UNIDADE 4 OS CLIMAS E A VEGETAÇÃO NATURAL

O comportamento do clima influi no regime dos rios, nas fórmas do relevo, na distribuição das paisagens vegetais, em outros processos naturais e na vida humana. Nesta Unidade, vamos investigar os fatores que compõem o clima e suas relações com a vegetação e a ocupação do espaço geográfico.

Variações do clima e suas interações com a vegetação, o solo e outros fatores geográficos


A vegetação é um elemento da paisagem que interage com o clima. Ela é um dos fatores geográficos do clima, assim como a altitude, a latitude, o solo, entre outros, que exercem influência nas médias de temperatura e precipitação, assim como nas atividades econômicas desenvolvidas.

Observe as imagens.

Fotografia.  Composição artística mostrando uma paisagem com  muitas árvores ao fundo e uma árvore maior no centro. Da metade dessa árvore para a esquerda o solo é verde, formado por grama, as árvores ao fundo são bem verdes e o céu dessa parte é azul com poucas nuvens.  Da outra metade da árvore para a direita, o solo é pedregoso e rachado; as árvores têm cor amarronzada e aspecto seco; céu amarelado encoberto por muitas nuvens.
Fotografia.  Composição artística mostrando uma paisagem formada por uma árvore ao centro e solo curvo. A metade direita da árvore tem muita folhagem verde. Dessa metade para a direita, o solo é composto de grama verde e uma parte amarelada, com céu azul e sem nuvens. A metade esquerda da árvore tem galhos sem folhagem e dessa metade para a esquerda, o solo é seco, sem cobertura vegetal, com rachaduras; o céu está escuro e com muitas nuvens.
As imagens desta abertura são composições artísticas. Por meio delas, espera-se representar mudanças na paisagem, em particular na cobertura vegetal e no solo, de acordo com variações climáticas e intervenções humanas diretas ou indiretas.
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VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. Quais tipos de clima e vegetação natural você conhece? Em sua opinião, qual é a relação entre eles?
  2. O que são fatores geográficos do clima? De que modo eles influenciam as atividades econômicas?

PERCURSO 13 o CLIMA E SEUS FATORES GEOGRÁFICOS

1. O clima

Devemos entender por clima a sucessão habitual dos tipos de tempo atmosférico que se repetem durante vários anos em uma localidade ou região.

Enquanto o tempo atmosférico é uma combinação de temperatura e umidade momentânea (de horas, dias ou semanas), o clima é uma combinação duradoura desses elementos. Por isso, para determinar o clima de uma localidade ou região, são necessários aproximadamente 30 anos de observação para conhecer a regularidade com que os tipos de tempo se repetem.

Fatores geográficos do clima

Há grande diversidade de climas no mundo. Isso ocorre porque os elementos do clima (temperatura, pressão e precipitação atmosférica) variam de uma localidade para outra da Terra, em virtude de fatores astronômicos e meteorológicos.

Os fatores astronômicos estão associados aos movimentos da Terra e à inclinação de seu eixo. São eles que provocam as mudanças nos elementos do clima segundo as estações do ano e a duração dos dias e das noites. Os fatores meteorológicos relacionam-se com os movimentos da atmosfera terrestre, por exemplo, a circulação dos ventos e das massas de ar.

Os fatores astronômicos e meteorológicos influenciam nos fatores geo­gráficos, responsáveis pelas variedades climáticas regionais. Os principais fatores geográficos são: a latitude, a altitude, a maritimidade, a continentalidade, a vegetação, as correntes marítimas, o solo e o relevo.

A latitude

Como estudamos no Percurso 6, a latitude é a distância em graus de qualquer ponto na superfície da Terra até a linha do Equador.

Para entender de que maneira a latitude influencia no clima, considere a fórma esférica da Terra e a inclinação do seu eixo imaginário (consulte a ilustração C do Percurso 9, na página 70). Na região equatorial, os raios solares incidem na superfície do planeta perpendicularmente, ou quase, e, por isso, iluminam e aquecem essa porção da Terra com mais intensidade, tornando-a mais quente. Nas áreas mais distantes da linha equatorial, os raios solares incidem de fórma menos inclinada, resultando em climas mais frios. Nas áreas de médias latitudes, os raios incidem mais inclinados que naquelas de altas latitudes; por isso essas regiões apresentam clima temperado.

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No seu contexto

Descreva como se apresenta o tempo atmosférico neste momento.

A altitude

A altitude influencia na temperatura do ar atmosférico e, consequentemente, no tempo e no clima. Quanto maior for a altitude de um lugar, menor será a sua temperatura média.

Em média, a cada 200 metros de altitude, ocorre uma diminuição de cêrca de 1 grauscélsius na temperatura do ar. É por essa razão que, nos topos das altas montanhas, costuma haver gelo (observe a foto), mesmo nas montanhas localizadas na zona tropical. A 12 mil metros de altitude, onde sobrevoam os grandes aviões, por exemplo, a temperatura é em média de –56 grauscélsius.

Fotografia. Vista de um lugar aberto, com céu azul. À frente, vegetação baixa e árvores. Ao fundo, um imenso monte com neve no topo.
Na foto, ao fundo, o Monte Quilimanjaro com neve em seu cume, em 2020. Esse monte tem 5.895 métros de altitude e está localizado na Tanzânia, um país africano situado na zona tropical.

A maritimidade e a continentalidade

Tanto a água dos oceanos como as terras emersas (continentes e ilhas) absorvem calor solar e o irradiam de volta para a atmosfera. No entanto, as águas oceânicas demoram mais para se aquecer e absorvem o calor mesmo em grandes profundidades. As terras emersas, ao contrário, aquecem-se mais rapidamente, e o calor absorvido durante o dia permanece próximo à superfície. Ao anoitecer, quando diminui a irradiação de energia solar e as temperaturas caem, o calor retido pelo continente é rapidamente liberado para a atmosfera. Nos mares e oceanos, porém, a perda do calor é mais lenta e, consequentemente, a variação da temperatura é menor.

Esse fenômeno explica a maritimidade e a continentalidade, dois fatores que influenciam o clima de uma região. A maritimidade corresponde à influência dos mares e oceanos sobre o conjunto de características climáticas, como a temperatura e a umidade de uma região. A continentalidade refere-se à diminuição dessa influência à medida que se avança em direção ao interior de um continente. Portanto, quanto mais próximo do litoral estiver uma localidade, mais úmido será seu clima e menor será a variação de temperatura.

A diferença entre a maior e a menor temperatura de um dia, de um mês ou de um ano é chamada de amplitude térmica. Para conhecer a amplitude térmica anual de uma localidade, basta observar a diferença entre a média de temperatura do mês mais quente e a média de temperatura do mês mais frio. Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, por exemplo, apresenta amplitude térmica anual de 9 grauscélsius. Na cidade de Vitória, no Espírito Santo, em decorrência da maritimidade, a amplitude térmica anual é menor: 6 grauscélsius (localize essas cidades no mapa da página 27 e perceba que elas estão em latitudes semelhantes).

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No seu contexto

Aponte quais fatores geográficos do clima exercem mais influência no município onde você vive.

A vegetação

A cobertura vegetal é um elemento da paisagem que apresenta intensa interação com o clima. As plantas retiram água do solo através de suas raízes, e parte dessa água é transferida para a atmosfera pela transpiração – perda ou emissão de água na fórma de vapor, que ocorre principalmente nas folhas. Esse vapor de água se junta à evaporação da água de rios, oceanos, mares e lagos, formando as nuvens, que, por sua vez, dão origem às chuvas.

Desse modo, numa região coberta por vegetação, como a Amazônia, a evapotranspiraçãoglossário é elevada. Grande quantidade de vapor de água é lançada na atmosfera, tornando o clima úmido e favorecendo a ocorrência de chuvas.

As correntes marítimas

As correntes marítimas são grandes massas de água, de largura e profundidade variáveis, que se deslocam através dos oceanos. Suas águas apresentam certas características que as diferenciam do conjunto oceânico próximo: temperatura, salinidade, velocidade etcétera Sua existência é explicada por uma conjugação de fatores: diferença de densidade das águas, ação dos ventos, conformação das bacias oceânicas e movimento de rotação da Terra. Um exemplo da relação entre correntes marítimas e clima é a Corrente do Golfo ou Gulf Stream. Ela se fórma no Golfo do México e, na altura da Península da Flórida, nos Estados Unidos, suas águas estão a temperaturas entre 28 grauscélsius e 30 grauscélsius. Ao se deslocar pelo Oceano Atlântico em direção nordeste e atingir as Ilhas Britânicas e a Costa da Noruega, situadas respectivamente em média e alta latitudes, ela ameniza os seus climas.

Mundo: correntes marítimas

Mapa. Mundo: correntes marítimas. Planisfério com destaque para os continentes e setas vermelhas que representam correntes marítimas quentes e setas azuis que representam correntes marítimas frias. 
A oeste da América do Norte e Central, no Oceano Pacífico, entre o Círculo Polar Ártico e a linha do Equador, deslocam-se as correntes quentes do Pacífico Norte e a Norte Equatorial, e a corrente fria da Califórnia. A oeste da América do Sul, no Oceano Pacífico, entre a linha do Equador e o Círculo Polar Antártico, deslocam-se as correntes frias de Humboldt e Antártica e a corrente quente Sul Equatorial. 
No Oceano Atlântico, a leste da América do Norte e Central e a oeste da Europa e África, entre o Círculo Polar Ártico e a linha do Equador, deslocam-se as correntes quentes Norte Atlântica, do Golfo, Sul Equatorial, das Guianas e da Guiné, e as correntes frias do Labrador, da Groenlândia e das Canárias. 
No Oceano Atlântico, a leste da América do Sul e a leste da África, entre a linha do Equador e o Círculo Polar Antártico, deslocam-se as correntes frias Antártida, das Falkland, do Atlântico Sul e de Benguela e as correntes quentes do Brasil e Sul Equatorial.
No Oceano Índico, a leste da África, ao sul da Ásia e a oeste da Oceania, entre o Trópico de Câncer e o Círculo Polar Antártico, deslocam-se as correntes quentes das Monções, Sul Equatorial e de Madagascar e a corrente fria Antártica. No Oceano Pacífico, a leste da Ásia, entre o Círculo Polar Ártico e a linha do Equador, deslocam-se as correntes quentes do Japão, Norte Equatorial, Sul Equatorial e a corrente fria Oia Sivo. No Oceano Pacífico, a leste da Oceania, entre a linha do Equador e o Círculo Polar Antártico, deslocam-se as correntes quentes Sul Equatorial e Australiana e a corrente fria Antártica, que também se desloca ao norte de toda a Antártida. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.350 quilômetros.

Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 58.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

Pausa para o cinema

A última hora.

Direção: Nadia cóners e Leila . Estados Unidos: Warner Bros., 2007. Duração: 95 minutos

Nesse documentário, entrevistas com mais de 50 renomados cientistas e líderes políticos expõem os desastres naturais causados pela humanidade e indicam possíveis soluções sustentáveis para reverter esse quadro.

O solo

O solo é a camada superficial arávelglossário da crosta terrestre que apresenta vida microbianaglossário . É onde a vegetação se fixa e de onde provêm nutrientes para que as espécies vegetais se desenvolvam, produzindo sementes, mudas, alimentos – arroz, feijão etcétera – e matérias-primas – fibras vegetais para fabricar tecidos, madeira para a produção de móveis etcéteraPopularmente, nos referimos ao solo chamando-o de “terra”.

A grande importância dos solos para o ser humano e para outras espécies de seres vivos demonstra que o solo é um recurso natural que necessita ser preservado.

Mas por que o solo é um fator geográfico do clima?

A cor do solo relaciona-se com a quantidade de radiação solar absorvida por determinada superfície. Os solos de cores claras absorvem menos a radiação solar que os solos de cores escuras, pois seu poder de reflexão é maior. Em consequência, ao ficarem menos quentes durante o dia, aquecem menos o ar atmosférico que está sobre eles. Com os solos escuros ocorre o contrário: aquecem mais, pois possuem menor poder de reflexão da radiação solar e, assim, absorvem calor (foto A). Além disso, a temperatura do solo influencia na evaporação e, indiretamente, nas condições hídricas.

Fotografia A. Vista de plantação sobre solo formado de terra marrom.
Fotografia B. Punhados de solo de diferentes cores. Alguns solos têm tons mais claros e outros mais  escuros.
Os solos de cor mais escura, como o retratado na foto A, retêm mais radiação solar que os de cor clara. Na foto A, perfil de latossolo vermelho, classe de solos popularmente conhecida como terra roxa, no município de Foz do Iguaçu, Paraná (2018). Na foto B, amostras de diferentes tipos de solo.
Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

RODRIGUES, Rosicler Martins.

