UNIDADE 3 BRASIL: INDUSTRIALIZAÇÃO, CONSUMO E O ESPAÇO DAS REDES

Nesta Unidade, você estudará a atividade industrial no Brasil e conhecerá os principais parques científicos e tecnológicos do país. Juntos, refletiremos sobre as relações entre desenvolvimento industrial e consumo, a influência da propaganda em nossa vida e a importância de sermos consumidores conscientes para evitar o desperdício e o consumismo, atitudes que prejudicam tanto a vida financeira de famílias e pessoas como o meio ambiente.

Além disso, você aprenderá sobre as redes de transporte e de comunicação no Brasil e compreenderá o papel que desempenham na integração do território.

A integração do território brasileiro

A expansão das redes de transporte e de comunicação no Brasil contribuiu para a integração econômica, política e cultural do território brasileiro.

As ferrovias, rodovias, aquavias e aerovias e os meios de comunicação foram fundamentais para o desenvolvimento urbano-industrial e agropecuário do país, pois possibilitaram maiores fluxos de matérias-primas, mercadorias, informações e pessoas entre municípios, unidades da federação e regiões.

Fotografia. No centro da imagem, um viaduto com duas pistas em cada sentido. Sob o viaduto, há uma rodovia formada por duas pistas, em cada sentido, separadas por um canteiro central. O viaduto e a rodovia estão conectados por meio de quatro rotatórias. Na parte superior, à direita e à esquerda, há construções predominantemente baixas, alguns prédios, galpões, áreas asfaltadas e árvores.
Entroncamento da Rodovia uóshinton Luís (São Paulo-310) – debaixo do viaduto – com a Rodovia Transbrasiliana (bê érre153), no município de São José do Rio Preto, São Paulo (2021).
Ícone. Boxe Verifique sua bagagem.

VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. O que você sabe sobre a distribuição territorial das redes de transporte e de comunicação no município onde vive?
  2. Você acredita que as redes de transporte e de comunicação estão relacionadas com o desenvolvimento industrial de um país? Explique.
  3. O que você sabe sobre o setor industrial brasileiro nos dias de hoje?
Orientações e sugestões didáticas

Unidade 3

Nesta Unidade, serão estudadas as características do processo de industrialização brasileira e as redes de transporte e comunicação no Brasil.

O tema da industrialização se relaciona aos temas do consumo e do desenvolvimento sustentável.

Serão trabalhados, principalmente, os seguintes conceitos e noções: industrialização brasileira, concentração e desconcentração industrial, Terceira Revolução Industrial (Revolução Técnico-Científico-Informacional), economia do conhecimento, parques científicos e tecnológicos brasileiros, sociedade de consumo e do desperdício e impactos ambientais, consumo ostentatório, recursos naturais, desenvolvimento sustentável, redes geográficas, rede rodoviária, rede ferroviária, rede aquaviária, transporte intermodal, transporte marítimo, rede aérea, comunicação, redes de comunicação no Brasil.

Respostas

  1. Resposta pessoal. Oriente os alunos a identificar os meios de transporte e as redes de comunicação que estão disponíveis em seus lugares de vivência. Aproveite para analisar com os alunos a existência de áreas do município que sejam satisfatoriamente contempladas pelas redes de transporte e comunicação e aquelas cujo atendimento é deficitário.
  2. Espera-se que os alunos reconheçam que as redes de transporte e comunicação são essenciais para o desenvolvimento industrial de um país. As redes de transporte possibilitam, por exemplo, o acesso a matérias-primas fornecidas por diferentes localidades, a comercialização das mercadorias produzidas em diversas unidades da federação e o abastecimento da população. As redes de comunicação permitem o acesso a dados e a troca de informações, as transações bancárias e comerciais e a divulgação e marketing dos produtos fabricados, entre outras ações.
  3. Verifique o conhecimento prévio dos alunos sobre o tema. Comente que o setor industrial brasileiro no século vinte e um depende cada vez mais do desenvolvimento tecnológico para melhorar seu desempenho, especialmente em relação à produtividade. Mas, apesar de os investimentos em ciência e tecnologia serem crescentes, a indústria brasileira ainda é bastante dependente da tecnologia externa, fator que compromete sua própria capacidade de concorrência com outras economias no setor industrial.

PERCURSO 9 A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

1. Do século vinte ao vinte e um: fases da indústria no Brasil

Até o início do século vinte, o Brasil ainda não havia se industrializado, a agropecuária respondia por 45% do PIBglossário brasileiro e a produção de café para exportação era a principal atividade do país.

A maioria dos produtos industrializados que eram comercializados no Brasil ainda vinha da Europa, quando a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) eclodiu. O conflito provocou a diminuição da oferta de mercadorias dos países europeus e as tornou mais caras. Nesse período, novas fábricas surgiram no Brasil, substituindo as importações de alguns produtos estrangeiros. Na década de 1920, parte dos ganhos obtidos com a venda de café passou a ser investida na criação de bancos e indústrias.

Em 1929, uma crise econômica começou nos Estados Unidos e afetou outros países. O preço internacional do café despencou e muitos cafeicultores faliram em nosso país. Com isso, o governo e os investidores se voltaram para a criação de indústrias, e, a partir da década de 1930, o Brasil intensificou sua industrialização. Por essa razão, foi chamado de “país de industrialização tardia”, quando comparado à Inglaterra, à França ou aos Estados Unidos.

Na década de 1940, com a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o desenvolvimento da indústria nacional foi novamente estimulado pela substituição de produtos importados por nacionais. Esse foi um período de muitos investimentos estatais na produção de energia, aço e máquinas, sem os quais outras indústrias dificilmente surgiriam.

Na década de 1960, visando modernizar a indústria, o governo de Juscelino cubishéqui, presidente do Brasil entre 1956 e 1961, estabeleceu o Plano de Metas, com especial atenção para as áreas de energia, transporte e indústrias de base (química, siderúrgica, elétrica etcétera.).

Na década de 1980, dificuldades de a indústria nacional obter novos equipamentos e crédito do governo marcaram o período conhecido como a “década perdida” para a economia do Brasil. A partir de 1990, com a economia mais estável, alguns segmentos industriais voltaram a crescer. Outros, porém, tiveram dificuldade para superar a concorrência dos produtos importados após a abertura comercial desse período.

O setor industrial brasileiro no século vinte e um depende cada vez mais do desenvolvimento tecnológico para melhorar seu desempenho. Apesar de os investimentos em ciência e tecnologia serem crescentes, ainda não têm sido suficientes para tornar o Brasil independente tecnologicamente.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Os anos Jota Ka: uma trajetória política.

Direção: Silvio Tendler. Brasil: Terra Filmes, 1980. Duração: 110 minutos

O documentário apresenta fatos que marcaram a vida política brasileira, tendo como personagem central o presidente Juscelino cubishéqui.

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 9

Esse Percurso trata da industrialização brasileira e da sua concentração e relativa desconcentração industrial. Também discute a importância do desenvolvimento científico e tecnológico nos dias atuais e sua relação com a indústria, apontando alguns exemplos de parques científicos e tecnológicos no Brasil.

A fim de abordar o caráter histórico da industrialização, iniciamos o estudo do Percurso apresentando a evolução da indústria no Brasil ao longo do século vinte. Sugerimos que oriente os alunos a ler, interpretar e discutir o texto. Se julgar pertinente, instrua-os a elaborar uma linha do tempo no caderno, destacando os períodos e os principais fatos ocorridos em cada um deles.

Habilidades da Bê êne cê cê

  • ê éfe zero sete gê ê zero sete
  • ê éfe zero sete gê ê zero oito

Os assuntos estudados ao longo do Percurso têm relação com as habilidades ê éfe zero sete gê ê zero sete e ê éfe zero sete gê ê zero oito. Dê destaque para o papel da inovação tecnológica ao longo da história da indústria e ressalte que ela foi essencial para que a atividade industrial alcançasse os atuais padrões de produtividade.

Explique o papel das redes de transporte para a localização das indústrias no território nacional e aponte que as ferrovias e as rodovias tiveram influência sobre a concentração industrial na Grande Região Sudeste, especialmente no estado de São Paulo.

Segundo o í bê gê É, em 2021, o Píbi do Brasil foi de 8,7 trilhões de reais. Para mais informações sobre o Píbi, consulte o seguinte endereço eletrônico: https://oeds.link/CKsHue. Acesso em: 24 março 2022.

Se julgar pertinente, explique que, em 1950, a população urbana das cidades brasileiras cresceu significativamente, e a indústria se diversificou e passou a atuar em vários setores, como naval, químico, farmacêutico, automobilístico e de eletrodomésticos, com grande crescimento da participação de empresas transnacionais. Na década de 1970, os investimentos estatais mantiveram o crescimento industrial privilegiando grandes empresas. Entre 1967 e 1973, esse crescimento ficou conhecido como “milagre econômico”. Na década de 1980, durante o Governo militar, foram feitos investimentos públicos nos setores de energia, transporte e comunicação. Porém, os esforços em manter o crescimento econômico nacional acentuaram o endividamento do país.

2. Concentração e relativa desconcentração industrial

Desde o início, a industrialização do Brasil concentrou-se na Grande Região Sudeste, principalmente nas Regiões Metropolitanasglossário de São Paulo e do Rio de Janeiro. Na metrópole paulista, essa concentração ocorreu no chamado “a bê cê dê”, que reúne os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema. A Rodovia Anchieta, que liga esses municípios ao Porto de Santos, a disponibilidade de energia elétrica e a proximidade do mercado consumidor foram fatores determinantes para a escolha dessa localização industrial.

A partir da década de 1950, intensificou-se a implantação de indústrias ao longo de quatro principais eixos rodoviários paulistas: a Rodovia Presidente Dutra, a Rodovia Presidente Castelo Branco, o Sistema Anchieta-Imigrantes e o Sistema Bandeirantes-Anhanguera-uóshinton Luís, como podemos ver no mapa.

A instalação de indústrias nesses eixos rodoviários mostra a desconcentração industrial em relação à Região Metropolitana de São Paulo. Entretanto, esse processo vem ocorrendo também em âmbito nacional.

Assim, há um declínio relativo na atividade industrial do estado de São Paulo e da Grande Região Sudeste. Em outras palavras, a industrialização do estado de São Paulo e da Grande Região Sudeste está crescendo em um ritmo mais lento do que o de outros estados e regiões do Brasil, produzindo, assim, uma nova distribuição espacial das indústrias.

São Paulo: eixos de industrialização – 1973

Mapa. São Paulo: eixos de industrialização – 1973
Mapa do Estado de São Paulo mostrando as grandes áreas econômicas. 
Predominantemente industrial: mancha localizada na porção nordeste e que se estende à parte do litoral do estado, com destaque para a capital São Paulo, São José dos Campos, Santos, Mairinque, Votorantim, Sorocaba, Itu, Jundiaí, Americana e Paulínia.
Relativo equilíbrio setorial: região na divisa de São Paulo com o estado do Rio de Janeiro; centro-oeste paulista, em uma faixa que abrande as cidades de Marília, Bauru, São Carlos, Rio Claro, Piracicaba, Araraquara, Bebedouro, Ribeirão Preto e Franca; em porções do noroeste e do sudoeste, em cidades como São José do Rio Preto, Mirassol, Monte Aprazível, Araçatuba e Presidente Prudente. 
Predominantemente agrícola: extensa faixa do sul do estado, em cidades como Registo, Itapetininga, Itapeva, Ourinhos, Assis e Presidente Epitácio; em porções que abrangem o oeste e o norte, destacam-se Pereira Barreto, Ituverava e Orlândia.
Principais direções: há setas indicando a direção do deslocamento favorecido pelas principais rodovias do estado. Essas direções partem da capital e entorno para as porções nordeste (em direção a São José dos Campos), litorânea (em direção a Santos), oeste (passando por Sorocaba), e noroeste (em direção à São José do Rio Preto e sul de Minas Gerais). 
Rodovias: 1. Eixo Rodovia Presidente Dutra - liga a capital São Paulo a São José dos Campos, alcançado o estado do Rio de Janeiro. 2. Eixo da Rodovia Presidente Castelo Branco: partindo da capital, direciona-se à oeste, passando próximo à Itu, Ourinhos, Assis, Presidente Prudente e Presidente Epitácio. 3. Eixo do Sistema Anchieta-Imigrantes: liga à capital São Paulo à região de Santos, no litoral. 4. Eixo do Sistema Bandeirantes-Anhanguera-Washington Luís, que se divide em: via A - Anhanguera, que, saindo da capital, cruza as proximidades de Jundiaí, Campinas, Paulínia, Americana, Limeira, Ribeirão Preto, Orlândia e Ituverava; via B - Via Washington Luís, que, saindo da capital, cruza as proximidades de Jundiaí, Campinas, Paulínia, Americana, Limeira, Rio Claro, São Carlos, Araraquara, São José do Rio Preto e Mirassol, chegando à divisa de Mato Grosso do Sul.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 78 quilômetros. Considere que, no mapa, a distância entre São Paulo e Marília em linha reta é de 4,6 centímetros.

Fonte: elaborado com base em SÃO PAULO. Secretaria de Economia e Planejamento. Diagnóstico do estado de São Paulo. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, 1973.

Grafismo indicando atividade.

Localize no mapa as cidades de São Paulo e de Marília e calcule a distância em linha reta entre elas, em quilômetros.

Orientações e sugestões didáticas

A distância entre as cidades de São Paulo e Marília é de 360 quilômetros, aproximadamente.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Mauá, o imperador e o rei.

Direção: Sérgio Rezende.Brasil: Lagoa Cultura e Esportiva limitada, 1999.Duração: 50 minutos.

O filme relata a iniciativa do empresário Irineu Evangelista de Souza, que, no século dezenove fundou várias empresas no Brasil. Defensor da industrialização, enfrentou muitos adversários, até mesmo o governo da época, para alcançar seus objetivos.

Orientações e sugestões didáticas

Para fins didáticos, empregamos como sinônimos as expressões “descentralização industrial” e “desconcentração industrial”. Para alguns estudiosos, descentralização industrial representa a mudança física (parcial ou total) de unidades industriais de uma área territorial para outra (por exemplo, do estado de São Paulo para outras unidades da federação) e, diversamente, desconcentração industrial designa alterações na distribuição espacial absoluta ou relativa de variáveis como número de estabelecimentos, pessoal ocupado, valor da produção e valor da transformação industrial ().

Ao trabalhar o conteúdo sobre concentração e desconcentração industrial, aproveite para ressaltar o papel das redes, principalmente das ferrovias e rodovias, na configuração e na distribuição espacial da atividade industrial no território brasileiro. Elas tiveram papel importante para que ocorresse a concentração industrial no estado de São Paulo, pois, além de constituírem vias de circulação de pessoas e mercadorias, serviram como atrativos para indústrias transnacionais. Esse tema relaciona-se à habilidade ê éfe zero sete gê ê zero sete.

Sobre o mapa datado de 1973 e sua legenda, especificamente em relação ao “Eixo do Sistema Anchieta-Imigrantes”, esclareça para os alunos que a Rodovia dos Imigrantes foi inaugurada, efetivamente, em 1976 (pista norte), e que a pedra fundamental dela é de 1974.

A atividade com escala é uma fórma de recordar conteúdos vistos em anos anteriores. Sugerimos que, quando possível, solicite aos alunos atividades que contemplem esse tema.

Alguns alunos podem apresentar dificuldades em calcular a distância, em quilômetros, entre as cidades de São Paulo e Marília. Para ajudá-los, escolha outras duas cidades e calcule a distância entre elas.

• A desconcentração industrial e suas causas

Apesar da relativa desconcentração industrial em curso, a Grande Região Sudeste, sobretudo o estado de São Paulo e as Regiões Metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro, continua sendo a principal área industrial do Brasil. Porém, é importante destacar os fatores que estão levando a essa desconcentração. Estudaremos, a seguir, quais são eles.

Política industrial do governo militar

Durante o governo militar, no período de 1964 a 1985, instituíram-se diversas políticas de industrialização e planos econômicos de desenvolvimento dirigidos à descentralização industrial no país. Foram realizados investimentos em infraestrutura essenciais para a criação de polos industriais. Destacam-se a exploração de minérios em Carajás Pará, Trombetas Pará, Caraíba Bahia e Patos Minas Gerais; os portos de Itaqui Maranhão e Tubarão Espírito Santo ; as petroquímicas de Camaçari Bahia , Paulínia São Paulo e CanoasRio Grande do Sul; a indústria automobilística em Betim Minas Gerais; além de outros.

Elevação dos custos de produção

Ao longo do tempo, a Grande Região Sudeste, sobretudo a Região Metropolitana de São Paulo, perdeu vantagens na produção industrial para outras unidades da federação e regiões do Brasil. Isso porque passou a apresentar altos custos produtivos resultantes de um conjunto de fatores, como congestionamento de trânsito e impostos e salários mais altos.

Brasil: número de empresas industriais – 2019

Mapa. Brasil: número de empresas industriais - 2019
Mapa do Brasil mostrando o número de empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas. Sobre cada uma das unidades federativas, há círculos proporcionais relacionados aos valores indicados da legenda.   
60.000 empresas: São Paulo. 
cerca de 20.000 empresas: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais.
cerca de 10.000 empresas: Rio de Janeiro. 
cerca de 5.000 empresas: Ceará, Pernambuco, Bahia, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo.
cerca de 1.000 empresas: Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Amazona, Pará e Tocantins.  
cerca de 500 empresas: Acre, Roraima e Amapá.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 420 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em í bê gê Éponto Pesquisa industrial anual: empresa. Disponível em: https://oeds.link/fSimDT. Acesso em: 29 janeiro 2022.

Grafismo indicando atividade.

Cite uma unidade da federação cujo número de empresas industriais se situa em torno de 20.000. Depois, responda: com base nesse mapa, é possível concluir qual é a região mais industrializada do Brasil?

Orientações e sugestões didáticas

No mapa, os estados de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul podem ser unidades federativas citadas pelos alunos, pois apresentam cêrca de .20000 empresas industriais. É possível concluir que a Grande Região Sudeste é a mais industrializada, pois nela está concentrado o maior número de empresas industriais.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

No município onde você mora há indústrias? Você sabe que produtos são fabricados nelas?

Orientações e sugestões didáticas

As respostas às perguntas do boxe No seu contexto dependem do município onde o aluno mora. O objetivo é despertar a curiosidade do aluno sobre seu espaço de vivência, aguçando a observação desse local e dando sentido ao aprendizado.

Aproveite o mapa do número de empresas industriais para trabalhar um princípio importante do raciocínio geográfico: a distribuição espacial. Observe com os alunos os círculos proporcionais, que representam o número de empresas industriais com cinco ou mais pessoas ocupadas em cada unidade da federação. Peça que reparem onde há maior concentração de empresas industriais e explique que, apesar de o mapa apresentar os dados por unidades federativas, a distribuição não é homogênea, tanto nas Grandes Regiões como nas unidades da federação.

