UNIDADE 5  AMÉRICA: PAÍSES EMERGENTES

Prepare-se para estudar as maiores economias da América Latina: México, Argentina e Brasil. No Percurso 17, você vai entender como esses países chegaram a essa posição e quais fatores contribuíram para que, ao longo do século vinte, ocorresse seu desenvolvimento industrial. Nos percursos seguintes, você estudará as concentrações industriais, inclusive o Polígono Industrial do Brasil, aspectos da agropecuária no México e na Argentina, além de seus recursos minerais e de energia. Considerando que Argentina e Brasil se destacam na produção de soja e carne, conheceremos comparativamente os seus circuitos produtivos.

Em 1519, Fernão Cortez, liderando uma expedição espanhola, invadiu o território do atual México e, aliado aos inimigos dos astecas, ocupou a capital do Império Asteca, Tenochtitlán, em 1521. À conquista juntaram-se as epidemias e a desestruturação econômica do Império, provocando sua ruína, além de um grande despovoamento (em 1519, a população estimada era de 11 milhões e, em 1600, de apenas 2,5 milhões).

Fotografia. Vista de uma área urbana. No primeiro plano, em destaque no meio da foto, uma grande área cimentada com um mastro no centro e a bandeira do México hasteada. À direita, acima e à esquerda, vias largas com várias faixas para veículos, seguidas de edifícios amplos, com diversas janelas e portas voltadas para a praça. Do lado oposto à praça, uma grandiosa catedral com duas grandes torres à direita e à esquerda, e uma cúpula no centro do prédio. No segundo plano, vista da cidade com muitas construções que seguem até o limite com uma área de relevo montanhoso, que pode ser visto na parte de cima da fotografia.
Na foto (2020), a imensa praça (zócalo) no centro da Cidade do México, capital do país, com a catedral católica, erguida sobre as ruínas do templo mais importante de Tenochtitlán, e o Palácio do Governo, erguido sobre a residência de um chefe asteca.
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VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. Você sabe por que o México, a Argentina e o Brasil são chamados de países emergentes?
  2. Como o Brasil se relaciona economicamente com a Argentina, o México e outros países da América Latina?
  3. O que você sabe a respeito da industrialização do México, da Argentina e do Brasil?

PERCURSO 17 MÉXICO, ARGENTINA E BRASIL: INDUSTRIALIZAÇÃO TARDIA E POPULAÇÃO

1. As maiores economias da América Latina

No conjunto dos países latino-americanos, México, Argentina e Brasil formam um grupo à parte: são os chamados países emergentes. Suas economias estão entre as maiores do continente americano ao sul dos Estados Unidos e representaram mais de 66% do Produto Interno Bruto (Píbi) da América Latina em 2020. A economia mexicana, por exemplo, supera a soma do Píbi das economias dos países da América Central e da América Andinaglossário . Em 2020, o Píbi brasileiro foi de aproximadamente 1,4 trilhão de dólares, o do México, de 1,1 trilhão, e o da Argentina, de 0,4 trilhão.

América Latina: Produto Interno Bruto (em bilhões de dólares) – 2020

Mapa. América Latina: Produto Interno Bruto, em bilhões de dólares, 2020.  Mapa representando o Produto Interno Bruto dos países latino-americanos por meio de círculos proporcionais que variam em dimensão conforme os valores em bilhões de dólares.  A legenda indica a escala dos círculos proporcionais em bilhões de dólares: até 10, até 100 e até 300. Na América Latina, três países detêm Produtos Internos Brutos que extrapolam a escala da legenda: Argentina: 389 bilhões e 300 milhões de dólares; México: 1 trilhão 73 bilhões e 900 milhões de dólares; Brasil: 1 trilhão 444 bilhões e 700 milhões de dólares. Colômbia, Chile e Peru possuem cada um Produto Interno Bruto próximo a 300 bilhões de dólares. Na parte inferior, à direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 820 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em THE WORLD BANK. GDP (Current US$). Disponível em: https://oeds.link/IdPQig. Acesso em: 4 jul. 2022; WORLD TRADE ORGANIZATION. Trade profiles 2021. Geneva: dábliu tíu ôu, 2021. página 390; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 69.

Grafismo indicando atividade.

Das economias representadas no mapa, quais ocupam a primeira e a segunda posições quanto ao Píbi? Quais são seus valores?

2. A industrialização tardia

A industrialização do México, da Argentina e do Brasil teve início na primeira metade do século vinte. Mas ela somente se intensificou após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando ocorreu a diversificação da produção industrial graças, sobretudo, às corporações industriais transnacionais que se instalaram nesses países latino-americanos.

Assim, comparando os períodos da industrialização de México, Argentina e Brasil com os períodos de industrialização da Inglaterra (Reino Unido), França, Alemanha, Bélgica, Estados Unidos, Japão e Rússia, que iniciaram suas industrializações nos séculos dezoito e dezenove, podemos dizer que a industrialização daqueles países da América Latina foi uma industrialização tardia ou retardatária, isto é, ocorreu com mais de um século de atraso.

Fotografia em preto e branco. Fotografia A. Vista do interior de um galpão industrial, com várias colunas enfileiradas usadas para sustentar vigas na parte de cima. No fundo do galpão e nas laterais, algumas aberturas com janela. Por todo o galpão podem-se ver trabalhadores.
Fotografia em preto e branco. Fotografia B. Vista do interior de um galpão industrial. À frente, em um primeiro plano, cinco trabalhadoras operando maquinários. Ao fundo, em um segundo plano, outras máquinas com trabalhadores próximos e uma parede com diversas janelas.
Na foto A, trabalhadores em indústria siderúrgica em Essen, Alemanha, por volta de 1881. Na foto B, interior da Tecelagem Mariangela, das Indústrias Reunidas F. Matarazzo, em São Paulo, SP (anos 1920), com operárias. Enquanto a Alemanha produzia aço, matéria-prima para as demais atividades industriais, as indústrias do Brasil, na primeira metade do século vinte, eram predominantemente de bens de consumo.
Fotografia em preto e branco. Fotografia C. Vista de uma paisagem urbana. No primeiro plano, em destaque no centro da imagem, uma praça com muitas pessoas circulando e veículos estacionados, sendo muitos carros e alguns ônibus. No segundo plano, logo atrás da praça, à esquerda, edifícios amplos com diversas portas e janelas voltadas para a praça; à direita, a construção de uma catedral.
Na primeira metade do século vinte, diante de sua incipiente industrialização, o Brasil importava diversos produtos, desde os mais simples até os mais complexos. Na foto C, carros e ônibus, importados dos Estados Unidos e da Europa, na Praça da Sé, no centro da cidade de São Paulo, São Paulo (cêrca de 1940). Ao fundo, no canto direito, a Catedral da Sé em construção.
Ícone. Seção No seu contexto. Composto por uma placa amarela com o desenho de um binóculo no centro.

NO SEU CONTEXTO

Onde você vive, quais são as funções desempenhadas pelas mulheres no mercado de trabalho? Explique.

3. A industrialização de 1950 aos dias atuais

Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo entrou em um novo período das relações internacionais, marcado, como já estudamos, pela ordem mundial bipolarizada e pela crescente disputa por áreas de influência geopolítica entre Estados Unidos e União Soviética.

Uma das estratégias empregadas pelos Estados Unidos e por países europeus capitalistas para assegurar suas áreas de influência no mundo foi a de instalar suas empresas na América Latina, na Ásia e na África. Entretanto, isso não teria ocorrido se não houvesse grandes interesses das corporações transnacionais em ampliar seu capital, seu lucro e seu poder econômico e financeiro em escala planetária, aproveitando, então, o baixo nível de desenvolvimento industrial e de empresas de serviços nos países subdesenvolvidos – conjunto em que México, Argentina e Brasil estavam incluídos à época.

Assim, ocorreu uma intensa internacionalização da economia desses países, representada pela participação crescente de corporações ou empresas transnacionais em vários setores de suas economias.

Na década de 1990, com a aceleração do processo de globalização, ou seja, o aumento de facilidades para exportação e importação e a maior abertura da economia mundial, a concorrência entre empresas nacionais latino-americanas e transnacionais se acirrou. Para se manter competitivas, muitas empresas nacionais foram obrigadas a passar por um processo de modernização tecnológica e de gerenciamento dos seus negócios.

Cartaz. Na parte de baixo, à esquerda, desenho de uma lambreta, um tipo de motocicleta antiga; ao lado dela, dois cavalos selados lado a lado. Na parte central do cartaz, ilustração pequena de uma rua com pessoas conversando na calçada em frente a um estabelecimento comercial. No topo, à esquerda, uma frase com letras grandes em azul: “Alguém aqui é mais esperto...”. À direita da frase, um texto de propaganda.
Propaganda da Lambretta do Brasil ésse á, empresa italiana, publicada em revista de grande circulação nacional em 1957. Na década de 1950, a economia brasileira se internacionalizava.

Diversificação econômica e inserção global

As maiores economias da América Latina são distintas entre si, e cada uma delas trilhou diferentes caminhos de desenvolvimento para enfrentar as incertezas e oportunidades da economia global. Enquanto o México, em 1992, se aliou aos Estados Unidos e ao Canadá, aderindo ao náfta, atualmente denominado u ésse ême cê á, o Brasil e a Argentina passaram a integrar o Mercado Comum do Sul (Mercosúl), que será abordado no Percurso 26.

Nos últimos anos, México, Argentina e Brasil aprofundaram a integração comercial com outros países e regiões do globo. Isso se deve, entre outros motivos, à sua diversificação econômica e ao desenvolvimento de parques industriais com emprego de tecnologia, que se destacam no contexto regional.

Brasil e Argentina se diferenciam por ter diversificado mais intensamente o destino de suas exportações, sobretudo para o mercado asiático – principalmente Índia e China. O México, por sua vez, manteve o predomínio de relações comerciais com os Estados Unidos, mas também diversificou o destino de suas exportações.

México: destino das exportações (em porcentagem) – 2000-2020

Gráficos. México: destino das exportações, em porcentagem, de 2000 a 2020.  Quadro com um conjunto de quatro gráficos circulares com dados referentes aos principais destinos das exportações mexicanas nos seguintes anos: 2000, 2005, 2010, 2020. Cada gráfico é dividido em três setores, um laranja, um verde e um cinza. De acordo com a legenda, o setor laranja corresponde aos Estados Unidos, o setor verde ao Canadá, e o setor cinza aos outros países.  Ano 2000: Estados Unidos: 88%; Canadá: 2%; Outros países: 10%. Ano 2005: Estados Unidos: 86%; Canadá: 2%; Outros países: 12%. Ano 2010: Estados Unidos: 80%; Canadá: 4%; Outros países: 16%. Ano 2020: Estados Unidos: 79,1%; Canadá: 2,6%; Outros países: 18,3%.
Exportações totais

Ano

Bilhões de dólares

2000

166,1

2003

164,8

2006

249,9

2010

298,1

2020

417,7

Fontes dos gráficos e do quadro: días, Rafael F. Relaciones económicas México-Unión Europea. Caracas: Sistema Económico Latinoamericano y del Caribe (Sela), março 2011. página 4; Calendario atlante De Agostini 2014. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2013. página 806; World Trade Organization. Trade profiles 2021. Geneva: WTO, 2021. página 238.

Grafismo indicando atividade.

Entre 2000 e 2020, de quanto foi o declínio, em porcentagem, das exportações do México para os Estados Unidos?

4. População e cidades

Estudaremos agora os aspectos populacionais e urbanos do México e da Argentina, lembrando que os relativos ao Brasil foram estudados no livro do 7º ano desta coleção.

América: estimativa dos cinco países mais populosos – 2025

País

População

Estados Unidos

340.400.000

Brasil

219.021.000

México

135.284.000

Colômbia

52.007.000

Argentina

47.192.000

Fonte: elaborado com base em UNITED NATIONS. World population prospects 2019. Volume I: comprehensive tables. New York: UN, 2019. página 29 e 33.

México: população

Do total da população do México, cêrca de 75% ocupa o Planalto do México, principalmente em sua porção central (mapas A e B). Isso se deve ao predomínio de temperaturas amenas e solos férteis de origem vulcânica. É nesse planalto, a .2240 métros de altitude, que se localiza a capital e o principal núcleo econômico do país, a Cidade do México.