O solo e a vida. terceira edição São Paulo: Moderna, 1999. Coleção Desafios.

O livro fornece conhecimentos importantes sobre os solos e destaca a necessidade de preservar essa grande riqueza para a humanidade.

Ícone. Seção Rotas e encontros.

Rotas e encontros

O raciocínio geográfico dos viajantes

Os dois textos desta seção foram escritos por viajantes e permitem constatar como o raciocínio geográfico pode ser utilizado em diferentes situações, contribuindo para resolver problemas, tomar decisões ou compreender aspectos da realidade.

TEXTO 1: Amyr Klink, navegador brasileiro, foi o primeiro homem a completar, sozinho e num barco a remo, a travessia oceânica entre o continente africano e o Brasil, entre junho e setembro de 1984. Após partir do porto de Lüderitz, na costa da Namíbia, percorreu .7000 quilômetros em 100 dias, chegando à Praia da Espera, na Bahia, Brasil.

“Consegui finalizar a pesquisa para a travessia a remo determinando etapas e circunstâncias de uma viagem que pudesse se tornar exemplo de organização, cuidado técnico e preparação com método científico. reticências

reticências Com a impressionante regularidade dos alísios de sudeste, sob condições meteorológicas e climáticas amenas e um regime de correntes extremamente favorável, o percurso reunia fatores que, embora não garantissem condições confortáveis de permanência no mar, diminuíam as chances de surpresa e os riscos do empreendimento.

A escolha da rota é essencial para o sucesso de qualquer travessia. Examinei com a maior minúcia possível o sistema de correntes, que são [como] rios submersos que conduzem as embarcações pelos oceanos. Foi uma das etapas mais complexas da viagem, e certamente essencial para o seu êxito. Não iria contra o Atlântico Sul, mas a favor das correntes e ventos. Assim como os portugueses, que chegaram ao Brasil em 1500. O Oceano Atlântico se divide em dois rodamoinhos gigantes – no norte e no sul, que giram em sentidos contrários. Os navios portugueses, assim como o meu barquinho a remo, não podiam ir contra as correntes.

Em função das diferenças de temperatura, as massas de ar e de água circulam no sentido sul-norte até o [Equador], e depois começam a descer pela costa do Brasil. Sabíamos da existência de objetos trazidos pela corrente da África até o Brasil, como boias de pesqueiros sul-africanos que foram encontradas no litoral baiano. Pelos meus cálculos, qualquer objeto colocado à deriva sobre a corrente de Benguela, viajando a 0,8 nó (cêrca de 1,482 quilômetro por hora), chegaria à costa do Brasil em cinco ou seis meses, levado apenas pela fôrça das águas e do vento. reticências

KLINK, Amyr. Não há tempo a perder. Rio de Janeiro: Foz/Tordesilhas, 2016. página 83-86.

Fotografia de um homem branco, cabelos curtos, de jaqueta longa, luvas e calça. Ao redor dele, uma faixa de água com placas de gelo. Ao fundo, montanhas cobertas de gelo.
O navegador Amyr Klink em uma de suas expedições à Antártida, em 2010.

A travessia oceânica de Amyr Klink entre Namíbia e Brasil

Mapa. Travessia oceânica de Amyr Klink entre Namíbia e Brasil. 
Mapa com destaque para a região do Oceano Atlântico, a leste do Brasil e a oeste da África, onde se deslocam as correntes marítimas frias das Falkland, do Atlântico Sul e de Benguela e as correntes quentes da Guiné, Sul Equatorial e do Brasil. Entre a  Praia da Espera, em Camaçari, na Bahia, e a cidade de Luderitz, na Namíbia (África), há uma linha verde representando o trajeto de Amyr Klink na travessia entre a Namíbia e o Brasil. Nesse trajeto deslocam-se as correntes frias de Benguela e do Atlântico Sul e as correntes quentes Sul Equatorial e do Brasil.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 900 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em KLINK, Amyr. Cem dias entre céu e mar. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. pê ponto; í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 45, 173.

TEXTO 2: Haroldo Castro é fotógrafo, jornalista e diretor de documentários. Durante nove meses, ele e Mikael – um de seus filhos – realizaram uma expedição jornalística na África. Percorreram de carro 40 mil quilômetros por 18 países desse continente com o objetivo de retratar povos, culturas e iniciativas ambientais pouco conhecidas.

reticências suácô é o pointglossário do verão na Namíbia e os moradores da capital [véndû], para sair da aridez do planalto, passam feriados e fins de semana no litoral. Mas a água do mar e a areia não são convidativas. sêcô uodí [nome dado ao gê pê ésse] e me pergunto que cidade brasileira estaria do outro lado do Oceano Atlântico, nessa mesma latitude de vinte e dois graus e quarenta e dois minutos Sul. Descubro que, em frente à frígidaglossário suácô, a .5000 quilômetros de distância, está a encantadora Búzios. Sonho com uma praia tropical, não com um litoral desértico!

Por que tanta disparidade? A culpada é Benguela, uma corrente de água gelada de 200 a 300 quilômetros de largura que aflora perto do Cabo da Boa Esperança, sobe a costa oeste da África do Sul, envolve todo o litoral da Namíbia e, depois de tocar o sul de Angola, dá uma guinada à esquerda em direção ao centro do Oceano Atlântico. É a fria Benguela que criou os inúmeros desertos da região austral da África e que continua sendo responsável pela baixa taxa de evaporação de água e, em consequência, pela rara chuva. Em compensação, o fluxo traz uma riqueza marinha invejável: as águas gélidas, ricas em plânctonsglossário , afloram à superfície e criam um ambiente ideal para a reprodução de sardinhas, anchovas e outras espécies.

Para o namibiano, praia é sinônimo de pescaria e não de banho de mar. reticências Entrar na água, nem pensar, de tão fria que ela é, mesmo em pleno verão. reticências

CASTRO, Haroldo. Luzes da África: pai e filho em busca da alma de um continente. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012. página 117-118.

Fotografia. Homem de cabelos brancos, pele branca, usando calça jeans e camisa de manga longa. Ele está agachado, segurando uma câmera na mão e outra pendurada ao lado do corpo por uma alça. Atrás dele, diversos macacos soltos em uma grande área aberta com vegetação rasteira e pequenos morros.
Haroldo Castro durante a sua expedição “Luzes da África”, Etiópia (2019).

 Interprete

  1. Identifique a corrente marítima mencionada nos dois textos.
  2. Que texto trata essa corrente marítima como um fator geográfico do clima? Explique.

 Argumente

3. Imagine que você precisa convencer alguém de que é possível realizar a travessia entre o continente africano e o Brasil em um barco a remo. Reúna informações do texto 1 e o que aprendeu até agora em suas aulas de Geografia para enfrentar esse desafio.

 Contextualize

4. Compare e identifique, por meio de uma lista, as informações geográficas contidas nos textos. Em seguida, avalie e discuta com os colegas de que maneira o raciocínio e a pesquisa com base em informações geográficas podem ajudá-los a resolver problemas no dia a dia.

O relevo

O relevo também pode influenciar o clima de uma localidade ou região porque, além de estar associado à altitude, sua fórma e disposição influem na temperatura e na umidade ao facilitar ou dificultar a passagem dos ventos e a circulação das massas de ar.

As linhas de cristas ou de relevo, por exemplo – conjunto de pontos altos do relevo, alinhados segundo certas direções –, influem na direção dos ventos que se deslocam pelos vales formados entre as montanhas, exercendo influência no clima e no tempo atmosférico.

Devemos considerar também que algumas fórmas de relevo representam obstáculos para o deslocamento de ventos e de massas de ar, como ocorre no Brasil (foto). Nos Estados Unidos, a Serra Nevada, uma cadeia montanhosa do oeste, impede a passagem das massas de ar vindas do Oceano Pacífico, fato que explica chuvas e vegetação abundantes na encostaglossário voltada para o oceano, enquanto na outra encosta o clima é mais seco e a cobertura vegetal não é tão abundante (bloco-diagrama).

Fotografia. Vista aérea de uma cidade à beira mar. No primeiro plano, o mare uma faixa de areia. Na sequência, uma área urbana com muitas construções. Ao fundo, um rio, muita vegetação e grandes montanhas cobertas de vegetação.
Na foto, ao fundo, aspecto da Serra do Mar, no município de Bertioga, São Paulo (2018). No Brasil, há fórmas de relevo que dificultam o deslocamento de massas de ar úmidas provenientes do Oceano Atlântico para o interior do continente, como a Serra do Mar, na Grande Região Sudeste, e o Planalto da Borborema, na Grande Região Nordeste.

Influência das montanhas da porção oeste dos Estados Unidos sobre o clima

Ilustração. Influência das montanhas da porção oeste dos Estados Unidos sobre o clima. Da esquerda para a direita: Oceano Pacífico, com vento ascendente em direção a uma área montanhosa chamada Cadeia da Costa, depois da qual há o Vale da Califórnia com um rio. Uma seta saindo do vale em direção a outra área montanhosa e de maior altitude chamada Serra Nevada, com uma grande nuvem sobre ela e chuva caindo. Na sequência, uma seta azul indicando vento descendente (pouca umidade) sobre uma área mais baixa com baixas montanhas (Grande Bacia) e, no extremo, uma cadeia de altas montanhas.
As massas de ar úmidas provenientes do Oceano Pacífico, ao encontrar montanhas de altas altitudes – a Serra Nevada –, elevam-se, o vapor de água que transportam se condensa e ocorrem chuvas. Do outro lado da encosta, a quantidade de chuva que cai é pequena ou quase nula, pois quando essas massas de ar aí chegam já perderam quase toda a sua umidade na encosta voltada para o oceano. O ar seco explica a formação do Deserto da Grande Bacia, que não está distante da cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos.

Fonte: MARRERO, Levi. La Tierra y sus recursos. décima nona edição Caracas: Cultural Venezolana, 1975. página 107.

Nota: Ilustração artística para fins didáticos.

Ícone. Seção Mochila de ferramentas.

Mochila de ferramentas

Climograma: um recurso para interpretar o clima

O climograma é uma associação de dois gráficos (colunas e linhas) que permite analisar o nível de precipitação e a variação mensal das temperaturas médias de determinada localidade. Essa associação tem dois eixos verticais: o da esquerda representa a precipitação; e o da direita, as temperaturas. No eixo horizontal, marcam-se os meses do ano; as médias de temperatura são representadas por uma linha, geralmente vermelha, e as precipitações por colunas na cor azul. Observe o climograma da cidade de Bruxelas, capital da Bélgica.

Gráfico. Climograma da cidade de Bruxelas. No eixo vertical esquerdo: precipitação média mensal, em milímetros; no eixo vertical direito: temperatura média mensal, em graus Celsius; no eixo horizontal: a letra inicial de cada mês do ano.   
Janeiro: precipitação média mensal: 66 milímetros; temperatura média mensal: 3 graus Celsius. 
Fevereiro: precipitação média mensal: 50 milímetros, temperatura média mensal: 4 graus Celsius. 
Março: precipitação média mensal: 60 milímetros; temperatura média mensal: 5 graus Celsius. 
Abril: Precipitação média mensal: 62 milímetros; temperatura média mensal: 7 graus Celsius. 
Maio: precipitação média mensal: 62 milímetros; temperatura média mensal: 13 graus Celsius. 
Junho: precipitação média mensal: 64 milímetros; temperatura média mensal: 14 graus Celsius. 
Julho: precipitação média mensal: 89 milímetros; temperatura média mensal: 17 graus Celsius.
Agosto: Precipitação média mensal: 74 milímetros; temperatura média mensal: 17 graus Celsius. 
Setembro: precipitação média mensal: 67 milímetros; temperatura média mensal: 14 graus Celsius. 
Outubro: precipitação média mensal: 76 milímetros; temperatura média mensal: 12 graus Celsius. 
Novembro: precipitação média mensal: 78 milímetros; temperatura média mensal: 5 graus Celsius. 
Dezembro: precipitação média mensal: 81 milímetros; temperatura média mensal: 4 graus Celsius.

Fonte: Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 182.

É importante lembrar que, se a localidade estiver no Hemisfério Sul, os meses mais quentes serão entre dezembro e março e, se estiver no Hemisfério Norte, serão entre junho e setembro, meses que correspondem ao verão em cada hemisfério.

Como fazer

Para elaborar um climograma, precisamos ter acesso aos dados de médias de precipitação e de temperatura coletados de uma estação meteorológica. Em nosso exemplo, utilizaremos os dados da cidade de Curitiba.

Cidade de Curitiba: médias de precipitação e de temperatura

Mês

Precipitação média (mm)

Temperatura média (°C)

Janeiro

165

19

Fevereiro

142

20

Março

127

19

Abril

90

17

Maio

99

14

Junho

98

12

Julho

89

13

Agosto

74

14

Setembro

115

15

Outubro

134

16

Novembro

124

18

Dezembro

150

19

Fonte: . Banco de dados climáticos do Brasil. Disponível em: https://oeds.link/snSimj. Acesso em: 8 novembro 2021.