Ao abordar o tema da distribuição espacial industrial no Brasil, discuta com os alunos a influência dos fatores locacionais na atração de indústrias. Cite como exemplos: proximidade de matérias-primas e do mercado consumidor; disponibilidade de mão de obra; incentivos fiscais; infraestrutura de transportes e de comunicação; disponibilidade de energia elétrica e água e, em alguns casos, proximidade de empresas da mesma cadeia produtiva e de institutos de pesquisa.

Estenda o estudo da distribuição espacial das indústrias no Brasil e seus fatores locacionais ao município de vivência do aluno ou à escola que frequenta. Levante, por exemplo, as seguintes questões: “Onde se localizam as indústrias do município (zona norte, sul, leste ou oeste)?”; “Há fatores locacionais que explicam essa distribuição espacial?”.

A guerra fiscal

Principalmente a partir da década de 1990, vem ocorrendo a atração de indústrias para fóra da Grande Região Sudeste em razão da intensificação de vantagens fiscais oferecidas por governos estaduais, distrital ou municipais de outras regiões do Brasil. Exemplos dessas vantagens são: incentivo fiscalglossário , doação de terrenos com infraestrutura de saneamento básico, de transporte, de comunicação etcétera. A chamada guerra fiscal, somada às outras causas da desconcentração industrial apresentadas, ajuda a explicar a atual distribuição das indústrias no Brasil e a participação desse setor da economia em cada região do país.

3. Indústria, inovação tecnológica e transformações socioeconômicas do território

Durante o século dezenove e parte do século vinte um dos fatores que diferenciavam os países do mundo em desenvolvidos, subdesenvolvidos e em desenvolvimento era o nível de industrialização por eles alcançado. As técnicas de produção, que impulsionaram a industrialização nesses séculos, assumiram, por volta da década de 1970, uma nova etapa graças à Terceira Revolução Industrial. Também conhecido como Revolução Técnico-Científico-Informacional, tal processo caracteriza-se pela intensa aplicação de conhecimentos científicos à produção e pelo desenvolvimento tecnológico em diversas áreas, como a informática – com o amplo uso de computadores e de redes de comunicação, como a internet; as telecomunicações – satélites artificiais; a robótica uso de robôs no processo de produção; além de outras. Certos países já se encontram na Quarta Revolução Industrial, chamada também de Indústria 4.0, que se caracteriza pelo aperfeiçoamento das máquinas e dos equipamentos.

Fotografia. Mulher de jaleco branco próxima a um equipamento branco e a um notebook aberto. Ao fundo, atrás de uma bancada com diversos objetos, há outra mulher.
Robô, em empresa do município de Jaboticabal, São Paulo (2019), usado para análise de solo, realiza a tarefa de modo detalhado e muito mais ágil do que a feita por métodos convencionais.

Economia do conhecimento

A atividade industrial, considerada o “motor” do desenvolvimento econômico e social dos países durante os séculos dezenove e vinte, passou a disputar importância, de alguns anos atrás para os dias atuais, com a produção de conhecimento sobre as técnicas; daí se falar, hoje, em economia do conhecimento.

O “saber fazer” tornou-se uma valiosa mercadoria, sendo produzida e comercializada em escala global, beneficiando países, instituições e pessoas que produzem conhecimento e desenvolvem novas tecnologias.

No início da década de 1950, algumas empresas de tecnologia se estabeleceram no Vale do Silício (Silicon Valley), no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, região onde há universidades importantes, como Stanford e Berkeley. Logo, a região transformou-se em importante polo de tecnologia avançada nos setores de eletrônica, informática e

Orientações e sugestões didáticas

Ao abordar a importância do conhecimento nas atividades econômicas desenvolvidas em dias atuais, retome a caracterização do setor quaternário estudada no Percurso 7.

Comente com os alunos que o Brasil conta com instituições de ensino e pesquisa nas quais se buscam novos conhecimentos científicos que dão suporte à produção industrial. É o caso do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ínpi) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ().

Atividade complementar

Pergunte aos alunos se eles sabem o que é desemprego tecnológico ou estrutural. Explique a eles que esse tipo de desemprego é ocasionado pelo desenvolvimento tecnológico. As máquinas passam a realizar atividades antes desenvolvidas por seres humanos, ocasionando a redução dos postos de trabalho.

Sugira que reflitam a respeito da influência do desenvolvimento tecnológico no cotidiano deles. Podem ser citados, por exemplo, o uso de aparelhos eletrônicos de comunicação (televisão, smartphone, computador), o consumo de alimentos transgênicos e de medicamentos etcétera

comunicação. O elemento químico silício inspirou o nome dado à região por ser a matéria-prima usada na produção de grande parte dos pequenos circuitos eletrônicos (chips).

Várias empresas de tecnologia dinamizaram e promoveram uma reorganização do território na região. Elas atraíram pessoas de outras áreas dos Estados Unidos e do mundo, induziram o crescimento urbano, a construção de infraestruturas, o desenvolvimento do comércio e de indústrias etcétera Não tardou para que surgissem polos de tecnologia avançada em outros países, como França, Alemanha, Japão, Reino Unido, Coreia do Sul e Países Baixos.

O Brasil e a economia do conhecimento

A inserção do Brasil na economia do conhecimento ainda é modesta se comparada à dos grandes centros mundiais de produção científica e tecnológica. No país, as pesquisas são realizadas principalmente em universidades e instituições governamentais e, em menor proporção, em empresas do setor privadoglossário – diferentemente dos Estados Unidos, onde a maior quantidade de pesquisadores trabalha em empresas privadas.

No Brasil, os pesquisadores de instituições governamentais enfrentam diversos problemas, entre eles a escassez de recursos financeiros, a ineficiência dos órgãos públicos para autorizar a aquisição de materiais e substâncias necessárias para a realização de pesquisas, além de outros.

Parques científicos e tecnológicos no Brasil

Um parque tecnológico corresponde a uma concentração geográfica de instituições dedicadas a atividades de pesquisa e desenvolvimento e envolvidas na produção de bens e serviços, como universidades, centros de pesquisa, laboratórios e empresas.

A instalação de um parque científico e tecnológico exige investimentos em infraestrutura e mão de obra qualificada. Porém, pode estimular a economia e integrar territórios com os espaços nacional e internacional. Analise a distribuição de parques científicos e tecnológicos no mapa e no gráfico.

Brasil: distribuição espacial de parques científicos e tecnológicos por unidade da federação – 2019

Mapa. Brasil: distribuição espacial de parques científicos e tecnológicos por unidade da federação – 2019.  
Mapa do Brasil mostrando a distribuição de parques científicos e tecnológico entre as unidades da federação: 
Em projeto: Rio Grande do Sul 3. Santa Catarina 2. Paraná 3. São Paulo 7. Rio de Janeiro 4. Espírito Santo 2. Minas Gerais 2. Goiás 2. Distrito Federal 1. Mato Grosso 2. Mato Grosso do Sul 1. Bahia 1. Rio Grande do Norte 1. Ceará 1. Pará 2. Amazona 2. Rondônia 1. 
Em implantação: Rio Grande do Sul 1. Santa Catarina 3. Paraná 1. São Paulo 6. Minas Gerais 2. Goiás 1. Distrito Federal 1. Mato Grosso 1. Pernambuco 1. 
Em operação: Rio Grande do Sul 8. Santa Catarina 4. Paraná 7. São Paulo Rio de Janeiro 3. Minas Gerais 4. Distrito Federal 1, Bahia 1. Sergipe 1. Alagoas 1. Paraíba 1. Pernambuco 1. Pará 1.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 470 quilômetros.

Fonte: BRASIL. Estudo de projetos de alta complexidade: indicadores de parques tecnológicos, fase 2. Brasília: Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, 2019. página. 16.

Distribuição de parques científicos e tecnológicos por Grande Região – 2019

Gráfico. Distribuição de parques científicos e tecnológicos por grande região – 2019 
Gráfico de setores representando a distribuição de parques científicos e tecnológicos pelas cinco grandes regiões:
Região Sudeste 40 por cento. Região Sul 36 por cento. Região Centro-Oeste 9 por cento. Região Nordeste 9 por cento. Região Norte 6 por cento.

Fonte: BRASIL. Estudo de projetos de alta complexidade: indicadores de parques tecnológicos, fase 2. Brasília: Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, 2019. página. 69.

Orientações e sugestões didáticas

Realize a leitura do mapa com os alunos para que identifiquem as unidades da federação com maior número de parques científicos e tecnológicos. Eles deverão identificar os diferentes símbolos e realizar a leitura dos dados quantitativos, comparando-os.

Relacione as informações do mapa ressaltando que ocorre migração de pessoas para outras unidades da federação com o objetivo de estudar ou em busca de melhores oportunidades de trabalho. É comum que parques científicos e tecnológicos constituam áreas de atração de pessoas, criando fluxos migratórios.

O gráfico permite identificar que as Grandes Regiões Sudeste e Sul concentram a maior parte dos parques científicos e tecnológicos do país.

Parques científicos e tecnológicos e reorganização espacial

Além de atrair populações e empresas, os parques científicos e tecnológicos dinamizam a economia e estimulam o crescimento do setor terciário (comércio e serviços), favorecendo, assim, as comunidades locais. Têm, nesse sentido, uma função de reorganização do espaço geográfico. De modo geral, atraem e criam demanda por empreendimentos, como agências bancárias, hotéis, centros de convenção, lojas, lanchonetes, hospitais, entre outros. Além disso, quando são implantados, geram a necessidade de infraestrutura básica (como a criação de vias de circulação, energia, saneamento e telecomunicações); fomentam a construção civil por meio de edificações para a instalação de empresas, laboratórios e outros espaços de trabalho e favorecem o surgimento de empresas de serviços (limpeza, segurança, alimentação, entre outras) para atender à sua estrutura administrativa.

Por exemplo, a implantação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (íta) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ínpi), respectivamente nos anos de 1950 e 1971, no município de São José dos Campos, no estado de São Paulo, reorganizou o território do município e de suas proximidades.

Em 1960, a população de São José dos Campos somava 40 mil habitantes e sua economia era predominantemente de base agrícola. Em 2021, sua população chegou a 730 mil habitantes e sua economia passou a ser de base industrial. O município conta com várias universidades e faculdades, atraindo estudantes de todo o Brasil e do exterior.

Fotografia. Vista de um espaço grande e fechado com máquinas de tamanho médio. No centro, destaque para uma máquina laranja com rodas e uma parte suspensa à frente com um suporte plano em que uma pessoa está em pé. Outras pessoas aparecem trabalhando ao fundo e na parte esquerda da imagem.
Interior do Laboratório de Integração e Testes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais em São José dos Campos, São Paulo (2020), onde foi construído o Amazônia 1, primeiro satélite de observação do planeta Terra completamente projetado, montado, testado e operado no Brasil.
Orientações e sugestões didáticas

Sugerimos que apresente aos alunos dados contextualizados conforme a região ou o município em que vivem. Indique o parque científico e tecnológico mais próximo e algumas mudanças que ele provocou no município ou na região após sua implantação. Como exemplo, aponte a existência de parques científicos e tecnológicos em: Belém (Pará); Campina Grande (Paraíba); Salvador (Bahia); Recife (Pernambuco); Aracaju (Sudeste); Belo Horizonte, Viçosa e Itajubá (Minas Gerais); Rio de Janeiro (Rio de Janeiro); São Carlos, Piracicaba, Campinas e São José dos Campos (São Paulo); Londrina, Foz do Iguaçu, Cascavel, Guarapuava e Curitiba (Paraná); Florianópolis e Joinville (Santa Catarina); Campo Bom, Canoas, São Leopoldo e Porto Alegre (Rio Grande do Sul), além de outros.

Ícone. Seção Rotas e encontros.

Rotas e encontros

Brasileira é promessa da nova geração de cientistas

“Nadia aiádi ainda se lembra de quando seu pai a ensinou a andar de patins. Foi um dos muitos exemplos de aprendizado científico da família, já que ele mesmo nunca tinha colocado um par nos pés. ‘É pura física’, dizia. reticências Sua família compartilha o interesse científico: tanto os pais quanto o irmão são pesquisadores, caminho que a carioca formada em Engenharia de Materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (íme) também deseja seguir, assim como dar aulas.

reticências fazendo doutorado em Bioengenharia na Universidade da Califórnia (2017-2023), em Berkeley, ela estampou manchetes ao vencer um concurso mundial reticências sobre aplicação de grafeno. À base de carbono, o grafeno é o material mais fino e mais forte já criado, além de ser transparente e um excelente condutor de calor. Em resumo, promete revoluções – e uma delas pode ter a assinatura de Nadia. reticências ela pesquisou as propriedades do grafeno e avanços recentes até ter seu insightglossário : usá-lo em um sistema de filtragem e dessalinização de água para reciclá-la e, assim, combater a escassez em regiões áridas e semiáridas. reticências

Durante a infância, Nadia cansou de ver o pai trabalhar à noite ou em fins de semana para checar um experimento. ‘Eu via como meus pais e outros cientistas próximos a eles não eram valorizados e, de certa maneira, trabalhavam principalmente por amor.’ Foi a mesma razão que a fez escolher a carreira acadêmica em vez de áreas mais financeiramente recompensadoras. ‘Eu gostaria de tentar contribuir para a ciência e para a humanidade tanto com minha pesquisa quanto com divulgação científica, ajudando as futuras gerações de cientistas do país’, explica.

reticências

A falta de conhecimento e interesse popular pela ciência tem aspectos perversos. Desestimula jovens a seguirem a carreira tanto diretamente – eles optam por carreiras mais lucrativas, por exemplo – quanto indiretamente, ao não mostrar que ela é possível para todos e não só para privilegiados.

Nadia tem consciência de sua responsabilidade em relação a isso. Ela integra uma estatística dupla faz parte das apenas 5,5% de mulheres negras bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (cê ene pê quê), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e que tem por objetivo fomentar o tema no país.

Durante seus estudos em instituições de ponta, ela encontrou poucos outros alunos negros, apesar de o país ter a maior população negra fóra da África, mas espera que sua história ‘sirva de inspiração e motivação para essas meninas seguirem e brilharem em seus sonhos de serem cientistas’.”

PINHO, Ana. Brasileira é promessa da nova geração de cientistas. na prática ponto orgui 14 março 2018. Disponível em: https://oeds.link/RxLiH1. Acesso em: 29 janeiro 2022.

Fotografia. Mulher vista do ombro para cima. Ela usa toca de proteção na cabeça e sorri para foto.
Nadia aiádi em visita ao Graphene Centre, na Universidade de Tecnologia de Chalmers, em Gotemburgo, Suécia (2017).

 Interprete

1. De acordo com o texto, o que se pode afirmar sobre a participação de mulheres negras na ciência brasileira?

 Argumente

2. O que pode ser feito, por meio de ações individuais e coletivas, para a eliminação da discriminação e a concretização da igualdade de gênero e étnico-racial? De acordo com a sua resposta, combine imagens e uma frase curta para elaborar uma postagem para conscientizar os usuários das redes sociais.

Versão adaptada acessível

2. O que pode ser feito, por meio de ações individuais e coletivas, para a eliminação da discriminação e a concretização da igualdade de gênero e étnico-racial? De acordo com a sua resposta, elabore uma frase ou texto para ser publicado em forma de post ou uma apresentação oral para conscientizar os usuários das redes sociais.

Orientação para acessibilidade

A frase ou o texto elaborado para a postagem deve apresentar argumentos que abordem aspectos que contribuam para a igualdade de gênero e étnico-racial. O aluno também pode optar por uma apresentação oral sobre o tema.

Orientações e sugestões didáticas

Interdisciplinaridade

Com o professor de História, sugerimos organizar um projeto sobre a participação das mulheres negras na sociedade brasileira, identificando preconceitos, estereótipos e meios de combatê-los, a fim de contribuir para a presença de diferentes sujeitos em áreas de conhecimento e atuação profissional no Brasil.

Temas contemporâneos transversais

A seção possibilita abordar os temas: Educação em Direitos Humanos, Trabalho, Ciência e Tecnologia. Poderão ser desenvolvidos sob a perspectiva do combate aos estereótipos raciais e de gênero, refletindo-se, por exemplo, sobre as expectativas da sociedade em relação às mulheres e seu papel social sobre a superação de limitações, da segregação e da reduzida participação em alguns meios acadêmicos.

Respostas

  1. Espera-se que os alunos afirmem que a maioria da população brasileira é negra, quase 56% (em 2018), ao passo que existem apenas cêrca de 5,5% de mulheres negras realizando pesquisas na área das ciências exatas no país. Ao relacionar esses dados, é possível concluir que a presença de mulheres negras na ciência é mínima no Brasil.
  2. Resposta pessoal. Por meio de pesquisa ou estudo dirigido, oriente os alunos a argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos. No Brasil, apesar do avanço no desempenho escolar, as mulheres ainda enfrentam vários obstáculos para se manter no mercado de trabalho. Sugerimos a consulta ao site da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (disponível em: https://oeds.link/wO8J4l; acesso em: 30 janeiro 2022). Com base na argumentação desenvolvida na resposta da questão 2, os alunos deverão criar uma postagem para as redes sociais com o objetivo de gerar conscientização. Oriente-os sobre a adequação da linguagem, que deve ser simples, direta e convincente. O uso de imagens, ícones ou cores auxilia a composição, atraindo o público. Essa estratégia mobiliza o interesse dos alunos ao explorar o universo das redes sociais e convidá-los a buscar um papel ativo na pesquisa, seleção e divulgação de informações em meio digital. Assim, além do trabalho com a capacidade de argumentação, garante-se que os alunos ampliem seu letramento digital e midiático.

PERCURSO 10 A SOCIEDADE DE CONSUMO E O MEIO AMBIENTE

1. A sociedade de consumo e do desperdício

A partir de 1950, aproximadamente, houve uma grande expansão da atividade industrial nos Estados Unidos, em alguns países europeus e também no Brasil. Aqui se instalaram muitas indústrias, e grande parte delas eram transnacionais.

O desenvolvimento industrial, principalmente de bens de consumo duráveis e não duráveis, criou um novo estilo de vida. A noção do que é “necessário” alterou-se, passando a incluir produtos lançados no mercado pelas indústrias e pelo comércio e diversos serviços divulgados intensamente pela publicidade de acordo com estratégias de marketingglossário .

Passamos, assim, para o consumo exacerbado, com graves consequências para o meio ambiente, como estudaremos adiante.

Esse novo modo de vida, tendo por base “necessidades criadas” e o elevado consumo de bens e serviços, fez nascer a sociedade de consumo. Nesse tipo de sociedade, o consumo de certos produtos e serviços passou a ser entendido como sinal de poder, prestígio ou status socialglossário .

A sociedade de consumo é uma sociedade de desigualdades e de contrastes. Enquanto uma parcela da população tem acesso a vários produtos, grande parte vive em condição de pobreza, não tendo acesso à educação, a boas condições de moradia e, até mesmo, à alimentação que assegure boa qualidade de vida.

Fotografia. Vista de uma calçada com três pessoas deitadas. Elas estão encobertas por cobertores. Acima de onde elas estão há diversas lojas e, ao fundo, pessoas andando na mesma calçada.
Moradores de rua dormindo no calçadão do centro da cidade de Campinas, São Paulo (2020).
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

No lugar onde você vive, existem pessoas ou famílias que passam privações de acesso à moradia, à alimentação, à assistência de saúde e a outros bens e serviços?