México: físico

Mapa A. México: físico.  Mapa representando a variação altimétrica em metros do território, além da localização das principais formações do relevo, dos picos mais elevados e de algumas cidades importantes no México.  Altitudes inferiores a 400 metros ao longo da faixa litorânea. No litoral do Golfo do México, onde se localizam as cidades de Cancún e Mérida, na Península de Iucatã (extremo oriental), além de Matamoros, Tampico e Veracruz; no litoral do Pacífico, onde se localizam as cidades Tijuana e La Paz, na Península da Califórnia (extremo ocidental), além de Salina Cruz, Acapulco e Culiacán.   Altitudes mais elevadas, entre 400 e 1.000 metros, ao longo da Serra Madre Ocidental, situada à oeste do Planalto do México, da Serra Madre do Sul e a leste da Serra Madre Oriental.  Altitudes elevadas, entre 1.000 e 2.000 metros, na porção centro norte do México, a oeste da Serra Madre Oriental e a leste do Planalto do México, onde se localizam as seguintes cidades: Ciudad Juárez, Chihuahua e Torreón.  Altitudes muito elevadas, superiores a 2.000 metros, ao longo de toda a faixa central do país, por onde se estende o Planalto do México, desde a porção mais ao norte, até o sul do território, compreendendo a capital, Cidade do México, além de outras cidades, como Guadalajara e León.  Picos: Popocatépetl, de 5.452 metros, situado próximo à Cidade do México, a noroeste; e Citlaltépetl, de 5.610 metros, à leste da capital mexicana.  Na parte inferior, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 350 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 36-37.

Grafismo composto de uma linha laranja com um losango na ponta indicando atividades orais sistemáticas.

Caracterize as altitudes do território mexicano.

México: densidade demográfica – 2020

Mapa B. México: densidade demográfica,  2020.  Mapa com a delimitação dos estados mexicanos, destacados com tonalidades de cor que representam os diferentes níveis de densidade demográfica, em habitantes por quilômetro quadrado. A cores variam do bege (estados com baixa densidade), para o vermelho (estados com elevada densidade). O mapa também localiza as principais aglomerações de habitantes por meio de círculos proporcionais que variam de 0,3 até mais de 10 milhões de habitantes.  Os estados com baixa densidade demográfica se concentram na porção norte, na Península de Iucatã, na Península da Califórnia e na porção sul. Por outro lado, as densidades demográficas mais elevadas se concentram na faixa central, do litoral do Pacífico ao litoral do Golfo do México, compreendendo a parte central do Planalto do México.    Em relação à população, se destacam a seguintes aglomerações em milhões de habitantes:  De 0,3 a 1,0 milhão de habitantes: diversas cidades distribuídas em todos os estados.  De 1,1 a 5,0 milhões de habitantes: Tijuana, Mexicale, Chihuauhua e Monterrey, na porção norte; San Luis Potosí, na parte central; Mérida, na Península de Iucatã; Puebla, Morelos, Tampico, Querétaro, Águas Calientes e Toluca na porção central do país. De 5,1 a 10,0 milhões de habitantes: Guadalajara na Faixa central. Mais de 10,0 milhões de habitantes: Cidade do México, na faixa central do país.  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 350 quilômetros.

Fontes: Espacio y datos de México. Disponível em: https://oeds.link/TZBxLV UN-HABITAT. Global State of Metropolis 2020: population data booklet. Nairobi: UN-Habitat, 2020. página 3. Disponível em: https://oeds.link/OL4M2q. Acessos em: 9 março 2022.

Grafismo composto de uma linha laranja com um losango na ponta indicando atividades orais sistemáticas.

Compare o mapa B com o A e aponte a unidade do relevo mexicano mais povoada.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

As áreas mais povoadas do México correspondem às áreas de maior industrialização. Essa relação também ocorre no Brasil? Explique.

• Cidade do México: grande metrópole das Américas

A Cidade do México, na década de 2010, já compunha a terceira maior região metropolitana do mundo. Em 2020, tinha cêrca de 9 milhões de habitantes, concentrava cêrca de 7,3% da população e quase metade das indústrias do México. Em 2020, a capital mexicana participou do Píbi do país com um aporte de 15,8%.

Assim como as metrópoles brasileiras, a Cidade do México apresenta contrastes socioespaciais marcantes entre os bairros prósperos centrais e aqueles que formam uma imensa periferia, composta de aglomerações de habitações precárias. A partir de meados da década de 1960 a cidade expandiu-se rapidamente e a malha urbana cresceu sem a infraestrutura necessária para atender a toda a população. Hoje em dia, as periferias ainda crescem sem planejamento urbano adequado, e o processo de favelização adquire grandes proporções, comprometendo a qualidade ambiental e de vida da população. Em grande parte, isso se deve às desigualdades sociais e à concentração de rendimento marcantes das metrópoles latino-americanas e às políticas públicas insuficientes para contemplar as necessidades do conjunto da sociedade.

Além de enfrentar graves problemas de habitação e saneamento, a população da capital mexicana convive com índices alarmantes de poluição atmosférica. A cidade está localizada no Vale do México, cercada por montanhas e vulcões; por isso, sobretudo no inverno, torna-se mais difícil a dispersão dos gases poluentes das indústrias e da frota de veículos. Por estar próxima a uma extensa falha geológica, a Cidade do México também está sujeita a terremotos, como o que ocorreu em 1985, deixando mais de 20 mil mortos.

Fotografia. Vista de uma grande cidade. Na parte central, diversos edifícios altos se destacam na paisagem, com residências e prédios menores no entorno. No céu, é perceptível uma camada densa de gases e poluentes em suspensão de cor alaranjada.
Em 22 de abril de 2021, após registrar altos níveis de ozônio no ar, a comissão ambiental da Cidade do México (México) ativou o protocolo "Hoy no circula" (em português, “Hoje não circula”), que estabelece grupos de veículos que não podem circular de manhã até à noite. Na foto, vista da região central da Cidade do México nesse dia.

• Grandes lagos do Vale do México

O Vale do México, onde hoje localiza-se a Cidade do México, é uma área cercada por montanhas. O relevo dessa região dificultava a drenagem das águas de seus rios e, por essa razão, ao longo de milhares de anos, as águas formaram grandes lagos (o maior deles era o Lago tescôco). Desde meados do século catorze, esse vale passou a ser povoado pelos astecas. Essa civilização se assentou em uma pequena ilha, onde fundou a capital do império, Tenochtitlán, uma cidade adaptada às águas, com canais, pontes, aquedutos e diques, que a protegiam de inundações.

Quando os espanhóis conquistaram Tenochtitlán, em 1521, arrasaram a capital e construíram outra cidade no mesmo local. Com seu crescimento ao longo do tempo e o uso intensivo das águas, os lagos sumiram quase totalmente. Hoje, toda a região metropolitana da Cidade do México usa as águas do lençol freático (observe a ilustração na página seguinte).

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Museu Nacional de Antropologia – Cidade do México

https://oeds.link/cPJS74

Amplie seus conhecimentos sobre as origens do México consultando esse site, em espanhol.

Instituto Nacional de Estatística e Geografia (inégi) – México

https://oeds.link/Wus0rf

Navegando pelo portal de estatísticas e informações oficiais do México, você pode acessar dados atualizados a respeito desse país.

Cidade do México: região metropolitana e armazenamento da água nos aquíferos

Ilustração. Cidade do México: região metropolitana e armazenamento da água nos aquíferos. Representação com mapas e bloco diagrama localizando a Região Metropolitana da Cidade do México e mostrando a estrutura dos aquíferos, cuja água é usada para abastecimento da população. Texto explicativo: Um aquífero não é um grande lago subterrâneo, mas sim uma formação geológica que armazena água. Tem essa capacidade porque as rochas são porosas, permeáveis e retêm água.
Na parte de cima, dois pequenos mapas. À esquerda, delimitação da área ocupada pelos grandes lagos do Vale do México, no século XIV; à direita, delimitação da área ocupada pela Região Metropolitana da Cidade do México atualmente, que se encontra sobre parte da área onde existiam os grandes lagos. No centro, em destaque, bloco diagrama mostrando parte da superfície e camadas do subsolo. Na superfície, demarcação da mancha urbana da Região Metropolitana da Cidade do México, que tinha 1.926 quilômetros quadrados e uma população de 22 milhões de habitantes, em 2022. Em relação ao subsolo, um recorte ampliado demonstrando a estrutura interna do aquífero, com um texto explicativo: Cobrindo o aquífero, há um aquitarde (camada com pouca permeabilidade) de
materiais argilosos. No subsolo encontram-se materiais aluviais, constituídos essencialmente por cascalho e areia, misturados com materiais de origem vulcânica, como lava e cinzas. Aí está o aquífero. Ao lado do recorte ampliado do aquífero, uma seta azul apontada para a superfície; ao lado da seta, um texto explicativo: O aquífero, quando confinado, exerce pressão ascendente na camada argilosa.

Fonte: , Jorge A. Los suelos lacustres de la Ciudad de México. Revista Internacional de Desastres Naturales, Accidentes e Infraestructura Civil, volume 6, página 111-129, 2006.

A subsidência na Cidade do México

Na Cidade do México, 72% da água que se consome é extraída do lençol freático por meio de seis mil poços perfurados. Essa retirada excessiva têm levado ao afundamento da Cidade do México (a chamada subsidência). O aquífero confinado no subsolo faz pressão ascendente na camada acima dele. Como a água é retirada, essa pressão diminui, levando ao abaixamento do terreno da cidade. Além disso, o peso das construções também contribui para a subsidência.

Cidade do México: afundamento da Catedral Metropoli­tana

Ilustração. Cidade do México: afundamento da Catedral Metropolitana.
Representação de uma construção vista de frente, com torres e cúpulas no telhado – essa construção representa a Catedral Metropolitana. Abaixo, há uma linha horizontal indicando o nível da superfície. A construção aparece um pouco abaixo dessa linha e inclinada à esquerda. Esse processo se refere à subsidência de parte da Catedral Metropolitana. À esquerda da Catedral, desenho de uma seta azul apontando para baixo, com um texto explicativo: O peso das construções corresponde a cerca de 15% da subsidência na Cidade do México. À direita da Catedral, desenho de uma seta vermelha apontando para cima, com um texto explicativo: Determinadas áreas da cidade chegam a afundar em um ritmo de 2,5 centímetros por mês.

Fonte: Historia y actualidad del hundimiento regional de la Ciudad de México. Disponível em: https://oeds.link/Hrp3DP. Acesso em: 23 fevereiro 2022.

• Argentina: população

O território argentino pode ser dividido em cinco regiões naturais: Cordilheira dos Andes, Grande tcháco, Mesopotâmia, Pampas e Patagônia (observe o mapa A). Com quase 46 milhões de habitantes em 2021, a Argentina apresentava densidade demográfica média de 16,5 habitantes por quilômetro quadrado. Assim como em outros países, essa população está distribuída de fórma desigual pelo território (observe o mapa B).

Argentina: físico

Mapa A. Argentina: físico.  Mapa representando a variação altimétrica em metros do território da Argentina, além da localização das regiões naturais. Altitudes inferiores a 200 metros: terras ao longo da faixa litorânea e avançando pelo interior até parte central, compreendendo as regiões naturais do Grande Chaco, Mesopotâmia e Pampas.  Altitudes entre 200 e 600 metros: maior parte das terras ao longo da faixa central do território argentino, de norte a sul, compreendendo a região natural da Patagônia.  Altitudes a partir de 600 metros e que podem passar dos 4.000 metros: terras situadas nos extremos oeste e noroeste, nas áreas correspondentes à região da Cordilheira dos Andes.  Picos: todos localizados na região da Cordilheira do Andes: Aconcágua, 6.962 metros; Llullallaco, 6.723 metros; Cerro General Manuel Belgrano, 6.250 metros; Lipez, 5.929 metros; Vulcão Maipo, 5.323 metros; Campanário, 4.002 metros; Tronador, 3.410 metros;  Na parte inferior, à direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 300 quilômetros.

Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 40.

Argentina: densidade demográfica – 2020

Mapa B. Argentina: densidade demográfica, 2020. Mapa do território da Argentina demarcando as áreas com diferentes níveis de densidade demográfica, em habitantes por quilômetro quadrado, destacadas em tonalidades de cor que variam do mais claro, em amarelo (áreas com baixa densidade), para o mais escuro, em vermelho (áreas com elevada densidade). O mapa também localiza as principais aglomerações de habitantes por meio de círculos proporcionais que variam de 0,3 até mais de 10 milhões habitantes.  Na Argentina, as porções mais densamente povoadas se concentram na região próxima à foz do Rio da Prata, na porção leste dos Pampas, onde se localizam as cidades de Buenos Aires (com mais de 10 milhões), Rosário (de 1,1 a 5,0 milhões) e La Plata (de 0,3 a 1,0 milhão). Por outro lado, as densidades demográficas mais baixas estão relacionadas às regiões desérticas e de terras áridas, como no caso do Deserto da Patagônia, na porção sul, e ao longo da faixa de terras a oeste, que margeia a Cordilheira dos Andes de norte a sul.    À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 390 quilômetros.

