UNIDADE 3 A ASCENSÃO DOS ESTADOS UNIDOS E DA CHINA NO CENÁRIO INTERNACIONAL E NOS BRICS

Nesta Unidade, você conhecerá aspectos dos Estados Unidos, historicamente uma potência econômica mundial, e compreenderá as razões de a China ter se tornado uma nova potência econômica, que já compete em escala global com aquele país. Juntos, iremos estudar também assuntos relacionados ao bríquis, grupo de países que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que vem aumentando seu protagonismo comercial no cenário mundial.

No final dos anos 1970, a China iniciou um processo de reformas econômicas e abertura comercial que levou o país a se transformar, tornando-se, em 2010, a segunda maior economia mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, país que ainda hoje exerce hegemonia econômica e cultural em âmbito global.

Fotografia. Vista de uma sala com duas mesas longas e cobertas por tecidos brancos. Sobre as mesas, garrafas de água, vasos de flores, microfones e papéis. Elas estão do lado direito e esquerdo da foto e estão posicionadas uma de frente para outra. Entre elas, um espaço vazio. Cada mesa está ocupada por cinco pessoas, a maioria homens de ternos. No chão, um tapete marrom e vermelho ocupa o centro da foto e, ao fundo, há uma cortina preta e bandeiras da China e dos Estados Unidos intercaladas.
Reunião entre representantes da diplomacia dos Estados Unidos e da China em Anchorage, no Alasca, Estados Unidos (2021).
Ícone. Boxe Verifique sua bagagem.

VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. Troque ideias com seus familiares, colegas e professor sobre as relações políticas e comerciais entre os Estados Unidos e a China.
  2. O que você sabe sobre a China e a presença de empresas chinesas no Brasil?

PERCURSO 9 A ASCENSÃO DOS ESTADOS UNIDOS NO CENÁRIO INTERNACIONAL

1. Estados Unidos: localização e divisão administrativa

Localizado na América do Norte, entre o Canadá e o México, o território estadunidense ocupa 22,2% da América e 6,1% das terras emersas do planeta. No sentido leste-oeste, estende-se por .4500 km e, no sentido norte-sul, por .2500 quilômetros. Com ..9833517 quilômetros quadrados – incluindo o Alasca e o Havaí –, é o quarto país mais extenso do globo, depois da Rússia, do Canadá e da China; e é o terceiro mais populoso, com mais de 335 milhões de habitantes, em 2021.

Politicamente, os Estados Unidos dividem-se em 50 estados autônomos – 49 continentais, incluindo o Alasca, além do Havaí – e o Distrito de Colúmbiaglossário .

Estados Unidos: divisão política – 2022

Mapa. Estados Unidos: divisão política – 2022.  Mapa com foco nos Estados Unidos, mostrando os estados e as suas respectivas capitais. Capital do país Washington D.C. Estado Alabama. Capital Montgomery. Estado Alasca. Capital Juneau. Estado Arizona. Capital Phoenix. Estado Arkansas. Capital Little Rock. Estado Califórnia. Capital Sacramento. Estado Carolina do Norte. Capital Raleigh. Estado Carolina do Sul. Capital Colúmbia. Estado Colorado. Capital Denver. Estado Connecticut. Capital: Hartford. Estado Dakota do Norte. Capital Bismarck. Estado Dakota do Sul. Capital Pierre. Estado Delaware. Capital Dover. Estado Flórida. Capital Tallahassee. Estado Geórgia. Capital Atlanta. Estado Havaí. Capital Honolulu. Estado Idaho. Capital Boise. Estado Illinois. Capital Springfield. Estado Indiana. Capital Indianápolis. Estado Indiana. Capital Indianápolis. Estado Iowa. Capital Des Moines. Estado Kansas. Capital Topeka. Estado Kentucky. Capital Frankfort. Estado Louisiana. Capital Baton Rouge. Estado Maine. Capital Augusta. Estado Maryland. Capital Annapolis. Estado Massachusetts. Capital Boston. Estado Michigan. Capital Lansing. Estado: Minnesota. Capital Saint Paul. Estado Mississípi. Capital Jackson. Estado Missouri. Capital Jefferson City. Estado Montana. Capital Helena. Estado Nebraska. Capital Lincoln. Estado Nevada. Capital Carson City. Estado New Hampshire. Capital Concord. Estado Nova York. Capital Albany. Estado Nova Jersey. Capital Trenton. Estado Novo México. Capital Santa Fé. Estado Ohio. Capital Columbus. Estado Oklahoma. Capital Oklahoma City. Estado Oregon. Capital Salem. Estado Pensilvânia. Capital Harrisburg. Estado Rhode Island. Capital Providence. Estado Tennessee. Capital Nashville. Estado Texas. Capital Austin. Estado Utah. Capital Salt Lake City. Estado Vermont. Capital Montpelier. Estado Virgínia. Capital Richmond. Estado Virgínia Ocidental. Capital Charleston. Estado Washington. Capital Olympia. Estado Wisconsin. Capital Madison. Estado Wyoming. Capital Cheyenne.  Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 300 quilômetros. À esquerda, também na parte inferior, há destaque para os mapas dos estados do Havaí e do Alasca, com escalas de 0 a 340 quilômetros e 0 a 620 quilômetros, respectivamente.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página80.

2. Os antecedentes da formação da grande potência

O início da formação dos Estados Unidos deu-se no comêço do século dezessete, quando foram criadas as primeiras colônias europeias estáveis: Jamestown (Virgínia), em 1607, e Nova Amsterdã, que, fundada por holandeses em 1614, foi tomada pelos ingleses em 1664, quando passou a se chamar Nova iórque. Posteriormente, onze colônias foram fundadas, formando as chamadas Treze Colônias Inglesas.

As Treze Colônias Inglesas

Mapa. As Treze Colônias Inglesas. Mapa com foco na porção leste do atual território dos Estados Unidos, mostrando as colônias do norte e as colônias do sul. À oeste dessa faixa, estão indicados os Apalaches e os territórios franceses, mais para o interior do país e, ao sul das Treze Colônias, os territórios espanhóis. Colônias do norte: Massachusetts, New Hampshire, Nova York, Pensilvânia, Rhode Island (destaque para Plymouth), Connecticut, Nova Jersey, Delaware, Maryland.  Colônias do sul: Virgínia (destaque para Jamestown), Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia.  Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 280 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de e outrosAtlas histórico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: fei , 1991. página 62.

A independência e a conquista do oeste

Em 4 de julho de 1776, as Treze Colônias Inglesas se uniram e se declararam livres do domínio inglês.

Após a independência, os diversos governos que se sucederam no poder dos Estados Unidos incentivaram a expansão territorial do país em direção ao oeste.

Estados Unidos: a expansão territorial – 1783-1853

Mapa. Estados Unidos: a expansão territorial, 1783 a 1853. Conjunto de 4 mapas para representar a expansão territorial dos Estados Unidos. Cada mapa representa o território nos seguintes anos: 1783, 1803, 1818 a 1846 e 1848 a 1853.   1783. As Treze Colônias à época da Declaração da Independência (1776), em laranja, correspondiam à maior parte do território dos atuais estados localizados na costa leste.  Cedido pela Inglaterra no Tratado de Paris (1783), em verde: território avança na direção oeste. Tendo como base a extensão leste-oeste do atual território dos Estados Unidos, em 1783 o território completo corresponde a cerca de 1 terço do atual território.   1803. Os Estados Unidos antes de 1803, em laranja: o território em laranja e verde do mapa anterior está representado no segundo mapa todo em laranja.  Adquirido da França (1803), em verde: na porção norte, o território ocupa 2 terços do território no sentido leste-oeste; na porção sul, avança na direção oeste até alcançar o centro do território. 1818 a1846. Os Estados Unidos antes de 1818, em laranja: todo o território do mapa anterior está na cor laranja.  Cedido pela Inglaterra (1818 a 1842), em verde claro: corresponde a uma área bem ao norte, na costa leste, e outra central, também ao norte.  Flórida, adquirida da Espanha em 1819, em roxo: área na faixa leste, no extremo sul do país.  Cessão do Texas pelo México em 1845, em verde escuro: área no centro-sul do país. Cessão do Território de Oregon pela Inglaterra (1846), em marrom: área no extremo norte da costa oeste do país.  1848 a 1853: toda a área do mapa anterior está na cor laranja, correspondendo aos Estados Unidos antes de 1848. Cedido pelo México (1848), Tratado de Guadalupe-Hidalgo, em verde claro: faixa central e sul na costa oeste. Adquirido do México (1853) – Tratado de Gadideu, em verde escuro: pequena faixa no extremo sul e próximo à costa oeste. Nos 4 mapas, há a representação do atual território dos Estados Unidos e dos limites atuais dos estados.  No canto inferior direito de cada mapa, rosa dos ventos e escala de 0 a 630 quilômetros.

Fonte: Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 139.

O Ato de Propriedade Rural e o Destino Manifesto

O Ato de Propriedade Rural (Homestead Act) e a fôrça das ideias do Destino Manifesto foram importantes para a conquista do oeste. Pelo primeiro, o governo dos Estados Unidos concedia a posse de 160 acresglossário de terra a quem a cultivasse por, no mínimo, cinco anos.

Essa lei, instituída em 1862, atraiu imensas ondas de imigrantes europeus, principalmente irlandeses e ingleses, favorecendo o povoamento do interior e a formação de um mercado interno de consumoglossário . A formação desse mercado foi importante para assegurar a industrialização do país, que se desenvolvia a passos largos nos estados do nordeste.

O Destino Manifesto, por sua vez, correspondia ao conjunto de ideias escritas pelo jornalista djôn él ô súlivan, em 1845, que também tiveram papel importante na ocupação do oeste. Defendia que brancos e puritanosglossário eram os eleitos, ou seja, os únicos responsáveis por desenvolver o país e a quem Deus havia confiado a missão de criar uma sociedade-modelo na América. Assim, considerava que os indígenas eram incapazes de levar essa tarefa adiante, visto que, até então, ainda não o tinham feito – para os indígenas, a terra era concebida como fonte de vida; e para os migrantes e colonos, como fonte de lucro.

O avanço para o oeste, a sua conquista e seu povoamento sofreram resistência de grupos indígenas. Os conquistadores, organizados militarmente e munidos de armas de fogo, realizaram verdadeiros massacres de povos indígenas, o que também ocorreu na América Latina, na Austrália e na Nova Zelândia.

Fotografia em preto e branco. Em primeiro plano, duas fileiras com duplas de cavalos presos por cordas e sustentando carroças com sacos e objetos em um espaço ao ar livre, plano e com chão de areia e terra. Algumas pessoas estão montadas nos cavalos. Em segundo plano, construções baixas de madeira à direita e à esquerda, algumas árvores, animais e pessoas. Ao fundo, morros.
Esta foto, registrada na década de 1880, mostra uma caravana de colonos em direção ao interior do território dos Estados Unidos. O avanço rumo ao oeste se fez por meio da apropriação de terras indígenas.

• A política intervencionista externa

Após a conquista do oeste, os Estados Unidos dirigiram sua política externa para regiões fóra de seu território.

Para dar fôrça à presença e à supremacia dos Estados Unidos no continente americano, ou seja, sobre os demais países que buscavam suas independências da Espanha ou de Portugal (como o Brasil), em 1823 o então presidente dos Estados Unidos, James Monrow, lançou a doutrina “América para os americanos”, que ficou conhecida como Doutrina Monroe. Essa doutrina defendia que os Estados Unidos, em nome de sua segurança, não permitiriam que nenhum país europeu restabelecesse domínio sobre qualquer território localizado no continente americano. Nasceu, com essa doutrina, a tutelaglossário dos Estados Unidos sobre os países da América Latina, que, consequentemente, norteou as relações de dominação entre esse país e os demais países do continente até recentemente.

A Doutrina Mônrou e o Destino Manifesto serviram, portanto, de pretexto para os Estados Unidos realizarem intervenções diretas e indiretas em países da América Latina quando seus interesses geopolíticos e econômicos fossem contrariados. Consulte, no mapa, algumas intervenções diretas realizadas entre 1898 e 1934 e, no mapa da página seguinte, intervenções diretas e indiretas realizadas entre 1954 e 1994.

A conduta política imperialistaglossário dos Estados Unidos na América Latina não se limitou a essas intervenções diretas. Posteriormente, realizaram intervenções indiretas por meio de fornecimento de armas ou de ações de apoio a opositores políticos internos de governantes de países latino-americanos que se inclinavam para o socialismo, o nacionalismo ou que ameaçassem os interesses estadunidenses: Guatemala (1954), Brasil (1964) e Chile (1973), entre outros.

América Latina: intervenções diretas dos Estados Unidos – 1898-1934

Mapa. América Latina: intervenções diretas dos Estados Unidos, 1898 a 1934. Mapa representando a porção sul e leste dos Estados Unidos, a América Central e a porção norte da América do Sul. Setas de cores diferentes representam diferentes tipos de intervenção estadunidenses nos países; símbolo com o desenho de uma âncora representa base naval e estrela branca com fundo verde representa possessão estadunidense. Possessão estadunidense: em Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Porto Rico, Cuba, Ilhas Virgens e Venezuela.   Influência estadunidense, representada por seta roxa: seta dos Estados Unidos para a Venezuela, 1895, e para Cuba, entre 1902 e 1934.  Protetorado estadunidense, seta vermelha: seta dos Estados Unidos em direção a Nicarágua, 1909, Panamá, 1903, Cuba, entre 1898 e 902, Haiti, 1915, e República Dominicana, 1905. Intervenção militar estadunidense, seta marrom: dos Estados Unidos para México, 1914 e 1916, para Cuba, entre 1898 e 1903, 1906 e 1909, e 1917 e 1922.  Bases navais: em Guiana, Trinidad e Tobago, Ilhas Virgens, Porto Rico, Bahamas, Jamaica, Cuba e Panamá. Abaixo, à esquerda, mapa pequeno do Canal do Panamá e da localização de bases navais estadunidenses em Cristobal e na capital do  Panamá, a cidade de Panamá.  No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 530 quilômetros.