  1. Trace o eixo horizontal com os meses do ano e anote as iniciais de cada mês.
  2. Desenhe o eixo vertical das precipitações médias mensais à esquerda. Divida o espaço proporcionalmente. Em nosso exemplo, cada marcação representa 10 milímetros de chuvas.
  3. Marque um traço à altura da precipitação média de cada mês.
  4. Desenhe uma barra azul para cada precipitação mensal.
  5. Desenhe o eixo vertical das temperaturas médias mensais à direita. Divida o espaço proporcionalmente. Em nosso exemplo, cada marcação representa 5 graus Célsius.
  6. Marque um ponto à altura da temperatura média de cada mês.
  7. Ligue os pontos com uma linha vermelha para obter a curva de temperaturas médias.
  1. Em que meses ocorrem as maiores temperaturas médias em Bruxelas? E em Curitiba?
  2. Em que hemisfério está localizada a cidade de Bruxelas? Como se conclui isso com base apenas no climograma?
Versão adaptada acessível

Os procedimentos listados para realização da atividade de elaboração de climograma podem ser adaptados para a construção de uma versão tátil do gráfico. Para isso, as linhas que o compõe poderão ser representadas com materiais maleáveis e com diferentes texturas sobre uma base emborrachada ou uma cartolina.

PERCURSO 14 Os climas do mundo e do Brasil

1. Os climas do mundo

Como estudamos anteriormente, o clima é influenciado pela incidência dos raios solares sobre a Terra, pela circulação das massas de ar, pelos ventos e por fatores geográficos, como latitude, altitude, maritimidade, continentalidade, vegetação, correntes marítimas, solo, relevo e ação humana. Esse conjunto de influências dá origem a diversos tipos de clima.

Mundo: principais tipos de clima

Mapa. Mundo: principais tipos de clima. Planisfério com destaque para os continentes e tipos climáticos. Na Groenlândia e nas regiões polares ártica e antártica predomina o clima polar.
No norte do Canadá, extremo norte da Europa e norte da Ásia, principalmente Rússia, predomina o clima frio. 
O clima frio de alta montanha predomina na faixa oeste da América do Sul (Chile, principalmente), estreita faixa oeste entre Estados Unidos e Canadá e em parte do centro-sul da Ásia. 
O clima temperado ocorre na parte norte dos Estados Unidos, Na Europa, em faixas da Ásia e pequenos trechos da África e da Oceania. 
O clima equatorial ocorre na parte oeste do norte da América do Sul, faixas da América Central, do México, do sul da Ásia e da Oceania. 
O clima tropical ocorre em parte da América do Sul, principalmente Brasil, do México e da África; em pequenos trechos da Oceania e da Ásia.
O clima subtropical ocorre em parte do sul da América do Sul e sul dos Estados Unidos e trechos da Ásia e Oceania. 
O clima desértico ocorre na parte norte e pequeno trecho da parte sul da África, em trechos da Ásia, Oceania e Estados Unidos.
O clima semiárido abrange parte do oeste dos Estados Unidos, pequena área no Brasil e no sudoeste da América do Sul, além de trechos da África, Ásia e Oceania.
O clima mediterrâneo ocorre em trechos da Europa e da Ásia (países da região do Mar Mediterrâneo) e pequenas áreas do norte da África, África do Sul e Oceania.
Na parte inferior está rosa dos ventos e escala de 0 a 2.130 quilômetros. 
Embaixo do mapa,  destaque para o climograma de algumas cidades.
Cidade de Cingapura (Cingapura), clima Equatorial: precipitação e temperatura durante o ano permanecem praticamente igual, com pouca oscilação ao longo dos meses, com de precipitação média anual em torno de 200 milímetros temperatura entre 20 e 25 graus Celsius. Cidade de Darwin (Austrália), clima tropical: meses iniciais têm maiores precipitações, entre 200 e 400 milímetros, com leve queda nos meses seguintes e temperatura entre 20 e 30 graus Celsius.  Cidade de Buenos Aires (Argentina), clima subtropical: precipitação baixa ao longo dos meses do ano, entre 50 e 150 milímetros e temperatura entre 5 e 15 graus Celsius, com queda expressiva nos meses de julho a agosto.
Cidade de Assuã (Egito), clima desértico: ausência de precipitação ao longo de praticamente todo o ano e temperatura entre 10 e 35 graus Celsius.
Cidade de Ancara (Turquia), clima semiárido: baixa precipitação ao longo de todo o ano, com médias inferiores a 100 milímetros e temperaturas variando entre zero e 25 graus Celsius.
Cidade de Roma (Itália), clima mediterrâneo: com precipitação média inferior a 200 milímetros e temperaturas entre 5 e 25 graus Celsius.
Cidade de Nova Iorque (Estados Unidos), clima temperado: precipitação média regular ao longo dos meses entre 100 e 200 milímetros e temperaturas entre menos 10 graus e 25 graus Celsius.
Cidade de Arkhangelsk (Rússia), clima frio: precipitações de até 100 milímetros, com maiores volumes nos meses de junho a outubro, e temperaturas baixas, variando entre menos 20 graus e 20 graus Celsius. 
Cidade de Sonnblick (Áustria), clima frio de alta montanha: precipitações regulares de aproximadamente 200 milímetros ao longo do ano, e temperaturas muito baixas a maior parte do ano, entre menos 20 graus e 5 graus Celsius, sendo os meses de julho e agosto os mais quentes.
Cidade de Nome (Alaska, Estados Unidos), clima polar: pouca precipitação, inferior a 100 milímetros, e temperaturas variando entre menos 20 graus e 10 graus Celsius, sendo os messe de maio a setembro os mais quentes.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 20.

Leia, nos quadros, características dos principais tipos de clima do mundo.

Clima equatorial: abrange as regiões de baixa latitude, próximas ao Equador. É um tipo de clima quente e úmido, com pequena amplitude térmica anual. Clima tropical: ocorre principalmente entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. Caracteriza-se por médias térmicas elevadas na maior parte dos meses do ano e por uma estação mais seca e uma mais chuvosa. Clima subtropical: abrange áreas aproximadamente entre 30° e 35° de latitude, ao norte e ao sul. De modo geral, o verão é quente e o inverno é frio. As chuvas distribuem-se ao longo do ano. Clima desértico: abrange áreas do globo terrestre localizadas, aproximadamente, entre 20° e 45° de latitude, tanto ao norte quanto ao sul. As chuvas são muito escassas. Quanto à temperatura, pode ser quente, como no Deserto do Saara, na África, ou frio, como no Deserto de Gobi, na China e na Mongólia. Clima semiárido: geralmente ocorre nas bordas das áreas de clima desértico. O efeito da continentalidade é acentuado e, em muitos casos, o relevo elevado diculta a penetração de massas de ar úmidas. O índice pluviométrico é baixo, e a temperatura varia em função da latitude. Clima mediterrâneo: além de abranger áreas no entorno do Mar Mediterrâneo, surge no oeste dos Estados Unidos e do Chile e no sul da África do Sul e da Austrália. Apresenta verões quentes e secos e invernos com temperaturas amenas e chuvas modestas. Clima temperado: ocorre nas regiões da Terra localizadas aproximadamente entre os trópicos e os círculos polares de cada hemisfério. As médias térmicas anuais variam entre –4 °C e 18 °C. Clima frio: clima das regiões situadas ao sul do Círculo Polar Ártico. O inverno é rigoroso. No verão, as médias térmicas ficam em torno de 15 °C a 20 °C. As regiões submetidas ao clima frio são pouco povoadas. Clima frio de alta montanha: ocorre em montanhas de elevadas altitudes da Terra. As médias térmicas são baixas, entre –2 °C e –10 °C, com frequente precipitação de neve e geleiras nos picos montanhosos. Clima polar: ocorre nas áreas polares. Os invernos são longos, e as geleiras, permanentes. Há muita precipitação de neve, e a média de temperatura anual é inferior a 0 °C.
Grafismo indicando atividade.

Nos climogramas da página anterior, identifique as cidades de clima mais seco, mais úmido, mais quente e a de clima mais frio. Estabeleça uma relação entre as características climáticas de cada uma e sua localização na Terra.

2. Os climas do Brasil

Considerando que o território brasileiro está localizado, em sua maior parte, na zona tropical – área mais iluminada e aquecida pelos raios solares – e que apresenta, de fórma geral, relevo de baixas altitudes, predomina no Brasil o clima quente. Quanto à umidade, o território é bem regado pelas chuvas graças à ação de massas de ar úmidas, com exceção do Sertão nordestino, cujo clima é semiárido.

Brasil: climas

Mapa. Brasil: climas. Mapa do Brasil com destaque para a divisão política e os tipos climáticos que ocorrem no país. Climas sob influência de massas de ar equatoriais e tropicais: clima Equatorial úmido: ocorre em todos os estados da Região Norte, exceto Tocantins, em parte norte do Mato Grosso e em pequena faixa oeste do Maranhão;  clima Tropical: ocorre nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Paraíba, Ceará, Piauí e Maranhão, além do Distrito Federal; clima tropical semiárido: ocorre no interior do Nordeste, abrangendo parte dos estados da Bahia, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe; clima tropical litorâneo úmido: abrange os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, parte do litoral norte de São Paulo, e litoral dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Climas sob influência de massas de ar tropicais e polares: clima Tropical de altitude: abrange áreas de elevada altitude dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo; clima Subtropical úmido: abrange todos os estados da Região Sul e trechos dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 330 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 119.

Grafismo indicando atividade.

Qual é o clima predominante na unidade da federação em que você vive? Cite suas principais características. Observe novamente o mapa “Brasil: massas de ar”, na página 82, e aponte que massa ou massas de ar influencia ou influenciam esse tipo de clima.

Clima equatorial úmido

No clima equatorial úmido, a temperatura média anual é superior a 25 grauscélsius, a amplitude térmica anual é pequena e as chuvas são abundantes, superiores a .2000 milímetros (milímetros) anuais. É, portanto, um clima quente e bastante úmido.

Clima tropical

Com temperatura média anual de 18 grauscélsius, o clima tropical predomina no Brasil e pode ser dividido em quatro subtipos, de acordo com o regime das chuvas: tropical do Brasil Central, tropical semiárido do Sertão do Nordeste, tropical litorâneo úmido e tropical de altitude.

Clima tropical do Brasil Central

O período de chuvas ocorre no final da primavera (novembro) e no verão (dezembro a março); e a estiagem, no inverno. Esses períodos regulam a atividade agrícola: o preparo do solo ocorre durante a seca; e o plantio, um pouco antes das chuvas.

Clima tropical semiárido do Sertão do Nordeste

A temperatura média anual é elevada, superior a 25 grauscélsius. É caracterizado por baixa precipitação, inferior a .1000 milímetros anuais e, em certas áreas, inferior a 600 milímetros. As chuvas são irregulares, com períodos de estiagem que podem se prolongar por vários anos, causando grandes perdas aos agricultores e escassez de alimentos para a população sertaneja.

Clima tropical litorâneo úmido

Ocorre no litoral brasileiro, do Rio Grande do Norte a São Paulo. Essa porção do país recebe massas de ar úmidas provenientes do Oceano Atlântico (massa Tropical atlântica), ocasionando chuvas que variam de .1200 milímetros a .2000 milímetros anuais. As médias térmicas anuais são mais elevadas na porção litorânea da Grande Região Nordeste (superiores a 24 grauscélsius) e menos elevadas nos litorais do Espírito Santo, do Rio de Janeiro e de São Paulo (superiores a 20 grauscélsius).

Clima tropical de altitude

Ocorre nos estados de Minas Gerais e São Paulo e do Espírito Santo e Rio de Janeiro em locais de altitudes mais elevadas, como as serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço e da Canastra. As temperaturas médias anuais são inferiores a 20 grauscélsius, e as chuvas, superiores a .1500 milímetros por ano. Nas encostas das serras voltadas para o mar, a precipitação é maior.

Clima subtropical úmido

Esse tipo de clima abrange uma porção do território brasileiro, ao sul do Trópico de Capricórnio, situada em uma zona de iluminação da Terra menos aquecida pelos raios solares.

As temperaturas médias anuais são inferiores a 20 grauscélsius, e as chuvas são bem distribuídas no decorrer do ano, situando-se, dependendo da localidade, entre .1200 milímetros e .1500 milímetros anuais.

