UNIDADE 3 O PLANETA TERRA E A CIRCULAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA

Nesta Unidade, você vai descobrir que o nosso planeta é um corpo celeste minúsculo no Universo e entender por que existem o dia, a noite e as estações do ano. Depois, embarcaremos em uma viagem pela atmosfera para compreender as origens e a importância geográfica dos ventos e das massas de ar. Por último, vamos refletir sobre algumas consequências das práticas humanas na dinâmica climática de nosso planeta.

1. A Terra em movimento

A sucessão de dias e noites, a alternância das estações do ano, a circulação dos ventos na atmosfera, entre outros fenômenos naturais, são consequência dos constantes movimentos realizados pela Terra.

As movimentações dos corpos celestes, como as estrelas, os satélites naturais e os planetas, já eram observadas há milhares de anos pelos nossos antepassados, que buscavam desvendar os mistérios do Universo.

Imagem de satélite do planeta Terra em fundo preto, cuja face destaca a América do Sul e o oceano cobertos de nuvens. À direita, uma forte luz laranja ao redor de uma esfera.
Imagem da Terra capturada pelo satélite GOES-13, em 20 de março de 2013.
Ícone. Boxe Verifique sua bagagem.

VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. Observe a imagem desta abertura. Você sabe por que existem dia e noite?
  2. O que você sabe sobre a atmosfera terrestre? Em sua opinião, as ações humanas são capazes de alterá-la, afetando a dinâmica do clima da Terra?
Orientações e sugestões didáticas

Unidade 3

Nos Percursos desta Unidade serão trabalhados conceitos associados a temáticas gerais sobre o Sistema Solar, os movimentos da Terra e sua relação com o dia e a noite e as estações do ano, a circulação atmosférica, bem como as dinâmicas climáticas associadas às ações humanas. Tais conteúdos colaboram no refinamento do pensamento espacial dos alunos, que, ao estudar a interação natureza/sociedade, têm a oportunidade de associar esses fenômenos às noções de localização, simultaneidade, conexão, além de trabalhar a percepção da duração, ritmo e sucessão dos processos.

Para introduzir os alunos no estudo desta Unidade e, em particular, do Percurso 9, sugerimos que seja feita uma breve introdução sobre a história da formação da Terra com o intuito de enfatizar aos alunos que a feição que conhecemos do planeta atualmente começou a se definir há milhões de anos.

Enfatize que o tempo geológico corresponde a um “tempo longo”, ou seja, envolve bilhões ou milhões de anos. Nesse sentido, convém que o tempo geológico seja comparado ao tempo histórico, isto é, à história da humanidade, que é um “tempo curto”, relativamente ao primeiro, pois envolve milênios e séculos.

Respostas

  1. Após explorar a imagem e conversar sobre ela com os alunos, verifique o que eles sabem a respeito da existência do dia e da noite. A Terra executa um movimento de rotação em torno de seu eixo imaginário. Desse modo, no decorrer do período de aproximadamente 24 horas, uma de suas faces está voltada para o Sol, recebendo os raios solares que a iluminam (dia), enquanto a outra, não recebendo a iluminação direta do Sol, fica na escuridão (noite). O tema será abordado no decorrer do Percurso 10.
  2. Faça sondagem de conhecimentos prévios dos alunos sobre a atmosfera, orientando-os a formular hipóteses sobre as causas da existência de vida na Terra. Pergunte, na sequência, se já ouviram falar sobre o efeito estufa (um fenômeno natural, mas agravado pela ação humana) e, com base em suas falas, organize as informações a respeito, a fim de despertar o interesse deles para esse assunto que será estudado no Percurso 12.

PERCURSO 9 A TERRA NO SISTEMA SOLAR

1. Geografia e a Terra no Universo

Para estudar Geografia, é necessário conhecer alguns aspectos da Terra no Universoglossário . Isso porque muitos fenômenos que se manifestam na superfície da Terra se originam no espaço cósmico.

A alternância das estações do ano, por exemplo, é de grande importância para as atividades humanas, pois influencia os períodos de plantio ou de colheita das culturas, a maneira como nos vestimos, a necessidade de nos abrigarmos do frio e da chuva etcétera Esse fenômeno é explicado pela inclinação do eixo da Terra, pelo movimento de translação que ela executa ao redor do Sol, pela sua forma esférica e pela variação de como a radiação solar atinge as diferentes porções da superfície terrestre.

O próprio traçado dos círculos polares Ártico e Antártico e dos trópicos de Câncer e de Capricórnio teve por base a incidência dos raios solares na superfície e, consequentemente, definiram-se as zonas de iluminação da Terra – zonas polares, temperadas e tropical.

Compreende-se, assim, por que a Geografia necessita de alguns conhecimentos sobre o Universo para explicar fenômenos que interferem na natureza e na vida humana.

2. O planeta Terra

A Terra é um corpo celeste minúsculo na imensidão do Universo. Com outros sete planetas – Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno –, faz parte do nosso Sistema Solar. O planeta-anão Plutão era considerado o nono planeta do Sistema Solar até 2006. Nesse ano, diante de novos conceitos e descobertas, o astro foi reclassificado pelos cientistas da União Astronômica Internacional (í á ú) em função de não apresentar todos os critérios necessários para ser mantido na mesma categoria que os outros oito planetas que orbitam o Sol e recebem sua luz e seu calor.

No entanto, outras condições favoráveis, co­mo a presença de água em estado líquido, oxigênio e temperaturas adequadas, fazem da Terra o único planeta, entre os identificados pelo ser humano, que permite a existência de fórmas de vida tais como as ­conhecemos.

Imagem de satélite. Planeta Terra, cuja face destaca o continente americano, oceanos com algumas nuvens.
Planeta Terra visto do espaço, em imagem produzida pelo satélite geoestacionário-13 em 2017.
Ícon. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

BRETONES, Paulo Sérgio.

Os segredos do Sistema Solar. décima quinta edição São Paulo: Atual, 2011.

O livro apresenta diversas fotos de cometas e meteoros, entre outros corpos celestes, e revela elementos interessantes sobre o Sistema Solar.

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 9

Esta etapa dos estudos introduz noções que irão subsidiar discussões posteriores a respeito dos movimentos do planeta e suas decorrências.

No Percurso 9, é importante considerar que a Geografia é uma ciência que contextualiza os fenômenos espacialmente. Tratar a Terra no contexto do Sistema Solar é avançar na tarefa de que os alunos compreendam as conexões entre o enquadramento do planeta no espaço cósmico e as distintas condições naturais que ele oferece para a vida humana.

A própria dinâmica interna de nosso planeta decorre da história de formação das galáxias, dos sistemas solares e dos demais planetas, uma vez que, enquanto a superfície da Terra sofreu esfriamento, seu núcleo permaneceu quente, influenciando os seus aspectos físico-naturais. Outros exemplos podem ser fornecidos para que essas conexões fiquem claras aos alunos, como comparar as características da Terra no passado e no presente, reveladas por diversos estudos. Nessa perspectiva, explique que o nosso planeta passou por muitas transformações. Por exemplo, quando os continentes e os oceanos surgiram, eles tiveram suas disposições geográficas e composições química e biológica alteradas, de modo que o relevo, as rochas, a atmosfera e o clima sofreram inúmeras mudanças ao longo da formação da Terra.

Nestas páginas iniciais do Percurso 9, instigue a curiosidade dos alunos. Pergunte se podemos afirmar que a Terra é um planeta jovem e auxilie-os na construção de hipóteses. Explique que nosso planeta começou a se formar com o Sistema Solar há cêrca de 4,6 bilhões de anos. Se compararmos com a idade do Universo, que é de aproximadamente 14 bilhões de anos, podemos dizer que o nosso planeta é jovem.

Interdisciplinaridade

Sugerem-se alguns trabalhos interdisciplinares com o professor de Ciências: 1) aprofundar a temática dos corpos celestes, definindo-os e caracterizando-os; 2) apresentar a Astronomia, a atividade dos astrônomos e seus instrumentos de trabalho; 3) identificar o que há de realidade na ficção sobre o espaço cósmico retratado em filmes. O filme Gravidade (direção: Alfonso cuaron; Estados Unidos da América/, 2013; duração: 151 minutos) pode ser útil; atente para a classificação etária de 12 anos.

Observe uma ilustração artística do nosso Sistema Solar. Ela não apresenta exatidão na representação do número de satélites naturais nem proporcionalidade entre as dimensões dos planetas e dos satélites e entre as suas órbitas. Além disso, as cores não correspondem à realidade. Nesta ilustração, foi representado o Cinturão de Asteroides, uma região em formato de anel entre as órbitas de Marte e de Júpiter que contém bilhões de asteroides – fragmentos rochosos que orbitam o Sol.

O nosso Sistema Solar

Ilustração. Representação do Sistema Solar, composto por oito planetas dispostos cada um sobre uma linha circular que representa a órbita desses planetas ao redor do Sol.
No centro está o Sol. A ordem das órbitas dos planetas, a partir do Sol é  Mercúrio; Vênus; Terra, com a Lua ao seu lado; Marte, seguido de uma faixa de asteroides entre a sua órbita e a de Júpiter, que vem na sequência; depois Saturno e Urano, ambos com anéis ao redor deles; e , finalmente, Netuno.

Fonte: elaborado com base em Espaço e planeta. Rio de Janeiro: Abril Livros/Time-Life, 1995. página 4-5. (Coleção Ciência e Natureza).

A Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol. É, também, o quinto maior planeta do Sistema Solar, atrás de Júpiter (o maior dos oito), Saturno, Urano e Netuno.

Além dos planetas, outros corpos celestes fazem parte do Sistema Solar, a exemplo de cometasglossário e satélites. Alguns planetas possuem satélites naturais – corpos que, pela ação da gravidade, orbitam ao redor deles. Marte, por exe­mplo, tem dois satélites, e a Terra, apenas um: a Lua.

Orientações e sugestões didáticas

Explore as noções de diferenciação e ordem, princípios fundamentais ao raciocínio geográfico que, aqui, servem para trabalhar as especificidades da Terra em relação aos demais planetas. Destaque a distância dos planetas em relação ao Sol e as consequências disso para a temperatura e a composição dos gases atmosféricos. Enfatize a presença de água e de vida na Terra como uma diferença fundamental em relação aos outros planetas.

Nesse sentido, chame a atenção para o fato de que o planeta Terra não é único ou isolado, mas, juntamente com outros planetas, faz parte de um sistema que apresenta uma ordem. O boxe Navegar é preciso, na página 71, explora um objeto digital do site do í bê gê É, “A Terra: nosso planeta no Universo”, útil para que os alunos façam observações e análises relacionadas a essa discussão.

Atividade complementar

Leia o glossário com os alunos. Ele serve de motivo para propor uma atividade de pesquisa. Oriente os alunos a buscar informações sobre os cometas. Instigue-os a descobrir quais são os cometas mais famosos e a procurar imagens desses corpos celestes em sites de divulgação científica. Se julgar pertinente, construa um blog com os alunos para organizar e divulgar as descobertas deles. Para isso, explique que essa ferramenta de interação virtual pode ser utilizada para compartilhar textos, fotografias, ilustrações etcétera. sobre determinado assunto e, também, servir como um canal de troca de informações sobre temas diversos com a abertura de fóruns on-line. Para criar as postagens da página, instrua os alunos a elaborar textos curtos sobre os cometas pesquisados e criar ilustrações para representá-los. Na sequência, se possível, reserve um período para que os alunos utilizem computadores com acesso à internet na escola e, sob a sua supervisão, divulguem os conteúdos produzidos. Se houver disponibilidade, agende consultas periódicas ao blog para acompanhar com os alunos qual foi a repercussão dos materiais divulgados. Nesse sentido, oriente-os a responsabilizar-se por todo tipo de interação realizada com as pessoas nos ambientes virtuais, tomando o cuidado de sempre checar as fontes das informações divulgadas, fornecer a indicação do uso de textos e de imagens de terceiros e comunicar-se de fórma respeitosa.

3. A fórma da Terra

A Terra não é uma esfera perfeita. Além de apresentar elevações (montanhas, cordilheiras etcétera) e depressões em sua superfície, é levemente achatada nos polos e abauladaglossário na altura da linha equatorial. A circunferência equatorial da Terra é de .40076 quilômetros, ao passo que a circunferência polar é de .40009 quilômetros. Por isso, diz-se que a Terra é um esferoide, ou seja, tem fórma semelhante à de uma esfera. Daí a denominação geoide (do grego, Globo Esporteabre parênteses oestefecha parênteses: terra; oide: fórma), comumente adotada para identificar a fórma específica do planeta Terra. Consulte as ilustrações A e B.

Superfície terrestre

Ilustração A. Superfície terrestre. Ilustração esquemática representando a superfície terrestre: um círculo bastante irregular na cor verde, representando a superfície terrestre; dentro dele, um círculo menos irregular, na cor marrom claro, representando a forma de geóide e, sobre esse, uma elipse na cor azul, representando a forma elipsoide da Terra. No centro do círculo elipsoide há uma linha vertical representando o eixo polar e outra linha horizontal (cruzando o eixo polar) representando o eixo equatorial.

Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 17.

Terra: o planeta geoide

Ilustração B. Terra: o planeta geoide. Esfera representando o planeta Terra, levemente achatada nos polos (formato de geoide), traçada com as linhas imaginárias (paralelos e meridianos) e destaque para a linha do Equador, cuja circunferência é de 40.076 quilômetros e para a circunferência polar, representada por uma linha vertical traçada de polo a polo, e que mede 40.009 quilômetros. Na parte superior do geoide, a informação: achatamento polar; na parte lateral direita do geoide, a informação: abaulamento equatorial.

Fonte: elaborado com base em MARRERO, Levi. La Tierra y sus recursos. décima nona edição Caracas: Cultura Venezolana, 1975. página 31.

Nota: A irregularidade da superfície terrestre foi exagerada para fins de clareza didática.


• Consequências térmicas da fórma da Terra

A fórma da Terra influencia diretamente a distribuição da luz solar sobre o planeta e interfere nas temperaturas e na duração das estações do ano. Observe a ilustração C.

Terra: iluminação e aquecimento desiguais

Ilustração C. Ilustração esquemática da iluminação e aquecimento desiguais da Terra.  Área 1, na parte superior da faixa de cor laranja, entre o  Trópico de Câncer, e o Trópico de Capricórnio, próxima à linha do Equador. Área 2, na faixa de cor amarelo escuro, entre o Trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico, mais próximo do polo. Área 3, na faixa de cor lilás, entre o Círculo Polar Ártico e o polo Norte. Há outra faixa de cor amarelo escuro entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico e outra faixa lilás entre o Círculo Polar Antártico e o polo Sul.

Fonte: elaborado com base em MARRERO, Levi. La Tierra y sus recursos. décima nona edição Caracas: Cultura Venezolana, 1975. página 34.

As áreas 1, 2 e 3 recebem igual quantidade de energia solar. Entretanto, por causa da curvatura da Terra, a área assinalada com o número 1 é mais iluminada e aquecida, porque concentra em uma superfície menor uma quantidade de energia solar igual à que recebe a área de número 3, que, por ser maior, é menos aquecida. Nela, os raios solares incidem de fórma inclinada, enquanto na área 1 eles chegam quase verticalmente no decorrer dos doze meses do ano.

Assim, em geral, a temperatura da superfície da Terra é mais quente na região equatorial e diminui em direção aos polos.

Orientações e sugestões didáticas

Explique aos alunos que elipsoide tem a fórma de uma elipse. Esclareça que o achatamento dos polos e o abaulamento na altura da linha equatorial da Terra são consequências da fórça decorrente do movimento de rotação da Terra que atua sobre a matéria que compõe o nosso planeta.

Acrescente explicações que associem as zonas de iluminação e aquecimento da Terra com as paisagens, ou seja, nas zonas glaciais ou polares, temperadas e tropicais. Comente com os alunos que a esfericidade da Terra influencia a distribuição da luz solar pelo planeta e interfere nas temperaturas e na duração das estações do ano.

Interdisciplinaridade

Conhecimentos de Ciências podem aprofundar essa temática, como a atividade dos astrônomos e seus instrumentos de trabalho; os astros e as galáxias; as definições de estrela, planetas, planetas-anões, satélites naturais, asteroides e cometas, constelações, entre outros. O professor de Ciências também poderá contribuir na seleção e apresentação de argumentos e evidências que demonstrem a esfericidade da Terra, contribuindo, desse modo, para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih um três desse componente curricular.

Atividade complementar

Inicie a atividade explicando que nem sempre o ser humano soube o formato da Terra. A conclusão de que ela se aproximava da fórma redonda, porém, tem origem no trabalho de matemáticos e astrônomos gregos que viveram séculos antes de Cristo, sendo, portanto, bastante antiga. Peça aos alunos que pesquisem a história desse conhecimento sobre a Terra, buscando informações científicas, selecionando argumentos e evidências que atestem a fórma da Terra e suas consequências. O site Mapas Históricos pode ser indicado como passo inicial para os alunos (disponível em: https://oeds.link/TPfniM; acesso em: 27 março 2022).

4. As zonas de iluminação e aquecimento

No Percurso 6, você conheceu os quatro paralelos que receberam nomes específicos: o Círculo Polar Ártico, o Trópico de Câncer, o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico. Esses paralelos são importantes justamente porque servem para delimitar as zonas de iluminação e aquecimento da Terra pelo Sol.

Os trópicos de Câncer e de Capricórnio marcam, respectivamente, ao norte e ao sul, a linha máxima na esfera terrestre onde os raios solares conseguem atingir, de fórma perpendicularglossário , a superfície. Entretanto, isso acontece apenas uma vez por ano em cada hemisfério: em 21 de junho, no Trópico de Câncer, quando tem início o verão no Hemisfério Norte e o inverno no Hemisfério Sul; e em 21 de dezembro, no Trópico de Capricórnio, quando tem início o verão no Hemisfério Sul e o inverno no Hemisfério Norte.

Essa vasta área ou zona da Terra, entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio, recebe o nome de zona tropical ou zona intertropical. Nessa zona, bastante iluminada e aquecida pelo Sol, a diferença de duração entre o dia e a noite é pequena no decorrer de todo o ano.

Terra: zonas de iluminação e aquecimento

Mapa. Terra: zonas de iluminação e aquecimento. Planisfério com seis faixas na horizontal. Cada faixa representa uma zona de iluminação e aquecimento do planeta: 
Zona Polar Norte: entre o Polo Norte e o Círculo Polar Ártico; Zona Temperada Norte: entre o Círculo Polar Ártico e o Trópico de Câncer; Zona Tropical Norte: entre o Trópico de Câncer e o Equador; Zona Tropical Sul: entre o Equador e o Trópico de Capricórnio; Zona Temperada Sul: entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico; Zona Polar Sul: entre o Círculo Polar Antártico e o polo Sul. A maior parte da América do Sul, incluindo a maior parte do território brasileiro, está localizada na zona tropical, e, a menor parte, incluindo o sul do Brasil, está na zona temperada sul. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 3.620 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 60.

Grafismo indicando atividade.

Em que zona de iluminação e aquecimento da Terra está localizada a maior parte do território do Brasil?

Orientações e sugestões didáticas

A maior parte do território brasileiro está localizada na zona tropical, mais especificamente na zona tropical sul. Vale ressaltar que uma porção menor do território, que envolve o sul do estado de São Paulo, grande parte do Paraná e os estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, está localizada na zona temperada sul.

As áreas da Terra compreendidas entre os trópicos e os círculos polares, chamadas de zonas temperadas, recebem os raios solares inclinados no decorrer do ano. Nas zonas temperadas, os dias de inverno são de curta duração, e os de verão, de longa duração.

Nas zonas polares, situadas entre os círculos polares e os polos, a duração dos dias também varia muito ao longo do ano. Durante o inverno, algumas áreas ficam sem receber a luz solar durante meses, enquanto no polo oposto o verão apresenta insolaçãoglossário prolongada.

São os círculos polares Ártico e Antártico que delimitam, ao redor dos polos Norte e Sul, o alcance máximo dos raios solares no início do inverno de cada hemisfério. Isso ocorre em 21 de dezembro, no Círculo Polar Ártico, quando se inicia o inverno no Hemisfério Norte, e em 21 de junho, no Círculo Polar Antártico, quando se inicia o inverno no Hemisfério Sul.

A existência das zonas apresentadas no planisfério não é consequência apenas da fórma do nosso planeta. Dois outros fatores também exercem influência: a inclinação do eixo da Terra e o seu movimento de translação ao redor do Sol, assuntos do próximo Percurso.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

í bê gê É – Nosso planeta no Universo

https://oeds.link/oXTYyJ

Nessa página, você pode navegar pelo espaço celeste por meio de imagens e animações que facilitarão a compreensão de temas relacionados ao Universo e ao planeta Terra.

Orientações e sugestões didáticas

Use um globo terrestre e uma lanterna para as explicações sobre a incidência de radiação solar e as estações do ano. Isso permite que os alunos visualizem melhor as distintas posições da Terra em relação ao Sol e suas consequências para a definição das estações do ano.

Atividade complementar

Explore a leitura e a interpretação do planisfério que mostra as zonas de iluminação e aquecimento da Terra com os alunos. Proponha a eles que façam uma legenda que sintetize as principais informações do planisfério. Na legenda produzida pelos alunos, a cor laranja deve estar identificada como zona tropical, a cor amarela, como zona temperada, e a cor roxa, como zona polar. Essa atividade possibilita retomar temas já estudados de modo contextualizado, possibilitando a verificação da apreensão dos conhecimentos cartográficos e permitindo atuar na direção de fortalecê-los. Se necessário, esclareça eventuais dúvidas dos alunos.

PERCURSO 10 A TERRA EM MOVIMENTO

1. Os movimentos da Terra e o tempo

A Terra gira ao redor de si mesma e ao redor do Sol, em movimentos que influenciam aquilo que chamamos de tempo.

A palavra “tempo” tem muitos significados. Neste Percurso, você vai estudar o tempo no sentido cronológico, ou seja, que diz respeito à duração do dia e do ano, passando pelas quatro estações: primavera, verão, outono e inverno. No Percurso seguinte, você vai compreender de que fórma os movimentos do nosso planeta influenciam aquilo que chamamos de tempo atmosférico e clima.

2. O movimento de rotação: os dias e as horas

Quando se diz que a Terra gira ao redor de si mesma, na verdade se quer dizer que ela gira em torno de um eixo imaginário que une o Polo Norte ao Polo Sul, passando pelo centro do planeta. É o chamado movimento de rotação. A cada 24 horas – precisamente, 23 horas, 56 minutos e 4 segundos –, a Terra completa uma volta em torno desse eixo. Esse período corresponde a um dia no nosso calendário.

Por causa do formato esférico da Terra, enquanto uma de suas faces é iluminada pelo Sol, a outra face não recebe luz solar, ficando na escuridão. Portanto, enquanto é dia na face iluminada, na outra, não iluminada, é noite.

O movimento de rotação determina, portanto, a sucessão dos dias e das noites. Entre as faces iluminada e não iluminada existe uma faixa em penumbra, em meia-luz (que não é totalmente escura nem totalmente iluminada). Essas faixas em penumbra correspondem ao amanhecer e ao entardecer.

Terra: movimento de rotação

Ilustração. Terra: movimento de rotação.  Globo terrestre com uma linha ligando os polos norte e sul representando o eixo terrestre, ao redor do qual a Terra gira, executando o movimento de rotação.  À direita, está a informação noite. E à esquerda, a informação: dia. Na parte superior do globo, uma seta vermelha circunda o eixo terrestre no sentido oeste-leste, indicando o movimento de rotação.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 10.

Nota: Ilustração artística para fins didáticos.


• O movimento aparente do Sol

O movimento de rotação da Terra é responsável pelo movimento aparente do Sol. Se você observar o Sol ao longo de uma semana, perceberá que ele sempre “nasce” do lado leste, fica mais alto por volta do meio-dia e, ao entardecer, “desaparece” do lado oeste. Assim, temos a impressão de que o Sol está em movimento e a Terra está parada. Isso ocorre por causa do movimento de rotação da Terra. O observador, situado na superfície terrestre, não tem a percepção de que o planeta está continuamente girando em torno do próprio eixo; a impressão é de que o Sol está girando ao redor da Terra. Por isso, esse movimento do Sol é apenas aparente, e não real.

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 10

Este Percurso sistematiza informações que, muito provavelmente, compõem conhecimentos prévios dos alunos. Aqui, tais conhecimentos são tratados em vocabulário apropriado ao conhecimento científico. São descritos os movimentos de rotação e translação e suas respectivas consequências: o movimento aparente do Sol e as estações do ano.

Cabe discutir com os alunos o conceito de dia. Diferencie o período de iluminação de uma parte da Terra (a ideia de dia relacionada à claridade natural) da noção de dia determinado pelo movimento completo de rotação da Terra, que dura aproximadamente 24 horas.

Habilidade da Bê êne cê cê

ê éfe zero seis gê ê zero três

A fim de contribuir para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero três, o Percurso dispõe de textos explicativos e ilustrações didáticas que representam os movimentos da Terra no Universo. Priorize a compreensão de que a inclinação do eixo da Terra, o movimento de translação e a fórma do planeta explicam as diferentes incidências de radiação solar na superfície terrestre ao longo do ano e, consequentemente, determinam as estações e sua variação climática. Leve os alunos a observar as mudanças de estações, solicitando que descrevam se percebem ou não a mudança do tempo e do clima no ano. Isso será mais perceptível nas localidades situadas em maior latitude no território brasileiro.

Se julgar conveniente, comente com os alunos que a incidência de radiação solar sobre a superfície terrestre é um dos fatores responsáveis pela variação da temperatura ao longo do dia. As temperaturas mínimas e máximas ocorrem em horários relativamente regulares: início da manhã e meio da tarde, respectivamente.