Fonte: FRANCO Júnior., Hilário; ANDRADE FILHO, Ruy de O. Atlas: História geral. segunda edição São Paulo: Scipione, 1994. página 67.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

[locução / título] O Canal do Panamá

 [locução / título] O Canal do Panamá

[locução]

Você sabia que a maior parte do comércio internacional é feita por via marítima?

[locução]

Diariamente, diversos navios cargueiros cruzam os oceanos transportando toneladas de mercadorias.

Em muitos casos, milhares de quilômetros são percorridos de um porto a outro em trajetos que podem durar vários dias até atingir seu destino final.

[locução]

Com o advento da globalização, o comércio e a economia fluem em escala planetária.

Para diminuir a distância entre os mercados internacionais, foram construídos dois grandes canais de navegação que se tornaram atalhos marítimos estratégicos.

[locução]

O primeiro, inaugurado em 1869, é o Canal de Suez, que se localiza no Egito e liga o Mar Vermelho ao Mar Mediterrâneo, evitando a volta em torno da costa da África.

[locução]

O segundo, sobre o qual falaremos agora, é o Canal do Panamá, que interliga os oceanos Atlântico e Pacífico por um trecho navegável de 80 quilômetros.

Antes de sua construção, só era possível chegar de um oceano a outro navegando por duas semanas em torno da costa da América do Sul. Imagine!

Atualmente, os navios levam cerca de 10 horas para atravessar o canal.

[locução]

As obras para cortar o istmo panamenho se iniciaram no século XIX com o mesmo construtor do Canal de Suez, o francês Ferdinand de Lesseps.

Porém, uma série de fatores dificultava a conclusão das obras. A febre amarela, por exemplo, vitimou muitos trabalhadores da construção.

Além disso, as obras causaram devastação e o alagamento de grandes áreas de floresta.

[locução]

A construção só foi finalizada no século XX, em 1914, com a intervenção financeira dos Estados Unidos, cujo interesse primordial era se beneficiar comercialmente com a existência do canal e ter o domínio dessa região estratégica para a economia mundial.

Em 1903, os Estados Unidos já haviam apoiado a independência do Panamá em relação à Colômbia.

E em retribuição a esse apoio e à conclusão da construção do canal, o Panamá cedeu ao país norte-americano uma faixa do território panamenho e concedeu a ele o direito de administração da nova passagem.

[locução]

No entanto, a situação não se conservou assim por muito tempo.

Após diversas pressões e conflitos, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas condenou a posse do Canal do Panamá pelos Estados Unidos, que acabaram por renunciar ao controle em 1977.

A partir de então, o controle foi gradualmente devolvido ao governo panamenho, em um longo processo consolidado apenas em 1999.

[locução]

O canal funciona da seguinte forma: no trecho mais estreito do istmo, isto é, a faixa de terra que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, foram instaladas eclusas e criados lagos artificiais por onde as embarcações navegam.

Ao entrarem, os navios aguardam a primeira eclusa se encher de água até ficar nivelada com a eclusa seguinte.

E assim as embarcações atravessam o território panamenho, passando por áreas situadas a até 26 metros acima do nível do mar.

[locução]

Na saída, o processo se inverte: os navios aguardam a eclusa se esvaziar até se nivelar com a eclusa seguinte, ou até que alcance o nível do mar e as embarcações possam seguir viagem.

[locução]

Em 2016, foram concluídas as obras de ampliação das eclusas do Canal do Panamá para comportar os atuais navios de carga, muito maiores que as embarcações usadas na época de sua construção.

[locução]

Nos dias atuais, o Canal do Panamá tem uma importância muito grande para o comércio internacional.

Ele permite maior fluidez de mercadorias e facilita as trocas comerciais entre muitos países.

América Latina: intervenções diretas e indiretas dos Estados Unidos – 1954-1994

Mapa. América Latina: intervenções diretas e indiretas dos Estados Unidos, 1954 a 994. Mapa da América com destaque para México, países da América Central e países da América do Sul.  Intervenções diretas: envio de tropas militares, inclusive bombardeiros aéreos: Panamá (1989), República Dominicana (1965), Granada (1983), Haiti (1994).  Intervenções indiretas:  forte interesse político: Chile (1973), Brasil (1964), Cuba (1961), Guatemala (1954), El Salvador (1981) e Nicarágua (1981).  Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.240 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em , íve. Atlas géopolitique. Paris: Larousse, 2007. página 26.

Esses antecedentes, somados à existência de grandes reservas de recursos naturais em território estadunidense – petróleo, minério de ferro, solo propício à agricultura, recursos hídricos etcétera –, a investimentos em pesquisas científicas e tecnológicas e à inventividade de seu povo, entre outros, tornaram os Estados Unidos uma potência mundial. Em 1840, já eram o quinto país do mundo em produção industrial; em 1860, o quarto; em 1870, o segundo; e em 1895 ocupavam a liderança mundial, competindo com Alemanha, Reino Unido, França, Japão e Rússia.

Em 2021, os Estados Unidos ainda eram considerados o país de maior Píbi do mundo, com diversos polos de inovação tecnológica, como vimos no Percurso 4; nesse ano, também era a maior potência militar mundial; e sua influência econômica e cultural abrange todo o planeta.

A sua intensa produção cinematográfica, televisiva e musical exerce influência em hábitos e costumes em todo o mundo, divulgando valores e modos de viver de sua sociedade.

Apesar de constituir uma grande potência, os Estados Unidos possuem problemas internos, entre eles a pobreza de parte da população, que depende de ajuda governamental para obter alimentos, e o preconceito que afeta, principalmente, negros e hispânicos.

Estudaremos, na Unidade 4, a economia, o espaço urbano-industrial e outros assuntos referentes aos Estados Unidos.

Ícone. Seção No seu contexto. Composto por uma placa amarela com o desenho de um binóculo no centro.

NO SEU CONTEXTO

Você percebe em seu dia a dia alguma influência cultural estadunidense?

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

Leia o texto e descubra como a América Latina, desde o início da década de 2010, tem sido alvo da disputa por influência cultural, econômica e política entre China e Estados Unidos.

A América Latina e o seu desenvolvimento financiado por Estados Unidos e China

“‘Quem come do meu feijão, prova do meu cinturão!’, diziam os pais aos filhos, há muitos anos, principalmente em cidades interioranas do Brasil, deixando claro os papéis de quem mandava e quem deveria obedecer Por analogia, o bordão popular se aplica ao contexto geopolítico da América Latina que, desde o início da década de 2010 transformou-se em palco de uma disputa por influência cultural, econômica e política, protagonizada por China e Estados Unidos via aportes financeiros em infraestrutura e áreas estratégicas, como a tecnologia 5Gglossário e insumos de saúde.

Em termos institucionais, a China foi a precursoraglossário , com a iniciativa Cinturão e Rota, inaugurada em 2013; seis anos após, os norte-americanos estruturaram o programa América Cresce (Growth in the Americas), como um dos vetores do America First [Primeiro os Estados Unidos, em tradução livre], mote do governo dônald trãmp [presidente dos Estados Unidos, com mandato entre 2017 e 2021].

Em 08 de maio de 2018, sob a gestão do Chanceler Réquis Tilerson, a Estratégia do Comando Sul (SOUTHCOM, na sigla em inglês), braço do Departamento de Defesa dos Estados Unidos responsável por monitorar atividades na América Latina, no Canal do Panamá e no Caribe, publicou o documento ‘Promessa Duradoura para as Américas’, descrevendo a China como sinônimo de corrupção, violação dos direitos humanos, risco à democracia, à soberania e ao desenvolvimento econômico dos países latino-americanos. Os americanos, a seu turno, figuram como os paladinosglossário da prosperidade da região. É nesse contexto, de contra-ataque aos ímpetos chineses, que surge o América Cresce.

Estruturado em agosto de 2019 reticências, o América Cresce tem como prioridade catalisar o acesso de países latino-americanos a investimentos do setor privado.

reticências

Segundo o professor róbert ívan élis, pesquisador da relação trilateral América Latina-China-Estados Unidos, o programa americano não almeja rivalizar com as empresas estatais chinesas no campo da infraestrutura, mas objetiva impulsionar os investimentos privados a fim de gerar prosperidade e, agindo com transparência e conforme os princípios da boa governança, comprovar ser uma opção mais benéfica e sustentável para a região do que as ‘práticas às vezes predatórias da China.’ .

Fonte: OLIVEIRA, Breno Silva. Crescer na marra ou entrar na rota pelo cinturão: a América Latina e o seu desenvolvimento financiado por Estados Unidos e China. Observatório de Regionalismo. 11 agosto 2021. Disponível em: https://oeds.link/13hPQW. Acesso em: 7 março 2022.

 Interprete

1. Por meio de quais iniciativas a China e os Estados Unidos buscam ampliar os seus interesses econômicos, políticos e culturais na América Latina?

 Argumente

2. Imagine que você vai representar o Brasil em uma conferência internacional e fará um discurso em público. Redija-o e, com base em argumentos, fatos, informações e ideias, considere os impactos socioambientais e os interesses econômicos das iniciativas chinesa e estadunidense.

PERCURSO 10 A ASCENSÃO DA CHINA NO CENÁRIO INTERNACIONAL

1. China: localização e divisão administrativa

A República Popular da China, localizada na Ásia Oriental, é o país mais populoso do mundo – em 2021, estimava-se mais de 1,4 bilhão de habitantes. Com ..9596960 quilômetros quadrados, a China ocupa 25% da superfície do continente asiático e é o terceiro maior país do mundo em extensão territorial, superado apenas por Rússia e Canadá.

China: divisão administrativa – 2022

Mapa. China: divisão administrativa, 2022. Mapa político da porção leste da Ásia. Os países estão na cor amarelo claro neutro, com exceção da China, com as províncias representadas em amarelo, as municipalidades de categoria provincial na  cor laranja e as regiões autônomas em verde.    Províncias, localizadas na porção leste e central da China: Heilongjiang, capital Harbin. Jilin, capital Changchung. Liaoning, capital Shenyang. Hebei, capital Shijiazhuang. Shanxi, capital Taiyuan. Shaanxi, capital Xi´an. Gansu, capital Lanzhou. Qinghai, capital Xining. Sichuan, capital Chengdu. Yunnan, capital Kunming. Hainan, capital Haikou. Guangdong, capital Guangzhou. Fujian, capital Fuzhou. Zhejiang, capital Hangzhou. Jiangxi, capital Nanchang. Hunan, capital Changsha. Guizhou, capital Guiyang. Hubei, capital Wuhan. Henan, capital Zhengzhou. Jiangsu, capital Nanjing. Anhui, capital Hefei. Shandong, capital Jinan.  Municipalidades de categoria provincial: Pequim (Beijing), Tianjin, Chongoing e Xangai. Regiões autônomas: Xinjiang, capital Urumqi. Mongólia Interior, capital Hohhot, Tibete, capital Lhasa, e Guangxi, capital Nanning.  Regiões administrativas especiais: Hong Kong e Macau. Capital do país: Pequim (Beijing).  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 500 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2011. página cento e dezesseis bonifáce pascál. Atlas des relations internationales. Paris: Armand Colin, 2020. página 161.

Nota: A cidade de Macau, com 28,2 quilômetros quadrados, pertenceu a Portugal do século dezesseis até o final de 1999. Nesse ano, Macau voltou a ser território chinês após um acordo com Portugal. Os portugueses a receberam em 1557, como presente do imperador chinês em reconhecimento à ajuda no combate ao pirata tcháu tseláo. Atualmente, a economia de Macau baseia-se no turismo e na indústria têxtil. Em 2021, sua população era estimada em 630 mil habitantes. Róng Kóng, que pertenceu aos ingleses, é outra região administrativa especial da China.

2. China: da dominação estrangeira ao socialismo e à abertura da economia

Durante o século vinte, a China passou por várias situações políticas e econômicas, como veremos a seguir.

• Dominação estrangeira e revolução socialista

Rússia, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Japão e Estados Unidos mantinham, desde o século dezenove, bases comerciais ou áreas de influência no território chinês, como mostra o mapa da página seguinte.

China: A penetração estrangeira – 1912

Mapa. China: a penetração estrangeira, 1912. Mapa da porção leste da Ásia com a indicação das fronteiras da China em 1912 e as áreas sob a esfera de influência e bases nesse território.  Esfera de influência russa, em amarelo claro hachurado em verde: Xinjiang, Mongólia exterior, Mongólia Interior e Manchúria. A Mongólia exterior não pertencia à China em 1912.  Esfera de influência britânica, na cor branca hachurada em laranja: Tibete, Nepal, Butão, Silkang, Sichuan, Hunan e Henan. Tibete, Nepal e Butão não faziam parte da China em 1912. Esfera de influência alemã, na cor branca hachurada em azul: Shandong. Esfera de influência francesa, na cor branca hachurada em lilás: Yunnan, Guangxi e Hainan. Esfera de influência japonesa, na cor branca hachurada em verde claro na diagonal: Fujian. Aquisição japonesa, em verde claro: Coreia e Formosa.  Ocupação japonesa em 1905, na cor branca hachurada na horizontal em verde-claro: porção nordeste do território, próximo à fronteira da China com a Coreia. Revolta dos Boxers: área englobando Shanxi e Shandong, na porção leste do território chinês. A Revolta dos Boxers foi um conflito ocorrido na China entre 1899 e 1900 em que grupos nacionalistas chineses se opunham à presença de estrangeiros.  Bases estrangeiras: espalhadas em áreas próximas da costa leste da China: em Shanxi, Henan, Fujian, Guangxí. No mapa são localizadas mais de 40 missões cristãs no território chinês e elas se localizam na porção próxima à costa leste, avançando para o interior até alcançarem a porção central.   No mapa: área que fazia fronteira com a China a sudoeste era de estados e territórios indianos e a Birmânia, todos sob domínio britânico. A Indochina, ao sul da China, pertencia à França. Filipinas, a sudeste, estava sob influência dos Estados Unidos. Japão, a leste, e Império Russo, a norte e noroeste, procuravam também exercer influência na China. No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 560 quilômetros.