Mais diretamente sob a influência da massa de ar Polar atlântica, essa porção do território apresenta invernos mais frios, e em alguns anos ocorre a queda de neve e geadas, principalmente nas serras dos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

Fotografia. Um espaço aberto, com solo coberto por fina camada de gelo. sobre a terra. Á esquerda, um pequeno lago. À direita, uma casa e, ao fundo, muita vegetação verde.
Amanhecer com geada na Serra Catarinense, situada em região de clima subtropical, no município de Urupema, Santa Catarina (2020).
Ícone. Seção Navegar é preciso.

Navegar é preciso

cêpêtéc/ínpi – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos

https://oeds.link/2LQGz2

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é o principal centro brasileiro fornecedor de dados sobre o clima e o tempo no Brasil. Nesse site, é possível ter acesso à previsão das condições do tempo nas principais cidades do país.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 13 e 14

Registre em seu caderno.

  1. Faça a distinção entre os conceitos de tempo atmosférico e de clima.
  2. Explique por que há grande diversidade de climas no mundo.
  3. Os fatores geográficos são responsáveis pelas variedades climáticas regionais. Aponte quatro deles.
  4. Por que o solo é um dos fatores geográficos do clima?
  5. Indique a que tipos de clima do Brasil correspondem as características a seguir e cite pelo menos uma unidade da federação onde eles ocorrem.
    1. Clima quente e baixa precipitação, havendo trechos com menos de 600 milímetros anuais e chuvas irregulares.
    2. Clima com médias térmicas mais baixas se comparadas às de outras porções do território e que no inverno sofre a ação mais intensa da massa de ar Polar atlântica.
  6. Observe o planisfério da página 98 e responda às questões.
    1. Qual é o tipo de clima do extremo norte do continente americano? Aponte suas características.
    2. Qual é o clima da América do Sul representado pela cor vermelha no mapa? Que parte do território brasileiro esse tipo de clima abrange?
    3. O tipo de clima que você apontou na questão anterior ocorre em quais outras regiões da Terra? Quais são as características desse clima?
  7. Observe o mapa e responda às questões.

Brasil: divisão política

Mapa. Brasil: divisão política. Mapa do Brasil com divisão das unidades federativas e localização das capitais dos estados e do Distrito Federal. Estado: Rio Grande do Sul. Capital: Porto Alegre. Estado: Santa Catarina. Capital: Florianópolis. Estado: Paraná. Capital: Curitiba. Estado: São Paulo. Capital: São Paulo. Estado: Rio de Janeiro. Capital: Rio de Janeiro. Estado Mato Grosso do Sul. Capital: Campo Grande. Estado: Minas Gerais. Capital: Belo Horizonte. Estado: Espírito Santo. Capital: Vitória. Estado: Mato Grosso. Capital: Cuiabá. Estado: Goiás. Capital: Goiânia. Distrito Federal. Capital: Brasília. Estado: Bahia. Capital: Salvador. Estado: Tocantins. Capital: Palmas. Estado: Sergipe. Capital: Aracajú. Estado: Pernambuco. Capital: Recife. Estado: Alagoas. Capital: Maceió. Estado: Piauí. Capital: Teresina. Estado: Paraíba. Capital: João Pessoa. Estado: Rio Grande do Norte. Estado: Natal. Estado: Ceará. Capital: Fortaleza. Estado: Maranhão. Capital: São Luís. Estado: Pará. Capital: Belém. Estado Amapá. Capital: Macapá. Estado: Rondônia. Capital: Porto Velho. Estado: Acre. Capital: Rio Branco. Estado: Amazonas. Capital: Manaus. Estado: Roraima. Capital: Boa Vista. 
A capital Cuiabá localiza-se bem distante do Oceano Atlântico. A capital Vitória é uma cidade litorânea, às margens do Oceano Atlântico. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 490 quilômetros.

Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 90.

  1. As cidades de Aracaju e Florianópolis estão localizadas em altitudes semelhantes: 4,9 me­tros e 3,3 metros de altitude, respectivamente. No entanto, as temperaturas médias anuais são mais elevadas em Aracaju. Por que isso acontece?
  2. Compare a localização das capitais Vitória e Cuiabá. Qual delas está submetida à maior variação de temperatura diária, mensal ou anual? A que isso se deve?

8. A cidade de Campos do Jordão, situada a .1628 metros de altitude, na Serra da Mantiqueira, no estado de São Paulo, é um polo turístico, principalmente no inverno, quando atinge temperaturas próximas de 0 . Aponte o fator geográfico que influencia fortemente as características climáticas dessa cidade.

9. Observe os climogramas e responda às questões.

Gráfico. Climograma da cidade de Brasília (Brasil). Gráfico mostrando médias de temperatura e precipitação mensais (valores aproximados).  
Mês: Janeiro: precipitação média: 110 milímetros; temperatura média 30 graus Celsius. 
Mês: Fevereiro: precipitação média: 110 milímetros; temperatura média: 30 graus Celsius. 
Mês: Março: precipitação média: 110 milímetros; temperatura média: 26 graus Celsius. 
Mês: Abril: precipitação média: 90 milímetros; temperatura média: 24 graus Celsius. 
Mês: Maio: precipitação média: 70 milímetros; temperatura média: 23 graus Celsius. 
Mês: Junho: precipitação média: 50 milímetros; temperatura média: 19 graus Celsius. 
Mês: Julho: precipitação média: 40 milímetros; temperatura média: 18 graus Celsius. 
Mês: Agosto: precipitação média: 45 milímetros; temperatura média: 19 graus Celsius. 
Mês: Setembro: precipitação média: 50 milímetros; temperatura média: 22 graus Celsius.  
Mês: Outubro: precipitação média: 70 milímetros; temperatura média: 23 graus Celsius. 
Mês: Novembro: precipitação média: 80 milímetros; temperatura média: 24 graus Celsius. 
Mês: Dezembro: precipitação média: 110 milímetros; temperatura média (°C): 28 graus Celsius.
Gráfico. Climograma da cidade de Roma (Itália). Gráfico mostrando médias de precipitação e de temperatura mensais (valores aproximados).  
Mês: Janeiro: precipitação média: 70 milímetros; temperatura média: 5 graus Celsius. 
Mês: Fevereiro: precipitação média: 70 milímetros; temperatura média: 5 graus Celsius. 
Mês: Março: precipitação média:70 milímetros; temperatura média: 10 graus Celsius. 
Mês: Abril: precipitação média: 60 milímetros; temperatura média: 14 graus Celsius. 
Mês: Maio: precipitação média: 50 milímetros; temperatura média: 18 graus Celsius. 
Mês: Junho: precipitação média: 40 milímetros; temperatura média: 27 graus Celsius. 
Mês: Julho: precipitação média: 20 milímetros; temperatura média: 30 graus Celsius. 
Mês: Agosto. Precipitação média: 30 milímetros; temperatura média: 30 graus Celsius. 
Mês: Setembro: precipitação média: 60 milímetros; temperatura média: 22 graus Celsius.   
Mês: Outubro: precipitação média: 80 milímetros; temperatura média: 17 graus Celsius.  
Mês: Novembro: precipitação média: 120 milímetros; temperatura média: 12 graus Celsius.  
Mês: Dezembro: precipitação média: 110 milímetros; temperatura média: 11 graus Celsius.

Fonte: Capital: l’encyclopédie du monde 2006. Paris: Nathan, 2005. página 162, 340.

  1. No mês de julho, qual das duas capitais apresentou maior precipitação?
  2. Com base nas médias de temperatura, é possível afirmar que essas cidades estão em estações do ano diferentes? Explique sua resposta.
  3. Os climogramas representam quais tipos de clima que você estudou?

10. Calcule a amplitude térmica anual das cidades listadas no quadro.

Cidade

Média da temperatura

Janeiro

Julho

Buenos Aires (Argentina)

23,0 °C

10,0 °C

Brasília (Brasil)

22,0 °C

19,0 °C

Atenas (Grécia)

9,5 °C

28,0 °C

Copenhague (Dinamarca)

0 °C

18,0 °C

Tóquio (Japão)

3,0 °C

24,5 °C

Lagos (Nigéria)

27,0 °C

25,5 °C

Fonte: Calendario Atlante De Agostini 2014Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2013. página 50-54.

  1. Explique por que a posição das regiões em relação ao Equador tem influência sobre o clima.
  2. Descreva de que fórma a proximidade de uma localidade com os oceanos influencia o clima.
  3. Este mapa indica três cidades do estado de Pernambuco que recebem quantidade semelhante de insolação durante o ano, mas têm características climáticas diferentes, como mostra o quadro.

Pernambuco

Mapa. Pernambuco. Mapa com destaque para o estado de Pernambuco. Capital: Recife. Cidade de Cabrobó, localizada na parte mais oeste do estado, mais distante da capital Recife e do Oceano Atlântico; Cidade de Garanhuns, localizada mais a leste, mais próxima da capital Recife e do Oceano Atlântico. As três cidades estão localizadas próximo à latitude 8 graus Sul.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 140 quilômetros.

Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 167.

Altitude (m)

Latitude

Temperatura média anual (°C)

Precipitação média anual (mm)

Recife

4,5

8° 03’S

25,5

2.457

Garanhuns

822

8° 53’S

20,5

869

Cabrobó

342

8° 30’S

25,8

517

Fontes: . Banco de dados climáticos do Brasil. Disponível em: https://oeds.link/DlbMse; nôaá. Satélite end informeition sérvice. Disponível em: https://oeds.link/xB41Bm. Acessos em: 9 dezembro 2021.

  1. Por que as três cidades pernambucanas recebem praticamente a mesma quantidade de insolação ao longo do ano?
  2. Por que, mesmo recebendo a mesma quantidade de insolação, essas três cidades apresentam características climáticas diferentes?
  3. De acordo com o quadro, a temperatura média anual de Garanhuns é 5 grauscélsius inferior à do Recife. O que justifica essa diferença?

PERCURSO 15 TERRA: GRANDES PAISAGENS VEGETAIS NATURAIS

1. Vegetação natural ou nativa

A vegetação natural ou nativa corresponde à vegetação original do planeta, que se desenvolveu no decorrer do tempo geológico, segundo os tipos de clima e de solo de cada região.

Terra: principais tipos de vegetação natural

Há vários tipos de vegetação natural na Terra. A maior parte, porém, já foi modificada ou completamente devastada por meio de atividades como a agricultura, a pecuária, a expansão urbana e a exploração madeireira, que afetaram a biodiversidade terrestre (observe o planisfério). Para identificar quais formações vegetais sofreram maiores ações humanas, consulte o planisfério da atividade 4, na página 118, comparando-o com este outro.

Mundo: grandes paisagens vegetais naturais e áreas modificadas pela ação humana

Mapa. Mundo: grandes paisagens vegetais naturais e áreas modificadas pela ação humana. Planisfério com destaque para as paisagens vegetais e áreas cultivadas.
Tundra: extremo norte do Canadá, Europa e Ásia.
Floresta de coníferas (taigas): maior parte do Canadá, Noruega, Suécia, norte da Rússia e pequenos trechos da China.
Florestas temperada e subtropical: pequenos trechos do Canadá, dos Estados Unidos, do México, da Europa Ocidental, Ásia e Nova Zelândia.
Vegetação mediterrânea: trechos de Portugal, Espanha e Turquia.
Pradarias: trechos do Canadá, Estados Unidos, Brasil, Uruguai e Argentina; trechos da África, Ásia e Austrália.
Estepes: trecho dos Estados Unidos, oeste da América do Sul, partes da Ásia, África e Austrália.  
Deserto: trechos dos Estados Unidos e México, Argentina e Chile, África, Ásia e Austrália.
Savanas (no Brasil: cerrado e caatinga): trechos do México, partes da África, do Brasil, do norte da América do Sul, trechos da Ásia e da Austrália. 
Florestas tropical e equatorial: norte do Brasil e América do Sul, trechos da África e Sudeste Asiático. 
Vegetação de altitude: trechos do Canadá, Estados Unidos, América do Sul, Europa, Ásia, África.
Áreas cultivadas: concentram-se na parte leste dos Estados Unidos e da América do Sul, maior parte da Europa Ocidental, e grandes trechos da Ásia, principalmente na Rússia, Índia e leste da China, costa leste da Austrália.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.190 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 22.

Nota: Nem todas as regiões cultivadas estão representadas no mapa. Na Floresta Amazônica, por exemplo, há grandes desmatamentos, e isso não pode ser visualizado no mapa em virtude de sua escala ser pequena (uma pequena escala para representar grandes porções da superfície terrestre não permite mostrar detalhes).

Tundra

Tipo de vegetação que ocorre, predominantemente, na região interior do Círculo Polar Ártico, formada por musgosglossário (nas baixadas úmidas), liquensglossário (nas porções mais elevadas do terreno, onde o solo é mais seco) e plantas de pequeno porte que florescem após o degelo e servem de alimento para animais, como a rena (foto A).

Fotografia. A. Vista de um espaço aberto com vegetação rasteira e montanhas. A vegetação e as montanhas têm tons de cores vermelho, laranja, marrom e amarelo.
Aspecto da Tundra, no outono, em óplend, Noruega (2019).

