UNIDADE 6 REGIÃO SUDESTE

O Sudeste é a região brasileira mais populosa e povoada. Apresenta a maior taxa de urbanização e se distingue pela importância econômica no país. Entretanto, como outras Grandes Regiões, apresenta graves desigualdades sociais. Nesta Unidade, além dos aspectos apontados, você conhecerá a diversidade das paisagens naturais do Sudeste e o processo histórico de construção de seu espaço geográfico, com ênfase para o desenvolvimento da cafeicultura e da indústria e a importância da imigração.

O trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas (ê éfe vê ême) liga as capitais Vitória Espírito Santo e Belo Horizonte Minas Gerais, em um percurso de 905 quilômetros percorrendo trechos do Vale do Rio Doce e atravessando áreas de relevo montanhoso e paisagens de grande importância histórica.

Além desse trem de passageiros, há o de transporte de carga, que escoa principalmente o minério de ferro extraído do estado de Minas Gerais com destino ao Porto de Tubarão, em Vitória, de onde é exportado.

Fotografia. Um trem com diversos vagões sobre trilhos. Ao redor, área com vegetação e algumas casas.
Trem de passageiros em trecho da EFVM, no município de Governador Valadares, Minas Gerais (2018).

Minas Gerais e Espírito Santo: Estrada de Ferro Vitória a Minas

Mapa. Minas Gerais e Espírito Santo: Estrada de Ferro Vitória a Minas. Mapa de parte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, mostrando o traçado da ferrovia Vitória, no Espírito Santo, a Belo Horizonte, em Minas Gerais. No trajeto, partindo de Vitória, a ferrovia passa pelos seguintes municípios: Cariacica, Fundão, Ibiraçu, João Neiva, Colatina e Baixo Guandu, no estado do Espírito Santo, e pelos municípios mineiros de Aimorés, Resplendor, Conselheiro Pena, Tumiritinga, Governador Valadares, Periquito, Belo Oriente, Ipaba, Ipatinga, Timóteo, Antônio Dias, Itabira, Nova Era, João Monlevade, Barão de Cocais, chegando em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais. A ferrovia acompanha a maior parte do curso do Rio Doce, desde as proximidades de Colatina, no Espírito Santo, até as proximidades de Belo Horizonte. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 50 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em VALE. Ferrovias. Trem de passageiros da ê éfe vê ême. Disponível em: https://oeds.link/rvd4Ju. Acesso em: 3 fevereiro 2022.

Ícone. Seção Verifique sua bagagem.

VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. O que você sabe sobre a importância econômica e populacional da Região Sudeste?
  2. Cite pelo menos duas cidades nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo servidas pelo trem de passageiros da ê éfe vê ême.
  3. Você acha importante um país possuir uma rede densa e eficiente de transporte ferroviário?

PERCURSO 21 REGIÃO SUDESTE: O MEIO NATURAL

1. Apresentação

A Região Sudeste do Brasil, cuja divisão política está representada no mapa, tornou-se desde o século dezoito a região econômica mais dinâmica do país e a principal região de atração populacional, tanto de brasileiros de outras regiões como de estrangeiros. Inicialmente, isso ocorreu graças à atividade mineradora que se desenvolveu nas Minas Gerais, entre o final do século dezessete e parte do século dezoito; depois, na segunda metade do século dezenove e parte do século vinte, em razão da expansão da cafeicultura, e, após 1930, em virtude do desenvolvimento industrial.

O Sudeste é a região mais populosa e povoada do Brasil. Em 1º de julho de 2021, segundo estimativas do í bê gê É, contava ..89632912 habitantes, o que correspondia a cêrca de 42por cento da população total do país naquele ano. Sua densidade demográfica é a mais elevada, 96,9 habitantes por quilômetro quadrado, contra 4,9 habitantes por quilômetro quadrado da Região Norte, 10,4 habitantes por quilômetro quadrado da Região Centro-Oeste, 37,1 habitantes por quilômetro quadrado da Região Nordeste e 52,7 habitantes por quilômetro quadrado da Região Sul.

É também no Sudeste que se situam as duas cidades mais populosas do Brasil, São Paulo (..12396372 habitantes) e Rio de Janeiro (..6775561 habitantes), e o maior parque industrial da América Latina.

Região Sudeste: político e vias de circulação

Mapa. Região Sudeste: político e vias de circulação. Mapa da Região Sudeste, com destaque para os estados que a formam: estado de São Paulo, capital São Paulo; estado de Minas Gerais, capital Belo Horizonte; estado do Rio de Janeiro, capital Rio de Janeiro; e estado do Espírito Santo, capital Vitória. Há várias ferrovias e várias rodovias pavimentadas atravessando os estados da Região Sudeste, entre elas a BR 040, BR 365, BR 116, BR 050, BR 381, BR 101, BR 262, BR 153. Cidades principais no estado de São Paulo: São José do Rio Preto, Araçatuba, Presidente Prudente, Marília, Ourinhos, Bauru, Araraquara, Ribeirão Preto, Piracicaba, Campinas, Sorocaba, Taubaté, São José dos Campos, Santos. Cidades principais no estado do Rio de Janeiro: Volta Redonda, Barra Mansa, Nova Friburgo, Campos dos Goytacazes. Cidades principais no estado do Espírito Santo: Cachoeiro do Itapemirim, Colatina. Cidades principais no estado de Minas Gerais: Montes Claros, Teófilo Otoni, Governador Valadares, Patos de Minas, Uberlândia, Uberaba, Divinópolis, Barbacena, Juiz de Fora, Poços de Caldas, Varginha. Ferrovia: diversas que atravessam os estados da região. Limite de estados: o maior estado da região em estrutura é Minas Gerais. No mapa, a distância entre Belo Horizonte e Vitória, em linha reta, é de aproximadamente 3,17 centímetros. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 120 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta ediçãoSão Paulo: Moderna, 2019. página 153.

Grafismo indicando atividade.

Localize, no mapa, as capitais dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo e calcule a distância entre elas em linha reta, em quilômetros.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

MORAES, Paulo Roberto; MELLO, Suely A. R. Freire de.

Sudeste: o centro econômico. São Paulo: Harbra, 2009. (Coleção Redescobrindo o Brasil).

Apresenta uma visão ampla da Região Sudeste e destaca aspectos físicos, históricos, populacionais, culturais, entre outros.

2. Aspectos do meio natural

Relevo

O Sudeste compreende a maior parte do domí­nio morfoclimático denominado Domínio dos Mares de Morros, que estudamos no Percurso 4. Esse domínio está inserido na unidade dos Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste. O Sudeste apresenta ainda mais três conjuntos planálticos, duas depressões e a planície litorânea, em terras de várias altitudes.

Região Sudeste: relevo

Mapa. Região Sudeste: relevo. Mapa destacando as principais formas de relevo da Região Sudeste.
Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba: pequeno trecho noroeste do estado de Minas Gerais.
Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná: parte oeste do estado de São Paulo e parte sudoeste do estado de Minas Gerais. Planaltos e Serras do Atlântico Leste Sudeste: parte leste dos estados de São Paulo, do Espírito Santo e de Minas Gerais, além de quase a totalidade do estado do Rio de Janeiro. 
Planícies e Tabuleiros Litorâneos: faixa litorânea do estado do Espírito Santo e pequeno trecho do litoral norte do estado do Rio de Janeiro. 
Planaltos e serras de Goiás Minas: pequeno trecho oeste do estado de Minas Gerais, entre os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná, Planaltos e Serras do Atlântico Leste Sudeste; Depressão Sertaneja e do São Francisco: parte oeste do estado de Minas Gerais, entre os Planaltos e Serras do Atlântico Leste Sudeste, Planaltos e Serras de Goiás-Minas e Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba. Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná: estreita faixa no estado de São Paulo, entre os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná e os Planaltos e Serras do Atlântico Leste Sudeste. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 190 quilômetros.

Fontes: ROSS, Jurandyr L. S. (org.). Geografia do Brasil. sexta edição São Paulo: Edusp, 2011. página 53; FERREIRA, Graça. M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 116.

Região Sudeste: físico

Mapa. Região Sudeste: físico. Mapa físico da Região Sudeste indicando os picos mais elevados, as principais represas, e as diversas altitudes da superfície do território brasileiro, que varia de zero a 1.200 metros ou mais.
Picos e respectivas altitudes na Região Sudeste: Bandeira, 2.892 metros; Agulhas Negras, 2.791 metros; Sol, 2.107 metros de altitude; Itacolomi, 1.797 metros de altitude; Dedo de Deus, 1.695 metros de altitude.
Represas: Emborcação, Itumbiara, São Simão, Ilha Solteira, Jupiá, Porto Primavera, Rosana, Capivara, Xavantes, Jurumirim, Barra Bonita, Três Irmãos, Água Vermelha, Marimbondo, Peixoto, Furnas, Três Marias, Promissão, Nova Avanhandava. 
Principais rios na Região Sudeste: Tietê, Grande, do Peixe, Paranapanema, Piracicaba, Moji Guaçu, Pardo, Araguari, Tijuco, São Francisco, Paraopeba, Paraíba do Sul, das Velhas, Paranaíba, Paracatu, Preto, Verde Grande, Urucuia, Verde Pequeno, Jequitinhonha, Mucuri, São Mateus, Doce, Itabapoana, Pará.
Ao longo da faixa litorânea, predomínio de altitudes inferiores a 200 metros. No sul do estado de São Paulo, próximo ao litoral, encontram-se alagados em área com altitude inferior a 100 metros. Próximo à faixa litorânea, em áreas com altitudes entre 800 e 1.200 metros, ocorre a Serra do Mar. Adentrando para o interior, nas partes leste e sudoeste da região, há algumas áreas onde predominam altitudes entre 200 e 500 metros.  Na maior parte do território da Região Sudeste predominam altitudes que variam entre 500 a 800 metros de altitude e 800 a 1.200 metros de altitude, além da presença de várias serras: Serra da Mantiqueira, Serra do Espinhaço, Serra das Vertentes, Serra da Bocaina, Serra do Cervo, Serra dos Tropeiros, Serra da Aldeia, Serra dos Pilões, Serra da Barcaça, Serra Negra, Serra do Cipó, Serra da Chibata, Serra dos Aimorés, Serra do Caparaó, Serra dos Órgãos, Serra de Paranapiacaba, Serra Geral, Serra da Canastra, Serra de Franca, Serra do Mirante, Serra dos Agudos, Serra da Fartura, Serra de Botucatu, Serra da Cantareira, Serra do Tabuleiro, Serra de Jaboticabal. Entre a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira forma-se um vale por onde corre o Rio Paraíba do Sul.
Na costa oceânica da Região Sudeste há larga faixa com profundidade de até 200 metros, seguida por uma faixa mais estreita na qual a profundidade oceânica é de 200 a 2.000 metros e, na sequência, as profundidades atingem a faixa de 2.000 a 4.000 metros.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 100 quilômetros. No canto superior esquerdo, mapa do Brasil com destaque para área descrita acima.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 152.

Grafismo indicando atividade.

Entre a Serra do Mar e a da Mantiqueira, há um vale “cortado” por qual rio?

O traço marcante do relevo é o conjunto de serras de topos arredondados que formam uma paisagem de mar de morros. É esse o caso das serras do Mar, da Mantiqueira (observe a foto A da página seguinte) e do Espinhaço.

Outra característica do relevo do Sudeste, principalmente nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, são os pães de açúcar – formações com cumes arredondados e encostas abruptas (observe a foto B da página seguinte).

Fotografia A. Vista de uma área com muitas montanhas entrecortadas por vales e muita vegetação.
Vista da Serra da Mantiqueira, com paisagem de mar de morros, no município de São José dos Campos, São Paulo (2020).
Fotografia. B. Vista de dois morros cercados pelo mar. O morro à frente é mais baixo e mais largo do que o segundo morro, que está mais atrás e é mais íngreme. No mar estão diversas embarcações. Ao redor, faixa de areia com muitos prédios.
Pão de Açúcar, na entrada da Baía de Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (2021).