* Conflito ocorrido na China entre 1899 e 1900 em que grupos nacionalistas chineses se opunham à presença de estrangeiros.

Fontes: elaborado com base em KINDER, Hermann; Ríguelmãn, Vérner. Atlas histórico mundial: de la Revolución Francesa a nuestros días. , 1971. página 96; . Atlas historique: l’historie du monde en 317 cartes. Paris: Larousse, 1987. página 228.

O neocolonialismoglossário e o imperialismo submeteram a China aos interesses capitalistas mundiais, transformando o país em fornecedor de matérias-primas e comprador de produtos industriais.

Em oposição à dominação estrangeira, grupos nacionalistas chineses se organizaram, dando início à luta de libertação nacional. Posteriormente, passaram a disputar o poder central com os socialistas chineses. Como resultado da vitória dos socialistas em 1º de outubro de 1949, foi proclamada a República Popular da China, sob a liderança de máo tsé tung. Com a implantação do socialismo, afastou-se a dominação estrangeira e estreitaram-se os laços com a União Soviética (lembre-se de que nesse período ocorria a Guerra Fria e a bipolarização geopolítica do mundo).

chiân cái chéqui, líder da frente nacionalista que disputava o poder, fugiu para o arquipélago de taiuã (ou Formosa), distante apenas 160 da China continental, onde fundou a República da China e consolidou o capitalismo. Até os dias atuais, por causa da pressão da República Popular da China, a ônu não reconhece taiuã como Estado (confira a localização de taiuã no mapa da página anterior).

Ícone. Seção Pausa para o cinema. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa segurando uma câmera na altura dos olhos.

PAUSA PARA O CINEMA

O último imperador.

Direção: Bernardo bertolútchi. China/Estados Unidos/Inglaterra: Record Picture Company, 1987. Duração: 162 minutos

O filme narra a saga do último imperador da China, pu í, da infância à chegada ao trono, até se tornar preso político dos soviéticos em 1950.

A abertura econômica e a implantação da economia socialista de mercado

De 1949 a 1976, durante o governo de máo tsé tung, a população chinesa passou por grandes dificuldades, convivendo com a fome, que matou milhares de camponeses. As reformas sociais e econômicas promovidas por máo tsé tung não foram plenamente bem-sucedidas e, após a morte dele, a ala reformista do Partido Comunista Chinês assumiu o poder e implantou reformas na sociedade chinesa que a tornaram uma potência econômica.

As reformas incluíram o desenvolvimento industrial, a modernização da agricultura e a reintrodução da propriedade de terra e investimentos em educação, ciência e tecnologia, nas fôrças armadas e em outros setores econômicos e sociais.

Foram criadas Zonas Econômicas Especiais (zê ê ês) para receber investimentos de outros países. Visando atrair empresas estrangeiras para as zê ê ês, o governo chinês ofereceu redução de impostos, além de infraestrutura portuária, aeroportuária, rodoviária, ferroviária, abastecimento de água, redes de esgoto, de comunicações etcétera, e facilidades para exportação e importação.

Os dirigentes chineses deram o nome de economia socialista de mercado ao modelo implantado no país, que se caracteriza pela forte presença de empresas estatais (do Estado), em associação ou não ao capital estrangeiro, e pela centralização política, isto é, o poder político na China é exercido pelo Partido Comunista Chinês.

China: dinamismo econômico – 2015

Mapa. China: dinamismo econômico, 2015.  Mapa do leste e sul da Ásia com representação de dados sobre economia chinesa.  Cidade portuária aberta ao capital estrangeiro: Beihai, Zhanjiang, Guangzhou, Fuzhou, Wenzhou, Ningbo, Xangai Lianyungang, Qingdao, Tianjin, Pequim (Beijing) e Dalian. Todas essas cidades ficam na costa leste.  Zona Econômica Especial: Hainan, Zhuhai, Shenzhen, Shantou, Xiamen e Pudong.  Polo industrial-urbano; poder econômico e político: Pequim (Beijing), Xangai e Hong Kong.  Praça financeira (bolsa de valores): Xangai, Shenzhen e Hong Kong.  Litoral: espaço de abertura econômica e modernização, representado por mancha rosa-escuro: toda a porção sul, central e nordeste da costa leste.  Economia associada ao litoral; reserva de mão de obra, representada em rosa: área mais para o interior do país a partir da costa leste.  Oeste: espaço pouco povoado; reserva de matéria-prima, representado em rosa-claro: toda a porção no interior do território a partir da costa leste, ou seja, as porções sul, centro-oeste e noroeste do território.  Migração rural (população flutuante), representada por seta verde: do interior da costa leste em direção a cidades próximas ou no litoral, como Pequim (Beijing), Xangai e Shenzhen.  Fluxo de investimentos estrangeiros, representado por seta azul: da Coreia do do Sul para Dalian e arredores, do Japão para Dalian e Xangai, da Europa e da América do Norte para Hong Kong, de Taiwan para Xiamen e Shantou, e da Associação das Nações do Sudeste Asiático para Hainan e Hong Kong. Acima, rosa dos ventos e escala de 0 a 590 quilômetros.

* Asean – Associação das Nações do Sudeste Asiático.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta ediçãoSão Paulo: Moderna, 2016. página 50.

Grafismo indicando atividade.

Como o oeste do território chinês está representado nesse mapa?

• Abertura na economia, mas ausência de democracia

Democracia é o regime de governo em que a população de um país participa das decisões políticas de fórma direta ou indireta.

Mas a abertura da economia chinesa não foi acompanhada pela abertura política. Na China, apesar de existirem pequenos partidos além do Partido Comunista, a atuação deles é pouco expressiva, sufocada pela atuação do Partido Comunista Chinês.

Desse modo, a China possui uma estrutura política autoritária e ditatorial que, na prática, tem por base o monopartidarismo. No país não se pratica a democracia e não há liberdade de expressão escrita ou falada, ou seja, a imprensa – jornais, revistas, redes de televisão etcétera – é censurada pelo governo, e a internet está sob contrôle governamental.

Fotografia. Vista de cima de um grande salão com tapete vermelho em todo o chão, cortinas vermelhas, amarelas e marrom e dezenas de cadeiras enfileiradas em grupos e formando corredores. Ao fundo, outras fileiras de cadeiras e corredores. Há pessoas sentadas nas cadeiras assistindo a duas pessoas que falam ao centro.
Grande Salão do Povo, onde se reúnem os membros do Congresso Nacional chinês, em Pequim, China (2022).
Ícone. Seção Quem lê viaja mais. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa lendo.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

BRIDI, Sônia; ZERO, Paulo.

laouái (Estrangeiro): histórias de uma repórter brasileira na China. sexta edição Florianópolis: Letras Brasileiras, 2011.

O livro retrata a cultura chinesa do ponto de vista de uma jornalista brasileira.

3. China: potência do século vinte e um?

As reformas econômicas implantadas na China a partir de 1976 alteraram profundamente o país. No decorrer dos anos 1990 até 2000, o Píbi chinês apresentou um crescimento elevado, em torno de 10% ao ano; de 2010 a 2019, cresceu 7,7% ao ano, em média.

Mundo: crescimento anual do Píbi – 2019

Mapa. Mundo: crescimento anual do PIB, 2019.  Planisfério com a divisão política e a representação da porcentagem de crescimento anual do PIB por país. As porcentagens são representadas por uma gradação do amarelo ao marrom. Menos de menos 5,9 por cento, em amarelo: Irã e Zimbábue. De menos 5,9 a 0,5 por cento, em laranja-claro: México, alguns países da América Central, países da América do Sul como Equador, Argentina, Paraguai e Uruguai, países da África como Sudão, Congo, Angola, Namíbia e África do Sul, países da Europa como Itália e, na Ásia, a Arábia Saudita.  De 0,6 a 3,0 por cento, em laranja escuro: Canadá e Estados Unidos na América do Norte; Chile, Peru, Colômbia, Suriname, Guiana francesa, Brasil e Bolívia na América do Sul; países da África como Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia, Chade, Zâmbia e Botsuana; a maior parte dos países da Europa, como França, Espanha, Portugal, Reino Unido, Alemanha, Noruega, Suécia e Finlândia; países da Ásia como Rússia, Japão, Coreia do Sul, Turquia, Paquistão e Tailândia e, na Oceania, Austrália e Nova Zelândia. De 3,1 a 5,4 por cento, em laranja-escuro: na América Central, Guatemala e República Dominicana; Guiana na América do Sul; na África, países na porção oeste, como Mauritânia, Mali, Senegal e Guiné e também países como Egito, Quênia e Madagascar; na Europa, países do leste, como Polônia, Romênia,  Hungria e Bulgária; na Ásia, países como Cazaquistão, Mongólia, Afeganistão, Índia, Malásia e Indonésia e, na Oceania, Papua Nova Guiné. Mais de 5,4 por cento, em marrom: na África, Níger, Costa do Marfim, Gana, Benim, Etiópia, Somália, Uganda e Tanzânia; na Europa, Estônia e Lituânia e, na Ásia, Jordânia, Iraque, Turcomenistão, Tadjiquistão, China, Mianmar, Camboja, Vietnã e Filipinas.   Dados não disponíveis: Venezuela, Saara Ocidental, Sudão do Sul, Iêmen, Coreia do Norte e Antártida. À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.830 quilômetros.

Fonte: THE WORLD BANK. GDP growth (annual %). Disponível em: https://oeds.link/t0gIPi. Acesso em: 7 março 2022.

O crescimento da economia chinesa também foi favorecido pelos seguintes fatores: a chamada “Economia do Conhecimento”, com grandes e contínuos investimentos em educação, pesquisa científica e tecnológica; disponibilidade de recursos naturais em seu território; investimentos maciços em infraestrutura de transportes; investimentos em construção de habitações, edifícios comerciais etcétera.; incentivo à exportação e à produção por meio de facilidades fiscais e tributárias; existência de grande mercado consumidor interno; mão de obra abundante, relativamente qualificada e a baixo custo; além de outros.

Fotografia. Vista de cima de uma grande cidade às margens de um rio. Há muitos prédios, de formatos e tamanhos diversos. Ao centro, destaca-se uma torre estreita e alta com uma estrutura circular no alto. No rio, há embarcações de diferentes tamanhos.
Com o desenvolvimento econômico da China, muitas cidades se modernizaram. A aglomeração urbana de Xangai, a maior da China, apresentava uma população de mais de 27 milhões de habitantes em 2021. Na foto, vista de Xangai (2021) e do Rio rruãn pú.

O parque industrial da China é diversificado: produz desde mercadorias simples até as mais sofisticadas, exportadas para todo o mundo.

As pesquisas científicas e os avanços técnicos chineses permitiram ao país participar da conquista espacial e também ampliar e modernizar as suas fôrças militares. Em 2003, o país realizou seu primeiro voo tripulado no espaço e pretendia, em 2022, finalizar a construção de sua estação espacial. Os lançamentos para o espaço são realizados de uma base no Deserto de Gobi.

Fotografia. Vista de um foguete branco com escritos chineses e bandeira da China na parte superior. Ele está a poucos metros da superfície, como se tivesse  acabado de ser lançado. Abaixo dele, há uma base redonda, de sai fogo e fumaça. À esquerda, grande estrutura de ferro na vertical.
Lançamento do foguete Longa Marcha-dois éfe, com a nave chênzú-12, para uma missão espacial com três astronautas chineses a bordo, em 17 de junho de 2021, no Centro de Lançamento de djiucuã, no Deserto de góbi, China.

• China: exportação e importação

Em 2020, a China foi o maior exportador de mercadorias do mundo – aproximadamente 94% de suas exportações são constituídas de produtos industrializados. É também grande importadora de petróleo, minério de ferro, soja, carne, aço, algodão e outros produtos, sendo o Brasil um de seus fornecedores.

Suas exportações em 2020 atingiram o valor de cêrca de 2,6 trilhões de dólares – quase o dobro do valor do Píbi do Brasil nesse ano (1,4 trillhão de dólares) – e suas importações totalizaram quase 2,1 trilhões. Nas exportações, a China superou os Estados Unidos, que somaram nesse mesmo ano o valor de 2,4 trilhões de dólares.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Em suas compras ou nas de sua família, você já observou se há produtos originários da China? Se sim, quais?

4. Relações China-Estados Unidos e China-Brasil

A China deu um grande salto na economia nas últimas décadas, aumentando de modo substancial sua presença nas relações com os Estados Unidos e o Brasil.

• Relações China-Estados Unidos

O crescimento da economia chinesa e o seu desenvolvimento científico e tecnológico têm causado preocupação ao governo estadunidense. Os Estados Unidos não consideram a China inimiga, mas a reconhecem como forte concorrente na geopolítica mundial.