Fontes: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 36; UN-Habitat. Global State of Metropolis 2020: population data booklet. Nairobi: UN-Habitat, 2020. página 3. Disponível em: https://oeds.link/OL4M2q. Acesso em: 4 julho 2022.

Nota: Situados no entorno do Rio da Prata, os Pampas são o principal centro econômico da Argentina. Trata-se de uma área de planície úmida, com solos escuros e férteis, cujo clima é temperado; concentra mais de 50% dos rebanhos bovinos e ovinos do país; e é a principal região agrícola.

Grafismo composto de uma linha laranja com um losango na ponta indicando atividades orais sistemáticas.

Comparando este mapa com o mapa A, qual porção do território argentino é mais povoada? E quais são menos povoadas?


cêrca de 66% dos habitantes concentram-se nos Pampas – região de planície e clima temperado –, incluindo a região metropolitana de Buenos Aires, a terceira maior aglomeração urbana da América Latina, onde vivem mais de 15 milhões de habitantes.

Em contraste, a Patagônia – região de planaltos e planícies e de clima frio e semiárido – corresponde à “Argentina do vazio demográfico”, concentrando apenas cêrca de 5% da população do país. Baixas densidades demográficas também são encontradas na Cordilheira dos Andes, por causa do clima semiárido na base e do clima frio e do relevo acidentado nas áreas de maior altitude.

A exemplo de outras capitais e cidades da América Latina, Buenos Aires também possui favelas ou moradias precárias.

PERCURSO 18 MÉXICO, ARGENTINA E BRASIL: CONCENTRAÇÕES INDUSTRIAIS

1. As concentrações industriais no México e na Argentina

As maiores concentrações industriais desses dois países encontram-se em torno de suas capitais, respectivamente a Cidade do México e Buenos Aires.

• No México

Diferentemente do Brasil, cuja concentração industrial não ocorre em sua capital ou em seu entorno, no México há grande concentração e diversidade de ramos industriais na Cidade do México, em decorrência de diferenças relacionadas a eventos e processos históricos entre esses dois países. Existem também outros centros industriais mexicanos importantes: Guadalajara, Monterrey, Lázaro Cárdenas, Monclova etcétera. (localize-os no mapa). Os ramos têxtil, alimentício, automobilístico (controlado pelas transnacionais), petroquímico, siderúrgico e metalúrgico se destacam.

As indústrias maquiladoras

A partir dos anos 1960, com a expansão econômica dos Estados Unidos no mundo e após um acordo com o governo do México, indústrias estadunidenses passaram a ser implantadas no território mexicano. Muitas delas se instalaram na fronteira entre Estados Unidos e México, visando diminuir os custos de produção como estudamos na seção Cruzando saberes, na página 132. As maquiladoras passaram a realizar parte de sua produção no México, atraídas, principalmente, pelos baixos impostos, pela mão de obra barata e pela proximidade com os Estados Unidos, o que reduz tanto os custos de produção como os de transporte. Observe a localização das indústrias maquiladoras no mapa desta página e no mapa A da seguinte.

México: indústria, recursos minerais e energia

Mapa. México: indústria, recursos minerais e energia. Representação dos ramos industriais e dos recursos minerais e energéticos existentes no México.  Carvão: áreas demarcadas no entorno de Acuña e e Piedras Negras, na porção nordeste do país.  Zonas petrolíferas: porção voltada para a costa leste, no litoral do Golfo do México, e que engloba as cidades de Tonale, Minatitlán, Veracruz, Tuxpan, Tampico, Matamoros; além dos seguintes ramos industriais e energéticos: produção de gás natural, refinaria e centro petroquímico, indústria química, siderurgia e indústria têxtil.  Regiões industriais: áreas que englobam as cidades e o entorno de Lázaro Cárdenas (no litoral do Pacífico); de Guadalajara e Aguascalientes; San Luis Potosí e Cidade do México (na parte central do país); de Monterrey e de Monclova (na porção nordeste). Nessas regiões destacam-se diversos ramos industriais e energéticos, como: refinaria e centro petroquímico, siderurgia, indústria alimentícia, hidreletricidade, indústria de bebidas, indústria têxtil, indústria automobilística, metalurgia, indústria química. Minério de ferro: áreas de exploração próximas às regiões industriais e na porção noroeste.  Zona Franca: ao longo de toda a zona de fronteira com os Estados Unidos, onde estão situadas as indústrias maquiladoras de fronteira:  San Diego-Tijuana.  Calexico-Mexicale. Nogales-Heroica Nogales.  Douglas-Agua Prieta. El Paso-Ciudad Juarez. Del Rio-Acuña. Eagle Pass-Piedras Negras.  Laredo-Nuevo Laredo.  Brownsville-Matamoros. McAllen-Reynosa.  Na parte inferior, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 300 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em Le grand atlas du XXIe siècle. Paris: Galimár, 2013. página 41; Capital: l’encyclopédie du monde 2006. Paris: Nathan, 2005. página 418; ATLAS National Geographic. América do Norte e Central. São Paulo: Abril, 2008. volume 6. página 59.

Nota: Nem todos os ramos industriais e recursos minerais estão representados no mapa, apenas os principais.

Grafismo indicando atividade.

O petróleo é explorado em que porção do território mexicano?

Fronteira México-Estados Unidos: indústrias maquiladoras

Mapa A. Fronteira México-Estados Unidos: indústrias maquiladoras.  Mapa representando a zona de fronteira entre o México e os Estados Unidos. Na parte superior, trecho fronteiriço do território dos Estados Unidos, com a delimitação dos estados e uma flecha azul indicando a direção do fluxo de capitais, tecnologia e turistas vindos dos EUA para o México. Na parte inferior, trecho fronteiriço do território do México, também com a delimitação dos estados. No limite entre ambos os países, traçado da fronteira e localização das cidades gêmeas.  Principais cidades-gêmeas de implantação de maquiladoras: San Diego-Tijuana, El Paso-Ciudad Juarez. Outras cidades-gêmeas importantes: Calexico-Mexicale, Nogales-Nogales, Douglas-Agua Prieta, Del Rio-Acuña, Eagle Pass-Piedras Negras, Laredo-Nuevo Laredo, Brownsville-Matamoros. Cidades-gêmeas fronteiriças: McAllen-Reynosa.  Fronteira artificial militarizada (barreira: muro, obstáculo de arame, barreira fiscalizada): do litoral do Pacífico até as cidades-gêmeas de El Paso-Ciudad Juarez, e de Laredo-Nuevo Laredo até o litoral do Golfo do México.  Fronteira natural (Rio Grande-Rio Bravo): trecho entre as cidades-gêmeas de El Paso-Ciudad Juarez até Laredo-Nuevo Laredo.  Na parte inferior, à direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 190 quilômetros.

Fonte: La frontière États-Unis/Mexique. Diploweb.com, Géopolitique, stratégie, relations internationales et cartes, 7 janeiro 2011. Disponível em: https://oeds.link/YlHAWA. Acesso em: 21 fevereiro 2022.

Grafismo indicando atividade.

Aponte duas cidades-gêmeas de implantação de maquiladoras na fronteira do México com os Estados Unidos.

• Na Argentina

A maior concentração espacial industrial na Argentina se localiza na região metropolitana de Buenos Aires (observe o mapa B), onde se concentram indústrias de diferentes ramos.

No entanto, o eixo que se estende a noroeste de Buenos Aires, que abrange as cidades de Rosário, Santa Fé e Córdoba – a segunda cidade mais populosa, após a capital –, fórma a mais importante região de diversificação industrial do país.

Argentina: indústria, recursos minerais e energia

Mapa B. Argentina: indústria, recursos minerais e energia.  Representação dos ramos industriais e dos recursos minerais e energéticos existentes na Argentina. Grande concentração de indústrias alimentícias: região que engloba as cidades e o entorno de Buenos Aires, La Plata, Atucha, Rosário, San Nicolás. Nessa região também há concentração de outros ramos industriais e energéticos, como: refinaria de petróleo, central nuclear, siderurgia, metalurgia, além de indústrias química, mecânica, têxtil e automobilística.  Outras regiões industriais: Na faixa central do país, desde os Pampas até o Chaco, compreendendo a Planície Platina, onde se destacam entre outras cidades: Santa Rosa, San Luis, Córdoba, Corrientes, Santa Fé, Formosa, Yaciretá. Ramos industriais e energéticos nessa porção do território: central hidrelétrica, central nuclear, urânio e beneficiamento, tungstênio, berílio, além de indústrias química, mecânica, têxtil, automobilística e metalurgia. Concentração ao norte da Patagônia e ao longo da faixa litorânea sul, onde se destacam entre outras cidades: Neuquén, El Chocón, Baía Blanca, Rawson, Comodoro, Rivadavia, El Cóndor, San Sebastián, Rio Chico, Ushuaia. Ramos industriais e energéticos nessa porção do território: indústrias química, têxtil e metalurgia, jazidas de petróleo e gás, refinaria de petróleo, central hidrelétrica, ouro e cobre.  Porção que engloba o entorno de Mendoza, no extremo oeste da Argentina, ao pé da Cordilheira dos Andes. Ramos industriais e energéticos nessa porção do território: indústrias vinícola, química, mecânica, urânio e beneficiamento, jazida de petróleo.  Concentração na porção noroeste, englobando as cidades e o entorno de Campo Durán, San Salvador de Jujuy, Salta, Tucumán. Ramos industriais e energéticos nessa porção do território: jazida de petróleo, refinaria de petróleo, indústrias química, mecânica, têxtil e automobilística, além de zinco, minério de ferro, chumbo, ouro, cobre e prata.   À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 370 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em Capital: l’encyclopédie du monde 2006. Paris: Nathan, 2005. página 136; Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 154; ATLAS National Geographic. América do Norte e Central. São Paulo: Abril, 2008. volume 1. página 84.

Grafismo indicando atividade.

Situada no (“pé da montanha”) da Cordilheira dos Andes, a cidade de Mendoza, além de se destacar na produção vinícola, é um centro industrial da Argentina. Aponte pelo menos dois ramos industriais dessa localidade.

2. A concentração industrial no Brasil

No Brasil, a maior concentração espacial da atividade industrial se formou, historicamente, na Região Sudeste do país ou mais propriamente no polígono formado pelos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, que já foi chamado de “coração econômico do Brasil” (observe o mapa).

• O Polígono Industrial

Certos fatores locacionais influenciaram para que ocorresse essa concentração espacial industrial no Sudeste: disponibilidade de energia elétrica; mercado consumidor; infraestrutura ferroviária, rodoviária e de portos marítimos; mão de obra especializada; rede bancária; empresas importadoras e exportadoras; capitais disponíveis para investimentos industriais resultantes das exportações de café e políticas industriais estabelecidas pelos governos brasileiros entre 1956 e 1979, que facilitaram a implantação de indústrias.

Brasil: concentração industrial e número de empresas industriais – 2016

Mapa. Brasil: concentração industrial e número de empresas industriais, 2016. Mapa do Brasil representando o número de empresas industriais extrativas e de transformação, por município, em 2016. A representação é feita por círculos proporcionais que variam em tamanhos indicando menos de 1.000 até 33.612 empresas.   Menos de 1.000: espalhados por todos os estados, com maior concentração nos estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste; presença diminuta nas regiões Centro-Oeste e Norte, com maior concentração no centro de Goiás e nordeste do Pará. De 1.001 a 5.000 empresas industriais extrativas e de transformação por município: presença no Amazonas, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Mato Grosso do Sul. De 5.001 a 10.000 empresas industriais extrativas e de transformação por município: ocorrência em Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Ceará. 33.612 empresas industriais extrativas e de transformação por município: São Paulo. À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 350 quilômetros.

Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 134.

Grafismo indicando atividade.

Explique como você lê ou interpreta este mapa.

Ícone. Seção Navegar é preciso. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa sentada com as mãos sobre o teclado de um computador.

NAVEGAR É PRECISO

O futuro da bioeconomia

https://oeds.link/VGJckz

Neste podcast, especialistas falam sobre: os desafios para disseminar atividades econômicas regenerativas, circulares e sustentáveis; as ambições do projeto Amazônia 4.0, que associa a floresta a uma transformação industrial; e as biorrefinarias, plataformas que aproveitam resíduos como matérias-primas.

A participação do Polígono Industrial no Píbi do Brasil

Em 2020, a atividade industrial no Brasil representou 20,4% do valor total do Píbi (observe o gráfico A).