Floresta de Coníferas (Taiga)

Também chamada de Floresta Boreal, ocorre nas altas latitudes do Hemisfério Norte, em regiões de clima temperado. É formada principalmente por coníferas e pinheiros (foto B). A exploração madeireira para a fabricação de papel é uma das principais causas de sua devastação. Atualmente, há iniciativas de reflorestamento que buscam reverter essa situação.

Fotografia B. Vista de uma grande floresta com muitas árvores do tipo pinheiro. As folhas das árvores são em tons de cores amarela, laranja, verde e marrom claro.
Vista da Floresta de Coníferas ou Taiga, na região de , Rússia (2021).

Florestas Temperada e Subtropical

Típicas dos climas temperado e subtropical, são encontradas em médias latitudes e sob maior influência da maritimidade que a Floresta Boreal. São menos densas que as florestas Tropical e Equatorial e têm menor diversidade de espécies vegetais e animais em relação a essas florestas. Entre as espécies mais comuns, predominam carvalhos e faias (foto C).

Após intensa devastação, os fragmentos de Floresta Temperada que restaram têm sido transformados em reservas protegidas.

Fotografia C. Vista de uma grande floresta com grandes árvores, algumas são pinheiros. As folhas das árvores estão em tons de vermelho, amarelo, rosa, marrom e verde. Ao redor da floresta está um imenso rio.
Aspecto da Floresta Temperada, no outono, no Parque Provincial Algonquin, em Ontário, Canadá (2018).

Pradarias e Estepes

As Pradarias ocorrem, sobretudo, em regiões de clima temperado, e as Estepes são encontradas em áreas semiáridas, desenvolvendo-se em uma faixa de transição entre climas tropicais e desérticos (como na região do Sael, na África) e entre climas temperados e desérticos (como na Ásia Central). Por isso, as Estepes apresentam uma cobertura vegetal descontínua, com arbustos espinhentos ou tufos isolados que formam uma vegetação herbácea mais esparsa se comparada à das Pradarias.

Nessas formações vegetais, predominam as vegetações herbáceas, de altura variada, e as atividades agropecuárias são as principais causadoras do desgaste do solo, da devastação e da alteração da biodiversidade (fotos A e B).

Fotografia. A. Vista de uma um grande espaço aberto com vegetação rasteira em tons amarelo e verde. Há um animal de grande porte no meio da vegetação.
Aspecto da vegetação de Pradaria no Colorado, Estados Unidos (2021).
Fotografia. B. Vista de um espaço aberto com vegetação rasteira. Há gado no meio da vegetação. Ao fundo, montanhas e céu azul com algumas nuvens brancas.
Gado pastando em área de vegetação de Estepe na Mongólia (2019).

Vegetação Mediterrânea

Predominantemente arbórea e arbustiva (foto C), tal vegetação se distribui de maneira esparsa para aproveitar a pouca umidade que caracteriza o clima mediterrâneo, que apresenta verões quentes e secos e invernos amenos e chuvosos. As oliveiras são plantas típicas dessa vegetação.

Fotografia C. Vista de um grande espaço aberto com vegetação rasteira e alguns arbustos. As folhas da vegetação estão em cor verde e cinza. Ao fundo, o mar e o céu.
Vista de Vegetação Mediterrânea em Andaluzia, Espanha (2020).

Vegetação de Deserto

Vegetação adaptada ao clima seco e às baixas precipitações dos desertos (vegetação xerófila). Sua ocorrência é escassa, apresenta pequeno porte e é formada por gramíneas, arbustos isolados e cactáceas (foto D).

Fotografia D. Vista de uma região com vegetação rasteira. No solo há pequenas pedras e pequenos arbustos bem baixos. Ao fundo, vegetação rasteira em tons de verde e amarelo e uma grande montanha. O céu está azul e com nuvens brancas.
Aspecto de Vegetação de Deserto na província de Chubut (região do Deserto da Patagônia), Argentina (2020).

Savana (Cerrado e Caatinga, no Brasil)

Surge em áreas de clima tropical com estação seca prolongada, nas quais o índice de chuvas é elevado somente em poucos meses do ano. É formada por vegetação herbácea e arbustiva com baixa ocorrência arbórea; suas espécies são capazes de enfrentar longos períodos de seca. No Brasil, é comum a prática da agricultura e da pecuária sobre as regiões ocupadas pelo Cerrado e pela Caatinga.

Fotografia. Vista de uma região com vegetação verde e algumas árvores baixas. Entre a vegetação está um elefante.
Savana na África do Sul (2019).

Florestas Tropical e Equatorial

Apresentam vegetação densa, com grande biodiversidade: em média de 100 a 300 espécies por hectareglossário (a Floresta Temperada possui cêrca de 50 espécies/éctare). São encontradas nas regiões tropicais quentes e úmidas em que predominam climas tropicais e equatoriais, com níveis de precipitação altos. Por isso, também são chamadas de Florestas Pluviais. Nelas ocorre grande exploração madeireira.

Fotografia. Vista aérea de uma floresta com grandes árvores com copas cheias de folhas verdes. À esquerda, um grande rio.
Aspecto da Floresta Equatorial na República Centro-Africana (2020).

Vegetação de Altitude

Com o aumento da altitude, a temperatura atmosférica diminui, os solos ficam mais rasos e a vegetação torna-se mais esparsa. Por isso, nas áreas montanhosas as formações vegetais também se alteram conforme a altitude, formando andares de vegetação (observe a ilustração).

Andares de vegetação

Esquema. Perfil de parte de uma montanha visto com os níveis de  vegetação. No topo há neves eternas. Descendo, logo abaixo, estão as rochas. Em seguida, Campos de Altitude, com vegetação rasteira. Abaixo: Floresta Boreal, representada por árvores pinheiros. Próximo ao chão plano está a Floresta Temperada, representada por árvores com copas cheias, e, as Pradarias no nível plano do solo, representadas por vegetação rasteira.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 23.

Nota: Ilustração para fins didáticos. Ela não apresenta proporcionalidade entre os elementos representados.

A devastação de vegetações naturais

À medida que as sociedades humanas foram construindo espaços geográficos – campos de agricultura e de pecuária, cidades, áreas de exploração de minérios e de recursos vegetais etcétera –, devastaram matas e outras formações vegetais naturais, destruindo grande parte delas.

Ícone. Seção Mochila de ferramentas.

Mochila de ferramentas

Elaborando um perfil de vegetação

O perfil de vegetação é uma representação gráfica de parte da cobertura vegetal que apresenta uma escala. Nele, um trecho da vegetação é desenhado para descrever a fisionomia de uma formação vegetal, ou seja, sua aparência, caracterizando aspectos visíveis como fórma, tamanho e distribuição espacial das espécies. A construção e a análise de um diagramaglossário do perfil de vegetação contribuem, entre outros objetivos, para estudos científicos e para a recuperação de áreas degradadas.

A seleção de um trecho da vegetação no terreno é realizada por meio de demarcação. Para o estudo de florestas no Brasil, por exemplo, geralmente se delimita uma faixa mínima de 5 metros de largura e 30 metros de extensão.

Observe um perfil de vegetação elaborado para o estudo de uma parcela da vegetação.

Perfil de vegetação de um fragmento de floresta

Ilustração. Perfil de vegetação de um fragmento de floresta. À esquerda, uma linha na vertical com medidas em metros (zero a mais de 15 metros). Na horizontal, também há uma linha com medidas em metros (zero a 30 metros). A maior parte da vegetação é de árvores com 5 a 10 metros de altura, sendo que uma entre elas ultrapassa os 15 metros de altura e uma é inferior a 5 metros de altura.

Fonte: SILVA, Izabel Cristina da. Caracterização fisionômica de fragmentos vegetacionais do distrito de Rubião Júnior, município de Botucatu, São Paulo. Dissertação – Instituto de Biociências de Botucatu/Unésp, 2010. página 46.

Leia as instruções para elaborar um perfil de vegetação.

Como fazer

  1. Com a orientação do professor, identifique uma área coberta por vegetação em seu município. Faça a demarcação de uma área do terreno, utilizando barbante ou bandeirinhas fincadas no solo, subdividindo-a em intervalos de mesma medida.
  2. Em uma folha de papel, com o auxílio da régua e do lápis, trace os eixos horizontal e vertical do perfil de vegetação (observe o perfil): na linha horizontal, marque 6 partes de 1,5 centímetro; na linha vertical, assinale 3 partes de 1,5 centímetro.
  3. Desenhe, em seu perfil, cada espécie vegetal presente na área delimitada, observando a fisionomia e a altura da vegetação. Utilize os intervalos marcados no terreno para posicionar corretamente as espécies em seu desenho.

 Interprete

1. Explique com as suas palavras o que é um perfil de vegetação.

 Argumente

2. Qual é a importância da vegetação para a conservação de rios, solos, relevos e climas?

 Contextualize

  1. Quais são os tipos de vegetação encontrados no município onde você vive ou próximos à escola onde estuda?
  2. Caso a vegetação que você observou seja natural, relacione suas características com os fatores geográficos do clima e o tipo de clima do município.
Versão adaptada acessível
  1. Identifique uma área coberta por vegetação em seu município. Com auxílio de um adulto, faça a demarcação de uma área do terreno, utilizando barbante ou bandeirinhas fincadas no solo, subdividindo-a em duas áreas de mesma medida.
  2. Percorra cada uma das áreas reparando nas características das espécies vegetais, como a espessura, a textura e a distância entre troncos, galhos e folhas.
  3. Descreva as características da vegetação das duas áreas e compare-as, de acordo com as características selecionadas.
Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

Floresta Tropical recupera 80% do estoque de carbono e fertilidade do solo após 20 anos de regeneração

“De fórma inédita e com base em um dos maiores bancos de dados disponíveis sobre florestas tropicais no mundo, estudo reticências mostra que a regeneração florestal recupera cêrca de 80% do estoque de carbono, da fertilidade do solo e da diversidade de árvores em até 20 anos.

A pesquisa concluiu que a regeneração natural é uma solução de baixo custo para mitigarglossário os efeitos das mudanças climáticas e contribuir com a conservação da biodiversidade. Esses resultados decorrem de um processo de regeneração em áreas degradadas e não apenas da passagem do tempo nesses locais.

‘É possível recuperar florestas tropicais por meio de processos naturais em tempo condizente com expectativas humanas. Porém, mesmo assim, é muito mais rápido destruir do que recuperar. Os resultados devem ser vistos com otimismo, mas também com responsabilidade’, diz reticências Pedro Brancalion, professor do Departamento de Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ezalqui-úspi).

reticências

Em geral, a recuperação mais rápida é a do solo (fertilidade), em menos de dez anos, e a do funcionamento do ecossistema, menos de 25 anos. Em seguida, em tempo intermediário, vem a recuperação da estrutura e diversidade da floresta, que ocorre entre 25 e 60 anos, enquanto as mais lentas são a retomada da biomassaglossário acima do solo e da composição de espécies, que demoram mais de 120 anos.

‘Um ponto importante é que a floresta tropical consegue recuperar o número de espécies de árvores, mas nem sempre a mesma composição [conjunto de espécies]. Nem todas as espécies presentes em matas conservadas recolonizam florestas regeneradas, algumas são mais sensíveis e podem desaparecer’, alerta Brancalion. reticências’’.

CONSTANTINO, Luciana. Floresta tropical recupera 80por cento do estoque de carbono e fertilidade do solo após 20 anos de regeneração. Agência fapésp. 10 dezembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/4cxD7I. Acesso em: 21 dezembro 2021.

Fotografia. Vista de um lugar aberto com vasta vegetação verde entre montanhas e vales.
Trecho de Floresta Tropical, no caso Mata Atlântica reflorestada, no município de Aimorés, Minas Gerais (2019).

 Interprete

1. Segundo o texto, a floresta tropical consegue recuperar a quantidade total de espécies de árvores depois que passa pelo processo de regeneração? Comente.

 Argumente

2. Você concorda com a afirmação do professor de que os resultados da pesquisa devem ser vistos com otimismo, mas também com responsabilidade? Por quê?

 Contextualize

3. No município onde você vive, há alguma área cuja paisagem vegetal esteja em processo de regeneração?

PERCURSO 16 BRASIL: VEGETAÇÃO NATURAL E BIODIVERSIDADE

1. Ocupação humana e diminuição da vegetação natural

Observe o mapa A. Ele retrata os principais tipos de formação vegetal nativa, original ou natural do Brasil. Comparando-o com o mapa B, note que, assim como em outros países do mundo, o avanço da ocupação humana pelo território provocou a diminuição das áreas cobertas pelas formações vegetais naturais.

