PROJETO TEMÁTICO

Mídias digitais e cidadania

Este livro aborda aspectos do processo de globalização no mundo contemporâneo. Entre as características desse processo está a crescente velocidade na comunicação, proporcionada, em grande medida, pela ampliação do acesso à internet.

A internet é um importante recurso para acessar os meios de comunicação digitais que podem auxiliar você a exercer a cidadania, ajudando na construção de uma sociedade mais igualitária, justa, livre e solidária. No entanto, esse acesso também pode ocasionar a perda de identidade pessoal, a submissão a grupos organizados, problemas de saúde mental e a manipulação de dados. Enfim, usar a internet sem critério nem cuidados básicos pode contribuir para a formação de pessoas que agem como parte de uma “massa” e tornam-se, por exemplo, seguidores fanáticos de líderes autoritários.

Agora, vamos investigar os impactos das mídias digitais no cotidiano por meio do debate de temas como conexão e isolamento, exposição e privacidade, informação e confusão.

A proposta deste projeto é elaborar uma campanha sobre mídias digitais e cidadania. A campanha pode ser veiculada por texto ou vídeo nos meios digitais. Para isso, a classe será dividida em três grupos, e cada grupo realizará as etapas a seguir.

  1. Todos os grupos devem responder às questões do “Roteiro geral”.
  2. Cada grupo deve escolher um destes roteiros: azul, amarelo ou vermelho.
  3. Além das questões do “Roteiro geral”, os grupos vão debater e responder às perguntas do roteiro escolhido, partindo de suas vivências pessoais e da pesquisa na internet, em livros, revistas e jornais.
  4. Com base nos roteiros e na pesquisa, criem uma campanha sobre o uso consciente das mídias digitais. Para a campanha, vocês devem produzir um texto ou um vídeo.
  5. Divulguem a campanha em uma rede social ou blog, com a supervisão do professor.
  6. Ao final, escrevam um relatório explicando o que vocês aprenderam com este projeto.
Fotografia. Na parte inferior da imagem, em primeiro plano, de costas para a câmera, um homem de cabelo curto e castanho, vestindo paletó escuro. Ele está posicionado atrás de uma mesa. Seu, rosto virado para a direita, é visto de perfil.
Em torno da mesa, uma multidão de pessoas com câmeras fotográficas profissionais, com grandes lentes, apontadas para o homem.
Mark zuquerbérg, criador de uma grande rede social, presta depoimento no Congresso estadunidense, em Washington, D.C Fotografia de 2018. A empresa fundada por ele foi acusada de ter vazado dados pessoais de 87 milhões de usuários. As redes sociais têm se tornado uma importante ferramenta, mas seu uso exige cuidado.
Orientações e sugestões didáticas

Objetivos do projeto

Os objetivos a seguir se justificam em função dos temas abordados ao longo dos capítulos e recuperados para aprofundamento neste projeto temático, sobretudo aqueles relacionados aos processos de globalização no mundo contemporâneo. São tratados também assuntos correlatos, como as fórmas de exclusão em meio à globalização e a resistência a esse processo. A abordagem está em diálogo com o tema contemporâneo transversal Ciência e tecnologia.

  • Conectar conteúdos desenvolvidos em diferentes capítulos do livro.
  • Refletir sobre o impacto das mídias digitais no cotidiano das pessoas e das instituições, destacando suas consequências.
  • Promover o debate e a reflexão sobre as fórmas de uso das mídias digitais.
  • Valorizar o uso das tecnologias digitais de modo crítico, ético e responsável.

Alerta ao professor

A realização deste projeto contribui para o desenvolvimento das seguintes competências da Bê êne cê cê:

  • cê gê cinco e cê gê dez;
  • cê ê cê agá um e cê ê cê agá dois;
  • cê ê agá sete.

Orientação didática

Ao desenvolver este projeto, pode-se apresentar aos estudantes matérias jornalísticas sobre as mídias digitais e o uso de tecnologias nos dias atuais. Desenvolver esse tema em sala de aula é uma oportunidade para estabelecer conexões entre os assuntos estudados e as vivências cotidianas dos estudantes.

