UNIDADE 4 AMÉRICA: REGIONALZAÇÕES, MEIO NATURAL E PAÍSES DESENVOLVIDOS

Nesta Unidade vamos embarcar rumo à América, o maior continente em extensão latitudinal do planeta. Você vai conhecer suas principais características naturais, além de explorar aspectos populacionais, econômicos e sociais dos Estados Unidos e do Canadá, considerados os países desenvolvidos do continente americano.

A Rodovia Pan-americana

A Rodovia Pan-americana é formada por uma rede de rodovias nacionais que, interligadas, atravessam o continente americano de norte a sul; de Ushuaia, na Patagônia argentina, a Deadhorse, no Alasca (Estados Unidos). Essa rodovia atravessa paisagens que apresentam grande diversidade climática e de formações vegetais. Mas, além dos aspectos naturais, a rodovia também chama a atenção para a multiplicidade de povos e culturas que são encontrados ao longo de sua extensão de 25,8 mil quilômetros.

Fotografia. Vista de uma extensa área com solo marrom e bege, com poucas plantas esparsas e com aspecto desértico. Do lado esquerdo, há dois morros. No centro da imagem há uma rodovia pavimentada com alguns  caminhões passando nas duas direções.
Trecho da Rodovia Pan-americana em násca, Peru (2021).

América: Rodovia Pan-americana

Mapa. América: rodovia Pan-americana.  Mapa da América com a divisão política e o traçado da Rodovia Pan-americana original e das extensões turísticas. O continente americano está na cor verde.  De norte a sul, a rodovia se inicia na fronteira dos Estados Unidos com o México e segue para Monterrey, Cidade do México e Oaxaca no México. Na América Central, passa por San José, na Costa Rica. Na América do Sul, passa por Medellín na Colômbia, Quito no Equador, Trujillo e Lima no Peru, Antofagasta e Valparaíso no Chile. Entrando na Argentina, passa por Mendoza e termina em Buenos Aires, capital da Argentina.  De Buenos Aires, há uma extensão turística para Baía Blanca, Comodoro Rivadávia e termina em Ushuaia, extremo-sul da América do Sul.  Da Cidade do México parte uma extensão turística que vai na direção norte do continente, para Guadalajara e Hermosillo no México, Las Vegas e Salt Lake nos Estados Unidos, Calgary, Edmonton, e Whitehorse no Canadá e, mais ao norte, Fairbanks e Deadhorse no Alasca. À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0  a 1.550 quilômetros.

Fonte: GO PANAMERICAN. Disponível em: https://oeds.link/ilEqP5. Acesso em: 21 fevereiro 2022.

Ícone. Boxe Verifique sua bagagem.

VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. Por que a rodovia retratada nesta abertura se chama Pan-americana?
  2. A extensão latitudinal do continente americano tem alguma relação com a diversidade climática que pode ser observada ao longo da Rodovia Pan-americana? Por quê?

PERCURSO 13 AMÉRICA: REGIONALIZAÇÕES, MEIO NATURAIS E POVOS

1. Área territorial e posição geográfica

Com área territorial de ..42192781 quilômetros quadrados, o continente americano é superado em extensão apenas pelo continente asiático (..45074481 quilômetros quadrados). Considerando as terras contínuasglossário , a Américaglossário se localiza totalmente no hemisfério ocidental. O continente se estende de norte a sul, desde o paralelo 71grausnorte até o paralelo 56grausSul, e de leste a oeste, desde o meridiano de 35grausoeste, na Ponta do Seixas, na capital João Pessoa (Paraíba), no Brasil, até o meridiano de 168grausoeste, no Alasca, um estado dos Estados Unidos.

Mundo: posição geográfica da América

Mapa. Mundo: posição geográfica da América. Planisfério com a identificação dos continentes e oceanos da Terra e a divisão política da América. Todos os continentes estão na cor laranja. A América está à oeste de África, Europa, Ásia e Oceania e do Oceano Atlântico. A oeste da América, está o Oceano Pacífico. Ao sul, a Antártida.  De norte a sul, no continente americano, há a indicação de Groenlândia (Dinamarca), Alasca (Estados Unidos), Canadá, Estados Unidos, México, Cuba, Equador, Brasil, Paraguai, Chile e Argentina.  Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 3.090 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 32.

Nota: Do ponto de vista físico, a Groenlândia é considerada parte do continente americano. Mas, do ponto de vista político, ela pertence à Dinamarca, país europeu.

2. Regionalizações

Há vários modos ou critérios para regionalizar o continente americano.

Vamos abordar em seguida dois critérios que interessam para o estudo da América.

• Regionalização segundo a posição das terras no continente

Considerando a extensão norte-sul do continente americano, podemos dividi-lo em três conjuntos, segundo a posição de suas terras: América do Norte, América Central e América do Sul.

A América do Norte abrange o Canadá, os Estados Unidos e o México.

Considerada a menor porção do continente, a América Central é formada de uma porção ístmica ou continental e outra insular (ilhas) e constitui a “ponte” entre a América do Norte e a América do Sul. Na porção ístmica, formaram-se sete países. A porção insular é chamada de Antilhas ou Caribe. Segundo a dimensão dessas ilhas, podemos reconhecer as Grandes Antilhas e as Pequenas Antilhas.

A América do Sul compreende a porção que se inicia nas terras da Colômbia e se estende em direção sul. Abarca doze países, um departamento francês de ultramarglossário – a Guiana Francesa – e o arquipélago das Malvinas ou Ilhas Falklands, território ultramar do Reino Unido.

Continente americano: Américas do Norte, Central e do Sul

Mapa. Continente americano: Américas do Norte, Central e do Sul.  Mapa político da América com a identificação da América do Norte, da América Central e da América do Sul. América do Norte, representada em laranja: engloba Groenlândia (Dinamarca),  Alasca (Estados Unidos), Canadá, Estados Unidos e México.  A maior parte do território da América do Norte se localiza entre o Círculo Polar Ártico e o Trópico de Câncer.  América Central, em roxo: Belize, Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Bahamas, Cuba,  República Dominicana, Haiti, Jamaica, Porto Rico (Estados Unidos), São Cristóvão e Nevis, Antígua e Barbuda, Dominica, Santa Lúcia, São Vicente Granadinas, Barbados, Granada e Trinidad e Tobago. A América Central se localiza entre o Trópico de Câncer e o Equador. América do Sul, em verde: Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa (França), Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Chile, Argentina e Uruguai.  A maior parte do território de Colômbia e os territórios de Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa se localiza entre o Trópico de Câncer e o Equador. O restante da América do Sul encontra-se entre o Equador e o Círculo Polar Antártico.    À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.080 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava ediçãoRio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 37, 39 e 41.

Grafismo indicando atividade.

A Venezuela se localiza em maior ou menor latitude que o Uruguai? Como você sabe?

• Regionalização segundo os níveis de desenvolvimento e as características das economias

Com base no critério sobre o nível de desenvolvimento e as características das economias, os países da América podem ser regionalizados conforme se observa no mapa.

América: regionalização segundo o nível de desenvolvimento e características das economias

Mapa. América: regionalização segundo o nível de desenvolvimento e características das economias.  Países desenvolvidos: ALASCA(EUA), Canadá, Groenlândia (DIN), Estados Unidos.  Países emergentes: México, Brasil, Argentina. Países com economia diversificada mas de base mineral: Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Trinidad e Tobago, Guiana, Suriname (Guiana Francesa (FRA), Jamaica. Países com economia de base agropecuária: Paraguai, Uruguai, Honduras, Nicarágua, Panamá, Costa Rica, Panamá, Haiti, Cuba, República Dominicana, Antígua e Barbuda, Dominica Santa Lucía,  São Vicente e Granadinas. Barbados, Granada, Trinidad e Tobago, e Bahamas. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.000 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em L’espace mondial. Paris: menárd, 1998; . Les hommes et la Terre. Paris: Bréal, 1996; ÍSOLA, Leda; CALDINI, Vera. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2005. página 113; bôs, françoá e outros (organizador). Images économiques du monde: géopolitique-géoéconomie, 2014. Paris: Armand Colin, 2013. página 140-183.

Nota: Na Unidade 1, ao analisarmos as regionalizações do mundo, e na Unidade 3, no mapa “bríquis e países emergentes – 2020”, o Chile e a Colômbia foram incluídos no subconjunto dos países emergentes. Nesta Unidade, os incluímos no grupo de “países com economia diversificada mas de base mineral”.

*A Guiana Francesa, departamento francês de ultramar, tem sua economia assentada na exploração madeireira, na pesca e na extração de ouro.

**Porto Rico possuía státus de Membro da Comunidade dos Estados Unidos até 2017, ano de realização de um plebiscito para definir se esse státus continuava ou se Porto Rico passaria a ser o 51º estado dos Estados Unidos. Apesar da vitória para a incorporação aos Estados Unidos, o plebiscito tem sido contestado, pois apenas 23% da população votante compareceu às urnas. Além disso, depende da aprovação do Congresso dos Estados Unidos.

  • países desenvolvidos – são os países altamente industrializados e com domínio de tecnologias avançadas. Correspondem aos Estados Unidos e ao Canadá;
  • países emergentes – países de industrialização tardia em relação aos desenvolvidos e mais industrializados que os outros países americanos – dominam a tecnologia clássica e alguns setores de tecnologia avançada, como Brasil, México e Argentina;
  • países com economia diversificada mas de base mineral – Chile (cobre e, secundariamente, frutas e pescados), Bolívia (gás natural, estanho e outros minerais), Peru (cobre, ouro, prata, zinco etcétera), Guiana (bauxita), Suriname (bauxita), Jamaica (bauxita), Colômbia, Venezuela e Trinidad e Tobago (petróleo);
  • países com economia de base agropecuária – Paraguai (soja e algodão), Uruguai (lã e carne), Cuba (açúcar e produtos de tabaco), Haiti (café), República Dominicana (açúcar); países da América Central ístmica (banana, algodão, café, açúcar etcétera).

Quanto aos países e territórios dependentes das Pequenas Antilhas, o arquipélago das Barramas, as ilhas túrquis e Caicos e as Ilhas caimâm, vale destacar que, além da atividade agrícola, essas economias se assentam, de modo geral, no turismo e no setor financeiro. A partir desta Unidade, estudaremos os países da América com base nessa regionalização.

3. Meios naturais da América e os “rios voadores”

O continente americano possui grande diversidade de meios naturais: glaciais, desertos quentes e frios, tropicais, temperados, montanhosos, além de outros, como veremos a seguir.

América: tipos de clima

Mapa. América: tipos de clima.  Mapa do continente americano com a representação das áreas de ocorrência dos climas.     Equatorial, em vermelho: predomina na porção norte do Brasil, dos países localizados no norte da América do Sul, como Colômbia e Guiana, e na costa leste da América Central.  Tropical, em laranja escuro: predomina na costa oeste da América Central, no extremo norte da América do Sul e na porção central, sudeste e nordeste do Brasil.  Clima Subtropical, em laranja-claro: predomina na porção sudeste da América do Sul e na porção sudeste da América do Norte.  Desértico, em amarelo: predomina na porção sudoeste da América do Norte, em estreita faixa na costa oeste da América do Sul e em uma pequena faixa no sul da América do Sul.  Semiárido, em amarelo-claro: ocupa faixa no sul da América do Sul, no nordeste do Brasil e no oeste da América do Norte.  Mediterrâneo, em verde-claro: pequena faixa na costa oeste dos Estados Unidos.  Temperado, em verde: faixa no centro da América Central e na porção central da América do Norte e na costa oeste do extremo sul da América do Sul.  Frio, em verde-vivo: predomina na porção norte da América do Norte.  Frio de alta montanha, em azul: faixa que se estende de norte a sul da costa oeste da América do Sul e faixa a noroeste da América do Norte.  Polar: predomina no extremo norte da América do Norte.  À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.480 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 20.

Grafismo composto de uma linha laranja com um losango na ponta indicando atividades orais sistemáticas.

Quais são os tipos de clima do Brasil?

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Em qual zona climática a localidade em que você mora se situa? E qual é o seu tipo de clima?

Vários fatores geográficos definem os meios naturais e os climas

A América, como já vimos, é o continente mais extenso na direção norte-sul. Possui terras nas três zonas climáticas do planeta, definidas pelo ângulo de incidência dos raios solares: zona glacial ou polar; zona temperada do norte e do sul; e zona tropical.

Vários tipos de clima são definidos de acordo com a interação dessas zonas climáticas com o relevo e suas altitudes, a latitude, as correntes marítimas quentes e frias que chegam ao continente americano, a proximidade dos lugares em relação ao oceano (maritimidade) ou o distanciamento destes (continentalidade), a presença de vegetação natural (florestas etcétera), como também a ação humana no espaço (desmatamento etcétera).

• A Cordilheira dos Andes, os “rios voadores” e o clima

O clima e principalmente a umidade das regiões centrais e meridionais da América do Sul – regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, e os países vizinhos Paraguai, Argentina e Uruguai – têm relação com a Cordilheira dos Andes. A sua disposição latitudinal ou norte-sul e suas elevadas altitudes interferem na circulação das enormes massas de ar e dos ventos carregados de umidade ou vapor de água – os chamados rios voadores – que se deslocam de leste para oeste, do Oceano Atlântico para a Amazônia. O nome “rios voadores” foi dado pelo climatologista José Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ínpi).

Observe a ilustração para compreender como isso ocorre.

A Cordilheira dos Andes e os “rios voadores”

Ilustração. A Cordilheira dos Andes e os rios voadores.  Ilustração do território da América do Sul com o Brasil colorido na cor verde e o restante do território em marrom-claro. Sobre o Oceano Atlântico, há o desenho do sol e uma seta laranja representa a radiação solar em direção à superfície. Como consequência, setas azuis representam a evaporação da água do oceano e da vegetação amazônica formando nuvens. Na porção norte do Brasil, há o desenho de uma seta em laranja, que sai do Oceano Atlântico em direção ao interior da Região Norte. A seta representa os ventos alíseos e junto a ela há o texto:    1. Os ventos alíseos de  nordeste transportam o  vapor de água evaporado  do Oceano Atlântico para a  Amazônia; parte desse  vapor se condensa  (transforma-se em líquido)  e se precipita sob a forma  de chuva sobre a  Amazônia.  Em seguida, sobre os territórios da Guiana Francesa, Suriname e Guiana há o desenho de chuva caindo de uma nuvem, acompanhado do texto:  2.  A outra parte desse vapor de água, somada ao vapor de água resultante da evaporação da água do solo e dos rios e também àquele originário da transpiração da vegetação da Floresta Amazônica (que retiram umidade do subsolo ou do imenso aquífero Alter do Chão), é colocada em suspensão na atmosfera.  Posteriormente, na fronteira da Venezuela com a Colômbia, há o desenho de chuva caindo de uma nuvem e o texto: 3. Todo esse vapor de água ou umidade é transportado pelos ventos em direção à Cordilheira dos Andes.  Na sequência, no extremo oeste da Região Norte do Brasil, há o desenho de chuva caindo de uma nuvem e o texto:  4. Em contato com os “paredões” da Cordilheira dos Andes, esses ventos carregados de umidade ascendem (sobem) e, por causa da menor temperatura em altitude, condensam o vapor de água e causam chuvas, que por sua vez, alimentam as nascentes ou cabeceiras de vários da Bacia Amazônica.  Então, uma seta laranja sai do número 4 e chega próximo à fronteira do Brasil com a Bolívia. Há o desenho de chuva caindo de nuvem na região Centro-Oeste do Brasil e sobre o Paraguai. Nesse ponto, há o texto:   5. Os ventos, transportando o vapor de água restante e não conseguindo ultrapassar a Cordilheira dos Andes, por causa de suas elevadas altitudes (3 a 4 mil metros), descrevem uma curva e avançam em direção às regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, ao Paraguai, Uruguai e norte da Argentina, causando chuvas.  Na ilustração, linhas tracejadas em azul representam os limites do aquífero Alter do Chão, na porção norte do Brasil, do Aquífero Guarani, que se estende da região Centro-Oeste do Brasil até parte do Paraguai, Argentina e Uruguai, e do Aquífero Bauru, na porção Centro-Oeste do Brasil.

Fonte: elaborado com base em GUIMARÃES, Maria. Dança da chuva: a escassez de água que alarma o país tem relação íntima com as florestas. Pesquisa fapésp, número 226, página 21, dezembro 2014.

Nota: Nesta ilustração, as linhas tracejadas representam os limites das áreas de ocorrência de aquíferos (ao norte, Alter do Chão; ao sul, Guarani e Bauru, o menor).

Uma das conclusões que podemos tirar ao observá-la é que o desmatamento da Floresta Amazônica poderá comprometer a distribuição das chuvas nas regiões e nos países citados anteriormente. As consequências seriam desastrosas para a agropecuária, para os reservatórios de água das usinas hidrelétricas, para a recarga dos aquíferos e rios e para o abastecimento de água das populações.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Rios voadores

https://oeds.link/5sP5vg

O portal do projeto Rios Voadores permite conhecer mais sobre esse fenômeno. Ao acessar a aba “Educacional”, você encontrará animações e indicações de outros sites que complementam os conhecimentos sobre esse assunto.

• Relevo e povoamento da América

O relevo do continente americano pode ser compreendido por meio de sua divisão em três porções: oeste, leste e central.

O relevo da porção oeste é dominado por grandes cadeias montanhosas – Montanhas Rochosas e Cordilheira dos Andes – e por planaltos de altitudes elevadas – planaltos do Colorado e da Grande Bacia, na América do Norte; e altiplanos, como são chamados na América do Sul (consulte os perfis topográficos, na página seguinte).

As altitudes elevadas dessa porção do relevo, associadas ao clima frio de alta montanha, dificultam a fixação humana.

