UNIDADE 2 TOTALITARISMO, SEGUNDA GUERRA E GETULISMO
CAPÍTULO 5 SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi o maior conflito armado da história. Essa guerra deixou cerca de 55 milhões de mortos, 35 milhões de feridos e levou ao desenvolvimento de armas nucleares.
Os horrores e a violência da guerra estão presentes na memória de vários povos até os dias de hoje.
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para começar
O final da Segunda Guerra inaugurou a era das armas de destruição em massa. Você sabe quais países detêm armas nucleares nos dias atuais? Comente e pesquise.
Totalitarismo e expansão
Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os países vencedores impuseram duras punições aos países derrotados. Essas medidas, estabelecidas no Tratado de Versalhes, foram consideradas humilhantes e penalizaram sobretudo a Alemanha.
Nessa época, como você estudou no capítulo anterior, a Alemanha passou por uma grave crise econômica e social, o que favoreceu a ascensão de ádolf rítler ao poder. Para muitos historiadores, Rítler e o Partido Nazista são os principais responsáveis pela Segunda Guerra Mundial.
Durante a década de 1930, os governos totalitários de Alemanha, Itália e Japão desejavam expandir seus territórios, fortalecer suas economias e controlar suas populações. Conheça, a seguir, alguns episódios que marcaram a política externa adotada pelos governos desses países.
Expansões japonesa e italiana
Em 1931, o Japão, com o objetivo de expandir seus domínios na Ásia, invadiu a Manchúria, ao norte da China. Depois, em 1937, os japoneses atacaram a China novamente. Os membros da Liga das Nações condenaram o expansionismo japonês. Mas essa condenação formal não chegou a evitar os conflitos asiáticos.
Em 1935, as tropas italianas invadiram a Etiópia, na África. A capital etíope, ádis abêba, foi ocupada em maio do ano seguinte. Essa invasão também foi condenada pela Liga das Nações. No entanto, dando continuidade à política expansionista, o govêrno de Mussolini ocupou a Albânia, na Europa, anexando-a ao território italiano em abril de 1939.
Expansão alemã
Inspirado na doutrina do espaço vital, o govêrno de Rítler planejou a expansão territorial da Alemanha. Em março de 1936, violando determinações do Tratado de Versalhes, Rítler autorizou que seu exército ocupasse a Renânia, região da Alemanha que faz fronteira com a França e deveria se manter desmilitarizada.
Em março de 1938, o govêrno nazista anexou a Áustria, praticamente sem esfôrço militar, porque os membros do Partido Nazista austríaco haviam preparado o caminho político para esta anexação, também chamada de Anschluss (união). Os nazistas da Áustria fizeram uma campanha alegando que alemães e austríacos faziam parte do mesmo povo germânico. O próprio Rítler era austríaco. O Anschluss foi confirmado por um plebiscito realizado na Áustria em abril de 1938.
Depois da Áustria, o govêrno de Rítler buscou dominar os Sudetos, região pertencente à Tchecoslováquia, onde vivia uma minoria de origem alemã, composta de aproximadamente 3 milhões de pessoas. Diante dessa pretensão nazista, líderes europeus reuniram-se na Conferência de Munique (1938), onde autoridades francesas e britânicas concordaram com a anexação dos Sudetos ao território da Alemanha.
Nesse momento, os governos da França e do Reino Unido insistiram em manter uma política de apaziguamento, imaginando que seria a última reivindicação territorial de Rítler. Assim, em outubro de 1938, o exército alemão ocupou os Sudetos. Posteriormente, ocupou toda a Tchecoslováquia, desrespeitando o que havia sido combinado na Conferência de Munique.
Expansão nazista (1935-1939)
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para pensar
A política de apaziguamento representou uma fórma de tolerância em relação às ambições nazistas. Posteriormente, ao criticar os regimes totalitários, o filósofo carl Popper defendeu que não devemos tolerar o intolerante nas sociedades democráticas. Por que não devemos tolerar o intolerante? Argumente em favor dessa ideia.
Estopim da guerra
Diante dos ataques nazistas, as autoridades francesas e britânicas protestavam verbalmente, procurando evitar um confronto militar direto. No entanto, os seguidores do Führer, sentindo-se livres para agir, planejavam seus próximos passos.
