UNIDADE 6 REGIÃO SUDESTE
O Sudeste é a região brasileira mais populosa e povoada. Apresenta a maior taxa de urbanização e se distingue pela importância econômica no país. Entretanto, como outras Grandes Regiões, apresenta graves desigualdades sociais. Nesta Unidade, além dos aspectos apontados, você conhecerá a diversidade das paisagens naturais do Sudeste e o processo histórico de construção de seu espaço geográfico, com ênfase para o desenvolvimento da cafeicultura e da indústria e a importância da imigração.
O trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas () ê éfe vê ême liga as capitais Vitória Espírito Santo e Belo Horizonte Minas Gerais, em um percurso de 905 quilômetros percorrendo trechos do Vale do Rio Doce e atravessando áreas de relevo montanhoso e paisagens de grande importância histórica.
Além desse trem de passageiros, há o de transporte de carga, que escoa principalmente o minério de ferro extraído do estado de Minas Gerais com destino ao Porto de Tubarão, em Vitória, de onde é exportado.
Minas Gerais e Espírito Santo: Estrada de Ferro Vitória a Minas
Fonte: elaborado com base em VALE. Ferrovias. Trem de passageiros da ê éfe vê ême. Disponível em: https://oeds.link/rvd4Ju. Acesso em: 3 fevereiro 2022.
VERIFIQUE SUA BAGAGEM
- O que você sabe sobre a importância econômica e populacional da Região Sudeste?
- Cite pelo menos duas cidades nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo servidas pelo trem de passageiros da ê éfe vê ême.
- Você acha importante um país possuir uma rede densa e eficiente de transporte ferroviário?
PERCURSO 21 REGIÃO SUDESTE: O MEIO NATURAL
1. Apresentação
A Região Sudeste do Brasil, cuja divisão política está representada no mapa, tornou-se desde o século dezoito a região econômica mais dinâmica do país e a principal região de atração populacional, tanto de brasileiros de outras regiões como de estrangeiros. Inicialmente, isso ocorreu graças à atividade mineradora que se desenvolveu nas Minas Gerais, entre o final do século dezessete e parte do século dezoito; depois, na segunda metade do século dezenove e parte do século , vinte em razão da expansão da cafeicultura, e, após 1930, em virtude do desenvolvimento industrial.
O Sudeste é a região mais populosa e povoada do Brasil. Em 1º de julho de 2021, segundo estimativas do , contava í bê gê É..89632912 habitantes, o que correspondia a cêrca de 42 por cento da população total do país naquele ano. Sua densidade demográfica é a mais elevada, 96,9 , contra 4,9 habitantes por quilômetro quadrado habitantes por quilômetro quadrado da Região Norte, 10,4 habitantes por quilômetro quadrado da Região Centro-Oeste, 37,1 habitantes por quilômetro quadrado da Região Nordeste e 52,7 habitantes por quilômetro quadrado da Região Sul.
É também no Sudeste que se situam as duas cidades mais populosas do Brasil, São Paulo (..12396372 habitantes) e Rio de Janeiro (..6775561 habitantes), e o maior parque industrial da América Latina.
Região Sudeste: político e vias de circulação
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta ediçãoSão Paulo: Moderna, 2019. página 153.
Localize, no mapa, as capitais dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo e calcule a distância entre elas em linha reta, em quilômetros.
QUEM LÊ VIAJA MAIS
MORAES, Paulo Roberto; MELLO, Suely A. R. Freire de.
Sudeste: o centro econômico. São Paulo: Harbra, 2009. ( Coleção Redescobrindo o Brasil).
Apresenta uma visão ampla da Região Sudeste e destaca aspectos físicos, históricos, populacionais, culturais, entre outros.
2. Aspectos do meio natural
• Relevo
O Sudeste compreende a maior parte do domínio morfoclimático denominado Domínio dos Mares de Morros, que estudamos no Percurso 4. Esse domínio está inserido na unidade dos Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste. O Sudeste apresenta ainda mais três conjuntos planálticos, duas depressões e a planície litorânea, em terras de várias altitudes.
Região Sudeste: relevo
Fontes: ROSS, Jurandyr L. S. (org.). Geografia do Brasil. sexta edição São Paulo: Edusp, 2011. página 53; FERREIRA, Graça. M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 116.
Região Sudeste: físico
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 152.
Entre a Serra do Mar e a da Mantiqueira, há um vale “cortado” por qual rio?
O traço marcante do relevo é o conjunto de serras de topos arredondados que formam uma paisagem de mar de morros. É esse o caso das serras do Mar, da Mantiqueira (observe a foto A da página seguinte) e do Espinhaço.
Outra característica do relevo do Sudeste, principalmente nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, são os pães de açúcar – formações com cumes arredondados e encostas abruptas (observe a foto B da página seguinte).
• Clima
Os tipos de clima do Sudeste são o clima tropical e o clima subtropical. O tropical apresenta-se dividido em subtipos climáticos:
- tropical com verão úmido e inverno seco, que predomina nas porções norte e leste de Minas Gerais, e oeste do estado de São Paulo;
- tropical de altitude, cuja característica principal são as médias térmicas mensais mais baixas no inverno em virtude do relevo de maior altitude e da penetração da massa de ar Polar atlântica, abrange vasta porção do Sudeste (observe o climograma A, na página seguinte);
- tropical litorâneo úmido, que abrange uma área sujeita aos efeitos da maritimidade e das incursões de massas de ar úmidas provenientes do Oceano Atlântico. Esse subtipo climático se apresenta úmido o ano todo, com precipitações mais elevadas entre novembro e janeiro (observe o climograma B, na página seguinte).
O clima subtropical úmido ocorre na porção do território brasileiro situada ao sul do Trópico de Capricórnio. No Sudeste, ele abrange o sul do estado de São Paulo. O município de São Paulo situa-se sobre o relevo elevado do Sudeste, na área de transição entre o clima tropical de altitude e o clima subtropical úmido. Apresenta .1450 milímetros anuais de precipitação, com concentração das chuvas entre outubro e março, e média térmica anual em torno de 19 grauscélsius. É uma área sujeita à atuação da massa Polar atlântica, o que explica as médias térmicas mais baixas no inverno (observe o climograma C, na página seguinte).
Região Sudeste: climas
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 119 e 153.
Climograma A: Poços de Caldas Minas Gerais
Climograma B: Vitória Espírito Santo
Climograma C: São Paulo São Paulo
Fontes: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 119; MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. pê ponto 170; í bê gê É ponto Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 1-7; PREFEITURA de Poços de Caldas. Geografia. Disponível em: https://oeds.link/GYcWJv. Acesso em: 4 fev. 2022.
Comparando os climogramas B e C, qual das localidades apresenta menores médias de temperatura no inverno? Explique por quê.
• Vegetação
Originalmente, o Sudeste apresentava cinco formações vegetais: a Mata Atlântica e seu prolongamento para o interior, denominada Floresta Tropical ou Mata Tropical, cobrindo vastas extensões dessa região; o Cerrado, dominando a porção central e oeste de Minas Gerais e alguns trechos do estado de São Paulo; a Caatinga, em trechos do norte de Minas Gerais abrangidos pelo clima tropical semiárido; a Mata dos Pinhais, em pequenos trechos do estado de São Paulo; e a Vegetação litorânea, destacando-se nela as existentes nos manguezais e nas restingasglossário .
Todas essas formações vegetais foram, em grande parte, destruídas pela ocupação humana. O avanço das culturas agrícolas – café, algodão, cana-de-açúcar e outras – e da pecuária, somado à extração madeireira, à fundação de cidades e à construção de estradas, reduziu a pequenas áreas as formações vegetais originais. Quanto aos manguezais e às restingas, a urbanização do litoral, acompanhada pela intensa especulação imobiliária, destruiu em larga escala esses ecossistemas.
