UNIDADE 5 O ESCOAMENTO SUPERFICIAL DA ÁGUA E O RELEVO CONTINENTAL
Nesta Unidade, você vai entender como a água se movimenta entre a atmosfera e a litosfera (camada exterior sólida da superfície da Terra), conhecimento importante para compreender a ação das águas sobre o relevo.
Inicialmente, vamos estudar o ciclo da água e o escoamento superficial da água da chuva nos ambientes rurais e urbanos e, em seguida, conhecer as principais fórmas do relevo continental e do território brasileiro.
Parte da água da chuva, ao atingir a superfície terrestre, escoa, fluindo de áreas mais altas para áreas mais baixas, na direção de um rio, por exemplo. Nesse trajeto, diversos fatores influenciam o escoamento da água e, dependendo da intensidade das chuvas, pode haver consequências, como a mostrada nesta foto.
VERIFIQUE SUA BAGAGEM
- Fortes chuvas provocaram o deslizamento da encosta mostrada na foto. Para você, de que modo a chuva pode causar deslizamentos de terra?
- Quais são os “caminhos” da água da chuva ao atingir a superfície terrestre?
PERCURSO 17 O ESCOAMENTO SUPERFICIAL DA ÁGUA
1. O ciclo da água
A água é indispensável à vida e, por isso, é muito importante evitar o desperdício desse recurso. O ciclo da água ou ciclo hidrológico é a circulação da água que ocorre entre a atmosfera e a litosfera. Essa circulação está relacionada à distribuição da energia emitida pelo Sol sobre a superfície da Terra. Observe, na ilustração, as quatro etapas do ciclo da água.
O ciclo da água
Fonte: fardon djón. Dicionário escolar da Terra. Porto: Livraria Civilização, 1996. página 146-147.
Nota: Representação artística, sem escala, para fins didáticos.
2. O escoamento superficial da água
Ao absorver a água da chuva ou pluvial, o solo e as rochas podem ficar saturados – condição em que não conseguem absorver mais água. Quando o ponto de saturação é atingido, a água escoa pela superfície terrestre. Esse processo recebe o nome de escoamento superficial da água e engloba as enxurradasglossário , as torrentesglossário e os rios, que possuem grande poder de alteração do relevo. O escoamento superficial da água varia conforme a declividade do relevo, os tipos de solo ou de rocha e a quantidade de água precipitada em certo período.
A água da chuva, com seu poder de destruição, lava o solo e as rochas – processo chamado lixiviação – e transporta partículas de solo e fragmentos ou detritos de rochas, para, depois, depositá-los em um local mais baixo do relevo.
3. O escoamento da água em ambientes rurais e urbanos
Nos ambientes rurais e urbanos, o escoamento superficial e a infiltração da água da chuva no solo são influenciados pelas atividades humanas, que alteram a dinâmica natural em cada um deles.
De modo geral, nos ambientes rurais, a presença de maior cobertura vegetal somada à menor concentração de construções humanas facilitam a infiltração da água da chuva no solo, e, por conseguinte, o escoamento realizado no subsolo, reduzindo a quantidade de água que escoa superficialmente.
Nos ambientes urbanos, ocorre o aumento da quantidade de água da chuva que escoa superficialmente, pois a impermeabilização do solo – decorrente da pavimentação de ruas e avenidas e, ainda, da ocupação do espaço por casas e edifícios – dificulta e reduz a infiltração da água. Isso ocorre, por exemplo, em muitas cidades brasileiras, nas quais a substituição da cobertura natural do solo pela urbanização e, geralmente, a pouca presença de áreas verdes, agravam o problema. Observe, nas ilustrações, a diferença no escoamento superficial entre áreas mais e menos urbanizadas.
Escoamento superficial da água e urbanização
Fonte: PAZ, Adriano Rolim da. Hidrologia aplicada. Apostila da disciplina ministrada na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, para o curso de graduação em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia na unidade de Caxias do Sul. Setembro de 2004. página 11.
Nota: Ilustração sem escala, para fins didáticos.
• Escoamento superficial da água e erosão
Nos ambientes rurais, algumas práticas relacionadas com as atividades agropecuárias podem dificultar ou diminuir a infiltração de água da chuva no solo, contribuindo para aumentar o escoamento superficial. É o caso do pisoteio constante do gado sobre o solo nas pastagens e o uso intensivo de máquinas agrícolas pesadas (tratores, colheitadeiras etcétera) que, no decorrer do tempo, causam a compactação da camada superficial do solo. Como resultado, essas práticas favorecem a erosão, um processo natural, mas que por meio delas se torna mais intenso.
A retirada da cobertura vegetal – fator importante para a proteção do solo contra a erosão –, também contribui para o aumento do escoamento superficial de água pluvial e a diminuição de sua infiltração no solo. Sem a copa das árvores e de restos da cobertura vegetal na superfície – que atuam como uma proteção contra o impacto das gotas de água da chuva sobre o solo –, ele passa a reter menos água, facilitando o aumento do escoamento superficial.
• Enchentes, inundações e alagamentos
Em ambientes urbanos, sobretudo em médias e grandes cidades, quando há chuvas intensas, rápidas ou de longa duração, o escoamento superficial da água aumenta, contribuindo para a ocorrência de enchentes, inundações e alagamentos, que podem causar transtornos e prejuízos para a população.
Enchentes e inundações
A enchente ou cheia é a elevação temporária do nível de água na calha principal ou no canal de escoamento de rios. Estes geralmente têm dois leitos: o leito menor, onde a água escoa na maioria do tempo, e o leito maior, que é ocupado pelas águas periodicamente. A inundação ocorre quando, em um rio, o volume de água não se limita à calha principal (leitos menor e maior) e extravasa ou transborda para áreas marginais, como as várzeasglossário , habitualmente não ocupadas pelas águas. Populações que constroem suas moradias no leito maior de rios ou em áreas próximas a ele estão sujeitas às inundações e a seus impactos.