Em 23 de agosto de 1939, representantes dos governos de Rítler e de Stálin assinaram um pacto de não agressão e decidiram ocupar e dividir a Polônia. Menos de uma semana depois, em 1º de setembro de 1939, tropas alemãs invadiram o território polonês pelo oeste. No dia 17 de setembro, tropas soviéticas invadiram a Polônia pelo Léste.
Dois dias depois do ataque nazista à Polônia, os governos do Reino Unido e da França declararam guerra à Alemanha, iniciando a Segunda Guerra Mundial.
Ataques nazistas
Nos primeiros anos da guerra, os nazistas avançaram rapidamente sobre as defesas adversárias. Essa ofensiva era chamada de guerra-relâmpago (Blitzkrieg) e consistia no rápido ataque dos tanques blindados (Panzers), apoiados pela aviação militar. Em seguida, chegavam as tropas de ocupação (infantaria) para consolidar a vitória.
Com essa nova estratégia militar, os nazistas dominaram a Polônia e, até maio de 1940, já haviam conquistado outros países, como Dinamarca, Holanda, Bélgica, Noruega e França. A Itália, governada por Mussolini, aliou-se ao govêrno de Rítler. Outras nações ficaram neutras, como Portugal, Espanha e Irlanda.
O Reino Unido foi bombardeado dia e noite pelos nazistas. Mas os britânicos resistiram aos ataques, e os alemães não conseguiram conquistar a região. Após várias tentativas de invasão, a fôrça aérea militar britânica (Royal Air Force – ) conseguiu neutralizar as ofensivas da fôrça aérea alemã (Luftwaffe).
Em 1940, uinstãn tchãrtchil (1874-1965) tornou-se o primeiro-ministro do Reino Unido. Ao assumir o govêrno, ele declarou: “Só tenho para oferecer sangue, trabalho, suor e lágrimas. Temos perante nós longos meses de luta e sofrimento”. tchârtchil foi considerado um grande orador e estadista que liderou o Reino Unido na luta contra o nazismo.
Resistência aos nazistas
Durante a guerra, a população dos países invadidos pelos nazistas organizou fórmas de resistência. Entre os principais objetivos estavam conter o avanço dos nazistas e retomar áreas invadidas por eles.
Os membros da resistência atuaram em diferentes frentes, que iam desde manifestações pacíficas e espontâneas até a formação de milícias armadas para lutar contra os nazistas. Além dessas ações, eles buscaram desestruturar a organização militar nazista, por exemplo, descarrilando trens e destruindo pontes para impedir o abastecimento das tropas.
Muitas vezes, a resistência armada agia na clandestinidade, tentando destruir instalações alemãs por meio de sabotagem e guerrilhas. Essas ações eram descontínuas, realizadas por pequenas tropas, que promoviam emboscadas contra seus inimigos.
Na França, por exemplo, formou-se a organização França Livre, liderada pelo general charle dê gôle(1890-1970). Na época, o general estava exilado no Reino Unido e, de lá, conclamava os franceses, por meio da rádio britânica BBCglossário , a lutar contra a ocupação nazista. Além disso, charle dê gôle reuniu fôrças militares francesas sediadas no exterior, como a Legião Estrangeira, para participar de algumas batalhas.
Ofensiva dos Aliados (1942-1945)
A guerra tomaria outros rumos com a entrada da União Soviética e dos Estados Unidos no conflito. Em junho de 1941, Rítler determinou a invasão da União Soviética, rompendo o acôrdo de não agressão que havia assinado antes da guerra. Assim, a União Soviética declarou guerra à Alemanha. No caso dos Estados Unidos, a entrada no conflito ocorreu após o ataque japonês à base naval de Pearl Harbor, no Havaí (Oceano Pacífico), em dezembro de 1941.
Segunda Guerra Mundial: a luta na Europa, no Norte da África e no Oriente Médio (1939-1942)
Frente Ocidental
Na Frente Ocidental, os Aliados organizaram diversos ataques militares para combater os nazistas. Nesse sentido, foi decisiva a participação dos Estados Unidos, que utilizaram seu poderoso parque industrial para fabricar navios de guerra, tanques, aviões e muitos outros armamentos.
