Unidade 4

A partir desta Unidade, passaremos a empregar também a denominação “Região(ões)” em referência às “Grandes Regiões” do Brasil, por considerar o seu amplo uso nos meios de comunicação de massa.

Após abordar o meio natural da Região Norte e a construção histórica de espaços geográficos nos Percursos 13 e 14, tenha em vista que os subsequentes permitem suscitar discussões, pois tratam de conflitos sociais na Amazônia, desmatamento, biodiversidade, biopirataria e desenvolvimento sustentável.

Respostas

1. Na Floresta Amazônica predomina o clima equatorial úmido, com médias térmicas mensais elevadas, pequena amplitude térmica anual e precipitação durante todo o ano. Tenha em mente que essa e as demais questões visam proporcionar ocasião para a sondagem de conhecimentos prévios sobre os assuntos que serão estudados na Unidade.
2. Espera-se que os alunos indiquem desmatamento, garimpos ilegais, conflitos fundiários, impactos de grandes projetos de engenharia (rodovias, hidrelétricas, projetos agropecuários e de mineração etc.etcétera), migrações compulsórias, entre outros.
3. Essa expressão designa uma vasta área na formafórma de arco na qual a fronteira agrícola avança em direção à Floresta Amazônica e que concentra, historicamente, 75% da degradação ambiental e desmatamento na Amazônia Legal. Essa área se estende da porção oeste do estado do Maranhão, passando por Tocantins, o leste e sul do Pará em direção oeste, abrangendo também os estados de Mato Grosso, Rondônia e Acre.

Os estados que compõem a Região Norte são Acre, Rondônia, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará e Tocantins.

Percurso 13

Este Percurso introduz a diferenciação entre Região Norte, Amazônia Continental e Amazônia Legal. Apresenta os aspectos físicos gerais dessa região, além de destacar a importância da hidrografia, que atua como uma grande rede, interligando diversos municípios que se encontram distantes de centros urbanos maiores.

Comente com os alunos sobre os vestígios que datam de milhares de anos e indicam a ocupação humana na Região Norte. Há vários exemplos, entre eles os geoglifos – grandes estruturas geométricas de terra construídas por povos pré-colombianos –, que vêm sendo estudados, por exemplo, no leste do Acre e foram descobertos em razão do desmatamento para a expansão da pecuária nesse estado, nos últimos 30 anos.

Mais precisamente, esses geoglifos se espalham pelos vales dos rios Acre, Iquiri e Abunã, entre Rio Branco e Xapuri, e também ao norte de Rio Branco, na direção do estado do Amazonas.

Habilidades da BNCCBê êne cê cê

• EF07GE03 ê éfe zero sete gê ê zero três
• EF07GE07 ê éfe zero sete gê ê zero sete
• EF07GE11 ê éfe zero sete gê ê um um

Este Percurso permite trabalhar as habilidades indicadas. O conteúdo tratado se volta, basicamente, para os aspectos físicos da Região Norte, como relevo, clima, vegetação e hidrografia. Dessa formafórma, acaba por caracterizar aspectos físico-naturais de uma porção do território brasileiro, preconizados pela habilidade EF07GE11ê éfe zero sete gê ê um um.

O percurso também aborda a importância da rede hidrográfica e da rede de transportes na Região Norte, reforçando o trabalho com a habilidade EF07GE07ê éfe zero sete gê ê zero sete.

Dê atenção para a seção Cruzando saberes, na página 118, que apresenta o conflito vivido por muitos indígenas que reivindicam o direito de uso e a delimitação de suas terras. No caso, a seção discute os conflitos entre as empresas (que objetivam construir hidrelétricas e redes de transporte) e os povos indígenas, cujos modos de vida e territórios são modificados drasticamente. A seção busca a valorização e o reconhecimento das territorialidades dos povos indígenas, a fim de abordar a habilidade EF07GE03ê éfe zero sete gê ê zero três.

A Sudamsudã é um órgão do governo federal que reúne técnicos de várias áreas do conhecimento (economistas, engenheiros, geólogos, agrônomos, geógrafos etc.etcétera) com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento da Amazônia e na diminuição das desigualdades regionais.

Apoiando-se no mapa desta página, explique as diferenças entre os conceitos de Região Norte, Amazônia Continental e Amazônia Legal. Em seguida, ao explicar os aspectos físicos gerais da Região Norte, trabalhe sempre com as representações cartográficas apresentadas neste Percurso.

Sobre os geoglifos, sugerimos consultar: MOONmúun, Peterpíter. Pesquisa com geoglifos indica que Amazônia teve uso sustentável há milhares de anos. Agência Fapespfapésp, São Paulo, 6 mar.março 2017 (disponível em: https://oeds.link/edLKqn; acesso em: 1º fev.fevereiro 2022).

Interdisciplinaridade

Com o professor de Arte, sugerimos abordar os contextos e práticas das manifestações populares da Grande Região Norte, como festas, danças, ritmos, artesanato e outros elementos típicos, contribuindo para o desenvolvimento da habilidade EF69AR31ê éfe seis nove á érre três um desse componente curricular: “Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética”.

Ao abordar os componentes físico-naturais e sua dinâmica nessa região, também considere a oportunidade para trabalhar de modo interdisciplinar com o professor de Ciências, o qual poderá contribuir desenvolvendo a habilidade EF07CI07ê éfe zero sete cê ih zero sete: “Caracterizar os principais ecossistemas brasileiros quanto à paisagem, à quantidade de água, ao tipo de solo, à disponibilidade de luz solar, à temperatura etc.etcétera, correlacionando essas características à flora e fauna específicas”.

Na Região Norte, o relevo de maior altitude se localiza nos estados de Roraima e Amazonas.

Uma característica da distribuição das depressões na Região Norte é que elas aparecem, geralmente, entre as planícies fluviais.

Os mapas desta página permitem abordar alguns princípios do raciocínio geográfico. Incite os alunos a compará-los, pois, apesar de serem diferentes, abordam aspectos semelhantes e relacionados: os aspectos físicos gerais e o relevo. Realize uma leitura cruzada entre as altitudes da Região Norte e as características do relevo. Ajude-os a perceber, por exemplo, que nas maiores altitudes se encontram os planaltos, serras e chapadas. Ao mesmo tempo, trabalhe com a diferenciação. Observe, por meio da extensão, até onde certas formasfórmas de relevo se estendem e como se diferenciam do entorno. Faça essa leitura sempre cruzando as informações desses dois mapas.

No mapa A a abreviatura “SA.” se refere à serra e é usada pelo IBGEí bê gê É no mapeamento sistemático do Brasil.

Considerando que o aprendizado das formasfórmas de relevo das Grandes Regiões do Brasil vai se consolidar no decorrer desta Unidade e das subsequentes (5, 6, 7 e 8), recomenda-se que os conceitos sejam sempre reavaliados para que a compreensão por parte dos alunos se efetive. Para facilitar o que se propõe, use os perfis de relevo, representados nas páginas 146 e 251 deste livro.

Ao tratar dos componentes físico-naturais e sua dinâmica na Região Norte, tenha em mente que poderá conduzir essa abordagem em sentido de aprofundamento das características do Domínio Morfoclimático Amazônico, assunto estudado no Percurso 4. Desse modo, poderá rever com os alunos a sua distribuição por meio do mapa da regionalização dos domínios morfoclimáticos no Brasil (“Brasil: domínios morfoclimáticos”, na página 32).

Os meses em que ocorrem as maiores médias térmicas são setembro e outubro; as maiores médias de precipitação são registradas em março e abril.

