UNIDADE 2 A POPULAÇÃO BRASILEIRA

Saber quem somos, quantos somos, como e onde vivemos é um passo importante para melhor compreender nosso país.

Nesta Unidade, você estudará como a população do Brasil está distribuída no território, os grupos que a formam, as migrações internas, além das desigualdades que ainda existem no mercado de trabalho do país como também nos rendimentos da população.

A foto desta abertura de Unidade mostra uma multidão de pessoas nas comemorações da Festa Anual do Círio de Nazaré, na cidade de Belém, no estado do Pará.

Nela, há brasileiros que habitam em Belém, em cidades vizinhas e também em outras regiões do país. Cada um desses habitantes tem suas características físicas, seu modo de falar, suas tradições. Cada um tem uma história.

Fotografia. Vista de uma praça ampla com uma multidão de pessoas. Elas estão olhando em direção a um palco que está na frente de uma grande igreja com duas torres e cruzes no topo.
Vista da Festa do Círio de Nazaré, na cidade de Belém, estado do Pará (2019). Essa festividade é realizada anualmente e faz parte da identidade religiosa e cultural desse estado e, também, do Brasil.
Ícone. Boxe Verifique sua bagagem.

VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. O que você sabe sobre a população brasileira?
  2. Que aspectos da população de um país você acha importante conhecer? Por quê?
  3. Você sabe o que é recenseamento ou censo demográfico?

PERCURSO 5 BRASIL: DISTRIBUIÇÃO E CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO

1. Brasil: país populoso e pouco povoado

O Brasil apresenta uma população numerosa: em 2010, eram ..190755799 habitantes, segundo os dados publicados pelo í bê gê É; em 1º de julho de 2021, a estimativa era de ..213317639 habitantes. Com a 5ª maior população do mundo, é um país populoso, pois sua população absoluta – isto é, a soma de todos os seus habitantes – é elevada.

No entanto, o Brasil é considerado um país pouco povoado. Isso porque, quando empregamos essa expressão, consideramos a relação entre o número de habitantes e a área territorial – a população relativa.

Para medir a concentração da população de determinada área, calcula-se sua densidade demográficaglossário : divide-se o total da população pela área territorial. Esse valor é expresso pelo número de habitantes por quilômetro quadrado (habitantes por quilômetro quadrado). No caso do Brasil, que contava em 2021 com uma população estimada de ..213317639 habitantes e uma área territorial de ..8510345 quilômetros quadrados, a densidade demográfica é de cêrca de 25 habitantes por quilômetro quadrado.

Países muito povoados não são, necessariamente, muito populosos. Em muitos casos, é a pequena área do território que determina altas densidades demográficas. Note que a maioria dos países citados no quadro é insular, ou seja, estão situados em ilhas.

População e área territorial de países de elevada densidade demográfica – 2020*

País (continente)

População (habitantes)

Área (km2)

Densidade demográfica (hab./km2)

Cingapura ** (Ásia)

5.850.000

700

8.357

Barein (Ásia)

1.702.000

760

2.239

Maldivas (Ásia)

541.000

300

1.803

Malta (Europa)

442.000

320

1.381

Bangladesh (Ásia)

164.689.000

130.170

1.265

Barbados (América)

287.000

430

667

Maurício (África)

1.272.000

2.030

626

* Dados estimados.

** Cingapura é uma cidade-estado.

Fonte: ONU. World Population Prospects 2019. Volume um: Comprehensive Tables. Nova York: ONU, 2018. página 23, 25, 27 e 31.

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NO SEU CONTEXTO

Você sabe qual é o total da população do município em que vive?

2. A distribuição da população pelo território brasileiro

A distribuição da população é influenciada por fatores naturais e socioeconômicos, que podem ser permissivos ou restritivos ao povoamento. Entre os fatores naturais permissivos, podemos citar climas amenos e relevos com baixas declividades e, como fator socioeconômico, o dinamismo da economia em uma região. Esses fatores podem formar uma área de atração de população. Climas desérticos ou muito frios, bem como o declínio de atividade econômica em uma região, são exemplos de fatores naturais e socioeconômicos restritivos, que podem originar uma área de repulsão de população.

Quando dizemos que a densidade demográfica do Brasil é de 25 habitantes por quilômetro quadrado, é importante compreender que esse dado é uma média; não significa que a densidade demográfica de todas as porções do território corresponde a 25 habitantes por quilômetro quadrado. Há áreas mais ou menos povoadas de acordo com fatores naturais e socioeconômicos permissivos ou restritivos.

Observando o mapa, podemos notar a distribuição desigual da população brasileira pelo território. Por exemplo, nas proximidades de São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais, existem densidades demográficas acima de 100 habitantes por quilômetro quadrado, enquanto em largos trechos dos estados do Amazonas, do Pará e de Roraima as densidades demográficas são inferiores a 1 habitante por quilômetro quadrado.

Brasil: distribuição da população – 2017

Mapa. Brasil: distribuição da população em 2017. Mapa da América do Sul com destaque para o território brasileiro, sua divisão política e a localização das capitais das unidades da federação. No mapa, pontos vermelhos representam locais onde há a concentração de 10.000 habitantes. As manchas com as maiores concentrações de pontos estão ao redor das capitais das unidades federativas, destacando-se as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Goiânia, Cuiabá, Campo Grande, Brasília, Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Fortaleza, São Luís, Belém e Manaus. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 430 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 111.

Grafismo indicando atividade.

Em quais porções do território a população brasileira está mais concentrada?

Observe, no quadro A, que a densidade demográfica varia entre as Grandes Regiões do Brasil. A Região Sudeste, além de ser a mais povoada, é a mais populosa: a cada 100 habitantes do país, 42 vivem nela. Essa Grande Região se tornou a principal área de atração populacional no decorrer da história de nosso país por causa da atividade mineradora em Minas Gerais (século dezoito), da expansão da cafeicultura no Rio de Janeiro e em São Paulo (séculos dezenove e vinte) e da industrialização (século vinte).

Quadro A. Brasil: população absoluta estimada, área territorial, densidade demográfica e percentual da população das Grandes Regiões – 2021*

Grande Região

População

Área (km2)

Densidade demográfica (hab./km2)

Porcentagem da população brasileira

Norte

18.906.962

3.850.316

4,9

8,9

Nordeste

57.667.842

1.552.175

37,1

27,0

Sudeste

89.632.912

924.558

96,9

42,0

Sul

30.402.587

576.737

52,7

14,3

Centro-Oeste

16.707.336

1.606.359

10,4

7,8

BRASIL

213.317.639

8.510.345

25,0

100,0

* Estimativa.

Fontes: í bê gê Éponto Anuário Estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 1-14; Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2021. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. Disponível em: https://oeds.link/9n7wrh. Acesso em: 12 abril 2022.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Compare os dados referentes às Grandes Regiões Nordeste e Sul. Por que, embora tenha uma população maior que a da Grande Região Sul, a Grande Região Nordeste apresenta menor densidade demográfica?

3. O censo

O levantamento de dados que realiza a contagem da população de um país, unidade federativa ou município é chamado de recenseamento ou censo. É por meio dele que conhecemos também outras características da população, como a composição por idade, gênero, nível de instrução etcétera.

Os governos usam os dados do censo para o planejamento de políticas públicas. Por exemplo, possuindo dados sobre o crescimento da população e sua composição por idade, os governos ficarão sabendo:

  • quantas vagas nas escolas dos ensinos fundamental e médio e nas universidades precisam ser criadas para atender à população;
  • quantos empregos serão necessários, anualmente, para absorver os jovens que entram no mercado de trabalho;
  • quantas habitações precisam ser construídas;
  • quantos leitos hospitalares precisam ser criados, entre outras coisas.

Vemos, então, que o estudo da população tem vários objetivos práticos.

Até 1871, não havia sido realizado, no Brasil, um recenseamento demográfico. Foi nesse ano que o governo imperial de dona Pedro segundo organizou a Repartição de Estatísticaglossário para realizar, no ano seguinte, o primeiro recenseamento oficial do Brasil. Até 2021, foram feitos 12 censos demográficos. Consulte o quadro B.

Quadro B. Brasil: população segundo os censos de 1872 a 2010 e projeção para 2026 (em habitantes)

Censo

População

1872

9.930.478

1890

14.333.915

1900

17.438.434

1920

30.635.605

1940

41.236.315

1950

51.944.397

1960

70.191.370

1970

93.139.037

1980

119.002.706

1991

146.825.475

2000

169.799.170

2010

190.755.799

2026

220.316.530

Fonte: í bê gê Éponto Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 2-9 e 2-13.

Ícone. Seção Mochila de ferramentas.

Mochila de ferramentas

Elaborar e interpretar gráficos de linha e circular

Gráfico é a representação geométrica de dados numéricos que pode ser realizada, principalmente, por meio de linhas, setores de um círculo, barras e colunas. Eles representam dados socioeconômicos, de produção agrícola, de crescimento da população, de percentual de jovens e idosos na população total etcétera. Saber elaborar e interpretar os gráficos permite compreender melhor os fatos e o mundo que nos rodeia.

Os principais elementos de um gráfico

Assim como os mapas, os gráficos devem sempre apresentar: título, período ou data a que se referem os dados, e espaço geográfico (ou seja, mundo, continente, país, unidade da federação, região, localidade). Além disso, é importante que os gráficos sejam acompanhados da fonte, isto é, da informação confiável sobre a origem dos dados.

De modo geral, os gráficos são elaborados com base em dados tabulados – organizados em forma de quadros que apresentam os mesmos elementos citados acima.

Como elaborar e interpretar gráfico de linha

O gráfico de linha mostra a evolução de um fato por meio de uma linha, que une os pontos correspondentes aos valores a serem representados. Com base nos dados do quadro A, foi elaborado o gráfico de linha sobre a taxa de fecundidadeglossário . Observe-os.

Quadro A. Brasil: taxa de fecundidade – 1960-2025*

Ano

Taxa de fecundidade (%)

1960

6,3

1980

4,3

2000

2,4

2025*

1,7

* Estimativa.

Fontes: í bê gê Éponto Indicadores sociodemográficos e de saúde no Brasil 2009. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2009. página 32; Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 2-31.

Brasil: taxa de fecundidade (em %) – 1960-2025*

Gráfico. Brasil: taxa de fecundidade, em porcentagem, 1960 a 2025. 2025: estimativa. 
Gráfico de linha. O eixo vertical representa a taxa de fecundidade, em porcentagem, e o horizontal representa os anos. 
1960: taxa de fecundidade: 6,3 por cento.
1980: taxa de fecundidade: 4,3 por cento.
2000: taxa: 2,4 por cento.
2025: estimativa de taxa de 1,7 por cento.

* Estimativa.

Fontes: í bê gê Éponto Indicadores sociodemográficos e de saúde no Brasil 2009. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2009. página 32; Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 2-31.

Nesse gráfico, no eixoglossário horizontal (ano), foi empregada a escala 1 para 20, ou seja, 1 centímetro para cada 20 anos, mas ele não se inicia no valor 0. Para o eixo vertical (taxa de fecundidade), escolheu-se a escala 1 para 1, isto é, 1 centímetro para cada unidade percentual, iniciando-se o eixo no valor 0. Então, marcam-se os pontos do gráfico associando os pares correspondentes ao ano e ao percentual; por exemplo: para o ano de 1960 corresponde o percentual de 6,3.

Considerando uma linha vertical tracejada que parte de cada ano do eixo horizontal, determina-se a posição do valor correspondente de acordo com a interseção da linha horizontal tracejada que parte do eixo vertical. Com os quatro pontos marcados relativos aos quatro anos representados e seus respectivos percentuais, traçam-se, sequencialmente, os segmentos de reta que os ligam, considerando que a variação da taxa entre os anos foi constante.

Observe que a linha (gráfico) vai decrescendo no decorrer dos anos 1960 a 2025, o que representa a queda da taxa de fecundidade no Brasil nesse período. Observe o gráfico novamente: em que intervalo de anos essa queda foi mais acentuada?

Como elaborar e interpretar gráfico circular

O gráfico circular ou de setor é semelhante a uma pítsa cortada em pedaços. Observe os dados apresentados no quadro B. Eles foram representados no gráfico circular.

Quadro B. Brasil: participação das Grandes Regiões no total da população (em %) – 2021*

Grande Região

População

Norte

8,9

Nordeste

27,0

Sudeste

42,0

Sul

14,3

Centro-Oeste

7,8

BRASIL

100,0

* Estimativas.

Brasil: participação das Grandes Regiões no total da população (em %) – 2021*

Gráfico. Brasil: participação das Grandes Regiões no total da população, em porcentagem, em 2021. 
2021: estimativa.
O gráfico circular está dividido em setores para representar as porcentagens.
Sudeste: 42,0 por cento. Nordeste: 27,0 por cento. Sul: 14,3 por cento. 
Norte: 8,9 por cento. Centro-Oeste: 7,8 por cento.

Fonte do quadro e do gráfico: í bê gê Éponto Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2021. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. Disponível em: https://oeds.link/9n7wrh. Acesso em: 12 abril 2022.

Observe que cada parte (ou setor) colorido do círculo representa, percentualmente, a população estimada de uma Grande Região em 2021, totalizando 100% da população brasileira. A maior parte ou o maior setor é o da Grande Região Sudeste. Isso mostra que, de cada 100 habitantes do país, 42 viviam no Sudeste. Na atividade 9, da página 59, aprenderemos como construir o “círculo das porcentagens”, para nos auxiliar na construção de gráficos circulares.

  1. Para que servem os gráficos?
  2. Com base nos dados do quadro B da página 45, que mostra a população do Brasil registrada pelos censos realizados de 1872 a 2010 e, também, a projeção do quantitativo para o ano de 2026, elabore um gráfico de linha. Para facilitar, arredonde os valores. Lembre-se de dar um título ao seu gráfico e de indicar a fonte dos dados. Depois, responda às questões.
    1. De acordo com o gráfico que você fez, a população aumentou ou diminuiu?
    2. Em algum período, houve diminuição da população brasileira? Em sua opinião, é mais fácil de responder a essa questão observando o gráfico ou o quadro?

3. O Brasil tem extensão territorial de 8.510.345 quilômetros quadrados. O quadro a seguir mostra o percentual do território que cada Grande Região brasileira abrange. Elabore um gráfico circular com base nos dados do quadro. Os percentuais foram arredondados para facilitar a construção do gráfico.

Grande Região

Percentual do território total

Norte

45

Nordeste

18

Sudeste

11

Sul

7

Centro-Oeste

19

BRASIL

100

Fonte: í bê gê Éponto Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 1-5.

  1. Que título você deu para o seu gráfico?
  2. De que maneira você identificou cada Grande Região no círculo?

4. O crescimento da população brasileira

Há duas causas básicas para o crescimento populacional brasileiro: a contribuição da imigraçãoglossário e o crescimento natural ou vegetativo da população.

• A imigração

Os europeus, os africanos e os asiáticos que migraram para o Brasil, além dos indígenas que aqui já viviam, são os formadores da população brasileira.

Entre os imigrantes que entraram no Brasil, devemos distinguir os que vieram de maneira forçada, como os africanos, trazidos como escravos, e os imigrantes livres ou espontâneos. Deste grupo, os que mais se destacaram quantitativamente foram os portugueses, italianos, espanhóis, alemães e japoneses.

Fotografia em preto e branco. Diversas pessoas posicionadas olhando para a frente. Elas estão uma ao lado da outra. Há crianças, adultos e jovens. Na parte de baixo da fotografia aparecem algumas crianças sentadas e outras agachadas.
Imigrantes italianos posam para foto na chegada ao porto de Santos, São Paulo (1957).

Além desses povos, sírios, libaneses, poloneses, ucranianos, holandeses, coreanos e chineses também contribuíram para a formação da população brasileira. Nas últimas décadas, o Brasil tem recebido grande número de imigrantes nigerianos, angolanos e bolivianos.

Observe, no gráfico, a contribuição da imigração para o crescimento populacional do Brasil. Entre 1887 e 1930 entraram no Brasil cêrca de 3,8 milhões de imigrantes, o que contribuiu para o crescimento populacional do país.

Após 1930, a imigração decresceu, assumindo uma importância secundária no crescimento populacional. Entre os fatores que explicam essa queda, destaca-se a Lei de Cotas da Imigração, criada pelo governo brasileiro em 1934. Essa lei restringiu a entrada de imigrantes, pois estabelecia uma cota anual de 2por cento do total de imigrantes de cada nacionalidade que tinha imigrado nos últimos 50 anos.

Em anos recentes, houve um aumento expressivo de imigrantes no Brasil, como bolivianos, venezuelanos, haitianos, angolanos, sírios, entre outros. Isso ocorreu em decorrência de vários fatores, como falta de oportunidades econômicas, instabilidade e perseguição política, desastres naturais e guerras em outros países. De acordo com dados do Sistema de Registro Nacional Migratório (sismigra), entre 2011 e 2020 estavam residindo no Brasil cêrca de 1,3 milhão de imigrantes, liderados por venezuelanos e haitianos, o que representava 0,6por cento da população do país (leia a seção Cruzando saberes da página seguinte).

