UNIDADE 5 O ESCOAMENTO SUPERFICIAL DA ÁGUA E O RELEVO CONTINENTAL

Nesta Unidade, você vai entender como a água se movimenta entre a atmosfera e a litosfera (camada exterior sólida da superfície da Terra), conhecimento importante para compreender a ação das águas sobre o relevo.

Inicialmente, vamos estudar o ciclo da água e o escoamento superficial da água da chuva nos ambientes rurais e urbanos e, em seguida, conhecer as principais fórmas do relevo continental e do território brasileiro.

Parte da água da chuva, ao atingir a superfície terrestre, escoa, fluindo de áreas mais altas para áreas mais baixas, na direção de um rio, por exemplo. Nesse trajeto, diversos fatores influenciam o escoamento da água e, dependendo da intensidade das chuvas, pode haver consequências, como a mostrada nesta foto.

Fotografia. Vista de uma rodovia duplicada atravessando uma área de morros, com declividade acentuada. À esquerda, ao lado da rodovia, parte da encosta de um morro cedeu. Com o deslizamento, materiais sólidos como o solo, fragmentos de rochas e a vegetação que cobre a encosta avançou sobre a rodovia, bloqueando o fluxo em uma das pistas.
Deslizamento de encosta na Rodovia dos Tamoios, município de Paraibuna, estado de São Paulo, em 2019, após fortes chuvas na região.
Ícone. Boxe Verifique sua bagagem.

VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. Fortes chuvas provocaram o deslizamento da encosta mostrada na foto. Para você, de que modo a chuva pode causar deslizamentos de terra?
  2. Quais são os “caminhos” da água da chuva ao atingir a superfície terrestre?
Orientações e sugestões didáticas

Unidade 5

Nesta Unidade, o pensamento espacial dos alunos é enriquecido com a exploração de princípios do raciocínio geográfico (conexão, diferenciação e distribuição) por meio do estudo do ciclo da água, dos agentes modeladores do relevo e das fórmas do relevo. São desenvolvidas as capacidades de reconhecer, descrever, comparar e analisar as interações entre a água e o relevo e seu papel na formação do modelado terrestre, bem como suas relações com a presença e as ações dos seres humanos. As aprendizagens relacionam-se sobretudo com as habilidades 4, 9 e 11 de Geografia para o 6º ano do Ensino Fundamental (ver quadro das habilidades na página oito).

Esta Unidade é também uma introdução ao estudo da Geomorfologia, sendo pertinente apresentar elementos que propiciem a compreensão da formação do modelado do relevo com exemplos de paisagens, tanto próximas como distantes. Os conteúdos apresentados nos percursos buscam mostrar a ação das águas correntes e oceânicas, do vento, das geleiras e dos seres vivos sobre o relevo terrestre, concluindo com uma abordagem sobre o relevo do Brasil.

Competências

Destacam-se as oportunidades para avançar no desenvolvimento das Competências Gerais da Educação Básica 5 e 7, Específicas de Ciências Humanas 3 e 6 e Específicas de Geografia 3, 6 e 7 (ver quadros das competências nas páginas cinco a sete deste manual). Essas competências enfatizam a relevância de os alunos aprenderem a construir argumentos sólidos, com base em conhecimentos e fatos, atentando especialmente à interação sociedade-natureza, para formular pontos de vista e decisões éticas, democráticas, com consciência socioambiental, visando à participação efetiva e responsável na vida social.

Respostas

  1. Quando a quantidade de água da chuva que precipita é maior do que aquela que consegue se infiltrar no solo, ocorre o escoamento da água excedente pela superfície. Em áreas mais íngremes, como nas encostas, esse escoamento pode ganhar volume e velocidade, formando enxurradas que desagregam e carregam parte do solo, causando o deslizamento de terra.
  2. A água da chuva pode evaporar-se, infiltrar-se no solo ou escoar pela superfície.

PERCURSO 17 O ESCOAMENTO SUPERFICIAL DA ÁGUA

1. O ciclo da água

A água é indispensável à vida e, por isso, é muito importante evitar o desperdício desse recurso. O ciclo da água ou ciclo hidrológico é a circulação da água que ocorre entre a atmosfera e a litosfera. Essa circulação está relacionada à distribuição da energia emitida pelo Sol sobre a superfície da Terra. Observe, na ilustração, as quatro etapas do ciclo da água.

O ciclo da água

Ilustração. O ciclo da água. Ilustração do processo de circulação da água entre a atmosfera e a litosfera, destacando quatro etapas: evaporação, condensação, precipitação e infiltração e escoamento. 
Etapa 1, evaporação: à esquerda, representação da água armazenada nos oceanos, recebendo energia do Sol. Texto explicativo: a evaporação é etapa em que a água passa do estado líquido para o gasoso, sob ação da radiação solar, ou seja, como consequência do aquecimento da superfície da Terra pelo sol. A evaporação da água dos oceanos, mares, lagos e rios e a transpiração da vegetação colocam o vapor de água em suspensão na atmosfera (assim, como uma esponja absorve água o ar atmosférico absorve o vapor de água). 
Etapa 2, condensação: acima do oceano, na atmosfera, representação do processo de formação de nuvens. Texto explicativo: nessa etapa ocorre a passagem do vapor de água em suspensão na atmosfera para o estado líquido. O vapor de água transforma-se em água líquida como resultado do resfriamento do vapor, que ocorre com a redução das temperaturas em altitude ou quando o vapor de água encontra uma massa de ar frio, dando origem a nuvens e causando a precipitação. 
Etapa 3, precipitação: à direita, representação de uma área continental, com plantas realizando transpiração, evaporação da água dos rios e lagos, e formação de nuvens na atmosfera. Texto explicativo: A precipitação é o processo em que a água condensada na atmosfera volta a superfície terrestre sob a forma de chuva, neve ou granizo. A precipitação ocorre quando uma nuvem atinge o estado de saturação, ou seja, o limite máximo de retenção de vapor de água. 
Etapa 4, infiltração e escoamento: representação da água infiltrando no solo e nas rochas e do fluxo da água subterrânea. Texto explicativo: parte da água que se precipita encharca o solo pela infiltração; outra parte escoa pela superfície da Terra; e outra evapora. Dá-se o nome de escoamento superficial à água da chuva que cai e flui sobre a superfície, inclusive à parte que se infiltra no solo e, em seguida, retorna à superfície.

Fonte: fardon djón. Dicionário escolar da Terra. Porto: Livraria Civilização, 1996. página 146-147.

Nota: Representação artística, sem escala, para fins didáticos.

2. O escoamento superficial da água

Ao absorver a água da chuva ou pluvial, o solo e as rochas podem ficar saturados – condição em que não conseguem absorver mais água. Quando o ponto de saturação é atingido, a água escoa pela superfície terrestre. Esse processo recebe o nome de escoamento superficial da água e engloba as enxurradasglossário , as torrentesglossário e os rios, que possuem grande poder de alteração do relevo. O escoamento superficial da água varia conforme a declividade do relevo, os tipos de solo ou de rocha e a quantidade de água precipitada em certo período.

A água da chuva, com seu poder de destruição, lava o solo e as rochas processo chamado lixiviação – e transporta partículas de solo e fragmentos ou detritos de rochas, para, depois, depositá-los em um local mais baixo do relevo.

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 17

Este Percurso aborda o ciclo da água e conteúdos que respaldam a sua compreensão, além de enfatizar os impactos do escoamento superficial da água em ambientes rurais e urbanos. É importante que, com base nisso, os alunos aprendam a reconhecer e descrever as distintas etapas da circulação da água na litosfera, na hidrosfera e na atmosfera, compreendendo suas relações com outros componentes físico-naturais, especialmente o relevo, e suas relações de causa e consequência para a ocupação e a produção humana do espaço.

Por meio de fotos sobre deslizamentos de terra no Brasil e em outros países, chame a atenção dos alunos para o fato de que a água da chuva realiza destruição de fórmas do relevo, transporte e deposição de materiais do solo e das rochas. Nas áreas sem cobertura vegetal, a sua ação é maior, pois a vegetação contribui para a fixação do solo. Entretanto, dependendo da intensidade da chuva e dos tipos de solo e de rocha, pode ocorrer o deslizamento de solo e fragmentos de rocha mesmo em áreas cobertas pela vegetação.

Discuta com os alunos a ilustração do ciclo da água ou hidrológico correspondente à circulação da água entre a litosfera e a atmosfera. Relacione-a com a distribuição da energia emitida pelo Sol para a superfície da Terra. Se julgar necessário, esclareça aos alunos que a litosfera é composta pela crosta e pela parte superior do manto, conforme indicado na página 132. Sobre a etapa 3 da ilustração, para que os alunos compreendam a noção de saturação, retome a comparação com a esponja, que, quando atinge o seu ponto de saturação, não consegue reter mais água. Se possível, faça uma demonstração em sala, usando uma garrafa de água, uma esponja e um balde.

Interdisciplinaridade

Instigue os alunos, perguntando que relações é possível estabelecer entre o desmatamento e o ciclo da água, orientando-os a estabelecer relações, como o fato de que o desmatamento interfere no processo de evapotranspiração realizado pela vegetação e, consequentemente, interfere no ciclo da água. Com o professor de Ciências, sugerimos desenvolver procedimentos de investigação no espaço de vivência dos alunos para discutir a importância da cobertura vegetal na manutenção do ciclo da água, na conservação dos solos, dos cursos de água e da qualidade do ar atmosférico, como também na relação da qualidade da água e na qualidade de vida da população em ambientes rurais e urbanos. Com o professor de História, seria oportuno trabalhar a dimensão temporal, sugerindo pesquisas sobre como o ser humano vem interferindo no ciclo da água.

3. O escoamento da água em ambientes rurais e urbanos

Nos ambientes rurais e urbanos, o escoamento superficial e a infiltração da água da chuva no solo são influenciados pelas atividades humanas, que alteram a dinâmica natural em cada um deles.

De modo geral, nos ambientes rurais, a presença de maior cobertura vegetal somada à menor concentração de construções humanas facilitam a infiltração da água da chuva no solo, e, por conseguinte, o escoamento realizado no subsolo, reduzindo a quantidade de água que escoa superficialmente.

Nos ambientes urbanos, ocorre o aumento da quantidade de água da chuva que escoa superficialmente, pois a impermeabilização do solo decorrente da pavimentação de ruas e avenidas e, ainda, da ocupação do espaço por casas e edifícios dificulta e reduz a infiltração da água. Isso ocorre, por exemplo, em muitas cidades brasileiras, nas quais a substituição da cobertura natural do solo pela urbanização e, geralmente, a pouca presença de áreas verdes, agravam o problema. Observe, nas ilustrações, a diferença no escoamento superficial entre áreas mais e menos urbanizadas.

Escoamento superficial da água e urbanização

Ilustração. Escoamento superficial da água e urbanização. 
Conjunto de quatro ilustrações representando o processo de escoamento superficial da água em diferentes condições de cobertura da superfície. 
Ilustração A: representação com cobertura natural do solo, sem construções, apenas vegetação: a taxa de evapotranspiração é de 40 por cento; o escoamento superficial é de 10 por cento; a infiltração subsuperficial é de 25 por cento, e a percolação profunda é de 25 por cento.  
Ilustração B: representação com cobertura de 10 por cento a 20 por cento de superfície impermeável, ainda com mais vegetação do que construções: a taxa de evapotranspiração é de 38 por cento; o escoamento superficial é de 20 por cento; a infiltração subsuperficial é de 21 por cento, e a percolação profunda é de 21 por cento.  
Ilustração C: representação com cobertura de 35 por cento a 50 por cento de superfície impermeável, com mais construções do que vegetação: a taxa de evapotranspiração é de 35 por cento; o escoamento superficial é de 30 por cento; a infiltração subsuperficial é de 20 por cento, e a percolação profunda é de 15 por cento.  
Ilustração D: representação com cobertura de 75 por cento a 100 por cento de superfície impermeável, quase totalmente ocupada por construções: a taxa de evapotranspiração é de 30 por cento; o escoamento superficial é de 55 por cento; a infiltração subsuperficial é de 10 por cento, e a percolação profunda é de 5 por cento.
Representações do efeito da urbanização sobre o ciclo hidrológico. Os percentuais indicam a parcela da precipitação que “segue” cada uma das fases do ciclo. Observe que, inicialmente (A), com a cobertura natural do solo preservada, o escoamento superficial era de apenas 10%; após uma impermeabilização entre 35% a 50% da superfície (C), ele passa a corresponder a 30% ou mais do total das chuvas ou águas precipitadas (C e D).

Fonte: PAZ, Adriano Rolim da. Hidrologia aplicada. Apostila da disciplina ministrada na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, para o curso de graduação em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia na unidade de Caxias do Sul. Setembro de 2004. página 11.

Nota: Ilustração sem escala, para fins didáticos.


• Escoamento superficial da água e erosão

Nos ambientes rurais, algumas práticas relacionadas com as atividades agropecuárias podem dificultar ou diminuir a infiltração de água da chuva no solo, contribuindo para aumentar o escoamento superficial. É o caso do pisoteio constante do gado sobre o solo nas pastagens e o uso intensivo de máquinas agrícolas pesadas (tratores, colheitadeiras etcétera) que, no decorrer do tempo, causam a compactação da camada superficial do solo. Como resultado, essas práticas favorecem a erosão, um processo natural, mas que por meio delas se torna mais intenso.

A retirada da cobertura vegetal fator importante para a proteção do solo contra a erosão , também contribui para o aumento do escoamento superficial de água pluvial e a diminuição de sua infiltração no solo. Sem a copa das árvores e de restos da cobertura vegetal na superfície que atuam como uma proteção contra o impacto das gotas de água da chuva sobre o solo , ele passa a reter menos água, facilitando o aumento do escoamento superficial.

Orientações e sugestões didáticas

Retome a definição de solo apresentada no Percurso 13 da Unidade 4.

Informe aos alunos que nas zonas rurais, dependendo da quantidade de chuva e da ocorrência de enxurradas, os rios transbordam, colocando em risco as plantações. Por isso, torna-se necessário evitar o assoreamento dos cursos de água, ou seja, a deposição de sedimentos em seu leito. Além disso, é importante não permitir o depósito de lixo nos rios, que impede o escoamento livre das águas, causando inundações.

Explique aos alunos que nos ambientes rurais, como fórma de impedir os efeitos negativos do escoamento superficial da água, os agricultores empregam técnicas de uso do solo para conter a erosão. É o caso do terraceamento de encostas e do emprego de curvas de nível, assuntos que serão estudados no Percurso 26 da Unidade 7.

Ao analisarem o esquema “Escoamento superficial da água e urbanização”, explique que percolação é o movimento, geralmente lento, de penetração da água através de poros e fissuras no solo e no subsolo.

Pergunte aos alunos se no local onde moram há problemas de inundações e alagamentos causados por chuvas fortes. Em caso afirmativo, peça que os descrevam e apontem as prováveis causas.

Atividade complementar

Pergunte aos alunos se eles já observaram o destino da água durante a chuva. Desperte a atenção deles para observar se onde moram há bom escoamento da água que se precipita. Com base nessa questão, oriente-os para pesquisar sobre algumas restrições ao escoamento da água das chuvas nas cidades, como a pavimentação de ruas, que diminui a infiltração da água no solo, e a precariedade de infraestrutura de captação das águas pluviais em muitas cidades brasileiras, fatores que colaboram para causar inundações urbanas.

• Enchentes, inundações e alagamentos

Em ambientes urbanos, sobretudo em médias e grandes cidades, quando há chuvas intensas, rápidas ou de longa duração, o escoamento superficial da água aumenta, contribuindo para a ocorrência de enchentes, inundações e alagamentos, que podem causar transtornos e prejuízos para a população.

