UNIDADE 8 REGIÃO CENTRO-OESTE

Nesta Unidade, você viajará para a Região Centro-Oeste do Brasil. Logo de partida, conhecerá a diversidade dos aspectos naturais e o processo de ocupação e produção de espaços geográficos nessa Grande Região. Perceberá que, nos últimos anos, ocorreu uma diversificação das atividades econômicas no Centro-Oeste, resultante de investimentos dirigidos para outros setores além do agropecuário. Descobrirá também que ela enfrenta um grande desafio: o de assegurar a expansão da economia com a necessidade de preservação do meio ambiente.

Brasília, capital do Brasil, e Goiânia, capital do estado de Goiás, são cidades planejadas.

Fotografia. Em primeiro plano, vista de um parque com um lago cercado de árvores. Em segundo plano, diversos prédios.
Parque Lago das Rosas na cidade de Goiânia, Goiás (2021).
Fotografia. Vista de uma grande escultura de duas pessoas com corpos finos e cabeças pequenas, em cor cinza. Elas seguram uma vara fina e longa, que está posicionada ao lado do corpo. Ao fundo, um prédio de vidro e pilares brancos, além de árvores.
Os candangos, de Bruno Giorgi, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, Distrito Federal (2019).

Brasília, inaugurada em 1960, e Goiânia, em 1937, apresentaram nos últimos anos grande crescimento populacional – observe o gráfico – e se tornaram um marco para a interiorização do povoamento do Brasil. Goiânia se destaca, entre outros fatores, por ser a cidade mais arborizada do país, dentre as com mais de 1 milhão de habitantes.

Brasília e Goiânia: população (em milhares de habitantes) – 1960-2021

Gráfico. Brasília e Goiânia: população (em milhares de habitantes) - de 1960 a 2021.
Gráfico de linha mostrando, no eixo vertical esquerdo, valores de 0 a 3.500 milhares de habitantes e, no eixo horizontal, os anos, que variam de 1960 a 2021. Os dados de 2021 são estimativas com valores arredondados. 
Brasília: 1960 154 mil habitantes. 1970 550 mil habitantes. 1980 um milhão e 250 mil habitantes. 1991 um milhão e 600 mil habitantes. 2000 dois milhões e 50 mil habitantes. 2010 dois milhões e 550 mil habitantes. 2021 três milhões e 94 mil habitantes.
Goiânia: 1960 142 mil habitantes. 1970 400 mil habitantes. 1980 750 mil habitantes. 1991 950 mil habitantes. 2000 um milhão e 100 mil habitantes. 2010 um milhão e 300 mil habitantes. 2021 um milhão e 556 mil habitantes.

Fontes: í bê gê Éponto Sinopse do censo demográfico 2010. Disponível em: https://oeds.link/IoSP0v; í bê gê É Cidades@. Disponível em: https://oeds.link/EmfSKk. Acessos em: 11 fevereiro 2022.

Ícone. Seção Verifique sua bagagem.

VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. Você sabe que fatores contribuíram para que a interiorização do povoamento chegasse ao Centro-Oeste? Comente esse processo.
  2. Goiânia era a cidade mais populosa da Região Centro-Oeste em 1960. Após esse ano outra cidade passou a superá-la em número de habitantes, como mostra o gráfico. O que explica essa mudança?
Orientações e sugestões didáticas

Unidade 8

A Unidade aborda os aspectos físicos da Região Centro-Oeste, destacando o Pantanal e sua dinâmica nos períodos das sêcas e cheias. Apresenta a formação do espaço geográfico da região, desde os bandeirantes até a construção de Brasília, e o desenvolvimento e a expansão do agronegócio.

A abertura desta Unidade apresenta fotos de Goiânia e Brasília e um gráfico comparativo do crescimento populacional dessas duas cidades entre 1960 e 2021, apontando as diferenças de crescimento entre a capital federal e a capital do estado de Goiás. Após responderem oralmente às questões propostas na seção Verifique sua bagagem, peça aos alunos que observem a arborização retratada na imagem e que a comparem com a arborização da localidade onde vivem. Levante com eles a importância da arborização em áreas urbanas. A Região Centro-Oeste apresentou nos últimos sessenta anos grandes transformações espaciais em decorrência da transferência da capital do país para Brasília, da construção de rodovias e da expansão da fronteira agropecuária. Desse modo, os percursos desta Unidade fornecem para os alunos uma visão regional ampla, levando-os a compreender as causas dessas transformações.

Respostas

  1. Resposta pessoal. Auxilie os alunos no levantamento de hipóteses sobre a ocupação da Região Centro-Oeste. Assim como em outras regiões do Brasil, as bandeiras e missões jesuíticas foram as primeiras incursões dos colonizadores europeus sobre a região. A mineração, nos séculos dezessete e dezoito, estimulou uma ocupação incipiente e rarefeita, constituída por pequenos povoados, que futuramente originaram cidades. A partir do século vinte, sobretudo em sua segunda metade, o governo brasileiro passou a estimular a interiorização da ocupação humana por meio da construção de vias de transporte e da fundação de Brasília, além de organizar projetos de colonização na região. Também deve ser destacada a expansão da fronteira agropecuária para a região a partir dos anos 1970.
  2. A inauguração de Brasília, fundada em 1960 para substituir o Rio de Janeiro como capital do país. A partir de então, a nova capital passou a atrair população migrante em busca de trabalho, além de abrigar instituições do governo federal com funcionários públicos, além de políticos etcétera

PERCURSO 29 REGIÃO CENTRO-OESTE: LOCALIZAÇÃO E MEIO NATURAL

1. Apresentação

Entre as Grandes Regiões do Brasil, a Centro-Oeste é a única que não é banhada pelo Oceano Atlântico, sendo a mais interiorizada do território brasileiro.

O Centro-Oeste é a segunda Grande Região do Brasil em área territorial: com ..1606359 quilômetros quadrados de extensão, é superada apenas pela Região Norte. Em 1º de julho de 2021, a população estimada da Região Centro-Oeste era de ..16707336 habitantes, o que a colocava como a menos populosa entre as regiões do Brasil. É nela que se localiza Brasília, a capital político-administrativa de nosso país.

Desde o século dezesseis até meados do século vinte, a Região Centro-Oeste manteve-se pouco povoada e pouco articulada com as demais regiões brasileiras. Nela predominavam, de modo geral, os espaços geográficos voltados para si próprios. Somente a partir das décadas de 1940 e 1950 passou a ser mais povoada, em razão da construção de rodovias e da expansão da fronteira agropecuária em seu território por meio da implantação de fazendas de gado e agrícolas, sítios etcétera

Região Centro-Oeste: político e vias de circulação

Mapa. Região Centro-Oeste: político e vias de circulação.  
Mapa político da Região Centro-Oeste indicando os estados e suas respectivas capitais, além das cidades principais, cidades importantes, rodovias pavimentadas, rodovias sem pavimentação e ferrovias. Estado: Mato Grosso. Capital: Cuiabá. Cidade principal: Rondonópolis. Cidade importante: Sinop.
Estado: Mato Grosso do Sul. Capital: Campo Grande. Cidade principal: Dourados. Cidades importantes: Corumbá, Aquidauana, Ponta Porã, Fátima do Sul, Paranaíba.
Estado: Goiás. Capital: Goiânia. Cidade principal: Anápolis. Cidades importantes: Ceres, Luziânia, Iporá, Jataí, Rio Verde, Itumbiara.
Unidade da Federação: Distrito Federal. Capital federal: Brasília. 
Rodovias pavimentadas: diversas rodovias interligando os três estados da Região Centro-Oeste e o Distrito Federal, além de outros estados brasileiros. Principais rodovias: BR-163 caminhos para Assunção, ao sul, e Santarém, ao norte; BR-262 e BR-153, caminhos para São Paulo; BR-262, caminhos para La Paz; BR-040, caminhos para Belo Horizonte; BR-02, caminhos para Salvador; BR- 158, caminhos para Belém; BR-364, caminhos para Porto Velho.
Rodovias sem pavimentação: trechos de rodovias sem pavimentação no norte do Mato Grosso. 
Ferrovias: concentradas na porção centro-sul de Mato Grosso do Sul e na porção leste de Goiás, em conexão com Brasília.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 220 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta ediçãoSão Paulo: Moderna, 2019. página 157.

Grafismo indicando atividade.

Que unidades da federação fazem parte da Região Centro-Oeste?

Orientações e sugestões didáticas

As seguintes unidades da federação fazem parte do Centro-Oeste: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

MORAES, Paulo Roberto; MELLO, Suely A. R. Freire de.

Região Centro-Oeste. São Paulo: Harbra, 2009. Expedição Brasil).

Oferece uma visão ampla da Região Centro-Oeste, apresentando aspectos físicos, históricos, populacionais e culturais, entre outros, por meio de uma linguagem acessível e com ilustrações que apoiam a compreensão do tema.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Três chapadas e um balão.

Direção: Maurício Dias. Brasil: Grifa Cinematográfica, 1998. Duração: 52 minutos

Viaje com o documentário sobre duas chapadas da Região Centro-Oeste (a dos Veadeiros e a dos Guimarães) e outra da Região Nordeste, na Bahia (a Chapada Diamantina), e suas comunidades, filmadas de dois balões de ar quente.

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 29

O Percurso apresenta a Região Centro-Oeste e aborda os aspectos físicos gerais, como clima, relevo, vegetação e hidrografia. O Pantanal ganha destaque nas páginas 242 e 243, que mostram a sua dinâmica nos períodos de cheia e sêca.

Habilidade da Bê êne cê cê

ê éfe zero sete gê ê um um

Neste Percurso, vários mapas permitem a compreensão do texto em sua descrição e explicação do meio natural do Centro-Oeste. Oriente, portanto, os alunos na leitura e na interpretação desses mapas. Trabalhe com eles a leitura do climograma de Brasília, na página 240, para caracterizar o clima tropical predominante na Região Centro-Oeste.

Acompanhe os alunos na leitura e na interpretação dos textos, imagens de satélite, mapa e fotos das páginas 242 e 243, ajudando-os a compreender as informações sobre a Bacia Hidrográfica do Pantanal/Alto Paraguai no Brasil e a microrregião pantaneira de Cáceres.

Em todos esses momentos, ao focalizar os aspectos físicos da Região Centro-Oeste, contempla-se a habilidade ê éfe zero sete gê ê um um, que prevê a caracterização dos componentes físico-naturais do Brasil. Nessa Grande Região, estudam-se o Cerrado, as florestas tropicais (Floresta Amazônica e Mata Tropical) e o Pantanal.

2. Aspectos do meio natural

A Região Centro-Oeste apresenta paisagens naturais diversas. No mapa A, consulte as altitudes do relevo e a hidrografia da região.

Região Centro-Oeste: físico

Mapa A. Região Centro-Oeste: físico. Representação dos picos mais elevados, das áreas alagadas, das principais represas, além das altitudes em metros. Picos: Chapada dos Veadeiros, 1.691 metros; Pirineus, 1.395 metros. Áreas alagadas: toda a Planície do Pantanal, em uma faixa que abrange o oeste do Mato Grosso do Sul e o sudoeste do Mato Grosso, uma porção do nordeste do Mato Grosso, em um trecho do Rio Araguaia, além de faixas de estados que não fazem parte do Centro-Oeste, como oeste do Tocantins e o sul de Rondônia, e que se estendem por outros países (leste da Bolívia e do Paraguai). Represas: Porto Primavera, Jupiá, Ilha Solteira, São Simão, Itumbiara, Emborcação, Serra da Mesa. Altitudes (em metros): representação da variação altimétrica do relevo continental da Região Centro-Oeste. As maiores altitudes, que variam de 800 a 1.200 metros, são representadas pelas serras, concentradas no estado de Goiás, com destaque para a Serra Geral de Goiás, Serra dos Pirineus, Serra das Divisões, Serra do Caiapó; e na porção sul do Mato Grosso, com destaque para a Serra da Estrela. As altitudes que variam entre 500 e 800 metros margeiam essas serras e é onde encontra-se a capital Goiânia. As altitudes que variam de 200 a 500 metros aparecem nas porções centro-norte do Mato Grosso e na maior parte do faixa leste do Mato Grosso do Sul. As menores altitudes, entre 0 e menos de 200 metros estão localizadas nas porções sudoeste do Mato Grosso e a capital Cuiabá, além de oeste do Mato Grosso do Sul, com destaque para a faixa que abrange a Planície do Pantanal. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 200 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 156.

Relevo

No Centro-Oeste predominam terras com altitudes entre 200 e 500 metros. As terras mais elevadas são encontradas no estado de Goiás, como a Serra dos Pireneus e a Chapada dos Veadeiros.

Entre as terras de baixas altitudes, de 100 a 200 metros, destaca-se a área do Pantanal Mato-Grossense, na porção sudoeste da região.

As unidades do relevo

Quanto ao relevo, predominam no Centro-Oeste os planaltos e as chapadas, que compõem as unidades dos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná e dos Planaltos e Chapadas dos Parecis (mapa B). Essas formações são tradicionalmente agrupadas sob a denominação geral de Planalto Central do Brasil. Brasília está situada a .1171,8 métros de altitude, em uma das chapadas de Goiás.

As depressões abrangem menores extensões. Destacam-se a Depressão do Tocantins e a Depressão Marginal Sul-Amazônica, que se estende desde o norte de Mato Grosso até o vale do Rio Amazonas, na Região Norte.

As planícies ocupam a área do Pantanal e são representadas pela Planície e Pantanal do Rio Guaporé, pela Planície e Pantanal do Rio Paraguai e por um trecho da Planície do Rio Araguaia.

Região Centro-Oeste: relevo

Mapa B. Região Centro-Oeste: relevo. Representação das unidades de relevo da região: planaltos, depressões e planícies. Planaltos Residuais Sul-Amazônicos: pequenas manchas localizadas no noroeste do Mato Grosso. Planaltos e Chapadas dos Parecis: ocupam uma extensa faixa da porção central do Mato Grosso, atravessando o estado de oeste à leste. Serras Residuais do Alto Paraguai: abrangem uma faixa do Sul do Mato Grosso e uma porção do sudoeste de Mato Grosso do Sul. Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba: localizam-se no extremo nordeste de Goiás. Planaltos e Serras de Goiás-Minas: ocorrem em porções do centro e do leste de Goiás, passando pelo Distrito Federal. Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná: extensa mancha que ocorre no sudeste de Mato Grosso, no sul de Goiás e no leste de Mato Grosso do Sul. Depressão Marginal Sul-Amazônica: ocupa uma extensa faixa que recobre o norte de Mato Grosso. Depressão Cuiabana: ocorre em uma estreita porção do sul de Mato Grosso. Depressões do Alto Paraguai-Guaporé: ocorre em uma faixa da porção sudoeste do Mato Grosso. Depressão do Miranda: ocorre em uma estreita porção do sul de Mato Grosso do Sul. Depressão do Araguaia: abrange o noroeste de Goiás e o leste do Mato Grosso. Depressão do Tocantins: avança sobre a porção norte de Goiás. Planície do Rio Araguaia: abrange uma pequena faixa do noroeste de Goiás e o extremo leste do Mato Grosso. Planície e Pantanal do Rio Guaporé: mancha que abrange uma extensa faixa do oeste de Mato Grosso do Sul e uma pequena faixa do sudoeste do Mato Grosso. Planície e Pantanal do Rio Paraguai ou Mato-Grossense: ocorre no extremo sudoeste do Mato Grosso. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 270 quilômetros.

Fontes: Rós Jurandir L. S. (organizador). Geografia do Brasil. sexta edição São Paulo: êduspi, 2011. página 53; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 116.

Orientações e sugestões didáticas

No mapa a, optamos pela denominação “Serra dos Pireneus” por constar no site í bê gê É Cidadesletra á contornada por uma linha curva, no verbete “Pirenópolis”, a seguinte explicação: “A denominação ‘Pirenópolis’ foi estabelecida em fevereiro de 1890, em virtude de a cidade se achar plantada aos pés dos Pireneus, cordilheira [serra] mais expressiva do estado”. A referida serra também é conhecida como “Pirineus”.

Atividade complementar

Com base no mapa a, proponha aos alunos a sua leitura segundo o que é solicitado:

  1. cite o nome de dois rios da vertente oriental da Serra do Caipó e um da vertente ocidental;
  2. aponte as altitudes da Chapada dos Parecis e da Planície do Pantanal. Respostas: á vertente oriental: rios Sucuriú, Aporé, Verde; vertente ocidental: Araguaia; b) Chapada dos Parecis: entre 500 e 800 metros; Planície do Pantanal: entre 100 e 200 metros.

Hidrografia, relevo e povoamento

Consultando o mapa, percebemos que os rios da Região Centro-Oeste correm em várias direções. Isso acontece porque o relevo da região fórma rios divisores de água.

Na Região Centro-Oeste encontramos nascentes de rios que formam quatro regiões hidrográficas brasileiras. Alguns afluentes e subafluentes do Rio Amazonas, como o Rio Xingu e os rios Juruena e Teles Pires – que formam o Rio Tapajós –, nascem em Mato Grosso. Da mesma fórma, é no Centro-Oeste que nascem afluentes da margem direita do Rio Paraná e afluentes da margem esquerda do Rio Paraguai, além dos rios formadores da região hidrográfica do Tocantins-Araguaia.

Fotografia. Vista de um extenso rio, ao centro, com vegetação densa formada por árvores em suas margens. Na parte direita da imagem, ao fundo e mais distante da margem, a vegetação é rasteira, há árvores dispersas e uma parte do solo está exposta. Uma pequena embarcação passa pelo rio.
Trecho do Rio Araguaia no município de Aragarças, Goiás (2021).

Essa rica rede hidrográfica oferece a possibilidade de navegação, de irrigação de terras, de produção de energia elétrica e de fornecimento de alimentos. Os rios que a formam desempenharam, nos séculos anteriores, o papel importante de vias de acesso para o povoa­mento regional.

Região Centro-Oeste: regiões hidrográficas

Mapa. Região Centro-Oeste: regiões hidrográficas.
Mapa com destaque para as regiões hidrográficas do Centro-Oeste. 
Região hidrográfica Amazônica: abrange todo o Mato Grosso, com exceção de faixas das porções sul e leste do estado.
Região hidrográfica Tocantins-Araguaia: abrange o leste de Mato Grosso e as porções oeste e norte de Goiás.
Região hidrográfica Paraguai: abrange o sul do Mato Grosso e o centro-oeste do Mato Grosso do Sul.
Região hidrográfica Paraná: abrange o sul e o leste de Goiás e o centro-leste do Mato Grosso do Sul, passando pelo Distrito Federal.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 160 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Atlas geográfico escolar. oitava ediçãoRio de Janeiro: í bê gê É 2018. página 105.

Grafismo indicando atividade.

Em que regiões hidrográficas se localizam as capitais dos estados da Região Centro-Oeste?

Orientações e sugestões didáticas

De acordo com o mapa, Cuiabá Mato Grosso se localiza na Região Hidrográfica do Paraguai; Campo Grande Mato Grosso do Sul e Goiânia Goiás , na Região Hidrográfica do Paraná.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

Navegar é preciso

ãna – Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia

https://oeds.link/xsmtDJ.

No site da Agência Nacional de Águas (ãna), você poderá obter informações físicas e sociais sobre essa região hidrográfica e conhecer o mapa completo dela.

Orientações e sugestões didáticas

Use um atlas geográfico para analisar, com os alunos, mapas mais detalhados com os rios, as altitudes e as cidades da Região Centro-Oeste. Solicite que verifiquem, por meio desses mapas, a ocorrência de cidades próximas a cursos de água e as altitudes no território das unidades da federação dessa região.

O Atlas geográfico escolar (8ª edição) publicado pelo í bê gê É disponibiliza mapas de todas as unidades da federação e pode ser baixado gratuitamente na internet na página Biblioteca í bê gê É.

Interdisciplinaridade

Comente com os alunos a importância da hidrografia para a Região Centro-Oeste durante os séculos dezoito e dezenove. A hidrografia era fundamental para o deslocamento nessa região, em especial via Rio Paraguai, em razão de suas águas calmas. Os rios da região, juntamente com a estrada Cuiabá-Goiás, eram as únicas vias de acesso à região no início do século dezoito. O contrôle do rio era tão importante que motivou a declaração de guerra entre Paraguai e Brasil (Guerra do Paraguai – 1864­‑1870), e às suas margens foram construídos fortes como o de Coimbra, fundado em 1775, próximo a Corumbá Mato Grosso do Sul. Vale lembrar aos alunos que o território paraguaio não apresenta saída para o mar, e o contrôle dos rios Paraguai, Paraná e Uruguai seria vital para assegurar o desenvolvimento e a industrialização paraguaia durante o século dezenove.

O professor de História poderá contribuir com explicações e atividades direcionadas à história dos conflitos pelo contrôle da Bacia do Prata desde o período colonial até a eclosão da Guerra do Paraguai (identificando questões internas e externas sobre a atuação do Brasil) e discutir diferentes versões do conflito. Também poderá abordar as batalhas, os resultados do conflito e as diferentes explicações de historiadores a respeito dessa guerra. É importante explorar com os alunos versões ou proposições sobre o assunto, como as diferenças do olhar brasileiro e do olhar paraguaio sobre ele, levando-os a reconhecer e a avaliar argumentos e hipóteses distintos.