Os estados em que ocorre a maior extensão de áreas antropizadas são Pará, Tocantins e Rondônia.

Tenha em vista que o resgate dos conhecimentos prévios dos alunos sobre a diversidade de climas e as paisagens naturais do Brasil relacionadas à variação de latitude, assunto tratado na página 17 da Unidade 1, auxilia o aprendizado sobre o predomínio do clima equatorial úmido na Região Norte.

Atividade complementar

Pode ser que alguns alunos tenham dificuldades em identificar certas características dos tipos de vegetação da Região Norte, principalmente aqueles que vivem em outras regiões. No intuito de sanar dúvidas e aproximar essa temática dos alunos, é possível sugerir uma atividade com base no mapa “Região Norte: cobertura vegetal atual”.

Divida a turma em grupos de cinco ou seis alunos. Cada grupo deverá pesquisar imagens e informações sobre um item da legenda. Delegue para os grupos qual será o item a ser pesquisado.

Os alunos devem buscar informações variadas, como características da vegetação, tipos de espécies vegetais e quais os seus usos, as espécies da fauna etc.etcétera No caso da área devastada (área antropizada, no mapa desta página), ela também pode se tornar um dos itens de pesquisa. O grupo, porém, poderá incluir informações sobre o tipo de uso do solo nas áreas representadas na legenda identificando e destacando eventuais diferenças entre elas, quais cidades sobressaem nessas áreas, por que tais cidades se desenvolveram e se ampliaram, suas populações etc.etcétera

Ao final, os grupos deverão montar uma apresentação em cartazes ou, caso a escola tenha recursos, em um projetor de imagens. Marque uma data para a apresentação. Cada grupo poderá se apresentar por cercacêrca de 10 minutos.

Em relação à atitude dos alunos e à de seus familiares com as plantas, espera-se que eles expressem a importância da preservação do meio ambiente, em particular da vegetação, fonte de grande biodiversidade. Essa discussão contribuirá para o desenvolvimento da consciência social e ecológica.

Pergunte aos alunos se algum deles já visitou uma floresta. Caso haja algum exemplo positivo, peça que descreva essa vivência, qual foi a sua sensação, se gostou ou não, em qual ocasião realizou essa visita etc.etcétera

Caso não morem na Região Norte, verifique se há alunos que conhecem alguma localidade dessa região. Em caso afirmativo, pergunte se visitaram uma área com vegetação e se sabem de qual tipo era. Aborde, como na pergunta anterior, quais foram as sensações ao visitar um local como esse, o que sentiram e viram, suas experiências etc.etcétera Os alunos devem compartilhar com os demais seu relato e a experiência vivida, a fim de ampliar diferentes formasfórmas de interpretar e compreender a realidade.

Explique aos alunos que, na Bacia Amazônica, alguns rios têm seu nível elevado em cercacêrca de 15 metros em alguns períodos do ano, e a água cobre grandes áreas de florestas por até oito meses.

Comente com os alunos que 63% da Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas está em território brasileiro.

Ressalte que os rios são importantes para a navegação de barcos, que transportam pessoas e mercadorias. Portanto, na Região Norte, repleta de grandes rios perenes, o transporte hidroviário se torna a melhor opção. Relembre aos alunos que a Região Norte apresenta grandes áreas de floresta natural e muitas estradas precárias, o que dificulta o transporte por vias terrestres. Nesse sentido, reforce a importância da hidrografia para o transporte na região. Esse tema possibilita desenvolver a habilidade EF07GE07ê éfe zero sete gê ê zero sete, que propõe a análise sobre a relação entre as redes de transporte e comunicação e a configuração do território brasileiro.

Sistema Interligado Nacional

[Locutor]

Você sabia que, no Brasil, a energia elétrica gerada em um estado da Região Norte pode ajudar a abastecer outras regiões do país? Como isso é possível?

Isso acontece graças ao Sistema Interligado Nacional, o SIN: uma enorme rede de geração e transmissão de energia elétrica que permite a distribuição de eletricidade para quase todo o território brasileiro.

O SIN foi criado para integrar as diversas fontes da matriz elétrica e suprir o fornecimento de energia em todo o país.

Essa complexa malha de transmissão pode ser considerada única no mundo, devido à enorme quantidade de energia gerada e ao seu vasto alcance.

Em 2022, as linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional possuíam mais de 145 mil quilômetros de extensão, o suficiente para dar mais de três voltas ao redor da Terra.

O SIN é composto de quatro subsistemas, que englobam as cinco Grandes Regiões do Brasil: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da Região Norte.

Já pensou na complexidade que é coordenar e operar toda a infraestrutura e logística envolvidas nesse sistema?

Quem assumiu essa tarefa foi o Operador Nacional do Sistema Elétrico, mais conhecido pela sigla ONS, que também gerencia a operação dos sistemas isolados do país. 

O ONS é regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel.

Os sistemas isolados são aqueles que ainda não estão integrados ao SIN pela falta de infraestrutura que os incorpore à sua malha de transmissão.

A maior parte desses sistemas isolados se encontra na Região Norte. Nos lugares em que eles operam, a demanda por energia é suprida, principalmente, por usinas térmicas movidas a óleo diesel.

Mas cerca de 65% da energia elétrica que abastece o Sistema Interligado Nacional advêm das usinas hidrelétricas.

Além de ter essa fonte, o Brasil conta com a energia gerada por usinas termelétricas, termonucleares, eólicas, solares e de biomassa.

Com a crescente demanda por eletricidade, o governo tem buscado ampliar a geração de energia aproveitando o potencial existente, por exemplo, nos rios da Bacia Amazônica.

[Som de rio acompanha a fala]

Alguns rios dessa bacia percorrem áreas com desníveis de relevo e possuem um enorme volume de água.

Essa combinação representa um grande potencial hidrelétrico, que, se aproveitado, pode gerar eletricidade para ser consumida em diversos locais do país.

Porém, os problemas socioambientais que podem surgir com a instalação de uma hidrelétrica, como a mudança no regime dos rios, têm provocado controvérsias.

Foi o que ocorreu no caso da Usina de Belo Monte, construída no Pará, em um trecho do Rio Xingu.

As obras dessa usina, que entrou em funcionamento em 2016, foram muito questionadas por vários grupos da sociedade, entre eles os povos indígenas que vivem às margens do Rio Xingu e dependem diretamente dele para praticar atividades como a pesca e o transporte.

[Locutor em tom de proposição]

Agora pense: quantas transformações sociais e espaciais foram necessárias para abastecer sua moradia com a energia elétrica e permitir a realização de várias outras atividades?

Como o Sistema Interligado Nacional integra grande parte do território brasileiro, é possível que essas mudanças aconteçam muito longe do lugar onde você vive!

[Som de choque elétrico após a locução]

[Locutor em tom de conclusão]

Por isso, é importante conhecer a infraestrutura do país e fazer uso consciente da energia elétrica.

Questione os alunos a respeito da importância dos rios da Bacia Amazônica para a população regional e para a nacional. Explique que os rios da Bacia Amazônica, como outros recursos da região, são fonte de vida para as populações locais (fonte de alimento, meio de transporte etc.etcétera); para o Brasil como um todo, representam grande reserva de água doce e possibilidades de aproveitamento de seus potenciais hidrelétricos, além de contribuírem para as chuvas em outras regiões brasileiras, por propiciarem, junto com a evapotranspiração da Floresta Amazônica, uma elevada taxa de evaporação da água para a atmosfera.

Promova debates sobre o uso estratégico da água para um país. Chame a atenção dos alunos para o fato de que sem água é impossível a existência de vida nas diversas formasfórmas que a conhecemos. Além disso, vale lembrar a sua importância para o ciclo hidrológico, para a geração de energia elétrica, para a pesca e para a navegação.