Enchentes e inundações

A enchente ou cheia é a elevação temporária do nível de água na calha principal ou no canal de escoamento de rios. Estes geralmente têm dois leitos: o leito menor, onde a água escoa na maioria do tempo, e o leito maior, que é ocupado pelas águas periodicamente. A inundação ocorre quando, em um rio, o volume de água não se limita à calha principal (leitos menor e maior) e extravasa ou transborda para áreas marginais, como as várzeasglossário , habitualmente não ocupadas pelas águas. Populações que constroem suas moradias no leito maior de rios ou em áreas próximas a ele estão sujeitas às inundações e a seus impactos.

Nas cidades, onde a maior parte do solo é impermeável por causa da ocupação humana e existem, geralmente, redes de condutos (canos, tubulações etcétera) construídas para a drenagemglossário , a frequência e a intensidade das enchentes e das inundações aumentam, pois, sob chuvas intensas, os rios recebem um volume maior de água que escoa pela superfície ou pelos condutos.

Obras realizadas para evitar enchentes e inundações como a canalização ou modificação do traçado de rios e córregos e o tamponamento deles, tornando-os subterrâneos , muitas vezes não são suficientes para evitá-las, embora ajudem a diminuir a ocorrência delas.

Outro fator que contribui para a ocorrência de enchentes e inundações é a redução da profundidade do leito dos cursos de água por meio da deposição de sedimentosglossário , processo conhecido como assoreamento. O despejo de detritos ou lixo – garrafas, móveis velhos, entulhosglossário etcétera – nas ruas, rios e córregos também contribui para a obstrução dos leitos fluviais.

Fotografia. Vista do alto de uma cidade com uma extensa área alagada. Diversas ruas e avenidas estão completamente inundadas, impedindo o fluxo de pessoas e veículos. Ao fundo, uma área com vegetação.
Vista de bairro no município de Franco da Rocha (São Paulo), inundado com o transbordamento do Rio Juqueri, após fortes chuvas em janeiro de 2022.

Alagamentos

Alagamento é o acúmulo de água nas ruas, avenidas e demais vias das cidades, provocado por chuvas intensas, em áreas total ou parcialmente impermeabilizadas. Tal fato é agravado em razão do precário sistema de drenagem pluvial urbano bueiros ou bocas de lobo e galerias que captam a água , que, de acordo com a quantidade de chuvas em certo período de tempo, se não houver vazão, não é suficiente para diminuir o acúmulo e o escoamento superficial da água, ocasionando alagamentos.

Fotografia. Vista de uma rua alagada. No primeiro plano, alguns carros atravessando a área alagada. No segundo plano, algumas árvores plantadas ao longo da calçada e diversas construções.
Alagamento em via no município de Vila Velha, Espírito Santo (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Tema contemporâneo transversal

A identificação de problemas ocasionados ou agravados pelo escoamento superficial da água no município em que os alunos vivem e a reflexão sobre como resolvê-los possibilitam a discussão da relevância da Educação Ambiental, importante tema contemporâneo transversal. Questione o que os alunos podem fazer para colaborar no combate aos impactos negativos do escoamento superficial da água, instigando-os a justificar suas respostas, como protagonistas sociais responsáveis pelo bem coletivo.

• Moradias em áreas de risco

As águas que escoam pela superfície podem causar impactos sobre as áreas ocupadas pelos seres humanos. De modo geral, no Brasil e em outros países com grande desigualdade social entre seus habitantes, a população de baixo rendimento constrói as suas habitações nas margens de rios e córregos áreas de risco para a ocupação humana , e são as mais afetadas por inundações. Outro exemplo são as habitações construídas em áreas de encostas, onde os deslizamentos de terra ocorrem com maior frequência.

O deslizamento de terra é um processo natural, também conhecido como movimento de massa. A água que se infiltra no solo atua como lubrificante entre os seus grãos, tornando-o mais pesado. Com a saturação de água, ocorrem deslocamentos de massas de solo sobre uma base formada por rochas. Por isso, após chuvas intensas ou prolongadas, grandes volumes de solo tendem a deslizar, principalmente em terrenos muito inclinados.

A ocupação de encostas de morros e montanhas pode intensificar os deslizamentos. Isso ocorre porque a retirada da vegetação torna o solo mais suscetível à erosão, e as edificações representam uma carga adicional sobre o solo e as vertentes em muitos casos, já propícias à ocorrência de deslizamentos.

No Brasil, a ocorrência de deslizamentos de terra é frequente em cidades como Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Petrópolis (Rio de Janeiro), Teresópolis (Rio de Janeiro), Santos (São Paulo), Salvador (Bahia), Vitória (Espírito Santo), além de muitas outras. Quando ocorrem, os deslizamentos provocam a destruição de casas, causando mortes e grandes prejuízos à vida humana.

Fotografia. Vista de diversas casas construídas em uma área de declividade acentuada. Ao fundo, observa-se que a encosta de um morro cedeu. Com o deslizamento, materiais sólidos como o solo e a vegetação que cobria a encosta avançou sobre as construções, causando desmoronamentos e soterramentos.  Há muitas pessoas na área do escorregamento, a maioria com uniformes e capacetes de proteção.
Deslizamento de terra em encosta no município de Franco da Rocha, São Paulo (2022). Os governos devem estabelecer políticas habitacionais que garantam à população de baixo rendimento o acesso a moradias em locais seguros. De modo geral, morar em áreas de risco é uma fórma de sobrevivência, pois, não podendo arcar com os custos de habitar em locais seguros, muitas pessoas sujeitam-se a viver nelas.
Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Áreas de risco: informação para prevenção.

Direção: Mariana Pedrosa Mitre. Brasil: í pê tê, 2012. Duração: 11 minutos

Com uma linguagem didática, esse vídeo orienta como identificar e prevenir desastres em áreas de risco, contribuindo para a conscientização e a autoproteção dos moradores dessas áreas.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Você sabe se no município onde vive há moradias construídas em áreas de risco? Há risco de deslizamento de encostas, erosão e inundações? Se sim, onde?

Orientações e sugestões didáticas

As respostas às questões do boxe No seu contexto dependem do processo de ocupação do município. Oriente os alunos sobre alguns indicadores de risco que contribuem para esse processo, como: em relação ao deslizamento de encostas e erosão: áreas com ausência de vegetação; lixo depositado nas vertentes que, com o acúmulo de água, aumenta o seu peso; canos que despejam água nas vertentes, provocando erosão; e casas construídas nas encostas sem muro de arrimo; em relação às inundações: moradias construídas no leito maior de rios ou em áreas próximas a ele.

Comente com os alunos que uma fórma de a sociedade ajudar a evitar deslizamentos é não construir suas habitações em encostas ou criar estruturas para conter o solo, como muros de arrimo. Cabe ressaltar com eles que, geralmente, as populações menos favorecidas ocupam as áreas de encosta, o que agrava o problema por não haver planejamento adequado das construções.

A Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012, instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil. Para saber mais, acesse o conteúdo dessa lei no site da Presidência da República (disponível em: https://oeds.link/cZKd0h; acesso em: 22 dezembro 2021).

A aprovação dessa lei ocorreu com o objetivo de enfrentar os problemas decorrentes de sucessivos desastres naturais no Brasil. Todavia, as ocupações humanas em áreas de risco, como encostas de morros ou em vales fluviais, sujeitos a deslizamentos de terra e inundações, ou em outras áreas inadequadas à construção de habitações são realizadas em especial por populações pobres por questão de sobrevivência ou por falta de opção acessível. Isso ocorre porque as políticas públicas de habitação e de ocupação do solo urbano historicamente foram falhas.

Temas contemporâneos transversais

Como possibilidade de trabalho com o tema Educação Ambiental, destaque a importância do planejamento e do conhecimento das características do meio natural para evitar intervenções da sociedade na natureza que resultem em desastres socioambientais. O tema Educação em Direitos Humanos também pode ser desenvolvido: o direito a moradia adequada é reconhecido como fundamental no artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e no artigo 6º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

Competências

Discuta com os alunos a falta de políticas públicas a respeito do uso do solo urbano, fato que gera tragédias em épocas de chuva. As vítimas são sobretudo integrantes da população pobre, evidenciando a indiferença histórica e a ausência de preocupações sociais dos dirigentes. Na discussão, promova a Competência Específica de Ciências Humanas 3 e a Competência Específica de Geografia 7 (ver quadro das competências nas páginas cinco a sete deste manual), colaborando para que os alunos, com base em seus conhecimentos sobre a intervenção do ser humano na natureza, proponham ideias e ações pessoais e coletivas para a transformação espacial, adotando princípios éticos, responsáveis e solidários.

PERCURSO 18 OS AGENTES EXTERNOS E INTERNOS DO RELEVO

1. Os agentes do modelado terrestre

Modelar significa “dar fórma”. O aspecto do relevo resulta do trabalho dos agentes erosivos sobre a superfície terrestre. Assim, as fórmas de relevo que se veem hoje não são iguais às do passado geológico. Ao longo da história da Terra, a superfície vem se modificando em decorrência da atuação permanente de forças naturais, denominadas agentes do modelado terrestre. Esses agentes podem ser de origem externa ou interna.

Os agentes de origem externa atuam na parte externa de nosso planeta. É o caso das águas das chuvas e dos rios e da ação de oceanos e mares (foto), ventos, geleiras e seres vivos, incluindo o ser humano.

Os agentes de origem interna ocorrem no interior da Terra, mas influem na superfície, modificando o relevo. São eles: o tectonismo (responsável pela formação de montanhas, por exemplo), os terremotos e o vulcanismo.

Podemos dizer, portanto, que o relevo de qualquer região da Terra é resultado das ações de agentes externos e internos no decorrer do tempo geológico. Neste Percurso, você vai entender como o intemperismo e os diferentes agentes atuam sobre o relevo.

Fotografia. Vista de uma grande onda batendo em uma formação rochosa que fica de frente para o mar. Sobre as rochas, uma pessoa observa a onda.
Exemplo de ação da água que desagregaglossário e decompõeglossário as rochas. Observe as ondas do mar “quebrando” na costa rochosa de uma ilha no Arquipélago de Malta (2019).
Orientações e sugestões didáticas

Percurso 18

Este Percurso trabalha as forças internas e externas à Terra que atuam na modelagem de sua superfície: tectonismo, vulcanismo, terremotos e intemperismo causados por água, vento, organismos vivos etcétera. Assim, são introduzidos conhecimentos geomorfológicos.

Habilidade da BNCC

ê éfe zero seis gê ê zero quatro

A principal ênfase da Unidade é dirigida ao papel da água como agente externo das fórmas do relevo, com destaque para a ação das águas dos rios e dos oceanos. Ao observar elementos da natureza (formação de enxurradas, rios, águas oceânicas), espera-se que os alunos tenham a compreensão de como eles agem na construção e na destruição das fórmas de relevo.

Para isso, é importante que sejam exploradas todas as imagens deste Percurso e ainda empregados outros recursos visuais, que poderão ser obtidos na internet. Caso o acesso à internet seja inviável, pesquisas de paisagens naturais podem ser feitas em jornais, revistas etcétera. Uma vez recortadas, devem ser coladas em cartolina para facilitar o manuseio, permitindo que suas leituras e interpretações sejam realizadas por todos. Essa é uma fórma didática de aplicar os conhecimentos adquiridos. Se possível, organize e realize com os alunos uma aula de campo para poder observar in loco a dinâmica da natureza.

2. Alguns agentes externos do relevo

• O intemperismo

Intemperismo é o nome que se dá ao conjunto de processos mecânicos, químicos ou biológicos que provocam a desagregação e a decomposição das rochas.

Os processos mecânicos ou físicos ocorrem em virtude da variação de temperatura do ar atmosférico. Os minerais que formam as rochas, em sua maioria, se dilatamglossário quando o ar é quente; quando a temperatura diminui, eles se contraemglossário . Esse movimento de dilatação e de contração provoca a desagregação da rocha – trata-se do intemperismo mecânico ou físico.

Os processos químicos estão ligados à ação da água da chuva, de rios, lagos, mares e oceanos, cuja ação provoca a decomposição dos minerais ou das rochas, transformando-os em partículas pequenas é o caso do intemperismo químico.

Nos processos biológicos, os vegetais, os animais e até os seres humanos atuam sobre as rochas. Ao brotar entre as fendas das rochas, por exemplo, os vegetais acabam por desagregá-las. Ao crescer, as raízes forçam as laterais das fendas, tornando-as ainda maiores. Entre os animais, coelhos e tatus, por exemplo, abrem tocas (buracos no solo usados como abrigo) que facilitam a infiltração da água, contribuindo também para a decomposição de rochas do subsolo esses processos caracterizam o intemperismo biológico (observe a foto).

Assim, por meio desses processos, o intemperismo age na formação do solo, ou seja, da terra, como é popularmente conhecido.

Fotografia. Vista do alto mostrando uma grande fenda aberta entre paredões rochosos, formando um extenso vale. À direita, uma cachoeira despejando água no rio, que corre no fundo do vale. Ao longo do vale e acima dos paredões, há vasta vegetação.
Exemplo da ação de seres vivos no processo de desagregação de rochas. Na foto, a vegetação age sobre os penhascos rochosos do cãnion de Itaimbezinho, no município de Cambará do Sul, Rio Grande do Sul (2019).

• A ação das águas

Como já estudamos, a água da chuva, do derretimento do gelo e da neve tem três destinos: parte evapora e sobe para a atmosfera, parte se infiltra no solo e nas rochas, formando os depósitos subterrâneos de água e as fontes, e parte corre pela superfície terrestre, dando origem a enxurradas e torrentes, que abastecem os rios. Essa terceira parte fórma as chamadas águas correntes.

Orientações e sugestões didáticas

Explique detalhadamente os distintos processos de intemperismo: o mecânico ou físico, o químico e o biológico. Chame a atenção para os agentes do intemperismo, como os animais, a água, a radiação solar, os ventos. Destaque que um mesmo agente pode provocar transformações de ordem física, química ou biológica. Animais de grande porte, por exemplo, além de poderem alterar química e biologicamente as rochas, por meio de seus restos orgânicos, podem promover rachaduras, estimulando o intemperismo físico. Use outros exemplos e explore as fotografias. Incentive a participação na aula, pedindo aos alunos que identifiquem nas fotografias distribuídas ao longo do Percurso os principais agentes de intemperismo em ação.

A ação dos rios

Os rios são cursos de água que percorrem a superfície terrestre e modelam a paisagem por onde passam (ilustração). Eles nascem em porções mais elevadas do relevo terrestre, como planaltos ou montanhas, e, ao escoarem, provocam erosão em algumas áreas e deposição do material erodido em outras.

O curso de um rio com afluentes e subafluentes

Ilustração. O curso de um rio com afluentes e subafluentes. Na parte de cima, representação de montanhas cobertas por vegetação, onde se localizam algumas nascentes de rios. Em destaque, no centro da imagem, representação de um rio principal, com a identificação dos cursos superior, médio e inferior. À direita e à esquerda, outros rios se conectam ao rio principal, esses são os afluentes e subafluentes. A foz do rio principal deságua no oceano, representado na parte de baixo. No canto inferior direito, representação de uma cidade.
O conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes e subafluentes recebe o nome de bacia fluvial ou hidrográfica. A maior bacia fluvial do mundo é a Bacia Amazônica, que concentra a maior parte de sua área na Grande Região Norte do Brasil, mas abrange diversos países da América do Sul.

Fonte: elaborado com base em ANTUNES, Celso. Os rios, os mares e os oceanos. São Paulo: Scipione, 1995. página 6.

Nota: Representação artística para fins didáticos.

No curso superior do rio – porção próxima à nascente –, as águas causam erosão vertical muito intensa, aprofundando o vale do rio.