Orientações e sugestões didáticas

A questão proposta no boxe No seu contexto estimula a observação dos alunos sobre as condições de vida das pessoas no lugar de vivência, despertando, assim, um “olhar crítico”.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

AIDAR, Flávia.

Educação financeira: um guia de valor. São Paulo: Moderna, 2017. (Coleção Informação e Diálogo).

Como lidar com o dinheiro de maneira consciente e crítica para que possamos promover o bem de cada um e da nossa sociedade? Por se basear em situações do dia a dia, a leitura desse livro poderá contribuir para a sua vida financeira e a de sua família.

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 10

Esse Percurso permite a abordagem crítica do modo de vida que tem por base a sociedade de consumo, responsável por grandes danos ao meio ambiente e pelo esgotamento de recursos naturais. Apresenta aos alunos uma alternativa para a preservação do meio ambiente, que é o desenvolvimento ecologicamente sustentável.

Habilidade da Bê êne cê cê

ê éfe zero sete gê ê zero seis

O trabalho com a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero seis se desenvolve a partir da perspectiva de que a produção desenfreada de mercadorias para atender à sociedade de consumo provoca danos ambientais e esgotamento de recursos naturais.

A questão da circulação de mercadorias fica implícita no texto, pois, sendo transportadas das áreas de produção para as do mercado de consumo, exigem o uso de energia, fato que sugerimos que seja explorado no estudo deste Percurso.

Os níveis de consumo atuais estão muito acima da capacidade de reposição dos recursos; portanto, repensar os padrões de consumo, investir na destinação adequada do lixo e adotar atitudes voltadas para a economia de recursos naturais são iniciativas importantes para o futuro da humanidade e do planeta.

Interdisciplinaridade

A respeito da publicidade e de suas estratégias de márquetin, é possível realizar com o professor de Língua Portuguesa um trabalho interdisciplinar que aborde a habilidade ê éfe seis nove éle pê zero quatro desse componente curricular: “Identificar e analisar os efeitos de sentido que fortalecem a persuasão nos textos publicitários, relacionando as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados, como imagens, tempo verbal, jogos de palavras, figuras de linguagem etcétera, com vistas a fomentar práticas de consumo conscientes”.

2. Sociedade de consumo, desperdício e impactos ambientais

Consumir é uma necessidade. Entretanto, o ser humano, estimulado pelas empresas e pela publicidade, cria necessidades que não são verdadeiramente essenciais. Consumindo por desejo ou por impulso, os indivíduos podem se tornar consumistas exagerados.

Assim como o consumo exagerado, o consumo ostentatório – realizado com o propósito de mostrar a riqueza que se possui – tem levado ao desperdício, ao uso irracional de recursos naturais, à destruição da natureza e a sérios impactos ambientais.

A sociedade de consumo estimula, por exemplo, o uso de muitos produtos descartáveis. Isso causa a produção dos chamados resíduos sólidosglossário urbanos, um dos principais problemas em praticamente todas as grandes cidades do mundo. De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (abrélpe), em 2021 foram gerados mais de 225 mil toneladas diárias de resíduos sólidos no Brasil, dos quais 30por cento a 40por cento poderiam ser reaproveitados ou reciclados. No entanto, de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento cêrca de apenas 2,1por cento desses resíduos são reciclados, pois esse setor é ainda pouco desenvolvido no país.

No dia a dia, boa parte dos resíduos sólidos tem sua origem no descarte de embalagens (metal, vidro, plástico, papel etcétera que acabam misturadas aos dejetos orgânicosglossário no lixo doméstico. Daí a necessidade de praticarmos atitudes conscientes que contribuam para a solução dos problemas relacionados com o lixo, o desperdício e o uso excessivo de recursos naturais, como reduzir o consumo de produtos (preferindo aqueles que ofereçam menor potencial de geração de resíduos e tenham maior durabilidade), reutilizar embalagens e reciclar.

Em 2008, ocorreu uma mobilização em 33 países com o objetivo de despertar a consciência das pessoas para os problemas ambientais decorrentes de padrões insustentáveis de produção e do consumo excessivo. A partir de então, reforçou-se a importância de adotar coletivamente a prática do consumo consciente, que consiste na aquisição somente daquilo que é necessário para viver, considerando os impactos ambientais e o risco do esgotamento dos recursos naturais.

Fotografia. Mulher jogando uma garrafa plástica em uma grande lixeira azul. Há ícone ilustrados na lixeira com círculos e traços diagonais vermelhos, mostrando que alguns materiais não devem ser depositados ali. Abaixo, há ilustrações de garrafas e de dois círculos formados por setas.
Jovem descarta lixo para reciclagem na cidade de Kiev, Ucrânia (2020).
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Muitos anúncios comerciais nos induzem ou nos levam ao consumismo exagerado e ao desperdício. Você e sua família são muito ou pouco influenciados por eles?

Orientações e sugestões didáticas

Com base nas respostas dos alunos à questão proposta no boxe No seu contexto, promova uma discussão sobre o assunto, momento oportuno para alertar os alunos sobre a importância do consumo consciente e da educação financeira.

Tenha em mente que a atividade complementar proposta nesta página pode ser planejada de acordo com a metodologia ativa da “Sala de Aula Invertida”. Ela permite explorar menos aulas expositivas como ferramenta aplicada aos processos de ensino e de aprendizagem. Oriente os grupos de alunos a estudar em casa as publicações e os conteúdos selecionados e, na escola, realize o esclarecimento de dúvidas, exercícios, trabalhos em grupo e avaliações. Nesta proposta, a “lição de casa” é feita em sala de aula e a aula é “dada em casa”. Se possível, promova momentos de interação on line, síncronos (por meio de lives) e, também, usando ferramentas assíncronas, tais como os fóruns de discussão. No conjunto dessas atividades, coloque os alunos como protagonistas, ou seja, como sujeitos ativos no processo de construção do conhecimento, o que possibilita a aprendizagem e a assimilação de novos conhecimentos com base em conceitos já conhecidos.

Atividade complementar

Consulte e trabalhe com os alunos outros dados compilados e tratados com fundamentação científica relacionados com a gestão dos resíduos sólidos no Brasil. Sugerimos as publicações a seguir: “Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2021”, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, que anualmente publica dados compilados e tratados com fundamentação científica, representando a realidade da gestão de resíduos do país; e “Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos – 2019”, do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento, com indicadores, diagnósticos e informações sobre água e esgoto, resíduos sólidos e águas pluviais.

Essas publicações apresentam rico material para aprofundar o assunto com os alunos e poderão contribuir para o desenvolvimento de um estudo dirigido ou projeto para que eles conheçam melhor a realidade da gestão de resíduos sólidos no Brasil e em suas Grandes Regiões.

Prepare os materiais educativos e disponibilize-os previamente para os alunos. Estimule-os a desenvolver o protagonismo e a construção de conhecimentos tanto sobre os assuntos abordados, por meio das publicações selecionadas e fornecidas, como acerca das ferramentas computacionais que você aplicará para conduzir a atividade (por exemplo, os textos poderão ser disponibilizados por meio de áva – Ambiente Virtual de Aprendizagem –, caso disponha desse recurso, que facilita o acesso dos alunos por meio da internet).

Sociedade de consumo versus recursos naturais

Os recursos naturais correspondem a tudo que é fornecido pela natureza e usado pelas sociedades para atender a necessidades produtivas e, até mesmo, culturais. São exemplos de recursos naturais: ferro, cobre, petróleo, gás natural, carvão mineral, alguns tipos de vegetais e solos, a energia solar e o vento.

Estudiosos de diversas áreas de conhecimento (Economia, Geografia, Ciências Ambientais, entre outras) têm alertado que nosso planeta não suportará mais três ou quatro sociedades com o mesmo nível de consumo dos Estados Unidos, do Japão e de alguns países europeus, em que o alto rendimento da população permite realizar elevados gastos com a aquisição de bens e serviços.

Considerando que todo produto exige trabalho humano e uso de recursos naturais em sua produção, o elevado consumo compromete a natureza e, consequentemente, a disponibilidade de alguns recursos naturais. Logo, se a população de todo o planeta consumisse como as sociedades citadas, a Terra e os seus recursos não suportariam tamanha pressão e o intenso consumo levaria ao esgotamento de muitos recursos naturais não renováveis, como deve acontecer futuramente com os combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral e gás natural).

O consumismo cria problemas ambientais que vão desde a elevada produção e a destinação inadequada do lixo até o aumento do consumo de água, energia elétrica, combustíveis fósseis etcétera Tais fatores contribuem para a intensificação do efeito estufa, para o aumento da poluição atmosférica e visual e do desmatamento e para o esgotamento de recursos naturais não renováveis.

Fotografia. Em primeiro plano, duas pessoas aparecem de costas carregando grandes sacos com latas. Em segundo plano, diversas pessoas caminhando na calçada, árvores e prédios.
Catadores carregam latas de alumínio, na cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (2022). O Brasil se destaca na reciclagem de alumínio. Várias associações, cooperativas e grupos informais e coletivos realizam a reciclagem. Muitas pessoas têm na coleta de materiais a principal atividade remunerada. De maneira geral, o segmento social dos catadores envolve pessoas que trabalham de fórma autônoma em difíceis condições, apesar de tratar-se de uma atividade reconhecidamente benéfica para a sociedade, que merece apoio.

Impactos do consumismo sobre o espaço urbano

O espaço urbano sofreu muitas alterações com a influência da sociedade de consumo. Entre os principais exemplos dessas alterações, é possível destacar a construção de grandes centros de compras (shopping centers) e supermercados em diversos países.

A construção de condomínios fechados também pode ser entendida como consequência do elevado padrão de consumo e das desigualdades sociais. Diante da insegurança vivida no Brasil, por exemplo, esses locais tornaram-se enclaves fortificados, ou seja, territórios com segurança privada, enclausurados no território urbano.

Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Pergunte aos alunos se eles já ouviram falar sobre o termo “pegada ecológica”. A pegada ecológica é uma medida da quantidade de recursos naturais renováveis que consumimos, direta e indiretamente, para manter nosso estilo de vida.

Há vários sites que permitem calcular a pegada ecológica. A organização não governamental Brasil, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e outras instituições brasileiras, mantém um site em que é possível realizar esse cálculo (disponível em: https://oeds.link/k6j81M; acesso em: 30 janeiro 2022). O teste revela quantos “planetas Terra” são necessários para manter o nosso estilo de vida.

Se julgar oportuno, solicite aos alunos que realizem esse teste. Sugere-se que ele seja preenchido na companhia de um familiar, pois alguns dados podem ser desconhecidos pelos alunos.

Solicite a eles que tragam o resultado para a sala de aula e pergunte o que acharam e se ficaram surpresos. Esse é um bom momento para refletir sobre a importância do consumo consciente.

3. Desenvolvimento ecologicamente sustentável

Há algumas décadas, o modo de vida com base na sociedade de consumo vem sendo questionado. Em 1972, quando ocorreu a Conferência sobre Meio Ambiente Humano, realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Estocolmo, na Suécia, ressaltou-se a importância de um modelo de desenvolvimento que levasse em consideração a preservação ambiental, o risco de esgotamento dos recursos naturais e a importância da superação das injustiças sociais. Surgiu assim a noção de desenvolvimento ecologicamente sustentável, baseada no objetivo de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade da Terra de atender às necessidades das gerações futuras. Em outras palavras, um modelo voltado para a produção de bens e serviços por meio da exploração racional dos recursos naturais, a preservação do meio ambiente e o combate às desigualdades sociais.

Em vários países do mundo, inclusive no Brasil, diversas empresas adotaram os princípios do desenvolvimento ecologicamente sustentável, praticando o reaproveitamento de águas, a reciclagem do lixo sólido, a reutilização de sobras de matéria-prima, o reflorestamento, a extração legal de madeira, entre outras iniciativas (observe a foto).

Fotografia. Três caminhões carregando troncos grossos de árvores. Os troncos são grandes e estão empilhados. Do lado esquerdo, há uma pilha de outros troncos empilhados no chão. Ao fundo, vegetação densa formada por árvores.
Madeira extraída legalmente da Floresta Amazônica no município de Oriximiná, pê á (2021). A extração legal da madeira é realizada de fórma sustentável para minimizar e controlar os impactos ambientais.

Entretanto, além da incorporação de práticas sustentáveis nos processos produtivos, que contribui para a conservação dos recursos naturais, é importante que os indivíduos também evitem o consumo exagerado e o desperdício (consulte mais sobre o desenvolvimento ecologicamente sustentável no Percurso 16).

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

MARTINS, Maria Helena Pires.

O prazer das compras: o consumismo no mundo contemporâneo. São Paulo: Moderna, 2007.

A autora aborda o consumismo de fórma crítica, como também o seu impacto sobre os recursos naturais.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Muitas empresas informam aos consumidores que estão agindo de acordo com os princípios do desenvolvimento ecologicamente sustentável. Você sabe informar se algum produto que você consome ou usa segue o princípio desse modelo?

Orientações e sugestões didáticas

Para responderem à questão proposta no boxe No seu contexto, oriente os alunos a procurar essa informação em embalagens de produtos ou na internet, buscando pelo nome da empresa fabricante. Indústrias madeireiras e de móveis, por exemplo, têm carimbado os seus produtos informando que a madeira foi obtida de árvores abatidas com a autorização de órgãos fiscalizadores e que são, portanto, de origem legal.

Atividade complementar

Os alunos deverão pesquisar a existência de coleta seletiva dos resíduos sólidos produzidos na escola ou no bairro onde moram. Eles podem buscar por associações e cooperativas que atuem na região.

Se houver possibilidade, organize uma pesquisa de campo a uma associação ou cooperativa de catadores ou de reciclagem. Na ocasião, verifique como o processo de reciclagem é realizado, que tipos de produtos são reciclados, como separar melhor os resíduos e a quantidade de materiais coletados e reciclados.

Durante a pesquisa de campo, organize a turma em grupos de até cinco alunos. Cada grupo deve anotar todas as informações e registrar o momento por meio de fotos e croquis.

Ao final, peça que organizem o material coletado na fórma de um pequeno relatório no qual deverão descrever a experiência dos componentes do grupo, com as informações coletadas, as fotos e os croquis para ilustrar o trabalho.

Para concluir a atividade, promova uma discussão em sala de aula a fim de compartilhar as informações levantadas pelos alunos. Questione-os se acham importante essa atividade, o papel social dos catadores, a iniciativa individual e coletiva de reciclagem etcétera O debate deve trabalhar a oralidade, a argumentação e o respeito às opiniões.

No decorrer da atividade, oriente os alunos a pesquisar e a consultar publicações educativas na internet sobre como conhecer melhor os resíduos que produzimos, os tipos e o destino mais adequado para cada um deles. Sobre esse assunto, sugerimos a publicação a seguir, do Instituto Estadual do Ambiente (Inéa), vinculado à Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, do estado do Rio de Janeiro: Inéa Lixo não é brincadeira. Ou pode ser? Rio de Janeiro: Instituto Estadual do Ambiente (Inéa), junho 2020.

4. Consumo consciente e educação financeira

Diariamente, temos contato com propagandas de diversos produtos, como roupas, sapatos, brinquedos, aparelhos eletrônicos etcétera Muitos desses anúncios têm o objetivo de levar os consumidores a acreditar que as mercadorias divulgadas por eles são realmente necessárias ou proporcionarão grande bem-estar aos seus usuários. Mas será que tudo o que compramos é realmente essencial? Atentar-se para as próprias escolhas, consumir com consciência e saber administrar os recursos financeiros são estratégias importantes para que possamos realizar sonhos e planejar um futuro financeiro saudável e seguro. Leia algumas dicas.

Ilustração. Um homem segurando um papel nas mãos. Na frente dele está um grande cesto com diversas melancias e, ao lado, um carrinho de supermercado.  
Ilustração. Uma grande caixa amarela com a seguinte inscrição em uma das laterais: DOAÇÕES. Ao lado da caixa estão duas pessoas, uma segurando um livro e, outra, um boneco.  
Ilustração. Uma criança segurando um cofre verde de porquinho. Em cima da sua cabeça está um balão de fala com a ilustração de um par de patins de rodinhas.  
Ilustração. Uma mulher carregando um bebê nas costas. Ele está amarrado ao corpo da mulher. Na frente da mulher está uma outra mulher com um lenço na cabeça. Ela segura uma maquininha de pagamento e a mulher com o bebê segura um cartão.  
Ilustração. Jovem de mochila escrevendo em uma folha grande em branco. Há outras folhas atrás da que está sendo escrita, formando um bloco.  
Ilustração. Pessoa de chapéu na frente de uma mesa com frutas, na qual há uma placa com a inscrição três por um. Do outro lado da mesa uma mulher olha para um papel que está em sua mão direita. Há um ponto de exclamação ao seu lado.
Ilustração. Uma pessoa olhando para uma vitrine de uma loja onde estão instrumentos de corda. 
Ilustração. Homem engraxando um sapato.
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

O que é consumo colaborativo? Você acredita que ele possa ajudar a você e a outras pessoas? Explique.

Orientações e sugestões didáticas

Com base nas respostas dadas à questão do boxe No seu contexto, aproveite esse momento para explicar a prática do consumo colaborativo, contrapondo-a, por exemplo, com o consumismo.

Em relação ao boxe No seu contexto, ressalte que o consumo colaborativo é uma prática positiva e sustentável, que vem ganhando muitos adeptos no Brasil e no mundo, baseada no empréstimo ou na troca de produtos, sem envolver dinheiro. Ela é praticada, por exemplo, com o auxílio da internet, por meio de iniciativas de pessoas com interesses comuns. A troca ou o compartilhamento é feito por membros cadastrados em sites ou grupos, e as pessoas divulgam aquilo que querem trocar ou compartilhar, como também fazem as escolhas, enviando e recebendo bens pelo correio. Ou, ainda, os produtos ficam disponíveis em locais de distribuição para que as pessoas possam acessá-los.

Temas contemporâneos transversais

O assunto tratado nesta página possibilita abordar os temas Educação para o Consumo, Educação Financeira e Educação Fiscal, pois nela são sugeridas práticas a serem adotadas para, a fim de promover o consumo consciente e diminuir o consumismo e seus impactos, sejam econômicos, sociais ou ambientais.

Comente que a data 15 de outubro é considerada o Dia do Consumo Consciente. Sugerimos que dialogue com a turma sobre o papel da publicidade na sociedade em que vivemos, destacando que, muitas vezes, ela cria “necessidades desnecessárias”. Enfatize também que os valores estabelecidos pela sociedade de consumo privilegiam o “ter” em detrimento do “ser”. Portanto, os alunos precisam compreender bem essa inversão de valores para garantir a sua própria formação como cidadãos.

Enfatize a importância de práticas relacionadas ao planejamento financeiro também no que se refere à concretização de sonhos e de planos futuros que estejam alinhados aos projetos de vida dos alunos.

