UNIDADE 8 INDÚSTRIA, SOCIEDADE, ESPAÇO E URBANIZAÇÃO

Prepare-se para uma viagem no tempo. Você vai descobrir como a atividade industrial se desenvolveu ao longo da história e de que fórma algumas das invenções da humanidade contribuíram para isso.

Nesse trajeto, a produção de mercadorias aumentou, as relações de trabalho mudaram, a urbanização se intensificou e alguns desafios vieram à tona, como a necessidade de minimizar os impactos ambientais.

O avanço das tecnologias e a crescente transformação dos recursos naturais em bens ou produtos no decorrer das revoluções industriais causaram grandes alterações nas sociedades, no espaço geográfico e nas paisagens, inclusive provocando impactos ambientais.

Nesse processo, a urbanização avançou e ocorreram mudanças nas relações de trabalho e no modo como as sociedades se relacionam com o espaço construído ou produzido por elas.

Fotografia. Vista de uma sala ampla com várias telas em uma parede transmitindo imagens das vias de circulação monitoradas. À frente das telas estão diversas pessoas sentadas em mesas com computadores. Elas usam uniformes e observam as telas.
Central de Operações da Companhia de Engenharia de Tráfego da cidade de São Paulo, São Paulo (2018), onde o monitoramento e a gestão do tráfego urbano são realizados por meio do uso da tecnologia e de câmeras instaladas em vários pontos da cidade.
Ícone. Boxe Verifique sua bagagem.

VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. Sem o uso da tecnologia, a quantidade de trabalhadores necessária para monitorar o espaço urbano de uma cidade grande, como São Paulo, seria muito grande. Ao observar a fotografia, o que mais chamou a sua atenção?
  2. Cenas e objetos mostrados na fotografia são comuns no lugar onde você vive? O que é semelhante e o que é diferente?
Orientações e sugestões didáticas

Unidade 8

Esta Unidade aprofunda habilidades relacionadas à caracterização das paisagens transformadas pelo trabalho humano, destacando processos resultantes da industrialização e do surgimento e crescimento das cidades. Nela são fornecidos subsídios para que os alunos compreendam e formulem explicações acerca da interação humana com a natureza.

O conteúdo aborda a evolução do artesanato até a indústria moderna, caracterizando as Revoluções Industriais, assunto que possibilita trabalho interdisciplinar com História e Arte. Evidencia as relações entre industrialização e urbanização e a complexificação da divisão social do trabalho no capitalismo. Destacam-se a cidade como mercadoria, lócus de poder e riqueza, e os problemas sociais decorrentes dessa relação. Discutem-se ainda os impactos ambientais da atividade industrial e o papel das ó êne gês na preservação ambiental.

Mapas, fotos, tabelas, boxes de indicações de livros, sites e filmes, bem como outros recursos e seções didáticos apoiam as explicações. Use-os para promover e desenvolver o raciocínio geográfico e o pensamento espaço-temporal.

Ao longo dos Percursos, foram sugeridos o trabalho com temas contemporâneos transversais e atividades complementares no intuito de enriquecer a abordagem dos assuntos tratados. As competências enfatizadas, oportunamente referidas, visam sobretudo colaborar na formação cidadã, mobilizando valores, atitudes e conhecimentos para a solução de problemas cotidianos pessoais e coletivos.

Respostas

  1. A fotografia mostra o uso da tecnologia no monitoramento do espaço urbano, principalmente. Espera-se que os alunos apontem a grande quantidade de computadores, monitores de diversos tamanhos, telefones etcétera em uma sala com poucos trabalhadores. Considere todas as respostas sobre o que mais chamou a atenção dos alunos na fotografia e instigue-os a explicar o motivo.
  2. Respostas pessoais. Com base nas respostas dos alunos, leve-os a enumerar as semelhanças e/ou as diferenças encontradas, levando-os a refletir sobre as desigualdades no processo de urbanização e na aplicação e no acesso à tecnologia no lugar onde vivem.

PERCURSO 29 DO ARTESANATO À MANUFATURA E À INDÚSTRIA MODERNA

1. As fórmas de produção

Na história da transformação dos recursos naturais em bens ou produtos que atendem às necessidades humanas, identificam-se três fórmas de produção: o artesanato, a manufatura e a indústria.

O artesanato

O artesanato, desenvolvido nos núcleos familiares, é a fórma mais antiga de transformação dos recursos naturais em objetos para satisfazer as necessidades humanas.

Inicialmente, destinava-se a abastecer a própria família, com a fabricação de panelas, jarros, canecas, roupas, instrumentos de trabalho, entre outros objetos. Com o passar do tempo, porém, permitiu que as famílias trocassem entre si os utensílios excedentes de sua produção.

Com o crescimento da população urbana e, consequentemente, o aumento da procura por produtos ou objetos, o artesanato familiar tornou-se insuficiente. Diante disso, ao longo do século catorze, em algumas cidades europeias começaram a surgir oficinas de artesãos, que deram origem à manufatura.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Em sua opinião, o artesanato desapareceu ou ainda há pessoas que se dedicam a essa atividade? Caso persista, o que é produzido?

Orientações e sugestões didáticas

É importante o aluno perceber que o artesanato não desapareceu, mesmo que ele não conheça alguém que se dedique a essa atividade. O artesanato é praticado, por exemplo, por núcleos familiares que produzem uma diversidade de objetos, como bordados, bijuterias, cerâmica, brinquedos, sabonetes, pinturas, entre outros, para comercialização. Além disso, há diversas comunidades tradicionais que se dedicam a essa atividade, que deve ser valorizada.

A manufatura

Diante da procura crescente por mercadorias do artesanato, alguns artesãos decidiram expandir o negócio, contratando oficiais e aprendizes de ofícioglossário (sapateiros, alfaiates, ferreiros, entre outros).

Assim, a nova fórma de produzir mercadorias deixou de ser individual e passou a ser executada por várias pessoas contratadas, assumindo, a partir de então, a feição de empresa – a manufatura.

A comercialização dos produtos, realizada pelos comerciantes, tornou-se intensa e rentável, levando ao rápido crescimento das manufaturas na Europa. Isso permitiu que muitos proprietários investissem na criação e no desenvolvimento de novas e avançadas técnicas de produção, capazes de aumentar ainda mais a oferta de produtos e o lucro. Desse processo surgiu a indústria.

A indústria

Dá-se o nome de indústria ao conjunto de atividades produtivas que transformam matérias-primas em mercadorias para uso ou consumo tanto doméstico como em todas as atividades econômicas, até mesmo em outras indústrias.

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 29

O processo de industrialização é trabalhado neste Percurso, que busca identificar suas características e consequências para as transformações socioespaciais e seus impactos nas paisagens. Para isso, é traçado um pequeno histórico do desenvolvimento industrial que levou à sociedade de consumo.

Após o estudo do subtítulo “Tipos de indústrias”, é interessante aplicar esses conhecimentos à realidade do município (caso seja de pequeno e médio porte) por meio da realização de um trabalho de pesquisa na prefeitura e nas associações comerciais e industriais locais.

Programe a exibição e a discussão dos filmes indicados nos boxes Pausa para o cinema.

Estimule a leitura de livros adequados à faixa etária dos alunos e valorize a atitude de os alunos frequentarem a biblioteca da escola, caso ela exista na escola onde você trabalha. Sugerimos o livro a seguir, cujo acesso poderá ocorrer por meio da biblioteca da escola, caso o título esteja nela disponível: TEIXEIRA, Francisco M. P. Revolução Industrial. décima segunda edição São Paulo: Ática, 2004. Com personagens fictícios, o autor aborda os anos de 1830 e 1840 na Inglaterra, período de ebulição da Revolução Industrial.

Habilidade da Bê êne cê cê

ê éfe zero seis gê ê zero seis

O Percurso 29 aborda a transformação das fórmas de produção e o processo de industrialização, contemplando a habilidade indicada ao identificar características do processo de industrialização que são essenciais para o aprofundamento dessa habilidade nos próximos Percursos, em que serão tratados os impactos e as transformações na paisagem com o desenvolvimento da indústria.

Interdisciplinaridade

O professor de História poderá contribuir com subsídios sobre as lógicas comerciais e mercantis da modernidade, abordando a emergência do capitalismo e as razões da passagem do mercantilismo ou capitalismo comercial para o capitalismo industrial. Em relação às revoluções industriais, poderá colaborar discutindo os impactos nas atividades produtivas e na circulação de povos, produtos e culturas.

Da indústria moderna – que teve início no século dezoito – até os dias atuais, o desenvolvimento tecnológico foi tão intenso que desencadeou as chamadas “revoluções industriais”.

Primeira Revolução Industrial

Com o investimento em novas técnicas de produção, muitas invenções começaram a surgir por volta de 1750, principalmente na Inglaterra (atual Reino Unido) e, posteriormente, nos países que hoje conhecemos como França, Alemanha, Rússia, Bélgica, Itália, Japão e Estados Unidos. A invenção de máquinas possibilitou ao trabalhador produzir uma quantidade maior de mercadorias em menor tempo, comparando-se à produção da manufatura. Nasceu, assim, a indústria moderna, na qual a produção passou da manufatura para a maquinofatura.

Ilustração. Representação de uma máquina composta por uma grande engrenagem acoplada a uma estrutura de madeira. Há duas vigas de madeira na posição horizontal, no topo de duas outras colunas de madeira que estão na vertical, lado a lado. No meio, entre as duas colunas da vertical, está uma outra madeira com a engrenagem grande e outra pequena. As engrenagens estão presas em cordas. As cordas estão presas nas madeiras. No lado oposto das engrenagens estão objetos cilíndricos presos na mesma corda das engrenagens.
Primeira máquina a vapor, projetada pelo inglês djêimes uót no século dezessete. Por meio do vapor de água, aquecido pela queima de carvão mineral, a energia calorífica é transformada em energia mecânica, movimentando peças e engrenagens.

Segunda Revolução Industrial

Entre as principais invenções desse período, que se estende da primeira metade do século dezenove até meados do século vinte, destacam-se a locomotiva a vapor; o motor de combustão interna, que permitiu o aparecimento do automóvel; o telefone; o rádio; o cinema; a televisão.

Nesse período, também ocorreram a descoberta e o aproveitamento de novas fontes de energia, como o petróleo. Tudo isso revolucionou a produção industrial, os transportes e as comunicações.

Fotografia em preto e branco. Um homem de terno, gravata e chapéu e uma criança pequena. Eles posam para foto dentro de um carro. O carro tem rodas finas, não possui teto e o volante tem a base comprida.
O automóvel é uma invenção da Segunda Revolução Industrial. Na foto, enri fórd, o fundador da indústria de automóveis fórd, com seu filho, na cidade de Detroit, Estados Unidos (1905).
Ícone. Seção Pausa para o cinema.

Pausa para o cinema

Tempos modernos.

Direção: Charles Chaplin. Estados Unidos: Charles Chaplin Productions, 1936. Duração: 87 minutos

Apresenta de fórma divertida e cômica o trabalho de um operário no período da Segunda Revolução Industrial.

Orientações e sugestões didáticas

Se julgar necessário, explique aos alunos que existem dois tipos de carvão: o mineral e o vegetal. O carvão mineral é resultado da transformação de matérias orgânicas vegetais. Há milhões de anos, áreas florestadas foram submersas por águas oceânicas e os restos vegetais foram sendo gradativamente cobertos por detritos e sedimentos. Ao longo do tempo, a madeira “enterrada” transformou-se em carvão mineral, um material com grande capacidade de queima, considerado um combustível fóssil de origem orgânica, assim como o petróleo e o gás natural. Já o carvão vegetal é obtido da queima da madeira sob altas temperaturas.

Comente que, na maquinofatura, o regime de trabalho assalariado generalizou-se, consolidando um novo tipo de trabalhador: o operário. Empregando grande número de pessoas para fabricar determinado produto, as etapas do trabalho puderam ser divididas entre elas. Como resultado, a produção aumentou consideravelmente, e as mercadorias produzidas foram padronizadas. Apesar do avanço e do aumento da produção, o desenvolvimento industrial também levou à intensa exploração do trabalho humano. Assim, adultos e crianças foram submetidos a longas jornadas de trabalho em troca de baixíssimos salários – cenário que caracterizou tanto a Primeira como a Segunda Revolução Industrial.

Terceira Revolução Industrial

Para alguns estudiosos, a Terceira Revolução Industrial ou Revolução Científica e Tecnológica teve início quando a ciência descobriu a possibilidade de explorar a energia nuclear do átomo. Para outros, caracterizou-se pelas grandes conquistas da eletrônica, no início dos anos 1970, que permitiram os avanços da informática e de novas técnicas de produção, incluindo o uso de robôs (robótica).

É importante lembrar que o processo de industrialização não se desenvolveu de fórma semelhante em todos os países e espaços geográficos e que essa desigualdade ainda é observada atualmente.

Quarta Revolução Industrial

Nessa fase, as indústrias caracterizam-se por empregar elevado nível de automação obtido por meio de uma combinação de recursos tecnoló­gicos, por exemplo, a inteligência artificialglossário , a robótica avançada, a conectividade entre equipamentos e dispositivos (internet das coisas), as redes informacionais, entre outros. Desse modo, a produção industrial torna-se mais autônoma, ágil e competitiva.

Da mesma fórma que o processo de industrialização não ocorreu de maneira semelhante em todos os países do mundo, o mesmo vem acontecendo com a Indústria .40. Países como Alemanha, Finlândia, Estados Unidos e Israel estão na dianteira desse tipo de indústria.

Essa fase da revolução industrial exige mão de obra altamente especializada e qualificada. E aí está o desafio: ou os países em desenvolvimento ou menos desenvolvidos superam esse obstáculo ou ficarão na rabeira do desenvolvimento científico-tecnológico e dependentes dos centros mais avançados. Percebe-se, assim, a importância de investimentos nos setores de educação e pesquisas científico-tecnológicas para a formação de profissionais tecnicamente cada vez mais capacitados para o trabalho nesse tipo de indústria.

Ícone. Seção No seu contexto.

No seu contexto

No município onde você vive há indústrias? O que elas fabricam?