Nas cidades, onde a maior parte do solo é impermeável por causa da ocupação humana e existem, geralmente, redes de condutos (canos, tubulações etcétera) construídas para a drenagemglossário , a frequência e a intensidade das enchentes e das inundações aumentam, pois, sob chuvas intensas, os rios recebem um volume maior de água que escoa pela superfície ou pelos condutos.
Obras realizadas para evitar enchentes e inundações – como a canalização ou modificação do traçado de rios e córregos e o tamponamento deles, tornando-os subterrâneos –, muitas vezes não são suficientes para evitá-las, embora ajudem a diminuir a ocorrência delas.
Outro fator que contribui para a ocorrência de enchentes e inundações é a redução da profundidade do leito dos cursos de água por meio da deposição de sedimentosglossário , processo conhecido como assoreamento. O despejo de detritos ou lixo – garrafas, móveis velhos, entulhosglossário etcétera – nas ruas, rios e córregos também contribui para a obstrução dos leitos fluviais.
Alagamentos
Alagamento é o acúmulo de água nas ruas, avenidas e demais vias das cidades, provocado por chuvas intensas, em áreas total ou parcialmente impermeabilizadas. Tal fato é agravado em razão do precário sistema de drenagem pluvial urbano – bueiros ou bocas de lobo e galerias que captam a água –, que, de acordo com a quantidade de chuvas em certo período de tempo, se não houver vazão, não é suficiente para diminuir o acúmulo e o escoamento superficial da água, ocasionando alagamentos.
• Moradias em áreas de risco
As águas que escoam pela superfície podem causar impactos sobre as áreas ocupadas pelos seres humanos. De modo geral, no Brasil e em outros países com grande desigualdade social entre seus habitantes, a população de baixo rendimento constrói as suas habitações nas margens de rios e córregos – áreas de risco para a ocupação humana –, e são as mais afetadas por inundações. Outro exemplo são as habitações construídas em áreas de encostas, onde os deslizamentos de terra ocorrem com maior frequência.
O deslizamento de terra é um processo natural, também conhecido como movimento de massa. A água que se infiltra no solo atua como lubrificante entre os seus grãos, tornando-o mais pesado. Com a saturação de água, ocorrem deslocamentos de massas de solo sobre uma base formada por rochas. Por isso, após chuvas intensas ou prolongadas, grandes volumes de solo tendem a deslizar, principalmente em terrenos muito inclinados.
A ocupação de encostas de morros e montanhas pode intensificar os deslizamentos. Isso ocorre porque a retirada da vegetação torna o solo mais suscetível à erosão, e as edificações representam uma carga adicional sobre o solo e as vertentes – em muitos casos, já propícias à ocorrência de deslizamentos.
No Brasil, a ocorrência de deslizamentos de terra é frequente em cidades como Rio de Janeiro ( Rio de Janeiro), Petrópolis ( Rio de Janeiro), Teresópolis ( Rio de Janeiro), Santos ( São Paulo), Salvador ( Bahia), Vitória ( Espírito Santo), além de muitas outras. Quando ocorrem, os deslizamentos provocam a destruição de casas, causando mortes e grandes prejuízos à vida humana.
PAUSA PARA O CINEMA
Áreas de risco: informação para prevenção.
Direção: Mariana Pedrosa Mitre. Brasil: í pê tê, 2012. Duração: 11 minutos
Com uma linguagem didática, esse vídeo orienta como identificar e prevenir desastres em áreas de risco, contribuindo para a conscientização e a autoproteção dos moradores dessas áreas.
NO SEU CONTEXTO
Você sabe se no município onde vive há moradias construídas em áreas de risco? Há risco de deslizamento de encostas, erosão e inundações? Se sim, onde?
PERCURSO 18 OS AGENTES EXTERNOS E INTERNOS DO RELEVO
1. Os agentes do modelado terrestre
Modelar significa “dar fórma”. O aspecto do relevo resulta do trabalho dos agentes erosivos sobre a superfície terrestre. Assim, as fórmas de relevo que se veem hoje não são iguais às do passado geológico. Ao longo da história da Terra, a superfície vem se modificando em decorrência da atuação permanente de forças naturais, denominadas agentes do modelado terrestre. Esses agentes podem ser de origem externa ou interna.
Os agentes de origem externa atuam na parte externa de nosso planeta. É o caso das águas das chuvas e dos rios e da ação de oceanos e mares (foto), ventos, geleiras e seres vivos, incluindo o ser humano.
Os agentes de origem interna ocorrem no interior da Terra, mas influem na superfície, modificando o relevo. São eles: o tectonismo (responsável pela formação de montanhas, por exemplo), os terremotos e o vulcanismo.
Podemos dizer, portanto, que o relevo de qualquer região da Terra é resultado das ações de agentes externos e internos no decorrer do tempo geológico. Neste Percurso, você vai entender como o intemperismo e os diferentes agentes atuam sobre o relevo.
2. Alguns agentes externos do relevo
• O intemperismo
Intemperismo é o nome que se dá ao conjunto de processos mecânicos, químicos ou biológicos que provocam a desagregação e a decomposição das rochas.
Os processos mecânicos ou físicos ocorrem em virtude da variação de temperatura do ar atmosférico. Os minerais que formam as rochas, em sua maioria, se dilatamglossário quando o ar é quente; quando a temperatura diminui, eles se contraemglossário . Esse movimento de dilatação e de contração provoca a desagregação da rocha – trata-se do intemperismo mecânico ou físico.
Os processos químicos estão ligados à ação da água da chuva, de rios, lagos, mares e oceanos, cuja ação provoca a decomposição dos minerais ou das rochas, transformando-os em partículas pequenas – é o caso do intemperismo químico.