Roteiro geral – Acesso à internet

  1. Vocês têm acesso à internet? Em que locais?
  2. Caso vocês tenham acesso particular à internet, quanto ele custa? Existem lugares que vocês frequentam que oferecem pontos de acesso gratuitos?
  3. Qual dispositivo vocês mais utilizam para acessar a internet: computador pessoal de mesa, tablet ou smartphone?
  4. Com qual objetivo vocês usam a internet? Quais são seus sites preferidos? Por quê?
  5. Na opinião de vocês, as mídias digitais influenciam seus hábitos? Comentem.

Brasil e regiões: domicílios com acesso à internet, em porcentagem (2019)

Gráfico de barras. Brasil e regiões: domicílios com acesso à internet, em porcentagem (2019). Domicílios em que havia utilização da internet, por situação do domicílio (percentual). Brasil. Total: 82,7. Urbana: 86,7. Rural: 55,6.
Norte. Total: 76,0. Urbana: 86,5. Rural: 38,4. 
Nordeste. Total: 74,3. Urbana: 81,3. Rural: 51,9. 
Sudeste. Total: 87,3. Urbana: 88,8. Rural: 64,6.
Sul. Total: 84,9. Urbana: 87,5. Rural: 67,2. 
Centro-Oeste. Total: 86,4. Urbana: 88,9. Rural: 62,1.
FONTE: í bê gê É. Acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal. Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua 2019. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página. 6.

Brasil: dispositivos utilizados para acessar a internet, em porcentagem (2018 e 2019)

Infográfico. Brasil: dispositivos utilizados para acessar a internet, em porcentagem (2018 e 2019). 
Internet: equipamento utilizado para acessar. Nota. Por pessoa de 10 anos ou mais de idade. 
Primeiro. Ícone do equipamento. Smartphone. 
2018: 98,1 por cento. 2019: 98,6 por cento. 
Segundo. Ícone do equipamento. Microcomputador. 2018: 50,7 por cento. 2019: 46,2 por cento. 
Terceiro. Ícone do equipamento. Televisão.
2018: 23,1 por cento. 2019: 31,9 por cento. 
Quarto. Ícone do equipamento. Tablet. 
2018: 12,0 por cento. 2019: 10,9 por cento.
FONTE: í bê gê É. Acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal. Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua 2019. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página. 1.

Roteiro azul – Conexão e isolamento

  1. Quanto tempo por dia vocês navegam na internet?
  2. Vocês usam os meios digitais para se comunicar com pessoas que moram longe? E com pessoas com quem vocês convivem no dia a dia?
  3. O que vocês consideram ser o uso saudável dos meios digitais? E o uso excessivo?
  4. Os meios digitais unem ou afastam as pessoas? Por que devemos equilibrar o convívio presencial com o on-line?
Orientações e sugestões didáticas

Roteiro geral – Acesso à internet

O objetivo destas atividades é estimular os estudantes a refletir sobre alguns temas relacionados à questão da internet no Brasil. Por exemplo, a dificuldade de acesso a uma navegação tecnologicamente eficiente, os suportes digitais (computador, smartphone, tablet) mais utilizados por eles e o objetivo do uso das ferramentas digitais.

A seguir, selecionamos uma matéria que aborda o problema da dificuldade de acesso à internet.

Quem são as pessoas que não têm acesso à internet no Brasil?

“A pandemia de covid-19 trouxe à tona uma realidade que por vezes foi ignorada no Brasil: a falta de acesso à internet. reticências

De acôrdo com [pesquisa] reticências realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação , em 2019, 74% da população tinha acesso à internet

[No entanto, a] pesquisa ainda indica que a cada cinco pessoas, uma afirma que só consegue acessar a internet através da rede emprestada do vizinho.

‘Falando do nível de indivíduo, a gente pode dizer que o usuário de internet no Brasil é predominantemente urbano; escolaridade maior, principalmente médio e superior; tende a ter idade entre 10 e 45 anos; e sobretudo das classes mais altas, A e B’, explica Fabio Storino, analista de informações do cetíc.

