UNIDADE 2 TOTALITARISMO, SEGUNDA GUERRA E GETULISMO
CAPÍTULO 4 CRISE CAPITALISTA E TOTALITARISMO
Culturas são os modos de ser e viver construídos pelas sociedades. Mas as culturas são dinâmicas, pois mudam ao longo do tempo. A cultura dos Estados Unidos, por exemplo, teve um momento de brilho na década de 1920 e, posteriormente, na década de 1930, passou por uma grave crise socioeconômica. Em reação a essa crise, surgiram na Europa movimentos totalitários, que visavam ao fortalecimento do Estado e ao combate à pluralidade cultural.
responda oralmente
para começar
O que podemos fazer para combater as violências e as discriminações sociais? Debata em grupo.
Estados Unidos nos anos 1920 e 1930
Durante a Primeira Guerra Mundial, a economia dos Estados Unidos expandiu devido ao grande desenvolvimento agrícola e industrial. Em 1920, os Estados Unidos eram responsáveis por quase 50% da produção mundial, tornando-se um dos países mais ricos do planeta.
A prosperidade econômica gerou um clima de otimismo na sociedade e a década de 1920 foi chamada de “anos felizes”. Nessa época, aumentou o consumo de produtos como eletrodomésticos, automóveis etcétera. Tornou-se popular a ideia de que “viver bem era sinônimo de consumir mais”. Essa ideia caracterizava o American way of life, ou seja, o “estilo de vida americano”.
Apesar da euforia consumista, a maioria da população realizava suas compras a prazo e por meio de empréstimos bancários. A publicidade e a concessão de crédito foram importantes ferramentas para o sucesso do American way of life.Enquanto a publicidade incentivava as pessoas a comprar, a concessão de crédito sustentava o consumo. Em 1927, por exemplo, seis em cada dez automóveis foram comprados por meio de financiamento.
responda oralmente
para pensar
- Em sua opinião, para viver bem, precisamos sempre consumir mais? Argumente com os colegas e conheça o ponto de vista deles sobre a questão.
- Quais são os problemas ocasionados pelo consumismo? Reflita.
- O que você sabe sobre educação financeira? Comente e converse com os colegas sobre o assunto.
A cultura nos “anos felizes”
A prosperidade econômica dos anos 1920 impulsionou a produção cultural nos Estados Unidos. Nessa época, o cinema e o jazz se popularizaram.
Durante os “anos felizes”, vários estúdios cinematográficos se instalaram em Hollywood, região da cidade de Los Angeles. Ali, artistas como a sueca Greta Garbo (1905-1990) e o britânico Tcharls Tcháplin (1889-1977) ficaram mundialmente conhecidos por seus trabalhos. Os filmes produzidos nos Estados Unidos conquistavam o imaginário das pessoas e, muitas vezes, faziam propaganda do “estilo de vida americano”.
Na mesma época, os afro-estadunidenses desenvolveram o jazz, uma fórma musical que mescla a harmonia europeia com ritmos africanos. Aos poucos, o jazz atraiu admiradores pelo mundo, incluindo o compositor russo de música erudita Igor Stravinsky. A cidade de Nova Orleans tornou-se um fervoroso centro criativo de jazz. Entre os principais nomes desse estilo musical, estão o trompetista Lúis Ármistrong(1901-1971) e a cantora Bíli Rólidei(1915-1959).
dica livro
chivártzman Sheila. O modo americano de viver: a vida no tempo das máquinas. São Paulo: Atual, 2004. (Coleção A vida no tempo).
Nessa obra, a autora explica como o modo de vida dos estadunidenses se formou e se espalhou pelo mundo, impulsionado principalmente pelos meios de comunicação de massa.