Nos processos biológicos, os vegetais, os animais e até os seres humanos atuam sobre as rochas. Ao brotar entre as fendas das rochas, por exemplo, os vegetais acabam por desagregá-las. Ao crescer, as raízes forçam as laterais das fendas, tornando-as ainda maiores. Entre os animais, coelhos e tatus, por exemplo, abrem tocas (buracos no solo usados como abrigo) que facilitam a infiltração da água, contribuindo também para a decomposição de rochas do subsolo – esses processos caracterizam o intemperismo biológico (observe a foto).
Assim, por meio desses processos, o intemperismo age na formação do solo, ou seja, da terra, como é popularmente conhecido.
• A ação das águas
Como já estudamos, a água da chuva, do derretimento do gelo e da neve tem três destinos: parte evapora e sobe para a atmosfera, parte se infiltra no solo e nas rochas, formando os depósitos subterrâneos de água e as fontes, e parte corre pela superfície terrestre, dando origem a enxurradas e torrentes, que abastecem os rios. Essa terceira parte fórma as chamadas águas correntes.
A ação dos rios
Os rios são cursos de água que percorrem a superfície terrestre e modelam a paisagem por onde passam (ilustração). Eles nascem em porções mais elevadas do relevo terrestre, como planaltos ou montanhas, e, ao escoarem, provocam erosão em algumas áreas e deposição do material erodido em outras.
O curso de um rio com afluentes e subafluentes
Fonte: elaborado com base em ANTUNES, Celso. Os rios, os mares e os oceanos. São Paulo: Scipione, 1995. página 6.
Nota: Representação artística para fins didáticos.
No curso superior do rio – porção próxima à nascente –, as águas causam erosão vertical muito intensa, aprofundando o vale do rio.
No curso médio – porção correspondente à metade do seu curso –, o transporte de detritos é maior, e a erosão (observe a foto, na próxima página) é menor que no alto curso.
No curso inferior – porção próxima à foz, por onde o rio desemboca –, as águas estão quase ao nível do mar ou ao nível de outro rio ou lago, onde são despejadas. Nessa porção, as águas do rio perdem a fórça erosiva (de desgaste) e passam a depositar os detritos transportados ao longo de seu curso. É nessa porção, portanto, que o rio assume o papel de agente construtor do relevo, formando planícies.
NO SEU CONTEXTO
Seu município é banhado por algum rio? Se sim, ? Qual é a importância para os habitantes?
Em alguns casos, os sedimentos depositados na foz se espalham, dando origem a pequenas elevações que fazem o rio desaguar por meio de vários canais. É o chamado deltaglossário (note a imagem de satélite), tipo de foz bastante rica em sedimentos e, por isso, largamente aproveitada pela agricultura.
A formação de deltas depende da existência de certas condições na foz: pouca profundidade, inexistência de fortes correntes marítimas e grande quantidade de sedimentos ou detritos transportados pelo rio.
Quando o mar inunda a foz, alagando o vale do rio, forma-se um único canal, longo e afunilado, por onde o rio deságua. É o chamado estuário. Esse tipo de foz não é tão abundante em sedimentos quanto o delta, porém é bastante rico em nutrientes para vegetais e animais. No estuário, há a junção da água doce do rio com a água salgada do mar ou oceano.
A ação das águas oceânicas
As águas oceânicas também realizam uma ação ou “trabalho” constante de destruição e construção do relevo. A chamada erosão marinha ou abrasão, por exemplo, dá origem às falésias – fórma de relevo litorâneo com paredões abruptos em contato com a água dos oceanos e mares.
Você acha que a falésia pode ser uma atração turística? Por quê?
Por meio da ação construtiva de oceanos e mares, são formadas as chamadas costas de acumulação, destacando-se as praias, as restingas e os tômbolos.
As praias se formam graças à deposição de areia – uma mistura de grãos de quartzoglossário e sedimentos – realizada por oceanos, mares e rios.
As restingas são faixas de areia depositadas por correntes marinhas costeiras, paralelamente ao litoral. Esses depósitos são feitos com apoio em pontas ou saliências da costa litorânea ou em cabos (parte saliente do litoral ou das terras emersas que avançam em direção ao mar).
Quando o cordão arenoso se prolonga, pode fechar baíasglossário e enseadasglossário , dando origem a algumas lagoas costeiras, como a Lagoa dos Patos e a Lagoa Mirim, no estado do Rio Grande do Sul, e a Lagoa de Araruama, no estado do Rio de Janeiro, entre outras.
Os tômbolos são cordões arenosos e pedregosos (seixos) que unem uma ilha ao continente. Podemos dizer, então, que o tômbolo é uma restinga unida a uma ilha.
3. Os agentes internos do relevo
Fenômenos que se originam no interior da Terra, como o tectonismo, os terremotos e o vulcanismo, também são responsáveis pelo aspecto e por modificações do relevo terrestre. Mas, antes de estudá-los, vamos conhecer a estrutura interna do nosso planeta.
• A estrutura interna da Terra
O planeta Terra é composto de camadas internas: crosta, manto e núcleo.
- Crosta: é a camada externa da Terra, isto é, a mais superficial e na qual os minerais estão em estado sólido. Na crosta ocorrem constantes transformações do relevo.
- Manto: é a camada intermediária da Terra. O magma, massa pastosa que dá origem a rochas e minerais ao resfriar, é formado de materiais que compõem o manto. Nessa camada, as temperaturas podem chegar a 4.000 graus Célsius.
- Núcleo: é a camada mais interna da Terra e subdivide-se em núcleo externo (líquido) e núcleo interno (sólido). As altas temperaturas do núcleo, acima de 6.000 graus Célsius, provocam a ascensão do magma em direção às camadas superiores do manto. Ao resfriar, ele retorna em direção ao núcleo. Ocorrem, assim, correntes ascendentes e descendentes de magma e gases, chamadas correntes de convecção. Elas são responsáveis pelo deslocamento das placas tectônicas.
