UNIDADE 8 REGIÃO CENTRO-OESTE

Nesta Unidade, você viajará para a Região Centro-Oeste do Brasil. Logo de partida, conhecerá a diversidade dos aspectos naturais e o processo de ocupação e produção de espaços geográficos nessa Grande Região. Perceberá que, nos últimos anos, ocorreu uma diversificação das atividades econômicas no Centro-Oeste, resultante de investimentos dirigidos para outros setores além do agropecuário. Descobrirá também que ela enfrenta um grande desafio: o de assegurar a expansão da economia com a necessidade de preservação do meio ambiente.

Brasília, capital do Brasil, e Goiânia, capital do estado de Goiás, são cidades planejadas.

Fotografia. Em primeiro plano, vista de um parque com um lago cercado de árvores. Em segundo plano, diversos prédios.
Parque Lago das Rosas na cidade de Goiânia, Goiás (2021).
Fotografia. Vista de uma grande escultura de duas pessoas com corpos finos e cabeças pequenas, em cor cinza. Elas seguram uma vara fina e longa, que está posicionada ao lado do corpo. Ao fundo, um prédio de vidro e pilares brancos, além de árvores.
Os candangos, de Bruno Giorgi, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, Distrito Federal (2019).

Brasília, inaugurada em 1960, e Goiânia, em 1937, apresentaram nos últimos anos grande crescimento populacional – observe o gráfico – e se tornaram um marco para a interiorização do povoamento do Brasil. Goiânia se destaca, entre outros fatores, por ser a cidade mais arborizada do país, dentre as com mais de 1 milhão de habitantes.

Brasília e Goiânia: população (em milhares de habitantes) – 1960-2021

Gráfico. Brasília e Goiânia: população (em milhares de habitantes) - de 1960 a 2021.
Gráfico de linha mostrando, no eixo vertical esquerdo, valores de 0 a 3.500 milhares de habitantes e, no eixo horizontal, os anos, que variam de 1960 a 2021. Os dados de 2021 são estimativas com valores arredondados. 
Brasília: 1960 154 mil habitantes. 1970 550 mil habitantes. 1980 um milhão e 250 mil habitantes. 1991 um milhão e 600 mil habitantes. 2000 dois milhões e 50 mil habitantes. 2010 dois milhões e 550 mil habitantes. 2021 três milhões e 94 mil habitantes.
Goiânia: 1960 142 mil habitantes. 1970 400 mil habitantes. 1980 750 mil habitantes. 1991 950 mil habitantes. 2000 um milhão e 100 mil habitantes. 2010 um milhão e 300 mil habitantes. 2021 um milhão e 556 mil habitantes.

Fontes: í bê gê Éponto Sinopse do censo demográfico 2010. Disponível em: https://oeds.link/IoSP0v; í bê gê É Cidades@. Disponível em: https://oeds.link/EmfSKk. Acessos em: 11 fevereiro 2022.

Ícone. Seção Verifique sua bagagem.

VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. Você sabe que fatores contribuíram para que a interiorização do povoamento chegasse ao Centro-Oeste? Comente esse processo.
  2. Goiânia era a cidade mais populosa da Região Centro-Oeste em 1960. Após esse ano outra cidade passou a superá-la em número de habitantes, como mostra o gráfico. O que explica essa mudança?

PERCURSO 29 REGIÃO CENTRO-OESTE: LOCALIZAÇÃO E MEIO NATURAL

1. Apresentação

Entre as Grandes Regiões do Brasil, a Centro-Oeste é a única que não é banhada pelo Oceano Atlântico, sendo a mais interiorizada do território brasileiro.

O Centro-Oeste é a segunda Grande Região do Brasil em área territorial: com ..1606359 quilômetros quadrados de extensão, é superada apenas pela Região Norte. Em 1º de julho de 2021, a população estimada da Região Centro-Oeste era de ..16707336 habitantes, o que a colocava como a menos populosa entre as regiões do Brasil. É nela que se localiza Brasília, a capital político-administrativa de nosso país.

Desde o século dezesseis até meados do século vinte, a Região Centro-Oeste manteve-se pouco povoada e pouco articulada com as demais regiões brasileiras. Nela predominavam, de modo geral, os espaços geográficos voltados para si próprios. Somente a partir das décadas de 1940 e 1950 passou a ser mais povoada, em razão da construção de rodovias e da expansão da fronteira agropecuária em seu território por meio da implantação de fazendas de gado e agrícolas, sítios etcétera

Região Centro-Oeste: político e vias de circulação

Mapa. Região Centro-Oeste: político e vias de circulação.  
Mapa político da Região Centro-Oeste indicando os estados e suas respectivas capitais, além das cidades principais, cidades importantes, rodovias pavimentadas, rodovias sem pavimentação e ferrovias. Estado: Mato Grosso. Capital: Cuiabá. Cidade principal: Rondonópolis. Cidade importante: Sinop.
Estado: Mato Grosso do Sul. Capital: Campo Grande. Cidade principal: Dourados. Cidades importantes: Corumbá, Aquidauana, Ponta Porã, Fátima do Sul, Paranaíba.
Estado: Goiás. Capital: Goiânia. Cidade principal: Anápolis. Cidades importantes: Ceres, Luziânia, Iporá, Jataí, Rio Verde, Itumbiara.
Unidade da Federação: Distrito Federal. Capital federal: Brasília. 
Rodovias pavimentadas: diversas rodovias interligando os três estados da Região Centro-Oeste e o Distrito Federal, além de outros estados brasileiros. Principais rodovias: BR-163 caminhos para Assunção, ao sul, e Santarém, ao norte; BR-262 e BR-153, caminhos para São Paulo; BR-262, caminhos para La Paz; BR-040, caminhos para Belo Horizonte; BR-02, caminhos para Salvador; BR- 158, caminhos para Belém; BR-364, caminhos para Porto Velho.
Rodovias sem pavimentação: trechos de rodovias sem pavimentação no norte do Mato Grosso. 
Ferrovias: concentradas na porção centro-sul de Mato Grosso do Sul e na porção leste de Goiás, em conexão com Brasília.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 220 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta ediçãoSão Paulo: Moderna, 2019. página 157.

Grafismo indicando atividade.

Que unidades da federação fazem parte da Região Centro-Oeste?

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

MORAES, Paulo Roberto; MELLO, Suely A. R. Freire de.

Região Centro-Oeste. São Paulo: Harbra, 2009. Expedição Brasil).

Oferece uma visão ampla da Região Centro-Oeste, apresentando aspectos físicos, históricos, populacionais e culturais, entre outros, por meio de uma linguagem acessível e com ilustrações que apoiam a compreensão do tema.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Três chapadas e um balão.

Direção: Maurício Dias. Brasil: Grifa Cinematográfica, 1998. Duração: 52 minutos

Viaje com o documentário sobre duas chapadas da Região Centro-Oeste (a dos Veadeiros e a dos Guimarães) e outra da Região Nordeste, na Bahia (a Chapada Diamantina), e suas comunidades, filmadas de dois balões de ar quente.

2. Aspectos do meio natural

A Região Centro-Oeste apresenta paisagens naturais diversas. No mapa A, consulte as altitudes do relevo e a hidrografia da região.

Região Centro-Oeste: físico

Mapa A. Região Centro-Oeste: físico. Representação dos picos mais elevados, das áreas alagadas, das principais represas, além das altitudes em metros. Picos: Chapada dos Veadeiros, 1.691 metros; Pirineus, 1.395 metros. Áreas alagadas: toda a Planície do Pantanal, em uma faixa que abrange o oeste do Mato Grosso do Sul e o sudoeste do Mato Grosso, uma porção do nordeste do Mato Grosso, em um trecho do Rio Araguaia, além de faixas de estados que não fazem parte do Centro-Oeste, como oeste do Tocantins e o sul de Rondônia, e que se estendem por outros países (leste da Bolívia e do Paraguai). Represas: Porto Primavera, Jupiá, Ilha Solteira, São Simão, Itumbiara, Emborcação, Serra da Mesa. Altitudes (em metros): representação da variação altimétrica do relevo continental da Região Centro-Oeste. As maiores altitudes, que variam de 800 a 1.200 metros, são representadas pelas serras, concentradas no estado de Goiás, com destaque para a Serra Geral de Goiás, Serra dos Pirineus, Serra das Divisões, Serra do Caiapó; e na porção sul do Mato Grosso, com destaque para a Serra da Estrela. As altitudes que variam entre 500 e 800 metros margeiam essas serras e é onde encontra-se a capital Goiânia. As altitudes que variam de 200 a 500 metros aparecem nas porções centro-norte do Mato Grosso e na maior parte do faixa leste do Mato Grosso do Sul. As menores altitudes, entre 0 e menos de 200 metros estão localizadas nas porções sudoeste do Mato Grosso e a capital Cuiabá, além de oeste do Mato Grosso do Sul, com destaque para a faixa que abrange a Planície do Pantanal. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 200 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 156.

Relevo

No Centro-Oeste predominam terras com altitudes entre 200 e 500 metros. As terras mais elevadas são encontradas no estado de Goiás, como a Serra dos Pireneus e a Chapada dos Veadeiros.

Entre as terras de baixas altitudes, de 100 a 200 metros, destaca-se a área do Pantanal Mato-Grossense, na porção sudoeste da região.

As unidades do relevo

Quanto ao relevo, predominam no Centro-Oeste os planaltos e as chapadas, que compõem as unidades dos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná e dos Planaltos e Chapadas dos Parecis (mapa B). Essas formações são tradicionalmente agrupadas sob a denominação geral de Planalto Central do Brasil. Brasília está situada a .1171,8 métros de altitude, em uma das chapadas de Goiás.

As depressões abrangem menores extensões. Destacam-se a Depressão do Tocantins e a Depressão Marginal Sul-Amazônica, que se estende desde o norte de Mato Grosso até o vale do Rio Amazonas, na Região Norte.

As planícies ocupam a área do Pantanal e são representadas pela Planície e Pantanal do Rio Guaporé, pela Planície e Pantanal do Rio Paraguai e por um trecho da Planície do Rio Araguaia.

Região Centro-Oeste: relevo

Mapa B. Região Centro-Oeste: relevo. Representação das unidades de relevo da região: planaltos, depressões e planícies. Planaltos Residuais Sul-Amazônicos: pequenas manchas localizadas no noroeste do Mato Grosso. Planaltos e Chapadas dos Parecis: ocupam uma extensa faixa da porção central do Mato Grosso, atravessando o estado de oeste à leste. Serras Residuais do Alto Paraguai: abrangem uma faixa do Sul do Mato Grosso e uma porção do sudoeste de Mato Grosso do Sul. Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba: localizam-se no extremo nordeste de Goiás. Planaltos e Serras de Goiás-Minas: ocorrem em porções do centro e do leste de Goiás, passando pelo Distrito Federal. Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná: extensa mancha que ocorre no sudeste de Mato Grosso, no sul de Goiás e no leste de Mato Grosso do Sul. Depressão Marginal Sul-Amazônica: ocupa uma extensa faixa que recobre o norte de Mato Grosso. Depressão Cuiabana: ocorre em uma estreita porção do sul de Mato Grosso. Depressões do Alto Paraguai-Guaporé: ocorre em uma faixa da porção sudoeste do Mato Grosso. Depressão do Miranda: ocorre em uma estreita porção do sul de Mato Grosso do Sul. Depressão do Araguaia: abrange o noroeste de Goiás e o leste do Mato Grosso. Depressão do Tocantins: avança sobre a porção norte de Goiás. Planície do Rio Araguaia: abrange uma pequena faixa do noroeste de Goiás e o extremo leste do Mato Grosso. Planície e Pantanal do Rio Guaporé: mancha que abrange uma extensa faixa do oeste de Mato Grosso do Sul e uma pequena faixa do sudoeste do Mato Grosso. Planície e Pantanal do Rio Paraguai ou Mato-Grossense: ocorre no extremo sudoeste do Mato Grosso. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 270 quilômetros.

Fontes: Rós Jurandir L. S. (organizador). Geografia do Brasil. sexta edição São Paulo: êduspi, 2011. página 53; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 116.

Hidrografia, relevo e povoamento

Consultando o mapa, percebemos que os rios da Região Centro-Oeste correm em várias direções. Isso acontece porque o relevo da região fórma rios divisores de água.

Na Região Centro-Oeste encontramos nascentes de rios que formam quatro regiões hidrográficas brasileiras. Alguns afluentes e subafluentes do Rio Amazonas, como o Rio Xingu e os rios Juruena e Teles Pires – que formam o Rio Tapajós –, nascem em Mato Grosso. Da mesma fórma, é no Centro-Oeste que nascem afluentes da margem direita do Rio Paraná e afluentes da margem esquerda do Rio Paraguai, além dos rios formadores da região hidrográfica do Tocantins-Araguaia.

Fotografia. Vista de um extenso rio, ao centro, com vegetação densa formada por árvores em suas margens. Na parte direita da imagem, ao fundo e mais distante da margem, a vegetação é rasteira, há árvores dispersas e uma parte do solo está exposta. Uma pequena embarcação passa pelo rio.
Trecho do Rio Araguaia no município de Aragarças, Goiás (2021).

Essa rica rede hidrográfica oferece a possibilidade de navegação, de irrigação de terras, de produção de energia elétrica e de fornecimento de alimentos. Os rios que a formam desempenharam, nos séculos anteriores, o papel importante de vias de acesso para o povoa­mento regional.