Quando se leva em consideração o grau de instrução, quanto maior a formação educacional, maior o acesso. Apenas 23% da população analfabeta ou que frequenta o ensino infantil tem acesso à internet. Entre os estudantes do nível fundamental, esse número sobe para 68%. Já entre os que têm nível superior, a marca é de 98%.

A faixa etária também é um dado importante quando se fala de conexão. A maioria dos usuários tem entre 10 e 45 anos e a cada dez pessoas com 60 anos ou mais, apenas quatro têm acesso à rede. Já quando se trata de renda, entre a população mais pobre, apenas seis de cada dez brasileiros conseguem navegar pela internet.

A pesquisa reticências também revelou que apenas 41% das pessoas utilizaram, no último ano, a internet para realizar atividades ou pesquisas escolares. E apenas três de cada dez pessoas utilizaram a internet para assuntos relacionados à educação entre a população dos indicadores D e E. reticências

A pesquisa também revelou que cêrca de 99% dos usuários navegam pela internet no celular e apenas 42% deles se conectam pelo computador, menos da metade das pessoas que usaram a internet no smartphone. Ainda segundo o estudo, em 2019, 58% dos brasileiros acessaram a internet exclusivamente pelo telefone. No Brasil, o acesso via computadores, notebooks e tablets começou a cair a partir de 2015.

‘No campo, o acesso somente via celular chega a quase 80% dos usuários e entre as pessoas de menor renda, das classes D e E, chega a 85%. O celular se tornou um dispositivo muito importante e muito relevante para o uso da internet no Brasil’, explica Fabio.”

RAQUEL, Martha. Quem são as pessoas que não têm acesso à internet no Brasil? Brasil de Fato, 10 agosto. 2020. Disponível em: https://oeds.link/aLlYTV. Acesso em: 6 abril. 2022.

Roteiro azul – Conexão e isolamento

Sugerimos que seja promovido um debate sobre alguns paradoxos que envolvem o uso dos meios digitais. Se, por um lado, o uso desses meios possibilita conectar pessoas, instituições e informações, por outro, o uso abusivo pode desencadear transtornos psicológicos e isolamento. Nesse sentido, a busca frenética por conectar-se virtualmente denuncia fórmas nocivas de desconexão da realidade, traduzidas seja no distanciamento em relação a si mesmo (aos próprios desejos e escolhas), seja em relação aos outros ou ao meio em que a pessoa está inserida.

Projeto temático

Roteiro amarelo – Exposição e privacidade

  1. Vocês usam mídias sociais digitais? Quais? Com que objetivos?
  2. Vocês publicam informações pessoais nessas mídias? Quais e em que situações?
  3. Quais os riscos de expor informações pessoais dessa fórma?
  4. Por que é importante também respeitar as pessoas nos meios digitais?
Quadrinho. História em quadrinhos contada em três quadros. Sob um fundo cinza, personagem com rosto redondo e um adereço branco em torno da cabeça. Quadro 1. Foco no rosto do personagem, com um balão de fala: 'A internet acabou com a privacidade das pessoas'. Quadro 2. Foco maior no rosto do personagem  e um balão de fala: 'Todas as vidas são públicas. Cada ser humano é uma novela'. Quadro 3. Retorno ao foco do quadro 1. Personagem com um balão de fala: 'Me dá uma vontade de chorar'. E em um balão solto: 'Não chore ainda, vou buscar uma câmera'.
Malvados, tirinha de André dãmer, 2014. É fundamental refletir sobre o que se publica em mídias sociais e a fórma como o usuário se expõe.