Brasil: principais formações vegetais naturais

Mapa A. Brasil: principais formações vegetais naturais. Mapa do Brasil com destaque para os tipos de vegetação. 
Floresta amazônica: em todo o Acre, na maior parte dos estados do Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia e Roraima, tem trechos no Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e pequena faixa no Piauí.
Campos amazônicos ou campinaranas: em trecho do Amapá, Roraima e noroeste do Amazonas. 
Mata Atlântica: larga faixa na costa leste do Brasil, abrangendo Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, além de parte oeste de São Paulo e Paraná, e trechos em Mato Grosso do Sul, Goiás e Rio Grande do Sul. 
Cerrado: em grande parte dos estados de Minas Gerais, Maranhão, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; pequenos trechos no Pará, Roraima, Amazonas, Rondônia, Paraná, São Paulo, Bahia e Piauí. 
Caatinga: maior parte dos estados de Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Piauí e Bahia, e pequena área no norte de Minas Gerais. 
Mata dos Pinhais (ou de Araucárias): grande parte do Paraná e Santa Catarina, pequeno trecho do Rio Grande do Sul e pequeno ponto em São Paulo.
Complexo do Pantanal: trecho do sul do Mato Grosso e boa parte do oeste do Mato Grosso do Sul. 
Campos: boa parte do sul e oeste do Rio Grande do Sul.
Vegetação litorânea: faixa litorânea dos estados do Amapá, Pará, Maranhão, Ceará Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio Grande do Sul; e pequeno trecho litorâneo da Bahia. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 530 quilômetros.

Brasil: cobertura vegetal atual com áreas devastadas – 2016

Mapa B. Brasil: cobertura vegetal atual com áreas devastadas, em 2016. Mapa do Brasil com destaque para as áreas com cobertura vegetal e áreas devastadas.
Floresta amazônica: ocorre na maior parte do Acre, Amazonas e Amapá; pequenos trechos do Pará, Roraima, Rondônia e, Mato Grosso, e em poucos pontos do Tocantins, Maranhão e Piauí.
Campos amazônicos ou campinaranas: ocorrem em trecho do Amapá, Roraima e noroeste do Amazonas. 
Mata Atlântica: poucos pontos na costa leste de São Paulo.
Cerrado: pequenos trechos em Minas Gerais, Tocantins, Pará, Roraima, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão e Bahia, além de pequeno ponto em Rondônia.
Cerrado: pequeno trecho da Bahia, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, e alguns pontos em Minas Gerais.
Mata dos Pinhais (ou de Araucárias): pequena área em Santa Catarina e Rio Grande do Sul e poucos e pequenos pontos no Paraná. 
Complexo do Pantanal: pequeno trecho no sul do Mato Grosso e parte do oeste do Mato Grosso do Sul. 
Campos: pequenos trechos no sul do Rio Grande do Sul e poucos pontos no oeste desse estado.
Vegetação litorânea: estreita faixa litorânea do Amapá e Ceará e pequenos trechos no Maranhão e Pará.
Área devastada: praticamente todo o estado de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sergipe, Alagoas e Distrito Federal; a maior parte do território dos estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Pará; trechos do Acre, Amazonas, Roraima e Amapá. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 530 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em CONTI, José Bueno; FURLAN, Sueli Angelo. Geoecologia: o clima, os solos e a biota. In: Rós, Jurandir L. Sanches (organizador). Geografia do Brasil. sexta edição São Paulo: êduspi, 2011. página 204; í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 100.

Grafismo indicando atividade.

Escolha, no mapa A, uma formação vegetal natural do território brasileiro. Em seguida, leia o nome dessa formação e observe-a no mapa B. Ela permanece intacta ou foi alterada pela ocupação humana?

Vamos estudar as características das principais formações vegetais naturais presentes no território brasileiro e as causas da devastação que atinge a maior parte dessas formações.

Floresta Amazônica ou Equatorial

A Floresta Amazônica ocupa a maior parte da Grande Região Norte, porções do Centro-Oeste e parte dos estados do Maranhão e do Piauí, no Nordeste, que correspondem à vasta área de abrangência do clima equatorial úmido.

É considerada por alguns especialistas a formação vegetal de maior biodiversidade do mundo. Segundo o Instituto Socioambiental (Ísa), a Floresta Amazônica abriga .2500 espécies de árvores, além de milhares de espécies animais. Essa biodiversidade constitui um imenso conjunto de recursos naturais, que pode servir à indústria farmacêutica e a outros fins. Isso faz da Amazônia uma região que atrai interesse internacional.

Muitas pessoas dependem da floresta para viver: indígenas; populações ribeirinhas; castanheiros, que extraem a castanha-do-pará; seringueiros, que extraem o látex com o qual se fabrica borracha etcétera.; além de madeireiros, que, em muitos casos, agem de fórma ilegal.

O avanço da agropecuária e a intensa extração de madeira são algumas das principais ameaças à floresta.

Fotografia. Homem com máscara protetora na boca e nariz, segura pote junto ao tronco de uma seringueira.
Seringueiro extraindo látex na Floresta Amazônica, no município de Apuí, Amazonas (2020).

Mata Atlântica ou Tropical

Em 1500, quando os colonizadores portugueses chegaram às terras que seriam o Brasil, a Mata Atlântica estendia-se de Pernambuco até o Rio Grande do Sul, em uma faixa próxima ao litoral. A sua devastação iniciou-se com a exploração do pau-brasil no século dezesseis e prosseguiu nos séculos seguintes, com o cultivo da cana-de-açúcar no Nordeste, com a cultura do café no Sudeste, com a criação de gado e com a extração madeireira para a obtenção de lenha e para a construção de casas, a fabricação de móveis etcétera

Essa floresta apresenta grande biodiversidade, assim como a Floresta Amazônica. Atualmente, calcula-se que dela tenham sobrado apenas 9% da área original, transformados em parques nacionais e reservas sob a administração do governo federal ou estadual.

Fotografia. Vista de uma grande área verde com montanhas e vales cobertos de vegetação.
Vista aérea da Mata Atlântica no Parque Estadual Pico do Marumbi, município de Morretes, Paraná (2019).
Ícone. Seção Pausa para o cinema.

Pausa para o cinema

Tainá. Uma aventura na Amazônia.

Direção: Tânia Lamarca e Sérgio Bloch. Brasil: M. A. Marcondes, 2001. Duração: 90 minutos

Tainá 2. A aventura continua.

Direção: Mauro Lima. Brasil: Globo Filmes, 2005. Duração: 76 minutos

No primeiro filme, uma menina indígena (Tainá) procura proteger os animais da floresta. No segundo, Tainá, com mais idade, é protetora do meio ambiente.

Mata dos Pinhais

Também chamada de Mata Subtropical ou Mata de Araucárias, em razão da predominância de pinheiros ou araucárias, ocupava vastas extensões de terras dos planaltos e serras da Grande Região Sul e de trechos de relevo mais elevado da Grande Região Sudeste.

Calcula-se que a Mata dos Pinhais cobria uma área superior a 100 mil quilômetros quadrados, o que correspondia à área do estado de Pernambuco. Atualmente, sobraram apenas 300 quilômetros quadrados dessa formação florestal, o equivalente a aproximadamente 0,3% de sua cobertura original, confinados em áreas de preservação estadual ou federal. Sua devastação se deve à intensa exploração da madeira para a construção de casas, postes, móveis e, ainda, ao avanço da agricultura e da pecuária.

Fotografia. Vista de uma área repleta de vegetação verde. Ao fundo, árvores altas, de tronco reto e galhos apenas no topo, formando uma copa com formato de taça.
Paisagem com araucárias no segundo plano da foto, na Serra da Mantiqueira, município de Itamonte, Minas Gerais (2021).

Mata dos Cocais

Presente nos estados do Tocantins, Ceará, Maranhão e Piauí, a Mata dos Cocais é considerada uma vegetação de transição entre os biomasglossário da Floresta Amazônica, da Caatinga e do Cerrado.

Caracteriza-se pelo predomínio de palmeiras, como a carnaúba, o buriti, a oiticica e o babaçu, cujo aproveitamento ocorre por meio de atividades extrativistas realizadas pela população local. Da carnaúba, por exemplo, aproveitam-se as folhas para a construção de telhados e para a fabricação de cera; a madeira é utilizada na construção de casas; e do coco se extrai o óleo. No caso do babaçu, além do uso das folhas para a confecção de cestos, chapéus e esteiras, extrai-se da semente do coco um óleo bastante usado pela indústria alimentícia e de cosméticos.

Fotografia. Vista de uma área com diversas palmeiras, árvores com troncos finos e copas com folhas longos voltadas para cima.
Palmeiras de babaçu no município de Viana, Maranhão (2019).
Fotografia. Vista de um coco de babaçu cortado ao meio. A parte interna é marrom, com sementes brancas formando um círculo. A parte externa tem a casca marrom.
Coco de babaçu com sementes aparentes.

Cerrado

É uma formação vegetal natural do Brasil Central com ocorrências também em Minas Gerais e São Paulo, no Paraná, na Bahia, no Maranhão, em trechos do Piauí, no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, em Rondônia e Roraima, no Amazonas e Pará (consulte os mapas A e B da página 110).

Pertencente à classificação do bioma Savana, o Cerrado ocupava, originalmente, cêrca de um quarto do território brasileiro, sendo ultrapassado em extensão somente pela Floresta Amazônica.

De modo geral, trata-se de uma formação vegetal constituída de vegetação rasteira, arbustiva e arbórea. Apresenta árvores espaçadas, de pequeno porte, com troncos retorcidos, caules e galhos de cascas grossas e raízes profundas que buscam a água do subsolo (foto A). Suas espécies suportam períodos de seca prolongados.

Fotografia A. Vista de uma área com muita vegetação baixa e algumas árvores de porte baixo, com tronco fino e muitos galhos retorcidos e pouca folhagem.
Vegetação de Cerrado no município de Pirenópolis, Goiás (2018).

O Cerrado abriga cêrca de um terço da biodiversidade brasileira. Como as demais formações vegetais, também sofreu intensa intervenção humana, principalmente após os anos 1960. A construção de Brasília e de rodovias na Grande Região Centro-Oeste impulsionou a ocupação humana e os deslocamentos de populações, como também a instalação de grandes unidades de produção agropecuária (foto B).

Fotografia B. Vista de uma grande área com vegetação rasteira e algumas partes de solo aparente. No centro, uma grande quantidade de gado (bois e vacas)pastando. Ao fundo, vegetação fechada de médio porte.
Criação de gado em área de Cerrado, no município de Barra do Garças, Mato Grosso (2019). A criação de gado bovino de córte e a plantação de produtos agrícolas constituem as principais atividades que colocam em risco o Cerrado.

Com uma área original de 2 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente a 22% do território nacional, calcula-se que o Cerrado perdeu mais de 50% de sua vegetação original.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

Pausa para o cinema

Ser Tão Velho Cerrado.

Direção: André delia. Brasil: Cinedelia, 2018. Duração: 93 minutos

O documentário retrata a acelerada devastação do Cerrado brasileiro, a importância de sua preservação e a mobilização de moradores da Chapada dos Veadeiros (Goiás) para elaborar um plano de manejo que busca conciliar interesses e abrir diálogo entre a comunidade científica, agricultores familiares, grandes proprietários de terra e defensores do meio ambiente.

Caatinga

É a formação vegetal típica do clima tropical semiárido, que ocorre na Grande Região Nordeste do país. A Caatinga é constituída de plantas xerófilas, ou seja, adaptadas a lugares secos, como as cactáceas (mandacaru, facheiro, xiquexique) e algumas espécies arbóreas (observe a foto).

No período das secas, muitas plantas da Caatinga perdem suas folhas para diminuir a transpiração e evitar maior perda de água. Existem também plantas que, com o mesmo objetivo, produzem uma cera sobre suas folhas. Um exemplo é a carnaúba, palmeira conhecida como “árvore da vida”, pois dela tudo se aproveita.

Desde o século dezesseis, a Caatinga sofre intervenção humana por meio da extração de lenha, da criação de gado e da prática da agricultura. Da área total original da Caatinga, de cêrca de 844 mil quilômetros quadrados, calcula-se que mais de 72% sofreram severa devastação, o que compromete sua biodiversidade.

Fotografia. Vista de um espaço com vegetação de aspecto seco. No primeiro plano há muitos cactos e, ao fundo, arbustos secos. Solo seco e pedregoso.
Aspecto da Caatinga em área de sertão do município de Taperoá, Paraíba (2019).

Campos

Campo é a denominação genérica dada às formações vegetais com domínio de vegetação herbácea. Tais formações apresentam diversas fisionomias em decorrência da variedade de clima, solo e relevo de cada área onde se desenvolvem.

Os Campos ocorrem na Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul, nas zonas de planalto das Grandes Regiões Sul e Centro-Oeste (Campos de altitude) e na Amazônia (Campos amazônicos ou Campinaranas).