Entrada de imigrantes no Brasil – 1870-1975

Gráfico. Entrada de imigrantes no Brasil, de 1870 a 1975. Gráfico de linha representando a quantidade de imigrantes que chegaram ao Brasil durante esse período, com a indicação de marcadores temporais. No eixo vertical estão representados os números de imigrantes, em intervalos de cinquenta mil, de zero a duzentos e cinquenta mil. No eixo horizontal estão representados os anos, em intervalos de cinco anos. 1870: próximo a zero. 1875: cerca de quinze mil. 1880: cerca de vinte e cinco mil. 1885: cerca de vinte e cinco mil. 1888 (marcador temporal): Abolição da escravatura. 1890: cerca de cento e quarenta mil. 1891: mais de duzentos mil. 1895: cerca de cento e sessenta mil. 1900: cerca de quarenta e nove mil. 1905: cerca de setenta mil. 1910: cerca de oitenta mil. 1914 a 1918 (marcador temporal): Primeira Guerra Mundial. 1915: cerca de cinquenta mil. 1920: cerca de sessenta mil. 1925: cerca de noventa mil. 1930: cerca de noventa mil. 1935: cerca de quarenta e cinco mil. 1939 a 1945 (marcador temporal): Segunda Guerra Mundial. 1940: cerca de vinte mil. 1945: próximo a zero. 1950: cerca de vinte e cinco mil. 1955: cerca de cinquenta mil. 1956 (marcador temporal): início do grande desenvolvimento industrial no Brasil. 1960: cerca de quarenta e cinco mil. 1965: cerca de dez mil. 1970: próximo a zero. 1975: cerca de dez mil.

Fonte: í bê gê Éponto Brasil: 500 anos de povoamento. Disponível em: https://oeds.link/3Tf0xJ. Acesso em: 2 dezembro 2021.

Grafismo indicando atividade.

Analise o gráfico e aponte quando ocorreu o maior pico de imigração no Brasil.

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

Desde 2010 ocorreu um aumento expressivo da imigração para o Brasil, o que reforçou a importância de promover a inclusão social e de aceitar diferenças culturais para a construção de uma sociedade baseada no respeito e na tolerância.

“Onda estrangeira” fórça adaptação de escolas da rede municipal de São Paulo

“É cada vez mais comum ouvir palavras em espanhol, francês e árabe em meio à agitação nos corredores das escolas públicas de São Paulo. Nos colégios da prefeitura, por exemplo, os estrangeiros dobraram nos últimos cinco anos [2013 a 2017] e já são .4747. Somando-se aos estudantes de unidades estaduais, eles já ultrapassam 10 mil na cidade.

São alunos oriundos de mais de 80 países e que desembarcaram na cidade por questões que vão desde a falta de oportunidades à perseguição política e guerras. Metade dos estrangeiros são bolivianos. Haitianos e angolanos estão entre as nacionalidades que mais crescem.

Agora, as escolas em bairros nos quais vivem essas comunidades tentam se adaptar a essas realidades, muitas vezes em iniciativas dos professores e até dos alunos. Na escola de ensino fundamental Infante Dom Henrique, no [bairro do] Canindé, na zona norte, dois em cada dez estudantes são estrangeiros.

O diretor Cláudio Marques Neto, 49, diz ter encontrado uma escola mergulhada em violência e intolerância quando chegou, em 2011. Os brasileiros cobravam até pedágio de colegas de outros países, sob ameaça de agressão.

Para mudar essa realidade, o diretor passou a reunir alunos estrangeiros e seus pais para discutir suas experiências. Depois, pediu que as crianças convidassem colegas brasileiros para as discussões. ‘Aí acabou toda aquela violência’, afirma.

Hoje, a escola tem cartazes em várias línguas e um mural que representa diversas etnias. Estimulados pela atmosfera cosmopolita, professores e alunos também passaram a propor iniciativas. Entre elas, está o caso de duas alunas com ascendência boliviana que dão aulas de espanhol para os colegas. [...]”

RODRIGUES, Artur. “Onda estrangeira” fórça adaptação de escolas da rede municipal de SP. Folha de semPaulo, 16 agosto 2017. Disponível em: https://oeds.link/ohm06D. Acesso em: 3 dezembro 2021.

Fotografia. Três alunos sentados em cadeiras com mesas de sala de aula. Entre eles está um outro aluno em pé. Uma das alunas usa um véu na cabeça. Os 4 alunos estão conversando e sorrindo.
Alunos em escola na cidade de São Paulo, São Paulo (2019). Uma das alunas é estrangeira e traz consigo traços de sua cultura. A ampliação da consciência à cidadania e à cultura de paz por meio do combate ao racismo e à xenofobia contra alunos estrangeiros contribui para o respeito e a inclusão de minorias.

 Interprete

1. Com base nos dados apresentados, explique a expressão “onda estrangeira” no título do texto.

 Argumente

2. Com o objetivo de promover o respeito e a inclusão de estudantes estrangeiros, além da iniciativa apontada no texto, quais outras você proporia? Justifique a sua proposta.

 Contextualize

3. Existem conflitos entre pessoas ou grupos de alunos na sua escola? Como você age diante deles? Nesse contexto, como você lida com as suas emoções?

 Viaje sem preconceitos

4. Leia a afirmação e, em seguida, converse com os seus colegas a respeito: “Tolerância, inclusão social, combate aos preconceitos e promoção de uma cultura de paz, na escola ou fóra dela, caminham junto com a garantia de direitos fundamentais das pessoas”.

• O crescimento vegetativo

À diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade dá-se o nome de crescimento natural ou vegetativo da população.

A taxa de natalidade corresponde ao número de nascidos vivos a cada .1000 habitantes de um país, unidade da federação ou município, em determinado período – geralmente, um ano. É calculada dividindo-se o número de nascidos vivos no período pelo número da população existente no mesmo período. O resultado é multiplicado por mil para facilitar a leitura e permitir uma comparação internacional. Essa taxa é representada pelo símbolo por mil”, que quer dizer “por mil”.

A taxa de mortalidade corresponde ao número de óbitos por .1000 ha­bitantes. É calculada dividindo-se o número de óbitos em determinado período pela população total nesse mesmo período e multiplicando-se o resultado por mil.

Como exemplo, vamos calcular o crescimento vegetativo referente ao ano de 2025, no Brasil, com base em dados estimados do í bê gê É (valores arredondados):

Quadro de fios azuis com fundo branco com o seguinte texto: taxa de natalidade menos taxa de mortalidade igual a 13 por mil menos 7 por mil igual a 6 por mil.

A estimativa da taxa de crescimento vegetativo da população brasileira em 2025 é seis por mil, o que significa que, em cada grupo de .1000 habitantes, a população aumenta em aproximadamente 6 pessoas.

Nos dias atuais, o crescimento natural da população é a principal causa do crescimento quantitativo da população brasileira, ainda que esse crescimento venha diminuindo desde a segunda metade da década de 1960, como mostra o gráfico.

Brasil: taxas de natalidade, de mortalidade e de crescimento natural da população, por .1000 habitantes – 1900-2025

Gráfico. Brasil: taxas de natalidade, de mortalidade e de crescimento natural da população, por mil habitantes, 1900 a 2025. Gráfico de linha. No eixo vertical, estão as porcentagens de zero a 50. No eixo horizontal, os anos. O crescimento vegetativo é representado por faixa amarela entre as taxas de natalidade e de mortalidade.   
1900: taxa de natalidade: 46 por cento e de mortalidade 27 por cento. 
1910: taxa de natalidade 45 por cento e de mortalidade 26 por cento.
1920: taxa de natalidade 45 por cento e de mortalidade 26 por cento.
1930: taxa de natalidade 45 por cento e de mortalidade 26 por cento.
1945: taxa de natalidade 44 por cento e de mortalidade 20 por cento. 1955: taxa de natalidade 43 por cento e de mortalidade 14 por cento.
1965: taxa de natalidade 38 por cento e de mortalidade 10 por cento. 
1975: taxa de natalidade 35 por cento e de mortalidade 10 por cento. 
1985: taxa de natalidade 26 por cento e de mortalidade 8 por cento.
1995: taxa de natalidade 22 por cento e de mortalidade 7 por cento. 
2000: taxa de natalidade 21 por cento e de mortalidade 7 por cento. 
2005: taxa de natalidade 17 por cento e de mortalidade 6 por cento. 
2010: taxa de natalidade 15 por cento e de mortalidade 6 por cento. 
2015: taxa de natalidade 14 por cento e de mortalidade 6 por cento.
2020: taxa de natalidade 14 por cento e de mortalidade 6 por cento. 2025 (estimativa): taxa de natalidade 13 por cento e de mortalidade 7 por cento.

Fontes: elaborado com base em í bê gê Éponto Indicadores sociodemográficos e de saúde no Brasil 2009. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2009; Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. Tabela 2.1.3.2. página 2-31.

Grafismo indicando atividade.

Observe no gráfico que, entre 1930 e 1965, as taxas de natalidade e de mortalidade declinaram. Por que, então, o crescimento vegetativo aumentou nesse período?

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – í bê gê É

https://oeds.link/M2p8Gn

Neste site você encontrará textos, mapas, gráficos e tabelas sobre diversos aspectos da população brasileira.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

í bê gê Éponto

O vento do Oriente: uma viagem através da imigração japonesa no Brasil. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2008.

Dois livros em um: história em quadrinhos (mangá) de alguns momentos da imigração japonesa no Brasil e pequena aula sobre origâmi.

5. Natalidade e fecundidade em queda

A partir de 1961, ocorreu uma redução mais acentuada da taxa de natalidade no Brasil. Vários fatores contribuíram para isso.

Com a modernização da economia brasileira, representada principalmente pela industrialização, muitas famílias migraram do campo para a cidade em busca de melhores condições de vida, como empregos de maior remuneração, assistência médico-hospitalar, educação para os filhos etcétera

Geralmente, as famílias residentes no campo tinham muitos filhos, o que representava mais ajuda no trabalho rural. Migrando para as cidades, diante dos custos e das dificuldades impostas pela vida urbana, os casais diminuíram o número de filhos. A maior participação das mulheres no mercado de trabalho (foto) e o aumento do uso de métodos contraceptivosglossário também contribuíram para que os casais reduzissem a quantidade de filhos.

A redução do número de filhos constitui uma das mudanças ocorridas com a urbanização, ocasionando a queda da taxa de fecundidade, isto é, do número de filhos por mulher em idade reprodutiva (entre 15 e 49 anos). Para se ter ideia, enquanto em 1960 a taxa de fecundidade era de 6,3, em 2000 declinou para 2,4; em 2005, para 2,1; em 2015, para 1,8; e está estimada para 1,7 em 2025. Conclui-se, então, que a redução da taxa de fecundidade tem forte impacto na redução da taxa de natalidade.

Fotografia. Três mulheres de uniforme branco, touca na cabeça, máscaras e óculos transparente de proteção. Elas usam luvas e manuseiam potes que estão em uma esteira que está na frente delas. Ao fundo, outra mulher com a mesma vestimenta e algumas máquinas.
A maior participação feminina no mercado de trabalho é uma das causas da redução do número de filhos por mulher no Brasil. Na foto, mulheres trabalham na linha de produção de fábrica de cosméticos no município de Cajamar, São Paulo (2019).
Grafismo indicando atividade.

No município onde você vive, a participação de mulheres no mercado de trabalho é significativa? Dê algum exemplo do que você já observou.

6. Redução da mortalidade e aumento da expectativa de vida

Outra importante tendência demográfica atual está relacionada à redução das taxas de mortalidade, inclusive a mortalidade infantil, que é o número de óbitos de crianças que morreram com menos de um ano de idade para cada mil nascidas vivas. De acordo com o í bê gê É, em 2020 a taxa de mortalidade infantil no Brasil foi de 11,5por milponto Diversos fatores explicam a redução das taxas de mortalidade no Brasil e no mundo:

  • progressos da medicina – do diagnóstico de doenças à descoberta de medicamentos para a cura de enfermidades;
  • campanhas de vacinação (observe o cartaz);
Cartaz. No centro, ilustração de um boneco branco com a cabeça em forma de gota e com a palavra SUS e o símbolo de uma cruz no peito. Ele sorri e aponta o dedo para cima. Acima e ao lado, as informações: VACINAÇÃO CONTRA O SARAMPO – ITAGUAÇU 2019. Para não voltar é só vacinar.  CAMPANHA SELETIVA DE VACINAÇÃO CONTRA O SARAMPO. 
PESSOAS ENTRE 1 ANO E 49 ANOS 11 MESES E 29 DIAS. TRAGA SEU CARTÃO DE VACINAÇÃO E CARTÃO DO SUS.
Cartaz de campanha de vacinação contra o sarampo realizada pela Prefeitura de Itaguaçu, no estado do Espírito Santo, em 2019.
  • melhora das condições sanitárias, por meio da instalação de redes de água tratada, redes coletoras de esgoto e da coleta de lixo;
  • maior conscientização da população quanto à prevenção de doenças, que estimula a prática de exercícios físicos e de uma alimentação mais saudável.

Todos esses fatores tiveram impacto sobre as taxas de mortalidade e aumentaram a expectativa de vida ou esperança de vida ao nascer da população brasileira, como pode ser observado no gráfico.

Embora tenham ocorrido avanços na área de saneamento básico, ainda há uma forte demanda por melhorias nesse setor. No Brasil, em 2019, somente 54,1por cento da população tinha acesso à coleta dos esgotos e apenas 49,1por cento dos esgotos eram tratados.

Brasil: esperança de vida ao nascer (em anos) – 1930-2025

Gráfico. Brasil: esperança de vida ao nascer, em anos, 1930 a 2025. No eixo vertical, estão os anos de vida, de zero a oitenta. No eixo horizontal, estão os intervalos entre as décadas e os anos. 
De 1930 a 1940: 41,5 por cento. 
De 1940 a 1950: 45,5 por cento.
De 1950 a 1960: 51,6 por cento. 
De 1960 a 1970: 53,4 por cento. 
1980: 62,5 por cento. 
1991: 66,9 por cento. 2000: 69,8 por cento. 2010: 73,8 por cento. 2015: 75,4 por cento. 2020: 76,7 por cento.
2025 (estimativa): 77,8 por cento.

Fontes: elaborado com base em í bê gê Éponto Indicadores sociodemográficos e de saúde no Brasil 2009. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2009. página 29; Anuário estatístico do Brasil 2010. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2011. página 2-32; Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 2-31.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Quais são seus hábitos alimentares e os de sua família? Existe a precaução de consumir alimentos saudáveis para proporcionar boas condições de saúde a todos?

PERCURSO 6 BRASIL: MIGRAÇÕES INTERNAS E EMIGRAÇÃO

1. O que é migração

Migração é o deslocamento de indivíduos de uma região para outra ou de um país para outro, envolvendo mudança permanente de residência. Quando os deslocamentos ocorrem no interior de um país, recebem o nome de migrações internas ou nacionais. Quando ocorrem entre países, trata-se de migrações externas ou internacionais.

As migrações da população de uma região geográfica para outra são explicadas, principalmente, pelo fator econômico. Se em uma localidade, sub-região ou região há dificuldade de conseguir emprego e de a população possuir condições mínimas de sobrevivência, é comum que pessoas e famílias migrem para outros espaços geográficos que ofereçam possibilidades de melhores condições de vida – melhor acesso à alimentação, à habitação, ao vestuário, à saúde, à educação, ao lazer etcétera

2. Migrações internas no Brasil em tempos recentes

Identificar os motivos que levam as pessoas a migrar torna possível compreender a influência de fatores econômicos ou sociais sobre a distribuição da população em um território. Vamos considerar, por exemplo, as migrações internas no Brasil, a partir de 1950.

• De 1950 a 1970

Desde os anos de 1950, a Grande Região Nordeste do Brasil tornou-se a principal Grande Região de repulsão ou de saída de migrantes para outras regiões do país. Isso ocorreu em razão da baixa oferta de empregos, do baixo rendimento da população, das secas no Sertão, entre outros fatores.

A industrialização da Grande Região Sudeste, principalmente dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, como também a construção de Brasília, na Grande Região Centro-Oeste, atraíram muitos migrantes em busca de melhores condições de vida. Assim, essas duas Grandes Regiões tornaram-se áreas de atração de população nesse período.