Região Centro-Oeste: regiões hidrográficas

Mapa. Região Centro-Oeste: regiões hidrográficas.
Mapa com destaque para as regiões hidrográficas do Centro-Oeste. 
Região hidrográfica Amazônica: abrange todo o Mato Grosso, com exceção de faixas das porções sul e leste do estado.
Região hidrográfica Tocantins-Araguaia: abrange o leste de Mato Grosso e as porções oeste e norte de Goiás.
Região hidrográfica Paraguai: abrange o sul do Mato Grosso e o centro-oeste do Mato Grosso do Sul.
Região hidrográfica Paraná: abrange o sul e o leste de Goiás e o centro-leste do Mato Grosso do Sul, passando pelo Distrito Federal.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 160 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Atlas geográfico escolar. oitava ediçãoRio de Janeiro: í bê gê É 2018. página 105.

Grafismo indicando atividade.

Em que regiões hidrográficas se localizam as capitais dos estados da Região Centro-Oeste?

Ícone. Seção Navegar é preciso.

Navegar é preciso

ãna – Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia

https://oeds.link/xsmtDJ.

No site da Agência Nacional de Águas (ãna), você poderá obter informações físicas e sociais sobre essa região hidrográfica e conhecer o mapa completo dela.

Clima

Com exceção de uma pequena porção do território do estado de Mato Grosso do Sul, que se encontra ao sul do Trópico de Capricórnio, a Região Centro-Oeste localiza-se na zona tropical. Essa posição geográfica e as altitudes modestas do relevo, que facilitam a circulação atmosférica, ou seja, não constituem obstáculos para o deslocamento de massas de ar, conferem o clima tropical, com verão úmido e inverno seco, à maior parte de seu território.

As áreas no norte de Mato Grosso são dominadas pelo clima equatorial úmido – o mesmo clima da Amazônia. Nesse local, as temperaturas são elevadas no decorrer de todo o ano e o período de sêca é curto, cêrca de 2 a 3 meses durante o inverno. É uma sub-região sob influência da massa Equatorial continental massa de ar quente e úmida que se forma na Amazônia Ocidental.

Região Centro-Oeste: climas

Mapa. Região Centro Oeste: climas.
Mapa com destaque para a Região Centro Oeste e os climas predominantes em suas unidades da federação. A área de ocorrência dos climas está representada por manchas de cores diferentes.  
Clima Equatorial úmido, em laranja escuro: predomina na porção norte do estado de Mato Grosso. 
Clima Tropical, em laranja: predomina nas porções central e sul do Mato Grosso, em todo o estado de Goiás e no Distrito Federal e em quase todo o estado do Mato Grosso do Sul. 
Clima Subtropical, em laranja claro: ocorre no extremo sul do Mato Grosso do Sul. 
No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 230 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 119.

Durante o inverno do Hemisfério Sul, a área do Centro-Oeste de clima tropical permanece sob a influência da massa Polar atlântica Entretanto, essa massa de ar se apresenta bastante alterada quanto às suas características iniciais. Nessa região – como também em partes da Região Sudeste –, a massa Polar atlântica torna-se a responsável pelas baixas umidades relativas do ar nos meses de inverno, pois quando aí chega já é uma massa de ar sêca. A umidade relativa é a proporção da quantidade de vapor de água presente em determinado volume de ar, em dado momento, em relação à quantidade máxima de vapor de água que esse volume de ar pode conter, na temperatura desse momento. Geralmente, seu valor é expresso em porcentagem.

No Centro-Oeste, é comum que a umidade relativa do ar atinja pontos críticos, abaixo de nos meses de inverno. Nessas condições, os problemas respiratórios da população se agravam, principalmente em idosos e crianças. Tal situação leva escolas a suspender aulas e a população é orientada a moderar as atividades físicas e beber muita água para hidratar o organismo.

Consulte no climograma de Brasília como são bem definidos o período chuvoso e o de sêca.

Quanto às médias térmicas mensais, as diferenças entre as do inverno e as do verão não são pronunciadas.

Brasília (Distrito Federal): climograma

Gráfico. Brasília, Distrito Federal: climograma.  
Gráfico de barras para representar a precipitação média, em milímetros, e de linha para representar a evolução da temperatura média, em graus Celsius, na cidade de Brasília. 
No eixo vertical à esquerda, estão os valores de precipitação, de 0 a 400 milímetros, em intervalos de 100. No eixo vertical da direita, estão os valores de temperatura, em graus Celsius, de 0 a 40, em intervalos de 10. No eixo horizontal, estão os meses do ano.
Janeiro: precipitação: 250 milímetros; temperatura: 21 graus Celsius. 
Fevereiro: precipitação: 200 milímetros; temperatura: 20 graus Celsius. 
Março: Precipitação: 180 milímetros; temperatura: 21 graus Celsius. 
Abril: precipitação: 130 milímetros; temperatura:  20 graus Celsius. 
Maio: precipitação: 30 milímetros; temperatura: 19 graus Celsius. 
Junho: precipitação: 5 milímetros; temperatura: 18 graus Celsius.
Julho: precipitação: 10 milímetros; temperatura: 18 graus Celsius. 
Agosto: precipitação: 10 milímetros; temperatura: 19 graus Celsius. 
Setembro: precipitação: 50 milímetros; temperatura: 21 graus Celsius. 
Outubro: precipitação: 170 milímetros; temperatura: 21 graus Celsius. 
Novembro: precipitação: 230 milímetros; temperatura: 22 graus Celsius. 
Dezembro: precipitação: 250 milímetros; temperatura: 20 graus Celsius. 
Latitude: 15 graus Sul. Longitude: 47 graus Oeste. Altitude: 1.171,8 metros.

Fontes: Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em: https://oeds.link/WmugxG. Acesso em: 11janeiro 2022; í bê gê Éponto Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É 2021. página 1-7.

Grafismo indicando atividade.

Em que meses do ano o período seco em Brasília é mais acentuado?

Vegetação nativa

Originalmente, a porção norte da Região Centro-Oeste era recoberta: pela Floresta Amazônica; pela Mata Atlântica (Tropical), acompanhando vários vales fluviais da região; pelo Cerrado, cobrindo grandes trechos de Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso; e pela vegetação do Pantanal, denominada Complexo do Pantanal. Consulte, no mapa, a vegetação natural e a área devastada da região.

Região Centro-Oeste: vegetação natural e devastação

Mapa. Região Centro-Oeste: vegetação natural e devastação. 
Mapa com destaque para a Região Centro Oeste e a distribuição dos tipos de vegetação natural e de áreas devastadas nas unidades da federação que a compõem. Cada tipo de vegetação é representado por uma cor e as áreas devastadas estão hachuradas.
Floresta Amazônica, em verde escuro: predomina na porção norte e oeste do estado de Mato Grosso. 
Mata Atlântica, na cor verde claro: faixa estreita no centro e na porção sudeste do estado de Goiás e em quase toda a extensão da área próxima à divisa de Mato Grosso do Sul com os estados do Paraná e São Paulo.  
Cerrado, na cor laranja: predomina em todo o Distrito Federal, em quase todo o estado de Goiás, porção central, leste e parte do sul de Mato Grosso e porção central e nordeste do Mato Grosso do Sul. 
Complexo do Pantanal, na cor rosa: predomina na porção oeste e noroeste do Mato Grosso do Sul e na porção sudoeste de Mato Grosso, chegando a Cuiabá. 
Área devastada: maior parte do estado de Goiás, do Distrito Federal, do estado de Mato Grosso e da porção centro e leste do Mato Grosso do Sul. No Complexo do Pantanal há poucas áreas devastadas. 
No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 170 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em CONTI, José Bueno; FURLAN, Sueli Angelo. Geoecologia: o clima, os solos e a biota. In: Rós Jurandir L. S. (Organização.). Geografia do Brasil. sexta edição São Paulo: êduspi, 2011. página 204; í bê gê Éponto Atlas geográfico escolar. oitava ediçãoRio de Janeiro: í bê gê É 2018. página 100.

Grafismo indicando atividade.

Comente as alterações na cobertura vegetal da Região Centro-Oeste.

Quando estudamos os domínios morfoclimáticos, conhecemos algumas características da Floresta Amazônica, da vegetação do Pantanal e do Cerrado e os impactos ambientais sobre esses domínios. Sugerimos que você releia o assunto no Percurso 4 da Unidade 1.

A expansão da fronteira agropecuária na região modificou a paisagem do Centro-Oeste nos últimos 50 anos. Atualmente, grandes fazendas de gado substituíram amplamente a vegetação natural, como estudaremos no Percurso 32.

Nas páginas seguintes você conhecerá melhor o Complexo do Pantanal, porção da Região Centro-Oeste com paisagens naturais muito peculiares.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

Cerrados – Livros da Coleção Cerrado

Onze publicações clássicas sobre o Cerrado, disponibilizadas gratuitamente. Nelas você encontrará temas como ecologia e flora, matas de galeria, aproveitamento alimentar, correção de solo e adubação, entre outros. Disponível em: https://oeds.link/VBEUEp. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Cerrado: da água à vida.

Direção: Tainá de Luccas. Brasil: Agência Sapiens / 2021. Duração: 43 minutos

Nesse documentário, produzido em parceria com cientistas do ínpi que pesquisam o Cerrado – berço das águas no Brasil e a savana mais biodiversa do mundo –, especialistas explicam as características que tornam esse bioma tão importante para o país e como está sendo destruído rapidamente.

3. Pantanal

Localizado na Região Hidrográfica do Paraguai, o Pantanal é a maior planície alagável das Américas. A vida nesse domínio morfoclimático gira em torno de duas estações diferenciadas, a sêca e a úmida (cheia), que influenciam o modo de ser e de produzir do pantaneiro, habitante tradicional do Pantanal. A criação extensiva de gado, a pesca e o ecoturismo são as principais atividades econômicas.

O Pantanal abrange uma área aproximada de 230 mil quilômetros quadrados em três países. cêrca de estão no território brasileiro (imagem de satélite), na Bolívia e no Paraguai. Nesses dois países, recebe o nome de Chaco.

América do Sul: Bacia Hidrográfica do Pantanal/Alto Paraguai no Brasil

Brasil: o Pantanal e a microrregião pantaneira de Cáceres

Mapa. América do Sul: Bacia Hidrográfica do Pantanal e Alto Paraguai no Brasil. Representação da América do Sul a partir de imagens de satélite. Em destaque, delimitação do território do Brasil e da área de abrangência da Bacia Hidrográfica do Pantanal e Alto Paraguai. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 640 quilômetros. 
Mapa. Brasil: o Pantanal e a microrregião pantaneira de Cáceres. Mapa mostrando a localização do pantanal e da microrregião pantaneira de Cáceres, dentro da área de abrangência da Bacia Hidrográfica do Pantanal e do Alto Paraguai no Brasil, em uma área que compreende partes dos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Identificação da rede hidrográfica desta bacia com os principais afluentes e localização de algumas cidades importante: Cuiabá e Cáceres, no Mato Grosso; Campo Grande, Corumbá e Bonito, no Mato Grosso do Sul. 
O mapa representa também o limite da Planície do Pantanal, que se concentra na parte central e na faixa oeste da bacia hidrográfica. Ao norte, à leste e ao sul da Planície do Pantanal, representação das áreas mais elevadas do terreno, correspondentes ao planalto. Por fim, o mapa demarca os limites de inundação da Planície do Pantanal: o limite máximo de inundação se concentra na faixa leste da planície; o limite médio de inundação se estende principalmente pela faixa central e porções norte e noroeste, compreendendo a microrregião pantaneira de Cáceres; o limite mínimo de inundação se restringe a uma estreita faixa à oeste e uma porção à sudoeste da Planície do Pantanal. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 80 quilômetros.

Fontes: ãnaêti ól Implementação de práticas de gerenciamento integrado de Bacia Hidrográfica para o Pantanal e Bacia do Alto Paraguai. Programa de ações estratégicas para o gerenciamento integrado do Pantanal e Bacia do Alto Paraguai: síntese executiva. Brasília: tê dê á Desenho e Arte limitada, 2004. página 3 e 7; NEVES, Sandra Mara A. da Silva. Modelagem de um banco de dados geográficos do Pantanal de Cáceres/Mato Grosso: estudo aplicado ao turismo. Tese (Doutorado em Geografia), Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro/Geociências, 2006, página 2-3.

Tempo da sêca

O período de sêca no Pantanal vai de maio a outubro.

As baías e os corixos secam à medida que a água escorre lentamente para o Rio Paraguai. As baías são lagoas rasas de água doce de até dois metros de profundidade. Têm tamanhos e fórmas variadas e podem ser cobertas por vegetação aquática. Os corixos são canais naturais que escoam a água das lagoas para os rios e ligam as baías. No período das chuvas isso se inverte: as águas dos rios vão para as lagoas.

As plantas aquáticas e os peixes atraem aves e outros animais, e essa concentração de vida proporciona alimento e oportunidades de reprodução para a fauna e a flora da região.

Tempo da cheia

O período de cheia no Pantanal vai de novembro a abril. Os rios transbordam e as planícies (foto A) são inundadas: as águas invadem áreas que estavam sêcas até então (consulte os limites de inundação no mapa da página anterior).

Surgem os corixos e a inundação abastece as lagoas e baías (fotos B e C), conectando diferentes corpos de água. Isso permite o deslocamento das espécies aquáticas. A vegetação fica exuberante.

Há áreas de serras e morrarias onde a água não alcança: as cordilheiras. Nelas se encontra uma vegetação de cerradões, que são semelhantes ao Cerrado, porém mais densos e com maior porte.