Brasil: Píbi por setor da economia (em porcentagem) – 2020

Gráfico A. Brasil: PIB por setor da economia, em  porcentagem, 2020. 
Gráfico circular dividido em setores que representam a participação dos setores da economia no PIB brasileiro em 2020.
Serviços, setor em laranja: 72,8%. 
Indústria, setor em lilás: 20,4%.
Agropecuária, setor em verde: 6,8%.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Brasil em números. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. volume 29. página 229.

Para termos ideia da participação do Polígono Industrial (Região Sudeste) na indústria de transformaçãoglossário , observe o gráfico B.

Brasil: participação do Polígono Industrial na indústria de transformação (em porcentagem) – 2019

Gráfico B. Brasil: participação do Polígono Industrial na indústria de transformação, em porcentagem, 2019.
Gráfico circular representando a participação do polígono industrial (estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro) na indústria de transformação (em porcentagem) para o ano de 2019.
São Paulo, setor em laranja: 36,1%. 
Minas Gerais, setor em azul: 10,0%. 
Rio de Janeiro, setor em lilás: 6,5%. 
Demais unidades da federação, em cinza: 47,4%.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Contas regionais do Brasil. Tabelas: 20.6; 22.6; 23.6; 33.6. Disponível em: https://oeds.link/fLcWVc. Acesso em: 21 fevereiro 2022.

A participação do Polígono Industrial no emprego formal na indústria de transformação

O emprego formalglossário é também outro importante indicador de concentração espacial da indústria de transformação no Polígono Industrial do Sudeste do Brasil (observe o gráfico C).

Brasil: participação do Polígono Industrial no emprego formal na indústria de transformação (em porcentagem) – 2019

Gráfico. Brasil: participação do Polígono Industrial no emprego formal na indústria de transformação, em porcentagem, 2019.  Gráfico circular representando a participação dos estados do Polígono Industrial (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) no emprego formal da indústria de transformação para o ano de 2019, em porcentagem. São Paulo, em laranja: 33,5%.  Minas Gerais, em azul: 10,8%.  Rio de Janeiro, em lilás: 4,5%.  Demais unidades da federação, em cinza: 51,2%.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Pesquisa industrial anual: empresa. Tabelas: 2.5; 2.8. Disponível em: https://oeds.link/uyTJkP. Acesso em: 24 maio 2022.

Grafismo indicando atividade.

Dos estados que compõem o Polígono Industrial do Sudeste, quais tiveram a maior e a menor participação percentual no emprego formal na indústria de transformação no Brasil, em 2019?

A concentração espacial da atividade industrial na Região Sudeste, além de atrair pessoas e empresas para a região, estimulou a urbanização e o crescimento do setor de comércio e de serviços. A implantação de parques científicos e tecnológicos envolvidos na produção de bens e serviços também dinamizou a economia da região, que concentra cêrca de 40% dos parques científicos e tecnológicos de todo o Brasil.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Os seus familiares estão inseridos no mercado de trabalho formal ou informal? Quais são os benefícios do trabalho formal e os inconvenientes do trabalho informal?

Ícone. Seção Atividades dos percursos. Composto por uma placa amarela com o desenho de um livro fechado com um lápis em cima.

Atividades dos percursos 17 e 18

Registre em seu caderno.

  1. Com base nos dados fornecidos no Percurso 17, explique por que México, Argentina e Brasil são considerados as maiores economias latino-americanas.
  2. Como em quase todas as grandes cidades latino-americanas, a Cidade do México e Buenos Aires apresentam contrastes socioespaciais. Cite um desses contrastes e suas causas.
  3. Que aspectos físicos explicam a maior concentração populacional na porção central do Planalto do México?
  4. Se a população do México, em 2021, foi estimada em aproximadamente 130 milhões de habitantes e sua área territorial é de cêrca de 1,9 milhão de quilômetros quadrados, qual era a sua densidade demográfica nesse ano?
  5. Por que para as transnacionais de alimentos é vantajoso se estabelecer no México?
  6. Os Pampas argentinos são uma importante região natural desse país. Caracterize-a apontando a sua localização geográfica e qual cidade dela se destaca, explicando por que se trata de uma região economicamente forte no conjunto latino-americano.
  7. Explique as vantagens para as indústrias estadunidenses instalarem indústrias maquiladoras no México.
  8. Aponte os fatores locacionais que influenciaram na concentração industrial na Região Sudeste do Brasil.
  9. Analise a situação do emprego formal na atividade industrial do Polígono Industrial da Grande Região Sudeste, em 2019, e responda por que ele é um indicador da concentração industrial nessa região.
  10. Cada um dos números do mapa a seguir representa um ramo de atividade industrial e sua localização no território brasileiro. Reproduza o mapa usando uma folha de papel vegetal. No seu mapa, crie símbolos cartográficos figurativos para representar cada ramo industrial, obedecendo à localização dos números no mapa. Indique as capitais de todas as unidades da federação e depois dê um título ao mapa, aplique a legenda, insira a rosa dos ventos e a escala e trace a linha equatorial, o Trópico de Capricórnio e o meridiano 50graus oeste.
Mapa. Mapa do Brasil representando a localização dos setores industriais, mineração e exploração de petróleo. Os setores são representados por números de 1 a 7. 1. Mineração: nordeste do Amazonas, sudeste do Amapá, centro e nordeste do Pará e centro de Minas Gerais.  2. Petróleo: costa do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Paraíba e centro do estado do Amazonas. 3. Indústria têxtil: costa do Rio Grande do Sul, sudeste de São Paulo, centro de Minas Gerais, costa da Bahia, costa de Pernambuco, costa do Ceará e sul de Mato Grosso.  4. Indústria automobilística: leste do Paraná, sudeste de São Paulo, costa do Rio de Janeiro e costa da Bahia.  5. Indústria química: costa do Rio Grande do Sul, leste do Paraná, sudeste de São Paulo e nordeste do Amazonas. 6. Indústria eletrônica: sudeste de São Paulo, costa do Rio Grande do Sul e nordeste do Amazonas. 7. Indústria de alimentos: costa do Rio Grande do Sul, leste do Paraná, sudeste de São Paulo, costa do Rio de Janeiro, centro de Minas Gerais, costa de Bahia, Ceará, Pernambuco e Pará, nordeste do Amazonas, sul de Mato Grosso e no Distrito Federal.  No mapa, um círculo branco com uma bolinha preta dentro representa a localização da capital de cada unidade da federação, mas sem seus nomes. À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 450 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. quarta edição São Paulo: Moderna, 2013. página 145; LE GRAND atlas du XXIe siècle. Paris: Gallimard, 2013. página 5.

  1. Construa um gráfico de colunas com os dados do quadro da página 158. Dê um título a ele e cite a fonte.
  2. Leia o fragmento de texto abaixo e responda.

A Cidade do México é o principal exemplo de superexploração das águas subterrâneas. Estima-se que é extraído dos aquíferos da região um volume de água que excede em 30 a 65% o da recarga. Em alguns locais, o afundamento do solo provocado pela redução do nível das águas dos aquíferos chegou a 7,5 metros . Para piorar, as áreas de recarga dos mananciais vêm sendo ocupadas pela expansão da cidade

uatéli marússia; bláuf, Fernanda; , Bruno. Haverá água para todos? Ísa, Notícias, 31 janeiro 2008. Disponível em: https://oeds.link/2WmHaa. Acesso em: 5 fevereiro 2022.

  1. Que problema socioambiental é retratado no texto?
  2. Qual é a principal consequência desse problema para a Cidade do México?
  3. Por que a expansão da cidade sobre as áreas de recarga dos mananciais agrava o problema?

13. Informe-se com as pessoas que você conhece sobre os ramos industriais que existem no município onde você mora. Faça uma lista deles, caso existam.

Versão adaptada acessível
  1. Cada um dos números do mapa apresentado representa um ramo de atividade industrial e sua localização no território brasileiro. Você pode produzir uma versão tátil desse mapa. Para isso, observe as orientações:
    • Utilize linhas ou barbantes para fazer o contorno do país e os limites entre as unidades da federação.
    • Represente cada ramo industrial da legenda com um material de textura diferente.
    • Utilize essas texturas para representar no mapa os ramos de atividade industrial correspondentes, de acordo com as indicações dos números.
    • Indique as capitais das unidades federativas e represente a rosa dos ventos, a Linha do Equador, o Trópico de Capricórnio e o meridiano 50graus O.
    • Apresente o material elaborado e compare seu mapa com os dos seus colegas.

PERCURSO 19 AGROPECUÁRIA NO MÉXICO, NA ARGENTINA E NO BRASIL

1. México: agropecuária

Com a criação do náfta, em 1992, a economia mexicana apresentou maior crescimento graças aos investimentos estrangeiros e ao aumento das exportações para os Estados Unidos e o Canadá. Em 2020, enquanto 64,3% do valor do Píbi mexicano foi derivado do setor terciário (comércio e serviços), 31,6% foi formado pelo setor secundário – construção e indústria de transformação e extrativa mineral, em que a exploração de petróleo participou na formação desse Píbi – e 4,1% pelo setor primário (agropecuária).

O território mexicano é pouco favorável à agropecuária. A presença de montanhas e de climas áridos e semiáridos reduz a disponibilidade de áreas cultiváveis. Ainda assim, esse setor emprega mais de 12% da População Economicamente Ativa (péa) do país.

cêrca de 39% do território mexicano é ocupado pela pecuária, voltada principalmente para a criação de gado bovino e praticada no centro-norte do país (observe o mapa da página seguinte).

Os produtos com maior área de cultivo e voltados para o abastecimento do mercado externo são: algodão, sisal, café e cana-de-açúcar.

Para o mercado interno são cultivados: milho, batata, trigo, arroz, feijão etcétera. Após a entrada em vigor do náfta, a produção de milho perdeu espaço diante da concorrência estadunidense. Mas, mesmo assim, por se tratar de alimento tradicional desde o tempo dos astecas e maiasglossário , o México foi o sexto produtor mundial de milho, na safra dois mil e vinte e dois mil e vinte e um.

Como em toda a América Latina, com exceção de Cuba, há no México grande concentração da propriedade rural: 1% das propriedades concentra 56% da área de terras – na Argentina, que estudaremos mais adiante, 2% concentram cêrca de 50%; no Brasil, 0,3% concentra 32,8%.

Fotografia. 
Vista de uma área rural. No primeiro plano, dois bois lado a lado presos por cordas e carregando objetos nas costas. Atrás deles, um homem de chapéu. Ao redor, terra arada em preparo para plantio. Ao fundo, vegetação nativa.
No México, coexistem as agriculturas moderna e tradicional. Na foto, trabalhador arando a terra no estado de Oaxaca, México (2018).
Grafismo indicando atividade.

Explique a função do animal que aparece na foto para a atividade nela retratada.

México: uso da terra e do mar

Mapa. México: uso da terra e do mar. Mapa do México representando a localização das atividades econômicas realizadas em seu território, incluindo a costa. Café: em áreas nas faixas sul e sudoeste do território, ao sul do Trópico de Câncer.  Arroz: ocorrência nas faixas litorâneas sul do Golfo do México e no litoral oeste, nas porções sul e nordeste do país. predomínio de áreas ao sul do Trópico de Câncer. Milho: ocorrências em pontos do sudeste, sul e centro-leste do país, sobretudo ao sul do Trópico de Câncer.   Algodão: ocorrência a nordeste, norte, região central do país e nordeste, próximos à fronteira com os Estados Unidos, ao norte do Trópico de Câncer. Florestas: pequena mancha na área central do país e outras a sul e sudeste, próximo à fronteira com a Guatemala.   Cana-de-açúcar: ocorrência nos litorais sudeste e leste, no Golfo do México e a oeste, no litoral do Pacífico. Predominância no sul do trópico de Câncer.   Criação extensiva: ocorre na maior parte do território, nas porções central e norte.   Milho e trigo: centro-sul do país, na área que abrangem a Cidade do México e Puebla.  Peixe: em todo o litoral sudeste, no Golfo do México, e nas faixas litorâneas oeste e noroeste, no Oceano Pacífico.  Madeira: na porção sul e sudeste do país.  Baunilha: porção sudeste.  Marisco: litoral sudeste, dentro do Golfo do México, e a noroeste, dentro do Golfo da Califórnia.   Sisal: próximo ao litoral sudoeste, junto ao município de Guadalajara, ao sul do Trópico de Câncer.  Capital do país: Cidade do México, localizada no centro do território, próximo ao meridiano 100 graus oeste e ao sul do Trópico de Câncer.  Cidades principais: Tuxtla Gutiérrez, Villahermosa, Campeche, Mérida, Heroica Veracruz e Oaxaca nas regiões sul e sudeste; Tampico, Puebla, Acapulco, Guadalajara, León, San Luis Potosí, Monterrey, Torreón, Culiacám, na região central do país; Chihuahua, Hermosilío, Mexicali, Ciudad Juárez, nas regiões norte e noroeste do país.  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 280 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em LE GRAND atlas du XXIe siècle. Paris: Gallimard, 2013. página 40; Capital: l’encyclopédie du monde 2006. Paris: Nathan, 2005. página 418; ATLAS National Geographic. América do Norte e Central. São Paulo: Abril, 2008. volume 6. página 57.