Roteiro vermelho – Informação e confusão

  1. Vocês utilizam as mídias digitais para se informar? Dê exemplos.
  2. Vocês conferem a origem e a veracidade das informações que circulam nessas mídias? Como?
  3. Vocês sabem o que sãofake news Por que não devemos compartilhar esse tipo de notícia?
  4. Vocês se sentem informados ou confusos diante do grande volume de informações disponíveis nas mídias digitais? Debatam.
Ilustração. À esquerda, ao lado da silhueta de uma planta em um vaso na cor azul, um homem de cabelo preto, curto e cacheado, vestido com blusa amarela e calças azuis. À direita ao lado da silhueta de uma planta em um vaso na cor azul, uma mulher de cabelo preto, longo e cacheado, vestida com blusa amarela e calças azuis.
No centro, uma capa de jornal, de grandes proporções, em cujo topo há o título: 'Fake news'. Atrás da página, a silhueta de um aparelho celular,  de grandes proporções, nas cores branca e azul.
A mulher segura uma lupa azul com uma lente cor de rosa sobre a página. No centro da lupa, um ponto de interrogação na cor branca.
Com uma das mãos, o homem segura a página do jornal.
As fake news são um perigoso fenômeno cada vez mais comum nas mídias digitais.
Quadrinho. História em quadrinhos contada em cinco quadros. Sobre um fundo amarelo, homem de cabelo curto preto, vestindo camiseta verde e calças azuis, segurando um aparelho celular em suas mãos.
Quadro 1. Homem olha o celular. Em um balão de grito solto, o texto: 'Não caia em fake news!'. Abaixo, no balão do narrador: 'Recebeu uma notícia no WhatsApp? O que você faz?'. 
Quadro 2. Na tela do aparelho celular, em destaque: 'Se 51 por cento dos votos forem nulos, a eleição é anulada e novas eleições serão convocadas'. Sobre a tela, um selo em vermelho, em que se lê: 'fake news'.
Quadro 3: Homem, em pé, com o celular nas mãos. Dois balões de fala: 'Todo mundo tem que saber disso!' e 'Vou compartilhar!'. Na parte inferior do quadrinho, destaque para o rosto do homem. Em um balão de pensamento: 'Espera, antes de compartilhar, eu devo...'. 
Quadro 4. Homem em pé, com um uma das mãos sobre a cabeça e a outra ao lado do corpo, segurando o aparelho celular. Nos balões do narrador: 'Conferir a fonte!',  'Confirmar se é verdade!' e 'E só depois compartilhar!'. 
Quadro 5. Destaque para a tela do aparelho celular. Sobre ela, um balão. 'É noticia falsa...'.  Logo abaixo, uma tarja: '# MPRJ contra fake news'.
Campanha do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro iniciada em 1º de abril de 2022 contra fake news Por meio de histórias em quadrinhos, a campanha visa alertar e conscientizar a população sobre a divulgação de notícias falsas.
Orientações e sugestões didáticas

Roteiro amarelo – Exposição e privacidade

Outro tema para debate e reflexão dos estudantes diz respeito ao binômio “exposição e privacidade”. De um lado, há um desejo construtivo das pessoas de expor seus fatos e feitos, seus modos de ser e viver, sua criatividade e identidade pessoal e social. Nesse caso, a exposição leva o indivíduo a inserir-se no contexto social, a intervir nele, a exercer a cidadania como fórma de pertencimento. De outro lado, o excesso de exposição de si e de outras pessoas pode ferir um aspecto importante: o direito à privacidade. Dessa maneira, o uso crítico e responsável das mídias sociais digitais deve ter como pressuposto a avaliação ética das consequências de nossas ações, tanto com relação a outras pessoas quanto a nós mesmos.

Roteiro vermelho – Informação e confusão

As tecnologias digitais de informação podem tanto gerar conteúdos que prestam serviço à educação e à cidadania quanto confusão proposital, nas fórmas de fake news (notícias falsas) e de detração de pessoas e instituições. Sobre aspectos desse tema, sugerimos a leitura do texto a seguir, do filósofo e linguista Umberto Eco.

Informação e desinformação digital

“Com a Web, todo o saber, toda a informação possível, mesmo a menos importante, está lá, à nossa disposição. Então, pergunta-se: quem filtra? reticências Ora a incapacidade de filtrar é impossibilidade de discriminar. Para mim, 14 milhões de sites é como se não houvesse coisa alguma, porque estou incapacitado de escolher Ampliamos nossa capacidade de estocagem de memória, mas não encontramos ainda o novo parâmetro de filtragem Moral da história: em face da Web você não dispõe nem de regra para selecionar a informação nem de regra para esquecer o que não merece ser conservado. Só dispõe de certos critérios de seleção na medida em que está intelectualmente preparado para enfrentar a prova de surfar na Web. Eu me explico.