No curso médio – porção correspondente à metade do seu curso –, o transporte de detritos é maior, e a erosão (observe a foto, na próxima página) é menor que no alto curso.

No curso inferior – porção próxima à foz, por onde o rio desemboca –, as águas estão quase ao nível do mar ou ao nível de outro rio ou lago, onde são despejadas. Nessa porção, as águas do rio perdem a fórça erosiva (de desgaste) e passam a depositar os detritos transportados ao longo de seu curso. É nessa porção, portanto, que o rio assume o papel de agente construtor do relevo, formando planícies.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Seu município é banhado por algum rio? Se sim, ? Qual é a importância para os habitantes?

Orientações e sugestões didáticas

As respostas às questões do boxe No seu contexto dependem da localidade. Seria interessante dispor de uma carta topográfica na qual se situa o município para definir a bacia hidrográfica, os rios principais, as nascentes e a foz ou, pelo menos, a planta do município. De modo geral, é essencial explorar o conhecimento dos alunos sobre do município e a importância .

Chame a atenção para o fato de que, dependendo da composição do solo, das rochas e das características dos materiais orgânicos nos terrenos em que se instalam as bacias hidrográficas, os sedimentos carregados pelos rios podem conferir a eles águas mais claras ou mais escuras. Nesse sentido, ressalte que é incorreto dizer que as águas escuras de um rio são sujas. Para definir se um rio é “sujo” ou não, é preciso considerar outros aspectos, como cheiro e quantidade de elementos prejudiciais à saúde humana, entre outros.

Atividade complementar

Convém identificar com os alunos o contexto do município quanto às bacias hidrográficas brasileiras, reconhecendo a morfologia da bacia e da rede de rios, bem como sua localização no modelado do relevo. Para isso, explore os conhecimentos prévios dos alunos. Relacione o que já estudaram sobre altitude, vegetação e clima do município e se conhecem a presença de rios e terrenos que apresentam declividade mais ou menos acentuada. Peça que identifiquem se o município possui ou está situado em um rio principal ou em um tributário de uma rede hidrográfica. Solicite que examinem em que porção do curso do rio (superior, médio ou inferior) o município se situa. Use um mapa físico do Brasil para colaborar na atividade. O tema das principais fórmas do relevo brasileiro será desenvolvido no Percurso 20, mas pode ser introduzido aqui, visando à sua contextualização neste momento.

Fotografia. Vista do alto de uma grande fenda aberta entre paredões rochosos, formando um extenso vale por onde corre um rio volumoso. Há esparsa vegetação cobrindo apenas as margens do rio. Os paredões rochosos estão expostos, não há vegetação.
O Grand Canyon do Rio Colorado, no Arizona, Estados Unidos (2019), é um tipo de vale fluvial em gargantaglossário em que predomina a erosão vertical, isto é, o escavamento do leito do rio sobre a erosão das vertentes. Esse tipo de vale fórma os magníficos cânions (canhões, gargantas ou desfiladeirosglossário ) do Rio Colorado. As escarpas do vale chegam a atingir 2.000 metros de altura.

Em alguns casos, os sedimentos depositados na foz se espalham, dando origem a pequenas elevações que fazem o rio desaguar por meio de vários canais. É o chamado deltaglossário (note a imagem de satélite), tipo de foz bastante rica em sedimentos e, por isso, largamente aproveitada pela agricultura.

Imagem de satélite. Vista de uma extensa região com diversos cursos de água sinuosos, formando meandros, e que se interligam.
Imagem de satélite do delta do Rio Lena, no Oceano Glacial Ártico (2019). O Rio Lena corre na Rússia e tem 4.400 quilômetros de extensão. Nessa imagem, as cores não correspondem à realidade, sendo aplicadas para destacar os canais do delta.

A formação de deltas depende da existência de certas condições na foz: pouca profundidade, inexistência de fortes correntes marítimas e grande quantidade de sedimentos ou detritos transportados pelo rio.

Quando o mar inunda a foz, alagando o vale do rio, forma-se um único canal, longo e afunilado, por onde o rio deságua. É o chamado estuário. Esse tipo de foz não é tão abundante em sedimentos quanto o delta, porém é bastante rico em nutrientes para vegetais e animais. No estuário, há a junção da água doce do rio com a água salgada do mar ou oceano.

Orientações e sugestões didáticas

Explique e compare a existência e a configuração de uma foz em delta e de uma foz em estuário. Informe que no Brasil predominam os rios que têm foz em estuário. Destaque, porém, que rios como o São Francisco, o Doce e o Paraíba do Sul têm foz em delta. Se possível, mostre fotografias de fozes de rios brasileiros.

Converse com os alunos sobre a importância dos rios para a existência da vida na Terra. Desde o passado histórico, as aglomerações humanas sempre procuraram se fixar nos vales fluviais. Além disso, explique a eles que os rios fornecem alimentos, são utilizados para a navegação (transporte de pessoas e mercadorias) e aproveitados para a produção de energia elétrica, para a irrigação de terras etcétera.

Comente o processo de formação dos meandros enfatizando o papel da fôrça da água na acentuação das curvas, causando, ao mesmo tempo, deposição de sedimentos em uma margem e erosão na outra.

Os meandros resultam do trabalho de acumulação e de destruição realizado por um rio e são formados quando a fôrça erosiva das águas está reduzida (veja as ilustrações da página 131 deste manual). Quando um rio atinge o nível de base, suas águas deslocam-se mais lentamente. Encontrando um obstáculo, desviam-se dele e realizam um trabalho de erosão horizontal (nas margens).

Chame a atenção dos alunos para um fato interessante: a dinâmica dos meandros, também chamados meandros divagantes, impede que rios meandrantes sirvam de referência para uma fronteira entre dois países.

Interdisciplinaridade

O professor de História pode contribuir para ressaltar a importância dos rios no processo de ocupação do território brasileiro, destacando também a relevância dos vales e planaltos. Peça aos alunos que relacionem hidrografia e relevo com o desenvolvimento de atividades econômicas em algum período histórico. Pode-se dirigir a atenção dos alunos para alguma situação específica, como o desenvolvimento da pecuária no interior da Grande Região Nordeste no decorrer do ciclo do ouro ou a penetração na Amazônia em busca das “drogas do sertão”.

A ação das águas oceânicas

As águas oceânicas também realizam uma ação ou “trabalho” constante de destruição e construção do relevo. A chamada erosão marinha ou abrasão, por exemplo, dá origem às falésias fórma de relevo litorâneo com paredões abruptos em contato com a água dos oceanos e mares.

Fotografia. Vista de uma grande formação rochosa de frente para o oceano, com a feição de um paredão à beira mar. No topo, acima do paredão, há diversas pessoas observando.
Falésia no litoral do município de Torres, Rio Grande do Sul (2020).
Grafismo indicando atividade.

Você acha que a falésia pode ser uma atração turística? Por quê?

Orientações e sugestões didáticas

Nas respostas às questões propostas na página, espera-se que os alunos ressaltem a beleza da formação rochosa e a relacionem com a erosão marinha.

Por meio da ação construtiva de oceanos e mares, são formadas as chamadas costas de acumulação, destacando-se as praias, as restingas e os tômbolos.

As praias se formam graças à deposição de areia uma mistura de grãos de quartzoglossário e sedimentos realizada por oceanos, mares e rios.

As restingas são faixas de areia depositadas por correntes marinhas costeiras, paralelamente ao litoral. Esses depósitos são feitos com apoio em pontas ou saliências da costa litorânea ou em cabos (parte saliente do litoral ou das terras emersas que avançam em direção ao mar).

Quando o cordão arenoso se prolonga, pode fechar baíasglossário e enseadasglossário , dando origem a algumas lagoas costeiras, como a Lagoa dos Patos e a Lagoa Mirim, no estado do Rio Grande do Sul, e a Lagoa de Araruama, no estado do Rio de Janeiro, entre outras.

Os tômbolos são cordões arenosos e pedregosos (seixos) que unem uma ilha ao continente. Podemos dizer, então, que o tômbolo é uma restinga unida a uma ilha.

3. Os agentes internos do relevo

Fenômenos que se originam no interior da Terra, como o tectonismo, os terremotos e o vulcanismo, também são responsáveis pelo aspecto e por modificações do relevo terrestre. Mas, antes de estudá-los, vamos conhecer a estrutura interna do nosso planeta.

Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Peça aos alunos que pesquisem, em grupo, casos em que a erosão costeira marinha tenha provocado consequências para a ocupação humana. A pesquisa pode tratar de casos específicos, como a Falésia do Cabo Branco, da Praça de Iemanjá até a Praia do Seixas, em João Pessoa, na Paraíba.

Oriente-os a identificar problemas gerados pela erosão e ilustrá-los com imagens, além de pensar em soluções viáveis para os impactos do uso e da ocupação da área atingida. Uma síntese das informações deve ser feita em fórma de cartaz. Acompanhe todas as etapas da atividade, indicando fontes e maneiras de resumir o que foi investigado.

Após as explicações sobre as fórmas derivadas da ação construtiva do mar, convém promover atividade de reconhecimento dessas paisagens. Para isso, separe previamente fotografias de praias, restingas, baías, enseadas e tômbolos. Em uma roda, apresente-as aos alunos. Peça que identifiquem cada uma das paisagens. Isso pode ser feito partindo-se da escolha de uma das fotografias ou, ao contrário, partindo do nome de uma dessas paisagens. Peça a eles que justifiquem as respostas argumentando com base no que aprenderam. Uma opção para que a atividade se desenvolva ludicamente é promover um jôgo de pontuação, separando a turma em grupos. Cada acerto do grupo vale um ponto.

Formação de meandros

Ilustração. Formação de meandros. Conjunto de quatro ilustrações representando as etapas de formação dos meandros de um rio. 
Ilustração 1: representação de um rio com a indicação da direção do fluxo da água. Texto explicativo: Quando as águas de um rio se deslocam, ocorre a deposição de materiais que ele transporta em suspensão.
Ilustração 2: representação do processo de deposição de materiais ou detritos em uma das margens. Na ilustração, o rio está formando uma curva à direita. Texto explicativo: Por causa da força das águas, a curva do rio se acentua; a deposição ocorre na margem interna (à direita) e a erosão ataca a margem oposta (à esquerda).
Ilustração 3: representação do processo de deposição de materiais ou detritos na margem interna e destruição na margem oposta. Na ilustração, o rio está formando mais curvas, criando novos meandros. Texto explicativo: As curvas (meandros) tornam-se mais exageradas; a deposição continua numa margem e a destruição, na outra.
Ilustração 4: representação do processo sedimentação. Texto explicativo: Numa fase adiantada, os meandros podem se unir. O rio passa a cortar as antigas camadas de sedimentos, criando novo curso de água em formato mais retilíneo, por onde o fluxo de água passa mais rapidamente. Gradativamente, os meandros ficam isolados e formam-se lagos em meia-lua.

Fonte: MARRERO, Levi. La Tierra y sus recursos. décima nona edição Caracas: Cultural Venezolana, 1975. página 221.

Nota: representação artística para fins didáticos.

• A estrutura interna da Terra

O planeta Terra é composto de camadas internas: crosta, manto e núcleo.

  • Crosta: é a camada externa da Terra, isto é, a mais superficial e na qual os minerais estão em estado sólido. Na crosta ocorrem constantes transformações do relevo.
  • Manto: é a camada intermediária da Terra. O magma, massa pastosa que dá origem a rochas e minerais ao resfriar, é formado de materiais que compõem o manto. Nessa camada, as temperaturas podem chegar a 4.000 graus Célsius.
  • Núcleo: é a camada mais interna da Terra e subdivide-se em núcleo externo (líquido) e núcleo interno (sólido). As altas temperaturas do núcleo, acima de 6.000 graus Célsius, provocam a ascensão do magma em direção às camadas superiores do manto. Ao resfriar, ele retorna em direção ao núcleo. Ocorrem, assim, correntes ascendentes e descendentes de magma e gases, chamadas correntes de convecção. Elas são responsáveis pelo deslocamento das placas tectônicas.

Terra: estrutura e camadas internas

Ilustração. Terra: estrutura e camadas internas. Representação de um perfil, no formato de um corte transversal, mostrando as camadas internas da Terra, da superfície até o centro do planeta. 
Crosta: camada mais externa, que compreende a superfície terrestre. Profundidade: de a 0 a 40 quilômetros. 
Manto: camada intermediária, mais extensa, representada em vermelho. Profundidade: de 40 a 2.890 quilômetros. 
Núcleo externo: camada espessa na cor amarela e laranja. Profundidade: de 2.890 a 5.150 quilômetros. 
Núcleo interno: camada mais interna, representada em amarelo. Profundidade: de 5.150 a 6.370 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em . Fundamentos da Geografia Física. São Paulo: Cengage Learning, 2014. página 240.

Nota: Representação artística para fins didáticos.


• Tectonismo

A litosfera, camada exterior sólida que inclui a crosta e a parte superior do manto, não é inteiriça. Ela é formada por vários blocos rochosos que se movimentam sobre o magma, impulsionados pelas correntes de convecção. Esses blocos são chamados de placas tectônicas (ou litosféricas). Observe, no mapa, a configuração das placas tectônicas.

A movimentação das placas tectônicas provoca fenômenos como falhas, dobramentos, terremotos e vulcanismo.

Placas tectônicas

Mapa. Placas tectônicas. 
Planisfério com o contorno dos continentes e a divisão das placas tectônicas, mostrando os limites entre elas e sinalizando as áreas de choque ou encontro de placas e as áreas de separação de placas.   
Áreas de choque ou encontro de placas: placa antártica com as placas africana e indo-australiana; placa do pacífico com as placas norte-americana e indo-australiana; placa euroasiática com as placas africana, indo-australiana e das Filipinas; placa sul-americana com a placa de nasca.
Áreas de separação de placas: placa do pacífico em relação à placa de nasca; placa sul-americana em relação à placa africana; placa indo-australiana em relação à placa africana; placa norte-americana em relação à placa euroasiática. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 3.650 quilômetros.

Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar: ensino fundamental do 6º ao 9º ano. segunda edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2015. página 103.

Orientações e sugestões didáticas

Interdisciplinaridade

As correntes de convecção podem ser explicadas com a colaboração do professor de Ciências, que poderá trabalhar as relações entre temperatura e comportamento da matéria. Destaquem que o aumento da temperatura provoca dilatação e deslocamento ascendente dos materiais, enquanto o resfriamento provoca contração e deslocamento descendente dos materiais.

É importante estimular o raciocínio geográfico dos alunos, ressaltando diferenciações, conexões e extensões de placas tectônicas e suas consequências para as feições do relevo terrestre. Discuta os distintos tipos de contato entre placas tectônicas, chamando a atenção, por exemplo, para áreas de contato convergentes (de choque), divergentes (de separação) e transformantes (de atrito) entre placas e suas resultantes geomorfológicas, gerando paisagens com montanhas, depressões, falhas etcétera.

De maneira complementar, tenha em vista que as informações apresentadas ainda poderão ser utilizadas com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento das seguintes habilidades do componente curricular de Ciências: a ê éfe zero seis cê ih um um − “Identificar as diferentes camadas que estruturam o planeta Terra (da estrutura interna à atmosfera) e suas principais características”; a ê éfe zero sete cê ih um cinco − “Interpretar fenômenos naturais (como vulcões, terremotos e tissunãmis) e justificar a rara ocorrência desses fenômenos no Brasil, com base no modelo das placas tectônicas”; e a ê éfe zero sete cê ih um seis − “Justificar o formato das costas brasileira e africana com base na teoria da deriva dos continentes”.

Falhas

Falhas são fraturas nas estruturas rochosas, resultantes da ação de forças internas da Terra. Na formação das falhas ocorre o deslocamento de blocos rochosos, um em relação ao outro. Esse processo pode originar vales e montanhas.