Grafismo indicando atividade.

Explique a localização das culturas de café e de algodão com base na posição do Trópico de Câncer.

• As transnacionais de alimentos no México

Grandes empresas transnacionais de alimentos têm se estabelecido no México. Compram as melhores terras e orientam a produção para atender ao mercado externo, principalmente os Estados Unidos. Controlam 90% da produção mexicana de algodão, aspargos, morangos, cebolas, hortaliças e outros vegetais.

Embora as grandes empresas também cultivem esses produtos nos Estados Unidos, preferem o México, onde podem obter lucros maiores, uma vez que a terra e a mão de obra são mais baratas, além da proximidade do mercado consumidor estadunidense.

Entre as consequências desse estabelecimento de empresas transnacionais de alimentos no México, destacam-se: diminuição da área de cultivo de milho e de feijão – produtos básicos e tradicionais na alimentação do mexicano – e sua consequente alta de preços; aumento da carência alimentar; alteração dos hábitos alimentares da população em decorrência da influência da propaganda das transnacionais; valorização da terra rural, dificultando seu acesso aos camponeses e aos sem-terra etcétera.

Ícone. Seção Pausa para o cinema. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa segurando uma câmera na altura dos olhos.

PAUSA PARA O CINEMA

Viva zapáta!

Direção: Elia cazân, Estados Unidos: Twentieth Century Fox Film Corporation, 1952. Duração: 113 minutos

O filme conta a história do líder revolucionário mexicano Emiliano zapáta. Camponês e indígena, liderou a luta pela reforma agrária a partir de 1910 contra o governo e os grandes proprietários de terra.

2. Argentina: agropecuária

Em 2020, o setor terciário respondeu por 52,4% do Píbi argentino, enquanto o secundário participou com 41% e o primário com 6,6%. Apesar da menor participação deste setor, a agropecuária ocupa posição importante na economia do país. cêrca de 60% do valor total de suas exportações é constituído por produtos agropecuários: soja (3º produtor mundial, depois do Brasil e dos Estados Unidos, em 2021); produtos derivados da soja (maior exportador mundial); milho; trigo; cana-de-açúcar; girassol (óleo comestível); carne; além de outros.

Distinguem-se duas grandes regiões agropecuárias na Argentina (consulte o mapa A da página 161 e observe o mapa desta página):

  • a região pampeana (pampa úmido) compreende grande área de terras extremamente férteis, com formato semelhante ao de um leque, tendo Buenos Aires na base e abrangendo as cidades de Santa Fé, Rosário e Baía blânca. É grande a produção de trigo, soja e milho, assim como a criação de bovinos e ovinos na região: o relevo plano ou pouco ondulado permite a mecanização da agricultura, e os Campos (Pampas) são excelentes para a pecuária. cêrca de 50% dos produtos agrícolas argentinos são oriundos dessa região. É aí, também, que estão 66% do rebanho bovino e 50% do ovino, entre os mais importantes rebanhos do mundo, não exatamente pelo número, mas pela excelente qualidade do gado;
  • a grande região extrapampeana apresenta condições naturais diversificadas. Afastando-se da região pampeana em direção ao norte, oeste e sul, a umidade diminui, o que exerce influência sobre os tipos de cultura praticados na região. Assim, surgem culturas regionais, como a do algodão, no Chaco, região situada ao norte, próxima da cidade de Corrientes, onde também se faz extração vegetal do quebrachoglossário e da erva-mate, e a cultura da cana-de-açúcar, em Salta e Tucumán, além da cultura das frutas, vinhas e oliveiras no entorno das cidades de Mendoza e San Juan, cuja parte da produção de vinho é exportada para vários países.

A Patagônia, vasta região do sul, formada por planaltos e planícies de clima frio e semiárido e por vegetação de estepes, possui baixa ocupação humana. Ela se destaca na criação extensiva de ovinos, cuja produção de lã é largamente exportada.

Argentina: agropecuária

Mapa. Argentina: agropecuária.   Mapa da Argentina representando a localização das atividades agropecuárias no país. Trigo: área na porção leste do país, incluindo a capital Buenos Aires e as cidades de Santa Fé, Rosário e Baía Blanca.   Milho: área na porção leste, próximo à fronteira com o Uruguai e englobando a cidade de Santa Fé e a oeste, próximo à cidade de Mendoza.   Algodão: ao norte, próximo a Corrientes, Salta e Tucuman.   Cana-de-açúcar: extremo nordeste, próximo à fronteira com Brasil e da cidade de Corrientes.  Vinha e oliveira: a oeste, em área que engloba San Juan. Frutas (irrigação): área a oeste, em San Juan, e no centro-sul.    Criação intensiva de bovinos: faixa leste em Rosário, Santa Fé e na região da capital, Buenos Aires.  Criação extensiva de ovinos: da região centro-oeste do país até o extremo sul, abrangendo toda a região da Patagônia e a Terra do Fogo. Criação extensiva de bovinos: centro-leste em direção ao norte.   Quebracho: extremo norte próximo à cidade de Salta, e à fronteira com o Paraguai.  Erva-mate: na porção nordeste, próximo a Corrientes e à fronteira com Brasil.  A cidade de Buenos Aires, capital da Argentina, encontra-se praticamente no paralelo 35 graus Sul e a cidade de Salta encontra-se na porção norte do país, próximo à fronteira com o Paraguai. À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 390 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em Capital: l’encyclopédie du monde 2006. Paris: Nathan, 2005. página 110-111; Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 154.

Grafismo indicando atividade.

Considerando apenas a latitude e comparando a localização geográfica das cidades de Buenos Aires e Salta, qual delas possui clima mais frio? Por quê?

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Transpatagônia.

Direção: Cauê e Guilherme Cavallari. Brasil: Guilherme Cavallari, 2014. Duração: 60 minutos

Descubra a Patagônia argentina e chilena por meio deste filme-documentário, acompanhando a viagem de seis meses de bicicleta do jornalista, aventureiro e desportista Guilherme Cavallari.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa lendo.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

Quem lê viaja mais

CAVALLARI, Guilherme. Transpatagônia: pumas não comem ciclistas. segunda edição São Paulo: calapálo, 2015.

Com fotos e mapas detalhados, o livro revela os seis meses da viagem de bicicleta do autor na Patagônia e na Terra do Fogo, na Argentina e no Chile. Por meio de comentários críticos, a leitura permite aprender sobre os problemas ambientais e socioeconômicos das regiões percorridas.

3. Circuitos da carne e da soja nos Pampas argentinos e no Brasil

A expressão “circuito” é entendida como rota ou caminho percorrido para atingir certo lugar. Nos casos da soja e da carne, refere-se, assim, ao caminho percorrido desde a área de produção até o mercado consumidor interno e aos portos de exportação, para chegar ao mercado consumidor externo.

Há diferenças marcantes entre os circuitos da soja e da carne na Argentina e no Brasil. A vantagem é argentina, como estudaremos a seguir.

Na Argentina

As maiores concentrações de plantio de soja e de criação de gado bovino e ovino na Argentina se encontram na região dos Pampas. Nela concentra-se cêrca de 66% da população da Argentina, como estudamos anteriormente, o que representa a maior parte de seu mercado consumidor interno.

Nos Pampas, localizam-se dois importantes portos: Buenos Aires, no Rio da Prata; e o porto fluvial da cidade de Rosário, no Rio Paraná, que tem acesso ao Oceano Atlântico pelo Rio da Prata (no mapa A da página 161, localize os Pampas, os rios Paraná e da Prata e, no mapa da página anterior, localize as cidades de Rosário e de Buenos Aires e o Oceano Atlântico).

Fotografia. Em uma área rural, no primeiro plano há uma plantação de trigo em duas etapas: em uma parte as plantas estão numa altura maior do que as plantas de outra parte. Na plantação, uma grande máquina colheitadeira. A máquina tem uma peça vermelha na frente, em formato cilíndrico, e uma tubulação na parte superior. Ao fundo, vegetação verde nativa.
Colheita mecanizada de trigo nos Pampas da Argentina, na província de Buenos Aires (2021).
Fotografia. Vista de uma área plana de pastagem. Em toda a extensão horizontal, há gado bovino sobre a terra de grama seca e batida. Ao fundo, o horizonte com árvores mais altas e céu nublado.
Criação de gado bovino nos Pampas da Argentina, na província de buenos áires (2019).

O Porto de Rosário permite o atracamento de navios graneleirosglossário de grande porte para o transporte de soja e também de navios frigoríficos para o transporte de carne. Assim, desse porto partem navios até portos marítimos situados em outros países, como a China.

Grande parte das propriedades agropecuárias argentinas se localiza a cêrca de 300 quilômetros de distância do Porto de Rosário, que, por sua vez, está aproximadamente a essa mesma distância de Buenos Aires.

Entretanto, a infraestrutura de transporte na Argentina – rodoviária, ferroviária e hidroviária –, assim como no Brasil, apresenta problemas ou gargalos para o escoamento de grãos – soja, milho, trigo etcétera. Há congestionamentos de caminhões nas estradas e nos portos para descarregar os grãos e demora para transferi-los para os navios durante o pico da safra. Mas, mesmo assim, os produtores rurais argentinos levam vantagem em relação aos do Brasil, principalmente aos da Região Centro-Oeste.

Essa vantagem ocorre porque na Argentina os produtores rurais não estão distantes do mercado interno de consumo, representado pelas indústrias e pelos próprios criadores de gado, que usam o farelo de soja como ração animal, e também por não estarem distantes dos portos de exportação. Além disso, o tempo de espera causado pelos congestionamentos de navios graneleiros e frigoríficos nos portos da Argentina é menor do que nos portos brasileiros.

Esses fatores conferem vantagens competitivas e mais ganhos aos produtores argentinos.

Fotografia. Vista de uma cidade às margens de um rio. À esquerda da foto, há o rio com grande largura entre as margens e água em tom marrom, com um navio cargueiro. À direita, na margem, há uma plataforma cimentada e uma área mais ao fundo cimentada e com vários contêineres. Um navio cargueiro está atracado nessa margem. Mais à direita, galpões, algumas áreas com solo exposto e pequenas construções. Ao fundo, área urbanizada com a presença de muitas áreas verdes. Ao fundo, o horizonte com o rio.
cêrca de 80% da soja produzida na Argentina são escoados pelo Porto de Rosário. Além disso, nas imediações dele estão instaladas várias empresas de esmagamento de soja ou de seu processamento para a obtenção de óleo, farelo etcétera. Na foto, vista do Porto de Rosário, Argentina (2021).

• No Brasil: a soja e a carne na Região Centro-Oeste

No Brasil, em 2020, o setor primário foi responsável por 6,8% do Píbi nacional, enquanto os setores secundário e terciário responderam por 20,4% e 72,8%, respectivamente.

O país foi o maior produtor de soja no mundo nas safras de 2020/2021 e 2021/2022, seguido pelos Estados Unidos. A produção de soja no mundo nessas safras foi de quase 750 milhões de toneladas, sendo que o Brasil produziu quase 280 milhões de toneladas desse total e os Estados Unidos produziram mais de 235 milhões de toneladas. Mato Grosso foi o maior estado produtor de soja brasileiro e o Rio Grande do Sul, o segundo. Só Mato Grosso produziu, nessas safras, quase 75 milhões de toneladas de soja.

Em 2020, o Brasil possuía o maior rebanho de gado bovino e foi o maior exportador dessa carne.

A Região Centro-Oeste é a que responde pela maior produção de soja e é a que possui maior rebanho de gado bovino (gráficos A, B e C).