Região Sudeste: vegetação natural e devastação
Fontes: elaborado com base em CONTI, José Bueno; FURLAN, Sueli Angelo. Geoecologia: o clima, os solos e a biota. In: ROSS, Jurandyr L. S. organização. Geografia do Brasil. sexta edição São Paulo: êduspi, 2011. página 204; í bê gê É ponto Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 100.
Mata Atlântica ou Mata Tropical
Assim como aconteceu na Região Nordeste, com o avanço da cultura da cana-de-açúcar e a multiplicação dos engenhos, a Mata Atlântica foi bastante desmatada também na Região Sudeste, principalmente com a expansão da cafeicultura e das “ferrovias do café”, que usavam a madeira como lenha nas locomotivas e na fabricação de dormentesglossário para fixar os trilhos.
Reconstituição da cobertura vegetal no estado de São Paulo – 1500 a 2004
Fontes: IPT. Mapa geomorfológico do estado de São Paulo. São Paulo: í pê tê, 1981. volume 1. página 5; í bê gê É ponto Atlas nacional do Brasil Milton Santos. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2010. página 88.
Calcula-se que, quando os portugueses chegaram, em 1500, a cobertura florestal do que hoje é o estado de São Paulo estendia-se por 82% de sua área territorial. Com o passar do tempo, com as intervenções humanas, foi reduzida a 7 por cento de sua área original. Em 2020, graças a iniciativas para sua recuperação, chegou a 16,2 por cento.
Árvores como peroba, faveiro, canela, angico, jacarandá, cedro, ipê e muitas outras foram intensamente exploradas. Provavelmente muitas espécies de plantas e de animais foram extintas antes mesmo de serem estudadas por especialistas.
O que sobrou da Mata Atlântica no Sudeste encontra-se geralmente nos trechos de relevo íngreme e de difícil acesso da Serra do Mar e da Mantiqueira e, também, em áreas transformadas em Unidades de Conservação, como é o caso da Estação Ecológica de Jureia-Itatins, no litoral sul do estado de São Paulo, criada em 1986, após um longo processo de mobilização da sociedade civil. Cabe destacar a atuação de organizações não governamentais (ONGs) em prol da Mata Atlântica.
Estado de São Paulo: Mata Atlântica – 2020
Fonte: SOSMA. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica: período 2019-2020. São Paulo: Sosma/ ínpi, 2021. página 63.
NAVEGAR É PRECISO
Fundação ésse ó ésse Mata Atlântica
https://oeds.link/99WPrX
Site destinado à divulgação dos projetos de preservação da Mata Atlântica com exemplos dos programas realizados para a manutenção desse bioma.
• Hidrografia
A Região Sudeste compartilha com as regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste a Região Hidrográfica do Paraná, a Região Hidrográfica do São Francisco, a Região Hidrográfica Atlântico Sudeste (Rio Doce, Rio Paraíba do Sul e Rio Ribeira de Iguape) e a Região Hidrográfica Atlântico Leste (Rio Mucuri e Rio Jequitinhonha). Observe o mapa.
Região Sudeste: regiões hidrográficas
Fonte: í bê gê É ponto Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 105.
Qual é o rio que faz a divisa natural entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul?
As bacias hidrográficas do Sudeste apresentam grande potencial hidrelétrico. Nelas foram construídas várias usinas hidrelétricas que abastecem de energia elétrica não apenas o Sudeste, mas também as regiões Sul e Centro-Oeste.
No Rio Tietê e no Rio Paraná, rios de planalto que formam a Hidrovia Tietê-Paraná, foram construídas eclusas para vencer os desníveis dos cursos fluviais e permitir a navegação (conheça o funcionamento de eclusas no Percurso 31).
PERCURSO 22 REGIÃO SUDESTE: OCUPAÇÃO E POVOAMENTO
1. O início do povoamento
São Vicente, no litoral do que é hoje o estado de São Paulo, foi o primeiro núcleo de povoamento permanente instalado pelos portugueses no Brasil Colônia. Foi fundado em 1532, por Martim Afonso de Sousa, comandante da primeira expedição colonizadora enviada por Portugal. Foram introduzidas na região a criação de animais, a cultura da cana-de-açúcar, a agricultura de subsistência e a produção de açúcar.
Em seguida, os portugueses fundaram outros núcleos de povoamento no litoral do que hoje consideramos a Região Sudeste: Vila Nossa Senhora da Vitória, em 1535, que deu origem ao município de Vila Velha; Todos-os-Santos, em 1546, que originou o município de Santos; Vila Nova do Espírito Santo, em 1551, que se transformou no município de Vitória; São Sebastião, em 1565, fundado por Estácio de Sá (capitão de uma armada portuguesa), que deu origem ao município do Rio de Janeiro, entre outros núcleos.
Após ultrapassar a barreira da Serra do Mar, o padre Manoel da Nóbrega, superior dos jesuítas no Brasil, acompanhado por José de Anchieta e outros padres, ergueu, em janeiro de 1554, um barracão para a catequese dos indígenas que recebeu o nome de Colégio de São Paulo. Localizado no planalto de Piratininga, entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú, afluentes do Rio Tietê, o colégio deu origem à cidade de São Paulo. Assim, o povoamento que antes se restringia ao litoral instalou-se no planalto, permitindo o avanço para o interior do território.
NO SEU CONTEXTO
Você sabe quando teve início a ocupação não indígena da região onde você vive? Você sabe o que motivou essa ocupação?
2. Da Vila de São Paulo para o interior
Durante os séculos dezesseis e dezessete, a Vila de São Paulo manteve-se pobre e isolada das áreas mais dinâmicas da economia do Brasil Colônia, como o Nordeste açucareiro, que liderava a economia. A Vila de São Paulo tinha poucos habitantes, que se dedicavam principalmente à lavoura de subsistência. No entanto, foi nesse período que São Paulo se tornou centro irradiador de bandeiras em direção ao interior com o objetivo de aprisionar indígenas e vendê-los como escravos para as áreas açucareiras do Rio de Janeiro, da Bahia e de Pernambuco. Outras bandeiras se organizaram com o objetivo de descobrir ouro e pedras preciosas, o que ocorreu por volta de 1695, nas Minas Gerais.
Devem-se a essas expedições armadas o início do povoamento do interior e o da construção de espaços geográficos não só no Sudeste, mas também nas atuais regiões Centro-Oeste e Sul.
Bandeiras dos séculos dezessete e dezoito
Fonte: elaborado com base em ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de êti Alagoas ponto Atlas histórico escolar. oitava ediçãoRio de Janeiro: FAE, 1991. página 24.
Identifique dois rios usados pelos bandeirantes nos seus deslocamentos para o interior do território.
3. A mineração e a produção de espaço
Com a descoberta de ouro e pedras preciosas nas Minas Gerais, no final do século dezessete, ocorreu intensa migração de pessoas do Nordeste, de São Paulo e até mesmo de Portugal para a área da mineração.
A região das Minas tornou-se, então, a principal área econômica do Brasil Colônia no final do século dezessete e parte do dezoito. Para ficar mais próximo daquela região, o centro político-administrativo da Colônia foi transferido, em 1763, de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro.
A atividade mineradora nas Minas Gerais deu origem a vilas que se transformaram em cidades. É o caso de São José del Rei, atual Tiradentes; Vila Rica, atual Ouro Preto; Sabará; Ribeirão do Carmo, atual Mariana; Diamantina e outras.
Por volta da segunda metade do século , teve início a decadência da mineração, em virtude, entre outros fatores, do esgotamento dos dezoito aluviõesglossário auríferos.