Ilustração. Bloco diagrama mostrando parte da superfície com lago e vegetação e camadas do subsolo. A estrutura está dividida por uma linha de falha vertical, que na superfície apare como uma descontinuidade no terreno, semelhante a um degrau.

Dobramentos

Dobramentos são grandes encurvamentos que surgem nas formações rochosas da crosta terrestre. As dobras são o resultado de forças que atuam sobre as placas tectônicas.

No interior da Terra, os minerais que dão origem às rochas encontram-se em estado pastoso (magma). Em decorrência das altas temperaturas, esses minerais apresentam plasticidade e podem ser modelados sem se romper, formando as dobras.

Nas áreas de encontro entre placas tectônicas, quando uma placa se desloca de encontro a outra, surgem os dobramentos – grandes cadeias montanhosas –, como a Cordilheira dos Andes, na América do Sul.

Ilustração. Bloco diagrama mostrando parte da superfície e camadas do subsolo, com uma estrutura rochosa encurvada, formando uma grande dobra. Na superfície, esse grande dobramento sustenta uma forma de relevo montanhosa, com declividade acentuada.
Fotografia. Vista de uma formação rochosa em uma área montanhosa. O desenho das rochas apresenta formas com ondulações, que são encurvamentos das dobras.
Dobras em formação rochosa em inécxilós, Áustria (2019).

• Terremotos

Também chamados abalos sísmicos, terremotos são tremores que ocorrem na crosta terrestre provocados pela movimentação das placas tectônicas ou por fenômenos vulcânicos.

Os terremotos ocorrem tanto na crosta continental como na crosta oceânica. As ondas do terremoto se propagam do foco ou hipocentro. Os danos são maiores perto do epicentro, ponto da superfície situado acima do foco do terremoto.

Terremotos podem originar falhas nas rochas e fendas no solo.

Ilustração. Bloco diagrama mostrando parte da superfície e camadas do subsolo. A estrutura está dividida por uma linha de falha com descontinuidades tanto no sentido horizontal, quanto no sentido vertical. A representação também mostra o hipocentro de um terremoto no interior do subsolo e o seu epicentro, projetado na superfície verticalmente em relação ao hipocentro.

• Vulcanismo

A atividade vulcânica modifica o relevo quando o magma chega à superfície formando vulcões e derrames. Quando chega à superfície, o magma recebe o nome de lava.

As intrusões magmáticas, que se formam quando o magma solidifica em fendas da crosta, também geram fórmas de relevo. O lacólito, por exemplo, é semelhante a um cogumelo. Ao abaular as camadas de rochas superiores, origina o domo.

Ilustração. Bloco diagrama mostrando parte da superfície com relevo vulcânico e do subsolo. Na parte mais profunda, abaixo de diferentes camadas de rocha, representação do magma acumulado e fluindo para a superfície através de diferentes estruturas vulcânicas, como o lacólito, uma intrusão magmática que força as camadas rochosas superiores gerando uma ondulação na superfície chamado de domo; além do néqui e do dique, ambas intrusões de magma que romperam as camadas rochosas até a superfície e depois se resfriaram, formando rochas. Em destaque na superfície, representação de um vulcão em erupção.

Fontes: stróler élan. Introducing physical geography. sexta edição New York: Wiley, 2013. página 423; How the Earth works. Porto: Civilização, 1997. página 58, 65; Volcanoes and earthquakes. Chicago/Barcelona: Encyclopaedia Britannica Sol 90, 2008. página 26-27.

Nota: Representações artísticas, sem escala, para fins didáticos.

Orientações e sugestões didáticas

Na ilustração sobre falhas, fornecemos um exemplo de falha normal; existem outros tipos de falha (inversa, transcorrente e oblíqua).

Na ilustração sobre vulcanismo, explique aos alunos que o dique resulta da intrusão do magma que se solidificou num formato alongado entre as camadas de rochas da crosta terrestre. As rochas que recobrem o dique podem sofrer erosão e fazê-lo aparecer na superfície; no entanto, por ser resistente a processos erosivos, esse tipo de relevo acaba surgindo em fórma de saliências na paisagem. O neck é o canal de um vulcão cheio de lava solidificada. Com a erosão, capaz de desgastar as rochas mais frágeis, o neck também pode aflorar na superfície sob a fórma de uma saliência do relevo. O neck é, em verdade, o testemunho de uma chaminé vulcânica.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 17 e 18

Registre em seu caderno.

  1. Explique com suas palavras o ciclo hidrológico.
  2. Quais são os possíveis destinos da chuva, da neve ou do granizo que se precipitam da atmosfera?
  3. A água da chuva atua de maneiras diferentes sobre o solo de áreas rurais e de áreas urbanas. Por que isso acontece?
  4. Cite algumas áreas de risco que podem ser encontradas em cidades sujeitas a fortes chuvas.
  5. Observe o bloco-diagrama e, em seguida, faça o que se pede.

Curso fluvial

Ilustração. Curso fluvial. 
Bloco diagrama mostrando um rio com afluentes e subafluentes. Na parte de cima, representação de montanhas cobertas por neve, além da nascente do rio principal. Área marcada com a letra A. No centro da imagem, representação do rio principal com diversos afluentes desaguando nele. Área marcada com a letra B. Na parte de baixo, foz do rio desaguando no oceano através de um único canal longo. Área marcada com a letra C.

Fonte: elaborado com base em Enciclopédia do estudante: Ciências da Terra e do Universo. São Paulo: Moderna, 2008. página 125.

Nota: Representação artística para fins didáticos.


  1. As porções do vale fluvial marcadas com as letras A, B e C correspondem a que partes do curso fluvial?
  2. De que tipo é a foz desse rio? Explique sua resposta.
  1. Planícies de inundação formam-se ao longo do vale dos rios, quando as várzeas sofrem enchentes provocadas pelas águas do próprio rio, que aí depositam sedimentos. Agora, responda às questões.
    1. O que é várzea?
    2. Qual é a origem dos sedimentos transportados pelos rios?
    3. Existe relação entre os sedimentos das planícies de inundação e a prática da agricultura? Exemplifique.
  2. De que modo o ser humano transforma o modelado terrestre? Dê um exemplo de intervenção humana que provocou a alteração do relevo.
  3. Observe o mapa e responda às questões.

África: curso do Rio Nilo

Mapa. África: curso do Rio Nilo. Mapa físico das porções leste e nordeste continente africano, destacando, principalmente, o curso do Rio Nilo e as altitudes dos relevo em metros.  
Na parte de baixo do mapa, na região do planalto dos grandes lagos, especificamente na faixa entre 500 e 1.500 metros de altitude, localização da nascente do Nilo Branco, no Lago Vitória. Na direção norte, ao longo da faixa de terras que variam de 200 a 500 metros de altitude, o Nilo Branco segue seu curso até receber as água do Nilo Azul, cuja nascente se localiza no planalto da etiópia, em altitude acima dos 3.000 metros. O Rio Nilo segue em direção à sua foz por uma longa faixa de terras baixas, que não superam 200 metros altitude, e onde se formam planícies de inundação.
À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 430km.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 82.

Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. O ciclo hidrológico é a circulação da água que ocorre entre a litosfera e a atmosfera e que está relacionada à distribuição da energia emitida pelo Sol sobre a superfície da Terra. São quatro etapas: 1) a evaporação da água dos oceanos, mares, lagos, rios e a transpiração da vegetação, que colocam o vapor de água em suspensão no ar; 2) a condensação do vapor de água em suspensão na atmosfera, que se transforma em água líquida em virtude das baixas temperaturas ou do encontro de uma massa de ar frio que dá origem a nuvens; 3) precipitação, na qual a água condensada no ar volta à superfície terrestre sob a fórma de chuva, granizo ou neve em virtude da saturação; 4) infiltração e escoamento, que correspondem, respectivamente, à infiltração da água no solo e nas rochas e à movimentação da água sobre a superfície.
  2. Parte infiltra-se no solo e nas rochas (a neve e o granizo, após derreterem). Assim, é absorvida pelas raízes dos vegetais e transportada para as folhas, retornando à atmosfera como vapor de água pela transpiração dos vegetais. A água que se infiltra também alimenta os reservatórios subterrâneos. Parte evapora e retorna à atmosfera para continuar o ciclo da água. Parte escoa pela superfície da Terra, sendo coletada por rios, lagos e oceanos, para, depois, parte dela evaporar, dando sequência ao ciclo da água.
  3. A ação das águas da chuva ocorre de maneira diferenciada entre áreas urbanas e áreas rurais por causa da maior ou menor impermeabilidade do solo: nas áreas urbanas, o solo é mais impermeabilizado do que nas áreas rurais e, por isso, o escoamento e a ação das águas das chuvas são mais intensos do que nas áreas rurais, onde a impermeabilização do solo é menor e a infiltração da água é maior, reduzindo o escoamento superficial. Além disso, a maior presença de vegetação nas áreas rurais contribui para maior fixação do solo do que nas áreas urbanas, onde a vegetação é mais escassa. Essa atividade contribui para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero quatro.
  4. Margens de rios ou encostas de morros habitadas são áreas sujeitas a deslizamentos de terra por causa de chuvas fortes. As áreas com impermeabilização do solo e drenagem precária também apresentam riscos de fortes enxurradas, inundações etcétera.
    1. A: curso superior. B: médio. C: inferior.
    2. Foz em estuário, pois tem um único canal, longo, que não favorece a acumulação de sedimentos, permitindo que as águas do mar avancem por ela.
    1. Várzea é uma área baixa e relativamente plana, nas margens do rio e inundada nas cheias.
    2. Geralmente se originam da erosão das margens e das vertentes e dos detritos transportados pelas enxurradas que alcançam o vale fluvial.
    3. Sim, essas planícies acumulam sedimentos férteis, aproveitados para a agricultura. É o caso do Rio São Francisco, no Brasil.
  5. Ao praticar a agricultura, a exploração mineral, a construção de hidrelétricas, rodovias, cidades etcétera, o ser humano modifica o relevo. Procure exemplos de intervenção humana que tenham provocado alteração do relevo na localidade em que se situa a escola.
  1. O Rio Nilo, no Egito, é o resultado do encontro de dois rios. Quais são esses rios e onde estão suas nascentes?
  2. Onde o Rio Nilo deságua?
  3. Há muitos séculos, áreas próximas às margens do Rio Nilo funcionam como um “celeiro” do Egito, permitindo a produção de grãos. A que fenômeno fluvial se deve essa prática? Explique.

9. A chamada erosão marinha ou abrasão dá origem à fórma de relevo litorâneo com paredões abruptos, como vistos na foto. Analise-a e responda.

Fotografia. Vista de uma paisagem litorânea. No primeiro plano, vista das copas de algumas árvores; no segundo plano, a área de praia, com o mar à direita, uma faixa de areia ao centro e uma forma de relevo com um paredão rochoso abrupto à esquerda. Na parte de cima do paredão, cobertura com um tipo de vegetação rasteira.
Aspecto do litoral do município de Conde, Paraíba (2021).
  1. Qual é o nome desses paredões abruptos?
  2. Indique o principal agente externo responsável pela formação desse relevo.

10. Os terremotos e as erupções vulcânicas são fenômenos que se originam no interior da Terra e que modificam o relevo. A ilustração mostra uma de suas consequências. Em seu caderno, elabore um breve texto interpretando a ilustração.

A formação de um tissunãmi

Ilustração. A formação de um tsunami. Bloco diagrama representando a sequência de eventos que levam a formação de um tsunami. 
Evento 1: à esquerda, indicação do epicentro de um terremoto no fundo do oceano e deslocamento da massa de água. Texto explicativo: Terremoto ou erupções vulcânicas submarinas deslocam uma grande quantidade de água.
Evento 2. à esquerda, representação da formação de ondas de grande magnitude no meio do oceano. Texto explicativo: Ondas percorrem o oceano numa velocidade de até 800 quilômetros por hora. 
Evento 3. no centro da imagem, representação da faixa costeira, onde a profundidade do oceano diminui. As ondas são representadas com altura maior do que no ponto de origem. Texto explicativo: Ao entrar na linha costeira, a velocidade das ondas diminui, porém a altura aumenta.
Evento 4. à direita, uma praia e uma cidade com prédios e casas. Representação do recuo do mar e elevação das ondas, a uma altura de 30 metros. Texto explicativo: Ondas gigantes surgem na costa e causam devastação.
Em 15 de janeiro de 2022, a erupção de um vulcão submarino no arquipélago de Tonga, na Oceania, causou um tissunãmi no Oceano Pacífico, elevando o nível das ondas em 1,2 metro, que resultou em vítimas e danos materiais. Os seus efeitos também atingiram áreas costeiras de outros países, como a costa oeste dos Estados Unidos, a cêrca de 8.700 quilômetros de Tonga. Inclusive no Brasil, 17 horas depois, o fenômeno causou a elevação de 8 centímetros do nível do mar, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro.

Fontes: elaborado com base em PRESS, F. e outros Para entender a Terra. quarta edição Porto Alegre: Bookman, 2006. página 488; Earth: the definitive visual guide. London: Dorling Kindersley, 2013. página 388-389.

Nota: Representação artística para fins didáticos.

11. Forme um grupo com mais dois colegas e pesquisem a atuação de agentes externos do relevo, como o vento e as geleiras. Depois, busquem em jornais, revistas ou na internet fotografias de paisagens que apresentem pouca presença humana. Escolham uma delas e, em um cartaz, expliquem exerceu/exerceram maior influência no modelado dessa paisagem. Reúnam-se com os outros grupos e conversem sobre o que descobriram. Ao final, organizem um mural com os cartazes elaborados pelos diferentes grupos da sala.

Orientações e sugestões didáticas
    1. Rio Nilo Azul, que nasce no Planalto da Etiópia, e Rio Nilo Branco, que nasce no Planalto dos Grandes Lagos.
    2. O Rio Nilo deságua no Mar Mediterrâneo.
    3. Deve-se à acumulação fluvial, que dá origem às planícies de inundação. Essas planícies se formam ao longo do vale quando as várzeas inundam durante as cheias. Com a inundação, os sedimentos são transportados pelas águas e se depositam nessas áreas, construindo as planícies. Muitos desses sedimentos são férteis, favorecendo a prática da agricultura.
    1. Falésias.
    2. Águas oceânicas.
  1. Oriente os alunos na elaboração do texto sobre a formação de um tissunãmi, representado na ilustração.
  2. Divida tarefas e responsabilidades entre os grupos. Oriente na escolha de diferentes paisagens, como desertos áridos, regiões polares etcétera. Estimule-os a se expressar, a escutar e a respeitar os colegas. Instigue a liderança, o engajamento e a criatividade, além da curiosidade investigativa e o interesse por aprender.

Atividade complementar

Se julgar conveniente, proponha aos alunos que, em grupo, criem uma animação digital mostrando como o ciclo da água ocorre.

A criação de uma animação sobre o ciclo da água favorece o protagonismo do aluno, que, para além de reproduzir informações, vai utilizá-las para criar um novo conteúdo. É importante orientar os alunos a realizar um esboço do que querem construir na animação. Ele pode ser feito no papel e depois digitalmente. A vantagem da animação sobre o desenho estático é permitir que os alunos demonstrem o que compreenderam sobre as dinâmicas naturais relacionadas ao ciclo da água. Há ferramentas gratuitas capazes de criar animações on-line. Para conhecer um exemplo, acesse https://oeds.link/S5VUcI; acesso em: 28 março 2022.