Orientações e sugestões didáticas

A resposta à questão proposta no boxe No seu contexto depende do município onde o aluno reside. Ele poderá identificar apenas uma ou mais indústrias que fabricam diversos produtos ou identificar parques industriais diversificados e complexos, que utilizam tecnologia de ponta.

2. Tipos de indústria

• Classificação de acordo com o destino da produção

Com base no destino dos bens produzidos, as indústrias se classificam em: indústrias de bens de consumo, indústrias de bens intermediários e indústrias de bens de produção.

As indústrias de bens de consumo produzem para consumo ou uso pela população. Abrangem:

Indústria de bens de consumo não duráveis: produz bens usados ou consumidos apenas uma vez ou por pouco tempo, como calçados, roupas, alimentos etcétera

Fotografia. Vista do interior de uma indústria com diversas pessoas vestidas com uniformes. Elas estão distribuídas ao longo de várias bancadas alinhadas paralelamente. Cada bancada está acoplada a uma esteira que é abastecida com diversos itens que descem de um equipamento posicionado na parte superior esquerda.
Funcionários montam pratos em indústria de alimentos prontos na China (2022). Essa é uma indústria de bens de consumo não duráveis.
Orientações e sugestões didáticas

Em relação à desigualdade existente entre os países que passaram e passam pelo processo de industrialização, comente que os mais industrializados se concentram ao norte da linha do Equador. Caso julgue pertinente, explique que também existe a denominação “novos países industrializados ()” para se referir aos processos ocorridos em pelo menos três grupos distintos de países que passaram pela industrialização a partir dos anos 1950. O primeiro grupo é formado por países latino-americanos que se industrializaram em meados do século vinte, visando ao mercado interno e à substituição de importações. O segundo, também conhecido como Tigres Asiáticos (Cingapura, Coreia do Sul, Hong Kong e taiuã), promoveu sua industrialização a partir dos anos 1970, visando ao mercado externo. O terceiro (Indonésia, Filipinas, Malásia, Vietnã e Tailândia) passa por industrialização mais recente e também se volta para o mercado externo. Em comum, todos esses países são dependentes de tecnologias importadas dos países mais industrializados.

Interdisciplinaridade

Considerando o contexto das revoluções industriais, é pertinente elaborar e desenvolver um projeto interdisciplinar com o professor de História. Em conjunto, promovam contato dos alunos com textos que trabalhem o tema das invenções ocorridas no período da Segunda Revolução Industrial, evidenciando como se deu a evolução dessas invenções e como isso impactou a economia e a sociedade ao longo do tempo, até os dias de hoje. A turma pode ser dividida em grupos e cada grupo poderá abordar uma invenção.

Indústria de bens de consumo duráveis: produz bens usados por um período relativamente longo, como móveis, eletrodomésticos, computadores, automóveis etcétera

Fotografia. Vista do interior de uma fábrica de caminhões com pessoas manuseando a estrutura de montagem de um caminhão sem rodas. Há muitos fios e peças expostas.
Funcionários trabalham na produção de caminhões em uma fábrica no município de São Bernardo do Campo, São Paulo (2021). Essa é uma indústria de bens de consumo duráveis.

As indústrias de bens intermediários produzem matérias-primas para outros segmentos industriais. É o caso da indústria de extração e transformação de minérios, que produz matéria-prima para as indústrias automobilísticas e químicas, por exemplo.

Fotografia. Vista do interior de uma indústria siderúrgica com diversas pessoas de uniformes, capacetes e óculos de proteção. Elas manuseiam um equipamento que segura um recipiente menor que recebe um material líquido em alta temperatura (aço líquido), de um recipiente maior que está ao lado.
Operários na produção de aço em siderúrgica no Equador (2019). Essa é uma indústria intermediária.

As indústrias de bens de produção, também chamadas de base ou de bens de capital, produzem máquinas e equipamentos destinados a outras indústrias, como as de máquinas têxteis, as de motores e, até mesmo, as usinas de energia elétrica etcétera

Fotografia. Vista do interior de uma fábrica de motores. Destaque para uma pessoa de uniforme e capacete manuseando ferramentas e trabalhando na montagem de um motor. Há muitos fios e peças expostas.
Produção de motores em indústria na Índia (2020). Essa é uma indústria de bens de produção.

• Classificação de acordo com a tecnologia empregada

Em relação à tecnologia que empregam, distinguem-se dois tipos de indústria: a tradicional ou de trabalho intensivo e a moderna ou de tecnologia avançada.

Nas indústrias tradicionais, empregam-se tecnologias antigas e mão de obra numerosa. Esse tipo de indústria é encontrado em vários ramos (bebida, metalurgia, confecção etcétera) e em empresas que, por diversas razões, não investiram na modernização.

Nas indústrias modernas, os progressos científicos e tecnológicos são intensamente aplicados à produção industrial. A mão de obra é altamente especializada, com produção e produtividade elevadas, destacando-se as indústrias de informática, de telecomunicação, aeroespacial e automobilística com o uso de robôs.

Orientações e sugestões didáticas

Se considerar oportuno, explique que os diferentes tipos de indústria têm características específicas a depender da escolha de sua localização. Para se instalar, as indústrias avaliam os chamados fatores locacionais, que incluem: disponibilidade de mão de obra; proximidade ou distância em relação às fontes de matérias-primas; infraestrutura de transporte, comunicação e energia; proximidade ou distância do mercado consumidor etcétera Esse assunto será estudado no livro do 8º ano desta coleção.

Atividade complementar

Solicite aos alunos que classifiquem as indústrias do município onde moram segundo o destino dos bens produzidos. Caso o município onde os alunos residem tenha indústrias, eles poderão classificá-las, segundo o destino dos bens produzidos, em indústrias de bens de consumo (que produzem para o consumo da população), indústrias de bens intermediários (que produzem matérias-primas para outras indústrias) ou indústrias de bens de produção (que produzem máquinas e equipamentos destinados a outras indústrias).

Atividade complementar

Aprofunde a contextualização dos tipos de indústria. Peça aos alunos que observem os produtos industriais que usam ou consomem em seu cotidiano: roupas, tênis, eletroeletrônicos, automóveis, comidas processadas etcétera Eles devem classificar as indústrias que fabricam esses produtos segundo o tipo de tecnologia empregada e o tipo de bens produzidos. A organização das informações pode ser feita em uma lista no caderno.

3. Trabalho humano e produtos

Um produto é o resultado da atividade humana, física ou mental, isto é, o que fazemos, criamos ou construímos por meio de nosso trabalho.

Para que algo seja um produto, no sentido econômico do termo, é necessário que as pessoas atribuam valor a ele e o comprem para uso ou consumo. Podemos afirmar, portanto, que consumo é o uso de um bem ou serviço por uma pessoa ou por uma empresa. Assim, o objetivo da produção humana é fornecer produtos ou serviços ao mercado de consumoglossário . Conheça alguns exemplos de produtos a seguir.

Quando o ser humano prepara a terra, planta e colhe vegetais, obtém como resultado produtos agrícolas: cana-de-açúcar, milho, arroz, feijão, soja etcétera Assim, dizemos que os produtos agrícolas são o resultado da atividade humana, ou seja, do trabalho do ser humano na agricultura.

Os operários que participam da produção de um automóvel trabalham em diferentes tipos de indústria que fornecem produtos para as montadoras de automóveis. O automóvel é, então, um produto resultante do trabalho humano em diferentes indústrias.

O poeta também realiza um trabalho. O resultado de seu trabalho são os poemas; eles são o produto do trabalho intelectual do poeta. No entanto, esse trabalho só se torna um produto de valor econômico quando, por exemplo, os poemas são publicados em livros, que são distribuídos às livrarias para consumo dos leitores.

Fotografia. Vista de um local com muitos livros em mesas e prateleiras. Nas paredes há alguns cartazes. Algumas pessoas olham os livros.
Livraria na cidade de côrte Madera, estado da Califórnia, Estados Unidos (2021). Observe a quantidade de livros. É necessário o trabalho de muitas pessoas para que um livro esteja disponível aos leitores.
Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

A história das coisas.

Direção: . Estados Unidos: Free Range Studios, 2008. Duração: 21 minutos

Documentário que expõe o consumo exagerado de bens materiais e o impacto negativo sobre o meio ambiente. Permite refletir sobre valores e padrões sociais de consumo impostos pela mídia e por grandes empresas.

Orientações e sugestões didáticas

Competência

O documentário indicado no boxe Pausa para o cinema pode servir de mote para a discussão das relações entre consumo de produtos industrializados e impactos ambientais. Use o documentário completo ou selecione algum trecho para exibição e promova debate em sala de aula. Esse tipo de atividade estimula o interesse dos alunos pelo tema e permite usar outros tipos de linguagem, nomeadamente a linguagem audiovisual, para refletir sobre questões de interesse geográfico. Assim, estarão contemplados aspectos da Competência Específica de Ciências Humanas 7: “Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão”.

• Os produtos, a natureza e o trabalho humano

Todos os produtos têm uma “história”, pois encerram em si fatos que não podemos ver diretamente. Além disso, eles são produzidos com matérias-primas fornecidas pela natureza e transformadas pelo trabalho humano.

Vamos considerar o lápis: ao observá-lo, podemos perceber facilmente o seu tamanho, a sua fórma, a sua cor e a sua marca – a empresa que o produziu. No entanto, o lápis é produto de um processo produtivo e tem características que não podemos identificar diretamente. Por exemplo:

  • De onde foram extraídas a grafiteglossário e a madeira que serviram de matérias-primas para a fabricação do lápis? Quais são as condições naturais (clima, relevo, solo etcétera) de onde esses materiais foram extraídos?
  • Quem extraiu a grafite e a madeira da natureza? Quais são as condições de vida das pessoas que realizaram a extração dessas matérias-primas?
  • Que ferramentas e máquinas foram empregadas para extrair a grafite e a madeira (instrumentos técnicos que também encerram em si a natureza e o trabalho humano)?
  • Qual foi o meio de transporte usado para levar a grafite e a madeira até a fábrica? Qual foi e como era o caminho percorrido? Para onde se destinaram? (Considere, ainda, que a via de transporte também guarda uma relação com a natureza e o trabalho, desde sua construção até a conservação necessária para que ela se mantenha em funcionamento.)
  • Que condições de vida apresentam os operários e funcionários que trabalharam na fabricação do lápis? Seus salários são suficientes para assegurar boas condições de vida a si e a seus filhos?
Fotografia. Vista do interior de uma indústria com várias bancadas alinhadas paralelamente. Sobre essas bancadas estão pilhas de lápis. Uma pessoa de uniforme manuseia uma dessas pilhas com as duas mãos.
Interior de indústria de lápis no estado da Baviera, Alemanha (2021).

Além das questões acima, existem muitas outras que se aplicam a todos os produtos que consumimos ou usamos. Elas nos ajudam a compreender como os produtos expressam relações entre o trabalho humano e a natureza. Perceba que podemos estudar Geografia por meio de qualquer produto que observarmos. Isso nos ajuda a avaliar de modo diferente os produtos que consumimos, valorizando-os como resultado da natureza e do trabalho humano. Por isso, é importante poupá-los, zelar por eles e evitar desperdícios, considerando que um grande consumo de produtos também significa uma grande exploração de recursos naturais ou, até mesmo, maior destruição da natureza.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

FRANCO, Silmara.

Você precisa de quê?: a diferença entre consumo e consumismo. São Paulo: Moderna, 2016. (Coleção Informação e Diálogo).

De maneira dinâmica, por meio de ilustrações, fotos e infográficos, a autora leva-nos a refletir sobre a influência da propaganda na vida das pessoas e sobre a adoção de atitudes e hábitos de consumo conscientes.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Instituto Akatu

https://oeds.link/z3u1in

Por meio de vídeos e textos, aprenda sobre a importância do consumo consciente. Nesse site, você poderá realizar um teste de consumo consciente elaborado por uma organização não governamental (ôngui) dedicada a conscientizar pessoas e empresas para que adotem práticas sustentáveis de produção e consumo.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

[LOCUTOR] Impactos ambientais na produção do jeans

[♪ Início da trilha sonora ♪]

[Locutor] Quanto custam seus jeans desbotados para o meio ambiente? [Pequena pausa]

[Locutor] [Tom enfático] Difícil encontrar alguém que não tenha uma calça jeans. Essa peça de vestuário, criada por um jovem judeu alemão chamado Levi Strauss, que vivia nos Estados Unidos em meados do século XIX, espalhou-se pelo mundo e chegou a se tornar símbolo de juventude e liberdade.

[Locutor] O tecido para produzir as calças jeans, conhecido como denim, é feito principalmente de algodão. Apesar de ser uma fibra natural, o algodão recebe grande carga de fertilizantes e agrotóxicos, produtos que podem prejudicar a saúde de quem os manuseia e contaminar o solo e a água.

[Locutor] Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, esses aditivos chegam a representar cerca de 25% dos custos do cultivo de algodão em alguns estados como Mato Grosso do Sul e Goiás. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, o Brasil é hoje o segundo maior produtor e o terceiro maior consumidor de denim do mundo. [Em tom enfático]

[Locutor] Os outros impactos podem ser identificados ao longo da produção do jeans: [Tom explicativo] o uso de produtos tóxicos no processo de tingimento do denim e o excesso de água utilizada durante o processo produtivo são dois exemplos.

[Locutor] Em 2017, rejeitos da produção de jeans na cidade pernambucana de Toritama, que possui mais de 2.500 fábricas têxteis, foram despejados sem tratamento no rio Capibaribe, deixando suas águas vermelhas. Os aditivos químicos usados no tingimento das calças são difíceis de serem eliminados do solo e das águas, e as suas toxinas podem causar danos à agropecuária e aos ecossistemas.

[Locutor] Essas práticas produtivas fazem do jeans um grande vilão para o meio ambiente. [Tom de dúvida] Mas o que pode ser feito para diminuir o impacto de sua produção?

[Locutor] A indústria têxtil pode adotar medidas sustentáveis, como utilizar matérias-primas naturais e orgânicas, aumentar a reutilização da água ao longo do processo produtivo e tratar os rejeitos antes do descarte. Além disso, é possível confeccionar acessórios e outras peças de roupa a partir de jeans que seriam descartados, diminuindo a quantidade de produtos destinados ao lixo.