Há algumas tensões nas relações entre os dois países, marcadas principalmente pela situação de taiuã. Enquanto a China considera a Ilha de Formosa pertencente a seu território, os Estados Unidos apoiam a existência de taiuã separada e independente da China continental.

Outro ponto de tensão diz respeito aos direitos humanos. Os Estados Unidos, juntamente com países europeus, Japão e Austrália, criticaram, no Conselho de Direitos Humanos da ônu, em 2016, a posição chinesa em relação à prisão de defensores dos direitos humanos no país. Também há pressões para a existência de uma imprensa livre e o fim do contrôle do Estado sobre o acesso à internet e outros meios de comunicação.

Entretanto, as tensões políticas são superadas pelos interesses comerciais dos dois países. A China, em 2020, foi o maior parceiro comercial dos Estados Unidos: 17,5% do valor total das exportações de mercadorias chinesas destinou-se aos Estados Unidos, enquanto 19% do valor total das importações estadunidenses foi proveniente da China.

Fotografia. Homem visto do ombro para cima. Ele tem pele clara, cabelos curtos e escuros, usa óculos de grau e camisa em tom verde escuro. Ao fundo, uma estante com livros.
líu xiaobô (1955-2017), professor, intelectual e crítico do governo chinês, foi condenado a onze anos de prisão em 2009 por defender a necessidade da implantação da democracia na China. Foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 2010.

• Relações China-Brasil

A China, desde 2009, tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil, superando os Estados Unidos. Em 2021, do valor total das exportações brasileiras para outros países, 22,4% foi realizado para a China; e a importação de produtos chineses pelo Brasil representou 23,5% do valor total das importações brasileiras.

Entretanto, em 2021, as exportações brasileiras para a China eram compostas, principalmente, de produtos primários: o minério de ferro constituiu cêrca de 33% do valor total das exportações; a soja, 31%; e o petróleo bruto, 16% – produtos que não têm valor agregadoglossário .

Já as importações de produtos chineses pelo Brasil são predominantemente de bens industrializados, portanto de maior valor agregado, fato que beneficia amplamente a economia chinesa.

A influência cultural chinesa no Brasil está relacionada ao crescimento da chegada de imigrantes chineses ao país a partir de meados do século vinte. Destacam-se: a arte marcial tai chí chuan; a gastronomia chinesa; a celebração do ano-novo chinês no bairro da Liberdade, em São Paulo; e a adoção de práticas da medicina tradicional chinesa, como é o caso da acupuntura.

Fotografia. Vista de uma rua pavimentada com muitas pessoas observando um desfile de pessoas segurando um boneco de um dragão feito de papel nas cores laranja e verde. As luminárias da rua pendem de um poste vermelho e são compostas por três lanternas brancas enfileiradas em cada poste. No segundo plano, há um grande portação em vermelho. As pessoas na rua tiram fotografia do desfile.
Celebração do ano-novo chinês no bairro da Liberdade, em São Paulo, São Paulo (2019).
Ícone. Seção Navegar é preciso. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa sentada com as mãos sobre o teclado de um computador.

NAVEGAR É PRECISO

Embaixada da China no Brasil

https://oeds.link/R9G04r

O portal disponibiliza diversas informações sobre a China e as relações sino-brasileiras.

Ícone. Seção Atividades dos percursos. Composto por uma placa amarela com o desenho de um livro fechado com um lápis em cima.

Atividades dos percursos 9 e 10

Registre em seu caderno.

  1. Os Estados Unidos declararam sua independência da metrópole inglesa antes ou depois do Brasil em relação à metrópole portuguesa?
  2. Aponte a consequência da promulgação do Ato de Propriedade Rural (Homestead Act), de 1862, para o povoamento do território dos Estados Unidos.
  3. Explique o que foi o Destino Manifesto e sua relação com a conquista e o povoamento do interior dos Estados Unidos.
  4. O que foi a Doutrina Monroe? Como ela influenciou a relação dos Estados Unidos com os demais países da América?
  5. Caracterize o modelo chinês de “economia socialista de mercado”.
  6. Qual é a importância das zê ê ês (Zonas Econômicas Especiais) para o dinamismo da economia chinesa?
  7. A China é um país democrático? Explique.
  8. Por que taiuã é um impasse existente entre a China continental e os Estados Unidos?
  9. A República Popular da China foi, em 2018, a maior emissora mundial de dióxido de carbono – um dos gases que causam o efeito estufa. Interprete o mapa e faça o que se pede.

Mundo: emissão de dióxido de carbono por habitante (em tonelada por habitante) – 2018

Mapa. Mundo: emissão de dióxido de carbono por habitante, em tonelada por habitante, 2018. Planisfério com a divisão política e a representação da quantidade de emissão de dióxido de carbono, em tonelada, por habitante, por país. As quantidades são representadas por uma gradação de cores. Menos de 2,2 toneladas por habitante, em rosa claro: maior parte dos países da América Central; na América do Sul, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia; maior parte dos países da África leste, oeste e central; na Ásia, países como Iêmen, Índia e seus países vizinhos, Indonésia e Filipinas.  De 2,2 a 5,1 toneladas por habitante, em amarelo:  na América, países como Argentina, Chile, México, Equador, Venezuela, Guiana e Suriname; na África, Argélia, Tunísia, Egito, Senegal, Congo e Botsuana; na Europa, países como Portugal, França, Suíça, Ucrânia, Romênia e Suécia e, na Ásia, países como Turquia, Iraque, Azerbaijão, Uzbequistão, Mianmar, Tailândia e Coreia do Norte.  De 5,2 a 9,7 toneladas por habitante, em laranja: na África, Líbia e África do Sul; na Europa, países como Espanha, Itália, Reino Unido, Alemanha, Polônia, Belarus, Noruega e Finlândia; na Ásia, China,  Mongólia, Japão, Irã e Malásia e, na Oceania, Nova Zelândia.  De 9,8 a 16,5 toneladas por habitante, em laranja escuro: na Ásia, países como Rússia, Cazaquistão, Coreia do Sul, Arábia Saudita e Omã; na Oceania, Austrália; na Europa, Estônia e, na América, Canadá e Estados Unidos. Mais de 16,6 toneladas por habitante: Kuait, Catar e Emirados Árabes Unidos. À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.890 quilômetros.

Fonte: THE WORLD BANK. CO2 emissions (metric ton per capita). Disponível em: https://oeds.link/F8XpQa. Acesso em: 7 março 2022.

  1. Se a China foi o maior emissor de dióxido de carbono do mundo em valores absolutos em 2018, por que no mapa ela não está representada entre os maiores emissores?
  2. Aponte um país cuja emissão de dióxido de carbono para a atmosfera está no intervalo de 9,8 a 16,5 toneladas por habitante em 2018. Se necessário, consulte o planisfério ao final do livro, na página 278.
  3. Agora, aponte um país cuja emissão situou-se abaixo de duas vírgula duas toneladas por habitante.
  4. Em sua opinião, é possível relacionar a emissão de dióxido de carbono ao desenvolvimento econômico dos países? Justifique.

10. Interprete o mapa e responda às questões.

O “colar de pérolas” chinês e o “colar de contenção” dos Estados Unidos – 2020

Mapa. O colar de pérolas chinês e o colar de contenção dos Estados Unidos, 2020. Mapa de partes do continente africano, europeu, asiático e da Oceania com a China em destaque, na cor laranja.  Bases militares dos EUA, representadas por estrela branca em fundo lilás: em Kuait, Barein, Catar, Oceano Índico, ao sul da Índia, Cingapura, Austrália, Oceano Pacífico, a leste das Filipinas e a leste de Taiwan, Coreia do Sul e Japão.  “Colar de contenção” dos Estados Unidos: linha em lilás liga as bases militares dos Estados Unidos, do Kuait até o Japão.  Passagens marítimas estratégicas, representadas por círculo verde: Suez, que liga Mar Mediterrâneo ao Mar Arábico; Bab el Mandeb, no leste da África, que liga o Mar Vermelho ao Golfo de Áden; Ormuz, na ponta do Catar e Malaca, entre Malásia e Indonésia.  no mar entre Catar e Paquistão.  Colar de perólas chinês, representado por linha vermelha: linha contorna parte do litoral da Ásia, ligando bases e portos administrados pela China; se inicia na Grécia, passando por Suez, Sudão, Bab el Mandeb, Ormuz, Sri lanka, Mianmar, Tailândia, Laos e Hong Kong até chegar à costa leste no norte da China.   Corredor econômico chinês, representado por linha pontilhada preta: atravessa o Paquistão, saindo do norte desse país na fronteira com a China até o litoral do Mar Arábico; atravessa Mianmar, saindo do norte desse país na fronteira com a China até o litoral. Bases e portos administrados pela China, representados por pontos vermelhos: litoral do Sudão, Djibuti e Quênia, litoral de Paquistão, no Mar Arábico, em Sri Lanka, Bangladesh, Mianmar, Tailândia, Laos, Hong Kong e litoral da costa leste no norte da China.  Países nos quais a China implanta infraestruturas para ter acesso ao Oceano Índico, representados em rosa: Paquistão, Mianmar  e Tailândia.  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.080 quilômetros.

Fonte: LOBO, abél Gil. La geopolítica de China y su collar de perlas. El Orden Mundial, 4 setembro 2020. Disponível em: https://oeds.link/5ID77s. Acesso em: . 2022.

  1. Aponte os continentes por onde passa o “colar de pérolas” chinês.
  2. Como você explica a expressão “‘colar de pérolas’ chinês”, usada no título?
  3. Justifique a outra expressão, “colar de contenção”.

11. Interprete o quadro e responda às questões a seguir.

Estados Unidos e China: alguns indicadores econômicos* – 2019

País

PIB (trilhões de dólares)

PIB per capita (mil dólares)

Estrutura do PIB (%)

Agropecuária

Indústria e mineração

Serviços

Estados Unidos

21

65

1

19

80

China

14

10

7

39

54

* Valores arredondados.

Fontes: THE WORLD BANK. World Development Indicators: Structure of output. Table . Disponível em: https://oeds.link/X1PWLh GDP per capita (current US$). Disponível em: https://oeds.link/fwMrjy. Acessos em: 7 março 2022.

  1. Em 2019, enquanto o valor do Píbi da China correspondeu a cêrca de 66% do valor do Píbi dos Estados Unidos, o valor do Píbi per cápita chinês correspondeu a 15% do valor dos Estados Unidos. Por que esses percentuais foram diferentes?
  2. O peso da agropecuária na formação do Píbi dos Estados Unidos é maior ou menor que o da China? Justifique.

12. Em 1948, a ônu aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos (dê u dê agá). Nela, constam os direitos básicos de todo cidadão. Realize uma pesquisa em publicações e sites da ônu para ter acesso ao texto da declaração e, em grupo, escolham um artigo que, de acordo com a visão de vocês, não é respeitado nos Estados Unidos ou na China. Pesquisem dados que possam dar suporte a essa suposição e construam um infográfico para apresentá-los.

PERCURSO 11 OS BRICS E O COMÉRCIO INTERNACIONAL

1. O que são os bríquis?

No início dos anos 2000, o economista britânico Jim constatou que Brasil, Rússia, Índia e China possuíam crescimento econômico acima da média de outros países. Em 2009, esses países se uniram para estabelecer uma cooperação econômico-financeira e em outras áreas, como ciência, tecnologia, energia, agricultura e turismo. No ano seguinte, a África do Sul foi admitida no grupo, constituindo os bríquis – sigla formada pelas iniciais desses países, considerando o nome em inglês da África do Sul (South Africa).

O economista ressaltava que, durante a década de 2000 e as seguintes, esses países se tornariam potências emergentes. De fato isso ocorreu principalmente com a China, como vimos no Percurso 10, e com a Índia, cujo Píbi apresentou crescimento médio de 7,9% ao ano entre 2003 e 2006 e, entre 2012 e 2019, um crescimento anual de cêrca de 6,5% em média.

No ano 2000, o Píbi da Rússia cresceu 10% e manteve-se estável entre 2001 e 2008, cujo crescimento foi, em média, de 6,5% ao ano. Mas desde a crise financeira iniciada em 2008 e a queda dos preços do petróleo e do gás natural, seus principais produtos de exportação, o crescimento da economia russa tem sido modesto. Em 2009, o país apresentou um percentual negativo de –7,8% e, no período de 2010 a 2019, o crescimento médio do Píbi desse país foi de 2%.

Esse também é o caso do Brasil, que entre 2000 e 2012 teve um crescimento médio de 3,5%. Mas, principalmente de 2013 a 2018, em decorrência de crises políticas internas, apresentou crescimento econômico baixo e até mesmo negativo, em média 0,2%. Em 2019, o crescimento do Píbi do país foi de 1,4%.

Quanto à África do Sul, seu Píbi cresceu em média 3,4% ao ano, entre 2001 e 2010, e 1,5% em média ao ano, entre 2011 e 2019.

bríquis e países emergentes – 2020

Mapa. BRICS e países emergente, 2020.
Planisfério com a divisão política e a identificação dos países que integram os BRICS e dos países emergentes.
BRICS, em vermelho: Brasil, África do Sul, Rússia, China e Índia. 
Países emergentes, em verde e com hachura verde sobre o vermelho: Argentina, Chile, Brasil, Colômbia, México, África do Sul, Egito, Turquia, Polônia, Hungria, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Índia, China, Tailândia, Malásia, Indonésia e Filipinas. 
À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.830 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 32; . Miles to go: emerging markets must balance overcoming the pandemic, returning to more normal policies, and rebuilding their economies. Finance & Development, volume 58, número 2, página 7, junho 2021.