PERCURSO 19 AS FORMAS DO RELEVO CONTINENTAL

1. As principais fórmas do relevo

Quando você viaja ou assiste a filmes na televisão ou no cinema, deve perceber que a paisagem varia de um lugar para outro da superfície terrestre. Existem lugares montanhosos e planos, e outros apresentam pequenas elevações, como as colinas. Mesmo entre paisagens parecidas, como as regiões montanhosas, há variação: algumas formações têm picos arredondados; outras, pontiagudos. Isso evidencia que as terras emersas apresentam fórmas diversas, assim como as terras submersas ou oceânicas. Como estudamos, essa variedade de fórmas recebe o nome de relevo. Nas áreas submersas, é denominado relevo oceânico e, nas áreas emersas, é chamado relevo continental e apresenta quatro fórmas principais: montanhas, planaltos, planícies e depressões.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Terra.

Direção: élester fóderguil e . Estados Unidos: Disney Nature, 2007. Duração: 96 minutos

Com paisagens fantásticas da Terra, do Ártico à Antártida, passando por áreas tropicais e desérticas, esse documentário leva você a uma viagem extraordinária, ao lado de três grupos de animais migrando pelo globo em busca de sobrevivência.

• Montanhas

São grandes elevações naturais do relevo. Um conjunto contínuo de montanhas recebe o nome de cordilheira ou cadeia montanhosa e pode atingir grandes extensões, como a Cordilheira dos Andes, que se estende por .7500 quilômetros na América do Sul, desde a Venezuela até o sul do Chile; as Montanhas Rochosas, na América do Norte; a Cordilheira dos Alpes, na Europa; e a Cordilheira do Himalaia, na Ásia (foto). Observe, no planisfério da próxima página, outras cadeias montanhosas existentes no mundo.

Fotografia. Vista de um vale cercado por muitas montanhas. Ao fundo, é possível ver nuvens e o céu azul. Há diversas plantações no vale, com terrenos demarcados por diferentes culturas agrícolas. À direita, entre a área cultivada e a base da montanha, há algumas construções baixas.
Vista do vilarejo de Kagbeni, na Cordilheira do Himalaia, Nepal (2018), cercado por campos de cultivo agrícola no vale do Rio Gandaki. Também conhecida por “teto do mundo”, essa cadeia montanhosa ocupa uma faixa com cêrca de 2.400 quilômetros de extensão, que abrange o Paquistão, a Índia, a China, o Nepal e o Butão.
Orientações e sugestões didáticas

Percurso 19

O Percurso descreve e analisa as principais fórmas de relevo e suas características. Esse conteúdo evidencia a distribuição das diferentes feições da superfície terrestre e sua apropriação pelas sociedades humanas, por meio tanto da ocupação como de seu uso em atividades econômicas. Nesse sentido, contribui para o desenvolvimento da habilidade de examinar as interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo suas mudanças locais e no mundo.

Habilidade da Bê êne cê cê

ê éfe zero seis gê ê um um

Para compreender melhor os conceitos relacionados às fórmas de relevo, é importante explorar os mapas, a imagem de satélite, as fotografias aéreas e os perfis de relevo apresentados ao longo do Percurso. Outros recursos importantes a serem empregados em sala de aula são o conjunto de imagens encontrado na página 99 do Atlas geográfico escolar, do í bê gê É (8º edição, 2018), e o conjunto de três perfis de relevo, intitulado “Três grandes perfis que resumem o relevo brasileiro”, na página 145, do Percurso 20. Esses recursos facilitarão o aprendizado das fórmas de relevo, com as ilustrações e as fotografias deste Percurso e uma nova visita à seção “Voe em 3 dê”, do site da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (), já referida no Percurso 8 (disponível em: https://oeds.link/m0ko3z; acesso em: 3 janeiro 2021).

Mundo: físico

Mapa. Mundo: físico
Planisfério mostrando as diferentes altitudes e os picos do mundo. As altitudes mais elevadas estão representas em marrom-escuro, enquanto as menos elevadas estão em amarelo. As depressões estão representadas em verde e os picos por um triângulo preto.
As altitudes mais elevadas, de 2.500 metros ou mais, estão: na costa oeste da América, ou seja, na Cordilheira dos Andes e Montanhas Rochosas; Na África, próximo ao Quilimanjaro, na cadeia montanhosa do Atlas, no monte Tibesti e em Draquensbergui; Na Europa Ocidental, na região dos Alpes e dos Balcãs; No Cáucaso, entre a Europa e a Ásia, e ao sul dessa formação; na Ásia central, na extensa região ocupada pelo Himalaia, e no sudoeste do Oriente Médio.
As altitudes que variam entre 200 e mais de 500 metros, estão: na América do Norte e na América do Sul, em extensas áreas do norte, do leste e do centro; na África, em praticamente todo o continente, com exceção do litoral e das cadeias montanhosas e montes mais elevados; na Europa, nas porções central, leste e sul do continente, além dos Alpes Escandinavos, ao norte; na Ásia, em extensas porções do centro e do leste do continente, bem como no Oriente Médio e nos Montes Urais, na Rússia; a maior parte da Oceania, com altitudes mais elevadas no litoral leste australiano e em Nova Guiné.
As altitudes abaixo de 200 metros, estão: Na porção sul e ao norte da América do Sul, na América Central e no litoral da América do Norte; em praticamente todo o litoral da África; na porção norte e litorânea da Europa; uma enorme faixa do nordeste da Europa ao centro-norte da Ásia, ocupando praticamente todo o território russo; em áreas próximas ao litoral asiático e ao sul do Himalaia.
Depressão: litoral norte do Mar Cáspio, localizado próximo ao Cáucaso e aos Montes Urais.
Picos: Monte Everest 8.848 metros. Aconcágua 6.959 metros. Maquinlei 6.194 metros. Quilimanjaro 5.895 metros. Citlaltépetl 5.700 metros. Monte Vinson 5.140 metros . Monte Branco 4.807 metros. Gunnbjorns 3.700 metros. Neblina 2.995 metros. Kosciusko 2.230 metros.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.320 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 20.

Grafismo indicando atividade.

Que cor é usada para representar as áreas de maior altitude neste planisfério?

Orientações e sugestões didáticas

No mapa, as áreas de maior altitude estão representadas em marrom-escuro.

• Planaltos

São áreas da superfície terrestre menos elevadas que as montanhas e mais ou menos planas, delimitadas por escarpasglossário .

Nesse tipo de relevo, o processo de desgaste das rochas e dos solos, provocado pelas chuvas, pelo deslocamento das geleiras e pela ação do vento, entre outros fatores, é maior que a deposição de sedimentos provenientes de outras áreas do relevo.

Os planaltos apresentam várias fórmas ou aspectos, como as serras e as chapadas.

As serras são conjuntos de morros agrupados que podem apresentar, entre outras feições, uma borda com desnível abrupto e a outra suavemente inclinada (foto). É importante destacar que o conceito de serra é muito impreciso no Brasil, pois apresenta sentidos diferentes de uma região para outra.

As chapadas são extensas superfícies horizontais do relevo que apresentam topo plano e borda escarpada.

Fotografia. Vista de uma região cercada por serras encobertas por vegetação e áreas mais baixas, também com densa formação vegetal. À esquerda, há uma praia com algumas rochas expostas e um trecho de mar. Na parte inferior e à direita, observa-se outro trecho de praia e mar, além de construções baixas.
Na foto, ao fundo, trecho da Serra do Mar no município de Paraty, Rio de Janeiro (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Promova a leitura e a intepretação conjunta do planisfério físico do mundo. Chame a atenção para a legenda e a distribuição das altitudes representadas. Peça aos alunos que observem, por exemplo, onde se localizam as principais cadeias montanhosas do mundo, pergunte onde estão as principais planícies etcétera. Esclareça possíveis dúvidas. Discuta os aspectos generalizantes decorrentes da escala adotada no mapa. Se julgar necessário, solicite aos alunos que atentem para as principais unidades do relevo do Brasil informadas nesse mapa e comparem-nas com os mapas das páginas 142 e 143. Questione o que há de semelhante e o que há de diferente entre eles.

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

Ecoturismo: em contato com os ambientes naturais

O turismo realizado em meio à natureza é chamado de ecoturismo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Turismo, Embratur, o termo é utilizado para designar um segmento da atividade turística que desfruta, de fórma sustentável, do patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas.

O Brasil possui um conjunto de áreas naturais com grande potencial para fortalecer o turismo no país. O turismo, ao mesmo tempo que aproxima as Unidades de Conservaçãoglossário das pessoas, incrementa a economia e promove a geração de emprego e renda para as populações locais.

Mas o desafio consiste em fazer com que o turismo aconteça sem prejudicar a manutenção dos processos ecológicos, da diversidade sociocultural, dos conhecimentos tradicionais e da conservação da biodiversidade. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, MMA, estudos indicam que a grande maioria das agressões causadas por visitantes em áreas protegidas é decorrente do desconhecimento das atitudes e comportamentos especiais necessários durante a visita. reticências.”

Ecoturismo: em contato com os ambientes naturais. Revista Ecologia Integral, ano 8, número 35, página 24, outubro 2008.

Brasil: parques nacionais – 2018

Mapa. Brasil: parques nacionais - 2018. Mapa do Brasil mostrando a distribuição geográfica dos parques nacionais pelas unidades da federação. Os parques estão representados por pequenos ícones em formato de árvore. Há concentração de parques no litoral do territorial, além de Minas Gerais, Amazonas, Pará e interior da região nordeste. Um dos ícones localizados no litoral do Rio Grande do Sul está ligado ao seguinte texto: Parque Nacional de Aparados da Serra.
Na parte esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 680 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 108.


Fotografia. Vista de uma paisagem natural. No primeiro plano, vegetação diversa, destacando-se algumas araucárias, que são árvores que apresentam troncos longos e retos, copa larga e galhos curvos. Há também algumas pessoas circulando pelo espaço. No segundo plano, uma grande fenda com vista de frente para um paredão rochoso com cachoeira. Acima do paredão, vegetação densa com diversas araucárias dispersas.
Araucárias no Parque Nacional de Aparados da Serra, município de Cambará do Sul, Rio Grande do Sul (2018).

 Interprete

1. O que é ecoturismo?

 Argumente

2. Explique por que é importante a criação de Unidades de Conservação.

 Viaje sem preconceitos

3. Como deve ser a relação entre o ecoturista e o local visitado?

Orientações e sugestões didáticas

Tema contemporâneo transversal

Esta seção Cruzando saberes relaciona-se com o tema Educação Ambiental e proporciona aos alunos a oportunidade para desenvolver atitudes sociais de respeito à natureza. Enfatize a preservação do meio ambiente, aborde a importância das Unidades de Conservação para a proteção da biodiversidade e do patrimônio ambiental nacional. Caracterize os tipos de Unidades de Conservação e dê exemplos da diversidade cultural e das práticas ambientais. Até fevereiro de 2021, existiam 132 Parques Nacionais, segundo o Ministério do Meio Ambiente, cujo site disponibiliza dados atualizados (disponível em: https://oeds.link/Lm1MXN; acesso em: 28 março 2022).

Interdisciplinaridade

Planeje com o professor de Ciências atividades de Educação Ambiental relacionadas ao Ecoturismo no município onde leciona. Podem-se realizar: a) observação de fauna e flora (identificar características da vegetação, comportamentos e hábitats de animais etcétera); b) caminhada por área de diversidade geológica com locais estratégicos para discussão da formação geológica dos ambientes, buscando evidências das transformações que ocorreram na superfície terrestre; c) atividades de contemplação (como trilhas interpretativas com função educativa e vivencial), inclusive proporcionando o contato dos alunos com a diversidade de saberes e práticas ambientais das populações humanas presentes em algumas dessas áreas.

Respostas

  1. Ecoturismo é uma atividade turística que visa ao uso sustentável das condições naturais, incentiva sua conservação e desperta a consciência ambiental.
  2. Para garantir a preservação dos patrimônios natural e cultural, procurando conciliar a conservação dos atributos da natureza com o seu uso para fins educacionais, recreativos e científicos.
  3. É importante que as respostas dos alunos expressem a consciência de que a interação do turista com o local visitado deve ocorrer da fórma mais sustentável possível, tanto em relação ao ambiente quanto em relação à comunidade local, fortalecendo e valorizando o patrimônio natural e cultural.

• Planícies

Planícies são fórmas de relevo mais ou menos planas ou suavemente onduladas, em geral de grande extensão. Nas planícies, ao contrário do que ocorre nos planaltos, o processo de deposição de sedimentos supera o de desgaste.

Planalto e planície

Ilustração. Planalto e planície
No centro da ilustração, observa-se o planalto típico, com aspecto plano e alongado. À esquerda e à direita do planalto, estão representadas escarpas, com vegetação esparsa e baixa. Na continuação da escarpa localizada à direita, está representada uma planície, terreno mais baixo em relação ao planalto e à escarpa, onde há vegetação mais volumosa. Um rio corta a planície.

Fonte: GUERRA, Antônio Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. nona edição Rio de Janeiro: Bêrtrãn Brasil, 2011. página 491.

Nota: Representação artística para fins didáticos.

Orientações e sugestões didáticas

O córte no bloco-diagrama mostra camadas de rochas sedimentares.

Existem vários tipos de planície, entre eles as planícies marítimas, ou costeiras, situadas, como diz o próprio nome, no litoral; as planícies continentais, situadas no interior dos continentes (foto A); e as planícies de montanha, localizadas em altitudes elevadas (foto B).

Fotografia A. Vista de uma área plana e extensa, composta por um rio com muitas curvas e, em suas margens, vegetação predominantemente baixa e algumas áreas com árvores. Na parte superior direita, há uma área com aspecto mais seco.
Planície do Pantanal Mato-Grossense no município de Poconé, Mato Grosso (2020). Essa planície é continental.
Fotografia B. Vista de uma região com montanhas, à direita e ao fundo da imagem, e com terrenos divididos com diferentes cultivos agrícolas, em primeiro plano. Uma estrada e algumas construções estão próximas à plantação.
Planície de montanha formada no vale do Rio Urubamba, na Cordilheira dos Andes, próximo a Cusco, Peru (2017).
Ícone. Seção No seu contexto.

No seu contexto

Descreva o relevo dos arredores de sua escola e de sua casa, apontando se ele possui muitos aclives (subidas), declives (descidas), se é plano etcétera

Orientações e sugestões didáticas

A resposta do boxe No seu contexto depende da localidade. Trata-se de uma atividade para despertar um olhar apurado sobre o lugar de vivência. É interessante apresentar a fórma de relevo em que está a localidade, classificando-a de acordo com as quatro fórmas básicas de relevo.

O boxe No seu contexto sensibiliza os alunos a observar a realidade na qual se inserem. Ajude-os na identificação das principais características a serem observadas. A descrição textual pode ser substituída pela produção de um desenho. Permita que os alunos escolham livremente como apresentar o que observam, dando, assim, oportunidade para que desenvolvam distintas fórmas de linguagem.

• Depressões

Depressões são áreas do relevo com altitudes inferiores às das terras que as circundam ou áreas abaixo do nível do mar. São classificadas em:

  • depressão relativa: quando estão situadas em uma altitude abaixo das terras que lhe estão próximas, mas acima do nível médio do mar (consulte o perfil do relevo);
  • depressão absoluta: quando estão abaixo do nível do mar é o caso do Mar Morto, entre Israel e Jordânia, a 395 metros abaixo do nível médio do mar, e o do Mar Cáspio, divisa entre Europa e Ásia, a 28 metros abaixo do nível do mar (observe a imagem de satélite).