Localize, no mapa da página anterior, a microrregião pantaneira de Cáceres, uma das onze que formam a planície do Pantanal. E, nas imagens de satélite desta página, consulte essa microrregião nos dois períodos, o de sêca e o da cheia. Nessas imagens, o verde indica áreas com vegetação, o roxo é associado a áreas com pouca ou nenhuma cobertura vegetal e os corpos de água são escuros. A associação de áreas verdes com áreas escuras indica a presença de baías e corixos. Note a diferença entre essas áreas no período de sêca e no de cheia.

Pantanal de Cáceres no período da sêca

Imagem de satélite. Pantanal de Cáceres no período da seca. Imagem de satélite recortada mostrando a área de abrangência da microrregião pantaneira de Cáceres, na porção noroeste da Planície do Pantanal, durante o período de seca. Na imagem, um círculo vermelho na porção leste da microrregião, destacando as baías e os corixos que se formam na paisagem.

Pantanal de Cáceres no período da cheia

Imagem de satélite. Pantanal de Cáceres no período da cheia. Imagem de satélite recortada mostrando a área de abrangência da microrregião pantaneira de Cáceres, na porção noroeste da Planície do Pantanal, durante o período de cheia. Na imagem, um círculo vermelho na porção central da microrregião, destacando uma cordilheira na paisagem.

Imagens de satélite mostrando o Pantanal de Cáceres nos períodos de sêca e de cheia, em 2006.

Fotografia A. No primeiro plano, vista de uma área plana, com vegetação rasteira, entremeada por cursos de água e pequenas porções do terreno alagadas. No segundo plano, vista de uma área mais elevada, com algumas formações de morros.
Vista da planície inundável e as morrarias da Serra do Amolar, no município de Corumbá, Mato Grosso do Sul (2018).
Fotografia B. Vista do alto mostrando uma extensa área de relevo plano, com vegetação predominantemente rasteira à esquerda e vegetação mais densa na faixa central da imagem, onde também há diversos canais naturais com água e algumas porções do terreno alagadas.
Corixos em trecho do Pantanal no município de Aquidauana, Mato Grosso do Sul (2021).
Fotografia C. Vista do alto mostrando uma extensa área de relevo plano, com canais naturais e uma lagoa em destaque no centro na imagem. Nas margens dos canais e da lagoa, presença de vegetação densa.
Baías em trecho do Pantanal no município de Aquidauana, Mato Grosso do Sul (2019).

PERCURSO 30 REGIÃO CENTRO-OESTE: A CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS GEOGRÁFICOS

1. Os primeiros exploradores

As primeiras incursões de portugueses e luso-brasileiros no espaço do atual Centro-Oeste ocorreram nos séculos dezesseis, dezessete e dezoito e resultaram em aldeamentos indígenas realizados por missões religiosas e pelo bandeirismo, que visava descobrir ouro e pedras preciosas ou, ainda, aprisionar indígenas para vendê-los como escravos no Nordeste açucareiro.

O bandeirismo e as áreas de mineração – século dezoito

Mapa. O bandeirismo e as áreas de mineração, século 18. 
Mapa de parte da América do Sul com destaque para o atual território do Brasil e sua atual divisão política. Principais áreas de mineração, representadas por mancha roxa: extensa faixa na porção centro-leste de Minas Gerais; área no centro do atual estado de Goiás, abrangendo as cidades de Pires do Rio, Luziânia, Jaraguá e Goiás. Área na porção sudoeste do atual estado de Mato Grosso, abrangendo as cidades de Cuiabá, Diamantino, Rosário Oeste e Cáceres.
Área de criação de muares no Brasil, representada por mancha verde: porção sul do país até o leste do atual estado do Paraná. 
Direção geral das bandeiras paulistas, representada por setas vermelhas: de São Paulo em direção ao sul do país; de São Paulo em direção ao centro-oeste, passando por Cuiabá, Rosário Oeste e Diamantino, e ao norte, nos atuais estados de Rondônia e Amazonas; de São Paulo em direção ao centro do atual estado de Goiás e norte do Tocantins; e de São Paulo em direção a Minas Gerais e Bahia e de Minas Gerais para Pernambuco, Piauí e Ceará. 
Entre São Paulo e o extremo da seta no Piauí, há 2.8 centímetros.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 400 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em SILVA, Raul de Andrade e. A evolução econômica. AZEVEDO, Aroldo de Brasil, a terra e o homem. São Paulo: Nacional/êduspi, 1970. página 384.

Grafismo indicando atividade.

Para ter ideia da extensão do deslocamento das bandeiras paulistas no século dezoito, calcule a distância, em linha reta e em quilômetros, entre a cidade de São Paulo e o extremo da seta localizada no atual estado do Piauí.

Nota: No século dezoito, não havia essa divisão político-administrativa. Ela foi inserida no mapa com o objetivo de facilitar a localização das áreas e cidades representadas.

A mineração e o surgimento de cidades no Centro-Oeste

Nos deslocamentos pelo território, os bandeirantes faziam pousos ou paradas para o descanso e, quando encontravam ouro ou pedras preciosas, fixavam-se no lugar, dando início a um arraialglossário . Quando o ouro se esgotava nos cursos de água de onde era extraído, muitos desses arraiais eram abandonados. Entretanto, no início da exploração de filõesglossário auríferos, a população tornou-se sedentáriaglossário , formando povoados, que se transformaram em vilas e cidades, como Cuiabá (foto).

Já Corumbá, em Mato Grosso do Sul, e Cáceres, no es­tado de Mato Grosso, ambas nas margens do Rio Paraguai, têm as suas origens relacionadas a postos ou fortificações implantados por portugueses e luso-brasileiros.

Fotografia. Vista de casas térreas com paredes brancas e cobertas com telhas vermelhas. Ao fundo, há uma igreja. No horizonte, morro. Há algumas árvores nas ruas. No primeiro plano, dois homens e uma mulher de costas e com chapéus.
Vista parcial da cidade de Cuiabá Mato Grosso, em 1910.
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Você já viu alguma fotografia antiga do município onde mora? Se viu, qual foi sua impressão?

Marechal Rondon e o Centro-Oeste

No final do século Cândido Mariano da Silva Rondon, militar de origem indígena nascido em Mato Grosso, iniciou um importante trabalho de reconhecimento dos sertões mato-grossense e amazônico. Seus trabalhos de campo – nos quais mapeou rios, divisores de águas e características do relevo, entre outros aspectos do meio natural – foram muito importantes para a elaboração das primeiras cartas geográficas do estado de Mato Grosso.

Sob o comando de Rondon foi construída, em 1890, uma linha telegráficaglossário entre Cuiabá e a região do Rio Araguaia, habitada pelos indígenas do povo borôro. Posteriormente, essa linha foi estendida até Goiás.

Rondon, ao mesmo tempo que supervisionava o trabalho de construção de linhas telegráficas e levantava dados sobre a natureza, fazia o trabalho de atração, pacificação e proteção dos indígenas (consulte a foto da página seguinte). É dele o lema “morrer se preciso for, matar nunca”, referindo-se ao seu trabalho com os indígenas.

O trabalho de Rondon e de sua equipe estendeu-se por toda a primeira metade do século vinte As expedições por ele chefiadas entraram várias vezes nos territórios das atuais Regiões Centro-Oeste e Norte e contribuí­ram de fórma significativa para o conhecimento do território brasileiro, facilitando a expansão da fronteira agropecuária, a exploração comercial da região e, por conseguinte, a construção de espa­ços geográficos.

Fotografia em preto e branco. Vista de frente de um grupo de pessoas. Algumas são indígenas e estão sem roupas. Elas usam cordas trançadas no corpo. Uma delas segura um grande bastão. Há duas mulheres indígenas com blusas e saias brancas longas e indígenas adultos e crianças com calças compridas e blusas de manga brancas. Entre as pessoas, há dois homens com vestes militares e chapéus. No centro, entre as pessoas, há crianças indígenas e alguns objetos, como vasos e um cesto grande. À esquerda, crianças com roupas observam. Ao fundo, casa de palha e troncos de madeira.
Marechal Rondon (no centro da foto, usando chapéu de aba larga) conversa com indígenas da etnia Paresí durante uma de suas missões no estado de Mato Grosso, no início do século vinte

2. A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil e a articulação com o Sudeste

Em 1914, a inauguração da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil foi um marco importante para a articulação da Região Centro-Oeste, particularmente do estado de Mato Grosso, com o estado de São Paulo (em 1914, não havia o estado de Mato Grosso do Sul, que foi criado em 1977, após o desmembramento de Mato Grosso).

Partindo da cidade de Bauru, no interior de São Paulo, a Noroeste do Brasil – hoje denominada Ferrovia Novoeste –, após atravessar o oeste paulista e o Rio Paraná, entra em terras de Mato Grosso do Sul e alcança Campo Grande. De lá, segue até a fronteira da Bolívia, atingindo a cidade de Corumbá, às margens do Rio Paraguai.

Ferrovia Novoeste – antiga Noroeste do Brasil

Mapa. Ferrovia Novoeste - antiga E. F. Noroeste do Brasil. 
Mapa com destaque para as atuais unidades da federação: Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso.
No mapa, cada unidade da federação é representada com uma cor e o trajeto da ferrovia Novoeste é representado por fio preto com tracinhos. 
A ferrovia atravessa os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo, de Corumbá a Bauru. 
Cidades que estão no trajeto: no estado de São Paulo: Bauru, Pirajuí, Cafelândia, Penápolis, Araçatuba, Mirandópolis, Andradina; no estado do Mato Grosso do Sul: Três Lagoas, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Campo Grande, Maracaju, Ponta Porã, Aquidauna, Miranda, Ladário, Corumbá. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 150 quilômetros.

Fonte: BRASIL. Ministério dos Transportes. Disponível em: https://oeds.link/LyeOji. Acesso em: 13 janeiro 2022.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

BIGIO, Elias dos Santos.

Cândido Rondon: a integração nacional. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000.

A obra trata da atuação de Rondon na implantação de postos militares no Centro-Oeste, de linhas telegráficas e do Serviço de Proteção ao Índio

A implantação da Noroeste do Brasil, com extensão de .1622 quilômetros alterou profundamente as comunicações entre o Centro-Oeste e o Sudeste. Antes de essa ferrovia ser implantada, a comunicação entre Campo Grande, Corumbá e outras localidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, era feita pelo Rio Paraguai. O trajeto era muito longo: do Rio Paraguai, seguia-se pelo Rio da Prata, entre Buenos Aires (capital da Argentina) e Montevidéu (capital do Uruguai), para então avançar, já no Oceano Atlântico, rumo ao Rio de Janeiro e a Santos São Paulo.

A ferrovia permitiu a integração dos espaços geográficos do Centro-Oeste com outras áreas e estimulou as migrações, principalmente de paulistas, para Mato Grosso do Sul, onde fundaram fazendas e abriram novas fronteiras agropecuárias.

Fotografia. Vista de frente de uma grande ponte sobre um rio. Há diversos pilares formando triângulos que sustentam a ponte que tem dois andares. Na parte superior da ponte, passa um caminhão. No andar de baixo, passa um vagão de trem. Ao fundo, paisagem rural de gramado com árvores.
Caminhão e locomotiva da Ferrovia Novoeste trafegam sobre ponte rodoferroviária no Rio Paraná, divisa dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, entre os municípios de Rubineia, e Aparecida do Taboado, Mato Grosso do Sul (2019).

3. Até meados do século vinte, um povoamento escasso

Diferentemente das Regiões Nordeste e Sudeste, a Região Centro-Oeste manteve-se isolada e pouco povoada durante muito tempo.

Do período colonial até meados do século vinte a região não se transformou em forte área de atração populacional. Com exceção do curto período em que ocorreu a exploração de metais e pedras preciosas, nos séculos dezessete e dezoito não havia atrativos econômicos que justificassem expressivos fluxos migratórios para a região. Além disso, a falta de ferrovias e rodovias – com exceção da Noroeste do Brasil – dificultava a exploração dos recursos naturais, principalmente no atual estado de Mato Grosso e de Goiás. Consulte, no gráfico da página seguinte, dados relativos ao povoamento em 1950 e nos demais anos.

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PAUSA PARA O CINEMA

História da ocupação de Goiás pelos filhos da terra.

Direção: Geraldo Moraes. Brasil: 1988. Duração: minutos

O escritor Bernardo Élis e o historiador Paulo Bertran dialogam sobre a reconstituição da ocupação de Goiás, contrastando com as imagens que documentam a história.

Região Centro-Oeste: população (em milhares de habitantes) – 1872-2021

Gráfico. Região Centro-Oeste: população, em milhares de habitantes, 1872 a 2021. 
Gráfico com 4 linhas, cada linha representa a evolução da população de uma unidade da federação. No eixo vertical, está o número da população em mil habitantes. No eixo horizontal, os anos. 
Goiás. 
1872: 100 mil habitantes. 1890: 100 mil habitantes. 1900: 150 mil habitantes. 1920: 500 mil habitantes. 1940: 900 mil habitantes. 1950: 1 milhão e cem mil habitantes. 
1960: 2 milhões de habitantes. 
1970: 3 milhões de habitantes. 
1980: 4 milhões de habitantes. 
1991: 4 milhões de habitantes. 
2.000: 5 milhões de habitantes. 
2010: 6 milhões de habitantes. 
2021: 7 milhões e cem mil habitantes. 
Mato Grosso. 
1872: 100 mil habitantes. 1890: 200 mil habitantes. 1900: 250 mil habitantes. 1920: 500 mil habitantes. 1940: 600 mil habitantes. 1950: 700 mil habitantes. 1960: 1 milhão de habitantes. 1970: 1 milhão e 750 mil habitantes. 1980: 1 milhão de  habitantes. 
1991: 2 milhões de habitantes.
2000: 2 milhões e 600 mil habitantes. 
2010: 3 milhões de habitantes. 
2021: 3 milhões e 800 mil habitantes. 
Distrito Federal.
1960: 100 mil habitantes. 1970: 500 mil habitantes. 1980: 1 milhão de habitantes. 
1991: 1 milhão e 700 mil habitantes. 
2000: 2 milhões de habitantes. 
2010: 2 milhões e 700 mil habitantes. 
2021: 3 milhões e 100 mil habitantes. 
Mato Grosso do Sul.
1980: 1 milhão e 200 mil habitantes. 
1991: 1 milhão e 900 mil habitantes. 
2010: 2 milhões e 500 mil habitantes. 
2021: 2 milhões e 900 mil habitantes. 
População total da região: 1.736.965 habitantes em 1950; e estimada em 16.707.336 habitantes para 2021.