Nota: Como citamos no Percurso 4, a regionalização possui um caráter transitório, ou seja, enquanto em 2004, como mostra o mapa da página 36, apenas alguns países eram considerados emergentes, em 2020 outros foram acrescentados a essa classificação ou categoria: Colômbia, Polônia, Indonésia etcétera.

• Pandemia de covíd-19 e as perspectivas econômicas dos bríquis

Entre o final de 2019 e o início de 2020, a pandemia do vírus sárs-cóv-2 que causa a doença covíd-19 criou uma nova realidade sanitária, social e econômica em escala mundial. Os governos adotaram diversas medidas para conter o número de infecções de suas populações e tratar os doentes: restringiram a circulação das pessoas e elevaram os investimentos em equipamentos de proteção individual, aparelhos hospitalares, desenvolvimento de vacinas e programas sociais voltados a amparar os trabalhadores mais afetados pela pandemia. Mas a instabilidade dos mercados e a interrupção dos investimentos, da produção industrial, dos serviços e dos fluxos de pessoas e mercadorias acarretaram uma crise econômica global, que afetou principalmente os países menos desenvolvidos.

Em 2020, o Brasil, a Rússia, a Índia e a África do Sul apresentaram percentuais de crescimento negativos do Píbi, refletindo a retração de suas economias. Apenas a China apresentou 2,3% de crescimento nesse ano.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Em vista da crise sanitária e econômica provocada pela pandemia da covíd-19, algum membro de sua família ou alguém que você conhece perdeu o emprego nesse período? Você sabe quais foram as consequências do desemprego?

bríquis: aspectos demográficos e indicadores socioeconômicos

As populações da China e da Índia somadas correspondem a cêrca de 36% da população mundial. Se, por um lado, esse contingente populacional exige desses Estados grandes investimentos sociais, por outro, representa grande mercado de consumo, permitindo que as economias desses países tenham a sua autossustentação com base no mercado interno.

Os indicadores sociais e econômicos dos bríquis revelam desigualdades entre eles e também em relação aos países desenvolvidos. Nestes, as taxas de natalidade estão em torno de por mil; as taxas de mortalidade infantil de menores de 1 ano variam de 2por mil a 5por mil; a esperança de vida média é superior a 80 anos; e a média de anos de estudo situa-se em 13 anos; o í dê agá é muito elevado; e o Píbi per cápita está acima de 30 mil dólares. Apenas a China e a Índia estiveram entre os dez países com maior Píbi, em 2020, e os demais eram desenvolvidos.

BRICS: alguns indicadores sociais e econômicos – 2019

Indicadores

Brasil

Rússia

Índia

China

África do Sul

Taxa de natalidade (%)

14

10

18

11

20

Taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano em ‰)

12

5

28

7

28

Esperança de vida média (anos)

76

73

70

77

64

Média de anos de estudo

8

12

7

8

10

IDH

elevado

muito elevado

médio

elevado

elevado

PIB per capita (mil dólares)

9

12

2

10

7

Fontes: elaborado com base em . Human development reports. Table 1. Disponível em: https://oeds.link/MRGfRb; THE WORLD BANK. Indicators. Disponível em: https://oeds.link/mXFbdz. Acessos em: 16 fevereiro 2022.

Nota: Os valores do quadro foram arredondados.

Grafismo indicando atividade.

Comparando as médias de anos de estudo dos países dos bríquis em relação às dos países desenvolvidos, a que conclusão você chega?

Ícone. Seção Navegar é preciso. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa sentada com as mãos sobre o teclado de um computador.

NAVEGAR É PRECISO

Centro de Estudos e Pesquisas bríquis

https://oeds.link/kHzzHZ

O portal disponibiliza artigos, livros e indicadores sobre diversos temas envolvendo os bríquis, como: resolução de conflitos, cooperação internacional, mudanças climáticas e agenda ambiental.

Píbi elevado, condições de vida comprometedoras

Observando os indicadores sociais dos bríquis, percebemos que há muitos pontos críticos: pobreza; baixa média de anos de estudo da população; mortalidade infantil de menores de um ano em patamares bem superiores aos dos países desenvolvidos e expectativa de vida média inferior à dos países desenvolvidos. Os casos mais graves são os da Índia, da África do Sul e do Brasil, considerando que nesses países cêrca de 19%, 12% e 6% da população, respectivamente, ainda vivia em pobreza extrema na década passada. Concluímos, assim, que não é suficiente possuir um Píbi entre os doze maiores (consulte novamente o gráfico da página 33), como é o caso do Brasil e da Índia, se parte de suas populações vive em condições precárias.

Cabe aos governantes dos Estados ou países, juntamente com as suas populações, trabalhar em prol da erradicação da pobreza em que vivem milhões de seus concidadãosglossário . Além disso, cabe também a eles a criação de oportunidades para que todos tenham acesso a educação, saúde, moradia, trabalho, alimentação e lazer.

Fotografia. Área aberta com muito lixo no chão. Uma linha de trem está no centro da foto. À direita, fachada de casas de dois andares com a pintura descascada, fios pendurados entre as janelas e cercas baixas de madeira. À esquerda, plantas e pilhas de papelão cobertas por plástico preto e lixo no chão.
Moradias precárias nas margens de uma ferrovia em Calcutá, Índia (2020).

3. Padrões econômicos de produção e distribuição

Ao longo da história, os padrões de produção de bens e serviços foram alterados graças ao desenvolvimento das técnicas de produção.

• Emprego de tecnologia

Historicamente, a produção de mercadorias e serviços sempre dependeu do uso de tecnologias. No passado recente, por exemplo, um documento – como uma carta, uma cédula de identidade, uma ação judicial etcétera – era datilografado usando a tecnologia da máquina de escrever; para sua impressão ou duplicação, usava-se o papel carbono ou a fotocopiadora; para o envio ao destinatário, o correio. Hoje existe o computador e a internet, que agilizaram esse processo de produção de serviços, produzindo mais em menor tempo e enviando o documento digitalizado em “tempo real”.

O emprego de tecnologias simples ou tradicionais, mais avançadas ou de última geração está diretamente relacionado à quantidade produzida e à produtividade obtida na atividade industrial, na agropecuária, na pesca comercial, na extração mineral e na prestação de serviços e em outras atividades.

A partir do início dos anos 1970, com a Revolução Técnico-Científico-Informacional, ou seja, com o desenvolvimento da informática, da robótica, das telecomunicações e de outras áreas do conhecimento, como a biotecnologia e a química finaglossário , a produção industrial sofreu profundas alterações.

Fotografia. Interior de uma fábrica. No primeiro plano, ao centro, há a estrutura de um carro e, nas laterais, robôs amarelos e outras máquinas com muitos fios. Ao fundo há estruturas de ferro e fios.
O avanço tecnológico promoveu transformações na produção industrial, por exemplo, com a substituição da mão de obra humana por robôs em alguns setores e atividades. Na foto, linha de produção de indústria automobilística em guanzú, China (2022).

Além de elevar a produção e a produtividade da atividade econômica, essa revolução fez surgir novas tecnologias: computadores, smartphones, tablets, gê pê ésse etcétera, resultantes de investimentos em ciência e tecnologia (observe o quadro).

Ao interpretar o quadro, observe que os Estados Unidos lideram os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Quanto aos países que compõem os bríquis, na segunda posição encontra-se a China; na sétima, a Índia; na nona, o Brasil; e na décima, a Rússia. Vê-se, assim, que os padrões mundiais avançados de produção estão relacionados ao investimento em pesquisa e desenvolvimento (pê ê dê).

Países com maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) – 2019

País

Investimentos (bilhões de dólares em PPC)

Percentual do PIB investido

Estados Unidos

476

2,7

China

371

2,0

Japão

170

3,4

Alemanha

110

2,9

Coreia do Sul

73

4,3

França

61

2,3

Índia

48

0,8

Reino Unido

44

1,7

Brasil

42

1,3

Rússia

40

1,1

Fonte: elaborado com base em UNESCO INSTITUTE FOR STATISTICS. How much does your country invest in R&D? Disponível em: https://oeds.link/fBQiHw. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

tê vê bríquis

https://oeds.link/1vhiAm

Plataforma multimídia que oferece uma imersão nas tradições, história, cultura, economia, esporte e tendências modernas dos países dos bríquis.

• A distribuição de produtos e as corporações transnacionais

A distribuição de produtos e serviços para os consumidores, onde quer que se encontrem, tornou-se muito ágil, nos últimos anos, graças ao desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação, que permitem a conexão entre lugares, pessoas e empresas de modo instantâneo.

Entretanto, a competição na produção e na distribuição mundial de produtos agrícolas e industriais é muito desigual. Das corporações internacionais do agronegócio, por exemplo, sete dominam a produção mundial de sementes e agrotóxicos; quatro dominam a importação e a exportação de matérias-primas agrícolas, como a soja, o milho e o trigo; e dez controlam a indústria de alimentos.

A influência das corporações transnacionais é tanta que, até mesmo no processo de organização e reorganização do espaço geográfico rural, elas comandam o que deve ser plantado. Assim, o uso da terra é realizado nos países segundo os interesses ou a conveniência dessas corporações.

Fotografia. Vista de cima de uma extensa área de plantação de cor bege amarelada. No primeiro plano, solo, 1 caminhão e duas colheitadeiras verdes. Em uma delas, há um tubo que despeja grãos na caçamba de um caminhão. Na plantação há outros dois caminhões. Ao fundo, uma área verde.
A expansão da fronteira agrícola do Brasil em direção às regiões Norte e Centro-Oeste se fez com base no modelo agroexportador, ou seja, no uso da terra comandado pelo mercado externo. Quase 100% do plantio de soja é realizado com sementes transgênicas vendidas por transnacionais do setor e boa parte de sua comercialização e distribuição também é realizada por empresas estrangeiras. Na foto, colheita mecanizada de soja no município de Chapada dos Guimarães, Mato Grosso (2022).

• O intercâmbio comercial

Entre os países, há o comércio de produtos agrícolas, de matérias-primas (vegetal, mineral e animal), de bens industrializados e de serviços (financeiro, técnico etcétera). A essas trocas ou a esses intercâmbios comerciais dá-se o nome de comércio exterior, que abrange a exportação – venda de produtos ou serviços de um país para outro – e a importação – compra de produtos ou serviços de outro país.

A relação, em dinheiro (dólar, real etcétera), entre os valores das exportações e das importações de um país recebe o nome de balança comercial. Quando o valor das exportações ultrapassa o das importações realizadas por um país, no período de um ano ou mês, diz-se que esse país teve um superávit comercial ou saldo positivo e, assim, torna-se credor dos países para os quais exportou. Ao contrário, quando o valor das importações supera o das exportações, diz-se que a balança comercial teve déficit comercial ou saldo negativo, ou seja, é deficitária, e o país nessa condição fica em dívida com o exterior.

Segundo o Ministério da Economia, em 2021 as exportações do Brasil atingiram o valor de 280,6 bilhões de dólares e as importações, 219,4 bilhões de dólares. Houve, portanto, superávit comercial (saldo positivo) de 61,2 bilhões de dólares, o que foi favorável para o país.

O comércio exterior do Brasil com os outros países dos bríquis tem aumentado nos últimos anos. Quanto ao comércio com os Estados Unidos – que foi, em 2021, o segundo maior parceiro comercial do Brasil (o primeiro foi a China) –, os valores das exportações e das importações têm oscilado ao longo dos anos. Consulte o quadro e os gráficos referentes ao ano de 2021.

Brasil: comércio exterior com os outros países dos BRICS e com os Estados Unidos (em bilhões de dólares) – 2021

País

Exportação

Importação

Saldo comercial

China

87,8

47,7

40,1

Índia

4,8

6,7

−1,9

Rússia

1,6

5,7

−4,1

África do Sul

1,2

1,0

0,2

Estados Unidos

31,1

39,4

−8,3

TOTAL

126,5

100,5

26,0

Fonte: elaborado com base em BRASIL. Ministério da Economia. Balança comercial: dados consolidados. Disponível em: https://oeds.link/TPdMIc. Acesso em: 17 fevereiro 2022.

Nota: Os valores do quadro foram arredondados.

Brasil: trocas comerciais (em porcentagem do valor comercializado) – 2021

Gráfico. Brasil: trocas comerciais, em porcentagem do valor comercializado, 2021.  Dois gráficos circulares: o primeiro representa o destino das exportações e o segundo a origem das importações. Os setores representam as porcentagens dos países. Destino das exportações: China: 31,3 por cento. Estados Unidos: 11,1 por cento. Índia: 1,7 por cento. Rússia: 0,6 por cento. África do Sul: 0,4 por cento. Outros países: 54,9  por cento.  Origem das importações: China: 21,7 por cento. Estados Unidos: 18,0 por cento. Índia: 3,1 por cento. Rússia: 2,6 por cento . África do Sul: 0,5 por cento. Outros países: 54,1 por cento.

Fonte: elaborados com base em BRASIL. Ministério da Economia. Balança comercial: dados consolidados. Disponível em: https://oeds.link/TPdMIc. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

Nota: Os valores do quadro foram arredondados.

Grafismo indicando atividade.

Aponte a participação percentual do valor das trocas comerciais brasileiras, em 2021, realizadas com os demais países dos bríquis e compare com as trocas realizadas com os Estados Unidos.

De acordo com o quadro, do total de 87,8 bilhões de dólares exportados pelo Brasil para a China em 2021, cêrca de 70,2 bilhões de dólares ou 80% desse total correspondem a três produtos: minério de ferro (33%), soja (31%) e petróleo bruto (16%). Como citamos no Percurso 10, essas exportações não possuem valor agregado.