Interdisciplinaridade

Esta é uma oportunidade para trabalhar com o professor de Ciências e ressaltar para os alunos que, assim como a construção de rodovias, a exploração mineral, a expansão da fronteira agropecuária e a construção de usinas hidrelétricas de pequeno ou grande porte, na Amazônia, também têm causado impactos socioambientais na região. Em particular, sobre os impactos na biodiversidade do projeto tratado no texto da seção Cruzando saberes da página 118, com o objetivo de subsidiar um trabalho conjunto com o professor de Ciências, sugerimos consultar a seguinte publicação que se encontra disponível no site do Greenpeace Brasil: NITTA, Renata (coord.coordenação). Barragens do Rio Tapajós: uma avaliação crítica do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIAêia/RIMAríma) do aproveitamento hidrelétrico São Luiz do Tapajós. Greenpeace Brasil, São Paulo, 2015.

Por meio desta seção, espera-se que os alunos compreendam a importância de respeitar as territorialidades de povos indígenas, comunidades tradicionais e outros grupos sociais do campo e da cidade, trabalhando-se, assim, a habilidade EF07GE03ê éfe zero sete gê ê zero três. Além disso, permite o confronto de diferentes concepções e possibilita exercitar algumas noções introdutórias acerca do método científico.

Temas contemporâneos transversais

Trabalhe com Educação Ambiental, Educação em Direitos Humanos e Diversidade Cultural. Destaque que a construção de barragens tem forte impacto no meio ambiente e na dinâmica populacional, além de gerar conflitos com os povos indígenas que lutam pelo direito fundamental aos seus territórios. Suscite um debate com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Respostas

1. De um lado, por razões econômicas e visando ao lucro, as empresas internacionais de alimentos e energia são favoráveis à construção dos projetos da linha férrea Ferrogrão e do Complexo Hidrelétrico e Hidrovia do Tapajós, contando com o apoio de instituições financeiras. Por outro lado, várias comunidades indígenas da região do Rio Tapajós são contrárias aos projetos de infraestrutura para viabilizar essas construções, em razão dos grandes danos ambientais e culturais que serão causados por eles, como: inundação de uma área de mais de 780 km²quilômetros quadrados (inclusive com a inundação de terras protegidas), a alteração dos limites da Reserva Natural de Jamanxim (uma área natural protegida que seria aberta para uso econômico), a violação de direitos humanos das comunidades indígenas e a destruição de sua cultura, sua língua e seus costumes e também de sua principal fonte de alimentos, o peixe.
2. A organização de uma assembleia favorece o exercício da argumentação e do protagonismo dos alunos. Para desenvolver a atividade, promova inicialmente uma leitura atenta do texto pelos alunos. Durante esse processo, solicite a eles que estejam atentos às necessidades das comunidades indígenas da região do Rio Tapajós e aos interesses das empresas. No momento do trabalho em grupos, os alunos devem aprofundar a discussão e elaborar uma argumentação em favor das comunidades indígenas e outra em favor das empresas. É importante que eles registrem os argumentos em folhas separadas. Após recolher todas as folhas, verifique, entre os alunos da classe, quem se dispõe a representar cada um dos lados. Forme duas equipes, uma em favor das comunidades indígenas e outra das empresas. Entregue os argumentos redigidos na primeira etapa da atividade para os grupos que farão a defesa de cada um dos lados: o grupo que vai defender as comunidades indígenas recebe as folhas que contêm argumentos favoráveis a sua causa, assim como o grupo que vai defender as empresas. Os demais alunos farão parte da assembleia. Ao final da dinâmica, a assembleia ouve os dois lados e vota na argumentação final mais convincente.

Temas contemporâneos transversais

Os temas Educação em Direitos Humanos e Educação Ambiental podem ser abordados. Reflita sobre o modelo de desenvolvimento em questão e seus impactos socioambientais, como a perda de lares para a criação dos lagos artificiais das grandes barragens (migrações compulsórias), o descumprimento do que se contemplava nas condições ambientais e sociais para a construção do projeto e os direitos dos povos ribeirinhos que ainda não são reconhecidos pela Constituição.

Respostas

1. O texto trata da ativista Antônia Melo da Silva, que foi premiada por sua luta de décadas em prol dos direitos humanos e ambientais e também por seu protagonismo à frente do Movimento Xingu Vivo para Sempre, empenhando-se em evitar a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no estado do Pará, projeto que desalojou milhares de pessoas.
2. Oriente os alunos a pesquisar sobre a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, indicando fontes de pesquisa confiáveis. Em seguida, solicite a criação de um vídeo com cercacêrca de 2 minutos. A criação de vídeos curtos favorece o desenvolvimento da criatividade e da capacidade de selecionar, organizar e divulgar informações de modo conciso e convincente. Contudo, é importante estabelecer regras para a divulgação do vídeo, sobretudo se nele houver a imagem dos alunos. Nesse sentido, avalie quais devem ser os critérios de segurança que precisam ser considerados para a divulgação dos vídeos. Por exemplo, pode-se propor a exposição de formafórma interna, em mural digital restrito aos alunos da turma. Caso se decida por expandir o alcance da informação, solicite uma autorização escrita da escola e dos responsáveis pelos alunos para divulgar o conteúdo publicamente.
3. Resposta pessoal. Informe os alunos sobre os movimentos sociais na região ou no município em que vivem, levando-os a conhecer melhor suas reivindicações. Reflita com eles sobre as noções de cidadania ativa e protagonismo social, e como são importantes para a construção de uma sociedade democrática e plural.

Percurso 14

Este Percurso trata da construção dos espaços geográficos da Região Norte. Para isso, resgata alguns fatos e processos históricos, como o desenvolvimento da economia do látex e sua queda e a ação direta do governo nessa região, a fim de desenvolvê-la, por meio da criação de superintendências e projetos de colonização.

Habilidades da BNCCBê êne cê cê

• EF07GE02 ê éfe zero sete gê ê zero dois
• EF07GE09 ê éfe zero sete gê ê zero nove

Discutem-se, neste Percurso, a construção e a reconstrução do espaço na Região Norte desde 1500 até os dias atuais, abordando a habilidade EF07GE02ê éfe zero sete gê ê zero dois, ainda que parcialmente. O estudo sobre conflitos e tensões contemporâneos só será tratado no próximo Percurso, porém é crucial o entendimento da formação socioeconômica do território para compreender quais são os conflitos atuais.

Chame a atenção para o fato de que a Região Norte do país, em sua quase totalidade, ficou excluída dos projetos de colonização mais antigos do Brasil. A Amazônia teve sua ocupação pelos portugueses, durante a época colonial, limitada à fundação de fortes militares e ao estabelecimento de missões religiosas. Destaque o fato de que somente de meados do século XXvinte aos dias atuais, com a expansão da fronteira agropecuária e mineral e outras iniciativas governamentais, a região passou por transformações econômicas e ambientais.

A habilidade EF07GE09ê éfe zero sete gê ê zero nove também é desenvolvida neste Percurso. Na seção Mochila de ferramentas, na página 127, os alunos terão a oportunidade de aprender mais sobre os mapas pictóricos. Nessa seção, eles serão incitados a interpretar e a elaborar mapas desse tipo. Essa página, portanto, apresenta um conteúdo essencial para a formação cartográfica dos alunos, levando-os a diferenciar os códigos de sua representação.