A partir de 1942, cidades e instalações militares alemãs começaram a sofrer os bombardeios de aviões britânicos e estadunidenses. No mesmo ano, o general britânico Montgomery contra-atacou as tropas do general alemão Rommel no norte da África. Em 13 de maio de 1943, Rommel foi cercado e aproximadamente 252 mil soldados alemães e italianos acabaram se rendendo.
Em 6 de junho de 1944, cerca de 300 mil soldados das tropas aliadas desembarcaram na região francesa da Normandia e atacaram as forças alemãs. Essa data ficou conhecida como Dia D (do inglês Decision Day, ou "Dia da Decisão"). Depois de controlar a Normandia, as tropas aliadas avançaram para o interior do território francês até libertar Paris, em 25 de agosto de 1944. Vitoriosos, os Aliados seguiram em direção à fronteira com a Alemanha.
Frente Oriental europeia e lutas na Ásia
Na Europa Oriental, ocorreram confrontos decisivos entre a Alemanha nazista e a União Soviética. Para combater os soviéticos, os alemães concentraram cerca de 65% de seu exército, seus melhores equipamentos militares e suas tropas de elite.
Nos anos de 1941 e 1942, os alemães e seus aliados avançaram rapidamente pelo território soviético, chegando perto de Moscou. Entretanto, os soviéticos resistiram aos invasores. Em setembro de 1942, as tropas alemãs invadiram a cidade de Stalingrado, onde foi travada uma das batalhas mais violentas da guerra. Em fevereiro de 1943, os soviéticos derrotaram os nazistas em Stalingrado, e, pela primeira vez na guerra, um general alemão e seu exército se renderam. A Batalha de Stalingrado acabou com a crença na invencibilidade nazista.
Depois dessa batalha, os soviéticos passaram da defesa para o ataque, conquistando os territórios controlados pelos nazistas. Na luta contra os nazistas, calcula-se que morreram mais de 20 milhões de pessoas da União Soviética, desse total cerca de 13,6 milhões eram militares.
A Segunda Guerra Mundial também foi marcada por lutas na Ásia, onde o Japão ocupou vastas regiões da China (em 1937) e da Indochina (em 1940). Observe o mapa a seguir.
Segunda Guerra Mundial: a luta na Ásia (1942)
Outras Histórias
fôrça Expedicionária Brasileira
Entre setembro de 1944 e junho de 1945, mais de 25 mil brasileiros da fôrça Expedicionária Brasileira ( Féb) foram enviados para lutar contra o fascismo, na Itália. Desse total, quase 3 mil se feriram e 465 morreram em combate.
Os soldados brasileiros, chamados pracinhas, escolheram como símbolo da Féb uma cobra fumando cachimbo. Era uma resposta àqueles que diziam ser mais fácil uma cobra fumar do que os brasileiros conseguirem combater os bem treinados soldados nazistas.
O primeiro combate com a participação dos soldados da fôrça Expedicionária Brasileira ocorreu em setembro de 1944. A última ação foi em abril do ano seguinte. A batalha mais conhecida foi a de Monte Castello, vencida pelos Aliados e que contou com a participação dos pracinhas.
Responda no caderno
Atividade
No Brasil, o período do Estado Novo (1937-1945) foi uma ditadura chefiada por Getúlio Vargas que se caracterizou pela censura aos meios de comunicação, repressão política e defesa do nacionalismo. A vitória sobre o nazifascismo influenciou, de algum modo, o fim do Estado Novo, liderado por Vargas? Pesquise.
Vítimas do nazismo
Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas promoveram o genocídio de milhões de judeus, eslavos, ciganos, comunistas, homossexuais, pessoas com deficiência física, artistas e intelectuais. O extermínio desses grupos ficou conhecido como Holocausto. Os judeus se referem a esse acontecimento de que foram vítimas com o termo hebraico Shoah, que significa “catástrofe”.
O Holocausto ocorreu principalmente nos campos de concentração e de extermínio nazistas. Um dos principais campos de extermínio ficava em Auschwitz, no sul da Polônia.
Os cálculos sobre o número de vítimas do Holocausto variam muito. Em relação aos judeus, calcula-se que cêrca de 6 milhões tenham morrido em campos de extermínio ou em áreas sob ocupação nazista. Em relação aos outros grupos, estima-se que morreram aproximadamente 4 milhões de pessoas.