[Locutor] Ao mesmo tempo, nós podemos fazer a nossa parte: aproveitar as nossas roupas por mais tempo, avaliar a necessidade de uma nova compra e refletir sobre o processo de produção de qualquer peça do vestuário, como um bom jeans.

[♪ Fim da trilha sonora ♪]

Orientações e sugestões didáticas

Competência

Promova discussões em torno das questões propostas no texto principal. Elas contribuem para que os alunos estabeleçam conexões entre temas do conhecimento geográfico ao reconhecerem relações entre trabalho humano e natureza, e também favorecem a compreensão sobre como os seres humanos aplicam a tecnologia para explorar os recursos da natureza ao longo da história, desenvolvendo, assim, a Competência Específica de Geografia 2, de acordo com a Bê êne cê cê.

Tema contemporâneo transversal

Remeta à questão expressa no título da indicação de leitura do boxe Quem lê viaja mais. Use-a como ensejo para trabalhar o tema Educação para o Consumo. Propicie um momento de reflexão individual para que os alunos possam pensar e responder no caderno à questão: “Você precisa de quê?”. Posteriormente, peça que compartilhem suas reflexões com a turma. Registre as respostas na lousa e promova um debate sobre elas. Incentive os alunos a ouvir e a dialogar respeitosamente. Questione se entre as necessidades apontadas existem algumas que são comuns a todos. Pergunte como isso se reflete no comportamento de consumo pessoal e coletivo.

PERCURSO 30 INDÚSTRIA: TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS, ECONÔMICAS E ESPACIAIS

1. As mudanças na sociedade e na paisagem

As revoluções industriais provocaram grandes transformações nas sociedades, nos espaços geográficos e nas paisagens da Terra. Agora, você vai conhecer algumas dessas transformações.

• Formação de novas classes sociais

O nascimento da indústria moderna deu origem a duas classes sociais distintas: a burguesia industrial, proprietária das indústrias, que passou a competir com a burguesia comercial pelo poder político e econômico; e o proletariado ou operariado, formado por trabalhadores assalariados.

Fotografia em preto e branco. Diversos homens de terno, gravata e chapéu. Ao fundo, outras pessoas entre homens e mulheres. Ao redor, prédios baixos.
Operários de uma indústria têxtil em Manchester, New Hampshire, Estados Unidos (1909), incluindo crianças e mulheres adultas, na saída da fábrica ao fim da jornada de trabalho.

• Fortalecimento do trabalho assalariado e do capitalismo

Na manufatura, por exemplo, o oficial era um trabalhador assalariado, mas o aprendiz recebia, como pagamento pelo seu trabalho, apenas alimentação, vestuário e alojamento na casa do mestre de ofício.

Com a Revolução Industrial, as relações assalariadas de trabalho se generalizaram e fortaleceram o capitalismoglossário .

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 30

Este Percurso oferece elementos para conhecer e criticar aspectos relativos a mudanças sociais, econômicas e espaciais decorrentes da industrialização, ressaltando suas implicações nas cidades e na interação seres humanos-natureza. Ressalte que o surgimento da indústria provocou significativas mudanças na sociedade e na paisagem, inaugurando o capitalismo industrial. Se considerar oportuno, explique em um breve resgate histórico o sistema do socialismo real para que o aluno tenha elementos de comparação, levando-o a compreender melhor o capitalismo.

De modo resumido, as características do socialismo ou da economia planificada são: inexistência de propriedade privada dos meios de produção (terra, máquinas, edifícios, capital etcétera pertencem ao Estado); direção centralizada da economia, ou seja, os diversos setores da economia são planejados pelo Estado; reconhecimento de apenas uma classe social, o proletariado (na prática, a centralização da economia pelo Estado fez surgir a “classe dos burocratas”, que gozava de privilégios).

Na antiga União Soviética, nos países da Europa Oriental, na China, na Coreia do Norte e em Cuba não existiu socialismo democrático. Existiu, sim, o socialismo real, que, além das características citadas, apresentou estrutura política dominada por somente um partido que monopolizou, ou ainda monopoliza, o poder político, implantando uma ditadura do Estado.

Habilidades da Bê êne cê cê

  • ê éfe zero seis gê ê zero seis
  • ê éfe zero seis gê ê zero sete

As mudanças na sociedade e na paisagem são abordadas desenvolvendo-se as habilidades indicadas. São exploradas as características do processo de industrialização e de urbanização, além das alterações na paisagem urbana e da interação das sociedades com a natureza a partir da urbanização.

Neste Percurso, remeta às transformações socioespaciais ocorridas no Brasil, principalmente nas Grandes Regiões Sudeste e Sul, onde o processo de industrialização foi mais intenso. Assim, tenha em mente contextualizar o Brasil e, se possível, o espaço de vivência dos alunos.

• Intensa urbanização

Urbanização é o processo em que o crescimento numérico da população urbana é maior que o da população rural.

Nos países em que ocorreram as revoluções industriais, houve um grande processo de urbanização. Isso aconteceu porque, geralmente, as indústrias se instalam em cidades e, dessa fórma, atraem populações em busca de emprego, provenientes das zonas rurais e de outras cidades.

Devemos considerar também que, em alguns casos, a implantação de indústrias fóra das cidades ocorre por causa da necessidade de proximidade de matérias-primas (minério de ferro e outras), fonte de energia (por exemplo, carvão mineral) e vias de transporte (rios e ferrovias).

Além disso, a implantação de indústrias na zona rural deu origem à formação de novas cidades. E a mão de obra dessas indústrias recém-implantadas provinha do próprio campo, pois as precárias condições de vida do camponês o levavam a se transformar em operário com a esperança de ter vida melhor.

Observe no gráfico o crescimento da população de algumas cidades europeias que se industrializaram no final do século dezoito e durante o século dezenove.

Europa: crescimento populacional de algumas cidades inglesas e francesas – 1700-1950

Gráfico. Europa: crescimento populacional de algumas cidades inglesas e francesas – 1700 a 1950. 
Gráfico de linhas representando a população aproximada das cidades de Londres (Inglaterra), Paris (França), Birmimrrãm (Inglaterra), Manchéster (Inglaterra) e Liom (França) no período. Cada cidade é representada por uma linha de cor específica. 
População de Londres (linha azul): em 1700: 700 mil; em 1800: 800 mil; em 1900: 4,6 milhões; em 1930: 4,2 milhões.  
População de Paris (linha roxa): em 1750: 600 mil; em 1800: 500 mil; em 1850: 1,5 milhões; 1900: 2,7 milhões.  
População de Birmimrrãm (linha laranja): em 1810: 100 mil; em 1840: 500 mil; em 1900: 550 mil; em 1940: 1 milhão. 
População de Manchéster (linha verde): em 1800: 100 mil; 1840: 300 mil; em 1900: 600 mil; em 1940: 800 mil. 
População de Liom (linha azul): em 1800: 100 mil; em 1850: 200 mil; em 1900: 400 mil; em 1920: 500 mil.

Fonte: ispózito, Maria Encarnação B. Capitalismo e urbanização. quarta edição São Paulo: Contexto, 1991. página 52.

Grafismo indicando atividade.

Faça um cálculo aproximado de qual foi o crescimento da população absoluta de Londres entre os anos de 1800 e 1900.

Orientações e sugestões didáticas

O crescimento da população absoluta de Londres entre os anos de 1800 e 1900 foi de 3,8 milhões de habitantes, considerando que, em 1800, Londres apresentava cêrca de 800 mil habitantes e, em 1900, tinha 4,6 milhões.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

O menino e o mundo.

Direção: Alê Abreu. Brasil: Filme de Papel, 2014. Duração: 85 minutos

Cuca, um garoto que mora com o pai e a mãe, vive em uma pequena casa no campo, no interior de seu mítico país. Diante da falta de trabalho, o pai dele parte em busca de trabalho na cidade grande. Sentindo-se triste, Cuca pega o trem e vai em busca do pai e passa a descobrir uma sociedade marcada pela pobreza, exploração de trabalhadores e falta de perspectivas.

• Divisão social do trabalho

Com a industrialização e a consequente urbanização, a divisão social do trabalho tornou-se mais diversificada, mais complexa. Algumas pessoas passaram a trabalhar nos sistemas de abastecimento de água, na construção de redes de esgoto, na coleta de lixo, nos transportes urbanos, na pavimentação de ruas; outras, no comércio, nos bancos, em hospitais e escolas, por exemplo.

Além disso, na própria indústria, a divisão do trabalho se acentuou. Cada operário tornou-se responsável por parte do processo­ de fabricação de um produto, com o objetivo de elevar a produção e, com isso, gerar maiores lucros para a indústria.

Orientações e sugestões didáticas

Em relação ao conceito de urbanização, explique que principalmente arquitetos e urbanistas o relacionam com a implantação de benfeitorias urbanas: pavimentação de ruas, rede coletora de esgoto, rede de água, rede de energia elétrica, coleta e destinação de lixo, escolas, praças públicas etcétera Em Geografia, as duas acepções são usadas dependendo do objetivo do estudo.

Promova uma leitura conjunta do gráfico. Verifique o que os alunos compreenderam sobre o crescimento populacional das cidades inglesas e francesas. Peça que relacionem essa informação com aquilo que sabem sobre as Revoluções Industriais. Eles devem perceber que a população dessas cidades cresceu em ritmo acelerado a partir da Segunda Revolução Industrial.

Atividade complementar

Promova uma atividade sobre urbanização no Brasil e sua relação com a industrialização. Solicite pesquisa sobre informações básicas a respeito da industrialização brasileira que respondam às questões: “Quando se iniciou?”; “Onde se desenvolveu?”; “Que fatores a estimularam?”. Posteriormente, peça aos alunos que busquem informações sobre o crescimento das cidades brasileiras: “Quando a população urbana ultrapassou a rural?”; “Onde estão localizadas as maiores cidades?”. Proponha-lhes que comparem as datas desses processos e pensem sobre sua articulação. Debata os resultados das pesquisas em sala de aula. Se julgar conveniente, a atividade poderá ser realizada em grupo.

• Alterações na paisagem urbana

A industrialização alterou o espaço geográfico e a paisagem urbana. O crescimento das cidades provocou desmatamento, ocupação de vales fluviais, desvios e canalização de rios. Foram construídas edificações industriais (galpões e fábricas), estações ferroviárias, surgiram bairros nobres e operários, centros comerciais etcétera Algumas ruas foram abertas e outras foram alargadas para permitir a passagem de automóveis, bondes e outros meios de transporte, alterando profundamente a paisagem urbana que existia até então.

Durante a Primeira Revolução Industrial – aproximadamente entre 1750 e 1840, na Europa –, as condições higiênicas das cidades eram deploráveis: faltavam redes de água e esgoto, coleta de lixo, as moradias de operários eram geralmente pequenas e insalubresglossário e a sujeira nas ruas de terra e lama favorecia a ocorrência de surtos de cóleraglossário .

Essas condições urbanas passaram a atingir os mais ricos e impulsionaram a aprovação de leis sanitárias na segunda metade do século dezenove. Iniciou-se, então, a implantação de redes de água e esgoto, a coleta de lixo, a pavimentação de ruas, entre outras melhorias urbanas.

O crescimento dos bairros centrais das cidades, que concentravam o comércio e grande circulação de pessoas, carruagens e, depois, automóveis e caminhões, resultou no deslocamento das residências de famílias ricas para bairros periféricos construídos para tal fim, com infraestrutura de água, esgoto etcétera

Fotografia em preto e branco. Vista de um espaço aberto de uma cidade. À esquerda aparece parte de uma praça com um monumento em destaque. À direita, uma rua com carroças, bondes e uma sequência de prédios baixos, em torno de quatro andares. Há muitas pessoas circulando na praça e na rua.
Rua movimentada com pessoas e veículos na cidade de Manchester, Inglaterra (1880), uma das mais industrializadas da Europa no final do século dezenove.
Gravura. Representação de um bairro pobre de operários, com diversas construções simples que apresentam um mesmo padrão arquitetônico. Em cada construção, há uma área onde diversas pessoas aparecem realizando serviços domésticos, como pendurando roupas em varais. Ao fundo, um viaduto ferroviário aparece acima das construções, com uma locomotiva despejando fumaça.
Bairro operário da cidade de Londres retratado em 1872 pelo pintor e desenhista francês gustáv dorrê (1832-1883).
Orientações e sugestões didáticas

Temas contemporâneos transversais

O assunto abordado permite discussão dos temas Vida Familiar e Social e Trabalho. Para isso, busque aprofundar a relação entre a urbanização, a industrialização e as condições de trabalho com a formulação dos direitos trabalhistas, dos direitos das mulheres adultas e das crianças. Discuta o fato de que as difíceis e abusivas condições de trabalho geravam instabilidade social e promoveram reivindicações e lutas por direitos. Comente que a necessidade de concentração de trabalhadores para possibilitar a produção industrial em larga escala promoveu urbanização e mobilização social entre pessoas que viviam em péssimas condições. Isso gerou o despertar da consciência sobre as condições de vida dos trabalhadores, que, por sua vez, culminou nas primeiras reivindicações sociais e políticas (trabalhistas, feministas etcétera).

Para que os alunos analisem as alterações promovidas pela industrialização no espaço geográfico e na paisagem, é preciso que tenham clareza desses conceitos, conhecimentos prévios adquiridos no estudo da Unidade 1 deste livro.

Competência

O tema contemporâneo transversal sugerido anteriormente permite que os alunos percebam os direitos como conquistas sociais e históricas. Promova uma conversa sobre qual é o papel desses direitos na vida dos alunos. Debata visando sensibilizá-los em relação às experiências de lutas sociais, reconhecendo sua importância histórica e contemporânea.

Assim, estará colaborando para estimular a Competência Geral da Educação Básica 6: “Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade”.

• As cidades e a interação humana com a natureza

Com a intensa urbanização e a diversificação da divisão social do trabalho, a interação humana com a natureza alterou-se profundamente. Se antes o ser humano se relacionava diretamente com ela, obtendo da terra o seu sustento, a vida urbana o levou a uma nova situação, marcada por certo distanciamento em relação à natureza, por mudanças nos hábitos e no modo de vida.