Crise econômica de 1929
A crise econômica de 1929 nos Estados Unidos está relacionada a diversas condições, entre as quais destacamos:
- desigualdade social – apesar da prosperidade dos “anos felizes”, os Estados Unidos eram um país desigual em termos de renda. A pobreza atingia, sobretudo, os afro-estadunidenses e imigrantes, muitos dos quais não tinham acesso a trabalhos qualificados e salários dignos;
- superprodução econômica – as exportações estadunidenses cresceram, principalmente, durante a Primeira Guerra Mundial. À medida que os países europeus recuperavam suas economias, os Estados Unidos foram perdendo mercado consumidor. Apesar dessas perdas, muitos empresários estadunidenses continuaram a produzir no mesmo ritmo. Com isso, começaram a sobrar produtos no mercado. Sem ter compradores, vários desses produtos ficaram estocados. Ocorreu, então, uma superprodução de bens, isto é, a quantidade de produtos à venda tornou-se superior ao número de consumidores. Assim, em uma espécie de efeito dominó, os preços dos produtos despencaram, as vendas caíram e os empresários demitiram milhões de trabalhadores;
- especulação financeira – investidores estadunidenses e estrangeiros passaram a comprar ações de empresas que eram negociadas na Bolsa de Valores de Nova iórque. Em 1929, no entanto, muitos investidores perceberam que o valor das ações não correspondia ao valor real das empresas. Por isso, decidiram vender rapidamente suas ações, o que derrubou os preços desses títulos financeiros. No dia 24 de outubro de 1929, a Bolsa de Valores de Nova iórque perdeu sua estabilidade e “quebrou”, isto é, entrou em colapso. De acôrdo com historiadores, a quebra da Bolsa foi o principal marco da crise econômica dos Estados Unidos, que ficou conhecida como o período da Grande Depressão.
Outras Histórias
Lei sêca
Em 1920, foi aprovada nos Estados Unidos a chamada Lei sêca, que proibia a fabricação, a venda e o consumo de bebidas alcoólicas. Essa lei vigorou por 13 anos, mas não teve os efeitos esperados. Ao contrário, acabou estimulando a falsificação e o contrabandoglossário de bebidas, e não acarretou a diminuição do consumo de álcool. Além de burlar a Lei sêca, ganguesglossário exploravam a prostituição e o jôgo clandestino. A gangue mais conhecida da época era a de Al Capone, que atuava na região de Chicago.
Responda no caderno
Atividades
- Pesquise os principais malefícios causados pelo abuso de bebidas alcoólicas.
- Você sabe em que situações as leis brasileiras proíbem o consumo de bebida alcoólica? Pesquise.
Quebra da Bolsa e seus desdobramentos
O crack ou crash (do inglês, “quebra”, “desastre”) da Bolsa de Valores de Nova York afetou diversos setores da economia. Entre 1929 e 1932, a produção industrial nos Estados Unidos diminuiu 54%. Ao longo dos anos 1930, cerca de 5 mil bancos estadunidenses faliram. O número de homens e mulheres desempregados chegou a mais de 15 milhões.
Nesse período, surgiram favelas nas periferias de cidades dos Estados Unidos e milhares de pessoas sofreram com a fome. Ao contrário dos “anos felizes” que marcaram a década de 1920, os anos 1930 ficaram conhecidos como “tempos difíceis”.
A crise se espalhou por vários países, onde gerou desemprego, falência de empresas e escassez de gêneros básicos, como alimentos, roupas etc. Cafeicultores brasileiros, por exemplo, perderam vendas em larga escala, devido à redução das exportações para os Estados Unidos. Essa grave crise econômica levou a uma descrença no liberalismo capitalista.
New Deal: um programa para superar a crise
No comêço da crise, os governantes dos Estados Unidos não interferiram na economia, mantendo a política liberal da década de 1920. Isso mudou com a eleição de Frânclin Rúsvelt para a Presidência do país. Durante seu govêrno, que durou de 1933 a 1945, foi executado um programa de reformas conhecido como New Deal (do inglês, “novo acôrdo”).
O New Deal se inspirava nas ideias do economista britânico John (1883-1946). Para ele, era necessário equilibrar as intervenções estatais com as iniciativas privadas. Entre as principais medidas do New Deal, estavam:
- contrôle de preços de diversos produtos agrícolas e industriais;
- concessão de empréstimos a empresários endividados para que pagassem suas contas e reorganizassem a produção;
- realização de obras públicas para oferecer trabalho a milhões de pessoas;
- regulamentação de direitos trabalhistas, como salário mínimo e seguro-desemprego, pois o acesso à renda ajudava a manter o consumo e impulsionava as atividades econômicas.
O New Deal não alcançou todo o sucesso planejado, mas contribuiu para amenizar a crise. A partir de 1935, a economia do país voltou a crescer e, gradativamente, foram controlados vários problemas que afetavam o trabalho e a produção.
Totalitarismo na Europa
A devastação da Primeira Guerra Mundial e, depois, a quebra da Bolsa de Nova iórque provocaram um estado de crise em diversas sociedades europeias. A maioria da população enfrentava desemprego, inflação e pobreza. Em vários países, havia um clima de incertezas e protestos. Alguns setores sociais passaram a acreditar na ilusão de que somente um líder antidemocrático poderia resolver os graves problemas da época.