O Holocausto fez parte da política de violência programada e racionalizada do Estado nazista, considerado um dos mais bárbaros crimes cometidos contra a humanidade. Além das execuções em massa, o nazismo também submeteu milhares de pessoas a maus-tratos e tortura. Toda essa violência foi impulsionada pelo ódio ao outro, ao diferente.
dica filme
O menino do pijama listrado (Estados Unidos/Reino Unido). Direção de marqui , 2008. 94 minutos
Um oficial nazista trabalha em um campo de concentração nas proximidades de Berlim, na Alemanha. Seu filho, um menino de oito anos, faz amizade com um garoto diferente: ele vive do outro lado de uma cêrca eletrificada e sempre usa um pijama listrado.
Perseguição aos judeus em Varsóvia
Na Polônia, os nazistas confinaram mais de 380 mil judeus no chamado Guetoglossário de Varsóvia. Ali, os judeus estavam sujeitos a diversas fórmas de violência e sofriam com a falta de alimentos, água limpa e medicamentos, o que facilitava a propagação de doenças.
Em 1940, a polonesa Irena sêndler (1910-2008), que era assistente social, teve permissão para entrar no Gueto. Diante daquela situação precária, ela e seus colaboradores decidiram resgatar milhares de crianças judias para que elas não morressem. Além do resgate, a assistente social escrevia uma lista com os dados das crianças judias e procurava famílias que pudessem adotá-las.
Depois de três anos frequentando o Gueto de Varsóvia, Irena foi descoberta e presa pelos nazistas. Mesmo sob tortura, ela não delatou seus colaboradores. Quando Irena ia ser executada, um grupo da resistência judaico-polonesa conseguiu libertá-la.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, Irena entregou a lista com os nomes das crianças a representantes do Comitê de Salvação dos judeus sobreviventes. Sua intenção era que as famílias judias pudessem se reunir novamente, mas, infelizmente, muitas dessas famílias haviam sido mortas nos campos de extermínio.
Em 2007, Irena foi indicada para o Prêmio Nobel da Paz e considerada uma heroína da guerra. Calcula-se que ela tenha ajudado a resgatar cêrca de 2 500 bebês e crianças judias durante o regime nazista.
Fim da guerra
Em julho de 1943, as tropas aliadas desembarcaram na Sicília e iniciaram a invasão da Itália. Mussolini foi preso e afastado do poder. As tropas nazistas, porém, ocuparam Roma e libertaram Mussolini, que fundou uma república. Mais tarde, em 1945, Mussolini voltou a ser preso pela resistência e foi imediatamente executado. Em 2 de maio de 1945, efetivou-se a rendição definitiva da Itália.
Em 25 de abril de 1945, a capital alemã estava cercada pelas tropas soviéticas. Alguns dias depois, Rítler e o ministro iôzef guêbels cometeram suicídio para não serem presos e responder por seus crimes. No dia 9 de maio, entrou em vigor a rendição incondicional da Alemanha, encerrando definitivamente a guerra na Europa.
Entre 1945 e 1946, foi instalado na cidade alemã de Nuremberg um tribunal militar internacional para julgar os principais líderes nazistas, que foram condenados por crimes contra a humanidade. Onze deles foram sentenciados à morte por enforcamento.
dica filme
O médico alemão (Argentina). Direção de Lucía Puenzo, 2013. 93 minutos
Filme baseado em fatos reais. Depois da Segunda Guerra Mundial, o cientista nazista iôzef mênguele foge para a Argentina, onde havia uma comunidade alemã. Sem revelar sua verdadeira identidade, mênguele convive com uma das famílias locais e continua realizando seus experimentos com seres humanos.
Bomba atômica
Na Ásia, os combates prosseguiram até a rendição japonesa, ocorrida em setembro de 1945. Desde o ataque a Pearl Harbor, em 1941, as fôrças dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Austrália vinham combatendo o Japão.
Em agosto de 1945 ocorreu o ataque decisivo contra os japoneses. Em uma demonstração de poder militar, os Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas sobre o território japonês. A primeira atingiu a cidade de Hiroshima, em 6 de agosto, e a segunda caiu sobre Nagasaki, em 9 de agosto.
Há estimativas de que as bombas atômicas provocaram a morte instantânea de mais de 160 mil pessoas nas duas cidades. Nos anos que se seguiram, outros milhares de pessoas morreram de sequelasglossário incuráveis provocadas pelas radiações nucleares, principalmente queimaduras graves e câncer.