Espera-se que os alunos reconheçam que as manifestações artísticas teatrais (peças, musicais etc.etcétera) são importantes para o desenvolvimento pessoal e coletivo e para estabelecer trocas culturais. Caso não haja espaços como esse na cidade, pergunte aos alunos se já tiveram a oportunidade de visitar algum teatro.

Ao estudar a formação do que hoje conhecemos como Região Norte, os alunos verificam a existência de ciclos econômicos diferentes, iniciados com o extrativismo. Posteriormente, conforme é tratado nas páginas que seguem, vieram a agricultura, a pecuária e a mineração, por exemplo. Todas essas maneiras de apropriação dos recursos naturais variaram ao longo da história porque os objetos técnicos, que permitem a exploração, desenvolveram-se ao longo dos anos. Os grandes projetos de mineração e hidrelétricas atuais, por exemplo, seriam inimagináveis no século XIXdezenove, por causa da dificuldade de acesso à Floresta Amazônica e dos objetos técnicos da época.

Competência

Com base no conteúdo desta página e no das seguintes, é possível desenvolver a Competência Específica de Geografia 2: “Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das formasfórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história”.

Comente com os alunos que a exploração de manganês no Amapá ocorreu na Serra do Navio. O interesse em explorar a região se iniciou no final da década de 1930. Durante cercacêrca de 50 anos, uma única empresa realizou a exploração do minério.

A respeito da exploração do manganês no Amapá, sugerimos o seguinte trabalho: PASSOS, Delaíde Silva. Capital internacional e exploração de manganês no Amapá (1930-1953). 2016. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Econômico) – Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.

Atividade complementar

Trabalhe com os alunos o mapa desta página, orientando-os a consultar, em um atlas geográfico, o mapa da hidrografia do Brasil e a apontar os nomes dos rios que atravessam a área onde é cultivada a juta. Seria mais interessante projetar o mapa da hidrografia do Brasil em sala de aula para que o reconhecimento fosse realizado em conjunto.

Interdisciplinaridade

Com o professor de História, é possível aprofundar alguns assuntos sobre a ocupação da Amazônia durante o governo militar e a criação de projetos de integração dessa região com as demais regiões brasileiras. Nessa perspectiva, a construção de rodovias e hidrelétricas, por exemplo, poderá ser relacionada ao modelo desenvolvimentista adotado pelos governos brasileiros entre 1956 e os dias atuais e às demandas indígenas como formafórma de contestação a ele.

Sugerimos articular os conteúdos desta página com os conhecimentos prévios dos alunos sobre rede rodoviária e integração territorial por rodovias (assunto desenvolvido nas páginas 94 e 95) e sobre rodoviarismo (abordado na página 96).

Comente com os alunos que a Sudamsudã, por meio do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDAéfe dê á), financia projetos que estimulam o crescimento econômico da região. Há também os Planos de Desenvolvimento, que buscam o desenvolvimento sustentável de certas regiões da Amazônia, como o Arquipélago do Marajó, entre outros.

Mencione, também, que a Rodovia Transamazônica atravessa sete estados: Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas.

Os estados que concentram núcleos ou projetos de colonização são Mato Grosso, Rondônia e Pará. Um exemplo de projeto oficial com 700.000700000 hectares é o de Altamira, no estado do Pará.

Com os alunos, realize uma leitura comparativa do mapa “Amazônia Legal: núcleos ou projetos de colonização – 1970”, nesta página, com o mapa “Amazônia Legal: o arco do desmatamento – 2016 a 2022”, na página 132. É importante que os alunos percebam que uma das frentes do arco do desmatamento, o norte de Mato Grosso, coincide com a área com a maior quantidade de núcleos ou projetos de colonização, empreendidos na década de 1970 pelo governo militar.

Auxilie os alunos na leitura do mapa desta página. Comente com a turma que, em 1970, a área que atualmente corresponde ao estado do Tocantins (criado em 1988) era parte do estado de Goiás.

Apesar da importância do Projeto Grande Carajás para a economia da Região Norte, e até do Brasil, destaque as contradições e o alto custo social desse projeto na região. O município de Parauapebas (PAPará) é um exemplo de como um grande projeto, que atrai divisas para o município e para o estado, nem sempre beneficia a população local.

Parauapebas é um dos municípios onde se localiza a Serra dos Carajás, no Pará. O PIBPíbi do município, em 2019, de acordo com o IBGEí bê gê É, era o segundo maior do estado, atrás apenas da capital, Belém. No mesmo ano, o PIBPíbi per capitaper cápita era o terceiro do estado, de R$ 110.604,10cento e dez mil seiscentos e quatro reais e dez centavos, atrás da vizinha Canaã dos Carajás, com R$ 288.812,06duzentos e oitenta e oito mil oitocentos e doze reais e seis centavos, e de Vitória do Xingu, com R$ 267.676,58duzentos e sessenta e sete mil seiscentos e setenta e seis reais e cinquenta e oito centavos. Parauapebas e Canaã dos Carajás arrecadam muito graças à exploração de minério na Serra dos Carajás.

Porém, Parauapebas apresenta índices baixíssimos no que se refere à infraestrutura: em 2013, cercacêrca de 56% do esgotamento sanitário ainda não era coletado ou tratado, segundo a ANAãna; em 2019, de acordo com o IBGEí bê gê É, a mortalidade infantil chegava a 12,45 óbitos por mil nascidos vivos. O município também sofre com outros problemas, como altos níveis de violência.

O documentário e o livro sugeridos nesta página expõem histórias reais de pessoas afetadas pelo Projeto Grande Carajás, levando-nos a refletir sobre os enfrentamentos dolorosos e desiguais dos povos e comunidades tradicionais com grandes empreendimentos privados e estatais. Valorize esses recursos, orientando os alunos a acessá-los e a debatê-los. O filme indicado no boxe Pausa para o cinema e o livro sugerido do boxe Quem lê viaja mais podem ser acessados no site ou nos canais da missão da Justiça nos Trilhos.

Atividade complementar

Explore o mapa perguntando aos alunos: “Quais unidades político-administrativas da Região Norte do Brasil são abrangidas pelo Projeto Grande Carajás?”; “Quais são os principais recursos minerais explorados pelo projeto?”; “Cite dois prováveis impactos ambientais que podem ter ocorrido com essas explorações minerais”.

A atividade proposta nesta seção possibilita aos alunos aplicar instrumentos técnicos da Cartografia (como a simbologia pictórica), bem como suas vivências, para produzir conhecimentos acerca do território onde estão inseridos, de formafórma participativa e democrática, gerando um produto final conceitualmente em consonância com a Cartografia Social.

Os alunos também passam a ter a apreensão espacial, segundo a proposta de trabalho, e sua representação gráfica. Estimule a elaboração do mapa pictórico e peça aos alunos que exponham e descrevam sua representação em sala de aula, sugerindo que os trabalhos sejam, posteriormente, compartilhados em um quadro mural da escola. Dessa formafórma, a habilidade EF07GE09ê éfe zero sete gê ê zero nove poderá ser contemplada, já que exige dos alunos a interpretação e a elaboração de mapas.

É oportuno enfatizar que os mapas pictóricos podem representar fenômenos geográficos e as características naturais ou culturais de uma localidade. Nesse sentido, muitas vezes é necessário exagerar nos símbolos representativos. Nesses mapas não são aplicados todos os elementos e técnicas convencionais de representação cartográfica.