Clima

Com exceção de uma pequena porção do território do estado de Mato Grosso do Sul, que se encontra ao sul do Trópico de Capricórnio, a Região Centro-Oeste localiza-se na zona tropical. Essa posição geográfica e as altitudes modestas do relevo, que facilitam a circulação atmosférica, ou seja, não constituem obstáculos para o deslocamento de massas de ar, conferem o clima tropical, com verão úmido e inverno seco, à maior parte de seu território.

As áreas no norte de Mato Grosso são dominadas pelo clima equatorial úmido – o mesmo clima da Amazônia. Nesse local, as temperaturas são elevadas no decorrer de todo o ano e o período de sêca é curto, cêrca de 2 a 3 meses durante o inverno. É uma sub-região sob influência da massa Equatorial continental massa de ar quente e úmida que se forma na Amazônia Ocidental.

Região Centro-Oeste: climas

Mapa. Região Centro Oeste: climas.
Mapa com destaque para a Região Centro Oeste e os climas predominantes em suas unidades da federação. A área de ocorrência dos climas está representada por manchas de cores diferentes.  
Clima Equatorial úmido, em laranja escuro: predomina na porção norte do estado de Mato Grosso. 
Clima Tropical, em laranja: predomina nas porções central e sul do Mato Grosso, em todo o estado de Goiás e no Distrito Federal e em quase todo o estado do Mato Grosso do Sul. 
Clima Subtropical, em laranja claro: ocorre no extremo sul do Mato Grosso do Sul. 
No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 230 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 119.

Durante o inverno do Hemisfério Sul, a área do Centro-Oeste de clima tropical permanece sob a influência da massa Polar atlântica Entretanto, essa massa de ar se apresenta bastante alterada quanto às suas características iniciais. Nessa região – como também em partes da Região Sudeste –, a massa Polar atlântica torna-se a responsável pelas baixas umidades relativas do ar nos meses de inverno, pois quando aí chega já é uma massa de ar sêca. A umidade relativa é a proporção da quantidade de vapor de água presente em determinado volume de ar, em dado momento, em relação à quantidade máxima de vapor de água que esse volume de ar pode conter, na temperatura desse momento. Geralmente, seu valor é expresso em porcentagem.

No Centro-Oeste, é comum que a umidade relativa do ar atinja pontos críticos, abaixo de nos meses de inverno. Nessas condições, os problemas respiratórios da população se agravam, principalmente em idosos e crianças. Tal situação leva escolas a suspender aulas e a população é orientada a moderar as atividades físicas e beber muita água para hidratar o organismo.

Consulte no climograma de Brasília como são bem definidos o período chuvoso e o de sêca.

Quanto às médias térmicas mensais, as diferenças entre as do inverno e as do verão não são pronunciadas.

Brasília (Distrito Federal): climograma

Gráfico. Brasília, Distrito Federal: climograma.  
Gráfico de barras para representar a precipitação média, em milímetros, e de linha para representar a evolução da temperatura média, em graus Celsius, na cidade de Brasília. 
No eixo vertical à esquerda, estão os valores de precipitação, de 0 a 400 milímetros, em intervalos de 100. No eixo vertical da direita, estão os valores de temperatura, em graus Celsius, de 0 a 40, em intervalos de 10. No eixo horizontal, estão os meses do ano.
Janeiro: precipitação: 250 milímetros; temperatura: 21 graus Celsius. 
Fevereiro: precipitação: 200 milímetros; temperatura: 20 graus Celsius. 
Março: Precipitação: 180 milímetros; temperatura: 21 graus Celsius. 
Abril: precipitação: 130 milímetros; temperatura:  20 graus Celsius. 
Maio: precipitação: 30 milímetros; temperatura: 19 graus Celsius. 
Junho: precipitação: 5 milímetros; temperatura: 18 graus Celsius.
Julho: precipitação: 10 milímetros; temperatura: 18 graus Celsius. 
Agosto: precipitação: 10 milímetros; temperatura: 19 graus Celsius. 
Setembro: precipitação: 50 milímetros; temperatura: 21 graus Celsius. 
Outubro: precipitação: 170 milímetros; temperatura: 21 graus Celsius. 
Novembro: precipitação: 230 milímetros; temperatura: 22 graus Celsius. 
Dezembro: precipitação: 250 milímetros; temperatura: 20 graus Celsius. 
Latitude: 15 graus Sul. Longitude: 47 graus Oeste. Altitude: 1.171,8 metros.

Fontes: Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em: https://oeds.link/WmugxG. Acesso em: 11janeiro 2022; í bê gê Éponto Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É 2021. página 1-7.

Grafismo indicando atividade.

Em que meses do ano o período seco em Brasília é mais acentuado?

Orientações e sugestões didáticas

O período seco em Brasília é mais acentuado nos meses de junho, julho e agosto.

A abordagem do clima da Região Centro-Oeste permite aprofundar conhecimentos prévios relacionados à caracterização dos tipos de climas e sua diversidade no Brasil, assunto tratado na página 17 da Unidade 1. Se considerar oportuno, resgate também os conhecimentos prévios dos alunos sobre a massa Polar atlântica (ême pê a), desenvolvidos na página 207 da Unidade 7.

Aproveite para desenvolver alguns dos princípios do raciocínio geográfico por meio do mapa e do climograma desta página. Estabeleça uma relação entre o mapa “Região Centro-Oeste: climas” e o climograma de Brasília. Se for preciso, indique a localização de Brasília na Região Centro-Oeste e informe qual é o clima típico da cidade. Em seguida, faça uma leitura do climograma e pergunte aos alunos se eles acham que é possível identificar o clima de Brasília apenas com base no climograma. Oriente-os a identificar os principais aspectos do clima: temperatura máxima e mínima, amplitude térmica anual, período mais chuvoso e mais seco etcétera

Depois, com o mapa, aplique os princípios da diferenciação e extensão. A partir da diferenciação, compare os tipos de clima, ressaltando suas peculiaridades. Veja se os alunos se recordam do que já estudaram no 6º ano sobre climas. Com a extensão, mostre aos alunos até onde há a ocorrência dos climas e que existe uma relação com a latitude. O extremo sul de Mato Grosso do Sul está inserido no clima subtropical, pois está abaixo do Trópico de Capricórnio.

Atividades complementares

Solicite aos alunos que pesquisem o impacto da baixa umidade relativa do ar sobre a saúde humana e se na localidade onde moram ocorre tal situação e em que período do ano.

Outra atividade seria propor aos alunos criarem um mural de notícias com base em uma pesquisa em jornais e revistas sobre a situação ambiental da Região Centro-Oeste. Nesta atividade os alunos terão uma postura ativa ao pesquisar e selecionar informações que contextualizem os conteúdos trabalhados em sala de aula. Convém orientar os estudantes sobre as fontes mais adequadas para consulta, contribuindo para sua educação midiática. No momento de compor o mural, estimule a leitura e a discussão dos textos.

Vegetação nativa

Originalmente, a porção norte da Região Centro-Oeste era recoberta: pela Floresta Amazônica; pela Mata Atlântica (Tropical), acompanhando vários vales fluviais da região; pelo Cerrado, cobrindo grandes trechos de Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso; e pela vegetação do Pantanal, denominada Complexo do Pantanal. Consulte, no mapa, a vegetação natural e a área devastada da região.

Região Centro-Oeste: vegetação natural e devastação

Mapa. Região Centro-Oeste: vegetação natural e devastação. 
Mapa com destaque para a Região Centro Oeste e a distribuição dos tipos de vegetação natural e de áreas devastadas nas unidades da federação que a compõem. Cada tipo de vegetação é representado por uma cor e as áreas devastadas estão hachuradas.
Floresta Amazônica, em verde escuro: predomina na porção norte e oeste do estado de Mato Grosso. 
Mata Atlântica, na cor verde claro: faixa estreita no centro e na porção sudeste do estado de Goiás e em quase toda a extensão da área próxima à divisa de Mato Grosso do Sul com os estados do Paraná e São Paulo.  
Cerrado, na cor laranja: predomina em todo o Distrito Federal, em quase todo o estado de Goiás, porção central, leste e parte do sul de Mato Grosso e porção central e nordeste do Mato Grosso do Sul. 
Complexo do Pantanal, na cor rosa: predomina na porção oeste e noroeste do Mato Grosso do Sul e na porção sudoeste de Mato Grosso, chegando a Cuiabá. 
Área devastada: maior parte do estado de Goiás, do Distrito Federal, do estado de Mato Grosso e da porção centro e leste do Mato Grosso do Sul. No Complexo do Pantanal há poucas áreas devastadas. 
No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 170 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em CONTI, José Bueno; FURLAN, Sueli Angelo. Geoecologia: o clima, os solos e a biota. In: Rós Jurandir L. S. (Organização.). Geografia do Brasil. sexta edição São Paulo: êduspi, 2011. página 204; í bê gê Éponto Atlas geográfico escolar. oitava ediçãoRio de Janeiro: í bê gê É 2018. página 100.

Grafismo indicando atividade.

Comente as alterações na cobertura vegetal da Região Centro-Oeste.

Orientações e sugestões didáticas

A devastação causada pela ação humana na cobertura vegetal do Centro-Oeste afetou intensamente as áreas do Cerrado, da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica.

Quando estudamos os domínios morfoclimáticos, conhecemos algumas características da Floresta Amazônica, da vegetação do Pantanal e do Cerrado e os impactos ambientais sobre esses domínios. Sugerimos que você releia o assunto no Percurso 4 da Unidade 1.

A expansão da fronteira agropecuária na região modificou a paisagem do Centro-Oeste nos últimos 50 anos. Atualmente, grandes fazendas de gado substituíram amplamente a vegetação natural, como estudaremos no Percurso 32.

Nas páginas seguintes você conhecerá melhor o Complexo do Pantanal, porção da Região Centro-Oeste com paisagens naturais muito peculiares.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

Cerrados – Livros da Coleção Cerrado

Onze publicações clássicas sobre o Cerrado, disponibilizadas gratuitamente. Nelas você encontrará temas como ecologia e flora, matas de galeria, aproveitamento alimentar, correção de solo e adubação, entre outros. Disponível em: https://oeds.link/VBEUEp. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Cerrado: da água à vida.

Direção: Tainá de Luccas. Brasil: Agência Sapiens / 2021. Duração: 43 minutos

Nesse documentário, produzido em parceria com cientistas do ínpi que pesquisam o Cerrado – berço das águas no Brasil e a savana mais biodiversa do mundo –, especialistas explicam as características que tornam esse bioma tão importante para o país e como está sendo destruído rapidamente.

Orientações e sugestões didáticas

Com o apoio do mapa, realize uma leitura cruzada dos tipos de vegetação e das áreas devastadas. Verifique se os alunos sabem os motivos que levaram extensas áreas, principalmente a do Cerrado, a sofrer com o desmatamento. Por causa do avanço do agronegócio e do desenvolvimento de técnicas que permitiram o plantio no Cerrado, culturas como a da soja, do milho e do algodão, além da pecuária, avançaram pelo Centro-Oeste. Esse assunto será aprofundado nesta Unidade; no entanto, aproveite o momento para verificar os conhecimentos prévios dos alunos.

Atividade complementar

O Cerrado apresenta várias fisionomias ou paisagens (consulte a ilustração didática): o cerradão, onde predomina a vegetação arbórea; o cerrado típico ou em sentido restrito, onde a vegetação arbórea se encontra distante uma da outra e com troncos tortuosos e recobertos por cortiça espessa; o campo cerrado, com vegetação arbustiva e herbácea, além de outras. Após a descrição desses tipos do Cerrado na lousa, peça que façam um desenho representando ao menos essas três fisionomias. Os alunos podem recorrer à página 33, na Unidade 1, onde há uma foto do cerrado típico, para terem uma ideia.

Ilustração. Representação de um perfil de vegetação de Cerradão, Cerrado típico, Campo cerrado, Campo sujo e Campo limpo. 
À esquerda, uma linha vertical apresenta medidas proporcionais para representar a altura em metros das composições vegetais. A ilustração está dividida em 5 partes iguais, cada uma com um desenho das formações vegetais. 
1: Campo limpo (formação de campo): há gramíneas no solo. 
2: Campo sujo: ilustração de gramíneas e arbustos com menos de 5 metros. 
3: Campo cerrado: ilustração de gramíneas, arbustos com cerca de 5 metros e arbustos com cerca de 1 metro. 
4: Cerrado típico: ilustração de gramíneas, arbustos com cerca de 5 metros e dois arbustos com cerca de 10 metros.
5: Cerradão (formação florestal). Há grande quantidade de árvores, que atingem até 15 metros de altura. Há gramíneas e arbustos com 5 metros também.

Fonte: CONTI, José B.; FURLAN, Sueli A. Geoecologia: o clima, o solo e a biota. In: ROSS, Jurandyr L. S. (organizador). Geografia do Brasil. quarta edição São Paulo: Edusp, 2001. página 179.

3. Pantanal

Localizado na Região Hidrográfica do Paraguai, o Pantanal é a maior planície alagável das Américas. A vida nesse domínio morfoclimático gira em torno de duas estações diferenciadas, a sêca e a úmida (cheia), que influenciam o modo de ser e de produzir do pantaneiro, habitante tradicional do Pantanal. A criação extensiva de gado, a pesca e o ecoturismo são as principais atividades econômicas.

O Pantanal abrange uma área aproximada de 230 mil quilômetros quadrados em três países. cêrca de estão no território brasileiro (imagem de satélite), na Bolívia e no Paraguai. Nesses dois países, recebe o nome de Chaco.

América do Sul: Bacia Hidrográfica do Pantanal/Alto Paraguai no Brasil

Brasil: o Pantanal e a microrregião pantaneira de Cáceres

Mapa. América do Sul: Bacia Hidrográfica do Pantanal e Alto Paraguai no Brasil. Representação da América do Sul a partir de imagens de satélite. Em destaque, delimitação do território do Brasil e da área de abrangência da Bacia Hidrográfica do Pantanal e Alto Paraguai. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 640 quilômetros. 
Mapa. Brasil: o Pantanal e a microrregião pantaneira de Cáceres. Mapa mostrando a localização do pantanal e da microrregião pantaneira de Cáceres, dentro da área de abrangência da Bacia Hidrográfica do Pantanal e do Alto Paraguai no Brasil, em uma área que compreende partes dos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Identificação da rede hidrográfica desta bacia com os principais afluentes e localização de algumas cidades importante: Cuiabá e Cáceres, no Mato Grosso; Campo Grande, Corumbá e Bonito, no Mato Grosso do Sul. 
O mapa representa também o limite da Planície do Pantanal, que se concentra na parte central e na faixa oeste da bacia hidrográfica. Ao norte, à leste e ao sul da Planície do Pantanal, representação das áreas mais elevadas do terreno, correspondentes ao planalto. Por fim, o mapa demarca os limites de inundação da Planície do Pantanal: o limite máximo de inundação se concentra na faixa leste da planície; o limite médio de inundação se estende principalmente pela faixa central e porções norte e noroeste, compreendendo a microrregião pantaneira de Cáceres; o limite mínimo de inundação se restringe a uma estreita faixa à oeste e uma porção à sudoeste da Planície do Pantanal. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 80 quilômetros.

Fontes: ãnaêti ól Implementação de práticas de gerenciamento integrado de Bacia Hidrográfica para o Pantanal e Bacia do Alto Paraguai. Programa de ações estratégicas para o gerenciamento integrado do Pantanal e Bacia do Alto Paraguai: síntese executiva. Brasília: tê dê á Desenho e Arte limitada, 2004. página 3 e 7; NEVES, Sandra Mara A. da Silva. Modelagem de um banco de dados geográficos do Pantanal de Cáceres/Mato Grosso: estudo aplicado ao turismo. Tese (Doutorado em Geografia), Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro/Geociências, 2006, página 2-3.

Tempo da sêca

O período de sêca no Pantanal vai de maio a outubro.

As baías e os corixos secam à medida que a água escorre lentamente para o Rio Paraguai. As baías são lagoas rasas de água doce de até dois metros de profundidade. Têm tamanhos e fórmas variadas e podem ser cobertas por vegetação aquática. Os corixos são canais naturais que escoam a água das lagoas para os rios e ligam as baías. No período das chuvas isso se inverte: as águas dos rios vão para as lagoas.

As plantas aquáticas e os peixes atraem aves e outros animais, e essa concentração de vida proporciona alimento e oportunidades de reprodução para a fauna e a flora da região.

Orientações e sugestões didáticas

Temas contemporâneos transversais

Com o apoio de letras de canções e reportagens, sugerimos desenvolver os temas Educação Ambiental e Diversidade Cultural. Aspectos da vida e da cultura das pessoas que vivem no Pantanal poderão ser abordados relacionando-os ao aumento do nível das águas. Seria interessante remeter os alunos para uma pesquisa acerca das ações humanas inadequadas e das principais ameaças ao Pantanal, como o problema do desmatamento por conta da expansão de commodities e da produção extensiva de gado; as hidrovias e as pequenas centrais hidrelétricas, que causam impactos ao desregular o curso natural das águas do Pantanal; o comprometimento da recarga dos aquíferos, afetada pela pecuária e pela agricultura, além de sua contaminação pelo uso excessivo de agrotóxicos. Podem ser exploradas ainda as ações positivas que visam à preservação da biodiversidade do Pantanal, como a preservação dos ninhais de aves e sua importância para a reprodução dessas espécies.

Tempo da cheia

O período de cheia no Pantanal vai de novembro a abril. Os rios transbordam e as planícies (foto A) são inundadas: as águas invadem áreas que estavam sêcas até então (consulte os limites de inundação no mapa da página anterior).

Surgem os corixos e a inundação abastece as lagoas e baías (fotos B e C), conectando diferentes corpos de água. Isso permite o deslocamento das espécies aquáticas. A vegetação fica exuberante.

Há áreas de serras e morrarias onde a água não alcança: as cordilheiras. Nelas se encontra uma vegetação de cerradões, que são semelhantes ao Cerrado, porém mais densos e com maior porte.

Localize, no mapa da página anterior, a microrregião pantaneira de Cáceres, uma das onze que formam a planície do Pantanal. E, nas imagens de satélite desta página, consulte essa microrregião nos dois períodos, o de sêca e o da cheia. Nessas imagens, o verde indica áreas com vegetação, o roxo é associado a áreas com pouca ou nenhuma cobertura vegetal e os corpos de água são escuros. A associação de áreas verdes com áreas escuras indica a presença de baías e corixos. Note a diferença entre essas áreas no período de sêca e no de cheia.

Pantanal de Cáceres no período da sêca

Imagem de satélite. Pantanal de Cáceres no período da seca. Imagem de satélite recortada mostrando a área de abrangência da microrregião pantaneira de Cáceres, na porção noroeste da Planície do Pantanal, durante o período de seca. Na imagem, um círculo vermelho na porção leste da microrregião, destacando as baías e os corixos que se formam na paisagem.

Pantanal de Cáceres no período da cheia

Imagem de satélite. Pantanal de Cáceres no período da cheia. Imagem de satélite recortada mostrando a área de abrangência da microrregião pantaneira de Cáceres, na porção noroeste da Planície do Pantanal, durante o período de cheia. Na imagem, um círculo vermelho na porção central da microrregião, destacando uma cordilheira na paisagem.

Imagens de satélite mostrando o Pantanal de Cáceres nos períodos de sêca e de cheia, em 2006.

Fotografia A. No primeiro plano, vista de uma área plana, com vegetação rasteira, entremeada por cursos de água e pequenas porções do terreno alagadas. No segundo plano, vista de uma área mais elevada, com algumas formações de morros.
Vista da planície inundável e as morrarias da Serra do Amolar, no município de Corumbá, Mato Grosso do Sul (2018).
Fotografia B. Vista do alto mostrando uma extensa área de relevo plano, com vegetação predominantemente rasteira à esquerda e vegetação mais densa na faixa central da imagem, onde também há diversos canais naturais com água e algumas porções do terreno alagadas.
Corixos em trecho do Pantanal no município de Aquidauana, Mato Grosso do Sul (2021).
Fotografia C. Vista do alto mostrando uma extensa área de relevo plano, com canais naturais e uma lagoa em destaque no centro na imagem. Nas margens dos canais e da lagoa, presença de vegetação densa.
Baías em trecho do Pantanal no município de Aquidauana, Mato Grosso do Sul (2019).
Orientações e sugestões didáticas

Interdisciplinaridade

Com o professor de Ciências, sugerimos desenvolver a caracterização dos ecossistemas que formam o Pantanal, articulando trabalho interdisciplinar com a habilidade ê éfe zero sete cê ih zero sete desse componente curricular: “Caracterizar os principais ecossistemas brasileiros quanto à paisagem, à quantidade de água, ao tipo de solo, à disponibilidade de luz solar, à temperatura etcétera, correlacionando essas características à flora e à fauna específicas”. Entre outros conhecimentos, seria oportuno abordar: á a biodiversidade no Pantanal Mato-Grossense por meio da representação de uma comunidade; b) o esquema de cheias e vazantes no Pantanal e sua relação com os organismos vivos; c) a importância ambiental do Pantanal Mato-Grossense como uma região de transição de domínios morfoclimáticos. Com isso, espera-se reforçar com os alunos a compreensão de que o bioma Pantanal abriga um mosaico de ecossistemas terrestres, em razão de ser uma área de transição entre os biomas Cerrado, Mata Atlântica, Amazônia e Chaco, além de abrigar ecossistemas aquáticos e semiaquáticos com maior ou menor interdependência.