Clima

Os tipos de clima do Sudeste são o clima tropical e o clima subtropical. O tropical apresenta-se dividido em subtipos climáticos:

  • tropical com verão úmido e inverno seco, que predomina nas porções norte e leste de Minas Gerais, e oeste do estado de São Paulo;
  • tropical de altitude, cuja característica principal são as médias térmicas mensais mais baixas no inverno em virtude do relevo de maior altitude e da penetração da massa de ar Polar atlântica, abrange vasta porção do Sudeste (observe o climograma A, na página seguinte);
  • tropical litorâneo úmido, que abrange uma área sujeita aos efeitos da maritimidade e das incursões de massas de ar úmidas provenientes do Oceano Atlântico. Esse subtipo climático se apresenta úmido o ano todo, com precipitações mais elevadas entre novembro e janeiro (observe o climograma B, na página seguinte).

O clima subtropical úmido ocorre na porção do território brasileiro situada ao sul do Trópico de Capricórnio. No Sudeste, ele abrange o sul do estado de São Paulo. O município de São Paulo situa-se sobre o relevo elevado do Sudeste, na área de transição entre o clima tropical de altitude e o clima subtropical úmido. Apresenta .1450 milímetros anuais de precipitação, com concentração das chuvas entre outubro e março, e média térmica anual em torno de 19 grauscélsius. É uma área sujeita à atuação da massa Polar atlântica, o que explica as médias térmicas mais baixas no inverno (observe o climograma C, na página seguinte).

Região Sudeste: climas

MAPA. Região Sudeste: climas. Mapa com destaque para os climas da Região Sudeste: clima Tropical: ocorre na parte oeste de São Paulo, parte sudoeste, norte e sul de Minas Gerais; clima Tropical Litorâneo Úmido: abrange os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, parte do litoral norte de São Paulo; clima Tropical de altitude: abrange áreas de elevada altitude dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, incluindo a área onde está a cidade de Poços de Caldas ; clima Subtropical úmido: abrange o sul do estado de São Paulo, incluindo a área onde está a capital desse estado.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 200 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 119 e 153.

Climograma A: Poços de Caldas Minas Gerais

Gráfico. Climograma A: Poços de Caldas (Minas Gerais):
Janeiro: precipitação média de 310 milímetros; temperatura média de 20 graus Celsius. 
Fevereiro: precipitação média de  260 milímetros; temperatura média de 20 graus Celsius. 
Março: precipitação média de 220 milímetros; temperatura média de 18 graus Celsius. 
Abril: precipitação média de 80 milímetros. Temperatura média de 18 graus Celsius.
Maio: Precipitação média de 30 milímetros; temperatura média de 17 graus Celsius. 
Junho: precipitação média de 20 milímetros; temperatura média de 17 graus Celsius.
Julho: precipitação média de 10 milímetros; temperatura média de 17 graus Celsius. 
Agosto: precipitação média de 15 milímetros; temperatura média de 18 graus Celsius.  
Setembro: precipitação média de 45 milímetros; temperatura média de 19 graus Celsius. 
Outubro: precipitação média de 110 milímetros; temperatura média de 20 graus Celsius.
Novembro: precipitação média de 200 milímetros; temperatura média de 20 graus Celsius. 
Dezembro: precipitação média de 310 milímetros; temperatura média de 20 graus Celsius. 
Apresenta quadro com as informações: Latitude: 21 graus e 47 minutos Sul; Longitude: 46 graus e 33 minutos Oeste; Altitude: 1.186 metros.

Climograma B: Vitória Espírito Santo

Gráfico. Climograma B: Vitória (Espírito Santo):
Janeiro: precipitação média de 150 milímetros; temperatura média de 26 graus Celsius. 
Fevereiro: precipitação média de  80 milímetros; temperatura média de 27 graus Celsius. 
Março: precipitação média de 110 milímetros; temperatura média de 26 graus Celsius. 
Abril: precipitação média de 90 milímetros. Temperatura média de 25 graus Celsius.
Maio: Precipitação média de 80 milímetros; temperatura média de 23 graus Celsius. 
Junho: precipitação média de 70 milímetros; temperatura média de 22 graus Celsius.
Julho: precipitação média de 80 milímetros; temperatura média de 21 graus Celsius. 
Agosto: precipitação média de 60 milímetros; temperatura média de 21 graus Celsius.  
Setembro: precipitação média de 80 milímetros; temperatura média de 22 graus Celsius. 
Outubro: precipitação média de 130 milímetros; temperatura média de 23 graus Celsius.
Novembro: precipitação média de 180 milímetros; temperatura média de 24 graus Celsius. 
Dezembro: precipitação média de 190 milímetros; temperatura média de 26 graus Celsius. 
Apresenta quadro com as informações: Latitude: 20 graus e 19 minutos Sul; Longitude: 40 graus e 19 minutos Oeste; Altitude: 3,3 metros.

Climograma C: São Paulo São Paulo

Gráfico. Climograma C: São Paulo (São Paulo):
Janeiro: precipitação média de 250 milímetros; temperatura média de 21 graus Celsius. 
Fevereiro: precipitação média de 110 milímetros; temperatura média de 23 graus Celsius. 
Março: precipitação média de 80 milímetros; temperatura média de 21 graus Celsius. 
Abril: precipitação média de 80 milímetros;  temperatura média de 18 graus Celsius.
Maio: Precipitação média de 50 milímetros; temperatura média de 16 graus Celsius. 
Junho: precipitação média de 75 milímetros; temperatura média de 14 graus Celsius.
Julho: precipitação média de 40 milímetros; temperatura média de 13 graus Celsius. 
Agosto: precipitação média de 30 milímetros; temperatura média de 15 graus Celsius.  
Setembro: precipitação média de 60 milímetros; temperatura média de 17 graus Celsius. 
Outubro: precipitação média de 180 milímetros; temperatura média de 18 graus Celsius.
Novembro: precipitação média de 160 milímetros; temperatura média de 19 graus Celsius. 
Dezembro: precipitação média de 260 milímetros; temperatura média de 21 graus Celsius. 
Apresenta quadro com as informações: Latitude: 23 graus e 34 minutos Sul; Longitude: 46 graus e 34 minutos Oeste; Altitude: 760,2 metros.

Fontes: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 119; MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. pê ponto 170; í bê gê Éponto Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 1-7; PREFEITURA de Poços de Caldas. Geografia. Disponível em: https://oeds.link/GYcWJv. Acesso em: 4 fev. 2022.

Grafismo indicando atividade.

Comparando os climogramas B e C, qual das localidades apresenta menores médias de temperatura no inverno? Explique por quê.

• Vegetação

Originalmente, o Sudeste apresentava cinco formações vegetais: a Mata Atlântica e seu prolongamento para o interior, denominada Floresta Tropical ou Mata Tropical, cobrindo vastas extensões dessa região; o Cerrado, dominando a porção central e oeste de Minas Gerais e alguns trechos do estado de São Paulo; a Caatinga, em trechos do norte de Minas Gerais abrangidos pelo clima tropical semiárido; a Mata dos Pinhais, em pequenos trechos do estado de São Paulo; e a Vegetação litorânea, destacando-se nela as existentes nos manguezais e nas restingasglossário .

Todas essas formações vegetais foram, em grande parte, destruídas pela ocupação humana. O avanço das culturas agrícolas – café, algodão, cana-de-açúcar e outras – e da pecuária, somado à extração madeireira, à fundação de cidades e à construção de estradas, reduziu a pequenas áreas as formações vegetais originais. Quanto aos manguezais e às restingas, a urbanização do litoral, acompanhada pela intensa especulação imobiliária, destruiu em larga escala esses ecossistemas.

Região Sudeste: vegetação natural e devastação

Mapa. Região Sudeste: vegetação natural e devastação. Mapa da Região Sudeste com destaque para a as principais formações vegetais da região e área devastada.  
Mata Atlântica: ocorre  nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo; na parte oeste e leste do estado de São Paulo; pequeno trecho do sudoeste e parte leste de Minas Gerais. 
Cerrado: oeste de Minas Gerais e centro de São Paulo.
Caatinga: trecho no norte de Minas Gerais. 
Mata dos Pinhais (ou de Araucárias): pequeno trecho no sul de São Paulo, próximo ao litoral. 
Vegetação litorânea: faixa litorânea norte do Espírito Santo.  
Área devastada: quase todo o estado de São Paulo, do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e a maior parte do estado de Minas Gerais. Pequena faixa preservada no noroeste de Minas Gerais e em alguns poucos pontos no estado; estreita faixa litorânea de São Paulo; pequenos trechos do litoral e do interior do Rio de Janeiro. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 160 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em CONTI, José Bueno; FURLAN, Sueli Angelo. Geoecologia: o clima, os solos e a biota. In: ROSS, Jurandyr L. S. organização. Geografia do Brasil. sexta edição São Paulo: êduspi, 2011. página 204; í bê gê Éponto Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 100.

Mata Atlântica ou Mata Tropical

Assim como aconteceu na Região Nordeste, com o avanço da cultura da cana-de-açúcar e a multiplicação dos engenhos, a Mata Atlântica foi bastante desmatada também na Região Sudeste, principalmente com a expansão da cafeicultura e das “ferrovias do café”, que usavam a madeira como lenha nas locomotivas e na fabricação de dormentesglossário para fixar os trilhos.

Reconstituição da cobertura vegetal no estado de São Paulo – 1500 a 2004

Mapas. Reconstituição da cobertura vegetal no estado de São Paulo. Sequência de seis mapas do estado de São Paulo destacando os remanescentes florestais nos anos de 1500,1886,1920, 1952,1973 e 2004.
No ano de 1500: remanescentes florestais cobrem quase todo o estado, exceto em alguns pontos do litoral e um pouco mais no interior do estado.
No ano de 1886: remanescentes florestais recobrem boa parte do estado, exceto trechos maiores espalhados pelo interior e alguns no litoral.
No ano de 1920: remanescentes florestais cobrem pequena faixa no leste e no oeste do estado e alguns pontos espalhados pelo interior. 
No ano de 1952: pouca incidência de remanescentes florestais, com estreita faixa na parte leste e na oeste. 
No ano de 1973: estreita faixa de remanescentes florestais na parte leste e alguns poucos e pequenos pontos no interior do estado.
No ano de 2004: estreita e pequena faixa de remanescentes no leste. 
Em um dos mapas, no canto esquerdo inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 150 quilômetros. Todos os mapas têm a mesma escala.

Fontes: IPT. Mapa geomorfológico do estado de São Paulo. São Paulo: í pê tê, 1981. volume 1. página 5; í bê gê Éponto Atlas nacional do Brasil Milton Santos. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2010. página 88.

Calcula-se que, quando os portugueses chegaram, em 1500, a cobertura florestal do que hoje é o estado de São Paulo estendia-se por 82% de sua área territorial. Com o passar do tempo, com as intervenções humanas, foi reduzida a 7por cento de sua área original. Em 2020, graças a iniciativas para sua recuperação, chegou a 16,2por cento.

Árvores como peroba, faveiro, canela, angico, jacarandá, cedro, ipê e muitas outras foram intensamente exploradas. Provavelmente muitas espécies de plantas e de animais foram extintas antes mesmo de serem estudadas por especialistas.

O que sobrou da Mata Atlântica no Sudeste encontra-se geralmente nos trechos de relevo íngreme e de difícil acesso da Serra do Mar e da Mantiqueira e, também, em áreas transformadas em Unidades de Conservação, como é o caso da Estação Ecológica de Jureia-Itatins, no litoral sul do estado de São Paulo, criada em 1986, após um longo processo de mobilização da sociedade civil. Cabe destacar a atuação de organizações não governamentais (ONGs) em prol da Mata Atlântica.

Estado de São Paulo: Mata Atlântica – 2020

Mapa. Estado de São Paulo: Mata Atlântica, 2020. Mapa do estado de São Paulo com destaque para remanescentes florestais de Mata Atlântica: concentração de remanescentes na faixa litorânea e áreas próximas e em alguns pontos espalhados no interior do estado. No canto superior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 120 quilômetros.

Fonte: SOSMA. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica: período 2019-2020. São Paulo: Sosma/ínpi, 2021. página 63.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Fundação ésse ó ésse Mata Atlântica

https://oeds.link/99WPrX

Site destinado à divulgação dos projetos de preservação da Mata Atlântica com exemplos dos programas rea­lizados para a manutenção desse bioma.