Terra: estrutura e camadas internas
Fonte: elaborado com base em . Fundamentos da Geografia Física. São Paulo: Cengage Learning, 2014. página 240.
Nota: Representação artística para fins didáticos.
• Tectonismo
A litosfera, camada exterior sólida que inclui a crosta e a parte superior do manto, não é inteiriça. Ela é formada por vários blocos rochosos que se movimentam sobre o magma, impulsionados pelas correntes de convecção. Esses blocos são chamados de placas tectônicas (ou litosféricas). Observe, no mapa, a configuração das placas tectônicas.
A movimentação das placas tectônicas provoca fenômenos como falhas, dobramentos, terremotos e vulcanismo.
Placas tectônicas
Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar: ensino fundamental do 6º ao 9º ano. segunda edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2015. página 103.
Falhas
Falhas são fraturas nas estruturas rochosas, resultantes da ação de forças internas da Terra. Na formação das falhas ocorre o deslocamento de blocos rochosos, um em relação ao outro. Esse processo pode originar vales e montanhas.
Dobramentos
Dobramentos são grandes encurvamentos que surgem nas formações rochosas da crosta terrestre. As dobras são o resultado de forças que atuam sobre as placas tectônicas.
No interior da Terra, os minerais que dão origem às rochas encontram-se em estado pastoso (magma). Em decorrência das altas temperaturas, esses minerais apresentam plasticidade e podem ser modelados sem se romper, formando as dobras.
Nas áreas de encontro entre placas tectônicas, quando uma placa se desloca de encontro a outra, surgem os dobramentos – grandes cadeias montanhosas –, como a Cordilheira dos Andes, na América do Sul.
• Terremotos
Também chamados abalos sísmicos, terremotos são tremores que ocorrem na crosta terrestre provocados pela movimentação das placas tectônicas ou por fenômenos vulcânicos.
Os terremotos ocorrem tanto na crosta continental como na crosta oceânica. As ondas do terremoto se propagam do foco ou hipocentro. Os danos são maiores perto do epicentro, ponto da superfície situado acima do foco do terremoto.
Terremotos podem originar falhas nas rochas e fendas no solo.
• Vulcanismo
A atividade vulcânica modifica o relevo quando o magma chega à superfície formando vulcões e derrames. Quando chega à superfície, o magma recebe o nome de lava.
As intrusões magmáticas, que se formam quando o magma solidifica em fendas da crosta, também geram fórmas de relevo. O lacólito, por exemplo, é semelhante a um cogumelo. Ao abaular as camadas de rochas superiores, origina o domo.
Fontes: stróler élan. Introducing physical geography. sexta edição New York: Wiley, 2013. página 423; How the Earth works. Porto: Civilização, 1997. página 58, 65; Volcanoes and earthquakes. Chicago/Barcelona: Encyclopaedia Britannica Sol 90, 2008. página 26-27.
Nota: Representações artísticas, sem escala, para fins didáticos.
Atividades dos percursos 17 e 18
Registre em seu caderno.
- Explique com suas palavras o ciclo hidrológico.
- Quais são os possíveis destinos da chuva, da neve ou do granizo que se precipitam da atmosfera?
- A água da chuva atua de maneiras diferentes sobre o solo de áreas rurais e de áreas urbanas. Por que isso acontece?
- Cite algumas áreas de risco que podem ser encontradas em cidades sujeitas a fortes chuvas.
- Observe o bloco-diagrama e, em seguida, faça o que se pede.
Curso fluvial
Fonte: elaborado com base em Enciclopédia do estudante: Ciências da Terra e do Universo. São Paulo: Moderna, 2008. página 125.
Nota: Representação artística para fins didáticos.
- As porções do vale fluvial marcadas com as letras A, B e C correspondem a que partes do curso fluvial?
- De que tipo é a foz desse rio? Explique sua resposta.
- Planícies de inundação formam-se ao longo do vale dos rios, quando as várzeas sofrem enchentes provocadas pelas águas do próprio rio, que aí depositam sedimentos. Agora, responda às questões.
- O que é várzea?
- Qual é a origem dos sedimentos transportados pelos rios?
- Existe relação entre os sedimentos das planícies de inundação e a prática da agricultura? Exemplifique.
- De que modo o ser humano transforma o modelado terrestre? Dê um exemplo de intervenção humana que provocou a alteração do relevo.
- Observe o mapa e responda às questões.
África: curso do Rio Nilo
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 82.
- O Rio Nilo, no Egito, é o resultado do encontro de dois rios. Quais são esses rios e onde estão suas nascentes?
- Onde o Rio Nilo deságua?
- Há muitos séculos, áreas próximas às margens do Rio Nilo funcionam como um “celeiro” do Egito, permitindo a produção de grãos. A que fenômeno fluvial se deve essa prática? Explique.
9. A chamada erosão marinha ou abrasão dá origem à fórma de relevo litorâneo com paredões abruptos, como vistos na foto. Analise-a e responda.
- Qual é o nome desses paredões abruptos?
- Indique o principal agente externo responsável pela formação desse relevo.
10. Os terremotos e as erupções vulcânicas são fenômenos que se originam no interior da Terra e que modificam o relevo. A ilustração mostra uma de suas consequências. Em seu caderno, elabore um breve texto interpretando a ilustração.
A formação de um tissunãmi
Fontes: elaborado com base em PRESS, F. e outros Para entender a Terra. quarta edição Porto Alegre: Bookman, 2006. página 488; Earth: the definitive visual guide. London: Dorling Kindersley, 2013. página 388-389.
Nota: Representação artística para fins didáticos.
11. Forme um grupo com mais dois colegas e pesquisem a atuação de agentes externos do relevo, como o vento e as geleiras. Depois, busquem em jornais, revistas ou na internet fotografias de paisagens que apresentem pouca presença humana. Escolham uma delas e, em um cartaz, expliquem exerceu/exerceram maior influência no modelado dessa paisagem. Reúnam-se com os outros grupos e conversem sobre o que descobriram. Ao final, organizem um mural com os cartazes elaborados pelos diferentes grupos da sala.