PERCURSO 30 REGIÃO CENTRO-OESTE: A CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS GEOGRÁFICOS

1. Os primeiros exploradores

As primeiras incursões de portugueses e luso-brasileiros no espaço do atual Centro-Oeste ocorreram nos séculos dezesseis, dezessete e dezoito e resultaram em aldeamentos indígenas realizados por missões religiosas e pelo bandeirismo, que visava descobrir ouro e pedras preciosas ou, ainda, aprisionar indígenas para vendê-los como escravos no Nordeste açucareiro.

O bandeirismo e as áreas de mineração – século dezoito

Mapa. O bandeirismo e as áreas de mineração, século 18. 
Mapa de parte da América do Sul com destaque para o atual território do Brasil e sua atual divisão política. Principais áreas de mineração, representadas por mancha roxa: extensa faixa na porção centro-leste de Minas Gerais; área no centro do atual estado de Goiás, abrangendo as cidades de Pires do Rio, Luziânia, Jaraguá e Goiás. Área na porção sudoeste do atual estado de Mato Grosso, abrangendo as cidades de Cuiabá, Diamantino, Rosário Oeste e Cáceres.
Área de criação de muares no Brasil, representada por mancha verde: porção sul do país até o leste do atual estado do Paraná. 
Direção geral das bandeiras paulistas, representada por setas vermelhas: de São Paulo em direção ao sul do país; de São Paulo em direção ao centro-oeste, passando por Cuiabá, Rosário Oeste e Diamantino, e ao norte, nos atuais estados de Rondônia e Amazonas; de São Paulo em direção ao centro do atual estado de Goiás e norte do Tocantins; e de São Paulo em direção a Minas Gerais e Bahia e de Minas Gerais para Pernambuco, Piauí e Ceará. 
Entre São Paulo e o extremo da seta no Piauí, há 2.8 centímetros.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 400 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em SILVA, Raul de Andrade e. A evolução econômica. AZEVEDO, Aroldo de Brasil, a terra e o homem. São Paulo: Nacional/êduspi, 1970. página 384.

Grafismo indicando atividade.

Para ter ideia da extensão do deslocamento das bandeiras paulistas no século dezoito, calcule a distância, em linha reta e em quilômetros, entre a cidade de São Paulo e o extremo da seta localizada no atual estado do Piauí.

Orientações e sugestões didáticas

A distância entre a cidade de São Paulo e o extremo da seta, no Piauí, é de .1145 quilômetros, aproximadamente.

Nota: No século dezoito, não havia essa divisão político-administrativa. Ela foi inserida no mapa com o objetivo de facilitar a localização das áreas e cidades representadas.

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 30

Este Percurso aborda de fórma cronológica a construção do espaço geográfico no Centro-Oeste até meados do século vinte. Estabelecemos esse limite temporal para que o aluno compreenda que até então essa região era escassamente povoada, de economia frágil e não havia ainda se tornado uma área de atração populacional.

A seção Rotas e encontros “Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga”, na página 249, apresenta uma abordagem histórica da ocupação humana do Centro-Oeste. Oriente e acompanhe os alunos na leitura do texto; havendo dúvidas, esclareça-as. Com base no que foi discutido, ressalte e explique a importância da permanência desse território quilombola como fórma de preservação e conservação não somente da natureza, mas desse grupo e de seu modo de vida. Aborda-se, assim, a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero três, que prevê selecionar argumentos que reconheçam os direitos e as territorialidades de comunidades tradicionais, como os quilombolas.

Habilidades da Bê êne cê cê

  • ê éfe zero sete gê ê zero três
  • ê éfe zero sete gê ê zero sete
  • ê éfe zero sete gê ê zero nove

Inicie ressaltando como a Região Centro-Oeste era escassamente povoada, com uma economia sem destaque e sem vias de transporte eficientes para a interiorização do povoamento, com exceção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, hoje Ferrovia Novoeste. Ressalte para os alunos que, pelo fato de nossa economia ter sido primário-exportadora até aproximadamente os anos 1950, o povoamento inicial se limitou à faixa litorânea.

Dê especial atenção, nesta página, ao mapa histórico, pois ele permite trabalhar a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero nove, que prevê a interpretação de mapas históricos. Faça uma análise do mapa, observando com os alunos os fluxos das bandeiras e como elas tiveram relação com a mineração dessa região.

Na página 246, o conteúdo sobre “A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil e a articulação com o Sudeste” relaciona-se com a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero sete e possibilita a análise sobre o papel das redes na configuração do território brasileiro. Nesse caso, enfatiza-se um exemplo específico e relevante acerca da Região Centro-Oeste, pois trata da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, cuja extensão ia do interior do estado de São Paulo até a fronteira da Bolívia, em Corumbá (Mato Grosso do Sul).

A mineração e o surgimento de cidades no Centro-Oeste

Nos deslocamentos pelo território, os bandeirantes faziam pousos ou paradas para o descanso e, quando encontravam ouro ou pedras preciosas, fixavam-se no lugar, dando início a um arraialglossário . Quando o ouro se esgotava nos cursos de água de onde era extraído, muitos desses arraiais eram abandonados. Entretanto, no início da exploração de filõesglossário auríferos, a população tornou-se sedentáriaglossário , formando povoados, que se transformaram em vilas e cidades, como Cuiabá (foto).

Já Corumbá, em Mato Grosso do Sul, e Cáceres, no es­tado de Mato Grosso, ambas nas margens do Rio Paraguai, têm as suas origens relacionadas a postos ou fortificações implantados por portugueses e luso-brasileiros.

Fotografia. Vista de casas térreas com paredes brancas e cobertas com telhas vermelhas. Ao fundo, há uma igreja. No horizonte, morro. Há algumas árvores nas ruas. No primeiro plano, dois homens e uma mulher de costas e com chapéus.
Vista parcial da cidade de Cuiabá Mato Grosso, em 1910.
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Você já viu alguma fotografia antiga do município onde mora? Se viu, qual foi sua impressão?

Orientações e sugestões didáticas

A questão proposta no boxe No seu contexto traz uma oportunidade para resgatar fotografias antigas do município, organizar um acervo e fazer até mesmo uma exposição delas, além de uma pesquisa sobre a origem da cidade. Sugerimos que essa atividade seja ampliada com a participação do professor de História.

Marechal Rondon e o Centro-Oeste

No final do século Cândido Mariano da Silva Rondon, militar de origem indígena nascido em Mato Grosso, iniciou um importante trabalho de reconhecimento dos sertões mato-grossense e amazônico. Seus trabalhos de campo – nos quais mapeou rios, divisores de águas e características do relevo, entre outros aspectos do meio natural – foram muito importantes para a elaboração das primeiras cartas geográficas do estado de Mato Grosso.

Sob o comando de Rondon foi construída, em 1890, uma linha telegráficaglossário entre Cuiabá e a região do Rio Araguaia, habitada pelos indígenas do povo borôro. Posteriormente, essa linha foi estendida até Goiás.

Rondon, ao mesmo tempo que supervisionava o trabalho de construção de linhas telegráficas e levantava dados sobre a natureza, fazia o trabalho de atração, pacificação e proteção dos indígenas (consulte a foto da página seguinte). É dele o lema “morrer se preciso for, matar nunca”, referindo-se ao seu trabalho com os indígenas.

O trabalho de Rondon e de sua equipe estendeu-se por toda a primeira metade do século vinte As expedições por ele chefiadas entraram várias vezes nos territórios das atuais Regiões Centro-Oeste e Norte e contribuí­ram de fórma significativa para o conhecimento do território brasileiro, facilitando a expansão da fronteira agropecuária, a exploração comercial da região e, por conseguinte, a construção de espa­ços geográficos.

Orientações e sugestões didáticas

Comente com os alunos a importância da mineração no surgimento de cidades no Centro-Oeste. Além de Cuiabá citada no texto, outras cidades também surgiram da atividade mineradora, como Goiás (Goiás), Luziânia (Goiás) e Jaraguá (Goiás), apenas para citar alguns exemplos.

Interdisciplinaridade

Com o professor de História, proponha um trabalho interdisciplinar sobre os aspectos histórico-geográficos da localidade onde os alunos moram. Destaquem as condições naturais (relevo, clima, formações vegetais nativas, hidrografia) e o contexto em que foi fundada a cidade (origem, função e hierarquia urbana etcétera). Se possível, realizem a exposição do trabalho na escola.

Fotografia em preto e branco. Vista de frente de um grupo de pessoas. Algumas são indígenas e estão sem roupas. Elas usam cordas trançadas no corpo. Uma delas segura um grande bastão. Há duas mulheres indígenas com blusas e saias brancas longas e indígenas adultos e crianças com calças compridas e blusas de manga brancas. Entre as pessoas, há dois homens com vestes militares e chapéus. No centro, entre as pessoas, há crianças indígenas e alguns objetos, como vasos e um cesto grande. À esquerda, crianças com roupas observam. Ao fundo, casa de palha e troncos de madeira.
Marechal Rondon (no centro da foto, usando chapéu de aba larga) conversa com indígenas da etnia Paresí durante uma de suas missões no estado de Mato Grosso, no início do século vinte

2. A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil e a articulação com o Sudeste

Em 1914, a inauguração da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil foi um marco importante para a articulação da Região Centro-Oeste, particularmente do estado de Mato Grosso, com o estado de São Paulo (em 1914, não havia o estado de Mato Grosso do Sul, que foi criado em 1977, após o desmembramento de Mato Grosso).

Partindo da cidade de Bauru, no interior de São Paulo, a Noroeste do Brasil – hoje denominada Ferrovia Novoeste –, após atravessar o oeste paulista e o Rio Paraná, entra em terras de Mato Grosso do Sul e alcança Campo Grande. De lá, segue até a fronteira da Bolívia, atingindo a cidade de Corumbá, às margens do Rio Paraguai.

Ferrovia Novoeste – antiga Noroeste do Brasil

Mapa. Ferrovia Novoeste - antiga E. F. Noroeste do Brasil. 
Mapa com destaque para as atuais unidades da federação: Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso.
No mapa, cada unidade da federação é representada com uma cor e o trajeto da ferrovia Novoeste é representado por fio preto com tracinhos. 
A ferrovia atravessa os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo, de Corumbá a Bauru. 
Cidades que estão no trajeto: no estado de São Paulo: Bauru, Pirajuí, Cafelândia, Penápolis, Araçatuba, Mirandópolis, Andradina; no estado do Mato Grosso do Sul: Três Lagoas, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Campo Grande, Maracaju, Ponta Porã, Aquidauna, Miranda, Ladário, Corumbá. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 150 quilômetros.

Fonte: BRASIL. Ministério dos Transportes. Disponível em: https://oeds.link/LyeOji. Acesso em: 13 janeiro 2022.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

BIGIO, Elias dos Santos.

Cândido Rondon: a integração nacional. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000.

A obra trata da atuação de Rondon na implantação de postos militares no Centro-Oeste, de linhas telegráficas e do Serviço de Proteção ao Índio

Orientações e sugestões didáticas

Os conteúdos desta página complementam conhecimentos prévios desenvolvidos nas páginas 97 e 98 da Unidade 3, relacionados à rede ferroviária e às ferrovias nos dias atuais. Sugerimos que esses conhecimentos sejam articulados para um melhor aprendizado dos alunos.

Atividade complementar

Sugerimos que os alunos realizem um trabalho referente à invenção da locomotiva a vapor e os seus impactos nos meios de transporte e no espaço geográfico dos países da Europa, dos Estados Unidos, do Canadá e do Brasil.

A implantação da Noroeste do Brasil, com extensão de .1622 quilômetros alterou profundamente as comunicações entre o Centro-Oeste e o Sudeste. Antes de essa ferrovia ser implantada, a comunicação entre Campo Grande, Corumbá e outras localidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, era feita pelo Rio Paraguai. O trajeto era muito longo: do Rio Paraguai, seguia-se pelo Rio da Prata, entre Buenos Aires (capital da Argentina) e Montevidéu (capital do Uruguai), para então avançar, já no Oceano Atlântico, rumo ao Rio de Janeiro e a Santos São Paulo.

A ferrovia permitiu a integração dos espaços geográficos do Centro-Oeste com outras áreas e estimulou as migrações, principalmente de paulistas, para Mato Grosso do Sul, onde fundaram fazendas e abriram novas fronteiras agropecuárias.

Fotografia. Vista de frente de uma grande ponte sobre um rio. Há diversos pilares formando triângulos que sustentam a ponte que tem dois andares. Na parte superior da ponte, passa um caminhão. No andar de baixo, passa um vagão de trem. Ao fundo, paisagem rural de gramado com árvores.
Caminhão e locomotiva da Ferrovia Novoeste trafegam sobre ponte rodoferroviária no Rio Paraná, divisa dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, entre os municípios de Rubineia, e Aparecida do Taboado, Mato Grosso do Sul (2019).

3. Até meados do século vinte, um povoamento escasso

Diferentemente das Regiões Nordeste e Sudeste, a Região Centro-Oeste manteve-se isolada e pouco povoada durante muito tempo.

Do período colonial até meados do século vinte a região não se transformou em forte área de atração populacional. Com exceção do curto período em que ocorreu a exploração de metais e pedras preciosas, nos séculos dezessete e dezoito não havia atrativos econômicos que justificassem expressivos fluxos migratórios para a região. Além disso, a falta de ferrovias e rodovias – com exceção da Noroeste do Brasil – dificultava a exploração dos recursos naturais, principalmente no atual estado de Mato Grosso e de Goiás. Consulte, no gráfico da página seguinte, dados relativos ao povoamento em 1950 e nos demais anos.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

História da ocupação de Goiás pelos filhos da terra.

Direção: Geraldo Moraes. Brasil: 1988. Duração: minutos

O escritor Bernardo Élis e o historiador Paulo Bertran dialogam sobre a reconstituição da ocupação de Goiás, contrastando com as imagens que documentam a história.

Orientações e sugestões didáticas

Com um mapa físico e político da América do Sul, mostre aos alunos o trajeto que era feito para ligar a Região Centro-Oeste à Sudeste, principalmente aos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, antes da construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil: Rio Paraguai, Rio da Prata, Oceano Atlântico. Aponte a localização das cidades de Santos, Rio de Janeiro, Campo Grande e Corumbá. Compare esse trajeto com o da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que está no mapa da página 246. Ressalte, ao final, o importante papel das redes ferroviárias para a circulação de pessoas e de mercadorias, além de influenciar a configuração do território, a fim de desenvolver a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero sete.

O povoamento da Região Centro-Oeste não ocorreu de maneira homogênea. Atualmente muitas localidades são intensamente povoadas e industrializadas, como Brasília e Goiânia, e outras localidades ou sub-regiões ainda são pouco habitadas, como o extremo norte de Mato Grosso.

Região Centro-Oeste: população (em milhares de habitantes) – 1872-2021

Gráfico. Região Centro-Oeste: população, em milhares de habitantes, 1872 a 2021. 
Gráfico com 4 linhas, cada linha representa a evolução da população de uma unidade da federação. No eixo vertical, está o número da população em mil habitantes. No eixo horizontal, os anos. 
Goiás. 
1872: 100 mil habitantes. 1890: 100 mil habitantes. 1900: 150 mil habitantes. 1920: 500 mil habitantes. 1940: 900 mil habitantes. 1950: 1 milhão e cem mil habitantes. 
1960: 2 milhões de habitantes. 
1970: 3 milhões de habitantes. 
1980: 4 milhões de habitantes. 
1991: 4 milhões de habitantes. 
2.000: 5 milhões de habitantes. 
2010: 6 milhões de habitantes. 
2021: 7 milhões e cem mil habitantes. 
Mato Grosso. 
1872: 100 mil habitantes. 1890: 200 mil habitantes. 1900: 250 mil habitantes. 1920: 500 mil habitantes. 1940: 600 mil habitantes. 1950: 700 mil habitantes. 1960: 1 milhão de habitantes. 1970: 1 milhão e 750 mil habitantes. 1980: 1 milhão de  habitantes. 
1991: 2 milhões de habitantes.
2000: 2 milhões e 600 mil habitantes. 
2010: 3 milhões de habitantes. 
2021: 3 milhões e 800 mil habitantes. 
Distrito Federal.
1960: 100 mil habitantes. 1970: 500 mil habitantes. 1980: 1 milhão de habitantes. 
1991: 1 milhão e 700 mil habitantes. 
2000: 2 milhões de habitantes. 
2010: 2 milhões e 700 mil habitantes. 
2021: 3 milhões e 100 mil habitantes. 
Mato Grosso do Sul.
1980: 1 milhão e 200 mil habitantes. 
1991: 1 milhão e 900 mil habitantes. 
2010: 2 milhões e 500 mil habitantes. 
2021: 2 milhões e 900 mil habitantes. 
População total da região: 1.736.965 habitantes em 1950; e estimada em 16.707.336 habitantes para 2021.

Fontes: í bê gê Éponto Sinopse preliminar do censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: í bê gê É 2011. Tabela 1.4; Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2021. Rio de Janeiro: í bê gê É 2021. Disponível em: https://oeds.link/9n7wrh. Acesso em: 5 maio 2022.


Nota: Em 1988, foi criado o estado de Tocantins, desmembrado do estado de Goiás. O atual Distrito Federal foi inaugurado em 1960 com a cidade de Brasília – é por isso que seus dados constam no gráfico somente a partir desse ano. Mato Grosso do Sul foi criado em 1977; por isso, seus dados constam no gráfico a partir do censo de 1980.

Em 1900, a cidade de Campo Grande (foto A) era uma pequena vila, e Cuiabá apresentava apenas 35 mil habitantes. Em 1º de julho de 2021, a população de Campo Grande era de .916001 habitantes. Naquele mesmo mês e ano, Cuiabá já apresentava .623614 habitantes.

Fotografia A em preto e branco. Vista de algumas casas térreas com quintais e árvores ao redor. Ao fundo, outras casas e árvores.
Município de Campo Grande por volta de 1920. Em 1977, com a criação de Mato Grosso do Sul, tornou-se a capital do novo estado.

Como estudamos no início desta Unidade, Goiânia foi fundada em 1937 para ser a nova capital do estado de Goiás. Antes dela, a capital desde 1818 era a cidade de Goiás (foto B). Em 1950, porém, Goiânia ainda era uma cidade pequena: tinha pouco mais de 50 mil habitantes. Em 1º de julho de 2021, a sua população atingiu ..1555626 habitantes.

Fotografia B. Fotografia antiga em tons de sépia de vista de uma área com casas e muitas árvores. No primeiro plano, área livre com gramado e plantas.
Vista da cidade de Goiás, antiga capital do estado de Goiás, com casario colonial retratado em cartão-postal de 1905.

Foi a partir de meados do século vinte que a economia do Centro-Oeste cresceu, assunto que estudaremos no próximo Percurso.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Nossa história daria um filme: episódio de abertura (Goiânia).

Direção: Fernando Viana e máikol Valim. Brasil: 2013. Duração: 57 minutos

Primeiro episódio de uma série que conta a história da cidade de Goiânia a partir dos relatos de seus pioneiros e de moradores de seus bairros representativos. Disponível em: https://oeds.link/23CbSA. Acesso em: 17 fevereiro 2022.

Orientações e sugestões didáticas

Atividades complementares

Proponha aos alunos que levantem mais dados e informações acerca das principais cidades do Centro-Oeste, como as capitais dos estados e Brasília. Após o levantamento, peça que montem uma tabela com esses dados, a fim de compa­rá-los mais facilmente e deixá-los organizados.

Solicite a eles que acessem o site Cidades@, do í bê gê É (disponível em: https://oeds.link/EmfSKk; acesso em: 13 janeiro 2022). Na página principal, no canto superior direito, há um espaço onde os nomes dos municípios podem ser digitados para busca.

Os alunos devem levantar dados quantitativos, como população total, densidade demográfica, taxa de escolarização, mortalidade infantil, esgotamento sanitário; e qualitativos, como o gentílico, dados históricos do município, entre outros. A escolha de dados é livre; no entanto, os municípios escolhidos devem apresentar os mesmos dados. Se achar pertinente, peça aos alunos que levantem os dados do município em que vivem para compará-los com os demais da pesquisa.

Após o levantamento de dados, os alunos devem organizá-los em tabelas. Oriente-os na elaboração das tabelas de modo que elas mostrem a comparação dos dados. Ao final, eles devem conseguir identificar:

  • o município que apresentou os melhores índices sociais;
  • algum aspecto no qual um deles se destacou, como bons índices educacionais ou de saúde, entre outras questões.