Quanto às importações realizadas pelo Brasil da China em 2021, predominam os produtos de valor agregado, como os industrializados – por exemplo, peças para aparelhos de telefonia e televisores, terminais portáteis de telefonia móvel etcétera

PERCURSO 12 DISTRIBUIÇÃO DA INDÚSTRIA E OS CAPITAIS ESTADUNIDENSE E CHINÊS NO MUNDO E NO BRASIL

1. A indústria e seus fatores locacionais

A palavra “locacional” nos remete à localização. Assim, os fatores locacionais da indústria são aqueles que exercem influência na decisão de implantar uma indústria em determinada área do espaço geográfico. Eles influenciam a distribuição espacial das atividades industriais em escala global, assim como no interior dos países, em suas regiões e localidades.

As corporações empresariais estão sempre em busca da melhor localização no espaço geográfico para obter custos baixos de produção, maior lucro ou, ainda, uma localização espacial que melhor atenda a suas necessidades particulares com o objetivo de ampliar o mercado consumidor.

Os fatores locacionais se alteram ao longo do tempo, acompanhando as transformações do capitalismo, do mercado mundial e o avanço das tecnologias de produção. Eles deram origem a dois principais padrões de localização industrial: a concentração industrial e a dispersão industrial.

2. Concentração industrial e fatores locacionais tradicionais

Durante a Primeira e a Segunda Revoluções Industriais, dos séculos dezoito a vinte, os fatores locacionais para a instalação de indústrias já eram importantes. É o caso das vias de transporte – ferrovias, rios navegáveis etcétera –, indispensáveis para o transporte de matérias-primas e o escoamento das mercadorias para o mercado comprador.

Durante a Primeira Revolução Industrial, o carvão mineral era a principal fonte de energia para acionar máquinas, e a proximidade das minas ou jazidas foi crucial para a localização industrial, principalmente entre o final do século dezoito e o final do século dezenove. É o caso, entre outros, da industrialização alemã no Vale do rúr, com sua grande bacia carbonífera, e da industrialização inglesa na região de Yorkshire, rica em carvão mineral (consulte o mapa e a ilustração da página seguinte).

A partir da Segunda Revolução Industrial, no final do século dezenove, a localização industrial passou a ser influenciada pelo uso crescente de novas fontes de energia, como o petróleo e a eletricidade, assim como pela modernização de meios e infraestruturas de transporte. Por exemplo, os navios petroleiros e a construção de oleodutos e de redes de transmissão de energia asseguraram o abastecimento de indústrias, favorecendo a tendência à dispersão espacial. No entanto, até meados do século vinte, a instalação de novas indústrias continuou a ocorrer, em grande parte, em áreas já industrializadas, beneficiando as empresas já existentes.

Alemanha: regiões industriais

Mapa. Alemanha: regiões industriais.  Mapa da porção norte da Europa com destaque para a Alemanha.  Países com os quais a Alemanha faz fronteira, em cinza claro neutro: Dinamarca ao norte, Polônia e República Tcheca a leste, Áustria a sudeste, Liechtenstein e Suíça ao sul, França a sudoeste e Luxemburgo. Bélgica e Países Baixos a oeste.  A Alemanha está representada em amarelo.  Região de indústria pesada predominante, em verde-claro: área em Sarre e nas proximidades das cidades de Mannhein e Frankfurt, a sudoeste; próximas a Hannover e Magdeburgo ao norte, e próximas a Leipzig, Dresden e Chemnitz a oeste.  Região de indústria de transformação, em verde- escuro: áreas nas proximidades dos Rios Ruhr e Reno, perto das cidades de Colônia e de Duisburgo; nas proximidades de Frankfurt a oeste; ao redor de Stuttgart e Munique, ao sul, e ao redor de Berlim, a capital do país, a nordeste.   Região de indústria difusa, em laranja: faixa no sentido norte-sul a oeste, e faixa ao norte, próximo a Hannover.  Região carbonífera, circulada em vermelho: próxima a Duisburgo, nas margens do Rio Ruhr. Oleoduto/gasoduto, representados por seta lilás: da Polônia em direção ao norte e em direção a Leipzig; da República Tcheca para o oeste; da Áustria e da fronteira com Liechtenstein para o sudeste; da França para regiões industriais em Mannheim e Sarre; dos Países Baixos para a região industrial de Frankfurt e do Mar do Norte em direção à região de indústria de transformação próxima a Colônia.  Siderurgia e metalurgia pesada, representada por quadrado vermelho: em Hannover, margem do Rio Elba e perto de Magdeburgo, em Leipzig, em Dresden, na margem do Rio Ruhr e em Sarre. Indústria química, representada por tubo de ensaio lilás: próximo a Mannhein, Frankfurt, Sarre, Rio Danúbio, Leipzig, Dresden, Hannover e Colônia.  Indústria automobilística, símbolo de carro em preto: próximo a Munique, Stuttgart, Rhin-Main, Sarre, Rio Ruhr e Hannover.  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 90 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em LAMBIN, Jean-Michel; , Christian. Histoire Géographie: initiation économique 4e. sexta edição Paris: Hachette, 1992. página279; Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2010. página 58.

Grafismo composto de uma linha laranja com um losango na ponta indicando atividades orais sistemáticas.

Localize o Rio rúr e identifique os tipos de indústria concentrados em seu vale.

Fotografia em preto e branco. Vista de uma extensa área. À esquerda, um pequeno rio com curvas. Nas suas margens, há algumas pequenas construções. Algumas possuem chaminés por onde sai fumaça.
Paisagem industrial em Hull, na região de Yorkshire, Inglaterra (década de 1880). Gravura de êidch uóren e djêi sédler para o livro Yorkshire past and present, de tômas bêins.

• A localização industrial no Brasil e seus fatores em meados do século vinte

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), houve uma expansão capitalista em direção a vários países, inclusive ao Brasil, com instalação de filiais de transnacionais industriais, comerciais e de serviços.

No Brasil, instalaram-se principalmente na Região Sudeste, mais particularmente nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.

No estado de São Paulo, por exemplo, certas localidades, como os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema – o chamado a bê cê dê –, além do município de São Paulo, foram escolhidas pelas montadoras de automóveis pelos seguintes fatores locacionais: existência da Rodovia Anchieta e da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, que, ao colocar em contato o planalto paulista com o Porto de Santos, facilitava a importação e a exportação de matérias-primas, máquinas etcétera; maior disponibilidade de energia elétrica necessária à atividade industrial; mão de obra especializada formada nas antigas montadoras instaladas no Brasil, como a fórd, em 1919 (observe as fotos A e B na página seguinte), e a djêneral mótors, em 1925; proximidade do mercado consumidor de maior poder aquisitivo, representado por esse estado e o do Rio de Janeiro; instalação de linhas de telefonia; abastecimento de água e rede de esgoto; e incentivos fiscais oferecidos pelo governo brasileiro.

Assim como o setor automobilístico, outras empresas industriais de diversos ramos se instalaram nas regiões dos municípios de São Paulo e do Rio de Janeiro em decorrência desses e de outros fatores locacionais.

Fotografia em preto e branco. Interior de um espaço coberto sem paredes. Há 3 homens que vestem um macacão escuro e dois estão olhando para o fotógrafo. Um deles segura uma roda de carro em uma mão e uma espécie de gaveta na outra. Ao lado deles, muitas máquinas e tubos de ferro.
Fotografia em preto e branco. Interior de uma fábrica. Há diversos carros brancos enfileirados e suspensos por uma estrutura embaixo deles. Os carros estão com o capô aberto e alguns homens parecem estar mexendo nos motores.   Há luminárias no teto.
Dois momentos da indústria automobilística no Brasil. Na foto A, linha de montagem da estadunidense fórd, no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (1925); na foto B, linha de montagem da djêneral mótors, também originária dos Estados Unidos, em São Caetano do Sul, São Paulo (década de 1960).

3. Dispersão espacial da indústria no mundo e no Brasil

Acompanhando o desenvolvimento do capitalismo e da Revolução Técnico-Científico-Informacional, a partir de 1970 até os dias atuais os fatores locacionais vêm se alterando.

Contando com os avanços dos meios de transportes e de comunicações, as corporações transnacionais passaram a buscar novas áreas para a instalação de suas indústrias com o objetivo de conseguir menores custos de produção, competitividade no mercado internacional e garantia de lucros.

Mão de obra mais barata, incentivos fiscais, sindicatos pouco atuantes, menores preços de terrenos e aluguéis foram, assim, alguns fatores locacionais estratégicos e valorizados pelas empresas para descentralizar a produção industrial. Isso ocorreu tanto nos países de origem dessas empresas como também em outros, por meio da instalação de suas fábricas em novas regiões e localidades.

• Panorama mundial

Em escala global, esse contexto impulsionou um novo padrão de localização industrial, o da dispersão espacial da atividade industrial. Observe o mapa.

Mundo: dispersão industrial

Mapa. Mundo: dispersão industrial. 
Planisfério com a divisão política e os países na cor amarelo claro neutro. 
Polo hegemônico tradicional em declínio (séculos 19 e 20), representado por mancha verde: Canadá, Estados Unidos, Rússia, Europa Ocidental, Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Austrália. 
Grande polo emergente secundário (século 21), em mancha rosa: Índia e China. 
Polo emergente secundário (século 21), em amarelo: México, Brasil, Argentina, África do Sul, Marrocos, Tunísia, Egito, Europa Oriental, Turquia, Oriente Médio, Paquistão, Bangladesh, Tailândia, Vietnã, Indonésia, Malásia e Filipinas. 
Descentralização industrial, representado por seta verde: dos Estados Unidos para México, Brasil e Argentina; do Canadá para China e Índia; da Europa Ocidental para Marrocos, Índia, Tunísia, Oriente Médio, Turquia e Europa Oriental; do Japão e da Coreia do Sul para China, de Taiwan para China e da Austrália para Indonésia.
Segunda fase de descentralização, seta rosa: da Índia para o Paquistão, Indonésia e Bangladesh; da China para Malásia e Filipinas e de Taiwan para Filipinas. 
À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.010 quilômetros.

Fonte: L‘ATLAS du Monde Diplomatique: mondes émergents. Paris: Le Monde Diplomatique, 2012. página 46.

Por exemplo, atraídas pelos fatores locacionais, empresas estadunidenses e canadenses se dirigiram para o México, Brasil, Argentina, Índia e China; outras da Europa Ocidental instalaram-se na Índia, na China, em países do norte da África, do Oriente Médio e da Europa Oriental. Desse modo, ocorreu um impulso na industrialização de regiões em países em desenvolvimento, resultado da descentralização da produção industrial global que estava concentrada, inicialmente e em grande parte, nos países desenvolvidos ou nos países centrais do capitalismo mundial (Estados Unidos, Japão e alguns países europeus, como França e Alemanha, entre outros).

Nas últimas décadas, como também mostra o mapa, indústrias da China se dirigiram do litoral desse país para o interior, para as Filipinas e Malásia; e indústrias da Índia foram instaladas no Paquistão, na Indonésia e em Bangladesh.

A descentralização da produção industrial ocorre em escala mundial – ou seja, entre países e regiões do mundo (observe a foto de trabalhadores no interior de uma fábrica, na página seguinte) – e também em escala nacional, isto é, no interior de muitos países.

Fotografia. Interior de um galpão fechado. No primeiro plano, duas pilhas do que parece ser a estrutura de smartphones. Há uma pessoa de uniforme, capacete amarelo e máscara de proteção manuseando um aparelho com fios e botões. Ao fundo, outras pessoas de uniforme e capacete.
Nas últimas décadas, fatores como o baixo custo da mão de obra e a eficiência nos transportes levaram empresas de diferentes países a se instalarem na China em busca de menores custos de produção. Na foto, trabalhadores em fábrica de componentes para smartphones de diversas marcas, em ruaiãn, China (2021).

• O caso do Brasil

Recentemente, por exemplo, novas empresas foram implantadas na Região Nordeste e em outras regiões brasileiras, enquanto outras já existentes se deslocaram espacialmente da concentração industrial da Grande São Paulo e da Grande Rio de Janeiro, migrando para o interior desses estados e para as demais regiões do Brasil. Isso ocorreu, principalmente, em razão da atuação de governos dos estados e municípios brasileiros, que buscaram atrair indústrias por meio de incentivos fiscais e empréstimos em dinheiro a longo prazo e a juros baixos, além de implantar infraestrutura necessária – abastecimento de água, rede de esgoto, telefonia fixa e móvel, internet, energia elétrica, proximidade com rodovias, portos etcétera (fatores locacionais).

No Brasil e em outros países, a descentralização das atividades industriais resultou na diminuição do ritmo de crescimento de indústrias localizadas em metrópoles ou nos grandes centros urbanos e na transferência de unidades de produção desses locais ou de regiões tradicionais altamente industrializadas para outras regiões e para cidades médias e menores.

Fotografia. Vista de uma extensa área ao ar livre com galpões, grandes estruturas verticais, algumas torres e algumas estruturas circulares. À esquerda, há uma área com vegetação.
O município de Camaçari, no estado da Bahia, está a cêrca de 50 quilômetros da capital, Salvador. Ali foi instalado um polo industrial que, por meio de incentivos fiscais e doações de terrenos pelos governos estadual e municipal, atraiu muitas indústrias: químicas, de celulose, montadoras de automóveis etcétera Na foto, vista do polo petroquímico de Camaçari, Bahia (2021).

Localização flexível e fragmentação da produção

Com a globalização e a expansão do capital, muitas empresas instalaram um regime flexível de produçãoglossário e de trabalho, o que contribui para a dispersão espacial da indústria no espaço mundial.