Com isso, a economia mineira regrediu a um nível de autossubsistência. O espaço geográfico até então aí construído tornou-se uma área de repulsão de população: famílias migraram em busca de solos mais férteis para a prática da agricultura, e muitos se dirigiram para áreas dos atuais estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.
A zona da mineração nas Minas Gerais e seu abastecimento – século dezoito
Fonte: SAGA: a grande história do Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1981. volume 2, página 125.
Identifique as origens dos fluxos representados no mapa. O que transportavam?
NAVEGAR É PRECISO
Atlas Digital da América Lusa
https://oeds.link/AaRsje
Ao acessar este site, você poderá conhecer melhor as vilas e cidades do Brasil Colonial por meio de mapas digitais e textos de apoio.
PAUSA PARA O CINEMA
Ouro Preto: história e cotidiano de um Patrimônio Mundial da Humanidade.
Direção: Álvaro Andrade Garcia. Brasil: ciclópe, 2003. Duração: 54 minutos
O documentário percorre as características da cidade mineira a partir de sua formação, no século XVIII, até os dias atuais.
4. A cafeicultura e a produção de espaços geográficos no Sudeste
Com o declínio da atividade mineradora, buscou-se um produto que pudesse garantir os ganhos na Colônia. O produto encontrado foi o café, planta de origem africana introduzida no Pará em 1727 pelo sargento-mor Francisco de Melo Palheta, com mudas trazidas da Guiana Francesa.
A cafeicultura, porém, não trouxe os resultados esperados pelos produtores nos primeiros anos. A produção de grãos de café começou a crescer somente a partir de 1816. Pouco tempo depois, em 1822, o Brasil conquistou sua independência política em relação a Portugal.
• A expansão da cafeicultura no Sudeste
Na primeira metade do século , dezoito o café passou a ser cultivado no Maranhão e, por volta de 1770, na Bahia. Entretanto, foi no Rio de Janeiro, inicialmente, que a cafeicultura se instalou com êxito.
Foi um belga, conhecido pelo nome de Moke, quem formou o primeiro cafezal nas imediações da cidade do Rio de Janeiro. Tal foi o sucesso da experiência – tanto do ponto de vista da adaptação às condições de solo e clima como dos resultados financeiros – que seu exemplo passou a ser seguido por muitas pessoas.
Desse modo, as imediações da cidade do Rio de Janeiro tornaram-se o centro irradiador da cafeicultura a partir do final do século . dezoito Daí a cultura do café se expandiu, em períodos diferentes, para o Vale do Paraíba, em direção a São Paulo, para a Zona da Mata Mineiraglossário , para terras do Espírito Santo e, bem posteriormente, para o Triângulo Mineiroglossário e outras regiões do Brasil, como é o caso do norte do Paraná e de Mato Grosso.
Expansão da cafeicultura no Sudeste
Fonte: elaborado com base em RODRIGUES, João Antônio. Atlas para estudos sociais. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1977. página 26.
O cultivo do café em Araraquara ( São Paulo) é anterior ou posterior ao cultivo em Juiz de fóra ( Minas Gerais)?
A expansão da cafeicultura do Rio de Janeiro em direção a São Paulo recuperou a economia do Vale do Paraíba, que atingira certo crescimento na fase áurea da mineração das Minas Gerais. Com a cafeicultura se deram, então, a reorganização e a reconstrução do espaço geográfico do Vale do Paraíba. Muitas vilas e cidades até então decadentes voltaram a crescer. É o caso de Vassouras e Valença, no Rio de Janeiro, e Bananal, Areias, Lorena, Guaratinguetá e Taubaté, em São Paulo – cidades que, como outras da região, continuaram a ser, até 1880, grandes produtoras de café.
Por outro lado, o avanço da cafeicultura provocou imensos desmatamentos na Mata Atlântica que cobria o Vale do Paraíba. Era praticada a agricultura itinerante, que, no caso da cafeicultura, se caracterizou pela derrubada da mata, seguida de queimada dos restos da vegetação, limpeza da área e cultivo das mudas. Quando o solo não oferecia mais a produtividade esperada, em virtude de seu esgotamento ou empobrecimento, a área era abandonada e uma nova área era desmatada, repetindo-se o processo.
Assim, a cafeicultura deixou atrás de si destruição ecológica, além de provocar a decadência de muitas cidades, o que levou o escritor Monteiro Lobato a chamá-las de “cidades mortas”. Estas somente se recuperariam por volta de 1940.
NAVEGAR É PRECISO
Plataforma Verri
https://oeds.link/4KsDnK
Acervo de obras que divulga a historiografia do centro-nordeste do estado de São Paulo e cidades limítrofes de Minas Gerais. Neste site, acesse a aba “Biblioteca Geral”, e depois “Café/Ferrovias/Imigração” para consultar livros sobre esse assunto.
Atividades dos percursos 21 e 22
Registre em seu caderno.
- Sobre a Região Sudeste, responda às questões a seguir.
- Qual é a característica marcante do relevo dessa região?
- A que domínio morfoclimático que você estudou no Percurso 4 corresponde grande parte do relevo do Sudeste? Cite alguns impactos ambientais nesse domínio.
- Em relação à Mata Atlântica no estado de São Paulo, responda ao que se pede.
- Em 1500, a Mata Atlântica recobria, percentualmente, quanto do território paulista? E, passados mais de cinco séculos, quanto ela recobre?
- Cite as atividades econômicas que deram início à sua devastação.
- Explique por que a exploração intensa da Mata Atlântica comprometeu possíveis avanços científicos.
- Onde é possível encontrar porções preservadas da Mata Atlântica?
- Cite algumas características das bacias fluviais da Região Sudeste.
- Sobre a atividade mineradora nas Minas Gerais, no final do século dezessete e parte do século , dezoito responda às questões.
- Qual é a relação entre a atividade mineradora e a produção de espaços geográficos? Exemplifique.
- Com a decadência da mineração na segunda metade do século , dezoito quais foram as consequências sociais e econômicas nas Minas Gerais?
- Por meio da agricultura itinerante, a cafeicultura, em sua expansão pelo Vale do Paraíba, produziu efeitos desastrosos sobre o meio natural.
- Explique o que é agricultura itinerante.
- A que efeitos desastrosos sobre o meio natural essa prática deu origem?
- Observe o mapa da página 184, e responda às questões.
- Cite duas cidades do Vale do Paraíba que já cultivavam café no século XIX.
- O centro-oeste paulista passou a cultivar café em que período? Cite dois municípios produtores.
- Observe os mapas a seguir e faça o que se pede.
Povoamento do Brasil – séculos dezessete e dezoito
Fonte dos mapas: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. décima sexta edição São Paulo: Ática, 1998. página 38 e 41.
Nota: nos séculos dezessete e dezoito não havia a divisão política do Brasil que consta nesses mapas. Ela foi incluída apenas para fins didáticos.
- Compare os dois mapas e comente a evolução da ocupação do território brasileiro entre os séculos dezessete e , dezoito com especial atenção à Região Sudeste.
- Que transformações ocorreram na região mineradora de Minas Gerais? Cite cidades que se destacaram nessa região.
- A que você atribui o aumento da população nas Minas Gerais no século dezoito?
8. Observe a imagem reproduzida a seguir e faça o que se pede.
• As monções eram expedições fluviais que partiam do interior de São Paulo em direção a novas zonas de mineração, em áreas que atualmente compõem os estados de Mato Grosso e Goiás. Comente a importância das bandeiras e das monções na produção de espaços geográficos no Brasil.
9. Em 1920, Monteiro Lobato escreveu A onda verde, livro em que expõe sua visão sobre a expansão do café em terras paulistas. Leia o fragmento desse livro e responda às questões.