Hidrografia

A Região Sudeste compartilha com as regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste a Região Hidrográfica do Paraná, a Região Hidrográfica do São Francisco, a Região Hidrográfica Atlântico Sudeste (Rio Doce, Rio Paraíba do Sul e Rio Ribeira de Iguape) e a Região Hidrográfica Atlântico Leste (Rio Mucuri e Rio Jequitinhonha). Observe o mapa.

Região Sudeste: regiões hidrográficas

Mapa. Região Sudeste: regiões hidrográficas. Mapa com destaque para as regiões hidrográficas do Sudeste: Região hidrográfica do São Francisco: interior do estado de Minas Gerais, em sua parte central e noroeste, onde correm os rios Carinhanha, Paracatu, das Velhas, Paraopeba, entre outros. Essa região hidrográfica segue por estados do Nordeste; região hidrográfica do Paraná: abrange terras da maior parte dos estados de São Paulo e parte sul de Minas Gerais, por onde correm os rios Paranaíba (divisa entre Minas Gerais e Goiás), Paraná (divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul), Paranapanema (divisa entre São Paulo e Paraná), Grande e Tietê. Essa região hidrográfica continua por terras das regiões Centro-Oeste e Sul; região hidrográfica do Atlântico Leste: abrange pequena parte do nordeste de Minas Gerais e do extremo norte do Espírito Santo, onde correm os rios Jequitinhonha e Mucuri. Essa região hidrográfica continua por estados do Nordeste; região hidrográfica do Atlântico Sudeste: abrange terras da faixa litorânea do estado de São Paulo, todo o estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo, e pequena porção leste de Minas Gerais. Nessa região correm os rios Roce e Paraíba do Sul (divisa entre Rio de Janeiro e São Paulo), Ribeira do Iguape. Uma pequena área dessa região hidrográfica avança por trecho do Paraná (região Sul).  
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 260 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 105.

Grafismo indicando atividade.

Qual é o rio que faz a divisa natural entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul?

As bacias hidrográficas do Sudeste apresentam grande potencial hidrelétrico. Nelas foram construídas várias usinas hidrelétricas que abastecem de energia elétrica não apenas o Sudeste, mas também as regiões Sul e Centro-Oeste.

No Rio Tietê e no Rio Paraná, rios de planalto que formam a Hidrovia Tietê-Paraná, foram construídas eclusas para vencer os desníveis dos cursos fluviais e permitir a navegação (conheça o funcionamento de eclusas no Percurso 31).

Fotografia. Vista de uma barragem de usina hidrelétrica. Estrutura de concreto em forma de paredão. Atrás do paredão, grande espaço com água em grande quantidade. À frente do paredão faixa de água com menos volume.
Vista da barragem da usina hidrelétrica e da eclusa de Barra Bonita, no Rio Tietê, município de Barra Bonita, São Paulo (2017). Observe o barco na eclusa.

PERCURSO 22 REGIÃO SUDESTE: OCUPAÇÃO E POVOAMENTO

1. O início do povoamento

São Vicente, no litoral do que é hoje o estado de São Paulo, foi o primeiro núcleo de povoamento permanente instalado pelos portugueses no Brasil Colônia. Foi fundado em 1532, por Martim Afonso de Sousa, comandante da primeira expedição colonizadora enviada por Portugal. Foram introduzidas na região a criação de animais, a cultura da cana-de-açúcar, a agricultura de subsistência e a produção de açúcar.

Em seguida, os portugueses fundaram outros núcleos de povoamento no litoral do que hoje consideramos a Região Sudeste: Vila Nossa Senhora da Vitória, em 1535, que deu origem ao município de Vila Velha; Todos-os-Santos, em 1546, que originou o município de Santos; Vila Nova do Espírito Santo, em 1551, que se transformou no município de Vitória; São Sebastião, em 1565, fundado por Estácio de Sá (capitão de uma armada portuguesa), que deu origem ao município do Rio de Janeiro, entre outros núcleos.

Após ultrapassar a barreira da Serra do Mar, o padre Manoel da Nóbrega, superior dos jesuítas no Brasil, acompanhado por José de Anchieta e outros padres, ergueu, em janeiro de 1554, um barracão para a catequese dos indígenas que recebeu o nome de Colégio de São Paulo. Localizado no planalto de Piratininga, entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú, afluentes do Rio Tietê, o colégio deu origem à cidade de São Paulo. Assim, o povoamento que antes se restringia ao litoral instalou-se no planalto, permitindo o avanço para o interior do território.

Pintura. À frente, estão em pé ou sentados vários indígenas e alguns não indígenas, em um terreno barroso. Eles observam um grupo de não indígenas que estão na frente de um altar sobre um tapete vermelho, com uma grande cruz. Algumas pessoas desse grupo vestem roupas longas, entre elas, um padre. Ao lado esquerdo do altar está outro grupo de não indígenas. Ao fundo, diversas pessoas reunidas, muita vegetação e o mar com alguns morros.
Fundação de São Sebastião (s/d), atual cidade do Rio de Janeiro, de Antônio Firmino Monteiro.
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Você sabe quando teve início a ocupação não indígena da região onde você vive? Você sabe o que motivou essa ocupação?

Pintura. Vários indígenas em pé e sentados, sobre um terreno barroso, ao redor de alguns não indígenas que estão reunidos no centro. Um não indígena, padre, está no centro com a mão direita estendida. Ao lado esquerdo, há uma cruz alta de madeira entre alguns não indígenas. Ao redor, há árvores e pouca vegetação rasteira. Ao fundo, céu azul com algumas nuvens brancas.
Fundação da Vila de São Paulo (1909), de Oscar Pereira da Silva. Nesta representação, o pintor retrata o início da construção de espaços geográficos pelos portugueses, presença que teria como consequência graves conflitos de territorialidade. Note os colonizadores sendo observados a distância pelos indígenas.

2. Da Vila de São Paulo para o interior

Durante os séculos dezesseis e dezessete, a Vila de São Paulo manteve-se pobre e isolada das áreas mais dinâmicas da economia do Brasil Colônia, como o Nordeste açucareiro, que liderava a economia. A Vila de São Paulo tinha poucos habitantes, que se dedicavam principalmente à lavoura de subsistência. No entanto, foi nesse período que São Paulo se tornou centro irradiador de bandeiras em direção ao interior com o objetivo de aprisionar indígenas e vendê-los como escravos para as áreas açucareiras do Rio de Janeiro, da Bahia e de Pernambuco. Outras bandeiras se organizaram com o objetivo de descobrir ouro e pedras preciosas, o que ocorreu por volta de 1695, nas Minas Gerais.

Devem-se a essas expedições armadas o início do povoamento do interior e o da construção de espaços geográficos não só no Sudeste, mas também nas atuais regiões Centro-Oeste e Sul.

Bandeiras dos séculos dezessete e dezoito

Mapa. Bandeiras dos séculos 17 e 18. Mapa de parte do território da América do Sul com o meridiano do Tratado de Tordesilhas passando de norte a sul, quase no centro do mapa, próximo ao meridiano de 50 graus oeste. A área à  direita do meridiano do Tratado de Tordesilhas corresponde ao domínio português, onde estão indicadas as localidades de Cananéia, Iguape, Itanhaém, São Vicente, Santos, São Paulo, Itu, Porto Feliz, Sorocaba, Taubaté, Rio de Janeiro, Mariana, Vila Rica, Sabará, Vila do Ribeirão do Carmo, Vitória, e, também os rios São Francisco, Jequitinhonha, Doce. A área à esquerda do meridiano do Tratado de Tordesilhas corresponde ao domínio espanhol, onde estão indicadas as localidades de Paranaguá, Curitiba, Vila Rica, Santiago de Xerez, Cuiabá, Vila Boa, e, também, os rios Paranapanema, Tietê, Grande, Paranaíba. 
Setas na cor bordô representam deslocamentos para o apresamento de indígenas. Elas partem da localidade de São Paulo em direção ao interior da área de domínio espanhol, passando próximo às localidades de Curitiba e Paranaguá, de Vila Rica, de Santiago de Xerez, acompanhando o curso do Rio Paranapanema. Uma seta bordô parte do encontro entre os rios Paranaíba e Tietê e segue para o interior passando por Santiago de Xerez.
Setas na cor verde representam deslocamentos para mineração. Elas partem de São Paulo: uma segue na direção de Cuiabá, acompanhando o curso do rio Tietê, passando por Itu e Porto Feliz; outra seta segue para Vila Boa. Outra seta verde parte de Taubaté e segue na área de domínio português em direção norte, passando por Vila Rica e Sabará.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 180 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de êti Alagoasponto Atlas histórico escolar. oitava ediçãoRio de Janeiro: FAE, 1991. página 24.

Grafismo indicando atividade.

Identifique dois rios usados pelos bandeirantes nos seus deslocamentos para o interior do território.

3. A mineração e a produção de espaço

Com a descoberta de ouro e pedras preciosas nas Minas Gerais, no final do século dezessete, ocorreu intensa migração de pessoas do Nordeste, de São Paulo e até mesmo de Portugal para a área da mineração.

A região das Minas tornou-se, então, a principal área econômica do Brasil Colônia no final do século dezessete e parte do dezoito. Para ficar mais próximo daquela região, o centro político-administrativo da Colônia foi transferido, em 1763, de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro.

A atividade mineradora nas Minas Gerais deu origem a vilas que se transformaram em cidades. É o caso de São José del Rei, atual Tiradentes; Vila Rica, atual Ouro Preto; Sabará; Ribeirão do Carmo, atual Mariana; Diamantina e outras.

Por volta da segunda metade do século dezoito, teve início a decadência da mineração, em virtude, entre outros fatores, do esgotamento dos aluviõesglossário auríferos.

Com isso, a economia mineira regrediu a um nível de autossubsistência. O espaço geográfico até então aí construído tornou-se uma área de repulsão de população: famílias migraram em busca de solos mais férteis para a prática da agricultura, e muitos se dirigiram para áreas dos atuais estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.

A zona da mineração nas Minas Gerais e seu abastecimento – século dezoito

Mapa. A zona da mineração nas Minas Gerais e seu abastecimento, século 18.
Mapa da parte leste da América do Sul, sem divisão política, com a indicação dos rios Paraguai, Uruguai, da Prata, Paraná, Iguaçu, Grande, Tietê, Paranaíba, São Francisco e a indicação destas localidades: São Luís, Fortaleza, Natal, Olinda, Recife, Salvador, Diamantina, Sabará, Mariana, São João del-Rei,Vila Rica (Ouro Preto), Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Montevidéu, Buenos Aires. 
Núcleo da zona mineradora formado por Diamantina, Sabará, Mariana, Vila Rica (Ouro Preto), São João del-Rei. 
Setas verdes representando correntes de abastecimento articuladas por São Paulo e indicam gado chegando do sul da América do Sul a Buenos Aires e partindo do sul para São Paulo, Santos e para o núcleo da zona mineradora. Uma seta verde parte da Europa, indicando a chegada de manufaturas, sal e ferro em Santos e São Paulo.
Setas roxas representam correntes de abastecimento articuladas pelo Rio de Janeiro, para onde chegam de várias regiões: gado da Região Platina; manufaturas e azeite da Europa; mão de obra escravizada da África e do Nordeste. 
Setas vermelhas representam correntes de abastecimento articuladas pela Bahia, para onde chegam mão de obra escravizada da África, do Recife e outras áreas do Nordeste. De Salvador parte mão de obra escravizada e gado para o núcleo da zona mineradora. 
 Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 380 quilômetros.

Fonte: SAGA: a grande história do Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1981. volume 2, página 125.

Grafismo indicando atividade.

Identifique as origens dos fluxos representados no mapa. O que transportavam?

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NAVEGAR É PRECISO

Atlas Digital da América Lusa

https://oeds.link/AaRsje

Ao acessar este site, você poderá conhecer melhor as vilas e cidades do Brasil Colonial por meio de mapas digitais e textos de apoio.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Ouro Preto: história e cotidiano de um Patrimônio Mundial da Humanidade.

Direção: Álvaro Andrade Garcia. Brasil: ciclópe, 2003. Duração: 54 minutos

O documentário percorre as características da cidade mineira a partir de sua formação, no século XVIII, até os dias atuais.

4. A cafeicultura e a produção de espaços geográficos no Sudeste

Com o declínio da atividade mineradora, buscou-se um produto que pudesse garantir os ganhos na Colônia. O produto encontrado foi o café, planta de origem africana introduzida no Pará em 1727 pelo sargento-mor Francisco de Melo Palheta, com mudas trazidas da Guiana Francesa.