Tenha em vista promover uma breve discussão sobre os resultados, para que os alunos pratiquem a oralidade e a argumentação.

Chame a atenção dos alunos sobre o audiovisual indicado na seção Pausa para o cinema e estimule-os a assisti-lo e realizar anotações para elaborar os seguintes itens: 1. Após assistir ao filme, escreva uma afirmação sobre o que compreendeu; 2. Elabore um argumento que sustente sua afirmação; 3. Com base em sua afirmação e argumentação, elabore uma pergunta a respeito de algo que não ficou esclarecido sobre a situação retratada no filme. Esta atividade aplica o modelo “Afirmar, apoiar, questionar” desenvolvido pelo Project Zero da Universidade de Harvard. A intenção é ajudar o estudante a tomar ciência dos seus processos de aprendizagem, o que conhecemos como metacognição. Ao elaborar uma afirmação, ele precisará realizar uma síntese do filme, extraindo uma de suas ideias centrais. No segundo item, os estudantes são convidados a dar sustentação ao seu argumento. Eles podem fazer isso mobilizando o que já sabem e/ou buscando dados no filme. Por fim, os alunos vão extrapolar o filme, formulando questões sobre o assunto. Abra uma roda de conversa para que os alunos socializem e debatam seus resultados.

Ícone. Seção Rotas e encontros.

Rotas e encontros

Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga

Assim como outras regiões do Brasil, o Centro-Oeste abriga grande diversidade étnica e cultural. Estima-se que na região vivam 53 mil indígenas de etnias diferentes, além de diversos remanescentes de quilombos, como a comunidade que conheceremos a seguir, situada no extremo norte do estado de Goiás.

“São mais de 200 anos de uma história de luta, de resistência, de afirmação da cultura de um povo. A comunidade Kalunga teve origem no século dezoito por negros escravizados e levados para trabalhar nas minas de ouro. reticências

Com tanta violência, desde que eram retirados à fôrça da sua terra natal, passando por toda a crueldade dos trabalhos forçados, a fuga de negros escravos era constante. Nos locais onde se reuniam, começaram a surgir os quilombos. Mas, muitas vezes, os quilombos eram encontrados e os escravos eram levados de volta e castigados por seus senhores. reticências

Com isso, os escravizados foram percebendo que era preciso fugir para o mais longe possível e para lugares de mais difícil acesso, reduzindo assim as chances de serem encontrados.

A região da Chapada dos Veadeiros reunia essas características: cercada de serras e morros cheios de buritis que se estendem até onde a vista alcança. reticências Caminhos estreitos, amplo de curvas, de sobe e desce, quase perdidos no meio do mato. E do outro lado, os paredões de pedra, funcionando como verdadeiras muralhas, de difícil transposição. reticências

O território Kalunga é o maior sítio histórico e cultural do País em extensão. São mais de 230 mil hectares de Cerrado protegido, abrigando cêrca de quatro mil pessoas em um território que se estende pelos municípios de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás. reticências

Na língua banto, a palavra kalunga significa lugar sagrado, de proteção. Nome mais que propício para uma terra que abrigou, protegeu e possibilitou a preservação da cultura de um povo, que deu uma contribuição imensurável ao nosso País, inclusive, com as milhares de vidas perdidas durante a escravidão.”

ALEGO. Agência Assembleia de Notícia. Comunidade Kalunga com suas tradições e cultura é mostrada na série Nossa História das redes sociais da Alego. 17 setembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/FPPvlm. Acesso em: 10 maio 2022.

Fotografia. Vista de cima de uma extensa área verde com muita vegetação, morros e alguns caminhos de terra.
Vista do sítio histórico que abriga o Patrimônio Cultural Kalunga, na Chapada dos Veadeiros, município de Cavalcante, Goiás (2020).

 Interprete

1. Que característica do meio natural estimulou a escolha dessa área no norte de Goiás como local de habitação para as comunidades do povo Kalunga?

 Contextualize

  1. Pesquise a existência de áreas de preservação de patrimônio histórico ou cultural em seu município e sua unidade da federação. Escolha uma e pesquise sua história, as comunidades que nela vivem, a cobertura vegetal, o relevo e a atividade econômica realizada pela população.
  2. Organize as informações pesquisadas em uma apresentação de slides e, em grupo, preparem um seminário.
Orientações e sugestões didáticas

Remeta os alunos ao mapa a da página 238, para localizar a Chapada dos Veadeiros, no norte de Goiás, onde se encontra esse sítio histórico.

Aproveite para abordar a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero três e mostrar a importância do reconhecimento de territórios como os das comunidades quilombolas, como fórma de respeito e valorização desses grupos.

Temas contemporâneos transversais

Sugerimos desenvolver o tema Diversidade Cultural, ressaltando os saberes, os conhecimentos, os valores civilizatórios e a importância do respeito às matrizes culturais dos quilombolas. Propomos também analisar a importância dos direitos sociais relacionados às minorias na Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Em relação ao tema Trabalho, poderá ser desenvolvida a atividade turística. Pode-se consultar: ALMEIDA, Maria Geralda de. Território quilombola, etnodesenvolvimento e turismo no nordeste de Goiás. Raega - O Espaço Geográfico em Análise, Curitiba, volume 40, página 130-144, 2017.

Interdisciplinaridade

Com a contribuição do professor de História, a história brasileira e, em particular, a luta e a resistência de comunidades quilombolas poderão ser relacionadas aos processos recentes ou atuais de reconhecimento de seus direitos, sobretudo territoriais. Na mesma perspectiva, poderão ser questionadas e desconstruídas representações sociais equivocadas e elaboradas ao longo do tempo, muitas vezes preconceituosas, em relação às comunidades quilombolas na sociedade brasileira.

Respostas

  1. A dificuldade de acesso representada pelo relevo, com grande quantidade de serras e morros, foi determinante para a escolha do abrigo dos primeiros habitantes, que provavelmente eram indivíduos fugindo da escravidão.
  2. Resposta pessoal. Estimule os alunos a comparar os hábitos das comunidades pesquisadas com seus hábitos cotidianos (tipos de moradia e trabalho, por exemplo).
  3. Os seminários estimulam o desenvolvimento da oralidade e da capacidade de expressar ideias diante do público. É importante orientar os estudantes para que criem apresentações atraentes, com textos curtos e claros. No momento da apresentação, contribua para que eles tenham uma boa postura e entonação da voz, capturando a atenção dos outros estudantes.
Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 29 e 30

Registre em seu caderno.

  1. Existe alguma relação entre as altitudes do relevo e a circulação das massas de ar na Região Centro-Oeste? Explique.
  2. Por que as bandeiras foram importantes para a formação de espaços geográficos no Centro-Oeste?
  3. Explique por que o trabalho de Marechal Rondon foi importante para o conhecimento do território do Centro-Oeste.
  4. Cite a importância da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil para a integração das regiões Centro-Oeste e Sudeste.
  5. Explique a razão de a Região Centro-Oeste ter permanecido pouco povoada até praticamente os anos 1940 e 1950.
  6. Consulte o mapa a seguir e responda às questões.
    1. Em que porções do território do Centro-Oeste existe maior umidade?
    2. Qual é a classe de umidade nessas porções?

Região Centro-Oeste: umidade

Mapa. Região Centro Oeste: umidade. Mapa da região Centro-oeste do Brasil com a representação de classes de umidade nas unidades da federação que a compõem. Classes de umidade: úmido, com 1 a 3 meses secos, representada na cor lilás: predomina em toda a porção norte do estado de Mato Grosso e em quase todo o estado de Mato Grosso do Sul e sul de Goiás. Semiúmido, com 4 a 5 meses secos, representado na cor laranja: predomina na porção central e sul de Mato Grosso, no Distrito Federal e em toda a porção norte e central do estado de Goiânia. Abaixo: rosa dos ventos e escala de 0 a 300 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Atlas geográfico escolar: ensino fundamental do º ao º ano. 2. edição Rio de Janeiro: í bê gê É 2015. página 17.

7. Compare os gráficos dos regimes pluviométricos das três capitais dos estados da Região Centro-Oeste com o mapa da atividade anterior e responda à questão.

Os gráficos dos regimes pluviométricos dos municípios apresentados correspondem às classes de umidade constantes do mapa? Justifique.

Campo Grande Mato Grosso do Sul: precipitação

Gráfico. Campo Grande (MS): precipitação. Gráfico de barras azuis. No eixo vertical, os valores de precipitação em milímetros. No eixo horizontal, os meses do ano. Janeiro: precipitação: 230 milímetros. Fevereiro: Precipitação: 170 milímetros. Março: Precipitação: 150 milímetros. Abril: Precipitação: 120 milímetros. Maio: Precipitação: 90 milímetros. Junho: precipitação: 35 milímetros. Julho: precipitação: 40 milímetros. Agosto: precipitação: 30 milímetros. Setembro: precipitação: 70 milímetros. Outubro: precipitação: 150 milímetros. Novembro: precipitação: 200 milímetros. Dezembro: precipitação: 220 milímetros. Latitude: 20 graus Sul. Longitude: 54 graus Oeste. Altitude: 532 metros.

Cuiabá Mato Grosso: precipitação

Gráfico. Cuiabá (MT): precipitação. Gráfico de barras azuis. No eixo vertical, os valores de precipitação em milímetros. No eixo horizontal, os meses do ano. Janeiro: precipitação: 210 milímetros. Fevereiro: precipitação: 205 milímetros. Março: precipitação: 170 milímetros. Abril: precipitação: 125 milímetros. Maio: precipitação: 50 milímetros. Junho: precipitação: 20 milímetros. Julho: precipitação: 15 milímetros. Agosto: precipitação: 15 milímetros. Setembro: precipitação: 60 milímetros. Outubro: precipitação: 120 milímetros. Novembro: precipitação: 160 milímetros. Dezembro: precipitação: 200 milímetros. Latitude: 15 graus Sul. Longitude: 56 graus Oeste. Altitude: 177 metros.

Goiânia Goiás : precipitação

Gráfico. Goiânia (GO): precipitação. Gráfico de barras azuis. No eixo vertical, os valores de precipitação em milímetros. No eixo horizontal, os meses do ano. Janeiro: precipitação: 270 milímetros. Fevereiro: precipitação: 220 milímetros. Março: precipitação: 210 milímetros. Abril: precipitação: 120 milímetros. Maio: precipitação: 40 milímetros. Junho: precipitação: 10 milímetros. Julho: Precipitação: 10 milímetros. Agosto: precipitação: 20 milímetros. Setembro: precipitação: 50 milímetros. Outubro: precipitação: 160 milímetros. Novembro: precipitação: 220 milímetros. Dezembro: precipitação: 265 milímetros. Latitude: 16 graus Sul. Longitude: 49 graus Oeste. Altitude: 750 metros.

Fontes: Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em: https://oeds.link/WmugxG. Acesso em: 13 janeiro 2022; í bê gê Éponto Anuário estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É 2021. página 1-7.

8. Consulte o perfil de relevo da página seguinte e responda às questões.

Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Predominam no Centro-Oeste os planaltos e as chapadas com altitudes entre 200 métros e 500 métros e a grande planície do Pantanal com altitudes entre 100 métros e 200 métros. Essa configuração de relevo, com altitudes modestas, facilita a circulação atmosférica na região porque não cria obstáculos ao deslocamento das massas de ar.
  2. Quando encontravam ouro ou pedras preciosas, os bandeirantes faziam pousos ou paradas. Muitos desses pousos se transformaram em povoados e, depois, em vilas e cidades.
  3. O trabalho de Marechal Rondon ocorreu durante a primeira metade do século vinte. Sua importância para o conhecimento do território do Centro-Oeste está no levantamento de dados das condições naturais (relevo, divisores de águas, rios etcétera) e no mapeamento do território por onde passou com suas expedições. Essas informações foram fundamentais para a elaboração da carta geográfica do estado de Mato Grosso.
  4. Essa ferrovia possibilitou a integração entre as Regiões Centro-Oeste e Sudeste. Antes de sua construção, a comunicação entre essas regiões era realizada pelo Rio Paraguai e pelo Rio da Prata, para então seguir pelo Oceano Atlântico rumo ao Rio de Janeiro e a Santos. A ferrovia proporcionou a formação de espaços geográficos ao longo do seu traçado e favoreceu a migração de paulistas para Mato Grosso, onde abriram novas fronteiras agropecuárias no Centro-Oeste.
  5. À exceção do período de exploração do ouro e de pedras preciosas no século dezoito, a Região Centro-Oeste não apresentava atrativos econômicos que justificassem expressivos fluxos migratórios para a região. Além disso, a falta de infraestrutura de transportes dificultava a exploração dos recursos naturais.
    1. Nas porções norte e no extremo sul do estado de Mato Grosso, no estado de Mato Grosso do Sul (com exceção de uma pequena franja a noroeste) e em uma pequena porção a sudoeste do estado de Goiás.
    2. Úmido, com 1 a 3 meses secos.
  6. Sim, pois podemos constatar nos gráficos dos regimes pluviométricos de Cuiabá e de Goiânia que eles correspondem à classe de umidade semiúmida, com 4 a 5 meses secos, sendo que os meses mais secos são maio, junho, julho, agosto e setembro. Em relação a Campo Grande, cuja classe de umidade é úmida, com 1 a 3 meses secos, o gráfico de seu regime pluviométrico mostra que os meses de junho, julho e agosto são os mais secos.

Perfil oeste-leste das regiões Centro-Oeste e Sudeste

Gráfico. Perfil oeste-leste das regiões Centro-Oeste e Sudeste. Gráfico representando um perfil topográfico.
Mapa. Mapa reduzido do Brasil com a marcação da linha de corte do perfil, traçada entre a Planície Pantanal Mato-Grossense, localizada na porção oeste do Mato Grosso do Sul, e a faixa oceânica próxima ao litoral do estado de São Paulo. A linha do perfil está posicionada na direção de oeste-noroeste para leste-sudeste. No perfil topográfico, o eixo horizontal corresponde ao terreno na área do corte; o eixo vertical indica os intervalos das cotas de altitude em metros: 0 (nível do mar), 500, 1.000, 1.500 e 2.000. A Planície Pantanal Mato-Grossense se encontra a aproximadamente 200 metros de altitude e é composta por terrenos cristalinos. Seguindo em direção ao litoral do estado de São Paulo, o perfil do relevo varia em terras de altitudes entre 500 (próximo ao Rio Paraná) e 1.000 metros. Essa porção é denominada Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná e é composta por terrenos sedimentares. Em seguida, inicia-se a Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná, onde as altitudes voltam a diminuir, chegando a 600 metros, com terrenos sedimentares e cristalinos. Por fim, nos Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste, formados por terrenos cristalinos, o perfil alcança a sua maior altitude, aproximadamente 1.200 metros, para, em seguida, diminuir abruptamente até o nível do mar, no Oceano Atlântico.  
Ao lado do mapa reduzido do Brasil, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.060 quilômetros.

Fonte: Rós Jurandir L. S. organização. Geografia do Brasil. sexta ediçãoSão Paulo: Edusp, 2011. página 63.

  1. No perfil, que elemento natural marca a divisa da Região Sudeste com a Região Centro-Oeste?
  2. Qual é a fórma de relevo que corresponde às fronteiras do Brasil com o Paraguai e a Bolívia?
  3. Quais são as duas fórmas de relevo da Região Centro-Oeste mostradas no perfil?
  4. Nesse perfil, qual é, aproximadamente, a altitude por onde corre o Rio Paraná?

9. Leia o texto a seguir e depois faça o que se pede.

“A cidade de Cuiabá, embora situada em área de mesmo tipo climático que Goiânia, apresenta condições térmicas de maior aquecimento, devido à sua condição de mais expressiva continentalidade e à posição inferior de seu relevo.”

MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. página 176.

  1. A que tipo climático se refere o texto?
  2. Segundo o texto, Cuiabá apresenta condições térmicas de maior aquecimento que Goiânia, graças à sua maior continentalidade. Explique o que é efeito continentalidade.
  3. Os autores afirmam que Cuiabá está em posição inferior de relevo em relação a Goiânia. Com base na consulta ao mapa da página 237 e ao mapa A da página 238, explique por que essa afirmativa está correta.

10. Ao estudar o clima da Região Centro-Oeste, um estudioso do assunto escreveu:

Outro aspecto a ressaltar do seu regime térmico é a notável oscilação diurna, isto é, a amplitude entre as máximas registradas nas horas dos dias e as mínimas noturnas, o que, aliás, é uma característica geral das regiões muito afastadas das influências marítimas, especialmente nas latitudes tropicais.

NIMER, Edmon. Clima. í bê gê Éponto Geografia do Brasil. Região Centro-Oeste. Rio de Janeiro: í bê gê É 1977. volume 1. página 27.

Em que trecho do texto o estudioso do clima confirma que a amplitude térmica diária na Região Centro-Oeste é elevada?

11. Faça uma pesquisa, em grupo, sobre o “pantaneiro”, típico habitante do Pantanal. Pesquise em revistas, jornais e na internet os costumes dessa população. Procure se informar sobre as origens de suas tradições e sobre os povos dos quais o pantaneiro recebeu, e ainda recebe, influências culturais. Monte uma apresentação com ilustrações sobre os trajes característicos, as atividades que o pantaneiro costuma exercer, seus hábitos alimentares e outros costumes. Troque a sua pesquisa com a de outro grupo para comparar as informações obtidas.

Orientações e sugestões didáticas
    1. O Rio Paraná.
    2. A Planície do Pantanal Mato-Grossense.
    3. Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná e Planície do Pantanal Mato-Grossense.
    4. Aproximadamente 350 métros.
    1. Ao clima tropical.
    2. O efeito continentalidade corresponde à diminuição da influência do mar ou do oceano à medida que se avança em direção ao interior de um território ou continente. Quanto mais próximo do litoral estiver uma localidade, mais úmido será o seu clima e menor será a variação de temperatura.
    3. Segundo a localização dos municípios no primeiro mapa e a escala de altitudes de relevo no mapa a, Cuiabá está em altitudes entre 0 e 200 métros (177 métros), e Goiânia, em altitudes entre 500 métros e 800 métros (750 métros).
  1. No trecho: Outro aspecto a ressaltar do seu regime térmico é a notável oscilação diurna, isto é, a amplitude entre as máximas registradas nas horas dos dias e as mínimas noturnas
  2. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba a grande influência dos vizinhos bolivianos, paraguaios e gaúchos que migraram para a Região Centro-Oeste. As vestimentas, os costumes, a alimentação e o trabalho com o gado deverão auxiliar o aluno a perceber a influência desses povos na formação da população pantaneira.

PERCURSO 31 REGIÃO CENTRO-OESTE: A DINAMIZAÇÃO DA ECONOMIA

1. O avanço da ocupação territorial

Estudamos no Percurso anterior que até meados do século vinte o povoa­mento da Região Centro-Oeste era escasso. A economia era frágil e havia obstáculos que dificultavam o desenvolvimento, entre eles a escassez de energia elétrica, a falta de estradas e desconhecimento técnico quanto à melhor fórma de uso dos solos do Cerrado para a agricultura.

A partir dos anos 1940 e 1950 esse cenário começou a ser alterado: diversas iniciativas foram tomadas para dinamizar a economia e a integração da Região Centro-Oeste às demais regiões do Brasil.

A Expedição Roncador-Xingu: os irmãos Villas Bôas

No início dos anos 1940, o governo do presidente Getúlio Vargas lançou o projeto “Marcha para o Oeste” com o objetivo de promover o povoamento do Centro-Oeste. Entre outras iniciativas governamentais, foi organizada a Expedição Roncador-Xingu, em 1943, em Mato Grosso, que fez um amplo trabalho de reconhecimento e mapeamento de territórios até então desconhecidos, sob o comando dos irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas Bôas.

Fotografia em preto e branco. Diversas fotografias sobrepostas, mostrando apenas partes; em algumas é possível observar apenas o indigenista Orlando Villas Bôas, em outras aparecem apenas indígenas, e há também fotografias em que Villas Bôas aparece interagindo com indígenas.
Fotografias do acervo do indigenista Orlando Villas Bôas (1914-2002).

Por meio da abertura de estradas e da construção de campos de pouso de emergência, calcula-se que essa expedição deu origem a cêrca de 40 municípios e 4 bases aéreas.

Graças ao empenho dos irmãos Villas Bôas, foi criado em 1961, pelo governo federal, o Parque Nacional do Xingu – reserva indígena no alto do Rio Xingu, no estado de Mato Grosso, que abriga indígenas de diversas aldeias e tem como objetivo preservar os seus territórios e valores culturais.

Fotografia. Vista do alto de uma vasta área de relevo aplainado. No primeiro plano, em espaço em formato de círculo com chão de terra batida; na parte de cima, outro espaço em formato circular e com as mesmas características. No terceiro plano, vista de uma extensa área de vegetação densa. Uma longa estrada de terra corta a floresta, ligando-se a esses espaços com construções.
Vista aérea da Aldeia Kamaiurá, no Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso (2021).
Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Xingu.