“A quem viaja pelos sertões do chamado oeste de São Paulo empolga o espetáculo maravilhoso da preamar do café. Aquela onda verde nasceu humilde em terras fluminenses. Tomou vulto, desbordou para São Paulo e, fraldejando a Mantiqueira, veio morrer, detida pela frialdade do clima, à beira da Pauliceia.
Mas não parou. Transpôs o baixadão geentoglossário e foi espraiar-se em Campinas.
Ali começou mestre Café a perceber que estava em casa. Corredor de mundo, viajante exótico vindo darábia ou , provara pelo caminho todos os dáfrica massapésglossário e sondara todos os climas.
[…] Polvo com milhões de tentáculos, o Café rola sobre a mata e a soverteglossário .
Nada o sacia. Já comeu as zonas ubérrimasglossário de Ribeirão Preto, Jaú, São Manuel, Araraquara, os pedaços de ouro de São Paulo, e agora afunda os dentes na carne virgem, tressuanteglossário de seiva, do Paraná e de Mato Grosso. […]”
LOBATO, Monteiro. A onda verde. décima terceira ediçãoSão Paulo: Brasiliense, 1979. página 3 e 5.
- O que o autor do texto descreve?
- Explique o que o autor quis dizer com o trecho “fraldejando a Mantiqueira, veio morrer, detida pela frialdade do clima, à beira da Pauliceia”.
10. Em duplas, realizem uma pesquisa sobre iniciativas promovidas por organizações da sociedade civil voltadas à proteção da biodiversidade e ao desenvolvimento sustentável. Em consenso, escolham uma iniciativa que, na opinião de vocês, seja de grande importância, reúnam informações e apresentem-nas em sala de aula para os colegas.
PERCURSO 23 REGIÃO SUDESTE: A CAFEICULTURA E A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
1. A expansão da cafeicultura em direção ao interior de São Paulo
Chegando às terras mais interiores da provínciaglossário de São Paulo, na primeira metade do século dezenove, a cafeicultura desenvolveu-se amplamente. Por volta de 1840 ocupou terras da Depressão Periférica Paulista (observe o mapa), entre elas a área do atual município de Campinas São Paulo, que se situa na zona de contato entre essa depressão, a oeste, e o Planalto Cristalino ou Oriental, a leste. Depois, avançou para o Planalto Ocidental Paulista, tanto na direção do Rio Grande, na divisa de Minas Gerais, como em direção ao Rio Paraná e ao Rio Paranapanema.
No Planalto Ocidental Paulista, a cafeicultura encontrou condições de clima e solo bastante favoráveis para o seu desenvolvimento: clima tropical, com verão chuvoso e inverno seco, e médias anuais de temperatura superiores a 20 graus Célsius, além de manchas de terra roxaglossário de grande fertilidade.
Assim como aconteceu com os canaviais do Nordeste nos séculos dezesseis e dezessete e também com a expansão da monocultura cafeeira no Vale do Paraíba e na Zona da Mata Mineira, o avanço da cafeicultura no Planalto Ocidental Paulista provocou a devastação de grande parte da cobertura vegetal natural. A Mata Tropical e o Cerrado foram progressivamente substituídos por culturas agrícolas – café (foto da página seguinte), amendoim, cana-de-açúcar etcétera –, pela pecuária e ainda pela urbanização e construção de ferrovias.
Estado de São Paulo: unidades de relevo
Fontes: elaborado com base em í bê gê É ponto Geografia do Brasil: Região Sudeste. Rio de Janeiro: í bê gê É, 1977. volume 3, página 26-27; ROSS, Jurandyr L. S. (org.). Geografia do Brasil. quinta edição São Paulo: Edusp, 2005. página 53.
Nota: Cuesta é uma fórma de relevo constituída por uma sucessão alternada de camadas rochosas (no caso, arenito e basalto) de diferentes resistências ao desgaste pela erosão. Apresenta uma inclinação suave em um de seus lados e, em outro, um córte abrupto que recebe o nome de frente de cuesta.
• Ferrovias, cafeicultura e produção de espaços geográficos
As ferrovias tiveram papel importante na ocupação humana e, por conseguinte, na produção de espaços geográficos no Sudeste, particularmente no estado de São Paulo.
Muitas cidades surgiram ao redor de estações ferroviárias, destinadas a receber a produção cafeeira e outros produtos. É o caso, por exemplo, de Adamantina, Araçatuba, Bauru, Lins, Lucélia, Penápolis, Pompeia, São José do Rio Preto, Tupã e Votuporanga, todas no estado de São Paulo.
Ao mesmo tempo que foram construídas para escoar a produção cafeeira, devemos considerar que as ferrovias foram importantes para a industrialização inicial de São Paulo e do Rio de Janeiro ao propiciar o transporte tanto de matérias-primas para as indústrias como da produção industrial para o interior. Observe a localização das culturas de café ao longo das ferrovias paulistas no mapa.
As ferrovias cumpriram esse papel até, aproximadamente, os anos 1950, quando teve início o desenvolvimento rodoviário, como estudamos no Percurso 11.
Estado de São Paulo: cultura do café ao longo das vias férreas em 1946
Fonte: elaborado com base em MONBEIG, Pierre. Pioneiros e fazendeiros de São Paulo. São Paulo: Hucitec/Polis, 1984. página 28.
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Transcrição do áudio
[LOCUTOR]: A ferrovia e as transformações de uma cidade.
[pausa]
[Nara] Meu nome é Nara, sou geógrafa e moro no município de Ribeirão Preto, no interior do Estado de São Paulo.
[pausa]
[Nara] A origem das ferrovias em Ribeirão Preto e em regiões vizinhas tem uma forte ligação com a expansão do café no Sudeste, entre os séculos XIX e XX. Localizado na porção nordeste do estado de São Paulo, Ribeirão Preto foi fundado em 19 de junho de 1856 e por volta de 1870, quando o pequeno povoado já havia se transformado em uma vila, as primeiras mudas de café chegaram a região.
[Nara] O solo fértil, popularmente chamado de terra roxa, e o clima tropical permitiram que o café se desenvolvesse muito bem por aqui. O impulso à sua produção, entretanto, só ocorreu com o advento das ferrovias, em 1883. A partir daí, esse modal de transporte assumiu um importante papel para a economia regional. Afinal, permitiu que a produção do café fosse escoada, favoreceu a integração com as cidades de Campinas e São Paulo e incentivou o comércio e a urbanização no município. O café produzido em Ribeirão Preto era transportado pelos trilhos da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro até o Porto de Santos. Também por eles viajou e desembarcou a maioria dos imigrantes que se estabeleceram na região para trabalhar na lavoura cafeeira.
[Nara] [tom enfático] E os imigrantes não foram poucos!
[Nara] Para se ter ideia, no início da produção do café, em 1874, a população da cidade era de aproximadamente 5 mil habitantes; cerca de 20 anos depois já havia quase 50 mil habitantes, ou seja, ocorreu um aumento significativo da população nesse período e, com ela, a cidade cresceu e se desenvolveu.
[pausa]
[Nara] A partir de 1929, com o declínio da cafeicultura, as companhias ferroviárias passaram a enfrentar muitas dificuldades. Nas décadas seguintes, o governo brasileiro começou a investir mais no modal rodoviário, como forma de integrar as regiões do país. A escolha das rodovias também está relacionada ao aumento da produção industrial no Brasil, sobretudo no estado de São Paulo. Esse cenário ocasionou mudanças socioeconômicas profundas no território nacional e a desativação de muitas ferrovias no país.