Brasil: perfil do relevo com depressão relativa

Gráfico. Brasil: perfil do relevo com depressão relativa.
Gráfico representando um perfil topográfico de uma depressão relativa. À direita do gráfico, mapa reduzido do Brasil com a marcação da linha de corte do perfil, traçada entre o ponto A, localizado na porção oeste do Mato Grosso do Sul, e o ponto B, localizado na faixa oceânica próxima ao litoral do estão de São Paulo. A linha do perfil está posicionada na direção de oeste-noroeste a leste-sudeste. No perfil traçado no gráfico, a distância entre os pontos A e B representa o eixo horizontal; o eixo vertical indica os intervalos das cotas de altitude em metros: 0 (nível do mar), 1.000 e 2.000. O ponto A se encontra a aproximadamente 300 metros de altitude, sob o Pantanal Mato-Grossense. Seguindo em direção ao ponto B, o perfil do relevo varia em terras de altitudes entre 900 e 500 metros (Rio Paraná) para, em seguida, chegar a terras que alcançam os 1.000 metros. Essa região caracteriza os Planaltos e chapadas da Bacia do Paraná. Em seguida, ao longo da Depressão periférica, as altitudes voltam a diminuir, chegando à 600 metros. Por fim, nos Planaltos e serras do leste-sudeste, o perfil alcança a sua maior altitude, aproximadamente 1.200 metros, para, em seguida, diminuir até atingir o nível do mar, onde está localizado o ponto B.
Dentro do mapinha, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.300 quilômetros.

Fonte: Rós Jurandir L. S. (organizador). Geografia do Brasil. São Paulo: êduspi, 1996. página 53 e 63.

Grafismo indicando atividade.

Por que a depressão representada neste perfil de relevo é relativa?

Orientações e sugestões didáticas

A depressão representada no perfil de relevo é relativa porque a depressão se situa em altitude inferior às terras que a circundam, mas se encontra acima do nível médio do mar.

Imagem de satélite. Vista de uma área com água totalmente cercada por terras com aparência mais seca, à direita, e com um pouco de vegetação, à esquerda.
Imagem de satélite do Mar Cáspio, em 2018. Localizado ao norte do Irã, é o maior mar fechado do mundo, com uma superfície de 374.000 quilômetros quadrados. Suas águas são compartilhadas entre cinco países: Rússia, Azerbaijão, Irã, Turcomenistão e Cazaquistão.

2. Relevo e sociedade

O povoamento das várias regiões da Terra foi influenciado por fatores de ordem natural, como o clima, a disponibilidade de água, a qualidade do solo para a agricultura e o relevo.

Mesmo com o avanço científico e tecnológico e a consequente diminuição da dependência do ser humano com relação ao meio, esses fatores conti­nuam impondo algumas restrições ao povoamento e à prática de atividades econômicas.

Orientações e sugestões didáticas

Explique que esse perfil do relevo é, em verdade, um croqui. Observe que no eixo horizontal não estão marcadas as distâncias em quilômetros. Já no eixo vertical estão assinaladas as altitudes em metros. Esse tipo de perfil difere, portanto, do perfil topográfico, que tem por base as cotas de altitudes e a distância em metros do relevo representado (consulte o perfil topográfico na página 62). Assim, o perfil de relevo cumpre uma função didática que é oferecer ao aluno uma noção aproximada das fórmas de relevo representadas.

Aproveite a oportunidade para pedir aos alunos que calculem a distância entre os pontos A e B com base na escala do mapa. O valor aproximado é de .1500 quilômetros.

Competência

Retome a discussão sobre a ocupação humana da superfície terrestre, enfatizando o relevo como condição físico-natural para a distribuição da população. Esse conhecimento permite que o aluno exercite e aplique seu raciocínio geográfico, envolvendo principalmente os princípios de conexão entre fenômenos distintos, extensão, localização e diferenciação, aptidões que remetem à Competência Específica de Geografia 3: “Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem”.

• Relevo e povoamento

Enquanto as regiões de planalto, depressão e planície facilitam, em geral, a fixação humana (sítios urbanosglossário , agricultura, redes de transporte, indústrias etcétera), as regiões de montanhas a dificultam – não somente o relevo dessas regiões é restritivo, mas também o clima. Encostas íngremes, desfiladeiros, gargantas e vales profundos e estreitos limitam o estabelecimento humano, a construção de redes de transporte e a implantação da agricultura e de outras atividades. É esse o caso verificado em vastas áreas das Montanhas Rochosas, na América do Norte, e da Cordilheira dos Andes, na América do Sul, além de outras.

Relevo e agricultura

As regiões montanhosas, ou mesmo algumas áreas de planalto ou depressão, restringem a prática da agricultura, pois a declividade das encostas permite que as enxurradas adquiram grande velocidade e poder erosivo, arrastando solo e plantas, além de impedir a mecanização o uso de máquinas no plantio, na colheita e no transporte da produção.

Há muito tempo, porém, o ser humano tem procurado vencer essas restrições. Observe o caso, por exemplo, de encostas em que foram construídos terraços para evitar a erosão causada pela fôrça das enxurradas (foto). Essa é uma técnica usada em várias regiões do mundo, que facilita o preparo da terra, o plantio e a colheita. Na Unidade 7, conheceremos o cultivo agrícola com emprego de curvas de nível.

Fotografia. Vista de uma área de montanha em que há terraços em diferentes níveis na encosta, o que faz com que se assemelhem a degraus. Nesses terraços, de cor verde, há plantações Uma pessoa circula entre os terraços. Ao fundo, outras montanhas com "degraus" e com plantações e algumas construções em áreas mais planas.
Terraços para a prática da agricultura, com o cultivo de arroz, no Vietnã (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Peça aos alunos que descrevam a paisagem da foto e que observem como é o relevo que ela apresenta. Pergunte quais elementos da paisagem são naturais e quais são humanos. Pergunte: “Por que os seres humanos promoveram essas modificações?”. Os alunos devem citar o relevo e a presença do rio como elementos naturais e (ao fundo da foto, no centro de sua parte superior) como elemento humano, a plantação de arroz em terraços, cujos “degraus” seguem as linhas das curvas de nível. As alterações promovidas pelo ser humano nessa paisagem decorrem de seu aproveitamento para a produção agrícola. É fundamental discutir essas interações, propiciando compreensão da relação sociedade-natureza.

PERCURSO 20 O RELEVO DO BRASIL

1. Um relevo de altitudes modestas

O relevo do Brasil apresenta altitudes modestas se comparado às áreas de outras terras emersas do mundo. Isso acontece porque aqui ocorreram dobramentos antigos (com mais de 540 milhões de anos), que sofreram intenso processo erosivo ou desgaste pelos agentes modeladores no decorrer do tempo geológico. Predominam áreas com altitudes menores que 500 metros.

Brasil: físico

Mapa. Brasil: físico.
Mapa físico do Brasil indicando as altitudes e profundidades em metros, os picos mais elevados, as principais represas e as áreas alagadas. 
Altitudes (metros): representação da variação altimétrica do relevo continental do Brasil; ao longo da extensa faixa litorânea, predomínio de altitudes inferiores a 100 metros, que perfazem a planície costeira; adentrando o interior, mas ainda próximo ao litoral, a maior parte das terras do país se encontra em altitudes entre 200 e 500 metros. Adentro um pouco o território encontra-se algumas das maiores altitudes, representadas pela Serra da Mantiqueira, a Serra do Espinhaço, a Serra da Canastra e a Chapada Diamantina, que atingem mais de 800 metros, podendo chegar, em alguns pontos, a mais de 1.200 metros. Na porção central do território e no extremo norte de Roraima, também ocorrem áreas com altitudes elevadas, com destaque para a Serra dos Pirineus, a Serra Pacaraima e a Serra Parima; em extensas áreas do interior da região nordeste, do Pará, do Acre, de Rondônia, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e do oeste de São Paulo e dos estados sulistas, predominam altitudes entre 200 e 500 metros; em vastas porções das regiões nordeste e norte, margeando essa área dentre 200 e 500 metros, as altitudes diminuem ainda mais, chegando, na planície do rio amazonas, em altitudes que não ultrapassam 100 metros.
Representação da profundidade do relevo oceânico do Brasil: quanto mais distante do litoral, maior a profundidade. As áreas oceânicas mais próximas à costa ficam à 200 metros de profundidade, onde estão, nas porções sul e sudeste, algumas ilhas como a de Santa Catarina, São Sebastião e Comprida. No nordeste, o Atól das Rocas e o Arquipélago de Fernando de Noronha, estão em profundidades maiores, que ultrapassam os 2.000 metros.
Picos: Neblina 2.995 metros. 31 de março 2.974 metros. Bandeira 2.891 metros. Agulhas Negras 2.791 metros. Roraima 2.739 metros. Monte da igreja 1.822 metros. Caburaí 1.456 metros.
Represas: itaipu, Serra da mesa, Sobradinho, Tucuruí e Balbina.
Áreas alagadas: Lagoa dos Patos, Planície do Pantanal, Ilha do Bananal, Baia do Marajó.
Na parte esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 310 quilômetros.

Fontes: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 54; í bê gê É. Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 1-26.

Grafismo indicando atividade.

Localize no mapa uma área de altitude entre 0 e 100 métros e outra igual ou superior a 1.200 métros.

Orientações e sugestões didáticas

Para responder à questão proposta, os alunos devem consultar o mapa. Áreas de 0 a 100 métros: Planície do Rio Amazonas, Planície do Pantanal, Planície Costeira, além de outras localizadas nos vales de alguns rios. Áreas superiores a 1.200 métros: Serra do Imeri, áreas da Serra do Espinhaço, do Espigão Mestre etcétera

Percurso 20

Este Percurso amplia os conteúdos desenvolvidos no Percurso anterior ao descrever e analisar as principais fórmas de relevo e suas características no Brasil. Nesse sentido, são estudadas a distribuição e a apropriação dessas feições do relevo pela sociedade brasileira, tanto no que diz respeito à ocupação como no que se refere aos seus usos em atividades econômicas. Em uma escala geográfica de análise mais detalhada, os alunos perceberão, em seu contexto, as interações entre o relevo e os demais componentes físico-naturais e humanos de seu município. A consciência das dinâmicas indissociáveis entre sociedade e natureza permitirá que tomem posicionamentos éticos e sustentáveis com relação ao planeta e à vida social.

Tendo incorporado as possíveis fórmas do relevo, o ideal é aplicá-las ao sítio urbano da localidade de vivência dos alunos. Não se trata apenas de reconhecer a topografia desse sítio, mas de localizá-lo nas grandes unidades de relevo do Brasil. Depois, procure identificar algumas fórmas de relevo existentes no próprio sítio urbano: planície fluvial, colinas, divisores de águas etcétera.

Habilidade da Bê êne cê cê

ê éfe zero seis gê ê zero nove

Os croquis e o estímulo à elaboração de perfis topográficos para a representação das feições de relevo que compõem o território brasileiro são fundamentais nesta etapa dos estudos. Explore esses recursos visando facilitar a compreensão dos conteúdos e desenvolver a Habilidade ê éfe zero seis gê ê zero nove, que se relaciona à capacidade de elaborar modelos tridimensionais e perfis topográficos e de vegetação, a fim de representar elementos e estruturas da superfície terrestre.

No mapa físico, as abreviaturas ésse á. e cê agá. se referem, respectivamente, à serra e à chapada e são utilizadas pelo í bê gê É no mapeamento sistemático do Brasil.

Há, no território brasileiro, diversas fórmas de relevo. As principais são os planaltos, as planícies e as depressões.

Brasil: relevo

Mapa. Brasil: relevo.
Mapa do Brasil representando, por cores e números, a distribuição e a nomenclatura das principais formas de relevo do país.  
Planaltos:
1- Planalto da Amazônia Oriental: localizado na porção norte da região norte, em duas faixas que margeiam rios amazônicos localizados em área de planície.
2 - Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba: estendem-se de Minas Gerais e Tocantins ao interior da região nordeste, nos estados do Maranhão, Piauí e Bahia.
3 - Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná: ocupam a região da bacia do paraná, na porção centro-sul do território, em áreas dos estados sulistas, de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso
4 - Planaltos e Chapadas dos Parecis: faixa horizontal localizados no oeste do território, ocupando grande parte do norte do Mato Grosso e um trecho de Rondônia.
5 - Planaltos Residuais Norte-Amazônicos: extremo norte da região norte, com predominância nos estados de Roraima, Amazonas e Pará.
6 - Planaltos Residuais Sul-Amazônicos: ocorrem na porção sul do estado do Pará.
7 - Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste: ocorrem na faixa litorânea de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, estendendo-se para o interior do território e chegando em Minas Gerais e no sul da Bahia.
8 - Planaltos e Serras de Goiás-Minas: da faixa sul e oeste de Minas Gerais ao sudeste de Goiás.
9 - Serras Residuais do Alto Paraguai: estão em uma estreita faixa do sul do Mato Grosso do Sul.
10 - Planalto da Borborema: ocorre no interior dos estados Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.
11 - Planalto Sul-Rio-Grandense: localiza-se no sudeste do Rio Grande do Sul.
Depressões:
12 - Depressão da Amazônia Ocidental: ocorre da porção oeste da região norte, no Amazonas e no Acre, em duas faixas que margeiam rios amazônicos localizados em área de planície.
13 - Depressão Marginal Norte-Amazônica: ocupa grande parte da faixa norte da região norte, cruzando os estados do Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. Nessa depressão, está localizada a coordenada geográfica zero grau de latitude e 60 graus oeste de longitude.
14 - Depressão Marginal Sul-Amazônica: abrange uma extensa área que ocupa partes do Pará, do Amazonas, de Rondônia e de Mato Grosso.
15 - Depressão do Araguaia: predomina no estado de Tocantins, atravessando-o de norte a sul, e estendendo-se por Mato Grosso e Goiás. 
16 - Depressão Cuiabana: abrange parte do sul do Mato Grosso.
17 - Depressão do Alto Paraguai-Guaporé: estende-se do sudoeste mato-grossense a uma pequena área do noroeste sul mato-grossense.
18 - Depressão do Miranda: está em uma estreita faixa do sul do Mato Grosso do Sul. 
19 - Depressão Sertaneja e do São Francisco: estende-se de Minas Gerais ao interior dos estados nordestinos, com exceção do Maranhão.
20 - Depressão do Tocantins: corta áreas do interior do país, abrangendo estados como Minas Gerais, Bahia e Tocantins.
21 - Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná: abrange uma faixa do interior dos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
22 - Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense: ocupa parte da porção sudeste do Rio Grande do Sul.
Planícies  
23 - Planície do Rio Amazonas: extensa faixa de planície fluvial nos estados do Pará e do Amazonas, que abrange os rios amazônicos. Essa planície abrange a capital do estado do Amazonas. 
24 - Planície do Rio Araguaia: margeada pela Depressão do Araguaia, entre Tocantins e Goiás.
25 - Planície e Pantanal do Rio Guaporé: faixa que ocupa a porção oeste de Rondônia e o sudoeste de Mato Grosso.
26 - Planície e Pantanal Mato-Grossense: estende-se do sul do Mato Grosso ao oeste do Mato Grosso do Sul.
27 - Planície da Lagoa dos Patos e da Lagoa Mirim: ocupa a faixa leste do Rio Grande do Sul. 
28 - Planícies e Tabuleiros Litorâneos: ocupa uma extensa faixa litorânea contínua, da costa do Rio de Janeiro, passando pela região nordeste, inclusive pela capital do estado da Bahia, até o noroeste do Pará. 
Da cidade de Salvador até Manaus, em linha reta, ocorrem as formas de relevo representadas, no mapa, pelos números 28,19, 2, 20, 15, 14, 6, 1, 23.  
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 400 quilômetros.

Fonte: Rós Jurandir L. S. (organizador). Geografia do Brasil. quarta edição São Paulo: êduspi, 2001. página 53.

Orientações e sugestões didáticas

À medida que o conteúdo for apresentado, oriente os alunos a localizar, no mapa, as fórmas de relevo destacadas no texto e/ou nas imagens.

Grafismo indicando atividade.

Localize, aproximadamente, a unidade da federação em que você vive e aponte qual ou quaisfórma ou fórmas de relevo ela abrange.