A cafeicultura, porém, não trouxe os resultados esperados pelos produtores nos primeiros anos. A produção de grãos de café começou a crescer somente a partir de 1816. Pouco tempo depois, em 1822, o Brasil conquistou sua independência política em relação a Portugal.

• A expansão da cafeicultura no Sudeste

Na primeira metade do século dezoito, o café passou a ser cultivado no Maranhão e, por volta de 1770, na Bahia. Entretanto, foi no Rio de Janeiro, inicialmente, que a cafeicultura se instalou com êxito.

Foi um belga, conhecido pelo nome de Moke, quem formou o primeiro cafezal nas imediações da cidade do Rio de Janeiro. Tal foi o sucesso da experiência – tanto do ponto de vista da adaptação às condições de solo e clima como dos resultados financeiros – que seu exemplo passou a ser seguido por muitas pessoas.

Desse modo, as imediações da cidade do Rio de Janeiro tornaram-se o centro irradiador da cafeicultura a partir do final do século dezoito. Daí a cultura do café se expandiu, em períodos diferentes, para o Vale do Paraíba, em direção a São Paulo, para a Zona da Mata Mineiraglossário , para terras do Espírito Santo e, bem posteriormente, para o Triângulo Mineiroglossário e outras regiões do Brasil, como é o caso do norte do Paraná e de Mato Grosso.

Expansão da cafeicultura no Sudeste

Mapa. Expansão da cafeicultura no Sudeste. Mapa de parte do Brasil destacando a expansão da cafeicultura no período de até 1850 a depois de 1950. 
Até 1850: a cafeicultura abrangia a área do Vale do Paraíba fluminense e paulista, representada, no mapa, pela área de número 1, com as localidades de Rio de Janeiro e Resende, no atual estado do Rio de Janeiro; Taubaté e São Sebastião, no atual estado de São Paulo.
De 1850 a 1900: nesse período, a cafeicultura se expandiu do Vale do Paraíba para a Zona da Mata Mineira (localidades de Muriaé, Juiz de Fora e Pouso Alegre, no atual estado de Minas Gerais, e de Cachoeiro do Itapemirim, Colatina e Vitória, no atual estado do Espírito Santo) e para a Região de Campinas (localidades: São Paulo, Bragança Paulista, Sorocaba, Campinas, São João da Boa Vista e Ribeirão Preto, no atual estado de São Paulo).
De 1900 a 1950: a cafeicultura se expandiu para o Centro-oeste Paulista (localidades de Araraquara, Bauru, Avaré, Ourinhos, Assis, Presidente Prudente, Marília, Adamantina, Araçatuba, São José do Rio Preto e Jales, no atual estado de São Paulo, e Londrina e Maringá, no atual estado do Paraná).
Depois de 1950: expansão da cafeicultura para a região norte do Paraná, Vale do Avaí (localidades de Umuarama, Paranavaí e Campo Mourão, no atual estado do Paraná), para a região Sudeste do Mato Grosso (Nova Andradina), para a região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (localidades de Campina Verde, Uberlândia, Araguari, Araxá, Patrocínio, Patos de Minas Governador Valadares e Nanuque, no atual estado de Minas Gerais, e Pires do Rio, no atual estado de Goiás). 
Acima, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 100 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em RODRIGUES, João Antônio. Atlas para estudos sociais. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1977. página 26.

Grafismo indicando atividade.

O cultivo do café em Araraquara (São Paulo) é anterior ou posterior ao cultivo em Juiz de fóra (Minas Gerais)?

A expansão da cafeicultura do Rio de Janeiro em direção a São Paulo recuperou a economia do Vale do Paraíba, que atingira certo crescimento na fase áurea da mineração das Minas Gerais. Com a cafeicultura se deram, então, a reorganização e a reconstrução do espaço geográfico do Vale do Paraíba. Muitas vilas e cidades até então decadentes voltaram a crescer. É o caso de Vassouras e Valença, no Rio de Janeiro, e Bananal, Areias, Lorena, Guaratinguetá e Taubaté, em São Paulo – cidades que, como outras da região, continuaram a ser, até 1880, grandes produtoras de café.

Por outro lado, o avanço da cafeicultura provocou imensos desmatamentos na Mata Atlântica que cobria o Vale do Paraíba. Era praticada a agricultura itinerante, que, no caso da cafeicultura, se caracterizou pela derrubada da mata, seguida de queimada dos restos da vegetação, limpeza da área e cultivo das mudas. Quando o solo não oferecia mais a produtividade esperada, em virtude de seu esgotamento ou empobrecimento, a área era abandonada e uma nova área era desmatada, repetindo-se o processo.

Assim, a cafeicultura deixou atrás de si destruição ecológica, além de provocar a decadência de muitas cidades, o que levou o escritor Monteiro Lobato a chamá-las de “cidades mortas”. Estas somente se recuperariam por volta de 1940.

Fotografia. Vista da fachada de um prédio térreo com várias  janelas azuis e brancas e uma porta grande em formato de arco, também em azul. Em frente à escola, alunos com mochilas e uma bicicleta andam na calçada. Na fachada do prédio está escrito Escola Estadual Barão da Bocaina.
Casarão residencial construído em 1863 na cidade de Areias, SP, que conserva traços arquitetônicos da época e abriga, atualmente, uma escola pública (2019).
Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Plataforma Verri

https://oeds.link/4KsDnK

Acervo de obras que divulga a historiografia do centro-nordeste do estado de São Paulo e cidades limítrofes de Minas Gerais. Neste site, acesse a aba “Biblioteca Geral”, e depois “Café/Ferrovias/Imigração” para consultar livros sobre esse assunto.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 21 e 22

Registre em seu caderno.

  1. Sobre a Região Sudeste, responda às questões a seguir.
    1. Qual é a característica marcante do relevo dessa região?
    2. A que domínio morfoclimático que você estudou no Percurso 4 corresponde grande parte do relevo do Sudeste? Cite alguns impactos ambientais nesse domínio.
  2. Em relação à Mata Atlântica no estado de São Paulo, responda ao que se pede.
    1. Em 1500, a Mata Atlântica recobria, percentualmente, quanto do território paulista? E, passados mais de cinco séculos, quanto ela recobre?
    2. Cite as atividades econômicas que deram início à sua devastação.
    3. Explique por que a exploração intensa da Mata Atlântica comprometeu possíveis avanços científicos.
    4. Onde é possível encontrar porções preservadas da Mata Atlântica?
  3. Cite algumas características das bacias fluviais da Região Sudeste.
  4. Sobre a atividade mineradora nas Minas Gerais, no final do século dezessete e parte do século dezoito, responda às questões.
    1. Qual é a relação entre a atividade mineradora e a produção de espaços geográficos? Exemplifique.
    2. Com a decadência da mineração na segunda metade do século dezoito, quais foram as consequências sociais e econômicas nas Minas Gerais?
  5. Por meio da agricultura itinerante, a cafeicultura, em sua expansão pelo Vale do Paraíba, produziu efeitos desastrosos sobre o meio natural.
    1. Explique o que é agricultura itinerante.
    2. A que efeitos desastrosos sobre o meio natural essa prática deu origem?
  6. Observe o mapa da página 184, e responda às questões.
    1. Cite duas cidades do Vale do Paraíba que já cultivavam café no século XIX.
    2. O centro-oeste paulista passou a cultivar café em que período? Cite dois municípios produtores.
  7. Observe os mapas a seguir e faça o que se pede.

Povoamento do Brasil – séculos dezessete e dezoito

Mapa. Povoamento do Brasil, século 17. Mapa atual do território brasileiro com divisão política atual, mostrando áreas sob influência das cidades e vilas e áreas conhecidas, mas sem vilas ou cidades no século 17.
Área sob influência das cidades e vilas: pequeno trecho do litoral norte do atual estado de Santa Catarina; faixa litorânea do atual estado do Paraná; parte leste do atual estado de São Paulo (localidade indicada: cidade de São Paulo); todo o atual estado do Rio de Janeiro (localidades indicadas: cidade do Rio de Janeiro e Cabo Frio, 1615); parte sul do atual estado do Espírito Santo; faixa litorânea dos atuais estados do Rio Grande do Norte (localidade indicada: Natal), Paraíba (localidade indicada: cidade da Paraíba, atual João Pessoa), Pernambuco (localidade indicada: Olinda), Alagoas (localidade indicada: Penedo, 1636), Sergipe (localidade indicada: São Cristóvão, 1603), Bahia (localidades indicadas: Salvador, Ilhéus, Porto Seguro); pequeno trecho do litoral do atual estado do Ceará; pequeno trecho do litoral do atual estado do Maranhão (localidade indicada: São Luís, 1612); trecho do litoral do atual estado do Pará (localidades indicadas: Belém; Alcântara, 1637; Cametá, 1632).
Área conhecida, mas sem nenhuma cidade ou vila: trechos dos atuais estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerias, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará, Amapá e Amazonas; 
todo o território restante dos atuais estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, excluindo-se as áreas sob influência das cidades e vilas desses estados. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 700 quilômetros.
Mapa. Povoamento do Brasil, século 18. Mapa atual do território brasileiro com divisão política atual, mostrando áreas sob influência das cidades e vilas e áreas conhecidas, mas sem vilas ou cidades no século 18.
Área sob influência das cidades e vilas: faixa litorânea dos atuais estados de Santa Catarina (localidade indicada: Laguna) e Paraná; parte leste do atual estado de São Paulo (localidade indicada: cidade de São Paulo); todo o atual estado do Rio de Janeiro (localidades indicadas: cidade do Rio de Janeiro, Cabo Frio); parte sul e trecho do litoral norte do atual estado do Espírito Santo; trecho do sul de Minas Gerais em direção ao interior do estado (localidades indicadas: Mariana, Ouro Preto); faixa litorânea do atual estado da Bahia e trecho do interior do estado; quase todo o território dos estados de Sergipe e Alagoas; faixa litorânea de Pernambuco (localidades indicadas: Recife e Olinda); grande parte dos estados da Paraíba (localidade indicada: Paraíba) e Ceará (localidade indicada: Fortaleza); todo o território do estado do Rio Grande do Norte (localidade indicada: Natal); faixa litorânea e trechos do interior dos estados do Piauí e Maranhão (localidade: São Luís); faixa litorânea e trechos do interior do estado do Pará (localidades indicadas: Belém, Óbidos); pequeno trecho do litoral do estado do Amapá (localidade indicada: Macapá); trechos do atual estado do Amazonas (localidades indicadas: Barra do Rio Negro, Olivença); pequenos trechos dos estados de Goiás (localidade indicada: Vila Boa) e Mato Grosso (localidades indicadas: Vila Bela, Cuiabá).
Área conhecida, mas sem nenhuma cidade ou vila: quase todo o território dos atuais estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Maranhão; trecho interior dos atuais estados de Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Amapá, Roraima, Pará, Amazonas; todo o território restante dos atuais estados do Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, excluindo-se as áreas sob influência das cidades e vilas desses estados. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 700 quilômetros.

Fonte dos mapas: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. décima sexta edição São Paulo: Ática, 1998. página 38 e 41.

Nota: nos séculos dezessete e dezoito não havia a divisão política do Brasil que consta nesses mapas. Ela foi incluída apenas para fins didáticos.

  1. Compare os dois mapas e comente a evolução da ocupação do território brasileiro entre os séculos dezessete e dezoito, com especial atenção à Região Sudeste.
  2. Que transformações ocorreram na região mineradora de Minas Gerais? Cite cidades que se destacaram nessa região.
  3. A que você atribui o aumento da população nas Minas Gerais no século dezoito?

8. Observe a imagem reproduzida a seguir e faça o que se pede.

Pintura. Às margens de um rio, há muitas pessoas: homens, mulheres e algumas crianças. Algumas estão sentadas, outras em pé e outras ajoelhadas. Entre essas pessoas, há um padre, um uma pessoa negra carregando um baú. No rio, próximo às margens, há algumas canoas com pessoas dentro. À direita, ao fundo, árvores altas.
Partida da monção (1897), de José Ferraz de Almeida Júnior.