Fontes: í bê gê Éponto Sinopse preliminar do censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: í bê gê É 2011. Tabela 1.4; Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2021. Rio de Janeiro: í bê gê É 2021. Disponível em: https://oeds.link/9n7wrh. Acesso em: 5 maio 2022.


Nota: Em 1988, foi criado o estado de Tocantins, desmembrado do estado de Goiás. O atual Distrito Federal foi inaugurado em 1960 com a cidade de Brasília – é por isso que seus dados constam no gráfico somente a partir desse ano. Mato Grosso do Sul foi criado em 1977; por isso, seus dados constam no gráfico a partir do censo de 1980.

Em 1900, a cidade de Campo Grande (foto A) era uma pequena vila, e Cuiabá apresentava apenas 35 mil habitantes. Em 1º de julho de 2021, a população de Campo Grande era de .916001 habitantes. Naquele mesmo mês e ano, Cuiabá já apresentava .623614 habitantes.

Fotografia A em preto e branco. Vista de algumas casas térreas com quintais e árvores ao redor. Ao fundo, outras casas e árvores.
Município de Campo Grande por volta de 1920. Em 1977, com a criação de Mato Grosso do Sul, tornou-se a capital do novo estado.

Como estudamos no início desta Unidade, Goiânia foi fundada em 1937 para ser a nova capital do estado de Goiás. Antes dela, a capital desde 1818 era a cidade de Goiás (foto B). Em 1950, porém, Goiânia ainda era uma cidade pequena: tinha pouco mais de 50 mil habitantes. Em 1º de julho de 2021, a sua população atingiu ..1555626 habitantes.

Fotografia B. Fotografia antiga em tons de sépia de vista de uma área com casas e muitas árvores. No primeiro plano, área livre com gramado e plantas.
Vista da cidade de Goiás, antiga capital do estado de Goiás, com casario colonial retratado em cartão-postal de 1905.

Foi a partir de meados do século vinte que a economia do Centro-Oeste cresceu, assunto que estudaremos no próximo Percurso.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Nossa história daria um filme: episódio de abertura (Goiânia).

Direção: Fernando Viana e máikol Valim. Brasil: 2013. Duração: 57 minutos

Primeiro episódio de uma série que conta a história da cidade de Goiânia a partir dos relatos de seus pioneiros e de moradores de seus bairros representativos. Disponível em: https://oeds.link/23CbSA. Acesso em: 17 fevereiro 2022.

Ícone. Seção Rotas e encontros.

Rotas e encontros

Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga

Assim como outras regiões do Brasil, o Centro-Oeste abriga grande diversidade étnica e cultural. Estima-se que na região vivam 53 mil indígenas de etnias diferentes, além de diversos remanescentes de quilombos, como a comunidade que conheceremos a seguir, situada no extremo norte do estado de Goiás.

“São mais de 200 anos de uma história de luta, de resistência, de afirmação da cultura de um povo. A comunidade Kalunga teve origem no século dezoito por negros escravizados e levados para trabalhar nas minas de ouro. reticências

Com tanta violência, desde que eram retirados à fôrça da sua terra natal, passando por toda a crueldade dos trabalhos forçados, a fuga de negros escravos era constante. Nos locais onde se reuniam, começaram a surgir os quilombos. Mas, muitas vezes, os quilombos eram encontrados e os escravos eram levados de volta e castigados por seus senhores. reticências

Com isso, os escravizados foram percebendo que era preciso fugir para o mais longe possível e para lugares de mais difícil acesso, reduzindo assim as chances de serem encontrados.

A região da Chapada dos Veadeiros reunia essas características: cercada de serras e morros cheios de buritis que se estendem até onde a vista alcança. reticências Caminhos estreitos, amplo de curvas, de sobe e desce, quase perdidos no meio do mato. E do outro lado, os paredões de pedra, funcionando como verdadeiras muralhas, de difícil transposição. reticências

O território Kalunga é o maior sítio histórico e cultural do País em extensão. São mais de 230 mil hectares de Cerrado protegido, abrigando cêrca de quatro mil pessoas em um território que se estende pelos municípios de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás. reticências

Na língua banto, a palavra kalunga significa lugar sagrado, de proteção. Nome mais que propício para uma terra que abrigou, protegeu e possibilitou a preservação da cultura de um povo, que deu uma contribuição imensurável ao nosso País, inclusive, com as milhares de vidas perdidas durante a escravidão.”

ALEGO. Agência Assembleia de Notícia. Comunidade Kalunga com suas tradições e cultura é mostrada na série Nossa História das redes sociais da Alego. 17 setembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/FPPvlm. Acesso em: 10 maio 2022.

Fotografia. Vista de cima de uma extensa área verde com muita vegetação, morros e alguns caminhos de terra.
Vista do sítio histórico que abriga o Patrimônio Cultural Kalunga, na Chapada dos Veadeiros, município de Cavalcante, Goiás (2020).

 Interprete

1. Que característica do meio natural estimulou a escolha dessa área no norte de Goiás como local de habitação para as comunidades do povo Kalunga?

 Contextualize

  1. Pesquise a existência de áreas de preservação de patrimônio histórico ou cultural em seu município e sua unidade da federação. Escolha uma e pesquise sua história, as comunidades que nela vivem, a cobertura vegetal, o relevo e a atividade econômica realizada pela população.
  2. Organize as informações pesquisadas em uma apresentação de slides e, em grupo, preparem um seminário.
Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 29 e 30

Registre em seu caderno.

  1. Existe alguma relação entre as altitudes do relevo e a circulação das massas de ar na Região Centro-Oeste? Explique.
  2. Por que as bandeiras foram importantes para a formação de espaços geográficos no Centro-Oeste?
  3. Explique por que o trabalho de Marechal Rondon foi importante para o conhecimento do território do Centro-Oeste.
  4. Cite a importância da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil para a integração das regiões Centro-Oeste e Sudeste.
  5. Explique a razão de a Região Centro-Oeste ter permanecido pouco povoada até praticamente os anos 1940 e 1950.
  6. Consulte o mapa a seguir e responda às questões.
    1. Em que porções do território do Centro-Oeste existe maior umidade?
    2. Qual é a classe de umidade nessas porções?

Região Centro-Oeste: umidade

Mapa. Região Centro Oeste: umidade. Mapa da região Centro-oeste do Brasil com a representação de classes de umidade nas unidades da federação que a compõem. Classes de umidade: úmido, com 1 a 3 meses secos, representada na cor lilás: predomina em toda a porção norte do estado de Mato Grosso e em quase todo o estado de Mato Grosso do Sul e sul de Goiás. Semiúmido, com 4 a 5 meses secos, representado na cor laranja: predomina na porção central e sul de Mato Grosso, no Distrito Federal e em toda a porção norte e central do estado de Goiânia. Abaixo: rosa dos ventos e escala de 0 a 300 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Atlas geográfico escolar: ensino fundamental do º ao º ano. 2. edição Rio de Janeiro: í bê gê É 2015. página 17.

7. Compare os gráficos dos regimes pluviométricos das três capitais dos estados da Região Centro-Oeste com o mapa da atividade anterior e responda à questão.

Os gráficos dos regimes pluviométricos dos municípios apresentados correspondem às classes de umidade constantes do mapa? Justifique.

Campo Grande Mato Grosso do Sul: precipitação

Gráfico. Campo Grande (MS): precipitação. Gráfico de barras azuis. No eixo vertical, os valores de precipitação em milímetros. No eixo horizontal, os meses do ano. Janeiro: precipitação: 230 milímetros. Fevereiro: Precipitação: 170 milímetros. Março: Precipitação: 150 milímetros. Abril: Precipitação: 120 milímetros. Maio: Precipitação: 90 milímetros. Junho: precipitação: 35 milímetros. Julho: precipitação: 40 milímetros. Agosto: precipitação: 30 milímetros. Setembro: precipitação: 70 milímetros. Outubro: precipitação: 150 milímetros. Novembro: precipitação: 200 milímetros. Dezembro: precipitação: 220 milímetros. Latitude: 20 graus Sul. Longitude: 54 graus Oeste. Altitude: 532 metros.

Cuiabá Mato Grosso: precipitação

Gráfico. Cuiabá (MT): precipitação. Gráfico de barras azuis. No eixo vertical, os valores de precipitação em milímetros. No eixo horizontal, os meses do ano. Janeiro: precipitação: 210 milímetros. Fevereiro: precipitação: 205 milímetros. Março: precipitação: 170 milímetros. Abril: precipitação: 125 milímetros. Maio: precipitação: 50 milímetros. Junho: precipitação: 20 milímetros. Julho: precipitação: 15 milímetros. Agosto: precipitação: 15 milímetros. Setembro: precipitação: 60 milímetros. Outubro: precipitação: 120 milímetros. Novembro: precipitação: 160 milímetros. Dezembro: precipitação: 200 milímetros. Latitude: 15 graus Sul. Longitude: 56 graus Oeste. Altitude: 177 metros.

Goiânia Goiás : precipitação

Gráfico. Goiânia (GO): precipitação. Gráfico de barras azuis. No eixo vertical, os valores de precipitação em milímetros. No eixo horizontal, os meses do ano. Janeiro: precipitação: 270 milímetros. Fevereiro: precipitação: 220 milímetros. Março: precipitação: 210 milímetros. Abril: precipitação: 120 milímetros. Maio: precipitação: 40 milímetros. Junho: precipitação: 10 milímetros. Julho: Precipitação: 10 milímetros. Agosto: precipitação: 20 milímetros. Setembro: precipitação: 50 milímetros. Outubro: precipitação: 160 milímetros. Novembro: precipitação: 220 milímetros. Dezembro: precipitação: 265 milímetros. Latitude: 16 graus Sul. Longitude: 49 graus Oeste. Altitude: 750 metros.

Fontes: Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em: https://oeds.link/WmugxG. Acesso em: 13 janeiro 2022; í bê gê Éponto Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É 2021. página 1-7.

8. Consulte o perfil de relevo da página seguinte e responda às questões.

Perfil oeste-leste das regiões Centro-Oeste e Sudeste

Gráfico. Perfil oeste-leste das regiões Centro-Oeste e Sudeste. Gráfico representando um perfil topográfico.
Mapa. Mapa reduzido do Brasil com a marcação da linha de corte do perfil, traçada entre a Planície Pantanal Mato-Grossense, localizada na porção oeste do Mato Grosso do Sul, e a faixa oceânica próxima ao litoral do estado de São Paulo. A linha do perfil está posicionada na direção de oeste-noroeste para leste-sudeste. No perfil topográfico, o eixo horizontal corresponde ao terreno na área do corte; o eixo vertical indica os intervalos das cotas de altitude em metros: 0 (nível do mar), 500, 1.000, 1.500 e 2.000. A Planície Pantanal Mato-Grossense se encontra a aproximadamente 200 metros de altitude e é composta por terrenos cristalinos. Seguindo em direção ao litoral do estado de São Paulo, o perfil do relevo varia em terras de altitudes entre 500 (próximo ao Rio Paraná) e 1.000 metros. Essa porção é denominada Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná e é composta por terrenos sedimentares. Em seguida, inicia-se a Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná, onde as altitudes voltam a diminuir, chegando a 600 metros, com terrenos sedimentares e cristalinos. Por fim, nos Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste, formados por terrenos cristalinos, o perfil alcança a sua maior altitude, aproximadamente 1.200 metros, para, em seguida, diminuir abruptamente até o nível do mar, no Oceano Atlântico.  
Ao lado do mapa reduzido do Brasil, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.060 quilômetros.

Fonte: Rós Jurandir L. S. organização. Geografia do Brasil. sexta ediçãoSão Paulo: Edusp, 2011. página 63.

  1. No perfil, que elemento natural marca a divisa da Região Sudeste com a Região Centro-Oeste?
  2. Qual é a fórma de relevo que corresponde às fronteiras do Brasil com o Paraguai e a Bolívia?
  3. Quais são as duas fórmas de relevo da Região Centro-Oeste mostradas no perfil?
  4. Nesse perfil, qual é, aproximadamente, a altitude por onde corre o Rio Paraná?

9. Leia o texto a seguir e depois faça o que se pede.

“A cidade de Cuiabá, embora situada em área de mesmo tipo climático que Goiânia, apresenta condições térmicas de maior aquecimento, devido à sua condição de mais expressiva continentalidade e à posição inferior de seu relevo.”

MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. página 176.

  1. A que tipo climático se refere o texto?
  2. Segundo o texto, Cuiabá apresenta condições térmicas de maior aquecimento que Goiânia, graças à sua maior continentalidade. Explique o que é efeito continentalidade.
  3. Os autores afirmam que Cuiabá está em posição inferior de relevo em relação a Goiânia. Com base na consulta ao mapa da página 237 e ao mapa A da página 238, explique por que essa afirmativa está correta.