Direção: Brasil: ó dois Filmes, 2012. Duração: 103 minutos

O filme retrata a história dos irmãos Villas Bôas (Orlando, Cláudio e Leonardo), que se tornaram indigenistas, e a sua luta para a criação do Parque Nacional do Xingu.

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 31

Este Percurso apresenta a construção do espaço geográfico no Centro-Oeste a partir de meados do século vinte. A ocupação do território avançou a partir dessa época, surgiram projetos de colonização, a capital do país – Brasília – foi construída e a migração de brasileiros de outras regiões do país se intensificou, assim como a ampliação da fronteira agropecuária.

Habilidades da Bê êne cê cê

  • ê éfe zero sete gê ê zero dois
  • ê éfe zero sete gê ê zero sete

Apoiando-se nos mapas, nas fotos e nas ilustrações, aborde o conteúdo deste Percurso. Merece especial atenção o mapa “Região Centro-Oeste: uso do território”, na página 257, que proporciona uma síntese de informações. Interprete-as com os alunos.

Destaque o papel da Região Centro-Oeste para a integração nacional, com a transferência da séde do governo federal para Brasília, além da posição estratégica para o uso de hidrovias e para o fornecimento de gás ao Brasil por meio do Gasoduto Bolívia-Brasil.

Tenha em vista trabalhar as habilidades ê éfe zero sete gê ê zero dois e ê éfe zero sete gê ê zero sete com o auxílio dos conteúdos deste Percurso.

A habilidade ê éfe zero sete gê ê zero dois pode ser desenvolvida com o mapa “Mato Grosso: núcleos de colonização – década de 1970” e o subtítulo “Implantação de áreas de colonização”, presentes na página 253. O conteúdo trata dos projetos de colonização de Mato Grosso, o que incentivou a migração para o estado. Dessa maneira, realize uma análise dos fluxos populacionais que aí ocorreram e de que fórma eles influenciaram na formação socioeconômica e territorial do estado. Ressalte que esses projetos provocaram conflitos e tensões, pois não levaram em consideração as territorialidades de muitos povos indígenas, que foram expulsos de seus territórios e ficaram à margem da sociedade.

Já a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero sete pode ser trabalhada em “Infraestrutura e integração regional”, na página 255, cujo conteúdo destaca a criação e o desenvolvimento da infraestrutura, principalmente das redes rodoviárias e hidroviárias, além de mostrar a influência dessas redes na configuração do território, especialmente na Região Centro-Oeste.

Implantação de áreas de colonização

Para estimular o desenvolvimento econômico de Goiás e Mato Grosso por meio do aproveitamento e da exploração dos recursos naturais, o governo federal criou, na década de 1940, duas áreas de colonização: a Colônia de Dourados, situada cêrca de 220 quilômetros ao sul de Campo Grande, e a Colônia de Goiás, no município de Ceres, aproximadamente 150 quilômetros ao norte de Goiânia.

Diante do sucesso dessa iniciativa, foram implantadas fazendas naqueles estados por um número crescente de pessoas originárias, sobretudo, de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Paraná.

A partir de 1970, no estado de Mato Grosso foram implantados outros projetos de colonização pelos governos federal e estadual e por empresas particulares que assentaram milhares de famílias, procedentes de diversas regiões do Brasil, em vários municípios (consulte o mapa). Muitos desses projetos de colonização ocuparam terras indígenas, provocando conflitos de territorialidade.

Nesse processo, indígenas foram desterritorializados, expulsos para outras áreas, marginalizados, aculturadosglossário ou, ainda, integrados às comunidades locais como mão de obra nas fazendas de gado, na produção agrícola ou nos garimpos.

Mato Grosso: núcleos de colonização – década de 1970

Mapa. Mato Grosso: núcleos de colonização, década de 1970. Representação do estado de Mato Grosso com a localização da capital, Cuiabá, e dos núcleos de colonização oficial e particular, além da rede de estradas. Núcleos de colonização oficiais: núcleo Cerro Azul, na porção sudoeste do estado; núcleos Ranchão e Lucas do Rio Verde, na parte central do estado; núcleos Terra Nova do Norte e Guarantã do Norte, na porção norte do estado; núcleo 7 de setembro, no extremo oeste do estado, na divisa com o estado de Rondônia. Núcleos de colonização particular: áreas ao redor dos municípios de Campos do Júlio, Brasnorte e Jacira, na porção oeste do estado; áreas ao redor dos municípios de Canarana, Água Boa e Nova Xavantina, na parte oeste do estado; núcleos na parte central do Mato Grosso, nas áreas ao redor dos municípios de Nova Mutum, Rio Claro, Sorriso e Vera; área ao redor do município de Vila Rica, no extremo nordeste do estado; áreas ao redor dos municípios de Cotriguaçu, Juruena, Juara, Nova Bandeira, Apiacás, Paranaíta, Carlindo, Nova Canaã, Itaitaba, Marcelândia, Matupá e Peixoto de Azevedo, concentrados no porção norte do estado. Estradas: diversas rodovias interligam esses municípios e núcleos de colonização. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 170 quilômetros.

Fonte: OLIVEIRA, Ariovaldo U. de. Amazônia: monopólio, expropriação e conflitos. terceira edição Campinas: Papirus, 1990. página 108.

Nota: Os estados de Mato Grosso do Sul, criado em 1977, e de Tocantins, em 1988, constam no mapa para facilitar a localização.

Grafismo indicando atividade.

Como é possível constatar que a implantação dos núcleos de colonização está relacionada à expansão das rodovias na região?

Orientações e sugestões didáticas

No mapa, é possível constatar que os núcleos de colonização estão localizados ao longo das rodovias no estado de Mato Grosso.

Migrações e a expansão da fronteira agropecuária

Desde antes dos anos 1940, existiam fazendas de gado no oeste paulista. Durante a expansão da pecuária, muitos fazendeiros ultrapassaram o Rio Paraná e entraram em Mato Grosso (à época não existia o estado de Mato Grosso do Sul, criado em 1977 pelo desmembramento do estado de Mato Grosso), enquanto outros partiram em direção à porção sul do estado de Goiás, onde implantaram fazendas de gado no Cerrado.

O maior fluxo migratório interno para o Centro-Oeste ocorreu a partir da década de 1960. Tal fluxo não era formado apenas por paulistas, mas, sobretudo, por gaúchos, catarinenses e paranaenses. Apoiados em estudos da – empresa pública fundada em 1972 com o objetivo de produzir tecnologia de apoio à agropecuária brasileira – e no uso da calagemglossário do solo, os migrantes transformaram muitos espaços do Centro-Oeste em áreas de agricultura e pecuária modernas.

Orientações e sugestões didáticas

Com base no mapa desta página, desenvolva com os alunos a distribuição, a extensão e a localização, princípios do raciocínio geográfico indicados pela Bê êne cê cê.

Observe com os alunos a localização dos núcleos de colonização. Verifique se algum deles conhece essas localidades. Ressalte que grande parte dos núcleos particulares está ao norte, para trabalhar o princípio da distribuição. Pergunte se recordam qual é a vegetação predominante no norte do estado e que tipos de problemas ambientais podem existir nessa área atualmente. Peça que observem a extensão dos núcleos particulares e quais são os maiores.

As migrações e a expansão da fronteira agropecuária transformaram substancialmente a economia regional. Essa expansão, apoiada na construção de rodovias, possibilitou a fundação de cidades e dinamizou a economia. É esse o caso do município de Sorriso, localizado na região norte de Mato Grosso, à beira da Rodovia Cuiabá-Santarém. As primeiras levas de migrantes aí chegaram ao final da década de 1970. Sorriso é, individualmente, o município brasileiro líder na produção de grãos, principalmente soja e milho.

Do mesmo modo, a criação do núcleo urbano de Sapezal está atrelada ao contexto de abertura da fronteira agrícola mato-grossense e da migração sulista. Em 2020, o município foi o terceiro maior produtor agrícola nacional, com destaque para as colheitas de algodão herbáceo, soja, milho e feijão.

Fotografia. Vista de uma área com diversos galpões extensos. À esquerda, uma estrada de terra com muitos caminhões estacionados em duas filas, em ambas as direções. Ao redor da área dos galpões, diversas árvores em fileiras, formando um quadrado.
Caminhões carregados de grãos preparam-se para descarregamento em armazéns no município de Sapezal, Mato Grosso (2021).

Construção de Brasília: novo impulso para o Centro-Oeste

A construção de Brasília foi um marco para o desenvolvimento da Região Centro-Oeste.

Desde o início do governo do presidente Juscelino cubishéqui (1956-1961) até a inauguração de Brasília (1960), milhares de brasileiros, principalmente do Nordeste, mudaram-se para Goiás para trabalhar nas obras da nova capital. A transferência da séde do governo também deslocou para lá milhares de funcionários públicos federais, até então instalados na cidade do Rio de Janeiro. Além dos migrantes do Nordeste e do Rio de Janeiro, pessoas de todo o Brasil foram atraídas para o novo Distrito Federal e suas imediações e contribuíram para produzir novos espaços geográficos.

Fotografia em preto e branco. No primeiro plano, à direita, vista de um prédio em formato retangular, com diversas pilastras no entorno. À esquerda, dois edifícios altos, de vários andares, idênticos, alinhados lado a lado. Atrás deles, uma construção em formato de cúpula côncava. No segundo plano, um largo canteiro com duas vias sendo construídas paralelamente, à esquerda e à direita. Ao lado de cada via, diversos prédios enfileirados. Os prédios são retangulares e com vários andares construídos.
Vista aérea das obras de construção de Brasília no final da década de 1950.
Orientações e sugestões didáticas

Comente que Brasília foi um marco importante para o Brasil, não só porque se tornou a capital do país, mas também porque é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Brasília foi projetada pelos arquitetos e urbanistas Lucio Costa e Oscar Niemáier. Apesar de ser reconhecida como patrimônio, Brasília não foi pensada para os milhares de trabalhadores, conhecidos como candangos, que construíram a cidade, nem para os migrantes mais pobres, principalmente nordestinos, que se mudaram para Brasília e foram viver no seu entorno. Hoje as cidades vizinhas têm muitos problemas sociais, como pobreza e violência.

Atividade complementar

A construção de Brasília foi amplamente documentada por muitos fotógrafos na época. Exposições com fotos da construção já ocorreram em diversos centros culturais e museus espalhados pelo país, retratando um pouco esse importante momento.

Convide os alunos a realizar uma pesquisa na internet com fotos históricas variadas da construção de Brasília, com os prédios tomando fórma, os candangos trabalhando ou em momentos de descanso, aspectos da cidade enquanto era construída etcétera Peça a cada aluno que eleja duas fotografias para realizar uma exposição e que tente descobrir quem foi o fotógrafo para indicar o crédito da imagem.

Verifique a melhor fórma de realizar a exposição: se os alunos têm como imprimir suas fotos ou se a escola disponibiliza recursos, como projetor, para que a exposição seja realizada por meio digital.

Em uma data agendada, os alunos devem levar as fotos. Ao reuni-las, peça que observem o que cada imagem está retratando. Se houver pessoas, quais são suas feições e seus aspectos físicos gerais; que tipo de momento a foto retrata, como trabalho, lazer, descanso; que prédio está em construção e seu andamento; entre outros aspectos.

Ao final, desenvolva uma conversa sobre as etapas das atividades, com destaque para a exposição das fotos. O encaminhamento pode ser feito tendo em vista as seguintes questões:

Com base no que mostram as fotos, os alunos acreditam que a construção da cidade foi repleta de desafios? E como era a vida dos candangos? Os milhares de trabalhadores que se sacrificaram para construir a cidade mereciam viver nela também? Outras perguntas podem surgir. Aproveite ao máximo a oportunidade para conversar com os alunos. O objetivo é trabalhar a visão crítica, a oralidade e a argumentação deles.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

MIRANDA, Ana.

Flor do Cerrado: Brasília. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004.

A autora relembra a sua infância no contexto da construção de Brasília, à qual assistiu, pois morou lá com sua família no período em que a cidade era ainda um “canteiro de obras”.

2. Infraestrutura e integração regional

Desde a década de 1960, diversas medidas foram adotadas para estimular a integração das vastas áreas do Centro-Oeste às demais regiões do país, com destaque para os investimentos em infraestrutura, que permitiram um notável desenvolvimento econômico nos últimos 50 anos.

A construção de rodovias e a integração regional

Como estudamos anteriormente, os governos militares, após 1964, priorizaram a construção de rodovias em Goiás, em Mato Grosso e na Amazônia com o intuito de dar continuidade ao projeto de integração dos espaços regionais iniciados pelo presidente Juscelino cubishéqui, que durante seu governo construiu a Rodovia Belém-Brasília (localize essa rodovia no mapa da página 95 do Percurso 11).

Assim, deu-se prosseguimento à construção das chamadas rodovias da integração nacional: Brasília-Acre, Cuiabá-Santarém, Transpantaneira (ligando Corumbá a Cuiabá), Campo Grande-Três Lagoas, Cuiabá-Vitória e outras. As rodovias abriram novas possibilidades para o desenvolvimento econômico da região.

As eclusas e as hidrovias

Com os modernos recursos de engenharia, é possível tornar um rio de planalto navegável por meio da construção de eclusas, como as que existem no Rio Paraná e em outros rios da sua bacia, como o Rio Tietê.

Para garantir o aproveitamento hidroviário dos rios dessa bacia, foram construídas eclusas junto às barragens das usinas de Barra Bonita, Jupiá, Três Irmãos, entre outras. Atualmente, um trecho grande da Bacia do Paraná é navegável. Consulte, na página seguinte, a representação esquemática sobre o funcionamento de uma eclusa.

A hidrovia da Bacia do Paraná – 2021

Mapa. A hidrovia da Bacia do Paraná – 2021. Mapa mostrando um recorte do território brasileiro compreendendo a bacia hidrográfica do Rio Paraná, que abrange terras dos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Identificação da rede hidrográfica com os principais afluentes do Rio Paraná e a demarcação dos trechos navegáveis e de pouca navegabilidade desses rios, além da localização das barragens com eclusas e sem eclusas. Rio Grande: compreende trechos de pouca navegabilidade, no limite entre os estados de Minas Gerais e São Paulo. Barragens ao longo do curso, leste a oeste: Volta Grande, Porto Colômbia, Marimbondo e Água Vermelha. Rio Paranapanema: compreende trechos de pouca navegabilidade, no limite entre os estados de São Paulo e do Paraná. Barragens ao longo do curso, de leste a oeste: Salto Grande, Capivara, Taquaruçu e Rosana. Rio Tietê: compreende trechos navegáveis, desde Barra Bonita, na parte central do estado de São Paulo, até a foz no Rio Paraná. Barragens com eclusas ao longo do curso, de sudeste a noroeste: Barra Bonita, Bariri, Ibitinga, Promissão, Nova Avanhandava, Três Irmãos, Ilha Solteira. Rio Paraná: compreende trechos navegáveis, desde a foz do afluente Rio Grande até o limite entre os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e o Paraguai. Barragens com eclusas ao longo do curso, de nordeste a sudoeste: Jupiá e Porto Primavera. Na parte inferior, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 130 quilômetros.

Fontes: BRASIL. Bacia do Tiete-Paraná. Brasília, Ministério da Infraestrurura, 2014. Disponível em: https://oeds.link/c4Hn1v Atlas de infraestrutura. Brasília: novembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/BkQzw5. Acessos em: 15 dezembro 2021.

Grafismo indicando atividade.

É possível navegar entre Barra Bonita e Porto Primavera? Como você sabe?

Orientações e sugestões didáticas

De acordo com a legenda do mapa, o trecho entre Barra Bonita e Porto Primavera é navegável.

Resgate com os alunos a análise feita anteriormente sobre a importância das redes e da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Dê continuidade ao conteúdo sobre redes, a fim de realizar uma nova abordagem da habilidade ê éfe zero sete gê ê zero sete, mas desta vez tratando das redes mais recentes, que se constituíram após a década de 1960 em virtude de novas políticas voltadas para a Região Centro-Oeste.

Ressalte que novas rodovias foram construídas, ligando grandes distâncias do território nacional. Se julgar interessante, verifique com os alunos, na internet, quantos quilômetros separam Brasília (Distrito Federal) de Rio Branco (Acre) e Cuiabá (Mato Grosso) de Santarém (Pará) e de Vitória (Espírito Santo), para que tenham dimensão da extensão de tais rodovias. Outras localidades do Centro-Oeste e do restante do país podem ser pesquisadas.

Enfoque também a importância das hidrovias e da Bacia do Paraná. Mostre aos alunos que essa hidrovia constitui outra fórma de escoar mercadorias do Centro-Oeste para São Paulo, o estado com a economia mais forte do país. Verifique ainda se eles se recordam em que estado se localiza o porto marítimo mais importante do Brasil: o porto de Santos, no litoral paulista. Dessa fórma, a mercadoria que atravessa a hidrovia no Rio Tietê pode chegar ao porto por meio da interligação de diferentes modais, como o rodoviário.

Representação esquemática do funcionamento de uma eclusa

Ilustração. Representação esquemática do funcionamento de uma eclusa. Conjunto de três ilustrações (A, B e C), representando as etapas de funcionamento de uma eclusa. Cada uma das ilustrações mostra o perfil de uma barragem, uma vista em corte transversal. Em cada uma delas, à esquerda, aparece o rio a jusante da barragem, na parte baixa. À direita, a represa a montante da barragem, que se encontra em um nível mais elevado. No centro, alinhada com a estrutura da barragem, encontra-se a eclusa. Ela possui uma porta voltada para a represa, a porta superior, e uma porta voltada para o rio abaixo, a porta inferior. A eclusa está conectada à válvula de enchimento, que bombeia água da represa para dentro da eclusa quando ela está enchendo, e à válvula de esvaziamento, que libera a água da eclusa quando ela está sendo esvaziada. São essas válvulas que realizam a função de elevador de uma eclusa, permitindo às embarcações passar pelo desnível da barragem. Ilustração da etapa A: a porta inferior e a válvula de esvaziamento são fechadas. A válvula de enchimento fica aberta até que o nível da água da eclusa alcance o nível da água represada pela barragem. Só então a porta superior é aberta, para que a embarcação que estava aguardando na represa possa entrar. Ilustração da etapa B: quando a embarcação está dentro da eclusa, a porta superior e a válvula de enchimento são fechadas. Em seguida, a válvula de esvaziamento é aberta, até que o nível da água da eclusa diminua até o nível da água mais baixo, justamente o nível do rio a jusante da barragem. Ilustração da etapa C: atingindo o nível mais baixo, a porta inferior é aberta para que a embarcação possa seguir viagem.

Fonte: elaborado com base em NAVEGAÇÃO fluvial médio Tietê. Eclusa: informações técnicas. Disponível em: https://oeds.link/n1kIy6. Acesso em: 6 maio 2022.

Nota: Ilustração artística para fins didáticos.


Graças às hidrovias, empresas agroindustriais, fazendeiros, sitiantes, comerciantes e a população em geral de áreas ao longo dos rios estão sendo beneficiados. O menor custo do transporte permite que o produto chegue a seu destino com preço mais baixo. Para se ter uma ideia, um comboio formado por quatro chatasglossário e um empurradorglossário corresponde à capacidade de transporte de 240 caminhões com carreta.

Fotografia. Vista do alto de um trecho caudaloso de um rio. No primeiro plano, uma embarcação usada para transporte de grão. No segundo plano, bem distante, vista das margens do rio e uma ponte longa atravessando o rio.
Empurrador e chata carregada de grãos navegando em trecho do Rio Paraná, no município de Aparecida do Taboado, Mato Grosso do Sul (2019).
Orientações e sugestões didáticas

Os alunos podem apresentar dificuldade na compreensão do funcionamento de uma eclusa. Caso a escola possua equipamento, pesquise na internet como ela funciona. Há farto material e vídeos disponíveis em plataformas digitais. Depois, apresente o vídeo com um projetor ou, se a escola tiver um laboratório de informática, leve os alunos para uma aula no laboratório e informe o link de acesso. Pode-se ainda indicar um site para os alunos pesquisarem posteriormente em casa ou na escola. Ao indicar o site ou o vídeo, verifique a proveniência da fonte e se a linguagem é adequada.

A demonstração de funcionamento de uma eclusa também pode ser feita por meio de gifs, ferramenta útil para representar de fórma simplificada algum processo ou fenômeno. Para o trabalho com os alunos, consulte, por exemplo, gifs sobre o assunto. Acesse: https://oeds.link/l1l1Za; acessos em: 17 fevereiro 2022.

A Ferronorte avança para o interior

A Ferronorte é uma ferrovia em construção, projetada para interligar, numa primeira etapa, a cidade de Cuiabá à rede ferroviária do estado de São Paulo e à Hidrovia Tietê-Paraná. Concretizando-se tal iniciativa, Cuiabá estará conectada ao porto de Santos, o que permitirá o escoamento da produção de uma vasta área com um custo mais baixo que o do transporte rodoviário.

Gasoduto Bolívia-Brasil

Um acordo comercial possibilitou o fornecimento de gás natural da Bolívia para o Brasil, por meio de um gasoduto que começa na cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e passa por Corumbá Campinas São Paulo São Paulo e outras localidades do Brasil.