América: físico

Mapa. América: físico. Mapa do continente americano com a indicação das faixas de altitude e das principais unidades de relevo.    Acima de 4.000 metros, em marrom:  extremo norte da América do Norte, próximo à costa oeste, com os picos Mckinley, 6.194 metros, e Logan, 6.050 metros. Também pequena faixa das Montanhas Rochosas na porção centro-oeste dos Estados Unidos, com o Pico Blanca, de 4.372 metros; em pequeno trecho no sul do México e na maior parte da Cordilheira dos Andes, localizada próxima a toda a costa oeste da América do Sul. No sul do México existem os picos Popocatepetl, com 5.452 metros, e Orizaba, com 5.700 metros; na Cordilheira dos Andes, os picos Chimborazo, com 6.267 metros, Cotopaxi, 5.897 metros, Huascarán, 6.768 metros, Ojos del Salado, 6.863 metros e Aconcágua, 6.959 metros.  De 1.000 a 4.000 metros de altitude: toda a porção da costa oeste da América do Norte. As unidades de relevo dessa área são Montanhas Rochosas, Cadeia da Costa, Cadeia das Cascatas, Serra Nevada, Serra Madre Oriental, Serra Madre Ocidental, Planalto do Colorado, Planalto do México. Na costa leste dos Estados Unidos, há os Montes Apalaches, onde se encontra o Monte Mitchell, com 2.037 metros. Na América do Sul, altitudes entre 4.000 e  1.000 metros estão na Cordilheira dos Andes, na costa oeste; em parte da Serra do Espinhaço e da Serra do Mar na porção leste e sudeste do Brasil e faixa no norte da América do Sul, onde está o Pico da Neblina, com 2.994 metros.  De 1.000 a 500 metros de altitude: porção centro-oeste e Península do Labrador da América do Norte; parte da América Central; porção norte da América do Sul (Planalto das Guianas), franja da Cordilheira dos Andes e porção central, sudeste e parte do Nordeste do Brasil, onde está o Planalto Brasileiro, a Serra da Mantiqueira, a Serra do Mar e a Serra do Espinhaço.   De 500 a 200 metros de altitude: faixa central no sentido norte-sul e em parte do Nordeste da América do Norte e, na América do Sul, contornando as áreas de planalto e a Cordilheira dos Andes.  De 200 a 0 metros de altitude: na costa nordeste e norte e em parte da porção central da América do Sul, onde está a Planície Amazônica e a Planície Platina, que se estende até o sul do continente. Na América Central, em Cuba e na costa leste. Na América do Norte, em toda a costa leste, como na Península de Iucatã, na Península da Flórida e na Ilha Vitória, no extremo norte do continente.  Entre zero e menos 4.000 metros: profundidade nos oceanos Pacífico e Atlântico aumenta à medida que se afasta do continente americano.  Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 790 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 32 e 34.

Grafismo composto de uma linha laranja com um losango na ponta indicando atividades orais sistemáticas.

Quais são os pontos culminantes ou de maior altitude da América do Norte, da América do Sul e do Brasil? Aponte suas altitudes.

América do Norte: perfil oeste-leste do relevo

Gráfico. América do Norte: perfil oeste-leste do relevo. Gráfico representando um perfil topográfico da extensão oeste-leste nos Estados Unidos. À esquerda do gráfico, mapa reduzido da América do Norte com a marcação da linha de corte do perfil, traçada entre o ponto A, localizado no Oceano Pacífico junto à costa oeste dos Estados Unidos, e o ponto B, localizado no Oceano Atlântico junto à costa leste deste país. A linha do perfil está posicionada na direção oeste-leste. No perfil traçado no gráfico, a distância entre os pontos A e B representa o eixo horizontal; o eixo vertical indica o valor das altitudes em metros, de zero a 4.000. O ponto A está no nível do mar, ou seja, a zero metro de altitude. Seguindo em direção ao ponto B, há uma estreita faixa a 500 metros de altitude seguida por uma intensa elevação da altitude, que passa a variar de 4.000 a 2.000 em uma extensa área onde estão a Cadeia da Costa, Serra Nevada, o pico Whitney com 4.418 metros de altitude, e as Montanhas Rochosas. Nesta área, no ponto atravessado pelo rio Colorado, a altitude diminui para 1.500 metros. Após as Montanhas Rochosas, em direção ao ponto B, há uma extensa área com altitude na faixa dos 500 metros que constitui a Planície Central. Esta área é atravessada pelo Rio Mississipi. Chegando na costa leste, a altitude volta a subir para 2.000 metros. São os Apalaches, onde está o pico Mitchell, com 2.037 metros. Seguindo em direção ao ponto B, a altitude diminui abruptamente e chega a zero no Oceano Atlântico.

Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quarta edição São Paulo: Moderna, 2013. página 66.

América do Sul: perfil oeste-leste do relevo

Gráfico. América do Sul: perfil oeste-leste do relevo. Gráfico representando um perfil topográfico da extensão oeste-leste na porção central da América do Sul. À esquerda do gráfico, mapa reduzido da América do Sul com a marcação da linha de corte do perfil, traçada entre o ponto A, localizado no Oceano Pacífico junto à costa oeste da América do Sul, e o ponto B, localizado no Oceano Atlântico junto à costa leste do continente. A linha do perfil está posicionada na direção de oeste-leste. No perfil traçado no gráfico, a distância entre os pontos A e B representa o eixo horizontal; o eixo vertical indica o valor das altitudes em metros, de zero a 4.000. O ponto A está no nível do mar, ou seja, a zero metro de altitude. Seguindo em direção ao ponto B, há uma estreita faixa a 500 metros de altitude seguida por uma intensa elevação da altitude, que permanece em mais de 4.000 metros entre o Pico Coropuna e o Pico Illampu. Entre estes picos, há o Lago Titicaca, ponto em que a altitude cai para um pouco menos de 4.000 metros. Seguindo em direção ao ponto B, após o pico Illampu, a altitude cai abruptamente e chega a 500 metros em Santa Cruz de la Sierra. Deste ponto até a costa leste do continente, a altitude varia entre 500 e 1.000 metros, passando pelo Pantanal, pela cidade de Brasília e Serra do Espinhaço antes de chegar à planície costeira. Na direção oeste-leste, essa extensa área é atravessada pelo rio Paraguai, pelo rio Araguaia e pelo rio São Francisco.

Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 74.

Grafismo composto de uma linha laranja com um losango na ponta indicando atividades orais sistemáticas.

Você percebe alguma semelhança entre este perfil de relevo da América do Sul e o perfil da América do Norte?

Fotografia. Vista de uma grande cidade com muitas construções em tonalidade marrom. Ao redor da área urbana há montanhas. As construções são próximas umas das outras. Há ruas asfaltadas e poucas árvores. Ao fundo, uma das montanhas está com neve no topo.
Com cêrca de 946 mil habitantes e mais de 1,8 milhão em sua região metropolitana em 2021, a capital administrativa e séde dos poderes Executivo e Legislativo da Bolívia, lá pás, situa-se no altiplano andino, a 3.700 metros de altitude (2019).
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

O município onde você vive apresenta altitude maior ou menor que a da cidade de lá pás, no altiplano boliviano?

No relevo da porção leste do continente americano também existem cadeias montanhosas, planícies litorâneas de maior e menor largura e planaltos (consulte o mapa da página anterior e os perfis de relevo da América do Norte e da América do Sul).

Diferentemente da porção oeste, as montanhas e serras da porção leste – Montes apaláches e as serras Geral, do Mar e da Mantiqueira, no Brasil, além de outras – são de formação geológica antiga e encontram-se bastante desgastadas pela erosão, o que explica as altitudes baixas quando comparadas às da porção oeste. Para se ter ideia, o Monte Mitchell, ponto culminante dos apaláches, tem .2037 metros de altitude, e o Pico da Bandeira, na Serra do Caparaó, ramificação da Serra da Mantiqueira, nas divisas dos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais, tem .2892 metros (localize-os no mapa da página anterior).

Fotografia. Vista de uma extensa área com montanhas cobertas de árvores. As folhas das árvores estão em tons de laranja, verde, vermelho e amarelo.
Vista dos Montes apaláches, no estado da Geórgia, Estados Unidos (2021).

A leste dos apaláches abre-se uma grande planície que se estende até o Oceano Atlântico. Trata-se da região mais povoada dos Estados Unidos, onde se localizam as cidades de Nova iórque, Boston, Filadélfia, Washington D.C., entre outras.

O relevo da porção central é o domínio de vastas planícies, baixos planaltos e depressões (consulte os perfis de relevo da página anterior): Planície Central, na América do Norte; e as planícies do Orinoco, Amazônica, Platina e do Pantanal, na América do Sul.

Por essas planícies, com exceção das planícies do Orinoco e Amazônica, penetram massas de ar frio originárias dos polos Norte e Sul. Quanto ao povoamento, observe os mapas das páginas 116 e 118 e os relacione com o desta página.

Fotografia. Vista de uma extensa área com plantação à direita e ao fundo. Há duas hélices de geração de energia eólica na plantação. Na parte esquerda da foto, há uma rodovia pavimentada, galpões e área sem vegetação.
Fazenda na Planície Central dos Estados Unidos, estado do Texas (2021).

América: densidade demográfica – 2020

Mapa. América: densidade demográfica, 2020.  Mapa do continente americano com a representação das densidades demográficas no continente.  As densidades são representadas por uma gradação de tons de laranja. Quanto mais claro o tom, mais baixa é a densidade demográfica. Menos de 1 habitante por quilômetro quadrado: toda a porção norte da América do Norte, área no centro-oeste da América do Norte, porção central e parte do norte da América do Sul e faixa na zona de fronteira entre Argentina e Chile.  De 1 a 10 habitantes por quilômetro quadrado: porção na faixa de fronteira entre Canadá e Estados Unidos, trecho no centro dos Estados Unidos, maior parte da América Central, norte da Venezuela e da Colômbia, área nas margens dos rios Negro e Amazonas, faixa entre a área central do Brasil e as regiões nordeste e sudeste e extensa faixa no sentido norte-sul no centro de Bolívia e Argentina.  De 10 a 50 habitantes por quilômetro quadrado: área no sudeste dos Estados Unidos, no centro do México e em parte da costa leste do Brasil e da Argentina.   De 50 a 100 habitantes por quilômetro quadrado:  mancha entre as cidades de Nova York e Chicago, mancha no sudeste dos Estados Unidos, em Cuba, na costa oeste da América Central, e manchas próximas às cidades de Bogotá, Lima, Santiago e Buenos Aires.  Mais de 100 habitantes por quilômetro quadrado: manchas nas cidades e ao redor de Nova York, Chicago, Los Angeles, Cidade do México, Natal, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.  Aglomerações de mais de 10 milhões de habitantes: Los Angeles, Nova York, Cidade do México, Bogotá, Lima, Rio de Janeiro, São Paulo e Buenos Aires. À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.420 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em Charliê Jác (). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. p. 137, 141 e 155; . Global State of Metropolis 2020: population data booklet. Nairobi: , 2020. página 3. Disponível em: https://oeds.link/OL4M2q. Acesso em: 5 março 2022.

Grafismo indicando atividade.

Aponte o motivo de o Canadá, em sua porção no extremo norte, apresentar baixas densidades demográficas. Compare este mapa com o da página 116 (América: tipos de clima).

Ícone. Seção No seu contexto. Composto por uma placa amarela com o desenho de um binóculo no centro.

NO SEU CONTEXTO

Em que fórma de relevo está assentado o município onde você vive? Há semelhança entre o relevo da paisagem da foto e o da zona rural mais próxima de onde você vive? Explique.

4. A questão da água na América Latina

Em 2010, a ônu (Organização das Nações Unidas) passou a considerar o acesso à água potável e ao saneamento básico um direito fundamental de todo ser humano. Apesar dessa conquista, tensões envolvendo a gestão dos recursos hídricos são crescentes em várias partes do mundo. Em relação à América Latina, conheça nesta página e na próxima algumas fórmas de uso da água, algumas das principais reservas de recursos hídricos e alguns conflitos relacionados ao uso da água na região.

Água, um bem comum

Ilustração. Água, um bem comum.  Ilustração em 3 partes que se inicia com o texto: A água é essencial para qualquer forma de vida e é um recurso básico em todos os setores de produção. Por isso, a extração excessiva e sua degradação por uma atividade econômica ou por um grupo de pessoas sempre implicam prejuízo para outros usuários e para o meio ambiente. Esses desequilíbrios estão na base de muitos conflitos associados ao uso da água. Observe a seguir algumas formas de uso e causas de contaminação provocadas pela agricultura, pela indústria e pelo abastecimento urbano. Junto à primeira ilustração, o texto: Setor agrícola A agricultura intensiva e irrigada realizada em larga escala é responsável por um elevado consumo de água e, também, pode provocar a degradação dos recursos hídricos, entre outras razões, por meio da contaminação por fertilizantes e pesticidas. Ilustração de um bloco-diagrama de uma plantação em fileiras. Na ponta direita da imagem, há um reservatório de água de onde sai um cano principal e 3 canos menores dispostos entre as fileiras. Esses canos se elevam na vertical no meio de plantação, e deles jorra água para molhar as plantas ao redor. Um avião sobrevoa a plantação e despeja líquido verde nas plantas. O líquido verde se infiltra no solo. No cano esquerdo da plantação, há um lago com água azul e verde.   Junto à segunda ilustração, o texto: Setor industrial A geração de energia elétrica e a produção industrial são atividades que implicam elevado uso e degradação dos recursos hídricos, entre outros motivos, em decorrência do lançamento de rejeitos em rios e lagos. Ilustração de um bloco-diagrama de instalações de uma indústria às margens de um rio. Em uma das margens do rio, há árvores. Na outra margem do rio, a indústria é composta de dois edifícios, duas chaminés altas de onde sai fumaça cinza, um grande reservatório de água que capta a água do rio e dois tanques de água que despejam água no rio.  Junto à terceira ilustração, o texto: Setor urbano. O setor urbano abrange o uso domiciliar, comercial e governamental dos recursos hídricos. A falta de acesso ao saneamento básico e a discordância sobre formas de gestão e cobrança dos serviços de abastecimento de água têm colocado em conflito populações, empresas nacionais ou estrangeiras e governos dos países latino-americanos. Em 2020, aproximadamente 72 milhões de latino-americanos não tinham acesso a serviços de saneamento básico.  Ilustração de um bloco-diagrama de uma área urbana. Há uma rua com vários carros circulando. De um lado da rua, passa um rio com água cinza e canos acoplados ao asfalto despejam água suja nele. Do outro lado da rua, há casas, prédios e um grande amontoado de lixo. Do lixo escorre um líquido cinza que se infiltra no solo.

Fontes: ipéa. O direito à água como política pública na América Latina: uma exploração teórica e empírica. Brasília: ipéa, 2015; WHO. Progress on household drinking water, sanitation and hygiene 2000-2020: five years into the SDGs. página 59. Geneva: WHO/unicéfi, 2017.

• Recursos hídricos e conflitos

Embora, de modo geral, a América Latina seja rica em água, há desigual distribuição espacial desse recurso entre países e no interior deles. Além disso, os diversos usos e as discordâncias quanto às fórmas de gestão da água geram conflitos de interesse na região. Leia sobre algumas tensões relacionadas à água, localizando, no mapa, as bacias hidrográficas, os rios e o Aquífero Guarani citados no texto.

O direito à água de qualidade

O megaprojeto de mineração “Arco Mineiro do Orinoco” ameaça a qualidade das águas e atinge comunidades indígenas na Bacia do Rio Orinoco, principal fonte de recursos hídricos da Venezuela. A mineração de ouro, diamante, ferro, bauxita e níquel, prevista para essa área, além de demandar o uso intensivo de água, libera agentes contaminantes, como mercúrio, cianeto e arsênico.

A polêmica das hidrelétricas

No Brasil, a instalação de hidrelétricas nos rios da Bacia do Rio Amazonas tem oposto empresas e governos (federal e estaduais) às populações que dependem diretamente dos rios para garantir sua subsistência. A construção da Hidrelétrica Belo Monte, no Pará, por exemplo, reduziu a vazão do Rio Xingu, fato que acarretou impactos para os ecossistemas locais e as populações indígenas e tradicionais. No Rio Tapajós e seus afluentes espalhados nos estados de Mato Grosso e Pará, de um lado, empresas internacionais de alimentos e energia são favoráveis à construção do Complexo Hidrelétrico e Hidrovia do Tapajós, mas de outro lado várias comunidades indígenas da região são contrárias a esses projetos, em razão dos grandes danos ambientais e culturais que serão causados por eles.

Água como bem público

Nos anos 1990, governos latino-americanos privatizaram os sistemas de fornecimento de água sob forte oposição popular, que acusava o encarecimento desses serviços e a transformação da água em mercadoria. No Uruguai, por exemplo, grupos da sociedade civil reverteram o processo de privatização nos anos 2000 por meio de plebiscitos nacionais e pressão política.

Interesses empresariais

A grande disponibilidade hídrica do Aquífero Guarani desperta interesses de grandes corporações empresariais, nacionais e estrangeiras, como as do setor de alimentos e bebidas. A possibilidade de flexibilizar leis para permitir a exploração direta ou a criação de um mercado privado de água tem gerado preocupação nos países abrangidos pelo aquífero.

Aquífero Guarani e bacias hidrográficas dos rios Orinoco, Amazonas e da Prata

Mapa. Aquífero Guarani e bacias hidrográficas dos rios Orinoco, Amazonas e da Prata.  Mapa da América do Sul com a representação dos principais rios, das bacias hidrográficas e do Aquífero Guarani. As bacias são representadas por manchas de cores. Bacia do Rio Orinoco, na cor lilás: no extremo norte da América do Sul, em grande parte do território de Venezuela e Colômbia. Rios principais: Orinoco e Meta.  Bacia do Rio Amazonas: norte e parte do centro da América do Sul. Rios principais: Amazonas, Jari, Pari, Trombetas, Negro, Branco, Japurá, Putumayo, Napo, Marañon, Solimões, Xingu, Tapajós, Madeira, Purus, Juruá, Ucaiali, Acre, Guaporé e Mamoré. Bacia do Rio Prata, em rosa: na porção centro-sul e sudeste da América do Sul. Rios principais: da Prata, Paraná, Negro, Uruguai, Salado, Iguaçu, Paraná, Paranaíba, Grande, Tietê, Pilcomayo e Vermelho.  Aquífero Guarani: contorna porção no centro sul da América do Sul. À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 810 quilômetros.