PERCURSO 19 AS FORMAS DO RELEVO CONTINENTAL
1. As principais fórmas do relevo
Quando você viaja ou assiste a filmes na televisão ou no cinema, deve perceber que a paisagem varia de um lugar para outro da superfície terrestre. Existem lugares montanhosos e planos, e outros apresentam pequenas elevações, como as colinas. Mesmo entre paisagens parecidas, como as regiões montanhosas, há variação: algumas formações têm picos arredondados; outras, pontiagudos. Isso evidencia que as terras emersas apresentam fórmas diversas, assim como as terras submersas ou oceânicas. Como estudamos, essa variedade de fórmas recebe o nome de relevo. Nas áreas submersas, é denominado relevo oceânico e, nas áreas emersas, é chamado relevo continental e apresenta quatro fórmas principais: montanhas, planaltos, planícies e depressões.
PAUSA PARA O CINEMA
Terra.
Direção: élester fóderguil e . Estados Unidos: Disney Nature, 2007. Duração: 96 minutos
Com paisagens fantásticas da Terra, do Ártico à Antártida, passando por áreas tropicais e desérticas, esse documentário leva você a uma viagem extraordinária, ao lado de três grupos de animais migrando pelo globo em busca de sobrevivência.
• Montanhas
São grandes elevações naturais do relevo. Um conjunto contínuo de montanhas recebe o nome de cordilheira ou cadeia montanhosa e pode atingir grandes extensões, como a Cordilheira dos Andes, que se estende por .7500 quilômetros na América do Sul, desde a Venezuela até o sul do Chile; as Montanhas Rochosas, na América do Norte; a Cordilheira dos Alpes, na Europa; e a Cordilheira do Himalaia, na Ásia (foto). Observe, no planisfério da próxima página, outras cadeias montanhosas existentes no mundo.
Mundo: físico
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 20.
Que cor é usada para representar as áreas de maior altitude neste planisfério?
• Planaltos
São áreas da superfície terrestre menos elevadas que as montanhas e mais ou menos planas, delimitadas por escarpasglossário .
Nesse tipo de relevo, o processo de desgaste das rochas e dos solos, provocado pelas chuvas, pelo deslocamento das geleiras e pela ação do vento, entre outros fatores, é maior que a deposição de sedimentos provenientes de outras áreas do relevo.
Os planaltos apresentam várias fórmas ou aspectos, como as serras e as chapadas.
As serras são conjuntos de morros agrupados que podem apresentar, entre outras feições, uma borda com desnível abrupto e a outra suavemente inclinada (foto). É importante destacar que o conceito de serra é muito impreciso no Brasil, pois apresenta sentidos diferentes de uma região para outra.
As chapadas são extensas superfícies horizontais do relevo que apresentam topo plano e borda escarpada.
Cruzando saberes
Ecoturismo: em contato com os ambientes naturais
“ O turismo realizado em meio à natureza é chamado de ecoturismo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Turismo, Embratur, o termo é utilizado para designar um segmento da atividade turística que desfruta, de fórma sustentável, do patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas.
O Brasil possui um conjunto de áreas naturais com grande potencial para fortalecer o turismo no país. O turismo, ao mesmo tempo que aproxima as Unidades de Conservaçãoglossário das pessoas, incrementa a economia e promove a geração de emprego e renda para as populações locais.
Mas o desafio consiste em fazer com que o turismo aconteça sem prejudicar a manutenção dos processos ecológicos, da diversidade sociocultural, dos conhecimentos tradicionais e da conservação da biodiversidade. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, MMA, estudos indicam que a grande maioria das agressões causadas por visitantes em áreas protegidas é decorrente do desconhecimento das atitudes e comportamentos especiais necessários durante a visita. reticências.”
Ecoturismo: em contato com os ambientes naturais. Revista Ecologia Integral, ano 8, número 35, página 24, outubro 2008.
Brasil: parques nacionais – 2018
Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 108.
Interprete
1. O que é ecoturismo?
Argumente
2. Explique por que é importante a criação de Unidades de Conservação.
Viaje sem preconceitos
3. Como deve ser a relação entre o ecoturista e o local visitado?
• Planícies
Planícies são fórmas de relevo mais ou menos planas ou suavemente onduladas, em geral de grande extensão. Nas planícies, ao contrário do que ocorre nos planaltos, o processo de deposição de sedimentos supera o de desgaste.
Planalto e planície
Fonte: GUERRA, Antônio Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. nona edição Rio de Janeiro: Bêrtrãn Brasil, 2011. página 491.
Nota: Representação artística para fins didáticos.
Existem vários tipos de planície, entre eles as planícies marítimas, ou costeiras, situadas, como diz o próprio nome, no litoral; as planícies continentais, situadas no interior dos continentes (foto A); e as planícies de montanha, localizadas em altitudes elevadas (foto B).
No seu contexto
Descreva o relevo dos arredores de sua escola e de sua casa, apontando se ele possui muitos aclives (subidas), declives (descidas), se é plano etcétera
• Depressões
Depressões são áreas do relevo com altitudes inferiores às das terras que as circundam ou áreas abaixo do nível do mar. São classificadas em:
- depressão relativa: quando estão situadas em uma altitude abaixo das terras que lhe estão próximas, mas acima do nível médio do mar (consulte o perfil do relevo);
- depressão absoluta: quando estão abaixo do nível do mar – é o caso do Mar Morto, entre Israel e Jordânia, a 395 metros abaixo do nível médio do mar, e o do Mar Cáspio, divisa entre Europa e Ásia, a 28 metros abaixo do nível do mar (observe a imagem de satélite).
Brasil: perfil do relevo com depressão relativa
Fonte: Rós Jurandir L. S. ( organizador). Geografia do Brasil. São Paulo: êduspi, 1996. página 53 e 63.