Brasil: participação da produção de soja por Grandes Regiões (em milhares de toneladas) – safras 2020/21 e 2021/22*

Gráfico A. Brasil: participação da produção de soja por Grandes Regiões, em milhares de toneladas, safras 2020, 21 e 2021, 22. Estimativas de janeiro de 2022. Gráfico de colunas. No eixo vertical, os valores de  produção de soja em mil toneladas. No eixo horizontal, as Grandes Regiões. Para cada região, há duas colunas: uma representando o valor da safra de 2020, 2021 e outra coluna a safra de 2021, 2022.  Grande Região Norte. Safra 2020/2021: 8.500 toneladas.  Safra 2021/2022: 9.000 toneladas.  Grande Região Nordeste. Safra 2020/2021: 12.000 toneladas. Safra 2021/2022: 13.000 toneladas.  Grande Região Sudeste. Safra 2020/2021: 11.000 toneladas.  Safra 2021/2022: 11.000 toneladas.  Grande Região Sul. Safra 2020/2021: 42.000 toneladas.  Safra 2021/2022: 41.000 toneladas.  Grande Região Centro-Oeste. Safra 2020/2021: 62.000 toneladas.  Safra 2021/2022: 65.000 toneladas.

Fonte: elaborado com base em Companhia Nacional de Abastecimento. Boletim da safra de grãos. Tabela de dados: produção e balanço de oferta e demanda de grãos. Safra 2021/22. Quarto levantamento. Brasília: janeiro 2022.

Grafismo indicando atividade.

Aponte a Grande Região do Brasil que, depois da Centro-Oeste, mais produziu soja no país nas safras representadas.

Brasil: estados maiores produtores de soja (em porcentagem) – safras 2020/21 e 2021/22*

Gráfico B. Brasil: estados maiores produtores de soja, em porcentagem, safras 2020/21 e 2021/22 (até janeiro de 2022). Gráfico circular dividido em 4 setores: os 3 estados maiores produtores de soja do Brasil e 1 setor para as demais unidades da federação produtoras.  Mato Grosso, em verde: 27 por cento. Rio Grande do Sul, em laranja: 15 por cento.  Paraná, em azul: 10 por cento.  Demais unidades da federação produtoras: 48 por cento.

Fonte: elaborado com base em Companhia Nacional de Abastecimento. Boletim da safra de grãos. Tabela de dados: produção e balanço de oferta e demanda de grãos. Safra 2021/22. Quarto levantamento. Brasília: janeiro 2022.

Grafismo indicando atividade.

De acordo com o gráfico, qual foi a participação percentual da produção de soja desses três estados em relação à produção total do Brasil?

Brasil: rebanho bovino por Grandes Regiões (em porcentagem) – 2020

Gráfico C. Brasil: rebanho bovino por Grandes Regiões, em porcentagem, em 2020. Gráfico circular dividido em cinco setores; cada setor representa o percentual de rebanho bovino de uma Grande Região.   Centro-Oeste, em laranja: 35 por cento.  Norte, em amarelo: 24 por cento.  Sudeste, em verde-claro: 17 por cento.  Nordeste, em lilás: 13 por cento.  Sul, em azul: 11 por cento.

Fonte: í bê gê É. Pesquisa da pecuária municipal: 2020. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021. Tabela 1. Disponível em: https://oeds.link/DhY0ym. Acesso em: 6 fevereiro 2022.

Nota: Em 2020, o rebanho bovino no Brasil era de mais de 218 milhões de cabeças. A segunda colocada, a Índia, tinha 190 milhões de cabeças de gado bovino.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Seu churrasco tem soja?

Direção: tômas báuer. Brasil: Comissão Pastoral da Terra (cê pê tê), uélt rráus, Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, 2017. Duração: 34 minutos

O documentário explica os impactos da expansão da cadeia produtiva de soja no Brasil para as populações locais e o meio ambiente, e discute fórmas de superá-los.

Os produtores de soja e carne do Centro-Oeste estão a longas distâncias dos portos de exportação do Brasil. Para se ter ideia, a distância dos municípios de Sinop e Sorriso, no estado de Mato Grosso, que são grandes produtores de soja, até o Porto de Santos, no litoral do estado de São Paulo, é de mais de 2 mil quilômetros.

Brasil: escoamento da produção de soja e milho da Região Centro-Oeste – 2015

Mapa. Brasil: escoamento da produção de soja e milho da Região Centro-Oeste, em 2015. Mapa do Brasil representando as rotas de escoamento da produção de soja e de milho em 2015 e as áreas de produção de soja e milho, na região Centro-Oeste.  Fluxos de consumo interno de soja, farelo e milho: da região Centro-oeste para as regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste e para a região Centro-Oeste internamente.  Fluxos de exportação de soja, farelo e milho: em direção à região Norte, para os portos de Itacoatiara, Santarém e Belém/Barcarena; em direção à região Nordeste para o porto de São Luís; em direção à região Sudeste nos portos de Santos e Vitória; em direção à região Sul, nos portos de Paranaguá e São Francisco do Sul.  Produção de soja: áreas de produção distribuídas na porção oeste, central, nordeste e sul da região Centro-Oeste;  Produção de milho: áreas de produção nas porções noroeste, nordeste e sudeste da região Centro-Oeste.  Produção de soja e milho: em grande parte do território da região Centro-Oeste, exceto na porção sudoeste e em áreas ao norte, noroeste e sudeste da região.  À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 380 quilômetros.

Fonte: BRASIL. Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Corredores logísticos estratégicos: complexo de soja e milho. Brasília: ême tê pê á, 2017. página 33.

Grafismo indicando atividade.

Por quais Grandes Regiões escoam a soja e o milho para a exportação produzidos no Centro-Oeste?

Considerando que cêrca de 65% da soja produzida no Brasil e a quase totalidade do gado bovino e da carne são transportadas pela via rodoviária, existe desvantagem em relação à Argentina e, sobretudo, aos Estados Unidos, pois os custos de transporte oneram mais os produtos brasileiros.

Nos Estados Unidos, os produtores de soja se encontram também distantes dos portos de exportação, cêrca de mil a 2 mil quilômetros. No entanto, cêrca de 60% da soja produzida é transportada por via hidroviária ou aquaviária, que é um modal de transporte mais barato – seu custo (tonelada por quilômetro percorrido) é cêrca de 60% inferior ao do rodoviário e 37%, ao do ferroviário. Consequentemente, os Estados Unidos possuem vantagens competitivas superiores às do Brasil e da Argentina.

Ícone. Seção Pausa para o cinema. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa segurando uma câmera na altura dos olhos.

PAUSA PARA O CINEMA

A carne é fraca.

Direção: Nina Rosa Djeicób. Brasil: Instituto Nina Rosa - projetos por amor à vida, 2004. Duração: 54 minutos

Você já pensou sobre o que acontece antes de um bife de carne bovina chegar ao prato do consumidor? Por meio de depoimentos, o documentário esclarece os impactos que o ato de comer carne representa para a saúde das pessoas, os animais e o meio ambiente.

No Brasil, as distâncias deixariam de ser um inconveniente caso houvesse boa infraestrutura de transporte rodo-ferro-aquaviário, juntamente com terminais de transbordoglossário e suficiente aparelhamento portuário.

Persistem problemas como rodovias malconservadas e mal sinalizadas, elevados preços de pedágios, altos custos das tarifas portuárias, baixa capacidade instalada dos terminais marítimos ocasionando filas de caminhões e de navios em época de safra, entre outros.

Fotografia.  Vista de uma extensão de água, muito larga e de tonalidade escura, à direita e no primeiro plano da foto. No segundo plano, área de terra emersa com três grandes silos interligados por uma estrutura laranja que avança pela água e chega a um navio atracado com uma plataforma ao lado e alguns barcos. Em terra firme, também há vias de acesso, construções e uma área com vegetação densa. No rio há outros barcos navegando e outro navio atracado mais ao fundo. Ao fundo, o horizonte do rio e o céu nublado.
Terminal de soja no porto fluvial de Santarém, no Pará (2019). Esse porto tem acesso rodoviário pela bê érre cento e sessenta e três (Cuiabá-Santarém) e pela bê érre duzentos e trinta (Transamazônica), e fluvial pelos rios Tapajós e Amazonas. Entre 2015 e junho de 2020, cêrca de 3,47 milhões de toneladas de soja foram exportadas por meio desse porto, a maior parte produzida na Região Centro-Oeste.

Brasil: corredores de exportação de grãos – 2015

Mapa. Brasil: corredores de exportação de grãos, 2015. Mapa do Brasil com a divisão política e a representação dos modais de transporte para exportação de grãos, pontos de fiscalização, terminais de transbordo e portos.  Há 4 corredores de exportação de grãos: Norte, Nordeste, Sudeste e Sul. Corredor Norte (Eixos Madeira, Tapajós e Leste): engloba hidrovia nos rios Madeira, Tapajós e Amazonas, ligando as cidades de Porto Velho, Itacoatiara, Santarém,  Itaituba/Miritituba, Santana e Belém. Há portos em Itacoatiara, Santarém, Santana e Belém. Terminais de transbordo: Porto velho e Itaituba/Miritituba. Corredor Nordeste (eixo São Luís): rodovia sai da cidade de Belém, no Pará, na direção sul e atravessa os estados de Pará e Mato Grosso, chegando a Goiás. Outra rodovia sai de Belém e segue paralela, atravessando o Maranhão e o Tocantins. As duas rodovias paralelas estão conectadas por 2 rodovias perpendiculares, que ligam sedes municipais próximas às divisas de Pará e Tocantins. Outra rodovia sai da cidade de São Luís, no Maranhão, na direção sul, e segue por Maranhão e Piauí. Há também uma ferrovia que liga São Luís no Maranhão a Porto Nacional, no Tocantins. Terminais de transbordo: Porto Franco no Maranhão; Palmeirante e Porto Nacional em Tocantins.  Corredor Nordeste (eixo Salvador): rodovia sai da cidade de Salvador, onde há um porto, em direção ao interior do estado. Corredor Sudeste (eixo Vitória): ferrovia sai do centro de Minas Gerais na direção sul até Uberaba;  de Uberaba ao Porto de Vitória, no Espírito Santo, há uma ferrovia e uma rodovia.  Corredor Sudeste (eixo Santos): porto de santos, no litoral do estado de São Paulo, é ligado ao interior do estado, a Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás por diversas rodovias, 3 ferrovias e uma hidrovia. Terminais de transbordo e pontos de fiscalização em Uberaba e Araguari. Corredor Sul (eixo Paranaguá): dos portos de Paranaguá e São Francisco do Sul, rodovias e uma ferrovia permitem o transporte até cidades no interior do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.  Corredor Sul (eixo Rio Grande): do porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, ferrovia e hidrovias seguem na direção norte do país.  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 380 quilômetros.

Fonte: BRASIL. Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Corredores logísticos estratégicos: complexo de soja e milho. Brasília: ême tê pê á, 2017. página 37.

Grafismo indicando atividade.

Aponte os terminais de transbordo, ou seja, de passagem de carga de grãos de um modal de transporte para outro, nos estados de Tocantins e do Maranhão. Quais são esses modais?

PERCURSO 20  AMÉRICA LATINA: PRESSÕES SOBRE A NATUREZA E SUAS RIQUEZAS

1. América Latina: exploração mineral

Data do período colonial o início da exploração dos recursos naturais da América Latina pelos colonizadores europeus: o solo, a água, os recursos minerais, a vegetação original etcétera. Posteriormente, com as Revoluções Industriais e a expansão das indústrias, a procura por territórios que pudessem oferecer matérias-primas vegetais e minerais se ampliou. A África, a Ásia e a América Latina tornaram-se territórios ou espaços de investimentos de capitais não somente nacionais, mas sobretudo de transnacionais em busca de matérias-primas, principalmente de origem mineral (observe o mapa).

América Latina: alguns recursos minerais e fontes de energia

Mapa. América Latina: alguns recursos minerais e fontes de energia.  Mapa da América do Sul, América Central e México, representando a localização de alguns de seus recursos minerais e fontes de energia. Carvão: norte do México, noroeste da América do Sul e sul do Brasil. Petróleo: sul do México, alta concentração no norte da Venezuela, em Colômbia, Equador e norte do Peru, na Argentina, de norte a sul; no Brasil, costa sudeste e nordeste; Gás natural: sul da Argentina, na Venezuela, e na faixa leste do México.  Minério de ferro: sudeste e norte do Brasil, na Venezuela, no Chile, no Peru e no México.  Manganês: sudeste, nordeste e norte do Brasil, e costa oeste do México.  Cobre: norte do Brasil, no Chile, no Peru e no México. Chumbo e zinco: no Chile, no Peru e no México. Estanho: noroeste do Brasil e na Bolívia.  Prata: na Bolívia, no Chile, no Peru e no México. Ouro: norte do Brasil e na Colômbia.   Bauxita: sudeste e norte do Brasil, na Guiana e no Suriname e em ilha da América Central. Salitre (nitrato): no Chile.  À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 860 quilômetros.

Fonte: Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 154.