Se considerar pertinente, apresente aos alunos alguns dos significados do termo tempo, presentes no dicionário. Por exemplo: “Tempo: s.mponto 1. Período contínuo e indefinido no qual os eventos se sucedem e criam no homem a noção de presente, passado e futuro; 2. Oportunidade para a realização de algo; 3. Época em que determinados acontecimentos ocorrem; 4. Conjunto de condições meteorológicas. ” (HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. segunda edição Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. página 713.).

3. O movimento de translação: o tempo em anos

Além de girar em torno do eixo imaginário que une o Polo Norte ao Polo Sul, realizando o movimento de rotação, a Terra se desloca ao redor do Sol. Quando um astroglossário faz um trajeto ao redor de outro, dá-se a esse “caminho” o nome órbita. A Terra realiza uma órbita elíptica ao redor do Sol, ou seja, em fórma de elipse (ilustração A), e não de circunferência. Esse é o movimento de translação da Terra. Observe a órbita da Terra na ilustração B.

Elipse

Ilustração A.  Elipse.  Um círculo achatado nas partes superior e inferior.

A Terra e o movimento de translação em torno do Sol

Ilustração B. A Terra e o movimento de translação em torno do Sol. Esquema ilustrado representando a órbita da Terra em torno do Sol em quatro datas diferentes. No centro, o Sol. Ao redor do Sol, uma linha em formato de elipse. Um globo terrestre traçado com paralelos e a linha do Equador, aparece em quatro posições diferentes da linha em elipse, representando quatro datas do ano. 
Globo terrestre posicionado ao lado do Sol, à esquerda, representando a data de 21 de junho. 
Globo terrestre posicionado embaixo do Sol, um pouco mais à direita, representando a data de 23 de setembro. 
Globo terrestre posicionado ao lado do Sol, à direita, representando a data de 21 de dezembro. 
Globo terrestre posicionado acima do Sol, um pouco mais à esquerda, representando a data de 21 de março. Setas amarelas indicam a passagem de uma posição a outra.

Fonte: elaborado com base em Enciclopédia do estudante: Geografia geral. São Paulo: Moderna, 2008. página 21.

Nota: Para facilitar a compreensão da ilustração, o tamanho do planeta Terra foi exagerado; portanto, essa ilustração não apresenta a proporcionalidade dos astros e da órbita nem a cor exata dos astros representados.

Para dar uma volta completa em torno dessa estrela, nosso planeta leva 365 dias e 6 horas – mais precisamente, 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Esse intervalo de tempo é chamado de ano solar, adotado como medida de tempo na elaboração do nosso calendário. Para facilitar, os astrônomos arredondaram o ano para 365 dias; as quase seis horas restantes são somadas e incorporadas ao mês de fevereiro a cada quatro anos. Quando isso ocorre, o mês de fevereiro passa a ter 29 dias, e o ano, chamado de bissexto, 366 dias.

Orientações e sugestões didáticas

Interdisciplinaridade

Neste Percurso, tenha em mente a oportunidade de trabalhar com o professor de Ciências no que diz respeito à observação e à compreensão dos movimentos da Terra. No âmbito de um trabalho interdisciplinar, seria oportuno desenvolver discussões com os alunos apresentando os modelos geocêntrico e heliocêntrico em perspectiva histórica. Também podem ser trabalhados os movimentos de rotação e de translação da Terra e as suas noções associadas, como o eixo imaginário terrestre e o movimento aparente do Sol. Nesse contexto, pode-se abordar também como ocorre o ciclo das estações do ano e seus fatores. Outras atividades em comum poderão ser conduzidas, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih um quatro do componente curricular Ciências, possibilitando aos alunos inferir que as mudanças na sombra de uma vara (gnômon) ao longo do dia em diferentes pe­ríodos do ano são uma evidência dos movimentos de rotação e translação do planeta Terra e da inclinação de seu eixo de rotação em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol.

• A inclinação do eixo da Terra

Em relação ao plano da órbita, chamado também de plano da eclíptica, o eixo de rotação da Terra não é perpendicular, e sim inclinado. Observe as ilustrações A e B.

Representação do eixo da Terra em relação ao plano da eclíptica

Ilustração. Representação do eixo da Terra em relação ao plano da eclíptica. Uma linha na horizontal representando o plano da eclíptica. À esquerda, globo terrestre com a face direita recebendo luz solar e face esquerda no escuro. No centro, o SOL. À direita do Sol, globo terrestre com a face esquerda recebendo recebendo luz solar e a face esquerda no escuro. 
Entre os globos e o Sol, há uma linha horizontal no meio, representando o plano da eclíptica. 
Os dois globos têm o eixo terrestre imaginário vertical, levemente inclinada à direita.

Fonte: elaborado com base em L’atlas Gallimard Jeunesse. Paris:Gallimard Jeunesse, 2005. página 5.

Nota: Para facilitar a leitura da ilustração, o tamanho do planeta Terra foi exagerado; portanto, ela não apresenta proporcionalidade nem a cor exata dos astros representados.

Eixo da Terra

Ilustração. Eixo da Terra. Globo terrestre; no centro, uma placa plana que está ao seu redor chamada de plano da órbita terrestre. Um círculo na diagonal chamado de plano do Equador está no centro do globo. Uma linha traçada de polo a polo (polo Sul a polo Norte) é  chamada de eixo da Terra e é levemente inclinada à direita. Uma reta vertical que sai do centro do plano do Equador é chamada de eixo perpendicular ao plano da órbita terrestre. O ângulo formado entre o eixo da Terra e o eixo perpendicular ao plano da órbita terrestre é de 23,5 graus.
Representação da inclinação do eixo terrestre em relação ao plano da órbita terrestre enquanto nosso planeta realiza seu movimento translacional em torno do Sol. A medida de 23,5graus corresponde à distância, em graus, dos trópicos de Câncer e de Capricórnio à linha do Equador.

Fonte: elaborado com base em MARRERO, Levi. La tiéra i sus recursos. décima nona edição Caracas: Cultura Venezolana, 1975. página 39.


A inclinação do eixo da Terra, associada ao movimento de translação e à fórma do planeta, explica por que os hemisférios Norte e Sul recebem diferentes quantidades de insolação – luz e calor do Sol – ao longo dos doze meses do ano. É essa diferença que determina as estações do ano e, consequentemente, interfere na diversidade de características climáticas e vegetais da Terra, como também nas atividades humanas – agricultura, pecuária, transportes, lazer, entre outras.

Orientações e sugestões didáticas

Explore os esquemas das ilustrações A e B. Proporcione um momento de diálogo com os alunos, fazendo-os se pronunciar sobre o que entenderam dessas imagens. Faça as explicações necessárias para esclarecer dúvidas e, se julgar conveniente, utilize outros recursos didáticos para que os alunos compreendam a inclinação do eixo terrestre em relação ao plano da órbita da Terra em torno do Sol. Uma sugestão é utilizar uma lâmpada e uma bola de isopor para demonstrar tais explicações. Consulte orientações detalhadas desse tipo de atividade no seguinte artigo, disponível no portal da revista Caderno Brasileiro de Ensino de Física: CANALLE, J. B. G. Explicando astronomia básica com uma bola de isopor. Caderno Catarinense de Ensino de Física, volume 16, número 3, página 317-334, dezembro 1999.

Para auxiliar a compreensão da inclinação do plano do Equador em relação ao plano de órbita da Terra, utilize os conhecimentos dos alunos sobre os paralelos terrestres, estudados no Percurso 6 da Unidade 2.

• As estações do ano

As estações do ano são primavera, verão, outono e inverno. Cada uma delas tem duração aproximada de três meses, contemplando, portanto, os doze meses do ano.

Na órbita que a Terra realiza ao redor do Sol, há quatro posições que indicam o início e o fim de cada estação. Duas delas recebem o nome de solstício (entre os anos de 2021 e 2030, por exemplo, ocorreram ou ocorrerão, de acordo com o horário oficial de Brasília, nos dias 20 ou 21 de junho e 21 ou 22 de dezembro), e as outras duas, de equinócio (nos dias 19 ou 20 de março e 22 ou 23 de setembro). A data e hora do início de cada estação não são fixas e variam ao longo do tempo.

Movimento de translação e as estações do ano

Ilustração. Movimento de translação e as estações do ano. No centro, o Sol. Ao redor do Sol, quatro globos com paralelos e a linha do Equador traçados e, em cada um, seta cor de rosa indicando o movimento de rotação.
Globo terrestre posicionado ao lado do Sol, à esquerda, representando o solstício de junho: dia mais longo no Hemisfério Norte e dia mais curto no Hemisfério Sul. No globo, indicação de que, é inverno no Hemisfério Sul e verão no Hemisfério Norte. 
Globo terrestre posicionado embaixo do Sol, um pouco mais à direita, representando o equinócio de setembro: dia e noite de igual duração em ambos os hemisférios. No globo, indicação de que é primavera no Hemisfério Sul e outono no Hemisfério Norte.
Globo terrestre posicionado ao lado do Sol, à direita, representando o solstício de dezembro: dia mais curto no Hemisfério Norte e dia mais longo no Hemisfério Sul. No globo, indicação de que é verão no Hemisfério Sul e inverno no Hemisfério Norte.
Globo terrestre posicionado acima do Sol, um pouco mais à esquerda, representando ao equinócio de março: dia e noite de igual duração em ambos os hemisférios. No globo, indicação de que é outono no Hemisfério Sul e primavera no Hemisfério Norte.

Fonte: elaborado com base em fardon djón. Dicionário escolar da Terra. Porto: Civilização, 1996. página 34-35.

Nota: Para facilitar a compreensão, o tamanho do planeta Terra foi exagerado; portanto, a ilustração não apresenta a proporcionalidade dos astros e da órbita nem a cor exata dos astros representados.


A palavra “solstício” significa “Sol que se detém”. Por causa da inclinação do eixo terrestre e da posição da Terra em relação ao Sol, entre os dias 20 e 21 de junho acontece o solstício de inverno no Hemisfério Sul: os raios solares incidem perpendicularmente sobre o Trópico de Câncer. É o início do verão no Hemisfério Norte, com o dia mais longo do ano nessa porção do planeta, e do inverno no Hemisfério Sul, com o dia mais curto do ano.

Entre os dias 21 e 22 de dezembro ocorre o chamado solstício de verão no Hemisfério Sul: os raios solares incidem perpendicularmente sobre o Trópico de Capricórnio. Nessa data, o Hemisfério Sul tem o dia mais longo do ano, quando se inicia o verão; e, no Hemisfério Norte, o dia é o mais curto do ano, marcando o início do inverno.

A palavra “equinócio” significa “dias e noites iguais”, ou seja, indica que a duração do período claro (dia) é igual à do período escuro (noite). Os equinócios ocorrem entre os dias 19 e 21 de março e entre 22 e 23 de setembro, quando os raios solares incidem perpendicularmente sobre a linha do Equador, iluminando igualmente os dois hemisférios.

O equinócio de março anuncia o início da primavera no Hemisfério Norte e do outono no Hemisfério Sul. Já o equinócio de setembro marca o início do outono no Hemisfério Norte e da primavera no Hemisfério Sul.

Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Comente que o verão é a estação do ano com os dias mais longos. Explique que nessa estação, em alguns lugares, os relógios são adiantados, visando ao aproveitamento maior da luz natural do dia, o que leva à economia de energia elétrica, por exemplo. Converse com os alunos sobre o horário de verão. Pergunte se, na localidade onde moram, ocorreu em algum ano de os relógios serem adiantados em determinados meses. Se sim, instigue-os a expressar se gostam ou não desse horário. Peça que tentem se recordar de que meses são esses. Leve um calendário para que os alunos identifiquem o período do horário de verão. Compare com as informações sobre as estações do ano. Há, de fato, coincidência entre o verão e o horário de verão? Caso não tenha horário de verão, questione os alunos por que isso ocorre, ouça-os e discuta as respostas com a classe.

Se avaliar oportuno, esclareça que no Brasil, a depender de decisões e estudos governamentais, a cada ano o horário de verão pode ou não ser utilizado para fins de economizar o consumo de energia em unidades da federação que registram maior luminosidade entre os meses de outubro e fevereiro. Com esse objetivo, em nosso país o horário de verão foi utilizado de 2008 a 2018, porém, em 2019 e nos anos seguintes, foi extinto por decreto presidencial sob a justificativa de que a medida não reduzia o consumo de energia elétrica em horários de pico. No momento em que estiver abordando o assunto com os alunos, para melhor informá-los, verifique se o horário de verão foi restabelecido ou não no Brasil.

As estações do ano no dia a dia

As estações se repetem todos os anos. Os povos antigos já as percebiam e regulavam suas atividades diárias em função delas: o plantio, a colheita, a época de se proteger do frio etcétera No entanto, as estações do ano não são bem definidas em todos os lugares da Terra, pois variam de acordo com a latitude.

Na zona tropical, por exemplo, onde está localizada a maior parte do território brasileiro, é mais difícil perceber as diferenças entre uma es­tação e outra. Essa é a zona de maior insolação do planeta, o que mantém a temperatura do ar atmosférico elevada durante o ano todo. Apenas nos estados brasileiros situados ao sul do Trópico de Capricórnio e em localidades situadas em altitudes mais elevadas o inverno é mais frio.