Brasil: migrações internas – 1950-1970

Mapa. Brasil: migrações internas, 1950 a 1970. Mapa da América do Sul com o Brasil destacado e sua divisão política. Por meio de setas com cores diferentes, o mapa representa a direção das migrações em dois períodos. De 1950 a 1960, as principais levas de migração foram da Paraíba em direção ao estado do Maranhão; do Piauí em direção a Rondônia; da Bahia para Mato Grosso, Distrito Federal, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro; do Rio Grande do Sul em direção ao Paraná. De 1960 a 1970, as direções das migrações foram do Ceará e do Piauí para Pará e Amazonas; da Paraíba em direção a Tocantins; da Bahia para Mato Grosso, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro; de Goiás e Minas Gerais em direção a Mato Grosso; de São Paulo em direção a Mato Grosso; do Paraná e do Rio Grande do Sul em direção a Mato Grosso. Abaixo, rosa dos ventos e escala de zero a 530 quilômetros.

Fonte: OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Integrar para não entregar: políticas públicas e Amazônia. segunda edição Campinas: Papirus, 1991. página 75-76.

Nota: Este mapa e o mapa A, na próxima página, representam os movimentos migratórios com a divisão político-administrativa do Brasil atual. Entre 1950 e 1988, ocorreram mudanças na divisão político-administrativa do nosso país. Optamos pela representação atual para facilitar a compreensão da direção dos movimentos migratórios internos.

• De 1970 a 1990

Embora o fluxo populacional do Nordeste para o Sudeste tenha continuado após 1970, entre as décadas de 1970 e 1990 houve um grande fluxo de migrantes do Sudeste, do Sul e do Nordeste para as Grandes Regiões Centro-Oeste e Norte. Vários fatores contribuíram para essas migrações: a construção de rodovias, os incentivos dos governos estaduais, distrital e federal – por meio da doação de lotes de terra para a prática da agricultura –, as descobertas de ouro e diamante em Roraima e o avanço da agricultura e da pecuária em terras antes não usadas para esse fim, processo conhecido como expansão da fronteira agropecuária.

Brasil: migrações internas – 1970-1990

Mapa. Brasil: migrações internas, 1970 a 1990. Mapa da América do Sul com o Brasil destacado e sua divisão política. Por meio de setas, o mapa representa a direção predominante das migrações. Direções predominantes: de Fortaleza para Londrina e São Paulo; de Fortaleza para Rio Branco, Ji paraná,  sul do Pará e estados de São Paulo e Paraná; de Minas Gerais para a Bacia do Araguaia; de Passo Fundo para o estado do Amazonas; de São Paulo para Alta Floresta, no Mato Grosso, e para o Distrito Federal; de Mato Grosso do Sul para Ji Paraná; do Espírito Santo para Vilhena. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 590 quilômetros.

Fonte: OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Amazônia: monopólio, expropriação e conflitos. quarta edição Campinas: Papirus, 1993. página 92.

• De 1990 a 2010

A partir da década de 1990, os fluxos populacionais que mais despertam a atenção são os de volta aos locais de origem, chamados de migração de retorno, e a diminuição substancial do tradicional fluxo do Nordeste para o Sudeste: no período de 1995 a 2000, migraram 965 mil pessoas, e entre 2001 e 2006 esse fluxo declinou para 539 mil.

Os programas sociais governamentais de transferência de rendimentos e o crescimento econômico do Nordeste, tanto no setor industrial como no de serviços, têm sido apontados como responsáveis pela diminuição dos fluxos migratórios Nordeste-Sudeste na década passada.

Brasil: migrações internas – 1995-2000

Mapa. Brasil: migrações internas, 1995 a 2000.  Mapa de parte da América do Sul com o Brasil destacado e sua divisão política. Por meio de cores nas setas, o mapa representa a região de origem dos saldos migratórios. A espessura representa a intensidade do fluxo. Cores nas unidades da federação representam o valor do saldo migratório.    
Principais fluxos originados na Região Norte: do Pará para Amazonas e Amapá com fluxo de 50 a 150 mil habitantes; do Pará para Goiás e Maranhão com fluxo de 20 a 50 mil habitantes; de Rondônia para Mato Grosso, com fluxo de 20 a 50 mil habitantes; de Tocantins para Goiás com fluxo de 20 a 50 mil habitantes. 
Principais fluxos migratórios originados na Região Nordeste: de Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia para o estado de São Paulo com fluxos de 50 a 150 mil habitantes; de Pernambuco para Rio de Janeiro com fluxo de 50 a 150 mil. 
Principais fluxos originados na Região Sudeste: de São Paulo para Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Paraná com fluxo de 50 a 150 mil; de Minas Gerais para São Paulo e Rio de Janeiro com fluxo de 50 a 150 mil. 
Principais fluxos originados na Região Sul: do Paraná para São Paulo e Santa Catarina com fluxo de 50 a 150 mil; de Santa Catarina para Paraná com fluxo de 50 a 150 mil; do Rio Grande do Sul para Santa Catarina com fluxo de 50 a 150 mil. 
Principais fluxos originados na Região Centro Oeste: do Distrito Federal para Goiás com fluxo de 50 a 150 mil; do Mato Grosso do Sul para São Paulo com fluxo de 50 a 150 mil; do Mato Grosso para Goiás e São Paulo com fluxo de 20 a 50 mil. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 520 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Atlas do Censo Demográfico 2000. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2003. página 58.

Grafismo indicando atividade.

Qual é a intensidade do fluxo populacional de Rondônia para Mato Grosso?

Outra forma de estudar as migrações internas é considerar o saldo migratório, ou seja, a diferença, em determinado período, entre a quantidade de entrada e a de saída de migrantes de uma localidade ou região para outras.

Observe os quadros A e B, que mostram os saldos migratórios do Brasil em diferentes períodos e permitem identificar a ocorrência de saldos migratórios positivos ou negativos. São positivos quando a quantidade de migrantes que entra em determinada unidade da federação ou região é maior do que a quantidade que dela sai; são negativos quando a saída de migrantes é maior que a entrada.

Quadro A. Brasil: saldos migratórios das Grandes Regiões – 2001-2006

Grande Região

Saldo migratório

Norte

9.691

Nordeste

−53.423

Sudeste

−153.908

Sul

40.534

Centro-Oeste

157.106

Fonte: QUEIROZ, Silvana Nunes de; SANTOS, José Márcio dos. Saldos migratórios: uma análise por estados e regiões do Brasil (1986-2006). Revista Econômica do Nordeste, volume 42, número 2, abril a junho2011, página 319, 320, 322, 323 e 324.

Quadro B. Brasil: saldos migratórios das Grandes Regiões e das unidades da federação – 2005-2010

Grande Região

Unidade da federação

Imigrantes

Emigrantes

Saldo migratório

Brasil

4.643.754

4.643.754

0

Norte

Rondônia

65.864

53.643

12.221

Acre

13.882

14.746

−865

Amazonas

71.451

51.301

20.150

Roraima

25.556

11.204

14.352

Pará

162.004

201.834

−39.830

Amapá

37.028

15.228

21.800

Tocantins

85.706

77.052

8.654

Saldo total

36.482

Nordeste

Maranhão

105.684

270.664

−164.980

Piauí

73.614

144.037

−70.423

Ceará

112.373

181.221

−68.849

Rio Grande do Norte

67.728

54.017

13.711

Paraíba

96.028

125.521

–29.493

Pernambuco

148.498

223.584

−75.086

Alagoas

53.589

130.306

−76.717

Sergipe

53.039

45.144

7.895

Bahia

229.224

466.360

−237.136

Saldo total

701.078

Sudeste

Minas Gerais

376.520

390.625

−14.105

Espírito Santo

130.820

70.120

60.700

Rio de Janeiro

270.413

247.309

23.104

São Paulo

991.314

735.519

255.796

Saldo total

325.495

Sul

Paraná

272.184

293.693

−21.509

Santa Catarina

301.341

128.888

172.453

Rio Grande do Sul

102.613

177.263

−74.650

Saldo total

76.294

Centro-Oeste

Mato Grosso do Sul

98.973

80.908

18.065

Mato Grosso

143.954

121.586

22.365

Goiás

363.934

156.107

207.827

Distrito Federal

190.422

175.870

14.552

Saldo total

262.809

Fonte: JARDIM, Antonio de Ponte; ERVATTI, Leila Regina. Migração interna na primeira década do século vinte e um: subsídios para as projeções. ín í bê gê Éponto Mudança demográfica no Brasil no início do século vinte e um: subsídios para as projeções da população. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2015. página 103.

Grafismo indicando atividade.

Aponte o total de imigrantes e de emigrantes da unidade da federação em que você mora, entre 2005 e 2010. Nesse período, o saldo foi positivo ou negativo? De quanto?

3. O êxodo rural

O êxodo rural, ou migração campo-cidade, é o principal movimento populacional interno do Brasil. Em 1950, de cada 100 habitantes, cêrca de 64 moravam no campo, formando a população rural; 36 viviam nas cidades e compunham a população urbana.

O ritmo acelerado da industrialização brasileira, somado aos problemas no campo – como baixos salários e o difícil acesso à propriedade da terra pelos trabalhadores rurais –, foi a grande mola propulsora do êxodo rural. Em 1970, a população urbana já era de 56%.

Esse processo continuou após 1970, levando o Brasil a ser um país predominantemente urbano. Em 2015, de acordo com o í bê gê É, quase 85por cento da população brasileira vivia em áreas urbanas.

Brasil: população rural e urbana (em porcentagem) – 1950-2015

Gráfico. Brasil: população rural e urbana, em porcentagem, 1950 a 2015. Gráfico de linhas. Linha verde representa a evolução da população rural e linha laranja a evolução da população urbana. No eixo vertical estão as porcentagens, de zero a cem, em intervalos de 20. Na horizontal, os anos.  
1950: 64 por cento população rural e 36 por cento população urbana. 
1960: 55 por cento população rural e 45 por cento população urbana. 
1970: 44 por cento população rural e 56 por cento população urbana. 
1980: 32 por cento população rural e 68 por cento população urbana. 1991: 25 por cento população rural e 75 por cento população urbana. 
2000: 19 por cento população rural e 81 por cento população urbana. 
2010: 16 por cento população rural e 84 por cento população urbana. 
2015: 15 por cento população rural e 85 por cento população urbana.

Fontes: í bê gê Éponto Censo Demográfico 2010. Características da população e dos domicílios: resultados do universo. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2011. página 43; í bê gê Éponto Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2016. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2016. página 12.

4. Deslocamentos temporários de população

As migrações temporárias caracterizam-se pelo deslocamento de indivíduos para localidades onde há trabalho durante tempo determinado e que retornam para o lugar de origem depois de concluírem a tarefa. É o que ocorre com aqueles que se deslocam da Grande Região Nordeste para trabalhar em colheitas no Sudeste.

Outra forma de deslocamento temporário é a migração pendular: deslocamento populacional diário de ida e volta, semelhante ao movimento do pêndulo de um relógio. É o caso de milhares de habitantes de cidades vizinhas que se deslocam diariamente para os grandes centros urbanos, onde estão localizados seus empregos e locais de estudo.

5. Emigrantes brasileiros

Na década de 1970, o governo do Paraguai autorizou o loteamento de terras próximas à fronteira com o Brasil, com permissão para que brasileiros pudessem adquiri-las. Esses emigrantes, cêrca de 350 mil, ficaram conhecidos como brasiguaios.

Durante a década de 1980, uma crise na economia brasileira, marcada pela elevada taxa de desemprego e pelo aumento persistente dos preços, estimulou a saída de brasileiros para outros países.

Em 2020, segundo estimativas do Ministério das Relações Exteriores, mais de 4,2 milhões de brasileiros viviam no exterior. Desse total, ..1775000 nos Estados Unidos e .276200 em Portugal.

Brasileiros no exterior – 2020

Mapa. Brasileiros no exterior, 2020. Planisfério com a representação de continentes e de regiões do mundo e a indicação do número de brasileiros. América do Norte, representada na cor verde clara: 1.941.950 brasileiros. 
América Central, representada em verde escuro: 9.681 brasileiros.  
América do Sul, na cor verde: 589.737 brasileiros.
Europa (incluindo Rússia), representada em rosa: 1.300.525 brasileiros.
Oriente Médio, representado em marrom: 56.256 brasileiros. 
África, representada em laranja: 26.506 brasileiros. Ásia (excluindo Rússia e Oriente Médio), representada em amarelo: 227.864 brasileiros.
Oceania, em roxo: 63.273 brasileiros.
Total de brasileiros no exterior: 4.215.792. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 3.860 quilômetros.

Fonte: BRASIL. Comunidade Brasileira no Exterior: estimativas referentes ao ano de 2020. Brasília: Ministério das Relações Exteriores, 2021. página 1. Disponível em: https://oeds.link/FaM08l. Acesso em: 3 dezembro 2021.

Ícone. Seção Rotas e encontros. Composto por uma placa amarela com o desenho de duas mãos se cumprimentando.

Rotas e encontros

A migração por quem a viveu

Leia os relatos de duas pessoas que, ao longo de suas trajetórias de vida, realizaram um movimento migratório.

BERENICE

“Um período difícil de minha vida foi quando vim para São Paulo na década de 70, migrante nordestina, de Campina Grande (Paraíba) com rápida passagem e estadia em Recife (Pernambuco). Vim de ‘Fuscão’ modelo 1967, com dois filhos pequenos, a menor no meu colo, com apenas seis meses de vida, rasgando os três mil quilômetros que separam mais do que dois estados distantes, mas que separam também dois estilos de vida completamente diferentes. Separam duas perspectivas de passado e de futuro quase que antagônicas.

Viajei com a filha no colo para dar mais espaço para o filho de três anos poder dormir e descansar, e não é preciso falar da péssima qualidade das estradas e dos hotéis (naquele tempo não havia as famosas churrascarias gaúchas, hoje tão comuns ao longo das rodovias). A Bê érre-116 era muito esburacada, e a Bahia, que tem 800 quilômetros de extensão Nordeste-Sul, parecia ter 2 mil quilômetros.

Quando cheguei, fui morar no Parque Continental, bairro de classe média, metida a classe alta, e os olhares eram insinuantes. Olhares de reprovação ao nosso linguajar, aos nossos trajes e até um ranço de preconceito interessante e maquiado: ‘como estes nordestinos têm dinheiro para vir morar aqui?’.

No ceagéspi, logo nos primeiros dias, quando eu falava, era tratada por baiana (até por outros nordestinos radicados há mais tempo aqui). Havia um ar de espanto, de indignação e de ironia quando eu pedia jerimum em vez de abóbora, ou macaxeira em vez de mandioca etcétera Era um motivo de riso, mas jamais me deixei abater. [...]”

LUIZ

“Eu fui um migrante, andei muito neste Brasil. Eu nasci no Paraná e com seis meses de idade a gente foi para Sergipe, Nordeste. Com um ano voltamos para o Paraná novamente, e do Paraná mudamos de vários em vários municípios do estado do Paraná. O último município do Paraná que eu morei foi onde eu nasci, Jaguapitã, numa fazenda de café. Com aquela geada de 1975, nós fomos para Campinas, São Paulo [...]. Lá moramos nove, quase dez anos, e eu estudei até a quinta série na realidade. Aos 11 anos, comecei a trabalhar como guarda mirim numa entidade que tinha lá. Trabalhei na própria entidade, no cartório, e trabalhei numa indústria de beneficiamento de legumes. Seria uma empresa que trabalhava em fazer nhoque, batata frita, essas coisas [...].”

Museu da Pessoa. Disponível em: https://oeds.link/67j6zL. Acesso em: 3 dezembro 2021.

Ilustração. Um fusca vermelho com um casal sentado nos bancos da frente e uma criança no banco de trás. O fusca é um carro antigo com lanternas redondas, duas portas e tem o formato redondo também.

 Interprete

1. Para você, o que significaram os relatos de Berenice e Luiz?

 Contextualize

2. Comente o trecho: “[...] três mil quilômetros que separam mais do que dois estados distantes, mas que separam também dois estilos de vida completamente diferentes. Separam duas perspectivas de passado e de futuro quase que antagônicas”.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 5 e 6

Registre em seu caderno.

  1. A densidade demográfica de um país ou região reflete fielmente a distribuição da população pelo território? Explique sua resposta.
  2. A partir da década de 1950, a população brasileira tem apresentado diminuição das taxas de natalidade e mortalidade, conforme mostra o gráfico da página 50.
    1. Explique quais fatores contribuíram para a redução das taxas de natalidade.
    2. Quanto à redução das taxas de mortalidade, que fatores contribuíram para isso?
  3. Algum membro de sua família realizou migração no interior do país? Se sim, para onde e por quê? Explique os tipos de migração interna.
  4. Aponte os fatores que contribuíram, no período de 1970 a 1990, para os fluxos migratórios internos para a Amazônia.