Fontes: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Década brasileira da água 2005-2015. Brasília: ême ême á, 2007. página 35; fáo. Hydrological basins in South America. Disponível em: https://oeds.link/DuaaPD. Acesso em: 22 fevereiro 2022.

5. América: vegetação nativa ou original e relações com o clima

Ao mesmo tempo que os tipos de clima influenciam a distribuição das diversas formações vegetais nativas ou originais sobre a superfície terrestre, os climas têm suas características de temperatura e umidade afetadas por essas formações – lembre-se do caso dos “rios voadores”.

Os tipos de clima e as formações vegetais originais

Existe uma estreita relação entre o clima e a vegetação. Observe no mapa a seguir a distribuição das formações vegetais originais da América. Em seguida, compare-o com o mapa da página 116 (América: tipos de clima) para perceber a correspondência entre os tipos de clima e a vegetação. Por fim, na página seguinte, observe aspectos da fisionomia dessas formações vegetais originais da América.

América: vegetação original

Mapa. América: vegetação original. Mapa do continente americano com a representação das áreas de ocorrência dos tipos de vegetação original no continente. Os tipos de vegetação estão representados por manchas de cores diferentes. Tundra: no extremo norte da América do Norte.  Floresta Boreal (Taiga): extensa faixa no norte da América do Norte, indo da costa oeste até a costa leste.  Floresta Temperada e Subtropical: costa leste e sudeste avançando até o centro da América do Norte, em toda a porção ao sul dos Grandes Lagos até a Península da Flórida; e faixa a noroeste da América do Norte e sul do Brasil.  Estepes e Pradarias: sul da América do Sul e faixa no centro e no sul da América do Norte.  Vegetação Mediterrânea: pequena faixa na costa oeste da América do Norte.  Deserto: faixa no sul da América do Sul, estreita faixa na costa oeste da América do Sul e faixa na porção centro-oeste da América do Norte. Savanas, Cerrado e Caatinga: faixa na direção Nordeste - Centro Oeste do Brasil, extremo norte da América do Sul e nas costas leste e oeste do México.  Floresta Tropical e Equatorial: costa leste do Brasil, grande porção no norte, noroeste e oeste da América do Sul e em grande parte da América Central.  Vegetação de Altitude: extensa faixa próxima a toda a costa oeste da América do Sul, em trecho da América Central, no centro do México e em alguns pontos do centro-oeste da América do Norte.  À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.110 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. segunda edição São Paulo: Moderna, 1993. página 6.

Fotografia. À frente, vegetação baixa com muitas folhagens em tons de vermelho, marrom, amarelo. Ao fundo, árvores  em tons verde. Mais ao fundo, um rio, montanhas e pouca vegetação. Céu azul com nuvens.
Tundra no Alasca, Estados Unidos (2021).
Fotografia. No primeiro plano da foto, um grande rio com uma pequena embarcação. No segundo plano, próximo à margem do rio, árvores altas, pontudas e com folhas verdes. No terceiro plano,  montanhas.  Céu azul com algumas nuvens.
Floresta boreal em Alberta, no Canadá (2021).
Fotografia. No primeiro plano, um rio e às suas margens, em segundo plano, árvores de tamanhos e formas diferentes, com folhagens, em cinza, amarelo, vermelho, laranja e verde.
Floresta temperada na Carolina do Norte, Estados Unidos (2020).
Fotografia. Vista de uma extensa área no campo. No primeiro plano, área com gramíneas. No segundo plano, área com árvores em cor verde-escuro. No terceiro plano, morros cobertos de vegetação em verde-escuro e algumas áreas com gramíneas. No  quarto plano, montanhas. Céu azul com algumas nuvens.
Pradaria em Alberta, no Canadá (2021).
Fotografia. Vista de um vale ao centro da fotografia e montanhas com vegetação baixa e arbustiva. Há pontos sem vegetação, com solo exposto. Céu azul.
Vegetação mediterrânea na Califórnia, Estados Unidos (2021).
Fotografia. Vista de uma extensa área com morros e chapadas. No primeiro plano, plantas rasteiras em tons amarelos e areia ao redor. No segundo plano, morro com vegetação rasteira. Ao fundo, formação de elevada altitude com o topo reto e formando um grande degrau e com vegetação baixa e muitas pontos com solo exposto. Céu cinza.
Vegetação de deserto na Patagônia, Argentina (2019).
Fotografia. Vista de cima de extensa área com muitas árvores e arbustos e um rio. As árvores possuem folhas verdes, amarelas e acinzentadas.  Ao fundo, montanhas. Céu azul com poucas nuvens.
Vegetação de Cerrado no estado de Goiás (2021).
Fotografia. Vista de cima de extensa área plana com muitas árvores altas com copas cheias de folhas verdes. Entre as árvores, um rio.
Floresta Equatorial amazônica no estado do Acre (2021).

Compare o mapa a seguir com o mapa da página 123. Observe o grau de intervenção humana em alguns biomas e regiões naturais da América, decorrente do processo de ocupação antrópica e da produção de espaços geográficos. Desmatamentos para a implantação de atividades diversas, como agropecuária, produção industrial, construção de cidades e estradas, exploração madeireira e mineral etcétera, modificaram as suas formações vegetais originais em diferentes intensidades.

América: graus de alteração humana em alguns biomas e regiões naturais

Mapa. América: graus de alteração humana em alguns biomas e regiões naturais.  Mapa do continente americano representando o grau das alterações dos biomas e regiões naturais em seu território.  Alteração fraca ou pontual,  meios pouco ou não transformados, em lilás: extremo norte e norte da América do Norte, faixa no sudoeste da América do Norte e porção norte e noroeste da América do Sul, onde se localiza a Floresta Equatorial Amazônica.  Alteração moderada ou descontínua, meios parcialmente transformados, em verde: faixa que se estende do sul da América do Sul, alcança porção centro-oeste e interior da Região Nordeste do Brasil e contorna a Floresta Equatorial Amazônica.  Faixa que sai da costa oeste e do centro da da América do Norte na direção norte, estendendo-se até a porção leste.  Alteração forte e contínua, meios totalmente transformados, em laranja: Pampas no sul da América do Sul, Chaco, centro-sul da América do Sul (área de Cerrado), leste da América do Sul, onde há Caatinga. Pequena faixa na porção noroeste da América do Sul. Extremo sul, pequena faixa a oeste e as porções leste, sudeste e parte do sul da América do Norte, onde estão os Grandes Lagos e a Península da Flórida.  Setas vermelhas no mapa indicam a direção de deslocamento de frentes pioneiras ocasionando a transformação profunda de um meio “natural”: da costa leste da América do Sul em direção à Floresta Amazônica, do centro-oeste e do nordeste do Brasil em direção à Floresta Equatorial Amazônica, e do norte e da porção oeste da América do Sul em direção à Floresta Amazônica. Abaixo, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.640 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em quinafú, rêmí. Les hommes et la Terre. Paris: Belin, 1996. página 144-145.

Fotografia.  Vista de uma área desmatada com muita terra, lama e poças de água. Do lado esquerdo, área com vegetação, um trator, pessoas e alguns tubos ligados às poças de água. Há árvores caídas no chão. No segundo plano, 3 helicópteros estão pousando no chão. Ao fundo, árvores mais altas e espaçadas e vegetação mais baixa e mais densa.
O desmatamento para a expansão de diversas atividades humanas em direção à Floresta Amazônica causa profundas alterações nesse meio natural. Na foto, agentes do Ibama realizam uma ação de combate ao desmatamento em uma área de garimpo ilegal na Terra Indígena Tenharim do Igarapé Preto, Amazonas (2018).
Ícone. Seção No seu contexto. Composto por uma placa amarela com o desenho de um binóculo no centro.

NO SEU CONTEXTO

Você sabe qual é a formação vegetal original do município onde mora? Qual é o grau de alteração dessa vegetação?

6. América: povos e paisagens

A América se estende de altas latitudes do Hemisfério Sul a altas latitudes do Hemisfério Norte. Essa característica, associada à variação das altitudes, dos climas e da vegetação e à riqueza cultural das populações americanas, resulta em uma grande variedade de paisagens. Confira como vivem alguns povos americanos que têm seus modos de vida diretamente relacionados às características do meio natural.

Os povos da etnia guna

Na costa norte do Panamá vivem povos da etnia guna, distribuídos entre o continente e cêrca de 40 ilhas na comarca de Guna . Para subsistência, esse grupo depende da pesca artesanal, da exportação de cocos, do turismo e da agricultura agroecológica em áreas de Floresta Tropical.

Fotografia.  Em uma área aberta, observa-se uma roda de pessoas em pé e em movimento. Os homens usam calça escura, camisa vinho e chapéu. As mulheres usam saia preta e amarela, camisa colorida e lenço vermelho na cabeça. Eles estão sobre um chão de areia. No segundo plano há algumas casas feitas de madeira e teto de palha.
Dança tradicional guna, Ilhas sân blás, Panamá (2018).

• Os inuítes

Os inuítes são povos que habitam as regiões polares da América do Norte, onde a temperatura pode chegar a –50 graus Célsius. Até meados do século vinte eram nômades e construíam acampamentos em diferentes lugares, no verão e no inverno. Entre as décadas de 1940 e 1950, o governo do Canadá incentivou a formação de comunidades permanentes e, hoje, os deslocamentos temporários ocorrem somente nas temporadas de caça.

Fotografia. 
Em uma área coberta de gelo há quatro pessoas em pé vestindo roupas de frio volumosas, luvas, gorros e capuz. À frente deles, uma estrutura de madeira em forma de trenó, sobre o gelo, com uma bagagem amarrada com barbantes amarelos.
Pessoas transportam carga em um tradicional trenó , chamado , no Território nunavut, Canadá (2019).

O povo uro

Localizado entre a Bolívia e o Peru, a .3821 metros de altitude, o Lago Titicaca é o lago navegável de maior altitude do mundo. O povo uro, cuja economia baseia-se na pesca e no turismo, habita ilhas artificiais construídas nesse lago com um tipo de junco flutuante, a totora. As habitações e embarcações dos uros também são feitas com a palha desse vegetal.

Fotografia. Vista de cinco mulheres em pé, vestidas com saias longas nas cores vermelha e azul, camiseta branca de manga comprida, coletes coloridos e chapéus brancos. Elas estão nas margens de um corpo d'água. Atrás delas, em segundo plano, duas casas de palha e uma mesa com alguns objetos.
Mulheres do povo uro em ilha artificial no Lago Titicaca, Peru (2021).
Ícone. Seção Quem lê viaja mais. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa lendo.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

LIMAVERDE, Rafael.

Pelos caminhos de nuestra América: uma pedalada poética pelos confins do continente. nota de rodapé 4 edição Fortaleza: Littere Editora, 2012.

A obra permite ao leitor aprender mais sobre a América Latina, seus povos, paisagens, patrimônio cultural e contradições sociais.

• As comunidades ribeirinhas da Amazônia

As comunidades ribeirinhas da Bacia Amazônica têm como importante fonte de abastecimento a pesca, a caça, a coleta e o plantio de mandioca, frutas, leguminosas, entre outros cultivos. O equilíbrio dos ecossistemas amazônicos é fundamental para o extrativismo praticado por essas populações e para garantir sua subsistência.

Fotografia. Vista superior de uma área fluvial com várias casas de madeira flutuantes nas margens. As casas estão sobre algumas toras de madeira que flutuam e há diversas embarcações ao redor dessas construções. Ao fundo, vegetação natural densa com árvores de copas altas e verdes.
A circulação de embarcações pelos rios amazônicos garante o fluxo de pessoas e mercadorias e permite que as comunidades ribeirinhas forneçam e obtenham produtos das cidades. Na foto, comunidade ribeirinha no município de Iranduba, Amazonas (2020).

América: povos guna, inuítes, uro e ribeirinhos amazônicos

Ilustração. América: povos guna, inuítes, uro e ribeirinhos amazônicos.  Sobre uma imagem de satélite da América do Sul, há a delimitação das áreas onde vivem os povos Guna, Inuítes, Uro e ribeirinhos amazônicos.   Povo Guna, indicado pelo número 1: habita pequena área no sul da América Central.   Inuítes, indicado pelo número 2: habita porção ao norte da América do Norte.  Povo Uro, indicado pelo número 3: habita área no oeste da América do Sul.  Ribeirinhos amazônicos, indicado pelo número 4: em toda a porção noroeste-central da América do Sul.

Fonte: elaborado com base em djermên, G. Inuit: les peuples du froid. Montréal: Libre Expréssion/Musée Canadien des Civilisations, 1995. página 38-39; GUIMARÃES, M. A origem do povo dos lagos. Pesquisa fapésp, 54-55, janeiro 2014; LENTINI, M. éti ól. Fatos Florestais da Amazônia 2005. Belém: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, 2005. página 23. plôts, J. Guna Yala: the indigenous people beyond Panama's tourist paradise. Mashable. 3 maio 2015. Disponível em: https://oeds.link/m4wrXl. Acesso em: 9 junho 2022.

Grafismo indicando atividade.

Que relações existem entre as condições do meio natural e os modos de vida dos povos apresentados?

PERCURSO 14 ESTADOS UNIDOS: POTÊNCIA ECONÔMICA

1. O maior produtor, o maior consumidor

O imenso território conquistado durante o processo de expansão do povoamento garantiu aos Estados Unidos amplo espaço para a produção agropecuária, além de recursos energéticos e matérias-primas necessários ao desenvolvimento industrial. Atualmente, o país é o maior produtor e consumidor mundial de mercadorias e de serviços, e seu Píbi representou, em 2020, cêrca de 25% do Píbi mundial. Além disso, liderou, em 2020, o ranking de importações de mercadorias – cêrca de 13,5% das importações mundiais – e é o maior investidor em outros países.

Mundo: países com maior Píbi (em trilhões de dólares) – 2020

Gráfico. Mundo: países com maior PIB, em trilhões de dólares, 2020.   Gráfico de colunas ilustradas em forma de moedas empilhadas. No eixo vertical, o valor do PIB em trilhões de dólares, de zero até 22. No eixo horizontal, a bandeira e os nomes dos países. Estados Unidos: 20,9 trilhões de dólares.  China: 14,7 trilhões de dólares.  Japão: 5,1 trilhões de dólares. Alemanha: 3,8 trilhões de dólares. Reino Unido: 2,8 trilhões de dólares.

Fonte: THE WORLD BANK. GDP (current US$). Disponível em: https://oeds.link/IdPQig. Acesso em: 20 janeiro 2022.

2. Um gigante na agropecuária

Nos Estados Unidos, as lavouras e pastagens ocupam aproximadamente 37% de seu território, de acordo com o censo agropecuário realizado naquele país, em 2017. Para efeito comparativo, no Brasil, a agricultura e a pecuária ocupam, juntas, 41% da área total do território brasileiro, conforme apontou o censo agropecuário do í bê gê É, também realizado no ano de 2017 (vale destacar que a área total do território brasileiro corresponde a 87% da área total dos Estados Unidos).

Nos Estados Unidos, a intensa ocupação da terra se deve a fatores históricos, como a democratização do acesso à terra graças à Lei da Propriedade Rural (1862), e está associada ao emprego de sistemas intensivos, como a elevada mecanização das atividades agrícolas.

A alta tecnologia usada na agricultura estadunidense permite grande produtividade agrícola e garante bons rendimentos agrícolasglossário , que se destacam no cenário mundial. Em 2021, os Estados Unidos foram o maior produtor e exportador mundial de alimentos: maior produtor mundial de milho, cereais e carnes bovina e de frango; segundo em produção de soja; terceiro em amendoim; e quarto em trigo.

O processo de modernização no campo desse país favoreceu ainda a produção integrada entre as empresas ruraisglossário e a indústria de alimentos. O emprego de máquinas e implementos cada vez mais avançados promoveu a substituição do trabalho humano no campo.

Nos Estados Unidos, em 2020, a agropecuária absorvia menos de 1% da população economicamente ativa (péa) empregada do país – no Brasil, a agropecuária respondia por mais de 9%. No período entre 1950 e 1990, muitos proprietários rurais, não conseguindo acompanhar a modernização da agricultura, ou atraídos pela vida urbana, acabaram vendendo suas terras. Esse processo de redução do número de proprietários foi acompanhado pelo crescimento do tamanho médio das pro­priedades e por certa concentração fundiária no espaço agrário dos Estados Unidos.

Estados Unidos: quantidade e área média das propriedades rurais – 1950-2017

Gráfico. Estados Unidos: quantidade e área média das propriedades rurais, 1950 a 2017.   Dois gráficos de colunas lado a lado. No primeiro gráfico, no eixo vertical, valores de quantidade de propriedades, em milhões, de zero a 6 milhões. No eixo horizontal, os anos.  1950: 5,5 milhões de propriedades. 1960: 3,5 milhões de propriedades.  1970: 2,9 milhões de propriedades. 1980: 2,5 milhões de propriedades. 1990: 2,1 milhões de propriedades. 2000: 2,2 milhões de propriedades. 2012: 2,1 milhões de propriedades.  2017: 2 milhões de propriedades. No segundo gráfico, o eixo vertical representa valores de área média das propriedades, em hectares, de zero a 200. No eixo horizontal, os anos.  1950: 85 hectares. 1960: 120 hectares 1970: 150 hectares 1980: 175 hectares 1990: 185 hectares 2000: 175 hectares 2012: 170 hectares 2017: 175 hectares

Fonte: 2017 Census of agriculture: U.S. Summary and State Data. Washington D.C.: NASS, 2019. volume1. página 7; National Agricultural Statistics Service. Census of Agriculture Historical Archive, Others years (1940, 1950, 1964, 1974, 1982, 1992 e 2002), disponível em: https://oeds.link/NrCGLc. Acessos em: 5 março 2022.