Na zona temperada, as estações do ano são bem definidas: no inverno, as temperaturas são baixas e pode nevar em muitos lugares; no outono e na primavera, as temperaturas ficam amenas; e, no verão, elas costumam ser mais elevadas.

Nas zonas polares, as quatro estações do ano também não são bem demarcadas. As temperaturas são sempre baixas, geralmente inferiores a 0 grau Célsius.

Fotografias. Sequência de fotografias de um mesmo local  (um parque) nas quatro estações do ano. 
Na primeira fotografia, é primavera na cidade de Nova York: à direita da foto, ponte sobre lago ligando uma parte do parque à outra, com vegetação abundante, árvores com bastante folhagem, bem verdes e exuberantes, céu claro e com nuvens e alguns prédios ao fundo.
Fotografias. Sequência de fotografias de um mesmo local  (um parque) nas quatro estações do ano. 
Na segunda fotografia, é verão: ponte sobre lago, com  vegetação abundante e folhagens verdes, com céu azul e poucas nuvens e alguns prédios ao fundo.
Fotografias. Sequência de fotografias de um mesmo local  (um parque) nas quatro estações do ano.  Na terceira fotografia é outono: ponte sobre o lago, com vegetação mais seca, folhagens em tons alaranjados e alguns galhos sem folhas, céu com muitas nuvens e alguns prédios ao fundo.
Fotografias. Sequência de fotografias de um mesmo local  (um parque) nas quatro estações do ano.  Na quarta foto é inverno: ponte com neve sobre rio, pouca vegetação, com árvores sem folhagens e galhos mais secos, com neve sobre partes da superfície do parque.
Mudança da paisagem em um parque na cidade de Nova iórque, Estados Unidos. De cima para baixo: primavera, verão, outono e inverno (respectivamente, fotos de 2019, 2021, 2020 e 2020).
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

  1. Que dia é hoje e em que mês estamos? Em que estação do ano está agora o lugar em que você mora?
  2. Que estação do ano você mais aprecia? Você percebe diferenças na paisagem de onde mora ao longo do ano, entre uma estação e outra? Quais?
Orientações e sugestões didáticas

A resposta à pergunta 1 do boxe No seu contexto depende da data e da localidade. Para responder à pergunta 2, espera-se que os alunos reflitam sobre a localidade onde moram e percebam as eventuais diferenças entre as estações do ano, como temperaturas mais ou menos baixas, maior ou menor quantidade de precipitação, entre outras características.

Ao conversar sobre as fotografias com os alunos, mostre como a vegetação torna-se mais avermelhada no outono e sem folhagem no inverno. Aponte também que a árvore está frondosa no verão.

Competências

Ao discutir as estações do ano no cotidiano do aluno, explorando fotografias que representam a mesma paisagem em distintas estações, utiliza-se a linguagem iconográfica que colabora para desenvolver o raciocínio geográfico por meio de analogias. Nesta etapa dos estudos, explore as noções de ritmo, duração e localização para explicar como as estações do ano se manifestam nas distintas zonas climáticas da Terra. Assim, o aluno terá a oportunidade de desenvolver a Competência Específica de Ciências Humanas 7: “Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão”; e também subsídios para compreender como os conhecimentos geográficos são úteis para o entendimento da interação sociedade/natureza, con­forme recomenda a Competência Específica de Geografia 1: “Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas”.

Explore o boxe No seu contexto, permitindo um debate sobre as respostas pessoais dadas pelos alunos. Esse tipo de interação possibilita que os alunos se conheçam reciprocamente. Vale lembrar que, nessa interação com o outro, os alunos conhecem mais a si mesmos e desenvolvem a capacidade de ouvir, de se expressar e de respeitar as diferenças individuais, mobilizando as Competências Gerais da Educação Básica 8 e 9, respectivamente: “Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas” e “Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza”.

Ícone. Seção Rotas e encontros.

Rotas e encontros

Os iorubás e o tempo

No cotidiano dos candomblésglossário praticados no Brasil, utilizam-se muitos elementos da cultura iorubáglossário de medição de tempo. Leia o texto e note como os iorubás dividem o tempo.

Em tempos anteriores à determinação do calendário europeu, os iorubás organizavam o seu presente numa semana de quatro dias apenas. Já o ano era definido pela repetição das estações e eles não conheciam sua divisão em meses.

A duração de cada período de tempo era marcada de fórma coletiva a partir de eventos experimentados e reconhecidos por toda a comunidade. Neste contexto cultural, um dia começava com o nascer do sol, não sendo determinante se às cinco ou às oito horas, em nosso cálculo ocidental, e findava quando as pessoas se recolhiam para dormir, o que podia ser às oito da noite ou às duas horas em nosso horário. Essas variações, contabilizadas em horas, minutos, segundos e milésimos de segundos tão importantes para nós, não o eram para eles. Assim, o dia não era dividido em horas, mas em períodos, que poderíamos traduzir por expressões como ‘de manhã cedo’, ‘antes do sol a pino’, ‘com o sol na vertical’, ‘de tardinha’ etcétera A noite era marcada pelo cantarolar do galo.

Dias e semanas eram contabilizados em função de cada evento, de modo que a mulher era capaz de controlar a duração de sua gestação, bem como o homem calculava o desenvolvimento dos seus cultivos, mas sem datação. Para os iorubás tradicionais havia duas grandes estações, uma chuvosa e outra seca, separadas por uma estação de fortes ventos, de modo que cada ano podia durar alguns dias a mais ou a menos, dependendo do atraso ou adiantamento das estações, mas isso não era tido como relevante, uma vez que os dias não eram computados aritmeticamenteglossário .”

SANTOS, Nágila Oliveira. Algumas reflexões sobre a concepção de tempo entre os iorubás tradicionais. In: SILVA, Alexandre Wilson Simões da. Mitologias africanas e afro-brasileiras na sala de aula: História. Revista África e Africanidades, ano quatro, número 13, maio 2011. Disponível em: https://oeds.link/Fu76qc. Acesso em: 18 março 2022.

Fotografia. Grupo de pessoas vestidas com roupas brancas, longas e com babados. Algumas pessoas usam pano branco amarrado na cabeça e nas costas. Elas estão participando de um ritual religioso.
Ritual de candomblé no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro (2018).

 Interprete

1. Os iorubás não designavam dias específicos para registrar o início das estações do ano. Quais eram as evidências escolhidas por esse povo para identificar as estações?

 Argumente

2. Em sua opinião, por que, para os iorubás, o nosso calendário não era importante?

Orientações e sugestões didáticas

Entre outros objetivos, a seção Rotas e encontros apresenta aspectos do cotidiano de diferentes povos. Ressalte isso para que os alunos percebam a diversidade étnica e cultural. Ela propicia o desenvolvimento de valores e sentimentos de respeito em relação à pluralidade cultural. Debata as questões propostas oralmente. O envolvimento de toda a classe nas discussões contribuirá para aprimorar atitudes de respeito étnico-cultural.

Respostas

  1. A divisão das estações do ano era baseada na ocorrência de fenômenos naturais que costumam acontecer em épocas específicas do ano, com certa variação.
  2. Os iorubás regulavam a contagem do tempo segundo manifestações da natureza e eventos experimentados pela comunidade, como o nascer do Sol ou o recolhimento das pessoas para dormir. Os dias não eram contados matematicamente, por isso nosso calendário não era importante para eles.

Tema contemporâneo transversal

Reflita com os alunos sobre o tema contemporâneo transversal Diversidade Cultural. É uma oportunidade para levá-los a reconhecer, respeitar e valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, sem preconceitos de origem, etnia e convicção religiosa, em particular no tocante à herança religiosa e cultural africana no Brasil.

Interdisciplinaridade

Trabalhe com o professor de História, que poderá contribuir: 1) identificando diferentes fórmas culturais de compreensão da noção de tempo, valorizando a diversidade étnico-cultural; 2) tecendo relações entre os saberes das comunidades religiosas tradicionais negras e temas relacionados ao meio ambiente; 3) evidenciando a atualidade e a valorização da particularidade negra no patrimônio cultural brasileiro e a importância de preservar a herança religiosa e cultural africana no Brasil.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 9 e 10

Registre em seu caderno.

  1. Cite três condições naturais favoráveis à existência e à manutenção da vida no planeta Terra.
  2. Com base em que os cartógrafos traçaram, na esfera terrestre, os círculos polares Ártico e Antártico e os trópicos de Câncer e de Capricórnio?
  3. No período natalino, é comum vermos símbolos, como o Papai Noel, vestido com pesadas roupas de frio, e as árvores enfeitadas com objetos que lembram neve. No entanto, o frio e a neve não são comuns no Natal brasileiro. Usando cartolinas ou papel pardo, crie um pôster mostrando aos turistas estrangeiros como é passar o Natal no Brasil. Inclua informações sobre as vestimentas mais adequadas e sobre as tradições natalinas do seu lugar de vivência.
  4. Observe a ilustração de parte do nosso Sistema Solar. Ela está correta ou incorreta? Explique.
Ilustração. Globo terrestre no centro de uma eclipse, na qual o Sol orbitando ao redor da Terra, com setas indicando  translação de oeste para leste. 
Uma seta circular ao redor do eixo terrestre, no globo, indica rotação.

Nota: A ilustração não apresenta a proporcionalidade e a cor exatas dos astros representados.


  1. Considere a órbita que a Terra realiza ao redor do Sol para responder às atividades.
    1. Descreva como se manifesta a atual estação do ano na localidade em que você vive (se faz frio ou calor, se há chuva ou período de seca etcétera).
    2. Elabore um desenho com base no que você observa na paisagem durante essa estação do ano.
    3. Em que dia se iniciará a próxima estação onde você vive?
    4. Na Suécia, que se situa no Hemisfério Norte, qual é a estação do ano neste momento?
  2. Neste mapa foram indicadas rotas de três navios turísticos. Observe-as.

América: rotas turísticas de navios

Mapa. América: rotas turísticas de navios. Destaque para rota turística de navio, representado na cor verde, entre Buenos Aires (Argentina) e Florianópolis e Santos (Brasil), cidades localizadas entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico;  rota turística de navio representado na cor roxa, entre Dominica, Bahamas (ambas localizadas entre o Trópico de Câncer e o Equador) e Nova York (nos Estados Unidos, localizada entre o Círculo Polar Ártico e o Trópico de Câncer);   rota turística de navio representado na cor marrom, entre Anchorage (Alasca, nos Estados Unidos), Vancouver (Canadá) e San Francisco (Estados Unidos), cidades localizadas entre o Círculo Polar Ártico e o Trópico de Câncer). Abaixo, escala de 0 a 1.490 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição í bê gê É: Rio de Janeiro, 2018. página 32.


  1. Identifique o navio que viajou entre diferentes zonas de iluminação. Em quais zonas ele esteve?
  2. Entre os outros navios, qual se aproximou mais da zona polar no Hemisfério Norte?
  3. Cristiano e Patrícia viajaram no navio verde e contaram aos amigos que fizeram um passeio pela região tropical. Por que essa afirmação é incorreta?
Versão adaptada acessível

3. No período natalino, é comum haver símbolos, como o Papai Noel, vestido com pesadas roupas de frio, e as árvores enfeitadas com objetos que lembram neve. No entanto, o frio e a neve não são comuns no Natal brasileiro. Usando cartolinas ou papel pardo e materiais para criar uma representação em alto-relevo, crie um pôster mostrando aos turistas estrangeiros como é passar o Natal no Brasil. Inclua informações sobre as vestimentas mais adequadas e sobre as tradições natalinas do seu lugar de vivência.

Orientação para acessibilidade

O pôster pode ser confeccionado com base em papéis, tecidos ou botões de diferentes texturas e cores, de modo que os alunos possam reconhecer os elementos que comporão o material produzido por meio do alto-relevo. Outra alternativa é inserir e fixar uma tela do tipo mosquiteira ou outro material semelhante abaixo da cartolina ou do papel pardo e solicitar aos alunos que representem com caneta ou lápis como entendem que é passar o Natal no Brasil.

Versão adaptada acessível
  1. Considere a órbita que a Terra realiza ao redor do Sol para responder às atividades.
    1. Descreva como se manifesta a atual estação do ano na localidade em que você vive (se faz frio ou calor, se há chuva ou período de seca etc.).
    2. Elabore uma representação com base no que você percebe na paisagem durante essa estação do ano. Ela pode ser feita com materiais de diferentes formas, tamanhos e texturas.
    3. Em que dia se iniciará a próxima estação onde você vive?
    4. Na Suécia, que se situa no Hemisfério Norte, qual é a estação do ano neste momento?
Orientação para acessibilidade

Reforce que a percepção da paisagem também ocorre por meio do olfato, da audição e do tato e que, portanto, a representação solicitada no item b pode levar em consideração esses sentidos.

Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Água líquida, oxigênio e temperaturas adequadas.
  2. Os trópicos de Câncer e de Capricórnio assinalam a linha máxima na esfera terrestre em que os raios solares atingem de fórma perpendicular a superfície. Os círculos polares Ártico e Antártico delimitam o alcance máximo dos raios solares no início do inverno de cada hemisfério.
  3. Essa atividade estimula o aluno a refletir sobre seu lugar de vivência, observando aspectos da dinâmica climática contrapostos à cultura. A criação de um pôster turístico é uma atividade lúdica, do tipo “mão na massa”, que permite que os alunos explorem habilidades de expressão artística, associando conhecimentos adquiridos no estudo dos percursos. Eles devem considerar que o Brasil é um país localizado principalmente na Zona Tropical Sul, de clima predominantemente quente. Nele não há neve, e o período do Natal coincide com o verão. Para incrementar a atividade, se julgar oportuno, peça que produzam um pôster turístico digital, fazendo uso pedagógico da tecnologia. Para isso, indique plataformas de design gratuitas que possam auxiliar no trabalho. Se possível, crie um mural virtual para a exposição dos trabalhos.
  4. Incorreta, pois é a Terra que realiza o movimento de translação ao redor do Sol. Ou seja, a Terra, como ponto de referência, mantém-se numa órbita elíptica em torno do Sol; resultado da fôrça gravitacional exercida pela estrela central do Sistema Solar sobre o planeta.
    1. A resposta depende da localidade e do dia do ano em que a questão está sendo respondida.
    2. Resposta pessoal. A maior parte do Brasil está na Zona Tropical, onde as diferenças entre as estações são menos perceptíveis. Ainda assim, mudanças de luminosidade, temperaturas médias e precipitação no decorrer das estações alteram o aspecto da paisagem, o que deve ser retratado nos desenhos.
    3. No Hemisfério Sul, a primavera se inicia em 23 de setembro; o verão, em 21 de dezembro; o outono, em 21 de março; e o inverno, em 21 de junho.
    4. Brasil e Suécia estão em hemisférios diferentes. Quando é verão em um hemisfério, é inverno no outro. O mesmo ocorre com a primavera e o outono.
    1. O navio roxo. Esteve na zona temperada norte e na zona tropical.
    2. O navio marrom.
    3. Porque Santos, Buenos Aires e Florianópolis (seguindo o roteiro do navio) estão ao sul do Trópico de Capricórnio, portanto, na Zona Temperada Sul, e não na região tropical.

7. Paulo e Karina planejaram uma longa viagem e tomaram nota sobre os destinos, as datas de chegada e a estação do ano de cada uma das localidades pelas quais passarão. Observe as anotações dos viajantes e o planisfério que mostra as cidades que eles visitarão e, em seguida, responda às questões.

Ilustração de um tablet com as informações:
São Paulo, saída: 20 de dezembro de 2027, primavera. 
Murmansk, chegada: 21 de dezembro de 2027, inverno.
Kuala Lumpur, chegada: 21 de dezembro de 2028, primavera. 
Lisboa, chegada: 22 de junho de 2028, verão.
Boa Vista, chegada: 23 de setembro de 2028, outono.
Porto Alegre, chegada: 22 de junho de 2029, inverno.
São Paulo, chegada: 23 de dezembro de 2029, verão.
Planisfério. Destaque para rotas de aviões para as cidades de: Boa Vista (localizada no Brasil, no hemisfério norte, bem próximo à linha do Equador); São Paulo (localizada no Brasil, no hemisfério sul, bem próximo ao Trópico de Capricórnio); Porto Alegre (localizada no Brasil, no hemisfério sul, mais ao sul do Trópico de Capricórnio do que São Paulo); Lisboa (localizada em Portugal, no hemisfério norte, entre o Círculo Polar Ártico e o Trópico de Câncer); Murmansk (na Rússia, no hemisfério norte, entre o Círculo Polar Ártico e o polo norte); Kuala Lumpur (na Malásia, hemisfério norte, próximo à linha do Equador)
Na parte inferior, escala de 0 a 2.750 quilômetros e rosa dos ventos.

Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 12-13.


  1. Que tipo de roupa você indicaria para os viajantes levarem nas malas, nas viagens para Kuala Lumpur e para Boa Vista? Por quê?
  2. Na data em que Paulo e Karina chegarão a Lisboa, qual será a estação do ano em Murmansk? Que tipo de roupa você indicaria para um turista, nessa época, em Murmansk?
  3. Por qual estação do ano os viajantes passarão uma única vez?

8. Observe as ilustrações e responda por que as sombras do coqueiro, do pinheiro e do iglu, projetadas no solo em um mesmo dia e horário, são diferentes nas três zonas de iluminação da Terra.

Ilustrações. Três paisagens em diferentes zonas de iluminação. A primeira paisagem localiza-se na zona tropical: um coqueiro na praia, cuja sombra é projeta sob o coqueiro; a segunda paisagem localiza-se na zona temperada: um pinheiro em área gramada, cuja sombra é projetada no lado esquerdo do pinheiro, no solo; a terceira paisagem localiza-se na zona polar: um iglu em solo coberto de gelo, cuja sombra é projetada mais abaixo do iglu, levemente à esquerda.
Orientações e sugestões didáticas
  1. Roupas de calor, pois essas duas localidades situam-se próximas à linha do Equador, onde as temperaturas são elevadas durante o ano todo. Esclareça aos alunos que ambas as localidades estão situadas em baixas altitudes, eliminando, assim, a influência do fator climático altitude.
  2. Será verão em Murmansk. Mas, nesse caso, a roupa mais indicada é a de frio, pois Murmansk fica ao norte do Círculo Polar Ártico.
  3. Outono.

8. Os raios solares incidem de fórma menos inclinada quanto mais distante estiverem da linha do Equador. Isso gera sombras mais alongadas nas zonas temperada e polar, enquanto na zona tropical a luz solar incide de maneira totalmente ou quase perpendicular, com pouca variação ao longo do ano.

PERCURSO 11 A CIRCULAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA, O TEMPO E O CLIMA

1. Tempo atmosférico e clima

É bastante comum ouvir as expressões: o tempo está quente, o tempo está frio, o tempo está chuvoso ou, ainda, está ventando muito.

O tempo atmosférico de uma localidade – a cidade onde você mora, por exemplo – é o resultado momentâneo de uma combinação dos elementos básicos do clima, isto é, da temperatura, da pressão e da umidade do ar atmosférico.

As mudanças de tempo ocorrem em qualquer lugar, principalmente por causa dos deslocamentos dos ventos e das massas de ar.

2. A atmosfera e sua circulação

A atmosfera (do grego atmos, vapor + sféra, esfera) é a camada de gases que envolve o planeta Terra, formada principalmente por oxigênio e nitrogênio. Além de ser indispensável à vida, essa camada fórma um “filtro protetor” contra a radiação ou raios ultravioletaglossário .

Ela também impede que as irradiações terrestres de calor se percam no espaço, mantendo uma temperatura média de aproximadamente 16,5 graus Célsius na superfície terrestre, o que cria condições para a existência de vida na Terra. Caso a atmosfera não existisse, calcula-se que a temperatura terrestre ficaria em torno de –20 graus Célsius (menos vinte graus Celsius).

• Os ventos

A atmosfera, sob a ação da gravidade, exerce pressão sobre qualquer objeto imersoglossário nela ou que esteja sobre a superfície terrestre. Essa é a chamada pressão atmosférica.

A pressão atmosférica varia entre as diversas regiões da Terra em decorrência do movimento de rotação do nosso planeta, da repartição dos continentes e oceanos e como resultado da distribuição desigual da energia solar pela superfície terrestre. Essas diferenças de pressão atmosférica provocam a circulação geral da atmosfera, ou seja, a movimentação do ar atmosférico.

Os ventos, ou seja, os movimentos do ar em relação à superfície terrestre, têm grande importância geográfica. Eles são responsáveis pela distribuição do calor e da umidade na atmosfera e, portanto, influenciam o tempo atmosférico e os climas no mundo.

otografia. Vista de uma região aberta, solo arenoso, próxima ao mar, com diversos aerogeradores espalhados, que são grandes postes com hélices no topo. Ao fundo o mar e céu azul.
Muitas atividades humanas, como a agricultura, a aviação, a navegação e a produção de energia elétrica, são afetadas pelos ventos. Na foto, aerogeradores no Parque Eólico Mundaú, no município de Trairi, Ceará (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Percurso 11

Inicie as explicações contextualizando o tema de estudo, aproximando-o da realidade vivida dos alunos. Para isso, solicite que descrevam como está o tempo atmosférico no momento da aula. Ouça as respostas e consolide esse conceito inserindo explicações pertinentes. Em seguida, pergunte por que o tempo pode mudar de um momento para outro. Explique que há diferença entre tempo atmosférico e clima. Os alunos estudarão, no Percurso 13, que o clima é a sucessão habitual dos tipos de tempo, que se repetem durante vários anos em um lugar. Mais uma vez, considere o que eles sabem a respeito e esclareça o que for necessário para ampliar os conhecimentos sobre o tema.

Em relação à diferença de iluminação e aquecimento da superfície terrestre, sugira aos alunos que observem novamente a ilustração C, na página 70, e o planisfério “Terra: zonas de iluminação e aquecimento”, na página 71, no Percurso 9.

Habilidade da Bê êne cê cê

ê éfe zero seis gê ê zero três

No Percurso 11, são trabalhadas as relações entre localização geográfica, movimentos da Terra e fenômenos atmosféricos. Ao estudar questões relativas à circulação geral da atmosfera, como formação e atuação das massas de ar, os alunos poderão reconhecer e explicar as variações do tempo atmosférico e os padrões climáticos.

Zonas de alta e baixa pressão atmosférica

Os ventos deslocam-se de zonas de alta pressão atmosférica – chamadas de anticiclonais – para as de baixa pressão atmosférica – zonas ciclonais. Observe a direção dos ventos na ilustração.

Na zona subtropical, nas latitudes próximas a 30graus norte ou sul, existem zonas de alta pressão atmosférica, de onde partem ventos em direção à zona equatorial – que é uma zona de baixa pressão atmosférica. Esses ventos são chamados alíseos: ventos alíseos de nordeste, no Hemisfério Norte, e ventos alíseos de sudeste, no Hemisfério Sul. Eles se deslocam pelas camadas mais baixas da atmosfera.

Ao chegar à zona equatorial, o ar atmosférico é aquecido pela energia solar; torna-se, então, mais leve e ascende (sobe), voltando para as zonas subtropicais pelas camadas mais elevadas da atmosfera. Isso ocorre tanto no Hemisfério Norte como no Sul, e esses ventos são chamados contra-alíseos. Identifique-os na ilustração.

Os alíseos são ventos secos quando se formam sobre os continentes, mas, ao se deslocarem sobre os oceanos, adquirem e transportam umidade. Os alíseos de nordeste e de sudeste, ao se encontrarem, dão origem à formação de uma zona de calmaria equatorial, ou seja, zonas de ventos muito fracos – que foram percebidos por navegadores do século dezesseis, como Pedro Álvares Cabral e sua tripulação, na viagem de Portugal em direção às terras que viriam a ser o Brasil.

Também há ventos que se deslocam entre as zonas subtropicais de alta pressão e as zonas subpolares de baixa pressão, tanto no Hemisfério Sul como no Norte, como é possível observar na ilustração. O mesmo acontece entre as zonas polares de alta pressão e as zonas subtropicais de baixa pressão situadas nos dois hemisférios. Os ventos descritos são chamados regulares, pois estão sempre se deslocando. Além deles, existem outros: os ventos locais, de vale, de montanha, as brisas etcétera

Circulação geral da atmosfera

Ilustração. Circulação geral da atmosfera. 
Globo terrestre cuja face mostra o continente americano, com destaque para as zonas de pressão.
No topo, uma seta em círculo indicando a Rotação da Terra. 
Cinco paralelos traçados no globo delimitam as zonas de pressão, que se alternam entre alta e baixa, do polo norte para o polo sul.
Da zona de alta pressão no polo norte, partem setas azuis representando ventos polares de leste em direção à zona de baixa pressão delimitada pelo paralelo de 60 graus norte.  
Da zona de alta pressão indicada no paralelo 30 graus norte, partem setas azuis representando ventos de oeste em direção à zona de baixa pressão indicada no paralelo de 60 graus norte.
Da zona de alta pressão do paralelo 30 graus norte também partem setas azuis representando ventos alíseos de nordeste, em direção à zona de baixa pressão indicada no paralelo do Equador. Para essa zona de baixa pressão do Equador também chegam setas azuis representando ventos alíseos de sudeste, partindo da zona de alta pressão indicado no paralelo de 30 graus sul, e, da qual, partem setas azuis representando ventos de oeste para zona de baixa pressão indicada por outro paralelo. No polo sul, zona de alta pressão, ocorrem ventos polares de leste. 
Uma parte da face do globo é coberta por camadas translúcidas e em cada camada estão representadas setas laranjas em direção contrária às setas azuis, representando os ventos contra-alíseos. 
Na zona de baixa pressão do Equador, no encontro dos ventos alíseos de nordeste com os ventos alíseos de sudeste, formam-se as calmarias. 
Na zona de alta pressão do paralelo 30 graus norte há o texto explicativo:Em baixas temperaturas, as partículas de gás ficam mais próximas, sob alta pressão. 
Na zona de baixa pressão do Equador há o texto explicativo: Em temperaturas elevadas, as  partículas ficam mais distantes entre si, constituindo áreas de baixa pressão.