5. Observe o mapa e responda às questões.

Brasil: expectativa de vida ao nascer e proporção de pessoas de 60 anos ou mais de idade na população – 2019

Mapa. Brasil: expectativa de vida ao nascer e proporção de pessoas de 60 anos ou mais de idade na população, em 2019. Mapa de parte da América do Sul com destaque para o Brasil e sua divisão política. A expectativa de vida ao nascer, em anos, está representada por uma gradação de tons de rosa: quanto mais claro, menor a expectativa de vida. A porcentagem de pessoas com 60 anos ou mais de idade está representada por quadrados em 4 tamanhos diferentes. Roraima e Amazonas: expectativa de vida ao nascer: de 71,4 a 72,7 anos e 7,8 a 10,3 por cento de pessoas com 60 anos ou mais. Acre e Amapá: expectativa de vida ao nascer: de 72,8 a 74,9 anos e 7,8 a 10,3 por cento de pessoas com 60 anos ou mais. Rondônia, Pará e Maranhão: expectativa de vida ao nascer: de 71,4 a 72,7 anos e 10,4 a 13,8 por cento de pessoas com 60 anos ou mais de idade. Mato Grosso, Tocantins e Sergipe: expectativa de vida: de 72,8 a 74,9 anos e 10,4 a 13,8 por cento de pessoas com 60 anos ou mais de idade. Piauí e Alagoas: expectativa de vida: de 71,4 a 72,7 anos e 13,9 a 16,7 por cento de pessoas com 60 anos ou mais de idade. Ceará, Paraíba e Bahia: expectativa de vida: de 72,8 a 74,9 anos e 13,9 a 16,7 por cento de pessoas com 60 anos ou mais de idade. Rio Grande do Norte e Pernambuco: expectativa de vida: de 75,0 a 76,6 anos e 13,9 a 16,7 por cento de pessoas com 60 anos ou mais de idade. Goiás: expectativa de vida: de 72,8 a 74,9 anos e 13,9 a 16,7 por cento de pessoas com 60 anos ou mais de idade. Distrito Federal: expectativa de vida ao nascer: de 77,0 a 78,9 anos e 10,4 a 13,8 por cento de pessoas com 60 anos ou mais de idade. Mato Grosso do Sul: de 75,0 a 76,6 anos e 10,4 a 13,8 por cento de pessoas com 60 anos ou mais de idade. Paraná, São Paulo, Minas Gerais: expectativa de vida de 77,0 a 78,9 anos e 13,9 a 16,7 por cento de pessoas de 60 anos ou mais de idade. Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul: expectativa de vida: de 77,0 a 78,9 anos de idade e 16,8 a 20,4 por cento de pessoas com 60 anos ou mais de idade. Santa Catarina e Espírito Santo: expectativa de vida: de 79,0 a 79,9 anos e 13,9 a 16,7 por cento de pessoas com 60 anos ou mais de idade. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 580 quilômetros.

Fontes: í bê gê Éponto Tábua completa de mortalidade no Brasil 2019: breve análise da evolução da mortalidade no Brasil. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2020. página 13; Pesquisa nacional por amostra de domicílio contínua: tabelas 2019. Tabela 6407.

  1. A expectativa de vida ao nascer na sua unidade da federação estava compreendida entre quais valores, em 2019?
  2. Aponte o intervalo percentual da proporção de pessoas com 60 anos ou mais de idade na população total de sua unidade da federação, em 2019.

6. Analise o quadro e responda às questões.

Brasil: população estimada e área de alguns estados – 2021

Estado

População (habitantes)

Área (km2)

Pará

8.777.124

1.245.870

Bahia

14.985.284

564.760

Mato Grosso

3.567.234

903.207

Rio Grande do Sul

11.466.630

281.707

São Paulo

46.649.132

248.219

Fontes: í bê gê Éponto Anuário Estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. Tabela 1.1.2.1. página 1-14; í bê gê Éponto Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2021. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. Disponível em: https://oeds.link/9n7wrh. Acesso em: 12 abril 2022.

  1. Calcule a densidade demográfica dos estados constantes do quadro e aponte quais são o mais povoado e o menos povoado.
  2. Que estado é o mais populoso? E o menos populoso?
  3. Os dados do quadro permitem concluir que a população se encontra bem distribuída pelo território? Explique sua resposta.

7. Observe o gráfico a seguir.

Grande Região Nordeste: população urbana e rural – 1940-2010

Gráfico. Grande Região Nordeste: população urbana e rural, 1940 a 2010. Gráfico de linhas. Linha rosa representa a população urbana e linha verde a rural. No eixo vertical está o número de habitantes: de 0 a 40 milhões. No eixo horizontal, os anos.  
1940: População urbana: 2 milhões de habitantes e população rural 11 milhões de habitantes. 
1950: População urbana: 5 milhões de habitantes e população rural 12 milhões de habitantes.  
1960: População urbana: 8 milhões de habitantes e população rural 14 milhões de habitantes.  
1970: População urbana: 10 milhões de habitantes e população rural 15 milhões de habitantes.  
1980: População urbana: 15 milhões de habitantes e população rural 15 milhões de habitantes. 
1991: População urbana: 25 milhões de habitantes e população rural 16 milhões de habitantes. 
2000: População urbana: 31 milhões de habitantes e população rural 14 milhões de habitantes.  
2010: população urbana: 39 milhões de habitantes e população rural 14 milhões de habitantes.

Fontes: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli A. de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: êduspi/Imprensa Oficial, 2005. página 92; í bê gê Éponto Sinopse do censo demográfico 2010: sinopse do censo e resultados preliminares do universo. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2011. página 17.

  1. Quando a população urbana se tornou maior que a rural no Nordeste?
  2. Aponte o total, aproximadamente, da população urbana em 1980 e em 2000.
  1. Realize um trabalho de campo entrevistando pessoas das residências da localidade onde você mora para saber se são migrantes. Anote a localidade e a região de origem dos entrevistados e, no caso de serem migrantes, a razão da migração. Em seguida, elabore um quadro com os dados obtidos.
  2. Os gráficos circulares, de setor ou pítsa , cujos dados são fornecidos em porcentagem, podem ser elaborados com o apoio de um “círculo das porcentagens”. Siga estas etapas para construí-lo:
    1. Reúna os materiais necessários: canetas coloridas, papel sulfite, régua e transferidor.
    2. Com o transferidor, trace uma circunferência, que corresponde à medida de 360 graus (360graus), e marque as quatro divisões iguais (90graus), ou seja, de 25por cento ou 1/4 da circunferência.
    3. Dividindo 360graus por 100por cento, chegamos à proporção de 3,6graus para 1por cento. Então, com o transferidor, use a medida de 3,6graus (aproximadamente a metade da distância entre o terceiro e o quarto graus) para fazer as marcações de 1%. Indique com traços maiores os valores múltiplos de cinco e destaque os traços correspondentes aos múltiplos de 10.
    4. Com as cem partes iguais (100por cento), está pronto o círculo das porcentagens, conforme mostra a figura abaixo.

Círculo das porcentagens

Ilustração. Círculo das porcentagens. Um círculo dividido em 100 partes iguais e com a marcação de intervalos de 10 em 10 de porcentagens. As porcentagens marcadas em sentido horário são: 0, 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90. No centro do círculo há uma linha vertical e outra horizontal em sua perpendicular e elas apontam para as porcentagens 0, 25, 50 e 75.

Fonte: MARTINELLI, Marcello. Gráficos e mapas: construa-os você mesmo. São Paulo: Moderna, 1998. página 48.

Agora, com base no quadro, elabore um gráfico de setor usando o círculo das porcentagens.
Brasil: participação das Grandes Regiões no total da população de 20 a 59 anos de idade – 2019

Grande Região

População de 20 a 59 anos de idade (%)

Norte

8

Nordeste

27

Sudeste

43

Sul

14

Centro-Oeste

8

Fonte: í bê gê Éponto Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua. Tabelas – 2019. Características gerais dos domicílios e dos moradores. Disponível em: https://oeds.link/MFiBz0. Acesso em: 8 fevereiro 2022.

PERCURSO 7 POPULAÇÃO E TRABALHO: MULHERES, CRIANÇAS E IDOSOS

1. A população segundo os setores de produção

Uma das fórmas de estudar a população de um país é classificá-la de acordo com os setores de produção. Existem três setores de produção básicos. O setor primário reúne as atividades agropecuárias, extrativistas (vegetal e animal), a pesca e a silvicultura. O setor secundário abrange as atividades industriais e a construção civil. O setor terciário agrupa as atividades de comércio e de prestação de serviços, como o sistema bancário, a administração pública, as atividades de saúde, educação, transportes, telefonia etcétera Observe as fotos A, B, C e D.

Fotografia A. Paisagem rural. Há diversas pessoas em uma plantação. Elas manuseiam a plantação e, ao lado delas, diversos cestos.
Fotografia B. Cinco pessoas estão no interior de uma fábrica manuseando a estrutura de um caminhão que está sendo montado.
Fotografia C. Interior de uma sala de aula com alguns alunos sentados e enfileirados em cadeiras com mesas. O professor está explicando algo na lousa.
Fotografia. D. Destaque para uma pessoa de jaleco, máscara, luvas e touca na cabeça. Ele segura um pequeno tubo e injeta um líquido. Ao fundo, uma grande bancada e outra pessoa com a mesma vestimenta.
Exemplos de atividades de cada setor de produção. Na foto A, trabalhadores agrícolas colhendo tomates no município de José Bonifácio, São Paulo (2019). Na foto B, trabalhadores em linha de montagem de caminhões representam o setor secundário, no município de São Bernardo do Campo, São Paulo (2021). Na foto C, professor com alunos em uma sala de aula no município de São Paulo, São Paulo (2020). Na foto D, exemplo de atividade no setor quaternário, mostrando pesquisadores realizando estudos sobre vacina contra a covíd-19, no município de Manaus, Amazonas (2021).

Em razão dos avanços científicos e tecnológicos, entretanto, muitos estudiosos apontam a existência do setor quaternário, que compreende as atividades humanas relacionadas à busca de novas tecnologias e conhecimentos – tecnologia da informação e comunicação –, das quais a informática, a cibernética e a robótica e outras fazem parte. O conhecimento, ao tornar-se valiosa mercadoria comercializada no mundo e por exigir mão de obra altamente qualificada, transformou-se em setor de produção da economia, o quarto setor.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Classifique, segundo os setores de produção, as atividades exercidas por seus familiares.

• A distribuição da população e os setores de produção

Segundo o í bê gê É, a população economicamente ativa (PEA) é o conjunto de indivíduos que trabalham ou estão em busca de emprego e compõe o potencial de mão de obra com que podem contar os setores produtivos.

Conhecer o número de pessoas que trabalham em cada setor, ou a participação de cada setor na péa, é importante para fornecer dados para a avaliação da economia de um país e para o planejamento socioeconômico.

No Brasil, o estudo da população trabalhadora ao longo dos censos demográficos fornece elementos para compreender as mudanças na economia do país. Observe o gráfico.

Em 1940, de cada 100 pessoas que formavam a péa do Brasil, aproximadamente 70 estavam ocupadas no setor primário, 10 no setor secundário e 20 no setor terciário de produção.

Esses dados nos informam que, em 1940, a economia brasileira tinha por base os produtos do setor primário de produção. Além disso, podemos concluir que no ano de 1940 a industrialização do país era modesta, pois empregava apenas 10por cento da péa, e que as cidades e a população urbana ainda eram reduzidas, pois apenas cêrca de 20por cento da péa estava empregada no setor terciário – setor que reúne atividades predominantemente urbanas, assim como o setor secundário.

Nas pesquisas seguintes, notam-se alterações na distribuição da péa por setores de produção. Em pesquisa referente ao ano de 2020, o í bê gê É constatou que 20,3% da péa do Brasil se dedicava ao setor secundário e 70,5por cento ao setor terciário, ambas superando a participação do setor primário, 9,2por cento. Esses dados evidenciam que, atualmente, a população brasileira vive predominantemente nas áreas urbanas. Não havia ainda estatística sobre o quarto setor no Brasil.

Brasil: distribuição da péa por setores de produção (em porcentagem) – 1940-2020

Gráfico. Brasil: distribuição da PEA por setores de produção, em porcentagem, de 1940 a 2020. 
Gráfico de linhas: linha verde representa o setor primário, linha roxa o secundário e linha laranja o terciário. 
1940: setor primário: 70,2 por cento, setor secundário: 10,0 por cento e terciário: 19,8 por cento. 
1950: setor primário: 60,7 por cento, secundário: 13,1 por cento e terciário: 26,2 por cento.
1960: setor primário: 54,0 por cento, secundário: 12,7 por cento e terciário: 33,0 por cento. 
1970: setor primário: 44,3 por cento, secundário: 17,8 por cento e terciário: 38,0 por cento.
1980: setor primário: 30,0 por cento, secundário: 25,0 por cento e terciário: 45,0 por cento. 
1990: setor primário: 22,8 por cento, secundário: 22,8 por cento e terciário: 54,4 por cento. 
2000: setor primário: 20,6 por cento, secundário: 22,9 por cento e terciário: 56,5 por cento. 
2015: setor primário: 13,4 por cento, secundário: 22,8 por cento e terciário: 63,8 por cento.
2020: setor primário: 9,2 por cento, secundário: 20,3 por cento e terciário: 70,5 por cento.

Fontes: í bê gê É. Anuário estatístico do Brasil 1978; 1982; 1994; 1995. Rio de Janeiro: í bê gê É, 1979; 1983; 1995; 1996; Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2001; 2009; 2015. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2002; 2010; 2016; Síntese dos indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2021. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 20.

Grafismo indicando atividade.

Qual era a distribuição da PEA pelos setores de produção em 2020?

Ícone. Seção Mochila de ferramentas.

Mochila de ferramentas

Interpretar e elaborar gráficos de barras e de colunas

Os gráficos de barras e de colunas são muito usados para representar mudanças ou comparação de dados.

Como elaborar e interpretar gráfico de barras e de colunas

O gráfico de barras é construído com retângulos horizontais e o de colunas, com retângulos verticais, cujos tamanhos (comprimento ou altura) são proporcionais aos valores expressos.

Observe este quadro. Ele mostra o percentual da população de jovens (19 anos de idade ou menos) e da população de idosos (60 anos de idade ou mais) no total da população das Grandes Regiões.

Percentual* de jovens e de idosos na população das Grandes Regiões – 2019

Grande Região

Jovens
(19 anos de idade ou menos)

Idosos
(60 anos de idade ou mais)

Norte

34

11

Nordeste

30

15

Sudeste

25

17

Sul

25

17

Centro-Oeste

29

13

* Valores arredondados.

Fonte: í bê gê Éponto Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua 2019. Tabela 6407. Disponível em: https://oeds.link/MFiBz0. Acesso em: 28 janeiro 2022.

Agora, compare os gráficos de barras (1) e de colunas (2), elaborados com base nos dados desse quadro.

Gráfico 1. Percentual* de jovens na população das Grandes Regiões – 2019

Gráfico. Gráfico 1. Percentual (valores arredondados) de jovens na população das Grandes Regiões, 2019.
Gráfico de barras. No eixo vertical, estão as Grandes Regiões; no eixo horizontal, as porcentagens.  
Norte: 34 por cento. 
Nordeste: 30 por cento. Sudeste: 25 por cento.  
Sul: 25 por cento.
Centro Oeste: 29 por cento.

Gráfico 2. Percentual* de idosos na população das Grandes Regiões – 2019

Gráfico. Gráfico 2. Percentual (valores arredondados) de idosos na população das grandes regiões, 2019. Gráfico de colunas. No eixo vertical, estão os dados de percentual de idosos; no horizontal, estão as grandes regiões. 
Norte: 11 por cento de idosos. Nordeste: 15 por cento. Sudeste: 17 por cento. Sul: 17 por cento. Centro-oeste: 13 por cento.

* Valores arredondados.

Fonte dos gráficos: í bê gê Éponto Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua 2019. Tabela 6407. Disponível em: https://oeds.link/MFiBz0. Acesso em: 28 janeiro 2022.

No gráfico 1, de barras, a dimensão horizontal de cada retângulo é determinada com base no eixo horizontal – eixo das abscissas. Note que, quanto maior é o percentual de jovens na população da Grande Região considerada, maior é o comprimento do retângulo.

No gráfico 2, de colunas, o percentual de idosos na população das Grandes Regiões brasileiras está representado no eixo vertical – eixo das ordenadas. Observe que, quanto maior é a altura do retângulo, maior é o percentual de idosos na população da Grande Região considerada.

Os gráficos facilitam a visualização dos dados do quadro: basta observá-los para saber que a Grande Região Norte é a que possui o maior percentual de jovens e o menor de idosos.

Observe, agora, o gráfico de barras (3). Ele também foi elaborado com base nos dados do quadro da página anterior.

Este gráfico representa o percentual de jovens e de idosos na população das Grandes Regiões ao mesmo tempo, isto é, as duas informações foram representadas juntas, no mesmo gráfico. Nele, podemos observar, por exemplo, que as Grandes Regiões Sudeste e Sul apresentam os mesmos percentuais de jovens, na comparação de suas populações, e de idosos também.