Por que a depressão representada neste perfil de relevo é relativa?
2. Relevo e sociedade
O povoamento das várias regiões da Terra foi influenciado por fatores de ordem natural, como o clima, a disponibilidade de água, a qualidade do solo para a agricultura e o relevo.
Mesmo com o avanço científico e tecnológico e a consequente diminuição da dependência do ser humano com relação ao meio, esses fatores continuam impondo algumas restrições ao povoamento e à prática de atividades econômicas.
• Relevo e povoamento
Enquanto as regiões de planalto, depressão e planície facilitam, em geral, a fixação humana (sítios urbanosglossário , agricultura, redes de transporte, indústrias ), as regiões de montanhas a dificultam – não somente o relevo dessas regiões é restritivo, mas também o clima. Encostas íngremes, desfiladeiros, gargantas e vales profundos e estreitos limitam o estabelecimento humano, a construção de redes de transporte e a implantação da agricultura e de outras atividades. É esse o caso verificado em vastas áreas das Montanhas Rochosas, na América do Norte, e da Cordilheira dos Andes, na América do Sul, além de outras. etcétera
Relevo e agricultura
As regiões montanhosas, ou mesmo algumas áreas de planalto ou depressão, restringem a prática da agricultura, pois a declividade das encostas permite que as enxurradas adquiram grande velocidade e poder erosivo, arrastando solo e plantas, além de impedir a mecanização – o uso de máquinas no plantio, na colheita e no transporte da produção.
Há muito tempo, porém, o ser humano tem procurado vencer essas restrições. Observe o caso, por exemplo, de encostas em que foram construídos terraços para evitar a erosão causada pela fôrça das enxurradas (foto). Essa é uma técnica usada em várias regiões do mundo, que facilita o preparo da terra, o plantio e a colheita. Na Unidade 7, conheceremos o cultivo agrícola com emprego de curvas de nível.
PERCURSO 20 O RELEVO DO BRASIL
1. Um relevo de altitudes modestas
O relevo do Brasil apresenta altitudes modestas se comparado às áreas de outras terras emersas do mundo. Isso acontece porque aqui ocorreram dobramentos antigos (com mais de 540 milhões de anos), que sofreram intenso processo erosivo ou desgaste pelos agentes modeladores no decorrer do tempo geológico. Predominam áreas com altitudes menores que 500 metros.
Brasil: físico
Fontes: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 54; í bê gê É. Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 1-26.
Localize no mapa uma área de altitude entre 0 e 100 métros e outra igual ou superior a 1.200 métros.
Há, no território brasileiro, diversas fórmas de relevo. As principais são os planaltos, as planícies e as depressões.
Brasil: relevo
Fonte: Rós Jurandir L. S. ( organizador). Geografia do Brasil. quarta edição São Paulo: êduspi, 2001. página 53.
Localize, aproximadamente, a unidade da federação em que você vive e aponte qual ou quais fórma ou fórmas de relevo ela abrange.
• Os planaltos
No mapa, observamos que os 11 planaltos brasileiros estão circundados ou rodeados por depressões. Isso mostra que, do ponto de vista geomorfológicoglossário , esses planaltos são fórmas residuais do relevo, ou seja, representam porções de terreno mais resistentes à atuação dos agentes externos do modelado no decorrer do tempo geológico. Entretanto, e apesar disso, os planaltos foram e ainda são desgastados ou erodidos pela ação desses agentes.
Os planaltos e as chapadas da Bacia do Paraná se estendem pelos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, constituindo, com os planaltos e serras do Atlântico Leste-Sudeste, os planaltos mais extensos do território brasileiro. Observe, na foto, o aspecto de uma região de planalto.
• As planícies
Diferentemente dos planaltos, as planícies correspondem a áreas mais ou menos planas em que o processo de deposição de materiais – tanto sedimentos fluviais, trazidos pelas águas dos rios, como marítimos, eólios e lacustres (de lagos) – supera o processo de desgaste.
No Brasil, as planícies podem ser agrupadas em dois tipos:
- planícies marítimas ou costeiras: como o próprio nome indica, localizam-se no litoral e são formadas por sedimentos marinhos. É o caso das planícies e dos tabuleiros litorâneos, que formam praias (foto A), e da Planície da Lagoa dos Patos;
- planícies continentais: situadas no interior do território brasileiro, são formadas principalmente por sedimentos fluviais. É o caso da Planície do Rio Amazonas, da Planície e do Pantanal Mato-Grossense, entre outras.
• As depressões
As depressões originam-se do desgaste dos planaltos, provocado principalmente pela ação dos agentes externos do modelado.
No território brasileiro, ocorrem apenas depressões relativas, ou seja, localizadas em altitudes mais baixas que as terras que as circundam, mas acima do nível do mar. Duas depressões se destacam em extensão: a Depressão Sertaneja e do São Francisco (foto B) e a Depressão Marginal Sul-Amazônica (localize-as no mapa da página 143). De modo geral, as depressões do território brasileiro apresentam altitudes entre 200 e 500 metros e, em alguns casos, entre 500 e 800 metros.
2. Importância do estudo do relevo
A investigação do relevo tem uma importante finalidade prática. Como estudamos no Percurso 19, o relevo é um dos fatores de ordem natural que condicionam a ocupação humana dos territórios. Dessa maneira, áreas montanhosas, em geral, impõem dificuldades de fixação e de locomoção humana. Áreas planas facilitam a construção de rodovias e ferrovias, enquanto áreas planálticas favorecem a construção de hidrelétricas. Observe alguns perfis do relevo brasileiro no quadro.
Três grandes perfis que resumem o relevo brasileiro
Fonte: elaborado com base em Nova Escola. São Paulo: Abril, ano dez, n. 88, página 14, outubro 1995.
NO SEU CONTEXTO
Há, na localidade em que você vive, obstáculos à fixação humana impostos pelo relevo?