Trabalhe com os alunos a valorização dos espaços turísticos de sua cidade, unidade da federação ou mesmo do Brasil, por meio de pesquisas sobre a atividade turística e os materiais cartográficos. É importante que os alunos usem a criatividade para elaborar o próprio mapa pictórico, com base em suas impressões sobre o que será mapeado. O uso de programas de mapeamento georreferenciado gratuitos e de fácil acesso é indicado para o encaminhamento do item 1 da atividade, facilitando o desenho do contorno do bairro ou da cidade. Nesse processo, desenvolvem-se a cultura digital – preconizada na habilidade EF07GE09ê éfe zero sete gê ê zero nove –, na medida em que são exploradas as possibilidades oferecidas pelas atuais tecnologias de informação; e a autonomia dos alunos, já que se espera que eles sejam os responsáveis por pesquisar nesses programas a área que desejam representar, segundo critérios previamente selecionados, e, a partir dessa escolha, elaborem o desenho.

Interdisciplinaridade

Um projeto integrador poderá ser desenvolvido com os professores de Matemática e Arte. O primeiro poderá trabalhar a leitura, interpretação e representação de gráficos pictóricos, orientando os alunos em pesquisa para que coletem e classifiquem informações, produzindo posteriormente texto com a síntese de sua análise. O professor de Arte, por sua vez, poderá desenvolver a habilidade EF69AR06ê éfe seis nove á érre zero seis desse componente curricular: “Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais”.

5. Retome as informações do quadro "Região Norte: principais substâncias minerais por estado, 2020" e elabore um mapa tátil da Região Norte do Brasil para representar as principais substâncias minerais em cada um de seus estados. Para isso, materiais como tipos de papéis, tecidos e linhas de diferentes espessuras podem ser utilizados para a representação da Região Norte e de sua divisão política. Já para representar as substâncias minerais, sugere-se o uso de grãos e sementes. Construa sua legenda e disponha os elementos que representam cada substância em seus respectivos estados.

Caso possível, proponha a elaboração de um mapa tátil a partir de materiais de diferentes texturas. Uma aula antes, oriente os estudantes a respeito dos materiais que eles devem levar à sala de aula para realizar a atividade. Auxilie-os nessa seleção e organização. Sugere-se que o professor leve pronto o contorno do mapa da Grande Região Norte sobre uma base emborrachada. O limite das divisas entre as unidades da federação podem ser feitos com barbante ou outros materiais maleáveis, facilitando a percepção dos alunos. Na sala de aula, oriente para que cada substância mineral seja representada por um grão ou semente, como os de arroz e feijão. Retome os dados para fazer a associação corretamente e explique que deve haver correspondência entre os grãos e as sementes usados no mapa e na legenda, de modo a permitir a relação entre as informações. A transposição de uma representação visual para uma representação tátil tende a favorecer a ampliação do processo de ensino-aprendizagem.

Respostas

1. Por causa das facilidades de transporte e comunicação oferecidas pelos rios, já que se trata de uma região com ampla cobertura vegetal e de difícil acesso por via terrestre.
   1. O extrativismo do látex e da castanha-do-pará.
   2. A construção dos portos de Belém e Manaus; a instalação de pequenas indústrias de bens de consumo; a incorporação do Acre ao território brasileiro; a expansão da rede urbana, com a fundação de cidades e a modernização dos espaços urbanos, principalmente de Manaus e Belém, com a construção de teatros, bibliotecas, serviços de bonde, e a implantação de energia elétrica, telefonia, entre outros.

3. A criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudamsudã) e a implantação de rodovias de integração nacional e de núcleos ou projetos de colonização. Os alunos também poderão citar a criação da Zona Franca de Manaus e a implantação do Projeto Grande Carajás. É interessante ainda explicar cada uma dessas iniciativas e a formafórma como transformaram o espaço geográfico amazônico.
   1. Pico da Neblina.
   2. 2.995 metros de altitude.
   3. Está localizado no estado do Amazonas, na fronteira com a Venezuela.

5. Optamos por essa solução de usar um mapa disponível no livro porque nem todos os alunos podem ter acesso à internet para obter um mapa mudo no endereço eletrônico do IBGEí bê gê É educa. Oriente-os nessa prática cartográfica, esclarecendo que essa atividade não tem como objetivo a localização dos recursos minerais, e sim apenas que considerem os estados onde ocorrem. Sugerimos que os mapas elaborados sejam expostos em um mural, o que valoriza o trabalho dos alunos. As fontes que devem ser citadas são a da base cartográfica e a dos dados do quadro.Tenha em mente que esta atividade, ao solicitar que o aluno crie símbolos cartográficos para representar os minerais no mapa e na legenda, além de outros procedimentos, contribui para desenvolver a habilidade EF07GE09ê éfe zero sete gê ê zero nove: “Interpretar e elaborar mapas temáticos e históricos com informações demográficas e econômicas do Brasil (cartogramas), identificando padrões espaciais, regionalizações e analogias espaciais.”
   1. Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e Rondônia.
   2. Rondônia, Tocantins e Pará.

1. Na Depressão da Amazônia Ocidental.
2. Hidroviário.
3. Espera-se que os alunos respondam afirmativamente. Caso não sejam tomados os devidos cuidados, os impactos poderão ser: desmatamento por causa da construção da infraestrutura de extração, do transporte do petróleo e do gás natural; risco de contaminação do solo e das águas; alteração no modo de vida de comunidades próximas e ribeirinhas etc.etcétera Vale ainda enfatizar que o desmatamento causa a fuga de animais e a degradação do solo.

1. O climograma que apresenta a menor variação de temperatura média é o de São Gabriel da Cachoeira, localidade situada em baixa latitude (0°grau), em uma zona bastante iluminada e aquecida pelo Sol no decorrer de todo o ano. A temperatura média anual é de 26 °Cgraus Célsius.
2. Em São Gabriel da Cachoeira. A precipitação média nesse município não é inferior a 200 mmmilímetros mensais. Explique aos alunos que o município de São Gabriel da Cachoeira está em uma região onde se formafórma a massa de ar Equatorial continental (quente e úmida). São comuns na região as chuvas de convecção, causadas pela alta umidade e pelo calor.
3. O clima em São Gabriel da Cachoeira é o equatorial úmido; em Uruguaiana, é o subtropical úmido.

1. O turismo.
2. Para que o turismo seja uma atividade sustentável na Amazônia, deve-se, entre outras medidas, construir uma infraestrutura de modo que não agrida o meio ambiente. Além disso, é necessário considerar as comunidades locais, inserindo-as no projeto turístico, sem, contudo, descaracterizá-las. Essa é uma oportunidade para discutir o fato de que, geralmente, as comunidades locais não estão inseridas no circuito turístico desses grandes empreendimentos, que têm como alvo as populações com altos rendimentos do Brasil e do exterior. Alguns hotéis promovem o desenvolvimento das comunidades locais com a visitação programada a aldeias indígenas e também a comercialização, em suas dependências, do artesanato dessas populações, o que, ao mesmo tempo, modifica os seus valores e modos de vida.

Percurso 15

Este Percurso trata dos principais problemas da Região Norte, como o desmatamento e os conflitos fundiários que nela ocorrem. É uma oportunidade para trabalhar o pensamento crítico com os alunos, mostrando a eles a importância de preservar a floresta em virtude de sua rica biodiversidade, entre outros motivos.

A questão da vulnerabilidade socioeconômica e sanitária dos povos indígenas e de outros grupos da população brasileira tem sido destacada em vários estudos de âmbito nacional. No geral, as pesquisas têm apontado para indicadores socioeconômicos e de saúde desfavoráveis para essa parcela da população em comparação com a população nacional. Com a pandemia da Covidcovíd-19, a partir de 2020, aumentaram as desigualdades relacionadas ao acesso à saúde e a marginalização socioeconômica se agravou, particularmente para a população indígena vivendo em contextos urbanos precários, moradores de favelas, entre outros. Sugerimos problematizar e discutir essa questão com os alunos, consultando textos e vídeos relativos à atuação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruzfiocruz) junto a populações vulneráveis, como os moradores de favelas e as populações indígenas (disponível em: https://oeds.link/jWXZOw; acesso em: 13 fev.).