10. Ao estudar o clima da Região Centro-Oeste, um estudioso do assunto escreveu:

Outro aspecto a ressaltar do seu regime térmico é a notável oscilação diurna, isto é, a amplitude entre as máximas registradas nas horas dos dias e as mínimas noturnas, o que, aliás, é uma característica geral das regiões muito afastadas das influências marítimas, especialmente nas latitudes tropicais.

NIMER, Edmon. Clima. í bê gê Éponto Geografia do Brasil. Região Centro-Oeste. Rio de Janeiro: í bê gê É 1977. volume 1. página 27.

Em que trecho do texto o estudioso do clima confirma que a amplitude térmica diária na Região Centro-Oeste é elevada?

11. Faça uma pesquisa, em grupo, sobre o “pantaneiro”, típico habitante do Pantanal. Pesquise em revistas, jornais e na internet os costumes dessa população. Procure se informar sobre as origens de suas tradições e sobre os povos dos quais o pantaneiro recebeu, e ainda recebe, influências culturais. Monte uma apresentação com ilustrações sobre os trajes característicos, as atividades que o pantaneiro costuma exercer, seus hábitos alimentares e outros costumes. Troque a sua pesquisa com a de outro grupo para comparar as informações obtidas.

PERCURSO 31 REGIÃO CENTRO-OESTE: A DINAMIZAÇÃO DA ECONOMIA

1. O avanço da ocupação territorial

Estudamos no Percurso anterior que até meados do século vinte o povoa­mento da Região Centro-Oeste era escasso. A economia era frágil e havia obstáculos que dificultavam o desenvolvimento, entre eles a escassez de energia elétrica, a falta de estradas e desconhecimento técnico quanto à melhor fórma de uso dos solos do Cerrado para a agricultura.

A partir dos anos 1940 e 1950 esse cenário começou a ser alterado: diversas iniciativas foram tomadas para dinamizar a economia e a integração da Região Centro-Oeste às demais regiões do Brasil.

A Expedição Roncador-Xingu: os irmãos Villas Bôas

No início dos anos 1940, o governo do presidente Getúlio Vargas lançou o projeto “Marcha para o Oeste” com o objetivo de promover o povoamento do Centro-Oeste. Entre outras iniciativas governamentais, foi organizada a Expedição Roncador-Xingu, em 1943, em Mato Grosso, que fez um amplo trabalho de reconhecimento e mapeamento de territórios até então desconhecidos, sob o comando dos irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas Bôas.

Fotografia em preto e branco. Diversas fotografias sobrepostas, mostrando apenas partes; em algumas é possível observar apenas o indigenista Orlando Villas Bôas, em outras aparecem apenas indígenas, e há também fotografias em que Villas Bôas aparece interagindo com indígenas.
Fotografias do acervo do indigenista Orlando Villas Bôas (1914-2002).

Por meio da abertura de estradas e da construção de campos de pouso de emergência, calcula-se que essa expedição deu origem a cêrca de 40 municípios e 4 bases aéreas.

Graças ao empenho dos irmãos Villas Bôas, foi criado em 1961, pelo governo federal, o Parque Nacional do Xingu – reserva indígena no alto do Rio Xingu, no estado de Mato Grosso, que abriga indígenas de diversas aldeias e tem como objetivo preservar os seus territórios e valores culturais.

Fotografia. Vista do alto de uma vasta área de relevo aplainado. No primeiro plano, em espaço em formato de círculo com chão de terra batida; na parte de cima, outro espaço em formato circular e com as mesmas características. No terceiro plano, vista de uma extensa área de vegetação densa. Uma longa estrada de terra corta a floresta, ligando-se a esses espaços com construções.
Vista aérea da Aldeia Kamaiurá, no Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso (2021).
Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Xingu.

Direção: Brasil: ó dois Filmes, 2012. Duração: 103 minutos

O filme retrata a história dos irmãos Villas Bôas (Orlando, Cláudio e Leonardo), que se tornaram indigenistas, e a sua luta para a criação do Parque Nacional do Xingu.

Implantação de áreas de colonização

Para estimular o desenvolvimento econômico de Goiás e Mato Grosso por meio do aproveitamento e da exploração dos recursos naturais, o governo federal criou, na década de 1940, duas áreas de colonização: a Colônia de Dourados, situada cêrca de 220 quilômetros ao sul de Campo Grande, e a Colônia de Goiás, no município de Ceres, aproximadamente 150 quilômetros ao norte de Goiânia.

Diante do sucesso dessa iniciativa, foram implantadas fazendas naqueles estados por um número crescente de pessoas originárias, sobretudo, de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Paraná.

A partir de 1970, no estado de Mato Grosso foram implantados outros projetos de colonização pelos governos federal e estadual e por empresas particulares que assentaram milhares de famílias, procedentes de diversas regiões do Brasil, em vários municípios (consulte o mapa). Muitos desses projetos de colonização ocuparam terras indígenas, provocando conflitos de territorialidade.

Nesse processo, indígenas foram desterritorializados, expulsos para outras áreas, marginalizados, aculturadosglossário ou, ainda, integrados às comunidades locais como mão de obra nas fazendas de gado, na produção agrícola ou nos garimpos.

Mato Grosso: núcleos de colonização – década de 1970

Mapa. Mato Grosso: núcleos de colonização, década de 1970. Representação do estado de Mato Grosso com a localização da capital, Cuiabá, e dos núcleos de colonização oficial e particular, além da rede de estradas. Núcleos de colonização oficiais: núcleo Cerro Azul, na porção sudoeste do estado; núcleos Ranchão e Lucas do Rio Verde, na parte central do estado; núcleos Terra Nova do Norte e Guarantã do Norte, na porção norte do estado; núcleo 7 de setembro, no extremo oeste do estado, na divisa com o estado de Rondônia. Núcleos de colonização particular: áreas ao redor dos municípios de Campos do Júlio, Brasnorte e Jacira, na porção oeste do estado; áreas ao redor dos municípios de Canarana, Água Boa e Nova Xavantina, na parte oeste do estado; núcleos na parte central do Mato Grosso, nas áreas ao redor dos municípios de Nova Mutum, Rio Claro, Sorriso e Vera; área ao redor do município de Vila Rica, no extremo nordeste do estado; áreas ao redor dos municípios de Cotriguaçu, Juruena, Juara, Nova Bandeira, Apiacás, Paranaíta, Carlindo, Nova Canaã, Itaitaba, Marcelândia, Matupá e Peixoto de Azevedo, concentrados no porção norte do estado. Estradas: diversas rodovias interligam esses municípios e núcleos de colonização. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 170 quilômetros.

Fonte: OLIVEIRA, Ariovaldo U. de. Amazônia: monopólio, expropriação e conflitos. terceira edição Campinas: Papirus, 1990. página 108.

Nota: Os estados de Mato Grosso do Sul, criado em 1977, e de Tocantins, em 1988, constam no mapa para facilitar a localização.

Grafismo indicando atividade.

Como é possível constatar que a implantação dos núcleos de colonização está relacionada à expansão das rodovias na região?

Migrações e a expansão da fronteira agropecuária

Desde antes dos anos 1940, existiam fazendas de gado no oeste paulista. Durante a expansão da pecuária, muitos fazendeiros ultrapassaram o Rio Paraná e entraram em Mato Grosso (à época não existia o estado de Mato Grosso do Sul, criado em 1977 pelo desmembramento do estado de Mato Grosso), enquanto outros partiram em direção à porção sul do estado de Goiás, onde implantaram fazendas de gado no Cerrado.

O maior fluxo migratório interno para o Centro-Oeste ocorreu a partir da década de 1960. Tal fluxo não era formado apenas por paulistas, mas, sobretudo, por gaúchos, catarinenses e paranaenses. Apoiados em estudos da – empresa pública fundada em 1972 com o objetivo de produzir tecnologia de apoio à agropecuária brasileira – e no uso da calagemglossário do solo, os migrantes transformaram muitos espaços do Centro-Oeste em áreas de agricultura e pecuária modernas.

As migrações e a expansão da fronteira agropecuária transformaram substancialmente a economia regional. Essa expansão, apoiada na construção de rodovias, possibilitou a fundação de cidades e dinamizou a economia. É esse o caso do município de Sorriso, localizado na região norte de Mato Grosso, à beira da Rodovia Cuiabá-Santarém. As primeiras levas de migrantes aí chegaram ao final da década de 1970. Sorriso é, individualmente, o município brasileiro líder na produção de grãos, principalmente soja e milho.

Do mesmo modo, a criação do núcleo urbano de Sapezal está atrelada ao contexto de abertura da fronteira agrícola mato-grossense e da migração sulista. Em 2020, o município foi o terceiro maior produtor agrícola nacional, com destaque para as colheitas de algodão herbáceo, soja, milho e feijão.

Fotografia. Vista de uma área com diversos galpões extensos. À esquerda, uma estrada de terra com muitos caminhões estacionados em duas filas, em ambas as direções. Ao redor da área dos galpões, diversas árvores em fileiras, formando um quadrado.
Caminhões carregados de grãos preparam-se para descarregamento em armazéns no município de Sapezal, Mato Grosso (2021).

Construção de Brasília: novo impulso para o Centro-Oeste

A construção de Brasília foi um marco para o desenvolvimento da Região Centro-Oeste.

Desde o início do governo do presidente Juscelino cubishéqui (1956-1961) até a inauguração de Brasília (1960), milhares de brasileiros, principalmente do Nordeste, mudaram-se para Goiás para trabalhar nas obras da nova capital. A transferência da séde do governo também deslocou para lá milhares de funcionários públicos federais, até então instalados na cidade do Rio de Janeiro. Além dos migrantes do Nordeste e do Rio de Janeiro, pessoas de todo o Brasil foram atraídas para o novo Distrito Federal e suas imediações e contribuíram para produzir novos espaços geográficos.

Fotografia em preto e branco. No primeiro plano, à direita, vista de um prédio em formato retangular, com diversas pilastras no entorno. À esquerda, dois edifícios altos, de vários andares, idênticos, alinhados lado a lado. Atrás deles, uma construção em formato de cúpula côncava. No segundo plano, um largo canteiro com duas vias sendo construídas paralelamente, à esquerda e à direita. Ao lado de cada via, diversos prédios enfileirados. Os prédios são retangulares e com vários andares construídos.
Vista aérea das obras de construção de Brasília no final da década de 1950.
Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

MIRANDA, Ana.

Flor do Cerrado: Brasília. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004.

A autora relembra a sua infância no contexto da construção de Brasília, à qual assistiu, pois morou lá com sua família no período em que a cidade era ainda um “canteiro de obras”.

2. Infraestrutura e integração regional

Desde a década de 1960, diversas medidas foram adotadas para estimular a integração das vastas áreas do Centro-Oeste às demais regiões do país, com destaque para os investimentos em infraestrutura, que permitiram um notável desenvolvimento econômico nos últimos 50 anos.

A construção de rodovias e a integração regional

Como estudamos anteriormente, os governos militares, após 1964, priorizaram a construção de rodovias em Goiás, em Mato Grosso e na Amazônia com o intuito de dar continuidade ao projeto de integração dos espaços regionais iniciados pelo presidente Juscelino cubishéqui, que durante seu governo construiu a Rodovia Belém-Brasília (localize essa rodovia no mapa da página 95 do Percurso 11).

Assim, deu-se prosseguimento à construção das chamadas rodovias da integração nacional: Brasília-Acre, Cuiabá-Santarém, Transpantaneira (ligando Corumbá a Cuiabá), Campo Grande-Três Lagoas, Cuiabá-Vitória e outras. As rodovias abriram novas possibilidades para o desenvolvimento econômico da região.

As eclusas e as hidrovias

Com os modernos recursos de engenharia, é possível tornar um rio de planalto navegável por meio da construção de eclusas, como as que existem no Rio Paraná e em outros rios da sua bacia, como o Rio Tietê.

Para garantir o aproveitamento hidroviário dos rios dessa bacia, foram construídas eclusas junto às barragens das usinas de Barra Bonita, Jupiá, Três Irmãos, entre outras. Atualmente, um trecho grande da Bacia do Paraná é navegável. Consulte, na página seguinte, a representação esquemática sobre o funcionamento de uma eclusa.

A hidrovia da Bacia do Paraná – 2021

Mapa. A hidrovia da Bacia do Paraná – 2021. Mapa mostrando um recorte do território brasileiro compreendendo a bacia hidrográfica do Rio Paraná, que abrange terras dos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Identificação da rede hidrográfica com os principais afluentes do Rio Paraná e a demarcação dos trechos navegáveis e de pouca navegabilidade desses rios, além da localização das barragens com eclusas e sem eclusas. Rio Grande: compreende trechos de pouca navegabilidade, no limite entre os estados de Minas Gerais e São Paulo. Barragens ao longo do curso, leste a oeste: Volta Grande, Porto Colômbia, Marimbondo e Água Vermelha. Rio Paranapanema: compreende trechos de pouca navegabilidade, no limite entre os estados de São Paulo e do Paraná. Barragens ao longo do curso, de leste a oeste: Salto Grande, Capivara, Taquaruçu e Rosana. Rio Tietê: compreende trechos navegáveis, desde Barra Bonita, na parte central do estado de São Paulo, até a foz no Rio Paraná. Barragens com eclusas ao longo do curso, de sudeste a noroeste: Barra Bonita, Bariri, Ibitinga, Promissão, Nova Avanhandava, Três Irmãos, Ilha Solteira. Rio Paraná: compreende trechos navegáveis, desde a foz do afluente Rio Grande até o limite entre os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e o Paraguai. Barragens com eclusas ao longo do curso, de nordeste a sudoeste: Jupiá e Porto Primavera. Na parte inferior, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 130 quilômetros.