No verão passado eu estava no campo sem minha biblioteca e precisava de informações sobre Immanuel Kant. Ativei a Web e encontrei uma quantidade incrível de informações sobre meu filósofo. Como tenho uma boa cultura filosófica, fui capaz de eliminar os maníacos, os fanáticos, os sites que produziam somente informações do nível do curso secundário, e pouco a pouco pude selecionar, digamos, os dez sites que davam uma informação válida. Mas eu sou por assim dizer um especialista, tenho atrás de mim uma vida de estudo E para os outros, todos os inocentes que procuram na Web o que é preciso saber sobre Immanuel Kant, que se passa? Estão certamente reticências perdidos.”

ECO, Umberto . Entrevistas sobre o fim dos tempos. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. página. 189-191.

BIBLIOGRAFIA COMENTADA

AMARAL, Aracy A. Artes plásticas na Semana de 22. São Paulo: Editora 34, 1998.

Apresenta a análise do evento assinalado, tendo-o como um divisor de águas na produção cultural e artística brasileira.

éndrius, djórdji rid. Negros e brancos em São Paulo (1888-1988). Bauru: êdúsqui, 1999.

Analisa os problemas enfrentados pela população negra no Brasil após a abolição, questionando o mito da democracia racial no país.

ARNS, Dom Paulo Evaristo organização. Brasil: nunca mais. Um relato para a história. Petrópolis: Vozes, 1985.

Resultado do projeto desenvolvido clandestinamente entre 1979 e 1985, baseia-se em cartas, diários, registros orais e documentos iconográficos sobre o período da ditadura civil-militar no Brasil, em especial, a repressão política.

ésh, tímoti gárton. Nós, o povo: a revolução de 1989 em Varsóvia, Budapeste, Berlim e Praga. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

O autor, especialista em história do Léste Europeu, analisa a queda dos regimes comunistas que ele acompanhou ao vivo.

Senegâmbia: o desafio da história regional. Rio de Janeiro: Centro de Estudos Afro-Asiáticos, 2001.

Reflete sobre as tradições orais na escrita da história do período pós-independência e sobre as fronteiras impostas pelo colonialismo europeu na África.

Palestina/Israel: a paz ou o apartheid. São Paulo: Paz e Terra, 2003.

Analisa os conflitos no Oriente Médio, tratando dos acordos de 1993 e dos problemas que se arrastam desde então.

Robin organização. Depois da queda: o fracasso do comunismo e o futuro do socialismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

Reunião de estudos sobre o comunismo no século vinte, a nova ordem que se instalou após a queda dos regimes comunistas e o futuro do socialismo.

CARONE, Edigár. A Primeira República (1889-1930). São Paulo: Difel, 1976.

Compilação de documentos textuais e análise do autor sobre o período assinalado.

CARONE, Edigár. A Quarta República (1945-1964). São Paulo: Difel, 1980.

Traz a seleção de documentos textuais e a análise do autor sobre o período indicado.

CARONE, Edigár. A República Nova (1930-1937). São Paulo: Difel, 1976.

Seleção de documentos textuais e análise do autor sobre o período assinalado.

CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

Discorre sobre a legislação trabalhista, a trajetória para se alcançar a democracia e os direitos sociais e políticos a partir de 1930.

CAMARGO, Maria Silvia; ISIDORO, Cristiana. Mulher e trabalho: trínta e duas histórias. São Paulo: Editora 34, 1997.

Depoimentos de mulheres de diferentes classes sociais, profissões e regiões do Brasil sobre os seus cotidianos.

Chalhúbi, Sidney. Cidade febril: cortiços e epidemias na côrte imperial. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

Trata das epidemias no período do Brasil Império, em particular as de varíola e febre amarela, nas áreas do Rio de Janeiro onde viviam as classes populares.

O terceiro Império Português (1825-1975). Lisboa: Teorema, 1990.