Gráfico 3. Percentual* de jovens e de idosos na população das Grandes Regiões – 2019

Gráfico 3. Percentual (valores arredondados) de jovens e idosos na população das Grandes Regiões, 2019. Gráfico de barras. No eixo vertical estão as Grandes Regiões; no horizontal estão as porcentagens. Barras laranja representam as porcentagens de jovens e as verdes representam as porcentagens de idosos.
Norte: 34 por cento de jovens e 11 por cento de idosos. 
Nordeste: 30 por cento de jovens e 15 de idosos. Sudeste: 25 por cento de jovens e 17 de idosos. 
Sul: 25 por cento de jovens e 17 de idosos. Centro-oeste: 29 por cento de jovens e 13 de idosos.

* Valores arredondados.

Fonte: í bê gê Éponto Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua 2019. Tabela 6407. Disponível em: https://oeds.link/MFiBz0. Acesso em: 28 janeiro 2022.

1. Que diferenças há entre os gráficos de barras e de colunas?

2. Represente os dados deste quadro em um gráfico. Depois responda às questões.

Brasil: população urbana e rural por Grandes Regiões (em %) – 2015

Grandes Regiões

Sudeste

Centro-Oeste

Sul

Norte

Nordeste

População (%)

Urbana

93

90

86

75

73

Rural

7

10

14

25

27

Fontes: í bê gê Éponto Censo Demográfico 2010. Características da população e dos domicílios: resultados do universo. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2011. página 43; í bê gê Éponto Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2016. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2016. página12.

  1. Você representou os dados do quadro em que tipo de gráfico?
  2. Explique a sua escolha.

3. Observe este gráfico e responda às questões.

Brasil: população ocupada, por atividade econômica (em porcentagem) – 2019

Gráfico. Brasil: população ocupada, por atividade econômica, em porcentagem, 2019. Gráfico de colunas. No eixo vertical estão as porcentagens e no horizontal as atividades econômicas. Serviços: 52 por cento; indústria: 20 por cento; comércio: 19 por cento; agropecuária: 9 por cento.

Fonte: í bê gê Éponto Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2020. página 23.

  1. O gráfico é de barras ou de colunas? Justifique sua resposta.
  2. O que o gráfico mostra? Como você sabe?
  3. Qual é a atividade econômica que ocupa a maior parte da população? E a menor parte?
  4. Em que setor econômico se concentra a maior parte da população ocupada? E a menor parte?
  5. Qual é o percentual da população ocupada no setor terciário, de acordo com o gráfico?
  6. Os dados desse gráfico podem ser representados de outras maneiras. Quais?

2. Mulheres e desigualdades no mercado de trabalho

No Brasil, o número de mulheres na população supera o de homens em quase todas as regiões. Isso ocorre porque as mulheres apresentam maior longevidade, com expectativas de vida maiores.

Nas últimas décadas, a sociedade brasileira vem passando por importantes transformações políticas, econômicas e sociais que afetam mulheres e homens de maneiras diferentes. Uma delas é o crescimento da presença das mulheres no mercado de trabalho, aumentando, em consequência, sua participação na péa e garantindo a elas maior autonomia.

No entanto, apesar da ampliação do acesso ao mercado de trabalho, grande parcela das mulheres continua acumulando os trabalhos de seus empregos fóra de casa com os trabalhos domésticos (tarefas relacionadas à limpeza da casa, à alimentação, ao cuidado de filhos, entre outras).

Esses afazeres geram sobrecarga de trabalho para as mulheres e influem diretamente na possibilidade de conseguirem empregos e de ocuparem melhores postos no mercado de trabalho.

Mulheres na população economicamente ativa (em porcentagem) – 2015

Mapa. Mulheres na população economicamente ativa, em porcentagem, 2015. 
Mapa de parte da América do Sul com destaque para o Brasil e sua divisão política.
Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia e Alagoas: de 38,94 a 41,00 por cento de mulheres na população economicamente ativa. 
Roraima, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco: de 41,01 a 43,00 por cento de mulheres na população economicamente ativa. 
Paraíba, Piauí, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul: de 43,01 a 46,00 por cento.
Distrito Federal: 48,32 por cento de mulheres na população economicamente ativa. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 550 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 123.

• Mulheres e homens: desigualdade de rendimentos

Nos últimos anos, estudos vêm apontando uma tendência contínua de redução da desigualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil. Entre outros fatores, o aumento do rendimento das mulheres está relacionado à conquista de maior espaço na vida pessoal, familiar e na sociedade e ao combate à desigualdade entre os gêneros. Observe o gráfico. Em 2020, nos dados referentes ao Brasil, as mulheres receberam, em média, 78por cento do rendimento de trabalho dos homens.

Brasil: rendimento médio mensal das pessoas de 14 anos ou mais de idade, de todos os trabalhos, por sexo, segundo as Grandes Regiões (em reais) – 2020

Gráfico. Brasil: rendimento médio mensal das pessoas de 14 anos ou mais de idade, de todos os trabalhos, por sexo, segundo as Grandes Regiões, em reais, 2020.  Gráfico de barras. No eixo vertical estão o Brasil e as Grandes Regiões e no eixo horizontal estão os valores em reais. Há 3 barras para o Brasil e cada Grande Região: barra para homens, barra para mulheres e barra para o total. 
Brasil: total do rendimento médio mensal das pessoas de 14 anos ou mais de idade, de todos os trabalhos: 2.447 reais. Homens: 2.687 reais. Mulheres: 2.107 reais. 
Grande Região Norte: total: 1.814 reais. Homens: 1.858 reais. Mulheres: 1.741 reais. 
Grande Região Nordeste: total: 1.751 reais. Homens: 1.858 reais. Mulheres:  1.591 reais.  
Sudeste: total: 2.793 reais. Homens: 3.128 reais. Mulheres: 2.335 reais.
Sul: total: 2.611 reais. Homens: 2.931 reais. Mulheres: 2.173 reais. 
Centro-Oeste: total: 2.651 reais. Homens: 2.883 reais. Mulheres: 2.314 reais.

Fonte: í bê gê Éponto Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua: divulgação anual. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. Tabela .7444.

Grafismo indicando atividade.

Em alguma das Grandes Regiões o rendimento médio das mulheres era igual ou maior que o rendimento dos homens?

• Mulheres chefes de família

No Brasil, o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho e sua maior autonomia financeira vêm contribuindo para o aumento da proporção de famílias chefiadas por mulheres, isto é, vem crescendo a proporção de famílias que têm a mulher como responsável pelo sustento da casa. Isso significa que cada vez mais famílias vivem a situação de não terem pessoas do gênero masculino como chefes de família. Observe o mapa da próxima página.

Brasil: mulher chefe de família (em porcentagem) – 2010*

Mapa. Brasil: mulher chefe de família, em porcentagem, 2010. Dados do censo demográfico 2010. Mapa da América do Sul com destaque para o Brasil e sua divisão política e os dados de domicílios chefiados por mulheres por unidade da federação, em porcentagem. 
Rondônia, Mato grosso, Paraná e Santa Catarina: de 22,57 a 25,00 por cento de domicílios chefiados por mulheres.
Pará, Tocantins, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo: de 25,01 a 27,00 por cento de domicílios. 
Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, São Paulo e Rio Grande do Sul: de 27,01 a 30,00 por cento de domicílios. Pernambuco, Sergipe, Bahia, Distrito federal e Rio de Janeiro: de 30,01 a 33,10 por cento de domicílios chefiados por mulheres. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 400 quilômetros.

* Censo demográfico de 2010.

Fonte: í bê gê Éponto Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 123.

Grafismo indicando atividade.

Indique o intervalo percentual de famílias chefiadas por mulheres na unidade da federação em que você vive. Em seguida, cite outras em situação semelhante.

• Avanços na escolaridade feminina

No Brasil, as mulheres vêm superando os homens nos indicadores educacionais relativos aos ensinos médio e superior completos (gráfico).

Brasil: pessoas de 25 anos ou mais de idade com escolaridade completa, por sexo (em porcentagem) – 2009 e 2019

Gráfico. Brasil: pessoas de 25 anos ou mais de idade com escolaridade completa, por sexo, em porcentagem, 2009 e 2019.
Gráfico de colunas; colunas laranjas representam homens e colunas lilás representam mulheres. 
2009: homens: 22,5 por cento com Ensino médio completo e 9,5 por cento com Ensino superior completo. Mulheres: 23,4 por cento com Ensino médio completo e 11,5 por cento com Ensino superior completo. 
2019: homens: 27,0 por cento com Ensino médio completo e 15,1 por cento com Ensino superior completo. Mulheres: 27,7 por cento com Ensino médio completo e 19,4 por cento com Ensino superior completo.

Fonte: elaborado com base em í bê gê Éponto Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2016; 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2016; 2020. Tabelas 4.14 e 3.7.

As mulheres tendem a ter mais qualificação para entrar no mercado de trabalho, mas isso ainda não se reverte em salários mais elevados para a população feminina ocupada. Embora muitas estejam alcançando cargos de chefia em empresas públicas e privadas, uma parcela expressiva das mulheres ainda ocupa postos de trabalho com menor nível de proteção social, ou seja, sem carteira de trabalho assinada, como é o caso de muitas trabalhadoras domésticas, apesar de a legislação exigir.

Cabe observar, contudo, que a proporção de estudantes, tanto homens quanto mulheres, é ainda muito baixa no Brasil, o que compromete a qualificação da mão de obra e o desenvolvimento social e econômico do país.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Mulheres de palavra: atuação política das mulheres indígenas

https://oeds.link/BgeqL4

Nesse podcast, mulheres indígenas protagonistas discutem a dificuldade que enfrentam para ocupar cargos eletivos.

3. O trabalho infantil no Brasil

No Brasil, a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente proíbem expressamente o trabalho infantil, permitindo o trabalho de aprendizes a partir dos 14 anos. Apesar de o trabalho infantil ter diminuído nos últimos anos, segundo o í bê gê É, em 2019 ainda havia cêrca de 1,8 milhão de crianças e adolescentes com idade entre 5 e 17 anos trabalhando no país. Esses menores, além de terem sua formação escolar prejudicada, muitas vezes estão expostos a ambientes de trabalho que comprometem seu desenvolvimento biológico e psicológico.

Fotografia. Um menino está montado em um cavalo que puxa uma carroça carregada com troncos de madeiras. Eles estão em uma rua sem movimento e há uma casa ao fundo.
Criança conduz carroça carregada de lenha no município de Jandaíra, Bahia (2020).
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Na comunidade onde você vive, há crianças e adolescentes que trabalham?

4. A pirâmide etária do Brasil

A pirâmide etária representa graficamente a quantidade de pessoas de uma população, segundo as faixas de idade e o sexo. Considerando a queda das taxas de fecundidade e natalidade e o aumento da expectativa de vida, as pirâmides etárias do país vêm sofrendo alterações. Observe os gráficos.

Observamos que, na pirâmide etária de 2025, a base se apresenta menos larga em relação à de 1980; isso se deve à queda das taxas de fecundidade: em 1980, a população brasileira entre 0 e 19 anos correspondia a 49por cento da população total, passando para 27por cento em 2025.

Na pirâmide de idades de 2025, o pico alargou-se em relação à de 1980. Isso ocorreu porque o brasileiro está vivendo maior número de anos, consequência da melhoria das condições de vida.

Brasil: pirâmides etárias (em porcentagem) – 1980 e 2025

Gráfico. Brasil: pirâmides etárias, em porcentagem, 1980 e 2025. 
Pirâmides etárias representando as porcentagens de homens e de mulheres por faixas de idades.  
1980: 0 a 4 anos. Homens: 7 por cento, mulheres 6,9 por cento. 
5 a 9 anos: homens: 6,2 por cento; mulheres: 6,1 por cento. 
10 a 14 anos: homens: 6 por cento, mulheres 5,9 por cento. 
15 a 19 anos: homens: 5,5 por cento, mulheres: 5,8 por cento. 
20 a 24 anos: homens: 4,7 por cento, mulheres: 4,9 por cento. 
25 a 29 anos: homens: 3,8 por cento, mulheres: 3,9 por cento. 
30 a 34 anos: homens: 3,1 por cento, mulheres: 3,2 por cento. 
35 a 39 anos: homens: 2,7 por cento; mulheres: 2,7 por cento. 
40 a 44 anos: homens: 2,3 por cento, mulheres: 2,4 por cento. 
45 a 49 anos: homens: 1,9 por cento e mulheres: 2,0 por cento. 
50 a 54 anos: 1,8 por cento, mulheres: 1,8 por cento. 
55 a 59 anos: homens, 1,3 por cento, mulheres: 1,3 por cento. 
55 a 59 anos: homens: 1,3 por cento, mulheres: 1,3 por centro. 
60 a 64 anos: homens: 1 por cento, mulheres: 1,5 por cento. 
65 a 69 anos: homens: 0,8 por cento, mulheres: 0,9 por cento. 
70 a 74: homens: 0,5 por cento, mulheres: 0,6 por cento. 
75 a 79 anos: homens: 0,3 por cento, mulheres: 0,4 por cento. 
Mais de 80 anos: homens: 0,3 por cento, mulheres, 0,4 por cento.
2025 (estimativa).
0 a 4 anos. Homens: 3,2 por cento, mulheres 3,1 por cento. 
5 a 9 anos: homens: 3,3 por cento; mulheres:  3,2 por cento. 
10 a 14 anos: homens: 3,2 por cento, mulheres: 3,1 por cento. 
15 a 19 anos: homens: 3,3 por cento, mulheres: 3,3 por cento. 
20 a 24 anos: homens: 3,5 por cento, mulheres: 3,5 por cento. 
25 a 29 anos: homens: 3,9 por cento, mulheres: 3,9 por cento. 
30 a 34 anos: homens: 3,8  por cento, mulheres: 3,8 por cento. 
35 a 39 anos: homens: 3,8 por cento; mulheres: 3,9 por cento. 
40 a 44 anos: homens: 3,8 por cento, mulheres: 3,9 por cento. 
45 a 49 anos: homens: 3,5 por cento e mulheres: 3,5 por cento. 
50 a 54 anos: 2,9 por cento, mulheres: 3,1 por cento. 
55 a 59 anos: homens: 2,7 por cento, mulheres: 2,9 por cento. 
60 a 64 anos: homens: 2,2 por cento, mulheres: 2,7  por cento. 
65 a 69 anos: homens: 1,8 por cento, mulheres: 2,2 por cento. 
70 a 74: homens: 1,8 por cento, mulheres: 1,3 por cento. 
75 a 79 anos: homens: 0,8 por cento, mulheres: 1,2 por cento. 
Mais de 80 anos: homens: 1,9 por cento, mulheres: 1,5 por cento.

Fonte: í bê gê Éponto Projeção da população. Disponível em: https://oeds.link/buielp. Acesso em: 7 dezembro 2021.

Grafismo indicando atividade.

No momento em que você está observando a pirâmide de idades de 2025, a qual faixa de idades você pertence? Essa faixa é maior ou menor do que a que a precede?

• O “bônus demográfico” no Brasil

De acordo com estudos demográficos, até 2020 o Brasil passou por um período no qual o número de pessoas em idade economicamente ativa superou muito o de crianças e idosos, considerados dependentes. Esse período, denominado bônus demográfico, é considerado favorável à economia de um país, pois significa maior número de trabalhadores e menores gastos com pessoas que não participam da péa.

A partir de 2020, estima-se um aumento da proporção de idosos na população geral. A expectativa é que a população brasileira com mais de 60 anos vai mais do que triplicar nas próximas quatro décadas: de pouco mais de 20 milhões em 2010, atingirá cêrca de 65 milhões de habitantes em 2050, alterando o perfil da pirâmide etária brasileira.

No Brasil, o ritmo do envelhecimento populacional deverá ser mais acelerado do que o ocorrido em outros países no século passado. Na França, por exemplo, foi necessário mais de um século para que sua população com idade igual ou superior a 65 anos aumentasse de 7por cento para 14por cento do total, variação demográfica que ocorrerá no Brasil em apenas duas décadas, entre 2011 e 2031.