O gasoduto estimulou, no Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul, a instalação de novos polos industriais, por ser o gás natural uma fonte de energia que complementa ou até mesmo substitui a energia elétrica nas indústrias, além de poder ser usada como combustível substituto ao óleo diesel, à gasolina e ao álcool.

Gasoduto Bolívia-Brasil

Mapa. Gasoduto Bolívia-Brasil. Mapa mostrando o traçado do gasoduto, desde Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, até adentrar o território brasileiro. O mapa destaca um recorte do Brasil, e localiza algumas das cidades por onde o gasoduto passa. Vindo da Bolívia, o gasoduto entra no Brasil por Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e continua e até a capital, Campo Grande, a partir de onde segue para São Paulo. Adentrando o estado de São Paulo, o gasoduto chega até Campinas e capital, passado por São Carlos, para então seguir em direção ao Paraná, passando por Curitiba. Na direção de Santa Catarina, o gasoduto passa por Joinville, Itajaí, Florianópolis e Criciúma. No Rio Grande do Sul, o destino é a cidade de Canoas. Na parte inferior, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 240 quilômetros.

Fonte: Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil ésse á Nossa operação: traçado do gasoduto. Rio de Janeiro: 2016. Disponível em: https://oeds.link/V9QOLF. Acesso em: 14 janeiro 2022.

Grafismo indicando atividade.

Calcule a distância, em linha reta e em quilômetros, do gasoduto que une a cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e Campinas, no estado de São Paulo.

Orientações e sugestões didáticas

A distância, em linha reta, do gasoduto que une a cidade boliviana de Santa Cruz e a cidade paulista de Campinas é de .1798 quilômetros, aproximadamente.

3. A organização atual do espaço geográfico

Da mesma fórma que as demais Grandes Regiões até aqui estudadas, os espaços geográficos da Região Centro-Oeste encontram-se, em maior ou menor intensidade, articulados e integrados aos demais espaços geográficos nacionais e mundiais.

Consulte, no mapa, como ocorre o uso do território dessa Grande Região, considerando o grau de modernização dos espaços agrícolas e a hierarquia urbana.

Região Centro-Oeste: uso do território

Mapa. Região Centro-Oeste: uso do território. Mapa mostrando a localização das cidades com forte especialização industrial, das áreas com graus diferenciados de uso de máquinas e irrigação nos espaços agrícolas, além da hierarquia das principais aglomerações urbanas e rodovias pavimentadas e não pavimentadas.
Cidades com forte especialização industrial: no Mato Grosso do Sul: Campo Grande, Dourados; em Goiás: Goiânia, Itumbiara, Catalão, Anápolis, Trindade, Jataí; no Mato Grosso: Tangará da Serra, Colíder, Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis. Distrito Federal: Brasília. 
Rodovia pavimentada: diversas rodovias interligando os estados do Centro-Oeste. Rodovia sem pavimentação: pequenos trechos no sul do Mato Grosso do Sul e no norte do Mato Grosso. 
Graus de uso de máquinas e irrigação nos espaços e agrícolas: Mais alto: parte central e leste do Mato Grosso; porção sul e leste de Goiás; parte central e nordeste do Mato Grosso do Sul. Mais baixo: porções sul, noroeste e nordeste do Mato Grosso; partes central, norte e nordeste de Goiás; porção sul do Mato Grosso do Sul. 
Hierarquia urbana: Metrópole Nacional, Brasília; Metrópole, Goiânia; Capitais regionais, Campo Grande e Cuiabá; Centro regional: Dourados. 
À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 240 quilômetros.

Fonte: í bê gê Éponto Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: í bê gê É 2018. página 150.

Orientações e sugestões didáticas

No mapa sobre uso do território, se houver dificuldade na leitura da legenda “Hierarquia urbana”, esclareça que: Brasília (Distrito Federal) é “Metrópole Nacional”; Goiânia (Goiás) é “Metrópole”; Cuiabá (Mato Grosso) e Campo Grande (Mato Grosso do Sul) são “Capitais Regionais”. E a cidade de Dourados (Mato Grosso do Sul) é um “Centro Regional”.

Dê continuidade ao conteúdo de redes ao tratar da Ferronorte e do gasoduto Bolívia-Brasil para continuar o trabalho com a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero sete. Destaque que as redes também incluem oleodutos, que são de grande importância para o abastecimento de cidades e indústrias.

Sobre a Ferronorte, a Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (á êne tê éfe) disponibiliza em seu site um breve documento com informações sobre essa ferrovia (disponível em: https://oeds.link/uzEkcj; acesso em: 14 abril 2022). Atualmente, o trecho entre Rondonópolis (Mato Grosso) e Cuiabá está previsto para entrar em operação em 2025, enquanto o que ligará a capital mato-grossense a Lucas do Rio Verde (Mato Grosso) deve começar as operações apenas em 2028.

Comente que o gasoduto Bolívia-Brasil é dividido em dois trechos: o norte, com .1147 quilômetros, que liga Corumbá (Mato Grosso do Sul) a Guararema (São Paulo); e o trecho sul, com .1176 quilômetros, que liga Paulínia (São Paulo) a Canoas (Rio Grande do Sul).

PERCURSO 32 REGIÃO CENTRO-OESTE: POPULAÇÃO, ECONOMIA E MEIO AMBIeNTE

1. Crescimento da população

Apesar de ainda ser uma região pouco populosa, a Região Centro-Oeste, assim como a Região Norte, apresentou o maior crescimento populacional relativo (em porcentagem) nos últimos 60 anos em comparação às outras Grandes Regiões do Brasil. Embora esse crescimento tenha sido mais intenso nos anos 1960 e 1970, ainda se manteve superior a nas últimas três décadas, conforme o quadro.

A principal explicação para esse crescimento populacional da Região Centro-Oeste são as migrações decorrentes da expansão da fronteira agropecuária.

Região Centro-Oeste: crescimento da população (em %) – 1940-2010

Censo

População absoluta (hab.)

Crescimento (%)

1940

1.093.491

1950

1.532.924

40,2

1960

2.678.380

74,7

1970

4.629.640

72,9

1980

7.003.515

51,3

1991

9.412.242

34,4

2000

11.616.745

23,4

2010

14.058.094

21,0

Fonte: í bê gê Éponto Sinopse do censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: í bê gê É 2011. Tabela 1.4. Disponível em: https://oeds.link/fIQOwC. Acesso em: 14 janeiro 2022.

Nota: Em 1º de julho de 2021, a população estimada era de ..16707336 habitantes.

2. Crescimento do Píbi

A Região Centro-Oeste foi também a que apresentou o maior crescimento do Produto Interno Bruto (Píbi) nas últimas décadas. Compare no gráfico a participação percentual de cada região no Píbi brasileiro em 1989 e 2019.

Participação no Píbi brasileiro, por Grande Região (em – 1989 e 2019

Gráfico. Participação no produto interno bruto brasileiro, por Grande Região, em 1989 e em 2019. Gráfico de colunas, posicionadas uma ao lado da outra, representando os percentuais de participação no produto interno bruto brasileiro, por Grande Região, no ano de 1989, colunas de cor verde, e no ano de 2019, colunas de cor vermelha. 
Região Norte: 1989: 4,9%. 2019: 5,7%.
Nordeste: 1989: 12,3%. 2019: 14,2%. 
Sudeste: 1989: 59,4%. 2019: 53,0%. 
Sul: 1989: 18,6%. 2019: 17,2%. 
Centro-Oeste: 1989: 4,8%. 2019: 9,9%.

Fontes: í bê gê Éponto Contas regionais do Brasil 2004. Rio de Janeiro: í bê gê É 2006. Gráfico 1; Produto interno dos municípios 2019. Contas Nacionais número 64. Rio de Janeiro: í bê gê É 2021. página 10.

Grafismo indicando atividade.

Qual foi o aumento percentual da participação da Região Centro-Oeste no Píbi nacional entre 1989 e 2019?

Orientações e sugestões didáticas

O aumento percentual da participação da Região Centro-Oeste no Píbi nacional no período de 1989 a 2019 foi de 5,1.

Percurso 32

Este Percurso desenvolve uma abordagem geral e atual da Região Centro-Oeste, apresentando dados sobre sua população, seu Píbi e sua economia – como agropecuária, extrativismo e indústria –, e destaca os principais problemas sociais e ambientais gerados pelo modelo agroexportador que nela se expande.

Habilidades da Bê êne cê cê

  • ê éfe zero sete gê ê zero um
  • ê éfe zero sete gê ê zero três
  • ê éfe zero sete gê ê zero seis
  • ê éfe zero sete gê ê zero nove
  • ê éfe zero sete gê ê um zero

Ao tratar da economia da Região Centro-Oeste, destaque a questão da expansão da fronteira agropecuária e da preservação ambiental. Frise a necessidade de disciplinar o uso do solo e a exploração dos recursos naturais por meio do desenvolvimento econômico sustentável, a fim de mitigar os impactos ambientais e sociais decorrentes da expansão da fronteira agropecuária.

No tópico “Fronteira agropecuária e a preservação ambiental”, na página 260, e na seção Cruzando saberes “Expansão da fronteira agrícola no Centro-Oeste”, na página 264, desenvolva a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero seis. Em ambos os conteúdos, a questão dos impactos ambientais provocados pelo atual modelo de produção, circulação e consumo de mercadorias é evidenciada.

A habilidade ê éfe zero sete gê ê zero três se faz presente neste Percurso, que também trata dos povos do Cerrado. Valorize as territorialidades e a importância da preservação e do respeito a esses povos.

Nesta página, dê especial atenção ao gráfico, que apresenta a participação de cada região brasileira no Píbi nacional. Interprete o gráfico com os alunos, verificando o porquê de a Região Sudeste apresentar uma participação percentual do Píbi tão alta. Enfatize a participação do Centro-Oeste e leve os alunos a comparar todas as Grandes Regiões. Em 2019, o Píbi do Brasil ultrapassou 7,389 trilhões de reais. Desse modo, contribui-se para o trabalho com a habilidade ê éfe zero sete gê ê um zero.

Ressalta-se, também, que os conteúdos deste Percurso foram produzidos e atualizados em fevereiro de 2022, período em que os resultados do Censo 2022 do í bê gê É ainda não estavam disponíveis. Portanto, ao trabalhar as informações do quadro “Região Centro-Oeste: crescimento da população (em – 1940­‑2010”, pesquise e compare as informações mais recentes de população absoluta e crescimento com as dos censos anteriores.

Nas atividades, a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero nove pode ser trabalhada por meio da questão 8 da página 266, na qual os alunos devem elaborar um mapa com informações demográficas das unidades da federação da Região Centro-Oeste. Por fim, exercite a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero um por meio da questão 13, na página 267, que propõe uma pesquisa sobre as visões estereotipadas acerca das paisagens do Centro-Oeste brasileiro.

3. Centro-Oeste: economia em plena expansão

Os dados de população e de Píbi são indicativos de que o Centro-Oeste se encontra em plena expansão econômica. Esse crescimento nos últimos anos se deve sobretudo ao setor agropecuário. A Grande Região abrigava, em 2020, o maior rebanho bovino do país, com mais de 75 milhões de cabeças, o que corresponde a mais de um terço do total nacional (foto A). Além disso, respondeu, em 2020, por quase metade da soja produzida no Brasil – somente Mato Grosso contribuiu com cêrca de da produção nacional (foto B). Foi também a maior produtora de milho em grãos.

Cada estado do Centro-Oeste se destaca em determinados produtos agropecuários. Goiás foi, em 2020, responsável por cêrca de do sorgoglossário produzido no Brasil e sobressai também na produção de soja e milho. Nesse ano, Mato Grosso foi o maior produtor nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas, e Mato Grosso do Sul, além de ser grande exportador de carne, destacou-se na produção de soja, milho etcétera

Fotografia A. Vista do alto mostrando, à esquerda, uma concentração de gado bovino formada por muitos indivíduos. À direita, à frente dessa concentração de gado, duas pessoas montadas em cavalos. Na parte de cima da imagem, um rio e vegetação rasteira.
Criação de bovinos no município de Aquidauana, Mato Grosso do Sul (2021).
Fotografia B. No primeiro plano, vista de duas máquinas agrícolas em uma área de plantio. No segundo plano, uma plantação com folhas verdes.
Colheita mecanizada de soja no município de Chapada dos Guimarães, Mato Grosso (2022).
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

A atividade agrícola na Região Centro-Oeste é de grande destaque. Com o propósito de levar os alunos a perceber a relevância da produção agrícola no Centro-Oeste, comente que, em 2020, dos cinquenta municípios com os maiores valores de produção agrícola nacional, vinte estavam em Mato Grosso. Proponha que construam um gráfico com os dez municípios brasileiros que apresentaram os maiores valores na produção agrícola naquele ano, para que percebam a importância da Região Centro-Oeste. Seguem os dados dos dez municípios:

1º: Sorriso (Mato Grosso)

cinco vírgula trinta e quatro bilhões de reais

2º: São Desidério (Bahia)

quatro vírgula sessenta bilhões de reais

3º: Sapezal (Mato Grosso)

quatro vírgula vinte e oito bilhões de reais

4º: Campo Novo do Parecis (Mato Grosso)

três vírgula setenta e nove bilhões de reais

5º: Formosa do Rio Preto (Bahia)

três vírgula setenta e quatro bilhões de reais

6º: Nova Ubiratã (Mato Grosso)

três vírgula quarenta e sete bilhões de reais

7º: Cristalina (Goiás)

três vírgula quarenta e quatro bilhões de reais

8º: Maracaju (Mato Grosso do Sul)

três vírgula trinta e sete bilhões de reais

9º: Rio Verde (Goiás)

três vírgula trinta e dois bilhões de reais

10º: Nova Mutum (Mato Grosso)

três vírgula vinte e dois bilhões de reais

Fonte: INÁCIO, Alexandre. Quais são os 10 municípios agrícolas mais ricos do Brasil. Bloomberg Línea, 23 setembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/UJWGWU. Acesso em: 2 abril 2022.

A atividade também colabora para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero sete gê ê um zero, na medida em que os alunos são estimulados a elaborar um gráfico de barras com base em informações sobre a produção agrícola nacional, com destaque para a Grande Região Centro-Oeste.

Fronteira agropecuária e a preservação ambiental

Nos últimos 50 anos, grandes áreas ocupadas originalmente pelo Cerrado e pela Floresta Amazônica, no norte de Mato Grosso, foram ocupadas pela agropecuária. Apesar de ser o bioma mais bem preservado do país, o Pantanal também foi agredido por intervenções humanas, que ameaçam a sua diversidade de flora e de fauna (consulte as páginas 242 e 243).

A expansão da fronteira agropecuária sobre essas formações vegetais provocou alterações ambientais, com risco de perda de sua biodiversidade, e ainda é responsável pelo desmatamento daquelas áreas, que continuam a ser ocupadas, sobretudo, pelo plantio da soja e pela pecuá­ria. Por isso, o grande desafio do Centro-Oeste é conciliar a expansão dessas atividades com a preservação ambiental e o respeito ao modo de vida dos povos tradicionais da floresta e do Cerrado, como quilombolas, vazanteiros, pantaneiros, entre outros, que buscam o reconhecimento e a proteção de seus territórios.

Daí a necessidade de disciplinar o uso do solo e dos recursos naturais regionais por meio da fiscalização e da aplicação da legislação ambiental.

Fotografia. No primeiro plano, vista de uma área de pastagem com muitos bovinos soltos. No segundo plano, vista de uma área extensa de vegetação rasteira.
Com o avanço da fronteira agropecuária na Região Centro-Oeste, muitas áreas que eram originalmente cobertas pela vegetação de Cerrado foram substituídas por pastagens. Na foto, criação de gado na zona rural do município de Nova Guarita, Mato Grosso (2021).
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QUEM LÊ VIAJA MAIS

ROSA, Antônio Vítor.

Agricultura e meio ambiente. sétima edição São Paulo: Atual, 2005.

O livro aborda diversos assuntos: revolução verde, agricultura e os grandes biomas brasileiros, agricultura orgânica, agroecologia etcétera Destaca-se o capítulo “Água, terra e vida”, sobre os impactos da irrigação.

Modelo econômico agroexportador

A ocupação e o uso das terras do Centro-Oeste têm sido realizados com base no modelo agroexportador, ou seja, a produção é voltada para a exportação.

Se, por um lado, esse modelo colocou o Brasil, em 2021, como o maior exportador mundial de carne bovina e de soja, e o faz ocupar posição de destaque na exportação de algodão, sendo responsável pela entrada de dinheiro no país, por outro lado traz consequências desfavoráveis.

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No seu contexto

Você sabe se algum produto agrícola cultivado em seu município destina-se à exportação?

Orientações e sugestões didáticas

A resposta à questão proposta no boxe No seu contexto depende do município onde os alunos vivem. É uma oportunidade para explicar as características da agricultura comercial de exportação e da agricultura de produtos alimentares. A primeira é praticada principalmente em grandes propriedades rurais, é monocultora, usa geralmente técnicas avançadas de produção (sementes selecionadas, intensa mecanização, assistência agronômica etcétera), ao passo que a segunda é geralmente praticada em médias e pequenas propriedades e, no entanto, é responsável por cêrca de 70% da produção destinada à nossa alimentação.Trata-se também de um momento propício para esclarecer sobre comércio exterior, ou seja, dar noções de exportação, importação, balança comercial, superávit ou déficit comerciais e tratar da Organização Mundial do Comércio (ó ême cê).

Além do efeito devastador sobre a cobertura vegetal natural e das consequências ambientais (erosão, compactação do solo, perda de biodiversidade etcétera, esse modelo causa impactos sociais (consulte a foto A da página seguinte). Entre eles, podemos destacar:

Orientações e sugestões didáticas

Com base no conteúdo desta página, desenvolva a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero seis, discutindo as relações e contradições do modelo econômico agroexportador no Brasil com a preservação ambiental.

O Brasil está entre os maiores produtores e exportadores de commodities mundiais. Porém, para se manter como grande produtor e exportador, que busca ganhar cada vez mais mercados no mundo, a expansão da produção torna-se inevitável. Essa expansão ocorre, muitas vezes, de fórma predatória, avançando sobre a Floresta Amazônica e o Cerrado, gerando conflitos com indígenas, posseiros e pequenos agricultores, além de causar problemas ambientais, decorrentes do uso de adubos químicos e agrotóxicos, que poluem o solo e a água.

Discuta com os alunos possíveis soluções para resolver ou diminuir esses problemas, que afetam grande parcela da sociedade, enquanto poucos usufruem da riqueza gerada por esse modelo desigual e concentrador.

Explique que vazanteiros, citados no texto, correspondem a povos ou comunidades cujas vidas estão ligadas aos rios. São povos ribeirinhos, no caso, dos rios Tocantins, Araguaia e outros da Região Centro-Oeste.

Fotografia A. No primeiro plano, vista de uma área com solo exposto, um grande buraco e muito lixo acumulado. No segundo plano, à esquerda, algumas moradias simples, feitas de alvenaria, mas sem acabamento, com algumas pessoas observando. Ao lado das casas, à direita, uma área de relevo inclinado e vegetação.
A Agência de Fiscalização do Distrito Federal faz operação para remoção de moradias e famílias em situação de risco por causa de uma erosão no solo, em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal (2016).
  • concentração de terras nas mãos de poucos proprietários – pequenos agricultores e pecuaristas não têm resistido às pressões dos grandes proprietários, vendendo suas pequenas e médias propriedades e comprometendo a agricultura familiar regional;
  • intensa migração campo-cidade provocada pela mecanização intensiva da agricultura comercial de exportação e pela baixa demanda de mão de obra da pecuária – em 1970, da população do Centro-Oeste era rural e urbana; em 2015, esses percentuais se alteraram para e respectivamente;
  • agravamento dos problemas urbanos (habitações precárias, violência, falta de saneamento básico etcétera) em consequência da migração citada acima;
  • conflito pelo uso da água – apesar de o Centro-Oeste abrigar fartos recursos hídricos, a grande quantidade de água usada na agricultura comercial de exportação tem provocado conflito entre agricultores, além de esgotamento e poluição de mananciais; um pivô centralglossário , por exemplo (foto B), consome, em média, 1 litro de água por segundo por hectare irrigado, entretanto des­perdiça mais de do que aspergiu ou borrifou (umedeceu dispersando gotículas);
  • disputas territoriais entre os grandes produtores e os moradores de comunidades tradicionais e indígenas.
Fotografia B. No primeiro plano, vista de uma vasta plantação; por cima dela, uma estrutura linear, feita em metal, sustentada sobre rodas e com vários tubos conectados lado a lado com aspersores nas extremidade, por onde a água é esborrifada na plantação. No segundo plano, vista de uma área com vegetação.
A irrigação é empregada em vastas áreas agropecuárias do Centro-Oeste. Na foto, lavoura irrigada por pivô central, no município de Campo Novo do Parecis, Mato Grosso (2016).
Orientações e sugestões didáticas

No Brasil, no início da década de 2020, ocorreu um agravamento das disputas territoriais entre indígenas, garimpeiros, grandes produtores agrícolas e outros protagonistas sociais que promoveram invasões possessórias, exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos ao patrimônio e direitos indígenas, intensificando, inclusive, os problemas de saúde deles em relação à pandemia da covíd-19. Para subsídios a respeito, sugerimos consultar: RANGEL, Lucia Helena (coordenação). Relatório violência contra os povos indígenas no Brasil – dados de 2020. sími, 2020.