Fonte: elaborado com base em fardon djón. Dicionário escolar da Terra. Porto: Livraria Civilização, 1996. página 144.

Nota: Ilustração esquemática para fins didáticos.

Orientações e sugestões didáticas

Na discussão sobre as zonas de alta e baixa pressão atmosférica, lembre os alunos da importância de outros fatores no deslocamento dos ventos. O relevo, a vegetação e as cidades reduzem a velocidade dos ventos em superfície, enquanto nos oceanos a ausência de obstáculos favorece o seu deslocamento com maior velocidade.

Antes de analisar a ilustração com os alunos, sugerimos retomar os movimentos de rotação e translação da Terra, apresentados no Percurso 10 desta Unidade. A descrição desses movimentos é um conhecimento prévio desejável para a compreensão da circulação geral da atmosfera.

É fundamental a leitura da ilustração durante a explicação sobre a circulação geral da atmosfera. Destaque as direções dos ventos recorrendo ao uso da rosa dos ventos. Introduza explicações sobre as partículas de água carregadas pelo ar que fórma os ventos, tornando-os úmidos.

Na análise e discussão da ilustração, remeta à importância desse conhecimento para a vida cotidiana. Informações sobre a circulação geral da atmosfera são fundamentais para compreender os padrões do clima do lugar e até mesmo as previsões meteorológicas do dia a dia. Esse conhecimento também é fundamental em atividades mais complexas da vida social, como a navegação ou a aviação; saliente esse fato mencionando a referência à viagem de Pedro Álvares Cabral de Portugal para o Brasil, no século catorze.

Os desvios dos alíseos e contra-alíseos

Na ilustração "Circulação geral da atmosfera", na página anterior, observe que os ventos alíseos e contra-alíseos, ao se deslocarem na direção norte-sul ou sul-norte, apresentam desvios em suas trajetórias, tanto no Hemisfério Norte – alíseos de nordeste – como no Hemisfério Sul – alíseos de sudeste. A causa desses desvios é o movimento de rotação da Terra, realizado de oeste para leste. Assim, quando o ar se movimenta por longas distâncias, o movimento de rotação da Terra altera o curso dos ventos. No Hemisfério Norte, o desvio dos ventos alíseos ocorre de nordeste para sudoeste e, no Hemisfério Sul, de sudeste para noroeste.

3. As massas de ar, o tempo e o clima

Como os ventos, as massas de ar também se deslocam de zonas de alta pressão para as de baixa pressão atmosférica.

As massas de ar são grandes porções de ar atmosférico com caracte­rísticas de temperatura e umidade aproximadamente uniformes e semelhantes às do lugar onde se originam. Assim, se uma massa de ar se fórma em uma região quente e úmida – por exemplo, na região equatorial da Amazônia –, ao se deslocar, provavelmente provocará chuvas e aumento de temperatura nas áreas por onde passar.

De modo geral, uma massa de ar será úmida se tiver como centro de origem o oceano (massa de ar oceânica) e será seca caso se forme sobre o continente (massa de ar continental).

Observe o mapa. No território brasileiro, atuam quatro massas de ar quente e uma massa de ar frio.

Gradativamente, ao se deslocarem, as massas de ar perdem as características de temperatura e umidade da região onde se formaram e vão adquirindo características da superfície por onde passam. Se não fosse assim, uma massa de ar polar que se deslocasse para uma área equatorial, por exemplo, levaria para essa área suas temperaturas frias e até mesmo neve.

Brasil: massas de ar

Mapa. Brasil: massas de ar. Mapa do Brasil na América do Sul, com destaque para setas coloridas que representam massas de ar. Massas de ar quente: Equatorial atlântica: setas vermelhas do Oceano Atlântico em direção a costa brasileira na região nordeste; Equatorial continental: setas laranjas da parte oeste da região Norte em direção à Roraima, região Nordeste, Peru, Paraguai; Tropical atlântica: setas amarelas do Oceano Atlântico, próximo ao Trópico de Capricórnio, em direção às regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e para a parte sul do oceano Atlântico; Tropical continental: setas verdes do interior da América do Sul (Argentina) em direção ao Uruguai e Rio Grande do Sul. 
Massa de ar frio: Polar atlântica: setas roxas do Sul da parte sul do oceano Atlântico em direção à região Norte, Sul e Nordeste. 
as massas de ar equatorial continental podem se encontrar com a tropical atlântica. As massas de ar polar atlântica podem se encontrar com a tropical atlântica. 
Abaixo, escala de  0 a 600 quilômetros e

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 56.

Grafismo indicando atividade.

Observe que a massa de ar Polar atlântica pode se encontrar com a massa Tropical atlântica. Ambas possuem qualidades de temperatura e de umidade diferentes. Nesse encontro, o que pode acontecer?

Orientações e sugestões didáticas

No encontro entre a massa de ar Polar atlântica e a massa Tropical atlântica pode acontecer a condensação do vapor de água da massa Tropical atlântica (ême tê a), ao se encontrar com a superfície fria da massa Polar atlântica (ême pê a), resultando em precipitação (chuva).

Os desvios dos ventos alíseos e contra-alíseos decorrem do efeito ou fôrça de Coriolis. O matemático francês Gaspar Coriolis (1792-1843) descreveu essa fôrça, que exerce importante efeito na circulação atmosférica, nas águas oceânicas e no deslocamento de objetos sólidos na atmosfera.

Explique que os ventos são importantes na distribuição do calor e da umidade na Terra e influenciam diretamente as condições do tempo atmosférico e os climas no mundo. Exercem influência em várias atividades humanas, como: agricultura, pecuária, aviação, navegação, transportes e produção de energia. Agem também sobre o meio físico, sendo um dos agentes modeladores do relevo.

Com base no mapa, discuta a dinâmica das massas de ar que atuam no território brasileiro. Chame a atenção dos alunos para as áreas de formação das massas de ar. A massa Equatorial continental (ême ê cê) forma-se na Amazônia Ocidental; a massa Equatorial atlântica (ême ê a) tem seu centro de origem localizado no Atlântico Norte, não muito distante da linha equatorial; a massa Tropical continental (ême tê cê) nasce no Paraguai, na região da Depressão do Chaco; a massa Tropical atlântica (ême tê a) forma-se em uma porção do Atlântico Sul; e a massa Polar atlântica (ême pê a) origina-se no Oceano Atlântico, no extremo sul da América do Sul.

Atividade complementar

O conteúdo relacionado às massas de ar que atuam no Brasil pode ser de difícil assimilação. No intento de superar essa dificuldade e colaborar para a compreensão dos alunos, proponha um exercício desafiando-os a qualificar as massas de ar atuantes no território brasileiro segundo suas características de temperatura e umidade. Isso permite que utilizem seus conhecimentos geográficos sobre as áreas de formação dessas massas. A atividade que acompanha o mapa poderá servir de modelo para instigar os alunos a refletir sobre os possíveis resultados de outros encontros de algumas das massas de ar representadas.

• A previsão do tempo

Todos os dias os meios de comunicação (jornais, rádio, televisão e internet) fornecem a previsão do tempo, informando como será o tempo hoje, amanhã ou no decorrer da semana: temperaturas máxima e mínima, se ocorrerá chuva, se o céu estará claro, parcialmente nublado ou nublado etcétera

Fotografia. Área com muitos prédios altos, com luzes acesas nas janelas. O céu está nublado, escuro, com  nuvens e raios.
Em dado momento do dia, a temperatura do ar atmosférico pode estar elevada com o Sol brilhando e, em outro, podem ocorrer chuva e queda de temperatura. Na foto, noite chuvosa na cidade de Londrina, Paraná (2019).

A previsão do tempo não é importante apenas para ajudar no planejamento do dia a dia (que roupa usar, sair ou não com o guarda-chuva etcétera), mas também para monitorar atividades econômicas importantes, como a agricultura, a pecuária e a aviação.

Saber o momento certo de plantar é importante, pois o atraso do período das chuvas após o plantio pode comprometer a germinaçãoglossário das sementes, causando grandes prejuízos.

Explore um mapa de previsão do tempo do Brasil.

Brasil: previsão do tempo – (19/5/2021 – Manhã)

Mapa. Brasil: previsão do tempo, 19 de maio de 2021, período da manhã. 
Mapa com a previsão para as capitais das unidades federativas do Brasil.
Porto Alegre (Rio Grande do Sul): ensolarado, temperaturas mínima e máxima de 10 e 20 graus Celsius, respectivamente. 
Florianópolis (Santa Catarina): ensolarado, temperaturas mínima e máxima de 13 e 22 graus Celsius, respectivamente.
Curitiba (Paraná): ensolarado, temperaturas mínima e máxima de 10 e 23 graus Celsius, respectivamente.
São Paulo (São Paulo): ensolarado, temperaturas mínima e máxima de 12 e 25 graus Celsius, respectivamente.
Rio de Janeiro (Rio de Janeiro): ensolarado, temperaturas mínima e máxima de 17 e 27 graus Celsius, respectivamente.
Vitória (Espírito Santo): ensolarado, temperaturas mínima e máxima de 18 e 28 graus Celsius, respectivamente.
Minas Gerais (Minas Gerais): ensolarado, temperaturas mínima e máxima de 13 e 28 graus Celsius, respectivamente.
Bahia (Bahia): parcialmente nublado, temperaturas mínima e máxima de 23 e 28 graus Celsius, respectivamente.
Aracaju (Sergipe): parcialmente nublado, temperaturas mínima e máxima de 23 e 29 graus Celsius, respectivamente.
Maceió (Alagoas): parcialmente nublado, temperaturas mínima e máxima de 22 e 30 graus Celsius, respectivamente.
Recife (Pernambuco): nublado, temperaturas mínima e máxima de 20 e 31 graus Celsius, respectivamente.
João Pessoa (Paraíba): ensolarado, temperaturas mínima e máxima de 22 e 31 graus Celsius, respectivamente.
Natal (Rio Grande do Norte): ensolarado, temperaturas mínima e máxima de 22 e 31 graus Celsius, respectivamente.
Fortaleza (Ceará): ensolarado, temperaturas mínima e máxima de 23 e 31 graus Celsius, respectivamente.
Teresina: nublado, temperaturas mínima e máxima de 24 e 33 graus Celsius, respectivamente.
São Luís (Maranhão): parcialmente nublado, temperaturas mínima e máxima de 24 e 30 graus Celsius, respectivamente.
Belém (Pará): pancadas de chuva, temperaturas mínima e máxima de 23 e 32 graus Celsius, respectivamente.
Macapá (Amapá): pancadas de chuva, temperaturas mínima e máxima de 24 e 31 graus Celsius, respectivamente.
Boa Vista (Roraima): pancadas de chuva, temperaturas mínima e máxima de 24 e 32 graus Celsius, respectivamente.
Manaus (Amazonas): pancadas de chuva, temperaturas mínima e máxima de 24 e 31 graus Celsius, respectivamente.
Rio Branco (Acre): nublado, temperaturas mínima e máxima de 23 e 32 graus Celsius, respectivamente.
Porto Velho (Rondônia): nublado, temperaturas mínima e máxima de 24 e 33 graus Celsius, respectivamente.
Palmas (Tocantins): nublado, temperaturas mínima e máxima de 21 e 33 graus Celsius, respectivamente.
Cuiabá (Mato Grosso): ensolarado, temperaturas mínima e máxima de 23 e 35 graus Celsius, respectivamente.
Campo Grande (Mato Grosso do Sul): ensolarado, temperaturas mínima e máxima de 19 e 32 graus Celsius, respectivamente.
Goiânia (Goiás): ensolarado, temperaturas mínima e máxima de 16 e 31 graus Celsius, respectivamente.
Brasília (Distrito Federal: ensolarado, temperaturas mínima e máxima de 15 e 29  graus Celsius, respectivamente.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 240 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em inmét. Disponível em: https://oeds.link/fNoJr8. Acesso em: 17 maio 2021.

Grafismo indicando atividade.

De acordo com o mapa, qual foi a previsão do tempo na capital da unidade da federação onde você mora, na data indicada?

Orientações e sugestões didáticas

A resposta à pergunta depende da capital da unidade da federação. Estimule os alunos a fazer uma leitura cartográfica detalhada desse mapa.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Instituto Nacional de Meteorologia – inmét

https://oeds.link/fNoJr8

Ao navegar por esse portal, você pode se informar e descobrir mais sobre o tempo meteorológico.

Orientações e sugestões didáticas

Para aplicar os conhecimentos no lugar em que os alunos vivem, conte com o auxílio do site indicado no boxe Navegar é preciso, que permite obter a previsão do tempo em diversas localidades. Os dados do tempo atmosférico obtidos podem ser transformados em gráficos e em climogramas, cuja explicação de construção está na seção Mochila de ferramentas, na página 97.