Por exemplo, uma empresa transnacional da indústria automobilística ou de smartphones pode elaborar um projeto em um centro de pesquisa e desenvolvimento (pê ê dê) localizado no Japão, nos Estados Unidos ou na Europa e produzir diversas peças em vários países do mundo, realizando a montagem do produto final com esses componentes em outro país, enquanto o centro financeiro e os centros de pesquisa da empresa permanecem geralmente no país de origem da transnacional (observe o mapa). Esse processo visa obter vantagens como redução dos custos de matérias-primas e mão de obra, redução ou isenção de impostos por parte dos países onde instalou suas unidades produtivas.

Mundo: a cadeia produtiva de smartphones de uma empresa transnacional – 2016

Mapa. Mundo: a cadeia produtiva de smartphones de uma empresa transnacional, 2016. Mapa do mundo com a representação dos países.   Etapas de fabricação de um smartphone. Concepção, círculo amarelo: costa oeste dos Estados Unidos.  Extração e transformação das matérias-primas, círculo e setas verdes: lítio do Chile para o Japão; cobre do Chile para Taiwan e China; ouro do Brasil para Taiwan; cobalto da Zâmbia para o Japão; tântalo da República Democrática do Congo para Taiwan; cassiterita da República Democrática do Congo para Cingapura;  terra-rara e tungstênio do interior da China para a costa leste da China; ferro do interior da China para o Japão; refinação de estanho em Cingapura para China; prata da Austrália para Taiwan; bauxita da Austrália para China, e níquel de Nova caledônia para Taiwan. Fabricação dos principais componentes, círculo e setas lilás:  tela, controlador de tela sensível ao toque e memória produzidos nos Estados Unidos e enviados para China; acelerômetro produzido na Alemanha para China; giroscópio produzido na Itália para China; componentes microeletrônicos, placas de circuito e conectores produzidos no interior da China para a sua costa leste; memória e processador da Coreia do Sul para a China; wi-fi, bluetooth e bateria produzidos no Japão para a China; componentes microeletrônicos, conectores e placas de circuito produzidos em Taiwan para China; e capa produzida em Taiwan para a China.  Montagem, círculo vermelho: China.  Distribuição: França.  No mapa não há paralelos, meridianos, rosa dos ventos e escala.

Nota: Nesse mapa, optamos por manter o traçado proposto pela fonte original, que não obedece rigidamente às convenções cartográficas.

Materiais empregados na fabricação dos smartphones

Ilustração. Materiais empregados na fabricação dos smartphones.  Ilustração da tela de um  smartphone com quadros coloridos. Em cada quadro está escrito um material e um valor em porcentagem. Os quadros são em tamanho proporcional à porcentagem representada.  Plástico: 20 por cento. Alumínio: 20 por cento. Cobre: 10 por cento.  Vidro e cerâmica: 20 por cento.  Ferro: 10 por cento.  Prata, bromo, cádmio, cromo, lítio, manganês, níquel, chumbo, potássio, tântalo, titânio, tungstênio, xinco de 0,1 a 1 por cento cada um. Estanho: 1 por cento.  Cobalto: 5 por cento. Carbono: 5 por cento.  Antimônio, arsênio, bário, berílio, bismuto, cálcio, flúor, gálio, magnésio, ouro, paládio, rutênio, estrôndio, enxofre, vanádio, zircônio, terras-raras (disprósio, lantânio, térbio) inferior a 0,1 por cento cada um.

Fonte do mapa e da ilustração: Plusieurs torus du monde pour un smartphone. ín: . Manuel d'économie critique. Paris: Le Monde Diplomatique, 2016. página 118-119.

Possuindo um eficiente sistema de distribuição e contando com sofisticados meios de transporte e de comunicação, que “encurtam o espaço mundial”, as transnacionais conseguem que os seus produtos cheguem a todos os lugares do mundo; além disso, também exercem a terceirização de trabalho, que compreende a realização de parcerias com pessoas e empresas para execução de certas tarefas.

Ícone. Seção Cruzando saberes. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa atravessando na faixa de pedestres.

Cruzando saberes

Indústria 4.0 e recentralização produtiva

“Recentralizar” significa tornar a centralizar. Em relação à indústria, indica o retorno de certas atividades industriais, que antes haviam sido deslocadas para outros países, aos centros do capitalismo. Isso vem se tornando possível com a chamada indústria 4.0.

“Depois da máquina a vapor, da energia elétrica e dos computadores, o mundo começa a viver a quarta revolução industrial. É a indústria 4.0, que está se desenvolvendo principalmente em países como Alemanha e Estados Unidos. No novo modelo, máquinas e peças se ‘comunicam’ através de redes, resultando numa produtividade muito maior. Digitalização, internet das coisas, espaços sáiberfísicos são palavras que estão no dicionário da nova era. reticências [A seguir, entrevista fornecida pelo empresário Breno Matias Miguel à Folha de Londrina].

O que caracteriza a indústria 4.0?

São três grandes características. Primeiro, é a presença de redes de comunicação industrial. A segunda é uma base de dados de informações referentes a produtos e processos. E a terceira é a implementação de sistemas sáiberfísicos, ou seja, a capacidade de máquinas, equipamentos e peças conversarem (entre si), se entenderem dentro do ambiente fabril. reticências

Quando se fala nesse modelo industrial, as referências são Alemanha e Estados Unidos. Ele está restrito a esses dois países?

Não dá para dizer isso. Na verdade as manufaturas estão migrando. Estão parando de produzir na Ásia. Estão voltando para a sua casa, para a Alemanha, os Estados Unidos. Já não é mais tão interessante produzir na Ásia.

Por quê? A mão de obra não é mais tão barata na Ásia?

Porque esses países evoluíram. A China evoluiu. Não é mais aquele país que faz produtos de baixa qualidade. O mercado evoluiu. A China começou a consumir também. Então, as fábricas estão voltando para seus países de origem com alto grau de automação. Porque isso que vai mantê-las competitivas, produzindo com mais eficiência, menos erros, menos pessoas, de uma fórma mais flexível.

E é a indústria 4.0 que vai dar competitividade aos países que têm mão de obra cara?

Exatamente. Para que produzir com um monte de gente, um monte de máquina, se você pode produzir mais com menos recursos, de fórma mais enxuta, mais eficiente? Mas mesmo na indústria 4.0, você continua tendo intervenção humana. Só que é uma mão de obra mais eficiente, com mais valor agregado.reticências

BORTOLIN, Nelson. Inovação: Indústria 4.0 ainda é coisa do futuro no País. Folha de Londrina, Opinião, 19 julho 2015.

Linha do tempo. Ilustração de uma linha semelhante a uma régua, com os tracinhos representando os anos 1.800, 1.900 e 2.000 e tracinhos menores marcando dez intervalos entre eles, ou seja, as décadas.  Acima da régua textos. Da esquerda para a direita: Indústria 1.0. Primeira Revolução Industrial. Introdução de equipamentos mecânicos, movidos a água e a vapor. Abaixo, ilustração de um tear mecânico e o texto: Primeiro tear mecânico,  1784. Indústria 2.0. Segunda Revolução Industrial. Caracterizada pelo início do uso da eletricidade e pela divisão de tarefas.  Abaixo, ilustração de alguns pedaços de carne pendurados e o texto:  Primeira correia transportadora. Matadouro em Cincinatti,  1870.  Indústria 3.0. Terceira Revolução Industrial. Uso da eletrônica e informática para dar início à produção automatizada.  Abaixo, ilustração de braço de robô e o texto: Primeiro controlador Lógico. PLC,1969. Indústria 4.0. Quarta Revolução Industrial.  Baseia-se no uso de sistemas físicos e cibernéticos, como IOT, sigla em inglês para a expressão Internet das Coisas. Abaixo, ilustração de braço robotizado, sinal de wifi, tablet, notebook e smartphone. Há uma seta preta que relaciona texto e imagem aos anos 2020, o presente.

* í ó tê Internet of Things (sigla em inglês para a expressão Internet das Coisas).

Fonte: elaborada com base em BRUNO, Flavio da S. A quarta revolução industrial do setor têxtil e de confecção: a visão de futuro para 2030. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2016. página 50.

 Interprete

1. Quais são as características da indústria 4.0?

 Argumente

2. Por que indústrias da Alemanha e dos Estados Unidos estão parando de produzir na Ásia e voltando para seus países de origem?

4. Os capitais estadunidense e chinês no mundo e no Brasil

Enquanto os capitais estadunidenses estão presentes há muitos anos em vários países do mundo, inclusive no Brasil, a expansão dos capitais chineses é um fato recente.

O capital estadunidense

O Brasil sempre esteve historicamente ligado aos Estados Unidos: nas relações diplomáticas e econômicas, nos investimentos que este faz no Brasil, na sua influência cultural na sociedade brasileira – na música, no cinema, no turismo, no vestuário etcétera

Suas transnacionais estão presentes no Brasil desde o início do século vinte – são exemplos a General Electric, General Motors, Kodak, í bê ême, Avon e Johnson & Johnson, além de muitas outras.

Até o ano de 2008, os Estados Unidos foram nosso principal parceiro comercial, como vimos anteriormente, sendo que, a partir de 2009, a China ultrapassou-os no comércio exterior com o Brasil.

A presença do capital estadunidense em outros países do mundo também é muito expressiva, bem como sua influência cultural, científica e tecnológica. Suas universidades – Stanford, Berkeley, Princeton, Chicago, Yale, Harvard e Columbia, além de outras – são frequentadas por estudantes de todo o mundo em busca de conhecimento avançado. O conhecimento é o grande capital no mundo atual, e os Estados Unidos se destacam nessa área.

No decorrer de todo o século vinte e ainda no século vinte e um, os Estados Unidos realizaram a desconcentração das atividades econômicas não somente no interior de seu território como também no mundo. Instalaram-se em vários países com o objetivo de ampliar o número de consumidores para seus bens e serviços, obtendo, assim, grandes somas em dinheiro ou lucros que, por sua vez, são reinvestidos em novas unidades de produção e em pesquisas científicas, para poder manter a participação no mercado e assegurar a competitividade mundial.

Fotografia. Vista de uma grande construção de dois andares, sustentada por muitos pilares e com muitas janelas grandes de vidro. Ao redor, área pavimentada com algumas árvores, duas pessoas sentadas em um degrau e duas pessoas caminhando.
Fundada em 1868, a Universidade da Califórnia, na cidade de Berkeley, estado da Califórnia, Estados Unidos, conhecida também como Universidade de Berkeley, é famosa no mundo todo. Alguns de seus professores e pesquisadores são ganhadores de vários prêmios, entre eles o Nobel. Na foto, o centro estudantil Mártin Lúter King Júnior, na Universidade da Califórnia, Estados Unidos (2021).

• O capital chinês

Vimos no Percurso 10 que a China se tornou uma potência econômica, competindo no cenário mundial com os Estados Unidos e demais países desenvolvidos – Japão, Alemanha, França, Reino Unido etcétera

Tudo indica que o plano dos dirigentes chineses é transformar a China na maior potência econômica até antes da metade deste século, bem como exercer grande influência na geopolítica mundial. Seus investimentos no mundo são grandes e diversificados: vão desde a compra de estúdios de cinema (nos Estados Unidos), fábricas tradicionais de pneumáticos, indústrias de agrotóxicos – tornando-se o maior vendedor desses produtos no mundo –, redes tradicionais de hotelaria, instituições financeiras, até a compra de terras na África, no Brasil e em outros países da América Latina, além de outros investimentos em vários ramos da atividade econômica.

A presença chinesa na África

Na África, por exemplo, os investimentos chineses em 2020 foram calculados em mais de 43 bilhões de dólares. Além do recente crescimento das relações comerciais entre a China e diversos países africanos, capitais chineses têm financiado obras de infraestrutura nesse continente. Em troca, os países africanos contratam empresas chinesas de engenharia para a realização dessas obras e assinam contratos de fornecimento de matérias-primas para a China. A China também aproveita-se do contexto em que poucos investimentos são realizados na África pelos Estados Unidos e países europeus para marcar sua presença no continente.

África: principais países de origem das importações dos países africanos – 2000 e 2019

Mapa. África: principais países de origem das importações dos países africanos, 2000 e 2019.  Dois mapas políticos da Ásia, um ao lado do outro, com datas de 2000 e 2019.  2000. França como principal país de origem das importações em: Tunísia, Argélia, Marrocos, Saara Ocidental, Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Guiné, Costa do Marfim, Libéria, Burkina Fasso, Níger, Chade, República Centro-Africana, Camarões, Congo, Gabão, Comores e Madagascar. África do Sul como principal país de origem das importações em: Ruanda, Burundi, Tanzânia, Malaui, Zâmbia, Zimbábue, Botsuana, Namíbia, Moçambique, Lesoto, Suazilândia e Maurício. China como principal país de origem das importações em: Sudão, Djibuti e Benin. Outros países: Líbia, Egito, Eritreia, Etiópia, Somália, Quênia, Uganda, Ruanda, Burundi, República Democrática do Congo, Angola, África do Sul, Seychelles, Mali, Guiné Bissau, Serra Leoa, Gana, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial. Do lado esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.050 quilômetros.  2019. França como principal país de origem das importações em: Tunísia e Gabão. África do Sul como principal país de origem das importações em: Zâmbia, Malaui, Zimbábue, Moçambique, Eswatini, Lesoto, Botsuana e Namíbia. China como principal país de origem das importações em: Argélia, Líbia, Egito, Sudão, Chade, Níger, Nigéria, Camarões, Benin, Togo, Gana, Costa do Marfim, Libéria, Serra Leoa, Guiné, Gâmbia, Senegal, Mauritânia, Etiópia, Djibuti, Quênia, Uganda, República democrática do Congo, Angola, África do Sul, Maurício, Madagascar, Comores, Tanzânia, Burundi, Ruanda. Outros países: Marrocos, Saara Ocidental, Mali, Burkina Fasso, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, República Centro-Africana, Sudão do Sul, Eritreia, Somália e Seychelles. Do lado esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.050 quilômetros.

