintura expressa uma crítica à sociedade alemã? Explique.
Versão adaptada acessível

6.  A imagem a seguir foi produzida pelo pintor e desenhista alemão George Grosz (1893-1959). Com base na descrição da imagem, faça o que se pede.

Pintura. Em primeiro plano, em frente a um muro de tijolos, um homem de terno, gravata e chapéu, carregando uma pasta, caminha com olhar indiferente. Atrás dele, caminhando para o outro lado, um homem vestindo farda militar e chapéu, apoiando-se sobre uma bengala, com expressão carrancuda. Ao fundo, um terceiro homem, sem rosto definido e representado em tamanho menor, veste roupas cinzas e caminha segurando uma pá sobre os ombros. Em segundo plano, fábricas com chaminés exalando fumaça escura.
Dia cinzento, pintura de gueórg gróz, 1921.

a) Identifique os personagens e o cenário representados. A seguir, registre suas impressões sobre a obra.

b) Qual é a data de produção dessa obra? Relacione a pintura com a situação da Alemanha naquela época.

c) Em sua interpretação, a pintura expressa uma crítica à sociedade alemã? Explique.

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7. O nazismo, assim como outros regimes totalitários, usou a arte para difundir sua ideologia. Observe a reprodução de uma obra do pintor alemão (1894-1973), considerado um dos artistas oficiais do regime nazista. Em seguida, responda às questões.

Pintura. Uma família ao redor de uma mesa. Todos os membros da família são brancos, loiros, têm as bochechas rosadas e vestem roupas recatadas. Um homem de cabelos curtos, loiros e lisos, veste um paletó escuro. À sua frente, uma mulher, também de cabelos loiros, longos e lisos, traja um vestido azul marinho. Estão próximos de três crianças, duas meninas, nas laterais, e um menino, no centro da imagem. Uma das meninas, vestindo uma blusa de manga longa bege, desenha em um papel sobre a mesa, a outra, com blusa de mangas curtas e babados branca, está no colo de sua mãe. O menino, com blusa de mangas longas bege, olha para frente, na direção do espectador, e segura um cavalo de brinquedo. À direita, uma mulher em idade avançada, de vestido escuro, próxima de uma xícara e de um pires brancos. Ao fundo, folhagens e um campo verde e o céu azul claro com nuvens brancas, representados durante o dia.
Família de agricultores de Kalenberg, pintura de ádolf físsel, 1939.
  1. Como o artista retratou o menino em sua obra?
  2. Como essa obra se relaciona aos valores nazistas?
Versão adaptada acessível

7. O nazismo, assim como outros regimes totalitários, usou a arte para difundir sua ideologia. O pintor alemão Adolf Wissel (1894-1973) é considerado um dos artistas oficiais do regime nazista. Com base na descrição de uma obra desse artista, responda às questões.

Pintura. Uma família ao redor de uma mesa. Todos os membros da família são brancos, loiros, têm as bochechas rosadas e vestem roupas recatadas. Um homem de cabelos curtos, loiros e lisos, veste um paletó escuro. À sua frente, uma mulher, também de cabelos loiros, longos e lisos, traja um vestido azul marinho. Estão próximos de três crianças, duas meninas, nas laterais, e um menino, no centro da imagem. Uma das meninas, vestindo uma blusa de manga longa bege, desenha em um papel sobre a mesa, a outra, com blusa de mangas curtas e babados branca, está no colo de sua mãe. O menino, com blusa de mangas longas bege, olha para frente, na direção do espectador, e segura um cavalo de brinquedo. À direita, uma mulher em idade avançada, de vestido escuro, próxima de uma xícara e de um pires brancos. Ao fundo, folhagens e um campo verde e o céu azul claro com nuvens brancas, representados durante o dia.
Família de agricultores de Kalenberg, pintura de ádolf físsel, 1939.

a) Qual é a posição ocupada pelo menino na cena representada pelo artista? Que brinquedo ele carrega? O que essas características sugerem?

b) Como essa obra se relaciona aos valores nazistas?

Glossário

Contrabando
: ato de comercializar mercadorias proibidas.
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Gangue
: grupo de pessoas que se unem para cometer atos ilegais.
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Espaço vital
: conceito incorporado pelos nazistas que se referia à necessidade de expansão territorial para conseguir oferecer condições plenas de vida para o povo alemão.
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