As experiências coloniais portuguesas, principalmente na África dos séculos dezenove e vinte, são o tema desse estudo.

COELHO, Maria Célia Nunes. A ocupação da Amazônia e a presença militar. São Paulo: Atual, 1998.

Trata dos projetos para ocupação da região amazônica pelos govêrnos militares durante a ditadura civil-militar brasileira, como a construção da Transamazônica.

COSTA, Hélio da. Em busca da memória: comissão de fábrica, partido e sindicato no pós-guerra. São Paulo: Scritta, 1995.

Analisa como se organizou a classe operária a partir dos anos 1940 para enfrentar as diversas fórmas de exploração capitalista.

Bibliografia comentada

CUNHA, Manuela C. da organização. História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

Reúne textos sobre a história indígena escritos por pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, como Antropologia, Arqueologia e Linguística.

D’ALESSIO, Marcia Mansor; CAPELATO, Maria Helena. Nazismo: política, cultura e Holocausto. São Paulo: Atual, 2004.

Apresenta as características do regime nazista e suas decorrências na sociedade alemã da primeira metade do século vinte.

O mundo muçulmano. São Paulo: Contexto, 2004.

Desfaz a imagem do Islã como civilização radical que insere a religião na política para atacar o Ocidente.

DIAS JÚNIOR, José Augusto; rubicéc, Rafael. O brilho de mil sóis: história da bomba atômica. São Paulo: Ática, 1994.

Trata desde a evolução da tecnologia usada para construção da bomba atômica até a discussão do programa nuclear brasileiro.

Os anos do Condor: uma década de terrorismo internacional no Cone Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

Estudo sobre a Operação Condor, aliança entre as ditaduras civis-militares da América do Sul nos anos 1970.

Ladislau. A formação do Terceiro Mundo. São Paulo: Brasiliense, 1985.

Aborda o domínio econômico exercido pelos países industrializados do Hemisfério Norte e as tentativas do chamado Terceiro Mundo em fazer frente a esse processo.

DUPAS, Gilberto; VIGEVANI, Tullo (organizador). Israel-Palestina: a construção da paz vista de uma perspectiva global. São Paulo: Editora Unésp, 2002.

Apresenta as dificuldades da pacificação entre palestinos e israelenses em um processo marcado por questões religiosas e nacionalistas.

ECO, Umberto. Cinco escritos morais. Rio de Janeiro: Record, 1988.

Aborda as guerras ocorridas em diferentes épocas, o fascismo e suas expressões, a imprensa, a crença na vida eterna, o racismo e a xenofobia.

áichengrin, béri. A globalização do capital: uma história do sistema monetário internacional. São Paulo: Editora 34, 2000.

Estuda um século e meio da história monetária internacional, desde o último quarto do século dezenove até a crise de fins do século vinte.

China: uma nova história. Pôrto Alegre: , 2008.

Panorama da história da China desde a Pré-História até o início do século vinte e um, destacando que o país foi o primeiro lugar do mundo a ter funcionários a serviço do Estado.

FAUSTO, Boris. A Revolução de 1930: historiografia e história. décima edição. São Paulo: Brasiliense, 1986.

Discute a ideia de revolução e de que fórma um conflito interno nas oligarquias dominantes no Brasil ocorreu em 1930.

FERREIRA, Jorge; REIS, Daniel Aarão organização. As esquerdas no Brasil: a formação das tradições (1889-1945). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. volume. 1.

Estuda os grupos e os movimentos de oposição aos regimes políticos brasileiros que subordinaram os trabalhadores.

FONTES, Paulo. Um Nordeste em São Paulo: trabalhadores migrantes em São Miguel Paulista (1945-1966). Rio de Janeiro: éfe gê vê Editora, 2008.

Analisa a migração de nordestinos para São Paulo e as origens rurais dos operários na industrialização da cidade.

GUIMARÃES, Silvana G. Sob a verdade oficial: ideologia, propaganda e censura no Estado Novo. São Paulo: Marco Zero/cê ene pê quê, 1990.

Discute a atuação dos órgãos de imprensa e propaganda do govêrno para legitimar a ditadura varguista.

rênin, Ruth Beatrice. As origens da Primeira Guerra Mundial. São Paulo: Ática, 1991.