Se julgar conveniente, consulte o site da Estratégia Nacional de Educação Financeira (enéfi), do Governo Federal (disponível em: https://oeds.link/nWVd5I; acesso em: 30 janeiro 2022). Nele você encontra materiais sobre educação financeira para várias faixas etárias.

Oriente os alunos a observar as ilustrações. Pergunte se eles praticam atitudes de consumo consciente no seu dia a dia. Caso os alunos afirmem que realizam alguma das posturas representadas na ilustração, verifique qual é a frequência com que são praticadas. Caso respondam negativamente, veja se já pensaram em adotá-las.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 9 e 10

Registre em seu caderno.

  1. Aponte as relações entre cafeicultura, Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e industrialização do Brasil, particularmente da Grande Região Sudeste, nas primeiras décadas do século vinte.
  2. Explique por que o Brasil é considerado um país de industrialização tardia ou retardatária.
  3. Por que o declínio na atividade industrial da Grande Região Sudeste e do estado de São Paulo pode ser considerado “relativo”?
  4. A partir, aproximadamente, de 1970, as técnicas de produção de mercadorias e serviços sofreram um intenso processo de inovação, processo que ficou conhecido como Revolução Técnico-Científico-Informacional. Explique o que foi essa revolução e dê exemplos de atividades e de áreas do conhecimento que foram beneficiadas por ela.
  5. Cite exemplos das transformações ocorridas no espaço geográfico com a implantação de polos de tecnologia ou parques científicos e tecnológicos.
  6. Cite um parque científico e tecnológico do Brasil e aponte, pelo menos, uma dificuldade que os pesquisadores de instituições governamentais enfrentam no país.
  7. Explique a diferença entre consumo consciente e consumo ostentatório.
  8. Aponte a relação entre consumismo exagerado e meio ambiente.
  9. O que é desenvolvimento economicamente sustentável?
  10. O quadro apresenta a distribuição das unidades industriais ligadas a uma associação do setor automotivo no Brasil, responsável pela produção de veículos, máquinas agrícolas e rodoviárias, motores, autopeças, acessórios para veículos, entre outros produtos. Elabore um mapa de acordo com os dados apresentados no quadro, usando como base cartográfica o mapa político do Brasil presente na página 24. Copie o mapa em um papel de seda ou vegetal, reproduzindo-o no caderno com as coordenadas geográficas, a rosa dos ventos e a escala. Construa uma legenda de cores estabelecendo intervalos considerando os dados do quadro e aplique as cores no mapa. Insira as siglas das unidades da federação, dê um título a ele e lembre-se de citar a fonte dos dados apresentados. Depois, compartilhe com a turma o resultado de seu trabalho.
Brasil: unidades industriais associadas, por unidade da federação – 2020

Unidade da federação

Número de unidades industriais

Bahia

1

Ceará

1

Pernambuco

1

Goiás

2

Minas Gerais

4

Rio de Janeiro

5

São Paulo

26

Paraná

12

Rio Grande do Sul

7

Santa Catarina

2

Fonte: ânfavéa. Anuário da indústria automobilística brasileira 2021. São Paulo: ânfavéa, 2021. página 28.

Versão adaptada acessível

10. Elabore um mapa tátil com base nos dados apresentados no quadro, que mostra a distribuição das unidades industriais ligadas a uma associação do setor automotivo no Brasil, responsável pela produção de veículos, máquinas agrícolas e rodoviárias, motores, autopeças, acessórios para veículos, entre outros produtos.  Para isso, pode-se utilizar materiais como cartolina, papel pardo, barbantes e linhas de diferentes espessuras para a representação dos limites do Brasil e das divisas entre suas unidades da federação. Crie a legenda estabelecendo intervalos a partir dos dados do quadro e utilize materiais circulares, como botões de diferentes tamanhos, para representar o intervalo correspondente a cada unidade da federação. Depois, compartilhe com a turma o resultado de seu trabalho.

Orientação para acessibilidade

Caso possível, proponha a elaboração de um mapa tátil a partir de materiais de diferentes texturas. Uma aula antes, oriente os estudantes a respeito dos materiais que eles devem levar à sala de aula para realizar a atividade, tais como material emborrachado, linhas de diferentes espessuras, botões etc. Auxilie os estudantes durante a seleção e a organização dos materiais. Sugere-se que o professor leve pronto o contorno do mapa do Brasil sobre uma base emborrachada. O contorno do país e as divisas entre as unidades da federação podem ser feitos com barbante ou outros materiais maleáveis, facilitando a percepção dos alunos. Na sala de aula, oriente para que a turma represente por meio de materiais com a mesma forma e de diferentes tamanhos, como botões, os números de unidades industriais por unidade da federação. Os tamanhos dos materiais devem respeitar, ao menos aproximadamente, os intervalos estabelecidos pelos alunos a partir do quadro. Retome os dados para fazer a associação corretamente e explique que deve haver correspondência entre os tipos de materiais usados no mapa e na legenda, de modo a permitir a relação entre as informações. A transposição de uma representação visual para uma representação tátil tende a favorecer a ampliação do processo de ensino-aprendizagem. O nível de complexidade da atividade pode ser adaptado de acordo com a realidade da sala de aula.

Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Desde os anos 1870, as exportações de café permitiram que os recursos obtidos com a sua comercialização fossem aplicados na construção de fábricas. Esse processo foi ainda beneficiado pelas dificuldades de importação de produtos industriais pelo Brasil durante a Primeira Guerra Mundial, situação que estimulou o desenvolvimento de diversos ramos industriais no país, particularmente na Grande Região Sudeste.
  2. Porque sua industrialização se intensificou apenas a partir da década de 1930, quando o Brasil concluiu a implantação de indústrias de bens de consumo duráveis. Ou seja, foi um processo de industrialização tardio em relação ao dos países desenvolvidos.
  3. Porque a industrialização dessa região está crescendo num ritmo mais lento que o de outras Grandes Regiões e estados do Brasil.
  4. Essa Revolução caracterizou-se pelo intenso processo de inovações de conhecimentos científicos e tecnológicos em diversas áreas, como na informática, nas telecomunicações, na robótica, na biotecnologia etcétera
  5. De modo geral, a implantação de polos de tecnologia ou parques científicos e tecnológicos atrai populações, promove o crescimento urbano, incentiva a construção de infraestrutura, o desenvolvimento do comércio e da prestação de serviços.
  6. O aluno poderá citar o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (íta), localizado no município de São José dos Campos (São Paulo), e, a partir de pesquisa com base no mapa da página 83, poderá indicar outros. Sugerimos que apresente informações contextualizadas, identificando, por exemplo, parques científicos e tecnológicos localizados na unidade da federação ou Grande Região em que o aluno vive. Dificuldade: escassez de recursos financeiros (dinheiro) para pesquisa.
  7. O consumo consciente consiste na aquisição somente de bens e serviços essencialmente necessários e leva em consideração o risco de esgotamento dos recursos naturais, os impactos ambientais e a destruição da natureza, enquanto o consumo ostentatório objetiva apenas demonstrar riqueza.
  8. O consumismo exagerado traz problemas para o meio ambiente, como o da destinação dos resíduos sólidos, do aumento do consumo de água, energia elétrica e combustíveis fósseis, da poluição atmosférica e visual, do desmatamento e do esgotamento de recursos naturais.
  9. É o modelo que tem por base a produção de bens e serviços por meio da exploração mais inteligente dos recursos naturais, da preservação do meio ambiente e do combate às desigualdades sociais, capaz de suprir as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade do planeta Terra.
  10. Sugerimos o uso de um mapa do próprio livro como base cartográfica, porque nem todos os alunos têm acesso à internet para obter um mapa mudo, fornecido pelo site do í bê gê É (disponível em: https://oeds.link/SQdLId; acesso em: 30 janeiro2022). Oriente-os nessa prática cartográfica. Sugerimos que os mapas elaborados sejam expostos em um quadro mural, valorizando, portanto, o trabalho dos alunos.

11. Leia o texto, observe os gráficos e faça o que se pede.

As mudanças de localização de atividades industriais são às vezes precedidas de uma acirrada competição entre estados e municípios pela instalação de novas fábricas e, mesmo, pela transferência das já existentes. A indústria do automóvel e das peças é emblemática de tal situação.

A política territorial das corporações automobilísticas, que até recentemente buscava as benessesglossário das localizações metropolitanas, a estas acrescenta hoje ações de descentralização industrial e coloniza novas porções do território.

SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século vinte e um 7. edição Rio de Janeiro: Record, 2005. página 112.

Brasil: produção de autoveículos por unidade da federação – 1990

Gráfico. Brasil: produção de autoveículos por unidade da federação – 1990
Gráfico composto por uma barra horizontal única que mostra, em porcentagem, a produção de veículos por unidade da federação. Abaixo, há o total de autoveículos produzidos em números absolutos.
São Paulo 74,8 por cento. Minas Gerais 24,5 por cento. Paraná 0,5 por cento. Rio Grande do Sul 0,2 por cento. Total de autoveículos produzidos: 914.466.

Fonte: ânfavéa. Anuário da indústria automobilística brasileira 2021. São Paulo: ânfavéa, 2021. página 50. Disponível em: https://oeds.link/TAdAEN. Acesso em: 14 abril 2022.

Brasil: produção de autoveículos por unidade da federação – 2020

Gráfico. Brasil: produção de autoveículos por unidade da federação – 2020
Gráfico composto por uma barra horizontal única que mostra, em porcentagem, a produção de veículos por unidade da federação. Abaixo, há o total de autoveículos produzidos em números absolutos.
São Paulo 40,8 por cento. Minas Gerais 13,6 por cento. Paraná 13,4 por cento. Rio Grande do Sul 9,6 por cento. Pernambuco 8,4 por cento. Bahia 6,2 por cento. Rio de Janeiro 6,0 por cento. Goiás 1,6 por cento. Santa Catarina 0,4 por cento (estimativa). Total de autoveículos produzidos: 2.020.229.

Fonte: ânfavéa. Anuário da indústria automobilística brasileira 2021. São Paulo: ânfavéa, 2021. página 50. Disponível em: https://oeds.link/TAdAEN. Acesso em: 14 abril 2022.

  1. Que tema é abordado no texto?
  2. Com base nos gráficos, compare a produção de veículos em 1990 e 2020. Quais estados aumentaram sua participação na produção nacional de autoveículos nesse período? E quais estados diminuíram sua participação?
  3. Cite os estados que se tornaram produtores de veículos entre 1990 e 2020.
  4. Relacione o conteúdo do texto à mudança na participação dos estados do Sudeste na produção nacional de veículos.
Orientações e sugestões didáticas
  1. O texto trata da descentralização industrial das Regiões Metropolitanas para outras porções do território brasileiro.
  2. No Paraná e no Rio Grande do Sul houve crescimento em relação à participação na produção. Em 2020, esses estados produziram, respectivamente, 13,4% e 9,6% do total nacional. São Paulo e Minas Gerais apresentaram redução em relação à participação na produção: São Paulo passou a concentrar 40,8% da produção brasileira de veículos, e Minas Gerais, 13,6%. Contudo, é preciso ponderar o crescimento geral da produção nacional, de 914.466 autoveículos em 1990 para 2.020.229 em 2020. Isso significa que, embora São Paulo e Minas Gerais tenham diminuído sua participação em relação ao total da produção nacional, o número de veículos produzidos nesses estados também cresceu.
  3. Os novos estados produtores de veículos são: Bahia, Goiás, Pernambuco, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
  4. A participação percentual da Grande Região Sudeste na produção de veículos passou de 99,3% em 1990 para 60,4% em 2020. Esses dados são explicados pela desconcentração industrial que tem ocorrido no Brasil, nas décadas mais recentes, em decorrência de vantagens oferecidas por outros estados e municípios à instalação de indústrias.

PERCURSO 11 REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL

1. Redes e espaço geográfico

A palavra “rede” nos remete a ligação. Ligação de pontos, lugares, pessoas, países, empresas, governos etcétera Seu uso é amplo: rede de água, rede coletora de esgoto, rede de energia elétrica, rede urbana, rede de comunicação (rádio, televisão, telefonia, internet), rede de transporte (rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo, dutosglossário etcétera). Rede é, portanto, um sistema integrado de fluxos – de pessoas, mercadorias, informações, mensagens, abastecimento de água, entre outros.

No mundo atual, encontramos áreas de maior e menor concentração de redes. Dessa fórma, os espaços geográficos se diferenciam não somente quanto às características naturais (relevo, clima, solo etcétera), mas também pelas redes que apresentam (observe o mapa).

Brasil: ligações interurbanas contempladas pela aviação comercial – 2018

Mapa. Brasil: ligações interurbanas contempladas pela aviação comercial – 2018
Mapa do Brasil mostrando os aeroportos localizados  nos municípios que possuem voos regulares e as conexões comerciais entre eles feitas por aviação comercial. Os municípios com voos regulares estão representados por pontos roxos, e as conexões entre eles por muitos traços roxos. Esses traços variam de espessura a depender da intensidade do fluxo entre os municípios, formando uma extensa rede que abrange grande parte do território. Essa rede está concentrada e ocorre com maior intensidade sobretudo no sudeste, com destaque para o estado de são paulo. Os fluxos relacionados à Brasília, aos estados da região sul e à porção litorânea do nordeste também são expressivos. Os fluxos menos intensos e de menor concentração ocorrem nas porções centro-oeste, norte e interioranas do nordeste, localizados nas capitais estaduais e nos municípios importantes.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 500 quilômetros.

Fonte: BRASIL. Plano Aeroviário Nacional: objetivos, necessidades e investimentos 2018-2038. Brasília: Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, 2018. página 71.

Grafismo indicando atividade.

O mapa representa a rede de aeroportos do Brasil e as ligações interurbanas comerciais entre eles. Em que unidade da federação estão situados os aeroportos com mais voos regulares? Como você sabe?

Orientações e sugestões didáticas

A unidade da federação onde se encontram os aeroportos com mais voos regulares é o estado de São Paulo, pois as linhas que mostram as ligações aéreas comerciais estão em maior quantidade e espessura, além da tonalidade mais forte da cor, representando a maior quantidade de voos regulares.

Os espaços geográficos que dispõem de redes densas, modernas e eficientes apresentam vantagens econômicas em relação àqueles onde as redes são inexistentes ou pouco desenvolvidas. Ou seja, de modo geral, os lugares e as localidades que têm um conjunto de redes instalado atrai populações, investimentosglossário e empresas.

Ao planejarem se instalar em determinado lugar, as empresas procuram saber se há infraestrutura de redes que possam servir para comunicação, transporte de matérias-primas e de mercadorias e para o acesso de seus funcionários e consumidores. Se essas redes são deficientes, as empresas evitam instalar-se ali, pois isso poderia prejudicar seu funcionamento e reduzir sua eficiência comercial, científica, tecnológica etcétera

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 11

Esse Percurso apresenta um panorama das redes de transporte no Brasil ao descrever as redes rodoviária, ferroviária, aquaviária e aérea. Sugere-se a leitura e a interpretação coletiva dos mapas e dos gráficos a fim de apoiar a compreensão dos temas pelos alunos.

Com base no mapa, realize com os alunos um exercício de leitura e de interpretação cartográfica, ajudando-os a entender que as diferentes larguras das linhas representam os fluxos das 908 ligações comerciais interurbanas por via aérea entre 117 aeroportos, com as maiores e menores quantidades de voos regulares, em 2018.

Habilidade da Bê êne cê cê

ê éfe zero sete gê ê zero sete

O conteúdo do Percurso contempla a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero sete quanto ao papel das redes de transporte na configuração do território brasileiro.

Por meio dos mapas, discuta de que fórma os meios de transporte influenciam a organização do espaço geográfico, permitindo a circulação de pessoas e mercadorias e possibilitando o desenvolvimento econômico das regiões.

O papel das redes de transporte e de comunicação na configuração do território brasileiro

Quando, em Geografia, nos referimos à “configuração territorial”, ela corresponde ao conjunto e à distribuição espacial das criações humanas ou da sociedade que foram incorporados ao quadro físico ou natural de um espaço geográfico. Por exemplo, os campos de cultivo, indústrias, redes de transporte e de comunicação etcétera De maneira geral, a distribuição desses elementos reflete a concentração populacional, a concentração de renda e o dinamismo econômico de algumas regiões.

Historicamente, é importante salientar que até os anos 1950 o espaço geográfico brasileiro se configurava como um verdadeiro “arquipélago econômico”, ou seja, predominavam “ilhas” ou porções do espaço com maior dinamismo econômico e outras de baixa atividade econômica. Entre elas havia, de modo geral, pouca articulação ou integração.

As redes rodoviária e ferroviária, por exemplo, estavam concentradas em regiões de maior dinamismo econômico, como é o caso principalmente da Grande Região Sudeste. Com as políticas públicas de integração do território, a partir da década de 1950 ocorreu uma expansão expressiva da rede rodoviária. Quanto às ferrovias, cuja extensão nessa época era muito modesta em relação à área territorial do Brasil, elas permaneceram estagnadas praticamente de 1950 a 1990; daí em diante foi retomado o seu desenvolvimento. Neste Percurso, além do estudo dessas duas redes, serão abordadas as características dos transportes aquaviário e aéreo no Brasil.

Em relação às modernas redes de comunicação (telefonia fixa e móvel, internet etcétera), elas passaram a ter importante papel no processo de configuração do território também a partir dos anos 1990, como será mostrado no Percurso 12.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

A localidade onde você vive é bem servida por redes de transporte e de comunicação? Há ausência ou precariedade de alguma ou algumas? Se há, aponte qual ou quais.

Orientações e sugestões didáticas

A resposta às questões propostas no boxe No seu contexto dependem da localidade onde os alunos vivem. É importante que eles conheçam o espaço de vivência. Auxilie-os no levantamento dessas informações, considerando os modais de transporte disponíveis e as possíveis conexões entre eles, além dos meios de comunicação que mais usam.

2. Rede rodoviária

Em 1950, o Brasil possuía apenas 968 quilômetros de rodovias federais, distritais e estaduais pavimentadas – o que corresponde, aproximadamente, à distância percorrida em uma viagem de ida e volta entre a cidade do Rio de Janeiro e a cidade de São Paulo –, uma pequena extensão para um imenso território. Para agravar a situação, as poucas rodovias pavimentadas se concentravam nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Como estudaremos adiante, as rodovias e as ferrovias existentes até então não integravam grande parte do território brasileiro, o que constituía um sério problema para o país e para o desenvolvimento das regiões.

A integração territorial por rodovias

Foi somente a partir de 1956, durante o governo do presidente Juscelino cubishéqui (1956-1961), que começou a haver maior empenho com a integração rodoviária das Grandes Regiões Norte e Centro-Oeste com as demais regiões do Brasil. Até então, elas encontravam-se isoladas do ponto de vista rodoviário.

Orientações e sugestões didáticas

Sugerimos que apresente para os alunos mapas da malha rodoviária brasileira em diferentes datas, para que eles tenham dimensão de sua extensão em décadas passadas e atualmente. Podem ser mostrados, também, mapas que ilustrem as redes de transporte nos lugares de vivência dos alunos.