As monções eram expedições fluviais que partiam do interior de São Paulo em direção a novas zonas de mineração, em áreas que atualmente compõem os estados de Mato Grosso e Goiás. Comente a importância das bandeiras e das monções na produção de espaços geográficos no Brasil.

9. Em 1920, Monteiro Lobato escreveu A onda verde, livro em que expõe sua visão sobre a expansão do café em terras paulistas. Leia o fragmento desse livro e responda às questões.

“A quem viaja pelos sertões do chamado oeste de São Paulo empolga o espetáculo maravilhoso da preamar do café. Aquela onda verde nasceu humilde em terras fluminenses. Tomou vulto, desbordou para São Paulo e, fraldejando a Mantiqueira, veio morrer, detida pela frialdade do clima, à beira da Pauliceia.

Mas não parou. Transpôs o baixadão geentoglossário e foi espraiar-se em Campinas.

Ali começou mestre Café a perceber que estava em casa. Corredor de mundo, viajante exótico vindo darábia ou dáfrica, provara pelo caminho todos os massapésglossário e sondara todos os climas.

[…] Polvo com milhões de tentáculos, o Café rola sobre a mata e a soverteglossário .

Nada o sacia. Já comeu as zonas ubérrimasglossário de Ribeirão Preto, Jaú, São Manuel, Araraquara, os pedaços de ouro de São Paulo, e agora afunda os dentes na carne virgem, tressuanteglossário de seiva, do Paraná e de Mato Grosso. […]”

LOBATO, Monteiro. A onda verde. décima terceira ediçãoSão Paulo: Brasiliense, 1979. página 3 e 5.

  1. O que o autor do texto descreve?
  2. Explique o que o autor quis dizer com o trecho “fraldejando a Mantiqueira, veio morrer, detida pela frialdade do clima, à beira da Pauliceia”.

10. Em duplas, realizem uma pesquisa sobre iniciativas promovidas por organizações da sociedade civil voltadas à proteção da biodiversidade e ao desenvolvimento sustentável. Em consenso, escolham uma iniciativa que, na opinião de vocês, seja de grande importância, reúnam informações e apresentem-nas em sala de aula para os colegas.

PERCURSO 23 REGIÃO SUDESTE: A CAFEICULTURA E A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

1. A expansão da cafeicultura em direção ao interior de São Paulo

Chegando às terras mais interiores da provínciaglossário de São Paulo, na primeira metade do século dezenove, a cafeicultura desenvolveu-se amplamente. Por volta de 1840 ocupou terras da Depressão Periférica Paulista (observe o mapa), entre elas a área do atual município de Campinas São Paulo, que se situa na zona de contato entre essa depressão, a oeste, e o Planalto Cristalino ou Oriental, a leste. Depois, avançou para o Planalto Ocidental Paulista, tanto na direção do Rio Grande, na divisa de Minas Gerais, como em direção ao Rio Paraná e ao Rio Paranapanema.

No Planalto Ocidental Paulista, a cafeicultura encontrou condições de clima e solo bastante favoráveis para o seu desenvolvimento: clima tropical, com verão chuvoso e inverno seco, e médias anuais de temperatura superiores a 20 graus Célsius, além de manchas de terra roxaglossário de grande fertilidade.

Assim como aconteceu com os canaviais do Nordeste nos séculos dezesseis e dezessete e também com a expansão da monocultura cafeeira no Vale do Paraíba e na Zona da Mata Mineira, o avanço da cafeicultura no Planalto Ocidental Paulista provocou a devastação de grande parte da cobertura vegetal natural. A Mata Tropical e o Cerrado foram progressivamente substituídos por culturas agrícolas – café (foto da página seguinte), amendoim, cana-de-açúcar etcétera –, pela pecuária e ainda pela urbanização e construção de ferrovias.

Estado de São Paulo: unidades de relevo

Mapa. Estado de São Paulo: unidades de relevo. Mapa destacando as unidades de relevo do estado de São Paulo. 
Baixadas e Planícies Sedimentares: faixa litorânea e extremo sul do estado. Planalto Cristalino ou Oriental (é uma porção dos Planaltos e Serras do Atlântico Leste Sudeste): faixa interior do leste do estado. 
Depressão Periférica Paulista (faz parte da Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná): faixa interior da parte leste do estado, entre áreas o planalto cristalino ou oriental e áreas de cuestas basálticas.
Cuestas Basáticas (faz parte dos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná): faixa interior, na parte central do estado.
Planalto Ocidental Paulista (faz parte dos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná): parte oeste do estado. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 100 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em í bê gê Éponto Geografia do Brasil: Região Sudeste. Rio de Janeiro: í bê gê É, 1977. volume 3, página 26-27; ROSS, Jurandyr L. S. (org.). Geografia do Brasil. quinta edição São Paulo: Edusp, 2005. página 53.

Nota: Cuesta é uma fórma de relevo constituída por uma sucessão alternada de camadas rochosas (no caso, arenito e basalto) de diferentes resistências ao desgaste pela erosão. Apresenta uma inclinação suave em um de seus lados e, em outro, um córte abrupto que recebe o nome de frente de cuesta.

Fotografia. Em preto e branco. Vista de diversas pessoas em uma plantação, colhendo café. Algumas estão ao redor de uma árvore, no centro. No chão está um pano e cestos. Ao lado direito, alguns bois enfileirados.
Trabalhadores na colheita de café, em fazenda no interior do estado de São Paulo (cêrca de 1900).

Ferrovias, cafeicultura e produção de espaços geográficos

As ferrovias tiveram papel importante na ocupação humana e, por conseguinte, na produção de espaços geográficos no Sudeste, particularmente no estado de São Paulo.

Muitas cidades surgiram ao redor de estações ferroviárias, destinadas a receber a produção cafeeira e outros produtos. É o caso, por exemplo, de Adamantina, Araçatuba, Bauru, Lins, Lucélia, Penápolis, Pompeia, São José do Rio Preto, Tupã e Votuporanga, todas no estado de São Paulo.

Ao mesmo tempo que foram construídas para escoar a produção cafeeira, devemos considerar que as ferrovias foram importantes para a industrialização inicial de São Paulo e do Rio de Janeiro ao propiciar o transporte tanto de matérias-primas para as indústrias como da produção industrial para o interior. Observe a localização das culturas de café ao longo das ferrovias paulistas no mapa.

As ferrovias cumpriram esse papel até, aproximadamente, os anos 1950, quando teve início o desenvolvimento rodoviário, como estudamos no Percurso 11.

Estado de São Paulo: cultura do café ao longo das vias férreas em 1946

Mapa. Estado de São Paulo: cultura do café ao longo das vias férreas em 1946. Mapa com destaque para áreas de plantação de café, traçado de ferrovias e porto fluvial no estado paulista em 1946.
Ferrovias: várias ferrovias atravessando o estado de leste a oeste, passando por várias cidades: São Paulo, Santos, Botucatu, Salto Grande, Assis, Presidente Prudente, Bauru, Cafelândia, Araçatuba, Marília, Campinas, Brotas, Amparo, Rio Claro, Jaú, São Carlos, Araraquara, Casa Branca, Santa Rita, Mococa, Igarapava, Ribeirão Preto, Batatais, Franca, Bebedouro, Olímpia, Mirassol, Barretos. Ao redor dessas ferrovias se desenvolvia a cultura do café. Porto fluvial Antônio Prado, porto fluvial do Taboado, porto fluvial Tibiriçá.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 70 quilômetro.

Fonte: elaborado com base em MONBEIG, Pierre. Pioneiros e fazendeiros de São Paulo. São Paulo: Hucitec/Polis, 1984. página 28.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

[LOCUTOR]: A ferrovia e as transformações de uma cidade.

[pausa]

[Nara] Meu nome é Nara, sou geógrafa e moro no município de Ribeirão Preto, no interior do Estado de São Paulo.

[pausa]

[Nara] A origem das ferrovias em Ribeirão Preto e em regiões vizinhas tem uma forte ligação com a expansão do café no Sudeste, entre os séculos XIX e XX. Localizado na porção nordeste do estado de São Paulo, Ribeirão Preto foi fundado em 19 de junho de 1856 e por volta de 1870, quando o pequeno povoado já havia se transformado em uma vila, as primeiras mudas de café chegaram a região.

[Nara] O solo fértil, popularmente chamado de terra roxa, e o clima tropical permitiram que o café se desenvolvesse muito bem por aqui. O impulso à sua produção, entretanto, só ocorreu com o advento das ferrovias, em 1883. A partir daí, esse modal de transporte assumiu um importante papel para a economia regional. Afinal, permitiu que a produção do café fosse escoada, favoreceu a integração com as cidades de Campinas e São Paulo e incentivou o comércio e a urbanização no município. O café produzido em Ribeirão Preto era transportado pelos trilhos da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro até o Porto de Santos. Também por eles viajou e desembarcou a maioria dos imigrantes que se estabeleceram na região para trabalhar na lavoura cafeeira.

[Nara] [tom enfático] E os imigrantes não foram poucos!

[Nara] Para se ter ideia, no início da produção do café, em 1874, a população da cidade era de aproximadamente 5 mil habitantes; cerca de 20 anos depois já havia quase 50 mil habitantes, ou seja, ocorreu um aumento significativo da população nesse período e, com ela, a cidade cresceu e se desenvolveu.

[pausa]

[Nara] A partir de 1929, com o declínio da cafeicultura, as companhias ferroviárias passaram a enfrentar muitas dificuldades. Nas décadas seguintes, o governo brasileiro começou a investir mais no modal rodoviário, como forma de integrar as regiões do país. A escolha das rodovias também está relacionada ao aumento da produção industrial no Brasil, sobretudo no estado de São Paulo. Esse cenário ocasionou mudanças socioeconômicas profundas no território nacional e a desativação de muitas ferrovias no país.

[Nara] Em Ribeirão Preto não foi diferente. Boa parte dos trilhos por onde passaram toneladas de café e milhares de imigrantes encontra-se, hoje, abandonada. Os trilhos ainda ativos são utilizados para o transporte de cargas. Contudo, especialistas consideram que é possível e necessária uma maior integração entre os modais, além do uso mais frequente das ferrovias para transporte de mercadorias e pessoas.

2. A cafeicultura e a imigração estrangeira

Em 1850, com a Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico de pes­soas escravizadas da África para o Brasil, o problema da falta de mão de obra para a cafeicultura em expansão se agravou, pois o preço do escravo aumentou para quem desejasse comprá-lo. Esses fatos, somados ao movimento abolicionista, levaram os grandes plantadores de café a pensar se não seria mais conveniente e mais barato empregar trabalhadores livres.

Considerando-se que o número de brasileiros livres nos espaços da cafeicultura era insuficiente para o trabalho nas fazendas, a solução encontrada pelos fazendeiros e pelo governo da época foi buscar mão de obra fóra do Brasil. Agentes enviados para a Europa passaram a divulgar que o Brasil estava precisando de imigrantes para o trabalho na lavoura de café. Criou-se, então, um fluxo migratório para o país, que se acentuou após a abolição da escravidão, em 1888, particularmente para a província de São Paulo (observe o gráfico).

Imigração para a província e o estado de São Paulo – 1870-1940

Gráfico. Imigração para a província e o estado de São Paulo, de 1870 a 1940.  Gráfico de linha, no qual o eixo vertical indica a quantidade de imigrantes e o eixo horizontal indica os anos.
Ano: 1870: quantidade de imigrantes: bem abaixo dos 10 mil. Ano: 1880: abaixo dos 10 mil imigrantes. Ano 1890: 40.000 imigrantes. Ano: 1895: 140.000 imigrantes. Ano: 1900: 30.000 imigrantes. Ano: 1910: 40.000 imigrantes. Ano: 1920: 35.000 imigrantes. Ano: 1930: 65.000 imigrantes. Ano 1940: 45.000 imigrantes.

Fonte: MONBEIG, Pierre. Pioneiros e fazendeiros de São Paulo. São Paulo: Hucitec/Polis, 1984. página 149.

Grafismo indicando atividade.

Em que ano ocorreu o maior pico de imigração para o estado de São Paulo?

Imigrantes de várias nacionalidades vieram para São Paulo: espanhóis, portugueses, japoneses, italianos e outros. Os italianos foram os que vieram em maior número. Contribuíram, assim, de fórma significativa, como trabalhadores na cultura cafeeira, para a ocupação do território e a produção de espaços geográficos.