Em verdade, campo e cidade se complementam: o campo fornece alimentos e matérias-primas; e as cidades oferecem serviços – saúde, comércio, bancos etcétera –, além de serem, geralmente, local da instalação de indústrias, que fabricam as mercadorias de que tanto os habitantes do campo como os das cidades necessitam.

• Capitalismo e cidade

Com a consolidação do sistema capitalista por meio das revoluções industriais, o espaço geográfico das cidades – formado por lotes, casas etcétera – foi transformado em mercadoria de compra e venda.

Pessoas ou famílias que não possuíam recursos financeiros suficientes para comprar ou alugar melhores parcelas do espaço urbano para morar passaram a buscar casas precárias ou em áreas periféricas das cidades, onde havia pouca infraestrutura urbana. Como resultado, muitas cidades observaram um grande crescimento de suas manchas urbanas.

Até os dias atuais, a influência do valor da terra sobre a ocupação do espaço urbano pode ser percebida. De modo geral, as áreas mais centrais das cidades são mais valorizadas, pois há coleta regular de lixo, redes de água e esgoto, rede elétrica e iluminação e equipamentos de lazer, como praças, parques, cinemas e teatros. Enquanto isso, nas áreas menos valorizadas das cidades, como periferias e áreas de risco, os serviços e a infraestrutura urbana são insuficientes e não atendem satisfatoriamente à população.

• Concentração do poder econômico, financeiro e político

Desde o fim do século dezenove, com a Segunda Revolução Industrial, formaram-se grandes e poderosas empresas industriais, comerciais e financeiras (bancos) nos países que primeiramente se industrializaram. Ao longo do século vinte, outras importantes empresas se desenvolveram. Muitas delas montaram filiais em diferentes países, incluindo o Brasil. Essas empresas, que têm a séde (matriz) em um país e operam em outros, recebem o nome de transnacionais ou multinacionais. Com muito poder e recursos econômicos, tecnologia e conhecimento científico, elas exercem forte influência econômica e política no mundo.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

, o conquistador.

Direção: bili august. Dinamarca: pér rôst fil producsion, 1987. Duração: 150 minutos

Aborda as precárias condições de vida da classe operária durante a Segunda Revolução Industrial na Europa, tendo como linha condutora a vida de um pai e de seu filho.

daens: um grito de justiça.

Direção: stein conix. Bélgica: Favourite Films, 1994. Duração: 138 minutos

Mostra a situação de miséria e abandono dos operários – incluindo crianças – de uma tecelagem na Bélgica, no século dezenove, no contexto da Segunda Revolução Industrial.

Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

A consolidação do sistema capitalista e a decorrente transformação de porções do espaço geográfico em mercadorias passíveis de compra e venda representam um conteúdo complexo que pode ser de difícil entendimento por parte dos alunos. Sendo assim, organize uma atividade que os ajude a compreender a dinâmica das relações capitalistas na organização do espaço. Oriente os alunos a ler algum jornal do município em que vivem e a observar as informações dos classificados de imóveis da cidade. Eles devem identificar os preços das casas e/ou apartamentos e compará-los segundo os bairros da cidade. Onde é mais barato? Onde é mais caro? Caso julgue conveniente, promova um trabalho de localização desses bairros em um mapa ou imagem de satélite. Providencie esses materiais impressos ou, se possível, use aplicativos que possibilitem a identificação dos lugares. Debata os resultados alcançados buscando caracterizar com os alunos os bairros menos e mais valorizados da cidade.

Chame a atenção dos alunos para a influência do valor da terra nas cidades em países ricos e pobres. Essas diferenças variam de acordo com o histórico de ocupação do sítio urbano, conforme a disponibilidade de serviços e infraestruturas de transporte, saneamento, lazer etcétera, e influenciam a formação de condomínios de luxo (onde os moradores buscam garantir condições de segurança) e bairros periféricos, onde vivem as populações de menor renda. Pergunte se, na opinião deles, existem muitas diferenças entre o processo de urbanização no período estudado e nos dias atuais, principalmente nas cidades dos países que têm grande parcela de suas populações vivendo em situação de pobreza.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 29 e 30

Registre em seu caderno.

  1. Cite um produto industrializado que você usa ou consome no dia a dia. Em seguida, identifique as matérias-primas empregadas para fabricá-lo.
  2. Admitindo que uma bicicleta pode ser usada por muitos anos, a que tipo de indústria, segundo o destino da produção e o uso, ela pertence?
  3. O aparelho de telefone móvel surgiu no contexto de qual Revolução Industrial? O que a diferencia das outras?
  4. Cite algumas alterações no espaço geográfico decorrentes da industrialização.
  5. Considerando que todo produto encerra em si a natureza e o trabalho humano, como você poderia descrever isso na produção de um livro?
  6. Interprete o mapa e responda às questões.

Mundo: regiões industriais

Mapa. Mundo: regiões industriais. 
Planisfério político com a localização e delimitação dos centros e regiões industriais, dos países mais industrializados e dos novos países industrializados. 
Centros industriais: nos Estados Unidos: Chicago, Houston, Los Angeles, Nova York; no México: Cidade do México; no Brasil: São Paulo; no Chile: Santiago; na Argentina: Buenos Aires; na França: Paris; no Reino Unido: Londres; na Rússia: Moscou, Novosibirsk; na África do Sul: Johanesburgo; na China: Pequim, Hong Kong; no Japão: Tóquio; em Taiwan: Taipé; na Coreia do Sul: Seul; na Índia: Calcutá, Mumbai; em Cingapura; na Austrália: Sidnei, 
Regiões industriais: Vale do Rhur, na Alemanha; porção norte da Itália; sul e norte da França; Cooperbelte, na África Central; Donbass, no leste da Ucrânia; região dos Urais, na Rússia; leste da China; além das áreas que se estendem ao redor ou nas proximidades dos centros industriais descritos.  
Países mais industrializados: Canadá, Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Rússia. 
Novos países industrializados: Brasil, México, China, Índia, Cingapura e outros países da Ásia. 
Na parte inferior do mapa, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.560 km.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 27.

  1. Cite o nome dos países da América do Norte e da Ásia que estão entre os mais industrializados do mundo.
  2. Indique uma região industrial dos Estados Unidos e da Rússia.
  3. Há regiões industriais na América do Sul? Se sim, indique quais são.
  4. Embora a África não apresente países entre os mais industrializados do mundo, destacam-se regiões industriais e um centro industrial de grande importância. Que centro é esse?
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. A resposta dependerá do produto escolhido pelos alunos. Auxilie na investigação do que o objeto escolhido contém da natureza, diferenciando entre matéria-prima natural e transformada, e o que o objeto contém do trabalho humano.
  2. Indústria de bens de consumo duráveis.
  3. Terceira Revolução Industrial. Diferencia-se pelo desenvolvimento da energia nuclear, da eletrônica, da informática e da robótica, entre outras inovações.
  4. Urbanização, desmatamento, ocupação de vales fluviais, canalização de rios, construção de edifícios industriais e estações ferroviárias, alargamento de ruas para permitir a passagem de veículos automotores, formação de bairros centrais e periféricos, centros comerciais etcétera
  5. Espera-se que o aluno reconheça que o papel usado na produção de um livro é fabricado com a celulose extraída de plantas ou vegetais; as tintas empregadas na impressão são retiradas de matérias-primas da natureza; as máquinas que imprimem o livro são construídas com metais (ferro, aço etcétera) produzidos de minérios extraídos da natureza. A presença humana está no livro não somente em relação à pessoa que o escreveu (autor), mas também devem ser considerados os funcionários da editora e da gráfica, os transportadores que distribuem os livros e ainda os vendedores de uma livraria.
    1. América do Norte: Canadá, Estados Unidos; Ásia: Rússia, China, Japão etcétera
    2. Nova iórque, Chicago, Houston e Los Angeles (Estados Unidos da América); Urais, Moscou e novocibírsqui (Rússia).
    3. Sim. Em São Paulo (Brasil), Buenos Aires (Argentina), Santiago (Chile). As outras regiões industriais representadas no mapa da América do Sul são Caracas (Venezuela) e Bogotá (Colômbia).
    4. cóperbeut (abrangendo parte da República Democrática do Congo e parte da Zâmbia).

7. Interprete o mapa a seguir e responda.

Brasil: participação das unidades da federação no total de empresas industriais – 2020

Mapa. Brasil: participação das unidades da federação no total de empresas industriais – 2020. Mapa das unidades federativas destacadas em tonalidades de cor que variam do mais fraco (laranja claro) para o mais forte (marrom), de acordo com as faixas percentuais de participação de cada unidade da federação no total de empresas que atuam no setor industrial no país
De 0,1 a 0,2: Acre, Roraima, Amapá.  
De 0,5 a 0,9: Rondônia, Amazonas, Tocantins, Maranhão, Piauí, Alagoas, Sergipe.  
De 1,1 a 2,0: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte. 
De 2,2 a 4,6: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Ceará, Goiás, Distrito Federal.  
De 9,2 a 9,5: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná. 
12,8: Minas Gerais. 
25,8: São Paulo. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 580 km.

Fonte: elaborado com base em Confederação Nacional da Indústria. Perfil da indústria nos estados. Disponível em: https://oeds.link/ZeIRa0. Acesso em: 3 fevereiro 2022.

  1. Em que unidades da federação se concentraram o maior e o menor percentuais do total de empresas industriais que atuavam no país em 2020?
  2. Aponte o intervalo percentual do total de empresas industriais brasileiras, em 2020, da unidade da federação em que você vive.

8. Leia o texto e, em seguida, responda às questões.

“A Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra no século dezoito , possibilitou uma brutal exploração do trabalho humano. A fôrça de trabalho de mulheres e crianças [até mesmo de 6 e 7 anos] era amplamente comprada por salários menores que os da mão de obra masculina adulta. Houve períodos em que os homens ficavam desempregados e suas esposas e filhos menores iam trabalhar na indústria .”

HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. 2 Rio de Janeiro: zarrár, 1984. página 191.

  1. Que vantagem o proprietário da fábrica buscava ao contratar crianças e mulheres adultas?
  2. Em sua opinião, ainda existe diferença entre os salários pagos aos trabalhadores do sexo masculino e os pagos às mulheres no Brasil?

9. Observe a foto e faça o que se pede.

Fotografia. Um casal formado por um homem e uma mulher e duas crianças sentados no sofá. Eles olham para a televisão que está a frente deles.
Família reunida em frente à televisão nos Estados Unidos (2021).

Atualmente, muitas campanhas publicitárias associam a ideia de bem-estar e felicidade à aquisição de bens materiais. Com relação a vestimentas, por exemplo, essas campanhas mostram que não basta ter uma roupa, um tênis ou uma mochila; esses produtos têm de ser de determinadas marcas consideradas famosas. Essas propagandas induzem não só ao consumismo e ao desperdício, como também à degradação ambiental. Combine com dois ou três colegas para assistir a diferentes canais de tê vê e analisar as propagandas que tentam induzir ao consumismo. Depois, reúna-se em grupo para produzir uma crítica a essa prática, por meio de texto ou de um quadro-mural. Se possível, exponham suas críticas no mural da escola para que todos leiam e reflitam sobre o consumo consciente.

Orientações e sugestões didáticas
    1. Respectivamente, São Paulo (25,8%), e Roraima, Amapá e Acre (menos de 0,1 a 0,2%).
    2. A resposta depende da unidade da federação em que o aluno vive.
    1. O pagamento de salários mais baixos e jornadas de trabalho maiores.
    2. Resposta pessoal. Informe e debata sobre desigualdade de gênero no mercado de trabalho. No Brasil, em 2020, os salários médios mensais das mulheres correspondiam a 78% dos salários médios mensais dos homens, de acordo com dados do í bê gê É (Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua: divulgação anual).
  1. A atividade proposta leva os alunos a realizar, em grupo, uma análise empírica e qualitativa das propagandas veiculadas na tê vê. Trata-se de um exercício que contribui para o desenvolvimento crítico dos alunos, uma vez que rompe com a noção de recepção passiva de informações, contribuindo para o desenvolvimento de uma percepção mais crítica acerca da comunicação realizada por meio da publicidade. .A partir das reflexões propostas e do trabalho em grupo, espera-se que os alunos reconheçam que o bem-estar e a felicidade não estão relacionados necessariamente à aquisição de bens materiais. Explique a questão do “ter” e do “ser”, ou seja, que na sociedade de consumo “ter” coisas tornou-se, em muitos momentos, mais importante do que “ser”. Enquanto o consumo foi transformado no grande sentido da vida, qualidades do “ser”, como as derivadas do caráter, da ética, do conhecimento, do estudo, da solidariedade humana e do respeito ao meio ambiente e às diferenças étnicas, culturais e religiosas, tornaram-se de importância secundária. Cabe ressaltar a importância de resgatar esses valores e de caminhar para uma sociedade que seja menos preocupada com o “ter”. .Se julgar conveniente, sugira aos grupos a produção de um vídeo curto, com formato para rede social, em que os alunos proponham reflexões críticas sobre essa prática. Essa abordagem favorece a argumentação e o uso pedagógico da tecnologia, desenvolvendo o letramento digital e midiático dos estudantes.

PERCURSO 31 IMPACTOS AMBIENTAIS DA ATIVIDADE INDUSTRIAL

1. Indústria e impactos ambientais

A necessidade cada vez maior de matérias-primas minerais, vegetais e animais, decorrente das revoluções industriais, do crescimento da população mundial e do modo de vida com base na sociedade de consumo (ou do desperdício), intensificou a exploração dos recursos naturais.

Esse processo, que já dura cêrca de 250 anos, causou profundas alterações no meio ambiente. Se, por um lado, a industrialização proporcionou inúmeros benefícios, por outro, causou e ainda causa, geralmente, danos ambientais.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Na localidade em que você vive, é possível observar algum impacto ambiental provocado pela atividade industrial? Explique.