Em tempos recentes, o crescimento econômico de vários países – os emergentes, como a China, principalmente – tem exigido maior consumo de minerais, que são usados na construção civil e na fabricação de produtos industrializados.

Em consequência, houve aumento considerável da procura no mercado internacional por commoditiesglossário minerais, como bauxita, cobre, ouro, nióbio, ferro, zinco, petróleo etcétera.

Nesse contexto, por possuir abundantes recursos naturais estratégicos – água, biodiversidade em geral, fontes de energia de origem fóssil (petróleo, gás natural) e minerais –, a América Latina tem atraído capitais internacionais, como é o caso das transnacionais da mineração.

• O modelo de exploração mineral

As corporações transnacionais e seus sócios nacionais no setor da mineração têm por base o modelo de extrativismo mineral exportador, ou seja, explorar ou extrair minérios e beneficiá-los ou não para exportar. São grandes empresas de mineração que atuam em todo o mundo apenas em busca de lucros. Algumas delas nem sempre obedecem à legislação ambiental do país onde se instalam ou se instalam justamente naqueles países onde ela é menos exigente.

Impactos socioambientais e conflitos

Especialistas em meio ambiente consideram que o modelo de extrativismo mineral exportador é insustentável ecologicamente, pois, além de causar o esgotamento de minérios, agride de modo acentuado o meio natural, causando impactos ambientais, como também impactos sociais nas comunidades que vivem no entorno da exploração mineral.

Segundo a Organização Não Governamental Observatório de Conflitos da Mineração da América Latina, até 2021 foram registrados 284 conflitos envolvendo populações ou comunidades e empresas mineradoras na América Latina.

Os impactos socioambientais provocados pela mineração são enormes. Vão desde a desapropriação de terras de comunidades tradicionais, como é o caso de indígenas, até doenças causadas pela poluição ambiental e, sobretudo, pelo comprometimento da qualidade da água em razão de seu alto consumo pela atividade mineradora e pela redução dos mananciais.

Em 2022, em decorrência da mineração ilegal de ouro que vem aumentando na região de Madre de Dios, no sudeste do Peru, acompanhando a alta do preço do ouro nos mercados mundiais, um estudo apontou que um trecho da Amazônia peruana apresenta os níveis mais altos de poluição atmosférica por mercúrio tóxico, superiores aos das regiões industriais no mundo. O mercúrio, um metal pesadoglossário , foi encontrado no ar atmosférico, no solo e nas folhas das copas das árvores em uma área intocada de floresta, decorrente de seu uso por garimpeiros que buscam ouro nas margens dos rios, empregando-o para separar o metal precioso dos sedimentos. Esse é apenas um exemplo entre dezenas ou centenas que ocorrem na América Latina.

Fotografia. Vista de um morro de altitude elevada sem vegetação na encosta, com solo exposto e vias de acesso. Ao redor, as áreas laterais do morro ainda com vegetação natural preservada. Ao fundo e à esquerda, outros morros verdes.
Mineração de níquel em él estôr, próximo ao Lago Izabal, Guatemala (2021). Entre outros impactos causados pela mineração, é visível a retirada da vegetação e a alteração do relevo.
Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Observatório do mercúrio na Amazônia

https://oeds.link/tX3TdH

A plataforma apresenta informações sobre a contaminação de mercúrio decorrente da atividade mineradora na Floresta Amazônica e os impactos socioambientais decorrentes do uso dessa substância.

• Protestos de comunidades contra a espoliação

Em toda a América Latina, as comunidades que vivem próximo às áreas de mineração estão mais conscientes dos problemas causados por essa atividade. Em muitos casos, quando o meio ambiente em que vivem é espoliadoglossário ou prejudicado, elas se organizam, protestam e pressionam os governos e as empresas de mineração a tomar providências necessárias para evitar impactos socioambientais. Estão conscientes da Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (ó í tê) – órgão da ônu que trata do cumprimento por parte dos países das normas do trabalho –, que reconhece que “é direito dos povos indígenas ou das comunidades tradicionais à terra por eles ocupadas e aos recursos naturais nela existentes”.

Fotografia. 
No primeiro plano, um homem de boné, blusa verde e máscara preta em uma ambiente aberto  segura uma faixa com os dizeres "Por la fauna y el água". Atrás dele, há pessoas com bandeiras azuis, vermelhas e brancas e bandeiras pretas com escritos em branco.
Manifestação contra o projeto de mineração que ameaça uma colônia de pinguins de rrambolti e o meio ambiente em La Higuera, na província de Elqui, no norte do Chile (2021).
Ícone. Seção Pausa para o cinema. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa segurando uma câmera na altura dos olhos.

PAUSA PARA O CINEMA

Vozes indígenas da América Latina: nós somos o documento da terra

Direção: Programa trí fáiv zírou dót órg Indígena, Instituto araiára coêssus. América do Sul: 2019. Duração: 30 minutos

Por meio de relatos de indígenas de países latino-americanos, o curta mostra de que fórma os impactos da mineração e de outras atividades econômicas violam os direitos de comunidades tradicionais.

Não vale a pena

Direção: Pedro de Filippis. Brasil: móvi sãm, 2017. Duração: 38 minutos

O documentário aborda os impactos socioambientais provocados pela atividade mineradora em municípios do Quadrilátero Ferrífero do Brasil.

Titulo do carrossel
Imagem meramente ilustrativa

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2. México: matérias-primas minerais e energia

O México se destaca entre os maiores produtores mundiais de prata (1º do mundo, de 2015 a 2019), ouro, cobre, chumbo, zinco, além de possuir grandes jazidas de minério de ferro, manganês, níquel, petróleo, gás natural, como também outros minérios essenciais à atividade industrial (consulte os mapas das páginas 162 e 176).

Em 2014, o México realizou reformas em sua política de monopólio estatalglossário nos setores de petróleo e eletricidade, abrindo esses setores para a participação de empresas privadas. Além disso, na busca de alterar a sua matriz energéticaglossário baseada no petróleo e no gás natural (mais de 85% da matriz, em 2020), o governo tem incentivado a implantação de fontes renováveis de energia solar, eólica e outras – o Brasil, em 2021, tornou-se o 6º país do mundo em potência instalada de energia eólica; o petróleo e o gás natural representavam da matriz energética brasileira.

Na porção oriental do território mexicano, voltada para o Golfo do México, localizam-se as grandes jazidas petrolíferas e de gás natural e as indústrias petroquímicas, nas cidades de Tampico e Veracruz (consulte o mapa da página 162).

Como visto anteriormente, o México rompeu com o monopólio estatal em 2014 e passou a dar concessões de exploração de petróleo às empresas privadas, sem, contudo, perder soberania sobre os depósitos petrolíferos. Até então, a empresa estatal Pemex (Petróleo Mexicano) era a única que extraía petróleo desde 1938.

Em 2020, o México foi o 11º produtor mundial de petróleo e o 21º de gás natural – os três maiores produtores de petróleo foram Estados Unidos, Rússia e Arábia Saudita; e de gás natural, Estados Unidos, Rússia e Irã.

Fotografia. Vista de uma grande plataforma de exploração de petróleo sobre o mar. A estrutura está suspensa por pilares de concreto. Há tubos na vertical, uma pista de pouso de helicóptero e três estruturas construídas sobre a plataforma. Uma outra estrutura de metal, que lembra uma ponte, liga a plataforma a uma segunda estrutura de metal suspensa. Ao fundo, dois tipos de estrutura vertical de metal no mar, ligados às estruturas suspensas. No topo das torres há chamas de fogo.
Exploração de petróleo no Golfo do México, pela empresa Pemex, México (2017).

3. Argentina: matérias-primas minerais e energia

O subsolo argentino é rico em jazidas minerais, como praticamente todos os países da América Latina, inclusive o Brasil.

Quanto ao petróleo e ao gás natural, em 2020 eles constituíam cêrca de 87% da matriz energética argentina. Além de seus usos convencionais – automotores e indústrias –, também se estendem para a produção de eletricidade por meio das usinas termelétricas, que respondiam por 68% da capacidade instalada de energia elétrica. Entretanto, a Argentina passa por crises de abastecimento de energia elétrica.

Apesar de estudos terem demonstrado que a Patagônia possui ventos favoráveis à instalação de parques eólicos, a Argentina está atrasada na implantação de fontes renováveis de energia. Seu setor energético encontra-se em remodelação.

Fotografia. Vista de duas grandes construções às margens de um espelho d'água. As construções são  retangulares e cinzas e atrás delas há torres cilíndricas altas. No alto, notam-se linhas de transmissão de energia e o céu nublado.
Na foto, vista da Central Térmica Costanera, usina termelétrica à gás natural em Buenos Aires, Argentina (2019).
Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 19 e 20

Registre em seu caderno.

  1. Aponte algumas características de ordem física ou natural que o território mexicano possui que limitam o desenvolvimento da agropecuária.
  2. A Argentina e o Brasil, quanto aos seus meios naturais, possuem vantagens para o desenvolvimento da atividade agropecuária, se comparados ao México. Explique essa afirmativa usando os conhecimentos que você possui sobre o Brasil e a Argentina.
  3. Compare os circuitos da carne e da soja na Argentina e no Brasil tomando por base os seguintes aspectos: distâncias das áreas produtoras aos portos de exportação e transporte.
  4. Aponte a vantagem dos produtores de soja dos Estados Unidos em relação aos do Brasil quanto ao transporte desse produto.
  5. Quais soluções você aponta para o Brasil superar os problemas existentes nos transportes e nos portos para melhorar o escoamento da soja e da carne?
  6. Existe relação entre exploração mineral e insustentabilidade socioambiental? Comente.
  7. A mineração é uma atividade que, além de causar impactos socioambientais, gera conflitos. Aponte algumas causas desses conflitos.
  8. Explique o que é a Organização Internacional do Trabalho (ó í tê) e comente a Convenção 169.
  9. Explique o que é monopólio estatal e se o México mantém esse tipo de monopólio em relação ao petróleo de seu território.
  10. Observe nos mapas a seguir que as linhas unem os pontos de mesma temperatura média em determinado período. Elas são chamadas “isotermas” (de ízo, igual + térmas, temperaturas).

Argentina: isotermas no mês de janeiro

Argentina: isotermas do mês de janeiro.  Linhas indicam as  temperaturas médias de acordo com os paralelos:  de 55 a 50 graus sul, 10 graus Celsius. De 50 a 40 graus sul, variam de 10 a 16 graus Celsius.  De 40 a 30 graus sul, variam de 16 a 24 graus Celsius. De 30 a 20 graus sul, variam de 24 a 28 graus Celsius. À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 770 quilômetros.

Argentina: isotermas no mês de julho

Argentina: isotermas no mês de julho.  de 55 a 50 graus sul, ficam em torno de 2 graus Celsius. De 50 a 40 graus sul, variam de 4 a 8 graus Celsius.  De 40 a 30 graus sul, variam de 8 a 12 graus Celsius. De 30 a 20 graus sul, variam de 14 a 18 graus Celsius. À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 770 quilômetros.

Fonte: rocataliáta ruãn (coordenação). La Argentina: geografía general y los marcos regionales. Buenos Aires: Grupo Editorial Planeta Argentina, 1992. página 96.

  1. Explique por que as isotermas são diferentes nos meses de janeiro e julho no território argentino.
  2. Quais são as temperaturas médias da Argentina entre os paralelos de 40graus e 50graus Sul no verão e no inverno?
  3. Considerando que a latitude é um dos fatores do clima, ou seja, que interfere nele, aponte quais são as isotermas de menor latitude e as de maior latitude nos meses de janeiro e julho.

11. Imagine que você esteja planejando uma viagem à Cidade do México. Com base no climograma representado, que meses do ano você escolheria para visitar essa cidade? Por quê?

Cidade do México: climograma

Gráfico. Cidade do México: climograma. Gráfico de colunas. No eixo vertical da esquerda, estão os valores de  precipitação em milímetros. No eixo vertical da direita, estão as temperaturas em graus Celsius. O eixo horizontal representa os meses do ano, de janeiro a dezembro.  Janeiro. Precipitação: 5 milímetros. Temperatura: 12 graus Celsius  Fevereiro. Precipitação: 5 milímetros. Temperatura: 15 graus Celsius  Março. Precipitação: 10 milímetros. Temperatura: 17 graus Celsius Abril. Precipitação: 20 milímetros. Temperatura: 19 graus Celsius.  Maio. Precipitação: 50 milímetros. Temperatura: 19 graus Celsius.  Junho. Precipitação: 105 milímetros. Temperatura: 19 Graus Celsius Julho: Precipitação: 125 milímetros. Temperatura : 18 Graus Celsius. Agosto. Precipitação: 120 milímetros. Temperatura: 17 Graus Celsius. Setembro. Precipitação: 100 milímetros. Temperatura: 17 Graus Celsius. Outubro. Precipitação: 48 milímetros. Temperatura: 16 Graus Celsius. Novembro. Precipitação: 10 milímetros. Temperatura: 15 Graus Celsius. Dezembro. Precipitação: 5 milímetros. Temperatura: 13 Graus Celsius.