[Nara] Em Ribeirão Preto não foi diferente. Boa parte dos trilhos por onde passaram toneladas de café e milhares de imigrantes encontra-se, hoje, abandonada. Os trilhos ainda ativos são utilizados para o transporte de cargas. Contudo, especialistas consideram que é possível e necessária uma maior integração entre os modais, além do uso mais frequente das ferrovias para transporte de mercadorias e pessoas.
2. A cafeicultura e a imigração estrangeira
Em 1850, com a Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico de pessoas escravizadas da África para o Brasil, o problema da falta de mão de obra para a cafeicultura em expansão se agravou, pois o preço do escravo aumentou para quem desejasse comprá-lo. Esses fatos, somados ao movimento abolicionista, levaram os grandes plantadores de café a pensar se não seria mais conveniente e mais barato empregar trabalhadores livres.
Considerando-se que o número de brasileiros livres nos espaços da cafeicultura era insuficiente para o trabalho nas fazendas, a solução encontrada pelos fazendeiros e pelo governo da época foi buscar mão de obra fóra do Brasil. Agentes enviados para a Europa passaram a divulgar que o Brasil estava precisando de imigrantes para o trabalho na lavoura de café. Criou-se, então, um fluxo migratório para o país, que se acentuou após a abolição da escravidão, em 1888, particularmente para a província de São Paulo (observe o gráfico).
Imigração para a província e o estado de São Paulo – 1870-1940
Fonte: MONBEIG, Pierre. Pioneiros e fazendeiros de São Paulo. São Paulo: Hucitec/Polis, 1984. página 149.
Em que ano ocorreu o maior pico de imigração para o estado de São Paulo?
Imigrantes de várias nacionalidades vieram para São Paulo: espanhóis, portugueses, japoneses, italianos e outros. Os italianos foram os que vieram em maior número. Contribuíram, assim, de fórma significativa, como trabalhadores na cultura cafeeira, para a ocupação do território e a produção de espaços geográficos.
NO SEU CONTEXTO
Sua família é descendente de imigrantes? De qual nacionalidade? Quando vieram para o Brasil e por quê?
PAUSA PARA O CINEMA
O café
Direção: Humberto Mauro Brasil: ênci – Instituto Nacional de Cinema Educativo, 1958. Duração: 33 minutos
Por meio de imagens históricas e de mapas animados, esse documentário conta o percurso do café, desde a origem na África até a chegada e expansão no Brasil.
• Trabalho livre, mercado interno e espaço geográfico
Durante o período da escravidão, o mercado interno de consumo era bastante limitado. Os trabalhadores livres eram em pequeno número e os escravizados não recebiam salário por seu trabalho. Estavam, portanto, impossibilitados de comprar bens ou mercadorias.
Com a expansão das relações assalariadas de trabalho e o estabelecimento dos fluxos imigratórios, essa situação se alterou. Ao receber dinheiro pelo trabalho, o trabalhador passou a consumir e, em consequência, estimulou a produção interna de mercadorias e a industrialização. Além disso, muitos imigrantes trouxeram consigo técnicas de fabricação de variadas mercadorias. Uma parte deles montou oficinas ou pequenas fábricas que ao longo do tempo, em vista do crescimento urbano, transformaram-se em indústrias.
Desse modo, desde o final do século dezenove, começou a se formar um mercado interno de consumo que favoreceu o desenvolvimento urbano, comercial, agrícola, industrial, financeiro (dos bancos) e de prestação de serviços (escolas, hospitais, rede de água e de esgoto, coleta de lixo etcétera). A cafeicultura, com seu dinamismo, movimentou a economia e forneceu o capital financeiro para essas transformações no Sudeste, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro (observe as fotos). Os espaços geográficos, até então produzidos de acordo com uma economia voltada para o mercado externo (espaços extrovertidos), passaram também a ser produzidos para atender às suas próprias necessidades.
QUEM LÊ VIAJA MAIS
BERTONHA, João Fábio.
A imigração italiana no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2004.
Além de tratar do fluxo imigratório italiano para a Região Sul do Brasil e para São Paulo, o autor descreve como era a sociedade na época da chegada desses imigrantes.
PERCURSO 24 REGIÃO SUDESTE: POPULAÇÃO E ECONOMIA
1. População
A Região Sudeste é a mais populosa e povoada do Brasil – em 2021, representava cêrca de 42 por cento da população total do país. Observe no quadro a participação de cada estado na população dessa região.
Estado |
População (hab.) |
Área (km2)** |
Densidade dem. (hab./km2) |
---|---|---|---|
Minas Gerais |
21.411.923 |
586.514 |
36,5 |
Espírito Santo |
4.108.508 |
46.074 |
89,2 |
Rio de Janeiro |
17.463.349 |
43.750 |
399,2 |
São Paulo |
46.649.132 |
248.220 |
187,9 |
Região Sudeste |
89.632.912 |
924.558 |
96,9 |
* Estimativas de 1º julho 2021. ** Valores arredondados.
Fonte: í bê gê É ponto Anuário Estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 1-14. Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2021. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. Disponível em: https://oeds.link/9n7wrh. Acesso em: 7 fevereiro 2022.
O estado de São Paulo destaca-se como o mais populoso do país: de cada 100 habitantes do Brasil, cêrca de 22 vivem nesse estado (22 por cento).
A taxa de urbanização da Região Sudeste é alta – cêrca de 93 por cento de sua população vive em cidades. Aí se situam a Grande Metrópole Nacional, São Paulo (foto); a Metrópole Nacional, Rio de Janeiro; e as Metrópoles Belo Horizonte (MG), Vitória Espírito Santo e Campinas, no interior do estado de São Paulo. A soma dos habitantes dessas regiões metropolitanas correspondia a cêrca de 21 por cento da população total do Brasil, em 2021.
Os indicadores sociais da Região Sudeste se aproximam aos da Região Sul. Compare os dados das regiões apresentados no quadro da página seguinte.
NAVEGAR É PRECISO
Índice de Bem-Estar Urbano
https://oeds.link/kliTAZ
O portal apresenta dados e cartogramas sobre o Índice de Bem-Estar Urbano, que mensura o nível das condições de vida nas cidades brasileiras, em particular nos grandes centros urbanos do país.
Grande Região |
Analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais de idade (%) |
Domicílios com rede geral ou fossa séptica ligada à rede geral (%) |
Mortalidade infantil por mil nascidos vivos (‰) |
---|---|---|---|
Norte |
7,6 |
27,4 |
16,6 |
Nordeste |
13,9 |
47,2 |
15,2 |
Sudeste |
3,3 |
88,9 |
11,9 |
Sul |
3,3 |
68,7 |
10,2 |
Centro-Oeste |
4,9 |
60,0 |
13,0 |
Brasil |
6,6 |
68,3 |
13,3 |
Fonte: í bê gê É ponto Pesquisa nacional por amostra de domicílio contínua anual. Tabelas 7113 e 7192. Disponível em: https://oeds.link/0NQsPB; BRASIL. Boletim epidemiológico. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. volume 52, número 37, outubro 2021. página 5. Disponível em: https://oeds.link/CtexTE. Acessos em: 7 fevereiro 2022.
NO SEU CONTEXTO
Segundo o , í bê gê É saneamento adequado é o “acesso simultâneo aos serviços de abastecimento de água por rede geral no domicílio ou na propriedade, esgotamento sanitário por rede coletora de esgoto ou fossa séptica ligada à rede coletora de esgoto, e lixo coletado direta ou indiretamente”. O município onde você mora possui saneamento adequado?
A Região Sudeste, no entanto, não é um “paraíso”: tem altos índices de violência e uma parcela de sua população convive com falta de infraestrutura e de saneamento básico, principalmente nas regiões metropolitanas.
NO SEU CONTEXTO
No lugar onde você mora, há uma paisagem urbana semelhante a essa da foto?