Orientações e sugestões didáticas

Dependendo da localidade em que o aluno reside, pode-se observar algum tipo de impacto ambiental causado pela atividade industrial. Por exemplo, desmatamento para a produção de carvão vegetal, despejo de resíduos industriais diretamente nos rios, poluição do ar pela emissão de gases poluentes, entre outros impactos.

• Exploração dos recursos naturais e desmatamento

Para atender ao crescimento populacional e ao intenso consumo e desperdício de produtos, principalmente pelas sociedades dos países desenvolvidos e classes abastadas dos países menos desenvolvidos, tem havido grande exploração de recursos naturais (para a fabricação desses produtos), com ameaça de esgotamento de alguns deles. Tomando como exemplo o desmatamento, observamos que ele tem ocorrido não somente pela expansão da agropecuária, mas também pela atividade industrial. Muitas indústrias, por exemplo, ainda empregam o carvão vegetal como fonte de energia. Entretanto, algumas empresas siderúrgicas exploram florestas plantadas para a produção de carvão vegetal, minimizando o desmatamento.

Fotografia. Vista de uma área a céu aberto, com diversas fileiras de fornos para produção de carvão vegetal. Os fornos são formados por estruturas em parede circular, cobertos por um teto côncavo e posicionados um ao lado do lado do outro. Há fumaça por toda a área, gerada pela queima da madeira. No chão, entre as fileiras de fornos, montes de carvão são acumulados. O chão está preto com os resíduos de carvão.
Fornos queimam madeira de eucalipto plantado para a produção de carvão vegetal voltada à siderurgia, no município de Turmalina, Minas Gerais (2018).
Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

dáblio dáblio éfe Brasil

https://oeds.link/Ss3EG1

Instituição dedicada à conservação da natureza. No site, há várias informações sobre as atividades realizadas pela instituição e notícias relacionadas ao meio ambiente.

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 31

Neste Percurso, são abordados temas que relacionam a produção industrial às transformações ambientais. Ressalta-se o papel do setor industrial como um importante agente de desmatamento e de poluição dos solos e das águas, além da poluição sonora. Em contraponto, chama-se a atenção para iniciativas que buscam minimizar ou solucionar esses impactos ambientais negativos, salientando os movimentos ambientalistas que têm nas ônguis importantes atores.

Sempre que possível, e especialmente nos tópicos “Indústria e impactos ambientais” e “ônguis e meio ambiente“, promova a contextualização das discussões, aproximando os fatos tratados da realidade vivida pelos alunos. Os boxes No seu contexto são recursos didáticos importantes para ensejar essa aproximação.

Remeta os alunos para a fotografia e sua legenda, ressaltando que ela retrata a produção de carvão vegetal. Peça a eles que diferenciem carvão vegetal de carvão mineral com base no que estudaram nesta Unidade. Comente a vestimenta e os equipamentos de segurança usados pelas pessoas que trabalham com a atividade retratada na foto. Questione que consequências a elevada temperatura dos fornos e a emissão de gases poluentes provenientes da madeira queimada podem ter para a saúde dos trabalhadores caso não usem os equipamentos de segurança.

Habilidade da Bê êne cê cê

ê éfe zero seis gê ê zero seis

O Percurso 31 aborda a habilidade mencionada ao identificar características das paisagens transformadas pelo processo de industrialização ao provocar desmatamento, mudanças climáticas, poluição do solo, das águas e sonora, sempre que possível articulando as escalas local e global.

• Mudanças climáticas

Não são apenas os automóveis, os caminhões e as queimadas os fatores responsáveis pela emissão de gases capazes de provocar alterações climáticas. O uso de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás natural) em atividades industriais e as usinas termelétricas, por exemplo, também colaboram para a emissão de gases de efeito estufa, poluindo a atmosfera.

Fotografia. Vista de uma área aberta evidenciando a construção de uma usina termelétrica. Em destaque, as instalações industriais onde ocorre a queima do carvão para geração de eletricidade, duas chaminés de onde são liberados os gases da queima do carvão e quatro torres de onde sai o vapor de água gerado no processo de resfriamento dos equipamentos.
Poluição atmosférica causada pelo uso de carvão na produção de energia na província de djiãn su, China (2021). Quando desprovidas de filtros, as chaminés industriais lançam mais gases poluentes na atmosfera, contribuindo para o aumento do efeito estufa e o comprometimento da saúde humana.

• Poluição do solo e das águas

A atividade industrial pode gerar diversos detritos. Ao escoar com a água da chuva, esses detritos podem se infiltrar no solo e provocar a contaminação de lençóis de água subterrâneos; se são transportados pelas enxurradas, acabam poluindo rios, lagos e mares. Em alguns casos, há indústrias que despejam os resíduos diretamente em córregos ou rios, o que é proibido pela legislação ambiental em muitos países.

Fotografia. Uma pessoa manuseando uma ferramenta formada por uma extensa vara que tem um cesto acoplado em uma da extremidades. Essa pessoa se encontra em meio a um corpo de água com muito lixo e peixes mortos boiando na superfície.
Funcionário recolhe peixes mortos por poluição na Baía de Manila, Filipinas (2019).

• Poluição sonora

O ruído provocado por máquinas de algumas indústrias pode incomodar os moradores vizinhos. Quando o barulho ou a poluição sonora ultrapassa determinado limite, é capaz de provocar danos ao aparelho auditivo, distúrbios nervosos e insônia.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

obeid, César.

Aquecimento global não dá rima com legal. segunda edição São Paulo: Moderna, 2017. (Saber em cordel).

Por meio de estrofes da literatura de cordel, o livro aborda o tema do aquecimento global, suas causas, consequências e soluções, além de outros temas socioambientais.

Orientações e sugestões didáticas

Para desenvolver o conteúdo proposto, inicialmente recorde os alunos de que a poluição decorre de substâncias que modificam o equilíbrio natural do ambiente e trazem prejuízos à saúde humana e dos demais seres vivos (animais e vegetais) e aos ecossistemas, de modo geral.

Atividade complementar

Se julgar conveniente, separe a turma em grupos e oriente cada um deles na realização de uma pesquisa sobre um dos problemas ambientais apresentados: exploração dos recursos naturais e desmatamento, mudanças climáticas causadas pela poluição do ar, poluição do solo e das águas e poluição sonora. Solicite que, na pesquisa, enfoquem principalmente os resultados desses problemas nos centros urbanos, uma vez que é na cidade que as indústrias costumam se localizar.

Interdisciplinaridade

A discussão sobre poluição industrial pode ser realizada com a colaboração dos professores de História e de Ciências. O primeiro componente curricular citado pode contribuir demonstrando de que maneira, ao longo do tempo, novos tipos de indústria produziram cada vez mais poluição. Além disso, pode trabalhar a evolução das legislações ambientais que incidem sobre o setor industrial, visando controlar a poluição. Por sua vez, os conhecimentos de Ciências podem relacionar a poluição industrial com a saúde humana, destacando de que modo as principais substâncias poluentes “lançadas” no ambiente pelas indústrias afetam ou representam riscos ao corpo humano.

2. ônguis e meio ambiente

A partir dos anos 1960 e 1970, a degradação ambiental passou a preocupar um número cada vez maior de pessoas­ em todo o mundo. Com isso, surgiram movimentos sociais em prol do meio ambiente – os chamados movimentos ambientalistas.

Muitos desses movimentos deram origem a organizações não governamentais (ônguis), das quais várias pessoas participam voluntariamente em defesa do meio ambiente. Hoje, existem ônguis que lutam por muitas outras causas: justiça social, igualdade de gênero, combate à pobreza, cuidados de saúde a vítimas de crise humanitária, respeito aos direitos humanos, direitos dos portadores de necessidades especiais, entre outras.

Entre as ônguis que lutam pela defesa do meio ambiente destaca-se o Greenpeace (do inglês green, verde; e peace, paz), com atuação em muitos países.

Quando o meio ambiente é agredido ou ameaçado pela ação inadequada de empresas (sejam elas industriais, sejam comerciais ou de serviços), os ativistas dessas ônguis protestam publicamente para que a população tome conhecimento dos desastres ambientais que podem ocorrer. Além disso, essas organizações pressionam os órgãos públicos, como o Ministério do Meio Ambiente, no caso do Brasil, e outras entidades governamentais, para que tomem providências, movendo, até mesmo, ações na justiça contra os agressores.

Graças às pressões das ônguis, leis têm sido elaboradas para a defesa do meio ambiente, visando à proteção de matas, rios, oceanos, mares e da atmosfera, estabelecendo, por exemplo, regras sobre a destinação adequada do lixo. No entanto, mesmo com medidas desse tipo, muito ainda precisa ser feito para evitar os impactos ambientais, a começar pela atitude individual. O respeito ao meio ambiente e os esforços para não destruí-lo devem ser um compromisso de todos para que as gerações futuras recebam um planeta saudável e reconheçam nas nossas atitudes um exemplo do que devem continuar fazendo.

Fotografia. Vista de um prédio histórico com muitas janelas, sacadas e pilares. Em frente ao prédio, diversas pessoas participam de uma manifestação. Muitas delas carregam cartazes com frases de protesto. Na parte inferior da foto, à direita, aparece em destaque um desses cartazes, com a seguinte frase: Basta de ecocídio.
Manifestantes se reúnem em Buenos Aires, Argentina (2022), para protestar contra a exploração de petróleo no Oceano Atlântico, nas proximidades da cidade de Mar del Plata.
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Há alguma ôngui atuando no município em que você mora? Se houver, quais são os objetivos dela?

Orientações e sugestões didáticas

Com base na resposta dos alunos à questão proposta no boxe No seu contexto, estimule-os a perceber que esse tipo de organização não atua apenas na área ambiental, mas também em causas sociais e em defesa dos animais. Pergunte a eles se já tomaram conhecimento de alguma ôngui em meios de informações.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Greenpeace Brasil

https://oeds.link/OYSNmK

O site apresenta jogos, fotos, vídeos, textos e notícias sobre o meio ambiente e oferece informações a respeito de ações promovidas pela organização.

Orientações e sugestões didáticas

Vale questionar os alunos sobre ônguis que eles porventura conheçam. Eles deverão perceber que há vários temas que importam a esse tipo de organização. Os temas ambientais são foco de algumas delas. Na discussão sobre o papel das ônguis, convém salientar que elas são atores fundamentais na proteção ao meio ambiente, mas também merecem ser avaliadas cuidadosamente, não sendo isentas de críticas.

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

Consumo consciente e energia elétrica

Você faz parte do conjunto de pessoas que buscam construir uma sociedade sustentável? E seus familiares?

Leia o texto a seguir e reflita, em grupo, sobre algumas ações que podem auxiliá-los a economizar energia elétrica.

reticências Existem diversas concepções sobre o que vem a ser consumo consciente, a maioria delas relacionadas aos hábitos de compra e, por sua vez, aos possíveis impactos das ações humanas sobre os recursos naturais, além do papel de empresas, governos e suas responsabilidades na preservação do meio ambiente e na promoção do desenvolvimento econômico e social de um país. reticências Entretanto, é observada uma abordagem específica e sistêmica, englobando dimensões relacionadas ao meio ambiente, às questões sociais e ao uso dos recursos financeiros no dia a dia. Assim, o consumo consciente é aqui entendido como: o ato de considerar, durante o processo de compra de um produto, o equilíbrio entre sua satisfação pessoal, as possibilidades ambientais, os impactos de longo prazo e os efeitos sociais e financeiros de sua decisão.

reticências Considerando o uso da luz elétrica, é importante lembrar que a matriz energética brasileira depende, em grande parte, das usinas hidrelétricas, responsáveis pela produção de 67,9% da eletricidade no país em 2017, segundo estimativa do Ministério de Minas e Energia. Apesar de tratar-se de fonte relativamente limpa e renovável, este é também um recurso sujeito às variações do regime de chuvas, todos os anos. Quando os períodos de seca coincidem com o aumento do consumo, cresce o risco de alterações ou comprometimento do sistema, seja encarecendo o valor da conta para o usuário, seja pela possível escassez frente à demanda elevada, com consequências sociais e econômicas que podem ser drásticas.

É fundamental, portanto, que as pessoas reflitam sobre o uso que fazem da energia elétrica em suas casas. No que se refere ao consumidor brasileiro, a pesquisa mostra que as ações conscientes mais praticadas são apagar as luzes de ambientes que não estão sendo utilizados (94,4%), controlar o valor da conta de luz mês a mês visando economizar (89,0%) e optar por lâmpadas fluorescentes na residência, em sua maioria (84,3%). Ao mesmo tempo, a adoção é bem menos significativa no caso de atitudes como tirar da tomada , computador e demais aparelhos elétricos quando não estão sendo usados (60,1%) ou assistir à tê vê na companhia de outros moradores da casa para economizar energia (65,3%). reticências

ésse pê cê BRASIL. Consumo consciente, página 4; 8; 16-17, julho 2017.Disponível em: https://oeds.link/No97Qd. Acesso em: 26 novembro 2021.

Fotografia. Uma pessoa apertando o botão que um interruptor na parede. Há quatro botões para ascender e apagar a luz.
Apagar a lâmpada ao sair de um cômodo onde não há outras pessoas e usar lâmpadas de menor consumo são atitudes que ajudam a economizar energia elétrica.

 Interprete

1. As ações adotadas para a economia de energia pelos consumidores brasileiros são suficientes? Justifique com um trecho do texto.

 Contextualize

2. Que atitudes você e seus familiares podem adotar para diminuir o consumo de energia elétrica? Troque ideias com os colegas sobre isso. Depois, pesquisem sobre o consumo consciente de energia elétrica e de outros recursos energéticos (como combustível) e elaborem uma lista com dicas de como adotá-lo.

Orientações e sugestões didáticas

A pesquisa a que se refere o texto é realizada com base no Indicador Anual de Consumo Consciente (i cê cê). Esse indicador é desenvolvido pelo ésse pê cê Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (cê êne dê éle). Seu objetivo é acompanhar as mudanças nos hábitos de compra e outras ações cotidianas dos brasileiros, ao longo do tempo. Assim, é possível verificar e compreender se a sociedade brasileira caminha na direção de se tornar capaz de promover e estimular práticas de consumo sustentáveis e mais equilibradas nas esferas financeira, ambiental e social.