Análise dos antecedentes do primeiro conflito de abrangência mundial no início do século vinte.

réringuer, Rosana organização. A cor da desigualdade: desigualdades raciais no mercado de trabalho e ação afirmativa no Brasil. Rio de Janeiro: Ierê, 1999.

Aborda o modo como as desigualdades raciais dificultam a formação e a consolidação da democracia no Brasil.

róbisbáum, Eric J. A era dos extremos: o breve século vinte (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Apanhado sobre a história do século vinte: guerras, utopias construídas e destruídas, descobertas científicas e desconhecimento.

, Eric J. Bandidos. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1976.

Analisa o banditismo social em sociedades camponesas desde o fim da Idade Média até o século vinte.

róbisbáum, Eric J. Revolucionários. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

Apresenta diversos movimentos revolucionários, entre eles: comunistas, anarquistas, marquicístas, guerrilheiros vietnamitas e rebeliões estudantis e operárias em maio de 1968.

JANOTTI, Maria de Lourdes M. Os subversivos da república. São Paulo: Brasiliense, 1986.

Trata da questão da indiferença popular em relação à proclamação da república no Brasil e o papel dos monarquistas após 1889.

quêines, djôn mainár. As consequências econômicas da paz. São Paulo: iméspi; Brasília: Editora da ú êne bê, 2002.

O livro do economista ajudou a mudar a opinião pública estadunidense contra as decisões severas tomadas na Europa após a Primeira Guerra Mundial.

LENHARO, Alcir. Sacralização da política. Campinas: Papirus/Editora da unicâmpi, 1986.

Discute a importância do rádio como ferramenta política no govêrno de Getúlio Vargas.

LOPES, Marta Maria. O apartheid. São Paulo: Atual, 1990.

Análise do regime racista e segregacionista que vigorou na África do Sul durante o século vinte.

MAGALHÃES, Lívia Gonçalves. Histórias do futebol. São Paulo: Arquivo Público do Estado, 2010.

Discute o início do futebol no Brasil, os clubes, a seleção brasileira nas Copas do Mundo e o papel do esporte na formação da identidade nacional.

A Rússia durante a Revolução de Outubro. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

Narra os costumes e as inovações culturais e artísticas na Rússia entre 1917 e 1918.

Berlim no tempo de Rítler. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

Apresenta a vida cotidiana alemã entre a ascensão de Rítler e a ocupação russa de Berlim no final da Segunda Guerra Mundial.

mazôuer, Mark. Continente sombrio: a Europa no século vinte. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

Explica os conflitos desde a Primeira Guerra Mundial até as guerras nos Bálcãs nos anos 1990.

maquên, frénc. Soldados da pátria: história do exército brasileiro (1890-1937). São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

Destaca o protagonismo do exército no fechamento do Congresso Nacional, na Revolta da Armada e nos conflitos de Canudos e do Contestado, entre outros episódios da história brasileira.

MELLO, Patrícia C. Índia: da miséria à potência. São Paulo: Planeta, 2008.

Destaca o empenho do govêrno e dos empresários em construir a imagem externa da Índia como país competitivo e democrático.

MELLO, Zuza Homem de. A era dos festivais: uma parábola. São Paulo: Editora 34, 2003.

Apresenta os festivais musicais entre as décadas de 1960 e 1970, que transformaram a música popular brasileira em meio à censura da ditadura civil-militar.

MENDONÇA, Sônia. A industrialização brasileira. São Paulo: Moderna, 2000.

Panorama da atividade industrial no Brasil desde o período colonial até os tempos atuais, com destaque para a burguesia industrial e os operários.

MENEZES, Solival. Mamma Angola: sociedade e economia de um país nascente. São Paulo: êduspi, 2000.

Analisa a dependência política, econômica e social de Angola desde os tempos coloniais até a independência em 1975.

SERRANO, Carlos. A revolta dos colonizados. São Paulo: Atual, 1995.

Trata da conquista colonial e da descolonização na África e na Ásia após a Segunda Guerra Mundial.