• Os “cinturões” agropecuários (belts)

Nos Estados Unidos, o espaço agrícola organiza-se em zonas extensas e especializadas, chamadas cinturões (belts, em inglês), nas quais predomina o cultivo de um produto principal por meio da moderna agricultura comercial. Observe o mapa. Além do produto agrícola que define o cinturão, são cultivados outros produtos em menor escala.

Estados Unidos: cinturões agropecuários

Mapa. Estados Unidos: cinturões agropecuários.  Mapa de parte da América do Norte com a divisão política dos Estados Unidos e a localização e identificação dos cinturões agropecuários desse país.  Cinturão do algodão (Cotton belt): ocorrência no sul dos Estados Unidos, próximo à fronteira com o México, estendendo-se em direção à costa oeste, no sudeste, sem atingir o litoral.  Cinturão do leite (Dairy belt): nordeste dos Estados Unidos, na fronteira com Canadá e região dos grandes Lagos, em faixa que se estende do centro-norte do país até o litoral nordeste.  Cinturão do milho (corn belt): ocorrência na porção centro-nordeste do país. Cinturão do trigo (Wheat belt): faixa no sentido norte-sul do centro do país até o norte, na fronteira com Canadá; pequena área de ocorrência no noroeste do país.  Cinturão da fruticultura (Fruit belt): ocorrência nos extremo sudeste do país, no litoral atlântico, e faixa a sudoeste, no litoral do Pacífico.  Cinturão industrial (Manufacturing belt): ocorrência ao sul da região dos Grandes Lagos em faixa que se estende para o leste, na região nordeste do país.  Cinturão da pecuária (Ranching belt): extremo sul e a maior parte da porção centro e oeste, de norte a sul do país.  Cinturão da policultura e criação de gado: faixa que se estende de sudeste a leste do país.  À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 380 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em béret bríguinon. Géographie. Paris: Hatier, 1989. página 229; GONÇALVES, Carlos Walter Porto; BARBOSA, Jorge Luiz. Geografia hoje. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1989. página 80.

3. O espaço urbano-industrial

A distribuição espacial da indústria estadunidense está relacionada a fatores históricos, econômicos e físico-naturais, entre outros. Observe o mapa: a linha verde tracejada separa dois grupos de concentrações industriais do país: o Snow belt e o Sun belt.

Estados Unidos: distribuição espacial da indústria

Mapa. Estados Unidos: distribuição espacial da indústria. Mapa de parte da América do Norte com a divisão política dos Estados Unidos e informações do parque industrial do país.  Manufacturing belt dinamizado por indústrias de ponta: porção a nordeste do território, próxima aos Grandes Lagos e abrangendo cidades como Detroit, Chicago, Pittsburgh, Baltimore, Nova York e Boston.  Dinamismo industrial recente do Sun belt e do oeste: em cinco áreas: no extremo noroeste, em Seattle; no sudoeste, abrangendo cidades como São Francisco, Los Angeles e San Diego; no sul, abrangendo cidades como San Antonio, Houston e Dallas; e duas áreas no sudeste do país, nas redondezas das cidades de Atlanta e Miami.   Indústria montadora norte-americana: duas em Tijuana, a sudoeste e 1 em Mexicali, 1 em Ciudad Juárez e 1 em Matamoros, localidades ao sul do país.  Limite do Sun belt: linha atravessa o país do norte da costa oeste, ao norte em Seattle, segue na direção sul até a porção sudoeste do país e atravessa os Estados Unidos até a costa leste, tendo ao sul Phoenix, El Paso, Dallas, e Atlanta.   Mão de obra mexicana: setas verdes saem em direção à costa oeste e ao centro dos Estados Unidos.  Fluxo de investimentos dos Estados Unidos: setas vermelhas saem de Nova York para o Canadá, de El Paso para o México e de Phoenix para o México.   Indústria elétrica: há unidades em Boston, Nova York, Baltimore, Pittsburgh, Detroit, Chicago, Miami, Dallas, Phoenix, Los Angeles e San Francisco.  Indústria de madeira e papel: há unidades em Detroit, Houston, San Francisco, Seattle, Portland, Chicago e Cabo Canaveral.  Construção naval: em Filadéfia, Baltimore, Cabo Canaveral, San Diego, Los Angeles, São Francisco e Seattle.  Siderurgia: elevada concentração na área do Manufacturing belt, próximo a cidades como Nova York, Pittsburgh, Detroit e Chicago. Está presente também em Houston e Los Angeles.  Petroquímica: maior concentração ao sul, próximo a Houston e San Antonio. Também está próximo a Nova York,  Chicago e Los Angeles.  Automobilística: próximo a Detroit, Chicago, Pittsburgh, Saint Louis, Dallas, Los Angeles e Atlanta.  Têxtil: em Boston, Nova York, Filadélfia e Raleigh.  Indústrias de ponta:   Aeronáutica: Atlanta, St. Louis, Wichita, Phoenix, Seattle.   Indústrias de ponta: Aeronáutica: em Atlanta, Saint Louis, Wichita, Seattle, San Diego e Dallas. Aeroespacial (Nasa): em Cabo Canaveral e Houston.   Tecnopolos (parques tecnológicos): Electronic Highway em Boston, Silicon Alley em Nova York, Silicon Beach em Miami, Research Triangle Park em Raleigh, Silicon Prairie em Dallas, Silicon Mountain em Denver, Software Valley em Salt Lake City, Silicon Forest em Portland, e Silicon Valley em San Francisco.   Centro industrial: Miami, Atlanta, Baltimore, Nova York, Boston, Pittsburg, Detroit, Chicago, St. Louis, Wichita, Denver, Seattle, San Francisco, Los Angeles, San Diego, Phoenix, El Paso, Dallas, San Antonio, Houston. Abaixo, à direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 420 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 81; Charliê Jác (). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 141.

Grafismo composto de uma linha laranja com um losango na ponta indicando atividades orais sistemáticas.

Cite alguns ramos industriais existentes na costa oeste dos Estados Unidos, próximos às cidades de sân Francisco e de Los Angeles.

Snow belt: do nordeste dos Estados Unidos para o mundo

Na região nordeste dos Estados Unidos se localiza a maior e mais antiga concentração industrial do país – o chamado Manufacturing belt (cinturão industrial). Por causa do predomínio do clima temperado e da presença de invernos rigorosos, essa região também recebe a denominação de Snow belt (cinturão da neve). Consulte novamente o mapa e localize alguns de seus ramos industriais.

O desenvolvimento da indústria nessa região contou com largo aproveitamento de recursos naturais regionais (carvão mineral, petróleo, minério de ferro e outros), além de eficientes vias de transporte (ferroviário, rodoviário, fluvial e lacustre).

Nos Grandes Lagos, as minas de ferro próximas ao Lago Superior garantiram a expansão da siderurgia nas cidades de Pittsburgh, Duluth e Chicago.

Fotografia.  Vista de uma cidade às margens de um rio com diversas pontes com estruturas metálicas amarelas. Na cidade, há muitos prédios de tamanhos e formas diferentes. Próximo ao rio, uma área aberta com árvores. Céu com muitas nuvens.
Juntamente com Chicago, a cidade de Pittsburgh é um centro dinâmico do Manufacturing belt dos Estados Unidos. Após ter dominado a produção de aço até 1960, tornou-se polo de alta tecnologia, destacando-se principalmente na robótica. Na foto, vista da cidade e do Rio Monongahela (2021). Em 2020, Pittsburgh apresentava pouco mais de 300 mil habitantes e sua região metropolitana, 2,3 milhões de habitantes.

Essa região exerce enorme influência sobre o restante do mundo. A cidade de Nova iórque, por exemplo, é a séde dos principais bancos e dos grandes conglomerados industriais estadunidenses, o que a torna um centro de decisões econômicas que se refletem em todo o planeta.

Sun belt: atividade industrial variada e aquecida

Observe novamente o mapa da página anterior. Repare que na parte inferior da linha verde tracejada estão indicadas cinco regiões com concentrações industriais expressivas. Juntas, elas formam o chamado Sun belt (cinturão do sol), uma extensa porção do território dos Estados Unidos em que predominam climas mais quentes (a exceção é a região industrial de Seattle, na fronteira com o Canadá) e onde se localiza um conjunto variado de espaços industriais de desenvolvimento recente. Podemos dividir esses espaços industriais em dois grupos: a costa oeste e as porções sul e sudeste.

A costa oeste ou do Oceano Pacífico

Nessa porção do território, o crescimento da atividade industrial contou com o impulso de uma série de fatores externos. As operações militares estadunidenses contra o Japão durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e, posteriormente, o envolvimento do país nas guerras da Coreia (1950-1953) e do Vietnã (1960-1976) estimularam a fixação e o desenvolvimento de indústrias armamentistas no litoral do Pacífico, região mais próxima às zonas de conflito.

As porções sul e sudeste

Nos estados do Texas, da Flórida e da Geórgia, há diversificada atividade industrial. No estado da Flórida se localiza a importante base espacial de Cabo Canaveral, e em Houston, no estado do Texas, localiza-se a Náza (National Aeronautics and Space Administration), que possui vários laboratórios de pesquisa.

Fotografia.  A foto mostra o momento do lançamento de um foguete. Há muito fogo saindo da ponta de trás do foguete e muita fumaça próxima ao solo. Ao redor do foguete, há 4 estruturas grandes de ferro e verticais e outra que se assemelha a um prédio alto.
Lançamento de foguete em Cabo Canaveral, no estado da Flórida, Estados Unidos (2022).
Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

PORTELA, Fernando; RUA, João.

Estados Unidos. São Paulo: Ática, 2008.

A primeira parte desse livro é uma ficção que mostra o desejo de jovens brasileiros de participar do “sonho americano”. A segunda parte faz uma síntese geográfica dos Estados Unidos.

Ícone. Seção Pausa para o cinema. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa segurando uma câmera na altura dos olhos.

PAUSA PARA O CINEMA

O aviador.

Direção: Martin Scorçési . Japão/Estados Unidos: Warner, 2004. Duração: 136 minutos

Um jovem de 18 anos recebe a herança de seu pai e a investe na indústria do cinema. Ele trabalha em filmes de grande sucesso e promove a carreira dos artistas. Paralelamente, dedica-se a uma de suas maiores paixões: a aviação.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Missão Diplomática dos Estados Unidos – Brasil

https://oeds.link/Liza42

Ao acessar esse site, no menu “Nosso relacionamento”, “Estados Unidos da América e Brasil”, clique em “Prioridades Brasil-Estados Unidos da América” e conheça vários assuntos ligados à cooperação entre esses dois países, dos quais se destacam: educação, energia e meio ambiente.

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

As indústrias maquiladoras

A industrialização do Sun belt também se desenvolveu graças à criação das chamadas indústrias maquiadoras ou maquiladoras, que, a partir da década de 1960, passaram a ser instaladas em território mexicano, próximo à fronteira com os Estados Unidos. Leia o texto a seguir para saber mais a respeito.

As indústrias maquiadoras na fronteira Estados Unidos da América-México

Do ponto de vista técnico, [a indústria maquiladora] consiste na simples junção das peças de uma mercadoria, fase de um processo de produção fragmentado. Em termos econômicos, significa o barateamento do custo de produção: a montagem das peças deixa de ser feita nos países em que a mão de obra é bem mais cara do que naqueles em que se instalam as empresas maquiladoras. A diferença salarial entre Estados Unidos e o México é tão grande que para muitas empresas é atrativo deslocar os segmentos mais intensivos do processo de produção para o outro lado da fronteira, levando em conta que os gastos de transporte nesse caso são pequenos devido à proximidade geográfica.

As maquiladoras se instalaram fundamentalmente na fronteira norte e na maioria dos casos com mão de obra feminina. São beneficiárias de tratamento fiscal especial e da aplicação discreta da legislação trabalhista e ambiental. Cidades como Tijuana, Matamoros e Ciudad Juárez, mas progressivamente algumas mais ao sul da fronteira, estão sujeitas ao ciclo de maquilagem, de tal maneira que o anúncio de uma demissão maciça ou do fechamento de uma empresa provoca a previsão de um cataclismoglossário socioeconômico.

Visto que se trata de processos de trabalhos repetitivos, perigosos, como no caso da montagem dos eletrônicos, ou desgastantes, as operárias são substituídas quando seu rendimento começa a declinar. Ainda que sejam um palia­tivo para o desemprego , tornaram-se uma arma das multinacionais para pressionar a queda dos salários, com a ameaça de levar as montadoras para outros países da América Latina ou para a China.

SADER, Emir êti áli. (coordenação). Latinoamericana: enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe. São Paulo: Boitempo/uérj, 2006. página 775.

Fotografia.  Vista da área interna de uma fábrica. No primeiro plano, uma mulher com cabelo preso, óculos e vestindo macacão azul segura um objeto. À sua frente, há uma esteira com uma caixa. Atrás da mulher, prateleiras, armários, e outras pessoas de macacão azul trabalhando.
Trabalhadores em linha de montagem de aparelhos médicos em indústria maquiladora na cidade de Tijuana, México (2019).

 Interprete

1. Explique a vantagem para as empresas estadunidenses implantarem indústrias maquiladoras no México.

 Argumente

2. Crie um meme explorando a contradição entre os benefícios e prejuízos trazidos pelas indústrias maquiladoras implantadas no México.

Ícone. Seção Mochila de ferramentas. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa em pé com uma mochila grande nas costas, segurando uma vara.

Mochila de ferramentas

Como ler e compreender um texto

Ler e compreender são ações diferentes. Você pode apenas ler as palavras de uma frase sem, contudo, apreender o sentido delas. Para compreendê-las realmente, é importante desenvolver um método de leitura. Siga o passo a passo; com o tempo, você o terá incorporado à sua rotina de estudos de todas as disciplinas.

Como fazer

  1. Comece por uma leitura geral do texto, procure pelo assunto central e tente identificar os elementos mais importantes ou mais interessantes. Use lápis ou caneta; se o texto não puder ser marcado, anote em uma folha avulsa o que encontrar. Caso o texto seja acessado em smartphones, tablets ou computadores, use as ferramentas de marcação de texto.
  2. Faça uma segunda leitura, agora mais atenta e cuidadosa, com o objetivo de compreender melhor o que o texto diz e como diz. Nessa etapa, adote alguns procedimentos:
    1. Tenha um dicionário em mãos para consultar palavras cujo significado você desconheça e que não seja possível apreender apenas pelo contexto.
    2. Divida o texto em blocos. Mesmo textos curtos podem ser lidos parte a parte, perío­do a período, principalmente quando são difíceis.
    3. Se o texto puder ser marcado, grife-o ou faça anotações. Isso desperta a atenção e facilita a captação das ideias contidas nele. Destaque palavras, frases, partes; evite, porém, marcar trechos grandes, para que o destaque não perca sua função. Defina um critério para suas marcações: você pode se concentrar nas ideias-chave ou em argumentos ou opiniões. No primeiro caso, anote o que cada termo significa naquele contexto; no segundo, é importante destacar ideias completas. Logo, você estará apto a ler e anotar com base nos dois critérios, o que enriquecerá ainda mais sua leitura e permitirá não apenas compreender um texto, mas também interpretá-lo. Acompanhe o exemplo a seguir.

A tecnologia cinco gê nos Estados Unidos

“Que o cinco gêserá uma realidade mundial ninguém duvida, mas a adaptação para essa nova tecnologia levará algum tempo e dependerá de muitos testes operacionais nos países que estão investindo nessa infraestrutura. É o que está acontecendo nos Estados Unidos. Ao longo desta semana, empresas de telecomunicações concordaram em adiar o lançamento do cinco gê até 19 de janeiro [de 2022] para dar mais tempo ao fêderal aviêichon administrêichon [Administração Federal de Aviação, a maior agência de transporte do governo dos Estados Unidos da América que regula todos os aspectos da aviação civil no país].

O objetivo é avaliar se os sinais sem fio interferem nos sistemas de contrôle de voo. Além disso, há muitos outros cuidados que estão sendo adotados para evitar problemas operacionais nessa primeira fase de implantação. Entre eles, os especialistas citam o custo e a complexidade de lançar uma nova infraestrutura, o que necessita de muita cautela .

Ciente da importância da obtenção de uma infraestrutura adequada para o cinco gê, o diretor de tecnologia djôn rôus, disse que as conexões mais rápidas vão abrir inúmeras oportunidades em vários setores, como manufatura, logística, varejo e agricultura.

Isso porque as empresas conseguem configurar com mais rapidez os serviços sem fio, tornando-se um investimento fundamental para otimizar o tempo, reduzir os custos e ainda aumentar a produtividade.

LAM, Lauro. Por que os Estados Unidos estão demorando para implantar o cinco gê? Olhar Digital, São Paulo, 7 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/CDn5UG. Acesso em: 24 fevereiro 2022.

  1. Em uma folha avulsa, faça anotações sobre essa notícia com base no passo a passo e nas cores indicativas. Em seguida, explique como o cinco gê pode influenciar a economia estadunidense.
  2. Pesquise sobre o atual estágio de implementação do cinco gê no Brasil. Selecione um texto sobre o tema e aplique as etapas aprendidas na seção.
Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 13 e 14

Registre em seu caderno.