Temas contemporâneos transversais

Nesta seção e ao abordar conteúdos sobre as fontes de energia, associe os temas Educação Ambiental, Educação para o Consumo (consumo consciente e consumo sustentável), Educação Financeira e Educação Fiscal. Explique, por exemplo, as vantagens individuais, ambientais, sociais e econômicas desse tipo de consumo para a sociedade. Tenha presente em suas aulas que o consumo consciente ou sustentável amplia o conceito de Educação Financeira e Fiscal, pois incorpora reflexões e atitudes que resultam em economia para o consumidor (por exemplo, a importância da economia de energia elétrica para o orçamento doméstico), além de ser relevante para a sociedade e o meio ambiente (como modo de produção, quantidade e qualidade das matérias-primas, tipo e qualidade de mão de obra e produção de resíduos).

Respostas

  1. A informação está implícita no texto. Os alunos precisarão realizar uma leitura inferencial para perceber que há medidas de economia de energia que não são adotadas de fórma ampla pelo consumidor brasileiro. O trecho que indica essa inferência é: “Ao mesmo tempo, a adoção é bem menos significativa no caso de atitudes como tirar da tomada tê vê, dêvedê, computador e demais aparelhos elétricos quando não estão sendo usados (60,1%) ou assistir à tê vê na companhia de outros moradores da casa para economizar energia (65,3%)”.
  2. Resposta pessoal. O texto fornece várias dicas para diminuir o consumo de energia elétrica e evitar seu desperdício. Oriente os alunos a pesquisar mais informações sobre o consumo consciente de energia elétrica e de outros recursos energéticos, a dialogar sobre o tema e a sistematizar suas conclusões após a pesquisa.

PERCURSO 32 URBANIZAÇÃO E PROBLEMAS URBANOS

1. A urbanização nos séculos vinte e vinte e um

A urbanização intensificou-se a partir de 1950, principalmente em decorrência do crescimento populacional mundial, da industrialização em vários países – fato que atraiu populações do campo para as cidades em busca de emprego – e também em virtude de vários problemas nas zonas rurais que provocaram êxodos para as cidades. Observe o quadro.

Mundo: crescimento da população e urbanização – 1950, 2020 e 2050*

Ano

População mundial

População urbana

Percentual da população urbana

1950

2,5 bilhões

750 milhões

30%

2020

7,7 bilhões

4,3 bilhões

56%

2050

9,7 bilhões

6,7 bilhões

69%

*Estimativa

Fontes: ONU. World urbanization prospects: the 2018 revisionDisponível em: https://oeds.link/9mEBiF; BANCO MUNDIAL. The World Bank Data. Disponível em: https://oeds.link/9l36BB; https://oeds.link/JmzeDy; https://oeds.link/ljKssl. Acessos em: 3 fevereiro 2022.

Grafismo indicando atividade.

Se a porcentagem da população urbana mundial, em 2020, era de 56%, qual era, então, o percentual da população rural?

Orientações e sugestões didáticas

O percentual da população rural mundial em 2020, sendo o da população urbana de 56%, era de 44% (100% – 56%), ou seja, de cada 100 habitantes, 44 moravam no campo.

Entretanto, com o crescimento populacional, problemas que afetam diretamente a qualidade de vida das pessoas se agravaram: destinação inadequada do lixo, congestionamento do tráfego de veículos, falta de emprego, transporte público precário e sobrecarregado, poluição atmosférica e hídrica em rios que banham as cidades, redes de abastecimento de água e de esgoto insuficientes, pequena quantidade de escolas e hospitais para atender a população etcétera

A urbanização acelerada provocou também a ocupação desordenada no espaço urbano, por exemplo, com a localização de indústrias causadoras da poluição ambiental, incluindo sonora, ao lado de residências. Outro resultado grave foi a formação de bairros sem infraestrutura urbana necessária – redes de água e de esgoto, energia elétrica, pavimentação de ruas, coleta de lixo, escolas etcétera –, além da expansão de moradias precárias em favelas, principalmente em países em que grande parte da população vive em condição de pobreza – no Brasil, em 2021, mais de 17 milhões de pessoas viviam em favelas.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

O município onde você mora passou ou está passando por processo de urbanização? Explique.

Orientações e sugestões didáticas

Com base na resposta dos alunos à questão proposta no boxe No seu contexto, discuta o processo de urbanização. Sugerimos que sejam analisados os dados populacionais do município desde décadas passadas até o presente.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Cidades: da aldeia à megalópole.

Produção executiva: : Discovery Network, 1996. Duração: 51 minutos

Discute a evolução das cidades e os problemas da urbanização com base em exemplos de diferentes cidades do mundo.

• As moradias precárias

Embora um grande número de pessoas no mundo viva em moradias precárias, ninguém gosta de morar em habitações sem conforto e higiene, sem redes de abastecimento de água e esgoto, sem espaço suficiente para dormir, cozinhar, fazer refeições, tomar banho, reunir-se etcétera

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 32

Este Percurso aborda a urbanização e os problemas urbanos. Se julgar oportuno, explique que o í bê gê É chama de “aglomerados subnormais” vários tipos de assentamentos humanos urbanos: favelas, ocupação ilegal de áreas por moradias, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos, palafitas, entre outros, dependendo da região do Brasil. Tire proveito das informações sobre aglomerados subnormais. Para tanto, consulte o site do í bê gê É (disponível em: https://oeds.link/xryheY; acesso em: 28 março 2022).

Habilidades da Bê êne cê cê

  • ê éfe zero seis gê ê zero seis
  • ê éfe zero seis gê ê zero sete

O Percurso 32 aborda as duas habilidades indicadas. Além de caracterizar as paisagens transformadas pelo processo de industrialização, explica as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades.

Atividade complementar

Explore o tema das moradias precárias, trazendo para o debate em sala de aula algumas características delas no Brasil. Pergunte aos alunos se no município onde moram há favelas. Se a resposta for afirmativa, auxilie-os a identificar no município as condições do sítio urbano onde há favelas. Verifique se constituem áreas de risco, áreas desvalorizadas pelo mercado imobiliário que foram gradativamente ocupadas, terrenos públicos, entre outros.

Competência

Visando superar preconceitos sobre as favelas, trabalhe suas características positivas, como riqueza cultural e redes de solidariedade entre moradores, associações civis etcétera Sugerimos a seguinte publicação para colaborar com o seu trabalho: BARBOSA, Jorge Luiz; DIAS, Caio Gonçalves (organizador). Solos Culturais. Rio de Janeiro: Observatório de Favelas, 2013. Disponível em: https://oeds.link/7waYtN. Acesso em: 28 março 2022. Assim, estimulará também a Competência Geral da Educação Básica 3: “Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural”.

É importante compreender as moradias precárias como fórma de sobrevivência social, ou seja, não tendo onde morar em condições dignas ou apropriadas, a população de baixa renda constrói moradias em espaços fragilizados ou de risco – encostas de morros, margens de rios e córregos –, em terrenos baldios (terreno não aproveitado) e até mesmo sob viadutos e pontes.

Compreendemos, assim, que há razões sociais, econômicas e políticas que levam o ser humano a morar nessas condições. Entre as razões políticas está a falta de investimento suficiente do poder público – os governos – no desenvolvimento de ações de prevenção e de medidas para retirar essa população da situação em que se encontra.

Fotografia. Vista de uma rua de terra às margens de um córrego poluído. Há diversas moradias construídas de forma precária, algumas delas erguidas com materiais alternativos, como restos de mobília, pedaços de madeiras e plástico. Também há casas feitas com materiais de alvenaria, mas sem acabamento.
Moradias em local de infraestrutura precária na cidade de São Paulo, São Paulo (2020).
Fotografia. Vista de uma área de ocupação humana às margens de um córrego poluído. No primeiro plano, observa-se acúmulo de lixo e uma criança caminhado. No segundo plano, beirando o córrego, há diversas moradias precárias, a maioria erguida com restos de madeira e outros materiais alternativos.
Moradias e condições sanitárias precárias na cidade de Nairóbi, Quênia (2020).

• A organização do espaço urbano

Para ordenar a ocupação e o uso do espaço urbano por residências, estabelecimentos comerciais, indústrias, escritórios, parques públicos etcétera, os poderes Executivo e Legislativo do município, geralmente com participação de seus moradores, têm procurado criar um conjunto de princípios e regras que orientam a ação humana no espaço da cidade.

No Brasil, esses princípios e leis recebem o nome de Plano Diretor, cuja elaboração está prevista na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da Cidade (Lei nº.10257/2001). É fundamental que haja a participação da população ao longo das etapas de elaboração do Plano Diretor, cujo objetivo é orientar as ações do poder público a fim de promover a ordenação dos espaços do município, a urbanização e a sustentabilidade, garantindo o direito à cidade e à cidadania de fórma mais justa e a qualidade de vida à população local, tornando possível o desenvolvimento das funções sociais urbanas em sua plenitude, bem como de cada propriedade em particular.

Fotografia. Reprodução de um cartaz com as informações: Venha participar do futuro de Campo Magro. Revisão do plano diretor. Plano diretor da cidade de campo magro. No Centro, vista aérea da cidade e uma mulher sorrindo e apontando com o dedo para uma imagem que representa apenas linha de contorno da área do município de Campo Magro em um mapa.
Cartaz de campanha para a população participar da revisão do Plano Diretor da Prefeitura de Campo Magro, Paraná, publicado em 2021.
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

O município onde você vive possui Plano Diretor? Informe-se e cite alguma restrição quanto ao uso do solo nele estipulado.

Orientações e sugestões didáticas

A resposta à questão do boxe No seu contexto depende do município onde o aluno mora. De acordo com o Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/2001), o Plano Diretor é obrigatório a todos os municípios com população superior a 20 mil habitantes; que integram regiões metropolitanas e aglomerações urbanas; que abrangem áreas de especial interesse turístico; ou que estejam inseridos na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.

Retome a noção geográfica de “sítio urbano”, termo usado em Geografia Urbana para designar a configuração física ou geográfica da área ocupada por uma cidade – topografia, rede hidrográfica e solo – que desempenha papel importante na sua estruturação. Aproveite e faça considerações sobre o sítio urbano de sua cidade com os alunos. Esse conhecimento será relevante na discussão sobre moradias precárias, organização territorial da cidade, aterramento marítimo e problemas urbanos, assuntos abordados nesta Unidade.

Interdisciplinaridade

Com o professor de Arte, explore obras de Di Cavalcanti que representam o subúrbio e as favelas cariocas. Apresentem o autor, ressaltando sua importância para a Arte Moderna brasileira. Discutam os detalhes das obras selecionadas com os alunos. O que elas informam sobre as características geográficas dessas áreas? Levem em conta aspectos do relevo, das fórmas das construções humanas e as figuras humanas representadas. Debatam sobre a maneira como as favelas foram representadas pelo pintor. Por fim, de acordo com a habilidade ê éfe seis nove á érre zero seis desse componente curricular e tendo em vista o tema das favelas atuais, os alunos poderão ser orientados a “Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais”.

Consulte: https://oeds.link/cJc4Ar. Acesso em: 25 janeiro 2022. Nesse endereço você pode acessar informações sobre a vida desse expoente da pintura brasileira, além de reproduções de obras e informações sobre exposições relacionadas ao artista.

Aterramento marítimo

Em algumas cidades do mundo, em virtude de limitações impostas pelo meio físico – relevo montanhoso, rede hidrográfica e solo –, para a cidade crescer e ganhar espaço para acomodar suas construções, entre elas indústrias, vias de tráfego, parques públicos etcétera, as administrações das cidades – prefeituras, no caso do Brasil – usam técnicas de engenharia que possibilitam ocupar terras inundadas por pântanos ou mares. Isso ocorre principalmente naquelas muito povoadas, localizadas junto ao mar e com restrições de território para se expandir, construindo-se o aterramento marítimo ou aterro marítimo.

Trata-se de um processo de depositar areia ou terra em áreas ocupadas pela água do mar, com uso de tecnologia, transformando-as em terras emersas para a agropecuária e para construções residenciais, comerciais, industriais e, até mesmo, para aeroportos, como é o caso do Aeroporto Haneda, no Japão.

Fotografia. Vista do alto das instalações de um aeroporto, mostrando as pistas para pouso e decolagem, as área de manobra das aeronaves e as construções dos terminais de passageiros e de cargas. O aeroporto se encontra em uma ilha, portanto aparece cercado por água.
Vista do Aeroporto Haneda, na cidade de Tóquio, Japão (2020), construído sobre um aterro marítimo.

O recurso do aterro marítimo para ampliar o espaço urbano e as áreas de agricultura tornou-se uma prática realizada por vários países, incluindo o Brasil. Ele foi implantado nos Países Baixos, Emirados Árabes, Coreia do Sul, Cingapura, Nova Zelândia, China, Estados Unidos e outros.

No Brasil, destaca-se o Aterro do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro, que permitiu ampliar consideravelmente a faixa de terra litorânea, facilitando a implantação de vias de circulação de veículos e dificultando a invasão das águas do mar por ocasião das ressacasglossário . É nesse aterro que se situa o Parque do Flamengo, importante área de lazer ao ar livre.

Fotografia A. Em preto e branco. À esquerda, vista de uma avenida extensa a beira mar, com diversas construções, destacando-se os sobrados. À direita aparece o mar.
Fotografia B. Vista de uma praia com muitas árvores na sua orla. À esquerda da praia, diversas construções, destacando-se edifícios altos, com vários andares. À direita aparece o mar.
Na foto A, vista da Avenida Beira-Mar, bairro do Flamengo, no município do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (1905). Na foto B, vista da Avenida Infante Dom Henrique, no Aterro do Flamengo (2019).
Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Observatório de Favelas

https://oeds.link/8G1Mqg

Neste site da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (ócip), que realiza pesquisas e ações públicas sobre favelas e fenômenos urbanos para afirmar uma agenda de Direitos à Cidade, você pode acessar o acervo e consultar diversas publicações e vídeos.