Esse cenário de insegurança social favoreceu a implantação de regimes políticos totalitários. O objetivo dos regimes totalitários era criar um Estado forte (ou “total”) capaz de controlar os indivíduos e as instituições. O totalitarismo considerava que a vontade do Estado estaria acima dos direitos fundamentais dos cidadãos, como o direito à vida, à liberdade, à igualdade e à segurança.
O Estado totalitário só permitia a existência de um único partido político e promovia o culto à personalidade de seu líder. Eram proibidas críticas, oposições e manifestações de pessoas consideradas “diferentes”. Os adversários eram vigiados e punidos por órgãos especiais do Estado. Além disso, os meios de comunicação sofriam censura e eram obrigados a divulgar a ideologia oficial do regime totalitário.
Entre os principais exemplos de regimes totalitários estão o fascismo, na Itália, e o nazismo, na Alemanha. As ditaduras de Francisco Franco, na Espanha, e de António de Oliveira Salazar, em Portugal, também apresentavam características do totalitarismo. Diversos historiadores também incluem o stalinismo, na União Soviética, como um exemplo de regime totalitário, mesmo considerando que ele tinha uma ideologia diferente do nazifascismo.
dica filme
O grande ditador (Estados Unidos). Direção de Tcharls Tcháplin, 1940. 128 minutos.
Tcharls Tcháplin é o diretor do filme e o protagonista da obra, na qual, vive dois papéis: um ditador, claramente inspirado em ádolf rítler (chefe nazista que estudaremos adiante), e um barbeiro judeu que acaba sendo confundido com o líder autoritário.
Fascismo na Itália
A Primeira Guerra Mundial teve resultados desastrosos para os italianos. Calcula-se que setecentas mil pessoas morreram e quinhentas mil ficaram feridas. Nesse momento de insatisfação, Benito Mussolini (1883-1945) fundou na Itália o Partido Nacional Fascista.
Os fascistas diziam, de fórma categórica, que a crise italiana tinha solução, e propunham medidas para o crescimento do país. Pessoas de diferentes condições sociais (empresários, desempregados, desiludidos com a situação do país) acreditaram nas propostas fascistas e contribuíram para que Mussolini conquistasse o poder em 1922.
Na primeira fase de seu govêrno (1922-1924), Mussolini estruturou o Estado autoritário, controlando a imprensa e organizando milícias fascistas (tropas militarizadas). O fascismo estimulava o ultranacionalismo e menosprezava as culturas estrangeiras (xenofobia).
Na segunda fase do govêrno de Mussolini (1925-1939), os fascistas conseguiram alcançar poder suficiente para implantar uma ditadura na Itália. Mussolini tornou-se chefe supremo do Estado, sendo conhecido como Il Duce (em italiano, “o condutor”, “o líder”). Reprimiu violentamente protestos dos adversários, usando a polícia política fascista conhecida pela sigla Ovra. Além disso, aprovou reformas trabalhistas da Carta do Trabalho, que regulava as relações entre patrões e empregados.
O govêrno fascista também impunha sua doutrina por meio da educação pública. Entre as ações no campo da educação, Mussolini incluiu a militarização da vida escolar e o lançamento, em 1929, de um livro didático unificado para os estudantes das escolas elementares. Um dos lemas fascistas era: “Crer, obedecer e combater”.
Nazismo na Alemanha
Assim como na Itália, ao longo da década de 1920, a população alemã enfrentou graves dificuldades. As consequências da derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial e as duras condições impostas pelo Tratado de Versalhes geraram um clima de humilhação social. Além disso, havia desemprego elevado, baixa produção industrial e altas taxas de inflação.
Nesse contexto, uma parcela da elite alemã, com medo da expansão do socialismo entre os trabalhadores, apoiou a criação de um partido autoritário denominado Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, ou Partido Nazista, em 1919. A partir de 1921, o Partido Nazista foi comandado por ádolf rítler (1889-1945).
Quando se tornou líder supremo do Partido Nazista, Rítler utilizou vários meios de propaganda para influenciar a opinião pública e conquistar apôio das massas, incluindo a população pobre. Entre os meios de propaganda nazista, estavam jornais, cartazes, discursos, grandes espetáculos e desfiles militares que transmitiam ordem, disciplina e fervor patriótico.