Tema contemporâneo transversal

Trabalhe o tema Educação em Direitos Humanos relacionando-o à temática da construção de rodovias e seus impactos nos povos originários e comunidades tradicionais brasileiros. Ressalte, por exemplo, que os povos indígenas têm seus direitos assegurados pela Constituição Federal de 1988 (artigos 231 e 232). Entretanto, forças econômicas e políticas no Brasil têm desrespeitado os seus direitos.

Além da construção das rodovias Belém-Brasília (bê érre010) e Cuiabá-Porto Velho-Rio Branco bê érre364) – localize-as no mapa –, Juscelino cubishéqui determinou a construção de Brasília e a mudança da capital federal para a nova cidade com o objetivo de dinamizar a economia e levar o povoamento ao interior do Brasil.

As administrações federais posteriores, principalmente as dos governos militares, entre 1964 e 1985, mantiveram a política de ampliação das redes de transporte com base em rodovias, também com o objetivo de integrar as Grandes Regiões Norte e Centro-Oeste. Assim, foram construídas as rodovias Transamazônica bê érre230), com cêrca de 4 mil quilômetros, dos quais menos da metade é asfaltada atualmente; Cuiabá-Santarém bê érre163); Perimetral-Norte bê érre210); Manaus-Porto Velho bê érre319) – localize-as no mapa –; além de outras na Amazônia e em outras regiões do Brasil. Estava em curso, assim, o processo de configuração do território por meio do sistema rodoviário.

Fotografia em preto e branco. Vista de uma estrada de terra, cercada por árvores altas. Na estrada há um trator e um pequeno monte de terra.
Construção da Rodovia Belém-Brasília bê érre010), em Belém, Pará (1959).

Quanto à implementação das ferrovias e dos meios de comunicação modernos (telefonia fixa e móvel, internet etcétera) e suas contribuições na configuração territorial, isso ocorreria mais tarde, sobretudo a partir dos anos 1990, como estudaremos adiante neste Percurso e também no Percurso 12.

A integração rodoviária da Amazônia e do Centro-Oeste aos territórios das demais regiões brasileiras causou impactos ambientais e sociais: desmatamentos e desterritorializaçãoglossário de povos indígenas, pequenos agricultores, quilombolas, povos da floresta (castanheiros, seringueiros etcétera), além de provocar conflitos com povos indígenas que se opunham a perder seus territórios ou vê-los invadidos.

Brasil: rede rodoviária federal – 2021

Mapa. Brasil: rede rodoviária federal – 2021 . 
Mapa do Brasil mostrando a distribuição da malha rodoviária federal, tanto de rodovias pavimentadas (em traço vermelho contínuo) quanto sem pavimentação (com traço vermelho tracejado). Além disso, há o código federal de algumas rodovias descrito em preto.
Rodovias pavimentadas: grande concentração nas regiões sudeste, sobretudo no estado de São Paulo, e sul. Em Goiás, no Distrito Federal e próximo à faixa costeira nordestina, também a adensamento de rodovias pavimentadas. Em menor quantidade, há rodovias que cruzam as regiões centro-oeste e norte.
Rodovias sem pavimentação: em geral, estão em trechos ligados às rodovias pavimentadas, sobretudo nos estados do Amazonas, do Pará, do Amapá e do Mato Grosso. Há outros trechos menores não pavimentados no interior do nordeste, em Goiás, em São Paulo, em Minas Gerais, no Espírito Santo, no Paraná e no Rio Grande do Sul.
Código federal de rodovia: BR-116 - se estende do Rio Grande do Sul até o litoral cearense, em uma faixa próxima ao litoral brasileiro. BR-293 - cruza a porção sul do Rio Grande do Sul. BR-85 está na faixa norte do Rio Grande do Sul. BR-277 - cruza a porção sul do Paraná, de oeste à leste. BR-153 - estende-se da região sul ao norte do território, no sentido vertical. BR-270 - cruza a porção sul de São Paulo, de oeste à leste. BR-040 - estende-se de Brasília ao Rio de Janeiro. BR-364 - estende-se de São Paulo ao Acre, passando pelo centro-oeste e por Rondônia. BR-235 - do litoral de Sergipe à porção interiorana da região nordeste. BR-232 - de Pernambuco à porção interiorana da região nordeste. BR-316 - estende-se do litoral de Alagoas à Belém. BR-020 – do litoral de Fortaleza à porção interiorana da região nordeste. BR-135 – do Maranhão à porção interiorana do território nacional. BR-230 - do litoral da Paraíba ao interior amazonense. BR-010 - de Belém à Brasília, passando pelo Tocantins. BR-163 - liga o Mato Grosso do Sul ao Pará. BR-155 - extensão longitudinal, do Pará à porção centro-sul do território. BR-210 - localizada no Amapá. BR-319 - de Rondônia ao Amazonas. BR-060 – de Brasília ao Mato Grosso do Sul.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 450 quilômetros.

Fontes: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 66; Pesquisa cê êne tê de Rodovias 2021. Disponível em: https://oeds.link/Otaqpl. Acesso em: 4 maio 2022.

Grafismo indicando atividade.

Aponte uma ou mais rodovias federais presentes na unidade da federação onde você mora.

Orientações e sugestões didáticas

A resposta à questão proposta depende da unidade da federação em que o aluno vive.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

PORTELA, Fernando; míndlin, béti.

A questão do índio. décima terceira edição São Paulo: Ática, 2008.

O livro apresenta uma história ficcional baseada na realidade indígena e uma síntese geográfica sobre a questão indígena no Brasil.

Orientações e sugestões didáticas

Faça a leitura do mapa com base na distribuição, um princípio do raciocínio geográfico. Ressalte que o mapa representa apenas as rodovias federais, ou seja, não estão representadas as rodovias estaduais e municipais.

Observe com os alunos como as rodovias federais estão distribuídas pelo território brasileiro e como se interligam. Observe também que, na Grande Região Norte, a rede rodoviária é menos densa e que parte dela não é pavimentada.

Explique que todas as rodovias federais têm uma nomenclatura definida pelo Plano Nacional de Viação. A nomenclatura das rodovias inicia-se pela sigla Bê érre, que significa que é uma rodovia federal, seguida de três algarismos. Para mais informações, visite o endereço eletrônico do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – deníti (disponível em: https://oeds.link/TDum5W; acesso em: 18 abril 2022).

Atividade complementar

Márcio Souza, em seu livro História da Amazônia. Do período pré-colombiano aos desafios do século vinte e um (Rio de Janeiro: Record, 2019), discorre sobre os uaimirí atroarí e a construção da Rodovia bê érre174, implantada nos anos 1970, entre Manaus (Amazonas) e a fronteira do Brasil com a Venezuela, atravessando o estado de Roraima. Essa construção colocou em risco os uaimirí atroarí, grupo indígena cujo território foi transpassado por essa rodovia. No texto, o autor considerou esse povo indígena vitorioso porque se opôs à construção da Rodovia bê érre174 e conseguiu garantir a demarcação e o reconhecimento das terras tradicionalmente ocupadas por ele. Com base nesse e em outros exemplos, recentes e atuais, que envolvem a resistência dos povos indígenas à implantação de grandes obras de engenharia (rodovias, hidrelétricas, projetos agropecuários e de mineração etcétera), realize uma dinâmica em sala de aula: peça aos alunos que se coloquem na posição de um mediador de conflitos. Que ideias e argumentos eles apresentariam para convencer cidadãos e governantes sobre a importância de respeitar os direitos dos povos da floresta? Explique que eles correspondem aos habitantes tradicionais da Floresta Amazônica – índígenas, seringueiros, castanheiros etcétera – que baseiam seu modo de vida na extração de produtos como a borracha, a castanha, a balata, os óleos vegetais e outros. Além disso, dedicam-se à caça e à pesca não predatória, bem como à agricultura de subsistência. Os povos da floresta são grupos sociais que precisam da mata e dos rios para sobreviver, e sabem como usar os recursos naturais sem destruí-los. Auxilie-os a formular e reunir argumentos com base na solidariedade, na união, no respeito à diversidade, no convívio em sociedade e no diálogo, que são essenciais para evitar a violação dos direitos territoriais e danos irreparáveis às culturas desses povos.

• O rodoviarismo

Os brasileiros nascidos após 1950 cresceram em um Brasil rodoviário, isto é, em um país que deu maior importância às rodovias do que às ferrovias e à navegação fluvial.

Quando da instalação das primeiras montadoras de automóveis no Brasil, o governo brasileiro se comprometeu a construir mais rodovias. E isso ocorreu, incentivando o uso de automóveis, de ônibus e de caminhões pela população e pelas empresas, assegurando, assim, as vendas de veículos produzidos pelas montadoras.

Nesse contexto, a integração territorial brasileira foi beneficiada pela ampliação da rede rodoviária. Entretanto, o desenvolvimento de ferrovias e hidrovias ficou em segundo plano.

Observe os dados do gráfico. Note a predominância de rodovias no Brasil para o transporte de carga em comparação com outros países de grande extensão territorial e, também, com a União Europeia (u ê).

Deslocamento de carga por modalidade de transporte (em porcentagem) – 2019

Gráfico. Deslocamento de carga por modalidade de transporte (em porcentagem) – 2019
Gráfico de colunas mostrando os modais de transporte utilizados para a movimentação de cargas em países selecionados e na União Europeia. Cada barra representa um país, além da União Europeia. As barras estão fracionadas e diferenciadas por cores de acordo com as porcentagens correspondentes aos modais. No eixo horizontal, estão os nomes dos países e suas respectivas bandeiras.  
Aquaviário: Brasil 14 por cento. União Europeia 36 por cento. Estados Unidos 8 por cento. China 48 por cento. Austrália 14 por cento. Canadá 7 por cento. 
Dutoviário: Brasil 4 por cento. União Europeia 3 por cento. Estados Unidos 22 por cento. China 3 por cento. Austrália 4 por cento. Canadá 40 por cento. 
Ferroviário:  Brasil 21 por cento. União Europeia 11 por cento. Estados Unidos 27 por cento. China 14 por cento. Austrália 55 por cento. Canadá 34 por cento. 
Rodoviário:  Brasil 61 por cento. União Europeia 50 por cento. Estados Unidos 43 por cento. China 35 por cento. Austrália 27 por cento. Canadá 19 por cento.

Fonte: Elaborado com base em ALVARENGA, H. Matriz de transportes do Brasil à espera dos investimentos. Disponível em: https://oeds.link/baX61P. Acesso em: 27 janeiro 2022.

Grafismo indicando atividade.

Identifique em que país ou bloco se destaca cada um dos modais de transporte apresentados no gráfico.

Orientações e sugestões didáticas

No gráfico, os alunos devem notar que a dimensão de cada barra corresponde à participação de cada modal de transporte nos países ou no bloco selecionados. Tem destaque no modal ferroviário, a Austrália (55por cento); no modal rodoviário, o Brasil (61por cento); no modal aquaviário, a China (48por cento); no modal dutoviário, o Canadá (40por cento). Vale destacar que os países apresentados foram selecionados por apresentarem grande dimensão territorial. Esclareça brevemente que a União Europeia é um bloco político-econômico formado por 27 países-membros, quase todos situados na Europa, com exceção de Chipre (na Ásia).

Problemas da rede rodoviária

A rede rodoviária brasileira apresenta muitos problemas: falta de pavimentação em muitas rodovias; má conservação, com o consequente perigo de acidentes para os motoristas; sinalização deficiente; mau escoamento da água da chuva; além da baixa densidade rodoviária para um país de imensa dimensão territorial, como é o caso do Brasil (consulte o quadro).

Comparativo entre países: rede rodoviária pavimentada − 2018

Países

Quilômetros pavimentados por mil quilômetros quadrados do território nacional

Estados Unidos

437,8

China

421,6

México

70,0

Rússia

54,3

Uruguai

43,9

Brasil

25,1

Fonte: Atlas cê êne tê do Transporte: sistema rodoviário. segunda edição Brasília: cê êne tê, sem data Disponível em: https://oeds.link/WvA29H. Acesso em: 14 dezembro. 2021.

Grafismo indicando atividade.

Aponte a diferença entre os Estados Unidos e o Brasil quanto à densidade de rodovias pavimentadas em cada país.

Orientações e sugestões didáticas

Com base no quadro, explique que, a cada mil quilômetros quadrados de território, os Estados Unidos possuem 437,8 quilômetros de rodovias pavimentadas. O cálculo envolve a extensão rodoviária pavimentada total de cada país e a área territorial do respectivo país.

Dividindo-se o valor de quilômetros de rodovias pavimentadas por mil quilômetros quadrados do território dos Estados Unidos pelo valor referente ao do Brasil, conclui-se que a densidade de rodovias pavimentadas nos Estados Unidos é mais de 16 vezes maior que a do Brasil.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

báiques Carros.

Direção: frédrique guérten. Suécia: dáblio gêfilmi, 2015. Duração: 90 minutos

O documentário discute a mobilidade urbana e a influência da indústria automobilística sobre as políticas públicas dos países e de grandes cidades em prol dos carros. Retrata o uso de bicicletas e de carros em algumas cidades do mundo e como ciclistas buscam mudanças na mobilidade de grandes cidades.

Orientações e sugestões didáticas

No Brasil, de acordo com a Confederação Nacional dos Transportes (cê êne tê), o crescimento da malha rodoviária não acompanha a demanda de infraestrutura, tanto para o deslocamento de cargas quanto para o de pessoas. A frota de veículos tem aumentado, mas as rodovias continuam com graves problemas, que comprometem a segurança de motoristas e passageiros. Em 2020, dos mais de 73 mil quilômetros de rodovias federais, cêrca de 87% eram pavimentados. De acordo com um estudo da cê êne tê: “Em 2021, foram avaliados um total de .23636 quilômetros de rodovias sob gestão concedida e .85467 sob gestão pública.

Comparativamente, as rodovias sob concessão apresentam melhores resultados, das quais 74,2% (.17549 quilômetros) da extensão avaliada apresentam condições satisfatórias de qualidade, sendo classificadas como Ótimo ou Bom no Estado Geral, e 25,8% (.6087 quilômetros) estão em situação Regular, Ruim ou Péssimo.

Nas rodovias sob gestão pública a situação é inversa – 28,2% (.24078 quilômetros) da extensão avaliada foi classificada como Ótimo ou Bom e, em 71,8% (.61389 quilômetros), Regular (43,0%), Ruim (20,1%) ou Péssimo (8,7%) (cê êne tê. Pesquisa cê êne tê de rodovias 2021. Brasília: cê êne tê: sésti senáti, 2021. página 117).

Em relação às rodovias estaduais e municipais, em 2019, dos seus quase 1,5 milhão de quilômetros, apenas 10% eram pavimentados. Em 2020, do total de ..1720700 quilômetros de malha rodoviária, apenas 12,4% era pavimentada.

3. Rede ferroviária

No ano de 1954 – ou seja, dois anos antes da implantação de grandes indústrias montadoras de automóveis no país –, a extensão da rede ferroviária brasileira era de cêrca de 38 mil quilômetros (observe o mapa). A Argentina, com área territorial que corresponde a cêrca de um terço do território brasileiro, possuía 42 mil quilômetros de ferrovias, e os Estados Unidos, com área semelhante à do Brasil, possuíam mais de 320 mil quilômetros de vias férreas e já tinham realizado, desde o final do século dezenove e início do vinte, a ligação ferroviária do litoral do Oceano Atlântico até a costa do Oceano Pacífico, integrando o território de leste a oeste.

Brasil: rede ferroviária – 1954

Mapa. Brasil:  rede ferroviária – 1954
Mapa do Brasil mostrando ferrovias em operação e em projeto. Elas estão concentradas nas regiões sudeste e sul e no litoral da região nordeste. Há pontos pretos pelo território representando cidades que se conectam por meio das ferrovias. A maioria das ferrovias representadas estão em operação; as em projeto, aparecem em pequenos trechos, com destaque para uma que liga Porto Alegre à São Paulo passando por Curitiba; e outra que conecta Paulistana à Teresina, no Piauí.
As ferrovias passam por Rio Grande, Pelotas, Porto Alegre, Florianópolis, Itajaí, Paranaguá, Curitiba, Apucarana e Guaíra, além de outras cidades do interior dos três estados sulistas. Essa rede está conectada às ferrovias do sudeste, concentradas em São Paulo, e passam pela capital desse estado, por Santos e Bauru, além de várias outras cidades do interior, e chegam a Rio de Janeiro, Niterói, várias cidades do sul de Minas Gerais, Belo Horizonte e Vitória. De São Paulo, parte da malha se direciona para o Mato Grosso do Sul, passando por Campo Grande, Porto Esperança, Ponta Porã e Corumbá. De Minas Gerais, parte da rede ferroviária alcança o estado de Goiás, em Anápolis, Goiânia e Rio Araguaia. Ao norte de Minas, a conexão com a Bahia ocorre passando por Janaúba e chegando nas cidades de Brumado, Salvador e Novo Mundo e, em seguida, para cidades do litoral: Aracaju, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Fortaleza e São Luís. Outras ferrovias se deslocam para o interior do nordeste, chegando em Paulistana e Teresina. Há pequenas conexões ferroviárias nas áreas de Belém e de Tucuruí e Marabá, no Pará; na região entre Porto Velho, Abunã e Guarajá-Mirim, em Rondônia; e em Ilhéus e em Caravelas, no litoral sul da Bahia.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 360 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Centenário das ferrovias brasileiras. Rio de Janeiro: í bê gê É 1954. página 7.

Nota: Para fins didáticos, o mapa representa a atual divisão político-administrativa do Brasil, que não era a mesma em 1954, pois somente em 21 de abril de 1960 ocorreu a inauguração de Brasília, a capital federal; em 1962 o Acre foi elevado à categoria de estado, deixando de ser território federal; em 1977 foi criado o estado de Mato Grosso do Sul, com o desmembramento do estado de Mato Grosso; e em 1988 foi criado o estado de Tocantins, com o desmembramento do estado de Goiás.


Além da pequena extensão ferroviária, as linhas férreas brasileiras eram periféricas, concentradas espacialmente e não integravam todo o território. Considerando que, nessa época, a economia brasileira tinha por base a exportação de bens primários (produtos agrícolas, minérios etcétera), as ferrovias foram construídas com o objetivo de ligar áreas de produção e escoar produtos até os portos marítimos, de onde eram exportados (portos de Santos, Rio de Janeiro, Vitória etcétera). Fazia exceção a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, hoje denominada Ferrovia Novoeste, que já ligava os municípios de Bauru São Paulo e CorumbáMato Grosso do Sul, na fronteira com a Bolívia.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Mobilize – Mobilidade Urbana Sustentável

https://oeds.link/PeXVBc

O site apresenta vídeos, notícias e estudos sobre mobilidade urbana sustentável (transportes urbanos sobre trilhos, ônibus não poluentes, ciclovias etcétera), contribuindo para a reflexão sobre iniciativas voltadas a superar o predomínio dos automóveis como meio de locomoção.