Orientações e sugestões didáticas

Verifique os conhecimentos prévios dos alunos sobre aterramento marítimo perguntando como ele é feito e para que é usado. Registre as respostas na lousa e, com base nelas, destaque o papel das técnicas de engenharia para a construção desses aterros. Exercite a capacidade de observação e descrição das paisagens com os alunos, pedindo que comparem as fotos. Eles devem identificar as principais transformações ocorridas ao longo do tempo, notando que as mudanças envolveram intenso trabalho humano.

Atividade complementar

Explique detalhes da construção do Aterro do Flamengo. Comente que ele foi feito com as terras do Morro de Santo Antônio, que foi parcialmente destruído. Peça aos alunos que localizem em um mapa os lugares citados, bem como pesquisem fotos de antes e depois das intervenções realizadas, com o objetivo de elaborar um mural para sistematizar e apresentar as informações recolhidas.

2. Problemas urbanos

Em maior ou menor intensidade, as cidades brasileiras, como também as de muitos outros países, enfrentam vários problemas. Entre eles, os de saneamento básicoglossário , violência, condições precárias de moradia, má qualidade dos transportes urbanos, congestionamentos de trânsito, poluição atmosférica, sonora, dos rios e de aquíferos, serviços públicos deficientes – limpeza urbana, conservação de vias públicas, falta de escolas e hospitais –, além de outros.

Todos esses problemas precisam ser resolvidos, pois comprometem a qualidade de vida dos moradores e geram inseguranças, como é o caso, principalmente, da violência urbana.

Quanto ao saneamento básico ou ambiental, está estritamente relacionado à saúde da população. A sua falta ou cobertura incompleta é responsável pela ocorrência de várias doenças: febre tifoide, cólera, leptospirose, disenteria bacteriana etcétera

Fotografia. Vista de uma área com muitas moradias construídas de forma precária, algumas delas erguidas com restos de madeira. Também há casas feitas com materiais de alvenaria, mas sem acabamento. As casas estão na beira de um pequeno córrego com muito lixo ao redor.
Moradias precárias e córrego poluído por esgoto na cidade de São Paulo, São Paulo (2021).

O Brasil, de modo geral, teve avanços na implantação de saneamento básico. Entretanto, há disparidades entre domicílios de suas Grandes Regiões, apontadas no quadro.

Brasil e Grandes Regiões: domicílios servidos por saneamento básico (em %) – 2001 e 2019

Brasil e Grandes Regiões

Rede geral de abastecimento de água

Rede coletora de esgoto

Coleta de lixo

2001

2019

2001

2019

2001

2019

Brasil

81,1

88,5

45,4

62,7

83,2

84,4

Norte

63,7

89,0

5,8

19,5

85,3

72,4

Nordeste

69,2

69,0

22,0

41,0

66,3

70,8

Sudeste

90,5

94,8

73,5

86,5

92,3

92,1

Sul

81,7

97,0

22,9

56,2

84,5

89,6

Centro-Oeste

75,5

94,9

30,8

54,3

84,4

87,8

Fontes: í bê gê É. Pesquisa nacional por amostra de domicílios: síntese de indicadores 2001. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2002. Tabela 6.1b; Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua. Tabelas 6732, 6736 e 7192. Disponível em: https://oeds.link/MFiBz0. Acesso em: 29 novembro 2021.

Grafismo indicando atividade.

Em quais Grandes Regiões do Brasil, em 2019, o saneamento básico foi mais precário? Dê exemplos numéricos que justifiquem sua resposta.

Orientações e sugestões didáticas

No Brasil, o saneamento básico foi mais precário nas Grandes Regiões Norte e Nordeste, que, em 2019, tinham, respectivamente, apenas 19,5% e 41,0% dos domicílios servidos por rede coletora de esgoto.

Ícone. Seção No seu contexto.

No seu contexto

O município onde você vive apresenta problemas? Organize uma lista dos problemas mais importantes para os menos importantes, de acordo com seu ponto de vista.

Orientações e sugestões didáticas

A resposta à questão do boxe No seu contexto depende do município onde o aluno vive. Estimule os alunos a realizar um debate sobre os problemas listados e os meios de superá-los. Se possível, encaminhe a lista à Prefeitura Municipal. Essa é uma questão que desperta a formação da cidadania. Valorize-a.

Tema contemporâneo transversal

Trabalhe com os alunos o tema Educação Ambiental, considerando que o ano de 2020 ficou marcado pela pandemia do vírus sárs cóv dois, que causa a doença Covid-19. A pandemia exacerbou as deficiências estruturais de saneamento básico no Brasil e em outros países, desafiando a capacidade de conter a disseminação dessa doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (ó ême ésse) e outros órgãos de saúde, uma das principais fórmas para proteger as pessoas do vírus é a higienização das mãos com água e sabão ou à base de álcool 70%. No entanto, em razão das deficiências em saneamento básico, medidas simples como essas não são acessíveis a todas as pessoas no Brasil, pois não têm acesso ao direito básico de ter água de qualidade e em quantidade em casa, assim como saneamento básico seguro e condições propícias de higiene. Durante a pandemia que avançou em anos seguintes, vários estudos apontaram uma enorme carga viral despejada nos rios, relacionando-a diretamente à situação sanitária do Brasil. Aliás, os estudos mostraram a vulnerabilidade de grande parcela da população não somente em relação à Covid-19, mas a várias doenças como leptospirose, malária, dengue e esquistossomose, entre outras. Sugerimos problematizar essa temática com os alunos, discutindo a essencialidade da água à vida e como ela se tornou ainda mais evidente com a pandemia da Covid-19, sobretudo a questão do abastecimento de água nos assentamentos urbanos precários no contexto dessa pandemia.

Interdisciplinaridade

Com o auxílio do professor de Ciências, aprofunde com os alunos a discussão sobre a importância do saneamento básico. Relacionem as doenças que a falta de acesso à rede de esgoto e água potável pode provocar. O professor de Ciências pode explicar as principais doenças e seus sintomas, bem como as principais maneiras de preveni-las e tratá-las.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 31 e 32

Registre em seu caderno.

  1. Existe relação entre as usinas produtoras de eletricidade por meio de fonte térmica (termelétricas) e os gases do efeito estufa? Se sim, qual?
  2. De que fórma o crescimento populacional mundial influenciou no processo de urbanização?
  3. Por que há muitas pessoas ou famílias que moram em habitações precárias?
  4. Explique o que é aterramento marítimo e por qual razão ele é feito.
  5. É importante assumirmos uma atitude consciente em relação ao consumo de eletricidade. Interprete o mapa a seguir e faça o que se pede.

Brasil: consumo residencial de energia elétrica por Grandes Regiões (em porcentagem) – 2020

Mapa. Brasil: consumo residencial de energia elétrica por Grandes Regiões (em porcentagem) – 2020. 
Região Sul: 16,1%. Região Sudeste: 47,2%. Região Centro-Oeste: 9,0%. Região Nordeste: 20,7%. Região Norte: 7,0%. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 580 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. sétima edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2016. página 94; BRASIL. Empresa de Pesquisa energética. Balanço energético nacional 2021: ano-base 2020. Rio de Janeiro: e pê e, 2021. página 154.

  1. Aponte quais eram, em 2020, as Grandes Regiões do Brasil com maior e menor consumo residencial de energia elétrica.
  2. O que pode explicar a ocorrência de maior consumo residencial de energia elétrica em uma das cinco Grandes Regiões brasileiras?

6. O mapa a seguir indica os países da América com população urbana de mais de 80% do total de sua população, em 2017. Interprete-o e faça o que se pede.

Mapa. Mapa do continente americano indicando os países com população urbana superior à 80%. 
Canadá, Estados Unidos, Barramas, República Dominicana, Porto Rico, Costa Rica, Venezuela, Brasil, Ururguai, Argentina, Chile. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.860 quilômetros.

Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 69.

  1. Identifique no mapa os países da América que apresentavam população urbana superior a 80% em 2017. Para auxiliá-lo, consulte o planisfério político na página 230.
  2. Dê um título ao mapa.
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Sim. As termelétricas queimam petróleo, carvão mineral, gás natural ou biomassa, lançando gases que comprometem a qualidade do ar e contribuem para intensificar o efeito estufa, apesar do uso de filtros.
  2. Com o crescimento populacional mundial, a urbanização intensificou-se, provocando a ocupação desordenada do espaço urbano (indústrias causadoras de poluição ambiental localizadas ao lado de residências, formação de bairros sem infraestrutura urbana necessária, por exemplo).
  3. Porque parte da população vive em condição de pobreza. Não tendo onde morar, a população de baixo rendimento constrói moradias em espaços fragilizados ou de risco.
  4. Trata-se de um processo de depositar areia ou terra em áreas ocupadas por pântanos ou pela água do mar, com uso de tecnologia, transformando-as em terras emersas. Esse processo atende ao crescimento urbano e propicia o aumento de áreas destinadas à agropecuária e às construções, como residências, indústrias, vias de tráfego, aeroportos etcétera
    1. Sudeste e Norte, respectivamente.
    2. Podemos relacionar o maior consumo residencial de energia elétrica do Sudeste à concentração populacional nessa Grande Região (cêrca de 42% do total da população brasileira).
    1. Canadá, Estados Unidos, Venezuela, Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Costa Rica, República Dominicana, Barramas, além do território de Porto Rico.
    2. América: países com população urbana superior a 80% do total de suas populações – 2017.
  1. Em 2020, segundo a British Petroleum (British petroleum), os principais produtores de petróleo, na América do Sul, foram Brasil, Colômbia, Venezuela e Equador; e de carvão mineral foi a Colômbia. Elabore um mapa em seu caderno representando essas informações. Para tanto, procure um mapa da América do Sul em um atlas geográfico e crie uma base cartográfica com a divisão política, aplicando papel de seda ou vegetal sobre o mapa, reproduzindo-o com as coordenadas geográficas, a rosa dos ventos e a escala. Construa uma legenda com cores e aplique-a no mapa, insira o nome dos países, dê um título a ele e cite a fonte das informações.
  2. Observe a foto a seguir e responda.
Fotografia. Vista de uma avenida com cinco faixas de rolamento em cada pista. Há muitos veículos em ambas as direções, em um situação de congestionamento.
Congestionamento de veículos em avenida da cidade de São Paulo, São Paulo (2019).

Você pode estabelecer alguma relação entre o uso cada vez maior de veículos e a ocorrência de problemas urbanos? Explique.

9. Observe os gráficos a seguir e depois faça o que se pede.

Brasil: emissões de gases de efeito estufa (em porcentagem) – 2010 e 2020

Gráfico. Brasil: emissões de gases de efeito estufa (em porcentagem) – 2010 e 2020. 
Emissões de diferentes usos da terra e de florestas (principalmente desmatamento): em 2010, 38,7%; em 2020, 46,2%. 
Emissões da Agropecuária: em 2010, 30,5%; em 2020: 26,7%. 
Emissões dos processos de geração de energia: em 2010, 21,2%; em 2020: 18,2%. 
Emissões dos processos industriais: em 2010, 5,5%; em 2020: 4,6%.  
Emissões do tratamento de resíduos (lixo doméstico, industrial etc.): em 2010, 4,1%; em 2020, 4,3%.

Fonte: ésse ê ê gê. Emissões totais. Disponível em: https://oeds.link/4hiDM3. Acesso em: 29 novembro 2021.

  1. Explique o que é efeito estufa.
  2. Comparando os dois gráficos, aponte as variações percentuais (em porcentagem) da emissão de gases de efeito estufa nos processos industriais e no uso da terra e de florestas.

10. Leia o texto e responda às questões.

“A maioria das cidades de hoje fica sufocada pelo tráfego e mergulhada nos gases do escapamento de carros e caminhões. O ideal seria a existência de um transporte público mais eficiente com ônibus, trens e ônibus elétricos.”

bráit, M. Poluição do tráfego. São Paulo: Melhoramentos, 1997. página24-25.

  1. Que processo natural é potencializado pela emissão dos gases citados no texto? Qual é a principal consequência desse fenômeno?
  2. Em sua opinião, a “eficiência” de outros transportes públicos está relacionada apenas à busca de melhor mobilidade na cidade? Justifique sua resposta.
  3. Na cidade onde você vive, ocorre o que é descrito no texto? Quais são os meios de transporte predominantes nela?
Versão adaptada acessível

7. Em 2020, segundo a British Petroleum (BP), os principais produtores de petróleo, na América do Sul, foram Brasil, Colômbia, Venezuela e Equador; e de carvão mineral foi a Colômbia. Elabore um mapa tátil representando essas informações. Com uso de materiais com diferentes tamanhos, texturas e formas, crie uma base cartográfica com a divisão política, construa uma legenda, aplique-a no mapa, insira o nome dos países, dê um título a ele e cite a fonte das informações.

Orientação para acessibilidade

Uma aula antes, oriente os estudantes a respeito dos materiais que eles devem levar à sala de aula para realizar a atividade. Contrastes do tipo liso e áspero, fino e espesso, tendem a favorecer a percepção tátil dos estudantes. Dessa forma, podem ser utilizados material emborrachado, diversos tipos de papéis, tecidos, linhas de diferentes espessuras, botões etc. Auxilie os estudantes durante a seleção e a organização dos materiais.

Sugere-se que o professor leve pronto o contorno do mapa da América do Sul sobre uma base emborrachada. O contorno dessa região e as fronteiras entre os países podem ser feitos com barbante ou outros materiais maleáveis e o nome de cada país mencionado no enunciado indicado em alto-relevo, facilitando a percepção dos alunos. Na sala de aula, oriente para que a turma represente as duas categorias por meio de diferentes materiais (botões, tecidos, papéis, entre outros); ou seja, uma deve indicar os países produtores de petróleo e a outra, a Colômbia, produtora de carvão mineral. Explique que deve haver correspondência entre os tipos de materiais usados no mapa e na legenda, de modo a permitir a relação entre as informações. A transposição de uma representação visual para uma representação tátil tende a favorecer a ampliação do processo de ensino-aprendizagem. Se considerar pertinente, adapte o nível de complexidade da atividade.