Brasil: pirâmide etária (em porcentagem) – 2050*

Gráfico. Brasil: pirâmide etária, em porcentagem, 2050 (estimativas). Pirâmide etária representando as porcentagens de homens e de mulheres por faixas de idades.  
0 a 4 anos. Homens: 2,5 por cento, mulheres 2,3 por cento. 
5 a 9 anos: homens: 2,6 por cento; mulheres: 2,6 por cento. 
10 a 14 anos: homens: 2,7 por cento, mulheres: 2,6 por cento. 
15 a 19 anos: homens: 2,7 por cento, mulheres: 2,7 por cento. 
20 a 24 anos: homens: 2,9 por cento, mulheres: 2,8 por cento. 
25 a 29 anos: homens: 3,1 por cento, mulheres: 2,9 por cento. 
30 a 34 anos: homens: 3,1 por cento, mulheres: 3,0 por cento. 
35 a 39 anos: homens: 3,0 por cento; mulheres: 3,0 por cento. 
40 a 44 anos: homens: 3,0 por cento, mulheres: 3,0 por cento. 
45 a 49 anos: homens: 3,2 por cento e mulheres: 3,2 por cento. 
50 a 54 anos: homens: 3,4 por cento, mulheres: 3,4 por cento. 
55 a 59 anos: homens: 3,2 por cento, mulheres: 3,4 por cento. 
60 a 64 anos: homens: 3,1 por cento, mulheres: 3,3 por cento. 
65 a 69 anos: homens: 2,8 por cento, mulheres: 3,2 por cento. 
70 a 74: homens: 2,3 por cento, mulheres: 2,7 por cento. 
75 a 79 anos: 1,7 homens: por cento, mulheres: 2,2 por cento. 
Mais de 80 anos: homens: 2,5 por cento, mulheres: 4,1 por cento.

Fonte: í bê gê Éponto Projeção da população. Disponível em: https://oeds.link/buielp. Acesso em: 7 dezembro 2021.

Grafismo indicando atividade.

Em que faixa de idade você estará nesta pirâmide etária em 2050?

• Os efeitos do envelhecimento da população

Com o aumento da população idosa, o Estado brasileiro, que financia e administra sistemas públicos de saúde e de previdência socialglossário , deverá se preparar para maiores gastos com saúde e aposentadoria dos idosos. Em relação à saúde, o aumento dos gastos dependerá da qualidade de vida da população, o que impõe ao Estado e à sociedade em geral a necessidade de buscar ações que garantam um envelhecimento mais saudável para as pessoas.

Outro ponto importante é a disponibilidade de ajuda familiar para esse grupo. Geralmente, com o avanço da idade, passamos a necessitar de maior apoio e cuidado familiar. Isso é preocupante quando se considera que essa ajuda poderá ser afetada pela maior participação dos membros da família no mercado de trabalho.

Como consequência, isso poderá demandar maiores investimentos públicos em asilos e casas de repouso. Em comparação com 2010, algumas estimativas e projeções para o Brasil indicaram que o número de pessoas sendo cuidadas por não familiares duplicou em 2020 e aproximadamente quintuplicará até 2040.

É possível que essas transformações afetem também as empresas, que poderão expandir os programas de treinamento dirigidos aos idosos com o objetivo de reincorporá-los ao mercado de trabalho.

PERCURSO 8 BRASIL: A DIVERSIDADE CULTURAL E OS AFRO-BRASILEIROS

1. Brasil: país de muitos povos e culturas

A população brasileira originou-se da miscigenaçãoglossário de vários povos. Por isso apresenta grande diversidade cultural, manifestada na religião, na música, na dança, na alimentação, na arquitetura, no vestuário etcétera

Exemplo dessa diversidade é a própria língua portuguesa, reconhecida como oficial no Brasil. Ela possui palavras únicas quando comparada à língua portuguesa falada em outros países. Isso porque incorporou muitas expressões dos grupos étnicos formadores da população brasileira: indígenas, europeus e negros africanos. Palavras como Tietê, caatinga, sucuri e pitanga têm origem indígena; mocambo, cafuné, fubá e berimbau, africana. E outras palavras com origem em línguas europeias foram agregadas ao português, como tchau e espaguete, que vêm do italiano.

2. Grupos formadores da população brasileira

• Os indígenas

Como estudamos no Percurso 2, diversos grupos indígenas viviam no território que viria a ser o Brasil, antes da colonização portuguesa. Estima-se que havia de 2 a 4 milhões de indivíduos, distribuídos em mais de mil diferentes etnias (mapa). Possuíam características próprias de organização social, línguas, crenças, técnicas de coleta, caça, pesca e cultivo agrícola.

Hoje, alguns grupos indígenas vivem isolados, outros em reservas ou nas cidades, muitos em precárias condições de vida. Os grupos indígenas continuam lutando por seus direitos e contra o preconceito e o descaso com sua cultura (foto, na página seguinte), que ocorrem a despeito da contribuição desses grupos para a formação do povo brasileiro e de todo o seu conhecimento sobre o meio ambiente, a flora e a fauna do território, acumulado por séculos.

Brasil: principais povos indígenas – 1500

Mapa. Brasil: principais povos indígenas - 1500. Mapa de parte da América do Sul com a localização das áreas ocupadas por cada povo indígena no atual território do Brasil. Povos indígenas: Tupi-guarani: ocupavam quase toda a faixa litorânea brasileira, porções próximas aos rios Paraná e Tietê e extensa área nas proximidades e entre os rios Tapajós e Xingu. Jê: ocupavam extensa área na porção central e do interior da atual Região Nordeste, entre os rios São Francisco e Araguaia até o rio Paraná, e área na porção sul do território brasileiro. Aruaque: ocupavam trechos próximos às margens do rio Negro e do rio Madeira, porções no norte do território e duas porções na atual Região Centro-oeste do Brasil. Cariba ou Caraíba: ocupavam porção ao norte, próxima rio Amazonas. Cariri: ocupavam área no interior da atual Região Nordeste. Tucano: habitavam área na margem esquerda do Rio Negro. Pano: habitavam área que hoje corresponde, em parte, ao território do Acre. Charrua: ocupavam mancha no extremo sul. Outros grupos: ocupavam áreas entre o litoral da atual Região Sudeste e Nordeste, em parte do atual estado de Rondônia e de Mato Grosso e área próxima à margem esquerda do rio Araguaia. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 490 quilômetros.

Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de êti ól Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: FAE, 1991. página 12.

Há anos as pesquisas médicas e farmacêuticas baseiam-se nesses conhecimentos para aproveitar as propriedades preventivas e curativas de várias espécies vegetais e animais usadas por grupos indígenas, a fim de obter substâncias para a elaboração de medicamentos.

No entanto, os indígenas ainda são vítimas da invasão de suas terras por alguns fazendeiros, garimpeiros, madeireiros, grileirosglossário , entre outros.

Fotografia. Em uma praça,  há uma roda de pessoas indígenas, a maioria está de mãos dadas. Alguns usam cocar na cabeça, objeto feito de penas. Todos usam máscara. Ao fundo uma grande construção com pilares e grandes paredes de vidros.
Indígenas de diversas etnias protestam em Brasília, Distrito Federal (2021), contra projeto polêmico de reforma agrária que prevê alteração na regulamentação que estabelece as terras indígenas protegidas.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

>> [LOCUTOR - título]: Arte indígena

>> [Locutora]: [Tom de apresentação] A Arte sempre esteve presente na vida dos povos indígenas. No

passado, algumas das produções indígenas eram feitas como modo de manifestar a individualidade, para

organizar as sociedades e para contar histórias sobre a criação do universo.

>> [Locutora]: [Tom de questionamento] E no presente, para que serve a Arte, do ponto de vista do

indígena? Vamos ouvir a opinião do escritor e professor Daniel Munduruku!

[♪ vinheta de transição ♪]

>> [Locutora]: [Pergunta ao entrevistado] Quais são as principais formas de arte indígena que restam

hoje?

>> [Entrevistado]: Na verdade, as populações indígenas preservam a sua arte e as vão atualizando na

medida em que o tempo vai passando, na medida em que o contato vai acontecendo. A arte indígena não

é uma arte congelada. É uma arte dinâmica, como é a própria cultura.

>> [Entrevistado]: Então, há muitas revoluções sendo feitas com a arte indígena. A arte plumária, que é

proibida hoje de ser confeccionada por conta de conter partes de animais vivos, está sendo reelaborada, e

muitos grupos indígenas estão fazendo essas artes usando material reciclável, inclusive placas de PVC,

inclusive canudos de refrigerante, penas coloridas de aves que são recicladas.

>> [Entrevistado]: Enfim, a arte indígena continua firme, continua forte, porque é também uma forma de

sobrevivência financeira dessas populações. Basta ver a arte material que é feita: colares, pulseiras,

brincos, o próprio grafismo, não apenas corporal, mas também transformado em arte, em papel, e vendido

para as pessoas na cidade etc.

>> [Entrevistado]: [Tom de conclusão] Então, a arte indígena continua firme e forte. E, como eu falei, ela

está se reciclando, está se atualizando dentro das novas perspectivas da nossa sociedade.

>> [Locutora]: [Pergunta ao entrevistado] No que a arte auxilia a coesão e a preservação dos povos

indígenas?

>> [Entrevistado]: Bom, a arte faz parte de um corpus de um povo. A arte é uma forma de expressão da

cultura de um povo.

>> [Entrevistado]: Então, manter a arte viva, mesmo que esteja sendo reciclada, ou seja, atualizada, é

importante na manutenção da cultura. De modo que um povo não pode perder a sua arte, não pode deixar

essa arte desaparecer, porque senão ele corre o risco também de estar perdendo parte essencial da sua

própria representação.

>> [Entrevistado]: Porque, a grosso modo, o que acontece é exatamente isso, a arte representa os

símbolos que um povo traz consigo, que um povo alimenta, que um povo ressignifica e que, efetivamente, dá sentido à própria existência do povo.

>> [Entrevistado]: Então, nesse sentido, manter a arte, ainda que ela seja atualizada, ainda que ela

contenha elementos oriundos do contato com a sociedade nacional, é uma forma, sim, de preservação da

própria cultura. Mais do que isso: é uma forma de [Tom enfático] resistência! Por que a arte indígena

também é resistência. A arte indígena também é uma forma de alimentar a cultura.

>> [Locutora]: [Pergunta ao entrevistado] Como a arte está sendo preservada e passada às novas

gerações de indígenas?

>> [Entrevistado]: Bom, naturalmente, dentro das culturas indígenas existem os professores, existem os

mestres, existem aqueles que dominam os conhecimentos antigos e procuram passar esses

conhecimentos de uma forma oral, primeiramente, usando a oralidade, portanto. Mas, também, hoje,

existem as escolas dentro das aldeias, das comunidades, que fazem uma manutenção dessas artes por

meio da cultura escrita.

>> [Entrevistado]: [Tom de conclusão] Enfim, há uma preocupação em manter a cultura, mas sabendo que

essa cultura já não é mais só uma cultura oral, ela também é uma cultura escrita, e essa cultura escrita é

uma forma de preservação da memória ancestral.

>> [Locutora]: [Pergunta ao entrevistado] Quais esforços são necessários para preservar e divulgar a arte

indígena no Brasil?

>> [Entrevistado]: Pois é, esse é um grande drama nacional, porque na verdade o Brasil sempre olhou

para os povos indígenas de uma forma equivocada, sempre olhou para os povos indígenas de uma forma

desqualificada, sempre olhou para a arte indígena como uma arte menor, tanto que muitas pessoas

chamam essa arte de artesanato, como se fosse algo assim desprezível ou, pelo menos, algo apenas

doméstico.

 >> [Entrevistado]: E, na verdade, os povos indígenas têm uma noção de arte extremamente bem

elaborada. Usam essas noções quando confeccionam seus objetos, quando pintam seus corpos, quando

cantam as suas histórias, quando contam as suas narrativas.

>> [Entrevistado]: Então, antes de mais nada, o Brasil teria que reconhecer – e eu falo aqui o Brasil

enquanto nação, enquanto estado brasileiro – que os indígenas produzem arte. Só assim, essas artes

serão cada vez mais valorizadas e, portanto, ao serem valorizadas, elas ganharão um status novo diante

da sociedade.

>> [Locutora]: [Pergunta ao entrevistado] Qual a importância da arte indígena na preservação das culturas

originais do Brasil?

>> [Entrevistado]: Eu diria que, antes de mais nada, o Brasil precisa fazer um autorreconhecimento da sua

originalidade. Se ele fizer isso, se ele olhar para traz, começar a dignificar a sua história e, portanto,

reconhecer a presença, a participação das populações indígenas dentro desse contexto de formação da

identidade, ele naturalmente estará valorizando a cultura dos povos ancestrais, dos povos originários do

Brasil, sejam eles os indígenas, os mais originários de todos, mas, também, das populações africanas que

por aqui chegaram.

>> [Locutora]: [Pergunta ao entrevistado] Em quais aldeias essas tradições são mais fortes e por qual motivo?

>> [Entrevistado]: Essa é uma pergunta muito difícil de responder, porque quando a gente fala do índio ou

das culturas indígenas, a gente está cometendo um equívoco de generalizar.

>> [Entrevistado]: Eu dizia, há pouco, que o Brasil possui 305 povos diferentes, portanto são 305 maneiras

de ser humano, 305 maneiras de responder aos dramas da existência, 305 formas de desenvolver a arte,

de criar símbolos, de desenvolver mentalidades. Portanto, cada cultura dessa, cada povo desse possui

muitas aldeias, dezenas, às vezes centenas de aldeias.

>> [Entrevistado]: Então, é muito difícil a gente dizer qual preserva mais, qual preserva menos, quais que

são mais fortes, quais que são as mais fracas, porque a gente incorreria no erro de querer definir quem é

mais indígena ou quem é menos indígena.

>> [Entrevistado]: [Tom explicativo] É claro quando a gente pensa em sociedades que têm mais contato ou

maior contato com a sociedade brasileira, a gente vai perceber que a arte desses povos tem uma

influência maior dessa própria sociedade.

>> [Entrevistado]: [Tom de exemplificação] Quando a gente pensa nos povos indígenas do Nordeste, que

foram os primeiros que tiveram contato com a sociedade brasileira, eles sofreram muito mais influência,

porque tiveram muitas vezes que apagar sua própria identidade e, portanto, se esconderam atrás das

confecções manuais, se esconderam atrás de casamentos com outros grupos, se esconderam atrás de

outras identidades, para poder sobreviver. Então, é claro, a arte desses povos sofreu muita influência. No

Nordeste, isso é muito notável.

>> [Entrevistado]: [Tom de exemplificação] Se a gente vai para a Amazônia, em que o contato é mais

recente, existe uma preservação – diríamos assim – de uma arte mais originária. Se a gente vai para o sul

do Brasil, também a gente vai ter uma arte que sofreu uma influência de uma colonização europeia muito

mais recente. E, embora tenha uma arte muito forte, preservada e tudo mais, a gente nota a presença da

influência europeia na arte dos povos do sul do Brasil.

>> [Entrevistado]: [Tom de conclusão] Então, é muito importante a gente ter claro isso! Não dá para

generalizar. Não dá para considerar que todos tenham a mesma história e que, portanto, quando falamos

de uma arte indígena, nós estamos falando de uma arte única. Não estamos! Estamos falando de muitas

manifestações artísticas. Estamos falando de muitas influências, inclusive influências ocidentais.

>> [Entrevistado]: Muito importante isso! Um abraço.

• Os portugueses e outros imigrantes

A partir do século dezesseis, com a invasão do território pelos portugueses, teve início o processo de miscigenação destes com os grupos indígenas e os negros africanos, trazidos como escravos, formando a população brasileira.

Nos séculos dezenove e vinte, esse processo prosseguiu com a chegada de outros povos. Entre os que vieram em maior quantidade estão os italianos – segundo grupo mais numeroso, depois dos portugueses –, espanhóis, alemães, japoneses, sírio-libaneses, russos, poloneses, chineses, coreanos, indonésios, uruguaios, bolivianos, entre outros.

• Os negros africanos

A partir do século dezesseis, com a chegada de negros africanos para servir de mão de obra escrava, amplia-se o processo de miscigenação. Os negros escravizados foram a principal mão de obra em atividades econômicas do Brasil colonial, fundamentais para o seu desenvolvimento econômico.

Três grandes culturas africanas entraram no Brasil por meio de imigrações forçadas: culturas sudanesas, bantas e guineano-sudanesas islamizadas (mapa). Apresentavam diferentes tradições, crenças e tecnologias, o que contribuiu para a formação cultural e econômica brasileira.

Área de origem dos afro-brasileiros

Mapa. Área de origem dos afrobrasileiros. Mapa dos continentes sul americano e africano e de parte da Ásia.  
Na África, mancha laranja representa área ocupada por sudaneses e mancha verde área ocupada pelos bantos. 
Sudaneses: habitavam a costa atlântica central, de parte de Songai até Etiópia. De Cabo Verde ocorreu tráfico de escravos para São Luís. De São Jorge da Mina, na Costa  dos escravos, e da Ilha de São Tomé ocorreu tráfico de escravos para Olinda e Salvador. 
Bantos: habitavam porção  mais ao sul, da costa atlântica até a costa do Oceano Índico, na região do Congo. De Benguela, houve tráfico de escravos para Salvador e Rio de Janeiro. De Mombaça e de Moçambique, passando pelo Cabo da Boa esperança, houve tráfico de escravos para o Rio de Janeiro. Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 para 1.420 quilômetros.