Orientações e sugestões didáticas

Comente com os alunos que a construção de ferrovias no estado de São Paulo durante a segunda metade do século dezenove e o início do século vinte decorreu da necessidade do escoamento da produção agrícola, principalmente cafeeira, para o Porto de Santos (São Paulo), para daí ser exportada.

Diferentemente da maioria das ferrovias brasileiras que são consideradas periféricas, ou seja, que ligam áreas de produção aos portos de exportação, a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, hoje denominada Ferrovia Novoeste, é uma ferrovia de penetração no território.

Existe um amplo material sobre as ferrovias brasileiras, seu histórico e desenvolvimento. As leituras indicadas a seguir podem ajudar na compreensão desse conteúdo:

  • PAULA, Dilma Andrade de. 154 anos de ferrovias no Brasil: para onde caminha esse trem? História Revista, Goiânia, volume 13, número 1, página 45-69, janeiro até junho2008.
  • FICI, Ricadro Petrillo. O sistema ferroviário mundial: o caso brasileiro. 2017. Tese (Doutorado em Geografia Humana) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

• As ferrovias nos dias atuais

O Brasil chegou ao ano de 2021 com cêrca de 31 mil quilômetros de ferrovias, extensão menor que em 1954, pois desde então foram desativadas várias linhas que perderam importância econômica ou que davam prejuízos em virtude da falta de modernização, da morosidade no transporte e da concorrência das rodovias.

Somente nos anos de 1990 a atenção governamental voltou-se para as ferrovias. Isso ocorreu por causa da necessidade de transportar produtos agrícolas (soja, milho, algodão etcétera) e minérios em decorrência da expansão das fronteiras agropecuária e mineral em direção às Grandes Regiões Centro-Oeste e Norte e ao estado do Maranhão. Observe o mapa e, na página seguinte, a foto da Ferrovia Norte-Sul.

Apesar dos avanços nos últimos anos, o Brasil ainda apresenta baixa densidade de rede ferroviária em relação ao território: 3,6 quilômetros de linha férrea por mil quilômetros quadrados de território; enquanto outros países apresentam redes ferroviárias mais densas, a exemplo da Argentina, com 12; França, com 60; Japão, com 62; Alemanha, com 130; e Estados Unidos, com 34 quilômetros de linha férrea por mil quilômetros quadrados de território.

Percebe-se assim que, no Brasil, a densidade ferroviária é baixa e a rede ferroviária não integra completamente o território nacional.

Brasil: rede ferroviária – 2021

Mapa. Brasil:  rede ferroviária – 2021
Mapa do Brasil mostrando ferrovias em operação, em construção e em projeto. Elas estão concentradas nas regiões sudeste e sul e em algumas porções do Centro-Oeste e do Nordeste. Há pontos pretos pelo território representando cidades que se conectam por meio das ferrovias. 
Em operação: a maioria das linhas se conecta na porção centro-sul do país, passando por cidades do Sul (Uruguaiana, Porto Alegre, Curitiba e Cascavel) e se estendendo do litoral paulista até Campo Grande e Corumbá, no Mato Grosso do Sul, Rondonópolis, no Mato Grosso, e Ouro Verde de Goiás, em Goiás. Há conexões entre o sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, inclusive com linhas passando pelas capitais desses estados. De Ouro Verde do Oeste, há uma linha que se conecta à Açailândia, no Maranhão, passando por Campinorte, Figueirópolis, Palmas e Porto Nacional. De Belo Horizonte, outra linha férrea se estende para o litoral nordestino, passando por Salvador, Aracaju, Maceió, Recife, João Pessoa e Natal. Há uma bifurcação em Salvador, que vai até Petrolina, na divisa entre Bahia e Pernambuco, além de uma linha que conecta as capitais Fortaleza, Teresina e São Luís. No interior do Nordeste, há conexões que passam por Salgueiro, em Pernambuco, e Arrojado, no Ceará. De São Luís do Maranhão, há uma linha que se conecta à Carajás, no Pará, passando por Açailândia. No Norte, algumas linhas aparecem nas imediações de Santarém, no Pará, e entre Macapá e Serra do Navio, no Amapá.
Em construção: Conecta Ilhéus, no litoral sul da Bahia, à Barreiras, no oeste do estado.
Em projeto: conexões na porção centro-sul, que vão desde Rio Grande, no litoral sul do Rio Grande do Sul, à Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, passando por Pelotas, Chapecó, Cascavel e Dourados. De Cascavel, há uma bifurcação que se estende à norte para Panorama, no Mato Grosso do Sul, e Estrela do Oeste, em São Paulo. Também há projetos nas imediações de Florianópolis e Curitiba. Partindo do litoral do Rio de Janeiro, há um grande projeto que cruza o país no sentido noroeste e chega a Boqueirão da Esperança, no Acre, passando por diversas cidades como Campo dos Goytacazes, Ipatinga, Brasília, Campinorte, Vilhena, Porto Velho e Rio Branco. Nas regiões nordeste e norte, há projetos para construção de ferrovias no interior de Pernambuco, entre Piauí e Maranhão, na porção leste do Ceará, entre São Luís do Maranhão, Açailândia e Carajás, entre Belém e Açailândia e entre Barreiras, na Bahia, à Figueirópolis, no Tocantins. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 400 quilômetros.

Fonte: valéqui. Ferrovias. Mapa das ferrovias. Disponível em: https://oeds.link/00QnuZ. Acesso em: 15 dezembro 2021.

Grafismo indicando atividade.

Compare este mapa com o mapa da página anterior. Que diferenças você observa?

Orientações e sugestões didáticas

Ao comparar os mapas das páginas 97 e 98, espera-se que o aluno perceba que o mapa de 2021 mostra a interiorização da implantação ferroviária em relação ao mapa de 1954.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

O município onde você mora é servido por ferrovia? Se sim, qual é o nome da ferrovia e o que ela transporta?

Orientações e sugestões didáticas

As respostas às perguntas do boxe No seu contexto dependem do município onde o aluno mora.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

TOLEDO, Vera Vilhena; BRANCATELLI, Maria Odete; LOPES, Helena.

A riqueza nos trilhos: história das ferrovias no Brasil. São Paulo: Moderna, 1998. (Coleção Desafios).

O livro oferece um panorama histórico do desenvolvimento ferroviário no Brasil, desde a primeira ferrovia até a privatização dos anos de 1990, e o papel desempenhado no transporte de carga.

Orientações e sugestões didáticas

Aproveite para realizar a leitura comparada do mapa desta página (Brasil: rede ferroviária – 2021) com o mapa da página anterior (Brasil: rede ferroviária – 1954). Abordando os seguintes princípios do raciocínio geográfico, analogia, distribuição e extensão, compare com os alunos as informações representadas nos mapas.

É possível notar que a extensão das ferrovias se ampliou, porém sua distribuição continua concentrada nas Grandes Regiões Sudeste e Sul e em trechos do litoral do país.

Comente com os alunos que a fonte do mapa é a valéqui Engenharia, Construções e Ferrovias ésse á, uma empresa vinculada ao Ministério dos Transportes.

Competência

A comparação entre mapas da rede ferroviária do Brasil de diferentes momentos históricos estimula os alunos a desenvolver alguns princípios do raciocínio geográfico, mobilizando, assim, a Competência Específica de Geografia 3, que versa sobre: “Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem”.

Fotografia. Vista de um trem com alguns vagões em uma linha férrea. Na parte direita da imagem, terreno elevado com vegetação rasteira.
Trecho da Ferrovia Norte-Sul em Brasília, Distrito Federal (2019). Dos mais de 4 mil quilômetros previstos, em 2018 a Ferrovia Norte-Sul possuía cêrca de 1.575 quilômetros em operação.

4. Rede aquaviária

As aquavias ou hidrovias, isto é, os rios, lagos, mares e oceanos, também representam um importante papel na integração do território por meio do transporte de passageiros e cargas.

De modo geral, para o transporte de cargas, a rede aquaviária tem o menor custo, pois com um litro de óleo diesel transporta-se uma carga de 575 toneladas por um quilômetro, enquanto, na ferrovia, esse volume de combustível transporta 125 toneladas de carga e, na rodovia, apenas 30 toneladas. É por essa razão que muitos países do mundo têm investido na adaptação de suas vias fluviais para torná-las navegáveis, por meio da construção de canais, desvios de cursos de água, barragens, eclusasglossário , além de outras medidas (observe, na página 256, a representação de uma eclusa e a explicação sobre seu funcionamento).

Fotografia. Vista de uma eclusa, mostrando o canal com paredes de concreto nas laterais e água passando no centro. Ao fundo, uma construção elevada e uma embarcação no centro do canal.
Eclusa da barragem da Usina Hidrelétrica de Nova Avanhandava, município de Buritama, São Paulo (2019).
Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Ministério da Infraestrutura

https://oeds.link/nqRjO0

Esse site apresenta dados, vídeos, mapas, infográficos e outros recursos sobre a infraestrutura das diferentes modalidades de transporte no Brasil.

Agência Nacional de Transportes Terrestres (á êne tê tê)

https://oeds.link/pBRQbW

Além de vídeos, essa página apresenta diversas informações sobre o transporte de cargas e passageiros no Brasil.

Orientações e sugestões didáticas

Sobre o transporte aquaviário, indicam-se para complemento e aprofundamento do conteúdo:

  • Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Recursos Hídricos. Caderno setorial de recursos hídricos: transporte hidroviário. Brasília: ême ême á, 2006.
  • POMPERMAYER, Fabiano Mezadre; NETO, Carlos Álvares da Silva Campos; PAULA, Jean Marlo Pepino de. Hidrovias no Brasil: perspectiva histórica, custos e institucionalidade. Rio de Janeiro: ipéa, 2014.
  • BRASIL. Portal Brasileiro de Dados Abertos. Infraestrutura federal de transportes: malha hidroviária (hidrovias e eclusas). Disponível em: https://oeds.link/9HYs4S. Acesso em: 18 abril. 2022.

Os conteúdos abordados nesta página e nas duas seguintes serão desdobrados e poderão ser retomados e articulados como conhecimentos prévios nas páginas 116 (Unidade 4), 158 (Unidade 5), 180 (Unidade 6) e 255 e 256 (Unidade 8).

Aquavias interiores

A rede hidrográfica brasileira tem 63 mil quilômetros de extensão. Entretanto, menos de 20 mil quilômetros são economicamente navegáveis, ou seja, podem ser usados para o transporte de cargas e de passageiros. Essas hidrovias estão distribuídas pelo território conforme mostra o mapa.

Brasil: rede aquaviária navegável – 2021

Mapa. Brasil: rede aquaviária navegável – 2021
Mapa do Brasil mostrando os principais portos, terminais hidroviários, hidrovias, rios, barragens com eclusas e eclusas em operação do país.
Portos: localizados em toda faixa litorânea do país e no entorno de rios da região amazônica. Estão representados por ícones de pequenos barcos azuis. Os portos indicados são: Santarém, Trombetas, Vila do Conde, na região norte; Ponta da Madeira, Suape, Maceió e Salvador, na região nordeste; Tubarão, Açu, Itaguaí (Sepetiba), Rio de Janeiro, Angra dos Reis e Santos, na região sudeste; Paranaguá, São Francisco do Sul, Ilha Guaíba e Rio Grande, na região sul. Outros portos estão representados apenas pelos ícones, sem o respectivo nome.
Terminais hidroviários: localizados ao longo das principais hidrovias, os terminais estão concentrados nas regiões sudeste e norte; em menor quantidade, ocorrem em pontos dispersos no Centro-Oeste, no Sul e no Nordeste.
Hidrovias e rios: as hidrovias acompanham os rios mais extensos. São eles: Rio Iguaçu, Rio Uruguai, Rio Paraná, Rio Doce, Rio São Francisco, Rio Taquari, Rio Paraguai, Rio Tocantins, Rio Araguari, Rio Mearim, Rio Parnaíba, Rio Tapajós, Rio Juruá, Rio Purus, Rio Teles Pires ou São Miguel, Rio Negro, Rio Solimões, Rio Araguari, Rio Madeira, Rio Amazonas, Rio Iriri, Rio Xingu. 
Barragens com eclusas: Estão concentradas em São Paulo, no Rio Tietê, e na divisa desse estado com Mato Grosso do Sul, no Rio Paraná. Há um esclusa no Rio Grande, localizado no Rio Grande do Sul.
Eclusas: três eclusas na porção leste do Rio Grande do Sul, em uma hidrovia próxima ao porto de Ilha Guaíba, duas eclusas entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul e uma eclusa na junção dos rios Tocantins e Araguaia, no nordeste do Pará.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 379 quilômetros.

Fontes: í bê gê Éponto Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É 2018. página 141; FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 66; Atlas de infraestrutura aquaviária. Brasília: janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/opJjMI. Acesso em: 8 fevereiro 2021.

Grafismo indicando atividade.

Com base na escala do mapa e considerando que a milha náutica corresponde a 1.852 metros, calcule aproximadamente a distância, em linha reta, em quilômetro, entre os portos marítimos de Maceió (Alagoas) e Salvador (Bahia) e, depois, converta-a em milhas náuticas, apontando a distância nessa unidade de medida.

Orientações e sugestões didáticas

A distância aproximada entre os portos marítimos de Maceió Alagoas e Salvador Bahia é cêrca de 470 quilômetros. Convertendo 470 quilômetros em metros, o resultado é 470 mil metros. Dividindo 470 mil metros por .1852 metros (que correspondem a uma milha náutica ou marítima), o resultado aproximado é de 254 milhas náuticas.

cêrca de 80por cento das hidrovias (ou aquavias) navegáveis localizam-se na Bacia Amazônica, onde predominam rios de planície – o que facilita a navegação. Essa bacia ocupa grande parte da Grande Região Norte, que tem a menor rede de rodovias e ferrovias. Assim, o desenvolvimento econômico regional depende das hidrovias e da criação e manutenção de portos fluviais (observe a foto e o quadro da página seguinte).

Especialistas em transporte têm defendido que o transporte realizado por mais de uma modalidade – intermodal, combinando dois ou mais modais de transporte (rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo ou dutoviário) – deveria ser ampliado na Amazônia e em outras regiões do Brasil, como já é realizado na Grande Região Centro-Oeste e largamente em outros países. Assim, ocorreria efetivamente uma integração espacial e territorial, beneficiando a circulação de pessoas (com incentivo ao turismo) e de produtos (soja, milho, algodão, minérios, mercadorias industriais etcétera).

Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Os alunos podem apresentar algum nível de dificuldade em compreender o vocabulário sobre o transporte aquaviário. Para isso, proponha a elaboração de um glossário ilustrado. Escolha algumas palavras que podem ser interessantes e complementares para a aprendizagem. Considere, também, termos e conceitos que possam surgir em algum momento do cotidiano dos alunos, caso eles assistam a uma reportagem ou leiam um texto sobre esse assunto.

Sugerimos alguns termos, além de outros que possam ser propostos: terminal hidroviário, porto marítimo e fluvial, transporte intermodal, jusante, montante, contêiner, eclusa. Apresente os termos aos alunos, questionando se conhecem algum deles. Divida-os em grupos de cêrca de cinco ou seis integrantes. Distribua, igualmente, as palavras entre os grupos. Eles devem pesquisar o significado dos termos e, com base na pesquisa, desenvolver um verbete para cada um deles.

Os alunos devem buscar imagens como fotografias e ilustrações explicativas sobre as palavras. Ou, com base na descrição e nos elementos levantados ao longo da pesquisa, criar uma ilustração para cada uma delas. Pequenos textos podem ser incluídos para ajudar na explicação e complementar a ilustração. Cada verbete deve ser feito em uma folha de papel sulfite.

Ao final, todos os grupos devem levar seus verbetes e apresentá-los para os colegas de classe. Depois, as folhas serão juntadas e formarão um glossário ilustrado. Os verbetes devem ser colocados em ordem alfabética.

As folhas podem ser coladas, grampeadas ou amarradas com barbante.

Esta atividade tem o objetivo de incentivar os alunos a pesquisar em grupo, a fim de que se organizem entre si, respeitem o trabalho de cada um e, ao mesmo tempo, o façam coletivamente. Ao final, durante a apresentação, os alunos exercem a oralidade, ao explicar os verbetes.

O material gerado pela classe deve ser guardado ao longo do ano letivo, pois poderá ajudar em outros momentos da aprendizagem.

Fotografia. Vista de um porto com muitas embarcações ancoradas. Nas margens estão diversos galpões e uma rua com muitas pessoas e carros. Ao fundo, construções baixas e alguns prédios.
A Amazônia Ocidental depende de sua rede hidrográfica e do Porto de Manaus para o deslocamento de pessoas e cargas. É o porto fluvial de maior movimento de pessoas no Brasil, calculado em 2,5 milhões de pessoas por ano. Na foto, Porto de Manaus, Amazonas (2021).
Evolução da extensão das Vias Economicamente Navegáveis (VEN) no Brasil (em km) – 2010/2011–2018

Região Hidrográfica

VEN 2010/2011 (km)

VEN 2013 (km)

VEN 2016 (km)

VEN 2018 (km)

Paraguai

592

591

591

591

Paraná

1.495

1.359

1.035

1.267

São Francisco

576

576

0

0

Amazônica

16.797

17.651

16.049

15.014

Atlântico Sul

514

500

417

406

Tocantins/ Araguaia

982

1.360

1.371

1.338

Total

20.956

22.037

19.464

18.616

Fontes: BRASIL. Aspectos gerais da navegação interior no Brasil: cadernos hidroviário. Brasília: cê êne tê 2019. volume 1. página 40; Vias Economicamente Navegáveis: 2018. Brasília: ântác, 2019. página 8.

Nota: A Região Hidrográfica do São Francisco não apresentou transporte comercial de passageiros ou de mercadorias entre 2016 e 2018.


Transporte marítimo

O litoral do Brasil é vasto: possui .7367 quilômetros de extensão. Se considerarmos as saliências e reentrâncias do litoral, como cabosglossário , golfosglossário etcétera ele se estende por mais de 9 mil quilômetros.

Esse vasto litoral possibilita a instalação de portos e o transporte de produtos e pessoas.

A navegação marítima é classificada em: navegação de cabotagem ou costeira, realizada de um porto marítimo para outro porto marítimo de um mesmo país, podendo, em alguns casos, se integrar às vias fluviais quando no percurso são incluídos trechos de rios navegáveis ou lagos; e navegação de longo curso, entre portos marítimos de diferentes países.

Por meio dos portos marítimos, o Brasil realiza a maior parte do comércio internacional (exportação e importação).

Vale ressaltar que a navegação, fluvial ou marítima, é a modalidade de transporte mais indicada para cargas pesadas e a granelglossário . Analise o gráfico da página seguinte para conhecer os principais produtos transportados pelo sistema aquaviário no Brasil.

Orientações e sugestões didáticas

Explique aos alunos a importância do transporte marítimo para as exportações brasileiras, como também para a ligação dos portos marítimos do Brasil entre si por meio da navegação de cabotagem ou costeira. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquáticos (ântác), em 2020, cêrca de 98,5% do total das exportações do Brasil é realizado por via marítima.