Doutrina nazista
Após uma tentativa frustrada de tomar o poder na Alemanha, em 1923, Rítler foi preso. Enquanto esteve na cadeia, escreveu parte do livro Mein Kampf(do alemão, “Minha luta”), que se tornou a obra fundamental do nazismo. Nele, divulgava ideias como:
- racismo – defendia a existência de uma suposta “raça ariana”, que seria uma “raça pura,” da qual descendiam os povos germânicos, e superior a todos os outros povos (judeus, eslavos, negros, ciganos etcétera.). Por isso, defendia a perseguição e o extermínio dessas populações;
- antissemitismo – declarava que o povo judeu (semita) formava uma “raça inferior”, capaz de corromper e destruir a “pureza germânica”. Embora os judeus representassem menos de 1% da população do país, eles foram considerados “inimigos da Alemanha”. Assim, o nazismo proibiu, por meio das Leis de Nuremberg, o casamento entre judeus e alemães, retirou o direito à cidadania dos judeus e restringiu a participação deles nas funções públicas;
- totalitarismo – defendia a submissão total do indivíduo à autoridade do Estado, personificado na figura do Führer (do alemão, “chefe”);
- expansionismo – afirmava que o govêrno alemão tinha o dever de expandir seu território sobre outros países (espaço vitalglossário ), mesmo que fosse por meio da guerra.
Painel
Propaganda nazista
Os nazistas utilizaram a propaganda como verdadeira arma para conquistar adeptos. Difundiram suas doutrinas pelos mais variados veículos: fotografia, cinema, rádio, cartazes e espetáculos públicos. Por meio da propaganda, enfatizavam noções de ordem e fidelidade a Rítler.
No regime nazista, todos deviam obedecer a Rítler, o chefe supremo da Alemanha. A juventude alemã, por exemplo, era obrigada a repetir frases como: “Führer, ordena-nos! Nós lhe obedecemos”.
Os espetáculos nazistas eram organizados para provocar fortes emoções. Eles causavam impacto pelo amplo uso de bandeiras e símbolos nazistas (como as suásticas). Também se valiam de músicas, discursos eufóricos dos chefes e palavras de ordem que eram repetidas pela multidão.
Os cartazes nazistas geralmente utilizavam imagens agressivas com a finalidade de ofender quem eles consideravam inimigos, como comunistas, judeus etcétera. O cartaz a seguir, por exemplo, representa a figura estereotipada de um judeu, com “cara de mau”, tendo à frente as bandeiras do Reino Unido, dos Estados Unidos e da União Soviética. Esse cartaz sugere que os judeus conspiravam com os países adversários contra a Alemanha nazista. Nele, há uma frase escrita em alemão, que pode ser traduzida como: “Quem está por trás das fôrças inimigas: o judeu”.
Conquista do poder
Em 1923, Rítler comandou um grupo armado nazista pretendendo derrubar o governo da Baviera (um estado da Alemanha). O golpe fracassou e Rítler foi preso em 8 de novembro de 1923, permanecendo na prisão até 20 de dezembro de 1924. Na época, a Alemanha ainda não tinha conseguido superar as dificuldades socioeconômicas. Posteriormente, a situação se agravou com os desdobramentos da quebra da Bolsa de Nova iórque, em 1929.
Nesse contexto de crise, o Partido Nazista conseguiu eleger a maior bancada do Parlamento alemão (quase 38% dos deputados) em julho de 1932. A vitória foi acompanhada da violência de milícias nazistas contra adversários políticos.
Em 30 de janeiro de 1933, Rítler foi nomeado chanceler (chefe de governo) da Alemanha. Alguns acreditavam que a nomeação de Rítler seria capaz de conter suas ambições de poder. No entanto, poucos meses após assumir o cargo de chanceler, Rítler instalou uma ditadura no país.
Ditadura nazista
A ditadura nazista concretizou-se com a decretação de um estado de emergência, a censura à imprensa e a proibição das atividades políticas de partidos rivais. Além disso, uma poderosa máquina de propaganda foi construída para difundir a ideologia nazista.
O govêrno de Rítler impôs o nazismo às artes plásticas, à música, à literatura, ao cinema e até mesmo à pesquisa científica. No plano econômico, estimulou a agricultura e a industrialização. Nessa área, destacou-se a produção de armamentos militares.