Fotografia. Em preto e branco. Grupo de homens mulheres e crianças,  diante de uma grande construção. À frente, um grupo de pessoas (homens, mulheres e crianças) sentadas em roda. Atrás delas, outro grupo de pessoas em pé. Ao fundo, uma construção com várias portas grandes e algumas pessoas na varanda. As mulheres estão de vestido e algumas usam lenço na cabeça. Os homens usam camisas e calças compridas, alguns usam chapéu.
Após chegarem da viagem de navio ao porto de Santos, os imigrantes eram encaminhados para a Hospedaria dos Imigrantes, na cidade de São Paulo. Dali se dirigiam ao seu destino. Na foto, italianos recém-chegados àquela hospedaria, São Paulo (cêrca de 1900).
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Sua família é descendente de imigrantes? De qual nacionalidade? Quando vieram para o Brasil e por quê?

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

O café

Direção: Humberto Mauro Brasil: ênci – Instituto Nacional de Cinema Educativo, 1958. Duração: 33 minutos

Por meio de imagens históricas e de mapas animados, esse documentário conta o percurso do café, desde a origem na África até a chegada e expansão no Brasil.

Trabalho livre, mercado interno e espaço geográfico

Durante o período da escravidão, o mercado interno de consumo era bastante limitado. Os trabalhadores livres eram em pequeno número e os escravizados não recebiam salário por seu trabalho. Estavam, portanto, impossibilitados de comprar bens ou mercadorias.

Com a expansão das relações assalariadas de trabalho e o estabelecimento dos fluxos imigratórios, essa situação se alterou. Ao receber dinheiro pelo trabalho, o trabalhador passou a consumir e, em consequência, estimulou a produção interna de mercadorias e a industrialização. Além disso, muitos imigrantes trouxeram consigo técnicas de fabricação de variadas mercadorias. Uma parte deles montou oficinas ou pequenas fábricas que ao longo do tempo, em vista do crescimento urbano, transformaram-se em indústrias.

Desse modo, desde o final do século dezenove, começou a se formar um mercado interno de consumo que favoreceu o desenvolvimento urbano, comercial, agrícola, industrial, financeiro (dos bancos) e de prestação de serviços (escolas, hospitais, rede de água e de esgoto, coleta de lixo etcétera). A cafeicultura, com seu dinamismo, movimentou a economia e forneceu o capital financeiro para essas transformações no Sudeste, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro (observe as fotos). Os espaços geográficos, até então produzidos de acordo com uma economia voltada para o mercado externo (espaços extrovertidos), passaram também a ser produzidos para atender às suas próprias necessidades.

Fotografia. Em preto e branco. Vista de duas ruas com diversos prédios antigos, de dois andares, com muitas janelas no andar superior. No térreo dos prédios há lojas e pessoas nas calçadas. Nas ruas, carroças com cavalos e um bonde.
Vista do Largo do Rosário, na cidade de São Paulo, em 1902.
Fotografia. Em preto e branco. Vista de prédios antigos, de três andares, com muitas portas e janelas grandes. Na calçada, várias pessoas passando e atravessando a rua.
Vista da Rua do Ouvidor, na cidade do Rio de Janeiro, em 1899.
Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

BERTONHA, João Fábio.

A imigração italiana no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2004.

Além de tratar do fluxo imigratório italiano para a Região Sul do Brasil e para São Paulo, o autor descreve como era a sociedade na época da chegada desses imigrantes.

PERCURSO 24 REGIÃO SUDESTE: POPULAÇÃO E ECONOMIA

1. População

A Região Sudeste é a mais populosa e povoada do Brasil – em 2021, representava cêrca de 42por cento da população total do país. Observe no quadro a participação de cada estado na população dessa região.

Região Sudeste e seus estados: população absoluta estimada, área territorial e densidade demográfica – 2021*

Estado

População (hab.)

Área (km2)**

Densidade dem. (hab./km2)

Minas Gerais

21.411.923

586.514

36,5

Espírito Santo

4.108.508

46.074

89,2

Rio de Janeiro

17.463.349

43.750

399,2

São Paulo

46.649.132

248.220

187,9

Região Sudeste

89.632.912

924.558

96,9

* Estimativas de 1º julho 2021. ** Valores arredondados.

Fonte: í bê gê Éponto Anuário Estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 1-14. Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2021. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. Disponível em: https://oeds.link/9n7wrh. Acesso em: 7 fevereiro 2022.

O estado de São Paulo destaca-se como o mais populoso do país: de cada 100 habitantes do Brasil, cêrca de 22 vivem nesse estado (22por cento).

A taxa de urbanização da Região Sudeste é alta – cêrca de 93por cento de sua população vive em cidades. Aí se situam a Grande Metrópole Nacional, São Paulo (foto); a Metrópole Nacional, Rio de Janeiro; e as Metrópoles Belo Horizonte (MG), Vitória Espírito Santo e Campinas, no interior do estado de São Paulo. A soma dos habitantes dessas regiões metropolitanas correspondia a cêrca de 21por cento da população total do Brasil, em 2021.

Fotografia. Vista de uma área com muitas árvores e um grande lago. Ao fundo, área com casas e muitos prédios.
Vista da cidade de São Paulo, capital do estado de São Paulo (2020). Com 12.396.372 habitantes, era o município brasileiro mais populoso em 1º de julho de 2021. Sua área metropolitana, com cêrca de 22 milhões de habitantes, também era a mais populosa do Brasil e uma das dez mais populosas do mundo.

Os indicadores sociais da Região Sudeste se aproximam aos da Região Sul. Compare os dados das regiões apresentados no quadro da página seguinte.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Índice de Bem-Estar Urbano

https://oeds.link/kliTAZ

O portal apresenta dados e cartogramas sobre o Índice de Bem-Estar Urbano, que mensura o nível das condições de vida nas cidades brasileiras, em particular nos grandes centros urbanos do país.

Grandes Regiões: alguns indicadores sociais – 2019

Grande Região

Analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais de idade (%)

Domicílios com rede geral ou fossa séptica ligada à rede geral (%)

Mortalidade infantil por mil nascidos vivos (‰)

Norte

7,6

27,4

16,6

Nordeste

13,9

47,2

15,2

Sudeste

3,3

88,9

11,9

Sul

3,3

68,7

10,2

Centro-Oeste

4,9

60,0

13,0

Brasil

6,6

68,3

13,3

Fonte: í bê gê Éponto Pesquisa nacional por amostra de domicílio contínua anual. Tabelas 7113 e 7192. Disponível em: https://oeds.link/0NQsPB; BRASIL. Boletim epidemiológico. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. volume 52, número 37, outubro 2021. página 5. Disponível em: https://oeds.link/CtexTE. Acessos em: 7 fevereiro 2022.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Segundo o í bê gê É, saneamento adequado é o “acesso simultâneo aos serviços de abastecimento de água por rede geral no domicílio ou na propriedade, esgotamento sanitário por rede coletora de esgoto ou fossa séptica ligada à rede coletora de esgoto, e lixo coletado direta ou indiretamente”. O município onde você mora possui saneamento adequado?

A Região Sudeste, no entanto, não é um “paraíso”: tem altos índices de violência e uma parcela de sua população convive com falta de infraestrutura e de saneamento básico, principalmente nas regiões metropolitanas.

Fotografia. Vista de uma rua com muito lixo espalhado em um dos lados e um cavalo no meio. Do outro lado da rua, diversas casas simples e  juntas, uma grudada na outra, pessoas passando na calçada, um carro estacionado.
Área com lixo em rua na cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (2021).
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

No lugar onde você mora, há uma paisagem urbana semelhante a essa da foto?

2. Economia

A participação do Sudeste no Píbi total do Brasil, ou seja, no valor de todos os bens e serviços produzidos no país em um ano, foi de 53%, em 2019. Por estar articulada e integrada não só às demais Grandes Regiões brasileiras como também aos espaços geográficos mundiais, essa região realiza intensas trocas comerciais, fortalecendo sua economia.

Além de ser a região mais industrializada do Brasil, como estudamos no Percurso 9, e de ter um setor de serviços muito diversificado, o Sudeste apresenta atividades agropecuárias e agroindustriais modernas em grandes extensões de terras.

Agricultura

Nas terras da Região Sudeste cultivam-se vários produtos, destacando-se a cana-de-açúcar, a laranja, o café, o amendoim, a soja, o arroz, o milho, além de outras culturas.

Na região se localizam os três maiores produtores de café do Brasil: Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, cuja produção, além de atender ao mercado interno, é destinada à exportação.

A cultura da laranja é realizada principalmente no estado de São Paulo, onde se destacam os municípios de Matão, Araraquara, Bebedouro e São José do Rio Preto. As indústrias de suco de laranja aí instaladas são determinantes para que o Brasil seja o líder na exportação mundial desse produto.

Fotografia. Uma esteira mecânica com diversas laranjas. De ambos os lados da esteira estão pessoas vestidas com uniforme de trabalho, capacete de proteção e avental. Elas manuseiam as laranjas nas esteiras.
Funcionários trabalham na produção de suco de laranja em indústria no município de Araraquara, São Paulo (2016).

O Sudeste é o maior produtor nacional de cana-de-açúcar – o estado de São Paulo lidera a produção brasileira de açúcar e a de etanol (álcool combustível para veículos automotores). No interior paulista, os canaviais e as grandes usinas de açúcar e álcool localizam-se principalmente nas proximidades de Ribeirão Preto, Bauru e Piracicaba.

A produção de etanol permitiu ao Brasil desenvolver novas tecnologias agrícolas e industriais. O país ocupa a liderança mundial nesse setor.

A modernização dolorosa

A modernização agrícola do Sudeste apresenta outra face. A mão de obra empregada tanto na colheita de laranja como na de cana-de-açúcar é temporária, frequentemente realizada por boias-frias, originários da Região Nordeste, principalmente.

O córte manual da cana-de-açúcar exige enorme esforço físico, e o trabalhador, submetido a condições desgastantes, é mal remunerado.

Diante dessas condições, explicadas por um modelo de desenvolvimento caracterizado pela exclusão social, o córte manual de cana é uma questão que começou a ser enfrentada pelos governos. No estado de São Paulo, na safra 2007/08, apenas 42por cento da colheita foi realizada por máquinas, mas, na de 2018/19, atingiu-se mais de 95por cento de mecanização. Além disso, apesar de toda a modernização e da existência de legislação ambiental específica, a cultura da cana-de-açúcar ainda provoca impactos ambientais, como poluição do ar causada pela queima da palha da cana e poluição dos corpos de água.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

UNICA – União da Indústria de Cana-de-Açúcar

https://oeds.link/MoASVr

No site da entidade representativa das principais unidades produtoras de açúcar, etanol (álcool combustível) e bioeletricidade, principalmente do Estado de São Paulo, você pode consultar notícias, publicações e o "Observatório da cana", com dados atualizados sobre o setor sucroenergético no Brasil.

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

Tecnologias disruptivas impactam o agro brasileiro

“O uso de ferramentas, como os veículos aéreos não tripulados (vantis) são cada vez mais incorporados ao monitoramento da lavoura, transformam a paisagem do campo e mudam a fórma de gerenciá-las, trazem impactos econômicos e ambientais positivos ao agro [agronegócio]. Eles são capazes de ir, observar e coletar informações com seus sensores embarcados, substituir inspeções visuais, que são mais trabalhosas e demoradas e agilizar as tarefas e a tomada de decisões. É o que fazem as chamadas tecnologias disruptivasglossário . reticências

Lúcio André de Castro Jorge, pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), trabalha no desenvolvimento de tecnologias com potenciais disruptivos para as áreas de automação e agricultura de precisão. Especialista em processamento de imagens captadas por diversos tipos de drones, ele estuda o uso desses veículos como método de baixo custo e não destrutivo para a estimativa de pragas, doenças e deficiências nas culturas de algodão, soja, cana-de-açúcar, fruticultura, arroz irrigado e pastagem, além de diferentes sensores. [...]”

EMBRAPA. Tecnologias disruptivas impactam o agro brasileiro. Notícias. 13 abril 2021. Disponível em: https://oeds.link/IBBu7S. Acesso em: 15 fevereiro 2022.