Orientações e sugestões didáticas
  1. Como resposta, os alunos deverão elaborar um mapa da América do Sul com divisão política e o nome dos países, colorindo Brasil, Venezuela e Equador de uma única cor (vermelho, por exemplo) e a Colômbia de outra cor (verde, por exemplo); os demais países deverão ficar em branco ou em uma cor neutra (amarelo-claro ou cinza-claro). Deverão colocar as coordenadas geográficas, a rosa dos ventos e a escala, além de elaborar a legenda de cores para relacionar as informações do mapa, inserir a fonte de onde a base cartográfica e os dados foram retirados e criar um título (América do Sul: principais produtores de petróleo e carvão mineral – 2020). Os mapas elaborados podem ser expostos em um mural na sala de aula, o que valorizará o trabalho dos alunos.
  2. A gasolina e o diesel são largamente usados nos veículos automotores. Como são subprodutos do petróleo, um combustível fóssil, a queima deles polui a atmosfera com gases do efeito estufa, principalmente o gás carbônico; além disso, há poluição sonora e congestionamentos nas cidades, agravando os problemas urbanos.
    1. É um fenômeno natural que mantém a superfície terrestre a uma temperatura adequada à existência da vida que conhecemos. O aumento da temperatura superficial da Terra resultante do acréscimo de emissões de gases poluentes no ar, que impedem que o calor solar irradiado pela superfície terrestre se dissipe, intensifica o efeito estufa. A industrialização, o uso de combustíveis fósseis e o desmatamento etcétera contribuem para aumentar a emissão de gases. Em consequência há, principalmente, degelo nos polos, que poderá elevar o nível dos oceanos e mares, submergindo cidades costeiras e ilhas de baixas altitudes; alteração do regime das chuvas, com impactos na agricultura; inundações etcétera Os principais gases responsáveis pelo efeito estufa são: dióxido de carbono (cê ó), metano (cê agá) e óxido nitroso (êneóh).
    2. Respectivamente, -0,9% (diminuiu) e 7,5% (aumentou).
    1. A emissão de dióxido de carbono e de monóxido de carbono potencializa o efeito estufa e, em consequência, o aumento gradativo da temperatura global.
    2. Resposta pessoal. Discuta com os alunos que a eficiência nos transportes públicos também se refere ao uso de meios de transporte menos poluentes.
    3. Resposta pessoal. Incentive os alunos a relatarem quais meios de transporte são encontrados na cidade e quais são mais usados. Dependendo da resposta, pode-se realizar um debate sobre alternativas para a melhoria das condições de tráfego e nas emissões de gases poluentes.

Atividade complementar

Peça aos alunos para escreverem, no caderno, uma frase argumentando em favor do uso do sistema público de transporte. Na sequência e organizados em duplas, cada aluno deve apresentar seu argumento ao colega de dupla e discutir os dois pontos de vista. Em seguida, individualmente, devem rever e aprimorar a argumentação que elaboraram, reescrevendo-a.

Nessa proposta, os alunos são estimulados a mobilizar o que sabem sobre mobilidade urbana para construir uma argumentação em favor do sistema público de transporte. No momento seguinte, a comparação com outros argumentos pode favorecer a ampliação do ponto de vista do aluno, fortalecendo as bases de sua argumentação que, após esse processo, será reescrita.

Espera-se que os alunos percebam que a ampliação do sistema de transporte público contribui para a diminuição dos níveis de poluição atmosférica e sonora, além de aumentar a fluidez da mobilidade urbana, melhorando a qualidade de vida das pessoas que se deslocam diariamente pelas cidades.

Ícone. Seção Caminhos digitais.

Caminhos digitais

O uso de geotecnologias na prevenção de desastres naturais

Os desastres naturais ocorrem quando fenômenos naturais extremos ou intensos atingem áreas habitadas pelo ser humano, causando mortes, danos materiais, econômicos e ambientais de grande extensão. Quanto às causas, os desastres podem ser: naturais (terremotos, maremotos, tissunãmis, erupções vulcânicas, tempestades, tornados e furacões etcétera); naturais agravados pela ação humana (deslizamentos de terra, erosão, inundações etcétera); ou resultantes de ações humanas (rompimento de barragens, contaminação de rios etcétera).

Embora ocorram desastres naturais em vários países do mundo, o risco de alguém morrer ou ser afetado por eles é muito maior nos países menos desenvolvidos, que concentram 80% da população mundial. Do total de pessoas afetadas por desastres naturais no mundo, 97,4% vivem nos países menos desenvolvidos. Portanto, o risco de ser afetado por eventos naturais extremos é maior onde as condições socioeconômicas são piores.

Ilustração. Representação de uma pessoa registrando uma fotografia de uma casa no alto de um morro. A casa é simples e tem poucas janelas e uma porta. 
Ilustração. Representação de três pessoas sentadas na frente de um computador. Uma dela é a mesma pessoas que registrou a foto na ilustração anterior. Elas observam uma mapa digital na tela. 
Ilustração. Representação de quatro pessoas olhando para um mapa. Uma delas segura o mapa enquanto outra aponta para ele indicando um local específico e explicando algo. As outras duas pessoas aparecem sentadas com anotações em mãos e atentas à explicação. Essa pessoa que está explicando algo no mapa é a mesma que registrou a foto da casa no alto do morro.
Orientações e sugestões didáticas

Competências

A seção Caminhos digitais complementa assuntos abordados no decorrer do livro do 6º ano. Ela retoma temas do Percurso 17 (Unidade 5), no qual se trabalhou o escoamento da água em áreas urbanas, enfatizando a questão das moradias em áreas de risco; do Percurso 22 (Unidade 6), quando foram discutidas as intervenções humanas inadequadas na natureza; do Percurso 30 (Unidade 8), ocasião em que foram abordados assuntos relativos às moradias precárias e outros problemas urbanos.

Do ponto de vista pedagógico e relacionado ao desenvolvimento de competências, o principal objetivo desta seção é levar o aluno a reconhecer, valorizar e usar conhecimentos da linguagem tecnológica e digital para partilhar informações em prol do bem comum, além de desenvolver o pensamento espacial por meio das geotecnologias visando à resolução de problemas que envolvam informações geográficas. Desse modo, esta seção contribui para desenvolver a Competência Geral da Educação Básica 5: “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”; a Competência Específica de Ciências Humanas 7: “Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão”; e a Competência Específica de Geografia 4: “Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas”.

Atividade complementar

Proponha uma pesquisa sobre a remoção de habitantes de áreas de risco, como encostas de morros e áreas sujeitas a alagamento. Existem muitos exemplos de desocupações feitas de maneira autoritária e violenta, sob justificativas técnicas, sem consulta às comunidades atingidas, cujas reais intenções são a implementação de projeto de urbanização ou a expulsão de pobres de áreas que passaram por valorização imobiliária.

O conhecimento acerca do território confere aos integrantes de uma comunidade a possibilidade de planejar e decidir os usos dos espaços que ocupam, além de proteger pessoas dos riscos de desastres naturais. Nesse sentido, além das geotecnologias, a cartografia social é um instrumento que valoriza o conhecimento popular e o poder de decisão e de contrôle dos territórios por meio da participação ativa de seus habitantes. Esse recurso contribui para o combate às ações invasivas e violentas que visam atender somente aos interesses de agentes externos, como empresas empreiteiras públicas e privadas. Discuta com os alunos a importância das geotecnologias e da cartografia social e oriente-os a redigir um texto sobre o tema.

Infelizmente, as ações humanas não conseguem evitar os desastres naturais; porém, elas podem minimizar seus efeitos negativos. Para isso, as geotecnologias são ferramentas muito importantes, pois permitem coletar informações para prevenir os danos causados por desastres naturais.

Os Sistemas de Informações Geográficas (sig) – conjunto de técnicas computacionais que permitem integrar uma grande quantidade de informações geográficas provenientes de diferentes fontes de dados (mapas, imagens, tabelas, gráficos etcétera) – podem ser usados em atendimentos emergenciais, fornecendo a localização e identificação de habitações, do número de habitantes de uma área, dos hospitais e corpos de bombeiros próximos a um local, entre outras informações. As imagens de satélites, por exemplo, são usadas no mapeamento de áreas de risco, na análise de ameaças ambientais, na definição de rotas de evacuação da população e na identificação de locais seguros para planos de emergência. Além dessas técnicas, o Sistema de Posicionamento Global (gê pê ésse) é outra tecnologia muito útil nas operações de busca e salvamento, capaz de fornecer a localização precisa de pessoas mesmo em uma área devastada.

Geralmente, o uso dessas geotecnologias é feito por especialistas, como os profissionais da Defesa Civil e do corpo de bombeiros. Mas, nos últimos anos, algumas iniciativas têm envolvido as pessoas que vivem em áreas que apresentam maior risco de desastres naturais. A Cruz Vermelha, por exemplo, uma ôngui internacional de ajuda humanitária, tem mobilizado comunidades da América Latina situadas em áreas de risco de inundações, deslizamentos de terra e furacões a participar de um mapeamento colaborativo. O projeto une imagens de satélite com as informações trazidas pela comunidade sobre os riscos percebidos na região onde vivem, ou seja, o conhecimento da comunidade passa a ser entendido como importante para a prevenção dos riscos associados aos desastres naturais. Além disso, a disseminação das geotecnologias faz aumentar a participação das populações mais afetadas nas decisões do poder público, fortalecendo a mobilização por mais investimentos na prevenção de desastres naturais.

Dessa fórma, o uso compartilhado e colaborativo das geotecnologias tem um futuro promissor na prevenção de desastres naturais. Poderia até mesmo minimizar a desigual exposição da população mundial a esses eventos.

 Confira

  1. O que são desastres naturais? Cite exemplos.
  2. Por que, de modo geral, os desastres naturais afetam mais as pessoas dos países menos desenvolvidos?
  3. Como as geotecnologias são usadas para prevenir desastres naturais e reduzir os danos por eles gerados?
  4. Por que o texto sugere que o uso das geotecnologias pelas pessoas e comunidades mais frequentemente afetadas por desastres naturais pode ter efeitos benéficos?

 Fique ligado!

  • A internet e as redes sociais têm dado grande impulso à divulgação de informações sobre desastres naturais e crises humanitárias. Você pode ajudar compartilhando notícias e mencionando o trabalho de algumas organizações. Mas lembre: compartilhar informações é coisa séria! Sempre pesquise e confirme se as informações são verdadeiras.
  • Você sabia que muitos recursos das geotecnologias usados no gerenciamento de riscos de desastres naturais estão disponíveis na internet? No Brasil, a Defesa Civil e o Serviço Geológico do Brasil (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – cê pê érre ême) disponibilizam mapas e outros recursos digitais em seus portais na internet. Além de aprender sobre desastres naturais, você pode saber mais sobre os possíveis riscos existentes no lugar onde vive e acompanhar medidas tomadas para reduzi-los.
Orientações e sugestões didáticas

Tema contemporâneo transversal

Com base na leitura do texto e nas discussões em sala de aula, os alunos deverão interpretar a afirmação: “O uso das geotecnologias e a aplicação dos conhecimentos científicos na redução dos riscos de desastres naturais podem ser fórmas de exercício da cidadania”. Motive-os a pensar sobre as eventuais aplicações das geotecnologias e da ciência no contexto em que vivem e como, nos dias atuais, o exercício da cidadania pode estar relacionado com a educação digital e científica. Ao abordar o tema Ciência e Tecnologia sob essa perspectiva, estimule-os a perceber a sua relação com o bem comum, para resolver problemas ou enfrentar questões sociais e ambientais.

Respostas

  1. São fenômenos naturais extremos ou intensos que atingem áreas habitadas pelo ser humano, provocando mortes, danos materiais ou ambientais de grande extensão. Podem ser naturais (terremotos, erupções vulcânicas etcétera); naturais agravados pela ação humana (deslizamentos de terra, inundações etcétera); ou resultantes de ações ou omissões humanas (rompimento de barragens, contaminação de rios etcétera).
  2. As precárias condições socioeconômicas de parte da população resultam, por exemplo, na falta de acesso a áreas seguras para moradia e na falta de investimentos em proteção. Em teoria, os perigos naturais ameaçam qualquer pessoa; na prática, diante das desigualdades existentes, seus impactos atingem os mais desfavorecidos ou a população de baixo rendimento.
  3. O sensoriamento remoto serve para o mapeamento de áreas de risco e áreas seguras. Os sig são usados na organização e no mapeamento de informações sobre os desastres naturais. O gê pê ésse é empregado em operações de resgate e salvamento de pessoas. Essas tecnologias auxiliam profissionais especialistas, como Defesa Civil, bombeiros, equipes médicas e de ajuda humanitária.
  4. As pessoas e as comunidades podem agregar experiências e conhecimentos sobre o lugar onde vivem no processo de prevenção e minimização dos riscos de desastres naturais. Essa participação pode aumentar sua influência entre as autoridades, pressionando por mais investimentos para a redução dos riscos.

Glossário

Aprendiz de ofício
Jovem que aprendia o ofício trabalhando durante anos e recebendo do mestre apenas abrigo e alimentação.
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Inteligência artificial
Ramo da ciência da computação que busca construir dispositivos que simulem a capacidade humana de raciocinar, resolver problemas, tomar decisões, ou seja, de ser inteligente.
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Mercado de consumo
Conjunto de consumidores, pessoas ou empresas, que compram mercadorias ou serviços.
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Grafite
Mineral constituído por carbono e usado na fabricação de lápis e na lubrificação de dobradiças e fechaduras, por exemplo.
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Capitalismo
Sistema econômico e social de organização das sociedades humanas caracterizado pela propriedade particular dos meios de produção (ferramentas, fábricas, máquinas, fazendas, empresas de prestação de serviços etcétera) e pelo trabalho assalariado. É o sistema em que vivemos no Brasil e na maior parte do mundo.
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Insalubre
Prejudicial à saúde, que causa doença.
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Cólera
Infecção bacteriana aguda do intestino delgado causada pelo vibrio colerae, altamente transmissível, que ocorre pela ingestão de água ou comida contaminadas.
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Ressaca
Grande agitação das águas do mar junto à costa, decorrente de tempestade e ventos fortes, com ondas violentas.
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Saneamento básico
Também chamado saneamento ambiental, é o conjunto de serviços de abastecimento de água, rede de esgoto e seu tratamento, limpeza urbana, drenagem de água das chuvas para evitar inundações e coleta de lixo, com sua destinação adequada.
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