No setor educacional, o govêrno obrigava os professores a aprender e ensinar princípios nazistas. Muitos professores foram obrigados a se inscrever em uma liga nazista de educação e a jurar fidelidade ao Führer. A doutrina nazista era também difundida por associações como a juventude ritlerísta, que organizava competições esportivas, reuniões políticas e exercícios de preparação.
Foi criada a Gestapo (polícia secreta do Estado), que vigiava os alemães e perseguia possíveis adversários. Os membros da Gestapo prendiam e matavam os suspeitos de deslealdade ao govêrno.
Em dezembro de 1933, o Partido Nazista tornou-se o partido único na Alemanha. Em agosto de 1934, Rítler ampliou seus poderes ao assumir também a Presidência da República. Tornou-se chefe absoluto do país.
Outras Histórias
Diversidade e igualdade
As antigas classificações das “raças humanas” perderam o sentido em função das recentes pesquisas biológicas. Essas pesquisas afirmam que todos os seres humanos fazem parte de uma única espécie. Ainda assim, o racismo não desapareceu.
Durante o nazismo, houve perseguição e extermínio de judeus, eslavos, negros, ciganos. Esses são exemplos extremos de racismo. Contudo, em nossos dias, observamos a persistência de atitudes racistas em vários países do mundo. Nesse sentido, a socióloga francesa clodíne harrôche afirmou:
“Direitos humanos, liberdades e até o Estado democrático, nada está garantido para sempre. reticências Temos que lutar diariamente por tudo isso, sem tréguas”.
harrôche, clodíne. Apud: GALANI, Luan. Males que nunca acabam. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, 28 novembro. 2011. Disponível em: https://oeds.link/Am0rq7. Acesso em: 29 maio 2022.
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 considera o racismo um crime inafiançável e imprescritível. Além disso, o Estatuto da Igualdade Racial (2010) estabelece políticas públicas de valorização da população negra.
Responda no caderno
Atividade
Analisando o contexto brasileiro atual, cite exemplos de:
- situações que demonstram o racismo estrutural;
- lutas em favor dos direitos humanos e das liberdades democráticas.
Espanha: ditadura de Franco
Na Espanha, o general Francisco Franco (1892-1975) lutou pela conquista do poder em uma guerra civil contra grupos republicanos. A sangrenta Guerra Civil Espanhola começou em 1936 e terminou em 1939, com a vitória das tropas de Franco (franquistas), que contaram com o apôio dos nazistas.
Não se sabe o número exato de vítimas da Guerra Civil Espanhola, mas calcula-se que tenham morrido entre quatrocentas mil e 1 milhão de pessoas.
Ao assumir o govêrno, Franco impôs uma ditadura na Espanha que era apoiada por um partido político chamado Falange. Inspirados no fascismo, os falangistas controlavam a sociedade de fórma autoritária, interferindo na educação e nos meios de comunicação.
O regime ditatorial de Franco manteve-se até sua morte, em novembro de 1975. Depois disso, a monarquia parlamentar foi restaurada e ocorreram eleições democráticas, disputadas por diversos partidos.
Portugal: ditadura de Salazar
Em Portugal, António de Oliveira Salazar (1889-1970) assumiu a Presidência do Conselho de Ministros em 1932. A partir desse momento, governou o país até 1968.
Salazar implantou uma ditadura em Portugal, que ficou conhecida como Estado Novo. O govêrno adotou uma política nacionalista e conservadora que tinha como lema: “Deus, pátria e família”.
A ditadura de Salazar era apoiada por um partido único chamado União Nacional. Durante a ditadura, as oposições comunistas foram combatidas com a violência da polícia política e a censura dos meios de comunicação.
Após o afastamento de Salazar por motivo de saúde, em setembro de 1968, seu estilo de govêrno durou mais quase seis anos, sob o comando de Marcello Caetano. Somente em abril de 1974 os portugueses reconquistaram a democracia com a Revolução dos Cravos.
Nos anos finais da ditadura salazarista, os povos das colônias portuguesas na África (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe) iniciaram sua luta pela independência (esse assunto será tratado no capítulo 8 deste volume).
Oficina de história
Responda no caderno
Conferir e refletir
1. Identifique as frases incorretas. Depois, reescreva-as de fórma correta no caderno.
- A prosperidade econômica da década de 1920 beneficiou igualmente toda a população estadunidense. Por isso, essa época é chamada de “anos felizes”.
- A crise econômica que abalou os Estados Unidos nos anos 1930 está relacionada a três condições principais: desigualdade social, crise de superprodução e especulação financeira.