Comente que, em 2020, a estrutura aquaviária brasileira era composta de 36 portos públicos e quase trezentas infraestruturas privadas (Estações de Transbordo, Terminais de Uso Privado e Instalações Portuárias), tanto marítimas como fluviais.

Atividade complementar

Os dicionários podem ser um grande aliado em sala de aula. Informe os alunos sobre a disponibilidade de versões eletrônicas de dicionários na internet, de rápida e fácil consulta, incluindo os “de bolso” ou “completos” até os técnicos e especializados, como o sugerido a seguir: BRASIL. Glossário hidroviário. primeira edição, Brasília: deníti, 2017.

Inicialmente, conscientize os alunos sobre como, a cada consulta a um dicionário, os leitores se enriquecem ao incorporarem palavras, termos e expressões ao vocabulário ativo e/ou passivo, ampliando o repertório léxico e cultural. Em seguida, planeje uma atividade para realizá-la na sala de informática da escola, caso disponha desse recurso. Com base no dicionário sugerido, selecione previamente alguns verbetes que considere relevantes para a Geografia e o estudo da rede aquaviária para que, no dia da atividade, seja possível orientar uma consulta dirigida aos verbetes, esclarecendo dúvidas dos alunos sobre como localizá-los no dicionário eletrônico e também sobre os seus significados. Em municípios situados em áreas portuárias ou, no geral, onde ocorre navegação marítima ou fluvial, a atividade sugerida poderá ser contextualizada ao espaço de vivência dos alunos.

Brasil: transporte aquaviário por grupo de mercadoria – 2020

Gráfico. Brasil: transporte aquaviário por grupo de mercadoria – 2020
Gráfico com uma barra única, fracionada de acordo com os valores, em porcentagem, representados para cada grupo de mercadoria. O gráfico aparece dentro de uma ilustração simples de um navio, representado em cinza, com contêineres e guindastes. 
Granel sólido: Minério de ferro, manganês, bauxita, carvão, trigo, soja, fertilizantes etc. – 60 por cento. 
Granel líquido: Petróleo e seus derivados, como gasolina e óleo diesel, óleos vegetais etc. – 25 por cento.
Contêineres: Recipientes de metal ou de madeira, geralmente de grande tamanho, usados no acondicionamento e transporte de carga em navios, trens e caminhões. – 10 por cento
Carga geral – 5 por cento
Sobre o gráfico, há o valor total das cargas transportadas: um bilhão de toneladas.

Fonte: BRASIL. Anuário estatístico aquaviário 2020: apresentação. Brasília: ântác, 2021. Disponível em: https://oeds.link/Y6j7LN. Acesso em: 5 maio 2022.

5. Rede aérea

Apesar de a primeira empresa brasileira de aviação comercial ter sido fundada em 1927, foi somente após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) que a aviação comercial se desenvolveu no Brasil. Aviões usados durante essa guerra foram comprados por pilotos brasileiros, dando origem a empresas de aviação comercial.

No Brasil, por causa de sua enorme extensão territorial, a aviação comercial (ou civil) assume grande importância na logística de transporteglossário , graças à velocidade e à possibilidade de alcançar porções do território com poucas rodovias e ferrovias.

Observe, no mapa, a distribuição espacial dos principais aeroportos do Brasil.

Brasil: principais aeroportos – 2020

Mapa. Brasil: principais aeroportos – 2020
Mapa do Brasil mostrando a distribuição dos aeroportos, classificados em concedidos, concedidos com voos internacionais, públicos com voos internacionais e públicos com voos regulares. Essas quatro classificações estão representadas por ícones de aviões diferenciados por cores.
Concedidos: quatro aeroportos no Mato Grosso e um aeroporto em cada um dos seguintes estados: Sergipe, Paraíba, Ceará e Rio de Janeiro. 
Concedidos com voos internacionais): localizados nas capitais Porto Alegre, Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal e Fortaleza. Há outro aeroporto concedido com voos internacionais localizado no estado de São Paulo, à noroeste da capital.
Públicos com voos internacionais: aeroportos nas capitais Boa Vista, Manaus, Belém, Goiânia e Curitiba. Há outras ocorrências no sul do Rio Grande do Sul, no litoral de Santa Catarina, na fronteira do Paraná com Paraguai e Argentina, no litoral sul do Rio de Janeiro, no leste de Minas Gerais, no sudeste e norte da Bahia, no norte de Tocantins e no oeste do Pará.
Públicos com voos regulares: são maioria no conjunto de aeroportos do país, estão dispersos pelo território e concentrados nas regiões sudeste e sul, com destaque para São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Também há grande quantidade de aeroportos com voos regulares no Mato Grosso e no Amazonas.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 490 quilômetros.

Fonte: BRASIL. Anuário estatístico: mapa aeroviário. Brasília: Ministério da Infraestrutura, julho 2020. Disponível em: https://oeds.link/Ej8qQs. Acesso em: 16 dezembro 2021.

Grafismo indicando atividade.

Identifique uma capital de unidade da federação que tem aeroporto com voos internacionais.

Orientações e sugestões didáticas

Com base no mapa, os alunos podem citar várias capitais de unidades da federação que tenham aeroportos com voos internacionais, por exemplo: Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Maceió etcétera Explique que todas as capitais brasileiras contam com aeroportos internacionais, com exceção de Campo Grande, Cuiabá, Palmas, Aracaju, Teresina, Rio Branco, São Luís, Porto Velho e Macapá (de acordo com a fonte do mapa e embora, em alguns casos, essas capitais possam sediar aeroportos cujo nome contém a indicação “internacional”).

Explique aos alunos que os contêineres são recipientes com tamanhos e tipos variados e que armazenam produtos diversos para o transporte. Alguns são até refrigerados, para a conservação de alimentos; outros possuem revestimento especial para bebidas, grãos ou produtos químicos. Sua capacidade de carga pode chegar a cêrca de 45 toneladas.

O modal aéreo está entre os meios de transporte mais caros, sendo mais usado para o deslocamento de passageiros e de cargas frágeis e de alto valor. No Brasil, o setor aéreo observou grande crescimento nas últimas décadas. Contudo, devem-se considerar as restrições de circulação impostas pela pandemia de covíd-19, que afetaram consideravelmente o fluxo aéreo nacional e internacional a partir de março de 2020. Em outubro de 2021, por exemplo, foram transportados em voos domésticos 6,3 milhões de passageiros, o que representou uma queda de quase 24por cento em relação a outubro de 2019.

Observe os gráficos que mostram o número de passageiros em voos domésticos e internacionais e os principais aeroportos brasileiros com maior fluxo de passageiros em voos domésticos em 2020.

Brasil: passageiros transportados em voos domésticos e internacionais com bilhetes pagos – 2015-2020

Gráfico. Brasil: passageiros transportados em voos domésticos e internacionais com bilhetes pagos – de 2015 a 2020
Gráfico de barras representando, na vertical, os valores em milhões (de 0 a 100) e, na horizontal, os anos. Para cada ano, há duas barras, uma para os voos domésticos e outra para os voos internacionais.
2015: Doméstico 96,1 milhões. Internacional 21,5 milhões. 
2016: Doméstico 88,6 milhões. Internacional 20,9 milhões. 
2017: Doméstico 90,6 milhões. Internacional 21,9 milhões. 
2018: Doméstico 93,6 milhões.  Internacional 24,1 milhões. 
2019: Doméstico 95,1 milhões. Internacional 24,2 milhões.  
2020: Doméstico 45,2 milhões. Internacional 6,8 milhões.

Fonte: BRASIL. Anuário estatístico de transportes 2010-2020. Brasília: Ministério da Infraestrutura, 42.

Grafismo indicando atividade.

Calcule o total de passageiros que viajaram de avião no Brasil em 2015 e 2020. Em seguida, compare os dados encontrados e identifique se houve aumento ou diminuição no número de passageiros transportados.

Orientações e sugestões didáticas

De acordo com o primeiro gráfico, o total de passageiros que viajaram de avião no Brasil foi de 117,6 milhões em 2015 e 52 milhões em 2020. Logo, o número de passageiros diminuiu em 65,6 milhões (quase 56por cento) entre 2015 e 2020 por causa das restrições de mobilidade adotadas durante a pandemia de covíd-19.

Brasil: passageiros transportados, em embarque e desembarque doméstico, nos principais aeroportos (em porcentagem) – 2020

Gráfico. Brasil: passageiros transportados, em embarque e desembarque doméstico, nos principais aeroportos (em porcentagem) – 2020
Gráfico de barras representando cada aeroporto e as porcentagens relativas aos passageiros transportados.
Aeroporto Franco Montoro, Guarulhos (São Paulo): 17,5 por cento. 
Aeroporto Juscelino Kubitschek, Brasília (Distrito Federal): 8,4 por cento. 
Aeroporto de Congonhas, São Paulo (São Paulo): 7,5 por cento. 
Aeroporto de Viracopos, Campinas (São Paulo): 6,8 por cento. 
Aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro (Rio de Janeiro): 5,5 por cento. 
Aeroporto Guararapes-Gilberto Freyre, Recife (Pernambuco): 5,0 por cento. 
Aeroporto de Confins, Belo Horizonte (Minas Gerais): 5,0 por cento.  
Total: 45,2 milhões de passageiros transportados.

Fonte: BRASIL. Anuário estatístico de transportes 2010-2020. Brasília: Ministério da Infraestrutura, 44.

Grafismo indicando atividade.

A soma dos percentuais de passageiros transportados nos principais aeroportos do Brasil corresponde a 55,7%. Com base nas informações do gráfico, calcule esse valor em números absolutos.

Orientações e sugestões didáticas

O resultado para o cálculo proposto na atividade do segundo gráfico corresponde a cêrca de 25,2 milhões de passageiros (55,7por cento de 45,2 milhões, ou seja, 0,557 × 45,2 milhões).Os dois gráficos possibilitam trabalhar com o professor de Matemática. Com base neles, é possível propor outras questões para que os alunos percebam a interdisciplinaridade.

Em 2020, foram transportados 45,2 milhões de passageiros em embarques e desembarques domésticos nos aeroportos do Brasil. Desse total – soma dos percentuais expressos em cada barra do gráfico – 55,7por cento ocorreram em apenas sete aeroportos.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

O município onde você mora possui aeroporto? Se sim, em que porção do município ele se localiza (zona norte, leste, sul ou oeste)? Ele permite o pouso de aeronaves de qual porte? Se não há aeroporto, comente se a população do município sente a ausência dessa infraestrutura de transporte e por quê.

Orientações e sugestões didáticas

As respostas às perguntas do boxe No seu contexto dependem do município em que o aluno vive. Caso o município não possua aeroporto, espera-se que o aluno discuta a importância da aviação civil ou comercial para a economia local e para a integração territorial no país.

Desperte a curiosidade dos alunos a respeito dos aeroportos e como funcionam. De fórma clara, por meio de textos e infográficos, na publicação a seguir você encontrará subsídios para explicar aos alunos conceitos e termos comumente empregados pelo setor aéreo: anáqui. Aeroportos: entendendo como funciona o setor aéreo. Brasília: anáqui (Agência Nacional de Aviação Civil), setembro de 2021 (Projeto Por dentro da aviação). Disponível em: https://oeds.link/J5Mo5I. Acesso em: 18 abril 2022.

Comente com os alunos que o fluxo aéreo foi bastante comprometido pela pandemia de covíd-19. O fechamento de fronteiras e o cancelamento de voos foram algumas das medidas tomadas por governos e companhias aéreas para a redução do contágio pelo vírus sárs-cóv-2, o que afetou diretamente o setor aéreo no Brasil e no mundo. Agravada por essa realidade, a crise econômica e o desemprego expandiram-se no país, levando à redução na procura por viagens aéreas – cujo custo é mais elevado em comparação aos dos demais modais.

Dada a constante mudança no cenário pandêmico nacional, ocorrida entre outros fatores pelo avanço do programa de vacinação, é importante atualizar a turma sobre os dados do setor aéreo quando o conteúdo for trabalhado em sala de aula. Assim, é possível solicitar uma pesquisa sobre o tema, de modo que percebam variações entre os fluxos aéreos nos últimos anos.

PERCURSO 12 REDES DE COMUNICAÇÃO NO BRASIL

1. O que é comunicação

No decorrer da história da humanidade, sempre houve comunicação entre os seres humanos e mesmo entre os animais. A palavra comunicação vem do latim comunicáchio e significa “troca de mensagem, ação de transmitir ou receber alguma coisa”.

A comunicação verbal entre pessoas

A comunicação é parte da vida e faz parte de nosso dia a dia. É por meio dela que nos relacionamos com as pessoas e conseguimos transmitir informações, ideias, desejos, expressar respeito ao próximo, questionamentos, afetividades e muitas outras manifestações. Saber se comunicar de fórma eficiente, com clareza e objetividade, com boa articulação entre o pensamento e as palavras e de fórma educada é importante, pois facilita o contato entre as pessoas e promove um bom relacionamento.

Para tanto, precisamos ter clareza e conhecimento das ideias que desejamos transmitir por meio das palavras e mesmo dos gestos de nosso corpo. Quem não se comunica de fórma eficiente e educada corre o risco de ser mal compreendido por um conjunto ou círculo de pessoas com o qual busca interagir, seja na escola, seja na comunidade em que vive, seja no trabalho, seja no convívio familiar.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Já observou de que modo ou maneira você se comunica com outras pessoas? É de modo educado, com clareza de ideias e palavras?

Orientações e sugestões didáticas

Aproveite as respostas dadas pelos alunos às questões do boxe No seu contexto e converse com eles sobre o assunto. É importante ressaltar esses aspectos da comunicação entre as pessoas, para o bom convívio social e para promover o respeito mútuo, a empatia e o diálogo. Ressalte que, na vida familiar, social e profissional, o modo respeitoso da comunicação é importante para lidar com as diferenças e resolver conflitos.

As redes de comunicação e a integração do espaço geográfico

Há uma diversidade de redes de comunicação, que englobam a telefonia (fixa e móvel), o rádio, a televisão, a internet, entre outras. Todos os meios de comunicação são capazes de nos influenciar com suas mensagens. Influenciam nossa visão do mundo, a formação de valores sociais, nosso modo de vestir e pensar e até mesmo a formação de estereótipos e preconceitos. Daí a importância de possuirmos conhecimentos para podermos discernir o que é verdadeiro ou falso, bom ou ruim.

Da mesma fórma que as redes de transporte integram o território de um país, estado, região ou município, algumas redes de comunicação exercem a mesma função. Porém, enquanto as redes de transporte locomovem pessoas e mercadorias, as redes de comunicação transportam informações, sons e imagens.

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 12

Esse Percurso trata das redes de comunicação no território brasileiro e sua importância para a integração do espaço geográfico. Como fórma de introdução, discute-se a importância da comunicação como meio de expressão pessoal e intercâmbio social e, em seguida, as características de algumas redes de comunicação no Brasil.

Habilidade da Bê êne cê cê

ê éfe zero sete gê ê zero sete

Ao longo deste Percurso, a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero sete continua sendo desenvolvida, com foco nas redes de comunicação no território brasileiro.

Pergunte aos alunos como as redes de comunicação exercem influência na configuração do território brasileiro e em seus próprios cotidianos. Atualmente, a circulação de informações é veloz e alcança um número maior de pessoas, o que facilita a troca de dados, os quais, por sua vez, podem ser cruciais na tomada de decisões com impactos na economia, na sociedade, no meio ambiente e, consequentemente, no espaço geográfico.

No passado, a comunicação era feita por mensageiros, cartas, livros, entre outros meios que dependiam diretamente das redes de transporte. Atualmente, com a evolução técnica dos meios de comunicação, existem redes exclusivas para a transmissão de informações e dados. No caso da internet, do rádio, da telefonia e da televisão, a comunicação se faz em “tempo real”, ou seja, quase instantaneamente. Desse modo, uma pessoa ou empresa de um município do Rio Grande do Sul pode se comunicar, em “tempo real”, com outra pessoa ou empresa no estado do Amapá ou com pessoas em outros países, desde que possuam infraestrutura de comunicação.

No conjunto das redes de comunicação, destacam-se as redes de telefonia fixa e móvel, os satélites de comunicação e a rede mundial de computadores (internet), que permitem a integração do espaço brasileiro, assim como a interação com outros países.

Pessoas, empresas, universidades, centros de pesquisa etcétera se beneficiaram amplamente com a Revolução Técnico-Científico-Informacional (abordada no Percurso 9). Esse processo tornou possível, por exemplo, a comunicação em “tempo real” entre pesquisadores sobre determinado estudo, permitindo trocas de ideias. O mesmo ocorre entre órgãos públicos e empresas para decidir sobre um assunto. Da mesma você pode entrar em contato com um colega distante e trocar ideias instantaneamente sobre um trabalho escolar, convidá-lo para uma festa etcétera

Entretanto, o acesso às redes de comunicação exige alguns cuidados. Da mesma fórma que muitos de seus conteúdos são esclarecedores, outros são enganosos e muitas vezes difamatórios, preconceituosos e publicados de maneira irresponsável.

Fotografia. Vista de uma sala de aula com alunos sentados em carteiras verdes enfileiradas. Cada aluno está com um notebook apoiado sobre a mesa. Uma mulher conversa com um dos alunos. Ao fundo, prateleira com livros, uma lousa branca e uma porta.
Sala de aula de Ensino Fundamental com os alunos usando computadores para os estudos no município de Sorocaba, São Paulo (2020).
Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

QUEIROZ, Renato da Silva.

Não vi e não gostei: o fenômeno do preconceito. segunda edição São Paulo: Moderna, 1995.

O livro aborda a questão do preconceito de fórma crítica, mostrando que muitos conflitos entre grupos sociais têm aí a sua origem e que a sua existência é um obstáculo a relações harmoniosas.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Portal Internet Bê érre

https://oeds.link/6nOtvO

O site apresenta materiais e jogos que ensinam a não correr riscos na internet e nas redes sociais; a comunicar-se com liberdade de expressão e responsabilidade, sem causar danos à imagem e à reputação das pessoas; e a evitar atitudes que podem ser consideradas crimes (calúnia, difamação, injúria, racismo, entre outras).

Orientações e sugestões didáticas

Atualmente, as redes de comunicação, sobretudo por meio da internet, tornaram-se fundamentais para a difusão de ideias e conhecimento. Por meio dessas redes criadas na internet, os usuários se conectam em “tempo real”, organizam-se em grupos com interesses comuns e, até mesmo, atuam politicamente em prol de uma causa.

Entretanto, é importante ressaltar que, infelizmente, muitas vezes se faz mau uso dessas ferramentas, pois preconceitos, difamações e notícias falsas (fake news) são disseminados rapidamente. Enfatize que não divulgar informações falsas e buscar fontes confiáveis é exercer cidadania responsável no uso da internet.

Competência

Ao abordar as redes de comunicação e a Revolução Técnico-Científico-Informacional, trabalhe a Competência Específica de Ciências Humanas 2: “Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-científico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e no espaço, para intervir em situações do cotidiano e se posicionar diante de problemas do mundo contemporâneo”.