Competência

Os problemas sociais e ambientais apontados em decorrência do modelo econômico agroexportador podem ser uma oportunidade para trabalhar a Competência Específica de Ciências Humanas 6: “Construir argumentos, com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, para negociar e defender ideias e opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental, exercitando a responsabilidade e o protagonismo voltados para o bem comum e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva”.

4. O extrativismo

Entre as áreas que abrigam os principais recursos minerais do Centro-Oeste, merecem destaque os municípios goianos de Niquelândia, Americano do Brasil e outros, nos quais estão localizadas as maiores reservas brasileiras de níquel e amianto. Goiás destaca-se também na produção de nióbio e de cristal de rocha, explorado pela garimpagem, principalmente no município de Cristalina.

Em Mato Grosso do Sul, próximo à cidade de Corumbá, no Maciço de Urucum, existem grandes jazidas de minério de ferro e minério de manganês que pouco produzem em decorrência da distância dos centros consumidores localizados no Sudeste (as indústrias siderúrgicas) e à grande produção do Quadrilátero Ferrífero. Parte dos minérios de ferro e de manganês dali extraídos é usada por uma pequena siderúrgica em Corumbá e parte é exportada via Rio Paraguai (foto).

No extrativismo mineral do Centro-Oeste, chamam a atenção os garimpos de ouro e diamante na Baixada Cuiabana (Pantanal) e nas nascentes dos rios Paraguai e São Lourenço (foto da página seguinte). Além da remoção de barrancos e do assoreamento causados por essa atividade, o mercúrio usado na garimpagem do ouro tem contaminado as águas dos rios e os peixes.

Já na Amazônia mato-grossense, o extrativismo vegetal é uma atividade tradicional. Além de madeira, extrai-se o látex das seringueiras nos vales dos rios Juruena e Arinos. Em Mato Grosso do Sul, o extrativismo vegetal tem por base a raiz da ipecacuanha ou poaia (planta que fornece uma substância usada na indústria farmacêutica) e a erva-mate.

Fotografia. No primeiro plano, vista de um rio largo com uma grande embarcação navegando no meio do canal. Nas margens, barcos ancorados e algumas construções. No segundo plano, vista de uma extensa área de vegetação.
Minério de ferro extraído do Maciço de Urucum e outras cargas são transportados por embarcações no Rio Paraguai. Na foto, chata nas imediações de Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul (2022).
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Navegar é preciso

– Mapas e imagens do Pantanal

https://oeds.link/H3jxAZ

Na página da , você pode visualizar informações sobre as características do Pantanal em mapas temáticos, imagens de satélite e fotografias aéreas.

Orientações e sugestões didáticas

O níquel é um metal usado em aços, moedas, niquelação de objetos etcétera O amianto é um silicato fibroso e refratário ao calor usado em telhas etcétera, pelo seu baixo custo, mas que é prejudicial à saúde e por isso banido em muitos países. O nióbio é um metal usado em aços e ligas metálicas de grande rigidez e estabilidade térmica, em cápsulas espaciais, mísseis, foguetes, reatores nucleares etcétera

A atividade extrativista pode trazer vários problemas ambientais e sociais, como o garimpo artesanal do ouro, que contamina o meio ambiente e os seres humanos, ou as grandes explorações minerais, que mudam drasticamente a paisagem. Portanto, os alunos podem ser estimulados a pensar, nesses casos, em soluções de problemas. Para isso, eles devem investigar suas causas e consequências.

Incentive-os a buscar mais informações sobre o extrativismo vegetal do látex, da ipecacuanha e da erva-mate: como essas atividades são praticadas, se elas respeitam mais o meio ambiente e favorecem a preservação ambiental, se servem de sustento para muitas famílias de pequenos agricultores e comunidades tradicionais etcétera Eles devem contrapor essas atividades ao modelo de extrativismo de grande porte ou da garimpagem do ouro, a fim de trabalhar a visão crítica e a argumentação e entender como ocorrem as diversas fórmas de interação sociedade/natureza.

Os conhecimentos prévios sobre o extravismo mineral nas regiões Sudeste e Sul, desenvolvidos, respectivamente, nas páginas 196 e 232, podem ser retomados a fim de possibilitar a comparação das atividades com ele relacionadas naquelas regiões e na Região Centro-Oeste.

Competência

O conteúdo sobre extrativismo abre uma oportunidade para que seja trabalhada a Competência Específica de Geografia 1: “Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas”. A competência pode ser estimulada junto aos alunos por meio dos exemplos variados de extrativismo indicados.

Fotografia. Vista do alto mostrando uma área com grandes montes de material particulado, como areia e cascalho, gerado pela atividade de mineração. Entre os montes e ao redor deles, há estradas de terra e pequenas lagoas na parte de cima.
Vista aérea de garimpo de ouro no município de Poconé, Mato Grosso (2020). Essa atividade causa intensas alterações no meio ambiente.

5. Indústria

Na Região Centro-Oeste a atividade industrial encontra-se em desenvolvimento, predominando os ramos de extração e transformação mineral, química, de madeira, de alimentos (frigorífico) e bebidas, têxtil, vestuá­rio e calçados. Em Goiás, o perfil da industrialização vem sendo alterado nos últimos anos, com o desenvolvimento das indústrias farmacêutica, metalúrgica e de autopeças em Goiânia e com a instalação de montadoras de veículos automotores da China e da Coreia do Sul em Anápolis. Consulte o mapa que mostra os principais tipos de indústria do Centro-Oeste.

Centro-Oeste: principais indústrias

Mapa. Centro-Oeste: principais indústrias. Mapa localizando os principais tipos de indústria nos estados do Centro-Oeste. Mato Grosso do Sul: na parte central, nos arredores de Campo Grande: Têxtil, vestuário e calçados; Transformação de minérios não metálicos; Produtos alimentares; Bebidas; Química. Na porção leste: Extração mineral; Metalurgia e siderurgia; Transformação de minérios não metálicos. Na porção sul: Madeireira. 
Mato Grosso: na porção sul, nos arredores de Cuiabá: Madeireira; Transformação de minérios não metálicos; Metalurgia e siderurgia; Têxtil, vestuário e calçados; Produtos alimentares; Bebidas; Química. 
Goiás: na parte central, nos arredores de Goiânia: Petroquímica; Mobiliário; Transporte (aeroespacial, automobilística e naval); Química; Madeireira; Transformação de minérios não metálicos; Metalurgia e siderurgia; Têxtil, vestuário e calçados; Produtos alimentares; Bebidas
Na porção sul, próximo à divisa com Minas Gerais: Máquinas agrícolas; Transporte (aeroespacial, automobilística e naval); Produtos alimentares. Na porção norte: Extração mineral; Transformação de minérios não metálicos; Madeireira.
Na parte inferior, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 180 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Novo atlas geográfico do estudante. São Paulo: 2005. página 32; CALDINI, Vera Lúcia de Moraes; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. quarta edição São Paulo: Saraiva, 2013. página 52.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Portal de Serviços e Informações do Estado de Mato Grosso

https://oeds.link/SdwG0o

No portal, na aba “Mato Grosso”, há informações detalhadas sobre os diferentes setores da economia, a administração pública, além das características naturais do estado.

Orientações e sugestões didáticas

Aproveite para explicar que o mercúrio é usado no garimpo do ouro para facilitar a separação deste metal. No entanto, o mercúrio acarreta muitos malefícios, tanto para o garimpeiro como para pessoas que não estão envolvidas na mineração e para o meio ambiente.

No processo de garimpo artesanal, o mercúrio é colocado com os sedimentos que o garimpeiro retira do rio. O mercúrio reage com o ouro, ali presente, criando uma amálgama, ou seja, uma espécie de liga de ouro com o mercúrio. Assim, o garimpeiro consegue separar o ouro que estiver no meio desses sedimentos. O que resta de mercúrio é geralmente jogado no rio ou na terra. O mercúrio se acumula na cadeia alimentar, desde os micro-organismos até os peixes maiores, que se alimentam desses seres e de peixes menores. Os seres humanos que consomem esses peixes acabam também contaminados.

O problema da contaminação por mercúrio atinge muitas comunidades indígenas que vivem próximas a rios nos quais há garimpo.

O mercúrio ainda contamina o ar e quem o respira. A amálgama é aquecida para que o ouro seja separado. O mercúrio evapora e vai para a atmosfera. Muitos garimpeiros, ao realizar essa etapa do processo, acabam contaminados, pois o fazem sem proteção ou equipamentos adequados.

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

Expansão da fronteira agrícola no Centro-Oeste

Nos últimos anos, a agricultura comercial tem se expandido em direção à Região Centro-Oeste, o que não ocorre com a agricultura de produtos alimentares. Leia o texto a seguir para entender por que isso acontece.

“O crescimento da produção de soja, cana-de-açúcar e pecuária bovina no Centro-Oeste do Brasil, registrado em anos recentes, se deu principalmente por causa da ocupação de novas áreas. Como consequência do avanço da fronteira agrícola, a região tem registrado a substituição de culturas, a degradação de solo e o desflorestamento. As constatações fazem parte da tese de doutorado de Vivian Helena Capacle Correa, defendida no Instituto de Economia (í ê) da [unicâmpi]

De acordo com Vivian, embora o rendimento das três atividades tenha aumentado, em razão da adoção de manejos adequados e de tecnologias avançadas reticências é a ocupação de novas áreas que tem impulsionado o crescimento da produção no Centro-Oeste. O avanço em direção à região, conforme a pesquisadora, tem sido estimulado por diversos fatores. Entre eles está a disponibilidade de terras. ‘São Paulo continua sendo o maior produtor de cana-de-açúcar do país, mas o estado já está saturado. Assim, a alternativa encontrada pelas usinas para atender à crescente demanda por etanol, por exemplo, é levar a cultura para outras áreas, notadamente os estados do Centro-Oeste’

Se o segmento econômico experimentou avanços em alguns municípios do Centro-Oeste a partir desse movimento, o mesmo não se pode dizer do meio ambiente, conforme constatou a investigação promovida por Vivian. A autora da tese afirma que a expansão das três atividades analisadas no seu trabalho, notadamente a plantação de cana, tem provocado mudanças na região. Uma delas diz respeito à substituição de culturas. O arroz e o feijão, que foram importantes para a região, perderam espaço para os canaviais. Além disso, a própria pecuária extensiva, que também sempre se destacou naquele pedaço do país, tem sido gradativamente substituída pela cana.

Vivian explica que a cana chegou ao Centro-Oeste no momento em que a pecuária começava a apresentar declínio. ‘Por causa disso, muitos pecuaristas decidiram vender ou arrendar as suas terras para o plantio de cana. Alguns desses produtores passaram a viver de renda e foram morar nas cidades. Outros, porém, transferiram a produção para áreas mais distantes.

ALVES FILHO, Manuel. Soja, cana e pecuária avançam sobre o Centro-Oeste. Jornal da unicâmpi, Campinas, 22 a 28 abril 2013, página 6.

Tirinha. Quadrinho 1: Um menino à esquerda, usando chapéu de palha e vestido de camiseta rosa e calça listrada de azul e branco. Seu nome é Zé Lelé, ele se dirige a outro menino que aparece à direita dizendo: OBA, OBA! PRANTANDO UMA ARVRE NOVA, CHICO?! 
ESSA AÍ É DI QUE? DI GOIABA? DI JACA? DI MANGA?
Chico também está usando chapéu de palha, e aparece vestido de camiseta amarela e calça azul; ele está agachado na cena plantando uma árvore.  
Quadrinho 2: À esquerda na cena, Chico está olhando para Zé Lelé e respondendo à pergunta: NÃO! DI ISPERANÇA... Zé Lelé está olhando diretamente para a outra parte do quadrinho, à direita, com uma expressão de espanto. Essa parte do quadrinho mostra uma área com diversos troncos de árvores que foram cortadas.

 Interprete

1. Segundo o texto, o que tem ocorrido com as culturas de arroz e feijão no Centro-Oeste com a expansão do cultivo de cana-de-açúcar?

 Argumente

  1. Por que é possível conciliar a preservação do meio ambiente com o avanço da agropecuária em direção à Região Centro-Oeste?
  2. Observe a tirinha e estabeleça uma relação entre ela e o assunto tratado no texto.
Orientações e sugestões didáticas

Nesta seção, peça aos alunos que leiam o texto e, com base nele, debatam as questões oralmente, dando ênfase ao modelo agroexportador implantado no Centro-Oeste. Pode-se fazer um retrospecto histórico desde o Período Colonial, passando pelo Período Republicano, e mostrar que o uso da terra no Brasil foi sempre comandado pelas necessidades do mercado externo. Relacione esse uso intensivo do solo à necessidade da produção de mercadorias para atender aos altos níveis de consumo do mercado, abordando a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero seis.

Temas contemporâneos transversais

Trabalhe com os alunos os temas Educação Ambiental e Ciência e Tecnologia. Comente sobre o avanço do agronegócio e a drástica redução da cobertura florestal, bem como suas consequências, e explique como a expansão do cultivo de soja foi favorecida pelas novas tecnologias desenvolvidas pela . Considere ainda o fato de que a área de cultivo da agricultura comercial de exportação tem crescido, o que favorece a concentração fundiária, causando impacto sobre o meio ambiente e substituindo a área de cultivo de produtos alimentares para consumo interno.

Respostas

  1. As culturas de arroz e feijão, alimentos básicos da população brasileira, têm tido suas áreas plantadas reduzidas, cedendo espaço para o cultivo da cana-de-açúcar.
  2. Esse é um grande desafio a ser enfrentado e depende fundamentalmente da consciência ecológica dos protagonistas sociais que têm avançado sobre o Centro-Oeste. Entretanto, é possível adotar os princípios de sustentabilidade ou de desenvolvimento econômico sustentável. Para tanto, muitas técnicas atuais de sustentabilidade, sejam do solo ou da vegetação, têm sido divulgadas pelos técnicos das “casas de lavoura”. O avanço da fronteira agropecuária é irreversível, mas não podemos negligenciar a necessidade de cuidados para com o meio ambiente.
  3. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos identifiquem a temática do deflorestamento na tirinha, relacionando-a com a mesma temática citada no texto, tratada de maneira articulada com a questão da expansão da agropecuária no Centro-Oeste.

Ícone. Seção Mochila de ferramentas.

Mochila de ferramentas

Pesquisa por meio de entrevista estruturada

Para conhecer melhor assuntos que lhe tenham despertado o interesse, sugerimos que você realize entrevistas estruturadas – feitas com base em um questionário padronizado para todos os entrevistados.

Considerando a construção de Brasília, por exemplo, você pode entrevistar pessoas que tenham vivido nesse período para saber, entre outros aspectos, como a mudança da localização da capital nacional interferiu na vida política do país.

Como fazer

  1. Planeje cada entrevista, antes de realizá-la, de modo que seja organizada e proveitosa. Fique atento aos procedimentos a seguir.
    1. Informe-se a respeito do assunto da entrevista.
    2. Delimite os objetivos do questionário e da entrevista para saber quais informações você deseja obter.
    3. Defina a pessoa ou o grupo de pessoas que será entrevistado – pense em alguém capaz de lhe fornecer as informações pretendidas.
    4. Elabore as perguntas do questionário, que servirá de roteiro para a entrevista: elas podem ser abertas (livres) ou fechadas (de múltipla escolha). Não deixe de observar se a linguagem é clara e adequada aos entrevistados, se há perguntas tendenciosas (o que não é desejado) e se cada pergunta contém um único questionamento.
    5. Agende a entrevista com antecedência – defina o local e o horário do encontro.
  2. Realize cada entrevista com base no questionário que você elaborou. As respostas devem ser anotadas ou gravadas (com o consentimento do entrevistado), para evitar a perda de detalhes importantes.
  3. Ordene e interprete as informações obtidas por meio do estudo das respostas dos entrevistados.
  4. Apresente os resultados obtidos em sala de aula, na fórma escrita ou oral. Se julgar necessário, enriqueça a sua apresentação com gráficos, ilustrações, fotos ou outros recursos visuais para facilitar a explicação.
Ilustração. Representação de uma mulher negra, sentada em um banco; ela usa uma faixa no cabelo e aparece vestida com um casaco azul, calça e sapatos. À direita da mulher, uma menina branca, e à esquerda, um menino negro. Ambos aparecem vestidos com uniforme escolar. A menina segura um gravador de voz próximo a mulher, enquanto o menino segura um caderno e faz anotações.
  1. Por que é importante elaborar um questionário padronizado em entrevistas estruturadas?
  2. Aponte três procedimentos que demonstrem a importância da fase de planejamento da entrevista.
  3. Cite pelo menos dois pontos que devem ser levados em conta na elaboração das perguntas do questionário.
Orientações e sugestões didáticas

O assunto e os procedimentos abordados visam incentivar a pesquisa e o trabalho de campo como princípios pedagógicos no processo ensino-aprendizagem, contribuindo, assim, para o desenvolvimento de práticas de coleta de dados, de observação e de análise e argumentação com os alunos. A atividade permite valorizar e problematizar vivências e experiências entre os alunos e os entrevistados, favorecendo descobertas e o pensamento criativo e crítico. Tenha presente que, entre outros procedimentos, a coleta e o registro de depoimentos são importantes para que os alunos compreendam a si mesmos e àqueles que estão em seu entorno, suas histórias de vida e as diferenças das pessoas e dos grupos sociais com os quais se relacionam.

Interdisciplinaridade

Esta é uma oportunidade para trabalhar com os professores de Língua Portuguesa e de História. Oriente os alunos a: organizar em roteiros fatos, dados e fontes pesquisados; relatar experiências e casos ouvidos, com princípio, meio e fim, usando marcadores de tempo e espaço, de causa e efeito, com informações, vocabulário e estruturas frasais adequados; respeitar a variação linguística de pessoas de diferentes grupos regionais ou camadas sociais, rejeitando preconceitos linguísticos.

De maneira específica, a seção oportuniza trabalho integrado ao do professor de Língua Portuguesa, que poderá desenvolver a habilidade ê éfe seis sete éle pê um quatro: “Definir o contexto de produção da entrevista (objetivos, o que se pretende conseguir, por que aquele entrevistado etcétera), levantar informações sobre o entrevistado e sobre o acontecimento ou tema em questão, preparar o roteiro de perguntas e realizar entrevista oral com envolvidos ou especialistas relacionados com o fato noticiado ou com o tema em pauta, usando roteiro previamente elaborado e formulando outras perguntas a partir das respostas dadas e, quando for o caso, selecionar partes, transcrever e proceder a uma edição escrita do texto, adequando-o a seu contexto de publicação, à construção composicional do gênero e garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática”.

Respostas

  1. Porque as respostas obtidas de questionários padronizados e direcionados aos entrevistados podem ser comparadas e organizadas com mais facilidade.
  2. Os procedimentos são a pesquisa do assunto da entrevista, a delimitação dos seus objetivos, a definição dos entrevistados, a elaboração do questionário e o agendamento da entrevista.
  3. As perguntas devem apresentar linguagem clara e adequada aos entrevistados, não devem ser tendenciosas e cada uma deve conter apenas um questionamento.
Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 31 e 32

Registre em seu caderno.

  1. Cite algumas contribuições dos irmãos Villas Bôas para a Região Centro-Oeste.
  2. Aponte as consequências dos projetos de colonização em Mato Grosso, em especial para os povos indígenas, realizados pelo governo militar a partir de 1970.
  3. Em relação aos obstáculos para o desenvolvimento do Centro-Oeste até aproximadamente os anos 1950, responda.
    1. Quais foram eles?
    2. Que ações posteriores do governo buscaram superar esses entraves?
  4. Nos últimos anos, a ocupação e o uso das terras da Região Centro-Oeste tiveram como base o modelo agroexportador, isto é, a produção dirigida para a exportação. Indique benefícios e problemas que esse modelo propiciou.
  5. A fotografia a seguir é de uma eclusa de Jupiá, no Rio Paraná, entre os municípios de Três Lagoas (Mato Grosso do Sul) e Castilho (São Paulo), em 2013.
Fotografia. Vista de cima de uma barragem com eclusa, mostrando a área voltada para a represa, próxima à porta superior. À esquerda e à direita, duas estruturas de contenção formam um corredor largo usado pelas embarcações para adentrar a eclusa. Sobre a estrutura da barragem há uma via de circulação, sobre ela um caminhão.

Explique como a embarcação pode continuar a navegar se existe diferença no nível da água de um lado da barragem em relação ao outro lado.