NASCIMENTO, Álvaro Pereira do. A ressaca da marujada: recrutamento e disciplina na Armada Imperial. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2001.

Estudo sobre as rebeliões na marinha de guerra que antecederam a Revolta da Chibata, em 1910.

OLIVEIRA, Lúcia Lippi . Estado Novo: ideologia e poder. Rio de Janeiro: zarrár, 1982.

Demonstra que, embora o Estado Novo buscasse seguir uma doutrina política, também houve ações pragmáticas que a contradiziam.

PEDRO, Antonio. A Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Atual; Campinas: Editora da unicâmpi, 1987.

Discute se a derrota do nazismo e do fascismo ao final da Segunda Guerra Mundial levou ao fim dessas ideologias.

Bibliografia comentada

PRADO JÚNIOR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1985.

Livro clássico da historiografia que apresenta os principais produtos e as fases de produção ao longo da história do Brasil, desde o período colonial até a primeira metade do século vinte.

REIS FILHO, Daniel Aarão. As revoluções russas e o socialismo soviético. São Paulo: Editora Unésp, 2003.

As tentativas de reforma, a perestroika, o fim da União Soviética e a Rússia que emergiu desses processos são os temas tratados neste livro.

RIBEIRO, darcí. Aos trancos e barrancos. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1985.

Com humor e diversas ilustrações, relembra fatos ocorridos entre 1900 e 1980.

RIBEIRO, Gladys Sabina organização. Brasileiros e cidadãos: modernidade política (1822-1930). São Paulo: Alameda, 2008.

Discute os direitos e a cidadania dos brasileiros entre o final do século dezenove e as primeiras décadas do vinte.

A República de Vaimar (1919-1933). São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

História da Alemanha após a Primeira Guerra Mundial, com a implantação da democracia e sua derrubada pela ascensão dos nazistas, em 1933.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: recór, 2000.

Aborda a globalização como processo perverso, mas que não é natural e, portanto, pode ser revertido com a ação humana.

SCLIAR, Moacyr . Saúde pública: história, políticas e revóltas. São Paulo: Scipione, 2002.

Reúne capítulos que abordam a cólera, as políticas de saúde pública e as principais doenças endêmicas no Brasil.

SECRETO, Maria Verônica. Soldados da borracha: trabalhadores entre o Sertão e a Amazônia no govêrno Vargas. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2007.

Analisa a migração de nordestinos para a Amazônia com o objetivo de trabalharem na exploração da borracha durante a Segunda Guerra Mundial.

SEVITCHENCO, Nicolau. A corrida para o século vinte e um: no loop da montanha russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

Apresenta o início do século vinte e um no que se refere ao desenvolvimento tecnológico e às incertezas que o futuro traz.

BRAZIL, Érico Vital (org.). Dicionário mulheres do Brasil: de 1500 até a atualidade. Rio de Janeiro: zarrár, 2000.

Reúne quase mil verbetes biográficos e aborda a trajetória de mulheres indígenas, brancas e negras entre 1500 e 1975.

shvárts Lilia Moritz; istárlin, Heloísa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

Discute a história do Brasil dos tempos coloniais até a época pós-ditadura civil-militar por meio de aspectos do cotidiano, da arte, da economia e da política.

SILVA, ráique R. Kleber da organização. A luta pela anistia. São Paulo: Editora /Arquivo Público do Estado, 2009.

Obra coletiva que reflete sobre a anistia de 1979 e destaca o debate sobre as lutas em favor da democracia.

istíglitz, djôzefE. Os exuberantes anos 90: uma nova interpretação da década mais próspera da história. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

Interpreta a história econômica da década de 1990, apontando a inconsistência da ideia de uma economia que regula a si mesma.

VESENTINI, José Uilian. A capital da geopolítica. São Paulo: Ática, 1986.

Procura compreender Brasília por meio das relações entre o espaço e o poder, estudando a cidade-capital no contexto da sua construção.

ZAKARIA, faríd. O mundo pós-americano. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

Analisa o lugar dos Estados Unidos em um mundo no qual outras potências ampliam suas posições de influência na política externa.