2. Economia
A participação do Sudeste no Píbi total do Brasil, ou seja, no valor de todos os bens e serviços produzidos no país em um ano, foi de 53%, em 2019. Por estar articulada e integrada não só às demais Grandes Regiões brasileiras como também aos espaços geográficos mundiais, essa região realiza intensas trocas comerciais, fortalecendo sua economia.
Além de ser a região mais industrializada do Brasil, como estudamos no Percurso 9, e de ter um setor de serviços muito diversificado, o Sudeste apresenta atividades agropecuárias e agroindustriais modernas em grandes extensões de terras.
• Agricultura
Nas terras da Região Sudeste cultivam-se vários produtos, destacando-se a cana-de-açúcar, a laranja, o café, o amendoim, a soja, o arroz, o milho, além de outras culturas.
Na região se localizam os três maiores produtores de café do Brasil: Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, cuja produção, além de atender ao mercado interno, é destinada à exportação.
A cultura da laranja é realizada principalmente no estado de São Paulo, onde se destacam os municípios de Matão, Araraquara, Bebedouro e São José do Rio Preto. As indústrias de suco de laranja aí instaladas são determinantes para que o Brasil seja o líder na exportação mundial desse produto.
O Sudeste é o maior produtor nacional de cana-de-açúcar – o estado de São Paulo lidera a produção brasileira de açúcar e a de etanol (álcool combustível para veículos automotores). No interior paulista, os canaviais e as grandes usinas de açúcar e álcool localizam-se principalmente nas proximidades de Ribeirão Preto, Bauru e Piracicaba.
A produção de etanol permitiu ao Brasil desenvolver novas tecnologias agrícolas e industriais. O país ocupa a liderança mundial nesse setor.
A modernização dolorosa
A modernização agrícola do Sudeste apresenta outra face. A mão de obra empregada tanto na colheita de laranja como na de cana-de-açúcar é temporária, frequentemente realizada por boias-frias, originários da Região Nordeste, principalmente.
O córte manual da cana-de-açúcar exige enorme esforço físico, e o trabalhador, submetido a condições desgastantes, é mal remunerado.
Diante dessas condições, explicadas por um modelo de desenvolvimento caracterizado pela exclusão social, o córte manual de cana é uma questão que começou a ser enfrentada pelos governos. No estado de São Paulo, na safra 2007/08, apenas 42 por cento da colheita foi realizada por máquinas, mas, na de 2018/19, atingiu-se mais de 95 por cento de mecanização. Além disso, apesar de toda a modernização e da existência de legislação ambiental específica, a cultura da cana-de-açúcar ainda provoca impactos ambientais, como poluição do ar causada pela queima da palha da cana e poluição dos corpos de água.
NAVEGAR É PRECISO
UNICA – União da Indústria de Cana-de-Açúcar
https://oeds.link/MoASVr
No site da entidade representativa das principais unidades produtoras de açúcar, etanol (álcool combustível) e bioeletricidade, principalmente do Estado de São Paulo, você pode consultar notícias, publicações e o "Observatório da cana", com dados atualizados sobre o setor sucroenergético no Brasil.
Cruzando saberes
Tecnologias disruptivas impactam o agro brasileiro
“O uso de ferramentas, como os veículos aéreos não tripulados ( vantis) são cada vez mais incorporados ao monitoramento da lavoura, transformam a paisagem do campo e mudam a fórma de gerenciá-las, trazem impactos econômicos e ambientais positivos ao agro [agronegócio]. Eles são capazes de ir, observar e coletar informações com seus sensores embarcados, substituir inspeções visuais, que são mais trabalhosas e demoradas e agilizar as tarefas e a tomada de decisões. É o que fazem as chamadas tecnologias disruptivasglossário . reticências
Lúcio André de Castro Jorge, pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), trabalha no desenvolvimento de tecnologias com potenciais disruptivos para as áreas de automação e agricultura de precisão. Especialista em processamento de imagens captadas por diversos tipos de drones, ele estuda o uso desses veículos como método de baixo custo e não destrutivo para a estimativa de pragas, doenças e deficiências nas culturas de algodão, soja, cana-de-açúcar, fruticultura, arroz irrigado e pastagem, além de diferentes sensores. [...]”
EMBRAPA. Tecnologias disruptivas impactam o agro brasileiro. Notícias. 13 abril 2021. Disponível em: https://oeds.link/IBBu7S. Acesso em: 15 fevereiro 2022.
Interprete
1. Com base no texto, identifique algumas vantagens do uso de tecnologias disruptivas na agricultura.
Argumente
2. Por que o uso dessas tecnologias é importante para os agricultores que a aplicam?
Contextualize
3. Na zona rural do município onde você vive é empregada alguma tecnologia disruptiva nas culturas agrícolas? Qual?
• Pecuária
Além da pecuária bovina de córte predominantemente extensiva, praticada sobretudo no norte de Minas Gerais, o Sudeste apresenta várias bacias leiteiras, ou seja, áreas de pecuária intensiva destinadas à produção de leite e seus derivados – queijos, iogurtes etcétera (foto). Dotado de tecnologias adiantadas de produção e de seleção de raças leiteiras, o setor é expressivo na Região Sudeste, com destaque para o Vale do Paraíba, o sul de Minas Gerais, o Triângulo Mineiro e o leste do estado de São Paulo, próximo ao sul de Minas.
• Recursos minerais: o extrativismo mineral
Na estrutura geológica do Sudeste são encontrados vários recursos minerais: urânio, níquel, estanho, chumbo, calcário, cromo, diamante, fósforo, petróleo e outros. Entre eles, destacaremos os minérios de ferro e de manganês e o petróleo.
Os minérios de ferro e de manganês
As principais jazidas de minério de ferro e de manganês da Região Sudeste localizam-se no Quadrilátero Ferrífero ou Central.
Sua exploração destina-se a abastecer as usinas siderúrgicas instaladas no Sudeste ( usiminas, cê ésse êne, cosípa, além de outras), que fabricam aço para atender às indústrias e à construção civil. Opera também na região a Vale, empresa mineradora e exportadora de minério de ferro. O seu transporte do Quadrilátero Ferrífero até o porto de Tubarão, no estado do Espírito Santo, é feito pela Estrada de Ferro Vitória a Minas.
Minas Gerais: Quadrilátero Ferrífero
Fonte: elaborado com base em CANTO, Eduardo Leite do. Minerais, minérios, metais: de onde vêm? Para onde vão? segunda edição São Paulo: Moderna, 2004. página 83.
NO SEU CONTEXTO
Cite um produto que você usa cuja matéria-prima é o ferro.
QUEM LÊ VIAJA MAIS
CANTO, Eduardo Leite do.
Minerais, minérios, metais: de onde vêm? Para onde vão? São Paulo: Moderna, 2004.
Além de discutir os conceitos de mineral, minério e metal, o livro aborda as origens da metalurgia, mostrando aplicações.
O petróleo
Além da bacia petrolífera de Campos, no litoral dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, em 2007 um fato novo e promissor para o Brasil foi a confirmação da Petrobrás de que o campo de petróleo de Tupi, localizado na Bacia de Santos São Paulo, apresenta viabilidade econômica de exploração. A chamada camada do pré-sal, a mais de .6000 metros abaixo do nível do mar, é uma grande jazida petrolífera e de gás natural. Segundo especialistas no setor, o Brasil poderá se tornar um importante exportador de petróleo com a sua exploração.
O Sudeste é o maior produtor de petróleo do Brasil. O estado do Rio de Janeiro liderou, em 2020, a produção regional e nacional, respondendo por 79 por cento da produção no país. Nesse estado, o petróleo é extraído da plataforma continentalglossário e na Bacia de Campos.