  1. Descreva as características do relevo americano em sua porção oeste, leste e central.
  2. Imagine que quatro exploradores estão viajando pelo continente americano. Leia a localização deles e responda às questões.
    • O explorador 1 está no pico culminante da América.
    • O explorador 2 está no ponto extremo leste do continente americano.
    • O explorador 3 acaba de sair da cidade de São Paulo em direção à cidade de Santos, litoral do estado de São Paulo.
    • O explorador 4 está em um lugar pouco povoado, por onde avançam as massas de ar Polar do norte da América.
    1. Qual é a posição ou localização de cada um dos exploradores?
    2. Imagine que o único explorador que está na América do Norte resolveu visitar as áreas desérticas dos Estados Unidos. Em que direção ele deverá seguir?
    3. Para o explorador 1 chegar ao litoral do Rio Grande do Sul, que direção ele deverá seguir?
  3. Observe o mapa a seguir e a posição dos personagens A, B, C, D e E. Com base em seus conhecimentos sobre os cinturões agropecuários e o cenário urbano-industrial dos Estados Unidos, responda.
Mapa. Mapa de parte da América do Norte com a delimitação dos cinturões agropecuários dos Estados Unidos e símbolos de pessoa e letras do alfabeto em alguns cinturões.  Símbolo A: no cinturão localizado no centro-norte do país.  Símbolo B: no cinturão que abrange grande parte da porção central até a costa oeste, no litoral do Pacífico.  Símbolo C: no cinturão localizado na porção nordeste do país.  Símbolo D: no cinturão localizado no centro-sul.  Símbolo E: faixa no sentido norte-sul no centro do país. Abaixo à direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 560 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em béret bríguinon. Géographie. Paris: Hatier, 1989. página 229; GONÇALVES, Carlos Walter Porto; BARBOSA, Jorge Luiz. Geografia hoje. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1989. 80.

  1. Em 2020, os Estados Unidos foram o maior produtor de milho e o quarto maior produtor de trigo. De acordo com o mapa, quais personagens estão, respectivamente, nesses cinturões de produção?
  2. O personagem que está no cinturão industrial está na região caracterizada também por qual produção?
  3. Quais personagens estão na região do Sun belt? Que produtos industriais e agrícolas são produzidos nessa área?

4. Observe o mapa a seguir e responda.

Canadá e Estados Unidos: clima

Mapa. Canadá e Estados Unidos: clima  Mapa da América do Norte com a divisão política e a representação dos tipos climáticos predominantes no Canadá e nos Estados Unidos.  Subtropical, em laranja-escuro: porção sudeste dos Estados Unidos, abrangendo a cidade de Miami.    Desértico, em laranja-claro: porção no sudoeste dos Estados Unidos.   Semiárido, em amarelo: faixa no centro-oeste e sul dos Estados Unidos.  Mediterrâneo, em verde-claro: pequena porção no sudoeste dos Estados Unidos, na costa do  Oceano Pacífico.   Temperado, em verde: porção que se estende em toda a extensão leste-oeste no centro da América do Norte, englobando áreas ao sul e ao norte da fronteira entre Canadá e Estados Unidos. As cidades de Chicago, Nova York e Washington D.C. estão sob a influência do clima temperado.  Frio, em verde-escuro: porção que estende em toda a extensão leste-oeste do continente, ao norte da faixa de clima temperado, englobando norte do Canadá e sul do Alasca.   Frio de alta montanha, em lilás: faixa no sentido norte-sul que se inicia no noroeste do Canadá e chega à porção central dos Estados Unidos.  Polar, em roxo: faixa no sentido leste-oeste no extremo norte do Alasca e do Canadá.   À direita, informação sobre a cidade de Chicago:  Temperatura média mensal  Janeiro: menos 5,5 graus Celsius.  Julho: 23,5 graus Celsius.  Chicago está localizada na porção centro-leste dos Estados Unidos, um pouco ao norte do paralelo 40 graus norte, na borda sul dos Grandes Lagos.  À direita, informação sobre a cidade de Miami.  Temperatura média mensal: janeiro: 20,0 graus Celsius.  Julho: 28,5 graus Celsius.  A cidade de Miami está no sudeste dos Estados Unidos, na costa com o Oceano Atlântico, um pouco ao norte do Trópico de Câncer, na ponta da Península da Flórida.  Abaixo, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.380 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quarta edição São Paulo: Moderna, 2013. página 22; CALENDARIO atlante De Agostini 2014. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2013. página 54.

  1. Quais são as latitudes aproximadas de Chicago e Máiâmi?
  2. Quais são as médias térmicas mensais dessas cidades no verão e no inverno?
  3. Qual é o principal fator que explica a diferença de médias térmicas entre essas duas localidades?
  4. Consulte os mapas das páginas 123 e 125 e indique a vegetação original da área onde estão localizadas essas cidades. Em seguida, aponte o grau de alteração humana dessa vegetação.

5. Compare os climogramas das cidades de Buenos Aires (Argentina) e Ottawa (Canadá) e responda às questões a seguir.

Buenos Aires (Argentina): climograma

Gráfico. Buenos Aires, Argentina, climograma. Gráfico de colunas e de linha. No eixo vertical à esquerda, valores de precipitação, em milímetros, de zero a 400. No eixo vertical à direita, valores de temperatura em graus Celsius, de zero a 40. No eixo horizontal, os meses do ano, de janeiro a dezembro. Colunas azuis representam a precipitação e linha vermelha representa a variação da temperatura.    Janeiro: 80 milímetros e 29  graus Celsius. Fevereiro: 85 milímetros e 28 graus Celsius. Março: 110  milímetros e  21 graus Celsius. Abril: 90 milímetros e 15 graus Celsius. Maio: 80 milímetros e 14 graus Celsius. Junho: 75 milímetros e 7 graus Celsius. Julho: 75 milímetros e 7 graus Celsius. Agosto: 75 milímetros e 7 graus Celsius. Setembro: 80 e milímetros e 14 graus Celsius. Outubro: 85 milímetros15 graus Celsius. Novembro: 90 milímetros e 18 graus Celsius. Dezembro: 100 milímetros e 28 graus Celsius. Buenos Aires. Latitude: 34 graus, 36 minutos sul. Longitude: 58 graus, 23 minutos oeste.  Altitude: 25 metros.

Ottawa (Canadá): climograma

Gráfico. Ottawa, Canadá, climograma. Gráfico de colunas e de linha. No eixo vertical à esquerda, valores de precipitação, em milímetros, de zero a 400. No eixo vertical à direita, valores de temperatura em graus Celsius, de menos 10 a 40. No eixo horizontal, os meses do ano, de janeiro a dezembro. Colunas azuis representam a precipitação e linha vermelha representa a variação da temperatura.    Janeiro: 70 milímetros e   menos 10 graus Celsius. Fevereiro: 70 milímetros e  menos 10 graus Celsius. Março: 70 milímetros e  zero graus Celsius. Abril: 70 milímetros e 7 graus Celsius. Maio: 70 milímetros e 13 graus Celsius. Junho: 70 milímetros e 23 graus Celsius. Julho: 70 milímetros e 25 graus Celsius. Agosto: 70 milímetros e 24 graus Celsius. Setembro: 70 e milímetros e 14 graus Celsius. Outubro: 70 milímetros  5 graus Celsius. Novembro: 70 milímetros e 2 graus Celsius. Dezembro: 70 milímetros e menos 6 graus Celsius. Ottawa. Latitude: 45 graus, 24  minutos norte. Longitude: 75 graus, 40  minutos oeste. Altitude: 80 metros.

Fonte: CAPITAL: l’encyclopédie du monde 2006. Paris: Nathan, 2005. página 108 e 184.

  1. Quais são os meses de verão em cada cidade?
  2. Explique por que os meses mais quentes são diferentes nas duas cidades.

6. Leia o texto e responda às questões.

Foi por volta de 1914 que se verificou a especialização agrícola por zonas. Neste sentido, os primeiros fatores que influíram na escolha do lugar foram a natureza do solo e o clima, mas, como aconteceu com a indústria, a proximidade dos mercados, a facilidade adequada de processamento também exerceram influência. Deste modo, o algodão e as frutas cítricas só se poderiam produzir no Sul

clóf chépar bí márbãrg tíodor F. Economia e sociedade nos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Fórum, 1969. página 106.

  1. A que especialização produtiva se refere o texto?
  2. Explique por que “o algodão e as frutas cítricas só se poderiam produzir no Sul” dos Estados Unidos.

7. Observe os gráficos a seguir e responda às questões.

Estados Unidos e Brasil: população economicamente ativa empregada por setores de produção (em porcentagem) – 2020

Gráfico. Estados Unidos e Brasil: população economicamente ativa empregada por setores de produção, em porcentagem, 2020.   Dois gráficos circulares lado a lado, representando as informações sobre o percentual da população economicamente ativa por setores de produção, em porcentagem. O da esquerda representa os Estados Unidos e o da direita representa o Brasil.   Estados Unidos. Setor terciário, em laranja: 80,3 por cento.  Setor secundário, em verde: 18,5 por cento.  Setor primário, em lilás: 1,2 por cento.   Brasil Setor terciário, em laranja: 70,5 por cento.  Setor secundário, em verde: 20,3 por cento  Setor primário, em lilás: 9,2 por cento.

Fontes: í bê gê É. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2021. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. página 20; U. S. BUREAU OF LABOR STATISTIC. Persons with a disability: labor force characteristics 2020. Washington D.C.: BLS, 2021. Tabelas 3 e 4. Disponível em: https://oeds.link/kPfbd5. Acesso em: 25 fevereiro 2022.

  1. Qual era o percentual da população economicamente ativa (péa) no setor primário nos Estados Unidos e no Brasil?
  2. Considerando que os Estados Unidos são o principal produtor mundial de alimentos, o que explica esse baixo percentual no setor primário da economia?

8. Durante os torneios de futebol realizados na América Latina, é comum ouvir reclamações de representantes de times brasileiros, argentinos, uruguaios e paraguaios ao jogar nas elevadas altitudes dos Andes ou nos altos planaltos da Cidade do México. A cidade de potozí, por exemplo, séde do Real potozí da Bolívia, localiza-se a mais de 4.000 métros de altitude. Pesquise a respeito dos efeitos da altitude sobre o corpo humano e as dificuldades que eles impõem à realização de práticas esportivas por atletas que não estão ambientados às elevadas altitudes. Revistas e jornais esportivos impressos e eletrônicos possuem amplo material sobre o tema.

PERCURSO 15 ESTADOS UNIDOS: POPULAÇÃO E MEGALÓPOLES

1. A distribuição da população no vasto território

Com mais de 332 milhões de habitantes em 2022 – cêrca de 4,2% da população mundial –, os Estados Unidos são o país mais populoso da América e o terceiro do mundo, superado apenas por China e Índia.

Embora a densidade demográfica média seja de 34 habitantes por quilômetro quadrado, a população estadunidense se distribui de fórma irregular no território, concentrando-se principalmente na região nordeste do país (observe o mapa), onde teve início a ocupação pelos colonizadores. Nessa região, o desenvolvimento urbano e industrial é superior ao de outras regiões. Nela se concentram cidades de grande destaque, como Boston e Nova iórque, na costa leste, e Chicago, junto aos Grandes Lagos.

Conforme se caminha em direção ao oeste e sudoeste do país, as densidades demográficas diminuem, o que pode ser explicado, em parte, pela prática da agricultura altamente mecanizada e da pecuária extensiva, ambas com menor emprego de mão de obra.

No caso dos planaltos localizados a oeste, entre as cadeias de montanhas (Rochosas e Cadeia das Cascatas, por exemplo), as características do relevo e do clima, somadas ao predomínio da pecuária extensiva com menor emprego de mão de obra, explicam o predomínio das densidades demográficas mais baixas do país. Mais próximo da costa oeste, porém, ocorrem grandes concentrações populacionais, como as áreas sob influência das cidades de San Diego, Los Angeles, San Francisco e Seattle, ao norte.

Estados Unidos: densidade demográfica – 2020

Mapa. Estados Unidos: densidade demográfica - 2020. Mapa de parte da América do Norte com a densidade demográfica e as aglomerações de habitantes nos Estados Unidos. Menos de 1 habitante por quilômetro quadrado: predomina na porção  noroeste, oeste, central, sudoeste e sul dos Estados Unidos.   Entre 1 e 10 habitantes por quilômetro quadrado: predomina na porção central do território.   Entre 10 e 25 habitantes por quilômetro quadrado: a partir do centro do país, predomina em direção ao leste e em algumas áreas espalhadas na porção oeste.  Entre 25 e 50 habitantes por quilômetro quadrado: maior incidência nas porções centro-leste, leste e nordeste e em algumas áreas na faixa oeste.  Entre 50 e 100 habitantes por quilômetro quadrado: maior incidência nas porções nordeste e leste do país.   Entre 100 e 200 habitantes por quilômetro quadrado: maior incidência na porção nordeste, em especial na costa.   200 ou mais habitantes por quilômetro quadrado: predominante na porção nordeste, no entorno de cidades como Boston, Nova York, Newark, Filadélfia, Washington D.C.  e Pittsburgh, e, na costa oeste do país, na área de San Francisco e Los Angeles.  Aglomerações de habitantes  10 milhões de habitantes ou mais: em área que engloba Nova York e Newark, na costa leste, e ao redor de Los Angeles, na costa oeste.  5 a 10 milhões de habitantes: ocorrência nas porções nordeste, centro-leste, sudeste e sul.   1 a 5 milhões de habitantes: maior concentração na porção nordeste, centro-leste, sudeste e sul do país. Há ocorrências também na porção central, ao norte e na costa oeste do território.   300 mil a 1 milhão de habitantes: maior concentração no centro-leste, no nordeste e na costa oeste do país. Há ocorrências também nas porções central, sul e noroeste. Abaixo, à esquerda, rosa dos ventos e escala de zero a 500 quilômetros.

Fontes: Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 141; . Global State of Metropolis 2020: population data booklet. Nairobi: , 2020. página 17. Disponível em: https://oeds.link/OL4M2q. Acesso em: 5 março 2022.

Grafismo indicando atividade.

Qual é a densidade demográfica do entorno da cidade de Pittsburgh?

Ícone. Seção No seu contexto. Composto por uma placa amarela com o desenho de um binóculo no centro.

NO SEU CONTEXTO

Você observa alguma semelhança entre as densidades demográficas da porção nordeste dos Estados Unidos e da Região Sudeste do Brasil?

Há, ainda, nos Estados Unidos, ex­tensos espaços de escassa ocupa­ção humana por causa de condições naturais adversas. É o caso do Alasca, onde o clima frio o torna pouco povoado, com densidade demo­gráfica inferior a 1 habitante por quilômetro quadrado. O mesmo ocorre nos estados do Arizona, iutá e Nevada, no sudoes­te do país, nos quais grande parte do território está submetida ao clima desértico e semiárido.

Fotografia. Vista de uma extensa área com muitas elevações abruptas, com encostas inclinadas e topos achatados. No primeiro plano, há uma elevação muito íngreme com o topo achatado. O solo tem uma coloração marrom avermelhada e não possui vegetação. Há apenas rocha e terra. Em segundo plano, o horizonte com diversas elevações isoladas com topos achatados.
Vista do Monument Valley, no estado de iutá, no Planalto do Colorado, Estados Unidos (2021).

2. Espaço urbano: as megalópoles

Existem nos Estados Unidos cêrca de 40 aglomerações urbanas com mais de 1 milhão de habitantes. Essa intensa urbanização acompanhou as fases de industrialização do país e deu origem a amplas malhas urbanas, resultantes da união de várias metrópoles e centros urbanos secundários, cujos limites se interpenetram e formam um corredor urbano. Essas aglomerações recebem o nome de megalópoles.

Observe, no mapa, as principais aglomerações urbanas e megalópoles dos Estados Unidos.

Estados Unidos: aglomerações urbanas e megalópoles – 2019

Mapa. Estados Unidos: aglomerações urbanas e megalópoles, 2019. Mapa de parte da América do Norte e das maiores aglomerações urbanas (em milhões de habitantes) e a localização das megalópoles dos Estados Unidos.  Megalópole, área em verde: mancha engloba aglomerações urbanas no nordeste do país e outra mancha engloba aglomerações urbanas na costa sudoeste.  Aglomerações urbanas  De 0,5 a 1,0 milhão de habitantes: há diversas aglomerações nas porções centro-leste, nordeste e sudoeste dos Estados Unidos.  De 1,1 a 5,0 milhões de habitantes: há diversas aglomerações urbanas nas porções centro-leste, sudeste, nordeste, sul, noroeste e sudoeste. Algumas são Detroit e Boston, a nordeste, Orlando, a sudeste, San Antonio, ao sul, Seattle, a noroeste, e Sacramento, San Francisco e Phoenix, a sudoeste.   De 5,1 a 10,0 milhões de habitantes: há nas porções nordeste, centro-leste, leste, sudeste e sul. Algumas são Chicago e Filadélfia a nordeste, Atlanta no centro-leste, Miami no sudeste, e Houston e Dallas ao sul.  Mais de 10,0 milhões de habitantes: Nova York no nordeste e Los Angeles no sudoeste dos Estados Unidos.  À direita, rosa dos ventos e escala de zero a 420 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 144; FERREIRA. Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página80.

Grafismo indicando atividade.

Em qual destas cidades a aglomeração urbana é maior: Máiâmi ou Los Angeles? Explique.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

ShareAmerica

https://oeds.link/2lFRoJ

Plataforma, em português, que apresenta diversos assuntos atuais sobre a atuação dos Estados Unidos no mundo. Aproveite e clique em “Educação”, na barra superior de menu, para acessar notícias relacionadas ao aprendizado de inglês e ao desenvolvimento científico e tecnológico estadunidense.

Boswash: a megalópole do nordeste

Nova iórque é a metrópole central de uma imensa megalópole dos Estados Unidos, de aproximadamente 700 quilômetros de comprimento, denominada Boswash – nome formado pelas abreviaturas de Boston e Washington D.Cponto, pontos extremos da área pela qual ela se estende. Essa megalópole é formada por Nova iórque, Filadélfia, Baltimore e, atualmente, avança sobre a cidade de Norfolk. Aí vivem mais de 50 milhões de pessoas: de cada seis habitantes do país, um mora nessa megalópole (localize-a no mapa da página anterior).

Com um notável e diversificado parque industrial, Nova iórque é também séde das Nações Unidas (ônu), dos principais bancos e dos grandes conglomerados empresariais estadunidenses, o que a torna um centro de decisões políticas e econômicas que exerce influência sobre os espaços geográficos mundiais.