Atividades dos percursos 19 e 20
Registre em seu caderno.
- Observe novamente o planisfério na página 137 e identifique as cadeias montanhosas de maior extensão e altitude. Com base na sua análise, indique, em seu caderno, os continentes em que elas se localizam.
- Consulte o mapa físico do Brasil, na página 142. Localize a Planície do Pantanal e responda às questões.
- Em relação ao centro do território brasileiro, em que direção se localiza a Planície do Pantanal?
- Que tipo de planície é esse? Explique.
- A que altitude está localizada essa planície?
- Com base nas altitudes das terras a leste da planície, como você desenharia um perfil topográfico partindo da Planície do Pantanal até a Serra do Caiapó?
- Quais fórmas de relevo podem ser encontradas na localidade onde você mora?
- Comente a relação entre a prática da agricultura e o relevo.
- Represente, em seu caderno, uma depressão absoluta e uma depressão relativa. Em seguida, escreva uma legenda descrevendo as características de cada uma delas.
- A hipsometria corresponde às medidas de altitude do relevo. Conheça as zonas hipsométricas do Brasil no quadro e, consultando o mapa, na página 142, faça o que se pede.
Zonas hipsométricas |
Superfície |
|
---|---|---|
Absoluta(1) (km2) |
Relativa (%) |
|
Terras baixas (entre 0 m e 200 m) |
3.504.435 |
41,00 |
Terras altas (entre 201 m e 1.200 m) |
4.996.812 |
58,46 |
Áreas culminantes (acima de 1.200 m) |
46.156 |
0,54 |
Total |
8.547.403(2) |
100,00 |
Fonte: í bê gê É. Anuário estatístico do Brasil 2006. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2007. página 1-9.
(1) Valores absolutos arredondados para facilitar a compreensão.
(2) O í bê gê É reavaliou a área territorial do Brasil, verificando que é 8.510.345 quilômetros quadrados; no entanto, tal alteração não invalida a análise proposta no quadro.
- Localize, no mapa, um exemplo de terras baixas.
- Faça o mesmo em relação às terras altas e às áreas culminantes.
- De modo geral, como se apresentam as altitudes do relevo da unidade da federação em que você vive?
7. Interprete o perfil de relevo e responda às questões.
Nordeste do Brasil: perfil do relevo oeste-leste
Fonte: Rós Jurandir L. S. ( organizador). Geografia do Brasil. São Paulo: êduspi, 1996. página 53 e 55.
- Qual é a maior altitude do perfil? A que fórma de relevo ela corresponde?
- Por que a Depressão Sertaneja é do tipo relativa? Qual é o ponto de menor altitude dessa depressão?
- Compare os mapas das páginas 27 e 143, e faça o que se pede.
- Se você fizer uma viagem de avião, em linha reta, de Salvador a Manaus, quais fórmas do relevo você sobrevoará?
- Qual é a diferença entre as planícies onde estão localizadas as cidades de Manaus e Salvador?
- Calcule a distância aproximada, em linha reta e em quilômetros, entre essas duas capitais.
- As coordenadas geográficas 0 grau de latitude e 60 graus de longitude Oeste determinam um ponto localizado em qual fórma de relevo? Qual é o nome dessa fórma?
- Esta foto é de uma vista do Pantanal Mato-Grossense, que, além de ser uma planície continental, é também fluvial, pois é banhada pelo Rio Paraguai e seus afluentes. Suas altitudes encontram-se abaixo das terras que lhe estão vizinhas e ela pode também ser classificada em outra fórma de relevo. Você sabe qual é? Explique.
10. Com base no mapa da página 143, realize uma pesquisa em livros e na internet sobre a forma ou as formas de relevo que abrange ou abrangem a unidade da federação na qual você vive. Em seguida, em grupo e com a orientação do seu professor, selecionem materiais (textos, imagens, áudios, vídeos, entre outros) para criar uma postagem em um blog. O professor será responsável pela organização da página e reunirá os materiais dos diferentes grupos. Além de boas ideias e cooperação para criar a postagem no blog, você e os integrantes do seu grupo precisarão buscar fontes confiáveis de pesquisa e não devem reproduzir materiais como se fossem de sua autoria. Lembrem-se de citar sempre a fonte, com o nome dos autores e outras informações que a identifiquem.
Desembarque em outras linguagens
THIAGO DE MELLO
GEOGRAFIA E LITERATURA
Thiago de Mello (na foto, em 2010), poeta brasileiro, nasceu em 1926, na pequena cidade de Barreirinha, no estado do Amazonas. Realizou os seus primeiros estudos na capital, Manaus, e mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil à época, onde ingressou na Faculdade Nacional de Medicina. Entretanto, sua vocação para a literatura levou-o a abandonar o curso e a dedicar-se a escrever prosa e poesia.
Por meio de suas obras, retrata a Amazônia e também o inconformismo com a violação dos direitos humanos e com as injustiças sociais, o que lhe custou a prisão e o exílio. Após a implantação do regime militar no Brasil, em 1964, escreveu um de seus poemas mais famosos: “Os estatutos do homem (Ato institucional permanente)”. Suas obras foram traduzidas para vários idiomas. Morou boa parte de sua vida no estado do Amazonas, sua terra natal, e faleceu em 14/1/2022.
Uma habilidade incomum
Além de poemas, a obra Mormaço na floresta contém prosa poética, como você pode ler no texto. Enquanto a Geografia descreve o espaço natural usando a linguagem geográfica, o poeta o faz de fórma poética e encantadora.
“
Da altura extrema da Cordilheira, onde as neves são eternas, a água se desprende e traça um risco trêmulo na pele antiga da pedra: o Amazonas acaba de nascer. A cada instante ele nasce. Descende devagar, sinuosa luz, para crescer no chão. Varando verdes, inventa o seu caminho e se acrescenta. Águas subterrâneas afloram para abraçar-se com a água que desceu dos Andes. Do bojoglossário das nuvens alvíssimas, tangidas pelo vento, desce a água celeste. Reunidas elas avançam, multiplicadas em infinitos caminhos, banhando a imensa planície cortada pela linha do Equador.