Competências

A discussão sobre previsão do tempo e aplicativos permite que o aluno desenvolva a compreensão sobre as tecnologias digitais de informação, podendo utilizá-las de modo crítico, instruído, reflexivo e ético. Com isso, o acesso à informação sobre tempo atmosférico nas ferramentas digitais será utilizado para solucionar ou prevenir problemas cotidianos pessoais. Paralelamente, o uso dessa linguagem contribui para refletir sobre problemas coletivos que abarcam localização, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão. Desse modo, são trabalhadas a Competência Geral da Educação Básica 5 e a Competência Específica de Ciências Humanas 7, respectivamente: “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva” e “Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão”. 

Tema contemporâneo transversal

Ciência e Tecnologia é um tema que merece ser abordado de maneira articulada com os conhecimentos desenvolvidos. Pergunte aos alunos se eles costumam se informar sobre a previsão do tempo e com que objetivo. Pergunte se eles conhecem e usam aplicativos para smartphones, tablets ou computadores que trazem informações sobre o tempo.

Possibilite que entrem em contato com tais geotecnologias para acompanhar as mudanças no tempo. Uma busca na internet indicará inúmeras dessas ferramentas. Discuta o papel delas no dia a dia e no desenvolvimento do raciocínio espacial, incentivando a utilização qualificada e crítica desses recursos.

PERCURSO 12 AS INTERVENÇÕES HUMANAS NA DINÂMICA CLIMÁTICA 

1. A ação humana e o clima

Infelizmente, o ser humano tem atuado muitas vezes de fórma destrutiva na natureza. Entre os vários exemplos desse tipo de ação destaca-se o desmatamento, que influencia diretamente o clima local, regional e global. A retirada da vegetação afeta o retorno do vapor de água para a atmosfera, facilita a ocorrência de erosão do solo e coloca espécies animais e vegetais em risco de extinção.

A queimada, método muito utilizado na prática do desmatamento, contribui para o aumento do efeito estufaglossário , apontado como responsável pelo chamado aquecimento global (consulte a ilustração na página 86).

Além do aumento do efeito estufa, causado pelas práticas ou ações humanas, existem outras consequências, como as chuvas ácidas e as ilhas de calor.

Fotografia. Duas pessoas em um espaço com vegetação seca e baixa. À frente das duas pessoas, a vegetação está pegando fogo e elas tentam apagar ou controlar o fogo.
Brigadista de incêndio combate o fogo em área do Pantanal, no município de Porto Jofre, Mato Grosso (2021). As queimadas podem ter causas naturais ou ocorrer por descontrole no manejo de plantações e pastagens, queima de lixo, fogueiras acesas por caçadores e turistas, entre outras.

• Chuvas ácidas

A poluição atmosférica é causada por queimadas, pela queima de combustíveis fósseis de veículos automotores, pela emissão de poluentes por indústrias que não usam filtros nas chaminés etcétera As substâncias químicas lançadas na atmosfera reagem com a água e com outras substâncias presentes na atmosfera e formam ácidos, que, levados pelos ventos, chegam à superfície por meio de chuvas. As chuvas ácidas causam corrosão de vários materiais, como estruturas metálicas de pontes, redes de canalização de água, monumentos históricos, entre outros. Alteram, ainda, a composição química dos solos, prejudicando a agricultura, e afetam florestas, rios e lagos, comprometendo a vida de peixes e de outros seres vivos nas águas contaminadas.

Fotografia. Área com vegetação rasteira, algumas árvores com folhas verdes, outros sem folhas. No solo, vários galhos e troncos de árvores caídos.
Árvores mortas por causa de chuva ácida na região da Silésia, Polônia (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Percurso 12

Neste Percurso, o objetivo é levar os alunos a refletirem sobre as consequências das ações humanas para o clima em distintas escalas, da local à global. Iniciando os estudos deste Percurso, explique que as ações humanas podem interferir nas dinâmicas climáticas tanto local quanto globalmente.

Dê exemplos citando os problemas derivados da interferência humana no meio ambiente, como as ilhas de calor, de efeito mais local, até a possibilidade de agravamento do efeito estufa, que tem alcance global.

Explore a devastação das formações vegetais, a poluição atmosférica produzida por algumas indústrias e alguns meios de transporte etcétera, as alterações no ciclo hidrológico, a erosão do solo, a destruição de ecossistemas, as chuvas ácidas e o efeito estufa.

A respeito da chuva ácida, deve-se considerar que, quimicamente, ela provém do dióxido de enxofre (ésse ó dois), lançado na atmosfera por algumas refinarias de petróleo e metalurgias, e do dióxido de nitrogênio (êne ó dois), proveniente de veículos automotores à base de combustíveis fósseis e de processos industriais inadequados. Ambos, em contato com a atmosfera e a água da chuva, transformam-se, respectivamente, em ácido sulfúrico (aga dois ésse ó quatro) e ácido nítrico (aga ene ó três), que apresentam poder corrosivo.

Habilidade da Bê êne cê cê

ê éfe zero seis gê ê um três

Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis gê ê um três, sugerimos uma leitura coletiva dos textos do Percurso, ressaltando as ações humanas capazes de influenciar as dinâmicas climáticas. No decorrer da leitura, solicite aos alunos que identifiquem as ações antrópicas mencionadas no texto e liste-as na lousa. Em seguida, peça a eles que relacionem cada ação a um fenômeno climático abordado no texto e que copiem a listagem no caderno.

Interdisciplinaridade

Caso julgue viável, articule a apresentação e a explicação dos conceitos e dos conteúdos deste Percurso com a colaboração do professor de Ciências. Ao trabalharem em conjunto, os conceitos e conteúdos do Percurso poderão ser aprofundados e assuntos complementares poderão ser abordados, como: a composição do ar e sua alteração por fenômenos naturais ou antrópicos; a importância da camada de ozônio para a vida na Terra; o mecanismo natural do efeito estufa, as ações humanas responsáveis pelo seu aumento artificial e medidas que buscam solucionar esse problema; e as iniciativas que contribuem para restabelecer o equilíbrio ambiental diante das alterações climáticas regionais e globais provocadas pela intervenção humana.

• Ilhas de calor

As ilhas de calor correspondem às áreas urbanas com temperatura do ar atmosférico mais alta que a das áreas circundantes.

A formação das ilhas de calor é explicada por um conjunto de fatores: grande capacidade de absorção da radiação solar pelas edificações e por materiais comuns nas cidades, como asfalto; concentração de edifícios altos, que interferem na circulação dos ventos; poluição atmosférica, que retém a irradiação do calor refletido pela superfície em meio urbano; consumo de energia elétrica e combustíveis fósseis (como gasolina, diesel e gás), que provoca o aquecimento da atmosfera; escassez de áreas cobertas por vegetação; entre outros.

Por exemplo, enquanto um campo cultivado apresenta poder refletor de energia solar de 20% a 25%, em média, absorvendo, portanto, de 80% a 75% das radiações solares que chegam à superfície terrestre, o asfalto que cobre as vias públicas tem poder refletor de cêrca de 2%, chegando a reter 98% das radiações.

Imagem de satélite. Parte da cidade do Rio de Janeiro.  No primeiro plano, mar e alguns morros; na sequência, faixa de areia, área construída, área com vegetação, baías.
Imagem de satélite de área do município do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (2022). Comparando a área urbanizada na imagem de satélite e no mapa, observe que ela corresponde às áreas de maior temperatura no mapa; as áreas cobertas por vegetação apresentam menores temperaturas.

Ilha de calor no município do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) – 2019

Mapa. Ilha de calor no município do Rio de Janeiro (estado do Rio de Janeiro), em 2019. Destaque para as faixas de temperatura das áreas de ilhas de calor: menos de 16 graus Celsius; de 16,1  a 20 graus Celsius; de 20,1 a 25 graus Celsius; de 25,1 a 28graus Celsius; de 28,1 a 31 graus Celsius; de 31,1 a 34 graus Celsius; de 34,1 a 37 graus Celsius; de 37,1 a 40 graus Celsius; de 40,1 a 44 graus Celsius; mais de 44 graus Celsius. A área à esquerda da Baía de Guanabara concentra faixas de temperatura entre 31,1 e mais de 44 graus Celsius. Algumas áreas à direita da baía concentram faixa 44 graus Celsius. As áreas restantes entre menos de 16 a 31 graus Celsius.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 10 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em CLIMATOLOGIA Rio de Janeiro. Disponível em: https://oeds.link/xbvm5R. Acesso em: 19 janeiro 2022.

Ícon. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

gárlãnd, Lisa.

Ilhas de calor. São Paulo: Oficina de Texto, 2010.

Conheça mais sobre o fenômeno das ilhas de calor e conscientize-se sobre como reduzir os seus impactos por meio de soluções simples.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Momento Cidade rréchitégui (cerquilha, sustenido)13: Como combater o calor em São Paulo?

https://oeds.link/MucK3L

Neste podcast, especialistas discutem os impactos do calor nas cidades e indicam soluções.

Orientações e sugestões didáticas

Caso considere oportuno, aborde a ocorrência da inversão térmica. Esse fenômeno meteorológico é típico dos centros urbanos industriais e acontece principalmente no inverno.

Quando duas massas de ar com temperaturas diferentes colidem, e o ar próximo à superfície da cidade não é capaz de ascender, e o ar acima dele não desce, forma-se uma “capa” que impede que os poluentes industriais e dos veículos automotores circulem no sentido vertical. Disso resulta a formação de uma névoa sobre a cidade com graves consequências para a população, como doenças respiratórias, agravamento de doenças cardíacas, irritação nos olhos etcétera.

Discuta as ações que visam diminuir esses impactos negativos da ação humana sobre a natureza, bem como a adoção de medidas de caráter preventivo à degradação da natureza. Isso permite aos alunos perceber que as práticas humanas também são capazes de trazer vantagens ou, em outros termos, causar impactos positivos no meio ambiente. Cite exemplos, como o combate às queimadas, com o objetivo de evitar a emissão de gases do efeito estufa, e o combate à poluição atmosférica nos centros urbanos.

Atividade complementar

Esta atividade contribui para que os alunos desenvolvam a prática de observação, a tomada de nota e a construção de relatório com base na experiência de observação sensível do tempo atmosférico.

Para isso, peça a eles que observem algumas variáveis climáticas: temperatura, pluviosidade, tipo de nuvens, nebulosidade, visibilidade, ventos (diferentes intensidades e direções).

Estipule um período para que essas variáveis sejam observadas e oriente-os em como tomar nota do que observam. Solicite previamente que organizem uma tabela para a tomada de nota sobre cada variável climática observada. Com base nesses registros, peça que elaborem um relato sobre a prática de observação que vivenciaram, descrevendo sensações pessoais, e, depois, troquem suas observações com os demais colegas.

• Efeito estufa

Algumas plantas são cultivadas em estufasglossário . Na atmosfera terrestre, ocorre algo semelhante. Alguns gases que a compõem absorvem, refletem e irradiam calor, contribuindo para manter a superfície do planeta aquecida. Observe a ilustração a seguir, que representa o funcionamento do efeito estufa desde o momento em que a radiação solar atinge a Terra.

O efeito estufa

Ilustração. Esquema representando o funcionamento do efeito estufa. Sol no céu azul emitindo radiação solar, representada por uma seta vermelho-amarelado que passa pelas nuvens e pelos gases de efeito estufa que estão na atmosfera e atinge a superfície, que absorve a energia (calor), representada por uma seta branca. 
Parte da radiação do Sol que atinge a superfície, representada por uma seta tracejada rosa, é refletida para o espaço. Parte do calor absorvido pela superfície é irradiado por ela (seta ondulada laranja-amarelada). Parte desse calor é perdida para o espaço (seta ondulada rosa) e parte volta à superfície, contrairradiada pelos gases de efeito estufa presentes na atmosfera (seta ondulada lilás).

Fonte: elaborada com base em MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2009. página 183.

Nota: Representação artística para fins didáticos.


Parte da energia solar é refletida, e cêrca de metade da energia solar é absorvida pela superfície terrestre, espalhando-se na fórma de calor. Os gases de efeito estufa absorvem parte da radiação solar que é refletida e a devolvem para a Terra, aquecendo a superfície; a superfície terrestre aquecida irradia para a atmosfera mais energia (calor), que é devolvida pela ação dos gases, o que amplifica o efeito estufa.

Aquecimento global

Embora seja um fenômeno natural, o efeito estufa pode ser intensificado pelo aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, como o dióxido de carbono (cê ó dois), provocando aumento da temperatura média da Terra e alterações na dinâmica climática do planeta.

Diversas atividades humanas contribuem para o aumento da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera, como a queima de vegetação e de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral etcétera), a intensificação de atividades agrícolas e industriais e a ampliação do uso de veículos automotores.

Mundo: emissões de cê ó dois pela queima de combustíveis fósseis – 1850-2020

Gráfico de linha. Mundo: emissões de dióxido de carbono pela queima de combustíveis fósseis, de 1850 a 2020. No eixo vertical está a quantidade de emissão de dióxido de carbono, em bilhões de toneladas. No eixo horizontal está o período compreendido, em anos (de 1850 a 2020). 
No período de 1850 a 1960, a emissão de dióxido de carbono não ultrapassava 10 bilhões de toneladas; de 1960 a 1980, a emissão foi inferior a 20 bilhões de toneladas; a partir de 1980, a emissão de dióxido de carbono aumentou bastante, ultrapassando os 35 bilhões de toneladas em 2020.