Fotografia. Vista da paisagem urbana do centro financeiro de Nova York, às margens de um encontro de rios. Observam-se muitos prédios altos, a maior parte espelhada e prédios mais baixos em tons marrons. Próximo à margem esquerda, um parque com árvores, e na margem direita alguns barcos atracados próximo a duas construções com grandes aberturas em forma de arcos. No alto, céu azul.
Vista de edifícios no distrito financeiro da cidade de Nova iórque, Estados Unidos (2020), que possuía 8,3 milhões de habitantes, em 2019, e sua região metropolitana, 18,8 milhões.

Chipitts: a megalópole dos Grandes Lagos

Outra enorme megalópole americana, denominada Chipitts – nome formado da abreviatura de Chicago e Pittsburgh –, estende-se de Chicago, a metrópole central, a Pittsburgh, abarcando ainda Cleveland e Detroit (localize essa megalópole no mapa da página anterior).

sãn sãn: a megalópole da costa oeste

Na costa oeste dos Estados Unidos, quando vista em conjunto com as cidades de sân Francisco, sân Diego e Sacramento, Los Angeles fórma uma megalópole dinâmica denominada sãn sãn, cujos extremos são as cidades de sân Francisco e sân Diego (localize-a no mapa da página anterior).

Los Angeles é a segunda maior metrópole dos Estados Unidos e a maior cidade do estado da Califórnia, cuja capital é Sacramento.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Você conhece, no Brasil, alguma megalópole em formação? Qual?

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

FERREIRA, Carlos André.

Avenida das Américas: uma viagem de bicicleta pela América Latina. Engenheiro Paulo de Frontin, Rio de Janeiro: náu, 2003.

Acompanhe os relatos de um ciclista que, após trabalhar onze meses em Los Angeles, na Califórnia, realizou durante cinco meses uma viagem de bicicleta até o Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), atravessando 14 fronteiras, 15 países e 83 cidades, percorrendo milhares de quilômetros.

O Vale do Silício

sãn sãn abriga a mais importante aglomeração industrial do Sun belt: o Vale do Silícioglossário (em inglês, Silicon Valley). Essa região se desenvolveu ao redor da Baía de sân Francisco e se estende por vários núcleos urbanos, como Palo Alto, San Jose, Santa Clara e Sunnyvale.

O Vale do Silício concentra imensas e milionárias indústrias de alta tecnologia, especializadas em microeletrônica e informática, que contam com mão de obra qualificada, formada principalmente pelas universidades da região que produzem pesquisa de ponta. É o caso da Universidade Estadual da Califórnia, situada em Berkeley (cidade da Grande sân Francisco), e da Universidade de Stanford, localizada em Palo Alto.

A megalópole californiana e o Vale do Silício

Mapa. A megalópole californiana e o Vale do Silício.  Dois mapas lado a lado.  Mapa à esquerda: Megalópole californiana Mapa representando porção da Califórnia, na costa oeste dos Estados Unidos, com dados de densidade demográfica e população das aglomerações urbanas.  Menos de 10 habitantes por quilômetro quadrado: toda a faixa no interior da Califórnia em direção ao estado de Nevada e pequena porção na costa do Pacífico, entre as cidades de San Jose e Los Angeles.  De 10 a 50 habitantes por quilômetro quadrado: algumas áreas entre a costa do Pacífico e o interior da Califórnia.  De 50 a 100 habitantes por quilômetro quadrado: duas áreas na porção central da Califórnia.  De 100 a 200 habitantes por quilômetro quadrado: áreas próximas às aglomerações urbanas com mais de 500 mil habitantes, como San Diego, Santa Ana, Long Beach, San Jose e Oakland.   200 ou mais habitantes por quilômetro quadrado: em Los Angeles e San Francisco.  Aglomeração com 5 milhões de habitantes ou mais: Los Angeles.  Aglomeração de 1 a 5 milhões de habitantes: Sacramento, Oakland, San Francisco e São Francisco, na costa da Califórnia mais ao norte, e Long Beach, Santa Ana e San Diego mais ao sul da Califórnia. Aglomeração com 500 mil a 1 milhão de habitantes: 3 na porção central da Califórnia e duas na costa mais ao sul na Califórnia.  Aglomeração com 250 a 500 mil habitantes: algumas no centro e na costa da Califórnia.  Aglomeração com 100 a 250 mil habitantes: algumas na porção centro-norte e na costa da Califórnia.  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 80 quilômetros.  Mapa da direita: Vale do Silício.  Mapa representando a área próxima à Baía de San Francisco, na costa oeste dos Estados Unidos,  e elementos do Vale do Silício.   Espaço urbanizado: faixa contorna toda a Baía de San Francisco, englobando as cidades principais: Berkeley, Oakland, Hayward, Fremont, Santa Clara, San Jose, Cupertino, Mountain View, Menlo Park, Belmont, San Mateo, Redwood City,  Palo Alto, Sunnyvale,  San Francisco e San Rafael. Conjunto de cidades que formam o coração do Vale do Silício: ao sul e sudoeste da baía de San Francisco, engloba as cidades de San Mateo, Belmont, Menlo Park, Mountain View, Cupertino, San Jose, Santa Clara, Sunnyvale, Palo Alto e Redwood City.  Principais eixos rodoviários: contornam a Baía de San Francisco, passando por todas as cidades principais do espaço urbanizado do Vale do Silício e conecta a região ao norte e ao sul dos Estados Unidos.  Aeroporto internacional: 1 na borda leste da baía de San Francisco e 1 ao sul, próximo à cidade de San Jose. Principal centro bancário e financeiro da Costa do Pacífico: na borda oeste da baía de San Francisco, ao norte da cidade de San Francisco.  Universidade: 1 em Berkeley, 1 em San Francisco, 1 entre as cidades Menlo Park e Mountain View, 1 próximo a San Jose e 1 próxima a Fremont.  Localização de grandes empresas de alta tecnologia: nas cidades de Redwood City, Palo Alto, Sunnyvale, Santa Clara, San Jose, Cupertino, Mountain View, Menlo Park, Scotts Valley. Acima, rosa dos ventos e escala de 0 a 10 quilômetros.

Fontes: Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan página 144; dorrél gêrrárd. Atlas de la Californie. Paris: Autrement, 2008. página 37.

3. Estados Unidos: a imigração

A grande população estadunidense e a formação das megalópoles também estão relacionadas às levas migratórias que, desde a expansão territorial até os dias de hoje, caracterizam os Estados Unidos como o país que mais recebe imigrantes na história contemporânea.

Fotografia em preto e branco. Vista de um grupo de pessoas caminhando sobre uma ponte. Elas vestem casacos de lã compridos, chapéus escuros e algumas carregam malas. A ponte está ligada a uma  construção ampla, que parece ser feita de madeira, possui muitas janelas e um portal por onde as pessoas têm acesso à ponte.
Imigrantes desembarcam na Ilha Ellis, em Nova iórque, Estados Unidos (1915).

Durante os anos 1930 até meados da década de 1940, a entrada de imigrantes desacelerou, sobretudo em razão da crise econômica de 1929, da criação de leis mais rígidas para a imigração e da deflagração da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Na segunda metade do século vinte, porém, o fluxo de imigrantes nos Estados Unidos voltou a crescer, principalmente com a entrada de latino-americanos e asiáticos – fator decisivo para o crescimento populacional do país.

Depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, o governo estadunidense reforçou o contrôle da imigração.

Fotografia. 
Vista frontal de uma área urbana na beira de um rio. Há muitos prédios altos e de vidro, e alguns espelham a paisagem. No centro da foto, dois prédios mais altos do que os demais. De um deles saem nuvens de fumaça do topo. Ao lado, em direção e muito próximo à segunda torre, há um avião no céu.
Em 11 de setembro de 2001, dois aviões sequestrados atingiram as torres gêmeas do World Trade Center, que ruíram em Nova iórque, onde estavam localizadas sédes de grandes empresas. Outro avião atingiu o Pentágono, séde do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, próximo a Washington D.C. Os atentados, de autoria do grupo terrorista islâmico al cáeda, liderado por ozâma bín ládem(1957-2011), resultaram na morte de quase 3 mil pessoas.

• O racismo e a Lei dos Direitos Civis

A história dos Estados Unidos foi marcada pelo conflito entre brancos e negros.

Em 1865, a abolição da escravidão não garantiu plenos direitos aos afrodescendentes, mantendo-os à margem da sociedade até o século vinte. Somente um século depois do fim da escravidão, em 1965, o movimento negro, após enfrentar diversos obstáculos – de perseguições a linchamentos, passando por grandes massacres –, obteve uma vitória que fez parte da construção da democracia no país: a proclamação da Lei dos Direitos Civis (1965), que estendeu os direitos democráticos a todos os cidadãos nascidos nos Estados Unidos.

O pastor Mártin Lúter King (1929-1968) teve destaque ao transformar a luta da população negra em um movimento nacional (foto da página seguinte).

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Um dia sem mexicanos.

Direção: Sergio Arau. Estados Unidos/Espanha: Eye on the Ball Films, 2004. Duração: 91 minutos

Quatorze milhões de hispânicos desaparecem. Enquanto o mistério está sendo investigado, os estadunidenses percebem a grande importância que os chamados “chicanos” têm para a sociedade.

Little America.

Direção: Kumail Nanjiani, Emily V. Gordon. EUA: EPIC Magazine / Universal Television, 2020. Duração: 35 minutos

O filme, com base em histórias de vida reais e multifacetadas, retrata com boas doses de paixão e inspiração o percurso de imigrantes que tentam uma vida melhor nos Estados Unidos. Essa aproximação é algo essencial nos dias atuais, tão marcados por xenofobia e por outros tipos de preconceito e discriminação.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

LOPES, Nei.

O racismo explicado a meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007.

A obra discorre sobre as origens do racismo e do preconceito, oferecendo um quadro de conceitos e informações essenciais para a compreensão dos malefícios que ambos podem causar a uma sociedade.

Fotografia em preto e branco. Vista, à direita e no primeiro plano, de um homem negro visto da cintura para cima. Ele usa paletó escuro, camisa branca, gravata, tem cabelos curtos e bigode e acena para uma multidão que está ao fundo aglomerada. Nas laterais da ampla área onde a multidão está, muitas árvores enfileiradas.
Martin Luther King em 28 de agosto de 1963, durante a Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade, que reuniu mais de 250 mil pessoas no Memorial Washington D.C., Estados Unidos. Ganhador do Prêmio Nobel da Paz (1964), Mártin Lúter King foi um dos principais líderes do movimento estadunidense pelos direitos civis e defensor da resistência não violenta à opressão racial. No entanto, apesar de pregar a paz e a igualdade, foi assassinado em 1968.

Apesar do histórico de discriminação da população afrodescendente, o ano de 2009 registrou a posse do primeiro presidente negro dos Estados Unidos, baráqui obâma, eleito pelo Partido Democrata. Em 2020, pelo mesmo partido, foi eleita vice-presidente a primeira mulher de origem afrodescente-indiana, camála réris.

Segregação, discriminação e pobreza

No espaço urbano das cidades estadunidenses, os guetosglossário refletem a segregação socioespacialglossário entre os diferentes grupos populacionais. Observe este esquema.

Esquema-síntese de cidade estadunidense

Ilustração. Esquema-síntese de cidade estadunidense.   Ilustração de uma cidade vista em perfil horizontal. No centro da imagem, a cidade apresenta edifícios variados, altos, antigos e modernos, casas e algumas árvores. Essa área é identificada como Centro de negócios. À direita e à esquerda da parte central, estão ilustrados galpões de fábrica, chaminés, torres de transmissão, casas e algumas árvores. Essa área representa as zonas industriais e bairros marginais.  Na extremidades à direita e à esquerda, estão representadas casas horizontais em meio a árvores. Trata-se do subúrbio residencial.

Fonte: elaborado com base em Enciclopédia do estudante: Geografia geral. São Paulo: Moderna, 2008. página 105.

No centro, os altos edifícios são ocupados por escritórios, estabelecimentos bancários, centros comerciais etcétera Ao redor, estão as indústrias e os bairros habitados por imigrantes e pela classe social menos favorecida: latino-americanos, asiáticos, negros etcétera (gráfico). Localizam-se aí os chamados guetos. Distante dos guetos, estão as áreas suburbanas, onde vivem as classes sociais média e alta.

Estados Unidos: pobres na população total e por grupo populacional – 2020

Gráfico. Estados Unidos: pobres na população total e por grupo populacional, 2020.  Gráfico de colunas. No eixo vertical, estão os valores em porcentagem, de zero a 20. No eixo horizontal, os grupos populacionais e a população total. Pobres entre hispânicos: 17 por cento.  Pobres entre negros: 11 por cento.  Pobres entre asiáticos: 6 por cento.  Pobres entre brancos não hispânicos: 5,5 por cento. Pobres entre brancos: 7 por cento.  Pobres na população total dos Estados Unidos: 7 por cento.

Fonte: Health insurance coverage in the United States: 2021. Washington D.C.: U.S. Census Bureau, 2021. página 17. Disponível em: https://oeds.link/nIiMcK. Acesso em: 3 2022.

Nota: A leitura do gráfico deve ser realizada da esquerda para a direita: dos 100% da população dos Estados Unidos, 8,6% são pobres; dos 100% da população hispânica que lá vive, 18,3% são pobres; e assim sucessivamente.

• As minorias populacionais nos Estados Unidos

Nas últimas décadas, a participação das minorias na população estadunidense tem aumentado. Em 2020, apesar de a população que se autodeclarou branca ser o maior grupo populacional do país, com 235,4 milhões de pessoas, a população multiétnica ou multirracial, em que se considera a miscigenação entre duas etnias ou mais, cresceu de 9 milhões de pessoas em 2010 para 33,8 milhões de pessoas em 2020, indicando um aumento de 276%.

População de origem hispânica ou latina

Para o Censo dos Estados Unidos, é hispânico aquele que tem herança cultural ou descende das populações da América Latina ou da Espanha. Essa definição, que considera o termo hispânico sinônimo de latino, causa dúvidas entre latinos não hispânicos. A maioria dos brasileiros nos Estados Unidos, por exemplo, rejeita essa classificação em entrevistas do Censo. Em 2020, os latinos totalizavam 61,3 milhões (18,5% do total).

Estados Unidos: distribuição da população hispânico-latina – 2020

Mapa. Estados Unidos: distribuição da população hispânico-latina, 2020. Mapa de parte da América do Norte com a divisão política dos Estados Unidos e dados do  percentual da população hispânico-latina por estado.    Participação na população estadual, em porcentagem, em 2020.  De 1,7 a 4,4 por cento da população: estados ao norte, na porção centro-leste e no sudeste. De 4,5 a 7,8 por cento da população: estados ao norte e no sudeste.  De 7,9 a 11,4 por cento: estados na porção central, a leste e sudeste.  De 12,2 a 20,9 por cento da população: estados a noroeste e no sudeste.   De 21,8 a 98,7 por cento: Califórnia, Nevada e Arizona na porção sudoeste do país, Novo México, Colorado e Texas na porção centro-sul e Flórida no sudeste.  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 440 quilômetros.

Fonte: U.S. CENSUS BUREAU. QuickFacts. Disponível em: https://oeds.link/KYNu2K. Acesso em: 25 fevereiro 2022.

Grafismo indicando atividade.

Explique a distribuição dos hispânicos no território dos Estados Unidos.

População negra

cêrca de 13,4% dos estadunidenses declaram-se negros. Em antigas regiões escravistas do Sudeste, a participação chega a 45,9%. fóra do Sudeste, as populações negras se destacam nas grandes metrópoles, como Washington D.C. e Nova iórque, cidade mais populosa dos Estados Unidos, onde representam mais de um quarto da população.

Estados Unidos: distribuição da população negra – 2020

Mapa. Estados Unidos: distribuição da população negra, 2020. Mapa de parte da América do Norte com a divisão política dos Estados Unidos e a porcentagem de participação da população negra em cada estado.    Participação na população estadual, em porcentagem, 2020.  De 0,6 a 2,6 por cento: em estados na porção noroeste, centro-sul e extremo nordeste.   De 3,4  a 6,7 por cento: estados no centro e a sudoeste.  De 7,0 a 12,2 por cento: estados no centro, um estado a oeste e alguns  estados na porção leste.  De 12,9 a 22,2 por cento: predomínio nos estados a leste, nordeste, sudeste e sul.   De 23,2 a 46 por cento: no sudeste (Louisiana, Mississipi, Alabama, Geórgia e Carolina do Sul) e a leste (Whashington D.C., Maryland e Delaware). À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 440 quilômetros.

Fonte: U.S. CENSUS BUREAU. QuickFacts. Disponível em: https://oeds.link/bjp3Ty. Acesso em: 25 fevereiro 2022.

População asiática

Nos Estados Unidos, são considerados asiáticos aqueles que nasceram no Extremo Oriente (China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, taiuã, Mongólia e Macau), no Sudeste asiático (Filipinas, Indonésia e Malásia, por exemplo) ou no subcontinente indiano (Índia, Paquistão, bãngladéch, Nepal e Butão). Em geral, a população asiática nos Estados Unidos é a que apresenta maiores indicadores de rendimentos e educacionais entre as populações minoritárias.

Em 2020, a população asiática somava 19,5 milhões (5,9% do total).

Estados Unidos: distribuição da população asiática – 2020

Mapa. Estados Unidos: distribuição da população asiática, 2020. Mapa de parte da América do Norte com a divisão política dos Estados Unidos e a porcentagem da população asiática na população de cada estado.  Participação na população estadual, em porcentagem, 2020:  De 0,2 a 1,6 por cento: estados nas porções noroeste, norte, leste e sudeste.  De 1,7 a 2,6 por cento:  estados no centro e a leste.  De 2,7 a 3,7 por cento: predomínio na porção central, nordeste, leste e sudeste:  De 3,8 a 6,8 por cento: em estados isolados no sul, norte, noroeste, leste, sudeste e nordeste.  De 6,9 a 37,6: dois estados a leste (Califórnia e Nevada), 1 estado a noroeste (Washington), 1 a leste (Virgínia) e 3 a nordeste (Massachusetts, Nova York e Nova Jersey).  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 440 quilômetros.