Planície que ocupa a vigésima parte da superfície deste lugar chamado Terra, onde moramos. Verde universo equatorial que abrange nove países da América Latina e ocupa quase a metade do chão brasileiro. Aqui está a maior reserva mundial de água doce, ramificada em milhares de caminhos de água, mágico labirinto que de si mesmo se recria incessante, atravessando milhões de quilômetros quadrados de território verde.
É a Amazônia,
a pátria da água.
É a Grande Amazônia, toda ela no trópico úmido, com a sua floresta compacta e atordoante, onde ainda palpita, intocada e em vastos lugares jamais surpreendida pelo homem, a vida que se foi urdindoglossário em verdes desde o amanhecer do Terciário. Intocada e desconhecida em muito de sua extensão e de sua verdade, a Amazônia ainda está sendo descoberta.
Iniciado há quatro séculos, o seu descobrimento ainda não terminou. E, no entanto, pelo que já se conhece da vida na Amazônia, desde que o homem a habita, ergue-se das funduras das suas águas e dos altos centros de sua selva um terrível temor: o de que essa vida esteja, devagarinho, tomando o rumo do fim.
”
MELLO, Thiago de. Mormaço na floresta. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; São Paulo: Massao ono, 1981. página 67 e 68. (Coleção Poesia sempre, volume 2).
Caixa de informações
1. Além da água resultante do derretimento da neve da Cordilheira dos Andes, que dá origem ao Rio Amazonas, quais outras águas alimentam esse imenso rio, segundo o texto?
Interprete
- A qual planície do Brasil o poeta se refere no segundo parágrafo do texto?
- Extraia do texto um trecho em que o poeta se mostra preocupado com a região amazônica. Você acredita que há razões para preocupação? Por quê?
- Por que o poeta chama a Amazônia de “pátria da água”?
Mãos à obra
5. Thiago de Mello e o seu filho, Alexandre Manuel Thiago de Mello, conhecido como Manduka, lançaram um álbum chamado Mormaço na floresta, em 1983, no qual o poeta declama seus poemas ao som de composições musicais criadas por Manduka. Inspire-se na fórma como o poeta se expressa em suas poesias para fazer um trabalho semelhante. Em duplas, escrevam um texto em prosa ou um poema sobre o relevo, os rios ou o clima da localidade onde vocês vivem. Na sequência, com a ajuda do professor, a turma poderá criar um álbum digital com a recitação dos poemas das duplas e disponibilizá-lo em plataformas digitais de áudio e vídeo. Preparem-se para o dia da gravação e ensaiem, com antecedência, a divisão dos versos ou trechos que cada integrante vai recitar. Usem a criatividade para produzir efeitos de som que retratem palavras mencionadas no texto (barulho de água, farfalhar de folhas, vento, trovão etcétera) ou insiram trilhas sonoras disponibilizadas na internet. Antes de iniciar a declamação, lembrem-se de dizer os nomes dos integrantes do grupo e de apresentar o título do texto ou poema aos ouvintes. Além disso, estejam atentos à entonação, ao ritmo e à clareza da leitura, estabelecendo pausas sempre que necessário.
Glossário
- Enxurrada
- Grande volume de água que escoa com velocidade pela superfície. Ocorre por ocasião de chuvas, e, quando é intensa, a fórça de suas águas pode arrastar rochas, solo, pessoas, árvores, casas, automóveis etcétera
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- Torrente
- Curso de água periódico produzido por enxurradas. Pode ser de grande intensidade, sobretudo quando a água da chuva escoa por uma encosta.
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- Várzea
- Área baixa e relativamente plana nas margens dos rios e inundada nas cheias.
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- Drenagem
- Procedimento para facilitar a saída ou o escoamento da água.
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- Sedimento
- Material resultante do desgaste de rochas e transporte de solos pela ação de agentes erosivos.
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- Entulho
- Restos de construção e demolição; material geralmente rejeitado como lixo, mas que pode ser reciclado.
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- Desagregar
- Dividir em partes; fragmentar.
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- Decompor
- Separar os elementos que compõem ou constituem algo.
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- Dilatar
- Aumentar, pela variação da temperatura, o volume ou as dimensões de um corpo sem alterar sua natureza.
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- Contrair
- Sofrer redução de tamanho, volume, fórma ou estrutura.
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- Garganta
- Passagem entre cadeias de montanhas, mais apertada que a do desfiladeiro.
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- Desfiladeiro
- Passagem entre cadeias de montanha.
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- Delta
- A palavra “delta” vem da letra grega maiúscula delta (delta). Em razão da semelhança de fórma entre a foz do Rio Nilo, no Egito, com essa letra, os gregos deram o nome de “delta” a esse tipo de foz.
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- Quartzo
- Mineral formado por silício e oxigênio que compõe diferentes rochas.
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- Baía
- Reentrância da costa, menor que a de um golfo, pela qual as águas do mar circulam.
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- Enseada
- Reentrância da costa bem aberta em direção ao mar, mas com pouca penetração dessas águas.
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- Escarpa
- Rampa; declive muito íngreme.
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- Unidade de Conservação
- Espaço territorial com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo poder público, com limites definidos, destinado à preservação e à manutenção da diversidade biológica.
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- Sítio urbano
- Termo empregado pela Geografia Urbana para se referir ao terreno ocupado por um povoado ou por uma cidade e que abrange o estudo de diversos aspectos, entre eles o relevo, o solo e a rede de rios do local.
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- Geomorfológico
- Referente à Geomorfologia, ciência que estuda as fórmas de relevo.
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- Bojo
- Espaço interior.
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- Urdir
- Tecer, criar uma trama de tecido.
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