Fonte: China‘s African trade takeover. In: Statista, 25 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/6ePELJ. Acesso em: 4 março 2022.

Nota: O Sudão do Sul tornou-se independente em 2011. Essa é a razão de não estar representado no mapa de 2000.

Grafismo indicando atividade.

Entre os principais países de origem das importações dos países africanos, qual foi aquele que praticamente conseguiu manter sua área de influência como principal fonte de importações entre os anos 2000 e 2019?

A presença chinesa no Brasil e na América Latina

Com relação à América Latina e, mais particularmente, ao Brasil, as iniciativas diplomáticas e os investimentos chineses têm crescido nas três últimas décadas, seguindo, portanto, o objetivo de ampliar as influências econômicas e geopolíticas desse país no mundo. Observe e interprete o mapa e os gráficos.

América Latina: presença chinesa – 2020

Mapa. América Latina:  presença chinesa, 2020. Mapa político da América do Sul.  Infraestrutura de transporte financiada por investimento chineses entre 2012 e dezembro de 2018.  Linha ferroviária concluída em dezembro de 2018: conectando porção leste da Argentina com a Bolívia ao norte e o Chile a oeste.  Linha ferroviária em construção ou em projeto: uma conecta porção leste da Argentina com a porção oeste; uma conecta o sudeste do Brasil com a região Centro-oeste, passa pela Bolívia e chega ao Peru; outras duas atravessam centro-oeste e norte do Brasil; outra atravessa parte da Colômbia no sentido norte-sul na costa oeste; outra atravessa trecho da porção norte da Venezuela. Estrada concluída em dezembro de 2018: no norte e no centro da Bolívia, trecho na costa do Equador, da Colômbia e do Suriname.  Estrada em construção ou em projeto: atravessa a Região Sudeste do Brasil. Há trechos ao norte da Bolívia e trechos na Colômbia.  Aeroporto concluído em dezembro de 2018: em Bahamas, Haiti, Antígua e Barbuda, Trinidad e Tobago e Suriname.  Aeroporto em construção ou em projeto: em Suriname e Barbados.  Porto concluído em dezembro de 2018: 3 na região Sudeste e 1 na região Nordeste do Brasil, 2 no Chile, 1 no Equador, 2 na Venezuela,  4 no Panamá, 1 em Honduras, 2 no México, 1 em Cuba, e no Haiti, 1 nas Bahamas, 1 em Antígua e Barbuda. Porto em construção ou em projeto: 2 no Uruguai, 4 no Peru, 1 no Chile, 1 em Suriname, 1 na Guiana, 1 na Colômbia e 1 na Jamaica.  Metrô ou ônibus concluído em dezembro de 2018: 1 no Equador e 1 na Costa Rica.  Metrô ou ônibus em construção ou em projeto: 1 no Peru.  Ponte ou túnel concluído em dezembro de 2018: 1 na Bolívia, 1 no Suriname, 3 na Jamaica. Ponte ou túnel em construção ou em projeto:  2 na Guiana.  Dragagem de rios ou construção de canais: norte do Peru e norte da Colômbia. Diplomacia (situação em agosto de 2019). Países que reconheceram a República da China (Taiwan) em 2019: Paraguai, Nicarágua, Guatemala e Honduras. Escritório de Comércio ou Economia de Taiwan: 1 no Chile, 2 no Brasil, 1 no Equador, 1 na Colômbia, 1 no México.  Número de Institutos Confúcio (ensino da língua chinesa e promoção cultural), por país, em agosto de 2019. Brasil: 10. Argentina: 3. Chile: 2. Bolívia: 1. Peru: 4. Equador: 1. Colômbia: 3, Venezuela: 1. Guiana: 1. Suriname: 1. Trinidad e Tobago: 1. Barbados: 1. República Dominicana:1.  Antígua e Barbuda: 1.  Cuba: 1. Jamaica: 1. Bahamas: 1. México: 5. El Salvador: 1. Costa Rica: 1. Panamá: 1. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 720 quilômetros.

América Latina: principais países beneficiados pelos investimentos chineses (em bilhões de dólares) – 2005-2016

Gráfico. América Latina: principais países beneficiados pelos investimentos chineses, em bilhões de dólares, de 2005 a 2016.  Gráfico de barras em rosa-escuro. No eixo vertical, os nomes dos países e no eixo horizontal o valor da 0 a 70 bilhões de dólares. Venezuela: 62 bilhões de dólares.  Brasil: 37 bilhões de dólares. Equador: 18 bilhões de dólares.  Argentina: 15 bilhões de dólares.  Bolívia: 4 bilhões de dólares.  Trinidad e Tobago: 3 bilhões de dólares. Jamaica: 2 bilhões de dólares. México: 1 bilhão de dólares

América Latina: principais setores dos investimentos chineses (em porcentagem) – 2005-2016

Gráfico. América latina: principais setores dos investimentos chineses, em porcentagem, 2005 a 2016.
Gráfico de setores.  Infraestrutura, em verde escuro: 52 por cento. Energia, em verde: 31 por cento. 
Mineração, em verde-claro: 8 por cento. Outros, em cinza claro: 9 por cento.

América Latina e China: total das transações comerciais (em bilhões de dólares) – 2000-2017

Gráfico. América Latina e China: total das transações comerciais, em bilhões de dólares, de 2000 a 2017. Gráfico de linha. No eixo vertical, estão os valores, de 0 a 200 bilhões de dólares. No eixo horizontal, estão os anos. Importações, linha vermelha: 2000: 0. 2005: 30 bilhões de dólares. 2010: 130 bilhões de dólares. 2017: 150 bilhões de dólares.  Exportações, linha verde: 2000: 0. 2005: 15 bilhões de dólares. 2010: 70 bilhões de dólares. 2017: 98 bilhões.

Fonte do mapa e dos gráficos: báutsmen, Alexis (). Atlas géopolitique mondial. Édition 2021. Paris: Éditions du Rocher, 2020. página 133.

Ícone. Seção Atividades dos percursos. Composto por uma placa amarela com o desenho de um livro fechado com um lápis em cima.

Atividades dos percursos 11 e 12

Registre em seu caderno.

  1. As taxas de mortalidade infantil expressam as condições de vida de um país. Quais dos países dos bríquis apresentaram a maior taxa de mortalidade infantil em 2019?
  2. Apresentar o Píbi elevado é suficiente para manter o bem-estar da população de um país?
  3. Aponte a relação entre Revolução Técnico-Científico-Informacional e a produção e a produtividade de mercadorias e serviços.
  4. Explique o que é balança comercial.
  5. Cite dois fatores locacionais tradicionais e dois surgidos após a Revolução Técnico-Científico-Informacional.
  6. O que é descentralização industrial?
  7. Quais são os objetivos da investida do capital chinês no mundo?
  8. Os países africanos são para a China importantes fornecedores de petróleo, terras para a agricultura e matérias-primas, além de constituírem um mercado de consumo para os produtos chineses. Em vista desses interesses, a China tem investido muito na África. Observe o mapa e faça o que se pede.

África: principais investimentos chineses – 2018

Mapa. África: principais investimentos chineses, 2018. Mapa do continente africano com a divisão política.  Petróleo e mineração. Produção de hidrocarbonetos: Argélia, Tunísia, Líbia, Níger, Chade, Sudão, Sudão do Sul e Namíbia. Exploração: Mauritânia, Gana e Nigéria.  Mineração Ferro: Serra Leoa, Gabão, Lesoto e Malaui. Cobre: Zâmbia, República Democrática do Congo. Manganês: África do Sul e Camarões.  Cromo: Botsuana, Eswatini. Coltan: Burundi.  Cimento: Chade.  Projetos chineses. Estrada urbana: Chade, Sudão do Sul, Uganda, Ruanda, Quênia, Etiópia, República Democrática do Congo, Angola, Libéria, Costa do Marfim, Guiné, Guiné-Bissau, Senegal, Gana, Argélia e Madagascar.  Ponte ou cruzamento: Moçambique, Etiópia, Sudão, Níger, Benin, Serra Leoa e Mali.  Conjunto Habitacional: Moçambique, Zimbábue, Malaui, Tanzânia, Botsuana, Namíbia, África do Sul, Angola, Zâmbia, Congo, Camarões, Guiné Equatorial, República Centro-Africana, Etiópia, Sudão, Líbia, Argélia e Quênia.  Zona econômica especial: Maurício, Zâmbia, Etiópia, Egito, Nigéria e Argélia. Aeroporto: Comores, Moçambique, Burundi, Congo, Chade, Sudão, Níger, Mauritânia, Serra Leoa e Quênia.  Bonde e ônibus com alto nível de serviço: Tanzânia, Etiópia e Nigéria.  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 800 quilômetros.

Fonte: sanrruãn tierrí. Atlas de la Chine: Les nouvelles échelles de la puissance. Paris: Édition Autrement, 2018. página 87.

hidrocarbonetosglossário

Coltanglossário

  1. Em quais países africanos a China investia na produção de hidrocarbonetos, em 2018?
  2. Identifique os países africanos com a presença de zonas econômicas especiais chinesas, em 2018.

9. Leia o fragmento de texto e responda à questão.

Interessa-se [a China] hoje pela África

— onde não tem passado colonial, e, portanto,

não tem passivo [dívida] – e pela América Latina, para

garantir a energia e as matérias-primas que lhe faltam. .”

bonifáce, Pascal; vêdrine, úberti. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009. página 97.

Se a China não teve passado colonial na África, que países tiveram?

  1. Realize uma pesquisa sobre a presença econômica chinesa no seu cotidiano e no dos brasileiros em geral, com foco principalmente nas compras de produtos de origem chinesa (roupas, aparelhos eletrônicos etcétera). Faça uma lista, compare-a com as de seus colegas e conversem sobre eventuais vantagens e desvantagens.
  2. Interprete a tirinha e responda às questões.
Tirinha. Um quadrinho no qual há dois meninos caminhando na calçada de uma rua. Ao fundo, uma casa e área verde. Um dos meninos, um pouco mais à frente, está de boné vermelho, blusa azul-escura, calça preta e mochila nas costas. O outro menino está com um gorro na cabeça, veste uma blusa vermelha, uma calça azul-clara e mochila nas costas. O menino da frente diz: MEU TÊNIS É PRODUZIDO NA MALÁSIA! MEU BONÉ É PRODUZIDO NA CHINA! MINHA MOCHILA É PRODUZIDA NA TAILÂNDIA! MINHA CALÇA É PRODUZIDA NA INDONÉSIA! EU SIMPLESMENTE ADORO GEOGRAFIA!
  1. Em qual continente se localizam os países citados?
  2. Qual dos países citados pertence aos bríquis?
  3. Você concorda que a tirinha representa a internacionalização da produção e do consumo? Justifique.

12. No município onde você mora há indústrias? Onde se localizam? Pesquise . Depois, considere o centro de seu município como referência para aplicar a rosa dos ventos (com as indicações dos pontos cardeais e colaterais) e aponte em que direção as indústrias se localizam.

Glossário

Distrito de Colúmbia
Distrito federal dos Estados Unidos onde se localiza uóshinton dê cê, a capital do país. Não se deve confundi-la com o estado de uóshinton; daí o uso da abreviatura dê cê (Distrito de Colúmbia).
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Acre
Medida de área equivalente a .4047 métros quadrados.
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Mercado interno de consumo
Conjunto de compradores ou consumidores do próprio país.
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Puritano
Membro de uma seita cristã protestante muito rígida em seus princípios; perseguidos na Inglaterra, muitos emigraram para os Estados Unidos.
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Tutela
Subordinação ou submissão imposta por alguém mais poderoso.
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Imperialista
De imperialismo, dominação econômica, militar, cultural e política de um Estado ou de um grupo de Estados sobre outro Estado ou grupo de Estados.
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Tecnologia 5G
Nova geração de internet móvel, com potencial de aumentar a capacidade de armazenamento de dados e a velocidade de conexão, além de permitir que mais dispositivos estejam conectados à rede.
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Precursor
Aquele que vai à frente, anunciando algo novo; pioneiro.
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Paladino
No texto, em sentido figurado, aquele sempre pronto a defender, garantir ou promover causas justas.
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Neocolonialismo
Neo, do grego, significa novo. Trata-se de uma nova fórma de colonialismo, em alusão ao que ocorreu no século dezesseis. Foi caracterizado pelo processo de dominação política e econômica posto em prática pelas principais potências do século dezenove.
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Valor agregado
Quantidade de trabalho depositado na fabricação de um produto; quanto mais tecnologia for necessária para produzi-lo, maior será o valor agregado.
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Concidadão
Indivíduo que, em relação a outro, nasceu ou vive no mesmo país.
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Química fina
Ramo da Química que produz substâncias de alto grau de pureza, usadas na fabricação de medicamentos etcétera
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Regime flexível de produção
Modo de divisão da fabricação de um produto em várias unidades produtivas espalhadas por diversos países, ou seja, a produção é fragmentada.
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Hidrocarboneto
Composto orgânico formado por hidrogênio e carbono; o petróleo e o gás natural são formados por hidrocarbonetos.
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Coltan
Mistura de dois minerais, a columbita (extraída do nióbio) e a tantalita (extraída do tântalo).
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