Fonte: U.S. CENSUS BUREAU. QuickFacts. Disponível em: https://oeds.link/K012pN. Acesso em: 25 fevereiro 2022.

Grafismo indicando atividade.

Explique a distribuição da população asiática no território dos Estados Unidos?

População indígena

Embora a população que se declara indígena (descendente dos nativos do subcontinente América do Norte) tenha quase dobrado desde 1990, o grupo representava apenas 1,3% da população em 2020. A porcentagem dessa população é maior em estados com grandes reservas indígenas, com baixa densidade demográfica e que, historicamente, tiveram incorporação mais tardia ao território dos Estados Unidos.

Estados Unidos: distribuição da população indígena – 2020

Mapa. Estados Unidos: distribuição da população indígena, 2020. Mapa de parte da América do Norte com a divisão política dos Estados Unidos e a porcentagem da população indígena na população de cada estado.  Participação na população estadual, em porcentagem, em 2020:   De 0,2 a 0,4 por cento: estados na faixa leste e nordeste.  De 0,5 a 0,6 por cento: estados na faixa leste e sudeste.  De 0,7 a 1,1 por cento: estados ao sul e nordeste.  De 1,2 a 2,0 por cento: um estado na costa leste, um na porção norte e vários estados nas porções central e na costa oeste.  De 2,8 a 15,7 por cento: estados ao norte (Wyoming, Dakota do Sul, Dakota do Norte e Montana) e na porção sul (Arizona, Novo México e Oklahoma).  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 440 quilômetros.

Fonte: U.S. CENSUS BUREAU. QuickFacts. Disponível em: https://oeds.link/ks02ik. Acesso em: 25 fevereiro 2022.

PERCURSO 16 CANADÁ: ECONOMIA INTEGRADA AO USMCA

1. O Canadá e os parceiros do u ésse ême cê á

Em 1994 entrou em vigor o Nafta (do inglês North American Free Trade Agreement), Acordo de Livre-Comércio da América do Norte, assinado dois anos antes por Estados Unidos, Canadá e México. Esse acordo foi revisado e recebeu o nome de Acordo Estados Unidos, México e Canadá (u ésse ême cê á, sigla em inglês), no final de 2018. O principal objetivo do acordo é eliminar barreiras comerciaisglossário entre os países-membros, favorecendo investimentos e promovendo o respeito à propriedade intelectualglossário .

Existem grandes diferenças entre os países que integram o u ésse ême cê á. Em 2020, por exemplo, Estados Unidos, Canadá e México apresentaram juntos Píbi de quase 23 trilhões de dólares, dos quais 88% foram gerados pelos Estados Unidos, 7% pelo Canadá e 5% pelo México. Esse tipo de disparidade se observa ao comparar a classificação mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá) desses países. Observe o quadro.

Países do USMCA: PIB, PIB per capita e IDH* – 2020

País

PIB (trilhões de dólares)

PIB per capita (mil dólares)

IDH

Posição no ranking mundial

PIB

IDH

Estados Unidos

20,1

63,4

muito elevado

17ª

Canadá

1,6

43,3

muito elevado

16ª

México

1,1

8,3

elevado

15ª

74ª

Fontes: elaborado com base em THE WORLD BANK. Indicators. Disponível em: https://oeds.link/CC86eH; UNDP. Download 2020 Human Development Data: All Tables and Dashboards. New York: UN, 2020. têibou 1. Disponível em: https://oeds.link/d8m6Ih. Acessos em: 25 fevereiro 2022.

* Referente ao ano de 2019.

No México, os indicadores sociais são extremamente discrepantes em relação aos dos demais membros do acordo. A desigualdade de rendimento e as menores oportunidades de emprego no país ainda impulsionam a migração de mexicanos para os Estados Unidos. Quando o México passou a integrar o náfta, houve uma grande expectativa com relação à dinamização de sua economia, o que poderia diminuir o fluxo de migrantes em busca de melhores condições de vida e de trabalho nos Estados Unidos, mas isso acabou não ocorrendo.

Em 2020, cêrca de 79% das exportações do México destinavam-se aos Estados Unidos, ao passo que aproximadamente 44% de suas importações provinham desse mesmo país. No Canadá, a situação das exportações não era diferente: cêrca de 73% delas destinavam-se aos Estados Unidos, país que também respondia por mais de 49% das importações canadenses.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

O u ésse ême cê á é um bloco econômico que reúne (três) países que estabeleceram um acordo de livre-comércio. Você sabe se o Brasil participa de algum bloco econômico?

2. A população canadense

Com ..9984670 quilômetros quadrados, o Canadá é o maior país do continente americano em área territorial e o segundo maior do mundo, superado apenas pela Rússia (..17075400 quilômetros quadrados).

O Canadá, que, em 2020, tinha população estimada em pouco mais de 38 milhões de habitantes, é um país pouco povoado – sua densidade demográfica média é de 3,8 habitantes por quilômetro quadrado. Isso ocorre porque grande parte do território canadense se localiza em áreas de alta latitude, onde as temperaturas muito baixas dificultam a fixação humana.

A população e as principais cidades canadenses concentram-se no Vale do Rio São Lourenço e no sul do território, em uma estreita faixa de 160 quilômetros junto à fronteira com os Estados Unidos ou em áreas não distantes dela, nas quais o clima é mais favorável à ocupação humana.

Apesar da distribuição irregular da população e das grandes distâncias entre as aglomerações humanas no território canadense, seu eficiente sistema de transporte facilita o intercâmbio entre as províncias.

Canadá: densidade demográfica e transporte aéreo – 2020

Mapa. Canadá: densidade demográfica e transporte aéreo, 2020. Mapa do Canadá com a densidade demográfica, as aglomerações urbanas e as linhas aéreas. Habitantes por quilômetro quadrado.  Menos de 1,0 habitante por quilômetro quadrado: em todas as porções noroeste, norte, nordeste e centro.   De 1,0 a 4,9 habitantes por quilômetro quadrado: em áreas próximas às maiores cidades localizadas nas porções sudoeste, sul, sudeste e leste do Canadá.   De 5,0 a 14,9 habitantes por quilômetro quadrado: ao redor das maiores cidades a sudoeste, sul, sudeste e leste. De 15,0 a 49,9 habitantes por quilômetro quadrado: próximo a algumas cidades a sudeste e leste.   Acima de 50,0 habitantes por quilômetro quadrado: nas maiores cidades a sudeste, sul e sudoeste.  Aglomeração (habitantes). De 5.000.001 a 10.000.000 de habitantes: Toronto, a sudeste.  De 1.000.001 a 5.000.000: Montreal e Ottawa a sudeste e Edmonton, Vancouver e Calgary a sudoeste.  De 500.001 a 1.000.000 de habitantes: Hamilton e Quebec a sudeste e Winnipeg ao sul. De 100.001 a 500.000 de habitantes: Fredericton, Halifax e St. John's a leste e Saskatoon e Regina ao sul.   De 10.000 a 100.000 de habitantes: Charlottetown a sudeste, Prince Rupert a oeste, Whitehorse a noroeste, Yellowknife ao norte e Iqaluit a nordeste. Linha aérea: em verde, as linhas conectam todas as cidades do mapa e algumas áreas no extremo norte do país, próximas ao Oceano Glacial Ártico. À direita, rosa dos ventos. À esquerda, escala de 0 a 570 quilômetros.

Fontes: Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 135; UN-Habitat. Global State of Metropolis 2020: population data booklet. Nairobi: UN-Habitat, 2020. página 17. Disponível em: https://oeds.link/OL4M2q. Acesso em: 7 março 2022.

Grafismo indicando atividade.

Onde ocorrem as menores densidades demográficas do território canadense? Explique por quê.

• Diversidade cultural e linguística

A população canadense é formada por diferentes grupos etnoculturais. Dois deles são majoritários: os anglo-canadenses, que representam cêrca de 44% dos habitantes, e os franco-canadenses, que somam cêrca de 29% da população total. Há também imigrantes e descendentes de outros grupos europeus e asiáticos, além de indígenas e inuítes (os dois últimos chamados de Primeiras Nações, por serem descendentes dos primeiros habitantes do atual território canadense).

Dois idiomas – o inglês e o francês – são reconhecidos oficialmente no país. Em 1969, após muitos anos de reivindicação e pressão por parte dos cidadãos de origem francesa e do governo provincial, o francês passou a ser a língua oficial na província de Quebec, onde mais de 80% da população tem ascendência francesa (mapa da página seguinte).

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Em sua opinião, o Brasil é um país de grande diversidade cultural? Explique.

Canadá: províncias e línguas

Mapa. Canadá: províncias e línguas. Mapa de parte da América do Norte com as províncias do Canadá, a porcentagem da população com o inglês e o francês como língua materna e a porcentagem da minoria linguística por província.  90 por cento ou mais da população com o inglês como língua materna: Terra Nova e Labrador, Ilha Príncipe Eduardo e Nova Escócia.  Em Terra Nova e Labrador, 0,5 por cento são francófonos e, em Nova Escócia, 4 por cento são francófonos. Entre 80 e 90 por cento com o inglês como língua materna: Alberta, Colúmbia Britânica e Território de Yukon.  Em Alberta, 3% são francófonos, em Colúmbia Britânica, 2% são francófonos e no Território de Yukon 3 por cento são francófonos. Entre 65 e 80 por cento com o inglês como língua materna: Saskatchewan, Manitoba e Ontário.  Em Saskatchewan, 3% são francófonos, em Manitoba, 5% são francófonos e em Ontário 6% são francófonos. Entre 50 e 65 por cento com o inglês como língua materna: Territórios do Noroeste, Território de Nunavut e Novo Brunswick. Nos Territórios do Noroeste, 3% são francófonos. No Território de Nunavut, menos de 1% são francófonos e em Novo Brunswick, 34% são francófonos. Menos de 80 por cento com o francês como língua materna: Nunavik. 80 por cento ou mais com o francês como língua materna: Quebec.  Em Nunavik, menos de 1% é anglófono e em Quebec 11% é anglófono. À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 510 quilômetros.

Fonte: Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 134.

Nota: Nunavik não é uma província autônoma do Canadá, mas uma região da província de Quebec.

Ingleses e franceses colonizaram o território canadense. O Vale do Rio São Lourenço foi o núcleo da colonização francesa, onde foram fundadas as cidades de Quebec (1608) e Montreal (1642). Após os confrontos entre ingleses e franceses durante a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), o Tratado de Paris (1763), que marcou o término do conflito, determinou que os territórios ocupados pela França na América e em outras partes do mundo fossem cedidos à Inglaterra.

Em função das rivalidades históricas e de diferenças culturais e econômicas entre anglo-canadenses e franco-canadenses, em parte da população da província de Quebec existe um forte movimento separatista que quer transformá-la num país independente. Entretanto, no último plebiscito sobre a questão, ocorrido em 1995, aqueles contrários à secessão venceram por uma pequena diferença.

Fotografia. 
Vista de um espaço aberto com uma aglomeração de pessoas segurando bandeiras do Canadá, entre outras, cartazes e uma grande faixa branca com escritos em vermelho no primeiro plano.
Dias antes do plebiscito que decidiria a separação ou não da província de Quebec do restante do Canadá, milhares de manifestantes foram às ruas de Montreal expressar a vontade contra a secessão (1995). Na faixa, lê-se “Meu Canadá inclui o Quebec”, em francês e inglês.

3. Panorama econômico do Canadá

O território canadense é uma enorme fonte de riqueza. Com recursos energéticos (carvão e petróleo), minerais metálicos, madeira, água (mais de 60% da energia consumida no país é obtida de usinas hidrelétricas) e extensas áreas cultiváveis em relação ao total de sua população, o Canadá conta com um cenário econômico bastante diversificado (observe o mapa).

No entanto, além da grande dependência do comércio exterior canadense em relação aos Estados Unidos, o capital estadunidense é dominante em diversos ramos de negócios no Canadá, com predomínio na indústria automobilística, de borracha, química e de aparelhos elétricos e eletrônicos, entre outros. Os capitais canadenses, contudo, são majoritários nos setores mais tradicionais, como nas indústrias extrativa, têxtil, alimentícia, entre outras, que se apoiam, muitas vezes, nas riquezas naturais do país.

Canadá: economia – 2019

Mapa. Canadá: economia, 2019. Mapa da porção norte da América do Norte  representando as atividades econômicas do Canadá, a localização dos recursos minerais, das hidrelétricas, da indústria de papel e celulose, os fluxos transfronteiriços, os fluxos marítimos e a fachada marítima ativa do país. Região industrial: ocorrência na porção sudeste, próximo às cidades de Montreal e de Toronto; a oeste, nas cidades de Vancouver e Edmonton, e ao redor de Winnipeg, cidade no centro-sul, próxima à fronteira com os Estados Unidos.   Policultura e pecuária leiteira: faixa em toda a porção sudeste do país.   Cultivo e cereais (trigo): mancha no centro-sul do país entre as cidades de Calgary e Winnipeg.  Cereais e pecuária: porção centro-sudoeste, englobando Edmonton, Calgary e Winnipeg. Exploração florestal: extensa faixa no sentido leste-oeste, ao norte das áreas de policultura, pecuária leiteira, cereais e pecuária.  Terras não cultivadas: faixa centro norte, extremos norte, oeste e nordeste. Localização de recursos minerais: Chumbo e zinco: próximo a Vancouver e a Montreal. Cobre: próximo a Toronto.  Ferro: porção nordeste.   Níquel: próximo a Toronto.  Ouro: ao sul da Baía de Hudson.   Petróleo e gás: próximo a Calgary.  Urânio: próximo a Toronto e na porção central do país.  Fachada marítima ativa: costa sudeste.  Fluxos transfronteira: áreas próximas a Toronto, Montreal e Vancouver em direção aos Estados Unidos.  Fluxo marítimo São Lourenço-Grandes Lagos: entre Oceano Atlântico e rio a nordeste da cidade de Montreal. Hidrelétrica: 1 em Montreal, 3 na porção nordeste e 2 na porção oeste.  Indústria de papel e celulose: 4 próximas às cidades de Toronto e Montreal, 1 na borda dos Grandes Lagos, 3 na porção nordeste do país e 3 na costa oeste. À direita, rosa ventos e escala de 0 a 500 quilômetros.

Fontes: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 78. Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 134.

* Permafrost: solo formado por terra, rochas e gelo, encontrado nas regiões de altas latitudes norte, muito frias.

Grafismo indicando atividade.

Cite um mineral explorado na porção central do território canadense e outro na porção leste.

• Concentrações industriais canadenses

Ao observar o mapa, vemos que a principal concentração industrial do Canadá localiza-se na região sudeste, junto aos Grandes Lagos e no Vale do Rio São Lourenço. A região conta com um eficiente sistema de transportes, composto de ferrovias, rodovias e vias marítimo-fluviais e lacustres. No oeste do país, a região de Vancouver também apresenta concentração industrial, principalmente indústrias siderúrgicas, metalúrgicas e de papel e celulose. Na porção mais central do território, há concentrações industriais secundárias nas cidades de Winnipeg, Regina, Calgary e Edmonton, principalmente voltadas para a transformação de recursos naturais e produtos agropecuários.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Embaixada do Canadá no Brasil

https://oeds.link/faiwkX

A página apresenta mapas, dados e textos para você se aprofundar nos mais diversos assuntos sobre esse país.

• Produtos florestais canadenses

O setor florestal do Canadá, que inclui a silvicultura e a extração de madeira, a produção de papel e celulose, além da fabricação de produtos de madeira, tem uma importante contribuição no Píbi canadense. O ramo industrial de papel e embalagens do Canadá é um dos mais importantes do mundo. A extração madeireira da Floresta Boreal ou de Coníferas conta com um complexo industrial especializado, principalmente na província da Colúmbia Britânica, localizada no extremo oeste do território. Em 2020, o setor florestal do Canadá empregava mais de 205 mil pessoas, e o país era o segundo maior exportador mundial de celulose (o primeiro era o Brasil). Em sua totalidade, os produtos florestais exportados pelo país geraram cêrca de 33 bilhões de dólares.

Diante da necessidade de garantir a continuidade do aproveitamento econômico da Floresta Boreal para as futuras gerações, há anos o governo canadense adotou leis e fiscalização mais rigorosas para a exploração florestal, entre elas a exigência de reflorestamento contínuo das terras desmatadas.

Fotografia. Vista de uma área urbana nas margens de um rio largo de coloração marrom. No meio do rio há uma ilha semi emersa com grama e terra exposta. No rio há alguns barcos e no alto, em segundo plano, uma ponte. Nas margens há construções.
Trecho do Rio Fraser, em New Westminster, na província da Colúmbia Britânica, Canadá (2019). As toras de madeira são transportadas pelas águas e, depois, encaminhadas para moagem industrial, onde servirão à produção de papel e celulose.

As atividades agropecuárias

A agricultura canadense apresenta elevada mecanização e emprego de tecnologia avançada, o que permite obter grande produtividade. Além disso, funciona de fórma bastante integrada aos setores da indústria alimentícia, de laticínios e de cereais, que contam com filiais de empresas dos Estados Unidos no país.

Reconhecem-se, no Canadá, três regiões agrícolas: a região dos Grandes Lagos e do Vale do Rio São Lourenço, a região das planícies centrais e a região da Colúmbia Britânica.

Fotografia. 
Duas linhas férreas paralelas. Do lado esquerdo da foto, vagões de um trem de carga em um terceiro trilho. Ao fundo, alguns silos e à direita torres de transmissão de energia e vegetação rasteira com algumas árvores.
Trecho da Ferrovia Transcanadense, na província de Alberta, Canadá (2021). Ao longo dessa ferrovia, vagões são carregados com grãos (no caso, milho e trigo), que são armazenados em silos por fazendeiros da região.