- A quebra da Bolsa de Valores de Nova iórque é considerada o principal marco da crise de 1929.
- O New Deal, programa de recuperação econômica, buscava equilibrar a intervenção do Estado com a iniciativa privada.
- Em todo o século vinte, as populações afro-estadunidenses tinham mais direitos que a população branca nos Estados Unidos.
integrar com Arte
- Organize um seminário sobre jazz. Para isso, reúnam-se em grupo e sigam as orientações.
- Escolham um dos artistas a seguir:
- duque élinton;
- Lúis Ármistrong
- Bíli Rólidei
- Éla Fitsdiérald
- Pesquisem informações sobre esses artistas, como:
- ano e local de nascimento e falecimento;
- acontecimentos mais marcantes de sua vida;
- músicas mais famosas de sua carreira.
- Escolham um dos artistas a seguir:
c) Apresentem o seminário com base nas informações pesquisadas. Em suas apresentações, utilizem cartazes, slides, sons e vídeos. Após a apresentação, se possível, postem os resultados de suas pesquisas em uma série na rede social de sua escolha, sob a supervisão do professor, focando um artista por vez em cada postagem. O resultado pode ser uma série de podcasts ou de imagens e textos relacionados. Voltem à plataforma em que vocês postaram sua série depois de um mês e façam um relatório informando quantos acessos o material teve e qual foi o teor geral dos comentários dos usuários.
- Em dupla, façam uma comparação entre fascismo (Itália), nazismo (Alemanha) e stalinismo (União Soviética), este último estudado no capítulo 1. Destaquem semelhanças e diferenças entre esses regimes.
- Os fascistas e os nazistas defendiam a completa submissão do indivíduo à autoridade do Estado. Diante disso, o que aconteceu com as liberdades individuais nos regimes totalitários?
Interpretar texto e imagem
5. Observe a imagem e responda às questões a seguir.
- Descreva a imagem.
- Que relação é possível estabelecer entre a imagem e a situação socio- econômica dos Estados Unidos na década de 1930?
Versão adaptada acessível
5. Com base na descrição da imagem a seguir, e em sua legenda, responda às questões.
a) Que evento é registrado na fotografia?
b) Que pessoas participam desse evento? O que elas estão fazendo?
c) O que está representado no cartaz ao fundo da fotografia?
d) Que relação é possível estabelecer entre a imagem e a situação socioeconômica dos Estados Unidos na década de 1930?
integrar com Arte
6. Observe a imagem, produzida pelo pintor e desenhista alemão djêordji (1893-1959), e faça o que se pede.
- Descreva a imagem e registre suas impressões a respeito da obra.
- Qual é a data de produção dessa obra? Relacione a pintura com a situação da Alemanha naquela época.
- Em sua interpretação, a pintura expressa uma crítica à sociedade alemã? Explique.
Versão adaptada acessível
6. A imagem a seguir foi produzida pelo pintor e desenhista alemão George Grosz (1893-1959). Com base na descrição da imagem, faça o que se pede.
a) Identifique os personagens e o cenário representados. A seguir, registre suas impressões sobre a obra.
b) Qual é a data de produção dessa obra? Relacione a pintura com a situação da Alemanha naquela época.
c) Em sua interpretação, a pintura expressa uma crítica à sociedade alemã? Explique.
integrar com Arte
7. O nazismo, assim como outros regimes totalitários, usou a arte para difundir sua ideologia. Observe a reprodução de uma obra do pintor alemão (1894-1973), considerado um dos artistas oficiais do regime nazista. Em seguida, responda às questões.
- Como o artista retratou o menino em sua obra?
- Como essa obra se relaciona aos valores nazistas?
Versão adaptada acessível
7. O nazismo, assim como outros regimes totalitários, usou a arte para difundir sua ideologia. O pintor alemão Adolf Wissel (1894-1973) é considerado um dos artistas oficiais do regime nazista. Com base na descrição de uma obra desse artista, responda às questões.
a) Qual é a posição ocupada pelo menino na cena representada pelo artista? Que brinquedo ele carrega? O que essas características sugerem?
b) Como essa obra se relaciona aos valores nazistas?
Glossário
- Contrabando
- : ato de comercializar mercadorias proibidas.
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- Gangue
- : grupo de pessoas que se unem para cometer atos ilegais.
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- Espaço vital
- : conceito incorporado pelos nazistas que se referia à necessidade de expansão territorial para conseguir oferecer condições plenas de vida para o povo alemão.
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