Fontes: BRASIL. Bacia do Tiete-Paraná. Brasília, Ministério da Infraestrurura, 2014. Disponível em: https://oeds.link/c4Hn1v Atlas de infraestrutura. Brasília: novembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/BkQzw5. Acessos em: 15 dezembro 2021.

Grafismo indicando atividade.

É possível navegar entre Barra Bonita e Porto Primavera? Como você sabe?

Representação esquemática do funcionamento de uma eclusa

Ilustração. Representação esquemática do funcionamento de uma eclusa. Conjunto de três ilustrações (A, B e C), representando as etapas de funcionamento de uma eclusa. Cada uma das ilustrações mostra o perfil de uma barragem, uma vista em corte transversal. Em cada uma delas, à esquerda, aparece o rio a jusante da barragem, na parte baixa. À direita, a represa a montante da barragem, que se encontra em um nível mais elevado. No centro, alinhada com a estrutura da barragem, encontra-se a eclusa. Ela possui uma porta voltada para a represa, a porta superior, e uma porta voltada para o rio abaixo, a porta inferior. A eclusa está conectada à válvula de enchimento, que bombeia água da represa para dentro da eclusa quando ela está enchendo, e à válvula de esvaziamento, que libera a água da eclusa quando ela está sendo esvaziada. São essas válvulas que realizam a função de elevador de uma eclusa, permitindo às embarcações passar pelo desnível da barragem. Ilustração da etapa A: a porta inferior e a válvula de esvaziamento são fechadas. A válvula de enchimento fica aberta até que o nível da água da eclusa alcance o nível da água represada pela barragem. Só então a porta superior é aberta, para que a embarcação que estava aguardando na represa possa entrar. Ilustração da etapa B: quando a embarcação está dentro da eclusa, a porta superior e a válvula de enchimento são fechadas. Em seguida, a válvula de esvaziamento é aberta, até que o nível da água da eclusa diminua até o nível da água mais baixo, justamente o nível do rio a jusante da barragem. Ilustração da etapa C: atingindo o nível mais baixo, a porta inferior é aberta para que a embarcação possa seguir viagem.

Fonte: elaborado com base em NAVEGAÇÃO fluvial médio Tietê. Eclusa: informações técnicas. Disponível em: https://oeds.link/n1kIy6. Acesso em: 6 maio 2022.

Nota: Ilustração artística para fins didáticos.


Graças às hidrovias, empresas agroindustriais, fazendeiros, sitiantes, comerciantes e a população em geral de áreas ao longo dos rios estão sendo beneficiados. O menor custo do transporte permite que o produto chegue a seu destino com preço mais baixo. Para se ter uma ideia, um comboio formado por quatro chatasglossário e um empurradorglossário corresponde à capacidade de transporte de 240 caminhões com carreta.

Fotografia. Vista do alto de um trecho caudaloso de um rio. No primeiro plano, uma embarcação usada para transporte de grão. No segundo plano, bem distante, vista das margens do rio e uma ponte longa atravessando o rio.
Empurrador e chata carregada de grãos navegando em trecho do Rio Paraná, no município de Aparecida do Taboado, Mato Grosso do Sul (2019).

A Ferronorte avança para o interior

A Ferronorte é uma ferrovia em construção, projetada para interligar, numa primeira etapa, a cidade de Cuiabá à rede ferroviária do estado de São Paulo e à Hidrovia Tietê-Paraná. Concretizando-se tal iniciativa, Cuiabá estará conectada ao porto de Santos, o que permitirá o escoamento da produção de uma vasta área com um custo mais baixo que o do transporte rodoviário.

Gasoduto Bolívia-Brasil

Um acordo comercial possibilitou o fornecimento de gás natural da Bolívia para o Brasil, por meio de um gasoduto que começa na cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e passa por Corumbá Campinas São Paulo São Paulo e outras localidades do Brasil.

O gasoduto estimulou, no Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul, a instalação de novos polos industriais, por ser o gás natural uma fonte de energia que complementa ou até mesmo substitui a energia elétrica nas indústrias, além de poder ser usada como combustível substituto ao óleo diesel, à gasolina e ao álcool.

Gasoduto Bolívia-Brasil

Mapa. Gasoduto Bolívia-Brasil. Mapa mostrando o traçado do gasoduto, desde Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, até adentrar o território brasileiro. O mapa destaca um recorte do Brasil, e localiza algumas das cidades por onde o gasoduto passa. Vindo da Bolívia, o gasoduto entra no Brasil por Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e continua e até a capital, Campo Grande, a partir de onde segue para São Paulo. Adentrando o estado de São Paulo, o gasoduto chega até Campinas e capital, passado por São Carlos, para então seguir em direção ao Paraná, passando por Curitiba. Na direção de Santa Catarina, o gasoduto passa por Joinville, Itajaí, Florianópolis e Criciúma. No Rio Grande do Sul, o destino é a cidade de Canoas. Na parte inferior, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 240 quilômetros.

Fonte: Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil ésse á Nossa operação: traçado do gasoduto. Rio de Janeiro: 2016. Disponível em: https://oeds.link/V9QOLF. Acesso em: 14 janeiro 2022.

Grafismo indicando atividade.

Calcule a distância, em linha reta e em quilômetros, do gasoduto que une a cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e Campinas, no estado de São Paulo.

3. A organização atual do espaço geográfico

Da mesma fórma que as demais Grandes Regiões até aqui estudadas, os espaços geográficos da Região Centro-Oeste encontram-se, em maior ou menor intensidade, articulados e integrados aos demais espaços geográficos nacionais e mundiais.

Consulte, no mapa, como ocorre o uso do território dessa Grande Região, considerando o grau de modernização dos espaços agrícolas e a hierarquia urbana.

Região Centro-Oeste: uso do território

Mapa. Região Centro-Oeste: uso do território. Mapa mostrando a localização das cidades com forte especialização industrial, das áreas com graus diferenciados de uso de máquinas e irrigação nos espaços agrícolas, além da hierarquia das principais aglomerações urbanas e rodovias pavimentadas e não pavimentadas.
Cidades com forte especialização industrial: no Mato Grosso do Sul: Campo Grande, Dourados; em Goiás: Goiânia, Itumbiara, Catalão, Anápolis, Trindade, Jataí; no Mato Grosso: Tangará da Serra, Colíder, Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis. Distrito Federal: Brasília. 
Rodovia pavimentada: diversas rodovias interligando os estados do Centro-Oeste. Rodovia sem pavimentação: pequenos trechos no sul do Mato Grosso do Sul e no norte do Mato Grosso. 
Graus de uso de máquinas e irrigação nos espaços e agrícolas: Mais alto: parte central e leste do Mato Grosso; porção sul e leste de Goiás; parte central e nordeste do Mato Grosso do Sul. Mais baixo: porções sul, noroeste e nordeste do Mato Grosso; partes central, norte e nordeste de Goiás; porção sul do Mato Grosso do Sul. 
Hierarquia urbana: Metrópole Nacional, Brasília; Metrópole, Goiânia; Capitais regionais, Campo Grande e Cuiabá; Centro regional: Dourados. 
À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 240 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: í bê gê É 2018. página 150.

PERCURSO 32 REGIÃO CENTRO-OESTE: POPULAÇÃO, ECONOMIA E MEIO AMBIeNTE

1. Crescimento da população

Apesar de ainda ser uma região pouco populosa, a Região Centro-Oeste, assim como a Região Norte, apresentou o maior crescimento populacional relativo (em porcentagem) nos últimos 60 anos em comparação às outras Grandes Regiões do Brasil. Embora esse crescimento tenha sido mais intenso nos anos 1960 e 1970, ainda se manteve superior a nas últimas três décadas, conforme o quadro.

A principal explicação para esse crescimento populacional da Região Centro-Oeste são as migrações decorrentes da expansão da fronteira agropecuária.

Região Centro-Oeste: crescimento da população (em %) – 1940-2010

Censo

População absoluta (hab.)

Crescimento (%)

1940

1.093.491

1950

1.532.924

40,2

1960

2.678.380

74,7

1970

4.629.640

72,9

1980

7.003.515

51,3

1991

9.412.242

34,4

2000

11.616.745

23,4

2010

14.058.094

21,0

Fonte: í bê gê Éponto Sinopse do censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: í bê gê É 2011. Tabela 1.4. Disponível em: https://oeds.link/fIQOwC. Acesso em: 14 janeiro 2022.

Nota: Em 1º de julho de 2021, a população estimada era de ..16707336 habitantes.

2. Crescimento do Píbi

A Região Centro-Oeste foi também a que apresentou o maior crescimento do Produto Interno Bruto (Píbi) nas últimas décadas. Compare no gráfico a participação percentual de cada região no Píbi brasileiro em 1989 e 2019.

Participação no Píbi brasileiro, por Grande Região (em – 1989 e 2019

Gráfico. Participação no produto interno bruto brasileiro, por Grande Região, em 1989 e em 2019. Gráfico de colunas, posicionadas uma ao lado da outra, representando os percentuais de participação no produto interno bruto brasileiro, por Grande Região, no ano de 1989, colunas de cor verde, e no ano de 2019, colunas de cor vermelha. 
Região Norte: 1989: 4,9%. 2019: 5,7%.
Nordeste: 1989: 12,3%. 2019: 14,2%. 
Sudeste: 1989: 59,4%. 2019: 53,0%. 
Sul: 1989: 18,6%. 2019: 17,2%. 
Centro-Oeste: 1989: 4,8%. 2019: 9,9%.

Fontes: í bê gê Éponto Contas regionais do Brasil 2004. Rio de Janeiro: í bê gê É 2006. Gráfico 1; Produto interno dos municípios 2019. Contas Nacionais número 64. Rio de Janeiro: í bê gê É 2021. página 10.

Grafismo indicando atividade.

Qual foi o aumento percentual da participação da Região Centro-Oeste no Píbi nacional entre 1989 e 2019?

3. Centro-Oeste: economia em plena expansão

Os dados de população e de Píbi são indicativos de que o Centro-Oeste se encontra em plena expansão econômica. Esse crescimento nos últimos anos se deve sobretudo ao setor agropecuário. A Grande Região abrigava, em 2020, o maior rebanho bovino do país, com mais de 75 milhões de cabeças, o que corresponde a mais de um terço do total nacional (foto A). Além disso, respondeu, em 2020, por quase metade da soja produzida no Brasil – somente Mato Grosso contribuiu com cêrca de da produção nacional (foto B). Foi também a maior produtora de milho em grãos.

Cada estado do Centro-Oeste se destaca em determinados produtos agropecuários. Goiás foi, em 2020, responsável por cêrca de do sorgoglossário produzido no Brasil e sobressai também na produção de soja e milho. Nesse ano, Mato Grosso foi o maior produtor nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas, e Mato Grosso do Sul, além de ser grande exportador de carne, destacou-se na produção de soja, milho etcétera

Fotografia A. Vista do alto mostrando, à esquerda, uma concentração de gado bovino formada por muitos indivíduos. À direita, à frente dessa concentração de gado, duas pessoas montadas em cavalos. Na parte de cima da imagem, um rio e vegetação rasteira.
Criação de bovinos no município de Aquidauana, Mato Grosso do Sul (2021).
Fotografia B. No primeiro plano, vista de duas máquinas agrícolas em uma área de plantio. No segundo plano, uma plantação com folhas verdes.
Colheita mecanizada de soja no município de Chapada dos Guimarães, Mato Grosso (2022).

Fronteira agropecuária e a preservação ambiental

Nos últimos 50 anos, grandes áreas ocupadas originalmente pelo Cerrado e pela Floresta Amazônica, no norte de Mato Grosso, foram ocupadas pela agropecuária. Apesar de ser o bioma mais bem preservado do país, o Pantanal também foi agredido por intervenções humanas, que ameaçam a sua diversidade de flora e de fauna (consulte as páginas 242 e 243).

A expansão da fronteira agropecuária sobre essas formações vegetais provocou alterações ambientais, com risco de perda de sua biodiversidade, e ainda é responsável pelo desmatamento daquelas áreas, que continuam a ser ocupadas, sobretudo, pelo plantio da soja e pela pecuá­ria. Por isso, o grande desafio do Centro-Oeste é conciliar a expansão dessas atividades com a preservação ambiental e o respeito ao modo de vida dos povos tradicionais da floresta e do Cerrado, como quilombolas, vazanteiros, pantaneiros, entre outros, que buscam o reconhecimento e a proteção de seus territórios.

Daí a necessidade de disciplinar o uso do solo e dos recursos naturais regionais por meio da fiscalização e da aplicação da legislação ambiental.

Fotografia. No primeiro plano, vista de uma área de pastagem com muitos bovinos soltos. No segundo plano, vista de uma área extensa de vegetação rasteira.
Com o avanço da fronteira agropecuária na Região Centro-Oeste, muitas áreas que eram originalmente cobertas pela vegetação de Cerrado foram substituídas por pastagens. Na foto, criação de gado na zona rural do município de Nova Guarita, Mato Grosso (2021).
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QUEM LÊ VIAJA MAIS

ROSA, Antônio Vítor.

Agricultura e meio ambiente. sétima edição São Paulo: Atual, 2005.

O livro aborda diversos assuntos: revolução verde, agricultura e os grandes biomas brasileiros, agricultura orgânica, agroecologia etcétera Destaca-se o capítulo “Água, terra e vida”, sobre os impactos da irrigação.