Fontes: ATLAS National Geographic. América do Norte e Central. São Paulo: Abril, 2008. volume 6. página 56; Instituto Nacional de Estadística y Geografía. Anuario estadístico y geográfico de los Estados Unidos Mexicanos 2020. México: inégi, 2021. Quadro 1.4.

12. Analise o gráfico e responda às questões.

Brasil: principais produtos exportados (em bilhões de dólares) – 2021

Gráfico. Brasil: principais produtos exportados, em bilhões de dólares, 2021.  Gráfico de colunas. No eixo vertical, está o valor das exportações em bilhões de dólares; no eixo horizontal, os tipos de produtos exportados. Minério de ferro e seus concentrados: 45 bilhões de dólares.  Soja: 39 bilhões de dólares.  Óleos brutos de petróleo ou minerais betuminosos: 19 bilhões de dólares.  Açúcares e melaços: 9 bilhões de dólares.  Carne bovina: 8 bilhões de dólares.  Farelos de soja e outras farinhas: 8 bilhões de dólares.  Óléos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos 8 bilhões de dólares.  Carnes de aves: 8 bilhões de dólares.  Celulose: 8 bilhões de dólares.  Produtos semiacabados de ferro ou aço: 7 bilhões de dólares

Fonte: elaborado com base em BRASIL. Ministério da Economia. Balança comercial: dados consolidados. Disponível em: https://oeds.link/Mfafc2. Acesso em: 30 janeiro 2022.

  1. Aponte a importância que a soja representou nas exportações do Brasil em 2021.
  2. Quais são os produtos primários que constam do gráfico?
  1. Em grupo, realizem uma pesquisa procurando esclarecer os seguintes pontos:
    1. se o seu município produz algum produto constante do gráfico da atividade anterior;
    2. se não produz nenhum desses produtos; quais outros produz.
Ícone. Seção Desembarque em outras linguagens. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa saindo de um ônibus.

Desembarque em outras linguagens

DIEGO rivêra:

GEOGRAFIA E PINTURA MURALISTA

Fotografia em preto e branco. Foto do pintor Diego Rivera. Um homem está sentado em um banco e aparece do joelho para cima. Ele segura um pincel na mão direita e um prato branco com tinta escura na mão esquerda. Ele usa calça, blusa, camisa xadrez, gravata e casaco escuros. Tem cabelos curtos e pretos e está sorrindo. Ao seu lado, uma mesa de madeira, onde ele apoia o cotovelo. Na mesa há uma xícara com vários pincéis. Ao fundo, uma parede com uma sobretudo pendurado.

Diego rivêra (1886-1957) foi um dos pintores mais importantes do século vinte, cujo trabalho exalta a história e a cultura do povo mexicano.

Ao vivenciar um dos períodos mais contestadores da história do México – a Revolução Mexicana de 1910 –, procurou novas formas para expressar a identidade de seu povo, resgatando o muralismo, fórma de pintura por meio da qual procurava recuperar os valores culturais de uma nação que parecia haver esquecido a grandiosidade de seu histórico pré-colombiano.

Ao longo de seus anos de trabalho, Diego rivêra criou mais de 2 mil quadros, 5 mil desenhos e pintou cêrca de .6730 métros quadrados de murais, espalhados por 19 edifícios no México, 8 nos Estados Unidos, 1 na China e 1 na Polônia. Com isso, o pintor teve oportunidade de mostrar ao mundo suas influên­cias culturais.

A arte pública

Os pintores muralistas mexicanos procuraram o engajamento político por meio de uma arte nacional, capaz de alcançar o maior núme­­ro de pessoas. Assim, apoiados pelo governo revolucionário, pintaram gigantescos murais nos espaços públicos, que contam a história econômica, social e política do México, retratando a luta de seu povo contra a opressão e a espoliação estrangeira.

Tecnicamente, os muralistas costumavam usar o afresco, ou seja, a aplicação de pigmentos diluídos em água sobre argamassa úmida. Grandes obras da pintura mundial, como A última ceia, de Leonardo da vinti, e o teto da Capela Sistina, de Michelangelo, são exemplos de afrescos.

Pintura.  Formas geométricas retas em algumas partes e arredondadas em outras. As formas são irregulares e coloridas; à direita elas formam a figura de um homem de pele clara e cabelos castanhos. Na sua frente desenhos e formas coloridas, linhas finas representando um polvo e um pássaro com diversas asas em tamanho pequeno e em tons diferentes. O homem também segura um vaso marrom.
Mulher frente ao poço, de Diego rivêra (1913).
Pintura. No centro, um homem de pele clara, cabelos curtos e escuros e bigode. Ele usa um blazer marrom escuro, calça e camisa beges, e cumprimenta um homem que está na sua frente. Na outra mão ele segura um chapéu. Ao lado do homem que ele cumprimenta estão outros homens, todos usando roupas bege; alguns possuem uma espécie de boné bege na cabeça. Ao lado desses homens há um outro homem de chapéu preto e trajes de padre. Ao redor deles, diversas pessoas com roupas em diferentes cores segurando facões, carregando sacos nas costas com bananas verdes, pessoas caídas no chão e pessoas, ao fundo, assistindo tudo em uma varanda e ao centro, em último plano, palmeiras verdejantes.
Vitória gloriosa, de Diego rivêra (1954).
Pintura. A pintura é repleta de pessoas em situações e vestimentas diferentes. Algumas situações estão identificadas por letras.   A: três homens em pé em frente a uma cruz de madeira fincada no chão. Um deles se veste como um padre, usando túnica preta, faz sinal da cruz e segura um livro aberto nas mãos. Outro homem usa botas e segura uma lança e uma espada.  B: uma pessoa com um adereço indígena na cabeça e coberta por uma manta azul está ajoelhada diante da cruz.  C: ao fundo, três pessoas enforcadas penduradas em duas árvores.  D: pessoas trabalhando com picaretas na encosta de um morro sem vegetação.  E: três homens em pé se posicionam em roda. Dois usam trajes monárquicos com babados, calças, chapéus e espadas e um deles entrega ao outro um saco pequeno de tecido carregado de algo, possivelmente moedas. O terceiro homem veste uma roupa preta, chapéu preto e segura um livro aberto.  F: ao fundo, troncos de árvore recém-cortados e caídos no chão e algumas pessoas ao redor os puxando com cordas. Há também uma fileira de indígenas carregando um grande tronco nas costas. Atrás delas um homem de roupa e chapéu segurando um chicote.  G: outra fileira de indígenas para carregar um tronco nas costas e, atrás deles, um indígena atravessa um espaço aberto com um arado manual. Ele está sendo observado por um homem com roupas escuras e chapéu que carrega uma espada. Outro homem sobre um cavalo branco conduz um rebanho de bois.  Na parte inferior da pintura, abaixo do local onde as cenas acontecem, há pessoas presas em um lugar escuro com barris e instrumentos não identificáveis. Entre elas uma grande roda que lembra uma engrenagem.
Desembarque dos espanhóis em Veracruz (1951), mural de Diego rivêra, no Palácio Nacional da Cidade do México. A.O catolicismo, imposto pelos colonizadores espanhóis no México a partir do século dezesseis, tornou-se a religião predominante no país. B.“Oferenda de boas-vindas aos deuses recém-chegados.” Os astecas, a princípio, acreditavam que os colonizadores espanhóis eram deuses. C.Os colonizadores exterminaram muitas comunidades indígenas que resistiram à conquista espanhola. D.A base econômica de muitas colônias espanholas foi a mineração. êPara manter o monopólio comercial de suas colônias, a Coroa espanhola criou uma série de restrições e obrigações comerciais. F.A exploração da madeira era realizada por meio do trabalho escravo e acarretou intensa destruição da vegetação nativa. G.Em muitas áreas, as tradicionais técnicas agrícolas praticadas pelos povos indígenas foram substituídas por um sistema predatório.

 Caixa de informações

  1. O que foi o muralismo mexicano?
  2. Que detalhes da obra desta página mostram a subjugação dos povos ameríndios pelos espanhóis?

 Interprete

  1. Por que obras do tamanho de quadros não teriam o mesmo efeito artístico e político que os murais de rivêra?
  2. Em dupla, pesquise imagens sobre outros tipos de expressão artística, semelhante ao muralismo, usada com objetivo de contestação sociopolítica. Organize um catálogo digital dessas obras junto com sua turma.

 Mãos à obra

5. Retome os conteúdos estudados sobre o México e observe novamente as obras de Diego rivêra. Em seguida selecione um problema ambiental ou social do país atualmente e elabore um desenho com base nas obras do artista. O desenho pode ser feito em uma cartolina. Atente-se ao traço, ao ângulo, às cores e à perspectiva das pinturas e, com o auxílio do professor de Arte, inicie o trabalho. Destaque ao menos três pontos do desenho e elabore um breve comentário sobre o que foi representado, como visto na imagem desta página. Ao finalizar o desenho, organize-se com os seus colegas para uma exposição em algum espaço da escola. Caso seja possível, vocês também podem registrar a exposição em meios virtuais, como blogs e redes sociais.

Versão adaptada acessível

5. Retome os conteúdos estudados sobre o México e observe novamente as obras de Diego Rivera. Em seguida selecione um problema ambiental ou social do país atualmente e elabore uma representação com base nas obras do artista. A representação pode ser feita em um pedaço de tela do tipo mosquiteira ou de outro material com textura semelhante. Atente-se ao traço, ao ângulo, às cores e à perspectiva das pinturas e, com o auxílio do professor de Arte, inicie o trabalho. Destaque ao menos três pontos representação e elabore um breve comentário sobre o que foi representado, como visto na imagem desta página. Ao finalizar a representação, organize-se com os seus colegas para uma exposição em algum espaço da escola. Caso seja possível, vocês também podem registrar a exposição em meios virtuais, como blogs e redes sociais

Glossário

América Andina
Conjunto de países onde se localiza a Cordilheira dos Andes: Venezuela, Colômbia, Equador, Bolívia, Peru e Chile.
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Indústria de transformação
Setor da atividade industrial que realiza transformação de matérias-primas em bens ou mercadorias (vestuário, automóvel, aço, móveis, motores etcétera).
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Emprego formal
Aquele exercido com carteira assinada ou com vínculo empregatício ativo, conforme a legislação trabalhista em vigor, ou seja, que assegura ao trabalhador ou à trabalhadora todos os direitos a que faz jus e que impõe deveres, como depósitos ao éfe gê tê ésse (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), horas extraordinárias prestadas com os acréscimos legais, férias e abono de férias, contribuição à seguridade social, retenção de imposto de renda sobre o salário etcétera.
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Maia
Povo ameríndio da Península de Iucatã (México) e de territórios mais ao sul que formava sociedades complexas, com uma cultura material e escrita hieroglífica, destacando-se por grandes construções, como palácios e templos erguidos sobre bases piramidais. O milho era sagrado para esse povo.
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Quebracho
Planta da qual se extrai o tanino – substância usada pela indústria farmacêutica para produzir medicamentos antivômitos. Algumas espécies fornecem madeira de boa qualidade.
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Navio graneleiro
Embarcação adequada para o transporte de carga a granel, ou seja, sem acondicionamento em qualquer tipo de embalagem; pode ser para minérios, petróleo, óleo vegetal, soja, milho etcétera.
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Terminal de transbordo
Instalação que recebe ou envia uma carga de um meio de transporte para outro; há terminal de transbordo hidroferroviário, rodohidroviário e rodoferroviário.
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Plural de commodity. Produtos primários, ou seja, bens produzidos pela agropecuária, pela extração mineral e vegetal e pela pesca, que têm grande importância econômica, como soja, milho, algodão, minério de ferro, cobre etc.
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Metal pesado
Expressão usada para designar alguns metais mais densos, como cádmio, cromo, chumbo, mercúrio etcétera; são tóxicos em concentrações elevadas.
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Espoliado
Que sofreu espoliação; esbulhado, usurpado, roubado.
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Monopólio estatal
Exclusividade do Estado na exploração e desenvolvimento de determinadas atividades econômicas.
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Matriz energética
Conjunto de fontes de energia produzidas e usadas por um país. Pode ser de usinas hidrelétricas, termelétricas, de biomassa (bagaço de cana, lenha, etanol), eólicas, geotérmicas, solares etcétera.
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