Habilidades da BNCCBê êne cê cê

• EF07GE02 ê éfe zero sete gê ê zero dois
• EF07GE06 ê éfe zero sete gê ê zero seis

No Percurso 15, dá-se continuidade à construção de conhecimentos e aprendizagens iniciadas no Percurso anterior, contemplando, em particular, a habilidade EF07GE02ê éfe zero sete gê ê zero dois. A formação socioeconômica e territorial da Amazônia foi abordada previamente, a fim de que os alunos compreendam por que existe, atualmente, essa configuração da Região Norte. Porém, os planos e os projetos de governo priorizaram certos protagonistas sociais. Essas opções resultam em variados conflitos e tensões, como a disputa pela terra, a luta pela conservação e preservação da floresta e seus recursos, a defesa dos territórios dos povos e comunidades tradicionais, entre outros. Assim, no que diz respeito à Região Norte, complementa-se o que é solicitado pela habilidade EF07GE02ê éfe zero sete gê ê zero dois.

O conteúdo deste Percurso aborda vários embates entre os protagonistas sociais na busca pela apropriação de terras na Região Norte. Portanto, deve-se dar ênfase a essa abordagem, que contribuirá de formafórma abrangente para as questões que envolvem a apropriação fundiária e o desmatamento da Floresta Amazônica, causados pela expansão da fronteira agropecuária e pela atuação ilegal de madeireiras.

Os problemas ambientais estão diretamente ligados com a produção, a circulação e o consumo de mercadorias.

A Floresta Amazônica aparece como uma grande fornecedora de recursos, pois ainda é um dos territórios mais preservados do mundo. Os recursos por ela fornecidos são muito variados: relacionam-se à biodiversidade, cujas fauna e flora podem servir para a fabricação de cosméticos e fármacos; a terras, recursos hídricos, vegetais e minerais, cuja apropriação e exploração ocorrem por madeireiras, mineradoras, fazendeiros, grandes projetos governamentais e empresariais etc.etcétera

Muitas vezes, a exploração da Floresta Amazônica ocorre de maneira predatória e ilegal e visa suprir os mercados nacionais – como os grandes centros urbanos do país – e os internacionais – ao exportar carne bovina, madeira, entre outros produtos –, além de participar ilegalmente de certos mercados, como o da biopirataria.

Promover em sala de aula a discussão sobre o papel da Floresta Amazônica e sua inserção nacional e internacional favorece o tratamento da habilidade EF07GE06ê éfe zero sete gê ê zero seis, pois possibilita trabalhar questões e problemas pertinentes aos dias atuais, como a conservação e preservação do meio ambiente, os atuais padrões de produção, circulação e consumo de mercadorias e suas relações com a desigual apropriação e distribuição de riquezas.

Sugerimos recuperar os conhecimentos desta e da próxima página no estudo dos impactos socioambientais da agropecuária em outras Grandes Regiões do Brasil, promovendo a comparação de semelhanças e especificidades regionais.

Competência

Ao abordar com os alunos a entrada do grande capital na Amazônia Legal em tempos recentes e o problema do desmatamento, tenha em vista mobilizar a Competência Específica de Geografia 2: “Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das formasfórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história”.

Os estados que compõem o arco do desmatamento em ordem decrescente são Pará (34,6%), Mato Grosso (31,9%), Rondônia (13,7%), Maranhão (5,5%); Acre (3,6%); Tocantins (1,9%).

Se necessário, auxilie os alunos na leitura do mapa desta página. Peça que localizem nele as informações contidas na legenda.

Informe aos alunos que no Brasil, como em alguns outros países em desenvolvimento, a principal fonte de emissão de gases de efeito estufa (GEEgê eh eh) são as queimadas florestais e os desmatamentos para a extração de madeira e a criação de gado.

Todos os meses, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazonimazon) publica o “Boletim do desmatamento”, que pode ser acessado on-line.

Explique e discuta com os alunos que entre os anos 2019 e 2022 ocorreu uma intensificação sem precedentes de atividades predatórias e da degradação ambiental na Amazônia brasileira, agravada pelo desmantelamento de órgãos de controlecontrôle e fiscalização ambiental. Mencione que, consequentemente, houve a diminuição de ações destinadas a conter o desmatamento e a reprimir crimes ambientais cometidos por invasores em terras indígenas e em áreas ocupadas por outros povos da floresta. Para problematizar e debater os acontecimentos desse período relativos à região estudada, bem como outros assuntos a ela relacionados, sugerimos orientar os alunos a consultar os textos da agência de jornalismo independente e investigativo Amazônia Real (disponível em: https://oeds.link/QhDFeO; acesso em: 13 fev.fevereiro 2022).

Temas contemporâneos transversais

A seção da página seguinte, Cruzando saberes, ao abordar questões relacionadas à criação de gado para abate, à procedência da carne consumida, ao desmatamento de floresta e ao respeito às leis trabalhistas, possibilita uma articulação entre os temas Educação para o Consumo, Educação Ambiental, Trabalho e Educação em Direitos Humanos. Tenha em vista desenvolver o raciocínio geográfico dos alunos relacionando a expansão da pecuária em direção à Amazônia com a crescente demanda de carne bovina pelos mercados nacional e mundial (multiescalaridade), resgatando os conceitos de consumo consciente e sustentável e sua importância para evitarmos a degradação ambiental e as condições de trabalho que desrespeitam os direitos humanos.

O texto desta seção tem como objetivo conscientizar a respeito da importância de buscar informações sobre a origem da carne antes de comprá-la. Além disso, o material de divulgação da campanha Carne Legal, do Ministério Público Federal, pode ser analisado considerando aspectos geográficos relativos à produção e ao consumo de carne no Brasil, permitindo problematizar questões referentes aos criadores ilegais de gado, ao desmatamento de grandes áreas de floresta e ao desrespeito às leis trabalhistas. É uma oportunidade de sensibilização para a análise de discurso por meio de análise documental.

As atividades propostas na seção, vistas em conjunto, enfatizam o uso de metodologias ativas e valorizam a argumentação e a inferência. Emprega-se a estratégia conhecida como aprendizagem entre pares (ou times), também conhecida como peer instruction ou team based learning, metodologia que incentiva o debate e a reflexão acerca de determinado problema em conjunto, observando-o de acordo com a sua realidade, tornando a aprendizagem significativa.

Respostas

1. Espera-se que os alunos identifiquem como problema o aumento do desmatamento causado pela pecuária – no caso, a voltada para o abate clandestino de animais na Amazônia, para fins de venda de carne a frigoríficos e supermercados que abastecem o mercado consumidor no Brasil inteiro. Entre as consequências estão a degradação ambiental, o trabalho escravo e a falta de inspeção sanitária em fazendas, colocando-se em risco a saúde dos consumidores.
2. Cabe ao consumidor questionar a procedência da carne ao comprá-la, certificando-se de que ela provém de fazendas e abatedouros legalizados. Dessa forma, minimizam-se as irregularidades na produção da pecuária bovina.

O documentário indicado na página visa estimular o debate acerca das dinâmicas espaciais que ocorrem na Amazônia e que opõem atividades ilegais, grandes empreendimentos estrangeiros e nacionais e modo de vida de comunidades tradicionais. Explore a linguagem audiovisual para representar os conflitos e interesses envolvendo esses agentes sociais.