Modelo econômico agroexportador

A ocupação e o uso das terras do Centro-Oeste têm sido realizados com base no modelo agroexportador, ou seja, a produção é voltada para a exportação.

Se, por um lado, esse modelo colocou o Brasil, em 2021, como o maior exportador mundial de carne bovina e de soja, e o faz ocupar posição de destaque na exportação de algodão, sendo responsável pela entrada de dinheiro no país, por outro lado traz consequências desfavoráveis.

Ícone. Seção No seu contexto.

No seu contexto

Você sabe se algum produto agrícola cultivado em seu município destina-se à exportação?

Além do efeito devastador sobre a cobertura vegetal natural e das consequências ambientais (erosão, compactação do solo, perda de biodiversidade etcétera, esse modelo causa impactos sociais (consulte a foto A da página seguinte). Entre eles, podemos destacar:

Fotografia A. No primeiro plano, vista de uma área com solo exposto, um grande buraco e muito lixo acumulado. No segundo plano, à esquerda, algumas moradias simples, feitas de alvenaria, mas sem acabamento, com algumas pessoas observando. Ao lado das casas, à direita, uma área de relevo inclinado e vegetação.
A Agência de Fiscalização do Distrito Federal faz operação para remoção de moradias e famílias em situação de risco por causa de uma erosão no solo, em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal (2016).
  • concentração de terras nas mãos de poucos proprietários – pequenos agricultores e pecuaristas não têm resistido às pressões dos grandes proprietários, vendendo suas pequenas e médias propriedades e comprometendo a agricultura familiar regional;
  • intensa migração campo-cidade provocada pela mecanização intensiva da agricultura comercial de exportação e pela baixa demanda de mão de obra da pecuária – em 1970, da população do Centro-Oeste era rural e urbana; em 2015, esses percentuais se alteraram para e respectivamente;
  • agravamento dos problemas urbanos (habitações precárias, violência, falta de saneamento básico etcétera) em consequência da migração citada acima;
  • conflito pelo uso da água – apesar de o Centro-Oeste abrigar fartos recursos hídricos, a grande quantidade de água usada na agricultura comercial de exportação tem provocado conflito entre agricultores, além de esgotamento e poluição de mananciais; um pivô centralglossário , por exemplo (foto B), consome, em média, 1 litro de água por segundo por hectare irrigado, entretanto des­perdiça mais de do que aspergiu ou borrifou (umedeceu dispersando gotículas);
  • disputas territoriais entre os grandes produtores e os moradores de comunidades tradicionais e indígenas.
Fotografia B. No primeiro plano, vista de uma vasta plantação; por cima dela, uma estrutura linear, feita em metal, sustentada sobre rodas e com vários tubos conectados lado a lado com aspersores nas extremidade, por onde a água é esborrifada na plantação. No segundo plano, vista de uma área com vegetação.
A irrigação é empregada em vastas áreas agropecuárias do Centro-Oeste. Na foto, lavoura irrigada por pivô central, no município de Campo Novo do Parecis, Mato Grosso (2016).

4. O extrativismo

Entre as áreas que abrigam os principais recursos minerais do Centro-Oeste, merecem destaque os municípios goianos de Niquelândia, Americano do Brasil e outros, nos quais estão localizadas as maiores reservas brasileiras de níquel e amianto. Goiás destaca-se também na produção de nióbio e de cristal de rocha, explorado pela garimpagem, principalmente no município de Cristalina.

Em Mato Grosso do Sul, próximo à cidade de Corumbá, no Maciço de Urucum, existem grandes jazidas de minério de ferro e minério de manganês que pouco produzem em decorrência da distância dos centros consumidores localizados no Sudeste (as indústrias siderúrgicas) e à grande produção do Quadrilátero Ferrífero. Parte dos minérios de ferro e de manganês dali extraídos é usada por uma pequena siderúrgica em Corumbá e parte é exportada via Rio Paraguai (foto).

No extrativismo mineral do Centro-Oeste, chamam a atenção os garimpos de ouro e diamante na Baixada Cuiabana (Pantanal) e nas nascentes dos rios Paraguai e São Lourenço (foto da página seguinte). Além da remoção de barrancos e do assoreamento causados por essa atividade, o mercúrio usado na garimpagem do ouro tem contaminado as águas dos rios e os peixes.

Já na Amazônia mato-grossense, o extrativismo vegetal é uma atividade tradicional. Além de madeira, extrai-se o látex das seringueiras nos vales dos rios Juruena e Arinos. Em Mato Grosso do Sul, o extrativismo vegetal tem por base a raiz da ipecacuanha ou poaia (planta que fornece uma substância usada na indústria farmacêutica) e a erva-mate.

Fotografia. No primeiro plano, vista de um rio largo com uma grande embarcação navegando no meio do canal. Nas margens, barcos ancorados e algumas construções. No segundo plano, vista de uma extensa área de vegetação.
Minério de ferro extraído do Maciço de Urucum e outras cargas são transportados por embarcações no Rio Paraguai. Na foto, chata nas imediações de Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul (2022).
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Navegar é preciso

– Mapas e imagens do Pantanal

https://oeds.link/H3jxAZ

Na página da , você pode visualizar informações sobre as características do Pantanal em mapas temáticos, imagens de satélite e fotografias aéreas.

Fotografia. Vista do alto mostrando uma área com grandes montes de material particulado, como areia e cascalho, gerado pela atividade de mineração. Entre os montes e ao redor deles, há estradas de terra e pequenas lagoas na parte de cima.
Vista aérea de garimpo de ouro no município de Poconé, Mato Grosso (2020). Essa atividade causa intensas alterações no meio ambiente.

5. Indústria

Na Região Centro-Oeste a atividade industrial encontra-se em desenvolvimento, predominando os ramos de extração e transformação mineral, química, de madeira, de alimentos (frigorífico) e bebidas, têxtil, vestuá­rio e calçados. Em Goiás, o perfil da industrialização vem sendo alterado nos últimos anos, com o desenvolvimento das indústrias farmacêutica, metalúrgica e de autopeças em Goiânia e com a instalação de montadoras de veículos automotores da China e da Coreia do Sul em Anápolis. Consulte o mapa que mostra os principais tipos de indústria do Centro-Oeste.

Centro-Oeste: principais indústrias

Mapa. Centro-Oeste: principais indústrias. Mapa localizando os principais tipos de indústria nos estados do Centro-Oeste. Mato Grosso do Sul: na parte central, nos arredores de Campo Grande: Têxtil, vestuário e calçados; Transformação de minérios não metálicos; Produtos alimentares; Bebidas; Química. Na porção leste: Extração mineral; Metalurgia e siderurgia; Transformação de minérios não metálicos. Na porção sul: Madeireira. 
Mato Grosso: na porção sul, nos arredores de Cuiabá: Madeireira; Transformação de minérios não metálicos; Metalurgia e siderurgia; Têxtil, vestuário e calçados; Produtos alimentares; Bebidas; Química. 
Goiás: na parte central, nos arredores de Goiânia: Petroquímica; Mobiliário; Transporte (aeroespacial, automobilística e naval); Química; Madeireira; Transformação de minérios não metálicos; Metalurgia e siderurgia; Têxtil, vestuário e calçados; Produtos alimentares; Bebidas
Na porção sul, próximo à divisa com Minas Gerais: Máquinas agrícolas; Transporte (aeroespacial, automobilística e naval); Produtos alimentares. Na porção norte: Extração mineral; Transformação de minérios não metálicos; Madeireira.
Na parte inferior, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 180 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Novo atlas geográfico do estudante. São Paulo: 2005. página 32; CALDINI, Vera Lúcia de Moraes; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. quarta edição São Paulo: Saraiva, 2013. página 52.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Portal de Serviços e Informações do Estado de Mato Grosso

https://oeds.link/SdwG0o

No portal, na aba “Mato Grosso”, há informações detalhadas sobre os diferentes setores da economia, a administração pública, além das características naturais do estado.

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

Expansão da fronteira agrícola no Centro-Oeste

Nos últimos anos, a agricultura comercial tem se expandido em direção à Região Centro-Oeste, o que não ocorre com a agricultura de produtos alimentares. Leia o texto a seguir para entender por que isso acontece.

“O crescimento da produção de soja, cana-de-açúcar e pecuária bovina no Centro-Oeste do Brasil, registrado em anos recentes, se deu principalmente por causa da ocupação de novas áreas. Como consequência do avanço da fronteira agrícola, a região tem registrado a substituição de culturas, a degradação de solo e o desflorestamento. As constatações fazem parte da tese de doutorado de Vivian Helena Capacle Correa, defendida no Instituto de Economia (í ê) da [unicâmpi]

De acordo com Vivian, embora o rendimento das três atividades tenha aumentado, em razão da adoção de manejos adequados e de tecnologias avançadas reticências é a ocupação de novas áreas que tem impulsionado o crescimento da produção no Centro-Oeste. O avanço em direção à região, conforme a pesquisadora, tem sido estimulado por diversos fatores. Entre eles está a disponibilidade de terras. ‘São Paulo continua sendo o maior produtor de cana-de-açúcar do país, mas o estado já está saturado. Assim, a alternativa encontrada pelas usinas para atender à crescente demanda por etanol, por exemplo, é levar a cultura para outras áreas, notadamente os estados do Centro-Oeste’

Se o segmento econômico experimentou avanços em alguns municípios do Centro-Oeste a partir desse movimento, o mesmo não se pode dizer do meio ambiente, conforme constatou a investigação promovida por Vivian. A autora da tese afirma que a expansão das três atividades analisadas no seu trabalho, notadamente a plantação de cana, tem provocado mudanças na região. Uma delas diz respeito à substituição de culturas. O arroz e o feijão, que foram importantes para a região, perderam espaço para os canaviais. Além disso, a própria pecuária extensiva, que também sempre se destacou naquele pedaço do país, tem sido gradativamente substituída pela cana.

Vivian explica que a cana chegou ao Centro-Oeste no momento em que a pecuária começava a apresentar declínio. ‘Por causa disso, muitos pecuaristas decidiram vender ou arrendar as suas terras para o plantio de cana. Alguns desses produtores passaram a viver de renda e foram morar nas cidades. Outros, porém, transferiram a produção para áreas mais distantes.

ALVES FILHO, Manuel. Soja, cana e pecuária avançam sobre o Centro-Oeste. Jornal da unicâmpi, Campinas, 22 a 28 abril 2013, página 6.

Tirinha. Quadrinho 1: Um menino à esquerda, usando chapéu de palha e vestido de camiseta rosa e calça listrada de azul e branco. Seu nome é Zé Lelé, ele se dirige a outro menino que aparece à direita dizendo: OBA, OBA! PRANTANDO UMA ARVRE NOVA, CHICO?! 
ESSA AÍ É DI QUE? DI GOIABA? DI JACA? DI MANGA?
Chico também está usando chapéu de palha, e aparece vestido de camiseta amarela e calça azul; ele está agachado na cena plantando uma árvore.  
Quadrinho 2: À esquerda na cena, Chico está olhando para Zé Lelé e respondendo à pergunta: NÃO! DI ISPERANÇA... Zé Lelé está olhando diretamente para a outra parte do quadrinho, à direita, com uma expressão de espanto. Essa parte do quadrinho mostra uma área com diversos troncos de árvores que foram cortadas.

 Interprete

1. Segundo o texto, o que tem ocorrido com as culturas de arroz e feijão no Centro-Oeste com a expansão do cultivo de cana-de-açúcar?

 Argumente

  1. Por que é possível conciliar a preservação do meio ambiente com o avanço da agropecuária em direção à Região Centro-Oeste?
  2. Observe a tirinha e estabeleça uma relação entre ela e o assunto tratado no texto.

Ícone. Seção Mochila de ferramentas.

Mochila de ferramentas

Pesquisa por meio de entrevista estruturada

Para conhecer melhor assuntos que lhe tenham despertado o interesse, sugerimos que você realize entrevistas estruturadas – feitas com base em um questionário padronizado para todos os entrevistados.

Considerando a construção de Brasília, por exemplo, você pode entrevistar pessoas que tenham vivido nesse período para saber, entre outros aspectos, como a mudança da localização da capital nacional interferiu na vida política do país.

Como fazer

  1. Planeje cada entrevista, antes de realizá-la, de modo que seja organizada e proveitosa. Fique atento aos procedimentos a seguir.
    1. Informe-se a respeito do assunto da entrevista.
    2. Delimite os objetivos do questionário e da entrevista para saber quais informações você deseja obter.
    3. Defina a pessoa ou o grupo de pessoas que será entrevistado – pense em alguém capaz de lhe fornecer as informações pretendidas.
    4. Elabore as perguntas do questionário, que servirá de roteiro para a entrevista: elas podem ser abertas (livres) ou fechadas (de múltipla escolha). Não deixe de observar se a linguagem é clara e adequada aos entrevistados, se há perguntas tendenciosas (o que não é desejado) e se cada pergunta contém um único questionamento.
    5. Agende a entrevista com antecedência – defina o local e o horário do encontro.
  2. Realize cada entrevista com base no questionário que você elaborou. As respostas devem ser anotadas ou gravadas (com o consentimento do entrevistado), para evitar a perda de detalhes importantes.
  3. Ordene e interprete as informações obtidas por meio do estudo das respostas dos entrevistados.
  4. Apresente os resultados obtidos em sala de aula, na fórma escrita ou oral. Se julgar necessário, enriqueça a sua apresentação com gráficos, ilustrações, fotos ou outros recursos visuais para facilitar a explicação.
Ilustração. Representação de uma mulher negra, sentada em um banco; ela usa uma faixa no cabelo e aparece vestida com um casaco azul, calça e sapatos. À direita da mulher, uma menina branca, e à esquerda, um menino negro. Ambos aparecem vestidos com uniforme escolar. A menina segura um gravador de voz próximo a mulher, enquanto o menino segura um caderno e faz anotações.
  1. Por que é importante elaborar um questionário padronizado em entrevistas estruturadas?
  2. Aponte três procedimentos que demonstrem a importância da fase de planejamento da entrevista.
  3. Cite pelo menos dois pontos que devem ser levados em conta na elaboração das perguntas do questionário.
Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 31 e 32

Registre em seu caderno.