Originalmente, os Campos ocupavam cêrca de 178 mil quilômetros quadrados do território brasileiro. Como outras formações vegetais, foram alterados e degradados no decorrer da história. Os Campos da Campanha Gaúcha sofreram intensamente a ação humana, pois desde o século dezoito são usados para a criação de gado bovino e ovino (foto A, na próxima página). A degradação do solo provocada por essa atividade pode gerar areais, como os que ocorrem em Manoel Viana (foto B, na próxima página), São Francisco de Assis, Alegrete, Itaqui, Quaraí, entre outros municípios.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

Quem lê viaja mais

CARRARO, Fernando.

Biomas: conhecer para proteger. São Paulo: , 2016.

Acompanhe Marina em um concurso sobre biomas promovido na escola. Em sua pesquisa, ela troca informações e fotos com colegas que moram em regiões de outros biomas, “viajando” pelo Brasil e aprendendo a valorizar as populações e a biodiversidade.

Ícone. Seção No seu contexto.

No seu contexto

Qual é a vegetação natural do município em que você vive? Essa vegetação se encontra preservada ou foi devastada pela ocupação humana?

Fotografia A. Vista de uma área com muita vegetação rasteira. Ao fundo, diversos animais pastando e uma árvore  baixa à direita.
Criação extensiva de gado nos Campos da Campanha Gaúcha, município de Quaraí, Rio Grande do Sul (2019).
Fotografia B. Vista de uma área coberta de areia e com pouca vegetação de aspecto seco.
Aspecto de areal no município de Manoel Viana, Rio Grande do Sul (2020).

Vegetação litorânea

Ao longo do litoral brasileiro, encontram-se as vegetações de praia, de duna, de restinga e de mangue.

Nas praias e dunas, a vegetação é geralmente rasteira. Nas restingas, surge um tipo de vegetação arbórea, cuja altura máxima é de 5 metros, que fórma um emaranhado confuso, com muitas plantas espinhentas (foto C). Segundo estudiosos, essa vegetação, o “jundu”, corresponde a um conjunto de espécies da floresta adaptadas às condições ambientais litorâneas: altas temperaturas, fortes ventos e solo arenoso.

Fotografia C. Vista de uma praia com vegetação verde e rasteira na areia, afastada do mar.
Vegetação de restinga no litoral do município de Mucuri, Bahia (2018).

A vegetação de mangue, ou manguezal, cresce em áreas alagadas que se formam nas reentrâncias da costa. Por crescerem em solo salino e com deficiência de oxigênio, e em áreas alcançadas pelas marés, essas plantas desenvolvem raízes aéreas, chamadas pneumatóforos ou raízes respiratórias (foto D).

Fotografia D. Vista de um manguezal com muitas árvores altas e raízes expostas sobre o solo. As árvores possuem troncos longos e folhas verdes.
Manguezal no município de Cairu, Bahia (2021). Observe as raízes aéreas com função respiratória.

Os mangues, importantes fornecedores de nutrientes para a vida marinha, são ainda o “berçário” de muitas espécies. No entanto, sua biodiversidade tem sido destruída pela ação humana. Por exemplo, a construção de edificações urbanas (prédios, casas etcétera), resultante do intenso processo de urbanização e especulação imobiliária, vem provocando o aterramento de muitos manguezais.

Complexo do Pantanal

O Pantanal abrange uma área de aproximadamente 150 mil quilômetros quadrados, dos quais cêrca de 100 mil são inundáveis, no período das cheias, pelos rios da região, como os rios Paraguai, São Lourenço, Taquari e Piquiri. Trata-se de uma área de planície sedimentar que abrange terras do Brasil (Mato Grosso do Sul e Mato Grosso), da Bolívia e do Paraguai, com altitude média pouco superior a 100 metros.

O Pantanal é considerado um “santuário ecológico”, pois reúne ecossistemas com grande biodiversidade. Sua vegetação é complexa, pois abriga espécies de florestas, Campos e Cerrado (observe a foto).

A ação humana sobre o Pantanal intensificou-se a partir dos anos 1970. Grandes fazendas de gado bovino se instalaram nas terras baixas, e as terras altas foram ocupadas pela agricultura da soja, do milho e da cana-de-açúcar, usada para abastecer usinas de açúcar e álcool.

Fotografia. Vista de uma área com muita vegetação verde, entrecortada por um rio e com pequenas lagoas espalhadas. À direita, pequena área com pouca vegetação e uma ponte sobre trecho de rio.
Vista aérea da vegetação do Pantanal, município de Aquidauana, Mato Grosso do Sul (2021).
Ícone. Seção Navegar é preciso.

Navegar é preciso

Ministério do Meio Ambiente

https://oeds.link/vrPAtg

Para quem quer saber mais sobre os principais tipos de vegetação no Brasil, biodiversidade, desmatamento e ações ligadas ao desenvolvimento sustentável, esse site oferece dados e informações atualizados.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

A ação humana e as formações vegetais

[LOCUTOR]: No Brasil, a ocupação do território e o desenvolvimento das atividades econômicas diminuíram consideravelmente as áreas de vegetação nativa. A seguir, refletiremos sobre as consequências da ação humana sobre algumas formações vegetais brasileiras: Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga.

[vinheta]

[LOCUTOR - Som de água corrente]: O Cerrado é composto por vegetação rasteira, com arbustos e árvores de troncos retorcidos e raízes profundas. Você sabia que são essas raízes profundas que ajudam a preservar as nascentes de importantes rios, como o São Francisco e o Xingu, por exemplo?

[LOCUTOR]: As raízes das plantas localizadas em áreas de maior altitude retêm, no subsolo, parte da água que alimenta muitos rios brasileiros, que correm para as áreas de altitude mais baixa. Não é à toa que chamam o Cerrado de berço das águas do Brasil! 

[LOCUTOR]: Porém, a partir de 1960, com a construção de Brasília e de rodovias na região central do território brasileiro, o desenvolvimento de atividades agrícolas e pecuárias em grandes propriedades rurais incentivou o desmatamento da vegetação de Cerrado.

[LOCUTOR]:Calcula-se que o Cerrado tenha perdido mais da metade de sua vegetação original! Imagine quantos rios deixaram de ser abastecidos por causa de tamanha devastação? Por isso a preservação dessa formação vegetal é tão urgente. 

[vinheta]

[LOCUTOR - Som de mata]: A Mata Atlântica, ou Mata Tropical, é uma formação que abrangia originalmente extensas áreas, predominantemente na porção leste do território brasileiro, desde o estado de Pernambuco até o Rio Grande do Sul. É nessa faixa do território que, atualmente, localizam-se algumas das maiores aglomerações populacionais do país.

[LOCUTOR]: Com uma biodiversidade comparável à da Floresta Amazônica, é composta por árvores de médio e grande porte, formando um ambiente úmido e sombreado, com bromélias, begônias, orquídeas e árvores como o jacarandá, a peroba e o pau-brasil.

[LOCUTOR - Som de machado cortando árvore]: Aliás, foi a exploração de pau-brasil que iniciou a devastação na Mata Atlântica, com a chegada dos europeus, em 1500. Do tronco dessa árvore, que antes era abundante na mata, retirava-se um corante usado para tingir os tecidos de vermelho.

[LOCUTOR]: Hoje restam poucos fragmentos de Mata Atlântica no Brasil, e infelizmente ainda se registram desmatamentos dessa formação vegetal. 

[vinheta]

[LOCUTOR]: A caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro que ocorre no semiárido e abrange oito estados do Nordeste, além do norte de Minas Gerais.

[LOCUTOR]: O Semiárido possui 22,6 milhões de habitantes. Desse montante, 8,6 milhões – isto é, mais de um terço! – vivem no meio rural. A maioria dessas pessoas pratica a agropecuária familiar.

[LOCUTOR]: Além dessa atividade, a população da caatinga também vive do extrativismo. O umbu, por exemplo, é um fruto nativo da região que antigamente era extraído com técnicas de golpes nas árvores, prática que derrubava ou destruía os umbuzeiros. Mas por que a população trabalhava dessa forma? 

[LOCUTOR]: Antes não havia uma preocupação ambiental na extração do umbu. Mas, a partir do momento em que os umbuzeiros começaram a desaparecer da paisagem, [Som de pá] cooperativas locais passaram a incentivar práticas sustentáveis de colheita e até mesmo o plantio de novas árvores. 

[LOCUTOR]: Essa é a atitude que vale a pena! As formações vegetais guardam grande biodiversidade que pode ser explorada economicamente, mas de forma sustentável, pensando em preservação para as gerações futuras. 

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

As atividades agropecuárias desmataram 26,5 milhões de hectares de áreas ocupadas pelo bioma Cerrado em 36 anos

A partir de imagens de satélites, pesquisadores monitoram as mudanças no uso da terra em biomas brasileiros.

“Terra prometida das monoculturas, o Cerrado vem sendo devorado pelo agronegócio nos últimos 36 anos. Entre 1985 e 2020, o bioma perdeu 26,5 milhões de hectares de cobertura vegetal nativa – uma área maior que o estado de São Paulo – e a quase totalidade dessa perda (98,9%) foi devido ao uso agropecuário do solo, tanto para pastagens quanto para agricultura. O restante, cêrca de 1%, foi perdido pela expansão urbana. Comparado à cobertura que havia em 1985, o Cerrado perdeu quase um quinto de sua área remanescente (19,8%) em apenas 36 anos. Os dados levantados pelo fazem parte da série Brasil Revelado 1985-2020. reticências

Em 2020, da área original do bioma, restavam apenas 54,4% com cobertura de vegetação nativa, enquanto outros 44,9% já estavam ocupados por usos antrópicos, principalmente por pastagens (23,7%), seguidas pela agricultura (13,2%). Apesar do gado responder pela maior parte da ocupação do bioma, a análise do chama atenção para o ritmo acelerado com o qual a agricultura avançou nas últimas décadas sobre o Cerrado. De 1985 até 2020, as áreas usadas pela agricultura quase quintuplicaram (460,7%) no bioma, com uma expansão de 21,6 milhões de hectares. Enquanto isso, as pastagens avançaram sobre outros 8,7 milhões de hectares no mesmo período, um aumento de 22,7%. Ao todo, a área usada pela agropecuária cresceu 26,2 milhões de hectares nesses 36 anos.

reticências

Na análise por estado, o campeão na perda de área de vegetação nativa de Cerrado entre 1985 e 2020 foi o Mato Grosso, com uma redução de 6,86 milhões de hectares – o equivalente a 1,5 vezes o estado do Rio de Janeiro. O estado é seguido por Goiás, com menos 4,04 milhões de hectares de área de Cerrado; Mato Grosso do Sul, com menos 3,44 milhões de hectares; Tocantins, com menos 3,19 milhões; e Minas Gerais, com menos 2,56 milhões. No período analisado (1985-2020), dos 13 estados em que há ocorrência de Cerrado, houve diminuição de área de vegetação nativa em todos, com exceção do Paraná (onde o bioma ocorre de fórma restrita ao norte do estado), que registrou um pequeno acréscimo de 20 mil hectares na cobertura do bioma e teve a situação considerada estável reticências’’.

MENEGASSI, Duda. Sai Cerrado, entra agropecuária: a dinâmica que devorou 26,5 milhões de hectares em 36 anos. O Eco. 10 setembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/x4sujA. Acesso em: 22 dezembro 2021.

Fotografia. Vista de uma grande área aberta. À esquerda, área com vegetação. À direita, grande área sem vegetação, para cultivo de grãos. Uma estrada de terra separa as duas áreas.
Na foto, vegetação de Cerrado preservado e área de plantação de grãos no município de Mambaí, Goiás (2021).

 Interprete

1. Com base no texto, indique o que motivou a perda de vegetação no Cerrado entre 1985 e 2020.

 Argumente

2. Em sua opinião, o desmatamento das áreas de Cerrado pode resultar em impactos sociais? Explique.

 Contextualize

3. No município onde você vive, há alguma área cuja paisagem vegetal esteja em processo de degradação? Se a resposta for positiva, aponte as causas.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 15 e 16

Registre em seu caderno.

  1. Responda às questões sobre as formações vegetais do Brasil.
    1. Qual é a formação vegetal predominante no norte do Brasil?
    2. Aponte as causas do desmatamento dessa formação vegetal.
  2. Explique o que é biodiversidade e compare a biodiversidade da Floresta Equatorial com a da Floresta Temperada.
  3. Responda às questões com as informações mostradas no mapa.