Fonte: róser, . CO₂ emissions. Our world in data. Disponível em: https://oeds.link/tDh64l. Acesso em: 5 novembro 2021.

Grafismo indicando atividade.

O cê ó dois é o gás de efeito estufa mais abundante na atmosfera e suas emissões aumentaram muito, principalmente a partir de 1950. Diante desse cenário, por que é importante haver maior contrôle da emissão de gases de efeito estufa?

Orientações e sugestões didáticas

A importância de maior contrôle da emissão de gases de efeito estufa se deve aos impactos ambientais gerados. A excessiva emissão desses gases, como o cê ó dois, promove o aquecimento global, que tem inúmeras consequências na dinâmica climática da Terra.

Ícon. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

MATTOS, Neide Simões de; GRANATO, Suzana faquíni.

Terra em alerta. São Paulo: Saraiva, 2010.

Neste livro, as autoras analisam os fatores que influenciam o clima e abordam as causas e as consequências do aquecimento global para o Brasil e o mundo, levando-nos a refletir sobre ações cotidianas como parte da solução para esse problema.

Titulo do carrossel
Imagem meramente ilustrativa

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Orientações e sugestões didáticas

A ilustração que representa o mecanismo de funcionamento do efeito estufa é esclarecedora sobre esse fenômeno que tem ocupado em larga intensidade o noticiário, além do meio científico. Auxilie os alunos na compreensão dessa ilustração e esclareça as dúvidas.

Comece a discussão questionando se eles já conheceram e tiveram a oportunidade de entrar em uma estufa de plantas. Comente que a retenção de calor pela estufa é necessária à vida da planta. Insista no fato de que a vida na Terra não seria possível sem esse fenômeno.

Explore também, com base na ilustração sobre o efeito estufa, as atividades humanas que intensificam esse fenômeno. Chame a atenção tanto para a agricultura como para a indústria. Mencione, igualmente, os produtos de uso cotidiano, como as geladeiras, por exemplo.

Remeta os alunos à leitura do gráfico. Faça questões que lhes permitam analisar e interpretar as informações nele sistematizadas. Pergunte, por exemplo, a partir de que momento a emissão de cê ó dois na atmosfera terrestre passou a crescer em ritmo mais acelerado. Os alunos devem perceber que, em meados do século vinte, a emissão desse gás, a partir da queima de combustíveis fósseis, passou a ser cada vez maior.

Temas contemporâneos transversais

Os temas Educação Ambiental e Educação para o Consumo podem ser problematizados por meio do conteúdo abordado, com o objetivo de promover a consciência socioambiental em âmbito local, regional e global. Sugerimos trabalhar os chamados cinco érres (repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar), refletindo sobre ações cotidianas e práticas dos alunos que podem contribuir com a qualidade de vida das próximas gerações.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 11 e 12

Registre em seu caderno.

  1. Caracterize o tempo atmosférico da localidade em que você está neste momento.
  2. Qual é a importância da atmosfera para a existência de vida no planeta Terra?
  3. Explique como se formam os ventos. Em seguida, cite três atividades humanas que são influenciadas pela ação dos ventos.
  4. Aponte algumas características dos ventos alíseos.
  5. Explique como a previsão do tempo pode nos auxiliar no planejamento das atividades do nosso dia a dia.
  6. Observe o mapa da página 83. Qual foi a previsão do tempo para Teresina, capital do estado do Piauí?
  7. Relacione as seguintes expressões em uma frase que faça sentido lógico: desmatamento, efeito estufa, queimada, intensificação e aquecimento global.
  8. O dióxido de carbono é o gás que mais interfere na dinâmica climática e é um dos responsáveis pelo efeito estufa. Interprete o mapa e, em seguida, responda às questões.

América: emissão de dióxido de carbono – 2020

Mapa. América: emissão de dióxido de carbono, 2020. Destaque para a parte de dióxido de carbono emitida pelos países americanos no total emitido mundialmente:
Menos de 0,5%: países da América do Sul, exceto o Brasil; todos os países da América Central (continental e insular); 
De 1,0% a 1,5%: Brasil, México, Canadá. 
13,5%: Estados Unidos. Abaixo, escala de 0 a 1.290 quilômetros e rosa dos ventos.

Fonte: elaborado com base em . CO₂ emissions. Our world in data. Disponível em: https://oeds.link/tDh64l. Acesso em: 21 dezembro 2021.


  1. Em que faixa percentual do total mundial de emissão de dióxido de carbono o Brasil se encontrava em 2020?
  2. Que outros países do continente americano estavam na mesma faixa percentual do total mundial de emissão de dióxido de carbono em que o Brasil se encontrava?
  3. Qual foi o país do continente americano com maior participação na emissão de dióxido de carbono em 2020?
  4. Cite três países do continente americano que tiveram menor participação na emissão de dióxido de carbono em 2020. Se necessário, consulte o planisfério político na página 230.
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Resposta pessoal. É interessante que os alunos desenvolvam a percepção e a análise de seu entorno, tanto no que diz respeito a características da paisagem quanto a fenômenos naturais, como o tempo atmosférico.
  2. A atmosfera é indispensável à nossa vida, pois fórma um “filtro protetor” contra a radiação ultravioleta, que em excesso favorece o desenvolvimento do câncer de pele. Ela também mantém a temperatura média anual na superfície terrestre de aproximadamente 16,5 graus Célsius, porque impede que as irradiações terrestres de calor se percam no espaço.
  3. Os ventos se formam a partir das diferenças de pressão atmosférica que fazem com que as massas de ar se desloquem das zonas de alta pressão atmosférica para as de baixa pressão atmosférica, proporcionando a circulação geral da atmosfera. Entre as atividades humanas influenciadas pelos ventos, destacam-se: agricultura, pecuária, aviação, navegações marítima e fluvial, transportes terrestres, produção de energia elétrica pelas usinas eólicas etcétera.
  4. Os alíseos são ventos secos quando se formam sobre os continentes, mas adquirem e transportam a umidade dos oceanos ao se deslocarem sobre estes. Os alíseos de nordeste e de sudeste, ao se encontrarem, dão origem à formação de uma zona de calmaria equatorial, onde os ventos são muito fracos ou nulos.
  5. Com o conhecimento da previsão do tempo, é possível planejar atividades esportivas ao ar livre, por exemplo, além de escolher o tipo de roupa que devemos vestir, entre outras coisas.
  6. Céu nublado, com temperaturas entre a mínima de 24 graus Célsius e a máxima de 33 graus Célsius.
  7. O desmatamento pelas queimadas contribui para a intensificação do efeito estufa, um dos responsáveis pelo aquecimento global.
    1. De 1,0% a 1,5%.
    2. Canadá e México.
    3. Estados Unidos.
    4. Chile, Uruguai, Peru, entre outros (como Equador, Costa Rica etcétera).

9. Observe a previsão do tempo para a cidade de Porto Alegre (Rio Grande do Sul) e faça o que se pede.

Quadro. Quadro ilustrado com informações de previsão do tempo em Porto Alegre, em 22 de dezembro de 2021. 
temperatura mínima: 21 graus Celsius (tendência estável); temperatura máxima: 27 graus Celsius (tendência: ligeiro declínio); umidade mínima: 55 por cento; umidade máxima: 95 por cento; nascer do sol: 5 horas e 21 minutos. Pôr do Sol: 19 horas e 26 minutos. Manhã: direção e sentido do vento: Sudoeste-Sul, ventos fracos. Tarde: muitas nuvens; direção e sentido do vento: Sudoeste-Sul; ventos: fracos ou moderados com rajadas. Noite: muitas nuvens; direção e sentido do vento: Sudeste-Sul; ventos fracos ou moderados com rajadas. 
Há ilustração de um termômetro, dois gráficos de pizza com os dados relativos à umidade, dois sóis referentes ao nascer e pôr do sol, nuvens com sol representando condições do tempo, rosa dos ventos mostrando a direção dos ventos. Linhas azuis representando ventos.

Fontes: inmét. Disponível em: https://oeds.link/oQNqRL; cêpêtéc. Disponível em: https://oeds.link/2LQGz2. Acessos em: 21 dezembro 2021.

  1. Explique por que o tempo atmosférico pode mudar em um curto intervalo de tempo.
  2. A diferença entre a maior e a menor temperatura de um dia, de um mês ou de um ano é denominada amplitude térmica. Qual foi a amplitude térmica na cidade de Porto Alegre em 22 de dezembro de 2021?

10. Leia a tirinha e identifique o efeito de humor que nos leva a refletir sobre os assuntos estudados no Percurso 12.

Tirinha. Quadrinho 1: Um menino pequeno e a mãe, que está a sua frente regando plantas. Ela olha para o menino, que diz: Ei, mãe, que negócio é esse de “efeito estufa” que eu ouvi falar? Quadrinho 2: O menino com os braços abertos fala para a mãe, que observa: Tão dizendo que os poluentes que a gente joga no ar estão retendo calor do sol e as calotas polares vão derreter. Quadrinho 3: O menino continua a fala: É claro que quando isso acontecer você não vai estar mais aqui. Mas eu vou estar! Belo planeta você está me deixando! Quadrinho 4: a mãe olha para o lado e fala: Pior é ouvir isso de um garoto que só quer andar de carro. O menino diz com os braços para o alto: Ei, mas nunca me falaram sobre as calotas polares!
Orientações e sugestões didáticas
  1. O tempo atmosférico varia, pois está sujeito a diversos fatores dinâmicos, como: variação da radiação solar (durante o dia e conforme as estações do ano), deslocamento de massas de ar de diferentes características, circulação atmosférica, entre outros.
  2. A amplitude térmica em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), em vinte e dois do doze de dois mil e vinte e um, foi de 6 graus Célsius. Comente com os alunos que esse conceito será estudado no Percurso 13.

10. No último quadro da tirinha, a fala da mãe do personagem, pois relaciona as suas atitudes e hábitos de transporte (preferência em andar de carro) com a emissão de poluentes na atmosfera e o agravamento do efeito estufa.

Atividade complementar

Forme e oriente grupos de alunos para elaborarem um infográfico digital que demonstre a relação entre desmatamento, efeito estufa, queimada e a intensificação do aquecimento global.

Infográficos são gêneros multissemióticos, isto é, reúnem informações verbais e não verbais para produzir sentido. Em suporte digital, eles podem conter sons, imagens em movimento e interatividade com outros conteúdos. Nessa proposta, os alunos precisam mobilizar, organizar e comunicar os conhecimentos que construíram. Assim, para além da simples reprodução de informações, eles são convidados a reelaborarem o que aprenderam, mantendo uma postura ativa e autoral. A proposta também propicia o uso pedagógico da tecnologia e contribui para o letramento digital dos alunos. Se possível, organize uma exposição para que eles possam ter contato com o material produzido pelos colegas.

Glossário

Universo
Conjunto de tudo o que está presente no espaço cósmico, formado por planetas, estrelas, galáxias, asteroides, satélites e outros corpos celestes.
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Cometa
Corpo celeste de pequena dimensão, formado por partículas sólidas em um núcleo de fraca luminosidade cercado por gases e que, ao aproximar-se do Sol, apresenta uma cauda luminosa de grande extensão.
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Abaulado
Que tem fórma convexa ou curva; arqueado.
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Perpendicular
Que fórma um ângulo reto (graus) com uma reta ou um plano.
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Insolação
Quantidade de radiação solar que incide sobre uma superfície, livre da interferência de nuvens, nevoeiros etcétera
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Astro
Todo corpo celeste natural (Sol, Lua, planetas etcétera).
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Candomblé
Religião de origem africana cujos seguidores acreditam em divindades dotadas de características humanas, cultuadas em cerimônias públicas e privadas, nas quais se encena a convivência de sacerdotes e adeptos com seus ancestrais e com as forças da natureza.
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Iorubá
Povo africano do sudoeste da República Federal da Nigéria, com grupos espalhados também pela República de Benin e pelo norte da República do Togo.
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Aritmeticamente
Que segue as regras da Aritmética (parte da Matemática). No texto, refere-se à soma ou à subtração constante das mesmas quantidades.
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Ultravioleta
Tipo de radiação solar invisível à visão humana que, quando em excesso, causa danos à saúde, favorecendo o desenvolvimento de câncer de pele.
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Imerso
Que está dentro.
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Germinação
Início do desenvolvimento de uma planta, a partir de uma semente submetida a condições favoráveis.
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Efeito estufa
Fenômeno causado pela concentração de determinados gases na atmosfera, como dióxido de carbono, que permitem a passagem dos raios solares, mas retêm parte do calor emitido pela superfície da Terra. É um fenômeno natural, mas agravado pela ação humana.
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Estufa
Recinto envidraçado que deixa os raios solares entrar e aquecer o ar em seu interior, mas não deixa todo o calor sair.
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