Na região dos Grandes Lagos e do Vale do Rio São Lourenço, a policultura (cereais, frutas, hortaliças e beterraba açucareira) e a pecuária intensiva (produção leiteira) abastecem o mercado interno. Essas atividades são realizadas principalmente nas províncias de Ontário e Quebec, com predomínio da agricultura de tipo familiar.

Os terrenos relativamente planos e os solos ricos das planícies centrais são responsáveis pela produção de cêrca de 10% dos cereais negociados no mercado internacional, o que torna o Canadá um dos maiores exportadores mundiais de grãos, com destaque para o trigo, a aveia e a cevada. Mais a oeste, onde o clima é mais seco, desenvolveu-se a pecuária de córte.

Na província da Colúmbia Britânica, situada a oeste do Canadá, nas proximidades de Vancouver, a atividade agrícola existe, mas não tem a mesma importância que em outras regiões canadenses. Os principais produtos cultivados são frutas (maçã, pera, pêssego, abricó etcétera) e alguns cereais para o abastecimento do mercado interno.

Canadá: uso da terra

Mapa. Canadá: uso da terra. Mapa da porção norte da América do Norte com as formas de uso da terra e indústrias correlatas no Canadá.  Pecuária predominantemente leiteira: faixa na porção sudeste do país, próximo a  Ottawa, Sudbury, Quebec e Montreal. Áreas próximas às cidades de Winnipeg, Saskatoon, Dawson Creek e Vancouver.  Pecuária predominantemente de corte: algumas áreas nas porções sul, sudoeste e sudeste.   Cereais: áreas na porção sul e sudoeste, próximas às cidades de Regina, Saskatoon, Calgary, Dawson Creek e Winnipeg. Pecuária e cereais: predomínio na porção sul e sudoeste, próximo a Dawson Creek, Calgary, Regina, Saskatoon e Winnipeg e a leste, próximo à costa do Atlântico, na cidade de  Fredericton e na Ilha de Saint John's.  Pecuária e policultura: em algumas áreas do país, como próximo a Edmonton, a Ottawa, a Toronto e ao norte de Sudbury.  Vegetais e fruticultura: pequena faixa no sudoeste e algumas áreas a sudeste.   Florestas comerciais: extensa faixa atravessando o país de leste a oeste na porção central.   Terras não cultivadas: extensa área em toda a porção norte, noroeste e nordeste do país.   Serraria: diversas unidades na porção oeste, como próximo a Vancouver e Prince Rupert e unidades na porção sudeste.   Indústria de papel: em diversas áreas ao sul, sudoeste e sudeste.  Tabaco: ao sul de Toronto. Maçã: áreas nas proximidades de Vancouver, Toronto e Montreal.  Limite de permafrost: linha verde atravessa o país de leste a oeste, próximo a Iqaluit, descendo até a Baía de Hudson e indo na direção norte à medida que se aproxima da fronteira com o Alasca.  Limite do trigo no verão: linha tracejada atravessa o país de leste a oeste, um pouco mais ao sul do limite do Permafrost.  À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 320 quilômetros.

Fonte: Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 134.

Grafismo indicando atividade.

Como se apresenta o uso da terra na costa oeste do Canadá?

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 15 e 16

Registre em seu caderno.

  1. Explique o que são megalópoles.
  2. Indique as três megalópoles dos Estados Unidos.
  3. Explique por que Nova iórque é uma das cidades mais influentes do mundo globalizado.
  4. Em que megalópole se localiza o Vale do Silício? Que tipo de atividade econômica predomina nessa região?
  5. É correto afirmar que os Estados Unidos são um país de grande imigração? Explique sua resposta.
  6. cêrca de 1 milhão de imigrantes legais entram nos Estados Unidos por ano e cêrca de 500 mil imigrantes sem autorização de permanência se dirigem anualmente para o país. Explique com suas palavras por que tantos imigrantes procuram os Estados Unidos.
  7. A democracia nos Estados Unidos não era plena até 1965, pois antes dessa data o racismo contra a população negra era uma realidade constante. Qual acontecimento alterou os rumos das relações entre brancos e negros?
  8. Tendo entendido o que é segregação socioespacial, explique se ela existe apenas nos Estados Unidos ou em outros países como o Brasil. Esse fenômeno ocorre na cidade onde você mora? Exemplifique.
  9. Com base no quadro da página 144, aponte o Píbi total do u ésse ême cê á, em 2020, e o percentual de participação do Píbi estadunidense nesse total.
  10. O que torna o sudeste do Canadá, junto aos Grandes Lagos e ao Vale do Rio São Lourenço, a principal concentração industrial do país? Que tipos de indústria estão localizados nessa região?
  11. Elabore um mapa sobre as aglomerações urbanas mais populosas do Canadá com base nos dados do quadro a seguir.
Canadá: aglomerações urbanas mais populosas (em habitantes) – 2021

Cidade

População

Toronto

6.572.524

Montreal

4.342.213

Vancouver

2.773.148

Calgary

1.559.284

Ottawa

1.480.754

Edmonton

1.476.756

Quebec

836.837

Fonte: elaborado com base em STATISTICS CANADA. Population estimates, July 1, by census metropolitan area and census agglomeration, 2016 boundaries. Disponível em: https://oeds.link/Y4bcND. Acesso em: 25 fevereiro 2022.

1º passo: Aplique papel vegetal sobre o mapa da página 146, trace o contorno do território do Canadá e, em seguida, decalque-o ou aplique-o em uma folha de papel. 2º passo: Classifique os aglomerados urbanos segundo a sua população e elabore a legenda dando a cada um deles uma cor diferente (observe, como exemplo, a legenda do mapa citado). 3º passo: Com base na localização dos aglomerados urbanos representados no mapa da página 145, represente-os em seu mapa e aplique a legenda. 4º passo: Dê um título ao seu mapa, insira a fonte dos dados e inclua a rosa dos ventos, um paralelo e um meridiano com seus respectivos graus.
Versão adaptada acessível

11. Os procedimentos listados para realização da atividade de elaboração do mapa podem ser adaptados para a construção de uma versão tátil. Para criar os contornos do território do Canadá e representar no mapa as aglomerações urbanas mais populosas, pode-se utilizar papéis de diversos tipos, materiais emborrachados, pedaços de tecidos, linhas de diferentes espessuras e botões, entre outros.

12. Observe o gráfico e leia com atenção as afirmativas a seguir. Aponte em seu caderno a incorreta e explique qual é a incorreção.

Estados Unidos: mudanças na composição da população – 2010-2050*

Gráfico. Estados Unidos: mudanças na composição da população, 2010 a 2050. Os dados referentes aos anos 2020, 2030, 2040 e 2050 são projeções. Gráfico de colunas divididas em quatro seções cada uma, proporcionais à porcentagem representadas por asiáticos, negros, hispânicos e brancos. No eixo vertical à esquerda,  valores em porcentagem, de zero a 100; no eixo vertical à direita, as variáveis Brancos, Hispânicos, Negros e Asiáticos. No eixo horizontal, os anos, de 2010 a 2050. Brancos. 2010: 65%.  2020: 60%.  2030: 55%.  2040: 51%.  2050: 47%  Hispânicos 2010: 15%.  2020: 19%.  2030: 22%.  2040: 26%.  2050: 29%.  Negros. 2010: 15%.  2020: 19%.  2030: 22%.  2040: 25%.  2050: 28%.  Asiáticos. 2010: 5%.  2020: 6%.  2030: 7%.  2040: 9%.  2050: 9%.

* Projeções

Fonte: recacêvítchi filíp. États-Unis: le mythe du melting-pot. Visionscarto. 23 junho 2015. Disponível em: https://oeds.link/Lb9bBu. Acesso em: 8 jun. 2022.

  1. A população hispânica é a que terá maior aumento na participação da composição étnica populacional estadunidense.
  2. Em 2050, a população branca não hispânica será inferior a 50% do total da população do país.
  3. A participação de asiáticos no total da população se manterá a mesma ao longo do período.

13. Leia o fragmento de texto e responda ao que se pede.

reticênciasOs canadenses conseguiram autocontrolar a democracia, aprenderam a viver em paz uns com os outros e, de modo geral, adaptaram-se a um ambiente que seus antepassados consideravam duro e implacável.reticências

môrton désman. Breve história do Canadá. São Paulo: Alfa-Omega, 1989. página 299.

Pesquise notícias que comprovem as informações apresentadas pelo texto.

14. Observe os dados do quadro referentes aos países da América do Norte e, em seguida, responda às questões.

América do Norte: população e indicadores sociais – 2020

País

População urbana (milhões)

Mortalidade infantil (por mil nascidos vivos)

Expectativa de vida (anos)

A

31

4

82

B

104

12

75

C

274

5

77

Fonte: elaborado com base em THE WORLD BANK. Indicators. Disponível em: https://oeds.link/CC86eH. Acesso em: 7 março 2022.

  1. Com base em seus conhecimentos e nos dados do quadro, identifique os países A, B e C.
  2. Dos indicadores sociais do quadro, em quais o Canadá se apresenta em melhor condição que os Estados Unidos?
  3. Classifique os países apresentados no quadro em desenvolvidos ou emergentes, de acordo com a regionalização segundo os níveis de desenvolvimento.

15. Pesquise sobre as principais características da colonização dos territórios brasileiro e estadunidense. Com um quadro-resumo, compare a colonização do Brasil com a implantada no norte e no sul do território dos Estados Unidos. Depois, responda à questão:

A colonização do Brasil foi semelhante à do norte ou à do sul dos Estados Unidos? Explique.

Ícone. Seção Caminhos digitais. Composto por uma placa amarela com o desenho de um celular com duas setas na tela.

Caminhos digitais

Privacidade e espionagem na internet

Em 2013, êduárd djôuzéf snôudem, um analista de sistemas que trabalhava para a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (êne ésse a, na sigla em inglês), abalou as relações de seu país com parte da comunidade internacional ao revelar um enorme programa secreto de espionagem mundial. Embora o objetivo do programa fosse o combate ao terrorismo, a agência de segurança estava monitorando conversas telefônicas, a navegação e a comunicação na internet de cidadãos comuns, empresas e até líderes políticos dos Estados Unidos e de outros países. Além de ser uma prática desonesta e condenável pelo direito internacional, fere a própria legislação estadunidense, que permite apenas a espionagem de inimigos declarados do Estado e suspeitos.

isnôuden foi condenado e passou a ser perseguido pelo governo de seu país por roubo e apropriação de propriedade secreta. No momento em que revelou documentos secretos aos jornalistas, ele se encontrava em Róng Kóng (Região Administrativa Especial da China), e, em uma espécie de represália diplomática à espionagem dos Estados Unidos, o governo chinês ignorou o pedido de extradiçãoglossário do governo estadunidense e o deixou fugir. E a Rússia, país que tem uma rivalidade histórica com os Estados Unidos, o recebeu em agosto de 2013 na condição de asiladoglossário .

No Brasil, o “caso isnôuden ” teve grande repercussão porque foi revelado que os e-mails e os dados de navegação na internet de brasileiros, incluindo a presidente Dilma russéf, e da maior empresa nacional, a Petrobrás, tinham sido monitorados pela êne ésse a. O fato acabou acelerando a aprovação do Marco Civil da Internet, lei que estabelece princípios e direitos na internet em nosso país, como a privacidade, os direitos humanos e o exercício da cidadania em meio digital, além de regulamentar crimes virtuais.

Fotografia. No Interior de um teatro, uma mulher está posicionada à esquerda do palco, de frente à plateia. À sua direita no palco, uma orquestra com instrumentos e o maestro de costas para a plateia. Atrás do palco, um telão com a imagem de um homem visto dos ombros para cima. Ele tem pele clara, cabelos curtos, lisos e escuros, usa óculos e um paletó cinza. Ele está olhando em direção à plateia. O ambiente está escuro e há algumas luminárias em forma de folhas sobre o palco.
éduard isnôuden tem concedido entrevistas e participado de conferências em diversos países, virtualmente. Ele é hoje um ativista da privacidade e dos direitos civis. Na foto, isnôuden faz um discurso por meio de videoconferência em Estocolmo, Suécia (2019).

O Marco Civil da Internet estende para o mundo virtual o direito à liberdade de expressão e impede, por exemplo, que comentários em blogs ou redes sociais ou outras fórmas de comunicação na internet sejam censurados previamente. Mas normatiza que conteúdos difamatóriosglossário ou caluniososglossário podem ser excluídos da internet, por meios judiciais. Também obriga as empresas de acesso à internet a manter durante um ano os dados de conexão de todos os usuários, o que permite a identificação e o monitoramento de infratores e atividades ilícitas, como golpes e crimes financeiros cometidos na internet, a distribuição ou venda não autorizada de conteúdos protegidos por direitos autorais (pirataria) e a incitação ao ódio por motivos políticos, étnico-raciais, religiosos etcétera.

Tanto os casos de espionagem governamental como as atividades de criminosos que invadem equipamentos conectados à internet e até a própria regulamentação do uso da internet no Brasil mostram que nossas atividades on-line não são totalmente privadas e, quando malconduzidas, podem ter sérias consequências. Como usuários da internet, temos os mesmos direitos, mas também os mesmos deveres e as mesmas responsabilidades que temos no mundo off-line ou real. Por isso, conhecer a legislação, nossos direitos e deveres no mundo on-line e aprender a “ler” os ambientes por onde navegamos buscando identificar os interesses e as informações que podem estar sendo observadas por empresas, governos e até criminosos são condutas responsáveis que permitem reduzir os riscos do uso da internet.

 Confira

  1. Explique os motivos pelos quais, segundo o texto, êduárd djêi snôudem foi condenado nos Estados Unidos.
  2. Quais eram os objetivos da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos com o programa de espionagem pela internet e o que, de fato, a agência vinha fazendo?
  3. Explique o que é o Marco Civil da Internet, citando uma situação regulamentada por ele no Brasil.

 Fique ligado!

  • Não crie senhas fáceis de serem descobertas como um dois três quatro cinco seis, seu nome ou data de nascimento –, nem use a mesma senha em todos os sites e serviços que acessa. Assim, caso alguém descubra uma senha sua, não terá acesso a outros sites como se fosse você.
  • Desconfie de e-mails ou mensagens que receber com ofertas muito boas, que prometam presentes ou novos recursos para jogos e redes sociais, por exemplo. Podem ser “armadilhas” usadas para atrair sua atenção e o levar a cair em algum golpe. Nunca abra arquivos ou acesse sites que venham nessas mensagens, mesmo que o remetente seja, aparentemente, uma pessoa conhecida.
  • Mantenha atualizados os programas de computador e aplicativos de smartphone que usa, buscando as novas versões no próprio site ou loja virtual do fabricante. Geralmente, as atualizações corrigem falhas de segurança das versões anteriores.
  • Pelo Marco Civil da Internet, sites e aplicativos somente podem coletar dados pessoais ou de navegação com o consentimento prévio do usuário, embora possam impedir o uso do serviço caso o usuário não aceite informá-los. Por isso, sempre leia os termos e as condições dos serviços on-line e avalie se vale a pena fornecer informações pessoais quando um site ou aplicativo exigi-las em troca de serviços.
  • Ninguém gostaria de descobrir que aquela pessoa com quem mantém contato pela internet não é quem diz ser. Da mesma fórma, não se passe por outra pessoa, criando perfis falsos (fakes) em redes sociais ou outros serviços na internet. Dependendo da situação, isso pode ser considerado crime e seus pais ou responsáveis podem responder por isso na Justiça.

Glossário

Terras contínuas
Bloco contínuo de massa continental que não inclui as ilhas marítimas.
Voltar para o texto
América
De Américo Vespúcio, navegador italiano (1454-1512) que realizou várias viagens para o Novo Mundo. O geógrafo alemão mártin valdssêmíler, ao ler as cartas de Américo Vespúcio em que relatava suas viagens e que foram publicadas sob a fórma de livro múndus nóvus, deu o nome de América ao continente em homenagem a esse navegador.
Voltar para o texto
Ultramar
Região que se localiza além do mar.
Voltar para o texto
Rendimento agrícola
Quantidade de produção em relação ao capital investido, como custo da terra, mão de obra, sementes e fertilizantes.
Voltar para o texto
Empresa rural
Propriedade rural de elevado nível tecnológico, altamente capitalizada e especializada na produção de determinado produto agropecuário.
Voltar para o texto
Cataclismo
Catástrofe; mudança radical.
Voltar para o texto
Silício
Elemento químico muito abundante na crosta terrestre. Na indústria de alta tecnologia, é usado para a fabricação de materiais leves e resistentes à corrosão, capazes de suportar mudanças bruscas de temperatura.
Voltar para o texto
Gueto
Local onde vive segregada parte da população, geralmente uma minoria étnica ou cultural.
Voltar para o texto
Segregação socioespacial
Desigualdade de distribuição de grupos sociais em um espaço físico, ou seja, no território de uma cidade.
Voltar para o texto
Barreiras comerciais
Regras impostas pelos governos para controlar a entrada de produtos estrangeiros em seus países, como taxas, cotas (quantidade) e licenças de importação.
Voltar para o texto
Propriedade intelectual
Conjunto de regras que garantem a inventores ou responsáveis por qualquer produção intelectual o direito de recompensa sobre sua criação.
Voltar para o texto
Extradição
Processo de entrega de uma pessoa, refugiada ou não, pelas autoridades do país em que ela se encontra para que seja julgada pelo crime de que é acusada em um país estrangeiro, cujo governo o exige por ordem judicial.
Voltar para o texto
Asilo
Direito concedido pelas autoridades de um país a uma pessoa perseguida em seu país de origem (por motivos políticos, religiosos, étnico-raciais etcétera) que permite sua entrada, permanência e proteção no país estrangeiro que a recebe.
Voltar para o texto
Difamatório
Que difama; que fala mal; que afirma e divulga fatos que ofendem a reputação de outrem.
Voltar para o texto
Calunioso
Que atribui de má-fé um ato criminoso a alguém.
Voltar para o texto