Lugares da memória
As duas bombas atômicas que explodiram sobre o Japão em 1945 são marcos do fim da Segunda Guerra Mundial. As bombas atômicas tornaram-se um símbolo da destrutividade humana. Hiroshima e Nagasaki, as duas cidades bombardeadas, são lugares de memória dessa destruição nuclear.
Em Hiroshima, o Memorial da Paz, também chamado Cúpula da Bomba Atômica, é o único edifício que restou perto do local onde explodiu a primeira bomba. Ele foi preservado no estado em que ficou após o bombardeio de 6 de agosto de 1945. Hoje é considerado patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura ( unêsco).
Em Nagasaki, o Museu da Bomba Atômica cria uma sensação incômoda para os visitantes, com um ambiente escuro, barulho de aviões e objetos derretidos pelo calor da explosão. Imensos murais expõem fotos das pessoas que morreram naquele dia. A ideia é defender que eventos como os que ocorreram em Hiroshima e Nagasaki jamais voltem a se repetir.
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para pensar
Existe algum memorial no estado onde você mora? Por que é importante criá-los?
Japão: da derrota à recuperação
Após a derrota na Segunda Guerra Mundial, os japoneses viveram momentos difíceis. Oficializada a rendição, tropas dos Estados Unidos ocuparam o Japão e passaram a comandar sua recuperação econômica e social. Entre 1945 e 1952, houve grandes investimentos no país e a elaboração de uma nova Constituição, inspirada na dos Estados Unidos. De inimigos derrotados, os japoneses transformaram-se no mais importante aliado dos Estados Unidos na Ásia.
Nos 30 anos seguintes, o crescimento econômico foi rápido e ficou conhecido como “milagre japonês”, em que se destacaram os setores eletrônico, automobilístico e naval. O Japão tornou-se o principal centro capitalista asiático, influenciando as economias de outros países, como Coreia do Sul, taiuã, Cingapura, Tailândia e Filipinas. Mas o “milagre japonês” também provocou alterações nas tradições culturais do país, que se tornaram mais abertas ao estilo de vida das sociedades europeia e estadunidense.
O negócio das armas
A Segunda Guerra Mundial provocou um impressionante saldo de vítimas e destruição. Nesse confronto, armas tradicionais foram usadas ao lado de novos tanques blindados, foguetes, radares, aviões, navios, porta-aviões e bombas atômicas. Com esses recursos, atacaram-se alvos militares e civis. Isso sem mencionar outros métodos de extermínio, como fuzilamentos e câmaras de gás nos campos de concentração nazistas, que também provocaram milhares de mortes.
O impacto das mortes e a extensão da tragédia despertaram reflexões profundas sobre os horrores produzidos pela guerra. No entanto, nada disso conseguiu deter o ritmo insano de produção da indústria de armamentos, que continuou crescendo como negócio promissor. Novas armas tão poderosas quanto destrutivas foram vendidas aos governos de vários países. Porém, os esforços pela paz continuam. Os movimentos pacifistas ganham vigor em diversas partes do mundo.
responda oralmente
para pensar
Atualmente, vivemos períodos de guerras localizadas em diferentes partes do mundo, mas não de guerra generalizada. No entanto, falta muito para que prevaleça em nossa sociedade uma cultura da paz. Procure explicar o que significa cultura da paz.
Responda no caderno
Oficina de história
Conferir e refletir
- Identifique as frases incorretas. Depois, reescreva-as de fórma correta em seu caderno.
- A princípio, diante da expansão territorial alemã, os governos da França e do Reino Unido insistiram em manter uma política de apaziguamento.
- O ataque nazista à região dos Sudetos, na Tchecoslováquia, em 1938, é o marco inicial da Segunda Guerra Mundial.
- Nações como Portugal, Espanha e Irlanda permaneceram neutras durante a guerra, não aderindo às potências do Eixo ou às potências Aliadas.
- A Batalha de Stalingrado (1942-1943) acabou com o mito da invencibilidade nazista.
- Depois da rendição incondicional da Alemanha em 9 de maio de 1945, a Itália permaneceu na guerra até setembro.
- Sob a orientação do professor, organizem-se em grupos. Façam uma pesquisa sobre a bomba atômica utilizando jornais, revistas e internet. Em seguida, façam o que se pede.