Brasil: devastação da Mata Atlântica – 2019

Mapa. Brasil: devastação da Mata Atlântica em 2019.
Mapa do Brasil com destaque para área colorida de verde claro, indicando a cobertura original dessa mata no território brasileiro, e, para área colorida de verde escuro, que indica a cobertura atual dessa vegetação. 
Cobertura original: faixa litorânea, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, abrangendo todo o território dos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina; boa parte do estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais; e trechos de Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, Piauí e Ceará. 
Cobertura atual: maior concentração na faixa litorânea dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina; pequenos pontos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 560 quilômetros.

Fonte: ésse ó ésse Mata Atlântica. Aqui tem mata? segunda edição São Paulo: ésse ó ésse Mata Atlântica, 2021. página 8-9. Disponível em: https://oeds.link/BslCwk. Acesso em: 26 janeiro 2022.

  1. Cite quatro estados em que ocorreu devastação da Mata Atlântica.
  2. Quais estados abrigam os maiores fragmentos ou remanescentes dessa floresta?

4. Compare este planisfério com o da página 104 e, depois, responda às questões.

Mundo: grandes paisagens vegetais naturais

Mapa. Mundo: grandes paisagens vegetais naturais e áreas modificadas pela ação humana. Planisfério com destaque para as paisagens vegetais e áreas cultivadas.
Tundra: extremo norte do Canadá, Europa e Ásia.
Floresta de Coníferas (Taigas): maior parte do Canadá, Noruega, Suécia, norte da Rússia e pequenos trechos da China.
Florestas Temperada e subtropical: pequenos trechos do Canadá, leste dos Estados Unidos, maior parte da Europa Ocidental, leste da China, pequena faixa leste da Austrália e na Nova Zelândia.
Vegetação Mediterrânea: trechos de Portugal, Espanha e Turquia.
Pradarias: trechos do Canadá, Estados Unidos, Brasil, Uruguai e Argentina; trechos da África, Ásia e Austrália.
Estepes: trecho dos Estados Unidos, oeste da América do Sul, partes da Ásia, África e Austrália.  
Deserto: trechos dos Estados Unidos e México, Argentina e Chile, África, Ásia e Austrália.
Savanas (no Brasil: Cerrado e Caatinga): trechos do México, América Central, partes da África, do Brasil, do norte da América do Sul, trechos da Ásia (principalmente Índia e Sudeste Asiático) e norte da Austrália. 
Florestas Tropical e Equatorial: norte e costa leste do Brasil, norte da América do Sul, trechos da África, Sudeste Asiático e Oceania.
Vegetação de Altitude: trechos do Canadá, Estados Unidos, América do Sul, Europa, Ásia, África.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.510 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 23.

  1. Quanto à intervenção humana, aponte a diferença entre os dois planisférios.
  2. Qual é o tipo de formação vegetal natural da Europa Ocidental que foi intensamente desmatado? Isso ocorreu para qual finalidade?
  3. Identifique a formação vegetal que apresenta a menor intervenção huma­na e cite algumas de suas características.

5. Observe as fotos, leia as respectivas legendas e responda às questões.

Fotografia A. Vista de uma área aberta com muita vegetação de pinheiros altos, com troncos longos, finos e folhas verdes.
Paisagem na Finlândia, 2018.
Fotografia B. Vista de uma região com vegetação rasteira e plantas pequeno porte, com flores coloridas. Ao fundo, montanhas e vales.
Paisagem no Alasca, Estados Unidos, 2021.
Fotografia C. Vista de uma área com vegetação herbácea, de cor amarelada e pequenos arbustos. Há diversas zebras entre a vegetação. Ao fundo, céu azul.
Paisagem na Tanzânia, 2021.
  1. Identifique as formações vegetais retratadas.
  2. Compare as fotos A e B. Qual dessas formações vegetais é mais explorada economicamente? Qual é o principal objetivo dessa exploração?

6. Observe o gráfico e responda às questões.

Amazônia Legal: desmatamento – 1990-2020

Gráfico. Amazônia Legal: desmatamento de 1990 a 2020. Gráfico de colunas: eixo vertical indica a quantidade de desmatamento, em quilômetros quadrados por ano. No eixo horizontal estão indicados os anos, de 1990 a 2020.  
Ano: 1990: Desmatamento: 14.000 quilômetros quadrados.  
Ano 1991: Desmatamento: 11.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 1992: Desmatamento: 14.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 1993: Desmatamento: 15.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 1994: Desmatamento: 15.000 quilômetros quadrados. 
Ano: 1995: Desmatamento: 29.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 1996: Desmatamento: 18.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 1997: Desmatamento: 13.500 quilômetros quadrados.  
Ano: 1998: Desmatamento: 17.500 quilômetros quadrados.  
Ano: 1999: Desmatamento: 17.500 quilômetros quadrados.  
Ano: 2000: Desmatamento: 18.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 2001: Desmatamento: 18.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 2002: Desmatamento: 22.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 2003: Desmatamento: 25.500 quilômetros quadrados.  
Ano: 2004: Desmatamento: 28.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 2005: Desmatamento: 19.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 2006: Desmatamento: 14.000 quilômetros quadrados.   
Ano: 2007: Desmatamento: 12.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 2008: Desmatamento: 13.000 quilômetros quadrados.   
Ano: 2009: Desmatamento: 7.500 quilômetros quadrados.  
Ano: 2010: Desmatamento: 7.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 2011: Desmatamento: 6.500 quilômetros quadrados.  
Ano: 2012: Desmatamento: 5.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 2013: Desmatamento: 6.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 2014: Desmatamento: 5.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 2015: Desmatamento: 6.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 2016: Desmatamento: 8.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 2017: Desmatamento: 7.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 2018: Desmatamento: 8.000 quilômetros quadrados.  
Ano 2019: Desmatamento: 10.000 quilômetros quadrados.  
Ano: 2020: Desmatamento: 11.000 quilômetros quadrados.

Fonte: Sistema de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal. Disponível em: https://oeds.link/54BCRz. Acesso em: 23 dezembro 2021.

  1. Em que anos ocorreu o maior desmatamento da Floresta Amazônica? Quantos quilômetros quadrados foram desmatados?
  2. O estado de Alagoas tem área total de 27.830 quilômetros quadrados, e o do Rio de Janeiro tem área total de 43.750 quilômetros quadrados. Relacione as áreas desses estados ao desmatamento ocorrido na Floresta Amazônica.
  3. Aponte as principais causas do desmatamento da Floresta Amazônica.

7. Faça uma pesquisa em grupo no município em que você mora e descubra qual é a principal formação vegetal natural. Depois, com o auxílio deste roteiro, monte um painel com fotos e informações sobre o assunto.

Roteiro
  • Principais características dessa vegetação.
  • Grau de intervenção humana que ela sofreu no decorrer do tempo.
  • Atividades econômicas que se desenvolveram na área por ela ocupada.
  • Iniciativa de reflorestamento no município.
Ícone. Seção Caminhos digitais. Composto por uma placa amarela com o desenho de um celular com duas setas na tela.

Caminhos digitais

Os benefícios e os riscos das tecnologias de geolocalização

Nos dias atuais, podemos nos informar rapidamente sobre uma ampla variedade de assuntos, praticamente quando quisermos e de onde estivermos. Por meio de computadores, tablets ou celulares com acesso à internet, por exemplo, lemos notícias e assistimos a vídeos informativos.

Se esses dispositivos eletrônicos tiverem recursos para receber o sinal do gê pê ésse, sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System), é possível personalizar muitas das informações e dos serviços que essas tecnologias digitais fornecem. Afinal, aplicativosglossário que informam quantos minutos faltam para o ônibus chegar ou que mostram os estabelecimentos comerciais próximos e como chegar até eles podem ser muito úteis, não é mesmo? Auxiliam os usuários porque reconhecem sua localização e usam esse dado para funcionar.

Por essas vantagens, as tecnologias de georreferenciamentoglossário ou geolocalização, como são chamadas, têm transformado nossa relação com o espaço geográfico. Para ir de um ponto a outro da cidade, por exemplo, saber usar essas ferramentas digitais é algo que ajuda bastante, sobretudo se não conhecemos o caminho a percorrer.

Ilustração. Um menino de boné. Ele está de costas, usa mochila e olha para um táblet que segura com as duas mãos. Ele olha para a tela onde está um mapa com ruas e um ponto vermelho de localização. Ele está no terraço de um prédio , de onde se avista construções de uma cidade e um trem. Ao fundo, um ma montanha e céu azul.

Por trás desses serviços, existe uma complexa infraestrutura que possibilita seu funcionamento. São centrais de computadores, torres de telefonia celular e até equipamentos que orbitam o nosso planeta, os satélites. Essa infraestrutura permite a troca de informações entre nós e outros usuários ou instituições. Isso mesmo, troca. Quando usamos essas tecnologias, fornecemos muitas informações nossas – de maneira voluntária ou não –, como localização, dados, preferências e hábitos pessoais.

E para onde “vão” todas essas informações? Geralmente, as empresas que gerenciam aplicativos coletam informações dos usuários para oferecer produtos e serviços personalizados. Além do incômodo que esses anúncios podem causar, a possibilidade de localizar os usuários no “mundo real” traz preocupações em relação à segurança. Uma falha de segurança ou a apropriação indevida dessas informações pode servir para a aplicação de golpes, tanto no mundo virtual como no mundo real, embora, muitas vezes, seja o próprio usuário quem se descuida ou não percebe o perigo de compartilhar sua localização e tantas outras informações. Deixar que outros saibam quem você é, aonde costuma ir e onde está pode colocá-lo em situações de risco. Portanto, fique ligado!

Ilustração. Um satélite composto por um cilindro no meio e duas placas, uma em cada lado do cilindro. Na lateral, uma peça redonda emitindo ondas.
Ilustração de um satélite artificial de comunicações.

 Confira

  1. Comente as vantagens das ferramentas digitais on-line que recebem o sinal do gê pê ésse em relação a outras que têm apenas o acesso à internet.
  2. Que riscos os aplicativos de celular ou outras ferramentas digitais com acesso à internet e gê pê ésse oferecem a seus usuários?

 Fique ligado!

  • Computadores, celulares e até mesmo câmeras fotográficas podem estar equipados com dispositivos que possibilitam o rastreamento por gê pê ésse. Busque saber quais aparelhos usados por você podem fornecer informações sobre a sua localização. Geralmente, esses aparelhos exigem que o usuário concorde em usar essas informações. Avalie, antes de aceitar.
  • Evite compartilhar a sua localização ou postar vídeos, fotos e mensagens por aplicativos que fornecem sua localização geográfica a pessoas que não sejam de sua confiança. Tente evitar que alguém mal-intencionado possa extrair informações sobre você e a sua rotina para prejudicá-lo de alguma fórma.
  • Sempre verifique as configurações dos aplicativos para ativar ou desativar permissões e tenha certeza dos contatos que podem ter acesso a sua localização e das situações em que isso pode acontecer. Lembre-se: aplicativos que permitem buscar e localizar pessoas também possibilitam que você seja localizado por outros.

Glossário

Evapotranspiração
Perda de água para a atmosfera causada pela evaporação a partir do solo, rios, mares e oceanos e pela transpiração das plantas.
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Arável
Que pode ser arado, ou seja, que se pode abrir e revolver com arado, pá, enxada etcétera
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Microbiano
Referente aos micróbios, organismos unicelulares de dimensão muito pequena, visíveis somente com uso de microscópio.
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Lugar frequentado por muitas pessoas.
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Frígido
Com baixa temperatura; frio, gelado.
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Plâncton
Do grego fiántôs, que significa errante, que deriva; organismo microscópico que se desloca de acordo com o movimento das águas nas quais vive e serve de alimento básico para muitos animais nos ecossistemas aquáticos.
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Encosta
Declive na lateral de um morro, colina, serra ou montanha.
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Musgo
Nome dado a várias plantas que formam uma espécie de limo sobre o solo, no tronco de árvores etcétera
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Líquen
Vegetal formado pela associação de uma alga microscópica e um fungo; cresce no solo de florestas, sobre troncos ou ramos de árvores.
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Hectare
(ha) Unidade de medida que corresponde a 10 mil metros quadrados. Por exemplo, uma superfície quadrada com cada lado medindo 100 metros.
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Diagrama
Representação gráfica de um objeto ou fenômeno; esquema.
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Mitigar
Tornar mais brando, menos intenso; aliviar, suavizar.
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Biomassa
Quantidade total, em peso, de todos os organismos vivos de uma ou várias comunidades em um ecossistema, a um dado momento e em uma determinada área.
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Bioma
Conjunto de ecossistemas terrestres caracterizados por tipos semelhantes de vegetação. Abrange tanto a vida vegetal como a animal que nele habitam e sofre a influência direta do clima.
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Aplicativo
Termo usado para programa (software) de computador, tablet ou smartphone, criado para atender a necessidades específicas de seus usuários.
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Georreferenciamento
Determinação da localização de um objeto ou área no globo terrestre, tornando suas coordenadas geográficas conhecidas em um dado sistema de referência.
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