Algumas redes de comunicação no Brasil

Estudamos, no Percurso 11, que existe uma desigual distribuição espacial das redes de transporte no Brasil, o que dificulta o desenvolvimento econômico e social de algumas localidades, sub-regiões e até mesmo regiões. Isso também ocorre com as redes de comunicação.

A falta de infraestrutura de comunicação – rede de cabos, torres de transmissão de televisão, rádio, telefonia móvel, internet etcétera – dificulta contatos e compromete o desenvolvimento econômico. Em certas localidades, por exemplo, a dificuldade de comunicação com fornecedores e clientes pode impedir empresas e pessoas de iniciar negócios. Da mesma fórma, a população de localidades que não contam com serviços de comunicação eficientes pode ter dificuldades em obter atendimento médico em casos de emergência.

Mas, além de problemas decorrentes da falta de infraestrutura de comunicação, devemos levar em conta o rendimento das famílias. O fato de alguns serviços de telecomunicação serem pagos limita o acesso da população de pouco rendimento a eles.

As redes de comunicação são formadas por estruturas diversas – como cabos, aparelhos telefônicos, antenas e estações de transmissão, entre outras. Uma fórma de identificar a densidade dessas redes é avaliar o percentual de domicílios atendidos por elas no país. Observe e interprete os mapas A, B e C.

Brasil: domicílios com uso de internet (em porcentagem) – 2019

Mapa A. Brasil: domicílios com uso de internet (em porcentagem), em 2019. Mapa do Brasil mostrando domicílios com uso de internet nas unidades da federação, indicadas por siglas. Há cinco categorias, diferenciadas por cores que variam do amarelo-claro para o marrom-escuro, sendo os tons mais claros para representar valores menores e os mais escuros para representar valores maiores. De 68,7 a 72,1: Acre, Maranhão e Piauí. De 74,4 a 78,7: Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Tocantins, Pará e Amazonas. De 79,8 a 84,8: Sergipe, Rio Grande do Norte, Rondônia, Amapá, Roraima e Minas Gerais. De 85,3 a 88,4: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro e Espírito Santo. De 91,0 a 95,0: Distrito Federal e São Paulo. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 380 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua: tabelas 2019. Rio de Janeiro: í bê gê É 2020. Tabela 7.308.

Grafismo indicando atividade.

Que unidades da federação apresentam os maiores percentuais de domicílios com uso de internet?

Orientações e sugestões didáticas

De acordo com o mapa A, as unidades da federação que apresentam os maiores percentuais de domicílios com uso de internet são o Distrito Federal e São Paulo, ambas com mais de 90% de domicílios.

Apesar da ampliação dos serviços e da infraestrutura de comunicação no Brasil ocorrida nos últimos anos, a internet e a telefonia ainda apresentam muitos problemas no país. A infraestrutura está concentrada nas grandes cidades, os preços são elevados e a qualidade dos serviços nem sempre é satisfatória. As operadoras de telefonia figuram entre as empresas que mais recebem reclamações nas fundações de Proteção e Defesa do Consumidor (procôn).

Aproveite os mapas desta e da próxima página para verificar com os alunos quais unidades da federação apresentam maior e menor porcentagem de domicílios com internet, telefone fixo convencional e telefone móvel. Pergunte se há relação entre os dados desses mapas e o rendimento da população.

Brasil: domicílios com telefone fixo convencional (em porcentagem) – 2019

Mapa B. Brasil: domicílios com telefone fixo convencional (em porcentagem) – 2019
Mapa do Brasil mostrando domicílios com telefone fixo nas unidades da federação, indicadas por siglas. Há quatro categorias, diferenciadas por tonalidades de roxo. Os tons mais mais claros representam valores menores, e os mais escuros valores maiores.
De 4,8 a 9,7 por cento: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá e Tocantins.
De 10,4 a 17,8 por cento: Bahia, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. 
De 20,5 a 27,7 por cento: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Goiás. 
De 38,0 a 39,8 por cento: São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 420 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua: tabelas 2019. Rio de Janeiro: í bê gê É 2020. Tabela 7.304.

Grafismo indicando atividade.

Indique as unidades da federação nas quais, de 100 domicílios existentes, pelo menos 38 têm linha de telefone fixo instalada.

Orientações e sugestões didáticas

De acordo com o mapa B, as unidades da federação em que pelo menos 38por cento dos domicílios têm linha de telefone fixo instalada são Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.

Brasil: domicílios com telefone móvel (em porcentagem) – 2019

Mapa C. Brasil: domicílios com telefone móvel (em porcentagem) – 2019
Mapa do Brasil mostrando domicílios com telefone móvel nas unidades da federação, indicadas por siglas. Há cinco categorias, diferenciadas por tonalidades de verde. Os tons mais mais claros representam valores menores, e os mais escuros valores maiores.


De 85,3 a 88,5 por cento: Maranhão, Acre e Pará.
De 90,1 a 92,9 por cento: Bahia, Sergipe, Alagoas, Piauí, Pernambuco, Ceará e Amazonas.
De 93,1 a 95,7 por cento: Paraíba, Rio Grande do Norte, Amapá, Roraima, Rio de Janeiro e Minas Gerais. 
De 95,9 a 97,1 por cento: Tocantins, Rondônia, Goiás, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. 
De 97,5 a 98,1 por cento: Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 420 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua: tabelas 2019. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2020. Tabela 7.304.

Grafismo indicando atividade.

Cite as unidades da federação com maior e menor percentual de domicílios com telefone móvel.

Orientações e sugestões didáticas

De acordo com o mapa C e, em relação aos percentuais de telefonia móvel, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso são as unidades da federação com os maiores percentuais de domicílios com serviço de telefonia móvel: entre 97,5% e 98,1%. As unidades menos servidas por telefonia móvel são Acre, Pará e Maranhão, entre 85,3% e 88,5%.

De acordo com a Pesquisa Anual do Uso de Tecnologia de Informação divulgada pela Fundação Getulio Vargas (éfe gê vê), em junho de 2021 o número de smartphones no Brasil ultrapassou a população do país, chegando a 125 aparelhos para cada 100 habitantes. Para comparação, no mundo, o número chega a 125%, e, nos Estados Unidos, a 172%.

Outro dado interessante da pesquisa é que, para cada cem habitantes no Brasil, havia 94 computadores. A pesquisa considera computadores os desktops, notebooks e tablets.

Considerando os computadores e smartphones juntos, em junho de 2021 havia 2 dispositivos (440 milhões de dispositivos digitais: 198 milhões de computadores e mais 242 milhões de smartphones) por habitante.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 11 e 12

Registre em seu caderno.

  1. Com base no que você estudou, explique como a distribuição de redes de transporte e de comunicação influencia a distribuição de atividades econômicas.
  2. Durante muito tempo, as Grandes Regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil estiveram relativamente isoladas das demais em virtude da ausência de rodovias que estabelecessem ligações entre elas. Quando a integração rodoviária do país se ampliou, chegando a essas Grandes Regiões?
  3. Se, por um lado, a construção de rodovias favorece a integração territorial, por outro, causa impactos ambientais e sociais. Cite exemplos de alguns desses impactos no Brasil.
  4. Podemos afirmar que no Brasil há predominância do modal rodoviário no transporte de cargas em relação a outras modalidades de transporte? Explique.
  5. Descreva a distribuição da rede ferroviária brasileira em meados do século vinte e no século vinte e um
  6. O Brasil possui menos de 20 mil quilômetros de extensão de hidrovias navegáveis. Desse total, cêrca de 80por cento ou 16 mil quilômetros localizam-se na Região Hidrográfica Amazônica. Por que essa região apresenta a maior extensão de rios navegáveis?
  7. O que é transporte intermodal?
  8. Explique a diferença entre navegação de longo curso e de cabotagem ou costeira.
  9. Interprete os mapas e responda às questões.

Brasil: domicílios com tê vê por assinatura (em porcentagem) – 2019

Mapa A. Brasil: domicílios com tevê por assinatura (em porcentagem) – 2019
Mapa do Brasil mostrando domicílios com tevê por assinatura nas unidades da federação, indicadas por siglas. Há cinco categorias, diferenciadas por tonalidades de roxo. Os tons mais mais claros representam valores menores, e os mais escuros valores maiores.
De 11,1 a 18,4: Acre, Rondônia, Pará, Amapá, Tocantins, Piauí, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Ceará. 
De 19,0 a 27,2: Roraima, Sergipe, Rio Grande do Norte, Maranhão, Mato Grosso, Goiás e Paraná. 
De 28,6 a 34,4: Amazonas, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo.
De 37,7 a 39,0: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. 
De 45,2 a 46,7: Distrito Federal e Rio de Janeiro.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 630 quilômetros.

Brasil: rendimento médio mensal domiciliar per cápita – 2019

Mapa. Brasil: rendimento médio mensal domiciliar per capita – 2019
Mapa do Brasil mostrando a quantidade de domicílios por classes de rendimento domiciliar per capita. Essas classes, representadas por pequenas barras verticais sobre as unidades da federação, são: até um salário mínimo, mais de um a dois salários mínimos, mais de dois a cinco salários mínimos, mais de 5 salários mínimos. O salário mínimo de referência em 2019 era de 998 reais.
Com exceção de Santa Catarina, as demais unidades da federação possuem maioria de domicílios na primeira classe (ou seja, até um salário mínimo) e minoria de domicílios na última classe (ou seja, mais de 5 salários mínimos). Essa realidade é mais acentuada em estados das regiões nordeste e norte, que apresentam poucos domicílios com mais de cinco salários mínimos. A diferença entre os menores e maiores rendimentos ocorre em estados como Maranhão, Alagoas, Amazonas e Pará. Nos estados do centro-sul, o equilíbrio entre as classes de rendimento é um pouco maior, sobretudo no Distrito Federal, única unidade da federação em que os domicílios com mais de dois a cinco salários mínimos são maioria em relação aos domicílios de um a dois salários mínimos. Quanto aos domicílios com mais de cinco salários mínimos, merecem destaque, além do próprio Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 630 quilômetros.

Fontes dos mapas: í bê gê Éponto Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua anual 2019. Tabela 7290. Disponível em: https://oeds.link/RPx6Qj í bê gê É. Síntese de indicadores sociais. Tabelas 2020 - Rendimento. Tabela 2.2ú éfe. Disponível em: https://oeds.link/1544a4. Acessos em: 17 maio 2022.

Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. As redes de transporte e comunicação têm a função integradora de espaços geográficos. As redes de transporte permitem a circulação de pessoas e de mercadorias, ou seja, de riquezas entre diversas porções do espaço, alimentando-as e realimentando-as. As redes de comunicação permitem a troca de informações, que influenciam a tomada de decisões econômicas e políticas.
  2. Durante o governo do Presidente Juscelino cubishéqui (1956-1961), em que foram construídas as rodovias Belém-Brasília e Cuiabá-Santarém. Além disso, cabe lembrar que, nesse período, também foi construída a cidade de Brasília, que dinamizou a economia da Grande Região Centro-Oeste.
  3. Desmatamento e desterritorialização de povos indígenas, quilombolas, povos da floresta, pequenos agricultores etcétera
  4. Sim, pois, em 2019, 61% do transporte de cargas no Brasil era feito por meio de rodovias. O ferroviário respondia por 21%; o aquaviário por 14%; e o dutoviário por 4%.
  5. Estava espacialmente concentrada, ou seja, não integrava todo o território brasileiro. Foram construídas ferrovias com o objetivo de aproximar as áreas de produção agrícola e mineral com os portos marítimos de exportação. Ressalte para os alunos que a economia brasileira tinha por base a exportação de produtos primários e que somente a partir de 1990 passou a haver empenho com a construção de ferrovias no interior do território nacional (Ferrovia Norte-Sul e outras).
  6. Porque na região predominam rios de planície, que não oferecem obstáculos à navegação (por exemplo, quedas-d’água), como ocorre com os rios de planalto. Cite o caso do Rio Paraná, típico de planalto, que, para se tornar navegável, exige a construção de eclusas.
  7. É o transporte realizado por mais de uma modalidade, ou seja, combinando dois ou mais modais de transporte (rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo ou dutoviário).
  8. A diferença está na interligação entre portos marítimos: enquanto a navegação de longo curso é realizada entre portos marítimos de países diferentes, a navegação de cabotagem ou costeira é realizada de um porto marítimo a outro de um mesmo país.
  1. Com suas palavras, descreva o que o mapa A representa.
  2. Que unidades da federação tinham, em 2019, o maior percentual de domicílios com acesso a tê vê por assinatura?
  3. Com base no mapa B, aponte a classe de rendimento médio mensal domiciliar per cápita predominante nas unidades da federação em 2019.
  4. Em que unidade da federação observa-se a menor diferença entre a quantidade de domicílios com rendimento per cápita de até 1 salário mínimo e a de domicílios com rendimento per cápita de mais de 5 salários mínimos em 2019. E em que unidade da federação essa diferença é mais acentuada?
  5. Aponte as unidades da federação que apresentaram o menor percentual de domicílios com acesso a tê vê por assinatura em 2019. Em sua opinião, o mapa B fornece ao leitor informações que contribuem para a interpretação dos dados mostrados no mapa A?

10. Observe o gráfico e faça o que se pede.

Brasil: movimento de cargas nos principais portos (toneladas) – 2019

Gráfico. Brasil: movimento de cargas nos principais portos (toneladas) – 2019
Gráfico de barras representando, à esquerda, as exportações e, à direita, às importações ocorridas a partir dos principais portos do Brasil, que estão listados no centro do gráfico. No eixo horizontal, estão os valores que, nas exportações, variam de 0 a 80 milhões de toneladas e, nas importações, variam de 0 a 40 milhões de toneladas. 
Santos: Exportação 75 milhões de toneladas. Importação 31 milhões de toneladas. 
Itaguaí (Sepetiba): Exportação 39 milhões de toneladas. Importação 4 milhões de toneladas. 
Paranaguá: Exportação 32 milhões de toneladas. Importação 16 milhões de toneladas. 
Rio Grande: Exportação 16 milhões de toneladas. Importação 9 milhões de toneladas. 
Itaqui: Exportação 15 milhões de toneladas. Importação 9,5 milhões de toneladas. 
Suape: Exportação 8 milhões de toneladas. Importação 15 milhões de toneladas. 
Vila do Conde: Exportação 7 milhões de toneladas. Importação 7 milhões de toneladas. 
Santarém: Exportação 6 milhões de toneladas. Importação 6 milhões de toneladas. 
São Francisco do Sul: Exportação 5 milhões de toneladas. Importação 5 milhões de toneladas. 
Rio de Janeiro: Exportação 3 milhões de toneladas. Importação 3 milhões de toneladas.

Fonte: BRASIL. Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Estatístico aquaviário. Disponível em: https://oeds.link/4Cg0b7. Acesso em: 2 junho 2022.

  1. Aponte os três portos do Brasil de maior movimento de cargas para exportação e os três de maior movimentação para importação em 2019.
  2. Indique o porto que teve maior quantidade de cargas importadas, em milhões de toneladas, do que exportadas, em 2019.
  3. Consulte o mapa da página 100 e aponte em quais unidades da federação se localizam os portos mencionados nas respostas dos itens anteriores.
Orientações e sugestões didáticas
  1. O mapa representa os intervalos percentuais de domicílios com acesso a tê vê por assinatura, por unidade da federação, em 2019.
  2. Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
  3. Até 1 salário mínimo.
  4. O Distrito Federal é a unidade federativa onde se observa a menor diferença entre a quantidade de domicílios com rendimento domiciliar médio mensal per cápita de até 1 salário mínimo e a quantidade de domicílios com rendimento médio mensal de mais de 5 salários mínimos per cápita em 2019. Já o Maranhão é onde essa diferença é mais acentuada.
  5. Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Pará, Ceará, Piauí, Tocantins, Amapá, Acre, Rondônia, Bahia, todos com 11,1% a 18,4% de domicílios com acesso à tê vê por assinatura. Resposta pessoal. Para responder à questão, os alunos devem considerar que o serviço de tê vê por assinatura é mantido por meio de pagamento mensal e, consequentemente, tem impacto no orçamento familiar e que esses onze estados possuíam, em 2019, baixo percentual de domicílios com rendimento médio mensal per cápita de mais de 5 salários mínimos.
  1. Exportação: Santos, Itaguaí (Sepetiba) e Paranaguá. Importação: Santos, Paranaguá e Suape.
  2. Porto de Suape.
  3. Santos, em São Paulo; Itaguaí (Sepetiba), no Rio de Janeiro; Paranaguá, no Paraná; Suape, em Pernambuco.

Glossário

O Produto Interno Bruto (Píbi) é a soma dos bens produzidos e serviços realizados em um país no período de um ano. Em geral, seu valor é expresso em dólar, mas pode ser expresso em moeda nacional.
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Região Metropolitana
Região constituída pelo agrupamento de municípios limítrofes, com o objetivo de integrar as administrações municipais e possibilitar a implantação de políticas públicas de interesse comum (construção de ruas e vias expressas, integração do transporte coletivo etcétera).
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Incentivo fiscal
Renúncia dos governos ao recebimento de parte dos impostos que deveriam ser recolhidos das empresas em troca de que elas invistam em setores da economia.
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Setor privado
Conjunto de instituições particulares cujo controle é de pessoas ou empresas não estatais, e não dos governos federal, estadual, distrital ou municipal.
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Termo da língua inglesa que corresponde a uma ideia repentina; revelação súbita que esclarece determinada questão.
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Termo em inglês que corresponde ao conjunto de estudos e medidas adotado por uma empresa com a finalidade de garantir o sucesso de vendas de um produto.
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Status social
Posição ocupada por alguém na sociedade em que vive.
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Resíduo sólido
Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade; quando originado em cidades, é chamado de resíduo sólido urbano.
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Dejeto orgânico
Material proveniente de seres vivos, restos de vegetais, comida etcétera
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Benesse
Benefício, privilégio, vantagem.
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Duto
Tubo por onde certos líquidos e materiais orgânicos são transportados; por exemplo, oleoduto (tubulação para transporte de petróleo e seus derivados) e gasoduto (tubulação para o transporte de gás natural).
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Investimento
Toda aplicação de dinheiro com expectativa de lucro.
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Desterritorialização
Saída de pessoas ou de um grupo do território por eles ocupado.
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Eclusa
Obra de engenharia instalada entre dois planos de água de níveis diferentes para permitir a passagem de embarcações de um a outro nível, graças à manobra de comportas e a outros equipamentos.
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Cabo
Parte saliente da costa ou litoral que avança em direção ao mar (exemplo, Cabo de Santo Agostinho, no litoral do estado de Pernambuco).
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Golfo
Abertura larga na costa, na qual o mar penetra em profundidade (exemplo, Golfão Amazônico, onde se localiza a Ilha de Marajó e onde o Rio Amazonas desemboca no Oceano Atlântico).
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Granel
Carga transportada sem embalagem ou acondicionamento.
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Logística de transporte
Conjunto de estratégias de seleção e de organização das modalidades de transporte, considerando a eficiência de deslocamento de mercadorias de acordo com a quantidade a ser transportada, o custo e o tempo de deslocamento.
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