Interdisciplinaridade

Com foco no desmatamento, na biopirataria e na expansão da pecuária em direção à Amazônia (assunto tratado em páginas anteriores), a abordagem interdisciplinar poderá ser desenvolvida com o professor de Ciências, que explicará a ação humana nos ecossistemas, suas consequências negativas, como também as formasfórmas de evitá-las. Ele poderá abordar como mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam as populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, a alteração de hábitos, a migração etc.etcétera

Percurso 16

Este Percurso apresenta diferentes possibilidades para o desenvolvimento da Região Norte e da Floresta Amazônica, considerando o desenvolvimento ecologicamente sustentável e a existência de Unidades de Conservação (UCsú cê ésse), como as Reservas Extrativistas (Resexrêsécs).

Inicie perguntando aos alunos se conhecem o conceito de organizações não governamentais (ONGsônguis) e se na localidade onde vivem existe alguma delas e quais são seus objetivos. Ressalte a existência e a importância de ONGsônguis ambientalistas, como o Greenpeace e a SOSésse ó ésse Mata Atlântica. De formafórma clara, explique o que é o desenvolvimento ecologicamente sustentável e pergunte se na localidade onde vivem seus princípios são aplicados. Aborde o desenvolvimento sustentável na Amazônia com o exemplo das reservas extrativistas e da luta empreendida pelo líder sindical Chico Mendes pela criação delas, fato que contrariou os interesses de alguns protagonistas sociais da Amazônia. Explique que esse conceito ficou conhecido a partir da publicação do livro Nosso futuro comum (Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1988): “[…] Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades […]” (p.página 46).

Habilidades da BNCCBê êne cê cê

• EF07GE01 ê éfe zero sete gê ê zero um
• EF07GE03 ê éfe zero sete gê ê zero três
• EF07GE12 ê éfe zero sete gê ê um dois

Aproveite a temática do Percurso 16 para abordar a habilidade EF07GE12ê éfe zero sete gê ê um dois, que se refere às Unidades de Conservação.

As reservas extrativistas são uma das categorias das Unidades de Conservação de Uso Sustentável, prevista pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snucisnuqui).

Esse mesmo conteúdo também permite o trabalho com a habilidade EF07GE03ê éfe zero sete gê ê zero três, pois nas reservas extrativistas vivem povos da floresta, como os seringueiros e castanheiros. O reconhecimento de tais povos e de seus territórios é importante para a preservação e a conservação da Floresta Amazônica, pois eles sabem como manejar a floresta e suas riquezas de formafórma não predatória.

Ao final deste Percurso, dê ênfase à atividade 11, que trabalha estereótipos sobre as paisagens da Região Norte. Essa atividade contribui para o desenvolvimento da habilidade EF07GE01ê éfe zero sete gê ê zero um, importante para exercitar o pensamento crítico dos alunos, pois problematiza exemplos da mídia, que permeiam o dia a dia dos alunos e influenciam o imaginário das pessoas acerca da realidade.

Na resposta à questão do boxe No seu contexto, espera-se que os alunos reconheçam a importância do desenvolvimento ecologicamente sustentável em sua localidade para as gerações futuras. Caso a localidade não seja de exploração florestal, é interessante divulgar esse conceito quanto à atividade agropecuária, principalmente em relação à conservação do solo e dos recursos hídricos.

Competência

Ao tratar do desenvolvimento sustentável na Amazônia e incitar os alunos a pensar criticamente sobre as questões socioambientais, o Percurso 16 trabalha a Competência Específica de Geografia 7: “Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários”.

Os conhecimentos prévios dos alunos sobre o conceito de Unidades de Conservação (UCsú cê ésse), apresentado na página 36 da Unidade 1, poderão ser retomados para uma melhor compreensão sobre as reservas extrativistas.

Valorize e explique aos alunos como as práticas de comunidades tradicionais se contrapõem ao modelo de desenvolvimento hegemônico e como contribuem para a sustentabilidade socioambiental e a reprodução social de seus modos de vida. Comente sobre desenvolvimento inclusivo, sustentável e solidário, e como são importantes para a sua concretização outras formasfórmas de organização do trabalho (em cooperativas, associações, comunidades tradicionais quilombolas, indígenas, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, caiçaras, povos da floresta, caboclos etc.etcétera) que favorecem tanto a preservação da cultura e saberes dessas comunidades como o desenvolvimento local.

Ressalte a importância do reconhecimento das reservas extrativistas para comunidades tradicionais da Amazônia, como castanheiros e seringueiros. Essa é uma maneira de preservar seu modo de vida e reconhecer suas territorialidades. Dessa forma, contribui-se para o trabalho com a habilidade EF07GE03ê éfe zero sete gê ê zero três.

Atividade complementar

Para facilitar a compreensão dos alunos sobre os tipos de áreas de conservação, proponha uma pesquisa sobre as Unidades de Conservação (UCsú cê ésse) do município onde vivem, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snucisnuqui). Assim, pode-se realizar uma abordagem mais ampla da habilidade EF07GE12ê éfe zero sete gê ê um dois. Caso o município não tenha nenhuma área protegida, amplie a pesquisa para municípios vizinhos ou da unidade da federação onde vivem.

Peça aos alunos que levantem dados gerais sobre Unidades de Conservação (UCsú cê ésse), como área, localização, se são unidades de proteção integral ou de uso sustentável etc.etcétera Dentro desses dois grupos, há outras categorias. Os alunos devem identificar e se informar sobre quais são as categorias dos casos analisados.

Para ajudar na pesquisa, o Instituto Socioambiental (ISA) possui informações e detalhamento sobre essas áreas, com uma página na internet voltada inteiramente para as Unidades de Conservação (disponível em: https://oeds.link/Qb1osp; acesso em: 14 fev.fevereiro 2022).

Respostas

1. É a disputa por territórios na Amazônia, causada pelos conflitos de interesses entre os grupos ou protagonistas sociais. Os principais protagonistas envolvidos são: posseiros, indígenas, madeireiros, pequenos agricultores, grileiros, trabalhadores sem-terra e empresas de mineração e agropecuárias.
2. O desmatamento, a perda da biodiversidade, os desequilíbrios ecológicos, a destruição de ecossistemas e a expulsão de indígenas, posseiros e pequenos agricultores, entre outras.

2. Trata-se de uma vasta área que concentra cercacêrca de 75% da degradação ambiental na Amazônia Legal, representada pelo desmatamento causado principalmente pelo avanço da agropecuária e da exploração madeireira, composta de 256 municípios e que se estende do oeste do Maranhão em direção a oeste, passando por Tocantins, Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre.
3. Calcula-se que o processo de evapotranspiração na Amazônia seja responsável por mais de 50% da chuva que cai nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Assim, o desmatamento dessa floresta altera o regime de precipitação e causa sérios problemas à agricultura e à produção de alimentos nessas regiões.
   1. É a apropriação ilegal de animais, plantas e conhecimentos tradicionais (principalmente das comunidades indígenas) para exploração comercial (produção de medicamentos, por exemplo), sem o consentimento e remuneração do país de origem e das comunidades locais.
   2. Em 1993, representantes de 160 países assinaram a Convenção da Biodiversidade, reconhecendo a necessidade de preservação da biodiversidade, a exploração de recursos naturais de formafórma sustentável e a divisão justa dos benefícios obtidos com a pesquisa científica de plantas e animais. Ela foi colocada em prática em junho de 2000 pelo Brasil.