Orientações e sugestões didáticas

A resposta à questão proposta depende da unidade da federação.

• Os planaltos

No mapa, observamos que os 11 planaltos brasileiros estão circundados ou rodeados por depressões. Isso mostra que, do ponto de vista geomorfológicoglossário , esses planaltos são fórmas residuais do relevo, ou seja, representam porções de terreno mais resistentes à atuação dos agentes externos do modelado no decorrer do tempo geológico. Entretanto, e apesar disso, os planaltos foram e ainda são desgastados ou erodidos pela ação desses agentes.

Os planaltos e as chapadas da Bacia do Paraná se estendem pelos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, constituindo, com os planaltos e serras do Atlântico Leste-Sudeste, os planaltos mais extensos do território brasileiro. Observe, na foto, o aspecto de uma região de planalto.

Fotografia. Vista de uma região com muitos morros e com bastante vegetação rasteira e algumas árvores.
Mar de morros na Serra da Beleza, município de Valença, Rio de Janeiro (2021), localizado na unidade de relevo do Brasil denominada Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste.
Orientações e sugestões didáticas

Promova a leitura conjunta do mapa do relevo. Peça aos alunos que atentem para a legenda. Chame a atenção para o fato de que, das quatro fórmas de relevo possíveis, o Brasil apresenta apenas três. Pergunte aos alunos qual fórma do relevo é ausente em nosso território. Pergunte a eles por que isso ocorre e peça que levantem hipóteses. Verifique o que sabem a respeito e dê as explicações que julgar necessárias.

Observando a repartição e a variação do relevo no território brasileiro, peça aos alunos que busquem identificar a relação entre as distintas fórmas. Destaque, por exemplo, que entre um planalto e outro, geralmente, há uma depressão. Ressalte a ocorrência das planícies nas “bordas” do país (na costa e na fronteira que se estende do Acre até Mato Grosso do Sul) e na Amazônia. Explore também os princípios de extensão e conexão do raciocínio geográfico, questionando que fórma do relevo é predominante no Brasil ou instigando os alunos a perceber neste mapa a relação entre relevo e hidrografia.

Sempre que houver necessidade, oriente os alunos a comparar o mapa físico da página 142 com o mapa do relevo desta página. À medida que o conteúdo for apresentado, oriente os alunos a localizar neste mapa as fórmas de relevo destacadas no texto e/ou nas imagens.

• As planícies

Diferentemente dos planaltos, as planícies correspondem a áreas mais ou menos planas em que o processo de deposição de materiais tanto sedimentos fluviais, trazidos pelas águas dos rios, como marítimos, eólios e lacustres (de lagos) supera o processo de desgaste.

No Brasil, as planícies podem ser agrupadas em dois tipos:

  • planícies marítimas ou costeiras: como o próprio nome indica, localizam-se no litoral e são formadas por sedimentos marinhos. É o caso das planícies e dos tabuleiros litorâneos, que formam praias (foto A), e da Planície da Lagoa dos Patos;
  • planícies continentais: situadas no interior do território brasileiro, são formadas principalmente por sedimentos fluviais. É o caso da Planície do Rio Amazonas, da Planície e do Pantanal Mato-Grossense, entre outras.
Fotografia A. Vista de extensa faixa de praia e de mar, à direita, e de muitos prédios, avenida, carros e ciclofaixa, à esquerda. Tanto na praia quanto na área dos prédios, há árvores.
Ocupação humana de planície litorânea no município de João Pessoa, Paraíba (2021).

• As depressões

As depressões originam-se do desgaste dos planaltos, provocado principalmente pela ação dos agentes externos do modelado.

No território brasileiro, ocorrem apenas depressões relativas, ou seja, localizadas em altitudes mais baixas que as terras que as circundam, mas acima do nível do mar. Duas depressões se destacam em extensão: a Depressão Sertaneja e do São Francisco (foto B) e a Depressão Marginal Sul-Amazônica (localize-as no mapa da página 143). De modo geral, as depressões do território brasileiro apresentam altitudes entre 200 e 500 metros e, em alguns casos, entre 500 e 800 metros.

Fotografia. Vista de um extenso rio, no centro da imagem, e de uma área mais elevada e encoberta por vegetação, à esquerda, à direita e na parte superior. Na parte inferior direita, há terrenos com construções baixas e uma estrada que passa ao lado do terreno mais alto e se conecta à área construída.
Trecho da depressão do Rio São Francisco no município de Piranhas, Alagoas (2019).
Orientações e sugestões didáticas

Explore as fotografias desta página e a da página 143. Solicite aos alunos que examinem e descrevam oralmente essas paisagens, identificando seus elementos naturais e humanos.

Atividade complementar

Para superar dificuldades que os alunos possam apresentar para reconhecer o aspecto das principais fórmas de relevo existentes no Brasil, divida a turma em grupos de até quatro alunos. Peça a eles que escolham uma das fórmas do relevo brasileiro (planalto, planície ou depressão). Os alunos devem escolher, no mapa da página 143, duas áreas distintas da fórma de relevo escolhida, identificadas pelos números no mapa e na legenda. Convém que os grupos escolham fórmas do relevo e áreas distintas, para que, no final da atividade, obtenham-se informações mais abrangentes sobre o território. Eles devem pesquisar materiais iconográficos, jornalísticos e midiáticos sobre as duas áreas escolhidas, fazer comparações entre elas no que diz respeito a distintos fenômenos geográficos, ressaltando semelhanças e diferenças nessas áreas de mesma fórma de relevo. As informações devem ser sistematizadas em um cartaz e compartilhadas com o restante da turma. Promova, por fim, a organização de um mural para que todos tenham oportunidade de observar as pesquisas realizadas e, assim, conhecer também as informações sobre as áreas pesquisadas pelos demais colegas.

2. Importância do estudo do relevo

A investigação do relevo tem uma importante finalidade prática. Como estudamos no Percurso 19, o relevo é um dos fatores de ordem natural que condicionam a ocupação humana dos territórios. Dessa maneira, áreas montanhosas, em geral, impõem dificuldades de fixação e de locomoção humana. Áreas planas facilitam a construção de rodovias e ferrovias, enquanto áreas planálticas favorecem a construção de hidre­létricas. Observe alguns perfis do relevo brasileiro no quadro.

Três grandes perfis que resumem o relevo brasileiro

Gráfico. Três grandes perfis que resumem o relevo brasileiro. Gráficos representando três perfis topográfico das formas do relevo das regiões Norte (1), Nordeste (2), Centro-Oeste e Sudeste (3). À direita dos gráficos, mapa reduzido do Brasil com as linhas de corte dos perfis. Em cada gráfico, as formas do relevo são representadas no eixo horizontal; o eixo vertical indica os intervalos das cotas de altitude em metros: 0 (nível do mar), 1.000, 2.000 e 3.000. 
1. Região Norte: Este corte (perfil noroeste-sudeste) tem cerca de 2.000 quilômetros de comprimento. Vai das altas serras do norte de Roraima, fronteira com Venezuela, Colômbia e Guiana, ao norte do estado de Mato Grosso. Mostra as estreitas faixas de planícies situadas às margens do Rio Amazonas, das quais se seguem amplas extensões de planaltos e depressões. As formas representadas no corte de perfil A-B são: Planaltos Residuais Norte-Amazônicos (chegam aos 3.000 metros), Depressão Marginal Norte-Amazônica (que não ultrapassam os 250 metros), Planalto da Amazônia Oriental (aproximadamente 500 metros), Planície do Rio Amazonas (está entre as ocorrências do Planalto da Amazônica Oriental, em altitudes mais baixas em relação a essa formação), Depressão Marginal Sul-Amazônica (que alcançam aproximadamente 250 metros) e Planaltos Residuais Sul-Amazônicos (que chegam aos 500 metros).
2. Região Nordeste
Este corte tem cerca de 1.500 quilômetros de extensão. Vai do interior do Maranhão ao litoral de Pernambuco. Apresenta um retrato do relevo da região: dois planaltos (o da Bacia do Parnaíba e o da Borborema) cercando a Depressão Sertaneja (ex-Planalto Nordestino). As regiões altas são cobertas por mata, e as baixas, por caatinga. Assim, as formas representadas no corte de perfil A-B são: Planaltos e Chapadas da Bacia do Rio Parnaíba (variam entre 480 a 1.000 metros), Escarpa (ex-Serra) do Ibiapaba Depressão Sertaneja (altitudes que não chegam a 250 metros), Planalto da Borborema (com altitudes mais elevadas que ultrapassam os 1.000 metros) e Tabuleiros litorâneos (onde as altitudes diminuem abruptamente antes de atingirem o nível no mar).
3. Centro-Oeste e Sudeste
Este corte, com cerca de 1.500 quilômetros de comprimento, vai do estado de Mato Grosso do Sul ao litoral paulista. Com baixas altitudes, a Planície e o Pantanal Mato-Grossense estão quase no mesmo nível do Oceano Atlântico. A Bacia do Paraná, formada por rios de planalto, concentra as maiores usinas hidrelétricas brasileiras. As formas representadas no corte de perfil A-B são: Planície e Pantanal Mato-Grossense (com altitudes que variam dos 400 aos 1.000 metros), Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná (que ultrapassam os 1.000 metros de altitude antes de formar a bacia, em aproximadamente 500 metros), Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná e Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste (que mantêm a altitude abaixo dos 1.000 metros).
Nota: Representação artística para fins didáticos. As ilustrações não estão representadas em escala linear no eixo horizontal.
Dentro do mapinha, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.060 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em Nova Escola. São Paulo: Abril, ano dez, n. 88, página 14, outubro 1995.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Há, na localidade em que você vive, obstáculos à fixação humana impostos pelo relevo?

Orientações e sugestões didáticas

A resposta à questão do boxe No seu contexto depende da localidade. Espera-se que os alunos desenvolvam a capacidade de observação de seu espaço e, com isso, sintam-se estimulados a desenvolver um olhar mais apurado para a percepção do seu entorno.

Os boxes No seu contexto, apresentados ao longo de todo o volume, são fundamentais para esta etapa dos estudos. Use-os e, se possível, aprofunde-os. Para o caso do boxe nesta página, sugerimos, por exemplo, trabalhar com os alunos cartas topográficas do município, buscando sempre observar a questão da escala.

Os três grandes perfis devem ser bastante explorados, pois os croquis sintetizam as nuances do relevo brasileiro. Chame a atenção para a relação entre os croquis e o mapa no canto superior direito ou compare-os com o mapa de relevo, na página 143.

Atividade complementar

Pergunte aos alunos que informação falta para que os croquis apresentados possam ser chamados de perfis topográficos. Eles devem perceber a ausência das marcas de distância no eixo horizontal. Desafie-os a inserir essas informações sobre distância de maneira aproximada. Para isso, é possível utilizar as informações sobre escala no mapa da página 143. Oriente-os e colabore na realização da atividade.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 19 e 20

Registre em seu caderno.

  1. Observe novamente o planisfério na página 137 e identifique as cadeias montanhosas de maior extensão e altitude. Com base na sua análise, indique, em seu caderno, os continentes em que elas se localizam.
  2. Consulte o mapa físico do Brasil, na página 142. Localize a Planície do Pantanal e responda às questões.
    1. Em relação ao centro do território brasileiro, em que direção se localiza a Planície do Pantanal?
    2. Que tipo de planície é esse? Explique.
    3. A que altitude está localizada essa planície?
    4. Com base nas altitudes das terras a leste da planície, como você desenharia um perfil topográfico partindo da Planície do Pantanal até a Serra do Caiapó?
  3. Quais fórmas de relevo podem ser encontradas na localidade onde você mora?
  4. Comente a relação entre a prática da agricultura e o relevo.
  5. Represente, em seu caderno, uma depressão absoluta e uma depressão relativa. Em seguida, escreva uma legenda descrevendo as características de cada uma delas.
  6. A hipsometria corresponde às medidas de altitude do relevo. Conheça as zonas hipsométricas do Brasil no quadro e, consultando o mapa, na página 142, faça o que se pede.
Brasil: zonas hipsométricas

Zonas hipsométricas

Superfície

Absoluta(1) (km2)

Relativa (%)

Terras baixas (entre 0 m e 200 m)

3.504.435

41,00

Terras altas (entre 201 m e 1.200 m)

4.996.812

58,46

Áreas culminantes (acima de 1.200 m)

46.156

0,54

Total

8.547.403(2)

100,00

Fonte: í bê gê É. Anuário estatístico do Brasil 2006. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2007. página 1-9.

(1) Valores absolutos arredondados para facilitar a compreensão.

(2) O í bê gê É reavaliou a área territorial do Brasil, verificando que é 8.510.345 quilômetros quadrados; no entanto, tal alteração não invalida a análise proposta no quadro.

  1. Localize, no mapa, um exemplo de terras baixas.
  2. Faça o mesmo em relação às terras altas e às áreas culminantes.
  3. De modo geral, como se apresentam as altitudes do relevo da unidade da federação em que você vive?

7. Interprete o perfil de relevo e responda às questões.

Nordeste do Brasil: perfil do relevo oeste-leste

Gráfico. Nordeste do Brasil: perfil do relevo oeste-leste.
Gráfico representando um perfil topográfico das principais formas do relevo da Região Nordeste. À direita do gráfico, mapa reduzido do Brasil com a marcação da linha de corte do perfil, traçada entre o ponto A, localizado na porção oeste do Maranhão, e o ponto B, localizado na faixa oceânica próxima ao continente. A linha do perfil está posicionada na direção de oeste-noroeste a leste-sudeste. 
No perfil traçado no gráfico, a distância entre os pontos A e B representa o eixo horizontal; o eixo vertical indica os intervalos das cotas de altitude em metros: 0 (nível do mar), 1.000 e 2.000. 
O ponto A se encontra a aproximadamente 480 metros de altitude, sob terrenos sedimentares dos planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba. Seguindo em direção ao ponto B, o perfil do relevo varia em terras de altitudes entre 500 e 1.000 metros, até avançar ao longo da depressão sertaneja, que se encontra em terras de altitudes que variam entre 450 e 500 metros. Na sequência, ao longo do planalto da Borborema, sob terrenos cristalinos, as altitudes são mais elevadas, chegando a aproximadamente 1.200 metros. Adentrando os tabuleiros litorâneos, as altitudes diminuem até atingir o nível do mar, onde está localizado o ponto B. 
Dentro do mapinha, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.300 quilômetros.

Fonte: Rós Jurandir L. S. (organizador). Geografia do Brasil. São Paulo: êduspi, 1996. página 53 e 55.

Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Cordilheira dos Andes e Montanhas Rochosas, no continente americano; Cadeia do Atlas, no continente africano; Cordilheira dos Alpes, no continente europeu; Cordilheira do Himalaia, no continente asiático.
    1. No sudoeste.
    2. É uma planície continental, pois está no interior da América do Sul.
    3. Entre 0 métro e 100 métros e também entre 100 métros e 200 métros.
    4. A leste da Planície do Pantanal, o relevo apresenta altitudes entre 200 métros e 500 métros. Com esse dado, o aluno pode elaborar um perfil topográfico de um trecho da superfície.
  2. Resposta pessoal. Se possível, explore o mapa topográfico da localidade, geralmente disponibilizado pela prefeitura local.
  3. As montanhas, por exemplo, restringem a prática da agricultura por causa de suas encostas íngremes. Em geral, os planaltos e as planícies facilitam o cultivo por causa de seus relevos ondulados e planos, respectivamente.
  4. Depressão absoluta: situa-se abaixo do nível do mar. Depressão relativa: situa-se em altitude abaixo das terras que lhe estão próximas, mas acima do nível do mar. O desenho é uma fórma de fixar conceitos. Acompanhe a execução dessa atividade.
    1. Planícies do Amazonas, do Pantanal, Costeira e as terras à margem dos rios Tocantins, Gurupi etcétera.
    2. Terras altas: Serra do Roncador, Chapada dos Parecis, Planalto da Borborema etcétera. Áreas culminantes: picos das serras da Mantiqueira, da Canastra, dos Pirineus etcétera.
    3. Auxilie os alunos a localizar a unidade da federação em que vivem e responder a esse item.
  1. Qual é a maior altitude do perfil? A que fórma de relevo ela corresponde?
  2. Por que a Depressão Sertaneja é do tipo relativa? Qual é o ponto de menor altitude dessa depressão?
  1. Compare os mapas das páginas 27 e 143, e faça o que se pede.
    1. Se você fizer uma viagem de avião, em linha reta, de Salvador a Manaus, quais fórmas do relevo você sobrevoará?
    2. Qual é a diferença entre as planícies onde estão localizadas as cidades de Manaus e Salvador?
    3. Calcule a distância aproximada, em linha reta e em quilômetros, entre essas duas capitais.
    4. As coordenadas geográficas 0grau de latitude e 60graus de longitude Oeste determinam um ponto localizado em qual fórma de relevo? Qual é o nome dessa fórma?
  2. Esta foto é de uma vista do Pantanal Mato-Grossense, que, além de ser uma planície continental, é também fluvial, pois é banhada pelo Rio Paraguai e seus afluentes. Suas altitudes encontram-se abaixo das terras que lhe estão vizinhas e ela pode também ser classificada em outra fórma de relevo. Você sabe qual é? Explique.
Fotografia. Vista de vegetação densa e rios com várias curvas margeando a formação vegetal.
Trecho da Planície do Pantanal Mato-Grossense, no município de Aquidauana, Mato Grosso do Sul (2021).

10. Com base no mapa da página 143, realize uma pesquisa em livros e na internet sobre a forma ou as formas de relevo que abrange ou abrangem a unidade da federação na qual você vive. Em seguida, em grupo e com a orientação do seu professor, selecionem materiais (textos, imagens, áudios, vídeos, entre outros) para criar uma postagem em um blog. O professor será responsável pela organização da página e reunirá os materiais dos diferentes grupos. Além de boas ideias e cooperação para criar a postagem no blog, você e os integrantes do seu grupo precisarão buscar fontes confiáveis de pesquisa e não devem reproduzir materiais como se fossem de sua autoria. Lembrem-se de citar sempre a fonte, com o nome dos autores e outras informações que a identifiquem.

Orientações e sugestões didáticas
    1. A maior altitude está no Planalto da Borborema e é de cêrca de 1.250 métros.
    2. Porque está abaixo das terras próximas e acima do nível do mar. O ponto de menor altitude está cêrca de 500 métros acima do nível do mar.
    1. Planícies e Tabuleiros Litorâneos; Depressão Sertaneja e do São Francisco; Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba; Depressão do Tocantins; Depressão do Araguaia; Depressão Marginal Sul-Amazônica; Planaltos Residuais Sul-Amazônicos; Planalto da Amazônia Oriental e Planície do Rio Amazonas.
    2. Manaus se localiza em uma planície fluvial, e Salvador, em uma planície litorânea, costeira.
    3. cêrca de 2.500 quilômetros.
    4. Uma depressão, que se chama Depressão Marginal Norte-Amazônia.
  1. É uma depressão relativa, pois suas terras encontram-se em altitudes inferiores às das terras vizinhas.
  2. A atividade contribui para o desenvolvimento da Competência Geral da Educação Básica 5, que recomenda levar os alunos a “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”. Avalie as condições de acesso e as habilidades de informática dos alunos. O uso do blog como ferramenta pedagógica ajuda o letramento digital e incentiva a leitura e a escrita colaborativas, levando-os a cooperar uns com os outros. Quanto à organização do trabalho em grupo, converse sobre competências socioemocionais, como abertura ao novo, responsabilidade, comunicação interpessoal, engajamento e capacidade de assumir compromissos. Explique os cuidados necessários em relação ao uso responsável das ferramentas que a internet oferece, como zelar sempre pelo bem-estar de todos; respeitar a diversidade de culturas, personalidades e opiniões e não disseminar preconceitos; buscar fontes confiáveis; citar devidamente as fontes impressas ou digitais dos materiais utilizados.
Ícone. Seção Desembarque em outras linguagens.

Desembarque em outras linguagens

THIAGO DE MELLO

GEOGRAFIA E LITERATURA

Fotografia de um idoso, de cabelos brancos e usando óculos e camisa branca. Ele está dentro de um barco azul e branco que está em um rio.

Thiago de Mello (na foto, em 2010), poeta brasileiro, nasceu em 1926, na pequena cidade de Barreirinha, no estado do Amazonas. Realizou os seus primeiros estudos na capital, Manaus, e mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil à época, onde ingressou na Faculdade Nacional de Medicina. Entretanto, sua vocação para a literatura levou-o a abandonar o curso e a dedicar-se a escrever prosa e poesia.

Por meio de suas obras, retrata a Amazônia e também o inconformismo com a violação dos direitos humanos e com as injustiças sociais, o que lhe custou a prisão e o exílio. Após a implantação do regime militar no Brasil, em 1964, escreveu um de seus poemas mais famosos: “Os estatutos do homem (Ato institucional permanente)”. Suas obras foram traduzidas para vários idiomas. Morou boa parte de sua vida no estado do Amazonas, sua terra natal, e faleceu em 14/1/2022.

Uma habilidade incomum

Além de poemas, a obra Mormaço na floresta contém prosa poética, como você pode ler no texto. Enquanto a Geografia descreve o espaço natural usando a linguagem geográfica, o poeta o faz de fórma poética e encantadora.

Da altura extrema da Cordilheira, onde as neves são eternas, a água se desprende e traça um risco trêmulo na pele antiga da pedra: o Amazonas acaba de nascer. A cada instante ele nasce. Descende devagar, sinuosa luz, para crescer no chão. Varando verdes, inventa o seu caminho e se acrescenta. Águas subterrâneas afloram para abraçar-se com a água que desceu dos Andes. Do bojoglossário das nuvens alvíssimas, tangidas pelo vento, desce a água celeste. Reunidas elas avançam, multiplicadas em infinitos caminhos, banhando a imensa planície cortada pela linha do Equador.

Planície que ocupa a vigésima parte da superfície deste lugar chamado Terra, onde moramos. Verde universo equatorial que abrange nove países da América Latina e ocupa quase a metade do chão brasileiro. Aqui está a maior reserva mundial de água doce, ramificada em milhares de caminhos de água, mágico labirinto que de si mesmo se recria incessante, atravessando milhões de quilômetros quadrados de território verde.

É a Amazônia,

a pátria da água.

É a Grande Amazônia, toda ela no trópico úmido, com a sua floresta compacta e atordoante, onde ainda palpita, intocada e em vastos lugares jamais surpreendida pelo homem, a vida que se foi urdindoglossário em verdes desde o amanhecer do Terciário. Intocada e desconhecida em muito de sua extensão e de sua verdade, a Amazônia ainda está sendo descoberta.

Orientações e sugestões didáticas

Interdisciplinaridade

A seção Desembarque em outras linguagens enriquece o aprendizado ao estabelecer a interdisciplinaridade e, principalmente, ao trazer à educação geográfica o olhar do escritor Thiago de Mello sobre a Amazônia. Auxilie os alunos a interpretar os textos da seção, sempre procurando estabelecer relação com as características naturais dessa região. Da mesma maneira, as questões propostas merecem discussão e, se possível, devem ser relacionadas com a realidade vivencial dos alunos.

Por meio de livros de prosa e poesia, o professor de Língua Portuguesa poderá contribuir para que os alunos ampliem seus conhecimentos acerca do autor apresentado nesta seção e compreendam a variedade de gêneros textuais por meio dos quais se expressa, proporcionando a exploração da habilidade ê éfe seis nove éle pê quatro nove desse componente curricular: “Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor”.

Tema contemporâneo transversal

Pode-se desenvolver o tema Educação em Direitos Humanos com o professor de História, discutindo com o apoio dele e com os alunos o poema “Os Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente)”, citado no livro, relacionando-o à violação dos Direitos Humanos durante a ditadura militar implantada no Brasil em 1964 e às iniciativas que buscam promovê-los nos dias atuais.

Iniciado há quatro séculos, o seu descobrimento ainda não terminou. E, no entanto, pelo que já se conhece da vida na Amazônia, desde que o homem a habita, ergue-se das funduras das suas águas e dos altos centros de sua selva um terrível temor: o de que essa vida esteja, devagarinho, tomando o rumo do fim.

MELLO, Thiago de. Mormaço na floresta. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; São Paulo: Massao ono, 1981. página 67 e 68. (Coleção Poesia sempre, volume 2).

Fotografia de um idoso, de cabelos brancos e usando camisa branca. Ele está na frente de um microfone, sorrindo, e com os braços abertos.
Thiago de Mello é homenageado pelos seus 90 anos, na Biblioteca Mário de Andrade, na cidade de São Paulo, São Paulo (2016).

 Caixa de informações

1. Além da água resultante do derretimento da neve da Cordilheira dos Andes, que dá origem ao Rio Amazonas, quais outras águas alimentam esse imenso rio, segundo o texto?

 Interprete

  1. A qual planície do Brasil o poeta se refere no segundo parágrafo do texto?
  2. Extraia do texto um trecho em que o poeta se mostra preocupado com a região amazônica. Você acredita que há razões para preocupação? Por quê?
  3. Por que o poeta chama a Amazônia de “pátria da água”?

 Mãos à obra

5. Thiago de Mello e o seu filho, Alexandre Manuel Thiago de Mello, conhecido como Manduka, lançaram um álbum chamado Mormaço na floresta, em 1983, no qual o poeta declama seus poemas ao som de composições musicais criadas por Manduka. Inspire-se na fórma como o poeta se expressa em suas poesias para fazer um trabalho semelhante. Em duplas, escrevam um texto em prosa ou um poema sobre o relevo, os rios ou o clima da localidade onde vocês vivem. Na sequência, com a ajuda do professor, a turma poderá criar um álbum digital com a recitação dos poemas das duplas e disponibilizá-lo em plataformas digitais de áudio e vídeo. Preparem-se para o dia da gravação e ensaiem, com antecedência, a divisão dos versos ou trechos que cada integrante vai recitar. Usem a criatividade para produzir efeitos de som que retratem palavras mencionadas no texto (barulho de água, farfalhar de folhas, vento, trovão etcétera) ou insiram trilhas sonoras disponibilizadas na internet. Antes de iniciar a declamação, lembrem-se de dizer os nomes dos integrantes do grupo e de apresentar o título do texto ou poema aos ouvintes. Além disso, estejam atentos à entonação, ao ritmo e à clareza da leitura, estabelecendo pausas sempre que necessário.

Orientações e sugestões didáticas

A produção do texto poderá contribuir para o desenvolvimento de habilidades do componente curricular de Língua Portuguesa, como a ê éfe seis sete éle pê três um e a ê éfe zero seis éle pê um um, que preconizam, respectivamente: “Criar poemas compostos por versos livres e de fórma fixa (como quadras e sonetos), utilizando recursos visuais, semânticos e sonoros, tais como cadências, ritmos e rimas, e poemas visuais e vídeo-poemas, explorando as relações entre imagem e texto verbal, a distribuição da mancha gráfica (poema visual) e outros recursos visuais e sonoros”, e: “Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: tempos verbais, concordância nominal e verbal, regras ortográficas, pontuação etcétera”.

Respostas

  1. Águas subterrâneas (“afloram para abraçar-se com a água que desceu dos Andes”); e a água da chuva (“Do bojo das nuvens alvíssimas, tangidas pelo vento, desce a água celeste”).
  2. À Planície do Amazonas.
  3. A atividade propicia que o aluno obtenha uma informação implícita no texto para, depois, articulá-la com seu repertório pessoal, realizando, assim, leitura inferencial. Espera-se que os alunos selecionem o trecho “das funduras das suas águas e dos altos centros de sua selva um terrível temor: o de que essa vida esteja, devagarinho, tomando o rumo do fim” e que o relacionem aos impactos ambientais decorrentes do desmatamento e das queimadas.
  4. Por se tratar da maior bacia hidrográfica do mundo e por apresentar “a maior reserva mundial de água doce” do planeta.
  5. Incentive os alunos a realizar a atividade, dando ampla liberdade de criação e valorizando as fórmas de prosa ou poesia empregadas. Para a organização do álbum com as declamações dos poemas dos alunos, providencie um gravador ou um smartphone para gravar os áudios ou vídeos dos alunos. Sugira a eles que cada grupo componha uma faixa do álbum digital, de modo que cada gravação tenha entre 1 e 2 minutos. Se houver interesse em inserir uma trilha sonora ao fundo da declamação do poema das duplas, busque faixas cujo uso seja liberado na internet, atentando-se às restrições relacionadas aos direitos autorais de determinadas músicas. Se conveniente, verifique opções de músicas disponíveis no sítio eletrônico Domínio Público (disponível em: https://oeds.link/Aq3oUA; acesso em: 28 março 2022). Por fim, utilize uma plataforma on-line de publicações de áudio e vídeos para organizar e disponibilizar o conteúdo produzido pelos alunos.

Diante de dificuldades técnicas ou impossibilidade de criação do álbum digital, a proposta pode ser adequada ao formato de um recital para declamação dos poemas das duplas para a comunidade escolar.

Glossário

Enxurrada
Grande volume de água que escoa com velocidade pela superfície. Ocorre por ocasião de chuvas, e, quando é intensa, a fórça de suas águas pode arrastar rochas, solo, pessoas, árvores, casas, automóveis etcétera
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Torrente
Curso de água periódico produzido por enxurradas. Pode ser de grande intensidade, sobretudo quando a água da chuva escoa por uma encosta.
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Várzea
Área baixa e relativamente plana nas margens dos rios e inundada nas cheias.
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Drenagem
Procedimento para facilitar a saída ou o escoamento da água.
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Sedimento
Material resultante do desgaste de rochas e transporte de solos pela ação de agentes erosivos.
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Entulho
Restos de construção e demolição; material geralmente rejeitado como lixo, mas que pode ser reciclado.
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Desagregar
Dividir em partes; fragmentar.
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Decompor
Separar os elementos que compõem ou constituem algo.
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Dilatar
Aumentar, pela variação da temperatura, o volume ou as dimensões de um corpo sem alterar sua natureza.
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Contrair
Sofrer redução de tamanho, volume, fórma ou estrutura.
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Garganta
Passagem entre cadeias de montanhas, mais apertada que a do desfiladeiro.
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Desfiladeiro
Passagem entre cadeias de montanha.
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Delta
A palavra “delta” vem da letra grega maiúscula delta (delta). Em razão da semelhança de fórma entre a foz do Rio Nilo, no Egito, com essa letra, os gregos deram o nome de “delta” a esse tipo de foz.
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Quartzo
Mineral formado por silício e oxigênio que compõe diferentes rochas.
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Baía
Reentrância da costa, menor que a de um golfo, pela qual as águas do mar circulam.
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Enseada
Reentrância da costa bem aberta em direção ao mar, mas com pouca penetração dessas águas.
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Escarpa
Rampa; declive muito íngreme.
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Unidade de Conservação
Espaço territorial com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo poder público, com limites definidos, destinado à preservação e à manutenção da diversidade biológica.
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Sítio urbano
Termo empregado pela Geografia Urbana para se referir ao terreno ocupado por um povoado ou por uma cidade e que abrange o estudo de diversos aspectos, entre eles o relevo, o solo e a rede de rios do local.
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Geomorfológico
Referente à Geomorfologia, ciência que estuda as fórmas de relevo.
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Bojo
Espaço interior.
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Urdir
Tecer, criar uma trama de tecido.
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