Fonte: CAMPOS, Flávio de; DOLHNIKOFF, Miriam. Atlas: história do Brasil. São Paulo: Scipione, 1993. página 9.

A escravidão

Assim como os indígenas, os negros africanos introduzidos no Brasil e na América foram em geral submetidos a condições brutais de existência. Arrancados de suas comunidades, famílias e terras, atravessaram o Oceano Atlântico nos sujos porões dos navios negreiros como cargas ou mercadorias de venda e compra.

Calcula-se que cêrca de 10 milhões de negros africanos foram trazidos para a América entre 1502 e 1870, sem considerar os que morreram durante a viagem ou eram mortos durante a resistência ao seu aprisionamento. Desse total, estima-se que mais de 3,5 milhões desembarcaram no Brasil.

Pintura. No centro, destaque para uma mulher carregando um cesto na cabeça e dois homens ao seu lado. Todos são negros. Há diversos abacaxis no cesto que está na cabeça da mulher. Um dos homens equilibra um barril na cabeça. A mulher segura o cesto com uma mão. Com a outra mão ela deposita algum objeto em um pequeno recipiente que o homem do barril segura em direção a ela. Entre eles está o terceiro homem observando. Todos usam correntes no pescoço. Ao redor, outras pessoas negras carregando cestos. Uma mulher usa vestido longo e olha para o cesto que um dos homens está carregando. Ao fundo, casarões com muitas janelas.
O colar de ferro, castigo de negros fugitivos (1835), litografia de Jãn Batiste Dêbret (1768-1848), pintor e desenhista francês que retratou a sociedade brasileira no início do século dezenove.

3. Os brasileiros nos censos do í bê gê É

Por meio dos censos realizados pelo í bê gê É, entre outros aspectos, é possível conhecer a distribuição da população brasileira segundo a cor da pele. As pessoas, quando perguntadas pelos pesquisadores do í bê gê É que realizam o censo, são livres para declarar sua cor de pele entre cinco opções: branca, preta, parda, amarela e indígena (observe o gráfico).

Brasil: distribuição da população residente segundo a cor da pele (em porcentagem) – 2019

Gráfico. Brasil: distribuição da população residente segundo a cor da pele, em porcentagem, 2019. Gráfico circular dividido em setores: parda, branca, preta, indígena e amarela. População parda: 46,8 por cento. Branca: 42,7 por cento. Preta: 9,4 por cento. Indígena e amarela: 1,1 por cento.

Fonte: elaborado com base em í bê gê Éponto Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua: tabelas 2019. Tabela 6408: População residente, por sexo e cor ou raça (%). Disponível em: https://oeds.link/qN1Gxb. Acesso em: 14 janeiro 2022.

Esse tipo de informação continua sendo levantado em estudos estatísticos não por uma posição racista ou preconceituosa por parte dos institutos de pesquisa, mas para avaliar a condição social das famílias e pessoas segundo a cor, considerando que em nossa história as elites dirigentes, de modo geral, não tiveram a preocupação e ações voltadas para melhorar as condições de vida de grupos menos favorecidos socialmente, como indígenas e negros. Por isso, essas informações podem dar apoio às políticas públicas que buscam reduzir, de maneira eficaz, as desigualdades sociais no país.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

FRAGA, Walter; ALBUQUERQUE, vlamíra Ribeiro de.

Uma história da cultura afro-brasileira. São Paulo: Moderna, 2009.

A obra revela aspectos da história e da geografia da África e trata das influências desse continente sobre o Brasil.

4. Os afro-brasileiros no Brasil atual

• As comunidades remanescentes de quilombos

São comunidades formadas por descendentes de negros africanos escravizados que fugiram das fazendas de açúcar, de café, da atividade mineradora e de outras a partir do século dezessete. Eles se autodenominam quilombolas.

Essas comunidades persistiram e são encontradas em praticamente todos os estados brasileiros (consulte o mapa). Durante muito tempo ficaram desconhecidas ou isoladas. Com a Constituição Brasileira de 1988, que concedeu aos quilombolas o direito à propriedade de suas terras e à manutenção de suas culturas, essas comunidades ganharam mais visibilidade na sociedade brasileira.

Até 2002, haviam sido identificadas 743 comunidades quilombolas no Brasil. Atualmente, graças às iniciativas do governo federal e das comunidades quilombolas em busca do autorreconhecimento, o número de comunidades identificadas chega a quase .3500.

No entanto, por causa da demora no processo de reconhecimento oficial e titulaçãoglossário da maior parte delas, há ainda muitos conflitos entre quilombolas, fazendeiros e posseirosglossário .

Brasil: números de comunidades quilombolas – 2021

Mapa. Brasil: números de comunidades quilombolas, 2021. Mapa de parte da América do Sul com destaque para o Brasil e sua divisão política. Há círculos por unidade da federação para representar número de comunidades quilombolas.  
Maranhão e Bahia: 843 comunidades. 
Minas Gerais: 407 comunidades. 
Pará e Pernambuco: entre 407 e 137. 
Rio Grande do Sul: 137 comunidades. 
Mato Grosso e Piauí: entre 137 e 45 comunidades. Amapá, Tocantins, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Espírito Santo, Rio de janeiro, São Paulo, Paraná: 45 comunidades. Amazonas e Rondônia: 8 comunidades.

Fonte: elaborado com base em Fundação Cultural Palmares. Comunidades remanescentes de quilombos. Disponível em: https://oeds.link/fxsWyI. Acesso em: 8 dezembro 2021.

Grafismo indicando atividade.

Identifique as cinco unidades da federação com maior número de comunidades quilombolas e estime a quantidade delas na unidade da federação em que você vive.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – conáqui

https://oeds.link/fpviVQ

Esse site oferece informações sobre a situação das comunidades quilombolas rurais no Brasil.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

Pausa para o cinema

Beiras d'água. Produção Audiovisual do Rio São Francisco.

Esse acervo colaborativo de conteúdo audiovisual reúne mais de 40 filmes e documentários sobre as comunidades quilombolas brasileiras.

Disponível em: https://oeds.link/FeXGt4. Acesso em: 5 fevereiro 2022.

• Desigualdade entre negros e não negros

Vários estudos comprovam que a população negra, em seu conjunto, possui as piores condições de vida se comparadas às de outros grupos. A expressão mais dramática dessa desigualdade é a incidência da pobreza na população negra: no Brasil, de cada dez pobres, seis são negros. Além disso, os negros recebem cêrca de metade dos rendimentos obtidos pelos não negros e apresentam as maiores taxas de desemprego (leia a seção Cruzando saberes, na página seguinte).

No mercado de trabalho, ainda é alta a desigualdade entre negros e não negros, sobretudo em relação às mulheres negras. Elas são as que mais sofrem com a discriminação: apresentam a menor taxa de participação no mercado de trabalho, a menor taxa de ocupação, a maior taxa de desemprego e o menor rendimento.

A desigualdade persiste na educação: a taxa de analfabetismo na população negra e parda é mais do que o dobro em relação à da população branca. Isso significa que, quanto maior o nível de ensino (da educação básica ao ensino superior), menor é a presença dos negros.

• Os movimentos dos afro-brasileiros

Nos últimos anos, os movimentos de luta dos afrodescendentes por igualdade social e melhores condições de vida (foto) vêm contribuindo para a superação de barreiras sociais e culturais, permitindo-lhes destacar-se em várias atividades. Eles reforçam, com isso, que não é a cor da pele que determina a capacidade das pessoas.

Logo após a abolição da escravidão em 1888, surgiram as primeiras organizações de afrodescendentes, já que os ex-escravos não foram incorporados como trabalhadores livres e continuaram excluídos da sociedade. Nas décadas de 1960 e 1970, os movimentos em busca de direitos civis para os negros ganharam maior fôrça no Brasil, sob influência dos movimentos negros dos Estados Unidos e pela independência das colônias europeias na África. Por intermédio da música e da dança, como exemplos de expressões contestatórias, explicitaram as injustiças a que são submetidos. O rap (rhythm and poetry: ritmo e poesia), por exemplo, aborda o racismo, a violência policial, as precárias condições de rendimento e outras temáticas sociais.

Fotografia. Grande número de pessoas estão em uma rua carregando uma grande faixa com o escrito: MARCHA CONSCIÊNCIA NEGRA. Ao fundo há árvores e, à esquerda, uma construção.
Manifestantes na Marcha da Consciência Negra na cidade de Florianópolis, Santa Catarina (2020).

• Ações afirmativas

Até recentemente não havia em nosso país uma política nacional articulada e contínua para a promoção da igualdade das pessoas segundo a cor da pele, apesar de os movimentos negros no Brasil denunciarem o racismo há décadas e proporem políticas para sua superação.

Em 21 de março de 2003, data em que é celebrado no mundo todo o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, o governo federal criou a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (sepír), que desenvolve ações voltadas para a promoção da igualdade e do combate à discriminação racial.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

https://oeds.link/7tgPzP

Site governamental que disponibiliza o Estatuto da Igualdade Racial e informações sobre quilombos no Brasil.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

AGOSTINI, João Carlos.

Brasileiro, sim senhor. segunda edição São Paulo: Moderna, 2004.

Livro que aborda as concepções muitas vezes estereotipadas do brasileiro sobre a sua identidade.

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

Desigualdade de rendimento segundo a cor

“[…] A desigualdade racial, histórica na estruturação da sociedade brasileira, é evidenciada na análise da desigualdade de rendimentos. O rendimento domiciliar per cápita médio da população preta ou parda, ao longo do período compreendido entre 2012 e 2019, permaneceu cêrca de metade do observado para a população branca. Esse rendimento foi, em 2019, de R$ 981novecentos e oitenta e um reais para a população preta e parda e R$ 1.948mil novecentos e quarenta e oito reais para a branca [...].

Brasil: distribuição percentual da população, por cor ou raça, segundo as classes de percentual de pessoas em ordem crescente de rendimento domiciliar per cápita – 2019

Gráfico. Brasil: distribuição percentual da população, por cor ou raça, segundo as classes de percentual de pessoas em ordem crescente de rendimento per capita, 2019.  
Gráfico de colunas. No eixo vertical, estão as porcentagens. No eixo  horizontal, coluna para total da população, coluna para os entre os 10 por cento com menores rendimentos e coluna para os entre os 10 por cento com maiores rendimentos. Total: branca: 42,7 por cento; preta ou parda: 56,3 por cento.   
Entre os 10 por cento com menores rendimentos: branca: 21,9 por cento. Preta ou parda: 77,0 por cento.  
Entre os 10 por cento com maiores rendimentos: branca: 70,6 por cento. Preta ou parda: 27,2 por cento.

Fonte: í bê gê Éponto Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2020. página 55.

Embora a distribuição geral da população brasileira por cor ou raça tenha sido de 42,7por cento para a população branca e 56,3por cento para a preta e parda, em 2019, essa estava sobrerrepresentada entre os 10por cento com menores rendimentos, compondo 77por cento desse grupo. No outro extremo, entre os 10por cento com maiores rendimentos, a população branca era maioria (70,6por cento) [...]. Essa discrepância entre participação na população e nos décimos [percentuais], segundo cor ou raça, mostrou-se mais forte na Região Sudeste […].”

í bê gê Éponto Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2020. página 55.

 Interprete

  1. Entre 2012 e 2019, de quanto foi aproximadamente a diferença percentual entre o rendimento domiciliar per cápita médio da população preta ou parda em relação à branca?
  2. Com base no gráfico, justifique a afirmação: a participação de pretos e pardos é elevada entre os que têm os menores rendimentos, e baixa entre os que têm os maiores.

 Argumente

  1. Em sua opinião, como é possível elevar o rendimento da população pobre, seja ela afrodescendente ou não, para reduzir as condições de pobreza no país?
  2. Em duplas, pesquise mais informações sobre a desigualdade de rendimento segundo a cor. Organize as informações e grave uma videorreportagem.

Um exemplo das iniciativas que buscam promover a igualdade são as chamadas ações afirmativas, que correspondem ao tratamento preferencial dado a pessoas de grupos desfavorecidos em uma sociedade. Isso pode ser feito por meio de cursos de qualificação profissional, bolsas de estudo, cotas de ingresso nas universidades etcétera

Apesar de ser um antigo desejo, não só da população afro-brasileira, mas também de mulheres e de pessoas portadoras de necessidades especiais, apenas no dia 13 de maio de 2002 foi instituído por decreto presidencial o Programa Nacional de Ações Afirmativas. Por meio dele, os afro-brasileiros, entre outros grupos, passaram a ter, por exemplo, maior acesso ao ensino superior no Brasil (observe o gráfico).

Brasil: total de afro-brasileiros com idade entre 18 e 24 anos no ou com o ensino superior (em porcentagem) – 2009 e 2019

Gráfico. Brasil: total de afrobrasileiros com idade entre 18 e 24 anos no ou com o ensino superior, em porcentagem, 2009 e 2019.
Gráfico de colunas. No eixo vertical, as porcentagens. No horizontal, os anos.
2009: 8,4 por cento de afrobrasileiros com idade entre 18 e 24 anos no ou com ensino superior. 
2019: 18,9 por cento.

Fonte: í bê gê Éponto Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2016; 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2016; 2020. Tabelas 4.3 e 3.6.

5. O combate aos preconceitos no Brasil

Nas últimas décadas, os diferentes tipos de preconceito têm sido debatidos pela sociedade brasileira de forma cada vez mais ampla e aberta.

A luta por igualdade e justiça e a melhoria das leis buscam não só evitar e punir o preconceito, mas também promover a diversidade cultural e a liberdade de qualquer indivíduo em fazer suas próprias escolhas sem ser por isso discriminado.

Apesar dos avanços, a intolerância ainda faz parte do cotidiano, em particular entre crianças e jovens.

• Preconceitos no contexto escolar

Uma pesquisa realizada pelo í bê gê É, em 2019, mostrou que diversas fórmas de preconceito fazem parte do cotidiano de professores e alunos nas escolas brasileiras. Consulte os resultados no gráfico.

Brasil: principais motivos de ofensas entre escolares de 13 a 17 anos de idade (em porcentagem) – 2019

Gráfico. Brasil: principais motivos de ofensas entre escolares de 13 a 17 anos de idade, em porcentagem, 2019.
Gráfico circular dividido em setores.  
Aparência do corpo: 16,5 por cento. 
Aparência do rosto: 11,6 por cento. 
Cor ou raça: 4,6 por cento. 
Orientação sexual: 2,5 por cento. 
Religião: 2,4 por cento. 
Região de origem: 0,9 por cento. 
Outros motivos: 60,7 por cento.

Fonte: í bê gê Éponto Pesquisa nacional de saúde do escolar 2019. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2020. página 41. Tabela 2.6.1; disponível em: https://oeds.link/iqzz17. Acesso em 18 março 2022.

Nota: Não são apresentados resultados para escolares que deixaram sem resposta o questionário da pesquisa; por isso, a soma dos percentuais é inferior a 100%.


Nessa pesquisa, quase um terço dos alunos afirmou ter sofrido algum tipo de humilhação por sua aparência física. Essa prática está enquadrada em um dos artigos do Projeto de Lei do Novo Código Penal e, caso aprovado, será considerada crime.

Quase 5por cento dos alunos sofreram algum tipo de discriminação racial. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº .12288, de 2010) é destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades e a combater a discriminação e as demais fórmas de intolerância étnica.

Em 2019, o Supremo Tribunal Federalglossário decidiu que ofensas com motivação na orientação sexual da pessoa e identidade de gênero poderão ser consideradas crimes de racismo até que o Congresso Nacionalglossário vote lei específica sobre o tema.

A Lei Federal nº .7716, de 1989, além de definir os crimes resultantes de raça ou de cor, protege a liberdade de prática religiosa para todos os cidadãos.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Como o preconceito e a discriminação são discutidos na sua casa, na sua escola ou em outros ambientes que você frequenta?

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

A Música do Dia: 21 de março é Dia Internacional contra a Discriminação Racial

https://oeds.link/CGQprf

Podcast que trata de datas relativas à discriminação racial e apresenta a canção “Canto das três raças”, de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, na voz de Clara Nunes.

• Humilhações na internet

A humilhação de alguém na internet por suas escolhas, crenças ou por sua aparência, também conhecida como bullying virtual, é comum. Uma pesquisa realizada em 2014 com crianças e adolescentes de 9 a 17 anos revelou uma realidade preocupante.

Redes antissociais

De acordo com a pesquisa, 64por cento dos jovens já sofreram algum tipo de humilhação e/ou foram tratados de forma ofensiva nas redes sociais. E quase metade foi ofendida por meio de mensagens instantâneas.

Uso responsável

Se a internet é um dos ambientes de propagação de ofensas e humilhações, as redes sociais são os principais meios transmissores desses comportamentos e, por essa razão, exigem um uso cauteloso e responsável.

Punição

Esse tipo de comportamento ofensivo está previsto como crime em um dos artigos do Projeto de Lei do Novo Código Penal.