Região Sudeste: petróleo no pré-sal nas bacias de Campos e Santos
Fonte: FOLHA de semPaulo, Especial, 21 setembro 2013, página B-2.
Brasil: produção de petróleo por estado (em %) – 2020
Fonte: elaborado com base em BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Anuário estatístico brasileiro do petróleo, gás natural e biocombustíveis: 2021. Rio de Janeiro: ANP, 2021. página 79.
NAVEGAR É PRECISO
Petrobrás
https://oeds.link/EZhFDl
Ao visitar o site, clicando na aba "Nossas Atividades" e, em seguida, na opção “Áreas de Atuação”, você poderá explorar infográficos, mapas, gráficos e animações.
Cruzando saberes
O texto a seguir relata o maior desastre ambiental ocorrido no Brasil, iniciado no Quadrilátero Ferrífero, região do estado de Minas Gerais, onde há intensa exploração de minério de ferro, além de ouro e manganês, por empresas nacionais e estrangeiras.
Os rastros de destruição
“No dia 5 de novembro de 2015, rompeu a barragem de Fundão, no município de Mariana, Minas Gerais, Brasil. Milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro […] formaram uma enxurrada de lama que destruiu vilarejos, 349 casas, escolas e igrejas, além de contaminar o Rio Gualaxo do Norte, Rio do Carmo e Rio Doce. Ao todo, 19 pessoas morreram.
[…] O desastre de Mariana representa o triplo recorde mundial da história da mineração: 1. trata-se do derrame de uma quantidade de lama entre 32 e 62 milhões de metros cúbicos, 2. a extensão da destruição ao longo de 680 quilômetros e 3. os danos avaliados entre 5 e 55 bilhões de dólares.
[…]
A enxurrada de lama […] atingiu diretamente o pequeno vilarejo de Bento Rodrigues […] derrubando muros e casas, soterrando ruas e praças, destruindo árvores e pequenos jardins dos moradores, levando os currais e as criações. Quem escutou o barulho lá de longe teve apenas tempo para tentar fugir da lama e salvar a vida dos demais.
[…]
Depois de Bento Rodrigues, a lama destruiu as casas do vilarejo do distrito de Paracatu de Baixo.
Quatorze horas após o rompimento da barragem, a enxurrada de lama, passando por inúmeras casas e sítios, bem como os povoados Pedras e Gesteira, além de outros, chegou ao município vizinho Barra Longa. […] A lama destruiu casas e muros, escolas e igrejas, soterrou ruas e pontes.
[…] A lama seguiu caminho vale abaixo, […]quando atingiu, ao fim, o Rio Doce. A lama, carregada de rejeito de mineração, passou pelas comportas e turbinas da ú agá ê Risoleta Neves, Candonga. Percorreu, nos 17 dias seguintes, os 580 quilômetros restantes do Rio Doce, cruzando os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, até chegar no dia 22 de novembro à praia de Regência, em Linhares, Espírito Santo, foz do Rio Doce no Oceano Atlântico.”
CIDSE. Dossiê “A lama da destruição: a barragem da Samarco que rompeu perto de Mariana – e a longa luta por direito e justiça”, setembro 2017. Disponível em: https://oeds.link/Bll5aN. Acesso em: 3 janeiro 2022.
O rompimento da barragem de Fundão Minas Gerais e o percurso da lama com rejeitos de mineração
Fonte: AZEVEDO, Ana Lucia. Os rios que carregam esperança para o Doce. O Globo, 12 dezembro 2016. Disponível em: https://oeds.link/ei64AC. Acesso em: 3 janeiro 2022.
Interprete
- Pesquise informações e imagens sobre o rompimento da barragem de Fundão.
- Com ajuda de seu professor, forme um grupo e organize essas informações no formato de um minidocumentário.
Mochila de ferramentas
Como interpretar e elaborar um histograma
Inventado pelo matemático britânico carl pirson (1857-1936), o histograma é um tipo de gráfico parecido com o gráfico de colunas. O histograma é usado para representar a distribuição de frequência em uma série de dados. Ele é formado por um conjunto de retângulos, mas, diferentemente do gráfico de colunas, no histograma esses retângulos estão necessariamente justapostos (juntos, grudados), sendo que o eixo horizontal é o eixo dos intervalos de classes e o eixo vertical é o eixo das frequências. Assim, histograma é a representação gráfica da distribuição repetitiva de uma série de dados.
Na tabela, observe os quatro intervalos de classes de idade: de 0 a 29 anos; de 30 a 59 anos; de 60 a 89 anos; de 90 a 119 anos. E, correspondentes a eles, estão as frequências ou os percentuais de pessoas que estavam nesses grupos de idade em 2010, de acordo com a Grande Região.
Ao observar o intervalo de classe de 0 a 29 anos de idade, notamos que um percentual grande de pessoas, em cada Grande Região do Brasil, estava nesse grupo de idade nesse ano. Em relação ao Brasil, observe que a frequência de pessoas que estavam nesse grupo de idade, em 2010, foi de 51%.
Grande Região |
De 0 a 29 anos |
De 30 a 59 anos |
De 60 a 89 anos |
De 90 a 119 anos |
---|---|---|---|---|
Norte |
60,69 |
32,50 |
6,65 |
0,16 |
Nordeste |
54,76 |
34,96 |
9,98 |
0,30 |
Sudeste |
47,58 |
40,58 |
11,62 |
0,23 |
Sul |
47,51 |
40,49 |
11,80 |
0,20 |
Centro-Oeste |
52,22 |
39,00 |
8,64 |
0,16 |
Brasil |
51,00 |
38,21 |
10,55 |
0,23 |
Fonte: í bê gê É ponto Censo demográfico 2010: características da população e dos domicílios. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2011. Tabela 1.1.1.
Ao observar o histograma a seguir, notamos que a coluna mais alta (com maior frequência) está à esquerda, ou seja, no grupo de idade de 0 a 29 anos. Assim, concluímos que a maior parte da população da Região Sudeste estava nessa faixa de idade em 2010.
Grande Região Sudeste: percentual da população residente segundo os grupos de idade – 2010
Fonte: í bê gê É ponto Censo demográfico 2010: características da população e dos domicílios. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2011. Tabela 1.1.1.
Como fazer
Com base nos dados da tabela anterior, elabore um histograma da Grande Região em que você vive. Se ela já estiver representada no histograma acima, faça o do Brasil.
Para construir o histograma, devemos considerar os seguintes aspectos:
- Na horizontal, as bases dos retângulos têm de representar os intervalos de classes (grupos de idade).
- Na vertical, as alturas dos retângulos são proporcionais às frequências das respectivas classes, ou seja, aos percentuais das pessoas que estavam em cada grupo de idade.
• No histograma, o que representam os eixos horizontal e vertical?
Versão adaptada acessível
Como fazer
Com base nos dados da tabela anterior, elabore um histograma da Grande Região em que você vive. Para isso, utilize folha de papel em branco, cartolina ou papel pardo e linhas ou barbantes para traçar as linhas do histograma. Se a sua Grande Região já estiver representada no histograma anterior, faça o do Brasil. Para construir o histograma, devemos considerar os seguintes aspectos:
- Na horizontal, as bases dos retângulos têm de representar os intervalos de classes (grupos de idade).
- Na vertical, as alturas dos retângulos são proporcionais às frequências das respectivas classes, ou seja, aos percentuais das pessoas que estavam em cada grupo de idade.
No histograma, o que representam os eixos horizontal e vertical?
Atividades dos percursos 23 e 24
Registre em seu caderno.
- Sobre a expansão da cafeicultura na província e depois estado de São Paulo, responda às questões a seguir.