Fotografia. Vista de uma grande plantação com um homem de boné no meio. Ele segura um controle e observa um drone no alto da plantação. Ao fundo, árvores.
Agricultor opera drone em plantação no município de Eldorado, Mato Grosso do Sul (2018).

 Interprete

1. Com base no texto, identifique algumas vantagens do uso de tecnologias disruptivas na agricultura.

 Argumente

2. Por que o uso dessas tecnologias é importante para os agricultores que a aplicam?

 Contextualize

3. Na zona rural do município onde você vive é empregada alguma tecnologia disruptiva nas culturas agrícolas? Qual?


Pecuária

Além da pecuária bovina de córte predominantemente extensiva, praticada sobretudo no norte de Minas Gerais, o Sudeste apresenta várias bacias leiteiras, ou seja, áreas de pecuária intensiva destinadas à produção de leite e seus derivados – queijos, iogurtes etcétera (foto). Dotado de tecnologias adiantadas de produção e de seleção de raças leiteiras, o setor é expressivo na Região Sudeste, com destaque para o Vale do Paraíba, o sul de Minas Gerais, o Triângulo Mineiro e o leste do estado de São Paulo, próximo ao sul de Minas.

Fotografia. Uma mulher de touca na cabeça, máscara e avental. Ela manuseia sacos com queijos brancos. Atrás dela, uma prateleira com diversos queijos.
Produção de queijo em indústria na região da Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, Minas Gerais (2020).

Recursos minerais: o extrativismo mineral

Na estrutura geológica do Sudeste são encontrados vários recursos minerais: urânio, níquel, estanho, chumbo, calcário, cromo, diamante, fósforo, petróleo e outros. Entre eles, destacaremos os minérios de ferro e de manganês e o petróleo.

Os minérios de ferro e de manganês

As principais jazidas de minério de ferro e de manganês da Região Sudeste localizam-se no Quadrilátero Ferrífero ou Central.

Sua exploração destina-se a abastecer as usinas siderúrgicas instaladas no Sudeste (usiminas, cê ésse êne, cosípa, além de outras), que fabricam aço para atender às indústrias e à construção civil. Opera também na região a Vale, empresa mineradora e exportadora de minério de ferro. O seu transporte do Quadrilátero Ferrífero até o porto de Tubarão, no estado do Espírito Santo, é feito pela Estrada de Ferro Vitória a Minas.

Minas Gerais: Quadrilátero Ferrífero

Mapa. Minas Gerais: quadrilátero ferrífero.  Mapa de parte da Região Sudeste com destaque para as usinas siderúrgicas de Cosipa, próxima ao Porto de Santos, no estado de São Paulo; Companhia Siderúrgica Nacional, no estado do Rio de Janeiro; Usiminas, no estado de Minas Gerais. Destaque para as ferrovias: Estrada de Ferro Vitória a Minas, partindo de Vitória, próximo ao Porto de Tubarão, no estado do Espírito Santo e chegando a Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, passando pela Usiminas; Estrade de Ferro Central do Brasil, partindo de Belo Horizonte, passando pelo estado do Rio de Janeiro e Companhia Siderúrgica Nacional, chegando à cidade de São Paulo. Um quadro se destaca ao redor de Belo Horizonte, sendo ampliado na parte inferior do mapa descrito. Esse quadro representa o Quadrilátero Ferrífero, formado por uma linha vermelha que liga as cidades mineiras de Sabará, Santa Bárbara, Mariana, Ouro Preto, Congonhas, Nova Lima, incorporando a cidade de Itabirito. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 70 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em CANTO, Eduardo Leite do. Minerais, minérios, metais: de onde vêm? Para onde vão? segunda edição São Paulo: Moderna, 2004. página 83.

Fotografia. Um trem com vagões de carga sobre o trilho. Ao redor, vegetação.
Trem de carga na Estrada de Ferro Vitória a Minas, no município de Aimorés, Minas Gerais (2019).
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NO SEU CONTEXTO

Cite um produto que você usa cuja matéria-prima é o ferro.

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QUEM LÊ VIAJA MAIS

CANTO, Eduardo Leite do.

Minerais, minérios, metais: de onde vêm? Para onde vão? São Paulo: Moderna, 2004.

Além de discutir os conceitos de mineral, minério e metal, o livro aborda as origens da metalurgia, mostrando aplicações.

O petróleo

Além da bacia petrolífera de Campos, no litoral dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, em 2007 um fato novo e promissor para o Brasil foi a confirmação da Petrobrás de que o campo de petróleo de Tupi, localizado na Bacia de Santos São Paulo, apresenta viabilidade econômica de exploração. A chamada camada do pré-sal, a mais de .6000 metros abaixo do nível do mar, é uma grande jazida petrolífera e de gás natural. Segundo especialistas no setor, o Brasil poderá se tornar um importante exportador de petróleo com a sua exploração.

O Sudeste é o maior produtor de petróleo do Brasil. O estado do Rio de Janeiro liderou, em 2020, a produção regional e nacional, respondendo por 79por cento da produção no país. Nesse estado, o petróleo é extraído da plataforma continentalglossário e na Bacia de Campos.

Região Sudeste: petróleo no pré-sal nas bacias de Campos e Santos

Mapa. Região Sudeste: petróleo no pré-sal nas bacias de Campos e Santos.
Na parte esquerda superior, representação de parte da Região Sudeste, localizando as capitais dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo. No restante do mapa, o Oceano Atlântico, onde está delimitada a área dos reservatórios de pré-sal: uma faixa no oceano, entre as capitais São Paulo e Vitória, um pouco mais afastada da costa brasileira. Dentro dessa área, estão representados várias áreas de campos já em produção e alguns poucos pontos representando blocos em fase de exploração. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 100 quilômetros.
Ilustração. Ilustração de uma coluna representando as camadas oceânicas do pré-sal até o nível do mar. De baixo para cima: camada pré-sal, camada de sal, camada pós-sal, camada de água sob a qual há o desenho de duas embarcações. Essa camada de água tem cerca de 2 quilômetros de profundidade. A partir da camada pós-sal até a camada pré-sal, a medida é de 7 a 8 quilômetros. Acompanha texto explicativo: O que é a camada pré-sal? Camada ultraprofunda que fica abaixo de uma espessa acumulação de sal. Reservas de gás e petróleo: As mais importantes reservas de petróleo estão sob essa camada de sal, formada há 100 milhões de anos, no período de separação dos continentes americano e africano. Reservas de gás e petróleo na camada pré-sal.

Fonte: FOLHA de semPaulo, Especial, 21 setembro 2013, página B-2.

Brasil: produção de petróleo por estado (em %) – 2020

Gráfico. Brasil: produção de petróleo por estado, em porcentagem, em 2020. Gráfico circular ou de setores representando a produção de petróleo por estado: Rio de Janeiro: 79 por cento; São Paulo: 9 por cento; Espírito Santo: 8 por cento; Rio Grande do Norte: 1 por cento; outros (Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão e Sergipe): 3 por cento. Os valores foram arredondados.

Fonte: elaborado com base em BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Anuário estatístico brasileiro do petróleo, gás natural e biocombustíveis: 2021. Rio de Janeiro: ANP, 2021. página 79.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Petrobrás

https://oeds.link/EZhFDl

Ao visitar o site, clicando na aba "Nossas Atividades" e, em seguida, na opção “Áreas de Atuação”, você poderá explorar infográficos, mapas, gráficos e animações.

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

O texto a seguir relata o maior desastre ambiental ocorrido no Brasil, iniciado no Quadrilátero Ferrífero, região do estado de Minas Gerais, onde há intensa exploração de minério de ferro, além de ouro e manganês, por empresas nacionais e estrangeiras.

Os rastros de destruição

“No dia 5 de novembro de 2015, rompeu a barragem de Fundão, no município de Mariana, Minas Gerais, Brasil. Milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro […] formaram uma enxurrada de lama que destruiu vilarejos, 349 casas, escolas e igrejas, além de contaminar o Rio Gualaxo do Norte, Rio do Carmo e Rio Doce. Ao todo, 19 pessoas morreram.

[…] O desastre de Mariana representa o triplo recorde mundial da história da mineração: 1. trata-se do derrame de uma quantidade de lama entre 32 e 62 milhões de metros cúbicos, 2. a extensão da destruição ao longo de 680 quilômetros e 3. os danos avaliados entre 5 e 55 bilhões de dólares.

[…]

A enxurrada de lama […] atingiu diretamente o pequeno vilarejo de Bento Rodrigues […] derrubando muros e casas, soterrando ruas e praças, destruindo árvores e pequenos jardins dos moradores, levando os currais e as criações. Quem escutou o barulho lá de longe teve apenas tempo para tentar fugir da lama e salvar a vida dos demais.

[…]

Depois de Bento Rodrigues, a lama destruiu as casas do vilarejo do distrito de Paracatu de Baixo.

Quatorze horas após o rompimento da barragem, a enxurrada de lama, passando por inúmeras casas e sítios, bem como os povoados Pedras e Gesteira, além de outros, chegou ao município vizinho Barra Longa. […] A lama destruiu casas e muros, escolas e igrejas, soterrou ruas e pontes.

[…] A lama seguiu caminho vale abaixo, […]quando atingiu, ao fim, o Rio Doce. A lama, carregada de rejeito de mineração, passou pelas comportas e turbinas da ú agá ê Risoleta Neves, Candonga. Percorreu, nos 17 dias seguintes, os 580 quilômetros restantes do Rio Doce, cruzando os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, até chegar no dia 22 de novembro à praia de Regência, em Linhares, Espírito Santo, foz do Rio Doce no Oceano Atlântico.”

CIDSE. Dossiê “A lama da destruição: a barragem da Samarco que rompeu perto de Mariana – e a longa luta por direito e justiça”, setembro 2017. Disponível em: https://oeds.link/Bll5aN. Acesso em: 3 janeiro 2022.

O rompimento da barragem de Fundão Minas Gerais e o percurso da lama com rejeitos de mineração

Mapa. O rompimento da barragem de Fundão (Minas Gerais) e o percurso da lama com rejeitos de mineração. Mapa de parte da Região Sudeste com destaque para área drenada por vários rios, entre eles Rio Santo Antônio, Rio Doce e Rio do Piranga e algumas localidades. Da barragem do Fundão, a lama segue pelo Rio Doce pelas localidades de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo, Gesteira, Barra Longa, Hidrelétrica Risoleta Neves, proximidades do Parque Estadual do Rio Doce, Barragem da Hidrelétrica de Baguari e Governador Valadares, no estado de Minas Gerais, passando pela localidade de Aimorés e seguindo até a Praia da Regência, ambas no estado do Espírito Santo. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 50 quilômetros.

Fonte: AZEVEDO, Ana Lucia. Os rios que carregam esperança para o Doce. O Globo, 12 dezembro 2016. Disponível em: https://oeds.link/ei64AC. Acesso em: 3 janeiro 2022.

 Interprete

  1. Pesquise informações e imagens sobre o rompimento da barragem de Fundão.
  2. Com ajuda de seu professor, forme um grupo e organize essas informações no formato de um minidocumentário.

Ícone. Seção Mochila de ferramentas.

Mochila de ferramentas

Como interpretar e elaborar um histograma

Inventado pelo matemático britânico carl pirson (1857-1936), o histograma é um tipo de gráfico parecido com o gráfico de colunas. O histograma é usado para representar a distribuição de frequência em uma série de dados. Ele é formado por um conjunto de retângulos, mas, diferentemente do gráfico de colunas, no histograma esses retângulos estão necessariamente justapostos (juntos, grudados), sendo que o eixo horizontal é o eixo dos intervalos de classes e o eixo vertical é o eixo das frequências. Assim, histograma é a representação gráfica da distribuição repetitiva de uma série de dados.

Na tabela, observe os quatro intervalos de classes de idade: de 0 a 29 anos; de 30 a 59 anos; de 60 a 89 anos; de 90 a 119 anos. E, correspondentes a eles, estão as frequências ou os percentuais de pessoas que estavam nesses grupos de idade em 2010, de acordo com a Grande Região.

Ao observar o intervalo de classe de 0 a 29 anos de idade, notamos que um percentual grande de pessoas, em cada Grande Região do Brasil, estava nesse grupo de idade nesse ano. Em relação ao Brasil, observe que a frequência de pessoas que estavam nesse grupo de idade, em 2010, foi de 51%.