  1. Cite algumas contribuições dos irmãos Villas Bôas para a Região Centro-Oeste.
  2. Aponte as consequências dos projetos de colonização em Mato Grosso, em especial para os povos indígenas, realizados pelo governo militar a partir de 1970.
  3. Em relação aos obstáculos para o desenvolvimento do Centro-Oeste até aproximadamente os anos 1950, responda.
    1. Quais foram eles?
    2. Que ações posteriores do governo buscaram superar esses entraves?
  4. Nos últimos anos, a ocupação e o uso das terras da Região Centro-Oeste tiveram como base o modelo agroexportador, isto é, a produção dirigida para a exportação. Indique benefícios e problemas que esse modelo propiciou.
  5. A fotografia a seguir é de uma eclusa de Jupiá, no Rio Paraná, entre os municípios de Três Lagoas (Mato Grosso do Sul) e Castilho (São Paulo), em 2013.
Fotografia. Vista de cima de uma barragem com eclusa, mostrando a área voltada para a represa, próxima à porta superior. À esquerda e à direita, duas estruturas de contenção formam um corredor largo usado pelas embarcações para adentrar a eclusa. Sobre a estrutura da barragem há uma via de circulação, sobre ela um caminhão.

Explique como a embarcação pode continuar a navegar se existe diferença no nível da água de um lado da barragem em relação ao outro lado.

  1. Por que é correto afirmar que a construção de Brasília gerou a formação de novos espaços geográficos?
  2. O que incentivou um fluxo maior de migrantes para a Região Centro-Oeste a partir de 1960? De que fórma isso resultou na produção de novos espaços geográficos?
  3. Elabore um mapa da divisão política da Grande Região Centro-Oeste do Brasil, aplicando papel vegetal sobre o mapa da página 237. Aplique as coordenadas geográficas, a rosa dos ventos e a escala e depois cole-o em seu caderno. Com os dados do quadro a seguir, calcule a densidade demográfica de cada unidade da federação dessa região. Em seguida, crie uma legenda e aplique-a no mapa.
Unidades da federação da Região Centro-Oeste: população e área territorial – 2021

Unidade da federação

População* (habitantes)

Área territorial (km2)**

Distrito Federal

3.094.325

5.760

Goiás

7.206.589

340.243

Mato Grosso

3.567.234

903.208

Mato Grosso do Sul

2.839.188

357.147

Estimativas. Valores arredondados.

Fontes: í bê gê Éponto Anuário Estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É 2021. página 1-14; Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2021. Rio de Janeiro: í bê gê É 2021. Disponível em: https://oeds.link/9n7wrh. Acesso em: 5 maio 2022.

9. A ilustração a seguir representa o número de toneladas transportadas por quilômetro com 1 litro de óleo diesel, na rodovia (caminhão), na ferrovia (trem) e na hidrovia (barco, chata etcétera).

Versão adaptada acessível

8. Elabore um mapa tátil da Grande Região Centro-Oeste do Brasil com a divisão política entre seus estados. Para isso, materiais como cartolina, papel pardo, barbantes e linhas de diferentes espessuras podem ser utilizados para a representação dos limites da Grande Região e das divisas entre seus estados. Com os dados do quadro "Unidades da federação da Região Centro-Oeste: população e área territorial, 2021", calcule a densidade demográfica de cada unidade da federação dessa região. Em seguida, crie uma legenda e aplique-a no mapa. Papéis e tecidos de diferentes texturas podem ser utilizados para a representação das diferentes densidades demográficas calculadas.

Ilustração. Representação de três meios de transporte acompanhados de números que sinalizam a relação entre toneladas transportadas por quilômetro com 1 litro de óleo diesel, por rodovia, ferrovia e hidrovia. Caminhão = 30. Trem: 125. Barco, chata e outros = 575.
  1. Tendo por base esses dados, responda: que rede de transportes deveria ser priorizada no Brasil? Por quê?
  2. Cite um corredor hidroviário de escoa­mento da produção no Centro-Oeste.

10. Leia o trecho a seguir. Após identificar sua ideia central, redija um texto com suas palavras apontando-a e comentando-a com base em seus conhecimentos.

reticênciasFactualmente, a criação de Brasília aconteceu sem alterar em nada a estrutura agrária em Goiás; isto é, o maior projeto urbanístico e arquitetônico, e presumivelmente, civilizacional, efetivado no Brasil na década de 1950 teve lugar em um Estado de economia fundamentalmente agropecuária sem, de fórma deliberada, ter visado afetar as relações no campo. Cumpre levar em consideração, nesse sentido, que a questão agropecuária não fôra contemplada diretamente nos cinco setores – energia, transportes, alimentação, indústrias de base e educação – em que incidiam as metas fixadas por

QUINTELA, antón corbátio. Os sucessos urbanos da colonização agrária em Goiás. Revista Goiânia, ano número 6, página 52-53, junho 2009.

11. Consulte a foto a seguir. Ela mostra parte de uma floresta derrubada no município de Itaúba, no estado de Mato Grosso, em 2021. Depois, responda às questões.

Fotografia. Vista do alto de uma área de desmatamento. No primeiro plano, à esquerda, há um pequeno núcleo com vegetação ainda de pé, além de algumas árvores esparsas. A maior parte da área se encontra com solo exposto. No segundo plano, uma faixa estreita ainda com vegetação.
  1. Com base na localização do município da foto e no que ela retrata, responda: que formação vegetal natural do Centro-Oeste sofreu intervenção humana?
  2. Qual é a principal alteração ambiental retratada na foto?

12. Leia o texto a seguir sobre a ocupação do Cerrado pela agricultura e responda.

A utilização de máquinas para revolver e nivelar a terra, que é feita entre a estação sêca e a estação chuvosa, deixa o solo exposto na época das chuvas, o que acelera o processo erosivo e o assoreamento dos rios. O uso de pesticidas e fungicidas afeta o homem e o meio ambiente, ao contaminar o solo e as águas

PELUSO, Marília; CÂNDIDO, Washington. Distrito Federal: paisagem, população e poder. São Paulo: Harbra, 2006. página 85.

  • Está correto apontar a ação humana como a principal responsável pelo desenvolvimento do processo erosivo descrito? Justifique.
  1. Você já pensou sobre como a Região Centro-Oeste é representada nos meios de comunicação? Pesquise cinco reportagens sobre essa Grande Região, com fotos, e responda.
    1. Qual é o tema de cada reportagem? Escreva no caderno o título de cada uma delas.
    2. Que características as fotos retratam? Exemplos: atividades econômicas, aspectos naturais, urbanos, rurais, problemas ambientais etcétera.
    3. O conjunto de textos e imagens representa a diversidade da Região Centro-Oeste? Explique.
    4. De maneira geral, que aspectos da Região Centro-Oeste poderiam ser abordados pelos meios de comunicação para valorizar a sua diversidade?

Ícone. Seção Caminhos digitais.

Caminhos digitais

Museus on-line: divulgação do patrimônio cultural e pesquisa na era digital

A qualidade e a confiabilidade da informação que obtemos na internet é uma preocupação cada vez mais comum. Certamente, há de tudo: desde cursos virtuais de excelente qualidade e sites que permitem acessar acervos raros e incríveis até informações e notícias falsas, criadas com o objetivo de enganar os internautas.

Nesse contexto, o que podemos fazer é aprender a identificar o que é ruim (para descartar) e saber organizar nossa navegação no mundo virtual para chegar até bons resultados. Saber pesquisar e obter informações na internet é uma das habilidades mais importantes do nosso tempo. Para isso, duas dicas essenciais são: 1) encontrar instituições e fontes de informação confiáveis; e 2) usar eficientemente os recursos de busca na internet (leia mais sobre isso no boxe “Fique Ligado!”, na página seguinte).

Sobre a primeira recomendação, uma das possibilidades mais extraor­dinárias que a internet permite são as visitas virtuais a museus e outras instituições culturais on-line, como bibliotecas, galerias de arte e acervos históricos. Em geral, essas instituições são fontes de informação confiáveis porque são mantidas por especialistas da área.

No Brasil, muitos museus exibem seus acervos na internet. Alguns deles dispõem até mesmo de visitas virtuais com visualização 360graus dos espaços expositivos. O portal musêus bê érre, vinculado ao Instituto Brasileiro de Museus (íbrãn), reúne museus de diferentes estados brasileiros no site https://oeds.link/AKiyq4 (acesso em: 20 fevereiro 2022). Uma das vantagens do portal é permitir que pessoas de uma dada Grande Região do Brasil desvendem e explorem as riquezas culturais de outras, divulgando e promovendo o patrimônio cultural brasileiro.

Projetos como esse são importantes porque ajudam a preservar documentos, obras de arte e até o registro de espaços físicos, como cidades, edifícios e parques, por meio da digitalização, e porque ajudam a divulgar informações e o patrimônio artístico para um público mais amplo. Na verdade, o objetivo principal dos museus on-line é exatamente este: universalizar o acesso à informação, às fontes de conhecimento e aos patrimônios culturais, artísticos, ambientais, entre outros.

Fotografia. Uma sala com diversas imagens nas paredes. Há imagens de animais, mapas com rios e desenhos de crânios humanos.
No site da plataforma musêus bê érre, um mapa colaborativo mostra a localização de museus, eventos, projetos ou agentes culturais. Na imagem, um frame isto é, um dos quadros que compõem o vídeo do tour virtual da exposição Biodiversidade – conhecer para preservar, organizada pelo Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Acesso em: 21 fevereiro 2022.
Captura de tela. Página do site da Biblioteca Nacional Digital. Destaque para a frase A ÓPERA DA INDEPENDÊNCIA. Ao redor, desenhos de pessoas negras, outras brancas, imagens de santos e pessoas com trajes longos.
Reprodução de página do site da Biblioteca Nacional Digital, que disponibiliza em formato digital grande parte do acervo dessa que é a instituição cultural mais antiga do país, com séde no Rio de Janeiro Rio de Janeiro. O acervo inclui fotografias, jornais, cartas, entre outros documentos históricos (acesso em: 18 fevereiro 2022).

 Confira

  1. Por que, segundo o texto, “saber pesquisar e obter informações na internet é uma das habilidades mais importantes do nosso tempo”?
  2. Quais recomendações principais são dadas no texto para a pesquisa de informações na internet?
  3. Quais são os objetivos de projetos de digitalização de acervos e dos museus on-line?

 Fique ligado!

  • O primeiro passo para pesquisar na internet usando sites de busca é listar os termos associados ao que você quer encontrar. Quanto mais precisas forem as palavras selecionadas e quanto mais coerentes com o tema de pesquisa, maiores as chances de chegar até a informação desejada.
  • Ainda sobre os sites de busca, use “operadores de pesquisa”, símbolos e códigos que ajudam a refinar os resultados. Note a diferença, por exemplo, no número de resultados obtidos em um buscador popular para uma pesquisa sobre a produção de açúcar no período colonial em Pernambuco:Pernambuco açúcar (23.300.000 resultados)Pernambuco açúcar -turismo -receitas (15.800.000 resultados)O sinal de subtração usado antes de um termo exclui dos resultados os sites com esse termo (receitas; turismo).Pernambuco aspasengenho de açúcaraspas -turismo -receitas (27.300 resultados)Colocar uma expressão entre aspas faz o buscador selecionar apenas os sites que tenham exatamente essa expressão (engenho de açúcar).Pernambuco+colonização “engenho de açúcar” -turismo -receitas (31.500 resultados)O sinal de adição , usado entre dois termos, faz o buscador retornar apenas os sites que tenham ambos os termos (Pernambuco; colonização), em vez de um ou outro termo.

Nota: os números de resultados de pesquisa indicados e obtidos em um buscador popular poderão variar, entre outros fatores, de acordo com os sistemas de classificação de cada buscador, compostos de uma série de algoritmos, como também em função de data, horário e local de acesso do usuário de internet e das configurações em seu computador, tablet, smartphone etcétera.

Glossário

Arraial
Pequeno povoado.
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Filão
Veio, depósito de um mesmo mineral no interior da crosta terrestre.
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Sedentário
Refere-se ao indivíduo que tem local fixo de moradia.
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Linha telegráfica
Sistema para envio e recebimento de mensagens codificadas por meio de fio elétrico.
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Aculturado
Indivíduo, grupo ou povo que passa por processo de modificação de sua cultura e/ou se adapta, de fórma espontânea ou forçada, a outra cultura.
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Calagem
Processo que consiste na incorporação de calcário ao solo para corrigir sua acidez, tornando-o mais fértil.
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Chata
Embarcação de estrutura resistente, de fundo chato, em geral sem motor próprio, destinada ao transporte de carga pesada.
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Empurrador
Embarcação que empurra as chatas.
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Sorgo
Cereal semelhante ao milho, muito usado em ração animal.
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Pivô central
Sistema de irrigação composto, em geral, de uma linha com vários borrifadores apoiada em torres sobre rodas que faz movimento de rotação em torno do ponto pivô, que lhe serve de base e de tomada de água.
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