- Após o desenvolvimento na Depressão Periférica Paulista, a cafeicultura se expandiu sobre qual unidade do relevo paulista e em quais direções?
- Cite as condições naturais favoráveis à cafeicultura encontradas nesse tipo de relevo.
- Que meio de transporte foi usado para apoiar e estimular o desenvolvimento da cafeicultura?
- Quais coberturas vegetais foram devastadas com o avanço da cafeicultura?
- Aponte os fatores que foram determinantes, no final do século dezenove, para a formação de um mercado interno significativo no Sudeste e, por conseguinte, para a industrialização.
- Quanto às denominadas “ferrovias do café”, responda às questões.
- Por que elas estão relacionadas à produção de espaços geográficos?
- Cite o papel dessas ferrovias em relação ao desenvolvimento industrial de São Paulo e do Rio de Janeiro.
- Explique o que é Produto Interno Bruto e aponte a participação do Sudeste no Píbi total do Brasil.
- Em relação à agricultura da Região Sudeste, cite os três principais produtos cultivados em cada um dos estados que compõem a região.
- Em grupo, leiam a pergunta e a orientação a seguir. Por que a modernização agrícola do Sudeste é acompanhada de contradições?
• Com a ajuda do professor, elaborem perguntas que sirvam para decompor essa questão em subquestões, ajudando a identificar e explicar essas contradições.
7. Elabore um mapa da divisão política da Grande Região Sudeste do Brasil, aplicando papel vegetal sobre o mapa da página 175. Aplique as coordenadas geográficas, a rosa dos ventos e a escala e, depois, cole-o em seu caderno. Da produção total de café no Brasil, em 2020, que corresponde a mais de 3,7 milhões de toneladas de grãos, a Região Sudeste produziu cêrca de mais de 3,2 milhões de toneladas. Com base no quadro a seguir, represente no mapa que você elaborou a produção de café em toneladas de grãos por estado da Região Sudeste, em 2020.
Estado |
Produção (toneladas de grãos) |
---|---|
Minas Gerais |
2.064.687 |
Espírito Santo |
787.628 |
Rio de Janeiro |
21.443 |
São Paulo |
391.041 |
Fonte: í bê gê É ponto Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 3-19.
8. Com o auxílio das informações do mapa, responda às questões.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 117.
Versão adaptada acessível
7. Elabore um mapa tátil da Grande Região Sudeste do Brasil com a divisão política entre seus estados. Para isso, materiais como cartolina, papel pardo, barbantes e linhas de diferentes espessuras podem ser utilizados para a representação dos limites da Grande Região e das divisas entre seus estados. Da produção total de café no Brasil, em 2020, que corresponde a mais de 3,7 milhões de toneladas de grãos, a Região Sudeste produziu cerca de mais de 3,2 milhões de toneladas. Represente no mapa tátil a produção de café em toneladas de grãos de acordo com os seguintes dados. Minas Gerais: 2064687 toneladas; Espírito Santo: 787628 toneladas; Rio de Janeiro: 21443; São Paulo: 391041 toneladas. Materiais circulares, como botões de diferentes tamanhos, podem ser utilizados para a representação das diferentes quantidades.
- Que título você daria para esse mapa?
- Quais estados da Região Sudeste são produtores de petróleo e gás natural?
- Em que porção da Região Sudeste, segundo o mapa, é explorada a prata?
9. Observe a reprodução do quadro do pintor Candido Portinari (1903-1962) a seguir. Depois, faça o que se pede.
- Identifique na tela dois elementos relacionados à expansão da cafeicultura na Região Sudeste.
- Os cafezais, no Sudeste, foram plantados apenas em terrenos planos? Por quê?
- Explique as relações de trabalho e a mão de obra dos cafezais antes e depois da abolição da escravidão.
- Você já pensou sobre como a Região Sudeste é representada nos meios de comunicação? Pesquise cinco reportagens sobre essa Grande Região, com fotos, e responda.
- Qual é o tema de cada reportagem? Escreva no caderno o título de cada uma delas.
- Que características da Grande Região as fotos retratam? Exemplos: atividades econômicas, aspectos naturais, urbanos, rurais, problemas ambientais etcétera
- O conjunto de textos e imagens representa a diversidade da Região Sudeste? Explique.
- De maneira geral, que aspectos da Região Sudeste poderiam ser abordados pelos meios de comunicação para valorizar a sua diversidade?
- Leia o texto a seguir e faça o que se pede.
“[...] De 1892 a 1910, [a cidade de] São Paulo teve sua população aumentada de 764%, isto é, aumentou de .31385 para .239820 habitantes. reticências Nas proximidades das novas linhas de bonde ou das estações de estrada de ferro, ao longo das velhas e tortuosas estradas rurais reticências foram surgindo os glossário bairros operáriosglossário . reticências Enquanto isso, bairros velhos como Bexiga, Bela Vista e Liberdade ganharam cortiços e cortiços de gente que esperava ganhar oportunidade para morar melhor.”
CARONE, Edgard. Movimento operário no Brasil (1877-1944). São Paulo: Difel, 1984. página 37.
- A que fato se deve o crescimento da população paulista no final do século dezenove e início do vinte?
- Cite o trecho do texto que explicita o problema de moradia gerado pelo rápido crescimento populacional da cidade de São Paulo.
Glossário
- Restinga
- Faixa de areia depositada paralelamente ao litoral, fechando ou tendendo a fechar uma reentrância da costa, com formações vegetais características.
- Voltar para o texto
- Dormente
- Peça, em geral de madeira, colocada transversalmente à via, na qual se assentam e se fixam os trilhos das estradas de ferro.
- Voltar para o texto
- Aluvião
- Detrito ou sedimento, como cascalho, areia e argila, transportado e depositado no leito e nas margens de um rio. O aluvião aurífero corresponde ao aluvião em que se encontra o ouro.
- Voltar para o texto
- Zona da Mata Mineira
- Porção sudeste do estado de Minas Gerais, correspondente à área mineira da Bacia do Rio Paraíba do Sul, coberta originalmente pela Mata Atlântica e que tem a cidade de Juiz de fóra como principal centro urbano.
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- Triângulo Mineiro
- Porção sudoeste do estado de Minas Gerais, delimitada pelos rios Grande, Paranaíba e seu afluente Araguari, com vegetação nativa de Cerrado, onde se destacam as cidades de Uberaba, Uberlândia e Araguari como principais centros urbanos.
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- Geento
- De geada, frio.
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- Massapé
- Denominação popular para o solo argiloso.
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- Soverte
- Subverte, modifica, faz desaparecer.
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- Ubérrimo
- Muito fértil.
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- Tressuante
- Que exala, transpira.
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- Província
- Divisão político-administrativa de um país sob a autoridade de um poder central. As províncias do Brasil imperial passaram a ser denominadas estados com a Proclamação da República, em 1889.
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- Terra roxa
- Solo avermelhado resultante da decomposição de rochas basálticas. O nome deriva de uma adaptação equivocada do termo rossa (vermelha, em italiano), usado em referência a esse solo pelos imigrantes italianos que se dedicaram à agricultura no interior de São Paulo.
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- Tecnologias disruptivas
- Artefatos ou instrumentos como os drones (do inglês drone, zangão), com softwares (programa de computador, aplicativo) que provocam uma ruptura com os padrões ou modelos já estabelecidos, trazendo melhorias na agilidade, precisão e relação custo-benefício dos processos de trabalho.
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- Plataforma continental
- Planalto submerso que orla todos os continentes e apresenta declives pouco acentuados até aproximadamente a cota de profundidade de 200 metros.
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- Bairro operário
- Conjunto de casas construídas perto das fábricas ou próximo a uma região industrial para abrigar os operários dessas empresas.
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