Fotografia da tela de um computador e uma mão sobre o teclado. Na tela há um gráfico em colunas: Adolescentes tratados de forma ofensiva em meios virtuais, em porcentagem, 2014. 
No eixo vertical, estão as porcentagens e no horizontal os tipos de meio virtual.
Rede social: 64 por cento. Mensagens: 47 por cento. E-mail: 29 por cento.
Sites de jogos: 9 por cento. 
Sala de bate-papo: 10 por cento.
Outros: 10 por cento. 
Não sabe, não respondeu: 5 por cento.

Fonte: cetíc. tícKids Online Brasil 2014. Disponível em: https://oeds.link/1o3emT. Acesso em: 18 março 2022.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Com quais atitudes você e seus colegas podem combater o preconceito no dia a dia na escola? E na internet?

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 7 e 8

Registre em seu caderno.

  1. Qual é a importância do estudo da distribuição da população segundo os setores de produção?
  2. Explique o que é péa e aponte quantos membros de sua família pertencem a esse conjunto.
  3. O que contribui para o aumento do número de famílias chefiadas por mulheres no Brasil?
  4. Comente as desigualdades existentes no mercado de trabalho brasileiro, considerando a situação dos negros e das mulheres.
  5. Explique o que são comunidades remanescentes de quilombos e cite a legislação brasileira que reconhece o direito dessas comunidades à terra que ocupam.
  6. Por que a língua portuguesa falada no Brasil reflete a diversidade cultural que acompanha a formação da população do país?
  7. Explique o que é pirâmide etária e, com base nos gráficos da página 66, interprete as mudanças nas populações jovem e idosa do Brasil entre os anos de 1980 e 2025.
  8. Explique, com suas palavras, o que são ações afirmativas.
  9. Observe o mapa e faça o que se pede.

Brasil: rendimento médio das pessoas de 14 anos ou mais de idade em todos os trabalhos, por sexo (em reais) – 2020

Mapa. Brasil: rendimento médio das pessoas de 14 anos ou mais de idade em todos os trabalhos, por sexo, em reais, 2020.
Mapa político do Brasil com duas colunas em cada unidade da federação representando o rendimento médio de homens e o de mulheres.
Acre: mulheres: 1.800 reais, homens: 2.000 reais.
Amazonas: mulheres: 2.000, homens: 2.000 reais. 
Roraima: mulheres: 1.800 reais, homens: 2.000 reais. Amapá: mulheres: 1.900 reais; homens: 2.000 reais. Pará: mulheres: 1.700 reais, homens: 1.800 reais. Rondônia: mulheres: 1.800 reais; homens: 2.000 reais. Mato Grosso: mulheres: 2.500 reais; homens: 3.000 reais. 
Tocantins: mulheres: 1.900 reais; homens: 2.000 reais. Maranhão: mulheres:1.400 reais; homens: 1.500 reais; Distrito Federal: mulheres: 4.000 reais; homens: 4.800. 
Goiás: mulheres: 2.000; homens: 2.500 reais. 
Mato Grosso: mulheres: 2.000; homens: 2.500 reais. 
Mato Grosso do Sul: mulheres: 2.000; homens: 2.500 reais. 
Piauí: mulheres: 1.000 reais; homens: 1.200 reais. Ceará: mulheres: 1.800 reais; homens: 2.000 reais. Rio Grande do Norte:  mulheres: 1.800 reais; homens: 2.000 reais. Paraíba: mulheres: 1.600; homens: 1.700 reais. Pernambuco: mulheres: 1.800 reais; homens: 2.000 reais. 
Alagoas: mulheres: 1.600 reais; homens: 1.800. Sergipe: mulheres: 1.600; homens: 1.700 reais. 
Bahia: mulheres: 1.800 reais; homens: 2.000. Minas Gerais: mulheres: 1800 reais; homens: 2.000 reais. 
Espírito Santo: mulheres: 1.700; homens: 1.900 reais. 
Rio de Janeiro: mulheres: 2.800 reais; homens: 3.000 reais. 
São Paulo: mulheres: 2.800; homens: 3.500 reais. 
Paraná: mulheres: 2.100; homens: 2.800 reais. 
Santa Catarina: mulheres: 2.100; homens: 2.800 reais. 
Rio Grande do Sul: mulheres: 2.000 reais; homens: 3.000.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 570 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua: divulgação anual. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. Tabela .7444.

  1. Explique o que o mapa representa.
  2. Existe alguma unidade da federação em que o rendimento médio das mulheres é maior que o dos homens?
  3. Com base em sua resposta ao item b, que comentário pode ser feito, considerando o que você estudou nas páginas anteriores?

10. Em 2006, foi aprovada a Lei Federal nº 11.340, a Lei Maria da Penha, criada para reprimir a violência contra a mulher. Observe o cartaz a seguir e responda.

Fotografia. Foto de um cartaz com uma mulher rasgando um grande papel com a palavra MEDO. No meio do rasgo está um orelhão. Na parte superior a informação: Você pode superar mais essa barreira: o medo de falar de violência. Ligue 180: central de atendimento à mulher.
Cartaz da campanha institucional Ligue 180, lançada em 2010 para incentivar a denúncia de violência doméstica contra as mulheres.
  1. Há relação entre o cartaz e a Lei Maria da Penha? Explique sua resposta.
  2. Quais outras barreiras são enfrentadas pela mulher no lar e na sociedade?

11. Observe os gráficos e responda às questões.

Grandes Regiões: pirâmides etárias – 2010

Gráfico. Grandes Regiões: pirâmides etárias, 2010.  
Região Norte. 
Homens: 
80 anos e mais: 0,3 por cento. 
75 a 79 anos: 0,4 por cento. 
70 a 74 anos : 0,6 por cento. 
65 a 69 anos : 0,9  por cento.
60 a 64 anos : 1,1 por cento. 
55 a 59 anos: 1,5 por cento. 
50 a 54 anos: 1,9 por cento. 
45 a 49 anos: 2,3 por cento. 
40 a 44 anos: 2,8 por cento. 
35 a 39 anos : 3,3  por cento.
30 a 34 anos: 4,1 por cento. 
25 a 29 anos: 4,6 por cento.
20 a 24 anos: 4,9 por cento.
15 a 19 anos: 5,1 por cento. 
10 a 14 anos: 5,6 por cento. 
5 a 9 anos: 5,2 por cento. 
0 a 4 anos: 5,0 por cento.
 
Mulheres: 
80 anos e mais: 0,5 por cento. 
75 a 79: 0,4 por cento. 
70 a 74: 0,6 por cento. 
65 a 69: 0,8 por cento. 
60 a 64: 1,1 por cento.  
55 a 59: 1,5 por cento. 
50 a 54: 1,5 por cento. 
45 a 49: 2,5 por cento. 
40 a 44: 2,8 por cento. 
35 a 39: 3,4  por cento. 
30 a 34: 4,1 por cento. 
25 a 29: 4,6 por cento. 
20 a 24: 4,9 por cento. 
15 a 19: 5,1 por cento.  
10 a 14: 5,3 por cento.  
5 a 9: 5,1 por cento.  
0 a 4: 4,8 por cento. 
  
Região Nordeste. 
Homens: 
80 anos e mais: 0,7 por cento. 
75 a 79: 0,6  por cento. 
70 a 74: 0,8 por cento.  
65 a 69: 1,1 por cento. 
60 a 64: 1,3 por cento.  
55 a 59: 1,7 por cento. 
50 a 54: 2,1 por cento.  
45 a 49: 2,5 por cento. 
40 a 44: 3,0 por cento. 
35 a 39: 3,2 por cento.  
30 a 34: 3,9 por cento. 
25 a 29: 4,3 por cento. 
20 a 24: 4,8 por cento.  
15 a 19: 4,9 por cento.  
10 a 14: 5,0 por cento. 
5 a 9: 4,3 por cento. 
0 a 4; 4,1 por cento. 

Mulheres: 
80 anos e mais: 0,9 por cento. 
75 a 79: 0,7 por cento. 
70 a 74: 1,1 por cento. 
65 a 69: 1,2 por cento. 
60 a 64: 1,8 por cento. 
55 a 59: 2,0 por cento. 
50 a 54: 2,4 por cento. 
45 a 49: 2,9  por cento. 
40 a 44: 3,2 por cento.   
35 a 39: 3,5 por cento. 
30 a 34: 4,1 por cento. 
25 a 29: 4,6  por cento. 
20 a 24: 4,8  por cento. 
15 a 19: 4,8  por cento. 
10 a 14: 4,8 por cento. 
5 a 9: 4,2 por cento. 
0 a 4: 3,9 por cento. 
 
Região Sudeste. 
Homens: 
80 anos e mais: 0,7 por cento. 
75 a 79: 0,6 por cento. 
70 a 74: 0,9 por cento. 
65 a 69: 1,2 por cento. 
60 a 64: 1,8 por cento. 
55 a 59: 2,2 por cento. 
50 a 54: 2,8 por cento. 
45 a 49: 3,2 por cento. 
40 a 44: 3,5 por cento. 
35 a 39: 3,7 por cento. 
30 a 34: 4,1 por cento. 
25 a 29: 4,3 por cento. 
20 a 24: 4,3 por cento. 
15 a 19: 4,1 por cento. 
10 a 14: 4,2 por cento. 
5 a 9: 3,5 por cento. 
0 a 4: 3,2 por cento. 
Mulheres: 
80 anos e mais: 1 por cento. 
75 a 79: 0,9 por cento. 
70 a 74: 1,2 por cento. 
65 a 69: 1,5 por cento. 
60 a 64: 2 por cento. 
55 a 59: 2,6 por cento. 
50 a 54: 3,1 por cento. 
45 a 49: 3,5 por cento. 
40 a 44: 3,8 por cento. 
35 a 39: 3,9 por cento. 
30 a 34: 4,2 por cento. 
25 a 29: 4,5 por cento. 
20 a 24: 4,3 por cento. 
15 a 19: 4,1 por cento. 
10 a 14: 4,1 por cento. 
5 a 9: 3,5 por cento. 
0 a 4: 3,2 por cento. 

Região Sul: 
Homens: 
80 anos e mais: 0,7 por cento. 
75 a 79: 0,7 por cento. 
70 a 74: 1 por cento. 
65 a 69: 1,2 por cento. 
60 a 64: 1,8 por cento. 
55 a 59: 2,3 por cento. 
50 a 54: 2,9 por cento. 
45 a 49: 3,4 por cento. 
40 a 44: 3,5 por cento. 
35 a 39: 3,6 por cento. 
30 a 34: 3,9 por cento. 
25 a 29: 4,3 por cento. 
20 a 24: 4,3 por cento. 
15 a 19: 4,3 por cento. 
10 a 14: 4,3 por cento. 
5 a 9: 3,5 por cento. 
0 a 4: 3,2 por cento. 
Mulheres: 
80 anos e mais: 1  por cento. 
75 a 79: 0,9 por cento. 
70 a 74: 1,2 por cento. 
65 a 69: 1,5 por cento. 
60 a 64: 2,1 por cento. 
55 a 59: 2,5 por cento. 
50 a 54: 3,1 por cento. 
45 a 49: 3,5 por cento. 
40 a 44: 3,5 por cento. 
35 a 39: 3,6 por cento. 
30 a 34: 4 por cento. 
25 a 29: 4,3 por cento. 
20 a 24: 4,2 por cento. 
15 a 19: 4,2 por cento. 
10 a 14: 4,1 por cento. 
5 a 9: 3,5 por cento. 
0 a 4: 3,2 por cento. 

Região Centro-Oeste:  
Homens: 
80 anos e mais: 0,5 por cento. 
75 a 79: 0,6 por cento. 
70 a 74: 0,8 por cento. 
65 a 69: 1,1 por cento. 
60 a 64: 1,4 por cento. 
55 a 59: 1,9 por cento. 
50 a 54: 2,4 por cento. 
45 a 49: 3,0 por cento. 
40 a 44: 3,4 por cento. 
35 a 39: 3,8 por cento. 
30 a 34: 4,3 por cento. 
25 a 29: 4,7 por cento. 
20 a 24: 4,7 por cento. 
15 a 19: 4,5 por cento. 
10 a 14: 4,5 por cento. 
5 a 9: 4,1 por cento. 
0 a 4: 3,8 por cento. 
Mulheres: 
80 anos e mais: 0,6  por cento. 
75 a 79: 0,5 por cento. 
70 a 74: 0,8 por cento. 
65 a 69: 1,1 por cento. 
60 a 64: 1,5 por cento. 
55 a 59: 2,0 por cento. 
50 a 54: 2,5 por cento. 
45 a 49: 3,2 por cento. 
40 a 44: 3,6 por cento. 
35 a 39: 4,0 por cento. 
30 a 34: 4,5 por cento. 
25 a 29: 4,7 por cento. 
20 a 24: 4,6 por cento. 
15 a 19: 4,5 por cento. 
10 a 14: 4,4 por cento. 
5 a 9: 3,9 por cento. 
0 a 4: 3,8 por cento.

Fonte: í bê gê Éponto Sinopse do Censo Demográfico 2010. Disponível em: https://oeds.link/gPE1cF. Acesso em: 9 dezembro 2021.

  1. Aponte em qual(is) Grande(s) Região(ões) ocorreu o percentual mais elevado da população idosa com mais de 80 anos em relação à população total, em 2010.
  2. Identifique a(s) Grande(s) Região(ões) que possuía(m) o maior percentual de população entre 0 e 9 anos de idade em relação à sua população total, em 2010. Qual é a causa mais provável dessa ocorrência?

12. Leia o fragmento de texto a seguir e responda às questões.

“[…] Em 2010, 14% dos jovens de 18 a 24 anos cursavam o ensino superior. Entretanto, a frequência de jovens brancos era 2,5 vezes maior (sic) se comparada com o acesso de jovens negros a um curso universitário. Embora este seja o nível com maior disparidade entre grupos raciais, foi o que experimentou maior redução da desigualdade racial, especialmente porque desfrutava de patamares muito mais adversos (em 2000, a frequência líquida da população negra neste nível correspondia a apenas um quinto da taxa da população branca). […] Além disso, cabe destacar o papel democratizador exercido pelas ações afirmativas para ingresso no ensino superior. […]”

SILVA, Tatiana Dias. Panorama social da população negra. In: SILVA, Tatiana Dias; GOES, Fernanda Lira (org.). Igualdade racial no Brasil: reflexões no Ano Internacional dos Afrodescendentes. Brasília: ipéa (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 2013. página 19.

  1. O que ocorreu em 2010 em relação a 2000 quanto à frequência da população afro-brasileira no ensino superior?
  2. Quais são as dificuldades de acesso ao ensino superior por parte da população afro-brasileira?

13. Em grupo, pesquise em jornais, revistas e na internet as ações do governo para combater o trabalho infantil. Após a coleta de informações, redija um texto sobre tais ações e exponha a opinião do grupo quanto aos resultados obtidos.

Glossário

Demográfico
Relativo à população, cujo estudo é feito pela demografia.
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Estatística
Ramo da Matemática que organiza e analisa dados numéricos.
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Taxa de fecundidade
Número de filhos por mulher em idade reprodutiva.
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Eixo
Reta ordenada, ou seja, com os valores em ordem crescente em um sentido determinado.
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Imigração
Deslocamento de pessoas ou grupos de um país (área de emigração) para outro (área de imigração) em caráter permanente.
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Métodos contraceptivos
Procedimentos prescritos pelos médicos aos casais ou por eles empregados para evitar a gravidez. É o caso das pílulas anticoncepcionais, do dispositivo intrauterino (díu) e do preservativo.
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Previdência social
Conjunto de instituições estatais cujo objetivo é proteger e amparar o trabalhador e suas famílias na velhice e na doença, por meio de aposentadorias, pensões, assistência médica e hospitalar etcétera
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Miscigenação
Cruzamento interpovos; mestiçamento.
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Grileiro
Aquele que pratica a grilagem, ou seja, apropriação ilícita de terras ocupadas ou não por seus proprietários, posseiros, indígenas, por meio da expulsão destes e falsificação de documentos de propriedade. O termo tem origem em um antigo recurso de colocar documentos novos em uma caixa com grilos, para que, por meio dos dejetos desses insetos e de sua ação de roer os papéis, ficassem amarelados e roídos dando-lhes a aparência de antigos.
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Titulação
Regularização da posse de terra que garante a propriedade legítima e definitiva dela.
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Posseiro
Ocupante de uma propriedade sobre a qual não tem nenhum direito nominal, destinando-a ao seu sustento.
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Supremo Tribunal Federal
A mais alta instância do Poder Judiciário brasileiro, cuja função institucional fundamental é a de ser o guardião da Constituição Federal de 1988.
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Congresso Nacional
Órgão constitucional no Brasil que exerce as funções legislativas em âmbito federal. É composto do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.
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