Brasil: percentual da população residente segundo os grupos de idade – 2010

Grande Região

De 0 a 29 anos

De 30 a 59 anos

De 60 a 89 anos

De 90 a 119 anos

Norte

60,69

32,50

6,65

0,16

Nordeste

54,76

34,96

9,98

0,30

Sudeste

47,58

40,58

11,62

0,23

Sul

47,51

40,49

11,80

0,20

Centro-Oeste

52,22

39,00

8,64

0,16

Brasil

51,00

38,21

10,55

0,23

Fonte: í bê gê Éponto Censo demográfico 2010: características da população e dos domicílios. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2011. Tabela 1.1.1.

Ao observar o histograma a seguir, notamos que a coluna mais alta (com maior frequência) está à esquerda, ou seja, no grupo de idade de 0 a 29 anos. Assim, concluímos que a maior parte da população da Região Sudeste estava nessa faixa de idade em 2010.

Grande Região Sudeste: percentual da população residente segundo os grupos de idade – 2010

Gráfico. Grande Região Sudeste: percentual da população residente segundo os grupos de idade, em 2010. Gráfico de colunas juntas. No eixo  vertical está a porcentagem e no eixo  horizontal, os grupos de idade. Zero a 29 anos de idade: 48 por cento; 30 a 59 anos de idade: 41 por cento; 60 a 89 anos de idade: 12 por cento; 90 a 119 anos de idade: próximo de zero.

Fonte: í bê gê Éponto Censo demográfico 2010: características da população e dos domicílios. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2011. Tabela 1.1.1.

Como fazer

Com base nos dados da tabela anterior, elabore um histograma da Grande Região em que você vive. Se ela já estiver representada no histograma acima, faça o do Brasil.

Para construir o histograma, devemos considerar os seguintes aspectos:

  1. Na horizontal, as bases dos retângulos têm de representar os intervalos de classes (grupos de idade).
  2. Na vertical, as alturas dos retângulos são proporcionais às frequências das respectivas classes, ou seja, aos percentuais das pessoas que estavam em cada grupo de idade.

No histograma, o que representam os eixos horizontal e vertical?

Versão adaptada acessível

Como fazer

Com base nos dados da tabela anterior, elabore um histograma da Grande Região em que você vive. Para isso, utilize folha de papel em branco, cartolina ou papel pardo e linhas ou barbantes para traçar as linhas do histograma. Se a sua Grande Região já estiver representada no histograma anterior, faça o do Brasil. Para construir o histograma, devemos considerar os seguintes aspectos:

  1. Na horizontal, as bases dos retângulos têm de representar os intervalos de classes (grupos de idade).
  2. Na vertical, as alturas dos retângulos são proporcionais às frequências das respectivas classes, ou seja, aos percentuais das pessoas que estavam em cada grupo de idade.

No histograma, o que representam os eixos horizontal e vertical?

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 23 e 24

Registre em seu caderno.

  1. Sobre a expansão da cafeicultura na província e depois estado de São Paulo, responda às questões a seguir.
    1. Após o desenvolvimento na Depressão Periférica Paulista, a cafeicultura se expandiu sobre qual unidade do relevo paulista e em quais direções?
    2. Cite as condições naturais favoráveis à cafeicultura encontradas nesse tipo de relevo.
    3. Que meio de transporte foi usado para apoiar e estimular o desenvolvimento da cafeicultura?
    4. Quais coberturas vegetais foram devastadas com o avanço da cafeicultura?
  2. Aponte os fatores que foram determinantes, no final do século dezenove, para a formação de um mercado interno significativo no Sudeste e, por conseguinte, para a industrialização.
  3. Quanto às denominadas “ferrovias do café”, responda às questões.
    1. Por que elas estão relacionadas à produção de espaços geográficos?
    2. Cite o papel dessas ferrovias em relação ao desenvolvimento industrial de São Paulo e do Rio de Janeiro.
  4. Explique o que é Produto Interno Bruto e aponte a participação do Sudeste no Píbi total do Brasil.
  5. Em relação à agricultura da Região Sudeste, cite os três principais produtos cultivados em cada um dos estados que compõem a região.
  6. Em grupo, leiam a pergunta e a orientação a seguir. Por que a modernização agrícola do Sudeste é acompanhada de contradições?

• Com a ajuda do professor, elaborem perguntas que sirvam para decompor essa questão em subquestões, ajudando a identificar e explicar essas contradições.

7. Elabore um mapa da divisão política da Grande Região Sudeste do Brasil, aplicando papel vegetal sobre o mapa da página 175. Aplique as coordenadas geográficas, a rosa dos ventos e a escala e, depois, cole-o em seu caderno. Da produção total de café no Brasil, em 2020, que corresponde a mais de 3,7 milhões de toneladas de grãos, a Região Sudeste produziu cêrca de mais de 3,2 milhões de toneladas. Com base no quadro a seguir, represente no mapa que você elaborou a produção de café em toneladas de grãos por estado da Região Sudeste, em 2020.

Região Sudeste: produção de café por estado (em toneladas de grãos) – 2020

Estado

Produção (toneladas de grãos)

Minas Gerais

2.064.687

Espírito Santo

787.628

Rio de Janeiro

21.443

São Paulo

391.041

Fonte: í bê gê Éponto Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 3-19.

8. Com o auxílio das informações do mapa, responda às questões.

Mapa. Mapa da região Sudeste com destaque para símbolos que representam alguns recursos minerais nos estados da região.  
Alumínio (bauxita): estados de São Paulo, Minas Gerais. 
Calcário: estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo.  
Chumbo: estado de Minas Gerais. 
Cobre: estado de São Paulo. 
Cromo: estado de Minas Gerais. 
Diamante: estado de Minas Gerais. 
Estanho (cassiterita): estado de Minas Gerais. 
Ferro: estado de Minas Gerais. 
Fosfato: estados de São Paulo e Minas Gerais.  
Manganês: estados de Minas Gerais e Espírito Santo. 
Níquel: estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. 
Ouro: estado de Minas Gerais. 
Petróleo e gás: estados do Rio de Janeiro (Bacia de Campos) e Espírito Santo. 
Prata: estado de São Paulo. 
Sal marinho: estado do Rio de Janeiro. 
Titânio: estados de São Paulo e Minas Gerais. 
Tório: estado do Espírito Santo. 
Urânio: estado de Minas Gerais. 
Zinco: estados do Espírito Santo e Minas Gerais. No canto superior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 230 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 117.

Versão adaptada acessível

7. Elabore um mapa tátil da Grande Região Sudeste do Brasil com a divisão política entre seus estados. Para isso, materiais como cartolina, papel pardo, barbantes e linhas de diferentes espessuras podem ser utilizados para a representação dos limites da Grande Região e das divisas entre seus estados. Da produção total de café no Brasil, em 2020, que corresponde a mais de 3,7 milhões de toneladas de grãos, a Região Sudeste produziu cerca de mais de 3,2 milhões de toneladas. Represente no mapa tátil a produção de café em toneladas de grãos de acordo com os seguintes dados. Minas Gerais: 2064687 toneladas; Espírito Santo: 787628 toneladas; Rio de Janeiro: 21443; São Paulo: 391041 toneladas. Materiais circulares, como botões de diferentes tamanhos, podem ser utilizados para a representação das diferentes quantidades.

  1. Que título você daria para esse mapa?
  2. Quais estados da Região Sudeste são produtores de petróleo e gás natural?
  3. Em que porção da Região Sudeste, segundo o mapa, é explorada a prata?

9. Observe a reprodução do quadro do pintor Candido Portinari (1903-1962) a seguir. Depois, faça o que se pede.

Pintura. Em primeiro plano, um lavrador de café, homem negro, forte, com lábios grossos, descalço. Ele usa uma camiseta rosada e uma calça branca. Com a mão direita, segura uma enxada apoiada no chão. Seu rosto está de perfil, para o lado esquerdo. Ele está em um terreno onde há pedras e no lado direito, um pedaço de tronco de árvore. Em segundo plano, um terreno de colinas suaves sem plantação. No lado esquerdo há um trilho onde passa um trem. Ao fundo, plantação com as árvores enfileiradas.
O lavrador de café (1934), de Candido Portinari.
  1. Identifique na tela dois elementos relacionados à expansão da cafeicultura na Região Sudeste.
  2. Os cafezais, no Sudeste, foram plantados apenas em terrenos planos? Por quê?
  3. Explique as relações de trabalho e a mão de obra dos cafezais antes e depois da abolição da escravidão.
  1. Você já pensou sobre como a Região Sudeste é representada nos meios de comunicação? Pesquise cinco reportagens sobre essa Grande Região, com fotos, e responda.
    1. Qual é o tema de cada reportagem? Escreva no caderno o título de cada uma delas.
    2. Que características da Grande Região as fotos retratam? Exemplos: atividades econômicas, aspectos naturais, urbanos, rurais, problemas ambientais etcétera
    3. O conjunto de textos e imagens representa a diversidade da Região Sudeste? Explique.
    4. De maneira geral, que aspectos da Região Sudeste poderiam ser abordados pelos meios de comunicação para valorizar a sua diversidade?
  2. Leia o texto a seguir e faça o que se pede.

“[...] De 1892 a 1910, [a cidade de] São Paulo teve sua população aumentada de 764%, isto é, aumentou de .31385 para .239820 habitantes. reticências Nas proximidades das novas linhas de bonde ou das estações de estrada de ferro, ao longo das velhas e tortuosas estradas rurais reticências foram surgindo os glossário bairros operáriosglossário . reticências Enquanto isso, bairros velhos como Bexiga, Bela Vista e Liberdade ganharam cortiços e cortiços de gente que esperava ganhar oportunidade para morar melhor.”

CARONE, Edgard. Movimento operário no Brasil (1877-1944). São Paulo: Difel, 1984. página 37.

  1. A que fato se deve o crescimento da população paulista no final do século dezenove e início do vinte?
  2. Cite o trecho do texto que explicita o problema de moradia gerado pelo rápido crescimento populacional da cidade de São Paulo.

Glossário

Restinga
Faixa de areia depositada paralelamente ao litoral, fechando ou tendendo a fechar uma reentrância da costa, com formações vegetais características.
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Dormente
Peça, em geral de madeira, colocada transversalmente à via, na qual se assentam e se fixam os trilhos das estradas de ferro.
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Aluvião
Detrito ou sedimento, como cascalho, areia e argila, transportado e depositado no leito e nas margens de um rio. O aluvião aurífero corresponde ao aluvião em que se encontra o ouro.
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Zona da Mata Mineira
Porção sudeste do estado de Minas Gerais, correspondente à área mineira da Bacia do Rio Paraíba do Sul, coberta originalmente pela Mata Atlântica e que tem a cidade de Juiz de fóra como principal centro urbano.
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Triângulo Mineiro
Porção sudoeste do estado de Minas Gerais, delimitada pelos rios Grande, Paranaíba e seu afluente Araguari, com vegetação nativa de Cerrado, onde se destacam as cidades de Uberaba, Uberlândia e Araguari como principais centros urbanos.
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Geento
De geada, frio.
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Massapé
Denominação popular para o solo argiloso.
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Soverte
Subverte, modifica, faz desaparecer.
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Ubérrimo
Muito fértil.
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Tressuante
Que exala, transpira.
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Província
Divisão político-administrativa de um país sob a autoridade de um poder central. As províncias do Brasil imperial passaram a ser denominadas estados com a Proclamação da República, em 1889.
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Terra roxa
Solo avermelhado resultante da decomposição de rochas basálticas. O nome deriva de uma adaptação equivocada do termo rossa (vermelha, em italiano), usado em referência a esse solo pelos imigrantes italianos que se dedicaram à agricultura no interior de São Paulo.
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Tecnologias disruptivas
Artefatos ou instrumentos como os drones (do inglês drone, zangão), com softwares (programa de computador, aplicativo) que provocam uma ruptura com os padrões ou modelos já estabelecidos, trazendo melhorias na agilidade, precisão e relação custo-benefício dos processos de trabalho.
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Plataforma continental
Planalto submerso que orla todos os continentes e apresenta declives pouco acentuados até aproximadamente a cota de profundidade de 200 metros.
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Bairro operário
Conjunto de casas construídas perto das fábricas ou próximo a uma região industrial para abrigar os operários dessas empresas.
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