- Citem alguns países que detêm bombas nucleares na atualidade.
- O físico nuclear fílip mórisson afirmou, em dezembro de 1945, que “A bomba atômica não é apenas uma nova arma, é uma revolução na guerra”. Procurem explicar por que a bomba atômica representou uma revolução na guerra.
Interpretar texto e imagem
integrar com Língua Portuguesa
3. Durante a Segunda Guerra Mundial, uma jovem judia de 13 anos chamada Anne Frank (1929-1945) foi obrigada a se esconder dos nazistas na Holanda. Em seu esconderijo, ela escreveu um diário no qual narrou o terror vivido pelos judeus naquele período.
Em 1944, Anne Frank e sua família foram descobertas e capturadas. A jovem judia morreu no inverno de 1944-1945, em um campo de concentração na Alemanha. A seguir, leia um trecho do diário de Anne Frank.
“Depois de maio de 1940 os bons tempos foram poucos e muito espaçados: primeiro veio a guerra, depois a capitulação, e em seguida a chegada dos alemães, e foi então que começaram os problemas para os judeus.
Nossa liberdade foi seriamente restringida com uma série de decretos antissemitas: os judeus deveriam usar uma estrela amarela; os judeus eram proibidos de andar nos bondes; os judeus eram proibidos de andar de carro, mesmo que fossem carros deles; os judeus deveriam fazer suas compras entre três e cinco horas da tarde; os judeus só deveriam frequentar barbearias e salões de beleza de proprietários judeus; os judeus eram proibidos de sair às ruas entre oito da noite e seis da manhã; os judeus eram proibidos de comparecer a teatros, cinemas ou qualquer outra fórma de diversão; os judeus eram proibidos de frequentar piscinas, quadras de tênis, campos de hóquei ou qualquer outro campo de atletismo; os judeus eram proibidos de ficar em seus jardins ou nos de amigos depois das oito da noite; os judeus eram proibidos de visitar casas de cristãos; os judeus deveriam frequentar escolas judias etcétera
Você não podia fazer isso nem aquilo, mas a vida continuava. jáque sempre me dizia: ‘Eu não ouso fazer mais nada, porque tenho medo de que não seja permitido’.”
FRANKAnne. O diário de Anne Frank. Rio de Janeiro: Record, 2000. página 17-18.
- Em sua interpretação, como era possível viver com tantas proibições? Reflita.
- Você tem um diário pessoal? Você acha importante registrar suas memórias?
4. Leia, a seguir, trechos de um texto escrito por Takashi Nagai (1908-1951). Ele era médico e estava em Nagasaki no dia em que a bomba atômica foi lançada de um avião estadunidense. Mesmo ferido, Takashi participou do atendimento aos sobreviventes da explosão. Observe também a imagem.
“A pressão imediata foi tamanha que, no raio de um quilômetro, todo ser humano que se encontrava do lado de fóra, ou num local aberto, morreu instantaneamente ou dentro de poucos minutos. reticências
O calor chegou a tal violência que, a quinhentos metros, os rostos foram atingidos a ponto de ficarem irreconhecíveis. A um quilômetro, as queimaduras atômicas tinham dilacerado a pele, reticências deixando à vista a carne sangrenta.
A primeira impressão não foi, segundo parece, a de calor, mas a de dor intensa, seguida de frio excessivo. A pele levantada era frágil e saía facilmente. A maioria das vítimas morria com rapidez.”
DEPOIMENTO de Takashi (Paulo) Nagai (1910-1951). Os sinos de Nagasaki. In: DIAS Júnior, José Augusto; rubicéqui, Rafael. O brilho de mil sóis: história da bomba atômica. São Paulo: Ática, 1994. página 48-49.
- Observe a imagem. Por quem foi produzida? Que cidade japonesa está sendo retratada?
- Quem é o autor do relato? De que maneira esse relato foi feito?
- Descreva sua sensação ao observar os dois documentos apresentados nesta atividade. Escreva um pequeno texto sobre o assunto e troque-o com os colegas.
Glossário
- : sigla de British Broadcasting Corporation, que, em português, significa “Empresa Britânica de Radiodifusão”.
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- Gueto
- : no contexto, espécie de bairro onde os judeus eram obrigados a morar.
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- Sequela
- : no contexto, moléstia decorrente de um dano à saúde.
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