5. São organizações formadas pela sociedade civil, sem a participação dos governos dos países onde elas atuam. As ONGsônguis agem de diferentes formasfórmas e em diversas áreas, defendendo o direito das mulheres, das crianças, das minorias étnicas, combatendo a destruição do meio ambiente etc.etcétera
   1. São Unidades de Conservação (UCsú cê ésse), criadas pelo poder público para fins de uso por populações extrativistas tradicionais. Os recursos da floresta são explorados de formafórma sustentável e são praticadas a agricultura de subsistência e a criação de animais de pequeno porte, assegurando os meios de vida das populações tradicionais.
   2. Espera-se que os alunos respondam que sim, pois essa é uma formafórma de aliar a conservação da natureza com a exploração sustentável de seus recursos, além de ser uma proteção contra a invasão das terras públicas.
   1. Nas áreas desmatadas. Isso está relacionado ao avanço da fronteira agropecuária em direção à Floresta Amazônica.
   2. O desmatamento está ligado às mudanças climáticas e aos problemas na agricultura que podem atingir o país e o mundo.
   3. “Distribuição do desmatamento e dos frigoríficos instalados na Amazônia.” Outras respostas podem ser consideradas.

8. 1. A flora (parte de uma árvore, arbustos, grama), a fauna (cobra) e o céu (estrelas e Lua).
   2. Por se defrontarem com o desmatamento.
   3. É o fato de que a agressão ambiental, representada pelo desmatamento (3º quadrinho), significa avanço, progresso.
   4. Extinção de espécies vegetais e animais, erosão do solo, assoreamento dos rios e emissão de gases de efeito estufa.
9. 1. A queima de combustíveis fósseis por usinas termoelétricas e automóveis.
   2. Eles absorvem mais gás carbônico do que emitem, atuando como reguladores do ciclo do carbono e produtores de oxigênio por meio da absorção desse gás.
10. A floresta “em pé” ajuda na manutenção dos recursos naturais e hídricos, pois seus processos de transpiração e evaporação regulam o clima regional, sendo responsáveis por 50% de suas chuvas e pela amenização do calor sem que este se dissipe na atmosfera. O seu clima é propício para determinadas espécies que se reproduzem nessas condições.
11. O objetivo desta atividade é desenvolver o senso crítico dos alunos por meio da análise de informações veiculadas nos meios de comunicação, a fim de trabalhar a habilidade EF07GE01ê éfe zero sete gê ê zero um. Com base no conjunto dos materiais pesquisados, estimule os alunos a identificar eventuais estereótipos acerca das paisagens e do processo de formação territorial dessa Grande Região e chame a atenção para o fato de que todas as regiões do país apresentam diversidade de aspectos naturais, econômicos, culturais e sociais.
12. A primeira parte desta atividade foca na investigação da realidade imediata dos alunos. A segunda objetiva desenvolver a atitude associativa, com a finalidade de superar problemas do cotidiano escolar. A criação de uma ONGôngui contribui para que os alunos se responsabilizem por processos pessoais e coletivos, troquem ideias e proponham soluções práticas para problemas observados em suas realidades locais. Tais atitudes favorecem a construção de seus projetos de vida.

O objetivo desta seção é discutir com os alunos que as geotecnologias trazem benefícios para a sociedade, mas também dilemas e problemas. Com base nos exemplos tratados no texto, como também recorrendo às vivências e experiências pessoais dos alunos com as tecnologias da informação e geolocalização, tenha em mente elencar benefícios concretos, próximos ou não da realidade deles.

Pode-se também, ao longo dessa abordagem, retomar temas e conteúdos desenvolvidos na Unidade, como a violência e as tensões fundiárias, aspectos-chave para compreender o uso das tecnologias na defesa dos territórios dos Paiter Suruí e de outros povos e comunidades tradicionais.

Considere oportuno debater com os alunos a relação deles com a tecnologia, questionando, por exemplo, se eles consomem e usam tecnologias que, de fato, têm impacto nas suas vidas, se são úteis, ou se eles já adquiriram equipamentos eletrônicos ou aplicativos que não usaram, que não tiveram utilidade, por “estar na moda” ou por serem influenciados por alguém ou pela propaganda. Leve-os a refletir sobre questões relacionadas à ética e cidadania digital, estimulando-os, inclusive, a não somente conhecer como também participar em meio digital de iniciativas que tenham o bem comum como objetivo.

Atividade complementar

Proponha aos alunos uma pesquisa em grupo na internet sobre dois projetos de mapeamento colaborativo. Eles devem selecionar e organizar informações confiáveis a respeito de cada um deles. Discuta com os alunos como a internet e as tecnologias têm permitido a organização das pessoas em torno de interesses coletivos, usando-as de maneira ética e responsável.

O principal objetivo da pesquisa proposta é o de levar os alunos a conhecer outros projetos de mapeamento colaborativo em meio digital, identificando e selecionando argumentos que fortaleçam o propósito do uso das tecnologias de maneira ética e responsável, em prol do bem comum. Sugestões de fontes: Povo Indígena Paiter Suruí (disponível em: https://oeds.link/ZDQrud; acesso em: 14 fev.fevereiro 2022). DIAS, Guilherme Ataíde; VIEIRA, Américo Augusto Nogueira. Big data: questões éticas e legais emergentes. Ciência da Informação, Brasília, DFDistrito Federal, v.volume 42, n.número 2, p. página174-184, maio/ago.agosto, 2013.

Respostas

1. É o processo de elaboração de mapas por meio do compartilhamento de dados e arquivos georreferenciados, que podem ser disponibilizados em diversas ferramentas digitais.
2. As terras dos povos e comunidades tradicionais são áreas demarcadas e protegidas por lei para a ocupação e o uso exclusivo deles. No entanto, seus limites são ultrapassados para a prática de atividades ilegais, podendo gerar conflitos violentos. As geotecnologias podem contribuir para que essas atividades sejam registradas e se acionem as autoridades responsáveis para coibi-las.
3. São três: a)á a proteção de territórios protegidos por lei e reservados aos povos indígenas, por meio da geolocalização das atividades ilegais praticadas por grupos não indígenas; b) o biomonitoramento, que permite a localização dos recursos naturais e o mapeamento da biodiversidade para fins de manejo e preservação; c) a etnocartografia, ou seja, o mapeamento da cultura e da história de uma etnia ou de um povo.
4. O texto mostra que a apropriação dos recursos tecnológicos na vida e no cotidiano das comunidades tradicionais tem se dado de formafórma consciente e autônoma. Ao adaptar as geotecnologias às suas próprias finalidades e à sua realidade, criando mapas colaborativos, os povos indígenas evidenciam uma relação engajada, ética e responsável.
5. Espera-se que os alunos percebam que a manutenção de terras indígenas oferece uma barreira ao avanço do desmatamento, favorecendo a preservação de áreas de interesse socioambiental e garantindo o equilíbrio climático tanto na Amazônia como na porção centro-sul do território brasileiro.

Atividade complementar

Proponha aos alunos que visitem a página do Instituto Socioambiental, disponível em: https://oeds.link/QgRAzo (acesso em: 6 maio 2022).

Auxilie-os a acessar o site e, na aba “Camadas”, peça-lhes que explorem três opções: “Terras Indígenas: contorno”, “Jurisdição: Amazônia Legal” e “Desmatamento”. Nesta última, eles devem manusear a barra e posicionar o botão sobre o ano mais recente disponível para análise. O mapa resultante mostrará as terras indígenas e as áreas desmatadas na Amazônia Legal. Peça que, com base nesse mapa, comparem os dados de desmatamento à localização das terras indígenas no Brasil, promovendo discussão sobre o assunto.

Essa atividade permite que os alunos tenham contato com a cartografia digital e usem geotecnologias semelhantes às usadas pelos indígenas.