  1. Por que é correto afirmar que a construção de Brasília gerou a formação de novos espaços geográficos?
  2. O que incentivou um fluxo maior de migrantes para a Região Centro-Oeste a partir de 1960? De que fórma isso resultou na produção de novos espaços geográficos?
  3. Elabore um mapa da divisão política da Grande Região Centro-Oeste do Brasil, aplicando papel vegetal sobre o mapa da página 237. Aplique as coordenadas geográficas, a rosa dos ventos e a escala e depois cole-o em seu caderno. Com os dados do quadro a seguir, calcule a densidade demográfica de cada unidade da federação dessa região. Em seguida, crie uma legenda e aplique-a no mapa.
Unidades da federação da Região Centro-Oeste: população e área territorial – 2021

Unidade da federação

População* (habitantes)

Área territorial (km2)**

Distrito Federal

3.094.325

5.760

Goiás

7.206.589

340.243

Mato Grosso

3.567.234

903.208

Mato Grosso do Sul

2.839.188

357.147

Estimativas. Valores arredondados.

Fontes: í bê gê Éponto Anuário Estatístico do Brasil 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É 2021. página 1-14; Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2021. Rio de Janeiro: í bê gê É 2021. Disponível em: https://oeds.link/9n7wrh. Acesso em: 5 maio 2022.

9. A ilustração a seguir representa o número de toneladas transportadas por quilômetro com 1 litro de óleo diesel, na rodovia (caminhão), na ferrovia (trem) e na hidrovia (barco, chata etcétera).

Versão adaptada acessível

8. Elabore um mapa tátil da Grande Região Centro-Oeste do Brasil com a divisão política entre seus estados. Para isso, materiais como cartolina, papel pardo, barbantes e linhas de diferentes espessuras podem ser utilizados para a representação dos limites da Grande Região e das divisas entre seus estados. Com os dados do quadro "Unidades da federação da Região Centro-Oeste: população e área territorial, 2021", calcule a densidade demográfica de cada unidade da federação dessa região. Em seguida, crie uma legenda e aplique-a no mapa. Papéis e tecidos de diferentes texturas podem ser utilizados para a representação das diferentes densidades demográficas calculadas.

Orientação para acessibilidade

Caso possível, proponha a elaboração de um mapa tátil. Uma aula antes, oriente os estudantes a respeito dos materiais que eles devem levar à sala de aula para realizar a atividade, tais como cartolina, papel pardo, barbantes e linhas de diferentes espessuras e papéis ou tecidos com diferentes texturas. Auxilie os estudantes na seleção e na organização desses materiais. Sugere-se que o professor leve pronto o contorno do mapa da Grande Região Centro-Oeste sobre uma base emborrachada. O limite da região e as divisas entre as unidades da federação podem ser representados com barbante ou outros materiais maleáveis, facilitando a percepção dos alunos. Inicialmente, o aluno terá de criar a legenda para representar a densidade demográfica calculada de cada unidade da federação (os valores podem ser arredondados). Tecidos e papéis de diferentes texturas podem representar os diferentes valores. Retome os dados para fazer a associação corretamente e explique que deve haver correspondência entre os materiais usados no mapa e na legenda, de modo a permitir a relação entre as informações. A transposição de uma representação visual para uma representação tátil tende a favorecer a ampliação do processo de ensino-aprendizagem. O nível de complexidade da atividade pode ser adaptado de acordo com a realidade da sala de aula.

Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. O mapeamento de territórios pouco conhecidos pelo governo brasileiro até a década de 1940, a abertura de estradas e campos de pouso de emergência para aeronaves, que deram origem a cêrca de quarenta municípios e quatro bases aéreas e a criação do Parque Nacional do Xingu.
  2. Aumento do fluxo migratório à região, do número de fazendas instaladas e dos conflitos com as populações indígenas por posse das terras. Os indígenas foram desterritorializados, expulsos para outras áreas, marginalizados ou integrados como mão de obra.
    1. A escassez de energia elétrica, a falta de estradas e o desconhecimento técnico para o uso dos solos do Cerrado para a agricultura.
    2. A prioridade dada pelos governos militares à construção de rodovias no Centro-Oeste; os estudos da , que resultaram em um melhor aproveitamento do solo; a criação de áreas de colonização; e a construção de Brasília.
  3. Como benefício, esse modelo tornou o Brasil um grande exportador mundial de carne, soja e algodão, sendo responsável pela entrada de dinheiro no país. No entanto, esse modelo pro­moveu a concentração de terras por grandes proprietários. O modelo também introduziu a mecanização na agropecuária, resultando na re­dução da necessidade de mão de obra e acelerando o processo de migração da população do campo para as cidades, o que agravou os problemas urbanos. A expansão da fronteira agropecuária provoca a devastação do Cerrado e causa disputas territoriais entre os grandes produtores e as comunidades tradicionais e indígenas.
  4. As eclusas funcionam com válvulas de esvaziamento e enchimento que direcionam as embarcações entre cursos de água com o leito em níveis diferentes de altitude.
  5. Porque atraiu milhares de trabalhadores, ocorrendo a atração de fluxos populacionais. O deslocamento dos funcionários e dos serviços públicos possibilitou a formação de novos espaços geográficos.
  6. Os projetos de colonização do governo federal e o desenvolvimento de estudos pela para a modernização da agricultura e da pecuária. Paulistas, paranaenses, catarinenses e gaúchos, entre outros, promoveram a expansão agropecuária, formando novos municípios, dinamizando a economia e produzindo novos espaços geográficos.
  7. Optamos por aproveitar um mapa disponível no livro porque nem todos os alunos têm acesso à internet para obter um mapa mudo (disponível em: https://oeds.link/SQdLId; acesso em: 17 janeiro 2022). As densidades demográficas são, aproximadamente, em habitantes por quilômetro quadrado: 537,2 (Distrito Federal), 21,2 (Goiás), 3,9 (Mato Grosso) e 7,9 (Mato Grosso do Sul). As fontes são a da base cartográfica e a dos dados do quadro. As categorias da legenda podem ser divididas em quatro cores ou quatro tipos de hachuras, representando cada uma das densidades demográficas calculadas. A elaboração do mapa para representar a densidade demográfica das unidades da federação do Centro-Oeste permite o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero sete gê ê zero nove.
Ilustração. Representação de três meios de transporte acompanhados de números que sinalizam a relação entre toneladas transportadas por quilômetro com 1 litro de óleo diesel, por rodovia, ferrovia e hidrovia. Caminhão = 30. Trem: 125. Barco, chata e outros = 575.
  1. Tendo por base esses dados, responda: que rede de transportes deveria ser priorizada no Brasil? Por quê?
  2. Cite um corredor hidroviário de escoa­mento da produção no Centro-Oeste.

10. Leia o trecho a seguir. Após identificar sua ideia central, redija um texto com suas palavras apontando-a e comentando-a com base em seus conhecimentos.

reticênciasFactualmente, a criação de Brasília aconteceu sem alterar em nada a estrutura agrária em Goiás; isto é, o maior projeto urbanístico e arquitetônico, e presumivelmente, civilizacional, efetivado no Brasil na década de 1950 teve lugar em um Estado de economia fundamentalmente agropecuária sem, de fórma deliberada, ter visado afetar as relações no campo. Cumpre levar em consideração, nesse sentido, que a questão agropecuária não fôra contemplada diretamente nos cinco setores – energia, transportes, alimentação, indústrias de base e educação – em que incidiam as metas fixadas por

QUINTELA, antón corbátio. Os sucessos urbanos da colonização agrária em Goiás. Revista Goiânia, ano número 6, página 52-53, junho 2009.

11. Consulte a foto a seguir. Ela mostra parte de uma floresta derrubada no município de Itaúba, no estado de Mato Grosso, em 2021. Depois, responda às questões.

Fotografia. Vista do alto de uma área de desmatamento. No primeiro plano, à esquerda, há um pequeno núcleo com vegetação ainda de pé, além de algumas árvores esparsas. A maior parte da área se encontra com solo exposto. No segundo plano, uma faixa estreita ainda com vegetação.
  1. Com base na localização do município da foto e no que ela retrata, responda: que formação vegetal natural do Centro-Oeste sofreu intervenção humana?
  2. Qual é a principal alteração ambiental retratada na foto?

12. Leia o texto a seguir sobre a ocupação do Cerrado pela agricultura e responda.

A utilização de máquinas para revolver e nivelar a terra, que é feita entre a estação sêca e a estação chuvosa, deixa o solo exposto na época das chuvas, o que acelera o processo erosivo e o assoreamento dos rios. O uso de pesticidas e fungicidas afeta o homem e o meio ambiente, ao contaminar o solo e as águas

PELUSO, Marília; CÂNDIDO, Washington. Distrito Federal: paisagem, população e poder. São Paulo: Harbra, 2006. página 85.

  • Está correto apontar a ação humana como a principal responsável pelo desenvolvimento do processo erosivo descrito? Justifique.
  1. Você já pensou sobre como a Região Centro-Oeste é representada nos meios de comunicação? Pesquise cinco reportagens sobre essa Grande Região, com fotos, e responda.
    1. Qual é o tema de cada reportagem? Escreva no caderno o título de cada uma delas.
    2. Que características as fotos retratam? Exemplos: atividades econômicas, aspectos naturais, urbanos, rurais, problemas ambientais etcétera.
    3. O conjunto de textos e imagens representa a diversidade da Região Centro-Oeste? Explique.
    4. De maneira geral, que aspectos da Região Centro-Oeste poderiam ser abordados pelos meios de comunicação para valorizar a sua diversidade?
Orientações e sugestões didáticas
    1. A rede hidroviária, porque, com a mesma quantidade de combustível (1 litro de óleo diesel), as embarcações podem transportar até 575 toneladas por quilômetro, quantidade cêrca de 4,6 vezes a do transporte ferroviário e cêrca de 19,2 vezes a do transporte rodoviário.
    2. A hidrovia da Bacia do Paraná.
  1. Espera-se que os alunos identifiquem que a construção de Brasília não alterou a estrutura agrária e as relações no campo em Goiás, não contemplando em seu planejamento a reforma agrária num estado de economia baseada em grande parte na agropecuária.
    1. A Floresta Amazônica.
    2. A derrubada da cobertura vegetal.
  2. Sim, porque a remoção da vegetação que torna o solo exposto e, portanto, mais suscetível à ação erosiva das chuvas decorre de atividades humanas sobre o meio natural.
  3. O objetivo desta atividade é desenvolver o senso crítico dos alunos por meio da análise de informações veiculadas nos meios de comunicação, a fim de trabalhar a habilidade ê éfe zero sete gê ê zero um. Com base no conjunto dos materiais pesquisados, estimule-os a identificar eventuais estereótipos acerca das paisagens e do processo de formação territorial da região e chame a atenção para o fato de que todas as Grandes Regiões do país apresentam diversidade de aspectos naturais, econômicos e sociais.

Ícone. Seção Caminhos digitais.

Caminhos digitais

Museus on-line: divulgação do patrimônio cultural e pesquisa na era digital

A qualidade e a confiabilidade da informação que obtemos na internet é uma preocupação cada vez mais comum. Certamente, há de tudo: desde cursos virtuais de excelente qualidade e sites que permitem acessar acervos raros e incríveis até informações e notícias falsas, criadas com o objetivo de enganar os internautas.

Nesse contexto, o que podemos fazer é aprender a identificar o que é ruim (para descartar) e saber organizar nossa navegação no mundo virtual para chegar até bons resultados. Saber pesquisar e obter informações na internet é uma das habilidades mais importantes do nosso tempo. Para isso, duas dicas essenciais são: 1) encontrar instituições e fontes de informação confiáveis; e 2) usar eficientemente os recursos de busca na internet (leia mais sobre isso no boxe “Fique Ligado!”, na página seguinte).

Sobre a primeira recomendação, uma das possibilidades mais extraor­dinárias que a internet permite são as visitas virtuais a museus e outras instituições culturais on-line, como bibliotecas, galerias de arte e acervos históricos. Em geral, essas instituições são fontes de informação confiáveis porque são mantidas por especialistas da área.

No Brasil, muitos museus exibem seus acervos na internet. Alguns deles dispõem até mesmo de visitas virtuais com visualização 360graus dos espaços expositivos. O portal musêus bê érre, vinculado ao Instituto Brasileiro de Museus (íbrãn), reúne museus de diferentes estados brasileiros no site https://oeds.link/AKiyq4 (acesso em: 20 fevereiro 2022). Uma das vantagens do portal é permitir que pessoas de uma dada Grande Região do Brasil desvendem e explorem as riquezas culturais de outras, divulgando e promovendo o patrimônio cultural brasileiro.

Projetos como esse são importantes porque ajudam a preservar documentos, obras de arte e até o registro de espaços físicos, como cidades, edifícios e parques, por meio da digitalização, e porque ajudam a divulgar informações e o patrimônio artístico para um público mais amplo. Na verdade, o objetivo principal dos museus on-line é exatamente este: universalizar o acesso à informação, às fontes de conhecimento e aos patrimônios culturais, artísticos, ambientais, entre outros.

Fotografia. Uma sala com diversas imagens nas paredes. Há imagens de animais, mapas com rios e desenhos de crânios humanos.
No site da plataforma musêus bê érre, um mapa colaborativo mostra a localização de museus, eventos, projetos ou agentes culturais. Na imagem, um frame isto é, um dos quadros que compõem o vídeo do tour virtual da exposição Biodiversidade – conhecer para preservar, organizada pelo Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Acesso em: 21 fevereiro 2022.
Orientações e sugestões didáticas

O objetivo desta seção é fornecer subsídios para o desenvolvimento de habilidades relacionadas à prática de pesquisa, essenciais nos dias atuais, e levantar problemas relacionados à obtenção de informações no mundo virtual. As questões abordadas poderão servir de ponto de apoio para um trabalho sobre como usar as tecnologias da informação, os ambientes e os recursos virtuais, identificar fontes confiáveis, organizar uma pesquisa na internet, selecionar e compartilhar informações e creditar fontes. Essas habilidades estão vinculadas ao desenvolvimento da cultura digital ao fomentarem o uso responsável de ferramentas on-line no cotidiano do jovem.

As dicas e as recomendações apresentadas, como o uso dos “operadores de pesquisa” nos buscadores e a visitação e consulta aos museus on-line, podem também ser retomadas em outros momentos do ano letivo, servindo de suporte para atividades de pesquisas específicas. Os problemas levantados visam alertar sobre os cuidados que os alunos devem adotar, em contexto de pesquisa escolar ou não, quando buscam informações na internet. Esta seção contribui para o desenvolvimento da Competência Geral 5 da Educação Básica (ver quadros das competências nas páginas cinco a sete deste guia).

Incite os alunos a realizar uma discussão sobre a afirmação: “Qualquer pessoa com acesso à internet pode disponibilizar e divulgar informações e opiniões em sites, blogs e redes sociais”. Eles devem pensar sobre a ampliação do acesso à informação e por que é importante democratizar as fontes de informação. Além disso, relacionar pelo menos dois motivos pelos quais sempre devemos indicar as fontes consultadas e dar crédito aos autores e às obras das quais extraímos trechos (ou mesmo ideias gerais) em uma pesquisa escolar.

Espera-se que os alunos relacionem o problema da confiabilidade das informações na internet às facilidades que a rede mundial de computadores oferece a qualquer pessoa para inserir e divulgar praticamente qualquer informação e conteúdo por meio das redes sociais e de outros serviços de publicação on-line. Ao mesmo tempo que a internet possibilita a comunicação entre pessoas e o acesso à informação, permite também a publicação de informações equivocadas, a confusão entre fatos e informações com opiniões pessoais, entre outros problemas.

Pode-se ainda propor um debate com toda a turma. Comente que o acesso à informação é fundamental para: 1) a formação pessoal, cultural e moral; 2) a formação profissional; 3) a atuação política; 4) o entretenimento pessoal.

Captura de tela. Página do site da Biblioteca Nacional Digital. Destaque para a frase A ÓPERA DA INDEPENDÊNCIA. Ao redor, desenhos de pessoas negras, outras brancas, imagens de santos e pessoas com trajes longos.
Reprodução de página do site da Biblioteca Nacional Digital, que disponibiliza em formato digital grande parte do acervo dessa que é a instituição cultural mais antiga do país, com séde no Rio de Janeiro Rio de Janeiro. O acervo inclui fotografias, jornais, cartas, entre outros documentos históricos (acesso em: 18 fevereiro 2022).

 Confira

  1. Por que, segundo o texto, “saber pesquisar e obter informações na internet é uma das habilidades mais importantes do nosso tempo”?
  2. Quais recomendações principais são dadas no texto para a pesquisa de informações na internet?
  3. Quais são os objetivos de projetos de digitalização de acervos e dos museus on-line?

 Fique ligado!

  • O primeiro passo para pesquisar na internet usando sites de busca é listar os termos associados ao que você quer encontrar. Quanto mais precisas forem as palavras selecionadas e quanto mais coerentes com o tema de pesquisa, maiores as chances de chegar até a informação desejada.
  • Ainda sobre os sites de busca, use “operadores de pesquisa”, símbolos e códigos que ajudam a refinar os resultados. Note a diferença, por exemplo, no número de resultados obtidos em um buscador popular para uma pesquisa sobre a produção de açúcar no período colonial em Pernambuco:Pernambuco açúcar (23.300.000 resultados)Pernambuco açúcar -turismo -receitas (15.800.000 resultados)O sinal de subtração usado antes de um termo exclui dos resultados os sites com esse termo (receitas; turismo).Pernambuco aspasengenho de açúcaraspas -turismo -receitas (27.300 resultados)Colocar uma expressão entre aspas faz o buscador selecionar apenas os sites que tenham exatamente essa expressão (engenho de açúcar).Pernambuco+colonização “engenho de açúcar” -turismo -receitas (31.500 resultados)O sinal de adição , usado entre dois termos, faz o buscador retornar apenas os sites que tenham ambos os termos (Pernambuco; colonização), em vez de um ou outro termo.

Nota: os números de resultados de pesquisa indicados e obtidos em um buscador popular poderão variar, entre outros fatores, de acordo com os sistemas de classificação de cada buscador, compostos de uma série de algoritmos, como também em função de data, horário e local de acesso do usuário de internet e das configurações em seu computador, tablet, smartphone etcétera.

Orientações e sugestões didáticas

Chame a atenção dos alunos para a questão dos direitos autorais, defendendo que toda produção é, por princípio, uma criação de alguém e que a autoria deve sempre ser creditada. A citação de fontes e o crédito de autoria servem para que uma pesquisa tenha credibilidade.

Sugerimos acessar o Google Arts & Culture (disponível em: https://oeds.link/kAax8n. Acesso em: 17 janeiro 2022). É uma plataforma digital que abriga sites de importantes museus brasileiros para visita virtual, entre eles o Museu Nacional de Belas Artes, o Museu Histórico Nacional, o Museu Imperial e a Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Para fins de pesquisa com os alunos, indicamos também outros sites: Museu da Pessoa: https://oeds.link/47Korj; Instituto Inhotim: https://oeds.link/XGg02B; A Casa: https://oeds.link/NzQ0zd; Biblioteca Nacional Digital (bê êneDigital): https://oeds.link/kINTxq; Biblioteca Brasiliana: https://oeds.link/93owEe. Acessos em: 18 fevereiro 2022.

Comente com os alunos sobre a extensão final do domínio dos sites para saber que tipo de organização os mantém. Exemplos: (ôngui), (governamental), (comercial),(educacional), entre outras. Oriente-os a preferir os sites institucionais, que, geralmente, são mais confiáveis.

Respostas

  1. Porque tem havido um crescimento significativo na quantidade de informações disponíveis na internet, e nem sempre elas são confiáveis. Existem até mesmo informações e notícias falsas (fake news), criadas com o objetivo de enganar os internautas. Por isso, o texto alerta para a necessidade de sabermos usar os recursos tecnológicos de busca para obter informações.
  2. As recomendações são: 1) pesquisa em fontes institucionais, como os museus on-line, mais confiáveis por serem organizados e mantidos por especialistas; e 2) o uso eficiente dos recursos tecnológicos dos serviços de busca na internet (buscadores) para refinar e melhorar os resultados de pesquisa.
  3. Projetos de digitalização de acervos de instituições culturais visam preservar o patrimônio cultural por meio da digitalização, além de permitir o acesso à informação, à cultura e às fontes de conhecimento para um público mais amplo.

Glossário

Arraial
Pequeno povoado.
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Filão
Veio, depósito de um mesmo mineral no interior da crosta terrestre.
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Sedentário
Refere-se ao indivíduo que tem local fixo de moradia.
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Linha telegráfica
Sistema para envio e recebimento de mensagens codificadas por meio de fio elétrico.
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Aculturado
Indivíduo, grupo ou povo que passa por processo de modificação de sua cultura e/ou se adapta, de fórma espontânea ou forçada, a outra cultura.
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Calagem
Processo que consiste na incorporação de calcário ao solo para corrigir sua acidez, tornando-o mais fértil.
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Chata
Embarcação de estrutura resistente, de fundo chato, em geral sem motor próprio, destinada ao transporte de carga pesada.
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Empurrador
Embarcação que empurra as chatas.
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Sorgo
Cereal semelhante ao milho, muito usado em ração animal.
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Pivô central
Sistema de irrigação composto, em geral, de uma linha com vários borrifadores apoiada em torres sobre rodas que faz movimento de rotação em torno do ponto pivô, que lhe serve de base e de tomada de água.
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